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na luta contra a Trabalhadores EBSERH Esclarecimentos para a comunidade da UFJF sobre a empresa estatal de direito privado cartilha

na luta contra a EBSERH - CRESS-MG · A EBSERH foi criada para administrar os Hospitais Universitários, num modelo privado de gestão. Embora se divulgue que foi criada para regularizar

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na luta contra a Trabalhadores

EBSERHEsclarecimentos para a comunidade

da UFJF sobre a empresa estatal de

direito privado

cartilha

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Por que lutar contra a EBSERH?

Cartilha para os trabalhadores do Hospital

Universitário da UFJF

Esclarecimentos sobre a política de privatização

dos hospitais de ensino através da gestão por

empresa pública de direito privado

Volume I

Juiz de Fora, 2012

PRODUÇÃO:

Comitê em Defesa do HU

SINTUFEJUF

APES-JF

DCE

COMITÊ CENTRAL POPULAR DE JUIZ DE FORA

CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL

(CRESS)

COLETIVO PIRACEMA

Contato:[email protected]

PROJETO GRÁFICO:

Sintufejuf

ILUSTRAÇÕES:

Laura Caputo

técnic

afi

cha

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APRESENTAÇÃO:

Esta cartilha é uma contribuição preliminar do Comitê em

Defesa do HU, que visa prestar esclarecimentos sobre a relação

entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e as

Instituições Federais de Ensino/Hospitais Universitários, com base

na leitura da lei de criação da EBSERH, do estatuto social da

empresa e de aportes teóricos que abordam a privatização da

saúde.

O Comitê em defesa do HU foi criado em 2011, com o intuito

de lutar pela garantia do caráter público do Hospital Universitário

de Juiz de Fora. O Comitê conta com a participação de

profissionais do referido hospital, das entidades: SINTUFEJUF,

APES e DCE, do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), do

Comitê Central Popular de Juiz de Fora e do Coletivo Piracema.

Cabe ressaltar que as ações coletivas do presente Comitê

vêm sendo construídas democrática e coletivamente, com base

em estudos e experiências bem sucedidas na perspectiva da

saúde pública nos fóruns, movimentos sociais e demais espaços

de lutas desenvolvidos nas instituições federais de ensino

brasileiras.

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Quais são as principais finalidades da EBSERH?

Serviços de saúde e apoio às atividades acadêmicas. O caráter

secundário dado ao que diferencia um HU de outro hospital

comum é um dos principais problemas que acompanham a

proposta da EBSERH.

1 - Por que foi criada a EBSERH?

A EBSERH foi criada para administrar os Hospitais Universitários,

num modelo privado de gestão. Embora se divulgue que foi criada

para regularizar as contratações ilegais, a lei que cria a EBSERH

deixa claro que sua função é administrar os Hus, apenas apoiando

as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

2 - O que é Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares?

É uma empresa estatal de direito privado, criada por projeto de lei

de iniciativa do Governo Federal.

3 - Onde fica localizada a EBSERH?

Brasília-DF.

4 - É verdade que a EBSERH faz parte de um projeto do

Governo Federal de PRIVATIZAR os Hospitais

Universitários?

Sim, mas uma privatização com características diferentes das

tradicionais.

No caso da EBSERH, não se trata de venda do

patrimônio público. O risco não é o de se leiloar os

prédios dos HUs e seus equipamentos, mas o de se

utilizar recursos públicos (físicos, humanos,

financeiros) para o atendimento de interesses

privados. Além deste, o risco de dupla porta de

entrada e de convênios com instituições privadas,

ameaçando o caráter público dos hospitais bem

como seu caráter acadêmico.

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6 – O que pretendem concretamente a EBSERH e as IFES

para os Hospitais Universitários?

Sob o argumento de uma suposta modernização da gestão, a

EBSERH abre, na verdade, a possibilidade de se resolver

problemas de sub-financiamento, por meio da articulação de

interesses privados, que prejudicará o atendimento ao público e à

comunidade acadêmica das Universidades.

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7 - A adesão das Universidades Federais à EBSERH é

obrigatória ou facultativa?

Facultativa, sendo a decisão, tomada pela comunidade

acadêmica, por meio de seus representantes no Conselho

Superior.

8 - É permitia adesão parcial?

Não. Apesar da tentativa de alguns parlamentares de mudar o

objetivo da EBSERH estipulado na lei que a criou - “administrar

para apoiar a gestão dos Hus” - a proposta da empresa é de ser a

gestora dos Hospitais Universitários. Portanto, a adesão não

poderá ser parcial; ou adere à proposta ou não adere.

9 - As Universidades Federais que não aderirem à Empresa

terão asseguradas as condições necessárias ao seu

funcionamento, ou sofrerão algum tipo de prejuízo ou

punição?

A chantagem utilizada para aprovação da lei que criou a EBSERH

no Congresso, quando o orçamento do HU ficou meses bloqueado,

só sendo liberado na

semana segu in te à

votação na Câmara dos

Deputados, mostra bem

que o "terrorismo da falta

de verba" poderá ser

utilizado como argumento

na tentativa de convencer

o Conselho Superior a

firmar convênio com a

empresa. Porém, a lei que

cr ia a EBSERH não

d e t e r m i n a e s t a

obrigatoriedade, ficando

por conta da comunidade

universitária o papel de

assumir esta decisão, com todos os males, alguns irreversíveis,

que esta adesão pode trazer.

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10 - A criação da EBSERH não dá margem à interpretação

de que ela veio para fechar algo que não deu certo?

A tentativa de desqualificar os hospitais universitários é nítida.

Assim como o processo que antecede toda e qualquer

privatização, a criação da EBSERH vem acompanhada do

estrangulamento financeiro (retenção orçamentária),

propaganda negativa na grande mídia e apresentação da solução

milagrosa das forças do mercado.

11- Como se inicia e quais os instrumentos de adesão?

A adesão dar-se-á por meio da celebração de contrato específico

para este fim, pactuado de comum acordo entre a EBSERH e cada

uma das instituições de ensino ou instituições congêneres.

12 - As Universidades e seus Hospitais Universitários já

tomaram conhecimento da minuta dos Contratos de

Adesão com a EBSERH?

Segundo a ANDIFES, a minuta está sendo discutida entre os

dirigentes da EBSERH e o Ministério do Planejamento, Orçamento

e Gestão, com a participação das assessorias jurídicas, portanto,

sem a participação dos principais interessados, isto é, dos

representantes das categorias dos usuários internos e externos

dos HUs.

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Pelo estatuto da EBSERH, o contrato deverá conter,

obrigatoriamente:

as obrigações dos signatários; logo, seus deveres,

exclusivamente, não prevendo os direitos de quem assina o

referido documento;

as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução a

serem observados pelas partes;

a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação,

contendo critérios e parâmetros a serem aplicados.

A EBSERH, no exercício de suas atividades, deverá estar orientada

pelas políticas acadêmicas estabelecidas no âmbito das

instituições de ensino com as quais estabelecerá contrato de

prestação de serviços.

13 - Quais os passos para a implantação do processo de

gestão dos Hospitais Universitários pela EBSERH?

1. Adesão/Contrato; 2. Diagnóstico conjunto (IFES/EBSERH) 3.

Estabelecimento e Metas para o Hospital; 4. Escolha da equipe de

governança; 5. Treinamento da Equipe; 6. Apoio e monitoramento.

Tudo será realizado por grupo de trabalho conjunto envolvendo

IFES/HUs e EBSERH.

14 - Como será realizado o diagnóstico?

Embora de capital estatal, a EBSERH, em se tratando de uma

empresa de direito privado, buscará sempre atingir melhores

resultados financeiros. Desta forma, o diagnóstico será feito, com

vistas à redução de gastos, de forma a otimizar os recursos já

existentes. Serão avaliadas possibilidades de aumento da

produtividade, com o menor custo possível.

15 - Como serão as equipes locais de governança?

Não há nada no estatuto da empresa que defina os critérios para a

escolha das equipes locais de governança, o que irá ferir os

princípios democráticos atuais e favorecer o clientelismo e os

“apadrinhamentos”.8

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Ressalta-se que o estatuto da empresa não especifica quais seriam

os demais cargos referidos, isto é, se o atual quadro de chefias do

HU seria mantido, por exemplo. Embora também não se encontre

especificado no estatuto as atribuições do “superintendente” do

hospital, o fato é que as competências, até então desenvolvidas

pelo mesmo enquanto Diretor, foram transferidas ao Presidente e

aos Diretores Executivos da EBSERH. Torna-se inexpressiva a

atuação do Diretor na gestão da EBSERH, restringindo-a à

dimensão formativa do hospital, em detrimento das dimensões

administrativa e assistencial.

Portanto, além da perda do direito de escolha de seus

representantes, os usuários internos do HU assistirão à perda

gradativa da autonomia dos ocupantes dos cargos de atuação

mais direta sobre sua dinâmica profissional.

16 - Quem indicará o superintendente (Diretor) do

Hospital? E os demais cargos?

Com certeza não será mais a comunidade acadêmica (estudantes,

técnicos e professores) dos HUs que, até então, escolhe seus

representantes democraticamente. Os diretores são vinculados às

universidades e não advindos de outros órgãos públicos ou

privados, de diferentes naturezas, ou seja, não necessariamente

da área da saúde, como poderá os ser com a EBSERH.

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EBERH

17 - Como será constituído e em que consiste o Plano de

Reestruturação da Instituição?

Segundo a Andifes, o Plano de Reestruturação de cada Hospital

será construído em conjunto pela EBSERH e equipe local e

compreenderá os planos de reestruturação física, tecnológica e de

recursos humanos, bem como a proposta de modelo de gestão

administrativo-financeira e de gestão de clínica.

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Com relação ao modelo de gestão administrativo-financeira, o

Plano de Reestruturação prevê maior flexibilização neste

processo, na medida em que é dispensada a licitação para

contratação de prestadores de serviços à EBSERH; o que o torna

menos transparente ao controle social e à apuração de possíveis

denúncias de mau uso do dinheiro público, com posterior

aplicabilidade de punições nos casos de pagamento de propina,

superfaturamento de contas e desvios em orçamentos destinados

à efetivação dos referidos projetos de reestruturação física e

tecnológica dos HUs, conforme previsto no Plano.

No âmbito dos recursos humanos esta

reestruturação prevê que a EBSERH terá seu próprio

quadro de pessoal e, por consequência, seu plano de

carreira, emprego e salários. Isso atinge de modo

contundente a organização da força de trabalho,

fragmentando-a e tornando-a frágil para lutar por

melhores condições de vida e defender as políticas

sociais nas quais se encontra inserida como

prestadora de serviços.

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Por fim, em relação à reestruturação da gestão clínica, esta, a

partir da criação da segunda porta ou porta dupla, que prevê o

atendimento nos HUs dos usuários de convênios, poderá

comprometer e ameaçar o direito ao acesso universal pelos

usuários do SUS. “Esta prática também tem sido utilizada para

melhorar a capacidade de estes hospitais reterem seu corpo

clínico, aumentando a quantidade de variáveis a considerar na

análise da questão e no encaminhamento de possíveis soluções

(NETO; MALIK, 2007, p. 831)”.

18 - Tratando-se de um processo novo e complexo haverá

um programa de treinamento das equipes?

Sim. A EBSERH disponibilizará equipe de apoio e monitoramento

do cumprimento das metas estabelecidas para agilizar o Plano de

Reestruturação, que oportuniza as condições necessárias à sua

efetivação nos HUs, como já vem ocorrendo no atual processo de

implantação da AGHU (Aplicativo de Gestão dos Hospitais

Universitários) em nosso hospital.

19 - Como será a avaliação do Plano de Reestruturação?

A avaliação será realizada periodicamente pela equipe local de

governança em conjunto com a equipe de apoiadores da EBSERH.

Portanto, sem a participação da comunidade universitária e do

corpo de trabalhadores dos HUs.

20 - Como poderão conviver os Regimentos Internos dos

Hospitais Universitários e o Estatuto Regimento da

EBSERH? Poderá haver algum conflito entre ambos?

Os Regimentos são incompatíveis. Com a adesão à EBSERH, deixa

de existir para os HU's, o que conhecemos como Autonomia

Universitária, uma vez que prevalecerão as regras da empresa,

estabelecidas por sua Diretoria Executiva, sem a participação da

comunidade universitária. 11

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21 - Já foi estabelecido o quadro de pessoal que a EBSERH

disponibilizará para cada Hospital Universitário?

Não. Como em toda privatização, a nova empresa buscará otimizar

os recursos humanos já existentes, com o aumento da exploração,

através da ampliação da carga horária dos trabalhadores

estatutários, quando possível, a pressão por produtividade e o

estabelecimento de metas. Sob esta lógica, a EBSERH não

aproveitaria, hoje, nem metade dos terceirizados inseridos no HU.

22 - Qual o regime jurídico dos servidores da EBSERH?

Os servidores da EBSERH serão regidos pela CLT.

Logo, não terão estabilidade e outras conquistas dos

trabalhadores do setor público, tais como: incentivo à

qualificação; progressão funcional por mérito;

relativa autonomia profissional; etc.

23 - Como se dará o ingresso de servidores na EBSERH?

Através de concurso público. Ressalta-se que a empresa também

estará autorizada a contratar empresas terceirizadas para realizar

os serviços; como já acontece nos hospitais.

24 - O que é contratação de pessoal técnico e

administrativo, por tempo determinado, mediante

processo administrativo simplificado?

É a total fragilização das relações de trabalho. Amparada nas leis

8.745/93 e 4.748/03, a nova empresa poderá contratar pessoal por

tempo determinado. Caso o trabalhador seja demitido antes do

término do contrato temporário, receberá apenas metade das

indenizações trabalhistas previstas na CLT. Após o término do

contrato, não fará jus à indenização trabalhista prevista na CLT,

nem poderá mais exercer suas funções na empresa por um período

mínimo de dois anos.12 11

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25 - Os atuais servidores contratados pelas fundações de

apoio para os HUs ingressarão automaticamente no

Quadro de Pessoal da EBSERH em cada Hospital?

Não. Deverão fazer processo seletivo simplificado de provas e

títulos. Caso aprovados, poderão trabalhar nas condições

explicitadas na questão anterior. Concluído o contrato, terão que

aguardar dois anos para fazer novo processo seletivo, ou esperar

por concurso público, quando houver e se houver.

26 - Há previsão da divulgação do inteiro teor do edital de

abertura de inscrições, relativo ao processo seletivo

simplificado, contendo período, local, condições da futura

contratação, número de vagas, descrição das atribuições,

remuneração, prazo de duração do contrato e outras

informações complementares?

Não. Não há qualquer concurso público autorizado para a

EBSERH. Provavelmente a empresa irá "enxugar" a mão-de-obra

nos hospitais, para só depois decidir sobre contratações.

27 - Como ficará a situação dos funcionários cedidos aos

HUs pelos Ministérios da Saúde e da Educação? Estes

funcionários podem ser cedidos à EBSERH?

No âmbito dos contratos de adesão IFES/EBSERH, os servidores

poderão ser cedidos com ônus para a empresa. Isto significa que a

remuneração destes trabalhadores será congelada até atingir

níveis de mercado, relativos às respectivas funções na iniciativa

privada.

28 - Quais as grandes vantagens que a EBSERH oferece

para os seus servidores?

O decreto presidencial nº 7.661/2011 assinado pela Presidente

Dilma, que cria o Estatuto da Empresa, não prevê qualquer

vantagem peculiar, como plano de cargos e salários, capacitação,

plano de saúde, previdência, etc., para seus servidores.

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29 – Haverá alguma alteração no que diz respeito à

relação dos HUs com o Ministério da Saúde e o MEC, nas

questões relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão, ao

SUS e à contratualização com os gestores?

Haverá, inclusive, a necessidade de adequação das normas. A

relação com os Ministérios será alterada, na medida em que se

alteram as relações de trabalho, e na medida em que a empresa

buscar, na iniciativa privada, a captação de recursos, através de

contratos nas áreas de educação e saúde.

30 - Os recursos do SUS serão repassados para a

Empresa?

Apenas uma pequena parte dos recursos necessários para o

funcionamento dos hospitais universitários virá do SUS. A

empresa terá que garantir seus recursos vendendo serviços a

outras entidades e reduzindo custos.

31 - Qual o pensamento da Empresa em relação aos

docentes?

Os docentes farão jornadas extras nos hospitais, e a empresa

estuda o pagamento dos valores correspondentes à hora-extra na

forma de bolsas, sem as vantagens peculiares à remuneração, o

que certamente irá prejudicar o atendimento e a qualidade do

ensino, pesquisa e extensão, além, é claro, de desvalorizar o

trabalho docente.

32- Qual é a opção que mais atende aos interesses dos

hospitais Universitários?

Com certeza não é a implantação da EBSERH, que desrespeita

violentamente os preceitos SUS, a saber: universalidade do

acesso aos serviços pela população, equidade, integralidade das

ações de saúde, resolutividade e participação social. A EBSERH

compromete a efetivação do sistema, o direito à saúde pública e

de qualidade e os direitos trabalhistas de seus atuais e futuros

profissionais.14

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Temos que travar uma dura luta contra a

implementação da EBSERH.

Organize-se! Compareça às reuniões do

Comitê em

Defesa do HU, na Unidade Santa

Catarina!

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Lei n°12550, de 15 de dezembro de 2011. Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH; acrescenta dispositivos ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12550.htm>

COMISSÃO DOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS DA ANDIFES. Cartilha EBSERH, 2012.

_______. SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DO MINISTÉRIO. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de dezembro de 2011, seção 1, p.1. Disponível em: http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=29/12/2011.

GRANEMAN, S. Fundações Estatais: Projeto de Estado do Capital. In: BRAVO, M.I.S.; PEREIRA, D.S.; MENEZES, J.S.B.; OLIVEIRA, M.M.N. (orgs.) Política de Saúde na atual conjuntura: modelos de gestão e agenda para a saúde. Rio de Janeiro: UERJ/Rede Sirius, 2007, p.43-52.NETO, G.V.; MALIK, A.M. Tendências na assistência hospitalar. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.12, n.4, p. 825-839, 2007.

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