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5/11/2018 NaOpiniaoDoBill-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/na-opiniao-do-bill 1/131 NA OPINIÃO DO BILL O Modo de Vida de A.A. Trechos selecionados do co-fundador de A.A. Alcoholics Anonymous World Services, Inc., New York – U.S.A. AS BILL SEES IT (formely The A.A. Way of Life), 1983. Direitos autorais (c) 1967 de Alcoholics Anonymous (R) World Services, Inc. Todos os direitos são reservados. Revisado pela Comissão Iberoamericana de Traduções e Adaptações da Literatura de A.A. (C: I: A: T: A: L.) Todos os direitos são reservados de acordo com a convenção  panamericana de direitos autorais. Direitos autorais reservados a nível internacional Trechos de A.A. Grapevine e de "A.A. Today" são reimpressos com a permissão de A.A. Grapevine, Inc., que tem os direitos autorais. Primeira Impressão 1967 Décima Terceira Impressão 1983 Esta é literatura aprovada pela Conferência de Serviços Gerais de A.A.  Número do cartão no Catálogo da Biblioteca do Congresso dos E.U.A. ISBN O – 916856-03-8 Impresso no Brasil Primeira Edição – Setembro de 1988 Segunda Edição – Agosto de 1989 Terceira Edição – Outubro de 1990 Quarta Edição – Fevereiro de 1995 CLAAB Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil Caixa Postal 3180 – CEP 01060-970 – São Paulo/SP Tiragem 3.000 exemplares PREFÁCIO Prezados amigos: 1

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NA OPINIÃO DO BILLO Modo de Vida de A.A.

Trechos selecionadosdo co-fundador de A.A.

Alcoholics Anonymous World Services, Inc., New York – U.S.A.

AS BILL SEES IT (formely The A.A. Way of Life), 1983.Direitos autorais (c) 1967 de Alcoholics Anonymous (R) World Services, Inc.

Todos os direitos são reservados. Revisado pela Comissão Iberoamericanade Traduções e Adaptações da Literatura de A.A. (C: I: A: T: A: L.)

Todos os direitos são reservados de acordo com a convenção panamericana de direitos autorais.

Direitos autorais reservados a nível internacional

Trechos de A.A. Grapevine e de"A.A. Today" são reimpressos com a permissão deA.A. Grapevine, Inc., que tem os direitos autorais.

Primeira Impressão 1967Décima Terceira Impressão 1983

Esta é literatura aprovada pelaConferência de Serviços Gerais de A.A.

 Número do cartão no Catálogo da Biblioteca do Congresso dos E.U.A.ISBN O – 916856-03-8

Impresso no Brasil

Primeira Edição – Setembro de 1988Segunda Edição – Agosto de 1989Terceira Edição – Outubro de 1990

Quarta Edição – Fevereiro de 1995

CLAABCentro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil

Caixa Postal 3180 – CEP 01060-970 – São Paulo/SP

Tiragem 3.000 exemplares

PREFÁCIO

Prezados amigos:

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Este volume inclui varias centenas de trechos de nossa literatura, que sereferem a quase todos os aspectos do modo de vida de A.A. Acredita-se que estematerial pode se tornar um ajuda para a meditação individual e um estimulo paraa discussão em grupo e pode muito bem levar a uma leitura ainda mais ampla detoda nossa literatura.

Durante os últimos vinte e cinco anos, tive o privilégio de escrever osseguintes livros sobre A.A.: o texto de "Alcoólicos Anônimos"; "Doze Passos eDoze Tradições"; "Alcoólicos Anônimos Atinge a Maioridade" e "DozeConceitos para Serviços Mundiais", este último como parte do nosso "Manualdo Terceiro Legado".* (O "Manual do Terceiro Legado" foi revisado e lhe foidado um novo titulo: "O Manual de Serviços de A.A.". "Doze Conceitos paraServiços Mundiais" foi publicado separadamente durante doze anos, mas

 posteriormente ele foi anexado novamente ao manual, começando com a ediçãode 1981/1982). Muitos artigos foram escritos para nossa revista mensal, o A.A.

Grapevine, e sempre mantive uma ampla correspondência pessoal.Essas são as principais fontes de onde foi tirado o conteúdo deste livro.Pelo fato das citações usadas terem sido retiradas de seu contexto original, foinecessário, a fim de maior clareza, editar e às vezes repetir uma grandequantidade delas.

 Naturalmente, todo este material reflete meu ponto de vista pessoal sobreo modo de vida de A.A. Como tal, está sujeito a limitações e imperfeições.Entretanto, pode-se esperar que esta nova publicação vá de encontro a umaverdadeira necessidade.

Afetuosamente,Abril de 1967

Bill

GUIA PARA DISCUSSÃO E LEITURA

AAceitação, 6, 20, 30, 44, 49, 109, 114, 131, 138, 148, 169, 194, 254, 293Admissão, 17, 24, 48, 65, 83, 88, 102, 111, 126, 135, 149, 164, 209, 213, 228,231, 248, 261, 289, 305, 311, 314, 318Afiliação em A.A., 34, 41, 62, 134, 158, 175, 186, 234, 237, 276Álibis; veja RacionalizaçãoAmbição, 19, 40, 46, 131, 135, 138, 160, 185, 193, 198, 214, 235, 282 Amizade; veja AmorAmor, 18, 23, 27, 37, 53, 90, 144, 172, 203, 230, 273, 294, 303Anonimato, 43, 120, 160, 198, 241, 255, 278, 299, 316Ansiedade; veja MedoApadrinhamento; veja Trabalho do Décimo Segundo PassoArrogância, 33, 38, 60, 114, 139, 146, 176, 183, 199, 206, 225, 320

Atração ao invés de promoção; veja Informação ao PúblicoAutoconfiança; veja VontadeAutojustificação; veja Racionalização

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Autopiedade, 138, 176, 238, 261, 268, 320Auto-satisfação, veja Complacência

BBebedeira/Seca, Bêbado/Seco; veja Raiva, Depressão, Ressentimentos

CComodismo, 12, 100, 142, 330Complacência, 25, 94, 96, 99, 133, 153, 159, 193, 205, 207, 226, 227, 258, 325,327Compulsão para beber; veja DoençaConfiança, 144, 224, 248, 269, 303, 307, 310, 332Controvérsia, 56, 59, 98, 143, 153, 215, 262, 326Cooperação sem afiliação, 45, 113, 147, 180, 255, 267

Coragem, 61, 91, 129, 166, 200, 221, 253, 321Crescimento  individual, 1, 8, 10, 12, 25, 44, 65, 76, 85, 101, 104, 115, 124,136, 156, 157, 171, 204, 244, 264, 271, 294, 306, 327, 330; Gradual econtínuo, 6, 15, 59, 159, 167, 181, 191, 219, 236; Através de adversidade, 3,22, 31, 35, 49, 75, 184, 234, 266, 326. De A.A. ou do grupo; veja Progresso

DDefeitos de Caráter, 17, 48, 54, 80, 83, 96, 103, 131, 136, 142, 149, 196, 204,216, 258, 281, 301, 311, 325, 327

Dependência das pessoas, 63, 72, 176, 239, 252, 265, 288. De Deus; vejaPoder Superior, ter confiança no Depressão, 2, 30, 63, 92, 148, 231, 308Desonestidade; veja HonestidadeDespertar Espiritual ou Experiência, 2, 8, 85, 101, 152, 168, 171, 178, 182,217, 225, 242, 246, 256, 281, 313Dificuldades, 3, 20, 27, 31, 35, 71, 78, 82, 110, 132, 156, 184, 200, 211, 221,234, 250, 263, 266, 288, 291, 293, 306, 321Disposição, 4, 88, 106, 109, 115, 122, 137, 171, 211, 219, 226, 232, 321, 327,

328Doença, alcoolismo como, 4, 27, 32, 35, 45, 88, 118, 121, 130, 141, 180, 194,217, 218, 257, 283Doença do alcoolismo; veja DoençaDor; veja Dificuldade

EEgoísmo, 81, 227, 270, 272, 282, 287

FFarisaísmo, 17, 28, 38, 107, 170, 181, 183, 274

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Fé, 3, 13, 16, 23, 26, 36, 47, 51, 84, 112, 114, 117, 129, 152, 166, 188, 196, 208,212, 219, 221, 225, 235, 260, 263, 284, 300, 310. Veja também Poder SuperiorFelicidade, 29, 53, 57, 69, 163, 216, 218, 233, 249, 254, 298, 302, 306, 321Frustração, 1, 22, 40, 63, 111, 131, 135, 176, 265, 320

GGratidão, 19, 29, 37, 67, 133, 155, 163, 165, 168, 231, 249, 253, 256, 266, 267,303, 326

HHonestidade, 17, 20, 44, 52, 70, 74, 83, 102, 140, 141, 156, 172, 173, 205, 213,222, 227, 238, 248, 251, 258, 277, 279, 295, 312Humildade, necessidade de, 10, 36, 38, 40, 46, 74, 97, 106, 139, 160, 168, 199,212, 223, 226, 244, 271, 304, 325; Caminhos em direção a, 2, 12, 31, 44, 83,

91, 106, 126, 149, 156, 159, 191, 211, 213, 236, 246, 248, 291, 305, 311, 316

IIdentificação, 24, 195, 212, 228, 231, 252, 257, 302, 303Imperfeições; veja Defeitos de caráterInadequabilidade, 46, 90, 135, 140, 185, 214, 252Inferioridade, veja InadequabilidadeInformação ao Público, 195, 255, 278, 316Intolerância, veja Tolerância

Inveja, 131Inventário, ajuda para, 10, 17, 33, 39, 80, 89, 96, 111, 132, 142, 144, 193,205, 213, 215, 222, 248, 258, 261, 267, 270, 279, 281, 289, 296, 301, 303;Valor do, 10, 12, 17, 54, 64, 65, 68, 106, 111, 140, 149, 161, 164, 173, 216,233, 261

LLiberdade, 4, 26, 50, 55, 124, 134, 158, 191, 201, 218, 237, 273, 319

MMeditação, 10, 33, 93, 108, 117, 127, 150, 189, 202, 243, 264, 331Medo, 22, 43, 46, 51, 61, 75, 91, 92, 112, 154, 166, 196, 253, 261, 263, 278Membros mais antigos, 138, 169, 207, 244, 269, 307Mente aberta, 7, 26, 87, 115, 119, 137, 152, 174, 189, 219, 247, 260, 300, 313Mudança de Personalidade; veja Crescimento

OObsessão pelo álcool: veja Doença

Ódio; veja Raiva, RessentimentoOração, 20, 33, 55, 63, 78, 89, 93, 108, 117, 127, 148, 170, 189, 202, 206, 210,243, 250, 264, 274, 286, 293, 295, 321, 329, 331

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Orgulho, 12, 37, 74, 107, 118, 133, 140, 181, 261, 285, 304

PPaz de Espírito; veja SerenidadePerdão, 52, 89, 151, 204, 268, 318

Perfeccionismo, 6, 15, 135, 167, 172, 181, 214, 308Personalidade e princípios; veja Princípios e personalidadePoder Superior, 2, 7, 13, 15, 34, 38, 51, 76, 95, 108, 116, 119, 126, 146, 150,152, 168, 170, 175, 178, 201, 204, 219, 223, 225, 236, 263, 274, 294, 310, 313,323, 331; agnósticos, ateus e o, 7, 26, 47, 95, 126, 137, 146, 158, 174, 201, 247,260, 276, 300, 313, 328; a obsessão alcoólica e o, 2, 4, 9, 11, 16, 19, 42, 88,114, 194, 246, 315; A.A. ou o grupo como, 73, 109, 191, 276, 310, 328; terconfiança no, 26, 33, 55, 66, 72, 78, 87, 93, 104, 117, 122, 129, 139, 155, 200,206, 210, 221, 239, 249, 265, 293, 319, 329: Veja também Fé, Oração

Preconceito; veja Mente aberta, TolerânciaPreocupação; veja MedoPrincípios e Personalidade, 143, 215, 224, 312Privacidade, 102, 161, 299Problemas Financeiros, 75, 84, 112, 128, 177, 205, 239, 259, 287, 290, 301,324Progresso, de A.A. ou do grupo, 31, 50, 65, 82, 86, 115, 143, 207, 269, 326.Individual; veja Crescimento

R Racionalização, 17, 25, 39, 44, 58, 64, 80, 107, 128, 151, 160, 170, 179, 193,197, 251, 258, 267, 270, 279, 285, 289, 296, 308Raiva, 5, 39, 56, 58, 98, 113, 153, 179, 184, 268, 285, 309, 320Recaídas, 11, 52, 68, 99, 154, 184, 197, 213, 214, 251, 291Recém-Chegados, 14, 28, 57, 62, 69, 105, 118, 123, 146, 165, 186, 190, 191,199, 207, 209, 212, 298, 314, 331Relacionamentos familiares, 123, 176, 190, 230, 265, 270, 277, 292Religião; veja Poder Superior

Remorso; veja CulpaRendição, 2, 42, 49, 60, 87, 118, 121, 135, 168, 174, 209, 217, 218, 235, 242,245, 246, 283, 305, 314, 322Reparações, 64, 70, 111, 145, 151, 187, 227, 277, 311Responsabilidade; como membro de A.A., 9, 13, 32, 50, 57, 79, 84, 125, 229,255, 271, 290, 297, 307, 317, 319, 331, 332; como indivíduo, 21, 32, 84, 94, 97,115, 123, 128, 145, 178, 202, 253, 262, 271, 292, 317. Veja também Serviço.Trabalho do Décimo Segundo PassoRessentimento, 5, 39, 56, 58, 98, 176, 179, 268, 286

SSanidade, 121, 130, 141. Veja também Doença

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Sentimento de culpa, 11, 48, 68, 83, 92, 99, 140, 311Serenidade, 20, 36, 48, 72, 104, 117, 126, 127, 150, 173, 196, 250, 254, 261,288, 293, 321Serviço, 13, 18, 53, 138, 147, 155, 162, 180, 183, 188, 220, 224, 244, 254, 259,269, 273, 284, 287, 290, 297, 307, 310, 324, 332. Veja também

Responsabilidade, Trabalho do Décimo Segundo PassoSexo, 12, 142, 270, 277, 282Solidão, 51, 53, 72, 90, 117, 228, 252, 302Sucesso, 19, 40, 46, 165, 177, 207, 235, 254

TTentação de beber, 77, 121, 128, 188, 280Tolerância, 28, 41, 62, 113, 120, 134, 145, 147, 151, 175, 186, 203, 215, 230,234, 268, 286, 312, 326; com respeito às opiniões religiosas, 34, 73, 95, 116,

158, 175, 201, 223, 276Trabalho do Décimo Segundo passo, 18, 21, 67, 195, 304, 331; abordagensno, 14, 24, 69, 105, 114, 118, 146, 165, 190, 192, 199, 201, 212, 217, 237, 239,242, 257, 314, 324, 328; para nossa própria sobriedade, 13, 29, 35, 69, 163,192, 212, 257, 275, 298

UUnidade, 9, 50, 82, 98, 125, 143, 149, 154, 155, 162, 198, 207, 220, 229, 249,273, 297, 302, 307, 319, 332

VVida Espiritual, 5, 7, 8, 27, 40, 81, 88, 95, 103, 123, 167, 177, 190, 254, 259,280, 287, 323, 324, 330, 331Vingança; veja RaivaViver vinte e quatro horas, 11, 16, 75, 89, 92, 132, 157, 233, 243, 284, 296,308, 317Vontade, 4, 16, 33, 42, 47, 55, 66, 87, 88, 109, 122, 124, 139, 170, 210, 225,232, 245, 272, 282, 283, 295, 315, 320, 328, 329

 Nota do Editor:As indicações contidas no roda-pé de cada página orientando qual o

número da página dos livros: Alcoólicos Anônimos, Doze Passos e DozeTradições foram fundamentadas nos livros da Edição Especial Encadernadas.

 Na Opinião do Bill

NA OPINIÃO DO BILL 1 Mudança de personalidade

"Com freqüência se tem dito a respeito de A.A., que somente estamosinteressados no alcoolismo. Isso não é verdade. Temos que vencer a bebida para

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continuarmos vivos. Mas quem quer que conheça a personalidade do alcoólico,através do contato mais direto, sabe que nenhum alcoólico verdadeiro páracompletamente de beber sem sofrer uma profunda mudança de personalidade".

* * *Achávamos que as "circunstâncias" nos levaram a beber, e quando tentamos

corrigir essas circunstâncias descobrimos que não poderíamos fazer isso, à nossa própria maneira; nosso beber se descontrolou e nos tornamos alcoólicos. Nuncanos ocorreu que precisávamos nos modificar para nos ajustar às circunstâncias,fossem elas quais fossem.1 – Carta de 19402 – Os Doze Passos, págs. 37 e 38

NA OPINIÃO DO BILL 2 Nas mãos de Deus

Quando olhamos para o passado, reconhecemos que as coisas que nos chegaramquando nos entregamos nas mãos de Deus foram melhores do que qualquer coisa que pudéssemos ter planejado.

* * *Minha depressão aumentou de forma insuportável, até que finalmente me

 pareceu estar no fundo do poço, pois aquele momento o último vestígio deminha orgulhosa obstinação foi esmagado. Imediatamente me encontreiexclamando: "Se existe um Deus, que Ele se manifeste! Estou pronto para fazer qualquer coisa, qualquer coisa!"De repente, o quarto se encheu de uma forte luz. Pareceu-me com os olhos deminha mente, que eu estava numa montanha e que soprava um vento, não de ar,mas de espírito. E então tive a sensação de que era um homem livre. Lentamenteo êxtase passou. Eu estava deitado na cama, mas agora por instantes meencontrava em outro mundo, um mundo novo de conscientização. Ao meu redor e dentro de mim, havia uma maravilhosa sensação de presença e pensei comigomesmo: "Então, esse é o Deus dos pregadores!"1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 1082 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 57 e 58

NA OPINIÃO DO BILL 3 Dor e progresso

"Alguns anos atrás eu costumava ter pena de todas as pessoas que sofriam.Agora somente tenho pena daquelas que sofrem por ignorância, que nãoentendem o propósito e a utilidade definitiva da dor".

* * *Certa vez alguém disse que a dor é a pedra de toque do progresso espiritual.

 Nós, AAs, podemos concordar com isso, pois sabemos que as dores decorrentesdo alcoolismo tiveram que vir antes da sobriedade, assim como o desequilíbrio

emocional vem antes da serenidade.* * *

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"Acredite mais profundamente: Levante a cabeça para a Luz, ainda que nomomento você não possa ver".1 – Carta de 19502 – Os Doze Passos e as Doze Tradições, pág. 843 – Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 4 Podemos escolher?

 Não devemos nunca nos deixar cegar pela filosofia fútil de que somos vítimasde nossa hereditariedade, de nossa experiência de vida e de nosso meio ambiente

 – de que essas são as únicas forças que tomam as decisões por nós. Esse não é ocaminho para a liberdade. Temos que acreditar que podemos realmente escolher.

* * *"Como alcoólicos ativos, perdemos a capacidade de escolher se beberíamos ou

não. Éramos vítimas de uma compulsão que parecia determinar que deveríamos prosseguir em nossa própria destruição"."No entanto, finalmente, fizemos escolhas que nos levaram à recuperação.Viemos a acreditar que sozinhos éramos impotentes perante o álcool. Isso foicertamente uma escolha, aliás, muito difícil. Viemos a acreditar que um Poder Superior poderia nos devolver a sanidade, quando nos dispusemos a praticar osDoze Passos de A.A.". "Em resumo, preferimos 'estar dispostos', e essa foi amelhor escolha que poderíamos ter feito".1 – Grapevine de novembro de 19602 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 5 A manutenção e o crescimento

É evidente que uma vida onde se inclui profundos ressentimentos só leva àfutilidade e infelicidade. Enquanto permitirmos esses ressentimentos, estamos

 perdendo horas que por outro lado poderiam ser úteis. Mas com o alcoólico, cujaesperança é a manutenção e o crescimento de uma experiência espiritual, essenegócio de guardar ressentimento é grave mesmo, pois daí nos afastamos da luzdo Espírito. A loucura do álcool volta, e bebemos novamente. E conosco, beber 

é morrer.Se quiséssemos viver, seria preciso nos livrar da raiva. O mau humor e a fúriarepentina não eram para nós. A raiva é o luxo incerto dos homens normais, mas

 para nós, alcoólicos, ela é veneno.Alcoólicos Anônimos, pág. 80

NA OPINIÃO DO BILL 6Tudo ou nada?

A aceitação e a fé são capazes de produzir cem por cento de sobriedade. De fato,

elas geralmente conseguem; e assim deve ser, caso contrário, não poderíamosviver. Mas a partir do momento em que transferimos essas atitudes para nossos

 problemas emocionais, descobrimos que só é possível obter resultados relativos.

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 Ninguém pode por exemplo, se livrar completamente do medo, da raiva e doorgulho.Conseqüentemente, nesta vida não atingiremos uma total humildade nem amor.Assim, vamos ter que nos conformar, com referência à maioria de nossos

  problemas, pois um progresso muito gradual, às vezes é interrompido por 

grandes retrocessos. Nossa antiga atitude de "tudo ou nada" terá que ser abandonada.Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 7O reino do espírito

Antigamente, o progresso material marchava a passos lentos. O espírito damoderna investigação científica, a pesquisa e a invenção eram praticamentedesconhecidos.

 No reino material, as mentes dos homens estavam obstruídas pela superstição,tradição e por todos os tipos de idéias fixas. Alguns contemporâneos deColombo acreditavam no absurdo de uma Terra redonda. Outros quase mataramGalileu por suas heresias astronômicas.

 Não é certo que alguns de nós são tão obstinados no que se refere ao reinoespiritual, como eram os antigos a respeito do reino material?

***Descobrimos que Deus não impõe condições árduas aos que O buscam. Paranós, o Reino do Espírito é amplo e espaçoso; não é privativo nem vedado aosque o busquem sinceramente. Acreditamos que ele esteja aberto a todos.Alcoólicos Anônimos1 – pág. 672 – pág. 63

NA OPINIÃO DO BILL 8Uma nova vida

A sobriedade é tudo o que devemos esperar de um despertar espiritual? Não, asobriedade é apenas o começo; é somente a primeira dádiva do primeirodespertar. Se temos que receber outras dádivas, nosso despertar tem que

continuar. E com o tempo, descobrimos que pouco a pouco vamos nosdespojando da vida velha – a vida que não funcionou – por uma nova vida que

 pode e funciona sob quaisquer condições. Não obstante o êxito ou o fracasso do mundo, não obstante a dor ou alegria, nãoobstante a doença ou a saúde ou ainda a morte, uma nova vida de possibilidadesintermináveis pode ser vivida se estamos dispostos a continuar nosso despertar,através da prática dos Doze Passos de A.A.Grapevine de dezembro de 1957

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O grupo e a ampla comunidade mundial  No momento em que o trabalho do Décimo Segundo Passo forma um grupo,uma descoberta é feita – que a maioria dos indivíduos não consegue serecuperar, se não houver um grupo. Surge a compreensão de que cada membro éapenas uma pequena parte de um grande todo; de que nenhum sacrifício pessoal

é grande demais para a preservação da Irmandade. Ele aprende que o clamor dosdesejos e ambições interiores deve ser silenciado, sempre que possa prejudicar ogrupo.Torna-se claro que o grupo precisa sobreviver para que o indivíduo não pereça.

* * *"O membro sozinho no mar, o A.A. em guerra numa terra distante – todos essesmembros sabem que pertencem à Comunidade Mundial de A.A., que suaseparação é apenas física, que seus companheiros podem estar tão perto comoestá o próximo porto. E a mais importante, que eles estão certos de que a graça

de Deus está realmente com eles, em alto mar ou na solitária terra distante, comoestá com aqueles que estão em sua própria terra".1 – As Doze Tradições, pág. 142 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 10 Livre da escuridão

A auto-análise é o meio pelo qual trazemos uma nova visão, ação e graça  para influir no lado escuro e negativo de nosso ser. Com ela vem odesenvolvimento daquele tipo de humildade, que nos permite receber a ajuda deDeus. No entanto, ela é apenas um passo. Vamos querer ir mais longe. Vamosquerer que o bem que está dentro de todos nós, mesmo dentro dos piores, cresçae floresça. Mas, antes de mais nada, vamos querer a luz do sol; pouco se podecrescer na escuridão. A meditação é nosso passo em direção ao sol.

* * *"Uma luz clara parece descer sobre nós – quando abrimos os olhos. Uma vezque nossa cegueira é causada por nossos próprios defeitos, precisamos primeiroconhecê-los a fundo. A meditação construtiva é o primeiro requisito para cadanovo passo em nosso crescimento espiritual".

1 – Os Doze Passos, pág. 892 – Carta de 1946

NA OPINIÃO DO BILL 11Quantidade ou qualidade

"Com respeito ao assunto das recaídas, eu não me sentiria muito desencorajado.Acho que você está sofrendo muito por causa de um sentimento de culpadesnecessário. Por qualquer razão, o Senhor traçou caminhos mais difíceis paraalguns de nós, e suponho que você está palmilhando um deles. Deus não está

nos pedindo que tenhamos êxito; Ele está pedindo apenas que tentemos. Issovocê está certamente fazendo. Por isso, eu não me afastaria de A.A. por nenhumsentimento de desencorajamento ou vergonha. Esse é justamente o lugar onde

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você deveria estar. Por que você não tenta apenas como membro? Você sabe quenão tem que carregar todo o A.A. nas costas!"Não é sempre a quantidade de coisas boas que você faz, é também a qualidadeque conta."Acima de tudo, faça – o um dia de cada vez".

Carta de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 12 Buscando o ouro do insensato

O orgulho é o grande causador da maioria das dificuldades humanas, o principalobstáculo ao verdadeiro progresso. O orgulho nos induz a exigir de nós e dosoutros; e as exigências não podem ser cumpridas sem perverter ou fazer mau usodos instintos que Deus nos deu. Quando a satisfação de nossos instintos emrelação ao sexo, segurança e posição social se torna o único objetivo de nossa

vida, então o orgulho entra em cena para justificar nossos excessos.* * *Posso alcançar a "humildade por hoje" apenas na medida em que sou capaz deevitar, por um lado, o lamaçal de sentimento de culpa e revolta, e por outro, essa

 bela mas enganadora terra semeada de moedas de ouro do orgulho do insensato.É assim que posso encontrar e permanecer no verdadeiro caminho da humildade,que está situado entre esses dois extremos. Logo, é necessário um inventárioconstante que possa mostrar quando me afasto do caminho.1 – Os Doze Passos, pág. 392 – Grapevine de junho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 13 Dádiva compartilhada

A.A. é mais do que um conjunto de princípios; é uma sociedade de alcoólicosem ação. Precisamos levar a mensagem, caso contrário, nós mesmos poderemosrecair e aqueles, a quem não foi dada a verdade, podem perecer.

* * *A fé é mais do que nossa maior dádiva; seu compartilhar com os outros é nossamaior responsabilidade. Que nós de A.A. possamos buscar continuamente a

sabedoria e a boa vontade pelas quais possamos desempenhar bem a grandetarefa que o Doador de todas as dádivas perfeitas colocou em nossas mãos.1 – O Manual de Serviços de A.A., pág 5 (E.U.A)2 – Grapevine de abril de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 14 Problemas dos recém-chegados

A tentação é a de nos tornarmos "donos" dos recém-chegados. Talvez tentemoslhes dar conselhos, acerca de seus assuntos, que realmente não estamos

 preparados para dar ou que não deveríamos dar. Daí, ficamos ofendidos econfusos quando o conselho é rejeitado, ou quando ele é aceito e traz aindamaior confusão.

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* * *"Você não pode fazer um cavalo beber água, se ele ainda prefere cerveja ou édemasiado instável para saber o que quer. Coloque um balde d'água a seu lado,diga-lhe como e por que ela é boa e deixe-o sozinho."Se as pessoas querem mesmo se embriagar, não há, que eu saiba, meios de

impedir isso – logo, deixe-as sozinhas e que elas se embriaguem. Mas tambémnão as afaste do balde d'água".1 – Os Doze Passos, pág. 1022 – Carta de 1942

NA OPINIÃO DO BILL 15Valores eternos

Muitas pessoas não querem saber de valores espirituais absolutos.Perfeccionistas, dizem elas, ou estão cheias de presunção porque imaginam que

alcançaram algum objetivo impossível, ou ainda estão mergulhadas naautocondenação porque não alcançaram.Contudo, acho que não deveríamos nos apegar a esse ponto de vista. Não é culpados elevados ideais serem às vezes usados indevidamente, tornando-se assimdesculpas levianas para sentimentos de culpa, revolta e orgulho. Pelo contrário,não podemos progredir muito, se não tentarmos constantemente vislumbrar oque são os valores espirituais eternos.

* * *"Dia a dia tentamos nos aproximar um pouco da perfeição de Deus. Assimsendo não precisamos ser consumidos por um tolo sentimento de culpa, por falhar em alcançar. Sua semelhança e imagem sem demora. Nosso alvo é o

  progresso, e Sua perfeição é o farol, distante anos-luz, que nos leva paraadiante".1 – Grapevine de junho de 19612 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 16  Nunca mais!

"Muitas pessoas se sentem mais seguras com o plano das vinte e quatro horas do

que com a resolução de que nunca mais beberão. Muitas delas já quebrarammuitas resoluções. Essa é realmente uma questão de escolha pessoal; cada A.A.tem o privilégio de interpretar o programa como quiser."Eu,pessoalmente, pretendo nunca mais beber. Isso é um pouco diferente dedizer: 'Nunca mais beberei'. Essa última atitude às vezes põe as pessoas emdificuldade, porque significa comprometer-se, a nível pessoal, a fazer o que nós,alcoólicos, nunca poderíamos fazer. Esse é um ato de vontade e deixa muito

  pouco lugar para a idéia de que Deus nos libertará da obsessão de beber,contanto que sigamos o programa de A.A".

Carta de 1949

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 Acerca da honestidadeO perverso desejo de ocultar um mau motivo, atrás do bom, se infiltra nos atoshumanos de alto a baixo. Esse tipo sutil e evasivo, de farisaísmo, pode seesconder sob o ato ou o pensamento mais insignificante. Aprender a identificar,admitir e corrigir essas falhas, todos os dias, constitui a essência da formação do

caráter e de uma vida satisfatória. * * *A decepção dos outros está quase sempre enraizada na decepção de nósmesmos.

* * *De algum modo, estar sozinho com Deus não parece ser tão embaraçoso quantoenfrentar uma outra pessoa. Até que resolvamos sentar e falar em voz alta arespeito daquilo que, há tanto tempo, temos escondido, nossa disposição de"limpar a casa" é ainda muito teórica. Quando somos honestos com uma outra

 pessoa, isso confirma que temos sido honestos conosco e com Deus.1 – Os Doze Passos, pág. 852 – Grapevine de agosto de 19613 – Os Doze Passos, pág. 49

NA OPINIÃO DO BILL 18Companheiro e sócio

"O Dr. Bob foi meu constante companheiro e sócio na grande aventura de A.A.Como médico e grande criatura humana que era, ele escolheu trabalhar comos outros em sua sublime dedicação ao A.A. e alcançou um recorde que, emquantidade e qualidade, ninguém conseguirá ultrapassar. Assistido pelaincomparável Irmã Ignatia, no St. Thomas Hospital, em Akron, ele – semreceber pagamento – tratou clinicamente e auxiliou espiritualmente cincomil sofredores.

"Com todo o esforço e dificuldades do pioneirismo de A.A., nunca houve uma  palavra dura entre nós dois. Por isso, posso dizer com toda gratidão que ocrédito foi todo dele".

* * *Eu me despedi do Dr. Bob, sabendo que ele ia se submeter a uma delicada

cirurgia. O maravilhoso e antigo sorriso estava em seu rosto, quando me dissequase brincando: "Lembre-se, Bill, não deixe que isso se acabe. Mantenha-osimples!" Saí sem poder dizer uma palavra. Essa foi a última vez que o vi.1 – Carta de 19662 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 191

NA OPINIÃO DO BILL 19O vinho do sucesso

 Não são somente os problemas inesperados e desagradáveis que requerem o

auto-controle. Devemos ser igualmente cuidadosos, quando começamos a ter uma certa importância e sucesso material. Jamais alguém amou tanto os triunfos

 pessoais como nós; bebíamos o sucesso como se fosse um vinho que nunca

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  pudesse falhar em nos fazer sentir eufóricos. Cegos pelo orgulho daautoconfiança, éramos capazes de bancar os importantes.Agora que estamos em A.A. e sóbrios, conquistando de novo a estima de nossosamigos e companheiros de trabalho, descobrimos que ainda precisamos exercitar especial vigilância. Como segurança contra os perigos da mania de grandeza,

 podemos com freqüência nos checar, não esquecendo que estamos sóbrios hoje,somente pela graça de Deus, e que qualquer sucesso que possamos ter, o sucessoé mais d'Ele do que nosso.Os Doze Passos, pág. 79

NA OPINIÃO DO BILL 20 Luz proveniente de uma oração

Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos, e Sabedoria

 para distinguir umas das outras. * * *Guardamos como um tesouro nossa "Oração da Serenidade", porque ela nos trazuma nova luz que pode dissipar nosso velho e quase fatal hábito de enganar anós mesmos.

  No esplendor dessa oração vemos que a derrota, quando bem aceita, nãosignifica desastre. Sabemos agora que não temos que fugir, nem deveríamosoutra vez tentar vencer a adversidade, por meio de um outro poderoso impulsoarrasador, que só pode nos trazer problemas difíceis de serem resolvidos.Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 21Cidadãos outra vez 

"Cada um de nós, por sua vez, isto é, o membro que tira mais proveito do programa, gasta um tempo enorme no trabalho do Décimo Segundo Passo, nos primeiros anos. Esse foi meu caso, e talvez eu não tivesse permanecido sóbriocom menos trabalho."Contudo, mais cedo ou mais tarde a maioria de nós tem outras obrigações – 

 para com a família, amigos e pátria. Como você pode se lembrar, o Décimo

Segundo Passo também fala de 'praticar estes princípios em todas as nossasatividades'. Portanto, acho que sua escolha em relação a um trabalho, em

 particular, do Décimo Segundo Passo deve ser feita por sua própria consciência. Ninguém pode lhe dizer com certeza o que você deveria fazer num determinadomomento."Só sei que se espera de você, em certo ponto, que faça mais do que levar amensagem de A.A. a outros alcoólicos. Em A.A. buscamos não apenas asobriedade – tentamos voltar a ser cidadãos do mundo que rejeitamos e quetambém nos rejeitou. Essa é a demonstração máxima de que o trabalho do

Décimo Segundo Passo é o primeiro e não o último".Carta de 1959

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NA OPINIÃO DO BILL 22O medo como ponto de partida

O que mais estimulava nossos defeitos era o medo egocêntrico – especialmenteo medo de perder algo que já possuíamos ou de não ganhar algo que

 buscávamos. Vivendo numa base de exigências não atendidas, ficávamos num

constante estado de perturbação e frustração. Portanto, não conseguíamos a paz,a não ser que pudéssemos encontrar um meio de reduzir essas exigências.* * *

Apesar de sua costumeira força destrutiva, descobrimos que o medo pode ser o ponto de partida para coisas melhores. Pode ser o caminho para a prudência e para um conveniente respeito em relação aos outros. Ele pode indicar o caminhotanto da justiça como do ódio. E quanto mais respeito e justiça tivermos, maisdepressa começamos a encontrar o amor que pode ser muito sofrido e no entantoser dado livremente. Assim sendo, o medo não precisa ser sempre destrutivo,

 porque as lições de suas conseqüências podem nos levar a valores positivos.1 – Os Doze Passos, pág. 662 – Grapevine de janeiro de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 23adoradores Somos todos

Também descobrimos que tínhamos sido adoradores. Que calafrio nos dava pensar nisso! Não tínhamos, em várias ocasiões, adorado pessoas, sentimentos,coisas, dinheiro e a nós mesmos?E também, com melhor motivo, não tínhamos contemplado com adoração o pôr do sol, o mar ou uma flor? Quem de nós não tinha amado alguma coisa oualguém? Não foi com isso que foram construídas nossas vidas? Não foram essessentimentos que, afinal de contas, determinaram o curso de nossa existência?Era impossível dizer que não éramos capazes de ter fé, amor ou adoração. Deuma forma ou de outra, estivemos vivendo pela fé e nada mais.Alcoólicos Anônimos, págs. 73 e 74

NA OPINIÃO DO BILL 24 Somos iguais, quando as coisas vão mal 

  No princípio, passaram-se quatro anos antes que A.A. conseguisse levar àsobriedade permanente, ainda que uma única mulher alcoólica. Do mesmo mododaqueles "que atingiram o fundo do poço", as mulheres diziam que eramdiferentes; elas não precisavam de A.A. Mas, com o aperfeiçoamento dacomunicação, principalmente pelas próprias mulheres, a situação mudou.Esse processo de identificação e transmissão tem continuado. Aquele que caíana sarjeta dizia que era diferente. Ainda com mais ênfase, o membro da altasociedade (ou o fracassado da Park Avenue) dizia a mesma coisa, como tambémos artistas e os profissionais, os ricos e os pobres, os religiosos, os agnósticos, os

índios e os esquimós, os veteranos e os prisioneiros. Mas hoje todos esses emuitos outros conversam sobriamente a respeito do quanto todos nós, alcoólicos,somos iguais, quando finalmente admitimos que as coisas vão mal.

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Grapevine de outubro de 1959

NA OPINIÃO DO BILL 25 Não podemos ficar parados

 Nos primeiros dias de A.A., eu não me preocupava muito com os aspectos da

vida nos quais eu estava inativo. Havia sempre o álibi: "Afinal de contas", diziaa mim mesmo, "estou muito ocupado com assuntos muito mais importantes."Essa era minha receita quase perfeita para obter bem-estar e complacência.

* * *Quantos de nós ousariam declarar: "Bem, estou sóbrio e feliz. O que mais possoquerer ou fazer? Estou muito bem assim." Sabemos que o preço dessa auto-satisfação é um inevitável retrocesso, marcado em algum momento por um

 brusco despertar. Temos que crescer ou nos deteriorar mais. Para nós a situaçãosó pode ser para hoje, nunca para amanhã. Devemos mudar; não podemos ficar 

 parados.1 – Grapevine de junho de 19612 – Grapevine de fevereiro de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 26 A verdadeira independência do espírito

Quanto mais nos dispomos a depender de um Poder Superior, maisindependentes na verdade somos. Portanto, a dependência, como se pratica emA.A., é realmente um meio de se obter a verdadeira independência de espírito.

  Na vida diária, fica-se surpreso ao descobrir o quanto somos realmentedependentes e quão inconscientes somos dessa dependência. Toda casa modernatem fios elétricos que levam força e luz a seu interior. Aceitando nossadependência dessa maravilha da ciência, descobrimos que somos pessoalmentemais independentes, que nos sentimos mais à vontade e seguros. A força corre

 justamente onde ela é necessária. Silenciosa e certamente a eletricidade, essaestranha energia que tão poucas pessoas entendem, vem de encontro às nossasnecessidades diárias mais simples.Embora aceitemos prontamente esse princípio de saudável dependência emmuitos de nossos assuntos temporais, muitas vezes resistimos fortemente a esse

mesmo princípio, quando nos pedem que o apliquemos como um meio decrescer espiritualmente. É claro que nunca conheceremos a liberdade sob adependência de Deus, até que tentemos buscar Sua vontade em relação a nós. Aescolha é nossa.Os Doze Passos, pág. 27

NA OPINIÃO DO BILL 27 Detenção diária

 Não estamos curados do alcoolismo. O que fazemos, na realidade, é deter a

doença do alcoolismo, diariamente, o que depende da manutenção de nossacondição espiritual.

* * *

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 Nós, de A.A., obedecemos a princípios espirituais, primeiro porque precisamose depois porque gostamos do tipo de vida que essa obediência acarreta. O grandesofrimento e o grande amor são os disciplinadores de A.A.; não precisamos denenhum outro.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 100

2 – As Doze Tradições, pág. 55

NA OPINIÃO DO BILL 28Os criadores de problemas podem ser professores

Atualmente, poucos de nós têm receio daquilo que qualquer recém-chegado possa fazer contra a reputação ou eficiência de A.A. Aqueles que recaem, que pedem esmolas, que escandalizam, que têm distúrbios mentais, que se rebelamcontra o programa, que fazem comércio com a reputação de A.A. – todos estesraramente prejudicam um grupo de A.A. por muito tempo. Alguns deles se

tornaram nossos mais respeitados e queridos companheiros. Alguns ficaram paraexperimentar nossa paciência, apesar de sóbrios. Outros foram embora.Começamos a considerar os criadores de problema, não como ameaças, mascomo nossos professores. Eles nos obrigam a cultivar a paciência, a tolerância ea humildade. Finalmente compreendemos que são apenas pessoas mais doentesdo que as demais, que nós que os condenamos somos os Fariseus, cuja falsavirtude causa a nosso grupo o mais profundo prejuízo espiritual.Grapevine de agosto de 1946

NA OPINIÃO DO BILL 29 A gratidão deveria ir à frente

"A gratidão deveria ir para frente, nunca para trás."Em outras palavras, se você levar a mensagem a outros, estará pagando damelhor maneira possível a ajuda que lhe foi prestada".

* * * Nenhuma satisfação tem sido mais profunda e nenhuma alegria maior do que umtrabalho do Décimo Segundo Passo bem feito. Contemplar os olhos de homens emulheres se abrirem maravilhados, à medida que passam da escuridão para aluz, ver suas vidas se encherem rapidamente de um novo propósito e significado,

e acima de tudo vê-los despertados para a presença de um Deus amoroso emsuas vidas – essas coisas constituem a essência do que recebemos, quandolevamos a mensagem de A.A.1 – Carta de 19592 – Os Doze Passos, págs. 96 e 97

NA OPINIÃO DO BILL 30 Livrando-se de uma "bebedeira seca"

"Às vezes nós ficamos deprimidos. Disso sei muito bem; eu mesmo fui um

campeão das bebedeiras secas. Enquanto as causas superficiais constituíam uma  parte do quadro – acontecimentos que precipitavam a depressão – estouconsciente de que as causas fundamentais eram muito mais profundas.

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"Intelectualmente, eu poderia aceitar minha situação, mas emocionalmente não."Para esses problemas, certamente não há respostas adequadas, mas parte daresposta certamente se encontra no esforço constante para praticar todos os DozePassos de A.A".1 – Carta de 1954

NA OPINIÃO DO BILL 31O sistema econômico de Deus

"No sistema econômico de Deus nada é desperdiçado. Através do fracasso,aprendemos uma lição de humildade que é provavelmente necessária, por maisdolorosa que seja".

* * * Nem sempre chegamos mais perto da sabedoria por causa de nossas virtudes;nossa melhor compreensão freqüentemente tem fundamento nos sofrimentos de

nossos antigos desatinos. Pelo fato disso ter sido a essência de nossa experiênciaindividual, é também a essência de nossa experiência como irmandade.1 – Carta de 19422 – Grapevine de novembro de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 32 Responsabilidade Moral 

"Algumas pessoas se opõem firmemente à posição de A.A. de que o alcoolismoé uma doença. Sentem que esse conceito tira dos alcoólicos a responsabilidademoral. Como qualquer A.A. sabe, isso está longe de ser verdade. Não utilizamoso conceito de doença para eximir nossos membros da responsabilidade. Pelocontrário, usamos o fato de que se trata de uma doença fatal para impor a maissevera obrigação moral ao sofredor, a obrigação de usar os Doze Passos de A.A.

 para se recuperar."Nos primórdios de suas bebedeiras, o alcoólico freqüentemente é culpado deirresponsabilidade. Mas no momento em que tem a compulsão para beber, elenão pode ser responsável por sua conduta. Ele então tem uma obsessão que ocondena a beber e uma sensibilidade física ao álcool que garante sua loucurafinal e morte.

"Mas quando ele toma consciência dessa condição, fica sob pressão para aceitar o programa de recuperação moral de A.A."Palestra de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 33 Alicerce Para A Vida

Descobrimos que recebemos orientação para nossas vidas, à medida que  paramos de fazer exigências a Deus, a fim de que Ele nos dê aquilo quequeremos.

* * *

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Ao orar, simplesmente pedimos que durante o dia todo Deus nos dê oconhecimento de Sua vontade e nos conceda a graça, com a qual possamosrealizá-la.

* * *Há uma relação direta entre o auto-exame e a meditação e a oração. Usadas

separadamente, essas práticas podem trazer muito alívio e benefício. Masquando são relacionadas e entrelaçadas com lógica, resultam numa base sólida para a vida toda.1 – Os Doze Passos, pág. 952 – Os Doze Passos, pág. 933 – Os Doze Passos, pág. 85

NA OPINIÃO DO BILL 34"Não estamos ligados a nenhuma seita..."

"Enquanto A.A. tem reintegrado milhares de pobres cristãos, a suas igrejas, econvertido em crentes, ateus e agnósticos, ele também tem feito bons A.As,daqueles que professam o budismo, islamismo e judaísmo. Por exemplo,duvidamos muito que nossos membros budistas do Japão tivessem se juntado ànossa sociedade, no caso de A.A. apresentar-se oficialmente como ummovimento estritamente cristão."Você pode facilmente se convencer disso, imaginando que A.A. tivessecomeçado entre os budistas e que então lhe dissessem que você não poderia seligar a eles, a não ser que também se tornasse budista. Se você fosse umalcoólico cristão nessas circunstâncias, poderia bem se afastar e morrer".Carta de 1954

NA OPINIÃO DO BILL 35 Sofrimento transformado

"A.A. não é nenhum sucesso no sentido comum da palavra. É a história dosofrimento transformado, pela graça de Deus, em progresso espiritual."

* * *Para o Dr. Bob, a necessidade insaciável do álcool era evidentemente umfenômeno físico que o atormentou durante alguns de seus primeiros anos de

A.A., uma época em que levar a mensagem a outros alcoólicos, dia e noite, era aúnica coisa que fazia com que se esquecesse da bebida. Apesar de suanecessidade ser difícil de resistir, sem dúvida ela gerou grande motivação para ogrupo Número Um de Akron ser formado.O despertar espiritual do Bob não veio tão facilmente; foi penosamente lento.Sempre se agarrou ao tipo de trabalho mais duro e a uma apurada vigilância.1 – Carta de 19592 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 62 e 63

NA OPINIÃO DO BILL 36 A humildade em primeiro lugar 

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Encontramos muitos em A.A. que antes pensavam, como nós, que humildadeera sinônimo de fraqueza. Eles nos ajudaram a nos reduzir ao nosso verdadeirotamanho. Com seu exemplo nos mostraram que a humildade e o intelecto

 poderiam ser compatíveis, contanto que colocássemos a humildade em primeirolugar. Quando começamos a fazer isso, recebemos a dádiva da fé que funciona.

Essa fé também é para você.Apesar da humildade ter anteriormente representado uma humilhação agora elacomeça a significar o ingrediente que pode nos trazer serenidade.1 – Os Doze Passos, pág. 212 – Os Doze Passos, pág. 64

NA OPINIÃO DO BILL 37Um coração cheio e agradecido

Um exercício que pratico é o de tentar fazer um inventário completo de minhas

 bênçãos e então aceitar as muitas dádivas que tenho, tanto temporais comoespirituais. Aí então tento alcançar um estado de alegre gratidão. Quando essaespécie de gratidão é repetidamente afirmada e ponderada, ela conseguefinalmente afastar a tendência natural de me felicitar por qualquer progresso queeu possa ter sido capaz de alcançar em alguns setores da vida.Tento me convencer de que um coração cheio e agradecido não pode abrigar nenhum orgulho. Quando cheio de gratidão, o coração por certo só pode dar amor, a mais bela emoção que jamais podemos sentir.Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 38Caminho direto para Deus

"Acredito firmemente tanto na orientação como na oração. Mas estou bemconsciente e espero que humilde o suficiente para ver que não há nada deinfalível em minha orientação."No momento em que acreditar que encontrei um perfeito caminho para Deus,eu me tornarei egoísta o suficiente para entrar em verdadeira dificuldade.

 Ninguém pode causar mais sofrimento desnecessário do que aquele que possuiforça e acha que a obteve diretamente de Deus".

Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 39 Lidando com os ressentimentos

O ressentimento é o principal culpado. Destrói mais alcoólicos do que qualquer outra coisa. Dele nascem todas as formas de doença espiritual, pois tínhamosestado doentes não só física e mental, como também espiritualmente. Quandonossa doença espiritual é superada, nós nos fortalecemos mental e fisicamente.Ao lidar com nossos ressentimentos, íamos anotando-os num papel. Fazíamos

uma relação das pessoas, instituições ou princípios que nos davam raiva. Depoisnos perguntávamos por que nos davam raiva. Na maioria dos casos, achávamosque nossa auto-estima, nossos bolsos, nossas ambições e nossos relacionamentos

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 pessoais (incluindo o sexo) estavam prejudicados ou ameaçados.* * *

"O mais exaltado trecho de uma carta pode ser uma maravilhosa válvula desegurança – contanto que a cesta de lixo esteja por perto".1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 82

2 – Carta de 1949

NA OPINIÃO DO BILL 40Conquista material 

 Nenhum membro de A.A. quer condenar os avanços materiais. Nem entramosem discussão com muita gente que se agarra à crença de que satisfazer nossosdesejos básicos é o objetivo principal da vida. Mas estamos convencidos de quenenhum tipo de pessoa no mundo jamais se atrapalhou tanto, tentando viver segundo esse pensamento, como os alcoólicos.

Estávamos à procura de mais segurança, prestígio e romance. Quando  parecíamos estar sendo bem-sucedidos, bebíamos para viver sonhos aindamaiores. Quando estávamos frustrados, mesmo um pouco, bebíamos paraesquecer.Em todas essas lutas, muitas delas bem-intencionadas, nosso maior obstáculo eranossa falta de humildade. Faltava-nos ver que a formação do caráter e os valoresespirituais tinham que vir em primeiro lugar e que as satisfações materiais eramsimplesmente subprodutos e não o principal objetivo da vida.Os Doze Passos, pág. 61

NA OPINIÃO DO BILL 41 Regras para ser membro?

Por volta de 1943 ou 1944, o Escritório Central pediu aos grupos para quefizessem uma lista das regras para ser membro e a enviassem ao escritório.Quando as listas chegaram, anotamos as regras. Um pouco de reflexão sobreessas muitas regras nos levou a uma conclusão surpreendente.Se todas essas regras entrassem em vigor, em todos os lugares, imediatamente,teria sido praticamente impossível qualquer alcoólico ter se juntado ao A.A.Cerca de noventa por cento de nossos mais antigos e melhores membros nunca

 poderiam ter ingressado!* * *

Finalmente a experiência nos ensinou que privar o alcoólico de tão grandechance, às vezes era o mesmo que declarar sua sentença de morte e, muitasvezes, condená-lo a uma miséria sem fim. Quem ousaria ser juiz, júri e carrascode seu próprio irmão doente?1 – Grapevine de agosto de 19462 – As Doze Tradições, pág. 22

NA OPINIÃO DO BILL 42 Autoconfiança e força de vontade

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Quando, pela primeira vez desafiados a admitir a derrota, a maioria de nós serevoltou. Havíamos nos aproximado de A.A., esperando ser ensinados a ter autoconfiança. Então nos disseram que, no tocante ao álcool, de nada nosserviria a autoconfiança: aliás, ela era um empecilho total. Não era possível oalcoólico vencer a compulsão com a ajuda da vontade desamparada.

* * *É quando tentamos fazer com que nossa vontade se harmonize com a vontade deDeus, que começamos a usá-la corretamente. Para todos nós, essa foi uma dasrevelações mais maravilhosas. Todo o nosso problema tinha sido o mau uso daforça de vontade. Tínhamos tentado atacar nossos problemas com ela, ao invésde tentar levá-la a ficar de acordo com o plano de Deus para conosco. O

 propósito dos Doze Passos de A.A. é o de tornar isso cada vez mais possível.1 – Os Doze Passos, pág. 142 – Os Doze Passos, pág. 30

NA OPINIÃO DO BILL 43 Até que ponto o anonimato?

Via de regra, o recém-chegado queria que sua família ficasse logo inteiradadaquilo que ele estava tentando fazer. Ele também queria contar aos outros quetinham tentado ajudá-lo: seu médico, seu ministro religioso e amigos íntimos.Assim que obtinha confiança, ele se sentia no direito de explicar seu novo modode vida para seu patrão e colegas de trabalho. Quando surgia oportunidade de ser útil, ele achava que poderia falar com muita facilidade acerca de A.A., a quemquer que fosse.Essas discretas revelações ajudavam-no a perder o receio que tinha do estigmaalcoólico e a propagar a notícia da existência de A.A., em sua comunidade.Muitos homens e mulheres vieram para A.A. por causa disso. Como é esperadoque esse anonimato seja apenas, a nível público, essas comunicações estavam

 bem dentro de seu espírito.As Doze Tradições, págs. 60 e 61

NA OPINIÃO DO BILL 44 Aceitação diária

"Grande parte de minha vida foi passada, repisando as faltas dos outros. Essa éuma das muitas formas sutis e maldosas da auto-satisfação, que nos permiteficar confortavelmente despreocupados a respeito de nossos próprios defeitos.Inúmeras vezes dissemos: 'Se não fosse por causa dele (ou dela), como eu seriafeliz!'"

* * * Nosso primeiro problema é aceitar nossas circunstâncias atuais como são, a nósmesmos como somos, e as pessoas que nos cercam como também são. Isso éadotar uma humildade realista sem a qual nenhum verdadeiro progresso pode

sequer começar. Repetidamente precisaremos voltar a esse pouco lisonjeiro ponto de partida. Esse é um exercício de aceitação que podemos praticar com proveito todos os dias de nossas vidas.

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Desde que evitemos arduamente transformar esses reconhecimentos realistas dosfatos da vida em álibis irreais para a prática da apatia ou do derrotismo, eles

 podem ser a base segura sobre a qual pode ser construída a crescente saúdeemocional e, portanto, o progresso espiritual.1 – Carta de 1966

2 – Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 45 Nossos companheiros

Hoje em dia a grande maioria dos alcoólicos acolhe bem qualquer nova luz que  possa ser lançada sobre a misteriosa e complexa doença do alcoolismo.Acolhemos bem novos e valiosos conhecimentos, quer provenham de um tubode ensaio, do divã do psiquiatra ou de estudos sociais. Apreciamos comsatisfação toda espécie de educação que informe o público acuradamente e

modifique sua opinião a respeito do bêbado.Cada vez mais consideramos todos aqueles que trabalham no campo doalcoolismo, como nossos companheiros na marcha da escuridão para a luz.Vemos que juntos podemos obter o que nunca poderíamos alcançar em separadoou com rivalidade.Grapevine de março de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 46 A verdadeira ambição e a falsa

Concentrávamos muito em nós mesmos e naqueles que nos cercavam. Sabíamosque éramos cutucados, por medos ou ansiedades descabidos, a uma vida quelevava à fama, dinheiro e ao que supúnhamos que fosse liderança. Assim, o falsoorgulho tornou-se o outro lado da terrível moeda com a marca do "medo".Simplesmente tínhamos que ser a pessoa mais importante, a fim de encobrir nossas inferioridades mais profundas.

* * *A verdadeira ambição não é aquilo que achávamos que era. Ela é o profundodesejo de viver de maneira útil e caminhar humildemente, sob a graça de Deus.1 – Os Doze Passos, pág. 109

2 – Os Doze Passos, pág. 110

NA OPINIÃO DO BILL 47Ver é crer 

A fé quase infantil dos irmãos Wright, de que poderiam construir uma máquinaque voasse, foi a mola mestra de seu sucesso. Sem ela nada poderia ter acontecido.

 Nós, os agnósticos e ateus, estávamos agarrados à idéia de que a auto-suficiênciaresolveria nossos problemas. Quando os outros nos mostravam que a

"suficiência de Deus" funcionava para eles, começamos a nos sentir comoaqueles que tinham insistido em que os irmãos Wright nunca voariam.

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Estávamos vendo um outro tipo de vôo, uma libertação espiritual deste mundo, pessoas que se elevavam acima de seus problemas.Alcoólicos Anônimos, págs. 72 e 74

NA OPINIÃO DO BILL 48

Viva serenamenteQuando um bêbado está com uma terrível ressaca, porque bebeu em excessoontem, ele não pode viver bem hoje. Mas existe um outro tipo de ressaca quetodos experimentamos, bebendo ou não. Essa é emocional, resultado direto doacúmulo de emoções negativas de ontem e, às vezes, de hoje – raiva, medo,ciúme e outras semelhantes.Se queremos viver serenamente hoje e amanhã, sem dúvida precisamos eliminar essas ressacas. Isso não quer dizer que precisamos perambular morbidamente

 pelo passado. Requer, isso sim, uma admissão e correção dos erros cometidos  – 

agora.Os Doze Passos, pág. 79 e 80

NA OPINIÃO DO BILL 49 A força nascendo da fraqueza

Se estamos dispostos a parar de beber, não podemos abrigar, de forma alguma, aesperança de que um dia seremos imunes ao álcool.

* * *Tal é o paradoxo da regeneração em A.A.: a força nascendo da fraqueza e daderrota completa, a perda de uma vida antiga como condição para encontrar umanova.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 552 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 41

NA OPINIÃO DO BILL 50 A.A.: Anarquia benigna e democracia

Quando chegamos em A.A., encontramos uma liberdade pessoal maior do quequalquer outra sociedade conhece. Não somos obrigados a fazer nada. Nessesentido, essa sociedade é uma anarquia benigna. A palavra "anarquia" tem um

mau significado para a maioria de nós. Mas acho que o idealista, que primeiroadvogou a idéia, sentia que se os homens tivessem garantido liberdade absolutae não fossem obrigados a obedecer ninguém, eles então voluntariamente seassociariam a um interesse comum. A.A. é uma associação do tipo benigno queele imaginou.Mas quando tivemos que entrar em ação – para funcionar como grupos  – descobrimos que tínhamos que vir a ser uma democracia. À medida que os

 primeiros membros iam-se retirando, começamos a eleger nossos servidores pelamaioria de votos. Cada grupo nesse sentido veio a ser uma reunião democrática

com os membros da comunidade. Todos os planos para a ação do grupo tinhamde ser aprovados pela maioria. Isso significa que nenhum indivíduo poderia

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designar a si mesmo para atuar por seu grupo ou por A.A. como um todo. Paranós não servia nem ditadura nem paternalismo.A.A. Atinge a Maioridade, págs. 200 e 201

NA OPINIÃO DO BILL 51

 A chegada da fé Em meu caso, a pedra fundamental da libertação do medo é a fé: uma fé que, adespeito de todas as aparências mundanas em contrário, faz-me crer que vivonum universo que faz sentido.Para mim, isso significa a crença num Criador que é todo poder, justiça e amor;um Deus que quer para mim um propósito, um significado e um destino paracrescer, ainda que aos poucos e com hesitação, em direção à Sua imagem esemelhança. Antes de chegar à fé eu tinha vivido como um estranho num cosmo,que muitas vezes parecia ser hostil e cruel. Nele não poderia haver, para mim,

nenhuma segurança interior. * * *"Quando caí de joelhos por causa do álcool, me achei pronto para pedir a dádivada fé. E tudo mudou. Nunca mais, apesar de meus sofrimentos e problemas,experimentaria minha antiga desolação. Vi o universo iluminado pelo amor deDeus; eu não estava mais sozinho."1 – Grapevine de janeiro de 19422 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 52 Para prevenir uma recaída

Suponhamos que em algum momento deixamos de atingir nossos ideais. Issosignifica que vamos beber? Algumas pessoas nos dizem que sim, mas é apenas ametade da verdade.Depende de nós e de nossos motivos. Se estamos arrependidos do que fizemos etemos o sincero desejo de deixar que Deus nos leve a coisas melhores,acreditamos que seremos perdoados e teremos aprendido uma lição. Se nãoestamos arrependidos, e nossa conduta continua a prejudicar os outros, estamos

  bem certos de que voltaremos a beber. Esses são fatos baseados em nossa

experiência.Alcoólicos Anônimos, pág. 87

NA OPINIÃO DO BILL 53"Solitários" – Mas não sozinhos

O que se pode dizer de muitos membros de A.A. que, por várias razões, não podem constituir família? No início muitos deles se sentem sozinhos, magoadose abandonados, quando testemunham tanta felicidade conjugal ao seu redor. Senão podem ter esse tipo de felicidade, A.A. pode lhes oferecer satisfações

igualmente válidas e duradouras?Sim, todas as vezes que eles tentam arduamente procurá-las. Cercados de tantosamigos AAs, os assim chamados "solitários" nos dizem que já não se sentem

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sós. Em companhia de outros homens e mulheres, podem se dedicar a inúmerosideais, pessoas e projetos construtivos. Podem participar de empreendimentosque por sua natureza seriam negados aos casados. Todos os dias vemos essesmembros prestarem relevantes serviços e receberem, de volta, grandes alegrias.Os Doze Passos, pág. 106

NA OPINIÃO DO BILL 54 Para aprofundar nosso conhecimento interior 

É necessário que esclareçamos, por meio de um exame de nossas relações  pessoais, toda informação possível sobre nós e sobre nossas principaisdificuldades. Uma vez que nossos relacionamentos difíceis com outros sereshumanos quase sempre foram a causa imediata de nosso sofrimento, incluindonosso alcoolismo, nenhum campo de investigação poderia trazer recompensasmais satisfatórias e valiosas do que esse.

Reflexão calma e ponderada sobre relações pessoais pode aprofundar nossoconhecimento interior. Podemos ir muito além daquelas coisas que estavamsuperficialmente erradas em nós, para ver aquelas falhas que eram básicas,falhas que às vezes eram responsáveis pelo padrão de nossa vida toda.Descobrimos que a minuciosidade vale a pena – vale a pena mesmo.Os Doze Passos, pág. 72

NA OPINIÃO DO BILL 55 Em busca de orientação

"Supõe-se que o homem pensa e age. Ele não foi criado à imagem de Deus paraser um autômato."Minha própria fórmula a esse respeito é a seguinte: primeiro, penso nos prós enos contras de cada situação, orando nesse meio-tempo para não ser influenciado pelas considerações do ego. Afirmo que gostaria de fazer a vontadede Deus."Então, tendo resolvido o problema dessa maneira e não tendo obtido respostaconclusiva ou compulsiva, espero uma orientação maior que possa ir direto àminha mente ou vir de outras pessoas ou circunstâncias."Se sinto que não posso esperar e ainda não tenho nenhuma indicação definida,

repito a primeira medida várias vezes e tento escolher da melhor forma, antes deagir. Sei que se estou errado, o céu não cairá. Uma lição terá que ser aprendida,de qualquer maneira".Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 56 Enfrentando a crítica

Às vezes ficamos surpresos, chocados e com raiva quando alguém vê algumafalha em A.A. Somos capazes de ficar perturbados de tal forma, que não

 podemos obter benefícios com a crítica construtiva.Esse tipo de ressentimento não cria amizades e não alcança nenhum propósitoconstrutivo. Na verdade essa é uma área, na qual podemos nos melhorar.

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* * *É evidente que a harmonia, segurança e eficiência futuras de A.A. dependerãomuitíssimo da manutenção de uma atitude passiva e não agressiva em todas asnossas relações públicas. Essa é uma tarefa difícil, porque em nossos dias de

 bebedeira, éramos inclinados à zanga, hostilidade, revolta e agressão. Mesmo

apesar de estarmos agora sóbrios, os velhos padrões de comportamento aindaestão dentro de nós até certo ponto, prontos para explodir com qualquer boadesculpa.Mas nós sabemos disso e, portanto, sentimos confiança que na conduta denossos afazeres públicos, sempre encontraremos a graça de manifestar um realcontrole.1 – Grapevine de julho de 19652 – Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág.73

NA OPINIÃO DO BILL 57 Melhor que o ouroComo recém-chegados, muitos de nós têm se entregado à intoxicação espiritual.Como um explorador faminto ao esgotar a última migalha de alimento,encontramos o ouro. A alegria que sentimos, ao ser libertados de uma vida todade frustração, foi enorme.O recém-chegado sente que encontrou algo melhor que o ouro. Ele pode nãover, de imediato, que apenas tocou a superfície de uma mina infinita, que só

 pagará dividendos se a explorar para o resto da vida e insistir em doar toda a produção.Alcoólicos Anônimos, pág. 135

NA OPINIÃO DO BILL 58 Indignação justificada

"O valor positivo da indignação justificada é teórico – especialmente para osalcoólicos. Isso deixa cada um de nós exposto à racionalização de que podemosficar com raiva quando quisermos, desde que possamos achar justa nossa raiva".

* * *Quando guardávamos rancor e planejávamos vingar essas derrotas, estávamos

na verdade nos batendo com o porrete da fúria que pretendíamos usar nosoutros. Aprendemos que se estávamos seriamente perturbados, nossa primeiranecessidade era diminuir essa perturbação, não importando quem ou qualachávamos ser a causa.1 – Carta de 19542 – Os Doze Passos, pág. 38

NA OPINIÃO DO BILL 59Convicção e compromisso

Um qualificativo para uma vida útil é o dar e receber, a habilidade de transigir sem rancor. Fazer concessões é muito penoso para nós, beberrões de "tudo ou

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nada". Entretanto, não podemos nos esquecer de que o progresso é quase semprecaracterizado por uma série de concessões vantajosas.Claro que não podemos fazer concessões sempre. Uma vez ou outra é realmentenecessário fincar os pés numa convicção sobre o assunto, até que ele seesclareça. Fazer ou não concessões requer sempre cuidadoso discernimento.

Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 43

NA OPINIÃO DO BILL 60 Somente com o poder da inteligência?

Para o homem ou mulher intelectualmente auto-suficiente, muitos AAs podemdizer: "Sim, éramos como você – inteligentes demais para nosso próprio bem.Adorávamos ouvir as pessoas nos chamarem de precoces. Usávamos nossainstrução para nos vangloriar, embora tivéssemos o cuidado de esconder isso dosoutros. Secretamente, achávamos que poderíamos flutuar acima dos outros,

somente com o poder da inteligência."O progresso científico nos dizia que não havia nada que o homem não pudessefazer. O conhecimento era todo poderoso. O intelecto era capaz de conquistar anatureza. Uma vez que éramos mais brilhantes do que a maioria (assim

 pensávamos), os benefícios da vitória seriam nossos, automaticamente. O deusdo intelecto substituía o Deus de nossos pais."Mas novamente o álcool tinha outras idéias. Nós, que tão brilhantementetínhamos vencido, de repente nos convertemos nos maiores derrotados de todosos tempos. Percebemos que tínhamos que mudar ou morrer".Os Doze Passos, págs. 20 e 21

NA OPINIÃO DO BILL 61 Resolvendo o problema do medo

O medo de certa forma afetou todos os aspectos de nossas vidas. Era umafunesta e corrosiva ameaça; a estrutura de nossa existência era entrelaçada como medo. Punha-se em movimento uma série de circunstâncias, que nos traziadesgraças que achávamos que não merecíamos. Mas não fomos nós mesmos que

 provocamos essa situação?O problema de acabar com o medo apresenta dois aspectos. Vamos ter que

tentar nos libertar de todo o medo que for possível. Depois vamos precisar encontrar, tanto a coragem como a graça de lidar construtivamente com qualquer espécie de medo que ainda reste.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 852 – Grapevine de janeiro de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 62Uma porta giratória diferente

Quando um bêbado se aproxima de nós e diz que não gosta dos princípios de

A.A., das pessoas ou da direção do serviço, quando ele declara que estarámelhor em qualquer outro lugar – não nos incomodamos. Dizemos

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simplesmente: "Talvez seu caso seja diferente. Por que você não tenta algumaoutra coisa?"Quando um membro de A.A. diz que não gosta de seu próprio grupo, nãoficamos perturbados. Dizemos simplesmente: "Por que você não tenta mudar 

 para outro grupo? Ou comece um novo grupo por sua conta."

Para todos os que desejam se separar de A.A., fazemos um convite animador  para que assim o façam. Se eles conseguirem fazer melhor por outros meios,estaremos contentes. Se depois de fazer a tentativa, não conseguirem melhoresresultados, sabemos que eles têm uma escolha a fazer: ficar loucos, morrer ouvoltar para Alcoólicos Anônimos. A decisão é toda deles (na verdade, quasetodos eles têm voltado).Doze Conceitos para Serviços Mundiais, págs. 76 e 77

NA OPINIÃO DO BILL 63

 Livre da dependênciaPerguntei a mim mesmo: "Por que não podem os Doze Passos libertar-me dessainsuportável depressão?" Hora após hora olhei fixamente na Oração de SãoFrancisco: "É melhor consolar, que ser consolado." De repente percebi qual

 poderia ser a resposta. Meu principal defeito sempre foi a dependência das  pessoas ou circunstâncias para dar-me prestígio, segurança e confiança. Nãoconseguindo obter essas coisas, de acordo com meus sonhos perfeccionistas,lutei por eles. E quando chegou a derrota, chegou também a depressão.Reforçado pela graça que pude encontrar na oração, tive que empregar todaminha vontade e ação para cortar essas dependências emocionais das pessoas ecircunstâncias. Só assim pude ficar livre para amar como São Francisco amou.Grapevine de janeiro de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 64 Busca de motivos

Alguns de nós alegávamos que quando bebíamos, nunca ferimos ninguém, a nãoser a nós mesmos. Nossos familiares não sofreram, porque sempre pagamos ascontas e raramente bebíamos em casa. Nossos sócios não foram prejudicados,

 porque geralmente comparecíamos ao trabalho. Nossa reputação não foi afetada,

 porque estávamos certos de que poucos sabiam de nossas bebedeiras. Aquelesque sabiam às vezes nos asseguravam que uma boa farra, afinal de contas, não

 passava de uma falha de um bom sujeito. Portanto, que grande dano tínhamoscausado? Certamente nada que não pudéssemos consertar com algumaseventuais desculpas.É claro que essa atitude é o resultado final do esquecimento proposital. É umaatitude que só pode ser mudada por uma busca profunda e honesta de nossosmotivos e ações.Os Doze Passos, pág. 69

NA OPINIÃO DO BILL 65Crescimento pelo Décimo Passo

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  Naturalmente, no decorrer dos próximos anos, cometeremos erros. Aexperiência nos tem ensinado que não precisamos ter medo de cometê-los,sempre e quando mantenhamos a disposição para confessar nossas faltas ecorrigi-las prontamente. Nosso crescimento, como indivíduos, tem dependidodesse saudável processo de ensaio e erro. Assim crescerá nossa irmandade.

Devemos sempre nos lembrar de que qualquer sociedade de homens e mulheres,que não podem corrigir livremente suas próprias faltas, deve inevitavelmentechegar à decadência ou até mesmo ao colapso. Esse é o castigo universal por não continuar crescendo. Assim, cada A.A. deve continuar fazendo seuinventário moral e atuar de acordo com ele, do mesmo modo nossa sociedadecomo um todo deve fazer, se quisermos sobreviver e prestar serviço de maneira

 proveitosa e satisfatória.A.A. Atinge a Maioridade, pág. 206

NA OPINIÃO DO BILL 66 Somente em caso de emergênciaQuer tivéssemos sido crentes ou não, começamos a superar a idéia de que oPoder Superior era para ser invocado somente numa emergência.A noção de que viveríamos nossa própria vida, com uma ajudazinha de Deus devez em quando, começou a desaparecer. Muitos de nós, que se consideravamreligiosos, despertaram para as limitações dessa atitude. Recusando colocar Deus em primeiro lugar, tínhamos nos privado de Sua ajuda. Mas agora as

 palavras "Sozinho nada sou, o Pai é que faz" começaram a trazer uma promessae significação.Os Doze Passos, pág. 65

NA OPINIÃO DO BILL 67 Milhares de "fundadores"

"Ao mesmo tempo em que agradeço a Deus o privilégio de ser um antigomembro de A.A., desejaria sinceramente que a palavra "fundador" pudesse ser eliminada do vocabulário de A.A."Se você pensar bem nisso, todo aquele que tem feito algum trabalho do DécimoSegundo Passo com sucesso, está fadado a ser o fundador de uma nova vida para

outros alcoólicos."* * *

"A.A. não foi inventado! Seus fundamentos chegaram até nós através daexperiência e sabedoria de muitos grandes amigos. Simplesmente tomamosemprestado suas idéias e as adaptamos."

* * *"Agradecidos, aceitamos os dedicados serviços de muitos não-alcoólicos.Devemos nossas próprias vidas aos homens e mulheres da medicina e dareligião. E, falando pelo Dr. Bob e por mim mesmo, declaro com gratidão que se

não fossem nossas esposas, Anne e Lois, nenhum de nós poderia ter vivido paraver o começo de Alcoólicos Anônimos".1 – Carta de 1945

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2 – Carta de 19663 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 68 Renove seu esforço

"Embora eu saiba como você deve estar magoado e triste depois dessa recaída, por favor não se preocupe com a perda temporária de sua paz interior. O maiscalmamente que puder, renove seu esforço no programa de AlcoólicosAnônimos, especialmente nas partes referentes à meditação e à auto-análise."Eu poderia também sugerir que você desse uma olhada no excessivosentimento de culpa que isso causou? Um certo pesar pelo que aconteceu érazoável. Mas sentimento de culpa – não."Na verdade, a recaída bem pode ter sido ocasionada por sentimentos de culpairracionais, por causa de outras falhas chamadas morais. Certamente você

deveria pensar nessa possibilidade. Mesmo assim não deveria ser censurado por seu fracasso; você só pode ficar penalizado por se recusar a tentar obter coisasmelhores."Carta de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 69 Dando sem exigir 

Observe qualquer A.A. de seis meses, trabalhando com um provável membro noDécimo Segundo Passo. Se o recém-chegado disser: "Vá para o diabo que ocarregue", o A.A. que está fazendo o Décimo Segundo Passo apenas sorri e

 busca outro alcoólico para ajudar. Não se sente frustrado nem rejeitado. Se seu próximo bêbado aceita e, por sua vez, começa a dar amor e atenção a outrossofredores e não dá nada de volta para ele, o padrinho se sente feliz de qualquer forma. Ele ainda assim não se sente rejeitado; pelo contrário, alegra-se porqueseu apadrinhado está sóbrio e feliz.E ele sabe bem que sua própria vida ficou enriquecida, com um dividendo extra

 por dar a um outro sem exigir qualquer retribuição.Grapevine de janeiro de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 70 A verdade, a libertadora

Como a verdade nos torna livres é algo que nós AAs podemos compreender  bem. Ela cortou os grilhões que nos prendiam ao álcool. Continua a nos livrar dos incalculáveis conflitos e misérias; ela acaba com o medo e com osofrimento. A unidade de nossa Irmandade, o amor que temos uns pelos outros,a estima que o mundo tem por nós – tudo isso é produto da verdade que, sob agraça de Deus, tivemos o privilégio de perceber.

* * *

Como e quando dizemos a verdade – ou ficamos em silêncio – pode quasesempre mostrar a diferença entre a presença da verdadeira integridade e a faltadela.

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O Passo Nove enfaticamente nos previne contra o mau uso da verdade, quandodeclara: "Fizemos reparações diretas a essas pessoas, sempre que possível,exceto quando fazê-lo viesse prejudicá-las ou a outras pessoas". Pelo fato daverdade poder ser usada, tanto para prejudicar como para ajudar, esse valioso

 princípio certamente tem a ampla aplicação ao problema do desenvolvimento da

integridade.Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 71"Como você pode suportar um golpe?"

 No dia em que a calamidade de Pearl Harbor caiu sobre os Estados Unidos, umgrande amigo de A.A., o padre Edward Dowling, que não era alcoólico mastinha sido um dos fundadores do esforçado grupo de A.A., em St. Louis, estava

 passando por uma rua dessa cidade. Como muitos de seus amigos geralmente

sóbrios já tivessem bebido para esquecer as implicações do desastre de PearlHarbor, o padre Ed estava angustiado com o pensamento de que seu queridogrupo de A.A. provavelmente fizesse o mesmo.Então um membro, sóbrio há menos de um ano, se pôs a caminhar junto eentabulou com o padre Ed uma animada conversa – principalmente a respeito deA.A. O padre Ed viu, com alívio, que seu companheiro estava perfeitamentesóbrio."Como é que você não tem nada a dizer sobre Pearl Harbor? Como você podesuportar semelhante golpe?""Bem", respondeu o novato, "cada um de nós em A.A. já teve seu Pearl Harbor 

 particular. Logo, por que deveríamos nós, bêbados, nos sentir derrotados comesse golpe?"Grapevine de janeiro de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 72 Dependência – Doentia ou saudável 

"Nada pode ser mais desmoralizador do que uma dependência servil e exageradade um outro ser humano. Isso muitas vezes significa a exigência de um grau de

 proteção e amor que ninguém poderia possivelmente satisfazer. Assim sendo,

aqueles que esperamos que sejam nossos protetores finalmente fogem e uma vezmais somos deixados sozinhos para nos desenvolver ou nos desintegrar".

* * *Descobrimos que o próprio Deus sem dúvida é a melhor fonte de estabilidadeemocional. Descobrimos que a dependência de Sua perfeita justiça, perdão eamor era saudável e que funcionaria quando nada mais funcionasse.Se realmente dependíamos de Deus, não poderíamos bancar o Deus para nossossemelhantes e nem sentiríamos a necessidade de depender totalmente da

 proteção e dos cuidados humanos.

1 – Carta de 19662 – Os Doze Passos, pág. 103

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NA OPINIÃO DO BILL 73Tolerância dos dois lados

"Seu ponto de vista outrora foi meu. Felizmente, A.A. está edificado de tal modoque não precisamos discutir a existência de Deus; mas para conseguir melhoresresultados, a maioria de nós deve depender de um Poder Superior. Você diz que

o grupo é seu Poder Superior, e nenhum A.A. bem-intencionado desafiaria seu  privilégio de crer precisamente desse modo. Nós todos deveríamos estar contentes com as boas recuperações que podem ser feitas, mesmo nessa baselimitada."Mas carrossel gira sempre no mesmo sentido. Se você esperasse tolerância paraseu ponto de vista, tenho certeza de que estaria disposto a ser recíproco. Tentome lembrar que, com o passar dos séculos, grande número de pessoas muitomais brilhantes do que eu encontraram os dois lados desse debate a respeito dacrença. Para mim, nos últimos anos, estou achando muito mais fácil acreditar 

que Deus fez o homem e não que o homem fez Deus".Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 74 Rompa as paredes do ego

As pessoas que são impulsionadas pelo orgulho, inconscientemente nãoenxergam seus defeitos. Os recém-chegados desse tipo certamente não precisamde consolo. O problema é ajudá-los a descobrir uma trinca nas paredesconstruídas pelo seu ego, através da qual a luz da razão possa brilhar.

* * *Adquirir uma humildade maior é o princípio fundamental de cada um dos DozePassos de A.A., pois sem um certo grau de humildade, nenhum alcoólico pode

 permanecer sóbrio.Quase todos os AAs descobriram, também, que a não ser que desenvolvam essa

 preciosa qualidade, muito mais do que a necessária para se obter a sobriedade,ainda não têm muita probabilidade de virem a ser verdadeiramente felizes. Semela não podem viver com um propósito útil ou, nas horas difíceis, apelar para afé que pode enfrentar qualquer emergência.1 – Os Doze Passos, pág. 37

2 – Os Doze Passos, pág. 60

NA OPINIÃO DO BILL 75 Perda de medos financeiros

Quando um trabalho era apenas um meio de obter dinheiro, ao invés de umaoportunidade para servir, quando a aquisição de dinheiro para a garantia denossa independência financeira era mais importante do que uma totaldependência de Deus, éramos vítimas de medos descabidos. E esses eram medosque tornariam impossível uma existência serena e útil, em qualquer nível

financeiro.Mas com o passar do tempo, descobrimos que com a ajuda dos Doze Passos deA.A. poderíamos perder esses medos, não importando quais fossem nossas

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 possibilidades materiais. Poderíamos com alegria executar tarefas humildes, semnos preocupar com o amanhã. Se as coisas iam bem, já não receávamos umamudança para pior, pois havíamos aprendido que nossos problemas poderiamser transformados em valores positivos, tanto para nós como para os outros.Os Doze Passos, págs. 107 e 108

NA OPINIÃO DO BILL 76 Só Deus é imutável 

"A mudança é a característica de todo crescimento. Da bebida à sobriedade, dadesonestidade à honestidade, do conflito à serenidade, do ódio ao amor, dadependência infantil à responsabilidade adulta – tudo isso e muito maisrepresentam mudança para melhor."Essas mudanças são realizadas por meio da crença e da prática de princípiossaudáveis. Para isso, precisamos nos desfazer de princípios maus ou ineficientes

em favor dos bons princípios, que produzem resultados. Até bons princípios podem às vezes ser substituídos pela descoberta de outros ainda melhores."Só Deus é imutável; somente Ele tem todas as verdades que existem".Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 77 Por favor responda – Sim ou Não?

Geralmente não evitamos um lugar onde haja bebida – se temos uma verdadeirarazão para estar lá. Isso inclui bares, clubes noturnos, bailes, recepções,casamentos, até simples festinhas.Você vai notar que incluímos uma importante restrição. Assim, pergunte a vocêmesmo: "Tenho alguma boa razão social, comercial ou pessoal para ir a esselugar? Ou espero roubar um pouco de prazer vicário do ambiente?" Então, vá ouse afaste, de acordo com o que lhe parecer melhor. Mas, antes de decidir, estejacerto de que sua base espiritual é sólida e de que seu motivo para ir é bom. Não

 pense no que você vai obter na ocasião. Pense no que você possa levar.Se não estiver firme, talvez seja melhor você trabalhar com um outro alcoólico!Alcoólicos Anônimos, págs. 112 e 113

NA OPINIÃO DO BILL 78 Restabelecendo uma ligação

 No decorrer do dia podemos fazer uma pausa, quando situações devam ser enfrentadas, decisões tomadas e renovado o simples pedido: "Seja feita Tuavontade, não a minha."

 Nos momentos de grande perturbação emocional, com certeza vamos manter nosso equilíbrio, desde que lembremos e repitamos para nós mesmos umaoração ou frase que, particularmente, nos tenha agradado em nossa leitura oumeditação. Apenas dizê-la repetidamente, muitas vezes nos torna capazes de

restabelecer uma ligação, interrompida pela raiva, medo, frustração oudesentendimento, e nos permite voltar à mais segura de todas as ajudas – nossa

 procura da vontade de Deus, não da nossa, no momento de tensão.

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Os Doze Passos, págs. 89 e 90

NA OPINIÃO DO BILL 79 De quem é a responsabilidade?

"Um grupo de A.A., como tal, não pode cuidar de todos os problemas pessoais

de seus membros, muito menos das pessoas não-alcoólicas que nos cercam. Ogrupo de A.A. não é, por exemplo, um mediador das relações domésticas, nemfornece ajuda financeira a ninguém."Embora o membro possa às vezes ser auxiliado nesses assuntos por seusamigos em A.A., a principal responsabilidade para solucionar todos os seus

 problemas de viver e crescer recai sobre ele mesmo. Se um grupo de A.A. desseessa espécie de ajuda, sua eficiência e energia seriam irremediavelmentedissipadas."É por isso que a sobriedade – libertação do álcool – através dos ensinamentos e

da prática dos Doze Passos de A.A., é o único propósito do grupo. Se não nosapegarmos a esse princípio cardinal, é quase certo que entraremos em colapso. Ese entrarmos em colapso, não podemos ajudar ninguém."Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 80 Débitos e créditos

De acordo com uma tagarelice de beberrão, podemos fazer a nós mesmos estas perguntas: Por que dissemos essas coisas? Estávamos apenas tentando ser úteis e procurando informar? Ou estávamos tentando nos sentir superiores, confessandoos erros do outro companheiro? Ou estávamos realmente procurando prejudicá-lo, por temor ou antipatia?"Isso seria uma tentativa honesta de examinar a nós mesmos, em vez de examinar o outro companheiro.

* * *  Nem sempre o resultado do inventário está escrito com tinta vermelha. Naverdade, é um dia ruim aquele em que não fazemos alguma coisa boa. Aliás, ashoras de lazer são geralmente preenchidas com coisas construtivas. Temos boasintenções, bons pensamentos e boas ações.

Mesmo que tenhamos tentado firmemente e falhado, podemos considerar o fatocomo dos mais positivos.1 – Grapevine de agosto de 19612 – Os Doze Passos, pág.

NA OPINIÃO DO BILL 81 Egoísta

"Compreendo o motivo pelo qual você se espanta ao ouvir alguns oradores deA.A. dizerem: 'Nosso programa é um programa egoísta.' A palavra egoísta

geralmente significa que se é ambicioso, exigente e indiferente ao bem-estar dosoutros. Claro que o modo de vida de A.A. não apresenta esses traçosindesejáveis.

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"O que querem dizer esses oradores? Bem, qualquer teólogo lhe dirá que asalvação de sua própria alma é a mais alta aspiração que um homem pode ter.Logo, sem salvação – podemos definir assim – ele terá pouco ou nada. Para nósde A.A. a urgência é ainda maior."Se não podemos ou não queremos alcançar a sobriedade, então estamos desde

  já verdadeiramente perdidos. Não temos valor para ninguém, nem para nósmesmos, até nos libertar do álcool. Logo, nossa própria recuperação ecrescimento espiritual têm que vir em primeiro lugar – uma justa e necessáriaespécie de preocupação com nós mesmos."Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 82 As dificuldades tornam-se uma vantagem

"Penso que essa Conferência de Serviços Gerais, em particular, promete e tem

alcançado progresso, porque ela atravessou dificuldades. E ela transformouessas dificuldades numa vantagem, crescimento e numa grande promessa."A.A. nasceu da dificuldade, uma das mais sérias dificuldades que podeacontecer a um indivíduo, o problema criado por essa sombria e fatal doença doalcoolismo. Cada um de nós se aproximou de A.A. cheio de dificuldades, comum problema impossível e desesperador. E foi por isso que viemos."Se essa Conferência era agitada, se os indivíduos estavam profundamente

 perturbados – eu digo: 'Isso é ótimo'. Que parlamento, que república, quedemocracia que não foi perturbado? O atrito de pontos de vista opostos é o

 próprio 'modus operandi' sobre o qual eles atuam. Então do que deveríamos ter medo?"Palestra de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 83 Não podemos viver sozinhos

Todos os Doze Passos de A.A. nos pedem para irmos contra nossos desejosnaturais; todos eles reduzem nosso ego. Quando se trata da redução do ego,

 poucos Passos são mais duros de aceitar do que o Quinto. Dificilmente qualquer um deles é mais necessário à sobriedade prolongada e à paz de espírito.

A experiência de A.A. nos ensinou que não podemos viver sozinhos com os problemas que nos pressionam e com os defeitos de caráter que os causam ouagravam. Se passarmos o holofote do Passo Quatro sobre nossas vidas, e se elemostrar, para nosso alívio, aquelas experiências que preferimos não lembrar,então se torna mais urgente do que nunca desistirmos de viver sozinhos comaqueles atormentadores fantasmas do passado. Temos que falar deles paraalguém.

* * * Não podemos depender totalmente dos amigos para resolver todas as nossas

dificuldades. Um bom conselheiro nunca pensará em tudo, por nós. Ele sabe quea escolha final deve ser nossa. Entretanto, ele pode ajudar a eliminar o medo,

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oportunismo e a ilusão, tornando-nos capazes de fazer escolhas afetuosas, prudentes e honestas.1 – Os Doze Passos, pág. 452 – Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 84 Benefícios da responsabilidade"Felizmente as despesas de A.A. por pessoa são muito pequenas. Deixarmos deatendê-las seria fugir a uma responsabilidade que nos beneficia."Muitos alcoólicos têm dito que nunca tiveram dificuldades que o dinheiro nãoresolvesse. Nós somos um grupo que, quando bebíamos, sempre estendíamos amão em busca de auxílio. Então, quando começamos a pagar nossas própriascontas, isso constitui uma mudança saudável."

* * *

"Por causa da bebida, meu amigo Henry perdeu um emprego de salário elevado.Restava uma bela casa – com uma despesa três vezes maior do que seusreduzidos ganhos."Ele poderia ter alugado a casa, por uma quantia suficiente, a fim de sesustentar. Mas não! Henry disse que sabia que Deus o queria morando ali e Eledaria um jeito de serem pagas as contas. Assim, ele continuou amontoandodívidas e cheio de fé. Não foi surpresa quando finalmente os credores seapossaram da casa."Henry hoje ri disso, pois aprendeu que Deus ajuda muito mais àqueles queestão dispostos a se ajudar."1 – Carta de 19602 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 85 A vida não é um beco sem saída

Quando um homem ou uma mulher tem um despertar espiritual, o maisimportante significado disso é que ele se tornou agora capaz de fazer, sentir eacreditar naquilo que ele não poderia antes fazer sozinho, sem ajuda, com seus

 próprios recursos e força. A ele foi concedida uma dádiva, que leva a um novo

estado de consciência e a uma nova vida.A ele foi indicado um caminho, que lhe mostra que está indo em direção a umameta, que a vida não é um beco sem saída, nem algo a ser suportado oudominado. Na verdade ele se transformou, porque se agarrou a uma fonte deenergia, da qual até agora havia se privado.Os Doze Passos, págs. 94 e 95

NA OPINIÃO DO BILL 86Oportunidade de se melhorar 

Chegamos a acreditar que os Passos e as Tradições de A.A., para recuperação,representam praticamente as verdades que precisamos para nosso propósito

 particular. Quanto mais os praticamos mais gostamos deles. Assim sendo, é

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quase certo que os princípios de A.A. continuarão a ser defendidos em suaforma atual.Se nossos fundamentos estão assim fixados, o que resta então para mudar oumelhorar?A resposta nos ocorrerá imediatamente. Embora não precisemos alterar nossas

verdades, podemos seguramente melhorar sua aplicação para nós mesmos, paraA.A. como um todo e para nossas relações com o mundo a nosso redor. Sempre podemos melhorar a prática "desses princípios em todas as nossas atividades."Grapevine de fevereiro de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 87 A pedra fundamental do arco do triunfo

Tendo enfrentado a destruição alcoólica, chegamos a ter a mente aberta, emrelação às coisas espirituais. A esse respeito, o álcool era muito persuasivo. Ele

finalmente nos derrota obrigando-nos a raciocinar.* * *Tivemos que deixar de fazer o papel de Deus. Isso não funcionou. Decidimosque dali por diante, nesse drama da vida, Deus ia ser nosso Diretor. Ele seria oPrincipal: nós, Seus agentes.As idéias, em sua maioria, são simples, e esse conceito constituiu a pedrafundamental do novo arco do triunfo, através do qual passamos à liberdade.Alcoólicos Anônimos1 – pág. 682 – pág. 81

NA OPINIÃO DO BILL 88Força de vontade e escolha

"Nós, AAs, sabemos que é inútil tentar destruir a obsessão de beber só pelaforça de vontade. Entretanto, sabemos que é preciso uma grande vontade paraadotar os Doze Passos de A.A. como um modo de vida que pode nos devolver asanidade.""Qualquer que seja a gravidade da obsessão pelo álcool, felizmente descobrimosque ainda podem ser feitas outras escolhas vitais. Por exemplo, podemos admitir 

que somos impotentes pessoalmente perante o álcool; que a dependência de um"Poder Superior" é uma necessidade, mesmo que esta seja simplesmente umadependência de um grupo de A.A. Então podemos preferir tentar uma vida dehonestidade e humildade, fazendo um serviço desinteressado para nossoscompanheiros e para 'Deus como nós O concebemos'."Conforme continuamos fazendo essas escolhas e assim indo em busca dessasaltas aspirações, nossa sanidade volta e desaparece a compulsão para beber."Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 89 Rever o dia

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Quando nos deitamos, à noite, revemos construtivamente nosso dia. Ficamosmagoados, fomos egoístas, desonestos ou medrosos? Devemos uma satisfação aalguém? Estamos guardando algo em segredo, que deveria ser discutido logocom uma outra pessoa? Fomos amáveis e afetuosos com todos? O que

 poderíamos ter feito melhor? Estivemos pensando em nós mesmos a maior parte

do tempo? Ou estivemos pensando no que poderíamos fazer pelos outros, no que poderíamos fazer para melhorar a vida?Devemos ter o cuidado de não nos deixar abater pela preocupação, remorso oureflexão mórbida, pois isso diminuiria nossa utilidade em relação a nós mesmose aos outros. Após fazer nossa revisão, pedimos perdão a Deus e perguntamosquais as medidas corretivas que deveriam ser tomadas.Alcoólicos Anônimos, pág. 100

NA OPINIÃO DO BILL 90

Ver desaparecer a solidãoQuase sem exceção, os alcoólicos são torturados pela solidão. Mesmo antes denossas bebedeiras se tornarem graves e as pessoas começarem a se afastar denós quase todos sofremos a sensação de estarmos sós. Ou éramos tímidos e nãonos atrevíamos a nos aproximar dos outros, ou éramos capazes de ser bonssujeitos, sempre desejando ardentemente a atenção e o companheirismo, masraramente conseguindo. Sempre existia aquela barreira misteriosa que nãoconseguíamos vencer nem entender.Essa é uma das razões pela qual amávamos tanto o álcool. Mas até Baco nostraiu; ficamos finalmente arrasados e caímos numa terrível solidão.

* * *A vida adquire um novo sentido em A.A. Ver pessoas se recuperarem, vê-losajudarem os outros, ver desaparecer a solidão, ver crescer uma fraternidade aoredor de você, ter um grande número de amigos – essa é uma experiência quenão deve ser perdida.1 – Os Doze Passos, pág. 472 – Alcoólicos Anônimos, pág. 103

NA OPINIÃO DO BILL 91Coragem e prudência

Quando o medo persistiu, nós já o conhecíamos e fomos capazes de lidar comele. Começamos a ver cada adversidade como uma oportunidade enviada por Deus para desenvolver a espécie de coragem que nasce da humildade, não dodesafio.

* * *A prudência é um terreno trabalhável, um canal de navegação seguro entre osobstáculos do medo de um lado e descuido do outro. A prudência na prática criaum clima definido, o único clima em que harmonia, eficiência e progresso

espiritual firmes podem ser conseguidos.* * *

"A prudência é o interesse racional sem preocupação."

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1 – Grapevine de janeiro de 19622 – Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 663 – Palestra de 1966 

NA OPINIÃO DO BILL 92

 A caminho da serenidade"Quando eu estava cansado e não podia me concentrar, costumava tomar umaatitude na vida, que simplesmente consistia em andar e respirar profundamente.Às vezes eu dizia a mim mesmo que eu não poderia nem sequer fazer isso, detão fraco que estava. Mas aprendi que esse era o ponto em que não poderia meentregar, ficando ainda mais deprimido."Assim sendo estabeleceria um limite para mim mesmo. Determinaria andar umquarto de milha. E me concentraria, contando minha respiração – isto é, seis

  passos para cada inspiração vagarosa e quatro para cada expiração. Tendo

andado o quarto de milha, descobri que poderia continuar, talvez meia milha oumais. Depois outra meia milha e talvez uma outra."Isso foi animador. A falsa sensação de fraqueza física desapareceu (essasensação é característica da depressão). O andar e especialmente a respiraçãoforam poderosas afirmações de vida, afastando o fracasso e a morte. A contagemrepresentou uma disciplina mínima em concentração, para obter um certodescanso do desgaste produzido pelo medo e pelo sentimento de culpa."Carta de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 93 Atmosfera de graça

Aqueles de nós, que se acostumaram a fazer uso regular da oração, não seriammais capazes de passar sem ela, como não passariam sem ar, o alimento ou a luzdo sol. E pela mesma razão, quando ficamos sem ar, luz ou alimento, o corposofre. E quando nos afastamos da meditação e da oração, estamos privandonossas mentes, nossas intuições do apoio vitalmente necessário.Da mesma forma que o corpo, a alma pode deixar de funcionar por falta dealimentação. Todos precisamos da luz da realidade de Deus, do alimento de Suaforça e da atmosfera de Sua graça. Os fatos da vida de A.A. confirmam de

maneira surpreendente essa verdade eterna.Os Doze Passos, págs. 84 e 95

NA OPINIÃO DO BILL 94"... em todas as nossas atividades"

"O propósito primordial de A.A. é o da sobriedade. Todos nós compreendemosque sem a sobriedade não temos nada."Entretanto, é possível expandir essa simples meta a uma grande quantidade decontra-senso, na medida em que o membro, individualmente, esteja interessado.

De fato, às vezes ouvimos alguém dizer: 'A sobriedade é minha únicaresponsabilidade. Afinal de contas, sou um sujeito muito bom, a não ser minhas

 bebedeiras, Dê-me a sobriedade, e o resto é desnecessário!'

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"Já que nosso amigo se agarra a essa cômoda desculpa, ele vai progredir tão pouco em relação a seus verdadeiros problemas e responsabilidades da vida queestará a caminho de se embriagar novamente. Isso é por que o Décimo SegundoPasso de A.A. sugere que 'pratiquemos estes princípios em todas as nossasatividades'. Não estamos vivendo somente para estar sóbrios; estamos vivemos

 para aprender para servir e para amar."Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 95 Jardim de infância espiritual 

"Estamos apenas pondo em funcionamento um jardim de infância espiritual, noqual as pessoas estão capacitadas a parar de beber e a encontrar a graça decontinuar vivendo bem. A teologia de cada um tem que ser sua própria busca,seu próprio assunto."

* * *Quando o Livro Grande estava sendo planejado, alguns membros acharam queele deveria ser cristão no sentido doutrinal. Outros não tinham nenhuma objeçãoquanto ao uso da palavra "Deus", mas queriam evitar assuntos doutrinários.Espiritualmente, sim. Religião não. Outros ainda queriam um livro psicológicoque atraísse o alcoólico. Uma vez que estivesse conosco, ele poderia aceitar Deus ou não, como quisesse.Para nós essa era uma proposta chocante, mas felizmente ouvimos. Aconsciência de nosso grupo começou a funcionar para se fazer o livro, o maisaceitável e eficiente possível.Cada parecer representava uma contribuição. Nossos ateístas e agnósticosabriram nossa porta de entrada para que todos aqueles que sofrem pudessementrar por ela, independente de sua crença.1 – Carta de 19542 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 145, 146 e 149

NA OPINIÃO DO BILL 96Quando os defeitos não chegam a ser mortais

Praticamente todos querem se livrar de suas dificuldades mais visíveis e

destrutivas. Ninguém quer ser tão orgulhoso, a fim de que seja desprezado comoum fanfarrão, nem tão ambicioso, a fim de que seja chamado de ladrão.

 Ninguém quer ter raiva suficiente para chegar ao homicídio, nem ser sensual osuficiente para violentar e nem ser guloso o suficiente para prejudicar a saúde.

 Ninguém quer sofrer a crônica dor da inveja ou se acomodar na preguiça.É claro que os homens, em sua maioria, não têm esses defeitos a níveis tão altos,e nós que escapamos desses extremos, somos capazes de nos felicitar. Mas

 podemos? Afinal de contas, não foi o interesse próprio, que fez com que amaioria de nós escapasse? Não é preciso muito esforço espiritual para evitar os

excessos que, de alguma forma, nos punem. Mas quando encaramos os aspectosmenos violentos desses mesmos defeitos, daí em que pé ficamos?Os Doze Passos, pág. 56

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NA OPINIÃO DO BILL 97 Respeito próprio através do sacrifício

  No princípio sacrificamos o álcool. Tivemos que fazê-lo, ou ele nos teriamatado. Mas não poderíamos nos libertar do álcool, a menos que fizéssemos

outros sacrifícios. Os extremismos e os falsos pensamentos tiveram quedesaparecer. Tivemos que atirar pela janela a auto-justificação, a auto-piedade ea raiva. Tivemos que nos livrar da competição louca, em busca do prestígio

 pessoal e grandes saldos bancários. Tivemos que assumir a responsabilidade pelo nosso estado lamentável e deixar de culpar os outros por isso.Foram realmente sacrifícios? Sim, foram. Para obter suficiente humildade erespeito próprio, a fim de permanecer vivos, tivemos que abandonar o que tinharealmente sido nossa possessão mais querida – nossa ambição e nosso orgulhoilegítimos.

A.A. Atinge a Maioridade, pág. 256NA OPINIÃO DO BILL 98

 A raiva – inimiga da pessoa e do grupo"Como inserido no livro 'Alcoólicos Anônimos', 'o ressentimento é o principalofensor'. Ele é uma das causas principais das recaídas. Sabemos bem, nós deA.A., que para nós 'beber significa caminhar em direção à loucura'."O mesmo perigo ameaça todos os grupos de A.A. Se existe bastante raiva, aunidade e o propósito estão perdidos. Se também existe muita indignação'justificada', o 'grupo' pode se desintegrar; ele pode até morrer. É por isso queevitamos controvérsia. É por isto que não prescrevemos castigos para os erros,não importa sua gravidade. Na verdade nenhum alcoólico, por nenhuma razão,

 pode ser privado de sua filiação."Castigo não cura nunca. Só o amor pode curar."Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 99"Aquele que recai" precisa de compreensão

"As recaídas podem muitas vezes ser decorrentes da revolta: alguns de nós são

mais rebeldes do que outros. As recaídas podem ser causadas pela ilusão de queo indivíduo pode 'curar-se' do alcoolismo. As recaídas também podem ser decorrentes do descuido e da complacência. Muitos de nós não conseguem semanter sóbrios nessa fase. As coisas vão bem durante dois ou três anos – depoiso membro desaparece. Alguns de nós sofrem de um grande sentimento de culpa,

  por causa de vícios ou atos que não podem ou não querem evitar. Aindaconcorrem para as recaídas o fato de não perdoar a si mesmo e orar pouco – 

 bem, essa é uma combinação que provoca recaídas."Então alguns de nós são muito mais prejudicados pelo álcool do que outros.

Outros ainda se deparam com uma série de calamidades e não parecem ter recursos espirituais para enfrentá-las. Existem alguns que são fisicamentedoentes. Outros são mais ou menos sujeitos a freqüentes cansaços, ansiedades e

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depressão. Essas condições muitas vezes desempenham papel importante nasrecaídas – às vezes controlam totalmente a pessoa."Palestra de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 100

 A montanha esquecidaQuando eu era criança, adquiri alguns traços de caráter que se relacionavam commeu insaciável desejo de beber. Cresci numa cidadezinha, em Vermont, àsombra de uma montanha chamada Monte Aeolus. Uma das minhas recordaçõesfoi quando estava observando aquela enorme e misteriosa montanha e me

 perguntando o que ela era e se algum dia eu subiria tão alto. Mas fui logodistraído pela minha tia que, como presente de meu quarto aniversário, trouxe-me chocolate. Durante os trinta e cinco anos seguintes, persegui os chocolates davida e me esqueci totalmente da montanha.

* * *Quando o comodismo não chega a ser prejudicial, lhes damos um nome mais brando. Chamamos isto de "desfrutar de um certo conforto."1 – A atinge a maioridade, pág.482 – Os Doze Passos, pág. 57

NA OPINIÃO DO BILL 101"O lado espiritual"

Com muita freqüência, quando estamos em reuniões de A.A., ouvimos o orador declarar: "Eu ainda não tenho o lado espiritual." Antes de fazer essa declaração,ele descreveu um milagre de transformação que lhe ocorreu – não só sualibertação do álcool, mas uma mudança completa em todas as suas atitudes emreferencia a vida e a forma de vivê-la.É evidente para todos os que estão presentes que ele recebeu uma dádivaespecial, e que essa dádiva está além daquilo que possa ser esperado da simples

  participação de A.A. Assim, nós da audiência sorrimos e dizemos a nósmesmos: "Bem, esse companheiro está transbordando espiritualmente – só queele ainda não sabe disso."Grapevine de julho de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 102Conversas que curam

Quando pedimos orientação a um amigo em A.A., não deveríamos deixar de lhelembrar nossa necessidade de completo sigilo. A comunicação íntima énormalmente tão livre e fácil entre nós que um A.A. ao orientar, pode algumasvezes esquecer, quando esperamos que ele guarde segredo. A santidade

  protetora dessas relações humanas que tantas curas faz, nunca deveria ser violada. Essas comunicações privilegiadas tem vantagens incalculáveis.

Encontramos nelas a perfeita oportunidade para ser totalmente honestos. Nãotemos que pensar na possibilidade de prejudicar outras pessoas, nem precisamos

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temer o ridículo ou a condenação. Aqui também temos a melhor oportunidade possível de identificar a auto-ilusão.Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 103

O princípio acima da conveniênciaA maioria de nós achava que um bom caráter era desejável. Obviamente bomcaráter era algo que se ia precisar para estar satisfeito consigo mesmo. Com umacerta disposição de honestidade e moralidade, teríamos uma melhor oportunidade de obter o que realmente queríamos. Mas sempre que tínhamosque escolher entre o caráter e o conforto, a formação do caráter se perdia na

 poeira de nossa corrida atrás daquilo que achávamos ser felicidade.Raramente encarávamos a formação do caráter como sendo uma coisa desejávelem si mesmo. Nunca nos ocorreu fazer da honestidade, da tolerância e do

verdadeiro amor ao próximo e a Deus, a base do viver cotidiano.* * *Como transformar a convicção mental correta num resultado emocional correto,e assim numa vida feliz e satisfatória, é o problema da própria vida.1 – Os Doze Passos, págs. 62 e 632 – Grapevine de janeiro de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 104 Nosso novo empregador 

Tínhamos um novo Empregador. Sendo todo-poderoso, Ele proporcionou o que precisávamos, se ficássemos perto d'Ele e executássemos bem Seu trabalho.Desse modo nos tornamos cada vez menos interessados em nós mesmos, emnossos pequenos planos e projetos. Cada vez mais nos interessamos em ver deque forma poderíamos contribuir para a vida.Ao sentir uma nova força apoderar-se de nós, ao desfrutar da paz de espírito, aodescobrir que poderíamos enfrentar a vida com êxito, ao ficar conscientes deSua presença, começamos a perder nosso medo do hoje, do amanhã e do futuro.

 Nascemos de novo.Alcoólicos Anônimos, pág.81

NA OPINIÃO DO BILL 105 Siga adiante

Gastar tempo demais com um único alcoólico é negar a um outro a oportunidadede viver e ser feliz. Um membro de nossa irmandade fracassou completamentecom seus primeiros seis candidatos. Freqüentemente diz que, se tivessecontinuado a trabalhar com eles, poderia ter privado de sua chance muitos outrosque desde então se recuperaram.

* * *

 Nossa principal responsabilidade com o recém-chegado é a de lhe fazer umaapresentação adequada do programa. Se ele não quer saber de nada ouargumenta, não fazemos nada, mas mantemos nossa própria sobriedade. Se ele

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começa a ir para a frente, mesmo que seja um pouco, com a mente aberta, entãofazemos todo o possível para ajudá-lo.Alcoólicos Anônimos, pág. 109Carta de 1942

NA OPINIÃO DO BILL 106 A humildade "perfeita"Por mim mesmo, tentei encontrar a definição mais verdadeira de humildade que

 posso. Essa não será a definição perfeita porque serei sempre imperfeito. Nesse artigo, escolheria uma como esta: "A humildade absoluta consistiria numestado de completa libertação de mim mesmo, libertação de todas as exigênciasque meus defeitos de caráter atualmente lançam em peso sobre mim. Ahumildade perfeita seria uma total boa vontade, em todas as épocas e lugares, dereconhecer e fazer a vontade de Deus.

Quando penso nesse ideal, não preciso ficar desanimado porque nunca oatingirei, nem preciso me encher de presunção de que algum dia alcançarei todasessas virtudes. Preciso apenas me concentrar na visão da própria humildade,esperando que ela cresça e encha meu coração. Isso feito, posso compará-la ameu último inventário pessoal. Então, obtenho uma saudável idéia de onde meencontro no caminho da humildade. Vejo que minha caminhada em direção aDeus apenas começou.À medida que me reduzo ao meu verdadeiro tamanho, me fazem rir aimportância e o interesse por mim mesmo.Grapevine de julho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 107 Duas espécies de orgulho

O farisaísmo das "pessoas boas" pode com freqüência ser tão destrutivo como os pecados visíveis daqueles que supostamente não são tão bons.

* * *Gostávamos de falar bem alto sobre o terrível fato de milhões dos "bons homensda religião" estarem ainda matando uns aos outros em nome de Deus. Tudo istosignificava, é claro, que tínhamos substituído pensamentos positivos por 

 pensamentos negativos.Depois de chegar em A.A., tivemos que reconhecer que essa característicaalimentava nosso ego. Repisando os pecados de algumas pessoas religiosas,

 podíamos nos sentir superiores a todas elas. Além do mais, podíamos deixar deolhar para algumas de nossas próprias imperfeições.O farisaísmo, justamente o que havíamos condenado com desdém nos outros,era nosso grande mal. Essa falsa forma de respeitabilidade foi nossa desgraça,no tocante à fé. Mas finalmente, impelidos ao A.A., aprendemos o melhor.1 – Grapevine de agosto de 1961

2 – Os Doze Passos, págs. 21 e 22

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 Aprender em silêncioEm 1941, um membro de New York chamou nossa atenção para um recorte de

 jornal. Tratava-se de uma notícia da seção de necrologia de um jornal local,onde apareciam as seguintes palavras: "Concedei-me Senhor, a serenidadenecessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para

modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras. Nuncatínhamos visto tanto de A.A. em tão poucas palavras. Com uma velocidadesurpreendente a Oração da Serenidade chegou ao uso geral.

* * * Na meditação não há lugar para o debate. Descansamos sossegadamente com os  pensamentos ou orações das pessoas espiritualmente concentradas e comconhecimento, para que possamos sentir e aprender. Esse é o estado de espíritoque com tanta freqüência descobre e aprofunda um contato consciente comDeus.

1 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 174 e 1752 – Os Doze Passos, pág. 91

NA OPINIÃO DO BILL 109 Liberdade através da aceitação

Admitimos que não poderíamos vencer o álcool, com os recursos que ainda nosrestavam, e assim aceitamos o fato de que a dependência de um Poder Superior (mesmo que fosse só nosso grupo de A.A.) poderia resolver o caso até aquiinsolúvel. No momento em que fomos capazes de aceitar inteiramente estesfatos, foi iniciada nossa libertação da compulsão alcoólica.Para a maioria de nós foi preciso grande esforço para aceitar esses dois fatos.Tivemos que abandonar nossa querida filosofia de auto-suficiência. Nãoconseguimos isso apenas com a força de vontade; isto aconteceu como resultadodo desenvolvimento da boa vontade para aceitar esses novos fatos da vida.

 Não fugimos nem lutamos, mas aceitamos. E então começamos a ser livres.1 – Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 110 Dificuldade: construtiva ou destrutiva

Houve uma época em que ignorávamos a dificuldade, esperando que eladesaparecesse, ou então, medrosos e deprimidos, fugíamos dela masdescobríamos que ela continuava conosco. Muitas vezes sem razão, cheios deamargura e culpa, nos revoltávamos. Essas atitudes erradas, impulsionadas peloálcool, nos levavam à destruição, a menos que fossem alteradas.Então veio A.A., onde aprendemos que a dificuldade era realmente um fato navida de todos – fato este que tinha que ser entendido e encarado.Surpreendentemente descobrimos que nossas dificuldades poderiam, com agraça de Deus, converter-se em bênçãos incalculáveis.

 Na verdade, essa era a essência do próprio A.A.: a dificuldade aceita, encaradade frente com uma coragem calma, dificuldade diminuída e muitas vezessuperada. Essa foi a história de A.A., e nós fizemos parte dela. Essas

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demonstrações tornaram-se nosso patrimônio para a salvação do próximosofredor.Carta de 1966

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 Examinando o passadoDeveríamos fazer um preciso e exaustivo exame de como nossa vida passadaafetou outras pessoas. Em muitos casos descobrimos que, embora o danocausado aos outros não tenha sido grande, o dano emocional que causamos a nósmesmos o foi. Às vezes, totalmente esquecidos, os conflitos emocionais que nos

  prejudicaram continuam muito profundos, abaixo do nível da consciência.Portanto, deveríamos tentar relembrar e rever bem os acontecimentos do

 passado, que deram origem a esses conflitos e continuam causando violentosdesequilíbrios emocionais, descolorindo dessa forma nossa personalidade e

mudando nossa vida para pior. * * *Reagimos mais fortemente às frustrações do que as pessoas normais. Tornando aviver esses episódios e discutindo-os em estreita confiança com outra pessoa,

 podemos reduzir seu tamanho e portanto seu poder inconsciente.1 – Os Doze Passos, pág. 69 e 702 – Carta de 1957

NA OPINIÃO DO BILL 112Completa segurança

Ao ingressar em A.A., a lembrança dos anos perdidos nos levava ao pânico.Importância financeira não era mais o nosso principal objetivo; clamávamosagora por segurança material.Mesmo quando já estávamos reabilitados em nossos negócios, aquele medoterrível continuava nos perseguindo. Isto nos tornava avarentos e sem um tostãono bolso outra vez. Devemos ter, de qualquer maneira, completa segurançamaterial.Esquecíamos que a maioria dos membros de A.A. tem capacidade bem acima donormal para ganhar dinheiro; esquecíamos da grande boa vontade de nossos

companheiros A.As. que estavam tão ansiosos para nos ajudar a conseguir melhor trabalho, desde que o merecêssemos; esquecíamos da insegurançafinanceira, atual ou em potencial, que acompanhava todos os habitantes da terra.E, pior de tudo, esquecíamos de Deus. Em matéria de dinheiro, só confiávamosem nós e, assim mesmo, não muito.Os Doze Passos, pág. 107

NA OPINIÃO DO BILL 113 Ser justo

Acho que freqüentemente desaprovamos e até ridicularizamos os projetos denossos amigos no campo do alcoolismo, só porque nem sempre estamosinteiramente de acordo com eles.

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Deveríamos seriamente nos perguntar quantos alcoólicos estão continuando a beber, porque não temos cooperado com boa disposição de espírito com essasinúmeras organizações – sejam elas boas, más ou indiferentes. Nenhumalcoólico deveria ficar louco ou morrer, somente porque não foi diretamente

 para A.A. no começo.

* * * Nosso primeiro objetivo será o desenvolvimento do autocontrole. Esse ponto éda mais alta importância. Quando falamos ou agimos precipitada ouimprudentemente, a capacidade de ser justo e tolerante se evaporaimediatamente.1 – Grapevine de julho de 19652 – Os Doze Passos, pág. 79

NA OPINIÃO DO BILL 114

 Nenhum poder pessoal "A princípio, o remédio para minhas dificuldades pessoais parecia tão evidenteque eu não podia imaginar um alcoólico, recusando a proposta que lhe fosseadequadamente apresentada. Acreditando firmemente que Cristo pode fazer tudo, eu tinha a idéia inconsciente de supor que Ele faria tudo por meuintermédio – quando e da maneira que eu quisesse. Depois de seis longos meses,tive que admitir que ninguém tinha se apoderado do Mestre – nem mesmo eu."Isso me levou à boa e saudável conclusão de que havia muitas situações nomundo, sobre as quais eu não tinha nenhum poder pessoal – que, se eu estavatão pronto a admitir isso a respeito do álcool, devia admitir também em relação amuitas outras coisas. Tinha que ficar quieto e entender que Ele e não eu, eraDeus."Carta de 1940

NA OPINIÃO DO BILL 115 Essência do crescimento

Que nunca tenhamos medo de mudanças necessárias. Certamente temos quefazer a diferença entre mudanças para pior e mudanças para melhor. Mas desdeque uma necessidade se torne bem aparente num individuo, num grupo ou em

A.A. como um todo, há muito já se verificou que não podemos ficar estacionários.A essência de todo crescimento é uma disposição de mudar para melhor e umadisposição incansável de aceitar qualquer responsabilidade que essa mudançaimplique.Grapevine de julho 1965

NA OPINIÃO DO BILL 116 Modo de ver de cada um

"Além de um Poder Superior, como cada um de nós pode conceber, A.A. nãodeve nunca, como sociedade, entrar no campo do dogma ou da teologia. Assim,

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não poderemos nunca nos tornar uma religião, para não destruir nossa utilidade, prendendo-nos a disputas no campo teológico."

* * *"O fato realmente espantoso sobre A.A. é que todas as religiões vêem em nosso

 programa uma semelhança com elas mesmas. Por exemplo, os teólogos católicos

dizem que nossos Doze Passos estão exatamente de acordo com os ExercíciosEspirituais para Retiro, de Santo Inácio de Loiola, e embora nosso livro fale de pecado, doença e morte, o Programa da Ciência Cristã com freqüência o temelogiado editorialmente."Agora, olhando pelos olhos dos Quakers, você também nos vê favoravelmente.Que felizes circunstâncias são essas!"1 – Carta de 19542 – Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 117 A sensação de fazer parteTalvez uma das maiores recompensas da meditação e da oração seja a sensaçãode que passamos a fazer parte. Não mais vivemos num mundo completamentehostil. Não mais nos sentimos perdidos, amedrontados e inúteis.A partir do momento em que percebemos, ainda que um vislumbre da vontadede Deus, e começamos a ver a verdade, a justiça e o amor como valores eternose verdadeiros, não mais ficaremos tão perturbados com tudo o que pareceevidenciar o contrário daquilo que nos cerca em assuntos puramente humanos.Sabemos que Deus nos protege com amor. Sabemos que quando nos voltarmos

 para Ele, tudo estará bem conosco, nesta vida e na outra.Os Doze Passos, pág. 92

NA OPINIÃO DO BILL 118 Prelúdio ao programa

Poucas pessoas tentarão praticar sinceramente o programa de A.A., a não ser que tenham "chegado ao fundo do poço", pois praticar os Passos de A.A. requer a adoção de atitudes e ações que quase nenhum alcoólico, que ainda bebe, podesonhar em adotar. O alcoólico típico, egoísta ao extremo, não se interessa por 

essa perspectiva, a não ser que tenha que fazer essas coisas para não morrer.* * *

Sabemos que o recém-chegado tem que "chegar ao fundo do poço", do contrário  pouca coisa pode acontecer. Porque somos alcoólicos que o compreendem, podemos usar profundamente a arma da obsessão mais a alergia, como umaforça que pode destruir seu ego. Só assim ele pode se convencer de queunicamente com seus recursos tem pouca ou nenhuma chance.1 – Os Doze Passos, págs. 15, 162 – A.A. Today, pág. 8

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 Na estrada principal "Agora compreendo que meu antigo preconceito contra os clérigos era cego eerrado. Eles têm mantido viva, através dos séculos, uma fé que poderia ter desaparecido inteiramente. Eles me mostraram o caminho, mas nem sequer olhei, tão cheio estava de preconceito e preocupação comigo mesmo.

"Quando abri os olhos, foi porque tive que fazê-lo. E o homem que me mostroua verdade era um companheiro sofredor e leigo. Por meio dele, vi finalmente ecaminhei do abismo para um terreno sólido, sabendo que, agora, meus pésestavam na estrada principal, se eu quisesse caminhar."Carta de 1940

NA OPINIÃO DO BILL 120 De viva voz 

"Em minha opinião, não pode haver a menor objeção aos grupos que querem

 permanecer estritamente anônimos ou a pessoas que não gostariam que todossoubessem de sua filiação ao A.A. Esse é um problema deles, e essa é umareação muito natural."Entretanto, muitas pessoas acham que o anonimato a esse ponto não énecessário, nem mesmo desejável. Desde que a pessoa esteja sóbria, e certadisso, não parece haver razão para não falar a respeito da afiliação ao A.A., noslugares certos. Isso tende a trazer novas pessoas. Falar de viva voz é uma denossas comunicações mais importantes."Assim sendo, não deveríamos criticar nem as pessoas que querem permanecer em silêncio, nem aquelas que querem falar muito acerca de pertencer ao A.A.,desde que não façam isso a nível público, comprometendo assim toda nossaIrmandade."Carta de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 121 Nós não estamos lutando

Paramos de lutar com tudo e com todos – mesmo com o álcool, pois a essaaltura a sanidade voltou. Podemos reagir agora, sadia e normalmente, econstatamos que isso aconteceu quase automaticamente. Vemos que essa nova

atitude face ao álcool é realmente uma dádiva de Deus.Aí está o milagre. Não estamos lutando com ele, nem evitando a tentação. Nemtemos que prestar juramento. Em vez disso, o problema foi removido. Ele nãoexiste para nós. Não somos nem atrevidos nem medrosos.Assim é como reagimos – enquanto nos mantemos em boas condições

espirituais.Alcoólicos Anônimos, pág. 99

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 A boa vontade é a chave Não importa o quanto alguém queira tentar, exatamente de que modo ele podeentregar sua própria vontade e sua própria vida aos cuidados de qualquer Deusque ele acha que existe?Um começo, por pequeno que seja, é tudo do que se precisa. Uma vez que

tenhamos colocado a chave da boa vontade na fechadura e tenhamos a portaentreaberta, descobrimos que podemos sempre abri-la um pouco mais.Embora a obstinação possa fechá-la de novo, como freqüentemente acontece,sempre voltará a abrir no momento em que utilizamos a chave da boa vontade.Os Doze Passos, pág. 26

NA OPINIÃO DO BILL 123O novo membro de A.A. e sua família

Quando o alcoolismo ataca, podem surgir situações anormais que prejudicam o

companheirismo e a compatibilidade entre os cônjuges. Se for o homem oafetado, a esposa deve ser o chefe da casa, muitas vezes o arrimo da família. Àmedida que as coisas vão piorando, o marido se transforma numa criança doentee irresponsável, que precisa ser cuidada e tirada de inúmeras embrulhadas e

  becos sem saída. De forma gradual e geralmente sem perceber, a esposa éforçada a se tornar a mãe de um menino transviado, e o alcoólico, ora ama, oraodeia seus cuidados maternais.Essas situações são muitas vezes resolvidas, com os Doze Passos de A.A.

* * *Quer a família adote ou não um modo de vida espiritual, o membro alcoólicotem que adotar, se quiser se recuperar. Os outros devem ser convencidos de suanova situação, sem sombra de dúvida. Ver é acreditar, para a maioria dasfamílias que conviveu com um bebedor.1 – Os Doze Passos, pág. 1042 – Alcoólicos Anônimos, pág. 140

NA OPINIÃO DO BILL 124 Liberdade de escolha

Olhando para trás, vemos que nossa liberdade de escolha não era, afinal de

contas, uma liberdade muito verdadeira.Quando escolhíamos porque "éramos obrigados a escolher", essa também nãoera escolha livre. Mas isso nos iniciava na direção certa.Quando escolhíamos porque "devíamos escolher", estávamos realmente fazendoo melhor. Dessa vez estávamos obtendo uma certa liberdade, preparando-nos

 para obter ainda mais.Mas quando, uma vez ou outra, pudemos com satisfação fazer escolhas certassem revolta, espalhafato ou conflito, então tivemos a visão do que poderia ser a

 perfeita liberdade sob a vontade de Deus.

Grapevine de maio de 1960

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Olhe além do horizonteMeu local de trabalho fica numa colina, atrás de nossa casa. Olhando para ovale, vejo a casa comunitária da vila, onde se reúne nosso grupo. Além docírculo de meu horizonte está o mundo inteiro de A.A.

* * *

A unidade de Alcoólicos Anônimos é a qualidade mais preciosa que nossasociedade tem. Nossas vidas e as vidas dos que estão por chegar dependemdiretamente dela. Sem unidade, o coração de Alcoólicos Anônimos deixaria de

 bater; nossas artérias mundiais não mais levariam a inspiradora graça de Deus.1 – A.A. Today, pág. 72 – As Doze Tradições, pág. 13

NA OPINIÃO DO BILL 126"Admitimos para Deus..."

Desde que você não esconda nada, ao fazer o Quinto Passo, sua sensação dealívio aumentará de minuto a minuto. As emoções reprimidas durante anos saemde seu confinamento e, milagrosamente, desaparecem à medida que sãoreveladas. Com a diminuição da dor, uma tranqüilidade restauradora toma seulugar. E quando a humildade e a serenidade estiverem assim combinadas, algomais de grande significação é capaz de ocorrer.Muitos AAs, anteriormente agnósticos ou ateus, nos dizem que foi nessa fase doQuinto Passo que de fato sentiram, pela primeira vez, a presença de Deus. Emesmo aqueles que já tinham fé, muitas vezes tomaram consciência de Deuscomo nunca antes.Os Doze Passos, pág. 51

NA OPINIÃO DO BILL 127 Persistência na oração

Muitas vezes temos a tendência de fazer pouco caso da meditação e da oraçãosincera, como sendo alguma coisa não realmente necessária. Sinceramente,sentimos que elas poderiam nos ajudar a enfrentar uma emergência, mas a

 princípio muitos de nós são capazes de considerá-las uma prática misteriosa dosclérigos, da qual podemos esperar obter um benefício de segunda mão.

* * *Em A.A. descobrimos que os verdadeiros bons resultados da oração sãoindiscutíveis. Esses resultados são conhecidos e fazem parte da experiência.Todos aqueles que persistiram, encontraram uma força que geralmente nãotinham. Encontraram sabedoria superior à sua capacidade normal. Eencontraram cada vez mais a paz de espírito que pode se manter firme, frente àsdifíceis circunstâncias.1 – Os Doze Passos, pág. 832 – Os Doze Passos, pág. 91

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 De volta ao trabalhoÉ possível que utilizemos a suposta desonestidade dos outros, como umadesculpa plausível para não cumprir nossas próprias obrigações.Certa vez, alguns amigos cheios de preconceito insistiram comigo para que eunão voltasse a Wall Street. Estavam certos de que o materialismo desenfreado e

a falsidade, ali existentes, impediriam meu crescimento espiritual. Como isso parecia ter sentido, continuei afastado do único trabalho que eu sabia fazer.Quando finalmente me vi falido, compreendi que não tinha sido capaz deenfrentar a perspectiva de voltar ao trabalho. Assim sendo, voltei a Wall Street eaté hoje estou contente por ter feito isso. Eu precisava redescobrir que existemmuitas excelentes pessoas no âmbito financeiro de New York. Precisavatambém da experiência de permanecer sóbrio nos mesmos lugares, onde o álcooltinha me derrotado. Uma viagem de negócios da Wall Street a Akron, Ohio, foionde pela primeira vez entrei em contato com o Dr. Bob. Assim, o nascimento

de A.A. dependeu de meu esforço para enfrentar as responsabilidades de meusustento.Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 129O caminho da força

 Não precisamos nos desculpar com ninguém por depender do Criador. Temos boas razões para descrer daqueles que acham que a espiritualidade é o caminhoda fraqueza. Para nós ela é o caminho da força. O veredito, através da história, éque os homens de fé são corajosos. Confiam em seu Deus. Nunca nosdesculpamos por nossa fé n'Ele. Ao contrário, tentamos deixá-Lo demonstrar,através de nós, o que Ele pode fazer.Alcoólicos Anônimos, pág. 86

NA OPINIÃO DO BILL 130 Nosso problema se centraliza na mente

Sabemos que enquanto o alcoólico se mantém afastado da bebida, elegeralmente reage do mesmo modo que as outras pessoas. Estamos igualmenteconvictos de que, quando ele ingere álcool, alguma coisa acontece, tanto no

sentido físico como no mental, impedindo-o virtualmente de parar. Aexperiência de qualquer alcoólico confirmará isso plenamente.Seriam desnecessárias e acadêmicas essas observações, se o individuo nuncatomasse o primeiro gole, pois este é o que põe em movimento o terrível círculovicioso. De maneira que o problema principal do alcoólico se centraliza em suamente, mais do que em seu corpo.Alcoólicos Anônimos, pág. 46 

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Obstáculos em nosso caminhoVivemos num mundo cheio de inveja. Em grau maior ou menor, todos sãocontaminados por ela. Desse defeito, certamente devemos obter uma satisfação

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deturpada, porém definida. Se assim não fosse, por que perderíamos tanto tempodesejando o que não temos, em vez de trabalhar para obtê-lo, ou furiosamente

  procurando qualidades que nunca teremos, em vez de nos ajustar ao fatoaceitando-o?

* * *

Cada um de nós gostaria de viver em paz consigo mesmo e com seussemelhantes. Gostaríamos de nos assegurar de que a graça de Deus pode fazer  por nós aquilo que não podemos.Temos visto que os defeitos de caráter, baseados em desejos imprevidentes eindignos, são obstáculos que bloqueiam nosso caminho em direção a essesobjetivos. Agora vemos, com clareza, que estivemos fazendo exigênciasirracionais a nós mesmos, aos outros e a Deus.1 – Os Doze Passos, pág. 572 – Os Doze Passos, pág. 65

NA OPINIÃO DO BILL 132 Inventário relâmpago

Um inventário relâmpago, feito no momento de perturbação, pode ser de grandeajuda para acalmar as emoções tempestuosas. O inventário relâmpago diário seaplica principalmente a situações que surgem nas vinte e quatro horas do dia.Quando possível, é melhor deixar o estudo das dificuldades existentes há muitotempo, para os momentos destinados a esse fim.O inventário rápido é destinado às nossas oscilações diárias, principalmente,àquelas provocadas por pessoas ou acontecimentos novos que nos desequilibrame nos levam a cometer erros.Os Doze Passos, pág. 77

NA OPINIÃO DO BILL 133"Pessoas privilegiadas"

Percebi que tinha vivido muito sozinho, muito afastado de meus semelhantes emuito surdo àquela voz interior. Em vez de observar a mim mesmo, como umsimples portador da mensagem da experiência, tinha pensado em mim naqualidade de fundador de A.A.

Como teria sido melhor se eu tivesse sentido gratidão, em vez de auto-satisfação – gratidão por ter sentido um dia os sofrimentos do alcoolismo, gratidão por ter recebido do alto o milagre da recuperação, gratidão pelo privilégio de prestar serviço a meus companheiros alcoólicos e gratidão pelos laços fraternais que meligam mais fortemente a eles numa camaradagem que poucas sociedades deseres humanos já conheceram.Um clérigo me disse esta verdade: "Seu infortúnio tornou-se sua felicidade.Vocês de A.A. são pessoas privilegiadas."Grapevine de julho de 1946

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Os direitos do indivíduoAcreditamos que não haja outra irmandade no mundo que dispense mais atençãoa seus membros, individualmente; sem dúvida, não existe nenhuma que defendatanto o direito do indivíduo de pensar, falar e agir livremente. Nenhum A.A.

 pode obrigar um outro a fazer o que quer que seja; ninguém pode ser punido ou

expulso. Nossos Doze Passos para a recuperação são sugestões; as Doze Tradições, queasseguram a unidade de A.A., não contém um só "Não Faça". Elasrepetidamente dizem: "Deveríamos", mas nunca: "Você deve!"

* * *"Embora seja tradicional, nossa Sociedade não pode coagir ninguém, não vamossupor, nem mesmo por um instante, que não estamos sob coação. Na verdade,estamos sob uma enorme sujeição – aquela que vem nas garrafas. Nosso antigotirano, o Rei álcool, está sempre pronto para nos agarrar.

"Portanto, a libertação do álcool é o grande devemos que tem que ser alcançado,caso contrário, chegaremos à loucura ou à morte."1 –As Doze Tradições, pág. 122 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 135Vitória na derrota

Convencido de que nunca poderia fazer parte e jurando nunca me conformar com o segundo lugar, eu sentia que simplesmente tinha que vencer em tudo quequisesse fazer: trabalho ou divertimento. Como essa atraente fórmula de boa-vida começou a dar resultado, de acordo com minha idéia de sucesso, tornei-medelirantemente feliz. Mas quando acontecia de um empreendimento falhar, meenchia de ressentimento e depressão que só podia ser curado com o próximotriunfo. Portanto, muito cedo comecei a avaliar tudo em termos de vitória ouderrota – "tudo ou nada". A única satisfação que eu conhecia era vencer.

* * *Somente através da derrota total é que somos capazes de dar os primeiros passosem direção à libertação e à força. Nossa admissão da impotência pessoalfinalmente vem a ser o leito de rocha firme, sobre o qual podem ser construídas

vidas felizes e significativas.1 – Grapevine de janeiro de 19622 – Os Doze Passos, pág. 13

NA OPINIÃO DO BILL 136 Renunciando aos defeitos

Examinando novamente aqueles defeitos que ainda não estamos dispostos arenunciar, deveríamos ser menos teimosos. Talvez ainda sejamos obrigados, emalguns casos, a dizer: "Ainda não posso renunciar a esses defeitos...", mas não

deveríamos dizer: "A esse nunca renunciarei!" No momento em que dizemos: "Não, nunca!" Nossa mente se fecha para a graçade Deus. Essa revolta pode ser fatal. Ao invés disso, deveríamos abandonar os

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objetivos limitados e começar a caminhar em direção à vontade de Deus, paraconosco.Os Doze Passos, págs. 58 e 59

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 Além do agnosticismo Nós, de temperamento agnóstico, descobrimos que logo que fomos capazes dedeixar de lado o preconceito e expressar até uma disposição para acreditar numPoder Superior a nós mesmos, começamos a ver os resultados, ainda quando eraimpossível para qualquer um de nós definir ou compreender totalmente essePoder, que é Deus.

* * *"Muitas pessoas me asseguram, com toda a seriedade, que o indivíduo não temum lugar melhor no universo, do que um outro qualquer, por lutar em seu

caminho, através da vida, só para morrer no fim. Ouvindo isso, sinto que ainda  prefiro me apegar à tão chamada ilusão da religião, que em minha própriaexperiência tem me revelado algo com sentido muito diferente."1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 672 – Carta de 1946

NA OPINIÃO DO BILL 138 Dois caminhos para os membros mais antigos

Os fundadores de muitos grupos finalmente se dividirem em duas classes,conhecidas na linguagem de A.A. como "velhos mentores" e "velhosresmungões".O velho mentor vê sabedoria na decisão do grupo para dirigir a si mesmo e nãoguarda ressentimento ao ver reduzido seu "status". Seu julgamento fortificado

  por considerável experiência, é justo, ele está disposto a ficar de lado,aguardando com paciência os acontecimento.O velho resmungão está certamente convencido de que o grupo não podecaminhar sem ele. Ele constantemente "mexe os pauzinhos" para reeleição aocargo e continua sendo consumido pela autopiedade. Quase todos os membrosmais antigos de nossa sociedade passaram por isso, em maior ou menor grau.

Felizmente, a maior parte deles sobreviveu para se transformar no velho mentor.Estes vêm a ser a verdadeira e duradoura liderança de A.A.As Doze Tradições, pág. 18

NA OPINIÃO DO BILL 139 A base de toda a humildade

Uma vez que estávamos convencidos de que poderíamos viver exclusivamente pela nossa força e inteligência, tornava-se impossível a fé num Poder Superior.Isto era assim, mesmo quando acreditávamos que Deus existia. Podíamos na

verdade ter as mais fervorosas crenças religiosas, que continuavam estéreis, porque nós mesmos ainda tentávamos fazer o papel de Deus. Já que púnhamos aautoconfiança em primeiro lugar não era possível uma verdadeira confiança num

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Poder Superior. Faltava aquele ingrediente básico da humildade, o desejo de buscar e fazer a vontade de Deus.Os Doze Passos, pág. 62

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 Defeitos e reparaçõesMais do que a maioria, o alcoólico vive uma dupla vida. É um verdadeiro ator.Para as pessoas de fora ele se apresenta como se estivesse no palco. Isso é o queele quer que os outros vejam. Quer gozar de uma certa reputação, mas sabe, dofundo do coração, que não a merece.

* * *O sentimento de culpa é realmente o reverso da moeda do orgulho. O sentimentode culpa visa à autodestruição, e o orgulho visa à destruição dos outros.

* * *

"O inventário moral é um exame ousado dos danos que nos ocorreram, durante avida, e um sincero esforço para vê-los em sua verdadeira perspectiva. Ele tem oefeito de tirar o veneno de dentro de nós, a substância emocional que abate ouinibe ainda mais."1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 902 – Grapevine de junho de 19613 – Carta de 1957

NA OPINIÃO DO BILL 141"Poderia nos devolver à sanidade"

Poucos, na verdade, são os alcoólicos na ativa que têm qualquer idéia do quantosão irracionais, ou que percebendo sua irracionalidade, conseguem encará-la.Por exemplo, alguns estarão dispostos a se denominar "bebedores-problemas",mas não podem aceitar a sugestão de que estão de fato mentalmente doentes.São apoiados nessa cegueira por um mundo que não entende a diferença entre o

 beber racional e o alcoolismo. A "sanidade" é definida como "saúde mental".Contudo, nenhum alcoólico, analisando sobriamente seu comportamentodestrutivo, seja pela destruição de um objeto ou de sua própria estrutura moral,

 pode alegar que tem "saúde mental".

Os Doze Passos, pág. 24

NA OPINIÃO DO BILL 142 Instintos dados por Deus

A criação nos deu os instintos com uma finalidade. Sem eles não seríamos sereshumanos completos. Se os homens e as mulheres não se empenhassem em sefirmar como pessoas, não fizessem esforços para conseguir alimento ouconstruir abrigo, não sobreviveriam. Se não se reproduzissem, a terra não seria

 povoada. Se não existisse um instinto gregário, não haveria sociedade.

Contudo, esses instintos, tão necessários para nossa existência, freqüentementeexcedem suas próprias funções. Forte, cega e muitas vezes sutilmente, eles nosimpulsionam, nos dominam e insistem em dirigir nossas vidas.

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* * *Procuramos construir um ideal sadio para nossa futura vida sexual. Submetemoscada relação sexual à seguinte prova: isso foi egoísmo ou não? Pedimos a Deusque moldasse nossos ideais e nos ajudasse a viver de acordo com eles.Lembramos sempre que nossos poderes sexuais foram dados por Deus e por isso

eram bons, que não deveriam ser usados frívola ou egoisticamente e nemdesprezados ou detestados.1 – Os Doze Passos, pág. 332 – Alcoólicos Anônimos, pág. 87

NA OPINIÃO DO BILL 143 Na escola de vida de A.A.

Suponho que dentro de A.A. sempre estaremos disputando. Principalmente,acredito eu, acerca de como fazer para levar o melhor a um maior número de

  bêbados. Teremos nossas discussões infantis sobre pequenas dificuldades dedinheiro e como coordenar nossos grupos durante os próximos seis meses.Qualquer punhado de crianças em crescimento (e isso é o que somos) faria umacoisa dessa, e isso estaria de acordo com seu caráter.Essas são as dores do crescimento da infância e nós, na verdade, estamos

 passando por elas. Superar tais problemas, na escola de vida de A.A., é umsaudável exercício.A.A. Atinge a Maioridade, pág. 208

NA OPINIÃO DO BILL 144Confiança cega?

"Certamente não pode haver confiança onde não há amor, nem pode haver amor verdadeiro onde reina a desconfiança."Mas a confiança exige que sejamos cegos, em relação aos motivos dos outrosou até dos nossos? Absolutamente; isso seria loucura. Certamente deveríamosavaliar, tanto a capacidade de fazer o mal como a capacidade de fazer o bem das

 pessoas em quem vamos confiar. Esse inventário particular pode revelar o graude confiança que podemos depositar em qualquer situação que se apresente."Mas esse inventário precisa ser feito com espírito de compreensão e amor.

 Nada pode prejudicar tanto nosso julgamento, como as emoções negativas desuspeita, ciúme ou raiva."Tendo depositado nossa confiança numa outra pessoa, deveríamos fazer comque ela saiba disso. Desse modo, quase sempre, ela vai corresponder de maneiramagnífica e muito além de nossa expectativa."Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 145 Assumir a responsabilidade

Aprender a viver na maior paz, companheirismo e fraternidade, com todo omundo, é uma aventura comovente e fascinante.

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Todo A.A. acabou descobrindo que pouco pode progredir nessa nova aventurada vida, sem antes voltar atrás e fazer, realmente, um exame preciso e profundodos destroços humanos que, porventura, ele tenha deixado em seu passado.

* * *A disposição de arcar com todas as conseqüências de nossos atos passados e, ao

mesmo tempo, assumir a responsabilidade pelo bem-estar dos outros constitui o próprio espírito do Nono Passo.1 – Os Doze Passos, pág.2 – Os Doze Passos, pág.

NA OPINIÃO DO BILL 146"Faça como eu faço..."

Talvez com mais freqüência do que pensamos, não temos um contato profundocom alcoólicos que estão sofrendo o dilema da falta de fé.

Certamente ninguém é mais sensível, a respeito de segurança individual, orgulhoe agressão do que eles. Estou certo de que muitas vezes isso é esquecido. Nos primeiros anos de A.A., eu quase arruinei toda a organização com essaespécie de arrogância inconsciente. Deus, como eu O concebia, tinha que servir 

 para todos. Algumas vezes minha agressão era sutil e outras vezes grosseira.Mas de qualquer forma era prejudicial – talvez até fatal – para muitosdescrentes.É claro que esse tipo de coisa não está limitado ao trabalho do Décimo SegundoPasso. Pode surgir em nossas relações com todas as pessoas. Mesmo agora,encontro-me entoando o mesmo antigo refrão: "Faça como eu faço, acredite noque acredito – ou então..."Grapevine de abril de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 147 A.A. – A estrela-guia

Podemos ser gratos a toda organização ou método que tente solucionar o  problema do alcoolismo – seja a medicina, religião, educação ou pesquisa.Podemos ter a mente aberta a respeito desses esforços e podemos ser compreensivos quando os imprudentes falham. Não podemos esquecer que

mesmo A.A. funcionou durante anos na base do "ensaio e erro".Como indivíduos, podemos e deveríamos trabalhar com aqueles que prometemsucesso – ainda que seja um pouco de sucesso.

* * *Todos os pioneiros no campo do alcoolismo vão dizer, generosamente, que senão fosse pela prova viva da recuperação em A.A., eles não poderiam ter 

 prosseguido. A.A. foi a estrela-guia da esperança e da ajuda que os manteve naIrmandade.Grapevine de março de 1958

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 Mais do que confortoQuando me sinto deprimido, repito para mim mesmo declarações como estas:"O sofrimento é a pedra de toque do progresso..." "Medo de nada..." "Issotambém vai passar..." "Essa experiência pode se transformar em benefício".Esses fragmentos de oração trazem muito mais do que um mero conforto. Eles

me mantêm no caminho da aceitação perfeita, acabam com minha compulsão desentimento de culpa, depressão, revolta e orgulho e às vezes me dão a coragem para mudar as coisas que posso e sabedoria para perceber a diferença.Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 149Orientação para um caminho melhor 

Quase nenhum de nós gostava de fazer o auto-exame, a demolição de nossoorgulho e a confissão das imperfeições que os Passos requerem. Mas víamos que

o programa realmente funcionava para os outros e tínhamos chegado a acreditar na desesperança da vida, da forma como a estávamos vivendo.Portanto, quando fomos abordados por aquelas pessoas que haviam resolvido o

 problema, só nos restava pegar o simples conjunto de instrumentos espirituaisque foi colocado a nosso alcance.

* * * Nas Tradições de A.A. está implícita a confissão de que nossa Irmandade temsuas falhas. Confessamos que temos determinados defeitos, como sociedade, eque esses defeitos nos ameaçam continuamente. As Tradições nos orientam paramelhorar nossa maneira de trabalhar e viver, e elas são para a sobrevivência eharmonia do grupo o que os Doze Passos de A.A. são para a sobriedade e paz deespírito de cada membro.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 482 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 87

NA OPINIÃO DO BILL 150 Sem limites

A meditação é alguma coisa que pode ser desenvolvida cada vez mais. Ela nãotem limites, tanto em extensão como em profundidade. Ajudados por essa

instrução e exemplo, como podemos ver, ela é essencialmente uma aventuraindividual que cada um de nós realiza à sua maneira. Mas seu objetivo é sempreo mesmo: melhorar nosso contato consciente com Deus, com Sua graça,sabedoria e amor.E vamos lembrar sempre que a meditação é na realidade muito prática. Um deseus primeiros frutos é o equilíbrio emocional. Com ela podemos alargar eaprofundar o canal de ligação entre nós e Deus, como nós O concebemos.Os Doze Passos, pág. 88

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Começar a perdoar  No momento em que examinamos um desentendimento com uma outra pessoa,nossas emoções de colocam na defensiva. Para evitar de encarar as ofensas quefizemos a uma outra pessoa, salientamos, com ressentimento, as ofensas que elanos fez. Prevalecendo disso nos agarramos à sua má conduta, como a desculpa

 perfeita para minimizar ou esquecer a nossa.A essa altura precisamos logo nos segurar. Não vamos esquecer que osalcoólicos não são os únicos atormentados por emoções doentias. Em muitoscasos estamos, na realidade, lidando com companheiros sofredores, pessoas quetiveram suas desgraças aumentadas por nós.Se estamos a ponto de pedir perdão para nós mesmos, por que não deveríamoscomeçar perdoando a todos eles?Os Doze Passos, pág. 68

NA OPINIÃO DO BILL 152O poder milagroso No mais profundo de cada homem, mulher e criança está a idéia fundamental deum Deus. Ela pode estar obscurecida pela calamidade, pela pompa, pelaadoração de outras coisas, mas de uma forma ou outra ela está ali, pois a fé numPoder Superior a nós mesmos e as demonstrações milagrosas desse Poder, nasvidas humanas, são fatos tão antigos como a própria humanidade.

* * *"A fé pode muitas vezes ser dada através de ensinamentos inspirados ou de umconvincente exemplo pessoal de seus frutos. Pode às vezes ser obtida através darazão. Por exemplo, muitos clérigos acreditam que São Tomás de Aquino

 provou realmente a existência de Deus por pura lógica. Mas o que pode uma pessoa fazer quando todos esses falham? Esse era meu doloroso dilema."Foi somente quando cheguei a acreditar firmemente que era impotente peranteo álcool, somente quando apelei para um Deus que poderia existir, queexperimentei um despertar espiritual. Essa experiência libertadora veio primeiro,em seguida veio a fé – na verdade, uma dádiva!"1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 742 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 153 Sem raiva

Vamos supor que A.A. esteja sob ataque do público ou que caia em granderidículo, tendo de fato pouca ou nenhuma justificativa. Nossa melhor defesanessas situações seria não se defender absolutamente – isto é, completo silêncioa nível público. Se, com bom humor deixarmos os críticos completamentesozinhos, mais depressa se calarão. Caso seus ataques continuem e fique claroque eles estão desinformados, pode ser conveniente comunicar-se com eles, de

modo temperado e informativo.

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 No entanto, se uma certa crítica ao A.A. for parcial ou totalmente justificável,será por bem dar conhecimento privativamente aos críticos, acompanhado denossos agradecimentos.Mas em circunstância alguma deveríamos mostrar raiva ou qualquer tentativa de

 punição ou agressão.

* * *O que devemos reconhecer é que nos regozijamos com alguns de nossosdefeitos. A raiva farisaica também pode ser muito agradável. De um modo

  perverso, podemos até sentir prazer pelo fato de muitas pessoas nosaborrecerem, pois isso nos traz uma cômoda sensação de superioridade.Doze Conceitos para Serviços Mundiais, págs. 73 e 74Os Doze Passos, págs. 56 e 57

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 As recaídas – e o grupoUm antigo temor era o de deslizes e recaídas. No princípio, quase todo alcoólicode quem nos aproximávamos começava a ter deslizes, isso quando ele conseguiarealmente ficar sóbrio. Outros permaneciam abstêmios por seis meses ou talvezum ano e daí escorregavam. Isso foi sempre uma verdadeira catástrofe.Olhávamos uns para os outros e nos perguntávamos: "Qual o próximo?"Hoje, embora as recaídas sejam dificuldades muito sérias, como grupo asconduzimos a passos largos. O medo desapareceu. O álcool sempre ameaça oindivíduo, mas sabemos que não pode destruir o bem-estar comum.

* * *"Parece que não adianta discutir com os "que recaem", a respeito do métodoapropriado para se manter sóbrio. Afinal de contas, por que deveriam as pessoasque estão bebendo contar às que estão sóbrias como isso deveria ser feito?"Só por brincadeira, pergunte a eles se estão se divertindo. Se estiverem muito

 barulhentos ou importunos, gentilmente se afaste do caminho deles".1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 882 – Carta de 1942

NA OPINIÃO DO BILL 155Construído por um e por muitos

Damos graças a nosso Pai Celestial que, através de tantos amigos e através detantos meios e canais tem nos permitido construir esse maravilhoso edifício doespírito, no qual estamos agora residindo – essa catedral, cujos fundamentos járepousam nos quatro cantos do mundo.Em sua enorme edificação inscrevemos nossos Doze Passos de recuperação. Nas

 paredes laterais, os esteios das Tradições de A.A. foram colocados para nosmanter em unidade até quando Deus quiser. Ansiosos corações e mãoslevantaram o espiral de nossa catedral em seu devido lugar. Esse espiral leva o

nome de Serviço. Que ele possa sempre estar apontado em direção a Deus.* * *

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"Não é somente a alguns que devemos o notável desenvolvimento de nossaunidade e de nossa capacidade de levar a mensagem de A.A. a todos os lugares.Devemos a muitos; na verdade, é ao trabalho de todos nós que devemos essasmaravilhosas bênçãos".1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 209

2 – Palestra de 1959

NA OPINIÃO DO BILL 156 Percepção de humildade

Uma melhor percepção de humildade inicia uma mudança revolucionária emnossa maneira de ver. Nossos olhos começam a se abrir aos excelentes valoresque vieram diretamente do doloroso esvaziamento do ego. Até agora, nossasvidas foram em grande parte dedicadas à fuga do sofrimento e dos problemas. Afuga através da garrafa foi sempre nossa solução.

Então, em A.A., observamos e escutamos. Por todo lado vimos o fracasso e amiséria transformados, pela humildade, em valores inestimáveis.* * *

Para aqueles que têm progredido em A.A., a humildade leva a um claroreconhecimento do que e de quem realmente somos, seguido de uma tentativasincera de nos tornar aquilo que poderíamos ser.1 – Os Doze Passos, pág. 642 – Os Doze Passos, pág. 48

NA OPINIÃO DO BILL 157 A imaginação pode ser construtiva

Lembramos, com uma certa tristeza, o valor que dávamos à imaginação, àmedida que ela tentava buscar a realidade através da garrafa. Sim, não é verdadeque nós nos divertíamos com esse tipo de pensamento? E hoje, embora sóbrios,não tentamos muitas vezes fazer a mesma coisa?Talvez nosso problema não estivesse no fato de usarmos a imaginação. Talvez overdadeiro problema fosse nossa quase total incapacidade de dirigir aimaginação em direção aos objetivos certos. Não há nada de errado com aimaginação construtiva; todo empreendimento sólido depende dela. Afinal de

contas, ninguém pode construir uma casa sem antes imaginar um plano.Os Doze Passos, pág. 87

NA OPINIÃO DO BILL 158 A tolerância na prática

"Descobrimos que os princípios de tolerância e amor tinham que ser enfatizadosna prática. Não podemos nunca dizer (ou insinuar) a alguém que ele devaconcordar com nossa fórmula ou ser excomungado. O ateu pode se levantar numa reunião de A.A., ainda negando a Divindade, mas relatando o quanto

mudou em atitude e ponto de vista. Sabemos por experiência que ele em poucotempo mudará de idéia a respeito de Deus, mas ninguém lhe diz que ele devefazer isso.

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"A fim de levar ainda mais longe o princípio de aceitação e tolerância, nãoexigimos nenhuma religião de ninguém. Todas as pessoas com problemaalcoólico que queiram se livrar dele e se ajustar bem às circunstâncias da vidatornam-se membros de A.A., simplesmente se ligando a nós. Nada é preciso, anão ser sinceridade. Mas não exigimos nem isso.

"Numa atmosfera como essa, o ortodoxo, o heterodoxo e o descrente semisturam e juntos são felizes e úteis. Uma oportunidade de obter crescimentoespiritual é aberta a todos".Carta de 1940

NA OPINIÃO DO BILL 159 Entre os extremos

"A pergunta de fato é se podemos aprender tudo de nossas experiências, pelasquais podemos crescer e ajudar outros a crescerem à semelhança e imagem de

Deus."Sabemos que se nos negarmos a fazer aquilo que é razoavelmente possível paranós, seremos castigados. E seremos igualmente castigados se presumirmos ter uma perfeição, que simplesmente não existe."Aparentemente, o caminho da relativa humildade e do progresso teria que estar entre esses extremos. Em nosso lento progresso, fugindo da revolta, a verdadeira

 perfeição está sem dúvida muito distante".Carta de 1959

NA OPINIÃO DO BILL 160Os racionalizadores e os modestos

 Nós, os alcoólicos, somos os maiores racionalizadores do mundo. Fortalecidoscom a desculpa de que estamos fazendo grandes coisas para o bem de A.A.,

  podemos, através da quebra do anonimato, continuar com nossa antiga edesastrosa busca do poder e prestígio pessoal, honras públicas e dinheiro – asmesmas ambições implacáveis que quando frustradas uma vez nos conduziram à

 bebida.* * *

O Dr. Bob foi na realidade uma pessoa muito mais humilde do que eu, e o

anonimato ele compreendeu muito facilmente. Quando se soube com toda asegurança que ele estava para morrer, alguns de seus amigos sugeriram que seerguesse um monumento ou mausoléu em sua homenagem e de sua esposa Anne

 – digno de um fundador e sua esposa. Contando-me a esse respeito, o Dr. Bobsorriu e disse: "Deus os abençoe. Eles têm boa intenção, mas que sejamosenterrados, tanto você como eu, da mesma maneira como são todas as pessoas".

 No cemitério de Akron, onde jazem o Dr. Bob e Anne, a lápide simples não dizsequer uma palavra a respeito de A.A. Esse exemplo comovedor e definitivo demodéstia provará ser de maior valor para A.A., a longo prazo, do que qualquer 

 promoção pública ou qualquer monumento grandioso.1 – A.A. Atinge e Maioridade, pág. 2622 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 122 e 123

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NA OPINIÃO DO BILL 161 Inventário de quem?

 Não contamos as experiências íntimas de um outro membro, sem estar certos deque ele aprovaria. Achamos melhor, quando possível, nos limitar às nossas

 próprias histórias. Um homem pode criticar ou gozar dele mesmo, e isso vaiafetar os outros de maneira favorável, mas a crítica ou o ridículo dirigido aalguma outra pessoa, muitas vezes produz efeito contrário.

* * *Uma constante análise de nossas qualidades e deficiências e o verdadeiro desejode aprender e de crescer, por esse meio, para nós constituem uma necessidade.

 Nós, alcoólicos, aprendemos isso com dificuldade. Em todos os tempos elugares, é claro, pessoas mais experientes do que nós adotaram a prática da auto-análise e da crítica rigorosa.

1 – Alcoólicos Anônimos, págs. 129 e 1302 – Os Doze Passos, pág. 76

NA OPINIÃO DO BILL 162"Mantenha-o simples"

"Precisamos distinguir bem entre a simplicidade espiritual e a simplicidadefuncional. Quando dizemos que A.A. não prega proposição teológica, a não ser Deus, como nós O concebemos, simplificamos muito a vida de A.A., evitandoconflito e rejeição."Mas quando entramos nas questões de ação, pelos grupos, áreas e por A.A.como um todo, achamos que devemos nos organizar um pouco para levar amensagem – ou então enfrentar o caos. E o caos não é simplicidade".

* * *Aprendi que o temporário ou aparentemente bom pode muitas vezes não ser aquilo que é sempre o melhor. Quando se trata da sobrevivência de A.A., nem onosso melhor será bom o suficiente.1 – Carta de 19662 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 263

NA OPINIÃO DO BILL 163O alívio e a alegria

Quem pode dar uma explicação de todas as misérias que já sofremos e quem pode avaliar o alívio e a alegria que os últimos anos nos trouxeram? Quem pode possivelmente contar os grandes resultados do que o trabalho de Deus, atravésde A.A., já pôs em movimento?E quem pode desvendar o grande mistério de nossa total libertação daescravidão, uma escravidão que leva à mais fatal e desesperada obsessão, que

 por séculos tinha dominado a mente e o corpo dos homens e mulheres como

nós?* * *

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Achamos que o bom humor e o riso são úteis. As pessoas de fora às vezes ficamchocadas, quando manifestamos alegria contando uma experiênciaaparentemente trágica, do passado. Mas por que não deveríamos rir? Estamosrecuperados e ajudamos os outros a se recuperarem. Que maior motivo deregozijo poderia haver do que esse?

1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 402 – Alcoólicos Anônimos, pág. 135

NA OPINIÃO DO BILL 164Um princípio salvador 

Essa prática de admitir os próprios defeitos a uma outra pessoa é, sem dúvida,muito antiga. Isso tem sido válido, em todos os séculos, e caracteriza a vida detodas as pessoas espiritualizadas e verdadeiramente religiosas.Mas hoje a religião não é nem de longe a única defensora desse princípio

salvador. Os psiquiatras e psicólogos apontam a grande necessidade que todo ser humano tem de discernimento e conhecimentos práticos das falhas de sua própria personalidade e de discutí-las com uma pessoa compreensiva e digna deconfiança.

 No que se refere aos alcoólicos, A.A. vai ainda mais longe. A maioria de nósdeclararia que sem a corajosa admissão de nossos defeitos para um outro ser humano, não poderíamos nos manter sóbrios. Até que estejamos dispostos atentar isso, parece evidente que a graça de Deus não nos tocará para expulsar nossas obsessões destrutivas.Os Doze Passos, pág. 46

NA OPINIÃO DO BILL 165"Sucesso" no trabalho do décimo segundo passo

"Percebemos agora que no trabalho do Décimo Segundo Passo os resultadosimediatos não são tão importantes. Algumas pessoas começam a trabalhar comoutras e têm sucesso imediato. É possível que fiquem convencidas. Aqueles denós que não são tão bem-sucedidos, no início, ficam deprimidos."De fato, o servidor que é bem-sucedido difere daquele que não é, apenas

  porque teve sorte com seus prováveis membros. Ele simplesmente aborda

recém-chegados que estão prontos e capazes de parar de beber imediatamente.Com os mesmos prováveis membros, a pessoa aparentemente mal sucedida teriaobtido quase os mesmos resultados. Você tem que trabalhar com muitos recém-chegados, para poder obter uma média".

* * *Toda verdadeira comunicação deve ser baseada na necessidade mútua. Vimosque cada padrinho teria que admitir humildemente suas próprias necessidades,do mesmo modo que seu afilhado.1 – Carta de 1942

2 – A.A. Today, pág. 10

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 Medo de nadaEmbora nós de A.A. estejamos vivendo num mundo caracterizado por medodestrutivos como nunca houve na história, vemos grandes setores de fé einúmeras aspirações em direção à justiça e confraternização. Contudo, nenhum

 profeta ousa dizer se o futuro do mundo será uma terrível destruição ou o

começo, sob a vontade de Deus, da mais brilhante era já conhecida pelahumanidade.Estou certo de que nós, AAs, compreendemos essa perspectiva. Em pequenaescala, temos experimentado esse mesmo estado de terrível incerteza, cada umem sua própria vida. Sem orgulho, podemos dizer que não tememos o futuro domundo, qualquer que ele seja. Isso porque nos tornamos capazes de sentir 

 profundamente e dizer: "Não teremos medo de nada – seja feita Tua vontade,não a nossa".Grapevine de janeiro de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 167 Progresso em vez de perfeição

Ao estudar os Doze Passos, muitos de nós reclamam: "Que tarefa! Não possofazê-la toda". Não desanime. Nenhum de nós conseguiu aderir completamente aestes princípios. Não somos santos.O que importa é que estejamos dispostos a crescer espiritualmente. Os princípiosapresentados são orientações para o progresso. Pretendemos o progressoespiritual, em vez da perfeição espiritual.

* * *"Nós, alcoólicos recuperados, não somos tão irmãos nas virtudes como somosem nossos defeitos e em nossas lutas comuns para vencê-los".1 – Alcoólicos Anônimos, pág.75

NA OPINIÃO DO BILL 168 Aceitando as dádivas de Deus

"Embora muitos teólogos afirmem que as súbitas experiências espirituais levema uma distinção especial ou a algum tipo de ordenação divina, eu questiono esse

 ponto de vista. Todo ser humano, qualquer que sejam seus atributos para o bem

ou para o mal, é uma parte da economia espiritual divina. Portanto, cada um denós tem seu lugar, e não posso aceitar que Deus pretenda exaltar um mais que ooutro."Desta forma, é preciso que todos nós aceitemos qualquer dádiva positiva querecebamos, com profunda humildade, tendo sempre em mente que nossasatitudes negativas foram em primeiro lugar necessárias, como um meio de nosreduzir a um estado tal que nos deixasse prontos para receber uma dádiva

 positiva, através da experiência da conversão. Nosso próprio alcoolismo e aimensa deflação que finalmente daí resultou, constituem na verdade a base sobre

a qual repousa nossa experiência espiritual".Carta de 1964

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NA OPINIÃO DO BILL 169O aprendizado não termina nunca

"Minha experiência, como membro antigo, é em alguns pontos paralela à sua eas de muitos outros. Todos nós descobrimos que chega o momento em que nãomais podemos conduzir os negócios funcionais dos grupos, áreas ou, em meu

caso, de A.A. como um todo. Em última análise, só podemos valer tanto quantotenha se justificado nosso exemplo espiritual. Dessa forma, nós nos tornamossímbolos úteis – e isso é praticamente tudo".

* * *"Tornei-me discípulo do movimento de A.A., ao invés do professor que euoutrora achava que era".1 – Carta de 19642 – Carta de 1949

NA OPINIÃO DO BILL 170 A vontade de quem?Temos visto AAs pedirem, com muita sinceridade e fé, orientação explícita deDeus sobre assuntos que variam, desde desastrosas crises domésticas oufinanceiras, até a correção de pequenas falhas pessoais, como a impontualidade.Um homem que tenta dirigir rigorosamente sua vida por esse tipo de oração,com essa necessidade egoísta de respostas divinas, é uma pessoa especialmenteconfusa. A qualquer pergunta ou crítica a suas ações, ele logo fala de suaconfiança na oração como um guia para todos os assuntos, sejam elesimportantes ou não.Ele pode ter esquecido a possibilidade de que seus desejos e a tendência humanade racionalizar tenham distorcido sua assim chamada orientação. Com a melhor das intenções, ele tende a impor sua própria vontade em qualquer situação ou

  problema, com a confortável segurança de que está agindo sob a direçãoespecífica de Deus.Os Doze Passos, pág. 94

NA OPINIÃO DO BILL 171 Benefícios e mistérios

"A preocupação de A.A. com a sobriedade é às vezes mal interpretada. Paraalguns, essa simples virtude parece ser o único benefício de nossa Irmandade.Pensam que somos bêbados recuperados e que em outros aspectos mudamos

 para melhor, pouco ou nada. Essa suposição está muito longe da verdade.Sabemos que uma sobriedade permanente pode ser alcançada apenas por umarevolucionária mudança na vida e perspectiva do indivíduo – por um despertar espiritual que pode eliminar o desejo de beber".

* * *"Você está se perguntando, como muitos de nós devem estar: 'Quem sou eu?'

'Onde estou?' 'Para onde vou?' O processo de esclarecimento é geralmente lento.

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Mas, no fim, nossa busca sempre traz uma descoberta. Esses grandes mistériossão, afinal de contas, mantidos em completa simplicidade. A disposição dedesenvolver-se é a essência de todo crescimento espiritual."1 – Carta de 19662 – Carta de 1955

NA OPINIÃO DO BILL 172 Este assunto de honestidade

"Somente Deus pode saber o que é honestidade absoluta. Logo, cada um de nóstem que imaginar com o máximo de nossa capacidade – o que é esse grandeideal."Falíveis como somos e sempre seremos nesta vida, seria presunção supor que

 poderemos alcançar uma honestidade absoluta. O melhor que podemos fazer éatingir uma melhor qualidade de honestidade.

"Às vezes precisamos colocar o amor acima da indiscriminada "verdadeirahonestidade". Não podemos, sob o disfarce de uma 'perfeita honestidade', ferir outras pessoas, cruel e desnecessariamente. Sempre se deve perguntar: 'Qual é acoisa melhor e mais cheia de amor que posso fazer?'"Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 173 As raízes da realidade

Iniciemos um inventário pessoal, o Quarto Passo. Sem fazer um inventário periódico, um negócio geralmente vai à falência. Fazer um inventário comercialé um processo que consiste em conhecer e enfrentar os fatos. É um esforço parase descobrir a verdade sobre a mercadoria em estoque. Um dos objetivos érevelar os bens danificados ou que não têm condições de serem vendidos, dedesfazer-se deles logo, sem pesar. Para que o dono do negócio seja bem-sucedido, ele não pode se enganar a respeito dos valores. Tínhamos que fazer exatamente a mesma coisa com nossas vidas. Tínhamos que fazer um inventáriocom honestidade.

***"Tenho excelentes razões para saber como os momentos de percepção podem

construir uma vida inteira de serenidade espiritual. As raízes da realidade,suplantando as ervas daninhas neuróticas, vão promover uma base firme, apesar do furacão das forças que nos destruiriam ou que usaríamos para nos destruir".1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 782 – Carta de 1949

NA OPINIÃO DO BILL 174Forças construtivas

Minha opinião era tão arraigada, como a que freqüentemente vemos hoje em dia

nas pessoas que se dizem ateístas ou agnósticas. Sua vontade de descrer é tãoforte, que parecem preferir a morte do que uma busca sincera de Deus, feita coma mente aberta. Felizmente para mim e para muitos como eu que buscaram A.A.,

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as forças construtivas, produzidas em nossa Irmandade, quase sempre venceramessa colossal teimosia. Abatidos e completamente derrotados pelo álcool, frentea frente com a prova viva da libertação e rodeados por aqueles que podem nosfalar do fundo do coração, finalmente nos rendemos.A seguir, paradoxalmente, nos encontramos numa nova dimensão, o verdadeiro

mundo do espírito e da fé. Boa vontade suficiente, mente aberta suficiente – e aíestá!A.A. Today, pág. 9

NA OPINIÃO DO BILL 175 Aspectos da tolerância

Todos os tipos de pessoas têm encontrado caminho em A.A. Não faz muitotempo, estive conversando em meu escritório com um membro que leva o títulode Condessa. Nessa mesma noite fui a uma reunião de A.A. Era inverno e na

  porta da entrada estava um cavalheiro de baixa estatura que gentilmenteguardava nossos casacos. Perguntei: "Quem é aquele?" E alguém respondeu:"Oh!, ele está aqui há muito tempo. Todo mundo gosta dele. Ele pertencia aogrupo de Al Capone." Isso mostra como A.A. é hoje em dia universal.

*** Não temos o desejo de convencer ninguém de que só existe um meio pelo qual afé pode ser adquirida. Todos nós, sem distinção de raça, credo ou cor, somosfilhos de um Criador vivo, com quem podemos estabelecer um relacionamentoem termos simples e compreensíveis, tão logo estejamos dispostos e sejamoshonestos o suficiente para tentar.1 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 92 e 932 – Alcoólicos Anônimos, pág. 46

NA OPINIÃO DO BILL 176 Domínio e exigência

O fato principal é que deixamos de reconhecer nossa total incapacidade demanter um verdadeiro entrosamento com um outro ser humano. Nossa egomania

 prepara duas armadilhas desastrosas. Ou insistimos em dominar as pessoas queconhecemos, ou dependemos muito delas.

Se nos apoiamos demais nas pessoas, mais cedo ou mais tarde vamos nosdecepcionar, pois também são seres humanos e possivelmente não podemsatisfazer às nossas constantes exigências. Assim, nossa insegurança cresce e seinflama.Quando temos o hábito de tentar manipular os outros, para atender a nossosobstinados desejos, eles se revoltam e resistem fortemente. Desenvolvemos,então, sentimentos feridos, mania de perseguição e um desejo de desforra.

***Minha dependência significa exigência – uma exigência da posse e controle das

 pessoas e condições que me cercam.1 – Os Doze Passos, pág. 432 – Grapevine de janeiro de 1958

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NA OPINIÃO DO BILL 177 Dinheiro – antes e depois

 Na época em que bebíamos, gastávamos como se o dinheiro nunca fosse acabar,embora entre uma bebedeira e outra, às vezes fôssemos ao outro extremo e nos

tornássemos quase avarentos. Sem perceber, estávamos apenas acumulandofundos para a próxima farra. O dinheiro era para nós o símbolo do prazer e daauto-importância. Quando nossa maneira de beber piorou muito, o dinheiro eraapenas um imperioso requisito que poderia nos proporcionar o gole seguinte e oconforto do desligamento que ele trazia por alguns momentos.

***Embora a recuperação financeira esteja sendo alcançada por muitos de nós,descobrimos que não podemos pôr o dinheiro em primeiro lugar. Para nós, o

 bem-estar material sempre vem depois do progresso espiritual; nunca o precede.

1 – Os Doze Passos, pág. 1062 – Alcoólicos Anônimos, pág. 131

NA OPINIÃO DO BILL 178Com os pés no chão

Aqueles de nós que passaram muito tempo no mundo da falsa espiritualidade,eventualmente viram a infantilidade disso. O mundo do sonho foi substituído

 por um grande sentido de realidade, acompanhado de uma crescente consciênciado poder de Deus em nossas vidas.Chegamos a acreditar que Ele gostaria que mantivéssemos nossas cabeças nasnuvens com Ele, mas que nossos pés ficassem firmes no chão. É aí onde estãonossos semelhantes, e é aí onde nosso trabalho deve ser feito. Essas são asrealidades para nós. Não achamos nenhuma incompatibilidade entre umaexperiência espiritual poderosa e uma vida útil, sadia e feliz.Alcoólicos Anônimos, pág. 133

NA OPINIÃO DO BILL 179 Enfrentando a raiva

Poucas pessoas foram mais atingidas pelos ressentimentos do que nós

alcoólicos. Uma explosão de mau gênio poderia estragar nosso dia, e umsentimento de revolta bem alimentado poderia nos tornar miseravelmenteinúteis. Além do mais, nunca fomos capazes de distinguir a raiva justificada danão justificada. A nosso ver, nossa indignação era sempre justificada. A raiva,esse luxo que às vezes as pessoas mais equilibradas têm, poderia nos manter sobuma bebedeira emocional indefinidamente. Essas "bebedeiras secas" comfreqüência nos levavam diretamente à garrafa.

*** Nada melhor do que o controle da língua e da pena. Devemos evitar a crítica

feita com raiva, a discussão violenta, o mau humor e o desdém em silêncio.Estas são armadilhas emocionais que têm como isca o orgulho e o espírito devingança. Quando somos tentados pela isca, deveríamos estar preparados para

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dar um passo atrás e pensar. Não podemos pensar nem agir para alcançar um bom objetivo, até que o hábito do autocontrole tenha se tornado automático.1 – Os Doze Passos, pág. 782 – Os Doze Passos, pág. 79

NA OPINIÃO DO BILL 180 Problema da comunidadeA resposta ao problema do alcoolismo parece estar na educação – nas salas de

aula, nas faculdades de medicina, entre os clérigos e empregadores, nasfamílias e no público em geral. Do berço à sepultura, o bêbado e o alcoólicoem potencial terão de ser completamente cercados de uma verdadeira e

 profunda compreensão e de uma constante sucessão de informações.Isso significa uma verdadeira educação, apresentada adequadamente. Até aqui,grande parte dessa educação tinha atacado mais a imoralidade das bebedeiras do

que a doença do alcoolismo.Agora, quem se encarrega dessa educação? Obviamente, ela é um trabalho dacomunidade e de especialistas. Individualmente, nós AAs podemos ajudar, masA.A. como tal não pode, e não deveria entrar diretamente nesse campo.Portanto, devemos confiar em outras organizações, em amigos de fora e em sua

 boa vontade para fornecer grande quantidade de dinheiro e esforço.Grapevine de março de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 181 Perfeição imaginária

Quando nós, os primeiros AAs, tivemos o primeiro vislumbre de como poderíamos ser espiritualmente orgulhosos, inventamos esta expressão: "Nãotente ser Santo tão depressa!"A velha advertência pode parecer mais um daqueles fáceis álibis que podem nosdesculpar de não tentar o melhor que podemos. No entanto, uma visão mais

 profunda revela exatamente o contrário. Essa é a maneira de A.A. prevenir acegueira do orgulho e as perfeições imaginarias que não possuímos.

***Somente o Primeiro Passo, onde fizemos a admissão total de que éramos

impotentes perante o álcool, pode ser praticado com absoluta perfeição. Osoutros onze Passos enunciam ideais perfeitos. São metas para as quais nosdirigimos e a medida pela qual avaliamos nosso progresso.1 – Grapevine de junho de 19612 – Os Doze Passos, pág. 58

NA OPINIÃO DO BILL 182 A realidade das experiências espirituais

"Talvez você levante a questão da alucinação contra a divina imagem de uma

autêntica experiência espiritual. Duvido que alguém já tenha definido comautoridade o que é realmente uma alucinação. Contudo, é certo que todos os quetiveram experiência espiritual afirmam a realidade delas. A melhor evidência

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dessa realidade são os frutos posteriores. Aqueles que receberam essas dádivasda Graça mudaram muito, quase sempre para melhor. Quase não se pode dizer isso daqueles que tiveram alucinações."Alguns poderiam me achar presunçoso, quando digo que minha própriaexperiência é real. Contudo, posso afirmar seguramente que, em minha vida e

nas vidas de inúmeras outras pessoas, os frutos dessa experiência foram reais, eos benefícios além da estimativa".Palestra de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 183Um observador alarmado

"Durante vários infrutíferos anos, estive num estado que poderia ser chamado deobservando com alarme pelo bem do movimento. Achava que era meu dever sempre 'corrigir situações'. Raramente alguém era capaz de me dizer o que eu

deveria fazer, e ninguém jamais foi bem-sucedido em me dizer o que fazer.Tinha que aprender, através de grande esforço, com minha própria experiência."Quando me punha a vigiar os outros, descobri que com freqüência eu estavamotivado pelo medo do que eles estavam fazendo, farisaísmo e mesmo absolutaintolerância. Em conseqüência, poucas vezes consegui corrigir alguma coisa. Eusó levantava barreiras de ressentimentos que cortavam qualquer sugestão,exemplo, compreensão ou amor".

***"Os AAs freqüentemente dizem:  Nossos líderes não dirigem por mandato;lideram pelo exemplo. Se tivéssemos que afetar os outros, favoravelmente,

 precisaríamos praticar o que pregamos – e esquecer também o  pregar . O bomexemplo fala por si mesmo."1 – Carta de 19452 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 184 Enfrentando a adversidade

"Nosso crescimento espiritual e emocional em A.A. não depende tanto dosucesso como de nossos fracassos e contratempos. Se você tiver isso em mente,

acho que sua recaída terá o efeito de chutá-lo escada acima, em vez de para baixo."Nós AAs, não tivemos nenhum professor melhor do que a velha SenhoraAdversidade, a não ser naqueles casos em que recusamos o ensinamento".

***"De vez em quando somos vítimas da crítica. Quando estamos irritados eferidos, é difícil não pagar na mesma moeda. Entretanto, podemos nos afastar eentão nos examinar, perguntando se essas críticas têm fundamento. Se assim for,

  podemos admitir nossos defeitos para eles. Geralmente isso leva a um

entendimento mútuo"."Suponhamos que nossos críticos sejam injustos. Então podemos tentar uma

 persuasão calma. Se continuarem os falatórios, nos é possível – de coração – 

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  perdoá-los. Talvez um senso de humor possa ser nossa salvação, por isso podemos tanto perdoar como esquecer".1 – Carta de 19582 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 185 BumerangueQuando estava com dez anos, eu era um rapaz alto e desajeitado e me sentiamuito mal com isso, porque os moleques menores que eu sempre levavamvantagens nas brigas. Eu me lembro de que estive muito deprimido durante umano ou mais, daí comecei a desenvolver uma grande vontade de vencer.Um dia, meu avô chegou com um livro sobre a Austrália e me disse: "Este livrodiz que ninguém, a não ser um camponês australiano, sabe fabricar e atirar um

 bumerangue".

Pensei: "Aqui está minha oportunidade." "Serei o primeiro homem na América afabricar e atirar um bumerangue." Bem, qualquer moleque poderia ter uma idéiacomo essa. Isso poderia ter durado dois ou três dias como duas ou três semanas.Mas tive uma força motivadora que se manteve durante seis meses, fiz um

 bumerangue que pôde dar a volta no pátio da igreja, em frente da casa, quaseatingindo meu avô na cabeça quando o bumerangue estava voltando.Com emoção, lancei a moda de um outro tipo de bumerangue, um que quase mematou posteriormente.A.A. Atinge a Maioridade, págs. 48 e 49

NA OPINIÃO DO BILL 186"O único requisito..."

 Na Terceira Tradição, A.A. está na verdade dizendo a todo bebedor problema:"Você será um membro de A.A. se assim disser. Você mesmo pode declarar quefaz parte da Irmandade; ninguém pode deixá-lo de fora. Seja você quem for, sejaqual for o ponto a que você tenha chegado, sejam quais forem suascomplicações emocionais – mesmo seus crimes – não queremos deixá-lo defora. Queremos apenas ter a certeza de que você terá a mesma oportunidade deobter a sobriedade que nós tivemos."

*** Não queremos negar a ninguém a oportunidade de se recuperar do alcoolismo.Queremos abranger o maior número possível de pessoas, nunca ser exclusivistas.1 – As Doze Tradições, pág. 212 – Grapevine de agosto de 1946

NA OPINIÃO DO BILL 187 Palavra ou ação?

Ao fazer reparações, raramente é aconselhável se abordar um indivíduo, queainda sofra a injustiça que lhe fizemos, e anunciar que nos tornamos religiosos.Isso deveria ser chamado de agressão com o queixo. Por que sermos chamados

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de chatos ou fanáticos religiosos? Se fizermos isso, poderemos destruir umafutura oportunidade de levar uma mensagem benéfica. Mas a pessoa que ouvir nossas reparações ficará bem impressionada com nosso sincero desejo de reparar um dano. Ela vai se interessar mais por uma demonstração de boa vontade doque pela conversa das descobertas espirituais.

Alcoólicos Anônimos, pág. 89

NA OPINIÃO DO BILL 188Vencer as provas

Em nosso modo de pensar, qualquer esquema para combater o alcoolismo, quese proponha a proteger totalmente o doente da tentação, está destinado aofracasso. Se o alcoólico tenta se proteger, ele pode ser bem-sucedido por algumtempo, mas geralmente acaba tendo a maior das explosões. Já tentamos essesmétodos. Essas tentativas de fazer o impossível sempre fracassaram. Nossa

resposta é libertar-se do álcool, e não fugir dele.***"A fé sem obras é morta". Essa é uma aterradora verdade para o alcoólico!Porque se um alcoólico deixa de aperfeiçoar e engrandecer sua vida espiritual,

 por meio do trabalho e do sacrifício próprio em benefício dos demais, ele não pode vencer as provas e os momentos de fraqueza que esperam por ele. Se nãotrabalhar, com certeza voltará a beber, e se beber, certamente morrerá. Então, afé será realmente morta.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 1092 – Alcoólicos Anônimos, pág. 34

NA OPINIÃO DO BILL 189 Experimentadores

 Nós, agnósticos, gostávamos de A.A., tudo bem, e estávamos prontos para dizer que ele fazia milagres. Mas recusávamos ante a meditação e a oração, tãoobstinadamente quanto o cientista, que se recusava a realizar certa experiência,

 por medo que ela viesse provar que sua teoria favorita estava errada.Quando finalmente experimentamos, e surgiram resultados inesperados, nós nossentimos diferentes; de fato percebemos que ficamos diferentes e assim

aceitamos a meditação e a oração. E descobrimos que isso pode acontecer comqualquer pessoa que tente. Já foi dito e muito bem que "aqueles que zombam daoração são, quase sempre, os que não a experimentaram suficientemente".Os Doze Passos, pág. 84

NA OPINIÃO DO BILL 190O modo de vida de A.A. no lar 

Mesmo que o alcoólico não corresponda, não há razão para você ignorar seusfamiliares. Você deveria continuar a manter relações amigáveis com eles,

expondo o conceito de A.A. sobre o alcoolismo e seu tratamento. Se aceitaremisso e também aplicarem nossos princípios a seus problemas, há uma chance

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maior do chefe da família se recuperar. E mesmo que ele continue a beber, afamília vai achar a vida mais suportável.

***A não ser que a família de um novo membro esteja disposta a viver de acordocom os princípios espirituais, achamos que o alcoólico não deveria insistir nisso.

Os familiares mudarão com o tempo. O melhor comportamento do alcoólicogeralmente convencerá a família muito melhor do que suas palavras.Alcoólicos Anônimos, pág. 106Alcoólicos Anônimos, pág. 94

*Hoje, a iniciação do modo de vida de A.A. no lar é o principal propósito dosGrupos Familiares Al-Anon, que contam aproximadamente (conforme estatísticade 1983) com 20.000 grupos no mundo todo. Esses grupos são constituídos deesposas, esposos e parentes de alcoólicos. O sucesso do Al-Anon tem sido

enorme, levando os familiares a uma vida satisfatória.NA OPINIÃO DO BILL 191

O começo da humildade"Há poucos absolutos inerentes nos Doze Passos. Quase todos os Passos estãoabertos à interpretação, baseada na experiência e visão do indivíduo."Conseqüentemente, o indivíduo é livre para começar os Passos no ponto emque ele puder ou quiser. Deus, como nós O concebemos, pode ser definido comoum 'Poder maior...' ou o Poder Superior. Para milhares de membros, o própriogrupo de A.A. tem sido, no início, um 'Poder Superior'. Esse conhecimento éfácil de aceitar, se o recém-chegado sabe que os membros, em sua maioria, estãosóbrios e ele não."Sua admissão é o começo da humildade – pelo menos o recém-chegado estádisposto a renunciar à idéia de que ele mesmo é Deus. Esse é o começo de queele precisa. Se seguir esse procedimento, ele vai relaxar e praticar todos osPassos que puder, e certamente crescerá espiritualmente".Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 192 Levando a mensagem

A maravilhosa energia que o Décimo Segundo Passo libera, pela qual ele levanossa mensagem ao alcoólico que ainda sofre e que, finalmente, põe os DozePassos em ação, aplicando-os a todas as nossas atividades, é o desfecho, amagnífica realidade de A.A.

*** Nunca fale com um alcoólico, com ares de superioridade moral ou espiritual,simplesmente lhe apresente o conjunto de instrumentos espirituais, para que eleo examine. Mostre-lhe como esses instrumentos funcionaram para você.

Ofereça-lhe amizade e camaradagem.1 – Os Doze Passos, pág. 962 – Alcoólicos Anônimos, pág. 104

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NA OPINIÃO DO BILL 193O álibi espiritual 

 Nossas primeiras tentativas de fazer inventários provaram ser pouco realistas.Eu costumava ser um campeão em auto-exame irrealista. Em certas ocasiões, eu

só queria ver o lado de minha vida que parecesse bom. Então exagerava muitoas virtudes que eu supunha ter conquistado. Depois me felicitava pelo grandetrabalho que estava fazendo em A.A.Isso naturalmente gerava uma terrível ânsia por ainda mais "talento" e aindamais aprovação. Eu estava voltando ao velho padrão de meus dias de bebedeira.Aqui estavam as mesmas metas – poder, fama e aplauso. Além disso, eu tinha omelhor álibi possível – o álibi espiritual. O fato de que eu tinha, realmente, umobjetivo espiritual, fazia esse grande absurdo parecer perfeitamente correto.Grapevine de junho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 194 A obsessão e a resposta

A idéia de que de algum modo, algum dia, vai controlar e desfrutar da bebidaconstitui a grande obsessão de todo bebedor anormal. A persistência dessa ilusãoé incrível. Muitos a perseguem até às portas da loucura e da morte.

***O alcoolismo, não o câncer, era minha doença, mas qual a diferença? Oalcoolismo também não era um consumidor do corpo e da mente? O alcoolismolevaria mais tempo para matar, mas o resultado era o mesmo. Então decidi, quese houvesse um grande Médico que pudesse curar a doença do alcoolismo, omelhor que eu poderia fazer era procurá-Lo imediatamente.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 492 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 56

NA OPINIÃO DO BILL 195 A linguagem do coração

Por que, nesse ponto da história, Deus escolheu para comunicar Sua graçacuradora a tantos de nós? Cada aspecto dessa expansão global pode estar 

relacionado com uma simples e crucial palavra. A palavra é "comunicação".Tem havido uma comunicação salvadora de vidas entre nós, com o mundo quenos rodeia e com Deus.Desde o princípio, a comunicação em A.A. não tem sido apenas a transmissãode idéias e atitudes saudáveis. Porque somos irmãos no sofrimento e porquenossos meios comuns de libertação são para nós eficientes, apenas quandolevados constantemente aos outros, nossos canais de contatos têm estado semprecarregados com a linguagem do coração.A.A. Today, págs. 7 e 8

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 Antídoto para o medoQuando nossas falhas geram o medo, nós então temos uma doença da alma. Essadoença, por sua vez, gera mais defeitos de caráter.O medo irracional de que nossos instintos não sejam satisfeitos nos leva acobiçar os bens dos outros, a desejar ardentemente sexo e poder, a ficar com

raiva quando nossas exigências instintivas são ameaçadas, a sentir inveja quandoas ambições dos outros parecem ser realizadas enquanto as nossas não.Comemos, bebemos e nos apossamos de mais do que precisamos, sempre por medo de não ter o suficiente. E verdadeiramente alarmados frente à perspectivade trabalho, permanecemos preguiçosos. Desperdiçamos tempo e protelamos ou,na melhor das hipóteses, trabalhamos de má vontade e sem energia.Esses medos são os cupins que, incessantemente, devoram os alicerces dequalquer tipo de vida que tentamos construir.

***

Conforme cresce a fé, cresce a segurança interior. O grande medo latente donada começa a desaparecer. Nós de A.A. descobrimos que nosso antídoto básico para o medo é o despertar espiritual.1 – Os Doze Passos, págs. 39 e 402 – Grapevine de janeiro de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 197Onde leva a racionalização

"Você sabe o talento que temos para a racionalização. Se, para nós mesmos, justificamos plenamente uma recaída, então nossa propensão para racionalizar quase certamente justificará uma outra, talvez com desculpas diferentes. Masuma justificação leva a uma outra, e em breve estamos de volta à garrafa emtempo integral".

***Inúmeras vezes, a experiência mostra que mesmo aquele que toma pílula"controladamente" pode perder o controle. As mesmas racionalizações loucasque antigamente caracterizavam sua maneira de beber começam a arruinar suaexistência. Ele acha que, se as pílulas podem curar a insônia, podem tambémcurar suas preocupações.

Os médicos, nossos amigos, raras vezes são diretamente culpados peloslamentáveis resultados que tantas vezes experimentamos. É muito fácil, para osalcoólicos, comprar essas drogas perigosas, e uma vez de posse delas, o bebedor muitas vezes é capaz de usá-las sem nenhum critério.Carta de 1959Grapevine de novembro de 1945

NA OPINIÃO DO BILL 198Contar ao público?

"Alguns AAs de notoriedade mundial às vezes dizem: Se eu contar ao públicoque estou em Alcoólicos Anônimos, isso vai então trazer muitos outros.

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Expressa assim a crença de que nossa Tradição do anonimato não está certa – Pelo menos para eles"."Esquecem que, durante seus dias de bebedeiras, suas principais metas eram

 prestígio e a ambição de se elevar socialmente. Não percebem que quebrando oanonimato, estão inconscientemente perseguindo outra vez aquelas antigas

ilusões perigosas. Esquecem que preservar o anonimato significa muitas vezes osacrifício do desejo pessoal de poder, prestígio e dinheiro. Não vêem que, seessas lutas ser tornarem gerais em A.A., o curso de nossa história seria mudado;que estariam lançando a semente de nossa própria destruição como sociedade.""No entanto, posso felizmente dizer que, embora muitos de nós sejam tentados – e eu fui um deles –, poucos de nós aqui na América realmente quebram nossoanonimato, a nível público."Carta de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 199 A arrogância e seu opostoUm provável membro muito teimoso foi levado pela primeira vez a uma reuniãode A.A., onde dois oradores (ou talvez palestrantes) falavam sobre o tema"Deus, como eu O concebo". Sua atitude lembrava arrogância. De fato, o últimoorador se excedeu em suas convicções teológicas.Os dois estavam repetindo o que eu fazia anos atrás. Em tudo o que diziamestava implícita a mesma idéia: "Gente, ouça o que estamos dizendo. Nós temosa única verdadeira marca de A.A. – e seria melhor que vocês a aceitassem!"O novo provável membro disse que ele sabia disso – e saiu. Seu padrinho

 protestou que isso não era realmente A.A. Mas era tarde demais; ninguém pôdeabordá-lo depois disso.

***Vejo a "humildade por hoje" como uma posição sadia e segura entre osviolentos extremos emocionais. É um lugar tranqüilo, onde posso ter bastante

 perspectiva e bastante equilíbrio para dar mais um pequeno passo pela estradaclaramente marcada que indica a direção dos valores eternos.1 – Grapevine de abril de 19612 – Grapevine de junho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 200Fonte de força

Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, esse princípio espiritual teve seu primeiro grande teste. Membros de A.A. entraram nas forças armadas e foramespalhados pelo mundo todo.Seriam eles capazes de aceitar a disciplina, ficando debaixo de fogo esuportando a monotonia e a miséria da guerra? O tipo de dependência queaprenderam em A.A. os levaria em frente?

Sim, levou. Tiveram até menos recaídas alcoólicas ou bebedeiras emocionais doque os AAs que estavam em casa, fora de perigo. Mostraram tanta resistência e

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valentia quanto qualquer outro soldado. Tanto no Alaska como nas praias deSalermo, sua dependência de um Poder Superior funcionou.Longe de ser uma fraqueza, essa dependência foi sua maior fonte de força.Os Doze Passos, pág. 29

NA OPINIÃO DO BILL 201 Escolha ilimitadaInúmeros alcoólicos são atormentados com a terrível convicção de que, sealguma vez se aproximarem de A.A., serão forçados a aceitar algum tipo de féou teologia.Eles não compreendem que a fé nunca é um imperativo para ser membro deA.A.; que a sobriedade pode ser alcançada com um mínimo aceitável de fé e quenossos conceitos de um Poder Superior e Deus – como nós O concebemos – oferece a cada um uma escolha quase ilimitada de crença espiritual e de ação.

***Ao falar com o provável membro, enfatize bem o fator espiritual. Se o indivíduofor agnóstico ou ateu, deixe bem claro que ele não tem que concordar com suaconcepção de Deus. Ele pode optar por qualquer concepção que queira, desdeque tenha sentido para ele.O principal é que ele esteja disposto a acreditar num Poder Superior a elemesmo e que viva segundo os princípios espirituais.1 – Grapevine de abril de 19612 – Alcoólicos Anônimos, pág. 102

NA OPINIÃO DO BILL 202 A hora da decisão

"Nem todas as grandes decisões podem ser tomadas, simplesmente anotando os prós e os contras de uma determinada situação, por mais útil e necessário queseja esse processo. Não podemos sempre depender daquilo que nos parecelógico. Quando há dúvidas acerca de nossa lógica, contamos com Deus e

 procuramos ouvir a voz da intuição. Se, na meditação, essa voz é persistente osuficiente, podemos ter bastante confiança em agir de acordo com ela, e não deacordo com a lógica.

"Se, depois de tentar nos guiar por essas duas coisas, ainda estivermos emdúvida, então deveríamos esperar uma maior orientação e, quando possível,adiar por algum tempo as decisões importantes. Então com maior conhecimentode nossa situação, a lógica e a intuição podem estar bem de acordo no caminhocerto."Mas se a decisão deve ser tomada na hora, não vamos fugir dela por medo.Certa ou errada, sempre podemos tirar proveito da experiência."Carta de 1966

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 A verdadeira tolerânciaAos poucos começamos a ser capazes de aceitar os erros dos outros, assim comosuas virtudes. Inventamos a poderosa e significativa frase: "Vamos amar sempreo que há de melhor nos outros – e nunca ter medo do que eles têm de pior."

***

Finalmente começamos a perceber que todas as pessoas, inclusive nós, estão dealguma forma emocionalmente doentes e muitas vezes erradas. Quando issoacontece, nos aproximamos da verdadeira tolerância e percebemos o quesignifica de fato o verdadeiro amor ao próximo.1 – Grapevine de janeiro de 19622 – Os Doze Passos, pág. 80

NA OPINIÃO DO BILL 204 A formação do caráter 

Uma vez que a maioria de nós nasce com uma infinidade de desejos naturais,não é de admirar que freqüentemente deixamos que eles excedam seu propósito.Quando nos guiam cegamente, ou quando obstinadamente exigimos que nos

 proporcionem mais satisfações ou prazeres do que nos são possíveis ou devidos,é nesse ponto que nos afastamos do grau de perfeição que Deus deseja para nósaqui na terra. Essa é a medida de nossos defeitos de caráter ou, se você preferir,de nossos pecados.Se pedirmos, Deus certamente perdoará nossas negligências. Mas em nenhumcaso, Ele nos torna brancos como a neve e nos mantém assim sem nossacooperação. Isso é alguma coisa que supomos estar dispostos a fazer. Ele quer apenas que tentemos, da melhor maneira possível, progredir na formação docaráter.Os Doze Passos, pág. 55

NA OPINIÃO DO BILL 205Virtude a auto-ilusão

Eu costumava me confortar com a crença exagerada de minha própriahonestidade. Meus parentes da New England tinham me ensinado a santidade detodos os compromissos e contratos de negócio, dizendo: "A palavra do homem é

sua fiança". De acordo com isto, a honestidade nos negócios era sempre fácil;nunca enganei ninguém.Contudo, esse pequeno fragmento de virtude logo ocasionou alguns riscosinteressantes. Nunca deixei de desprezar meus companheiros da Wall Street, quecostumavam enganar seus clientes. Isso era bastante arrogante, mas a seguinteauto-ilusão ainda foi pior.Minha apreciada honestidade nos negócios tinha agora se convertido numaconfortável capa, sob a qual eu ocultava os muitos sérios defeitos que

 bloqueavam outros setores de minha vida. Estando certo desta virtude, foi fácil

concluir que eu tinha todas as outras. Durante muitos anos isso me impediu dedar uma olhada dentro de mim mesmo.Grapevine de agosto de 1961

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NA OPINIÃO DO BILL 206Orando pelos outros

Mesmo orando sinceramente, ainda podemos cair em tentação. Formamos idéiassobre o que achamos ser a vontade de Deus para com as outras pessoas.

Dizemos para nós mesmos: "Este deveria ser curado de sua doença fatal" ou"Aquele deveria ser libertado de sua crise emocional" e oramos para obter estas determinadas coisas.

Claro que essas orações representam, no fundo, atos de bondade, mas muitasvezes se baseiam na suposição de que conhecemos a vontade de Deus a respeitoda pessoa para quem oramos. Isso significa que, ao lado de uma oração sincera,

 pode existir em nós uma certa dose de presunção e vaidade.A experiência de A.A. é que, especialmente nesses casos, deveríamos orar paraque se faça a vontade de Deus, seja qual for, tanto para os outros como para nós

mesmos.Os Doze Passos, págs. 90 e 91

NA OPINIÃO DO BILL 207O futuro da irmandade

"Parece certo que A.A. pode se manter firme em qualquer lugar e em qualquer situação. A.A. cresceu acima de qualquer dependência, que alguma vez poderiater tido, de personalidades ou esforços de alguns dos membros mais antigoscomo eu. Vêm surgindo pessoas novas, capazes e vigorosas, aparecendo ondesão necessárias. Além disso, A.A. atingiu maturidade espiritual o suficiente parasaber que sua verdadeira dependência é de Deus."

*** Na verdade, nosso primeiro dever, quanto ao futuro de A.A., é o de manter em plena força o que agora temos. Só o mais vigilante cuidado pode assegurar isso. Nunca deveríamos ser embalados em complacente auto-satisfação, devido agrande aclamação e sucesso que temos em toda parte. Essa é a sutil tentação que

 poderia nos deixar atônitos hoje, talvez para nos desintegrar amanhã. Temosestado sempre unidos para enfrentar e vencer as falhas e crises. Os problemastêm sido nossos estimulantes. No entanto, como seremos capazes de enfrentar os

 problemas do sucesso?1 – Carta de 19402 – A.A. Today, pág. 106

NA OPINIÃO DO BILL 208 A razão – uma ponte para a fé 

Enfrentamos honestamente a questão da fé. Não podíamos evitar a polêmica.Alguns de nós já tinham atravessado a ponte da razão em direção ao litoral da fé,onde mãos amigas se estendiam nos dando as boas-vindas. Ficamos agradecidos

 pela razão nos ter levado tão longe. No entanto, por algum motivo, não nosatrevíamos a botar o pé no litoral. Talvez estivéssemos dependendo demais darazão e não quiséssemos perder seu apoio.

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Mas sem saber, não tínhamos sido levados até onde estávamos, por um certotipo de fé? Não é verdade que acreditávamos em nosso próprio raciocínio? Nãoé verdade que tínhamos confiança em nossa capacidade de pensar? E não eraisso uma espécie de fé? Sim, tínhamos fé, de maneira objetiva, tínhamos sidofiéis ao deus da razão. Assim, descobrimos que, de uma maneira ou de outra, a

fé estava sempre presente.Alcoólicos Anônimos, pág. 69

NA OPINIÃO DO BILL 209 Nunca o mesmo outra vez 

Descobriu-se que quando um alcoólico plantava na mente de outro a idéia daverdadeira natureza de sua doença, essa pessoa jamais voltaria a ser a mesma.Após cada bebedeira, ela diria a si mesma: "Talvez esses AAs tenham razão."Depois de algumas dessas experiências, muitas vezes antes do começo de

grandes dificuldades, ele voltaria a nós, convencido.*** Nos primeiros anos, aqueles dentre nós que ficaram sóbrios em A.A. eram, naverdade, casos horríveis e completamente sem esperança. Mas depoiscomeçamos a ter sucesso com alcoólicos moderados, e mesmos com algunsalcoólicos em potencial. Começavam a aparecer pessoas mais jovens. Chegavammuitas pessoas que ainda tinham trabalho, lar, saúde e posição social.

  Naturalmente foi necessário que esses recém-chegados chegassememocionalmente ao fundo do poço. Mas eles não tiveram que chegar a todos ostipos de fundo de poço possíveis para admitir que estavam derrotados.1 – Os Doze Passos, pág. 152 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 177

NA OPINIÃO DO BILL 210 Livre da escravidão

 No Terceiro Passo, muitos de nós nos dirigimos a nosso Criador, como nós Oconcebíamos: "Deus, a Ti ofereço minha vida para que a construas e faças delaque for de Tua vontade. Liberta-me da escravidão do ego, a fim de fazer melhor Tua vontade. Remove minhas dificuldades, para que minha vitória sobre elas

sirva de testemunho àqueles a quem eu ajudaria, com Teu poder, Teu amor eTeu modo de vida. Que eu possa sempre fazer Tua vontade!"Pensamos bem antes de tomar essas medidas, para termos a certeza de queestávamos prontos. Então, começamos a nos entregar inteiramente a Ele.Alcoólicos Anônimos, pág. 77

NA OPINIÃO DO BILL 211 Alcançando a humildade

Percebemos que não precisávamos sempre apanhar e levar cacetadas para ter 

humildade. Ela poderia ser alcançada, ou procurando-a voluntariamente, ou peloconstante sofrimento.

***

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"Em primeiro lugar, procuramos obter um pouco de humildade, sabendo quemorreremos de alcoolismo se não o fizermos. Depois de algum tempo, emboraainda possamos nos revoltar, até certo ponto, começamos a praticar a humildade,

 porque essa é a coisa certa a se fazer. Chega então o dia em que, finalmentelivres da revolta, praticamos a humildade, porque no fundo a queremos como

um modo de vida."1 – Os Doze Passos, pág. 652 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 212Fé e ação

A educação e o treinamento religiosos de seu provável membro podem ser bemsuperiores aos que você tenha. Nesse caso, ele vai duvidar que você possaacrescentar alguma coisa ao que ele já conhece.

Mas desejará saber por que as próprias convicções não funcionaram, enquantoas suas parecem funcionar bem. Talvez ele seja um exemplo de que a fé sozinhanão basta. Para ser vital, a fé deve ser acompanhada de auto-sacrifício, altruísmoe ação construtiva.Admita a possibilidade dele saber mais a respeito de religião do que você, maschame a atenção dele para o fato de que, por mais profundas que sejam sua fé eeducação religiosa, essas qualidades não poderiam lhe ter servido muito, casocontrário ele não estaria solicitando ajuda.

***O Dr. Bob não precisava de mim para sua orientação espiritual. Ele tinha maisdo que eu. Na verdade o que ele mais precisava, quando nos encontramos pela

 primeira vez, era de uma profunda deflação e da compreensão que somente um bêbado pode dar a outro. O que eu precisava era de humildade, de esquecimentode mim mesmo e de estabelecer um verdadeiro parentesco com um outro ser humano de meu próprio tipo.1 – Alcoólicos Anônimos, págs. 102 e 1032 – A.A. Today, pág. 10

NA OPINIÃO DO BILL 213Complete a limpeza da casa

Muitas vezes, os recém-chegados procuram guardar para si mesmos os fatosdesagradáveis referentes às suas vidas. Tentando evitar a experiência humilhantedo Quinto Passo, eles se voltaram para métodos mais fáceis. Quase sem exceçãose embriagaram. Tendo perseverado no resto do programa, perguntaram-me por que recaíram.Achamos que a razão é que eles nunca completaram sua limpeza de casa.Fizeram seu inventário, mas continuaram agarrados a alguns de seus pioresdefeitos. Reconheceram que apenas tinham perdido seu egoísmo e medo;

reconheceram que apenas tinham se humilhado. Mas não tinham aprendido asuficiente humildade, coragem e honestidade, como deveriam ter aprendido, atéque contaram a uma outra pessoa, toda sua vida.

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Alcoólicos Anônimos, págs. 85 e 86

NA OPINIÃO DO BILL 214 Apenas tentar 

Em minha adolescência eu tinha que ser um atleta, porque eu não era atleta.

Tinha que ser músico, porque não podia entoar a melodia mais simples. Tinhaque ser líder de minha classe no internato. Tinha que ser o primeiro em tudo, porque em meu coração perverso eu me sentia em mim mesmo a última dascriaturas de Deus. Não podia aceitar minha profunda sensação de inferioridade,e assim me tornei capitão do time de beisebol, e assim aprendi a tocar violino.Tinha que ser sempre o líder. Foi essa espécie de exigência "tudo ou nada" quemais tarde me destruiu.

***"Estou contente porque você vai tentar esse novo trabalho. Mas esteja certo de

que vai apenas 'tentar'. Se você tiver a atitude de que 'devo ser bem-sucedido,não devo falhar, não posso falhar', então você praticamente vai garantir ofracasso, que por sua vez vai garantir sua recaída na bebida. Mas se vocêconsiderar o empreendimento como apenas uma experiência construtiva, entãotudo sairá bem."1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 492 – Carta de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 215Treinamentos construtivos

Existem aqueles em A.A., a quem gostamos de chamar de nossos críticos"destrutivos". Conduzem pela força, são "politiqueiros", fazem acusações

  para atingir seus alvos – tudo pelo bem de A.A., naturalmente! Masaprendemos que esses sujeitos não são tão destrutivos assim.

Deveríamos ouvir cuidadosamente o que eles dizem. Algumas vezes eles estãodizendo toda a verdade; outras vezes somente parte da verdade. Se estivermos aseu alcance, toda a verdade, parte da verdade ou a falta da verdade pode ser igualmente desagradáveis para nós. Se eles estiverem completamente certos, oumesmo com um pouco da verdade, será melhor então agradecer-lhes e fazer 

nosso próprio inventário, admitindo que estávamos errados. Caso seja tolice, poderemos ignorar isso ou colocar todas as cartas na mesa e tentar convencê-los.Caso isso falhe, poderemos sentir pena deles por estarem doentes demais paraentender e poderemos tentar esquecer todo o assunto.Há poucos meios melhores de auto-análise e desenvolvimento da paciência doque a prova a que nos submetem esses membros bem-intencionados, masequivocados.Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 43

NA OPINIÃO DO BILL 216 Depois da "lua-de-mel"

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"Para a maioria de nós, os primeiros anos de A.A. se parecem com uma lua-de-mel. Há uma nova e poderosa razão para nos manter vivos, há uma grandealegria em tudo. Durante algum tempo estamos afastados dos principais

 problemas da vida. Isso tudo é muito bom."Mas quando a lua-de-mel termina, somos obrigados a carregar nossos fardos,

como todas as outras pessoas. É aí que começam os testes. Talvez o grupo nostenha levado para caminhos diferentes. Talvez tenham aumentado asdificuldades em casa, ou no trabalho, ou no mundo lá fora. Então os antigos

 padrões de comportamento reaparecem. O que revela a extensão de nosso progresso é o modo como reconhecemos e lidamos com esse comportamento."

***Os sábios sempre souberam que ninguém pode melhorar sua vida até que o auto-exame venha a se tornar um hábito regular, até que ele admita e aceite as coisascomo são, e até que tente corrigir o que está errado, com paciência e

 perseverança.1 – Carta de 19542 – Os Doze Passos, pág. 76

NA OPINIÃO DO BILL 217 A esperança nascida do desespero

Carta ao Dr. Carl Jung:"Muitas experiências de conversão, qualquer que seja a variedade, têm comodenominador comum o profundo colapso do ego. O indivíduo enfrenta umdilema impossível."Em meu caso, o dilema tinha sido criado por minha compulsão pela bebida, e o

 profundo sentimento de desespero tinha sido grandemente intensificado por meumédico. Esse sentimento ainda mais se aprofundou, quando meu amigoalcoólico me falou de seu veredito de desespero, a respeito de Rowland H."No despertar de minha experiência espiritual, veio-me uma visão de umasociedade de alcoólicos. Se cada sofredor levasse a mensagem, a um outro, deque para o alcoolismo não há esperança no campo cientifico, ele seria capaz delevar todo recém-chegado de espírito aberto a uma experiencia espiritualtransformadora. Esse conceito foi a base do sucesso que desde então A.A. tem

obtido."Grapevine de janeiro de 1963

NA OPINIÃO DO BILL 218Felizes – quando somos livres

Para a maioria das pessoas normais a bebida significa a libertação da preocupação, do aborrecimento e da ansiedade. É a intimidade alegre com osamigos e um sentimento de que a vida é boa.Mas não foi o que aconteceu conosco, nos últimos tempos de nossas pesadas

 bebedeiras. Os velhos prazeres desapareceram. Havia um desejo ardente degozar a vida, como nunca, e uma dolorosa ilusão de que algum novo controle

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milagroso nos permitisse fazê-lo. Havia sempre mais uma tentativa e mais umfracasso.

***Estamos certos de que Deus nos quer ver felizes, alegres e livres. Portanto, não

 podemos compartilhar a crença de que esta vida seja necessariamente um vale

de lágrimas, embora em certa época tenha sido exatamente isso para muitos denós. Mas ficou claro que vivíamos criando nossa própria miséria.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 1572 – Alcoólicos Anônimos, págs. 135 e 136

NA OPINIÃO DO BILL 219 Dispostos a acreditar 

 Não permita que qualquer preconceito contra termos espirituais possa impedi-lode se perguntar, o que eles poderiam significar para você. No começo, era disso

que precisávamos para dar início a um crescimento espiritual, para estabelecer nossa primeira relação consciente com Deus, como nós O concebíamos. Maisadiante passamos a aceitar muitas coisas que nos pareciam inteiramente fora dealcance. Isso era crescimento, mas para crescer tínhamos que começar de algummodo. Assim, no princípio, usamos nossas próprias concepções de Deus, aindaque limitadas."Precisávamos nos fazer apenas uma simples pergunta: 'Acredito, ou estoumesmo disposto a acreditar que exista um Poder Superior a mim?' Assim que oindivíduo possa dizer que acredita, ainda que seja em pequeno grau, ou estejadisposto a acreditar, nós lhe asseguramos enfaticamente, que ele está nocaminho."Alcoólicos Anônimos, págs. 63 e 64

NA OPINIÃO DO BILL 220 Em sociedade

À medida que progredíamos espiritualmente, ficava claro que, se esperávamosalgum dia nos sentir emocionalmente seguros, teríamos que colocar nossa vidana base do dar e receber; teríamos que desenvolver o hábito de viver emsociedade ou fraternidade com todos que nos cercam. Vimos que precisaríamos

sempre dar de nós mesmos, sem esperar nada em troca. Quando persistimosnisso, descobrimos que aos poucos as pessoas eram atraídas para nós, comonunca foram antes. E mesmo que elas nos desapontassem, poderíamos ser compreensivos e não seriamos tão seriamente afetados.

***A unidade, a eficiência e mesmo a sobrevivência de A.A. sempre dependerão denossa contínua boa vontade de renunciar a nossos desejos e ambições pessoais,

 para a segurança e bem-estar comum. Do mesmo modo que o sacrifício significasobrevivência para o indivíduo, também significa unidade e sobrevivência para

o grupo e para a Irmandade de A.A. como um todo.1 – Os Doze Passos, pág. 1022 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 257

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NA OPINIÃO DO BILL 221 Deus não nos abandonará

"Acabo de saber que você está suportando magnificamente a adversidade – sendo essa adversidade seu estado de saúde. Isso me dá a oportunidade de

expressar minha gratidão por sua recuperação em A.A. e especialmente pelademonstração de seus princípios, que você nos está agora, de maneira tãoinspiradora, dando a todos nós."

"Você gostará de saber que os AAs têm superado quase todas as dificuldades aeste respeito. Acho que isso é porque estamos tão certos de que Deus não vainos abandonar nos momentos difíceis; na verdade Ele não nos abandonouquando bebíamos. E assim será para o resto de nossa vida.""Certamente Ele não tenciona nos salvar de todos os problemas e daadversidade. Nem, no fim, Ele nos salva da chamada morte, uma vez que ela é

apenas a passagem para uma nova vida, onde habitaremos em SUAS muitasmansões. Com respeito a essas coisas, sei que você tem uma fé muito grande."Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 222 De quem é a culpa?

  No Quarto Passo procuramos resolutamente nossos próprios erros. Ondetínhamos sido egoístas, desonestos, interesseiros e medrosos? Embora umadada situação não tivesse sido criada inteiramente por nossa falta, muitasvezes tentamos jogar a culpa unicamente na outra pessoa envolvida.

Finalmente vimos que o inventário deveria ser nosso, não da outra pessoa.Assim, admitimos nossos defeitos honestamente e nos dispusemos a colocar esses assuntos em ordem.Alcoólicos Anônimos, pág. 81

NA OPINIÃO DO BILL 223Uma Irmandade – muitas crenças

Como sociedade, nunca devemos nos tornar tão vaidosos a ponto de supor quetemos sido os autores e inventores de uma nova religião. Humildemente

refletiremos que cada um dos princípios de A.A. foi tirado de fontes antigas.***

Um ministro na Tailândia escreveu: "Levamos os Doze Passos de A.A. ao maior mosteiro budista dessa província, e o sacerdote responsável pela organizaçãodisse: 'Pois bem, esses Passos são excelentes! Para nós, budistas, isso poderia ser ligeiramente mais aceitável, se vocês tivessem inserido a palavra 'bem' em seusPassos, em vez de 'Deus'. Entretanto, vocês dizem nesses Passos que é um Deuscomo cada qual O concebe, e isso certamente incluir o bem. Sim, os DozePassos de A.A. certamente serão aceitos pelos budistas daqui.' "

***

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Os membros mais antigos de St. Louis recordaram como o Padre EdwardDowling ajudou a começar o grupo deles, que era composto por uma grandemaioria de protestantes, mas isso não o perturbava em absoluto.1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 2072 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 73 e 74

3 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 34

NA OPINIÃO DO BILL 224 Liderança em A.A.

 Nenhuma sociedade pode funcionar bem sem uma liderança capaz em todos osseus níveis, e A.A. não pode ser exceção. Precisa ser dito, entretanto, que nós deA.A. acalentamos, algumas vezes, a idéia de que podemos passar com quasenenhuma liderança pessoal. Somos capazes de distorcer a idéia tradicional dos"princípios acima das personalidades", a tal ponto que não haveria

"personalidade" alguma na liderança. Isso redundaria, de qualquer maneira, emautômatos impessoais, tentando agradar todos.Um líder no serviço de A.A. é portanto um homem (ou uma mulher) que pode

  pessoalmente colocar princípios, planos e normas em ação de maneira tãodelicada e efetiva que leva o resto de nós a querer apoiá-lo e ajudá-lo em suatarefa. Quando um líder nos guia pela força excessiva, nós nos revoltamos; masquando ele se torna um submisso cumpridor de ordens e não usa nenhum critério

 próprio – então, ele realmente não é um líder.Doze Conceitos para Serviços Mundiais, págs. 41 e 42

NA OPINIÃO DO BILL 225 A resposta no espelho

Enquanto bebíamos tínhamos certeza de que nossa inteligência, apoiada pelaforça de vontade, poderia muito bem controlar nossa vida interior e nosgarantir sucesso no mundo em que vivemos. Essa corajosa filosofia, na qualcada individuo fazia o papel de Deus, soava bem, mas ainda tinha que passar 

 pela prova de fogo: será que ela realmente funcionava? Uma boa olhada noespelho foi uma suficiente resposta.

***

Meu despertar espiritual foi muito rápido e absolutamente convincente. Derepente me tornei uma parte – embora pequenina – de um cosmo que eradirigido pela justiça e pelo amor, na pessoa de Deus. Apesar das conseqüênciasde minha própria obstinação e ignorância, ou de meus companheiros de viagemna terra, a verdade ainda era essa. Essa era minha nova e positiva certeza – e elanunca me abandonou.1 – Os Doze Passos, págs. 27 e 282 – Grapevine de janeiro de 1962

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NA OPINIÃO DO BILL 226 Humildade é para a Irmandade, também

 Nós, AAs, às vezes exageramos as virtudes de nossa Irmandade. Vamos noslembrar de que na verdade só algumas dessas virtudes caíram do céu. Paracomeçar, fomos forçados a elas pelo cruel chicote do alcoolismo. Finalmente

adotamos essas atitudes, não porque quisemos, mas porque tivemos que fazê-lo.Então, à medida que o tempo confirmava que nossos princípios básicos eramcertos, começamos a ficar de acordo, porque achamos que isso era o correto.Alguns de nós, principalmente eu, então ajustamo-nos com alguma relutância.Mas finalmente chegamos a um ponto onde estamos dispostos a concordar, comalegria, com os princípios que a experiência, sob a graça de Deus, nos temensinado.A.A. Atinge a Maioridade, pág. 200

NA OPINIÃO DO BILL 227 A sobriedade é suficiente?O alcoólico é como um furacão, arrastando em seu caminho as vidas dos outros.Corações são dilacerados. Relações são rompidas. Afetos são destruídos.Hábitos egoístas e sem consideração mantêm o lar em tumulto.Achamos que um indivíduo não pensa, quando diz que a sobriedade é suficiente.É como o fazendeiro que saiu de seu esconderijo, depois do ciclone, e aoencontrar sua casa destruída, disse para sua esposa: "Não vejo nenhum problemaaqui, minha velha. Não foi bom a ventania ter passado?"

***Perguntamos, a nós mesmos, o que queremos dizer quando falamos que"prejudicamos" outras pessoas. Afinal, que tipo de "danos" as pessoas causamaos outros? Para definir a palavra "dano", de maneira prática, poderíamos dizer que é o resultado do choque dos instintos, que ocasiona prejuízos físicos,mentais, emocionais ou espirituais, àqueles que nos cercam.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 932 – Os Doze Passos, pág. 79

NA OPINIÃO DO BILL 228O começo da verdadeira afinidade

Quando chegamos em A.A. e pela primeira vez na vida nos encontramos entre  pessoas que pareciam nos compreender, a sensação de pertencer foi muitoemocionante. Achamos que o problema de isolamento tinha sido resolvido.Mas logo descobrimos que embora não estivéssemos mais sozinhos, no sentidosocial, ainda sofríamos das antigas angústias do ansioso isolamento. Enquantonão falássemos, com toda a franqueza, de nossos conflitos e ouvíssemos maisalguém fazer o mesmo, ainda não fazíamos parte.O Quinto Passo foi a resposta. Ele foi o começo de uma verdadeira afinidade

com o homem e com Deus.Os Doze Passos, pág. 47

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NA OPINIÃO DO BILL 229O dia do regresso ao lar 

"Assim como a sobriedade significa vida longa e felicidade para o indivíduo, aunidade significa exatamente a mesma coisa para nossa Sociedade como umtodo. Unidos, vivemos; desunidos, perecemos."

***"Devemos pensar profundamente em todos aqueles doentes que ainda virão aoA.A. Quando eles procuram retornar à fé e à vida, queremos que encontrem emA.A. tudo o que encontramos e ainda mais, se for possível. Nenhum cuidado,nenhuma vigilância, nenhum esforço para preservar a constante eficiência e aforça espiritual de A.A. será grande demais para nos pôr inteiramente de

 prontidão para o dia do regresso deles ao lar".1 – Carta de 19492 – Palestra de 1959

NA OPINIÃO DO BILL 230 Amam todo o mundo?

Poucas pessoas podem afirmar com sinceridade que amam todo o mundo. Quasetodos nós precisamos admitir que temos amado apenas algumas pessoas, quetemos sido indiferentes a muitas. Quanto às outras – bem, temos tidorealmente antipatia ou ódio delas.

 Nós, AAs, descobrimos que precisamos de alguma coisa muito melhor, a fim demanter nosso equilíbrio. A idéia de que podemos amar possessivamente algumas

 pessoas, ignorar muitas e continuar a temer ou odiar quem quer que seja, temque ser abandonada, mesmo que seja aos poucos.Podemos procurar não fazer exigências descabidas àqueles que amamos.Podemos demonstrar bondade, onde antes não tínhamos demonstrado. Comaqueles que não simpatizamos, podemos pelo menos começar a prática da

 justiça e cortesia, talvez nos esforçando para compreendê-los e ajudá-los.Os Doze Passos, pág. 80

NA OPINIÃO DO BILL 231 Privilegiados por comunicar 

Todos devem concordar que nós, AAs, somos pessoas incrivelmente felizardas;felizardas porque sofremos tanto; felizardas porque podemos conhecer,compreender e amar uns aos outros, de forma bem aceitável.Esses atributos e virtudes raramente caem do céu. Na verdade, a maioria de nóssabe muito bem que essas dádivas são raras, que tem sua verdadeira origem emnossa fraternidade nascida de um sofrimento comum e de uma libertaçãocomum, pela graça de Deus.Assim sendo, somos privilegiados por nos comunicar uns com os outros, numgrau e de uma maneira quase nunca ultrapassada por nossos amigos não-

alcoólicos do mundo que nos rodeia.***

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Eu costumava me envergonhar de minha situação e não falava sobre isso. Mashoje confesso francamente que tenho tendência à depressão, e isso tem atraído

 para mim outros com a mesma tendência. Trabalhar com eles tem me ajudado bastante."*1 – Grapevine de outubro de 1959

2 – Carta de 1954*Bill acrescentou que não tem depressão desde 1955

NA OPINIÃO DO BILL 232O valor da vontade humana

Muitos recém-chegados, tendo experimentado pouca, mas constantedeflação, sentiam uma crescente convicção de que a vontade humana não temnenhum valor. Ficamos convencidos, e com razão, de que além do álcool muitosoutros problemas não vão ser resolvidos apenas pela vontade do indivíduo.

Contudo, há certas coisas que o indivíduo sozinho pode fazer. Sozinho e à luz desuas próprias condições, ele precisa desenvolver a boa vontade. Quando adquire boa vontade, ele é então a única pessoa que pode tomar a decisão de se esforçar no caminho espiritual. Tentar fazer isso é na verdade um ato de sua própriavontade. É usar corretamente essa faculdade.

 Na verdade, todos os Doze Passos de A.A. requerem um constante esforço pessoal para se ficar de acordo com seus princípios e, assim esperamos, com avontade de Deus.Os Doze Passos, pág. 30

NA OPINIÃO DO BILL 233Vida diária

A.A. enfatiza que o inventário pessoal é difícil, porque muitos de nós realmentenunca tivemos o hábito de fazer uma meticulosa auto-análise.Uma vez que essa saudável prática tenha se tornado um hábito, passará a ser tãointeressante e proveitosa que o tempo gasto não será perdido, pois esses minutose algumas vezes horas gastas com auto-exame conseguem tornar melhores emais felizes todas as outras horas do dia. Finalmente, nossos inventários passama ser uma necessidade de nossa vida diária, e não uma coisa rara ou à parte.

Os Doze Passos, pág. 77

NA OPINIÃO DO BILL 234 Prisioneiros libertados

Carta a um grupo numa prisão:"Todo A.A. foi, num certo sentido, um prisioneiro. Cada um de nós se trancoufora da sociedade; cada um conheceu o estigma social. Tudo para vocês tem sidomesmo muito difícil; no caso de vocês, a sociedade também construiu umamuralha a seu redor. Mas não existe realmente uma diferença essencial; esse é

um fato que praticamente todos os AAs agora reconhecem.""Portanto, quando vocês, membros, ingressarem no mundo de A.A., fora da

 prisão, podem ter a certeza de que ninguém vai se preocupar em comentar que

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vocês cumpriram pena. O que estão tentando ser – não o que foram – é tudo oque importa para nós."

***"As dificuldades mentais e emocionais são às vezes muito difíceis de se tolerar,enquanto estamos tentando manter a sobriedade. Mas vemos, no decorrer do

tempo, que vamos superando esses problemas, o que constitui na verdade uma prova de vida de A.A. A adversidade nos dá uma maior oportunidade de crescer,do que a comodidade ou o sucesso".1 – Carta de 19492 – Carta de 1964

NA OPINIÃO DO BILL 235 Em busca da fé perdida

Muitos AAs podem dizer a uma pessoa sem fé: "Fomos desviados da fé que

tínhamos quando crianças. Com a chegada do sucesso material, achamos queestávamos ganhando no jogo da vida. Isso era animador e nos fazia felizes.""Por que deveríamos nos preocupar com abstrações teológicas e deveresreligiosos ou com o estado de nossas almas, aqui ou no além? A vontade deganhar nos levaria para frente.""Então o álcool começou a nos dominar. Finalmente, quando todos os nossoscartões de contagem de pontos marcavam 'zero' e vimos que mais um golpe nos

 poria fora do jogo para sempre, tivemos que buscar nossa fé perdida. Foi emA.A. que reencontramos."Os Doze Passos, pág. 20

NA OPINIÃO DO BILL 236 Perfeição – apenas o objetivo

  Nós, seres humanos, não podemos ter humildade absoluta. No máximo, podemos apenas vislumbrar o significado e o esplendor desse perfeito ideal. SóDeus pode Se manifestar no absoluto; nós, seres humanos, precisamos viver ecrescer no domínio do relativo.Assim sendo, buscamos o progresso, na humildade, para o dia de hoje.

***

Poucos de nós podem estar prontos, rápida ou facilmente, mesmo para olhar emdireção à perfeição moral e espiritual; queremos obter somente o tanto de

 perfeição que possamos alcançar na vida, de acordo, é claro, com as maisvariadas idéias que tenhamos sobre o que nos é necessário. Lutamoserradamente por um objetivo auto-determinado, em vez de lutar pelo objetivo

 perfeito que é aquele que pertence a Deus.1 – Grapevine de junho de 19612 – Os Doze Passos, págs. 57 e 58

NA OPINIÃO DO BILL 237 Nenhuma ordem é dada

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 Nem a Conferência de Serviços de A.A., nem sua Junta de Custódios, nem omais humilde comitê de grupo pode dar uma única ordem a um membro de A.A.e fazê-lo cumprir, e muito menos puni-lo. Tentamos fazer isso muitas vezes,mas o resultado foi sempre um absoluto fracasso.Grupos já tentaram expulsar membros, mas os que foram expulsos voltaram às

reuniões, dizendo: "Isso para nós é a vida, vocês não podem nos manter defora." Comitês instruíram muitos AAs a deixarem de trabalhar com aquele quenão pára de recair e obtiveram deles apenas esta resposta: "Como faço o trabalhodo Décimo Segundo Passo, é assunto meu. Quem são vocês para julgar?"Isso não significa que um A.A. não receba conselhos ou sugestões de membrosmais experientes. Ele simplesmente se recusa a receber ordens.As Doze Tradições, pág. 54

NA OPINIÃO DO BILL 238

O martírio da embriaguez "A autopiedade é um dos mais infelizes e desgastantes defeitos que conhecemos.É um entrave a todo progresso espiritual e pode interromper toda comunicaçãoeficiente com nossos semelhantes, por causa de sua excessiva exigência deatenção e simpatia. É uma forma piegas de martírio ao qual nos damos ao luxo,doentemente."Qual é o remédio? Bem, vamos ter que dar uma boa olhada em nós mesmos, euma ainda melhor nos Doze Passos de recuperação de A.A. Quando virmoscomo muitos de nossos companheiros de A.A. usaram os Passos para vencer grandes sofrimentos e adversidades, estaremos inspirados para tentar em nósmesmos esses princípios tão úteis à vida.Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 239Quando e como dar 

As pessoas que clamam por dinheiro e abrigo, como uma condição para suasobriedade, estão no caminho errado. Mas às vezes proporcionamos a um novo

 provável membro essas mesmas coisas – quando se torna claro que ele estádisposto a colocar a recuperação em primeiro lugar.

A questão não é se vamos dar ou não, mas quando e como dar. Quandocolocamos nosso trabalho num plano material, o alcoólico começa a confiar mais em esmolas do que num Poder Superior e no grupo de A.A. Ele continua ainsistir que não pode vencer o álcool, até que suas necessidades materiais sejamsatisfeitas.Bobagem! Alguns de nós sofreram duros golpes para aprender a seguinteverdade: com ou sem trabalho, com ou sem esposa, simplesmente não paramosde beber, enquanto dependermos, materialmente, de outras pessoas antes dedepender de Deus.

Alcoólicos Anônimos, pág. 106

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NA OPINIÃO DO BILL 240 Duros com nós mesmos, mas ter consideração pelos outros

 Não podemos revelar às nossas esposas ou pais alguma coisa que os faça sofrer ou os torne infelizes. Não temos o direito de salvar nossa pele à custa deles.Aquelas partes de nossa vida causaram danos, contamos para uma outra pessoa

que vai compreender, mas que não fique afetada. A regra é que devemos ser duros com nós mesmos, mas sempre ter consideração pelos outros.***

O bom-senso vai sugerir que deveríamos ganhar tempo, ao fazer reparações anossos familiares. No princípio pode ser imprudente revelar certos episódiosdesagradáveis. Embora possamos estar inteiramente dispostos a revelar o pior,devemos lembrar que não podemos adquirir nossa paz de espírito à custa dosoutros.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 87

2 – Os Doze Passos, pág. 73NA OPINIÃO DO BILL 241

 No meio termo"Em alguns setores de A.A., o anonimato é levado ao ponto de verdadeiroabsurdo. Os membros se comunicam tão pouco, que não sabem nem mesmo osobrenome dos outros e nem onde moram. É como se fosse uma celasubterrânea.""Em outros setores, vemos exatamente o contrário. É difícil evitar que os AAsgritem demais diante do público em geral, fazendo espetaculares 'roteiros de

 palestra' para bancar o importante.""Entretanto, sabemos que desses extremos, aos poucos nos colocamos no meio-termo. A maioria dos palestrantes não agüenta muito tempo, e osexageradamente anônimos são capazes de sair do esconderijo, respeitando seusamigos AAs, seus colegas de trabalho, etc. Acho que a tendência é em direçãoao meio-termo, que é provavelmente onde deveríamos estar."Carta de 1959

NA OPINIÃO DO BILL 242 Solte-se completamente

Depois do fracasso, de minha parte, de querer que alguns bêbados parassem de beber, o Dr. Silkworth novamente me fez lembrar a observação do professor William James de que a verdadeira transformação ocasionada pelo despertar espiritual quase sempre se baseia numa calamidade e colapso. "Pare de lhes

  pregar sermões", o Dr. Silkworth dizia, "e lhes dê primeiro os duros fatosmédicos. Isso pode acalmá-los tão profundamente que possam vir a querer fazer qualquer coisa para ficar bem. Então poderão aceitar aquelas suas idéiasespirituais e ainda um Poder Superior."

***

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Pedimos que você seja destinado desde o início. Alguns de nós procuramos nosagarrar às nossas antigas idéias, e o resultado foi nulo – até que nos deixamosconduzir completamente.1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 122 – Alcoólicos Anônimos, pág. 73

NA OPINIÃO DO BILL 243PENSAMENTOS MATINAIS

Ao acordar, pensemos nas próximas vinte e quatro horas. Pedimos para Deusdirigir nossos pensamentos, especialmente que eles sejam desligados daautopiedade e dos motivos desonestos ou de interesse próprio. Livres deles,

 podemos utilizar nossas faculdades mentais com segurança, pois Deus nos deu acabeça para ser usada. Nossos pensamentos estarão num nível mais alto, quandocomeçarmos a clareá-los, eliminando os motivos errados.

Se temos que decidir qual dos dois caminhos tomar, pedimos a Deus inspiração,um pensamento intuitivo ou uma decisão. Daí relaxamos, fazemos isso comcalma e muitas vezes ficamos surpresos ao ver como chegam as respostas certas,

 pouco depois de termos tentado isso.Geralmente concluímos nossa meditação com uma oração, pedindo que durantetodo o dia nos seja mostrado qual o próximo passo a ser dado, especialmenteque sejamos libertados da vontade própria, quando esta nos causar danos.Alcoólicos Anônimos, págs. 96 e 97

NA OPINIÃO DO BILL 244 Em direção à maturidade

Muitos membros mais antigos, que têm submetido a "cura das bebedeiras" deA.A. a severos, mas bem-sucedidos testes, descobrem que ainda lhes faltasobriedade emocional. Para obter isso, devemos desenvolver uma maturidade eequilíbrio verdadeiros (quer dizer, humildade) em nossas relações com nósmesmos, com nossos semelhantes e com Deus.

*** Não permitamos nunca que A.A. seja uma entidade fechada; nunca devemosnegar nossa experiência, quando ela for útil e valiosa para o mundo que nos

rodeia. Devemos permitir que nossos membros, individualmente, atendam ochamado de cada um dos campos da atividade humana. Devemos permitir a elesque levem a experiência e o espírito de A.A. em todos esses assuntos, sempreque exista algo de bom que possa ser realizado, porque não somente Deus nossalvou do alcoolismo; o mundo nos recebeu de volta em sua cidadania.1 – Grapevine de janeiro de 19582 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 208

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Combate sem ajuda

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 Na verdade, poucos são aqueles que, assaltados pelo tirano álcool, venceram ocombate sem ajuda. É um fato estatístico que os alcoólicos quase nunca serecuperam, só por meio de seus próprios recursos.

***A caminho de Point Barrow, no Alaska, dois prováveis membros saíram juntos e

levaram com eles uma barraca e uma caixa de uísque. O tempo ficou ruim, e atemperatura baixou para 20 graus negativos; eles estavam tão bêbados quedeixaram o fogo apagar. Escapando da morte, por congelamento, um delesacordou a tempo de reacender o fogo. Saiu para procurar combustível e logoavistou um tambor vazio de óleo, cheio de água congelada. Embaixo do gelo, eleavistou um objeto amarelo-avermelhado. Eles descongelaram o tal objeto, e eraum livro de A.A. Um deles leu o livro e parou de beber. A lenda diz que ele setornou o fundador de um de nossos grupos mais longínquos do norte.1 – Os Doze Passos, pág. 14

2 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 75NA OPINIÃO DO BILL 246

O instinto de viver Quando homens e mulheres ingerem tanto álcool, a ponto de destruir suas vidas,cometem um ato totalmente contra a natureza. Contrariando seu desejoinstintivo de auto-preservação, parecem estar inclinados à autodestruição. Lutamcontra seu mais profundo instinto.À medida que vão progressivamente se humilhando pela terrível surraadministrada pelo álcool, a graça de Deus pode penetrar neles e expulsar suaobsessão. Aqui, seu poderoso instinto de viver pode cooperar plenamente com odesejo de seu Criador de lhes dar uma nova vida.

***"A característica central da experiência espiritual consiste em dar a quem arecebe uma nova e melhor motivação, fora de toda proporção a qualquer 

 processo de disciplina, crença e fé."Essas experiências não podem nos tornar íntegros de uma vez; constituem umrenascimento a uma nova e verdadeira oportunidade."1 – Os Doze Passos, pág. 54

2 – Carta de 1965

NA OPINIÃO DO BILL 247Você já experimentou?

"Uma vez que se supõe que a mente aberta e o experimento sejam os atributosindispensáveis de nossa civilização 'científica', parece estranho que tantoscientistas se recusem a provar pessoalmente a hipótese de que Deus veio

 primeiro e o homem depois. Preferem acreditar que o homem é um produtoacidental da evolução; que Deus, o Criador, não existe.

"Só posso informar que experimentei os dois conceitos e que, em meu caso, oconceito de Deus provou ser uma base melhor para a vida do que o conceito queestá centralizado no ser humano.

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"Entretanto, eu seria o primeiro a defender seu direito de pensar, como melhor lhe pareça. Simplesmente faço esta pergunta: 'Em sua própria vida, já tentourealmente pensar e atuar como se pudesse existir um Deus? Você jáexperimentou?'"Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 248 Precisamos de ajuda de fora

Era evidente que uma auto-avaliação, feita a sós, e admissão de nossos defeitos, baseada só nessa avaliação, nem de longe seriam suficientes. Tínhamos que ter ajuda de fora, se quiséssemos saber e admitir a verdade a nosso respeito – aajuda de Deus e de um outro ser humano.Somente através de uma discussão sobre nós mesmos, sem esconder nada,somente com a disposição de seguir conselho e aceitar orientação, poderíamos

caminhar em direção ao pensamento correto, à honestidade sólida e à verdadeirahumildade.***

Se estivermos enganando a nós mesmos, um conselheiro competente pode ver isso rapidamente. E, à medida que ele habilmente nos afasta de nossas fantasias,ficamos surpresos ao descobrir que temos poucos dos costumeiros ímpetos denos defender das verdades desagradáveis. De nenhuma outra forma podemdesaparecer prontamente o medo, o orgulho e a ignorância. Depois de um certotempo, percebemos que estamos colocados, numa nova e firme base para aintegridade, e agradecidos damos crédito a nossos padrinhos, cujos conselhosnos indicaram o caminho.1 – Os Doze Passos, pág. 492 – Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 249 Dádivas de Deus

Percebemos que o sol nunca se põe para a Irmandade de A.A.; que mais detrezentos e cinqüenta mil pessoas agora se recuperam de sua doença; quecomeçamos em toda parte a transpor as enormes barreiras de raça, credo e

nacionalidade. Essa certeza de que tantos de nós têm sido capazes de encontrar nossas responsabilidades, sobriedade, crescimento e eficiência no confusomundo em que vivemos, certamente nos dará a mais profunda alegria esatisfação. Mas, como pessoas que sempre aprenderam pelo modo mais difícil,com certeza não vamos nos felicitar. Temos que saber que esses bens sãodádivas de Deus, que em parte se combinaram com uma crescente boa vontadede nossa parte de descobrir e fazer Sua vontade para conosco.Grapevine de julho de 1965

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NA OPINIÃO DO BILL 250Oração nos momentos de tensão

Quando me sinto sob grandes tensões, prolongo minhas caminhadas diárias erepito lentamente nossa Oração da Serenidade, ao ritmo de meus passos erespiração.

Se sinto que meu sofrimento foi em parte causado pelos outros, tento repetir:"Deus, concedei-me a serenidade para amá-los mais e nunca ter medo daquiloque eles têm de pior". Esse benéfico processo curativo de repetição, que às vezes

 precisa durar alguns dias, raramente deixou de me restituir pelo menos uma perspectiva viável e equilíbrio emocional.Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 251 Aceite o inevitável 

"Não se sinta tão desencorajado a respeito dessa recaída. Praticamente sempre,nós, os bêbados, aprendemos a duras penas."Sua idéia de mudar-se para outro lugar pode ser boa ou pode não ser. Talvezvocê tenha entrado em dificuldades econômicas ou emocionais que não podemser resolvidas onde você está. Mas talvez você esteja fazendo justamente o quetodos nós já fizemos, em certas ocasiões: talvez você esteja fugindo. Por quevocê não procura pensar nisso, com cuidado, novamente?"Você está realmente pondo a recuperação em primeiro lugar ou está fazendocom que ela dependa de outras pessoas, lugares ou circunstâncias? Você podeachar muito mais fácil aceitar o inevitável, onde está agora e, com a ajuda do

 programa de A.A., sair vitorioso. Pense bem nisso antes de tomar uma decisão."Carta de 1949

NA OPINIÃO DO BILL 252 Já não estamos sozinhos

O alcoolismo significava solidão, embora estivéssemos cercados de pessoas quenos amavam. Mas quando nossa prepotência afastou todo o mundo e nossoisolamento foi completo, começamos a bancar o importante em botequins deúltima categoria. Quando também isso acabou, tivemos que perambular,

sozinhos, pela rua para depender da caridade dos transeuntes.Ainda procuramos encontrar a segurança emocional, dominando ou nos fazendodependentes dos outros. Mesmo quando nossa sorte não era das piores, nãoobstante nos encontramos sozinhos no mundo. Ainda inutilmente procuramosobter segurança, através de algum tipo de domínio ou dependência.Para aqueles de nós que eram assim, A.A. teve um significado muito especial.

 Nessa irmandade começamos a aprender a nos relacionar bem com as pessoasque nos compreendem; não temos mais que estar sozinhos.Os Doze Passos, pág. 103

NA OPINIÃO DO BILL 253"Olhar antes de saltar?"

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"Os homens e mulheres sábios dão, com razão, um grande valor à virtude da prudência. Eles sabem que, sem esse importantíssimo atributo, pouca sabedoriaterão. "Não basta apenas 'olhar antes de saltar'. Se nosso olhar for cheio demedo, suspeita ou raiva, teria sido melhor não ter olhado nem agido."

***

"Perdemos o medo de tomar decisões, grandes ou pequenas, quandocompreendemos que, no caso de nossa escolha ser errada, podemos aprender, seé que podemos, com a experiência. No caso de nossa decisão ser a certa,

 podemos agradecer a Deus por nos dar a coragem e a graça que nos permitiramagir desse modo."Cartas de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 254 Satisfações de uma vida correta

Como é maravilhoso sentir que não temos que ser especialmente diferenciadosde nossos companheiros, a fim de ser úteis e profundamente felizes. Poucos denós podem ser líderes proeminentes, nem queremos ser.O serviço prestado com prazer, as obrigações honestamente cumpridas, os

 problemas bem aceitos ou resolvidos, com a ajuda de Deus, o conhecimento deque, tanto no lar como no mundo lá fora, somos companheiros num esforçocomum, o fato de que, perante Deus, todos os seres humanos são importantes, a

 prova de que o amor, livremente oferecido, na certa traz um total retorno, acerteza de que não mais estamos isolados e sozinhos em prisões autoconstruídas,a segurança de que podemos nos adaptar e fazer parte do esquema de coisascriadas por Deus – essas são as satisfações de uma vida correta, que não

 poderiam ser substituídas por nenhuma pompa ou grande quantidade de riquezasmateriais.Os Doze Passos, pág. 110

NA OPINIÃO DO BILL 255Uma compreensão mais ampla

Para alcançar mais alcoólicos, será necessário que a compreensão de A.A. e a boa vontade pública, em relação ao A.A., comecem a crescer em toda parte.

Precisamos ainda nos relacionar melhor com a medicina, religião,empregadores, governos, tribunais, prisões, hospitais psiquiátricos e todas asentidades ligadas ao campo do alcoolismo. Precisamos da boa vontade, cada vezmaior, por parte dos editores, escritores, televisão e rádio. Esses meios de

 publicidade – local, nacional e internacional – deveriam tornar-se cada vez maisacessíveis.

*** Nada é mais importante para o futuro bem-estar de A.A. do que a maneira pelaqual utilizamos o colosso dos modernos meios de comunicação. Usados bem e

com altruísmo, podem produzir resultados que ultrapassem nossa imaginação.Se usarmos mal esse grande instrumento, seremos destruídos pelasmanifestações egoístas de nossa própria gente. Contra esse perigo, o anonimato

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dos membros de A.A., perante o público em geral, é nosso escudo e nossa proteção.1 – Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 542 – Grapevine de novembro de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 256Uma experiência "especial"Fui o receptor de uma grandiosa experiência mística ou "iluminação", e no

 princípio foi natural eu sentir que essa experiência me fazia sobressair comoalguém muito especial.Mas ao relembrar agora esse grandioso acontecimento, só posso me sentir muitoagradecido. Agora ficou claro que as únicas características especiais de minhaexperiência foram a rapidez dela e a convicção imediata e irresistível que elatrouxe.

Entretanto, em todos os outros aspectos, estou certo de que minha própriaexperiência foi, em essência, igual àquela recebida por qualquer membro deA.A. que tenha praticado arduamente nosso programa de recuperação.Certamente a graça que ele recebe é também de Deus; a única diferença é queele se torna ciente de sua dádiva, mais gradualmente.Grapevine de julho de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 257 A chave da sobriedade

A incomparável capacidade de cada A.A. de se identificar com o recém-chegadoe levá-lo a se recuperar não depende, de forma alguma, de seu grau de instrução,eloqüência ou qualquer outra capacidade especial. A única coisa que importa éque ele é um alcoólico que encontrou a chave da sobriedade.

***Em minha primeira conversa com o Dr. Bob, insisti muito na impossibilidade damedicina fazer algo em seu caso, usando sem receio as palavras com que o Dr.Silkworth descreveu o dilema do alcoólico: "a obsessão mais a alergia". Apesar do Dr. Bob ser médico, isso era novo para ele; eram más notícias. E o fato de euser um alcoólico e saber por experiência própria o que estava falando, abrandou

o golpe.Como vocês vêem, em nossa conversa houve total reciprocidade. Eu tinhaabandonado a pregação. Sabia que eu precisava desse alcoólico como ele

 precisava de mim.1 – As Doze Tradições, págs. 33 e 342 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 63

NA OPINIÃO DO BILL 258 Sob a superfície

Alguns farão objeção a muitas das perguntas que deveriam ser respondidas numinventário moral, porque acham que seus próprios defeitos de caráter não tinhamsido tão flagrantes. A estes pode ser sugerido que um exame consciente

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 provavelmente vai revelar justamente os defeitos relacionados com as perguntasrejeitadas. Pelo fato de nossa história não parecer tão ruim, na superfície,ficamos muitas vezes embaraçados, ao descobrir que isso se deve simplesmenteao fato de termos enterrado esses mesmos defeitos no mais profundo de nossoser, sob grossa camada de auto-justificação. Esses foram os defeitos que nos

levaram finalmente ao alcoolismo e à miséria.Os Doze Passos, págs. 43 e 44

NA OPINIÃO DO BILL 259 Servidor, não amo

Em A.A., descobrimos que não importava tanto qual era nossa condiçãoeconômica, mas importava muito qual era nossa condição espiritual. Conformemelhoramos nossa perspectiva espiritual, aos poucos o dinheiro se transformouem nosso servidor e não em nosso amo. Ele veio a ser um meio de troca de amor 

e serviço, com aqueles que nos cercam.***Um dos Membros Solitários de A.A. é um pastor de ovelhas australiano, quevive a 3.200 quilômetros da cidade mais próxima, onde anualmente ele vendesua lã. A fim de conseguir melhores preços, ele tinha que ir à cidade numdeterminado mês do ano Mas quando soube que ia ser realizado um grandeencontro regional de A.A., em data posterior, quando os preços de lã teriam

 baixado, ele assumiu feliz um prejuízo financeiro para então fazer sua viagem.Eis o quanto significava uma reunião de A.A. para esse homem.1 – Os Doze Passos, pág. 1082 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 27 e 28

NA OPINIÃO DO BILL 260 Realidade interior 

À medida que a humanidade estuda o mundo material, nos é constantementerevelado que sua aparência exterior não é, de modo algum, a realidade interior.A prosaica trave de aço é uma massa de elétrons, girando uns ao redor dosoutros, em velocidade incrível, e esses pequenos corpos são governados por leis

 precisas. Assim nos diz a Ciência. Não temos nenhuma razão para duvidar disso.

Entretanto, quando é sugerida a hipótese perfeitamente lógica, de que além domundo material, como o contemplamos, existe uma inteligência criadora,orientadora e todo-poderosa, no mesmo instante vem à tona nosso traço perversode temperamento e procuramos nos convencer de que isso não é verdade. Sefosse certa nossa argumentação, significaria que a vida se originou do nada, quenada significa e que não leva a nada.Alcoólicos Anônimos, pág. 65

NA OPINIÃO DO BILL 261

"Pesquisa corajosa"

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Minha auto-análise tem sido freqüentemente falha. Às vezes tenho deixado decompartilhar meus defeitos com as pessoas certas; outras vezes tenhoconfessado os defeitos delas, em lugar dos meus, e ainda outras vezes,minha confissão dos defeitos tem sido mais de queixas, em alta voz, acercade minhas circunstâncias e meus problemas.

***Quando A.A. sugere um destemido inventário moral, isso deve parecer a todorecém-chegado que lhe estamos pedindo mais do que ele é capaz de fazer. Cadavez que ele tenta olhar para dentro de si, o orgulho diz: "Você não precisa

 percorrer esse caminho..." e o medo diz: "Não se atreva a olhar!"Mas o orgulho e o medo desse tipo não passam de bichos-papões. Uma vez quefaçamos inventário com toda a boa vontade e nos esforcemos para fazê-lominuciosamente, uma luz maravilhosa invade essa cena nebulosa. À medida que

 persistimos, nasce um tipo de confiança totalmente novo, e a sensação de alívio

com a qual finalmente nos deparamos é incrível.1 – Grapevine de junho de 19582 – Os Doze Passos, pág. 40

NA OPINIÃO DO BILL 262 Responsabilidades individuais

Vamos enfatizar que nossa aversão à disputa de uns com os outros, ou comquem quer que seja, não é considerada uma excepcional virtude, que dá direitoaos AAs de se sentirem superiores às outras pessoas. Nem essa aversão significaque os membros de A.A. estão deixando de cumprir suas responsabilidadesindividuais como cidadãos. Nesse caso eles deveriam se sentir livres para agir como acham que é certo, em relação aos assuntos públicos de nossos tempos.Mas em se tratando de A.A. como um todo, a coisa é bem diferente. Comogrupo, não entramos em controvérsia pública, porque estamos certos de quenossa sociedade perecerá se assim fizermos.As Doze Tradições, pág. 54

NA OPINIÃO DO BILL 263 Medo e fé 

A conquista da libertação do medo é uma tarefa para toda a vida; é algo quenunca pode ficar completamente concluído.Ao sermos duramente atacados, estarmos gravemente enfermos ou em qualquer situação de séria insegurança, todos nós vamos reagir a essa emoção – bem oumal, conforme o caso se apresente. Somente os que enganam a si mesmosalegam que estão totalmente livres do medo.

***Finalmente vimos que a fé em alguma forma de Deus era parte de nosso ser.Algumas vezes tivemos que procurá-Lo persistentemente, mas Ele estava ali.

Ele era tão real como éramos nós. Encontramos a Grande Realidade no mais profundo de nosso ser.1 – Grapevine de janeiro de 1962

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2 – Alcoólicos Anônimos, pág. 71

NA OPINIÃO DO BILL 264O passo que nos mantém crescendo

Algumas vezes, quando os amigos nos dizem o bem que estamos fazendo,

sabemos melhor o que se passa dentro de nós. Sabemos que não estamosfazendo o bem, o suficiente. Não podemos ainda lidar com a vida como ela é.Em alguma parte deve haver uma falha séria, em nossa prática edesenvolvimento espirituais.Qual é ela, então?O mais provável mesmo é que localizemos nossa dificuldade em nossa falta decompreensão ou negligência, em relação ao Décimo Primeiro Passo de A.A. – 

 prece, meditação e a orientação de Deus.Os outros Passos podem manter muitos de nós sóbrios e de certa forma atuando.

Mas o Décimo Primeiro Passo pode nos manter crescendo, se tentarmosarduamente e trabalharmos sempre nele.Grapevine de junho de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 265 Nem dependência, nem auto-suficiência

Quando insistíamos, como crianças, em que as pessoas nos protegessem ecuidassem de nós ou em que o mundo deveria nos dar uma vida melhor, então oresultado era desastroso. As pessoas que mais amávamos muitas vezes nosrepeliam ou nos abandonavam por completo. Não era fácil suportar nossadesilusão.Já não percebíamos que, embora adultos na idade, estávamos ainda noscomportando de maneira infantil, tentando transformar todos – amigos, esposas,maridos, até o próprio mundo – em pais protetores. Recusávamos aprender que adependência exagerada das pessoas não dá certo, porque todas as pessoas sãofalíveis, e até a melhor delas muitas vezes vai nos desapontar, especialmentequando nossas exigências, quanto à atenção, se tornarem irracionais.

***Estamos agora numa base diferente: a base da confiança e da dependência de

Deus. Confiamos no Deus infinito, e não em nossos seres finitos. Enquantofizermos exatamente como achamos que Ele quer que façamos e humildementeconfiarmos Nele, Ele é capaz de nos ajudar a enfrentar a calamidade com aserenidade.1 – Os Doze Passos, pág. 1022 – Alcoólicos Anônimos, pág. 82

NA OPINIÃO DO BILL 266 Dar graças

Embora eu ainda encontre dificuldade para aceitar a dor e a ansiedade de hojecom um certo grau de serenidade – como aqueles que estão mais avançados na

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vida espiritual parecem poder aceitá-las – entretanto, posso agradecer a dor atual.Encontro disposição para fazer isso, ao recordar as lições aprendidas através dosofrimento passado – lições que têm me levado às bênçãos que agora desfruto.Posso recordar como as agonias do alcoolismo, a dor da revolta e o orgulho

frustrado com freqüência me levaram à graça de Deus, e em conseqüência a umanova liberdade.Grapevine de março de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 267 Na retaguarda de nossas desculpas

 Nós, bêbados, somos campeões em fabricar desculpas e racionalizações. É tarefado psiquiatra encontrar as causas mais profundas de nossa conduta. Apesar de não ter instrução em psiquiatria, podemos, depois de algum tempo em

A.A., ver que nossos motivos não têm sido o que pensávamos que fossem eque têm sido causados por forças desconhecidas para nós. Portanto,deveríamos buscar, com o mais profundo respeito, interesse e benefício, asdescobertas da psiquiatria.

***"O crescimento espiritual, através da prática dos Doze Passos de A.A., mais aajuda de um bom padrinho, geralmente podem revelar a maioria das razões mais

 profundas de nossos defeitos de caráter, pelo menos a um grau que satisfaçanossas necessidades práticas. Entretanto, deveríamos ser gratos a nossos amigos,no campo da psiquiatria, que tanto têm enfatizado a necessidade de se pesquisar as motivações falsas e muitas vezes inconscientes."1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 2122 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 268 Aquelas outras pessoas

"Assim como você, muitas vezes me considerei a vítima do que as outras pessoas dizem e fazem. Mas todas as vezes que eu confessei os pecados dessas  pessoas, principalmente daquelas cujos pecados eram diferentes dos meus,

descobri que as coisas só pioraram. Meu próprio ressentimento e minhaautopiedade muitas vezes me tornaram quase inútil para todos."Assim sendo, agora, se alguém fala mal de mim, primeiro pergunto a mimmesmo se há alguma verdade no que foi dito. Se não há nenhuma, procuro melembrar de que também tive períodos em que falava amargamente dos outros;que o falatório maligno é apenas um sintoma da permanência de nossa doençaemocional, e conseqüentemente, que nunca devo ficar com raiva devido àsinjustiças de uma pessoa doente."Com muita dificuldade, tenho procurado sempre perdoar as outras pessoas e a

mim mesmo. Você recentemente tem tentado fazer isso?"Carta de 1946

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NA OPINIÃO DO BILL 269Quando a infância termina

"Você deve recordar que todo grupo de A.A. começa, como deveria, através dosesforços de uma só pessoa e de seus amigos – um fundador e sua hierarquia.

 Não existe outro modo.

"Mas quando a infância termina, os primeiros líderes têm que abrir caminho para essa democracia que surge das raízes e eventualmente se coloca de lado aliderança auto-eleita do passado."

***Carta ao Dr. Bob:"Em todos os lugares, os grupos de A.A. colocaram as atividades de serviço emsuas próprias mãos. Os fundadores locais e seus amigos estão agora de lado. Por que tanta gente esquece isso, quando pensa no futuro de nossos serviçosmundiais, nunca vou entender.

"Eventualmente os grupos pegam a direção e talvez esbanjem sua herançaquando a recebem. Não obstante, é possível que não o façam. De qualquer modo, já são adultos; A.A. lhes pertence; vamos entregá-lo para eles."1 – Carta de 19502 – Carta de 1949

NA OPINIÃO DO BILL 270 Honestidade e recuperação

Ao fazer inventário, um membro poderia considerar questões, como por exemplo: Como minha busca egoísta de relação sexual prejudicou outras

 pessoas e a mim mesmo? Quais as pessoas prejudicadas, e até que ponto?Como reagi a essas situações, na ocasião? Eu me consumi com sentimentosde culpa? Ou insisti em que era o perseguido e não o perseguidor, para assimme absolver?

Como reagi à frustração em assuntos sexuais? Quando rejeitado, eu me tornavavingativo ou deprimido? Eu desforrava nas outras pessoas? Se houvesse rejeiçãoou frieza em casa, usava isso como desculpa para a promiscuidade?

***Que nenhum alcoólico diga que não pode se recuperar, a não ser que ele tenha

sua família de volta. Sua recuperação não depende das pessoas. Ela depende desua relação com Deus, como ele pode concebê-Lo.1 – Os Doze Passos, pág. 412 – Alcoólicos Anônimos, pág. 107

NA OPINIÃO DO BILL 271 A.A. em duas palavras

"Todo o progresso de A.A. pode ser expressado em apenas duas palavras:humildade e responsabilidade. Todo nosso desenvolvimento espiritual pode ser 

medido, com precisão, conforme nosso grau de adesão a esses magníficos padrões.

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"Uma humildade aprofundando-se sempre, acompanhada de uma crescente boavontade para aceitar e cumprir as responsabilidades bem definidas – estas sãorealmente nossas pedras de toque para todo o crescimento na vida do espírito.Elas nos proporcionam a essência do bem, tanto no ser como no atuar. É por meio delas que conseguimos encontrar e fazer a vontade de Deus."

Palestra de 1965 (publicada na Grapevine de janeiro de 1966)

NA OPINIÃO DO BILL 272 Dificuldades provocadas por nós mesmos

Egoísmo – egocentrismo! Achamos que essa é a causa de nossas dificuldades.Impulsionados por uma centena de formas de medo, auto-ilusão, interesse

  próprio e auto-piedade, pisamos em nossos semelhantes, e eles revidam.Algumas vezes nos ferem, aparentemente sem provocação, mas sempreacabamos descobrindo que em algum momento, no passado, tomamos decisões

 baseadas no egocentrismo, que mais adiante nos colocaram em situação de ser feridos.Assim, achamos que nossas dificuldades são basicamente provocadas por nósmesmos. Surgem de nós mesmos, e o alcoólico é um exemplo da prepotênciadesenfreada, embora ele geralmente não ache isso. Sobretudo, nós, alcoólicos,devemos nos desfazer desse egoísmo. Devemos, senão ele nos mata!Alcoólicos Anônimos, pág. 76

NA OPINIÃO DO BILL 273 Amor constrangedor 

A vida de cada A.A. e de cada grupo é construída ao redor de nossos DozePassos e Doze Tradições. Sabemos muito bem que a punição para adesobediência sistemática desses princípios é a morte do indivíduo e adissolução do grupo. Uma força ainda maior para a unidade de A.A. é o amor-dedicação que temos por nossos companheiros e por nossos princípios.

***Você poderia pensar que as pessoas na sede de A.A., em Nova York, certamenteteriam que ter alguma autoridade pessoal. Mas há muito tempo, tanto oscustódios como os secretários descobriram que não poderiam fazer nada mais do

que dar leves sugestões aos grupos de A.A.Tiveram até que inventar duas frases que ainda aparecem em algumas cartas queescrevem: "Claro que vocês têm toda a liberdade de resolver esse assunto comoachar melhor. Mas a experiência da maioria, em A.A., parece sugerir..."A sede mundial de A.A. não dá ordens. Ao contrário, é nossa maior transmissoradas lições aprendidas com a experiência.1 – Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 112 – As Doze Tradições, pág. 51

NA OPINIÃO DO BILL 274Conduzir-se sozinho

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Tratando-se de assuntos espirituais, conduzir-se sozinho é perigoso. Quantasvezes ouvimos pessoas bem-intencionadas proclamarem a orientação de Deus,quando era mais do que evidente que estavam muito enganadas. Faltando-lhes,tanto a prática quanto a humildade, tinham-se iludido e foram capazes de

 justificar o mais completo absurdo, sob a alegação de que era isso que Deus lhes

havia dito.Pessoas com grande desenvolvimento espiritual quase sempre insistem emverificar, com amigos ou conselheiros espirituais, a orientação que sentem ter recebido de Deus. É certo, então, que um novato não deveria, dessa maneira,correr o risco de cometer erros tolos, talvez trágicos. Embora os comentários ouorientação dos outros possam não ser infalíveis, é provável que sejam maisespecíficos do que qualquer orientação direta que possamos receber, enquantoainda somos inexperientes no estabelecimento do contato com um Poder Superior a nós mesmos.

Os Doze Passos, pág. 50NA OPINIÃO DO BILL 275

 Recuperação através da doaçãoPara um novo provável membro, descreva em linhas gerais o programa de ação,explicando como você fez uma auto-análise, como colocou em ordem seu

 passado e por que está agora tentando ajudá-lo. É importante que ele percebaque o esforço que você faz para lhe transmitir isso é de vital importância parasua própria recuperação. Na verdade, ele pode estar ajudando-o mais do quevocê a ele. Explique-lhe claramente que ele não tem nenhuma obrigação paracom você.

*** Nos primeiros seis meses de minha própria sobriedade, trabalhei arduamentecom muitos alcoólicos. Nenhum deles correspondeu. Mas esse trabalho memanteve sóbrio. Não foi porque esses alcoólicos me dessem qualquer coisa. Meuequilíbrio emocional veio de minha tentativa de dar, não da exigência dereceber.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 1032 – Grapevine de janeiro de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 276Um Poder Superior para ateus

"Tenho feito muitas experiências com ateus, sendo boas, em sua maioria. EmA.A. todos têm o direito de ter sua própria opinião. É muito melhor manter umasociedade aberta e tolerante do que conter qualquer pequeno distúrbio que essasopiniões possam ocasionar. Realmente não conheço ninguém que tenha morridode alcoolismo, por causa das opiniões de algum ateu sobre o cosmo."Mas sempre peço a essas pessoas que tenham um 'Poder Superior' – por 

exemplo, seu próprio grupo. Quando elas chegam, a maioria das pessoas, nogrupo, está sóbria, e elas estão bêbadas. Portanto, o grupo é um 'Poder Superior'.

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Esse é um início suficientemente bom, e quase todos progridem partindo daí. Seicomo se sentem, porque antes eu mesmo era assim".Carta de 1962

NA OPINIÃO DO BILL 277

 Para aliviar nossa cargaSó existe uma razão que poderia vir a modificar nosso desejo de revelar, por inteiro, os danos causados. Ela surgirá na rara situação em que fazer umarevelação completa poderia prejudicar seriamente a pessoa a quem estamosfazendo reparações. Ou, igualmente importante, a outras pessoas. Não podemos,

 por exemplo, dar uma explicação pormenorizada de uma aventura extraconjugalnos ombros de nosso desprevenido cônjuge.

 Não alivia nossa carga, quando imprudentemente tornamos mais pesadas ascruzes dos outros.

***Ao fazer reparações, deveríamos ser sensíveis, ter tato, ser respeitosos ehumildes, sem chegar ao servilismo. Como filhos de Deus, andamos de cabeçaerguida, não nos arrastamos na frente de ninguém.1 – Os Doze Passos, págs. 74 e 752 – Alcoólicos Anônimos, pág. 94

NA OPINIÃO DO BILL 278Fale alto, sem medo

Poucos de nós são anônimos com respeito a nossos contatos diários.Esquecemos o anonimato nesse nível, porque achamos que nossos amigos ecolegas deveriam saber a respeito de A.A. e o que ele tem feito por nós.Também queremos perder o medo de admitir que somos alcoólicos. Embora

 peçamos insistentemente aos repórteres para não divulgar nossa identidade,muitas vezes falamos ante reuniões semipúblicas. Queremos convencer aaudiência de que nosso alcoolismo é uma doença e não temos mais medo dediscutí-la diante de quem quer que seja. No entanto, se formos além desse limite,certamente perderemos para sempre o princípio do anonimato. Se cada A.A. sesentir livre para publicar seu nome, retrato e história, seremos lançados em breve

numa grande orgia de publicidade pessoal.***

"Enquanto a chamada reunião pública é discutível por muitos membros de A.A.,sou a favor, contanto que o anonimato seja respeitado nas notícias da imprensa eque não peçamos nada para nós, a não ser compreensão."1 – Grapevine de janeiro de 19462 – Carta de 1949

NA OPINIÃO DO BILL 279

 A requintada arte de álibis

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A maioria dos membros de A.A. sofreu severamente por causa daautojustificação, na época das bebedeiras. Para a maioria de nós, aautojustificação era a causa das desculpas para beber e para todos os tipos decomportamento louco e prejudicial. Tínhamos feito da invenção de álibisuma requintada arte.

Tínhamos que beber, ou porque as coisas iam mal, ou porque iam bem.Tínhamos que beber porque, em casa, ou éramos sufocados com amor, ou nãorecebíamos amor algum. Tínhamos que beber porque, no trabalho, ou tínhamosgrandes sucessos, ou tristes fracassos. Tínhamos que beber porque nossa pátria,ou havia ganho uma guerra, ou havia perdido a paz. E assim por diante, "adinfinitum".

***Muitas vezes levávamos muito tempo para perceber como nossas emoçõesdescontroladas nos vitimavam. Quando se tratava de outras pessoas, tínhamos

que eliminar a palavra "culpa" de nosso vocabulário e de nossos pensamentos.1 – Os Doze Passos, pág. 372 – Os Doze Passos, pág. 38

NA OPINIÃO DO BILL 280 Espiritualmente preparados

Presumindo estar espiritualmente preparados, podemos fazer todo tipo de coisaque se supõe que os alcoólicos não possam. Ouvimos dizer que não devemos ir onde servem bebida; não devemos tê-la em casa; devemos evitar os amigos que

 bebem; devemos evitar os filmes com cenas de bebida; não devemos entrar em bares; nossos amigos devem esconder suas garrafas, quando vamos às suascasas; não devemos pensar ou finalmente ser lembrados do álcool. Nossaexperiência mostra que isso não é necessariamente assim.Enfrentamos essas situações todos os dias. O alcoólico que não pode enfrentá-las ainda tem a mente alcoólica; existe algo de errado com seu estado espiritual.Sua única chance de manter a sobriedade seria a de viver em algum lugar daGroelândia, e ainda ali poderia aparecer um esquimó com uma garrafa de uísquee estragar tudo!Alcoólicos Anônimos, págs. 108 e 109

NA OPINIÃO DO BILL 281 Nós como indivíduos

Existe somente um teste seguro para todas as experiências espirituais: "Por seusfrutos os conhecereis."É por isso que acho que não deveríamos pôr em dúvida a transformação dealguém – quer seja súbita ou gradual. Nem deveríamos exigir que o tipo detransformação de alguém seja igual ao nosso, porque a experiência mostra queestamos aptos a receber aquilo que for mais útil para nossas próprias

necessidades.***

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 Não existem dois seres humanos exatamente iguais, portanto cada um de nós,quando fizer o inventário, precisará determinar quais são seus próprios defeitosde caráter. Tendo encontrado os sapatos que lhe servem, deveria calçá-los ecaminhar com a nova confiança de que, finalmente, está no caminho certo.1 – Grapevine de julho de 1962

2 – Os Doze Passos, pág. 38

NA OPINIÃO DO BILL 282 Instintos descontrolados

Toda vez que uma pessoa impõe seus instintos irracionalmente aos outros, vema infelicidade. Se a busca da riqueza pisa naqueles que venham a estar nocaminho, então a raiva, a inveja e a vingança serão igualmente despertadas. Se osexo se desenfreia, há um tumulto semelhante.Exigir de outras pessoas excessiva atenção, proteção e amor só pode despertar o

domínio ou a revolta nos próprios protetores – duas emoções tão doentias quantoàs exigências que as provocam. Quando o desejo de prestígio de um indivíduo sedescontrola, seja num grupo de mulheres costurando ou numa conferênciainternacional, outras pessoas sofrem e muitas vezes se revoltam. Esse choque deinstintos pode produzir, tanto uma leve descortesia quanto uma grande revolta.Os Doze Passos, pág. 35

NA OPINIÃO DO BILL 283"Impotentes perante o álcool"

Eu tinha caminhado continuamente ladeira abaixo, e naquele dia, em 1934, euestava acamado no andar superior do hospital, sabendo pela primeira vez queestava completamente sem esperança.Lois estava no andar térreo, e o Dr. Silkworth estava tentando, com suasmaneiras gentis, transmitir a ela o que estava acontecendo comigo e que meucaso era sem esperança. "Mas Bill tem uma grande força de vontade", ela disse."Ele tem tentado desesperadamente ficar bom. Doutor, por que ele não pode

 parar?"Ele explicou que minha maneira de beber, uma vez que se tornou um hábito,ficou sendo uma obsessão, uma verdadeira loucura que me condenava a beber 

contra meu desejo.***

"Nos últimos estágios de nosso alcoolismo ativo, a vontade de resistir já nãoexiste. Portanto, quando admitimos a derrota total e quando nos tornamosinteiramente dispostos a tentar os princípios de A.A., nossa obsessão desaparecee entramos numa nova dimensão – a liberdade sob a vontade de Deus, como nósO concebemos."1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 482 – Carta de 1966

NA OPINIÃO DO BILL 284Fé – um plano – e trabalho

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"A idéia de viver um "plano de vinte e quatro horas" aplica-se primeiramente àvida emocional do indivíduo. Emocionalmente falando, não devemos viver no ontem, nem no amanhã.

"Mas nunca fui capaz de ver que isso significa que o indivíduo, o grupo ou A.A.como um todo não deveria pensar como vai funcionar amanhã ou mesmo num

futuro mais distante. A fé sozinha nunca construiu a casa em que você mora.Tinha que haver um plano e um bocado de trabalho para que essa casa setornasse realidade."Nada é mais verdadeiro para nós, de A.A., do que o dizer público: 'A fé semobras é morta'. Os serviços de A.A., todos destinados a fazer mais, e o melhor 

 possível, o trabalho do Décimo Segundo Passo, são as 'obras' que garantemnossa vida e crescimento, impedindo a anarquia ou a estagnação."Carta de 1954

NA OPINIÃO DO BILL 285Falso orgulhoA coisa alarmante, a respeito da cegueira do orgulho é a facilidade com que é

  justificada. Mas não precisamos enxergar longe para ver que aautojustificação é uma destruidora universal da harmonia e do amor. Elacoloca o homem contra o homem, a nação contra a nação. Através dela, todaa forma de tolice e violência pode ser arranjada de forma a parecer boa e atérespeitável.

***Seria falso orgulho se acreditar que Alcoólicos Anônimos é um remédio paratodos os males, mesmo para o alcoolismo.1 – Grapevine de junho de 19612 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 207

NA OPINIÃO DO BILL 286 Superando ressentimentos

Começamos a ver que o mundo e sua gente realmente tinham nos dominado.Sob essa infeliz condição, as más ações dos outros, imaginários ou reais, tinhamforça até para nos destruir, porque pelo ressentimento poderíamos ser levados de

volta à bebida. Vimos que esses ressentimentos devem ser superados, mascomo? Poderíamos não querê-los longe.Este foi nosso procedimento: percebemos que as pessoas que nos maltrataramtalvez estivessem espiritualmente doentes. Então, pedimos a Deus que nosajudasse a lhes mostrar a mesma tolerância, piedade e paciência que, comsatisfação, teríamos para com um amigo doente.Hoje, evitamos a vingança e a discussão. Não podemos tratar as pessoas doentesdessa maneira. Se o fizermos, destruiremos nossa chance de ser úteis. Não

 podemos ser úteis a todas as pessoas, mas pelo menos Deus nos mostrará como

ser bons e tolerantes para com todos.Alcoólicos Anônimos, págs. 80 e 81

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NA OPINIÃO DO BILL 287 Aspectos da espiritualidade

"Entre os membros de A.A. existe ainda uma grande confusão a respeito do queé material e do que é espiritual. Prefiro acreditar que tudo é uma questão demotivo. Se usarmos nossos bens materiais de forma egoísta, então somos

materialistas. Mas se os usarmos para ajudar os outros, então o materialajuda o espiritual."***

"Persiste a idéia de que os instintos são primariamente maus e são os obstáculos,frente aos quais toda a espiritualidade vacila. Acredito que a diferença entre o

 bem e o mal não é a diferença entre o espiritual e os instintos do indivíduo; penso que é a diferença entre o uso adequado e o uso inadequado dos instintos.O reconhecimento e a correta canalização dos instintos constituem a essência daverdadeira integridade."

1 – Carta de 19582 – Carta de 1954

NA OPINIÃO DO BILL 288 Sobriedade emocional 

Se examinarmos cada perturbação que temos, seja grande ou pequena,encontraremos em sua raiz alguma dependência doentia e sua conseqüenteexigência doentia. Com a ajuda de Deus, vamos continuamente renunciar a essasembaraçosas deficiências.Daí podemos ficar livres para viver e para amar; podemos então ser capazes de

 praticar o Décimo Segundo Passo, com nós mesmos e com os outros para obter a sobriedade emocional.Grapevine de janeiro de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 289Quando os conflitos aumentam

Algumas vezes eu seria forçado a examinar situações, onde estava agindo mal. No mesmo instante, eu começaria freneticamente a procurar desculpas."Essas", eu exclamaria, "são realmente faltas de um homem de bem". Quando

essa frase favorita fosse destruída, eu pensaria: "Bem, se aquelas pessoas metratassem sempre bem, eu não teria que me comportar da maneira que mecomporto." A desculpa seguinte seria esta: "Deus sabe muito bem que tenhoterríveis compulsões. Simplesmente não posso vencê-las, só mesmo Ele vai ter que me tirar dessa." Finalmente chegava o momento em que eu exclamaria:"Isso eu positivamente não farei! Nem mesmo tentarei."Claro que meus conflitos foram aumentando, porque eu estava completamentecarregado de desculpas, recusas e revolta.

***

 Numa auto-avaliação, o que nos vem à mente, quando estamos sozinhos, podeser distorcido por nossa própria racionalização. A vantagem de falar com uma

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outra pessoa é que podemos obter, diretamente, seus comentários e conselhos arespeito de nossa situação.1 – Grapevine de junho de 19612 – Os Doze Passos, pág. 50

NA OPINIÃO DO BILL 290Tempo versus dinheiro

 Nossa atitude, no sentido de conceder tempo, comparada com nossa atitude emdar dinheiro, apresenta um contraste interessante. Claro que damos muito denosso tempo para as atividades de A.A., visando a nossa proteção ecrescimento, mas também em consideração aos nossos grupos, nossas áreas,A.A. como um todo e, acima de tudo, nos dedicando ao recém-chegado.Considerados em termos de dinheiro, esses sacrifícios coletivos equivalem auma grande soma.

Mas quando se trata de realmente gastar dinheiro, particularmente para despesasgerais de serviço de A.A. muitos de nós tentam relutar. Pensamos na perda detodo aquele poder aquisitivo em nossos anos de bebedeiras, nas economias que

 poderíamos ter feito para emergências ou para a educação das crianças.  Nos últimos anos, essas atitudes estão diminuindo em toda parte; elasdesaparecem rapidamente quando uma necessidade verdadeira para um certoserviço de A.A. se torna clara. Os doadores raramente podem ver quais foram osverdadeiros resultados. Eles sabem bem, entretanto, que incontáveis milhares deoutros alcoólicos e seus familiares serão certamente beneficiados.Doze Conceitos para Serviços Mundiais, págs. 67 e 68

NA OPINIÃO DO BILL 291 Aquilo que acaba ou que alivia o sofrimento

"Acredito que, quando éramos alcoólicos ativos, bebíamos principalmente paraacabar com o sofrimento de um tipo ou de outro – físico, emocional ou psíquico.É claro que cada pessoa tem um ponto fraco, e suponho que você tenhaencontrado o seu – por essa razão é que recorremos à garrafa outra vez."Se eu fosse você, não me culparia tanto por isso; por outro lado, a experiência

deveria redobrar sua convicção de que o álcool não tem um poder permanente para acabar com o sofrimento."

***Em cada história de A.A., o sofrimento tinha sido o preço da admissão para umanova vida. Mas esse preço tinha comprado mais do que esperávamos. Ele trouxehumildade, que logo descobrimos que era um remédio para o sofrimento.Começamos a ter menos medo do sofrimento e a desejar a humildade mais doque nunca.1 – Carta de 1959

2 – Os Doze Passos, págs. 64 e 65

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 A respeito de companheirismoCaso a distorção da vida familiar, por causa do álcool, tenha sido grande, podeser necessário um longo período de paciente esforço. Depois que o maridoingressa em A.A., a esposa pode ficar decepcionada, e até muito ressentida, pelofato de A.A. ter feito o que não fizeram todos os seus anos de dedicação. Seu

marido pode vir a se envolver tanto com A.A. e com seus novos amigos que ele,sem consideração, passa mais tempo fora de casa do que quando bebia. Então,cada um culpa o outro.Mas o alcoólico, reconhecendo o que sua esposa aturou, e agora entendendo

 bem o quanto a prejudicou, bem como a seus filhos, quase sempre retoma suasresponsabilidades conjugais com a disposição de reparar o que pode e aceitar oque não pode. Ele insiste em praticar em seu lar todos os Doze Passos de A.A.,obtendo muitas vezes excelentes resultados. A essa altura, ele começa comfirmeza e com carinho a se comportar como um companheiro e não como um

menino mau.Os Doze Passos, pág. 105

NA OPINIÃO DO BILL 293 Revolta ou aceitação

Todos nós passamos por períodos em que somente podemos orar com o maior esforço. Às vezes, vamos ainda mais longe. Somos acometidos por uma revoltatão doentia que simplesmente não conseguimos orar. Quando essas coisasacontecem, não deveríamos achar que somos tão doentes. Deveríamossimplesmente voltar à prática da oração, tão logo possamos, fazendo o quesabemos ser bom para nós.

***Uma pessoa que persiste na oração encontra-se na posse de grandes dádivas.Quando tem que lidar com situações difíceis, descobre que pode enfrentá-las.Pode aceitar a si mesma e o mundo que a cerca.Pode fazer isso porque agora aceita um Deus que é Tudo – e que ama a todos.Quando ela diz: "Pai nosso que estais no céu, santificado seja Teu nome", elaquer dizer isso profunda e humildemente. Quando em verdadeira meditação e

 portanto livre dos clamores do mundo, sabe que está nas mãos de Deus, que seu

destino final está realmente seguro, aqui e no além, aconteça o que acontecer.1 – Os Doze Passos, págs. 91 e 922 – Grapevine de junho de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 294 Amor + racionalidade = crescimento

"Parece para mim que o objetivo primordial de qualquer ser humano é o decrescer, como Deus pretendeu, sendo essa a natureza de todas as coisas emcrescimento.

"Nossa busca deve ser em direção à realidade que podemos encontrar, incluindoa melhor definição e sentimento de amor que podemos adquirir. Se a capacidadede amar existe no ser humano, então ela certamente existe em seu Criador.

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"A teologia me ajuda, porque a maioria de seus conceitos me faz acreditar quevivo num universo racional, sob o poder de um Deus amoroso e que minha

  própria irracionalidade pode aos poucos desaparecer. Esse é, suponho, o processo de crescimento para o qual somos destinados."Carta de 1958

NA OPINIÃO DO BILL 295Orando de maneira certa

Achávamos que levávamos a sério as práticas religiosas quando, após umaapreciação honesta, descobrimos que tínhamos sido apenas superficiais. Ou,indo ao extremo, tínhamos mergulhado no emocionalismo e tínhamos tambémconfundido isso com o verdadeiro sentimento religioso. Em ambos os casos,

 pedíamos algo sem dar nada. Nem sequer tínhamos orado de maneira certa. Sempre dizíamos: "Concedei-me

as coisas que quero", em vez de "Seja feita Tua vontade". Não entendíamosabsolutamente o amor a Deus e ao próximo. Assim, continuávamos nosenganando e portanto incapazes de receber a graça suficiente para nos devolver sanidade.Os Doze Passos, págs. 23 e 24

NA OPINIÃO DO BILL 296 Inventário diário

Com freqüência, conforme analisamos todos os dias, só a mais minuciosainvestigação vai revelar quais foram nossos verdadeiros motivos. Há casos emque nossa antiga inimiga, a racionalização, entrava em cena e justificava umcomportamento que realmente era errado. A tentação aqui é imaginar quetínhamos bons motivos e razões, quando realmente não tínhamos."Criticávamos construtivamente" alguém que achávamos que estava precisando,quando nosso verdadeiro motivo era vencer uma discussão inútil. Ou, estandoausente a pessoa interessada, achávamos que estávamos ajudando os outros acompreendê-la, quando na realidade nosso verdadeiro motivo era diminuí-la

 para que nos sentíssemos superiores.Feríamos aqueles que amávamos, porque eles precisavam "aprender uma lição",

mas na verdade queríamos puni-los. Ficávamos deprimidos e queixávamos deque nos sentíamos mal, quando de fato estávamos pedindo principalmentesimpatia e atenção.Os Doze Passos, pág. 82

NA OPINIÃO DO BILL 297Uma visão do todo

"Embora muitos de nós tenham tido que se esforçar violentamente para obter asobriedade, contudo, essa irmandade nunca teve que lutar pela unidade perdida.

Conseqüentemente, nós algumas vezes achamos que essa grande dádiva émerecida. Esquecemos que, se perdêssemos nossa unidade, os milhões dealcoólicos que ainda 'não conhecem' nunca poderiam ter sua chance".

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***"Costumávamos ser céticos a respeito das reuniões grandes de A.A., comoconvenções, achando que elas poderiam parecer exibicionismo, mas emcompensação seu benefício é enorme. Enquanto o interesse de cada A.A. devase centralizar principalmente naqueles em torno dele e em seu próprio grupo, é

necessário e desejável que todos nós tenhamos uma visão mais ampla do todo."A Conferência de Serviços Gerais, em New York, também produz esse efeitonaqueles que participam. É um processo que amplia a visão."1 – Carta de 19492 – Carta de 1956

NA OPINIÃO DO BILL 298Um grande começo

Mesmo o mais novo dos recém-chegados descobre as recompensas nunca

imaginadas, quando procura ajudar seu companheiro alcoólico, aquele que aindaestá mais cego do que ele. Esse é na verdade o tipo de doação que não exigenada em troca. Ele não espera que seu companheiro sofredor lhe pague, oumesmo lhe dê amor. E então ele descobre que, através do divino paradoxo dessetipo de doação, encontrou sua própria recompensa, tivesse ou não seucompanheiro recebido alguma coisa. Seu próprio caráter pode ainda não estar 

 bem formado, mas de alguma forma sabe que Deus permitiu que ele tivesse umgrande começo, e sente que está à beira de novos mistérios, alegrias eexperiências com as quais nunca havia sonhado.Os Doze Passos, pág. 96

NA OPINIÃO DO BILL 299 Anonimato e sobriedade

À medida que os grupos de A.A. se multiplicavam, aumentavam os problemasde anonimato. Entusiasmados com a recuperação espetacular de umcompanheiro alcoólico, muitas vezes discutíamos aspectos íntimos e dolorososdo seu caso, que apenas o padrinho deveria ouvir. A pessoa ofendida entãodeclarava com razão que havia perdido a confiança.Quando essas histórias começaram a circular fora de A.A., a perda de confiança

em nossas promessas de anonimato foi grande. Isso freqüentemente afastava as pessoas de nós. Claro que o nome de todo membro de A.A., e também suahistória, tinham que ser mantidos em segredo, se ele quisesse.

***  Nós agora compreendemos perfeitamente que 100 por cento do anonimato pessoal, perante o público, é tão vital para a vida de A.A. como 100 por cento desobriedade é vital para a vida de cada membro. Esse não é o conselho do medo;é a voz prudente de uma longa experiência.1 – As Doze Tradições, pág. 60

2 – A.A. atinge a Maioridade, pág. 263

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 Pessoas com fé  Nós que atravessamos o caminho do agnosticismo e ateísmo, lhe pedimos parase despojar do preconceito, até do preconceito contra a religião organizada.Aprendemos que sejam quais forem as fraquezas humanas que os vários credos

 possam ter, estes têm dado propósito e orientação a milhares de indivíduos. As

 pessoas com fé têm uma idéia lógica do que seja a vida.  Na realidade, não costumávamos ter nenhuma concepção racional.Costumávamos nos divertir, ridicularizando cinicamente as crenças e as práticasespirituais, quando poderíamos ter visto que muitas pessoas espiritualizadas, detodas as raças, cores e credos, estavam demonstrando ter um grau de equilíbrioemocional, felicidade e utilidade que deveríamos ter procurado para nósmesmos.Alcoólicos Anônimos, pág. 66

NA OPINIÃO DO BILL 301 Para reconstruir a segurançaEm nosso comportamento, com respeito à segurança financeira e emocional,nessas áreas, quantas vezes o medo, a cobiça, a possessividade e o orgulhofizeram o pior. Examinando seu passado empresarial ou empregatício, quasetodo alcoólico pode fazer perguntas como estas: Além de meu problema de

 bebida, que defeitos de caráter contribuíram para minha instabilidade financeira?O medo e o complexo de inferioridade, acerca de minha competência notrabalho, destruíram minha confiança e me levaram a conflitos? Ou euexagerava meu valor e bancava o importante?As mulheres de negócio, que estão em A.A., descobrirão naturalmente quemuitas dessas perguntas também muitas vezes se referem a elas, e a dona-de-casa alcoólica pode inclusive trazer insegurança financeira à família. Naverdade, todos os alcoólicos precisam se examinar impiedosamente paraconstatar como seus próprios defeitos de personalidade destruíram suasegurança.Os Doze Passos, págs. 41 e 42

NA OPINIÃO DO BILL 302Camaradagem em perigo

 Nós, AAs, somos como os passageiros de um grande navio, momentos depois deserem salvos de um naufrágio, quando a camaradagem, a alegria e a democraciareinam na embarcação, desde a mesa de terceira classe até a mesa do capitão.Portanto, os diferentes sentimentos dos passageiros, nossa alegria por haver escapado do desastre, não diminuíram, quando seguimos nossos próprioscaminhos. O sentimento de compartilhar um perigo comum – recaída noalcoolismo – continua sendo um elemento importante do poderoso vínculo quenos une em A.A.

*** Nossa primeira mulher alcoólica tinha sido paciente do Dr. Harry Tiebout, e elelhe havia entregue uma cópia manuscrita do Livro Grande (Livro Azul). A

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 primeira leitura a deixou revoltada, mas a segunda a convenceu. Em breve elafoi a uma reunião realizada em nossa sala de estar, e dali ela voltou para osanatório, levando essa clássica mensagem a um companheiro paciente: "Nãoestamos mais sozinhos."1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 37

2 – A.A. Atinge a Maioridade, págs. 16 e 17

NA OPINIÃO DO BILL 303Conselheiros afetuosos

Se não tivesse sido abençoado por conselheiros afetuosos e sábios, eu poderiater me arrebentado há muito tempo. Outrora, um médico me salvou da morte por alcoolismo, porque me obrigou a encarar a mortalidade dessa doença. Um outromédico, um psiquiatra, mais adiante me ajudou a manter a sanidade, porque melevou a descobrir alguns de meus defeitos mais profundos. De um clérigo

adquiri os verdadeiros princípios, pelos quais nós, AAs, tentamos agora viver.Mas esses preciosos amigos fizeram muito mais do que me suprir com suascapacidades profissionais. Aprendi que eu poderia recorrer a eles com respeito aqualquer problema que tivesse. Eu podia contar sempre com sua sabedoria eintegridade.Muitos de meus amigos queridos, de A.A., têm estado comigo exatamente nessamesma relação. Em muitas ocasiões, puderam ajudar onde outros não puderam,simplesmente porque eram AAs.Grapevine de agosto de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 304O único propósito

Existem aqueles que profetizam que A.A. pode muito bem tornar-se uma nova ponta de lança para um despertar espiritual no mundo todo. Quando nossosamigos dizem essas coisas, estão sendo não só generosos como sinceros.Mas nós, de A.A., devemos refletir que tal tributo e tal profecia poderiam

 bem provar ser uma bebida intoxicante para a maioria de nós – isto é, serealmente viermos a acreditar que esse é o verdadeiro propósito de A.A., ese começarmos a nos comportar dessa maneira.

Portanto, nossa sociedade deverá ajustar-se prudentemente a seu único propósito: o de levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. Devemos resistir à orgulhosa idéia de que uma vez que Deus nos tem feito bem numa área,estamos destinados a ser um meio de graça salvadora para todos.A.A. Atinge a Maioridade, págs. 207 e 208

NA OPINIÃO DO BILL 305 Desde a raiz principal 

O princípio de que não encontraremos qualquer força duradoura, sem que antes

admitamos a derrota total, é a raiz principal da qual germinou e floresceu nossasociedade toda.

***

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É dito a todo recém-chegado, e logo ele reconhece por si mesmo, que suaadmissão humilde de impotência perante o álcool constitui seu primeiro passoem direção à libertação de seu poder embriagador.É dessa forma que, pela primeira vez, vemos a humildade como umanecessidade. Mas isso é apenas o começo. Afastar completamente nossa aversão

à idéia de ser humildes, obter uma visão da humildade como o caminho que levaà verdadeira liberdade do espírito humano, dispostos a trabalhar para a conquistada humildade, como algo a ser desejado por si mesmo, demora muito, muitotempo para a maioria de nós. Uma vida inteira engrenada ao egocentrismo não

 pode ser mudada de repente.1 – Os Doze Passos, pág. 142 – Os Doze Passos, págs. 62 e 63

NA OPINIÃO DO BILL 306 A felicidade é a meta?"Não acho que a felicidade ou a infelicidade seja o ponto principal. Comoenfrentamos os problemas que chegam a nós? Como aprendemos através deles etransmitimos o que aprendemos aos outros, se é que querem aprender?"Do meu ponto de vista, nós deste mundo somos alunos numa grande escola davida. Isso é proposto para que tentemos crescer e ajudar nossos companheirosviajantes a crescerem no tipo de amor que não faz exigências. Em suma,

  procuramos progredir à imagem e semelhança de Deus, como nós Oconcebemos."Quando chega a dor, se espera que aprendamos a lição, com boa vontade, e queaprendamos a ajudar os outros a aprenderem. Quando a felicidade chega, aaceitamos como uma dádiva, e agradecemos a Deus por obtê-la".Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 307O círculo e o triângulo

Acima de nós, a Convenção Internacional, em St. Louis, em 1955, flutuava uma bandeira com a inscrição do novo símbolo de A.A., um círculo contendo um

triângulo. O círculo simboliza A.A. no mundo inteiro, e o triângulo simboliza osTrês Legados de A.A.: Recuperação, Unidade e Serviço.Talvez não seja por acaso que os sacerdotes e os profetas da antiguidadeconsideravam esse símbolo como uma forma de afastar os espíritos maus.

***Quando em 1955, nós, os membros mais antigos, entregamos nossos TrêsLegados a todo o movimento, senti saudades dos velhos dias e ao mesmo tempome senti grato pelo grande dia que estava vivendo agora. Eu não mais atuaria,nem decidiria, nem protegeria A.A.

Por um momento, tive medo, da mudança que se realizava. Mas essa sensaçãologo passou. Podíamos depender da consciência de A.A., movida pela

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orientação de Deus, para assegurar o futuro de A.A. Meu trabalho daqui parafrente ia ser "soltar-me e entregar-me a Deus".1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 1252 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 43

NA OPINIÃO DO BILL 308Uma maneira de sair da depressão"Durante uma fase aguda de depressão, evite tentar organizar sua vida inteira deuma só vez. Se você assumir compromissos tão pesados que com certeza vaideixar de cumpri-los, então está permitindo que seu inconsciente o engane.Assim, você vai continuar assegurando seu fracasso e, quando isso acontecer,você terá outra desculpa para cair ainda mais em depressão."Em resumo, a atitude de "tudo ou nada" é a mais destrutiva que existe. Émelhor começar com a menor quantidade possível de atividade. Depois,

trabalhar para aumentá-la dia a dia. Não fique frustrado com os retrocessos – comece novamente."Carta de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 309 Máxima espiritual 

É uma máxima espiritual que toda vez que estamos perturbados, seja qual for acausa, alguma coisa em nós está errada. Se alguém nos ofende e ficamosirritados, nós também estamos errados.Mas não há exceções nessa regra? O que dizer da raiva 'justificada"? Se alguémnos engana, não temos o direito de ficar com raiva? E não deveríamos, comrazão, ficar com raiva das pessoas hipócritas?Para nós, de A.A., esses acessos de raiva são muitas vezes perigosos.Descobrimos que mesmo a raiva justificada deveria ser deixada para aqueles quetêm melhores condições de lidar com ela.Os Doze Passos, pág. 78

NA OPINIÃO DO BILL 310 Aprendendo a confiar 

Todo o programa de A.A. se baseia no princípio da confiança mútua. Confiamosem Deus, confiamos em A.A. e confiamos uns nos outros.Portanto, não podemos deixar de confiar em nossos líderes em serviço. O"Direito de Decisão" que lhes oferecemos não é somente um meio prático de

 permitir que eles atuem e dirijam efetivamente, mas também um símbolo denossa confiança implícita.

***Se você chega ao A.A. sem convicção religiosa, pode, se quiser, fazer do próprioA.A. ou de seu grupo seu "Poder Superior". Aí se encontra um grande número

de pessoas que resolveu seu problema com o álcool. Nesse sentido, essas pessoas certamente representam um poder superior a você. Mesmo esse mínimode fé será suficiente.

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Muitos membros que só dessa maneira atravessaram o limiar, lhe dirão que, umavez do outro lado, sua fé se ampliou e se aprofundou. Libertados da obsessão

 pelo álcool, com suas vidas inexplicavelmente transformadas, vieram a acreditar num Poder Superior, e a maioria deles começou a falar em Deus.1 – Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 18

2 – Os Doze Passos, pág. 19

NA OPINIÃO DO BILL 311Contando o pior 

Embora fossem muitas as variações, meu principal tema era sempre: "Como souterrível!" Do mesmo modo como muitas vezes exagerava minhas maismodestas qualidades, por orgulho, assim também exagerava meus defeitos,através do sentimento de culpa. Em todos os lugares, eu vivia confessandotudo (e muito mais) a quem quisesse ouvir. Acreditem ou não, eu achava que

essa ampla exposição de meus erros era uma grande humildade de minha parte e considerava isso um consolo e um grande bem espiritual.Mas, mais tarde, percebi profundamente que na verdade não tinha mearrependido dos danos que causei aos outros. Esses episódios eram apenas a

 base para contar histórias e fazer exibicionismo. Com essa compreensão, chegouo começo de um certo grau de humildade.Carta de junho de 1961

NA OPINIÃO DO BILL 312 A tolerância nos mantém sóbrios

"A honestidade para com nós mesmos e para com os outros nos leva àsobriedade, mas é a tolerância que nos mantém sóbrios"."A experiência mostra que poucos alcoólicos vão se afastar por muito tempo deum grupo, só porque não gostam do modo como ele funciona. A maioria volta ese ajusta às condições existentes. Alguns vão a um grupo diferente ou formamum novo grupo"."Em outras palavras, uma vez que o alcoólico chega à conclusão de que não

 pode ficar bem sozinho, ele de alguma forma vai descobrir uma maneira de ficar  bem e continuar bem na companhia dos outros. Tem sido sempre assim desde o

início de A.A. e provavelmente sempre o será".Carta de 1943

NA OPINIÃO DO BILL 313Finalmente, sob a luz do sol 

"Quando se expressou a idéia de que poderia haver um Deus pessoal para mim,não gostei da idéia. Assim, meu amigo Ebby deu então uma sugestão que

 parecia ser original. Ele disse: "Por que você não escolhe sua própria concepçãode Deus?

Essa pergunta atingiu-me fortemente. Derreteu a montanha de gelo intelectual, àsombra da qual eu tinha vivido e tremido durante muitos anos. Finalmente, euestava sob a luz do sol."

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***Talvez seja possível encontrar explicações de experiência espirituais iguais àsnossas, mas tentei muitas vezes explicar a minha e só obtive bons resultados, aonarrá-la. Conheço a sensação que isso me deu e os resultados alcançados, mascompreendi que nunca entenderei completamente suas implicações mais

 profundas.1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 362 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 40

NA OPINIÃO DO BILL 314 Alto e baixo

Quando nossa Irmandade era pequena, tratávamos somente de "casosdesesperados". Muitos alcoólicos menos desesperados tentavam A.A., mas nãoeram bem-sucedidos, porque não podiam admitir sua desesperança.

 Nos anos seguintes, isso mudou. Os alcoólicos, que ainda tinham saúde, família,trabalho e até dois carros na garagem, começaram a reconhecer seu alcoolismo.À medida que essa tendência crescia, jovens que mal passavam de alcoólicos em

  potencial uniam-se a eles. Como poderiam pessoas como essas aceitar oPrimeiro Passo?Voltando às nossas próprias histórias de bebida, mostrávamos a eles que anosantes de reconhecê-lo, já havíamos perdido o controle, que mesmo naquelaépoca nossa maneira de beber já não era um mero hábito, que era na verdade ocomeço de uma progressão fatal.Os Doze Passos, págs. 14 e 15

NA OPINIÃO DO BILL 315 Superior a nós mesmos

Se fosse suficiente um código moral ou uma melhor filosofia de vida paravencer o alcoolismo, muitos de nós teriam se recuperado há mais tempo. Masdescobrimos que esses códigos e filosofias não nos salvaram, por mais quetentássemos. Poderíamos querer ter moral, ter o conforto da filosofia, de fato

 poderíamos querer essas coisas com toda nossa força, mas o poder necessário para mudar não existia. Nossos recursos humanos, guiados pela vontade, não

eram suficientes; fracassaram por completo.A falta de poder, esse era nosso dilema. Tínhamos que encontrar um poder, peloqual pudéssemos viver – e ele tinha que ser um Poder Superior a nós mesmos.Alcoólicos Anônimos, págs. 65 e 66

NA OPINIÃO DO BILL 316 Nosso manto protetor 

Quase todo repórter que faz a cobertura de A.A. se queixa, a princípio, dadificuldade de escrever sua história sem nomes. Mas esquece rapidamente sua

dificuldade, quando compreende que há um grupo de pessoas que não se preocupa de forma alguma com a aclamação.

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Provavelmente é a primeira vez em sua vida que faz uma reportagem sobre umaorganização que não quer publicidade pessoal. Embora ele seja cético a respeito,essa sinceridade evidente transforma-o num amigo de A.A.

***Movidos pelo espírito do anonimato, tentamos deixar de lado nossos desejos

naturais de distinção pessoal como membro de A.A., tanto entre nossoscompanheiros alcoólicos como ante o público em geral. À medida que pomos delado aquelas aspirações mais humanas, acreditamos que cada um de nós toma

 parte na confecção de um manto protetor que cobre toda nossa sociedade e sob oqual podemos crescer e trabalhar em unidade.1 – Grapevine de março de 19462 – As Doze Tradições, pág. 62

NA OPINIÃO DO BILL 317

Visão além do dia de hojeAcho que a visão é a capacidade de fazer boas estimativas, tanto para o futuroimediato como para um futuro mais distante. Alguns poderiam sentir que essetipo de esforço seria uma heresia contra "Um dia de cada vez". Mas esse

 princípio valioso realmente se refere à nossa vida mental e emocional e quer dizer principalmente que não somos tolos, para lamentar o passado nem sonhar com o futuro de olhos abertos.Como indivíduos e como irmandade, vamos certamente sofrer se deixarmos todaa tarefa do planejamento para o amanhã, nas mãos da Providência. A verdadeiraProvidência Divina foi dar a nós, seres humanos, uma considerável capacidadede antevisão e Ela evidentemente espera que a usemos. Naturalmente, podemosmuitas vezes cometer erros de cálculo quanto ao futuro, no todo ou em parte,mas o pior é recusar-se a pensar nele.Doze Conceitos para Serviços Mundiais, pág. 44

NA OPINIÃO DO BILL 318 Perdão

Através do Quinto Passo, que é de vital importância, começamos a ter asensação de que poderíamos ser perdoados, fosse o que fosse que tivéssemos

 pensado ou feito.Muitas vezes, ao trabalhar nesse Passo com nossos padrinhos ou conselheirosespirituais, pela primeira vez nos sentimos verdadeiramente capazes de perdoar os outros, não importando quão profundamente sentíssemos que eles tivessemnos ofendido.

 Nosso inventário moral nos tinha convencido de que todo perdão era desejável,mas foi somente quando fizemos resolutamente o Quinto Passo que soubemosno íntimo que éramos capazes, tanto de aceitar o perdão como também de

 perdoar.

Os Doze Passos, págs. 47 e 48

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 Duas autoridadesMuitas pessoas se admiram como A.A. pode funcionar sob uma anarquia tãoaparente. Outras sociedades têm que ter lei, força, sanção e penalidade,administradas por pessoas autorizadas. Felizmente para nós, achamos que não

 precisamos de nenhuma autoridade humana. Temos duas autoridades que são

muito mais eficientes. Uma é benigna, a outra é maligna.Existe Deus, nosso pai, que muito simplesmente diz: "Estou esperando que vocêfaça a minha vontade." A outra autoridade chama-se bebida alcoólica e diz: "Émelhor você fazer a vontade de Deus ou então eu o matarei."

***As Tradições de A.A. não são regras, nem regulamentos nem leis. Nós asobedecemos de boa vontade, porque devemos e porque queremos obedecer.Talvez o segredo de sua força se encontre no fato de que essas comunicações devital importância venham da experiência dr vida e estão arraigadas no amor.

1 – A.A. Atinge a Maioridade, pág. 952 – A.A. Today, pág. 11

NA OPINIÃO DO BILL 320 Dirigindo todo o espetáculo

A maioria das pessoas tenta viver de acordo com seus impulsos. Cada pessoa écomo um ator querendo dirigir todo o espetáculo e que está sempre procurandoarranjar as luzes, o cenário e os outros atores, a seu modo. Se só seus arranjos

 prevalecerem, se as pessoas só fizerem o que ele quer, o espetáculo será ótimo.Geralmente o que acontece? O espetáculo não sai muito bem. Admitindo que ele

  possa ter falhado de alguma forma, está certo de que os outros são maisculpados. Ele fica com raiva, indignado e cheio de autopiedade.Ele não é na realidade um egoísta, mesmo quando está tentando ser útil? Não évítima da ilusão de que só ele poderá obter satisfação e felicidade deste mundo,unicamente se ele manejá-lo bem?Alcoólicos Anônimos, págs. 75 e 76

NA OPINIÃO DO BILL 321Os resultados da oração

Quando o cético tenta o processo da oração, ele deveria começar a somar osresultados. Se persistir, é quase certo que encontrará mais serenidade, maistolerância, menos medo e menos raiva. Ele vai adquirir uma coragem calma,sem nenhuma tensão. Pode ver o "fracasso" e o "sucesso" como realmente são.Os problemas e a calamidade começam a significar educação em vez dedestruição. Ele vai se sentir mais livre e mais sadio.A idéia de que ele pode ter se hipnotizado por auto-sugestão vem a ser ridícula.Seu senso de utilidade e de direção aumentará. Suas ansiedades começarão adiminuir. Sua saúde física talvez melhore. Coisas imprevistas e maravilhosas

começarão a acontecer. Melhorarão surpreendentemente as relações com afamília e com os de fora.Grapevine de junho de 1958

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NA OPINIÃO DO BILL 322Faça-o com calma – mas faça

Protelar é na realidade ter preguiça.***

"Tenho observado que algumas pessoas podem suportar algum adiamento, porém, poucas pessoas podem viver em completa rebeldia."***

"Temos sido bem sucedidos, confrontando muitos bebedores-problema com essaterrível alternativa: 'Ou nós, AAs, fazemos isso, ou morremos.' Uma vez queisso esteja firme em sua mente, quanto mais ele beber, mais a corda aperta.""Como muitos alcoólicos têm dito: 'Cheguei ao ponto em que ou permanecia emA.A. ou do lado de fora. De modos que aqui estou!'"1 – Os Doze Passos, pág. 57

2 – Carta de 19523 – Carta de 1950

NA OPINIÃO DO BILL 323Tateando em direção a Deus

"Mais do que a maioria das pessoas, acho que os alcoólicos querem saber quemsão, o que é sua vida, se têm uma origem divina e um destino determinado,

 bem como se existe um sistema de justiça e amor no cosmo."Essa é a experiência de muitos de nós nos primeiros estágios de bebedeiras,sentir que temos tido vislumbres do Absoluto e um sentimento intensificado deidentificação com o cosmo. Ao mesmo tempo que esses vislumbres esentimentos são, sem dúvida, válidos, eles são deformados e finalmentearrastados para o dano químico, espiritual e emocional forjado pelo próprioálcool."Em A.A. e em muitos enfoques religiosos, os alcoólicos encontram muito maisdaquilo que meramente observaram e sentiram, quando, tateando, procuravamencontrar seu caminho em direção a Deus, no álcool."Carta de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 324 Espiritualidade e dinheiro

Alguns de nós ainda perguntam: "O que é exatamente o Terceiro Legado? E atéonde vai a ação de Serviço?"Vamos começar com meu próprio padrinho, Ebby. Quando Ebby soube o quantoera sério meu problema com a bebida, resolveu me visitar. Ele estava em NewYork, e eu no Brooklin. Não bastava tomar a decisão; ele teve que entrar emação e gastar dinheiro.Ele me chamou ao telefone e em seguida tomou o metrô; o custo total foi de dez

centavos. No momento em que telefonou e tomou o metrô, a espiritualidade e odinheiro começaram a se misturar. Um sem o outro não teria chegado a nada.

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 Naquele exato momento e lugar, Ebby estabeleceu o princípio de A.A. em ação,que exige sacrifício de muito tempo e dinheiro.A.A. Atinge a Maioridade , págs. 125 e 126

NA OPINIÃO DO BILL 325

 A humildade traz a esperançaAgora que não somos mais fregueses de bares e bordéis, agora que trazemos para casa o dinheiro recebido pelo trabalho, agora que estamos tão ativos emA.A. e agora que as pessoas nos felicitam por esses sinais de progresso – bem,naturalmente continuamos a nos felicitar. Claro que ainda não estamos aindamuito perto da humildade.

***Deveríamos estar dispostos a tentar a humildade, procurando remover nossasimperfeições, da mesma forma que fizemos quando admitimos que éramos

impotentes perante o álcool e viemos a acreditar que um Poder Superior a nósmesmos poderia nos devolver à sanidade.Se a humildade pôde nos permitir encontrar a graça, através da qual pôde ser 

 banida a obsessão mortal do álcool, então deve haver esperança de se obter omesmo resultado, em relação a qualquer outro problema que possamos ter.1 – Grapevine de junho de 19612 – Os Doze Passos, pág. 66

NA OPINIÃO DO BILL 326Crítica bem recebida

"Muito obrigado por sua carta de crítica. Estou certo de que, se não fosse por suas críticas violentas, A.A. teria progredido mais lentamente."Quanto a mim, cheguei ao ponto de dar grande valor às pessoas que mecriticaram, fossem críticas justas ou injustas. Tanto uma como outra, muitasvezes me impediram de fazer coisas piores do que realmente tenho feito. Esperoque as críticas injustas tenham me ensinado a ter um pouco de paciência. Mas as

 justas têm sempre prestado um grande serviço a todos os membros de A.A. – etêm me ensinado muitas lições valiosas."Carta de 1955

NA OPINIÃO DO BILL 327Três escolhas

O objeto imediato de nossa busca é a sobriedade – a libertação do álcool e detodas as suas desastrosas conseqüências. Sem essa libertação não temos nada.Embora pareça um absurdo, não podemos nos libertar da obsessão alcoólica, atéque fiquemos dispostos a lutar com aqueles defeitos de caráter que nos levarama essa irremediável situação. Nessa busca de libertação, sempre nos foram dadastrês escolhas.

Uma recusa rebelde de lutar contra nossos evidentes defeitos pode ser um bilhete quase certo para a destruição. Ou, talvez por algum tempo, possamos permanecer sóbrios com um mínimo de auto-aperfeiçoamento, e nos fixar numa

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confortável, mas muitas vezes perigosa mediocridade. Ou, finalmente, podemoscontinuar lutando com afinco, para obter aquelas qualidades puras que podemsignificar clareza de espírito e ação – verdadeira e duradoura libertação sob agraça de Deus.Grapevine de novembro de 1960

NA OPINIÃO DO BILL 328Uma recém – encontrada providência

Ao lidar com um provável membro, com inclinações agnósticas ou ateístas, é  preferível você usar a linguagem popular para descrever os princípiosespirituais. Não adianta despertar qualquer preconceito que ele possa ter contracertos conceitos e termos teológicos, acerca dos quais já possa estar confuso.

 Não levante essas questões, sejam quais forem as convicções que você tenha.***

Todos os homens e mulheres que ingressaram e pretendem permanecer em A.A.,sem perceber, começaram a praticar o Terceiro Passo. Não é verdade que emtodos os assuntos relacionados com o álcool, cada um decidiu entregar sua vidaaos cuidados, proteção e orientação de A.A.?Já foi alcançada a disposição de substituir a vontade e as idéias próprias, acercado problema do álcool, por aquelas sugeridas por A.A. Ora, se isso não éentregar a vontade e a vida a uma recém-encontrada "Providência", o que éentão?1 – Alcoólicos Anônimos, pág. 1062 – Os Doze Passos, pág. 26

NA OPINIÃO DO BILL 329Faça-o à nossa maneira?

Ao orar, nossa tentação imediata será a de pedir soluções específicas para problemas específicos e a capacidade de ajudar outras pessoas, da forma comoachamos que deveriam ser ajudadas. Nesse caso, estamos pedindo a Deus que ofaça à nossa maneira. Portanto, deveríamos considerar cuidadosamente cada

 pedido, para levar em conta seu verdadeiro mérito.Além disso, ao fazer pedidos específicos será bom acrescentarmos a cada um

deles uma ressalva: "... se for da Tua vontade."Os Doze Passos, pág. 89

NA OPINIÃO DO BILL 330 Para crescer 

Aqueles anseios da adolescência que tantos de nós tivemos, para obter completaaprovação, absoluta segurança e perfeito romance – anseios perfeitamente

 próprios da idade de dezessete anos – são impossíveis de ser aceitos como ummodo de vida aos quarenta e sete ou cinqüenta e sete anos.

Desde o começo de A.A., levei tremendas surras em todas essas áreas, pelo fatode ter deixado de crescer emocional e espiritualmente.

***

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À medida que crescemos espiritualmente, descobrimos que nossas antigasatitudes, com relação a nossos impulsos instintivos, precisam passar por rigorosarevisão. Nossas necessidades de segurança emocional e material, prestígio

 pessoal e poder, todas estas têm que ser moderadas e reorientadas. Aprendemosque a plena satisfação dessas necessidades não pode ser a única finalidade de

nossa vida. Não podemos colocar a carroça diante dos bois; seremos arrastados  para a desilusão. Mas quando estamos dispostos a colocar o crescimentoespiritual em primeiro lugar – então e somente então teremos uma verdadeirachance de crescer no conhecimento saudável e no amor pleno.1 – Grapevine de janeiro de 19582 – Os Doze Passos, pág. 102

NA OPINIÃO DO BILL 331 A grande realidade

Reconhecemos que sabemos pouco. Deus revela cada vez mais, tanto a vocêcomo a nós. Pergunte-Lhe, em sua meditação matinal, o que você pode fazer cada dia pela pessoa ainda doente. As respostas virão, se seu interior estiver emordem.Mas, evidentemente, você não pode transmitir algo que não tenha. Procure fazer com que sua relação com Ele seja boa, e grandes acontecimentos ocorrerão paravocê e para muitos outros. Essa é nossa grande realidade.Para o recém-chegado:Entregue-se a Deus, como você O concebe. Admita suas faltas a Ele e a seussemelhantes. Desfaça-se das ruínas de seu passado. Dê livremente aquilo quevocê receber e junte-se a nós. Estaremos com você na irmandade do espírito e,você certamente se encontrará com alguns de nós, quando trilhar o caminho dodestino feliz.Que Deus o abençoe e o proteja! – até lá.Alcoólicos Anônimos, pág. 165

NA OPINIÃO DO BILL 332 Eu sou responsável...

Quando qualquer um, seja onde for,

estender a mão pedindo ajuda,quero que a mão de A.A.esteja sempre ali.E por isto: Eu sou responsável.

 – Declaração do 30° aniversárioConvenção Internacional de 1965

***Prezados amigos:

Desde 1938, a maior parte de minha vida, em A.A., foi dedicada à ajudada criação, planejamento, direção e segurança da solvência e eficiência dos

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serviços mundiais de A.A. – o escritório que tem capacitado nossa Irmandade afuncionar, no mundo inteiro, como um todo unificado.

  Não é exagero dizer que, sob a orientação de seus custódios, todos essesimportantes serviços foram, em parte, responsáveis por nossa atual extensão etotal eficiência.

O Escritório de Serviços Gerais de A.A. é muito mais do que o principal portador da mensagem de A.A. Ele tem apresentado A.A. ao mundo conturbadoem que vivemos. Tem encorajado a propagação de nossa Irmandade em todos oslugares. A.A. World Services, Inc. está pronto para atender às necessidadesespeciais de qualquer grupo ou indivíduo isolado, seja qual for a distância ou oidioma. Seus muitos anos de acumulada experiência estão disponíveis para todosnós.Os membros de nossa curadoria – a Junta de Serviços Gerais de A.A. – serão, nofuturo, nossos principais líderes em todas as nossas atividades mundiais. Essa

alta responsabilidade já lhes foi delegada há muito tempo; eles são meussucessores, bem como do Dr. Bob, nos serviços mundiais e são diretamenteresponsáveis por A.A. como um todo.Esse é o legado de responsabilidade dos serviços mundiais que nós, os membrosmais antigos que vão desaparecendo, estamos deixando a vocês, os AAs de hojee de amanhã. Sabemos que vocês vão guardar, sustentar e estimar esse legadomundial, como a maior responsabilidade coletiva que A.A. já teve.

Com confiança e afeição,

Bill

Bill W. faleceu em 24 de janeiro de 1971

OS DOZE PASSOS1 – Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdidoo domínio sobre nossas vidas.2 – Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.3 – Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, naforma em que O concebíamos.

4 – Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.5 – Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, anatureza exata de nossas falhas.6 – Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos essesdefeitos de caráter.7 – Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.8 – Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nosdispusemos a reparar os danos a elas causados.9 – Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que

 possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.10 – Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados,nós o admitíamos prontamente.

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11 – Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contatoconsciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas oconhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essavontade.12 – Tendo experimentado um despertar espiritual, por meio destes Passos,

 procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípiosem todas as nossas atividades.

AS DOZE TRADIÇÕES1 – Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a reabilitaçãoindividual depende da unidade de A.A..2 – Somente uma autoridade preside, em última análise, o nosso propósitocomum – um Deus amantíssimo que se manifesta em nossa consciência coletiva.

  Nossos líderes são apenas servidores de confiança: não têm poderes para

governar.3 – Para ser membro de A.A., o único requisito é o desejo de parar de beber.4 – Cada grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito aoutros grupos ou a A.A. em seu conjunto.5 – Cada Grupo é animado de um único propósito primordial – o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.6 – Nenhum Grupo de A.A. deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar onome de A.A. a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio àIrmandade, para que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nosafastem de nosso objetivo primordial.7 – Todos os Grupos de A.A. deverão ser absolutamente auto-suficientes,rejeitando quaisquer doações de fora.8 – Alcoólicos Anônimos deverá manter-se sempre não-profissional, emboranossos centros de serviços possam contratar funcionários especializados.9 – A.A. jamais deverá organizar-se como tal: podemos, porém, criar juntas oucomitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestamserviços.10 – Alcoólicos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade;

 portanto, o nome de A.A. jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.

11 – Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção;na imprensa, no rádio e em filmes, cabe-nos sempre preservar o anonimato

 pessoal.12 – O anonimato é o alicerce espiritual das nossas Tradições, lembrando-nossempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.