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Nanomateriais e Nanocompósitos PROJETO FEUP GRUPO 16 Francisco Oliveira | MIEMM | up201405753 José Barbosa | MIEQ | up201405988 Rúben Faria | MIEMM | up201406359 António Pimentel | MIEMM | up201402993 Joana Reis | MIEMM | up201403665 Mário Silva | LCEEMG | up201408067 Ano Letivo 2014/2015

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Nanomateriais e Nanocompósitos

PROJETO FEUP

GRUPO 16

Francisco Oliveira | MIEMM | up201405753

José Barbosa | MIEQ | up201405988

Rúben Faria | MIEMM | up201406359

António Pimentel | MIEMM | up201402993

Joana Reis | MIEMM | up201403665

Mário Silva | LCEEMG | up201408067

Ano Letivo 2014/2015

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ÍNDICE

1. Nanomateriais ................................................................................................ 2

1.1 O que são? ............................................................................................... 2

1.3 Como se produzem? ................................................................................. 3

1.4 Importância ............................................................................................... 4

1.5 Aplicações nanomateriais ......................................................................... 5

2. Nanocompósitos ............................................................................................. 7

2.1 O que são? ............................................................................................... 7

2.2 Como se produzem? ............................................................................... 11

2.3 Aplicações ............................................................................................... 13

2.4 Exemplo .................................................................................................. 14

2.5 Propriedades ........................................................................................... 15

3. Práticos ........................................................................................................ 17

3.1 Planeamento ........................................................................................... 17

3.2 Procedimento Experimental .................................................................... 18

4. Conclusões ................................................................................................... 19

5. Referências Bibliográficas ............................................................................ 20

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1. NANOMATERIAIS

1.1 O QUE SÃO?

Os nanomateriais constituem um emergente e interdisciplinar campo científico que lida com o desenvolvimento de métodos para preparação de partículas nanoscópicas de um determinado material (como por exemplo: um polímero, um metal ou um semi-condutor). [1]

Os nanomateriais são materiais de escala nanométrica, isto é, a sua escala é de ordem 10-9m, querendo dizer que só microscópios eletrónicos de alta resolução são capazes de identificar e tornar visíveis os nanomateriais. [1]

Estes materiais apareceram no século XX, mas começaram a ser explorados e manipulados pelo Homem a partir do século XXI. Para além disso, os nanomateriais pertencem à grande família de materiais deste século, os Novos Materiais. [1]

As ciências dedicadas aos nanomateriais são a Nanotecnologia e a Nanociência. O princípio básico destas ciências é a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos. É uma área promissora, mas que apenas com pequenos passos, mostra resultados surpreendentes, como são exemplos, a produção de semicondutores, nanocompósitos, os quais serão abordados neste relatório, entre outros. [1]

Um dos instrumentos utilizados para exploração de materiais nessa escala é o microscópio eletrónico de varrimento, o MEV [1].

Figura 1.1.2 - Imagem de uma superfície polimérica microestrutrada

hidrofóbica obtida no MEV [3].

Figura 1.1.1 - Microscópio Eletrónico de Varrimento

(MEV) [2]

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Ao longo deste relatório constará que os nanomateriais têm demonstrado uma grande importância na vida do Homem na medida que abrangem diversas aplicações que proporcionam uma melhor qualidade de vida.

1.3 COMO SE PRODUZEM?

Os nanomateriais (alguns), são naturais e a Natureza criou-os ao longo do tempo, todavia a maior parte daqueles que se conhecem são nanomateriais de engenheiros, isto é, handmade, com o aperfeiçoamento das técnicas ao longo da evolução tecnológica [4].

A produção de nanomateriais pode ser classificada em duas áreas [4]:

top-down (de cima para baixo) dedica-se à fabricação de estruturas em nanoescala, a partir de outras de maior tamanho, geralmente, por meio de processos físicos. Tradicionalmente, partículas conhecidas como submícrons são obtidas por processos “Top-down”, em que se moem materiais normais até se obter essas partículas muito pequenas, entretanto, estas possuem baixa homogeneidade granulométrica na escala nanométrica.

bottom-up (de baixo para cima) o material é sintetizado “montando” a substância átomo por átomo ou molécula por molécula. Normalmente esse é um processo químico, mas pode também ser realizado fisicamente através de potentes microscópios.

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1.4 IMPORTÂNCIA

Estes materiais criaram um grande interesse nos últimos anos devido às suas incomuns propriedades, tais como mecânicas, elétricas, ópticas e magnéticas. Alguns exemplos são dados abaixo [5]:

● Nanocerámicos são mais dúcteis a altas temperaturas do que os usuais e comuns cerâmicos.

● Nanosemicondutores têm várias propriedades ópticas não lineares, como por exemplo materiais usados em células solares.

● Pós metálicos nanométricos têm sido usados para produção de diversos materiais, partes densas e incluindo coberturas porosas. As propriedades da soldagem a frio combinadas com a sua maleabilidade, fazem destes nanomateriais perfeitos para soldagem entre metais especialmente na indústria eletrónica.

● Os nanomateriais, por terem uma relação área-volume enorme, tornam-se muito mais eficientes e reativos em comparação a outros materiais de dimensões superiores, isto porque torna-os mais reativos e com outras propriedades que podem jogar a favor de uma evolução neste emergente campo da Ciência, e da Engenharia.

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1.5 APLICAÇÕES NANOMATERIAIS

Os nanomateriais, como supra referido, já são utilizados desde do século passado, mas principalmente no século XXI é que se têm aproveitado em centenas de aplicações e produtos de consumo. O desenvolvimento destes inovadores oferece importantes possibilidades de progresso em áreas como a medicina, a proteção ambiental e a eficiência energética. No entanto, ainda há algumas incertezas quanto aos riscos que estes representam e se são mesmo eficazes quanto às aplicações a que se destinam [6].

De seguida encontram-se algumas aplicações a que os nanomateriais têm sido submetidos e com grande sucesso:

Mecânica (em motores e pinturas automóveis)

Óptica

Eletrónica (diversos equipamentos)

Química

Bioquímica

Nanobiotecnologia

Nanofármacos

Gravação e leitura magnética

Medicina (aparelhos sensíveis á deteção e localização de tumores…)

As aplicações dos nanomateriais vêm de uma evolução, ao longo do tempo, atendendo às necessidades industriais de produção que o homem foi apresentando, isto porque os materiais ao longo do tempo sofreram uma evolução histórica acompanhada com o aumento do seu conhecimento.

Esquema 1.5.1 – Evolução histórica do conhecimento dos nanomateriais e as ciências a eles relacionados

Homem Primitivo

Argilas Idade do Cobre, Ferro e Bronze

Ciência dos Nanomateriais

ENGENHARIA DOS MATERIAIS

(Que inclui nanomateriais)

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Exemplos:

· As nanopartículas metálicas de TiO2 e ZnO, que são uma espécie de nanomateriais, são encontradas actualmente nos protectores solares, porque possuem a capacidade de refletir a radiação UV, protegendo-nos dos efeitos nocivos que este tipo de radiação provoca no Homem.

· Adição de nanopartículas poliméricas em pneus, com o objetivo de diminuir os seus desgastes e aumentar as suas vidas úteis. Apesar de ser uma tecnologia ainda muito dispendiosa economicamente, apresenta muitas vantagens porque contribui para a preservação do meio ambiente, isto porque como o desgaste de pneus é atenuado, não existe a necessidade de produzir pneus em massa, originando uma diminuição dos níveis de poluição e de resíduos.

Figura 1.5.1 - Protetor Solar que contém nanomateriais na sua constituição [7]

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2. NANOCOMPÓSITOS

2.1 O QUE SÃO?

Devido à grande necessidade de criação de materiais com propriedades superiores (propriedades mecânicas, térmicas e de barreira, por exemplo) e ao fato dos polímeros puros não apresentarem o comportamento ou as propriedades necessárias para determinadas funções, novos materiais começaram a ser estudados, nomeadamente os nanocompósitos [8].

Os nanocompósitos constituem uma nova classe de materiais. Materiais estes que são combinações entre uma matriz e partículas que atuam como enchimento, isto é, os nanocompósitos são obtidos pela incorporação do reforço nanométrico, tais como argila, sílica, nanotubos de carbono, entre outras, de dimensões nanométricas, numa matriz. As cargas ou partículas tendo dimensões nanométricas (1-100 nm) apresentam uma área de superfície elevada, promovendo melhor dispersão na matriz e por isso uma melhoria das propriedades físicas do compósito que dependem da homogeneidade do material [8].

Figura 2.1.1 – Nanomateriais presentes no nosso quotidiano [9]

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Pode distinguir-se três tipos de nanocompósitos, dependendo de que maneira e da quantidade de partículas que estão dispersas no mesmo [8].

Materiais que apresentam uma das três dimensões da partícula de reforço em escala nanométrica (Unidimensional). Exemplos: grafeno e argila montmorilonita.

Materiais que apresentam duas dimensões nanométricas (Bidimensional). Exemplos: nanowiskers de celulose e nanotubos de carbono.

Materiais que apresentam três dimensões na escala nanométrica (Tridimensional). Exemplos: nanopartículas metálicas, negro de fumo e a nanopartícula esférica de sílica, obtidas pelo método sol-gel in situ, ou pela polimerização promovida diretamente da superfície delas, entre outros. A sílica está a ser usada em diversos setores devido a sua resistência à abrasão, por ser isolante elétrico e por possuir alta estabilidade térmica.

A estrutura do nanocompósito depende também da disposição do reforço nanométrico:

Figura 2.1.2 – Tipos de estrutura dos nanocompósitos [10].

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Tal como nos nanocompósitos podemos distinguir também três tipos do reforço nanométrico:

Partículas Esféricas

Ex.: Sílica, óxido de titânio, aluminia….

Figura 2.1.3 – Imagem representativa de partículas esféricas [10].

Estrutura em Camadas

Ex.: Argila montmorilonita….

Figura 2.1.4 – Imagem representativa de uma estrutura em camadas [10].

Fibras e Nanotubos

Ex.: Nanotubos de Carbono

Figura 2.1.5 – Imagem representativa de uma estrutura de fibras e nanotubos [10].

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Esquema 2.1.1 – Divisão dos nanocompósitos e respetiva explicação [10].

Nanocompósitos

Matriz

A matriz pode ser simples ou multicomponente, podendo ser

metálica, cerâmica ou polimérica. A principal função da matriz é

dispersar o reforço nanométrico, quando submetida a uma tensão

mecânica, deformar a fim de distribuir e transferir as tensões para o componente de reforço.

Reforço Nanométrico

O reforço nanométrico deve suportar a carga aplicada ao

material limitando a deformação do mesmo, e ao mesmo tempo

aumentando resistência, dureza, rigidez e diminuindo a corrosão e

a fadiga quando comparado o nanocompósito com a matriz.

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2.2 COMO SE PRODUZEM?

Predominantemente três métodos têm sido utilizados para a preparação de nanocompósitos [8] [11]:

Mistura por Dissolução: Consiste na dispersão das partículas numa solução orgânica, seguido da evaporação do solvente ou precipitação do polímero, neste método é importante que o solvente utilizado além de ser capaz de solubilizar o polímero também tenha uma boa interação com o reforço nanométrico para promover a sua desagregação e assim obter uma boa dispersão desse reforço nanométrico na matriz.

Mistura por Fusão: Neste método o reforço nanométrico é misturada ao termoplástico fundido. Geralmente são obtidos nanocompósitos intercalados ou ainda esfoliados se houver grande compatibilidade entre a carga e a matriz e com condições de processamento adequadas. Muitas vezes um terceiro componente deve ser adicionado para promover ume melhor compatibilidade entre a matriz e a nanocarga.

Polimerização in situ: Neste processo, a nanocarga, o iniciador de polimerização/catalisador e o monómero são colocados diretamente no reator de polimerização. Quando se utiliza argila, é importante que a polimerização ocorra toda ou em parte no interior da galeria da argila, a fim que a esfoliação aconteça efetivamente pelo crescimento das cadeias poliméricas em seu espaço interlamelar, em contraste com a elevada viscosidade dos polímeros no estado fundido, no meio reacional da polimerização in vitu apresenta um grau de viscosidade inferior, e permite desta forma uma maior dispersão do reforço nanométrico. Esta estratégia é usada na produção de uma enorme gama de nanocompósitos poliméricos.

No entanto, interessa-nos mais os métodos de produção dos nanocompósitos de matriz metálica, pelo que vamos destacar três métodos: [12]

Pulverometalurgia: Este processo é simples, versátil e económico, em comparação com outros processos de produção, permitindo obter peças de formas complexas, com tolerâncias apertadas, sem que seja necessário recorrer à fusão dos pós. Necessitamos de pós de metais, e de pós do nanomaterial a adicionar para reforçar o nosso metal. Misturam-se os pós com a utilização da túrbula, durante aproximadamente 10 horas. Após o resultado da mistura, onde os pós se vão misturar e formar uma mistura homogénea. De seguida, procede-se à compactação (numa prensa) da mistura num sólido, sólido esse que vai ser sinterizado a vácuo para evitar a oxidação dos metais.

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Pulverização Térmica: A pulverização térmica é uma técnica que consiste na pulverização de partículas fundidas num substrato formando um revestimento que solidifica num curto espaço de tempo após impacto.

Eletrodeposição Química: A eletrodeposição é uma técnica que foi utilizada para produzir revestimentos ou filmes finos de compósitos de matriz metálica reforçados com nanotubos de carbono. Os compósitos MM/CNT produzidos por esta técnica podem ser divididos em três categorias:

o 1- Filmes e revestimentos produzidos através da deposição dos iões metálicos e nanotubos de carbono;

o 2- Deposição do metal em filmes de nanotubos de carbono alinhados; o 3- Revestimento de nanotubos de carbono individualizados.

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2.3 APLICAÇÕES

Os nanocompósitos apresentam aplicações em diversas áreas

o Microinformática (desenvolvimento de microchips); o Medicina (varos materiais utilizados pela comunidade medica); o Farmácia (utilizados na preparação de fármacos); o Dentária (recobrimento de dentes e aparelhos dentários); o Indústria Automobilística (na produção de para-choques); o Petroquímica; o Indústria da aeronáutica; o Indústria das embalagens; o (…)

Figura 2.3.1 – Tipos de aplicação da nanotecnologia [13].

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2.4 EXEMPLO

O crescente interesse da aplicação da nanotecnologia na área da medicina tem levado ao surgimento de um novo campo chamado nanomedicina. Recentemente tem sido utilizado o termo “teranóstico” para descrever agentes multifuncionais que combinam capacidades terapêuticas e de diagnóstico. Este termo surgiu do facto de algumas doenças como o cancro, em que os tratamentos existentes são limitados e efetivos em apenas algumas fases da doença [14].

Cientistas chilenos criaram nanopartículas multifuncionais que se tem vindo a mostrar excelentes candidatas para o tratamento e identificação de células cancerígenas. No entanto, a utilização eficiente de nanomateriais para o diagnóstico e tratamento de cancro requer que estas partículas se alojem especificamente na região de interesse. Segundo o médico Danilo González-Nilo, diretor do Centro de Bioinformática e Simulação Molecular da Universidade de Talca, no Chile, que apresentou a descoberta a jornalistas estrangeiros, "essas nanopartículas também podem servir como transporte direto de fármacos às células doentes". Assim os complexos formados por nanopartículas funcionalizadas com moléculas de reconhecimento, melhoram a biodistribuição e o direcionamento das nanopartículas ate ao tumor. As nanopartículas alojadas na região de interesse, podem, então, ser utilizadas para a deteção precoce do cancro. Ainda nestes nanocomplexos pode ser adicionado um antitumoral que é direcionado especificamente até a região cancerígena diminuindo assim os efeitos colaterais deste fármaco [14].

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2.5 PROPRIEDADES

Tabela 1 – Exemplo da matriz de alguns nanocompósitos cerâmicos [15]

Tabela 2 – Propriedades do Al2O3/SiCp microcompósito e nanocompósito[15]

Tabela 3 – Relação entre a força do Si3N4/SiC microcompósito e nanocompósito [15]

Tabela 4 – Condutividade em nanocompósitos cerâmicos [15]

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Os nanocompósitos tem várias propriedades entre as quais [15]:

Propriedades mecânicas: Força e estabilidade dimensional

Condutividade elétrica

Reduzida permeabilidade a gases, água e hidrocarbonetos

Retardamento de fogo

Estabilidade térmica

Resistência química

Claridade ótica

Estes têm uma razão de superfície de contacto/volume extremamente elevada, fazendo com que as suas características, quando comparadas com o material em tamanho regular, sejam dramaticamente diferentes, resultando em melhorias significativas para os componentes que vão integrar. Alguns nanocompósitos mostraram inclusivamente ser 1000 vezes mais resistentes que os seus originais [16].

Como podemos observar pelos resultados de vários testes efectuados, podemos concluir que materiais como o alumínio, entre outros, adquirem características bastante diferentes quando sob a forma de nanocompósito com outros materiais, sendo que um dos mais visíveis é o aumento exponencial de condutividade [16].

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3. PRÁTICOS

3.1 PLANEAMENTO

O trabalho prático realizado foi a formação de um nanocompósito de alumínio e nanotubos de carbono. Para isso houve alguns cuidados prévios a ter. Inicialmente foi necessário pesquisar todo o processo necessário para a junção dos dois pós e respetivas proporções. Assim o processo deverá estar dividido nas seguintes etapas:

- Mistura dos elementos numa túrbula ou moinho de bolas

- Compressão

- Sinterização (Aquecimento no Forno)

Podendo estes dois últimos estarem juntos numa única etapa.

A Temperatura de sinterização deve ser à volta dos 640oC (abaixo do ponto de

fusão do alumínio 658oC) para obter melhores propriedades [17].

Após e antes do estágio, caso a sinterização seja independente da

compressão, deve se ir recuando ou subindo a temperatura 5ºC por minuto, enquanto

se forem os dois processos juntos, a temperatura pode ir recuando ou subindo aos

10ºC por minuto [17].

A proporção de alumínio/nanotubos de carbono deve ser 99.25%/0.75%, pois

estes funcionam como barreiras na proporção certa, em percentagens elevadas atuam

como barreiras no sentido negativo, tornando o material menos resistente [17].

Quanto ao manuseamento dos nanotubos de carbono, é necessário alguns

requisitos especiais como proteger a pele uma vez que por serem de escala

nanométrica a pele não apresenta filtros para estes materiais podendo se depositar no

interior do corpo de alguém em contacto com estes sem proteção [17].

No fim será possível ver ao microscópio que um nanocompósito de alumínio e

nanotubos de carbono apresenta-se diferente de um alumínio. E os testes garantem

um aumento de 200% das propriedades mecânicas em relação ao metal sem adição

de um nanomaterial [17].

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3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Inicialmente medimos uma massa de 3.0379 g de alumínio e segundo a proporção de 99.25% de alumínio para 0.75% de nanotubos de carbono foi possível obter que a massa de nanotubos seria 0.022956 g.

O tempo do estágio deve ser 1.30h após chegar à temperatura pretendida (640ºC).

Inicialmente misturou-se os pós durante cerca de dez horas numa túrbula. Passou-se à compressão para mais tarde sinterizar a vácuo, sem haver perigo de oxidação. Podendo estes dois últimos processos ser feito num como foi dito anteriormente. Assim obtivemos o nanocompósito.

Esquema 3.2.1 – Procedimento Experimental

1. Inicialmente Misturar os dois Materiais intervenientes no Nanocompósito em pós durante 10 Horas

2. Resultado da Mistura

Comprimir os Pós

Resultado da Compressão

5. E por fim a Sinterização

4. Comprimir os Pós

3. Resultado da Compressão

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4. CONCLUSÕES

Sem ter conta, estes materiais, assumem um papel bastante importante graças

ao fortalecimento de algumas propriedades, que antes da formação do

nanocompósito, não existiam.

O processo de criação de um nanocompósito necessita a aprendizagem de

muitos cuidados a ter em conta quando se lida e a manuseia alguns destes materiais,

como é o caso do manuseamento dos nanotubos de carbono, ou até o funcionamento

de algumas máquinas que visam na criação de um nanocompósito resistente.

Desta forma, estes materiais que com “uma pequena exploração” já abrangem

uma vasta gama de aplicações, desde a medicina, ótica, eletrónica, entre outros

referidos. Assim num futuro próximo estes materiais podem fazer parte de muitos

materiais que irão estar presentes no nosso quotidiano.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] - http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n6/a16v30n6.pdf

[2] - http://www.fop.unicamp.br/mev/

[3]http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=46&Itemid=73&idrev=7

[4]www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCIQFjAA&url=http%3A%2F%2Fepub.oeaw.ac.at%2Fita%2Fnanotrustdossiers%2Fdossier006en.pdf&ei=0HA9VKyyDInnaM3TgNgI&usg=AFQjCNGkxneMQpyO7cINHPaj1Qwg7bqQA&sig2=HOBtY8_VjYb01s8fRHBag&bvm=bv.77412846,d.d2s

[5]http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCIQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.nccr.iitm.ac.in%2F2011.pdf&ei=Vm49VKPQCZbhasClgcgJ&usg=AFQjCNFSRzx6s47mYMALydmzKE5GXZdKwQ&sig2=c0cbZH_6BlQ6PKV93L_FFQ&bvm=bv.77412846,d.d2s

[6](http://docente.ifrn.edu.br/albinonunes/disciplinas/quimicaexperimental/industria-quimica/cap-8)

[7]-http://1.bp.blogspot.com/-tE9q7bHlzcs/TepE2-fgtoI/AAAAAAAAAGc/gxWKBysKkfc/s1600/KeysSolarRxNanoZincOxide.jpg

[8]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CB8QFjAA&url=https%3A%2F%2Fwww.lume.ufrgs.br%2Fbitstream%2Fhandle%2F10183%2F15272%2F000673089.pdf%3Fsequence%3D1&ei=EM9MVJiQMcOKaIiNgrAO&usg=AFQjCNFgBun2dTmy0jadqATmyzKqmheyQw&sig2=Hwqb0Gte642ZiiukDn2Pbw&cad=rja

[9]- http://www.nanowerk.com/spotlight/spotid=23934.php

[10] http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfEWEAL/nanocompositos-com-carga-tridmensional

[11]http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0CB8QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.lume.ufrgs.br%2Fbitstream%2Fhandle%2F10183%2F25508%2F000752385.pdf&ei=o9FMVIGENcTdauKEgegB&usg=AFQjCNGA8hoK1_TuqcrSJiuosptbgejxZg&sig2=_nIoivFs8NaYv4a6Q2vyZg

[12] FONSECA, José António Monteiro; SIIMÕES, Sónia Luísa dos Santos; AMARAL, Margarida Isabel dos Santos. Produção e caracterização de compósitos de alumínio reforçados com nanotubos de carbono. 2012, pp. 7, 19-24

[13]http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=HGyss1PgaHmKRM&tbnid=dZSLDW74beb8hM:&ved=0CAcQjRw&url=http://intcarlos.blogspot.com/2011/09/nanotecnologia.html&ei=o4k5VMWDENj3aurdgogF&bvm=bv.77161500,d.d2s&psig=AFQjCNEXKg0pE1SfkmRRbLrb2J3G90PW7w&ust=1413142724864912

[14]http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0CB8QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.teses.usp.br%2Fteses%2Fdisponiveis%2F76%2F76132%2Ftde-26042012-103048%2Fpublico%2FValeriaSpolonMarangoni_ME_corrigida.pdf&ei=ldJMVIzAHIrkaKfbgLgO&usg=AFQjCNHNTlyEhvLxVRiotElqWmjm79v7rA&sig2=c7Cjkcre19ednyHMim41Vw

[15] - CAMARGO, Pedro Henrique Cury; SATYANARAYANA, Kestur Gundappa and WYPYCH, Fernando. Nanocomposites: synthesis,

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[16] - K. G. Sathyanarayana, R. M. Pillai, B. C. Pai, M. Kestur-satya, P. K. Rohatgi and J. K. Kim, “Developments in Cast Metal Matrix Composites over Last Three and Half Decades,” In: E. S. Dwarakadas and C. G. KrishnadasNair, Eds., Proceedings of the Third International Conference on Advances in Composites, Bangalore, 2002, pp. 753-763.

[17] - Simões, Sónia; Viana, Filomena; Reis Marcos A.L. ; Vieira, Manuel F. (2013), "Improved dispersion of carbon nanotubes in aluminum nanocomposites", Elsevier-Composite Structures, 992-1000.