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Não ao julgamento de crimes de guerra

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“Não ao Julgamento

de Crimes de Guerra

com Leis Retroativas”

Robert Taft, 5 de Outubro de 1946[Kenyon College, Ohio]

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Contexto e orador

• Robert A. Taft (1889 - 1953), senador Americano. Republicanoconservador, de Ohio. Filho de William Howard Taft, 27º Presidentedos E.U.A. Exerceu a função de senador desde 1939 até à sua morte.

• Após a II Guerra Mundial muitos líderes Nazis na Alemanha foramacusados como criminosos de guerra pelo TMI de Nuremberga, umacorte constituída pelos países Aliados vencedores da II Guerra.

• O discurso tem como tópico a Lei e Justiça Anglo-Americana,baseando-se nestes julgamentos contra os 24 principais criminosos deguerra. (20 de Nov. de 1945 - 1 de Out. de 1946)

• A intenção do discurso é a de acusar os E.U. do seu comportamentopara com os vencidos, nomeadamente para com a Alemanha.

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• Estabelece-a primeiramente de forma exterior ao discurso. Amaioria apoiava estes julgamentos; Taft discursou contra osveredictos que acreditava serem um ato de vingança,comprometendo o sistema judicial dos Estados Unidos e da Europa;

• Dirige-se de forma coletiva ao público; generaliza os defeitos e asfaltas;

• Uso de palavras, expressões, pontuação e estilo elevado(politicamente incorreto) podem levar a que o público maissensível seja persuadido ou ter o efeito contrário;

• Exemplos do passado americano, tão sensíveis ao auditório,podem criar persuasão.

Autoridade eCredibilidade

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Conteúdo

Ao longo do discurso, Taft apresenta 3 principais críticas aos

julgamentos que até então ocorreram:

1.Violam o "princípio fundamental do direito americano: ninguém podeser julgado segundo uma lei ex post facto".

[Artigo 1º, secção 9, Constituição dos E.U.A)

2. O julgamento dos "vencidos pelos vencedores nunca éimparcial, independentemente de ser vestido com as vestes da lei.”

3. Taft avisa que as sentenças não desencorajam a guerra agressiva,porque ninguém começa uma guerra agressiva sem a intenção de ganhar.Ex. Plano de Morgenthau

Taft apresenta ideias e planos para o futuro, uma mudança.Discurso Deliberativo

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Paralelamente, apresenta argumentos de autoridade e valores comuns:

1. “Só poderemos ter paz no mundo quando for acordada uma lei queregule as relações internacionais(…), que interprete e resolva asdisputas entre nações (…).”

2. “ Sem existência da lei e de um tribunal imparcial (…), nenhum homem pode ser

verdadeiramente livre. (...). A justiça igualitária perante a lei (…) tem vindo a

perder cada vez mais força ao longo dos últimos anos.”

3. Atualmente o tribunal considera-se um “fazedor de política”, não podendo ser

respeitado como um imparcial administrador da justiça”.

Conteúdo

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4. “(…) pressionamos esses países até um extremo unicamente moderado

por considerações de interesse político e não de justiça”.

5. “Toda a nossa atitude perante o mundo, um ano após o Dia V-E,

incluindo o recurso à bomba atómica em Hiroxima e Nagasáqui, parece-

me um desvio dos princípios do tratamento justo e equitativo que

tornaram a América respeitada em todo o mundo antes da segunda

Guerra Mundial.”

6. “(…) este episódio constituirá uma nódoa no cadastro americano que

será lamentada durante muito tempo”.

Conteúdo

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Estrutura do discurso

• A estrutura de cada parágrafo é idêntica, havendo sempre umaconcordância dos argumentos. Há também uma repetição deconteúdo, propondo o reenquadramento do real;

• Podemos considerar que a audiência era universal, tratando-se deuma universidade;

• E, assim, existe um conflito de valores inevitável;

• O discurso segue a divisão de Cícero em três aspetos: Invenção;

Divisão/Disposição;

Elocução;

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Eficácia do discurso

• O discurso foi, em geral, mal recebido. Isto deveu-se à diferença devalores de ambos os lados. É, portanto, necessário analisar as duaspartes da balança: o orador e a audiência.

▫ Robert Taft: a ação dos E.U.A. perante os vencidos poderia terdesencadeado um novo conflito e abalado a credibilidade judicialeuropeia e americana.

▫ Audiência: o desprezo por tais crimes significava também odesprezo pelos direitos e pela dignidade humana.