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8/7/2019 Não existe mau cliente
http://slidepdf.com/reader/full/nao-existe-mau-cliente 1/3
Repensar Marketing e Estratégia
Não existe mau cliente
Cristiane Osso ([email protected] ), sócia-diretora da GS&MD ± Gouvêa de
Souza
É bastante comum, nos bastidores do varejo, ouvir comentários sobre experiências
positivas e desgostosas no atendimento ao público, relatados pelas equipes como forma
de desabafo ou mesmo de diversão.
Mas o que são, realmente, os bons e os maus clientes? Poderíamos mesmo assumir um
comportamento esperado como positivo ou negativo, esquecendo a tradicional máxima deque o ³cliente tem sempre razão´? Ou o segredo é mais profundo e inerente a algumas
perguntas não endereçadas pela maioria dos varejistas?
Podemos mesmo afirmar que os bons clientes são aqueles bons compradores; bons
pagadores; que não discutem o preço; não questionam as formas de pagamento, a
embalagem, os opcionais e o atendimento; não solicitam brindes; são sorridentes e
felizes; educados acima de tudo; tolerantes; aceitam abertamente sugestões em
substituição àqueles itens procurados; e ao mesmo tempo são independentes,
dispensando a dedicação, atenção e orientação das equipes de loja e até mesmo
numerosas idas e vindas ao estoque?
Os maus clientes, então, teriam o oposto desse perfil? É possível, seguindo esse
raciocínio, especular que existem diversos tipos de ³maus clientes´ , classificados em
alguns grupos:
y Os indecisos na escolha dos itens, solicitando apoio e atenção dos lojista s de
forma quase exclusiva;
y Os tiradores de vantagens, que pedem descontos sem fim e insistem em conseguir
uma condição de pagamento diferenciada em r elação à oferta regular da loja;
y Os questionadores, exigentes e impacientes sobre o tempo de espera nas filas do
caixa e para serem atendidos; aqueles que têm pressa e querem resolver tudo muito
rápido e de forma um tanto prática;
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y Os insatisfeitos, que podem não estar num bom dia ou que, em algum momento,
não se mostraram receptivos ao lojista, foram pouco gentis ou até mesmo rudes com a
equipe de loja.
Parece um tanto utópico imaginar que o modelo de negócios de cada varejista seja
intocável e que a maioria dos inconvenientes do dia a dia esteja pautada nas dinâmicas
dos consumidores em si.
Não seriam então esses comportamentos indesejados de consumidores e suas
expectativas elevadas simplesmente reflexos de alguns temas e soluções não
endereçadas dentro dos pontos de venda , seja por atendimento, instalações, preço,
sortimento, promoção, serviços em geral e simpatia?
É possível dizer que o segredo na definição e clusterização dos bons e maus clientes é
muito mais profundo e também inerente a algumas perguntas não endereçadas pela
maioria dos varejistas. Até que ponto cada rede de varejo e/ou varejista independente tem
a clareza do seu <i>core business</i>, sua proposta de valor, seu público alvo? Quanto
de sua agenda anual cada varejista dedica no exercício de entender seu consumidor
primário e traduzir suas expectativas em atributos perceptíveis na loja? Sendo a loja física
o principal ponto de contato tangível para a experiência de consumo entre o consumidor e
o varejista, não seria o desafio do segundo atender , superar, antecipar e antever as
expectativas do primeiro, a fim de poder atrair os clientes e fazê-los vivenciar a
experiência satisfatória responsável pela recompra e boa lembrança?
Devemos então refletir sobre onde está o decisor estratégico responsável pela prévia
definição de seu público-alvo e tudo que o fará entrar e sair da loja com um sorriso
estampado no rosto e a diferença impactante em suas vendas.
É muito simples rotular consumidores. Ainda mais sério e perigoso seria perdê-los por
uma inadequação de atendimento ou incompreensão de seu perfil de compra e
expectativas. O exercício estratégico de posicionamento de marcas e lojas, a partir do
entendimento de quem são realmente seus clientes <i>target</i> a partir de seu perfil
demográfico e psicográfico, se torna fundamental para a alavancagem e identidade doponto de venda.
É preciso saber o que queremos e o que não queremos, para transmitir a mensagem de
forma clara e objetiva ao consumidor final. Essa mensagem deve significar a assertiva
tradução das expectativas e necessidades dos clientes, por meio dos atributos da loja e
de uma proposta de valor consistente e percebida.
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Na prática, significa resgatar a famosa e velha máxima de que ³o consumidor tem sempre
razão´, e ainda remeter e associá-la à nova máxima que vem sendo utilizada já alguns
anos: ´o consumidor é o centro das atenções.´
Assim, atrairemos mais clientes que rotulamos como certos... O resultado, a experiência,
a satisfação, o sorriso e, principalmente, ao final do dia sua equipe dizendo que a loja tem
mais e mais clientes certos...