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“NÃO FALAMOS PARA HOJE, TAMPOUCO PARA NUNCA [...]”: POSSIBILIDADES DE EDUCAÇÃO EM NIETZSCHE. Leonardo Eberhardt Rosa 1 Lucas Innocente Teixeira 1 Resumo: com o seguinte artigo, busca-se tangenciar uma abordagem formativa, promovida nas conjecturas filosóficas de Friedrich Nietzsche, mormente de seu Zaratustra, sobre a constituição de uma educação experimental e criativa, baseada na necessidade de se testar enquanto potência, para uma superação integral de si mesmo. Assim, tendo como premissa as linhas do pensamento nietzschiano relacionadas com a educação, considerada está como um processo permanente de aprendizado orientado por diretrizes humanísticas e partir do qual o homem aperfeiçoa a sua condição de ser e estar no mundo será feita, tanto quanto possível, uma correlação entre os escritos daquele e os quatro pilares da educação, a saber: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Assim como se utilizará a perspectiva do corpo presente na somaterapia, numa tentativa de diálogo entre as suas diretrizes libertárias no que tange ao amor e os processos de aprendizagem e práticas pedagógicas. Palavras-chave: educação, conhecimento, Friedrich Nietzsche, sociedade contemporânea. Abstract: in the following article, we seek a tangent a formative approach, promoted the philosophical assumptions of Zarathustra, the setting up of an experimental and creative education, based on the need to test yourself as a power for a full overcoming oneself… Keywords: education, knowledge, Friedrich Nietzsche... INTRODUÇÃO Considerando a educação como um instrumento de emancipação intelectual do ser humano, tendente a promover, pela construção do conhecimento, as condições necessárias para a resolução de conflitos e tomada de decisões a partir de uma reflexão crítica e comprometida com desenvolvimento de uma sociedade mais justa e solidária, se torna pertinente a 1 Acadêmicos do curso de licenciatura em Letras – FACOS/CNEC.

Não Falamos Para Hoje, Tampouco Para Nunca [...] - Possibilidades de Educação Em Nietzsche

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“NÃO FALAMOS PARA HOJE, TAMPOUCO PARA NUNCA [...]”: POSSIBILIDADES DE EDUCAÇÃO EM NIETZSCHE.

Leonardo Eberhardt Rosa1

Lucas Innocente Teixeira1

Resumo: com o seguinte artigo, busca-se tangenciar uma abordagem formativa, promovida nas conjecturas filosóficas de Friedrich Nietzsche, mormente de seu Zaratustra, sobre a constituição de uma educação experimental e criativa, baseada na necessidade de se testar enquanto potência, para uma superação integral de si mesmo. Assim, tendo como premissa as linhas do pensamento nietzschiano relacionadas com a educação, considerada está como um processo permanente de aprendizado orientado por diretrizes humanísticas e partir do qual o homem aperfeiçoa a sua condição de ser e estar no mundo será feita, tanto quanto possível, uma correlação entre os escritos daquele e os quatro pilares da educação, a saber: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Assim como se utilizará a perspectiva do corpo presente na somaterapia, numa tentativa de diálogo entre as suas diretrizes libertárias no que tange ao amor e os processos de aprendizagem e práticas pedagógicas.

Palavras-chave: educação, conhecimento, Friedrich Nietzsche, sociedade contemporânea.

Abstract: in the following article, we seek a tangent a formative approach, promoted the philosophical assumptions of Zarathustra, the setting up of an experimental and creative education, based on the need to test yourself as a power for a full overcoming oneself…

Keywords: education, knowledge, Friedrich Nietzsche...

INTRODUÇÃO

Considerando a educação como um instrumento de emancipação intelectual do ser

humano, tendente a promover, pela construção do conhecimento, as condições

necessárias para a resolução de conflitos e tomada de decisões a partir de uma

reflexão crítica e comprometida com desenvolvimento de uma sociedade mais justa

e solidária, se torna pertinente a análise do pensamento de um dos filósofos que

mais influenciou o pensamento ocidental também no que se refere e este tema.

Friedrich Nietzsche (1844-1900) é tido por muitos como o principal filósofo da

modernidade, a ponto de Karl Jasper (1883-1969), famoso filósofo alemão, ter divido

a história do pensamento ocidental em dois períodos, um anterior e outro posterior a

Nietzsche. (BACKES, 2006, p. 07)

Portanto, conhecer o pensamento de um filósofo de tamanha importância a respeito

de um tema que é um dos pilares da sociedade, se torna mais do que conveniente, 1 Acadêmicos do curso de licenciatura em Letras – FACOS/CNEC.

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sobretudo no contexto de um curso de Letras, responsável pela formação dos

professores que irão fazer parte do processo de letramento e aquisição de

competência linguistica dos alunos em suas fases iniciais, quando a própria

personalidade dos mesmos está em formação.

O ENGESSAMENTO DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Atualmente, considera-se que a educação ao longo da vida se baseia em quatro

pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a

ser:

Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos, ou seja: aprender a aprender, para se beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida. Aprender a fazer, a fim de adquirir não só uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais abrangente, a competência que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho, oferecidas aos jovens e adolescentes, seja espontaneamente na sequência do contexto local ou nacional, seja formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.Aprender a conviver, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e se preparar para gerenciar conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Com essa finalidade,a educação deve levar em consideração todas as potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para se comunicar.

Estes quatro pilares, então, se ligam no que diz respeito ao seu produto final, qual

seja, o ser, a formação do indivíduo, a construção desse caminho que o leva para si

mesmo, emancipado e consciente de sua existência e do que isso representa na

medida em que se vive numa sociedade plural.

Entretanto, não é o que se observa tanto na prática pedagógica das escolas, quanto

nos seus parâmetros curriculares, que ainda grassam adstritos a conceitos

ultrapassados que exacerbam a técnica e a lógica em detrimento da criatividade e

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do amor, porque educar e construir o conhecimento são atos de amor. Há de se

ultrapassar as antigas formas de pensamento, evoluir a partir delas.

Mas essa tarefa deve ser feita com prazer ou, nas palavras do filósofo “Não com a

ira, mas com o riso é que se mata. Eia, vamos matar o espírito de gravidade!”

(NIETZSCHE, 2011, p. 41).

Assim, ao se pensar via políticas didático-pedagógicas uma abordagem voltada para

o ser e o sentir, são suscitados alguns questionamentos acerca do saber e da razão,

que se afastam dos paradigmas consolidados no sistema educacional, alicerçados

em dinâmicas técnicas de ensino/aprendizagem e em estruturas totalizadoras,

surgindo, por conseguinte, a possibilidade do contorno emergente da experiência

como norteadora do saber, na formação de significados para um sujeito exposto,

uma vez que:

O discurso pedagógico dominante, dividido entre a arrogância dos cientistas e a boa consciência dos moralistas, está nos parecendo impronunciável. As palavras comuns começam a nos parecer sem qualquer sabor ou a nos soar irremediavelmente falsas e vazias. E, cada vez mais, ainda que para isso tenhamos de nos separar da segurança dos saberes, dos métodos e das linguagens que já possuímos (e que nos possuem). (LARROSA, 1999, p. 07).

Aproximados de forma paralela, segue a inquietude ao postular para o aluno uma

valorização do fenômeno estético do saber, para o ressignificar como possibilidade

de transgressão conceitual e fundar, sobre si mesmo e para além de si, uma

experiência ontológica legítima de abertura e superação.

Nesse sentido, como será visto adiante, as premissas que o personagem Zaratustra

utiliza para demonstrar o processo de formação pelo qual o ser humano pode tornar-

se o que é (BRITO, 2007, p. 15), também podem ser apropriadas num contexto mais

amplo de método ou filosofia de ensino.

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O CAOS E AS INDICAÇÕES PARA UMA EDUCAÇÃO: A MATÉRIA-

PRIMA DE UMA ESTRELA DANÇANTE

Após cansar-se de sua própria sabedoria, o asceta dinamitador, protagonista do

pensamento de Nietzsche, desce dos cumes montanhosos onde solitário

permaneceu por dez anos, e vai ter com os homens um diálogo para os despertar,

oportunidade para afirmar possibilidades através do conhecimento adquirido durante

a reclusão.

Dos bosques, o velho homem santo que lá vivia afastado, avista Zaratustra descer

da montanha e reconhece nele uma obstinação para o perigo, para arriscar-se junto

aos homens:

Não me é estranho esse andarilho: por aqui passou há muitos anos. Chamava-se Zaratustra; mas está mudado.(precisamos dessa referência)Naquele tempo levavas tuas cinzas para os montes: queres agora levar teu fogo para os vales? Não temes o castigo para o incendiário? (NIETZSCHE, 2011, pág. 12).

Logo no prólogo de Assim falou Zaratustra, temos exposto por Nietzsche a

impressão que pré-anuncia o acontecimento de uma grande ruptura, uma ameaça

que caminha conduzida pelo asceta Zaratustra até os homens, algo semelhante ao

fogo, provocador da devastação das coisas como são. Mesmo o velho homem, já há

muito isolado do convívio com os demais para santificar-se e adorar a Deus, não

resistiu e sentiu-se desconfortável diante da presença do caminhante-dançarino.

Mas que trazia consigo Zaratustra? Qual força seria capaz de suscitar tamanho

desequilíbrio entre os homens? Em Nietzsche, que elege na figura do asceta a

representação para a comunicação do seu pensamento, o caos é atributo

imprescindível, e está presente na edificação de novas possibilidades

configuradoras da existência.

O caos criador de multiplicidades que ao destruir, introduz as premissas para uma

renovação, é por Nietzsche compreendido como um fluxo de potências e conflitos,

um arranjo de sentidos fundamentais para uma formação de si, com afirmação e

singularidade até então exauridas por instâncias fixas, estruturadas pela hipertrofia

da razão e outras distrações morais. Postulado contra as contribuições teleológicas

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que organizaram o mundo ocidental, o caos emerge como atributo circular na

ausência sobre a ausência de sentido, precedido por desejo afirmador do vir-a-ser

condutor sobre a natureza.

A noção de caos conjuga a consolidação da vida como esforço interpretativo e

avaliador, dimensão incógnita sob a exploração dos sentidos, uma conquista

temporária atrelada à vontade, força criadora voltada para si mesma, vinculada ao

autoconhecimento. A hierarquia das forças é o critério para a avaliação dos tipos

humanos, a capacidade de gestar algo para além de si mesmo deve constituir-se

como um processo criativo desejável, uma descentralização presente em toda

criatura sobre a terra, que Zaratustra insiste em querer cultivar.

DESTITUIÇÃO DA METAFÍSICA (INCLUSIVE RELIGIOSA) EM

FAVOR DO CORPO E DO SENTIR

Uma soma de possibilidades criadoras, que estão disponíveis através de uma

vontade reguladora dos movimentos até o limite das forças, para Nietzsche o corpo

é sempre uma vitória provisória, uma forma que não esta assegurada em categorias

fixas, oriundas de um mesmo padrão presente em todo homem. Um vir-a-ser,

constituído de impulsos e investidas que lutam por espaço, que entre destruição,

renovação e construção, está alinhado com atitudes interpretativas, vantajosas ao

seu fortalecimento, sua afirmação como extensão da vontade sobre o mundo.

Através da unidade metafísica assegurada na construção do pensamento ocidental,

temos a centralização do “eu”. Metafísica institui-se como desvalorização do existir.

Uma interpretação que baseada na busca pela verdade, propõe escapar das

contradições e ambiguidades, consideradas estranhas e questionáveis na

existência.

Favorecido, o plano além-do-mundo atua sobre a descentralização da instância

trágica e procede com o início da decadência cultural, onde consagra as diferentes

inflexões do niilismo, pois a obsessão pela verdade justifica a composição do

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pensamento metafísico, que afirma o desmerecimento da vida e sua conformação

moral, alicerçada na avaliação e reparação.

Consoante à rejeição dos dualismos metafísicos fundados na tradição filosófica,

Nietzsche requer a superação das relações antagônicas estabelecidas entre

enganos revestidos de racionalidade, sobre os termos identidade e substância, dos

hiatos intransponíveis entre o corpo e as conjunções da mente e do espírito. Com a

crítica da consciência, Nietzsche recai sobre a concepção de um “eu” centralizado

como estrutura fixa gramatical, propagado pelo modelo cartesiano (sujeito como

substância) e Kantiano (sujeito transcendental).

Em Assim falou Zaratustra, o autor ciente da complexidade do si mesmo adverte, em

“Os desprezadores do corpo”: “Há mais razão no teu corpo do que na tua melhor

sabedoria”.

Fica claro em diversos momentos da obra de Nietzsche que ele condena o aparato

moral criado a partir das grandes religiões que dominam a vida espiritual do mundo

moderno e contemporâneo, conclamando as pessoas a superarem a mesquinharia

dos valores de seu tempo.

A partir disso, pode-se fazer uma aproximação conceitual do processo formativo

nietszchiano, a partir de Zaratustra, com aquele proposto pelo psicanalista Roberto

Freire e sua Somaterapia – prática terapêutica corporal e em grupo, baseada na

obra de Wilhelm Reich, e que visa a prevenção e recuperação de pessoas

submetidas à repressão autoritária (1990, p. 17). Para o psicanalista, adepto do

anarquismo, a questão do corpo, enquanto instrumento de comunicação, assume

papel central na vida das pessoas, “a alma é o corpo”, ao ponto de ele considerar:

[...] alienação o esforço que se faz para considerar qualquer forma de facilitação pela fala (apesar de sua incisiva influência no processo civilizatório) sempre um avanço na expressão e na comunicação da afetividade humana. É preciso lembrar que a fala pode ser também um retardo, bloqueio, ou transformação da naturalidade com que o homem pode manifestar seus sentimentos e sua criatividade espontânea através de processos corporais. (1990, p. 23)

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Em ambos os casos, há a crença, demonstrada por argumentos sólidos, de que o

homem não tem sido ele mesmo em razão de influências externas que moldam a

sua conduta num descompasso essencial.

Por essa razão, já que em grande medida somos formados cultural e

intelectualmente por sistema educacional imposto, no qual há poucas ou nenhuma

possibilidade de ingerência em seus processos formativos por parte de seus

destinatários, é razoável afirmar que é preciso refletir esse modelo de educação

unilateral diante dos resultados que ele vem apresentando e da conseqüente e

crescente deterioração da capacidade de reflexão e de contestação dos educandos.

A proposta que se pretende fazer é a de superar o modelo de construção do

conhecimento calcado tão somente em regras, ordenações, fórmulas, e todos os

aspectos que caracterizam a ciência moderna, catalogam a natureza e os

fenômenos em infinitas classes, e tiram do homem, nessa compreensão do universo

que o cerca e do qual faz parte, a possibilidade do erro, do sofrimento e do engano.

Transportou-se essa lógica exata das ciências para a vida, e delimitou-se a noção

de felicidade como sendo algo externo ao ser humano, uma concessão divina, que

só pode ser alcançada mediante a observação de uma cartilha de valores

concebidos a priori.

Novamente é possível observar a aproximação da filosofia de Freire dos postulados

nietzschianos a respeito do educar-se a si mesmo, considerando que:

Esse processo de autocriação, no qual o indivíduo cria a si mesmo, é o processo que ocorre de modo singular através de uma apropriação de si mesmo, por meio da efetivação das possibilidades existenciais mais próprias, e que tem sido interpretado desde Píndaro, passando por Hölderlin, Nietzsche e Heidegger, como o percurso no qual alguém torna-se o que é. (MELLO, 2012, p. 74)

Essa correlação fica mais clara quando Freire (1990, pp. 38-39) afirma que o amor:

[...] só pode ser expresso pelas artes e viajado pela poesia. Mas falar científica ou literariamente do amor e explica-lo psicologicamente não significa absolutamente saber o que ele é e como funciona. Descubro ser o mistério a sua própria natureza. Desvendá-lo é assassiná-lo. Só podemos,

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pois, senti-lo, jamais compreendê-lo. Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo já não está amando... [...] do amor só de pode fazer necrópsia, jamais biópsia.

Isto é, o amor, como fundamento básico e primordial da vida, somente pode ser

vivenciado, é presente e sempre atual, se constrói no caminho sendo o próprio

caminho, e jamais será um objeto que possamos alcançar.

A perspectiva de lançar-se para o futuro, num processo permanente de autocriação,

faz parte também do projeto nietzschiano expresso em Zaratustra, para quem a

educação para tornar-se a si mesmo:

[...] não se faz determinando, limitando, enclausurando a uma forma, mas, sim, colocando-se aberto para o futuro, como ele faz, porque o futuro não se pode determinar. Daí o se lançar ao rumo de si mesmo, sem espera, mas ativamente vivo, pois, assim, a educação para tornar-se requer que se pense, que não seja determinada. (BRITO, 2007, pp. 17-18)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

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