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osvaldo-azeredo-alcantara
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Não sei se saudade tem cor. Dizem que sim.
O que eu sei é que ela tem forma.
Tem gosto. Tem cheiro. E peso também.
E, acreditem, ela tem asas !!!
Se não, como nos transportaria tantas vezes a lugares
tão distantes ?
E sei ainda que ela se agiganta quando mais tentamos
diminuí-la. Sei que ela dói de dor intensa e
sem remédio.Se não fosse ela, não sei se
teríamos consciência do tamanho da importância
das pessoas pra gente.
Porque quando amamos alguém, a saudade já chega por antecipação, sorrateira,
disfarçada de algo que não conseguimos decifrar.
É aquela dor fininha de não sei o quê, a angústia boba que nos
invade só de imaginar a separação.
E a gente fica meio sem saber o que fazer.
Mas é assim ...
é uma dor que gostamos de sentir, um sabor que queremos provar, é
algo que não sabemos explicar, mas é quase palpável.
É amor disfarçado de muita coisa.
São emoções guardadas bem lá no fundo.
Saudade...
do que foi e do que vai ser.
Saudade que nos acompanha pra
diminuir a solidão e que nos mostra, sobretudo, que estamos
vivos.
Aprendi ainda que saudade não mata.
É só quase. A gente pensa que vai morrer, mas sobrevive sempre, porque ela traz escondidinha nela uma
outra coisa que chamamos de esperança,
que nos ajuda a caminhar, porque saudade, como o amor, não é cega, saudade vê mais
além.
Produzido por :CrystalSoélis Sanches
Autoria :Letícia Thompson
Formatado por :Sandra Mara