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NARRADOR NARRADOR ELEMENTOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA ESTRUTURAIS DA NARRATIVA NARRATIVA

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ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NARRATIVA

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  • NARRADORELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NARRATIVA

  • Em qualquer narrativa, na sua composio, so necessrios o tempo, o espao, o narrador, o foco narrativo (ou ponto de vista), o personagem (ou personagens) e a ao que movimenta a intriga (ou enredo).Frequentemente o modo narrativo, pertinente ao gnero pico, apresentado por um narrador, ou seja, o narrador e o foco narrativo so condio sine qua non para a constituio da narrativa. Ainda assim, a ao, expressa atravs da fbula e da trama, o fulcro da narrativa.

  • Funes do narradorO narrador possui algumas funes, todas definitivas para a escolha do foco narrativo:A funo comunicativaA funo metanarrativa, que consiste em comentar o texto e assimilar sua organizao.A funo testemunhal ou modalizante, que procura exprimir a relao que o narrador mantm com a histria (comprovao, emoo ou avaliao).

  • CorrentesPrimeira pessoa X terceira pessoaPouillonNorman FriedmanGenette

  • POUILLONVISO POR TRSO narrador domina todo um saber sobre a vida da personagem e sobre o seu destino. onisciente, poderamos dizer. Sabe de onde parte e para onde se dirige, na narrao, o que pensam, fazem e dizem as personagens; uma espcie de Deus, ou demiurgo que lhes tolhe a liberdade. No obstante ao ver Pedro assim se chamava o jovem e apesar da saudao de categoria inferior, o seu rosto exprimiu uma impresso semelhante que se experimenta ao ver um objeto colossal fora do lugar. Com efeito, Pedro era muito mais alto que os demais convidados, mas a inquietao de Ana Palovna provinha de outra causa...

  • VISO COMo NARRADOR limita-se ao saber da prpria personagem sobre si mesma e sobre os acontecimentos.

    (...) eu sentia-me cada vez pior. A mesma situao nova agravou a minha paixo. Ezequiel vivia agora mais fora da minha vista; mas a volta dele, ao fim das semanas, ou pelo descostume em que eu ficava, ou porque o tempo fosse andando e completando a semelhana, era a volta de Escobar mais vivo e ruidoso. At a voz, dentro de pouco, j me parecia a mesma.

  • VISO DE FORA Renuncia-se at mesmo ao saber que a personagem tem, e o narrador limita-se a descrever os acontecimentos, falando do exterior, sem que possamos nos adentrar nos pensamentos, emoes, intenes ou interpretaes das personagens.

    Os dois homens esto sentados mesa do bar. (...) Acabaram de comer h algum tempo. Depois disso devem ter pautado os dentes, o velho ocultando educadamente o palito com a outra mo, ou ento, no tendo dentes, ficado a observar o filho pautando sem o recato com que ele o teria feito; mas isso ele teria apenas observado, sem fazer qualquer reflexo, (VILELA)

  • Norman FriedmanPrincipais questes a que preciso responder para tratar do narrador: 1) quem conta a histria? Trata-se de um narrador em primeira ou terceira pessoa? No h ningum narrando?;2) de que posio ou ngulo em relao histria o narrador conta? (Por cima? Na periferia? No centro? De frente? Mudando?); 3) que canais de informao o narrador usa para comunicar a histria ao leitor (palavras? Pensamentos? Sentimentos? Do autor? Da personagem? Aes? Falas do autor? Da personagem? Ou uma combinao disso tudo?); 4) a que distncia ele coloca o leitor da histria (Prximo? Distante? Mudando?)?

  • FriedmanAutor onisciente intruso (Editorial omniscience)Narrador onisciente neutro (Neutral omniscience)Eu como testemunha (I as witness)Narrador-protagonista (I as protagonist)Oniscincia seletiva mltipla (Multiple selective omniscience)Oniscincia seletiva (Selective omniscience)Modo dramtico (The dramatic mode)Cmera (The camera)

  • FriedmanAutor onisciente intruso Narrador onisciente neutro Eu como testemunha Narrador-protagonista Oniscincia seletiva mltipla Oniscincia seletiva Modo dramtico Cmera

    NARRADOR onisciente intruso Narrador onisciente neutro Oniscincia seletiva Mltiplasimples CmeraEu como testemunha Narrador-protagonistaModo dramtico

  • ONISCIENTE NEUTRO

    ONISCIENTE INTRUSO

    ONISCIENTE SELETIVO Mltiplosimples PROTAGONISTA

    PERSONAGEM SECUNDRIO

    TESTEMUNHAEnunciao3 pessoaNarrador PRESSUPOSTOEnunciado1 pessoaNARRADOR - PersonagemDRAMTICO(perso-nagens)CMERA

  • NARRADOR PRESSUPOSTONo referido explicitamente no texto; registro de fala em 3 pessoa; predomnio da funo referencial (contexto,mensagem); no muita preocupao com o emissor ou o receptor.Narrador onisciente neutro; onisciente intruso; onisciente seletivo; narrador-cmera.

  • NARRADOR ONISCIENTE NEUTRO

    Parece que a histria conta-se a si prpria, dispensando a figura do narrador. Recebe a denominao de autor implcito, dotado de onipresena. A narrao ou descrio ocorre de forma neutra e impessoal.

  • NARRADOR ONISCIENTE INTRUSOSemelhante ao anterior, difere porque o narrador interrompe ocasionalmente a narrao dos fatos ou a descrio para tecer consideraes e emitir julgamentos de valor. tcnica praticada por autores que tm pendor moralizante, satrico ou irnico.

  • NARRADOR ONISCIENTE SELETIVOO narrador apresenta o ponto de vista de uma ou vrias personagens diretamente, no presente, atravs da mente do personagem. Utiliza-se o discurso indireto livre, pelo qual o narrador interpreta com palavras suas as idias e sentimentos dos personagens. O narrador atua como intrprete da viso de mundo da personagem.

  • NARRADOR-CMERAOposto da oniscincia, esse narrador expressa viso de fora e anula quase completamente o saber do narrador. No pode falar do passado, no pode estar em vrios lugares simultaneamente, no pode penetrar na conscincia do personagem. Apenas analisa realisticamente a conduta e o meio materialmente observveis.

  • NARRADOR PERSONAGEMDentro do texto literrio, um ente ficcional assume o papel de narrador. atravs do ponto de vista do personagem narrador que conhecemos o que se passa no texto. Aqui o ponto de vista mltiplo.Narrador protagonista; narrador personagem secundrio; narrador-testemunha; narrao dramtica.

  • NARRADOR-PROTAGONISTAO EU que narra se identifica com o personagem principal. O ator acumula o papel de sujeito da enunciao e do enunciado. Conta uma histria que ele viveu; atravs de seus olhos e sentimentos apreendemos os elementos constitutivos da narrativa.

  • NARRADOR- PERSONAGEM SECUNDRIO

    O narrador personagem que no participa dos acontecimentos em primeiro plano. Sua funo mais importante ao nvel da enunciao do que ao do enunciado. Perspectiva adotada em algumas narrativas policiais.

  • NARRADOR-TESTEMUNHA

    A focalizao est centrada sobre personagem que se faz presente no texto apenas para narrar os acontecimentos; pertence apenas ao plano do discurso; no se confunde com nenhum personagem da histria.

  • NARRAO DRAMTICA

    No h um narrador especfico; todas as personagens, atravs do dilogo, funcionam como narradores e destinatrios da mensagem. O espectador/leitor conhece a histria ficcional atravs da fala dos atores/personagens.

  • GENETTESegundo Genette, existem duas formas bsicas de narrador: o narrador heterodiegtico e o narrador homodiegtico. Essa oposio abrange dois fenmenos apontados por Genette. Primeiramente, uma oposio de nvel, ou seja, o narrador est fora da fico considerada (extradiegtica) ou dentro da fico considerada (intradiegtica). Em seguida, Genette faz uma oposio que diz respeito relao do narrador com a histria que narra: ele est ausente dela (heterodiegtico) ou ele narra sua prpria histria (homodiegtico).

  • GENETTE

    NARRADOR EXTRADIEGTICO

    O papel de narrador no exercido por nenhum personagem; o sujeito do discurso est oculto e apenas pressuposto.

  • NARRADOR INTRADIEGTICOPersonagem que, dentro do texto, assume o papel de narrador.HOMODIEGTICO: o personagem participa dos fatos que narra.AUTODIEGTICO: o personagem narra histria que protagoniza.HETERODIEGTICO: o personagem conta histria da qual no participa.

    TOLSTOI, Leon. Guerra e paz. So Paulo, Brasil Editora, 1957, p. 12. *Assis, Machado de. Dom Casmurro. So Paulo, Saraiva, s.d. p. 219-20. (Coleo Jabuti.)

    *VILELA, Luiz. Dois homens. In: . Tremor de Terra. So Paulo. tica, 1977. p. 53.

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