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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO EGRESSOS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE UM CURSO: O CASO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UFRN (Dissertação defendida em 27 de Julho de 2012) por Natália Veloso Caldas de Vasconcelos Graduada em Engenharia de Produção, UFRN, 2010 Dissertação submetida ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO JULHO, 2012

Natália Veloso Caldas de Vasconcelos · iii NATÁLIA VELOSO CALDAS DE VASCONCELOS Dissertação submetida ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

EGRESSOS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE UM CURSO: O CASO DA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UFRN

(Dissertação defendida em 27 de Julho de 2012)

por

Natália Veloso Caldas de Vasconcelos

Graduada em Engenharia de Produção, UFRN, 2010

Dissertação submetida ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para a obtenção

do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

JULHO, 2012

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NATÁLIA VELOSO CALDAS DE VASCONCELOS

EGRESSOS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE UM CURSO: O CASO DA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UFRN

(Dissertação defendida em 27 de Julho de 2012)

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mestrado em

Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, na área de

Estratégia e Qualidade.

Orientadora: Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra.

Co-Orientador: Hélio Roberto Hékis, Dr.

Co-Orientador: Jamerson Viegas Queiroz, Dr.

Natal/RN

2012

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NATÁLIA VELOSO CALDAS DE VASCONCELOS

Dissertação submetida ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para a obtenção

do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

JULHO, 2012

APROVADO POR:

______________________________________________________________

Prof.ª Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra. (PEP/UFRN) – Orientadora,

Presidente

______________________________________________________________

Prof. Hélio Roberto Hékis, Dr. (PEP/UFRN) – Co- orientador

______________________________________________________________

Prof. Jamerson Viegas Queiroz, Dr. (PEP/UFRN) – Co- orientador

Examinador Interno

______________________________________________________________

Prof. José Alfredo Ferreira Costa, Dr. (PEP/UFRN)

Examinador Interno

______________________________________________________________

Prof.ª Hilka Pelizza Vier Machado, Dra. (PPA/ UEM)

Examinador Externo

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RESUMO

A presente Dissertação tem como objetivo geral analisar, sob a ótica do egresso, a

percepção da qualidade de um curso de graduação a fim de contribuir com a melhoria

contínua. Visando atingir os objetivos propostos, foi feita uma pesquisa bibliográfica,

buscando reunir os trabalhos que rodeiam esta temática, com a intenção de atualizar os

conceitos abordados atualmente sobre o assunto estudado. São eles: Gestão da

qualidade, qualidades nas Instituições de Ensino Superior e o Sistema Nacional de

Avaliação do Ensino Superior - Sinaes. A metodologia é caracterizada como estudo de

caso, de natureza quantitativa; o objeto de estudo é composto pelos egressos do curso de

Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que engloba

os alunos que se formaram no período de 2002 a 2010; a coleta de dados foi feita

através do instrumento de pesquisa, o questionário, disponibilizado on-line através da

interface do SurveyMonkey; a análise dos dados foi feita por meio das técnicas de

estatística descritiva e análise multivariada, entre elas a análise fatorial. O instrumento

de pesquisa proposto é formado por dezenove perguntas e vinte afirmativas que

abordam a temática central desta dissertação. Os resultados mostram a identificação de

quatro fatores latentes (obtidos através da análise fatorial exploratória), por meio de

duas perspectivas. Na análise da percepção e da importância, os resultados obtidos

foram semelhantes no tocante as variáveis dos fatores. O fator 1 foi relacionado aos

apoios dados aos alunos, fator 2 denominado como suporte extra classe, o fator 3

relacionou aspectos da biblioteca, e, finalizando, o fator 4 abordou avaliação e

instalações físicas. Com a pesquisa conclui-se que este estudo apresenta diversos pontos

a serem melhorados pela equipe de gestores, e recomenda-se continuar a avaliar a

percepção dos egressos, visando uma melhoria contínua na prestação do serviço por

parte da universidade.

Palavras-chaves: Gestão da Qualidade; Instituições de Ensino Superior; Avaliação da

Qualidade; Egresso; Engenharia de Produção.

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v

ABSTRACT

This thesis aims at analyzing the perspective of graduates perceived quality of an

undergraduate course in order to contribute to continuous improvement. In order to

achieve the proposed objectives, we performed a literature search, seeking together the

work surrounding this issue, with the intent to update the concepts discussed today on

the subject studied, they are: quality management, quality in higher education

institutions and the system national assessment of higher education - Sinaes. The

methodology is characterized as a case study, quantitative, and the object of study is

composed of students who graduated from Production Engineering, Federal University

of Rio Grande do Norte, which includes students who graduated from 2002 to 2010;

data collection was done through the survey instrument, questionnaire, available online

through SurveyMonkey interface, data analysis was done by means of descriptive

statistics and multivariate analysis, including factor analysis. The proposed survey

instrument consists of questions nineteen and twenty statements that address the central

theme of this dissertation. The results show the identification of four latent factors

(obtained by exploratory factor analysis), through two perspectives, the analysis of

perception and importance, the results were similar in terms of the variable factors. The

first factor was related to the support given to students, a factor known to support two

extra class, the third factor related aspects of the library, and finalizing the evaluation

and approached a factor of 4 facilities. Through research it was concluded that this

study presents several points to be improved by the management team, and

recommended to continue to evaluate the perceptions of graduates, seeking continuous

improvement in service delivery by the university.

Keywords: Quality Management; Institutions of Higher Education; Quality Evaluation;

Egress; Production Engineering.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução do número de instituições de educação superior por categoria

administrativa – Brasil – 2001-2010. ................................................................................ 17

Figura 2 : Estruturação da pesquisa .................................................................................. 20

Figura 3: Elementos da gestão da qualidade total (tqm) .................................................... 24

Figura 4: Análise da evolução da qualidade ...................................................................... 26

Figura 5: Posição dos indicadores .................................................................................... 29

Figura 6: Evolução dos indicadores de qualidade ............................................................. 62

Figura 7: Ponderações adotadas nos componentes do conceito preliminar de curso nas

edições do Enade 2007 e 2008 ......................................................................................... 69

Figura 8: Caracterização da pesquisa ................................................................................ 83

Figura 9: Contribuição do curso ..................................................................................... 101

Figura 10: Gráfico de autovalores .................................................................................. 103

Figura 11: Gráfico de autovalores – importância ............................................................ 125

Figura 12: Diagrama dos fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise

Fatorial – Percepção ....................................................................................................... 145

Figura 13: Diagrama dos fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise

Fatorial – Importância .................................................................................................... 146

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Número de matrículas em cursos de graduação ................................................ 17

Tabela 2: Adaptada de dimensões da qualidade segundo Garvin (1988). ......................... 27

Tabela 3: Evolução do Número de Instituições de Educação Superior por Organização

Acadêmica – Brasil – 2001-2010 ..................................................................................... 38

Tabela 4: Componentes do Sinaes .................................................................................... 60

Tabela 5: Tipos de avaliação de cursos ............................................................................. 66

Tabela 6: Distribuição do CPC´s de acordo com a organização acadêmica ....................... 70

Tabela 7: Distribuição dos conceitos do CPC ................................................................... 78

Tabela 8: Distribuição da população e amostra da pesquisa .............................................. 90

Tabela 9: Tabela de Frequência, por faixa etária ............................................................... 91

Tabela 10: Tabela de Frequência, por sexo ....................................................................... 91

Tabela 11: Tabela de Frequência, considerando outra graduação ...................................... 92

Tabela 12: Tabela de Frequência, considerando situação no mercado de trabalho ............. 92

Tabela 13: Tabela de Frequência, por estado de residência ............................................... 93

Tabela 14: Tabela de Frequência, considerando pós-graduação em curso ou concluída .... 94

Tabela 15: Tabela de Frequência, área de atuação no mercado de trabalho ....................... 94

Tabela 16: Tabela de Frequência, por natureza do emprego .............................................. 95

Tabela 17: Tabela de Frequência, por cargo ..................................................................... 96

Tabela 18: Tabela de Frequência, por faixa salarial .......................................................... 97

Tabela 19: Tabela de Frequência, considerando o registro no Crea ................................... 97

Tabela 20: Tabela de Frequência, considerando a contribuição do curso para a atuação

profissional ...................................................................................................................... 98

Tabela 21: Qual área da engenharia de produção você mais se identificou na gradução .... 99

Tabela 22: Entre as alternativas a seguir, assinale as condições que melhor expressam a

sua carreira profissional (atual e futura)............................................................................ 99

Tabela 23: Quais disciplinas ou áreas não contribuíram para o seu emprego? ................. 100

Tabela 24: Resultado Alfa de Cronbach – importância ................................................... 102

Tabela 25: Variância total e quantidade de fatores retidos .............................................. 103

Tabela 26: Média e desvio padrão das variáveis ............................................................. 104

Tabela 27: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000). ............... 105

Tabela 28: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>,

600000) ......................................................................................................................... 106

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Tabela 29: Variáveis(afirmativas) e estatística básica fator 1:apoio e suporte aos alunos 108

Tabela 30: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso atendia com eficiência as

necessidades dos discentes. ............................................................................................ 109

Tabela 31: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso mantinha comunicação

rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva............................. 109

Tabela 32: Frequência da afirmativa: as disciplinas ministradas atingiram os objetivos

propostos. ...................................................................................................................... 110

Tabela 33: Frequência da afirmativa: o nível de exigência do seu curso era coerente com

a exigência no mercado. ................................................................................................. 110

Tabela 34: Frequência da afirmativa: o currículo do seu curso lhe deu suporte para

vencer a competitividade no mercado de trabalho........................................................... 111

Tabela 35: Frequência da afirmativa: os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o

assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. ........................................... 111

Tabela 36: Frequência da afirmativa: os professores das disciplinas deram suporte e

orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem. ................................. 112

Tabela 37: Frequência da afirmativa: os professores demonstravam ter domínio do

assunto da disciplina ...................................................................................................... 112

Tabela 38: Frequência da afirmativa: os professores mantinham um bom relacionamento

com os alunos. ............................................................................................................... 113

Tabela 39: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 2: suporte extra classe ......... 114

Tabela 40: Frequência da afirmativa: os alunos tinha orientação quanto aos estágios ...... 114

Tabela 41: Frequência da afirmativa: as disciplinas tinham monitores para auxiliar os

docentes ......................................................................................................................... 115

Tabela 42: Frequência da afirmativa: o curso de graduação lhe ofereceu oportunidades

em conhecimento de ações comunitárias ........................................................................ 115

Tabela 43: Frequência da afirmativa: os professores apresentavam projetos de iniciação

científica e/ou extensão aos alunos ................................................................................. 116

Tabela 44: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 3: biblioteca ........................ 117

Tabela 45: Frequência da afirmativa: com relação aos livros mais usados no curso, o

número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado .............................. 117

Tabela 46: Frequência da afirmativa: a oferta de livros na biblioteca atendia a demanda

dos alunos ...................................................................................................................... 118

Tabela 47: Frequência da afirmativa: quanto às instalações da biblioteca era satisfatória

para leitura e estudo ....................................................................................................... 118

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Tabela 48: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 4: avaliação e instalações .... 119

Tabela 49: Frequência da afirmativa: as avaliações das disciplinas são coerentes com o

assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido ............................................ 120

Tabela 50: Frequência da afirmativa: as instalações físicas (salas de aula, laboratórios,

ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias. ..................... 120

Tabela 51: Frequência da afirmativa: os alunos eram motivados a participarem de

eventos (workshop, congresso, seminário) ligados ao curso. ........................................... 121

Tabela 52: Indique a sua PERCEPÇÃO sobre a qualidade quanto .................................. 121

Tabela 53: Resultado Alfa de Cronbach ......................................................................... 123

Tabela 54: KMO and Bartlett's Test ............................................................................... 124

Tabela 55: Variância total e quantidade de fatores retidos .............................................. 124

Tabela 56: Média e desvio padrão das variáveis ............................................................. 126

Tabela 57: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000) ................ 127

Tabela 58: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>,

600000) ......................................................................................................................... 128

Tabela 59:Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 1:apoio e suporte aos alunos 130

Tabela 60: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso atendia com eficiência as

necessidades dos egressos .............................................................................................. 131

Tabela 61: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso mantinha comunicação

rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva............................. 132

Tabela 62: Frequência da afirmativa: as disciplinas ministradas atingiram os objetivos

propostos. ...................................................................................................................... 132

Tabela 63: Frequência da afirmativa: o nível de exigência do seu curso era coerente com

a exigência no mercado. ................................................................................................. 133

Tabela 64: Frequência da afirmativa: os professores demonstravam ter domínio do

assunto da disciplina ...................................................................................................... 133

Tabela 65: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 2: apoio extra classe ............ 134

Tabela 66: Frequência da afirmativa: os alunos tinha orientação quanto aos estágios ...... 135

Tabela 67: Frequência da afirmativa: as disciplinas tinham monitores para auxiliar os

docentes ......................................................................................................................... 135

Tabela 68: Frequência da afirmativa: o curso de graduação lhe ofereceu oportunidades

em conhecimento de ações comunitárias ........................................................................ 136

Tabela 69: Frequência da afirmativa: os professores apresentavam projetos de iniciação

científica e/ou extensão aos alunos ................................................................................. 136

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Tabela 70: Variáveis(afirmativas) e estatística básica fator 3:apoio e suporte aos alunos 137

Tabela 71: Frequência da afirmativa: com relação aos livros mais usados no curso, o

número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado .............................. 138

Tabela 72: Frequência da afirmativa: a oferta de livros na biblioteca atendia a demanda

dos alunos ...................................................................................................................... 138

Tabela 73: Frequência da afirmativa: quanto às instalações da biblioteca era satisfatória

para leitura e estudo ....................................................................................................... 139

Tabela 74: Variáveis(afirmativas) e estatística básica fator 1:apoio e suporte aos alunos 139

Tabela 75: Frequência da afirmativa: as avaliações das disciplinas são coerentes com o

assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido ............................................ 140

Tabela 76: Frequência da afirmativa: as instalações físicas (salas de aula, laboratórios,

ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias ...................... 140

Tabela 77: Resumo da avaliação – percepção e importância ........................................... 143

Tabela 78: Resultado do Enade 2008 – Engenharia de Produção da UFRN .................... 147

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xi

SUMÁRIO

RESUMO ...................................................................................................................... IV

ABSTRACT .................................................................................................................... V

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... VI

LISTA DE TABELAS.................................................................................................. VII

SUMÁRIO ..................................................................................................................... XI

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1.1 APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO ........................................................................... 13

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................. 15

1.3 OBJETIVOS DO TRABALHO .................................................................................. 16

1.4 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 16

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................... 19

2. GESTÃO DA QUALIDADE ..................................................................................... 21

2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE .......................................................... 23

2.2 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE ............................................................................... 25

2.3 INDICADORES DE QUALIDADE E GESTÃO ESTRATÉGICA ............................ 28

2.4 O CLIENTE NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE .................................................. 30

3. QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ............................. 32

3.1 EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS ...... 35

3.2 HISTÓRICO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DO

BRASIL ........................................................................................................................... 39

3.3 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR AMERICANO ................... 42

3.3.1 AGÊNCIAS ACREDITADORAS E PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DAS

INSTITUIÇÕES DE ENSINO ........................................................................................... 45

3.4 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR EUROPEU – O PROCESSO DE

BOLONHA...................................................................................................................... 50

3.4.1 PRINCIPAIS METAS DO PROCESSO DE BOLONHA ........................................... 53

3.4.2 ALGUNS INSTRUMENTOS DO PROCESSO DE BOLONHA ................................. 55

3.4.3 O PROCESSO DE TRANSIÇÃO.............................................................................. 57

3.5 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................ 58

4. SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR –

SINAES .......................................................................................................................... 59

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xii

4.1 AVALIAÇÃO DA INSTITUIÇÃO (AUTO-AVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO

EXTERNA) ..................................................................................................................... 63

4.2 EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES - ENADE ............ 64

4.3 AVALIAÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO ................................................... 66

4.4 CONCEITO PRELIMINAR DO CURSO – CPC ....................................................... 68

4.5 ÍNDICE GERAL DE CURSO - IGC .......................................................................... 78

4.6 CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 79

5. METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 80

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA............................................................... 80

5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................. 83

5.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................................... 85

5.4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................... 88

5.5 LIMITAÇÕES .......................................................................................................... 89

6. ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .......................................................... 90

6.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E PERFIL DOS RESPONDENTES ............... 91

6.2 FATORES RELEVANTES NA QUALIDADE DO CURSO – ANÁLISE DA

IMPORTÂNCIA E PERCEPÇÃO ................................................................................... 98

6.3 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA ....................................................................... 102

6.3.1 ANÁLISE FATORIAL ............................................................................................ 102

6.3.2 FATORES LATENTES – FATOR 1: APOIO E SUPROTE AOS ALUNOS .............. 107

6.3.3 FATORES LATENTES – FATOR 2: SUPORTE EXTRA CLASSE .......................... 113

6.3.4 FATORES LATENTES – FATOR 3: BIBLIOTECA ................................................ 116

6.3.5 FATORES LATENTES – FATOR 4: AVALIAÇÕES E INSTALAÇÕES FÍSICAS .... 119

6.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO ........................................................................... 121

6.4.1 ANÁLISE FATORIAL ............................................................................................ 123

6.4.2 FATORES LATENTES – FATOR 1: APOIO E SUPORTE AOS ALUNOS .............. 130

6.4.3 FATORES LATENTES – FATOR 2: SUPORTE EXTRA CLASSE .......................... 134

6.4.4 FATORES LATENTES – FATOR 3: BIBLIOTECA ................................................ 137

6.4.5 FATORES LATENTES – FATOR 4: AVALIAÇÕES E INSTALAÇÕES FÍSICAS .... 139

6.5.DISSCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS .................................................. 142

7. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 149

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 154

ANEXO I – QUESTIONÁRIO .................................................................................... 166

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13

1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO

Para Meira (2009) o egresso da graduação enfrenta, no seu cotidiano, situações

complexas que levam a confrontar as competências desenvolvidas durante o curso com as

requeridas no exercício profissional.

Paralelo ao crescimento da competitividade no mercado, no qual exigia aos

egressos plena competência no seu exercício profissional, as instituições de ensino superior

expandiram-se, e esses dois âmbitos foram se tornando cada vez mais dependentes.

Segundo Peixoto (2011) a expansão de matrículas nos sistemas de educação

superior, que ocorreu em vários países a partir da década de 1960, teve entre suas

consequências a disseminação de instituições de ensino que atuam com condições de

infraestrutura e recursos humanos considerados inadequados, e cujos projetos curriculares

nem sempre atendem às demandas da sociedade no que concerne a produção e difusão do

conhecimento.

O ensino superior no país ainda está em expansão, consequentemente o crescimento

acelerado demanda uma gestão com qualidade. Percebemos um crescimento muito grande

de IES pelo país, conforme apontam os relatórios do MEC, mas até o momento isso ainda

não resultou em qualidade do ensino superior e em impacto social do egresso.

(STADTLOBER, 2010).

Para esta corrente, Embiruçu (2010) defende que a avaliação do desempenho

docente em (IES), de forma similar à avaliação do desempenho de qualquer profissional

nos diversos campos de atuação e nos diversos sistemas e processos produtivos, é de

fundamental importância para o desenvolvimento profissional dos docentes e para o

crescimento institucional, ajudando a garantir que as metas qualitativas e quantitativas

esperadas pela sociedade possam ser alcançadas.

Conforme dados do INEP (2011), o número de instituições de ensino superior (IES)

está crescendo. Em pesquisa divulgada em 2012, com dados referentes a 2010, o Brasil

tem 2.378 instituições de ensino superior. Esses números, quando confrontados com os

dados de 2009, percebe-se um evolução de 2,7%, que representava 2.314.

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Este cenário de aumento de IES, e crescimento de competitividade e exigência dos

egressos, nos remete a uma preocupação no tocante a qualidade de formação desses alunos:

este crescimento de oferta está contribuindo para uma formação exemplar desses alunos?

Esta questão nos coloca em debate o critério de qualidade do ensino e qual a percepção do

aluno, que, num primeiro momento, se torna cliente na instituição, e qual a avaliação dele,

quanto ao serviço prestado.

Desta forma, é necessário que a universidade tenha uma estratégia organizacional

bem estruturada, levando em consideração alunos, professores, colaboradores,

infraestrutura e todos os aspectos relevantes para sua avaliação, com o objetivo de oferecer

melhores condições de ensino e formar profissionais qualificados, para que eles possam

sair da universidade aptos a exercer sua profissão de maneira plena. Para que isso ocorra é

necessário um serviço de qualidade e que, quando avaliado, seja correspondente a um nível

de qualidade satisfatório. O processo de avaliação da qualidade das instituições de ensino

superior (IES) brasileiras é realizado por meio do Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior, Sinaes.

O Sinaes visa, neste sentido, garantir o processo de avaliação da IES, de cursos de

graduação e acompanhar o desempenho acadêmico dos estudantes, analisando os ingressos

e concluintes, buscando a melhoria da qualidade do ensino superior no brasileiro.

É possível observar que o Sinaes é um sistema de avaliação que leva em

consideração diversos aspectos, relacionados à infraestrutura, aspectos sociais, econômicos

e pedagógicos. Não aborda, porém, nenhum aspecto quanto ao desempenho dos alunos

após o término do curso, ou seja, sua atuação no mercado de trabalho. Além disso, não

aborda o ponto de vista do aluno, seja ele ingresso ou egresso. Isso deveria ser considerado

um aspecto relevante, pois ele que é o “cliente” das universidades, ele deveria ser escutado,

a fim de se avaliar qual nível de serviço está recebendo, e quais aspectos podem melhorar.

Então as universidades deveriam ter esse objetivo também: “satisfazer seus clientes”.

Outrossim, o presente trabalho visa abordar os conceitos de avaliação da qualidade

do ensino superior brasileiro, fazer um paralelo com o sistema de avaliação da qualidade

do ensino superior de outros países, identificar e analisar de que maneira o egresso

classifica o serviço que lhe foi prestado na instituição de ensino. Assim, o egresso vai

fornecer um feedback para melhoria dos cursos e da instituição, ou seja, identificando

todos os aspectos relevantes para o aluno, para que este ajude as instituições de ensino

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superior a melhorar seus serviços e tornar seus clientes cada vez mais satisfeitos, pelos

serviços prestados durante o curso de graduação, contribuindo, desta forma, para com a

satisfação dos clientes, e com uma formação condizente com as exigências do mercado de

trabalho, favorecendo a empregabilidade destes egressos.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Conforme Canterle (2008), nas últimas décadas o mundo se tem movido em direção

a uma sociedade de serviços. No que diz respeito à sua qualidade, as especificações de

padrões exigem maior esforço mental para entendimento, devido às dimensões abstratas

dos serviços. Algumas técnicas e metodologias usadas na indústria manufatureira se

mostram difíceis ou inadequadas quando transpostas aos serviços. Parte desta dificuldade

reside na falta de entendimento das características específicas dos serviços,

imprescindíveis a definição e avaliação da qualidade destes.

Neste âmbito, as IES são consideradas instituições de serviços, onde proporcionam

e oferecem geração e disseminação de conhecimento para a sociedade, isso pode ser

através de pesquisa, ensino ou extensão.

Para Dias Sobrinho (2010), com relação ao ensino superior, a pluralidade e a

diferenciação das demandas e expectativas têm como consequência a emergência de uma

enorme diversificação de instituições de educação superior (IES) e de acirramento de

competição e de conflitos no sistema.

De acordo com Venturini (2010) a universidade pública, em nosso país, tem

experimentado profundos questionamentos sobre a qualidade de suas atividades e a

maneira como tem empregado os recursos que a sociedade coloca à sua disposição. A

avaliação das universidades vem sendo defendida como instrumento necessário para elevar

a qualificação institucional, promovendo a melhoria do ensino, da pesquisa, da extensão e

de sua gestão.

A partir do que já foi explanado sobre sistema de avaliação do ensino superior, e

diante das questões, como hipótese e pergunta de pesquisa, que seguem abaixo é

importante ressaltar que o escopo do trabalho, é o curso de graduação em Engenharia de

Produção da UFRN, onde será realizado o estudo de caso.

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O presente trabalho tem como hipótese: O acompanhamento dos egressos

proporciona informações gerenciais para melhoria contínua dos cursos de graduação.

Tomando-se por base as considerações desenvolvidas, até então, para facilitar a

compreensão do tema e do problema, busca-se resposta para o seguinte problema de

pesquisa:

QUAL A PERCEPÇÃO QUE OS EGRESSOS DO CURSO DE ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE TÊM

SOBRE A QUALIDADE NO CURSO DE GRADUAÇÃO?

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO

OBJETIVO GERAL

Analisar sob a ótica do egresso, os fatores que influenciam na percepção da

qualidade de um curso de graduação a fim de contribuir com a melhoria contínua.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1. Comparar o sistema de avaliação da educação superior no Brasil com a avaliação

realizada em outros países;

2. Realizar pesquisas com os egressos para identificar sua atuação no mercado de

trabalho;

3. Identificar os setores e regiões onde estão inseridos os egressos no mercado de

trabalho.

1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Como justificativa do estudo, têm-se os seguintes aspectos: a expansão do ensino

superior ocorrendo de forma exacerbada, conforme podemos ver na tabela 1, e na figura 1

a seguir, pondo a qualidade do ensino em questão. Outro aspecto ligado à expansão dos

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cursos e qualidade oferecida nos mesmos é a respeito da percepção do egresso desses

cursos: como o cliente considera a prestação deste serviço; se o mesmo, ao concluir a

graduação, sai da instituição satisfeito com o curso no qual foi formado; qual a recepção

deste egresso no mercado de trabalho; ele é inserido no mercado na área na qual foi

formado.

Tabela 1: Número de matrículas em cursos de graduação

Ano Total Públicas Privadas % Total % Federal % Estadual % Municipal %

2001 3.036.113 944.584 31,1 504.797 16,6 360.537 11,9 79.250 2,6 2.091.529 68,9 2002 3.520.627 1.085.977 30,8 543.598 15,4 437.927 12,4 104.452 3 2.434.650 69,2 2003 3.936.933 1.176.174 29,9 583.633 14,8 465.978 11,8 126.563 3,2 2.760.759 70,1 2004 4.223.344 1.214.317 28,8 592.705 14 489.529 11,6 132.083 3,1 3.009.027 71,2 2005 4.567.798 1.246.704 27,3 595.327 13 514.726 11,3 136.651 3 3.321.094 72,7 2006 4.883.852 1.251.365 25,6 607.180 12,4 502.826 10,3 141.359 2,9 3.632.487 74,4 2007 5.250.147 1.335.177 25,4 641.094 12,2 550.089 10,5 143.994 2,7 3.914.970 74,6 2008 5.808.017 1.552.953 26,7 698.319 12 710.175 12,2 144.459 2,5 4.255.064 73,3 2009 5.954.021 1.523.864 25,6 839.397 14,1 566.204 9,5 118.263 2 4.430.157 74,4 2010 6.379.299 1.643.298 25,8 938.656 14,7 601.112 9,4 103.530 1,6 4.736.001 74,2

Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC.

Figura 1: Evolução do Número de Instituições de Educação Superior por Categoria

Administrativa – Brasil – 2001-2010.

Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC.

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Todos esses aspectos a serem identificados e analisados, são justificativas para este

estudo. As interligações desses aspectos tornam o trabalho relevante, exatamente a visão

holística destes conceitos.

O presente trabalho analisa e propõe que a situação do egresso no mercado de

trabalho seja fator relevante, no momento em que a instituição de ensino superior que lhe

deu formação seja avaliada quanto a sua qualidade de ensino. Os egressos são os resultados

do trabalho da instituição e isto deveria ser considerado no momento da avaliação da IES.

Como justificativa tem-se a rápida expansão do ensino superior nas últimas décadas

e, portanto, a necessidade crescente de discussão e implantação de ferramentas e processos

que contribuam com a gestão da qualidade das IES.

Justifica-se ainda pelo fato de na literatura especializada não existir muitas

referências que incorporem a percepção do egresso no processo de definição da qualidade

das IES, e como o egresso classifica o serviço prestado a ele na IES na qual foi formado.

Conforme Dias Sobrinho (2010) todas as transformações que ocorrem na educação

superior e em sua avaliação fazem parte, de modo particular, porém, com enorme

relevância, das complexas e profundas mudanças na sociedade, na economia e no mundo

do conhecimento em âmbito global. De acordo com este princípio, pode-se considerar que

este aspecto de qualidade em serviços do ponto de vista do cliente, torna-se uma

justificativa para a execução deste estudo.

Além das contribuições do presente estudo para a Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, este se justifica também pela possibilidade de proporcionar para o

programa de pós-graduação em Engenharia de Produção da UFRN, uma aplicação de

conhecimentos adquiridos durante o curso, em prol do crescimento da universidade,

fazendo com que os resultados obtidos aqui contribuam para o melhor desempenho da

instituição, em geral, e do curso de graduação, em especial, em busca de uma melhoria

contínua perante a sociedade, seu principal cliente, oferecendo um melhor serviço,

formando profissionais cada vez mais competitivos perante um mercado cada vez mais

acirrado.

Quanto aos aspectos relevantes para a sociedade e para a ciência, fica evidente com

este estudo a importância da opinião dos egressos e sua situação no mercado de trabalho

como forma de avaliar as instituições de ensino superior, de modo que o dever da mesma é

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formar o aluno para o mercado de trabalho, e tomando como princípio que o aluno é

cliente, e também é seu dever formar um bom profissional, visando satisfazê-lo. Fazendo

assim com que as IES busquem por estratégias que satisfaçam seus clientes, gerando para a

ciência e para a sociedade bons resultados.

Assim, os egressos como principais clientes do serviço prestado pela instituição,

podem ser a referência para atestar essa qualidade e por consequência contribuir para a

continuidade desse serviço, de forma a tornar o serviço cada vez melhor.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em seis capítulos, distribuídos da seguinte forma: o

capítulo em questão apresenta o assunto abordado assim como, o problema de pesquisa, a

justificativa para a realização desse estudo e a presente estrutura.

A seguir, realiza-se uma fundamentação teórica sobre o assunto, de modo a

aprofundar e conhecer os trabalhos realizados sobre o tema em questão. Assim, no capítulo

II segue uma revisão dos conceitos qualidade, englobando os conceitos sobre gestão

estratégica da qualidade, evolução da qualidade, mostrando um breve histórico sobre os

conceitos de qualidade, indicadores de qualidade e gestão estratégica, e uma abordagem

sobre a avaliação do cliente a respeito da qualidade. No capítulo III é abordada a evolução

das instituições de ensino superior brasileiras, um breve histórico do sistema de avaliação

da educação superior do Brasil. Em seguida é apresentado o sistema de avaliação do ensino

superior Americano, e em seguida é mostrado o processo de Bolonha, desenvolvido na

Europa.

No capítulo IV é apresentado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Superior – Sinaes, como funciona a avaliação da instituição (autoavaliação e avaliação

externa), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – Enade, a avaliação dos

cursos de graduação, e o que representam os indicadores do conceito preliminar do curso –

CPC, e do índice geral de curso – IGC. No capítulo V é apresentada a metodologia, com os

seguintes pontos: caracterização da pesquisa, população e amostra , instrumentos de coleta

de dados, análise dos dados, instrumento de coleta de dados, o estudo de caso. A figura 2

retrata a primeira etapa da pesquisa.

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INTRODUÇÃOAnalisar sob a ótica do egresso a percepção da qualidade de um curso de graduação a fim de

contribuir com a melhoria contínua

QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE

ENSINO SUPERIOR

GESTÃO DA QUALIDADE

SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR -

SINAES

METODOLOGIAMETODOLOGIA

QUAL A PERCEPÇÃO QUE OS EGRESSOS DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE TÊM

SOBRE A QUALIDADE NO CURSO DE GRADUAÇÃO

QUAL A PERCEPÇÃO QUE OS EGRESSOS DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE TÊM

SOBRE A QUALIDADE NO CURSO DE GRADUAÇÃO

Figura 2 : Estruturação da pesquisa.

Fonte: Elaboração da autora (2011).

No capítulo VI apresentam-se os dados, e explana a análise fatorial no escopo da

percepção e da importância. Nesta seção são apresentados todos os dados obtidos na

pesquisa, através da aplicação do questionário. Os dados são organizados e tratados, de

maneira, que sejam possíveis as interpretações acerca da qualidade do curso.

Para finalizar são apresentadas as considerações finais, seguida das referências e

anexo.

A seguir será apresentada a fundamentação teórica no tocante aos conceitos de

Gestão da Qualidade, com o objetivo de embasar a pesquisa.

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2. GESTÃO DA QUALIDADE

As instituições de ensino estão inseridas em um mercado cada vez mais

competitivo. Neste âmbito diversos fatores convergem para uma mesma solução: visando

permanecer no mercado, quando são IES privadas, e formar melhores profissionais e

satisfazer a sociedade, se tratando se IES pública. A melhoria contínua da qualidade de

ensino, ou seja, melhoria na prestação do serviço, começar a identificar o aluno, como

cliente da organização.

Os fatores a seguir que podem ser relacionados à qualidade da (seja a presença ou a

falta dela) são:

A alta taxa de evasão do ensino superior: a média da evasão no país em 2009 foi de

20,9%, segundo censo do MEC (2010), além disso, apenas 47,2% dos estudantes se

titularam após quatro anos de curso. Isso mostra que os alunos estão entrando nas

instituições e, por algum motivo, não estão concluindo o curso.

Demanda crescente por vagas, conforme dados no INEP (2009), o número de

matrículas em 2009, foi de 5.115.896, quando comparado com o ano de 2008

5.080.056.

Para Oliveira (2011), nos últimos anos as Instituições de Ensino Superior (IES)

intensificaram o processo de introdução de cursos de graduação e pós-graduação

para regiões mais remotas, o que ampliou o escopo do que essas instituições e

permitiu a formação da população destas regiões. Esta questão amplia os horizontes

da educação superior, pondo em questão, a qualidade das instituições mais remotas

das grandes cidades.

Concorrência entre as IES, pois o número está crescendo de forma rápida, conforme

dos dados do INEP (2009) em 2008 estavam disponível aos alunos, 2.252

instituições, e em 2009 o número de instituições cresceu para 2.314. Esses números

contemplam em relação à organização acadêmica: centros universitários,

faculdades (faculdades, escolas, institutos, faculdades integradas, centros federais

de educação tecnológica e faculdades de tecnologia – Decreto 5773/2006), e

universidades e centros universitários.

Preocupação com a questão monetária, quando se trata de instituições privadas,

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22

visto que a sobrevivência da IES vai depender do número de alunos matriculados e

em dia com suas obrigações, perante a instituição.

Aumento no número de cursos disponível aos alunos, à distância ou presencial, o

número está em ascendência. Segundo INEP (2012) o número de cursos presenciais

oferecidos cresceu 3%, de 2009 (27.827) para 2010 (28.577).

De acordo com Dias Sobrinho (2010) foi notável a recente expansão do sistema de

educação superior brasileiro. Alguns poucos números o demonstram. Em 1996, havia 922

IES; em 2004, eram 2013 e, em 2007, somavam 2.281. De modo proporcional, cresceu o

número de matrículas: 1.868.529, em 1996; 4.163.733, em 2004, e 4.880.381, em 2007.

Uma citação que resume todos os motivos, no qual as IES necessitam aprimorar sua

qualidade no serviço é:

Observa-se uma demanda crescente por vagas, sobretudo na graduação e na pós-

graduação, do outro lado o acirramento da concorrência com a abertura de novas

instituições, oferta de novos cursos presenciais e a distância e a fragmentação de carreiras

sinalizam a necessidade de mudanças para as instituições que desejam permanecer no

mercado, sobretudo as privadas que têm o faturamento atrelado principalmente à cobrança

de taxas de matrículas e de mensalidades dos alunos matriculados e para as públicas

preocupadas em planejar suas atividades e otimizar os seus recursos de modo a cumprir a

missão de melhor atender a sociedade. (QUEIROZ, 2011).

Essas questões fazem com que as instituições se enquadrem em um ambiente mais

estratégico, no que concerne a qualidade, em todos os aspectos que envolvem a prestação

do serviço, a forma como atender o cliente, além da infraestrutura oferecida, objetivando

conquistar o cliente, e com isso se manter no mercado, além de contribuir para o

crescimento intelectual da sociedade.

Visando um melhor entendimento quanto aos conceitos que rodeiam a importância

da qualidade nas organizações universitárias, este capítulo está estruturado em 6 seções.

Esta primeira parte introdutória, busca contextualizar o assunto de qualidade, a seção 1

apresenta conceitos quanto à gestão estratégica da qualidade; na seção 2 são apresentados

os conceitos de qualidade e sua evolução; de forma concisa, os indicadores de qualidade e

gestão estratégica podem ser vistos na seção 3. Posteriormente, nas seções 4 e 5 são tecidas

considerações a respeito do cliente na avaliação da qualidade e as discussões sobre gestão

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da informação, respectivamente. Na seção 6 são apresentadas considerações sobre a

contribuição do presente capítulo para responder os objetivos deste trabalho.

2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE

Paladini (2010) conceitua gestão estratégica como o conjunto de processos

gerenciais que visa garantir a sobrevivência da indústria.

De acordo com Oliveira (2011) as inovações organizacionais são resultados do

desenvolvimento e investimento em novas tecnologias, em consequência desse

acontecimento, as organizações buscam cada vez mais, se superarem perante a

concorrência.

Conforme Vianna (2009) as organizações líderes não se limitam a considerar,

apenas, a faixa de mercado que atendem, e o alcance de suas decisões se torna mais amplo

e de longo prazo, ou seja, estratégicas.

A gestão da qualidade é definida como uma abordagem para alcançar e manter alta

qualidade de saída, portanto, nós empregamos uma definição do processo, enfatizando

entradas (práticas de gestão) em vez de saídas (desempenho de qualidade). (FLYNN,

1994).

A Gestão Estratégica da Qualidade ou Gestão da Qualidade Total, do inglês Total

Quality Management (TQM), em geral, é considerada pelos estudiosos e pesquisadores,

como uma das filosofias de gestão (CORDEIRO, 2004; SRDOC et al., 2005; SHARMA,

KODALI; 2008).

De acordo com Fernandes (2010) o objetivo dos programas de TQM é criar uma

organização que produza serviços que sejam considerados de primeira linha por

seus clientes, que devem envolver a empresa como um todo para a aplicação de novos

métodos e para o sucesso da organização

Para Carpinetti et. al. (2008) a TQM se baseia nos seguintes itens: Foco no cliente e

na qualidade em primeiro lugar na melhoria contínua de produtos e processos;

envolvimento, comprometimento e desenvolvimento dos recursos humanos. A figura 3,

ilustra através do esquema a forma sistêmica como a TQM é interpretada.

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Figura 3: Elementos da gestão da qualidade total (TQM).

Fonte: CARPINETTI, MIGUEL E GEROLAMO (2008 p.9).

Segundo Fernandes (2010) a TQM de modo geral é uma estratégia de fazer

negócios que objetiva maximizar a competitividade de uma empresa por meio de um

conjunto de princípios de gestão, métodos e ferramentas de gestão da qualidade.

Conforme Carneiro (2009) oito princípios de gestão da qualidade são destacados e

podem ser utilizados pela alta administração para conduzir a organização ao processo de

melhoria contínua. Esses oito princípios conforme O´Hanlon (2006, p.30) são:

1. Foco no cliente. A importância do cliente para organização e a atenção que lhe deve

ser dispensada: entender e atender às suas necessidades e expectativas.

2. Liderança. Os verdadeiros líderes de organismos produtivos fazem a diferença na

hora das tomadas de decisões com o estabelecimento da unidade, direção e um

ambiente interno para atingir os objetivos do negócio.

3. Envolvimento de pessoas. Fazer uso das habilidades e competências das pessoas da

organização com os objetivos do negócio.

4. Abordagem de processos. Em todos os níveis as atividades e os recursos devem ser

gerenciados como um processo.

5. Abordagem sistemática para a gestão. Inter-relacionar todas as atividades dos

processos que formam o todo da organização possibilitando a operação eficiente e

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eficaz.

6. Melhoria contínua. Fazer da melhoria contínua um dos objetivos permanentes da

organização.

7. Abordagem factual para tomada de decisões. Assegurar que a organização use a

sua base de dados gerados e informações nas suas análises assegurando tomadas de

decisões eficazes.

8. Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores. Destaca-se a importância da

interdependência que deve existir entre o ambiente interno da organização e o

ambiente externo que envolve não só fornecedores, mas também clientes.

A qualidade, quando considerada de maneira completa, em todos os aspectos da

cadeia, sendo considerada como gestão estratégica da qualidade é primordial, quando se

busca a melhoria contínua.

No tópico a seguir é apresentado um breve histórico sobre o conceito de qualidade.

2.2 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE

Conforme Dambrós et. al. (2011) qualidade dentre outras definições pode ser dita

com um conjunto de valores percebido pelos clientes que atendem as expectativas e

necessidades por um bem ou serviço.

Para Paladini (2008) a qualidade evoluiu para avançadas estratégias de produção,

ganhando dimensões mais amplas, envolvendo o mercado consumidor.

Qualidade, que se origina do termo latim qualitate ou qualitas, talvez seja o tema

mais debatido no mundo acadêmico e organizacional; também é reconhecida amplamente

como uma das disciplinas mais importantes e estratégicas para as organizações

(SHARMA; KODALI, 2008).

A figura 4 ilustra a evolução dos conceitos de qualidade, traçando um paralelo com

o desenvolvimento das técnicas de qualidade, abrangendo também o desenvolvimento

dentro das áreas afins. Pode-se notar que a evolução dos conceitos, juntamente com a das

técnicas foi se tornando algo amplo, abrangente dentro de uma organização, e o foco

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passou a ser o cliente, isso ressalta quanto o mercado está competitivo.

Figura 4: Análise da Evolução da Qualidade.

Fonte: Adaptado de BARÇANTE, Luiz Cesar. Qualidade Total: Uma Visão Brasileira.

1998, p.20.

Após uma breve explanação da evolução da qualidade, tem-se, a seguir, como a

definição do termo “qualidade” pode ser abordada de diversas formas, de acordo com os

autores deste meio.

Segundo Miguel (2001) no início da era industrial o aspecto da qualidade era

abordado de forma a somente conferir o trabalho dos artesãos. Devido à grande

competitividade do mercado, o quesito qualidade vem se tornando um aspecto primordial

para se permanecer no mercado.

Para Garvin (1988), a qualidade pode ser dividida em sete dimensões:

característica/especificação, desempenho, confiabilidade, conformidade, durabilidade,

imagem e atendimento ao cliente, sendo esta última bastante utilizada quando se trata da

análise do setor de serviços. Através dessas dimensões, que em muitas vezes se inter-

relacionam, é possível se avaliar a qualidade de um bem ou serviço.

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27

Tabela 2: Adaptada de dimensões da qualidade segundo Garvin (1988).

Dimensão Descrição

Características Atributos dos produtos

Desempenho Características operacionais básicas de um produto

Confiabilidade Probabilidade de ocorrência de falhas

Conformidade Grau de concordância com as especificações

Durabilidade Medida de vida útil do produto

Imagem Reação inicial positiva ou negativa

Atendimento ao Cliente Apoio ao cliente; continuidade do uso do produto

Fonte: Livro: Qualidade: Enfoques e Ferramentas. Miguel, 2001.

Com essas dimensões podemos considerar que um produto/serviço com qualidade,

é a junção de todas essas dimensões, e para cada tipo de produto, uma dimensão deste

influencia de forma mais intensa, porém um produto/serviço de qualidade tem que ter

desempenhos mínimos aceitáveis pelos clientes, para que o mesmo sinta-se satisfeito.

Para Miguel (2001, p. 65) “Um produto pode ser avaliado usando, no mínimo, duas

dessas dimensões pelas empresas pode não ser estrategicamente viável, mas deve existir

um compromisso entre todas elas”.

De acordo com Juran (1993, p. 47) “Qualidade é adequação ao uso”, definição

rápida e breve. Já a definição de Deming (1990) aborda os aspectos da qualidade

relacionando com o preço, onde diz que “Qualidade é atender continuamente às

necessidades dos clientes a um preço que eles estejam dispostos a pagar”. Uma definição

um pouco mais extensa retrata aspectos como necessidades dos clientes aliado ao preço, ou

seja, a qualidade também tem que ser analisada com o olhar financeiro, para não tornar

este critério um aspecto crítico na produção de um bem ou prestação de um serviço,

mesmo que o oferecido (bens ou serviços) seja de qualidade, se tiver um preço elevado, ao

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ponto de não se tornar competitivo ao mercado, isso irá gerar problemas para a

organização.

Para Ishikawa (1982, p. 34) “Qualidade justa a preço justo”, retratando exatamente

a relação do nível de qualidade, com o aspecto preço, enfatizando que o preço e a

qualidade andam juntos. Paladini (1990, p. 13) afirma que “não há forma de definir

qualidade sem atentar para o atendimento integral ao cliente”.

Analisando as definições dos grandes “Gurus da Qualidade” e outros autores, o

termo qualidade pode ser resumido como sendo ‘atender as necessidades dos clientes,

buscando deixá-los satisfeitos’, pois este é o objetivo da qualidade, dar satisfação aos

clientes.

Após definir o conceito de qualidade que será considerado nesta pesquisa, na seção

seguinte, serão apresentados os conceitos sobre indicadores de qualidade na gestão

estratégica.

2.3 INDICADORES DE QUALIDADE E GESTÃO ESTRATÉGICA

Conforme Goulart (2010) o resultado de uma tomada de decisão irá depender de

variáveis controláveis e as não controláveis, desta forma a utilização de indicadores se

torna uma ferramenta de grande valor para a organização diante deste contexto.

Para Elg (2007) indica que, para poder monitorar e controlar as ações e estratégias

de qualquer organização, faz-se necessário que haja indicadores de desempenho.

Segundo Rolt (2009) o indicador é uma forma de mensuração numérica para

comparar as metas e medidas.

Vale ressaltar, que quando tratamos de indicadores, é importante se levar em

consideração na hora de formular um indicador, é saber que não somente as metas a serem

alcançadas é o principal, mas também se elas são alcançáveis, pois caso sejam inatingíveis

pode-se estar criando não um indicador, mas sim um quadro de desmotivação pessoal ou

até mesmo de toda a organização. (GOULART, 2010)

Os indicadores sendo utilizados desta maneira se tornam essenciais para o controle

e também para o planejamento das organizações em seus processos (TAKASHIMA, 1996).

Os usos de indicadores auxiliam os gestores nas tomadas de decisão, assim como

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controlam os resultados de ações executadas. Desta forma, essa ferramenta é de extrema

importância para uma gestão satisfatória, permitindo a revisão de processos internos,

satisfação do consumidor, medição de produtividade, capacidade do processo. Sendo

assim, os indicadores de desempenho são um dos elementos integrantes dos sistemas de

medição de desempenho (MAIA et al., 2008), visando a melhoria contínua de todo o

processo, executando a gestão estratégica da qualidade.

Com o uso dos indicadores é possível que o ciclo PDCA seja revisto na

organização, sendo assim, a busca para a melhoria contínua.

Para Campos (1992) como meta é a qualidade, então deve medir para saber e

atingir os resultados desejados. Este mesmo autor ilustra o uso dos indicadores,

incorporando o conceito de melhoria contínua, conforme figura 5.

Figura 5: Posição dos Indicadores.

Fonte: CAMPOS, 1992.

Para Kluck (2008) no tocante ao conceito de indicador, devem-se atender as

seguintes características para ser cientificamente aceito:

Validade: deve ser expressão da verdade de um fenômeno que está sendo medido;

Objetividade: deve ser apto a fornecer o mesmo resultado se medido por diferentes

pessoas em diferentes meios, sob as circunstâncias similares;

Sensibilidade: deve ser capaz de refletir mudanças no fenômeno de interesse;

Especificidade: deve refletir mudança apenas nos fenômenos específicos de

interesse.

Concluindo esta seção a respeito de indicadores, e consolidando o conceito de

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indicadores, assim como sua devida importância e contribuição para a busca pela melhoria

contínua, outra percepção com relação ao assunto, Schröeder (2005) diz que para gerenciar

corretamente a qualidade e a produtividade de uma organização comercial, é preciso, antes

de tudo, que exista um sistema de medida que seja conhecido e padronizado, para que

todos os envolvidos compreendam o que ele está representando.

Na seção seguinte serão apresentados conceitos e teorias sobre a avaliação do

cliente, quanto à qualidade.

2.4 O CLIENTE NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE

De acordo com Dias Sobrinho (2010) o segmento mercantil da educação superior

passou a tratar o estudante como cliente e a intensificar no sistema as lógicas de mercado:

competitividade, custo-benefício, lucro, venda de serviços, oferta transnacional e virtual

etc.

Conforme autor anteriormente citado, o estudante dessas instituições, agora

transformado em consumidor, passou a ter ampla gama de opções de ofertas de serviços

educativos e a poder escolher o curso que se coaduna com seus interesses e recursos,

objetivando obter o título ou o diploma que lhe dê melhores condições para competir na

faixa do mercado que corresponde às suas expectativas e possibilidades.

Akao, Shigeru e Kaji (1984) citam quatro maneiras de obter a visão do cliente sobre

a qualidade do serviço prestado pela empresa: observação do comportamento do cliente

quando está recebendo o serviço; análise de histórico das reclamações e sugestões dadas

pelos clientes em relação à qualidade do serviço prestado; interpretação do papel de

cliente, e contato com os clientes que simulam através de técnicas de brainstorming as

características mais valorizadas pelos clientes e consulta ao cliente através de questionários

e entrevistas.

De acordo com essas maneiras definidas por Akao, Shigeru e Kaji, nesta pesquisa,

será aplicada uma dessas maneiras, que é a consultado ao cliente, através do questionário.

Na educação superior, o cliente da IES, é o discente. Desta forma, conhecer a opinião do

egresso é algo semelhante a conhecer a satisfação do cliente pós-serviço, podendo, assim,

buscar uma melhoria contínua.

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Para Las Casas (2006), a observação do comportamento do cliente e consulta ao

cliente através de questionários e entrevistas são os métodos mais comuns que podem ser

utilizados para obtenção das informações.

Diante desta realidade, a seguir serão tecidas algumas considerações a respeito da

qualidade para as Instituições de Ensino Superior.

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3. QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Segundo Dias Sobrinho (2010) a sociedade brasileira vem experimentando

significativas e rápidas transformações, as quais impõem à Educação Superior um leque

amplo e contraditório de demandas que dificilmente podem ser adequadamente atendidas.

De acordo com Durham (2009), no Brasil, a assimilação de uma população mais

heterogênea no ensino superior se deu por intermédio de algo que parece ser próprio do

“jeitinho” brasileiro: todas as instituições públicas e privadas oferecem os mesmos cursos e

os mesmos diplomas profissionais. O que varia é o grau de exigência das instituições

quanto às condições de ingresso e permanência. O aluno pode escolher o quanto quer se

dedicar aos estudos. Desta forma, democratizamos o diploma e não a qualidade do ensino.

Mas, como na nossa sociedade o diploma é mais valorizado do que a qualidade da

formação, democratizou-se o que, para muitos, é o essencial.

A UNESCO, conforme o documento elaborado para a Conferência Mundial sobre o

Ensino Superior no Século XXI: visão e ação (1998, p. 105), assim define as instituições

de ensino superior, dentre as quais o estabelecimento universitário:

[...] são sistemas complexos que interagem com as instituições de seu ambiente,

isto é, com os sistemas políticos, econômicos, culturais e sociais. São

influenciadas pelo ambiente local e nacional (ou meso-ambiente) e, cada vez

mais, pelo ambiente regional e internacional (macro-ambiente). Mas por sua vez,

podem e mesmo devem influenciar esses diversos tipos de ambientes.

Assim, entende-se a universidade como uma instituição complexa que desenvolve

“indissociavelmente” ensino, pesquisa e extensão em múltiplas áreas de conhecimento e

nos diversos campos das atividades humanas. É fundamental para a compreensão da

administração em universidades, apreciar a origem de sua complexidade e singularidade de

suas atividades, haja vista ser a administração um meio quando se consideram os seus fins.

Conforme a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº. 9.394

(BRASIL, 1996), em seu Artigo 52: “As universidades são instituições pluridisciplinares

de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de

domínio e cultivo do saber humano”.

De acordo com Canterle (2008) a universidade é vista como uma instituição de

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serviços e como espaço de geração e disseminação de conhecimento para a sociedade, isso

através da pesquisa, do ensino ou da extensão de atividades para o desenvolvimento

comunitário.

Em virtude de seu caráter interdisciplinar, a universidade interage com um maior

número de segmentos da sociedade do que qualquer outra organização isoladamente, e sua

gestão tem sido parte da agenda de discussão em instâncias políticas como acadêmicas.

Brovetto (2005, p. 22) considera que “a instituição universitária está sujeita, por sua

própria essência, a um conflito de valores”. Os desafios que lhe são impostos são de gestão

e, ao mesmo tempo, construção da qualidade dentro de cenários altamente dinâmicos.

Conforme Vasconcelos (2010) neste sentido é necessário que a universidade tenha

uma estratégia organizacional bem estruturada, perante seus clientes, que são os

estudantes, com o objetivo de oferecer melhores condições de ensino e formar

profissionais qualificados para atender à demanda do mercado.

O conceito de qualidade no ensino superior proposto pela UNESCO (1998) é:

Um conceito multidimensional que deve envolver todas suas funções e

atividades: ensino e programas acadêmicos, pesquisa e fomento da ciência,

provisão de pessoal, estudantes, edifícios, instalações, equipamentos, serviços de

extensão à comunidade e o ambiente acadêmico em geral. Uma autoavaliação

interna transparente e uma revisão externa com especialistas independentes, se

possível com reconhecimento internacional, são vitais para assegurar a

qualidade. Devem ser criadas instâncias nacionais independentes e definidas

normas comparativas de qualidade, reconhecidas no plano internacional.

Visando a levar em conta a diversidade e evitar a uniformidade, deve-se dar a

devida atenção aos contextos institucionais, nacionais e regionais específicos. Os

protagonistas devem ser parte integrante do processo de avaliação institucional.

Segundo Pereira (2002) trata-se de um conceito abrangente ao incluir a avaliação de

todas as atividades inerentes a uma universidade e, ainda, por incluir no conceito, além da

avaliação interna, a comparação de padrões de qualidade. O grande desafio, conforme

Finger (1997) é encontrar o caminho para bem satisfazer os clientes da universidade,

oferecendo-lhes um serviço de melhor qualidade, com professores bem preparados,

funcionários treinados e atividades desenhadas para o futuro.

Juliatto (2005) afirma que a qualidade universitária deve derivar para ação concreta

e para resultados. Destaca que a qualidade, aferida por quaisquer critérios, em dada

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situação, ou está ausente ou está presente. Assim, o problema da sua aferição torna-se um

problema de avaliação empírica e prática. Qualidade requer visibilidade e precisa ser

demonstrada, pois não existe qualidade invisível.

Cunha (2009) atribui a qualidade o conceito polissêmico, de compreensão sempre

subjetiva, porque depende fundamentalmente das concepções de mundo e de educação

superior de quem dele faz uso, qualidade pode ser entendida com o significado de

propriedade, atributo ou condição das coisas ou pessoas que é capaz de distingui-las das

outras e de lhes determinar a natureza

Trigueiro (1994) acrescenta que um trabalho de tamanha envergadura no interior de

uma universidade e que afeta todo um conjunto de concepções, estrutura, currículos,

cursos, disciplinas e processos organizacionais não pode ser restrito a uma área de

conhecimento, mas envolve diversos campos de investigação. Ou seja, a qualidade é,

necessariamente, um tema inter e transdisciplinar.

Tubino (1997), Ristoff (1999) e Dias Sobrinho (1999) juntamente com essas

definições de Trigueiro (1994) reforçam que os estudos sobre qualidade nas IES dependem

de um programa de avaliação teoricamente consistente e democraticamente construído, isto

é, a avaliação institucional é a chave para o processo de investigação da qualidade em

universidades.

Conforme visto acima, os autores abordam qualidade no ensino superior de diversas

formas distintas. Assim Tam (2001, p. 49), observa que “como resultado das diferentes

visões sobre qualidade no ensino superior, uma variedade de sistemas e abordagens tem

sido desenvolvida para monitorar qualidade de diferentes tipos e em diferentes níveis,

indicando ênfases e prioridades variadas.” Esses sistemas incluem:

Controle de qualidade: é um sistema para verificar se os produtos produzidos ou os

serviços fornecidos alcancem os padrões do pré-definidos;

Garantia da qualidade: é baseada na premissa que cada um na organização tem a

responsabilidade de manter e elevar a qualidade do produto ou do serviço;

Auditoria da qualidade: são os meios de certificar-se de que os sistemas e as

estruturas relevantes dentro de uma instituição apoiam sua missão de ensinar, e

para assegurar-se de que a prevenção é ou está além de um nível satisfatório da

qualidade.

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Para Dias Sobrinho (2010) a avaliação, de modo consequente, é levada a cumprir

papel central na funcionalização econômica da Educação Superior, nos conceitos e

metodologias mais apropriados ao mercado, especialmente nas funções operacionais e

pragmáticas de capacitação técnica para os empregos que aos propósitos amplamente

educativos de formação humana integral.

O entendimento e conhecimento de como se encontram os aspectos relacionados à

área de educação, qualidade de educação, sistema de avaliação do ensino superior é de

extrema importância para o desenvolvimento da pesquisa, visto que é preciso conhecer o

escopo do assunto, para que se possa analisar, e saber de que forma pode-se melhorar.

Então esta seção de revisão bibliográfica é bastante relevante, no tocante ao conhecimento

do estado atual, para que seja possível fazer contribuições relevantes e viáveis, de acordo

com os objetivos da pesquisa.

Na seção seguinte serão abordados conceitos sobre a evolução do ensino superior, e

como o requisito de qualidade neste setor foi evoluindo, de acordo com os estudiosos da

área.

3.1 EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS

A literatura mostra que a chegada da Família Real Portuguesa em 1808, fugindo das

forças napoleônicas, foi a razão inicial para a criação das primeiras escolas superiores

brasileiras, devido principalmente a pressões exercidas pelas elites da sociedade de forma

geral.

De acordo com dados históricos, revelam o aparecimento das três primeiras

instituições de ensino superior no Brasil: Escola de Medicina do Rio de Janeiro, Escola de

Medicina da Bahia e Escola de Engenharia e Arte Militar do Rio de Janeiro. Outras

importantes datas para o ensino superior brasileiro são: 1827, quando foram criados os

Cursos de Ciências Jurídicas em São Paulo e em Olinda em 1889, a República se

desenvolve com a criação de 14 Escolas Superiores. A Universidade de Manaus, criada em

1909, mostrou a força do ciclo da borracha e, em 1912, a Universidade do Paraná, no

contexto do ciclo do café. Logo em seguida foram criadas a Universidade do Rio de

Janeiro, em 1920, de Minas Gerais, em 1927, de São Paulo, em 1937, e, em 1961, a

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Universidade de Brasília.

Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde e, no ano seguinte, já

ocorreu uma reforma educacional, que criou o primeiro estatuto da Universidade

Brasileira.

Segundo Peixoto (2011) a expansão de matrículas nos sistemas de educação

superior, que ocorreu em vários países a partir da década de 1960, teve entre suas

consequências a disseminação de instituições de ensino que atuam com condições de

infraestrutura e recursos humanos considerados inadequados, e cujos projetos curriculares

nem sempre atendem às demandas da sociedade no que concerne à produção e difusão do

conhecimento.

Esta expansão teve reflexos mais sérios na década de 1970, quando o crescimento

do ensino superior encontrava-se extremamente desordenado e não havia nenhuma

subordinação frente aos órgãos governamentais (SOUZA, 2005, p. 171).

Somente em 1975 o Ministério da Educação tomou providências para revisar as

normas de abertura de novas instituições privadas. Foi criado em 1980 o Conselho Federal

de Educação - CFE para analisar propostas de abertura de novas instituições privadas de

ensino superior. Tal medida bloqueou até 1999 a ampliação de novas vagas para o 3º grau

nas universidades públicas. Desse modo, o número de matrículas permaneceu constante em

relação ao crescimento populacional (SOUZA, 2005, p. 172). Até 1985, cresceu o número

de instituições públicas de ensino, com redução posterior pelas restrições impostas pelo

CFE.

De acordo com Mathias (2004) a década de 1990 foi marcada por uma profunda

transformação no ensino superior do Brasil, tendo como principais características a

implementação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a política de

incentivo à universalização do ensino superior do país iniciada no governo de Fernando

Henrique Cardoso (FHC), em 1995. A principal consequência das referidas transformações

foi um crescimento acentuado no número de cursos superiores (notadamente aqueles

relacionados às instituições privadas) e de alunos matriculados. Como decorrência, foram

criados mecanismos de avaliação de desempenho das instituições e de seus alunos.

Ainda conforme Mathias (2004) do ponto de vista quantitativo houve, sem dúvida,

uma grande expansão do número de vagas e de alunos matriculados. Com efeito, em parte

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o objetivo de “democratizar” o ensino superior foi cumprido, mas à custa de um amplo

processo de privatização do ensino superior. Sobre a privatização da educação superior,

dizem Pacheco & Ristoff (2004: p. 10):

A privatização do sistema brasileiro, apesar de sua anomalia no contexto mundial, é

uma realidade que precisa ser considerada (...). É igualmente notório que a educação

superior privada tornou-se, no Brasil, um negócio de 12 bilhões de reais ao ano, situando

duas IES privadas entre os três maiores anunciantes do Brasil, só superadas em seus gastos

com publicidade pela Mc Donald’s.

Infelizmente, com a transição de governo FHC para o governo Lula, gerou-se uma

incompatibilidade metodológica e uma interrupção na série, o que impede a criação de uma

série histórica desde 19989. A série recomeça a partir de 2005, com uma nova metodologia

de avaliação, o que não permite comparar, historicamente, determinados indicadores.

Para o Sinaes (2004), a importância da continuidade dos processos de avaliação é

central é importante entender que os processos de avaliação devem ser contínuos e

permanentes, não episódicos, pontuais e fragmentados. Processos contínuos criam a cultura

da avaliação educativa internalizada no cotidiano. Procedimentos pontuais, quando não

articulados a um programa e a um processo coerentes, produzem uma falsa ideia de

avaliação.

De acordo com Polidori (2008) um dos elementos considerados absolutamente

nocivos ao sistema de educação superior do país é a expansão desordenada, proporcionada

pelo governo Paulo Renato. Durante os anos de 1996 a 2003, ocorreu um grande

crescimento no que se refere à criação de novas Instituições de Educação Superior. Como

por exemplo, de 894 IES que existiam em 1995, em 2003 este número passou a ser de

1.859; de 1.759.703 matrículas no ano de 1995, em 2003 o número alcançou 3.887.022.

(INEP, 2004). Esse processo possibilitou a instalação de várias IES e cursos com baixa

qualidade no país. Segue tabela 3, o histórico de crescimento das IES no Brasil, desde 2002

até 2008, valorando o crescimento acima já explicado.

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Tabela 3: Evolução do Número de Instituições de Educação Superior por Organização

Acadêmica – Brasil – 2001-2010

Ano Total Universidade

s % Centros

Universitários % Faculdade

s % Ifs e

CEFETs % 2001 1.391 156 11,2 66 4,7 1.143 82,2 26 1,9 2002 1.637 162 9,9 77 4,7 1.367 83,5 31 1,9 2003 1.859 163 8,8 81 4,4 1.576 84,8 39 2,1 2004 2.013 169 8,4 107 5,3 1.703 84,6 34 1,7 2005 2.165 176 8,1 114 5,3 1.842 85,1 33 1,5 2006 2.270 178 7,8 119 5,2 1.940 85,5 33 1,5 2007 2.281 183 8 120 5,3 1.945 85,3 33 1,4 2008 2.252 183 8,1 124 5,5 1.911 84,9 34 1,5 2009 2.314 186 8 127 5,5 1.966 85 35 1,5 2010 2.378 190 8 126 5,3 2.025 85,2 37 1,6

Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC

Conforme Dias (2006) a expansão do sistema, mormente no que diz respeito ao

aumento do número de cursos oferecidos, que se concentrou em grande parte nas

instituições privadas, potencializou a necessidade de avaliação e definiu a estrutura dos

instrumentos concebidos para isso.

Para concluir este tópico é pertinente ressaltar que conforme a literatura explana o

crescimento do ensino superior, assim como os números na tabela 1, as IES estão

recebendo mais alunos, e os autores reconhecem a importância do quesito qualidade para a

formação de um profissional. Isso reflete a importância do presente estudo, visando

identificar de que forma o egresso avalia o curso que lhe formou profissional e como esse

egresso foi recebido pelo mercado, fazendo com que os objetivos do presente trabalho

sejam atingidos.

Para se avaliar a qualidade é necessário que se tenha um parâmetro para isso, e na

seção seguinte, será apresentado o sistema de avaliação do ensino superior do Brasil, de

que maneira se chegou ao mesmo e quais os passos até o sistema de avaliação atual.

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3.2 HISTÓRICO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DO

BRASIL

O sistema de avaliação da educação superior no Brasil, levando em consideração

sua evolução, apresenta um crescimento considerado relevante e desafiador, partindo do

princípio que busca considerar o processo na sua totalidade.

Segundo Polidori (2009) a evolução do sistema de avaliação do ensino superior

brasileiro pode ser dividida em quatro ciclos.

O primeiro ciclo compreende dos anos 1986 a 1992, onde várias iniciativas de

organização de um processo de avaliação, e a existência de avaliações isoladas no país, não

constituíram em uma avaliação de caráter nacional.

O segundo ciclo compreende o intervalo de 1993 a 1995, onde foi denominado por

formulação de políticas a instalação do Programa de Avaliação Institucional das

Universidades Brasileiras (PAIUB).

O terceiro ciclo foi dos anos de 1996 a 2003, período que foi denominado pela

consolidação ou implementação da proposta governamental.

Em 1996, a Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB) introduziu

o processo regular de avaliação dos cursos de graduação e das próprias instituições de

ensino superior, condicionando seus respectivos credenciamentos e recredenciamentos ao

desempenho mensurado nesta avaliação. Além disso, a LDB estabeleceu os níveis

escolares e as modalidades de educação e ensino, bem como suas respectivas finalidades.

Em 1996, através do Decreto 2026, um mecanismo de avaliação denominado de

Exame Nacional de Cursos (ENC), conhecido, mais tarde, como Provão, o qual existiu de

1996 a 2003. O Provão foi considerado um instrumento indicador de eficácia da IES,

utilizando os resultados do desempenho dos alunos. Isto é, por meio de uma prova de

conhecimentos realizada pelos discentes, a Instituição de Ensino Superior recebia um

conceito que variava de “A” a “E”, sendo o conceito “A” considerado o melhor e o

conceito “E” o pior. Esse Exame, realizado anualmente, tinha caráter obrigatório para todos

os estudantes concluintes dos cursos de graduação, condicionando sua realização ao

recebimento do diploma pelos alunos. Em 2001, foi aprovado o Plano Nacional de

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Educação (PNE), através da Lei 10.172/2001, e, neste mesmo ano, entrou em vigor o

Decreto 3860 que mudou as regras de organização e avaliação de cursos e de IES no

Brasil. Na sequência, a antiga Avaliação de Condições de Oferta (ACO) passou a ser

denominada de Avaliação das Condições de Ensino (ACE). Por fim, houve, ainda, algumas

portarias para regulamentarem e organizarem a avaliação das IES. Na última edição,

realizada em 2003, participaram do Exame mais de 470 mil formandos de 6,5 mil cursos

de 26 áreas: Administração, Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Ciências

Contábeis, Direito, Economia, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica,

Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Farmácia, Física, Fonoaudiologia, Geografia,

História, Jornalismo, Letras, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia,

Pedagogia, Psicologia e Química.

As principais críticas recebidas pela metodologia do provão eram: 1) o fato de se

utilizar o resultado do desempenho dos alunos para conceituar as Instituições de

Educação Superior (IES) e, b) esse resultado ser apresentado em forma de rankings.

Por fim o quarto e atual ciclo, do ano de 2003 aos dias atuais, onde foi feita a

construção da avaliação emancipatória, com a implantação do Sinaes, numa proposta de se

desenvolver uma avaliação formativa e que considerasse as especificidades das IES do

país. (FELIX, 2008; FONSECA, 2007)

De acordo com Canterle (2008), o Sinaes foi criado com vista a institucionalizar um

amplo, diversificado e articulado sistema de avaliação interna e externa que englobe os

setores públicos e privados, e promova a melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa, da

extensão e da gestão acadêmica.

Segundo Polidori (2009) a criação do Sinaes, em 2003, propôs uma mudança na

metodologia da avaliação das IES brasileiras, mudando de uma avaliação totalitária e que

utilizava a metodologia do ranqueamento, para um processo que respeita as diversidades e

as especificidades das IES, além de aperfeiçoar os procedimentos e os instrumentos de

avaliação até então utilizados.

Conforme Peixoto (2011) a proposição desse sistema teve por objetivo construir um

sistema nacional de avaliação que articulasse a regulação e a avaliação educativa, esta

última numa perspectiva mais formativa e voltada para a atribuição de juízos de valor e

mérito, tendo em vista o incremento da qualidade e as capacidades de emancipação.

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De forma detalhada os objetivos fundamentais do Sinaes, de acordo com

(CONAES, 2004) são:

Responsabilidade social com a qualidade da educação superior;

Reconhecimento da diversidade do sistema;

Respeito à identidade, à missão e a história das instituições;

Globalidade, ou seja, compreensão de que a instituição deve ser avaliada a

partir de um conjunto significativo de indicadores de qualidade, vistos em sua

relação orgânica e não de forma isolada;

Continuidade do processo avaliativo

Conforme Sinaes (2009) a importância da Educação Superior no conjunto das

políticas públicas tem sido crescentemente reconhecida, não apenas em função do seu

valor instrumental para a formação acadêmico-profissional, para as atividades de pesquisa

científica e tecnológica, para o desenvolvimento econômico e social ou pela sua

contribuição para a formação ética e cultural mais ampla, mas igualmente em função do

lugar estratégico que ocupa nas políticas públicas orientadas para a cidadania democrática,

a justiça social e o desenvolvimento sustentável.

O Sinaes apresenta dez dimensões. Avaliação Interna das Instituições de Educação

Superior (AVALIES) - Composto pela Autoavaliação realizada pelas instituições de

ensino-pesquisa e pela avaliação externa formada por membros externos e por membros da

sociedade civil. A Autoavaliação será realizada pelas Comissões Próprias de Avaliação

(CPA`s). Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) – Avaliação dos cursos através de

instrumentos e procedimentos que incluem participação de comissões externas por meio de

visitas in loco. Avaliação do Desempenho dos Estudantes (Enade) – Avaliação dos

estudantes no final do primeiro e no último ano do curso, através da aplicação de

questionário, para coleta de dados amostrais.

Segundo Polidori (2009), o Sinaes foi implantado como um processo

completamente diferenciado daquele que vinha sendo realizado nos últimos oito anos no

Brasil. O primeiro embate que o sistema sofreu foi, justamente, a reação dos docentes da

educação superior, principalmente devido ao elemento novo que estava sendo apresentado

pelo governo.

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Para Dias Sobrinho (2010) conjunto articulado de instrumentos de avaliação

(institucional interna e externa, as condições de ensino e os indicadores referentes ao

desempenho dos estudantes, além dos dados cadastrais e do Censo) deve produzir

informações e pareceres para constituírem as bases dos atos regulatórios a serem praticados

pelo Conselho Nacional de Educação e pelas instâncias respectivas do MEC.

Conforme Peixoto (2011) a busca por programas e/ou sistemas avaliativos para

mensurar o trabalho e a eficácia das instituições de ensino superior, a pertinência de suas

ações ou a promoção de maior equidade nos sistemas de ensino, como forma de legitimar

os recursos nelas aplicados e de redirecionar os investimentos, passaram a ocupar, então, as

agendas de muitos países. Considerando esta afirmação, viu-se a necessidade de se

explanar como é aplicado o processo avaliativo das IES na educação americana e europeia,

e isto será visto nas duas próximas seções.

3.3 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR AMERICANO

Em um país onde a cultura do vestibular não existe, os currículos dos alunos da

High-School (ou ensino médio) tendem a ser cada vez mais competitivos. Os estudantes

americanos sabem que cada ano da High-School é um passo muito importante na disputa

por uma veja em uma boa IES do país. Nesse contexto, os jovens estrangeiros que

pretendem fazer uma graduação nos Estados Unidos devem estar cientes das dificuldades

que o sistema impõe, da competitividade existente entre os candidatos e, principalmente,

das inúmeras diferenças em relação ao modelo brasileiro de ensino superior.

Com exceção dos cursos de Medicina, Veterinária, Direito e Odontologia (que têm

uma formação diferenciada), todas as outras áreas de habilitação do ensino superior

americano contam com três diferentes etapas: Graduação, Mestrado e Doutorado.

O termo undergraduated refere-se à educação que os americanos recebem depois

que terminam o segundo grau. De modo geral, os cursos estão distribuídos em três grandes

áreas acadêmicas: humanidades, ciências sociais e ciência da saúde, e as disciplinas podem

ser obrigatórias ou opcionais. Elas estão divididas em dois grandes grupos, dependendo de

sua duração: Curso superior de curta duração (Associated Degrees) e Licenciatura

(Bachelors Degrees).

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Cursos superiores de curta duração (Associated Degrees): Os cursos superiores de

curta duração, ou grau de associado, são programas acadêmicos que foram elaborados para

serem concluídos em dois anos. Os créditos obtidos nos programas desses cursos em geral

são reconhecidos pelas instituições como parte das licenciaturas de quatro anos. As pessoas

que entram nos cursos superiores de curta duração com frequência pretendem mudar para

um programa de licenciatura e algumas vezes podem fazê-lo antes de terminar os dois

anos. Os cursos superiores de curta duração são constituídos por uma base teórica geral,

complementada por disciplinas específicas em função da especialidade que se deseja

cursar. Nesses dois anos, é possível adquirir um título em áreas tão variadas quanto à

enfermagem, profissões relacionadas com a saúde, especializações de negócios ou temas

tecnológicos.

Licenciaturas (Bachelors Degrees): Licenciaturas ou bacharelados são cursos

universitários com duração total de quatro anos, nos quais o aluno deve cumprir uma série

de créditos em função da especialidade escolhida. Em cada ano de estudo o aluno recebe

uma denominação diferente. As especialidades de humanidades, ciências sociais, filosofia,

estudos religiosos, estudos interdisciplinares ou da área cultural em geral recebem uma

licenciatura em Artes (B.A. ou A.B.). Os programas de matemática, física, engenharia e

outros campos profissionais podem receber um B.A., uma licenciatura em Ciências (B.S.

ou S.B.) ou um título com o nome específico da matéria estudada.

Os anos de graduação são divididos em quatro etapas:

1. Freshman e Sophomore: Equivalem, respectivamente, ao primeiro e segundo anos

de graduação de uma IES americana. Nestas etapas, o curso aplica disciplinas de

conhecimento geral. Essa iniciativa permite que o aluno tenha mais tempo para se

decidir sobre a carreira a seguir, além de não precisar ingressar em uma instituição

e, logo no primeiro ano, estudar matérias específicas de uma determinada

habilitação.

2. Junior: Corresponde ao terceiro ano do curso de graduação, em que o aluno poderá

escolher qual a habilitação deseja se especializar. Essa opção chama-se Major

(habilitação em que o estudante deseja concluir seu bacharelado). Após a escolha

de seu Major, o aluno poderá optar, caso tenha interesse, por cursar o Minor, ou

seja, matérias eletivas secundárias relacionadas à habilitação em que deseja se

especializar.

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3. Senior: Corresponde ao quarto e, com exceção dos cursos de Medicina, Veterinária,

Direito e Odontologia, o último ano de graduação de uma IES americana.

Os cursos de Medicina, Odontologia, Veterinária e Direito, têm um processo um

pouco diferente dos demais. No terceiro ano, ou Junior, o estudante não escolherá a

habilitação específica como medicina e direito, por exemplo. Nesses casos, ele irá optar

por uma habilitação em: Pre-Med, Pre-Dental, Pre-Vet ou Pre-Law, que correspondem a

um preparo inicial do curso em que desejam se formar. Após a conclusão do Senior, o

aluno é submetido a um exame onde serão testados seus conhecimentos. Caso seja

aprovado, o mesmo é encaminhado para uma Professional School onde poderá concluir o

restante de seu curso e, por fim, exercer sua profissão. A duração desses cursos pode variar

entre quatro e oito anos.

Nos Estados Unidos são considerados cursos de pós-graduação apenas o mestrado e

doutorado. Outros cursos oferecidos após a graduação, ou mesmo durante esta última, são

considerados apenas de extensão ou especialização. Os cursos de especializações são

chamados de Certificate Programs, Short Courses ou Continuing Education.

Para que o candidato a mestre nos Estados Unidos conclua o curso é necessário a

elaboração de defesa de um trabalho de pesquisa conhecido com dissertação de mestrado.

Os mestrados acadêmicos podem ser enquadrados em três diferentes categorias:

MA ou Master of Arts: Engloba diferentes áreas do conhecimento como:

Economia, Folclore, Antropologia e Inglês.

MS ou Master of Science: Engloba áreas do conhecimento como: Arquitetura,

Ciência da Computação e Engenharia Química.

MFA ou Master of Fine Arts: Engloba áreas do conhecimento como: Fotografia

e Teatro.

Todos os outros certificados são enquadrados na categoria profissional.

Muitas escolas de graduação consideram o mestrado como um primeiro passo para

a obtenção de um doutorado. Porém existem instituições em que o estudante pode se

preparar diretamente para o doutorado, sem a necessidade de obter um título de mestre. O

grau de doutorado certifica que um estudante adquiriu o conhecimento necessário para

trabalhar como professor universitário no campo em que se especializou. Esses programas

podem ser divididos em duas partes. Na primeira parte, com duração de três a cinco anos, o

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estudante deve assistir aulas junto com outros alunos, prestando um exame no final para

demonstrar os conhecimentos que adquiriu durante os anos de estudo. Superado esse

exame, o estudante entra na segunda fase, de dois ou três anos de duração, quando

concentra seus esforços no desenvolvimento de uma pesquisa sobre algum aspecto

relevante de seu tema de estudo, escrevendo uma tese sobre o mesmo e defendendo-a

perante uma banca composta por especialistas no tema.

3.3.1 AGÊNCIAS ACREDITADORAS E PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DAS

INSTITUIÇÕES DE ENSINO

O sistema educacional americano é descentralizado, cada um dos 50 Estados

Americanos tem sua autonomia, independentemente do Governo Federal, são respeitadas

as legislações diferentes de cada Estado.

Nos 50 Estados americanos, soma-se mais de 3.200 universidades e faculdades,

essas com ensino superior presencial e a distância, havendo mais de 27.000 cursos

superiores desenvolvidos.

Não há Ministério da Educação nos Estados Unidos. O Departamento de Educação

(Governo Federal) tem o controle da educação como um todo (verbas, aspectos

constitucionais, bolsas de estudos...). As Secretarias de Estado têm plena autonomia legal

para autorizar o funcionamento das instituições de ensino superior em seus próprios

Estados. As faculdades e Universidades gozam, nos Estados Unidos, verdadeiramente, de

plena autonomia, na acepção da palavra.

O diploma americano não tem validade em todo país. O diploma americano tem

somente validade no Estado em que foi emitido e nos Estados conveniados com o Estado

emitente do diploma. Para a legalização do diploma em outros Estados americanos é

necessário convalidá-lo no outro Estado, em que desejar o diplomado trabalhar.

As Faculdades e Universidades americanas não têm obrigatoriedade, regida em lei,

de estarem registradas no DETC (Distance Education and Training Council), com vistas

ao seu funcionamento legal. O DETC é uma instituição privada, conceituada, mas não

governamental. A maioria das instituições americanas não é associada ao DETC e não

perdeu, por esta razão, sua legalidade e legitimidade nos Estados Unidos, nem em qualquer

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outro país no mundo, para oferecer Ensino Superior e a distância, além de emitir os seus

diplomas de conclusão nos Estados Unidos. Muitas outras Faculdades e Universidades têm

o registro quase automático no DETC ou Associações Regionais, porque já o tinham como

instituição presencial e não necessitam, novamente, associar-se, quando decidiram

ministrar a educação a distância, em suas instalações, tomadas por decisões de sua

autonomia universitária.

Muitos Estados Americanos exigem o registro de suas Faculdades e Universidades

presenciais em Associações Regionais de Acreditação, privadas, quando credenciadas pelo

Departamento de Educação/EUA. Nos casos, cabe a decisão à Reitoria da Universidade,

considerados, portanto, opcionais às instituições que desenvolvem, isoladamente, a

Educação a Distância.

O sistema de avaliação do ensino superior americano é feito através da acreditação

das universidades e faculdades através de associações de acreditação previamente

reconhecidas. Existem duas organizações que reconhecem essas agências de acreditação

nos Estados Unidos: o departamento de educação nos Estados Unidos, U.S Department of

Education (USDE), ou Council for Higher Education Acreditation (CHEA), conselho de

reconhecimento do ensino superior. Muitos estados americanos exigem o registro de suas

faculdades e universidades presenciais em associações regionais de acreditação.

O reconhecimento das instituições de ensino superior nos Estados Unidos é

opcional por parte das instituições. É um processo não-governamental, um processo

independente.

Existem dois tipos de reconhecimento:

o Reconhecimento Institucional: A instituição é reconhecida como um todo.

o Reconhecimento Regional: São seis associações regionais de reconhecimento

com o objetivo de avaliar a instituição como um todo. O reconhecimento é

concedido para a instituição em sua totalidade.

Praticamente a maioria das instituições regionalmente reconhecidas

automaticamente reconhece os diplomas e os cursos feitos em outra instituição também

reconhecida.

o Reconhecimento Nacional: Existem grupos que avaliam e reconhecem

instituições com especializações ou interesses diversos nos Estados Unidos.

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Algumas vezes essas instituições também são reconhecidas regionalmente. A

maioria das instituições reconhecidas não aceita diplomas ou cursos feitos em

instituições sem reconhecimento, a não ser que as mesmas sejam também

regionalmente reconhecidas.

o Reconhecimento por organizações profissionais: reconhecimento de programas

específicos de estudos dentro de uma instituição, ou a instituição como um todo,

se oferecer apenas um programa de estudo. Uma instituição que é

“regionalmente reconhecida” pode oferecer vários “programas reconhecidos”.

Em algumas áreas de estudo, os alunos formados devem ter seu diploma

reconhecido, para que sejam autorizados a exercer sua profissão.

O objetivo do credenciamento é garantir que o ensino ministrado por instituições de

ensino superior atenda aos níveis aceitáveis de qualidade.

As agências de acreditação, que são associações privadas de ensino de âmbito

regional ou nacional, desenvolvem critérios de avaliação e realizam avaliações de pares

para avaliar se esses critérios são cumpridos ou não nas instituições. As instituições e/ou

programas em que ocorre pedido de avaliação de uma agência, e que a avaliação satisfaz os

critérios da agência são, então, “credenciados” por essa agência.

O Departamento de Educação dos Estados Unidos não credencia instituições de

ensino e/ou programas. No entanto, o secretário de Educação é obrigado por lei a publicar

uma lista de agências de acreditação reconhecida a nível nacional que a Secretaria

determina a autoridades confiáveis sobre a qualidade da educação ou da formação

ministrada pelas instituições de ensino superior e a programas de educação superior que

são credenciadas. As agências devem satisfazer os procedimentos, determinados pelo

secretário e os critérios para o reconhecimento, conforme publicação em documento

federal.

Nos EUA, os acreditadores podem ser privados ou organizações não-

governamentais criadas com a finalidade específica de analisar as instituições de ensino

superior e programas com relação à qualidade.

Além da apresentação de um pedido para o Departamento de Educação dos EUA, o

processo de reconhecimento envolve também a fiscalização do comitê consultivo Nacional

sobre Qualidade e Integridade Institucional, fazendo recomendações ao secretário em

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matéria de reconhecimento. Após o secretário considerar a recomendação da Comissão, é

feita a determinação final sobre o reconhecimento. Com isso a agência é então reconhecida

para avaliar as instituições de ensino superior, podendo acreditá-las ou não, dependendo do

cumprimento das normas.

Conforme o CHEA, as normas de reconhecimento das agências de acreditação de

instituições de ensino superior americana estão relacionadas ao avanço da qualidade

acadêmica (os acreditadores têm uma descrição clara da qualidade acadêmica, em que as

instituições ou programas que eles acreditam devem ter processos, para determinar se os

padrões de qualidade estão sendo cumpridos) e a demonstração de qualidade (acreditadores

têm normas que exigem das instituições e programas que forneçam informações

verdadeiras e confiáveis sobre a qualidade acadêmica e o desempenho acadêmico dos

alunos para promover a contínua confiança do público e do investimento).

Segundo o Conselho de Acreditação do Ensino Superior, as instituições de

acreditação devem:

Incentivar, autoanalisar e planejar mudanças e melhorias necessárias, através de

autoexame nas instituições e programas.

Empregar procedimentos justos e adequados na tomada de decisões, onde os

acreditadores mantêm políticas justas nos procedimentos organizacionais, incluindo

controles eficazes e saldos.

Demonstrar a revisão em curso das práticas de acreditação. São realizados

autoexame das suas atividades acreditadas.

Possuir recursos suficientes, ou seja, as acreditadoras devem ter e manter recursos

previsíveis e estáveis.

O principal objetivo do reconhecimento feito pelo CHEA é assegurar e reforçar a

qualidade acadêmica e a melhoria contínua da qualidade dos cursos, programas e graus.

Nessas políticas e procedimentos, eles exigem que acreditadores busquem

aprimorar a qualidade acadêmica, demonstrando responsabilidade, incentivando a mudança

intencional e melhorias necessárias, utilizando procedimentos justos e adequados na

tomada de decisões, e reavaliando constantemente as práticas de acreditação e buscando

sustentar a estabilidade fiscal.

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Os acreditadores do CHEA são geralmente revistos em um ciclo de 10 anos com

dois relatórios intercalares. A revisão é realizada pela comissão do CHEA, um grupo de

representantes institucionais, credenciadores e membros externos, que verificam

acreditadores para eleger ao CHEA e o reconhecimento de acreditadores revisando com

base no acreditador através de uma autoavaliação. A revisão também pode incluir uma

visita ao local.

A acreditação é o principal meio pelo qual a qualidade das instituições de ensino

superior e dos programas está assegurada nos Estados Unidos. A acreditação é uma forma

de autorregulação em que faculdades, universidades e programas se uniram para

desenvolver normas, políticas e procedimentos para a autoavaliação e julgamento por

pares.

Existem quatro tipos de organizações de acreditação:

1. Regional – Credenciam as instituições públicas e privadas, sem fins lucrativos e,

principalmente grau de concessão, de dois e quatro anos.

2. Nacional fé-relacionada – Credenciam filiação religiosa e baseado na doutrina das

instituições, principalmente sem fins lucrativos e de concessão de grau.

3. Nacional relacionada à carreira - Credenciar, principalmente com fins lucrativos, a

carreira baseada instituições, com um único propósito, tanto de graduação e pós-

graduação.

4. Programáticas. Credenciar os programas específicos, profissões liberais e

autônomos escolas, por exemplo, direito, medicina, engenharia e profissões da

saúde.

As organizações acreditadoras devem periodicamente disponibilizar informações

sobre instituições e programas que estão acreditados; tempo de credenciamento de uma

instituição ou um programa; informações se uma instituição credenciada ou programa está

sob sanções e uma descrição dessas sanções; manter um resumo das ações recentes

tomadas por organizações acreditadas, geralmente fornecidas após as reuniões de órgãos de

decisão e, para algumas organizações, oferecer dados agregados ou perfis das instituições

ou programas que sejam credenciados.

Uma instituição ou um programa de busca de acreditação deve passar por uma série

de medidas estipuladas por uma organização de acreditação. Essas etapas envolvem uma

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combinação de várias tarefas: elaboração de provas de realização, pela instituição ou

programa, a análise dessa prova e uma visita ao local por professores e colegas

administrativos e de ação pela organização de acreditação para determinar o estatuto de

acreditação.

Acreditação não prevê a aceitação automática de uma instituição que se credenciou

em outra instituição, nem dá garantias de aceitação de diplomados por parte dos

empregadores. Aceitação de crédito ou licenciados é sempre uma prerrogativa da

instituição de acolhimento ou empregador. Por estas razões, além de verificar o status de

acreditado de uma escola ou curso, o aluno deve tomar medidas adicionais para

determinar, antes da matrícula, se os seus objetivos educacionais serão alcançados através

da participação em uma instituição particular.

Alguns motivos levam as instituições a buscarem a acreditação, entre eles:

Acesso a recursos federais e estaduais - A acreditação é necessária para o acesso a

verbas federais, como a ajuda de estudantes e outros programas federais. Os fundos

de ajuda federal para o estudante estão disponíveis para os alunos somente se a

instituição ou programa que estão frequentando é credenciado por um organismo de

acreditação reconhecido.

Gerar confiança do setor privado - Estatuto de acreditação de uma instituição ou

programa é importante para os empregadores quando se avalia as credenciais dos

candidatos a emprego e quando decidir se a prestar apoio de matrícula para os

funcionários atuais em busca de formação adicional.

Facilitar a transferência - O credenciamento é importante aos estudantes, para que o

processo de transferência de cursos e programas entre as faculdades e

universidades, se necessário, seja feito de forma mais fácil.

3.4 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR EUROPEU – O PROCESSO DE

BOLONHA

Embora a Declaração de Bolonha não seja um tratado, os governos dos países

signatários comprometem-se a reorganizar os sistemas de ensino superior dos seus países

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de acordo com os princípios nela constantes.

A declaração visa a tomada de ações conjuntas para com o ensino superior dos

países pertencentes à União Europeia, com o objetivo principal de elevar a competitividade

internacional do sistema europeu do ensino superior. Para assegurar que o sistema europeu

do ensino superior consiga adquirir um grau de atração mundial semelhante ao das suas

extraordinárias tradições cultural e científica, delinearam-se os seguintes objetivos:

Promover entre os cidadãos europeus a empregabilidade e a competitividade

internacional do sistema europeu do Ensino Superior.

Adotar um sistema baseado em três ciclos de estudos:

1.º ciclo, com duração mínima de três anos – grau de licença;

2.º ciclo, com a duração de um ano e meio a dois (excepcionalmente um ano) –

grau de mestre;

3.º ciclo – grau de doutor.

Implementar o suplemento ao diploma. São automaticamente reconhecidos em

todos os estados aderentes, facilitando dessa forma, o reconhecimento das qualificações e a

mobilidade das pessoas.

Estabelecer um sistema de créditos transferíveis e acumuláveis (ECTS), comum aos

países europeus, para promover a mobilidade mais alargada dos estudantes. (Os créditos

podem também ser adquiridos em contextos de ensino não superior, incluindo a

aprendizagem ao longo da vida, desde que sejam reconhecidos pelos estabelecimentos de

ensino superior de acolhimento)

Promover a cooperação europeia na avaliação da qualidade, com vista a

desenvolver critérios e metodologias comparáveis.

Promover as dimensões europeias do ensino superior, em partes:

1. Desenvolvimento curricular;

2. Cooperação interinstitucional;

3. Mobilidade de estudantes, docentes e investigadores;

4. Programas integrados de estudo, de formação e de investigação.

O Processo de Bolonha significa reorganizar o processo formativo em torno de

novos valores: as competências e não só os conteúdos, as aprendizagens e não

simplesmente o ensino, a participação e o envolvimento de todos os agentes implicados e

não apenas a participação de professores nas aulas e de estudantes no estudo e nos exames.

A Declaração de Bolonha foi reforçada pelas declarações do Conselho Europeu

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(instância decisória máxima da UE), que afirmou a necessidade de fortalecer e renovar a

educação superior e a pesquisa na UE. Vejamos os comunicados:

Comunicado de Praga (2001) – Tem as seguintes questões em debate:

Aprendizagem ao longo da vida;

Envolvimento dos estudantes na gestão;

Promoção de atividades do espaço europeu da educação Superior.

Comunicado de Berlim (2003) – Reafirma objetivos de Bolonha e Praga, dando

conta da decisão de colocar em funcionamento pleno o sistema europeu de créditos (ECTS

– European Credit Transfer and Accumulation System). Passa a fornecer aos estudantes o

Suplemento ao Diploma (documento escrito numa língua estrangeira de grande circulação

onde se descreve o programa de estudos, as “competências transversais” de cada aluno).

Comunicado de Bergen (2005) – Tal como proposto pelo relatório da ENQA (Rede

Europeia para a Garantia da Qualidade no Ensino Superior), onde deverão obedecer as

avaliações promovidas pelas agências nacionais e internacionais, as quais virão a integrar

um registro europeu de agências de garantia da qualidade, que exigirá, por sua vez, a meta-

avaliação e a meta-acreditação das próprias agências.

Comunicado de Londres (2007) – Esforços de avanço na questão de mobilidade e

comparabilidade da certificação são reportados e reiterados. Afirmando a necessidade de

responder eficazmente aos desafios da globalização e construir um espaço europeu de

educação superior baseado em autonomia institucional, igualdade de oportunidades e

princípios democráticos que facilitarão a mobilidade, aumentarão a empregabilidade e

fortalecerão a atratividade e competitividade da Europa.

Comunicado de Lovaina (2009) – Reiterados os fundamentos do Processo de

Bolonha como base para a pauta até 2020. Relata as consequências que a sociedade

enfrenta nesse período devido à crise econômica global, e a fim de trazer a recuperação

econômica sustentável, o ensino superior europeu vai se esforçar para inovar com base na

integração entre os ensinos. Considera o investimento público no ensino superior de

prioridade máxima.

Comunicado de Budapeste e Viena (2010) – Relembra o surgimento do Processo de

Bolonha, todos os objetivos, os progressos significativos a cada comunicado e propõem

medidas para facilitar a adequação e a integração dos princípios do Processo de Bolonha e

as linhas de ação em todo o ensino superior da Europa. Através do contínuo

desenvolvimento, melhoria e reforço do Espaço Europeu do Ensino Superior, afirmam que

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a Europa será capaz de enfrentar com êxito os desafios da próxima década.

É importante destacar que a Declaração de Bolonha (e suas atividades posteriores –

Processo de Bolonha) não está no âmbito estrito da UE, pois foi elaborada por um conjunto

de ministros da Educação Europeia, e não tem valor legal em nível europeu. Portanto, não

se caracteriza como um mandato da UE que obriga os países-membros ao seu

cumprimento; é um acordo que só tem validade se os governos signatários o

implementarem em seus respectivos países. Na realidade, a legislação da UE impede o

estabelecimento de normas uniformes na área da educação, já que esta está sob tutela

exclusiva dos Estados-membros. Em contrapartida, nem todos os ministros da Educação

signatários são membros da UE. Sem dúvida que, desde o primeiro momento, a UE

desempenhou um papel de liderança no Processo de Bolonha, já que um grande número de

atividades e de projetos desenvolvidos no marco desse processo foi financiado e liderado

por instituições da UE. Pode-se dizer que o Processo de Bolonha é um processo de todas e

de cada uma das nações europeias em que a UE atua como dinamizadora

3.4.1. Principais metas do Processo de Bolonha

As principais metas do Processo de Bolonha são:

1. Aumentar a competitividade: No Processo de Bolonha, competitividade é sinônimo

de atratividade. A meta é melhorar a posição estratégica da educação superior

europeia em nível mundial, de forma que ela seja mais atrativa para os próprios

europeus e para a comunidade internacional. Pode ser alcançada por meio de uma

política de melhora como também com o aumento da visibilidade do que é

oferecido nas instituições de educação superior europeias. É evidente que a melhora

da qualidade é a primeira condição para aumentar essa atratividade. Esta deve ser

resultado de múltiplas ações: melhoras dos serviços oferecidos aos estudantes nas

instituições, cursos mais estimulantes e adaptados às demandas sociais, ajuste nos

planos de ensino para terem um tempo de duração real, diversidade da oferta para

satisfazer as múltiplas demandas sociais e melhora de todos aqueles aspectos da

educação superior. O Processo de Bolonha propõe concretamente algumas medidas

para aumentar a atratividade. A primeira, que os diplomas sejam compreensíveis

quer para empregadores como para estudantes de qualquer lugar do mundo. A

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segunda, apresentarem de forma explicita os conteúdos aprendidos durante a

permanência do estudante na universidade, entendendo que estes são devem ser

somente os conhecimentos adquiridos como também as competências gerais

(habilidades e atitudes) necessárias ao mercado de trabalho e a vida pessoal.

2. Adaptação às demandas do mercado de trabalho: Um dos problemas da educação

superior europeia é seu distanciamento do novo mercado de trabalho da sociedade

do conhecimento. Neste contexto essa proposta vem a ser entendida como uma

exigência de ensinar e aprender o que é relevante para o mercado de trabalho; e que

as instituições de educação superior devem dar respostas às novas demandas

sociais. É também uma proposta que, além de qualificar para as necessidades da

nova sociedade, reconhece mediante um claro sistema de avaliação que os

resultados pretendidos foram alcançados. Os fatores decisivos para melhorar a

adaptação às demandas do mercado de trabalho são: definir claramente os objetivos

de aprendizagem da cada curso, elaborar as competências (conhecimentos,

habilidades e atitudes) necessárias para realizar uma determinada atividade

profissional e para o desenvolvimento pessoal, e estabelecer um claro sistema de

garantia de qualidade dos programas de ensino que assegurem que aquelas

competências são as verdadeiramente adquiridas pelos graduados daqueles cursos.

O que o Processo de Bolonha propõe para isso é um novo modelo educativo,

formando as chamadas competências transversais, dentre as quais destacamos o

aprendizado, conseguido não apenas por meio das fontes tradicionais, mas também

da própria experiência, da de outras pessoas e das inovações científicas e

tecnológicas.

3. Mobilidade: A terceira grande meta do Processo de Bolonha é o desenvolvimento

da mobilidade interna e externa para estudantes, docentes e pessoas administrativas.

Essa proposta parte de dois pressupostos. O primeiro, que um amplo mercado

competitivo para a educação superior servirá para melhorar a qualidade das

instituições europeias; e o segundo, que é necessário desenvolver a cidadania

europeia por meio do profundo conhecimento de outros países e culturas. Para sua

viabilidade, faz-se necessário que as estruturas educativas nos diferentes países

sejam passiveis de comparação a fim de tornar possível o reconhecimento de cursos

concluídos em outro país. E respeitar a diversidade significa que a comparação

deva ser baseada em um modelo flexível que reconheça, quer os conhecimentos

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básicos transmitidos por outros sistemas educativos, quer a qualidade de outras

instituições. Para a implementação dessa proposta, foi criado em 1988 o programa

ERASMUS, que mobilizou até hoje mais de um milhão de estudantes europeus. Por

meio desse programa, a UE concede apoio econômico aos estudantes que desejam

estudar um semestre letivo em outro país da UE. Esse apoio não cobre todos os

gastos, porém o que torna o programa atrativo é o fato de as instituições que

recebem os estudantes terem a obrigação de tratá-los como seus próprios estudantes

e facilitar-lhes a integração na instituição. Em contrapartida, a instituição de origem

tem a obrigação de reconhecer os créditos de disciplinas/cursos concluídos naquele

semestre na universidade estrangeira. O sucesso do programa e a necessidade de

ampliar essa mobilidade criaram as condições para elaboração de um novo

programa de intercâmbio, não restrito aos cidadãos da UE. Trata-se do programa

ERASMUS Mundus (2004), cujo objetivo é realizar intercâmbio de estudantes de

todo o mundo, mediante apoio financeiro para fazer cursos de segundo ciclo nas

universidades europeias ou em universidades associadas de outros países.

3.4.2 Alguns instrumentos do Processo de Bolonha

Alguns dos mais importantes instrumentos no Processo de Bolonha e que

despertaram grande interesse dentro e fora da Europa são: O suplemento do diploma, os

créditos europeus (ECTS) e a estrutura dos graus em ciclos.

O suplemento ao diploma é um documento obrigatório, gratuito e bilíngue.

Complementa os dois documentos que habitualmente certificam uma formação: o

diploma e o certificado de habilitações.

A sua função principal é a de explicar a formação que foi adquirida em termo de:

Nível de qualificação (grau acadêmico e/ou profissional);

Conteúdo (módulos, unidades curriculares, estágios, etc.) e resultados obtidos

(classificações, créditos, sistema de classificações, etc.);

Função da qualificação (acesso a outros estudos, acesso a profissão, etc.)

Outro instrumento generalizado no Processo de Bolonha é o dos créditos europeus,

que se chama European Credit Trandfer System, reconhecido pela sigla ECTS.

O ECTS é um sistema de medida do trabalho necessário para que um estudante

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complete com êxito uma determinada unidade curricular.

A definição dos créditos do curso não é baseada nas horas de docência do

professor, como é tradicional, mas nas horas de trabalho-padrão de que um estudante

necessita para adquirir as competências que lhe foram definidas previamente em cada

disciplina.

Entende-se aqui “a globalização do trabalho de formação do aluno, incluindo as

horas de contato, de projeto, de trabalho de campo, o estudo individual e as atividades

relacionadas com avaliação, abrindo-se também a atividades complementares com

comprovado valor formativo artístico, sociocultural ou desportivo.” (DL nº 42/2005 de 22

de Fevereiro)

O sistema estabelece que um crédito é equivalente a 25-30 horas de trabalho do

estudante (permite-se uma certa flexibilidade na definição exata dos créditos), e que um

ano acadêmico deve representar um total de 60 créditos. Assim, se o curso estiver

adequadamente concebido, um estudante “normal” não deverá se atrasar para concluí-lo.

Os créditos podem ainda ser acumuláveis e transferíveis para outras formações,

outras escolas, outros países além de ser utilizados para o reconhecimento acadêmico de

determinado tipo de competências (de natureza profissional, por exemplo).

Talvez o mais conhecido instrumento elaborado no Processo de Bolonha para

facilitar a comparabilidade dos graus nas estruturas educativas europeias seja o da estrutura

de três ciclos. Tradicionalmente, a maioria dos cursos europeus é de longa duração (em

torno de cinco anos), e, na prática, é maior o tempo que os estudantes levam para concluir

satisfatoriamente o curso. A proposta do novo sistema é estabelecer três ciclos: o primeiro

(grau de licença) com carga de 180 a 240 créditos (entre três e quatro anos de duração), o

segundo ciclo (grau de mestre) entre 60 e 120 créditos (um ou dois anos de duração) e o

terceiro (grau de doutor) sem duração definida.

Cada instituição, cada país ou cada curso poderá definir essa estrutura de forma

distinta, porém dentro dos limites propostos. Uma condição requerida é que o diploma do

primeiro ciclo deva ter relevância para o mercado de trabalho, ou seja, não deva ser a

simples divisão de um curso de longa duração em dois períodos mais curtos, e sim realizar

uma verdadeira transformação curricular que permita a entrada no mercado de trabalho

daqueles que concluíram o primeiro ciclo. Alguns cursos como medicina, arquitetura ou

veterinária são excluídos dessa estrutura, já que serão sempre organizados como cursos de

longa duração.

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3.4.3 O processo de transição

O processo de transição da organização tradicional das formações para a

organização das mesmas de acordo com a Declaração de Bolonha não é, no essencial,

diferente da transição que se faz quando se alteram os planos curriculares de um curso.

Existe um plano de estudo de um curso, com um conjunto de unidades curriculares,

as quais vão ter, ou não, equivalência a outro conjunto de unidades curriculares num plano

de estudo novo.

A diferença mais importante é que nas anteriores transições curriculares, quando

uma unidade curricular não tinha equivalência, podia considerar-se mais ou menos perdida

– ficava o conhecimento adquirido, mas não certificado. Agora, mesmo que uma

determinada unidade curricular deixe de constar de um plano de estudo, ela é sempre

certificada através do Suplemento ao Diploma, e os créditos que lhe forem atribuídos

constituem um valor por si mesmo.

O IPL (Instituto Politécnico de Leiria), citando como exemplo, foi umas das

instituições de ensino superior que se adequou ao Processo de Bolonha, aprovando o

regulamento:

Regulamento nº. 87/2006. – Tendo sido aprovado, por unanimidade, por

deliberação do conselho geral do Instituto Politécnico de Leiria de 18 de Maio de 2006, em

anexo se publica o regulamento do regime de transição dos cursos de bacharelato e

licenciatura ministrados no Instituto Politécnico de Leiria para a nova organização

decorrente da adequação ao Processo de Bolonha.

Fundamentalmente o Regulamento aprovado, o IPL tratou de forma diferenciada os

estudantes, consoante o ano do curso em que se encontrem, de modo a garantir que

nenhum aluno conclua o seu curso sem que tenha tido oportunidade de adquirir todas as

competências indispensáveis para o exercício das profissões para que o curso habilite.

Assim, os estudantes que não tinham concluído os seus bacharelatos e que se

encontravam matriculados no 1º e 2º anos dos cursos na anterior organização curricular

transitaram diretamente para a nova organização. Os estudantes matriculados no 3º ano

transitaram para o novo plano de estudo, podendo as unidades curriculares que lhe foram

exigidas para concluir o seu curso, além das previstas, exceder os 15 créditos.

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58

3.5 CONSIDERAÇÕES

Após a apresentação do sistema de avaliação brasileiro, americano e europeu, é

possível observar que somente no brasileiro, e de forma extremamente sutil, o egresso é

levado em consideração quando se fala em avaliação da qualidade do ensino.

Na realidade americana e europeia, o egresso em momento algum é questionado

quanto ao serviço prestado a ele na instituição. No sistema de avaliação brasileiro, o

momento em que o aluno é questionado quanto à qualidade e satisfação com relação ao

serviço, é no momento de preencher o questionário aplicado após o aluno responder a

prova do Enade, momento este que torna o resultado do questionário questionável, pois os

alunos muitas vezes vão fazer a prova do Enade contra sua vontade, tornando o resultado

do questionário duvidoso.

Diante do exposto, é notório que nos sistemas de avaliação estudados anteriormente

não se leva em conta a opinião do egresso para avaliar a qualidade do curso, deixando um

vítreo entre o serviço prestado e a satisfação do cliente.

Esta situação torna a pesquisa em questão importante, visando à interligação dos

resultados apresentados pelo Sinaes, para o curso de Engenharia de Produção da UFRN, e

a percepção dos egressos deste curso, fazendo assim um comparativo de resultados,

objetivando interpretá-los de forma a contribuir para com a melhoria contínua do curso.

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4. SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR –

SINAES

Para Embiruçu (2010) a avaliação é entendida como um “processo global de

controle” e contribui para a aplicação planejada de ações preditivas, antecipativas e

corretivas, inclusive por realimentação.

Segundo Stadtlober (2010) o Ministério da Educação (MEC) avalia as

universidades, através do Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

no Brasil, lançado em 2004, em que há integração desde as provas realizadas com

acadêmicos, até a avaliação institucional e do curso, por parte dos alunos, professores e

colaboradores.

Conforme Lei 1086/04 de 14 de Abril de 2004, artigo 2º estabelece ao Sinaes,

promover a avaliação de instituições, de cursos e de desempenho dos estudantes, deverá

ser assegurado o caráter público de todos os processos avaliativos, o respeito à identidade e

à diversidade, e a garantia de participação de todos os segmentos envolvidos: corpo

docente, discente e técnico-administrativo e também representantes da sociedade civil.

De acordo com Sinaes (2009), a criação de um sistema, combinando regulação e

avaliação educativa, em suas dimensões interna e externa, deve ser de responsabilidade

compartilhada do Estado e das instituições, mas interessa também, sobretudo, à população,

que tem os direitos de contar com um sistema educativo que cumpra com os principais

anseios e necessidades mais gerais da sociedade, e de saber como as instituições estão

realizando seus mandatos sociais relativos ao avanço do conhecimento e à formação de

cidadãos que também sejam bons profissionais.

Princípios e critérios do Sinaes são: educação é um direito social e dever do estado,

Valores sociais historicamente determinados, Regulação e controle, Prática social com

objetivos educativos, Respeito à identidade e à diversidade institucional em um sistema

diversificado, globalidade, legitimidade, continuidade. O Sinaes fundamenta-se em

princípios e objetivos francamente vinculados aos interesses sociais da Educação Superior.

É importante evidenciar que o Sinaes busca reconhecer a diversidade do sistema de

educação superior do país, respeitar a identidade, a missão e a história das IES, entender

que essas devem ser avaliadas globalmente e ainda buscar a continuidade do processo

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avaliativo.

O Sinaes compreende os seguintes componentes:

Tabela 4: Componentes do Sinaes.

Avaliação Institucional

Autoavaliação (pelas CPAs e avaliação externa

in loco, desenvolvida pelos avaliadores

institucionais capacitados pelo INEP nos moldes

do Sinaes).

Avaliação de Curso

Pelos pares na avaliação in loco, pelos

estudantes, através do Ades (questionário de

Avaliação Discente da Educação Superior que é

enviado aos estudantes da amostra do Enade),

pelos coordenadores de curso, mediante

questionário dos coordenadores e avaliações

realizadas pelos professores dos cursos e a CPA.

Avaliação do Desempenho dos

estudantes ingressantes e concluintes

Através de um exame em larga escala aplicado

aos estudantes que preenchem os critérios

estabelecidos pela legislação vigente. O Exame

Nacional de Desempenho dos Estudantes

(Enade) é composto pela prova, o questionário

de Avaliação Discente da Educação Superior

(Ades) (antigo questionário socioeconômico), o

questionário dos coordenadores de curso e a

percepção do aluno sobre a prova.

Fonte: Adaptado de Brito (2008)

Conforme o Sinaes (2009) esse sistema deve articular duas dimensões importantes:

a) avaliação educativa propriamente dita, de natureza formativa, mais voltada à atribuição

de juízos de valor e mérito em vista de aumentar a qualidade e as capacidades de

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emancipação e b) regulação, em suas funções de supervisão, fiscalização, decisões

concretas de autorização, credenciamento, recredenciamento, descredenciamento,

transformação institucional, etc., funções próprias do Estado. Essa concepção procura

articular a avaliação interna à avaliação externa, a comunidade acadêmica com membros

da sociedade, as instâncias institucionais com as nacionais e internacionais. Igualmente

importante é ressaltar que um sistema de avaliação como o aqui proposto opera com as

ideias da solidariedade e da cooperação intra e interinstitucional, e não com a ideologia da

competitividade, da concorrência e do sucesso individual.

Desde a implantação do Sinaes, até os dias de hoje, algumas modificações foram

feitas, de acordo com a necessidade de ajustes de objetivos, perante a avaliação. Visando

exemplificar as mudanças ocorridas no tocante aos indicadores de qualidade, a figura a

seguir irá abordar estes aspectos.

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Figura 6: Evolução dos indicadores de qualidade.

Fonte: Maurício Garcia, 2011.

Sequenciando a explicação do formato do Sinaes, nas subseções seguintes serão

apresentadas as formas de avaliação que compõem o Sinaes, bem como os indicadores que

são utilizados para avaliar as IES.

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De acordo com Dias Sobrinho (2010) o foco central da avaliação da Educação

Superior deveria jogar luz sobre o trabalho de formação de sujeitos e a produção e a

socialização de conhecimentos de cada IES, tendo em vista o avanço da ciência, o

aprofundamento da democracia e o desenvolvimento sustentável da sociedade.

Ainda segundo o autor, na concepção original do Sinaes, a educação transcende o

desempenho estudantil em provas estáticas, como era o caso do Provão, buscando

significados amplos da formação humana integral e pondo em questão a responsabilidade

social das IES.

4.1 AVALIAÇÃO DA INSTITUIÇÃO (AUTO-AVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO

EXTERNA)

Segundo o Inep (2011), a Avaliação Institucional é um dos componentes do

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e está relacionada com a

melhoria da qualidade da educação superior; a orientação da expansão de sua oferta; ao

aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social, o

aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de

educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos

valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e

da identidade institucional.

Conforme o Sinaes (2009), a avaliação aqui priorizada é a institucional, sob três

aspectos: a) o objeto de análise é o conjunto de dimensões, estruturas, relações, atividades,

funções e finalidades de uma IES; dentre outros aspectos, ensino, pesquisa e extensão,

administração, responsabilidade e compromissos sociais, formação, etc.; b) os sujeitos da

avaliação são os conjuntos de professores, estudantes, funcionários e membros da

comunidade externa especialmente convidada ou designada; e c) os processos avaliativos

seguem os procedimentos institucionais e se utilizam da infraestrutura da própria

instituição.

Segundo Inep, a Avaliação Institucional divide-se em duas modalidades:

autoavaliação - coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada instituição

e orientada pelas diretrizes e pelo roteiro da autoavaliação institucional da Conaes e a

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avaliação externa – realizada por comissões designadas pelo Inep. A avaliação externa tem

como referência os padrões de qualidade para a educação superior expressos nos

instrumentos de avaliação e os relatórios das autoavaliações. O processo de avaliação

externa, independente de sua abordagem, se orienta por uma visão multidimensional que

busque integrar suas naturezas formativas e de regulação numa perspectiva de globalidade.

Conforme o Sinaes (2009) entre os objetivos da avaliação contam-se o de conhecer

as fortalezas e os problemas da instituição, tratar da adequação de seu trabalho com

respeito às demandas sociais, as clássicas e as novas, identificar os graus de envolvimento

e os compromissos de seus professores, estudantes e servidores tendo em vista as

prioridades institucionais básicas. Não basta levantar as deficiências. É também muito

importante identificar as qualidades e aspectos fortes da IES. Quanto aos problemas e

carências, além da verificação e da constatação, é importante identificar as suas

causalidades, explicitar as possibilidades reais para a superação e estabelecer as ações

adequadas e os meios para a transformação desejada.

Segundo o Inep, a avaliação institucional em seu conjunto, os processos avaliativos

devem constituir um sistema que permita a integração das diversas dimensões da realidade

avaliada, assegurando as coerências conceitual, epistemológica e prática, bem como o

alcance dos objetivos dos diversos instrumentos e modalidades.

4.2. EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES - ENADE

O Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)

no que tange a Avaliação de Desempenhos dos Estudantes. É uma forma de avaliar o curso

indiretamente pelo desempenho dos alunos na prova. O exame é aplicado pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e tem como objetivo

aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas

Diretrizes Curriculares dos cursos de graduação, suas habilidades e competências. Isso

possibilita aos cursos o acompanhamento dos resultados de suas ações pedagógicas, além

de avaliar comparativamente a formação oferecida pelas Instituições de Ensino Superior

(IES) aos estudantes das respectivas áreas avaliadas. O exame para os alunos convocados

constitui-se como componente curricular obrigatório. Isso significa que o aluno que não

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estiver em situação regular em relação ao Enade não estará apto a receber seu diploma.

O exame é resultado de uma combinação de variáveis, entre elas o perfil

socioeconômico e as habilidades inerentes aos alunos que ingressam em determinado

curso, assim como a contribuição do próprio curso para a formação específica. Essa

informação dada pelo desempenho dos alunos no Enade pode ser complementada pelo

IDD, que é uma estimativa de “valor adicionado”, ou seja, de quanto o curso contribuiu

para o desenvolvimento das habilidades acadêmicas, das competências profissionais e do

conhecimento específico do aluno, levando-se em consideração o perfil do estudante que

ingressa no curso.

O Enade é formatado da seguinte maneira: Prova contendo dez questões de

formação geral, sendo oito questões de múltipla escolha, duas questões discursivas e trinta

questões do Componente Específico da Área Avaliada, dividida em vinte e sete questões

de múltipla escolha e três questões discursivas. O Enade avalia também, através de um

questionário de percepção sobre a prova, denominado questionário Socioeconômico

(Estudante), onde o mesmo busca levantar, junto aos estudantes, informações

socioeconômicas e acadêmicas. Este questionário é preenchido pelos estudantes em meio

eletrônico.

Para Dias Sobrinho (2010) o Enade não tem pretensão de avaliar a aprendizagem, e

sim de ser um instrumento que contribua para o processo de aprendizagem. Além das

competências profissionais, adquirem relevância a formação geral e a abordagem dos

temas transversais.

O Enade aplicado, a cada três anos, a uma amostra de alunos ingressantes e

concluintes de cada curso, sinaliza claramente que o seu objetivo é observar,

prioritariamente, o processo dinâmico da formação. Esse exame resulta em conceito, numa

escala de 5 (cinco) níveis, atribuído ao conjunto dos alunos examinados do respectivo

curso (Lei nº 10.861, Art. 5º).

Os resultados do Enade e as respostas ao questionário socioeconômico, instrumento

de coleta de informações que acompanha o exame, são elementos importantes para que a

comunidade acadêmica avalie o projeto pedagógico do curso e as práticas institucionais e

docentes, mas a incidência desses resultados na definição dos conceitos dos cursos deve ser

necessariamente modesta, pois a qualidade destes se expressa apenas em parte no resultado

de um exame aplicado a cada três anos.

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Participam do Enade alunos ingressantes e concluintes dos cursos avaliados, que

fazem uma prova de formação geral e formação específica. As avaliações feitas pelas

comissões de avaliadores designadas pelo Inep caracterizam-se pela visita in loco aos

cursos e instituições públicas e privadas e se destinam a verificar as condições de ensino,

em especial aquelas relativas ao perfil do corpo docente, as instalações físicas e a

organização didático-pedagógica.

4.3 AVALIAÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO

Conforme Dias Sobrinho (2010) a avaliação dos cursos de graduação considera

principalmente a organização didático-pedagógica, corpo docente e infraestrutura física, a

articulação entre o Projeto de Desenvolvimento Institucional e o Projeto Pedagógico do

Curso, inserção social e correspondência com as Diretrizes Curriculares Nacionais.

De acordo com Giolo (2008), as avaliações dos cursos de graduação e das

instituições de educação superior, de acordo com a Lei º 10.861, devem ser realizadas por

comissões de especialistas formadas, designadas e coordenadas pelo Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As comissões de especialistas

farão, necessariamente, visitas in loco. Essa exigência das visitas in loco, posta pela Lei,

não tem apenas a finalidade de garantir a fidelidade das informações prestadas pela

instituição, mas, principalmente, a de estabelecer um diálogo construtivo entre o Ministério

da Educação e a respectiva comunidade acadêmica.

Conforme site do Inep, no âmbito do Sinaes e da regulação dos cursos de graduação

no País, prevê-se que os cursos sejam avaliados periodicamente. Assim, os cursos de

educação superior passam por três tipos de avaliação: para autorização, para

reconhecimento e para renovação de reconhecimento.

Tabela 5: Tipos de Avaliação de Cursos.

Autorização

Essa avaliação é feita quando uma

instituição pede autorização ao MEC para

abrir um curso. Ela é feita por dois

avaliadores, sorteados entre os cadastrados

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no Banco Nacional de Avaliadores

(BASis). Os avaliadores seguem

parâmetros de um documento próprio que

orienta as visitas, os instrumentos para

avaliação in loco. São avaliadas as três

dimensões do curso quanto à adequação ao

projeto proposto: a organização didático-

pedagógica; o corpo docente e técnico-

administrativo e as instalações físicas.

Reconhecimento

Quando a primeira turma do curso novo

entra na segunda metade do curso, a

instituição deve solicitar seu

reconhecimento. É feita, então, uma

segunda avaliação para verificar se foi

cumprido o projeto apresentado para

autorização. Essa avaliação também é feita

segundo instrumento próprio, por

comissão de dois avaliadores do BASis,

por dois dias. São avaliados a organização

didático-pedagógica, o corpo docente,

discente, técnico-administrativo e as

instalações físicas.

Renovação

Essa avaliação é feita de acordo com o

Ciclo do Sinaes, ou seja, a cada três anos.

É calculado o Conceito Preliminar do

Curso (CPC) e aqueles cursos que tiverem

conceito preliminar 1 ou 2 serão avaliados

in loco por dois avaliadores ao longo de

dois dias. Os cursos com conceito 3 e 4

receberão visitas apenas se solicitarem.

Fonte: Elaboração da autora.

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4.4 CONCEITO PRELIMINAR DO CURSO – CPC

Esse indicador combina o desempenho obtido pelos estudantes no Enade com os

resultados do Indicador de Diferença de Desempenho (IDD) e com as informações de

infraestrutura e instalações físicas, recursos didático-pedagógicos e corpo docente

oferecidas pelo curso de uma determinada Instituição de Ensino Superior.

Além do Enade e do IDD, entende-se que é também necessário que o indicador

considere as condições de ensino dos cursos em termos de seus recursos didático-

pedagógicos, de suas condições de infraestrutura e instalações físicas, além de informações

sobre o seu corpo docente. O ‘Conceito Preliminar de Curso’ sintetiza, então, todos esses

aspectos – insumos, condições de ensino, os resultados dos cursos no Enade e o IDD -

numa medida única que indica a situação dos cursos das distintas IES.

Em agosto de 2008 foi divulgado o Conceito Preliminar de Curso (CPC), que é o

terceiro derivado dos resultados do Enade, com duas novidades em relação aos seus

antecessores. A primeira é que as informações oriundas do Enade e do questionário

socioeconômico deixaram de ser a única fonte de informação, visto que também passaram

a ser considerados os dados de titulação e o regime de trabalho dos professores nas IES. A

segunda novidade é que o CPC passou a incorporar informações previstas no artigo 20 da

portaria nº 2.051 de 2004, que regulamenta os procedimentos de avaliação do Sinaes.

Para agregar ao processo de avaliação da educação superior critérios objetivos de

qualidade e excelência dos cursos, o Inep criou o CPC que vai de 1 ao 5 e, como o próprio

nome diz, é um indicador prévio da situação dos cursos de graduação no país. Para que os

valores se consolidem, e representem efetivamente o que se espera de um curso em termos

de qualidade e excelência, comissões de avaliadores farão visitas in loco para colaborar ou

alterar o conceito obtido preliminarmente. O CPC é composto de:

Desempenho dos Concluintes no Enade;

Desempenho dos ingressantes no Enade;

Diferença entre os Desempenhos Esperados e Observados;

Qualidade de corpo docente;

Infraestrutura escolar e organização didático-pedagógica.

Conforme Brasil (2008):

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Regulamenta a aplicação do Conceito Preliminar de Cursos Superiores, para fins

dos processos de renovação de relacionamento respectivos, no âmbito do ciclo avaliativo

do Sinaes instaurado pelo Portaria Normativa nº 1, de 2007.

O Conceito Preliminar de Curso será divulgado anualmente, junto com os

resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade. Inicialmente, a

ideia é que cada curso de graduação receberia uma visita de especialistas de três em três

anos com vistas à renovação de reconhecimento. Com o tempo percebeu-se ser esta uma

tarefa de fato impraticável, tendo em vista a grande quantidade de cursos. É neste contexto

que aparece o CPC para orientar e tornar mais eficientes estas visitas.

Operacionalmente, cursos que obtiverem CPC 1 e 2 serão automaticamente

incluídos no cronograma de visitas dos avaliadores do Inep. Os demais casos, ou seja,

cursos com conceito igual ou maior que 3, podem optar por não receber a visita dos

avaliadores e, assim, transformar o CPC em conceito permanente. O CPC é calculado de

três em três anos tendo por base o Ciclo Avaliativo do Ensino Superior.

Consolidado o processo de avaliação conduzido pelo Inep, cursos com conceito 3

serão aqueles que atendem plenamente aos critérios de qualidade para funcionarem. Da

mesma forma, cursos com conceito 5 serão cursos de excelência, devendo ser vistos como

referência pelos demais. O conceito permanente servirá como referência para subsidiar o

processo de regulação dos cursos de graduação no país.

O conceito Enade reflete a média obtida pelos estudantes concluintes dos cursos

avaliados. O CPC tem como base o desempenho dos estudantes no Enade e o próprio IDD,

que aponta o quanto o curso agrega de conhecimento ao aluno, além de variáveis de

insumo como corpo docente, infraestrutura e organização didático-pedagógica do curso.

Figura 7: Ponderações adotadas nos componentes do Conceito Preliminar de Curso nas

edições do Enade 2007 e 2008.

Fonte: Notas técnicas sobre o CPC (INEP, 2011).

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À primeira vista chama atenção o aumento na ponderação destinada ao percentual

de professores com titulação de mestre (de 0 para 5%) ou doutor ( de 12 para 20%). Essa

modificação aumentou de 12% para 25% o peso atribuído à titulação do corpo docente. A

ponderação do conceito Enade cômputo do CPC também sofreu uma modificação

significativa, com uma redução de 10%, além de mudanças na forma de cálculo. Os outros

componentes do CPC sofreram modificações menos impactantes e o IDD permaneceu

inalterado.

Além das modificações nas ponderações apresentadas na Tabela 1, O Inep inovou

na divulgação do CPC ao apresentar as notas de cada componente de maneira separada.

Esse fato possibilitou uma análise mais detalhada e aprofundada dos resultados, suscitando

a discussão que deu origem ao presente artigo cujo objetivo é analisar o efeito das

ponderações utilizadas no CPC e, principalmente, examinar o impacto que eventuais

mudanças na ponderação teriam sobre o CPC dos cursos oferecidos por universidades

brasileiras.

A distribuição dos CPC’s varia de acordo com a área dos respectivos cursos de

graduação, mas, de uma forma geral, há predominância do conceito 3 em quase todas as

áreas, com exceção de Ciências Sociais e Engenharia, e uma assimetria na direção dos

conceitos 4 e 5.

Comparando as universidades privadas e públicas federais, a Tabela 6, a seguir,

mostra que há diferenças entre os dois tipos de instituições de ensino. Dentre os 758 cursos

oferecidos por universidades federais, pouco mais da metade deles (51,2%) receberam

conceitos 4 ou 5 e menos de 10% obtiveram conceitos baixos (1 ou 2). Por outro lado, nos

1.193 cursos oferecidos por universidades privadas a realidade é bem diferente: pouco

menos de 20% receberam conceitos 4 ou 5 e 22,8% ficaram com CPC's baixos (1 ou 2).

Tabela 6: Distribuição do CPC´s de acordo com a organização acadêmica.

Organização Acadêmica CPC faixa

1 % 2 % 3 % 4 % 5 % SC Total geral

PRIVADA 38 81 1509 92 2237 87 412 62 22 33 1570 5788

PÚBLICA 9 19 140 8 333 13 249 38 44 67 241 1016

Fonte: Planilha Enade/CPC decomposto, divulgada em Dezembro de 2009 (INEP, 2009b).

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Cálculo

O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é calculado para cada curso avaliado dentro

das áreas contempladas na avaliação anual do Enade. Ou seja, a unidade de observação de

interesse é o curso definido por uma instituição de ensino superior, por um município e por

uma área de avaliação.

Componentes

Em 2008 houve duas mudanças metodológicas no cálculo dos conceitos. O

Conceito Enade passa a considerar apenas o desempenho dos alunos concluintes, enquanto

o CPC – indicador que continua a usar a nota dos ingressantes – alterou os pesos dos

componentes considerados em seu cálculo. Neste ano, o IDD contribui com 30% na

composição do CPC, a média dos ingressantes contribui com 15%, assim como a dos

concluintes, a proporção de professores com doutorado compõe 20% do conceito, e as

demais variáveis entram com 5% cada: proporção de professores com mestrado,

professores com regime de trabalho parcial ou integral, avaliação positiva dos alunos

quanto a infraestrutura do curso e avaliação positiva dos alunos quanto à organização

didático-pedagógica.

Todas as medidas originais referentes a esses componentes são padronizados e

transformadas em notas entre 0 e 5. O procedimento é o seguinte: toma-se a medida

original para cada curso (por exemplo, a proporção de professores doutores desse curso), e

subtrai-se dela a média dessa medida obtida para a área a qual este curso pertence, e

divide-se o resultado da subtração pelo desvio padrão dessa medida obtido para a área a

qual este curso pertence, como se segue:

= (1)

Em que APx é o afastamento padronizado referente a uma das medidas de interesse

‘X’ de um curso; X é o valor observado da medida para o curso; é a média desta medida

na área; e DPx é o desvio padrão da medida na área.

Após a padronização, para que todas as instituições tenham notas variando de 0 a 5,

é feito o seguinte ajuste: soma-se ao afastamento padronizado de cada curso o valor

absoluto do menor afastamento padronizado entre todos os cursos da área; em seguida,

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divide-se este resultado pela soma do maior afastamento padronizado com o módulo do

menor. Para os cursos que obtiveram valores de afastamento inferiores a -3,0 e superiores a

3,0 (conhecidos como outliers), substituímos tais valores por -3,0 e 3,0, respectivamente,

para o cálculo do ponto inferior ou superior da fórmula.

Então, multiplica-se o resultado desse quociente por 5. O cálculo acima descrito

pode ser expresso pela fórmula a seguir, que é chamada de Nota Padronizada da medida de

interesse ‘X’ do curso.

NX = 5x (2)

Esse cálculo fará com que a Nota Padronizada do curso i, referente à determinada

medida, como a organização didático-pedagógica do curso, varie de 0 a 5. Os cursos com

Afastamento Padronizado menor que -3,0 recebem Nota Padronizada igual a 0 (zero) e

aqueles com Afastamento Padronizado maior que 3,0 recebem Nota Padronizada igual a 5

(cinco).

Professores

A média original para a criação da Nota de Professores Doutores (NPD) de um

curso corresponde a proporção de professores vinculados ao curso cuja titulação é maior

ou igual ao doutorado (PD). Para calcular essa proporção PD, divide-se o número de

professores vinculados ao curso cuja titulação seja maior ou igual ao doutorado, pelo

número total de professores vinculados a esse curso.

Essa medida original PD é padronizada e transformada, conforme procedimento

descrito anteriormente, para dar origem a Nota Padronizada referente aos Professores

Doutores (NPD), um valor entre 0 e 5.

A informação referente à titulação dos professores de cada curso de cada IES é

extraída do Cadastro Docente, onde as instituições cadastram cada um de seus professores,

vinculando-os a cada curso em que eles lecionam. O curso que não tiver nenhum professor

cadastrado terá a Nota de Professores Doutores (NPD) computada como 0 (zero) para o

cálculo do CPC.

O mesmo procedimento é realizado com os professores Mestres e professores com

regime de dedicação integral ou parcial.

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73

Infraestrutura

A medida original para a criação da Nota de infraestrutura (NF) de um curso

corresponde à proporção de alunos do curso que avaliaram positivamente um aspecto da

infraestrutura do curso no questionário do Enade.

A pergunta do questionário do Enade sobre infraestrutura utilizada é a seguinte:

“Aulas práticas: os equipamentos disponíveis são suficientes para todos os alunos?”. As

alternativas de resposta são: (A) = Sim, em todas elas. / (B) = Sim, na maior parte delas. /

(C) = Sim, mas apenas na metade delas. / (D) = Sim, mas em menos da metade delas. / (E)

= Não, em nenhuma. A partir desta pergunta, considerou-se como tendo avaliado

positivamente a infraestrutura os alunos que responderam (A) ou (B).

Para calcular a proporção de alunos, divide-se o número de alunos do curso que

avaliaram positivamente o aspecto de infraestrutura extraído do questionário do Enade,

pelo número total de alunos do curso que responderam ao questionário.

Essa medida original é padronizada e transformada, conforme procedimento

descrito anteriormente, para dar origem à Nota Padronizada referente à infraestrutura (NF),

um valor entre 0 e 5. Caso nenhum aluno tenha respondido ao questionário

socioeconômico, o curso terá a nota referente à infraestrutura (NF) computada como 0

(zero) para o cálculo do CPC.

Organização didático-pedagógica

A criação da Nota de Organização Didático-Pedagógica segue o mesmo

procedimento adotado na criação da Nota de infraestrutura.

A pergunta do questionário do Enade sobre a organização didático-pedagógica

utilizada é a seguinte: “Os planos de ensino contêm todos os seguintes aspectos: objetivos;

procedimentos de ensino e avaliação; conteúdos e bibliografia da disciplina?”. As

alternativas de respostas são: (A) = Sim, em todas elas. / (B) = Sim, na maior parte delas. /

(C) = Sim, mas apenas na metade delas. / (D) = Sim, mas em menos da metade delas. / (E)

= Não, em nenhuma.

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74

Nota dos concluintes e ingressantes no Enade

A Nota dos Concluintes no Enade corresponde à nota final que dá origem ao

Conceito Enade. Portanto, para cada curso, é composta por: 75% da nota dos alunos

concluintes no componente específico do Enade e 25% da nota dos mesmos alunos no

componente de formação geral do Enade. É importante dizer que as notas que entram na

contagem são as notas padronizadas e já transformadas na escala de 0 a 5.

A Nota dos Ingressantes do Enade é calculada conforme a mesma metodologia que

a Nota dos Concluintes no Enade, com a única diferença que os valores utilizados

correspondem às notas no exame dos alunos ingressantes, e não dos concluintes. Para cada

curso, a Nota dos Ingressantes é composta por 75% da nota dos alunos ingressantes no

componente específico do Enade e por 25% da nota dos mesmos alunos no componente de

formação geral do Enade.

IDD

Sabe-se que a diferença entre os desempenhos no Enade de alunos egressos de dois

cursos de graduação de duas instituições distintas não depende somente das diferenças de

qualidade entre esses cursos. As diferenças em relação ao perfil dos alunos de ambos os

cursos ao ingressar no ensino superior também influenciam as diferenças nos resultados.

O Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) tem

o propósito de trazer às instituições informações comparativas dos desempenhos de seus

estudantes concluintes em relação aos resultados médios obtidos pelos concluintes das

demais instituições que possuem estudantes ingressantes de perfil semelhante ao seu. Para

tanto, o IDD, como o próprio nome já diz, é resultante da diferença entre o desempenho

médio obtido no Enade pelos alunos concluintes de um curso e o desempenho médio que

era esperado para esses mesmos alunos, dadas as informações existentes sobre o perfil dos

ingressantes desse curso.

Os fatores que determinam o desempenho médio dos estudantes concluintes de um

determinado curso podem ser separados, por hipótese, em três parcelas: a primeira

determinada pelas características de ingresso destes alunos concluintes em termos de

aprendizagem; outra determinada pela qualidade da formação oferecida pelo curso; e, por

fim, um termo de erro que capta os outros elementos que afetam o desempenho do aluno.

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75

(3)

As letras minúsculas indicam que as variáveis estão expressas em termos de desvios

da média, ou seja, é a ‘variável original observada para cada curso’ menos ‘a média da

respectiva variável observada para a área a qual o curso pertence’. Assim, c é o

desempenho dos alunos concluintes do curso medido em desvios da nota média de

concluintes da área; c1 é o desempenho dos alunos concluintes do curso no momento de

ingresso medido em desvios da medida da área; q é a qualidade do curso medida em

desvios da média da área.

Não é possível observar exatamente o desempenho dos concluintes no momento do

ingresso (c1). Isto porque não dá para garantir que todos aqueles que tenham participado da

prova como ingressantes, participem como concluintes três anos depois, já que há cursos

com mais ou menos de quatro anos de duração, os alunos podem se atrasar, trancar o curso

e voltar, entre outras razões. Porém, podemos ter uma estimativa desta variável – o

desempenho dos concluintes no ingresso (c1), visto que o Enade aplica provas para alunos

ingressantes e concluintes do mesmo curso. A ideia é, para cada curso, utilizar o

desempenho dos alunos ingressantes como Proxy para o desempenho dos alunos

concluintes no momento de ingresso.

Assim, temos que,

Onde é o desempenho previsto dos estudantes concluintes no seu momento de

ingresso.

A especificação que subsidia o cálculo o IDD está representada a seguir:

λ ƞ. (4)

Como colocado anteriormente, as letras minúsculas indicam que todas as variáveis

estão expressas em termos de desvios da média, isto é, subtraímos da variável original

observada para cada curso a média da respectiva variável observada para a área a qual o

curso pertence. Na equação acima:

c: média ponderada das notas de conteúdo específico (0,75) e de formação geral (0,25) no

Enade dos concluintes do curso;

i: média ponderada das notas de conteúdo especifico (0,75) e de formação geral (0,25) no

Enade dos ingressantes do curso;

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76

w: proporção de estudantes ingressantes do curso cujo pai e/ou a mãe tem nível superior de

escolaridade (as informações sobre a escolaridade dos pais dos estudantes ingressantes

foram extraídas do questionário socioeconômico respondido pelos alunos no Enade.

Considerou-se a maior escolaridade entre a do pai e da mãe do ingressante. No caso em

que apenas uma das informações estava disponível, utilizou-se esta informação. Para

agregar a informação para o curso, computou-se a proporção de estudantes do curso cujos

pais tinham pelo menos ensino superior);

z: razão entre o número de concluintes e o número de ingressantes no curso;

pd: proporção de docentes no curso com título mínimo de doutor;

pm: proporção de docentes no curso com título mínimo de mestre;

pr: proporção de docentes no curso com regime de trabalho integral ou parcial;

f: proporção de alunos do curso i que avaliaram positivamente um aspecto da organização

didático-pedagógica do curso;

β,γ,δ,φ,λ,η,ρ,υ: parâmetros a serem estimados.

Para a estimativa de - desempenho dos concluintes de um curso no momento de

ingresso – são utilizadas as seguintes variáveis: a nota dos ingressantes do curso, o nível de

escolaridade dos pais dos estudantes ingressantes e razão entre o número de ingressantes e

o de concluintes. Esta última variável é incluída como forma de contornar possível viés de

estimação devido à evasão dos estudantes ao longo do curso. Isto porque, para cursos com

elevada taxa de evasão, considerando que a evasão seja um fenômeno não-aleatório, o

perfil médio dos ingressantes pode não representar bem o dos concluintes.

As variáveis relativas à qualidade do curso presentes na equação (4) –

especificamente, qualidade do corpo docente e características da infraestrutura e

organização pedagógica do curso – foram inseridas para diminuir o viés de estimativa dos

coeficientes associados às variáveis características dos ingressantes. Provavelmente, o

desempenho dos ingressantes é positivamente correlacionado com a qualidade dos cursos,

já que alunos com boa formação prévia têm maiores chances de ingressar em cursos de

melhor qualidade. Assim, parte da qualidade do curso seria captada por estes coeficientes

associados às características dos ingressantes, o que nos faria subestimar o idd para os

cursos que recebem os melhores alunos. Procurando diminuir este viés, foram incluídas

estas variáveis de qualidade do curso. Note que para a estimativa de apenas as

características dos ingressantes e a razão concluinte.

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A equação (4) é estimada para cada uma das áreas. De fato para cada área, a

equação (4) é estimada duas vezes. Numa primeira, estima-se a regressão, computa-se o

resíduo e, então, calcula-se o resíduo padronizado, conforme procedimento descrito

anteriormente (eq. 1). A partir do resíduo padronizado foi menor que -3 ou maior que 3.

Na segunda estimativa definitiva, de onde se obtém o idd, estes cursos outliers não

são considerados.

Vale ressaltar, ainda, que se considerou para computar a nota média do curso, tanto

no desempenho do ingressante quanto no desempenho do concluinte, apenas os estudantes

com notas maiores que zero – tanto na parte de formação geral da prova quanto na de

conhecimento específico. Além disso, excluiu-se das estimações cursos com menos de 10

participantes ou com taxa de participação inferior a 20% dos selecionadas, seja para o caso

dos ingressantes ou concluintes. Entretanto, o desempenho esperado e, portanto, o idd foi

computado para todos os cursos com mais de 10 participantes (selecionados e com nota

não nula) entre ingressantes e entre concluintes, ainda que a taxa de participação seja

inferior a 20%.

Obtido o idd, o passo seguinte, como para demais variáveis, foi padronizá-lo e

transformá-lo, conforme procedimento descrito anteriormente, para dar origem à Nota

Padronizada do IDD (NIDD), um valor entre 0 e 5.

Quando não for possível atribuir um idd para um curso, a Nota Padronizada do IDD

(NIDD) recebe o mesmo valor da Nota Padronizada de Concluintes (NC) para este curso,

para o cálculo do CPC.

Forma de cálculo

O propósito do CPC é agrupar diferentes medidas da qualidade do curso,

entendidas como medidas imperfeitas da contribuição do curso para a formação dos

alunos, em uma única medida com menor erro. Para determinar como essas diferentes

medidas seriam ponderadas na formação do CPC, foram desenvolvidos estudos pela equipe

técnica do Inep. Posteriormente, o assunto foi discutido na Comissão Nacional de

Avaliação da Educação Superior (Conaes), que acabou por referendar a seguinte

ponderação para compor o CPC:

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(5)

Deste cálculo obtém-se o valor do CPC para cada curso em uma escala de 0 a 5,

conforme a equação. Esses valores contínuos são truncados na segunda casa decimal e

transformados em faixas de 1 a 5, conforme a correspondência abaixo:

Tabela 7: Distribuição dos conceitos do CPC.

Valor discreto do CPC Valor contínuo do CPC

1

2

3

4

5

0,0 a 0,94

0,95 a 1,94

1,95 a 2,94

2,95 a 3,94

3,95 a 5,0

Fonte: Elaboração Própria.

Também em discussão na Conaes, definiu-se que nenhum curso pode ser

considerado de excelência – ou seja, com Conceito Preliminar de Curso igual a 5 – caso

em algum dos termos que compõem o Conceito Preliminar o curso tenha obtido nota

menor ou igual a 0,9 (correspondente a nota discreta igual a 1). Assim, qualquer curso com

nota em infraestrutura – e/ou em qualquer um dos outros termos – menor que ou igual a 0,9

atinge, no máximo, o conceito 4.

4.5 ÍNDICE GERAL DE CURSO – IGC

De acordo com INEP (2009), O IGC é uma média ponderada dos conceitos dos

cursos de graduação e pós-graduação da instituição. Para ponderar os conceitos, utiliza-se a

distribuição dos alunos da IES entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e

doutorado). O IGC será utilizado, entre outros elementos e instrumentos, como referencial

orientador das comissões de avaliação institucional.

Conforme Bittencourt (2009) o IGC é um indicador que busca expressar a

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qualidade de todos os cursos de graduação, mestrado e doutorado de uma IES, distribuídos

na totalidade de campi e municípios onde atua. Na primeira edição de uso desse indicador,

o Inep emitiu conceitos para 173 universidades, 131 centros universitários e 1.144

faculdades isoladas e integradas. (INEP, 2008)

O índice IGC depende fortemente da média do CPC e, em menor grau, da média

dos conceitos dos programas de pós-graduação de cada IES. O CPC, por sua vez, apresenta

a seguinte composição e ponderações: Enade (40%), IDD (30%), Instalações e

infraestrutura (3%), Recursos didáticos (8%), Percentual de doutores (12%), Percentual de

professores com tempo integral (7%).

O IGC de uma IES é calculado ponderando-se a média dos conceitos CPC dos

cursos de graduação (esta também ponderada pela quantidade de alunos matriculados em

cada curso) pelo “peso” da graduação na instituição. O mesmo cálculo é feito com os

cursos de pós-graduação stricto sensu, em nível de mestrado e doutorado.

De acordo com Bittencourt (2009) o monitoramento do IGC e o pleno

entendimento de sua composição permitem transcender a simplificação de um rótulo

gerado pela divulgação de um conceito ou posição em um ranking. Ainda que a

formulação do IGC seja, à primeira vista, um pouco complexa, é possível compreendê-la e

monitorá-la por meio de uma planilha eletrônica, permitindo à IES vislumbrar cenários

futuros a partir de prováveis alterações de conceito.

4.6 CONSIDERAÇÕES

Vale ressaltar que esses indicadores foram mostrados com o objetivo de se

conhecer de que maneira o ensino superior é avaliado e quais indicadores são utilizados

para mensurar a qualidade do ensino superior. Considerando que o egresso não é levado

em consideração, deixando a desejar no que diz respeito aos conceitos abordados na seção

que foi apontado o cliente como avaliador da qualidade do serviço prestado.

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5. METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo, são apresentados os elementos do processo científico, a delimitação

da pesquisa, os instrumentos que foram utilizados, a população e amostra, assim como o

método de análise dos dados que será aplicado após a coleta dos dados.

Esta parte do trabalho apresenta os seguintes quesitos: o tipo de pesquisa, a

justificativa da escolha de tal método, a abrangência do estudo, os instrumentos de coleta

de dados, a análise dos dados.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Segundo Silva (2001) pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas

para indagações propostas.

Para Mynaio (1993) o termo metodologia refere-se à maneira de abordar os

problemas e procurar respostas para os mesmos, incluindo as concepções teóricas de

abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a construção da realidade e o potencial

criativo do investigador.

Entende-se por pesquisa o ato dinâmico de questionamento, indagação e

aprofundamento consciente, na tentativa de desvelamento de determinados objetos. É a

busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou a um problema. Logo, a pesquisa é

uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos

científicos (CERVO E BERVIAN, 1983; BARROS E LEHFELD,1989).

A pesquisa que será realizada terá uma abordagem do tipo quantitativa, que tem

como características principais: ter uma hipótese, que pode estar certa ou errada; assim

buscar descobrir um fato, não testar, sempre evita a influência do pesquisador, testar

através da pesquisa de campo.

Godoy (1995a, p.62) apresenta um conjunto de características que pode identificar

uma pesquisa do tipo qualitativa. São elas:

Ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento

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fundamental;

Caráter descritivo;

Significado que as pessoas dão e as coisas e à sua vida como preocupação do

investigador;

Foco indutivo.

Para Maanen (1979a, p.520) a pesquisa quantitativa tem por objetivo traduzir e

expressar o sentido dos fenômenos do mundo social: trata-se de reduzir a distância entre o

indicador e o indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação. A pesquisa quantitativa

torna-se diferente da qualitativa, pois um erro no questionário observado após a aplicação

pode inviabilizar o resultado.

Segundo Castilho (2003) a primeira razão para se conduzir uma pesquisa

quantitativa é descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma

característica ou um grupo de características. Ela é especialmente projetada para gerar

medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística. Uma análise

quantitativa apresenta os dados em percentuais. Através da análise quantitativa é possível

buscar resultados concretos sobre a relação de egressos do curso de engenharia de

produção da UFRN que está empregado, e qual o seu índice de satisfação com relação ao

seu curso de graduação.

O presente estudo se caracteriza como quantitativo por se enquadrar nas nuances

abordadas pelos autores citados. O primeiro fator seria a questão do estudo, ter uma

hipótese, que durante a pesquisa, será considerada verdadeira ou não. Outra questão que

torna a pesquisa qualitativa é a confiabilidade que o questionário oferece ao estudo. Esses

são algumas características que tornam o estudo em questão qualitativo.

A classificação da pesquisa levando em consideração os objetivos tem caráter

exploratório, devido ao fato da pesquisa, cujos objetivos se concentram em conhecer

melhor o objeto a ser investigado, ou seja, analisar a percepção do egresso no tocante ao

curso de graduação no qual foi formado.

Quanto ao planejamento da pesquisa, optou-se pela pesquisa bibliográfica e pelo

estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica foi escolhida visando o embasamento teórico sobre o

assunto, buscando analisar da melhor maneira possível, e conhecer os trabalhos publicados

na área, no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos.

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Yin (2001) conceitua o estudo de caso como o método que examina o fenômeno de

interesse em seu ambiente natural, pela aplicação de diversas metodologias de coleta de

dados, visando obter informações de múltiplas entidades.

O estudo de caso é identificado por ser aplicada uma metodologia de coleta de

dados a um grupo específico, no caso, aplicação do questionário com os egressos, com o

objetivo de investigar uma situação, e conhecer a percepção de um grupo específico, sobre

determinado assunto.

O estudo de caso representa uma maneira de se investigar ou aplicar um assunto em

uma organização individual. Conforme Yin (2001), o estudo de caso investiga um

fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os

limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.

Para Vergara (2009), a pesquisa bibliográfica objetiva prover o levantamento e

seleção de toda bibliografia publicada sobre o assunto a ser pesquisado em livros, revistas,

jornais, folhetins, monografias, teses e dissertações, colocando o pesquisador em contato

direto com todo o material já escrito sobre o mesmo. A fim de fundamentar os

procedimentos da pesquisa, foi utilizada então a pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica realizada inicialmente auxiliou nos procedimentos de

coleta e análise dos dados do caso específico, com o intuito de recolher informações já

publicadas acerca do problema investigado neste trabalho.

Visando tornar a caracterização da pesquisa mais objetiva, foi feito um esquema,

classificando-a quanto à natureza, abordagem, objetivos e procedimentos técnicos,

conforme mostra a figura 8.

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Figura 8: Caracterização da Pesquisa.

Fonte: Elaboração Própria.

Para Oliveira (2011) quanto ao estudo de caso, este se configura como

interpretativo, pois conta com rica descrição do fenômeno estudado, tornando-se possível

estabelecer padrões e desenvolver categorias conceituais que possibilitam a ilustração,

confirmação ou oposição a situações teóricas.

Para Godoy (2006) caracteriza como avaliativo, pois se busca apreciar e julgar os

resultados e a percepção que o público alvo do estudo tem em relação a qualidade nos

cursos.

Considerando os autores acima, é possível concluir que o estudo de caso é

caracterizado como exploratório-interpretativo, pois busca examinar um fenômeno dentro

do contexto no qual está inserido. (ROESCH, 2007).

Concluída a caracterização do estudo, no tópico a seguir será apresentada a

população que será englobada no estudo, assim como a amostra a ser estudada.

5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A unidade escolhida para estudo é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

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por se tratar da única universidade federal que oferece o curso que será analisado e para os

resultados serem utilizados de maneira a colaborar com a qualidade do curso assim como

dos profissionais formados neste.

A seguir um breve histórico a respeito da instutuição e o curso, que será aplicada a

pesquisa.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte origina-se da Universidade do Rio

Grande do Norte, criada em 25 de junho de 1958, através de lei estadual, e federalizada em

18 de dezembro de 1960. A Universidade do Rio Grande do Norte, instalada em sessão

solene realizada no Teatro Alberto Maranhão, em 21 de março de 1959, foi formada a

partir de faculdades e escolas de nível superior já existentes em Natal, como a Faculdade

de Farmácia e Odontologia; a Faculdade de Direito; a Faculdade de Medicina; a Escola de

Engenharia; entre outras. Atualmente, a UFRN oferece 75 cursos de graduação presencial e

73 cursos de pós-graduação. Sua comunidade acadêmica é formada por mais de 33.000

estudantes (graduação e pós-graduação), 3.108 servidores técnico-administrativos e 1.760

docentes.

Com relação ao curso de Engenharia de Produção da UFRN: a primeira

turma do curso foi selecionada no processo seletivo de vestibular de 1998 e iniciou suas

atividades no primeiro semestre. A conclusão de curso da primeira turma ocorreu no

segundo semestre de 2002 com a formação de 15 Engenheiros de Produção que obtiveram

seu registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA. Atualmente

já são mais de 200 engenheiros de produção formados pela UFRN contribuindo com o

desenvolvimento do Rio Grande do Norte e do Brasil. Há de se destacar que alguns

optaram por trabalhar no exterior. Foi criado e aprovado pela CAPES em 1998, o curso de

pós-graduação em Engenharia de Produção, tendo iniciado suas atividades em 1999. O

Programa, atualmente, possui o curso de Engenharia de Produção na modalidade stricto

sensu, em nível de mestrado acadêmico.

Visando responder aos objetivos propostos no início da pesquisa, foram coletados

dados referentes à percepção dos egressos quanto à qualidade no curso de graduação de

Engenharia de Produção da UFRN. Estão no escopo do estudo alunos concluintes de 2002

a 2010, totalizando 263 egressos, no qual a pesquisa contou com 94 respondentes.

Neste estudo a população e a amostra são, portanto, os egressos do curso de

Engenharia de Produção, visto que o questionário foi enviado a todos estes.

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5.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

O presente estudo foi feito inicialmente buscando na literatura, informações

visando o embasamento teórico do trabalho. Foram pesquisados autores nacionais e

internacionais, para investigar o escopo dos estudos que estão sendo realizados nesta área,

no Brasil e também em outros países.

O trabalho conta com dados obtidos a partir de pesquisas bibliográficas e

documentais, pois o referencial teórico foi desenvolvido com base em material publicado

em livros, meios eletrônicos, revistas, artigos e trabalhos científicos disponibilizados em

sites de periódicos e bases de dados como Scielo, Periódicos Capes, Emerald Insight, Isi

Web of Knowledge, SciVerse Scopus, como em outros meios eletrônicos da Internet

(LAKATOS E MARCONI, 1991).

A coleta de dados, segundo Lakatos e Marconi (1991), é a etapa da pesquisa em

que os instrumentos definidos são aplicados, objetivando a coleta dos dados previstos.

Como técnica de coleta de dados será utilizada a aplicação de questionários. O

questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série de perguntas,

que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador (MARCONI E

LAKATOS, 2002).

A coleta de dados será mediante contato virtual, através de aplicação de

questionário por meio eletrônico, caso necessário reuniões com egressos e professores e

contato telefônico com os egressos, de acordo com disponibilidade, no tocante ao

cronograma.

A coleta de dados será de Dezembro/2011 a Março/2012. Após a coleta de dados,

será feita a análise, para que possa se interpretar a opinião dos egressos sobre a situação do

engenheiro de produção no mercado de trabalho, e assim fazer suas correlações com os

resultados do Enade.

Os passos que serão seguidos, no tocante a metodologia, para cumprir os objetivos

da pesquisa serão os seguintes:

Definir os aspectos introdutórios da pesquisa;

Levantar junto à literatura especializada os fundamentos básicos, relativos à gestão

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da qualidade, qualidade de ensino superior, sistema de avaliação da educação

superior no Brasil, sistema de avaliação da educação superior realizada em outros

países, ou seja, buscar material teórico que possa contribuir para o enriquecimento

do estudo, discutido pelos estudiosos da área;

Desenvolver a metodologia, de maneira a atingir os objetivos propostos pela

pesquisa;

Coletar os dados dos egressos, através de sistemas de informações disponibilizados

pela UFRN e buscar outras forma de contato com eles;

Verificar em estudos similares quais foram os métodos de coleta de dados e de que

maneira foram aplicados os questionários;

Encontrar a melhor forma de executar a pesquisa;

Analisar se o conjunto de informações será pertinente à pesquisa e qual a estrutura

do questionário a ser aplicado;

Elaborar o questionário, para aplicar junto aos egressos;

Pré-aprovar o questionário;

Testar o questionário e fazer os ajustes necessários;

Enviar o questionário aos egressos;

Monitorar as respostas;

Entrar em contato via telefone com os egressos não respondentes;

Interpretar os resultados da aplicação do questionário, visando relacionar os

indicadores do MEC a respeito de qualidade do curso.

Concluir qual a percepção dos egressos sobre o curso de Engenharia de Produção

da UFRN;

Propor soluções visando à melhoria contínua da prestação do serviço por parte da

UFRN, visando à satisfação do cliente (aluno).

Para efeito desta dissertação foram utilizadas apenas perguntas fechadas, sendo o

questionário aplicado junto aos egressos dos cursos de graduação em Engenharia de

Produção da UFRN. O questionário foi elaborado pelo autor baseado em Oliveira

(2011) e nos questionários aplicados pelo Inep (2009), e foi estruturado da seguinte

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forma:

Primeira parte: contém quatorze perguntas fechadas, que objetivam identificar o

perfil dos egressos, bem como sua situação no mercado de trabalho;

Segunda parte: composta por vinte afirmativas, que serão julgadas quanto à

importância e satisfação dos discentes. A escala de valor utilizada foi a Likert de 5

pontos (GIL, 1999); O valor 1, na escala relacionada à Satisfação, significa

Discordo Totalmente; o Valor 5 significa Concordo Totalmente. O mesmo valor é

válido para as opções Pouco Importante, para valor 1, e Muito Importante, para

valor 5.

Terceira parte: composta por cinco perguntas cujo objetivo é verificar quais fatores

são mais importantes para a qualidade no curso e identificar qual a percepção do

cliente sobre a qualidade no curso de graduação em Engenharia de Produção.

A construção do questionário será baseada em um questionário aplicado em uma

pesquisa acadêmica, uma dissertação de mestrado OLIVEIRA (2011), juntamente com a

inserção de questões que foram aplicados pelo INEP (2008) no questionário aplicado pelo

INEP, no ENADE (Questionário Socioeconômico).

Quando criado, o objetivo do questionário, foi avaliar qual a percepção que os

alunos tinham do curso da graduação em Engenharia de Produção da UFRN, para isso o

questionário foi concebido de maneira, que pudesse ser extraído das respostas a percepção

dos alunos, e buscar avaliar qual o “peso”que os egressos dão a cada critério avaliado, para

isso os egressos foram perguntados a respeito de dois aspectos percepção e importância.

Os questionários foram aplicados pessoalmente durante o encontro de egressos,

assim como por meio on-line, através do site Survey Monkey, cadastrado no sítio

http://www.surveymonkey.com/s/EGRESSOENGPRO. Antes de serem aplicados, os

instrumentos foram submetidos a um estudo piloto com público idêntico ao que foi

entrevistado, ou seja, egressos do curso de graduação em engenharia de produção da

UFRN.

É importante ressaltar que na coleta de informações dos egressos, tais como email e

telefone, a presente pesquisa teve o apoio de alunos do projeto de iniciação científica que

tem como título ˜Egressos como fonte de informaçãoo para melhoria dos cursos de

graduação: uma aplicação no curso de Engenharia de Produção da UFRN˜. Além disso,

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88

houve uma colaboração do Programa de Educação Tutorial – PET de Engrnharia de

Produção, que promoveu o 1 Encontro de Egressos de Engenharia de Produção da UFRN,

no qual foi possível entrar em contato com boa parte dos egressos do curso, podendo

aplicar o teste do questionário.

No ANEXO I, é apresentado o instrumento de coleta de dados, que foi

disponibilizado no SurveyMonkey, através de um questionário virtual, que foi enviado

através de e-mail para os egressos e aplicado pessoalmente. Foram utilizados grupos de

email, redes sociais e participação em eventos dos egressos para divulgação da pesquisa.

5.4 ANÁLISE DOS DADOS

Yin (1984) a análise dos dados consistiu na tabulação, exame ou recombinação das

evidências coletadas, buscando compreender, esclarecer, validar ou refutar os objetivos

iniciais do estudo.

Todos os instrumentos utilizados para coletas de dados ofereceram uma vasta gama

de dados, que é característico da pesquisa quantitativa. As análises qualitativas, referentes

às entrevistas, dar-se-ão observando as técnicas de Análise de Conteúdo, Construção de

Teorias e Análise de Discurso (ROESCH, 2007).

Referente aos dados provenientes dos questionários, estes serão analisados com

auxilio de programas estatísticos como Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)

e Statistica 10. No tocante ao método estatístico utilizado, serão utilizadas técnicas como:

estatística descritiva e análise multivariada, em específico a análise fatorial.

Para Green (1976) quando empregamos a análise fatorial estamos frequentemente

interessados no comportamento de uma variável ou grupos de variáveis em covariação com

outras.

Conforme Reis (1997) análise fatorial inclui um conjunto de técnicas estatísticas

cujo objetivo é representar ou descrever um número de variáveis iniciais a partir de um

menor número de variáveis hipotéticas.

Para esta corrente, Favato e Silva (2009) definem que as técnicas de análise

multivariada são úteis para descobrir regularidades no comportamento de duas ou mais

variáveis e para testar modelos alternativos de associação entre tais variáveis, incluindo a

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determinação de quando e como dois ou mais grupos diferem em seu perfil multivariado.

De forma direta, a análise fatorial é expressa pela interpretação das correlações

entre as variáveis apresentadas no estudo, agrupando essas variáveis em conjuntos

chamadas fatores. Dessa maneira, possibilita identificar esses conjuntos de forma a

explicar o quão cada variável é justificada pelas dimensões observadas.

De acordo com Favato e Silva (2009) a Análise Fatorial busca a criação de fatores

que explicam melhor simultaneamente todos os indicadores. Por este motivo, foi a

metodologia de análise de dados escolhida para esta pesquisa, pois ao final da mesma, vai

ser possível agrupar quais os fatores mais relevantes para os egressos, quanto à qualidade

do ensino prestado pela instituição.

Os dados serão interpretados com o auxílio e critérios apoiados no referencial

teórico apresentado nesse trabalho, buscando responder as hipóteses e objetivos

apresentados no começo da pesquisa.

5.5 LIMITAÇÕES

O caso a ser analisado será na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e a

sua abrangência envolverá o curso de Engenharia de Produção, no escopo dos seus

egressos.

O estudo de caso apresenta como limitações a impossibilidade de se generalizar a

respeito do assunto e possibilita o surgimento de visões tendenciosas do pesquisador.

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90

6 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Com a definição do problema de pesquisa e a metodologia utilizada, e o respaldo

teórico necessário para a continuidade da pesquisa, parte-se para o ponto em que se

atingem os objetivos propostos pela pesquisa. Este capítulo busca abordar e interpretar a

realidade estudada, ou seja, com os dados coletados, este é o momento de interpretar os

mesmos, e compreender a percepção dos egressos e qual a sua situação no mercado de

trabalho.

A população da pesquisa foi composta por 235 egressos, e a amostra (os

respondentes), foi de 94 egressos, subdivididos da seguinte maneira, conforme ano de

conclusão na UFRN:

Tabela 8: Distribuição da população e amostra da pesquisa.

Ano Amostra Frequência Frequência (%)

2002 3 12 25,00% 2003 4 18 22,22% 2004 5 35 14,29% 2005 14 42 33,33% 2006 9 32 28,13% 2007 8 34 23,53% 2008 8 21 38,10% 2009 17 43 39,53% 2010 26 26 100,00% Total 94 263 35,74%

Fonte: Elaboração Própria.

Inicialmente foram feitas análises descritivas dos resultados, com auxílio do

programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), com o objetivo de

diagnosticar alguns aspectos relevantes com relação à amostra.

Esses resultados que serão apresentados a seguir seguirão a sequência no qual o

questionário foi aplicado, ou seja, os primeiros dados a serem analisados correspondem aos

resultados da primeira parte dos questionários, onde foram analisados os aspectos

relacionais ao perfil e caracterização dos egressos, onde constam 14 questões de cunho

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91

pessoal. Os resultados serão apresentados na sequência.

6.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E PERFIL DOS RESPONDENTES

O primeiro aspecto a ser questionado aos egressos foi a respeito da faixa etária. A

faixa etária que mais aparece na pesquisa é entre 25 a 28 anos. A mesma está distribuída

conforme tabela a seguir:

Tabela 9: Tabela de Frequência, por faixa etária.

FAIXA ETÁRIA

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

21 a 24 anos 24 25,5 25,5

25 a 28 anos 41 43,6 69,1

29 a 32 anos 19 20,2 89,4

Acima de 33 anos 10 10,6 100,0

Total 94 100,0

Fonte: Elaboração Própria.

Definindo o perfil e as características da amostra, foram identificados os

percentuais desta: com relação ao sexo, resultando em sua maioria num total de 63,8% da

amostra, o sexo masculino, sendo, em contrapartida, 36,2%, mulheres.

Tabela 10: Tabela de Frequência, por sexo.

SEXO

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

Feminino 34 36,2 36,2

Masculino 60 63,8 100,0

Total 94 100,0

Fonte: Elaboração Própria.

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92

A terceira questão se refere aos egressos serem graduados em outros cursos. Neste

caso, o percentual de egressos que tem outra graduação representa 13,8% do total dos

respondentes.

Tabela 11: Tabela de Frequência, considerando outra graduação.

POSSUI OUTRA GRADUAÇÃO

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

Não 81 86,2 86,2

Sim 13 13,8 100,0

Total 94 100,0

Fonte: Elaboração Própria.

Considerando o vínculo empregatício, foi observado que de modo geral, os

egressos estão inseridos no mercado de trabalho, e o percentual de egressos desempregados

é 19% da amostra.

Tabela 12: Tabela de Frequência, considerando situação no mercado de trabalho.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

EMPREGADO 76 80,9 80,9

DESEMPREGADO 18 19,1 100,0

Total 94 100,0

Fonte: Elaboração Própria.

Na sequência da análise, o próximo requisito analisado foi com relação ao estado

em que os egressos estão residindo/trabalhando. O estado com maior representatividade,

totalizando 61,7%, foi o Rio Grande do Norte.

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Tabela 13: Tabela de Frequência, por estado de residência.

ESTADO

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

Rio Grande do Norte 58 61,70 61,70

Rio de Janeiro 10 10,64 72,34

Pernambuco 6 6,38 78,72

São Paulo 5 5,32 84,04

Maranhão 4 4,26 88,30

Distrito Federal 3 3,19 91,49

Outro 3 3,19 94,68

Paraíba 2 2,13 96,81

Rio Grande do Sul 1 1,06 97,87

Roraima 1 1,06 98,94

Sergipe 1 1,06 100,00

Total 94

Fonte: Elaboração Própria.

Continuando a análise do perfil dos egressos, a próxima etapa é considerar se os

egressos cursaram ou cursam uma pós-graduação. Os resultados foram os seguintes: 76,6%

dos engenheiros de produção cursam ou concluíram uma pós-graduação, conforme mostra

a tabela 14.

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94

Tabela 14: Tabela de Frequência, considerando pós-graduação em curso ou concluída.

Pós-graduação

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

Não 22 23,4 23,4

Sim 72 76,6 100,0

Total 94 100,0

Fonte: Elaboração Própria.

A respeito da área da engenharia de produção que os egressos estão atuando, a

resposta que apareceu com mais frequência foi engenharia de operações e processos da

produção, que engloba aspectos como: projetos, operações e melhorias dos sistemas que

criam e entregam os produtos (bens ou serviços) primários da empresa; gestão de sistemas

de produção e operações; planejamento, programação e controle da produção; gestão da

manutenção; projeto de fábrica e de instalações industriais: organização industrial,

layout/arranjo físico; processos produtivos discretos e contínuos: procedimentos, métodos

e sequências; engenharia de métodos. Esta área corresponde a 28,7% da atuação dos

egressos no mercado de trabalho. Vale ressaltar, que no campo “Outros”, as áreas mais

frequentes foram áreas ligadas ao petróleo e ao gás, e software. Vide abaixo, a distribuição

das demais áreas de atuação.

Tabela 15: Tabela de Frequência, área de atuação no mercado de trabalho.

Atuação no mercado de trabalho Frequência Frequência (%)

Frequência

Acumulada

(%)

Engenharia de operações e processos da produção 26 34,21 34,21

Logística 12 15,79 50,00

Pesquisa operacional 3 3,95 53,95

Engenharia da qualidade 6 7,89 61,84

Engenharia do produto 4 5,26 67,11

Engenharia organizacional 13 17,11 84,21

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Engenharia econômica 3 3,95 88,16

Engenharia do trabalho 4 5,26 93,42

Engenharia da sustentabilidade 2 2,63 96,05

Educação em engenharia de produção 3 3,95 100,00

Total 76

Fonte: Elaboração Própria.

Um ponto que foi perguntado aos egressos, foi a respeito da natureza do emprego,

visto que esta questão é relevante, pois é possível analisar em qual natureza do mercado os

egressos de engenharia de produção estão inseridos. Os resultados mais comuns entre os

egressos foi origem de emprego na iniciativa privada, representando 46,8% dos egressos.

A segunda alternativa com mais resposta foi a Instituição Pública Federal, os resultados

detalhados podem ser vistos a seguir.

Tabela 16: Tabela de Frequência, por natureza do emprego.

NATUREZA DO EMPREGO

Frequência Frequência (%)

Frequência

Acumulada

(%)

Empresa privada 44 46,81 46,81

Instituição Pública Federal 22 23,40 70,21

Desempregado 18 19,15 89,36

Proprietário de empresa ou firma individual

5 5,32 94,68

Instituição Pública Estadual 2 2,13 96,81

Militar, bombeiro ou Policial 1 1,06 97,87

Organismo internacional ou não governamental

1 1,06 98,94

Profissional liberal ou autônomo 1 1,06 100,00

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96

Total 94

Fonte: Elaboração Própria.

Vale ressaltar que referente aos dados da tabela 16, no tocante ao campo

“Desempregados”, 9 são bolsistas.

Prosseguindo na análise, o próximo índice considera qual o cargo que os egressos

estão ocupando no mercado de trabalho. Os cargos mais ocupados pelos egressos são:

Supervisor, Coordenador, Gerente, Oficial, Engenheiro, representando 48,9% dos

participantes da pesquisa. Vale ressaltar que os alunos que são bolsistas desenvolvem

atividade de professor no ensino superior.

Tabela 17: Tabela de Frequência, por cargo.

CARGO

Frequência Frequência

(%)

Frequência

Acumulada

(%)

Desempregado 11 11,70 11,70

Presidente, Dirigente, Diretor, alta patente 6 6,38 18,09

Supervisor, Coordenador, Gerente, Oficial, Engenheiro 46 48,94 67,02

Analista, técnico, soldado 20 21,28 88,30

Professor do Ensino Superior (Bolsistas) 9 9,57 97,87

Professor do Ensino Profissional 2 2,13 100,00

94

Fonte: Elaboração Própria.

Analisando agora, a faixa salarial dos egressos, se concentra nos valores salariais

entre R$ 6.501 e R$ 9.500, estando acima da faixa do piso salarial do engenheiro exigido

por lei.

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97

Tabela 18: Tabela de Frequência, por faixa salarial.

FAIXA SALARIAL

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

Até 500 2 2,13 2,13

de 501 até 730 2 2,13 4,26

de 731 até 1.200 9 9,57 13,83

de 1.201 até 2.000 9 9,57 23,40

de 2.001 até 3.500 15 15,96 39,36

de 3.501 até 6.500 21 22,34 61,70

de 6.501 até 9.500 23 24,47 86,17

Acima de 9.500 13 13,83 100,00

Total 94 100,0

Fonte: Elaboração Própria.

Para finalizar a primeira parte de análise de dados, correspondente a aplicação dos

questionários, a última questão desta parte inicial diz respeito aos egressos registrados no

CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.

Neste aspecto, as respostas ficaram equilibradas, entre os amostrados, porém a

maioria 57,4% dos egressos possui registro no CREA.

Tabela 19: Tabela de Frequência, considerando o registro no CREA.

REGISTRO NO CREA

Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada

(%)

Não 40 42,6 42,6

Sim 54 57,4 100,0

Total 94 100,0

Fonte: Elaboração Própria.

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98

6.2 FATORES RELEVANTES NA QUALIDADE DO CURSO – ANÁLISE DA

IMPORTÂNCIA E PERCEPÇÃO

Nesta seção serão apresentados os resultados referentes à parte 3 do questionário,

que busca verificar quais elementos são mais importantes para a qualidade no curso, bem

como qual a avaliação e qual a contribuição que o curso de graduação de Engenharia de

Produção ofereceu ao egresso, e se o mesmo se considerava apto ao mercado de trabalho,

no momento em que concluiu o curso. Optou-se por apresentar estes resultados, da parte 3

do questionário, antes da análise fatorial, visto que a interpretação será feita através de

outro escopo de análise, sendo assim, mais proveitoso no tocante ao entendimento, deixar a

parte 2 do questionário para ser analisada de maneira mais aprofundada.

Considerando a contribuição do curso de graduação, com relação a atuação

profissional, o julgamento dos egressos, apresentou as seguintes evidências: de maneira

geral, os egressos buscavam a formação profissional como prioridade, conforme a tabela

20.

Tabela 20: Tabela de Frequência, considerando a contribuição do curso para a atuação

profissional.

Alternativas Frequência Frequência (%) Frequência

Acumulada (%)

A aquisição de formação

profissional. 49 52,13 52,13

A aquisição de formação teórica. 18 19,15 71,28

Obtenção de diploma de nível

superior. 16 17,02 88,3

Melhores perspectivas de ganhos

materiais 8 8,51 96,81

A aquisição de cultura geral. 3 3,19 100

Fonte: Elaboração Própria.

Neste segundo momento, foi questionado aos egressos, qual área da engenharia de

produção que o egresso (na fase de aluno) mais se identificou. A alternativa que mais

obteve a lembrança dos egressos foi engenharia de operações e processos da produção,

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conforme pode ser visto na tabela 21.

Tabela 21: Qual área da Engenharia de Produção você mais se identificou na graduação?

Alternativas Frequência Frequência

(%)

Frequência

Acumulada (%)

Engenharia de operações e processos da produção

30 31,9 31,9

Logística 16 17,1 49

Engenharia econômica 14 14,9 63,9

Engenharia da qualidade 9 9,6 73,5

Engenharia organizacional 7 7,4 80,9

Pesquisa operacional 7 7,4 88,3

Engenharia da sustentabilidade 5 5,3 93,6

Engenharia do produto 4 4,3 97,9

Engenharia do trabalho 2 2,1 100

Fonte: Elaboração Própria.

Quando indagados sobre a carreira profissional, os egressos em sua maioria

relataram que demonstram disponibilidade para aprender e tem criatividade nas ações

exercidas na atividade profissional, características estas que demonstram a proatividade

dos egressos no ambiente de trabalho. Os dados da questão podem ser visto na tabela 22.

Tabela 22: Entre as alternativas a seguir, assinale as condições que melhor expressam a

sua carreira profissional (atual e futura)

Alternativas Frequência Frequência (%)

Frequência Acumulada (%)

Demonstro disponibilidade para aprender e tenho criatividade nas ações

exercidas na atividade profissional 40 42,5 42,5

Faço investimento na atualização de meus conhecimentos 26 27,7 70,2

Demonstro responsabilidade e comprometimento com a empresa, 18 19,1 89,3

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100

sendo leal com as pessoas que integram a equipe de trabalho.

Pesquiso a respeito de novas profissões e estou motivado para enfrentar novos

desafios. 6 6,4 95,7

Desenvolvo minhas habilidades e conhecimentos por meio de estudos sobre liderança e domínio de outro

idioma

4 4,3 100

Fonte: Elaboração Própria.

Outro questionamento feito aos egressos foi a respeito das disciplinas cursadas na

graduação que menos contribuíram para a atuação no mercado de trabalho. Nesta questão

os respondentes poderiam marcar mais de uma alternativa, sendo assim, a disciplina que

menos contribuiu segundo os egressos, foi química experimental, seguida da disciplina de

química. Outra com percentual próxima das anteriormente citadas foi Filosofia. Este tipo

de questão serve para analisar qual o impacto dessas disciplinas na formação do

engenheiro de produção e se realmente é válido ter essas disciplinas na grade curricular do

curso. As respostas podem ser vistas em detalhe na tabela 23.

Tabela 23: Quais disciplinas ou áreas não contribuíram para o seu emprego?

Alternativas Frequência Frequência (%)

Frequência Acumulada (%)

Química Experimental 45 11,1% 11,1%

Química 44 10,8% 21,9%

Filosofia 42 10,3% 32,3%

Desenho e Expressão Gráfica 34 8,4% 40,6%

Dinâmica 32 7,9% 48,5%

Física Experimental 31 7,6% 56,2%

Resistência dos Materiais 29 7,1% 63,3%

Sociologia 26 6,4% 69,7%

Estática 26 6,4% 76,1%

Física e Mecânica 24 5,9% 82,0%

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101

Cálculo e Álgebra 23 5,7% 87,7%

Organização do Trabalho 9 2,2% 89,9%

Engenharia de Produto 9 2,2% 92,1%

Processos Industriais 9 2,2% 94,3%

Estatística Básica 8 2,0% 96,3%

Outra 8 2,0% 98,3%

Higiene e Segurança do Trabalho 7 1,7% 100,0%

Fonte: Elaboração Própria.

Concluindo esta etapa do questionário, a última pergunta foi relacionada a

contribuição, de maneira geral, do curso de graduação, para a formação profissional do

engenheiro de produção, 76% das respostas foram entre “muito boa” e “boa”, ou seja, os

egressos de maneira geral, consideram-se satisfeitos com o curso, assim como com todos

os serviços prestados a ele, durante a graduação. Na figura 9 são explícitas as respostas dos

egressos.

Figura 9: Contribuição do curso.

Fonte: Elaboração Própria.

A seguir será feita a análise fatorial da percepção e da importância, com os dados

coletados através do questionário.

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102

6.3 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA

A identificação da importância, com relação aos aspectos questionados a respeito

da qualidade do curso, foi feita por meio da análise das respostas atribuídas a questão 15,

parte 2 do questionário; esta questão única era composta por 20 variáveis (afirmativas)

com respostas variando de 1 (Sem importância) a 5 (Muito importante), observando, assim,

a Escala Likert de 5 pontos (Anexo). Vale a pena comentar que no questionário o egresso

tinha, a cada afirmativa, duas colunas para responder, uma a respeito da percepção, no qual

foi analisado anteriormente, e a segunda na qual questionava a importância do aspecto.

Destaca-se que cada variável (afirmativa) das referidas questões foram apresentadas no

questionário de maneira aleatória, ou seja, sem se relacionar com o tema. As questões

foram apresentadas aos alunos, fora desta sequência de assuntos.

6.3.1 Análise Fatorial

Conforme a análise da percepção, para a importância também foi feita a análise

estatística, visando medir a confiabilidade do método de coleta de dados, através do

coeficiente Alfa de Cronbach (tabela 24). O resultado encontrado apresentou evidências de

que a análise de dados foi considerada satisfatória para a execução da pesquisa. É

importante ressaltar que o coeficiente Alfa de Cronbach para a Importância deu maior do

que o da percepção. Vale lembrar que o mínimo aceito para essa pesquisa, visando

proteger a confiabilidade da análise, é de 0,7.

Tabela 24: Resultado Alfa de Cronbach - Importância

Alfa de Cronbach N° de itens

0,8803 20

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Sabendo das fases de análise de dados para se chegar ao número de fatores que se

deseja ter na análise, os passos foram feitos, definindo-se o número máximo de fatores

(para esta análise, assim como para a análise da percepção, o Maximum no. of factors

escolhido foi 20), os valores de valor próprio (minimum eingevalue), também foi igual

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103

(0,001). Na tabela 25 estão listados os fatores que obtiveram “valores próprios”

(eigenalues) maiores que 1.

Tabela 25: Variância total e quantidade de fatores retidos

Número de

componentes Autovalores

% da variância

explicada

Autovalores

acumulados

% da variância

explicada acumulada

1 6,543620 32,71810 6,54362 32,7181

2 2,048164 10,24082 8,59178 42,9589

3 1,591030 7,95515 10,18281 50,9141

4 1,264012 6,32006 11,44683 57,2341

5 1,153849 5,76925 12,60067 63,0034

6 1,053656 5,26828 13,65433 68,2717

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Seguindo as mesmas referências, destaca-se o número de fatores, que explica em

50% a variabilidade dos dados. Sendo assim, o número de fatores desta análise será 4, os

quatro primeiros fatores que explicam 57% a análise dos fatores. De maneira

complementar a tabela, segue o gráfico de autovalores.

Gráfico de Autovalores - Importância

Número de Autovalores0

1

2

3

4

5

6

7

Aut

oval

ores

Figura 10: Gráfico de Autovalores – Importância.

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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104

De maneira complementar aos dados apresentados na tabela anterior, seguem as

informações de média e desvio padrão das variáveis em análise.

Tabela 26: Média e desvio padrão das variáveis

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Dando sequência da análise fatorial, os passos seguidos foram os mesmos da

análise da percepção, desta maneira, não sendo necessária a explanação de como foram

encontrados os valores, pois foram explicados anteriormente.

Variáveis Média

Desvio

Padrão

Var 1 4,436170 0,741381

Var 2 4,393617 0,721678

Var 3 4,361702 0,619592

Var 4 4,159574 0,752104

Var 5 4,106383 0,740068

Var 6 3,691489 0,994897

Var 7 4,776596 0,489772

Var 8 4,553191 0,756577

Var 9 4,489362 0,813127

Var 10 4,170213 0,697743

Var 11 3,404255 1,008770

Var 12 4,287234 0,697497

Var 13 4,202128 0,770139

Var 14 4,138298 0,862617

Var 15 4,680851 0,608414

Var 16 4,117021 0,787761

Var 17 4,765957 0,646338

Var 18 3,882979 0,948756

Var 19 4,595745 0,610291

Var 20 4,138298 0,784268

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105

O próximo passo relevante para a análise fatorial foi encontrar as cargas fatoriais. O

número de fatores é quatro, conforme tabela 26. As cargas fatoriais, não rotacionadas,

estão representadas na tabela 27.

Tabela 27: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000).

Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4

Var 1 -0,169316 0,501191 -0,563480 0,073270

Var 2 -0,076860 0,524265 -0,673142 0,098370

Var 3 -0,457381 0,339211 0,364503 -0,204953

Var 4 -0,641502 -0,407701 -0,076026 0,064870

Var 5 -0,724588 -0,304910 -0,082112 -0,023466

Var 6 -0,401685 0,435934 0,462375 -0,023842

Var 7 -0,556005 -0,277231 -0,177645 -0,121494

Var 8 -0,604228 -0,086844 -0,098234 -0,231126

Var 9 -0,542376 -0,222984 -0,014040 -0,157137

Var 10 -0,539849 0,001340 0,053461 0,648555

Var 11 -0,324749 0,493988 0,253797 -0,191999

Var 12 -0,614840 -0,068430 -0,237960 0,293592

Var 13 -0,369116 0,349733 0,243936 0,420595

Var 14 -0,277728 0,367705 -0,505495 -0,205877

Var 15 -0,593150 -0,113467 0,270952 -0,273694

Var 16 -0,310345 0,311520 0,275351 0,333352

Var 17 -0,627172 -0,197549 -0,331413 -0,108654

Var 18 -0,681494 -0,048378 0,080052 -0,041743

Var 19 -0,401533 -0,098749 0,058764 0,238299

Var 20 -0,395827 0,433208 0,095035 -0,392559

Método de extração: Análise dos componentes principais

Fonte: Dados da pesquisa, 2012

Da mesma maneira com que foi feito para analisar a percepção, para auxiliar a

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106

interpretação e análise de relação entre os fatores e as variáveis e possibilitar uma melhor

visualização da disposição dos pontos, optou-se por aplicar a derivação de fatores, que se

dá por várias rotações de eixos que melhor expressem a dispersão dos dados.

No modelo fatorial final, após a rotação, as variações das medidas estão

maximizadas, e as relações entre dimensões, suavizadas, desta maneira possibilitando uma

melhor interpretação dos dados. As cargas fatoriais que serão analisadas para interpretação

dos dados da pesquisa estão na tabela 28.

Tabela 28: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>,

600000)

Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Var 1 0,000011 0,056970 0,766879 0,106723

Var 2 -0,069234 -0,032453 0,855690 0,074205

Var 3 0,174022 0,668487 -0,034461 0,144164

Var 4 0,732430 -0,067218 -0,085422 0,198659

Var 5 0,768825 0,065577 -0,010108 0,172617

Var 6 0,026008 0,675733 -0,063596 0,323128

Var 7 0,654754 0,011056 0,058601 0,007642

Var 8 0,605625 0,237569 0,110934 -0,013273

Var 9 0,589297 0,138790 -0,043595 0,018658

Var 10 0,311342 -0,047805 0,037222 0,783783

Var 11 0,009835 0,649727 0,125765 0,112711

Var 12 0,535729 -0,052123 0,238955 0,422741

Var 13 0,003260 0,299705 0,060569 0,633611

Var 14 0,195185 0,171088 0,656142 -0,111174

Var 15 0,539756 0,424309 -0,202951 0,021471

Var 16 -0,016754 0,307753 0,004449 0,534124

Var 17 0,704583 0,004258 0,238244 0,028193

Var 18 0,577330 0,298600 0,001977 0,229017

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Var 19 0,322354 0,021124 -0,047003 0,353061

Var 20 0,169503 0,648394 0,226632 -0,083519

Fonte: Dados da pesquisa, 2012

Observa-se que os valores que possuem uma significância igual, ou superior, a 0,6

estão em destaque em cada fator. Vamos analisar detalhadamente os quatro fatores que

possuem as variáveis explicativas e os fatores que explicam a maior variância do estudo.

O fator 1 é o mais importante para o estudo, pois é derivado do maior autovalor e

possui uma explicação de 32,71%, sendo que as variáveis, que mais contribuem neste, são

representadas pelas seguintes afirmações: As disciplinas ministradas atingiram os objetivos

propostos; A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os

discentes seja de forma individual ou coletiva; A Coordenação do curso atendia com

eficiência as necessidades dos discentes; O nível de exigência do seu curso era coerente

com a exigência no mercado; O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a

competitividade no mercado de trabalho; Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com

o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido; Os professores das

disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-

aprendizagem; Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina; Os

professores mantinham um bom relacionamento com os alunos.

Por meio da análise fatorial foi possível identificar os fatores latentes, em que 4

fatores foram selecionados, os quais apresentam e avaliam o padrão de respostas dos

egressos em relação aos fatores que os mesmos consideram importantes no curso de

graduação da engenharia de produção da UFRN. A seguir os fatores serão analisados

separadamente.

6.3.2 Fatores Latentes – Fator 1: Apoio e suporte aos alunos

Assim como na análise da percepção, as variáveis que foram identificadas no fator

1 são relacionadas com o apoio aos alunos. Este fator está considerando aspectos como

coordenação, disciplinas, currículos, trabalhos de disciplinas e principalmente com relação

aos professores, se os mesmos atendiam às exigências dos alunos, se mantinha bom

relacionamento com os alunos.

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108

As respostas tiveram medianas entre 4 e 5. Podemos interpretar da seguinte

maneira: os egressos consideram esses aspectos importantes, e consideram relevantes para

definir a qualidade do curso. Os resultados detalhados do fator, mediana e desvio padrão

do fator 1, denominado Apoio aos alunos, pode ser visto na tabela 29.

Tabela 29: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Apoio e suporte aos alunos

Variáveis (Afirmativas) CF1 Mediana Desvio Padrão

A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes. 0,7324 4 0,7521

A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma

individual ou coletiva. 0,7688 4 0,7401

As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos 0,6548 5 0,4898

O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. 0,6056 5 0,7566

O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho. 0,5893 5 0,8131

Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material

bibliográfico sugerido. 0,5357 4 0,6975

Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo

ensino-aprendizagem 0,5398 5 0,6084

Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina 0,7046 5 0,6463

Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos 0,5773 4 0,9488

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

As variáveis serão analisadas separadamente, visando uma interpretação mais

completa de todas as afirmativas.

A primeira afirmativa a ser analisada é a que questiona o egresso a respeito da

coordenação do curso (tabela 30), se a mesma atendia os alunos de maneira eficiente e

supria as necessidades dos mesmos. Nesta afirmativa as respostas foram centralizadas na

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109

alternativa “Importante”. Sendo assim, os egressos consideram relevantes este apoio dado

aos alunos durante a graduação.

Tabela 30: Frequência da afirmativa: A Coordenação do curso atendia com eficiência as

necessidades dos discentes.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 1 1,06383 1,06383

Indiferente 9 9,574468 10,6383

Importante 52 55,31915 65,95745

Muito importante 32 34,04255 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Com relação a comunicação rápida e aberta com os alunos (tabela 31), as respostas

evidenciaram que esta variável assim como a anterior é julgada como “Importante”,

representando 52% da opinião dos egressos.

Tabela 31: Frequência da afirmativa: A Coordenação do curso mantinha comunicação

rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 3 3,191489 3,191489

Indiferente 12 12,76596 15,95745

Importante 49 52,12766 68,08511

Muito importante 30 31,91489 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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110

Quando perguntados sobre as disciplinas atingirem os objetivos propostos, 80% dos

egressos responderam que esta afirmativa é “Muito importante” para a avaliação da

qualidade de um curso. O detalhe da questão segue na tabela 32.

Tabela 32: Frequência da afirmativa: As disciplinas ministradas atingiram os objetivos

propostos.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 0 0 0

Indiferente 2 2,12766 2,12766

Importante 16 17,02128 19,14894

Muito importante 76 80,85106 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Quando o assunto foi nível de exigência do curso em coerência com o mercado de

trabalho (tabela 33), os egressos foram maioria na alternativa “Muito importante”,

representando 63% das escolhas. Esta análise evidencia a preocupação dos egressos com

relação a preparação da graduação, prevendo a competitividade no mercado de trabalho.

Tabela 33: Frequência da afirmativa: O nível de exigência do seu curso era coerente com a

exigência no mercado.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 1 1,06383 1,06383

De pouco importância 2 2,12766 3,191489

Indiferente 3 3,191489 6,382979

Importante 28 29,78723 36,17021

Muito importante 60 63,82979 100

Total 94 100

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111

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Ao analisar as respostas a respeito do currículo, se o mesmo deu suporte para

vencer a competitividade no mercado de trabalho (tabela 35), as respostas foram

centralizadas na opção “Muito importante”. Até o dado momento é possível interpretar

que, dos aspectos questionados, os alunos consideraram os mesmos importantes para

definir a qualidade de um curso. Isto mostra a coerência das perguntas e relevância desses

dados, para futuras melhorias a serem propostas ao curso.

Tabela 34: Frequência da afirmativa: O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer

a competitividade no mercado de trabalho.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 1 1,06383 1,06383

De pouco importância 2 2,12766 3,191489

Indiferente 7 7,446809 10,6383

Importante 25 26,59574 37,23404

Muito importante 59 62,76596 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Na variável que trata da coerência dos trabalhos das disciplinas, se mantinha

coerência com o referencial bibliográfico sugerido (tabela 35), os egressos apontaram

como “Importante”, sendo esta alternativa representando 48% das escolhas.

Tabela 35: Frequência da afirmativa: Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o

assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 1 1,06383 1,06383

Indiferente 9 9,574468 10,6383

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Importante 46 48,93617 59,57447

Muito importante 38 40,42553 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

As duas afirmativas a seguir dizem respeito aos professores, se os mesmo deram

suporte e orientação aos alunos (tabela 36) e se os professores dominavam o assunto da

disciplina ministrada (tabela 37). As respostas se concentraram na alternativa “Muito

importante”.

Tabela 36: Frequência da afirmativa: Os professores das disciplinas deram suporte e

orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 2 2,12766 2,12766

De pouco importância 0 0 2,12766

Indiferente 1 1,06383 3,191489

Importante 24 25,53191 28,7234

Muito importante 67 71,2766 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Tabela 37: Frequência da afirmativa: Os professores demonstravam ter domínio do

assunto da disciplina

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 3 3,191489 3,191489

Indiferente 2 2,12766 5,319149

Importante 8 8,510638 13,82979

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Muito importante 81 86,17021 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

No tocante ao relacionamento dos professores com os alunos, a alternativa mais

escolhida foi a “Importante”, representando 42% das respostas, conforme tabela 38.

Tabela 38: Frequência da afirmativa: Os professores mantinham um bom relacionamento

com os alunos.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%)

Sem importância 2 2,12766 2,12766

De pouco importância 5 5,319149 7,446809

Indiferente 22 23,40426 30,85106

Importante 40 42,55319 73,40426

Muito importante 25 26,59574 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Concluindo a análise deste fator 1, pode-se destacar que os egressos, consideram os

aspectos de atendimento ao cliente, ou seja, suporte ao aluno, extremamente importantes

para a avaliação do curso. Ao julgar as variáveis, quatro foram consideradas “Importante”

e cinco “Muito importante”. Estas afirmativas servem para possíveis programas de

melhoria contínua nos cursos de graduação de engenharia de produção da UFRN. Esta

pesquisa pode auxiliar, no que diz respeito à satisfação do cliente. Sabendo os fatores

considerados relevantes para a qualidade do curso, é possível trabalhá-los para atingir uma

qualidade satisfatória no serviço prestado.

No tópico a seguir será analisado o fator 2, seguindo o mesmo raciocínio.

6.3.3 Fatores Latentes – Fator 2: Suporte extra classe

O fator 2, teve as mesmas variáveis relacionadas na análise da percepção e da

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114

importância. Por isso optou-se por nomear da mesma maneira, suporte extraclasse.

A mediana foi centralizada no 4, que representa “Importante”. A partir desta análise

já podemos concluir que as variáveis contidas no primeiro fator são mais relevantes para o

cliente, ao avaliar a qualidade do curso.

Na tabela 39 pode-se ver a carga fatorial, mediana e desvio padrão das afirmativas.

Tabela 39: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 2: Suporte extra classe

Variáveis (Afirmativas) CF2 Mediana Desvio Padrão Os alunos tinha orientação quanto aos

estágios 0,668487 4 0,619592

As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes

0,675733 4 0,994897

O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações

comunitárias. 0,649727 4 1,00877

Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos

0,648394 4 0,784268

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

No fator 2, todas as variáveis obtiveram a concentração das respostas na mesma

alternativa “Importante”. No tocante a orientação para os estágios (tabela 40), o percentual

de respondentes nesta alternativa foi de 50%.

Tabela 40: Frequência da afirmativa: Os alunos tinham orientação quanto aos estágios.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 1 1,06383 1,06383

Indiferente 4 4,255319 5,319149

Importante 47 50 55,31915

Muito importante 42 44,68085 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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Questionados sobre o suporte que os monitores davam aos alunos, o percentual de

respondentes na alternativa “Importante” foi de 42%, o segundo maior percentual foi na

alternativa “Indiferente”, correspondendo a 23% das escolhas.

Tabela 41: Frequência da afirmativa: As disciplinas tinham monitores para auxiliar os

docentes.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 1 1,06383 1,06383

De pouco importância 12 12,76596 13,82979

Indiferente 22 23,40426 37,23404

Importante 40 42,55319 79,78723

Muito importante 19 20,21277 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Na afirmativa que engloba aspectos de ações sociais e comunitárias, os egressos

responderam que consideram “Importante”, mostrando o interesse e relevância que os

alunos (hoje egressos) dão para o envolvimento e motivação em ações sociais e

comunitárias. Isto mostra que os alunos não estão interessados só no crescimento

intelectual, mas também no desenvolvimento social e comunitário como ser humano e

cidadão.

Tabela 42: Frequência da afirmativa: O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em

conhecimento de ações comunitárias.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 5 5,319149 5,319149

De pouco importância 13 13,82979 19,14894

Indiferente 30 31,91489 51,06383

Importante 34 36,17021 87,23404

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116

Muito importante 12 12,76596 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Na análise da última afirmativa que compõe o fator 2, temos o questionamento a

respeito de apresentação, por parte dos professores, de projetos de iniciação científica e/ou

extensão (tabela 43), 50% dos respondentes consideram este aspecto importante para a

avaliação da qualidade de um curso. Os egressos consideram aspecto relevante para a

formação do profissional de engenharia de produção, a participação em projetos

acadêmicos (iniciação científica e/ou extensão)

Tabela 43: Frequência da afirmativa: Os professores apresentavam projetos de iniciação

científica e/ou extensão aos alunos.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 4 4,255319 4,255319

Indiferente 11 11,70213 15,95745

Importante 47 50 65,95745

Muito importante 32 34,04255 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Finalizando as análises do fator 2, é possível identificar que os alunos também

prezam por suporte extraclasse, e consideram esses aspectos importantes para a formação

profissional. No tópico seguinte serão analisadas as variáveis correspondentes ao fator 3.

6.3.4 Fatores Latentes – Fator 3: Biblioteca

Iniciando a análise das variáveis do fator 3 (tabela 44), temos as seguintes

afirmativas para serem analisadas: Com relação aos livros mais usados no curso, o número

de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado; A oferta de livros na

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117

biblioteca atendia a demanda dos alunos e Quanto às instalações da biblioteca, eram

satisfatórias para leitura e estudo. Este fator foi nomeado como Biblioteca, visto que todas

as afirmativas englobam aspectos relacionados à biblioteca, com relação ao acervo, com

relação aos aspectos quantitativos ou qualitativos, e com a respeito das instalações.

Tabela 44: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 3: Biblioteca

Variáveis (Afirmativas) CF3 Mediana Desvio Padrão Com relação aos livros mais usados no

curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado.

0,766879 5 0,741381

A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos.

0,85569 5 0,721678

Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo

0,656142 4 0,862617

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

A primeira afirmativa a ser analisada é com relação a quantidade de livros

disponíveis na biblioteca (tabela 45), se era o suficiente para atender a demanda dos alunos

(egressos na pesquisa). Este aspecto foi considerado “Muito importante” (54%), o que nos

permite inferir que a disponibilidade de material bibliográfico para todos é critério

relevante na avaliação da qualidade do curso.

Tabela 45: Frequência da afirmativa: Com relação aos livros mais usados no curso, o

número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 1 1,06383 1,06383

De pouco importância 0 0 1,06383

Indiferente 7 7,446809 8,510638

Importante 35 37,23404 45,74468

Muito importante 51 54,25532 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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118

Levando em consideração aspectos gerais do acervo da universidade, os

respondentes consideraram “Muito importante” a oferta de livros da biblioteca (tabela 46).

Tabela 46: Frequência da afirmativa: A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda

dos alunos.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 2 2,12766 2,12766

Indiferente 7 7,446809 9,574468

Importante 37 39,3617 48,93617

Muito importante 48 51,06383 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Com relação aos aspectos de infraestrutura da biblioteca (tabela 47), a variável foi

considerada “Importante” (47%) pela maioria dos respondentes.

Tabela 47: Frequência da afirmativa: Quanto às instalações da biblioteca, eram

satisfatórias para leitura e estudo.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%)

Sem importância 1 1,06383 1,06383

De pouco importância 4 4,255319 5,319149

Indiferente 10 10,6383 15,95745

Importante 45 47,87234 63,82979

Muito importante 34 36,17021 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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119

No tocante às afirmativas que englobam os aspectos da biblioteca, obsevamos que

os egressos consideram mais importante a disponibilidade de acervo (quantidade e

qualidade) do que aspectos infraestruturais da biblioteca. A seguir será exposto o último

fator desta análise, o fator 4.

6.3.5 Fatores Latentes – Fator 4: Avaliação e Instalações Físicas

O último fator desta análise foi nomeado como Avaliação e Instalações Físicas,

visto que ele corresponde às seguintes afirmativas: As avaliações das disciplinas são

coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido; As instalações

físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso

eram satisfatórias; Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop,

congresso, seminário) ligados ao curso.

As cargas fatoriais, bem como mediana e desvio padrão, podem ser vistos na tabela

48.

Tabela 48: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 4: Avaliação e Instalações

Variáveis (Afirmativas) CF4 Mediana Desvio Padrão

As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material

bibliográfico sugerido. 0,783783 4 0,697743

As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo)

utilizadas no seu curso eram satisfatórias 0,633611 4 0,770139

Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário)

ligados ao curso 0,534124 4 0,787761

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

As tabelas 49, 50 e 51 apresentam os resultados detalhados deste fator. Podemos,

porém, centralizar a informação uniforme para todas as variáveis, que as mesmas

obtiveram as respostas consideradas como “Importante” para a avaliação da qualidade do

curso.

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Tabela 49: Frequência da afirmativa: As avaliações das disciplinas são coerentes com o

assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 3 3,191489 3,191489

Indiferente 7 7,446809 10,6383

Importante 54 57,44681 68,08511

Muito importante 30 31,91489 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Tabela 50: Frequência da afirmativa: As instalações físicas (salas de aula, laboratórios,

ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 5 5,319149 5,319149

Indiferente 7 7,446809 12,76596

Importante 48 51,06383 63,82979

Muito importante 34 36,17021 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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Tabela 51: Frequência da afirmativa: Os alunos eram motivados a participarem de eventos

(workshop, congresso, seminário) ligados ao curso.

Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Sem importância 0 0 0

De pouco importância 6 6,382979 6,382979

Indiferente 6 6,382979 12,76596

Importante 55 58,51064 71,2766

Muito importante 27 28,7234 100

Total 94 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Concluindo a análise fatorial, sabemos agora quais aspectos são mais importantes

para a avaliação da qualidade do curso de engenharia de produção, podendo assim

classificar quais aspectos serão trabalhados primeiro, buscando melhorar a qualidade e

cada vez mais a satisfação do cliente, de maneira a buscar uma melhora contínua.

6.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO

A identificação da percepção sobre a qualidade nos cursos foi feita por meio da

análise das respostas atribuídas a questão 15, parte 2 do questionário. Esta questão única

era composta por 20 variáveis (afirmativas) com respostas variando de 1 (discordo

totalmente) a 5 (concordo totalmente), observando, assim, a Escala Likert de 5 pontos (vide

ANEXO). Destaca-se que cada variável (afirmativa) das referidas questões foi apresentada

no questionário de maneira aleatória, ou seja, sem se relacionar com o tema, as questões

foram apresentadas aos alunos fora desta sequência de assuntos.

Tabela 52: Indique a sua PERCEPÇÃO sobre a qualidade quanto

BIBLIOTECA

1. Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis

na biblioteca atendia ao alunado.

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2. A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos.

COORDENAÇÃO

3. Os alunos tinha orientação quanto aos estágios

4. A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes.

5. A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes

seja de forma individual ou coletiva.

ESTRUTURA DO CURSO

6. As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes

7. As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos

8. O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado.

9. O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado

de trabalho.

10. As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o

material bibliográfico sugerido.

11. O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações

comunitárias.

12. Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o

material bibliográfico sugerido.

INFRAESTRUTURA

13. As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo)

utilizadas no seu curso eram satisfatórias

14. Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo

PROFESSORES

15. Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o

processo ensino-aprendizagem

16. Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso,

seminário) ligados ao curso.

17. Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina

18. Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos

19. O quadro de professores era satisfatório para ministrar as disciplinas ofertadas

durante os semestres

20. Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos

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123

alunos

Fonte: Autora, 2012.

Os resultados descritos nesta seção contemplaram os resultados obtidos por meio da

Análise Fatorial, bem como os testes associados à técnica (conforme descrito na

metodologia). Destaca-se que o peso amostral, nesta etapa da pesquisa, foi considerado nas

análises com o objetivo de levar em conta o plano amostral usado, sendo imputado tal dado

no programa Statistica 10.

6.4.1 Análise Fatorial

O ponto de partida de qualquer análise estatística é medir a confiabilidade do

método de coleta de dados, ou seja, questionário, neste estudo. Foi escolhido medir a

confiabilidade do questionário através do coeficiente Alfa de Cronbach (tabela 53). O

resultado encontrado apresentou evidências de que a análise de dados foi considerada

satisfatória para a execução da pesquisa, uma vez que o valor mínimo aceito para essa

pesquisa, visando proteger a confiabilidade da análise, é de 0,7.

Tabela 53: Resultado Alfa de Cronbach

Alfa de Cronbach N° de itens

0,8132 20

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Após o resultado satisfatório do Alfa de Cronbach, foi aplicado o teste Kaiser-

Meyer-Olkin (KMO) e o teste de esfericidade de Barlett para verificar o alinhamento dos

dados, com a análise fatorial, ou seja, se o tratamento da amostra por meio da Análise

Fatorial é relevante e válido (Tabela 54). Ressalta-se que o valor do Teste KMO

considerado para esta é pesquisa, é 0,5.

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Tabela 54: KMO and Bartlett's Test

Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy. ,738

Bartlett's Test of Sphericity Approx. Chi-Square 570,901

df 190

Sig. ,000

*000 indica que o valor de p<0,0001

Fonte: Dados da pesquisa, 2012

Assim, conforme tabela 54, o resultado do Teste KMO indica que a análise dos

fatores é apropriada para os dados apresentados, sendo considerados ótimos. O teste de

esfericidade de Bartlett indica nível menor que 0,0001, sendo o mesmo adequado e

indicando, também, que a análise fatorial é adequada.

Partindo das evidências da validação dos dados do questionário e da adaptabilidade

da análise fatorial para a pesquisa, inicia-se então a análise fatorial.

O primeiro momento da análise fatorial é determinar o número de fatores que se

deseja ter na análise, da seguinte forma: define-se o número máximo de fatores (para esta

análise o Maximum no. of factors escolhido foi 20), ou seja, o número de variáveis, pois

não poderá haver número de fatores superior ao número de variáveis.

Outra definição para a análise fatorial é determinar o valor próprio (minimum

eingevalue), no qual o valor escolhido foi 0,001, pois, assim, obtém-se o maior número

possível de autovalores, o que possibilita fazer uma investigação melhor do estudo.

Na tabela 55, estão listados os fatores que obtiveram “valores próprios”

(eigenalues) maiores que 1, conforme orienta Pestana e Gagueiro (2003).

Tabela 55: Variância total e quantidade de Fatores retidos

Número de

componentes Autovalores

% da

variância

explicada

Autovalores

acumulados

% da variância

explicada acumulada

1 4,922215 24,61107 4,92221 24,6111

2 2,079396 10,39698 7,00161 35,0081

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3 1,888096 9,44048 8,88971 44,4485

4 1,328689 6,64345 10,21840 51,0920

5 1,208194 6,04097 11,42659 57,1330

6 1,113533 5,56766 12,54012 62,7006

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Hair et al. (2005) indicam que pelo fato de ser usada a análise fatorial exploratória,

um número de fatores que explique acima de 50% (51,09%) da variabilidade original dos

dados, é tido como aceitável. Este foi o conceito utilizado nesta pesquisa, para seguir na

análise fatorial optou-se por reter os 4 primeiros fatores, conforme destaque na tabela 55. A

retenção com fatores inferior a 4 não atenderam nem explicaram a análise dos fatores de

maneira completa.

Figura 11: Gráfico de Autovalores.

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

De maneira complementar aos dados apresentados na tabela anterior, seguem as

informações de média e desvio padrão das variáveis em análise.

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Tabela 56: Média e desvio padrão das variáveis

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Na sequência da análise, extraiu-se a matriz de correlação entre as variáveis.

Seguindo com a análise foi encontrada a caída de resultado com os autovetores, que

definem a direção dos eixos, para Análise Fatorial assim como da Análise dos

Componentes Principais.

A etapa seguinte foi encontrar os componentes principais, e para isto foi utilizado o

Variáveis Média Desvio Padrão

Var 1 2,755319 1,317265

Var 2 2,425532 1,257146

Var 3 2,680851 1,321556

Var 4 3,361702 1,334820

Var 5 3,446809 1,283619

Var 6 2,468085 1,275932

Var 7 3,308511 1,057758

Var 8 3,148936 1,311303

Var 9 3,670213 1,148990

Var 10 3,808511 1,039816

Var 11 2,563830 1,426014

Var 12 3,914894 1,001714

Var 13 3,414894 1,315005

Var 14 3,244681 1,341530

Var 15 3,638298 1,014424

Var 16 3,595745 1,138941

Var 17 3,659574 1,000572

Var 18 3,978723 0,983506

Var 19 2,340426 1,299737

Var 20 2,223404 1,312916

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software, para realizar o cálculo. Vale ressaltar que, pelo fato de existirem 20 variáveis,

foram encontrados 20 componentes, mas pela análise fatorial, seguindo o critério sugerido

por KAISER (1960) apud MARDIA (1979), devemos considerar apenas as primeiras

quatro componentes principais.

Após obter as componentes principais, buscou-se encontrar a contribuição de cada

variável, em relação aos fatores formados. Para isso se formou uma matriz de correlação

entre as variáveis originais e as componentes principais, para verificar a correlação

existente entre as variáveis originais e as componentes principais e a contribuição de cada

variável em relação a cada fator.

Nesta pesquisa, o número de fatores a serem utilizados na análise é quatro, pois

foram apenas esses os autovalores superiores a 1, encontrados na análise. Seguem na tabela

57 os resultados obtidos. Vale ressaltar que nesta primeira análise, não foi feita rotação nos

eixos.

Tabela 57: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000).

Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4

Var 1 -0,169316 0,501191 -0,563480 0,073270

Var 2 -0,076860 0,524265 -0,673142 0,098370

Var 3 -0,457381 0,339211 0,364503 -0,204953

Var 4 -0,641502 -0,407701 -0,076026 0,064870

Var 5 -0,724588 -0,304910 -0,082112 -0,023466

Var 6 -0,401685 0,435934 0,462375 -0,023842

Var 7 -0,556005 -0,277231 -0,177645 -0,121494

Var 8 -0,604228 -0,086844 -0,098234 -0,231126

Var 9 -0,542376 -0,222984 -0,014040 -0,157137

Var 10 -0,539849 0,001340 0,053461 0,648555

Var 11 -0,324749 0,493988 0,253797 -0,191999

Var 12 -0,614840 -0,068430 -0,237960 0,293592

Var 13 -0,369116 0,349733 0,243936 0,420595

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Var 14 -0,277728 0,367705 -0,505495 -0,205877

Var 15 -0,593150 -0,113467 0,270952 -0,273694

Var 16 -0,310345 0,311520 0,275351 0,333352

Var 17 -0,627172 -0,197549 -0,331413 -0,108654

Var 18 -0,681494 -0,048378 0,080052 -0,041743

Var 19 -0,401533 -0,098749 0,058764 0,238299

Var 20 -0,395827 0,433208 0,095035 -0,392559

Método de extração: Análise dos componentes principais

Fonte: Dados da pesquisa, 2012

Conforme Pereira (2001), “o passo final da Análise Fatorial é verificar se os

fatores, que são dimensões abstratas, podem ser interpretados de forma coerente com a

natureza dos fenômenos estudados”. Desta maneira, objetiva-se verificar quais as variáveis

que melhor se relacionam com cada fator, e isto é representado na tabela 58, através dos

destaques em vermelho, onde o valor considerado para destaque foi 0,6, porém este valor

pode ser modificado de acordo com a necessidade do pesquisador.

Para facilitar a análise de relação entre os fatores e as variáveis e possibilitar uma

melhor visualização da disposição dos pontos, optou-se por aplicar a derivação de fatores,

que se dá por várias rotações de eixos que melhor expressem a dispersão dos dados. No

modelo fatorial final, as variações das medidas estão maximizadas, e as relações entre

dimensões, suavizadas. Devido a isso, o pesquisador deverá buscar relação entre os fatores

e as variáveis originais numa matriz fatorial rodada (PEREIRA, 2001).

Existem diversos tipos de rotações, as quais devem ser estudadas para maior

entendimento, e deve-se verificar em quais situações elas são utilizadas, para se fazer a

rotação nos eixos, possibilitando uma melhor visualização das variáveis mais

representativas em cada componente.

Com isso, após essas análises inicias, apresenta-se na tabela 59 a matriz dos

componentes após rotação ortogonal varimax.

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Tabela 58: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>,

600000)

Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4

Var 1 0,000011 0,056970 0,766879 0,106723

Var 2 -0,069234 -0,032453 0,855690 0,074205

Var 3 0,174022 0,668487 -0,034461 0,144164

Var 4 0,732430 -0,067218 -0,085422 0,198659

Var 5 0,768825 0,065577 -0,010108 0,172617

Var 6 0,026008 0,675733 -0,063596 0,323128

Var 7 0,654754 0,011056 0,058601 0,007642

Var 8 0,605625 0,237569 0,110934 -0,013273

Var 9 0,589297 0,138790 -0,043595 0,018658

Var 10 0,311342 -0,047805 0,037222 0,783783

Var 11 0,009835 0,649727 0,125765 0,112711

Var 12 0,535729 -0,052123 0,238955 0,422741

Var 13 0,003260 0,299705 0,060569 0,633611

Var 14 0,195185 0,171088 0,656142 -0,111174

Var 15 0,539756 0,424309 -0,202951 0,021471

Var 16 -0,016754 0,307753 0,004449 0,534124

Var 17 0,704583 0,004258 0,238244 0,028193

Var 18 0,577330 0,298600 0,001977 0,229017

Var 19 0,322354 0,021124 -0,047003 0,353061

Var 20 0,169503 0,648394 0,226632 -0,083519

Fonte: Dados da pesquisa, 2012

Observa-se, na tabela 58, que a rotação varimax ortogonal possibilitou uma melhor

visualização dos fatores, nos quais a proporção de variação das variáveis está melhor

representada. Observa-se que os valores que possuem uma significância igual, ou superior,

a 0,6 estão em destaque em cada fator. Vamos analisar detalhadamente os quatro fatores

que possuem as variáveis explicativas e os fatores que explicam a maior variância do

estudo.

Pode-se concluir, ainda, que o fator 1 é o mais importante para o estudo, pois é

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130

derivado do maior autovalor e possui uma explicação de 24,61%, sendo que as variáveis,

que mais contribuem neste, são representadas pelas seguintes afirmações: A Coordenação

do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes; A Coordenação do curso

mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou

coletiva; As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos; O nível de exigência

do seu curso era coerente com a exigência no mercado; e Os professores demonstravam ter

domínio do assunto da disciplina.

Assim, por meio da análise fatorial foi possível identificar os fatores latentes, sendo

que 4 fatores foram selecionados, os quais apresentam e avaliam o padrão de respostas dos

egressos em relação à qualidade no curso de graduação da engenharia de produção da

UFRN.

6.4.2 Fatores Latentes – Fator 1: Apoio e suporte aos alunos

O fator 1 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): A coordenação do

curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes; A Coordenação do curso

mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou

coletiva; As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos; O nível de exigência

do seu curso era coerente com a exigência no mercado e os professores demonstravam ter

domínio do assunto da disciplina.

Tabela 59: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Apoio e suporte aos alunos

Variáveis (Afirmativas) CF1 Mediana Desvio Padrão A Coordenação do curso atendia com

eficiência as necessidades dos discentes.

0,732430 4 1,334819579

A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou

coletiva.

0,768825 4 1,283619054

As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos 0,654754 4 1,05775778

O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. 0,605625 4 1,311302782

Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina 0,704583 4 1,000571788

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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131

As afirmativas convergem para um ponto: suporte aos alunos, seja pela parte da

coordenação do curso (abordado nas duas primeiras afirmativas), ou com relação ao

suporte que as disciplinas ou os professores ofereceram para os alunos (egressos na

pesquisa) absorverem, para, hoje, atuarem no mercado de trabalho.

Na análise do fator 1, que é o mais relevante na percepção de qualidade dos

egressos com relação ao curso de graduação, os egressos concordam com a afirmação, ou

seja, este suporte era dado aos alunos, a mediana 4, enfatiza a opinião dos egressos, e as

afirmações nos permite interpretar, que no fator mais importante, avaliado pelos egressos,

o curso dava o apoio e o suporte com relação as afirmações analisadas.

Analisando a primeira afirmativa a coordenação do curso atendia com eficiência as

necessidades dos discentes, a alternativa que aparece com mais frequência é “Concordo

pouco”, enfatizando que a coordenação atendia de modo parcial as necessidades dos

egressos. Os resultados estão expressos na tabela 60.

Tabela 60: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso atendia com eficiência as

necessidades dos egressos.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 10 10,6383 10,6383

Discordo pouco 17 18,08511 28,7234

Indiferente 10 10,6383 39,3617

Concordo pouco 37 39,3617 78,7234

Concordo totalmente 20 21,2766 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Dando sequência a análise das afirmativas, a segunda também relacionada à

coordenação do curso, relacionando se a mesma mantinha comunicação rápida e aberta

com os discentes, seja de forma individual ou coletiva, a alternativa mais frequente foi

“Concordo pouco”, enfatizando que a coordenação se comunicava de modo satisfatório,

perante a opinião dos egressos, visto que o somatório dos egressos que concordam com a

afimativa são maioria, ou seja, 57 dos egressos concordam de maneira total ou parcial com

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132

a afirmativa. Os resultados estão expressos na tabela 61.

Tabela 61: Frequência da afirmativa: A Coordenação do curso mantinha comunicação

rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 10 10,6383 10,6383

Discordo pouco 15 15,95745 26,59574

Indiferente 12 12,76596 39,3617

Concordo pouco 37 39,3617 78,7234

Concordo totalmente 20 21,2766 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

A terceira afirmativa tem relação às disciplinas do curso, e se as mesmas atingiram

os objetivos propostos. Diferentemente das afirmações anteriores, esta os egressos

discordaram pouco, em sua maioria, o que significa que, de maneira geral, os egressos

consideraram que os objetivos propostos eram atingidos nas disciplinas cursadas durante a

graduação, conforme resultado da tabela 62.

Tabela 62: Frequência da afirmativa: as disciplinas ministradas atingiram os objetivos

propostos.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%)

Discordo totalmente 4 4,26 4,26

Discordo pouco 22 23,40 27,66

Indiferente 10 10,64 38,30

Concordo pouco 53 56,38 94,68

Concordo totalmente 5 5,32 100,00

Total 4 4,26 4,26

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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133

A próxima afirmativa a ser analisada, diz respeito ao nível de exigência do curso e

o mercado de trabalho, se o suporte teórico oferecido ao aluno é suficiente para o mesmo

atuar no mercado de trabalho, e a resposta mais frequente foi “Concordo pouco”, e dos

egressos que concordam com a afirmação somam 51 alunos, evidenciando que os egressos

se consideram preparados para o mercado de trabalho ao concluírem a graduação.

Tabela 63: Frequência da afirmativa: o nível de exigência do seu curso era coerente com a

exigência no mercado.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 11 11,70213 11,70213

Discordo pouco 24 25,53191 37,23404

Indiferente 8 8,510638 45,74468

Concordo pouco 40 42,55319 88,29787

Concordo totalmente 11 11,70213 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

A última afirmativa enquadrada no fator 1, aborda aspectos relacionados ao

domínio do professor ao assunto dado em sala de aula. A resposta mais frequente foi

“Concordo pouco”, dentre todas as respostas, 68 egressos responderam concordando com a

afirmativa, evidenciando a opinião dos egressos que os professores demonstravam ter

domínio dos assuntos abordados em classe, conforme mostra tabela 64.

Tabela 64: Frequência da afirmativa: Os professores demonstravam ter domínio do

assunto da disciplina

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 2 2,12766 2,12766

Discordo pouco 13 13,82979 15,95745

Indiferente 11 11,70213 27,65957

Concordo pouco 54 57,44681 85,10638

Concordo totalmente 14 14,89362 100

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134

Total 94 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

No tópico seguinte, será apresentado o fator 2, assim como a análise de suas

afirmativas.

6.4.3 Fatores Latentes – Fator 2: Suporte extra classe

O fator 2 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): Os alunos tinham

orientação quanto aos estágios; As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes;

O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias;

Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos. Os

resultados relacionados as fator 2 estão destacados na tabela 65.

É possível homogeneizar as afirmativas, partindo do princípio que todas as

afirmativas abordam um aspecto de suporte extraclasse perante os alunos, hoje egressos

participantes da pesquisa. Esses aspectos são relacionados com orientações em relação a

estágios, apoio de monitores, oportunidade que o curso ofereceu a participar de atividades

comunitárias além de incentivo a atividades de pesquisa e extensão.

Tabela 65: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 2: Apoio extraclasse

Afirmativas CF2 Mediana Desvio Padrão Os alunos tinham orientação quanto aos

estágios 0,668487 2 1,32155632

As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes 0,675733 2 1,27593211

O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações

comunitárias. 0,649727 2 1,42601415

Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos

alunos 0,648394 2 1,31291562

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Com relação a orientação para os estágios, a maioria dos egressos opinaram como

“Discordo pouco”, e o somatório das respostas que discordam com a afirmação somam 50,

representando aproximadamente 50%, que nos leva a interpretação que no curso, de

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135

maneira geral, que os alunos não eram orientados quantos às atividades de estágio. Os

resultados estão detalhados na tabela 66.

Tabela 66: Frequência da afirmativa: Os alunos tinham orientação quanto aos estágios

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 23 24,46809 24,46809

Discordo pouco 27 28,7234 53,19149

Indiferente 12 12,76596 65,95745

Concordo pouco 23 24,46809 90,42553

Concordo totalmente 9 9,574468 100

Total 94 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

A segunda afirmativa do fator classificado como Extraclasse questiona os egressos

quanto ao suporte de monitores para as disciplinas da graduação (tabela 67). Os egressos

consideraram que havia suporte de monitores, os respondentes centralizaram a resposta na

alternativa “Discordo pouco”, considerando a existência do suporte de monitoria.

Tabela 67: Frequência da afirmativa: As disciplinas tinham monitores para auxiliar os

docentes.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 28 29,47368 29,47368

Discordo pouco 29 30,52632 60

Indiferente 10 10,52632 70,52632

Concordo pouco 23 24,21053 94,73684

Concordo totalmente 5 5,263158 100

Total 95 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

No tocante a oportunidades em conhecimento de atividades comunitárias, a

avaliação foi centralizada na alternativa “Discordo totalmente”, evidenciado que o curso

não oferecia aos alunos oportunidades para se envolverem em atividades comunitárias,

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136

ações de ajuda a sociedade, como movimentos voluntários. O somatório dos egressos que

discordam da afirmação resulta em 52, representando 55% dos respondentes. Os resultados

estão detalhadas na tabela 68.

Tabela 68: Frequência da afirmativa: O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em

conhecimento de ações comunitárias.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 35 37,23404 37,23404

Discordo pouco 17 18,08511 55,31915

Indiferente 10 10,6383 65,95745

Concordo pouco 25 26,59574 92,55319

Concordo totalmente 7 7,446809 100

Total 94 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Quando o assunto é projeto de iniciação científica e extensão (tabela 69), o curso

foi mal avaliado, a maioria dos respondentes julgaram como “Discordo” parcialemente ou

totalmente, ou seja, aproximadamente 67% dos respondentes apontaram que os professores

não apresentavam oportunidade de os alunos participarem de projetos de extensão ou de

iniciação científica. Isto evidencia que os alunos não eram envolvidos nesses tipos de

atividades acadêmicas, perdendo a oportunidade de aliar a sua graduação a atividades

extracurriculares, que iriam enriquecer ainda mais suas experiências acadêmicas, podendo

ajudar na carreira profissional.

Tabela 69: Frequência da afirmativa: Os professores apresentavam projetos de iniciação

científica e/ou extensão aos alunos.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%)

Discordo totalmente 37 39,3617 39,3617

Discordo pouco 26 27,65957 67,02128

Indiferente 9 9,574468 76,59574

Concordo pouco 16 17,02128 93,61702

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137

Concordo totalmente 6 6,382979 100

Total 94 100,0

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

No tópico a seguir, serão apresentados as variáveis que se encaixaram no fator 3.

6.4.4 Fatores Latentes – Fator 3: Biblioteca

O fator 3 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): Com relação aos livros

mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao

alunado; A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos; Quanto às

instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo. Os resultados

relacionados as fator 3 estão destacados na tabela 70.

É possível homogeneizar as afirmativas, partindo do princípio que todas as

afirmativas abordam um aspecto relacionados a biblioteca. Esses aspectos são

relacionados, seja ligados a disponibilidade de material referente ao curso, material de

maneira geral, de diversos assuntos que não só ligados a graduação, e com relação a sua

infraestrutura mesmo, as próprias instalações da biblioteca.

Tabela 70: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 3: Apoio e suporte aos alunos

Variáveis (Afirmativas) CF3 Mediana Desvio Padrão Com relação aos livros mais usados no curso,

o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado.

0,766879 3 1,3172648

A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos. 0,85569 2 1,2571461

Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo 0,656142 4 1,3415299

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Iniciando as análises separadas das variáveis, a primeira foi relacionada com o

número de livros relacionados com o curso, e os egressos em sua maioria responderam que

discordam de maneira parcial ou total, ou seja, 47% dos respondentes discordam sobre a

disponibilidade de livros, em termos de quantidade, não satisfaziam as necessidades dos

egressos, quando alunos.

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138

Tabela 71: Frequência da afirmativa: Com relação aos livros mais usados no curso, o

número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado.

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 20 21,2766 21,2766

Discordo pouco 25 26,59574 47,87234

Indiferente 10 10,6383 58,51064

Concordo pouco 30 31,91489 90,42553

Concordo totalmente 9 9,574468 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Quando questionados sobre a oferta de livros e se esta oferta atendia a demanda dos

alunos, os hoje egressos centralizaram suas respostas na alternativa “Discordo”, sendo 59%

das respostas, mostrando que de maneira geral, não só relacionado aos livros do curso, o

acervo da biblioteca não atende aos alunos, em relação a variedade de títulos.

Tabela 72: Frequência da afirmativa: A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda

dos alunos

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 26 27,65957 27,65957

Discordo pouco 30 31,91489 59,57447

Indiferente 12 12,76596 72,34043

Concordo pouco 20 21,2766 93,61702

Concordo totalmente 6 6,382979 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Quando questionados sobre as instalações de biblioteca, os egressos consideraram

que “Concordam”, ou seja, podemos interpretar que os egressos consideram as instalações

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139

satisfatórias para atividades de leitura e estudo, resultando em 45% das respostas dadas

pelos egressos. Os resultados podem ser vistos na tabela 73.

Tabela 73: Frequência da afirmativa: Quanto às instalações da biblioteca, eram

satisfatórias para leitura e estudo

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%)

Discordo totalmente 9 9,574468 9,574468

Discordo pouco 25 26,59574 36,17021

Indiferente 8 8,510638 44,68085

Concordo pouco 34 36,17021 80,85106

Concordo totalmente 18 19,14894 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

O próximo quesito a ser analisado será o ultimo fator da análise fatorial, que será

denominado como Avaliações e Instalações Físicas.

6.4.5 Fatores Latentes – Fator 4: Avaliações e Instalações Físicas

O fator 4 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): As avaliações das

disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido

e As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo)

utilizadas no seu curso eram satisfatórias. Os resultados relacionados as fator 3 estão

destacados na tabela 74.

Tabela 74: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Apoio e suporte aos alunos

Variáveis (Afirmativas) CF4 Mediana Desvio Padrão As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material

bibliográfico sugerido. 0,783783 4 1,039815903

As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo)

utilizadas no seu curso eram satisfatórias 0,633611 4 1,315005004

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

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140

Na afirmativa com relação às avaliações das disciplinas serem coerente com o

material bibliográfico sugerido, os egressos centralizaram suas respostas na alternativa

“Concordo”, o que enfatiza a satisfação dos egressos com relação a maneira como eram

cobrados pelos professores, 78% dos respondentes concordaram com a afirmativa. As

respostas podem ser vistas na tabela 75.

Tabela 75: Frequência da afirmativa: As avaliações das disciplinas são coerentes com o

assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%)

Discordo totalmente 2 2,12766 2,12766

Discordo pouco 15 15,95745 18,08511

Indiferente 4 4,255319 22,34043

Concordo pouco 49 52,12766 74,46809

Concordo totalmente 24 25,53191 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

Na ultima variável deste fator e do estudo, a afirmativa relacionada às instalações

físicas disponibilizadas pela universidade para os alunos, hoje egressos, as respostas

convergiram para “Concordo”, representando 60% das respostas, o que mostra que os

egressos consideram as instalações suficientes para as atividades a serem desenvolvidas

durante a graduação.

Tabela 76: Frequência da afirmativa: As instalações físicas (salas de aula, laboratórios,

ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias

Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%)

Discordo totalmente 7 7,446809 7,446809

Discordo pouco 25 26,59574 34,04255

Indiferente 5 5,319149 39,3617

Concordo pouco 34 36,17021 75,53191

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141

Concordo totalmente 23 24,46809 100

Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

No tópico a seguir, será analisada a questão da importância que os egressos dão às

variáveis já analisadas no tocante a percepção.

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142

6.5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

O perfil dos egressos respondentes da pesquisa: faixa etária entre 25 e 28 anos, em

sua maioria (60%) homens, não possuem outra graduação, 80% estão empregados, no Rio

Grande do Norte (61%). Em sua maioria possuem ou estão cursando pós-graduação.

Para responder um dos objetivos específicos propostos da pesquisa, os

setores/empresas onde os egressos estão inseridos no mercado de trabalho: 46% em

empresas privadas, seguido das instituições públicas federais (23%), e 9,6% dos egressos

são bolsistas. Estas opções caracterizam 78,9% do ambiente de trabalho dos egressos.

Com relação a área em que estão inseridos, as quatro áreas da engenharia de

produção que representam 67% de inserção no mercado de trabalho, sendo elas:

Engenharia de operações e processos da produção, Engenharia organizacional, Logística e

Engenharia da qualidade.

Os egressos, ao julgar quais os elementos mais importantes para a avaliação da

qualidade do curso de engenharia de produção, foram: As disciplinas ministradas atingiram

os objetivos propostos; O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no

mercado; O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no

mercado de trabalho; Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada

facilitando o processo ensino-aprendizagem; Os professores demonstravam ter domínio do

assunto da disciplina. Essas afirmações se encontraram no fator 1, e foram considerados

“Muito importante”, na avaliação dos egressos.

Na tabela 77, é possível identificar as afirmativas, e sua avaliação por parte dos

egressos, com relação a sua percepção e importância.

Desta tabela podem-se extrair diversas informações a respeito da qualidade do

curso, tanto a percepção dos egressos para o serviço prestado a eles, quando graduandos,

assim como para identificar as oportunidades de melhoria no curso. E ainda mais,

identificar quais pontos são mais críticos (destacados como “Discordo totalmente”) e que

são considerados como “Muito importante” pelos egressos, esses pontos são os mais

críticos, e que merecem atenção, por parte da equipe que faz a gestão do curso.

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143

Tabela 77: Resumo da avaliação – Percepção e Importância

Afirmativas Percepção Importância

Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-

aprendizagem Concordo pouco Muito importante

Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário) ligados

ao curso Concordo pouco Importante

As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes Discordo totalmente Importante

Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina Concordo pouco Muito importante

As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos Concordo pouco Muito importante

As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu

curso eram satisfatórias Concordo pouco Importante

Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos Concordo pouco Importante

O quadro de professores era satisfatório para ministrar as disciplinas ofertadas durante os

semestres Discordo totalmente Muito importante

O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. Concordo pouco Muito importante

O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho. Concordo pouco Muito importante

Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos Discordo totalmente Importante

Os alunos tinha orientação quanto aos estágios Discordo pouco Importante A Coordenação do curso atendia com eficiência as

necessidades dos discentes. Concordo pouco Importante

A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma

individual ou coletiva. Concordo pouco Importante

As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico

sugerido. Concordo pouco Importante

O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias. Discordo totalmente Importante

Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca

atendia ao alunado. Concordo pouco Muito importante

Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo Concordo pouco Importante

Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico Concordo pouco Importante

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sugerido. A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda

dos alunos. Discordo pouco Muito importante

Fonte: Dados da pesquisa, 2012.

A variável que se destacou como o mais relevante, ou seja, a que teve “pior”

avaliação por parte dos egressos, e foi considerada como “Muito importante” foi: O quadro

de professores era satisfatório para ministrar as disciplinas ofertadas durante os semestres.

Esta afirmativa evidencia que este item merece atenção.

Não houve variável que foi considerada “Muito importante” e avaliada como

“Concordo totalmente”, ou seja, não houve um aspecto que foi considerado muito

relevante, e que o curso atendia perfeitamente as necessidade dos egressos. Esse poderia

ser um objetivo ao ser alcançado pelo curso, ou seja, após executar melhoria no curso,

levando em consideração os pontos extraídos desta pesquisa, e em seguida fazer

novamente esta coleta de dados, com novos egressos e assim poder avaliar o desempenho

do curso, buscando uma melhora na prestação do serviço ao cliente.

Neste tópico estamos apresentando de maneira resumida o resultado da pesquisa,

então a análise fatorial foi organizada de maneira compacta e pode ser vista através dos

diagramas, das figuras 13 e 14.

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145

Figura 12: Diagrama dos Fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise

Fatorial – Percepção

Fonte: Dados da pesquisa, 2012

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Figura 13: Diagrama dos Fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise

Fatorial – Importância

Fonte: Dados da pesquisa, 2012

Nos diagramas é possível observar a semelhança dos fatores encontrados nas duas

análises, mostrando a consistência dos resultados.

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Visando responder um dos objetivos propostos que é: confrontar os indicadores do

MEC a respeito de qualidade dos cursos com os dados obtidos junto aos egressos,

buscamos, na tabela 78, apresentar os dados do ultimo Enade em 2008. As notas dos

ingressantes (2,87) e dos concluintes (2,55) foram em torno de 2,5, sendo ao conceito do

Enade 3, conceito este que não é considerado satisfatório para o curso. Além destas notas,

são disponíveis outros dados, que podem ser utilizados em paralelo com os dados

encontrados na pesquisa, a respeito de infraestrutura.

Tabela 78: Resultado do Enade 2008 – Engenharia de Produção da UFRN

Ano Enade 2008

N° de alunos presentes Enade 81

Participantes Ingressantes 50

Participantes Concluintes 31

Média FG_Ing 54,18

Média FG_Conc 54,29

Média CE_Ing 33,29

Média CE_Conc 41,39

Média Geral Ing 38,51

Média Geral Conc 44,61

Conceito_Enade 3

Conceito_IDD 3

Conceito Preliminar Curso 3

CPC Contínuo 2,45 % equipamentos disponíveis são

suficientes (resp. A/B) 47,69%

% avaliam bem o plano de ensino (resp. A) 27,69%

Número de Docentes 112

Docentes Mestres 80

Docentes Doutores 58

Docentes Regime Parcial/Integral 112

% Docentes Mestres 0,71

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% Docentes Doutores 0,52

% Docentes Regime Parcial/Integral 1

IDD Índice Auxiliar -1,8633

IDD Índice -2,3221

Nota infraestrutura 1,91

Nota pedagógica 0,66

Nota_mestre 2,95

Nota_doutor 2,59

Nota_regime 5

Nota Enade Ingressantes 2,87

Nota Enade Concluintes 2,55

Nota IDD 2 Fonte: Inep, 2011.

A avaliação dada pelos egressos, de maneira geral, considera o curso como

satisfatório para a formação profissional, 76% das resposta, foram entre “muito boa” e

“boa”, porém quando fizemos a análise fatorial, não foi isto que foi identificado, visto que

há diversos fatores que o curso pode melhorar. Sendo assim, visando melhorar o conceito

do curso perante as avaliações do Sinaes, uma proposta do presente trabalho, é que a

gestão do curso de engenharia de produção implemente ações de melhoria nos primeiros

fatores da análise fatorial e acompanhem a evolução do desempenho do curso, através das

avaliações do MEC, assim como através de avaliações feitas pela própria coordenação do

curso, visando uma melhoria contínua na prestação de serviço do curso, fazendo com que

os profissionais formados pela instituição sejam cada vez mais competitivos para o

mercado de trabalho.

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7. CONCLUSÃO

Os resultados desta pesquisa ajudam e contribuem para que as universidades

possam tornar seu cliente mais satisfeito com o serviço que lhe é prestado. Para isso, foi

necessário conhecer o sistema de avaliação atual, e saber quais aspectos são abordados,

bem como se a opinião do egresso é levada em consideração, de que forma é avaliada, se o

sistema de avaliação permite um retorno à IES, mostrando qual a opinião do seu cliente, ou

seja, se ocorre feedback para a prestadora de serviço. Assim, neste tópico serão

apresentadas as considerações finais, onde será feita uma revisão dos principais resultados

obtidos, relacionando-os com o escopo teórico apresentado no estudo.

A Gestão da qualidade está evoluindo e os seus conceitos estão sendo aplicados de

maneira crescente. As ferramentas da qualidade, assim como as estratégias que visam a

melhoria contínua nos processos, estão em profundo crescimento nas organizações. A

preocupação com a qualidade e com a satisfação do cliente é requisito que está em

evidência nas grandes empresas, e nas IES isto não acontece diferente. Acompanhar o

nível de serviço, assim como a qualidade do produto final (fazendo alusão aos egressos,

neste caso) são práticas diárias nas empresas, e as IES estão buscando aprimorar seu nível

de serviço, objetivando a satisfação do cliente e, consequentemente, formar profissionais

cada vez mais competitivos.

No Brasil, a maneira de avaliar a qualidade dos cursos e das instituições é através

do Sinaes. Assim, o presente estudo trouxe à tona a maneira como o sistema de educação

superior é avaliado no Brasil, assim como em outras partes do mundo, buscando fazer um

paralelo entre eles, e observar em quais sistemas o egresso (cliente) é consultado a respeito

do serviço a ele prestado.

Neste contexto, a presente dissertação foi desenvolvida buscando responder o

seguinte problema de pesquisa: Qual a percepção que os egressos do curso de Engenharia

de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte têm sobre a qualidade no

curso de graduação? Desta maneira, o objetivo geral deste estudo foi “Analisar sob a ótica

do egresso a percepção da qualidade de um curso de graduação a fim de contribuir com a

melhoria contínua”.

É importante frisar, que a presente pesquisa, trata-se de uma fotografia da

percepção que os egressos tem do curso de graduaçãoo da UFRN, que este processo de

avaliação é importante que seja continuo, buscando assim a melhoria contínuo do curso.

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Para atingir os objetivos propostos e responder a pergunta da pesquisa, primeiro foi

feita uma pesquisa bibliográfica, buscando conhecer os estudos atuais a respeito do

assunto, assim como encontrar alicerces teóricos através de autores consagrados na área de

gestão da qualidade e na área de ensino superior.

Levando em consideração os aspectos que são avaliados pelo Sinaes, foi possível

elaborar um questionário, visando conhecer a percepção dos egressos, além de poder

ranquear a importância dos diversos aspectos que englobam um curso de graduação, no

tocante a sua qualidade. Os aspectos que foram considerados para elaborar o questionário

podem ser classificados como: biblioteca, coordenação, estrutura do curso, infraestrutura e

professores.

Os aspectos relacionados acima foram utilizados visando identificar oportunidade

de melhoria nos seguintes pontos: a UFRN ainda é muito distante do mercado, ou seja,

integração mercado-universidade; incentivo da universidade aos alunos conseguirem

estágios (como uma forma de se inserirem no mercado de trabalho); qual o apoio que a

universidade oferece ao aluno (orientação com relação a assuntos acadêmicos); qual a

proximidade entre professores e alunos (visando uma maior produtividade e dando

melhores resultados); alunos e professores estão trabalhando de forma conjunta; como os

alunos se relacionam com os professores; como o aluno julga a infraestrutura oferecida

pela universidade; qual o grau de acesso que os alunos têm aos professores; qual a

disponibilidade da biblioteca com relação aos livros utilizados durante a graduação, essa

disponibilidade ocorre de maneira quantitativa e qualitativa.

As respostas coletadas por meio do questionário retrataram a percepção que os

egressos têm em relação a qualidade do curso, assim como quais os principais pontos que

são levados em consideração ao se avaliar a qualidade do curso.

Foram identificados os fatores 4 latentes de cada análise: da importância e da

percepção.

Os resultados da análise fatorial da importância apresentaram no fator 1, nomeado

como Apoio e Suporte aos Alunos, a avaliação “Importante” e “Muito Importante”, e as

variáveis analisadas foram: a Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades

dos discentes; a Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os

discentes seja de forma individual ou coletiva; as disciplinas ministradas atingiram os

objetivos propostos; o nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no

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mercado; o currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no

mercado de trabalho; os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado

e com o material bibliográfico sugerido; os professores das disciplinas deram suporte e

orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem; os professores

demonstravam ter domínio do assunto da disciplina; os professores mantinham um bom

relacionamento com os alunos.

No fator 2, suporte extraclasse, as variáveis (v.3, v.6, v.11 e v.20) foram avaliadas

como “Importante” para a qualidade do curso.

A respeito do fator 3, relacionando aspectos da biblioteca, as variáveis v.1 e v.2

foram consideradas “Muito Importante”, e v.14 foi avaliada como “Importante”.

Concluindo a apresentação dos resultados da análise fatorial, o fator 4, com relação

às avaliações e instalações físicas, as variáveis v.10, v.13 e v.16, foram consideradas

“Importantes”.

Agora a análise fatorial da percepção: fator 1 neomeado como apoio e suporte aos

alunos, a avaliação dos egressos indicou que os egressos concordam com as afirmativas,

onde as alternativas mais escolhidas foram centralizadas pelo concordam, sendo assim, o

curso atendeu as necessidades dos alunos neste primeiro fator. As variáveis deste fator são

v.4, v.5, v.7, v.8 e v.17.

O fator 2, relacionado com o suporte extraclasse, teve uma avaliação em que os

egressos discordavam, que em sua maioria optaram pela alternativa que predominava a

discordância das afirmativas, mostrando que nestas variáveis: os alunos tinham orientação

quanto aos estágios; as disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes; o curso de

graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias e os

professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos, os

egressos obtiveram um serviço que não satisfez suas necessidades no momento que foi

preciso.

A respeito do fator 3, que abordou aspectos sobre a biblioteca, as variáveis

apresentaram comportamentos divergentes. Com relação aos livros mais usados no curso,

se o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado, assim como com

relação à oferta de livros na biblioteca, se atendia a demanda dos alunos, os alunos

discordaram com as variáveis, já no tocante às instalações da biblioteca, se eram

satisfatórias para leitura e estudo.

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Finalizando a análise dos fatores da percepção, o fator 4, as variáveis em questão

foram v.10 e v.13.m os egressos concordaram com as afirmativas, sendo assim

considerando satisfatório o serviço prestado, com relação a estes aspectos.

Em posse dessas informações é possível priorizar algumas áreas que merecem

medidas imediatas para melhorar a percepção da qualidade do curso, perante seus alunos.

Assim como foi possível identificar quais pontos são bem avaliados, neste caso, o suporte

extraclasse, no qual o curso obteve péssimas avaliações por parte dos egressos, o com

relação a importância, foi considerado relevante.

Os primeiros pontos a serem melhorados no curso, são os que aparecem no fator 2,

da importância e da percepção, visto que esses são relevantes, com relação a percepção do

egresso, ou seja, que possui um desempenho abaixo do esperado, e são julgados como

importantes para a avaliação do curso.

Interpretando os resultados que foram obtidos através da análise fatorial é possível

identificar a percepção dos egressos, atingindo o objetivo geral da pesquisa, assim como

conhecer qual a importância que é dada a cada variável analisada, podendo assim,

melhorar nesses pontos e buscar a melhoria contínua no curso.

Os objetivos específicos foram atingidos no decorrer do trabalho, visto que foi

apresentado no escopo teórico, as diversas metodologias de avaliação do ensino superior

utilizada em diferentes países. Na análise descritiva do questionário foi apresentada em

qual área os egressos estão inseridos no mercado de trabalho, além de diversas informações

com relação ao assunto (faixa salarial, natureza do emprego), e por fim, os dados do MEC

do curso de engenharia de produção, foram confrontados com o resultado da pesquisa.

Antes de fazer o comparativo do resultado da pesquisa, com o resultado obtivo pelo

curso na avaliaçãoo do ENADE, vale ressaltar aspectos relavantes e instríseco ao curso de

Engenharia de Produção da UFRN. Os alunos quando convocados em fazer o ENADE, não

tinha a consiciencia da importância de tal prova, e foram para a prova, sem considerar que

aquela avaliação iria definir o conceito do curso para o MEC, ou seja, no período em que

ocorreu o ENADE (2008), os alunos não levavam a serio a avaliação, e fizeram um

˜boicote” e isto veio a prejudicar o desempenho do curso, nesta avaliação.

No Enade-2008 (último feito por estudantes do curso de engenharia de produção-

UFRN) o curso obteve conceito 3, e na avaliação feita pelos egressos, com exceção do

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fator suporte extraclasse, os demais obtiveram avaliação satisfatória, visto que os alunos

concordaram com 65% das afirmações, quando analisada através da análise fatorial.

Quando os egressos foram perguntados (ANEXO - Parte 3, Questão 5) qual a contribuição

do curso para a formação profissional, o curso foi bem avaliado, tendo em torno de 75%

das respostas positivas. Este resultado pode ser interpretado da seguinte maneira: de modo

geral os egressos estão satisfeitos, visto que grande maioria está inserida no mercado de

trabalho, porém o curso tem pontos a melhorar, e esta melhora pode ser iniciada pelos

aspectos abordados no fator 2 da percepção do curso, já que as afirmações do fator 1, estão

satisfazendo as necessidades dos egressos.

O ponto de partida para melhorar a qualidade do serviço prestado pelo curso é

analisar a percepção dos egressos e identificar quais aspectos são relevantes, e isto foi feito

nesta pesquisa, para dar continuidade ao estudo é necessário que medidas sejam tomadas,

visando melhorar os aspectos que são necessários, e se fazer uma nova avaliação, para se

medir a melhora na qualidade e poder identificar novas necessidades e desejos dos clientes

(alunos) do curso de engenharia de produção da UFRN.

Como recomendação para trabalhos futuros: tomada de ação para melhoria de

qualidade do curso trabalhando a percepção encontrada neste estudo, e nova avaliação da

qualidade, visando acompanhar o desempenho, conhecer novas necessidade e desejos dos

clientes, acompanhar a melhora no ambiente acadêmico e ver o resultado refletindo no

mercado de trabalho (% de alunos inseridos no mercado de trabalho) assim como na

competitividade desses alunos (faixa salarial). Além de novas pesquisas acerca de sistemas

de avaliação do ensino superior, que incorporem a percepção do aluno e/ou egressos, ou

seja, do cliente.

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166

ANEXO/ APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

--- Apresentação da pesquisa

Caros alunos e alunas

Esse questionário faz parte de uma pesquisa de Mestrado de Natália Veloso Caldas de

Vasconcelos. Tal estudo tem como objetivo identificar sob a ótica do egresso, qual a

percepção com relação à qualidade no curso de graduação em Engenharia de Produção, da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Sua participação é de extrema importância, já que você faz parte de um grupo seleto.

Além disso, os resultados da pesquisa irão contribuir para o aprimoramento contínuo do

curso, bem como da qualidade. Diferente das avaliações oficiais, realizadas pelo Ministério

da Educação e suas Secretarias, nessa pesquisa o foco principal é você: egresso. Logo, um

diferencial e um complemento aos outros instrumentos de pesquisa do Governo Federal.

Suas respostas são sigilosas. O questionário está configurado para não identificar o

respondente sob nenhuma hipótese. Ninguém terá acesso as suas respostas

individualmente.

Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões podem ser enviadas para o seguinte e-mail:

[email protected]

--- Apresentação do instrumento de coleta de dados

Caro(a) egresso(a),

O questionário está dividido em 3 partes, com questões totalmente objetivas (de marcar).

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Na primeira, constam questões para identificação do seu perfil (em 2 minutos você

responderá, sem dificuldades).

A segunda é composta por questões objetivas ligadas a qualidade na graduação. Você

poderá dar sua resposta em uma escala de 1 a 5. Distribuído da seguinte maneira:

Discordo Totalmente 1

Discordo 2

Pouco Importante 3

Concordo 4

Concordo Totalmente 5

Na terceira parte, constam apenas 5 perguntas que podem ser respondidas rapidamente.

Trata-se de um questionário simples, prático e direto. O preenchimento do mesmo dura, em

média, 11 minutos.

Parte 1 - Perfil e caracterização dos egressos

1. Faixa etária

( ) 21 a 24 anos ( ) 25 a 28 anos ( ) 29 a 32 anos ( ) Acima de 33 anos

2. Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

3. Possui outra graduação

( ) Sim Qual? ___________________________ ( ) Não

4. Qual o ano de seu ingresso no curso de Engenharia de Produção?

( ) 1998 ( ) 2002 ( ) 2006

( ) 1999 ( ) 2003

( ) 2000 ( ) 2004

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( ) 2001 ( ) 2005

5. Qual o ano de conclusão da sua graduação?

( ) 2002 ( ) 2006 ( ) 2010

( ) 2003 ( ) 2007

( ) 2004 ( ) 2008

( ) 2005 ( ) 2009

6. Está empregado (a)?

( ) Não

( ) Sim

7. Em qual Estado está localizada a empresa que você trabalh/reside? Lista de opções

de todos os estados.

8. Está cursando ou cursou pós-graduação

( ) Não

( ) Sim

9. Desde que concluiu a graduação quanto tempo passou desempregado?

10. Qual área da Engenharia de Produção você trabalha?

( ) Engenharia de operações e processos da produção

( ) Logística

( ) Pesquisa operacional

( ) Ao concluir a graduação já estava empregado

( ) Menos de 1 ano

( ) Entre 1 e menos de 2 anos

( ) Entre 2 e menos de 3 anos

( ) Mais de 4 anos

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( ) Engenharia da qualidade

( ) Engenharia do produto

( ) Engenharia organizacional

( ) Engenharia econômica

( ) Engenharia do trabalho

11. Qual a natureza do atual emprego? (em caso de mais de um, indique o principal)?

( ) Empresa privada

( ) Organismo internacional ou não governamental

( ) Profissional liberal ou autônomo

( ) Proprietário de empresa ou firma individual

( ) Microempreendedor individual

( ) Instituição Pública Federal

( ) Instituição Pública Estadual

( ) Instituição Pública Municipal

( ) Militar, bombeiro ou Policial

( ) Bolsista

( ) Desempregado

12. Qual o cargo?

( ) Não estou trabalhando no momento

( ) Presidente, Dirigente, Diretor, alta patente

( ) Supervisor, Coordenador, Gerente, Oficial, Engenheiro

( ) Analista, técnico, soldado

( ) Professor do Ensino Superior

( ) Professor do Ensino Profissional

13. Qual a renda média bruta mensal em reais?

( ) até 500

( ) de 501 até 730

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( ) de 731 até 1.200

( ) de 1.201 até 2.000

( ) de 2.001 até 3.500

( ) de 3.501 até 6.500

( ) de 6.501 até 9.500

( ) acima de 9.500

14. Está registrado no CREA?

( ) Não

( ) Sim

Parte 2 - Percepção da Qualidade no Curso.

Classifique suas respostas de acordo com os valores da Escala abaixo. Esta parte do

questionário avalia qual a importância e qual a percepção que o egresso tem do curso

de Engenharia de Produção da UFRN, nos aspectos das sentenças abaixo.

Na primeira coluna, percepção, o egresso vai indicar qual a percepção sobre a

sentença, e na segunda coluna, qual o grau de importância que o egresso julga para

determinada situaçaõ.

Escala

Discordo

totalmente Discordo pouco Indiferente

Concordo

pouco

Concordo

totalmente

Sem

importância

De pouco

importância Indiferente Importante

Muito

importante

1 2 3 4 5

Indique a sua opinião sobre a

IMPORTÂNCIA e qual a sua

PERCEPÇÃO sobre a

qualidade quanto:

Importância Sua percepção

Sem

importância

Muito

importante

Discordo

totalmente

Concordo

totalmente

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Os professores das disciplinas

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deram suporte e orientação

adequada facilitando o

processo ensino-aprendizagem

Os alunos eram motivados a

participarem de eventos

(workshop, congresso,

seminário) ligados ao curso

As disciplinas tinham

monitores para auxiliar os

docentes

Os professores demonstravam

ter domínio do assunto da

disciplina

As disciplinas ministradas

atingiram os objetivos

propostos

As instalações físicas (salas de

aula, laboratórios, ambientes

de trabalho / estudo) utilizadas

no seu curso eram satisfatórias

Os professores mantinham um

bom relacionamento com os

alunos

O quadro de professores era

satisfatório para ministrar as

disciplinas ofertadas durante

os semestres

O nível de exigência do seu

curso era coerente com a

exigência no mercado.

O currículo do seu curso lhe

deu suporte para vencer a

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172

competitividade no mercado

de trabalho.

Os professores apresentavam

projetos de iniciação científica

e/ou extensão aos alunos

Os alunos tinha orientação

quanto aos estágios

A Coordenação do curso

atendia com eficiência as

necessidades dos discentes.

A Coordenação do curso

mantinha comunicação rápida

e aberta com os discentes seja

de forma individual ou

coletiva.

As avaliações das disciplinas

são coerentes com o assunto

ministrado e com o material

bibliográfico sugerido.

O curso de graduação lhe

ofereceu oportunidades em

conhecimento de ações

comunitárias.

Com relação aos livros mais

usados no curso, o número de

exemplares disponíveis na

biblioteca atendia ao alunado.

Quanto às instalações da

biblioteca era satisfatória para

leitura e estudo

Os trabalhos das disciplinas

eram coerentes com o assunto

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ministrado e com o material

bibliográfico sugerido.

A oferta de livros na biblioteca

atendia a demanda dos alunos.

Parte 3

1. Qual a principal contribuição do curso em que você graduou para a sua atuação

profissional?

( ) Obtenção de diploma de nível superior.

( ) A aquisição de cultura geral.

( ) A aquisição de formação profissional.

( ) A aquisição de formação teórica.

( ) Melhores perspectivas de ganhos materiais

2. Entre as alternativas a seguir, assinale as condições que melhor expressam a sua

carreira profissional (atual e futura):

( ) Faço investimento na atualização de meus conhecimentos, participando de eventos,

palestras, viagens e cursos na minha

área de formação.

( ) Desenvolvo minhas habilidades e conhecimentos por meio de estudos sobre liderança e

domínio de outro idioma

( ) Pesquiso a respeito de novas profissões e estou motivado para enfrentar novos

desafios.

( ) Demonstro responsabilidade e comprometimento com a empresa, sendo leal com as

pessoas que integram a equipe de trabalho.

( ) Demonstro disponibilidade para aprender e tenho criatividade nas ações exercidas na

atividade profissional.

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3. Qual área da Engenharia de Produção você mais se identificou na graduação?

( ) Engenharia de operações e processos da produção

( ) Logística

( ) Pesquisa operacional

( ) Engenharia da qualidade

( ) Engenharia do produto

( ) Engenharia organizacional

( ) Engenharia econômica

( ) Engenharia do trabalho

( ) Engenharia da sustentabilidade

4. Quais disciplinas ou áreas não contribuíram para o emprego

( ) Cálculo e Álgebra

( ) Física e Mecânica

( ) Química

( ) Desenho e Expressão Gráfica

( ) Sociologia

( ) Filosofia

( ) Física Experimental

( )Resistência dos Materiais

( )Dinâmica

( )Estática

( )Estatísitica Básica

( )Organização do Trabalho

( )Higiene e Segurança do Trabalho

( )Engenharia do Produto

( )Processos Industriais

Outros. Especifique.

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5. Como você julga a contribuição do seu curso de graduação para sua formação?

( ) Muito boa

( ) Boa

( ) Regular

( ) Fraca

( ) Muito Fraca

--- Fim do questionário

--- Mensagem de agradecimento

Caro(a) egresso(a),

Agradecemos sua participação. Caso deseje manter-se informado sobre os resultados da

pesquisa, envie um e-mail para [email protected]

Questionário baseado nos questionários aplicados pelo INEP (2008) disponível em

<http://download.inep.gov.br/download//superior/enade/2008/R2_QSE.pdf>, no

questionário aplicado pelo INEP a egressos, e na seguinte referência, OLIVEIRA, Lucas

Ambrósio Bezerra de. A gestão da qualidade nas Instituições de Ensino Superior a

distância: o caso dos cursos de graduação da UFRN/SEDIS. Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/Rio Grande do Norte, 2011.