NBR11682_Estabilidade de Encosta (22!03!07)

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    Projeto NBR 11682:2006Projeto NBR 11682:200 FINAL 22 03 2007

    Sede:

    Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 / 28 andar

    CEP 20003-900 Caixa Postal 1680

    Rio de Janeiro RJTel.: PABX (21) 210-3122

    Fax: (21) 220-1762/220-6436

    Endereo eletrnico:

    www.abnt.org.br

    ABNT AssociaoBrasileira deNormas Tcnicas

    Copyright 2000,ABNTAssociao Brasileira de

    Normas Tcnicas

    Printed in Brazil/Impresso no Brasil

    Todos os direitos reservados

    MAIO 2006 Projeto NBR 11682

    NBR 11682 - Estabilidade de encostas

    Origem: NBR 11682: 1991ABNT/CB-02 - Comit Brasileiro de Construo CivilCE-02:004.07 - Comisso de estudo de estabilidade de taludesSlope StabilityDescriptors: SlopeEsta Norma substitu a(s) NBR 11682:1991

    Palavra(s)-chave: Encosta, Talude 27 pginas

    Sumrio

    Prefcio1 Objetivo

    2 Referncias normativas3 Definies4 Condies gerais5 Procedimentos preliminares6 Investigaes do terreno7 Projeto8 Execuo de obras9 Acompanhamento10 Manuteno11 Monitoramento

    ANEXOSA Situao dos taludes enquadrados nesta Norma -B TerminologiaC Laudo de vistoriaD Estimativa dos Parmetros de Resistncia para Anlise de Estabilidade de Encostas

    Prefcio

    A ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas o Frum Nacional de Normalizao. As Normas Brasileiras, cujoscontedos so de responsabilidade dos Comits Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalizao Setorial(ONS), so elaboradas por Comisses de Estudo (ABNT/CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delasfazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratrios e outros).

    Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no mbito dos ABNT/CB e ONS circulam para Consulta Pblica entre osassociados da ABNT e demais interessados.

    Objetivo

    Esta Norma prescreve as condies exigveis no estudo e controle da estabilidade de encostas e de taludes resultantes decortes e aterros realizados em encostas (ver fig. 1 no anexo A). Abrange, tambm, as condies para estudos, projeto,execuo, controle e observao de obras de estabilizao. No esto includas nesta Norma as condies especficas

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    aplicveis a taludes de cavas de minerao e a taludes de barragens, de subsolos de prdios e de cavas de metr, aaterros sobre solos moles e de encontro de pontes, bem como qualquer outra situao distinta que no envolva encostas.

    Referncias normativas

    As normas relacionadas a seguir contm disposies que, ao serem citadas neste texto, constituem prescries para estaNorma. A edio indicada estava em vigor no momento desta publicao. Como toda norma est sujeita a reviso,recomenda-se queles que realizam acordos com base nesta, que verifiquem a convenincia de se usar a edio maisrecente da norma citada a seguir. A ABNT possui a informao das normas em vigor em um dado momento.

    a) Normas ABNT

    NBR-6118:2004 - Projeto de estruturas de concreto Procedimento

    NBR-14931:2004 - Execuo de estruturas de concreto - Procedimento

    NBR-6122:1996 - Projeto e execuo de fundaes

    NBR-6497:1983 - Levantamento geotcnico

    NBR-8044: 1983 - Projeto geotcnico

    NBR-9288: 1986 - Emprego de terrenos reforados

    NBR-9286: 1986 - Terra armada

    NBR-9285: 1986 - Microancoragem

    NBR-6502: 1995 - Rochas e solos

    NBR-9604:1986 - Abertura de poo e trincheira de inspeo em solo, com retirada de amostras deformadas eindeformadas

    NBR-9820:1997 - Coleta de amostras indeformadas de solos de baixa consistncia em furos de sondagem

    NBR-6484: 2001 - Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Mtodo de ensaio

    NBR-9061:1985 - Segurana de escavao a cu aberto

    NBR-5629:2006 - Execuo de tirantes ancorados no terreno

    NBR-9653:2005 - Guia para avaliao dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas mineraes em reas urbanas

    NBR-12553:2003 - Geotxteis - Terminologia

    Definies

    Aplicam-se as seguintes definies, para efeito desta Norma:

    alongmetro (ou do ingls tell-tales): Dispositivo para medio de deslocamentos, constando de haste ou fio tensionadoprotegido por revestimento, instalado em qualquer direo, fixado em profundidade, cuja extremidade serve de referncia demedio de deslocamentos relativos entre a parte fixada em profundidade e o local de instalao da extremidade oposta.

    BM (do ingls bench mark): Sigla para designar referncia fixa, constituda por haste vertical chumbada no terreno emprofundidade, em regio livre de movimentos, e protegida por tubo ao longo de todo o seu comprimento. Na extremidadesuperior, da haste, instalado dispositivo para referncia de nvel topogrfico de preciso.

    chumbador: Elemento estrutural, em geral uma barra de ao, introduzido em furo aberto no macio rochoso, ao qual se fixa porcalda e/ou argamassa de cimento, e/ou epoxi, e/ou por dispositivo mecnico. A extremidade externa da barra fixada aoelemento (por exemplo: muro de concreto, lasca de rocha, etc.) que se pretende fixar superfcie rochosa. O chumbador no protendido, sendo assim um elemento passivo. restrito aplicao em rocha.

    DHP: Sigla para designar dreno subhorizontal profundo.

    encosta: Talude de origem natural.

    fator de segurana (em relao resistncia ao cisalhamento do solo): Valor pelo qual a resistncia ao cisalhamento (ou os

    parmetros de resistncia) deve ser reduzida para que o talude atinja a condio de equilbrio limite.geossinttico: Produto sinttico aplicado a obras geotcnicas e de proteo ambiental.

    geotxteis: Produto txtil permevel utilizado predominantemente em engenharia geotcnica exercendo funes de drenagem,filtrao, reforo, separao e proteo.

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    grampo: Elemento de reforo do terreno constitudo de perfurao preenchida com calda de cimento, ou argamassa, compsitoou outro aglutinante e elemento resistente trao/cisalhamento. Tem a finalidade de distribuir cargas ao longo de todo o seucomprimento interagindo com o terreno circunvizinho, podendo parte da carga mobilizada ser absorvida pela cabea. Amobilizao de carga no grampo induzida pela deformao do terreno por ou pequena carga aplicada na extremidade externa.Diferem dos tirantes conforme descrito na NBR-5629 por no apresentarem trecho livre e serem passivos.

    Inclinmetro: Instrumento que serve para medir deslocamentos horizontais dentro do terreno, em profundidade, e a progressode movimentos de uma encosta.

    medidor de nvel d'gua: Dispositivo para medio do nvel do lenol fretico. O local de medio deve estar em contato com apresso atmosfrica.

    modelo geolgico-geotcnico: Representao, por meio de sees, de vistas e/ou de blocos-diagramas, das caractersticasgeolgicas e geotcnicas bsicas do subsolo, assim como da superfcie do trecho que interessa ao estudo de estabilidade do taludeou da encosta.

    piezmetro: Dispositivo de medio de presso hidrosttica (ou poro-presso) no interior do terreno. O local de medio deveser isolado de qualquer possibilidade de contato com a presso atmosfrica ou com outra camada do terreno diferente daquelaonde se deseja fazer a medio.

    retaludamento: Obra de mudana da inclinao e/ou da altura de um talude, objetivando melhorar suas condies deestabilidade.

    ruptura de um talude: Modificao da geometria do talude ocasionada por escorregamento ao longo de uma superfcie ou zonade concentrao de deformaes cisalhantes ou por deformaes excessivas que afetem obras de engenharia.

    subhorizontal: Plano ou reta pouco inclinados em relao horizontal.

    subvertical: Plano ou reta pouco inclinados em relao vertical.

    subsidncia: Afundamento de uma rea ou superfcie do terreno em relao sua situao original.

    talude: Terreno inclinado.

    tirante injetado: De acordo com a Norma NBR-5629, tirantes injetados so peas especialmente montadas, tendo comocomponente principal um ou mais elementos resistentes trao, que so introduzidos no terreno em perfurao prpria, nasquais por meio de injeo de calda de cimento (ou outro aglutinante) em parte dos elementos, forma um bulbo de ancoragemque ligado estrutura atravs do elemento resistente trao e da cabea do tirante.

    velocidade residual: Velocidade dos deslocamentos do talude ou de partes do mesmo aps a implantao de obras deestabilizao.

    retro-anlise: Anlise de estabilidade elaborada com o conhecimento da geometria da superfcie de ruptura ocorrida e outrosfatores que estavam presentes no momento da ruptura, como sobrecargas, posio do nvel de gua, sismos, e outros, visandodeterminar os parmetros de resistncia e poro-presso coerentes com o problema.

    terminologia: A definio dos tipos de movimentos de massa, elementos de caracterizao e dimenses envolvidas nas situaesde escorregamento esto indicados no Anexo A Terminologia.

    Condies gerais

    Esta norma especifica os estudos relativos estabilidade de encostas e s minoraes dos efeitos de sua instabilidade emreas especficas, pr-definidas, objetivando a definio das intervenes a serem analisadas e discriminando osprocedimentos indicados a seguir na elaborao de estudos e projetos, na execuo de obras ou servios de implantao,

    no acompanhamento dos mesmos e na manuteno de tais obras ou servios.

    Tendo em vista que a rea de estudo pode ser influenciada por fatores externos e mais abrangentes e/ou legais, taiscondicionantes devem ser considerados e analisados, antes do estudo especfico para o local.

    Esta norma define, segundo uma organizao cronolgica, as etapas e as prescries relativas estabilidade de encostasem reas especficas, conforme a seguir itemizado.

    Esta norma prescreve condies especficas, para estudos e para obras em talude individuais. No caso de obras lineares,tais como estradas, ferrovias, dutovias e outras, os estudos e projetos devem levar em conta a geologia e geomorfologiaao longo do traado, direo e mergulho das rochas, presena de colvios e outras situaes crticas. As investigaesdevero ser definidas pelo projetista caracterizando os taludes especficos nos quais devero ser realizados os estudosindividualizados prescritos nesta norma. Os projetos devero obrigatoriamente prever drenagem e proteo contra erosoem todos os taludes de corte e aterro.

    Procedimentos Preliminares

    Os procedimentos preliminares indicados nesta Norma so de carter obrigatrio e visam ao conhecimento dascaractersticas do local, consulta a mapas e levantamentos disponveis, verificao de restries legais e ambientais, elaborao de laudo de vistoria (Anexo C), avaliao da necessidade de implantao de medidas emergenciais e

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    programao de investigaes geolgicas e geotcnicas. O detalhamento dos procedimentos preliminares obrigatrios apresentado na seo 5.

    Investigaes

    Incluem investigaes geolgicas, geotcnicas, geomorfolgicas, topogrficas , geo-hidrolgicas,e outras.

    Abrangem levantamentos locais, coleta de dados, ensaios in situ e em laboratrio, bem como o uso de instrumentaoadequada para estabelecer um modelo geolgico-geotcnico.

    As investigaes de cunho obrigatrio so definidas na seo 6.

    Projeto

    Esta etapa corresponde caracterizao do perfil geolgico-geotcnico (uma seo ou mais), incluindo caracterizao dotipo de instabilizao, definio do modelo de clculo com os respectivos parmetros, diagnstico e concepo do projeto(com possveis alternativas) e detalhamento da obra com as respectivas fases de execuo.

    Na seo 7 so apresentados os estudos obrigatrios, os critrios a serem adotados e os elementos a seremapresentados no projeto.

    Numa fase preliminar pode ser elaborado um Anteprojeto, com a finalidade de avaliao de oramentos, concepo dealternativas de projeto, programao da obra futura ou de qualquer outra finalidade que se mostre justificvel. Neste caso, obrigatria a definio clara de todos os elementos avaliados e utilizados na concepo e no detalhamento do

    Anteprojeto, sendo necessria a execuo de sondagens suficientes para definio do perfil geolgico-geotcnico com nomnimo 3 sondagens por seo e levantamento topogrfico. A quantidade de sees deve representar o conjunto emanlise.

    No caso de local com instabilidade j ocorrida ou com indcios de instabilidade iminente, devero ser estudados osprocessos indutores da instabilidade, bem como de todas as demais possibilidades de instabilizao, incluindorecomendaes para possveis aes emergenciais.

    Execuo de Obra

    Abrange as consideraes bsicas de tcnicas de execuo, seqncia executiva, detalhes de acabamentos, segurana econtrole de qualidade, bem como a documentao necessria para arquivo, incluindo os ajustes executados no projetodurante as obras, reunidos em documento de reviso do projeto como construdo (as built).

    As prescries para execuo de obras esto detalhadas na seo 8.

    Acompanhamento

    So definidos no item 9 os critrios de acompanhamento das obras durante a execuo, de forma a garantir o fielcumprimento do projeto, incluindo as adaptaes necessrias para manuteno de sua concepo.

    Manuteno

    Esta norma caracteriza e define, na seo 10, as necessidades de manuteno das obras em encostas, ps construo.Tem como objetivo a durabilidade das obras e a manuteno da estabilidade da encosta ao longo do tempo, de acordocom o Manual do Usurio.

    Monitoramento

    O acompanhamento dos deslocamentos e das presses de gua no interior do macio, das cargas nas ancoragens ,com a

    finalidade de acompanhar o comportamento de uma encosta , prescrito na seo 11.

    Procedimentos preliminares

    Os procedimentos preliminares a seguir descritos so obrigatrios para a elaborao de projetos de estabilizao deencostas e/ou de obras de engenharia em regies de encostas.

    Levantamento de informaes disponveis

    Devero ser pesquisados os dados histricos disponveis e relativos topografia, geologia e dados geotcnicos locais,alm de informaes sobre ocupaes, condies de vizinhana, cursos de gua, histricos de deslizamentos e demaiscaractersticas que permitam a visualizao da encosta em questo, inclusive sob o aspecto de insero no ambiente. Olevantamento inclui consulta a mapas regionais ou setoriais de risco e de susceptibilidade de escorregamentos, bem comoa mapas geolgicos e geotcnicos, fotos areas e imagens de satlite, quando disponveis. A consulta a esses mapasdever ser feita junto aos rgos Federais, Estaduais e Municipais competentes, podendo ser complementada por estudosdisponveis em universidades e centros de pesquisa, atravs de teses e relatrios de pesquisa.

    Verificao das restries legais e ambientais execuo de obras e quanto a interferncias com edificaes einstalaes presentes

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    A legislao especfica aplicvel dever ser consultada, nas esferas Federal, Estadual e Municipal, visando verificaodas restries legais e ambientais, assim como das interferncias com edificaes, dutos, cabos e outros elementos,enterrados ou no.

    Vistoria da rea por engenheiro civil geotcnico e/ou gelogo de engenharia

    Dever ser feita inspeo detalhada ao local em estudo, por engenheiro civil geotcnico e/ou gelogo de engenharia, apsa qual dever ser emitido um laudo de vistoria com informaes bsicas sobre o local, data da vistoria, tipo de ocupao,

    tipo de vegetao, condies de drenagem, tipo de relevo e natureza da encosta, geometria, existncia de obras deconteno (com indicativo do seu estado atual), condies de saturao, indcios de artesianismo, natureza dos solos eoutros materiais, possibilidade de movimentao, grau de risco, tipologia de possveis movimentos, indicao de elementosem risco (vidas e propriedades), tipo provvel de superfcie de deslizamento ou de outro mecanismo de instabilizao epossveis conseqncias. Tambm devero ser obtidas informaes de moradores locais. Essas informaes devero serindicadas em uma planilha especfica, para a qual recomendado o modelo indicado no Anexo C. O laudo dever sercomplementado por uma descrio detalhada da vistoria, incluindo obrigatoriamente um documentrio fotogrfico e umcroqui indicativo dos aspectos e pontos mais relevantes observados. Dever ainda ser indicado, se possvel, o diagnsticopreliminar sobre as causas de instabilidades j ocorridas e/ou a possibilidade de instabilizaes iminentes. No laudo devistoria dever constar, em local de destaque, a identificao do profissional responsvel pela vistoria.

    Avaliao da necessidade de implantao de medidas emergenciais

    A partir no laudo de vistoria, dever ser avaliada a necessidade de implantao de medidas emergenciais para a proteode vidas e de propriedades, em situaes de risco iminente. As medidas emergenciais podero constar de indicao daevacuao e interdio de prdios pblicos, residenciais e comerciais, interrupes ao trfego de veculos e pedestres,drenagem superficial e profunda, escoramentos, remoo de sobrecargas, pequenos retaludamentos, lanamento deaterro ao p de taludes (diminuindo sua altura e aumentando a resistncia passiva), proteo superficial de taludesexpostos por lona, ou por geomanta, ou qualquer outra medida emergencial julgada cabvel. As medidas emergenciaispodero ser apresentadas em relatrio especfico ou incorporadas no laudo de vistoria.

    Programao de investigaes geotcnicas e de instrumentao geotcnica preliminares

    Investigaes geotcnicas e/ou instrumentao preliminares, para consolidao do laudo de vistoria, podero serprogramadas com base nas informaes disponveis nas subsees 5.1 a 5.4 anteriores. Os detalhamentos dasinvestigaes geolgicas e geotcnicas, bem como da instrumentao de campo, esto descritos na seo 6.

    Investigaes do terreno

    O objetivo principal das investigaes definir sees transversais e longitudinais encosta que representem, com amaior fidelidade possvel, as caractersticas topogrficas e geolgico-geotcnicas do talude em estudo, ressaltando aestratigrafia e as propriedades geomecnicas e permitindo o diagnstico do mecanismo de instabilizao existente.

    As investigaes e levantamentos de carter genrico, necessrios para o desenvolvimento de um projeto geotcnicoencontram-se relacionados na norma NBR 8044.

    O perfil geolgico-geotcnico obtido a partir das investigaes do terreno e compreendendo as camadas do solo e/ourochas, com suas caractersticas fsicas e mecnicas, constitui um elemento obrigatrio para o estudo/projeto deestabilizao da encosta.

    Dados cartogrficos

    As informaes preliminares , referidas no item 4.1, devero ser complementadas atravs da pesquisa e obteno dedados cartogrficos, caso disponveis, em mapas e restituies aerofotogramtricas da regio em estudo.

    Levantamento topogrfico

    O levantamento topogrfico dever ser orientado por engenheiro civil geotcnico ou gelogo de engenharia, que indicarsees e pontos obrigatrios de interesse geotcnico, bem como a abrangncia da rea levantada.

    Dever ser realizado levantamento topogrfico plani-altimtrico, com curvas de nve em escala compatvel com asdimenses da encosta e a natureza do problema em questo, visando elaborao do estudo. O levantamento deverindicar claramente o contorno da rea do material escorregado (se for o caso), a locao das investigaes geolgico-geotcnicas, se disponveis, construes eventualmente existentes e quaisquer outras estruturas, vias pblicas, cursos esurgncias de gua, afloramentos e blocos de rocha, bem como fendas, trincas e abatimentos no terreno.

    Dados hidrolgicos

    Devem ser levantadas informaes sobre a pluviometria local e o regime hidrulico de cursos dgua (vazo e velocidade)

    existentes na encosta em estudo. Surgncias permanentes de gua, ou sujeitas a variaes sazonais, tambm deveroser investigadas e registradas no decorrer do levantamento topogrfico, visando a identificao de caminhos de drenagemsubterrnea.

    Dados geolgicos e geomorfolgicos

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    As informaes sobre a geologia e geomorfologia da rea, obtidas com base em mapeamentos e trabalhos de amplituderegional, devero ser complementadas por levantamentos locais de subsuperfcie, de modo a determinar as principaiscaractersticas litolgicas, estruturais, estratigrficas e hidrogeolgicas, relevantes para o local em estudo. O levantamentodestes dados deve gerar subsdios para o plano de investigaes geotcnicas de campo e em laboratrio.

    Investigaes geolgico-geotcnicas

    6.5.1 Planejamento

    O plano de investigaes, no que se refere ao tipo, quantidade e profundidade, devidamente detalhado, deve serelaborado pelo engenheiro civil geotcnico responsvel.

    Podero ser utilizados quaisquer tipos de investigao que forneam elementos confiveis para a montagem do modelo deanlise, tanto sob o ponto de vista geomtrico como paramtrico.

    Dever ser determinada a superfcie de escorregamento, para fins de retro-anlise, no caso de taludes em que jocorreram ou esto ocorrendo escorregamentos

    A terminologia a ser adotada na classificao dos materiais deve serguir a NBR-6501 Rochas e solos, e osprocedimentos da NBR-6497:1983 - Levantamento geotcnico

    6.5.2 Investigaes de campo

    As investigaes geotcnicas de campo devem ser direcionadas para obteno do perfil geotcnico que orientar o

    modelo de clculo de estabilidade. O perfil geotcnico constitui um elemento obrigatrio para o estudo de estabilidade daencosta.

    Os tipos de investigao devero ser escolhidos de forma a caracterizar um perfil que abranja todas as regies possveisde movimentao, bem como condicionantes influentes, tais como superfcies potenciais de ruptura, nveis dgua,descontinuidades geolgicas e outros interesses.

    As investigaes de campo so caracterizadas por dois mtodos bsicos, conforme se segue:

    6.5.2.1 Diretos

    Correspondem aos processos com acesso direto ao terreno em estudo, tais como poos de inspeo, sondagens a trado,sondagens percusso (NBR 6484), sondagens rotativas ou mistas, penetrmetros, medidores de torque, medidores deporo-presso ou de suco.

    A execuo de sondagens para caracterizao da encosta e determinao da estratigrafia do terreno obrigatria paraestudos e projetos de estabilizao de encostas.

    Deve-se prever um nmero mnimo de 3 sondagens por seo para permitir a identificao da estratigrafia e dascaractersticas das camadas detectadas. A profundidade dos furos dever atingir o substrato mais resistente do terreno(solo residual jovem/rocha), com a finalidade de caracterizar a zona de interesse ao estudo de estabilidade, devendo-se,caso necessrio, utilizar sondagem rotativa. Ateno especial dever ser dada para o caso de ocorrncia de camadas maisresistentes ou de blocos de rocha intermedirios, que devero ser inteiramente ultrapassados.

    A no realizao de sondagens somente ser admitida em situaes muito simples a serem justificadas pelo engenheirocivil geotcnico, envolvendo taludes com at 3 m de altura, de solo homogneo, sem influncia do nvel dgua, semsobrecarga e com superfcies planas tanto a montante como a jusante, com extenso mnima, normal a face do talude,correspondente a 5 vezes a altura do talude.

    No caso de processo com coleta de amostras, estas devero ser armazenadas e mantidas pelo executor, com a respectivaidentificao de sua locao em planta e profundidade, disposio do solicitante, por pelo menos 6 meses.

    Os testemunhos de rocha obtidos atravs das sondagens rotativas devero ser classificados por gelogo, identificando-seo tipo da rocha, grau de alterao e fraturamento (por exemplo RQD).

    O monitoramento do nvel dgua deve ser rigoroso durante a sondagem. recomendvel a instalao de um medidor denvel dgua (tubo de PVC perfurado envolvido por elemento drenante e areia) no interior do furo, aps a concluso domesmo, visando a medies posteriores para subsdio ao projeto.

    6.5.2.2 Geofsicos

    Correspondem aos processos que identificam os terrenos e/ou suas propriedades a partir de correlaes fsicas , comovelocidade de propagao, refrao e reflexo de ondas , resistividade eltrica e outras.

    6.5.3 Amostragem6.5.3.1 Planejamento

    Deve definir o planejamento da amostragem, no que se refere ao tipo, quantidade, locao e profundidade das amostras,de forma a permitir a realizao da campanha de ensaios de laboratrio para o estudo/projeto.

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    As amostras coletadas devero ser representativas das camadas de solo envolvidas nas proximidades das superfciespotenciais de ruptura. Ateno especial deve ser dada a situaes que envolvam anisotropia de resistncia e feiesgeolgicas tais como falhas, juntas, intruses, veios alterados, etc.

    6.5.3.2 Coleta

    As amostras podero ser coletadas nas condies designadas como apenas representativas ou indeformadas,dependendo do programa de ensaios laboratoriais previsto.

    No caso de amostras coletadas em profundidade, quando acima do nvel dgua, podero ser executados poos pararetirada de blocos indeformados (NBR 9604). Quando no for possvel a coleta direta por intermdio de poos, dever serprevista a utilizao de amostradores especiais, tipo Shelby (NBR 9820), tipo Denison, a partir de barriletes triplos desondagem rotativa, ou outros.

    Todas as amostras devero ser igualmente representativas da camada em estudo, levando em conta possvel efeito deanisotropia, de xistosidade e de outros planos de menor resistncia, com a respectiva orientao.

    Em qualquer caso, as amostras devem ser embaladas e manuseadas de forma a preservar as condies de umidadenatural, bem como evitar a contaminao por outros materiais.

    6.5.3.3 Tipos

    As amostras deformadas so aquelas que admitem a destruio total ou parcial da estrutura original do terreno. Soobtidas por coleta simples com p ou picareta, em sondagens a trado ou em sondagens percusso, e podero servir

    apenas para caracterizao fsica dos solos.

    As amostras indeformadas so aquelas que procuram preservar a estrutura intergranular e a umidade original do terreno.So coletadas em blocos, anis biselados ou com amostradores especiais tipo Shelby, Denison ou outros. Cuidadosespeciais devem ser tomados para evitar a violao da embalagem.

    Nos casos definidos nasubseo 6.5.4, dever ser executada uma quantidade mnima de (12) doze ensaios (corpos deprova), para cada camada de solo idealizada para o perfil geotcnico e em amostras coletadas em 3 locais do mesmo tipode solo.

    6.5.3.4 Acondicionamento e transporte

    Todas as amostras devero ser devidamente identificadas, com a data da amostragem, locao e profundidade daamostra, e devidamente acondicionadas.

    O transporte requer ateno especial , de forma a serem evitadas trepidaes, quedas ou acidentes que possam vir aalterar as caractersticas originais da amostra, particularmente das indeformadas. As eventuais anomalias constatadas noacondicionamento ou no transporte devero ser anotadas na prpria embalagem da amostra e comunicadas aolaboratrio.

    6.5.4 Investigaes em laboratrio

    As investigaes em laboratrio objetivam a caracterizao fsica e mecnica dos diversos solos que compem aestratigrafia da encosta e terrenos envolvidos (emprstimos e/ou aterros, quando for o caso). Ensaios de granulometria,limites de liquidez e plasticidade, e ensaios de determinao da resistncia ao cisalhamento so obrigatrios, para osestudos de estabilizao de encostas, no caso de terrenos no rompidos. No caso de taludes rompidos as amostrasdevero ser representativas da zona de ruptura.

    A no realizao desses ensaios somente ser admitida para as situaes citadas a seguir e deve ser justificada pelo

    engenheiro civil geotcnico, que assumir a responsabilidade pela escolha dos parmetros de clculo para o projeto:a) Existncia prvia de resultados de ensaios em quantidade suficiente na rea de estudo, permitindo ento adotarparmetros que estejam baseados em ampla experincia local;

    b) Rupturas no local de estudo que permitam estimar com segurana os parmetros por retroanlise;

    c) Predominncia de situaes nas quais a realizao de ensaios pouco acrescentar na quantificao de parmetros declculo, tais como encostas com preponderncia de blocos de rocha, determinados tipos de depsitos de tlus, encostascom predominncia rochosa, etc.

    d) Situaes muito simples a serem justificadas, em taludes com at 3m de altura, envolvendo solo homogneo, seminfluncia do nvel dgua, sem sobrecarga e com superfcies planas tanto a montante como a jusante, com extensomnima, normal a face do talude, correspondente a 5 vezes a altura do talude.

    Devero ser previstos ensaios triaxiais ou de cisalhamento direto, sob condies de saturao, tenses, drenagem evelocidade de carregamento pr-estabelecidas pelo engenheiro civil geotcnico, para a determinao da resistncia aocisalhamento do solo.

    No caso de solos rompidos, a envoltria de resistncia dever ser obtida para tenses residuais, preferencialmente porensaios de cisalhamento torcional a grandes deformaes. Alternativamente, a envoltria residual poder ser obtida porreverso mltipla em ensaios de cisalhamente direto. As amostras devero ser representativas da zona de ruptura.

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    6.6 Levantamento de taludes rochosos

    No caso de taludes rochosos ou encostas com blocos de rocha, dever ser feito um levantamento contendo:

    a) aerofotografia ou foto convencional de todo o conjunto, obtida atravs de montagem, objetivando visualizar toda a reaem estudo;

    b) registro minucioso dos elementos instveis, com fotos, e indicao em planta da localizao de cada foto;

    c) Perfis esquemticos indicando as dimenses dos elementos instveis, de eventuais intruses (diques), orientao dosplanos de fratura da rocha e das xistosidades, assim como as condies de apoio (declividade, rugosidade e tipo dematerial), de forma a permitir a elaborao do modelo geomecnico;

    d) outros processos, como ortofotografia vertical ou scanner podem ser utilizados em substituio fotografiaconvencional.

    Os procedimentos acima aplicam-se tambm aos taludes em material saproltico nos quais predominam feies herdadasda rocha matriz (estrutura reliquiar).

    6.7 Monitoramento

    O monitoramento de uma encosta em uma fase preliminar, ou durante o prprio desenvolvimento do projeto, pode, emcertos casos, ser um dado importante de investigao do terreno. Neste caso, a instalao de instrumentos para controledo nvel piezomtrico e dos movimentos (horizontais e verticais) da encosta dever ser programada juntamente com as

    investigaes geotcnicas.

    Projeto

    Introduo

    So requisitoas obrigatrios, para elaborao do projeto, aqueles indicados nas sees 5 e 6.

    A escolha da soluo a ser adotada no projeto de estabilizao dever levar em conta:

    a) caracterizao do mecanismo de instabilizao.

    b) elaborao de modelo geolgico-geotcnico representativo das condies locais, caracterizado por planta de situao esees transversais representativas, incluindo anlise crtica e definio dos parmetros aplicveis ao mesmo.

    c) estudo de alternativas de projeto considerando:

    acessos;

    condies de operao de equipamentos;

    disponibilidade de materiais;

    local adequado para bota-fora, se for o caso;

    dificuldades construtivas;

    interferncias com instalaes existentes, enterradas ou no, e propriedades de terceiros;

    implicaes ambientais;

    dificuldades de manuteno;

    segurana da equipe/equipamentos envolvidos na construo;

    custos;

    prazos.

    Um projeto de estabilizao pode ser subdividido em duas fases: Projeto Bsico (ou Anteprojeto) e Projeto Executivo.

    Projeto bsico ou anteprojeto

    Entende-se por Projeto Bsico (ou Anteprojeto) a definio da concepo da soluo, incluindo avaliao preliminar dequantidades, anlise de custos e prazos envolvidos.

    Quando a soluo de um problema de estabilidade oferecer a possibilidade de mais de uma opo, cada soluo pode serdesenvolvida em seus aspectos bsicos, incluindo uma avaliao preliminar das quantidades e custos de servio e de

    materiais de modo a permitir uma anlise comparativa entre elas, buscando uma melhor relao custo/benefcio. Aps aescolha da soluo que ser desenvolvida, elaborar-se- o Projeto Executivo.

    So partes integrantes do Projeto Bsico:

    a) memria de clculo da estabilidade da encosta, com pesquisa de superfcie crtica, incluindo parmetros de resistnciado terreno, nvel dgua, sobrecargas adotadas e eventuais situaes de sismo;

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    b) planta com locao da obra;

    c) vista e sees com as dimenses bsicas da obra de conteno, se houver;

    d) seo ou sees transversais do modelo geotcnico com indicao da soluo concebida;

    e) planilha de quantidades;

    f) relatrio sucinto, incluindo as hipteses de clculo adotadas e as consideraes executivas;

    g) em casos mais simples a serem justificados pelo engenheiro civil geotcnico, o Projeto Bsico pode ser incorporado aoProjeto Executivo.

    Projeto executivo

    7.3.1 Consideraes Iniciais

    O Projeto Executivo deve conter todos os elementos do projeto bsico suficientemente detalhados e com todas ainformaes necessrias para que possa ser perfeitamente entendido por parte do Executor e da Fiscalizao.

    Levando em considerao a natureza do terreno envolvido, situao especfica e/ou interferncias, poder haver casos denecessidade, ou convenincia, de definio de detalhes ou de ajustes no projeto, na medida em que as obras avanam(desenvolvimento de projetos evolutivos ou as you built).

    Os seguintes elementos devem constar obrigatoriamente de um Projeto Executivo de Estabilizao:

    a) todos os elementos do Projeto Bsico, devidamente verificados e revistos;

    b) detalhamento da seqncia executiva, incluindo clculos de estabilidade e fatores de segurana para todas as fasesda obra, principalmente nas etapas de escavao e localizao de sobrecargas eventuais;

    c) detalhamento, dimensionamento e especificaes dos elementos individuais componentes da obra de estabilizao dotalude, detalhamento das condies de controle e da metodologia de construo e futura manuteno (seo10). No casode solos compactados, o projeto dever apresentar, claramente, as especificaes relativas ao material a ser compactado,bem como os critrios para controle e aprovao da compactao no campo;

    d) os projetos devero obrigatoriamente prever drenagem e proteo contra eroso em todos os taludes de corte e deaterro;

    e) detalhamento dos elementos de drenagem superficial, que devero ser projetados a partir do levantamento hidrolgico

    da rea em estudo. Dever ser levantada a rea da(s) bacia(s) de contribuio, assim como a(s) declividade(es) daencosta, o coeficiente de escoamento superficial (run-off) de acordo com a cobertura da encosta, o tempo deconcentrao da(s) bacia(s), o perodo de recorrncia de projeto e o tempo de concentrao, todos devidamentejustificados. O perodo de recorrncia mnimo para dimensionamento do sistema de drenagem superficial ser de (10) dezanos. Nos casos mais complexos de estabilidade da encosta ou quando a estabilidade geral da encosta possa vir a serafetada por um funcionamento inadequado do sistema de drenagem, o tempo de recorrncia dever ser mais elevado,cabendo ao engenheiro civil geotcnico a justificativa dos valores adotados. Os elementos de drenagem interna (valasdrenantes, drenos profundos, poos drenantes, tneis de drenagem, etc.) devem ser detalhados quanto a: dimenses,materiais, caractersticas de drenagem, declividade, selagem, condies de sada de gua e outras. Os casos de obras deproteo contra eroses superficiais e voorocas devero ser detalhados de acordo com as etapas do projeto e dasequncia executiva;

    f) Relatrio consolidado, elaborado de acordo com a seo 7.6, incluindo as respectivas anlises de estabilidade, quedevem atender aos fatores de segurana indicados na seo 7.5.

    O dimensionamento dos elementos estruturais de concreto armado dever obedecer a NBR-6118:2004 - Projeto deestruturas de concreto Procedimento; e suas fundaes seguir a NBR-6122 Projeto e execuo de fundaes.

    7.3.2 Projetos envolvendo apenas terraplenagem e elementos de drenagem

    Um projeto pode ser concebido apenas com mudana da geometria do terreno, sem elementos de conteno estrutural.Neste caso o levantamento topogrfico do terreno original deve ser apresentado juntamente com a topografia final. Seesrepresentativas das obras de terraplenagem devem mostrar claramente as etapas de execuo juntamente com todos oselementos de controle de eroso (canaletas, banquetas, escadas de drenagem, dissipadores de energia e proteosuperficial contra eroso de terrenos escavados e de aterros compactados), ao longo de todas as etapas.

    As anlises de estabilidade, baseadas nos parmetros de resistncia e de caracterizao dos terrenos envolvidos,determinados de acordo com a seo 6 desta Norma, devero ser apresentadas como parte do projeto.

    Caso seja prevista a execuo de uma ou mais bermas de estabilizao, estas devero estar assentes em camadadrenante granular (filtros granulares ou de geotxteis adequados - NBR-12.553), sempre que o lenol fretico possa vir aaflorar, no contato com o solo natural, cortado ou no. Dever ser prevista a sada da gua recolhida por estas camadasdrenantes de modo a no haver eroso interna do aterro.

    7.3.3 Projetos envolvendo obras de conteno em solo

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    So aqueles com elementos destinados a contrapor-se aos esforos estticos provenientes do terreno e de sobrecargasacidentais e/ou permanentes. Todas as estruturas de conteno devero ser projetadas para suportar, alm dos esforosprovenientes do solo, uma sobrecarga acidental mnima de 20 kPa, uniformemente distribuda sobre a superfcie do terrenoarrimado. A utilizao de valores inferiores para a sobrecarga acidental dever ser devidamente justificada pelo engenheirocivil geotcnico.

    As estruturas de conteno podem ser de diversos tipos, conforme segue:

    Muros de gravidadeSo aqueles que formam uma estrutura monoltica, cuja estabilidade garantida atravs do peso prprio da estrutura.Podem ser de concreto simples, concreto ciclpico, gabies, alvenaria de pedra argamassada ou de pedra seca, tijolos ouelementos especiais. O dimensionamento deve atender verificao da estabilidade quanto ao tombamento,deslizamento e capacidade de carga da fundao. A linha de ao da resultante dos esforos envolvidos deverinterceptar o tero central da base. Casos contrrios devem ser justificados.

    Muros de flexo

    So aqueles que resistem aos esforos por flexo, geralmente utilizando parte do peso prprio do macio arrimado que seapia sobre sua base para manter o equilbrio, sem caracterizar uma estrutura monoltica.

    O dimensionamento deve atender aos mesmos critrios do muro de gravidade, acrescido das verificaes de estabilidadeestrutural das peas do material constituinte, geralmente concreto armado.

    Estruturas ancoradas

    So aquelas cuja estabilidade garantida atravs de tirantes ancorados no terreno ou de estruturas especficas deancoragem (mortos). A estrutura pode ser contnua, em grelha, em placas ou em contrafortes. O dimensionamento deveatender verificao estrutural das peas constituintes da estrutura, aos critrios preconizados pela NBR-5629 para ostirantes injetados no terreno e aos Fatores de Segurana indicados na seo 7.5 para a estabilidade do macio.

    Estruturas de solo reforado

    So aquelas cuja estabilidade garantida atravs do reforo do terreno com elementos resistentes introduzidos no seuinterior. Os elementos resistentes podem ser grampos, fitas, geossintticos (NBR-12.553), colunas de solo-cimento ouestacas de qualquer tipo, que trabalham conjuntamente com o terreno. O projeto deve demonstrar que os esforosatuantes nos elementos resistentes utilizados situam-se na faixa de trabalho dos mesmos. obrigatria a apresentaodas caractersticas fsicas de resistncia, deformabilidade e durabilidade dos materiais empregados, que devem ser

    coerentes com a dos produtos fabricados e existentes no mercado.

    No caso de utilizao de peas de ao enterradas devem ser atendidas as mesmas condies de tenso de trabalho, paraa condio definitiva ou provisria, e de proteo anticorrosiva, indicadas na norma NBR-5629 Execuo de tirantesancorados no terreno.

    O projeto de estruturas de solo reforado deve seguir as recomendaes de normas especficas sobre o assuntodisponveis na ABNT, a saber: NBR 9288 Emprego de terrenos reforados; NBR 9286 - Terra Armada; NBR 9285-Microancoragem.

    Projetos envolvendo obras de conteno em rocha

    A adoo da soluo deve ser precedida da caracterizao do problema, abordando-se os aspectos topogrficos egeolgicos, com especial ateno inclinao e altura do talude, alm do estudo da litologia, das descontinuidades, dograu de intemperizao da rocha, das condies de contato e da possibilidade de sismos e demais riscos envolvidos.

    necessrio o levantamento das descontinuidades com a representao estereogrfica e definio do mecanismo deruptura. A resistncia ao cisalhamento das descontinuidades (se preenchidas ou no) deve ser pesquisada adotando-secritrios de ruptura consagrados ,considerando-se a rugosidade e a resistncia compresso atravs de grficos e tabelastambm de uso consagrado.

    Os elementos introduzidos no talude rochoso para aumentar a sua estabilidade podem ser divididos em cinco gruposconforme se segue:

    7.3.4.1 Grupo 1 Introduo de ancoragens e chumbadores

    A utilizao de ancoragens e chumbadores pode estar ou no associada estrutura, geralmente de concreto armado outelas metlicas. As definies constantes na NBR 5629 so vlidas para as ancoragens As estruturas mais usuaiscorrespondem aos tipos seguintes:

    7.3.4.1.1 Grelhas ancoradas

    So estruturas constitudas, em geral, de vigas horizontais e verticais de concreto armado, adaptadas s irregularidades daface do talude rochoso, tendo ancoragens protendidas posicionadas na interseo das vigas. As grelhas so aplicadas emtaludes rochosos fraturados, quando se pretende consolidar uma determinada regio potencialmente instvel.

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    7.3.4.1.2 Contrafortes de concreto armado

    So estruturas adaptadas s irregularidades da face do talude rochoso, associadas ou no a ancoragens, chumbadores ougrampos, trabalhando predominantemente compresso. Aplicam-se como apoio ou calamento de blocos rochososinstveis.

    7.3.4.1.3 Placas de concreto armado

    So estruturas utilizadas quando se pretende distribuir as tenses introduzidas no macio por ancoragens protendidas.

    7.3.4.1.4 Telas metlicas

    So estruturas utilizadas para estabilizao de taludes rochosos muito fraturados ou mesmo de solo saproltico, estandosempre posicionadas junto face do talude e fixadas por meio de ancoragens, tirantes ou chumbadores. A conteno comtelas metlicas deve ser verificada quanto possibilidade da ruptura do sistema formado pela tela, pelas placas metlicasde distribuio de tenses e pelos elementos de fixao. O sistema e todos os seus componentes devem ser comprovadosquanto sua resistncia, durabilidade, proteo anticorrosiva e desempenho. O comprimento, espaamento e dimetro doelemento de fixao devem ser determinados por clculo da ruptura global do macio, ante a possibilidade de queda deporo rochosa, com superfcie planar ou em cunha, condicionada pela geologia local.

    Grupo 2 Alteraes na geometria do talude Implantao de banquetas.

    As banquetas podem ser concebidas de acordo com os seguintes tipos de utilizao seguintes:

    7.3.4.2.1 Banquetas para diminuio do ngulo mdio do talude

    Tem por objetivo a aumentar o fator de segurana e permitir a implantao da drenagem superficial, dividindo a vazo emcada trecho do sistema drenante. A altura de talude entre cada banqueta e sua largura deve ser calculada visando atendera estabilidade geral da encosta e a de cada talude entre banquetas. A altura de talude, entre as banquetas, no deveexceder 15 m.

    7.3.4.2.2 Banquetas para a reduo de energia

    Tem por objetivo criar espaos para possibilitar a reduo da energia cintica de blocos rochosos em queda. A largura e aaltura das banquetas devem ser determinadas por mtodos numricos que simulem a energia e a trajetria de rolamentode blocos rochosos em queda.

    7.3.4.3 Grupo 3 Drenagem.

    Os sistemas de drenagem podem abranger os seguintes tipos seguintes:

    7.3.4.3.1 Drenagem superficial

    Os elementos de drenagem superficial devem ser preferencialmente moldados no local e calculados por mtodosconsagrados, considerando-se as mesmas consideraes contidas nas subsees 7.3.1-d e 7.3.1-e. Dever ser verificadoo local final de descarga do sistema de drenagem da encosta, evitando-se pontos de concentrao no protegidos contra aeroso, devendo ser adotadas bacias de amortecimento quando necessrio.

    7.3.4.3.2 Drenos profundos

    So utilizados para manter rebaixado o lenol fretico e devem ser dimensionados atravs de estudos geolgicos ehidrogeolgicos para permitir a passagem de gua e no a de partculas slidas. No caso de macios rochosos fraturados,devem interceptar o maior numero possvel de fraturas. So geralmente constitudos de tubos perfurados protegidos pormateriais granulares ou sintticos, que atendam aos critrios granulomtricos de filtro. Para permitir avaliar a eficincia dos

    drenos as vazes devem ser medidas em intervalos definidos no Projeto, a fim de avaliao da eficincia dos drenos.7.3.4.4 Grupo 4 Barreiras e estruturas de impacto.

    As barreiras e estruturas de impacto visam desacelerao de blocos de rocha ou de massas de solo em movimento,podendo abranger os seguintes tipos:

    7.3.4.4.1 Muros rgidos ou semi-rgidos de impacto

    so estruturas metlicas ou de concreto armado associadas a uma rea plana, atrs da face interna do muro, destinada aoamortecimento do impacto. A largura da rea de amortecimento e a altura do muro devem ser determinadas por mtodosnumricos que simulem a energia e a trajetria de blocos rochosos e de massas de terra em movimento.

    7.3.4.4.2 Barreiras flexveis

    So constitudas de postes de ao, telas de ao, rede de anis de ao, cabos de ao e dispositivos de frenagem. Servem

    para a desacelerao de blocos rochosos ou de massas de solo em movimento. O numero de elementos, oposicionamento da barreira na encosta, a altura e o tipo de barreira devem ser dimensionados por mtodos numricos quesimulem a energia e a trajetria de rolamento de blocos rochosos ou de massas de terreno em movimento. O sistemaconstituinte da barreira e todos os seus componentes devero ser comprovados quanto sua resistncia, durabilidade,proteo anticorrosiva e desempenho.

    7.3.4.4.3 Implantao de trincheiras de amortecimento

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    So posicionadas no p da encosta e servem de rea de impacto para queda e coleta de blocos rochosos e de massas desolo. A largura e a profundidade das trincheiras devem ser determinadas por mtodos numricos que simulem a energia etrajetria de rolamento de blocos rochosos em queda.

    7.3.4.5 Grupo 5 Tnel falso

    So estruturas metlicas ou em concreto armado utilizadas como cobertura para trechos de estrada e destinadas a receber

    e/ou a desviar avalanches e quedas de blocos rochosos e/ou de detritos. A largura e a extenso do tnel devem serdeterminadas por mtodos numricos que simulem a energia e a trajetria de rolamento de blocos rochosos e/ou demassas de solo. Dever tambm ser comprovada a estabilidade interna da estrutura em funo da energia e do impactoesperados.

    7.3.5 Projetos envolvendo solues mistas

    So aquelas envolvendo simultaneamente duas ou mais solues acima, ou com elementos de estabilizao diferentesdaqueles listados nas subsees 7.3.3.1 a 7.3.3.4, tais como jet grouting, reticulado de estacas tipo raiz, cortinas detubules, muros de terra ou outras. O dimensionamento dessas estruturas dever atender ao estabelecido na presenteNorma, quando couber. Em caso contrrio, todos os critrios e clculos adotados devero ser demonstrados peloengenheiro civil geotcnico responsvel.

    7.3.6 Critrios de clculo

    Os elementops que se seguem defem ser claramente definidos, para qualquer situao de clculo de estabilidade deencosta ou de elemento constituinte de obra de conteno:

    a) a seo ou as sees geolgico-geotcnicas consideradas;

    b) os parmetros geotcnicos do terreno e os respectivos critrios para obteno dos valores adotados,considerando-seadequadamente os parmetros de resistncia para os casos de terreno intacto e rompido. No caso de terreno rompidodeve ser adotada coeso igual a zero.

    c) o mtodo de clculo, com indicao das frmulas consideradas, programas utilizados ou bibliografia de consulta;

    d) As situaes do nvel dgua, poro-presses, atuao de sobrecargas, eventuais sismos e fases executivas.

    7.3.7 Fatores de segurana

    7.3.7.1 Conceito

    Esta norma considera que as anlises usuais de segurana desprezam as deformaes que ocorrem naturalmente notalude ou na encosta e que o valor do Fator de Segurana (FS) tem relao direta com a resistncia ao cisalhamento domaterial do talude, conforme definido no item 3.6. Admite-se, portanto, que um maior valor de FS corresponde a umasegurana maior contra a ruptura. Entretanto, no caso de encostas, a variabilidade dos materiais naturais pode reduzirsignificativamente a segurana, aumentando a probabilidade de ocorrncia de uma ruptura da encosta.

    Na metodologia recomendada a seguir, admite-se que o valor de FS pode variar em funo da situao potencial deruptura do talude, no que diz respeito ao perigo de vidas humanas e possibilidade de danos materiais e de danos aomeio ambiente. Devem ser consideradas as situaes atuais e futuras, previstas ao longo da vida til do talude estudado.

    Os valores de FS indicados a seguir so vlidos para todos os casos de carregamento definidos pelo engenheiro civilresponsvel pelo projeto, incluindo hipteses sobre a situao do nvel de gua, sobrecargas, alteraes previstas na

    geometria, ao de sismos e outros.Situaes e metodologias especiais so abordadas na seo 7.3.7.3, adiante.

    7.3.7.2 Metodologia

    Os Fatores de Segurana (FS) considerados nesta norma tm a finalidade de cobrir as incertezas naturais das diversasetapas de projeto e construo. Dependendo dos riscos envolvidos, deve-se inicialmente enquadrar o projeto em uma dasseguintes classificaes de Nvelde Segurana, definidas a partir da possibilidade de perdas de vidas humanas (Tabela1) e de danos materiais e ambientais (Tabela 2):

    Tabela 1 Nvel de segurana desejado contra a perda de vidas humanas

    Nvelde segurana Critrios

    Alto

    - reas com intensa movimentao e permanncia de pessoas, como edifcaespblicas, residenciais, ou industriais, estdios, praas e demais locais, urbanos ou no,com possibilidade de elevada concentrao de pessoas.

    - Ferrovias e rodovias de trfego intenso.

    Mdio - reas e edificaes com movimentao e permanncia restrita de pessoas.

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    - Ferrovias e rodovias de trfego moderado.

    Baixo- reas e edificaes com movimentao e permanncia eventual de pessoas.

    - Ferrovias e rodovias de trfego reduzido.

    Tabela 2 Nvel de segurana desejado contra danos materiais e ambientais

    Nvelde segurana Critrios

    Alto

    - Danos Materiais: Locais prximos a propriedades de alto valor histrico, social oupatrimonial, obras de grande porte e reas que afetem servios essenciais.

    - Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais graves, tais como nasproximidades de oleodutos, barragens de rejeito e fbricas de produtos txicos.

    Mdio- Danos Materiais: Locais prximos a propriedades de valor moderado.

    - Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais moderados.

    Baixo- Danos Materiais: Locais prximos a propriedades de valor reduzido.

    - Danos ambientais: Locais sujeitos a acidentes ambientais reduzidos.

    O enquadramento nos casos previstos nas Tabelas 1 e 2 dever ser justificado pelo engenheiro civil geotcnico, semprede comum acordo com o contratante do projeto e atendendo s exigncias dos rgos pblicos competentes. O fator desegurana mnimo a ser adotado no projeto, levando-se em conta os nveis de segurana preconizados nas Tabelas 1 e 2,dever ser estipulado de acordo com a Tabela 3.

    Os fatores de segurana indicados na Tabela 3 referem-se s anlises de estabilidade interna e externa do macio, sendoindependentes de outros fatores de segurana recomendados por normas de dimensionamento dos elementos estruturaisde obras de conteno, como por exemplo do concreto armado e de tirantes injetados no terreno.

    Entende-se por estabilidade interna aquela que envolve superfcies potenciais de escorregamento localizadas, a seremestabilizadas pela estrutura de conteno, como no caso de uma cunha de empuxo ativo. Por outro lado, a estabilidade

    externa aquela que envolve superfcies de escorregamento globais. No caso de estruturas de arrimo reforadas portirantes, tiras, grampos ou geossintticos, por exemplo, as superfcies localizadas interceptam os elementos de reforo(estabilidade interna), enquanto que as superfcies globais no interceptam estes elementos (estabilidade externa).

    Tabela 3 Fatores de segurana mnimos para deslizamentos

    Nvel de segurana contra

    danos a vidas humanas

    Nvel de segurana

    contra danos materiais e ambientais

    Alto Mdio Baixo

    Alto 1,5 1,5 1,4

    Mdio 1,5 1,4 1,3

    Baixo 1,4 1,3 1,2

    - No caso de grande variabilidade dos resultados dos ensaios geotcnicos, os fatores de segurana da tabelaacima devero ser majorados em 10%. Alternativamente, poder ser usado o enfoque semi-probabilsticoindicadon no anexo D.

    - No caso de estabilidade de lascas/ blocos rochosos, podem ser utilizados fatores de segurana parciais,

    incidindo sobre os parmetros , , c , em funo das incertezas sobre estes parmetros. O mtodo declculo deve ainda considerar um fator de segurana mnimo de 1,1. Este caso deve ser justificado peloengenheiro civil geotcnico.

    - Esta tabela no se aplica para os casos de rastejo, voorocas, ravinas, e queda ou rolamento de blocos.

    Nos casos de estabilidade de muros de gravidade e de muros de flexo, devero ser atendidos os seguintes fatores desegurana:

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    Tabela 4 Requisitos para estabilidade de muros de conteno

    Verificao da segurana Fator de segurana mnimo

    Tombamento 2,0

    Deslizamento na base 1,5

    Capacidade de carga da fundao 3,0

    Obs.: Na verificao da capacidade de carga da fundao, podero ser alternativamente utilizados oscritrios e fatores de segurana preconizados pela NBR-6122.

    7.3.7.3 Situaes especiais

    Para encostas com colvios permanentemente saturados, em casos de investigao adequada, o valor mnimo de FS,aps as obras de estabilizao, dever ser definido por um engenheiro civil geotcnico responsvel. Entende-se porinvestigao adequada as situaes em que os parmetros de resistncia e as poro-presses do material possam serestabelecidos de maneira confivel, com base em ensaios de campo, de laboratrio, instrumentao e retroanlises,

    Em casos de elevado potencial de perda de vidas e de danos ambientais, a critrio do engenheiro civil geotcnicoresponsvel, poder ser quantificada a probabilidade de ruptura (PR) correspondente ao fator de segurana adotado.

    Valores reduzidos de fator de segurana correspondem a probabilidades de ruptura elevadas. O valor de PR dever serestimado por um engenheiro civil geotcnico e comparado com os valores mximos aceitveis, em acordo com os critriosdisponveis na literatura especializada.

    Considerando que os menores valores de FS correspondem a maiores deformaes do material da encosta, omonitoramento com instrumentao geotcnica durante e aps a obra, a ser especificado pelo engenheiro civil geotcnicoresponsvel, obrigatrio nas seguintes situaes:

    a) casos em que um critrio de deformaes determinante ao bom desempenho da obra de estabilizao. Nestes casos,a critrio do engenheiro civil geotcnico responsvel, podero ser elaborados estudos numricos de deformabilidade combase em um programa adequado de ensaios geotcnicos;

    b) casos de escavaes onde a regio de influncia das deformaes possa atingir obras existentes, particularmenteenvolvendo taludes ngremes ou de grande altura;

    c) casos de obras de estabilizao de taludes com mais de 30 m de altura, em rea urbana.

    7.4 APRESENTAO DE PROJETO

    Os projetos devem ser apresentados em relatrio consolidado contendo memria de clculo com indicao dos itensabaixo, mas no necessariamente se limitando a estes:

    7.4.1 Introduo

    Contendo descrio do local, histrico e condies gerais

    7.4.2 Obteno de Dados

    Contendo a caracterizao e a forma de obteno de todos os dados utilizados nos clculos, incluindo dados geomtricos,sobrecargas, nveis de gua, parmetros do terreno e fatores de segurana, todos com a devida interpretao e

    justificativa dos valores adotados.7.4.3 Clculo de estabilidade

    Contendo a descrio do mtodo de estabilidade aplicado e a justificativa dos respectivos fatores de segurana

    7.4.4 Instrumentao geotcnica

    Conforme descrio apresentada na seo 11, se for o caso.

    7.4.5 Especificaes

    Contendo as caractersticas dos materiais e procedimentos a serem adotados na execuo, incluindo seqncia executivae cuidados especiais com escavaes e sobrecargas.

    7.4.6 Desenhos

    Contendo a planta geral da obra, sees que representem todas as partes do projeto e detalhes necessrios ao perfeitoentendimento, execuo e fiscalizao das obras.

    7.4.7 Quantidades

    Contendo a planilha de quantidades dos materiais e servios.

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    7.4.8 Plano de manuteno

    conforme especificado na seo10.

    8. Execuo de obras

    8.1. Introduo

    Antes do incio da construo de obras de estabilizao de taludes em encostas devem estar concludos:

    - o projeto executivo, conforme item 7 desta Norma;

    - os processos de obteno das respectivas licenas e autorizaes.

    Em casos de perigo iminente de escorregamento ou evoluo deste fenmeno, com risco de danos materiais ou de vidas,as obras podem ser iniciadas sem os quesitos acima, devendo, entretanto, ser obrigatoriamente acompanhadas porengenheiro civil geotcnico e precedidas de relatrio, por ele elaborado, com indicao da concepo de estabilizao, dametodologia executiva,do plano de ataque e de cuidados especiais.

    8.2. Mobilizao

    Corresponde fase inicial, quando so posicionadas as instalaes provisrias da obra e disponibilizados osequipamentos necessrios no local dos servios.

    Esta atividade no deve interferir com terceiros (ruas, estradas, caminhos, linhas de abastecimento e outras), nem com aprpria obra ou com critrios de projeto, como o posicionamento inadequado de sobrecargas e a proteo de locais derisco, sem as respectivas autorizaes e sinalizaes adequadas.

    8.3. Desenvolvimento da obra

    A obra deve seguir a sequncia construtiva, locaes, dimenses, materiais, especificaes executivas e ensaiosindicados no projeto.

    Especial ateno dever ser dada nas fases de escavao, ao posicionamento de sobrecargas (pilhas de estoque etrfego de equipamentos), conduo de guas e a outros aspectos de obra, de forma a no alterar as consideraes deprojeto, durante as fases intermedirias da obra.

    Antes de cada atividade, devero ser feitas as locaes necessrias tanto no local especfico dos servios, como em locaisde segurana, mais afastados, de forma a no perder a referncia uma vez iniciados os servios. Esta situao aplica-se

    implantao de estruturas de conteno e drenagem e marcao dos off-sets de terraplanagem.Devero ser observados os aspectos listados a seguir:

    a) condies de campo em desacordo com as indicadas no projeto, em particular na fase de locao, seja por evoluode eroses, impreciso de topografia ou outra qualquer, devero ser comunicadas ao engenheiro civil geotcnico e a obrasomente iniciada aps os devidos ajustes;

    b) atividade com interferncias ou envolvendo remoo de vegetao de porte dever ter planejamento adequado esomente executada aps a respectiva licena, se necessria;

    c) os impactos dos servios relativos emprstimos, disposio de bota-fora e entulho, bem como trfego deequipamentos, devero ser devidamente avaliados;

    d) a disposio de material resultante de escavao e entulhos, bem como o caminhamento de guas de drenagem oude retorno de perfurao, no podero causar instabilizao;

    e) nas escavaes a cu aberto dever ser seguida a norma NBR-9061;

    f) no caso de uso autorizado de escavao com explosivos dever ser seguida a NBR-9653;

    g) na execuo de cortinas atirantadas pelo mtodo descendente, a escavao abaixo de qualquer nvel de tirantessomente poder ser iniciada aps a aplicao da carga especificada no projeto, para todos os nveis superiores na mesmavertical;

    h) Na compactao de aterro junto estruturas de conteno (cortina, muro, gabio, etc.) dever ser respeitada umadistncia do paramento interno da estrutura de no mnimo 2m, na qual no poder ser utilizado equipamento mecnico decompactao, para evitar danos na estrutura. Nessa faixa, o aterro dever ser compactado com sistema manual ousemimecanizado (tipo sapo ou mesa vibratria), ou alternativamente com gua, no caso de utilizao de material granular;

    i) o terreno de assentamento de estruturas de conteno dever ser verificado por engenheiro civil geotcnico, de forma

    a comprovar a capacidade de carga da fundao no nvel de tenses previsto;

    j) Antes de qualquer procedimento de perfurao, dever ser verificada a possibilidade da existncia de interfernciasenterradas (dutos, cabos, fundaes, galerias e outras) e executado seu devido mapeamento, se for o caso, de forma aevitar danos.

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    Devero ser sempre atendidas as recomendaoes executivas das normas disponveis na ABNT e relacionadas com osservios realizados, a saber: NBR-14931:2004 - Execuo de estruturas de concreto - Procedimento; NBR-6122 Projetoe execuo de fundaes; NBR-9286 Terra Armada; NBR-9285 Microancoragem; NBR-9061 Segurana deescavaes a cu aberto; NBR-5629 Execuo de tirantes ancorados no trerreno.

    9. Acompanhamentop de obras

    Em obras geotcnicas de estabilizao de encosta, eventuais ajustes e adaptaes ao projeto originalmente desenvolvidos

    So inevitveis devido s alteraes na topografia do terreno que ocorrem com o tempo, complexidade da geologia local eoutros condicionantes relacionadas com a interao solo- estrutura.

    O acompanhamento tcnico durante a fase de execuo obrigatrio e deve ser realizado pelo engenheiro civil geotcnicoresponsavel pelo projeto da obra.

    A periodicidade das visitas de acompanhamento, pelo engenheiro civil geotcnico, dever ser estabelecida em funo doporte da obra, tendo como objetivo a verificao dos critrios de projeto e modelos de clculo, permitindo eventual ajustes condies de campo.

    Dentre os principais aspectos relacionados ao acompanhamento tcnico, destacam-se: locao, cotas de assentamento,condies de fundao, fases de execuo, perfuraes, adequao da drenagem, testes e ensaios de acordo com asnormas.

    Os registros da visita devero ser feitos em dirio de obra ou documento semelhante e tambm em relatrio tcnico a serencaminhado posteriormente ao contratante.

    No dirio de obras devero ser dadas as instrues de carater imediato para o construtor, tais como: eventuais adaptaesao projeto, recomendaes executivas, croquis e metodologias especficas.

    O relatrio tcnico de acompanhamento, de carater mais geral, alm das informaes transmitidas diretamente obra,dever informar ao contratante sobre a situao da obra,as questes tcnicas de maior relevncia, as alteraes de projetorealizadas, etc. Recomenda-se registro fotogrfico, para ilustrao do relatrio.

    Ao trmino da obra, dever ser providenciado pelo executor o projeto como construdo (as built), ou seja, todas asmodificaes no projeto, realizadas pelo construtor, sero consolidadas em documento final a ser encaminhado aoproprietrio.

    10. Manuteno

    Ao trmino da obra, o executor dever elaborar o Manual do Usurio a ser encaminhado ao proprietrio. Neste manual,devero constar todas as providncias em termos de manuteno da obra a serem seguidas pelo proprietrio. Tanto o tipode servio a ser realizado, quanto sua periodicidade devero ser definidos no manual.

    As recomendaes constantes do manual devem ter por objetivo manter as caractersticas originais do projeto, dentro doscritrios de segurana pr-estabelecidos.

    Devero ser seguidas as seguintes recomendaes , de carater bsico,alm de outras recomendaes pertinentes:

    a) proceder a vistorias peridicas obra (no mnimo semestrais) para verificao de situaes anmalas a saber: trincas,deslocamentos, obstrues na drenagem, eroses e outros fatos julgados de relevncia;

    b) realizar limpeza peridica no sistema de drenagem;

    c) realizar, com a periodicidade recomendada pelo executor, medio de vazo dos drenos profundos suborizontais;

    d) no caso de obras com empregos de tirantes, devero ser executados ensaios de verificao de cargas e inspeo daintegridade da cabeas, a cada 5 anos, em um nmero representativo de tirantes, conforme critrio a seguir, com sistemabomba, macaco, manmetro aferido ou clula de carga. Os resultados devem ser apresentados ao proprietrio da obracom as recomendaes cabveis.

    Devero ser respeitados os seguintes critriio para determinar o nmero de tirantes a serem verificados, em funo donmero total de tirantes existentes na obra:

    - at 10 tirantes: ensaiar todos;

    - de 10 a 30 tirantes: ensaiar 7 + 25% do total de tirantes existentes na obra;

    - de 30 a 60 tirantes: ensaiar 12 + 10% do total de tirantes existentes na obra;

    - de 60 a 100 tirantes: ensaiar 15 + 5% do total de tirantes existentes na obra;

    - mais de 100 tirantes: ensaiar 20% do total de tirantes existentes na obra.

    e) no caso de obras com monitoramento previsto, realizar e analisar as leituras de acompanhamento conformerecomendadono projeto;

    f) outras recomendaes pertinentes.

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    11. Monitoramento

    O monitoramento do desempenho de uma obra ou de uma encosta deve ser realizado sempre que julgado necessrio peloengenheiro civil geotcnico como um dado relevante para a garantia da estabilidade.

    O engenheiro civil geotcnico responsvel dever detalhar no projeto executivo o tipo de instrumento a ser instalado ,definindo locao, profundidade, metodologia de instalao e periodicidade de acompanhamento. Em determinadassituaes, o monitoramento pode ser utilizado em uma fase pr-construo ou durante a prpria construo, visando obteno de dados para a elaborao ou ajuste do projeto.

    Dentre os tipos de controle/monitoramento normalmente utilizados merecem destaque os seguintes:

    - Controle de deslocamentos em profundidade por intermdio de inclinmetros. Os inclinmetros devem garantirobrigatoriamente embutimento em terreno indeslocvel, numa profundidade abaixo da regio supostamente emmovimento.

    - Controle de movimentos superficiais horizontais e verticais atravs de marcos superficiais, com controletopogrfico de preciso a partir de bases localizadas fora da rea sujeita a deslocamentos.

    - Controle da variao do nvel do lenol fretico atravs da instalao de medidores de nvel dgua.- Medio da poro-presso mediante a instalao de piezmetros.- Controle de prumo de estruturas de conteno.- Controle de deslocamentos em estruturas de conteno atravs da instalao de alongmetros e pinos de

    nivelamento.- Medio de cargas atuantes em ancoragens ou grampos atravs de clulas de carga, medidores de deformaes

    eltricos (strain-gages) ou conjunto bomba/macaco hidrulico devidamente aferido.

    - Medio de vazo em drenos profundos subhorizontais, poos e galerias de drenagem.- Medio de ndices pluviomtricos atravs da instalao de pluvimetros ou de estaes meteorolgicas.- Controle de abertura de juntas, trincas ou fissuras, mediante a instalao de pinos de referncia, selos ou outros

    dispositivos.

    Outros tipos de controle ou instrumentos podero ser utilizados, desde que atendam s necessidades de projeto.Os instrumentos instalados para monitoramento devem ser convenientemente protegidos contra possveis atos devandalismo.Eventuais anomalias ao longo do acompanhamento (deslocamentos ou cargas excessivas, nveis dgua ou vazes muitoelevadas ou instrumentos danificados sem possibilidade de leitura) devero ser imediatamente comunicadas aocontratante da obra para anlise e providncias.Devero ser elaborados relatrios peridicos de acompanhamento do monitoramento e encaminhados ao interessado.

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    Anexo A (normativo)

    Situao dos taludes enquadrados nesta norma

    Taludes de corte e aterro

    Talude de Corte

    Talude de Aterro

    Figura 1

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    Anexo B (normativo)

    Terminologia

    A terminologia a ser empregada para os diversos tipos de instabilidade de massas em encostas a seguir indicada.

    1. Tipos bsicos de movimentos de massa

    TERMINOLOGIA DOS TIPOS DEMOVIMENTO DE MASSA

    FiguraDEFINIO

    Queda / rolamento Desprendimento de fragmentos do terreno,de quaquer tamanho, que caem de certaaltura, em queda livre ou com qualqueroutra trajetria e tipo de movimento.

    Tombamento Movimento de massa em forma de bsculacom eixo na base.

    Escorregamento Movimento de massa por deslocamentosobre uma ou mais superfcies.

    Escoamento Movimento de massa com propriedades defluido, lento ou rpido (corrida).

    2. Elementos

    A terminologia para designao dos elementos de caracterizao de um escorregamento est indicada na figura abaixo,uma com representao tridimensional (Fig. 2) e outra com representao em corte (Fig.3).

    Figura 2

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    Figura 3

    TERMINOLOGIA DOS ELEMENTOS DEFINIOCrista Regio no escorregamento adjacente parte mais alta do

    incio do movimento.Escarpa Superfcie ngreme, do terreno intacto, correspondente

    parte visvel da superfcie de ruptura.Material escorregado Correponde ao volume total que se delocou de sua posio

    original.Corpo Material escorregado, que fica sobre a superfcie de

    ruptura.Base do escorregamento Poro da massa escorregada situada alm da superfcie

    de ruptura (sobre a superfcie de separao).P do escorregamento Linha, geralmente curva, de limite mais distante da massa

    escorregada, correspondente ao limite da base.Superfcie de ruptura Superfcie do tereno natural onde houve ruptura.Topo do escorregamento Ponto mais alto da massa escorregada junto a escarpa

    principal.Flanco Transio para material no atingido pela movimentao,

    situado nas laterais da massa escorregada. A designaode direita e esquerda deve ser referida a um observadorsituado na crista.

    Superfcie original do terreno Superfcie da encosta existente antes do deslizamento.

    3. Dimenses

    A terminologia para designao das dimenses envolvidas em uma movimentao de massa , conforme indicado na figuraacima, a seguinte:

    Figura 3

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    TERMINOLOGIA DAS DIMENSES DEFINIOLargura da massa escorregada Largura mxima da massa escorregada, medida

    perpendicularmente ao comprimento.Comprimento da massa escorregada Comprimento mximo da massa escorregada. medida ao

    longo do terreno.Extenso horizontal Comprimento mximo da massa escorregada. medida na

    horizontalProfundidade do escorregamento Maior espessura da massa escorregada, medida na

    vertical.Altura do escorregamento Medida vertical entre a crista e o p.Inclinao mdia ngulo medido entre a horizontal e a linha que une o p e o

    topo do escorregamento.

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    Anexo C (normativo)

    Laudo de vistoria

    Modelo de planilha

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    LAUDO DE VISTORIA pf. 1/2

    1- LOCALIZAO Data da vistoria: / /

    1.1 - Ponto de referncia:

    2- Coordenadas UTM:3- SOLICITANTE:4- TIPO DA SITUAO: Movimento Ocorrido

    Possibilidade de movimento

    Estudo/Projeto

    5- ASPECTOS LOCAIS5.1- Tipo da ocupao / Densidade 5.2- Tipo da Vegetao / Condies

    Favela Arbrea

    rea urbana estruturada Alta Arbustiva Alta

    rea no ocupada Mdia Rasteira Mdia

    Estrada Baixa Nenhuma Esparsa

    Outras:_______________

    5.3- Drenagem / Condies 5.4- Relevo / Perfil de encosta

    Natural Satisfatria Escarpado Cncavo

    Construda Insuficiente Montanhoso Convexo

    Inexistente Obstruda Ondulado Retilneo

    Danificada Suave

    6- CARACTERSTICAS ESPECFICAS

    6.1- Local vistoriado: 6.2- Geometria (ver croqui)Encosta natural Altura (m): _____________

    Talude de corte Largura (m): _____________

    Talude de aterro Inclinao (o): _____________

    Talvegue

    Extrao mineral 6.3- Obras de conteno existenteOutros:_______________ Sim Pblica

    No Privada

    6.4- Condies de saturao: 6.5- Natureza do material

    Com trincas Tlus

    Seco Com surgncia Solo Sem trincas Aterro

    mido Tubulao rompida Com blocos Solo residualSaturado Artesianismo Fraturada Solo sedimentar

    Ver croqui anexo Rocha Sem fraturas Colvio

    Com blocos Entulho

    Lixo

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    LAUDO DE VISTORIA fl.2/2

    7- CARACTERSTICAS DA SITUAO7.1- Movimento ocorrido 7.2- Possibilidade de movimento

    7.2.1- Grau de risco

    Data e hora: Alto

    Volume estimado (m3): Mdio

    Pluviometria (ltimas 48h): Baixo

    7.1.1- Consequncias: 7.2.2- Nmero de elementos em risco

    Vitimas fatais: (n __________ ) < 10

    Vtimas no fatais: (n __________ ) vidas entre 10 e 30

    Obstruo de vias > 30

    Danos a bens particulares moradia

    Danos a bens pblicos hospital/escola

    Riscos para terceiros edificao/estrutura

    Sem consequncias estradas

    outros (especificar):__________

    7.3- Tipologia do movimento/CaracteristicasQueda

    Tombamento Rotacional 7.4- Superfcie de deslizamentoEscorregamento Planar solo-solo

    Escoamento Complexo solo-rocha

    Subsidncia Lento rocha-rocha

    Complexo Rpido no identificada (descrever):

    _________________________

    8- NECESSIDADE DE PROVIDNCIAS URGENTESNo

    Sim (especificar): __________________________________________________________________________

    Descrio da situao (informaes complementares):

    ____________________________________________________________________________

    ____________________________________________________________________________

    ____________________________________________________________________________

    9- Responsvel pela vistoria: 9.1- NOME9.2- CREA:9.3- Instituio:

    10- Local e data deste relatrio:

    12- ANEXOSRelatrio preliminar

    Croqui (obrigatrio)

    Fotos (obrigatrio)

    Outros (especificar): ___________________

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    Anexo D (normativo)

    Estimativa dos Parmetros de Resistncia para Anlise de Estabilidade de Encostas

    Os parmetros de resistncia ao cisalhamento do solo devero levar em conta a variabilidade

    estatstica dos resultados obtidos nos ensaios, para fins de estudos de estabilidade de encostas,. Os

    parmetros de resistncia devero ser estimados por regresso linear, correlacionando-se a resistnciaao cisalhamento com as presses normais (ou confinantes) . A anlise de regresso dever serbaseada em uma quantidade mnima de (12) doze pontos por camada de solo idealizada no perfil

    geotcnico, o que corresponde a 4 ensaios tipo cisalhamento direto ou triaxial, com 3 corpos de prova

    cada, ou a 3 ensaios com 4 corpos de prova cada. O procedimento estatstico leva em conta a incerteza

    da resistncia ao cisalhamento mdio ao longo de uma superfcie potencial de ruptura, incluindo a

    incerteza decorrente de uma amostragem reduzida, com Npontos (corpos de prova), de modo que,

    quanto menor a quantidade de corpos de prova, maior a incerteza e menor a resistncia ao

    cisalhamento de projeto.

    a-Ensaios de Cisalhamento Direto

    OsNpontos - correspondentes a todos os corpos de prova representativos de uma camada de solodevero ser plotados em um nico grfico, como indicado na Figura A.3.1, definindo-se por regresso

    linear a coeso mdia c e a tangente do ngulo de atrito mdio tg . Para estudo da variabilidade da

    resistncia, define-se o Erro Mdio Quadrado (EMQ) como:

    2

    )( 2

    =N

    EMQ ii

    (A.3.1)

    Na equao acima, i a resistncia ao cisalhamento do corpo de prova i, correspondente presso

    normal i , e i a resistncia mdia estimada para i , obtida por:

    tgc ii += (A .3.2)

    Uma vez determinado o erro mdio quadradoEMQ, define-se a faixa para aceitao dos pontos para a

    anlise de regresso, cujos limites so indicados pelas linhas tracejadas na Figura A.3.1. As linhas

    tracejadas representam os limites de confiana dos valores individuais de cada corpo de prova, para

    uma margem de erro mxima =5% (sendo 2,5% para cada cauda da distribuio). Para =5%, por

    exemplo, as linhas tracejadas delimitam a faixa onde de 95% a probabilidade de que os pontos

    individuais agrupem-se acima e abaixo da reta mdia de regresso. Neste exemplo, em mdia, paracada 100 pontos, 95 so esperados de estar contidos nos limites de confiana (linhas tracejadas).

    Assim, os ensaios (pontos) que se situarem fora da regio limitada pelas linhas tracejadas devero ser

    rejeitados. O nmero mnimo de pontos para a anlise de regresso, aps a rejeio, ser N=10. Os

    limites de confiana (il,

    ) so obtidos ponto a ponto, para valores crescentes de i , atravs da

    expresso:

    ][).2(, iiil sNt = (A.3.3)

    Na equao acima, t(N-2) refere-se distribuio tde Student comN-2 graus de liberdade, obtida para

    uma margem de erro

    , enquanto que o desvio padro ][ is dado por:

    +=

    2

    2

    )(

    )(1][

    i

    ii

    NEMQs (A.3.4)

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    O ngulo de atrito de projeto ser obtido da inclinao da reta mdia de regresso como:

    =proj (A.3.5)

    A coeso de projeto ser obtida pela frmula:

    ][).2( csNtccproj = (A.3.6)

    Na equao acima, o desvio padro da coeso calculado por:

    ( )

    +=

    2

    21][

    iN

    EMQcs (A.3.7)

    Caso, na Equao A.3.6, o valor de seja negativo, a coeso de projeto ser admitida como igual a

    zero.

    projc

    b-Ensaios triaxiais

    Os parmetros de resistncia ao cisalhamento obtidos a partir de ensaios triaxiais, o so obtidos de

    forma anloga dos ensaios por cisalhamento direto, substituindo-se os pontos - porp-q, onde:

    ( )2

    31 +=p (A.3.8)

    ( )2

    31 =q (A.3.9)

    A reta mdia de regresso, obtida dos pontosp-q, fornecer o intercepto a e a inclinao mdia tg .

    Com esses valores, os parmetros de projeto so calculados por:

    )1(

    tg

    tgtg proj

    = (A.3.10)

    ( )][).2(

    1 2csNt

    tg

    acproj

    =

    (A.3.11)

    Na equao acima, o desvio padro da coeso calculado por:

    ( )

    )1(

    1

    ][2

    2

    2

    tg

    pp

    p

    NEMQ

    csi

    +

    = (A.3.12)

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    27

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    1400

    0 500 1000 1500 2000 2500

    Presses Normais (kPa)

    TensesCisalhantes(kPa)

    envoltria mdia

    envoltria de projeto

    Figura A.3.1 Determinao de parmetros de resistncia a partir de ensaios de cisalhamento direto

    Na figura acima, tem-se:

    23=N pontos;EMQ=4796,59 kPa2 (Equao A.3.1);o

    proj 07,26== (regresso linear);

    kPac 41,101= (regresso linear); kPacproj 42,41= (Equao A.3.6);

    kPac 84,28][ = (Equao A.3.7) e08,2)2( =Nt (distribuio tde Student, para 05,0= ).

    Assim, as envoltrias de resistncia so expressas por:

    a- Envoltria mdia: )(07,26.42,101 kPatg o += b- Envoltria de projeto: )(26.4,41 kPatgproj +=