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7 Nunca EstÁs Sozinho Índice Agradecimentos ................................................................... 9 1. Nós não podemos, mas Deus sim.................................. 11 2. Reporá o que a vida tirou ............................................. 19 3. O longo caminho entre a prece dirigida e a atendida ...... 29 4. Levanta-te, pega no teu catre e anda.............................. 39 5. Podemos resolver isto .................................................. 49 6. Estou na tempestade contigo ........................................ 59 7. Ele dá vista aos cegos ................................................... 69 8. A voz que esvazia túmulos ........................................... 79 9. Pago na íntegra............................................................ 91 10. Viu e acreditou .......................................................... 99 11. Pequeno-almoço com Jesus ........................................ 109 12. Acredita, simplesmente acredita.................................. 121 Questões para reflexão ......................................................... 131 Notas .................................................................................. 205

Índice · 2021. 5. 13. · O Evangelho de Marcos está em circulação, Mateus e Lucas compilaram os relatos da vida de Cristo. João quer fazer o mesmo. Contudo, o seu Evangelho

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N u nca E stÁs Sozi n ho

Índice

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1. Nós não podemos, mas Deus sim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112. Reporá o que a vida tirou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193. O longo caminho entre a prece dirigida e a atendida . . . . . . 294. Levanta-te, pega no teu catre e anda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 395. Podemos resolver isto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 496. Estou na tempestade contigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 597. Ele dá vista aos cegos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 698. A voz que esvazia túmulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 799. Pago na íntegra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9110. Viu e acreditou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9911. Pequeno-almoço com Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10912. Acredita, simplesmente acredita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

Questões para reflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205

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N u nca E stÁs Sozi n ho

Agradecimentos

Eis o que eu acho que aconteceu. Há muito tempo, Deus deci-diu que o Lucado precisava de toda a ajuda que o céu conseguisse juntar. Sabia que eu me ia desviar do caminho, que ia procrastinar, ficar rabugento e entregar-me à depressão, e que precisaria de uma equipa de apoio de topo que os próprios anjos iriam invejar. De que outra forma pode alguém acabar rodeado de gente tão incrível? Não os mereço. Mas é certo que os amo.

Senhoras e senhores, permitam-me que lhes apresente (rufar de tambores) a melhor equipa de apoio que um autor alguma vez teve.

Liz Heaney e Karen Hill – Não há melhores editoras. Pela milio-nésima vez, obrigado.

Carol Bartley – És para a revisão o que a  Julia Child era para a cozinha: a maior.

Steve e Cheryl Green – O céu emprestou-vos à terra e não vos vamos devolver.

À equipa de super-heróis da HCCP – Mark Schoenwald, Don Jacobson, Tim Pauslon, Mark Glesne, Erica Smith, Janene MacIvor e Laura Minchew.

Brian Hampton –  Um tributo especial a  este homem maravi-lhoso que passou desta vida para a próxima enquanto este livro es-tava a ser terminado.

David Moberg –  Parte do mundo editorial cristão desde 1975 e  uma parte essencial do meu mundo desde 1989. Obrigado por, bem, por seres o David Moberg.

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Jana Muntsinger e  Pamela McClure –  Ainda que o  vosso tí-tulo seja de publicitárias, amigas é  uma palavra mais adequada. Obrigado.

Greg e Susan Ligon – Acalmam; esclarecem; criam. Existe algo que não consigam fazer? Muito obrigado por manterem este com-boio na linha.

Dave Treat – Mais uma vez, elevaste este projeto em oração. Que as tuas maiores preces sejam atendidas.

Janie Padilla e Margaret Mechinus – Graças a vocês, as chama-das são feitas, os e-mails são respondidos, os livros são arrumados e o caos torna-se calma.

Brett, Jenna, Rosie, Max, Andrea, Jeff e  Sara. Esta árvore ge-nealógica está cada vez mais verde, vibrante e também mais louca. Amo-vos a todos.

E Denalyn, minha noiva. Quando Deus te criou, foi com a maté-ria dos violinos e do bom vinho. Tal como eles, também tu te tornas mais doce com o tempo. Amo-te.

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Capítulo 1

Nós não podemos, mas Deus sim

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“Sou só eu, e eu não sou grande coisa.”Estávamos a conversar há bem mais de uma hora quando ela disse

as palavras. Tínhamos já despachado duas chávenas de café de má-quina da sala de espera do hospital. O dela com adoçante, o meu com leite em pó. Era de baixa estatura. Não usava maquilhagem, tinha o cabelo emaranhado. A T-shirt era larga e estava amarrotada. Per-guntei-me se dormira com aquela camisola. Mexia incessantemente, rodando uma e outra vez o pau de plástico até a bebida se tornar um pequeno remoinho semelhante às emoções que sentia – uma cons-tante sensação de impotência rotativa, cíclica, circular.

O filho de 17 anos, que estava naquele momento na Unidade de Cuidados Intensivos, a duas portas e menos de 50 metros dali, lutara durante um ano, talvez mais, contra o vício dos opiáceos. Um aci-dente de viação mandara-o para o hospital. Quatro dias de desinto-xicação forçada tinham-no deixado a ansiar por comprimidos que os médicos se recusavam a fornecer. Estava amarrado à cama.

A mãe levou quase uma hora a contar-me o que acabo de lhe des-crever num parágrafo. A  história dela precisou de intervalos para soluçar e de profundos suspiros, e incluiu laivos de fúria ao referir-se ao ex-marido, cuja presença e apoio financeiro tinham estado ausen-tes durante a maior parte do ano. Não tivera sinais do pai durante toda a semana. Tinha sempre as suas desculpas. No fim de contas, era nisto que a mãe acreditava: “Sou só eu, e eu não sou grande coisa.”

Era tanta a força com que apertava o copo de esferovite que pen-sei que ia estilhaçá-lo.

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Conhece esta sensação? Está familiarizado com a  espiral des-cendente? Convicto de que ninguém quer saber, de que ninguém o pode ajudar, ouvir ou atender ao seu pedido de apoio?

Se conhece a sensação, não está sozinho. E não quero dizer com isto que não é o único a conhecer essa sensação. Quero dizer que não está sozinho. Ponto final. Essa sensação crua e negra de isolamento e de impotência? Não veio para ficar. Se acha que depende só de si e que não é grande coisa, tenho alguns eventos que deve considerar.

Ou, melhor dizendo, o apóstolo João tem algumas histórias para o fazer refletir. Criou uma tapeçaria de milagres que foram “escri-tos para que possais acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (João 20:31).

Fé que dá vida! É isso que João quer discutir. Uma fé abundante, robusta e resiliente. A vida acontece quando acreditamos. Encon-tramos forças para lá das nossas forças. Realizamos tarefas que estão acima das nossas capacidades. Vemos soluções que ultrapas-sam a nossa sabedoria.

A fé não é uma saudação respeitosa a um ser divino. A fé acon-tece quando pomos a nossa confiança em Deus. É uma decisão de depender inteiramente da força de um Salvador vivo e que nos ama.

Na medida em que acreditarmos, teremos “vida em Seu nome”. É este o objetivo dos milagres. João descreveu sinais, cada um dos quais destinado a  instigar a convicção nesta promessa: nunca es-tamos sós, nunca. Não foi esta uma das derradeiras promessas de Cristo? Antes de subir ao céu, garantiu aos seus amigos: “Eu estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos.” (Mt. 28:20 esv*)

Essas palavras devem ter significado tudo para João.Visualize o apóstolo envelhecido enquanto partilha estas histó-

rias. É um velho. Cabelo grisalho, pele enrugada. Mas os olhos estão cheios de esperança e tem um riso capaz de encher uma sala. Guia um grupo de seguidores de Cristo em Éfeso. Adora falar – e eles ado-ram ouvir – sobre o dia, cerca de seis décadas antes e a mais de 1600

* English Standard Version: tradução essencialmente literal da Bíblia para o  inglês contemporâneo, realizada por um grande grupo de estudiosos e pastores evangéli-cos. (N. da T.)

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quilómetros dali, em que Jesus o convidou a deixar a rede de pesca e a segui-lo. João assim fez.

Tal como Pedro, Tiago e André. Todos eles já partiram. Há muito que cumpriram as suas missões e terminaram as suas vidas. Só João permanece.

E João, provavelmente ciente de que os seus dias estão a termi-nar, empreende uma última tarefa. O Evangelho de Marcos está em circulação, Mateus e Lucas compilaram os relatos da vida de Cristo. João quer fazer o mesmo. Contudo, o seu Evangelho será diferente. Procura contar histórias que eles não contaram e acrescentar por-menores àquelas que eles narraram. Escolhe para o seu Evangelho um conjunto de “sinais”.

Leva-nos a  Canaã para provar um vinho, depois a  Cafarnaum para ver um pai abraçar um filho que temia que fosse morrer. Senti-mos a ira de uma furiosa tempestade na Galileia e ouvimos o mur-múrio de uma multidão faminta numa colina. Vemos um paralítico levantar-se e um cego erguer o olhar. Antes de terminar, João con-duzir-nos-á por dois cemitérios e até junto de uma cruz, e convidar--nos-á a ouvir uma conversa ao pequeno-almoço que mudou a vida de um apóstolo. Os milagres escolhidos por João vão de um lapso num casamento a uma violenta execução, de barrigas vazias a sonhos vazios, de esperanças abandonadas a amigos sepultados. E teremos cuidado, teremos muito cuidado em ver os sinais tal como João pre-tendeu que fossem vistos, não como entradas num livro de história, mas como exemplos da estratégia de Deus.

Todos estes eventos permanecem unidos numa só voz, apelando a que erga o olhar e abra o coração à possibilidade – à realidade, aliás – de a maior força no universo ser Alguém que lhe quer bem e lhe traz esperança.

Não foi para nos impressionar que João os registou, mas sim para nos incitar a crer na terna presença e no possante poder de Cristo. Esta montagem de milagres proclama: Deus está no comando! Acha que depende de si e que não é grande coisa? Disparate. Deus pode levá-lo.

É mais forte do que pensa, porque Deus está mais perto do que julga.

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Jesus tocou feridas. Disse palavras de esperança. Melhorou vidas. Concedeu bênçãos. Havia uma mensagem nos seus milagres: “Eu estou aqui. Eu preocupo-me.”

Se quisesse apenas provar a sua divindade, Jesus podia ter ma-terializado um bando de aves a partir do nada e feito com que as árvores se desenraizassem e voassem para longe. Podia ter transfor-mado ribeiros em cascatas ou rochas em abelhões. Tais atos teriam demonstrado o  seu poder. Mas Jesus queria que víssemos mais. Queria mostrar-nos que existe um Deus milagroso que nos ama, que se preocupa e que vem em nosso auxílio.

Não precisamos hoje desta mensagem?Este livro é  filho da quarentena. Completei-o durante os dias

do coronavírus. Quando comecei a  escrevê-lo, há alguns meses, a maioria das pessoas desconhecia a COVID-19. Expressões como “distanciamento social” e  “confinamento” podiam aparecer nos manuais, mas não no nosso vocabulário nas ruas. Mas tudo isso mudou. No momento em que escrevo, milhões de pessoas estão fe-chadas em apartamentos, casas, cabanas e casebres.

Esta crise exacerbou uma já galopante epidemia de isolamento e depressão. Um estudo descobriu que a  solidão é  tão prejudicial à saúde como fumar 15 cigarros por dia. Pode provocar demência ou Alzheimer, doenças cardíacas, um sistema imunitário enfraque-cido e menor esperança de vida.1

Os administradores de um dos maiores hospitais da América citam a solidão como uma das principais razões para a sobrelotação das urgências. O Hospital de Parkland, em Dallas, no Texas, fez esta surpreendente descoberta quando andavam à procura de formas de desobstruir o sistema. Analisaram dados e compilaram uma lista de grandes utilizadores. Identificaram 80 pacientes que foram a quatro urgências durante 5139 vezes ao longo de um período de 12 meses, custando ao sistema mais de 14 milhões de dólares (11,5 milhões de euros).

Uma vez identificados os nomes destes visitantes recorrentes, contrataram equipas para se encontrarem com eles e determinarem a razão. A conclusão a que chegaram? Solidão. A pobreza e a escas-sez de alimentos eram fatores contributivos, mas a principal causa

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era uma sensação de isolamento. As Urgências proporcionavam--lhes atenção, bondade e cuidados. Daí os múltiplos regressos. Que-riam saber que alguém se importava.2

Não queremos todos? O apóstolo João queria que soubéssemos que Alguém se importa. Queria que acreditássemos, que apoiásse-mos todo o nosso peso na força deste Deus que nos ama.

Quando a vida parece vazia, será que Deus se importa?Se eu me vir confrontado com uma vaga de desafios, será que

Ele vai ajudar?Quando a vida fica escura e tempestuosa, será que Ele repara?Se enfrento o medo da morte, será que Ele me vai ajudar?A resposta nos milagres vivificantes contidos no Evangelho de

João é um retumbante sim. Conhece estes milagres? Acredita num Jesus que não só tem poder, mas também um amor apaixonado pelos fracos e feridos do mundo? Acha que Ele se importa suficien-temente consigo para o encontrar nas salas de espera solitárias, nos centros de reabilitação e nas casas de convalescença da vida?

Recentemente, fui dar uma caminhada com dois dos meus me-lhores companheiros: a minha neta de 3 anos e meio, Rosie, e o meu constante e fiel cão, Andy.

O  Andy adora explorar o  leito seco de um rio perto da nossa casa. E a Rosie adora ir logo atrás dele. Acha que pode ir onde quer que ele vá. E quando me ofereço para a ajudar, ela recusa com um aceno. Não nos dá um minuto de descanso, esta rapariga, um pouco como a avó dela. Portanto, o Andy indicou o caminho. A Rosie foi atrás e eu tentei acompanhá-los.

O Andy avistou um bicho num matagal de arbustos e foi a correr para lá. A Rosie pensou que podia fazer o mesmo. O Andy passou, mas a Rosie ficou presa. Os ramos arranharam-lhe a pele e ela co-meçou a chorar.

“Papá Max! Ajudas-me?”O que fiz eu? Fiz o que qualquer pessoa teria feito. Embrenhei-

-me no mato e estendi as mãos. Ela ergueu os braços e deixou-me tirá-la de lá.

Deus fará o mesmo por si. Nunca está sozinho, nunca lhe falta ajuda, nunca está desprovido de esperança.

CVA

-NES

OZ-

2

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Ansiamos por Alguém que venha ao nosso encontro no meio das confusões da vida. Ansiamos por crer num Deus vivo, afetuoso e milagroso que não pensará duas vezes antes de entrar nos espi-nhosos matagais do nosso mundo para nos retirar de lá.

Se é isto que deseja, olhe bem para as palavras de João e para os milagres de Cristo, e veja se não atingem o objetivo desejado: “Para que possais acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (João 20:31).

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Capítulo 2

Reporá o que a vida tirou

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Não parecia omnisciente. Parecia inteligente, com óculos com armação de chifre, fato de flanela cinzenta e uma pilha de docu-mentos. Era esperto, organizado e  em tudo tão estatístico como a sua profissão exigia que fosse. Sobrenatural e profético? Divino? Clarividente? Não vi qualquer auréola. Nenhum anjo a  acompa-nhá-lo. Tinha um brilho no rosto, mas atribuí isso ao sol da tarde que entrava pela janela do seu escritório.

“Vejamos”, disse ele, folheando uma pasta com gráficos e relató-rios. “Vocês os dois vão viver até…” Ergueu o olhar durante tempo suficiente para dizer: “Se quiserem ver por vocês mesmos, estou na página sete.” Fez uma pausa enquanto o apanhávamos. As palmas das minhas mãos começavam a ficar húmidas. A Denalyn arregalara os olhos. Já antes nos tinham dado datas: as datas previstas para o nas-cimento das nossas filhas, as datas da formatura na universidade, as datas reservadas para casamentos. Mas uma data para a morte? Dava um novo sentido à palavra deadline, o termo inglês para prazo. Queríamos realmente saber os seus achados?

O seu trabalho a tempo inteiro era com seguros de vida. “Quero cer-tificar-me de que têm aquilo de que precisam”, dissera-me por telefone.

Para isso, precisava de dois dados: o valor do prémio que está-vamos dispostos a pagar e o número de anos que nos restavam na Terra. Podia dar-lhe o  primeiro. Ele disse que podia fornecer-nos o segundo. E naquele momento estava prestes a fazê-lo. “E se a data for esta semana?”, perguntei à Denalyn. “Devo arranjar um orador convidado para a igreja?” Ela não sorriu. Nem ele.

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Falava no tom casual de um empregado de hotel a rever as datas de uma reserva. “Senhora Lucado, tenho-a aqui connosco até 2044. Senhor Lucado, a sua data de partida parece ser 2038.”

Bem, ali estava. Pelo menos já sabíamos. Não lhe consigo trans-mitir muito mais do que ele disse. Estava petrificado por ter final-mente a data da minha lápide. Sabia o primeiro número: 1955. Sabia o símbolo seguinte: um traço de dois centímetros e meio. (Tinha-o medido certa vez numa lápide, por mera curiosidade.) Naquele mo-mento, sabia o segundo número: 2038.

Esta conversa ocorreu em 2018. Estava reduzido a (glup) 20 anos. Estava a três quartos do caminho rumo à travessia do Jordão. Ar-mado com este novo dado, não pude resistir a calcular os recursos que me restavam:

• 168 192 000 respirações; (Parece muito. Mas usei mais de 2 mil a escrever o primeiro esboço da introdução deste capítulo.)

• 108 000 tacadas de golfe (ou, no meu caso, o equivalente a dez jogos);

• 7300 noites na cama com uma bela adormecida chamada Denalyn (um número que parece ser mais do que eu mereço, mas muito menos do que desejo).

A minha lista incluía também as eleições presidenciais, os Super Bowls, os pores do sol de verão e as estações dos tremoços em flor que me restavam.

O exercício lembrou-me uma verdade frequentemente ignorada: estamos a chegar ao fim. A chegar ao fim dos dias, das datas e das danças. A ampulheta foi irreversivelmente virada no dia em que nas-cemos, e temos vindo a gastar os nossos recursos desde então. Não temos o que tínhamos ontem. Os nossos gastos superam os nossos depósitos – facto esse, julgo, que explica o raciocínio por detrás do principal milagre no ministério de Jesus. Estava num casamento. Maria, sua mãe, também estava presente. Dirigiu-se a  Cristo com um problema. “Não têm mais vinho.” (João 2:3 niv*)

* New International Version: tradução realizada a  partir dos textos em hebraico, grego e aramaico por mais de uma centena de estudiosos da Bíblia. (N. da T.)

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Se tivesse sido eu o anjo de serviço nesse dia, teria intervindo. Teria colocado uma asa entre Maria e Jesus, e ter-lhe-ia recordado a missão do seu Filho. “Não foi para lidar com esse tipo de tarefas mundanas do dia a dia que Ele foi enviado à terra. Estamos a guar-dar os seus poderes milagrosos para invocar cadáveres, para tocar leprosos e expulsar demónios. Não há vinho? Não te venhas lamentar a Jesus.”

Mas não era eu o anjo de serviço. E Maria recrutou a ajuda do seu Filho para lidar com o  problema: odres de vinho vazios. Na Palestina do século i, as pessoas sabiam como dar uma festa. Nada de casamento e receção numa só noite, não, senhor. Os casamentos duravam até sete dias. Esperava-se que a comida e o vinho duras-sem todo esse tempo. Por isso, Maria ficou preocupada ao ver os servos rasparem o fundo do barril de vinho.

Culpe-se o mau planeamento do organizador da boda. Culpem--se os convidados por beberem mais do que a sua parte. Culpe-se Jesus por aparecer com um grupo de discípulos sedentos. Não nos é dito o motivo da escassez. Mas é-nos dito como foi reabastecido. Maria apresentou o problema. Cristo estava relutante. Maria pro-telou. Jesus reconsiderou. Ordenou. Os servos obedeceram e  ofe-receram ao escanção o que poderiam ter jurado que era água. Ele provou, lambeu os lábios, ergueu o  copo à  luz e  disse algo sobre terem guardado o melhor vinho para os brindes de despedida. Os servos acompanharam-no ao outro lado da sala para ver as seis cubas cheias até à borda com o fruto da videira. O casamento sem vinho tinha subitamente vinho a jorros. Maria sorriu ao seu Filho. Jesus ergueu o copo à sua mãe, e nós ficamos com esta mensagem: as nossas cada vez mais escassas reservas, por mais insignificantes que sejam, são importantes para o céu.

Tenho um curioso testemunho desta verdade. Durante uma das minhas muitas fases pouco sãs da vida, participei em vários meios triatlos Ironman. O evento consiste num percurso de 2 quilómetros em natação, num percurso de bicicleta de 90 quilómetros e numa corrida de 21 quilómetros. O  que fazia um pregador de 50 anos a participar em tais empreendimentos? Era o que a minha mulher

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me estava constantemente a perguntar. (Não se preocupe. Não vesti umas cuecas de banho.)

Durante uma destas corridas, rezei a mais estranha oração da minha vida. Tinha viajado para a  Florida com três pessoas para participar no triatlo. Um dos meus amigos convidara um concor-rente do Indiana a  juntar-se a  nós. Ao todo, conhecia estes três participantes. Havia pelo menos 200 pessoas que eu não conhecia, facto este que se revelou crucial para a minha história.

Terminei o percurso de natação, se não em último, pelo menos praticamente em último e quase morto. Subi para a minha bicicleta e dei início à corrida de três horas. Mais ou menos após um terço da parte de ciclismo, levei a mão ao bolso da minha camisola para tirar um pouco de GU. O GU é uma embalagem de nutrientes essenciais fáceis de consumir. Bem, adivinhe quem se tinha esquecido do seu GU? Faltavam-me ainda percorrer quase uns bons 50 quilómetros e não tinha GU. Não se encontram lojas de conveniência a vender GU no percurso do triatlo.

Tal como o leitor, também eu rezei inúmeras orações na minha vida. Rezei pelos fracos enquanto morriam e pelos bebés enquanto nasciam. Rezei por corações, casas e ossos partidos. Mas nunca tinha rezado por GU. Ainda assim, o que havia eu de fazer? Sem GU, não havia corrida para um velhote como o Max.

Por isso, rezei. Entre arquejos e  pedaladas disse: Senhor, pode muito bem ser a única vez na eternidade em que ouviste este pedido. Mas eis a minha situação…

Caiu-me GU do céu? Bem, mais ou menos. O tipo do Indiana, o amigo do meu amigo, uma das três únicas pessoas que eu conhe-cia em todo o campo, apareceu “por acaso” a pedalar atrás de mim.

“Ei, Max, como vai isso?”, perguntou ele.“Bem, tenho um problema.”Quando soube da minha falta de GU, levou a mão ao bolso da sua

camisola de ciclismo, tirou três pacotes e disse: “Eu tenho muito!” Passou-me o GU e lá foi ele.

Pode muito bem estar a  pensar: Lucado, esse é  um exemplo muito pouco convincente de uma prece atendida. Estou a lidar com

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doenças, com dívidas, com a ameaça de despedimentos e desilusões, e tu falas-me de algo tão ligeiro como GU numa corrida?

É precisamente aí que quero chegar.Na verdade, acho que foi aí que Jesus quis chegar. Que impor-

tância tem um casamento sem vinho? De todas as necessidades das pessoas do planeta, porque haveriam tonéis de vinho vazios ter im-portância? Simples. Era importante para Jesus porque era impor-tante para Maria. Se Jesus esteve disposto a usar a influência divina para resolver um lapso social, quão mais disposto não estará a in-tervir nos assuntos mais sérios da vida?

Ele quer que saiba que pode apresentar-Lhe as suas necessidades – todas as suas necessidades. “Não vos inquieteis com nada, mas em tudo, com preces e súplicas, e, em ação de graças, dai a conhecer a Deus os vossos pedidos.” (Fil. 4:6, ênfase minha.)

Em tudo –  não apenas nas grandes coisas  – dê a  conhecer os seus pedidos.

Maria imitou isto. Apresentou a necessidade a Cristo. “Não têm mais vinho.” Sem alvoroço. Sem drama. Sabia qual era o problema. Conhecia o provedor. Ligou o primeiro ao segundo.

Os meus filhos faziam isto. Tinham uma forma de me dizerem exatamente o  que precisavam quando precisavam. Nunca recebi uma chamada de um deles a dizer: “Por favor, sê um bom pai para mim hoje, Papá.” Ou: “Declaro, em nome da boa parentalidade, que tens de responder aos meus mais profundos desejos.”

O que ouvia era: “Podes vir buscar-me?” “Podes dar-me algum dinheiro?” “Posso passar a noite com a minha amiga?” “Ajudas-me com os trabalhos de casa?” “Como foi que te tornaste um pai tão brilhante, sábio e bem-parecido?”

Está bem, esta última pergunta pode ser um exagero. A questão é esta: as minhas filhas faziam pedidos específicos. Ficava horrori-zado ante a especificidade? Sentia-me insultado por elas se atreverem a dizer-me exatamente o que precisavam? Claro que não. Era o pai delas. Aquela era a forma de me dizerem: “Contamos contigo.” Cabe ao pai atender às necessidades e responder aos pedidos dos filhos.

Pergunto-lhe, pois: Já pediu? Transformou a  sua carência em prece? Jesus dará uma resposta à sua necessidade exata. Não é um

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cozinheiro de fast food. É um chef talentoso que prepara bênçãos únicas para situações singulares. Quando multidões de pessoas se dirigiram a Jesus para que ele as curasse, “ele impôs-lhes as mãos, uma a uma, e curou-as” (Lucas 4:40 the message*, ênfase minha).

Se tivesse decidido fazê-lo, Jesus podia ter ordenado que uma nuvem de bênçãos curativas caísse sobre a multidão. Mas ele não é  um Salvador de tamanho único. Impôs as mãos em cada um deles, individualmente, pessoalmente. Sentindo necessidades úni-cas, concedeu bênçãos singulares.

Uma oração precisa dá a  Cristo a  oportunidade de eliminar quaisquer dúvidas sobre o  seu amor e  interesse. O  seu problema torna-se o  caminho Dele. O  desafio que enfrenta transforma-se numa tela na qual Cristo pode demonstrar as suas melhores obras. Portanto, dirija-Lhe uma simples prece e  confie o  seu problema a Cristo.

Maria é novamente o nosso modelo. Observe com atenção a sua conversa com Jesus. No versículo 3, apresenta a necessidade: “Não têm mais vinho.” No versículo 4, Jesus mostra-se curiosamente pouco recetivo ao pedido, respondendo assim: “Querida mulher, esse problema não é nosso. Ainda não chegou a minha hora.” (João 2:4 nlt**)

Aparentemente, Jesus tinha uma agenda. Tinha em mente um momento para a revelação, e aquele dia em Canaã não era o momento apropriado. Fora ao casamento com o objetivo de, bem, ir ao casa-mento. A sua lista de afazeres para esse dia não continha a entrada “Transformar água em vinho”. Não havia anjos a fazer fila para assis-tir ao milagre número um, porque, no que ao Comité Angélico para os Milagres Iniciais dizia respeito, o momento do milagre inaugural estava agendado para uma data posterior.

Daí que o pedido de Maria tenha sido recebido com hesitação por Jesus.

* Tradução da Bíblia para linguagem contemporânea realizada por Eugene H. Peter-son e publicada em segmentos entre 1993 e 2002. (N. da T.)

** New Living Translation: tradução da Bíblia para o inglês corrente, baseada em es-tudos recentes e tendo como objetivo repercutir nos leitores modernos o mesmo impacto que o texto original teve para os seus leitores. (N. da T.)

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Já ouviu isto. Na versão pessoal do versículo 3, explicou a sua ca-rência: acabou-se o vinho, o tempo, o vigor ou a visão. O ponteiro estava na reserva; o depósito secara; a conta bancária mostrava um saldo negativo. Defendeu o caso no versículo 3. E então veio o ver-sículo 4. Silêncio. Como numa biblioteca à meia-noite. Não obteve resposta. Não foi feito qualquer depósito que eliminasse o défice. Quando não há resposta, o que diz o seu versículo 5?

O de Maria podia ter dito assim:“Afastou-se dali, irritada.”“Disse que já não acreditava no seu Filho.”“Disse: «Se me amasses, atenderias a minha prece.»”“Disse: «Todos estes anos a lavar-te a roupa e a cozinhar as tuas

refeições, e é assim que me agradeces?»”É isto, porém, que diz o versículo 5 de Maria: “A sua mãe disse

aos servos: «Fazei tudo o que ele vos disser»” (João 2:5 nlt).Tradução? “É Jesus que manda. Não eu.” “É ele que rege o mundo.

Não eu.” “Ele vê o futuro. Eu não consigo.” “Confio em Jesus. Tudo que ele vos disser para fazer, fazei-o.” Tudo significa tudo. Tudo o que ele disser, tudo o que ele ordenar. Mesmo que o seu “tudo” seja abso-lutamente nada, faça-o.1

Maria deixou bem claro: Cristo era o  rei do casamento. Bem podia ter-lhe posto uma coroa na cabeça e um manto sobre os om-bros. Trinta anos a viver com Jesus tinham-lhe ensinado: Jesus sabe o que faz. Tinha fé, não em que faria exatamente o que ela pedira, mas em que faria exatamente o que estava certo. A sua fé nele deu--lhe forças para dizer: “Se disser que sim, ótimo. Se disser que não, tudo bem.”

Algo na fé explícita de Maria fez com que Jesus mudasse a sua agenda.

Ali perto estavam seis jarros de pedra, usados para a puri-ficação cerimonial dos judeus. Cada um deles levava entre vinte a  trinta galões. Jesus disse aos servos: “Enchei os jar-ros com água.” Uma vez cheios os jarros, disse-lhes Jesus: “Agora, tirai alguma e levai-a ao mestre de cerimónias.” Os servos assim fizeram. (vv. 6-8 nlt)

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Seis jarros de água criariam vinho suficiente para – agarrem-se bem – 756 garrafas de vinho!2 Nunca Napa viu tal colheita.

Quando o mestre de cerimónias provou a água que era agora vinho, não sabendo de onde viera (ainda que, claro, os ser-vos soubessem), chamou a  si o  noivo. “Todos os anfitriões servem sempre o  melhor vinho primeiro”, disse. “Depois, quando já todos tiverem bebido muito, trazem o vinho mais barato. Mas tu guardaste o melhor até agora!” (vv. 9-10 nlt)

O milagre de Cristo resultou não só na abundância de vinho, mas na abundância de bom vinho.

Teria bastado um vinho de tempero. Um vinho de loja de con-veniência teria correspondido às expectativas dos convidados. Uma modesta casta do tipo que se bebe com uma piza nas noites de terça--feira teria bastado para Maria. Mas não era suficiente para Jesus. Algo poderoso acontece quando Lhe apresentamos as nossas neces-sidades e confiamos que fará o que está certo: “pode fazer infinita-mente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos” (Ef. 3:20).

Cabe-nos simplesmente acreditar –  acreditar que Jesus é  rei em toda e  qualquer situação. Portanto, faça o  seu pedido especí-fico e confie em que Ele fará, não aquilo que deseja, mas o que for melhor para si. Quando der por isso, estará a fazer um brinde em honra d’Aquele que ouve os seus pedidos.

A propósito, se andar por aí em 2038, dir-lhe-emos se o nosso amigo analista de esperança de vida sabia o que estava a fazer.