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ÍNDICE - Igreja de Nosso Senhor Jesus CristoProfessor, qual é a sua atitude diante da lição Bíblica que deve ser ensinada? Quando planeja aquela lição você pensa: “Ah! Não!

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ÍNDICE

Definição de Pedagogia .............................................................................................................................. 3

Que é Ensino .................................................................................................................................................. 3

Que é aprender .............................................................................................................................................. 4

O professor da escola bíblica dominical ................................................................................................. 5

Programa de uma aula ................................................................................................................................. 6

A lição bíblica ................................................................................................................................................ 6

Métodos de ensino ....................................................................................................................................... 8

O que determina a escolha do método ..................................................................................................... 9

Método de pergunta e resposta .................................................................................................................. 9

Preleção ........................................................................................................................................................ 11

Painel parlamento....................................................................................................................................... 12

Discussão em painel ................................................................................................................................... 13

Discussão em grupo ................................................................................................................................... 14

Pequenos grupos de estudo ...................................................................................................................... 15

Dramatização .............................................................................................................................................. 16

Comunicação visual .................................................................................................................................. 17

Princípios do uso de visuais no ensino .................................................................................................. 18

O valor da comunicação visual ............................................................................................................... 18

O clima da comunicação .......................................................................................................................... 18

Exemplos de comunicação visual da Bíblia ......................................................................................... 19

Objetivos da educação cristã ................................................................................................................... 20

Fundamentos bíblicos da educação cristã ............................................................................................. 20

Fundamentos pedagógicos da educação cristã...................................................................................... 22

Fundamentos didáticos da educação cristã ........................................................................................... 26

Fundamentos da espiritualidade na educação cristã ........................................................................... 28

Noções de psicologia dentro de cada faixa-etária ................................................................................ 34

Requisitos do bom professor .................................................................................................................... 38

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PEDAGOGIA “O ENSINO”

PEDAGOGIA - DEFINIÇÃO

A palavra pedagogia vem do grego: pais, paidós: criança; agein: conduzir; logos:

tratado, ciência. Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que

acompanhavam as crianças que iam para escola. Esses escravos tinham grande habilidade para

tratar com crianças. Hoje, pedagogo é o especialista em assuntos educacionais e o conceito

moderno de pedagogia é o seguinte: Pedagogia é a filosofia, a ciência e a técnica da

Educação. É o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos à educação, não só da

criança, mas da criatura humana, através de todas as suas fases.

I. QUE É ENSINO

No conceito moderno, ensinar não é apenas transmitir conhecimentos, mas também

promover aprendizagem por parte do aluno. Essa aprendizagem não pode ser forçada nem

introduzida no educando como o ato de vestir uma peça de roupa.

Portanto, ensinar não é apenas ler ou falar diante de uma classe, mas primeiro despertar,

motivar e interessar a mente do aluno e em seguida dirigi-la no processo de aprendizado. Não

pode haver real ensino sem aprendizagem por parte do aluno.

“Ensinar é ajudar os outros a aprender. É criar situações de aprendizagem. É toda e

qualquer forma de orientar a aprendizagem de outrem, desde a ação direta do professor até a

execução de tarefas de total responsabilidade do aluno, previstas pelo professor”.

A palavra “educar” é derivada de uma outra que literalmente significa: “conduzir para

fora” (Aristóteles). Com isso, conclui-se que o professor é aquele que conduz o aluno ao

encontro das experiências da vida de tal forma que ele possa viver vitoriosa e sabiamente,

diante de Deus e de seus semelhantes.

“A educação cristã é um processo que nos ensina como crescer e nos desenvolver,

assim como Jesus se desenvolvia de forma integral (Lc 2.52). O nosso crescimento deve ser

contínuo e abranger o nosso intelecto, espírito, emoções e o nosso comportamento”.

A educação cristã é obediência à ordem dada por Jesus em Mateus 28.18-20. É um

processo que se inicia com a evangelização e continua com o discipulado. É um processo

deliberado e intencional pelo qual Cristo é formado nas pessoas, visando a transformação,

formação e crescimento da pessoa toda.

Analisando a Lei do ensino, podemos observar que: “para ser um professor eficiente, não

basta dominar o conteúdo a ser ministrado, precisa-se conhecer também aqueles a quem se vai

ensinar”. A maneira como o aluno aprende deve determinar a forma como ensinamos. É a Lei do

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ensino. “A verdadeira função do professor é criar condições para que o aluno aprenda

sozinho”. (...) Ensinar de fato não é passar conhecimento, mas estimular o aluno à buscá-lo.

I. QUE É APRENDER

É o aluno pensar e agir por si próprio, sob orientação inicial. Há dois conceitos básicos

de educação secular e religiosa:

a. Toda criança normal é: 1. fisicamente imatura – precisa crescer; 2. mentalmente ignorante – precisa aprender.

b. Aplicação espiritual: 1. espiritualmente imatura – precisa crescer (II Pe 3.18); 2. espiritualmente ignorante – precisa aprender (Mt 11.29).

O aluno normal:

1. aprende quando motivado, estimulado psicologicamente. a. despertando para a realidade, aspirações. b. consciência do despreparo.

2. aprende quando gosta. a. escolha experimental (objetivamente). b. Por efeito (subjetivamente) Mc 12.37.

3. aprende quando necessita. a. funcionalmente; b. futuramente.

4. aprende quando vê fazer. É o ensino pela demonstração – At

1.1. a. observando; b. motivando sua potencialidade e capacidade adormecida ou latente.

5. aprende quando faz. a. fazendo – aprende-se; b. repetindo – aprimora-se.

6. aprende quando há métodos certos de ensino.

7. Aprende quando investiga.

8. Aprende quando está interessado.

9. Aprende quando crê, confia: a. em si mesmo; b. em sua escola; c. em seu professor.

10. aprende quando ora. Mt 8.17

11. aprende quando recebe atenção pessoal:

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a. sendo conhecido; b. sendo reconhecido.

O PROFESSOR DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Divisa: Lc 6.40b “... todo aquele, porém, que for bem instruído será como seu mestre.” RA.

“... porém, quando tiver terminado os estudos, o aluno ficará igual ao seu

professor.” BLH.

“... mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.” RC.

Introdução: “eficiência”

O professor eficiente é aquele que baseia seu ensino numa rica experiência de vida. Ninguém consegue ser um bom comunicador a partir de um arquivo intelectual vazio. Não podemos passar a outros aquilo que não possuímos.

Existe uma variedade de pessoas hoje que estão ministrando em nossas salas de aula sem o mínimo de dedicação, responsabilidade, sem o mínimo de compromisso com o ensino. Há aqueles que são vocacionados; há aqueles que estão ali por não haver outra pessoa para estar em seu lugar; são os famosos “quebra-galhos”. Estes na verdade não querem e não desejam ter um compromisso sério com o ensino bíblico.

De que lado você está atuando? Você é da esquerda ou direita? Tem responsabilidade ou é um irresponsável? É vocacionado ou não possuí nenhum vocação? Qual é a sua posição?

Na verdade, quem é o professor da Escola Dominical? Eis alguns pontos a serem considerados:

I. O PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL

1. O Professor deve ser: a. uma pessoa salva de modo completo; b. membro de uma igreja; c. de vida cristã correta e sadio na fé. (I Tm 3.2)

2. A posição espiritual do professor é:

a. posição de honra; b. posição de responsabilidade. (Ez 33.8-9)

3. O Professor é dirigido por uma Lei:

a. precisa conhecer o que vai ensinar; b. elementos necessários para uma relação de ensino eficiente são:

b.1. Professor b.2. Aluno b.3. Matéria.

c. três fatores que contribuem e que o professor precisa conhecer para estabelecer uma

relação de ensino são:

c.1. Matéria c.2. Aluno c.3. Método.

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4. O ministério de ensino do professor: a. Por que ensina?

por amor a Deus

por gratidão a Deus;

porque o Senhor ordenou. (Mt 28.19-20)

b. Qual é o seu propósito no ensino?

ganhar almas para Jesus;

desenvolver a espiritualidade dos alunos;

treinar os alunos para o serviço do mestre.

c. O que ensinará?

a Bíblia.

d. A quem ensinará?

a homens;

a mulheres;

a crianças.

e. Como ensinará?

conhecendo a Cristo como Salvador e Rei;

conhecendo a Bíblia;

conhecendo a matéria;

conhecendo o aluno (Psicologia de cada aluno);

conhecendo a arte de ensinar (Pedagogia).

PROGRAMA DE UMA AULA

I. A LIÇÃO BÍBLICA

Professor, qual é a sua atitude diante da lição Bíblica que deve ser ensinada? Quando planeja aquela lição você pensa: “Ah! Não! Esta de novo! As crianças já conhecem esta lição”. Ou você pensa: “Esta lição embora familiar, é uma ótima lembrança da fidelidade de Deus. Não vejo a hora de ensiná-la aos meus alunos”. A execução do ensino é uma tarefa de responsabilidade do professor, a ser feita com dedicação e amor. Afinal, você está lidando com pessoas a quem Deus ama muito.

As atitudes do professor influenciam muito o modo como ele dá aula. A questão é: “Como dar uma boa aula?”

1. Leitura, Oração e Meditação Separa tempo, durante a semana anterior à aula para oração, leitura e meditação,

fixando os objetivos da aula. Esse é o primeiro passo. Professor , ore por você, sua classe e com seus alunos. Peça uma sabedoria especial a Deus para comunicar Sua palavra. A seguir, leia o texto Bíblico cuidadosamente, para que ensine fielmente (II Tm 2.15), o que a Bíblia diz. Enquanto lê, faça perguntas ao texto:

Quem está envolvido nesta história?

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Como era aquela pessoa? O que esta lição ensina sobre Deus? Esta lição é importante, pois, quanto mais os alunos aprenderem sobre Deus, desejarão mais viver para Ele. Medite: “O que Deus que ensinar-me com esta lição?” Deixe Deus falar com você primeiro. Ao meditar nesta lição, que verso ler para os alunos diretamente da Bíblia?

Como esta lição vai dar continuidade ao que já ensinei anteriormente?

2. Planeje Evangelizar os Alunos não Salvos Os alunos não salvos da classe precisam ouvir a mensagem da Salvação e ter uma

oportunidade de receber a Cristo como Salvador. Pensando nisso, ao ministrar sua aula, procure em alguns momentos, aplicar a Mensagem da Salvação.

No relato da lição, ONDE há um bom momento para apresentar um atributo de Deus?

ONDE ainda você poderá mostrar ao aluno a sua necessidade de um Salvador? QUAL seria a melhor oportunidade para apresentar a Obra de Cristo a levar o aluno a aceitar o Salvador?

3. Dê Alimento ao Aluno Salvo O aluno convertido precisa ser desafiado a viver para Deus. O salvo deve saber e fazer

o que é certo “Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticardes” (Jo 13.17 - BLH).

Planeje o ensino de acordo com as necessidades dos alunos. As necessidades são reveladas através da conduta dos alunos. Ao selecionar o ensino, tenha em mente: “é melhor ensinar claramente uma só verdade, do que tentar vinte pontos que os alunos não se lembrarão”. (I Co 14.19).

4. Um Esboço para Seguir

Depois de estudar e ter em mente os fatos e lições espirituais, faça um esboço. O esboço é um plano de aula, que poderá ser escrito num pedaço de papel pequeno, para ser posto dentro da Bíblia. O esboço ajuda o professor a seguir uma ordem lógica e dá segurança ao ministrar sua lição. Se, eventualmente o professor se perder, poderá receber direção no esboço e seguir adiante.

O esboço pode ser dividido em 4 partes: a. Começo: - deve ser envolvente. Varie os métodos usando ilustrações, perguntas, entrando

diretamente na lição, usando suspense, etc. b. Andamento: - use frases curtas em ordem lógica dos acontecimentos. Atenção – até a

última frase do andamento, o ensino para o aluno salvo e a mensagem de salvação deverão estar intercalados.

c. Clímax: - deverá ser o ponto mais importante da aula. d. Conclusão: - é o desfecho da aula e deve ser breve. Na conclusão também, podemos fazer o

convite para aqueles alunos que não são salvos e que desejam aceitar a Cristo como Salvador.

5. Visuais: Prepare-os de Antemão Para maior compreensão da lição, adquira visuais. Na medida do possível, varie

semanalmente seus visuais: flanelógrafo; cartazes; marionetes; objetos; ou faça seus próprios visuais. 6. Treine a Voz

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“Eu tenho novidades para vocês” – Diga esta frase quatro vezes. Primeiro como se estivesse triste; depois aborrecido; depois entusiasmado. Veja como a emoção e a forma como dizemos as coisas mudam o significado.

Quando estamos felizes ou entusiasmados, falamos mais rápido. Quando estamos tristes ou desanimados, nossa voz é mais lenta e mais suave.

Além disso, pense: há algumas perguntas específicas para fazer ao grupo? Posso pedir que leiam textos na Bíblia? Há alguma situação que poderíamos dramatizar?

7. Treine a Lição Aproprie-se de tudo que já tem: “Esboço, ensino, visuais, etc., e vá para um lugar à

parte e treine sua lição do início ao fim em voz alta. O primeiro benefício disso diz respeito ao tempo. Uma boa lição pode ser dada em 45

minutos. Não prolongue a aula demais. Procure relacionar o texto áureo (texto base) com a lição, aplicando-o na vida dos alunos. Mas não precisa decorar a lição – o Espírito Santo poderá usar uma palavra solta para alcançar a necessidade de alguém.

Tenha ainda o cuidado de ensinar a Palavra de Deus e não um texto preparado. Refira-se à Bíblia dizendo: “A Bíblia diz...”.

Use também um linguagem sadia. Tome cuidado com gírias ou com vícios de linguagem

como: “então”; crianças”; “vocês sabem, né”; “aí”; e etc.

Não é adequado usar um nível de linguagem que não atinja o publico alvo. Por exemplo: nível culto para pessoas de baixa escolaridade ou coloquial para pessoas cultas. Uma regra básica da oratória é usar o meio termo: nível médio. As gírias se forem contextualizadas e oportunas (não vulgares) podem melhorar a compreensão e aproximar o professor do aluno especialmente os adolescente.

8. Submeta tudo a Deus A medida que for preparando, vá orando. Peça que “Deus abra os olhos, para que os

alunos se convertam” (At 26.18). “Que os alunos estejam prontos par ouvir” (1.19); “Que transbordem no conhecimento” ( Cl 1.9).

MÉTODOS DE ENSINO

Ensinar é ajudar o aluno a aprender. É orientar, guiar e também instruir! Ajudar o aluno a aprender é o cerne da questão. Como melhorar a aprendizagem?

O uso de bons métodos é uma das respostas. Mas, é bom lembrar que nenhum método é em si mesmo eficiente ou deficiente. A operação de qualquer método depende da situação total na qual é empregado. O professor, o aluno, a matéria, o método e a situação formam um todo.

O método consiste no estabelecimento daquelas condições sobre as quais melhor se possa verificar o enriquecimento e controle da experiência. O método é, pois, a utilização dos recursos feitos pelo professor, de modo que desperte o aluno para a atividade, ministrando-lhe orientação ao lidar com esses recursos, resultando no aprendizado.

Método quer dizer “caminho para chegar a um fim”. É um roteiro geral para uma atividade. O método indica as grandes linhas de ação, sem se deter em operacionalizá-las. Podemos dizer que o método é um caminho que nos leva até certo ponto, mas o veiculo de chegada é a técnica. Para entendermos melhor, podemos então conceituar técnica como sendo “a operacionalização do método. É a forma de apresentação dos estímulos aos quais devem reagir os alunos para que se processe a aprendizagem”. O professor deve procurar estudar e conhecer o maior número de métodos e técnicas de ensino, pois bem utilizados, incentivam os alunos a acelerarem a aprendizagem.

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I. O QUE DETERMINA A ESCOLHA DO MÉTODO Há alguns fatores que determinam a escolha dos métodos, como:

I.1. Objetivo ou propósito da lição; I.2. Habilidade do professor e do aluno; I.3. O tamanho do grupo; I.4. O tempo disponível; I.5. Equipamentos necessários.

II. MÉTODO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS Apesar do avanço das técnicas de dinâmica de grupo, muito se ensina ainda através de

perguntas, quer como método especial; quer como elemento importante na composição de outros métodos.

1. Vantagens deste Método 1.a. Instrumento para orientar o processo de ensino; 1.b. Dá ao aluno oportunidade para investigar a verdade por si mesmo; 1.c. Aguça a curiosidade e estimula o interesse; 1.d. Leva o aluno a expressar sua própria idéia; 1.e. Ajuda o aluno a desenvolver o raciocínio crítico; 1.f. Oferece oportunidade para treinamento e revisão; 1.g. Possibilita o professor estabelecer e conservar o contato com a mente de cada aluno.

2. Técnicas de Perguntar 2.a. Devem ser formuladas de tal maneira que prenda o interesse de toda classe; 2.b. Devem ser feitas a modo de conversação; 2.c. Devem ser distribuídas de modo a que os alunos tenham oportunidade de aprender o mais igualmente possível; 2.d. Dar tempo suficiente para o aluno responder; 2.e. Devem ser feitas de modo a não sugerir respostas.

3. As perguntas podem ser usadas para: 3.a. incentivar uma discussão sobre um tema conhecido; 3.b. apresentar um tema novo; 3.c. relacionar um tema bíblico com experiências pessoais; 3.d. analisar um problema pessoal sobre algum tema; 3.e. entrevistar um convidado na classe; 3.f. esclarecer os valores expressos pelas pessoas; 3.g. provocar uma explosão de idéias sobre algum problema ou assunto.

4. Tipos de Perguntas

Imaginação: Que faria você...? Como se sentiria...?

Raciocínio: Por que será que o rei Josias mandou destruir a casa dos rapazes escandalosos?

Memória: Para que país Moisés fugiu depois de matar o egípcio?

OBSERVAÇÃO Os alunos também podem fazer as

respondendo perguntas, conseguirá mais sobretudo revisando a lição anterior.

suas perguntas. O professor que puder ensinar do que formulando-as. Ele pode estimulá-las,

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PRELEÇÃO

É feito por uma pessoa diante de um auditório.

USE ESTE MÉTODO...

1. Ao dar uma informação; 2. Quando os alunos estiverem motivados; 3. Quando o orador tiver facilidade de expressão e domínio sobre o auditório; 4. Quando o grupo for muito grande e, por isso, tornar-se impossível o uso de outro método;

5. Para salientar ou adicionar mais alguma coisa aquilo que o aluno tenha lido; 6. Ao recapitular ou introduzir um assunto; 7. Quando os alunos estiverem à altura de compreender o vocabulário a ser usado.

VANTAGENS

1. Pode ser usado com adultos; 2. Poupa tempo; 3. Pode ser usado com grupos grandes; 4. Requer pouco uso de recursos audiovisuais; 5. Pode ser usado como complemento ao que foi lido; 6. Pode ser usado para introduzir e rever lições ou atividades.

LIMITAÇÕES

1. Impede a participação do aluno; 2. Poucos preletores são realmente bons oradores; 3. Requer do preletor profundo conhecimento da matéria; 4. Pode tornar-se cansativo; 5. O preletor pode impor suas idéias; 6. Não é próprio para usar com crianças; 7. Limita a retenção; 8. Faz uso, em geral de somente um sentido; 9. O preletor nem sempre pode julgar as reações do ouvinte.

PAINEL – PARLAMENTO

É um tipo de painel que oferece a participação do Auditório.

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USE ESTE MÉTODO...

1. Quando desejar apresentar um assunto e sentir a reação do auditório; 2. Quando quiser que um grupo participe de um discurso; 3. Para tratar de assuntos difíceis, antes de permitir a discussão pelo auditório; 4. Quando tiver tempo suficiente; 5. Quando desejar analisar as vantagens e desvantagens de uma solução para algum

problema; 6. Quando puder contar com a participação de pessoas qualificadas; 7. Quando apresentar pontos de vista diferentes.

VANTAGENS

1. Permite a participação de todo grupo; 2. Oferece oportunidade para todos; 3. Permite que o auditório dialogue; 4. Canaliza a atenção; 5. Permite ventilar as opiniões dos que formam o painel; 6. Levanta problemas; 7. Apresenta pontos de vista diferentes.

LIMITAÇÕES

1. Consome bastante tempo; 2. Requer um moderador habilidoso; 3. Pode parecer ao auditório assunto encerrado; 4. Permite aos que participam do painel apresentarem preleções curtas ao invés de discussões;

5. O assunto principal pode ser facilmente desviado; 6. Os membros do auditório podem não ter habilidades para fazer perguntas acertadas; 7. Permite aos membros mais faladores tomarem todo o tempo da discussão.

DISCUSSÃO EM PAINEL

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É uma conversação diante de um auditório sobre um tópico previamente selecionado; requer três ou mais participantes e um Líder.

USE ESTE MÉTODO...

1. Quando quiser apresentar pontos de vistas diferentes; 2. Quando houver pessoas qualificadas para formar o painel; 3. Quando o assunto principal for por demais complexo para ser discutido pelo grupo todo; 4. Quando for melhor para o auditório somente observar, mas, não discutir; 5. Quando quiser analisar as vantagens e desvantagens na solução de problemas; 6. Quando participantes do painel e orientador puder preparar-se para a discussão.

VANTAGENS

1. Estimula o pensamento; 2. Apresenta diferentes pontos de vista; 3. Suscita problemas; 4. Estimula análise; 5. Aproveita as pessoas mais qualificadas.

LIMITAÇÕES

1. O assunto principal pode ser desviado; 2. Possibilita aos participantes do painel falarem demais; 3. Não permite a participação de todos os membros do grupo; 4. Tem a tendência de tornar-se numa série de pequenas palestras; 5. Divide o auditório à proporção que os ouvintes vão se identificando com os participantes

do painel; 6. Requer bastante tempo e preparação; 7. Requer um moderador habilidoso.

DISCUSSÃO EM GRUPO

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É uma troca de idéias previamente planejada, entre três ou mais pessoas, sobre um assunto selecionado e sobre a orientação de um Líder.

USE ESTE MÉTODO...

1. Quando desejar partilhar idéias; 2. Para estimular interesse em problemas; 3. Para ajudar pessoas a expressarem suas idéias; 4. Para identificar e examinar um problema; 5. Para criar um ambiente informal; 6. Para conseguir a participação de pessoas tímidas.

VANTAGENS

1. Dá oportunidade para troca de idéias; 2. É democrático; 3. Cria um espírito de equipe; 4. Amplia a visão; 5. Provê oportunidade de liderança; 6. Ajuda a desenvolver habilidade de liderança.

LIMITAÇÃO

1. Não pode ser usado com grandes grupos; 2. Os participantes das equipes podem ter informações limitadas; 3. A discussão é facilmente desviada; 4. Requer liderança habilidosa; 5. Uma pessoa com tendência a falar pode dominar a discussão; 6. O povo em geral prefere um método mais formal.

PEQUENOS GRUPOS DE ESTUDO - FRACIONAMENTO

São divisões de um grupo grande. Eles discutem problemas específicos e, em geral, apresentam as conclusões ao grupo todo.

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USE ESTE MÉTODO...

1. Quando o grupo for muito grande; 2. Quando examinar várias facetas de um assunto; 3. Quando alguns membros do grupo não estiverem motivados para participar; 4. Quando o tempo for limitado; 5. Para criar um ambiente cordial e fraternal entre os membros do grupo.

VANTAGENS

1. Encoraja as pessoas tímidas; 2. Cria um ambiente cordial; 3. Dá oportunidade de participar da liderança; 4. Desenvolve habilidades de lideranças; 5. Economiza tempo; 6. Dá oportunidades para todos contribuir e aproveitar as idéias; 7. Pode ser usado facilmente com outros métodos; 8. Provê variedade.

LIMITAÇÃO

1. Pode resultar em idéias pobres; 2. O assunto principal pode ser desviado; 3. A liderança pode não ser habilidosa; 4. As conclusões podem ser desordenadas; 5. Requer estudo prévio para alcançar conclusões precisas; 6. Pode resultar em grupinhos provisórios; 7. Requer algum tempo para arrumar o equipamento para as reuniões em grupo.

DRAMATIZAÇÃO

É a apresentação de um problema humano, encenado por duas ou mais pessoas, com o propósito de uma análise pelo grupo.

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USE ESTE MÉTODO...

1. Quando os membros precisarem reconhecer outros pontos de vista; 2. Quando os membros do grupo tiverem habilidades para usar o método; 3. Quando for preciso ajudar os membros do grupo a se identificarem com um problema; 4. Quando o alvo for mudar as atitudes de um grupo; 5. Quando o apelo emocional for útil na solução de um problema; 6. Quando desejar preparar um ambiente ideal para resolver problemas.

VANTAGENS

1. Desperta interesse imediato;

2. Pode ser usado com grupos de qualquer tamanho;

3. Ajuda os membros a analisarem a situação;

4. Produz segurança;

5. Leva o membro do grupo a se identificar com o problema;

6. Leva os membros a considerar outros pontos de vista;

7. Cria um ambiente próprio para solucionar problemas.

LIMITAÇÃO

1. Os assistentes podem identificar o problema dramatizado como sendo real na vida de

cada ator;

2. A maioria das pessoas não gosta de participar de dramatização;

3. Requer uma liderança treinada;

4. Não pode ser usada em qualquer situação;

5. Os atores podem ter dificuldades de se “libertarem” do papel que representarem.

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COMUNICAÇÃO VISUAL

“UMA IMAGEM VALE MIL PALAVRAS”

A comunicação por meio da imagem é tão antiga quanto a própria história do homem. Quanta informação pode-se obter hoje sob o passado de povo; sua história e costumes, apenas catalogando idéias expressas nas paredes das cavernas, em peças de cerâmica, em madeira esculpida, ou em outras formas.

Este processo evoluiu consideravelmente no decorrer dos séculos. Hoje é impossível ignorarmos que vivemos numa era em que o mundo explora ao máximo a comunicação por meio dos visuais. Diga-se de passagem que a televisão, o cinema, o computador, estes e outros mais, são veículos que facilitam muito a percepção e causam uma reação no indivíduo observador. Ele não apenas ouve uma mensagem, ele também a vê.

“Esta provado que uma pessoa lembra cinco vezes mais o que vê do que o que ouve...” Concluo, enfim, que a comunicação de uma mensagem torna-se muito mais eficiente e completa quando é transmitida como auxílio de visuais.

Na comunicação infantil, o auxílio visual torna-se imprescindível, pois, certos vocábulos ou mesmo uma idéias podem fugir do limite de compreensão da criança. O material visual traz clareza e ao mesmo tempo ilustra aquilo que não faz parte do cotidiano dela, ou seja, aquilo que não lhe é familiar.

O material visual torna as idéias mais concretas. O ensino torna-se mais eficiente, e as impressões deixadas serão bem mais duradouras. Nossa pretensão é encorajar-lhe, caro professor, dar-lhe mais condições para confeccionar você mesmo seu próprio material.

COMUNICAÇÃO – É a arte de transmitir, compartilhar, participar, fazer saber e tornar conhecido o ensino. AUXÍLIO VISUAL – É o material que você usa com o fim de trazer mais clareza ao ensino. Pode ser um cartaz, retroprojetor, fantoches, quadro de pregas, etc.

VANTAGENS E RESULTADOS DO RECURSO VISUAL: a. o ensino visualizado prende a atenção do aluno (criança); b. esclarece a mensagem; c. fixa o ensino na memória, pois, a criança lembra-se muito mais o que vê; d. estimula a imaginação do aluno (criança); e. é Bíblico, pois, foram usadas ilustrações e “figuras” tanto no Ant. quanto Novo

Testamento.

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PRINCÍPIOS DO USO DE VISUAIS NO ENSINO

1. O visual deve ser claro e fácil de enxergar, de modo que todos os alunos (as crianças) possam ver com clareza.

1. Deve ajudar a esclarecer o ensino, trazendo luz sobre o que está sendo ensinado.

2. O método visual deve ser usado com a finalidade de facilitar e estimular o aprendizado do

aluno, e não apenas diverti-la.

3. Não usar o tempo de preparar a lição, preparando os visuais, esquecendo-se do ensino.

4. Não esquecer que é o poder da Palavra de Deus que promoverá o aprendizado, e que o uso

de visuais é somente o método que nos auxilia no ensino desta Palavra.

I. O Valor da Comunicação Visual Observe os gráficos abaixo, e compare os níveis de aprendizado relativos a cada sentido

de uma pessoa:

II. O CLÍMAX DA COMUNICAÇÃO

Deus nunca deixou de comunicar-se com o homem. Sabemos que a criação é um meio de “proclamar” a glória de Deus” (Sl 90.1ss), e que os atributos de Deus assim como Seu eterno poder, como também Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Rm 1.19,20.

O clímax da comunicação de Deus ao homem se deu com a vinda de Jesus Cristo, Seu filho, ao mundo. (Jo 1.14-18; Ef 2.12;17). Com a morte de Cristo pelo pecador (Rm 5.8), Deus comunicou ao homem perdido o Seu amor.

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A cruz é o meio visual pelo qual Deus demonstra o Seu grande amor pela humanidade e jamais deve ser usada como idolatria. Aplicando a comunicação em linhas cruzadas, devemos ressaltar que, como crentes nascidos em Cristo, temos a comunicação com o vertical – Deus, por meio de Cristo (Jo 14.9; I Tm 2.5; Hb 1.1,2), mas, também precisamos ter comunicação horizontal com o nosso próximo. (I Jo 4.7-21).

D E U S

M e d i a d o r

C R I S T O

SALVAÇÃO Lc

10.

H O M E N S P R Ó X I M O

A M A R Tg

2.8

II. EXEMPLOS DE COMUNICAÇÃO VISUAL NA BÍBLIA Tanto o Antigo como o Novo Testamento estão repletos de belos e esclarecedores

símbolos, figuras, tipos e ilustrações que foram deixadas para nos ajudar na compreensão das verdades Bíblicas.

Eis alguns exemplos Bíblicos de comunicação visual:

a. No Antigo Testamento O Arco-íris – Gn 9.17;

O Sangue nos umbrais das portas – Êx 12.22; O Tabernáculo de bronze – Êx 25;

A Serpente de bronze – Nm 21.4-9.

b. No Novo Testamento A porta – Jo 10.9; A luz – Jo 8.12; O pão – Jo 6.35; A água – Jo 4.14; O bom pastor – Jo 10.11; A videira – Jo 15.1.

Usar a comunicação visual na evangelização, é tornar os ensinos de Cristo tão claros quanto Ele os apresentou, pois, velhos e crianças o entenderam, quando Ele usou as ilustrações dos lírios, dos pássaros, dos pescadores, dos talentos e de tantos outros para atingir o alvo do Seu ensino.

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OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

Capítulo 1

Fundamentos Bíblicos da Educação Cristã

1. A Edificação do Corpo de Cristo (Ef 4:7-16)

Conforme Ef 4:15-16, a edificação do Corpo acontece quando cada um de seus membros realiza, sob a direção de Cristo, o seu trabalho. E o trabalho de cada um, inclusive o nosso, deve ser realizado em um ambiente de amor e honestidade. Ademais, o alcance do ministério é integral, pois devemos crescer "em tudo naquele que é o cabeça, Cristo". Nenhuma área da vida humana pode ficar inatingida pelo ensino cristão. O que significa, porém, a edificação do Corpo de Cristo? Significa o crescimento de seus membros em direção à maturidade cristã. E esse é o tema de que nos ocuparemos a seguir.

À luz de Efésios 4:11-14, podemos listar as principais características da maturidade de

uma igreja:

1. É uma igreja onde os ministros (ordenados e não-ordenados) realizam seu trabalho para o bem de todos (v. 11-12a);

2. É uma igreja em que os membros são aperfeiçoados, com vistas a realizarem os seus próprios ministérios. Em outras palavras, é uma igreja na qual todos trabalham para o Senhor, conforme os dons que dele receberam (v. 12);

3. É uma igreja que está chegando à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, isto

é, uma igreja que cresce no conhecimento teológico e na vivência da fé em Deus. É uma

comunidade: igreja unida e companheira, onde todos - conforme sua capacidade e possibilidade -

deixam de ser meninos e meninas na fé e se tornam adultos no conhecimento (v. 13-14);

4. É uma igreja que reflete o ser de Cristo em sua vida diária. É, portanto, uma comunidade que possui as características da vida de Jesus Cristo: amor, misericórdia, justiça, submissão ao Pai, encarnação no mundo, trabalho... (v. 14).

E o que vale para a igreja como um todo, vale para cada um de seus membros. Um cristão maduro é uma pessoa que possui as quatro características acima. E é na direção delas que devemos ajudar nossos alunos (as) - e nós mesmos - a chegarem. Para isso é que existe a educação cristã, e para isso é que somos professores e professoras!

Em Colossenses 1:28-29, a ênfase de Paulo recai sobre os indivíduos. Através do ensino e aconselhamento, Paulo realizava se ministério a fim de apresentar a Deus, "todo homem perfeito em Cristo." Pensando em sua própria vida espiritual, quais seriam as marcas da perfeição/plenitude em Cristo? De que forma você pode contribuir para que todos os alunos de sua classe se tornem "perfeitos em Cristo"? [Uma "dica": a palavra perfeição, em Colossenses, tem o sentido de completo, inteiro. Ou seja, não é tanto uma perfeição moral, mas a integridade da vida de fé em Deus.]

2. Educar para o Reino de Deus e a Missão da Igreja

Jesus não pregou, prioritariamente, a respeito de si mesmo. O seu anúncio tinha como tema

central o Reino de Deus (Mc 1:14-15). As parábolas de Jesus são todas parábolas do Reino,

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assim como os milagres e expulsão de demônios são sinais do Reino. Tudo o que Jesus disse e realizou, na terra, o fez para a glória do Pai (João 17:4). Assim como Jesus serviu ao Reino (soberania) de Deus, também a Igreja existe para realizar a missão do Reino. A Igreja não é o alvo da obra salvífica de Deus. O alvo é que o Reino de Deus seja estabelecido, em plenitude, sobre toda a criação (cf. I Co 15:22-28).

Que tal resumirmos os aspectos centrais do sentido teológico dessa expressão, Reino de Deus?

1. Reino de Deus é a soberania que pertence a Deus, a glória e a majestade inerentes ao Seu ser divino. Soberania indica, principalmente, a ação de Deus como Senhor de todas as coisas. Majestade e glória indicam, principalmente, o caráter de Deus - digno de todo louvor e honra. Educar para o Reino de Deus é educar para a submissão e o serviço ao Rei;

2. Reino de Deus é a ação soberana de Deus no mundo, a fim de livrar a humanidade do domínio do pecado. Educar para o Reino implica em levar as pessoas a viverem vidas santas e justas. Implica, ainda, em levar as pessoas a se comprometerem com a missão do Reino no mundo - assim como Jesus. A Igreja, portanto, constitui-se de súditos do Reino de Deus. Conforme Apocalipse 1:5b-6, somos súditos amados por Deus, e resgatados pela morte de Seu Filho. A salvação nos transformou em sacerdotes de Deus Pai, ou seja, somos testemunhas do Reino e adoradores do Rei.

3. Educar para a (re-) Humanização (Ef 4:17-24)

Uma das conseqüências básicas do pecado foi a desumanização da humanidade. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26-28). Com o pecado, porém, essa realidade foi alterada, de forma tal que já não cumprimos mais nosso papel de representantes de Deus na terra. O pecado nos afastou de Deus e de Sua vontade. Da mesma forma, o pecado nos desumanizou, ou seja, agimos uns para com os outros como "animais", cada um buscando apenas o seu próprio bem estar. Como diz um velho ditado, "o homem é o lobo do homem".

Desumanizados, não cuidamos mais da natureza - que Deus nos confiou para dela vivermos e dela cuidarmos. Não cuidamos mais de nosso próximo - somos como Caim contra Abel. Não cuidamos mais de nossa relação com Deus e fomos escravizados ao pecado e a Satanás. A salvação tem por objetivo reverter essa situação de desumanização.

Que significa, de forma bem concreta e prática, educar para a humanização? Sugiro algumas características:

1. É educar para a prática da justiça e santidade. Justiça significa, basicamente, agir de forma tal que o próximo se torne mais e mais humano, mais e mais semelhante a Cristo. Santidade significa, basicamente, viver de tal forma que eu mesmo me torne mais e mais humano, semelhante a Cristo;

2. É educar para a criação de uma comunidade (e sociedade) sem discriminações e preconceitos.

Uma comunidade onde Cristo é amado por todos e cada pessoa tem o direito de ser autêntica em

sua justiça e santidade. É a comunidade da nova humanidade, ou seja, das pessoas que são refeitas

por Deus, conforme a imagem de Cristo. Comunidade de pessoas que abandonaram os vícios e

maus hábitos do "velho homem", ou seja, do ser desumanizado pelo pecado.

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Capítulo 2

Fundamentos Pedagógicos da Educação Cristã

Em busca de uma pedagogia da educação cristã

A educação cristã precisa de uma boa pedagogia, como instrumental teórico de seu ministério. A análise das atividades educacionais na Igreja, em geral, demonstra que utilizamos uma pedagogia antiquada e ultrapassada, incapaz de auxiliar na realização dos objetivos da educação cristã. Essa pedagogia é basicamente uma cópia do tradicional modelo pedagógico escolar brasileiro, que privilegia o intelecto e o teórico em detrimento do existencial e do concreto. É, ainda, uma pedagogia individualista e alienadora - ou seja, não capacita a pessoa a viver em comunidade e a entender plenamente a sua realidade para poder transformá-la. Nessa pedagogia, ensino e aprendizado são separados - como se só o professor ensinasse e só o aluno aprendesse. A fim de superarmos essa tendência pedagógica é necessário construirmos, teórica e praticamente, uma nova concepção pedagógica. Neste capítulo apresento duas propostas pedagógicas que podem estimular nossa reflexão e renovar nossa prática educacional.

Uma Pedagogia Integral (Paulo Freire)

Como convite à reflexão, a apresentação da proposta de Freire está estruturada de uma forma muito peculiar: é um conjunto de citações extraídas do livro Pedagogia da Esperança. Essas citações apontam para algumas das dimensões da atividade pedagógica, e nos fazem pensar sobre o que fazemos, porque fazemos, para quê fazemos e como fazemos. Acompanhando as citações, algumas perguntas para interpretar e aplicar o texto à vida eclesial e ministerial.

Dimensão Antropológica da Ação Pedagógica

A ação pedagógica possui uma dimensão antropológica (referente ao ser humano, sua existência, seus sonhos, seu cotidiano, suas lutas). Vivemos em uma época marcada pela falta de esperança. O que esperar, se a sociedade não vai mudar mesmo? Por que esperar, se podemos comprar tudo o que desejamos? A quem esperar, se a cada dia são produzidos novos heróis e heroínas pela TV? Como esperar, se temos de nos ocupar com o trabalho, as compras, o lazer...? Entretanto, sem esperança o ser humano se diminui, vai se tornando menos do que humano, vai se animalizando.

“A esperança é necessidade ontológica [ontológica é aquilo que se refere ao próprio ser humano, à essência da pessoa humana] ... Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo, e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo. Mas prescindir da esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é frívola ilusão. Prescindir da esperança que se funda também na verdade como na qualidade ética da luta é negar a ela um dos seus aspectos fundamentais ... Como necessidade ontológica a esperança precisa da prática para tornar-se concretude histórica.” (pp. 10-11)

A esperança é um dos temas fundamentais da teologia cristã. Cremos no Deus da esperança que nos faz viver em esperança: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Rm 15:13). A esperança é uma necessidade, mas também é um dom, uma dádiva de Deus aos seus filhos. Como cristãos, vivemos em esperança. Só que há cristãos e cristãs que vivem uma esperança

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alienada, ingênua. Acham que é só esperar “sentado” a volta de Cristo e tudo se resolverá sozinho. Outros, porém, são extremamente ativistas, e perderam de vista a esperança, acham que só o presente é o que interessa para o cristão. Releia o texto de Paulo Freire, acima, e à luz da teologia cristã, reflita sobre as seguintes questões:

(1) Como é, e quais são as conseqüências da esperança ingênua?

(2) Como se relacionam esperança e prática para transformar a realidade? Qual é o papel da ação pedagógica na construção de uma prática cheia de esperança?

(3) A missão da Igreja tem como uma de suas tarefas levar a esperança ao mundo sem esperança. Como o seu ministério e a Escola Dominical podem ajudar a sua igreja local a ser mais ativa e comprometida na missão de Deus ao mundo?

Dimensão Crítica da Ação Pedagógica

A prática pedagógica mais comum que encontramos nas escolas é a da repetição de conteúdos previamente determinados. Temos um conteúdo para ensinar e nos limitamos a ele. Jesus não fazia assim, pois não era mero seguidor das tradições dos anciãos. Jesus era um mestre criativo e inovador. Era, também, um mestre profético, pois apontava os erros do seu povo e da religião oficial e indicava novos caminhos e possibilidades. Jesus era um mestre crítico e criativo. Veja como Freire aponta para esta dimensão da ação pedagógica, e depois medite sobre as questões abaixo:

“Na linha progressista, ensinar implica, pois, que os educandos, em certo sentido, ‘penetrando’ o discurso do professor, se apropriem da significação profunda do conteúdo sendo ensinado. O ato de ensinar, vivido pelo professor ou professora, vai desdobrando-se, da parte dos educandos, no ato de estes conhecerem o ensinado. Por sua vez, o (a) professor (a) só ensina em termos verdadeiros na medida em que conhece o conteúdo que ensina, quer dizer, na medida em que se apropria dele, em que o aprende. Neste caso, ao ensinar, o professor ou a professora reconhece o objeto já conhecido... Ensinar é assim a forma que toma o ato de conhecimento que o (a) professor (a) necessariamente faz na busca de saber o que ensina para provocar nos alunos seu ato de conhecimento também. Por isso, ensinar é um ato criador, um ato crítico e não mecânico. A curiosidade do (a) professor (a) e dos alunos, em ação, se encontra na base do ensinar-aprender.” (p. 81)

(1) Professor (a) só ensina se aprende, se, curiosamente, reflete, medita e experimenta na vida

concreta o conteúdo do que vai ensinar. Neste sentido, como você deve usar a revista da Escola

Dominical? Será que é suficiente dar uma lida na lição antes da aula? Não é preciso gastar tempo

com as lições, ocupar-se delas no seu dia-a-dia, começando a preparar a aula já na segunda-feira?

(2) Conhecendo o conteúdo do que irá ensinar, o (a) professor (a) motiva e ajuda alunos e alunas a também conhecerem criticamente esse mesmo conteúdo. Quais são as diferenças entre um conhecer crítico e um conhecer tradicionalista? Como a sua ação pedagógica pode ajudar sua classe a desenvolver um conhecimento crítico da realidade e da teologia?

(3) Ensinar é um ato criador. Falando teologicamente, ensinar é participar da atividade criadora de Deus. Através do ensino na Igreja, Deus cria novas criaturas, muda as pessoas, edifica a igreja, vocaciona homens e mulheres para a missão. Você ensina com criatividade, ou segue uma rotina tradicional, já estabelecida? Quais serão as características de seu trabalho pedagógico quando ele for marcado pela criatividade?

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Dimensão Dialogal da Ação Pedagógica

A prática pedagógica mais comum que encontramos nas escolas é a do monólogo: o (a)

professor (a) fala, os (as) alunos (as) ouvem e aprendem. Professores sabem, por isso ensinam.

Estudantes não sabem, por isso aprendem. Nada mais longe da verdade e da prática de Jesus!

Ensinar e aprender são atos tanto de mestres quanto de estudantes. Mestres ensinam e aprendem.

Estudantes aprendem e ensinam. Isto acontece no diálogo pedagógico, na troca de saberes entre professoras (es) e alunas (os). “Minha experiência vinha me ensinando que o educando precisa se assumir como tal, mas, assumir-se como educando significa reconhecer-se como sujeito que é capaz de conhecer e que quer conhecer em relação com outro sujeito igualmente capaz de conhecer: o educador... No fundo, o que eu quero dizer é que o educando se torna realmente educando quando e na medida em que conhece, ou vai conhecendo os conteúdos, os objetos cognoscíveis [que podem ser conhecidos], e não na medida em que o educador vai depositando nele a descrição dos objetos, ou dos conteúdos... Mais do que ser educando por causa de uma razão qualquer, o educando precisa tornar-se educando assumindo-se como sujeito cognoscente [que conhece] e não como incidência [objeto] do discurso do educador.” (p. 47s.)

(1) Aos colossenses Paulo escreveu: “instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente, em toda a sabedoria” (Cl 3:16). O que este texto bíblico, junto com o texto acima, sugere sobre o papel de alunos e professores na sala de aula? Que exigências o caráter dialogal da ação pedagógica estabelece para você, professor (a)?

(2) Ser educando não é coisa automática. Muitos dos nossos alunos não são educandos. São apenas

freqüentadores da Escola Dominical. O que faz do (a) aluno (a) da Escola Dominical um (a) educando (a)? Como o seu trabalho pedagógico pode ajudar a transformar freqüentadores em educandos e educandas?

(3) A ação pedagógica é um diálogo entre mestres e estudantes, tornado possível pelos conteúdos sendo estudados, e mediado pela realidade em que vivem mestres e estudantes. Assim, como incentivar alunos e alunas a usarem melhor e mais criticamente a revista? Como você e sua classe podem tornar a revista um apoio para diálogo, dentro da sua realidade, e não apenas um conjunto de conteúdos para concordar ou discordar?

Dimensão Processual da Ação Pedagógica A educação não se limita à sala de aula, ao estudo de conteúdos, à avaliação intelectual

da matéria. A educação cristã parte da vida cotidiana e leva à prática da vida cristã no dia-a-dia. Como disse Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” (Mt 7:21)

(1) A prática educativa é uma totalidade, composta de relações entre os seus vários componentes. É um processo que se estende muito além da sala de aula. Como você pode fazer da Escola Dominical um instrumento de aprendizado para a vida?

(2) Nas igrejas também se pode perceber a rejeição ao estudo sério e disciplinado. Está mais na moda a experiência emocional do que o saber crítico. Que você pode fazer para ajudar seus alunos e alunas revalorizarem o saber bíblico e teológico?

(3) A ação pedagógica vai além de si mesma. Quais são os objetivos e sonhos da ação pedagógica cristã? Como o seu trabalho pode contribuir para chegar a esses alvos? Como planejar e executar a ação pedagógica para que a sua classe seja apenas ponto de partida da educação e não ponto de chegada?

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Uma pedagogia da transformação (Danilo Streck)

Em busca de uma nova pedagogia para a educação cristã, analisemos as seguintes afirmações do Dr. Danilo Streck. Para o prof. Danilo, a educação cristã deve ter como eixo a práxis, ou seja: educar é formar a pessoa, como um todo, intelecto, emoções e físico, para agir de acordo com a vontade de Deus.

(1) "O critério da práxis faz com que a relação pedagógica seja orientada no diálogo entre educadores e educandos, numa relação horizontal, uma vez que ambos são sujeitos do processo educacional";

(2) "O critério da práxis não permite que se viva na e da certeza de dogmas, mas requer

que se mantenha uma presença curiosa diante da realidade que se deseja transformar";

(3) "O critério da práxis faz com que a educação deixe de ocorrer em espaços

ideologicamente ascéticos (como se isso fosse possível), e conviva com as alegrias e frustrações da criação do mundo novo".

[D. Streck, Um diálogo entre a teologia e a pedagogia numa perspectiva latino-americana, CELADEC, Curitiba, pp. 40-41]

Uma pedagogia cristã deverá, portanto, ter três características principais: diálogo, transformação e missão. Logo, no seu trabalho, você deverá privilegiar:

1. Os métodos de ensino participativos, que envolvam a classe tanto na preparação como na realização da aula;

2. Os métodos e conteúdos que visem a transformação da pessoa: em seus conhecimentos, valores e ações - conforme os critérios do Reino de Deus;

3. Os métodos e conteúdos que capacitem seus alunos a agir no mundo, a realizar a missão da igreja, de modo a criar - junto com Deus - um mundo novo, onde o senhorio de Cristo seja real para todas as pessoas.

Capítulo 3

Fundamentos Didáticos da Educação Cristã

No capítulo anterior, analisamos duas propostas pedagógicas transformadoras. Como colocá-las em prática? Apresento, neste capítulo, uma breve discussão sobre como organizar e realizar os encontros educacionais cristãos (aulas).

Uma didática da práxis compartilhada (Thomas A. Groome)

1. O texto de Colossenses 1:9-11, fala de uma vida digna do Senhor, como alvo da vida

cristã. Nos Evangelhos, essa mesma idéia recebe o nome de "seguir a Jesus", ou o que chamamos

de discipulado. A didática da educação cristã é, portanto, uma didática da práxis, ou seja, da prática

bem refletida, ou da teoria bem praticada; e da práxis compartilhada, ou seja, da práxis vivida em

comunidade e a serviço do Reino de Deus. Todo encontro educacional cristão, conseqüentemente,

deverá contribuir para que aperfeiçoemos tanto nossa teoria (teologia) da fé,

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quanto nossa prática de vida - aperfeiçoamento em nível individual e comunitário - a fim de que a igreja cresça como agente do Reino de Deus no mundo.

Neste sentido, a Palavra de Deus e o ensino-aprendizado "dialógico" são fundamentais. À luz de Colossenses 3:16-17, leia a proposta de Groome, exposta abaixo, e esforce-se no sentido de aplicá-la ao seu trabalho didático. Se você crescer como professor (a), certamente será mais eficiente na ajuda aos seus alunos e alunas. 2. Thomas Groome, um educador cristão norte-americano, destaca cinco momentos, ou passos, do encontro educacional cristão - que não podem faltar em um ministério eficaz. Vamos analisá-los e discutir como colocá-los em prática no nosso trabalho local.

(1) Ação presente. O primeiro momento em um encontro educacional é "um convite aos participantes para que dêem nome à sua ação presente, em resposta ao foco específico da unidade" (p. 309). Em outras palavras, é o momento no qual partilhamos nossos sentimentos, pensamentos e problemas concretos - individual e socialmente.

Dissemos, anteriormente, que o ensino é um ministério pessoal, e que deveria levar em consideração a realidade dos alunos e alunas. Por isso, é indispensável que toda aula permita a partilha da vida dos alunos. Isso não precisa ocorrer sempre no começo da aula, nem é necessário que todos os alunos falem em todas as aulas. Significa, sim, que você precisa ser sensível às necessidades pessoais de seus alunos, e saber conduzir a aula - seja qual for o tema em discussão - na direção do suprimento dessas necessidades.

(2) Reflexão Crítica. É a atividade de pensarmos sobre nossa "ação presente". Nesse momento,

"evocamos (a) a razão crítica para avaliar o presente, (b) a memória crítica, para descobrir o

passado no presente, e (c) a imaginação criativa, para visualizar o futuro no presente." (p. 257) Em

Colossenses 1:9-11, esta atividade é chamada de discernimento, e não é só fruto de nossa razão,

memória e imaginação, mas também da ação do Espírito em e através de nós.

Em toda aula deve ocorrer, também, uma avaliação do que nós já sabemos, pensamos e fazemos. Se queremos uma educação "transformadora", precisamos ter coragem de rever os nossos erros e acertos, a fim de sabermos em que direção mudar. Neste sentido, as lições de nossas Revistas oferecem bastante material, pois apresentam diferentes visões da realidade atual e da teologia reformada. Isso possibilita o confronto de opiniões, que ajuda a exercer a autocrítica.

(3) Diálogo. É, propriamente dito, o estudo do tema bíblico, teológico ou missiológico da lição (encontro educacional). Neste momento, o conteúdo da lição vem iluminar a ação presente e a reflexão crítica. "O diálogo é um encontro de sujeito-a-sujeito (eu-você), no qual duas ou mais pessoas compartilham e ouvem" (p. 280). Neste momento, não só estudamos um tema, mas aperfeiçoamos nossa vivência comunitária e fazemos teologia. [Na prática, o nome "diálogo" não quer dizer que só o método da discussão seja apropriado para este momento]

(4) Caso. É o momento no qual relacionamos o tema estudado com a nossa vida pessoal e

comunitária. É a aplicação do que estamos estudando, à luz de todo o conjunto de nossa Fé, de

modo a percebermos a ação de Deus na nossa realidade atual. É a hora em que avaliamos as nossas

convicções e práticas, a fim de que - se necessário - as transformemos ou aperfeiçoemos.

Este momento é muito parecido com a "reflexão crítica". A diferença é que ele sempre ocorre depois do estudo da lição do dia. Popularmente, podemos chamar este momento de "fechamento" da discussão didática, ou seja, é a hora em que nós juntamos as pontas soltas, e damos um contorno bem definido ao conteúdo apresentado e debatido.

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(5) Visão. Encerra-se um encontro educacional cristão com a proposta de ação concreta. O conteúdo estudado deve ser transformado em ação missionária no mundo. "É uma oportunidade para que o indivíduo e o grupo escolham uma resposta de fé, uma práxis cristã, à luz de tudo o que foi colocado antes" (p. 327). Finalmente, cada aula deve concluir com sugestões concretas para colocar em prática, durante a semana, o que foi estudado. Isso pode ajudar, também, no início da aula seguinte - quando a classe poderá conversar sobre a aplicação da lição anterior na vida cotidiana.

Estes cinco momentos não devem ser entendidos rigidamente de forma cronológica, mas como partes de um todo indivisível – o encontro educacional. (As citações foram extraídas do livro de T. H. Groome, Educação Religiosa Cristã. Compartilhando nosso Caso e Visão, Edições Paulinas, São Paulo, capítulos 9 e 10.)

Uma das coisas que os professores costumeiramente perguntam - quase sempre a si mesmos

- é o que fazer na próxima aula. É importante variarmos os métodos de ensino, porém, é mais

importante ainda mantermos uma estrutura fixa de atuação pedagógica. Use sua experiência e

criatividade para "misturar" sempre de forma atraente os cinco ingredientes do "pudim"

educacional, de modo que seus alunos e alunas gostem do "prato" e, realmente, cresçam em Cristo

Jesus. Muitos dizem que o Cristianismo matou o “prazer” de viver. Não precisa ser assim, a

educação cristã pode (e deve) ser uma experiência agradável - a Deus e a nós mesmos!

Capítulo 4

Fundamentos da Espiritualidade na Educação Cristã

Jesus, Mestre da Espiritualidade e Espiritualidade do Mestre

“Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.” (Mt 4:23)

Os Evangelhos nos apresentam Jesus como um ativo servo de Deus, realizando um ministério

que levava em conta as múltiplas dimensões da vida humana: Jesus curava, levando a sério a

dimensão corporal das pessoas; Jesus pregava, levando a sério a dimensão religiosa das pessoas; e

Jesus ensinava, levando a sério a dimensão intelectual das pessoas. Em seu ministério, Jesus não

via os seres humanos apenas como corpo, ou apenas como mente, ou apenas como espírito. Para

Jesus, corpo, mente e espírito são dimensões inseparáveis da pessoa humana.

Nesta lição iremos refletir sobre a prática educativa de Jesus. Isto quer dizer que não iremos nos ocupar da pregação e das curas de Jesus. Não porque nós possamos separar o que Deus não separou, mas porque nossa preocupação é com o ministério educativo na Igreja. Esta advertência, porém, é necessária para que nós, professores e professoras do povo de Deus, não nos descuidemos das dimensões “corpo” e “espírito” de nossos alunos e alunas.

Jesus começou a ensinar muito cedo. Lucas narra um episódio da infância de Jesus, aos seus

doze anos, em que ele se perdeu de seus pais na cidade de Jerusalém. Ao invés de estar nas ruas,

brincando, como seria de se esperar em uma criança de sua idade, Jesus estava “no templo,

assentado no meio dos mestres, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam muito se

admiravam da sua inteligência e das suas respostas.” (Lc 2:46-47). Vemos que a ação

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pedagógica de Jesus se compunha, não só de ensinar, mas também de ouvir e perguntar. Em outras palavras, para ensinar é preciso, primeiro, aprender! Depois, é preciso dialogar!

Do ponto de vista humano, como aquele menino de doze anos era capaz de dialogar e

espantar, com sua inteligência, os mestres da religião? Lucas mesmo dá a resposta: “crescia o

menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.” (Lc 2:40) As

duas características da vida de Jesus que o capacitaram a ser mestre, já nesta idade tão tenra, foram

a sabedoria e a graça de Deus. Essas características estão à nossa disposição, professores e

professoras na Igreja! Como podemos conseguir e colocar em prática a sabedoria e a graça?

Onde, Quando e a Quem Jesus ensinava?

Jesus ensinava nas sinagogas aos sábados (Mc 1:21, etc.); ensinava nos montes (Mt 5:1, etc.); nas planícies (Lc 6:17, etc.); às margens dos lagos (Lc 5:3, etc.). Em outras palavras: Jesus ensinava em todos os lugares possíveis e a qualquer momento em que fosse necessário ensinar. No episódio da primeira multiplicação dos pães (Mc 6:30-44), Jesus levara os discípulos a um lugar deserto para descansar. Entretanto, ao chegar ao lugar de repouso, “viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas cousas.” (Mc 6:34).

Jesus ensinava aos freqüentadores das sinagogas, aos seus discípulos, às multidões. Ensinava também a indivíduos, pessoas comuns e também a pessoas importantes. Mais de uma vez discutiu pedagogicamente com os fariseus (Mc 7:1ss, etc.) e com os mestres da Lei (Mc 12:28-34, etc.). Em seu ministério, Jesus ensinava a quem quer que necessitasse de Seu ensino. De acordo com a situação e as pessoas envolvidas, a motivação pedagógica de Jesus era diferente. Compare, por exemplo, os episódios da multiplicação dos pães e o da discussão de Jesus com fariseus (Mc 7:1ss). Com que motivação Jesus ensinou as multidões que foram atrapalhar seu repouso? E com que motivação ensinou os fariseus e alguns escribas que vieram de Jerusalém para vê-lo? (Veja, por exemplo, Mc 7:6)

Como Jesus ensinava?

Jesus utilizava-se de vários métodos e técnicas para ensinar. Dava aulas expositivas (o sermão do monte, por exemplo); aulas práticas (por exemplo: lavou os pés dos discípulos, mostrando-lhes o que deveriam fazer); ensinava através de parábolas (Mc 4:1ss); fazia perguntas em resposta às perguntas que lhe faziam (Mc 10:17-18; etc.); dialogava com as pessoas (Mc 10:23-31; etc.); debatia com os seus oponentes (Mc 7:1ss; etc.); usava técnicas corpóreas (pegava crianças no colo, Mc 10:16; etc.).

Jesus usava métodos diferentes em circunstâncias diferentes, em relação a pessoas específicas e com conteúdos diferenciados. Analisando a didática de Jesus, vemos que as técnicas não eram a coisa mais importante. O que importava para Jesus eram três aspectos: a pessoa a ser ensinada, o conteúdo ensinado e a circunstância do ensino. Do ponto de vista das técnicas, “as formas de ensino de Jesus não parecem romper com as formas usadas pelos doutores de Israel” (CELADEC, “La educación cristiana a la luz de la Palabra”, Cuaderno de Estudio, n. 25, Lima, 1984). Entretanto, Jesus não ensinava como os doutores de Israel! Como isso era possível?

“Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Mc 1:22). Um erro muito comum de interpretação deste texto é achar que a autoridade pedagógica de Jesus era derivada de seu poder milagroso, de sua autoridade para

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expulsar espíritos impuros (Mc 1:27). Preste atenção no texto: no verso 21 vemos que Jesus ensinava, em um sábado, numa sinagoga. Ouvindo-o, as pessoas se admiravam de sua autoridade pedagógica (v. 22). Somente depois do ensino - “não tardou que ...” (v. 23) - é que Jesus liberta o homem possesso, e causa uma nova admiração (v. 27).

Para entendermos como era a autoridade pedagógica de Jesus, precisamos seguir a pista que Marcos nos dá: ele não ensinava como os escribas. Os escribas eram os “doutores da lei” em Israel. Eram os mestres da religião. Vimos, logo acima, que as técnicas de Jesus não eram muito diferentes das dos escribas. Por que, então, manifestava Jesus uma autoridade não encontrada neles? Pelo que conhecemos historicamente, eles ensinavam baseando-se nas “tradições” dos anciãos, ou seja, ensinavam as Escrituras apelando para a autoridade da tradição de outros mestres, aos quais seguiam fielmente!

Imagine a seguinte situação: uma pessoa se aproxima de um escriba e lhe pergunta como deve fazer para guardar o sábado. O escriba poderia responder mais ou menos assim: “Bem, de acordo com o mestre fulano, você deve fazer... e não pode fazer ... Todavia, o mestre beltrano já pensa de modo diferente, e diz que você pode fazer ...”. Se a pessoa que fez a pergunta insistisse: “mas qual é a sua opinião, mestre?” provavelmente ouviria: “não é a minha opinião que importa, mas a tradição ...”

Nas sinagogas, Jesus não fazia isso. Ele lia o texto bíblico (veja, p. ex., Lc 4:16-17) e o explicava, sem apelar para a tradição dos anciãos e para as disputas de opinião entre os vários mestres-escribas. Por isso, as pessoas se admiravam: Jesus tinha autoridade para ir diretamente ao texto bíblico e apresentar a sua própria interpretação da Palavra de Deus! Ele fazia isso sem ter estudado nas escolas dos fariseus (Mt 13:54-56). Jesus vivia aquilo que ele ensinava. Jesus se compadecia das pessoas a quem ensinava. Jesus se indignava com algumas pessoas a quem ensinava.

Ou seja, Jesus tinha autoridade pedagógica porque seu ensino nascia da Palavra de Deus, entrava em sua própria vida, levava a sério a vida e as lutas das pessoas a quem ensinava, e era relevante para a situação social em que Ele se encontrava. Seu ensino não era meramente “teórico”, ou “tradicional”. Era um ensino íntegro e integral: toda a Palavra para toda a pessoa! O Que Jesus Ensinava?

A leitura dos Evangelhos Sinóticos (a palavra sinóticos vem do idioma grego, e significa “com um ponto de vista comum”, e se refere aos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas) nos mostra que o tema principal do ensino de Jesus era o Reino de Deus (p. ex., Mc 1:14-15; Mt 4:12-17). O grande alvo pedagógico de Jesus era ajudar as pessoas a compreenderem o projeto de Deus para a humanidade e se comprometerem com Ele. O conteúdo do ensino de Jesus, podemos dizer, era teológico.

Não era, porém, uma teologia desvinculada da vida cotidiana das pessoas! Jesus ensinava sobre a soberania (Reino) de Deus em relação ao trabalho, à família, aos costumes religiosos, ao lazer. Tratava de temas polêmicos, como a violência, o adultério, a política, a crítica aos líderes religiosos judeus. Instruía a respeito dos problemas sociais e religiosos do povo judeu: o papel da Lei na vida das pessoas, criticava as idéias religiosas sobre as pessoas portadoras de deficiência (a religião judaica oficial considerava cegos, coxos, surdos, mudos, e outros portadores de deficiência como impuros, separados de Deus). Não aceitava as opiniões preconceituosas das pessoas em relação a estrangeiros, a mulheres, a crianças.

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O centro, o eixo do ensino de Jesus era, portanto, que as pessoas percebessem que deviam viver integralmente sob a soberania de Deus. A presença do Reino de Deus na terra significava, para Jesus, que a melhor maneira de viver era a submissão ao Deus que reina e transforma a vida de pecadores e das sociedades humanas. E a forma mais eficaz do ensino de Jesus sobre o Reino de Deus era a Sua própria vida: Jesus não só falava a respeito do Reino, Ele vivia como súdito do Reino de Deus! Assim como Jesus vivia o Reino de Deus, exigia que as pessoas também vivessem o Reino. A única resposta digna para o ensino de Jesus era a conversão. Não a adesão religiosa, não o consentimento intelectual, não o prazer emocional! Conversão, ou seja, mudar de idéia a respeito de quem é o Senhor da vida e da pessoa e, pela fé no Rei, iniciar um novo estilo de vida: seguir a Jesus.

Crescendo em Espiritualidade

A espiritualidade é a qualidade de ser espiritual. Em I Coríntios 3:1, Paulo recrimina os coríntios porque não eram espirituais, mas “carnais”, “crianças em Cristo”. Cristãos carnais são aqueles que vivem segundo a carne, por isso são crianças em Cristo, ou seja, imaturos, irresponsáveis, incapazes de servir adequadamente a Deus e a igreja. Cristãos espirituais são as pessoas que vivem segundo o Espírito, por isso são adultos em Cristo, ou seja, maduros, responsáveis, servos e servas fiéis. Viver segundo o Espírito significa ser guiado, liderado, conduzido pelo Espírito de Deus: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Rm 8:13-14)

A manifestação “negativa” da vida segundo o Espírito é a mortificação dos feitos do corpo dirigido pela carne. Aos colossenses, Paulo escreveu detalhando o sentido prático do mortificar os feitos do corpo carnal: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno, e a avareza, que é idolatria... despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.” (Cl 3:5-8; veja, também, Gl 5:19-21 que alista as “obras da carne”.)

Já a manifestação “positiva” da vida no Espírito é a prática do fruto. “Andai no Espírito e

jamais satisfareis a concupiscência da carne... Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,

longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas cousas

não há lei” (Gál 5:16,22-23). Estas características da vida no Espírito - o fruto do Espírito - são exemplificadas na vida de Jesus Cristo. O mestre por excelência, aquele que viveu o que ensinou.

Professoras e professores que desejam seguir o exemplo do Mestre Jesus, precisam crescer em espiritualidade. Tanto quanto o seu trabalho, propriamente dito, a vida do (a) professor (a) é parte integrante da ação pedagógica cristã. Do ponto de vista da avaliação divina, porém, é mais importante a eficácia de vida do que a do trabalho. Por isso, nesta lição iremos conversar a respeito das possibilidades que Deus colocou à nossa disposição para o crescimento em espiritualidade.

Crescer não é dever, é dom da graça

Você reparou, no texto de Gálatas 5, que a carne realiza obras e o Espírito em nós produz fruto? A espiritualidade cristã não é espiritualidade baseada em obras, assim como a salvação não nos é dada pelas obras. Uma forma de ser carnal é tentar crescer pelas obras, e não pela fé! O crescimento na espiritualidade não pode, portanto, ser encarado como um dever! Mas, que isto quer dizer? Esta afirmação não parece estranha? Sim, é algo estranha, mas facilmente

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compreensível: nós não devemos crescer espiritualmente; nós podemos crescer espiritualmente! O dever nos leva à prática de obras da carne. O poder nos permite, pela fé, frutificar. E podemos crescer espiritualmente porque o Espírito de Deus habita em nós e dirige as nossas vidas. Isto é dom da graça de Deus: a habitação e o senhorio do Espírito em nós.

Para crescer espiritualmente, a atitude fundamental é apenas uma: a fé. Assim como

recebemos a salvação pela fé, crescemos espiritualmente pela fé. Leia atentamente esta afirmação

de Paulo: “Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele” (Cl 2:6). Como nós

recebemos a Cristo? Pela fé. Como andaremos nele? Pela fé! É assim que o próprio Paulo explica

sua afirmação: “nele radicados e edificados, e confirmados na fé” (Cl 2:7).

Muitos membros de igreja sentem-se frustrados porque transformam a graça da

espiritualidade em uma lei. Tentam crescer espiritualmente pelo esforço da vontade, do trabalho.

Sem perceber, ao invés de seguir o caminho do Espírito, seguem o caminho da carne. Sim, por

incrível que pareça, muita gente que quer crescer no Espírito acaba vivendo na carne! Crescer em

espiritualidade não é dever, não é lei; é graça. Lembra-se de Gl 5:23? “contra estas cousas não há

lei”! Muita gente, hoje, passa pelo mesmo problema dos cristãos gálatas: “sois assim insensatos

que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?” (Gl 3:3) O caminho da espiritualidade é o caminho aberto pela graça de Deus. É o caminho

trilhado pelas pessoas que andam no Espírito, vivem segundo o Espírito, são guiadas pelo Espírito de Deus. É o caminho dos que, alcançados pela graça transformadora de Deus, vivem pela fé. Recebem o crescimento espiritual assim como receberam a Cristo e sua salvação. Crescem, não porque devem crescer. Crescem porque podem crescer espiritualmente; porque podem frutificar no Espírito de Cristo.

A estrada do crescimento: os meios da graça

O crescimento espiritual, como possibilidade aberta pela graça de Deus, está diante de nós para ser seguido em nosso dia-a-dia. O crescimento não vem por obras, mas também não vem automaticamente. A graça de Deus estabelece, junto com a possibilidade, os meios para o crescimento. Medite nestas palavras de Paulo: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém muito mais na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Fp 2:12-13)

Os meios para o desenvolvimento da salvação são, na prática, as diferentes formas da fé atuar. Uma vez que é Deus quem efetua o crescimento, é pela fé que recebemos a sua atuação (cf. Cl 2:6-7). E é buscando a Deus que alcançamos o crescimento em espiritualidade:

É pela experiência da fé que reconhecemos a Deus, sua iniciativa de amor para conosco e o

caminho de nossa resposta. E, como dizíamos, essa fé, feita experiência na esperança e no amor que

gera, é o único caminho possível para a espiritualidade cristã. A busca de Deus é o caminho da fé.

E, pela experiência da fé, esse caminho é o encontro de Deus. Pela fé encontra-se Deus na medida

em que se busca a Deus.” (Segundo Galiléia, O Caminho da Espiritualidade, p. 58)

A busca e o encontro de Deus pela fé tem o seu principal aspecto na comunhão com Deus. A busca é feita individual e coletivamente. Coletivamente, como igreja, buscamos a Deus no culto e no serviço missionário aos irmãos e ao mundo. Não trataremos deste tema da espiritualidade nesta lição. Iremos nos ocupar das disciplinas interiores e individuais da fé. Na comunhão pessoal, individual, com Deus, a fé se desdobra em:

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Oração: que é o diálogo com o Senhor. Diálogo no qual abrimos a Ele nossas vidas, nossos

sonhos, nossas lutas, nossos pecados, nossos desejos, nossas frustrações, nossas esperanças. A oração cristã é um diálogo com várias faces. Em oração pedimos a Deus, a Ele suplicamos que aja em nosso favor. Em oração, agradecemos e exaltamos a Deus. Apresentamos a Ele nossa gratidão e louvor pelo que Ele já fez e continuará fazendo por toda a humanidade, em nós, e por nós. Em oração, intercedemos a Deus por outras pessoas, igrejas, situações. Na intercessão o foco da oração é o próximo, a quem somos chamados a amar como amamos a nós mesmos. Em oração, simplesmente conversamos com Deus, ouvimos a Sua voz, ficamos em comunhão com Ele.

Meditação: que “nos leva à plenitude interior necessária para nos darmos a Deus livremente, e à percepção espiritual necessária para atacar os males sociais. Neste sentido, ela é a mais prática de todas as Disciplinas [espirituais].” (R. J. Foster, Celebration of Discipline. The Path to Spiritual Growth, p. 15) Na vida corrida das grandes cidades, perdemos o hábito da meditação, perdemos o jeito de meditar. A meditação é um tempo em que deixamos nossos pensamentos e imaginação fluírem para Deus e a partir de Deus. Meditando em Deus e em sua Palavra, afastamos de nossa mente as coisas do mundo e as coisas que atrapalham nossa caminhada espiritual. A meditação cristã é tão mais eficiente quanto mais iluminada pela Palavra de Deus: “Para os teus mandamentos, que amo, levantarei as minhas mãos, e meditarei nos teus decretos.” (Sl 119:48) “Os meus olhos antecipam as vigílias noturnas, para que eu medite nas tuas palavras.” (Sl 119:148)

Estudo: enquanto a meditação é um fluir da mente, o estudo é um exercício de reflexão crítica sobre a realidade em que vivemos, à luz da Palavra de Deus. No estudo, nós buscamos entender e explicar como Deus age, onde Ele age, por que age, etc. Estudo e meditação são as duas faces de uma moeda. A face meditativa é a da imaginação, da intuição, da mente que se entrega a Deus. A face do estudo é a do raciocínio, da elaboração de conceitos e idéias, da mente que reconstrói os objetos de sua reflexão. Como na meditação o estudo essencial para o crescimento espiritual é o estudo da Palavra de Deus, constante, sério e disciplinado.

Jejum: é a atitude de abrirmos mão de uma necessidade fundamental do corpo, a fim de discipliná-lo para o serviço a Deus e ao próximo. Desde tempos antigos, o jejum foi mal utilizado. De instrumento de entrega a Deus e solidariedade ao próximo, foi feito em arma de orgulho espiritual e hipocrisia religiosa. Para jejuar bem, convém seguir a instrução profética: Eis que jejuais para contendas e rixas, e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje não se fará ouvir a vossa voz no alto. Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor? Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? “Então romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda” (Is 58:4-8).

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NOÇÕES DE PSICOLOGIA DENTRO

DE CADA FAIXA-ETÁRIA

Para ensinar crianças com eficiência e sucesso, o professor precisa conhecer as características, necessidades e interesses peculiares a cada faixa-etária. Ex.: O profeta Eliseu para ressuscitar um rapazinho desceu ao seu nível adaptando-se às suas medidas e dimensões, por certos pormenores como boca, olhos, mãos e corpo. Vejamos ai uma grande lição espiritual para ganharmos a infância para Jesus (Ver II Rs 4: 33,34). A Psicologia Educacional estuda as leis que governam o crescimento, desenvolvimento e comportamento do indivíduo. Estudaremos de forma resumida as características, as tendências, aspirações, predileções e interesse de cada grupo de idade até os juniores, e com isso também as necessidades de cada um deles, no seu relacionamento com o aprendizado. A divisão em grupo, que se segue, não significa precisamente a divisão psicológica, uma vez que inúmeros educandos, ou melhor cada pessoa tem diferenças psíquicas. Além disso, todos nós, sem exceção, somos imperfeitos, tudo sendo efeito do pecado. Mas vejamos o que existe de comum em cada faixa de idade.

BERÇÁRIO E JARDIM DE INFÂNCIA (01-05 anos).

QUANTO AO DESENVOLVIMENTO

A - FÍSICO - Rápido crescimento, inquietação, movimento, sentimento de dependência. As quatros principais atividades da criança nessa idade são: Comer, dormir, brincar e perguntar. Os sentidos físicos funcionam com toda carga. Eles são nessa época de suprema importância na aprendizagem. O ensino ilustrado é de toda importância nessa fase. Crianças gostam de todo tipo de (trabalho) barulho, especialmente aqueles que resultam em ritmo. Por essa razão rimas e movimentos ritmados nos hinos, poesias e exercício de expressão agradam e impressionam o sistema nervoso e este transforma as sensações em movimento. Uma criança vive pelo sentimento, por isso fica quieta apenas por alguns instantes.

B - MENTAL - Aprendizagem pelos sentidos, curiosidade. Imaginação. Credulidade. A

alma da criança é como massa de modelar, a forma que se der essa fica, o que for ensinado é aceito

e crido sem discussão, o que não se dá com jovens e adultos. A visão é por mais ativa e a criança

aprende mais pela visão do que por qualquer outro sentido. Há muita curiosidade. Muita criança

tem adoecido pela curiosidade em experimentar coisas desconhecidas. Animais pequenos correm

perigo perto de mãos infantis, vítimas de sua curiosidade... A imaginação é por demais fértil. Nesta

idade a criança não distingue entre o real e o imaginário. É tanto, que flores, animais e figuras

falam como se fossem gente. Devido a essa forte imaginação, elas inventam histórias as mais

incríveis, sendo por isso tidas por mentirosas. Quanto à curiosidade, a criança normal parece mais

um ponto de interrogação! Seu período de atenção não vai além de 3 minutos.

C - SOCIAL A criança até os 5 anos é notadamente egoísta, vendo com isso a imitação. Ela é o

centro do seu próprio mundo. Só pensa em termos de “eu”, tudo é meu. Se vai a uma loja de brinquedos quer tudo. Se vê outras crianças brincando quer tomar seus brinquedos. Às vezes, nem quer uma coisa mas não dá para ninguém. É teimosa e quer fazer aquilo que lhe vem à mente. São afetuosas. Gostam de música, canto. Sua tendência para imitar os outros influi no caráter, assim como a curiosidade influi no conhecimento. Essa é a época áurea da formação dos hábitos como oração, obediência, freqüência aos cultos, contribuição, reverência na Casa do Senhor. Toda construção começa pelo alicerce, e aqui vemos o alicerce da vida. Passada essa fase, não volta mais.

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D – ESPIRITUAL Credulidade e confiança tranqüila. A vida cristã no lar, num ambiente de oração e fé em

Deus, fará a criança compreender a Deus como Pai nosso. A atividade dos sentidos ajudá-la-á a aprender as lições da natureza. A criança crê em tudo que lhe é dito. Deus deve ser apresentado como o Papai do céu.

OS PRIMÁRIOS (06-08 anos)

Palavra descritiva da idade: ATIVIDADE

A – FÍSICO Ativo e inquieto, mas melhor controlado. As características são as mesmas da idade de

04-05 anos, com ligeiras diferenças. O crescimento é mais lento. O ingresso na escola põe a criança sob disciplina e a expõe a alguns perigos. Começa a brincar em grupo, o egoísmo está diminuindo. As avalanches de energia precisam ser despendidas sobre orientação. Se o seu tempo não for ocupado, encontrará muito o que fazer.

B – MENTAL Nessa idade, o aluno é observador e curioso. Prefere mais fazer a prestar atenção. Tem

memória sem igual. Aprende com facilidade sem entender o que memoriza. É preciso cuidado quanto ao ensino nesse particular. São impacientes. O que querem, querem agora! Começam a distinguir entre o real e o imaginário, entre fato e fantasia. As histórias e fatos contados ficam gravados. Dessas histórias, a criança obtém preciosas noções de honra, justiça, bondade, compaixão. As crianças nessa idade aprendem com facilidade mas é preciso explicação do material memorizado. Se isto não for feito, elas guardam a história na memória, mas esquecem a lição nela contida. É oportuno encher-lhe a memória com a Palavra de Deus, tanto com versículos apropriados como com ilustrações ou verdades bíblicas ilustradas, das quais Jesus tanto se serviu quando ensinava.

C – SOCIAIS A imitação continua forte, bem como a tendência para representação. A criança nesta

idade gosta do grupo, mas do mesmo sexo. Os meninos aborrecem qualquer associação com as meninas, quer nos brinquedos, quer nas ruas. Eles implicam com elas e as expulsam do meio. Na imitação o menino imita professores masculinos e as meninas, trabalho de mulher. Nesta idade a criança é muito sensível. Qualquer coisa que lhe digamos em tom áspero a magoará e não esquecerá com facilidade. Entretanto não guarda rancor.

D – ESPIRITUAL Confia sem duvidar, a menos que sofra decepções. Uma criança facilmente confia em

Deus. Nessa idade ela começa a comparar o certo e o errado, e é ágil, viva em descobrir as falhas dos adultos. Cuidado, pois com o exemplo. Se o professor não estiver devidamente preparado para a aula, a criança notará facilmente seus apertos. Deus deve ser apresentado como o Grande Amigo.

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OS JUNIORES (09 - 11 anos)

Palavra descritiva da idade: ENERGIA.

A – FÍSICO Saúde e energia em excesso. Espírito de competição e investigação. Não há fadiga. As

classes dever ser separadas. Porque o que interessa a meninas, não interessa a meninos. Gostam do ar livre e excursões. Gostam de coisas arriscadas, como subir em árvores, rochedos e equilibrismo. O instinto de coleção aumenta mais. Agora são selos, moedas, figuras, revistas infantis etc. O espírito de competição muitas vezes termina em lutas, gostam de parecer fortes. Deus deve ser apresentado como Deus forte e amoroso

B – MENTAL Sede pelo começo das dúvidas. A criança passa a investigar o porquê das coisas. A

memória continua ativa. O que for agora memorizado ficará retido e acompanhará o aluno pelo resto da vida. A criança lê muito nesta idade. É época de por em suas mãos a literatura ideal, porém graduado. Quase todas as crianças dessa idade acham tolas todas as idéias dos adultos. Esta é a época para fixar hábitos e costumes corretos como: Ler a Bíblia , localização de passagens, freqüência aos cultos, estudos da lição da Escola Dominical, graças pelo alimento, etc.

C – SOCIAL Interesse no grupo, associações, organizações. O menino quer ser importante. Acha que as

meninas não deviam existir. O sentimento de lealdade é muito forte. Necessitam grandemente de

tratamento simpático. O espírito de grupo deve ser orientado e guiado em vez de sufocado ou

criticado. Esta é a idade ideal para a orientação sexual, porém deve ser ministrada pelos pais.

D – ESPIRITUAL Sendo crente nessa idade, a criança gosta muito de adorar a Deus. Ama a Jesus como

Salvador. Amigo e Herói. É época da plasticidade espiritual.

OS INTERMEDIÁRIOS (12 a 14 anos)

São também chamados adolescentes, o que de fato são. Adolescente deriva do latim “adolesco”, crescer, desenvolver-se para a idade varonil. Nossa palavra adulto é o particípio de adolesco=crescido.

Palavra descritiva da idade: Transição.

A. FÍSICO Crescimento rápido outra vez. Mudanças profundas, físicas e mentais, isso devido à

ação de certas glândulas até então inativas, mas agora, em obediência às leis do Criador, são ativadas e respondem pelas transformações físicas e psíquicas da criança. Há agora muito vigor e muita atividade. O coração do adolescente cresce e palpita com mais rapidez, o que dá ao menino energia, tornando-o barulhento. Bate a porta com força, assobia e grita com força total, que a pobre mãe cansada e nervosa pergunta por que é que o Joãozinho não pode ser mais cavalheiro e delicado. Esses jovens furacões também dão vazão, facilmente, a tais explosões de energia e logo ficam cansados. Meninos e meninas começam a demorar-se diante do espelho e do perfume. As meninas crescem mais rápido, mas param mais cedo; os meninos demoram um pouco mais e continuam crescendo. Devido às novas forças desenvolvidas e o desassossego do físico, grande perigos rondam esta idade.

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Os adolescentes são desajeitados; esbarram em tudo e como quebram as coisas em casa! Isso porque mãos, pernas e pés estão em rápido crescimento, juntamente com forças até então inativas, e o cálculo e a firmeza sofrem prejuízos. Também costumam aprender e inventar cacoetes os mais diversos, mas sendo observados com simpatia, os abandonam pouco depois automaticamente.(Cacoetes na idade têm sempre origem no sistema nervoso, como pressa, preocupação, estado emocional, etc., etc.)

Deus deve ser apresentado aos adolescentes como nosso verdadeiro alvo.

B. MENTAL Expansão. Abandono das coisas de criança. Surge a razão, a mais alta das faculdades

humanas, e agora passa a perguntar o porquê e o como das coisas (falamos de razão no sentido de

raciocínio e não noutro). É a idade das dúvidas, inclusive as de ordem teológica. O adolescente é

pesquisador e lógico. Lê muito, se tiver formado esse hábito. Concentra-se no que faz. Surgem as

emoções. Perguntas bíblicas. Impera o reino da fantasia. Há constantes sonhos quiméricos de

coisas irrealizáveis, que costumamos chamar de “castelos de areia”. As emoções oscilam de um

extremo ao outro. Hoje a mocinha está alegre, irrequieta, sonhadora. Amanhã estará muda, triste e

não gosta de mais ninguém. O rapazinho adquire ares de teimosia, rebeldia, argumentação. Tudo

isso faz parte dessa idade. Tudo deve ser canalizado e orientado para o bem. A oração constante a Deus e a confiança em suas promessas segundo a sua Palavra, por

parte dos pais, é fator de primeira ordem para o equilíbrio, controle e vitória, tanto no lar como na vida do adolescente.

É ainda nessa idade que a mente atinge o mais elevado período intelectual, na fronteira dos 15 anos.

C. SOCIAL Desejo de companhias. Aumenta o sentimento de grupo. Os pais enfrentam o problema

de companheiros inapropriados para os filhos. Impulsos de independência. Detestam a rotina; querem variedade. Emoções intensas. A disposição e a força devem ser dirigidas contra o mal, o erro. O amor profundo que surge nessa época deve ter seu verdadeiro alvo em Deus e no próximo, com o qual convivemos aqui na terra até a morte. O estudo de relações humanas por parte dos pais é muito útil nessa fase.

O sentimento de justiça é muito forte, o que exige cuidado dos pais quanto a aplicação de disciplina.

D. ESPIRITUAL É época ideal para serem conduzidos a Cristo. Precisam de apoio constante e

orientação, isso num ambiente apropriado de espiritualidade profunda, atividades cristãs e programas próprios para a juventude.

OS SECUNDÁRIOS (15 A 17 ANOS)

Palavra descritiva da idade: Aspiração. As características físicas, mentais, sociais e espirituais, são praticamente as mesmas da

idade anterior, porém, mas acentuadas. A vida sentimental continua em desenvolvimento. Muitas vezes, há romances nesse

ponto, os quais exigem tato, controle, paciência, ação, confiança e observação por parte dos pais. Prossegue o espírito de competição.

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REQUISITOS

DO BOM PROFESSOR

INTRODUÇÃO

PALAVRA AOS PROFESSORES

Leitura em Marcos 10:14. O professor do Ensino Bíblico da Escola Dominical foi chamado para um dos trabalhos mais importantes da Igreja de Jesus Cristo, que é cuidar das crianças que a ele pertence (Pv 22.6) “Leitura”. O professor é privilegiado por ter sido escolhido por Deus para ensinar as crianças da casa do Senhor (Exp. de Timóteo) que desde a meninice sabia as Sagradas Letras. Professor! você deve sentir-se feliz em estar investindo neste grande trabalho, que é o de ensinar as Sagradas Letras às crianças na Escola Dominical! Ser professor de criança é ter um cargo sério e elevadíssimo. É gratificante para o professor mais tarde se deparar com frutos do seu trabalho.

Ser professor de criança é ter convicção da grandeza do trabalho que se está fazendo na obra do Mestre; é ter certeza de se estar levantando um edifício de ouro (I Co 3.12). Ser professor de criança é trabalhar pelos outros e para Deus. É sobretudo, promover a felicidade de alguém confiando-lhe a graça de Cristo.

No entanto, queridos professores, esse trabalho só será confirmado com êxito total com a permanência da criança na Igreja. Ainda que alguns abandonem o “Aprisco das Ovelhas” por onde quer que estejam se lembrarão da palavra de Deus ouvida através do Professor da Escola Dominical. Concluindo leiamos I Coríntios 15:58. Mas para isso é preciso ter-se convicção do que se está fazendo, certeza de fazermos um trabalho de Deus e para Deus.

REQUISITOS PARA UM BOM PROFESSOR

REQUISITO - é uma exigência necessária para certos fins, certos efeitos. É importante e bom saber que uma pessoa vale e pesa pelo que é e pensa. Ora o

professor de crianças da Escola Dominical é, sobretudo um crente que sabe manusear a Palavra de Deus. Ele deve ser dinâmico e corajoso, pois luta contra tudo o que contraria os ensinos Bíblicos.

1º REQUISITO: VOCAÇÃO Toda profissão exige qualidades e aptidões das pessoas que a exercem. A isto

chamamos de vocação. VOCAÇÃO - é uma disposição natural do espírito, é como uma força interna que age

nas pessoas dando-lhes a capacidade para desempenhar uma certa atividade. Talvez não haja no mundo uma função que mais exija este talento que a do professor. As pessoas separadas para esse trabalho devem ser realmente vocacionadas. Medite: I Coríntios 7.20. Devemos desempenhar a nossa tarefa com muita abnegação, porque sabemos que fomos chamados por Deus, e seremos recompensados por Ele. A função essencial do professor de crianças na Escola Dominical é ajudá-la a desenvolver os seus conhecimentos e a sua personalidade. O professor é uma pessoa que procura antes de tudo guiar, orientar, encorajar e descobrir o interesse dos pequenos. É um trabalho árduo e como tal apresenta segredos e dificuldades. É preciso o professor de criança ser idealista. E o professor que tem vocação sempre procura novas maneiras, novas técnicas para despertar o interesse da criança pela palavra de Deus.

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Aquele que professa algo está revelando que sabe o que professa. Se alguém professa medicina, direito ou pedagogia está também consciente de que sabe essas ciências. Um construtor não professa medicina, nem pedagogia, nem direito. Se alguém professa alguma matéria, ter de ser entendido nela. O professor dever ser um homem versado nas matérias que professa. E versado é o homem que é experimentado, que é entendido.

O professor da Escola Dominical de crianças deve ser versado em assuntos bíblicos e no modo de aplicá-los as crianças. E só faremos um trabalho perfeito, com brilho sob a orientação do Divino Mestre e com a inspiração do Santo Espírito de Deus. Para sermos professores capazes, é preciso abrirmos o nosso coração para morada do Espírito de Deus, porque Ele é quem dá inspiração.

2º REQUISITO: DEDICAÇÃO DEDICAÇÃO - é uma virtude que se identifica quando uma pessoa demonstra zelo e

interesse total para fazer alguma coisa em favor de alguém. Sem que haja essa disposição, não há dedicação. A soma da vontade de fazer alguma coisa, mais o interesse de chegar à conclusão desse desejo, podemos classificar como dedicação. Por exemplo: Se você gosta de ensinar crianças, irá procurar um meio pelo qual elas aprendam cada vez mais. Ora, para se chegar a conseguir da criança um bom rendimento na aprendizagem, é preciso que haja dedicação que vem a ser sinônimo de interesse e de vontade.

3º REQUISITO: AMAR A CRIANÇA A PONTO DE DOMINÁ-LA A criança sem afeto tornar-se-á uma pessoa desajustada e, consequentemente, sem

domínio sobre si mesma. Por isso, se diz que o amor é dado em troca de uma necessidade. A criança aprende a amar os outros, quando recebe amor. A criança que não recebe afeto, cresce conhecendo somente revolta e desprezo pelo próximo e também não ama; tudo por ter sido criada sem carinho. Suas reações serão as mesmas que sentiu pelos maus tratos que recebeu. Está na obrigação do professor ajudar o desenvolvimento da personalidade da criança, tratando-a com carinho.

Para que não ocorra um desvio no caráter da criança, precisam os líderes dar o máximo de

si mesmos, muito afeto e bom trato, para prenderem a atenção e a confiança da criança. Lembrem-

se de que as crianças confiam e acreditam em quem amam. Procure sempre falar-lhe a verdade.

Nunca prometa o que não possa cumprir, uma simples “mentirinha” tira para sempre sua

credibilidade. Para obtermos domínio sobre a criança, é necessário fazermos uma sondagem, pois

cada indivíduo possui características próprias. O ser humano não pode ser generalizado. É

recomendado aos líderes distribuir as tarefas de modo agradável, pois, o trabalho mental excessivo

é mais prejudicial que o físico. Quando não bem regulado, causa irritação e inquietação. Nunca se

podem desprezar as perguntinhas da criança, mesmo que sejam um tanto sem lógica; a resposta faz

com que adquiram confiança, amizade e, sobretudo, liberdade para confidenciar suas aventuras e

sentimentos com o professor. Devemos acatar as iniciativas da criança, sempre que possível,

aproveitando seu comportamento para dar como exemplo a outros. Conversar com as crianças, sem criticá-las, é uma boa maneira de demonstrar-lhes

amor. Tenha sempre um sorriso para elas. Este amor deve ser mantido com autoridade. Sendo necessária uma repreensão, repreenda de modo meigo, com amabilidade, lembrando-se de que “resposta branda desvia o furor” (Pv 15:01).

4º REQUISITO: CAPACIDADE PARA ENTENDER A CRIANÇA Sentir amor pela tarefa que tem a desempenhar é o ponto básico para entender a criança, e

compreender as suas necessidades de aprendizagem e afeto, que são fundamentais. Lembrem-se de

que o professor contribui essencialmente para a formação da personalidade infantil. Na parte espiritual, Deus se agrada de quem se dispõe a cumprir sua ordem “Instrui o

menino no caminho em que deve seguir” (Pv 22:6). É imprescindível um entrosamento com os

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pais, a fim de saber as necessidades que tem a criança tanto espiritual como emocionalmente: carência de afeto materno etc., para que o professor possa contornar a situação, dentro dos métodos psicológicos.

O convívio com Deus prepara a criança para conviver com outras crianças. O professor prepara a criança para conviver dentro da sociedade cristã (viver acompanhada e ser companhia). Levar uma criança a Deus é algo muito importante na vida. Ser moderado e amável são características básicas para liderar crianças, valorizando a personalidade de cada uma. A criança precisa amadurecer onde haja paz, calor humano e, sobretudo conhecimento de Deus. Tendo idoneidade para corrigir a criança, quando necessário, faça-o, mas faça a sós, para evitar comentários infrutíferos, ou agressividade. É claro que, às vezes, precisamos repreendê-las. Mas quando isto for necessário, devemos fazer com muita (precisão) precaução e carinho. E sempre que as corrigirmos, devemos mostrar-lhes que a vontade de Deus é que sejam obedientes, pois Deus gosta de crianças obedientes.

É dever do professor saber versículos bíblicos que deem a conhecer como devemos nos portar na Casa de Deus. Quando o professor assim procede a sua classe é sempre a mais freqüentada, porque os alunos se sentem felizes em estar com ele e se interessam por aprender dele a palavra de Deus.

5º REQUISITO: MORAL PERANTE A IGREJA Nós mesmos somos a Igreja. Logo precisamos ser dignos, sobretudo sinceros entre nós

mesmos. Porque bem sabemos que não se deve ensinar o que não se pratica. Foi por isso que Jesus chamou os judeus de hipócritas (Mt 15:7,9). Não deve o nosso amor ser fingido, mas ser um amor cordial, com honra uns para com os outros (Rm 12: 9,10). A moral assinala o que é honesto e virtuoso segundo os ditames da nossa consciência e os princípios humanos. A ética diz que a moral trata dessas coisas e dos nossos bons costumes, e do cumprimento dos nossos deveres. Assim, podemos ver que a moral é o conjunto das nossas atitudes e dos bons costumes para o domínio espiritual.

O professor de crianças da Escola Dominical deve possuir as qualidades morais citadas, porque não se pode educar sem Deus, e muito menos, utilizar a Bíblia só de lábios e não com a vida moral. Sem estas qualidades perante o povo de Deus e perante o mundo, não é possível, porque somos a carta de Cristo conhecida e lida por todas as pessoas (II Co 3: 2,3).

6º REQUISITO: SER EDUCADO NO TRATO Todos gostam de receber um bom tratamento, e mui especialmente as crianças. Elas

sempre estão à procura de alguém que as ame, que lhes dê carinho, e que lhes transmita segurança. Cabe ao professor usar a maneira mais eficiente para transmitir a mensagem desejada à criança.

João Batista nos orienta a este respeito quando diz que “a ninguém trateis mal” (Lc 3:14) e Tiago diz: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria” (Tg 3:13). O professor que se preocupa com o trato dos seus alunos é bem recompensado, porque tem mais probabilidade de alcançar os seus objetivos e encontrará mais cooperação da parte de todos. As crianças não gostam de olhares indiferentes, de palavras arrogantes, nem de gestos bruscos. Portanto, para cativá-las devemos demonstrar-lhes a nossa alegria em tê-las presentes, elogiando-as, quando necessário, e sempre externar o nosso interesse por elas.

O professor que utiliza o castigo e a repreensão em alta dosagem e demonstra falta de confiança nos alunos, provoca neles reações, como: sentimento de revolta, angústia, passividade e submissão.

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7º REQUISITO: NÃO TRANSMITIR SEUS PROBLEMAS AS CRIANÇAS Um dos principais requisitos para um bom professor é o equilíbrio emocional. É uma

qualidade indispensável. O professor deve ser uma pessoa calma, capaz de dominar suas reações

emocionais. O professor que transmite os seus problemas pessoais na hora de aula é antididátido e

prejudica o seu próprio trabalho. Os alunos são extremamente sensíveis ao estado emocional do

professor. Deste depende criar um ambiente de confiança, cordialidade e compreensão, para

favorecer o rendimento do ensino, e consolidar a personalidade dos próprios alunos. Devemos

lembrar que a criança tem uma alta capacidade de percepção. Para o professor, é necessário ter um

padrão de comportamento estável perante as crianças. O professor não pode ser oscilante (duas

caras), em seu comportamento, pois a criança e o adolescente têm a tendência de imitar os adultos,

inteligência ou qualidades pessoais. Por isso, é necessário que o educador tenha uma personalidade

equilibrada e saiba controlar suas emoções.

8º REQUISITO: SENTIR-SE RESPONSÁVEL PELA SALVAÇÃO E FORMAÇÃO ESPIRITUAL DA CRIANÇA

A criança assume um compromisso inconsciente perante seus pais, de freqüentar a Escola Dominical. Os pais por sua vez, confiam e entregam seus filhos para que ali sejam orientados. Esse já é um grande passo dado para a formação espiritual da criança. Uma grande parcela dessa responsabilidade cabe à família e outra ao professor. Porque é dele que a criança vai aprender algo da parte de Deus, e das coisas espirituais. Portanto, é dever do professor corresponder esta expectativa. Lemos em Zacarias 12:1 que é o Senhor quem forma o espírito dentro do homem. Porém nós somos os instrumentos utilizados por Deus para transmitir-lhe a mensagem divina. Por isso, devemo-nos apresentar a Deus como nos incentiva o apóstolo Paulo em 2 Timóteo 2:15 “Como obreiros que não tem de que se envergonhar e que maneja bem a palavra da verdade”. Devemos conscientizar a criança da sua salvação e ensinar-lhe que deve mostrar a Deus sua gratidão por uma tão grande dádiva, fazendo-a entender que o plano de salvação de Deus foi criado para todos, inclusive para as crianças em Provérbios 22:6. O professor é comparado a um jardineiro.

9º REQUISITO: LINGUAGEM ADEQUADA AO NÍVEL DA CRIANÇA Em I Coríntios 14:9 lemos: “Se com a língua não pronunciardes palavras bem

inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis falando no ar”. Sendo assim devemos sempre estar preocupados com o que vamos falar e como vamos ensinar. A linguagem da pessoa que ensina deve ser clara, correta, objetiva e tais pessoas precisam sempre procurar a perfeição, digo aperfeiçoar o seu vocabulário e corrigir os vícios de linguagem. Para ensinar crianças, a escolha da linguagem a ser usada é muito importante. As palavras devem ser pronunciadas com uma entonação agradável e infantil e, sempre que possível, utilize o vocabulário da própria criança. Falar bem humorado dando ênfase às palavras para despertar o interesse da criança pelo assunto abordado é imprescindível.

Se um professor fala para crianças usando palavras desconhecidas ou mesmo como se estivesse falando para pessoas adultas, essas crianças terão dificuldades de assimilação e, consequentemente, a aprendizagem será reduzida.

Vemos assim a importância da escolha da linguagem para um bom relacionamento professor criança e um excelente índice da aprendizagem.

10º REQUISITO: TER CONHECIMENTO BÍBLICO Conhecimento é estar informado sobre alguma coisa. Logo quando uma pessoa está

bem informada sobre algo, tem a posse de conhecimento. Mas para isso é preciso que esteja realmente certo de que o fato aconteceu.

Conhecimento é a convicção da consciência obtida pela percepção. O professor de criança

da Escola Dominical deve conhecer a Bíblia porque a lê. Não devemos falar do que não

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sabemos. Deus mesmo lhe ensinará toda verdade. O professor é obrigado a saber comentar a lição

dominical, porque quem dá graça é Jesus, mas quem deve ler para conhecer a lição é o professor.

Foi com muita clareza que o Apóstolo Paulo recomendou aos romanos (12:7) que para quem

ensina, “haja dedicação ao ensino”. Professor, veja como é grande a sua responsabilidade. Sabe

por quê? Porque a Escritura diz que “doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços

da morte” (Pv 13:1) e diz mais “um mau mensageiro cai no mal” (Pv 13:17).

11º REQUISITO: ESPÍRITO DE LIDERANÇA

Espírito de liderança é uma parte integrante do bom professor: se ele é responsável pelo

aprendizado do grupo, precisa ser um bom líder. O professor que exerce a liderança procura

compreender cada aluno para conseguir a cooperação de todos. Muitos professores têm uma

concepção errônea de liderança. Julgam que líder é aquele que impõe, que considera que os

alunos como autômatos e incapazes de vontade própria. No entanto, o verdadeiro líder age de

maneira totalmente inversa: faz tudo para que os alunos encontrem as soluções por si mesmos e

encorajam os mínimos esforços de cada um. O líder vê o aluno com uma pessoa capaz de

descobrir, idealizar e criar, e utiliza mais a recompensa do que o castigo. São os processos de

liderança que dão resultado produtivo e colocam o ensino no mais alto padrão. Existe ainda o

professor indiferente, isto é, aquele que não toma atitudes: é sempre indeciso, dá aula sem se

preocupar com o aluno, como se apenas estivesse cumprindo o seu dever de expor o assunto,

deixando o resultado a cargo do discípulo. Tal conduta acarreta reações no aluno, baixo

rendimento, desordem e indisciplina. O professor que exerce liderança controla toda a situação

do aluno, sem lhe dar isso a perceber. A criança não gosta que alguém lhe indique o que fazer.

Ela gosta de descobrir. Então a função do professor é orientar, associar as idéias e deixar que a

criança as desenvolva, porque ela tem habilidade suficiente para isto. Mas não devemos deixar

que a criança se sinta só no estudo, pois nesse caso seremos um exemplo de professor indiferente

e isso não pode ocorrer em hipótese alguma. Temos o exemplo de Jesus nos seus ensinamentos.

Ele sempre foi um líder, sem ser opressor dos seus discípulos. E nós devemos ser imitadores de

Cristo (Ef 5:1).

12º REQUISITO: ASSIDUIDADE E PONTUALIDADE Mas uma vez o professor está sendo colocado como espelho onde os alunos procuram

mirar-se. Assim sendo, ele precisa ser assíduo e pontual. Deve chegar sempre mais cedo que o primeiro aluno, para cumprimentá-lo. A assiduidade dá apoio moral ao professor quando quiser ou precisar fazer uma advertência nesse sentido. O próprio aluno irá lembrar-se de que o professor chega sempre na hora certa e procurará corrigir-se. É claro que às vezes ocorre alguma eventualidade. Nesse caso, se possível, os alunos deverão ser avisados do motivo da falta. Agindo assim, o professor evitará que o aluno fique com uma interrogação. A criança afeiçoa-se com muita facilidade ao professor. Quando ele falta, ela se nega a aceitar o outro professor e consequentemente não se interessa pela aula. Para evitar isso, o professor deverá dividir o tempo com o outro professor. Os alunos ficarão acostumados com ambos.

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13º REQUISITO: QUALIDADES FÍSICAS Ser professor é deveras uma missão árdua e até mesmo complexa. Ela não exige apenas

preparo espiritual e intelectual, mas também físico. A aparência e os hábitos pessoais colaboram eficazmente na apresentação do trabalho do professor. Ele deve conscientizar-se de que todos olham para ele; portanto precisa ter cuidado com a sua postura e procurar corrigir seus maus hábitos, para não dar maus exemplos aos seus alunos. A higiene também faz parte do preparo físico; inclusive no estado psicológico. Uma pessoa asseada sente-se bem e tem possibilidade de transmitir seus pensamentos com mais eficiência e entusiasmo diante dos problemas que surgem. O cristão deve aprender a disciplinar seus hábitos negativos para que Cristo seja glorificado em sua vida. Portanto, se para o ensinador cristão essas qualidades são indispensáveis, deve o professor cumpri-las a risco, para um melhor aproveitamento do seu trabalho. As boas qualidades e os bons hábitos devem compor a formosura e a beleza do conjunto físico do professor, para sua melhor apresentação, pois engrandece o somatório de todos os outros requisitos e atributos inerentes ao professor de criança da Escola Dominical.

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA UMA BOA AULA

PLANEJAMENTO O planejamento é de suma importância na orientação de toda a tarefa a ser realizada. É

através do planejamento que você professor, organiza o desenvolvimento de sua ação junto à classe, partindo sempre para realizações mais aperfeiçoadas.

Planejamento - é um roteiro que orienta nossas atividades, a fim de que alcancemos nossos objetivos. Aliás, temos um motivo para planejarmos: é a nossa responsabilidade no que diz respeito a formação espiritual dos nossos alunos com o ensino da Palavra de Deus. Não queira correr o risco de improvisar sua aula, pois pode ficar faltando alguma coisa importante para ser abordada, pode faltar algo que seu aluno esteja precisando. Até agora falamos de planejamento de um modo geral, no entanto o que nos interessa para este trabalho é o plano de aula. É este que orienta sua tarefa em cada aula que você ministra.

Planejar significa prever como alcançar certos objetivos.

OBJETIVOS – É uma meta que você deseja atingir; é algo que se deseja alcançar! Em todas as nossas ações, existe sempre uma finalidade, um objetivo a ser atingido desde os atos mais simples aos mais complexos.

Na sua classe, o objetivo é aquilo que você deseja que seu aluno aprenda. Como estabelecer os objetivos? Não é difícil - respondemos. Você leu a Bíblia, leu a Lição Bíblica, então é só meditar nos pontos mais importantes para o ensinamento em classe, principalmente aqueles considerados como doutrina bíblica que servirão para aprofundar a fé da criança. Os objetivos são a essência, são aquilo que você quer que fique gravado na mente da criança. É o essencial.

CONHECIMENTO DO ASSUNTO - É ter segurança daquilo que você ensina. Para ensinarmos uma lição, é preciso conhecimento. Digo: conhecermos profundamente o assunto para não sermos apanhados com insegurança, porque, assim perdemos a credibilidade da turma. O professor precisa estudar, sempre estudar, e está seguro do assunto que vai ministrar. Devemos ensinar o que temos convicção de que na Bíblia está escrito realmente é assim.

MOTIVAÇÃO - É o recurso que o professor usa para despertar o interesse do aluno por

um assunto que você pretende ministrar. É preciso cuidado com a motivação para não exagerar

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em fantasias porque a criança pode se decepcionar. Mas a motivação deve ser aplicada com estratégias de modo que agrade a criança e atenda a expectativa dela ao introduzir o novo assunto. A motivação da aula é a introdução do assunto, o prefácio da aula e para o bom desenvolvimento da aula a motivação é o item principal, porque é a estratégia que o professor usa para atrair atenção da criança.

MOTIVAR é criar prontidão.

EXEMPLO DE MOTIVAÇÃO:

RECURSOS VISUAIS - para a criança é de suma importância os recursos visuais. Recursos visuais são materiais didáticos que o professor usa para ilustrar suas aulas e tem grande influência na motivação da aula, tornando-a mais alegre e menos cansativa. A criança gosta de figuras, desenhos coloridos. O colorido e a variação de cores desperta o interesse da criança. Os recursos audiovisuais também têm grande influência. Um ponto em que precisamos seguir o exemplo do Supremo Professor é o da abundante utilização de ilustrações.

ATIVIDADES: As atividades na sala de aula são técnicas usadas para fazer com que o

aluno participe da aula, aplicando aquilo que aprendeu. As atividades de estudos bíblicos

constituem o âmago do plano de aula. As atividades são muitas e variadas, mas o professor pode

aplicar aquelas que conhece evidentemente. As atividades de aprendizagem devem guardar com as

metas, isto é, devem estar dentro do contorno da lição que está dando. As atividades de

aprendizagem precisam se ajustar ao tempo disponível. No contexto da Igreja, o ensino da Bíblia

normalmente é uma luta contra o relógio. Então é melhor cronometrarmos o tempo do que ficarmos

sem dar o que planejamos porque isso nos impede de alcançarmos nosso objetivo.

EXEMPLO DE ATIVIDADES: Exercícios escritos, tarefas com pinturas, colagens, montagens, argüições orais, debates,

encenações etc. Para conseguirmos êxito, devemos variar sempre que pudermos. VARIEDADE é o

tempero da vida. Obs. quanto às atividades o professor não deverá fazê-las fáceis porque sufoca os

alunos que gostam de descobrir, raciocinar.

AVALIAÇÃO - Avaliação é um meio de verificar. A avaliação é um recurso educacional essencial a professores para verificarem o nível de aprendizagem de seus alunos. A avaliação revela o que foi feito e o que deixou de ser feito. Avaliar é dar oportunidade ao aluno de compartilhar o fruto do próprio esforço. Instrumentos de avaliação: fichas, cartões, testes, concursos, competições, trabalhos etc.

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