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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES UCAM PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “VEZ DO MESTRE” Curso: Gestão de Recursos Humanos NECESSIDADE DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL Andréa Pereira Passos JUNHO/2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES UCAM

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “VEZ DO MESTRE”

Curso: Gestão de Recursos Humanos

NECESSIDADE DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL

Andréa Pereira Passos

JUNHO/2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

UCAM

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMNETO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “VEZ DO MESTRE”

NECESSIDADE DE TREINAMENTO E

DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL

Professor Orientador: Carlos Cereja

Andréa Pereira Passos

Trabalho de aproveitamento apresentado

ao prof. Carlos Cereja em Metodologia da

Pesquisa, turma 482 do curso de Gestão de

RH no 1º semestre de 2003.

Rio de Janeiro, 28 de junho de 2003

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AGRADECIMENTOS

A todos os professores e a Carla Regina Saraiva pelo incentivo. As pessoas que contribuíram para realização desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho acadêmico primeiramente ao Senhor Jesus, que esteve sempre ao meu lado. Também a minha mãe Tertulina, que permaneceu sempre ao meu lado, mesmo nos momentos mais difíceis.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância do Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal na organização, mostrando como é realizada nas empresas, sua conseqüência para o indivíduo, sua interligação com os Recursos Humanos e suas expectativas dessa poderosa ferramenta. Passar alguns conceitos fundamentais do Treinamento e desenvolvimento de Pessoal, dentro de uma perspectiva sistêmica, bem como o análise da importância dessa função para as empresas na atualidade. Única forma de não deixar sua empresa ficar ultrapassada e “perdida” no tempo. Acompanhar às mudanças é uma necessidade, já que a única constante é as mudanças. Infelizmente muitos empresários acreditam que treinamento é apenas mais um custo para sua empresa, não investindo o necessário para acompanhar grandes organizações, ficando dessa forma cada vez mais distante dos líderes de mercado.

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SUMÁRIO: 1- INTRODUÇÃO .................................................................... 08 2- TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS COMO PARTE DO SISTEMA DE RECURSOS HUMANOS ................ 10 2.1- Conceito de Recursos Humanos .................................... 10 2.2- Visão de R. H. em relação ao Treinamento .................. 12 3- MUDANÇA ORGANIZACIONAL ....................................... 15 3.1- Desenvolvimento de Pessoal ....................................... 15 3.2- Subsistema de Treinamento e Desenvolvimento ....... 16 3.3- Conceito e Tipos de Educação .................................... 20 4- TREINAMENTO ................................................................ 22 4.1- Definição de Treinamento .......................................... 22 4.2- Necessidade de Treinamento .................................... 23 4.3- Programação de Treinamento ................................... 26 4.4- Tipos de Treinamento ................................................ 28 4.5- Execução do Treinamento ......................................... 34 4.6- Avaliação dos Resultados do Treinamento ............ 35 5- CONCLUSÃO ................................................................... 40 6- BIBLIOGRAFIA ............................................................... 41 1- INTRODUÇÃO:

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O desenvolvimento do ser humano processa-se através da educação, do

ensino e do treinamento. É através da educação que o homem recebe as

influências do meio e aprende convivendo; pelo ensino, ele desenvolve

habilidades e aprende conhecendo; e por meio do treinamento, ele reformula e

modifica atitudes e aprende fazendo, ou seja, desenvolve perfis de

profissionais com capacitação de inter-relacionamento com grupos de pessoas

baseados nos requisitos básicos exigidos hoje dos profissionais, como a:

qualidade, competência, criatividade, participação e liderança.

O treinamento é um dos alicerces para o desempenho de tarefas com

qualidade. É um instrumento de qualificação profissional e de preparação para

as exigências do novo século e é este “Novo Século” que legitima a

necessidade de treinamento, pois sabemos que o mundo nunca esteve parado,

mas o ritmo de mudanças tecnológicas, sociais, econômicas e de natureza do

trabalho nunca foi tão intenso em toda a nossa história. Neste contexto, não dá

pra ficar para trás. Estar atualizado, preparado para as mudanças e, acima de

tudo, ser flexível o suficiente para se beneficiar deste modelo de mundo é

condição básica para sobrevivência.

O assunto proposto nos leva a vislumbrar a possibilidade do surgimento de

um órgão moderno, preparando profissionais, que tem na sua força as relações

humanas, valorizando o ser humano como um todo, sem que haja preconceito

hierárquico.

Hoje não há mais lugar para quem tem um campo limitado de atuação.

Não existe mais a fala de que só se sabe fazer um determinado tipo de serviço

e que o realizar das tarefas é centrado apenas em uma pessoa, o treinamento

é o instrumento para reverter este quadro.

Uma das definições de Treinamento diz exatamente isso. Treinamento é

um investimento destinado a reduzir ou eliminar a diferença entre o atual

desempenho e os objetivos e realizações propostos. Treinamento na Empresa

é a educação profissional que visa levar um funcionário a fazer algo que nunca

fez antes ou fazê-lo melhor do que antes. Na verdade, treinamento faz parte de

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uma estratégia de desenvolvimento organizacional e como tal ele não termina

nem começa em si mesmo.

Treinamento tem início quando se detecta um problema de inadequação ou

discrepância quanto a maneira certa de fazer as coisas ou quanto ao nível

atual em relação a um objetivo. Isto dá uma conotação bastante técnica a este

assunto mas sua aplicação não se restringe ao âmbito operacional. O

problema detectado pode estar na cultura de uma certa área ou na priorização

das tarefas e, mesmo assim, o treinamento pode ser aplicado com bons

resultados. De qualquer forma, esta é a fase de levantamento das

necessidades de treinamento. Detectada a necessidade, é hora de planejar o

treinamento. Tudo muito bem organizado e planejado para que os benefícios

compensem os custos.

Na execução deve se seguir os passos traçados durante o planejamento.

Deve-se usar de técnicas específicas para cada tipo de treinamento, cada

grupo de indivíduos e cada ambiente. São características levantadas durante o

treinamento que devem ser aprimoradas durante a execução. O uso de

técnicas de fixação de atenção, bem como de melhoria do aprendizado podem

e devem ser usadas neste momento. Avaliação é o que garante a

sustentabilidade de um programa de treinamento. Ela mensura o quanto o

treinamento contribuiu para o alcance das metas da empresa. Ela pode

acontecer tanto a nível mais imediato (validação) onde é analisando o

treinamento e seus resultados isoladamente e a nível organizacional

(avaliação) que analisa os resultados do treinamento para a empresa.

O treinamento será uma das contribuições como estratégia na organização

e tendo sempre uma visão como agregação de valores, aperfeiçoamento

constante, renovação de pessoal e confiança.

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2- TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS

COMO PARTE DO SISTEMA DE RECURSOS

HUMANOS:

2.1- Conceito de Recursos Humanos:

O órgão Recursos Humanos surgiu no início do século com a evolução acelerada na década de 20, tudo se deu por causa do fortalecimento do movimento sindical que surgiu como defesa às situações negativas de ordem econômica e social e a carência de mão de obra provocada pela 1ª guerra mundial contribuíram para o surgimento desse órgão. Que tinha como missão inicial servir de “amortecedor” das insatisfações de pessoal e ser um órgão técnico administrativo. O fator humano era encarado como um fator a mais na combinação de fatores que resultavam na produção de mercadorias e serviços. Os movimentos filosóficos dos anos 30 (pensamento existencial), aliados aos primeiros trabalhos da Sociologia do Trabalho forneceram direcionamentos e subsídios éticos científicos para a evolução da Administração de Recursos Humanos. Ficou decidido que as empresas só melhorariam suas produções se melhorassem as relações humanas. Em 1940 um conjunto de técnicas de relações humanas foi sistematizado num método (Método TWI) e foram treinados mais de 2.000.000 mestres e supervisores. A missão do Órgão de Recursos Humanos passa a ser encarada como uma atividade contribuidora para a modernização constante das organizações como um todo. Podemos citar como exemplo o treinamento de instrutores, pois evidência especial deve ser dada à necessidade de garantir que as ações a serem executadas pelos operadores tenham qualidade assegurada, com base em uma mudança comportamental planejada. Com essa finalidade, utilizou-se as técnicas TWI - Training Within Industry -

treinamento dentro da fábrica, junto aos mecânicos e eletricistas.

Estas técnicas podem ser consideradas como "os mais importantes aspectos

dos princípios TWI de treinamento:

1 - Preparação da instrução;

2 - Processo de instrução.

A "preparação" é subdividida em:

Passo 1. Analisar o trabalho.

Passo 2. Preparar uma programação cronológica do treinamento.

Passo 3. Prepara o local de trabalho corretamente.

O processo de "instrução" é subdividido nas seguintes etapas:

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Passo 1. Preparar o operador.

Colocá-lo à vontade.

Falar sobre a tarefa e descobrir o que ele já sabe sobre a mesma.

Torná-lo interessado em aprender a tarefa.

Colocar em posição correta.

Passo 2. Apresentar a operação.

Diga, mostre e ilustre cada etapa importante de uma vez.

Insistir em cada ponto chave.

Instruir claramente, completamente e pacientemente, mas não além do que ele

pode aprender.

Passo 3. Experimentar seu desempenho.

Deixe-o fazer a tarefa - corrija os erros.

Deixe-o explicar cada ponto chave à medida que ele repete a tarefa.

Tenha certeza de que ele compreendeu.

Continue até que você saiba que ele sabe.

Coloque-o à vontade. Determinar a quem ele deve pedir ajuda.

Passo 4. Acompanhar.

Verificar freqüentemente. Estimular as perguntas.

Elimine orientações extras e acompanhamento exagerado.

Hoje autores clássicos modernos apontam para a necessidade de criarem-se climas de trabalho que permitam a realização, cada vez mais plena do ser humano como pessoa, ou seja, condições propícias a ampla auto-realização pessoal. Atração ( ambiente de trabalho estimulante, despertando o interesse em realizar suas funções), manutenção ( cuidado em se manter um bom funcionamento de suas tarefas realizadas), motivação ( despertar sempre o interesse pelo bom desempenho das tarefas), treinamento ( tornar apto para as tarefas executadas) e desenvolvimento ( crescimento nas tarefas realizadas) são funções básicas do Órgão de Recursos Humanos.

2.2- Visão de Recursos Humanos em relação ao Treinamento:

O Recursos Humanos enfrenta um dos maiores desafios da

administração que é a colocação de pessoal, além de criar um ambiente capaz

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de propiciar que o indivíduo contribua com sua criatividade, talento,

aprendizagem e motivação para o alcance das estratégias organizacionais só

assim o treinamento muda de concepção e passa a ser considerado como um

processo de desenvolvimento e aprendizagem contínua e intensa e se torna

um meio para as organizações alcançarem suas metas e atingirem objetivos.

Segundo Carvalho e Serafim

“ Para fazer com que os planos de formação sejam postos em

execução com um mínimo de eficiência e rapidez, torna-se

indispensável a presença de uma estrutura organizacional

dotada de mobilidade, servindo de suporte às

responsabilidades, às relações internas e às atividades de

todos os membros da unidade de treinamento. Organizar o

treinamento é distribuir o trabalho a fim de garantir a realização

dos planos de capacitação. (...) A organização do treinamento

pode ser entendida como sendo o agrupamento de atividades

necessárias para atingir os objetivos da unidade de formação e

a designação de cada setor a um responsável que tenha

autoridade suficiente para administrá-lo.(...) Resumindo, a

organização do treinamento pode ser identificada como sendo

a coordenação das várias funções interdependentes da

unidade de formação.” (Carvalho e Serafim,1993:179)

“ A unidade de Recursos Humanos deve dispor de uma estrutura administrativa dinâmica e versátil, baseada nos procedimentos de recrutar, selecionar, remunerar, treinar e avaliar o desempenho de Recursos Humanos disponíveis, tendo em vista a obtenção e manutenção de uma força de trabalho eficaz e eficiente. Essa estrutura de Recursos Humanos deve ser o suficientemente capaz e flexível para responder aos constantes e até imprevisíveis desafios do ambiente – reformas econômicas, políticas, sociais, pressões de mercado, etc. (Carvalho e Serafim, 1995:44)

Alguns fatores foram determinantes para a quebra de paradigmas na

administração de recursos humanos: em primeiro lugar, a competitividade entre

empresas mostra que o único diferencial competitivo de uma organização é os

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seus funcionários. Eles são os únicos que podem aumentar sua rentabilidade e

a participação no mercado; em segundo lugar, o conhecimento passou a ser

um instrumento altamente valorizado pelas empresas e, a princípio, o

conhecimento está nas pessoas, mas também pode estar na organização,

desde que esse conhecimento seja difundido por todos, através de

aprendizagem organizacional; e em terceiro lugar, a informação se tornou uma

“arma” mais poderosa para as empresas.

As políticas de Recursos Humanos devem se preocupar com as

necessidades de cada trabalhador, de cada departamento e como esse

trabalhador pode contribuir com o desenvolvimento da organização, sem deixar

de levar em consideração os seus objetivos pessoais. É uma parceria entre

empresa e o cliente interno, entre os objetivos individuais e objetivos

organizacionais.

O Recursos Humanos é apenas um facilitador dentro do processo de

qualificação de pessoal da empresa. Esse processo pode ser feito através de

cursos, palestras, vídeos, mas principalmente pela aprendizagem contínua do

dia a dia da empresa. A difusão do conhecimento é fundamental e a melhoria

do desempenho depende dessa troca de informações úteis à todos os níveis

da empresa. É um processo que se inicia no indivíduo, passa para o grupo e

depois para a organização, mas também pode iniciar na organização e chegar

até o indivíduo.

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3- MUDANÇA ORGANIZACIONAL:

3.1- Desenvolvimento de Pessoal:

Atualmente vivemos um mundo globalizado, onde as mudanças são extremamente necessárias, e isso deve-se, a era da informação, haja visto que o processamento destas, são de uma velocidade impressionante. As organizações pelo fato de serem dinâmicas tendem a estar abertas para essas mudanças, pois se exigem das mesmas elevada capacidade de adaptação, com processamentos rápidos, que servem como condição básica de sobrevivência, e porque não afirmar “ de “DESENVOLVIMENTO” . O processo de mudança organizacional começa com o aparecimento de fatores tendenciosos ao desenvolvimento; sócio-econômico-político, e estes fatores criam necessidades expressivas de mudança, abrangendo desde a liderança da organização, até o nível mais baixo.

Segundo Milkovick e Boudreau:

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“ Desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras experiências.” (Milkovick e Boudreau, 2000:338)

A mudança no contexto organizacional abrange necessariamente alterações fundamentais no comportamento humano, nos padrões de trabalho e nos valores em respostas a modificações estratégicas, de recurso ou de tecnologia. Deve-se ressaltar que o processo de mudança interfere diretamente no que chamamos “ Cultura Organizacional” quebrando todo tipo de paradigmas e normalizações existentes julgadas obsoletas para a organização.

Existem dois tipos de fatores que direcionam as organizações para se transformarem: Fatores Exógenos e Fatores Endógenos. Fatores Exógenos: São os que provém do ambiente, com novas tecnologia, mudanças em valores da sociedade e novas oportunidades ou limitações do ambiente (econômico, político e social). Estes fatores incidem internamente na organização, criando necessidade de mudanças. Fatores Endógenos: Este são criadores da necessidade de mudança estrutural e comportamental, este provêm do próprio interior da organização em virtude da interação de seus participantes e das suas problemáticas provocadas por diferentes objetivos e interesse por novas carências. A necessidade de mudança é continua, pois tanto o indivíduo, grupo, organização e comunidade são sistemas dinâmicos e vivos de adaptação, ajustamento e organização, e isso é a condição básica para o desenvolvimento desses níveis de sistemas. Se tratando de organização, a mudança deve ser sempre planejada e voltada para o objetivo fim, num processo contínuo, pois todo processo leva tempo para a sua execução. Dentro desse contexto, onde observamos que a mudança é uma realidade mundial nos ambientes organizacionais, onde a necessidade de se processa-la se faz imprescindível. O indivíduo, grupo, organização e a comunidade, carecem de evidencia-las para o desenvolvimento continuo, e isso é que gera mudanças, interferindo progressivamente no ambiente organizacional . Deve-se ressaltar que toda mudança deve ser planejada, e por isso que a consideramos um processo continuo, que leva anos, e não pode ser processada em tempo mínimo. 3.2- Subsistema de Treinamento e Desenvolvimento: Nos dias atuais, um dos bens mais importantes para as organizações, é o conhecimento. Este é um recurso organizacional que se

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revela como diferencial importantíssimo, trazendo situações completamente inesperadas. Uma delas é a crescente importância do capital intelectual como riqueza organizacional. Segundo Chiavenato:

“ O capital intelectual significa inteligência competitiva e representa um ativo intangível que a confiabilidade moderna tem dificuldade de manipular por meio de seus procedimentos tradicionais”. “Um ativo intangível que esta na cabeça das pessoas: são elas que pensam, interpretam, raciocinam, tomam decisões, e agem dentro das empresas. Mais do que isso, são elas que criam novos produtos e serviços, visualizam a concorrência, tocam os processos internos e servem aos clientes”. “ A competitividade das empresas depende agora do conhecimento. E nada mais inovador e mutável do que o conhecimento. O segredo das empresa bem-sucedidas é saber consolidar e reciclar o conhecimento entre seus funcionários, treinar e preparar e desenvolver os funcionários para que tenham condições permanentes de lidar com a mudança e com a inovação, de proporcionar valor à empresa e ao cliente e, sobretudo, de, mante-la sempre eficaz e competitiva em um mundo globalizado e de forte concorrência”. (Chiavenato, 1999)

O Desenvolvimento de Recursos Humanos, é integrado por pessoas dinâmicas nas organizações. No contexto organizacional, onde os variados recursos são intensamente aproveitados, o material humano é o grande diferencial, pois destaca-se por ser o único recurso vivo e inteligente, por seu caráter eminentemente dinâmico e por seu incrível potencial de desenvolvimento. As pessoas tem enormes tendências para aprender novas habilidades, captar informações, adquirir novos conhecimentos, modificar atitudes e comportamentos, bem como desenvolver conceitos e abstrações. As organizações lançam mão de ampla variedade de meios para desenvolver as pessoas, agregar-lhes valor e torná-las cada vez mais capacitadas e habilitadas para o trabalho.

A variedade de meios disponíveis em que as empresas executam os processos de desenvolvimento e treinamento nos Recursos Humanos são amplos, e são denominados Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal (TD) e Desenvolvimento Organizacional (DO). Por isso é necessário ressaltar que o TD de pessoal trata da aprendizagem a nível individual, enquanto o DO que é mais amplo e abrangente, trata de como as organizações aprendem e desenvolvem-se. Todo processo de TD incide diretamente no DO, pois as organizações são composta de Recursos Humanos, e no processo de DO, a proposta de execução esta voltado para mudanças a nível organizacional, e estas começam no Recursos Humanos através do TD onde seram desenvolvidos os aspectos individuais, grupais e organizacionais.

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Segundo Chiavenato: “ À medida que os conceitos de administração e de organização mudam, também mudam os conceitos de treinamento. Para compreender e lidar com o comportamento dos empregados, é mais válida a abordagem da organização como um sistema social do que como um sistema mecânico de habilidades técnicas dirigido por regras racionais. Os fatores que influenciam o desempenho e a eficácia da organização incluem não apenas as habilidades individuais ou os métodos de trabalho, mas também o funcionamento global da organização como um sistema de partes independentes. Algumas características que influenciam o desempenho dos empregados incluem a qualidade de comunicação em todas as direções, clareza, aceitação em todos os objetivos individuais e organizacionais, cooperação entre unidades lateralmente dispostas, nível de confiança, distribuição do uso do poder, eficácia na resolução de conflitos intra-organizacionais, e adaptabilidade à mudança .Esses aspectos influenciam as organizações na focalização dos esforços de treinamento nas áreas de habilidades que têm a ver com relações humanas efetivas e condições de equipe”. (Chiavenato, 1999:17.)

Um dos primeiros passos a serem processados para as mudanças organizacionais, é a avaliação dos processos de desenvolvimento de pessoas, e estes se desencadeia conforme o Continuum, indo desde uma situação de precariedade e insipiência (canto esquerdo do Continuum ) até uma situação de desenvolvimento e sofisticação (canto direito).

O Continuum monitora as situações nos processos de desenvolvimento de pessoas avaliando e graduando.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Fig.: 1 ( Continuum de situações nos processos de desenvolvimento de pessoas) Ponta esquerda do Continuum:

DESENVOLVIMENTO

DE

• Planejado • Intencional • Proativo • Visão de longo

prazo baseado no

consenso

• Casual • Randomico • Reativo • Visão de

Curto prazo baseado na imposição

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• Casual – Este treinamento processa-se aleatoriamente e sem qualquer planejamento; • Randonico – Isto porque o treinamento envolve apenas algumas pessoas na organização escolhidas por acaso; • Reativo – Isto porque o treinamento é usado para resolver problemas já existentes; • Visão de curto prazo baseado na imposição – O treinamento visa solucionar problemas atuais, sem qualquer perspectiva de longo prazo sendo atribuído às pessoas independente da vontade ou aspiração delas. Ponta Direita do Continuum • Planejado – Neste caso o treinamento leva em consideração um planejamento estratégico desenvolvido pela organização, e que serve de base para preparar as pessoas para o futuro; • Intencional – O treinamento neste caso visa atingir objetivos de curto, médio e longo prazos por meio de mudanças comportamentais que alicercem mudanças na organizacionais; • Proativo – Isto porque esta voltado para frente, para o futuro e para o destino da organização e das pessoas que nela trabalham; • Visão de longo prazo baseado no consenso - Isto porque se sintoniza com o planejamento estratégico, e esta voltado para mudanças definitivas e globais que construirão o futuro e o destino da organização, tendo como base o consenso, isto é, sem imposição de cima para baixo, mas negociando entre organização e seus participantes a fim de atender aos objetivos organizacionais e individuais simultaneamente.

3.3- Conceitos e tipos de educação:

Segundo Carvalho e Nascimento:

“ A educação é, basicamente, uma contínua reconstrução de

nossa experiência pessoal. Na verdade, essa reconstrução o é

caracterizada pela observação e prática do dia-a-dia de nossa

existência.

Educando-se continuamente, o indivíduo é profundamente

influenciado pelo meio onde vive, trabalha e se desenvolve

através de seus vários grupos de referências: a escola, o

trabalho, o clube, a igreja etc.

Torna-se praticamente impossível separar o processo de

treinamento da reconstrução da experiência individual. Isso

porque a educação envolve todos os aspectos pelos quais a

pessoa adquire compreensão do mundo que a cerca, bem

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como a necessária capacidade para melhor lidar com seus

problemas. (Carvalho e Nascimento,1993:154)

A educação é toda influência que o ser humano adquiri do ambiente social, no decorrer de sua existência como ser vivo, sempre em processo de adaptação, às normas e valores sociais. Porém o ser humano tem grande capacidade de assimilação, de acordo com suas inclinações e predisposições, crescendo e alterando ou enriquecendo seu comportamento dentro de seus próprios padrões pessoais. Podemos afirmar que educação é o preparo para a vida e pela vida, e

dentro dos variados contextos educacionais, enfatizaremos a importância da

educação profissional que é a educação institucionalizada ou não, que visa o

preparo do homem para a vida profissional. É uma estratégia fundamental

destinada à profissionais e empresas com a finalidade de melhor habilitar e

capacitá-los para atuar de forma produtiva e competitiva, face às constantes

mudanças do cenário empresarial. Compreende três etapas interdependentes,

mas perfeitamente distintas, são elas: o que prepara a pessoa para uma

profissão - Formação Profissional (Cursos Técnicos); que aperfeiçoa a pessoa

para uma carreira - Aperfeiçoamento ou Desenvolvimento Profissional (como

Chefia e Liderança) e o que adapta a pessoa para uma função - Treinamento

(Treinamento de Técnicas de Venda, de Atendimento...).

4- TREINAMENTO:

4.1- Definição de Treinamento:

Antigamente alguns especialistas de Recursos Humanos viam o

treinamento como um meio de adequar o homem à um determinado cargo para

desenvolver a força de trabalho da organização a partir dos cargos ocupados,

tudo muito mecânico neutralizando o capital intelectual de cada funcionário.

Hoje o treinamento é visto como um meio de desenvolver competências de

forma que se tornem produtivas, criativas e inovadoras. As empresas estão

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cada vez mais conscientes da importância do treinamento como um

instrumento para aumentar a sua produtividade e a sua rentabilidade,

permitindo assim que as pessoas contribuam efetivamente para os resultados

nos negócios. O treinamento é uma maneira eficaz de agregar valores às

pessoas e à organização.

Para Chiavenato (1999), existem algumas definições

sobre Treinamento:

“Treinamento é o processo de desenvolver qualidade nos

recursos humanos para habilitá-los a serem mais produtivos e

contribuir melhor para o alcance dos objetivos organizacionais.

O propósito do treinamento é aumentar a produtividade dos

indivíduos em seus cargos, influenciando seus

comportamentos.

Treinamento é o processo de ensinar aos novos empregados

as habilidades básicas que eles necessitam para desempenhar

seus cargos.

Treinamento é o processo sistemático de alterar o

comportamento dos empregados na direção do alcance dos

objetivos organizacionais. O treinamento está relacionado com

as atuais habilidades e capacidades exigidas pelo cargo. Sua

orientação é ajudar os empregados a utilizar suas principais

habilidades e capacidades para serem bem-sucedidos.

Treinamento é a experiência aprendida que produz uma

mudança relativamente permanente em um indivíduo e que

melhora sua capacidade de desempenhar um cargo. O

treinamento pode envolver mudanças de habilidades,

conhecimentos, atitudes ou comportamentos. Isto significa

mudar aquilo que os empregados conhecem, como eles

trabalham, suas atitudes frente ao seu trabalho ou suas

interações com os colegas ou supervisor

Treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado

de maneira sistemática e organizada, através do qual as

pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em

função de objetivos definidos.”(Chiavenato,1999:295)

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Consolidando às definições sobre Treinamento conclui-se que o ato de

treinar (Treinamento) é muito mais do que ensinar algo a um funcionário ou a

uma equipe, por meio dos métodos tradicionais. É também transferir

conhecimento, dar suporte, orientar e desenvolver habilidades.

4.2- Necessidade de Treinamento:

Segundo Chiavenato:

“ Necessidades de treinamento são as carências de preparo

profissional das pessoas, ou seja, a diferença entre o que uma

pessoa deveria saber e fazer e aquilo que ela realmente sabe e

faz. Significam um descompasso entre o que deveria ser e o

que realmente é. Uma necessidade de treinamento é uma área

de informação ou de habilidades que um indivíduo ou grupo

precisa desenvolver para melhorar ou aumentar a sua

eficiência, eficácia e produtividade no trabalho. Na medida em

que o treinamento focaliza essas necessidades e carências e

as elimina, ele se torna benéfico para os funcionários, para a

organização e sobretudo para o cliente. Caso contrário,

representará um desperdício ou simples perda de tempo. (...) A

base principal para os programas de melhoria contínua é a

constante capacitação das pessoas para patamares cada vez

mais elevados de desempenho. E o treinamento funciona como

o principal catalisador dessa mudança.

As necessidades de treinamento se referem a carências no

desempenho atual e passado e à possibilidade de alcançar o

novo patamar de desempenho futuro que se pretende

alcançar.” (Chiavenato,1999:299)

Um bom começo é perguntar, visando uma análise organizacional bem

simples e prática: a organização está atingindo seus objetivos (implícitos ou

explícitos)? Supondo que a resposta seja negativa, está claro que algo falhou:

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desajuste nos padrões ou necessidades não atingidas (ausência/ deficiência de

recursos) ou ocorrência de desvios cujas causas precisam ser detectadas.

Caso a organização esteja atingindo seus objetivos, pode-se indagar:

Ela tem condições para continuar a fazer isto? Ou ainda: Ela está preparada

para ampliar seus objetivos? A resposta a essas perguntas pode ajudar-nos

muito na redefinição de padrões, na detecção de carências (identificação de

recursos insuficientes ou deficientes) e na identificação dos problemas e suas

causas. Ao indagar sobre a performance diante dos objetivos, obteremos

respostas globais aparentemente distantes do dia-a-dia de treinamento e

desenvolvimento, mas por meio dessas respostas teremos condições mais

seguras de afunilar a pesquisa e obter dados para delinear a política e os

objetivos de treinamento e desenvolvimento.

Marcos de referência:

1. Exigências do cargo

2. Informações do chefe imediato

3. Informações do setor de pessoal

4. Ocorrências ineficazes

1. Exigências do cargo:

Tem por instrumento básico o plano de cargos, onde se encontram tarefas,

habilidades e atitudes que devem ser de conhecimento dos ocupantes dos

cargos, onde são estabelecidos metas e resultados deles esperados. A partir

daí são identificadas necessidades a serem cobertas pelo plano de

treinamento. Atenção às seguintes situações:

Ü Funcionário novo desconhece (via de regra) suas atribuições, fato pelo qual

deve receber treinamento introdutório e treinamento em serviço.

Ü Funcionários antigos necessitam treinamento de reciclagem para estarem

prontos a dar a rápida resposta que o ambiente exige.

Ü Funcionário a ser promovido, necessita aprofundar-se nas novas tarefas

que vai assumir, fato pelo qual necessita treinamento de rodízio.

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Ü Empregado ineficiente ou ineficaz pode corrigir seu desempenho através do

treinamento, pois geralmente é quem melhor conhece as dificuldades que

enfrenta em suas tarefas.

Ü A avaliação de desempenho é um instrumento potente para levantar as

necessidades de treinamento, pois evidencia divergência em termos de

conhecimentos, habilidades e atitudes.

2. Informações do chefe imediato

O Chefe deve estar perfeitamente situado com relação ao desempenho e

sincronia de sua equipe, determinando a partir daí, necessidades de

treinamento, de forma coerente e viável. Esse treinamento é, muitas vezes,

realizado por ele mesmo, principalmente por ser o meio mais econômico e

prático.

3. Informações do setor de pessoal

A mais importante finalidade do setor de pessoal é no sentido de ajudar os

chefes a fazer o levantamento das necessidades de treinamento, através de

questionamento e investigação de questões como:

Ü Há desconhecimento de serviço?

Ü Há desatualização tecnológica?

Ü Há desconhecimento dos equipamentos?

Ü Metas e objetivos são claros e explícitos?

4. Ocorrências ineficazes

Devem ser acompanhados de perto os seguintes casos:

Ü Freqüência ao trabalho

Ü Desempenho – se há excesso de erros, demora na consecução das tarefas,

etc.

Ü Disciplina – se há dificuldade de relacionamento com a equipe e com

superiores, resistência à direção, às mudanças, etc

Ü Motivação – interesse, cooperação, comprometimento.

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Através de uma análise desses fatores, podem ser levantadas as causas, neutralizados os efeitos negativos e otimizados os positivos, através de treinamento.

Existem muitas formas para proceder o levantamento das necessidades de

treinamento e a priori não se pode definir qual é melhor ou mais adequada. Eis

aqui mais alguns exemplos: entrevistas com pessoal de linha, questionários,

avaliação de desempenho, pesquisas de atitude ou de clima, reuniões

interdepartamentais, cursos gerenciais, etc. podem ajudam na consolidação

dos objetivos.

4.3- Programa de Treinamento:

A programação de treinamento é sistematizada e fundamentada sobre os seguintes aspectos que devem ser analisados durante o levantamento : 1. Qual a necessidade? 2. Onde foi assinalada em primeiro lugar? 3. Ocorre em outra área ou setor? 4. Qual a sua causa? 5. É parte de uma necessidade maior? 6. Como resolvê-la: separadamente ou combinada com outras? 7. É preciso alguma providência inicial, antes de resolvê-la? 8. A necessidade é imediata? Qual sua prioridade em relação as demais ? 9. A necessidade é permanente ou temporária ? 10. Quantas pessoas e quantos serviços serão atingidos ? 11. Qual o tempo disponível para o treinamento? 12. Qual o custo provável do treinamento? 13. Quem irá realizar o treinamento?

Segundo Chiavenato: “ Programar o treinamento significa definir seis ingredientes básicos: quem deve ser treinado, como deve ser treinado, em que, por quem, onde e quando, a fim de atingir os objetivos do treinamento. O programa de treinamento deve estar associado às necessidades estratégicas da organização. Comprar pacotes de treinamento, isto é, programas já prontos e vendidos como produtos enlatados e fechados nem sempre soluciona as necessidades da organização. É preciso avaliar as necessidades da organização e das

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pessoas e estabelecer critérios precisos para estabelecer o nível de desempenho almejado. Além disso, a organização precisa estar disposta a dar espaço e oferecer oportunidades para que as pessoas possam aplicar as novas competências e conhecimentos adquiridos no treinamento. Para evitar desperdícios e garantir o retorno desejado do investimento, o pragmatismo é imprescindível na programação do treinamento. A maneira de conciliar o investimento com o retorno é o chamado treinamento voltado para resultados, por mais difícil que seja defini-los e aferi-los. Estabelecer resultados para o treinamento e compará-los posteriormente é indispensável. ” (Chiavenato,1999:302)

A seguir mostraremos um esquema definindo os itens principais de uma programação de treinamento. Quem deve ser treinado Treinandos Quem vai treinar Treinador ou instrutor

Em que treinar Assunto ou conteúdo do treinamento

Onde treinar Local físico órgão ou entidade

Como treinar Métodos de treinamento e/ou recursos necessários

Quando treinar Agenda do treinamento e horário

Quanto treinar Volume, duração ou Intensidade

Para que treinar Objetivos do treinamento

4.4- Tipos de Treinamento:

Segundo Boiteux, Duque e Macedo:

“ O treinamento é necessário em todas as fases da vida

funcional, pois permite que o empregado esteja

constantemente se ajustando a novas situações, uma vez que

se imagina a empresa em permanente progresso. Só uma

empresa estagnada, a caminho da falência ou do fechamento

das suas portas não necessita de treinamento. Por outro lado,

FIG. 2 (Principais itens de uma programa de Treinamento e Desenvolvimento de pessoal)

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o treinamento não deve ter o caráter formalista, com vistas

apenas a justificar o nome. O treinamento deve ser dinâmico,

acompanhar o crescimento da empresa e destinar-se à solução

dos seus problemas específicos. É necessário, portanto:

a) identificar o problema que preocupa a empresa;

b) determinar os resultados necessários para resolvê-lo;

c) atribuir a responsabilidade pelo treinamento às chefias e/ou

órgãos de treinamento.” (Boiteux, Duque e Macedo, 1982:44)

Para a Produtividade:

Em geral, o termo produtividade é aplicado no setor de manufaturados,

em que a quantificação do volume de produção é mais fácil. Porém, é

necessário monitorar a produtividade de todos os subsistemas que compõem a

empresa, pois eles fazem parte da estrutura geral de custos e,

consequentemente, têm reflexos na lucratividade e competitividade.

O cliente em primeiro lugar:

Todos os empregados precisam estar preparados para entender a

importância do cliente. Isso só se consegue com administração transparente

em que todos percebam a empresa como algo que precisa sobreviver aos

concorrentes, dando lucro ao acionista e satisfação plena aos que estão dentro

e fora de seu ambiente físico.

O estabelecimento de uma relação cliente x fornecedor sustentada por

um consistente programa de treinamento é fundamenta.

Desenvolvimento Gerencial:

O desenvolvimento gerencial é um dos pilares de sustentação da

empresa, sobretudo quando se espera que vigore um ambiente de parceria

entre ela e os empregados, e que o know-how destes seja um diferencial

competitivo em relação ao dos concorrentes.

Essa capacitação, entretanto, deve ser estruturada e planejada de tal

sorte que todos, empresa e gerentes, saibam preliminarmente a que lugar

pretendem chegar.

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O gerente eficaz, como a empresa espera que ele seja, deve vencer os

seguintes desafios em seu campo de atuação:

Ü Aspectos Profissionais: mensurar resultados, trabalhar em parceria, assumir

riscos.

Ü Aspectos Pessoais: consciência de seu papel.

Ü Aspectos Organizacionais: ser agente de mudanças.

Ao estabelecer um programa voltado para o desenvolvimento dos

gerentes da companhia, deve-se levar em consideração a necessidade de

formação de uma base cultural para a qualidade e a produtividade.

Treinamento para ISO 9000:

A contribuição da área de RH para a obtenção da certificação ISSO

9000 é decisiva e direta, uma vez que treinamento é um dos itens auditados

em todas as versões da Norma. Segurança, Higiene, Medicina do Trabalho e

Integração de Novos Empregados também são atividades importantes nesse

processo, devendo estar devidamente estruturados.

Dinâmica de Grupo:

Dinâmica de grupo é a expressão que nomeia genericamente o processo

de mobilização social de que lançam mão todos os métodos ou técnicas da

chamada didática ativa.

Portanto, qualquer jogo de treinamento que provoque ou envolva o

contexto grupal é praticado aproveitando a dinâmica de grupo, ainda que,

numa formatação comumente articulada, seja praticada como exercício ativo,

admitindo os seguintes momentos específicos:

Ü Definição prévia da problemática a ser analisada ou estruturada;

Ü Provocação de voluntariado o designação de coordenadores e subgrupos;

Ü Fracionamento do grupo em subgrupos;

Ü Definição de tarefas particulares a cada subgrupo, num tempo comum a

todos;

Ü Efetivar sessão plenária para as apresentações de cada subgrupo;

Ü Integrar os produtos parciais num produto único e coletivo;

Ü Dar tratamento pragmático e funcional ao resultado;

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Ü Produzir fecho conclusivo.

Vista deste modo, como técnica de manejo didático, a dinâmica de grupo

pode ser utilíssima para propiciar leituras do continente grupal, do tipo:

iniciativa, sociometria, dinâmica interna, concisão/processo decisório,

desenvolvendo mecanismos de troca, cooperação, ouvir-ativo e co-

responsabilização por resultados.

On-the-job Training:

O treinamento em serviço impede que o empregado seja iniciado em sua

tarefas por colegas despreparados para ensinar, evitando trabalho insatisfatório

e baixa motivação da mão-de-obra. Assim, sistemas estruturados de

treinamento no trabalho, planejados para obter resultados satisfatórios com

supervisores e instrutores devidamente preparados para treinar, têm surgido

com a mesma rapidez das mudanças econômicas e tecnológicas. A

formalização do treinamento em serviço alicerça-se na hipótese de que as

habilidades necessárias á execução de tarefas podem ser aprendidas com

muito mais eficiência por meio de métodos formais de treinamento de mão-de-

obra.

O Programa de Formação de Trainees:

A duração total do programa de trainee, ou seja, o prazo no qual os

jovens recém-formados recebem um tratamento diferenciado, orientação,

treinamento intensivo e ritmo de progressão salarial acelerado, varia de dois

anos a seis meses.

Esse prazo foi sendo, de maneira geral, encurtado e o programa

compactado em função da pressão das empresas por resultados mais rápidos.

Para compensar, as empresas buscam selecionar candidatos cada vez mais

preparados, com domínio de idiomas estrangeiros, conhecimentos de

microinformática e estágios significativos no Brasil ou no exterior.

Um programa de formação para trainees compõe-se, geralmente, das

seguintes etapas:

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Ü Treinamentos formais: atividades voltadas para prover informações sobre a

empresa, oferecer conhecimentos fundamentais e trabalhar aspectos

comportamentais.

Ü Treinamento On-the-Job: permite que o trainee aplique seus conhecimentos

à prática e demonstre sua capacidade de realização, ao mesmo tempo que lhe

dá oportunidade de aperfeiçoar sua interação e seu relacionamento com os

componentes da equipe.

Ü Projetos: destina ao trainee a responsabilidade por um projeto de amplitude

e complexidade adequada. Esse projeto fundamenta-se em idéias estratégicas

e, dependendo do resultado, poderá ser implantado na empresa, criando assim

novas metodologias de trabalho.

Outros Tipos:

1. Treinamento introdutório

2. Treinamento em serviço

3. Treinamento de aprendizagem

4. Reciclagem

5. Rodízio

6. Treinamento especializado

1. Treinamento introdutório:

Geralmente ministrado pelo chefe de pessoal, tem o objetivo de integrar o

novo funcionário com seus colegas e apresentar-lhe a empresa (setores,

metas, o que a empresa tem a oferecer, o que espera,...) e a função (o que,

como, quando, onde e porque) que irá desempenhar.

2. Treinamento em serviço:

Geralmente ministrado por um Instrutor de treinamento, seja ele o

superior imediato ou seu representante, escolhido para esse fim. O instrutor

deve dominar o conteúdo do conhecimento que está transmitindo e, sobretudo,

procurar entender a pessoas que está sendo treinada, seus anseios, e

incentiva-la de forma que ela possa explorar seu potencial a favor da empresa.

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As vantagens desse tipo de treinamento referem-se à simplicidade,

economicidade e possibilidade de oferecer situações reais.

3. Treinamento de aprendizagem:

Esse tipo de treinamento refere-se sobretudo ao trabalho de estagiários

que devem procurar aliar os conhecimento teóricos que recebem em escolas

técnicas, faculdades, etc, às situações reais vivenciadas no ambiente da

empresa.

4. Treinamento de reciclagem:

Refere-se não só a técnicas e conhecimentos, mas a atitudes e

comportamentos. Nesse caso em especial, a metodologia adotada deve ser

dinâmica, deve se dar ênfase à criatividade, utilizar pontos de referencia e

meios de comunicação criteriosos.

5. Treinamento de rodízio:

Significa fazer passar por vários postos e vários setores da empresa

funcionários que apresentam vontade de aprender trabalhos diferenciados e

que tem potencial para isso. Geralmente liberta muita motivação, pela

ampliação de conhecimentos sobre a empresa e seus postos, pelas

expectativas diante de oportunidades que poderão abrir-se e aumentar as

perspectivas de carreira e realização profissional e pessoal proporcionada pela

mesma.

6. Treinamento especializado:

Indicado nas seguintes situações:

Ü Abertura de novas frentes de trabalho na empresa (ou seja, quando a

empresa diversifica suas atividades, amplia sua participação no mercado, etc);

Ü Adoção de novas tecnologias ou atualização das já existentes;

Ü Aquisição de equipamentos mais sofisticados.

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O instrutor deve ser um profundo conhecedor do assunto, deve ter

capacidade de transmiti-lo, orientar com segurança a praticagem necessária e

incentivar e orientar adequadamente os esforços dos treinandos para aprender.

É aconselhável que treinamentos especializados sejam realizados através

de cursos externos, pois esses profissionais estão mais atualizados, tem por

objetivos ensinar e a troca de experiências é mais enriquecedora.

Existem outros vários tipos de treinamento, como treinamento comercial,

técnico-operacional, em segurança, etc. Apresentamos aqui os mais

freqüentemente utilizados, procurando ser bastante objetivo.

4.5- Execução do Treinamento:

Dentro das respectivas etapas do treinamento , a execução do mesmo envolve diretamente o aspecto emocional dos treinandos, pois a motivação é imprescindível para se alcançar objetivos da organização . No desencadeamento de todo o processo , o diagnostico é que vai definir onde o processo de treinamento e desenvolvimento vai ser atuante. Para isso faz-se uso de todas as ferramenta necessárias e já citadas anteriormente para a execução do processo propriamente dito. A execução do treinamento pressupõe sempre parcerias: Instrutor e aprendiz. Os aprendizes são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da organização que necessitam aprender, e com isso , mudarem o perfil profissional, seja na área comportamental, cognitiva e até mesmo na física. Já os instrutores estão situados também em qualquer nível hierárquico, porém experientes ou especializados numa determinada área ou assunto, seja de teor comportamental, cognitivo ou físico, objetivando passar tais conhecimentos de forma organizada e lógica. Deve-se lembrar que o foco esta sempre direcionado para o desenvolvimento individual e organizacional. Todo este empreendimento visa solucionar as problemáticas

diagnosticas, e que através do treinamento e desenvolvimento de pessoal

poderão ser eliminadas.

Em resumo, os fatores que podem afetar a qualidade de execução do

treinamento seriam:

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Ü Qualidade dos Treinandos. Os melhores resultados são obtidos com uma

seleção adequada de participantes, quer em termos de conhecimentos prévios,

quer em termos de disponibilidade. Devem ser evitados os riscos de termos no

grupo de treinamento as pessoas que menos fazem falta nos locais de

trabalho.

Ü Qualidade dos Instrutores. È de extrema importância o critério de seleção

dos instrutores. Eles devem reunir algumas qualidade pessoais como facilidade

de relacionamento, exposição fácil, conhecimento e prática da especialidade e,

principalmente, motivação para a função.

Ü Qualidade do Material e das Técnicas Instrucionais. O material e as

técnicas devem ser cuidadosamente planejados a fim de facilitar a execução do

treinamento.

Ü Envolvimento das Chefias. Treinamento não é custo, é investimento. È um

investimento feito sob a responsabilidade de toda a organização. È

fundamental que se procure viabilizar um esquema de envolvimento de

cooperação de todo o corpo de supervisões da organização. Em ultima análise,

o melhor instrutor e o melhor programa de treinamento que uma pessoa pode

ter é contar com uma adequada supervisão. Uma das maiores

responsabilidades de um bom supervisor é formar e desenvolver o seu

pessoal.

Ü Adequação do Programa. O treinamento deve ser a solução para os

problemas que deram origem ao estabelecimento dos objetivos, ou uma forma

de preparação do pessoal da organização para o futuro. Sua programação

deve estar adequada às necessidades da organização, caso contrário não será

eficaz.

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4.6- Avaliação dos resultados do Treinamento:

Para se atingir um objetivo, são necessários planejamento, métodos e

critérios. A avaliação é o instrumento usado para verificar se o planejamento,

os métodos utilizados e os critérios seguidos foram suficientes para o atingir o

resultado esperado.

Segundo Chiavenato:

“ A etapa final é a avaliação do programa de treinamento para

verificar sua eficácia, isto é, para ver se o treinamento

realmente atendeu às necessidades da organização, das

pessoas e dos clientes. Como programas de treinamento

representam um investimento em custo – os custos incluem

materiais, tempo do instrutor, perdas de produção enquanto os

indivíduos estão sendo treinados e por isso estão afastados

dos seus cargos – requer-se um retorno razoável desse

investimento. Basicamente, deve-se avaliar se o programa de

treinamento atende às necessidades para as quais foi

desempenhado.” (Chiavento, 1999:307)

Avaliar é comparar resultados obtidos com resultados esperados e

descobrir o que se pode fazer para alcança-los ou supera-los.

Treinamento pressupõe um tipo de aprendizagem que visa transformar

atitudes. Avaliação é a forma de mensurar a amplitude desta transformação.

Avaliar é necessário, num sentido mais prático, para:

Ü validar a necessidade de treinamento junto a gerentes, diretores, acionistas,

etc;

Ü verificar o alcance dos objetivos;

Ü mensurar a contribuição do treinamento para o resultado da empresa; e

Ü verificar pontos que podem ser melhorados para atingir um resultado

melhor;

Ü evitar erros na execução do treinamento antes que este aconteça;

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Ü manter vivo o processo de melhoria contínua;

Há uma divisão clara de dimensão de avaliação dos três primeiros itens

para os últimos. Aqueles tratam da avaliação do impacto do treinamento nos

resultados da empresa (Análise). Os outros tratam da avaliação da qualidade

do treinamento prestado (Validação). É clara a relação entre a qualidade do

treinamento e a mudança do comportamento dos treinados, de modo que nem

um nem outro podem ser esquecidos.

Para proceder a avaliação nós temos basicamente três técnicas: a

observação, uso de testes e os questionários.

1- Observação: Comportamentos não são elementos facilmente avaliáveis por

testes escritos ou orais. Perguntar para alguém se ele está se interessando

pelo treinamento é pedir para não ter uma resposta conclusiva.

A observação, além de ser o único meio de avaliação de muitos

aspectos, ela permite o registro dos dados no momento de sua ocorrência,

independe da colaboração dos do observado e permite um retrato da realidade.

As desvantagens são que sua precisão depende de julgamentos pessoais por

parte do observador e do momento e duração da observação.

Como todo método, ela também deve ser planejada. Deve se definir

claramente os objetivos da avaliação, o objeto a ser observado, onde e em que

situação observar, momento e duração da observação, como serão registrados

e compilados os dados e como será a avaliação deles.

No âmbito da Análise, a observação é mais aplicada nos índices e

indicativos de produtividade e produção, nas mudanças no clima e na cultura,

das mudanças de comportamento. Portanto, ela é um instrumento de uso pós-

treinamento. Já na Validação, ele é aplicado desde o diagnóstico, atuando

fortemente sobre a execução (interesse dos treinados, entendimento,

conscientização, etc), terminando também no pós-treinamento.

2- Testes e Provas: Na Análise, eles avaliam o aproveitamento dos conteúdos

absorvidos. Na Validação, tem a função de testar e até estimular a absorção

dos conteúdos.

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Avaliação através de provas requer a determinação de níveis e padrões

mínimos de rendimento, bem como do nível de dificuldade a ser testado. Ela

deve permitir a determinação do alcance dos objetivos propostos, a verificação

real de mudanças de comportamento, deve ser objetiva e de fácil interpretação,

resposta e correção.

Prefira dar a seguinte seqüência:

1) Definir claramente os objetivos;

2) Selecionar o conteúdo a ser avaliado de acordo com o objetivo;

3) Escolher o nível de dificuldade das questões (prefira um número maior com

dificuldade Média);

4) Escolher o método de aplicação e o tipo das provas;

5) Escolha as questões pela sua relevância, não pela dificuldade;

6) Aplique a prova com tempo hábil para responde-las, num momento

adequado para avaliação (depende do conteúdo prestado);

7) Avalie a avaliação, para verificar pontos de melhoria;

Aqui estão alguns tipos de questões e sua aplicabilidade:

Tipo: Avaliação: Nível: Estrutura:

Múltipla

Escolha

Memorização e

compreensão. Cognitivo.

Apenas uma

resposta correta

dentre alternativas

apresentadas

Falso/Verdadeir

o e

Certo/Errado

Memorização e

compreensão. Cognitivo.

Verificar a validade

ou não validade de

alternativas

apresentadas.

Associação

Memorização,

aplicação, síntese e

análise.

Cognitivo e

afetivo.

Verificação da

correspondência

entre tópicos.

Ordenação

Memorização,

aplicação,

organização,

Cognitivo e

afetivo.

Identificar a

organização

seqüencial de

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síntese e análise. tarefas, prioridades

e níveis de

importância.

Lacuna Analise, síntese e

memorização.

Cognitivo e

afetivo.

Frases que devem

ser completadas

para ganharem

sentido lógico.

Resposta

Simples

Memorização,

compreensão e

aplicação.

Cognitivo e

afetivo.

Resposta

dissertativa a

perguntas.

Questionários: Eles podem ser usados no caso da Análise para os mesmos

fins das provas e testes, mas é para a Validação que eles prestam maior

auxílio.

Consistem em afirmativas nas quais o avaliado deve marcar valores

dentro de uma escala para níveis de satisfação, compreensão e opinião

pessoal para itens do treinamento.

Se as alternativas tiverem valores pré-definidos (como ☺ para satisfeito,

M para indiferente e N para insatisfatório) o questionário é dito fechado. Se

simplesmente se pede uma avaliação por parte do treinado (como: “Dê uma

nota para o instrutor.”), ele é chamado aberto.

Avaliação é o que garante a sustentabilidade de todos os projetos. É

com ela que se garante o crescimento de uma organização.

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5- CONCLUSÃO: Toda mudança que possa influenciar as ações humanas, deve estar

condicionada a um instrumento de auto descoberta, crescimento pessoal e de

libertação do potencial interior de cada indivíduo. É necessário o

desenvolvimento da capacidade intelectual, criando-se modelos

comportamentais, conciliando criatividade, com objetivos de se alcançar

qualidade genérica nos ambientes organizacionais.

Os programas de Treinamento e Desenvolvimento são ferramentas

básicas e essenciais para alcançar tais objetivos, funcionando como

instrumento implementador de procedimentos mais racionais, qualificados e

mais eficazes.

Dentro de uma postura comportamental moderna, as organizações,

devem desenvolver em seus profissionais um perfil voltado para a gestão

participativa, gerando responsabilidades pelo equilíbrio e crescimento

organizacional. As atribuições são cada vez maiores, pois o desempenho das

funções de planejamento, organização, direção e controle, depende antes de

mais nada, de sua habilidade em tratar com pessoas, maximizando a utilização

do potencial dos recursos humanos.

Encorajando os empregados a inovar, libertando suas

capacidades criativas e permitindo a máxima utilização de suas

potencialidades; tratando-os como parceiros; respeitando suas individualidades

e promovendo um espírito de confiança; incentivando-os a participar e trabalhar

em equipe; reconhecendo e recompensando suas contribuições; conciliando

suas necessidades familiares com os objetivos profissionais e, acima de tudo,

perseguindo o seu bem-estar físico e emocional, as empresas fortalecem a

auto-estima dos seus empregados e criam a ferramenta, mais poderosa de

todas: um rico e recompensador ambiente de trabalho.

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O momento atual do mundo Organizacional é de constante mutação,

e quando se decide interagir num processo de desenvolvimento, é proagir a ele

positivamente, é buscar condições de sobrevivência. Se adaptar as mudanças

na mais diversas situações organizacionais, nos dias de hoje é o grande

desafio das instituições.

6- BIBLIOGRAFIA:

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