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Antônio Junqueira de Azevedo
NE G Ó CI OJURÍDICO
Existência, Validade e Eficácia
4a edição, atualizada de acordo com o novo Código Civil
(Lei n. 10.406, de 10-1-2002)
2002
Editora
Saraiva
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CAPÍTULO PRIMEIRO DEFINIÇÃO
DO NEGÓCIO JURÍDICO
Considerações gerais e plano do capítulo — Boa parte das ques-
tões fundamentais sobre o negócio jurídico, como o papel da vonta-de na criação de efeitos jurídicos, as limitações à vontade, a influên-cia da causa na validade ou na eficácia do negócio, depende, para suasolução, da idéia que dele se faça. Por isso, neste capítulo inicial,depois de corrermos os olhos, sem espírito polêmico, pelos dois gran-des campos em que, hoje, na concepção do negócio jurídico, se bipartea doutrina, procuraremos conceituá-lo.
Evidentemente, nem tudo poderá ser dito no capítulo intro-dutório; reservamo-nos, pois, para expor melhor nosso pensamentodurante o desenrolar dos capítulos seguintes, especialmente quantoaos pontos que dizem respeito à definição, durante o Capítulo Ter-
ceiro, quando, ao procedermos à análise dos elementos do negócio jurídico no plano da existência, examinaremos não só se a vontade ea causa são seus elementos constitutivos, como também em que con-sistem as circunstâncias negociais, que, a nosso ver, e adiantando oque diremos depois, constituem o verdadeiro elemento definidor donegócio.
A doutrina atual, ao definir o negócio, adota geralmente umaposição que, ou se prende à sua gênese, ou à sua função; assim, ora odefine como ato de vontade que visa produzir efeitos, com o queatende principalmente à formação do ato, à vontade que lhe dá ori-gem (autonomia da vontade), ora o define como um preceito (ditoaté mesmo "norma jurídica concreta") que tira a sua validade da nor-ma abstrata imediatamente superior, dentro de uma concepçãoescalonada de normas jurídicas supra e infra-ordenadas, com o que
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CAPÍTULO TERCEIRO
ANÁLISE DO NEGÓCIO JURÍDICONO PLANO DA EXISTÊNCIA
Considerações gerais e plano do capítulo: No presente capítu-
lo, faremos uma análise do negócio jurídico no plano da existência. No primeiro parágrafo, cuidaremos da declaração de vontade;
o exame das teses, aparentemente irredutíveis, da teoria da vontade(Willenstheorie) e da teoria da declaração (Erklarungstheorie) servi-rá, num primeiro título, para aprofundarmos decididamente o enten-dimento do negócio jurídico, fixando o exato papel que a vontadenele exerce. Veremos, então, se a vontade é, realmente, como muitasvezes se diz, elemento do negócio jurídico. Nesse mesmo parágrafo,dedicaremos, depois, um segundo título, ao direito brasileiro, exami-nando qual a posição deste perante os demais direitos de família roma-no-germânica, a propósito do papel da vontade no negócio jurídico.
O segundo parágrafo será desenvolvido com o exame de cada
um dos três elementos que compõem a declaração de vontade (ele-mentos gerais intrínsecos), ou seja, as circunstâncias negociais (Tí-tulo I), a forma (Título II) e o objeto (Título III).
Finalmente, no terceiro e último parágrafo, examinaremos oselementos categoriais inderrogáveis, procurando aproximá-los danoção de causa, que, tal e qual ocorre com a vontade, é consideradamuitas vezes como elemento do negócio jurídico98.
98. "Le but fait partie integrante (grifos nossos) de Ia manifestation de volontécréatrice de 1'obligation. On peut même dire qu'il en est 1'élément essentiel" (HenriCapitant, De Ia cause des obligations, 2. ed., Paris, Dalloz, 1924, p. 19). "Dans Iaterminologie juridique, le but s'appelle Ia cause de l'obligation" (De Ia cause, cit.,
p. 21). Cf. também os arts. 1.108 do Código Civil francês e 1.325 do Código Civilitaliano. Especialmente no Código Civil italiano, há confusão entre o plano da exis-tência e o da validade, já que nele se dá a colocação do objeto (e não da licitude, dapossibilidade e da certeza do objeto) ao lado da causa.
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LEGISLAÇÃO
a) Legislação BrasileiraCódigo Civil
Código ComercialCódigo de Processo Civil
Código Penal
Decreto Federal n. 2.044, de 1908 — Define a letra de câmbio e anota promissória
Decreto Federal n. 3.708, de 1919 — Regula a constituição desociedades por quotas, de responsabilidade limitada
Decreto Federal n. 22.626, de 1933 — Dispõe sobre os juros noscontratos
Decreto Federal n. 4.857, de 1939 — Dispõe sobre os serviçosconcernentes aos registros públicos
Lei Federal n. 4.728, de 1965 — Disciplina o mercado de capitais
Lei Uniforme (de Genebra) relativa às letras de câmbio e notaspromissórias
Lei Federal n. 6.001, de 19-12-1973 — Estatuto do índio
Lei Federal n. 6.015, de 31-12-1973 — Dispõe sobre os registrospúblicos
b) Legislação EstrangeiraCódigo Civil portuguêsCódigo Civil espanholCódigo Civil francês
Código Civil italianoCódigo Civil alemão (BGB)Código Federal (suíço) das Obrigações
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Lei do Casamento — Ehegesetz — Alemanha
c) Direito Romano
D. 50 17, 77 (Papinianus XXVIII quaestionum)
D. 1, 1,7, 1 (Papinianus II definitionum)
D. 18, 1, 15, 1 (Paulus)
D. 45, 1, 78, pr. (Paulus LVII, ad edictum)
D. 45, 1, 80 (Ulpianus LXXIV, ad edictum) D. 50, 16, 219 (Papinianus II responsorum)
D. 12, 6, 52 (Pomponius, lib 27 ad Quintum Mucium)
D. 12, 5, 1 (Paulus)
d) Anteprojetos e Projetos
Anteprojeto de Código das Obrigações, do Prof. Caio Mário da
Silva Pereira
Projeto de Código das Obrigações, de 1965
Anteprojeto de Código Civil, de 1972
JURISPR
Súmula 161 do STF Súmula 379 do STF
STF (Ia Turma) RE 43.659STF (Ia Turma) RE 71.091STF (Ia Turma) RE 71.443STF (Ia Turma) RE 75.511STF (2a Turma) RE 48.891STF (2a Turma) RE 63.629STF (3a Turma) RE 62.754STF (2a Turma) RE 71.567
STF (2a Turma) RE 67.863STF (2a Turma) RE 65.300STF — TP — RE 52.009 —STF — TP — RE 57.742 —STF (3a Turma) RE 58.135STF — TP — RO em MS STF (2a Turma) RE 54.704
STF (3â Turma) Agi 38.609
TJSP (6a Câm. Civ.) AC 14
TJSP (5
a
Câm. Civ.) AC 15TJSP (2a Câm. Civ.) AC —
TJSP (4a Câm. Civ.) AC —TJSP (2a Câm. Civ.) AC —TJSP (Ia Câm. Civ.) AC —TJSP (6a Câm. Civ.) AC —
170
8/18/2019 Neg�cio-Jur�dico-Ant�nio-Junqueira-de-Azevedo
http://slidepdf.com/reader/full/negcio-jurdico-antnio-junqueira-de-azevedo 90/90
TJSP (5a Câm. Civ.) AC 152.898 — SP
TJSP (4a Câm. Civ.) AC 156.425 — Jundiaí
TASP (2a Câm. Civ.) AC 89.976 — Santos
TASP (5a Câm. Civ.) AC. 88.928 — Santos
TASP (3
a
Câm. Civ.) AC 46.252 — São João da Boa Vista TACSP (Ia Câm.) AC 103.075 — SP
TACSP (6a Câm.) AC 98.743 — Santos
TACSP (4a Câm.) AC 112.909 — Santos
TACSP (4a Câm.) AC 111.771 — SP
TACSP (3a Grupo) AR 99.949 — SP
TACSP (6a Câm.) AC 101.073 — SP
REVISTA DOS TRIBUNAIS CITADAS
Volumes/Páginas 189/423 338/180
212/234 342/398
267/299 345/141
297/239 346/469
298/636 354/398
301/645 372/270
302/140 375/226
329/251 377/315
330/805 383/99 332/444 414/337
335/429 453/275
335/375 454/287
336/131 456/293