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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA AUTOR: ELSA BARBER CAPA: JOSÉ DIAS EDIÇÃO: PNUD CONCEPÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO : JOSÉ DIOGO APOIOS: PNUD, IRSE, SPICY, MCI, AGENDA SETTING

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

AUTOR: ELSA BARBER CAPA: JOSÉ DIAS EDIÇÃO: PNUD CONCEPÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO : JOSÉ DIOGO APOIOS: PNUD, IRSE, SPICY, MCI, AGENDA SETTING

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DEDICATÓRIA

A Deus minha razão de ser

Aos meus filhos (Ohzani e Hamilton), minha razão de viver

Meus pais, minha origem

Aos meus irmãos, razão da nossa união

Ao meu companheiro e consultor oculto

Aos meus familiares, irmãos em Cristo, padrinhos, amigos, vizinhos e

superiores hierárquicos…

Para todos os que contribuíram para a elevação do meu ser.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos com quem partilhei este projecto, a todos

aqueles que acreditaram e aos que não acreditaram, pois deram-me

mais força para mostrar, que era capaz.

Ao Osvaldo, Bruno, Victor, Ladislau, Paula Valente, Roque

Gonçalves, Romana, Mila pelo apoio e paciência.

Agradeço aos meus pais pela consolidação da educação aos

filhos, ao longo de cinquenta anos de casamento.

Agradeço especialmente ao Dr. José Diogo, és sem dúvida

um grande escritor, editor e amigo dos seus.

Finalizo, com um agradecimento muito especial ao Dr.

Eugénio Viassa e a todos os empreendedores angolanos.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ..................................................................................... 9

ALIMENTAÇÃO ...................................................................................... 12

Venda de água Fresca embalada .................................................. 12

O perigo das embalagens em plásticos em doses pequenas e a baixo preço ................................................................................... 15

Venda de sandes ........................................................................... 17

Distribuidoras de pão ................................................................... 18

Sopa e Almoço .............................................................................. 19

Cabrité........................................................................................... 20

Peixeira ......................................................................................... 20

Venda de Pinchos ......................................................................... 21

Venda de Bombó Assado e Banana Pã ......................................... 22

Salga de peixe ............................................................................... 22

Roulottes ....................................................................................... 23

Kitutes da Terra............................................................................. 23

Janela aberta ................................................................................. 24

Venda de gelados .......................................................................... 25

Venda de produtos da terra ......................................................... 26

Cantinas ........................................................................................ 26

Venda de Mabanga e camarão ..................................................... 28

Venda de Iogurtes ......................................................................... 29

Micates ......................................................................................... 29

Venda de kissangua ...................................................................... 30

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ARMAZENAMENTO, LIMPEZA E HIGIENE ......................................... 31

Limpeza e Desinfecção ................................................................. 31

Acondicionamento dos produtos alimentares ............................. 34

SAÚDE ............................................................................................... 37

Vendedoras de produtos de medicina tradicional ....................... 37

Dr. Trata tudo ............................................................................... 38

HIGIENE NA MANIPULAÇÃO DOS ALIMENTOS ............................... 39

Higiene Pessoal ............................................................................. 39

Higiene das mãos .......................................................................... 41

Apresentação adequada ao trabalho (Indumentaria) .................. 43

Saúde nos manipuladores ............................................................ 45

Sala de refeições ........................................................................... 45

VACINAS ............................................................................................ 46

SERVIÇOS .......................................................................................... 48

A prestação de serviços é transversal como podemos constatar.48

Roboteiro ...................................................................................... 48

Kinguilas ........................................................................................ 49

Cartões de recarga ........................................................................ 50

Chamadas ..................................................................................... 50

Vendedoras de fardo .................................................................... 51

Matraquilhos................................................................................. 51

Zungueira ...................................................................................... 52

Serviços de beleza ......................................................................... 53

Lavadores de carro ....................................................................... 54

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Arrumadores de carro .................................................................. 55

Fotografia e Fotocópia de Documentos (KONICA) ....................... 55

Raves (festas de bairro) ................................................................ 56

Arrendamento de quartos ............................................................ 56

Armazéns de processo .................................................................. 57

Venda de medicamentos .............................................................. 58

Boutique ambulante ..................................................................... 59

Quitanda ....................................................................................... 59

Venda de cabelo importado ......................................................... 60

Venda de resíduos sólidos (extracto jornal) ................................. 61

Venda de combustível e petróleo ................................................. 68

Intermediários .............................................................................. 68

Engraxador de Sapatos ................................................................. 69

Biscateiro ...................................................................................... 69

Casa de tranças ............................................................................. 69

Venda de vernizes ......................................................................... 70

Ardinas .......................................................................................... 70

Alfaiate e Costureira (trajes africanos) ......................................... 70

Venda de disco .............................................................................. 71

Recauchutagem ............................................................................ 71

Barbearia ....................................................................................... 72

Ajuda a carregar os sacos de compras ......................................... 72

Venda de vasilhame ...................................................................... 73

Venda de carvão ........................................................................... 75

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Construção civil ............................................................................. 75

Ensino ............................................................................................ 76

Hotelaria ....................................................................................... 76

Venda de galinhas vivas ................................................................ 76

TRANSPORTE .................................................................................... 78

Os kupapatas ................................................................................ 78

Candongueiros .............................................................................. 79

Venda de carros: ........................................................................... 79

ECONOMIA SOCIAL .......................................................................... 81

Requisitos necessários para abertura do negócio ........................ 83

Requisitos para abertura do negócio Banco................................. 83

POUPANÇA ........................................................................................ 85

TERMOS E CONDIÇÕES ................................................................. 89

Responsabilidade dos fornecedores ............................................. 92

GRÁFICOS DOS NEGÓCIOS POPULARES ............................................ 93

QUAL ‘BASE DA PIRÂMIDE’? ............................................................. 96

RUMO À FORMALIDADE ................................................................. 100

SABIA QUE… .................................................................................... 100

CONCEITOS ..................................................................................... 101

GLOSSÁRIO ...................................................................................... 102

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INTRODUÇÃO

Em Angola, após a guerra de 2002 começaram a surgir

alguns negócios, até então pouco habituais na sociedade angolana.

Estes negócios, uns desenvolvidos por cidadãos nacionais e

outros por estrangeiros, nomeadamente chineses, oeste africanos e

de outras etnias, tomaram conta do País inteiro, com prevalência,

nas zonas suburbanas. A experiência destes povos, permitiu que os

angolanos despertassem de uma letargia antiga e começassem

também a empreender.

Os negócios sustentáveis, versus os populares que

entendemos aqui retractar, consistem em iniciativas privadas, ou

seja transacções comerciais que envolvem poucos recursos

financeiros e matéria-prima de baixo custo, mas são fonte de renda

para muitas famílias. Ao mesmo tempo contribuem para a inclusão

destes cidadãos na sociedade, auxiliando a melhoria da qualidade

de vida daqueles com maior vulnerabilidade social, bem como

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contribui fortemente para a redução da pobreza. Podemos dizer

que estamos perante negócios inclusivos.

Com este livro, pretendemos despertar a Administração

Pública em especial e o nosso executivo em particular para a

elaboração de políticas mais inclusivas nesta área. Nomeadamente

na identificação de espaços para o desenvolvimento destas

actividades, construção de infra-estruturas básicas, atribuição de

carteiras profissionais e acesso à segurança social, dignificando

todos negócios que servem de renda e contribuam para o bem-estar

social dos angolanos bem como adopção de boas práticas que

contribuíram para a segurança do consumo de bens e serviços.

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Capí tulo I

ALIMENTAÇÃO

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ALIMENTAÇÃO Desenvolver acções no ramo alimentar, exige, sem dúvida grande

rigor quer na higiene

Pessoal, quer no manuseamento e acondicionamento.

O respeito as normas de armazenamento e comercialização

contribuem para uma melhor segurança do cidadão diminuindo

sobretudo as doenças de origem Diarreica.

Preocupando-nos com a higiene na preparação dos alimentos,

garantimos tranquilidade e segurança aos consumidores.

Tipos de negócios:

Venda de água Fresca embalada

Venda de sacos plásticos transparentes embalados com

água fresca, de forma artesanal, nas zonas periféricas do País.

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Este trabalho é executado, por mulheres elas próprias

comercializam, por vezes vimos igualmente crianças a andar

sobretudo nos mercados informais periféricos.

Venda e produção de bebidas alcoólicas

Em luanda existem muitas casas que fabricam e

comercializem bebidas alcoólicas. Os seus potenciais clientes são

jovens e adultos com idades compreendidas entre os 16 e 45 anos

de idade.

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Vivem somente de “biscates”, fazendo pequenos serviços

como acarretar água, cavar buracos para tanques ou desentupir

fossas de casas de banho. O dinheiro que é pago nestes serviços

serve apenas para aquisição das bebidas.

O preço das bebidas varia entre os 30 a 50 ou 100 kwanzas.

As doses são medidas em pequenas latas de massa tomate e em

copos de vidro, os vulgos reco-reco, para kaporroto e em latas de

um litro para o quimbombo.

Por estarem demasiado envolvidos no álcool para eles a

alimentação não tem importância, pois o próprio kimbombo,

kaporroto ou o macau fazem a vez da refeição.

Apesar de saberem dos perigos que correm, estas pessoas

dizem que o álcool tem servido de refúgio para esquecer os seus

problemas sociais.

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O perigo das embalagens em plásticos em doses pequenas e a baixo preço

A oferta em grande escala dos pacotinhos de whisky vendido

nas ruas e nas cantinas provou baixa considerável à comercialização

do kaporroto e outras bebidas caseiras.

Muitos deles agora só bebem whisky em pacotes, já que com

50 kwanzas também conseguem ficar embriagados.

Venda de gelo

Venda de pedras de gelo colocadas em baldes. Este é um

negócio realizado em todas as províncias de Angola, é um meio de

subsistência, que não agrega muita matéria-prima, pois são

utilizadas principalmente as arcas térmicas domésticas, a variáveis

principais são a energia, água e os recipientes (baldes).

Nas cidades, os principais compradores, são vendedores ambulantes

de bebida refrigerada, não alcoólica.

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Venda de grelhados

É frequente, nos mercados, esquinas e zonas de grande

confluência popular, termos, senhoras a grelharem pinchos

(espetadas de carne), coxas, peixe grelhado, tendencialmente o

cacusso e o choco; estes produtos são consumidos com bastante

gindungo, molho com cebola e acompanhados com bebida

alcoólicas “cerveja” ou outras.

Muitas vezes, nas zonas periféricas são improvisados tendas

decoradas, ao gosto das vendedoras, oferecendo o cacusso

grelhado com mandioca, batata-doce, farinha e molho a base de

cebola, não faltando o nosso feijão de óleo de palma.

Tanto homens como mulheres e de particamente todas as classes

sociais, consomem estes produtos alimentares.

A maior referência é a lona do Panguila que dista aproximadamente

20 a 25 km da capital.

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Venda de sandes

É um negócio, gerido por mulheres, que colocam o pão e

ingredientes em bacias para preparem a famosa, Motorola, Magoga

e outras sandes com enchidos, repolho, cebola, sandes de atum,

frango frito.

Hoje em algumas zonas pode verificar-se, que as sandes já

são cobertas, com papel transparente, os produtos são geralmente

preparados na via pública.

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Distribuidoras de pão

Este negócio, geralmente realizado por mulheres e exercido

em toda a extensão principalmente da capital. O pão e comprado,

nas padarias das redondezas e estas mulheres transportam uma

quantidade enorme de pães em bacias, cestos, cobertas com

papelão para segurar o pão.

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Sopa e Almoço

Negócio executado geralmente por mulheres, em tendas,

quintais e barracas.

De entre os pratos que mais vendem, destacam-se o muito

tradicional e angolano mufete, a sopa de feijão com chispe, pé de

porco ou carne de vaca, o feijão de óleo de palma, churrasco e

outros grelhados com batata frita e salada e o bitoque.

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Cabrité

Negócio exercido geralmente, por homens das Repúblicas

Oeste africanas que consiste, em vender carne de cabrito grelhada

na brasa envolta em papel. É servido com cebola picada a parte e

gindungo opcional.

Peixeira

É um negócio ambulante de venda de peixe. São as peixeiras

que ainda, mantêm o pregão, que muito caracteriza a nossa capital

“...é peixe, é... peixeéé....” pode ouvir-se em muitas ruas de Luanda.

Antigamente, o peixe era vendido em bacias de alumínio,

feitas dos desperdícios das latas de leite e margarina, mas

actualmente é vendido em bacias plásticas, envolvendo gelo em

pano preto, ou em saco de ráfia ou cisal.

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Se voltassem a usar-se as bacias de alumínio, haveria um

aumento de emprego relacionado e as condições de higiene

tenderiam a aumentar em virtude de se eliminarem da cadeia

alimentar as bactérias existentes no material plástico.

Venda de Pinchos

Mulheres grelhando espetadas de carne acompanhada de

cerveja.

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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Venda de Bombó Assado e Banana Pã

Mulheres vendendo nas esquinas acompanhando o produto

de ginguba torrada. A uniformização de fogareiros permite uma

melhor imagem da cidade.

Salga de peixe

Este negócio é praticado por mulheres e homens e consiste

em salgar o peixe. É um negócio exercido na costa litoral.

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Roulottes

Consiste na venda de produtos alimentares, nomeadamente

hambúrgueres, cachorros, bifanas, prego no pão bebidas alcoólicas

e não alcoólicas.

Kitutes da Terra

Negócio exercido por mulheres, vendem à porta das igrejas e

dos estádios de futebol doce de coco e de ginguba, pedra moleque e

kitaba muitas vezes em embalagens mais atractivas e seguras. Pela

sua sofisticação relativa são um produto que pode atrair maior

número de consumidores.

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Ovos cozidos com gindungo Trata-se de um negócio exercido por mulheres que comercializam

ovos cozidos com gindungo. Os consumidores, destes produtos,

abrangem todas as faixas etárias.

Janela aberta

Um negócio que tem lugar em pequenos espaços que se

dedicam à venda de bebidas alcoólicas, e estão situados em zonas

suburbanas da capital.

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Funcionam até altas horas da noite e mantém apenas a

janela aberta, por motivos de segurança, para atendimento aos

consumidores.

Venda de gelados

São gelados elaborados de forma artesanal, com sabores a

frutos nacionais e outros. Este negócio é geralmente exercido, por

mulheres e jovens do sexo masculino. O sabor mais vendido é o de

múcua, fruto do imbondeiro.

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Venda de produtos da terra

Caracteriza-se na Venda de feijão proveniente das lavras,

mandioca, batata-doce, farinha de mandioca e abóbora.

Cantinas

Em finais de 1990, o povo angolano, começa a lidar com um

novo conceito de lojas de proximidade.

Assiste-se à transformação de quintais, arrendamento de

pequenos espaços em zonas suburbanas e ao aproveitamento de

espaços a entrada de edifícios urbanos para dar lugar a este novo

negócio.

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Estas lojas distanciam-se uma das outras por poucos metros

e são negócios, geridos apenas homens, desrespeitando a Lei das

actividades comerciais pois não cumprem os horários dos

retalhistas, mantendo-se abertos 24 sobre 24 horas.

A entrada destes operadores económicos, no País, pois na

sua maioria são de origem Oeste africana nomeadamente da

Mauritânia, Gambia, Guiné Conacri, Mali e Sudão, apelidados pelo

nosso povo como papá ou mamadou, e que começam já a dialogar

em português.

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São comercializados os seguintes produtos básicos:

Cereais, arroz, fuba de milho, cerelac, flocos para o leite, massa,

óleo, feijão (geralmente por ele embalados a 1 kilo, ficando as

embalagens sem rotulagem), detergentes, rebuçados, pastilhas,

ovos, frango, iogurte, leitem, caixa de fósforos, velas, sheltox

dragão, entre outros.

Venda de Mabanga e camarão

Caracteriza-se por ser um negócio desenvolvido por

mulheres Junto às zonas costeiras onde é frequente vermos

senhoras a vendem estes produtos do mar, já cozinhados.

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Venda de Iogurtes

Este negócio consiste na elaboração de iogurtes de forma

artesanal, geralmente de sabor “natural” e que são vendidos

geralmente em sacos plásticos, colocados numa caixa plástica de

média dimensão e dispensados em comércio ambulante. Servem de

fonte de nutrição para muitas crianças e adultos, sobretudo no

início da manhã.

Micates

Venda de bolinhos fritos, feitos geralmente à porta dos

consumidores no período da manhã e junto às zonas escolares. É

consumido por crianças e adultos.

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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Venda de kissangua

Este é mais um negócio exercido por mulheres e que

consiste na venda de kissangua, bebida feita de milho de arroz ou

cevada. É vendida nas portas das escolas mercados e em esquinas

de ruas acompanhada de cola e gengibre.

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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ARMAZENAMENTO, LIMPEZA E HIGIENE

Limpeza e Desinfecção

As operações de limpeza e desinfecção, por vezes também

designadas por higienização, têm por finalidade assegurar que nos

locais onde se manipulam, preparam e confeccionam alimentos não

existem microrganismos, ou que, se existirem, isso aconteça na

menor quantidade possível.

Princípios de uma boa limpeza e de uma desinfecção eficaz:

Procurar limpar a fundo;

Utilizar bons detergentes;

Respeitar as dosagens e o tempo de acção prescritos;

Enxaguar abundantemente com água e evacuar a água de

enxaguamento;

Quando for necessário escolher um bom desinfectante. Ter

em conta a eficácia do produto e a sua forma de

conservação;

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Respeitar as indicações de dosagem, de tempo de contacto e

o modo de aplicação do desinfectante;

Enxaguar as superfícies e os aparelhos tratados com água

limpa em quantidades suficientes para eliminar os restos de

detergentes e de desinfectante;

Desinfectar, após as actividades de lavagem, o material de

limpeza e outros acessórios.

O que é necessário desinfectar?

Quando estamos a falar de alimentos é necessário

desinfectar tudo o que estiver em contacto com as mãos, como por

exemplo, facas, colheres, bancadas. Também todas as superfícies

que contactam com os alimentos quer no armazém, quer durante a

preparação ou confecção dos alimentos e todo o equipamento e

utensílio, os quais deverão ser desinfectados periodicamente e não

apenas após a sua utilização. Mas tenha em atenção que a

desinfecção não deve ser feita a não ser que seja verdadeiramente

necessária.

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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Pontos a observar na realização de uma desinfecção eficaz:

O desinfectante deve ser o indicado para cada situação;

O tempo de acção do produto deve ser o indicado;

Antes de desinfectar, é necessário lavar convenientemente.

Na presença de sujidade, a desinfecção não é eficaz e a

acção do desinfectante será em grande parte desactivada;

A quantidade de desinfectante a utilizar deve respeitar a

dosagem prescrita para cada situação;

A temperatura da água na qual o desinfectante é diluído não

pode ser demasiado elevada para não desactivar o produto.

Plano de limpeza e desinfecção

Em cada estabelecimento deve haver um plano de limpeza e

desinfecção, do qual conste:

O que deve ser limpo e desinfectado;

Quando deve ser limpo e desinfectado;

Como deve ser limpo e desinfectado;

Quem deve limpar e ou desinfectar.

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Acondicionamento dos produtos alimentares

A área de conservação deve ser adequadamente ventilada,

de forma a prevenir o desenvolvimento de bolores e odores, além

de serem mantidas com ambiente frio (ambiente fresco);

No caso da exposição de alimentos preparados em áreas

abertas (take way, Vitrinas de conservação de peixe e carne) as

janelas de vidro devem ser usadas de maneira a proteger os

alimentos da sujidade, e também da tosse e espirros, tanto dos

trabalhadores como dos clientes;

No caso do peixe não congelado e exposto para venda

directa, este deve estar colocado sobre o gelo de escamas para

garantir a sua conservação por mais tempo.

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Acondicionamento dos produtos alimentares no armazém de

retém:1

Os alimentos não devem ser armazenados em contacto com

o pavimento, mas sim em paletes ou estrados e devem estar

afastados da parede pelo menos 20 cm;

Os produtos devem ser armazenados por lote ou espécie;

Para controlar a entrada de insectos, roedores e aves nas

áreas de armazenamento, as janelas devem estar protegidas

com redes mosquiteiras;

A desinfestação deve ser feita quinzenalmente;

As substâncias perigosas (detergentes, desinfectantes,

insecticidas) devem ser guardadas em áreas próprias.

1 José Amorim e Maria do Rosario Navais - Instituto Ricardo Jorge- 2006

Cristie, AB, Cristhie, C. Mary - Higiene Alimentar e Riscos da Alimentação, Livraria Lopes da Silva - 1973

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Capí tulo II

SAÚDE

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SAÚDE

Os serviços de saúde exigem responsabilidade, afinal lidamos

com vidas, doses mal quantificadas, provocam sérios problemas.

A saúde, é um direito de todos a participação comunitária é

importante mas é necessário que se cumpram as regras e que as

pessoas envolvidas nestes serviços, tenham uma orientação, para a

adopção de práticas no armazenamento dos produtos

farmacêuticos e na melhoria das condições de trabalho.

A inclusão comunitária nos serviços das administrações,

permite a formação de valores e atitudes construtivas.

Tipos de negócios:

Vendedoras de produtos de medicina tradicional

Este negócio exercido por mulheres, sobretudo na capital do

País, consiste na venda de estimulantes sexuais, de origem vegetal

não industrializados, principalmente junto as bombas de gasolina.

Os principais consumidores são homens e mulheres adultos.

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Dr. Trata tudo

Oferta de serviços de saúde, nas zonas suburbanas, por

“Doutores” oriundos de países oeste africanos, por métodos

espirituais e outros. Dizem atrair sorte para negócios, afastar

espíritos fazer os maridos voltar e tratamento de mulher estéril.

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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HIGIENE NA MANIPULAÇÃO DOS ALIMENTOS Higiene Pessoal

Todas as pessoas que trabalham com alimentos são

consideradas “Manipuladores de Alimentos”, ou seja, aqueles que

produzem, vendem, transportam, recebem, preparam e servem os

alimentos.

Os manipuladores podem contaminar os alimentos por serem

portadores de microrganismos:

Na parte externa do corpo (cabelo, mãos, pele...);

Na parte interna (garganta, boca, nariz...);

Nas suas secreções (suor, saliva, fezes...).

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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Podemos afirmar que os principais perigos de contaminação dos

alimentos estão geralmente associados aos seguintes factores:

O estado de saúde dos manipuladores;

O trabalhador que manuseia os alimentos antes de iniciar a

actividade deve submeter-se a um exame médico e manter-

se em constante vigilância médica, uma vez que cada

indivíduo deve ser responsável pela sua saúde;

É importante que o trabalhador tome as vacinas e que tenha

em sua posse o boletim de sanidade (cartão que justifique

que o trabalhador esta em condições de saúde para exercer

a sua actividade) os bons hábitos higiénicos devem ser

mantidos para que a atitude mental seja sã;

As pessoas que trabalham com alimentos não podem sofrer

de qualquer doença infecto-contagiosa, como por exemplo a

tuberculose ou a hepatite.

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A higiene corporal e o vestuário utilizado (muitas vezes

inadequado);

Práticas e comportamentos profissionais incorrectos ou

negligentes.

Existem regras básicas que qualquer manipulador de alimentos

deve aplicar diariamente e que se apresentam de seguida.

Higiene das mãos

As mãos são a principal fonte de contaminação bacteriana

dos alimentos e, como tal merecem especial atenção.

Como prevenção à contaminação dos alimentos, as mãos devem ser

muito bem lavadas.

As escoriações e cortes de pouca importância devem ser

tratados e protegidos com pensos impermeáveis e, de preferência,

de cores vivas.

As unhas devem estar sempre limpas, curtas e sem verniz.

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Quando deve lavar as mãos

Antes, durante e no fim de qualquer tarefa;

Depois de usar as instalações sanitárias;

Quando mexer no cabelo, no nariz ou noutra parte do corpo,

ou usar um lenço de assoar;

Antes e depois de mexer nos alimentos crus-legumes, fruta,

carne, ovos, etc.

Depois de tocar nos objectos sujos- embalagens, lixos,

superfícies sujas.

Depois de fumar e comer.

Sempre que considere necessário.

Como deve lavar as mãos

1. Molhar as mãos;

2. Ensaboar bem, de preferência com sabão líquido

antisséptico ou bactericida;

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3. Esfregar bem as palmas das mãos, entre os dedos, e lavar

o antebraço. (o processo de higienização das mãos e

antebraço deverá durar pelo menos 30 segundos);

4. Enxaguar bem as mãos e antebraço com água corrente.

5. Secar (com toalhetes de papel ou secador).

Apresentação adequada ao trabalho (Indumentaria)

Diariamente e antes de se dirigirem ao local de trabalho, os

manipuladores devem efectuar a sua higiene corporal.

Adornos:

Os manipuladores não devem utilizar adornos, tais como anéis,

pulseiras, brincos, colares, piercings e outros. A maioria destes

objectos possui ranhuras e orifícios que constituem locais de

acumulação de resíduos, que poderão originar na contaminação dos

alimentos. Além disso, os referidos objectos poderão soltar-se e cair

sobre os alimentos sem que ninguém se aperceba, passando a ser

um factor de contaminação e podendo causar danos ao cliente.

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Fardas:

Os manipuladores devem desenvolver as suas tarefas

devidamente fardados, as senhoras podem optar por indumentarias

feitas com tecido com cariz nacional de acordo com as funções

exercidas, não devendo nunca usar a roupa que utilizam na rua,

As fardas devem ser estar sempre limpas e usadas apenas no

estabelecimento;

As fardas dos manipuladores que trabalham nas zonas de

preparação e de confecção devem ser de cor clara, de forma a pôr

em evidência a sujidade.

Cabelo:

O cabelo deve estar totalmente coberto com touca ou barrete,

sempre que as funções sejam exercidas na cozinha ou na copa, ou

ainda quando a tarefa o justifique;

No exercício de outras funções, o cabelo deve estar pelo menos

preso.

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Saúde nos manipuladores

Os manipuladores, tal como os demais trabalhadores, devem

efectuar um exame médico completo no início da sua actividade e,

pelo menos, uma vez por ano ou uma vez de dois em dois anos. Este

exame médico tem de ser feito por um médico do trabalho.

Sempre que os manipuladores tenham contraído ou suspeitem

ter contraído doenças contagiosas ou sofram de doenças de pele,

ficam interditos de todas as actividades directamente relacionadas

com os alimentos. Nesta situação, devem informar o seu superior

hierárquico para que sejam tomadas as devidas providências.

Sala de refeições As salas onde se presta o serviço de restauração e de

bebidas, acompanhado do serviço de cafetaria, devem possuir

equipamento e mobiliários adequados ao fim a que se destinam.

Todos os materiais utilizados nas referidas salas devem ser

resistentes, laváveis e de limpeza. Estes locais devem ser

suficientemente iluminados e continuamente ventilados.

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VACINAS

As vacinas recomendáveis para os manipuladores de alimentos são

as que protegem contra a hepatite A e Hepatite B e a do tétano.

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Capí tulo III

SERVIÇOS

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SERVIÇOS A prestação de serviços é transversal como podemos constatar.

Roboteiro

Consiste no transporte de mercadorias, quer de clientes quer

de negociantes, em carros de madeira, executados por carpinteiros

locais.

Este trabalho é executado por jovens do sexo masculino,

vindos geralmente das províncias, principalmente junto aos

mercados.

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Kinguilas

Consiste na troca de moeda, no mercado informal. Este

negócio é realizado nos mercados, pelos cidadãos nacionais e

estrangeiros, nos estacionamentos dos carros, debaixo de edifícios.

A moeda de troca é o Kwanza para dólar norte-americano.

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Cartões de recarga

Consiste na venda de cartões de recargas das operadoras

existentes em Angola, no mercado informal, sem garantia de crédito

ao consumo.

Chamadas

Consiste na cobrança de valores por chamadas efectuadas ao

valor mínimo de 50 kwanzas.

Usam-se diferentes redes de telefone, o uso no minuto,

unitel, movicel ou telefone telo.

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Vendedoras de fardo

Consiste na revenda de roupa usada, este é um grande

negócio de subsistência nos dias de hoje.

As potenciais compradoras são jovens do sexo feminino,

sobretudo as funcionárias públicas, por gostarem de andar sempre

aperaltadas.

Matraquilhos

Consiste na cobrança de valores monetários pelos jogos,

resultante da utilização de matraquilhos.

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Zungueira

As mulheres zungueira, geralmente, provenientes das

províncias do Sul de Angola, são vistas como batalhadoras, pois

carregam à cabeça muito peso e andam largas distâncias.

Os produtos por elas comercializados, vão desde a fruta,

legumes, peixe fresco, peixe seco, tachos, mochilas, livros, utensílios

plásticos, como calçado, bacias, roupas, bijuterias, brinquedos, etc.

Ficam na rua até tarde, no final consomem bebidas

alcoólicas e falam dos companheiros e das suas experiências de

vida.

Como discipliná-las para depois de atingir o nível de

satisfação, tratarem da casa, do marido e dos filhos?

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Serviços de beleza

Consiste na prestação de serviços de cabeleireiro, barbearia

e estética. Estes trabalhos têm vindo a ganhar raízes, constituindo-

se numa importante fonte de subsistência. Quem presta estes

serviços são jovens de ambos os sexos, muitas vezes sem qualquer

tipo de formação.

É importante realçar que também são prestados serviços

ambulantes de pédicure e manicure. São verdadeiros artistas, que

precisam de ser formados para que adquiram boas práticas e

cumpram com o calendário de vacinas.

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Lavadores de carro

É um negócio que persiste, é executado por jovens do sexo

masculino, muitas vezes na via pública em horários, em que os

órgãos de fiscalização estão dormentes.

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Arrumadores de carro

Consiste na arrumação dos carros, dando lugar a um outro

condutor, mediante pagamento.

Fotografia e Fotocópia de Documentos (KONICA)

Estes negócios, liderado por chineses, encontram-se

localizados em quase todo o território nacional.

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Raves (festas de bairro)

É frequente vermos nas zonas suburbanas a publicidade de

raves, Rave da saia curta, Rave da T-shirt molhada, rave da espuma

são na realidade, festas, em que as entradas, são pagas, mediante

acesso a duas bebidas grátis e poderão assistir aos espectáculos,

desfile de strep tease.

Seguem os nomes de algumas festas:

Festa do Chuchuado Festa do Tschuna Baby

Festa do Aroma Festa da Saia Curta

Arrendamento de quartos

Este é um negócio que garante a subsistência a muitos

angolanos, sobretudo nas zonas periféricas.

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Armazéns de processo

Consiste em guardar os produtos resultantes da venda do dia

em arcas domésticas nos quintais, geralmente os produtos frescos.

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Venda de medicamentos

Consiste na venda de medicamentos de forma ambulante,

este negócio tem sido fortemente combatido, mas ainda é persiste.

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Boutique ambulante

Venda de roupas, nos locais de trabalho, cujo fitting, são

geralmente as casas de banho das instituições ou empresas e tendas

nas ruas.

Quitanda

Consiste num negócio desempenhado por mulheres muitas

vezes à porta de casa. Comercializa-se geralmente produtos frescos,

como a cebola, tomate, folhas, produtos da terra, como a farinha,

feijão, carvão e outros.

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Erradamente vemos igualmente a venda produtos frescos,

como carne e peixe sem obedecerem os padrões de conservação.

Venda de cabelo importado

Venda de cabelo humano importado para revenda em salões

de beleza, proveniente, geralmente do Brasil, Índia, China e

Tailândia.

Este negócio é geralmente, transaccionado por mulheres.

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Venda de resíduos sólidos (extracto jornal)

Milhares de famílias do cazenga e dos municípios limítrofes

encontram na venda de resíduos sólidos no posto de transferência

Kalawenda, uma forma de sustento. Esta é uma nova oportunidade

de negócio, que contribuirá certamente para a redução da pobreza

em Angola.

Promovido pelo governo provincial de Luanda, o projecto “

LUANDA LIMPA” ajuda a manter as ruas mais asseadas e

organizadas, ao mesmo tempo que beneficia quem vende o lixo.

A secção de recepção de resíduos sólidos é reservada ao

registo dos vendedores e à facturação. Aqui, os vendedores

apresentam o recibo da quantidade dos sacos comercializados e é-

lhes passada a factura, para depois receberem o dinheiro

correspondente no BPC.

O lixo é um negócio lucrativo e positivo para o meio

ambiente se for correctamente tratado.

Dina Bernado, moradora no município do cazenga, considera

a venda do lixo rentável e afirma que encontrou nesta actividade a

melhor forma de conseguir dinheiro para sustentar os filhos. “Com o

dinheiro que arrecado na comercialização do lixo, consigo comprar

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comida, material escolar, e outros bem para casa”, explica, ao

mesmo tempo que esclarece ter iniciado esta actividade no segundo

dia do início do projecto.

Segundo ela, a grande vantagem do “LUANDA LIMPA” é o

pagamento ser efectuado na dependência do BPC, o que permite às

pessoas poderem fazer poupança.

Lutemuca da costa, outra comerciante de resíduos sólidos,

referiu que a decisão do governo provincial em comprar lixo à

população vai ajudar muitas pessoas a libertarem- se da pobreza

que aflige muitas famílias e a ter uma cidade cada vez mais limpa.

“Sinto me orgulhosa daquilo que faço”, frisou.

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O lixo que vende resulta da produção diária da sua residência

e na recolha que faz durante o dia. “ O pouco que consigo amealhar

ajuda a minimizar algumas carências existentes em casa”, referiu.

Cecília Domingos está no posto do kalawenda a vender lixo.

Humildemente, disse que para, conseguir um pouco mais de

dinheiro, tem de recolher quantidade para vender. “O preço

estipulado na compra é muito baixo para o esforço que é feito e isso

tem criado alguma desmotivação por parte dos vendedores”,

adiantou.

“Dinheiro no banco”:

Depositar dinheiro na agência bancária é uma forma comum

de investimento, mas serve como suporte para a realização de

sonhos pessoais e para casos de emergências. Cecília Domingos,

garante que tem mantido os valores de venda do lixo no banco. “Lá

fica mais seguro e só levanto quando necessito. É uma poupança

que faço”, afirmou.

Para Gertudes Tomas, este tipo de negócio, que é

menosprezado por muitos, é rentável e está a ajudar muita gente.

“Com paciência, a vender o lixo a 100 kwanzas, em cinco dias

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consigo 500 kwanzas. Para mim já é muito, reconheceu, acreditando

que antigamente o lixo não tinha valor e que esta medida foi bem

tomada.

Proibição às crianças:

As pessoas menores de 18 anos estão proibidas de vender

lixo em qualquer posto de transferência de resíduos sólidos

espalhados na cidade de Luanda. Gertudes Domingos regozija-se

com esta medida tomada pelo governo de Luanda, por considerar

que assim as crianças não abandonam os estudos para venderem

lixo. “ Muitas crianças estão viciadas em arranjar dinheiro. Com esta

oportunidade, muitas delas podiam fugir da escola para procurar

lixo para vender, por isso a proibição foi bem tomada”, considerou.

“Adesão”:

O gestor do ponto de transferência do lixo de Kalawenda, no

município do cazenga, Agostinho Kiosa, garante que a adeão é

grande, embora no início as pessoas estivessem cépticos.

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Este posto recebe diariamente mais de 500 sacos de lixo. Os

preços são uniformizados, uma vez que os resíduos sólidos não são

pesados. Agostinho Koisa afirmou ainda que por cada saco de 50 ou

100 litros é paga a quantia de cem kwanzas.

Os pontos de transferência compram todo o tipo de lixo

doméstico.

Não são aceites pedra, areia cimento, entulho, carcaças,

electrodomésticos, líquidos, lixo hospitalar, pilhas, baterias, óleos,

ou seja, materiais em decomposição e tudo o que seja perigoso para

a saúde. O lixo de ser entregue em sacos de apropriados de 50 a 100

litros.

“Transporte de resíduos”:

A distância e a falta de meios para transporte de lixo têm

sido o grande calcanhar de aquiles. Agostinho kiosa explicou que é

obrigação dos vendedores levarem o lixo até ao ponto de

transferência e depois receberem as suas gratificações.

Inicialmente o projecto foi concebido para encorajar as

pessoas a não guardarem o lixo em casa. O gestor do posto de

transferência de Kalawenda, acrescenta ainda que os cidadãos que

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vivem distantes do ponto de transferência e que não têm a

possibilidade de transportar o lixo, têm os camiões, que recolhem e

depositam no aterro sanitário dos Mulenvos. Todo o lixo que é

transportado pelos nossos meios, de casa dos cidadãos até ao

aterro, não é comercializado, referiu.

O projecto é de âmbito provincial e pode expandir-se a

outras províncias. Em Luanda, estão em funcionamento três pontos

de transferência: o de Kalawenda, no cazenga; embondeiro rasta,

no Kilamba kiaxi; e zango, em viana.2

2 Fonte: Jornal de Angola

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Agostinho Kiosa adiantou que está para breve a inauguração

de mais cinco pontos no cazenga e um no tunga ngó, município do

rangel, para dar maior abrangência à venda dos resíduos sólidos por

parte dos munícipes, referiu. O meu apelo vai no sentido de os

munícipes do cazenga não guardarem o lixo em casa levando-o ao

posto para a sua comercialização, salientou. Aos que vivem longe

sugere que optem por alugar motorizadas de três rodas,

“Kupapata”.

“Colaborem para melhor manter luanda limpa”, concluiu

Agostinho Kiosa.

Em breve, vai dar-se início ao processo de reciclagem do lixo

para a sua valorização.

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Venda de combustível e petróleo

Venda de combustível, de forma avulsa em bidons ou em

garrafas pequenas.

Colocam nos carros ou em motorizadas, através de

mangueiras.

Intermediários

Consiste na intermediação de assuntos mediante

pagamento, pela prestação de serviços, desde o tratamento de

documentos a assuntos ligados a imobiliária. É um trabalho

realizado essencialmente por jovens de sexo masculino.

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Engraxador de Sapatos Esta actividade é exercida por garotos, isto é, crianças ainda

em idade escolar, nas esquinas debaixo dos edifícios na baixa de

Luanda.

Biscateiro

Homens que realizam esporadicamente pequenos serviços,

como trabalhos de canalização, sanitários, mudança de lâmpadas

nas viaturas, entre outros.

Casa de tranças

Negócio que consiste na realização de tranças, geralmente a

crianças, esta actividade surge do agrupamento de jovens do sexo

feminino.

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Venda de vernizes

Venda de vernizes de forma ambulante. Este negócio é

exercido por homens, que também fornecem os produtos a salões

de beleza.

Ardinas

Venda ambulante de jornais por parte de jovens rapazes. Alfaiate e Costureira (trajes africanos)

Criação e venda de diferentes peças de roupa, geralmente

com tecidos africanos a baixo custo.

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Venda de disco

Venda ambulante de discos piratas, isto é, discos gravados

em estúdios piradas sem a permissão dos artistas.

Recauchutagem

Reparação de pneus ao longo das vias. Este trabalho é

realizado por jovens rapazes e trata-se de um serviço útil que

necessita de expansão e organização.

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Barbearia

Trata-se de uma actividade em que as pessoas cortam o

cabelo ou fazem a barba aos clientes. Este negócio encontra-se em

franca expansão sobretudo nas zonas suburbanas.

Salões de beleza

É uma actividade cuja especialidade é lidar com tratamentos

de cosmética que aprimorem a aparência das pessoas, este negócio

geralmente é exercido por jovens na maioria dos casos sem

formação.

Ajuda a carregar os sacos de compras

Este é um trabalho exercido por jovens geralmente menores

de idade, oriundos das províncias, em que ajudam os consumidores

a transportarem as suas compras, quando vão aos mercados e/ou

supermercados.

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Venda de vasilhame

Esta actividade consiste na recolha de garrafas de cerveja

estrangeiras (e outras), nas ruas e quintais. Quem desenvolve esta

actividade, são sobretudo jovens desempregados que pernoitam

perto das cantinas, roulottes e restaurantes da cidade, onde os

clientes consomem cervejas.

Vendem a grade de duas dúzias de garrafas a 25 kwanzas.

“Clínicas” para Reparar Avarias de Telemóveis (Negócio Moderno em Luanda)3

Negócio executado principalmente por homens numa

“clínica” de rua, em que reparam telemóveis avariados, fazendo de

tudo um pouco, troca de visor, bactéria, teclados, entre outros.

Encomendam as suas peças de substituição da China, Dubai ou

Namíbia.

Muitos deles afirmam que já conseguem viver apenas deste

Trabalho. As peças para garantir este tipo de trabalho vêm de peças

3 Fonte: Jornal de Angola

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sobressalentes retirada de outros telemóveis fora de uso que

compra aos clientes. Por dia contam em média com 10 clientes e

chegam a lucrar 300 usd por mês.

Todos os técnicos das “Clínicas” têm um ajudante no

negócio. Muitas vezes porque um sozinho não consegue o dinheiro

diário suficiente para pagar o local onde montam a banca. Mas

também é importante trabalhar a dois, sobretudo quando é

necessário procurar um na clínica.

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Venda de carvão

Construção civil

Este negócio passa pela elaboração e venda de blocos, bem

com a venda de areia e burgalho.

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Ensino

Esta actividade passa por dar explicações, sobretudo a

crianças de ensino primário, em casas privadas, quintais ou em

áreas abertas.

Hotelaria Os PH/ por hora

Negócio realizado em pensões que consiste no

arrendamento de quartos, por hora.

Venda de galinhas vivas

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Capí tulo IV

TRANSPORTE

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TRANSPORTE

Transportar pessoas exige o cumprimento de regras de

domínio rodoviário e também do domínio urbanístico e cívico.

Exige responsabilidade e segurança.

Os kupapatas

Consiste no transporte de pessoas em motorizadas sem

licença e muitas vezes sem capacete, é um trabalho que ocupa

principalmente os jovens, das zonas suburbanas, em toda a

extensão do País.

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Candongueiros

Transporte de pessoas e bens, em toda extensão territorial,

entre municípios e muitas vezes entre províncias, são geralmente

identificados com denominações criativas, com por exemplo: “20te

buscar, os gostosos”.

Venda de carros:

Consiste nos serviços de carros de táxi nas zonas urbanas de

forma informal.

É um negócio que ainda persiste, embora a interdição de

entrada de carros com mais de 5 anos.

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Capí tulo V

ECONOMIA SOCIAL

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ECONOMIA SOCIAL

Impactos:

Social: contribuir para o desenvolvimento da comunidade.

Económico: São fonte de renda de muitas famílias, pois

permite a satisfação das necessidades básicas.

Ambiental:

Objectivo: redução da pobreza

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Capí tulo VI

CRÉDITO

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CRÉDITO

Hoje em dia o microcrédito, é uma ferramenta financeira

que serve para tirar do informal, alguns negócios.

Em Angola foi criado, o Balcão único do empreendedor,

abreviadamente, designado por BUE 2012.

Requisitos necessários para abertura do negócio

1. Declaração da comissão de moradores

2. Atestado de residência para efeito de abertura e legalização

do meu negócio junto ao bué.

3. Fotocópia do Bilhete de Identidade

4. Uma fotografia tipo passe

5. Factura proforma

6.

Estatísticas de microcrédito, a conceder, pelos Bancos: Requisitos para abertura do negócio Banco

1. Duas fotografias

2. Fotocópia do Bilhete de Identidade

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3. Documento da localização do negócio (crockis de

localização)

4. Duas testemunhas para credibilidade.

Banco microfinanças

Documentos para ter acesso ao financiamento

Projecto de Negocio

Eu Graça, filha -----------, e de-------Nascida, aos ------- Natural de ----- Bilhete nº----p/ indentif/-------- luanda ----. Eu pretendo manter-----

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POUPANÇA Quando falamos, em poupança, a nossa mente remete-nos para

uma renda considerável, um salário grandioso, que após os

compromissos familiares ainda nos restam reservas para

satisfazermos as nossas necessidades, comprando produtos

prazerosos e experimentando, novas emoções.

A premissa que se coloca é saber realmente quem consegue

poupar, num Mundo em que cada vez mais o nível de vida se revela

assustador em termos de subida de preços de produtos e serviços

para as necessidades básicas.

Mas quem realmente pode poupar, pobres, ricos?

Desde que não nos encontremos, numa situação de extrema

pobreza, é possível poupar, quer diariamente, semanalmente ou

mensalmente, não interessa quanto, mas a verdade é que grão a

grão, se faz uma montanha.

O que significa poupar afinal?

Poupar significa, gastar melhor.

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Quando devemos começar a desenvolver hábitos de poupança?

As crianças devem ser incentivadas a poupar, devem ser

ensinadas a fazer escolhas, devem aprender a comprar o que

necessitam e não aquilo que querem.

Fazer poupança, garante um futuro melhor.

Podemos pensar numa ideia e pensar em materializa-la, a

implementação de um investimento implica recursos financeiros, ou

seja dinheiro, por isso poupar agora, proporcionará o bem-estar

amanhã.

A sensibilização das crianças em particular, para as questões

de poupança, bem como a explicação do que é o dinheiro, é de

extrema importância, no entanto as acções interactivas com vista a

contribuir para um crescimento responsável, devem ser exercidas

de forma regular.

As dificuldades que hoje os Países atravessam, face as crises

económicas, são motivo de reflexão.

Aconselhar a colocar de lado uma pequena poupança, nestas

adversidades, não é tarefa fácil, mas possível.

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Incentivar as crianças a terem um mealheiro, elaborado

mesmo em escolas com material reciclado, é um bom começo.

Saber gerir a semanada e mesada, são tarefas que devem

aprender desde cedo, aqueles que dela beneficiam.

Aos encarregados de educação que têm a possibilidade de

atribuir mesadas e semanadas, estejam certos de que desta forma

estão a estimular várias competências, nomeadamente, a ganhar

autonomia.

A mesada ou semanada deve constituir um ganho e não

motivo de ostentação.

Cada pai deve conhecer, o nível de responsabilidade de cada

filho, para decidir quanto pode delegar.

Para umas crianças a mesada, serve apenas para gerir

refeições para outros constitui uns extras.

É prioritário passar a mensagem desde cedo, que não é fácil

ganhar dinheiro por isso devemos poupar para garantirmos o nosso

futuro.

Para as nossas mulheres, um recado as financeiramente

independentes.

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O nosso marketing pessoal é importante, o uso de produtos

de luxo, dá-nos a imagem de possuirmos um certo poder financeiro,

mas é necessário pensarmos no futuro, mas a chave para o

investimento, é a poupança.

O mundo precisa de cidadãos financeiramente responsáveis.

Poupar é construir, um futuro seguro melhor.

Micro crédito - até 1.000.000 Akz/ usd 10.000

Carta de solicitação de credito dirigida a direcção comercial

Cartão de contribuinte

Cartão de Sanidade

Balanço patrimonial e demostração de resultados

Plano de investimento (plano de negócio), Declaração de

dividas Estrato bancário dos últimos 6 meses

Comprovante de pagamento de serviço de telecomunicação,

impostos, eletricidade e água.

Documentação legal caso seja (Empresa)

2 fotografias

Atestado de residência

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Registo criminal

Fotocópia do B.I

Carta dirigida ao Balcão Bué

O projecto

Comprovativo da Comissão de bairro que atesta a residência

ou da administração do condomínio.

Factura proforma dos produtos p/ abertura do negócio.

TERMOS E CONDIÇÕES

Pelo presente termo o banco informa que:

a) O prazo para análise e aceitação ou recusa da concessão do

crédito é de oito (8) dias úteis, a contar da data de entrega

completa da documentação;

b) A solicitação do crédito só será considerada valida e aceite

após a entrega completa de todos os documentos exigidos

pelo banco e com o cumprimento de todas as formalidades;

c) O não cumprimento destas exigências reserva o banco no

direito de recusar o recebimento da documentação;

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O solicitante declara que entendeu e aceita os termos e condições

apresentados pelo banco para a abertura da solicitação do crédito.

O solicitante Banco

Entreguei Recebi

Luanda---------,--------,201

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Responsabilidade dos fornecedores

Os actores destes serviços, têm a responsabilidade de

prestar aos consumidores um serviço seguro, que não coloque em

risco a segurança dos cidadãos.

Emitir facturas;

Dar os trocos em dinheiro e não espécie;

Respeitar os prazos de garantia, estipulados por Lei;

Comercializar os produtos dentro do prazo de validade;

Cumprir com as temperaturas para conservação de cada

produto, tecnicamente adoptado;

Responsabilizar-se pela higienização da área circundante;

Manter o espaço higienizado;

Acondicionar perfeitamente as mercadorias, não permitindo

que estejam em contacto com o chão e mantê-las afastadas

da parede.

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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GRÁFICOS DOS NEGÓCIOS POPULARES

Abaixo podem ser consultados os gráficos que apresentam a

proporção dos homens e mulheres que são arrumadores de carros,

kínguilas, zungueiros e estéticos.

15%

75%

KÍNGUILAS

HOMENS 15%

MULHERES 75%

ARRUMADORES DE CARROS

HOMENS 100%

MULHERES 0%

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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NOTA: Os serviços de estética ambulante são maioritariamente exercidos por homens.

99

1

ZUNGUEIROS

MULHERES 99%

HOMENS 1%

0%20%40%60%80%

100%

ESTÉTICAPROFISSIONAL

ESTÉTICAAMBULANTE

HOMENS 40% 100%

MULHERES 60% 0%

HOMENS

MULHERES

ESTÉTICA

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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Segue o mapa dos arrumadores

Controladores de Carro na rua

Estacionar Vagas Rotatividade Lavagem de carro Freq. lavagem

Equipa controlares horario

Mín, Máx. Mín. Máx

. Mín. Min. Máx. Mín. Máx

200,00Kz

500,00Kz 10 20 1 a 2

500,00Kz

1200,00Kz 5 10 3 5

350,00Kz 15 1,5

850,00Kz 7,5 4

Total médio Control 7,875,0Kz

Total médio Lavagem

6,375,0Kz

Total médio por dia 14,250,0Kz

Dias por mês 22,0Kz

Total médio por mês por Equipa 313,500,0Kz

Total médio por mês por Elemento 78,375,0Kz

Considerações:

1 - Este trabalho é desenvolvido, em grupo de 3 a 5 indivíduos, por

quarteirão, com abordagem directa aos condutores do carro, sendo

estes responsáveis pela arrumação e controlo da viatura, até que o

condutor deixe o lugar reservado, pelos arrumadores;

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2 - A rotatividade, por troca de cliente anda a volta de 4 horas,

poderá no entanto diminuir ou aumentar, depende da necessidade

de cada um, muitas vezes em resolver assuntos ou serve mesmo

como reserva de lugar, durante as horas de trabalho;

3 - A lavagem de carros, actualmente mais cuidada, devido às

restrições impostas, pelos governos provinciais no que toca a

lavagem de carros na via pública, ainda que limpa quase a seco,

constitui um valor acrescentado ao negócio de arrumadores de

carros.

QUAL ‘BASE DA PIRÂMIDE’?

Artigo Elaborado pelo Eugenio Viassa Monteiro

4

Quando a crise arrefece a fúria de comprar; quando as

multinacionais saturadas, vendem cada vez menos no seu segmento

rico; quando os lucros declinam ou passam para o vermelho; há

quem comece a vislumbrar que há ‘vida’ para além dos ricos.

4 Professor da AESE e presidente da AAPI

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E que os pobres têm as mesmas necessidades, de satisfazer a

fome, ter saúde e desfrutar de um mínimo de comodidades.

Mesmo sem conhecerem termos glamorosos como a

‘riqueza na base da pirâmide’, os operadores indianos de telefonia

móvel constataram que em cada baixa de preço da comunicação

entrava uma catadupa de novos assinantes. Assim, o fenómeno uma

vez descoberto só precisava de ser alimentado com sucessivas

reduções, até o telefone móvel alcançar mesmo os mais destituídos.

É por isso que, com a liberalização das telecomunicações, se passou

de pouco mais de 5 milhões de linhas de rede fixas, em 1995, para

as actuais 950 milhões de linhas de rede móvel a acrescentar às 36

milhões de linhas de rede fixa!

Admite-se que das 950 milhões, estarão ativas mais de 780

milhões. Num estudo realizado por uma grande instituição

financeira, concluía-se que o simples facto de se estar conectado

acrescentava $51 dólares ao PIB per capita, cada ano. Interesante,

não é? E o Governo Indiano, nos tempos do negro socialismo, que

espalhou pobreza durante 43 anos, considerava o telefone um

produto de luxo!

E o benefício quer para o rico, mas sobretudo para o pobre,

é notável: qualquer artesão, agricultor ou pescador tem, quando

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está conectado, mais solicitações de trabalho, que pode ir gerindo

dentro da sua ‘agenda’ de trabalho. Desta forma todos ganham:

quem fornece um produto ou serviço e quem o compra; e também

as operadoras de telefones. E evita-se ‘perder tempo’, tanto para

vender, como para comparar preços, ou dar um recado. Tudo

vantagens…

Contava-me pessoa amiga que muito antes de certos

conceitos, como o 2 em 1 ou o 3 em 1, aparecerem em Lisboa –em

produtos de higiene ou de cuidado do cabelo ou da pele, que

juntavam vários ingredientes para fazer um produto multifunções,

mais económico e acessível–, ela já o vira, mais de um ano antes,

em Calcutá…

Como resultado desta nova mindset, as multinacionais estão

a apostar em centros de I&D na India (já são mais de 1031 e só em

2012 foram novas 25 multinacionais), em busca do que se chamou a

frugal innovation, com poucos meios, que põe a imaginação a

funcionar com grande foco, para criar melhorias na robustez e

performance acompanhadas de forte redução de custos; e fazendo

assim penetrar os produtos até estratos de população muito pobres.

Por exemplo, a GE tem um centro I&D em Bangalore que está a

lançar novos produtos, muito mais em conta, que depois são

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vendidos nos EUA. Fez isso com o electrocardiógrafo, agora vendido

por $500, 1/10 do preço anterior. Mais recentemente uma

incubadora para prematuros, que vai vender por 50.000 rupias

($850), ¼ do preço anterior.

Há toda a vantagem de ampliar a base de compradores, para

obter economias de escala, com redução de custos, obrigando-se a

inovar. E, apesar de se ganhar muito pouco com cada cliente, ao

serem muitos, o resultado é bastante satisfatório. Este parece o

caminho certo: apontar para as grandes massas de potenciais

consumidores que foram desprezados. Os ‘ricos’ continuem a

consumir ‘aquela sua marca’, pagando uma cara ‘exclusividade’.

Seria importante que empresas farmacêuticas aprendessem isso

depressa. Vender caro e com altas margens para pagar a

investigação parece algo terrível e obsoleto, quando estão em jogo

vidas humanas. Em lugar de vender a altos preços, para uns ricos ou

com comparticipações, deveriam pensar na imensa população do

globo, potencial compradora, sempre que os preços fossem

acessíveis.

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RUMO À FORMALIDADE

João Candimga, era Roboteiro estudou até a sexta classe.

Um dia conversando com um amigo, que tinha uma janela aberta

com alvará, contou-lhe o seu passado, pois tinha sido, também

roboteiro, mas conseguiu um espaço, onde montou um contentor e

foi a administração legalizar.

Obteve o alvará e tem mais um trabalhador. Hoje é um agente

económico e cumpre com todas as formalidades, João Candimga, já

está no sector formal.

SABIA QUE…

As administrações Municipais competem licenciar as

actividades de comércio feirante, ambulante, vendedores de

mercados municipais urbanos, suburbanos e rurais;

Aos governos provinciais, compete licenciar, o comércio

geral, comércio precário, prestação de serviços mercantis, através

de estabelecimentos de pequena dimensão.

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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS EM ANGOLA

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CONCEITOS

Comércio a retalho – É a actividade comercial que consiste na

aquisição de produtos de determinado ramo de actividade,

directamente aos consumidores em estabelecimentos apropriados,

ou em lugares permitidos por lei.

Comércio precário - É a actividade e a retalho, em estabelecimento

de construção convencional nas zonas rurais ou suburbanas.

Agente económico – Toda a pessoa jurídica, que exerce actividade

comercial e económica proporcionando a outrem certo resultado do

seu trabalho.

Estabelecimento comercial – É a instalação de carácter fixo e

permanente, destinado ao exercício regular da actividade comercial.

Venda ambulante – É aquela que se realiza fora do estabelecimento

comercial permanente, de forma habitual, ocasional, periódica ou

continuada, em perímetros ou locais devidamente autorizados,

instalações desmontáveis e transportáveis, incluindo roullotes.

Fonte: Lei das actividades comerciais, Lei 1/07 de 14 de Abril de

2007.

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Alvará comercial - É um documento que garante a autorização para

o funcionamento de qualquer empresa comercial.

GLOSSÁRIO

Kixiquila - Clube de poupança informal. Consiste em agrupar várias

pessoas para contribuição de um valor harmonizado em que cada

um recebe o mesmo valor de forma sequencial.

Funciona como um clube d poupança e serve para resolver, muitos

problemas de ordem social.

Nas classes mais baixas, a prioridade, vai geralmente para a compra

de blocos, cimento.

Kilape - Compra em regime de fiado, ou seja o pagamento e

efectuado em data a acordar após a obtenção do produto

Jaba - Dinheiro

Kinguila - Trocador informal de moeda

Cantinas - lojas de proximidade, de pequena dimensão,

vulgarmente geridas por MAMADOS.

Arreiou - baixa de preços

Roboteiro - Carregador de mercadoria

Kupapata - Motorista " moto táxi"

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Roboteiro - Carregador de mercadorias, funcionam geralmente

junto aos mercados.

Bilo - Luta

Kandongueiro - Táxi colectivo

Bifeiro - Intermediário de negócios em armazéns, nas zonas

suburbanas.