48
ASSOCIATIVISMO Felgueiras tem uma das mais baixas taxas de desemprego do país Pág. 24 TRABALHO Despedimento sem justa causa é permitido no Brasil Pág. 6 ATUALIDADE Governo prepara alternativa à decisão do Tribunal Constitucional Pág 3 “Senhor Presidente, não promulgue esta Lei dos Despejos!” Pág. 19 ARRENDAMENTO Nº 1453 / 13 de julho 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa Fundos de revitalização empresarial ficam operacionais em setembro Págs. 4 e 5 PUB 9 720972 000037 01453 PUB PUB NELSON SOUZA, DIRETOR-GERAL AIP-CCI, CONSIDERA Portugal pode obter mais 22 mil milhões de fundos estruturais Pág. 7 Sonae, SGPS é uma oportunidade de compra A Sonae, SGPS, ao preço a que está a cotar agora, é uma oportunidade que não pode ser ignorada, defende Emília O. Vieira, presidente da Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios. O preço corrente de mercado, por ação, das participações da Sonae, SGPS (na Sonae Sierra e Sonae.com) é de cerca de 0,42 euros por ação, ou seja, quase a cotação atual de mercado da empresa, que é de 0,43 euros. Pág. 15 BOLSA

NELSON SOUZA, DIRETOR-GERAL AIP-CCI, CONSIDERA Portugal

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

ASSOCIATIVISMO

Felgueiras

tem uma das mais

baixas taxas

de desemprego

do paísPág. 24

TRABALHO

Despedimento

sem justa causa

é permitido

no BrasilPág. 6

ATUALIDADE

Governo

prepara alternativa

à decisão

do Tribunal

ConstitucionalPág 3

“Senhor Presidente, não promulgue esta Lei

dos Despejos!”Pág. 19

ARRENDAMENTO

Nº 1453 / 13 de julho 2012 / Semanal / Portugal Continental ���2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

Fundos de revitalização empresarial fi cam operacionais em setembro

Págs. 4 e 5

PUB

9 720972 000037

0 1 4 5 3

������������������������������� �����

����� �� ����� �����������������������������������������������������������

PUB

PUB

NELSON SOUZA, DIRETOR-GERAL AIP-CCI, CONSIDERA

Portugal pode obter mais 22 mil milhões de fundos estruturais

Pág. 7

Sonae, SGPS é uma oportunidade de compraA Sonae, SGPS, ao preço a que está a cotar agora, é uma oportunidade que não pode ser ignorada, defende Emília O. Vieira, presidente da Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios. O preço corrente de mercado, por ação, das

participações da Sonae, SGPS (na Sonae Sierra e Sonae.com) é de cerca de 0,42 euros por ação, ou seja, quase a cotação atual de mercado da empresa, que é de 0,43 euros.

Pág. 15

BOLSA

2 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

ABERTURA

Top da semana

SANTOS PEREIRA

o ministro da Economia tem razões para estar satisfeito, ainda que o

cenário não seja para embandeirar em arco. A economia acelerou em maio, sobretudo devido a um aumento de cerca de 30% das exportações para fora da União Europeia. Um bom sinal, já que significa que as empresas estão a diversificar a sua atividade em termos geográficos. Por outro lado, foram assinados 60 contratos com empresas de exploração mineira. É a oportunidade de injetar alguma liquidez num setor que estava quase moribundo.

PAULO MACEDO

O ministro da Saúde mostrou uma enorme inabilidade política para lidar com o sindicato dos médicos. É preciso não esquecer

que a sua posição inicial foi de arrogância, esquecendo que este é um dos setores mais complicados de tutelar, até pela força que a classe médica possui. Ainda que tenha recuado, fê-lo com pouca convicção e sempre numa atitude de estar do lado da razão. Por resolver está ainda a questão dos enfermeiros. Este Governo está a exagerar nos cortes cegos, o que lhe poderá sair muito caro.

MIGUEL RELVAS

Miguel Relvas tornou-se o alvo preferido da

comunicação social. E pode-se dizer que por opção própria. Tudo teve início com a falta de discernimento no caso do jornal “Público”. Depois a sua licenciatura a jato. O segundo na hierarquia do Governo está a colocar o próprio primeiro-ministro numa situação incómoda. É certo que se trata de uma questão essencialmente política, mas Relvas sai com a imagem fragilidade e o mesmo se estende à Lusófona, entidade que corre o risco de perder alunos.

EXPANSIÓN

Eurogrupo disposto a dar mais um ano a Espanha

Os ministros da Economia da Zona Euro revelaram abertura para darem mais um ano a Espanha, em 2014, em vez do ano que vem, para o país corrigir o seu défice excessivo.A intenção é que a Espanha consiga colocar o seu défice abaixo dos 3% do PIB. Em contrapartida, Bruxelas vai exigir ao Governo espanhol que adote medidas adicionais no imediato para fazer os ajustamentos relativos ao presente exercício. Além disso, a Espanha terá de apresentar no final de julho um plano orçamental plurianual para os dois próximos anos. As medidas para redução do défice terão de ser apresentadas ao detalhe por parte do Executivo.

LES ECHOS

BCE garante permanência do euro

O euro está para durar e a Zona Euro vai tomar as medidas necessárias para garantir que tal suceda, garantiu o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, durante uma audição perante o Parlamento Europeu.Considera que muito

foi feito ao nível dos estados e da Zona Euro, em termos de reformas económicas e de governação. No entanto, também admite que é fundamental a aplicação plena dessas medidas. Foram louvados os esforços que têm sido feitos por países como a Irlanda, Portugal, a Itália e a Espanha. A Grécia não foi referida pela personalidade máxima daquele banco central. As reformas ainda estão no seu início, daí os cidadãos não se aperceberem dos seus resultados.

THE WALL STREET

JOURNAL

Fed terá de avançar com mais medidas extraordinárias

Tendo em conta os critérios que a Reserva Federal definiu para si própria, os dados de emprego dececionantes justificam outra ronda de medidas extraordinárias na maior economia do mundo.Os responsáveis políticos da Fed tinham prometido tomar medidas para fomentar uma melhoria prolongada das condições do mercado laboral. Mas as melhorias não aconteceram e há margem suficiente para a Fed tomar medidas enérgicas. Acontece que o mercado laboral não está a passar por um contratempo, antes se está perante um abrandamento da economia dos Estados Unidos.

ImprensaEM REVISTA

Icelpasta ................. Pág. 10

Empresa de papel abre capital e promove projeto de internacionalização

Forum Sintra .......... Pág. 10

Mobilidade e gestão eficiente mudam mercado dos centros comerciais

Fiscalidade ............. Pág. 31

APOTEC regressa à Comissão de Normalização Contabilística

Tecnologias ........... Pág. 32

HP agarra novas oportunidades no mercado da impressão

Grupo Eurotel ........ Pág. 34

Operadores resistem ao aumento dos preços no setor hoteleiro

Blink ........................ Pág. 35

Plataforma de marcação “last minute” negoceia preços ao dia

ACAP ...................... Pág. 37

Automóvel reclama dotação específica no crédito PME Crescimento

Mercedes-Benz Port. ..... Pág. 46

Filtro de partículas diesel é amigo do ambiente e inimigo da carteira

Automóvel .............. Pág. 46

ALD Automotive testa “car-sharing” em veículos elétricos

Nesta edição

07 Atualidade

Portugal pode obter mais de 22 mil milhões de fundos estruturais

08Internacional Comissão Europeia quer

aumentar proteção ao cliente bancário

11 Atualidade Arbitragem é uma forma

de homologar verdadeiros roubos ao Estado

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 2º 4000-263 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000 - 081 Lisboa • Tel 210 129 550 • E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

16.900

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 •

ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

A óbvia necessidade de qualificação dos portugueses levou o Governo de José Sócrates a lançar um programa para adultos que ficou conhecido pela designação “Novas Oportunidades”.

Muitos o utilizaram e bastantes dele retiraram proveito, por entre as habituais trafulhices de alguns que dele se aproveitaram para enriquecer à custa do dinheiro fácil do Estado. Não ignoro que, por encomenda do Governo de Passos Coelho, o Instituto Superior Técnico procedeu a uma avaliação dos resultados desse programa e concluiu pelo seu reduzido efeito, nomeadamente na empregabilidade e nos salários. As conclusões dessa encomendada avaliação foi muito contestada pela associação representativa dos profissionais implicados na sua implementação e nesse ensino que qualificaram o estudo (avaliação) como “enviesado”, um “embuste”, “ideologicamente preconceituoso”, e mais ainda. A habitual questão partidária de saber quem lava mais branco…

A partir deste breve histórico eu tinha concluído que as “Novas Oportunidades” tinham ido parar ao baú das “velhas oportunidades” e não se falava mais no assunto.

Enganei-me.Por um lado, mudado o nome, o programa

continuou, agora na linha da tabuada que

orienta o atual governo, alegadamente direcionado para a formação profissional – o que, até, me parece acertado, mas não suficiente, para eliminar, como lixo, o programa do anterior Governo. Por outro, vim a constatar a profunda paixão que alguns dos atuais donos do poder mantinham pelo defunto programa. Afinal o espírito das “novas oportunidades” paira sobre nós!

Claro que na base deste escrito está o “fenómeno” que dá pelo nome de Miguel Relvas (vem aí uma queixa crime, quem me vale?). O seu caso representa, com efeito, o regresso do espírito das novas oportunidades. Refletindo melhor: o espírito das “oportunidades do costume”, aquelas a que só têm acesso os poderosos, os espertos, os que correm mais ou falam mais alto. Os donos dos partidos políticos, afinal, e os seus cúmplices. Como professor universitário que sou há mais de trinta anos, por mim também passaram alguns caciques políticos, pobres ignorantes, mas ilustres distribuidores de prebendas e favores que, à custa disso, lá iam tirando os seus cursos. Um dia voltarei a este assunto e com nomes…

A Universidade Lusófona tem o direito – e tem competência – para atribuir títulos e graduar os seus estudantes. E não duvido por um segundo que Miguel Relvas, enquanto comerciante (na nomenclatura jurídica), e,

também, como jurista com loja de advogado aberta é uma sumidade. Mas não ficaria mal à Lusófona demonstrar a genialidade do rapaz. Estou certo que o faria sem dificuldade e não o fazer é um erro crasso. Eu próprio tenho lido e ouvido, em muitos quadrantes, que o seu saber e experiência em alguns setores – planificação fiscal internacional (off-shores), contratos difíceis e financiamentos fáceis, consultoria de negócios, joint-ventures transnacionais e atividades similares – são inatingíveis pelo comum dos mortais. E até deixo de lado “outros saberes” ligados ao ditado “o segredo é a alma do negócio”, o que, no seu caso, é uma extraordinária mais- -valia.

Uma coisa não percebo, porém. Porque é que “eles” querem todos ser engenheiros e doutores? Não perceberam, ainda, que, nesta sociedade fluida, complexa e de alto risco – mutável a todo o instante —, esse “canudo” não significa nada, salvo se assente numa forte personalidade, na vontade de vencer e em espírito de sacrifício?

Deixem de ser provincianos, todos vós, Sócrates e Relvas, deste tempo de vésperas. Sejam grandes e inteiros, sejam autênticos, nada exagerem nem excluam do que são, ponham tudo o que são no mimo que fazem (Fernando Pessoa/Ricardo Reis).

“Ó glória de mandar! Ó vã cobiça”…

As “oportunidades” do costumePensava que as “Novas Oportunidades” tinham ido parar ao baú das “velhas oportunidades” e não se falava mais no assunto. Enganei-me.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

“A decisão do Tribunal Cons-titucional demonstra que o país é ingovernável e que será muito difícil criar condições para se ul-trapassar a situação de insolvência em que nos encontramos” – disse à “Vida Económica” José Eduardo Carvalho, presidente da AIP.

Segundo refere, a Constituição não está adequada para enquadrar situações de emergência nacional onde será necessário implantar de-cisões excecionais que permitam evitar a bancarrota.

A “Vida Económica” questio-nou vários dirigentes associativos e juristas sobre as duas alternativas que se colocam ao Governo: revo-gar o corte do 13.º e 14.º mês para 2013 na Função Pública, e agra-var o IRS num valor equivalente aplicando-o não só aos funcioná-rios públicos mas também a todos os empregados do setor privado, ou manter o corte do 13.º e 14.º mês para 2013 na Função Pública, alargando-o a todas entidades do setor privado. Neste caso, as em-presas e entidades privadas teriam uma diminuição dos custos sala-riais de valor equivalente, mas po-deriam utilizar essa margem para pagamento de trabalho adicional - a meia hora diária inicialmente prevista – ou para estabelecer pré-mios ou retribuição variável para aumentar a produtividade.

José Eduardo Carvalho não manifesta preferência por uma ou outra solução e reafirma que é im-possível admitir mais pressão fiscal sobre as empresas e os trabalhado-res do sector privado. “Portugal só tem uma forma de crescer: ou com dívida, ou com redução de custos. Através da primeira alternativa são conhecidas as consequências. Resta-nos a segunda. Penso, to-davia, que estão criadas condições para que se proceda à racionaliza-ção de efetivos na administração pública e na local. Esta é, talvez a única consequência da decisão do Tribunal que deva ser aproveitada” – referiu.

Alargamento dos cortes ao setor privado pode diminuir custos das empresas

Já Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP, admite que o alargamento do corte aos pri-

vados, para reduzir os custos das empresas, poderia ser interessante do ponto de vista prático. “Toda-via, apenas poderia ser admissí-vel com muitas limitações. Com efeito, o Estado não pode impor às empresas privadas alterações sa-lariais. Pode criar a hipótese de as empresas privadas recorrerem a tal faculdade. Mas não pode impor ri-gorosamente nada nesse domínio” - adverte.

A hipótese de substituição do corte aos funcionários públicos pelo agravamento de IRS nos sa-lários pagos pelo Estado e pelas empresas privadas parece dificil-mente aceitável. “Na verdade, o Governo sempre anunciou que o ajustamento seria feito através da redução da despesa e não do au-mento da receita” – recorda Rafael Campos Pereira.

Nos termos do compromisso as-sumido com a “troika”, o esforço de equilíbrio orçamental teria de passar em 2/3 pela redução da des-pesa e em apenas 1/3 em aumento da receita.

“Esse compromisso ficaria ir-remediavelmente prejudicado se agora a solução fosse essa.

Penso que já não é possível à

sociedade portuguesa tolerar mais aumentos de impostos, pelo que qualquer aumento seria contrapro-ducente, visto que não iria aumen-tar a receita fiscal efetiva. E, além disso, iria ter como consequência o aumento da informalidade e da evasão fiscal.

Para além disso, ainda retiraria às empresas a margem que as mesmas têm conseguido gerir nos últimos tempos para ajustamentos salariais em baixa” – disse o vice-presidente da CIP à “Vida Económica”.

Dívida pública compensaria cortes

“Não concordo com nenhuma das hipóteses” – considera Antó-nio Teixeira Lopes, presidente da Aran. Ao necessitar de dinheiro, o Governo deveria emitir dívida pública aos portugueses, no valor dos cortes. “Esse dinheiro seria devolvido quando fosse possível, nem que fosse daqui a 20 anos” - afirma.

Concordo com a decisão do Tri-bunal Constitucional, assim deve-rá ser revogado o corte da Função Pública e dos reformados e o mal distribuído por todos.

Corte generalizado será mais simples

Para o advogado António Vilar, as duas soluções indicadas pela “Vida Económica” poderão ser uma alternativa a aplicar no pró-ximo ano. “Parece-me, porém, que será mais compreensível na opinião pública e de menor dificuldade téc-nica proceder ao corte generaliza-do do 13º e 14º mês. Tal opção, porém, quanto aos privados, não reverteria em benefício dos empre-gadores, mas traduzir-se-ia num verdadeiro imposto a favor do Es-tado” – considera o advogado, es-pecialista em direito laboral.

Para António Vilar, o acórdão do Tribunal Constitucional tem duas partes contraditórias: “Na primeira analisa a constitucionali-dade das normas legais submetidas à sua apreciação, concluindo pela sua inconstitucionalidade; na se-gunda parte, a meu ver, sem apoio jurídico algum, anula os efeitos da inconstitucionalidade antes decla-rada por um certo período de tem-po. Nunca vi tal incongruência em decisões deste tipo. A decisão do Tribunal Constitucional é nesse as-peto “inconstitucional”… - refere.

ATUALIDADE

ALARGAMENTO DO CORTE DE REMUNERAÇÕES AOS PRIVADOS É A SOLUÇÃO MAIS PROVÁVEL

Governo prepara alternativa à decisão do Tribunal Constitucional

Tribunal Constitucional anula os efeitos da inconstitucionalidade antes declarada por um certo período de tempo.

Vendas para fora da UE representam 30% das exportaçõesAs exportações de bens portugueses para países fora da União Europeia representaram em Maio 30% do total das vendas para o estrangeiro, revelam dados do INE. É um dos valores mais elevados de sempre das exportações portuguesas, afastando assim os receios de trava-gem nas vendas de bens de Portugal ao exterior, conforme apontavam os dados referentesa Abril.

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 3

Os garimpeiros No antigo Oeste chamavam- -lhes garimpeiros, homens que corriam à aventura em busca de encontrar ouro em condições difíceis. Iam aos milhares atrás de um sonho de felicidade e de um futuro melhor para si e para a sua familia. Esta imagem serve um pouco para retratar o que está a acontecer hoje na agricultura e principalmente com a produção de mirtilos, um pequeno fruto com enormes ptencialidades alimentares, medicinais e de rentabilidade.Muitos jovens agricultores têm vindo a lançar projetos de negócio nesta área. É um sinal positivo, mas, como na corrida ao ouro do velho Oeste americano, há obstáculos e dificuldades. Nem tudo é um mar de rosas. Recentemente, estive em Segóvia, Espanha, com um grupo de jovens agricultores portugueses para visitar algumas plantações de mirtilo, as suas principais variedades, o seu comportamento e a respetiva caraterização. A oportunidade de observar “in loco” os frutos nas plantas imediatamente antes da colheita é uma importante ação de formação para quem quiser lançar-se nesta aventura.É uma aventura, claro, mas uma aventura que se traduz em grande felicidade para quem a abraça, pela realização pessoal, pelo envolvimento emocional, pela rentabilidade que pode gerar. Não me canso de recomendar aos jovens agricultores que estagiem nas explorações dos seus amigos/familiares/conhecidos para conhecer os ossos de oficio de cada uma das atividades agrícolas. E que frequentem estágios em pequenos frutos, apicultura, kiwi, horticultura, floricultura, mirtilos, etc.Verifico que há jovens que desistem porque reconhecem não terem perfil individual paras as suas exigências, como, por exemplo,trabalhar dentro de uma estufa a altas temperaturas, colher pequenas bagas dias a fio durante largas semanas, etc. Há muitas pessoas com ideias românticas da agricultura que não conhecem a dureza e a nobreza desta profissão. O mirtilo é apenas mais uma hipótese de realização pessoal e profissional e a oportunidade de se tirar um rendimento interessante. Vale a pena apostar.

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomojosemartino.blogspot.com

Os três fundos de base regional que o Governo vai criar no âmbito do programa Revitalizar terão uma dotação de 220 milhões de euros, mas só vão ficar operacionais “em finais de agosto/princípios de setembro”, revelou o secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, António Almeida Henriques. Em entrevista à “Vida Económica” à margem de uma conferência na Escola de Gestão do Porto (EGP-UPBS), o governante assumiu que o COMPETE está com apenas 10% de taxa de conclusão dos projetos, devido à “dificuldade de acesso ao crédito”. TERESA [email protected]

Vida Económica – O progra-ma Revitalizar prevê a criação de três fundos de base regional, que terão uma dotação de 220 milhões de euros [110 milhões provenientes da banca e 110 milhões de fundos comunitários (QREN)]. Quando deverão ficar operacionais?

António Almeida Henriques – Do ponto de vista da construção dos fundos, está tudo completo. O

problema é que só posso lançar os concursos para a gestão dos fundos depois de entregar a reprogramação estratégica do QREN em Bruxelas. O objetivo é ter isso pronto até 15 de julho, embora passe para dia 16 porque 15 é domingo. Significa que, de imediato, lançaremos os concursos e a minha expectativa é que estarão operacionais entre fi-nais de agosto/princípios de setem-bro, para poderem responder aos primeiros processos que entraram.

VE – Entraram até agora 28 processos de recuperação, um

número considerando baixo, tendo em conta o número de in-solvências. Que expectativa tem em relação a este mecanismo?

AAH – Em termos absolutos, pode parecer um número baixo, mas não é. Se olharmos à dimen-são das empresas que estão envolvi-das – e estamos a falar de empresas com alguma dimensão, essencial-mente do setor industrial, muito concentradas no Centro e Norte do país e a seu tempo quando eu puder divulgar os nomes verificará –, estamos a falar de um número significativo de postos de trabalho

Balanças corrente e de capital com excedente positivo O Banco de Portugal prevê um superavit das balanças corrente e de capital em 2013 e, já para este ano, um excedente positivo na balança de bens e serviços será positivo. Este saldo permitirá fi-nanciar a economia portuguesa em 0,4% do PIB, este ano, e em 2,5%, em 2013. A balança corrente e de capital registará um ex-cedente de 0,8% do PIB.

Fundos de revitalização garantem 220 milhões e ficam operacionais em

Banco de Portugal defende redução da segmentação do trabalhoO Banco de Portugal sublinha, mais uma vez, a importância da reforma do mercado de tra-balho para o sucesso do ajustamento orçamental português, com especial atenção ao investi-mento em capital humano e em políticas que reduzam a segmentação do mercado de traba-lho que protege em excesso alguns trabalhadores com contrato permanente e prejudica os que têm contratos a prazo.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

“Os fundos de revitalização têm um objetivo: serem autossustentáveis, para que possam ajudar agora algumas em-presas e, depois, com o dinheiro do retorno, possam ajudar outras”, explicou António Almeida Henriques à “Vida Económica”.

Comissão promove qualificação dos gestores de projetos europeus

A Comissão Europeia promove a qualificação dos gestores de pro-jetos europeus. O projeto está já em implementação em Portugal e dotará os gestores de projetos eu-ropeus de competências e conheci-mentos para uma maior e melhor participação nos projetos transna-cionais implementados com recur-so a fundos europeus

O Projeto ComPM – Compe-tências para Gestores de Projetos Europeus (www.compm-project.eu), com final previsto para De-zembro de 2013, trabalhará sobre a necessidade de aumentar a eficiên-cia na gestão dos fundos europeus através da melhoria da qualidade da formação dos gestores de pro-jetos europeus e da otimização das suas competências.

O projeto ComPM surge, assim, como resposta à conjuntura atual, caracterizada por uma crescente procura por novas qualificações para gerir projetos inovadores de natureza transnacional.

Nesse sentido, o projeto visa o envolvimento ativo dos gestores de projetos transnacionais financiados por fundos comunitários que, nes-ta fase, são convidados a responder a um questionário online, cujos resultados permitirão definir um perfil de competências do gestor de projetos europeus, do qual consta-rão as competências-chave ao de-sempenho da função de gestor de projetos europeus. Posteriormente, e com base no perfil definido, o ComPM prevê o desenvolvimento de um programa formativo dirigido a gestores de projetos, assim como a promoção de sessões formativas destinadas ao mesmo target.

O projeto ComPM é apoiado pela Comissão Europeia, através do programa Leonardo da Vinci, e resulta do trabalho conjunto de vários países europeus – Polónia, Portugal, Bélgica, Eslovénia e Itá-lia – estando a sua coordenação em território nacional à responsabili-dade da INOVA+, uma consulto-ra em gestão da inovação que foi recentemente considerada a PME portuguesa com melhor desempe-nho no 7º Programa-Quadro.

PUB

A linha INVESTE QREN, no valor de mil milhões de euros, é composta por 500 milhões de euros da banca nacional e 500 milhões através da linha BEI

S&P reitera “ratings” dos bancos portuguesesA Standard & Poor’s reiterou os “rating” atribuídos aos ban-cos portugueses que acompanha, nomeadamente Banco BPI, Banco Português de Investimento, Caixa Geral de Depósitos, BES e BESI, que permanecem com o “rating” de BB-, en-quanto o Banco Comercial Português está um nível abaixo,

em B+.Todos estes “ratings” encontram-se na categoria de lixo.

empresarial

setembro

Fatura elétrica poderá incluir valor do défice tarifárioA fatura da eletricidade poderá vir a incluir informação sobre o dé-fice tarifário da eletricidade, admite Vítor Santos, presidente da ERSE, durante um almoço-debate, promovido pela Funda-ção AEP, no Porto. O défice tarifário é superior a três mil milhões de euros e tem vindo a aumentar nos úl-timos anos.

ATUALIDADE

e de capacidade produtiva. E isso é que é importante. Temos de salvar empresas viáveis e não podemos analisar um número absoluto; te-mos de analisar também pela di-mensão dos processos que entraram em tribunal.

VE – Qual é o critério prepon-derante de avaliação de uma empresa para saber se ela é vi-ável ou não?

AAH – A avaliação é da própria empresa, dos seus acionistas em conjunto com os seus credores. Cá está a grande mudança de pa-radigma. Não há aqui nenhuma intervenção do Estado. A empresa, se verifica reunir os requisitos que estão na lei, apresenta-se volunta-riamente a tribunal, entra em pro-cesso e depois terá de ter o acordo da assembleia de credores. Nós

entramos na criação destes fundos para a revitalização, mas o resto é o mercado a funcionar.

VE – O horizonte temporal de funcionamento dos fundos está definido?

AAH – Estes fundos de revitali-zação têm um objetivo: serem au-tossustentáveis, para que possam ajudar agora algumas empresas e, depois, com o dinheiro do retorno, possam ajudar outras. Estes fundos são fechados, nascem, no caso do do Norte, com 80 milhões de eu-ros e será gerido por esta entidade capaz de selecionar as empresas. E a entidade tem também de respon-der pela sustentabilidade do fundo. Quando ele se esgotar, é a própria gestão do fundo e a participação que tem no capital das empresas que terá de continuar a ser assegura-da. E estamos a falar de fundos com um período de vigência de 15 anos.

VE – Que recetividade espera ter do reforço de 1000 milhões de euros da linha PME Cresci-

mento que acaba de ser feito? Foram aqui focados constran-gimentos que as sociedades de garantia mútua estarão a colo-car. Eles têm fundamento?

AAH – Repare: 1350 milhões de 1500 milhões já estão utilizados, o que diz bem da procura que tem tido. O reforço de mil milhões é para evitar um hiato que esgotasse a linha e que se tem demonstrado que é muito útil. Quanto aos cons-trangimentos, não me parece que sejam regra. Pode haver um caso ou outro e por isso solicitei que me dessem uma informação concre-ta, mas estive com o presidente da [Sociedade de] Garantia Mútua há dois dias a fazer o ponto de situação e pareceu-me que as coisas estavam a correr com normalidade. Agora, é um facto que há um fluxo mui-to grande de pedidos e a Garantia

Mútua tem de analisar todos os pedidos que entram pelos diferen-tes bancos. E a sua estrutura não é assim tão grande como isso.

VE – O Governo acaba de anun-ciar a linha INVESTE QREN, no valor de 1000 milhões de euros. Qual é o objetivo?

AAH – Serão 500 milhões de euros da banca nacional e 500 mi-lhões através da linha BEI [Banco Europeu de Investimento]. É uma linha de investimento produtivo, para apoiar o investimento que de-riva dos sistemas de incentivos e do COMPETE. Podem ser candidata-das a esta linha, quer empresas que tenham já projetos em curso, quer as que venham a candidatar-se, e é uma forma de financiar a contra-partida nacional dos privados.

VE – O QREN está com uma taxa de execução de 40%, mas o COMPETE está com apenas 10% de taxa de conclusão dos projetos. A que é que isto se deve?

AAH – Exatamente. Deve-se muito à dificuldade de acesso ao crédito por parte das empresas. Al-gumas têm projetos aprovados, mas depois não conseguem que a banca financie. Por isso, vamos lançar o INVESTE QREN para ajudar es-sas empresas a acederem a financia-mento, que vai ser feito pela banca, mas numa linha que montaram com o Governo com recurso a ca-pital do banco.

VE – Foi apresentada há duas semanas a Portugal Ventures, sociedade de capital de risco pública que resulta da fusão da INOV Capital, AICEP Capital e Turismo Capital. Que tipo de empresas deverá apoiar?

AAH – Depois da fusão e da criação deste instrumento único que é a Portugal Ventures, há, nes-te momento, uma disponibilidade de 140 milhões de euros de fundos para poder apoiar empresas no seu processo de desenvolvimento e que é o resultado da fusão das capitais de risco que o Estado tinha. Deverá apoiar o investimento produtivo, a vertente da internacionalização, etc, sempre numa perspetiva de estimular os bens e serviços transa-cionáveis.

VE – Saiu em “Diário da Repú-blica” a semana passada, a Porta-ria 207/2012, de 6 de julho, que permite acumular desemprego com trabalho a tempo parcial. Qual é o objetivo da medida?

AAH – O objetivo – e, aliás, isso foi saudado pelos parceiros sociais – é permitir que uma pessoa possa ser inserida dentro de uma empresa e que o fator vencimento não seja limitativo à sua inserção. Porque ela pode ter uma situação em que a oferta que é feita pela empresa não é de valor igual ao subsídio de de-semprego que tinha, mas a pessoa aceita esse emprego sabendo que ele vai ser complementado. No sistema atual, sempre que aparecesse uma oferta de trabalho abaixo do sub-sídio de desemprego, a tendência da pessoa era para não aceitar. Ora, temos de estimular as pessoas a en-trarem em contexto de trabalho. E o Estado sai a ganhar, porque tem a pessoa inserida no posto de traba-lho e com menor custo.

SEXTA-FEIRA, 13 JULHO 2012 5

“Há, neste momento, uma disponibilidade de 140 milhões de euros de fundos para poder apoiar empresas no seu processo de desenvolvimento”

O número de comercializado-res a atuar no mercado liberaliza-do de energia elétrica é superior ao que existe no setor das tele-comunicações – afirmou Vítor Santos na Fundação AEP. O pre-sidente da ERSE salientou que o mercado liberalizado já represen-ta 54,2% do consumo total de energia elétrica, constituindo um indicador positivo sobre o nível de concorrência e as alternativas que existem para as empresas e as famílias.

Para Vítor Santos, a concor-rência no fornecimento de ener-gia elétrica e de gás natural deve continuar ser promovida através da integração dos mercados e do reforço da supervisão. É impor-tante aumentar as ligações entre

Portugal e Espanha e entre Espa-nha e França.

Para o presidente da ERSE, o balanço do funcionamento do Mibel é claramente positivo, ten-do havido uma enorme redução do diferencial de preços entre os dois países.

Em Portugal, o mercado da eletricidade conta com 6,2 mi-lhões de clientes. O mercado do gás é mais recente, mas já tem 1,3 milhões de clientes. No caso da eletricidade, cerca de metade dos consumidores são domésti-cos. No caso do gás natural, os clientes empresariais representam 90% do consumo e estão no mer-cado liberalizado.

Défice tarifário pode surgir nas faturas

“Há ainda muito a fazer” – afir-mou. Um dos objetivos da ERSE é reforçar a supervisão dos mer-cados grossista e retalhista. No caso do gás natural, Vitor Santos defende a eliminação das taxas que incidem sobre a circulação entre Portugal e Espanha, e que podem representar 10% do valor do produto.

Um dos fatores que agravam o preço da energia é o défice tarifá-rio, ou seja, os custos efetivos da produção com algumas fontes deenergia renováveis, como é o caso da eólica e da fotovoltaica, que não têm sido totalmente reper-cutidos nos valores pagos pelos clientes.

Até agora, esses valores, que re-presentam dívida para os clientes,estão englobados nos CIEG, não sendo discriminados nas faturasde energia.

Vítor Santos considera que a informação incluída nas fatu-ras não é um processo acabadoe pode ser melhorada com a colaboração das associações de consumidores. O presidente da ERSE admite que o valor do dé-

fice tarifário e o sobrecusto querepresenta para os consumidores possa vir a constar das faturas de energia.

Incorporação nacional envolve consumo de energia

“Os setores industriais que

exportam produtos com maiorvalor acrescentado nacional sãoaqueles que consomem mais energia” – referiu José António Barros. O presidente da AEP apontou como exemplo a indús-tria cerâmica e a celulose e papel, salientando que o preço da ener-gia é decisivo para a competitivi-dade.

Segundo referiu, nos EstadosUnidos a evolução favorável dos preços do gás natural já fez com que algumas indústrias que ti-nham sido deslocadas para outras regiões regressassem ao local de origem.

Para o presidente da AEP, o desafio com que o nosso país se confronta é o da reindustrializa-ção, depois das apostas erradas que foram feitas nos setores debens transacionáveis.

VÍTOR SANTOS NA FUNDAÇÃO AEP

Preço da energia é determinante para a competitividade das empresas

Mercado liberalizado já representa 54,2% do consumo total de energia elétrica

A proibição do despedimento sem jus-ta causa é a principal diferença entre as normas laborais entre o Brasil e Portugal – disse Sólon Cunha à “Vida Económica”. No Brasil é permitido o despedimento sem justa causa” – referiu. As exceções à possi-bilidade de despedimentos são apenas para delegados sindicais, empregadas grávidas ou aleitantes, tratando-se sempre de pro-teções temporárias.

O advogado brasileiro é sócio da Ma-chado Meyer e esteve em Portugal a convite da Miranda, para desenvolver a cooperação no apoio jurídico ao investi-mento e às trocas comerciais entre Portu-gal e o Brasil.

A flexibilidade na contratação e nos des-pedimentos é conjugada com um fundo salarial alimentado pelas contribuições das entidades empregadoras. Cada empresa desconta para esse fundo 8% dos salários pagos.” Em caso de despedimento sem justa causa, a empresa tem que fazer uma contribuição adicional de 50% do valor do fundo, dos quais 10% revertem para o Es-

tado e 40% para o trabalhador despedido.Exemplificando, uma empresa que con-

trate um empregado com um salário de ��800 que trabalha durante cinco anos, paga nesse período um total de ��32 000, que deram origem a contribuições para o fun-do de garantia no montante de �� 2560. Se a empresa despedir esse empregado sem justa causa, tem que fazer uma con-tribuição adicional de �1280. O valor da indemnização por despedimento sem justa causa no Brasil é, ainda assim inferior ao da rescisão de um simples contrato a prazo em Portugal.

O Brasil mantém esta lógica de merca-do de trabalho flexível, apesar de ir já no terceiro governo “sindicalista”, conforme refere Sólon Cunha.

O facto de ser permitido o despedimen-to sem justa causa não parece ter impacto negativo sobre o desemprego. Em Portu-gal, a taxa de desemprego já vai em 15,2%, apesar de ser proibido o despedimento sem justa causa, que compara com a atual taxa de desemprego de 5,8% do Brasil.

Subsídio de férias é inferior no Brasil

Além de permitir o despedimento sem justa causa, o regime legal brasileiro tem um subsídio de férias inferior ao portu-guês. Enquanto em Portugal o subsídio de férias é igual ao vencimento, fazendo com que por ano haja pagamento de 14 salários, no Brasil o subsídio de férias é de apenas um terço da remuneração. Num salário de �1000 em Portugal o valor do subsídio de férias é de �1000. No Brasil, para o mesmo salário de �1000, o subsídio de férias é de �300.

Fundo de compensação vai ser criado em Portugal

Um fundo de compensação do trabalho com uma lógica de funcionamento seme-lhante ao fundo existente no Brasil está pres-tes a ser criado em Portugal – destaca João Santos, advogado da Miranda especializado na área laboral. A medida está incluída no conjunto de alterações ao Código do Tra-balho que entram em vigor a 1 de Agosto e tem por objetivo aumentar a flexibilida-de do mercado do trabalho. O novo fundo de compensação será alimentado com uma contribuição de até 1% dos salários pagos.

No entanto, ainda não existe nem é conhecida a regulamentação. Em princí-pio, o novo fundo só irá apoiar os novos contratos, embora a lei seja omissa nessa matéria.

Para João Santos, a contribuição até 1% é insuficiente para fazer face às indemniza-ções por despedimento.

Pelo contrário, as regras existentes no Brasil são claras e estáveis.

Há uma contribuição de 8% sobre os salários pagos, que reverte para cada tra-balhador, mas que fica depositada numa caixa pública e não pode ser movimenta-da, a não ser nas situações previstas na lei: em caso de despedimento, ao atingir a re-forma, ou quando estiver no desemprego e precisar do dinheiro para comprar casa própria.

O fundo de compensação existe há vá-rias dezenas de anos no Brasil, mantendo a lógica de funcionamento com que foi criado.

SÓLON CUNHA (ADVOGADO DA MACHADO MEYER) AFIRMA

Despedimento sem justa causa é permitido no Brasil

O mercado do trabalho é mais flexível no Brasil, o que pode explicar a baixa taxa de desemprego.

6 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

������������� ������������������ �������������������������������������������������������������� ������ ������������������������ �������������������� ����������� ������������

��������������������������� � ���� � ����������������������������� �� ��������������!� � �"��������� �# ��� �

���������� ���$����� #%����������� �

������������������ �����������������!� ���������������������������

������������� ������

���������������������������������������������������� ��������������������������������������������������������������� ������� �

���� !""#$%& '&( )*+'&�,"$-�*%.

�#&�/"� "# &0�1120�345676+186��%$ %�"'�9�66�:71�33�::8�5;�16�&<�9�66�:71�33�::8�5;�38��.&)'9�&='*>&='*+&/=%?&/%-�*%.�) "9�����&='*+&/=%?&/%-�*%.

Rescisão do contrato de trabalho tem

custos mais elevados em Portugal

A diferença entre Portugal e Brasil não está só no facto de nosso país ser proibido o despedimento sem justa causa. Os custos de rescisão, nos poucos casos em que é permitida, são muito mais altos em Portugal que no Brasil.Tomando como exemplo um contrato de trabalho com prazo de três anos, e um salário de �800/mês, que não é renovado em Julho de 2012, os custos pela não renovação seriam:• Compensação por não renovação (2

dias por mês x 36 meses): �2655• Férias (1 mês de férias e subsídio +

Férias e subsídios proporcionais Jan. a Julho/2012): �1600 + �944,42.

• Subsídio de Natal proporcional: �466,84

No Brasil, os custos pela rescisão do contrato efetivo sem justa causa seriam:- 50% das contribuições para o Fundo de Compensação (�2580): �1280Em Portugal, o custo efetivo da não renovação deste contrato a prazo por 3 anos é de �4255, sendo onerado pela duplicação das férias. Em caso de não rescisão, o empregado tem direito ao mês de férias e subsídio que já teria, acrescido das férias proporcionais ao tempo de trabalho, havendo uma duplicação que não faz sentido.No caso dos contratos a prazo, e apesar de estar expressamente prevista a duração limitada com a data de início e data de expiração, a empresa tem que comunicar a não renovação por escrito com o formalismo que a lei prevê. Se não comunicar a não renovação, o contrato a prazo transforma-se automaticamente em contrato sem termo.

ATUALIDADE

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 7

NELSON SOUZA, DIRETOR-GERAL AIP-CCI, CONSIDERA

Portugal pode obter mais 22 mil milhões de fundos estruturaisPortugal pode obter o mesmo nível de fundos estruturais do QREN, que é de 22 mil milhões de euros, para o período 2014-2020. “Se os conseguirmos manter, será um bom resultado. De acordo com as propostas que estão em cima da mesa creio que iremos alcançar este objetivo”, afirma à “Vida Económica” Nelson de Souza, diretor-geral da AIP-CCI.Concentração em 11 temas prioritários, maior rigor aplicação e maior descentralização de responsabilidade são algumas das principais novidades do próximo ciclo de fundos estruturais.

DORA TRONCÃ[email protected]

Vida Económica – Portugal está preparado para o novo ciclo de fundos estruturais?

Nelson Souza – Para saber se está pre-parado, tem de saber para o que está prepa-rado e é nisso que a AIP está apostada nes-te momento. A discussão já arrancou em Bruxelas sobre o futuro dos fundos estru-turais, estamos a falar de um período que vai arrancar em 2014 e vai estender-se até 2020, numa questão muito relevante quer para economia da Europa quer sobretudo para a portuguesa. A matéria é vasta, com-plexa, tecnicamente muito difícil, e aquilo que queremos fazer é propiciar informação sobre o que está na mesa, propostas, ouvir os especialistas e utilizadores. O seminário sobre “O Futuro dos Fundos Estruturais 2014-2020” foi o primeiro contacto sobre o tema, recebemos muita informação a que a AIP pode dar seguimento posterior-mente.

VE – Já teve oportunidade de mani-

festar as suas preocupações junto da responsável por Portugal na Comissão Europeia, Judit Torokne Rozsa?

NS - Com Judit Torokne Rozsa, que foi participante neste primeiro seminário, conversámos numa base mais informal, trocando experiências e pontos de vista.

VE - Há mudanças anunciadas no

novo ciclo de fundos? NS - Há uma série de mudanças anun-

ciadas, questões que ainda estão em aberto e são essas questões que nós, AIP, preten-demos que sejam definidas e formatadas, tentando, tanto quanto possível, corres-ponder aos nossos interesses, das regiões, e é este processo que a AIP sentia que não estava a ser acompanhado em Portugal.

Recursos de um trilião de euros para sete anos

VE - Pode precisar que questões

são essas?

NS - Desde logo, uma grande discus-são sobre como afetar os recursos próprios da União Europeia, trata-se de uma soma enorme, falamos de um trilião de euros, que define todos os recursos para os sete anos que estão em causa. Deste bolo saem os dinheiros para a chamada Política de Coesão, que são os chamados fundos es-truturais, o FEDER, o Fundo Social Euro-peu, o Fundo de Coesão, aqueles que são conhecidos – a primeira grande questão é saber qual a fatia do total bolo comuni-tário que vai ser afeto a esta política que nos interessa particularmente. As outras são importantes, mas esta interessa-nos em particular. Maximizar os fundos alocados à Política de Coesão constitui o primeiro ob-jetivo. O segundo objetivo tem a ver com a forma como, uma vez definido o bolo, se reparte pelas diversas regiões e prioridades e é isso que queremos tentar saber.

VE – Judit Rozsa falou em 11 áre-as temáticas pelas quais se dividirão os fundos estruturais. Como qualifica esta lista?

NS - A Comissão tem uma proposta que é de concentração em 11 temas prio-ritários. É uma tendência para uma maior focalização e imposição sob o ponto vista de atuação para as prioridades. Por um lado, ajuda a concentrar os recursos naquilo que é verdadeiramente importante, mas, por outro lado, pode criar um colete de forças que poderá ser prejudicial, porque os fun-dos estruturais também se têm de adaptar às

necessidades específicas de cada região. Se o fato é muito de pronto-a-vestir, poderá não estar ajustado totalmente às necessidades de cada região. Esta é uma questão importan-te para nós, mas é muito mais importante para regiões com nível de desenvolvimento muito mais atrás de nós, como a Bulgária, a Roménia e algumas regiões da Polónia.

VE - Existem vários tipos de regiões

apontadas por Judit Rozsa – menos desenvolvidas, intermédias, desen-volvidas etc. – onde se situa Portugal?

NS – Nós ficaremos nas regiões menos desenvolvidas e portanto com um trata-mento mais prioritário. Estamos a falar no Norte, do Centro, no Alentejo e dos Aço-res, são regiões que vão ser de uma forma mais direta elegíveis pelos fundos estrutu-rais, depois vai existir apenas uma região que é classificada nas regiões em transição, as tais intermédias, que é o Algarve e de-pois outras duas regiões, consideradas de-senvolvidas porque ultrapassam 90% do PIB europeu per capita, que são a região da Lisboa e a da Madeira. É um resultado que não é muito diferente daquele que temos atualmente. É um resultado bom para nós, principalmente quando comparamos com a vizinha Espanha. Espanha tem várias re-giões menos desenvolvidas, que têm acesso aos fundos estruturais, e, de acordo com aquilo que está projetado, ficará apenas com uma única região menos desenvolvi-da, a Estremadura, região fronteiriça com a nossa região Centro e Alentejo.

VE - Haverá maior autonomia emtermos de possibilidade de propostas das várias regiões?

NS - Aquilo que se pode depreender das propostas que estão em cima da mesa é uma evolução positiva no sentido de con-ferir maior descentralização de responsabi-lidades quer da Comissão nas autoridades nacionais, quer das autoridades nacionaisnoutros agentes com quem podem fazercontratados de parceria e de gestão das diversas medidas. É um aspeto positivo. Aver vamos como este objetivo se materia-liza.

VE - A Comissão Europeia adota ummaior rigor da forma como são aplica-dos os fundos e como os países evo-luem. Isso trará complicações para Portugal?

NS - É uma boa prática porque temos de saber utilizar os recursos para obter re-sultados. Temos de ser avaliados e existe este incentivo para se fazer o que é es-sencial. As empresas estão habituadas aseguir essa orientação, não investem porinvestir, e é bom que essa filosofia tam-bém seja transferida para a gestão dos di-nheiros públicos.

VE - Qual é a quantia que esperam

ver concedida a Portugal? NS - Estamos esperançados que Portu-

gal possa obter um bom resultado em ma-téria de obtenção de fundos. Não vamosfazer previsões porque ainda não é altura. O atual QREN dispõe de fundos estrutu-rais de 22 mil milhões de euros, se os con-seguirmos manter, será um bom resultado.De acordo com as propostas que estão emcima da mesa, creio que iremos alcançar este objetivo.

“Temos de saber utilizar os recursos para obter resultados”, afirma Nelson de Souza.

“A Comissão tem uma proposta de concentração de recursos em 11 temas prioritários”

Vendas ao retalho recuperam na Zona Euro As vendas ao retalho registaram uma recuperação de 0,6%, em maio e face a abril. No entan-to, no ano o recuo é de 1,7%, de acordo com dados do Eurostat. A recuperação fi cou a dever-se sobretudo ao setor não alimentar, com um acréscimo de um ponto percentual. Os aumen-tos mais signifi cativos tiveram lugar na Áustria (mais 3,1%) e em Portugal (2,9%), enquanto as maiores quebras aconteceram na Eslovénia (-1%) e na Alemanha (-0,3%). No conjunto da União Europeia as vendas também aumentaram 0,6%, no ano, até maio.

VW compra Porsche sem pagar impostosA VW vai completar, ainda durante este verão, a compra de 50% das ações da Porsche para assumir a sua totalidade por um valor de 4,460 mil milhões de euros. Com esta operação, o grupo automóvel alemão consegue uma poupança superior a mil milhões em impostos, gra-ças a um “truque” legal. A aquisição da Porsche pela VW acontece depois de quatro anos de conversações, com avanços e recuo. A VW fi ca assim com mais uma marca de luxo e tem a possibilidade de aumentar a sua oferta para um nicho de mercado muito específi co.

Bruxelas quer aumentar proteção ao cliente bancário

Bruxelas tem preparado um pacote de medidas para evitar que se voltem a repetir os abusos bancários, como a colocação de produtos complexos. A realidade é que os cidadãos europeus perderam a confi ança no setor fi nan-ceiro.

A Comissão Europeia reconhece que a legislação europeia não desenvolveu de forma sufi cientemente rápida meca-nismos para fazer face à crescente com-plexidade dos serviços fi nanceiros, o que levou a que os bancos cometessem abusos. Em particular, o executivo co-munitário critica a comercialização de produtos complexos e de elevado risco entre os clientes do retalho. Agora lança

um pacote de medidas para evitar que estes abusos se voltem a repetir.

Um objetivo é incrementar as exi-gências sobre o nível de informação que os bancos têm de disponibilizar no momento de vender certo tipo de produtos. Além disso, haverá que aumentar a assessoria que a entidade vendedora tem de oferecer ao cliente e pretende endurecer as normas sobre os fundos de investimento para garantir a sua segurança. O pacote legislativo é composto por três partes. Na primeira aparece a proposta de regulação da in-formação principal sobre os pacotes de investimento ao retalho, seguindo-se a revisão da diretiva de mediação de se-

guros e o plano para aumentar a prote-ção aos clientes que adquiram fundos de investimento.

Estas medidas fazem sentido, numa altura em que o setor fi nanceiro é alvo de fortes críticas e encarado com ex-trema desconfi ança por parte dos ci-dadãos europeus. A especulação e o pagamento de dividendos altíssimos aos acionistas são vistos com maus olhos por parte dos clientes e do pú-blico em geral. Apesar de se andar a falar há muito de reformas, a realidade é que pouco tem sido feito para mudar a atual situação. A Comissão parece estar na disposição de mudar o atual estado das coisas.

O “roaming” tem o fi m à vista. Desde o início deste mês é mais barato fazer cha-madas, mandar SMS e ligar-se à internet através do telemóvel a partir de um país da União Europeia. As tarifas internacionais continuam a baixar, apesar do aumento dos investimentos nas redes.

As operadoras estão preocupadas, pois a tendência é de se chegar a um custo zero dentro de três anos. Consideram que Bru-xelas tem estado mais centrada no corte de preços nas telecomunicações do que em fo-mentar o investimento nas redes de nova ge-ração. De facto, as operadoras têm perante

si a adoção da quarta geração, o que vai en-volver investimentos milionários. As redes estão saturadas, em resultado do aumento das linhas móveis, sobretudo devido ao forte impulso dos “smartphones”, os quais con-sumem grandes quantidades de fotografi as e vídeos. Esta é uma matéria que tem sus-citado um confronto entre as operadoras do setor e os grandes grupos de internet. Para as primeiras, os investimentos em novas re-des deveriam ser partilhadas com quem faz negócio graças às mesmas. Para a Google ou Apple, um movimento desse tipo colocaria em risco a neutralidade da rede.

“Roaming” tem morte anunciada

As empresas japonesas compraram um número recorde de sociedades estrangei-ras no primeiro semestre, motivadas so-bretudo pela valorização do iene. As fu-sões e aquisições ascenderam a 262, mais 15% do que nos seis primeiros meses do ano passado.

Tratou-se do volume mais elevado des-de 1985. O valor das operações cifrou-se em 35 mil milhões de euros. A transa-ção mais importante disse respeito à ab-sorção pela Sumitomo Mitsui Financial Group da divisão de aviões do Royal Bank of Scotland, por cerca de 5,8 mil

milhões de euros. As empresas japonesas, cujas perspetivas de crescimento estão limitadas no mercado interno, são inci-tadas a lançarem importantes aquisições nos mercados externos, de forma a refor-çarem a sua presença internacional. Para o efeito contam com uma moeda forte e o próprio Estado nipónico está a dis-ponibilizar apoios no sentido da interna-cionalização. Os preços, em resultado da crise, também se têm revelado bastante atrativos, pelo que as empresas japonesas aproveitam o mais possível as oportuni-dades que se colocam.

Japão aumenta compra de empresas estrangeiras

ATUALIDADE/Internacional

8 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, não se ini-biu de tecer duras críticas ao setor fi nanceiro.

“Apostar, criteriosamente, em equipamentos que se tornem verdadeiros ‘best-sellers’ nas respetivas categorias é a nossa aposta”, afirma à “Vida Económica” Nuno Bandeira, “sales manager” da HTC.A gama de smartphones “One”, recentemente apresentada ao mercado, cumpre esse objetivo. Dirigidos a consumidores diferentes e com necessidades distintas, têm, em comum, a qualidade na forma como respondem e se adaptam às exigências de cada utilizador.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Vida Económica - A HTC acaba de apresentar uma nova linha de smartphones. Que estratégia está a ser se-guida?

Nuno Bandeira - A HTC é uma empresa com uma matriz de inovação e liderança tec-nológica que chega de forma natural e intuitiva ao consu-midor. Os smartphones são a nossa aposta por excelência e a nossa origem enquanto marca.

Vamos apostar, criteriosa-mente, em equipamentos que se tornem verdadeiros “best-sel-lers” nas respetivas categorias, sendo que a criação da gama “One” é a prova disso mesmo: estamos a falar de uma família de três smartphones dirigidos a consumidores diferentes e com necessidades distintas, mas que

têm em comum a qualidade na forma como respondem e se adaptam às exigências de cada utilizador.

VE - O que distingue a HTC de outras empresas mais consolidadas?

NB - A essência da HTC assenta, em grande parte, na qualidade de construção e de-sign superior dos equipamentos que lançámos, mas também na experiência de utilização, no-meadamente, por via da per-sonalização intuitiva do “user interface” que designamos por “Sense”.

Por outro lado, foi a HTC que criou os primeiros smar-tphones, fomos pioneiros e líderes pela aposta que realizá-mos na quarta geração móvel.

E ainda os primeiros a lançar smartphones com poderosos processadores “quadcore” (One X), entre outros aspetos. Esta vocação faz com que estejamos sempre um passo à frente e essa é uma postura de mercado da qual não abdicamos. Queremos continuar a ser os líderes em matéria de inovação e quali-dade, a adotar as mais recentes tecnologias, aquelas que nos permitem desenvolver soluções de real valor para o cliente fi-nal.

VE - A HTC participou no lançamento da quarta gera-ção móvel?

NB - A respeito deste as-sunto, devo dizer que fazemos parte deste processo desde o seu início, sendo que fomos os primeiros a lançar, com a Voda-fone, um terminal 4G, o “HTC Velocity”.

VE - E ao nível dos paga-

mentos feitos através da tecnologia “Near Field Communication” (NFC)?

NB - Temos já equipa-mentos de topo com a tec-nologia NFC, como é o caso do “One X”, desde abril, aquando do lançamento da gama “One”. A HTC foi pio-neira na introdução da NFC e continuará, no futuro próximo, a incluir esta funcionalidade nos seus terminais, inclusive, nos de gama intermédia, como o recentemente anunciado De-sire C.

VE - Quais são as apostas da HTC para o segmento em-presarial?

NB - Na área empresarial, estamos a desenvolver um con-

junto de soluções que podem ser potenciadas pelos nossos smartphones, as denominadas “HTC Pro”.

Estas assentam em três pila-res: na segurança no que toca à transmissão de dados, na pro-dutividade e ainda na abertura ao desenvolvimento e integra-ção de aplicações empresariais desenvolvidas por terceiros.

No fundo, o que fazemos é adaptar e integrar, no software nativo, soluções empresariais costumizadas ainda que e, sem-pre, através dos mesmos equi-pamentos base.

VE - De que forma estão a

sentir a crise económica? NB - Ainda não fomos gran-

demente afetados pela crise. O nosso espaço e mercado natural continuam a ser, praticamente, os mesmos. O ambiente con-correncial é que é superior, já que outros fabricantes tentam seguir os nossos passos.

NUNO BANDEIRA, “SALES MANAGER” DA HTC PORTUGAL, DESTACA

“Os smartphones são a nossa aposta por excelência”

“Vamos apostar em equipamentos que se tornem verdadeiros ‘best-sellers’ nasrespetivas categorias”, afirma Nuno Bandeira.

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 9

Pine Cliffs Resort abre portas à gastronomia japonesaEste Verão, de 15 de julho a 31 de agosto, o Pine Cliffs Resort, no Algarve, abre portas à gastronomia japonesa e, em parceria com o restaurante Yakuza by Olivier, celebra a fusão entre o Oriente e o Ocidente a Sul do país. Trata-se de uma experiência única na degustação do sushi, associado aos sabores e aromas mediterrânicos, com o toque especial de Olivier.

Os HTC Pro são soluções para o segmento empresarial potenciadas pelos smartphones

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

A Icelpasta, empresa importadora e ex-portadora de dispensadores para sistemas cativos de papel, está a desenvolver um pla-no de internacionalização, face à recessão que assola o mercado interno. Para o efeito abriu o seu capital a investidores, no âmbito da sua passagem a sociedade anónima. É a resposta à globalização, potenciando o cres-cimento sustentado, a par de uma estrutura simples, flexível e dinâmica, de acordo com o seu sócio-gerente, Carlos Correia, em de-clarações à “Vida Económica”.

Trata-se de uma postura diferente da habitual, sobretudo porque consiste numa empresa de pequena dimensão, numa al-tura em que o acesso ao crédito bancário é difícil. Mas o seu responsável acredita que este é um projeto de elevado potencial. “A Icelpasta tem como base da sua estratégia o exemplo de grandes marcas multinacionais na patenteação de sistemas cativos de dis-pensadores e de comodato. Neste contexto, a empresa desenvolveu, através de parcerias, a criação de linhas de dispensadores Gillius e Collumbus para bobines de papel e cartu-chos de sabão, os quais poderão ou não ser personalizados ou adaptados a espaços pre-viamente definidos. Estas soluções e opções permitem à empresa localizar-se num nicho de mercado específico e apetecível, com ní-veis de concorrência muito inferiores aos setores das marcas brancas.”

A estratégia assumida está a ser bem recebida pelos agentes de mercado. Pro-va disso mesmo é que a Icelpasta viu já ser-lhe aprovado um programa de apoio de incentivos à internacionalização, por via do QREN. Os mercados africanos de língua oficial portuguesa – com destaque para Angola e Moçambique – estão na mira da Icelpasta, mas também a Europa

e a América do Norte não são regiões a desprezar para este tipo de negócio. Refere Carlos Correia a este propósito: “As áreas a que se destinam os produtos da Icelpasta são essencialmente de consumo imediato, abrangentes e complementares entre si e estão direcionados sobretudo para a res-tauração, a metalomecânica, o automóvel, a hotelaria, hospitalar e higiene.”

Elevada taxa de crescimento no médio prazo

Os estudos efetuados no mercado, bem como a internacionalização das suas marcas – e numa segunda fase a conceção de uma linha de enchimento de sabões para siste-mas de vácuo – permitem constatar, segun-do o empresário, que “a taxa de crescimento deverá ser superior a 40% nos próximos três anos, com uma forte preponderância na montagem de equipamentos”. E acres-

centa: “Este nível de crescimento obriga a uma política de sustentabilidade, que passa pela abertura do capital da empresa a inves-tidores, um procedimento que mais não é do que seguir as regras da globalização e das empresas aos mercados de capitais.”

Com a Europa mergulhada na recessão, Carlos Correia acredita que a solução passa pela efetiva internacionalização para mer-cados de maior dinamismo, onde podem e devem prevalecer as vantagens inovadoras e competitivas. “É também importante de-senvolver um sistema inovador de marke-ting digital, orientado para a integração e a otimização dos métodos de comunicação e comercialização, bem como proceder à for-mação contínua do apoio à rede de distri-buição. Pretende-se, num curto espaço de tempo, obter uma alta taxa de rentabilidade económica e de fidelização em nichos de mercado selecionados.”

A Frato, empresa de mobiliário, não tem sentido a crise que afeta o mercado inter-no. Isto porque desde a sua criação sem-pre teve como principal objetivo orientar as vendas para o exterior. Recentemente, concluiu um projeto, a abertura de um ponto de venda em Singapura. Carlos San-tos, CEO da empresa, está já a projetar a inauguração de um segundo espaço de venda direta.

O empresário admite que existe uma forte contração no mercado nacional do mobiliário, mas essa é uma dificuldade que não afeta a Frato, virada quase exclu-sivamente para o exterior. Mas há alguns problemas, ainda que Carlos Santos esteja otimista: “Os constrangimentos financei-

ros pelos quais muitos dos parceiros pro-dutores passam é uma das nossas maiores dificuldades. Uma outra prende-se com a formação e a adaptação de toda a cadeia produtiva às solicitações crescentes, bem como ao elevado patamar de acabamento e de serviço que fazem parte do espírito Frato.” Adianta ainda que “a racionaliza-ção de processos e meios e o facto da par-te criativa representar um fator decisório tem atenuado, ou mesmo eliminado, os custos indiretos relacionados com a pro-dução”.

A estratégia da Frato passa por conso-lidar as relações já existentes com vários parceiros e clientes, com particular des-taque para os países não da União Euro-

peia, particularmente para o Oriente e o Médio Oriente. “Esperamos crescer cer-ca de 100% este ano, pelo que não pode-mos falar propriamente de crise. Quanto a investimentos futuros, a consolidação de uma marca a nível mundial é uma ta-refa hérculea e ao mesmo tempo lenta. Existe um sem número de investimentos a ser realizado, contudo será obrigatório priorizar alguns para os próximos dois anos. A prioridade imediata vai para os recursos humanos. Um outro ponto que nos daria particular satisfação seria adi-cionar à loja de Singapura um segundo ponto de venda, preferencialmente no Médio Oriente ou numa grande cidade europeia.”

EMPRESA DE DISPENSADORES DE PAPEL

Icelpasta abre capital e promove projeto de internacionalização

EMPRESA NACIONAL DE MOBILIÁRIO

Frato “escapa” à crise por via do reforço nos mercados externos

Marcolino Relojoeiro mais do que duplica área de negócioA Marcolino Relojoeiro inaugurou um novo espaço na baixa do Porto, localizada no edifício da antiga Casa Inglesa. Deste modo, a empresa duplicou a sua área de negócio e reorganizou as vertentes de exposição, para além de ter reforçado a prestação de serviços de assistência téc-nica a relógios de gama alta. “O facto de a loja chegar à Rua de Santa Catarina dá uma maior exposição, é uma zona onde circulam muito mais pessoas, com um muito maior fluxo de tu-ristas”, de acordo com Rui Castro Neves, administrador da Marcolino Relojoeiro.

Cooperação em rede “desafia” reabilitação replicávelA Associação para o Desenvolvimento da Casa do Futuro (InovaDomus) apresentou o novo projeto de reabilitação “Cooperar para reabilitar””. O objetivo é promover oportunidades de reflexão, aprendizagem e inovação, que permitam às entidades envolvidas transformar as casa do passado em casas do futuro. A associação vai desenvolver um projeto-piloto de reabilitação inovadora replicável, a qual passa pela compra de uma casa em Ílhavo. Os associados e outras empresas interessadas neste projeto podem participar.

Mobilidade e gestão eficiente mudam mercado dos centros comerciais

O negócio dos centros comerciais está em profunda mudança, não só devido à crise, mas a uma maior mobilidade dos vi-sitantes. Por outro lado, é essencial mostrar a todos os agentes envolvidos que prevale-ce um modelo de gestão eficiente. Esta a opinião de Matias Lopes, diretor para o o sul da Europa do grupo Multi Mall Mana-gement, responsável pela gestão do Forum Sintra, centro que viu ser-lhe atribuído vários prémios e a certificação BREEAM International.

Neste momento, os principais desafios estão relacionados sobretudo com uma maior mobilidade por parte dos visitantes. “Vive-se um período de retração ao con-sumo e esta é uma realidade que também está refletida na vida dos centros comer-ciais. Por outro lado, é importante mostrar aos visitantes que os centros comerciais são pontos de encontro aprazíveis. Para além disso, é sabido que para vencer se tem de vender melhor a qualidade dos serviços e demonstrar que há um modelo de gestão eficiente e que tal é benéfico para todas as entidades envolvidas, proprietários, lojistas e visitantes.”

As perspetivas são otimistas no que toca ao Forum Sintra, refere aquele responsá-vel: “O primeiro ano foi bastante positivo, alargou a oferta comercial e deu maior di-namismo ao concelho de Sintra. Destaco a presença de comerciantes locais com cerca de vinte lojas, quer através de marcas pró-prias, quer franchisadas. Conta com mais de 93% de ocupação e conseguiu atrair cerca de nove milhões de visitantes no pri-meiro ano de atividade.”

Os resultados da gestão que tem sido desenvolvida estão à vista, como faz notar Matias Lopes. O empreendimento cons-tituiu um pólo dinamizador da atividade económica e cultural da região. “Se, por um lado, criou 3300 postos de trabalho, por outro, procura ser um espaço de ini-ciativas lúdicas e culturais, com a realiza-ção de exposições e espetáculos.” Especial destaque é dado ao facto de ter sido esco-lhido o centro comercial mais inovador da Europa, na edição deste ano dos “Across Awards”.

Em declarações à “Vida Económica”, Matias Lopes revelou que o centro comer-cial que dirige foi o primeiros “retail de-velopment”, em Portugal, a ser certificado com o sistema BREEAM International, que é a ferramenta de avaliação ambiental de edifícios mais utilizada e define o pa-drão para as melhores práticas em design sustentável, tendo-se tornado no fator de medida usado para descrever o desempe-nho ambiental de um edifício. “A sua atri-buição reconhece o trabalho desenvolvido no Forum Sintra. Esta certificação está dis-ponível em vários países e já foram certifi-cados cerca de 110 mil edifícios e mais de meio milhão está registado para obter uma certificação tão importante.”

NEGÓCIOS E EMPRESAS

10 SEXTA-FEIRA, 13 AGOSTO 2010

Carlos Correia, sócio-gerente da Icelpasta, considera que este é um mercado com forte potencial de crescimento, sobretudo nos países africanos.

A Proposta de Organização Judiciária apresentada pelo Ministério da Justiça prevê o encerramento de 54 tribunais e a criação de 27 extensões judiciais, sendo os distritos de Viseu, Vila Real, Bragança e Guarda os que mais tribunais e recursos humanos (juízes, procuradores e oficiais de justiça) perdem. Em entrevista à “Vida Económica” à margem de um debate em Amarante, o bastonário da Ordem dos Advogados (AO) fala de “prejuízos” para advogados, funcionários judiciais e as populações. E acusa o Governo de “degradar a Justiça pública” para “criar formas privadas de Justiça”, como a mediação e a arbitragem. Para António Marinho Pinto, “não pode haver lucro à volta da Justiça”.

TERESA [email protected]

Vida Económica – Tem sido muito crítico em relação à Proposta de Orga-nização Judiciária, apresentada pela ministra da Justiça. Que consequên-cias é que o novo mapa poderá ter?

António Marinho Pinto – São conse-quências muito graves. Encerrar 54 tribu-nais num país de duzentas e poucas comar-cas é um ato de extrema gravidade, não só pelos prejuízos diretos que vai causar às populações dessas localidades e concelhos, mas, também, pelo valor simbólico da me-dida. Encerrar tribunais dá uma ideia de abandono. O Estado abandona aquelas po-pulações, quase que lhes diz ‘façam justiça pelas próprias mãos ou, então, gastem 70 ou 80 quilómetros e ide a outro tribunal’. E isto, para muitas pessoas, torna inviável uma pretensão de justiça. Repare que, em meio ano, há três projetos de mapa. O Go-verno anda às apalpadelas e a única coisa que parece que quer fazer é destruir o que estava feito e que, não sendo bom, era, contudo, muito melhor. E que era aquela proposta de mapa, que assentava nas NUT com a União Europeia. Estavam em expe-riência piloto três comarcas – Baixo Vouga, Lisboa Noroeste e Alentejo Litoral. Mesmo estas tinham defeitos e estavam a procurar corrigir-se, mas o que se veio fazer foi sub-verter completamente uma ideia de mapa judiciário racional e, sobretudo, lançar um

clima de instabilidade emocional nas po-pulações. E com prejuízos gravíssimos para o interior, porque com o fechar dos tribu-nais são os advogados, os familiares dos ad-vogados, funcionários são as pessoas todas que vão mudar-se. E depois há também uma série de microatividades económicas que vivem à volta dos tribunais. Portanto, isto é de uma insensibilidade atroz. E nem sequer tem intuitos de poupança. Em Lis-boa gastam-se milhões e milhões de euros em arrendamentos. O Estado abandona os

seus prédios para ir pagar rendas principes-cas a privados. E aí não se corta.

VE – Acusou recentemente o Gover-no de, com o novo mapa judiciário, fomentar interesses privados. O que é quis dizer?

AMP – O fenómeno da desjudicializa-ção da Justiça consiste basicamente nisto: degradar a Justiça pública, impedir que esta se faça nos tribunais, que são os órgãos de soberania exclusivamente vocacionados

para a administração da Justiça, para que sepossam criar formas privadas de Justiça. Asreformas que se têm feito são no sentido detransferir competências dos tribunais, dos juízes, para privados e profissionais liberais. O que é que aconteceu com a ação execu-tiva, que é o segmento mais traumático do processo civil? Durante séculos foi tramita-da sob a alçada de um juiz, que verificava a conformidade das decisões com os direitosdas pessoas, bem ou mal, a maior parte das vezes bem. De repente, entrega-se isto a um profissional liberal, que nem sequer é licen-ciado em Direito e a lei que conduza e quedirija a ação executiva. Alguns dos solicita-dores de execução andam aí com ‘gangsters’a arrombar as casas para irem lá dentro bus-car as coisas. E isso dos tribunais arbitrais é uma vergonha nacional..

VE – Não é a favor da arbitragem?AMP – Não. Qualquer empresa, quando

o objeto do processo é disponível, pode, sequiser, ir para a arbitragem e a mediação e fazer transigir, fazer acordos e as senten-ças que quiser nos escritórios dos seus ad-vogados, de quem quiserem. Agora, o que o Estado não pode é obrigar as pessoas a irem para a arbitragem, em detrimento daJustiça pública e dos tribunais. Porque a arbitragem está a ser utilizada para os fins próprios de atos ilícitos e para transferirrecursos públicos do Estado para setores privados. A arbitragem é hoje uma forma de homologar verdadeiros roubos ao Esta-do. Além disso, é clandestina. A senhoranunca assistiu a um julgamento arbitral.Nem se sabe onde é que eles se fazem. Nem conhece nenhuma decisão arbitral. Por que é que o Estado recorre à justiça privada setem regulada na Constituição uma Justiçapública? Recorre para enriquecer e encher os bolsos dos privados. É desses negócios que falo. E outros, como as mediações, quesão voltadas para o lucro. Não pode haver lucro à volta da Justiça. É um valor supe-rior da ordem jurídica, um serviço público que se presta à sociedade. E, então, agora o Estado cria a arbitragem obrigatória para as dívidas fiscais e para os grandes contribuin-tes? É uma forma de defraudar o Estado. Épreciso denunciar isto publicamente.

VE – Mas a nova lei da arbitragem não foi uma imposição da “troika”?

AMP – Não é imposição. A “troika” su-geriu muitas coisas que os governos e ospartidos lhe pediram. A “troika” não faz imposições. Só fez imposição do défice.Nos mecanismos para lá chegar muitas dascoisas foram propostas pelos governos. En-tão o Estado não consegue pôr os tribunais a funcionar em tempo? E utiliza isso para ir para a justiça privada, quando ele pró-prio está a denegar a justiça pública e a criar situações de falecimento da justiça públicapara ela não funcionar? É verdadeiramenteescandaloso e só num país em que a opi-nião pública está pelas ruas da amargura éque isto se faz.

BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS ACUSA O GOVERNO DE FOMENTAR INTERESSES PRIVADOS

“A arbitragem é hoje uma forma de homologar verdadeiros roubos ao Estado”

SIKA Portugal aposta no consumidor finalA Sika Portugal definiu, para os próximos cinco anos, uma estratégia para mercado nacio-nal que passa por disponibilizar soluções profissionais ao consumidor final. Com esta nova abordagem, a filial portuguesa da multinacional suíça pretende que o consumidor finalvenha a representar pelo menos 20% do volume de faturação da empresa, duplicando ovalor atual.

Sonae apoia “Cerveira Creative Camp”O Cerveira Creative Camp é um conceito original que vai juntar em Vila Nova de Cerveira 120 jovens criativos de diferentes áreas artísticas para uma semana de criação de vídeo, intervenção urbana, master classes, workshops e conferências. O encontro realiza-se de 8 a 22 de Julho, e é organizado pelo Canal 180, em conjunto com a Camara Municipal de Cerveira e a Fundação Bienal de Cerveira, tendo como apoiante principal a Sonae.

“Encerrar 54 tribunais num país de 200 comarcas é um ato de extrema gravidade”, afirma An-tónio Marinho Pinto.

“Tenham a coragem de pôr os magistrados a trabalhar”

Os compromissos assumidos entre o Governo e “troika” no âmbito da Justiça, nomeadamente em relação à redução das pendências nos tribunais, são “utópicos”, focados que estão numa “componente meramente economicista” quando “não se pode reformar a Justiça para transformá-la num instrumento da economia”, afirma António Marinho Pinto. Reconhecendo que “as empresas devem poder cobrar os seus créditos atempadamente”, o bastonário da OA defende, em entrevista à “Vida Económica”, que o Estado deve “criar condições para que os tribunais funcionem rapidamente, obrigando e fixando prazos para os magistrados decidirem” os processos, pois “o mal está nos atrasos das decisões e no protelamento das diligências que levam às decisões”. Certo de que “estão a tentar fazer à Justiça o mesmo que fizeram com a Saúde”, transformando-a “num ótimo negócio privado”, o bastonário da OA aponta um caminho para acabarem as pendências: “Tenham a coragem de tomar a medida de pôr os magistrados a trabalhar”. Para António Marinho Pinto há uma solução: “incentivem os magistrados a trabalhar. Dêem prémios de produtividade e de progressão na carreira aos juízes que mais trabalham. Dêem-lhes incentivos e eles vão acabar com as pendências”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 11

FERNANDA SILVA [email protected]

A área de inovação e desenvolvimento tecnológico (IDT) em Portugal apresenta um baixo índice de criação de “empresas vivas”, isto é, empresas em atividade no mercado, a gerarem empregos, negócios e investimento. Esta é a opinião de Daniel Bessa, diretor-geral da COTEC - Associa-ção Empresarial para a Inovação.

Em declarações prestadas à “Vida Eco-nómica”, à margem da sessão de apre-sentação dos projetos finalistas da 9ª edição do COHiTEC, programa de for-mação centrada na avaliação do poten-cial comercial de tecnologias de elevado potencial de crescimento (“high-tech / high-growth”) desenvolvidas por insti-tuições de I&D nacionais, que decorreu recentemente no Porto, o diretor-geral da COTEC, afirmou que “Portugal tem uma longa história de empreendedorismo mas não de empreendedorismo qualificado”.

Reconhecendo existir já “um longo ca-minho percorrido”, nomeadamente “uma melhoria destes processos em que a CO-TEC foi pioneira”, o diretor-geral da or-ganização admitiu, ainda assim, ter “a sen-

sação que nos continua a faltar qualquer coisa”, pois os resultados “ficam aquém das expectativas e do que o país precisa”. Na prática, “faltam mais empresas saídas desses processos, já nos mercados, com empregos criados, a pagarem salários e a venderem produtos e a fazerem investiga-ção”, resumiu.

Na verdade, apesar dos cerca de 100 projetos finalistas das edições anteriores do COHiTEC apenas foram criadas duas empresas e cerca de seis em incubação. “São financiadas, continuam a desenvolver os conceitos, mas ainda não começaram a contratar pessoas”, explica Daniel Bessa.

A questão do financiamento não será um entrave a estes projetos, “bem pelo contrário”, salienta o economista. Para tal, explica, a Cotec tem dois fundos de investimento disponíveis: “um que apoia empresas numa fase avançada, já consti-tuídas e prontas a venderem, ou seja, que já se encontram no mercado; e um outro com capital público, onde está o dinheiro do Compete, gerido pela antiga Inovcapi-tal, agora denominada Portugal Ventures, e que não está a ser aplicado, pois ainda estão à procura de projetos”.

A Molaflex tenciona investir, nos próxi-mos anos, 500 mil euros no setor da ino-vação e tecnologia (I&D).

Ter o cliente como centro das suas pre-

ocupações, fazendo um acompanhamento e adaptação dos gostos dos consumidores, é uma metodologia de mercado que conti-nuará a ser seguida pela Molaflex.

Esta estratégia, que está assente na cons-tante evolução do produto, só é possível “graças ao apoio do departamento de ino-vação & tecnologia e às novas matérias-primas que os seus principais fornecedores desenvolvem para a indústria dos colchões”, afirma à “Vida Económica” o diretor-geral da empresa, Vítor Marinheiro.

“Na Molaflex encontramos soluções apropriadas para cada necessidade do con-sumidor. O ‘know-how’ de 61 anos em inovação e desenvolvimento (I&D) permi-te-nos ter soluções mais ajustadas ao perfil dos nossos clientes”, afirma.

O facto de ter sido pioneira no fabrico de colchões de mola e o próprio nome faz com que pensem que a Molaflex apenas produz este género de produto, quando, na realidade, a empresa continuou a cres-cer e a diversificar a sua gama de produtos.

O fabrico de colchões de molas, espuma e suas variantes tornam hoje a Molaflex uma marca especialista em descanso. Uma “marca garantia” no setor do descanso

A Molaflex é interpretada no mercado nacional como a “marca garantia” no se-tor do descanso. A prová-lo estão os vários prémios recebidos. Já conta com cinco prémios Mobis – quatro na secção “Me-lhor empresa de colchões” e um de “Me-lhor Campanha Imagem” – e três eleições consecutivas como Produto do Ano com os colchões FlexSense, Yoga e 2020 Visco.

“No segmento casa, assistimos a um mercado cada vez mais exigente e em cons-tante transição. Existe um aumento da procura de produtos e marcas que respon-dam às novas necessidades do mercado.”

“Somos considerados, pelos consumi-dores dos diferentes mercados, a empresa de referência nesta área de negócio. Este objetivo é sustentado pela qualidade, ser-viço, atendimento, diferenciação e valor da marca Molaflex”, acrescenta.

Aposta nas áreas de I&D

Fundada em S. João da Madeira, em ju-lho de 1951, a Molaflex é hoje a marca de colchões com maior reconhecimento es-pontâneo junto dos portugueses.

Os produtos âncora são os colchões po-rém, a marca também se dedica à produção de bases/“sommier”, cabeceiras, almofadas e edredões. Atualmente, é uma das fábri-cas com a mais ampla e variada tecnologia aplicada aos colchões.

Relativamente ao futuro, “temos pla-neadas novidades por forma a sustentar o posicionamento da empresa como um dos maiores ‘players’ a nível de soluções de descanso, apostando sempre nas áre-as de I&D”, conclui Vítor Marinheiro. A Molaflex, que tem um relacionamento importante com a Flex, líder em Espanha, alcançou em 2011 um volume de negócios de 16,8 milhões, praticamente o dobro do registado em 2009. Nestes três anos, as ex-portações cresceram de 2% para 59,2%.

Molaflex prevê investir meio milhão na inovação

“Somos considerados, pelos consumidores dos diferentes mercados, a empresa de referência no setor do descanso”, afirma Vítor Marinheiro.

DANIEL BESSA, DIRETOR-GERAL DA COTEC, CONSIDERA

“Faltam mais empresas saídas de processos de I&D”

O dinheiro do Compete, gerido pela Portugal Ventures, não está a ser aplicado, porque “ainda estão à procura de projetos”, afirma Daniel Bessa.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

12 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

No passado, a minha empresa já necessitou de recorrer ao PEC, tendo concluído a sua execução. Atualmente, ponderamos voltar a recorrer a esse mecanismo, contudo, uma vez que foi criado o Programa Revitalizar, desconhecemos se existe algum mecanismo extrajudicial mais vantajoso que o PEC.

RESPOSTAUm dos objetivos do Programa Revitalizar é a promoção da celeridade e a eficácia na articulação das empresas com o Estado, com vista ao desenho de soluções adequadas à revitalização empresarial, em particular no que respeita à Segurança Social e à Administração Tributária. Neste âmbito, será lançado o SIREVE - Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial, que integra a revisão do anterior PEC e privilegia soluções mais ágeis e eficazes no processo negocial e na mediação credores e devedores.Reformando o procedimento extrajudicial, o SIREVE vai assegurar a mobilização e o envolvimento concertado de todos os credores críticos no processo negocial, tornando-o mais célere e eficaz, nomeadamente através da desmaterialização de processos e da criação de uma plataforma eletrónica.O objetivo é a garantia de uma articulação ágil entre as diversas entidades da administração pública, viabilizando a análise caso-a-caso e a concertação de posições e práticas entre os diferentes atores, nomeadamente, da Administração Tributária, da Segurança Social e da Economia e do Emprego.O SIREVE permite que uma empresa que se encontra numa situação financeira difícil e os respetivos credores possam, em vez de recorrer ao processo de insolvência, optar por um acordo extrajudicial que visa a recuperação da empresa e que lhe permita continuar a sua atividade económica.O processo legislativo do SIREVE ainda não se encontra concluído, contudo, de acordo com um comunicado do Conselho de Ministros, já foi tomada a

decisão de instituir este mecanismo. Apesar de o processo legislativo se encontrar em finalização, há informações de que o SIREVE será bastante semelhante ao PEC. Tem por base a facilitação de um acordo entre a empresa em situação de insolvência, ou na iminência de ficar, e os seus credores (públicos e privados), com vista a viabilizar a atividade económica da empresa e a sua recuperação.No caso do PEC, os credores envolvidos devem perfazer 50% das dívidas da empresa e os credores públicos apenas podem ser envolvidos se o PEC também integrar credores privados, se forem apresentadas garantias reais, se houver pagamento de prestações mensais correntes a partir da entrada de requerimento em PEC e se houver substituição da gerência/administração, quando haja dívidas à DGCI relativa a IVA e/ou IRS.As principais alterações do SIREVE face ao PEC são:• Redução dos prazos para conclusão do processo negocial (9 meses para 4 meses);• Introdução de mecanismos de proteção do devedor e dos credores;• A desmaterialização e simplificação do processo, com base na utilização de uma plataforma eletrónica;• Impossibilidade de apresentação de novo requerimento pelo período de um ano, após a extinção do requerimento ou rescisão do acordo celebrado, ou de dois anos após recurso ao PER (Processo Especial de Revitalização);• Estabelece de forma expressa a possibilidade de aceitar ou chamar à negociação credores não relacionados.Todo o procedimento do SIREVE será gerido pelo IAPMEI.

WWW.SIBEC.PT [email protected] 228 348 500

SIREVE

IPAM incentiva desempregados a criar o seu próprio negócioO IPAM vai realizar hoje, sexta-feira, 6 de Julho, em Lis-boa. “Criação de Empresas” pretende esclarecer as dúvi-das de todos aqueles que, por força do desemprego ou por vontade própria, pretendem criar o seu próprio negócio, mas não sabem como fazê-lo.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Antarte produz cadeira entregue a Cavaco SilvaA Antarte, líder nacional em mobiliário de design, produziu a cadeira que foi entregue ao Presidente da República, no Palácio de Belém, no âmbito do projeto Duets, integrado na exposi-ção internacional Art on Chairs. Idealizada pelo designer Pau-lo Lobo, a peça obrigou a três semanas de preparação para que nada falhasse na cadeira do mais alto magistrado na Nação.

PUB

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 13

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Prosegur cresce no segmento residencialFERNANDA SILVA [email protected]

“Devido ao sentimento de in-segurança que os particulares e as famílias sentem pelo aumen-to da pequena criminalidade, temos sentido um acréscimo de procura no segmento residen-cial, na procura de soluções de segurança eletrónica especializa-das para residências e pequeno comércio”, afirma Eduardo Soa-res, diretor regional da Prosegur.

De modo a contrariar este cenário, a Prosegur, empre-sa líder de segurança na região Norte com uma quota de mer-cado superior a 20%, aposta numa “resposta única, dedicada e especializada para fazer face a cada necessidade de segurança”. “Cada cliente representa, para nós, um caso, que terá uma res-posta e uma solução”, assegura Eduardo Soares.

FERNANDA SILVA [email protected]

Localizado no “Península Bouti-que Center”, em plena zona da Bo-avista, o novo espaço bbGourmet Loja, assume-se como o primeiro estabelecimento “100% traiteur” e serve refeições gourmet prontas em apenas 5 minutos, quer para consumir, quer para levar para casa, onde podem ser mantidas em frio positivo até 30 dias sem perder qualquer propriedade.

“Este novo espaço pretende abranger um maior número de pessoas e não uma elite sempre associada às coisas boas da vida”, salienta Jorge Santos, administra-dor do grupo bbGourmet acres-centado que “as coisas boas de-vem ser disponíveis a muita mais gente, independentemente do seu estrato social”.

A terceira unidade do grupo bbGourmet, que tem já dois es-paços a funcionar, o bbGourmet Bull&Bear, para degustar, e o bbGourmet Maiorca, para petis-car, assume assim um conceito diferente das demais: “refeições em 5 minutos”, onde “todas têm a mesma qualidade” e com preços a começar nos 5 euros, explica o gestor. O novo espaço aposta ain-da na pastelaria artesanal contem-porânea, com destaque para os mil folhas de laranja ou baunilha e as tarteletes de limão ou de chocolate negro, entre outras iguarias.

Representando um investi-mento de 250 mil euros, e tendo criado 10 novos postos de traba-lho, a nova unidade do grupo foi pensada tendo em conta a atual conjuntura económica, e por isso aposta em fornecer “uma excelen-te relação qualidade/preço”. O administrador do grupo bbGour-met acredita que “as pessoas, numa altura destas, tendem a gas-tar menos, independentemente do seu orçamento”.

Quanto à escolha do local, se-gundo Jorge Santos, este “prende-se com o facto de ser uma zona de grande densidade populacional e profissional”. Para além disso, “é de fácil estacionamento e o espa-ço comercial vai ter presenças que o vão dinamizar bastante”.

Ainda assim, o grupo não pre-tende ficar por aqui. “Pretende-mos replicar o modelo bbGour-met Loja, ao ritmo de, pelo menos, uma nova unidade por ano, mas o objetivo é multiplicar por muitas mais”, salienta Jorge Santos.

Para já, todas as três lojas do grupo situam-se no Porto, mas tal é “propositado”, ou seja, “para haver uma melhor gestão e um acompanhamento do investi-mento e da qualidade dos nossos serviços e produtos”. “Todavia, queremos atingir diversas cidades do país e até internacionalmen-te”, finaliza.

bbGourmet Loja abre no Península Boutique Center

Corte Inglés na Boavista podia ter esvaziado a BaixaFERNANDA SILVA [email protected]

O presidente da Câmara Municipal do Porto reafirmou recentemente ser sua convicção que, se tivesse autoriza-do a instalação da loja do Corte Inglés prevista para a Rotunda da Boavista, a zona da Baixa da cidade seria reduzida a “zero” nem teria condições para os inves-timentos que vieram a acontecer depois.

“Tenho eu naquela altura (2002) cria-do um polo de atração tão forte como esse na Rotunda da Boavista, e a Bai-xa morria em definitivo”, defendeu Rui Rio, acrescentando que este cenário colocaria em causa “as parcerias com o Mercado Ferreira Borges, a Pousada do Freixo e o novo Hotel nas Cardosas não tinham condições de mercado e garan-tias para ir para a frente”. Nesse sentido, “todos estamos a usufruir destes locais por não se ter cometido esse erro”, re-sumiu.

Recordando que, desde que é presi-dente da autarquia portuense, a con-juntura do ponto de vista económico “nunca foi favorável”, Rio salientou ain-da a dificuldade acrescida em “conseguir captar investimento privado”, por forma a inverter o facto de a baixa “estar alta-mente, para não dizer completamente, abandonada”. “Agora, todavia, é mais fácil, porque a baixa já está em anda-mento, mas a crise acentuou-se mais. No fundo as coisas neste momento não são muito diferentes”, assegura.

Rui Rio, que foi questionado pelos jor-nalistas à margem da conferência “A Eco-nomia dos Eventos: Captar e criar eventos com impacto económico e social”, recen-temente realizada na Escola de Gestão do Porto (EGP-UPBS), traçou, durante a sua intervenção, a evolução das práticas do executivo municipal ao longo dos três mandatos no que diz respeito ao turismo, incluindo a reabilitação do edificado e as parcerias público-privadas.

O autarca acrescentou que “a Junta Metropolitana do Porto está a analisar quais são as exigências que deve fazer num quadro de privatização da ANA para assegurar a competitividade futura do Aeroporto Francisco Sá Carneiro” e que “o ministro da Economia está aber-to a conversar sobre isso”.

A Optimus adotou, desde 2011, uma nova estratégia de sustentabilidade baseada em três eixos de atuação: “responsible life”, “green life” e “e-life”. Em entrevista à ‘Vida Económica’, Isabel Borgas, diretora de comunicação institucional e sustentabilidade da empresa, explica que a sustentabilidade ambiental corporativa espelha-se não só no negócio, assente essencialmente em tecnologias digitais, mas também no interior da própria empresa, através de “medidas concretas e resultados significativos, quer para a poupança quer para a redução da pegada ecológica”.FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica – Qual a importância atribuída pela Optimus à promoção da sustentabilidade?

Isabel Borgas – Na Optimus estamos fortemente empenhados em desenvolver produtos, serviços e soluções inovadoras que não só satisfaçam as necessidades dos mercados em que atuamos, mas que tam-bém gerem valor para os nossos clientes, parceiros, acionistas e comunidade.

O ano 2011 significou, para a Optimus, o início de um novo ciclo, que nos per-mitiu consolidar a nossa estratégia e dese-nhar, em parceria com os nossos principais “stakeholders”, os “drivers” para os próxi-mos três anos, agora consubstanciados em três eixos de atuação: “responsible life”, “green life” e “e-life”.

VE – Na prática, como se traduzem estas diretrizes?

IB – No primeiro eixo, compromete-mo-nos, através dos nossos colaboradores, clientes e parceiros, a atuar de forma res-ponsável, assegurando que os princípios éticos e deontológicos que subscrevemos estão presentes diariamente na nossa ati-vidade.

Já ao nível ambiental, continuaremos a investir não só na redução dos impactos do nosso negócio como também nos impac-tos das outras organizações e da socieda-de em geral, através do desenvolvimento de produtos e serviços tecnologicamente avançados, promotores da desmaterializa-ção, da redução do impacto ao nível do consumo de recursos naturais e do consu-mo de energia direta e indireta.

O nosso terceiro desafio passa por facili-tar, a todos, o acesso às TIC (tecnologias de informação e comunicação), independen-temente da idade, condição social, idioma ou cultura, colocando as tecnologias de

informação e comunicação ao serviço das pessoas, através do desenvolvimento de produtos e serviços inovadores que contri-buam para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Criar valor para os acionistas

VE – Em que medida a empresa en-cara a sustentabilidade como uma oportunidade?

IB – Sustentabilidade significa longo prazo e a Optimus é claramente uma “long term company”. Quer isto dizer que não é um fim em si própria, mas existe para criar valor para os seus acionistas, colabo-radores, clientes, fornecedores e parceiros, dedicando recursos e tempo à comunidade e ao ambiente.

Operando num setor como o das co-municações, que apresenta um enorme potencial para contribuir para um desen-volvimento sustentado, a Optimus desen-volve e adota processos que visam reduzir significativamente o impacto das suas pró-prias atividades. A título de exemplo, em 2011, verificou-se uma redução de 18% no consumo de eletricidade da Optimus, devido à implementação de medidas pro-motoras de eficiência energética. De notar que o consumo de eletricidade é o maior impacto ambiental da Optimus.

Por outro lado, os nossos serviços assen-tam essencialmente em tecnologias digi-tais, que fornecem soluções promotoras da desmaterialização, da redução do impacto ao nível do consumo de recursos naturais e do consumo de energia direto e indireto. Nesta vertente, estamos a desenvolver o

nosso negócio e, em simultâneo, a contri-buir para a redução da pegada ecológica de outras organizações.

VE – Como tem sido possível sensibi-lizar e envolver os colaboradores?

IB – O envolvimento dos nossos cola-boradores é um aspeto fundamental para o cumprimento da estratégia e objetivos da organização, entre eles, os compromissos ao nível da sustentabilidade.

ISABEL BORGAS, DIRETORA DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E SUSTENTABILIDADE DA OPTIMUS, ASSEGURA

Setor das comunicações tem um forte potencial de desenvolvimento sustentado

Tempos de incerteza proporcionam

novas oportunidades

Isabel Borgas considera que o atual contexto de crise económica e social, apesar das adversidades, permite às empresas explorarem novos desafios e oportunidades.“Os tempos de profunda incerteza que vivemos encerram em si um conjunto diversificado de desafios para todos nós. No entanto, o caminho que temos vindo a trilhar, em conjunto com os nossos colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros e organizações do terceiro setor, permitirá explorar novas oportunidades, com ganhos para ambas as partes.” “Por isso, na Optimus continuaremos a desenvolver produtos, serviços e soluções tecnologicamente inovadoras, que potenciem a transformação social, ambiental, cultural e económica em que acreditamos”, conclui Isabel Borgas.

Isabel Borgas salienta que sustentabilidade significa longo prazo e a Optimus é claramente uma “long term company”.

���������� ����

����������������� �������������������� ���������������������������������������������������������� �������������������������� ���!������� �������������"������� ��������� ��������������#����������������������������� ����$������$���%������������� �������

&������������ ���������������

������������ ��� ��� ��������������������������������

Media partner

������������ ������������������������������������������������� ��!��"� !������ ��#$�

PUB

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 15

PUB

O presidente da Fundação Konrad Adenauer salientava, dias atrás, num jantar realizado aqui no Porto, que a opinião pública europeia e a vontade prevalecente, a nível do poder político nos diferentes estados membros, seriam muito favoráveis a Portugal.Mas após ter substanciado, em detalhe, as diversas nuances existentes, chamava a atenção para o facto de o dia a dia no nosso país estar a ser observado, de perto, por profissionais dos órgãos de comunicação social da União Europeia, capazes de auscultar diretamente as pessoas comuns e de ler a realidade situada para lá do discurso político oficial.Sumariando, explicava a importância que acontecimentos aparentemente de segunda linha poderão vir a ter para fortalecer ou denegrir a nossa credibilidade.Infelizmente, nos últimos tempos, tais observadores terão, talvez, vislumbrado uns tantos acontecimentos expectáveis num “estado-exíguo” mas não num país membro da UE. Designadamente, ainda envolvidos pela perplexidade em que o “caso” da Universidade Lusófona nos mergulhou, acordámos para as últimas revelações sobre a saga das nomeações para o Metro do Porto – episódios que nada contribuem para consolidar ou melhorar a imagem de Portugal. Depois dos avanços e recuos que animaram os títulos-de-caixa-alta, com nomes a serem sugeridos e retirados, na terça-feira foi divulgado que a CReSAP (Comissão de Recrutamento e Selecção da Administração Pública) teria “levantado dúvidas sobre os currículos de António Samagaio e António José Lopes”, indigitados para a administração do Metro. E tudo indica que, com base em tal parecer, o Governo optou por não considerar para tal posição a pessoa do Professor António Samagaio. Tal como havíamos manifestado surpresa pelo

afastamento de outras personalidades, a referência supra feita a António Samagaio, uma vez que não aparece assente em qualquer apreciação ou justificação, merece ser comentada, dado estarmos perante um profissional de enorme qualidade, doutorado com distinção por uma das melhores universidades americanas e há longos anos professor na Universidade de Aveiro. Este especialista, conhecido pela sua ponderação, inteligência e cultura, seria certamente uma aquisição diferenciada para os órgãos dirigentes de qualquer empresa ou instituição. A ser assim, em que critérios se baseou todo um processo decisório que afastou várias pessoas qualificadas, sem prestar explicações à opinião pública? E como foi possível envolver-se este Governo em mais uma controvérsia tão desgastante?Enfim, o processo de nomeação de gestores para o Metro do Porto, que deveria ser transparente e baseado no bom senso, assumiu, afinal, um cariz opaco e subjetivo, bem ao arrepio da postura que o executivo precisa de projetar a nível nacional e internacional. Estamos, pois, a braços com mais um momento muito infeliz, particularmente grave numa altura em que estão pendentes tantos dossiers duma importância decisiva para o país.Quando a CReSAP questiona, sem explicações à opinião pública, o currículo dum especialista de nomeada internacional, seria interessante inquirir quem analisa e julga o processo decisório de tal órgão e os currículos dos seus membros. Esperemos, agora, que o imbróglio da Universidade Lusófona e esta saga do Metro – bem diferentes na sua essência – não acabem por produzir ainda mais “novidades” capazes de deteriorar a nossa imagem e questionar a eficácia e “razão de ser” de alguns órgãos de fiscalização e avaliação.

Andamos a dar tiros na nossa imagem

J.A. SEABRA DE FIGUEIREDODocente da Católica Porto Business SchoolConsultor

Muitos investidores adotam as mais variadas estratégias que oferecem poucas ou nenhumas perspetivas reais de sucesso a longo prazo e uma grande probabilidade de perdas financeiras substanciais. Essas estratégias não são métodos coerentes de investimento mas antes se assemelham a especulação ou jogo.A Margem de Segurança deve ser central em qualquer processo de investimento conservador. No caso do investimento em ações, o investidor avesso ao risco deve reconhecer que quanto maior for a diferença entre o valor — o que realmente valem os negócios por detrás das ações — e o preço a que estão a cotar — o que temos que pagar para ser donos desses negócios — maior é a margem de segurança com que aplica o seu dinheiro. Daqui resulta uma melhor taxa de retorno para o seu investimento.A Sonae, SGPS é disto um bom exemplo. A Sonae, SGPS é um conglomerado familiar português, que detém a maior cadeia de hipermercados, supermercados e lojas de retalho especializado em Portugal, com uma estratégia de expansão internacional. Esta holding é controlada pela Família Azevedo, que detém 53% do capital. A maior parte da riqueza da família está ligada à empresa. A Sonae, SGPS é o maior empregador privado português, com mais de 40.000 funcionários.A Sonae, SGPS tem uma participação de 50% na Sonae Sierra, empresa dedicada à gestão e promoção de centros comerciais, e uma participação de 53% na Sonae.com, empresa de telecomunicações nacional.

TeseO negócio de retalho alimentar, representado pela marca Continente, é o seu maior negócio, com uma quota de mercado crescente de 25%. Num ambiente muito difícil para a confiança dos consumidores, isto evidencia um negócio estável. A base de clientes é muito leal, com mais de 90% das vendas associadas a cartão de fidelidade.A Sonae é a principal empresa de retalho alimentar em Portugal, com a maioria dos hipermercados localizados em centros urbanos. Todos os seus hipermercados e supermercados estão em centros comerciais, beneficiando do tráfego de clientes das outras lojas. Disponibiliza uma enorme variedade

de produtos aos seus clientes, contando com mais de 70,000 referências. De destacar é o facto de 29% das suas vendas serem em produtos de marca própria.A empresa detém as maiores operações logísticas em Portugal, o que os torna extremamente eficientes. As suas margens de lucro de 7% são mais elevadas do que as dos principais concorrentes, como a Jerónimo Martins (6,6%) e a DIA (5,7%). Num ambiente económico difícil, conseguiram aumentar as margens no primeiro trimestre deste ano, o que revela ganhos de eficiência.Atualmente, a empresa é proprietária de 78% dos imóveis das lojas. A sua estratégia passa também pela monetarização de ativos – importante fonte futura de capital para os investimentos da empresa – através da venda e locação de imóveis.

A dívida e dividendosA dívida financeira líquida consolidada é de 2264 M�. Ao longo dos últimos três anos, reduziu 394 M�. Espera-se que a dívida total tenha uma redução significativa nos próximos 6 anos. Parte significativa da dívida, cerca de 1000 M�, está vinculada aos imóveis das lojas de retalho. A sua dívida líquida equivale a 3,2 vezes o EBITDA (lucros antes de juros, impostos e amortizações).A Sonae distribui pelos seus acionistas 51% dos lucros da empresa )0,0331 euros por ação), o que representa um yield de 7,7%.Sonae Sierra, 50% da joint venture com a Grosvenor (grupo imobiliário escocês). Possui e desenvolve centros comerciais (49 centros comerciais com valor de mercado de aproximadamente 6,4 mil milhões de euros). A empresa apresenta uma considerável diversificação internacional: forte presença no Brasil (21%), Espanha (14%), Alemanha (13%) e Itália (6%). A componente de negócio em Portugal representa 44%. A taxa de ocupação dos seus espaços comerciais é de 96,8%.No primeiro semestre de 2011, a OPV da Sonae Sierra Brasil permitiu o encaixe de 200 M� para futuros investimentos na região.Salientamos ainda que, apesar da crise, as vendas e os resultados líquidos da empresa aumentaram face ao ano anterior. O “loan-to-value” de 43% é conservador face aos níveis do setor, que se situam entre os 60 e os 70%. Após a recessão de 2008, a sua

participação na Sonae Sierra e a desvalorização de mercado das suas propriedades imobiliárias penalizou fortemente os resultados da Sonae, SGPS. O NAV da Sonae Sierra caiu do máximo de � 1713 M para � 1185 M. Estas perdas parecem agora estar a estabilizar.O valor atual de mercado da participação Sonae SGPS: 1185,83 M� (NAV em 31-03-2012) x 50% = 592,92 M�.A Sonae.com, terceiro maior operador de telecomunicações em Portugal, com uma quota de mercado de 21,1%, é um negócio autónomo, estável e crescente. A France Telecom tem uma participação de 20%, que deseja alienar. A dívida líquida representa 1,5 vezes o EBITDA. Considerando a atual cotação de mercado das ações da Sonae.com, a participação da Sonae SGPS é de 247,7M� (466M� x 53,16%).

Conclusão: A soma das partesRelembro o leitor que preço e valor justo são coisas muito diferentes. O preço é o que o mercado cota a cada instante. O valor corresponde à capacidade que a empresa tem de produzir riqueza para os seus acionistas. Estamos aqui a levar em conta o preço que, no caso destas duas participações da Sonae, SGPS na Sonae Sierra e Sonae.com, é muito inferior ao seu real valor.O preço corrente de mercado, por ação, das participações da Sonae SGPS (na Sonae Sierra e Sonae.com) é de cerca de 0,42 euros por ação, ou seja, quase a cotação atual de mercado da empresa, que é de 0,43 euros. Por outras palavras, o mercado está a atribuir valor zero ao negócio de hipermercados da Sonae, SGPS. Esta é uma prova de que o mercado é extremamente ineficiente e pode, durante um período considerável de tempo, não avaliar corretamente as empresas e os negócios que lhes estão subjacentes.A Sonae, SGPS, ao preço a que está a cotar agora, é uma oportunidade que não pode ser ignorada. AVISO: Esta não é uma recomendação de compra. A recomendação depende da situação financeira de cada investidor, da composição do seu património financeiro, do temperamento adequado para suportar a volatilidade nos mercados financeiros e da capacidade de manter os investimentos o tempo necessário para que a oportunidade se materialize, ou seja, para que o preço seja igual ao valor.

Sonae, SGPS – a soma de todas as partes

EMÍLIA O. VIEIRAPresidente do Conselho de AdministraçãoCasa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, SAwww.casadeinvestimentos.pt

As empresas, independentemente da sua dimensão, são cada vez mais confrontadas com cenários de evolução que passam pelo acesso a novos mercados.As necessidades para este alargamento das zonas de negócio podem ter diversas origens, como sejam:• saturação do mercado nacional; • diversificação de risco geográfico; • acompanhamento de clientes atuais; • posse de know-how específico.Os meios de entrada nesses novos mercados também podem revestir-se de múltiplas hipóteses que vão de

uma simples ou pontual exportação de produtos ou serviços à instalação de sucursais ou delegações; do estabelecimento de parcerias à aquisição de empresas locais. A realidade é que a caraterística de multinacional é cada vez mais assumida pelas empresas familiares, contrariando a ideia tradicional de as associar a companhias mais locais e, felizmente para todos, esta tendência de internacionalização é algo que estas particulares empresas conseguem fazer de uma forma muito profissional e deveras reconhecida.

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

A empresa familiar tem capacidade para ser muito competitiva

Temas para reflexão:• Com vamos abordar a internacionalização da nossa empresa?• Os nossos colaboradores e, em especial, as pessoas da família estão disponíveis para a expatriação?• Como capacitamos as pessoas e preparamos a família para esta inevitabilidade?

Porto de Sines regista melhor semestre de sempreO Porto de Sines registou o melhor semestre de sempre na tonela-gem de carga movimentada, totalizando 14 28.697 toneladas nos primeiros seis meses de 2012, que corresponde a um crescimento homólogo de 22% face ao ano transacto. Para este excelente resulta-do contribuíram todos os segmentos de carga, com crescimento nos Granéis Líquidos, Granéis Sólidos e Carga Geral.

JP Sá Couto finalista em prémio internacional de tecnologias de ensinoA empresa portuguesa JP Sá Couto é finalista dos Prémios World Education Summit 2012, na categoria Melhor Inovação em Tecnologias de Ensino e Aprendizagem. Depois de ter ganho, no início do ano, os Prémios Learning Without Frontiers, em Londres, a empresa assiste ao re-conhecimento internacional – apesar da polémica em Portugal devido aos concursos públicos do Magalhães – do trabalho que tem vindo a desenvolver na área da Educação.

MARTA ARAÚ[email protected]

A Ramos Catarino Espanha, empresa que pertence ao grupo português Catari-no, que se dedica à construção, ganhou a empreitada de uma nova loja da Makro, a ser construída em Alcalá de Guadaíra (Sevilha). Com esta adjudicação, a con-génere espanhola reforça a sua posição como referência na construção de gran-des superfícies comerciais na Península Ibérica.

O projeto da nova loja, que contará com 10 000 m2 de superfície construída e 7700 m2 de área comercial, é da responsabilida-de da TAUT Arquitectos, sendo a Ramos Catarino Espanha responsável pela cons-trução civil, soleiras e pavimentos, divisó-rias, tectos falsos e pintura.

Para Vítor Catarino, CEO do Grupo Catarino, “trata-se de um projeto muito importante para nós, na área do “retail” em Espanha, que vem reforçar a nossa posição como referência ibérica no sector da construção. É uma magnífica oportu-nidade de trabalhar com uma empresa de referência, como é a Makro, e, na minha opinião, uma gratificante recompensa pela nossa aposta na seriedade, ética, rigor e profissionalismo”.

Mais de meia centena de projetos no país vizinho

A adjudicação desta obra vem reforçar o trajeto que a Ramos Catarino tem tido em Espanha, onde já foi responsável por mais de meia centena de projetos em ci-dades como Madrid, Barcelona, Bilbao, Valência, Corunha, Alicante, Saragoça, San Sebastian, Sevilha, Múrcia, Cáceres, Valhadolid, Ponferrada, Salamanca, Ciu-dad Real, Córdoba ou Huelva.

El Corte Inglés, H&M, Ikea, Sport Zone, Cepsa, Repsol, Banco Espirito San-to, Banco Caixa Geral, Martifer, Galp, Lidl, Worten, E’Leclerc, Petrocontinental, Iberdrola Inmobiliaria, Decathlon, Grupo Aeronáutico Zona Centro ou Chelverton Properties são apenas alguns dos clientes.

A empresa do Grupo Catarino trabalha nos sectores da indústria, retail, reabilita-ção e restauração, vivendas de luxo e esta-ções de serviço, passando a sua estratégia de expansão em Espanha por uma forte aposta na área da hotelaria.

Grupo Catarino cresce em Espanha

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

16 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

PUB

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

Em 1991, a alcunha da família, que já identificava a “António Fernandes da Silva &

Irmãos, Lda» – empresa surgida 1958 –, passou a fazer parte da denominação social desta empresa, dando origem à Empreiteiros Casais. Em 1994, iniciou o processo de internacionalização para a Alemanha, estando atualmente presente em mais de uma dezena de países. Esta vocação externa fez com que, no início deste ano, entrasse pela primeira vez na Argélia, onde, por cerca de 30 milhões de euros, vai construir o edifício mais alto da capital, dedicado a escritórios e a um hotel da cadeia Holiday Inn que será gerido por um grupo argelino com quem a Casais estabeleceu uma parceria há cerca de um ano.

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares - Santiago – Porto www.efconsulting.es [email protected]

Adaptação a novos mercados

Fonte: “La Imagen de la Empresa Familiar en España”, Edelman e Instituto Empresa Familiar, 2006

������''�(()

�������*��������

��������������������������������

����� ������������������+�������,���-�����.��/�����0��������������1-�#� ���������� ����#������������������1����+������������������.��/�������������������1-������������������������1-��������������+,�������)#�����,�������2���������+������������������2��#�2���3�����/�����������0�������#� %������.��/������� ��������������,���-�������������/��������� ���� 4����"���������!�������5����#���.��/���������������� �� �������������� �����&�.��/���������6���������1���%�����������7�, �������� �����'������������������(������������������������������������������ ��������1-���������#������������������������������1-������� �1-����������� ���� ������� �������.��/����#�"���4����������$���������������1��#�$���������������� +����#�������%���1-�#���8��� ����� ���������4������������� �������

������������������������������������� ���!�"�

#���������������$/������#�9

#%�����

#&���%�����

�%�����'�������(���������������)�*�����+$��������,������+ -��.�/���0/�����������������12�3���������1453!�"�������������

Vítor Catarino, CEO do Grupo Catarino, sublinha que “é uma magnífica oportunidade de trabalhar com uma empresa de referência, como é a Makro”.

A ANJE - Associação Nacio-nal de Jovens Empresários acaba de obter certificação da DGERT - Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho para ministrar formação num total de 18 áreas associadas ao desenvolvi-mento de competências em con-texto profissional e empresarial. A associação, que cumpriu em 2011 um volume de formação de perto de 140 mil horas, era já uma entidade acreditada, mas vê

agora reconhecida pelo novo sis-tema de certificação a sua capa-cidade técnica e pedagógica num amplo e diversificado leque de domínios temáticos.

O selo de qualidade vai das competências pessoais às múl-tiplas vertentes das ciências em-presariais, onde se evidenciam grupos formativos como Gestão e Administração, Contabilidade e Fiscalidade, Finanças, Banca e Seguros, Comércio, Marketing

e Publicidade ou Secretariado e Trabalho Administrativo. Direi-to, Informática, Línguas, Eletrici-dade e Energia destacam-se entre as áreas mais específicas. Referên-cia ainda à formação associada aos serviços, onde se enquadram, por exemplo, cursos nos domí-nios da Segurança e Higiene no Trabalho, do Turismo e Lazer e da Hotelaria e Restauração.

Até aqui, a acreditação deste organismo era genérica e definia domínios de intervenção no ciclo formativo, mas a renovação ago-ra efetuada tem por base áreas de educação e formação. O processo exigiu a submissão de uma candi-datura, sendo que a ANJE conse-guiu aprovação em todas as áreas às quais se propôs. Este novo Sis-tema de Entidades Formadoras é, a par de outros mecanismos, um dos garantes da qualidade do Sis-tema Nacional de Qualificações.

Na génese do sistema está um rigoroso modelo de avaliação, cuja primeira fase a associação passou já com distinção. Segue-se um acompanhamento regular e direto das práticas de formação,

com vista a monitorizar o serviço prestado e o cumprimento dos resultados.

Recorde-se que, da formação avançada de dirigentes e altos quadros ao reforço da qualifica-ção de colaboradores, a ANJE tem uma resposta completa, per-feitamente adaptável às diversas necessidades das empresas. A ambição de integrar no seu pla-no formativo todos os públicos do contexto empresarial justifica uma oferta que culmina com o ensino pós-graduado, qualifica-ção empresarial de nível superior, cuja frequência e aproveitamento possibilitam o reconhecimento do sistema europeu de créditos curriculares.

Os programas formativos são gizados pormenorizadamente, marcando a diferença pela novi-dade e eficácia dos métodos pe-dagógicos utilizados, bem como pela atualidade e pertinência dos temas, conteúdos e abordagens. De resto, o FOCO ANJE dife-rencia-se ainda pela qualidade e notoriedade dos parceiros a que se associa.

ANJE amplia competências enquanto entidade formadora ASSOCIAÇÃO ESTÁ ACREDITADA PARA MINISTRAR FORMAÇÃO EM 18 ÁREAS TEMÁTICAS

Pós-graduaçãosobre novas tendências de Marketingarranca em Setembro

A Pós-Graduação em Ma-rketing - Novas Tendênciasda ANJE - Associação Nacio-nal de Jovens Empresários teminício marcado para setembro.Entretanto, decorre ainda umasegunda fase de candidaturas,abertas a empresários e profis-sionais das mais diversas áreas,que ambicionem ficar a par dasmais diferenciadas técnicas eprogramas, recentemente de-senvolvidos por “marketeers” eoutros académicos. A formaçãoserá ministrada em horário pós-laboral, duas vezes por semana,no Centro de Formação Empre-sarial da associação no Porto.

A estrutura curricular divi-de-se em oito módulos, a sa-ber: “Marketing Estratégico”;“Marketing Experiencial e Or-ganização de Eventos”; “Ma-rketing Digital”; “Publicida-de, Promoção e Comunicaçãoem Marketing”; “MarketingInternacional – Internaciona-lização e Novos Mercados”;“Gestão de Produtos/Marcas eMarketing Relacional”; “Inova-ção e Criatividade”; e “NovasTendências”. De referir que omódulo “Novas Tendências” éuma cadeira de formação à me-dida, sendo a temática uma es-colha dos formandos com basenuma alargada lista de opções(“Marketing Verde e MarketingSocial”, “Marketing Pessoal,Networking e Relações com osMedia”, “Marketing Turístico”,“Marketing de Moda”, “Marke-ting de Produtos Culturais”, en-tre muitas possibilidades).

A experiência académica etambém profissional é o princi-pal critério de seleção do corpodocente desta pós-graduação,cuja metodologia pedagógicaassentará em formatos dinâmi-cos e inovadores, incluindo aná-lises de caso, trabalhos práticos,bem como conferências e semi-nários.

Beneficiando de todo o“know-how”, experiência e ne-tworking da ANJE, esta for-mação tem ainda a chancela doGrupo Lusófona e está enqua-drada no Processo de Bolonhae no sistema europeu de uni-dades de créditos curriculares(30 ECTS – European CreditTransfer System). Informaçõesadicionais em www.anje.pt/pg-marketing.

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 17

Candidaturas a programas de formação financiada Focada nas exigências de formação e de evolução permanente do tecido empresarial, a ANJEapoia as empresas na elaboração de candidaturas à formação financiada, no âmbito da Forma-ção para a Inovação e Gestão do POPH - Programa Operacional Potencial Humano. Prevê-seque os concursos abram depois do verão e a associação está já a trabalhar com as empresas naconceção de planos formativos.

Seminário “Gestão do Tempo e Produtividade Pessoal”No próximo dia 18 de julho, a ANJE promove nas suas instalações em Algés um seminário compacto, que representa o estado-da-arte em metodologias

de organização pessoal e performance de topo. A iniciativa visa dar a conhecer algumas das melhores práticas para enfrentar a turbulência inevitável do atual

fluxo de trabalho.

Selo de qualidade da formação ANJE

Para a ANJE, a certificação agora renovada representa o reconhecimento da longa experiência da associação ao serviço da qualificação dos jovens empreendedores de todo o país e a afirmação dos elevados padrões de qualidade pelos quais sempre se regeu o seu departamento de formação. Departamento esse que comunica agora sob a alçada da marca FOCO - Formação e Competências ANJE.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

TÜV Rheinland inova com oferta integrada de serviços A TÜV Rheinland Portugal dispõe de uma oferta integrada e organiza-da de serviços (“chave na mão”) nas áreas de Energia, Ambiente e Se-gurança que visa cumprir objetivos específicos e dar resposta ao cumprimento legislativo e normativo num mercado onde se exi-ge às empresas níveis de qualidade cada vez mais elevados.

McDrive aberto no verão até mais tarde Até 15 de Setembro a McDonald’s volta a alargar os horá-rios do McDrive durante o período de verão, que vai voltar a estar aberto no período da noite, pelo menos até às 2h00 da manhã, de forma a corresponder às expetativas dos seus consumidores, permitindo efetuar o seu pedido sem ter de sair da viatura.

VIRGÍLIO [email protected]

O Provedor da Ética Empre-sarial e do Trabalhador Tem-porário (PEETT), Vitalino Canas, disponibiliza o seu site oficial (www.provedortt.org) para eventuais denúncias sobre

os concursos para a prestação de serviços por profissionais de saúde.

“O PEETT continuará a acompanhar o desenvolvimento destas contratações, promoven-do as diligências que estiverem ao seu alcance, desde já ape-

lando a que quem disponha de informação relevante que possa disponibilizar, ou entenda de-nunciar situações alegadamente ilegais”, afirma em comunicado.

Sobre as informações divul-gadas pela comunicação social “que dão conta de adjudicações

Provedor do Trabalho Temporário apela à denúncia de irregularidades contratuais na saúde

O provedor Vitalino Canas admite que estejam a ser cometidas ilegalidades em adjudicações de serviços já realizados.

PUB que implicarão prestações de serviços remuneradas a cerca de � 4 por hora a profissionais de enfermagem”, o PEET assegura que “não há indicação de que tenha havido qualquer adjudi-cação a empresas de trabalho temporário ou que alguma delas venha a concorrer ou a benefi-ciar de adjudicações”.

“Uma interpretação possível dos documentos dos concursos molda-se sobretudo a empresas de outsourcing e à promoção de contratos de prestação de serviços, vulgo ‘recibos verdes’, inclinação do adjudicante que se regista e que o PEETT não pode deixar de condenar, dada a desproteção dos profissionais normalmente associada a esta fórmula contratual”, acrescen-ta.

Esclarece, no entanto, que “os documentos de concurso que se limitem a definir como critério de adjudicação o mais baixo preço unitário por hora, não definindo limites mínimos para o preço, sejam limites res-peitantes à necessidade de res-peitar a proibição de venda com prejuízo, ou limites resultantes do valor hora fixado na lei ou em instrumentos de contrata-ção coletiva de trabalho, permi-tindo a oferta de preços insigni-ficantes (por absurdo, � 1 por hora, por exemplo) poderão ser ilegais, podendo a respetiva in-validade ser suscitada adminis-trativa ou judicialmente pelos sujeitos com legitimidade”.

“Os atos de adjudicação e as estipulações contratuais que contrariem a proibição das normas legais, designadamente as que proíbem a venda com prejuízo, ou que impliquem a remuneração dos profissionais envolvidos em valores abaixo dos fixados por lei ou através de contratação coletiva poderão ser ilegais e como tal sujeitos a impugnação nos termos legais.”

“Algumas das informações que têm vindo a público pare-cem indiciar que em adjudica-ções já realizadas podem estar cometidas algumas das ilegali-dades referidas”, conclui.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

18 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Os laureados pelo Nobel da Economia confessam ter vivido como reis durante os meses da respetiva consagração. E poucos de nós sabem que, anos depois de ganharem o prémio, ainda recebem mais de quinze convites por semana para realizarem conferências pagas por esse mundo fora – e isto para além das insistentes entrevistas, opiniões e relatórios informais que lhes são solicitados em permanência. Tudo isto cria uma situação autenticamente paradoxal: se, por um lado, os transforma naquilo que eles nunca deveriam ser – os enciclopedistas boqueiros que de tudo falam e julgam saber –, por outro, é humanamente impossível, com tais agendas pessoais, manter tempo disponível para, de facto, estudar como académicos e em profundidade os temas mais fundamentais da atualidade retratada. Por isso, muitos de nós consideram que os macroeconomistas de referência não passam hoje de meros e discutíveis destiladores das múltiplas opiniões alheias que ouvem; dito de outro modo, contratar um ex-Prémio Nobel tem, de facto, uma visível vantagem para quem os ouve: não esperar ficar a saber o que realmente pensa mas quais as ideias prevalecentes do “mainstream” onde se movimenta e o que mandam os que o sustentam. Por isso, são legitimamente caros, como bons vendedores dos compactados de opiniões que veiculam. Aliás, há um pormenor interessante que julgo original na macroeconomia e nem sempre é conhecido: o vencedor e potenciais candidatos ao Prémio Nobel de Economia ganham-no ou tornam-se referenciais académicos um bom par de dezenas de anos depois da investigação que lhes deu origem, o que provará a sua potencial grave desatualização em relação às evidências com que hoje se confrontam. Como alguns já sabem, a macroeconomia continua sem resolver a sua crise estrutural de identidade, dominada por vários complexos inamovíveis. Em primeiro lugar, aquela teimosia permanente de não aceitar o seu carácter eminentemente social; depois, aquela sensação de já estar quase tudo descoberto do essencial, através dos tradicionais e geniais académicos, hoje indiscutivelmente sem continuidade; finalmente, o recurso obsessivo e generalizado à metodologia quantitativa como exclusivo de garantia académica e acesso aos meios de divulgação em circuito fechado em que se movimenta.De facto, a macroeconomia vive hoje não de tentar compreender a realidade mas sim da soma, por estímulo e cadeia nunca quebrada, dos contributos que tentem provar as evidências que lhe possibilitem o maior número de referências bibliográficas em “papers” publicados. Este é o segredo académico mais bem guardado: o financiamento e a sobrevivência correm no mesmo sentido das efetivas aquisições dos “ronaldos e messis” da moda, que ajudem às pontuações necessárias para atingir a respetiva diferenciação. A macroeconomia adora o juízo de valor, disfarçado de múltiplas

máscaras, a começar pelo embrionário custo-benefício – divagar sobre o “gastar bem ou mal” na educação, na saúde ou nos investimentos públicos é o sustento de muitas vidas profissionais académicas por esse mundo fora.Por tudo isto, a macroeconomia odeia a gestão e tudo faz para a minorar, a começar pela forte obstrução à equivalência nas candidaturas reconhecidas ao renome e influência universais. Felizmente para todos nós, têm cada vez menos sucesso nessa fobia – as referências académicas e não académicas na gestão têm hoje o prestígio generalizado que decorre, também aqui, de factores identificáveis.Em primeiro lugar, a gestão, e ao contrário da economia, nunca caiu no logro facilitista do comportamento racional do agente económico – muito pelo contrário, a teoria e a prática da gestão sustentam os seus pressupostos exactamente na irracionalidade desse comportamento e, a partir dela, gerar as propostas para o mais eficaz e eficiente contorno dessa dificuldade estruturante. Em segundo lugar e objetivamente, a gestão como disciplina nunca existirá se não for próxima, dependente e até mesmo siamês relativamente à realidade onde atua, da mesma maneira em que não há nem é possível haver nela juízos de valor. Mais ainda, quando algo falha na prática da gestão é porque também falharam estrondosamente os mecanismos que ela própria criou para a sua regulação, por culpa dos agentes, dos investigadores ou das autoridades. A gestão assume a incerteza, a mudança e as expetativas como parte integrante da sua realidade: a macroeconomia estuda-as, raivosamente, como variáveis a abater e a transformar em pressupostos, para não estragar as suas conclusões. Esta é também uma das diferenças fundamentais das suas abordagens.Em momento de crise e de recessão, a macroeconomia faz o diagnóstico e raramente acerta na respetiva previsão no tempo. Mas o pior não é isso; o pior é quando a macroeconomia decide gerir a crise – isto é, quando age como o cirurgião que sonha acabar com a medicina. Aqui, não há terapia – somente o corte cego do bisturi sem recobro.De tudo isto decorre uma conclusão que parece cada vez mais evidente, em particular nesta Europa sem estratégia: entregar a gestão da coisa pública à macroeconomia é, cada vez mais, o colossal erro a evitar. Entreguem-lhe o diagnóstico, como sabe fazer; em última instância, peçam-lhe o inventário não doutrinário nem comprometido do rol de medidas sugeridas, mas nunca lhe entreguem nem a decisão nem a gestão da política económica. O macroeconomista detesta a empresa, desvaloriza o empresário e só utiliza o mercado porque sempre foi um dos seus brinquedos favoritos – o macroeconomista está para a atividade económica como aquele médico que sonha com a saúde só com doenças e sem aquela maçada dos doentes, que lhe tomam tempo e estragam as teorias.

Macroeconomia e gestão

Despois de um longo período de debate, tendo em vista resolver o problema das pendências judiciais ao nível das acções de despejo (em especial com fundamento na falta de pagamento das rendas), a Ministra da Agricultura apresentou como solução a criação do Balcão Nacional dos Despejos (mais tarde sujeito a uma operação de beleza e designado por BN Arrendamento). Foi ainda divulgado que, na Proposta de Lei nº 38/XII (revisão do regime jurídico do arrendamento urbano), seriam consagradas medidas que impediriam abusos (as execuções dos despejos seriam imediatas e via BNA) e expedientes judiciais dilatórios (os recursos nas acções de despejo deixariam de ter efeito suspensivo) por parte dos arrendatários incumpridores, que ficariam impedidos de se manterem nos imóveis sem pagar as rendas! Em complemento e como medida essencial, que provocaria a anunciada alteração do paradigma, foi previsto no artigo 15º-F, número 3, da Proposta que: “ com a oposição, deve o requerido proceder à junção do documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça (…) ao pagamento de uma caução no valor das rendas, encargos ou despesas em atraso, nos termos a definir por portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça”.O contentamento foi geral: todos aplaudiram e gritaram “agora sim” vamos ter o mercado de arrendamento a funcionar, as rendas a baixar e os contratos de arrendamento a serem cumpridos!No meio de um amplo pacote legislativo, designado por reforma do regime do arrendamento e reabilitação urbana, foi projetado um novo instituto de direito adjetivo, a saber: o procedimento especial de despejo do local arrendado, também designado por “mecanismo especial de despejo” ou “procedimento extrajudicial de despejo”; que visava a “célere recolocação daquele (local despejado) no mercado do arrendamento”.De forma surpreendente, todos os que tinham defendido que a matéria e conflitualidade do arrendamento era o centro gerenciador do direito constitucional, na vertente do direito à habitação versus direito à propriedade e do direito dos contratos tipificados, cujos condicionamentos à autonomia privada tinham sido objeto de profundos estudos doutrinários e fundamentadas decisões judiciais, ficaram “mudos” ou dedicaram-se a combates de “corpo a corpo”, como aconteceu com a Ordem de Advogados.Efetivamente, esta iniciativa do legislador constitui a maior e mais grave desjudicialização (retirar dos tribunais, do controlo judicial e da obrigatória intervenção dos advogados) de uma vertente estrutural das relações sociais com implicações económicas a diversos níveis, nomeadamente: funcionamento do mercado do arrendamento, regulação de conflitos entre senhorios e arrendatários e tutela efetiva do cumprimento dos contratos.Em suma, o que antes era um ato judicial passa a ser uma decisão do secretário do BNA (ou director, pois não se conhece o teor do diploma que irá criar este organismo), o que antes era um pedido judicial de despejo passa a ser um requerimento tipo (cujo modelo será aprovado por Portaria) dirigido ao BNA directamente pelo senhorio (a intervenção do advogado não é obrigatória) e, por último, o que antes era uma decisão/sentença do juiz passa a ser um selo digital do tal secretário/director do BNA (no artigo 15-E, número 2, consta “o título de desocupação do locado é autenticado com recurso a assinatura eletrónica”).Em síntese, os guardiões do templo da justiça, certamente preocupados com as lutas corporativas, deixaram demolir um pilar da sua estrutura normativa e cultural, reconhecido por todos como inquestionável nos domínios do acesso ao direito e à justiça dos tribunais (após a promulgação da Lei aprovada na AR, passará a existir a justiça do BNA!).Acresce que nem mesmo este atrevimento de desjudicialização das acções de despejo será cumprido como foi anunciado, dado que foram

introduzidas na Assembleia da República alterações à Proposta de Lei nº 38/XII, que tudo baralham, desde logo, tendo passado a constar do citado artigo 15 -F, número 3, que: “Com a oposição deve o requerido proceder à junção do documento comprovativo do pagamento da taxa devida de justiça (…) ao pagamento de uma caução no valor das rendas, encargos ou despesas em atraso, até ao valor máximo correspondente a 6 rendas, salvo nos casos de apoio judiciário, em que está isento, nos termos a definir por portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça””. Ou seja, se o arrendatário pedir apoio judiciário não tem de depositar as rendas vencidas e não pagas e, nos restantes casos, deposita uma caução “até ao valor máximo correspondente a 6 rendas” (uma portaria do MJ irá aprovar os critérios, mas o valor máximo da caução já está fixado na Lei).Por outro lado, também foi consagrado que estão sujeitos à distribuição (leia-se remetidos pelo BNA para o tribunal competente e sujeitos a decisão de um juiz) os seguintes atos/factos: “ a autorização judicial para entrada imediata no domicílio, a suspensão da desocupação do locado, e o diferimento da desocupação de imóvel arrendado para habitação, bem como os demais atos que careçam de despacho judicial” (cfr artigo 15 -T, número 6).E, por último, para que não existissem dúvidas, no citado artigo 15º T (Disposições finais), foi acrescentado que também estão sujeitos à distribuição “os demais atos que careçam de despacho judicial”, para além de ter sido atribuída a competência regulamentar ao membro do Governo responsável pela área da justiça (a Ministra da Agricultura prescindiu desta fase da colheita...) para aprovar as oito portarias referidas no texto da Lei, em complemento ao diploma (Decreto-lei) que irá criar o BNA e dos restantes identificados no artigo 12º (Legislação complementar) da Lei em fase de promulgação.Resulta evidente que, o objetivo estratégico visado com a proposta de Lei de “agilização do procedimento de despejo” não será alcançado, nem a dinamização do mercado do arrendamento, sendo que a intervenção do BNA, com competência em todo o território nacional, ao nível da tramitação do procedimento extrajudicial de despejo, será totalmente ineficaz, na medida em que, por regra e não existindo entrega livre e voluntária do imóvel pelo arrendatário, o requerimento (de despejo) não será convertido em título de desocupação, por ser imposta a sua remessa para Tribunal.São conhecidas as razões das elevadas pendências judiciais que têm por base um pedido de despejo por falta de pagamento de rendas, assim como a forma como podem ser reduzidas sem que os processos sejam retirados dos Tribunais (desjudicialização via BNA), pelo que esta solução apresentada pelo legislador só pode significar que perdeu uma oportunidade de reformar o sistema judicial introduzindo novas regras, como por exemplo: a dispensa de citação prévia e/ou a citação por iniciativa da secretaria judicial (sem que os autos fiquem à espera da douta decisão judicial “cite-se o arrendatário”) e a emissão de mandados de despejo (que no proposta de Lei se designam por “título de desocupação do locado”) por decisão do secretário judicial e/ ou oficial de justiça (sem que os autos aguardem meses pela douta decisão do juiz “cumpra-se o despejo”).Só uma pergunta: será que o funcionário a designar como responsável pelo BNA (que não terá o estatuto de magistrado ou oficial de justiça) tem uma dignidade institucional superior a um secretário judicial e/ou juiz? Claro que não, nem existe qualquer professor de direito, magistrado ou advogado, livre por não comprometido com politiquices, que defenda o contrário.Por favor, Senhor Presidente da República, não promulgue esta LEI DOS DESPEJOS.

Reforma do Regime do Arrendamento – acção de despejo via BNA!

ANTÓNIO RAPOSO SUBTIL Raposo Subtil e Associados Socieda-de de Advogados, RL

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Opinião

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 19

MJ CARVALHO [email protected]

Silmo, o Salão Mundial da Ótica que tem lu-gar anualmente em Paris, acontece de 4 a 7 de outubro, conta com 898 expositores (80% eu-ropeus para 1300 marcas, 68% internacionais), 34 761 visitantes (56% internacionais), entre os quais 180 portugueses, e uma superfície de exposição de 80 mil m2.

O mercado europeu disponibiliza, em mé-dia, uma loja para seis mil habitantes e com-porta 50% a 65% de franchises. Isabel Beuzen, presidente do Silmo Paris, aponta o salão como sendo “sobretudo uma montra de criatividade para os óticos portugueses”.

O salão inclui dois eventos em que a presi-dente coloca enfoque: o Grande Prémio Silmo d’Or, em que se coroam as últimas inovações tecnológicas e criativas, e o encontro de forma-ção, um colóquio científico este ano subordina-do ao tema da refração. Uma das novidades na edição de Silmo 2012 é o Link by Silmo, um espaço virtual destinado ao intercâmbio de in-formação entre profissionais e a introdução de alguns expositores de produtos auditivos.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Opinião

ARDMA investe na ConteparqueA ARDMA, SGPS anunciou a realização de um acordo com a Conteparque em que a primeira tomará uma posição acionista de 60% na segunda. A Conteparque é um dos principais operadores logísticos portugueses que oferece serviços integrados de transporte rodo-ferroviário em toda a Península Ibérica, com terminais/parques próprios na grande Lisboa (Bobadela), no grande Porto e na Estremadura espanhola.

IBM sensibiliza jovens raparigas para a tecnologiaA IBM Portugal recebe a partir da próxima terça-feira, dia 10 de julho, e até ao dia 13, 30 jovens raparigas com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos, para participarem no EX.I.T.E. (EXplorar os Interesses pela Tecnologia e pela Engenharia). Esta edição do EX.I.T.E. Camp 2012 decorrerá na sede da IBM Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa.

20 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Silmo é montra de criatividade para óticos portugueses

PUB

Isabel Beuzen, presidente do Salão Mundial de Ótica – SILMO Paris.

Portugal tem vindo a realizar fortes investimentos públicos na área da modernização tecnológica e formação em novas competências. Tem sido assumida pelos sucessivos Governos a prioridade conferida à missão de estimular fortemente a acessibilidade e participação, assegurando a dinamização, o desenvolvimento e a consolidação das tecnologias de informação e comunicação como um instrumento central de modernização e melhoria da qualidade de vida da sociedade portuguesa. Ao fim deste tempo todo, muito falta fazer. Portugal ainda não conseguiu aceder à “rede” e um sentido de urgência se impõe na mudança do paradigma da nossa sociedade.

A construção duma sociedade da informação e do conhecimento é um desafio complexo e transversal a todos os actores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2012 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última geração – para além da ligação das escolas e de grande parte de instituições públicas em banda larga, a modernização administrativa da Administração Pública Central e Local avançou em grande ritmo e existe uma rede de espaços públicos de acesso universal à internet, com grande impacto em zonas mais isoladas e segmentos sociais mais desfavorecidos.

Apesar do enorme progresso registado, os sinais empíricos evidenciam uma leitura menos positivo do comportamento da sociedade portuguesa em termos dos requisitos que a inovação e a criatividade implicam. A consolidação duma sociedade do conhecimento em Portugal implica, antes de mais, saber responder às seguintes questões:

- Qual o caminho a dar às TIC enquanto instrumentos centrais duma política activa de intervenção pública como matriz transversal da renovação da nossa sociedade ?

- Qual a forma possível de fazer das empresas (e em particular das PME)

os atores relevantes na criação e valor e garantia de padrões de qualidade e vida social adequados, num cenário de crescente “deslocalização” económica?

- Qual o papel efetivo da educação como quadro referencial essencial da adequação dos atores sociais aos novos desafios da sociedade do conhecimento? Os actores do conhecimento de que tanto se precisa são “educados” ou “formados”?

- Qual o papel do I&D enquanto área capaz de fazer o compromisso necessário entre a urgência da ciência e a inevitabilidade da sua mais do que necessária aplicabilidade prática para efeitos de indução duma cultura estruturada de inovação?

- Qual o sentido efetivo das políticas de empregabilidade e inclusão social enquanto instrumentos de promoção dum objetivo global de coesão social? O que fazer de todos os que pelo desemprego se sentem cada vez mais marginalizados pelo sistema?

Pretende-se desta forma criar as condições para a qualificação “em rede” dos diferentes atores que dinamizam o país, proporcionando uma verdadeira “agenda de modernidade”, participativa e apostada no novo paradigma da competitividade, essencial para a criação duma oportunidade nacional na economia global. O conhecimento ganha desta forma um estatuto central na mudança do paradigma de desenvolvimento do país, materializado no compromisso entre coesão socia e competitividade.

A experiência de implementação dos Projectos executados nos últimos anos, envolvendo as mais variadas naturezas de entidades (administração pública central, local, universidades, centros I&D, outras entidades) constitui um laboratório único a desenvolver no futuro. Portugal não pode fugir ao desafio de se tornar verdadeiramente uma sociedade do conhecimento. Para isso, o nosso contributo individual numa rede coletiva moderna será fundamental.

UMA APOSTA CENTRAL PARA O AUMENTO DA COMPETITIVIDADE DA NOSSA ECONOMIA

O novo conhecimento

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

Apesar do enorme progresso registado, os sinais empíricos evidenciam uma leitura menos positivo do comportamento da sociedade portuguesa em termos dos requisitos que a inovação e a criatividade implicam.

A construção duma sociedade da informação e do conhecimento é um desafio complexo e transversal a todos os actores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2012 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última geração

Nome

Morada

C. Postal

E-mail Nº Contribuinte

� Solicito o envio de exemplar(es) do livro abaixo assinalado:

��Código do IVA 2012 e Legislação Complementar , com o PVP unitário de 4,90 €.

�� ��Código do Trabalho e Legislação Complementar, com o PVP unitário de 10,90 €.

�� ��Lei Geral Tributária 2012 e Legislação Complementar, com o PVP unitário de 4,90 €.

� Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

� Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

(re

cort

ar

ou

fo

toco

pia

r)

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c • 4000-263 PORTO

Código do IVA 2012 e Legislação complementar

Autor: Vida Económica

Páginas: 176

P.V.P.: € 4,90

Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt • [email protected] • 223 399 400

EDIÇÕES DE BOLSO

Códio do Trabalho 2012 e Legislação complementar

Autor: Vida Económica

Páginas: 512

P.V.P.: € 10,90

Lei Geral Tributária 2012 e Legislação complementar

Autor: Vida Económica

Páginas: 128

P.V.P.: € 4,90

MARTA ARAÚ[email protected]

Dando seguimento à sua estraté-gia de apoio à internacionalização das empresas do Ribatejo, a Asso-ciação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) prepara-se para levar a cabo duas missões empresa-riais, desta feita aos mercados ango-lano e moçambicano.

O pressuposto passa por imple-mentar projetos de internaciona-lização das empresas da região, assim como promover o investi-mento destes países na região do Ribatejo. Para o efeito, estarão já agendadas reuniões com entida-des de ambos os países e encon-tros bilaterais entre empresas da região e empresas locais. Estas via-

gens de negócios incluem a visita à Feira Internacional de Luanda (FILDA), e à Feira Internacional de Maputo (FACIM), certames considerados dos maiores eventos comerciais internacionais daque-les países.

A missão empresarial a Angola tem início no dia 15 de julho, ten-do a comitiva empresarial regresso

marcado no dia 22 do mesmo mês. Quanto à viagem de negócios a Moçambique, vai realizar-se entre os dias 26 de agosto e 3 de setem-bro.

Estas missões empresariais fazem parte de um conjunto de iniciati-vas de apoio à internacionalização,onde se incluem missões à África doSul, Cabo Verde, Chile e Brasil.

Empresários do Ribatejo descobrem negócios em Angola e Moçambique

Associação de Combate à Precariedade quer ajudar desempregados

MARTA ARAÚ[email protected]

Nasceu esta semana, em Por-tugal, a primeira associação na-cional de combate ao trabalho precário e desempregados. Trata-se do movimento Precários Infle-xíveis, que existe há cinco anos, que se transformou, oficialmente, na Associação de Combate à Pre-cariedade. O objetivo passa por alargar “a capacidade de inter-venção” a todo o país e dar “uma reposta organizada ao regime de austeridade”.

Marco Marques, membro da Associação de Combate à Preca-riedade, explica que “a diferença agora é que nós propomos uma associação a nível nacional, que consiga formalizar o contacto com milhares de pessoas em todo o país e que permita a essas pesso-as ter acesso à rede de contactos, de apoio e de informação da as-sociação”.

De acordo com a mesma fon-te, o objetivo é ter mais núcleos locais de luta contra a precarie-dade e contra situações de pre-cariedade que os trabalhadores vivem nesses locais. Para o efeito, e segundo foi possível apurar, a associação vai começar esta fase com um núcleo em Lisboa e um outro no Porto, mas a intenção é expandir-se por todo o país.

“É neste momento que a pre-cariedade deixa de ser uma pro-posta e passa a ser regra, passando a ser o nivelamento por baixo de todas as relações laborais”, afir-ma, sublinhando que é necessário haver uma resposta por parte de todos os trabalhadores que vivem estas condições.

De acordo com a associação, atualmente há 900 mil falsos re-cibos verdes, 400 mil trabalhado-res em empresas de trabalho tem-porário, mais de um milhão de trabalhadores a prazo e mais de 1,2 milhões de desempregados.

��������� � ������

���� ������������ ����������������

6���/��7/8���

���,�����������/���������)����)�) ������9����/�����������$���9��������������������4 ����)9������������:�����$��������������/�;�'�8����/�%����<1-�2��������������:�/������=�������������/���>�7?@�-0�

6����/��@�

?��/�;�'������/�8��������������A����9.����B��8��/9����������:������C�������:�������������)��������%����:�/�����������������"������D�/���'��%��.�����/�����:�/����9����$�������;������������������'��D����/�.���������/�����

��>�0 @�40�

%�����'�������/��@����'��

�������8����/.����@����'������)���������������������'�������/�7�D�/���'����/�����������/���������+��EFE����/9���/������������:���'��G�����������������:�/���������/�;$�'���������������������+���������H�������>�@IF&� 0�

0�����/�����%������?��

�������8����/��� ������)9��������%������?��9���:�������$�J�����D�����������'��������������F��/����/�:���������+��E0FFF9���������������������:���'��7���������'�������+���$���/�%��8��0����9���=�����������2�*����������,������

��>�%?�)0�

6����/��%����

���2������������:�/�������D���'������3���H�����K����������K��������������������+�������������������������D��$/�����D�������'��%��.�����:�D��������/�������:�/������.����������������������>�%���0�

Alandroal tem nova associação empresarialFoi apresentada, esta semana, a nova associação empresarial de Alandroal. Trata-se da Associa-ção Empresarial da Região de Alandroal (ASSERAL), que promete apoiar os seus associados em diversas áreas como o acesso a fundos comunitários, o desenvolvimento de produtos ou aformação profissional. O organismo anunciou ainda um protocolo com a autarquia local, que prevê o desenvolvimento de parcerias que permitam criar uma dinâmica de desenvolvimento empresarial e social, fixação de jovens e captação de investimento.

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 21

A Associação de Combate à Precarie-dade pretende partilhar contactos, informações e apoios.

MARTA ARAÚ[email protected]

“A União Europeia tem como objeti-vo baixar para 10% a taxa de abandono escolar precoce, até 2020. O aumento do nível educativo e de qualificação, deve ser uma prioridade”, afirmou El-vira Vieira, professora e investigadora do ISAG, durante o congresso de Eco-nomia da Educação, um evento organi-zado em parceria pela Asociación de la Economia de Educación (AEDE) e pelo Instituto Superior de Administração e Gestão (ISAG).

Taxa de abandono escolar precoce atinge os 28,7% em Portugal

Compensação ao corte dos subsídios deve vir pelo lado das despesasA Confederação dos Serviços de Portugal (CSP) acredita que o Governo vai conseguir encon-trar uma solução de compensação ao corte dos subsídios de férias e de Natal a funcionários públicos, sem voltar a aumentar impostos. “O Governo vai conseguir encontrar uma solução para este problema que não passe pelo agravamento da carga fiscal, que teria consequências ainda mais negativas para a economia e para o consumo”, disse o presidente da CSP, Luís Reis.

Confederação do Comércio defende renegociação com a “troika”

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, defende que Portugal deve renegociar o acordo com a “troika”, na sequência de o Tribunal Constitucional ter declarado a inconstitucionalidade da suspensão do pagamento dos sub-sídios de férias e de Natal aos funcionários públicos e aposentados.

ASSOCIATIVISMO

22 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Market reports sobre a Rússia

��������������L����������:���H���:�/�� ����1-������ ���:�2���������"������ �������������� ��"��1-�:�0��1����� ���������� ���:�0����� �����������1-������ ��:�5������������:�;���� �����<=���:�>�� ����������:�3������"����:�>�� ���4���������

�D���/����������������������<:�?�"���:�������� ��:����������� ��:��� ��+�������������� ��:�2�� ����������1��:�;��"�������:�/��� ��1-��:�! ������������ ��1-�:�5������:�/��� ��1-�:�!�"��������������1-�

RESERVE

O SEU EXEMPLAR

������������� ����������������������������� ��� �������������������� ������������� ����������� ������!�!������

��"� #$����

�����%����&'��

���$������(�������

�����) �����������

����������

*�����+����� �����

��,������-�������'��

�� ��.������ � ������/0�

����&�������������+����� �����

1��"�2�34�

O mercado russo é uma fonte de oportunidades de exportação e de

investimento, mas exige informação adequada. Através dos nossos Market

Reports sobre a Rússia ficará a conhecer a situação concreta do país e do setor que lhe interessa de forma a abordar o mercado com

mais eficácia e menos riscos.

PUB

O fomento das competências em ino-vação e empreendedorismo apresenta-se como uma necessidade e oportunidade para fazer face ao que está definido pela União Europeia até 2020. O desenvol-vimento, a medição e implementação de métodos de ensino que estimulem as qualidades pessoais que são a base da inovação, criatividade, iniciativa, res-ponsabilidade e a capacidade de assumir riscos e autonomia pessoal são, portan-to, o desafio que o ensino superior en-frenta, defenderam os especialistas pre-sentes no evento.

José Ruiz de Casas, da DG - Rgio e da Comissão Europeia, sublinhou que “a formação de valores criando modelos de liderança cooperativa que respeitem a envolvente e o meio ambiente é também apresentada como um dos principais pi-lares deste novo horizonte”.

Os estudos apresentados no evento, que foram levados a cabo por mais de 150 investigadores de todo o mundo, demonstram “empiricamente que o fo-mento destas competências cria socieda-des mais desenvolvidas e coesas. A ne-cessidade de realizar mudanças culturais

na aversão ao risco e no tratamento do fracasso escolar são dois dos elementos-chave nas sociedades, como a portuguesa e espanhola, que implicam a necessida-de de alterações nos sistemas educativos para promover estes elementos”, referiu o mesmo responsável.

Também a necessidade de fomentar a educação profissional de 1º ciclo, com o objetivo de reduzir o insucesso escolar em países como Espanha e Portugal, foi outra das principais conclusões dos tra-balhos apresentados.

Pedro Silva Martins, secretário de Es-tado do Emprego, salientou a importân-cia da formação ao longo da vida para o crescimento/desenvolvimento pessoal e profissional. “Estudos provam que existe uma necessidade de desenvolver políticas específicas para reduzir o insu-cesso escolar e melhorar a coesão social”, refere Elvira Vieira, do ISAG.

A Asociación de la Economia de Educación (AEDE) e o Instituto Superior de Administração e Gestão (ISAG) organizaram, no Porto, o Congresso de Economia da Educação.

“É necessário realizar mudanças culturais na aversão ao risco”

Portugal (28,7%) e Espanha (28,4%) são dois dos países que apresentam taxas mais elevadas de abandono escolar precoce, sendo que a média dos 27 Estados-membros (2010) era de 14,1%.

NOVIDADES Versão melhorada para o Regime Geral

Nova Versão para as Entidades do Setor

Não Lucrativo

Questionário de input mais específico

Quadros harmonizados com a IES

FACILIDADE DE OPERAÇÃO Input: O utilizador começa por

responder a cerca de 160 perguntas

específicas sobre a empresa (cerca de 10

minutos).

Output: Proposta de Anexo SNC

específico para a Entidade.

Depois de responder ao questionário

(input), o programa apresenta ao

utilizador uma proposta de anexo

SNC específico para a Entidade, o qual

integra exclusivamente as divulgações

e as notas que são concretamente

aplicáveis à Entidade (word + template

de quadros em excel).

SOFTWARE AMIGÁVEL Permite gerar e agrupar os anexos para

um número ilimitado de entidades

Aplicação evolutiva / compatível com o

Excel e Word 2007 e 2010

SOLUÇÃO ABRANGENTE Considera todas as divulgações do

Anexo (Regime Geral e Entidades do

Setor Não Lucrativo).

SSIMMPLLIFIQQUE OO SSEUU TRRAABAALLHOOVValloriize a qquallidaadee noo Annnexxo SSNCC

����������

http://livraria.vidaeconomica.pt

PPOOOUUUPPEEE TTTEEEMMPOEEVVIITTEE PPRRREEOOCCCUUPAAÇÕES

uma aplicação: parceiros:

Novas Versões2012

A solução ideal para TOC’sPRISM

A D

esenvolvido pela BDO Outsorcing, Serviços de Contabilidade e Organização, Lda.

PRISMA 2012APLICAÇÃO PARA O ANEXO SNC

Novas Versões: Regime Geral v2.0

e Entidades do Setor Não Lucrativo v1.0

�������������

�� ����������� ��������� �

���������� ��� ������������ ���

�� ���� ������������������

������������� �

�������������������������������������

Regime Geral Entidades do Setor Não Lucrativo Pack RG + ESNL (aquisição simultânea)PVP PVP Especial * PVP PVP Especial * PVP PVP Especial *

Novos Utilizadores 150 € 120 € 150 € 120 € 250 € 200 €

Utilizadores Prisma 2011 v1.0 75 € 50 € 120 € 100 € 150 € 120 €

Nota: Aos preços indicados, acresce o IVA à taxa legal em vigor. * PVP Especial para assinantes e clientes da Vida Económica

�� ��������������������� �!��"�������� �#��"��� �#��������������@� #

�� $����������������%�������&���'(������ �@�)�*�������*����������������������&�+�

($$,�(�-�(�

������������ �������� �������������������� ��������������� �� ������������������������������������������ ������ �� ����� ���������� ���������� ������ ��� � ������� ������ �� � �� �������� �� ��� �������������� �!������ ����������� ����� ����������������" ��� ��������! ��#��������������������������������������� � ��������������������� ������ �� ��� �� � ������ ��� �������� ����������� ���� �� ������ ���$������� ��������������� � ����������������� �����%� ������ � ������ ��!�&#��������������������� �������� ������� ������������� �������� ��� ��� �� �� ���� ������� ��������������� ������� ���� �� ��� ��������������� ���������� '�(!�� ������#��#

CCUUPPÃÃOO DDEE ENNNCCOOMMEENNDDAA

OFERTANa compra do livro Manual de preenchimento da Folha de Rosto, Anexos A e Q da IES 2012, receba um vale de 10€ para descontar na aquisição de qualquer

versão do PRISMA 2012.

���.��&���������/�0�#�1)#�2�)333�245������

����������� !������������"��

�##$�$%%�&''

“O tecido industrial felgueirense, predominantemente ligado ao setor do calçado, tem encontrado soluções para ultrapassar os obstáculos que já há muito tempo lhe são colocados”. Esta é a razão pela qual Felgueiras apresenta “uma das mais baixas taxas de desemprego do país”, afirma à “Vida Económica” o presidente da Associação Empresarial de Felgueiras (AEF). Segundo Nuno Fonseca, “as empresas do calçado criaram mecanismos de adaptação à nova realidade dos mercados” e este setor tem conseguido absorver os desempregados do comércio e do têxtil, dois setores que “continuam, tanto em Felgueiras como no resto do país, com muitas dificuldades”. JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - Quais são as prin-cipais vertentes da ação da Associação Empresarial de Felgueiras?

Nuno Fonseca - A Associação Empre-sarial de Felgueiras desde sempre tentou abranger o maior número possível de ver-tentes, no intuito de poder apoiar todos os seus associados nas suas mais diversas necessidades. Contudo, devo destacar a vertente formativa, pelo impacto que tem, quer para os empresários quer para os seus colaboradores em geral.

A AEF e em especial a atual direção têm vindo a promover o apoio administrativo, fiscal e jurídico às empresas, a dinamização do comércio local, a promoção do nosso tecido industrial, o apoio à internaciona-lização de empresas, o apoio à criação de empresas, etc. Estas vertentes traduzem a aposta na excelência do nosso tecido em-presarial, na determinação e coragem dos nossos empresários das mais diversas áreas.

No mês passado, a AEF requalificou as suas instalações no sentido de melhor ser-

vir os seus associados, criando um espaço multifuncional no qual se destaca o GAA- Gabinete de Apoio ao Associado. Tendo em conta as potencialidades da nossa re-gião e em especial a do nosso concelho, temos desenvolvido uma série de inicia-tivas no sentido de dar a conhecer o que de melhor se faz no nosso concelho, quer seja no calçado, doçaria e agricultura quer em setores menos representativos como a metalomecânica ou o têxtil. A AEF tem fo-mentado visitas de empresários e diploma-tas estrangeiros a empresas felgueirenses e está a planear missões empresariais a mer-cados com potencial interesse nos nossos produtos.

VE - Que iniciativas vão ser tomadas para fomentar o empreendedorismo?

NF - A AEF desde sempre apoiou o em-preendedorismo, mas, como sabemos, os tempos não são fáceis e acreditamos que a criação de novas empresas e do próprio trabalho poderá ser a solução de quem neste momento não encontra emprego. A AEF criou, aquando da requalificação das suas instalações, um espaço para apoio a potenciais empreendedores, onde disponi-bilizará todas as valências necessárias para a criação de novas empresas. Estamos a agendar em parceria com outros organis-mos, workshops para jovens desemprega-dos e recém-licenciados sobre o empreen-dedorismo.

VE - Que medidas de política pública recomendaria para favorecer o cresci-mento da economia?

NF - Tendo em conta as dificuldades que as empresas atravessam, recomendaria o reforço da competitividade fiscal, a flexi-bilização das contratações e restruturações e apoiar claramente as PME, pois são elas a base da nossa economia. Penso que, para favorecer o crescimento, seja vital discri-minar positivamente as PME, nomeada-mente através de medidas que contribuam para assegurar a capitalização das mesmas, condição indispensável para garantir os ní-veis de investimento necessários ao relan-çamento da economia. Introduzir medidas ao nível da simplificação de procedimen-tos, de um funcionamento mais célere da justiça e da redução dos custos energéticos para diminuir custos de contexto das em-presas.

QREN deve ser direcionado para apoio à criação de emprego

VE - Na reprogramação do QREN é

recomendável direcionar os apoios para a criação de emprego, ainda que se re-duza o volume de apoios à formação?

NF - Na reprogramação do QREN en-tendemos que é recomendável direcionar apoio para a criação de emprego, mas esse apoio deverá ser feito para as PME e cria-ção de novas empresas.

É fundamental a aposta na formação, pois, como todos os estudos indicam, exis-te ainda em Portugal um grande deficit formativo. Não nos podemos esquecer que só com a formação é que poderemos me-lhorar os nossos recursos humanos e assim aumentar a nossa produtividade.

Não apoiamos a diminuição dos apoios à formação porque sem eles será difícil as empresas reforçarem e adequarem as com-petências dos seus quadros de trabalhado-res às exigências da economia atual.

VE - Que fatores contribuem para que

a taxa de desemprego em Felgueiras

seja uma das mais baixas do país?NF - Felgueiras tem uma das mais baixas

taxas de desemprego do país, isto porque o tecido industrial felgueirense, predomi-nantemente ligado ao setor do calçado, tem encontrado soluções para ultrapassar os obstáculos que já há muito tempo lhe são colocados. As nossas empresas do setor do calçado, depois de uma fase má nos iní-cios deste século, criaram mecanismos de adaptação à nova realidade dos mercados. A crise que tem assolado a Europa já não é uma novidade para o calçado, pois já senti-mos há anos atrás essas dificuldades aquan-do da deslocalização de grandes empresas e abertura dos mercados de Leste da Euro-pa e Ásia. O setor calçado tem consegui-do absorver os desempregados de outros setores nomeadamente do comércio e do têxtil. Estes dois setores continuam, tanto em Felgueiras como no resto do país, com muitas dificuldades e todos os dias são ex-tintos postos de trabalho nestas áreas.

NUNO FONSECA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE FELGUEIRAS, AFIRMA

“Felgueiras tem uma das mais baixas taxas de desemprego do país”

“A criação de novas empresas poderá ser a solução de quem não encontra emprego”, afirma Nuno Fonseca.

ASSOCIATIVISMO

24 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

������������������������� ������� ��������������������������������������������������������������������������

������������������������� ��������������������������� ����������

��������������������������������� ������������� �� ����!���������������� ����������������������"�����������!������ ����������������������������

������������������#������������������!������������������������������������"���������������� ������������!����������������������������������

��� �������������������������������!�����������!� ������������������ ��!����$��� ����������������$ ���� �����"����%���� ��������������!��������������!����������������

�����������

#����&���!����������'����������������(���������� ������������ �����&���!(�������������������#���) ���*!���������!��[email protected] ���+,$-.�

��� �������������� � ����������/��������������������������������� �� �����

*���!(����������)��!��000������ ���� ����

�!���"�������������������'����������� +,$-.���!���������'����������� +,$-1�� ��������#������� -+$-2�����������#���� 3-$-2

������#�$%��

�&�!��$%������ �����������

4�� ��������"������������������(!��������!����������������������������������

5�6��!���������#������75�8���!�������! ��������

��'�������������!��������� ����(��������������������������������������� ���� ���������'�����������������!�������� ���������������"���������� �����������������������"��������)������������������������������������������"��!"���������9����(�!��������� ����������� ��:������'�������������!������

��� ����� '��(���' �)���������;�����

#�� �����

#�������$��������

'��������������#���

&������������ ������

5�<�����= ����� ������4�����������������������7

5�8� ���� ���������!� ��>?���(�������� �������������@

5�*������������)������������������������������������������

5�����������������!�����

5�����������������������������

De um total de 14 operações resultou um investimento na ordem dos 575 milhões de euros em centros comerciais no país vizinho.

As operações de investimento em cen-tros comerciais espanhóis atingiram os 575 milhões em 2011, o que representa um aumento relativamente ao ano an-terior.

A Aguirre Newman analisou as 14 operações ocorridas no ano passado e constatou que, ao contrário da tendência de 2009 e 2010, quando as operações de compra foram todas de investidores inter-nacionais, reapareceram os investidores nacionais na totalidade das transações. A taxa de rentabilidade exigida pelos in-vestidores oscila entre os 6,5% e 8,5% em função da qualidade dos ativos.

Mercado espanhol abaixo da saturação

O mercado espanhol tem atualmen-te 1,42 milhões de m² de área bruta locável (ABL) num total de 547 pro-jetos operacionais com um tamanho médio de 26.126 m². Em 2011 foram inaugurados 12 novos projetos e fo-ram ampliados dois shoppings num total de mais 410.132 m² de área ABL. Desta forma, a Área Bruta locável por 1000 habitantes em Espanha está nos 304 m², o que coloca o mercado de cen-tros comerciais em Espanha abaixo do que poderia ser considerada uma situ-ação de saturação (situada nos 325 m² por 1000 habitantes). No entanto, é preciso considerar que Cádis, Málaga, Zaragoza, Astúrias, Las Palmas, Valên-cia, Corunha, Madrid, Múrcia, Alava e Vizcaya têm atualmente uma situação teórica de saturação com uma taxa de ABL de 325 m² por 1000 habitantes. A situação piora em Las Palmas e Zaragoza

com uma densidade comercial superior a 500 m² de ABL por 1000 habitantes.

Espanha inaugura 12 shoppings em 2012

A Aguirre Newman, através de seu

relatório, prevê que em 2012 vão sur-gir no mercado 12 novos centros co-merciais com aproximadamente 584 000 m² de nova ABL, o que representa um aumento considerável em compara-ção com os 410 000 metros quadra-dos de nova ABL abertos em 2011.

De sublinhar a dimensão dos novos projetos, seis dos quais serão supe-riores a 50 000 metros quadrados. Estas novas aberturas não irão alterar o nível de saturação, uma vez que estes 12 novos centros comerciais aumentarão a ABL de 304 m² para 316 m² por 1000

IMOBILIÁRIO

26 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Investimento em shoppings espa atinge 575 milhões

Articular imobiliário e turismo é via para sair da crise

Amorino abre primeira loja em Portugal

www.chamartinimobiliaria.comTel.: (+351) 218 912 416

Residencial · Escritórios ·SHOPPING

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 27

IMOBILIÁRIO

nhóis

Continente Bom Dia abre no centro empresarial da MaiaUma loja Continente Bom Dia abriu no centro empresarial na Maia. A colocação foi da res-ponsabilidade da CBRE. O Centro Empresarial aaa, um parque empresarial organizado em condomínio fechado, pos-sui cerca de 8900 m2 de ABL, divididos em dois grandes grupos de valências: comércio e res-tauração, com 3840 m², e escritórios, “showrooms” e armazéns com 5068 m².

Ramos Catarino ganha construção de loja Makro em SevilhaA Ramos Catarino Espanha ganhou a empreitada de construção de uma nova loja da Makro, a ser construída em Alcalá de Guadaíra (Sevilha). O projeto da nova loja, que contará com 10 000 m2 de superfície construída e 7700 m2 de área comercial, é da responsabilidade da TAUT Arquitectos, sendo a Ramos Catarino Espa-nha responsável pela construção civil, soleiras e pavimentos, divisórias, tetos falsos e pintura.

Proibida a reprodução do

LISBON PRIME INDEX Lisbon Prime index

Desde o inicio de 2012, o edifício si-tuado na Avenida das Túlipas (Miraflo-res Office Center) na zona 6, foi o que registou o maior número de operações. Até Maio de 2012, este edifício registou 7 negócios, seguido pelos edifícios do Lagoas Park (zona 6) e Suécia (zona 6), cada um com 6 negócios registados. No entanto há que referir que o Lagoas Park e o Parque Suécia são parques de escritórios que agregam mais que um edifício. Um grupo de 2 edifícios registaram 4 negó-

cios neste período. São estes: Amoreiras, na zona 2, e o Tagus Park, na zona 6. No entanto, em termos de volume de área transacionada, os edifícios com melhor performance foram o Cais Office, no Par-que das Nações, e o edifício na Av. Gago Coutinho, ambos com cerca de 3200 m² arrendados. Também se verificou uma di-nâmica interessante no Lagoas Park, no Sintra Business Park e na Quinta da Fon-te, situados na zona 6, com mais de 1500 m² arrendados cada um.

Edifícios com maior dinâmica de mercado

Indemnização para entrega do locado

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Devo começar por esclarecer que, nos termos da lei, se um imóvel que está total ou parcialmente arrendado for vendido, em princípio, tal facto em nada afeta o direito ao arrendamento dos inquilinos que a partir da transmissão do imóvel passarão a ter um novo senhorio. Nestes casos, nos termos do NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) que ainda está em vigor, os arrendatários que, há mais de três anos, ocupem o imóvel nessa qualidade têm um direito acrescido que é o direito de preferência na transmissão do imóvel que, por esse motivo, deverá ser-lhes previamente comunicado.Pelo exposto se constata que a simples venda do imóvel não confere qualquer indemnização aos arrendatários. A questão da indemnização só se coloca, pois, caso o negócio dependa do facto de o imóvel estar devoluto, como por certo terá acontecido com o

empreiteiro que a leitora refere.Para obter a entrega dos locais arrendados, o proprietário do imóvel pode chegar a um acordo com o(s) inquilino(s), e nesse caso a lei não determina qualquer limite ao montante estabelecido entre as partes mas os inquilinos deverão ter sempre presente que há casos em que o proprietário poderá denunciar o contrato de arrendamento, ou seja, pôr-lhe termo no fim do prazo previsto contratualmente. Para além dos casos em que o senhorio pode denunciar o contrato se necessitar de habitação para ele ou para os seus descendentes em primeiro grau, o que, por certo, não será aplicável ao caso em análise, o senhorio pode também denunciar o contrato de arrendamento para demolição do imóvel ou realização de obra de remodelação ou restauro profundos e, neste caso, a lei estipula que o proprietário deverá garantir o realojamento

definitivo do arrendatário no mesmo concelho em condições análogas às que este detinha ou de assegurar o realojamento temporário com vista a permitir a reocupação do prédio em condições análogas às que este detinha, ou ainda e na falta de acordo, a pagar ao inquilino todas as despesas e danos, patrimoniais e não patrimoniais, suportados pelo arrendatário, não podendo o valor da indemnização ser inferior ao de dois anos de renda.A lei que ainda está em vigor permite também a denúncia do contrato mediante comunicação ao arrendatário com antecedência não inferior a cinco anos sobre a data em que o senhorio pretenda a cessação e tal poderia ser a solução mais adequada para a tia da leitora, não fossem as limitações que a legislação colocou a este tipo de denúncia quando a mesma se reporta a contratos celebrados antes de 2006,

pois, muito embora os contratos celebrados anteriormente à vigência do NRAU, passem a estar submetidos à atual lei do arrendamento, o certo é que a legislação salvaguarda algumas exceções, designadamente a exclusão da denúncia em casos em que, no momento em que a mesma produza os seus efeitos, o arrendatário tiver 65, ou mais, anos de idade, ou se se mantiver, nessa qualidade, no local arrendado há 30 anos ou mais, como receamos que seja o caso de alguma das inquilinas em questão.Pelo exposto se constata que, muito embora a lei estipule parâmetros para a fixação de indemnizações aos inquilinos em alguns tipos de denúncia de contratos de arrendamento, o habitual seja a negociação com ao inquilinos para uma entrega não contenciosa do locado, tendo sempre presentes as alternativas supra expostas.

«Tenho uma tia a residir numa moradia na Foz do Douro, onde também habitam dois inquilinos. A minha tia já tem 87 anos, é viúva e não tem filhos.Por sua vontade, queria vender a casa, ainda em vida. O problema são as inquilinas, que pagam rendas abaixo dos 70 �. Uma inquilina tem uma pequena mercearia, no rés do chão, a outra vive no primeiro andar. Esta última é que tem provocado mais problemas, sobretudo desde que a minha tia aumentou as rendas pelos coeficientes legais. Há cerca de dois anos apareceu um empreiteiro interessado e falou com as inquilinas. A do 1º. andar exigia um T1 na Foz e a da mercearia pediu cerca de 15.000,00 �, pelo que o negócio ficou sem efeito.A questão que eu coloco é a seguinte: na eventualidade de surgir um comprador para a moradia, a que indemnização é que as inquilinas têm direito?Nestes casos, existe alguma lei que estabeleça limites ou a senhoria e inquilinas terão que chegar a um acordo?»

ARRENDAMENTO

O projeto “Passeio das Cardo-sas”, no Porto, está em comercia-lização e tem previsto um encai-xe de 14 milhões de euros.

Neste momento, este empre-endimento tem cerca de 50% das lojas e 8 apartamentos estão já colocados. Este em-preendimento de habitação e comércio, que representa uma das maiores obras de reabilita-ção urbana na cidade do Porto, promete revitalizar e dinamizar a baixa.

“O ‘Passeio das Cardosas’ vai trazer para o centro novos co-

mércios de rua, novos habitan-tes e uma nova praça pública, gerando uma renovada centra-lidade, muito procurada pelos turistas que visitam o Porto”, refere Filipe Azevedo, adminis-trador da Lucios.

O projeto contempla uma oferta imobiliária composta por 52 apartamentos de luxo, de tipologias que variam entre o T0 e T2, e 19 lojas. “Embora oficialmente o arranque da fase de comercialização se inicie hoje (dia 5 de julho), cerca de 50% das lojas e 8 apartamen-

tos estão já colocados, pelo que, apesar da conjuntura eco-nómica desfavorável, estimá-mos comercializar as restantes

lojas em menos de 2 anos e atotalidade dos apartamentosem cerca de 3 anos”, revela Fi-lipe Azevedo.

Lucios encaixa 14 milhões com a venda do “Passeio das Cardosas”

habitantes, um nível ainda abaixo da si-tuação teórica de saturação de 325 m² por 1000 habitantes.

A Câmara Municipal de Ta-vira apresentou recentemente o projeto “Ativar Tavira”, com o qual pretende dinamizar a eco-nomia local, atrair investimento produtivo e valorizar o território. Eliminar a derrama, já em 2013, e reduzir signifi cativamente im-postos e taxas municipais para as empresas que se instalem no novo parque empresarial do mu-nicípio, onde acaba de ser inau-gurada a primeira unidade que ali se instala, traduzem “uma visão de sustentabilidade e desenvolvi-mento económico e uma opção de futuro”, realça o presidente da autarquia, Jorge Botelho.

“Tavira é cada vez mais um território amigo das empresas e

parceiro dos agentes económi-cos”, acentua o autarca. Em li-nha com estes objetivos, dá-se o reposicionamento estratégico da EMPET - Parques Empresariais de Tavira, EM, que passará a atu-ar como verdadeira agência de desenvolvimento, potenciando os investimentos que efetuou, ao longo dos últimos anos, na cons-trução e infraestruturas dos seus dois ativos, espaços vocacionados para acolherem atividades empre-sariais.

A sessão de apresentação do projeto teve lugar 48 horas depois de Tavira festejar o “Dia da Cida-de” e que decorreu no mercado da Ribeira. Nesse dia, ocorreu a inauguração ofi cial da primei-

ra unidade do moderno Parque Empresarial de Tavira, que fi cou concluído em março do ano pas-sado em Santa Margarida.

Em 2009, já a EMPET tinha terminado a construção do Par-que de Feiras e Exposições de Tavira, na zona do Vale Formoso. Nestes dois novos espaços, com os quais a autarquia pretende fi -xar o tecido empresarial existen-te e captar novos investimentos, tanto no país como no estrangei-ro e de todos os setores da ativida-de económica, foram investidos, ao longo dos últimos oito anos, cerca de 23,5 milhões de euros, comparticipados em pouco mais de 5,2 milhões por fundos co-munitários (3,5 milhões de euros

Tavira elimina derrama e reduz impostos na instalação de empresas

Nome

Morada

C. Postal

E-mail Nº Contribuinte

� Solicito o envio de exemplar(es) do livro de Clone a Clown, com o PVP unitário de 11.90€.

� Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

� Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

Autor: Vitor Briga

Páginas: 224

P.V.P.: € 11.90

(recortar ou fotocopiar)

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c

4000-263 PORTO

NOVIDADE

���������������������

�����

��� �����

�������������� ����������

http://livraria.vidaeconomica.pt

Quer pensar em formas mais positivas e criativas de fazer as coisas?

Quer surpreender os seus clientes?

Neste livro encontrará vinte e seis compor-tamentos e hábitos práticos, numa lingua-

gem clara e sucinta, que o ajudarão a ter (e vender) ideias originais. São o resul-

tado da aprendizagem clown do autor, da análise de ideias de sucesso, e da sua vasta

experiência como formador em diversas empresas nacionais e multinacionais.

Só precisa de libertar o seu palhaço interior! Joga?Um livro inovador sobre a arte de ter (e vender) ideias criativas

IMOBILIÁRIO

28 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Presidente da Câmara de Tavira, Jorge Morgado.

para o Parque Empresarial, atra-vés do Programa Operacional Al-garve 21, e 1,7 milhões de euros para equipamentos do Parques de Feiras e Exposições, em 2007, via PROAlgarve).

“O projeto Ativar Tavira tem uma dimensão global, envol-vendo a cidade e os tavirenses na afi rmação nacional e inter-nacional de um território que é parceiro das empresas e dos empreendedores e quer ter na economia o seu principal pro-pulsor de desenvolvimento. Só a economia assegura o pulsar ativo da cidade”, sublinha Jorge Botelho.

Novo passo para o futuro

“Hoje damos um novo passo para o futuro empresarial e eco-nómico. Ativamos Tavira para o crescimento, como um territó-rio onde vale a pena investir de forma sustentável e geradora de riqueza”, afi rmou João Pedro Ro-drigues, presidente do conselho de administração da EMPET, na apresentação pública da nova imagem corporativa da empresa e do seu plano estratégico.

De acordo com João Pedro Ro-drigues, das medidas concretas destacam-se “o reforço do papel da EMPET na dinamização e promoção das atividades econó-micas do concelho, a comercia-lização e gestão do Parque Em-presarial de Tavira, a utilização do Parque de Feiras e Exposições para a realização de eventos di-versos, relacionadas com a pro-moção económica do concelho e da região, bem como a articu-lação com diversos organismos locais e regionais no sentido da promoção das atividades econó-micas e da criação de emprego.”

João Pedro Rodrigues avança com a articulação da EMPET com os acionistas, “em particular com o Município de Tavira”, de modo a encontrar novas verten-tes de desenvolvimento econó-mico para o concelho, principal-mente em atividades de elevado valor acrescentado, em projetos económicos que sejam ambien-talmente sustentáveis no âmbito da “economia do mar”.

A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) reuniu com a tutela, no sentido de resolver ou clarificar as várias dificuldades inerentes à entrega da Informação Empre-sarial Simplificada (IES). O seu bastonário, Domingues de Azevedo, deixou ainda claro que a instituição a que preside não apoia as petições públicas que têm surgido para alterar prazos de entrega e proceder a alterações de conteúdo da IES.

Na sequência da mencionada reunião, fi-cou definido que os formulários da IES para o ano de 2011 não sofrerão mais alterações, pelo que os profissionais podem proceder ao seu preenchimento offline, sem que se con-frontem, posteriormente, com a necessidade da sua alteração por efeito das novas versões em vigor. “Ficou ainda estabelecido que no futuro se definirá uma colaboração mais es-treita entre a Ordem e o Governo, tendo em conta uma maior colaboração dos profissio-nais na conceção e na execução dos formu-lários eletrónicos, o que ocorrerá já no início de setembro, relativamente aos formulários a usar para a IES do próximo ano”, refere o bastonário da OTOC.

Mas outro aspeto não menos importante ficou claro durante a reunião que teve lugar com um responsável da Direção de Inspeção e Prevenção Tributária, o seu subdiretor-geral, João Durão. “Não obstante os formulários te-rem dificuldades de conciliação com alguns princípios contabilísticos, após a sua análise concluiu-se que, sem prejuízo daquele fac-to, as situações detetadas não são relevantes

quanto à missão informativa que tem a IES.” A OTOC disponibiliza várias informações consideradas úteis para o preenchimento ade-quado da IES.

Entretanto, Domingues de Azevedo dei-xou claro que não apoia iniciativas relacio-nadas com petições públicas. Refere a este propósito: “Tem chegado ao nosso conhe-cimento que alguns profissionais, de forma completamente desinserida do contexto de legalidade e representatividade dos membros desta instituição, têm deixado entender que a Ordem apoia a subscrição de petições públi-

cas a circular na internet.”Ora, o responsável da OTOC garante que

a entidade não apoia qualquer iniciativa nesse sentido e “entende de muito mau gosto que haja profissionais que entendem que deve ser discutido na praça pública o que apenas aos técnicos oficiais de contas diz respeito”. Acres-centa ainda que a Ordem está a desenvolver todos os esforços para garantir as informações necessárias que permitam ter um conheci-mento antecipado e seguro da evolução dos meios para o cumprimento do dever infor-mativo consubstanciado na IES.

OTOC garante maior colaboração na elaboração de formulários eletrónicos

JULHO

Até ao dia 15

• IRC, IRS e IVA - Entrega da Informação Empresarial Simpli-ficada - IES /Declaração Anual, pelos sujeitos passivos de IRC de IRS, cujo período de tribu-tação seja coincidente com o ano civil, com os correspondentes anexos. • IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega da Declaração Modelo 11 - pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com com-petência para autenticar documentos particu-lares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das relações dos actos prati-cados no mês anteriorsuscetíveis de produzir rendimentos • IMT - Imposto Municipal sobre Transmis-sões onerosas de imóveis- Entrega à Direcção-Geral dos Impostos pelos Notários e outros funcionários ou enti-dades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos su-jeitos a registo predial, dos seguintes elemen-tos efetuados no mês antecedente: relação dos atos ou contratos sujeitos a IMT, ou dele isento (modelo 11); cópia das procurações irrevogáveis e respetivos substabelecimentos; cópia das escrituras ou documentos particu-lares autenticados de divisões de coisa co-mum e de partilhas de que façam parte bens imóveis.

Até ao dia 20

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) de titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares.• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas coletivas- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Coletivas.• IS - Imposto de SeloEntrega das importâncias retidas, no mês an-terior, para efeitos de Imposto do Selo.• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Declaração Recapitulativa - Entrega da De-claração Recapitulativa pelos sujeitos pas-sivos do regime normal mensal que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Es-tados Membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomuni-tárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de � 50.000.

Regularização tributária (RERT III)

PRAZO TERMINA

EM 13 DE JULHO

O prazo para adesão ao regime de regulariza-ção tributária (RERT III), aprovado pela Lei do Orçamento do Estado para 2012 e em vigor desde 1 de janeiro de 2012, termina hoje, dia 13 de julho. O prazo deveria ter termi-nado no passado dia 30 de junho, todavia, face às dificuldades sentidas pelos serviços do Banco de Portugal e pelo sistema bancário em geral devido à elevada afluência de ade-rentes, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais emitiu um despacho que alargou até 13 de julho de 2012 o prazo para entrega das declarações de regularização no âmbito do RERT III. Refira-se que, em 29 de junho de 2012, o valor provisório global do imposto pago no âmbito deste regime ascendia a mais de 150 milhões euros, superando em 82,5% o valor final do imposto arrecadado no âmbito do RERT II (82,8 milhões de euros).

AGENDA FISCAL

PRÁTICA FISCAL

“XYZ – Associação de Pro-moção e Divulgação Cultural” é uma instituição privada le-galmente constituída com personalidade jurídica e fun-cionamento próprio, sem fins lucrativos, sendo regida pelos seus estatutos, pelas demais disposições legais aplicáveis e pelas deliberações tomadas em Assembleia Geral.

A associação tem por obje-to a promoção e divulgação da cultura em geral, desen-volvendo para o efeito quais-quer atividades que julgue necessárias e adequadas, nos termos dos seus estatutos.

No exercício do objeto a que se destina, não tendo no seu ativo qualquer viatura automóvel e existindo por ve-zes a necessidade de algum dos membros da direção se deslocar principalmente aos aeroportos (Lisboa e Porto)

para ir buscar artistas que se deslocam ao nosso país para promover os seus trabalhos junto do público português, as compensações por des-locação em viatura própria de um dos diretores (é feito mapa comprovativo dessa deslocação) estão sujeitas a tributações autónomas? Esta associação não tem quaisquer proveitos sujeitos a tributação em sede de IRC, nos termos do artigo 11º do CIRC.

Mais, e se, ao invés disso ,for alugada viatura sem con-dutor para o transporte da-queles artistas? Esta questão prende-se igualmente com o facto de na Modelo 22 do IRC existir o campo 415 do quadro 11, que, ao ser pre-enchido, terá de ser coloca-da a importância a pagar no campo 365 do quadro 10. Aliás, julga-se que esta asso-

ciação nem tem de apresen-tar aquela declaração, mas o exemplo dado é no caso da sua apresentação.

Resposta do Assessor Fiscal:A questão da sujeição a tributação autónoma das despesas com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, suportadas por entidades que não exerçam, a título principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola, encontra-se já esclarecida na ficha doutrinária divulgada no Portal das Finanças (Informação fiscal – Informações vinculativas – Rendimento – CIRC), no artigo 88º (antigo artigo 81º), com o assunto – Tributação autónoma das ajudas de custo.Segundo o entendimento da administração fiscal, no caso de entidades que não exerçam, a título principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola, o disposto no nº 9 do artigo

88º do Código do IRC só tem aplicação quanto aos encargos suportados no âmbito de uma atividade daquela natureza desenvolvida a título acessório. Quanto aos encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, é o próprio artigo 88º, nos seus nºs 3 e 4, que apenas inclui no seu âmbito os «sujeitos passivos não isentos subjetivamente e que exerçam, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola». Consequentemente, se a associação reúne as condições para poder beneficiar da isenção prevista no artigo 11º do Código do IRC e se todos os rendimentos que aufere são, de facto, diretamente derivados do exercício das atividades culturais (ver o disposto no nº 3 do artigo 11º, quanto a rendimentos que não ficam abrangidos pela isenção), não há lugar a tributação autónoma relativamente aos encargos referidos.

TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA

FISCALIDADEIniciativa Popular Legislativa continua em vigorA Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas mantém o processo de recolha de subscrições, no âmbito da Iniciativa Popular Legislativa. A adesão não tem sido a esperada. O objetivo passa pela criação de um projeto de lei para que a administração tributária faculte os meios atem-padamente para que seja dado cumprimento às obrigações declarativas. Todos os profissionais e cidadãos, mesmo não sendo TOC, podem participar, já que a iniciativa tem a ver com os interesses de todos os contribuintes.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 29

Domingues de Azevedo, bastonário da OTOC, não apoia qualquer petição pública no âmbito de eventuais alterações à IES.

Portugal tem procurado atrair investimentos em países emer-gentes, a par da captação de investidores estrangeiros. As convenções para a eliminação da dupla tributação sobre o ren-dimento têm um papel essencial nesses processos. Existem já acor-dos importantes celebrados entre Portugal e o Brasil, com Cabo Verde, a Guiné-Bissau e Moçam-bie, bem como com os Emirados Árabes Unidos.

A decorrer está uma convenção para eliminação da dupla tributa-ção com Angola.

Os acordos seguem a conven-ção-modelo da Organização para

a Cooperação e Desenvolvimen-to Económico (OCDE), sendo residente qualquer pessoa sin-gular ou coletiva que cumpra os requisitos exigidos pela legislação fiscal portuguesa, com exceção de qualquer pessoa sujeita a imposto sobre o rendimento em Portugal apenas quanto aos rendimentos obtidos em território nacional, como explica o gabinete de advo-gados Rogério Fernandes Ferreira & Associados.

O caso dos EAU é interessante. Será aí residente – para efeitos da convenção – uma pessoa singular que aí tenha a sua direção efeti-va sem que se exija que estejam

efetivamente sujeitos a imposto sobre o rendimento.

“Em termos de tributação, a convenção prevê que os divi-dendos possam ser tributados no Estado de que provêm, embora, nos casos em que o beneficiário efetivo dos dividendos seja uma sociedade residente do outro Es-tado e que detenha, diretamente, um capital de 10% da sociedade que paga os dividendos, o im-posto retido na fonte não possa exceder 5% do montante bruto dos dividendos. Nos restantes ca-sos, a taxa reduzida de retenção na fonte será de 15%.” Quanto aos juros, também podem ser

tributados no Estado da fonte, mas nas situações em que o bene-ficiário efetivo seja residente no outro Estado, o imposto reetido não pode exceder 10% do mon-tante bruto dos juros. Quando o beneficiário efetivo dos juros não é residente noutro Estado, então os juros são tributados apenas no país da fonte.

País pode assumir posição estratégica no que toca a investimentos

No que respeita à elimina-ção da dupla tributação, prevê a convenção com os EAU que o Estado de residência da pessoa, singular ou coletiva, que aufere o rendimento, que seja permiti-da uma dedução correspondente ao montante do imposto sobre o rendimento que essa pessoa su-portou no outro Estado, “embora limitada à fração do imposto so-bre o rendimento calculado antes da dedução e correspondente aos rendimentos tributados no outro Estado”, adianta a RFF.

Resulta ainda do referido pro-tocolo que, não obstante as dis-posições constantes da conven-ção em causa, os rendimentos e lucros de uma empresa residente em Portugal derivados da prospe-ção e da exploração de recursos naturais nos Emirados Árabes Unidos apenas podem ser tribu-tados neste último Estado (e vice-versa).

A conclusão é que Portual, por esta via das convenções, pode assumir um papel estra-tégico, em face do incremento dos investimentos nos mercados emergentes, nos países de língua oficial portuguesa e também no Médio Oriente. “Resta aguardar pela conclusão das negociações da convenção de dupla tributa-ção a celebrar com Angola para confirmar a confiança que os agentes económicos – nacionais e estrangeiros – depositam nestes instrumentos fiscais, enquanto fatores de incremento das rela-ções económicas entre os estados envolvidos.”

Eliminação da dupla tributação permite captar investimento estrangeiro

PUB

FISCALIDADE

30 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

O Decreto-Lei 310/2009, de 26/10, aprovou o Estatuto e o Código Deontológico da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas.O Estatuto e o Código Deontológico da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, EOTOC, no seu conteúdo, elenca as normas basilares inerentes ao exercício da profissão de TOC.No artigo 2º, nº 1, alínea f ), do EOTOC, o Conselho Disciplinar aparece como um dos órgãos da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, doravante denominada por OTOC.O exercício do poder disciplinar compete ao Conselho Disciplinar e a execução das penas ao Conselho Diretivo – artigo 6º do EOTOC.A ação disciplinar é independente da responsabilidade civil ou criminal – artigo 59º, nº 3, do EOTOC.O processo disciplinar é instaurado mediante decisão do Conselho Disciplinar – artigo 6º, n.º 1, do EOTOC.Como em qualquer área de atividade, existem profissionais mais ou menos competentes, uns mais atentos às normas que regulam a profissão de TOC, outros menos, alguns mais atualizados em termos de conhecimentos técnicos e das constantes alterações contabilísticas e fiscais, outros menos atualizados e que não investem muito na sua formação técnica, que, em grande maioria, entre outras Instituições, a própria OTOC lhes proporciona.Seja por erro grosseiro, negligência, premeditação, dolo ou outras razões, as regras são necessárias para que se punam os prevaricadores e para se manter a chamada “paz social”, ou seja, para que ainda exista, por parte da sociedade em geral, alguma confiança nas instituições.Daí a importância dos Tribunais, do Ministério Público, das Polícias, de uma panóplia de instituições reguladoras, entre as quais se inserem as entidades reguladoras das atividades profissionais e os seus órgãos, em concreto a OTOC e o Conselho Disciplinar, tendo como orientação o EOTOC, uma vez que não pode haver “nullum crimen sine lege” e “ nulla poena sine lege” (não há pena sem lei).O Conselho Disciplinar da OTOC é composto por um presidente e por dois vogais, existindo, também, dois suplentes – artigo 4º, nº 1, do EOTOC.De acordo com o artigo 4º do EOTOC, ao Conselho Disciplinar compete:

«a) Instaurar e decidir processos disciplinares, bem como nomear o instrutor, que deverá, preferencialmente, ser licenciado

em Direito e não ser Técnico Oficial de Contas;b) Emitir parecer quanto à existência de situações passíveis de procedimento disciplinar no exercício da profissão, sempre que tal lhe seja solicitado por qualquer membro;c) Propor ao Conselho Diretivo as medidas regulamentares ou administrativas com vista a suprir lacunas ou a interpretar matérias da sua competência;d) Elaborar e propor à aprovação do Conselho Diretivo o regulamento do Conselho Disciplinar.

A enumeração constante do artigo 41º do EOTOC é meramente enunciativa, uma vez que a atividade do Conselho Disciplinar, na prática, acaba por ser mais vasta e enriquecedora, pois é nas suas sessões plenárias que muitas vezes se afloram e “discutem” as questões e dificuldades com que todos os dias os TOC se defrontam, e onde se tentam apreciar de forma clara as reais preocupações inerentes ao exercício da profissão de TOC e onde se procura aplicar com justiça e equidade a solução para cada caso concreto.Quando as denúncias, que podem ser feitas por colegas de profissão, assim como pelos clientes e outros interessados, entram no Conselho Disciplinar da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, têm de conter toda a descrição factual, assim como elementos/documentos probatórios que permitam ao Conselho Disciplinar abrir processo de inquérito ou instaurar processo disciplinar contra o membro denunciado.Abre-se processo de inquérito quando a matéria objeto da denúncia não se encontra suficientemente documentada ou quando não se encontra suficientemente concretizada a infração, ou, em algumas situações, quando a denúncia entrou diretamente no Conselho Disciplinar da OTOC e não passou por um processo prévio de averiguações no departamento jurídico da OTOC.Instaura-se processo disciplinar quando a infração se encontra suficientemente concretizada, contendo elementos de prova suficientes que indiciem que o denunciado praticou infração disciplinar nos termos das disposições conjugadas do artigo 5º, nº 2, do Estatuto, em conjugação com o disposto no artigo 18º do Código Deontológico.Tanto num caso como no outro, ainda é necessária a fase de produção de prova, que dará origem, no termo da instrução, à dedução de despacho de acusação, ao arquivamento dos autos ou que o processo fique a aguardar

melhor prova, nos termos do artigo 74º do EOTOC.Os instrutores de processos disciplinares são preferencialmente juristas, no entanto, sobre as matérias em apreço, cumpre-se como necessária a colaboração quer do instrutor jurista quer de um TOC, sobretudo em relação aos processos de maior complexidade técnica.O próprio artigo 42º do EOTOC prevê que no desempenho das suas funções o Conselho Disciplinar possa propor ao Conselho Diretivo a nomeação de assessores especialistas, nomeadamente das áreas contabilística, fiscal, jurídica e da segurança social. As votações no Conselho Disciplinar são feitas por maioria ou por unanimidade.Quanto às penas disciplinares, as mesmas encontram-se tipificadas no artigo 63º e seguintes do EOTOC, por ordem crescente de gravidade, sendo as seguintes:

a) Advertência;b) Multa;c) Suspensão até 3 anos;d) Expulsão.

O Artigo 84º do EOTOC:As decisões do Conselho Disciplinar definitivas podem ser revistas a pedido do interessados com fundamento em:

- Novos factos;- Novas provas.

Novos factos ou novas provas suscetíveis de alterar o sentido da decisão disciplinar, ou que não pudessem ter sido utilizadas pelo arguido no processo disciplinar, ou quando outra decisão definitiva considerar falsos elementos de prova determinantes da decisão a rever.A concessão da revisão depende de deliberação pela maioria absoluta dos membros do órgão que proferiu a decisão disciplinar.Do acórdão do Conselho Disciplinar da OTOC, cabe ainda recurso para os tribunais administrativos, não prejudicando a pendência do recurso, o requerimento de revisão do processo disciplinar.O recurso para o Tribunal Administrativo pode ser feito no prazo de 90 dias após a notificação do Acórdão do Conselho Disciplinar, nos termos do artigo 58º, nº 2, alínea b), do Código de Processo Administrativo e Tributário (CPTA).O Conselho Disciplinar é um órgão independente do Conselho Diretivo da OTOC.Das suas decisões apenas pode existir o pedido de revisão de processo nos termos do artigo 84º do EOTOC, ou já o referido recurso para o Tribunal Administrativo.

O Conselho Disciplinar da OTOC

SORAIA SABINOJURISTA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

OCDE lança consulta pública sobre neutralidade do IVAA Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mais concreta-mente o Comité de Assuntos Fiscais do IVA, lançou para consulta pública um documento de trabalho sobre as diretrizes internacionais relativas à matéria da neutralidade do IVA. O docu-mento fornece as devidas orientações em termos da aplicação prática das seis diretrizes inter-nacionais da neutralidade do IVA, aprovadas pelo CFA, em julho do ano passado.

APOTEC regressa à Comissão de Normalização ContabilísticaA Associação Portuguesa dos Técnicos de Contabilidade (APOTEC) viu recompensados os seus esforços. No âmbito da reestruturação governamental da Comissão de Normalização Contabi-lística (CNC), a associação volta a fazer parte daquela estrutura. Trata-se de um regime de rota-ção de mandatos com a Associação Portuguesa de Contabilistas (APC). Da CNC também fazem parte, a nível associativo, dois membros da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC).

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 31

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Remunerações variáveis a gestores, administradores e gerentes são tributadas à taxa autónoma de 35%

A análise é efetuada por cada gerente ou administrador e não pela totalidade dos gastos suportados pela empresa com bónus.

Relativamente ao artº 88 – Tributações Autónomas (TA) – do IRC, ponto 13, alínea b), pretende-se os seguintes esclarecimentos:1. Se uma empresa só paga TA sobre bónus ou outras remunerações variáveis, se aplicarem as duas condições em simultâneo, isto é, quando este valor for maior que 25% da RA e superior a 27 500 euros, ou basta não se aplicar uma delas para a empresa não pagar TA?2. Se este limites se aplicam a cada gerente de uma empresa ou no total de todos, no caso de uma empresa tiver 2 dois ou mais gerentes?O seguinte exemplo prático vai permitir uma clarificação melhor do que se pretende.Assim, uma empresa com dois gerentes e que tenham uma remuneração anual de 14 000 euros, e a receberam de prémios 27 490 euros num ano, cada um. Cálculos para cada gerente:R.A. - 14 000,00 x 25% = 3500 euros (Superior ao limite)Bónus - 27 450 euros (Inferior ao limite) Estou em crer que não existe pagamento de TA, porque faz-se da alínea em questão a interpretação de que os limites são para cada gerente e não no seu global e que têm que se aplicar as duas condições em simultâneo, o que não é o caso. Terei a razão do meu lado?

Nos termos da alínea b) do nº 13 do artigo 88º do Código do IRC, são tributados autonomamente, à taxa de 35%, os gastos ou encargos relativos a prémios e outras remunerações variáveis pagas a gestores, administradores ou gerentes quando estas representem uma parcela superior a 25% da remuneração anual e possuam valor superior a 27.500 euros, salvo se o seu pagamento estiver subordinado ao diferimento de uma parte não inferior a 50% por um período mínimo de três anos e condicionado ao desempenho positivo da sociedade ao longo desse período. Verifica-se, portanto, que as condições referidas na norma são cumulativas, pelo que a tributação autónoma só se aplica quando ambas se verificam. A análise é efetuada por cada gerente ou administrador e não pela totalidade dos gastos suportados pela empresa com bónus.Na situação exemplificativa exposta não há lugar a tributação autónoma, uma vez que não se verifica uma das condições, dado o valor do bónus não ser superior ao limite de 27 500 euros estabelecido na lei.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

FISCALIDADE

SUSANA MARVÃO, em Barcelona

[email protected]

Explosão de conteúdos digitais, mobili-dade e web, digitalização com transforma-ção do analógico para o digital e procura por modelos de negócio baseados em servi-ços. Estas são as principais tendências que José Correia, membro da comissão execu-tiva, imaging & printing group da HP Por-tugal, aponta para o mercado da impressão.

Aliás, tendências avalizadas pelos vários estudos e estimativas de mercado. Dentro de dois anos, estima-se que os conteúdos digitais se multipliquem por um fator de 10 vezes, sendo que aproximadamente 30% serão conteúdos passíveis de serem impressos. Por outro lado, diz José Cor-reia, os fenómenos de mobilidade e aces-so à internet vão tornar-se cada vez mais necessidades essenciais, críticas ao ciclo de vida diário e ao ecossistema digital, tanto de todos os utilizadores pessoais como pro-fissionais. “Estima-se que em poucos anos cerca de 50% da força laboral necessitará de ferramentas de mobilidade para a execu-ção das suas funções”, disse o responsável, em declarações à “Vida Económica”.

Adicionalmente, as taxas de adesão e crescimento na utilização de dispositivos móveis, smartphones e tablets são tam-bém exponenciais. “Sendo que os acessos à Internet a partir destes dispositivos e a sua utilização maioritariamente como fer-ramenta de trabalho e de lazer tende a ser dominante. Sabemos também que cerca de 85% destes utilizadores querem e sentem a necessidade de imprimir”.

Do analógico ao digital

Outra tendência-chave apontada pelo responsável é a transformação da impressão analógica para a impressão digital. Um fe-nómeno que José Correia classificou de ir-reversível e que está a acontecer a um ritmo muito considerável anualmente – “estima-mos que mais de um trilião de páginas con-vergirão nos próximos dois anos de analó-gicas para digitais” –, sendo inquestionável os benefícios que a impressão digitalizada atualmente permite. “Entre outras vanta-gens permite a personalização dos outputs de impressão, bem como padrões de redu-ção de custos e de eficiência imbatíveis”.

Por último, como macrotendência que se tem vindo a impor, José Correia apontou a procura crescente por modelos de servi-ços. “Cada vez mais as empresas apostam em modelos de negócio baseados em servi-ços, nomeadamente serviços de impressão, o que lhes permite optar por soluções es-caláveis e adaptadas às suas necessidades”. A HP estima que, em dois anos, cerca de 50% do volume total de páginas impres-sas sejam geridas por contratos de serviços, sendo um segmento de mercado com um potencial e um ritmo de crescimento de cerca de quatro vezes superior ao da venda

de impressoras.Para endereçar estas tendências, José

Correia salienta que a HP tem procurado sempre, como empresa pioneira e invento-ra da categoria de impressão há mais de 30 anos, superar as expectativas dos seus clien-tes, aportando constantemente inovação com relevância face às suas necessidades atuais e futuras. “Nesse sentido, temos me-recido, o que muito nos entusiasma neste alinhamento estratégico com foco nos nos-sos clientes, a sua preferência de forma con-sistente. Esse reconhecimento tem-nos ele-vado à categoria de líderes inquestionáveis no mercado ao longo de todos estes anos. Assim, e como sempre foi nosso apanágio, a HP está muito atenta às tendências e ne-cessidades de mercado, procurando anteci-par estas tendências com inovações perti-

EMPRESA RECLAMA 51% DO SHARE DO MERCADO NACIONAL

HP agarra novas oportunidades A estratégia de produtos da HP é desenvolvida com cerca de três anos de avanço, em que o principal driver é a inovação tecnológica, garante a empresa norte-americana. Nesse sentido, José Correia, membro da comissão executiva, imaging & printing group da HP Portugal, admite que o desempenho da economia tem um impacto relativo na atividade da corporação, uma vez que continuam a inovar com relevância no mercado. “No entanto, do ponto de vista de estratégia comercial, obviamente colocamos mais ênfase nos segmentos de mercado que refletem maior potencial de crescimento”. Explosão de conteúdos digitais, mobilidade e web, digitalização com transformação do analógico para o digital e procura por modelos de negócio baseados em serviços são as principais tendências que José Correia aponta para o mercado da impressão.

José Correia, membro da comissão executiva, imaging & printing group da HP Portugal, diz que uma das tendência-chave é a transformação da impressão analógica para a impressão digital.

No segmento empresarial, a HP assume que claramente a procura é por soluções de eficiência e redução de custos

Canon prolonga campanha de reembolso na compra de objetivas e acessóriosA Canon Portugal decidiu prolongar, até ao fim do mês, a sua campanha de reembolso em cartão para todos os consumidores que adquirirem objetivas e acessórios Canon de um conjunto de produtos selecionados.

TECNOLOGIAS

32 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

no mercado da impressão

nentes em todos os segmentos de mercado em que atuamos”.

HP enquanto inovação

O responsável explicou ainda que, no segmento de consumo, a melhor prova de inovação relevante no sentido de simplifi -car defi nitivamente a experiência de utiliza-dor prende-se precisamente com a revolu-ção que a HP introduziu no mercado com a tecnologia de impressão móvel ePrint (poder imprimir por email de qualquer parte do mundo, tão simplesmente como enviar um email à impressora) e agora com a introdução do Wireless Direct. “Simul-taneamente, tornamos possível o acesso direto à internet a partir da impressora. O utilizador passou a poder aceder às suas aplicações favoritas disponíveis no ePrint Center a partir da impressora, imprimindo diretamente sem necessidade de um PC ou outro dispositivo de acesso à internet”. José Correia deu ainda o exemplo da introdução de um novo paradigma em que a impresso-ra passa a fazer parte do ecossistema digital dos clientes, facilitando defi nitivamente a experiência e a relevância de impressão, no contexto de mobilidade em que todos vi-vemos atualmente. “Estamos a melhorar e a renovar o nosso portfolio neste mercado com mais de 20 novos modelos”.

Efi ciência e redução de custos

No segmento empresarial, a HP assume que claramente a procura é por soluções de efi ciência e redução de custos. “Nesse sen-tido, estamos totalmente aptos para ajudar os nossos clientes a migrarem para modelos contratuais, sendo uma clara tendência a opção crescente por Serviços de Managed Print Services”. Nestes casos, explica José

Correia, a consolidação de equipamentos é um racional óbvio, como o é também o correto balanceamento entre impressoras e equipamentos multifuncionais, visto que na maior parte das vezes não se justifi ca um parque de impressão exclusivamente de multifuncionais ou só de equipamentos a cores. “Estamos igualmente a renovar a nossa linha com especial foco no segmento empresarial, onde todas as tecnologias de impressão móvel estão igualmente incor-poradas e com todo os principais requisitos de segurança, gestão de workfl ows e fun-cionalidades adicionais que são pertinentes para os nossos clientes empresariais”. A HP está a lançar 27 novas impressoras e multi-funcionais até ao fi nal do ano.

A estratégia de produtos da HP é desen-volvida com cerca de três anos de avanço, em que o principal driver é a inovação tec-nológica, garante a empresa norte-america-na. Nesse sentido, José Correia admite que o desempenho da economia tem um im-pacto relativo, uma vez que “continuamos a inovar com relevância no mercado. No entanto, do ponto de vista de estratégia co-mercial, obviamente, colocamos mais ênfa-se nos segmentos de mercado que refl etem maior potencial de crescimento, em linha com as tendências que referimos anterior-mente”.

É incontornável que tem havido aumen-to do desemprego e uma desaceleração da atividade económica em geral, “pelo que o negócio de impressão (equipamentos e consumíveis) está diretamente correlacio-nado com a evolução do PIB do país”. José Correia diz que, claramente, a HP tem sido muito “consistente”, em linha com o pas-sado recente e o ritmo de procura destes mercados respetivos, cerca de 50/50 entre mercado de consumo e mercado comer-cial/empresarial.

Cloud é pilar estratégico

A cloud é claramente um dos pilares estratégicos da empresa de Palo Alto, diz José Correia, tanto a nível corpo-rativo como ao nível do mercado de impressão, sendo uma das principais apostas. “A HP, como fabricante pionei-ro neste mercado, apresenta um vasto leque de soluções e uma oferta múltipla tanto no mercado de consumo como no mercado empresarial. Adicionalmente, a HP é o único fabricante que tem uma oferta cloud nestes dois domínios, para o maior número de plataformas, tanto em cloud privada, pública ou em mode-los híbridos”.

O responsável classifica o mercado nacional de “maduro” e que tem vindoa ajustar-se nos últimos cinco anos. “No ano passado, o mercado voltou a crescer 2%, mas este ano está prevista uma re-tração que pode chegar aos 15%”. Toda-via, diz ser um mercado tremendamentedinâmico, que adota rapidamente novastecnologias, não sendo muito diferentedo resto da Europa. “Cerca de 70% das impressoras em unidades vendidas sãoequipamentos de consumo, sendo im-pressoras jatos de tinta. E, no segmento laser, mais de 60% das impressoras ven-didas são impressoras monofuncionais. Na sua essência, é um mercado bastante maduro”.

ENQUADRAMENTO:Os aspetos financeiros encontram-se subjacentes a toda a

atividade empresarial. Por tal fato, o conhecimento do impacto das decisões quotidianas sobre os resultados globais da empresa é de extrema importância.

OBJETIVOS:

contabilísticos e financeiros básicos

dia a dia

resultados globais da empresa

financeira indispensável a todos os elementos com responsabilidades numa empresa.

PROGRAMA:

significativos

uma empresa

empresas

Os principais fatores condicionantes da rentabilidade

Formador:

PORTO 30 e 31 julho das 9h30 às 13h e das 14h30 às 18h

LISBOA 6 e 7 setembrodas 9h30 às 13h e das 14h30 às 18h

Preços*: � 120� 90

*

Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patricia Flores

E-mail: [email protected]

������������������� ��������� �

Oki (ainda) mais internacionalNa sequência da estratégia de crescimento global da marca, a Oki anunciou a abertura de escritórios de representação direta na Alemanha e na Indonésia. O objetivo da empresa é reforçar as atividades de marketing dos seus negócios de informação, telecomunicações e componentes na Europa de Leste e Sudeste Asiático, regiões onde prevê um crescimento sólido.

Critical Software desenvolve sistemas críticos de validaçãoA Critical Software anunciou o desenvolvimento de sistemas de validação e certifi cação de sistemas críticos para a missão das em-presas. Os projetos EVOLVE e CESAR apresentam inovações ao nível da redução de custos dos sistemas embebidos, bem como ganhos de efi ciência com a agilização de processos e metodologias.

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 33

Centro de Sant Cugat recebe anualmente mais de 39 milhões de investimento

Sant Cugat, em Barcelona, acolhe o Centro de Investigação e Desenvolvimento para a área de impressão da HP. Ali trabalham qualquer coisa como três mil funcionários, sendo que 1500 estão alocados à investigação. A área de IPG (Imaging and Printing Group), uma das seis áreas de negócio da HP, representa cerca de 35% do valor total do negócio.Para lançar no mercado produtos que se adaptem às novas necessidades do mercado, a empresa norte-americana investiu, nos últimos quatro anos, nos seus centros de I+D de Sant Cugat, Israel e Estados Unidos mais de 793 milhões de euros. Só no centro em Barcelona são investidos anualmente mais de 39 milhões. Segundo dados disponibilizados por José Correia, a HP comercializou cerca de 1,6 milhões de impressoras nos últimos seis anos, sendo que oito em cada 10 equipamentos vendidos em Portugal são HP. Só no ano passado, a marca comercializou no nosso país cerca de 426 mil impressoras, reclamando com isso 51% do share do mercado.

MARC [email protected]

Vida Económica - Qual o desempenho que o Eurotel Altura tem vindo a conhe-cer nos primeiros meses do ano face ao período homólogo de 2011 em termos de taxa de ocupação, RevPar? Que pers-petivas têm agora para a época alta?

Carlos Amorim - O Eurotel Altura tem vindo a demonstrar uma tendência para o aumento da ocupação nos primeiros 5 me-ses do ano em cerca de 20% face a 2011, com um aumento de Average Room Rate de 5%, e de REVPAR de 9.8%. Para o Ve-rão, entre os meses de Junho e Setembro, as perspectivas de ocupação são bastante positivas, mantendo taxas que rondam os 90%. No entanto, a RMQ e REVPAR devem estagnar face a 2011, devido ao decréscimo de procura do mercado ibéri-co (Portugal e Espanha), compensado por outros marcados emissores.

VE - A sazonalidade é ainda questão que afeta as taxas de ocupação?

CA - Sim, sem dúvida, embora o impac-to da sazonalidade se faça sentir mais ao ní-vel dos preços médios dos quartos, outras receitas e REVPAR.

VE - Qual o peso dos turistas estran-geiros na ocupação do hotel? Quais são as principais nacionalidades destes tu-ristas?

CA - Receber pessoas vindas de todo o mundo é um forte sinal de que o Eurotel é apreciado e reconhecido não só cá dentro como lá fora. Os turistas estrangeiros re-presentam cerca de 75% da procura anual, com destaque para o mercado holandês, alemão e britânico. Os turistas espanhóis, sobretudo vindos da Andaluzia, tem vindo a crescer bastante nos últimos dois anos.

A localização privilegiada do Eurotel e a sua proximidade com Espanha é também uma valia para nós. Pessoas vindas de Es-panha podem, em poucos quilómetros, viver umas férias de qualidade num hotel quatro estrelas na primeira linha de praia e uma vista ímpar para o mar.

Percurso solitário

VE - Espera uma quebra substancial do turismo interno? Pode quantificar?

CA - Sim, já temos registada uma que-bra de cerca de 30% nos primeiros cinco meses. No Verão, prevemos que o mer-cado nacional recue na ordem dos 10 a 15%.

VE - No que toca à região, pode-se

apontar uma quebra média de preços significativa?

CA - Infelizmente, não há dados con-cretos para tirar qualquer conclusão sobre esse assunto. O que se nota é uma resis-tência constante dos vários operadores a aceitar aumentos necessários nos preços, ou porque já são naturalmente baixos, ou

porque houve um aumento brutal do IVA no início de 2012, ou porque estamos pe-rante um aumento constante nas energias, água, luz e gás. Temos feito um percurso solitário, pois existe falta de capacidade associativa no sector, mas, independente-mente das condições atuais, temos vindo a aumentar os nossos preços, embora não

REFERE CARLOS AMORIM, DIRETOR DO GRUPO HOTELEIRO EUROTEL, EM ENTREVISTA À VE

Operadores resistem a aumen de preços na hotelariaA quebra de preços sentida no setor hoteleiro tem levado a “uma resistência constante dos vários operadores a aceitar aumentos necessários nos preços”. Segundo Carlos Amorim, diretor do grupo Eurotel, as dificuldades são maiores, dado o aumento dos custos de operação e os preços “normalmente baixos”. Aquele responsável lamenta ainda a “falta de capacidade associativa no sector”.

Mercado externo representa 75% da procura anual, com destaque para o mercado holandês, alemão e britâ

InterContinental Porto celebra primeiro anoO Hotel InterContinental Porto Palácio das Cardosas celebra o primei-ro ano de atividade. Este ocupa 11 mil m2 do quarteirão das Cardosas, tem 105 quartos, dos quais 16 são suites, salas de reuniões, restaurante Square, Bar das Cardosas e o emblemático Café Astória. A unidade re-presenta um investimento de 30 milhões de euros e foi concessionado por 20 anos ao grupo IHG.

TURISMO

34 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Unidade diversifica segmentos

O Eurotel Altura “foi pensado para responder a diversos níveis de necessidades e exigências e, assim, presta uma oferta variada capaz de satisfazer diferentes targets e diferentes conceitos de férias e bem-estar”, resume Carlos Amorim. E, “como qualquer unidade hoteleira, os tipos de cliente são muito variados, dependendo da época do ano”. Os segmentos principais de operação ficam-se no turismo sénior, férias no Inverno, turismo de golfe e desportivo, turismo Wellness, turismo de família, turismo de sol e praia, elenca. “Devido à diversificação da nossa oferta, temos conseguido distinguirmo-nos, todos os anos, nos ratings dos melhores hotéis do Algarve por entidades conceituadas como o TripAdvisor, Booking, Travel Republic”, destaca.

MARC [email protected]

O processo de expansão da empresa es-panhola abrangeu vários mercados, como Itália, Reino Unido, França, Irlanda e Alemanha. Este teve por base um inves-timento de 2,5 milhões de dólares (cerca de dois milhões de euros). Segundo Re-beca Minguela, co-fundadora e CMO da Blink Booking, “o segmento de mercado a que a Blink se dirige é o hotel urbano e o hotel ‘boutique’ - melhora a sua visi-bilidade, principalmente ‘business’ - mas também trabalhamos e com resultados muito positivos com hotéis mais dirigi-dos ao turismo de lazer”.

Em entrevista à VE, aquela responsá-vel declarou que, através do seu serviço, a oferta já disponível inclui “mais de 500 hotéis, em 46 cidades e em sete países europeus”. Doravante, a aposta “passa por melhorar estes números e conseguir grandes resultados em todos os países onde já estamos a trabalhar, nomeada-mente Portugal, sendo que já estamos a trabalhar em Lisboa e Porto, e em breve haverá outras cidades”.

Preços negociados ao dia

Na prática, a Blink proporciona um serviço de reservas hoteleiras para o mes-mo dia, “de forma muito rápida e simples desde um smartphone ou tablet”. Atra-vés da Blink “o utilizador pode conse-guir descontos em média de 20% e que podem chegar aos 70% sobre qualquer tarifa”. Por seu lado, as unidades hote-

leiras conseguem “vender os seus quartos livres”.

A intenção da empresa é “comunicar que não faz falta reservar com antecedên-cia, já que o utilizador Blink pode con-seguir o melhor preço à última da hora”. No que se refere aos preços médios pra-ticados, os estudos da empresa indicam “uma evolução incremental do desconto médio” praticado ao longo do dia, “cuja leitura se baseia no aumento notável do número de reservas”. Deste modo, asse-gura, “tanto os hotéis, que conseguem ocupar mais quartos que iriam fi car va-zios, como os nossos clientes saem bene-fi ciados”.

Mais ainda, “a nossa aplicação mostra apenas os quatro hotéis que em cada ci-dade apresentem a melhor percentagem de desconto para esse dia.

Isto signifi ca que os hotéis “concorrem” para ser um desses quatro hotéis, ofere-cendo maiores descontos e assim vender os quartos que de outra forma fi cariam por vender”.

Por outro lado, a oferta agrega os seg-mentos empresarial e particulares. No primeiro caso, sustenta aquela responsá-vel, “a Blink pode dar uma grande solu-ção para as suas deslocações profi ssionais de uma forma muito económica e muito rápida”.

tos

nico, salienta Carlos Amorim, diretor do grupo Eurotel.

Plataforma de marcação “last minute” negoceia preços ao diaCONTANDO COM O APOIO FINANCEIRO DE VÁRIOS “BUSINESS ANGELS”, A ‘START-UP’ ESPANHOLA BLINK, QUE DESENVOLVEU UMA APLICAÇÃO PARA MARCAÇÃO DE RESERVAS EM HOTÉIS ‘PREMIUM’, ENTROU NO MERCADO NACIONAL.

tanto como pretenderíamos.VE - Qual a política comercial e de

preços que o hotel tem vindo a seguir no sentido de contornar as difi culda-des conjunturais? Na prática, como se traduz?

CA - Não acreditamos que a redução de preços altere uma tendência, que tem outras motivações. Temos optado por manter a nossa política comercial, com algumas campanhas e enriquecer a nos-sa oferta de serviços incluídos nas tarifas aplicadas.

VE - Existe uma estratégia comercial de rede com Tavira?

CA - Não, são produtos completamen-te diferenciados. Enquanto não fi zermos em Tavira o ‘upgrade’ que fi zemos em Altura, queremos separar os meios de co-mercialização e imagem.

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 35

transavia.com disponibiliza voos para o invernoA transavia.com já disponibiliza voos para o próximo inverno, para voos com datas entre 1 de Novembro de 2012 a 25 de Março de 2013. Para viajar entre o Porto e o Funchal, hápassagens a partir de 45 euros/ida. O destino Paris, partindo do Aeroporto Sá Carneiro,

pode ser adquirido desde 40 euros/ida; do Funchal para Paris, as tarifas estão disponíveis a partir de 90

euros/ida.

Vimeiro recebe Concurso de Saltos InternacionalO Centro Hípico do Hotel Golf Mar, no Vimeiro, recebe até 15 de julho e entre 19 e 22 de julho o XXVI e XXVII Con-curso de Saltos Internacional. No dia 15 de julho será dispu-tado o Grande Prémio Microprocessador e no dia 22 de ju-lho será a vez do Grande Prémio BP Gas. Ainda durante estes CSI 2* serão realizadas Provas Nacionais de 1,10m.

Preços médios diários revelam “uma evolução incremental do desconto médio”, sustenta Re-beca Minguela, co-fundadora e CMO da Blink Booking.

��������������������� ����� ����� �

Objectivos: Preparar os participantes a tirarem partido dos

benefícios duma boa negociação com a Banca e outros organismos financeiros.

Público-alvo: Empresários, Directores Financeiros e outros

quadros que sejam responsáveis nas empresas, pela negociação com a banca e com outros organismos financeiros.

Formador: Professor Dr. Agostinho Costa

Programa: 1. As dificuldades das empresas: sinais e ameaças

2. A análise de risco da empresa por parte da banca

3. A prestação de informação às instituições bancárias

4. O diálogo empresa - banco

5. Como uma PME deve Negociar com a banca

6. O Relançamento de Empresas em dificuldades

Lisboa11 setembro

Horário: (7horas)9h30 às 13h e 14h30 às 18h

Preços*: Público Geral: �140Assinantes Vida Económica: �110*acresce o IVA

Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patricia Flores Tel.: 223 399 466 Fax: 222 058 098 E-mail: [email protected]

AQUILES [email protected]

A filial portuguesa do operador logísti-co Schnellecke é a referência entre os 15 países em que o grupo alemão de serviços integrados da indústria automóvel está presente. “Portugal é hoje ‘benchmark’ no grupo Schnellecke no mundo. Somos vi-sitados mensalmente por colegas de todas as áreas de quase todos os países, que vêm ver como é que trabalhamos em equipa. Fomos a primeira empresa no grupo, em 2007, a iniciar este conceito de trabalho e que hoje está instalado na empresa: as nossas empresas são geridas pelos trabalha-dores, em equipas de trabalho que têm os seus orçamentos, os quais gerem, são res-ponsáveis pelos seus resultados”, afirma o diretor-geral da Schnellecke Portugal.

Fernando Oliva acrescenta que a comu-nicação foi uma das componentes mais for-tes que a empresa desenvolveu desde que está presente no nosso país, há dez anos. “Os nossos colegas, quando vêm a Portu-gal, ficam admirados com a forma como trabalhamos e o comportamento dos nos-sos trabalhadores. A grande mais-valia que a nossa empresa tem é as pessoas”, explicou o mesmo responsável na apresentação da

delegação Norte da Schnellecke Portugal. Situado na Trofa, este é o segundo espaço da empresa, juntando-se à sede, em Palme-la, junto à Autoeuropa.

Transferência de competências para o Norte do país

A aposta no Norte resulta dos objetivos estabelecidos. A filial do grupo alemão, que assume toda a logística da Autoeuro-pa para a montagem final e que prefabrica mais de 30 componentes para a carroçaria dos modelos produzidos na Volkswagen, quer duplicar a faturação na área logística até 2014, ampliando a carteira de clien-tes para outras áreas da indústria. “Vemos muito potencial na prestação de serviços logísticos integrados e de pré-montagem para futuros clientes no Norte”, informa.

“Com esta delegação pretendemos trazer as competências da Schnellecke Logistics para esta zona do país. Assim, estamos ao alcance dos nossos atuais e futuros clien-tes”, acrescenta Fernando Oliva, que não esconde que um dos clientes recentes, a Continental Mabor, acelerou a decisão de apostar numa presença permanente no Norte.

DORA TRONCÃ[email protected]

A Panasonic Portugal procura, em 2012, implementar uma nova organização de negócio que se traduz numa mudança de enfoque não unicamente no produto, mas também no consumidor, no reforço da comunicação junto do público e ainda no alargamento da linha de oferta. “Trabalhamos com 95% da distribuição em Por-tugal e até ao final deste ano trabalharemos a 100% da distribuição. A distribuição otimizada é um primeiro pi-lar da expansão da Panasonic em Portugal e um segundo pilar, que decorre em paralelo, é a construção da marca, que passa por uma estratégia a 360º com parceiros chave, por aproveitar a experiência da marca em posições cha-ve, comunicar modelos chave e centrar a comunicação no consumidor – a tecnologia que tem valor adicional é percebida pelo consumidor. Não serve de nada ter o me-lhor produto se não o sabe comunicar”, refere Frederico Paiva, responsável pela área de consumo da Panasonic Portugal.

Apesar de trabalhar em contraciclo, dada a conjuntura económica atual, no ano passado, a Panasonic Portugal cresceu 70% no volume de negócios. “A situação nos pri-meiros anos é tudo o que gerarmos em termos de receita, voltaremos a investir, é esse o pensamento global no re-lançar da marca em Portugal. Para 2012 temos uma ex-pectativa de crescimento de 35% e o plano a quatro/cin-co anos será sempre de um crescimento de dois dígitos”.

Aproximação ao consumidor

A aproximação ao consumidor é uma aposta reforça-da com uma equipa de comunicação mais numerosa, eventos com a imprensa, abertura de plataformas onli-ne, Facebook, iniciativas que contribuem para a meta da Panasonic, mesmo a nível global, sair de uma esfera de produtos para produto e consumidor, conforme referido acima, uma das facetas da mudança na forma de estar no mercado por parte da Panasonic.

Frederico Paiva salienta ainda algo que “nunca tinha acontecido em Portugal, o ter a plenitude daquilo que é a Panasonic a nível global. O facto de passarmos a ser uma filial ajuda. Os canais de comunicação são muito mais próximos – tenho o privilégio de acompanhar tudo o que a Panasonic faz a nível pioneiro a uma escala mais abrangente – e, à luz disso, estamos a equacionar novos negócios e oportunidades para trazer para Portugal.”

FERNANDO OLIVA, DIRETOR-GERAL DA FILIAL DA EMPRESA DE LOGÍSTICA, AFIRMA

Schnellecke Portugal é referência no grupo alemão

Panasonic alarga presença no mercado português

Frederico Paiva, responsável para a secção de Consumo Pana-sonic Portugal, prevê um crescimento de 35% no volume de negócios para 2012.

CCI elogia resultados da Conferência Rio +20A Câmara de Comércio Internacional (CCI) saudou o documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio +20, como uma alavanca para alcançar o desenvolvimento sustentável, ajudando a erradicar a pobreza. A CCI também elogiou o papel decisivo de abordagens multilaterais em todos os domínios por parte dos governos.

Porto de Sines recebe embaixadores da América LatinaO Porto de Sines recebeu a visita de uma delegação diplomática composta pelos embaixadores de vários países da América Latina, como a Argentina, Cuba, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre esta infraestrutura portuária. O encontro foi organizado pelo Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina em cooperação com a Turismo do Alentejo.

Perto de 700 colaboradores em PortugalArrendadas, as instalações da Trofa empregam três pessoas, uma ínfima parte do total de colaboradores da Schnellecke Portugal, que vai, de acordo com a mesma fonte, “atingir 684 pessoas” em outubro. Este número de colaboradores da filial do operador logístico germânico tem como justificação os projetos atuais, entre os quais um recente com a Vanpro, que produz assentos para a Autoeuropa, e

um outro que a empresa se prepara para iniciar com uma empresa de componentes espanhola. “Apresentámos um caderno de encargos bastante competitivo e, por isso, fomos nós os escolhidos”, explica Fernando Oliva, quando questionado por que razão a Schnellecke Portugal vai trabalhar um cliente espanhol, quando o grupo alemão também está presente no país vizinho.

EMPRESAS

36 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

“Os nossos colegas quando vêm a Portugal ficam admirados com a forma como trabalhamos”, refere Fernando Oliva.

Prémio D. Antónia distingue jovem consultoraMARC [email protected]

A edição de 2011 do Prémio D. Antónia Ade-laide Ferreira, constituído como forma de distinguir o empreendedorismo no feminino e os valores hu-manistas que dominaram a figura lendária da ‘Ferreiri-nha da Régua’, foi entregue a Raquel Seabra, consul-tora estratégica do Boston Consulting Group.

A premiada, natural de Aveiro e de 30 anos de ida-de, viu reconhecidos, entre outros, o seu espírito em-preendedor e a capacidade académica, já que comple-tou a sua licenciatura em Economia e Gestão pela Universidade Católica, sempre com direito a bolsa de estudo.

Mas, para além disso, Raquel Seabra foi vencedo-ra do concurso ‘Primus In-ter Pares’ 2005, através do qual conseguiu uma bolsa de estudo para frequentar um MBA na INSEAD, onde desenvolveu um caso de estudo sobre o marke-ting do papel higiénico da Renova, que lhe valeu o ecch Case Awards 2012.

Mas, paralelamente, o Prémio D. Antónia foi-lhe entregue pela sua ati-vidade de consultoria em ONG com fins humani-tários, tendo contribuído para o lançamento de ex-periências empresariais na América Latina através do microcrédito. Foram todas estas qualidades enalteci-das pelo júri presidido por Artur Santos Silva, por se enquadrarem no perfil de vida e obra de D. Antónia Adelaide Ferreira.

Recorde-se que esta é a 24ª edição do prémio atri-buído pela Casa Ferreira, que integra o portefólio de marcas da Sogrape, que re-úne anualmente os descen-dentes daquela personali-dade histórica do Douro Vinhateiro.

O prémio pretende não apenas homenagear uma obra já realizada e uma car-reira notável, mas também contribuir para o estímulo de iniciativas e percursos empreendedores.

MERCADOS-12,68% Var. 2012

Dow Jones 11/Jul ........12617,77

Var Sem ...............................-2,51% Var 2012 ................................3,28%

Nasdaq 11/Jul ...............2886,38

Var Sem ...............................-3,02% Var 2012 ..............................10,79%

IBEX 35 11/Jul ...............6805,90

Var Sem ...............................-5,06% Var 2012 .............................-20,55%

DAX 11/Jul ....................6453,85

Var Sem ...............................-1,69% Var 2012 ................................9,42%

CAC40 11/Jul ................. 3157,25

Var Sem ...............................-3,38% Var 2012 ...............................-0,08%

PSI-20 (11.07) 4797,68

-3,00% Var. Semana

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 37

As empresas de comércio automóvel querem uma dotação específica na linha PME Crescimento, que o Governo se prepara para reforçar. Essa é uma de quatro medidas (as outras são fiscais), “cruciais para a sobrevivência de milhares de empresas e postos de trabalho neste setor”, de acordo com José Ramos, presidente da Associação Automóvel de Portugal.

AQUILES [email protected]

O comércio automóvel recla-ma uma dotação específica na linha de crédito PME Cresci-mento, disse à “Vida Económi-ca” o presidente da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), José Ramos. Disponível desde ja-neiro, esta linha de 1500 milhões de euros para as PME está prestes a ser reforçada em mais mil mi-lhões de euros, dada a procura de que tem sido alvo. O ministro da Economia, Álvaro Santos Pe-reira, já referiu que a linha PME Crescimento está com “um ritmo de adesão quatro vezes superior a nível de todas as outras linhas” e que “já ultrapassou 85% da exe-cução”.

Será, então, aproveitando este reforço que os operadores do co-mércio automóvel reclamam uma linha específica. Esta junta-se a outras três exigências que a ACAP considera “cruciais para a sobrevi-vência de milhares de empresas e postos de trabalho neste setor”, de acordo com José Ramos: a reintro-dução do plano de incentivos ao abate de veículos em fim de vida, a incidência do ISV apenas na com-ponente ambiental (no presente incide também na cilindrada do motor) e alteração do ISV no que respeita a veículos importados usados (repondo-se a legislação que vigorou em 2009 e 2010).

As vendas de automóveis caí-ram 44% no primeiro semestre de 2012, com a correspondente quebra nas receitas fiscais do Es-tado. Com efeito, a previsão de receita de imposto oriundo das novas matrículas de automóveis do Orçamento retificativo apon-ta para que no final do ano haja uma descida de -6,5% (dos 626,5 milhões de euros registados em 2011 para 586 milhões de euros previstos para 2012), mas a execu-ção até maio de 2012 revela uma receita de 164,5 milhões de euros, uma queda de -47,7% face a igual período de 2011. O presidente da ACAP lamenta a “política cega do Estado contra o setor automóvel”, que, para além de “colocar em ris-co milhares de postos de trabalho em Portugal”, está a levar à perda de receitas fiscais. “Conforme pre-visões da ACAP, o impacto desta crise no comércio automóvel le-vará ao encerramento de cerca de 2600 empresas, extinção de cerca de 21 mil postos de trabalho e per-da de receita para o Estado (entre IRC, IRS e Segurança Social) de cerca de 19 milhões de euros por mês. De janeiro a maio de 2011, o Estado arrecadou 314,3 milhões de euros de receitas de ISV. Este ano, em igual período, já soma uma quebra de 47,7% (menos 150 milhões de euros arrecada-dos)”, avisa José Ramos.

“Setor automóvel alvo de ataque suplementar do Estado”

O entrevistado não duvida que, “face às circunstâncias conjuntu-rais que afetam todos os setores económicos por igual, resultantes das medidas de austeridade, das restrições de acesso ao crédito e aumento do desemprego, o setor automóvel foi alvo de um ataque suplementar por parte do Estado sob a forma de um aumento adi-cional da tributação automóvel, que veio empolar ainda mais as di-ficuldades sentidas neste setor face aos restantes”. O presidente da ACAP informa que no ano pas-sado o mercado automóvel global caiu cerca de 30% face a 2010 e que no presente exercício já soma

uma quebra de 44% face a igual período do ano transato, sendo que a quebra nos veículos comer-ciais ainda é superior (-55%).

Perante este cenário, avisa José Ramos, “era evidente” que as pre-visões de receita de ISV feitas pelo Governo sairiam “furadas”. Mes-mo o montante de 586 milhões de euros previstos no Orçamento retificativo “não irá de todo ser al-cançado”, de acordo com a nossa fonte, “pois prevê uma quebra de somente 6,5% face a 2011, en-quanto as melhores estimativas da ACAP apontam para uma re-dução de 36,2%, correspondente a uma receita fiscal total de 400 milhões de euros”. O dirigente associativo recorda que “o setor automóvel português representa

um volume de negócios de 17,7 mil milhões de euros (13,2% do PIB), 28 mil empresas, 132 mil postos de trabalho direto e 3,6% do total de emprego em Portugal. Em 2011, a produção automóvel representou 12,6% do total das exportações e as receitas fiscais ge-radas pelo automóvel terão ascen-dido a 5,7 mil milhões de euros (17% do total de receitas fiscais e 3,4% do PIB)”.

“Carro é bem de primeira necessidade”

O presidente da ACAP não du-vida, assim, que o setor está num declive da curva de Laffer, em que a elasticidade fiscal foi atingida. “Os governos sucessivos sempre

viram – erradamente – o setor automóvel como uma ‘vaca lei-teira’ e o carro como um símbo-lo de despesismo e vaidade, pelo que parecia politicamente correto sobrecarregar o mesmo com im-postos. Todavia, já há muito queo automóvel deixou de viver tem-pos áureos do ponto de vista do negócio e o carro deixou de servisto como um bem supérfluo. Quer para particulares, quer para empresas, o carro é hoje um bem de primeira necessidade para as pessoas em geral e um fator pro-dutivo extremamente relevante nos negócios”, indica.

O entrevistado avisa, por isso,que, “se o Governo não atuar as-sertivamente, com medidas dedinamização do setor, a situaçãoserá ainda mais dramática”, com o número de desempregados e deempresas a encerrar “ainda mais expressivo”. “O passado recentejá nos deu provas suficientes para sabermos que este não é o melhor caminho e o Estado também já pode sentir no Orçamento Geral do Estado a implicação destas me-didas em termos de receitas arre-cadadas”, remata José Ramos.

Comércio automóvel reclama dotação específica na linha de crédito PME Crescimento

O presidente da ACAP, José Ramos, quer uma linha específica para o comércio automóvel na PME Crescimento.

“O setor automóvel português representa um volume de negócios de 17,7 mil milhões de euros (13,2% do PIB), 28 mil empresas, 132 mil postos de trabalho direto e 3,6% do total de emprego em Portugal”

No rescaldo da recente vitória espanhola sobre Portugal no Euro 2012 de futebol, escrevia-se na imprensa de Madrid: estes portugueses tiveram “huevos”! Pois bem, agora, a propósito do plano de austeridade anunciado esta semana pelo Governo de Mariano Rajoy, apetece dizer o mesmo do primeiro- -ministro espanhol. Porém, a ver vamos se a população espanhola aceitará esta derrota com o mesmo desportivismo com que nós, portugueses, aceitámos a derrota quando vimos as bolas a baterem nos postes e a saltarem para fora da baliza. Para já, à mesma hora que Rajoy anunciava o seu plano no Parlamento, “la marcha negra” dos mineiros espanhóis, em protesto contra o fim dos subsídios à sua indústria, resultava no arremesso de pedras contra a polícia.

O plano espanhol, em troca da ajuda financeira à sua banca, segue linhas bem conhecidas dos portugueses: o aumento dos impostos (nomeadamente dos impostos indirectos), a redução da despesa (designadamente dos salários e das prestações sociais) e a centralização orçamental de toda a administração pública. Assim, o escalão máximo do

IVA aumentará agora para 21% (dos actuais 18%), o subsídio de Natal dos funcionários públicos será suspenso – quer dizer, até decisão em contrário do Constitucional lá do sítio – e será ainda introduzida uma espécie de lei dos compromissos ao nível das autonomias a fim de travar o endividamento local. As medidas são muito próximas daquelas que têm sido adoptadas em Portugal, apesar de a origem dos problemas da Espanha ser de natureza parcialmente diferente.

A Espanha é uma economia relativamente fechada que apresenta um ligeiro défice comercial, sendo que o peso das suas exportações e importações não ultrapassa (em ambos os casos) os 25% do PIB – contra 35% na média da zona euro. A Espanha é uma economia cuja produtividade está ao nível da produtividade média da zona euro, contudo, à custa de um enorme fardo social: uma taxa de desemprego de 25%. A Espanha é uma economia onde a dívida pública em percentagem do PIB está abaixo da leitura média na zona euro (70% versus 87%) – mesmo que se inclua a dívida oculta das autonomias,

estimada em 15% do PIB. Qual é, então, o problema da Espanha? Resposta: a sua banca e, em especial, o endividamento privado das empresas e das famílias espanholas – este, sim, o verdadeiro ponto em comum com Portugal.

Ora, há umas semanas, aqui publiquei uma crónica intitulada “Hasta la vista”. Nela argumentei acerca da impossibilidade de o Governo de Rajoy implementar um programa de condicionalidade macroeconómica semelhante ao que acabei de descrever. E nela especulei acerca da eventualidade de a Espanha, mais dependente da sua procura interna do que Portugal, decidir sair do euro em face de uma agenda macroeconómica impraticável. Pois bem, o Governo de Rajoy está agora a pôr à prova a minha tese – as próximas semanas serão interessantes. Para já, as reacções são contraditórias. Temos, por um lado, os mineiros e outros grupos de pressão que, certamente, avançarão com protestos mais ou menos organizados. Por outro lado, temos empresas, como a Inditex, que já afirmaram que irão absorver os custos associados ao aumento do IVA para não penalizarem os

consumidores. E, pelo meio, há ainda as incertezas legais que, como se comprova em Portugal, poderão até inviabilizar parte do programa pretendido.

Confesso que permaneço céptico, aliás, bastante céptico, quanto à aceitação tranquila deste programa em Espanha, sobretudo tendo em conta que parte da receita está dirigida ao problema errado. A Espanha necessita, sim, de uma reestruturação da dívida privada, que passa pela capitalização dos bancos, mas numa lógica diferente daquela que está a ser seguida. E, a exemplo de Portugal, necessita de medidas fiscais que incentivem a utilização e o investimento em capacidade produtiva local, a fim de absorver o desemprego. Pelo contrário, e tal como Portugal, a Espanha não precisa de mais impostos nem tão-pouco aguentará a implosão da procura interna da qual tanto depende. Enfim, isto já não é uma questão de “huevos”; é, antes, uma questão de “tiki taka”, ou seja, de passes (ou passos) precisos.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Espanha

EspeculaçãoRICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

-2,39% Var. Semana -0,125% Var. Semana 0,28% Var. Semana

-35,53% Var. 2012 -0,429 Var. 2012 -6,83% Var. 2012

Euro/Libra 11/Jul ......0,7886

Var Sem ......................... 1,92% Var 2012 ......................... 5,97%

Euro/Iene 11/Jul ......97,5390

Var Sem ......................... 2,68% Var 2012 ......................... 2,29%

Euribor 3M 11/Jul .....0,5120

Var Abs Sem ................... -0,129 Var 2012 .......................... -0,489

Euribor 1Y 11/Jul ......1,0840

Var Abs Sem ................... -0,118 Var 2012 .......................... -0,420

Ouro 11/Jul .......... 1577,58

Var Sem ....................-2,34% Var 2012 .....................0,08%

Prata 11/Jul ............. 27,17

Var Sem ....................-3,46% Var 2012 ....................-3,63%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (11.07) 1,2244 EURIBOR 6M (11.07) 0,7950 PETRÓLEO BRENT (1.07) 99,98

CORRETORA FINCOR CONSTRUIU DUAS CARTEIRAS PARA A “VIDA ECONÓMICA”

Cimeira europeia marca investimentos em julhoAQUILES [email protected]

A Cimeira Europeia e, ainda que em me-nor medida, a economia norte-americana marcaram a habitual carteira de investi-mentos, uma mais arrojada, outra mais cautelosa, que a corretora Fincor constrói para a “Vida Económica”. “O mês de julho iniciou-se marcado pelas decisões tomadas na Cimeira Europeia que foram vistas como um passo importante na resolução dos pro-blemas europeus. Das medidas acordadas, destaque para a possibilidade de os fundos de resgate da região poderem intervir dire-tamente nos bancos; para a inexistência de senioridade dos empréstimos europeus face à dívida pública dos países; e a possibilida-de de intervir diretamente nos mercados secundários comprando dívida soberana. Este foi um passo importante na resolução dos problemas europeus. Os próximos de-senvolvimentos serão determinantes para o sentimento do mercado relativamente à crise dos soberanos. Adicionalmente, o mercado deverá estar focado nos dados macroeconómicos, nomeadamente, dados americanos do ISM e do emprego, bem como nos resultados empresariais do segun-do trimestre”, explica o analista de merca-dos da Fincor, José Sarmento.

“Assim, desenhámos duas carteiras de investimento orientadas para dois perfis de risco distintos, um conservador e um agressivo”, explica o especialista, antes de sublinhar que em ambos os casos “a carteira está bastante diversificada por classes e tipos de ativos e por regiões” de investimento. “Em obrigações, destacamos a nossa esco-lha de dívida de Blue Chips Portuguesas, neste caso da EDP e do BES. Escolhemos

estar investidos no petróleo, à medida que as perspetivas sobre a Europa melhoram e depois de o embargo ao Irão ter tido início. Em ações, o Brasil continua a ser a nossa escolha em mercados emergentes. Preten-demos também estar expostos ao Nasdaq. Nas ações, damos ênfase às nossas preferidas do PSI20, a EDP Renováveis e a Sonaecom que se encontram a negociar com um largo desconto”, explica José Sarmento.

Classe Ativos Conservador Agressivo ISINLiquidez 0,0% 0,0% Obrigações 50,0% 20,0%

PIMCO Foreign Local Bond Fund 20,0% 0,0% US72201F5162

Obrigações BES 2015 10,0% 0,0% XS0505141290Obrigações EDP 2017 10,0% 10,0% XS0328781728Obrigações Soberanas a 5 Anos Itália 10,0% 10,0% IT0004801541

Commodities 10,0% 15,0% WTI Oil 10,0% 15,0% CFD

Ações 40,0% 65,0% iShares MSCI Brazil Index Fund 7,5% 7,5% US4642864007Fidelity Nasdaq Composite Index TS 7,5% 7,5% US3159128087LVMH 5,0% 10,0% FR0000121014Roche 5,0% 10,0% CH0012032113Santander 5,0% 10,0% ES0113900J37EDP Renováveis 5,0% 10,0% ES0127797019Sonaecom 5,0% 10,0% PTSNC0AM0006

TOTAL 100% 100%Fonte: Fincor

Banca europeia perde mais de 180 mil postos de trabalho

A banca europeia terá de passar por uma pesada reestruturação e que terá impacto sobretudo ao nível do emprego. De facto, um estudo da Roland Berger aponta para a perda de cerca de 180 mil postos de trabalho na banca, na melhor das hipóteses.

O que acontece é que estão em curso profundas mudanças no setor financeiro e haverá que criar condições para garan-tir a sua rentabilidade e a poupança de 40 mil milhões de euros nos próximos cinco anos, o que se traduz em perto de 10% da base de custos. Neste momento, a indústria bancária europeia representa aproximadamente três milhões de postos de trabalho. As estimativas apontam para o desaparecimento de 180 mil empregos, no horizonte até 2016, isto porque have-rá gente a mais nesta área de atividade.

Mas a banca tem de ir mais longe. Não pode ficar por eliminar postos de trabalho; também os custos terão de ser reduzidos, pelo que quem trabalha na banca, independentemente das suas funções, vai ressentir-se com a referida reestruturação. A Roland Berger dá um outro cenário ainda mais negro, desta feita com a perda do dobro de postos de trabalho.

AQUILES [email protected]

O crescimento de 83% das insolvências das famílias e em-presas nacionais na primeira metade de 2012 é um proble-ma para a banca, mas o setor precaveu-se a tempo, de acor-do com José Miguel Moreira, economista do departamento de estudos do Montepio. “O aumento do número de falên-cias implica, naturalmente, um aumento do risco de incum-primento da carteira de cré-dito da banca, e, obviamente, do Montepio, na medida em que uma falência pressupõe a incapacidade de cumprimento das responsabilidades financei-ras assumidas por estes agentes económicos. Obviamente que os bancos estavam cientes desta realidade, tendo vindo a traba-lhar em articulação com o Ban-co de Portugal e a “troika” para fazerem face a uma queda do

PIB em termos acumulados, em 2011 e 2012, que deverá ser de cerca de 4%, algo sem paralelo nos últimos 50 anos, com exce-ção do ano de 1975, quando o PIB caiu cerca de 5,1%”, disse à “Vida Económica”.

Em relação à redução dos depó-sitos, numa altura em que os ban-cos precisam de capitalização, o mesmo responsável desdramatiza admite problemas, mas, também neste caso, desdramatiza ao refe-rir que não deve “assumir propor-ções tão elevadas quanto possa parecer à primeira vista”. No caso do aumento das insolvências das empresas, José Miguel Moreira acredita que o impacto não será

muito elevado, “atendendo a que o peso dos depósitos das empre-sas não é muito elevado”, na ban-ca portuguesa “representam cerca de 20% do total dos depósitos” do setor privado não financeiro – particulares e empresas não fi-nanceiras.

“No caso do aumento da insol-vência dos particulares o impacto teórico seria naturalmente mais elevado, atendendo ao seu maior peso na carteira dos bancos [80% do total dos depósitos]. Porém, a insolvência das famílias esta-rá essencialmente a dar-se junto daquelas que não viviam, antes da crise, uma situação financeira muito desafogada (e sem grande

capacidade de poupança), não representando, neste sentido, o essencial dos depósitos na ban-ca, representando, assim, um risco não muito acrescido para a banca”, acrescenta o economista do departamento de estudos do Montepio.

“Proximidade típica” do Crédito Agrícola minora

A “proximidade típica” do Cré-dito Agrícola minora o impacto do aumento das insolvências, disse à “Vida Económica” fonte daquela entidade. “De facto, não só a insolvência como as dificul-dades com que em geral famí-lias e empresas se deparam nesta conjuntura, aumentam o risco de incumprimento. A banca de proximidade típica do modelo de negócio do grupo Crédito Agrí-cola concorre para minorar tais impactos, o que parece também evidenciado pelo comportamen-to do crédito malparado que vem

apresentando uma evolução maisfavorável do que a restante ban-ca”, afirma.

Também pela via de reduçãodos depósitos em conta, numaaltura em que os bancos portu-gueses precisam de capitalizar-se, é um problema menor parao Crédito Agrícola do que paraa generalidade da banca lusa,de acordo com a mesma fon-te. “As dificuldades de famíliase empresas e a redução da ati-vidade destas últimas, assimcomo a capacidade de poupançadas primeiras, não favorecem aevolução dos depósitos comogenericamente se tem verificadona banca portuguesa, particu-larmente quando tal avaliaçãoé feita com a consideração detodos os recursos comerciais dabanca (depósitos, fundos, se-guros, etc.). No caso do grupoCrédito Agrícola, a carteira dedepósitos vem, aliás, eviden-ciando uma notável estabilida-de”, salienta a nossa fonte.

A primeira metade de 2012 ficou marcada por maus dados económicos e pela pressão sobre a dívida soberana na Europa.

Os índices ibéricos registaram as quedas mais significativas (as perdas nos dois países rondaram os 20%). As incertezas sobre a permanência da Grécia no euro contribuíram para o agudizar da crise. As agências de notação financeira deixaram o rating da Espanha a dois níveis de lixo e o Governo espanhol viu-se obrigado a formalizar o pedido de ajuda financeiro ao setor da banca.

Na última cimeira europeia, a Itália e Espanha condicionaram

a aprovação do pacto de crescimento à adoção de medidas para controlar as pressões nos mercados financeiros. Os bancos europeus vão poder ser recapitalizados diretamente pelo mecanismo de resgate da Zona Euro, aliviando assim as contas públicas dos países em dificuldades. Após o desbloqueio, foi aprovado o montante de 120 mil milhões de euros para estimular o crescimento económico. A Holanda e a Finlândia já demonstraram o descontentamento em relação à utilização dos mecanismos de resgate para adquirir dívida

pública dos países em dificuldade. Ambos os países consideram que esta não é solução para a crise.

Do outro lado do oceano Atlântico, a Reserva Federal americana prolongou a Operação Twist até ao final de 2012, anunciando compras e vendas adicionais de obrigações do tesouro americano (totalizando os 267 mil milhões de dólares). Esta decisão desapontou um pouco os investidores que antecipavam o anúncio de medidas mais agressivas em termos de uma política monetária expansionista. Além disso, a Fed reviu em baixa o crescimento da economia

americana para os próximos dois anos e em alta a taxa de desemprego. O Departamento do Comércio nos EUA confirmou a desaceleração no crescimento da economia americana do primeiro trimestre deste ano – o PIB cresceu apenas 1,9% no primeiro trimestre de 2012. O consumo cresceu a um ritmo mais ligeiro e abaixo das previsões. As exportações aumentaram 4,2% e as importações cresceram 2,2%, ambos valores ficaram abaixo do esperado.

Os mercados acionistas e a maioria das “commodites” perderam terreno logo em

março deste ano. No primeiro semestre o índice alemão DAX escapou às quedas, terminando o semestre com um ganho de aproximadamente 9%. Nos EUA o cenário é mais risonho, o índice S&P 500 amealhou perto de 8%, o Nasdaq perto de 12% e o Dow Jones mais 5%.

NOTA: Para escapar à turbulência que afetou os mercados financeiros, os investidores direcionaram-se para ativos de refúgio - bunds alemãs, o dólar norte-americano e o franco suíço foram os alvos preferidos.

Bons investimentos!

Primeiro semestre de 2012

ALEXANDRE MOTAdiretor executivo da Golden Brokerhttp://bgoldenbroker.blogspot.com

Banca é dos principais problemas para os espanhóis Os espanhóis veem a banca como um problema realmente preocupante, re-fere um estudo do Centro de Investigações Sociológicas. Os bancos apare-cem no sexto lugar de uma classificação em que no topo aparece o desem-prego. Seguem-se os problemas económicos e a classe política e os partidos, tendo em conta a corrupção e a fraude. No quinto lugar surge a saúde. A educação completa a tabela dos sete principais problemas do país vizinho.

Isabel dos Santos reforça participação na ZonA Jadeium, sociedade holandesa, adquiriu ações representativas de quase 11% do capital social da Zon Multimédia. A participação qualificada global da Jadeium manteve-se em 18,8%, sendo que a referida participação qualificada é ainda imputável a Isabel dos Santos – na qualidade de acionis-ta com controlo direto da Jadeium – a quem é imputável uma participação total de 28,8%, dado que lhe é também atribuída a participação representativa de 10% do capital social e dos direitos de voto da Zon detida pela Kento Holding, sociedade diretamente controlada por si.

JOSÉ MIGUEL MOREIRA, ECONOMISTA DO MONTEPIO, AFIRMA

Bancos preveniram aumento das insolvências

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 39

MERCADOS

PUB

Os bancos estavam cientes desta realidade, tendo vindo a trabalhar em articulação com o Banco de Portugal e a “troika” para fazerem face a uma queda do PIB

MARC [email protected]

Os principais mercados de matérias-primas deverão registar, nos próximos tempos, uma tendência de estabiliza-ção de preços, exceção feita ao preço do ouro, que poderá observar uma eventual quebra. Na análise do BPI ao mercado de ‘commodities’, elaborada no seu bo-letim mensal Mercados Financeiros, a que a “Vida Económica” teve acesso, é referido que, no que toca ao mercado do petróleo, que o último mês obser-vou uma queda significativa do preço, “com mais expressão ao longo do mês de Maio”. O preço do Brent (mais repre-sentativo da situação na Europa e Mé-dio Oriente) caiu do valor máximo do ano (130 dólares/barril em Março) para os atuais 96 dólares (-26%) e o preço WTI (mais representativo da realizado do continente americano), no mesmo período, passou de 110 para 83 dólares por barril (-25%).

Este movimento de correção “anulou por completo a tendência de subida do preço do crude consolidada” entre o 4º T 2011 e o 1º T 2012. Para além dos fatores já referidos, que “têm implicações no lado da procura, os preços refletem igualmen-te o recente aumento da oferta nas áreas fora da OPEP, nomeadamente América do Norte”, aponta o documento.

Neste contexto, a OPEP decidiu manter o texto da produção de 30 mi-lhões de barris/dia, que vigora há três anos, “sugerindo maior rigor aos países da organização”. Entretanto, questões geopolíticas, como a guerra na Síria, e o reflexo das sanções económicas da UE ao Irão, têm reflexo na exportação de petrolíferos. Assim, “perante este ce-nário, os preços deverão tender para a estabilização”, sustenta o Departamento

de Estudos Económicos e Financeiros do BPI.

Ouro em quebra

No caso dos metais preciosos, a evo-lução do preço do ouro mostra agora uma estabilização entre 1550 e 1650 dólares a onça “troy”. Recorde-se que o valor máximo do ano até agora registado foi de 1790 dólares. Porém, o BPI an-tecipa eventuais quebras adicionais no preço, devido “ao risco de deterioração do ambiente económico, conjuntamen-te com mais apreciações do dólar”.

Quanto aos bens agrícolas, as mais recentes informações apontam para

ANÁLISE DO BPI ANTECIPA EVENTUAIS QUEBRAS NO PREÇO DO OURO

Mercados de maté tendem para a esta

AEM defende “recomposição imediata” do Índice PSI-20

A Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado (AEM) está contra a intenção, anunciada pela Euronext Lisbon, de manter o índice bolsista nacional PSI-20 reduzido a 19 empresas até setembro. “A Associação considera excessivo o hiato temporal, de praticamente três meses, previsto pela entidade gestora da bolsa para a recom-posição do Índice PSI-20: a redução do número de empresas no Índice constitui uma situação excecional e deve merecer uma resposta igualmente excecional, efi-ciente e atempada”, explica Abel Sequei-ra Ferreira, diretor-executivo da AEM.

Os responsáveis pela associação “com-preendem a necessidade de se sujeitar o índice a revisões periódicas, ordinárias, da respetiva composição, assegurando assim que o mesmo se mantém repre-sentativo do mercado, bem como de se promover a estabilidade do índice atra-vés da consagração de períodos de tempo mínimos entre o anúncio da alteração da composição do índice e o dia em que a alteração da composição torna efetiva”. Contudo, conforme explica Abel Se-queira Ferreira, “perante a ocorrência de factos excecionais, como é o caso da recente saída da Cimpor do Índice PSI-20, é responsabilidade da Euronext Lis-bon ter em funcionamento instrumen-tos e critérios objetivos que permitam a realização de revisões extraordinárias da composição do PSI-20, de modo a que a inclusão de uma nova ação no índice possa realizar-se com a rapidez adequa-da. Três meses com 19 empresas no ín-dice PSI-20 representa um atraso clara-mente excessivo”.

“Confiança de emitentes protegida”

Nestes termos, a AEM recomendou já à Euronext Lisbon a ativação das regras e mecanismos necessários à imediata re-composição do Índice PSI-20, enfatizan-do que, tratando-se da principal “marca” do mercado de capitais português, “a integridade do Índice PSI-20, e, através dela, a confiança das empresas emitentes e dos investidores, deve ser, em todos os momentos, devidamente protegida”. A mesma entidade defende que o PSI-20 “é o índice benchmark para o mercado português e, como índice mais repre-sentativo do mercado acionista, em cada momento deve refletir a evolução da cotação das 20 maiores ações seleciona-das do universo de empresas admitidas à negociação na Euronext Lisbon, des-te modo, permitindo aos investidores acompanhar o sentido e movimentos do mercado e sendo igualmente utilizado para medir o desempenho relativo dos ativos em causa”.

O ouro poderá ser exceção à estabilização de preços e pode observar uma quebra.

Allianz com seguro para autocaravanasA Allianz Portugal está a promover uma campanha de seguro para au-tocaravanas. Este seguro de responsabilidade civil automóvel pode ser subscrito por um prémio anual de 150 euros, por clientes com dois ou mais seguros na Allianz, ou por 175 euros, por clientes com menos de dois seguros na seguradora. Esta campanha termina a 31 de dezembro de 2012.

CaixaBI é o Melhor Banco de Investimento em PortugalA Euromoney distingiu o CaixaBI como o Melhor Banco de Investimento em Portugal.“Esta distinção vem confirmar a liderança e o desempenho do banco de investimento do gru-po Caixa Geral de Depósitos, premiando o desenvolvimento da atividade do CaixaBI, quer nacional quer internacional”, refere um comunicado da Caixa. O banco público recorda que “iguais distinções foram feitas, este ano”, pelas revistas “Global Finance”, “World Finance” e “EMEA Finance”.

40 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

MERCADOS

Prossegue quebra do preço do crude

Fonte: Bloomberg, BPI.

Preços do milho, trigo e soja

Fonte: Bloomberg, BPI.

rias-primas bilização

“boas perspetivas de produção de trigo, milho e soja, devido a condições natu-rais favoráveis”. “Não se prevê, por isso, pressão de subida de preços no curto prazo, já que também não existe aumen-to da procura”, conclui o documento.

Segundo o mesmo estudo, “os merca-dos de matérias-primas são permissivos à atual envolvente de instabilidade finan-ceira, aversão ao risco e de sentimento negativo generalizado face às perspetivas económicas de curto prazo”. Relativa-mente a este último aspeto, “mantêm-se as preocupações com o abrandamento

económico da China, agora confirmada pela diminuição das importações”.

No pós-eleições gregas, “com um re-sultado favorável aos interesses da uni-dade em torno da moeda única, não se esperam facilidades durante as próximas semanas”. No entanto, “aguarda-se por um plano mais credível tanto de aju-da à Grécia como de controlo da crise. Uma Europa financeiramente mais apa-ziguada levará ao retorno de uma certa normalidade aos mercados e trará outras expectativas económicas e de negócio”, assinala o BPI.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 41

Lançado portal do Plano Nacional de Formação Financeira O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros lançou o Portal “Todos Contam” (disponí-vel em www.todoscontam.pt). Foi desenvolvido por três supervisores financeiros, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e o Instituto de Seguros de Portugal. Constitui uma das principais etapas de implementação do Plano Nacional de Formação Fi-nanceira. O portal disponibiliza informação e ferramentas úteis sobre a gestão do orçamentofamiliar e as decisões financeiras inerentes às diferentes etapas da vida.

FMI satisfeito com posição do Banco Central EuropeuO Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a decisão do BCE de baixar as taxas de juro implica um sinal para todas as economias da Zona Euro. Também ao facilitar os depósitos, estará a estimular o mercado interbancário, que não está tão ativo como seria conveniente. Ad-mite ainda o fundo que os mercados vão levar algum tempo até tomarem em conta a decisão do BCE. O FMI está também satisfeito com o facto de haver uma coordenação crescente entre os bancos centrais, o que é muito positivo para toda a atividade do setor financeiro.

Um dos adágios mais duradouros de Wall Street é o de ‘cut your losses short and let your winners run’, ou seja, cortar as perdas o quanto antes e deixar os ganhos maximizarem. É um conselho sábio e que se aplica também ao mundo empresarial. Afinal, o que é uma empresa que não a maximização do lucro aliada à minimização dos custos?No entanto, uma grande parte dos investidores continua a fazer exactamente o oposto, vendendo uma acção após um ligeiro ganho acabando por ver essa mesma acção a fazer máximos atrás de máximos, e a deter uma acção no seu portefólio com uma pequena perda, apenas para ver essa perda deteriorar-se.Obviamente, não é objectivo do investidor deliberadamente comprar um activo do qual tenha expectativas de queda no preço e que venha a valer menos do que aquilo que pagou inicialmente. No entanto, comprar activos que vêem o seu preço reduzido é algo que está intrinsecamente ligado à própria natureza dos investimentos e dos mercados. O objectivo não é, portanto, o de evitar perdas, mas sim o de as minimizar. O saber assumir uma perda antes que esta fique fora do nosso controlo é aquilo que acaba por separar os investidores de sucesso dos restantes.Contudo, a aplicação destas premissas não é seguida pela grande maioria dos investidores, sendo que estes acabam por cair em vários enviesamentos. Tipicamente, os investidores acreditam que facto de possuírem avultadas perdas por realizar é mero azar ou simplesmente de terem comprado numa altura inoportuna. Raramente se dão conta que se deve aos seus próprios enviesamentos comportamentais.Um desses enviesamentos é observável no facto das acções no longo prazo subirem sempre. Ao olharmos para qualquer gráfico de um índice de acções, vemos que num prazo minimamente longo existe uma tendência ascendente. É natural que no longo prazo o mercado faça sempre novos máximos. Ora, sabendo deste fenómeno, os investidores erradamente assumem que por os mercados continuarem a apresentar subidas, que isso traduz-se igualmente para as suas acções, e que, mais cedo ou mais tarde, as suas perdas

acabarão por ser eliminadas. Contudo, um índice de acções é composto por empresas bem sucedidas, sendo, portanto, um índice de empresas vencedoras. As empresas com menos sucesso, que inclusive poderão ter sido uma das empresas componentes desse índice, acabam por ser substituídas por novas empresas de sucesso, caso o seu valor caia significativamente. Ou seja, os índices são constantemente revistos, acabando por eliminar as acções perdedoras e manter as acções vencedoras, acabando por deixar os lucros correr. Podemos verificar isso no Dow Jones, um índice com mais de 100 anos de história, no qual apenas a General Electric se mantém desde a sua origem. Dado que a maioria dos investidores concentra os seus investimentos em poucas cotadas, estando pobremente diversificados, usar como referência o mercado acaba por sobrevalorizar a resiliência que a acção média voltará a fazer novos máximos.Outro enviesamento comportamental comum é o denominado por aversão à perda, a tendência inata das pessoas para fortemente, darem preferência ao evitamento de perdas e à experienciação ganhos, o que acaba por conduzir a erros. Ao evitarem a venda de uma acção em perda, o investidor acaba por não admitir o erro do seu julgamento, e, sob falsa ilusão de que uma perda não é efectivamente uma perda até esta ser realizada, acabam por manter posições perdedoras. Ao fazê-lo, o investidor planeia manter a acção até esta retornar ao seu ponto de compra, podendo desfazer-se da sua posição no ‘break-even’, o que, no seu consciente, acaba por eliminar o erro. O problema, para infortúnio de muitos investidores, é que muitas dessas acções acabam por continuar a resvalar no preço. Como vemos, este tipo de enviesamentos são comuns, e com certeza muitos investidores identificar-se-ão nestes cenários. É por isso importante termos consciência da existência destes mesmos enviesamentos, para que os saibamos reconhecer e possamos evitá-los. Ignorá-los poderá resultar em erros com um preço demasiado alto.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Erros do investidor – enviesamentos comportamentais

SALVADOR NOBRE DA VEIGAaccount manager da XTB

Preço do ouro com valores mínimos nos últimos meses

Fonte: Bloomberg, BPI.

BPI coloca 55% das obrigações de grandes empresas portuguesas

O sistema bancário português colocou 1175 milhões de euros, envolvendo cerca de 60 mil subscrições, em cinco emissões de obrigações de grandes empresas portuguesas realizadas entre dezembro de 2011 e julho de 2012. O BPI afirma ter sido a única instituição que participou nas cinco operações e ter sido líder conjunto em quatro, tendo colocado 645 milhões de euros, que correspondem a 55% do montante total. O valor final global das cinco operações superou em quase 50% o montante inicial oferecido, que era de 800 milhões de euros, tendo a procura total atingido 1488 milhões de euros e superado em cerca de 25% a oferta final.Até à data, realizaram emissões a EDP (I e II, em dezembro de 2011 e abril de 2012, num total de 450 milhões de euros), a Semapa (março de 2012, 300 milhões), a Zon (junho de 2012, 200 milhões) e a Brisa (225 milhões). Estão em curso duas outras emissões, da Sonae e da PT, também com liderança conjunta do BPI. A primeira tem por objetivo inicial a colocação de 100 milhões de euros a três anos com um cupão de 7%; a segunda definiu um volume inicial de 250 milhões de euros a quatro anos, com um cupão de 6,25%.

O Crédito Agrícola assinou um proto-colo com o IAPMEI e o Turismo de Por-tugal, no âmbito do programa Fincresce. Este é um programa criado pelo IAPMEI, com o objetivo de sinalizar PME com perfil de desempenho superior, conferin-do-lhes notoriedade no mercado e contri-buindo para a optimização das condições de financiamento das suas estratégias de crescimento.

Os clientes do Crédito Agrícola passam agora a poder aceder aos Estatutos PME Líder e PME Excelência, duas marcas que visam distinguir o mérito das PME nacio-nais pela qualidade dos seus desempenhos, colocando ao seu alcance, em condições

preferenciais, uma oferta de produtos ajus-tados ao seu perfil de necessidades.

“Em causa está o acesso em melhorescondições a produtos financeiros e a umarede de serviços, para além da utilização pelas empresas com desempenhos superio-res de um certificado de qualidade na sua relação com o mercado”, refere a entida-de bancária em comunicado. “O Crédito Agrícola irá, não só convidar os seus clien-tes que reúnam condições para o efeito,a participar neste programa mas tambémcolaborar com o IAPMEI e o Turismo dePortugal na divulgação e desenvolvimentode programas de apoio a empresas PMELíder e PME Excelência”.

Crédito Agrícola adere ao programa Fincresce

Banif confirma “rescisão por mútuo acordo” O Banif confirmou, em comunicado enviado à CMVM, ter encetado um processo de resci-sões (sem indicar quantos colaboradores). “Tendo em conta o processo de reestruturação so-cietária, bem como a conjuntura económica vigente, de caraterísticas estruturais, o Banif está já a implementar um leque abrangente de medidas. Neste âmbito, encetou um processo com vista à rescisão por mútuo acordo dos contratos de trabalho com um conjunto de colabora-dores, tendo estes sido contactados para negociar com a instituição, na tentativa de chegar a um acordo que satisfaça as partes envolvidas”, lê-se no comunicado.

Desenvolvimento sustentável das florestas

A Conferência do Rio, em 1992, alterou definitivamente o paradigma que, nos anos 80, parecia conduzir a um conflito insanável entre “economicistas” e “ambientalistas”, com clara vantagem destes nos países mais desenvolvidos.

De facto, o princípio do Desenvolvimento Sustentável, exigindo que a Humanidade e os governos ponderassem, em simultâneo, a viabilidade económica, a responsabilidade ambiental e a aceitação social, chegou então para ficar.

A recente Conferência do Rio+20 veio, porém, confirmar que tal princípio está ainda longe de prevalecer, razão por que de lá saiu uma mera (embora forte) recomendação sobre a desejabilidade da “Green Economy”.

Mas se alguns (dos “em vias de desenvolvimento”) ainda veem na “Economia Verde” uma nova forma de colonialismo – impedindo o seu crescimento pelos mesmos trilhos que os “desenvolvidos” percorreram – outros (dos “desenvolvidos”) parecem ter descoberto uma “novidade” compatível com o progressivo esgotamento de recursos naturais finitos.

Mas será que a “Economia Verde” é mesmo uma “descoberta” e uma via nova?

Imaginemos uma indústria ou setor que:- Utilize matérias-primas naturais e renováveis;- Contribua e e dê garantias para que tais matérias-primas sejam geridas

de forma durável;- Utilize no processo fabril energia renovável produzida a partir de parte

daquelas matérias-primas e seja praticamente autossuficiente em termos energéticos;

- Monitorize e controle diariamente e de forma transparente os efluentes, dentro de padrões internacionalmente definidos e socialmente aceites;

- Fabrique produtos sem toxicidade;- Coloque no mercado produtos com elevadíssima taxa de reciclagem,

quer para a fabricação de produtos homólogos, quer para a produção de energia “verde”.

Ficaremos obviamente rendidos pelo quão perto estará esta indústria ou este setor do conceito de sustentabilidade.

Acontece que o exercício acima não é mais do que a descrição das indústrias de produtos florestais de vários continentes e de muitos países, entre os quais Portugal. Da fabricação de papel à produção de manufacturas de cortiça, passando pelos produtos da madeira (nacional).

O interesse crescente das sociedades, ditas desenvolvidas, em ver salvaguardados os recursos existentes no que resta das florestas naturais, despertou para a necessidade de obter garantias sobre todas as florestas que estão a montante dos produtos florestais consumidos.

Se é certo que às florestas plantadas (apenas 4% da área florestal mundial mas já responsáveis por 36% das matérias primas florestais consumidas) não se podem associar ecossistemas “exuberantes”, como acontece na floresta virgem tropical, também não é menos certo que as interacções e impactes das massas florestais plantadas, com a envolvente onde se instalam – o solo, a água, a paisagem e a biodiversidade – não podem deixar de ser antecipados, avaliados e monitorizados, de forma a garantir a condição da perpetuidade das mesmas.

Resumindo: se o Desenvolvimento Sustentável é ainda uma utopia, a verdade é que as indústrias de produtos florestais estão dele tão próximo que serão, seguramente, as primeiras a atingi-lo!

Nada pois mais lógico do que ver reunida em Portugal – sob a égide do Instituto Superior de Agronomia – a nata da investigação mundial que se dedica à floresta e aos produtos florestais e que lidera hoje a “corrida verde” em busca do Desenvolvimento Sustentável.

Num país que enfrenta uma gravíssima crise económica e financeira (faço aqui o convite para o leitor percorrer o PSI 20 – onde estão as “nossas” maiores empresas, onde abundam os serviços e as “utilities” de preços regulados e onde escasseiam empresas transformadoras), é bom saber que as indústrias exportadoras com maior valor acrescentado nacional pertencem às fileiras florestais portuguesas, setor que representa 10% das exportações nacionais de bens e gera milhares de postos de trabalho.

Temos pois presente e poderemos ter futuro, porque estas fileiras estão, e continuarão a estar, na primeira linha dos utilizadores da Ciência, Investigação e Desenvolvimento gerados pelos cientistas florestais de todo o mundo.

Assim saibamos plantar e gerir a nossa floresta...

JOÃO SOARESAssessor do Conselho de Administração do grupo Portucel Soporcel para a Floresta e Sustentabilidade

Euribor continuam a descer As taxas Euribor voltaram a cair, em reação à descida da taxa de juro de referência da Zona Euro para o valor mais baixo de sem-pre. A um mês, baixou dois pontos base para 0,235% e a três meses 1,8 pontos base, para ser fixada nos 0,531%. A seis, nove e 12 meses a descida foi igual (1,4 pontos), respetivamente para 0,235%, 0,966% e 1,104%. A descida das taxas Euribor está a acontecer de forma sustentada desde dezembro.

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

AQUILES [email protected]

O Barclays lançou em Portugal uma solução destinada às “start ups”. O Pacote Start Up Bar-clays, assim se designa a solução, permite a utilização dos princi-pais serviços bancários de forma gratuita até dois anos, através da Business Solutions Basic. Se os empreendedores preferirem um conjunto de serviços bancários mais abrangente, podem optar pela Business Solutions Classic, com isenção de qualquer custo durante um ano. De acordo com o Barclays, a oferta possibilita “poupanças de aproximadamente 1900 euros por ano às empresas que o subscrevam”.

“Esta solução vai de encon-tro às necessidades transacionais, ou seja, vai de encontro ao dia a dia da movimentação da conta de uma empresa no banco. E vai de encontro a essa necessidade, reduzindo os custos da relação. Portanto, a vantagem que é ime-diatamente trazida é a redução dos custos associados à relação bancá-ria”, disse à “Vida Económica” o responsável pela área de empresas do Barclays, Vítor Pereira.

Esta solução não inclui a con-cessão de crédito às empresas que o subscrevam. A nossa fon-te justifica a opção com a lista de prioridades das “start ups”. “Decidimos lançar esta solução, primeiro, porque há oportunida-de, pois há um fenómeno de em-preendedorismo em Portugal, e, segundo, porque detetámos que as empresas surgem, crescem e, imediatamente, têm capacidade para iniciar a sua atividade. E o tema crédito não é a primeira das preocupações. O que surge como preocupação número um no ar-ranque das empresas é terem as soluções com menos custos. O

crédito é uma questão que surge à frente e que tem a ver com o desenvolvimento da atividade da empresa. Tendo em conta esse facto, o nosso objetivo foi ir de encontro àquela que é a preocu-pação no primeiro dia de uma empresa”, refere. Quando surgida a necessidade de financiamento, o Barclays tem, segundo Vítor Pereira, “uma oferta de crédito e analisa casuisticamente o com-portamento e evolução da empre-sa para tomar um decisão relati-vamente ao apoio de crédito”.

Quota de 10% é meta

O objetivo do banco com o Pacote Start Up Barclays é atingir 10% do segmento de empresas recém-criadas no mercado luso, o dobro da fatia atual da institui-

ção, de acordo com a nossa fonte. “O que definimos como objetivo e oportunidade para esta inicia-tiva é duplicar a nossa quota de mercado neste subsegmento de empresas recém-criadas, aprovei-tando esta dinâmica de aumento do número de empresas em Por-tugal”, indica.

O Pacote Start Up Barclays conta ainda com ofertas exclusi-vas de um conjunto de parceiros onde se incluem o Google, a IFE, a Microsoft, a Moneris e a Op-timus Negócios. Para além das vantagens oferecidas por esta so-lução, ao aderirem à Business So-lutions Start Up até 31 de dezem-bro, os empreendedores recebem também um vale que dá direito a um iPhone 4S 16GB, (obrigato-riedade de adesão ao plano indi-vidual iPhone).

BANCO QUER DUPLICAR QUOTA DE MERCADO NAQUELE SEGMENTO

Barclays lança solução destinada a “start ups”

O Barclays indica “poupanças de aproximadamente 1900 euros por ano às empresas que o subscrevam”.

O Indicador de Poupança APFIPP/Universidade Católi-ca referente a junho revela uma nova melhoria. O indicador, que fechou em dezembro nos 108,1 pontos, atingiu os 117 pontos no final do semestre, de acordo com informações da APFIPP, a associação da indústria da gestão dos fundos de investimento e de pensões. De acordo com a me-

todologia deste indicador, cada 12,5 pontos do indicador é mais 1% do PIB que cresce em termos de poupança. Tecnicamente, o valor 100 significa que a taxa de poupança está nos 8% do PIB e historicamente o indicador nun-ca passou dos 120 pontos.

O indicador tem revelado um crescimento consistente desde ja-neiro, depois de perdida grande

parte dos ganhos no último tri-mestre do ano passado. Os analis-tas revelam que esta análise ante-cipa a continuação da tendência, com aumento da poupança das famílias em percentagem do PIB. A mesma fonte realça que, para Portugal, o inquérito da Comis-são Europeia aponta uma uma ligeira melhoria na capacidade de poupança das famílias.

INDICADOR DA APFIPP INDICA

Poupança está próxima do máximo

O depósito a prazo a um ano do Novagalicia Banco tem taxa de juro crescente de três em três meses, atingindo os 5,5%. O produto denomina-se “Depósito Alta Remuneração”, é exclusivo para novos recursos e clientes, tendo uma TANB média de 3,63%. Em troca, o banco espanhol exige o capital mínimo de constituição e manutenção de 3000 euros. Trata-se de um investimento não renovável, que não admite reforços, sendo o seu regime de capitalização opcional.

MARTA ARAÚ[email protected]

Um depósito a prazo com total liquidez

A instituição mudou de nome e de esta-tuto, mas este “Depósito Alta Remunera-ção” já vem do tempo da designação Caixa Galicia. No entanto, há cerca de um ano atrás, este mesmo produto tinha taxas mais atrativas, é certo, mas também obrigava a um investimento bem maior. À data, con-tinuava a ser um depósito a prazo a 12 me-ses com uma taxa de juro crescente de três em três meses.

No entanto, era aplicado para recursos novos com mínimo de 18 mil euros, a taxa crescia até 6,50% (TANB média 4,25%) e para recursos já existentes ou montantes inferiores a 18 mil euros, a taxa subia até aos 3,00% (TANB média 1,31%).

Já diz o ditado que “a única coisa que não muda é a própria mudança”, pelo que a instituição apresenta-se agora no merca-do de uma forma distinta, sendo oficial-mente um banco. Fazendo uma espécie de mescla entre a experiência que foi acumu-

lando, com as exigências da atual conjun-tura económico-financeira, o agora Nova-galicia Banco ajustou os seus produtos.

Apesar do ajuste, e como vamos perce-ber, trata-se de um produto interessante, embora, caso haja algum problema com o capital investido, o cliente tenha de pedir satisfação junto do Fondo de Garantía de Depósitos de Entidades de Crédito espa-nhol.

A taxa cresce até 5,5%, sendo a TANB média de 3,63%

Tanto empresas como particulares po-dem subscrever este produto desde que tratem de novos recursos. O que significa novos montantes depositados na conta do cliente nos trinta dias imediatamente anteriores à data da constituição, que im-pliquem um aumento da sua posição de recursos no Novagalicia Banco, tendo ain-da, obrigatoriamente, de ser provenientes de numerário; valores sacados sobre outras entidades ou transferências de outros ban-cos nacionais ou internacionais.

De salientar que, neste contexto, o banco exclui as mais-valias provenientes do ven-cimento de qualquer aplicação existente no Novagalicia, assim como recursos no-vos entrados e que tenham sido entretanto aplicados em qualquer outro produto.

Durante os 12 meses de validade deste depósito a prazo, são admitidas mobiliza-ções antecipadas, parciais ou totais, a qual-quer momento, com penalização total de juros não liquidados.

A taxa de remuneração aplicada é a se-guinte: TANB de 2% no 1º trimestre (TANL de 1,5%); 3% no 2º trimestre (TANL de 2,25%); 4% no 3º trimestre (TANL de 3%); 5,5% no 4º e último tri-mestre (TANL de 4,13%). O que se traduz numa TANB média de 3,63%, uma TANL média de 2,72 e uma TAEL de 2,75%.

O regime de capitalização é opcional na data de pagamento de juros, que acontece trimestralmente. Os titulares podem alte-rar a sua opção pela capitalização de juros mediante comunicação ao banco, realizada com pelos menos oito dias de antecedência da data de vencimento.

A NOSSA ANÁLISE

Novagalicia Banco tem depósito que chega aos 5,5%

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 43

Santander eleito melhor banco do mundo O banco Santander foi eleito o melhor banco do mundo este ano pela revista fi-nanceira britânica “Euromoney”. É a terceira vez em sete anos que a entidade li-derada por Emilio Botín recebe este reconhecimento. A revista aponta a capacida-de do banco para gerar lucros e a solidez do seu balanço, em plenas turbulências na Europa. A diversificação geográfica é outro dos aspetos positivos, sendo que a liquidez continuará a ser uma das prioridades do Santander nos próximos anos.

Manchester United quer entrar na bolsa de Nova IorqueO clube britânico de futebol Manchester United apresentou um projeto de intenção para en-trar na Bolsa de Nova Iorque. Como argumentos, diz que tem quase 660 milhões de segui-dores em 39 países e teve lucros de 19,7 milhões de dólares, no ano passado. As receitas as-cenderam a cerca de 518 milhões de dólares. Os seus produtos são vendidos em mais de 10 mil estabelecimentos em todo o mundo. Ainda não se conhece o volume de ações que serãocolocadas no mercado.

CONSELHOS

• Dependendo do perfil do investidor, esta pode ser uma boa solução para diversificar aplicações relativamente simples, bem como a presença em instituições bancárias de diferentes países. A taxa remuneratória é muito interessante, pelo que o investimento destes 3000 euros pode trazer um retorno interessante. Se é mais conservador, saiba que, para valores semelhantes, o Best Bank remunera a 5,25% (TANB 90 dias) e o ActivoBank 4,25% ou 4,75% (TANB 120 dias).

• O Novagalicia Banco, a par da Catalunya Caixa e do Banco de Valencia, é um dos bancos mais frágeis, devido à sua (pequena) dimensão do sistema bancário espanhol. Tendo em conta o resgate financeiro de que este setor está a ser alvo, por parte da Comissão Europeia, Bruxelas já avisou que pode deixar cair alguns bancos espanhóis. Seja como for, para investimentos até 100 mil euros, o dinheiro está assegurado.

A Comissão Europeia vai apresentar, nas próximas semanas, alterações à diretiva sobre os abusos de mercado. Trata-se da resposta de Bruxelas ao escândalo da ma-nipulação da Libor no Reino Unido.

Em causa está a necessidade de colmatar

as lacunas legais e estabelecer sanções pe-nais para a manipulação de índices como a Libor ou a Euribor. Também será feita uma revisão daqueles índices, no sentido de determinar se devem ser supervisiona-dos pelos reguladores comunitários. A Co-

missão quer garantir que há mais transpa-rência, para mais quando está em jogo um bem público. O que aconteceu no Reino Unido é tido como muito grave e poderá ter consequências sistémicas. De notar que o escândalo com o Barclays acabou por se

estender a outras entidades e poderá até chegar ao Banco de Inglaterra e à classe po-lítica. Existem acusações de que o Banco de Inglaterra terá dado indicações aos res-ponsáveis do Barclays para manipularem aLibor.

Bruxelas apresenta alterações à diretiva sobre abusos de mercado

EUR/USD 1.2260 -2.39% -2.62% -5.25%

EUR/JPY 97.14 -3.13% -2.99% -3.05%

EUR/GBP 0.7882 -1.87% -2.31% -5.64%

EUR/CHF 1.2010 -0.02% -0.17% -1.20%

EUR/NOK 7.4745 -0.56% -0.78% -3.60%

EUR/SEK 8.5384 -1.72% -2.67% -4.19%

EUR/DKK 7.4363 0.00% 0.04% 0.03%

EUR/PLN 4.1697 -0.88% -1.86% -6.47%

EUR/AUD 1.1953 -2.19% -3.13% -6.05%

EUR/NZD 1.5369 -1.70% -2.39% -8.17%

EUR/CAD 1.2493 -1.83% -2.94% -5.46%

EUR/ZAR 10.0655 -1.45% -2.91% -3.98%

EUR/BRL 2.4899 -1.83% -3.45% 3.06%

Euro quebra comportamento lateral

PSI-20 - DIÁRIO

Na semana passada o PSI 20 quebrou a tendência de queda que marcou o seu comportamento desde o início do 2º trimestre de 2012. De momento a recuperação apresenta-se sustentada por uma linha ascendente que tem suportado o comportamento do índice desde meados de junho. Caso esta seja quebrada, será provável assistirmos a uma nova visita aos 4420 pontos. Este nível foi já testado duas vezes. A quebra deste suporte poderá desencadear uma queda para valores próximos dos 4000 pontos.

DAX 30 - DIÁRIO

O índice alemão negoceia abaixo da linha de tendência ascendente, tendo quebrado a tendência de alta registada desde o 3º trimestre de 2011. Este evento vinha já sendo sugerido desde o princípio do 2º trimestre. Este mês o DAX atingiu os 6600 pontos, conseguindo acentuar a tendência de recuperação iniciada em princípios de junho. Apesar de a quebra desta resistência não se ter dado, caso esta aconteça uma visita aos 7000 pontos tornar-se-á um evento mais provável.

As expectativas dos analistas acabaram por se concretizar, com o BCE a decidir baixar as taxas de referência para um mínimo histórico de 0,75% e a taxa de depósito para os 0%. Mario Draghi sublinhou que não estão postos de parte novos cortes no futuro, ainda que dependam da evolução dos indicadores económicos. As taxas Euribor corresponderam imediatamente a esta decisão com novas quedas, o que era esperado. Foram inclusivamente registados novos mínimos, com a Euribor a 3 meses a contar perto de 0,5% os 6 meses já abaixo de 0,80%.Colocar a taxa de depósito para os 0% tem como intuito levar os bancos a deixar de utilizar o BCE como depositário, onde os depósitos rondam os ��800 mil milhões, e a procurar alternativas mais rentáveis. Esta mudança de comportamento deveria contribuir para a

canalização de mais dinheiro na economia real. Depois da divulgação do corte da taxa, Ewald Nowotny referiu que não é esperado um impacto imediato originado pela decisão. Além disso, declarou ainda que é prevê uma recuperação da economia da Zona Euro no final deste ano e que a inflação deverá cair para valores abaixo do “target” do BCE de 2% no próximo ano. No que respeita a indicadores económicos, a Alemanha registou um aumento considerável das exportações em Maio, em relação ao mês anterior, ao ser reportado um crescimento de 3,9% quando era esperado um acréscimo na ordem dos 0,4%. Todavia, as importações no mês em causa conseguiram crescer ainda mais, tendo sido divulgado um aumento de 6,3% – quando as expectativas indicavam para um aumento de 1,2% –,

o que acabou por estreitar o excedente comercial do país. Não obstante, estes dados vêm demonstrar um melhor desempenho relativo da economia alemã. Relativamente às taxas fixas, os rendimentos alemães têm registado algumas quedas. Os rendimentos das obrigações a 2 anos recuaram mesmo para terreno negativo, de -0,01%. Já os rendimentos 10 anos, por sua vez, encontram-se na órbita de 1,30%. Os ministros das finanças da Zona Euro acordaram conceder mais um ano a Espanha para alcançar a redução do défice que é requerida. Apesar desta notícia, os rendimentos das obrigações de Espanha a 10 anos continuam elevados, encontrando-se próximos dos 7%. Também Itália apresenta yields altos nos 10 anos, perto de 6%.

ANÁLISE PRODUZIDA

BCE já não remunera depósitos

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD CURVE EURO E DÓLAR

YIELD 10 ANOS EURO “BENCHMARK”

LEILÕES BCE Last Tender 10.julho.2012Minium Bid 0,75%Marginal Rate 0,75%

Eur/Usd Após no final do mês passado o

Eur/Usd ter tentado quebrar a re-sistência dos 1,2680 dólares, com o objectivo de registar valores aci-ma dos 1,2820 dólares, o insuces-so de tal tentativa despoletou uma forte tendência de queda.

Este evento impeliu o câmbio a quebrar a lateralidade que vinha caracterizando os seus movimen-tos desde princípios de Junho, tendo registado mínimos de dois anos. Apesar de o câmbio ter conseguido um suporte de curto prazo nos 1,2250 dólares, o seu cenário técnico é negativo. Nas próximas semanas poderemos ver o Eur/Usd nos 1,2150 dólares.

Eur/JpyApós a semana passada, o Eur/

Jpy ter tentado quebrar em alta a lateralidade que caracterizou o seu comportamento no último mês, limitado entre os 98,60 e 101,50 ienes, o insucesso desta

tentativa despoletou uma forte tendência de queda. Este movi-mento quebrou em baixa o inter-valo, pressionando o câmbio para mínimos de um mês.

Este câmbio está agora supor-tado nos 97,30 ienes, no entanto a renovação de mínimos do ano é um cenário a ter em mente.

Eur/GbpO Eur/Gbp continua com a

trajetória de queda que iniciou no Verão de 2011, permanecen-do dentro de um canal descen-dente.

A semana passada, o câmbio quebrou o comportamento late-ral que vinha registando nos últi-mos meses. Este evento acentuou o momentum negativo do câm-bio, pressionando o Eur/Gbp para um mínimo de quase quatro anos. Apesar de existir um supor-te intermédio nas 0,7840 libras, as 0,7700 libras serão o suporte de médio prazo a ter em mente.

FIXING Variação Variação Variação 11.jul.12 Semanal (%) no mês (%) desde 1 jan. (%)

Evolução euribor (em basis points) 04.julho12 20.junho12 30.maio12

1M 0.213% 0.367% -0.154 0.384% -0.1713M 0.512% 0.645% -0.133 0.662% -0.1501Y 1.084% 1.206% -0.122 1.224% -0.140

EURIBOR - 3M, 6M E 1 ANO

Taxas MMIT/N 0.151 W 0.102 W 0.101 M 0.352 M 0.253 M 0.416 M 0.709 M 1.001 Y 1.04

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 julho de 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Suíça Target Libor 3M 0% - 0,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.471 0.4813X6 0.416 0.4261X7 0.733 0.7483X9 0.679 0.6946X12 0.655 0.67012X24 0.961 0.981*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 0.720 1.9503Y 0.790 2.2905Y 0.720 1.1298Y 1.560 3.30710Y 1.775 3.52220Y 2.163 3.96530Y 2.193 2.223

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Sentimento de aversão ao risco melhorou

mas Itália preocupaOs cortes na remuneração dos funcionários públicos e os

aumentos da carga tributária, com destaque para o IVA, anunciados pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, aliviaram, de alguma forma, o sentimento de aversão ao risco nos mercados. A intenção de reduzir o défice em 65 mil milhões de euros até 2014, o que corresponde a cerca de 6% do PIB, foi bem recebida. Ainda assim, a Alemanha conseguiu nos mercados financiamento a 10 anos à taxa mais baixa de sempre, com uma yield de 1,31%.

Os analistas do Millenniumbcp salientaram em nota diária que a reação foi de uma ligeira recuperação do índice acionista Euro Stoxx 50, a par do recuo das yields dos títulos de dívida espanhola, enquanto o euro apreciou ligeiramente.

Os mercados ficaram, no entanto, reticentes quanto ao futuro imediato, depois de Prodi, o chefe do Governo italiano, ter afirmado que o país poderá recorrer aos mecanismos de assistência financeira. A agravar a situação esteve o adiamento da deliberação do tribunal constitucional alemão na aprovação do mecanismo de estabilidade europeia. Nos EUA, as notícias não são boas, com o índice de sentimento dos pequenos empresários a cair abruptamente, enquanto era esperado, a meio desta semana, que o Brasil corte a taxa de referência, sinalizando a forte possibilidade de abrandamento da atividade económica no país.

Na Bolsa de Valores portuguesa a história da semana foi a Brisa. À hora de fecho desta crónica, as ações continuavam suspensas, e esperava-se a informação quanto ao registo da OPA, que foi lançada quase em simultâneo com a da Cimpor, tendo esta já sido concluída. No mercado correm rumores sobre dificuldades de entendimento entre o oferente e a entidade de supervisão, mas não havia, até meio da semana, informações oficiais.

As “blue chips” estiveram a cair, com destaque para a Galp e a Jerónimo Martins, com os investidores a realizarem capital. Num encontro com jornalistas, a F&C defendeu a redução do número de empresas no PSI 20 e a aposta nas áreas dos petróleos e das telecomunicações. Esta recomendação está ancorada na capacidade de aquelas empresas poderem reduzir investimento, mantendo o mesmo nível de atividade. Os momentos de euforia, com tomadas de posições acionistas de relevo, já se esgotaram e os títulos voltam a valer pelos “fundamentais”.

O setor da banca tem evoluído de forma indefinida, caindo ou subindo consoante as notícias de maior ou menor dificuldade nas negociações entre parceiros europeus ao nível de opções estratégicas na economia. O BPI acabou por receber uma notícia positiva, já que o aumento de capital de 200 milhões de euros, subscrito pelos atuais acionistas, será colocado com um desconto menor do que o esperado. A perspetiva é de que a posição dos atuais acionistas seja alvo de uma diluição menor do que o antecipado, que é bom, na ótica dos mercados. O aumento de capital, que se destina a liquidar parcialmente a emissão de obrigações de conversão contingente, será feito a 0,5 euros por ação, o que significa um desconto de 8,3% em face da cotação de fecho do início da semana.

VÍTOR [email protected]

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PUB

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento, a consolidação e a competitividade da sua empresa.

���������������� ����������� ����

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Act Hora Act

B.POPULAR 1,614 -7,56% 3,912 1,544 -0,073 0,157 -- 10,280 9,91% 2,48% 11-07-2012 16:38:00

INDITEX 80,8 -1,24% 83,150 52,035 3,618 4,056 22,333 19,921 1,98% 2,60% 11-07-2012 16:38:00

REPSOL YPF 12,88 -3,38% 24,230 11,065 1,591 1,771 8,096 7,273 8,56% 6,90% 11-07-2012 16:38:00

TELEFONICA 10,085 -3,72% 16,520 8,814 1,265 1,327 7,972 7,600 12,89% 12,21% 11-07-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 10,335 -0,77% 14,570 9,450 1,309 1,259 7,895 8,209 13,55% 11,86% 11-07-2012 16:35:56

LVMH 116,65 -4,97% 136,800 94,160 7,288 8,138 16,006 14,334 2,23% 2,56% 11-07-2012 16:35:56

BAYER AG O.N. 57,42 -1,64% 58,700 35,360 5,200 5,731 11,024 10,002 2,88% 3,08% 11-07-2012 16:35:30

DEUTSCHE BK 26,62 -8,85% 39,855 20,785 4,672 5,372 5,706 4,963 2,82% 2,96% 11-07-2012 16:35:23

DT. TELEKOM 8,725 0,69% 10,940 7,688 0,632 0,663 13,780 13,136 8,03% 8,03% 11-07-2012 16:35:16

VOLKSWAGEN 125,6 4,45% 138,800 82,350 22,338 23,942 5,618 5,242 2,38% 2,97% 11-07-2012 16:35:14

ING GROEP 5,217 -2,94% 8,382 4,213 1,157 1,302 4,509 4,007 -- 0,52% 11-07-2012 16:37:31

BCE rejeita críticas e garante manutenção do euroO Banco Central Europeu contesta as críticas que lhe têm sido fei-tas, afirmando que age no quadro do seu mandato e não em função das pressões por parte dos mercados, dos economistas e dos “me-dia”. O BCE garante que tudo fará para que o euro não desapareça. Ao mesmo tempo, os governos têm necessidade de motivação para se ocuparem dos desafios que se colocam no mais longo prazo.

Mastercard alarga “e-commerce” ao cartão de débito MaestroAs transações de comércio eletrónico com cartões de débito Maestro, da MasterCard, já são possíveis em Portugal. “Com o Maestro a funcionar para as compras online no nosso país, o círculo dos pagamentos de débito está finalmente completo”, afirma Paulo Rapo-so, Country Manager da MasterCard em Portugal. “Com um único cartão Maestro, o consumidor poderá fazer compras online e offline, em lojas e em casa, em Portugal e no estrangeiro”, acrescenta.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act

ALTRI SGPS 1,137 2,43% 1,470 0,945 0,098 0,128 11,602 8,883 1,76% -- 11-07-2012 16:35:00

B. COM. PORT. 0,099 -2,94% 0,363 0,073 -0,017 0,011 -- 9,000 -- 0,00% 11-07-2012 16:35:33

B.ESP. SANTO 0,538 -8,03% 1,695 0,434 0,071 0,115 7,577 4,678 -- 1,82% 11-07-2012 16:35:42

BANIF-SGPS 0,120 -7,69% 0,620 0,100 -0,040 0,010 -- 12,000 -- -- 11-07-2012 16:35:00

B. POP. ESP. 1,600 -9,61% 3,900 1,570 -0,073 0,157 -- 10,191 10,00% 0,00% 10-07-2012 10-07-2012

BANCO BPI 0,537 -6,77% 1,099 0,345 0,081 0,089 6,630 6,034 -- 0,00% 11-07-2012 16:35:00

BRISA 2,340 -7,18% 3,790 2,191 0,112 0,099 20,893 23,636 -- 11,88% 09-07-2012 09-07-2012

COFINA,SGPS 0,340 -8,11% 0,820 0,270 0,070 0,070 4,857 4,857 2,94% 0,00% 11-07-2012 16:35:00

CORT. AMORIM 1,320 -2,22% 1,650 0,900 0,250 0,250 5,280 5,280 4,92% 6,06% 10-07-2012 10-07-2012

CIMPOR,SGPS 3,650 -1,88% 5,700 2,930 0,330 0,373 11,061 9,786 4,55% 5,11% 11-07-2012 16:35:00

EDP 1,930 -2,03% 2,537 1,628 0,290 0,279 6,655 6,918 9,59% 9,79% 11-07-2012 16:35:00

MOTA ENGIL 0,997 -2,26% 1,450 0,951 0,215 0,233 4,637 4,279 11,03% 12,54% 11-07-2012 16:35:00

GALP ENERGIA 10,640 -4,06% 16,100 8,330 0,444 0,621 23,964 17,134 3,20% 2,19% 11-07-2012 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,360 -5,26% 0,670 0,260 0,010 0,020 36,000 18,000 -- 0,00% 11-07-2012 16:35:00

J. MARTINS 13,285 -4,90% 16,070 10,660 0,658 0,790 20,190 16,816 2,07% 2,48% 11-07-2012 16:35:00

MARTIFER 0,600 -4,76% 1,330 0,560 -0,040 0,000 -- -- -- -- 11-07-2012 16:35:00

NOVABASE 1,810 0,00% 2,750 1,610 0,195 0,220 9,282 8,227 1,66% 3,87% 11-07-2012 16:35:00

GLINTT 0,110 10,00% 0,230 0,090 -- -- -- -- -- -- 11-07-2012 16:20:06

P. TELECOM 3,639 0,55% 6,590 3,003 0,386 0,418 9,427 8,706 23,91% 12,60% 11-07-2012 16:37:25

PORTUCEL 1,895 -3,56% 2,400 1,680 0,254 0,247 7,461 7,672 11,66% 8,71% 11-07-2012 16:35:50

REDES E. NAC. 2,020 -2,08% 2,447 1,806 0,270 0,288 7,481 7,014 8,37% 8,17% 11-07-2012 16:35:00

S. COSTA 0,150 0,00% 0,440 0,140 0,000 0,020 -- 7,500 -- -- 11-07-2012 16:35:00

SEMAPA 5,020 -0,79% 7,443 4,602 0,895 1,028 5,609 4,883 5,08% 5,08% 11-07-2012 16:35:00

SONAECOM 1,273 -3,34% 1,550 1,039 0,143 0,144 8,902 8,840 5,50% 4,89% 11-07-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0,430 3,12% 0,708 0,366 0,047 0,058 9,149 7,414 7,70% 7,60% 11-07-2012 16:35:00

SONAE IND. 0,542 -5,58% 1,300 0,384 -0,172 -0,075 -- -- -- 0,00% 11-07-2012 16:35:00

SAG GEST 0,300 -11,77% 0,550 0,300 -0,040 -0,010 -- -- -- -- 11-07-2012 16:35:00

TEIX. DUARTE 0,220 -4,35% 0,420 0,170 -0,290 0,050 -- 4,400 6,82% 9,09% 10-07-2012 10-07-2012

Z. MULTIMEDIA 2,187 -5,16% 3,220 1,760 0,134 0,174 16,321 12,569 7,32% 7,39% 11-07-2012 16:35:00

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 45

O benefício ambiental dos filtros de partículas que equipam os motores diesel pode ter o dispendioso reverso da medalha de terem de ser substituídos antes do prazo preconizado pelas marcas, o que pode acontecer, sobretudo, nos casos em que é dada uma utilização mais urbana aos veículos. O cheque a passar ao reparador pode atingir mais de 2300 euros, de acordo com o apurado pela “Vida Económica”.AQUILES [email protected]

Os filtros de partículas dos motores diesel oferecem um be-nefício ambiental, mas têm o reverso da medalha de poderem dar problemas antes das quilo-metragem prevista pela marca. Este é um reverso bem caro por sinal, pois pode, segundo o que a “Vida Económica” apurou, ser superior a 2300 euros.

Designada em algumas mar-cas por DPF ou FAP, esta peça é obrigatória na Europa desde 2010, com as normas de emis-sões Euro V, mas começou a ser instalado em alguns modelos die-sel desde o início da década pas-sada. Os motores diesel tinham o benefício de ter menos emis-sões de CO2 do que os movidos a gasolina, mas apresentavam a desvantagem de emitirem muitas partículas para a atmosfera. Ora, foi este defeito que o DPF veio colmatar.

O pior é quando este compo-nente dá problemas. A maioria das vezes em que isso acontece é quando a viatura circula sobretu-do em cidade ou é usada poucas vezes. Ora, em mercados como o português, em que há uma “die-selização” do mercado e muitas viaturas citadinas já montam mo-tores diesel, isso é um problema adicional. Os problemas surgem porque o DPF precisa de atingir uma determinada temperatura

para que aconteça o processo de regeneração e, desse modo, fique automaticamente ‘limpo’ das partículas bloqueadas.

Duração mínima 120 mil km

Em condições ótimas, o filtro de partículas diesel deve, nas marcas consultadas pela “Vida Económica”, ter uma duração mínima de 120 mil km. Há, no entanto, cada vez mais marcas a não declararem um prazo de substituição no plano de revi-sões, indicando o tempo de vida útil de automóvel como duração prevista para o componente. É o caso da Mercedes. A marca subli-nha, no entanto, a existência de alguns fatores que podem con-dicionar a longevidade daquele componente, como a “qualida-de do combustível, aditivos do combustível, problemas de com-bustão ou a qualidade do óleo”.

Fonte da Mercedes-Benz Por-tugal recordou-nos que não presta assistência após-venda de forma direta, mas não deixou, ainda assim, de nos indicar um valor de substituição da peça num dos seus modelos mais ven-didos. “Consultamos a concessão Mercedes-Benz Comercial e, em relação ao valor do filtro de partí-culas de um classe C, o custo será de 1883,90 euros mais IVA, cus-to por hora 46 euros nesta con-cessão, este serviço demora cerca de três horas. Podem eventual-mente os valores diferirem numa outra concessão”, disse-nos. O montante da peça e da mão de obra é, então, de 2317,2 euros.

Para as motorizações diesel Toyota mais vendidas, o bloco 1.4 D-4D e o 2.0 D-4D, em mé-dia o filtro de partículas ronda os 675 euros, sendo o custo de montagem cerca de 160 euros, segundo a marca. “Apesar de ser os mais comuns, temos ainda o bloco 2.2 equipado com tec-nologia D-CAT. Este avançado sistema de tratamento de gases que permite eliminar os NOx e as partículas (as maiores emissões do motor diesel) tendo um custo associado mais elevado”, disse-nos fonte da Toyota Caetano Portugal.

Em termos de duração média, a marca japonesa refere que o fil-tro de partículas “é desenvolvido para durar a vida útil” do modelo assim como não requer qualquer manutenção, pelo que não existe nenhum timing de substituição preconizado pela marca. “Con-tudo, sabemos que a duração depende fortemente do tipo de utilização, sendo que uma uti-lização intensiva em trânsito ci-tadino por longos períodos de tempo pode condicionar o fun-cionamento do mesmo”, esclare-ce a marca.

No caso da Ford, a marca informou-nos que até ao lan-çamento do C-MAX e Focus (lançados em 2007 e 2008, res-petivamente), a Ford utilizava dois tipos de filtros de partículas aditivados ou revestidos, sendo que, atualmente, apenas utiliza a versão revestida.

Os filtros aditivados utilizavam um aditivo para promover a re-generação e que obrigava a rea-bastecimento de aditivo até aos

60 mil km ou três anos (o que ocorresse primeiro) e à substitui-ção do filtro até aos 120 mil km ou seis anos. “Estas datas eram as limites, porquanto dependendo dos consumos registados pelos veículos, (consumos mais ele-vados implicam consumo mais rápido do aditivo), a necessidade de reabastecimento ou substitui-

ção é acelerada e feita antes dos períodos definidos pelo fabri-cante”, disse-nos a diretora de comunicação da Ford Lusitana, Anabela Correia. O preço deste tipo de filtros com montagem varia entre 750 e 1100 euros (922 a 1353 com IVA).

Quanto aos filtros de partí-culas diesel revestidos, não têm manutenção, embora a marca recorde que a longevidade varia com as condições de utilização. ”Condução muito citadina, com elevados níveis de consumo ou com muitos ciclos de regenera-ção diária, promove o aumento de regenerações e subsequente desgaste acelerado da vida útil do componente”, indica a mes-ma fonte. Utilizados em todos os modelos diesel da atual gama de produtos Ford, estes filtros têm um preço com montagem na rede oficial da marca entre 1200 e 1300 euros (1476 a 1599 com IVA).

Fonte da Renault Portugal in-dicou à “Vida Económica” que

SUBSTITUIÇÃO DAQUELE COMPONENTE PODE ATINGIR 2300 EUROS

Filtro de partículas diesel: amigo inimigo da carteira

Filtro de partículas diesel pode ser sinónimo de dispendiosas dores de cabeça.

Ford expande centro de design na Alemanha

A Ford expandiu o seu centro de design em Merkenich, em Colónia, na Alemanha, num investimento de 11,6 milhões de euros. “Um design espetacular é uma das coisas que dife-renciam a nossa marca e entusiasmam os nossos clientes”, afirmou Martin Smith, diretor-executivo de design da Ford Europa. “A expansão do centro de design irá proporcionar aos empregados um ambiente altamente motivacional em que estes são livres para continuar a de-senvolver a filosofia de design da Ford”, acrescentou.

AUTOMÓVEL

46 SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012

Preços entre 445 e 2300 eurosMarca Quilometragem prevista Preço (peça e montagem c/IVA)

BMW/Mini (atuais) 150 000 a 200 000 km �912,6 a �1590,1

*Citroën 120 000 a 180 000 km �691,95 a �801,44

Ford (antes/depois 2008) 120 000 km ou 6 anos/vida útil do veículo �922 a �1353/�1476 a �1599

Honda (Accord i-DTEC) Vida útil do veículo �1035,37

Mercedes (Classe C) Vida útil do veículo �2317,2

Opel Vida útil do veículo �985 a �2760

*Peugeot 180 000 a 240 000 km �445,42 a �738,63

Renault Vida útil do veículo �1217 a �1597

Toyota (1.4 D4D e 2.0 D4D) Vida útil do veículo �835

*Volkswagen 240 000 km �1123,51

Fonte: Marcas e Boxer Consulting (marcas assinaladas com *)

do ambiente,

filtros de partículas diesel da marca não têm qualquer tipo de manutenção associado, isto é, “não carecem de substituição ao fim de um determinado perío-do”. Quanto a preços de peça e montagem, o valor com IVA na rede Renault varia entre 1217 e 1597 euros (a mão de obra é igual nos dois casos, 63 euros mais IVA).

Nos modelos atuais da BMW e da Mini, os preços deste com-ponente variam entre 885,6 e 1563,1 euros (valores com IVA), aos quais se devem, segundo fon-te do grupo, acrescentar 27 euros (também já com IVA) referentes aos 30 minutos de mão de obra necessários para completar a operação.

Quanto à longevidade dos componentes nos produtos da casa bávara, “os filtros de partí-culas nos modelos BMW e Mini têm uma duração média na or-dem dos 150 mil a 200 mil km, dependendo do tipo de utiliza-ção (mais cedo em cidade e mais tarde em longas deslocações)”.

No caso da Opel, fonte da marca alemã indicou-nos um in-tervalo de preços, incluindo IVA e montagem, entre 985 e 2760 euros. Em relação à duração, os filtros da marca alemã “duram todo o ciclo de vida do automó-vel”, indicou-nos fonte da Opel Portugal.

Na Honda, este componente, no caso do modelo com filtro de partículas diesel mais vendi-do pela marca em Portugal, o Accord i-DTEC, tem um cus-to ao cliente de 1035,37 euros (peça e mão de obra, com IVA incluído). Em relação à duração, fonte da filial da marca nipónica disse à “Vida Económica” que não está previsto um período ou quilometragem média para a sua substituição, pois sistema de filtro de partículas não necessita de manutenção. “Porém existem diversos fatores que influenciam diretamente o comportamento/fiabilidade/vida útil deste com-ponente tal como uma condução durante longos períodos a uma

baixa velocidade ou períodos de condução extremamente curtos em que o filtro não atinge a sua temperatura normal de funcio-namento. Adicionalmente, a uti-lização de gasóleo de qualidade inferior como ainda interrupção por parte do condutor do pro-cesso de regeneração do filtro de partículas poderá encurtar a sua vida útil. De salientar que todos os modelos Honda equipados com filtro de partículas infor-mam o condutor da necessidade de proceder à regeneração do mesmo”, referiu.

Nem todas as marcas fornecem informação

Além das marcas referidas, a “Vida Económica” solicitou ain-da dados sobre os custos do filtro de partículas diesel à Citroën, Peugeot, Volkswagen, Fiat e Ma-zda. Perante a ausência de respos-ta das marcas no prazo indicado, contactámos a Boxer Consulting, que nos forneceu os custos para as três primeiras marcas. Foi, ain-da assim, impossível obter dados para Fiat e Mazda, que têm um parque circulante diesel impor-tante. No que se refere aos dados fornecidos pela Boxer, os custos, com mão de obra e IVA, são de 1123,51 euros na Volkswagen (1.6 TDI), enquanto na Citroën (1.6 HDi e 2.0 HDi) variam en-tre 691,95 e 801,44 euros e na Peugeot (também 1.6 HDi e 2.0 HDi) entre 445,42 e 738,63 eu-ros. Destaque para o curioso fac-to de tanto na Peugeot como na Citroën o filtro mais caro ser o de o motor de maior cilindrada, apesar do prazo para substituição ser mais dilatado.

A ALD Automotive Portugal anunciou o início de testes com sistemas de car-sharing na sua frota, nomeadamente em veí-culos elétricos. “Trata-se de um serviço que permitirá a cada empresa ter o seu próprio sis-tema interno de car-sharing”, afirma o diretor-geral da filial lusa da gestora de frota da Soci-étè Générale. “As empresas que hoje têm um grupo de colabo-radores que não têm veículo de empresa mas a quem pagam custos com táxis, km efetuados em veículo próprio ou alugue-res de curta duração, devem começar a equacionar a nossa solução, que permitirá redu-zir de forma significativa esse conjunto de custos”, salienta Guillaume de Léobardy.

O mesmo responsável revela ainda que, “embora o sistema

de car-sharing esteja disponível para outros veículos, preferen-cialmente com baixas emissõesde CO2, o veículo elétrico éum símbolo forte” da mobi-lidade futura. “Sabemos, noentanto, que nesse futuro pró-ximo coexistirão diversos tiposde combustíveis alternativos enão apenas um, que exigirão uma alteração significativa dehábitos e de atitudes perante amobilidade; é sobre esta última dimensão que estamos já a tra-balhar, antecipando as tendên-cias que já se sentem emergir, um pouco por toda a Europa”, refere o diretor-geral da ALD Automotive Portugal. De no-tar que o ALD sharing está emfuncionamento na ALD Au-tomotive França desde 2011 e em fase de implementação emvários países do grupo.

O concessionário Mercedes Car-classe Lisboa lançou o primeiro serviço integrado dirigido a táxis, viaturas de aluguer e turismo, dis-ponibilizando um consultor exclu-sivamente dedicado à comerciali-zação de automóveis novos para este segmento de mercado. O “Sr. Táxi”, um cargo ocupado por Mar-co Pereira, será, assim, o responsá-vel por um serviço que se caracteri-za ainda por um apoio pós-venda àquele segmento de mercado.

Com este novo serviço, a Car-classe proporciona aos clientes um conjunto de serviços exclu-sivos, integrados nas condições especiais que o Clube Táxi dis-ponibiliza. Marco Pereira sa-

lienta que por cada 25 euros defaturação líquida “é oferecida uma estrela Mercedes-Benz, que permite um euro de desconto em serviços posteriores”, frisando,por isso, que as vantagens de ade-rir ao Clube Táxi “são imensas”. “Todos os nossos clientes podemaceder a descontos especiais emmão de obra, mudanças de óleo,peças, acessórios e revisão inte-grada na MobiloLife”, afirma.

Outras vantagens indicadaspela Carclasse são um serviço de pós-venda personalizado e umatendimento prioritário a taxitas. O serviço funciona nos dias úteis entre as 8h00 e as 20h00 e ao sá-bado das 8h30 às 18h00.

ALD Automotive testa car-sharing em veículos elétricos

Concessionário Mercedes Carclasse com serviço integrado para táxis

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO 2012 47

Via Verde reestrutura rede de lojas

A Via Verde abriu um espaço na Loja do Cidadão de Braga, encerrando a loja na área de ser-viço de Coronado/Trofa. Esta abertura enquadra-se na reorganização da rede de lojas, que in-cluirá também a abertura de uma nova loja em Vila Nova de Gaia, em data a anunciar opor-tunamente. Na zona sul, foi encerrada a loja de Loures (mantendo-se apenas o serviço deassistência técnica). O apoio comercial em Loures continua a ser prestado através da rede deparceiros, nomeadamente CTT e stands da Salvador Caetano.

Citroën prossegue expansão da gama DS

A Citroën continua com o seu plano de expansão da gama DS. As-sim, lançou DS3 (na foto), DS4 e DS5 na China e o DS3 no Brasil (naquele que é o é o primeiro passo na comercialização da linha DS na América do Sul). Após dois anos de comer-cialização, a linha DS totaliza já mais de 230 mil unidades vendidas.

PUB

Ponto um: A razão para a União Europeia, segundo os países fundadores, era dupla: afi rmar os seus países no mundo (a união faz a força); e defendê-la (e ao mundo) de si própria: as duas guerras mundiais foram essencialmente guerras civis europeias.Segundo: Uma moeda comum é um passo importante na implementação do ponto um. Porque dá força à Europa ao criar uma divisa internacional de reserva. Além de resolver as inefi ciências (e consequentemente custos acrescidos) de um mercado interno multidivisa.Terceiro: Num espaço de moeda única, a irresponsabilidade orçamental de uns afeta todos: quando os uns são pequenos, denegrindo a imagem da divisa (e a consequente confi ança dos mercados nela); e quando os uns são médios ou grandes, porque a força de uma corrente é a força do seu elo mais fraco.Logo (quarto), tem que haver uma de duas: ou uma transferência de poder orçamental, fi scal e de despesa, para os órgãos comuns e centrais (Bruxelas); ou mecanismos de (inter)controlo internos.Em qualquer caso, a independência

local passa a autonomia (com restrições), havendo uma centralização da autoridade.Quinto: para que essa autoridade não seja arbitrária, mas democrática, tem que ser eleitoralmente escolhida, isto é, haver eleições diretas.Dito de outro modo, (quase) tudo que em Bruxelas neste momento não é eleito, tem que passar a sê-lo.Sexto: A única maneira de se limitar esta sucção de poder para o centro e preservar alguma autonomia na periferia, justifi cada por a Europa ser um conjunto de nações, cada uma com a sua História própria, é através da criação de estados federais. Isto é, de uma Europa federal.Em síntese: o projeto de uma Europa forte requer moeda única. Esta exige ou um aumento do orçamento central, ou mecanismos de controlo interno. Tal signifi ca uma centralização de poder. O qual para ser democrático passa por eleições diretas. Sendo que para preservar as autonomias há que criar estados federais: uma Europa Federal.Óbvio? Claro. Por isso ainda não foi feito. Porque o mais difícil é ver o óbvio (Edgar A. Poe).

Blog: www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

Nº 1453 / 13 de julho 2012 Semanal � 2,20 Portugal Continental

Governo tem três cenários para privatização da ANA

Zona Euro pode perder 4,5 milhões de postos de trabalho

A necessidade de uma Europa Federal segundo Edgar A. Poe

NOTA DE FECHO

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ MESTRE DRUCKER SCHOOL, PHD COLUMBIA UNIVERSITYProfessor Catedrático – [email protected]

O Governo tem três modelos para definir o objeto de concessão da ANA, face ao respetivo processo de privatiza-ção. A operação deverá ser iniciada no mês de setembro, de acordo com Sér-gio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes.

Uma das possibilidades é a concessão da totalidade dos aeroportos. A segunda passa

pela concessão dos aeroportos comerciais, por um lado, e aeroportos de serviço pú-blico ou não viáveis comercialmente, por outro. Finalmente, a terceira solução é um modelo misto. Neste caso há a obrigação de gerir os aeroportos como um todo – num primeiro momento – e, num segun-do, a obrigatoriedade de alienação de al-guns aeroportos.

A Zona Euro arrisca-se a perder mais de 4,5 milhões de postos de trabalho nos próximos quatro anos. Isto se se mantive-rem as atuais políticas de austeridade, avisa a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Sem uma mudança pronta de polí-ticas para lidar com a crise e recuperar a confi ança e o apoio dos trabalhadores e das empresas será difícil implementar as reformas necessárias para colocar a Zona Euro de novo num caminho de estabilida-de e crescimento”, refere a organização no seu último relatório. O desemprego pode subir dos atuais 17,4 para 22 milhões. As medidas de austeridade orçamental estão a

prejudicar a criação de emprego. Portugal é referido como um dos países em que o desemprego jovem é dos mais elevados.

Malparado chega aos cinco mil milhões na construção

BPI aumenta capital em 200 milhões

A situação é cada vez mais complicada para as empre-sas do setor da construção e do imobiliário. O crédito malparado já ultrapassa os cinco mil milhões de euros. Muitas empresas estão em risco de fecharem as portas.

Só no passado mês de maio, o agravamento foi de quase 500 milhões de eu-ros. Este valor corresponde a quase 13% do total do crédito que as construtoras têm junto da banca, que é de 38 mil milhões de eu-ros. Entretanto, o Governo pretende avançar com o regime excecional para as cauções. No entanto, o setor quer

mais, sobretudo reclama o pagamento efe-tivo das dívidas. A fi leira tem uma enorme carência de liquidez, na atual conjuntura.

O BPI aprovou o aumento de capital de 200 milhões de euros. O preço por ação é de meio euro, refere a instituição em co-municado à Comissão do Mercado de Va-lores Mobiliários (CMVM).

O referido aumento faz com que o ca-pital social passe dos atuais 990 milhões para 1190 milhões. O encaixe vai servir

para reembolsar o Estado de uma parte do empréstimo concedido ao banco. Con-cretizado o referido aumento do capital, a instituição fi nanceira liderada por Fernan-do Ulrich fi ca a dever 1,3 mil milhões de euros ao Estado português, sendo que con-ta com a participação dos seus principais acionistas.

Uma edição

Autor: Catarina Bastos Neves Páginas: 320 P.V.P.: € 18

Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt