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PÁGINA 6 Trabalhadores organizam propostas para retomar a soberania e democracia no país Políticos corruptos estão arruinando o Brasil Sindicato Químicos Unificados UNIFICA DOS nº 122 setembro de 2017 www.quimicosunificados.com.br jornal do PÁGINA 8 ENTREVISTA: socióloga Mariana Miggiolaro Chaguri alerta: movimentos de extrema direita no mundo atacam as democracias PÁGINA 3 INTERNACIONAL: UNIFICADOS PARTICIPA DE ENCONTRO EM SOLIDARIEDADE À VENEZUELA Campanha Salarial Setor Químico: Encontro de trabalhadores abre campanha e luta será por Trabalhadores/as compareceram em peso ao encontro de base que indicou como prioridade de luta a defesa das cláusulas sociais e aumento real de 5% NENHUM DIREITO A MENOS!

NENHUM DIREITO A MENOS! UNIFICADOSquimicosunificados.com.br/arquivos/2017/09/final_Jornal...ministrativo da empresa. O maior banco privado do país está de olho na privatização

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PÁGINA 6

Trabalhadores organizam propostas para retomar a soberania e democracia no país

Políticos corruptos estão arruinando o Brasil

Sindicato Químicos UnificadosUNIFICADOS

nº 122 setembro de 2017w w w . q u i m i c o s u n i f i c a d o s . c o m . b r

jornal do

PÁGINA 8

ENTREVISTA: socióloga Mariana Miggiolaro Chaguri alerta: movimentos de extrema direita no mundo atacam as democracias

PÁGINA 3

INTERNACIONAL: UNIFICADOS PARTICIPA DE ENCONTRO EM SOLIDARIEDADE À VENEZUELA

Campanha Salarial Setor Químico: Encontro de

trabalhadores abre campanha e luta será por

Trabalhadores/as compareceram em peso ao encontro de base que indicou como prioridade de luta a defesa das cláusulas sociais e

aumento real de 5%

NENHUM DIREITO A MENOS!

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Fachada da sede de Osasco totalmente reformada

EDITORIAL2Nº 122

SETEMBRO-2017 UNIFICADOSjornal do

jornal do UNIFICADOS é uma publicação dos sindicatos Quími-cos, Plásticos, Abrasivos, Farmacêuticos e Similares. Telefones: Campinas (19) 3735.4900; Hortolândia (19) 3887.0852; Paulínia (19) 3874.1911; Sumaré (19) 3873.2517; Valinhos (19) 3871-1278;Osasco (11) 3608.5411; Barueri (11) 4198.1387, fone/fax: (11) 4198.7896; Cajamar (11) 4447.4172; Cotia: (11)4703.6972 e (11)4703.5906 (fax). E-mail: Campinas: [email protected] ; Osasco: [email protected]; Página na internet: www.quimicosunificados.com.br Impressão: Jornal de Jundiaí. Tiragem: 24 mil exemplares.

EXPEDIENTE

VAMOS mudar os rumos do país!

Diz o ditado que a Espe-rança é a ultima que morre. Para os/as brasileiros, ela é também combustível es-sencial daqueles que jamais aceitaram o golpe do capital contra a classe trabalhadora. Se hoje o Brasil está sendo chefiado por uma quadrilha que aposta na “terra arra-sada”, na retirada total de direitos trabalhistas, no apro-fundamento do desemprego e recessão, por outro lado, a grande maioria da população ,que é formada por traba-lhadoras e trabalhadores, prepara um futuro diferente.

Assim como descreve a letra da música de Maria Maria de Milton Nascimento, este povo possui “a estranha mania de ter fé na vida”. E a vida em que deposita a fé não pode ser uma vida em estado de abandono e descaso por parte dos que governam. A esperança só existe se olharmos uns aos outros como autores e criadores das mudanças necessárias.

Foi assim que a Frente Povo Sem medo, que reúne movimentos populares e di-versas forças de resistência ao golpe, idealizou e lançou o Vamos - um ciclo de debates em todo o país e uma plataforma virtual para recolher propostas para o Brasil que desejamos. É urgente aprofundar a democracia para superar-mos esta crise. É urgente revogar todas as medidas

que agravam a depressão econômica e a miséria em nosso país.

Mais democracia e mais participação popular é tudo o que Temer e seus capangas do congresso Nacional não querem ver em nosso país. Agora, eles articulam mudan-ças no sistema político para se perpetuarem no poder e impedir que partidos com-bativos como o Psol tenham representação na Câmara Federal, Senado, assem-bleias legislativas estaduais e câmara de vereadores. Ou seja, tudo para manter a velha política com todos os privilégios e leis em benefício da elite econômica.

O Unificados e a Inter-sindical Central a Classe Trabalhador defendem que o Brasil precisa de mais de-mocracia e menos coronéis na política. Nosso futuro depende desta mudança. Nossa campanha salarial do setor químico se dará neste contexto de destruição das leis trabalhistas pelos coro-néis que governam o Brasil. Não temos dúvidas de que os patrões virão para cima tentando retirar conquistas e adotar mudanças agora permitidas pela reforma. A saída é estar junto com o Unificados em defesa dos direitos já conquistados. É seguir com fé em nossa luta, por uma campanha salarial vitoriosa, por um Brasil democrático de fato.

Dose CERTA

Regional Osasco retoma atendimento em sede renovadada Regional Osasco

A sede do Unificados em Osasco foi totalmen-te reformada e já está funcionando a todo vapor na Praça Joaquim Santos Ribeiro, 265 – KM 18 – Osasco. Espaços mais amplos, confortáveis e melhor estruturados para receber os/as trabalha-dores/as, com todo o suporte necessário.

Sindicato ficou mais organizado para atendimento dos/as sindicalizados

Local para assembleias e reuniões com mobiliário totalmente novo

FARRA DAS PASSAGENS

Mais de 500 políticos estão na mira do Minis-tério Público Federal por gastos indevidos ou in-justificados com cotas de passagens aéreas da Câ-mara entre 2007 e 2009. O MPF quer a devolução de mais de R$ 50 milhões relativos a estes gastos. Desses 500 políticos, menos de 200 exercem atualmente mandato no Congresso, seja como deputado ou senador. Caso, por exemplo, dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oli-veira (PMDB-CE).

A informação foi divul-gada pelo site Congresso

em Foco.

DE OLHO NO BB

O Sindicato dos Ban-cários do Rio de Janeiro denuncia a estratégia de desmonte do Banco do Brasil que contratou, sem licitação, a empresa Falconi Consultores de Resultado. Pedro Moreira Salles, do Itaú Unibanco, faz parte do conselho ad-ministrativo da empresa. O maior banco privado do país está de olho na privatização dos bancos públicos. O trabalho des-ta empresa é enxugar a estrutura do banco públi-co, preparando-o para a privatização, política do governo Fernando Hen-

rique Cardoso, retomada pelo seu aliado, Michel Temer.

REFORMA INCONSTITUCIONAL

A reforma trabalhista que passará a vale a partir de novembro é objeto de uma ação direta de incons-titucionalidade (ADI). O procurador-geral da Repú-blica, Rodrigo Janot, proto-colou no Supremo Tribunal Federal (STF) esta ação questionando o ponto em que fará com que o traba-lhador tenha que arcar com os custos do processo caso perca a ação na Justiça. Este ponto fere a garantia constitucional do acesso gratuito à Justiça.

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UNIFICADOS NACIONAL 3Nº 122SETEMBRO-2017

jornal do

É urgente lutar por mais participação popular

do Unificados

Para manterem-se no poder e continuar a usufruir do foro privilegiado, de-putados desengavetaram uma proposta de mudanças no sistema eleitoral - já derrotada em 2015 na Câ-mara - chamada de “Dis-tritão”. Por este sistema, seriam eleitos apenas os candidatos mais votados, sem considerar proporção de votos na legenda e em coligações. Isso retiraria dos parlamentos partidos fundamentais como o Psol – um dos principais na ba-talha por ética na política, responsável inclusive pela cassação do então presi-dente da Câmara e hoje presidiário, o corrupto Edu-ardo Cunha (PMDB –RJ).

A proposta prevê ainda a criação de um fundo de R$ 3,6 bilhões de recursos públicos destinado às cam-panhas políticas. Ou seja, serão eleitos candidatos produzidos por campanhas bilionárias e de apelo na mídia e não propostas que promovam mudanças no país.

Precisamos combater essa proposta e outras que começam a ganhar des-taque na mídia e que têm por objetivo impedir que a pressão popular influencie os rumos dos governos. É o caso do Parlamentarismo defendido por Temer e pelo PSDB. Vale lembrar que por duas vezes os brasi-leiros foram chamados a opinar sobre esse sistema em plebiscito e rejeitaram esta mudança, em 1963 e em 1993.

É urgente lutar contra o Distritão e o Parlamenta-rismo. Nossa democracia está ameaçada por uma quadrilha corrupta e a ser-viço do capital que está

Vamos mudar o Brasil!

O governo entreguista de Michel Temer, a serviço do grande capital, pretende vender áreas estratégicas para o país. O Brasil possui empresas estatais que não apenas geram lucros como nos garantem independên-cia. É o caso da energia com a Eletrobras, a impressão de dinheiro e passaportes pela Casa da Moeda, Lotex (empresa de loterias instan-tâneas da Caixa Econômica

GOLPE CONTINUA COM PRIVATIZAÇÕES E DISTRITÃO

Distritão, que foi derrotado em 2015, voltou a ser votado e foi aprovado em comissões da Câmara. Deputados de oposição denunciam que este sistema só atende necessidade dos políticos corruptos

Temer coloca o Brasil em liquidação

Não dá para aceitar este entreguismo geral, muito menos o roubo de direitos conquistados pela classe trabalhadora. É urgente debater pro-postas e articular a anula-ção de todas as medidas de ataque por meio de um novo governo, alinhado às necessidades populares. É com esta esperança e certeza de que não exis-tem heróis ou salvadores para o Brasil - a não ser os próprios trabalhadores organizados e em luta -que originou a platafor-ma Vamos! Sem medo de mudar o Brasil.

Lançada no dia 26 de agosto, pela Frente Povo

Federal), 14 aeroportos (incluindo o de Congonhas, em São Paulo), 15 terminais portuários, duas rodovias e a estratégica Rede de Telecomunicações da Ae-ronáutica que estão na mira do golpista. Ao privatizar, a população passará a pagar mais caro por todos esses serviços e perderemos o controle e a finalidade social destas empresas públicas.

Não bastasse liquidar

o patrimônio nacional, o governo a serviço do ca-pital perdoa R$ 27 bilhões de dívidas de banqueiros. Além disso, tentou extin-guir a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), na Amazônia por meio de um decreto libe-rando uma região de cer-ca de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá para a inicia-tiva privada extrair ouro

e outros minerais nobres. A área fechada é maior que a Dinamarca e tem o tamanho equivalente ao do estado do Espírito Santo, ou oito vezes a dimensão do Distrito Federal. Esta grave ameaça a comuni-dades indígenas e ao meio ambiente gerou intensos protestos no Brasil e no mundo. Temer e congres-sistas de sua quadrilha precisam ser detidos.

Sem Medo, esta plataforma visa realizar debates em todo o Brasil, reunindo ideias e propostas para o futuro de nosso país. Além disso, o site http://vamosmudar.org.br também reúne opiniões e propostas online a partir de seis eixos: Territórios e

Meio ambiente, Economia, Política, Identidades, Cultura e Comunicação, Educação e Saúde.

“O que está colocado é discutir projeto para o próximo período, de 10, 20 anos. Nós temos uma crise do país e da esquerda, pre-

cisamos de uma discus-são honesta, sem tabus, com espírito crítico”, diz Guilherme Boulos, do MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

Convocamos todas e todos a lutar junto com a Frente Povo Sem Medo e a participar da plata-forma Vamos. Precisa-mos defender um Brasil com direitos sociais e soberania nacional. Em setembro estão previs-tas várias manifesta-ções para combater as privatizações e ataques a nossos direitos por parte do governo golpis-ta. Participe!

Guilherme Boulos durante o lançamento do Vamos, no Largo da Batata em São Paulo no dia 26/08

instalada no Congresso Nacional e pretende mudar as regras do sistema eleito-ral. Temer e os tucanos de-fendem o parlamentarismo porque jamais se elegeriam pelo voto popular defen-dendo medidas que destro-em direitos da população e nossa soberania nacional.

Por isso, precisamos lutar junto com movimen-tos populares, construir e defender propostas que fortaleçam a nossa parti-cipação e controle sobre o país. Esta é a proposta do Vamos Sem Medo Mudar o Brasil (leia mais no box).

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CAMPANHA SALARIAL4 Nº 122SETEMBRO-2017 UNIFICADOS

jornal do

Negociação ocorre em um cenário de muitos ataques devido à reforma trabalhista

do Unificados

A campanha salarial do setor químico exigirá unidade e resistência de todos/as trabalhadores/as. Isso porque nossa data base é 1º de novem-bro – mesmo mês em que começa a vigorar a refor-ma trabalhista que abre

leis trabalhistas, como por exemplo, a ampliação das jornadas, banco de

NENHUM DIREITO A MENOS!

brecha para os patrões tentarem impor mudanças até então proibidas pelas

AUXÍLIO CRECHE

Trabalhadoras quími-cas têm direito ao auxílio creche com duração de 24 meses a serem contatos após o período de licença maternidade. Pela nossa convenção, as empre-sas devem manter local apropriado para guarda e vigilância dos filhos das trabalhadoras, no perío-do de amamentação, ou conceder, caso seja op-ção da trabalhadora, um reembolso de despesas efetuadas para este fim. O valor corresponderá ao total das despesas havi-das com a assistência de filho (a) registrado (a) ou legalmente adotado (a) até o limite máximo de 50% do salário normativo vigente no mês de compe-tência do reembolso.

horas que pode ser nego-ciado diretamente com o trabalhador, entre outras

ADICIONAL NOTURNO 40%

A nossa convenção co-letiva garante um acrés-cimo de 40% em relação à hora diurna, inclusive em turnos de revezamen-to, aos trabalhadores que cumprem jornada entre as 22 h de um dia e às 5 h

da manhã seguinte. Este percentual é maior que o previsto na CLT, que é de 20% de acréscimo.

HORAS EXTRAS

Na categoria química, as horas extraordinárias prestadas de segunda--feira a sábado serão pa-gas com acréscimo de

DIREITOS A MAIS: nossa Convenção é uma das melhores do País

70% sobre o valor da hora normal. Este valor é maior do que o previsto nas leis trabalhistas (50%). Todas as horas extras prestadas durante o descanso sema-nal remunerado, sábados compensados, ou dias já compensados ou feriado, serão acrescidas de 110% - valor também maior que os 100% previstos pela CLT.

AUXÍLIO POR FILHO EXCEPCIONAL

Nossa convenção coleti-va garante que as empre-sas reembolsarão, a título de auxílio, o valor corres-pondente a até 90% do sa-lário normativo vigente no mês de competência do re-embolso, as despesas efe-tivas e comprovadamente feitas pelos mesmos com educação especializada de seu (s) filho(s) excepcional (is), assim considerado (s)

os portadores de limitação psicomotora, os cegos, os surdos, os mudos e os deficientes mentais, com-provado por médico es-pecialista e ratificado pelo médico da empresa e, na falta deste, por médico do convênio ou do INSS, nesta ordem, de preferência.

PLR

A Participação nos Lu-cros e Resultados (PLR) está garantida aos traba-lhadores químicos. Mesmo que a empresa não implan-te programa de PLR ou se não houver acordo entre sindicato e empresa em relação às metas, nossa convenção prevê que as empresas são obrigadas a pagar um valor mínimo de R$ 930, nas fábricas com até 49 trabalhadores, e R$ 1.030 para empresas com 50 ou mais trabalhadores.

situações absurdas como permitir que mulheres grávidas ou em fase de amamentação trabalhem em locais insalubres.

Nossa Convenção Co-letiva de Trabalho é uma das melhores do país por garantir benefícios a mais que aqueles até então eram assegurados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) recém--destruída pela reforma de Temer.

Anos de lutas, mobi-lizações e negociações vitoriosas permitiram que os direitos dos/as tra-balhadores/as químicos fossem ampliados ao longo dos anos. Nossa luta nesta campanha salarial será pela manutenção de todas as cláusulas existentes, pois em direito conquistado não se mexe! Destacamos abaixo alguns destes di-reitos.

Encontro lotado de trabalhadores/as no Cefol Campinas mostra a disposição de luta e mobilização para a campanha salarial 2017 do Setor Químico

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UNIFICADOS SETOR QUÍMICO 5Nº 122SETEMBRO-2017

jornal do

Em defesa das cláusulas sociais e aumento real!

do Unificados

Lutar pelas cláusulas sociais vigentes na atual convenção coletiva e por aumento real de 5%. Estas são as prioridades da luta indicadas pelos/as traba-lhadores/as químicos de Campinas, Osasco e Regi-ões nesta campanha sala-rial, apontadas no encon-tro realizado dia 03/09 no Cefol Campinas. A direção do Unificados encaminhará esta proposta a Fetquim (Federação dos Trabalha-dores do Ramo Químico do Estado de São Paulo), que reúne sete sindicatos quími-cos e coordena a campanha salarial do Setor Químico.

Mobilização começa com encontro de base lotado e indicação das reivindicações

Hoje, o trabalhador inde-pendentemente se é sindi-calizado ou não tem direi-to a todas as cláusulas da convenção coletiva que ano a ano são negociadas pela federação que representa os trabalhadores químicos no estado de SP – da qual o Unificados faz parte. Ne-nhum direito caiu do céu ou é resultado de boa intenção dos patrões. Portanto, aque-les que criticam o sindicato comprando o discurso dos patrões e de grupos da direi-ta deveriam antes de tudo se perguntar se estão dispostos a perder a remuneração a mais pelas horas extras trabalhadas, pelo adicional noturno, o pagamento de

PLR, entre outros direitos.Agora, mais do que nun-

ca, estar sindicalizado/a é essencial para impedir que todos os direitos conquista-dos pela nossas lutas sejam roubados. A reforma traba-lhista é parte do golpe contra a classe trabalhadora. Para viabilizar o desmonte total dos direitos trabalhistas, Temer tratou de colocar na reforma mecanismos para enfraquecer a representação dos trabalhadores, como retirar o acompanhamento do sindicato nas rescisões contratuais, dar mais peso aos acordos diretos do que às convenções coletivas, criar comissões de empresas para substituir atribuições

dos sindicatos.Até que um novo governo

proponha uma nova lei, dis-cutida e aprovada democra-ticamente pela sociedade, anulando a atual reforma, é preciso fortalecer o sindica-to. Mais do que nunca estar sindicalizado significa ter proteção jurídica e impedir a retirada de direitos básicos.

Fácil e rápido

Você pode se sindicalizar pelo site do Unificados de maneira simples e rápida. Basta acessar o link: http://quimicosunificados.com.br/sindicalize-se/ e preencher um formulário. Você tam-bém pode solicitar a ficha de sindicalização nas sedes

Trabalhadores discutiram situação econômica do setor químico, que teve aumento de 2,7% no faturamento em 2016

Os/as trabalhadores debateram uma proposta econômica levando em con-sideração a análise político--econômica apresentada pelas assessorias do Unifi-cados. Neste ano, a inflação prevista para a data base 1º de novembro será bem mais baixa que a registrada no ano passado. Será algo em torno de 2,5%. A rein-vindicação aprovada pelas assembleias é que além da reposição da inflação, mais 5% de aumento real seja aplicado aos trabalhadores. Este percentual garantiria de fato aumento sobre os

salários, além de reposição das perdas acumuladas no ano passado devido à imposição do parcelamento do reajuste aos trabalha-dores de várias empresas químicas.

Fique atento às mobili-zações e assembleias con-vocadas pelo Unificados neste próximo período. Sua participação é fundamen-tal para que a campanha salarial seja vitoriosa, com conquistas para toda a categoria e também por avanços nas reivindicações específicas na fábrica onde você trabalha.

Sindicalização é o melhor caminho para defender seus direitos!

De olho nas empresas

ou subsedes do Unificados. O valor da mensalidade sindical corresponde a 1% do seu salário base. A sin-dicalização pode ser feita a qualquer tempo e te dá

acesso a vários serviços prestados pelo Unificados: atendimento jurídico, cálculo de aposentadorias, médico do trabalho, lazer de quali-dade e convênios.

Não entre em pânico!

SINDICALIZE-SE

n O lucro da Natura subiu quase 80% no 2º tri-mestre, em relação a igual período de 2016 e atingiu R$ 163,5 milhões. Em balanço divulgado no final de julho de 2017.

n A Yamá Cosméticos, em Cotia, cresceu 14% no ano passado, quando a produção industrial sofria queda de 7%.

nO Grupo Solvay obteve um faturamento de 3,022 bilhões de euros no segundo trimestre de 2017, com um crescimento de 11% sobre o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2017 foi de 309 milhões de euros.

n O Grupo Air Liquide registrou, no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 38,5% e somou 5,1 bilhões de euros em receitas. As vendas do setor de gás e serviços alcançaram a marca dos 9.978 bilhões de euros no primeiro semestre de 2017.

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6 UNIFICADOSjornal doINTERNACIONAL

Nº 122SETEMBRO-2017

Resolução denuncia agressividade imperialista que ameaça direitos do povo venezuelano

do Unificados

O Sindicato Químicos Unificados e a Intersindical Central da Classe Traba-lhadora participaram de um Encontro Latinoamericano e Caribenho de Solidarie-dade da Federação Sindical

Dirigentes do Unificados e da Intersindical Arlei Medeiros (ao fundo à esquerda) e Nilza Pereira participaram do encontro

Unificados participa de encontro em apoio à Venezuela

foi a defesa feita pelos membros do consulado venezuelano em relação às conquistas dos governos bolivariano mesmo frente aos constantes ataques capitalistas. “É nítida a di-ferença entre um governo que preferiu fazer aliança com seu povo e não com a burguesia nacional e ou internacional. Hoje o que está em jogo na Venezuela é essa política que é exa-tamente oposta ao Brasil. Enquanto lá na Venezuela a luta é para manter e ampliar a defesa do povo, aqui estamos vivendo um severo ataque e retirada de direitos da população em favor dos ricos.”, observa Nilza Pereira.

Mundial (FSM) à Revolução Bolivariana na Venezuela. Realizado entre os dias 10 e 11 de agosto na Colômbia, o encontro contou com de-legações de sindicalistas do

Brasil, Panamá e Uruguai e colocou trabalhadores/as destes países mais próxi-mos da crise política insta-lada na Venezuela.

A dirigente da Regio-

nal Osasco Nilza Pereira participou deste encontro junto com o dirigente da Regional Campinas Arlei Medeiros. Para ela, o que mais chamou a atenção

Trechos da resolução deste encontro de solidariedade à Revolução Bolivariana na Venezuela:

...Na presença de representantes das embaixadas da Venezuela e da Cuba socialista, e de membros de grupos solidários e de partidos de esquerda, analisamos de forma séria a luta travada entre o lado das forças motrizes da Revolução Bolivariana que apontam mudanças sociais transcendentes em favor dos trabalhadores contra as hordas narco-fascistas que, através de assédio sistemático, sabotagem e terror, tentam não apenas desacreditar e derrubar o governo legítimo presidido por Nicolás Maduro, como também silenciar e desmantelar as conquistas alcançadas na revolução pelos trabalhadores.

Como aspecto central das transformações alcançadas pela Revolu-ção Bolivariana valorizamos os progressos trabalhistas consagrados na Lei Orgânica do Trabalho, tais como: redução da jornada de trabalho sem redução de salários, aumento de um ano na licença maternidade, férias de 30 dias, proibição da contratação de mão de obra terceirizada e a extensão de direitos de pensão a idosos que não puderam contribuir com a previdência social. Tudo isso contrasta com o desmantelamento de nossos direitos sociais e das garantias de trabalho que estão a serviço das grandes oligarquias latino-americanas.

A partir da nova realidade venezuelana, destacamos a participação protagonista da classe trabalhadora, do campesinato e de outros se-tores laboriosos na definição dos destinos de seu país, como eviden-ciado na convocação e eleição de 30 de julho da Assembleia Nacional Constituinte.(...)

Também reconhecemos o governo venezuelano, anteriormente presidido pelo comandante Hugo Chávez e agora pelo sindicalista Nicolás Maduro, em relação ao seu papel decisivo para impulsionar e consolidar o processo emancipatório de integração regional, constituído na Alianza Bolivariana de los Pueblos de Nuestra América (ALBA), uma ferramenta que permitiu a nossos povos infligir um golpe severo ao projeto colonial moderno do imperialismo ianque (a ALCA).

Ao defender o direito inalienável da autodeterminação dos povos, denunciamos e condenamos:

1) O recrudescimento e a expansão do cerco econômico, “diplomá-tico”, e informativo que as forças reacionárias deslocam ilegalmente na pequena pátria do Libertador; uma estratégia que aglutina o secretário da OEA, Luis Almagro, que através do Ministério ianque das Colônias

tenta criar consensos para “justificar” o assalto sangrento à Venezuela bolivariana.

2) A escalada criminosa do narcoparamilitarismo colombiano-vene-zuelano em território patriota; antesala de uma invasão armada prevista pelo Governo dos Estados Unidos e por governos de marionetes e / ou golpistas, como os de Temer, Kuczsinski, Nieto e Santos, como a CIA acaba de cinicamente confirmar. A este respeito, denunciamos a ação febril da burguesia colombiana, que pela dupla sinistra Santos-Uribe habilitou com vistas à intervenção armada sete bases militares, promovendo o contrabando de produtos e incentivando o êxodo em massa de cidadãos venezuelanos, de modo a promover o ódio entre as nações irmãs.

Em particular, rejeitamos a prática maniqueísta das oligarquias da Amé-rica Latina e do Caribe de usar sua campanha antibolivariana como uma cortina de fumaça para esconder a política desastrosa que eles realizam contra seus próprios povos; o que se manifesta nas novas contra reformas do trabalho, visando aniquilar o pouco que nos resta de estabilidade de emprego e o direito à aposentadoria, revivendo as condições de trabalho subumanas do século 18.

Sob tais ameaças, cabe a nós, como força classista da FSM, demarcar o sindicalismo amarelo, rompendo o cerco desinformativo do imperialismo e de seus capangas, divulgar mais plenamente e sem hesitação as conquistas da Revolução Bolivariana e incentivar um firme apoio venezuelano à classe trabalhadora latino-americana e no movimento sindical em escala mundial.

Terminamos esta declaração parafraseando a mensagem enviada a esta reunião pelo Secretário Geral da FSM, George Mavrikos:

“Devemos reafirmar a nossa solidariedade internacionalista para com o povo da Venezuela, que tem o direito de decidir sobre o futuro de seu país. Rejeitamos as provocações dos assassinos imperialistas e todos expressamos em uma só voz:

ABAIXO À AGRESSIVIDADE IMPERIALISTA!FORA MÃOS ESTRANGEIRAS NA VENEZUELA BOLI-

VARIANA!NÃO AO USO DO SOLO COLOMBIANO COMO PLATA-

FORMA DE AGRESSÃO!VIDA LONGA À SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTA!VIVA A FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL!

Bogotá, 10 e 11 de agosto de 2017.

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UNIFICADOS LAZERNº 122SETEMBRO-2017

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Multinacional alemã colaborou com a perseguição a trabalhadores durante a ditadura

do Unificados

O slogan “Você conhe-ce, você confia” adotado no final da década de 80 pela multinacional Volkswa-gen parece ter sido usado justamente para maquiar a participação criminosa da empresa na persegui-ção de trabalhadores e lideranças políticas que lutavam para reestabelecer a democracia em nosso País. A cumplicidade da multinacional alemã em relação ao regime de tor-turas e opressões que se instalou no Brasil em 1964 com a ditadura é tema de um documentário produzi-

Documentário revela que Volkswagen foi cúmplice da repressão

Campeonatos de futebol

Os campeonatos de futebol society realizados tanto pela Regional Cam-pinas quanto pela Regio-nal Osasco têm levado diversão e confraterni-zação entre famílias de diferentes fábricas quí-micas e farmacêuticas.

do pela TV Pública alemã. Você pode assisti-lo gra-tuitamente pela Internet com versão legendada em português.

“Cúmplices? A Volkswa-gen e a ditadura militar no Brasil” é centrado na his-tória de Lúcio Bellentani, trabalhador militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro) que foi preso e torturado na própria fá-brica por policiais, com a anuência da empresa, conforme os relatos, e pos-teriormente encarcerado no Dops paulista durante oito meses.

Bellentani é figura cen-tral no inquérito que corre

no Ministério Público Fe-deral sobre o envolvimento da Volks, acusada de ter contribuído com a ditadu-ra militar (1964-1985) ao fornecer dados pessoais de trabalhadores ao governo e violação dos direitos humanos.

Os documentos apre-sentados no filme e o texto da representação no MPF são frutos dos trabalhos iniciados na Comissão Nacional da Verdade e continuados pelo IIEP (In-tercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas) para o Fórum dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Verda-de, Justiça e Reparação.

Cúmplices? A Volkswagen e a ditadura militar no Brasil”

Direção: Stefanie Dodt e Thomas AdersDuração: 44 minutosAssista: https://goo.gl/uSXcde

Tem torcida fiel de olho no gramado... tem goleada e disputas acirradas!

Em Campinas, o tor-neio começou em março e até o fechamento desta edição estava entrando na 26ª rodada. Na lide-rança pelo grupo A está o

O inquérito no MP foi aberto a pedi-do de 10 centrais sindicais, juristas e ativistas. Além da Volks, outras em-presas serão inves-tigadas.

Lúcio Bellantani, trabalhador da Volks na época revela aos documentaristas a sua história

Repressão da Polícia Militar durante o período ditatorial no Brasil

time dos trabalhadores da Galvani, que conta com o artilheiro Fabiano da Silva Santos, que havia marcado 19 gols até esta rodada. Pelo grupo B, quem lidera é o time for-mado pelos trabalhadores da Mexichem Brasil.

O campeonato da Re-gional Osasco registrou várias goleadas desde que começou em 11/06. Na ultima rodada até o fe-chamento desta edição, por exemplo, o time dos trabalhadores da Eldorado venceu o time dos traba-

lhadores da Biovet por 6 a 2. Já o time Waker goleou o time Nortene por 10 a 4. Já o time Flint A derrotou a equipe Brasalpla por 4 a 1 - mesmo placar da vitória do time dos trabalhadores Palash sobre a equipe Ru-dolf Soft.

Torneio na Regional Osasco começou em 11/06 ... às partidas disputadas no Cefol CampinasTorcida atenta...

movimentam Cefol

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UNIFICADOSENTREVISTA8 jornal do

UNIFICADOSjornal do

Nº 122SETEMBRO-2017

Unificados | No Congresso, deputados de direita como o Bolsonaro apoiam a reti-rada de direitos sociais e trabalhistas. Por que, em sua opinião, eles seguem tendo trabalhadores como apoiadores?

Mariana Chaguri - Os motivos são variados e de-vem ser lidos com cuidado. As pesquisas de opinião têm apontado que parcela significativa da adesão ao deputado vem de setores da classe média-alta, de modo que é importante investigar mais sobre este apoio e compreender seus alcances e limites. De todo modo, contextos de dis-seminação de medo e de avanço da intolerância são propícios para a desorgani-zação de princípios gerais de proteção e de solidarie-dade social como direitos trabalhistas, previdenciá-rios etc. Tal desorganização contribui para o isolamento do indivíduo, de suas aspi-rações e de suas demandas.

Unificados | A extrema di-

reita representa ameaça à democracia? Em que medida?

Mariana Chaguri - A intolerância representa uma ameaça à vida democrática e todos os atores sociais que oferecem suporte à intolerância investem con-tra a democracia. Nesse sentido, a extrema direita não ameaça a democracia, ela ataca a democracia. Um ataque sistemático que visa minar o reconhecimento social da diversidade, bem como desarticular princípios e projetos de igualdade.

Unificados | Grupos conser-vadores têm disseminado a ideia da “escola sem par-tido”. O que reivindicam os movimentos de extrema direita que defendem a “escola sem partido”?

Mariana Chaguri - Exis-te hoje um princípio educa-tivo baseado no direito e no respeito à diversidade, ou seja, uma escola que visa o desenvolvimento de valores democráticos,

apostando na potenciali-dade dos alunos e alunos. Esta aposta é bem sucedi-da justamente na medida em que a escola estimula o conhecimento de aspectos até então desconhecidos da vida social, do mundo natural etc. Ao reivindicar uma escola sem partido, reivindica-se uma escola limitada nas sua capaci-dade de apresentar mun-dos e horizontes diversos para alunos e alunos. A escola do projeto “Escola sem partido” será muito bem sucedida em garantir acesso desiguais ao conhe-cimento e ao mundo social, reproduzindo intolerância e desigualdade.

Unificados | Recentemente, vimos a notícia dos “su-premacistas” realizando um ato cujo tema era “Unir a Direita” e depois houve um ataque a um protes-to pacífico contrário ao racismo que acabou com a morte de uma manifes-tante e vários feridos. Que fenômeno é este?

Mariana Chaguri - A in-tolerância como fenômeno social não é incomum na história, aparecendo com mais ou menos força em diferentes períodos e con-textos. Neste momento, ela se constitui como fe-nômeno social porque tem capacidade mobilizadora, ou seja, um conjunto varia-do de pessoas – no mundo virtual e nas ruas – se reúne para colocar em movimento um conjunto de ideias que ao disseminar ódio parece proteger valores e estilos de vida suspostamente ameaçados. A intolerância é aglutinadora não exata-mente porque dissemina ódio, mas porque promete proteção.

Unificados | No Brasil, a figura que expressa posi-ções alinhadas à extrema direita é Bolsonaro. O que faz com que exista aceitação considerável de posições por muitas vezes violentas?

Mariana Chaguri - A proteção contra ameaças as mais variadas – e com níveis também muito va-riados de concretude – é a base sobre a qual a intole-rância se assenta. A aceita-ção ou a adesão a posições intolerantes é bastante dependente da dissemina-ção do medo que se torna, ele também, um fenômeno social com capacidade de aglutinar pessoas e inte-resses variados: o medo de perder o emprego, o medo de ser obrigado a abando-nar seus valores pessoais, religiosos ou familiares etc. Curiosamente, aqueles que disseminam o medo, também se apresentam como os sujeitos capazes proteger e amparar, crian-do uma espécie de círculo vicioso.

“A EXTREMA DIREITA ATACA A DEMOCRACIA”

Socióloga Mariana Chaguri

A manifestação de grupos “supremacistas” é um alerta mundial de perigodo Unificados

Pregar o ódio, a violên-cia e disseminar a ideia de superioridade de pessoas brancas sobre outras et-nias, contra negros, ho-mossexuais, imigrantes e judeus. Estas são as práticas abomináveis de grupos de extrema direita ultranacionalistas que têm organizado atos no estado de Virgínia, nos Estados Unidos. A manifestação de chocou o mundo por trazer de volta do passado os ideais e práticas idênticas a do Ku Klux Klan (grupo terrorista norte-americano que exterminava negros,

judeus e ativistas defen-sores dos direitos civis nos Estados Unidos).

No Brasil, o ultranacio-nalismo é representado no Congresso Nacional pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Ele colecio-na episódios de ataques verbais de cunho racista, xenófobo (aversão aos estrangeiros) e machista. Ele foi, inclusive, condena-do pelo Supremo Tribunal de Justiça por ofensa à deputada Maria do Rosá-rio e a todas as mulheres brasileiras ao naturalizar o estupro, dizendo que a deputada não merecia ser estuprada por ser “muito

feia”. O mesmo deputado defender que mulheres devem ganhar menos que os homens porque podem engravidar e votou a favor da reforma trabalhista que retira direitos da classe trabalhadora.

Entrevistamos a cien-tista social Dra. Mariana Miggiolaro Chaguri para compreender este contexto de ascensão da extrema direita no mundo e também no Brasil. Ela é professora do Departamento de So-ciologia da Universidade Estadual de Campinas e diretora do Centro de Es-tudos Rurais (Ceres) da mesma instituição.