28
Saber mais | Cuidar melhor JULHO 2018 VOL 14 NÚMERO 2 REVISÃO DE PSORÍASE EDIÇÃO EM PORTUGUÊS International Psoriasis Council 1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600 St. Louis, MO 63117 Tel 972.861.0503 Fax 214.242.3391 www.psoriasiscouncil.org Neste número 1 Cinco principais artigos de pesquisa básica e clínica • Clinically resolved psoriatic lesions contain psoriasis-specific IL-17- producing αβ T cell clones • Psoriasis and suicidality: A systematic review and meta-analysis • An analysis of IL-36 signature genes and individuals with IL1RL2 knockout mutations validates IL-36 as a psoriasis therapeutic target • Coronary plaque characterization in psoriasis reveals high-risk features that improve after treatment in a prospective observational study • Association between skin and aortic vascular inflammation in patients with psoriasis: a case-cohort study using Positron Emission Tomography/ Computed Tomography 2 Carta da presidente 10 Resumo do Congresso de 2018 da Sociedade Dermatologia Investigativa International (IID) 15 IPC participa da 36ª Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA) 20 Outras notícias sobre psoríase 22 Notícias do IPC • Atendimento clínico • Pesquisa • Educação e divulgação • Na mídia • Novos conselheiros do IPC A cada seis meses, a diretoria e os conselheiros do IPC recomendam e escolhem pelo voto os artigos que mais influenciaram as pesquisas em psoríase. Neste número, apresentamos uma revisão dos cinco artigos mais votados publicados entre julho e dezembro de 2017. Os resumos e comentários são de autoria dos coeditores deste número: o Dr. Colby Evans (Evans Dermatology, Austin, Texas, Estados Unidos) e a Dr a . Nancy Podoswa (Hospital General Regional No. 1 Dr. Carlos MacGregor Sanchez Navarro, Instituto Mexicano de Seguridade Social, Cidade do México, México). 1. Clones residuais de células T podem reativar a psoríase se o tratamento for interrompido Clinically resolved psoriatic lesions contain psoriasis-specific IL-17-producing αβ T cell clones. Matos TR, O’Malley JT, Lowry EL, et al. J Clin Invest. 2017 Nov 1;127(11):4031-4041. doi: 10.1172/JCI93396. Epub 2017 Sep 25. Resumo Em anos recentes, foram adquiridos muitos novos conhecmentos sobre a patogênese local das placas psoriásicas e desenvolvidos novos tratamentos específicos para tentar influenciar a fisiopatologia da doença. Este estudo analisou sítios dos quais placas psoriásicas desapareceram após o tratamento para avaliar a população local de células T e a presença da interleucina 17 (IL-17), uma das citoquinas mais importantes para a patogênese da psoríase. Populações oligoclonais de células T foram analisadas para tentar identificar e quantificar clones de células T associados com a patogênese da doença. Amostras de pele foram obtidas de placas psoriásicas, de sítios de placas que haviam desaparecido após tratamento bem-sucedido com etanercepte ou fototerapia, de pele íntegra de pacientes com psoríase e de pacientes de controle submetidos a procedimentos cosméticos. As amostras foram analisadas por triagem de alto rendimento da região CDR3 do receptor de células T para detecção de clonalidade e produção de citoquinas. As técnicas compararam a mesma região antes e depois da placa desaparecer. Foram encontradas populações oligoclonais de células T em ambos os casos. As células T eram mais numerosas nas placas ativas ou em remissão (93% menos que com doença ativa) que na pele normal do mesmo paciente. Esse achado sugere que esses clones residuais de células T podem propiciar recorrência da doença no mesmo local se o tratamento for interrompido. Outros estudos dessas células T clonais, tanto em placas ativas como após resolução, demonstraram que elas produzem IL-17 e IL-22, que são os principais mediadores da psoríase, e possuem um repertório específico de TCR que não é observado em pele normal ou em outras doenças dermatológicas. REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JULHO A DEZEMBRO DE 2017 Cont. da página 3

Neste nmero REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS … · um ano bastante movimentado e cheio de eventos educativos, ... atividades educativas do IPC vêm ajudando dermatologistas

Embed Size (px)

Citation preview

Saber mais | Cuidar melhor

J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 N Ú M E R O 2

REVISÃO DE PSORÍASEEDIÇÃO EM PORTUGUÊS

International Psoriasis Council1034 S. Brentwood Blvd., Suite 600St. Louis, MO 63117

Tel 972.861.0503 Fax 214.242.3391

www.psoriasiscouncil.org

Neste número1 Cinco principais artigos de pesquisa básica e clínica • Clinically resolved psoriatic lesions

contain psoriasis-specific IL-17- producing αβ T cell clones

• Psoriasis and suicidality: A systematic review and meta-analysis

• An analysis of IL-36 signature genes and individuals with IL1RL2 knockout mutations validates IL-36 as a psoriasis therapeutic target

• Coronary plaque characterization in psoriasis reveals high-risk features that improve after treatment in a prospective observational study

• Association between skin and aortic vascular inflammation in patients with psoriasis: a case-cohort study using Positron Emission Tomography/Computed Tomography

2 Carta da presidente10 Resumo do Congresso de 2018

da Sociedade Dermatologia Investigativa International (IID)

15 IPC participa da 36ª Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA)

20 Outras notícias sobre psoríase22 Notícias do IPC • Atendimento clínico • Pesquisa • Educação e divulgação • Na mídia • Novos conselheiros do IPC

A cada seis meses, a diretoria e os conselheiros do IPC recomendam e escolhem pelo voto os artigos que mais influenciaram as pesquisas em psoríase. Neste número, apresentamos uma revisão dos cinco artigos mais votados publicados entre julho e dezembro de 2017. Os resumos e comentários são de autoria dos coeditores deste número: o Dr. Colby Evans (Evans Dermatology, Austin, Texas, Estados Unidos) e a Dra. Nancy Podoswa (Hospital General Regional No. 1 Dr. Carlos MacGregor Sanchez Navarro, Instituto Mexicano de Seguridade Social, Cidade do México, México).

1. Clones residuais de células T podem reativar a psoríase se o tratamento for interrompidoClinically resolved psoriatic lesions contain psoriasis-specific IL-17-producing αβ T cell clones. Matos TR, O’Malley JT, Lowry EL, et al. J Clin Invest. 2017 Nov 1;127(11):4031-4041. doi: 10.1172/JCI93396. Epub 2017 Sep 25.

Resumo Em anos recentes, foram adquiridos muitos novos conhecmentos sobre a patogênese local das placas psoriásicas e desenvolvidos novos tratamentos específicos para tentar influenciar a fisiopatologia da doença. Este estudo analisou sítios dos quais placas psoriásicas desapareceram após o tratamento para avaliar a população local de células T e a presença da interleucina 17 (IL-17), uma das citoquinas mais importantes para a patogênese da psoríase. Populações oligoclonais de células T foram analisadas para tentar identificar e quantificar clones de células T associados com a patogênese da doença. Amostras de pele foram obtidas de placas psoriásicas, de sítios de placas que haviam desaparecido após tratamento bem-sucedido com etanercepte ou fototerapia, de pele íntegra de pacientes com psoríase e de pacientes de controle submetidos a procedimentos cosméticos. As

amostras foram analisadas por triagem de alto rendimento da região CDR3 do receptor de células T para detecção de clonalidade e produção de citoquinas. As técnicas compararam a mesma região antes e depois da placa desaparecer. Foram encontradas populações oligoclonais de células T em ambos os casos. As células T eram mais numerosas nas placas ativas ou em remissão (93% menos que com doença ativa) que na pele normal do mesmo paciente. Esse achado sugere que esses clones residuais de células T podem propiciar recorrência da doença no mesmo local se o tratamento for interrompido. Outros estudos dessas células T clonais, tanto em placas ativas como após resolução, demonstraram que elas produzem IL-17 e IL-22, que são os principais mediadores da psoríase, e possuem um repertório específico de TCR que não é observado em pele normal ou em outras doenças dermatológicas.

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JULHO A DEZEMBRO DE 2017

Cont. da página 3

2

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

Prezados colegas,

Temos o prazer de apresentar a edição de julho da Revisão de Psoríase do IPC. Já estamos no meio de 2018, um ano bastante movimentado e cheio de eventos educativos, lançamento de novas atividades de educação médica continuada e reuniões com autoridades em

psoríase para promover nosso trabalho. Nossas metas são definir a psoríase moderada, esclarecer nossas prioridades de pesquisa e continuar os trabalhos no Atlas Global de Psoríase.

Além desses projetos já começados, quero anunciar uma iniciativa lançada pelo IPC no início deste ano: o programa International Fellowship. O programa está aberto a dermatologistas em treinamento ou em início de carreira que desejam cuidar melhor de pacientes com psoríase e desenvolver habilidades eficazes de liderança. O programa visa a formar a próxima geração de líderes em psoríase. Durante sua participação no programa, que terá um ano de duração, os fellows serão orientados por membros ou conselheiros do IPC para adquirir experiência no mundo real, tanto em prática clínica como em pesquisa laboratorial. No mesmo ano, os fellows do IPC também participarão de um congresso internacional de dermatologia, serão convidados a participar de atividades do IPC e a comparecer à nossa reunião Think Tank.

No lançamento do programa, recebemos diversas inscrições de candidatos altamente qualificados do mundo inteiro e selecionamos três jovens profissionais do Chile, China e República Tcheca. No ano que vem, queremos expandir o programa e admitir cinco fellows. A página 21 apresenta os fellows deste ano.

A nova iniciativa é mais uma das atividades do IPC para promover a capacitação de pessoas e exercer liderança global em psoríase. Empregando os vastos conhecimentos de sua rede de conselheiros, o IPC realiza programas educativos, eventos e outras iniciativas. Com isso, esperamos influenciar o tratamento de pessoas com psoríase no mundo inteiro.

Outra iniciativa recém-lançada pelo IPC é a Master Class de psoríase, que ajudará os dermatologistas a entenderem a psoríase e seu tratamento apresentando uma visão completa da patogênese da doença, dos tratamentos disponíveis atualmente e de outros aspectos do tratamento. No início deste ano, realizamos nossa primeira Master Class em Mumbai, Índia, que contou com a participação de 50 dermatologistas de todo o país em um programa com um dia e meio de duração; em novembro, realizaremos mais uma Master Class em Barcelona, na Espanha e no ano que vem, esperamos realizar eventos parecidos nos Estados Unidos e na América Latina. Nossa Master Class na Índia é descrita na página 23.

Como essas duas iniciativas mostraram, os programas e atividades educativas do IPC vêm ajudando dermatologistas e outros profissionais de saúde a melhorar no mundo inteiro. Os participantes terão a oportunidade de aprender mais e de disseminar os novos conhecimentos em universidades, clínicas e comunidades.

Com sua rede global de especialistas, líderes de opinião e profissionais dedicados a cuidar de pacientes com psoríase, o IPC está muito bem posicionado para influenciar os conhecimentos e o tratamento da psoríase no mundo inteiro. Ao avançar continuamente e compartilhar nossos conhecimentos sobre a doença em diversas áreas educativas e de pesquisa, poderemos expandir os conhecimentos da comunidade médica e exercer influência para melhorar o tratamento dos pacientes no mundo inteiro.

Queremos estender essas importantes iniciativas pelo mundo inteiro. Por isso, espero que você continue colaborando conosco enquanto nos esforçamos para criar um mundo livre de psoríase.

Atenciosamente,

Alexa Boer Kimball, MD, MPH Presidente, Conselho Internacional de Psoríase

CARTA DA PRESIDENTE

3

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

COMENTÁRIO Os conhecimentos sobre a atividade celular e de citoquinas em placas ativas de psoríase aumentaram enormemente nos últimos 20 anos. Para expandi-los ainda mais, serão precisos mais estudos como esse para caracterizar melhor a imunologia da doença após o tratamento e em casos de recorrência. O estudo demonstrou que existem clones persistentes de células T, tanto em placas de psoríase ativa como em placas em remissão. Esses clones podem reiniciara cascata

inflamatória se forem estimuladas ou se o tratamento for interrompido. Mesmo em lesões em remissão clínica, esses clones de células T persistem e continuam produzindo IL-17. Isso indica que elas são apenas suprimidas pelo tratamento, e não destruídas nem desativadas. Como os autores destacaram, uma compreensão melhor dessas populações clonais persistentes poderá levar a um tratamento capaz de matá-las ou inativá-las, contribuindo assim para controlar melhor a psoríase. – Dr. Colby Evans

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOSJULHO A DEZEMBRO DE 2017

Para obter mais cópias da Revisão de Psoríase do IPC ou saber mais sobre o IPC, acesse www.psoriasiscouncil.org.

CONSELHO DIRETOR DO IPCPresidênciaAlexa B. Kimball, Presidente,

Estados Unidos Jonathan Barker, Vice

Presidente/Presidente-Eleito, Reino Unido

Craig L. Leonardi, Tesoureiro, Estados Unidos

Bruce Strober, Secretário, Estados Unidos

Christy Langan, Diretora, Estados Unidos

DiretoriaHervé Bachelez, França Claudia de la Cruz, Chile Christopher EM Griffiths,

Presidente Anterior, Reino Unido

Robert Holland III, Estados Unidos

Lars Iversen, Dinamarca Alan Menter, Presidente

Fundador, Estados Unidos Lluis Puig, EspanhaRicardo Romiti, Brasil Peter van de Kerkhof, Países

BaixosCONSELHEIROS DO ICPÁfricaÁfrica do SulGail Todd

ÁsiaChinaXuejun ZhangMin ZhengCingapura Wei-Sheng ChongColin ThengFilipinas Vermén Verallo-RowellÍndia Murlidhar RajagopalanJapãoAkimichi MoritaMasamoto MurakamiHidemi NakagawaYukari OkuboTadashi TeruiMalásiaSiew Eng ChoonEuropaAlemanha Matthias AugustinUlrich MrowietzAlexander NastJörg PrinzKristian ReichRobert SabatWolfram SterryDiamant ThaçiÁustria Georg Stingl Robert StrohalDinamarca Lone SkovClaus Zachariae

EspanhaCarlos FerrándizFrançaDenis JullienCarle PaulManuelle ViguierIrlanda Brian KirbyCaitríona RyanItália Giampiero GirolomoniPaolo GisondiLuigi NaldiCarlo PincelliPaíses Baixos Menno Alexander de Rie Elke MGJ de Jong,Errol PrensMarieke B. SeygerPortugalTiago TorresReino Unido Darren AshcroftIan BruceChristine BundyArthur David BurdenRobert ChalmersAndrew FinlayElise KleynRuth MurphyNick ReynoldsCatherine SmithRichard WarrenHelen Young

Suíça Wolf-Henning BoehnckeCurdin ConradMichel GillietAmérica LatinaArgentina Edgardo ChouelaCristina EcheverríaMatías MaskinBrasilGladys Aires-MartinsAndré Vicente Esteves de

CarvalhoChile Fernando ValenzuelaColômbiaCésar GonzalezAngela LondoñoMéxicoNancy PodoswaOriente MédioEgitoMahira Hamdy El SayedIrãOmid ZargariIsrael Arnon D. CohenKuwaitNawaf Al-MutairiAmérica do NorteCanadá Robert BissonnetteMarc Bourcier

Wayne GulliverCharles W. LyndeRichard LangleyYves PoulinRonald VenderEstados UnidosApril ArmstrongAndrew BlauveltAnne BowcockKristina Callis DuffinClay CockerellKevin CooperKelly M. CordoroJT ElderCharles EllisColby EvansJoel GelfandKenneth GordonAlice GottliebJohann GudjonssonAndrew JohnstonRobert E. KalbFrancisco KerdelGerald KruegerJames KruegerMark LebwohlNehal MehtaAmy PallerDavid PariserMark PittelkowLinda Stein GoldNicole L. WardJashin WuOceaniaAustráliaPeter Foley

Cont. da página 1

4

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

2. Pacientes com psoríase apresentam mais suicidalidade que a população geralPsoriasis and suicidality: a systematic review and meta-analysis. Singh S, Taylor C, Kornmehl H, Armstrong AW. J Am Acad Dermatol. 2017 Sep;77(3):425-440.e2. doi: 10.1016/j.jaad.2017.05.019.

ResumoEmbora a psoríase seja associada com prevalências elevadas de diversas comorbidades psiquiátricas, incluindo a suicidalidade em todos os seus aspectos (ideação, tentativas e suicídio concluído), ainda existem poucos estudos sobre a relação entre psoríase e suicidalidade.

Para esclarecer a associação epidemiológica ente psoríase e suicidalidade, os autores realizaram uma revisão sistemática e meta-análise dos bancos de dados PubMed, EMBASE, PsyclNFO e Cochrane. A busca foi restrita a estudos redigidos em inglês publicados entre o lançamento do banco de dados em 1946 e 2017. Os critérios de inclusão selecionaram estudos não-intervencionistas, com participantes a partir de 18 anos de idade, diagnóstico comprovado de psoríase e suicidalidade comprovada, que precisava ser um endpoint primário ou secundário do estudo, ter sido avaliada conjuntamente com a psoríase e quantificada numericamente.

Foram identificados 18 estudos com um total de 1.767.583 participantes, 18,6% dos quais sofriam de psoríase. O estudo mostrou que os pacientes com psoríase tinham mais chances de apresentar suicidalidade que a população geral, sendo que o aspecto mais acentuado era a ideação suicida. Pacientes com psoríase têm duas vezes mais chances de pensar em suicídio, 32% mais chances de tentar suicídio e 20% mais chances de cometer suicídio. Uma subanálise demonstrou que a prevalência de suicidalidade estava diretamente relacionada com a gravidade da doença e que pacientes mais jovens eram mais propensos à suicidalidade que pacientes mais velhos, aumentando assim o risco de atos suicidas entre os jovens.

COMENTÁRIO Embora muitas publicações tenham descrito alta prevalência de depressão e ansiedade entre pacientes com psoríase, poucas estudaram a suicidalidade. Muitos estudos anteriores afirmaram que os riscos de ideação ou comportamento suicida não são maiores nessa população. Contudo, o presente estudo demonstrou, apesar de algumas limitações, que a psoríase pode ter impacto emocional significativo e acarretar alta taxas de suicidalidade entre os portadores da doença.

Além da comorbidade psiquiátrica devida a seus efeitos diretos (p.ex. isolamento, prurido, insônia), a psoríase pode possuir vias inflamatórias comuns ou exacerbar o estado inflamatório, afetando assim o desenvolvimento e a progressão das doenças psiquiátricas e podendo induzir suicidalidade.

Esse achado pode ter importantes implicações para o tratamento integral da psoríase. Os dermatologistas e outros indivíduos que participam do tratamento de pacientes com psoríase devem conhecer e buscar identificar essa associação para identificar indivíduos propensos à suicidalidade. Assim, será possível intervir de forma eficaz, tanto para controlar ou reduzir a gravidade da doença de pele como para evitar essa comorbidade potencialmente fatal. – Dra. Nancy Podoswa

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOSJULHO A DEZEMBRO DE 2017

5

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

3. Estudo valida IL-36 como alvo de novos tratamentos antipsoríase, abrindo caminho para novas abordagens terapêuticasAn analysis of IL-36 signature genes and individuals with IL1RL2 knockout mutations validates IL-36 as a psoriasis therapeutic target. Mahil SK, Catapano M, Di Meglio P, et al. Sci Transl Med. 2017 Oct 11;9(411). pii: eaan2514. doi: 10.1126/scitranslmed.aan2514.

Resumo A família da interleucina 36 (IL-36) (tipos α, β e γ) é uma família de citoquinas IL-1 que são normalmente produzidas em resposta a infecção viral ou traumatismo da pele e possuem um receptor comum que produz efeitos imunomodulatórios. Mutações de perda de função de um dos antagonista do gene do receptor de IL-36 foram descritas na psoríase pustulosa generalizada. Esse achado sugere que a IL-36 pode influenciar a doença. Diversas outras linhas de pesquisa genética e laboratorial também apontam para uma relação entre a IL-36 e a psoríase em placas. O estudo buscou aprofundar a análise da IL-36 como possível alvo para novos tratamentos da psoríase.

A primeira parte do estudo expôs queratinócitos à IL-36 e constatou que, após a exposição, houve sobrerregulação dos mesmos genes encontrados no mapa genético da psoríase mas não nos mapas de outras doenças usadas como controles negativos. Isso sugere que níveis mais elevados de IL-36 podem desencadear a psoríase. Outras análises empregando a IL-17, que é uma citoquina essencial para patogênese da psoríase mostraram que 56% dos genes sobrerregulados pela IL-17 em queratinócitos também estavam foram sobrerregulados pela IL-36. Os queratinócitos expostos à IL-36 também apresentaram aumentos subsequentes da produção de IL-36 (alça de feedback positivo), atraíram células e potencializaram a produção de IL-17. isso talvez explique a inflamação constante observada em placas psoriásicas.

Em seguida, os autores analisaram camundongos pré-tratados com um inibidor de IL-36 e expostos ao imiquimod para induzir dermatite psoriasiforme. Os camundongos tratados apresentaram redução significativa (30%) da acantose e diminuição da infiltração neutrofílica em comparação com os animais tratados apenas com imiquimod. Apesar dessa redução, o tratamento com bloqueio anti-IL-36 não reduziu a dermatite psoriasiforme nesse modelo.

Finalmente, os autores também usaram um registro genético para identificar 12 indivíduos com mutações homozigotas do gene do receptor IL-36 e verificar se a perda da função de IL-36 podia trazer riscos. A análise das histórias clínicas não mostrou nenhum padrão de infecção ou câncer. Seis pacientes foram submetidos a mais exames, incluindo exames laboratoriais, e apresentaram o aumento esperado dos níveis de IL-17 quando as células mononucleares do sangue periférico foram expostas a vacinas.

COMENTÁRIO Melhoras futuras no tratamento da psoríase provavelmente dependerão da descoberta de novas vias imunológicas que participam da patogênese de diferentes subtipos da doença. Esse estudo demonstrou que a IL-36 pode ser relevante para a fisiopatologia da psoríase e que sua inativação genética pode influenciar a saúde imunologica do paciente. Embora ainda não se tenha demonstrado a relevância clínica e a segurança, o bloqueio de IL-36 pode ser explorado como nova opção de tratamento da psoríase, sobretudo na psoríase pustulosa, para a qual ainda existem poucos tratamentos comprovadamente eficazes. – CE

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JULHO A DEZEMBRO DE 2017

6

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

4. Exames de imagem das coronárias de pacientes com psoríase mostram alto risco de formação de placas e melhora com o tratamentoCoronary plaque characterization in psoriasis reveals high-risk features that improve after treatment in a prospective observational study. Lerman JB, Joshi AA, Chaturvedi A, et al. Circulation. 2017 Jul 18;136(3):263-276. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.116.026859.

ResumoNeste importante artigo, Lerman et al. procuram caracterizar melhor a relação entre a inflamação observada na psoríase e o risco de doença coronária. Já era sabido que a psoríase está associada a risco mais elevado de infarto do miocárdio e a diversos marcadores de risco coronário. Para aprofundar os conhecimentos sobre o assunto, o estudo comparou imagens da artérias coronárias de pacientes e de controles para avaliar os efeitos relativos da psoríase. Foram realizadas angiotomografias coronárias em pacientes com psoríase, em pacientes com psoríase cerca de 10 anos mais velhos que os pacientes com psoríase e em voluntários saudáveis a fim de avaliar o volume total de placas coronárias, o volume de lesões não calcificadas e a presença ou não de placas de alto risco. Já foi demonstrado que o volume total e o volume de lesões não calcificadas das artérias coronárias permite prever eventos cardíacos. Pacientes com psoríase apresentaram volume de lesões maior, mais lesões não calcificadas e mais placas de alto risco que voluntários saudáveis. A psoríase apresentou forte associação com alto risco de formação de placas, que foi cerca de seis vezes maior que na população saudável apresentou distribuição independente dos fatores tradicionais de risco cardíaco. Comparados com pacientes mais velhos com hiperlipidemia, pacientes com psoríase apresentaram aumento do volume de placas não calcificadas e números semelhantes da placas de alto risco, apesar de serem mais jovens e de apresentarem os fatores de risco tradicionais com menos frequência. Os primeiros 50 pacientes com psoríase foram acompanhados por um ano e o exame de imagem foi repetido. Outro achado interessante é que melhoras do índice Psoriasis Area and Severity Index (PASI) ao longo do ano foram acompanhadas de melhoras significativas do volume total de placas e do volume de lesões

não calcificadas após ajuste para outros fatores de risco coronário. Por outro lado, pioras do PASI ao longo do ano foram associados com aumento do volume de placas não calcificadas.

COMENTÁRIO Esse artigo traz importantes evidências de que não existe apenas uma associação entre a psoríase e a doença coronária, mas sim que ambas possuem uma base inflamatória. A psoríase pode ser um fator de risco “oculto,” que atualmente não recebe o mesmo reconhecimento que os lipídios, pressão arterial e obesidade. Mesmo em pacientes com psoríase que apresentam poucos fatores de risco cardíaco tradicionais, os dermatologistas e outros médicos devem considerar que o risco cardíaco é semelhante ao de um paciente mais velho e com risco mais elevado. Pacientes com psoríase podem necessitar de prevenção (dieta e exercícios), monitoramento cardíaco e talvez até intervenções (p.ex. estatinas) que não seriam indicadas se não fosse pela psoríase. A outra mensagem importante desse artigo é que o tratamento bem-sucedido da psoríase pode melhorar os sinais de risco cardíaco, mesmo depois de apenas um ano. Ao escolher a intensidade do tratamento da psoríase moderada a grave, é preciso ponderar as crescentes evidências de que a redução da inflamação no corpo inteiro não afeta apenas a pele e as articulações, mas também pode reduzir o risco de comorbidades grave e até fatais. A psoríase é uma doença sistêmica. Os dermatologistas devem interagir com outros profissionais de saúde acompanhar os pacientes de forma multidisciplinar, tratando tanto a pele como as possíveis repercussões graves da inflamação crônica. – CE

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JULHO A DEZEMBRO DE 2017

7

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

5. Estudo revela novas evidências de que a redução da gravidade da psoríase também reduz a inflamação vascular Association between skin and aortic vascular inflammation in patients with psoriasis: a case-cohort study using positron emission tomography/computed tomography. Dey AK, Joshi AA, Chaturvedi A, et al. JAMA Cardiol. 2017 Sep 1;2(9):1013-1018. doi: 10.1001/jamacardio.2017.1213.

ResumoA inflamação vascular demonstrada pela tomografia por emissão de pósitrons com fluorodeoxiglicose (PET/TC com FDG) é um importante biomarcador de risco cardiovascular. A psoríase, sobretudo as formas mais graves da doença, também foi associada com inflamação vascular medida por PET/TC com FDG. Isso sugere que existe uma relação entre inflamação da pele e doença vascular.

Os autores realizaram um estudo de observação prospectiva de coorte para investigar a associação entre melhora da doença cutânea e melhora da inflamação vascular aórtica, além de caracterizar o impacto do tratamento anti-TNF sobre a inflamação vascular.

Usando a inflamação vascular medida por PET/TC com FDG, os autores postularam que a melhora da gravidade da psoríase seria associada com melhora da inflamação vascular após um ano. Um total de 115 pacientes forma recrutados e acompanhados por até um ano. O grupo do estudo consistia em homens de meia idade (média 50,8 anos), com maioria de homens, diagnóstico comprovado de psoríase em placas moderada (escore PASI médio 5,2) e baixo risco cardiovascular segundo o escore de Framingham. Todos os pacientes foram submetidos a PET/TC com FDG no início do estudo e depois de um ano. Todos os exames foram interpretados com mascaramento em relação às características do paciente.

A psoríase foi tratada de diversas maneiras, incluindo tratamentos tópicos, fototerapia, drogas sistêmicas e

agentes biológicos. A correlação entre a gravidade da psoríase e a inflamação inicial foi estudada. Após um ano de acompanhamento, a coorte apresentou melhora em vários biomarcadores, incluindo colesterol em lipoproteína de alta densidade e proteína C reativa de alta sensibilidade. A redução da gravidade da doença cutânea foi associada com redução da inflamação vascular. Quanto mais acentuada a diminuição da gravidade da psoríase (PASI > 75), melhor a redução da inflamação vascular. Uma análise de subgrupo de pacientes tratados com anti-TNF mostrou redução significativa da gravidade da psoríase e redução significativa da inflamação vascular.

COMENTÁRIO Esse estudo oferece mais evidências de que a psoríase é uma doença sistêmica e que seu controle pode ajudar a combater a inflamação vascular. Isso foi demonstrado pela melhora observada em exames de imagem altamente sensíveis à inflamação vascular — no caso PET/TC com FDG — e nos níveis de biomarcadores inflamatórios. Embora o estudo não tenha sido projetado para demonstrar causalidade, seus achados sugerem que a redução da gravidade ou regressão completa da doença podem ajudar a reduzir o risco futuro de eventos cardiovasculares e, com isso, melhorar a morbimortalidade cardiovascular. Alguns estudos de observação descreveram uma redução da incidência de doença vascular em pacientes cuja psoríase foi bem controlada. Para confirmar essa hipótese, serão necessários ensaios clínicos randomizados com períodos de observação prolongada. ■ – NP

REVISÃO SEMESTRAL DOS CINCO PRINCIPAIS ARTIGOS JULHO A DEZEMBRO DE 2017

8 Saber mais | Cuidar melhor

It begins with a promise to discover medicines that make life better.Since 1876, we have worked tirelessly to develop and deliver trusted medicines that meet real needs, finding ways to come through no matter the odds. From the development of insulin to the discovery of new treatments for mental illness, we have pioneered breakthroughs against some of the most stubborn and devastating diseases. We bring this same determination to our work today, uniting our expertise with the creativity of research partners across the globe to keep finding ways to make life better.

To find out more about our promise, visit www.lilly.com/about.2016 CA Approved for External Use PRINTED IN USA ©2016, Eli Lilly and Company. ALL RIGHTS RESERVED.

Hong Hu, Research Advisor, Lilly Research Laboratories

9Saber mais | Cuidar melhor

Para saber mais, acesse www.psoriasiscouncil.org/cmeonline

Esses programas foram criados em parceria pelo A. Webb Roberts Center for Continuing Medical Education da Baylor Scott & White Health (Dallas, TX) e pelo Conselho Internacional de Psoríase. As atividades receberam apoio de verbas educativas da Janssen Scientific Affairs, LLC, Lilly e Sun Pharma.

O Conselho Internacional de Psoríase (IPC) tem o prazer de anunciar uma série de atividades educativas acreditadas desenvolvidas especialmente para clínicos que cuidam de pacientes com psoríase. Esses programas proporcionarão uma experiência online informativa e envolvente, apresentada por especialistas de renome em psoríase.

TEMAS: Fatores comportamentais dos pacientes Comorbidades e complicações Abordagens terapêuticas adaptadas ao paciente Novos tratamentos para psoríase

Individualização do tratamento da psoríase: Empoderando clínicos e pacientes para tomarem decisões bem informadas em equipeWebseminário filmado na Reunião Anual da Academia Americana de Dermatologia em 2017Diretor do Programa Alan Menter, MD; Responsável: April Armstrong, MD, MPH e Christine Bundy, PhD, C Psychol AFBPSVálido para 2,0 créditos AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 8/2018

Avanços em psoríase: Foco em novos tratamentos e em novas abordagensWebseminário filmado no Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia em 2017Diretor do Programa Peter van de Kerkhof, MD, PhD; Responsáveis: Claudia de la Cruz, MD e Mark Lebwohl, MDVálido para 1,5 crédito AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 10/2018

Desafios clínicos em psoríase: Melhorando o padrão de tratamentoWebseminário gravado durante webconferência realizada via WebExDiretor do Programa Peter van de Kerkhof, MD, PhD; Responsáveis: Caitríona Ryan, MD e Jashin J. Wu, MDVálido para 1,0 crédito AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 11/2018

Comorbidades e psoríase: Casos difíceis comentados por especialistas internacionaisDuas atividades interativas baseadas em casos para ajudar você a cuidar melhor de casos complexos. Psoríase, síndrome metabólica e gravidez. O tratamento da psoríase e o manejo do risco de linfoma.Diretor do Programa Alan Menter, MD; Responsável: Elise Kleyn, MD, PhDVálido para 1,0 crédito AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 6/2019

ATIV

IDAD

ES O

N-L

INE

10

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

Evento internacional discute tópicos relacionados à psoríase, incluindo neuroimunologia da pele, genética, imunologia e impacto econômico dos agentes biológicosThomas Scharnitz, MD

Thomas Scharnitz se formou em medicina pela Pennsylvania State University, concluiu internato em medicina interna na Universidade da Virginia e atualmente é residente segundanista do Serviço de Dermatologia da Universidade de Michigan.

A Dermatologia Investigativa International (IID) é uma sociedade formada pela Sociedade de Dermatologia Investigativa (SID) dos Estados Unidos, pela Sociedade Europeia de Pesquisa em Dermatologia (ESDR) e pela Sociedade Japonesa de Dermatologia Investigativa (JSID). Em maio de 2018, a IID realizou seu sétimo e último congresso em Orlando, na Flórida. Desde 1989, a IID reúne a cada 5 anos alguns dos melhores pesquisadores em todas as áreas da dermatologia a fim de promover a cooperação internacional. A entidade mudará oficialmente de nome para “Society of Investigative Dermatology” (ISID) (Sociedade Internacional de Pesquisa em Dermatologia) e realizará seu primeiro congresso na Ásia em 2023. O último congresso da IID, que foi realizado em maio, contou com algumas das mentes mais brilhantes em pesquisa dermatológica, entre eles muitos pesquisadores em psoríase que mostraram seus mais recentes resultados.

No dia de abertura, o IPC apresentou um fórum com várias palestras sobre mecanismos da doença em psoríase. A atividade foi coordenada pelos Conselheiros Johann Gudjonsson, MD, PhD (Universidade de Michigan, Estados Unidos) e Hervé Bachelez, MD, PhD (Hôpital Saint-Louis e Sorbonne Paris Cité Université, França). As apresentações abordaram diversos temas, desde a genética da psoríase à modelagem da inflamação psoriásica em camundongos. O simpósio do IPC foi encerrado com diversos excelentes pôsteres elaborados por pesquisadores do mundo inteiro.

As principais aulas relacionadas à psoríase apresentadas por conselheiros do IPC e outras autoridades em psoríase no congresso da IID são resumidas a seguir.

Palestra “Rising Star”Na cerimônia de abertura, o Dr. Johann Gudjonsson, que desenvolve pesquisas em psoríase e autoimunidade, foi

escolhido por seus colegas para apresentar uma das “Rising Star Lectures” (palestras de pesquisadores emergentes), onde apresentou suas pesquisas sobre dimorfismo sexual na autoimunidade. Ele descreveu as pesquisas de seu grupo sobre as diferenças na apresentação de doenças autoimunes em função do sexo do paciente. O grupo sequenciou o RNA de 82 pacientes saudáveis e encontrou 661 genes que variavam em função do gênero. Também foi constatado que o fator de transcrição VGLL3 atua como regulador de mais de 200 genes que são mais expressos em mulheres, mais da metade dos quais está envolvida em doenças autoimunes. Na pele de mulheres, os níveis de mRNA de VGLL3 medidos por qPCR foram quase cinco vezes maiores que em homens, e o knockdown de VGLL3 em células de mulheres diminuiu os níveis de mRNA de outros genes associados ao lúpus eritematoso sistêmico em mulheres, como o BAFF e o ITGAM. Além disso, a sobrexpressão de VGLL3 em modelos de camundongo transgênico produziu fenótipos de pele distintos, com semelhança clínica e histológica com o lúpus humano, incluindo a assinatura de interferon tipo 1 (IFN-1), que é característica do lúpus. As primeiras evidências sugerem que o VGLL3 e regulado por epigenética. São necessários mais estudos para caracterizar melhor sua expressão.

Neuroimunologia da peleDurante a sessão intitulada Neuroimunologia da Pele, a Conselheira do IPC Nicole Ward, PhD (Case Western Reserve University, Ohio, Estados Unidos), que é diretora da SID, apresentou um estudo realizado por ela e sua equipe. Usando três modelos de psoríase em camundongo (KC-Tie2, imiquimod e IL-21), os pesquisadores desnervaram os animais na linha média e observaram resolução clínica ipsolateral das placas psoriasiformes e diminuição significativa e prolongada de células dendríticas CD11+, acantose e células T CD4+. Também foi realizado PCR em microarray dos gânglios da raiz dorsal, que revelou aumento acentuado da substância P (SP) e do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). Um achado notável foi que tanto os camundongos desnervados com reintrodução de SP e CGRP como os camundongos com nervos intactos nos quais esses mediadores foram bloqueados mostraram que a SP e a CGRP afetam populações de células T, que a CGRP isolada afeta os queratinócitos e que a SP isolada afeta as células dendríticas. Em situações, clínicas, os pesquisadores aplicaram botox em camundongos

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO CONGRESSO DE 2018 DA DERMATOLOGIA INVESTIGATIVA INTERNATIONAL (IID)

11

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

KC-Tie2 e observaram regressão das lesões semelhante à obtida com hemidesnervação cirúrgica. A regressão de uma paca psoriásica humana após injeção de botox também foi demonstrara em um paciente em colaboração com a Drª. Erin Gilbert (Nova York, Estados Unidos). A resposta durou um total de 7 meses. Essa interessante linha de pesquisa ilustra a complexidade da patogênese e das vias da psoríase.

Genética e imunologiaAnkit Srivastava, PhD, do Instituto Karolinska (Estocolmo, Suécia) apresentou os trabalhos de seu grupo sobre processos na psoríase que envolvem participação do miRNA na diferenciação de queratinócitos (KC), apoptose de células T e interação entre células imunes KC. Para avaliar as assinaturas de miRNA específicas de células, os autores analisaram o miRNA de células epidérmicas que expressam CD45 de controles normais. Os autores observaram expressão diferencial de 104 miRNAs — alguns conhecidos, outros novos. O padrão demonstrou subregulação significativa de miRNA em pele lesionada. Também foi demonstrado que o miR-149 regula negativamente a resposta inflamatória induzida por IFN-γ (expressão de IL-6) em queratinócitos. Isso sugere que a subregulação de miR-149 pode contribuir para a patogênese e aponta para a necessidade de novos estudos funcionais da interação entre miRNAs e tratamentos tópicos.

Pacientes com psoríase apresentaram concentrações maiores de células linfoides inatas do tipo 3 (ILC3) no sangue periférico e na pele (lesionada ou não), mas a importância patogênica desse achado ainda não foi esclarecida. Injetando linhagens celulares purificadas no modelo de camundongo bege com SCID, Amos Gilhar (Russell Berrie Nanotechnology Institute, Haifa, Israel) demonstrou que a injeção de células Th17/Tc17 produziu lesões psoriásicas em xenoenxertos humanos em todos os camundongos usados como controles positivos (com células mononucleares de sangue periférico ativadas por IL2), em nenhum camundongo usado como controle negativo (CD3-NKp44) e em 83% dos camundongos que receberam células TH17/Tc17. Esse padrão comprovou a hipótese de que células ILC3 extraídas de CMSP induzem lesões psoriasiformes em 77% dos camundongos e que essas lesões apresentam as características macroscópicas e morfológicas esperadas. O estudo mostrou as primeiras evidências funcionais de produção de lesões psoriasiformes por ILC3 em pele humana in vivo, indicando a necessidade de mais pesquisas sobre a patogênese, que poderão revelar novos alvos terapêuticos.

Muitos pacientes com psoríase apresentam placas residuais cobrindo 1% a 5% da área de superfície corporal (ASC).

Kathleen Smith, PhD (AbbVie, Massachusetts, Estados Unidos) comparou a expressão de miRNA histologia e separação celular ativada por fluorescência (FACS) de células hematopoiéticas em amostras de biópsia de pele em placas residuais, psoríase não tratada e controles saudáveis. A expressão de mRNA apresentou características semelhantes em todas as placas: as placas residuais continuaram apresentando as principais vias da psoríase, expressão e sinalização de citoquinas e quimioquinas comumente associadas à psoríase e nenhum sinal de outra via fisiopatológica. O exame histológico das placas residuais revelou supressão focal com agregados imunes ativos na derme embaixo das áreas ativas e das células inflamatórias locais. Postulou-se que a carga inflamatória é mais elevada em algumas placas psoriásicas e que essas placas não respondem à monoterapia em doses convencionais. Os autores também postularam que, no futuro, poderão ser usadas bordagens separadas para atingir partes diferentes do circuito inflamatório a fim de limpar placas residuais.

Tratamentos e agentes biológicos O risanquizumabe é um novo agente anti-Interleucina (IL)-23 que atua na subunidade p19. Em um estudo randomizado de fase 2, Tibor Pakozdi (Universidade de Harvard, Massachusetts, Estados Unidos) comparou a eficácia clínica do risaquizumabe (uma dose de 18 mg na semana 0 ou doses de 90 ou 180 mg nas semanas 0, 4 e 16) com a do ustequinumabe. O grupo demonstrou que os grupos que receberam risanquizumabe (90 ou 180 mg) apresentaram proporção maior de PASI 90 na semana 12. A análise de expressão gênica diferencial por sequenciamento de RNA de 58 biópsias pareadas confirmou inibição específica de genes biomarcadores da doença e das vias de sinalização da IL-23, com claros efeitos relacionados à dose. Além disso, o risanquizumabe 180 mg produziu repressão mais acentuada do eixo IL-17/23 e dos genes relacionados à psoríase que o ustequinumabe 90 mg, e a redução da assinatura apresentou correlação com a resposta PASI.

Os agentes biológicos são frequentemente preferidos às drogas sistêmicas porque produzem taxas de resposta melhores, mas ainda restam dúvidas relacionadas aos seus graves efeitos colaterais. Usando dados do British Association of Dermatologists Biologic Interventions Register (BADBIR, um registro de farmacovigilância em psoríase,) a Drª. Kayleigh Mason, da Universidade de Manchester (Reino Unido) calculou a razão de chances da presença ou não de carcinoma queratinocítico (CQ) em pacientes sem história da doença a partir do momento em que foi iniciado o primeiro agente

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO CONGRESSO DE 2018 DA DERMATOLOGIA INVESTIGATIVA INTERNATIONAL (IID)

12

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

biológico. O estudo não demonstrou nenhum aumento significativo do risco de desenvolvimento de CQ inicial em pacientes tratados com agentes biológicos, sugerindo que esses medicamentos são seguros em populações em risco. A Drª. Kayleigh Mason pretende acompanhar essas coortes por períodos prolongados, pois o tempo de acompanhamento mediano do estudo (2,5 anos) foi curto em relação à patogênese do CQ.

Em seu trabalho no consórcio Psoriasis Stratification to Optimise Relevant Therapy (PSORT), Rosa Ejarque (King’s College, Londres, Reino Unido) vem buscando identificar os efeitos dos alvos celulares e moleculares do adalimumabe monitorando a translocação do fator nuclear κB (NF-κB), que facilita a entrada de células pró-inflamatórias e a proliferação de queratinócitos. Vinte pacientes com psoríase tiveram amostras de sangue monitoradas a partir do início do tratamento com adalimumabe. Após estimulação das amostras com TNF, IL-17 ou TNF e IL17, os níveis de NF-κB foram quantificados a de acordo com o discriminante de Fisher. A autora constatou que o TNF induziu translocação de NF- κB em células imunes de pacientes com psoríase, ao passo que o IL-17 produziu efeitos apenas em sinergia com a IL-17. O adalimumabe se mostrou um potente inibidor da translocação de NF-κB induzida por TNF em células linfoides. Esse efeito foi menos acentuado em células dendríticas e não foi observado em monócitos nem em neutrófilos. Outro achado interessante é que esse mecanismo não influenciou a resposta clínica: a inibição do NF-κB inibido pelo TNF pelo adalimumabe não apresentou nenhuma correlação com a resposta ao tratamento em médio prazo.

O aumento do risco de eventos adversos cardiovasculares graves (EACG) e a mortalidade relacionada de pacientes com psoríase já foi bem estabelecida. Muitos importantes estudos foram conduzidos pela equipe do Conselheiro do IPC Joel Gelfand na Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos. Eles buscaram determinar os efeitos do adalimumabe e da fototerapia (UVB de banda estreita) sobre a inflamação da aorta usando tomografia PET com 18FDG, biomarcadores inflamatórios, dosagens de lipídios e metabolismo. Não houve diferenças significativas na variação da inflamação aórtica em nenhum dos grupos (adalimumabe sem mascaramento após 12 e 52 semanas ou UVB de banda estrita após 12 semanas) em comparação com placebo. Após 12 semanas, o UVB de banda estreita melhorou os níveis de HDL-P, proteína C reativa e IL-6, e o adalimumabe melhorou os resultados de proteína C reativa, TNF-α, IL-6 e GlycA. Após 52 semanas, o adalimumabe produziu melhoras no HDL, não afetou o metabolismo da insulina e produziu efeitos diversos sobre a inflamação

(aumento de IL-6 e redução de proteína C reativa, TNF-α e GlycA). Os autores concluíram que as melhoras na incidência de EACG em estudos de inibidores de TNF talvez não sejam mediados pela inflamação vascular mas sim por outros mecanismos, tais como redução de marcadores inflamatórios como o GlycA, que é um preditor de doença coronária.

Alessio Mylonas (Universidade de Lausanne, Suíça) estudo o mecanismo da psoríase paradoxal, uma complicação que acomete 2% a 5% dos pacientes tratados com agentes anti-TNF, e observou expressão de IFN-1 mais acentuada que na psoríase em placas clássica. Usando um novo modelo de tratamento de camundongos com anti-TNF, os autores demonstraram infiltração precoce de células dendríticas plasmacitoides e perda de maturação seguida de aumento acentuado da expressão de IFN-1. Constataram também que a inflamação paradoxal da psoríase é independente de células T e que os modelos de psoríase paradoxal não apresentavam células T CD8+. O estudo do perfil de citoquinas das lesões mostrou que o bloqueio de IL-17 foi completamente ineficaz, o de IFN-γ piorou visivelmente o fenótipo e o de IL-22 quase o eliminou. Esse padrão sugere que o IL-22 é um importante medidor distal do IFN-1. Outro achado que respalda essa teoria é a sobrerregulação do receptor α1 de IL-22. Isso sugere que, na psoríase paradoxal, o epitélio pode ser condicional pela IL-22 a apresentar uma resposta inflamatória.

Epidemiologia e evolução clínicaUm estudo transversal realizado e apresentado por Nazanin Ehsani-Chimeh (Universidade Southern California, Estados Unidos) analisou o impacto econômico da psoríase em pacientes que usavam agentes biológicos e comparou os resultados com os obtidos com drogas orais. Usando dados de renda doméstica ajustados para inflação entre 2003 e 2015 obtidos do painel Medical Expenditure Panel Survey (MEPS) , os autores compilaram dados sobre indicadores econômicos pessoas como idade, sexo, raça, etnia, escolaridade e cobertura de seguro-saúde. Usando análise de regressão múltipla, o estudo concluiu que os pacientes com psoríase que usaram agentes biológicos obtiveram mais ganhos econômicos e ganharam salários maiores.

Assim como no estudo anterior, Nicole Salame, também da Universidade Southern California, apresentou um estudo que comparou o estresse psicológico de pacientes com psoríase que usaram agentes biológicos ou outros tratamentos. Os autores do estudo usaram os dados do MEPS de acordo com três escalas (K6, PHQ-2 e SF12-v2) para medir a tensão psicológica e a saúde mental. O estudo observou que os pacientes que receberam agentes biológicos apresentaram

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO CONGRESSO DE 2018 DA DERMATOLOGIA INVESTIGATIVA INTERNATIONAL (IID)

13

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

melhoras significativas em todas as escalas em comparação com os que receberam agentes orais. e concluiu que pacientes tratados com agentes biológicos sofreram muito menos tensão e apresentaram melhor saúde mental. Outro achado destacado pelo autores foi a importância da triagem de problemas de saúde mental realizada pelo dermatologista em pacientes com psoríase.

As discrepâncias no tratamento dermatológico ambulatorial continuam sendo um problema complexo e importante em todos os Estados Unidos. Usando dados do MEPS, Raghav Tripathi (Universidade Case Western Reserve, Estados Unidos) analisou 10.000 pacientes diagnosticados com doenças dermatológicas entre 2007 e 2015. Os autores desse estudo usaram um modelo de regressão logística multivariada em fatores informados pelos próprios pacientes, tais como idade, raça, educação, cobertura de seguro-saúde e renda e analisaram, como principal desfecho do estudo, a possibilidade do paciente receber tratamento dermatológico, Foram encontradas discrepâncias significativas na razão de chances em relação à raça (RC 0,41 para raça negra e 0,54 para raça hispânica), baixa renda (0,5), idade (menos de 34 anos, 0,29) e falta de cobertura de seguro-saúde (0,48). Essas diferenças demonstram a urgência de melhorar o acesso e a promover a utilização do tratamento dermatológico nessas populações.

Embora a demência seja prevalente na sociedade em geral, ainda existem poucos estudos sobre demência em

pacientes com psoríase. Em sua apresentação, Krystal Mitchell (Northwestern University, Estados Unidos) discutiu a prevalência de demência em pacientes de 40 a 89 anos de idade em uma grande análise retrospectiva em mais de 150.000 pacientes. Usando um modelo de regressão multivariada ajustado para idade, raça e gênero, os autores constataram aumento significativo do risco de demência em todos os pacientes com psoríase (razão de chances ajustada 1,30), com risco significativamente maior em mulheres (RCa 1,38). Os autores salientaram a importância de se continuar explorando a relevância clínica, estratégias de manejo e estratificação da demência em subtipos, em especial a demência vascular.

ConclusãoO sétimo congresso da IID, o último evento realizado pela entidade, mostra o quanto a psoríase continua sendo alvo de importantes pesquisas dermatológicas. Seja em genética, epidemiologia ou novos tópicos, os pesquisadores continuam expandindo o conhecimento sobre a psoríase e seus mecanismos. Como a dermatologia continua avançando, podemos imaginar as novidades que serão apresentados no primeiro congresso da ISID na Ásia em 2023. A novas sociedades médicas e pessoas que vierem participar do ISID continuarão contribuindo para a tradição de inovação excelência do IID. Os pesquisadores do IPC e outros pesquisadores que investigam a psoríase continuarão dando importantes contribuições para o tratamento de pacientes que precisam conviver com a doença. ■

FOCO NA PSORÍASE: RESUMO DO CONGRESSO DE 2018 DA DERMATOLOGIA INVESTIGATIVA INTERNATIONAL (IID)

Resumo online: Reunião anual da Academia Americana de Dermatologia de 2018Se você não foi à reunião anual de 2018 da Academia Americana de Dermatologia, realizada em San Diego, na Califórnia no início deste ano, o IPC colocou um resumo do evento em seu site, destacando as principais apresentações sobre psoríase feitas por renomados especialistas. Várias sessões atraíram muitos participantes, ansiosos em saber mais sobre tópicos como a eficácia de novos tratamentos biológicos, tratamento da psoríase na gravidez, eficácia de agentes biológicos no tratamento da inflamação cardiovascular na psoríase, entre outros temas. Nicole Gobari publicou um resumo, que está disponível no link bit.ly/2aad18.

14 Saber mais | Cuidar melhor

PEOPLE. PASSION.POSSIBILITIES.®

ADDRESSING THE TOUGHEST DERMATOLOGY CHALLENGES TAKES ALL OF US.

That’s why we collaborate each day with physicians, academics, clinical experts, peers, and others. Together, we can truly make a difference for patients. As a global biopharmaceutical company, we use our expertise, knowledge, resources, and passion to impact millions around the world. At AbbVie, our solutions start with science but end with a new way forward. For all of us.

AbbVie focuses on many therapeutic areas, including our commitment to lead the way in dermatology.

abbvie.com

15

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

O simpósio ‘What’s new’ do IPC explorou tópicos como a psoríase ungueal, novas moléculas de drogas, medicamentos anti-IL-23 e atualizações sobre o tratamento da psoríaseDaniela Armijo, MD

A Drª. Daniela Armijo é ‘‘residente terceiranista da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile. Além de publicar quatro artigos em revistas internacionais, ela apresentou casos na Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA). Seu principal interesse é unir a prática clínica com pesquisas laboratoriais, assim como o tratamento

da psoríase de forma holística. No início de 2018, Dr. Daniela Armijo foi nomeada fellow do IPC. Ela estudará com o Prof. Chris Griffiths, Presidente Anterior do IPC, na Universidade de Manchester no Reino Unido.

Na 36ª Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA) realizada em abril em Cancún, no México, o IPC patrocinou um simpósio intitulado “What’s New in Psoriasis: An Update by the International Psoriasis Council.” [Novidades em psoríase: sessão de atualização do Conselho Internacional de Psoríase] Apresentamos a seguir um resumo das palestras apresentadas durante o evento.

Meta-análises de tratamentos antipsoriásicos: Resultados e abordagem práticaO Conselheiro do IPC Dr. André V. Esteves de Carvalho (Brasil) apresentou uma análise crítica de meta-análises publicadas recentemente sobre o tratamento da psoríase.

Tratamentos farmacológicos sistêmicos da psoríase em placas crônica: uma meta-análise em rede Usando uma meta-análise de rede para avaliar várias estratégias de tratamento da psoríase, os autores analisaram 109 ensaios clínicos randomizados (ECRs) que acompanharam 39.882 pacientes com psoríase moderada a grave ou artrite psoriásica. O objetivo do estudo foi comparar a segurança e eficácia de agentes sistêmicos convencionais, moléculas pequenas, agentes biológicos anti-TNF-α, anti-IL12/23, anti-IL-17, anti-IL23 e de outros tipos (p.ex. alefacepte, itolizumabe). A meta-análise demonstrou que os agentes biológicos foram mais eficazes em atingir PASI 90 durante a fase de indução (menos de 24 semanas após a randomização) que tratamentos com moléculas pequenas ou agentes sistêmicos convencionais. Não se observou nenhuma

diferença entre drogas ou placebo em relação ao risco de eventos colaterais graves.1

Tratamentos tópicos para psoríase do escalpo Essa meta-análise abrangeu 59 ensaios clínicos randomizados com 11.561 pacientes e avaliou a segurança e eficácia do tratamento tópico da psoríase do escalpo. Os resultados mostraram que uma combinação de corticoides e vitamina D (p.ex. dipropionato de betametasona e calcipotriol) e corticoides de potência alta ou muito alta foram mais eficazes e causaram menos eventos adversos que a vitamina D isolada. A associação de dois compostos produziu poucos benefícios além dos obtidos com a monoterapia. A avaliação de outros tratamentos tópicos foi limitada.2

Efeitos do agentes biológicos e risco de eventos adversos cardiovasculares graves (EACGs) em pacientes com psoríase: uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizadosEsse estudo foi uma meta-análise de grande porte que analisou o risco de EACGs em pacientes adultos com psoríase em placa expostos a agentes biológicos. Após análise de 38 ECRs e 18.024 pacientes, não se observou nenhuma diferença estatisticamente significativa no risco de EACGs associados com o uso de agentes biológicos.3

O IPC NA 36ª REUNIÓN ANUAL DE DERMATÓLOGOS LATINOAMERICANOS (RADLA)

Comemorando o sucesso do simpósio do IPC na RADLA em Cancún, no México (da esquerda para a direita): Christy Langan (CEO do IPC), Conselheiro Matías Maskin, Membros do IPC Ricardo Romiti e Claudia de la Cruz, Conselheiro do IPC André Carvalho, a apresentadora Tatjana Maul e o Conselheiro do IPC Fernando Valenzuela.

16

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

Risco de infecções graves em pacientes com psoríase tratados com agentes biológicos: revisão sistemática e meta-análiseNesse estudo, os pesquisadores realizaram uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios randomizados controlados e estudos de coorte prospectivos que descreveram infecções graves em pacientes tratados com agentes biológicos aprovados para psoríase. Os autores analisaram 32 ensaios clínicos randomizados (13.359 participantes) e um estudo de coorte (4.993 participantes) e não encontraram nenhuma associação entre tratamentos biológicos e infecções graves. A análise do estudo de coorte prospectivo, que apresentou dados de baixa qualidade, sugeriu que apenas o adalimumabe foi associado com risco significativamente maior de infecções graves em adultos em comparação com outros tratamentos à base de retinoides ou fototerapia.4

Psoríase unguealO Membro do IPC Dr. Ricardo Romiti (Brasil) discutiu a “Psoríase ungueal e opções terapêuticas baseadas em evidências.”

Cerca de 50% dos pacientes com psoríase apresentam envolvimento ungueal. Essa complicação tem incidência em vida de 80% a 90%.5,6, é mais comum em casos de doença prolongada com escore PASI elevado6 e está associada com dor desconforto, piora da qualidade de vida e escores mais elevados no Dermatology Quality of Life Index (DLQI).7 O tratamento da psoríase ungueal é frequentemente visto como ineficaz, em parte porque existem poucas diretrizes formais ou métodos de avaliação dos resultados.6

As opções de tratamento disponíveis atualmente são educação do paciente, evitar traumatismos repetitivos nas unhas, gerenciar expectativas e tratamento de eventuais onicomicoses, que ocorrem até 50% dos casos.5

Algumas opções de tratamento tópico são os corticoides de alta potência e os análogos da vitamina D. O clobetasol e o calcipotriol se mostraram mais eficazes contra a hiperqueratose ungueal em até 70% dos casos.6

O esmalte com clobetasol a 8% produziu melhoras clínicas significativas em comparação com concentrações menores8, e a associação de calcipotriol e betametasona uma vez por dia por 12 semanas produziu melhora de 72% no escore Nail Psoriasis Severity Index (NAPSI) de psoríase ungueal. Ainda existem poucos dados que respaldem a segurança e eficácia da aplicação de corticoides intralesionais, mas essa

modalidade pode ser usada por profissionais treinados para tratar psoríase ungueal localizada em casos com poucas unhas acometidas.

Outros agentes tópicos que se mostraram eficazes são a ciclosporina tópica, tazaroteno, tacrolimus, antralina, psoraleno e ultraviolet A therapy (PUVA) e Indigo naturalis (Lindiol).5,8 Em março, o Food and Drug Administration dos EUA aprovou a inclusão de dados sobre psoríase ungueal moderada a grave na bula para pacientes com psoríase em placas moderada a grave.

Entre os tratamentos sistêmicos, a opção de primeira linha recomendada é o metotrexato. Sua eficácia deve ser avaliada após seis meses de tratamento.

Podem ser usadas outras drogas como a ciclosporina e a acitretina; mais recentemente, o apremilaste surgiu como nova opção terapêutica.5,9

Os agentes biológicos devem ser indicados apenas em casos graves refratários a outros tratamentos tópicos ou sistêmicos.

Objetivos terapêuticos e qualidade de vidaO Conselheiro do IPC Dr. Fernando Valenzuela (Chile) apresentou uma palestra sobre “Novos objetivos terapêuticos: PASI 75 e PASI 90.”

Nos últimos 15 anos, a resposta PASI 75 (melhora de 75% em relação ao início) ou um escore DQLI de 0 ou 1 foram as metas padrão para o tratamento da psoríase. Alguns estudos demonstraram que pacientes que obtiveram respostas PASI 90 também apresaram escores DLQI mais baixos (0 ou 1).10, 11,12,13 O escore DLQI é considerado um parâmetro mais significativo de melhora clínica. O PASI 90 vem sendo proposto como novo parâmetro de eficácia terapêutica em psoríase, pois esse resultado vem sendo obtido mais frequentemente à medida que drogas mais potentes (p.ex. anti-IL-17 e anti-IL-23) vêm sendo introduzidas para o tratamento da doença. Embora esses dados indiquem que os objetivos do tratamento devem ser modificados, a segurança de longo prazo e os efeitos desses tratamentos sobre as comorbidades ainda é desconhecido. Também cabe notar que essa mudança de paradigma aumentaria o custo dos tratamentos, o que poderia criar dificuldades em algumas partes do mundo.

Em sua apresentação, o Dr. Matías Maskin (Argentina) discutiu as métricas de qualidade de vida em pacientes com

O IPC NA 36ª REUNIÓN ANUAL DE DERMATÓLOGOS LATINOAMERICANOS (RADLA)

17

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

psoríase. A ferramenta mais usada para medir a gravidade e a extensão da psoríase na clínica diária é a área de superfície corporal (ASC) acometida.14 A National Psoriasis Foundation recomenda uma meta de acometimento de 1% ou menos da ASC. Contudo, a ASC e o ASI podem não ser suficientes para demonstrar que o tratamento foi bem-sucedido. Em algumas situações, esses parâmetros podem subestimar ou sobrestimar a gravidade da psoríase, pois eles não consideram os sentimentos do paciente nem a localização das lesões — dois fatores que podem influenciar significativamente a qualidade de vida.14

A qualidade de vida pode ser medida por diversas técnicas, mas é difícil realizá-las rotineiramente na prática clínica. O instrumento mais usado para medir a qualidade de vida é o DLQI, mas ele é criticado porque não considera os sentimentos do paciente e seus resultados podem ser enviesados em função de fatores como a cultura, população de origem, profissão, perfil socioeconômico do paciente.15

Embora haja vários instrumentos de medição disponíveis, o Dr. Matías Maskin salientou que uma boa relação médico-paciente é essencial para determinar metas terapêuticas apropriadas e dar ao paciente uma qualidade de vida aceitável.

Novas moléculas e drogas anti-IL-23A Dra. Claudia de la Cruz (Chile), que é Membro do Conselho do IPC, discutiu “Novas moléculas no tratamento da psoríase.”

O eixo IL-23/IL-17 é essencial na patogênese da psoríase, e foram desenvolvidas novas drogas que agem sobre essas vias. O ustequinumabe é um anticorpo monoclonal que atua contra a subunidade p40, que está presente tanto na IL-12 como na IL-23, e mostrou boa atividade clínica no tratamento da psoríase.

As evidências sugerem que a IL-23 pode ser mais importante que a IL-12 na patogênese da psoríase. Foi proposto que a ação seletiva sobre IL-23 ao inibir a subunidade p19, que é específica para essa citoquina, poderia ser mais seguro e eficaz que o bloqueio de p40, que está presente em duas citoquinas.16 Já foram desenvolvidos três anticorpos monoclonais que agem especificamente sobre a subunidade p19 da IL-23: guselkumabe, tildraquizumabe e risanquizumabe.

Nos estudos de fase 3 VOYAGE1 e 2, o guselkumabe, que é um anticorpo monoclonal contra IL-23/p19, foi superior ao

adalimumabe obter escores 0 ou 1 no Investigator’s Global Assessment (IGA) e PASI 90. A droga foi bem tolerada e eficaz até a semana 48, inclusive em pacientes que não responderam ao adalimumabe.17,18 No estudo de fase 3 NAVIGATE, o guselkumabe se mostrou mais eficaz que o ustequinumabe em pacientes que não obtiveram IGA 0/1 até a semana 16.19

O tildraquizumabe é um anticorpo monoclonal do tipo IgG1 que inibe seletivamente a subunidade p19 da IL-23 e produziu efeitos semelhantes nos estudos de fase 3 reSURFACE 1 e 2. Em ambos os estudos, o tildraquizumabe se mostrou mais eficaz que o placebo e o etanercepte em produzir respostas PGA 0/1 ou PASI 75. Entre os grupos submetidos a intervenções, não se observou nenhuma diferença significativa na incidência de infecções graves, malignidade, eventos adversos cardíacos grave e reações de hipersensibilidade relacionadas a drogas. Um paciente tratado com tildraquizumabe 100 mg no estudo reSURFACE 2 morreu. A causa da morte foi indeterminada, e o paciente sofria de miocardiopatia alcoólica e esteatose hepática.20

Em um estudo duplo-cego de fase 3 randomizado e controlado com placebo e comparador ativo, o anticorpo IgG monoclonal humanizado risanquizumabe, que se liga à subunidade p19 da IL-23, se mostrou mais eficaz que o ustequinumabe em atingir PASI 90 (75,3%/74,8% contra 42,0%/47,5%) e sPGA 0/1 (87,8%/83,7% contra 63,0%/61,6%) na semana 16. Após a retirada da droga, a resposta se manteve por mais de 20 semanas. O perfil de segurança foi semelhante ao do ustequinumabe.21

Esses resultados sugerem que a ação seletiva sobre mediadores patogênicos pode contribuir para o desenvolvimento de droga mais específicas e menos imunogênicas. ■

Referências1. Sbidian E, Chaimani A, Do G, et al. Systemic pharmacological treatments for chronic plaque psoriasis : a network meta-analysis. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Dec 22;12:CD011535.

2. Schlager JG, Rosumeck S, Werner RN, et al. Topical treatments for scalp psoriasis. Cochrane database Syst Rev. 2016 Feb 26;2:CD009687.

3. Rungapiromnan W, Yiu ZZN, Warren RB, Griffiths CEM, Ashcroft DM. Impact of biologic therapies on risk of major adverse cardiovascular events in patients with psoriasis: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Br J Dermatol. 2017;176:890–901.

O IPC NA 36ª REUNIÓN ANUAL DE DERMATÓLOGOS LATINOAMERICANOS (RADLA)

18

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

4. Yiu ZZN, Exton LS, Jabbar-Lopez Z, et al. Risk of serious infections in patients with psoriasis on biologic therapies: a systematic review and meta-analysis. J Invest Dermatol. 2016;136:1584–91.

5. Crowley JJ, Weinberg JM, Wu JJ, Robertson AD, Van Voorhees AS. Treatment of nail psoriasis: Best practice recommendations from the Medical Board of the National Psoriasis Foundation. JAMA Dermatology. 2015;151:87–94.

6. Reich K. Approach to managing patients with nail psoriasis. J Eur Acad Dermatology Venereol. 2009;23:15–21.

7. McGonagle D, Tan AL, Benjamin M. The nail as a musculoskeletal appendage--implications for an improved understanding of the link between psoriasis and arthritis. Dermatology. 2009;218:97–102.

8. Schons KRR, Knob CF, Murussi N, Beber AAC, Neumaier W, Monticielo OA. Nail psoriasis: A review of the literature. An Bras Dermatol. 2014;89:312–7.

9. Rich P, Gooderham M, Bachelez H, et al. Apremilast, an oral phosphodiesterase 4 inhibitor, in patients with difficult-to-treat nail and scalp psoriasis: Results of 2 phase III randomized, controlled trials (ESTEEM 1 and ESTEEM 2). J Am Acad Dermatol. 2016;74:134–42.

10. Torii H, Sato N, Yoshinari T, Nakagawa H. Dramatic impact of a Psoriasis Area and Severity Index 90 response on the quality of life in patients with psoriasis: An analysis of Japanese clinical trials of infliximab. J Dermatol. 2012;39:253–9.

11. Puig L, Thom H, Mollon P, Tian H, Ramakrishna GS. Clear or almost clear skin improves the quality of life in patients with moderate-to-severe psoriasis: a systematic review and meta-analysis. J Eur Acad Dermatology Venereol. 2017;31:213–20.

12. Papp KA, Leonardi CLA, K. Reich B, et al. Comparison of ixekizumab with ustekinumab in moderate-to-severe psoriasis: 24-week results from IXORA-S, a phase 3 study. Br J Dermatol. 2017;177:1014–23.

13. Reich K, Papp KA, Blauvelt A, et al. Tildrakizumab versus placebo or etanercept for chronic plaque psoriasis (reSURFACE 1 and reSURFACE 2): results from two randomised controlled, phase 3 trials. Lancet. 2017;390:276–88.

14. Menter MA, Armstrong AW, Gordon KB, Wu JJ. New treatment paradigms in psoriasis : understanding and incorporating recent and emerging trends treating to target — a realistic goal in psoriasis ? Semin Cutan Med Surg. 2018;37:S45-48.

15. Silva MFP Da, Fortes MRP, Miot LDB, Marques SA. Psoriasis: correlation between severity index (PASI) and quality of life index (DLQI) in patients assessed before and after systemic treatment. An Bras Dermatol. 2013;88:760–3.

16. Puig L. The role of IL 23 in the treatment of psoriasis. Expert Rev Clin Immunol. 2017;13:525–34.

17. Blauvelt A, Papp KA, Griffiths CEM, et al. Efficacy and safety of guselkumab, an anti-interleukin-23 monoclonal antibody, compared with adalimumab for the continuous treatment of patients with moderate to severe psoriasis: Results from the phase III, double-blinded, placebo- and active comparator–. J Am Acad Dermatol. 2017;76:405–17.

18. Reich K, Armstrong AW, Foley P, Song M, et al. Efficacy and safety of guselkumab, an anti-interleukin-23 monoclonal antibody, compared with adalimumab for the treatment of patients with moderate to severe psoriasis with randomized withdrawal and retreatment: Results from the phase III, double-blind, p. J Am Acad Dermatol. 2017;76:418–31.

19. Langley RG, Tsai TF, Flavin S, Song M, et al. Efficacy and safety of guselkumab in patients with psoriasis who have an inadequate response to ustekinumab: results of the randomized, double-blind, phase III NAVIGATE trial. Br J Dermatol. 2018;178:114–23.

20. Reich K, Papp KA, Blauvelt A, et al. Tildrakizumab versus placebo or etanercept for chronic plaque psoriasis (reSURFACE 1 and reSURFACE 2): results from two randomised controlled, phase 3 trials. Lancet. 2017;390:276–88.

21. Papp KA, Blauvelt A, Bukhalo M, et al. Risankizumab versus ustekinumab for moderate-to-severe plaque psoriasis. N Engl J Med. 2017;376:1551-60.

O IPC NA 36ª REUNIÓN ANUAL DE DERMATÓLOGOS LATINOAMERICANOS (RADLA)

19Saber mais | Cuidar melhor

Feel the Science. almirall.com

We are scientists at heart, we work hard to fight skin diseases and conditions, providing medical solutions to healthcare professionals and their patients.

Because your challenge is our commitment.Together, building a better future.

20

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

Cada vez mais agentes biológicos estão disponíveis para tratar a psoríaseDesde o início deste ano, o Food and Drug Administration (FDA) e o Comitê de Produtos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos emitiram várias decisões favoráveis, aumentando o número de tratamentos e indicações aprovadas e atualizando as informações constantes da rotulagem de agentes biológicos e biossimilares usados no tratamento da psoríase.

• O ixequizumabe (Taltz) agora pode ser receitado para psoríase na região genital. O Taltz é o primeiro e único medicamento aprovado pelo FDA para psoríase que inclui esses dados em sua rotulagem. O ixequizumabe foi aprovado pelo FDA inicialmente para tratamento de psoríase moderada a grave em 2016, para artrite psoriásica pelo FDA em dezembro e pela EMA em janeiro. O ixequizumabe, que é fabricado pela Eli Lilly and Company, se liga à interleucina 17 (IL-17) e inibe o processo inflamatório.

• O secuquinumabe (Cosentyx) teve sua rotulagem atualizada duas vezes neste ano. Em fevereiro, o FDA aprovou o secuquinumabe para tratamento de psoríase moderada a grave do escalpo, uma forma da doença de difícil tratamento que ocorre em cerca de metade de todos os pacientes com psoríase. A EMA aprovou a mesma atualização no ano passado. Em junho, o FDA aprovou uma atualização à rotulagem do secuquinumabe que incluiu novas evidências de que a droga inibe a progressão das lesões articulares estruturais na artrite psoriásica. O secuquinumabe já foi aprovado para tratamento da artrite psoriásica pela EMA (em 2015, quando foi aprovada também para espondilite anquilosante) e pelo FDA em 2016. A atualização mais recente inclui evidências de que a droga é eficaz no tratamento da doença com lesão articular.

• Em março, o FDA aprovou o tildraquizumabe-asmn (Ilumya) para tratamento de psoríase moderada a grave em adultos candidatos a tratamento sistêmico ou fototerapia. Com isso, o total de agentes biológicos disponíveis para tratamento da psoríase e da artrite psoriásica nos EUA chegou a 12.* O tildraquizumabe asmn funciona ligando-se seletivamente à subunidade p19 da IL-23, inibindo sua interação com o receptor de IL-23 e, com isso, inibindo a liberação de citoquinas e quimioquinas pró-inflamatórias. A droga é fabricada pela Sun Pharmaceutical Industries Ltd.

• O agente biológico certolizumabe pegol (Cimzia) foi aprovado para tratamento de psoríase em placas moderada a grave em maio deste ano, após ser aprovada em abril pelo CHMP para a mesma indicação. O Cimzia já havia sido aprovado para tratamento de artrite psoriásica, artrite reumatoide, espondilite anquilosante e doença de Crohn. Com essa aprovação, o Cimzia se tornou o primeiro agente anti-TNF peguilado e sem Fc para essa indicação, informou a UCB, o fabricante da droga. O FDA e a EMA também atualizaram a rotulagem para incluir dados que demonstram pouca ou nenhuma passagem transplacentária e risco mínimo de passagem para o leite materno em mulheres com doenças inflamatórias crônicas.

• Em maio, a Comissão Europeia (CE) aprovou o Zessly, um novo biossimilar do infliximabe, para as mesmas indicações que o medicamento de referência, incluindo artrite reumatoide, doença de Crohn e colite ulcerativa (em adultos ou crianças), espondilite anquilosante, artrite psoriásica e psoríase em placas. O Zessly, um medicamento fabricado pela Sandoz, é o quarto biossimilar do infliximabe disponível na Europa e o nono biossimilar aprovado para tratamento da psoríase.

* Os agentes biológicos aprovados pelo FDA para tratamento da psoríase ou da artrite psoriásica são o adalimumabe (Humira), brodalumabe (Siliq), certolizumabe pegol (Cimzia), etanercepte (Enbrel), golimumabe (Simponi), guselkumabe (Tremfya), infliximabe (Remicade), ixequizumabe (Taltz), abatacepte (Orencia), secuquinumabe (Cosentyx), tildraquizumabe-asmn (Ilumya) e ustequinumabe (Stelara).

OUTRAS NOTÍCIAS SOBRE PSORÍASE

21Saber mais | Cuidar melhor

Saber maisCuidar melhor

O IPC lançou o International Fellowship Program, uma nova iniciativa para formar a nova geração de líderes em psoríase. O programa oferece mentoria a jovens dermatologistas

por Conselheiros do IPC, incluindo oportunidades de acompanhamento de atendimento clínico por até um mês e mentoria por um ano. Em 2018, nossos fellows participarão ativamente de programas do IPC junto com os principais líderes de opinião em psoríase no mundo. Eles participarão de atividades clínicas, de pesquisa e ensino, promovendo suas carreiras como líderes em psoríase.

Selecionados entre os melhores jovens dermatologistas do mundo inteiro, os IPC International Fellows se tornarão líderes em psoríase e contribuirão para a missão do IPC de expandir o treinamento na área.

O Programa de IPC International Fellowship recebeu apoio da AbbVie, Amgen, Janssen Biotech, Inc., LEO Pharma e Novartis.

Daniela Armijo, MD, ChileA Drª. Daniela Armijo é residente terceiranista da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile. Além de publicar quatro artigos em revistas internacionais, ela

apresentou casos na Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA). Seu principal interesse é unir a prática clínica com pesquisas laboratoriais, assim como o tratamento da psoríase de forma holística. Ela foi recomendada por Ricardo Romiti, membro do conselho do IPC, e pelo Conselheiro Fernando Valenzuela.

Durante o fellow em 2018, ela acompanhará com o Prof. Christopher Griffiths, OBE, MD, FRCP, na Universidade de Manchester, no Reino Unido, e irá ao 27º Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, que será realizado em Paris.

Jiaqi Chen, PhD, ChinaA Drª. Jiaqi Chen é fellow em dermatologia do Segundo Hospital Afiliado da Escola de Medicina da Universidade de Zhejiang, onde obteve seu PhD em

dermatologia e concluiu a residência. Ela também publicou três artigos científicos e, durante sua formação em dermatologia, se dedicou a estudos da patogênese da psoríase. O Conselheiro do IPC Dr. Min Zheng recomendou sua participação no programa.

Como fellow em 2018, ela terá como mentor o Dr. Curdin Conrad, MD, do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, e participará do 27º Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, que será realizado em Paris.

Filip Rob, MD, PhD, República TchecaO Dr. Filip Rob concluiu recentemente um PhD em biomedicina pela Universidade Charles de Praga e atualmente é membro do corpo docente da faculdade de medicina. Ele atua como

dermatovenereologista no Hospital Na Bulovce, foi o autor principal de sete artigos científicos e vem liderando pesquisas sobre HPV, psoríase e a microbiota da pele de pacientes que usam agentes biológicos. Ele foi recomendado pela Profª. Jana Hercogová, MD, PhD, MHA, Diretora do Serviço de Dermatovenereologia da Universidade Charles, de Praga, que recomendou enfaticamente seu trabalho.

Durante o fellow em 2018, ela estudará com o Dr. Joel Gelfand na Universidade da Pennsylvania e irá ao 27º Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, que será realizado em Paris.

Apresentando o IPC International Fellows, edição 2018

As inscrições para o International Fellowship Program de 2019 estarão abertas em setembro. Acesse www.psoriasiscouncil.org/fellows

22

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

ATENDIMENTO CLÍNICOGrupo de trabalho para América LatinaO Grupo de Trabalho para América Latina do IPC se reuniu para discutir diversos tópicos durante a mais recente edição Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos (RADLA), realizada em Cancún, no México. A discussão se concentrou na participação do grupo na coleta de dados para o projeto Atlas Global da Psoríase e em possíveis tópicos para o próximo simpósio do Congreso Ibero Latinoamericano de Dermatología (CILAD), que será realizado em São Paulo em novembro. O grupo também reconheceu a necessidade de identificar lacunas nos conhecimentos sobre o tratamento de pacientes com psoríase afetados por doenças tropicis (agudas ou crônicas) encontradas na região. Além disso, o grupo manifestou interesse em analisar a educação sobre psoríase recebida em programas de residência em dermatologia na América Latina. Ao completar a análise, o grupo poderá identificar lacunas no treinamento e fazer recomendações para inclusão de novas atividades de formação no treinamento em dermatologista.

Projeto de psoríase moderadaEm um projeto em atividade, o Comitê de Tratamento do IPC continua buscando desenvolver uma definição clínica melhor de psoríase “moderada,” com redução da área de superfície corporal (ASC) afetada pela psoríase para 10% ou menos. A nova definição também consideraria áreas de difícil tratamento, que prejudicam mais a qualidade de vida do paciente. Foi realizada uma busca sistemática na literatura para identificar correlações entre métricas objetivas e subjetivas de gravidade descritas em estudos randomizados de psoríase. A partir dos resultados dessa análise, de dados de registros, outras evidências e opinião de especialistas, serão elaboradas declarações sobre a classificação da psoríase segundo a gravidade, determinada por um modelo Délfico de determinação de consenso.

PESQUISAIPC contribui para a elaboração de critérios para psoríase pediátricaEm parceria com uma equipe de pesquisadores britânicos, o IPC participou de uma pesquisa que identificou critérios diagnósticos de psoríase pediátrica. Um ‘abstract’ do estudo foi aceito para apresentação oral na reunião de julho da Associação Britânica de Dermatologistas (BAD).

O objetivo do estudo foi atingir um consenso, elaborado por um painel de especialistas que participa do tratamento da doença, sobre uma lista de critérios diagnósticos para psoríase em placas em crianças até 18 anos. O ‘abstract’ salientou que o diagnóstico de psoríase pediátrica é um desafio “porque existem muitos diagnósticos diferenciais, as anomalias da pele podem ser mais sutis e ocorrer em pele não exposta e existe menos conscientização sobre a incidência de psoríase em pacientes mais jovens.” A elaboração de critérios diagnósticos poderia ajudar não-dermatologistas a reconhecer a doença em crianças e a padronizar a definição de psoríase pediátrica para pesquisas futuras.

O estudo foi liderado pela Conselheira do IPC Ruth Murphy, presidente da associação BAD, que trabalha nos Sheffield Teaching Hospitals e possui contrato honorário no Hospital Universitário de Nottingham e no Centro de Dermatologia Baseada em Evidências no Reino Unido. Para desenvolver a lista de critérios, ela e sua equipe usaram uma pesquisa no formato Delphi eletrônico (eDelphi) para pedir sugestões a conselheiros do IPC de 19 países experientes no tratamento da psoríase.

O ‘abstract’ explica que essa pesquisa serviu como ponto de partida e serão necessários novos estudos para testar sua validade e utilidade. A precisão diagnóstica vem sendo avaliada em um estudo caso controle (DIPSOC), que começou a recrutar pacientes no Reino Unido.

Ainda segundo o ‘abstract’, um conjunto de critérios para psoríase pediátrica provavelmente será mais útil para não-dermatologistas, tais como clínicos gerais e dermatologistas pediátricos.

Outros pesquisadores que participaram do estudo foram Esther Burden-Teh, BMBS, Kim S. Thomas, PhD e Sonia Ratib, PhD, todos do Centro de Dermatologia Baseada em Evidências (Universidade de Nottingham, Reino Unido).

Simpósio do IPC discute mecanismos da psoríaseEm maio, durante a 7ª reunião da sociedade Dermatologia Investigativa International (IID) em Orlando, na Flórida, o IPC patrocinou um simpósio intitulado, “Cenários de mecanismos da psoríase.” Os conselheiros do IPC apresentaram e lideraram a sessão, com palestras como “Imunogenética da psoríase em placa e artrite psoriásica” (Jonathan Barker, Reino Unido), “Estudos do tanscriptoma da psoríase: da genômica funcional à estratificação dos pacientes” (Johann Gudjonsson, Estados Unidos), “Modelagem da inflamação psoriásica” (Nicole Ward, Estados Unidos) e “Genética da

NOTÍCIAS DO IPC

23

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

psoríase pustulosa” (Kazumitsu Sugiura,Japão). O simpósio também contará com apresentações de pôsteres de oito pesquisadores. O Dr. Johann Gudjonsson e o Diretor do IPC Hervé Bachelez (França) serão os moderadores do evento. O simpósio contou com grande público de mais de 175 participantes. Apresentamos também um resumo do evento na página 10.

Comitê de Pesquisa do IPC se reunirá em OrlandoO Comitê de Pesquisa do IPC se reuniu durante o congresso da Dermatologia Investigativa International (IID) para discutir o sucesso de seu simpósio mais recente e para planejar simpósios futuros para os congressos de 2019 da Sociedade de Dermatologia Investigativa (SID), da Sociedade Europeia de Pesquisa Dermatológica (ESDR) e da Sociedade Japonesa de Dermatologia Investigativa (JSID). No simpósio na SID, o foco será a doença cardiovascular (DCV) na psoríase e contará com a presença de especialistas, que apresentarão os últimos avanços em DCV e discutirão suas implicações para o tratamento da psoríase. No congresso da ESDR em 2019, o simpósio do IPC destacará os mecanismos de autoimunidade e autoinflamação da psoríase em apresentações em pôsteres e painéis. O comitê planejará o próximo simpósio no Japão, onde o IPC participará do evento pela primeira vez. Todos os eventos serão realizados antes da conferência, e as datas e horários serão anunciados em breve.

EDUCAÇÃO E DIVULGAÇÃOSimpósio do IPC foca no tratamento da psoríase voltado para o paciente Em fevereiro, o IPC apresentou o simpósio “Tratamento voltado para metas: Um caminho bem definido para tratamento voltado para o paciente” na reunião anual da American Academy of Dermatology em San Diego (Califórnia, Estados Unidos). Os moderadores foram o Membro do IPC Peter van de Kerkhof (Países Baixos), o conselheiro do IPC Paolo Gisondi (Itália) e o Presidente Anterior do IPC Chris Griffiths (Reino Unido). O Prof. Peter van de Kerkhof falou sobre “Psoríase: patogênese e espectro terapêutico,” o Prof. Paolo Gisondi moderou a discussão sobre “A importância do dermatologista para o tratamento de comorbidades em pacientes com psoríase” e o Prof. Chris Griffiths discutiu “Personalização do tratamento da psoríase.” O simpósio foi um sucesso, contou com mais de 100 participantes e incluiu discussões vigorosas entre os palestrante e a plateia.

IPC apresenta a primeira Master Class de psoríase em Mumbai, ÍndiaMais de 50 dermatologistas indianos compareceram à primeira Master Class do IPC, realizada em Mumbai, Índia em março e que teve um dia e meio de duração. O evento foi concebido para dermatologistas que desejam expandir seus conhecimentos sobre o manejo da psoríase. Os moderadores foram o Conselheiro do IPC Murlidhar Rajagopalan, os Membros Alan Menter e Lars Iversen e o dermatologista local Sushil Tahiliani. Os palestrantes falaram sobre todo o espectro da doença, incluindo tratamentos biológicos e sistêmicos, tratamentos novos e emergentes, biossimilares e seu uso futuro no tratamento da psoríase, áreas de difícil tratamento, psoríase juvenil e infraestrutura clínica para tratamento da psoríase. O IPC realizará uma nova Master Class em Barcelona, Espanha, ainda este ano e outras Master Class em 2019.

IPC participa da RADLA: Atualização sobre psoríaseOs Membros do IPC Claudia de la Cruz (Chile) e Ricardo Romiti (Brasil) foram moderadores do simpósio of “Novidades em psoríase: Atualização do Conselho Internacional de Psoríase,” realizado na 36ª reunião anual da RADLA (Reunión Anual de Dermatólogos Latinoamericanos) em Cancún, no México. Quatro conselheiros do IPC participaram do simpósio e fizeram as seguintes apresentações: “Meta-análise de tratamentos da psoríase,” de André Vicente Esteves de Carvalho (Brasil); “Psoríase ungueal,” do Dr. Ricardo Romiti (Brasil); “PASI 75 ou PASI 90: Mudando o paradigma em

NOTÍCIAS DO IPC

Apresentadores da Master Class do IPC em Mumbai, Índia, relaxam e tiram uma foto antes de começar o segundo dia do programa. Da esquerda para a direita: Sushil Tahilani, dermatologista de Mumbai; o Membro do IPC Lars Iversen; o Presidente Fundador do IPC Alan Menter. e o diretor do programa, o Conselheiro do IPC Murlidhar Rajagopalan.

24

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

psoríase,” de Fernando Valenzuela (Chile); “Novas moléculas para tratamento da psoríase,” da Drª. Claudia de la Cruz; e “Qualidade de vida de pacientes com psoríase,” de Matías Maskin (Argentina). A sessão contou com a presença de pelo menos 75 pesquisadores e profissionais de saúde. As apresentações estão disponíveis em webcasts em nosso site no endereço bit.ly/IPC_2018RADLA. Apresentamos também um resumo do evento na página 15.

NA MÍDIAO IPC parabeniza seus membros e conselheiros do IPC por suas reailzaçõesO Presidente Anterior do IPC, Prof. Chris Griffiths acaba de ser condecorado por Sua Alteza Real Príncipe William com a Ordem do Império Britânico por suas excepcionais contribuições à dermatologia. O Prof. Chris Griffiths é professor de dermatologia na Universidade de Manchester e dermatologista sênior no Salford Royal Trust and Foundation. Sua qualificação em psoríase é reconhecida no mundo inteiro. Ele é um dos diretores do Consórcio de Medicina Estratificada do Medical Research Council (MRC) e lidera a iniciativa de Estratificação de Psoríase para Melhorar o Tratamento Relevante, promovida pelo MRC e cujo objetivo é desenvolver ensaios que possam ajudar os clínicos a orientar tratamentos personalizados. Ele também é o pesquisador responsável

do Registro de Intervenções Biológicas da Associação britânica de Dermatologistas (BADBIR), que é o registro de farmacovigilância do Reino Unido. O Prof. Chris Griffiths é cofundador do IPC. A Ordem do Império Britânico é uma condecoração dada pela Rainha Elisabete II por participação de destaque em atividades científicas, empresariais, filantrópicas ou no setor público.

A Conselheira April Armstrong foi promovida a professora de dermatologia na Keck School of Medicine da Universidade da California, Los Angeles, Estados Unidos. Ela também é subreitora adjunta e pesquisa clínica da faculdade e diretora de pesquisa clínica do Southern California Clinical and Translational Research Institute,

vice-diretora do serviço de dermatologia da universidade, diretora de pesquisa clínica e pesquisa em desfechos e diretora do programa de psoríase. Em suas pesquisas, a Dra. April Armstrong tem especial interesse no uso apropriado de agentes sistêmicos, pesquisas de eficácia comparada, tecnologia em atendimento clínico e comorbidades associadas com doenças inflamatórias da pele. Ela é conselheira do IPC desde 2015.

Fernando Valenzuela, conselheiro do IPC desde 2015, foi promovido a professor associado de dermatologia na Universidade do Chile, em Santiago. Muito prestigiado por seus colegas na América Latina e ganhador de vários prêmios, ele comparece a todos os eventos da SOLAPSO e da RADLA em toda a região, onde frequentemente

é palestrante de destaque. Ele vem concentrando suas atividades de pesquisa na eficácia clínica de novas drogas e em estudos da qualidade de vida e comorbidades em pacientes que normalmente não são bem representados em ensaios clínicos ou na literatura médica. Sua apresentação mais recente foi “PASI 75 e PASI 90: mudando o paradigma na psoríase,” no simpósio do IPC na RADLA realizado em 2018 em Cancún, no México. Atualmente ele é membro do Comitê de Atendimento de Pacientes do IPC e, recentemente, foi eleito como delegado da RADLA para representar o Chile.

Em maio, a Sociedade Guilan de Dermatologia patrocinou o segundo seminário nacional dedicado à psoríase no ano anterior. Um dos organizadores do seminário foi o Conselheiro do IPC Omid Zargari (Irã). Os principais palestrantes do evento foram professores das universidades de Teerã, Shiraz e

NOTÍCIAS DO IPC

Na Grã-Bretanha, o Príncipe William condecora o ex-presidente do IPC Chris Griffiths com a Ordem do Império Britânico em uma cerimônia realizada no Palácio de Buckingham. Crédito: Dominic Lipinski/PA Wire

25

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

Rasht. Os temas discutidos foram a importância da IL-17 para a patogênese da psoríase, diagnósticos diferenciais patológicos da doença, medicamentos biossimilares e atualizações sobre psoríase pediátrica. O seminário também inclui uma discussão de dez casos difíceis de psoríase, apresentados pelos três moderadores e comentados pelos especialistas moderadores do painel. O evento contou com a participação de cerca de 80 dermatologistas da região. O Dr. Omid Zagari é dermatologista sênior da clínica DANA na cidade de Rasht, no Irã, e desenvolve atividades de pesquisa e programas educativos voltados para a psoríase no Irã. Ele se tornou conselheiro do IPC em 2017.

NOVOS CONSELHEIROS DO IPCDenis Jullien, MD, PhD Lyon, FrançaO Prof. Denis Jullien é professor de dermatologia e diretor do serviço de dermatologia do Hôpital Edouard Herriot, Hospices Civils de Lyon, da Universidade de Lyon. Ele se formou em medicina e concluiu doutorado e pós-doutorado pela Universidade Claude Bernard de Lyon I e treinou

como fellow de pesquisa no serviço de dermatologia da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos. Seus principais interesses de pesquisa e clínica são o tratamento de doenças inflamatórias da pele, em especial a psoríase e o sistema imune cutâneo. Ele participou do primeiro projeto de aloenxerto de mão humana, é membro da Sociedade Francesa de Dermatologia e do Collège des Enseignants de Dermatologie e participa dos comitês científicos da Sociedade Francesa de Dermatologia, da coorte PSOBIOTEQ de observação prospectiva de psoríase e do Grupo de Psoríase da Sociedade Francesa de Dermatologia. O Prof. Denis Jullien já publicou diversos artigos e capítulos de livros-texto em revistas internacionais como The Lancet, Journal of Immunology, Journal of Investigative Dermatology, Journal of the American Academy of Dermatology e Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology.

Masamoto Murakami, MD, PhD Matsuyama, JapãoO Dr. Masamoto Murakami é professor assistente sênior de dermatologia da Escola de Pós Graduação da Universidade Ehime no Japão. Ele se formou em medicina pela Escola de Medicina da Universidade St. Marianna (Kanagawa, Japão) em 1990,

concluiu doutorado em patologia pela Escola de Medicina da Fujita Health University (Aichi, Japão) em 1995 e foi professor assistente de patologia da escola até 2001, quando se tornou fellow de pós-doutorado em dermatologia na Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos. Em 2003, ele retornou ao Japão e se tornou residente sênior do serviço de dermatologia da Asahikawa Medical University, foi promovido a professor assistente em 2006, a professor assistente sênior em 2009 e assumiu seu cargo atual em 2012. Em dermatologia, o Dr. Masamoto Murakami se dedica à pustulose palmoplantar, psoríase e peptídeos antimicrobianos da pele. Ele é membro da Sociedade de Dermatologia Investigativa, Sociedade Europeia de Pesquisa Dermatológica, Sociedade Japonesa de Dermatologia Investigativa, Sociedade Japonese de Pesquisa em Psoríase, Associação Japonesa de Dermatologia e Sociedade Japonesa de Patologia.

Tadashi Terui, MD Tóquio, Japão O Dr. Tadashi Terui é professor e diretor do serviço de dermatologia da Escola de Medicina da Universidade Nihon em Tóquio e, desde 2015, e vice-diretor do Hospital Itabashi, da mesma instituição. Ele se formou em medicina pela Escola de Medicina da Universidade de Tohoku

em 1981 e completou doutorado em imunologia da pele em 1991. Em seguida, foi professor assistente de dermatologia da Escola de Medicina de Tohoku de 1985 a 1988 e pesquisador adjunto do serviço de dermatologia da Universidade de Utah (Estados Unidos) de 1988 a 1991. De 1991 a 2004, ele foi palestrante e depois adjunto do serviço de dermatologia da Escola de Medicina de Tohoku, cargo que ocupa desde 2005. Seus principais interesses de pesquisa são a inflamação e imunologia da pele, inflamação, hidradenite supurativa, psoríase, pustulose palmoplantar, síndrome SAPHO, urticária e dermatite atópica. Ele também participa da diretoria

NOTÍCIAS DO IPC

26

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

da Associação Japonesa de Dermatologia e da Sociedade Japonesa de Associações de Psoríase.

Tiago Torres, MD, PhD Porto, Portugal O Dr. Tiago Torres é professor de dermatologia do Instituto Abel Salazar de Ciências Biomédicas da Universidade do Porto. Ele se formou pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e concluiu residência em dermatologia e venereologia no Centro Hospitalar

do Porto. Em 2014, ele terminou sua tese de doutorado, que estudou a importância da inflamação sistêmica causada pela psoríase na aterosclerose, e atualmente é diretor das unidades de psoríase ensaios clínicos do setor de dermatologia do Centro Hospitalar do Porto. O Dr. Tiago Torres ajudou a desenvolver as diretrizes portuguesas de tratamento da psoríase e ganhou o prêmio Juvenal Esteves da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia por seus projetos de pesquisa em psoríase e artrite psoriásica. Suas principais áreas de pesquisa em dermatologia são a imunodermatologia, imunologia e imunofarmacologia da psoríase e da dermatite atópica. Ele é editor adjunto das revistas Acta Médica Portuguesa e Journal of the Portuguese Society of Dermatology and Venereology e já publicou artigos em revistas como Drugs, American Journal of Clinical Dermatology, BioDrugs e Clinical Drug Investigation.

Manuelle Viguier, MD, PhD Reis, França A Profª. Manuelle Viguier é diretora do serviço de dermatologia e professora no Hôpital Robert Debré e na Universidade de Reims em-Champagne Ardenne. Ela se formou em medicina pela Universidade René Descartes de Paris V em 1999, concluiu seu PhD em

imunologia pela Universidade Denis Diderot de Paris VII em 2007 e habilitation à diriger des recherches (habilitação como supervisora de pesquisa) pela Universidade Denis Diderot de Paris VII em 2010. Antes, ela foi professora assistente de dermatologia no Hôpital Saint-Louis e na Universidade Denis Diderot Paris VII. Ela já publicou artigos em mais de cem revistas científicas, incluindo Journal of Allergy and Clinical Immunology, Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, Journal of Investigative Dermatology, Journal of the American Academy of Dermatology e Acta Dermato-Venereologica. A Profª Manuelle Viguier participa do comitê científico da Sociedade Francesa de Dermatologia, onde é diretora do Grupo de Psoríase, é membro do Collège des Enseignants de Dermatologie e participa da diretoria da PSOBIOTEQ, a coorte francesa de pacientes com psoríase.

NOTÍCIAS DO IPC

27

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 0 1 8 V O L 1 4 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

O IPC tem o prazer de anunciar nosso mais novo programa de educação médica continuada

Comorbidades e psoríase: Casos difíceis comentados por

especialistas internacionaisPara tratar a psoríase, não basta acompanhar cuidadosamente as manifestações na pele. Neste programa, os participantes poderão interagir com casos complexos tratados em clínicas dos renomados especialistas Alan Menter e Elise Kleyn. Em vários momentos, perguntaremos à plateia como trataria esses pacientes e, ao mesmo tempo, incluindo na presença de fatores como síndrome metabólica, gravidez e manejo do risco de linfoma.

Esses programas foram criados em parceria pelo A. Webb Roberts Center for Continuing Medical Education da Baylor Scott & White Health (Dallas, TX) e pelo Conselho Internacional de Psoríase.

As atividades receberam apoio de verbas educativas da Janssen Scientific Affairs, LLC, Lilly e Sun Pharma.

Teste seus conhecimentos sobre psoríase e aprenda mais para poder cuidar melhor de seus pacientes.Estudo de caso nº 1: Um paciente de 49 anos com psoríase e doença de Hodgkin. Apresentado por Alan Menter, MD, do Baylor University Medical Center (Texas, EUA)

Estudo de caso nº 2: Uma paciente grávida de 35 anos com psoríase e obesidade. Apresentado por Elise Kleyn, MRCP, MMedSci, PhD, da Universidade de Manchester (Inglaterra, Reino Unido)

Válido para 1,0 crédito AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 6/2019

Acesse bit.ly/CMEcases para estudar os casos quando quiser e ganhar créditos de CME.

AGRADECIMENTOSO IPC gostaria de agradecer aos coeditores Dr. Colby Evans (Evans Dermatology, Austin, Texas, Estados Unidos) e à Drª. Nancy Podoswa (Hospital General Regional No. 1 Dr. Carlos MacGregor Sanchez Navarro, Instituto Mexicano de Seguridade Social, Cidade do México, México) por sua contribuição com autores e editores para a edição de

julho de 2018 da Revisão de Psoríase do IPC.

REVISÃO DE PSORÍASE DO IPCAutoresDaniela Armijo, MDThomas Scharnitz, MD Joelle van der Walt, PhD

Equipe editorialMary L. Bellotti, editoraErika Fey, editoraRene Choy, design gráficoPaulo Mendes, tradução

R E V I S Ã O D E P S O R Í A S E J U L H O 2 018 V O L 14 , N Ú M E R O 2

Saber mais | Cuidar melhor

Desde sua fundação em 2004, o Conselho Internacional de Psoríase (IPC) atua como organização de voluntários global, sem fins lucrativos, liderada por dermatologistas e com mais de 100 membros e conselheiros de 30 países.

O IPC agrega os conhecimentos de vários dos principais líderes de opinião em psoríase, dermatologistas, pesquisadores em ciências básicas, pesquisa translacional, genética, epidemiologia, cardiologia, psicologia, ensaios clínicos internacionais e atendimento clínico.

A missão do IPC é melhorar o tratamento de indivíduos com psoríase no mundo inteiro através de educação, pesquisa e representação.

RECURSOSO Conselho Internacional de Psoríase tem o prazer de oferecer oportunidades educati-vas para expandir seus conhecimentos sobre como tratar pacientes com psoríase.

Leia este código com seu smartphone para conectar-se à Revisão de Psoríase do IPC online.

Para acessar sem smartphone, o link www.psoriasiscouncil.org/resources/psoriasisreview

Próximos eventos do IPC26 a 28 de outubro de 2018Simpósio de Psoríase do IPC2º Congresso Anual de Psoríase na China Hefei, China

16 de novembro de 2018Hot Topics in Psoriasis: Perspectivas do International Psoriasis Council.Colegio Ibero Latino Americano de Dermatología (CILAD) São Paulo, Brasil

Programas online de atualização médica do IPCWebseminários sob demandaComorbidades e psoríase: Casos difíceis comentados por especialistas internacionaisNesta atividade, os participantes poderão debater casos complexos tratados em clínicas dos renomados especialistas Em vários momentos, perguntaremos à plateia como trataria esses pacientes e, ao mesmo tempo, incluindo na presença de fatores como síndrome metabólica, gravidez e manejo do risco de linfoma. Válido para 1,0 crédito AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 6/2019 http://bit.ly/CMEcases

Desafios clínicos em psoríase: Melhorando o padrão de tratamentoA psoríase pode produzir diversas apresentações clínicas e comorbidades. Por isso, seu tratamento pode ser difícil e complexo. Neste programa, autoridades de renome internacional discutem novas opções de tratamento e a importância da participação do paciente no tratamento da doença para obter melhores resultados e melhorar a qualidade de vida. Válido para 1,0 crédito AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 11/2018 http://bit.ly/LIVECME

Avanços em psoríase: Foco em novos tratamentos e em novas abordagensEsta atividade explorará avanços no tratamento de pacientes com psoríase, incluindo os dados mais recentes e convincentes sobre novo tratamento, estratégias de comunicação para promover o diálogo entre médico e paciente, e novas oportunidades e abordagens de tratamento. Válido para 1,5 crédito AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 10/2018 http://bit.ly/cmeEADV17

Individualização do tratamento da psoríase: Empoderando clínicos e pacientes para tomarem decisões bem informadas em equipeEste programa explora abordagens a casos complexos, incluindo comorbidades, manejo do estilo de vida e comunicação com o paciente. Os palestrantes discutirão os dados mais recentes e convincentes de cada caso e destacarão a importância de ferramentas e técnicas úteis para promover o diálogo entre médico e paciente. Válido para 2,0 créditos AMA PRA Category 1 Credit™. Validade 8/2018 http://bit.ly/aadcme17

MEMBROS CORPORATIVOS 2018DiamondAbbVie

PlatinumEli Lilly and CompanySun Pharma/Almirall

SilverAmgenLeo PharmaJanssen Biotech Inc. NovartisSandoz Biopharmaceuticals

BronzeCelgenePfizerSienna BiopharmaceuticalsUCB Pharma

Os membros corporativos apoiam a missão do IPC disponibilizando verbas sem impor condições.