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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2008 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7 Cadernos PDE VOLUME II

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2008

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE UNIDADE DIDÁTICA

OS POLONESES EM TERRAS PARANAENSES CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

CURITIBA 2008

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WAGNER LUIZ ARCOLEZE

OS POLONESES EM TERRAS PARANAENSES CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

Material Didático apresentado como requisito do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação, sob a supervisão da Universidade Federal do Paraná – UFPR. Orientadora: Profª Drª. Maria José Menezes Lourega Belli

CURITIBA

2008

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

OBJETIVOS ............................................................................................................................... 4

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ............................................................................ 5

CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................................................... 5

HISTÓRIA ORAL DE VIDA .................................................................................................. 10

ENTREVISTA ......................................................................................................................... 10

PRIMEIRA ENTREVISTA ..................................................................................................... 11

SEGUNDA ENTREVISTA ..................................................................................................... 14

TERCEIRA ENTREVISTA ..................................................................................................... 16

FINALIZANDO AS ENTREVISTAS ..................................................................................... 27

HISTÓRIA ORAL .................................................................................................................... 29

PRESSUPOSTOS ................................................................................................................. 29

QUEM É QUEM NA HISTÓRIA ORAL ............................................................................ 30

ELETRÔNICA COMO CONDIÇÃO PARA A HISTÓRIA ORAL ................................... 30

PASSOS DO PROCESSO DE HISTÓRIA ORAL .............................................................. 31

HISTÓRIA ORAL DE VIDA .............................................................................................. 31

TRADIÇÃO ORAL .............................................................................................................. 31

COLÔNIA ............................................................................................................................ 33

HISTÓRIA ORAL COMO “DISCIPLINA” ........................................................................ 33

OUTRO CONCEITO DE DEFINIÇÃO .............................................................................. 33

COLABORAÇÃO E COOPERAÇÃO ................................................................................ 34

DO ORAL PARA O ESCRITO - TRANSCRIÇÃO ............................................................ 35

DOCUMENTOS E EXEMPLOS ......................................................................................... 35

FICHA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DO PROJETO ................................ 36

CARTA DE AUTORIZAÇÃO E USO DAS ENTREVISTAS ........................................... 38

EXEMPLO DE CARTA DE ACORDO COM A INTENÇÃO DO PROJETO .................. 38

DEVOLUÇÃO ..................................................................................................................... 38

FICHA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DO PROJETO ............................... 39

MATRÍCULA DA ENTREVISTA ...................................................................................... 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: .................................................................................... 41

ANEXOS

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Secretaria de Estado da Educação - SEED

Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

Material Didático para o aluno: Os Poloneses em Terras Paranaenses: Curitiba e

Região Metropolitana - História Oral de Vida

Orientadora da Universidade Federal do Paraná – Departamento de História: Profª

Drª. Maria José Menezes Lourega Belli

Professor: Wagner Luiz Arcoleze

Disciplina: História

Instituição de Ensino: Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA

Poty Lazzarotto

INTRODUÇÃO

As Diretrizes Curriculares Para o Ensino de História na Educação Básica do

Paraná reconhecem a diversidade cultural como parte integrante da memória

paranaense, abrindo possibilidades de estudos e pesquisas.

Nesse sentido, vamos trabalhar a diversidade cultural, fazendo com que o

aluno compreenda os caminhos traçados pelos imigrantes poloneses num universo

mais amplo. A pesquisa visa, a partir da História Oral de Vida em forma de

entrevistas, resgatar aspectos históricos relacionados à vida de imigrantes

poloneses no Paraná, investigando o cotidiano de uma família de agricultores

descendentes desta etnia residente no município de Campo Magro.

Com esse estudo, o aluno poderá passar a perceber o imigrante como sujeito

histórico macro, com sua identidade e expectativa de mudanças.

OBJETIVOS

Nesta investigação contextualizaremos vários aspectos da vida dos

imigrantes poloneses no Brasil, especificamente no Paraná. Analisaremos os

percursos destes sujeitos em suas estratégias de se integrarem em uma sociedade

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diferente da sua e como eles neste processo teceram novas relações que os levou a

adquirir ressignificações aos seus parâmetros culturais.

Este processo de inserção na sociedade curitibana levará a analisarmos as

transformações culturais deste contexto, como também, destes imigrantes. O foco

será compreender através destas novas interações sociais a formação de uma

circularidade de práticas e narrativas sociais que vão delineando identidades. Dentro

desta perspectiva serão identificados hábitos, costumes, arquitetura, culinária e

lembranças dos imigrantes poloneses e de seus descendentes.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

O presente material didático é composto de textos permeados de atividades,

permitindo ao aluno analisar, refletir, investigar e construir seu conhecimento acerca

do tema.

Num primeiro momento o professor iniciará a aula perguntando aos alunos

sobre a origem étnica de cada um deles valorizando sua participação. Em seguida

apresentará o tema: imigração polonesa em território paranaense no final do século

XIX, fazendo a contextualização histórica.

Num segundo momento serão apresentadas as entrevistas, possibilitando

análise, reflexão e desenvolvimento de atividades.

Num terceiro momento o professor orientará os alunos como se faz história

oral de vida, utilizando as entrevistas realizadas por ele seguidas de atividades.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Nas trajetórias destes sujeitos históricos, encontraremos brechas entre o dizer

e o fazer, o almejado e o real encontrados em uma terra que lhes era estranha. Sua

vinda ao Brasil se justifica para atender a um projeto político a partir de 1850, com o

apoio do Governo Imperial. Em Curitiba é no governo de Lamenha Lins que

acontece um programa de apoio a assentamentos visando dar subsídios para que

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esses imigrantes possam povoar a região dos campos da Província do Paraná.

Encontram-se inseridos numa sociedade diferente, com uma cultura totalmente

diferente da sua, trazendo consigo suas práticas, experiências e narrativas. Esperam

ser aceitos, reconhecidos e respeitados em sua identidade.

A Política Migratória no Brasil

Faltam terras na velha Polônia, sobram espaços desocupados, no Brasil do

século XIX. Desde 1808, o Príncipe Regente tornara possível a propriedade de

terra aos estrangeiros, motivado principalmente pela necessidade de ocupar os

chamados vazios demográficos, que ameaçavam o domínio português.

No Paraná

A população do Paraná no século XVIII, originalmente constituída por

faiscadores e mineradores de ouro estabelecidos no litoral e posteriormente no

planalto curitibano, configurava um contingente populacional diminuto e

disperso.

Adolpho Lamenha Lins, presidente da Província do Paraná (criada em 1853),

governou com uma política de fixar os imigrantes como proprietários de

pequenas porções de terra, uma vez que o decreto real abria este precedente. Os

núcleos coloniais deveriam situar-se no litoral paranaense e nos arredores de

Curitiba. A época, a economia paranaense caracterizava-se predominantemente

pela extração de erva-mate e pelo comércio de gado com o Rio Grande do Sul,

e a produção de alimentos era considerada atividade de pouco "status". Com a

abolição da escravatura no Brasil a questão da mão-de-obra para a agricultura

agrava-se sobremaneira. A Província do Paraná no último quartel do século

XIX sofria, assim, falta de braços na lavoura, o que ocasionava uma absurda

alta nos preços dos gêneros alimentícios; logo, era necessário contar com uma

população nova para o trabalho na terra.

Os imigrantes que tinham o Paraná como destino, vinham por mar, desde o Rio

de Janeiro, desembarcando em Paranaguá e Antonina, de onde eram

transportados por carroças pela estrada da Graciosa até Curitiba. Os homens

eram levados para as respectivas colônias, sendo empregados, inicialmente, nos

serviços de abertura de estradas.

Em Curitiba, os primeiros colonos fixaram-se nos arredores da cidade,

formando um cinturão verde, o que representou um maior progresso para a

região.

Informações obtidas a partir do site:

http://www.geocities.com/kornatzki/culturageral/imigracaopolonesanoparana/imigracaop

olonesanoparana.htm#_Toc445413769 – acesso dia 25/11/2008

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PROPOSTA DE ATIVIDADES

ATIVIDADE 1 Pesquisa na internet

Utilizando o laboratório da escola, sob a orientação do professor, os alunos

pesquisarão sobre o (os) grupo (s) étnico (s) ao qual pertencem. Em seguida

retornarão a sala de aula e apresentarão o resultado de suas pesquisas. Essa

atividade é importante para que o aluno enriqueça seus conhecimentos relacionados

à cultura do (s) grupo (s) étnico (s) do qual faz parte.

POLONESES NO PARANÁ A primeira leva dos imigrantes, 32 famílias de camponeses procedentes da Silésia, chegou ao Brasil, em Santa Catarina, em 1869. O grupo foi transferido em 1871 para o Paraná, estabelecendo a primeira colônia polonesa, no Pilarzinho. Nos anos seguintes, surgiram novas colônias polonesas, formando em torno de Curitiba um "cinturão verde", que abastecia a cidade com produtos agrícola. Os polacos foram assentados nas colônias de imigrantes no Pilarzinho (1871), Abranches (1873), Santa Cândida (1875), Nova Polônia, que compreendia as colônias Lamenha, Santo Inácio, Órleãns, D.Pedro II, Dona Augusta (1876), Rivière - hoje Ferraria - (1877), Murici, Zacarias, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly (1878). “Os imigrantes atuaram basicamente na lavoura e no comércio e contribuíram muito para o desenvolvimento da cultura, da economia e da tradição da cidade. Hoje, formam em Curitiba a maior colônia polonesa no Brasil”

Informações obtidas a partir do site: http://www.cmc.pr.gov.br/ass_det.php?not=11054

- acesso dia 25/11/2008

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ATIVIDADE 2 Trabalhando com imagens Imagens de Curitiba.

Identifique entre as imagens, o Portal relacionado ao contexto que está sendo

focado nesse estudo.

1. ( )

2. ( )

3. ( )

4. ( )

5. ( )

6. ( )

Fotografias: Wagner Luiz Arcoleze em 23/11/2008

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ATIVIDADE 3 Trabalhando com mapa

Analise o mapa de Curitiba e Região Metropolitana e associe os nomes das

Colônias Polonesas com os bairros ou região, colocando os números

correspondentes nos círculos.

Com essa atividade o aluno poderá fixar os nomes das Colônias polonesas e

conhecerá suas localizações.

1. Pilarzinho (1871)

2. Abranches (1873

3. Santa Cândida (1875)

4. Nova Polônia (1876): Lamenha, Santo Inácio, Órleãns, D. Pedro II e Dona

Augusta

5. Rivière (1877)

6. Murici, Zacarias, Inspetor Carvalho e Coronel Accioly (1878) – hoje São José dos

Pinhais.

7. Antônio Prado, São Venâncio e Santa Gabriela – hoje Almirante Tamandaré.

8. Colônia Rodrigues, ligada a D. Pedro II – Hoje Campo Magro.

9. Tomás Coelho – Araucária.

http://maps.google.com/maps?f=q&hl=pt-BR&geocode=&q=itarare+brasil – acessado em 22

novembro de 2008

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ATIVIDADE 4 Pesquisa

Realize uma pesquisa conceituando Colônia de acordo com o contexto em

estudo.

Essa atividade é importante para que o aluno compreenda o sentido de

Colônia utilizado no estudo em questão.

HISTÓRIA ORAL DE VIDA

ENTREVISTA

Para Walter Benjamin, o narrador mantém em si aspectos que, embora

desvalorizados nas sociedades capitalistas e industriais, são fundamentais para as

trocas de experiências. Ele utiliza a sua capacidade de narrar e lembrar, capacidade

ilimitada, que pode se “materializar” através da fala, diferencialmente a cada

momento.

(Fragmento da dissertação de mestrado de Eloiza Maria Neves Silva . Histórias de vida de mulheres

negras: estudo elaborado a partir das escolas de samba paulistanas, apresentada no Programa de

Pós-Graduação em História Social da USP, 2002, pp. 52-5.)

Buscando melhor compreender a cultura polonesa, a partir da investigação,

foi realizado no dia oito de novembro de 2008 em Campo Magro, com uma família

descendente de poloneses, um conjunto de três entrevistas. Esses sujeitos

históricos colaboraram com o trabalho, abordando três eixos temáticos: Família,

Cultura/Religião e Economia Familiar. Apresentamos em seguida as entrevistas

textualizadas que servirão de suporte para análise e atividades desenvolvidas com

os alunos.

As entrevistas foram gravadas em DVD. O projeto das entrevistas, as

transcrições absolutas, as fichas de identificação e roteiro das questões, as cartas

de cessão e as autorizações para uso das imagens seguem anexo. Cópia do DVD

contendo as entrevistas acompanha o material.

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PRIMEIRA ENTREVISTA Duração: 11minutos e 26 segundos DADOS DO COLABORADOR 1

Nome completo: Silvio Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 26/08/1934

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 587165

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – S.S.P.

Profissão atual: Agricultor.

UMA FAMÍLIA PEQUENA E UNIDA

Meu nome é Silvio Valenga, nasci na Colônia Rodrigues, Almirante

Tamandaré, hoje pertence a Campo Magro, em 1934. Eu não conheci meus dois

avôs, somente as duas avós; uma veio da Polônia e a outra nasceu aqui.

Nossa família foi sempre tranquila. O pai foi meio severo, mas eu o agradeço,

porque ele criou os doze filhos, oito irmãos e quatro irmãs. Dos doze só sobraram

quatro, oito já são falecidos.

A respeito de meus descendentes poloneses que vieram para o Brasil, eu sei

que lá foi muito apertado, difícil, o governo brasileiro prometeu algumas coisas boas.

Eles foram obrigados a sair de lá, procurar outras terras e daí deixaram o rasto. O

governo brasileiro prometia muito, depois não deu tanto, mas sempre ajudou.

Os imigrantes poloneses que vieram para cá receberam terras, não como foi

prometido. Foram prometidos dez alqueires para cada família, mas dizem que

algumas receberam cinco e outras receberam dois alqueires. Além da terra eles

receberam foice, machado e algumas outras coisinhas.

Em minha opinião, as principais dificuldades que os poloneses encontraram

ao chegarem ao Brasil foi para compreenderem a língua portuguesa; isso foi mais

complicado. Além da língua, enfrentaram uma doença estranha que lá não tinha; eu

não conheci, graças a Deus, mas meus pais falaram que era morte certeira. Diziam

que era um tipo de cólera.

Na minha infância, como guri, meu pai ajudava, porque ele foi justo,

procurava nos por no caminho certo, nós éramos bastante e respeitávamos o pai. Eu

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agradeço sua bondade. Quantas vezes a gente apanhou, mas isso foi para o nosso

bem.

Eu comecei a trabalhar devagarzinho depois de sete anos; a partir dos sete

eu passei a ajudar mais. Enquanto jovem eu não frequentava bailes, mas participava

das festas de igreja e todos estavam em comunhão.

Na escola, era para eu estudar quatro anos, mas como estava adiantado, fiz

três anos e meio. Daí a própria professora pediu para me mandarem para outra

escola ou então, que fosse trabalhar. Naquele tempo, eram só quatro anos de

estudos, até a quarta série. Na escola, eu estava mais adiantado que os outros,

então para mim foi um divertimento. A própria professora disse: Se todos os alunos

fossem como esse aqui eu ficaria feliz. Eu já entrei na escola sabendo, por causa da

minha irmã e de meu pai, todo dia estudava um pouquinho em casa. Hoje, quanta

criança vai à escola e não sabe nada e outras já sabem, porque a primeira escola é

em casa. Tem que ter tempo, alguém que ajude e que os pais se interessem. Agora,

se os pais não se interessam, o filho menos ainda.

Eu fui casado, agora sou viúvo. Minha esposa faleceu em 1988, com câncer

nos pulmões. Eu sou pai de duas filhas. Atualmente minha família é constituída de

quatro pessoas, por enquanto: eu, Silvio, a Margarida, a Maria e o Valter.

Quanto ao convívio familiar, graças a Deus, está “jóia”, às vezes, acontece

algum problema, mais nunca tão grave. Minha família é mais ou menos unida,

pequena, mas unida.

Nós trabalhamos juntos, a Maria trabalha fora, o que nós precisamos ela nos

ajuda, porque na lavora é um pouco difícil, mas a gente já está acostumado e dá

para viver.

Eu gostaria de deixar uma mensagem. Antigamente, no meu tempo, nós

andávamos seis quilômetros a pé para irmos á escola, hoje as crianças vão e voltam

de carro para a escola numa boa. Quem está interessado em estudar, estuda, quem

não está não estuda. Nós estudamos no sofrimento, nós pensávamos em estudar.

Essa mensagem é para as crianças, porque vejo pelo meu sobrinho, ele vai para a

escola, volta e se lhe perguntam alguma coisinha ele já responde, porque é muito

fácil. Nós andávamos seis quilômetros até a escola, no inverno, com tamanquinho,

paletó sem forro, a gente se aquecia no sol e procurava estudar. Hoje é mais

moderno, o que eles estudam eu não entendo nada, eu entendo outras coisas, mais

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do que hoje, mas eu não entendo o que estudam hoje, porque é muita coisa. Agora

falar e fazer continhas, graças a Deus eu aprendi.

ATIVIDADE 5 Quadro comparativo

A partir da história de vida apresentada, façam em dupla, um quadro

comparativo relacionando as mudanças e as permanências na vida desses

descendentes de imigrantes poloneses e na sociedade.

Espera-se que o aluno ao fazer o quadro comparativo, partindo das

informações apresentadas pelo entrevistado, passe a perceber as mudanças e

permanências na vida familiar e social.

ATIVIDADE 6

Análise de vídeo

Análise do vídeo contendo as três entrevistas realizadas com uma família de

origem polonesa de Campo Magro. A exibição do vídeo será seguida de discussão e

debate a partir dos pontos das entrevistas destacados pelos alunos.

Essa atividade possibilitará ao aluno expor à classe suas impressões acerca

do vídeo e enriquecer seus conhecimentos a partir das contribuições dos colegas.

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SEGUNDA ENTREVISTA Duração: 7 minutos e 27 segundos DADOS DA COLABORADORA 2

Nome completo: Maria Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 16/12/1967

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 4.640.997-3

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – S.S.P.

Profissão atual: Técnica de laboratório

PRESERVANDO A CULTURA POLONESA

Meu nome é Maria Valenga, eu nasci nessa comunidade em 1967. Na época

em que eu nasci pertencíamos ao município de Almirante Tamandaré e hoje é o

município de Campo Magro.

A minha escolaridade é o terceiro grau incompleto, sou técnica em química,

trabalho num laboratório farmacêutico há quinze anos. Nos meus dias de folga, nos

feriados e nos finais de semana eu ajudo nos afazeres de casa como também, o

meu pai e a minha irmã na agricultura.

A minha relação com os meus pais sempre foi muito afetiva. Sinto bastante

falta de minha mãe que perdi quando tinha vinte anos, mas em compensação meu

pai é muito companheiro, muito amigo e muito prestativo.

Na minha infância, eu estudava em um colégio três a quatro quilômetros

daqui. Ia a pé e sempre estudei pela parte da manhã. À tarde a gente voltava,

brincava e também ajudava nos pequenos afazeres da casa e da agricultura,

cuidando dos animais, etc. A gente subia em árvores, brincava de esconde-esconde,

brincava com a terra, montávamos nossos próprios bonequinhos de palha de milho,

enfim, nós mesmos que criávamos a maioria de nossos brinquedos.

Nunca me senti discriminada por ser de origem polonesa, pelo contrário, acho

que às vezes até me favoreceu.

Nós os poloneses, preservamos bastante as tradições religiosas,

principalmente o batismo, a primeira comunhão, a crisma e os casamentos, que são

feitos no religioso e no civil. Preservamos também, o que acompanha as festas, isso

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nos diferencia das outras etnias. Nas festas têm bastante da cultura polonesa: as

danças, as comidas e os trajes que até hoje ainda continuam sendo preservados.

Antigamente o casamento polonês geralmente era celebrado na segunda feira

e tinha duração de três a quatro dias. Hoje mudou devido à questão financeira. Eram

celebrados nas casas, quer dizer, as festas eram nas casas ou nos paióis. Hoje em

dia, mais por comodidade, são feitas nos barracões das igrejas ou restaurantes, mas

continua a tradição das músicas e comidas polonesas. É servido o jantar e mais a

meia noite é servido um café com bolos, bolachas, kuques, tudo da cultura polonesa

que até hoje é preservado.

As tradições culturais polonesas mais preservadas é a língua, que nós ainda

falamos, as músicas, que ainda são bastante tocadas e ouvidas, parte da culinária

que são as broas, as bolachas, os requeijões, as manteigas e os kuques.

Continuamos fabricando vinhos de uva e de laranja. As casas antigas também são

preservadas com suas arquiteturas.

Em Curitiba o que mais se destaca é o Bosque do Papa João Paulo II, onde a

cultura polonesa é bastante preservada, como a bênção dos alimentos e o grupo

folclórico, que é bastante forte.

ATIVIDADE 7 Análise de texto

Analise o texto destacando as tradições culturais e religiosas citadas pela a

autora.

Realizando essa atividade o aluno assimilará melhor a respeito da cultura

polonesa preservada, passando a respeitá-la e a valorizá-la mais.

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TERCEIRA ENTREVISTA Duração: 16 minutos e 21 segundos

DADOS DA COLABORADORA 3 Nome completo: Margarida Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 01/04/1963

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 4.640.977-9

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – SSP

Profissão atual: Agricultora

TRABALHAMOS TODOS JUNTOS

Meu nome é Margarida Valenga, nasci na Colônia Rodrigues, município de

Campo Magro, que na época pertencia a Almirante Tamandaré, em 1963.

Eu tenho o segundo grau completo e sou agricultora. Trabalho na lavoura

plantando de tudo um pouquinho.

Meu relacionamento com os meus pais foi sempre muito bem, eu convivo com

meu pai todos os dias. Minha mãe é falecida há muito tempo, mas eu herdei alguns

exemplos dela que hoje eu sigo. Infelizmente a gente sofreu sem ela, mais

conseguimos superar tudo.

O que eu mais admiro na minha família, desde o tempo de minha mãe, é que

todos os trabalhos que a gente faz na agricultura, fazemos todos juntos. Quando a

gente termina um, começa outro. Eu acho isso muito bonito, porque não

trabalhamos separados, só juntos.

Há! Minha infância foi muito boa, eu era um pouco arteira, Como eu era

menina, não sei por que eu inventava tantas artes. Mas era maravilhoso! Meu pai,

minha mãe e minha avó separavam o serviço, determinavam à hora de brincar, à

hora de rezar e à hora de estudar. Tinha hora para tudo. Desde a minha infância eu

já aprendi a trabalhar, a ajudá-los.

Quando eu fui jovem, a gente trabalhava rápido durante a semana, fazia o

serviço, porque nos final de semana a gente queria ir para os bailinhos. Nas festas,

a gente reunia os vizinhos e íamos a pé. Era muito gostoso.

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Eu nunca me senti discriminada por ser de origem polonesa e se alguém me

perguntar de que origem você é, eu falo com muito orgulho: eu sou de origem

polonesa e ainda acrescento, na minha casa, meu pai, minha irmã e eu falamos tudo

em polonês.

Nosso sítio tem treze alqueires e está dividido mais ou menos assim: seis a

gente planta, cultiva de tudo um pouco, uns dois alqueires é pasto para a engorda

de bois e uns três ou quatro é mata nativa, preservação ambiental. Nós temos rios e

córregos e a gente preserva a natureza.

Nós aqui temos galpões, onde a gente armazena nossos produtos, guarda o

milho o ano inteiro para as nossas criações. Temos umas garagens onde

guardamos nosso trator e implementos. Temos uma cozinha externa com forno onde

a gente mata um porco, mata um boizinho e faço as broas que são comidas típicas

polonesas. Temos a casa, as estrebarias, e os chiqueiros. Tem de tudo um

pouquinho no nosso sítio.

Nós plantamos de tudo um pouquinho, milho, batatinha, feijão, cebola, etc.,

mas a principal atividade que garante a nossa sobrevivência é a produção de milho,

de batata e de feijão.

Nos trabalhos do campo nós utilizamos desde as ferramentas mais simples

como a foice, a enxada, o machado, a tração animal, até as mais sofisticadas como

o trator, o arado, a grade e as plantadeiras.

Para produzir, primeiro nós arrumamos o terreno, preparamos a terra,

aramos, e gradeamos, plantamos, cuidamos e colhemos. É um trabalho que não

termina nunca, não é de semanas e meses, mas de anos. Plantamos o ano inteiro, o

ano inteiro a gente trabalha na lavoura.

A maior parte do que nós produzimos vai diretamente para os consumidores,

nós adquirimos preços melhores e eles adquirem produtos mais fresquinhos,

diretamente dos produtores. Mas também a gente vende para os intermediários, que

levam para a CEASA/PR1 e também para os feirantes.

Eu acredito que esses compradores não pagam um preço justo pelos nossos

produtos, porque hoje os insumos são muito caros, sobem a cada ano enquanto o

preço de nossos produtos está parado, não sobe. Muitas vezes, eles compram e não

pagam, eles simplesmente somem e nós ficamos como o prejuízo.

1 Centrais de Abastecimento do Paraná S/A

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Comparando hoje com era no tempo de meus antepassados, acredito que

melhorou muito. Quando meu pai era mais novo, no tempo de meus avós, era muito

difícil, porque nós não tínhamos meios de transporte como hoje, não tinha caminhão,

a gente usava carroças. Eles demoravam muito para levar suas mercadorias até

Curitiba, três horas de carroça. Hoje o caminhão leva tudo dentro de vinte minutos e

é mais confortável. Nesse sentido melhorou bastante.

De uns dez anos para cá, nós enfrentamos um problema, somos muito

roubados. Têm muitas invasões ao redor da nossa colônia, da nossa região e nós

somos muito explorados. Roubam muito das nossas roças, isso está ficando cada

vez pior. As pessoas não têm emprego, precisam sobreviver e aí nos roubam. Não

temos mais sossego, temos que chavear tudo, deixar cadeado. Não podemos deixar

nada na roça, mesmo um ferro eles roubam para vender num ferro velho. Eles

roubam de tudo, milho, batatinha... roubam e estragam, cortam, entram com os

carros no meio das roças, fazem voltas, macetam tudo causando bastante estrago.

Roubam também as galinhas, os bois, roubam de tudo um pouco. Está ficando cada

vez mais difícil. É muito difícil, nós nos mobilizamos, fizemos uma reunião com o

nosso prefeito, junto com o delegado e policia civil aqui do município de Campo

Magro. O delegado nos falou que quando virmos alguém roubando é para avisá-los

que eles vêm para prender. Só que você nunca sabe o dia que eles vêm. Nós nos

mobilizamos bastante, mas não chegamos a um ponto final, a um acordo. A questão

de segurança aqui é muito difícil, porque é colônia, eles cuidam mais do centro de

nosso município e não das colônias. Também a roça é grande, se eles roubam de

um lado a gente não vê. Essa que é a nossa maior dificuldade, o nosso maior

problema. Eles também mexem na mata nativa, roubam muita lenha. Onde a gente

deixa uma área de preservação ambiental que tem os rios, eles vão lá, cortam,

fazem carreiros e levam as lenhas. Eles levam as secas, cortam as verdes, as

deixam secar para vir pegar depois. Enquanto nós estamos preservando.

Vou lhes apresentar alguns instrumentos que utilizamos em nossos trabalhos,

para vocês entenderem o que a gente comentou sobre as várias mudanças que

ocorreram.

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Antigamente, se batia feijão com essa ferramenta, o cambau. Isso no tempo

da minha avó e do meu pai, eu era criança. Hoje é substituído pelas máquinas que

debulham. O feijãozinho já sai limpinho.

No verão, a gente guarda comida para alimentar os bois no inverno. Esse

instrumento aqui, o garfo de madeira, serve para juntar o feno, que é a comida dos

bois.

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Nós guardamos o feno em cima no sótão, onde é mais quente. O feno é seco

e guardado, porque não pode pegar umidade.

Este é um debulhador de milho que nós usamos, mas agora têm as

colheitadeiras enormes, cada vez mais fácil e simples de se trabalhar.

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Esta aqui foi uma das primeiras máquinas debulhadoras de milho manuais

que nós utilizamos. Hoje estão sendo substituídas por muitas outras colheitadeiras,

aquelas que colhem mil e quinhentas, duas mil sacas de milho por dia.

Este aqui é um moedor de quirera. Antigamente não existiam esses elétricos,

então a gente moía e fazia quirerinha para os pintinhos.

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Hoje, a gente tem este aqui, o triturador elétrico, que é só ligar; não judia e é

tudo fácil.

UNIDADE PRODUTIVA – DIVISÃO 1. INSTALAÇÕES Casa

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Paiol

Garagem

Chiqueiros

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Forno

2. ÁREA DE PLANTIO

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3. PASTAGEM

4. RESERVA FLORESTAL

Fotografias: Wagner Luiz Arcoleze em 14/11/2008

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ATIVIDADE 8

Análise

Apresentado o ambiente onde mora a família de descendentes poloneses,

analise o relato, buscando desenvolver os seguintes eixos temáticos:

Ferramentas

Sistema de trabalho, unidade produtiva

Preservação da natureza.

Com essa atividade o aluno passará a compreender melhor o universo em

que vivem esses sujeitos e suas lutas.

ATIVIDADE 9

Pesquisa – economia de mercado

Partindo das informações obtidas na entrevista, o aluno fará uma pesquisa a

respeito da economia de mercado, buscando as razões que levam o pequeno

produtor a se tornar refém dos chamados “atravessadores” e supermercados,

limitando a ação dos mercadinhos e armazéns.

Com essa atividade o aluno passará a compreender melhor os mecanismos

que estão presentes na dinâmica do mercado.

ATIVIDADE 10

Identificação de problemas

Identifique, na entrevista, os problemas que a família enfrenta na colônia onde

vive. Que possíveis soluções você aponta para tais problemas?

Ao realizar essa atividade o aluno passará a analisar e refletir acerca dos problemas

abordados na entrevista e dará sugestões para solucioná-los.

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ATIVIDADE 11

Visita Técnica ao Centro Histórico de Curitiba

O professor realizará com seus alunos uma visita técnica ao Centro Histórico

de Curitiba, propondo uma análise de contextos históricos, permanências e

mudanças.

Com essa atividade espera-se que o aluno passe a reconhecer e a valorizar

mais o patrimônio histórico material e cultural de sua cidade.

FINALIZANDOS A ENTREVISTAS A FAMÍLIA REZA E AGRADECE

Para encerrar as entrevistas a família faz uma oração na língua polonesa,

seguida de um agradecimento.

Da esquerda para a direita Maria Valenga, Silvio Valenga e Margarida Valenga

Fotografia: Wagner Luiz Arcoleze em 06/12/2008

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Margarida: Nós vamos agora rezar o Pai Nosso em polonês (os três membros da

família; Silvio, Margarida e Maria rezam o Pai Nosso na língua polonesa)

Ojcze nasz ktorys jest w niebie,

swiec sie imie Twoje,

krolestwo Twoje,

badz wola Twoja,

w niebie tak i na ziemi,

chleba naszego powszedniego daj nam dzisiaj,

odpusc nam nasze winy jako

i my odpuszczamy naszym winowajcom

i nie wodz nasz na pokuszenie

ale nas zbaw ode zlego.

TRADUÇÃO

Pai Nosso que estais nos Céus,

santificado seja o Vosso Nome,

venha a nós o Vosso Reino,

seja feita a Vossa vontade

assim na terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje,

perdoai-nos as nossas ofensas

assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,

e não nos deixeis cair em tentação,

mas livrai-nos do Mal.

MARIA: Agradecemos essa oportunidade que vocês nos deram para fazer essa

entrevista, para os trabalhos escolares.

Obrigado.

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ATIVIDADE 12

Religiosidade

Na entrevista 2 vimos que os descendentes poloneses mantém uma forte

tradição religiosa embasada nos ensinamentos e na fé. A propósito disso, finalizam

sua participação nas entrevistas rezando a oração do Pai Nosso na língua polonesa.

Você pratica alguma religião? Em sua opinião, qual a importância da

religiosidade para a vida da pessoa e da comunidade?

Realizando essa atividade, o aluno poderá repensar seus valores, refletindo

sobre a importância do elemento religioso em sua vida.

HISTÓRIA ORAL Como fazer

A partir das entrevistas apresentadas, vamos trabalhar com os alunos como

fazer história oral utilizando uma síntese do livro HISTÓRIA ORAL – como fazer,

como pensar de José Carlos Sebe B. Meihy, Fabíola

PRESSUPOSTOS

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

História oral é um conjunto de procedimentos que se inicia com a elaboração

de um projeto e que continua com o estabelecimento de um grupo de pessoas a

serem entrevistadas.

O projeto prevê:

planejamento da condução das gravações (explicação do por que) com

definição de locais;

tempo de duração e demais fatores ambientais;

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conferência do produto escrito;

autorização para o uso (acompanhado de uma carta de cessão com

especificações sobre seu uso pleno ou relativo);

arquivamento;

sempre que possível, a publicação dos resultados que devem, em primeiro

lugar, voltar ao grupo que gerou as entrevistas.

QUEM É QUEM NA HISTÓRIA ORAL

1. o entrevistador; 2. o entrevistado.

O resultado do encontro gravado é a entrevista.

O que vem a ser o documento? Há divergências, a maioria supõe que vem a

ser as transcrições em diferentes fases, o legítimo texto documental.

ELETRÔNICA COMO CONDIÇÃO PARA A HISTÓRIA ORAL

A mediação eletrônica é uma das marcas da história oral como um

procedimento novo e renovável. Porém, a história oral não se faz sem a participação

humana direta, sem o contato pessoa (emoções).

Cuidados antes das gravações:

1- os aparelhos devem ser testados antes;

2- a gravação da matrícula da entrevista deve ser feita no começo do encontro,

definido:

a- local e data;

b- nome do projeto;

c- nome do colaborador entrevistado;

d- presença eventual de outras pessoas com seus nomes;

e- finalizar as entrevistas com os mesmos procedimentos – repetindo a

matrícula do projeto.

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PASSOS DO PROCESSO DE HISTÓRIA ORAL

“E preciso atingir a vontade de querer Retrospectivamente tudo o que aconteceu.”

Nietzsche Definir os passos da história oral implica estabelecer os cinco momentos

principais de sua realização:

1- elaboração do projeto;

2- gravação;

3- estabelecimento do documento escrito e sua seriação;

4- sua eventual análise;

5- arquivamento; e

6- devolução social

HISTÓRIA ORAL DE VIDA

Não é possível identificarmos a origem das histórias de vida, mas podemos

tomá-las como ponto de partida as Confissões de santo Agostinho (354-430). No

século XX, W.O. Thomas e F. Zananiecki na Escola de Sociologia de Chicago,

incorpora à prática acadêmica as histórias de vida como documento de

respeitabilidade. Justificavam essa medida, baseando-se na carência de

documentação dos imigrantes poloneses.

Em termos sociomorais, a história oral tem vocação a valorizar o indivíduo em

detrimento de exclusivismo da estrutura social.

TRADIÇÃO ORAL

O calendário, as festividades, os rituais de passagem, as cerimônias cíclicas,

as motivações abstratas de tragédias eventuais e doenças endêmicas ou

epidêmicas, são matéria da tradição oral.

Há alguns princípios que organizam a teoria dos mitos que devem estar em

mente ao se elaborar um projeto de tradição oral. Assim, se pode pensar nos

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chamados mitos de origem (aparecimento do mundo, da vida, dos seres humanos),

nos referenciais sobre os instintos básicos (reprodução e alimentação), nas

explicações sobre a história. (guerras, pragas, morte), nas indicações do destino

pessoal (sorte ou não no casamento e nos negócios) e nas explicações sobre o

comportamento extraordinário (possessões, acessos). Esses fatores devem sempre

ser equiparados aos grandes sistemas de mitos explicativos da história.

Um projeto em história oral é constituído das seguintes partes:

1. tema;

2. justificação (motivo do projeto);

3. problemática e hipótese;

4. corpus documental e objetivos;

5. procedimentos;

6. bibliografia;

7. cronograma.

Depois da justificação, é preciso explicitar os mecanismos de constituição e

usos de corpus documental produzido. Essa atitude leva à escolha do gênero ou

ramo de história oral pretendida: de vida; temática; tradição oral. Em termos de

operação ou procedimento é necessário definir se trata de: 1) história oral pura, feita

com diálogos internos das falas apreendidas, ou 2) história oral híbrida, quando as

narrativas concorrem com outros suportes documentais.

...num projeto de história oral as fontes principais e em torno das quais a

pesquisa gira são as narrações dos colaboradores

Incluindo as chamadas hipóteses de trabalho, a série de perguntas a serem

respondidas deve ser arrolada em obediência ao sentido social do projeto.

É importante realçar que os objetivos em história oral são derivados de núcleo

documental.

As narrativas tornam-se núcleo central das atenções, pois delas decorrem as

razões e os dilemas embutidos nas justificações.

A problematização deve se encaminhar para os objetivos.

Em história oral, por conta de seu caráter público, os objetivos são divididos

em:

1- objetivo geral: que dá uma dimensão mais ampla ao que se quer estudar, a

comunidade como um todo, sem especificações;

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2- objetivos específicos: que se relacionam de maneira mais próxima com as

questões que envolvem subdivisões do grupo analisado;

3- objetivos complementares: que dizem respeito à devolução pública do

trabalho realizado.

COLÔNIA

Colônia é definida pelos padrões gerais de parcela de pessoas de uma

mesma “comunidade de destino”.

HISTÓRIA ORAL COMO “DISCIPLINA”

Sua aspiração “utópica” visaria à inclusão social e assim seria, como quer

Treblich, uma contra-história.

Uma leitura cuidadosa dos fundamentos da história oral, pois deixa entrever

que desde o início é a preocupação da história oral com o compromisso social

marcado pela “voz dos excluídos”, revelação de aspectos desconhecidos, ocultos e

desviados, não expressos nos documentos oficiais e escritos e, sobretudo, a

denúncia do sofrimento extremo de grupos maltratados por situações variadas.

OUTRO CONCEITO DE DEFINIÇÃO

“A história oral é uma história construída em torno de pessoas. Ela lança a

vida para dentro da própria história e isso alonga seu campo de ação. Admite heróis

vindos não só de dentre os líderes, mas dentre a maioria desconhecida do povo.

Estimula a professores e alunos a se tornarem companheiros de trabalho. Leva a

história para dentro da comunidade e extrai a história de dentro da comunidade. Ela

ajuda os menos favorecidos, especialmente os idosos, a conquistarem dignidade e

autoconfiança. Propicia o contato – e a compreensão – entre classes sociais e entre

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gerações. E para cada um dos historiadores e outros que partilham das mesmas

intenções, ela pode dar um sentimento de pertencer a determinado lugar e a

determinada época. Em suma, contribui para formar seres humanos mais completos.

Paralelamente, a história oral propõe um desafio aos mitos consagrados da história,

ao juízo autoritário inerente a sua tradição. E oferece os meios para uma

transformação radical no sentido social da história.”

Paul Thompson, A voz do passado: história oral, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992, p.44

COLABORAÇÃO E COOPERAÇÃO

O colaborador, ao narrar o mais livremente possível o que lhe é intuitivo ou

sensível com as variações comuns a quem conta, diz respeito aos ajustes do

indivíduo na sociedade. Exatamente aí reside a essência da história oral.

A apreensão dessas circunstâncias é sutil e por isso a situação de gravação

em história oral deve ser direta, olho no olho, respeitosa e confiante.

A atribuição dos elementos empíricos da entrevista convida a pensar fatores

narratológicos, ligados aos fatos da vida ou circunstâncias do tema em questão. Por

lógico, impressões gerais, opiniões sobre acontecimentos, juízos objetivos ou não,

sonhos, fantasias, mentiras inclusive, tudo isso cabe no universo da entrevista, mas

não depende de comprovação nenhuma.

Não se fala, pois, de “exatidões históricas” ou “testemunhos de verdades” ou

mesmo de “realidades comprovadas” e sim de visões, construções narrativas,

idealizações, que são definidas na exposição dos fatos.

Pensando que a memória coletiva se dá exatamente na repetição de fatos

narrados é que se advoga o respeito à apreensão dos acontecimentos e sua

transposição do código oral para o grafado.

Interessa não as palavras em si, pois não é cada palavra exatamente como

foi dita que vale, mas o seu significado no conjunto da dissertação de alguém em

situação de entrevista e na conjunção de outros textos estabelecidos na mesma

perspectiva.

O ato de autorização da entrevista a faz “verdade em si”, fator significante

sem referência natural a outra coisa, como, aliás, tanto queria Platão como

Aristóteles.

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Superada a fase de aquisição de entrevistas, cabem três alternativas que

devem ser explicadas no projeto:

1- arquivamento, guarda ou publicação das entrevistas em si;

2- diálogo entre as diversas entrevistas em diversas linhas de argumentos que

combinam aproximações e diferenças; e

3- diálogo das entrevistas com a produção historiográfica afeita ao motivo da

recolha.

DO ORAL PARA O ESCRITO - TRANSCRIÇÃO

O conceito de transcrição é uma mutação, “ação transformadora, ação

recriada” de uma coisa em outra, de algo que sendo de um estado da natureza, se

torna outra.

Fala-se de geração, mas não de cópia ou reprodução. Nem de paródia ou

imitação. O senso estético encontra aí colo que abriga aproximações sempre

evocadas entre literatura e história oral.

A transcrição nos aproxima do sentido e da intenção original que o

colaborador quer comunicar. E tudo vira ato de entendimento do sentido pretendido

pelo emissor, que pode ser expresso tanto oralmente quanto por escrito.

DOCUMENTOS E EXEMPLOS

Consagrado o princípio elementar de que existam diferenças entre uma

situação (língua falada) e outra (língua escrita), nota-se que o mais importante na

transposição de um discurso para o outro é o sentido que, por sua vez, implica

intervenção e desvios capazes de sustentar os critérios decisivos.

Exemplo de entrevista de um projeto

Fase 1 – transcrição absoluta. Colocação das palavras ditas em estado bruto.

Fase 2 – textualização. Elimina-se as perguntas, tirando os erros gramaticais

e reparando as palavras sem peso semântico. Os sons e ruídos também são

eliminados para obter-se um texto mais claro e liso.

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“Tom vital” – É uma frase guia, escolhida e extraída da entrevista como um

todo. “È o “tom vital” que diz o que pode e o que não pode ser eliminado do texto.”

Fase 3 – o texto é apresentado em sua versão final e depois de autorizado

pelo colaborador deve compor a série de outras entrevistas do mesmo projeto.

FICHA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DO PROJETO

“Como em qualquer projeto de ciências sociais, em história oral o

acompanhamento do projeto é parte de controle necessário ao bom resultado.” (José Carlos Sebe Bom Meihy)

Todos os projetos devem ser acompanhados de fichas de controle. Deve

sempre haver, pelo menos, duas modalidades de fichas: uma da situação de

entrevista e do projeto e outra do entrevistado e do processo da entrevista até o

estabelecimento e aprovação de texto final.

A ficha de situação da entrevista e a relação dos entrevistados, com os

seguintes itens: I) dados do projeto; II) dados do entrevistado; III) dados dos

contatos; IV) dados do andamento das etapas de preparo do documento final; V)

envio de correspondências.

I) Dados do projeto

Nome do projeto:

Diretor do projeto:

Instituição patrocinadora:

Entrevistador:

Tipo de entrevista (gênero):

Local e duração de entrevista:

Ficha catalográfica da entrevista:

II) Dados do colaborador

Nome completo:

Local e data de nascimento:

Endereço atual: Rua nº Bairro Cidade Estado

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Documento de identidade Tipo:

Local e órgão de emissão:

Profissão atual:

Profissões anteriores:

Observações:

III) Dados dos contatos e da entrevista

Indicação do contato:

Data do contato:

Forma do contato:

Data (s) da (s) entrevista (s):

Local da (s) entrevista (s):

IV) Dados do andamento das etapas e do preparo do documento final

Primeira transcrição:

Textualização:

Transcrição:

Conferência:

Carta de cessão de direitos:

Modelo de acompanhamento

1 2 3 4 5

André Silva X X X X X

Caio Linhares X X X

Gabriel Soares X X X X X

Manuela Fernandes

X X X

Valkiria Morais X X

Wilma Navaes X X X X X

V) Envio de correspondência

Data da carta de apresentação do projeto:

Data do agradecimento (s) da (s) entrevista (s):

Data da remessa da entrevista para conferência:

Data da carta de cessão:

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CARTA DE AUTORIZAÇÃO E USO DAS ENTREVISTAS

A carta de cessão é um documento fundamental para definir a legalidade do

uso da entrevista. Ela pode remeter tanto à gravação quanto ao texto final (se este

for produzido).

EXEMPLO DE CARTA DE ACORDO COM A INTENÇÃO DO PROJETO

(Local e data) Destinatário,

Eu, (nome, estado civil, documento de identidade), declaro para os devidos

fins que cedo os direitos de minha entrevista, gravada (data (s)) para (entidade e

pessoa) usá-la integralmente ou em partes, sem restrições de prazos e limites de

citações, desde a presente data. Da mesma forma autorizo o uso de terceiro ouvi-la

e usar citações, ficando vinculado o controle à (instituição), que tem a guarda da

mesma.

Abdicando direitos meus e de meus descendentes, subscrevo a presente, que

terá minha firma reconhecida em cartório.

(nome e assinatura do colaborador)

DEVOLUÇÃO

Em história oral o entrevistado não é apenas um depoente, mas sim um

colaborador agente ativo de sua história. O resultado do trabalho da história oral é

devolvido aos colaboradores podendo contribuir para a ampliação da visão acerca

de suas histórias.

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ATIVIDADE 13

A partir das orientações presentes no texto sobre História Oral de Vida,

elabore um Projeto e entreviste seus pais e avós, compondo a história de vida de

suas famílias. O Projeto deve conter: Tema, Justificativa, Problemática e hipótese,

Corpus documental e objetivos, Procedimentos, Cronograma. Bibliografia,

FICHA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DO PROJETO

A ficha de situação da entrevista e a relação dos entrevistados, com os

seguintes itens: I) dados do projeto; II) dados do entrevistado; III) dados dos

contatos; IV) dados do andamento das etapas de preparo do documento final; V)

envio de correspondências.

MATRÍCULA DA ENTREVISTA

Gravar a matrícula da entrevista no começo do encontro definido, contendo:

local e data; nome do projeto; nome do colaborador entrevistado; presença eventual

de outras pessoas com seus nomes. A entrevista será finalizada com os mesmos

procedimentos – repetindo a matrícula do projeto.

Ao realizar assa atividade, espera-se que o aluno passe a compreender as

diferenças entre culturas e gerações, respeitando e valorizando cada uma delas.

Passe a investigar sobre a sua origem, valorizando mais sua família e sua história.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

É interessante perceber como as coisas acontecem em nossa vida.

Analisando a sequência de acontecimentos pelos quais passamos, vamos

entendendo que tudo tem um sentido e uma razão para a nossa existência.

Desde pequeno eu fui um apaixonado por história oral de vida. Sentia-me

fascinado ouvindo meus pais e avós narrando histórias de suas vidas e desventuras

da família. Minha decisão por trabalhar historia oral de vida no Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE foi, em grande parte, movida por essa paixão.

O motivo de escolher uma família de origem polonesa para ser entrevistada é

devido a uma grande amizade nascida há onze anos no interior da instituição de

ensino na qual atuo, com uma das colaboradoras que na época era nossa aluna. Foi

muito enriquecedor e gratificante trabalhar com essa família que prontamente

atendeu ao convite para participar desse projeto. Os temas foram desenvolvidos

com simplicidade e grande sabedoria, atingindo os objetivos propostos. À professora

Maria José, minha orientadora, à Família Valenga e a todos que colaboraram para a

concretização desse trabalho o meu sincero agradecimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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ARFUCH, Leonor. El espacio biográfico: dilemas de la subjetividad

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2002.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e

métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: T.A. Queiroz

Editor, 1979.

BUENO, Belmira Oliveira. O método autobiográfico e os estudos com histórias

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São Paulo, v. 28, n. 1, p. 11-30, jan./jun. 2002.

CATANI, Denice Bárbara; FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Um lugar de

produção e a produção de um lugar: a história e a historiografia divulgadas no

GT História da Educação da ANPED (1985-2000). Revista Brasileira de

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ANEXOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

WAGNER LUIZ ARCOLEZE

DIVERSIDADE CULTURAL NO PARANÁ CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

CURITIBA 2008

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PROJETO – HISTÓRIA ORAL

A documentação oral quando apreendida por meio de gravações eletrônicas

feitas com o propósito de registro torna-se fonte oral.

A história oral é uma parte do conjunto de fontes orais e sua manifestação

mais conhecida é a entrevista.

(José Carlos Sebe B. Meihy, Fabíola Holanda)

1- TEMA OS POLONESES EM TERRAS PARANAENSES: CURITIBA E REGIÃO METROPOLINANA 2- JUSTIFICATIVA O presente Projeto atende a política de formação continuada do atual governo do

Paraná que se estende a todos os professores da rede pública de ensino. Esse

trabalho será coordenado pelo professor Wagner Luiz Arcoleze, aluno do Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE 2008, promovido pela Secretaria Estadual

de Educação – SEED, sob a orientação da professora Maria José Menezes Lourega

Belli da Universidade Estadual do Paraná – UFPR

Pretende-se nesse Projeto, HISTÓRIA ORAL DE VIDA, OS POLONESES EM

TERRAS PARANAENSES: CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA, investigar os

caminhos traçados por uma família de imigrantes poloneses, residente no município

de Campo Magro, num universo mais amplo. Com esse estudo, poderemos passar a

perceber o imigrante como sujeito histórico macro, com sua identidade e expectativa

de mudanças.

3- PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Propõe-se a trabalhar três grandes eixos temáticos acerca desses sujeitos:

a- familiar;

b- religioso/cultural;

c- econômico.

A partir desses eixos, se pretende investigar fatos, acontecimentos relevantes vivos

na memória. Relacionados a sua identidade quanto grupo étnico, razões da

imigração para o Brasil, dificuldades em relação a nova cultura quanto a língua,

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costumes, etc. Quais as estratégias encontradas para a família se manter unida

entre si e em relação ao grupo? No campo religioso/cultural, que costumes e prática

são preservadas? Quais as permanências e mudanças mais relevantes?

No campo econômico, qual é a base da economia familiar? Como se constitui a

unidade produtiva? Como é realizada a atividade econômica?

4- OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

Nesta investigação serão contextualizadas as várias situações que trouxeram

estes imigrantes para o Brasil, especificamente no Paraná. Analisaremos os

percursos destes sujeitos em suas estratégias de se integrarem em uma sociedade

diferente da sua e como eles neste processo teceram novas relações que os levou a

adquirir ressignificações aos seus parâmetros culturais.

Este processo de inserção na sociedade curitibana levará a analisarmos as

transformações culturais deste contexto, como também, destes imigrantes. O foco

será compreender através destas novas interações sociais a formação de uma

circularidade de práticas e narrativas sociais que vão delineando identidades. Dentro

desta perspectiva serão identificados hábitos, costumes, culinária, lembranças dos

imigrantes poloneses e de seus descendentes.

5- METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido valendo-se de entrevistas por parte dos colaboradores,

utilizando-se filmadora digital. Serão três entrevistados, sendo que cada um

abordará um dos eixos temáticos propostos. Num segundo momento será feita a

transcrição documental e num terceiro momento a conferência e análise por parte do

coordenador do projeto, da orientadora e dos colaboradores e, por fim, a elaboração

do material didático pedagógico que será utilizado com os alunos e servirá como

base para elaboração atividades e trabalhos afins.

6- CRONOGRAMA

Data da carta de apresentação do projeto: 7 (sete) de novembro de 2008 Data das entrevistas: 8 (oito) de novembro de 2008 Data do agradecimento (s) da (s) entrevista (s): 8 (oito) de novembro de 2008 Data da transcrição: 10 (dez) de novembro de 2008 Data da textualização: 12 e 13 de novembro de 2008 Data da remessa da entrevista para conferência: 14 de novembro de 2008 Data da carta de cessão:

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7. Bibliografia

HISTÓRIA ORAL – como fazer, como pensar. José Carlos Sebe B. Meihy, Fabíola Holanda. Editora Contexto, 2007

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FICHA DE SITUAÇÃO DA ENTREVISTA E A RELAÇÃO DOS ENTREVISTADOS I) Dados do projeto

Nome do projeto: OS POLONES EM TERRAS PARANAENSES: CURITIBA E

REGIÃO METROPOLITANA

Diretor do projeto: Wagner Luiz Arcoleze

Instituição patrocinadora: Secretaria de Estado da Educação - SEED

Entrevistador: wagner luiz arcoleze

Tipo de entrevista (gênero): História Oral de Vida

Local e duração de entrevista: Campo Magro

Ficha catalográfica da entrevista: História oral de vida, família Valenga, Secretaria

de Estadual de Educação, Campo Magro, PR, 2008

II) Dados do colaboradore 1

Nome completo: Silvio Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 26/08/1934

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 587165 .

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – S.S.P.

Profissão atual: Agricultor.

III) Dados da colaboradora 2

Nome completo: Maria Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 16/12/1967

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 4.640.997-3

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – S.S.P.

Profissão atual: Técnica de laboratório

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IV) Dados da colaboradora 3 DADOS DA COLABORADORA Nome completo: Margarida Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 01/04/1963

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 4.640.977-9

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – SSP

Profissão atual: Agricultora

III) Dados dos contatos e da entrevista Indicação do contato: Amigos Data do contato: 7/11/08 Forma do contato: Pessoal Data (s) da (s) entrevista (s): 8/11/08 Local da (s) entrevista (s): Residência dos Colaboradores IV) Dados do andamento das etapas e do preparo do documento final Primeira transcrição: 10 /11/08 Textualização: 12 e 13/11/08 Transcrição: 13/11/08 Conferência:14/11/08 Carta de cessão de direitos:29/11/08 MATRÍCULA DA ENTREVISTA

A gravação da matrícula da entrevista será feita no começo do encontro, definido: a- local e data; Campo Magro-PR, 8/11/08 b- nome do projeto; Os Poloneses em Terras Paranaenses: Curitiba e Região

Metropolitana. c- nome do colaborador entrevistado; Silvio Valenga, Margarida Valenga e Maria

Valenga. d- presença eventual de outras pessoas com seus nomes; Sergio Ducarmo e- a entrevistas será finalizada com os mesmos procedimentos – repetindo a

matrícula do projeto.

ROTEIRO DE QUESTÕES A- EIXO FAMILIAR 1- Qual o seu nome completo, onde você nasceu e em que ano? 2- O senhor conheceu seus avós e bisavós? Fale sobre eles e sobre seus pais. 3- Eles passaram algum ensinamento importante a respeito de seus descendentes poloneses, principalmente sobre a saída da Polônia e chegada ao Brasil? 4- Em sua opinião, quais as principais dificuldades que os poloneses encontraram em terra estrangeira? 5- Fale sobre sua infância e juventude. 6- Até que série o senhor estudou? 7- Como foi sua vida na escola e o que mais o marcou?

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8- O senhor é casado? 9- Em que ano sua esposa faleceu e de qual enfermidade? 10. É pai de quantos filhos? 10. Atualmente sua família é constituída de quantos membros? 11- Fale sobre o convívio entre os membros de sua familiar B. EIXO RELIGIOSO/CULTURAL 1- Qual o seu nome completo, onde você nasceu e em que ano? 2- Qual o seu grau de escolaridade e sua profissão? (É importante dizer que também ajuda em casa e no campo). 3- Fale sobre seus pais, como era e como é sua relação com sua família? O que você admira nela? 4- Conte como foi sua infância e juventude. 5.- Alguma vez você se sentiu discriminada pelo fato de ser de origem polonesa? 6- Que tradições religiosas sua família preserva como herança dos antepassados? 7- Houve mudanças significativas entre o que era e o que é hoje? Quais? 8- Que tradições culturais sua família preserva de seus antepassados? (língua, arte, música, folclore, arquitetura, vestuário, culinário, etc.) 9- Como você percebe a comunidade polonesa em Curitiba em relação as outras comunidades étnicas? B- EIXO ECONÔMICO 1- Qual o seu nome completo, onde você nasceu e em que ano? 2- - Qual o seu grau de escolaridade e sua profissão? 3- Fale sobre seus pais, como era e como é sua relação com sua família? O que você admira nela? 4- Conte como foi sua infância e juventude. 5.- Alguma vez você se sentiu discriminada pelo fato de ser de origem polonesa? 6- Como se constitui a unidade produtiva de sua família? (falar do sítio, quantos alqueires ou hequitares, o que tem nele – casa e outras construções, área de preservação, área de pastagem e área de plantio. 7- Qual é a base da economia de sua família? (dizer o que plantam, o que criam, o que vendem). 8- Que tipo de máquinas e ferramentas vocês utilizam no trabalho do campo? 9- Como é realizado o trabalho no campo? 10- Para quem vocês vendem sua produção? 11- Em sua opinião, todos os compradores pagam um preço justo pelo que vocês produzem? 12- Você percebe mudanças significativas no campo da economia familiar entre como era no tempo de seus antepassados e como é hoje? (forma de trabalho, produção e comércio)

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OS POLONESES EM TERRAS PARANAENSES HISTÓRIA ORAL DE VIDA

TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS

No dia oito de novembro de 2008, foram realizadas três entrevistas sobre

História Oral de Vida com a família do senhor Silvio Valenga, descendente de

imigrantes poloneses, no município de Campo Magro Paraná. Esse trabalho é parte

integrante do projeto desenvolvido pelo professor da rede pública de ensino Wagner

Luiz Arcoleze participante do Programa de D esenvolvimento Educacional _ PDE,

sob a orientação da professora Maria José Menezes Lourega Belli da Universidade

Federal do Paraná – UFPR.

Cada colaborador entrevistado discorreu sobre um eixo temático sendo:

Família, Religioso/Cultural e Economia Familiar.

I) Dados do projeto Nome do projeto: OS POLONES EM TERRAS PARANAENSES: CURITIBA E

REGIÃO METROPOLITANA

Diretor do projeto: Wagner Luiz Arcoleze

Instituição patrocinadora: Secretaria de Estado da Educação - SEED

Entrevistador: Wagner Luiz Arcoleze

Tipo de entrevista (gênero): História Oral de Vida

Local e duração de entrevista: Campo Magro

Ficha catalográfica da entrevista: História oral de vida, família Valenga, Secretaria

de Estadual de Educação, Campo Magro, PR, 2008

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II) Dados do colaboradore 1 Nome completo: Silvio Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 26/08/1934

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 587165

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – S.S.P.

Profissão atual: Agricultor.

PRIMEIRA ENTREVISTA Duração: 11minutos e 26 segundos Entrevistador: Hoje é dia oito de novembro de 2008. Nós estamos no município de

Campo Magro na comunidade do Bom Pastor e vamos iniciar um conjunto de

entrevistas a começar é... a começar com o seu Silvio.

Entrevistador: Seu Silvio, qual o seu nome completo, onde você nasceu e em que

ano?

Silvio: Silvio Valenga, nasci aqui nessa colônia, 1934.

Entrevistador: É, o senhor conheceu seus avós e bisavós?

Silvio: Os dois avós não conheci, só as avó conheci as duas, uma veio da Polônia,

outra nasceu aqui.

Entrevistador: Então fale um pouquinho sobre os seus pais e sobre os seus irmãos

seu Silvio.

Silvio: Não, nossa família foi sempre tranqüila. O pai foi meio severo, mas quer

dizer que eu agradeço ele, porque ele criou os doze.

Entrevistador: Doze irmãos?

Silvio: Oito irmão e quatro irmã.

Entrevistador: E são todos vivos?

Silvio: Não, só sobrou quatro, oito já tão falecidos.

Entrevistador: Seu Silvio, é, por favor, é..nos conte algum, sobre algum

ensinamento importante a respeito é...que seus pais lhes passaram a respeito de

seus descendentes poloneses, principalmente sobre a saída da Polônia e chegada

ao Brasil.

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Silvio: Isso, o que eu to sabendo, que lá foi muito apertado, governo brasileiro

prometeu mais alguma coisa mais boa, daí eles foram obrigados de sair de lá e

procurar outras terras e daí deixaram o rasto.

Entrevistador: E o senhor se lembra o que o governo brasileiro prometia para os

imigrantes poloneses?

Silvio: Ele prometia muito, depois não deu tanto, mas sempre ajudou.

Entrevistador: E os... imigrantes é... poloneses que vieram pra cá é...receberam

terras?

Silvio: Receberam, num é como foi prometido.

Entrevistador: Quantos alqueires de terras?

Silvio: Há bom, eles eram prometido 10, mas diz, dizem depois que argum recebeu

5, outro recebeu 2 arqueire.

Entrevistador: Além da terra, eles recebiam algum, algum outro recurso?

Silvio: Era recebido foice, machado é alguma coisinha pra..

Entrevistador: Tá ótimo. É.. em sua opinião seu Silvio, quais as principais

dificuldades que os poloneses encontraram ao chegarem no Brasil?

Silvio: Isso foi mais dificuldade (diz baixinho: prá responder e depois..) pra

compreender língua portugueis.

Entrevistador: A questão da língua!

A questão da língua, o mais mais complicado.

Entrevistador: O mais complicado. E... tem algum outro, alguma outra dificuldade

que.. os poloneses enfrentaram além da língua? (o telefone tocou).

Silvio: Isso a doença... que lá não tinha,ali já tinha uma doença estranha, me

falaram, eu não vi e graças a Deus que até hoje não tenho, porque aquela é morte

certera. Falaram-nos os pais.

Entrevistador: E o nome da doença, eles comentaram?

Silvio: É, uns dizem que é cólera outros dizem que é cólera, mais ou menos assim.

Entrevistador: Há, ta certo. Seu Silvio, fale um pouco sobre sua infância e sobre a

sua juventude.

Silvio: Bom, foi sempre como guri, sempre guri, mais por ajuda de nosso pai, meu

pai, nosso pai da família, ele foi justo, precurava nos por no caminho certo, porque

nós era bastante, então nóis respeitavam o pai, respeitava e to agradecendo

(começa a rir) a bondade, quanta veis a gente apanhou, mas isso é pra bem.

Entrevistador: A partir de que idade mais ou menos o senhor começou a trabalhar?

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Silvio: Aí depois de 7 ano. De vagarzinho. Depois de 7 a 10 aí eu comecei forte.

Entrevistador: E quando.. enquanto jovem o senhor participava da comunidade, da

vida da comunidade, das festas de igreja, de bailes?

Silvio: Baile não, mas a festa de igreja ali, tudo mundo tava.. todo mundo tava em

comunhão.

Entrevistador: Até que série o senhor estudou?

Silvio: Quer dizer que era pra eu fazer quatro ano, mais como eu tava adiantado,

treis e meio. Daí a própria professora mandou ou mandar pra outra escola ou senão,

que vá trabalhá.

Entrevistador: Naquele tempo até que série as pessoas estudavam?

Silvio: Não, quatro ano, mas se conseguiu, se não conseguiu então 5, 6 anos até

conseguir quarta série.

Entrevistador: Como foi é..sua vida na escola e o que mais marcou o senhor na,

durante essa formação escolar?

Silvio: Isso foi porque quando gente já estava mais ou menos em cima dos outros

(mais adiantado), (ri) então pra mim foi um divertimento e honra (continua rindo), que

a, a própria professora disse: é se fosse, se tivesse todo aluno como esse aqui eu

ficava alegre.

Entrevistador: O senhor já entrou na escola sabendo...

Silvio: Não, por causa da minha irmã e por causa de meu pai, tudo dia um

pouquinho. Daí gen.., oia, até hoje, quantas criança vai lá e não sabe nada e outras

já sabem, porque a escola primeira é em casa. Vai ter que ter tempo e ter, ter assim,

alguém que ajuda e outras coisa que o pai seja que se interessa. Agora se pai não

se interessa (ri), o filho menos ainda.

Entrevistador: É verdade. É... seu Silvio, o senhor é casado?

Silvio: Era, agora sou viúvo.

Entrevistador: Em que ano a sua esposa faleceu e de qual, é... de qual doença?

Silvio: Ela faleceu em 1988, com câncer nos pulmões.

Entrevistador: O senhor é pai de quantos filhos seu Silvio

Silvio: Duas filhas.

Entrevistador: Atualmente sua família é constituída de quantos membros? Quantas

pessoas vivem em casa?

Silvio: Quatro, quatro por enquanto.

Entrevistador: Quem são eles?

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Silvio: Bom, sou eu Silvio, a Margarida, Maria e o Val, Wagner, Valter (ri), confundi.

(o galo cantou).

Entrevistador: Então para nós encerrarmos nossa entrevista, seu Silvio, gostaria

que o senhor falasse sobre o convívio familiar, como é a vivência de voceis.

Silvio: Graças a Deus, ta jóia, as veis, acontece arguma, mais nunca ferois. Mais ou

menos unida, família unida. Pequena mais unida. (o galo canta)

Entrevistador: Voceis trabalham juntos...

Silvio: Trabalhemo junto, a Maria trabalha lá fora, o que nóis precisamo ela nos

ajuda, porque nóis na lavora não somos muito assim.. porque a lavoura é agora um

pouco difícil, mais como gente já ta acostumado, (o galo canta) então dá prá vive.

Entrevistador: O senhor gostaria de deixar alguma mensagem para as pessoas

que, que assistirão essa entrevista, principalmente os alunos das escolas?

Silvio: Eu deixaria as mensagem. Essa mensagem que eu deixaria que antigamente

no meu tempo, nois andava de a pé 6 quilômetro, hoje as criança são, uma boa, vão

de carro pra escola, voltam de carro... então, parece que só eles vão e voltam, quem

ta interessado em estuda, estuda (galo canta), quem não ta interessado, então quer

dizer que eles só pensam daquilo, nóis fomos no sofrimento, nóis pensava de

estudar (ri). Essa mensagem então pras criança, porque to vendo pelos meus

sobrinhos ali (cachorros brigam), que esse vai pra escola, vorta pergunta arguma

coisinha ele já... porque muito fácil, ali 6 quilometro pra pra andá na escola, no

inverno (ri), com tamanquinho, paletó sem forro, ali gente foi, se aqueceu no sol,

precurou de estudá. Hoje mais lim, mais... moderno. Agora eu já também, posso por

ainda nesse, que o que eles hoje estudam eu não entendo nada, eu entendo outras

coisa, mais do que hoje, mas o que hoje estudam eu não entendo isso, porque é

muita coisa lá, esse não entendo nada, agora eu só fala e faze continha, graças a

Deus que aprendi.

Entrevistador: Tá ótimo. Então, eu gostaria de encerrar essa entrevista

agradecendo ao seu Silvio, a colaboração né, passando-nos esses conhecimentos

muito importantes a respeito da sua cultura. É... agradeço a colaboração também do

amigo Sergio que está operando.. a filmadora né e fi, podemos ficar por aqui. Muito

obrigado.

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III) Dados da colaboradora 2 Nome completo: Maria Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 16/12/1967

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 4.640.997-3 Tipo: Civil

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – S.S.P.

Profissão atual: Técnica de laboratório

SEGUNDA ENTREVISTA Duração: 7 minutos e 27 segundos Entrevistador: Olá, nós estamos no município de Campo Magro, participando do

projeto Os Poloneses em Terras Paranaenses, hoje é dia oito de novembro de 2008.

É, nós estamos no segundo, é... bloco de... da nossa entrevista (o galo canta), cujo

eixo é... cultural e nós vamos entrevistar a nossa amiga Maria.

Entrevistador: Olá Maria, tudo bem?

Maria: Olá tudo bom.

Entrevistador: Maria, por favor, diga-me o seu nome completo, onde você nasceu e

em que ano você nasceu?

Maria: Meu nome é Maria Valenga, eu nasci nessa comunidade, é... na época que

eu nasci pertencíamos ao município de Almirante Tamandaré, hoje é o município de

Campo Magro.

A minha escolaridade é o terceiro grau incompleto, trabalho, sou técnica em

química, trabalho num laboratório farmacêutico há quinze anos. Nos dias de folga,

nos feriados, nos finais de semana, ajudo nos afazeres de casa como também, os, o

meu pai e a minha irmã na agricultura.

Entrevistador: É..fale sobre a sua família, é, como é sua relação com os seus pais?

Maria: Olha, a minha relação com os meus pais sempre foi muito afetiva, é, o que

sinto assim bastante falta da minha mãe que perdi com os meus vinte, quando tive

os meus vinte anos, sinto bastante falta, mas em compensação meu pai é muito

companheiro, muito amigo e muito prestativo.

Entrevistador: Maria, por favor, conte-nos é.. como foi sua infância e sua

juventude?

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Maria: A minha infância é... tra, é, estudávamos em, num colégio, é quase três a

quatro quilômetros, andávamos a pé e sempre estudei pela parte da manhã, a tarde

a gente voltava, brincava e também ajudava nos pequenos afazeres, é, da casa, da

agricultura, cuidando dos animais...

Entrevistador: Que tipo de brincadeiras vocês faziam?

Maria: Bastante, a gente subia em árvores, de esconde-esconde, brincava com a

terra, montávamos nossos próprios bonequinhos de palha de milho, de... enfim, nós

mesmos que criávamos a maioria de nossos brinquedos.

Entrevistador: E alguma vez você se sentiu discriminada pelo fato de ser de origem

polonesa?

Maria: Não, nunca me senti assim discriminada, pelo contrário, acho que ás vezes

até me favoreceu de ser de origem polonesa.

Entrevistador: E, que tradições religiosas sua família preserva como herança de

seus antepassados?

Maria: Nós os poloneses preservamos bastante as tradições, principalmente o

batismo, é,.. a primeira comunhão, a crisma e os casamentos, que é feito no

religioso, no cartório, no civil e enfim, também, o que acompanha também as festas,

que são assim, que se diferenciam dos outros é... das outras etnias. Com festas

assim, nas festas têm bastante da cultura polonesa, as danças, as comidas, enfim,

os trajes que até hoje ainda continuam sendo, preservados.

Entrevistador: Antigamente como era, por exemplo, o casamento polonês?

Maria: Antigamente o casamento geralmente era celebrado na, na segunda feira e

tinha duração de três a quatro dias (ri e diz: ai meu Deus). Hoje, já mudou assim um

pouquinho, mais pelo lado financeiro e tal e antigamente eram celebrados nas

casas, quer dizer, as festas era nas casas ou nos paióis, hoje em dia mais por

comodidade é feito nos barracões das igrejas ou restaurantes, mas continua essa

tradição de músicas polonesas, comidas polonesas, enfim, é...tem o jantar que é

servido e mais a meia noite que é servido um café com bolos, bolachas, kuques,

tudo da cultura polonesa que até hoje é preservado.

Entrevistador: Ótimo. E que tradições culturais sua família preserva de seus

antepassados?

Maria: As tradições culturais mais é a língua, que nós ainda preservamos. Falamos

a língua polonesa, as músicas, que é bastante ainda ouvidas, tocadas, enfim, e...

Page 60: New DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2008 · 2011. 11. 23. · algumas receberam cinco e outras receberam dois alqueires. Além da terra eles receberam foice, machado e algumas outras

mais é as comidas, assim, da parte da culinária que são as broas polonesas, as

bolachas os kuques que são os mais, mais tradicionais.

Entrevistador: A arquitetura também?

Maria: É, as casas antigas são preservadas, e...

Entrevistador: Eu estou sabendo que seu pai faz um vinho excelente. É herança cul

é dos poloneses também?

Maria: Também é herança dos poloneses, que a gente continua nu, na fabricação

de vinhos...

Entrevistador: Vinhos, vinho de uva?

Maria: Vinho de uva, vinho de laranja... e mais assim as comidas, os requeijões, as

manteigas, as bolachas que eu já até citei.

Entrevistador: Tá ótimo. É.. pra nós finalizarmos nossas entrevista, eu gostaria que

você... dissesse, como você percebe a comuni, a comunidade polonesa em Curitiba

em relação às outras comunidades étnicas?

Maria: O, em Curitiba ainda o que mais assim se destaca é o Bosque do Papa,

Papa João Paulo II, onde ainda é bastante assim, é... preservadas as culturas,

enfim, como já até citei anteriormente a bênção dos alimentos, enfim, é, as, o grupo

folclórico, que é um destaque, assim, bastante, bastante forte.

Entrevistador: Bem, nós estamos finalizando a nossa entrevista, gostaria muito de

agradecer a colaboração da Maria que nos enriqueceu muito com as suas

informações, é... agradeço a contribuição, a colaboração do Sergio, nosso amigo,

que está operando a filmadora, e...hoje é... nós estamos é, contentes né,

participando desse projeto e ainda temos uma terceira parte né, terceiro eixo que

será trabalhado com a sua irmã. Muito obrigado.

IV) Dados da colaboradora 3 Nome completo: Margarida Valenga

Local e data de nascimento: Almirante Tamandaré, 01/04/1963

Endereço atual: Rua Francisco Laliki, S/nº, Campo Magro, Paraná

Documento de identidade: 4.640.977-9

Local e órgão de emissão: Almirante Tamandaré – S.S.P.

Profissão atual: Agricultora

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TERCEIRA ENTREVISTA Duração: 16 minutos e 21 segundos Entrevistador: Olá, hoje, é dia oito de novembro de 2008. Nós estamos no

Município de Campo Magro, desenvolvendo nossa entrevista com a família de seu

Silvio Valenga. Nesse terceiro momento, nós vamos abordar sobre o tema economia

familiar e vamos entrevistar a nossa amida, a nossa amiga Margarida.

Entrevistador: Margarida, olá, tudo bem?

Margarida: Tudo bem.

Entrevistador: É, diga-nos qual o seu nome completo, onde você nasceu e em que

ano?

Margarida: Meu nome é Margarida Valenga, nasci no município de Campo Magro,

que na época que eu nasci era Almirante Tamandaré, hoje Campo Magro, em 1963.

Entrevistador: E qual é o seu grau de escolaridade e sua profissão?

Margarida: Eu tenho segundo grau completo e sou agricultora. Trabalho na lavoura

plantando, plantando de tudo um pouquinho.

Entrevistador: Fa fale so sobre seus pais, como era e como é o seu relacionamento

com eles?

Margarida: Há, com os meus pais foi sempre muito bem, com minha mãe, com meu

pai, até hoje eu que convivo com ele, todos os dias, e... com minha mãe, também,

mas a minha mãe já é falecida há muito tempo, mais eu herdei alguns exemplos

dela que hoje eu sigo. Infelizmente a gente sofreu sem ela, mais a gente conseguiu

superar tudo.

Entrevistador: E.. o que você mais admira na sua família?

Margarida: Que eu mais admiro na minha família, desde o tempo de minha mãe, é

que todos os trabalhos que a gente fais na agricultura, a gente fais tudo junto, a

gente fais um serviço, eu meu pai, no tempo da minha mãe era junto. Quando a

gente terminava um, começava outro. Eu acho isso muito bonitinho. Que não,

trabalhavam separados, só trabalhavam juntos.

Entrevistador: E.. como fui a sua infância e juventude?

Margarida: Há, minha infância foi muito boa,(ri), eu era um pouco arteira, tal... como

eu era menina não sei porque eu inventava tantas artes. Mas, era maravilhoso, só

que o meu pais, a minha mãe, minha avó, ele tudo separavam o serviço,

determinavam, chegou a hora de brinca, chegou a hora de reza, chegou a hora de

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estuda, chegou a hora... tinha hora de tudo, desde lá... desde minha infância eu já

aprendi a trabalha, ajudá eles,

Quando eu fui jovem, aí durante a semana a gente trabalhava rápido, fazia o serviço

pra não deixar pro final de semana, porque nos final de semana a gente queria ir

prus bailinhos, nas festas, a gente reunia os vizinhos, a gente ia a pé, que era muito

gostoso.

Entrevistador: Muito bem. E... alguma fez você se sentiu discriminada pelo fato de

ser descendente de polonês?

Margarida: Não, e se alguém me perguntar de que origem você é, eu falo com

muito orgulho: eu sou de origem polonesa e ainda acrescento, na minha casa, com

meu pai, minha irmã, a gente fala tudo em polonês.

Entrevistador: Tá ótimo. Como se constitui a unidade produtiva familiar de sua

família, de sua casa? Como é formado o, a..., o que, o que tem aqui onde você

mora?

Margarida: Bom, nós aqui temos é, galpões, esses galpões onde a gente armanes,

armanes nossos produtos, guarda tipo o milho, a gente guarda para o ano inteiro,

pras nossas criações e... também temos umas garagens onde guardamos nosso

trator, nossos implementos, e....

Entrevistador: Cozinha com forno...

Margarida: É, tem uma cozinha, que a gente mata um porco, mata um boizinho, fais

as broas que são comidas típicas polonesas, que até hoje eu faço, e tem a casa,

tem as estrebarias, tem os chiqueiros, tem de tudo um pouquinho no nosso pátio aí.

Entrevistador: E, nessa unidade produtiva, como ela está dividida, como ela está

organizada? As áreas, área de plantio, de preservação...

Margarida: Então, a gente tem treze alqueires, de terra, sítio nosso tem treze

alqueires e está dividido mais ou menos assim: seis a gente planta, cultiva de tudo

um pouco, uns dois alqueires é pasto para a engorda de bois... assim, uma

pastagem e uns três, quatro é mata nativa, que... nós temos uma preservação

ambiental e nós temos rios, córregos e a gente deixa assim mata nativa assim

preserva a natureza.

Entrevistador: Ótimo. E qual é a base, da economia da sua família? O que vocês

plantam, o que vocês criam...

Margarida: Nós plantamos, a maior parte nós plantamos milho, batatinha, fejão,

cebola, e plantamos assim, de tudo um pouquinho. Mais a nossa principal

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sobrevivência é de milho, de batata e de feijão, isso que nós plantamos, vendemos e

sobrevivemos desse, desses produtos.

Entrevistador: E que tipo de ferramentas vocês utilizam nu, nu trabalho do campo?

Margarida: Nós utilizamos desde do foice, inxada, machado, essas coisas mais

simples, tração animal, e também de trator, arado, grade, é... plantaderas, assim,

mais sofisticados hoje, que tão substituindo a inxada, a foice...

Entrevistador: Ótimo, inclusive, antes do final da nossa entrevista nós vamos

conhecer algumas ferramentas utilizadas aqui por eles.

É... uma outra questão Margarida, é, como é realizado o trabalho no campo? Como

voceis cultivam o campo?

Margarida: Então, nós, cultivamos, nós plantamos, nós primeiro di tudo nós

arrumamos nosso terreno, terra, aramos, é gradiamos, plantamos, cuidamos,

colhemos, e é um trabalho que não termina nunca, não é de semana, meses, mas é

de anos. É o ano inteiro a gente planta, ou planta batatinha ou planta milho, ano

inteiro a gente trabalha na lavoura.

Entrevistador: E pra quem voceis vendem essa produção, pra onde vai esses

produtos?

Margarida: A maior parte que nós produzimos, vai diretamente para os

consumidores, nós adquirimos uns preços melhores e eles adquire produtos mais

fresquinhos, diretamente dos produtores. Mas tamem a gente vende pros

intermediários, que eles levam pro CEASA e tamem pros feirantes.

Entrevistador: E na sua opinião, esses compradores, eles pagam preço justo pelos

seus produtos?

Margarida: Eu acredito que não, porque hoje o, os insumos são muito caros, sobem

a cada ano enquanto nosso produto ta parado, não sobe, e muitas vezes, eles pe,

compram aqui, mais eles não pagam, eles simplesmente somem e nós ficamos

como o prejuízo.

Entrevistador: É, como você percebe hoje a, as mudanças que ocorreram desde o

tempo de seus antepassado, você acredita que melhorou, ou está, cada vez pior?

Margarida: Não, melhorou muito, no tempo do meu pai, quando meu pai era mais

novo, do meus avós, era muito difícil, porque nós não tínhamos, não tinha meio de

transporte, não tinha caminhão, então a gente usava carroças, a gente... eles

demorava muito pra levar suas mercadorias até Curitiba, treis horas é a cavalo, a

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carroças. Hoje, é tudo caminhão que leva dentro de vinte minutos, é mais

confortável. Pra esse lado aí melhorou bastante.

Entrevistador: Muito bem. E... certamente voceis encontram alguns problemas,

algumas dificuldades relacionados a, ao trabalho de vocês, a economia. Quais os

principais problemas que você percebe aqui no meio em que voceis vivem em

relação, relacionados a economia?

Margarida: Nós achamos assim uns problemas agora de uns dez anos prá cá, que

nós temos, somos muitos roubados. Tem muitas invasões ao redor da, da nossa

colônia aqui, da nosso, nossa região e... nós somos muitos explorados, roubam,

roubam muito das nossas roças, isso que tá ficando cada féis pior. Tem mais é, sem

emprego, as pessoas não têm emprego e, tem que sobrevive, aí eles robam pra nós,

nós não temos mais sossego, tudo a gente tem que chavear, deixar cadeado, na

roça não pode deixar nada, mesmo um ferro eles robam pra vende num ferro velho...

Entrevistador: E o que eles chegam a roubar além dessas ferramentas, de

produtos?

Margarida: Eles roubam de tudo, de milho, de batatinha, roubam, estragam... é,

porque o que eles levam, levam, o restam eles estragam, cortam, entram com os

carros no meio das roças, fazem voltas, então eles macetam todos os... bastante

estrago. Roubam também as galinhas, os bois, roubam de tudo um pouco. Tá

ficando cada féis mais difícil.

Entrevistador: E você, é, consegue perceber algum tipo de solução prá esse tipo de

problema?

Margarida: É muito difícil.

Entrevistador: A comunidade tem se mobilizado em relação a isso?

Margarida: Nós se mobilizamos, nós fizemos uma reuniom, junto com o nosso

prefeito, junto com o delegado, os polici, policias civil aqui do município de Campo

Magro, mas é muito difícil, porque você não sabe, que nem o advogado, o delegado

falo pra nós: se você vê que eles tão roubando, você avisa que a gente vai lá e

prende. Só que, você nunca sabe se, o dia que eles vem te roba, então a gente é

robado, nós se mobilizamos bastante, mas não chegamos a um ponto final, a um

acordo. Nós.. negócio de segurança aqui é muito difícil, porque aqui é colônia, aí

eles cuidam mais do centro, mais assim, do centro de nosso município e não das

colônias e também, aqui tem bastante, a roça é grande então, se eles robam de um

lado a gente não vê, esse que é nossa maior dificuldade, o nosso problema.

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Entrevistador: E, além, dus, dus produtos agrícolas e dos animais, é.. eles chegam

a mexer também na mata nativa?

Margarida: Mexem, robam muita lenha. Aonde a gente deixa uma área de

preservação ambiental que tem os rios, eles vão lá e cortam, fazem carreros, levam

as lenhas. Eles levam as secas, mas cortam as verde, deixam as verdes secarem,

para um dia virem e pegarem aquelas secas também. Enquanto nós estamos

preservando.

Entrevistador: É, então nós percebemos que, há muitos desafios ainda a serem

enfrentados né, que só serão superados a partir da união de todos né...

Margarida: Exatamente.

Entrevistador: E da mobilização da comunidade.

Bem, antes de nós encerrarmos, é..eu peço para que você Margarida, apresente

para nós algumas das ferramentas que vocês utilizam no trabalhos, no dia-a-dia de

suas vidas.

Então ta bom.

Margarida: Isso que a gente comento, que tem várias mudanças, antigamente, a

gente batia feijão com este (ri), com essa ferramenta.

Entrevistador: Qual é o nome dessa ferramenta?

Margarida: Há, eu não sei te dizer, cambau, uma coisa assim. No tempo da minha

avó, do meu pai, eu quando era criança. Hoje é substituído pelas máquinas,

máquinas que debulham, já o feijãozinho sai limpinho.

Também no inverno, no verão, a gente guarda comida pro inverno pros bois. Então

esse aqui serve pra secar aquele feno que a gente chama, que é comida.

Entrevistador: E onde é guardado esse feno?

Margarida: O feno nós guardamos aqui em cima, nós chamamos de sótão, onde é

mais seco, é seco e é guardado, porque não pode pegar umidade.

Está é uma... debulhador de milho, que, nós debulhamos com este. Mas agora tem

as colhetaderas enormes colhetadera... cada vez mais fácil trabalhar, mais... mais

fácil de... é mais simples.

Entrevistador: Ta ótimo

Margarida: Esta aqui foi uma das primeiras máquinas debulhadoras de milho

manuais, que hoje já, já tão sendo substituídas por muitas outras colhetaderas,

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aquelas que mil e quinhentas, duas mil sacas de milho por dia e esta aqui é uma das

primeiras.

Este aqui é um moedor de quirera, que antigamente não era, não existia esses

elétricos, então a gente moía, e fazia quirerinha pros pintinhos assim moendo

(movimenta a máquina manualmente).

Hoje, a gente tem este aqui, que a gente só liga, não se judia e é tudo fácil.

Entrevistador: Tem como ligar um pouquinho?

Margarida: Tem! (liga a máquina elétrica)

Entrevistador:, estamos finalizando nosso trabalho, nossa pesquisa oral, nossa

entrevista, quero agradecer muito a Margarida, a colaboração que ela nos deu, com

as suas informações, com seus conhecimentos e dizer que esses, essas

informações, são de extrema é... importância, para enriquecer o nosso trabalho, né,

e isso, esse trabalho ficará arquivado e será bastante utilizado nas nossas aulas, né

e contribuirá para o enriquecimento dos nossos alunos. Muito obrigado Margarida,

Margarida: Eu que agradeço.

Agradeço também a colaboração do Sergio, que nos ajudou nus, no

desenvolvimento do nosso, da nossa entrevista.

A FAMÍLIA REZA E AGRADECE Margarida: Nós vamos agora rezar o Pai Nosso em polonês (os três membros da

família; Silvio, Margarida e Maria rezam o Pai Nosso na língua polonesa)

Ojcze nasz ktorys jest w niebie,

swiec sie imie Twoje,

krolestwo Twoje,

badz wola Twoja,

w niebie tak i na ziemi,

chleba naszego powszedniego daj nam dzisiaj,

odpusc nam nasze winy jako

i my odpuszczamy naszym winowajcom

i nie wodz nasz na pokuszenie

ale nas zbaw ode zlego.

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TRADUÇÃO

Pai Nosso que estais nos Céus,

santificado seja o Vosso Nome,

venha a nós o Vosso Reino,

seja feita a Vossa vontade

assim na terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje,

perdoai-nos as nossas ofensas

assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,

e não nos deixeis cair em tentação,

mas livrai-nos do Mal.

Maria: Agradecemos essa oportunidade que vocês nos deram pra fazer essa

entrevista, para os trabalhos escolares.

Entrevistador: Muito obrigado vocês.

Obrigado.

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TERMO DE CESSÃO

Nos termos disponíveis do artigo 49 da Lei n. 9.610} por este instrumento o SI'}

Silvio Valenga} RG 587165} CPF 110859759-91} residente na rua Francisco Laliki

S/no} Campo Magro} Paraná} na qualidade de titular dos direitos autorais}

doravante denominado CEDENTE, cede gratuitamente} pelo prazo indeterminado e

de modo absoluto} para utilização exclusiva da Secretaria de Estado da Educação do

Paraná o direito de uso referente aos seguintes materiais:

Entrevista gravada em vídeo e transcrita e imagens de sua propriedade para o

professor Wagner Luiz Arcoleze} RG 3515912-6 da Rede Estadual de Ensino do

Paraná, nesta ocasião denominado CESSIONÁRIO.

O CEDENTE fica ciente de que o material cedido pode ser publicado nas mídias

impressa e/ou Web.

Esta cessão afasta o CEDENTE e seus herdeiros de receberem qualquer espécie de

indenização ou compensação em virtude do uso e administração do material.

O(A) CESSIONÁRIO(AL por sua vez} compromete-se a utilizar o material descrito

para produção didático-pedagógica} sem fins lucrativos e com objetivos

educacionais.

Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.

Curitiba, 06 de dezembro de 2008

Secretaria de Estado da Educação

Av. Agua Vc:rde, 2140 - Água Vcrde- CEP 80240-900 Curitiba-PR - Fone (41) 3340-] SOO

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Margarida Valenga, RG 4640977-9, CPF 865364359-15, residente na rua Francisco

Laliki S/n°, Campo Magro, Paraná, na qualidade de titular dos direitos autorais,

doravante denominado CEDENTE, cede gratuitamente, pelo prazo indeterminado e

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Superintendência da Educação GOVERNO DO

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais PARANÁ

Programa de Desenvolvimento Educacional

PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS

PROFESSORES PDE - 2008

a) INSTITUiÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Universidade Federal do Paraná

b) PROFESSOR ORIENTADOR IES:Maria José Menezes lourega Belli

c) PROFESSOR PDE: Wagner Luiz Arcoleze

d) NRE: Curitiba

e) ÁREA/DISCIPLINA: História

f)TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: OS Poloneses em Terras Paranaenses:Curitiba e Região

Metropolitana.

O projeto de pesquisa sobre uma família de poloneses desenvolvido pelo professor

Wagner Luiz Arcoleze reuniu uma riqueza de possibilidades que podem ser trabalhadas em

atividades tanto com professores como com alunos, a fim de capacitá-Ios a trabalhar com

Historia Oral. Esta potencial idade se deve a condução teórico-metodológica expressa na

condução da construção da sua narrativa sobre as experiências de vida deste poloneses.

A opção do professor Wagner foi em construir um material didático que possibilitasse a

interação ativa do aluno.Nesta abordagem o educando-sujeito é estimulado a dialogar

constantemente com as indagações propostas. Deste modo, a interatividade permite gerar uma

compreensão contextualizada, significativa para o aluno. Com este objetivo superado as

atividades prosseguem com a proposta de elaboração de uma pesquisa.

O aluno passou pela experiência dada pelo material fornecido, reuniu uma bagagem de

conhecimentos viabilizadoras da sua autonomia, para agora dar continuidade aos seus estudos.

O professor Wagner esta de parabéns, seu trabalho é uma referência para a promoção de um

ensino de qualidade.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação GOVERNO DO

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais PARANÁ

Programa de Desenvolvimento Educacional

3. PARECER CONCLUSIVO: ( x ) Favorável ( ) Desfavorável

4. JUSTIFICATIVA DO PARECER:

O parecer é favorável , o professor Wagner desenvolveu o seu projeto de pesquisa com

originalidade e se lançou no segundo semestre para dar prosseguimento ao seu tema através da

elaboração de um material didático que estimula o aluno a interagir e a compreender parte da

história do Paraná e a ser sujeito, a medida que será orientado a desenvolver uma pesquisa na

área de História Oral

Curitiba, 02/12/2008