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HISTÓRIA DE FÉ LUTA CONTRA AS DROGAS CLUBE DE BATATAIS ESTÁ ABANDONADO BATATAIS VAI PRA FARRA ANTES DE JOGO Padre Eloy Pupim faz um balanço da sua atuação em Batatais PG 14 Associação ajuda na recuperação de ex- usuários de entorpecentes PG 8 e 9 PROJETO EXPERIMENTAL DESENVOLVIDO PELOS ALUNOS DO SEGUNDO ANO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ RIBEIRÃO PRETO/SP BATATAIS, MAIO DE 2012 ANO 3 Nº 5 Local conhecido como Cachoeira enfrenta mato alto e canos estourados PG 6 Presidente marcou encontro para dar bronca nos jogadores do time PG 5 Foto: Adriano Freitas Foto: Leonardo Ruiz Foto: Eliel Almeida Foto: Adriano Freitas

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HISTÓRIADE FÉ

LUTA CONTRAAS DROGAS

CLUBE DE BATATAISESTÁ ABANDONADO

BATATAIS VAI PRAFARRA ANTES DE JOGOPadre Eloy Pupim faz um balanço da sua

atuação em Batatais PG 14

Associação ajuda na recuperaçãode ex- usuários de entorpecentes PG 8 e 9

PROJETO EXPERIMENTAL DESENVOLVIDO PELOS ALUNOS DO SEGUNDO ANO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTROUNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁRIBEIRÃO PRETO/SP

BATATAIS, MAIO DE 2012 ANO 3 Nº 5

Local conhecido como Cachoeira enfrentamato alto e canos estourados PG 6

Presidente marcou encontro para darbronca nos jogadores do time PG 5

Foto: Adriano Freitas

Foto: Leonardo Ruiz

Foto: Eliel Almeida

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Batatais. É na terra onde está o maior acervo do pintor brasileiro Cândido Portinari que o Jornal 1 Dia tem o prazer de fazer uma breve parada,

para uma experiência com alunos do segundo ano do curso de Jornalismo do Centro Universitário Barão de Mauá. Portinari, que nasceu nas proximi-dades de Brodowski, município vizinho a Batatais, não fosse pelo fato de ter sido descoberto ainda na infância, ao ser convidado com ajudante de uma trupe de pintores e escultores italianos que fazia a restauração de igrejas na região, teria uma biografia típica de muitos meninos pobres no país e que não encontram espaço para expressar seu talento. Com uma educação deficiente quando criança, Portinari encontrou uma brecha para divulgar sua arte e isso fez um dele um artista de renome internacional.

História que serve de inspiração para aspirantes a jornalistas no ano de 2012, século XXI, quase cento e dez anos depois do nascimento de Portinari, que veio ao mundo em 1903. Jornalista, em qualquer espaço e época, tem como missão básica abrir caminhos, despertar oportunidades, disponibilizar canais de comunicação para que possíveis excluídos sociais, como o pequeno Portinari, tenham voz, falem o que pensam, gritem por uma chance. O jor-nalista precisa estar atento e preparado para o mesmo papel que os tais pin-tores e escultores italianos fizeram ao recrutarem Portinari para um trabalho. Jornalista, antes de ser recrutado, precisa recrutar. Jornalista, antes de cobrar oportunidades, precisa se empenhar para disponibilizá-las aos outros. Jorna-lista, antes de reclamar, precisa permitir que o povo reclame. Enfim, cabe ao jornalista ajudar a mudar o que seriam destinos fracassados, como ocorreria com Portinari, provavelmente, se não fosse viver no meio das tintas.

Curiosamente, foi intoxicado pelas tintas que Portinari morreu. Intoxi-cado pela gana, pela vontade de fazer acontecer, pela disposição para que o mundo despertasse para a mensagem que queria passar, a de que acreditava que a arte também poderia ser um caminho para a justiça social. Portinari pintou as mazelas humanas, manifestada na angústia do lavrador e, ao mes-mo tempo, na fé que movia o seu povo contra as dificuldades cotidianas. Talvez a mesma fé que ele teve para mudar o direcionamento de sua própria vida. A mesma fé que o jornalista precisa ter para descobrir histórias e cola-borar para que elas ganhem novos contornos.

Como podemos notar, Batatais, Portinari e jornalismo carregam uma ín-tima ligação. Se não é tão transparente, pode se tornar com o poder da co-municação, com momentos como esse, em que estudantes de Jornalismo se juntam para desenvolver um jornal todo num só dia de trabalho, um sábado, 5 de maio, e contar histórias curiosas, engraçadas, inusitadas, que ajudam a alterar cursos de caminhos que pareciam sem rumo. Abrir um canal para que o povo de Batatais tenha voz e possa expressar sua história de luta e con-quistas.

Inspirados em Portinari, aqui vamos nós, para mais uma edição desse projeto que foi premiado com o Prêmio Expocom Nacional em 2011, prêmio concedido pelo Intercom, o maior congresso de comunicação do país. Que essa conquista não nos deixe esquecer que as trilhas a serem enfrentadas pelo jornalista são árduas, porém prazerosas. Que não nos deixe esquecer que po-demos ser como o pintor, nos intoxicando a cada dia com boas histórias, bons relatos, boas experiências de vida e compreendendo que construir a história de uma arte ou do próprio jornalismo é construir a própria história de vida.

O que é humor para você, meu caro? O que te faz rir? Certamen-

te, a cena que foi ao ar no último dia 22 de abril, pela Band, no programa “Pânico”, não foi tão engraçada assim. Na realidade, não houve graça ne-nhuma. Pelo menos pra mim. Muitos telespectadores ficaram indignados e revoltados nas redes sociais.

Áureos tempos, lá quando a turma surgiu, em meados de 2003, ano em que eram extremamente engraçados. Em 2004, o “Pânico” despontou como o humorístico mais inovador dos últi-mos anos, e ainda entrando em briga de peixe grande, logo às 6h da tarde, contra Fausto Silva e seu “Domingão do Faustão, e contra Gugu Liberato e o “Domingo Legal”. O programa chega-va a beliscar os dois grandes monstros do domingo, que ninguém tinha co-ragem de enfrentar. E hoje, na Band, já é um programa a ser batido pelos concorrentes – até a Globo anda “pe-nando” para vencer, com o seu “show da vida”.

ENTENDA O CASONo último dia 22 de abril, a panicat

Babi Rossi foi “convidada” a cortar as madeixas. Passar a zero. Raspar a ca-beleira (foto). Segundo o comandante da trupe, Emílio Surita, Babi teve o “espírito” do programa ao ter topado o desafio. Logo, algum integrante vai ser castrado só para provar ter esse tal espírito.

Uma telespectadora ficou indigna-da. Ela tem câncer e se sentiu ofendida com a brincadeira. “Se é pra tanto, eu não sei. Mas, de fato, qual a graça nis-so tudo? Não consigo enxergar nada além de vexatório e humilhante para quem foi submetida a isso”.

Mas o “Pânico” conseguiu o que queria. Bateu a Globo por instantes no Ibope e gerou uma repercussão mons-truosa. O tempo vai dizer o quanto

Thiago Forato

editorialopinião JORNALISTASINSPIRADOS EM

PORTINARI

“PÂNICO NA BAND”, HUMOR SEM LIMITES

esse tipo de repercussão compensa.

NECESSIDADE?O “Pânico na Band” já tem tudo a

seu favor: Mídia, redes sociais, reper-cussão e audiência. O programa não precisava chegar ao cúmulo do absur-do, e tudo sem uma causa. Fizeram apenas por fazer, para se autopromo-verem e aparecerem, como é de seu feitio, causando, mais uma vez, um reboliço na imprensa.

FUTURO“O limite do humor é não ofen-

der quem está em casa”, disse Carlos Alberto de Nóbrega, em entrevista a Roberto Cabrini na última quinta--feira, para um “Conexão Repórter” que relembrou os 25 anos de “A Praça é Nossa” no SBT. Parece que o “Pâni-co” rompeu esse limite, haja vista que muitos ficaram ofendidos.

Enquanto houver gente que con-suma este tipo de humor, continuará existindo gente que o faz. E assim segue a humanidade, já dizia Lulu Santos em uma de suas canções. Agora, em se tra-tando de futuro, o “Pânico”, já na Band, é uma incógnita. Ainda mais agora, com seus integrantes babando por au-diência, numa casa onde o alcance é muito maior que o da RedeTV!.

Thiago é aluno do 2º anode Jornalismo da Barão de Mauá

Foto: Divulgação

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Coordenação do Curso de Jornalismo: Nahara C. Makovics FuscoCoordenação do Projeto: Prof. Ms. Igor SavenhagoReportagens e Fotos: Adriano Freitas, Caroline Badin, Cris Paulino, CléoSoares, Eliel Almeida, Iane Moreira, Leandro Santini e Leonardo RuizProjeto Gráfico: Jefferson R. Orlandi (16) 3041-9710 / 9204-6744Colaboração: Direção do Centro Universitário Claretiano, Batatais/SP

Por muito tempo, nossos polí-ticos viveram a “paz eterna”,

deitando e rolando sobre nosso di-nheiro e dando de ombros aos in-teresses da população sem que fos-sem incomodados, perpetuando, assim, seus mandatos e aumentan-do suas riquezas.

Porém, a situação aparenta ter mudado e o que nos orgulha é ver quem mudou este panorama. Qual-quer um imaginaria que seriam es-tudantes paulistanos reivindicando sobre os inúmeros problemas da capital paulista, ou então morado-res cariocas inconformados com o descaso público quanto às enchen-tes mais que recorrentes no esta-do. Diferente disso, a mobilização social não ocorreu nesses grandes centros, mas, sim, na cidade de Ri-beirão Preto, a 60 quilômetros de Batatais.

Insatisfeitos com o aumento do salário dos vereadores e do número de cadeiras no Legislativo da cida-de, estudantes, professores, muní-cipes foram às sessões da Câmara Municipal pedir a revogação de tais leis. De forma ativa, aos poucos o “movimento panelaço”, como ficou conhecido, vai conseguindo resul-tados junto ao Legislativo. Após campanhas nas ruas, nas praças, no rádio e na TV, cerca de 31 mil assi-naturas foram recolhidas para que o projeto de revogação tramite jun-to a Câmara. Além disso, o aumen-to dos salários, que seria de quase 40%, passou de menos de 17%. É fato que, até então, os manifestan-tes não conseguiram a revogação total, porém, a economia financei-ra após todas essas manifestações pode chegar a R$ 2 milhões ao fim do mandato.

A Constituição Brasileira prevê que, no último ano de cada legisla-

Luan Amaral

opinião

FINALMENTE ACORDAMOS

ção, a Câmara se reúna para decidir se haverá aumento dos subsídios. Várias Câmaras da região decidi-ram aumentar os salários, mas o que ninguém esperava era que hou-vesse um manifesto de tamanha repercussão em Ribeirão Preto, e o “pior”, que criou seguidores, como em Araraquara, em que os legisla-dores do município também deci-diram pelo aumento dos subsídios, o que tem causado manifestações em todas as sessões e nas ruas da cidade.

Citei dois exemplos de mobiliza-ção popular em nossa região, que, se não conseguiram atingir o ob-jetivo inicial, está colocando uma “pulga atrás da orelha” de cada polí-tico, quando resolverem protocolar projetos deste calibre.

Em Sertãozinho e Dumont, não sei se por conscientização dos po-líticos (o que prefiro acreditar), medo de retaliações ou oportu-nismo dos representantes frente à crise no Legislativo de cidades vizi-nhas, os vereadores decidiram não aumentar o subsídio e, ainda, se vangloriaram em entrevistas con-cedidas à imprensa pela atitude tão “populista e honesta”.

Como jornalistas, sempre espe-ramos da juventude o ímpeto de mudança, que manifestações bem estruturadas fossem realizadas, enfim, que houvesse mobilizações populares em busca de uma quali-dade de vida melhor, de uma polí-tica mais prática e não tão somente ideológica e, frente a esse cenário que vemos em nossa região, cada dia mais, nos dá ânsia de escrever sobre esses assuntos, de debater po-líticas públicas.

Luan Amaral é aluno do segundo ano de Jornalismo da Barão de Mauá

Oito alunos do Centro Universitário Barão de Mauá, de Ribeirão Preto/

SP, estiveram no último dia 5 de maio em Batatais para a realização da quinta edição do Jornal 1 Dia, projeto desenvol-vido pelo professor Igor Savenhago e que ganhou, no ano passado, o prêmio Expo-com Nacional, promovido pelo Intercom (Congresso Brasileiro de Ciências da Co-municação), o maior do gênero no país.

O projeto consiste em escolher um município da região de Ribeirão Preto para que os alunos desenvolvam repor-tagens e ajudem a fechar uma edição de jornal impresso em apenas um dia de trabalho. A proposta visa aproximar os estudantes de jornalismo da rotina de

ALUNOS FECHAM JORNAL EM BATATAISEles, que estão no segundo ano do curso de Jornalismo daBarão de Mauá, fizeram a quinta edição do projeto do Jornal 1 Dia

produção de um veículo impresso. Compareceram a Batatais, dessa vez,

alunos do segundo ano do curso da Ba-rão. Foram eles: Adriano Freitas, Caroli-ne Badin, Cris Paulino, Cléo Soares, Eliel Almeida, Iane Moreira, Leandro Santini e Leonardo Ruiz. Eles foram recepciona-dos numa sala de informática do Centro Universitário Claretiano, por meio de uma parceria com a Barão de Mauá, in-termediada pelo aluno Adriano Freitas, que mora em Batatais.

As edições anteriores do Jornal 1 Dia foram feitas em Pontal (duas vezes), Ipuã e Serrana. Para o próximo dia 19 de maio, está prevista uma nova edição, em São Joaquim da Barra.

Jornalismo

Alunos do Centro Universitário Barão de Mauá na quinta edição do Jornal 1 Dia

Foto: Igor Savenhago

EXPEDIENTE

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4Cultura

ADRIANO FREITAS

Batatais, localizada entre dois polos econômicos do norte do Estado de

São Paulo, Ribeirão Preto e Franca, guar-da desde 1953 um tesouro importantíssi-mo. Trata-se das obras do pintor Cândi-do Portinari.

Cândido Torquato Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, em Bro-dowski, cidade vizinha a Batatais, e teria pintado quase cinco mil obras, sendo considerado um dos artistas mais presti-giados do país e tendo conseguido alcan-çar maior projeção internacional.

Na cidade, suas obras podem ser vis-tas e admiradas na parte interna da Igre-ja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde.

No inicio dos anos 50, José Martins

de Barros, grande fazendeiro na época, teria feito uma encomenda de pinturas junto ao artista e estaria disposto a pa-gar qualquer preço pelas obras. Portinari teria aceitado executar o trabalho, desde que ele mesmo pudesse escolher quais obras seriam pintadas, sem palpite al-gum do comprador.

As obras feitas foram: Jesus e os Após-tolos, A Transfiguração, A Sagrada Fa-mília, A fuga pelo Egito, o Batismo, São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida.

Portinari levou praticamente dois anos para concluir as obras. Fizeram parte do pedido de João Martins mais 14 quadros que representam a Via Sacra, trajeto seguido por Jesus carregando a cruz, que vai do Pretório até o Calvário, totalizando 14 estações, mesma quanti-

RELÍQUIADE 6 DÉCADAS

Desde 1953, Batatais guarda o maior acervo de Cândido Portinari, que compreende as estações da Via Sacra

dade dos quadros (ver quadro nesta pá-gina).

O valor da Via Sacra pago pelo fazen-deiro teria sido de 400 cruzeiros, porém o artista teria dado um bom desconto e o interessado pago metade desse valor. Se-gundo o guia turístico da Igreja Matriz, Antonio Otávio Squarize, além de todos esses quadros, foram feitos mais dois re-tratos, um do próprio José Martins de Barros em primeiro plano, com sua fa-zenda ao fundo, e outro de um banquei-ro da época, Arthur Scatena.

Ainda segundo o guia, as obras hoje estão avaliadas em U$ 30 milhões de dólares, sendo que as duas mais valiosas são Jesus e os Apóstolos e a Sagrada Fa-milia. A primeira estaria valendo US$ 6 milhões de dólares e a segunda custaria, atualmente, US$ 4.500 milhões de dóla-res.

Squarize afirma que as obras estão conservadas e passando por limpeza, para manutenção. O horário de visitas à Igreja Matriz é de terça a domingo, das 9h às 17h30.

MORTE DE PORTINARIDesobedecendo as ordens médicas,

Portinari continuava pintando e viajan-do com frequência para exposições nos EUA, Europa e Israel. No começo de 1962, a Prefeitura de Milão convidou Portinari para uma grande exposição com 200 telas. Trabalhando frenetica-mente, Portinari é envenenado pelas próprias tintas, que o consagraram, fa-lecendo no dia 6 de fevereiro daquele mesmo ano. Os direitos autorais de suas obras hoje estão a cargo de seu filho, João Cândido Portinari.

Guia turístico Squarize com Sagrada Família, avaliada em U$$ 6 milhões

Quadro da fuga para o Egito

Fotos: Nonononononono

Obrasteriam sido

encomendadas por grande fazendeiroda época

AS 14 ESTAÇÕES DA VIA SACRA1ª Estação: Jesus é condenado à morte2ª Estação: Jesus carrega a cruz às costas3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez4ª Estação: Jesus encontra a sua Mãe5ª Estação: Simão Cirineu ajuda Jesus6ª Estação: Verônica limpa o rosto de Jesus7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez8ª Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém9ª Estação: Terceira queda de Jesus10ª Estação: Jesus é despojado de suas vestes11ª Estação: Jesus é pregado na cruz12ª Estação: Jesus morre na cruz13ª Estação: Jesus morto nos braços de sua Mãe14ª Estação: Jesus é sepultado

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5 Festa no apê

ELIEL ALMEIDA

Os jogadores do Batatais deixaram mesmo de lado a disputa do Cam-

peonato Paulista da Série A-3. Prova dis-so foi a noitada em que alguns dos atletas se envolveram na madrugada de sába-do, véspera do último jogo do time na competição, que será realizado domingo em Americana, contra o Rio Branco. A “farra” teria acontecido no alojamento do elenco, um local conhecido como a antiga FEBEM. Segundo informações do presidente do Batatais, que é delega-do aposentado e apaixonado pelo clube, Moysés José Cocito, a “festinha” parti-cular dos atletas foi regada com muita bebida alcóolica e presença de mulheres. “Pois é, hoje eu estou vindo aqui conver-sar com eles porque alguns dos jogado-

res fizeram coisas que não deveriam ter feito. Teve uma noitada aqui na concen-tração, com bebida e mulher e tudo aqui-lo que o jogador de bola gosta de fazer”, disse o presidente.

Após a noitada, Cocito decidiu sus-pender o pagamento dos jogadores, que seria feito na manhã deste sábado. “Infe-lizmente, tenho que puni-los. Vou mul-tá-los. Está no meu carro o pagamento de todos que eu iria fazer hoje, mas agora tenho que rever aqueles que irão se apre-sentar como culpados. E se ninguém se apresentar, todos serão culpados”.

O presidente do Batatais disse ainda que foi a primeira vez em que foi infor-mado sobre “festinhas” dos atletas. “Foi a primeira vez que tomei conhecimento desse fato. Pode ser que tenha aconteci-

DESPEDIDA COM NOITADA

Às vésperas do último jogo do Batatais na Série A3 do Campeonato Paulista, jogadores se divertem em balada

do outras vezes, sem que ninguém tenha percebido”, declarou Cocito.

Um dos atletas mais experientes do elenco, o veterano atacante Jacaré, de 35 anos, que já passou por clubes como Naútico, Etti Jundiaí e Sertãozinho, disse que isso são apenas boatos e que não teve festa por parte dos jogadores. “Olha, eu não sei, porque eu não fico aqui na casa, mas acredito que não, porque boatos e fuxico sempre têm”.

Polêmica à parte, o comentário na ci-dade é um só: Por que o time que chegou a liderar a Série A-3 não conseguiu o tão sonhado acesso? O presidente do clube alegou que o time fez quase tudo certo. O erro foi, na visão dele, no modo como a equipe foi montada. “Infelizmente, não houve tempo hábil para analisarmos me-lhor os jogadores e as posições em que mais necessitávamos. Nós começamos a montar o time no dia 2 de janeiro, sen-do que a nossa estreia seria no dia 28”, destacou o mandatário do Fantasma da Mogiana.

Já o atacante Jacaré citou fatos ex-tracampo como o grande vilão para o fracasso. “O que posso dizer é que não faltou vontade da nossa parte. Sempre vi-samos a classificação, mas as coisas não caminharam conforme imaginamos. Houve algumas coisas extras que atrapa-lharam”.

A bronca do presidente foi durante o almoço dos jogadores

Moysés Cocito, presidente do Batatais

Veterano atacante Jacaré

Fotos: Eliel Almeida

Presidente foi dizer aos

jogadoresque nãogostou

da farra

Mesmo assim, o presidente comemo-ra o fato de que o time está terminando o campeonato sem dívidas. “Graças a al-gumas boas rendas que tivemos, estamos pagando todas as dívidas, e ainda so-brou dinheiro em caixa para o segundo semestre”. Por outro lado, cobrou mais incentivo por parte dos empresários da cidade. “A cidade abraça muito pouco, precisaria de mais apoio”, diz Cocito.

A organizadora da competição, a Fe-deração Paulista de Futebol, não escapou das queixas de Cocito. “A Federação não nos oferece nada. Começamos o campe-onato com R$ 80 mil reais, porém isso tudo volta pra FPF, com o pagamento de arbitragem, multas, inscrições dos joga-dores, bolas e dopping”.

FUTUROCom o final da Série A-3 se aproxi-

mando, o time já começa a pensar no segundo semestre. Segundo o presiden-te, todo o elenco profissional vai ficar parado. “No segundo semestre tem a Copa Paulista, mas nós não vamos dis-putar, porque ainda estamos quitando alguns débitos de administrações ante-riores. Devo disputar somente o Sub-20 [Campeonato Paulista para jogadores abaixo dos 20 anos]”. Em relação ao atual elenco, que é formado por 25 jogadores, também já existe uma definição. “Devo

manter os cinco atletas que são do clube e também o Rufino, o Pedroso e o Fabão. Os demais serão liberados para negociar com outras equipes”.

Essa, é a segunda vez que Moysés Co-cito assume a presidência do Batatais. A primeira foi nos anos de 2007 e 2008. O atual mandato deve terminar no final de 2013, e Cocito já manda o recado. “Vou continuar no meu mandato até o final, tenho 73 anos e pretendo completar 74 no comando do vermelho e branco”.

ÚLTIMO JOGOPara o último confronto do Batatais

no campeonato, o presidente e os jo-gadores estão focados em uma vitória. “Claro que nós queremos uma vitória, e tomara que esta noitada de alguns não os prejudique na partida. Tomara também que o fato de não receberem seus salários hoje (sábado) não interfira no jogo.

O atacante Jacaré garante que só pen-sa nos três pontos. “Temos a obrigação de fechar com ‘chave de ouro’, pra mos-trar que o time foi guerreiro até o fim”. O jogo será no estádio Décio Vitta, em Americana, às 10h deste domingo.

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CRIS PAULINO

Cidadãos e comerciantes do Centro Náutico, mais conhecido como Ca-

choeira em Batatais, reclamam do aban-dono do local. Mato alto, cano estou-rado, falta de segurança e até poluição estão incomodando as pessoas que usam a área de lazer.

De acordo com os comerciantes do local, no período noturno e aos do-mingos o ponto é muito movimentado, principalmente pela população de baixa renda.

A área de lazer, que tem escorrega-dores utilizados por crianças e adoles-centes, cachoeira e um lago enorme, não tem salva-vidas. Há casos de morte por afogamentos em que as vítimas não fo-ram socorridas a tempo, por falta de am-

CACHOEIRA ABANDONADA

Comerciantes do local pararam de pagaraluguel em sinal de protesto contra a falta e manutenção por parte da prefeitura

bulância de pronto-socorro no local.O comércio não tem autorização para

vendas de bebidas alcoólicas em garra-fas, somente latas. Muitos jovens, porém, que frequentam o Centro Náutico levam muitas garrafas de vidro para consumo e deixam por lá mesmo. Pessoas entram com facas, segundo os frequentadores, o que é uma ameaça à segurança dos visi-tantes.

De acordo com uma comerciante de um quiosque dentro do local, que se identificou como Marisa, quando o lo-cal está fechado, os jovens não têm para

Cano estourado e mato alto impedem o lazer das crianças; no destaque, banco sujo

Foto: Leonardo Ruiz

Jovensutilizam oclube parao consumode drogase bebidas onde ir e usam o local para consumo de

drogas e bebidas. Ela explica que, antiga-mente, havia um guarda municipal aos domingos, mas hoje ninguém toma con-ta do clube.

José Luís de Souza, morador de Ba-tatais e frequentador de todas as tardes do Centro Náutico, reclama da falta de manutenção, do mato alto em torno dos brinquedos e de um cano estourado há seis meses, que impedem as crianças de brincarem no parque. Ele afirma, tam-bém, que a frequência dos funcionários da prefeitura para manutenção é muito

baixa.Em uma área especial para churras-

co, a água não chega, o que dificulta as pessoas de usufruírem o espaço. Valdir Alves de Oliveira, outro comerciante do clube, diz que recebeu uma ordem de despejo por falta de pagamento do aluguel à prefeitura. A ordem, segundo ele, não chegou com uma ação judicial. Apenas com um documento assinado para que os ocupantes dos quiosques saíssem em 48 horas. Segundo o co-merciante, a falta de pagamento do aluguel é uma forma de protestar pela falta de atenção da prefeitura. Oliveira já entrou com recurso contra a ordem de despejo, dizendo que já teve diver-sos prejuízos, com danos a uma mesa de bilhar e mercadorias perdidas na geladeira em ocasiões em que a energia foi desligada.

O vereador Ricardo da Fonseca Cor-rea (PT), mais conhecido como Profes-sor Ricardo, afirma que, nas audiências públicas, são levantados os problemas da Cachoeira, mas sempre ficam em segun-do plano.

A prefeitura não se manifestou sobre o assunto. A reportagem falou, neste sá-bado, 5 de maio, com a assessoria de co-municação da administração municipal, que afirmou não ser possível falar com os responsáveis pelo setor fora do horá-rio de expediente.

FREQUENTADORES TRANSFORMAM RESTOS DE ÁRVORES EM ARTELuís Antônio Cadela e o comerciante

Valdir Alves de Oliveira são a dupla que transforma pedaços de raízes e madeiras que encontram perdidas no Centro Náu-tico (Cachoeira) em arte.

Luís, que é conhecido como Cadela e se considera o único sintequeiro da re-gião, profissão que consiste em fazer aca-bamentos em madeira, recolhe os peda-ços de galhos e raízes da Cachoeira que se parecem com formatos de rostos huma-nos e animais, entrega-os para o Valdir, que esculpe e depois pinta as esculturas de verniz. A ideia veio de Luís, que diz

que as peças podem ser utilizadas como enfeite de mesas e estantes. Eles usam da criatividade e dão formas às madeiras. Se-gundo o comerciante, ao observar as ar-tes, a imaginação flui, permitindo que, em uma mesma peça, se enxergue um pássa-ro ou até um tubarão.

Oliveira afirma, ainda, que isso é uma maneira de aproveitar os restos que ficam jogados na área de lazer.

Eles ainda não comercializam as pe-ças, que ficam guardadas em uma caixa de papelão e são atração de um quiosque localizado na Cachoeira. Cadela e o comerciante Valdir Restos de madeira viram arte

Fotos: Leonardo Ruiz e Cris Paulino

Meio Ambiente

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CLÉO SOARES

Em 2012, os cursos à distância do Centro Universitário Claretiano de

Batatais, tradicional instituição de ensi-no do município, estão completando dez anos de existência, período que marca pioneirismo na Educação da região.

A história começou em 1997, quan-do a Rede Vida, emissora de televisão voltada a programas religiosos, exibiu um programa chamado “O Assunto É..”, em parceria com o Centro Universitário Claretiano, que na época dava destaque à Faculdade de Fisioterapia. No progra-ma, eram respondidas perguntas sobre os primeiros passos para a implanta-ção do sistema à distância. Isso gerou um interesse crescente na população. Tanto que, em 2002, começaram a ser articuladas mudanças e melhorias para um ensino desse porte. Em 2004, veio o credenciamento. E, a partir de 2005, a EAD se tornava realidade, com o ofere-cimento de cursos online de cobertura nacional. Hoje, o Centro Universitário oferece 26 cursos de graduação, além de contar com Pós-Graduação, Ensino à Distancia e Cursos de Extensão.

Na visão de Maria Hortência Canuto Pessoni, de 51 anos, os cursos à distân-cia permitem a pessoas que não pode-riam frequentar uma universidade inte-gralmente ter acesso ao ensino superior. Moradora de São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais, Maria está cursando uma graduação online, já que uma presencial

PIONEIRISMO NA EAD

Centro Universitário Claretiano foi um dos primeiros do Estado a oferecer cursos para quem não podia frequentar aulas

Centro Universitário Claretiano de Batatais em 2012

Alunos do EAD em aula presencialColégio Diocesano São José em 1.919

Fotos: Cléo Soares

Cursos àdistância em

Batataiscompletam

dez anos agora em 2012

seria impossível. Já tentou e não deu certo, por causa da carga horária de tra-balho e pelo fato de ser mãe e dona de casa. O curso à distância escolhido foi Recursos Humanos (RH), que exige a presença no Centro Universitário Cla-retiano apenas dois sábados por mês. As outras aulas são todas pela Internet.

Com uma historia atípica, o Centro Universitário Claretiano de Batatais tem 107 anos de existência. Em 1905, come-çou suas funções como Escola Agrícola São José, com objetivo de tornar-se uma Escola Profissionalizante de Artes e Ofí-cios. Passou por dificuldades e encer-rou as atividades, retornando em 2010

como Colégio Diocesano São José, sob a direção da Diocese de Ribeirão Preto, para que, em 1912, fosse inaugurado em regime de internato. Com a Primeira Guerra Mundial, em 1917, o colégio so-freu mais um abalo, sendo proibido de continuar funcionando.

Em 1922, com 170 alunos internos e externos, o colégio passou por uma am-pliação e retomou a ascensão. Dois anos depois, foi assumido pelos Missionários

Claretianos. Sob nova direção, passou a se chamar, em 1930, Gymnásio São José. Aos poucos, foi se tornando um dos maiores centros educacionais do Estado de São Paulo.

Na década de 40, retoma o nome Co-légio São José de Batatais. Já em 1963, o colégio ampliou seu atendimento, pas-sando a oferecer ensino de pré-escola a

2º grau. Em 1970, foi autorizado, na ins-tituição, o funcionamento da Escola Su-perior de Educação Física de Batatais. A primeira turma veio em 1972, com um total de 157 alunos de toda a região. O desempenho abriu, então, portas para a ampliação e instalação de novos cursos, que respondem pela atual estrutura do Centro Universitário.

Educação

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8Reabilitação

LEANDRO SANTINI

Boa aparência, roupas velhas e uma força de vontade acima do normal.

Essas são as características de um jovem que luta pela recuperação da vida desde o dia 13 de Novembro de 2011, em uma entidade chamada Associação Comuni-dade Auxiliadora Recuperando Vidas, COMAREV, em Batatais. Um senti-mento de traição destruiu os sonhos de um homem, de 22 anos, que prefe-riu não ser identificado. Os problemas familiares o levaram, ainda criança, ao consumo de entorpecentes.

A descoberta de que seu verdadeiro pai não era quem pensava abalou a sua estrutura emocional. O caminho que ele encontrou para suprimir a dor fo-ram as drogas. Desde então, a maconha foi o primeiro passo para a autodestrui-ção, aos 13 anos. Em seguida, com 15, conheceu a cocaína e nunca mais parou. Aos 16, a droga era uma necessidade para o corpo e a mente. Todo dia, no mínimo dez cápsulas eram consumidas. O rapaz já era comandado pela depen-dência química.

No 2º ano do ensino médio, com 17 anos, a necessidade de ficar próximo do entorpecente era maior ainda. Ele se envolveu no tráfico de drogas, começou a distribuir maconha e cocaína para os colegas da escola, porém, a prática não durou muito tempo. O garoto começou a usar tudo o que tinha e a dever. Por isso, perdeu tudo para os traficantes. Vendeu objetos de valor a preço de dro-

SONHAR: ARMACONTRAA DROGAAssociação de Batatais ajuda na recuperação de viciados em entorpecentes, como um rapaz de 22 anos que está prestes a ganhar liberdade

ga, como relógios e óculos escuros de luxo, computador, bicicleta, entre ou-tros. O que vinha pela frente era uma vida precoce de prazeres que trariam consequências sofríveis.

A situação não tinha limite. Mesmo depois de perder tudo, continuou a co-meter práticas ilícitas. Já aos vinte anos e fora do tráfico, mas sem dinheiro, ele começou a furtar as economias da própria mãe e objetos de valor de casa. Arranjou um emprego numa joalheria. Mas nem mesmo com a oportunidade saiu das drogas. Com o alto consumo, roubava joias e dinheiro para sustentar o vício, mas nunca foi pego.

O jovem começou a namorar uma moça, também usuária. Certo dia, ele pegou escondido a arma do padrasto, que é policial militar, para fazer um as-salto. Roubou um mercadinho e com R$ 200,00, produto do roubo, trocou pelo o que seria equivalente a três dias do consumo de cocaína. Procurado pela

Entrada da Fazenda Dom Bosco, onde 16 jovens viciados em entorpecentes, buscam uma vida diferente longe das drogas e a reabilitação da vida social

polícia, ele iria de ônibus para Uberaba, encontrar a namorada. Mas foi surpre-endido pela mãe, que o pegou em fla-grante no momento em que se prepa-rava para cheirar dentro do ônibus. “Eu vi ela entrando e fui me encolhendo. Já estava com a carreirinha na mão, pron-to pra dar um tiro”. Ele saiu do ônibus e cheirou tudo o que tinha em dois dias.

Foram os últimos atos de um vicia-do, há sete anos. As noites foram pesa-das para o organismo e também para a

cabeça. O homem refletiu sobre toda si-tuação em que vivia. E caiu na realidade de que precisava de um tratamento. Per-cebeu que a droga estava acabando com a vida dele e a morte estava próxima. A partir deste momento, ele pediu ajuda para sua mãe, que logo se prontificou a arrumar uma clínica de recuperação para dependentes químicos. Primeiro, foi encaminhado a uma igreja, onde teve a indicação da CARAMEV, Associação Comunidade Auxiliadora Recuperando

Caminhada individual: superação

com disciplinae orações

numa fazenda

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Entrada da Fazenda Dom Bosco, onde 16 jovens viciados em entorpecentes, buscam uma vida diferente longe das drogas e a reabilitação da vida social

Foto: Adriano Freitas

Vidas. Ele visitou o local, se sentiu bem e estava disposto a se entregar para mu-dar o rumo da vida.

Hoje, está a exatamente uma semana de voltar para a sociedade, consciente de como será a vida a partir de agora. “Sempre vai ter um buraco e eu tenho certeza que vai ser a droga. Se não mu-dar o comportamento, nada muda”. Com um ar de muita segurança, o jo-vem voltou a sonhar. Quer ter a família por perto, retomar a confiança da mãe.

A namorada também apoiou a recupe-ração e parou de usar drogas. Com isso, ele já faz planos para daqui a cinco anos: casar e ter filhos.

O tratamento dura seis meses numa fazenda, em Batatais, e mais três, já reinserido na sociedade, com acompa-nhamento de psicólogo. Hoje, a asso-ciação atende 16 rapazes. Uma equipe especializada para o tratamento dos pacientes trabalha para recuperar a vida dos dependentes químicos. Entre eles,

estão um psiquiatra, dois psicólogos, um assistente social, um nutricionista e um professor de Educação Física, além de um coordenador que já foi depen-dente químico. O jovem que está prestes a sair leva uma certeza. “Pra quem quer a salvação, aqui é o lugar.”

A Associação Comunidade Auxilia-dora Recuperando Vidas, COMAREV, surgiu em Batatais por uma iniciativa de um capitão da Polícia Militar da ci-dade. Ela foi fundada em 1996, depois que o capitão Francisco percebeu que, em 30 anos de profissão, tratou os de-pendentes químicos como criminosos e isso não solucionava o problema. Então, resolveu, por conta própria, iniciar um trabalho preventivo. Francisco está apo-sentado e, hoje, cuida de outra entidade, chamada Comunidade Missionária Di-vina Misericórdia. E o atual presidente da COMAREV, Renan Pimenta, que participou da fundação da casa, afirma que todos que estão lá são voluntários. O instituto não tem fins lucrativos e a Fazenda Dom Bosco, onde é realizado o tratamento, é mantida com o apoio da prefeitura.

ONDE TUDO COMEÇOUHá 16 anos, o capitão Francisco, da

Polícia Militar, viveu um dia decisivo em sua vida no interior de São Paulo. Ele recebeu um telefonema de um colega de Brodowski. O homem, que é deficiente visual, estava desesperado e pedia ajuda para seu filho usuário de drogas. Com toda experiência, o ex-capitão levou o

rapaz para a fazenda de uma Igreja Pro-testante em Cravinhos, que reabilita de-pendentes químicos. Chegando ao local, um susto. O pastor não queria receber o viciado, porque ele não era da comuni-dade de Cravinhos. Com isso, Francisco ficou chocado. Mesmo assim, o rapaz foi aceito e Francisco voltou para Bata-tais com uma ideia na cabeça. ”Batatais é bem maior do que Cravinhos. Por que não fundamos uma entidade lá?”.

A partir daí, o ex-capitão reuniu um grupo de amigos, que estavam dispostos a ajudar a população, e em uma oração sentiu que Deus falava claramente: “Seja forte, seja corajoso, mete mãos à obra, não tenhas medo, pois o Senhor não te desampara”. E eles foram em frente. O atual presidente da associação, Renan Pimenta, fez parte de todo esse proces-so e diz que, depois da decisão, o pior estava por vir.

Sem dinheiro para caminhar com o projeto, o maior desafio foi arrumar um local para iniciar os trabalhos preventi-vos com os dependentes químicos. Eles bateram de porta em porta até encon-trar o Senhor João Martins de Barros. Sensibilizado com a situação e com a força do projeto, Barros fez um como-dato de sua fazenda, disponibilizando por 90 anos uma de suas propriedades para que a COMAREV funcionasse. No mês em que Barros mostrou a terra, a casa também já entrou em reforma es-trutural e espiritual. Para a alegria de todos, isso foi uma prova de que Deus não iria os desamparar.

PRIMEIRO MÊS FOI DIFÍCILDepois de um mês internado, o rapaz de 22 anos que relatou sua vida à re-

portagem do 1 Dia, começou a enfrentar desafios. Um surto de abstinência fez o jovem arrumar as malas e brigar com o coordenador para ir embora. A fazenda onde os pacientes ficam internados é distante da cidade. E ele ameaçou até ir em-bora andando. Estava tudo planejado. Os dez maços de cigarros que tinha seriam trocados por cocaína. Ao telefonar para mãe, o mundo parou. E ele voltou a lutar. Hoje, afirma que, enquanto tiver sonhos, a recaída vai estar longe dele.

LIBERDADE NO DIA DAS MÃESUma das aventuras do rapaz de 22 anos que faz tratamento na COMAREV

foi quando sua mãe achou 150g de maconha no armário dele. O padrasto, que é policial militar, quis prendê-lo em flagrante e levá-lo para a Febem. Então, ele saiu correndo, juntou uns trapos e pulou do segundo andar do prédio que morava. Uma vizinha assistiu a tudo e ainda deu carona para o rapaz fugir. Agora, que ele tem outras percepções, pretende reconquistar a confiança da mãe, que pode se assustar com seu amadurecimento. A liberdade vai acontecer no Dia das Mães, dia 13 de maio de 2012. “Será o melhor presente que ela vai ter”, afirma. “Vou poder ser um apoio para ela”.

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10Saúde

LEONARDO RUIZ

No último dia 14 de abril, foi inau-gurada a UPA, Unidade de Pronto

Atendimento, de Batatais. O projeto foi idealizado pela prefeitura da cidade em parceria com o Governo Federal. A UPA está em uma área de mais de 4 mil metros quadrados, na qual foram investidos mais de R$ 3 milhões, entre construção e equi-pamentos. A implantação da UPA deu início também ao serviço do SAMU em Batatais, que já conta com duas ambulân-cias, além de uma unidade de UTI móvel, representando investimento preventivo frente ao crescimento do tráfego e de aci-dentes nas rodovias próximas a Batatais.

De acordo com o diretor regional de saúde, Ronaldo Capelli, a UPA tipo II, como é a de Batatais, possui capacidade para atender até 300 pacientes por dia,

com três médicos no pronto-atendimen-to, um na emergência, além de clínicos e pediatras, oito leitos de observação, três de emergência e dois quartos de isola-mento, salas de soroterapia, medicação e procedimentos médicos. A média atual da unidade é de 280 atendimentos por dia. Pacientes em estado mais grave po-dem permanecer na unidade até 72 ho-ras. Após esse período, eles devem ser encaminhados para um Hospital Público. Segundo estatísticas, apenas três em cada 100 pacientes atendidos por uma UPA são encaminhados para outros hospitais.

Ainda segundo Ronaldo, o tempo de espera para atendimento raramente ultra-passa duas horas em casos considerados pouco urgentes. Mas, de acordo com pa-cientes, esse tempo às vezes ultrapassa e

300 PACIENTES POR DIA

Esta é a capacidade de atendimento da UPA Batatais, recém-inaugurada, e que trouxepara o município o serviço do SAMU

muito esse limite.Moradora do bairro Joaquim Mari-

nheiro, Claudia Macedo afirma que o tempo de espera para atendimento na unidade é longo e que já chegou a ficar quatro horas e meia com seu filho na sala de espera, até que fosse atendida.

Carla Alessandra Colombino, 40 anos, afirma que o atendimento da unidade é bom em comparação com os postos de saúde da região, mas que o tempo de es-pera ainda é longo. Ela diz que já chegou a ficar três horas com a coluna travada, sem

UPA 24h busca desafogar hospitais e pronto-atendimentos

Fotos: Leonardo Ruiz

Demorano atendimento

é um dospontos que

geramreclamação

poder se locomover normalmente, aguar-dando atendimento.

Nossa reportagem foi até o local na manhã de ontem (sábado) e encontrou a unidade quase vazia e com poucas pes-soas na fila de espera. Segundo relatos de pacientes que aguardavam atendimento, o tempo de espera estava girando em tor-no de 20 minutos. Muitos estavam sendo atendidos na UPA pela primeira vez, com resultado bastante positivo, segundo eles.

O projeto de implantação de uma unidade de pronto atendimento em Bata-

tais vem sendo discutido há mais de dois anos. O prédio era para ter sido entregue em dezembro de 2011, mas, segundo a prefeitura, a construtora responsável pela obra atrasou o projeto, que só foi entregue em abril deste ano. Mesmo assim, ainda faltam melhorias no prédio, como armá-rios, organização dos estoques e acaba-mentos nas salas de atendimentos. Além disso, ocorreram problemas de salas mal estruturadas para receber aparelhos (veja box nesta página). Alguns equipamentos também só estão chegando agora, como

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UPA conta com 8 leitos de observaçãoEnfermeira convida idosos para participar da campanha

Máquina de Raio-X aguarda adequações da sala para funcionar

CAMPANHA DE VACINAÇÃONeste sábado, 5 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde deu início à campa-

nha de vacinação contra a gripe, que esse ano tem como tema “Prevenir é cuidar”. A vacinação ocorre em postos de saúde, supermercados, na UPA (Unidade de

Pronto-Atendimento) e na tradicional Feira do Amor de Batatais, das 7h às 17h.Deverão ser vacinadas crianças de seis meses a dois anos, idosos com mais de

60 anos, gestantes e pessoas com doenças crônicas.O projeto tem como objetivo conseguir incentivar a população de Batatais a

tomar vacinas atrasadas, evitando assim doenças mais graves, como bronquite, alergia, febre amarela e doenças crônicas. RAIO-X SEM FUNCIONAR

Desde que a UPA foi inaugurada, a sala de Raio-X está sem funcionar. De acor-do com Ronaldo Capelli, diretor regional de saúde, a sala que foi construída para os exames de Raio-X não comporta o equipamento comprado, que é maior do que o previsto e precisa de maior potência da sala para funcionar. Outro empecilho são os batentes, que não suportam as portas radiológicas que são utilizadas para proteger os profissionais contra a radiação emitida pela máquina.

Segundo Ronaldo, estão sendo feitas adequações na sala, e a previsão é que ela comece a funcionar em uma semana. Por enquanto, os exames estão sendo feitos no Pronto Socorro Egydio Ricco e os resultados são encaminhados para a UPA.

um ventilador pulmonar que só foi entre-gue na última semana.

A UPA 24h faz parte da nova rede de urgência do Governo Federal que busca desafogar os hospitais e os pronto-atendi-mentos. Com a UPA e o SAMU, Batatais terá condições de atender vitimas de ma-neira ágil e eficiente. Como as UPAs são exclusivas para cidades com mais de 100 mil habitantes, Batatais, com uma média de 56 mil habitantes, atende não só as viti-mas de sua cidade, mas de outras seis que fazem parte da área de cobertura: Brodo-wski, Altinópolis, Cassia dos Coqueiros, Santo Antônio da Alegria e Santa Cruz da Esperança, além de receber pacientes que não são atendidos em Ribeirão Preto. A UPA recebe apoio do Governo Fede-ral, que repassa, mensalmente, um valor de R$ 350 mil para o custeio da unidade.

Montante igual será investido pela prefei-tura para manutenção.

O prefeito José Luis Romagnoli se diz realizado e reconhece que é um projeto diferenciado do Governo Federal. “Sem-pre buscamos reconhecer os nossos par-ceiros e o Ministério da Saúde, o Governo Federal e todos os técnicos que aprova-ram Batatais têm o nosso mais profundo respeito e agradecimento”.

A unidade se encontra na Avenida Moacir Dias de Morais. Todos os agen-damentos de especialidades são atendi-dos no Pronto Socorro Egydio Ricco, que funcionará agora como Ambulatório de Especialidades. Além disso, no prédio da esquina da Praça da Matriz foi implantada a Farmácia Municipal, que fornecerá à po-pulação medicamentos de rotina gratuitos, mediante entrega de receita médica.

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IANE MOREIRA

Cheios de histórias para contar sobre o ato de ajudar alguém que precisa.

Dona Marta, uma senhora simples que esbanja simpatia, Lívia Moura e Irmão Marco Antônio mostram que ainda existe compaixão de um ser humano para com outro. Eles participam, este ano, da Feira do Amor de Batatais, uma iniciativa que visa ajudar pessoas com necessidades financeiras e sociais.

Agora em 2012, a Feira do Amor chega à 28ª edição. Cerca de 20 barracas estão montadas na Praça da Matriz de Batatais até amanhã (domingo), quando o evento, que começou ontem (sábado), deverá ser encerrado às 18h.

As barracas são erguidas com o apoio da prefeitura e oferecem diversas opções aos visitantes, como venda de artesanato, bordados e quadros religio-sos. O evento tem, também, apresenta-ções artísticas, como corais de idosos e

CARIDADE TEM NOME...

...e sobrenome: É a Feira do Amor em Batatais, evento que reúne produções em artesanatofeitas por entidades assistenciais

crianças que são atendidos por projetos assistenciais. Um dos destaques do sá-bado ficou por conta do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira, que realizaram uma performance na feira, mostrando beleza e força de vontade.

Homenagens aos colaboradores também acontecem o dia todo. Turistas se aproximam, curiosos e encantados com artesanatos pintados com lápis de cor. Outros, mais religiosos, param em barracas como a do Irmão Marco An-tônio, da Comunidade Missionária Di-vina Misericórdia, que ajuda moradores de rua com abrigo, comida e roupas.

Já Lívia integra a Secretária Muni-cipal da Família, Criança e Bem-Estar Social. Segundo ela, a Feira do Amor é uma oportunidade para arrecadar re-cursos que ajudam a manter o trabalho social com pessoas carentes em Batatais.

Entre as barracas, também é possível encontrar aquelas que têm o intuito de ajudar doentes, em tratamento de cân-

Comunidade Missionária Divina Misericórdia

Foto: Iane Moreira

Assistência Social

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Batatais também marcou presença na Feira do Amor. O CAPS é mantido pela Prefeitura de Batatais e tem um centro de Terapia Ocupa-cional, onde os pacientes fazem tra-balhos manuais. Entre os artigos de artesanato expostos na feira. Havia vasos pintados com lápis de cor e acabamento envernizado, porta-biju-terias e tapetes feito com retalhos de tecidos, crochê e fuxico.

Os materiais são fornecidos pela Secretaria da Saúde e doações da po-pulação. Tudo o que é feito pelos pa-cientes é vendido durante o ano em portas de supermercados, igrejas e eventos, como a Feira do Amor. Se-gundo a terapeuta ocupacional Clau-dia Zanetti, toda renda é revertida para os próprios pacientes.

Atualmente, frequentam o Centro de Atenção Psicossocial cerca de 170 pacientes. (Cris Paulino)

PROJETO BAILAÇÃO DESPERTA PARA A CULTURAO projeto Sócio Cultural Bailação, que também participou da Feira do Amor,

visa a interação de crianças e jovens, despertando neles o interesse pela cultura popular brasileira, por meio da dança.

Dessa maneira, busca que a nova geração não perca o contato com as raízes. O projeto não tem fins lucrativos.

O jornal 1 Dia conversou com uma das crianças que participam do projeto. Israel Henrique de Oliveiro, de 12 anos, afirma que projeto é muito importante para a vida dele. Os ensaios são vistos pelo garoto como oportunidade de lazer e uma forma de fazer novas amizades. (Caroline Badin)

cer ou psicológico. A coordenadora da feira, Marta Ricci, diz que o objetivo do nome do evento é promover uma refle-

xão sobre o “pensar no próximo, o amor que existe sem querer receber nada em troca”.

Cláudia Zanetti Apresentação do Projeto Bailação

CAPS ESTAVA PRESENTE NA FEIRA DO AMORFoto: Cris Paulino

Foto: Caroline Badin

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ELIEL ALMEIDA

O dito popular de que “os últimos serão os primeiros” se encaixou

como uma luva em Batatais. O municí-pio, antes um dos últimos do Estado de São Paulo em relação ao planejamento ambiental, no ranking da Secretaria Es-tadual do Meio Ambiente, agora figura entre os 20 mais bem colocados, sendo o melhor na região de Ribeirão Preto.

O projeto foi lançado em junho de 2007 e é chamado de Município Verde Azul, tendo como principal proposta descentralizar a agenda ambiental pau-lista, considerando que a base da socie-dade está nos municípios.

Em 2008, na divulgação do primei-ro ranking, 44 municípios alcançaram nota igual ou superior a 80, enquanto que Batatais ficou de fora, não atingindo nem a nota mínima para a classificação no ranking. Já em 2009, foram 168 ci-dades. Batatais melhorou e apareceu na posição 187, com 77,63 pontos alcança-dos.

Em 2010, 144 municípios receberam a certificação, e Batatais cresceu mais algumas posições no ranking, apesar de atingir 76,70 pontos, número menor que no ano anterior. A colocação alcan-çada foi a 161ª.

BATATAISGANHA SELO

Município é a melhor colocada da região de Ribeirão em ranking do Governo Estaduale está entre os 20 primeiros no Estado

Estação de Tratamento de Esgoto de Batatais está quase pronta

Mudas de paineiras no viveiro municipal de Batatais

Fotos: Eliel Almeida

Em primeiro levantamento, Batatais não

conseguiualcançar

certificação

Depois de consecutivos anos subin-do, foi com a divulgação do ranking no ano passado que a cidade conseguiu

atingir um lugar notável entre os 645 municípios do Estado que participam do projeto. Para isso, a prefeitura, com o apoio do governo estadual, investiu em projetos como a construção da es-tação de tratamento de esgoto, que esta na fase final de implantação, mas já ope-rando parcialmente.

Em entrevista ao site da Prefeitura de Batatais, o prefeito, José Luis Ro-magnoli, destacou a importância da estação de tratamento de esgoto para o progresso do município. “Priorizamos a construção da Estação de Tratamento de Esgoto, pois sabemos que é um passo determinante para o desenvolvimento ainda maior de nosso município. Com o início da operação em março do ano passado, podemos dizer que destrava-mos Batatais”.

O Secretário do Meio Ambiente de Batatais, Rafael Costa Freiria, afirma que a estação de tratamento de esgoto é fundamental para o equilíbrio do muni-

cípio. “Tratar seu próprio esgoto é uma premissa fundamental desse processo de busca de equilíbrio para nossa cidade e para nós, seus cidadãos. Tratar seu es-goto significa melhorar a qualidade da água de nossos córregos, melhorar con-dições de qualidade de vida, propiciar melhores condições de desenvolvimen-to para nossas indústrias, empresas, co-mércio e suas externalidades”.

VIVEIRO MUNICIPALInaugurado em 2007, o viveiro de

mudas de Batatais é outro responsável por esta crescente no ranking do selo

Verde Azul. Sob os cuidados do enge-nheiro agrônomo da prefeitura César Henrique Rinhel, o viveiro produz por ano 60 mil mudas de árvores nativas e frutíferas. “A ideia de fazer o viveiro surgiu em 2007, tendo em vista o ta-manho da procura, tanto da popula-ção quanto por parte dos produtores em relação às mudas. Nossa intenção também foi diminuir o custo para o produtor rural. Todas as mudas são re-passadas a custo zero e cada produtor tem direito de pegar duas mil mudas por ano”.

Entre as espécies que são distribuí-das para a população, destacam-se as frutíferas, como goiaba, pitanga, abaca-te e jaca. A população de Batatais tam-bém pode pegar uma muda do viveiro. Quem quiser adquirir uma muda deve comparecer na Casa da Lavoura, que fica na Rua Chiquinha Arantes, no cen-tro da cidade, ou no viveiro municipal, que fica na antiga FEBEM.

Fora do vermelho

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ADRIANO FREITAS

Uma grande perda no ano de 80 acabou gerando uma nova era no

catolicismo batataense. Ali, iniciava--se uma grande trajetória, uma lição de vida para todos os moradores do muni-cípio.

Começava no dia 19 de março de 1980 um momento especial da vida Eloy Pupim. Nesta data, ele assumia a Paróquia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde de Batatais. Era um momento triste, já que a paróquia acabava de per-der o Monsenhor Mário da Cunha Sar-mento, que faleceu. Eloy assumiu como pároco no dia da missa de sétimo dia de Sarmento.

A primeira e grande dificuldade encontrada era descentralizar todas as atividades da paróquia. Tudo acontecia e girava em torno dela e nascia ali uma meta: criar outras capelas ao redor da Matriz, ajudando a dar continuidade ao crescimento da própria cidade.

Foram sete capelas ao todo. A pri-meira delas, a de Nossa Senhora Apa-

Eloy Pupim admite que meta traçada quando assumiu a paróquia Bom Jesus da Cana Verde foi atingida, com fé e determinação

Pe. Eloy não desanima mesmo enfrentando um câncer diagnosticado há 2 anos

Bili, cachorro que acompanha o padre nas peregrinações pela comunidade

Fotos: Adriano Freitas

Padre também ficou

conhecido por críticas

que fazia aos políticos

recida, no bairro de Vila Lídia, seguida por Menino Jesus (Riachuelo), Nossa Senhora Auxiliadora, que fica no bair-ro que leva o mesmo nome, Santa Rita de Cássia (no Simara e Santa Rita), São Cristovão (Cohab), Santa Luzia (Penho-

lato e Jardim Cana Verde) e, por último, no Bairro Francisco Pupim, foi criada a capela de São Francisco de Assis. Esta foi a última capela a ser construída, já que, dali em diante, a paróquia foi divi-dida para a criação de uma outra, cha-mada de Santa Rita de Cássia.

Padre Eloy, durante todo esse tem-po, procurou dar toda assistência nas comunidades periféricas, através da ca-tequese para crianças e jovens e evange-lizando na Matriz. Além disso, o padre sempre foi conhecido como amante dos animais. Sempre em suas celebrações eucarísticas, ele faz questão de levar seu cachorro de estimação, de nome Bili, grande amigo e companheiro. Com Bili, ele realiza, também, todos os finais de tarde, caminhadas. Mas, para Pupim, um cachorrinho que deixa saudade até hoje é o Bilú, que já o deixou há tempos e recordado com carinho pelo padre.

Certa vez, um jornal da cidade rea-lizou uma reportagem que dizia sobre o ato do pároco de levar seu animal nas celebrações. A matéria dizia que, se to-dos levassem seus cachorros no templo, aquilo se tornaria uma cachorrada. Na edição seguinte, Padre Eloy fez questão de responder à altura, com a seguinte frase “Prefiro levar meu cachorro na igreja, pois entendo que é melhor ter

um cachorro amigo do que um amigo cachorro”.

CRÍTICA POLÍTICAEloy é conhecido na cidade como

um padre que não mede palavras para criticar ou elogiar os políticos batataen-ses. Com esse perfil, sempre era procu-rado para orientar os moradores sobre em quem votar nas eleições seguintes. Por diversas vezes, durante a homilia, o padre comentava fatos políticos e criti-cava as atitudes dos vereadores e prefei-

tos que passaram por Batatais. Atualmente, ele não atua mais como

pároco da Bom Jesus da Cana, assumida pelo padre Pedro Ricardo Bartolomeu. Convivendo com um câncer de prósta-ta, diagnosticado há dois anos, Eloy faz tratamento no Hospital do Câncer de Barretos e faz questão de lembrar que, no inicio do tratamento, ia constante-mente para lá, mas, agora, com a esta-bilidade na doença, passou a frequentar uma vez por mês.

Eloy lecionou por muito tempo no seminário de Brodoswki, ministrando Filosofia e Parapsicologia, estudo que sugere o significado etimológico de tudo que está “além da psique”, “além da psicologia” ou mais especificamen-te, o que está além, incluindo a psique e a Psicologia. Alíás, o curso de Parap-sicologia é oferecido até hoje por ele no Salão Paroquial o Senhor Bom Jesus da Cana Verde. Para o segundo semestre, existe a expectativa de que o curso tam-bém seja realizado em Ribeirão Preto.

PADRE AMIGO DOS CÃES

Religião

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Foto: Iane Moreira

Para jornalista, visão que

existia sobre o rádio

passou pormudanças

As cadeiras dos cursos de gestão em comunicação estão lotadas

de aspirantes a gestores de excelên-cia. Mas os excelentes gestores, geral-mente, não são encontrados lá, por-que esses passam pelos cursos apenas para se aprimorarem. Um excelente gestor tem um talento nato, e, quan-do não tem, as exigências do dia a dia lhe parecerão bem complicadas.

Além dos conceitos teóricos, é preciso um conhecimento geral so-bre todos os aspectos que envolvem a comunicação na atualidade. Também é preciso saber lidar com a nova co-municação que nasce a cada segun-do, sem referências acadêmicas. Isso, sem falar dos pré-requisitos mínimos de liderança, intensa capacidade de observação e ação, pensamento críti-co e analítico, resiliência e excelência em gestão de pessoas. E muitos dei-xam a desejar justamente nesse que-sito: saber lidar e relacionar-se com pessoas, talentos. Isso é algo que não se aprende da noite para o dia.

Grande parte dos processos ad-ministrativos ficará fragilizada caso as empresas não se esforcem para ter, cada vez mais, pessoas não só capa-citadas, mas também talentosas nas funções gerenciais. Se a comunicação é estratégica para as empresas, as pes-soas que ocupam cargos de confian-ça, também devem ser.

Emanuelle Mani

opinião

GESTÃO NA COMUNICAÇÃOCORPORATIVA: QUESTÃO DE TALENTO

Atualmente, as empresas colocam seus patrimônios em risco quando entregam sua gestão nas mãos de pessoas acomodadas, fechadas ao novo e donas da verdade. Gestores que, às vezes, até se qualificam pro-fissionalmente, mas não trabalham as suas fraquezas pessoais. Hoje, é comum ver departamentos de comu-nicação que não respiram os valores da empresa, mas sim os valores de uma gestão egoísta que acredita estar no caminho certo: o seu caminho.

Hoje, mais do que nunca, a mão de obra da comunicação é formada por pessoas plurais, excelentes em áre-as específicas, mas também flexíveis às novas exigências do mercado, em constante transformação. Essa flexibi-lidade, deveria ser melhor aproveitada pelos profissionais de gerência, a fim de alcançar propósitos profissionais e corporativos de excelência.

Quem tem habilidade para ge-renciar, entende também de talentos e sabe que muito se perde quando a equipe de comunicação não trabalha de forma integrada, com foco nos resultados corporativos. Integrar e aproveitar talentos requer bastante profissionalismo, mas também uma dose imensa daquilo que poucos têm: talento.

Emanuelle é jornalista em Batatais

CAROLINE BADIN

Fundada em 1947 por um grupo de batataenses, a sociedade Rádio Difu-sora AM está associada ao Grupo das Emissoras Regionais de Ribeirão Preto, que conta atualmente com outras cin-co emissoras: Difusora FM de Ribeirão Preto, Band FM de Ribeirão Preto, Lider-som FM de Orlândia, Lidersom AM de São Joaquim da Barra e Super Som FM de Uberaba/MG.

A Difusora AM tem como missão informar e entreter a população, sendo a primeira rádio de Batatais com mais de 60 anos de história. Ao longo dos anos, conquistou o prestigio e o carinho da po-pulação.

A reportagem do Jornal 1 Dia con-versou com o jornalista Fábio Ale-

PRESENTE NO DIA A DIA

Há quase setenta anos, a Rádio Difusora de Batatais é referência no município, noticiando o que está perto da população

Fábio acredita que a relação do público com a rádio AM mudou com o tempo

Comunicação

xandre Alves, integrante da equipe da rádio há 20 anos. Para ele, a visão que existia sobre o rádio AM mudou. Anti-gamente, a maioria das pessoas o rece-bia cm preconceito, supondo que seria monótono ou com característica mais noticiosa.

Segundo Alves, a característica jor-nalística do AM não se perdeu, mas hoje podem ser destacadas algumas diferen-ças, como o fato de a população buscar mais informações e ter gostos musicais diferenciados. Antes, o sertanejo era visto como um gênero voltado a pesso-as idosas. Nos dias atuais, é ouvido por todas as faixas etárias. .

A difusora AM pode ser considerada como uma escola para as outras rádios existentes em Batatais, como a Claretiana FM e a Rádio Educadora. A maioria dos funcionários dessas rádios e até mesmo seus donos já passaram pela Difusora.

Um dado interessante que Fábio nos conta se refere à programação jornalís-tica da rádio. Frequentemente, os mo-radores de Batatais indicam onde acon-tecem problemas, como buracos de rua, casas abandonadas, e a rádio exerce o papel de noticiar o que está próximo da população, o que não costuma ocorrer nos grandes centros.

O reconhecimento das pessoas é uma curiosidade que Fábio diz ser interessan-te, já que demonstra o quanto a rádio ainda faz parte do cotidiano das pessoas.

Page 16: New Foto: Adriano Freitas - WordPress.com · 2012. 5. 10. · 3 Coordenação do Curso de Jornalismo: Nahara C. Makovics Fusco Coordenação do Projeto: Prof. Ms. Igor Savenhago Reportagens