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Secretaria de Estado do Meio Ambiente
Instituto Florestal
Relatório do Grupo de Trabalho criado em 03/06/2013, para
Elaboração de procedimentos de manejo e aplicação de recursos oriundos de
exploração de produtos e subprodutos florestais, em atendimento ao Projeto
de Lei no. 249/2013, que concede o uso da Estação Experimental de Itirapina e
da Floresta de Cajuru, por meio de licitação pública
Membros do GT
Giselda Durigan (coordenadora) Antônio Carlos Galvão de Melo Antônio Carlos Scatena Zanatto
Denise Zanchetta Francisco de Souza Fernandes
Helena Dutra Lutgens Honório Carlos Fachin
Luis Cesar Porto Francisco Maria de Jesus Robim
Maria Teresa Zugliani Toniato Mariano Maudet Bergel
Paulo Henrique P. Ruffino
Janeiro 2014
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Apresentação
O relatório que aqui se apresenta foi elaborado em atendimento ao disposto na Portaria
IF de 03 de Junho de 2013, pela qual o Diretor Geral do Instituto Florestal, PqC VI Dr. Miguel Luiz
Menezes Freitas, designou os membros do Grupo de Trabalho e estabeleceu seus objetivos. Uma vez
que o Projeto de Lei continua em tramitação, o Grupo trabalhou sobre a versão disponibilizada pela
diretoria geral, às folhas 15 a 26 deste processo (SMA 04991/2013).
As recomendações aqui apresentadas pelo GT foram construídas com base: nos
dispositivos do PL; nos instrumentos jurídicos relativos à criação das unidades; no uso atual da terra
nas unidades segundo mapas fornecidos pela Seção de Inventário, da Divisão de Dasonomia do
Instituto Florestal; em visitas de campo; no volume estimado de madeira em pé em Itirapina,
fornecidos pela Diretoria da Divisão de Florestas e Estações Experimentais, no número de árvores com
potencial de exploração fornecido pelo gestor da Floresta de Cajuru e no Plano de Manejo Integrado
da Estação Ecológica e Estação Experimental de Itirapina, aprovado pelo Conselho Estadual de Meio
Ambiente – CONSEMA em maio de 2010.
Este relatório contém uma Síntese das Recomendações do GT, que deverá nortear os
contratos, e em seguida traz o detalhamento das recomendações para a aplicação de recursos
oriundos de concessão florestal das unidades de Cajuru e Itirapina, considerando que as áreas poderão
ser licitadas individualmente.
O Grupo de Trabalho tomou como ponto de partida os Termos gerais do OFÍCIO
SMA/GAB/052/2013, que encaminhou o PL à Assembléia, referentes às duas unidades:
“A concessão do uso dos próprios estaduais mostra-se a maneira correta e eficiente
para se atingir a melhor gestão das áreas em que estão situadas a Estação
Experimental de Itirapina e a Floresta de Cajuru. Por meio do devido procedimento
licitatório serão definidos os objetivos e características da concessão, notadamente
prazo, indicações e restrições de uso de área, direitos da Administração e
obrigações do concessionário, dentre as quais figurariam as intervenções
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necessárias para a recuperação da Floresta de Cajuru e resolução dos problemas
existentes em relação à Estação Ecológica de Itirapina.
Cumpre frisar que o objeto da concessão de uso seriam somente as áreas da
Floresta Estadual de Cajuru, com 1.909,56 ha, e da Estação Experimental de
Itirapina, que corresponde a 3.212 ha. A área de 2.300 ha da Estação Ecológica de
Itirapina não seria objeto de concessão, devendo manter as características de
preservação e investigação científica a que se destinam, sob execução e
responsabilidade direta da Administração estadual, cabendo ao futuro
concessionário tão somente os ônus relativos à sua recuperação e manutenção, nos
limites estabelecidos em lei, edital e futuro eventual contrato.
É necessário salientar, por oportuno, que a concessão de uso das áreas de floresta
não conflita com o princípio de manejo integrado as áreas contíguas de preservação
permanente e pesquisa. Na verdade, o instrumento de concessão milita em favor da
conservação e da pesquisa, já que permitirá extrair o máximo da potencialidade das
áreas de produção em favor das áreas de preservação, colocando-as no eixo
necessário, dentro de um período predeterminado para viabilizar, de modo
permanente, a consecução dos objetivos conservacionistas originais que norteiam a
própria existência desta Secretaria de Estado.
Há ainda no anteprojeto que ora submeto, outras áreas em que o instrumento da
concessão de uso se mostra a melhor opção da administração e que hoje são áreas
de preservação permanente.”
Geraldo Alckmin
GOVERNADOR DO ESTADO
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SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES DO GT
1. Será negociado entre o Instituto Florestal e a Concessionária o valor a ser pago pela
concessionária, que compreenderá: a) madeira em pé, b) resina que poderá ser
explorada até o corte final das árvores já existentes com base no cronograma de corte
e c) valor anual do arrendamento das áreas concedidas por 30 anos (sendo 25 anos
para cultivo e 05 anos para restauração), bem como o repasse parcelado dos valores
acordados;
Para garantir transparência na comercialização de produtos oriundos de terras
públicas, é recomendável que, previamente, seja feito inventário detalhado de volume
de madeira em pé ou número de árvores com potencial de resinagem em cada talhão,
realizado por empresa contratada para esta finalidade, em cada uma das unidades.
2. O pagamento pela concessionária será feito em serviços, obras, equipamentos, veículos
e material de consumo, previstos no Plano de Manejo das unidades (vigente ou
atualizado) e com aval de seu Conselho Consultivo. No caso de Cajuru, as previsões
serão feitas com base em plano emergencial a ser elaborado e referendado pelo
Conselho Técnico do IF, enquanto não houver Plano de Manejo aprovado e Conselho
Consultivo;
3. Será de responsabilidade direta da Concessionária a vigilância e a manutenção de
estradas e carreadores em toda a área das unidades, englobando as áreas de
silvicultura e os ecossistemas naturais ou que venham a ser restaurados, durante os 30
anos de vigência do contrato. Os custos desses serviços serão descontados quando do
acerto dos valores a serem pagos pela concessionária, no contrato.
4. Caberá ao gestor da unidade, executor do Plano de Manejo, apresentar à
Concessionária, no mês X de cada ano (a ser estabelecido no contrato para que sejam
incluídas as despesas no Plano Orçamentário da Concessionária), um Plano de
Trabalho, contendo as demandas para o ano seguinte, cabíveis dentro do cronograma
dos pagamentos e do volume de recursos de cada pagamento. O gestor da unidade
elaborará os termos de referência para obras ou serviços e apontará as especificações
de veículos, produtos e equipamentos, em ordem de prioridade, definindo-as com o
apoio do Conselho Consultivo da unidade.
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No caso de Cajuru, enquanto não houver Plano de Manejo aprovado, o
encaminhamento será feito pelo gestor com o aval do Conselho Técnico do Instituto
Florestal.
Se a solicitação não for encaminhada pelo gestor dentro do prazo, o valor a ser pago
pela concessionária com base no contrato será depositado para aplicação a partir do
ano seguinte.
5. Caberá à concessionária a contratação das empresas que realizarão as obras e serviços
ou fornecerão veículos, equipamentos e o material que venha a ser solicitado.
6. Caberá ao gestor e ao Conselho Consultivo da unidade verificar o atendimento às
cláusulas do contrato.
No Caso de Cajuru, enquanto a unidade não tiver Plano de Manejo e Conselho
Consultivo, a verificação será feita pelo gestor, mediante relatório ao Conselho Técnico
do Instituto Florestal.
7. O valor devido excedente à demanda anual será depositado em conta poupança em
nome da concessionária (nos moldes dos recursos de compensação ambiental), PARA
APLICAÇÃO EXCLUSIVA NAS RESPECTIVAS UNIDADES, durante os 30 anos da concessão.
Ao término dos 30 anos, cumpridas todas as cláusulas contratuais, caso haja recursos
remanescentes, serão transferidos para o Fundo de Despesas do Instituto Florestal.
8. Para Itirapina serão explorados pela concessionária 1957,63 ha de florestas plantadas
existentes. Deste total, a parte correspondente a 696,88 ha (Talhões 18, 35 (A-I), 44 A,
44 B, 50, 51, 56, 62, 63 b, 72b, 72c, 72d, 72e,73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83,
84, 85, 86, 87, 88 a, 88b, 89) terá a vegetação nativa restaurada após a retirada das
árvores cultivadas pela concessionária, no máximo até o 10º ano do contrato. A área
de 1260,75 ha (correspondente aos Talhões 1, 2, 3A, 3B, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13,
14, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 22, 23, 25A, 25B, 26A, 26B, 26C, 27A, 27B, 27C, 29A, 29B, 30,
31, 32, 33A, 33B, 34, 38, 39, 39, 40, 41, 42A, 42B, 43 B, 46, 47, 48, 49, 52A, 52B, 52C,
53, 54, 55, 57C, 58, 59A, 59B, 60, 61, 64, 65, 66A, 66B, 67A, 67B, 68, 69A, 69B, 70 e 71)
será explorada pela concessionária para silvicultura até o 25º ano do contrato,
devendo a vegetação nativa nestes talhões ser restaurada até o 30º ano.
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9. Para Cajuru, serão explorados pela concessionária 736,10 ha de florestas plantadas
existentes.
Deste total, uma parte (345,67 ha) terá a vegetação nativa restaurada após a retirada,
pela concessionária, das árvores cultivadas existentes, no máximo até o 10º ano do
contrato. As áreas que serão restauradas após exploração compreendem: a) 112 ha
hoje ocupados com madeira em pé para serraria (Talhões 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49,
50, 51, 52) e b) 233,67 ha com baixos volumes de madeira de baixo valor, com uso
potencial para lenha, em plantios jovens de Pinus (153,81 ha nos Talhões 53, 54, 55,
56, 57, 63, 64 e 66) e rebrota fraca de eucalipto (79,86 ha nos Talhões 65, 67 e 75).
Todas essas áreas serão monitoradas para decisão, pelo Instituto Florestal, sobre a
necessidade de plantios de restauração ou possibilidade de regeneração natural da
vegetação do Cerrado.
A outra parte, correspondente a 390,43 ha (Talhões 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09,
10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32,
33,34, 35, 36, 37, 38, 39, 4 e 41), será explorada para silvicultura até o 25º ano do
contrato, devendo a vegetação nativa nestes talhões ser restaurada até o 30º ano.
10. As operações de corte e retirada nos talhões que serão restaurados devem ser feitas
por técnicas de mínimo impacto sempre que houver vegetação nativa em regeneração.
Isto vale para os talhões 35ª, 35B, 35C, 35D, 35E, 35F, 35G, 35H, 35I, 36 A, 36B, 37 A,
37B, 37C, 50, 51 e 57b em Itirapina e, em Cajuru, para os talhões 42, 43, 44, 45, 46, 47,
48, 49, 50, 51, 52, 65, 67 e 75).
11. As terras concedidas só poderão ser exploradas para silvicultura, devendo o preparo de
solo ser feito estritamente pelas técnicas de cultivo mínimo, de modo a preservar
estruturas subterrâneas de plantas nativas de Cerrado eventualmente existentes,
facilitando, assim, as ações de restauração futura da vegetação nativa na área.
12. As técnicas de restauração dos ecossistemas a serem adotadas pela concessionária
serão, sempre que possível, baseadas nos processos naturais de regeneração das
plantas nativas e no controle permanente de espécies exóticas invasoras (gramíneas e
arbóreas). Excepcionalmente, será admitida a restauração por meio de plantio de
enriquecimento ou em área total, mediante projeto aprovado pelo Instituto Florestal.
7
Quando for necessário plantio de restauração, os custos serão deduzidos dos
pagamentos a serem efetuados pela concessionária, mediante anuência do gestor e do
Conselho Consultivo.
No caso de Cajuru, enquanto não houver Plano de Manejo aprovado, a anuência
caberá aogestor, com o aval do Conselho Técnico do Instituto Florestal.
13. A efetividade da restauração de cada talhão (para fins de verificação do cumprimento
do contrato) será demonstrada por meio de monitoramento periódico (a cada 05
anos), tendo como base os seguintes indicadores: obtenção de 80 % de cobertura do
terreno (avaliada pelo método de linhas) por vegetação nativa (herbáceas ou projeção
da copa de espécies lenhosas; inexistência de indivíduos de árvores exóticas e menos
de 10% de ocupação do terreno por gramíneas exóticas. A realização do
monitoramento e a comprovação do resultado da restauração serão obrigações da
concessionária, com posterior ratificação pelo IF.
8
DETALHAMENTO DAS RECOMENDAÇÕES DO GT
A seguir são apresentadas as propostas detalhadas para o manejo das unidades e para a
aplicação dos recursos, com base no Plano de Manejo vigente das unidades de Itirapina ou com base
nas recomendações do Grupo de Trabalho para a Floresta de Cajuru.
Floresta de Cajuru
Caracterização e uso atual da unidade
A área conhecida como Floresta de Cajuru (a que o PL se refere equivocadamente como
Floresta Estadual de Cajuru) é uma propriedade do Estado, ocupando 1.909,56 ha, nos municípios de
Altinópolis e Cajuru, estado de São Paulo. Foi desapropriada no ano de 1962 (Decreto 40.990 de
6/11/1962), por ser área considerada “necessária à expansão dos trabalhos de pesquisas e
reflorestamento afetos ao Serviço Florestal da Secretaria da Agricultura”.
Embora conste em todos os registros institucionais e seja amplamente conhecida como
“Floresta de Cajuru”, a unidade nunca recebeu denominação formal e nem foi enquadrada
oficialmente em categoria do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. Assim, o uso da
propriedade, desde a sua incorporação à Fazenda do Estado, tem sido a produção florestal, voltada a
produtos florestais madeireiros e não-madeireiros, sob administração do Instituto Florestal. A
configuração atual da unidade, pelas formas de uso da terra (Figura 1) resulta em 736,10 ha ocupados
atualmente por silvicultura (39%) e o restante estando coberto por vegetação nativa, cerca de metade
em bom estado de conservação e o restante tem a fisionomia de campo antrópico em processo lento
de regeneração natural. A área da sede ocupa 2,54 ha.
A vegetação original da Floresta de Cajuru era parte do Bioma Cerrado, representado pela
fisionomias campo cerrado, cerrado stricto sensu, cerradão, e mais um complexo de tipos
vegetacionais ripários, incluindo matas-galeria e campos úmidos. Algumas das zonas ripárias
apresentam-se invadidas por Pinus spp.
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Figura 1. Cobertura e uso atual da terra na Floresta de Cajuru, municípios de Cajuru e Altinópolis, SP.
10
O número de árvores existentes na unidade, com uso potencial para produção de
madeira serrada, cuja exploração poderá ser objeto da concessão, foi estimado por meio de
inventário realizado em Agosto de 2013 em 290.124 árvores, sendo 7835 de Corymbia citriodora
(plantios com idades de 40 a 46 anos) e 282.289 de Pinus, de diversas espécies tropicais, com
idades entre 21 e 46 anos (Tabela 1).
Tabela 1. Síntese da estimativa do número de árvores por espécie com dimensões para serraria (submetidas a desrama), que serão disponibilizadas para exploração na Floresta de Cajuru, com base no inventário realizado em 2013.
Espécie
Área (ha)
Número de árvores
Corymbia citriodora 22,20 7835
Pinus caribaea bahamensis* 5,50 3.696
Pinus caribaea caribaea* 144,90 71.851
Pinus caribaea hondurensis* 295,13 180.043
Pinus oocarpa 26,60 22.404
Pinus kesyia 1,20 300
Pinus tecunumanii 6,90 3995
Total
290.124
*Árvores resinadas
Uso planejado da unidade
Considerando o elevado déficit de Unidades de Conservação do bioma Cerrado no
Estado de São Paulo e o potencial de regeneração natural ou de restauração dos ecossistemas por
meio de plantio de espécies nativas na área da atual Floresta de Cajuru, propõe-se a conversão de
cerca de 70% da área da unidade em Estação Ecológica de Cajuru, destinando-se essa área à
conservação dos ecossistemas naturais e à pesquisa científica, conforme estabelece a lei que
instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. O restante da área deverá ser
categorizado como Floresta Estadual de Altinópolis, categoria prevista no Sistema Nacional de
Unidades de Conservação – SNUC, sendo destinada à produção florestal e conservação de
ecossistemas naturais.
11
Figura 2. Proposta de uso da terra e manejo nas futuras unidades do Instituto Florestal nos municípios de Cajuru e Altinópolis.
12
A nova configuração da área como um todo, com base nas ações de manejo e
restauração propostas (Figura 2), compreende as categorias descritas a seguir:
a) Talhões para exploração e reforma: correspondem à área de 390,43 ha (em cor cinza claro
na Figura 2), destinada à silvicultura, onde é prevista a exploração das árvores existentes e
reforma dos plantios, sem revolvimento do solo (cultivo mínimo).
b) Talhões para exploração de madeira de alto valor e restauração: totalizam 112 ha (cor
abóbora na Figura 2), onde as árvores existentes serão exploradas por meio de técnicas de
baixo impacto, preservando o subosque. Essas áreas serão restauradas (condução da
regeneração natural) e integradas aos ecossistemas para conservação.
c) Talhões para erradicação do Pinus de baixo valor comercial e restauração: somam 153,81
ha (em cor magenta na Figura 2), onde foi plantado Pinus em 2006, mas por falta de
manutenção a sobrevivência é muito baixa e o ataque de formigas comprometeu
completamente o potencial de exploração. Essas árvores deverão ser cortadas no primeiro
ano de vigência do contrato e a vegetação nativa restaurada. A definição da técnica de
restauração a ser aplicada (restauração passiva ou plantio) será feita com base no
monitoramento do potencial de regeneração natural, a ser realizado pelo IF.
d) Talhões para erradicação do eucalipto e restauração: correspondem à área de 79,86 ha (em
cor cinza escuro na Figura 2), onde existe rebrota de antigos talhões de eucalipto, em meio
à vegetação de cerrado em regeneração natural. As técnicas de restauração consistirão no
corte raso das árvores de eucalipto por meio de técnicas de baixo impacto, seguido de
aplicação imediata de glifosato puro nas touças, para impedir a rebrota. Essas operações
deverão ser feitas no primeiro ano de vigência do contrato.
e) Vegetação campestre em regeneração natural: corresponde à área de 993,98 ha (em verde
escuro na Figura 2). Nessas áreas a vegetação nativa sofreu fortes perturbações recentes,
incluindo o talhonamento e preparo de solo para silvicultura. Atualmente essas áreas são
ocupadas por vegetação campestre em regeneração natural, com baixa densidade e baixa
diversidade, predominando plantas ruderais, com presença de gramíneas exóticas
invasoras. Nessas áreas é necessário monitoramento para avaliar o potencial de
regeneração natural e a necessidade de intervenções de restauração. As ações imediatas
13
devem se restringir ao controle das plantas invasoras, até que sejam definidas técnicas de
restauração, se necessárias.
f) Vegetação nativa arbustivo-arbórea: ocupa 332,84 ha (em verde claro na Figura 2),
geralmente em zonas ripárias. De modo geral encontra-se em bom estado de conservação.
No entanto, há pontos com invasão por Pinus spp., onde as árvores exóticas precisam ser
erradicadas. A erradicação deve ser feita no primeiro ano do contrato, por corte,
desdobramento e retirada do material lenhoso quando em alta densidade (nesses casos a
vegetação natural deve ser inexistente) e corte e abandono do material quando se tratar de
árvores esparsas (para evitar o impacto que viria a ser causado pelas operações de retirada
sobre as plantas nativas).
Dispositivos do PL relativos à unidade de Cajuru
Em relação à Floresta de Cajuru, a apresentação do PL à assembléia traz a seguinte
redação:
“a concessão do uso dos próprios estaduais mostra-se a maneira correta e eficiente
para se atingir a melhor gestão d.......a Floresta de Cajuru. Por meio do devido procedimento
licitatório serão definidos os objetivos e características da concessão, notadamente prazo,
indicações e restrições de uso de área, direitos da Administração e obrigações do concessionário,
dentre as quais figurariam as intervenções necessárias para a recuperação da Floresta de Cajuru.
Cumpre frisar que o objeto da concessão de uso seriam somente as áreas da Floresta
Estadual de Cajuru, com 1.909,56 ha. ...
É necessário salientar, por oportuno, que a concessão de uso das áreas de floresta não
conflita com o princípio de manejo integrado das áreas contíguas de preservação permanente e
pesquisa. Na verdade, o instrumento de concessão milita em favor da conservação e da pesquisa, já
que permitirá extrair o máximo da potencialidade das áreas de produção em favor das áreas de
preservação, colocando-as no eixo necessário, dentro de um período predeterminado para
viabilizar, de modo permanente, a consecução dos objetivos conservacionistas originais que
norteiam a própria existência desta Secretaria de Estado.
14
Há ainda no anteprojeto que ora submeto, outras áreas em que o instrumento da
concessão de uso se mostra a melhor opção da administração e que hoje são áreas de preservação
permanente.” (Geraldo Alckmin, Governador do Estado).”
Artigo 1º - Fica a Fazenda do Estado autorizada a conceder o uso remunerado, pelo prazo de até 30 (trinta) anos, dos seguintes próprios estaduais:
...............
II - das áreas públicas, em que se situam a:
a) ......
b) Floresta Estadual de Cajuru, com área de 1.909,56 hectares, localizada na Rodovia vicinal Arlindo Vicentini km 6, Altinópolis – SP, encontrando-se descrita e identificada nos trabalhos técnicos que compõem o Processo nº SMA nº 3080/2013.
............................
Artigo 3º - A concessão de uso a que se refere o artigo 1º desta lei deverá ser precedida da realização de licitação, na modalidade de concorrência.
§ 1º - O edital de licitação deverá especificar:
.....
3 - para a área a que se refere a alínea “b” do inciso II do artigo 1º desta lei, as obras e serviços a serem realizados pela concessionária, bem como os usos possíveis na concessão, incluindo a elaboração do respectivo Plano de Manejo, em conformidade com a legislação pertinente.
Artigo 4º - Do contrato de concessão deverão constar os encargos, cláusulas, termos e condições que assegurem:
..............
...............
§ 3º - Para a área a que se refere a alínea “b”, do inciso II, do artigo 1º desta lei, o contrato deverá assegurar:
1 - a elaboração pela concessionária do Plano de Manejo para a Floresta Estadual de Cajuru;
2 - a assunção de obrigações pela concessionária relativamente à recuperação do próprio estadual em que se localiza a Floresta Estadual de Cajuru, de modo a restituí-la ao bioma nativo local, além da realização de georreferenciamento da área, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias contados da assinatura do instrumento a que alude o “caput” deste artigo, bem como, se cabíveis, a adoção das providências necessárias à retificação da descrição do perímetro do imóvel.
15
Proposta para os termos da concessão
Objetivo: desmembrar a atual Floresta de Cajuru em duas unidades de conservação: Estação
Ecológica de Cajuru e Floresta Estadual de Altinópolis. Elaborar, implementar e assegurar a
atualização periódica dos Planos de Manejo das duas unidades.
Prazo: 30 anos (25 anos para exploração florestal na FE Altinópolis – exploração e reforma em
vários ciclos + 05 anos para restauração da vegetação nativa em toda a área); 10 anos para
exploração ou erradicação das árvores de espécies exóticas (cultivadas ou invasoras) e restauração
da vegetação nativa na área destinada à EEc Cajuru.
Restrições de uso das áreas:
A. Talhões para exploração e reforma: uso exclusivamente para silvicultura. O plantio deve ser
feito por cultivo mínimo (sem revolvimento do solo em área total, para preservar as
estruturas subterrâneas de plantas nativas eventualmente existentes). O subosque não
deverá ser roçado a não ser por ocasião da reforma dos talhões. Uso por 25 anos, sendo os
últimos 05 anos destinados à restauração da vegetação nativa para devolução ao Instituto
Florestal.
B. Talhões para exploração sem reforma: nesses talhões o prazo para exploração será de 10
anos. O corte e retirada das espécies cultivadas deverá buscar impacto mínimo. Isso
significa que o corte de vegetação nativa existente no subosque deve restringir-se às linhas
de carreadores, com distância mínima de 30 m entre carreadores e 3 m de largura. Entre as
linhas não será admitido o corte intencional de plantas nativas.
C. Nos demais talhões serão admitidas, para a concessionária, apenas ações destinadas à
restauração dos ecossistemas.
Direitos da Administração (Instituto Florestal)
Acesso às áreas sob concessão mediante notificação prévia à concessionária.
16
Obrigações do Instituto Florestal
Apresentar, anualmente, dentro do prazo estabelecido em contrato, as demandas em termos
de obras, serviços e aquisições para o ano seguinte, devidamente acompanhadas de Termos
de Referência ou especificações, referendadas pelo Conselho Consultivo da unidade ou pelo
Conselho Técnico do Instituto Florestal, enquanto a unidade não dispuser de Plano de
Manejo e Conselho. (Na Tabela 2 encontram-se resumidas as prováveis solicitações, como
diretriz para o gestor).
Coordenar a elaboração, implementação e atualizações do Plano de Manejo;
Realizar pesquisas nas áreas naturais ou em restauração e dar diretrizes para a restauração
dos ecossistemas na área destinada à Estação Ecológica;
Providenciar o georeferenciamento das terras e sua regularização cartorial.
Verificar o cumprimento das cláusulas do contrato de concessão.
Obrigações da empresa concessionária
Providenciar a realização ou a contratação de obras e serviços e as aquisições solicitadas pelo
gestor.
Efetuar o depósito, em conta-poupança, dos recursos que excederem a demanda anual
apresentada pelo gestor.
Apresentar comprovantes de custos de obras, serviços e aquisições realizados ou
contratados pela concessionária, bem como demonstrativo de saldo disponível, ao final de
cada ano.
Realizar ou contratar serviços de manutenção das áreas como um todo: aceiros, estradas
internas, cercas, controle de espécies invasoras (Pinus e gramíneas exóticas) durante 30
anos.
17
Realizar ou contratar serviços que sejam apontados como necessários pelo Instituto Florestal
para a restauração de ecossistemas naturais.
Realizar o monitoramento dos ecossistemas em restauração, apresentando relatórios
periódicos a cada cinco anos.
Devolver a área integral das duas unidades ao Instituto Florestal, ao final dos 30 anos, com os
ecossistemas naturais restaurados e a infra-estrutura instalada e em bom estado.
Técnicas a serem aplicadas para a restauração dos ecossistemas naturais
A vegetação original dos talhões de silvicultura na Floresta de Cajuru, com base em
observações de campo e depoimentos dos funcionários, era Cerrado, predominado a fisionomia
cerrado stricto sensu, e um mosaico de tipos ripários, com vegetação campestre, arbustiva e
arbórea. A vegetação de Cerrado foi suprimida para a implantação das florestas de produção,
sendo o desmatamento seguido de preparo convencional do solo (aração e gradagem). Na maioria
das vezes, a conversão do Cerrado em Silvicultura de ciclo longo (que é o caso da Floresta de
Cajuru) preserva estruturas subterrâneas de espécies lenhosas nativas que podem rebrotar após a
remoção das espécies exóticas e este potencial é visível sob os talhões antigos da unidade (Figura
3). Mas a avaliação precisa desse potencial depende de diagnóstico e monitoramento. Esta
informação é fundamental para a definição das técnicas de restauração a serem aplicadas.
A restauração da vegetação de Cerrado esbarra, hoje, na inexistência de tecnologia de
plantio (faltam sementes de plantas herbáceas e sementes e mudas de plantas lenhosas), de modo
que a restauração depende, acima de tudo, dos processos naturais de regeneração e do controle de
fatores de degradação. Entre os principais fatores de degradação destacam-se a invasão por
plantas exóticas (Pinus e gramíneas africanas) e a erosão do solo (Figura 4). Na Floresta de Cajuru, a
invasão por Pinus (Figura 5) e gramíneas exóticas é localizada, ocupando proporção relativamente
pequena das áreas a restaurar. Porém, existem áreas extensas onde o solo encontra-se
parcialmente exposto, com processo muito lento de reocupação por gramíneas e ervas nativas
(Figura 6), sujeito a processos erosivos.
18
Tabela 2. Obras, equipamentos e serviços a serem custeados pela concessionária em Cajuru, com base nas recomendações do GT. Custos anuais referem-se a
todo o período de concessão, repetindo-se do primeiro ao último ano.
Item Custo único
(R$) Custo anual
(R$)
Pri
ori
dad
e
Justificativa
Levantamento topográfico para
georeferenciamento da Floresta de Cajuru
30.000,00 1 Retificação de área e georeferenciamento exigido por Lei. A única
medição foi feita antes de novembro de 1962, para efeito de
desapropriação.
Reforma de residência para uso provisório
como alojamento
30.000,00 1 Fundamental para a elaboração do Plano de Manejo e para pesquisas
Elaboração dos Planos de Manejo de ambas as
unidades
600.000,00 Fundamental para a conservação e manejo dos ecossistemas naturais
Instalação de cercas (15 km) 180.000,00 1 Confecção de cerca de divisa com cinco fios de arame farpado, com
mourões a cada 2 metros. Proteção da unidade.
Manutenção de estradas 22.000,00 1 100 horas de moto niveladora 140 HP
Manutenção de aceiros 17.000,00 1 100 horas de maquina de esteira 90 HP
Prevenção de incêndios 15.000,00 1 100 horas de trator de pneu traçado com grade pesada
Controle de processos erosivos 42.500,00
1 250 horas de maquina de esteira 90HP para confecção de terraços par
contenção de erosões. Ação imediata para garantir a conservação dos
ecossistemas naturais (independe de Plano de manejo) confecção de
terraços.
(cont...)
19
Tabela 2 (cont.)
Item Custo único
(R$) Custo anual
(R$)
Pri
ori
dad
e
Justificativa
Controle de invasões biológicas A estimar* 2 Ação imediata para garantir a conservação dos ecossistemas naturais
(independe de Plano de manejo)
Restauração de ecossistemas por meio de
plantio (o custo dependerá das técnicas e
extensão das áreas a restaurar, que dependem
de monitoramento)
A estimar*
3 Recuperação da vegetação nativa nos talhões após a retirada das
espécies exóticas cultivadas
Aquisição de pick-up 120.000,00 1 Para elaboração dos Planos de Manejo e para as atividades de pesquisa
do IF na unidade
Suporte à pesquisa (custos de alimentação e
hospedagem)
20.000,00 3 Para assegurar a realização das pesquisas que venham a ser
recomendadas pelo Plano de Manejo
Contratação de pessoal (02 postos de
vigilância), 03 auxiliares de serviços)
170.640,00** 2 Vigilância para a proteção dos ecossistemas naturais e dos próprios do
Estado.
Contratação de pessoal (03 auxiliares de
serviços)
54.360,00 2 Para assegurar a manutenção do alojamento, e demais imóveis, veículos
e etc.
Total 1.002.500,00* 299.000,00
*não incluir o custo a estimar de controle de espécies invasoras e restauração, que dependerão de monitoramento e serão negociados a cada ano. **não deverá ser incluído se a fiscalização for negociada no contrato como obrigação direta da concessionária
20
Figura 3. Regeneração natural de plantas do Cerrado sob talhões antigos de Pinus, na
Floresta de Cajuru, SP (Foto: Giselda Durigan, julho 2013).
Figura 4. Solo parcialmente descoberto e processos erosivos em áreas a serem
restauradas, na Floresta de Cajuru, SP. (Foto: Giselda Durigan, julho 2013).
21
Figura 5. Invasão por Pinus sp. em zona ripária, na Floresta de Cajuru, SP, com total
supressão da vegetação nativa. (Foto: Giselda Durigan, julho 2013).
Figura 6. Vista das áreas em que a vegetação campestre nativa encontra-se em
processo lento de regeneração natural, na Floresta de Cajuru, SP. (Foto: Giselda
Durigan, julho 2013).
22
Ações previstas para a restauração de ecossistemas:
1) Controle dos processos erosivos. Anteriormente a qualquer ação de restauração, todos
os processos erosivos devem ser controlados com terraceamento e reforma de
estradas e carreadores.
2) Controle da invasão por Pinus nas zonas ripárias (derrubada com motosserra para
árvores a partir de 4 cm DAP e facão para plantas menores). Essa operação não deve
ser realizada no período de janeiro a julho, quando as sementes da espécie invasora
podem germinar e recolonizar essas áreas.
3) Eliminação das rebrotas de eucalipto (Talhões 65, 67 e 75 e ao redor das nascentes
entre os talhões 56, 57 e 64). Corte raso e aplicação imediata de herbicida (glifosato)
na touça. Corte e retirada do material lenhoso pela concessionária.
4) Eliminação das árvores de Pinus nos plantios jovens (lenha) (Talhões 53, 54, 55, 56, 57,
63, 64 e 66). Corte e retirada pela concessionária. Monitoramento por um ano para
decidir sobre a necessidade de plantio de espécies nativas.
5) Eliminação das árvores exóticas nos talhões antigos que não serão reformados, dentro
de prazo máximo de 10 anos. Pode ser:
a) imediata e total (corte raso) nos talhões em que existe vegetação nativa cobrindo
pelo menos 50% do terreno. As operações de corte e retirada devem assegurar
impacto mínimo.
b) gradual, por desbastes, onde houver regeneração natural com baixa cobertura.
Nessas áreas deve ser realizado o controle permanente de espécies invasoras
(gramíneas exóticas ou Pinus)
6) Controle da invasão por Pinus em talhões em restauração (motosserra para árvores a
partir de 4 cm DAP e facão ou fogo para plantas menores). O fogo controlado pode ser
aplicado para eliminar plantas jovens de Pinus, apresentando a vantagem de eliminar a
manta de acículas, que é o principal obstáculo à regeneração das plantas nativas, no
caso de talhões antigos.
23
7) Controle da invasão por gramíneas africanas em toda a área destinada à futura Estação
Ecológica: pulverização manual de glifosato sobre as manchas da espécie invasora
antes do florescimento dos capins, tantas vezes quantas forem necessárias até
erradicação. Não revolver o solo nessas áreas, exceto se isto for necessário para
controle de processos erosivos, pois o revolvimento do solo faz aumentar a invasão.
8) Para áreas em que o monitoramento apontar potencial muito baixo para regeneração
natural deverão ser testadas, experimentalmente, técnicas de plantio por mudas,
semeadura direta de gramíneas nativas ou transposição de top soil extraído de áreas
naturais de Cerrado não invadidas.
9) Restauração, por meio de técnicas de plantio, das áreas sem potencial para
regeneração natural que forem apontadas pelo Instituto Florestal.
Comprovação de resultado da restauração (obrigação da concessionária a ser
ratificada pelo IF)
Por meio de monitoramento periódico (a cada 05 anos), a efetividade da
restauração de cada talhão será demonstrada pela obtenção de 80% de cobertura do terreno
por vegetação nativa (herbáceas ou projeção da copa de espécies lenhosas), inexistência de
indivíduos de árvores exóticas e menos de 10% de ocupação por gramíneas exóticas.
24
Estação Ecológica e Estação Experimental de Itirapina
Caracterização e uso atual das unidades
A Estação Experimental de Itirapina e a Estação Ecológica de Itirapina ocupam
área que começou a ser desapropriada pelo Decreto 14.027 de 14/06/1944, que foi seguido
por numerosas outras desapropriações, que resultam em área atual de 3.212 ha
correspondente à Estação Experimental de Itirapina e área de 2.300 ha correspondente à
Estação Ecológica de Itirapina.
Embora as últimas glebas (1.472,57 hectares no município e comarca de Brotas,
desapropriados em 1962, pelo Decreto n. 40.993, de 06 de novembro de 1962, modificado
pelo Decreto 44.163, de 02 de dezembro de 1964) fossem destinadas à “expansão dos
trabalhos de pesquisas e reflorestamento afetos ao Serviço Florestal da Secretaria da
Agricultura”, esta e algumas áreas que não foram reflorestadas com espécies exóticas vieram a
ser convertidas em Estação Ecológica em 1984, visando à conservação dos ecossistemas
naturais e pesquisa.
O Decreto 22335, de 07 de Junho de 1984 (que Cria a Estação Ecológica de
Itirapina e dá providências correlatas), estabeleceu como objetivo de criação da UC: “assegurar
a integridade dos ecossistemas e do conjunto fluvial ali existentes e proteger sua flora e fauna,
bem como promover sua utilização para objetivos educacionais e científicos”. Com base nesses
objetivos, ainda no início da década de 1990, foi elaborado o Plano de Manejo integrado das
duas unidades, que viria a ser publicado em 2004.
No ano de 2006, o Plano de Manejo integrado da Estação Ecológica e Estação
Experimetnal de Itirapina foi atualizado, tendo sido aprovado pelo CONSEMA somente no ano
de 2010 (Deliberação Consema 09/2010, de 19 de maio de 2010, na 271ª Reunião Ordinária do
Plenário). Este Plano foi elaborado a partir das seguintes diretrizes e objetivos:
“adotou-se como princípio conciliar a dicotomia entre conservação e produção;
de forma a utilizar todos os recursos humanos, logísticos e financeiros das Unidades de
Itirapina, para administrar sem distinção 3.212 ha de floresta implantada associados a suas
fisionomias de cerrado da Estação Experimental, com significativo valor social e outros 2.300
25
ha de vegetação nativa da Estação Ecológica, com um valor ambiental inestimável. Dentre os
principais objetivos do trabalho destacamos:
Diversificar as atividades de manejo da Estação Ecológica, sempre visando a atingir
seus objetivos.
Intensificar o manejo florestal com caráter de uso múltiplo.
Aplicar e ensaiar alternativas metodológicas que possam ser irradiadas ao Instituto
Florestal (IF).
Participar do desenvolvimento, através do turismo e demais atividades
ambientalmente sustentáveis nos municípios da área de influência.
Estabelecer estratégias e ações que garantam a efetiva conservação de ecossistemas
representativos do Estado de São Paulo para as gerações futuras.”
O conglomerado formado pelas duas unidades (Figura 7) é utilizado, hoje, para
múltiplas finalidades, incluindo: produção florestal, lazer, educação ambiental, conservação da
natureza e pesquisa científica.
26
Figura 7. Ocupação e uso atual da terra na Estação Ecológica e Estação Experimental
de Itirapina (adaptado a partir do Plano de Manejo).
Existem, no total, atualmente, 2003,06 ha ocupados por silvicultura na Estação
Experimental e na Estação Ecológica de Itirapina, dos quais 45,43 ha são plantios de espécies
arbóreas nativas ou experimentos que deverão ser manejados pelo Instituto Florestal. Dos
restantes 1957,63 ha, que farão parte do contrato de concessão, 696,88 ha deverão ser
revertidos para vegetação nativa após a exploração da madeira, conforme determina o Plano
de Manejo. O volume estimado de madeira em pé por meio de inventário realizado em 2012
(Tabela 3), que poderá ser objeto da concessão, é de 426.814,74 m3.
27
Tabela 3. Síntese da estimativa do volume de madeira disponível para exploração na Estação Experimental de Itirapina, com base no inventário realizado em 2012. Os dados de volume referem-se a metros cúbicos de tora com casca.
Espécie
Área (ha)
Volume (m³)
P. caribaea var. bahamensis
7,53
4.029,28 P. caribaea var. caribaea
186,07
80.551,00
P. caribaea var. hondurensis
217,16
84.336,84
P. kesyia
114,92
38.257,68
P. oocarpa
159,26
57.591,06
P. elliotti
765,50
162.048,88
Total 1.450,44 426.814,74
Uso planejado da terra nas unidades de Itirapina
Embora o Plano de Manejo integrado das unidades de Itirapina tenha sido
aprovado no ano de 2010, muito pouco do que foi planejado (Figura 8) foi executado,
especialmente no que diz respeito à restauração de ecossistemas pela reversão de talhões
de silvicultura para vegetação nativa.
28
Figura 8. Uso planejado das Estações Ecológica e Experimental de Itirapina apontado pelo Plano de Manejo
29
A Figura 9 sintetiza as ações de manejo que nortearão os termos da concessão,
destinadas à ampliação das áreas com vegetação nativa, pela exploração da madeira das
espécies exóticas e restauração ecológica em todos os talhões limítrofes com os
ecossistemas naturais da Estação Ecológica. A nova configuração da área como um todo,
com base nas ações de manejo e restauração a serem realizadas (Figura 9), compreende as
categorias descritas a seguir:
a) Talhões para exploração de madeira e reforma: correspondem à área de 1260,75
ha (em cor branca na Figura 9), destinada à silvicultura, onde é prevista a
exploração das árvores existentes e reforma dos plantios, sem revolvimento do
solo (cultivo mínimo).
b) Talhões para exploração de madeira e restauração: totalizam 696,88 ha (cor
abóbora na Figura 9), onde as árvores existentes serão exploradas por meio de
técnicas de baixo impacto, preservando o subosque. Essas áreas serão restauradas
(condução da regeneração natural ou, eventualmente, plantio) e integradas aos
ecossistemas para conservação.
c) Talhões experimentais ou de espécies nativas a serem manejados pelo IF:
correspondem à área de 45,43 ha (em cor rosa na Figura 9).
d) Vegetação natural ou em restauração (em cor verde na Figura 9). Compreende as
demais áreas da Estação Ecológica e da Estação Experimental de Itirapina, naturais
ou em restauração, com extensos trechos de invasão biológica por Pinus e alguns
raros pontos de invasão por Eucalyptus, que necessitam de intervenção imediata
para erradicação e controle. Nas áreas em verde no mapa é desejável também o
controle da invasão por gramíneas exóticas, especialmente ao longo de estradas e
carreadores.
30
Figura 9. Talhões indicados para restauração após a exploração ou para exploração e reforma (adaptado a partir do Plano de Manejo). As áreas em cor verde (vegetação natural ou em restauração) apresentam invasão por árvores de Pinus spp ou Eucalyptus spp, em densidades variáveis, que deverão ser erradicadas.
31
Dispositivos do PL referentes às unidades de Itirapina
O ofício de encaminhamento do PL à Assembléia pelo Sr. Governador traz o
seguinte texto, no que se refere às unidades de Itirapina:
“A concessão do uso dos próprios estaduais mostra-se a maneira correta e eficiente
para se atingir a melhor gestão das áreas em que estão situadas a Estação Experimental de
Itirapina.... Por meio do devido procedimento licitatório serão definidos os objetivos e
características da concessão, notadamente prazo, indicações e restrições de uso de área,
direitos da Administração e obrigações do concessionário, dentre as quais figurariam as
intervenções necessárias para a .... resolução dos problemas existentes em relação à Estação
Ecológica de Itirapina.
Cumpre frisar que o objeto da concessão de uso seriam somente as áreas .... da
Estação Experimental de Itirapina, que corresponde a 3.212 ha. A área de 2.300 ha da Estação
Ecológica de Itirapina não seria objeto de concessão, devendo manter as características de
preservação e investigação científica a que se destinam, sob execução e responsabilidade direta
da Administração estadual, cabendo ao futuro concessionário tão somente os ônus relativos à
sua recuperação e manutenção, nos limites estabelecidos em lei, edital e futuro eventual
contrato.
É necessário salientar, por oportuno, que a concessão de uso das áreas de floresta
não conflita com o princípio de manejo integrado das áreas contíguas de preservação
permanente e pesquisa. Na verdade, o instrumento de concessão milita em favor da
conservação e da pesquisa, já que permitirá extrair o máximo da potencialidade das áreas de
produção em favor das áreas de preservação, colocando-as no eixo necessário, dentro de um
período predeterminado para viabilizar, de modo permanente, a consecução dos objetivos
conservacionistas originais que norteiam a própria existência desta Secretaria de Estado.
Há ainda no anteprojeto que ora submeto, outras áreas em que o instrumento da
concessão de uso se mostra a melhor opção da administração e que hoje são áreas de
preservação permanente.” (Geraldo Alckmin)
32
Artigo 1º - Fica a Fazenda do Estado autorizada a conceder o uso remunerado, pelo prazo de até 30 (trinta) anos, dos seguintes próprios estaduais:
...............
II - das áreas públicas, em que se situam a:
a) Estação Experimental de Itirapina, com área de 3.212 hectares, localizada na Rua 8, s/nº, Vila Santa Cruz, Itirapina – SP, encontrando-se descrita e identificada nos trabalhos técnicos que compõem o Processo nº SMA nº 3089/2013;
............................
Artigo 3º - A concessão de uso a que se refere o artigo 1º desta lei deverá ser precedida da realização de licitação, na modalidade de concorrência.
§ 1º - O edital de licitação deverá especificar:
2 - para a área a que se refere a alínea “a”, do inciso II, do artigo 1º desta lei:
a) as obras e serviços a serem realizados pela concessionária, bem como os usos possíveis na concessão, em consonância com o Plano de Manejo Integrado das Estações Ecológica e Experimental de Itirapina.
b) as atividades a serem realizadas pela concessionária, como encargos da concessão, relativamente à Estação Ecológica de Itirapina;
....................
Artigo 4º - Do contrato de concessão deverão constar os encargos, cláusulas, termos e condições que assegurem:
..............
§ 2º - Para a área a que se refere a alínea “a”, do inciso II, do artigo 1º desta lei, o contrato deverá assegurar:
1 - a observância do Plano de Manejo Integrado das Estações Ecológica e Experimental de Itirapina;
2 - a execução pela concessionária de georreferenciamento de todo o próprio estadual, compreendendo as áreas das Estações Ecológica e Experimental de Itirapina, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias contados da assinatura do instrumento a que alude o “caput” deste artigo, bem como, se cabíveis, a adoção das providências necessárias à retificação da descrição do perímetro do imóvel;
33
Proposta para os termos da concessão
Objetivo: Implementar e atualizar periodicamente o Plano de Manejo Integrado da Estação
Ecológica e Estação Experimental de Itirapina, a partir de recursos gerados pela exploração
florestal.
Prazo: 30 anos
Restrições de uso das áreas:
A. Talhões para exploração e reforma (1260,75 ha): uso exclusivamente para silvicultura.
Não há restrições ao corte de espécies nativas, mas o plantio deve ser feito por cultivo
mínimo (sem revolvimento do solo em área total, para preservar as estruturas
subterrâneas de plantas nativas eventualmente existentes). O subosque não deverá ser
roçado a não ser por ocasião da reforma dos talhões. Uso por 25 anos, sendo os últimos
05 anos destinados à restauração da vegetação nativa para devolução ao Instituto
Florestal.
B. Talhões para exploração sem reforma (696,88 ha): nesses talhões o prazo para
exploração será de 10 anos. O corte e retirada das espécies cultivadas deverá buscar
impacto mínimo. Isso significa que o corte de vegetação nativa existente no subosque
deve restringir-se às linhas de carreadores, com distância mínima de 30 m entre
carreadores e 3 m de largura. Entre as linhas não será admitido o corte intencional de
plantas nativas.
Direitos da Administração (Instituto Florestal)
Acesso às áreas sob concessão mediante notificação à concessionária.
Obrigações do Instituto Florestal
Apresentar, anualmente, dentro do prazo estabelecido em contrato, as demandas em
termos de obras, serviços e aquisições para o ano seguinte, devidamente acompanhadas
34
de Termos de Referência ou especificações, referendadas pelo Conselho Consultivo da
unidade. (Na Tabela 4 encontram-se resumidas as prováveis solicitações, como diretriz
para o gestor);
Coordenar a implementação e atualizações do Plano de Manejo;
Realizar pesquisas nas áreas naturais ou em restauração e dar diretrizes para a
restauração dos ecossistemas nas áreas indicadas em contrato;
Providenciar o georeferenciamento das terras e sua regularização cartorial (a partir do
mapeamento realizado pela concessionária).
Verificar o cumprimento das cláusulas do contrato de concessão.
Obrigações da empresa concessionária
Providenciar a realização ou a contratação de obras e serviços e as aquisições solicitadas
pelo gestor, segundo os Termos de Referência e especificações apresentados pelo
Instituto Florestal.
Efetuar o depósito, em conta-poupança, dos recursos que excederem a demanda anual
apresentada pelo gestor.
Apresentar comprovantes de custos de obras, serviços e aquisições realizados ou
contratados pela concessionária, bem como demonstrativo de saldo disponível, ao final
de cada ano.
Realizar ou contratar serviços de manutenção das áreas como um todo: aceiros, estradas
internas, cercas, controle de espécies invasoras (Pinus e gramíneas exóticas) durante 30
anos.
Realizar ou contratar serviços que sejam apontados como necessários pelo Instituto
Florestal para a restauração de ecossistemas naturais.
Realizar o monitoramento dos ecossistemas em restauração, apresentando relatórios
periódicos a cada cinco anos.
Devolver a área integral das duas unidades ao Instituto Florestal, ao final dos 30 anos,
com os ecossistemas naturais restaurados e a infra-estrutura instalada e em bom estado.
35
Tabela 4. Obras, equipamentos e serviços a serem custeados pela concessionária em Itirapina, com base nas recomendações do Plano de Manejo das unidades.
Item Custo
estimado (R$) Ano Justificativa
Georeferenciamento das unidades 45.000,00 1 Necessário para a regularização da documentação das unidades, exigida por lei.
Construção de Centro de Referência em Estudos do Cerrado (860 m
2 + galpão)
3.236.850,68 2 Obra essencial para alavancar as atividades científicas na EEc Itirapina
Construção do Centro de Visitantes
2.011.213,72 1 Prevista no Plano de Manejo
Instalações para Uso Público 190.000,00 1 Previstas no Plano de Manejo
Reformas da estrutura existente e Suporte a Pesquisa (equipamentos)
100.000,00 1 Essenciais para o desenvolvimento de pesquisas
Restauração de ecossistemas (condução da regeneração natural)
A estimar* 1 a 10 Ações prioritárias nas áreas após exploração das exóticas cultivadas ou erradicação de invasoras, para reintegração dos ecossistemas naturais.
Restauração de ecossistemas nas áreas concedidas (plantio)
A estimar* 26 a 30 Ação exigida nos últimos cinco anos do contrato, para restauração do Cerrado em toda a área.
Controle de invasões biológicas (600 ha de invasão esparsa + 600 ha de invasão densa)
135.000,00 1 a 5 Ação fundamental e urgente para a conservação dos ecossistemas naturais. Custo estimado em R$215,00/ha para invasão densa e R$12,56/ha para invasão esparsa (Abreu 2013)
Aquisição de veículos (para os primeiros cinco anos)
285.000,00 1 Essenciais para as ações de pesquisa e administração.
Manutenção de veículos e equipamentos (por ano)
15.000,00 1 a 30 Para assegurar o funcionamento dos veículos e equipamentos
Combustível (por ano) 10.000,00 1 a 30 Para o veículo que vier a ser adquirido
Atualização do Plano de Manejo a cada cinco anos (custo por edição)
200.000,00 2, 7, 12, 19, 24,
29
Essencial para atender à legislação vigente
Financiamento de projetos de pesquisa (por ano)
20.000,00 1 a 30 O desenvolvimento de pesquisas vem sendo cerceado pela falta de recursos para custeio dos projetos.
Total 6.248.064,40**
*A estimativa de custos dependerá do monitoramento para a definição da necessidade de plantio ou possibilidade de condução da regeneração natural. ** Não inclui os valores a estimar para os custos da restauração.
36
Técnicas a serem aplicadas para a restauração dos ecossistemas naturais
Os talhões de silvicultura que serão revertidos para vegetação nativa foram
plantados, invariavelmente, há algumas décadas, após desmatamento da vegetação de Cerrado.
Como regra geral, a densidade atual de árvores exóticas é baixa, uma vez que os talhões já
foram submetidos a desbastes. Com a abertura do dossel, existem espécies nativas em
regeneração sob os talhões, herbáceas e lenhosas, em densidade e cobertura variáveis,
geralmente capazes de desencadear a restauração passiva (por regeneração natural, sem
necessidade de intervenção) após a retirada das exóticas cultivadas.
As técnicas de restauração a serem aplicadas devem basear-se no potencial de
regeneração natural da vegetação nativa, devendo ser evitado o plantio de mudas. Se
necessário, para atingir os critérios de efetividade da restauração (abaixo), só serão aceitas
mudas produzidas por propágulos obtidos na própria UC, para evitar a introdução de espécies
ou genótipos alóctones.
A queima controlada é desejável nos talhões a serem restaurados ou em áreas
invadidas por Pinus, em que a manta de acículas for mais espessa que 6 cm ou onde houver
plantas jovens de espécies de Pinus (DAP < 4 cm). Essa prática elimina os obstáculos à
regeneração natural sem revolver o solo, que prejudica a resiliência do Cerrado e estimula a
ocupação por gramíneas exóticas invasoras.
Nos talhões de eucalipto em que a vegetação nativa será restaurada e nas áreas
pontuais onde há invasão de zonas ripárias por espécies de eucalipto, o corte das árvores deve
ser seguido de aplicação imediata de herbicida (glifosato) puro na touça, para impedir a rebrota.
Ações previstas para restauração de ecossistemas, em ordem de prioridade
1) Controle da invasão por Pinus na Estação Ecológica (derrubada com motosserra para
árvores a partir de 4 cm DAP e facão para plantas menores). Essa operação não deve ser
realizada no período de Janeiro a Julho, quando as sementes da espécie invasora estão
viáveis. O material lenhoso deve ser desdobrado e retirado em áreas com invasão
densa, sem regeneração natural de plantas nativas. Quando a invasão for esparsa e
37
houver plantas nativas sob as árvores invasoras a operação deve se restringir ao corte e
abandono do material em campo, para evitar o impacto da retirada.
2) Controle da invasão por espécies de eucalipto na Estação Ecológica. Corte raso e
aplicação imediata de herbicida (glifosato) na touça.
3) Eliminação das árvores exóticas nos talhões antigos que não serão reformados, dentro
de prazo máximo de 10 anos. Pode ser:
c) imediata e total (corte raso) nos talhões em que existe vegetação nativa cobrindo
pelo menos 50% do terreno. As operações de corte e retirada devem assegurar
impacto mínimo. No caso de talhões de eucalipto, o corte deve ser seguido de
aplicação de herbicida (glifosato) puro na touça.
d) gradual, por desbastes, onde houver regeneração natural em baixa cobertura.
Nessas áreas deve ser realizado o controle permanente de espécies invasoras
(gramíneas exóticas ou Pinus)
4) Controle da invasão por Pinus nos talhões a serem restaurados (motosserra para árvores
a partir de 4 cm DAP e facão ou fogo para plantas menores). O fogo controlado pode ser
aplicado para eliminar plantas jovens de Pinus, apresentando a vantagem de eliminar a
manta de acículas no caso de talhões antigos, que é o principal obstáculo à regeneração
das plantas nativas.
5) Instalação de experimento de controle de gramíneas exóticas invasoras, para direcionar
ações futuras visando à erradicação da espécie e restauração dos ecossistemas
invadidos.
6) Restauração, por meio de técnicas de plantio, das áreas sem potencial para regeneração
natural que forem apontadas pelo Instituto Florestal.
Critérios para comprovação da efetividade da restauração para verificação
do cumprimento das cláusulas do contrato de concessão
Por meio de monitoramento periódico (a cada 5 anos), a efetividade da restauração
de cada talhão será demonstrada pela obtenção de pelo menos 80 % de cobertura do terreno
por vegetação nativa (herbáceas ou projeção da copa de espécies lenhosas, medida pelo
38
método de linhas), inexistência de indivíduos de árvores exóticas e menos de 10% de ocupação
por gramíneas exóticas. A realização do monitoramento e a comprovação do resultado da
restauração serão obrigações da concessionária, com posterior ratificação pelo IF. Esses níveis
deverão ter sido atingidos em todas as áreas concedidas, ao término do contrato.
Ao término do contrato, as áreas devem ser devolvidas ao Instituto Florestal sem
nenhum indivíduo das espécies arbóreas exóticas cultivadas ou invasoras.