13
200 NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Priscila Moreira Corrêa, Eduardo José Manzini Programa de Pós-graduação em Educação, Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP Campus de Marília. Bolsista: CAPES – Proesp. Eixo Temático: Culturas de inclusão/exclusão em educação Categoria: Comunicação Oral. 1 INTRODUÇÃO Alguns fatores podem influenciar no processo de inclusão dos alunos com deficiência no Ensino Superior, tais como o currículo, os tipos de recursos utilizados, o tipo de mediação, as condições dos espaços arquitetônicos, as barreiras encontradas, assim como a sua satisfação e insatisfação dos alunos nesse processo (CAMARGO; NARDI; VERASZTO, 2008; CASTRO, 2011; FARO; GUSMAI, 2013;). É imprescindível identificar a opinião dos universitários com deficiência, pois, no Ensino Superior, inicia-se um novo ciclo em suas vidas com o surgimento de novas experiências (AUAD; CONCEIÇÃO, 2008). A satisfação ou insatisfação de qualquer aluno universitário está relacionada ao seu processo de integração ou adaptação a esse novo meio. Para Polydoro et al. (2001), a integração do aluno universitário ao Ensino Superior é um processo multifacetado e construído a partir das relações que se estabelecem entre esse aluno e a instituição. Além disso, ressaltam que tanto o aluno, quanto a instituição de ensino é responsável pela sua integração no ambiente universitário. Dessa forma, compreende-se que a garantia das condições adequadas de acesso e permanência do aluno com deficiência ao ambiente universitário é sim responsabilidade das Instituições de Ensino Superior, pois esse aluno não pode se adaptar para ter acesso aos seus espaços, mobiliários, equipamentos, serviços de transportes, sistemas e meios de comunicação e informação. Como é identificado no relato de um estudante com deficiência física do curso de Enfermagem, que precisou pensar e ensinar aos seus

NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

200

NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA EM

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Priscila Moreira Corrêa, Eduardo José Manzini

Programa de Pós-graduação em Educação, Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP Campus de Marília. Bolsista: CAPES – Proesp.

Eixo Temático: Culturas de inclusão/exclusão em educação Categoria: Comunicação Oral.

1 INTRODUÇÃO

Alguns fatores podem influenciar no processo de inclusão dos alunos com deficiência

no Ensino Superior, tais como o currículo, os tipos de recursos utilizados, o tipo de

mediação, as condições dos espaços arquitetônicos, as barreiras encontradas, assim

como a sua satisfação e insatisfação dos alunos nesse processo (CAMARGO; NARDI;

VERASZTO, 2008; CASTRO, 2011; FARO; GUSMAI, 2013;).

É imprescindível identificar a opinião dos universitários com deficiência, pois, no

Ensino Superior, inicia-se um novo ciclo em suas vidas com o surgimento de novas

experiências (AUAD; CONCEIÇÃO, 2008).

A satisfação ou insatisfação de qualquer aluno universitário está relacionada ao seu

processo de integração ou adaptação a esse novo meio. Para Polydoro et al. (2001), a

integração do aluno universitário ao Ensino Superior é um processo multifacetado e

construído a partir das relações que se estabelecem entre esse aluno e a instituição.

Além disso, ressaltam que tanto o aluno, quanto a instituição de ensino é responsável

pela sua integração no ambiente universitário.

Dessa forma, compreende-se que a garantia das condições adequadas de acesso e

permanência do aluno com deficiência ao ambiente universitário é sim responsabilidade

das Instituições de Ensino Superior, pois esse aluno não pode se adaptar para ter acesso

aos seus espaços, mobiliários, equipamentos, serviços de transportes, sistemas e meios

de comunicação e informação. Como é identificado no relato de um estudante com

deficiência física do curso de Enfermagem, que precisou pensar e ensinar aos seus

Page 2: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

201

professores como adaptar as técnicas utilizadas em sala de aula (AUAD; CONCEIÇÃO,

2008).

As instituições de Ensino Superior têm desenvolvidos projetos, programas ou criado

serviços para o processo de integração dos alunos com a vida acadêmica (POLYDORO

et al., 2001). Essa preocupação também pode ser identificada em relação aos alunos

com deficiência em diferentes instituições de Ensino Superior do Brasil, como, por

exemplo, o Programa de Acompanhamento a Estudantes com Necessidades

Educacionais Especiais da Universidade Estadual de Londrina; o Programa USP Legal;

o Grupo de Trabalho sobre Pessoas com Necessidades Especiais da Universidade

Federal do Paraná, no campus de Curitiba; a Comissão Permanente de Apoio a

Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte; o Programa Acessibilidade sem barreiras da Universidade Federal da

Bahia e os trabalhos desenvolvidos na Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP –

campus de Marília (OLIVEIRA, 2003; MANZINI et al., 2003; FERREIRA, 2007;

LAMÔNICA et al., 2008; MOREIRA; BOLSANELLO; SEGER, 2011).

Deve ser ressaltado, que até o ano de 2011, não havia um instrumento específico único

para que as Instituições de Ensino Superior pudessem avaliar a satisfação do seu aluno

universitário. Assim, como não havia um instrumento validado, que mensurasse a

satisfação dos alunos com deficiência em relação ao seu acesso e permanência no

ensino superior (GUERREIRO, 2011).

Apesar disso, foram identificados estudos que tratam especificamente da percepção do

aluno com e sem deficiência em relação à sua inserção no ensino superior, que têm

utilizado como procedimentos metodológicos entrevistas, questionários e escalas

elaboradas para esse fim aqui no Brasil (POLYDORO et al., 2001; AUAD;

CONCEIÇÃO, 2008; SOUZA; REINART, 2010; CASTRO, 2011; GUERREIRO,

2011; FARO, GUSMAI, 2013).

Page 3: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

202

Dessa forma, o presente trabalho objetiva verificar o nível de satisfação e atitude dos

alunos com deficiência de sete Unidades de uma instituição do Ensino Superior do

Estado de São Paulo com a utilização de uma escala desenvolvida por Guerreiro (2011).

2 METODOLOGIA

O estudo faz parte de uma pesquisa maior que objetiva analisar as condições de

acessibilidade de sete Unidades de uma instituição de Ensino Superior do Estado de São

Paulo34. Essas sete Unidades (faculdades) estão localizadas em sete cidades diferentes e

foram nomeadas de Unidade A, B, C, D, E, F e G.

2.1 Sujeitos

Para a identificação dos alunos com deficiência foram utilizados os dados do Censo

2009 e 2010 e, também, foram solicitadas informações nas seções de graduação dessas

unidades. Posteriormente, os quinze alunos com deficiência encontrados foram

contatados por telefone e foram agendadas entrevistas.

No início de cada entrevista, foi solicitado que esses alunos lessem o termo de

consentimento livre e esclarecido e, caso concordassem, o assinassem. Todos os sujeitos

concordaram e assinaram esse documento.

Para os alunos com baixa visão, esse documento foi elaborado com fonte Arial,

tamanho 24 e, para os alunos cegos, foi lido e posteriormente assinado.

2.2 Instrumentos utilizados

Para a identificação do nível de satisfação e atitudes dos alunos entrevistados foi

utilizada a Escala de satisfação e atitudes de pessoas com deficiência – ESA

34 O projeto foi aprovado pelo Comitê pelo parecer nº 0329/2011.

Page 4: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

203

(GUERREIRO, 2011). Essa escala foi inserida no software Sphinx, que realiza análise

de dados acadêmicos e gerenciais.

Com a utilização dessa escala, os alunos foram entrevistados e indicaram o seu nível de

satisfação numa escala que vai de 1 a 7 pontos, com relação: 1) aos caminhos que

utilizam para se locomover; 2) as condições de alguns elementos, como as vias internas,

o rebaixamento de calçada, as vagas de estacionamento para pessoas com deficiência; 3)

o tipo de acesso disponível; 4) os locais utilizados; 5) os equipamentos utilizados; 6) as

informações sobre o curso em que estavam realizando; 7) a sua forma de locomoção na

instituição; 8) as barreiras encontradas e a acessibilidade; 9) os diferentes tipos de

recursos necessários ou disponibilizados; 10) a sua inclusão e integração na instituição e

11) a ajuda na utilização do ônibus da instituição.

3 DESENVOLVIMENTO

Os dados gerais dos sujeitos identificados são:

Identificação Gênero Tipo de deficiência Manifestação da deficiência Causa

Recursos utilizados para locomoção

S1 F Baixa visão Nascimento Não foi revelado Bengala

S2 M Deficiência Física Adolescência Acidente de carro

Cadeira de rodas manual

S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala

S4 M Baixa visão Nascimento Genético Óculos de sol

S5 M Cegueira Infância Não foi revelado Bengala

S6 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Bengala

S7 F Deficiência Física Nascimento Genético Cadeira de rodas motorizada

S8 F Baixa audição Infância Não foi revelado Nenhum

S9 M Deficiência Física Fase adulta Acidente de carro

Cadeira de rodas manual

Page 5: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

204

S10 M

O sujeito relatou que não se declarou como deficiente visual para a sessão de graduação, mas que colocou que teve toxoplasmose e perdeu um pouco da visão do olho direito. Fase adulta Toxoplasmose Nenhum

S11 F Baixa visão Infância Não foi revelado Nenhum

S12 F Baixa visão Nascimento Não foi revelado Nenhum

S13 F Deficiência Física Fase adulta Acidente de carro

Cadeira de rodas manual

Quadro 1 – Características dos sujeitos entrevistados. Como item causa da deficiência aparecia na escala apenas na parte que se referia à

deficiência física, nem todos os alunos responderem a esse item, principalmente os que

não possuem esse tipo de deficiência.

Além da bengala, o Sujeito 3 relatou que conta com o auxílio do marido para se

locomover, pois não pode bater a cabeça acidentalmente devido a um câncer, que teve

na face.

A escolaridade desses sujeitos pode ser visualizada na Figura 1:

Figura 1 – Escolaridade dos sujeitos entrevistados.

Page 6: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

205

Como a maioria dos sujeitos está estudando para adquirir uma profissão, dez relataram

que estão cursando o Ensino Superior.

O tipo de escola frequentada pelos sujeitos entrevistados pode ser visualizada na Figura 2:

Figura 2 – Tipo de escola frequentada pelos sujeitos entrevistados. A escola regular pública foi o tipo de escola do Ensino Fundamental mais frequentada

pelos entrevistados (nove sujeitos). No Ensino Médio oito sujeitos relataram ter

estudado em escola regular pública no Ensino Médio.

No momento da entrevista foi perguntado se os sujeitos tinham frequentado algum

serviço educacional especializado. Apenas os Sujeitos 1 e 3 relataram a frequência a

uma sala de recursos para alunos com deficiência visual e, esses possuem,

respectivamente, baixa visão e cegueira.

Na Figura 3, pode-se identificar o nível de conhecimento dos sujeitos entrevistados

sobre a legislação brasileira sobre acessibilidade:

Page 7: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

206

Figura 3 – Conhecimento da legislação brasileira sobre acessibilidade. Os sujeitos relataram que necessitaram conhecer a legislação brasileira sobre

acessibilidade, pois: 1) precisava pedir a bolsa, destinado para pessoas com deficiência

ou inválido, para se mantiver na faculdade (Sujeito 4); 2) é da área da acessibilidade e

precisa ler bastante sobre isso (Sujeito 5); e, 3) realizou o seu Trabalho de Conclusão de

Curso sobre a Política de Inclusão nas Escolas Regulares e estou sobre isso (Sujeito 7).

Além do conhecimento sobre a legislação brasileira sobre acessibilidade foi

perguntando, também, se conhecia a NBR 9050 da ABNT (BRASIL, 2004), que pode

ser visualizado na Figura 4:

Figura 4 – Conhecimento dos sujeitos entrevistado sobre a NBR 9050 da ABNT (BRASIL, 2004).

Page 8: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

207

De acordo com essa figura podemos identificar que seis sujeitos relataram conhecer a

NBR 9050 da ABNT (BRASIL, 2004), devido: 1) a disciplina que tiveram e que tratou

dessa norma (Sujeito 1); 2) ao trabalho que realiza e que utiliza as normas da ABNT

(Sujeito 4); 3) a uma aula que teve sobre essa norma (Sujeito 8). O Sujeito 2 relatou não

conhecer e pediu no momento da entrevista para ser informado sobre o que se referia

essa norma.

3.2 Escala de satisfação e atitudes

Na Figura 5 pode ser identificado o Score total de cada sujeito na aplicação da ESA

(GUERREIRO, 2011):

Figura 5 – Escore total de cada sujeito entrevistado.

Com a escala utilizada, os alunos entrevistados poderem apresentar valores de, no

máximo, 298 pontos e, no mínimo, de 48 pontos. O escore máximo apresentado foi de

260 pontos (S6 da Unidade B, que é cego) e o nível mínimo foi 146 pontos (S4 com

baixa visão, da Unidade A). Dessa forma, considera-se que o nível de satisfação e

atitudes de S6 está próximo do valor máximo possível e do S4, está próximo da metade

desse valor máximo.

Page 9: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

208

A Unidade A apresentou diferenças entre os valores alcançados pelos sujeitos. Já

Unidade B, apresentou valores próximos e os sujeitos entrevistados são cegos. Dessa

forma, pode ser identificado que esses sujeitos apresentam necessidades e dificuldade

semelhantes nessa Unidade. Isso também pode ser identificado nos valores alcançados

entre os sujeitos da Unidade F, embora um não possua deficiência e outro possua baixa

visão.

As necessidades e dificuldades também podem ser semelhantes para os sujeitos que

possuem uma mesma deficiência, apresentaram valores próximos na escala, mas

estudavam em unidades diferentes. Como pode ser identificado entre os sujeitos S1, S11

e S12, que possuíam baixa visão e que estudavam nas Unidades A, F e G e, também,

entre os sujeitos S2 e S9, que são cadeirantes e, estudavam nas Unidades A e E.

Concorda-se com Souza e Reinert (2010) que a identificação da satisfação do aluno

universitário envolve tanto os fatores pessoais, relacionados ao próprio sujeito, como a

sua expectativa, assim como também, os fatores institucionais, como as questões que

tem dificultado ou facilitado o seu acesso e permanência. Além disso, ressaltam que o

nível dessa satisfação pode ser alterado com o passar dos anos desse aluno nessa

instituição, devido ao seu maior conhecimento sobre os serviços prestados e, também,

com o seu maior envolvimento no curso e com esses serviços. Dessa forma, os escores

obtidos com esse trabalho podem ser alterados, caso haja uma nova pesquisa com esses

sujeitos, pois os participantes da pesquisa encontravam-se em diferentes anos da

graduação e, também, alguns já haviam concluído a sua graduação.

Algumas questões não foram respondidas pelos sujeitos entrevistados e os motivos

devem ser esclarecidos, pois isso interferiu nos escores obtidos. Essas questões podem

ser visualizadas no Quadro 2:

Questão Sujeitos que não responderam Motivo

3. As escadas que eu utilizo são ... S2, S7, S9 e S13 São cadeirantes e não

utilizam esse equipamento

4. As rampas que eu utilizo são ... S4, S8 e S12 Relataram não utilizar esse equipamento

Page 10: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

209

6. Os elevadores que eu utilizo nos prédios são ...

S1, S3, S4, S6, S7, S8, S9, S10, S11, S12 e S13

Porque apenas a Unidade A e B possuíam

elevadores e, também, porque nem todos

precisam utilizar esse equipamento.

10. A acessibilidade aos bebedouros é ... S6 e S7 Relataram não utilizar esse equipamento

11. A acessibilidade aos telefones públicos é ...

S2, S4, S5, S6, S7, S8, S9, S11 e S13

Relataram não utilizar esse equipamento

13. O caminho até ao restaurante universitário é ... S3, S7, S8, S9 e S13

Relataram não frequentar esse local ou

porque a sua unidade não tem ainda Restaurante

Universitário 14. O caminho até a quadra de esportes,

ginásio ou piscina, é ... S1, S3, S4, S5, S6, S7, S8, S9, S12

e S13 Relataram não

frequentar esse local 15. As condições de acesso e mobilidade no meu alojamento na universidade são

... S1, S3, S4, S5, S7, S10, S12 e S13 Relataram não morar

nesse local

19. As informações para pessoas com deficiência, contidas no Edital do meu

curso/seleção, estavam ... S3, S4, S10 e S11 Relataram não lembrar

disso

20. Os recursos didáticos solicitados por mim para a realização das provas de

seleção foram ... S2, S3, S4, S8, S10 e S12

Relataram não ter solicitado recursos

didáticos diferenciados dos outros alunos

21. O instrutor/orientador/ledor que me auxiliou nas provas de seleção foi ... S2, S3, S4, S7, S9, S10, S12 e S13

Relataram não ter solicitado um

instrutor/orientador/ledor para auxiliar nas provas

de seleção 22. As vagas disponibilizadas para

pessoas com deficiência nos estacionamentos são ...

S1, S3, S4, S5, S6 e S8 Relataram não utilizar essas vagas

25. O recurso humano oferecido para acompanhar as aulas é … Todos Esse item não se

aplicava a esses sujeitos

27. O recurso humano oferecido na biblioteca é ...

S1, S2, S4, S6, S7, S8, S9, S10 e S13

Esse item não se aplicava a esses sujeitos

29. Meu êxito acadêmico depende da acessibilidade física aos ambientes S1

Relatou que seu êxito acadêmico não depende nem totalmente e nem

parcialmente da acessibilidade física aos

ambientes 30. O recurso humano oferecido nas

palestras e outros eventos no campus é S10 Esse item não se aplicava a esse sujeito

39. Peço ajuda para me deslocar aos diversos ambientes sem constrangimento. S10 Esse item não se

aplicava a esse sujeito

Page 11: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

210

47. Peço ajuda para utilizar o ônibus interno do campus sem constrangimentos S1, S7, S8, S9, S10 e S11

Porque não utiliza o ônibus interno da

instituição ou porque essa insituição não o

possui

Quadro 2 – Questões, que não foram respondidas pelos sujeitos pesquisados. As questões que obtiveram valores máximos e mínimos com a escala podem ser

visualizadas nas Figuras 6 e 7:

Figura 6 – Questão que obteve valor máximo com a utilização da ESA (GUERREIRO, 2011).

Figura 7 – Questão que obteve valor mínimo com a utilização da ESA (GUERREIRO, 2011).

Page 12: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

211

De acordo com a Figura 6, pode-se identificar que a maioria dos sujeitos indicou o valor

7, ou seja, as barreiras atitudinais vivenciadas nunca os levaram a pensar em abandonar

o curso. O valor apresentado por S2 e S7 (5), que eram cadeirantes e estudavam nas

Unidades A e C, demonstra que esse tipo de barreira já os levaram sim, a pensar em

abandonar o curso.

Na Figura 7, apenas três sujeitos responderam a essa questão, pois os demais relataram

não frequentar esse local como pode ser visualizado no Quadro 3. O valor relatado por

S2 (1) demonstra a sua insatisfação com o caminho realizado, para S11 (3) tende a

insatisfação e para S 10 (5), tende a satisfação.

4 CONCLUSÕES

Com a escala utilizada pode ser identificado o nível de satisfação e atitude de cada

sujeito entrevistado com relação ao seu acesso e permanência na instituição, assim

como comparar esse nível entre as unidades que estudavam e o tipo de deficiência

apresentada. O resultado dessa escala demonstra, que o espaço das Unidades

pesquisadas, apesar de serem constituídas em diferentes cidades, possui condições

arquitetônicas semelhantes que influenciam nas atividades diárias realizadas por esses

alunos.

Referências

AUAD; J. C.; CONCEIÇÃO, M. I. G. Inserção social universitária: Uma investigação com base no átomo social mínimo. Paidéia (Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, v. 18, n. 39, p. 139-154, 2008. ______. Decreto N° 5.296, 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis N° 10.048, de 8 de novembro de 2000 e a Lei N° 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, DF, não paginado. 2004.

CAMARGO, E. P.; NARDI, R.; VERASZTO, E. V. A comunicação como barreira na inclusão de alunos com deficiência visual em aulas de óptica. Revista Brasileira de Ensino de Física, s.l., v.30, n. 3, p.1-18, 2008. CASTRO, Sabrina Fernandes. Ingresso e Permanência de Alunos com Deficiência em Universidades Públicas Brasileiras. 2011. 278f. Tese (Doutorado em Educação Especial) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011.

Page 13: NÍVEL DE SATISFAÇÃO E ATITUDE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA … · Para os alunos com baixa visão, ... S3 F Cegueira Nascimento Não foi revelado Marido e bengala ... uma sala de

212

FARO, A. C. M.; GUSMAI, L. F. Educação Inclusiva em Enfermagem: análise das necessidades de estudantes. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v.47, n. 1, p.229-234, 2013. FUMES, N. L. F; BARBOSA, M. O; CALHEIROS, D. S. A atividade docente e o atendimentos das necessidades educacionais de Universitários/as com deficiência. In: SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE EDUCAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS, 5, 2012, Natal. Anais: Inclusão Escolar e Social: novos aportes, novos contextos. Natal: EDUFRN, 2012. 1 CD.

GUERREIRO, E. M. B. R. Satisfação do aluno com deficiência no ensino superior quanto ao acesso e permanência: um estudo de campo na UFSCar. 2011. 229 f. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011.

MANZINI, E. J. et al. Acessibilidade em ambiente universitário: identificação e quantificação de barreiras arquitetônicas. In: MARQUEZINE, M. C.; ALMEID, M. A. de; BUSTO, R. M.; TANAKA, E. D. O. (Org.). Educação física, atividades motoras e lúdicas e acessibilidade de pessoas com deficiência. 1ed.Londrina: Eduel, 2003, v. 9, p. 185-192. POLYDORO, S. A. J. et al. Desenvolvimento de uma Escala de Integração ao Ensino Superior. Psico-UFS(Impr.), Itatiba, v.6, n. 1, p.11-17, 2001. SOUZA; S. A.; REINERT, J. N. Avaliação de um curso de Ensino Superior através da satisfação/insatisfação discente. Avaliação (Campinas), Sorocaba, v. 15, n.1, p. 159-176, 2010.