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A s realizações da Copa do Mundo de futebol feminino e da Copa América simultaneamente têm ajudado a elevar as vendas ligadas ao futebol. Um estudo feito pelo Google e obtido com exclusividade pela reportagem da Máquina do Esporte mostra que o torcedor passou a querer consumir mais os uniformes das duas seleções brasileiras e, também, artigos como chuteira e bola desde que os dois torneios tiveram início, nas duas primeiras semanas de junho. O levantamento do sistema de buscas da plataforma mostra que, entre os meses de maio e junho, aumentou a procura pelas camisas de Marta (13 vezes mais de um mês para o outro), da seleção feminina (7 vezes mais) e, também, pela camisa branca do time masculino (16 vezes). O pico de buscas aconteceu sempre nos dias O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING Copas elevam vendas ligadas ao futebol 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1275 - QUINTA-FEIRA, 27 / JUNHO / 2019 de euros é o quanto entregaram de retorno sobre o investimento via TV para os patrocinadores os 20 times que dsiputam a LaLiga 29 mi O FE R E C I M E N T O

NÚMERO DO DIA 29 via TV para os patrocinadores os 20 times … · 2019-06-27 · japonesas apoiando as Olimpíadas. Na conta desses US$ 3 bilhões não estão incluídas as receitas

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Page 1: NÚMERO DO DIA 29 via TV para os patrocinadores os 20 times … · 2019-06-27 · japonesas apoiando as Olimpíadas. Na conta desses US$ 3 bilhões não estão incluídas as receitas

As realizações da Copa do Mundo de futebol feminino e da Copa América simultaneamente têm ajudado a elevar as vendas ligadas ao futebol. Um estudo feito pelo Google e obtido com exclusividade pela reportagem

da Máquina do Esporte mostra que o torcedor passou a querer consumir mais os uniformes das duas seleções brasileiras e, também, artigos como chuteira e bola desde que os dois torneios tiveram início, nas duas primeiras semanas de junho.

O levantamento do sistema de buscas da plataforma mostra que, entre os meses de maio e junho, aumentou a procura pelas camisas de Marta (13 vezes mais de um mês para o outro), da seleção feminina (7 vezes mais) e, também, pela camisa branca do time masculino (16 vezes). O pico de buscas aconteceu sempre nos dias

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

Copas elevam vendas ligadas ao futebol

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1275 - QUINTA-FEIRA, 27 / JUNHO / 2019

de euros é o quanto entregaram de retorno sobre o investimento via TV para os patrocinadores os 20 times que dsiputam a LaLiga29mi

O

F E R E C I M E NT

O

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em que tinha jogo da seleção brasileira nas duas competições. As buscas por pro-dutos específicos também aumentou. Chuteiras de society da Nike (33%), chuteira infantil (27%), chuteira de campo (17%), chuteira society (13%) e luva de goleiro (10%) foram os itens que mais tiveram acréscimo nas buscas nos dois meses.

Antes de os torneios começarem, o Google também havia pesquisado sobre o que o torcedor esperava das competições. Com 500 respostas, a pesquisa feita pela plataforma indicava que 70% das pessoas queriam acompanhar as duas com-petições. Dessas, 40% estão vendo a Copa América e 44% o Mundial feminino.

Em relação aos itens mais desejados por eles para a compra, além da camisa da seleção, estão chuteira (42%), bola (39%), shorts (11%) e luva de goleiro (8%).

O levantamento também mapeou o hábito de consumo desses torcedores ao perguntar se eles tinham o hábito de realizar compras de material esportivo pela internet e, também, quais os sites e aplicativos de empresas que usava para isso.

A pesquisa mostrou que 23% das pessoas fazem compras de material esportivo on-line. Os sites preferidos para realizar essas compras são Netshoes (35%), Mer-cado Livre (21%), a loja virtual da fabricante de material esportivo Nike (21%), a gigante de esportes Centauro (19%) e a loja on-line da fabricante Adidas (18%).

Entre os aplicativos, a marca de varejo Netshoes é líder com folga como local preferido de compras (52%), seguida pela plataforma Mercado Livre (17%), pela loja virtual de moda Kanui (13%), pela Centauro (10%) e pela Adidas (8%).

Nesta quinta-feira, os dois torneios dão início às quartas de final. Na Copa Amé-rica, o Brasil enfrenta o Paraguai. No Mundial, Noruega e Inglaterra se enfrentam.

O C TA G O N A M P L I A Á R E A D E AT L E TA S

C O M E - S P O R T S

C U R I T I B A A B R I G A R Á E N C O N T R O S O B R E F U T E B O L

A Octagon ampliará o braço de gestão de imagem de atletas, que conta com Gabriel Jesus. O novo agenciado da agência é o atleta de e-Sports Taco, que disputa o torneio de CS:GO.

A Octagon cuidará da gestão de imagem e agenciamento da carreira de Taco. Captará patrocínio, novos negó-cios, redes sociais, assessoria de imp-rensa e representação em negociações.

“Ter atendimento exclusivo, dedi-cado e que ajude sempre a construir e gerir a marca dos nossos clientes é um movimento absolutamente estratégico, oferecendo a eles um suporte no decor-rer da carreira”, diz Daniel Malachias, diretor de novos negócios da Octagon.

A cidade de Curitiba receberá, no dia 14 de setembro, o I Encontro Nacional de Futebol, que tentará promover o debate científico ligado ao esporte. A ideia do evento é debater o futebol "da ciência à prática".

O ex-técnico do Corinthians Jair Ventura será um dos palestrantes, assim como o ex-zagueiro William Macha-do, que falará sobre planejamento financeiro dos atletas.

Ao todo serão 16 palestras. As inscrições custam R$ 169 e podem ser feitas por meio do site.

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O P I N I Ã O

Ligas ameaçam domínio americano

É difícil sustentar alto rendimento sem fortes ligas profissionais no esporte. Essa é a questão que será posta em prática pela maior economia do mun-do. Os Estados Unidos dominam o futebol feminino, mas o país verá essa

condição em risco. Será um movimento importante para ser observado.O futebol feminino começou a crescer nos Estados Unidos a partir da década

de 1970, quando mudanças na legislação abriram espaço para existir o investimento federal em esportes para mulheres. Nos anos seguintes, diversos países seguiram essa linha, inclusive o Brasil, que até então proibia a modalidade. Em nenhuma nação, no entanto, o futebol foi tão abraçado por elas. Em outros locais, as quatro linhas sempre foram território dos homens. Nos EUA, futebol virou um esporte para a mulher.

No aspecto amador, a popularidade só aumentou. Em 1991, a modalidade sofreu um novo boom no país graças à conquista da primeira Copa do Mundo. O futebol se tornou altamente praticado, algo facil-mente visto nas ruas das grandes cidades americanas, sempre com gramados pron-tos para a prática do esporte.

Esse movimento, por outro lado, nunca conseguiu se traduzir em uma in-dústria forte. A MLS, liga masculina, tem crescido e ganhado mais espaço no merca-do esportivo do país. Ainda assim, é um esporte muito secundário. No caso das

mulheres, é muito pior. A Liga profissional fechou as portas em 2012, e a federação americana teve que assumir a disputa. Apenas nove equipes participam da competi-ção, que mantém prestígio mínimo na grande mídia e entre a maioria dos americanos.

É uma situação bem diferente da vivida na Europa. A seleção da França venceu a brasileira com jogadoras que brilharam na última Liga dos Campeões. Neste ano, o Wanda Metropolitano, em Madri, recebeu 60 mil pessoas para um jogo entre Atlético e Barcelona. O interesse tem sido tão crescente que, nesta semana, o Real Madrid se apressou para apresentar uma equipe feminina. A tendência é que o futebol feminino cresça como uma indústria sustentável no continente, assim como no masculino.

Vale a ressalva que a liga americana concentra algumas das principais jogadoras, e o país também conta com a disputa universitária. O apelo popular, no entanto, é claramente limitado, diferentemente do que acontece na Europa. Agora, fica a expec-tativa do quanto que os Estados Unidos conseguem se manter dominantes em um esporte com uma estrutura profissional que tende a ser inferior à de outros países.

Europeus têm reforçado suas ligas

femininas, algo que os EUA não

conseguem tornar altamente popular

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

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Procon diz que ação da GOL

ajudou agências

O comitê organizador dos Jo-gos Olímpicos de Tóquio informou que já alcançou US$ 3 bilhões com a venda de patrocínios domésticos.

O valor é o dobro do que havia previsto originalmente o comitê e representa, ainda, recorde histórico com patrocínios em Olimpíadas.

Até então, Londres-2012, que havia faturado US$ 1,1 bilhão com patrocínios, tinha sido os Jogos com maiore arrecadação na história.

Tóquio tem, até o momento, nada menos do que 62 empresas japonesas apoiando as Olimpíadas.

Na conta desses US$ 3 bilhões não estão incluídas as receitas com os patrocinadores TOP e, também, os 15 parceiros ouro do COI.

T Ó Q U I O - 2 0 2 0 V E N D E 3 B I L H Õ E S E M PAT R O C Í N I O S E D O B R A M E TA

A cidade de Barcelona, na Es-panha, abrigará a segunda etapa

do mundial de futevôlei. A World Footvolley, organizadora do torneio,

fechou com a espanhola Gol TV a transmissão. No Brasil, o Sportv exi-

birá a final, domingo (30), às 10h.Os 30 jogos da etapa em Barcelona

seguirão sendo transmitidos pelo ca-nal da World Footvolley no YouTube.

A primeira etapa, realizada há dois meses em Brasília, teve uma audiência

acumulada de 450 mil pessoas.

APÓS BRASÍL IA , ETAPA MUNDIAL

DE FUTEVÔLEI ACONTECE EM

BARCELONA

POR REDAÇÃO

O Procon de São Paulo questionou a GOL pelo alto nú-mero de venda de bilhetes para agências de viagem e turis-mo na promoção realizada durante o jogo do Brasil na Copa América, em que 167 bilhetes para voos internacionais foram vendidos ao preço de uma lata de cerveja Brahma (R$ 3,90).

De acordo com o Procon, a GOL informou ao órgão ligado à Secretaria de Justiça e Cidadania quem foram as pessoas que conseguiram comprar a passagem no período da pro-moção, quando o site da empresa saiu do ar devido à alta procura dos torcedores em busca do bilhete promocional.

O órgão diz que 78 das 167 passagens vendidas ficaram com agências, sendo que Viajanet (32 bilhetes) e CVC (24) conseguiram o maior número de bilhetes. O Procon diz que, agora, vai aprofundar a apuração sobre o caso e poderá apli-car sanções baseadas no Código de Defesa do Consumidor.

Segundo o Procon, a promoção deveria ter tido "medidas que assegurassem que a promoção ficasse restrita ao consu-midor final". Além disso, o órgão diz que as agências "pos-suem recursos tecnológicos e estrutura que podem facilitar o acesso ao procedimento de compra durante a promoção".

Em comunicado, a GOL reforçou que a empresa seguiu o regulamento da promoção ao realizar as vendas:

"A GOL informa que a venda das passagens internacionais, disponibilizadas na promoção "GOL a preço de Brahma", cumpriu rigorosamente todos os termos e condições do re-gulamento divulgado publicamente", afirmou a empresa.

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POR ERICH BETING

A eliminação da Espanha nas oitavas de final da Copa do Mundo feminina deve se tornar um pequeno problema a ser resolvido pela Real Federa-ção Espanhola de Futebol (RFEF). Os clubes que disputam a Liga Iberdo-

la, principal competição de futebol feminino do país, devem iniciar uma rebelião para tirar da federação o direito de organização do torneio e repassá-lo aos clubes.

Nas próximas semanas, um grupo formado pelos times que jogam a liga nacio-nal vai protocolar um pedido ao Conselho Superior de Esportes exigindo que a RFEF deixe de ter os direitos comerciais da competição. Segundo os clubes, essa mudança levaria à profissionalização do esporte e permitiria que o salário mínimo anual das atletas saltassem dos atuais 14 mil euros exigidos por lei para 20 mil.

"Não dá para entender como os clubes devam assumir uma série de obrigações sem ter qualquer controle sobre os direitos econômicos ou a organização da com-petição", disseram os clubes em comunicado para a imprensa, para continuar:

"O crescimento do futebol feminino desde 2015 é fruto de uma aposta feita pe-los clubes, com a ajuda decisiva da Iberdola, da Mediapro e da LaLiga".

A situação ficou ainda mais insustentável depois que a RFEF anunciou que ape-nas 950 mil euros dos 20 milhões que serão investidos no futebol feminino na pró-xima temporada serão destinados para os clubes da Liga Iberdola. O restante do dinheiro deverá financiar as seleções espanholas da modalidade.

Os clubes reivindicam assumir o controle comercial da competição, como acon-tece com a LaLiga no masculino. Porém a palavra final sobre como será a gestão do torneio, se o conselho de esportes assim permitir, será ainda da federação.

Clubes da Espanha forçam liga feminina

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POR REDAÇÃO