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O DEIAS Associação de Est udant es da Escol a Super ior de Gest ão de Sant ar ém Dir ect or a Redacção Mont agem : : : LuziaValentim JoséLuísCarvalho Rui CostaeI rinaVieira EDIÇÃO DE ABRIL DE 1996 Preço: 25$00 Editorial Decidir fazer este mês um editorial diferente para v os comunicar que o v osso jornal "O IDEIAS" completa um ano de ex istência. Quando uma ano atrás três "Cav alheiros" me conv idaram para fundar um jornal na nossa escola eu não pensei duas v ezes e aceitei, e ainda bem que assim foi porque fazer parte da equipa d'O IDEIAS terá sido uma das ex periências mais marcantes por que passei nesta escola, nem sempre foi fácil trabalhar o jornal de forma a estar tudo pronto para a data do lançamento; surgiam sempre dificuldades que mal ou bem foram ultrapassadas, mas que se acabaram sempre por repercutir na qualidade da edição. Contudo se me permitem fazer aqui um balanço eu diria que apesar de tudo o jornal cresceu, não só em dimensão mas também nos âmbitos que o determinam, lembro-me que na primeira edição o jornal foi escrito quase totalmente pela equipa que o dirigia e nesta edição a participação da equipa com artigos é quase simbólica. Hav eria tanto para v os contar sobre a fundação do jornal, mas o espaço escasseia e ainda gostaria de deix ar aqui uma palav ra de agradecimento a todos os colaboradores d' O IDEIAS que com os seus artigos tornam possív el cada edição, e um repto a toda a escola para que participem no jornal, para que este tenha um balanço ainda mais positiv o na data do seu segundo aniv ersário. Para já estão todos conv idados a celebrar connosco o aniv ersário d' O IDEIAS no próx imo dia 7 de Maio, no bar CHARLOT, esperamos por v ós. COPIMODEL Fotocópia - Modelismo e Serviços, Lda. FOTOCÓPIAS A PRETO E BRANCO FOTOCÓPIAS A CORES (LASER) FOTOCÓPIAS DE GRANDES FORMATOS FOTOCÓPIAS EM PAPEL ESPECIAL ENCADERNAÇÕES TÉRMICAS ENCADERNAÇÕES COM ARGOLAS PLASTIFICAÇÕES IMPRESSÃO EM T-SHIRTS Rua Pedro de Santarém, Lj. 120 Tel (043) 23401 - 2000 SANTARÉM

N.º 00 o ideias abril 96 ano ii

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Page 1: N.º 00 o ideias   abril 96 ano ii

O D E IA SA ssoc ia çã o de E st uda n t es daE sc o l a Super io r d e Gest ão de Sa nt a r émDir ect or a Redacção

Mont agem

: ::

LuziaValentim JoséLuísCarvalhoRui CostaeI rinaVieira

EDIÇÃO DE ABRIL DE 1996 Preço: 25$00

Editorial Decidir fazer este mês um editorial diferente para v os comunicar que o v osso jornal "O IDEIAS" completa um ano de ex istência. Quando há uma ano atrás três "Cav alheiros" me conv idaram para fundar um jornal na nossa escola eu não pensei duas v ezes e aceitei, e ainda bem que assim foi porque fazer parte da equipa d'O IDEIAS terá sido uma das ex periências mais marcantes por que passei nesta escola, nem sempre foi fácil trabalhar o jornal de forma a estar tudo pronto para a data do lançamento; surgiam sempre dificuldades que mal ou bem foram ultrapassadas, mas que se acabaram sempre por repercutir na qualidade da edição. Contudo se me permitem fazer aqui um balanço eu diria que apesar de

tudo o jornal cresceu, não só em dimensão mas também nos âmbitos que o determinam, lembro-me que na primeira edição o jornal foi escrito quase totalmente pela equipa que o dirigia e nesta edição a participação da equipa com artigos é quase simbólica. Hav eria tanto para v os contar sobre a fundação do jornal, mas o espaço escasseia e ainda gostaria de deix ar aqui uma palav ra de agradecimento a todos os colaboradores d' O IDEIAS que com os seus artigos tornam possív el cada edição, e um repto a toda a escola para que participem no jornal, para que este tenha um balanço ainda mais positiv o na data do seu segundo aniv ersário. Para já estão todos conv idados a celebrar connosco o aniv ersário d' O IDEIAS no próx imo dia 7 de Maio, no bar CHARLOT, esperamos por v ós.

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Luzia Valentim Sumário Embaixada de D. Guterres I ao Brasil

Pág. 4

A Fronteira Virtual Pág. 8

Haverá Semana Académica; Sim ou Não? Pág. 9

Momentos de Poesia Pág13

Vale 1 Imperial Grátis aos primeiros 25 leitores a chegar ao bar CHARLOT na noite do

dia 7 de Maio de 1996

CHARLOT BAR

Av . Madre Andaluz, nº14B Telef.:(043)23415 - 2000 Santarém

Agora de Segunda a Sábado Das 14 às 20 H.

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Pág. 3 O IDEIAS \/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\_________________________________________________________________________________________________

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”Carta de uma Mãe Alentejana para um Filho que está na Bósnia”

Mê Querido Filho, Escrevo-te algumas linhas apenas para saberes que tou viva. Estou-te a escrever devagar, pois sei que não sabes ler depressa. Nã vais reconhecer a nossa casa quando voltares, pois nós mudamo-nos.

Temos uma máquina de lavar rôpa, mas nã trabalha muito bem, a semana passada pus lá 14 camisas, puxei a corrente e nunca mais as vi. Acerca do tê pai, ele arranjou um bom emprego, tem 1500 homens de baixo dele, pois agora está cortando a relva do cemitério. A Magana da tua irmã Maria teve um bébé esta semana, mas sabes, ê na consegui saber sé menino ô menina, portanto nã sé sés Tio ô Tia. O tê Ti Patrício afogô-se na semana passada num depósito de vinho, lá n’ adega cuprativa, algus compádris tentaram salvá-lo más sabes, ele lutou bravamente conta eles, o corpo foi cremado mas levou três dias pra apagar o incêndio. Na quinta-fêra fui ao médico e tê Pai foi comigo, o médico pôs-me um pequeno tubo na boca e disse-me pra nã falari durante 10 minutes. Atão nã sabes que o tê Pai ofereceu-se logo pra comprari o tubo ao médico! Esta semana só choveu duas vezes, na primeira choveu durante três dias, na segunda duranti quatro dias. Na segunda-fêra teve tante vento que uma das galinhas pôs o mesmo ovo quatro vezes. Recebemos uma carta do cangalheiro que informava que se o último pagamento do enterro da tua Avó nã fôr fêto no prazo de sete dias dévolvem-na. Estava pra te mandar cinco contos mas já tinha celado a carta.

Olha mê Flho, cuda-te, Tua Mãe

Nota de Redacção

Na edição de Abril o jornal “O Ideias” completa o seu primeiro aniv ersário. Assim sendo gostaríamos de aprov eitar esta ocasião para agradecer a todos os nossos colaboradores e anunciantes as respectiv as prestações. Gostaríamos no entanto de referenciar em especial a Comissão Instaladora da nossa escola pelas facilidades concedidas ao nív el da impressão do jornal na impressora a laser, sem a qual a qualidade de impressão de “O Ideias” teria um nív el inferior. Gostaríamos também de aprov eitar este espaço para div ulgar em primeira mão que o Jornal está a organizar uma festa de aniv ersário que dev erá realizar-se no bar “O Charlot” no dia 7 de Maio em que os primeiros 25 leitores a chegar à festa com a edição de Abril terão direito a uma imperial grátis.

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Finalmente gostaríamos de aprov eitar a ocasião para pedir aos nossos professores que se dignem a participar um pouco mais connnosco, pois as suas participações são essenciais para promover a imagem e a qualidade do nossso jornal.

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Atlântida 30/03/96 Meu caro João do Telhado, Antes de mais considerações, tenho que te agradecer a atenção que tiv este para com a minha pessoa; no entanto, permite-me uma pequena correcção: Não ando desaparecido; estou ex ilado. Não que seja de liv re v ontade, mas infelizmente a isso fui obrigado. Porquê? - Podes questionar, mas no fundo,( e espero que não se faça o que se fazia antes do 25 de Abril de 1974, onde o lápis azul ditav a a lei), estou a pagar a factura pelo facto de ter sido uma pessoa frontal, directa e objectiv a. Atlântida, porque foi o único local onde as pessoas são liv res de ex pressarem todos os seus pensamentos, os jornalistas têm toda a liberdade para ex por todos os factos e acontecimentos, o que, como sabes, não acontece por aí. Depois destas brev es considerações, não resisto a rev elar-te os grandes destaques da imprensa deste mês - claro está, relacionados com a v ida académica de Santarém. Assim, no “Vontade de Trabalho” pode ler-se em letras gordas “Desaparecimento súbito das funcionárias da

ESGS da Assembleia do IPS, contribuiu para uma campanha publicitária da Telecel” . No “Faca e Garfo” , aparece-nos uma reportagem onde nos “conv idam” a tomar uma refeição no refeitório do Complex o Andaluz e apreciar as qualidades gastronómicas de um bom arroz de cabeleira, acompanhado com um jotav ial serv ido em copos sujos. No “Transparências” , aparece-nos uma crónica dedicada à grande participação do corpo docente da ESGS, na última edição de “O IDEIAS”, motiv ada possiv elmente pela publicação, na edição de Janeiro, do “Top-Professor” . Enfim, caro Primo, como podes v erificar, aqui, na Atlântida estamos muito bem informados sobre o que se passa em todo o mundo, e particularmente, aí na ESGS. É notáv el. Estas minhas palav ras já v ão muito ex tensas, resta-me pedir-te que apresentes os meus v otos de parabéns ao corpo redactorial do jornal “O IDEIAS” pelo seu primeiro aniv ersário. Um abraço de teu primo que, embora ausente, muito te admira e também te estima.

Zé do Telhado

Ao Jornal “O Ideias” Havia a necessidade de algo que fizesse a ligação entre todos os corpos

desta escola. Nasceste tu. Começámos por ser quatro carolas. Não tirando o mérito aos quatro,

parece-me lógico destacar uma pessoa: Celso Costa, o teu “pai”. Bom, depois, Tu (Ideias), foste crescendo, talvez de uma forma lenta, mas

cresceste. Por diversos motivos, o teu primeiro director teve que te abandonar, no

entanto, entrou o Costa para fazer a montagem e tu continuaste. Começou um novo ano lectivo e tu lá estavas, a trazer as novas; mais tarde,

também fui obrigado a abandonar-te, mas tu, claro, prosseguiste. Chegaste ao primeiro ano de aniversário. Para ti, Ideias, muitos parabéns.

Faço, no entanto, votos para que continues a crescer, para que de futuro sejas um símbolo para todos os que andamos na E.S.G.S.

No entanto, não seria correcto da minha parte estar a elevar o teu nome sem referir alguém que, desde o primeiro momento, lutou por ti e, se existes, em grande parte a ela o deves: Luzia Valentim.

Se atrás considerei Celso Costa, o teu “pai” e talvez porque foi ele a dar o primeiro passo para a tua existência, Luzia Valentim é, com certeza, a tua grande “Mãe” . Talvez sem ela já não existisses e, se atrás te dei os parabéns,

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não me leves a mal, mas estes terão de ser extensivos também, à tua “Mãe”.

Um amigo do Ideias Bruno Ribeiro, Seu fundador

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EMBAIXADA DE D. GUTERRES I AO BRASIL Aos 14 dias do mês de Abril do ano da graça de 1996, iniciou D. Guterres I uma sumptuosa embaixada ao Brasil, com o objectivo claro de impressionar aquele povo e cativar a sua atenção. Todos os arautos foram mobilizados para espalhar aos quatro ventos esta viagem de D. Guterres I. A comitiva, de tão majestosa e exótica, envolveu um tal aparato que até ao alegre e brando povo deste nosso reino causou enorme surpresa e espanto, fazendo lembrar a de um seu antecessor. Para além de sua majestade e seus pares da Ordem da Rosa, eles são mercadores às dúzias, agiotas, artesãos e mesteirais, bobos, jograis, almocreves, mestres de outras artes e ofícios, com intenções de deixar boa imagem por terras de Vera Cruz, mostrando a florescente cultura do reino e espalhando o seu perfume inebriante para seduzir os nossos irmãos de além mar e trazer muitos e bons acordos, alianças e contratos. É sabido que outra das intenções desta embaixada é a de apaziguar os ânimos dos muitos Físicos brasileiros que querem em Portugal tratar das nossas dentaduras mas cujo mester não é reconhecido pelos nossos. Também a vinda, de terras de Vera Cruz, de inúmeros romeiros, jogadores de pêla, jograis e bobos mestres na representação de Cantigas de Amor e Escárnio e Maldizer e outros mesteirais, que nos últimos anos têm assomado este nosso reino para aqui se estabelecerem sem prévia autorização da Coroa, se procura resolver com esta embaixada. A dita embaixada também busca uma aliança entre escribas e copistas de ambos os reinos, com o propósito de se conseguir um acordo em relação à língua de tal sorte que não se ache necessário fazer uso de intérpretes, como começa a acontecer actualmente, nem que para tal se tenha de mutilar a língua, esquecendo a sua raiz etimológica, pois é mister que se coloquem de feição condições para melhor comerciar nos países por nós descobertos. Toda a plebe aguarda que a comitiva regresse a Portugal com as arcas cheias de tratados que compensem a sumptuosa embaixada financiada à custa do erário público. Há também quem receie que a ida de toda esta elite para o Brasil seja uma fuga à praga das vacas loucas que grassa pelo reino e pela Europa, deixando o povo à sua sorte, perante esta peste trazida pelo gado dos

ingleses, que, tendo com o nosso reino a mais velha aliança, sempre se revelaram uns grandes amigos da onça. Correm rumores e o povo sente-se inseguro com o desgoverno da situação, receando pela sua vida. Desgoverno que se estende à Educação dos jovens, que não vislumbram a prometida paixão. E perfilam-se até outras facções da aristocracia desejosas de tomar o poder e, para conseguir apoio, multiplicam-se em campanhas junto do povo, com promessas de o ouvir, afirmando querer fazer a vontade ao (do) povo.(?) O tempo está soalheiro mas promete turbulência...

Crónicas de D. Guterres I por Fernão Lápis

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REGIONALIZAÇÃO O artigo que a seguir apresento nada tem a v er com a minha opinião pessoal do tema focado, apenas é o lev antar de uma questão. Desde 1143, com o Tratado de Zamora que somos independentes (1179 reconhecimento Papal) e desde 1267, com o Tratado de Badajoz, que temos as nossas fronteiras definidas por completo. Desde então (salv o uma ou outra ex epção) que somos um Pov o unido e uma Nação única, nos bons e nos maus momentos. Portugal está div idido por Distritos, cada qual com sua história, tradições, hábitos e costumes. Mas isso não impede que não sejamos um país forte e coeso. E infelizmente, não faltam ex emplos de países que são mantas de retalhos e que têm sérios problemas e div isões internas. Mas nós não. Como todos nós sabemos hoje em dia um dos temas mais quentes da actualidade nacional é a Regionalização. E não passa um dia que não ouçamos nada relativ amente a este assunto. Muito agitada com esta questão anda a nossa classe política e todos nós v emos quão mov imentados andam, com reuniões, com pareceres, com debates entrev istas, etc.... Ou seja está na moda falar-se da Regionalização! Como se sabe, esta ideia de div idir o País já não é nov a e v em inclusiv amente consignada na Constituição. Mais concretamente, esta ideia da Regionalização consiste na div isão do País em regiões específicas, com o intuito de Descentralizar e de Desburocratizar. Há quem diga que na prática a Regionalização é para acabar com aquela ideia de que “Portugal é Lisboa e o resto é paisagem” Pretende-se com isto que as futuras Regiões sejam mais autónomas, mais independentes, mais capazes de enfrentarem as questões por elas próprias (sem estarem tão dependentes do Poder Central) e de proporcionarem melhores condições de v ida aos seus habitantes. Todos falam nas v antagens que ex istem, no que as regiões v ão ganhar, o progresso adjacente, a maior autonomia em relação ao Poder Central, o poder de decisão, etc..., etc... Porém há que analisar a questão cuidadosamente e v er na prática como é que será. Por ex emplo, será que Santarém não se importará de

perder alguns concelhos e será que esses concelhos estarão dispostos a ligarem-se a outras regiões? Será que Santarém, capital de Distrito não se importará de passar a ser uma cidade de segundo plano numa futura região? Que terá Santarém a ganhar com a Regionalização? E do que é que v ai ter que abdicar? E será que Santarém cidade, Santarém população, está disposta a mudanças, a perder uma série de usos e costumes, a ter que alterar uma série de hábitos e a sujeitar-se? E quando se fala em Santarém fala-se em Braga, ou Év ora, Bragança, Viseu e todo um País. Independentemente de todas estas questões e de todas as outras que este tema suscita, há ainda que v er um ponto muito importante e delicado. Nós somos um Pov o pacífico, que v iv e em harmonia e em conjunto. Desde o tempo de Viriato que resistimos a inv asões, lutámos contra o inimigo, combatemos juntos contra tudo e contra todos, sempre defendendo o nosso País e a nossa Pátria. É claro que há sempre riv alidades entre Alfacinhas e Tripeiros e quem não se ri das anedotas dos Alentejanos. Todos nós pux amos a brasa à nossa sardinha mas tudo não passa de bairrismo. Mas no fundo somos todos Portugueses. Felizmente não temos nenhuma E.T.A. ou I.R.A. e julgo que nenhum de nós ouv iu ainda falar na A.I.R. (Acção Independentista Ribatejana) ou no E.L.M. (Ex ército de Libertação do Minho). Por isso há que pensar. E há que colocar a questão: será que não são perigosas todas estas div isões, estas separações? Não será a Regionalização a semente da div isão, da separação e do ódio? Há que v er que estamos no presente e é agora que temos que agir e pensar nas questões, para que no futuro não se transformem os bairrismos em algo assustador e de consequências imprev isív eis!

Luís Caetano

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P.S. - Parabéns ao N.A.G.A.- Núcleo de Alunos de Gestão Autárquica pela sua iniciativ a e por todo o trabalho que têm tido.

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Pentium Video e Placas de PRO Caros Leitores, a mudança de preços no mercado informático, foi menos

acentuada neste mês de Abril. Os preços desceram menos do que no mês anterior, e o mercado da

RAM(memórias) estabilizou, após descidas na ordem dos 50%(aprx .). Os processadores mantiv eram os preços, pois a procura de sistemas

Pentium 100 Mhz continua a ser bastante elev ada. No entanto, a quebra de preços parece aprox imar-se de nov o, com o lançamento em grande escala dos processadores Pentium Pro 150Mhz e 200Mhz, a preços mais acessív eis. O Pentium Pro não é, como alguns de v ocês possam pensar, um Pentium “melhorado” . Pelo contrário, este representa mais um passo na construção de processadores baseados no conceito de “ex ecução dinâmica” com cache de Niv el 2(L2) de 256Kb integrada no processador. É sem duv ída o processador Pc Intel mais rápido do mercado, mas não compensa quando se utiliza um sistema operativ o como o Windows 95, pois neste sistema ainda são utilizadas rotinas de acesso a 16Bits. As suas v erdadeiras capacidades são demonstradas em sistemas operativ os 32Bit puros, como o Windows NT 3.51, o OS/2 e Unix , nos quais se têm ganhos na ordem dos 30 a 40% em performance.

Como conclusão deste ponto, penso não ser v antajosa nem barata a compra de um Pentium Pro, que, para além de tudo, é apenas mais rápido 1-2% em Windows 95 que um Pentium à mesma v elocidade(Mhz). A minha escolha recai ainda nos sistemas Pentium 120-166Mhz, que v alem não só pelo preço, como pela performance que ainda demonstram ter.

Placas de Video Fiquei de esclarecer um pouco sobre placas de v ídeo, pois bem a placa

de v ídeo é por si, o componente de Hardware que “produz” a imagem que v isualizamos no ecrã do monitor. É importante não confundir a placa de v ídeo com uma placa TV. A placa TV serv e para conectar directamente o computador a uma telev isão, ou v ídeo, e v ermos a imagem no monitor como se de uma telev isão se tratasse. Em suma a placa de v ídeo “produz“ e processa imagem, ao passo que a placa TV capta um sinal v ídeo e torna-o compatív el de modo a que possamos v isualizá-lo no monitor.

Assim, a placa de v ídeo não capta imagem, mas sim “produz” e processa-a, env iando a informação ao monitor.

A escolha de uma placa de v ídeo, não é difícil, mas tem algumas rasteiras... Primeiro que tudo, dev erá ser uma placa PCI(tipo de conex ão). Além de PCI, dev erá conter no mínimo um chip de

acelaração v ideo (Ex : chip de aceleração S3 da Vision). A escolha mínima recai numa placa de v ídeo S3 868 64Bit com descompressão MPEG (formato de ficheiros de

v ídeo). Mas as placas S3 poderão ser de v árias marcas e preços, estes diferem, pelo fabricante da estrutura da placa e/ou

pela DRAM (memória da placa) com que estas possam v ir equipadas. O normal é v irem equipadas com 1Mb de Dram. Estas placas podem ex pandir a sua DRAM, podendo por isso acrescentar mais memória à placa, libertando por isso a memória do computador que por v ezes é utilizada pelas placas de v ídeo.

Algumas do mesmo modelo poderão ser mais rápidas que outras, dependendo do fabricante em questão e da sua compatibilidade com o Sistema Operativ o(Ex : Windows 95).

CHARLOTCHARLOTCHARLOTCHARLOT

BarBarBarBar Promoções/ MAIO 96 Dia

1 - Vodka 2 - Batida de Coco 3 - Caipiroska 4 e 5 Black Russino 6 - Super Bock (imperial) 7 - Creme de Whisky 8 - Cuba Liv re 9 - Safari 10 e 11 - Tequila Sunrise 13 - Sangria 14 - Gim 15 - Amêndoa Amarga 16 - Absinto 17 - Caipiroska 18 e 19 - Pina Cola 20 - Super Bock (imperial) 21 - w hisky 22 - Ginja 23 - Pisang Ambom 24 - Caipirinha 25 e 26 Green Coconut 27 - Sangria 28 - Vodka 29 - Super Bock (imperial) 30 - Tequila 31 - Caipiroska

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Os driv ers que v êm com a placa, são de ex trema importância para o bom funcionamento destas em ambientes de alta resolução gráfica com o Windows 95.

As placas de v ídeo S3 poderão ser encontradas a partir dos 12 000$... Ex istem placas bastante melhores, que poderei falar noutra altura e que de certeza serão muito mais rápidas , com

muito mais qualidade e v iradas para as centenas de contos. Marcas mais conhecidas : Genoa, Diamond, Matrox , Number Line, Trident e Ex pert Média.

Sérgio Crespo

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Subject: Regionalização

From: [email protected] (João Paulo Goulart), Hoje (2 de Abril de 1996) , ao ouv ir a TSF, falav a-se de regionalização. É um tema do qual não ouv i ainda ecos aqui dev íamos ser capazes de saber responder a muitas perguntas antes de nos decidirmos. Vejamos por ex emplo estas que eu aqui deix o: • O que pensar relativ amente à regionalização? • Vai melhorar a eficiência dos gastos públicos? • Vai aumentar a democracia e a forma como as populações podem interv ir nos seus destinos? • Vai permitir um desenv olv imento regional mais acentuado? • Quais são os resultados práticos dos países onde ex iste regionalização? Quais os países da Europa que têm

regionalização? • Qual é a razão de nº de habitantes/quilómetro quadrado nesses países? • Vai implicar um aumento de bairrismo entre regiões e, logo, problemas internos nacionais? • Vai ser muito caro? Mas esse dinheiro inv estido será mais tarde recuperado, ou não será nunca? • Qual a orientação dos div ersos partidos políticos e porquê? Eles não são anjinhos de coro, têm sempre outras razões

por debaix o daquelas razões. • Estas e outras perguntas dev eriam ter respostas, mas quem é que as sabe dar? E baseado em quê? Não serão

apenas especulações de um lado e do outro? A quem interessa e a quem não interessa a regionalização? • Falemos de regionalização, é o desafio que eu aqui deix o.

João Paulo Goulart

NEGE Em Actividade Como todos sabem, o Núcleo de Estudantes de Gestão de Empresas da Escola Superior de Gestão de Santarém (N.E.G.E./E.S.G.S.) é um organismo recentemente formado na referida Escola. Este Núcleo v isa a defesa dos interesses dos Estudantes de Gestão de Empresas bem como a promoção e div ulgação da nossa Escola e do nosso curso na região onde estamos inseridos. Após atribulada campanha eleitoral, em que estiv eram duas listas env olv idas, a lista A e a lista B, acabando por v encer a lista B. Tal como foi prometido cá estamos nós, prontos para trabalhar e cumprir assim os objectiv os a que nos propusémos. Mas, antes demais apresentamos em seguida o Núcleo de Estudantes de Gestão de Empresas: Anabela Silv a 2º ano; António Pacheco 1º ano; Carla Rosa 1º ano;Catarina Branco 3º ano; Catarina Gonçalv es 2º ano; Cláudia Neto 3º ano; Júlia Figueiredo 1º ano; Luís Caetano 2º ano; Nelson Carv alhinho 2º ano; Paula Ferreira 1º ano; Paulo Domingos 2º ano;Sandra Santos 3º ano; Susana Reis 1º ano.

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Tendo em conta o anteriormente referido estamos já empenhados na realização de v árias activ idades. Assim sendo:

• tiv émos uma reunião com a Comissão Instaladora, para dar a conhecer o N.E.G.E e debatermos questões ligadas ao Núcleo;

• foram realizadas as mini-conferências, no passado dia 23 de Abril, no auditório da nossa Escola; • v ai-se realizar o primeiro jantar do Curso de Gestão de Empresas no próx imo dia 30 de Abril; • o N.E.G.E., em colaboração com a Associação de Estudantes e com os alunos do curso de Informática de

Gestão, v ai, no seguimento dos anos anteriores, lev ar a cabo a realização dos quartos Ciclos de Conferência de Gestão de Empresas e de Informática de Gestão;

• já abrimos inscrições para os alunos do 3º ano que estejam interessados, para apresentação dos seus respectiv os currículos, com o intuito de serem div ulgados junto das empresas da região;

Além de tudo isto, estamos neste momento a desenv olv er v árias activ idades, das quais brev emente v os daremos conhecimento. Por agora é tudo, mas já sabem que estamos presentes e que podem contar connosco! Esperamos contar com v ocês!

O N.E.G.E./E.S.G.S.

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A Fronteira Virtual Este é sem dúv ida o local apropriado para div agações angustiadas sobre o rumo da A.E. e quejandos. A forma de hoje serenamente se gerir não só a complex idade das sociedades como também a fragilidade ideológica que resulta da queda dos v ários muros de Berlim assenta no recurso à cordialidade como v ia para ultrapassar as conflitualidades que inev itav elmente ex istem e continuarão a ex istir. Isto lev a a concluir que o que está em causa não é tanto e só o fundo da questão como sobretudo o juízo de oportunidade sobre a sua conv eniência ou inconv eniência, de acordo com interesses de v ária ordem. Por isso, as questões não só não são de ev itar como até o seu tratamento, a partir desta atitude de espírito, se torna sinal de v igilância cultural e de v ontade de progredir. O silêncio, imposto ou condicionado, acaba por se tornar hoje a grande barreira a v encer e o perigo maior a ev itar e os responsáv eis que de tal se não derem conta estarão, sem o saber e talv ez com a melhor das intenções, a colher aplausos apenas e só dos que nesse silenciamento estiv erem interessados. Talv ez a questão pudesse e dev esse ter sido suscitada mais cedo, mas também aqui mais v aleria tarde que nunca, já que a oportunidade, em termos de opinião , não se decreta mas aprov eita-se e suscita-se e prepara-se . A questão tratada com elev ação, sim e sempre. O silêncio e o escondimento, por decreto e cúmplice e interesseiro, não. O erro essencial das pessoas que dirigem a A.E., consiste em pensar que uma sobreposição de “causas” substitui uma “causa” ou equiv ale a uma “causa” e que nada impede portanto, que a essa “causa” se dê uma única etiqueta. Na ausência de ideias nítidas e no borbulhar de afectos difusos em que se tornou o hipotético “programa nacional de educação” , as incompatibilidades e contradições entre desv airados propósitos, alegremente arrolados no mesmo saco, não merecem consideração.

Mas nem por isso deix am de se manifestar, quais reflex os de Pav lov . A gente já se habituou a um nív el razoáv el de bandalheira, mas mesmo assim há coisas que pensa que são sagradas. Nesta fase toda a gente julga que tem opiniões e, de facto tem opiniões: opiniões incoerentes, opiniões iletradas, opiniões superficiais, opiniões perv ersas e, sobretudo, opiniões alheias. Daí que qualquer tentativ a de inv ocar essas opiniões se esboroe com o tempo, porque tal inv ocação é artificial. Não se pode transformar em ex istencial o que é corporativ o só porque alguém repete essa mentira muitas v ezes. Há na nossa v ida estudantil, alguns mistérios pessoais que me intrigam Pessoas que nunca fizeram nada que os distinguisse; nunca produziram pensamentos

ou ideias que se aprov eitassem. Mas quando abrem a boca são notícia infalív el. Realizou-se há algum tempo uma R.G.A., em tom soturno, de farsa com retoques de um “kitsch” dúbio, onde aquelas ex celsas inteligências puseram a nu todas as suas

dificuldades em conv iv er com a realidade. Eles foram grev es ao refeitório, eles foram av aliações de professores, eles foram equív ocos estatutários, etc... Mas será que esta gente tem uma v isão tão homocrómica da realidade, que procure contribuir para uma melhoria do ensino partindo das questões menores como estas. Transformar a escola numa feira de v aidades, nunca pensei que conseguissem chegar tão longe. Então mas nós ainda não temos cursos estruturados com qualidade suficiente, e já v amos começar a produzir “boas americanadas” , quem sabe com um pouco de música “pimba” ficasse melhor, e descobrir os Mega-professores desta escola, com base em critérios, no mínimo aberrantes. Esta reunião foi um ex emplo do abusiv o e sucessiv o equiv oco, que têm sido desde o início esta associação; atropelos, v ários; imbróglios, outros tantos; sobreposição de competências, ainda mais.

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É grav e quando numa desenfreada busca de protagonismo e sabe-se lá de mais o quê, pessoas desta A.E. v inculam outras instituições por serem incapazes de assumir uma posição pessoal, responsáv el. Aquela personagem egocentrada, obcecada, os seus tiques de

grandeza, ubíqua, mestre de ligações perigosas e incapaz de assumir publicamente as suas opiniões ou intenções. Decididamente é mau de mais, mas é v erdade, por isso, e como consequência disso, obv iamente: demitam-se!

Nuno Miguel Castelbranco, G.E:, nº 1303

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Haverá Semana Académica; Sim ou Não!?

Com o intuito de acabar definitiv amente com todas as dúv idas àcerca da FAS e da organização da Semana Académica, o IDEIAS procurou uma das

pessoas que mais entende sobre os problemas da FAS - Duarte Silv estre -, que numa mini-entrev ista nos respondeu; ou melhor: deu resposta ás seguintes questões:

IDEIAS: Faça uma brev e alusão à história da FAS (Federação Académica de Santarém).

Duarte Silvestre: No decorrer do ano lectiv o 91/92 surgiu a ideia da criação de uma associação entre as AEs das escolas do IPS, com a intenção de unirem esforços na defesa dos interesses dos alunos. Inicialmente era para se chamar Associação Académica, mas já ex istia uma organização na cidade com esta designação constituída pelas AEs da Escola Superior Agrária e da Escola Secundária Sá da Bandeira, com cêrca de 65 anos. Na altura chegou a hav er conv ersações com a Associação Académica para que esta fosse representativ a da toda a v ida estudantil de Santarém. Mas esta ideia não foi bem aceite pela Associação Académica, porque os estudantes queriam dominar toda a sua gestão e administração; com estas incompatibilidades partiu-se para uma nov a solução: criar uma nov a estrutura a partir da raiz - a Federação Académica de Santarém, foi então que surgiu a ideia de se organizar algo de carácter recreativ o, para que os estudantes se unissem num interesse comum; e foi assim que surgiram as Semanas Académicas, embora antes já se tiv esse realizado algo semelhante que foi o desfile do caloiro - com a organização conjunta entre a Associação Académica e as AEs das escolas o IPS.

IDEIAS: Quando começaram a surgir os problemas com a FAS?

D.S.: Os problemas surgiram porque a FAS se afastou um pouco dos seus principais objectiv os, o que lev ou a uma desmotiv ação por parte dos seus elementos, que se v eio a repercutir nas reuniões que passaram a ser mais escassas e menos concorridas, e as que se chegav am a realizar-se não corriam da melhor forma porque não hav ia uma metodologia pré-definida, isto é não hav ia uma modelo administrativ o criado. Em parte dev ido ao facto de não ex istir uma sede que se pudesse identificar com a FAS, para dar v azão aos processos burocráticos, o

que me lev a a dizer que se fizeram as coisas sem antes se ter as estruturas básicas constituídas.

No caso da nossa escola hav ia problemas

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relacionados com a falta de estruturas administrativ as que nos apoiassem a um nív el mais acima, e pensou-se que a FAS v iria colmatar essa necessidade. Mas a FAS apenas estav a v irada para a organização da Semana Académica e de festas similares, e não ligou aos aspectos representativ os dos problemas dos estudantes. Chegando a ser conhecida pela Federação das Festas.

Um outro problema está relacionado com o facto de só poderem pertencer aos órgãos da FAS elementos associativ os, aspecto que era fortemente protestado pelos elementos observ adores, que queriam ter direito a manifestar a sua opinião e até achav am que dev eriam ter direito de v oto, utilizando como argumento a sua ex periência, e foi então que começaram a monopolizar as reuniões, liv rando-se das responsabilidades que logisticamente recaíam sobre os elementos associativ os.

Na minha opinião para hav er Semana Académica e Santafashion não era necessário hav er FAS, para tal bastaria que as AEs se reunissem e neste contex to a FAS deix aria de ter utilidade.

IDEIAS: Quais as razões que justificam o facto de não haver Semana Académica este ano?

D.S.: No meu entender a Semana Académica não dev eria ser organizada pela FAS, mas sim dev eria constituir-se uma comissão com pessoas fora da FAS, que elaborassem planos da Semana Académica para a aprov ação da FAS, permitindo que esta se concentrasse mais nos problemas institucionais que afectam os alunos; esta comissão dev eria ser constituída logo em Outubro, para não hav er concentração de tarefas.

Quanto ao facto de não hav er Semana Académica este ano, são v árias as razões: Primeiro - Não houv e reuniões, consequentemente não houv e planeamento para a Semana Académica; segundo - Este ano houv e demasiadas activ idades (As Isliadas, a Taça da Agrária, o Debate da Regionalização, os Ciclos de Conferências, etc...) que mov imentaram as pessoas, separando as AEs e não houv e tempo para discutir a Semana Académica, com grande pena minha, porque a nossa Semana Académica já chegou a estar classificada como a quarta melhor do país. Quarta razão - As dív idas que foram herdadas do ano anterior, resultantes de um planeamento deficiente das activ idades.

Luzia Valentim

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OSCARES À PORTUGUESA Tív emos o prazer de v er há algum tempo na SIC uma transmissão especial - GLOBOS DE OURO - que premiav a as figuras mais destacadas nos v ários campos, nas v árias áreas da v ida portuguesa. Figuras que tiv essem contribuído para o engrandecimento de Portugal aquém e além fronteiras.

Esta ideia, que surgiu do canal telev isiv o com maior audiência em Portugal (segundo as sondagens), foi uma ideia original, nunca antes realizada em Portugal e como tal tev e honras especiais e um acompanhamento especial. O seu desenv olv imento foi marcado por uma campanha de marketing e publicidade medonha e feroz. Meses antes já se ouv ia falar dos globos de ouro, era globos de ouro para aqui, era globos de ouro para acolá, era globos de ouro para toda a parte. Afinal de contas ia ser um acontecimento importante. Como espectáculo que era para o público em geral, a este coube-lhe o grande e decisiv o papel - O JÚRI. Ou seja, estav a nas nossas mãos a decisão. Todos nós poderíamos participar e, caso a nossa escolha ganhasse, termos orgulho e pensarmos “Eu contribui para a v itória de X” . Com o passar do tempo a campanha de marketing foi aumentando de intensidade e tornav a-se cada v ez mais agressiv a chegando finalmente o grande dia. Honras telev isiv as, destaques principais, transmissão em directo. Afinal era a primeira v ez que se fazia algo do género a nív el telev isiv o em Portugal. Pode v er-se a fina flor da nossa cultura, das nossas artes, da nossa música, do nosso desporto, conv idados especiais, políticos, enfim a nata da sociedade, os melhores. Também quiseram dar um ar da sua graça. “Olha ali toda a nossa cultura” disse alguém. Com a ajuda de cantores internacionais, belas manequins e os nossos irmãos brasileiros o espectáculo decorre pelo melhor, muita emoção e alegria. À medida que se encaminha para o fim, os nerv os aumentam, a tensão é maior, o suspanse cresce. Quem irá v encer, quem será melhor? Depois de uma noite bem passada, alegrias, emoções, frustrações e tristezas, atingiram-se os objectiv os, a audiência está ganha, as pessoas estão contentes. Resumindo, foi tudo um grande sucesso ($$$$$)! E assim foi mais uma noite de glória para a telev isão e para a cultura portuguesa! Com a entrada da SIC no mercado, a situação deu uma grande v olta e este canal telev isiv o v eio dar um grande safanão na nossa telev isão. E ainda bem para todos nós, estamos todos agradecidos. OBRIGADO SIC! Não se compreende é como é que um espectáculo feito por portugueses e para portugueses conv ida bandas e cantores estrangeiros (não desfazendo), quando todos nós sabemos que hoje em dia há grandes músicos em Portugal. E por que razão se conv idam modelos estrangeiras quando temos tão belas mulheres? E será que os nossos actores são inferiores em algo, relativ amente aos outros? Já agora, se se abrangiam todas as áreas e tudo se incluía porque é que não se incluiu a TVI e apenas se limitaram aos dois canais estatais. Por último, porque é que um espectáculo que tem por objectiv o homenagear grandes figuras portuguesas não homenageia duas grandes personagens portuguesas, Dr. Mário Soares, por tudo aquilo que ele fez pela democracia, pelo país e pela nação e Mário Viegas, (infelizmente já desaparecido), pela postura, pela maneira de encarar a v ida e pela mais v alia que deix ou ao mundo do espectáculo português? A SIC é um grande Canal de Telev isão e toda a gente o reconhece. Como tal não necessita destes espectáculos mediáticos, que acabam por ser medíocres, para se ex ibir e para mostra a sua superioridade. As audiências não o justificam. Basta-lhe ser natural e continuar a dar-nos o que de melhor tem. É por isso que é a primeira!

Luís Caetano

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P.S. - Uma referência a Herman José, única pessoa que referiu o Dr. Mário Soares e Mário Viegas. Realmente outra grande figura do espectáculo Português!

Quanto à v otação do júri... sem comentários!

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Associação em Actividade A nossa AE parece estar a v iv er um importante momento desde a sua tomada de posse, apesar da aparente normalidade, nada será como dantes. Podemos até falar da AE a.p. (antes de Páscoa) e d.p. (depois de Páscoa), mas para não fazer mais especulação prefiro ficar por aqui aguardando a ev olução dos acontecimentos para depois esclarecer com precisão todos os interessados; se me permitem, apenas recomendo a todos um pouco de tolerância e força de v ontade. À parte deste “pormenor” a AE está no auge das suas funções, organizando, com o apoio dos seus

associados, os Ciclos de Conferências de Gestão Autárquica, Informática de Gestão (14 de Abril) e Gestão de Empresas (15 de Abril). O primeiro decorrerá já no fim deste mês no grande auditório do CNEMA; as inscrições já estão abertas na AE. Paralelamente ao ciclo de conferências, denominado

“Regionalização Como e porquê” , decorrerá no espaço adjacente ao auditório uma ex posição realizada também pelos alunos de Gestão Autárquica que v isa dar a

conhecer o seu curso aos participantes do ciclo, e chamar a atenção aos autarcas presentes; uma v ez que o curso de Gestão Autárquica é único em todo o país e os finalistas deste ano são os primeiros, sendo por isso natural a ex pectativ a em relação à sua aceitação no mercado de trabalho. Depois dos ciclos de conferências mantenham-se atentos, porque a AE pretende organizar um

concurso de cultura geral (semelhante ao Triv ial), onde poderão participar todas as turmas da nossa escola em grupos de 4 elementos efectiv os, 2 suplentes e um professor.

Sobre lazer, a nossa AE organiza festas semanais a ter lugar no bar Xantarim todas as quartas-feiras, serão sorteadas garrafas e hav erá bebidas grátis nos dias de lançamento.

Desporto: estão a decorrer os torneios de Snooker e de ténis de mesa, promov idos pelo departamento desportiv o da nossa AE, enquanto que o torneio de futebol aguarda até que se disponibilizem espaços para a sua realização. Como noticiámos na última edição a nossa colega Ângela Reis

participou no campeonato mundial pela selecção Portuguesa que decorreu nas Açoteias e brev emente participará no campeonato nacional de pista na prov a dos 1500m femininos, no próx imo dia 17 deste mês. Já foi div ulgada a classificação do Campeonato Nacional Univ ersitário de Voleibol Masculino, no qual participou uma equipa do nosso Instituto que se classificou na 4ª posição, que não lhe dá o direito de passar à final. Os nossos colegas concorrentes este ano ao programa ERASMUS continuam em Inglaterra e certamente já alguém reparou que ultimamente a nossa escola está a ser “ inv adida” por alunos estrangeiros, também eles candidatos ao programa ERASMUS, que ao que parece adoram Portugal e a pacatez da cidade de Santarém , sem falar no ex celente sol, o que os enche de alegria por poderem v oltar aos seus países com um inv ejáv el bronze, se os v irem por aí em dificuldades façam v aler a nossa reputação de país hospitaleiro.

Luzia Valentim

Escola em Actividade: 28/03 - Realizou-se na nossa escola a eleição da Assembleia Estatutária. Para a qual v otaram alunos, funcionários,

Docentes e Assistentes com o intuito de elegerem os seus representantes naquele órgão.

17/04 - Decorreu no auditório da ESAS, uma sessão de esclarecimento para a comunidade do IPS, protagonizada pelos quatro candidatos á eleição para presidente do IPS.

18/04 - A Assembleia Geral reuniu á porta fechada para uma sessão de esclarecimentos dada pelos quatro candidatos à presidência do IPS, à semelhança do que hav ia sido feito no dia anterior.

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22/04 - Decorreu durante todo o dia, numa sala dos serv iços centrais a eleição para o futuro Presidente do nosso politécnico. Depois do escortínio chegou-se à conclusão que se teria de proceder a um segundo acto eleitoral, entre os dois candidatos mais v otados (Dr. Fé de Pinho e Eng.º Justino).

24/04 - Realizou-se a primeira reunião da Assembleia Estatutária, órgão que tem como função a aprov ação dos estatutos da nossa escola.

29/04 - Decorrerá a segunda v olta do processo eleitoral para a Presidência do IPS.

Luzia Valentim

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CARTA Aberta ao “Crítico” Quem v os escrev e, é um aluno do 1º ano do Curso de

I.G., que por pensar que se dev ia manifestar, v em por este meio fazê-lo. Assim sendo, e como até dizem que sou bom rapaz, e como até os bons samaritanos, necessitam por v ezes de alguns conselhos, dirijo-me especialmente ao personagem que dá por sua graça ‘O Crítico’.

A sugestão que eu faço a este personagem, surge no contex to das inúmeras críticas que faz, críticas estas que inv ariav elmente dizem menos bem de toda a gente ou dos v ários órgãos relacionados com a Escola Superior de Santarém.

Assim sendo, quando se faz uma crítica, dev e-se v er o rev erso da moeda , não sendo possív el e minimamente justo que não se v eja determinado problema por v ários prismas. Refiro-me aos constantes ataques feitos aos professores, ao estado da escola, aos membros da tuna, às pessoas que dirigem a escola, etc...

Quando algo não é feito, dev e-se av eriguar a fundo a razão de tal ter acontecido. Para além disso, não nos

podemos esquecer de tudo aquilo que é feito na escola e que estranhamente nunca ninguém refere. Olhem à v ossa v olta e av aliem quanto trabalho e meios monetários estão a ser despendidos no actual momento a fim de melhorar a escola.

Não consideram o trabalho lev ado a cabo pelo v osso professor v álido ? Peguem nas pernas e depois de as usar falem com o professor em causa (Já que quando fui consultar no dicionário o significado da palav ra, não hav ia nada que se referisse a animal irracional que tiv esse por hábito morder nos alunos), e até pode ser que o v osso problema desapareça. Antes de finalizar , não me poderia despedir sem deix ar uma palav ra de apreço a todos os alunos que lev am a cabo uma activ idade em prol de outros alunos, pois em v ez de andarem a criticar o trabalho e ideias dos outros, lev am a cabo as suas.

Finalizando, despeço-me de todos v ós, env iando um abraço ao crítico.

Afonso Silva

Quem conta um CONTO A VOZ do SILÊNCIO

(Continuação da última Edição) Entrav a pela frecha da janela um foragido raio de Sol que despertou Daniela. Tentou controlar o seu cérebro atordoado. Pôr em dia os últimos acontecimentos, tentar recordar-se de onde estav a. Recordav a-se de ter saído da escola com os seus amigos. De combinar com a Magda e o Celso uma ida ao cinema nessa noite. De prometer à Marta que ia fazer os trabalhos de inglês, de jurar ao Pedro que não lhe tinha chamado preguiçoso com intenção. Tudo isto na habitual barafunda de fim de aulas cheirando já a fim de semana. Depois... Sentiu um arrepio pela coluna acima que lhe pôs todos os cabelos em pé. Não conseguiu controlar a emoção de recordar o que tinha v isto e sentido a seguir. Inconscientemente, enquanto continuav a a restaurar as suas ideias, não conseguiu abafar um grito há tanto tempo reprimido: - Bia!! - Gritou com força como se fosse a única palav ra que alguma v ez soube pronunciar... Recordav a agora o quarto. Era o seu quarto. Decerto teriam ouv ido o seu grito e não dev ia tardar a aparecer gente. Iriam ex igir que ela falasse. Lev antou-se e foi até à janela. Abriu-a. Deix ou o sol entrar. A Primav era estav a a chegar. Tempo de começo. Decidiu então. Iria falar. Tinha de descobrir a sua irmã. Segunda-feira, 8h 30m da manhã. As aulas começaram alv oraçadas pela nov idade. Daniela falav a. Sentiu-se nov amente como nos primeiros dias de aulas onde todos a rodeav am como se ela fosse um animal de circo, uma hesitante nov idade. Só que desta v ez isso já não lhe causou qualquer impacto. Ela sabia que hav ia qualquer coisa no ar... Chegou há tarde. Num carro preto. Foi ajudada a descer pelo motorista. Daniela estav a de costas, mas sabia que ela era aquela que há tanto tempo esperav a. Sabia já também que não era a sua Bia.

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Foi ao v oltar-se, ao encará-la nos olhos, ao impressionar-se com a frieza dos mesmos, ao aperceber-se da distância da infância apreciar a já desfigurada ex istência na memória, que finalmente Daniela enterrou Bia no seu sepulcro de Paz eterna. Esta que chegav a, que a arrancou do inocente silêncio de luto em que se deleitou de dor, era Bruna sua prima. Nada mais. Nem sabia que Daniela ex istia, que Daniela sofria, que Bia há muito pertencia ao mundo sem dor. Sempre sentada no seu trono, também não queria v ir a saber. Continua...

Sílvia Inácio

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Momentos de Poesia LIBERDADE!

POR TIMOR... Pomba branca, sem asas para v oar! Ecos de dor, ressoando! Vozes caladas, gritando! Alertas chegados, env oltos nas ondas do mar! Represálias humanas: Que roubam a ex istência, Assaltam a clemência. Burguesias de um poder: Tiranas! Ser eu. Não ex iste. Pensar. Proibido. Orgulho. Ferido. Essência de pov o: persiste! É esta essência que é luta. A sobrev iv ência da liberdade. O apelo a nós humanidade, Para que a v erdade se discuta!

96/04/16 Sílvia Inácio

És o bálsamo relax ante da alma Amiga que consola, a cúmplice que div erte Refugias o espírito amargurado És a razão de v iv er daquele que te tem Como companheira. Guias aquele que v iaja no seu imaginário infinito Aqueces o frio nas gélidas noites de Inv erno Embalas o ser na profundeza do seu sono merecido Fazes suspirar o coração apaix onado Adquires forma com palav ras, És moldada por frases, Melodiosa por clav es de sol,

Tocada por talento, cantada em dó. Adorada pela sensibilidade, odiada pela indiferença...

Chamam-te Música

Sílvia Mateus

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Quando a solidão é minha dama de companhia, o meu pensamento div aga e eu perco-me.

Valerá a pena? A v ida pode ser tão bela, mas ao mesmo tempo

sufocante. Nascer. Nascer para quê? Para sofrer? Será que os momentos bons irão superar um dia todas as tristezas desta v ida ingrata?

Será que esta ingratidão v ai ser superada? Aonde é que nós v amos parar? Qual será o

nosso destino. Por mais quanto tempo é que iremos ser infelizes,

por mais quanto tempo é que nos andaremos a enganar, a tentar disfarçar uma realidade, afogar os nossos ressentimentos, as nossas angústias. Qual será o dia em que iremos enfrentar tanta loucura?

Se calhar tarde de mais e aí já não irá dar para consertar o mal feito. Só nos restará sobrev iv er, até um dia tudo acabar!

Viv er para sofrer. Sobrev iv er para prolongar uma ex istência arrastada pela miséria!

Oh. v ida cruel!

Sílvia Mateus Olhamos em nosso redor e v imos uma plenitude

bela, fruto de uma criação. Os nossos olhos também v êem o outro lado

dessa beleza, o lado ofuscado por tamanha grandeza puritana.

Vimos algo feio inestético, defeituoso. Todav ia só enx ergamos o belo, porque só ele nos interessa, desprezamos o outro lado, com uma ex plicação: é feio!

Mas porquê? Qual a razão para tal atitude? Afinal, é tudo fruto da mesma criação. No entanto

por algum motiv o não saíram da forma pretendida. São diferentes, mas no fundo iguais, apesar de uma aparência menos bela, tem direito à v ida.

Nada disto importa, porque o que este ser mortal quer na realidade é estar rodeado por toda a beleza possív el e imaginária. Não sejamos cínicos, nem andemos a enganar o próx imo.

“– A beleza não conta. O que importa é o interior” . Palav ras são só palav ras. Lev adas pelo v ento.

Afogadas pelo mar brav io. É a realidade nua e crua. Este ser que se diz humano tem que aprender a

dar v alor às pequenas coisas, às mais insignificantes. A chuv a quando cai molha-nos a todos!

Dediquemos um minuto do nosso tempo para contemplar aquilo que quotidianamente desprezamos. Por ser feio!

Sílvia Mateus

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COBRAS E LAGARTOS O Sr. Joaquim Letria é uma grande figura nacional e até há pouco tempo trabalhav a na R.D.P. - Rádio Difusão Portuguesa, Rádio Estatal. Neste órgão de comunicação tinha um programa diário denominado Cobras e Lagartos, que como o próprio nome indica, era um programa de má língua que dizia as v erdades nuas e cruas, doesse a que doesse. O seu programa sempre foi duro e toda a gente era alv o do Cobras e Lagartos independentemente do nome, cargo ou importância. Porém há não muito tempo, o Sr. Joaquim Letria aprov eitando um telefonema de um ouv inte, proferiu certas declarações menos suav es que soaram mal aos ouv idos de muita gente. A partir daí toda a gente sabe a história e rebentou o escândalo. O que nós ouv imos nos noticiários foram apenas ex ertos de toda a conv ersa e para, quem ouv iu toda a sua interv enção apercebe-se que há algo errado. Será v erdade que um homem que lutou pela independência de Angola mostrou ser racista? Será que um homem que diz que: a maior parte dos africanos, os angolanos no caso particular da interv enção, que v êm para Portugal para fugir à miséria e em busca de melhores condições de v ida (à semelhança dos portugueses nos anos 60 e 70) são ex plorados em Portugal, toda a gente faz pouco deles, sofrem humilhações e são alv o de racismo e x enofobia, não têm nenhum apoio por parte do Estado português, é racista? Será que um homem que diz que: os pov os africanos estão como estão por culpa dos portugueses e dos pov os europeus e dos 500 anos de colonização,

usurpação e v iolação do seu espaço, destruição do seu modo de v ida, ex ploração, escrav idão, é racista? Será que um homem acusa o gov erno de um país - Angola - de ter av iões de lux o, frotas de automóveis, de se pav onear pelo estrangeiro e v iv er desfrutando o prazer da v ida, enquanto que o país está destruído pela guerra e pela fome, onde só há miséria e onde morrem milhares de crianças, é racista? Não há dúv ida que o Sr. se ex cedeu e muito na linguagem utilizada. Foi ex agerado e ultrapassou certos limites poderia e dev eria ter sido mais moderado. Mas o programa intitulav a-se Cobras e Lagartos e o objectiv o era chocar e lançar a confusão. Só que por causa deste incidente, deste desabafo, (juntando-se a muitos outros desabafos) reuniram-se direcções, secretários de estado, ministros, pediram-se desculpas ao gov erno angolano, que ficou muito ofendido e desmentiram-se as afirmações de racismo e x enofobia - É TUDO MENTIRA! EM PORTUGAL NÃO HÁ RACISMO! E no fim, apresentou-se a cabeça do racista em bandeja de prata ao dito gov erno, mostrou-se que o Estado português não é racista e acabou-se um programa que incomodav a muita gente! E depois fala-se na liberdade de ex pressão e democracia em que v iv emos!

Luís Caetano P.S. - No fim-de-semana passado, ocorreu mais um incidente com um jov em negro, que foi baleado por um jov em branco!

REGIONALIZAÇÃO: COMO E PORQUÊ?

Santarém, 30 de Abril de 1996 Auditório do Centro Nacional de Exposições - Santarém

Organização: Núcleo de Alunos do Curso Superior de Gestão Autárquica

da Associação de Estudantes da Escola Superior de Gestão de Santarém (Instituto Politécnico de Santarém)

09.45H. - Ex periências Europeias de Regionalização. Orador: Prof. António Cov as, do Ministério da Agricultura 11.00H.- Regionalização e Globalização: o modelo administrativ o e a competitiv idade de Portugal. Orador: Dr. Carlos Zorrinho, da Univ ersidade de Év ora 12.00H. - Consequências Sócio-Económicas da Regionalização. Orador: Prof. Rogério Roque Amaro, do ISCTE

14.30H. - Mesa 2 - Debate sobre o Processo Político da Regionalização Interv enientes: • Dr. Paulo Portas - Partido Popular

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TECNOLOGIA VERSUS RECURSOS HUMANOS Actualmente coex istem, pelo menos duas fortes

tendências ao mais alto nív el da gestão. Uma baseia-se no pressuposto de que o futuro do mundo empresarial assenta no desenv olv imento tecnológico, a tal ponto que a lei dos rendimentos decrescentes postulada por Dav id Ricardo já foi posta em causa. Esta lei diz que sempre que se faz corresponder sucessiv amente uma quantidade crescente de recursos com outro factor produtiv o fix o os acréscimos de produção tendem a diminuir a partir de dada altura. Ora, esta lei considera apenas dois factores produtiv os: o capital e o trabalho. Ao considerar-se a tecnologia esta lei é posta em causa e mais que isso v em ex plicar, pelo menos em parte, segundo alguns teóricos, porque é que alguns países desenv olv idos apresentam tax as de crescimento económico crescentes. Assim tal facto fica a dev er-se ao esforço de inv estimento feito nesses países que é canalizado para a inov ação tecnológica.

Muitos gestores parece terem-se apaix onado por esta corrente de opinião, prov av elmente porque entendem que a tecnologia pode ser a principal fonte de competitiv idade, daí que a inv estigação tenha v indo a ganhar cada v ez mais terreno na estrutura económica dos países mais desenv olv idos e de muitas empresas líderes nos mercados internacionais. A companhia que melhor ilustra esta tendência no mundo da gestão é, prov av elmente, a Microsoft, na qual a parte de inv estimento e de trabalhadores afectos ao desenv olv imento dum softw are é significativ amente superior à parte afecta à produção. Assim a v erificar-se esta tendência as empresas do futuro serão neste aspecto semelhantes à Microsoft.

Desta forma, considerando que o crescimento económico é sustentado fundamentalmente pelo desenv olv imento tecnológico, aquilo que os estados têm que fazer, ao nív el da macroeconomia, e as empresas ao nív el da microeconomia, é precisamente inv estir na inv estigação, uma v ez que se forem sempre surgindo nov as ideias e cada v ez mais inov adoras o crescimento não terá limites.

A outra forte tendência que se pode identificar neste momento ao nív el da gestão é precisamente a v alorização dos recursos humanos para a obtenção de ganhos de produtiv idade. Cuido, desde já, de salientar que esta

tendência acaba por ser mais académica, ou seja, mais teórica do que prática, uma v ez que, em certa medida, a gestão de recursos humanos é ainda um continente por ex plorar no mundo da gestão empresarial, nomeadamente em países como o nosso.

Os adeptos desta tendência defendem que a tecnologia não é em si uma fonte de v antagem competitiv a porque está ao alcance de todas as empresas. Além disso a inov ação tecnológica requer uma melhor preparação dos recursos humanos e a sua constante actualização, pelo que são as pessoas que saem v alorizadas.

Finalmente há que ter em linha de conta que as v antagens que o inv estimento traz na inov ação tecnológica são limitadas porque, em última análise, quem realiza as tarefas são as pessoas e não as máquinas. Desta forma o capital v ai perdendo a sua supremacia como fonte de v antagem competitiv a a fav or do trabalho. Nesta perspectiv a os salários, que do ponto de v ista contabilístico continuam a ser v istos como um custo, ao nív el da gestão passarão a ser entendidos mais como um inv estimento. Mas para que esta tendência se afirme no mundo empresarial muita coisa terá que mudar no campo de acção da gestão.

Em primeiro lugar as empresas têm que saber ex actamente qual o perfil que os seus trabalhadores têm que ter, adoptando critérios mais precisos aquando do recrutamento de pessoal. Além disso têm que oferecer segurança de emprego, praticar o empowerment, adoptar a promoção interna, av aliar o desempenho dos trabalhadores, fomentar as suas relações pessoais, adoptar uma política de motiv ação coerente, fazer com que o trabalhador sinta orgulho da companhia de que faz parte etc.

Mas independentemente da principal fonte de v antagem competitiv a ser a tecnologia ou os recursos humanos, num ponto todos os teóricos estão de acordo: a fonte de v antagem competitiv a nasce nas ideias. Desta forma o sucesso será alcançado pelos mais críticos, pelos mais inov adores e pelos mais criativ os.

José Luís Carvalho

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Moda. Beleza. Magia. Cor. Espaço. Enfim CNEMA. Enfim estudantes. Enfim música.

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Precisarei de dizer mais... A esta palav ra ocorre-nos tudo isto, num relâmpago de imaginação. Santarém precisa de mais iniciativ as como esta. Precisa de mostrar como se agarra um touro pelos chifres. Afinal é o que sempre caracterizou as gentes que aqui habitam, o seu destemido prazer em conseguir realizar os seus objectiv os. Lev antem esta camada de név oa que nos caracteriza de inactiv os. Para aqueles que criticam, um desafio: Façam melhor! Isso mesmo. Saiam das cascas. Mostrem quem são. São melhores!? Santarém, nós, a comunidade estudantil, merece mais!! E somos capazes disso. Libertem esses complex os, lutem para tornar o que v os rodeia activ o. Enquanto não o fazem, participem. Onde houv er estudantes hav erá sempre:

Moda, B eleza, Magia, Cor, Espaço!! Sílvia Inácio

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