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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

1. ORÇAMENTO PÚBLICO - BREVE HISTÓRICO

Até 1926 o Orçamento Público era atribuição legal do Poder Legislativo, todavia a

competência pela organização da proposta orçamentária era do Ministério da Fazenda. A partir

da reforma da Constituição de 1824 realizada em 1926 e da Constituição de 1934 a

competência pelo Orçamento Público passou a ser cumulativa dos Poderes Executivo e

Legislativo, continuando a proposta a ser organizada pelo Ministério da Fazenda.

Com o advento da Constituição de 1937, deu-se início ao ciclo executivo, com a criação

do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), tendo este a incumbência, entre

outras, de tratar dos problemas orçamentários. Enquanto a divisão do Orçamento público não

era organizada, a proposta orçamentária continuou sendo coordenada pela Comissão de

Orçamento do Ministério da Fazenda.

A Divisão do Orçamento do DASP só foi estruturada em 1945 por meio do Decreto-Lei n.

7.608, quando este passou a coordenar a elaboração da proposta orçamentária. Em 1964

(Decreto 53.914) essa atribuição passou a ser executada pelo então Ministro de Estado

Extraordinário para o Planejamento e Coordenação Econômica, vigendo até a edição do

Decreto-Lei nº. 200/67, quando foi criado o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral –

MPCG, estabelecendo como sua atribuição a programação orçamentária e elaboração dos

Orçamentos programas anuais.

Atualmente esta atribuição pertence ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

– MP, e é exercida pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF.

2. ORÇAMENTO TRADICIONAL E ORÇAMENTO PROGRAMA

Há uma clara divisão na forma e conteúdo do orçamento com a edição da Lei 4.320/64,

que estatui normas gerais de Direito Financeiro. Até então, o orçamento era uma mera peça de

consolidação das despesas e receitas dos entes da federação, baseados no desempenho

passado das entidades ligadas ao setor público, o orçamento adequava estas necessidades

dos órgãos à receita estimada, não havendo nenhum planejamento ou programação, apenas

uma consolidação das despesas passadas. Era o denominado Orçamento-Tradicional ou

Clássico, um inventário dos meios, com os quais o Estado conta para levar a cabo suas

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tarefas. Este tipo de orçamento se mostrou inadequado, por não contemplar um plano de

trabalho e um conjunto de objetivos a atingir.

Surge então com a Lei 4.320/64 o Orçamento-Programa1, reforçado pela Constituição de

1988 e a Lei Complementar 101/2000 (a Lei de Responsabilidade Fiscal), e caracterizado pelo

fato da elaboração orçamentária ser feita em função daquilo que se pretende realizar no futuro,

isto é, se constitui num instrumento de planejamento que permite identificar os programas de

trabalho dos governos, suas ações (projetos e atividades) a serem realizadas e ainda

estabelecer os objetivos, metas, custos e resultados alcançados, avaliando-os e divulgando

seus resultados com a maior transparência possível.

QUADRO 01. DIFERENÇAS PRINCIPAIS DO ORÇAMENTO-PROGRAMA E TRADICIONAL

ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO-PROGRAMA

1. O processo orçamentário é dissociado dos

processos de planejamento e programação.

2. A alocação de recursos visa à aquisição de

meios.

3. As decisões orçamentárias são tomadas

tendo em vista as necessidades das unidades

organizacionais.

4. Na elaboração do Orçamento são

consideradas as necessidades financeiras das

unidades organizacionais.

5. A estrutura do Orçamento dá ênfase aos

aspectos contábeis de gestão.

6. Principais critérios classificatórios: unidades

administrativas e elementos de despesa.

7. Inexistem sistemas de acompanhamento e

medição do trabalho, assim como dos

resultados.

1. O Orçamento é o elo entre o planejamento

e as funções executivas da organização.

2. A alocação de recursos visa à consecução

de objetivos e metas.

3. As decisões orçamentárias são tomadas

com base em avaliações e análises técnicas

das alternativas possíveis.

4. Na elaboração do Orçamento são

considerados todos os custos dos programas,

inclusive os que extrapolam o exercício.

5. A estrutura do Orçamento está voltada para

os aspectos administrativos e de

planejamento.

6. Principal critério de classificação: funcional-

programática.

7. Utilização sistemática de indicadores e

padrões de medição do trabalho e dos

resultados.

1 O orçamento-programa foi difundido pela ONU a partir do final da década de 50, inspirado na experiência do orçamento de desempenho nos Estados Unidos da América. O orçamento de desempenho ou de realizações tem como foco os resultados do governo, não havendo ligação com o planejamento, e apresenta duas dimensões: objeto de gasto e programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas. Foi utilizado no Brasil na década de 1970 e representa um avanço em relação ao Orçamento-Tradicional, mas menos desenvolvido que o Orçamento-Programa.

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8. O controle visa avaliar a honestidade dos

agentes governamentais e a legalidade no

cumprimento do orçamento.

8. O controle visa avaliar a eficiência, a

eficácia e a efetividade das ações

governamentais.

Fonte: GIACOMONI (2002), p.157.

3. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Verifica-se ao longo da história que o orçamento público surgiu primeiramente para atuar

como instrumento de controle parlamentar das atividades financeiras governamentais, isto é,

desempenhadas pelo chefe do poder.

Ao longo dos anos, para que o controle fosse mais eficaz, tornou-se necessária a

vinculação do orçamento a normas e regras que orientassem sua elaboração e execução. A

partir daí foram estabelecidos os “princípios orçamentários”, que visam a estabelecer as regras

para a elaboração e controle do orçamento.

3.1 – Anualidade

De conformidade com o princípio da anualidade, também denominado princípio da

periodicidade, a previsão da receita e a fixação da despesa devem referir-se, sempre a um

período limitado de tempo. Ao período de vigência do Orçamento denomina-se exercício

financeiro. No Brasil, de acordo com o Art. nº 34 da Lei nº 4.320/64, o exercício financeiro

coincide com o ano civil: 1º de janeiro a 31 de dezembro.

3.2 - Exclusividade

Consoante o princípio da exclusividade, o Orçamento deve conter apenas matéria

orçamentária e não cuidar de assuntos estranhos, o que, aliás, está previsto no Art. 165 da

Constituição. O princípio da exclusividade foi introduzido no direito brasileiro pela reforma

constitucional de 1926. Sua adoção, como norma constitucional, pôs fim às distorções das

famosas “caudas orçamentárias”2. Exceção feita à autorização para abertura de Créditos

Suplementares e contratação de operações de créditos. “Esse princípio surgiu com o objetivo

de impedir que a Lei do Orçamento, em função da natural celeridade de tramitação no

legislativo, fosse utilizada como meio de aprovação de matérias outras que nada tivessem a ver

com questões financeiras.”3

3.3 - Especificação4

2 Inclusão de matéria não pertinente à matéria orçamentária. 3 GIACOMONI, James. Orçamento Público. 6ª. Ed. São Paulo: Atlas, 1996,p. 78. 4 Este princípio é também conhecido como da discriminação ou especialização.

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De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas devem aparecer no Orçamento

de maneira discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos

recursos e sua aplicação.

Na legislação orçamentária brasileira, a Lei 4.320/64 incorpora o princípio em seu artigo

5º.

A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender

indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,

transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu

parágrafo único.

A ressalva de que trata o artigo 20 abre a possibilidade de que certos programas de

investimento, dependendo das prioridades anuais, sejam apresentados no Orçamento de forma

global.

Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por elementos de

despesa (será melhor analisado no item 6.4 deste material de apoio).

3.4 - Unidade

Segundo esse princípio, o Orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um

Orçamento e não mais que um para cada exercício financeiro. Visa-se com esse princípio

eliminar a existência de Orçamentos paralelos.

A Constituição de 1988 trouxe melhor entendimento para a questão ao precisar a

composição do Orçamento anual que passa a ser integrado pelas seguintes partes: o

Orçamento fiscal, o Orçamento de investimento das empresas estatais e o Orçamento das

entidades de seguridade social.

3.5 - Publicidade

Define esse princípio que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) por

meio dos veículos oficiais de comunicação/divulgação para conhecimento público e para a

eficácia de sua validade, que é o princípio exigido para todos os atos oficiais do governo.

3.6 – Universalidade

Por esse princípio o Orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas

referentes aos Poderes da União, seus fundos, Órgãos e entidades da administração direta e

indireta. (Art. 165, § 5º - CF).

3.7 - Equilíbrio

Pelo princípio do equilíbrio entende-se que, em cada exercício financeiro, o montante da

despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. Uma razão fundamental para

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defender esse princípio é a convicção de que ele constitui o único meio de limitar o crescimento

dos gastos governamentais, incluindo-se as despesas de capital para o exercício subseqüente.

4. CONCEITO ATUAL DE ORÇAMENTO

Orçamento Público é um instrumento de planejamento adotado pela Administração

Pública (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), realizado nas três esferas de poder

(Executivo, Legislativo e Judiciário), o qual prevê ou estima todas as receitas a serem

arrecadadas e fixa as despesas a serem realizadas no exercício financeiro seguinte,

objetivando a continuidade, eficácia, eficiência, efetividade e economicidade na qualidade dos

serviços prestados à sociedade.

Constitui-se num processo contínuo, dinâmico e flexível que traduz, em termos

financeiros para determinado período (um ano), os planos e programas de trabalho do governo.

É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação de receitas e fixa a realização de

despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo lhe autoriza, por meio de Lei

Ordinária, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina administrativa.

A Lei Orçamentária Anual - LOA contém a discriminação da receita e despesa pública, de

forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo,

obedecidos os princípios orçamentários expressos na Constituição e na Lei nº. 4.320/64. A

LOA possibilita os meios necessários para o desempenho da função pública.

O Decreto nº. 2.829, de 29 de outubro de 1998, e as Portarias nº. 51, de 16 de novembro

de 1998 e nº. 42, de 14 de abril de 1999, ambas do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão introduziram modificações substanciais no processo de Planejamento e Orçamento do

Setor Público a vigorar a partir do ano 2000.

O Decreto no 2.829/98 estabeleceu normas para a elaboração e execução do Plano

Plurianual e dos Orçamentos da União; a Portaria no 117/98, substituída, posteriormente, pela

Portaria n. 42, de 14 de abril de 1999, com a preservação dos seus fundamentos, atualizou a

discriminação da despesa por funções e subfunções; e a Portaria no 51/98 instituiu o

recadastramento dos projetos e atividades constantes do Orçamento da União no Sistema

Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR)5.

Essas modificações representam um importante passo no sentido da modernização dos

processos de planejamento e orçamento, com aplicabilidade à União, Estados e Municípios,

5 Foi instituído o Subsistema Cadastro de Programas e Ações no SIDOR, que é um sistema de tecnologia da informação implantado e utilizado pelo Governo Federal para fins de estruturar, organizar e elaborar a proposta orçamentária, on line, por todas as unidades orçamentárias. https://www.portalsof.planejamento.gov.br/portal/sidor_cadastramento

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tendo como escopo principal a busca para o setor público de uma administração menos

burocrática e mais gerencial, com efetiva cobrança de resultados.

5. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A atual constituição é inquestionavelmente a que mais evoluiu em termos de orçamento

no Brasil, foi por meio dela que se sedimentou a idéia de que é inconcebível a elaboração de

um orçamento desvinculado de um sistema de planejamento, devendo ambos estarem em

perfeita sintonia.

Principais Características Advindas da Constituição de 1988

Existência de três instrumentos de Planejamento/Orçamento (Leis de iniciativa do

Poder Executivo – Art. 165):

I. Plano plurianual.

II. Lei de diretrizes orçamentárias.

III. Lei orçamentária anual.

Deve-se mencionar que, em seu parágrafo 4º, o artigo 165 estabelece que os planos e

programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA

e apreciados pelo Congresso Nacional.

Ênfase na integração planejamento-orçamento:

1. Exigência de orçamentos compatíveis com o PPA (Art. 165, Par. 7º).

2. Investimento com execução superior a 1 exercício financeiro não pode ser iniciado

sem prévia inclusão no PPA, salvo se lei específica o autorize (Art. 167, Par. 1º).

3. Emendas ao projeto de lei do orçamento devem ser compatíveis com PPA e LDO

(Art. 166, Par. 3º - I).

4. Emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias devem ser compatíveis com

PPA (Art. 166, Par. 4º).

Plano Plurianual deve estabelecer diretrizes, objetivos e metas da Administração

Pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas

aos programas de duração continuada - Art. 165, Par. 1º;

Plano Plurianual regionalizado (Art. 165, Par. 1º);

Diretrizes Orçamentárias compreendendo as metas e prioridades da Administração

Pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente,

orientando a elaboração da lei orçamentária anual, dispondo sobre as alterações na

legislação tributária e estabelecendo a política de aplicação das agências financeiras

oficiais de fomento (Art. 165, Par. 2º);

Lei Orçamentária, compreendendo (Art. 165, Par. 5º):

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I - Orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, Órgãos e

entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e

mantidas pelo Poder Público;

II – Orçamento de Investimento das empresas em que União, direta ou indiretamente,

detenha a maioria do capital social com direito a voto; e

III – Orçamento da Seguridade Social (Saúde, Previdência e Assistência Social),

abrangendo todas as entidades e Órgãos a ela vinculados, da administração direta ou

indireta, bem como os fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

Emendas ao projeto de Lei do Orçamento somente poderão ser aprovadas caso (Art.

166, Par. 3º):

I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação

de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus encargos,

serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios

e Distrito Federal; ou

III – sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões ou com os dispositivos

do texto do projeto de lei.

Transparência: a cada bimestre o poder executivo deve publicar o Relatório Resumido

de Execução Orçamentária (Art. 165, Par. 3º).

Lei complementar disporá sobre (Art. 165, Par. 9º)6:

I. o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano

plurianual, da lei orçamentária anual;

II. as normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta,

bem como condições para instituição e funcionamento de fundos.

Vedações (art. 167): início de programas ou projetos sem inclusão na LOA; realização

de despesas ou assunção de obrigações que excedam créditos orçamentários ou

adicionais7; operações de crédito que excedam as despesas de capital, salvo se

6 Esta lei ainda não foi enviada pelo Poder Executivo para apreciação da casa legislativa. Na sua falta, os prazos e vigência são aqueles constantes no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT que, em seu artigo 35, Par. 2º estabelece: I. o projeto do PPA, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31/08) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (15/12); II. o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15/04) e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (30/06); III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31/08) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (15/12). 7 Durante a execução do orçamento, as dotações inicialmente aprovadas na LOA podem revelar-se insuficientes para realização dos programas de trabalho, ou pode ocorrer a necessidade de realização de despesa não autorizada

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autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais pelo Legislativo por maioria

absoluta; vinculação de receita de impostos, além das previstas na Constituição; abertura

de crédito suplementar ou especial sem autorização legislativa e sem indicação de

recursos; utilização de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social no

financiamento de déficit de empresas, fundações e fundos, salvo se houver autorização

legislativa específica; instituição de fundos sem prévia autorização legislativa. Os créditos

especiais e extraordinários têm vigência no exercício financeiro em que forem

autorizados, salvo se a autorização for promulgada no ultimo quadrimestre.

6. CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS Originárias – de serviços cobrados, que tem uma origem real de uma venda (preços

públicos). Provêm do próprio patrimônio do Estado.

Derivadas – derivadas dos contribuintes (tributos), obtidas pelo Estado mediante sua

autoridade coercitiva.

6.1. CLASSIFICAÇÃO POR CATEGORIAS ECONÔMICAS

A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e

Receitas de Capital.

Essas mesmas categorias são adotadas na classificação da despesa: Despesas

Correntes e Despesas de Capital. Com essa dualidade classificatória, fica possibilitada a

organização de um quadro-resumo, que destaca o Orçamento Corrente formado pelas

Receitas e Despesas Correntes e o Orçamento de Capital, constituído pelas Receitas e

Despesas de Capital, de especial utilidade nas análises macroeconômicas. Quando da

descrição do critério econômico de classificação da despesa, as contas são divididas em: inicialmente. Assim, a LOA poderá ser alterada no decorrer de sua execução por meio de créditos adicionais, que são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na lei do Orçamento. Os Créditos Adicionais classificam-se em Suplementares, destinados ao reforço de dotações orçamentárias já existentes, Especiais, destinados a despesas para as quais não haja dotação específica, e Extraordinários, destinados a despesas imprevisíveis e urgentes, em decorrência de guerra, comoção interna ou calamidade pública. A Lei 4.320/64 em seu artigo 42 estabelece que os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo, e em seu artigo 44 estabelece que os créditos extraordinários serão abertos por Medida Provisória, no caso do Governo Federal, e por decreto do Poder Executivo para os demais entes, dando imediato conhecimento ao Poder Legislativo. Para abertura de Créditos Suplementares e Especiais, torna-se necessária a existência de fontes de recursos para financiá-los. No caso dos Créditos Extraordinários, não há necessidade de fonte específica. As fontes de recursos legítimas para abertura de Créditos Suplementares e Especiais são: Superávit Financeiro - é a diferença positiva entre o Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro, apurado em Balanço Patrimonial, conjugando-se, ainda, os saldos dos Créditos Adicionais transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas; Excesso de arrecadação - é o saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada; Anulação parcial ou total de dotação - é o cancelamento total ou parcial de dotações consideradas excedentes com o objetivo de adicioná-las àquelas consideradas insuficientes; Operações de créditos - são empréstimos obtidos pelo Estado, podendo ser internas ou externas. Será interna quando contraída dentro do próprio País; e externa quando contratada fora deste.

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Despesas Correntes e Despesas de Capital que correspondem, no âmbito do setor

governamental, às variáveis macroeconômicas consumo e investimento. Juntar Receitas e

Despesas Correntes e Receitas e Despesas de Capital possibilita mostrar de onde saem os

recursos para financiar o consumo e os investimentos públicos, inclusive os valores que,

apurados como superávit do Orçamento Corrente, irão engrossar a poupança governamental e

viabilizar os investimentos.

6.2. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR ORIGEM

A Classificação da receita por origem leva em consideração a classificação dos diversos

tributos arrecadados no país, enfocando, portanto, a ótica da arrecadação das receitas, a

saber:

Receitas Correntes:

• Receita Tributária

• Receita de Contribuições

• Receita Patrimonial

• Receita Agropecuária

• Receita Industrial

• Receita de Serviços

• Transferências Correntes

Receitas de Capital:

• Operações de Créditos

• Alienação de Bens

• Amortização de Empréstimos

• Transferência de Capital

• Outras Receitas de Capital

Receita Tributária – envolve apenas os tributos, considerada a conceituação da legislação

tributária: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria. É, por conseguinte, uma receita

privativa das entidades investidas com o poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e

Municípios.

Receita de Contribuições – engloba as do tipo social (contribuições previdenciárias,

salário-educação), e do econômico (cotas de contribuições sobre exportação).

Receita Patrimonial – São as receitas que provêm das rendas geradas pelo patrimônio do

próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de aluguéis, as receitas

decorrentes das vendas de bens, dividendos e participações. Entram ainda neste conceito as

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receitas decorrentes de pagamento de royalties pela exploração do seu patrimônio por

delegatários (concessionários e permissionários) de serviços públicos.

Receita Agropecuária – decorre da exploração econômica de atividades agropecuárias,

tais como: agricultura, pecuária, além do beneficiamento de produtos agropecuários em níveis

não considerados industriais.

Receita Industrial - derivada de atividades industriais: extrativa mineral, de transformação.

Receita de Serviços - decorre de atividades como comércio, transporte, comunicações.

Transferências Correntes – são os recursos financeiros recebidos de pessoas jurídicas ou

físicas e que serão aplicados no atendimento de Despesas Correntes. Como por exemplo, a

transferência de recursos de origem tributária (cota parte do ICMS) que um nível de governo

(município) recebe de outro (Estado).

Outras Receitas Correntes – envolvem diversas outras receitas não enquadradas nas

classificações anteriores (multas, indenizações)

Operações de Crédito – envolvem a captação de recursos para atender desequilíbrios

orçamentários ou ainda, financiar empreendimentos públicos. É por meio dessa conta de

receita que são cobertos os déficits orçamentários que ensejam a formação da Dívida Pública.

Quanto à origem dos recursos, as Operações de Crédito podem ser Internas e Externas.

Alienação de Bens – Envolve o resultado obtido com a alienação de bens patrimoniais:

ações, títulos, bens móveis, imóveis etc.

Amortização de Empréstimos – Nos casos em que a entidade concede empréstimos, o

ingresso proveniente da amortização dos mesmos caracteriza receita de capital. O critério aqui

busca a coerência: se a obtenção de empréstimos é uma Receita de Capital e o pagamento,

uma Despesa de Capital, a receita oriunda da amortização do mesmo é, conseqüentemente,

de capital.

Outras Receitas de Capital – Envolvem as Receitas de Capital não classificáveis nas

outras fontes, como por exemplo, a indenização que a Petrobrás paga aos Estados e

Municípios pela extração de petróleo, xisto e gás natural, e abrangem ainda o resultado do

Banco Central, para integralização do capital social, a remuneração das disponibilidades do

Tesouro Nacional e o saldo do superávit corrente.

É importante observar que no Orçamento a classificação da receita segue a lei 4320/1964

e no âmbito da União cabe a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) o detalhamento da

receita, que o faz com base na classificação da receita por Natureza. Esta busca a melhor

identificação da origem do recurso segundo seu fato gerador. Face à necessidade de constante

atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres públicos, o esquema inicial de

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classificação (categoria econômica e fonte) foi desdobrado em seis níveis, que formam o

código identificador da natureza de receita, conforme o esquema apresentado a seguir:

O primeiro nível é a categoria econômica, corrente e de capital, que é detalhada por fonte

ou origem da receita, conforme a tabela a seguir mostra.

Estes dois níveis são detalhados em:

Espécie: nível de classificação vinculado à Origem, composto por títulos, que permitem

qualificar com maior detalhe o fato gerador de tais receitas. Por exemplo, dentro da Origem

Receita Tributária (receita proveniente de tributos), podemos identificar as suas espécies, tais

como impostos, taxas e contribuições de melhoria (conforme definido na CF/88 e no CTN),

sendo cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais.

Rubrica: nível que detalha a espécie com maior precisão, especificando a origem dos

recursos financeiros.

Alínea: nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro

pela entrada de recursos financeiros.

Subalínea: nível mais analítico da receita, o qual recebe o registro de valor, pela entrada

do recurso financeiro, quando houver necessidade de maior detalhamento da alínea.

Exemplo:

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6.3. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A VINCULAÇÃO DA RECEITA

Classificar a receita segundo a existência ou não de vinculação com a despesa decorre

da necessidade prática de se demonstrar as parcelas de recursos que já estão comprometidas

com o atendimento de determinadas finalidades e aquelas que podem ser livremente alocadas

a cada elaboração orçamentária.

Ao mesmo tempo que se busca limitar o máximo possível a vinculação de receita à

determinada despesa, a própria Constituição consagra alguns vínculos importantes: os Fundos

de Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM, e o Fundo de Financiamento do

Setor Produtivo das Regiões Norte, Nordeste, e Centro - Oeste.

A União entregará 47% do produto da arrecadação dos impostos sobre a renda e

proventos de qualquer natureza e daqueles sobre produtos industrializados (IPI), sendo: 21,5%

ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, 22,5% ao Fundo de Participação

dos Municípios e 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das

Regiões Norte, Nordeste e Cento - Oeste, por meio de suas instituições financeiras de caráter

regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-

árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer.8

A União entregará 10% do produto da arrecadação sobre produtos industrializados aos

Estados e ao Distrito Federal, em valor proporcional às respectivas exportações de produtos

industrializados (Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados –

FPEX).

8 CONSTITUÍÇÃO FEDERAL, art.159

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Outra vinculação estabelecida é a decorrente da obrigatoriedade da aplicação da União,

Estados, Distrito Federal e Municípios da receita resultante de impostos, compreendida a

proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino (Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

Educação - FUNDEB).

Independentemente das vinculações constitucionais, inúmeras outras disposições legais

estabelecem vínculos entre outros tipos de receitas, que não os impostos e despesas

determinadas9. É o caso, principalmente das contribuições, tais como, PIS/PASEP. As receitas

de Operações de Créditos, por sua própria natureza, precisam estar reservadas para

determinadas aplicações.

6.4. ESTÁGIOS DA RECEITA

A receita orçamentária passa por quatro fases denominadas estágios, que são:

1 - Previsão – é a estimativa do que se espera arrecadar, durante o exercício.

2 - Lançamento – é a identificação do devedor ou da pessoa do contribuinte. A Lei

4.320/64 e o Código Tributário Nacional definem lançamento como sendo o ato de pessoa

competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é devedora e

inscreve o débito desta. A partir do lançamento surge o crédito tributário.

3 - Arrecadação – A arrecadação da receita é o momento em que o contribuinte recolhe

ao agente financeiro (arrecadador), o débito devido à Fazenda Pública.

4 - Recolhimento – O recolhimento da receita é o momento em que o agente financeiro

(arrecadador) repassa o valor arrecadado ao Tesouro Nacional, Estadual, Distrital ou Municipal.

6.5. DÍVIDA ATIVA

A Dívida Ativa da União é composta por todos os créditos desse ente, sejam eles de

natureza tributária ou não-tributária, regularmente inscritos pela Procuradoria-Geral da Fazenda

Nacional, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão proferida

em processo regular.

A PGFN efetua a cobrança, por força do art. 12 da Lei Complementar n° 73, de 10 de

fevereiro de 1973, e do art. 1° do Decreto-Lei n° 147, de 3 de fevereiro de 1967, dos créditos

inscritos em dívida ativa da União, tributários ou não tributários, que tem origem em diversos

órgãos da administração pública federal, bem como do créditos não tributários do FGTS, por

força do art. 2º da Lei n.° 8.844 de 20 de janeiro de 1994, que são ditos órgãos de origem.

9 Para uma visão mais detalhada com todas as transferências constituições (legislação e dados estatísticos), visite http://www.stn.fazenda.gov.br/estados_municipios/transferencias_constitucionais.asp

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7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA DA DESPESA Para classificar uma despesa quanto à sua natureza deve-se considerar a categoria

econômica, cujo papel é dar indicações sobre os efeitos que os gastos públicos têm sobre a

economia como um todo; o grupo de despesa a que pertence; a forma de realização ou a

modalidade de aplicação dos recursos a ela consignados, isto é, se a despesa vai ser realizada

diretamente pela unidade orçamentária de cuja programação faz parte, ou indiretamente,

mediante transferência à outras esferas de governo, órgãos ou entidades, integrante ou não do

Orçamento; e, finalmente o seu objeto de gasto ou elemento de despesa.

O código da classificação da natureza da despesa é constituído por seis algarismos,

onde:

1º indica a categoria econômica da despesa;

2º indica o grupo de natureza da despesa;

3º/4º indicam a modalidade da aplicação;

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5º/6º indicam o elemento da despesa (objeto de gasto).

Os artigos 12 e 13 da Lei 4.320/64 exigem que as despesas orçamentárias sejam

detalhadas na lei orçamentária em categoria econômica, subcategoria econômica e elemento

de despesa. Já a Portaria Interministerial SOF/STN 163 de 04 de maio de 2001 detalha as

despesas em categoria econômica, grupo de natureza de despesa, modalidade de aplicação e

elemento da despesa como visto, mas tornando facultativo para todos os entes da federação o

desdobramento das despesas em elementos na LOA (Art. 6º)10.

7.1. CATEGORIA ECONÔMICA

A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os

seguintes códigos:

3 – Despesas Correntes - destinam-se à manutenção e ao funcionamento dos serviços

legalmente criados. São essencialmente operacionais.

4 – Despesas de Capital - têm por finalidade concorrer para a formação ou aquisição de

um bem de capital, como por exemplo: as obras de asfaltamento, as construções de rodovias,

de escolas, de hospitais e outras.

7.2. GRUPO DE DESPESAS

É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao

objeto de gasto, conforme discriminado a seguir:

1 – Pessoal e Encargos Sociais

2 – Juros e Encargos da Dívida

3 – Outras Despesas Correntes

4 – Investimentos

5 – Inversões Financeiras

6 – Amortização da Dívida

• Pessoal e Encargos Sociais: Despesas de natureza remuneratória decorrente do

efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do

pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações

trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários,

contribuição a entidades fechadas de previdência, outros benefícios assistenciais

classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, gratificações, adicionais e

10 “Art. 6o. Na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação”. MACHADO JR. e REIS (2003) questionam a constitucionalidade de uma Portaria que modifica uma lei que tem status de lei complementar, está em vigor e foi recepcionada pela Constituição de 1988 (Lei 4.320/64 exige a apresentação na LOA até o nível de elementos, no mínimo).

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outros direitos remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na

estrutura remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de

pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a

necessidade de excepcional interesse público e despesas com contratos de

terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de servidores e

empregados públicos, em atendimento ao disposto no art. 18, § 1º, da Lei

Complementar n. 101, de 2000.

• Juros e Encargos da Dívida: Despesas com o pagamento de juros, comissões e

outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como

da dívida pública mobiliária.

• Outras Despesas Correntes: Despesas com aquisição de material de consumo,

pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-

transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes"

não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

• Investimentos: Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a

aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a

aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

• Inversões Financeiras: Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já

em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou

entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe

aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas.

• Amortização da Dívida: Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal

e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual

ou mobiliária.

7.3. MODALIDADE DE APLICAÇÃO

A modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão aplicados mediante

transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária para outras

esferas de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem

fins lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela unidade detentora do crédito

orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo.

A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos

recursos transferidos ou descentralizados, e são separadas em:

20 – Transferências à União

30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal

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40 – Transferências a Municípios

50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais

71 – Transferências a Consórcios Públicos

80 – Transferências ao Exterior

90 – Aplicações Diretas

91 – Aplicação Direta Decorrente de Operações entre Órgãos, Fundos e Entidades

Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social

7.4. ELEMENTO DE DESPESA

De acordo com o parágrafo 3º do Artigo 3º da Portaria Interministerial 163 de 04 de maio

de 2001, o elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como

vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros

prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e

material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve

para a consecução de seus fins. Os códigos dos elementos de despesa definidos no Anexo II

da Portaria Interministerial 163 são:

01 - Aposentadorias e Reformas

03 - Pensões

04 - Contratação por Tempo Determinado

05 - Outros Benefícios Previdenciários

06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso

07 – Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência

08 - Outros Benefícios Assistenciais

09 - Salário-Família

10 - Outros Benefícios de Natureza Social

11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil

12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar

13 - Obrigações Patronais

14 - Diárias - Civil

15 - Diárias - Militar

16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil

17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar

18 - Auxílio Financeiro a Estudantes

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19 – Auxílio-Fardamento

20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores

21 - Juros sobre a Dívida por Contrato

22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato

23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária

24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária

25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita

26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária

27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares

28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos

30 - Material de Consumo

31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras

32 - Material de Distribuição Gratuita

33 - Passagens e Despesas com Locomoção

34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização

35 - Serviços de Consultoria

36 – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física

37 - Locação de Mão-de-Obra

38 - Arrendamento Mercantil

39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

41 - Contribuições

42 - Auxílios

43 - Subvenções Sociais

45 - Equalização de Preços e Taxas

46 - Auxílio-Alimentação

47 - Obrigações Tributárias e Contributivas

48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas

49 - Auxílio-Transporte

51 - Obras e Instalações

52 - Equipamentos e Material Permanente

61 - Aquisição de Imóveis

62 - Aquisição de Produtos para Revenda

63 - Aquisição de Títulos de Crédito

64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado

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65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas

66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos

67 - Depósitos Compulsórios

71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado

72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado

73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada

74 – Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada

75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita

76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado

77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado

81 - Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas

92 - Despesas de Exercícios Anteriores

93 - Indenizações e Restituições

94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas

95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo

96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado

99 - A Classificar11

8. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA DESPESA

A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e organização, as

quais são implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado com o propósito

de atender às exigências de informação demandadas por todos os interessados nas questões

de finanças públicas, como os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e os

cidadãos em geral.

A estruturação atual do orçamento público considera que as programações orçamentárias

estejam organizadas em Programas de Trabalho, e que esses possuam programação física e

financeira.

O Programa de Trabalho, que define qualitativamente a programação orçamentária, deve

responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar,

sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes blocos de informação:

Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação Funcional e Estrutura

Programática, conforme detalhado a seguir:

11 Elemento transitório que pode ser utilizado enquanto se aguarda a classificação em elemento específico, sendo vedada a sua utilização na execução orçamentária.

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QUADRO 02. CLASSIFICAÇÕES DAS DESPESAS

FONTE: Manual Técnico de Orçamento, 2008.

8.1. CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA

A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é fiscal (F), da

seguridade social (S) ou de investimento das empresas estatais (I), conforme já visto no § 5º do

art. 165 da Constituição.

Na base do SIDOR o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos

e será associado à ação orçamentária, com os seguintes códigos:

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8.2. CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

Sua finalidade principal é evidenciar as unidades administrativas responsáveis pela

execução da despesa, isto é, os Órgãos que gastam os recursos em conformidade com a

programação orçamentária. É um critério indispensável para a fixação de responsabilidades e

os conseqüentes controles de avaliações.

Em decorrência do modelo federativo brasileiro, as unidades de governo são autônomas

em cada nível, fazendo com que a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município

tenham o seu Orçamento próprio. Assim, no Orçamento da União, aparecem os Órgãos e

repartições federais, classificados inicialmente pelos três Poderes: Legislativo, Judiciário e

Executivo. O Poder Executivo, por exemplo, é primeiramente dividido em Órgãos. E cada

Órgão por sua vez, é subdividido em unidades orçamentárias - UO (exemplo: o Ministério da

Educação compreende diversas unidades orçamentárias, UFRJ, UnB, etc.)12.

A classificação institucional reflete a estrutura organizacional e administrativa

governamental e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade

orçamentária, conforme artigos 13 e 14 da Lei 4.320/67.

De acordo com estes dispositivos, a categoria Órgão tem o sentido de órgão setorial de

Governo ou unidade administrativa. Já unidade orçamentária compreende uma repartição do

órgão ou um agrupamento de serviços que se subordinam a determinado órgão. As dotações

orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são

consignadas às unidades orçamentárias, que são as estruturas administrativas responsáveis

pelos recursos financeiros (dotações) e pela realização das ações.

De acordo com Machado Jr. e Reis (2003), a unidade orçamentária é a responsável pelo

planejamento e execução de certos projetos e atividades e detém a competência para autorizar

despesa e/ou empenhar.

O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois

primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade orçamentária.

Por exemplo:

12 No projeto de Lei do Orçamento 2008 a União possui 436 unidades orçamentárias em 40 órgãos orçamentários. No orçamento fiscal e da seguridade social estão 377 unidades e no orçamento de investimento estão 59 unidades orçamentárias.

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8.3. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder basicamente à

indagação “em que” área de ação governamental a despesa será realizada e é representada

por cinco dígitos. Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e a

subfunção às quais se vinculam. A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria n. 42,

de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de

funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de

ação governamental nas três esferas de Governo. Trata-se de uma classificação independente

dos programas, e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados,

do Distrito Federal e da União, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor

público.

8.3.1. Função

Os dois primeiros dígitos da classificação funcional referem-se à função, que representa o

maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função está

relacionada com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde,

defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios.

A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se pode

associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas,

ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

Nesse caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo "Operações Especiais" que

correspondem aos códigos abaixo relacionados e que constarão apenas do orçamento, não

integrando o PPA:

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A codificação para a Reserva de Contingência foi definida pelo art. 8º da Portaria

Interministerial n. 163, de 4 de maio de 2001, a seguir transcrito:

Art. 8º. A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida

para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967,

ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de

recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao

disposto no art. 5º , inciso III13, da Lei Complementar no 101, de 2000, sob

coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada

nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código

“99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às classificações por função e

subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a codificação da

ação e o respectivo detalhamento.

8.3.2. Subfunção

A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa

uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesas do Setor

Público. Na nova classificação a subfunção identifica a natureza básica das ações que se

aglutinam em torno das funções.

13 III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: a) (VETADO). b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

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A classificação funcional será efetuada por intermédio da relação da ação (projeto,

atividade ou operação especial) com a subfunção e a função. A partir da ação, classifica-se a

despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto, em uma subfunção,

independente de sua relação institucional. Em seguida será feita a associação com a função,

associação esta voltada à área de atuação característica do Órgão/ unidade em que as

despesas estão sendo efetuadas. Deve-se atentar para o fato de que as subfunções podem ser

combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas na Portaria n. 42, de

1999.

Exemplo 1: uma atividade de pesquisa na Fundação Oswaldo Cruz do Ministério da

Saúde deve ser classificada – de acordo com sua característica – na subfunção n. 571

“Desenvolvimento Científico” e na função n. 10 “Saúde”.

Exemplo 2: um projeto de treinamento de servidores no Ministério dos Transportes será

classificado na subfunção n. 128 “Formação de Recursos Humanos” e na função n. 26

“Transportes”.

Exemplo 3: uma operação especial de financiamento da produção que contribui para um

determinado programa proposto para o Ministério da Agricultura será classificada na subfunção

n. 846 “Outros Encargos Especiais” e na função n. 20 “Agricultura”.

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QUADRO 03. TIPOS DE FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNO

FUNÇÕES SUBFUNÇÕES

01 – Legislativa 031 – Ação Legislativa

032 – Controle Externo

02 – Judiciária 061 – Ação Judiciária

062 – Defesa do Interesse Público no Processo

Judiciário

03 – Essencial à Justiça 091 – Defesa da Ordem Jurídica

092 – Representação Judicial e Extrajudicial

04 – Administração 121 – Planejamento e Orçamento

122 – Administração Geral

123 – Administração Financeira

124 – Controle Interno

125 – Normatização e Fiscalização

126 – Tecnologia da Informação

127 – Ordenamento Territorial

128 – Formação de Recursos Humanos

129 – Administração de Receitas

130 – Administração de Concessões

131 – Comunicação Social

05 – Defesa Nacional 151 – Defesa Aérea

152 – Defesa Naval

153 – Defesa Terrestre

06 – Segurança Pública 181 – Policiamento

182 – Defesa Civil

183 – Informação e Inteligência

07 – Relações Exteriores 211 – Relações Diplomáticas

212 – Cooperação Internacional

08 – Assistência Social 241 – Assistência ao Idoso

242 – Assistência ao Portador de Deficiência

243 – Assistência à Criança e ao Adolescente

244 – Assistência Comunitária

09 – Previdência Social 271 – Previdência Básica

272 – Previdência de Regime Estatutário

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273 – Previdência Complementar

274 – Previdência Especial

10 – Saúde 301 – Atenção Básica

302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial

303 – Suporte Profilático e Terapêutico

304 – Vigilância Sanitária

305 – Vigilância Epidemiológica

306 – Alimentação e Nutrição

11 – Trabalho 331 – Proteção e Benefício ao Trabalhador

332 – Relações de Trabalho

333 – Empregabilidade

334 – Fomento ao Trabalho

12 – Educação 361 – Ensino Fundamental

362 – Ensino Médio

363 – Ensino Profissional

364 – Ensino Superior

365 – Educação Infantil

366 – Educação de Jovens e Adultos

367 – Educação Especial

13 – Cultura 391 – Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico

392 – Difusão Cultural

14 – Direitos da Cidadania 421 – Custódia e Reintegração Social

422 – Direitos Individuais, Coletivos e Difusos

423 – Assistências aos Povos Indígenas

15 – Urbanismo 451 – Infra-Estrutura Urbana

452 – Serviços Urbanos

453 – Transportes Coletivos Urbanos

16 – Habitação 481 – Habitação Rural

482 – Habitação Urbana

17 – Saneamento 511 – Saneamento Básico Rural

512 – Saneamento Básico Urbano

18 – Gestão Ambiental 541 – Preservação e Conservação Ambiental

542 – Controle Ambiental

543 – Recuperação de Áreas Degradadas

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544 – Recursos Hídricos

545 - Meteorologia

19 – Ciência e Tecnologia 571 – Desenvolvimento Científico

572 – Desenvolvimento Tecnológico

573 – Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico

20 – Agricultura 601 - Promoção da Produção Vegetal

602 – Promoção da Produção Animal

603 – Defesa Sanitária Vegetal

604 – Defesa Sanitária Animal

605 – Abastecimento

606 – Extensão Rural

607 - Irrigação

21 – Organização Agrária 631 – Reforma Agrária

632 - Colonização

22 – Indústria 661 – Promoção Industrial

662 – Produção Industrial

663 – Mineração

664 – Propriedade Industrial

665 – Normatização e Qualidade

23 – Comércio e Serviços 691 – Promoção Comercial

692 – Comercialização

693 – Comércio Exterior

694 – Serviços Financeiros

695 - Turismo

24 – Comunicações 721 – Comunicações Postais

722 - Telecomunicações

25 – Energia 751 – Conservação de Energia

752 – Energia Elétrica

753 – Petróleo

754 - Álcool

26 – Transporte 781 – Transporte Aéreo

782 – Transporte Rodoviário

783 – Transporte Ferroviário

784 – Transporte Hidroviário

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785 – Transportes Especiais

27 – Desporto e Lazer 811 – Desporto de Rendimento

812 – Desporto Comunitário

813 - Lazer

28 – Encargos Especiais 841 – Refinanciamento da Dívida Interna

842 – Refinanciamento da Dívida Externa

843 – Serviços da Dívida Interna

844 – Serviços da Dívida Externa

845 – Outras Transferências

846 – Outros Encargos Especiais

847 – Transferências para a Educação Básica (1)

FONTE: Portaria do Ministério do Planejamento n. 42 de 1999.

NOTA: (1) Incluído pela portaria SOF n. 37, de 16 de Agosto de 2007, que altera o anexo

da Portaria MOG n. 42, de 14 de abril de 1999. O nome da função 845 foi alterado de

Transferências para Outras Transferências.

8.4. ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Os programas deixaram de ter o caráter de classificador e cada nível de governo passou

a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, e originada do processo

de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual – PPA.

Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do Orçamento anual a partir do

programa, “módulo” comum integrador do PPA com o orçamento. Em termos de estruturação, o

plano termina no programa e o Orçamento começa no programa, o que confere a esses

documentos uma integração desde a origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma

compatibilização entre módulos diversificados. O programa, como único módulo integrador, e

os projetos e as atividades, como instrumento de realização dos programas.

Cada programa deverá conter, no mínimo, objetivo, indicador que quantifique a situação

que o programa tenha por fim modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para

atingir o objetivo. Os produtos dos programas darão origem aos projetos e atividades. A cada

projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade

de medida, dará origem à meta.

Os programas serão compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de

programação denominada operações especiais. Essas últimas poderão fazer parte dos

programas quando entendido que efetivamente contribuem para a consecução de seus

objetivos. Quando não, as operações especiais não se vincularão a programas.

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8.4.1. Programas

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um

conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por

indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando à solução de um problema ou o

atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.

Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em programas,

orientados para consecução dos objetivos estratégicos definidos, para o período, no PPA. A

ação finalística é a que proporciona bem ou serviço para atendimento direto às demandas da

sociedade.

Os programas de ações não finalísticas são programas constituídos predominantemente

de ações continuadas, devendo conter metas de qualidade e produtividade a serem atingidas

em prazo definido.

No PPA 2004/2007 quatro eram os tipos de programas previstos:

• Programas finalísticos: resultam em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade.

Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), fórmulas

de cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo

programa. O indicador quantifica a situação que o programa tenha por fim modificar, de

modo a explicitar o impacto das ações sobre o público alvo.

• Programas de gestão das políticas públicas: abrangem as ações de gestão de Governo

e serão compostos de atividades de planejamento, orçamento, controle interno, sistemas

de informação e diagnóstico de suporte à formulação, coordenação, supervisão,

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avaliação e divulgação de políticas públicas. Seus atributos básicos são: denominação,

objetivo, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa;

• Programas de serviços ao Estado: resultam em bens e serviços ofertados diretamente

ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Seus atributos básicos são:

denominação, objetivo, indicador(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade

responsável pelo programa;

• Programa de apoio administrativo: correspondem ao conjunto de despesas de natureza

tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem para a consecução dos

objetivos dos programas finalísticos e de gestão de políticas públicas, não são passíveis

de apropriação a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de prover os Órgãos

da União dos meios administrativos para a implementação e gestão de seus programas

finalísticos.

Já no PPA 2008-2011 o Governo Federal reduziu a dois tipos de programas:

• Programas finalísticos: quando resulta em bens e serviços ofertados diretamente à

sociedade, cujos resultados sejam passives de mensuração;

• Programas de apoio às políticas públicas e áreas especiais: são programas voltados

aos serviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de políticas setoriais, à

coordenação, à avaliação ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens

ou serviços ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas

de natureza tipicamente administrativas. Ou seja, programas que reúnem os outros três

tipos de programas do PPA 2004-2007.

E no atual PPA 2012-2015 o Governo Federal alterou os nomes dos tipos de programas

para:

• Programas Temáticos: retrata no Plano Plurianual a agenda de governo organizada

pelos Temas das Políticas Públicas e orienta a ação governamental. Sua abrangência

deve ser a necessária para representar os desafios e organizar a gestão, o

monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades e a

territorialidade. Ex: Agricultura Irrigada, Bolsa Família, Ciência, Tecnologia e Inovação,

Comércio Exterior, Mobilidade Urbana, Saneamento.

• Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: instrumentos do Plano que

classificam um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da

atuação governamental, bem como as ações não tratadas nos Programas Temáticos

por meio de suas Iniciativas.

Na base do SIDOR, o campo que identifica o Programa contém quatro dígitos.

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Como visto, cada programa será composto de ações que podem ser orçamentárias

(ações, projetos e operações especiais) ou não-orçamentárias, que são ações que não tem

dotação orçamentária mas que constam do Plano Plurianual (PPA).

8.4.2. Ações

As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem

para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as

transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e

jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, doações, etc, e os

financiamentos.

As ações orçamentárias, conforme suas características podem ser classificadas como

atividades, projetos ou operações especiais.

• Atividade: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,

envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e

permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação

de governo.

• Projeto: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,

envolvendo um conjunto de operações, que se realizam num período limitado de tempo,

das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da

ação de governo.

• Operação Especial: são ações/despesas que não contribuem para a manutenção,

expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto

e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Representam,

basicamente, o detalhamento da função “Encargos Especiais”.

São despesas passíveis de enquadramento nesta ação: amortizações e encargos,

aquisição de títulos, pagamento de sentenças judiciais, transferências a qualquer título

(não confundir com descentralização), fundos de participação, operações de

financiamento (concessão de empréstimos), ressarcimentos de toda a ordem,

indenizações, pagamento de inativos, participações acionárias, contribuição a

organismos nacionais e internacionais, compensações financeiras.

Na base do SIDOR a Ação é identificada por um código alfanumérico de 8 dígitos:

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O localizador de gasto indica a localização física da ação, permitindo maior controle

governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, podendo ser de

abrangência nacional, no exterior, por região, por Estado ou Município. Ao observar o 1º dígito

do código pode-se identificar o tipo de ação:

Além da classificação programática da despesa, tem-se também a classificação quando a

natureza da despesa.

8.5. ESTÁGIOS DA DESPESA

A partir da disponibilização dos créditos orçamentários e/ou adicionais, cada Unidade

Gestora Executora (UGE) passa a realizar as despesas. Entretanto, para que isso ocorra deve-

se observar o rito normal que inclui três estágios:

8.5.1. EMPENHO

É o primeiro estágio da despesa. É o ato emanado da autoridade competente que cria

para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não, de implemento de condição. O

empenho da despesa é ato de autoridade, legalmente autorizada para tal fim. Não se deve

confundir, empenho da despesa com nota de empenho; esta é a materialização daquele.

O empenho é prévio, ou seja, precede à realização da despesa e está restrito ao limite do

crédito orçamentário, conforme determina a Lei 4.320/64, em seu artigo 60.

Modalidades de Empenho

Ordinário – Modalidade para atender a despesa, com montante previamente conhecido e

cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez. Exemplo: compra de material de consumo ou

permanente.

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Estimativo – Será emitido empenho por estimativa, quando não se puder determinar o

montante da despesa. Exemplo: água, luz, telefone.

Global – É o empenho emitido para atender as despesas contratuais, cujo montante é

conhecido, todavia a sua liquidação e pagamento está sujeita a parcelamento. Exemplo:

contratos de prestação de serviços e aluguel, pagamento de pessoal, convênios, etc.

Através do Decreto nº 2.439, de 23/12/9714, foi instituído o Empenho com Garantia de

Pagamento Contra Entrega, que é o tipo de empenho utilizado pela Administração Pública,

tendo por finalidade a realização de despesas com prestação de serviços ou compras, cujo

valor limite obedecerá ao teto fixado para dispensa de licitação, e ainda, para os serviços de

fornecimento de água e esgoto, energia elétrica e comunicações, independentemente do seu

valor. Esta sistemática deverá ser adotada pelas UGE que utilizam o sistema SIAFI na

modalidade total, em relação aos fornecedores de pequenas compras e serviços, inscritos no

Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF.

8.5.2. LIQUIDAÇÃO

A liquidação é o segundo estágio da despesa e consiste na verificação do direito

adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo

crédito, ou seja, é a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes do

empenho.

A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar a origem e o objeto do que se deve

pagar, a importância exata e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação.

O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os atos de verificação e

conferência, desde a entrega do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da

despesa. Ao fazer a entrega do material ou a prestação do serviço, o credor deverá apresentar

a nota fiscal, fatura ou recibo correspondente, acompanhada da primeira via da nota de

empenho, devendo o funcionário competente atestar o recebimento do material ou a prestação

do serviço, no verso da nota fiscal, fatura ou recibo.

Somente após a apuração do direito adquirido pelo credor a UGE providenciará o

pagamento da despesa. Evidentemente, nenhuma despesa poderá ser paga sem estar

devidamente liquidada.

8.5.3. PAGAMENTO

Constitui o terceiro e último estágio da despesa e consiste na entrega do numerário ao

credor do Estado, extinguindo-se o débito ou obrigação.

9. SUPRIMENTO DE FUNDOS. 14 Hoje a sistemática é regulada pelo Decreto 3.473 de 18/05/2000.

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O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos casos de despesas

expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre

precedida de empenho na dotação própria, para o fim de realizar despesas que pela

excepcionalidade, a critério do Ordenador de Despesa e sob sua inteira responsabilidade, não

possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes casos:

• Para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que

exijam pronto pagamento em espécie;

• Quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em

regulamento; e

• Para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em

cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

A concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer por meio do Cartão de

Pagamento do Governo Federal, utilizando as contas de suprimento de fundos somente em

caráter excepcional, onde comprovadamente não seja possível utilizar o cartão.

Entende-se por entrega do numerário a disponibilização de recurso financeiro para

realização dos gastos, seja por limite lançado no Cartão de Pagamento do Governo

Federal, por depósito em conta corrente ou por posse de valor em espécie. O prazo

máximo para aplicação do suprimento de fundos será de até 90 (noventa) dias a contar da

data do ato de concessão do suprimento de fundos, e não ultrapassará o término do

exercício financeiro.

10. RESTOS A PAGAR

Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até 31 de

dezembro do ano a que pertençam, podendo ocorrer da seguinte forma:

a) Restos a Pagar Não Processados - referem-se aos empenhos não liquidados até 31

de dezembro.

b) Restos a Pagar Processados - referem-se aos empenhos liquidados e não pagos até

31 de dezembro.

O Decreto 93.872, de 23.12.96, em seu art. 35 determina que o empenho da despesa

não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo

quando:

- ainda vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

- quando for de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação

assumida pelo credor;

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- se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; e

- compromisso assumido no exterior.

Os empenhos não anulados, bem como os referentes a despesas já liquidadas e não

pagas, são automaticamente inscritos em Restos a Pagar no encerramento do exercício

pelo SIAFI.

A inscrição de valores em Restos a Pagar terá validade até 31 de dezembro do ano

subseqüente ao da emissão do empenho. Após esta data, os saldos remanescentes serão

automaticamente cancelados pelo SIAFI, permanecendo em vigor, no entanto, o direito do

credor por até 5 (cinco) anos, a partir de sua inscrição.

Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101 de 04/05/2000),

em seu artigo 42,

“ É vedado ao titular de Poder ou Órgão referido no art. 20, nos últimos

dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa

que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha

parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente

disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão

considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o

final do exercício.”

11. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

São as dívidas resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros

anteriores àqueles em que ocorrerem os pagamentos. Deverão ser pagas na rubrica

orçamentária “Despesas de Exercícios Anteriores”, as dívidas de exercícios encerrados

devidamente reconhecidas pelas autoridades competentes.

As dívidas de que se trata o parágrafo anterior compreende as seguintes categorias15:

• Despesas de exercícios encerrados, para as quais o Orçamento respectivo

consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, e que não tenham

sido processadas na época própria;

• Despesas de Restos a Pagar com prescrição interrompida; e

• Compromissos reconhecidos pela autoridade competente, após o encerramento do

exercício.

15 Lei 4.320. Comentada por J. Teixeira Machado Jr. e Heraldo da Costa Reis.25ª.ed.ver.atual. Rio de Janeiro. IBAM, 1993 e Decreto nº 93.872/86.

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As categorias acima serão pagas à conta de dotação específica consignada no

Orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem

cronológica.

12. CONTA ÚNICA DO TESOURO

A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no Banco Central do Brasil, tem por

finalidade acolher as disponibilidades financeiras da União a serem movimentadas pelas

Unidades Gestoras – UG da Administração Federal dos Órgãos e entidades integrantes do

Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, na

modalidade “on line”.

A operacionalização da Conta Única do Tesouro Nacional será efetuada por intermédio

do Banco do Brasil ou, excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo

Ministério da Fazenda, através da Secretaria do Tesouro Nacional.

Os documentos utilizados pela CONTA ÚNICA são os seguintes, de acordo

com as respectivas finalidades:

• ORDEM BANCÁRIA – OB – utilizada para pagamento de obrigações da UG e

demais movimentações financeiras;

• GUIA DE RECOLHIMENTO DA UNIÃO - GRU - utilizada para recolhimento de

todas as receitas, depósitos e devoluções para órgãos, fundos, autarquias,

fundações e demais entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade

social, excetuadas as receitas administradas pelo Instituto Nacional do Seguro

Social - INSS, Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB e pela

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN;

• DOCUMENTO DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS FEDERAIS – DARF –

utilizado para recolhimento de receitas federais administradas pela Secretaria da

Receita Federal do Brasil - RFB e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional -

PGFN;

• GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – GPS – utilizada para recolhimento de

receitas da previdência social e da contribuição do Salário Educação;

• DOCUMENTO DE RECEITAS DE ESTADOS E/OU MUNICÍPIOS – DAR –

utilizado para recolhimento de tributos dos Governos Estaduais;

• GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E DE INFORMAÇÕES DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL – GFIP - utilizada para recolhimento de receitas do

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

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• NOTA DE SISTEMA – NS - utilizada para registro dos movimentos financeiros

efetuados pelo BACEN na Conta Única mediante autorização da STN e registro

de depósito direto;

• NOTA DE LANÇAMENTO – NL – utilizada para lançamentos complementares

da conciliação da Conta Única.

13. SIAFI

SIAFI é o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal que

consiste no principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da

execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal.

Definido e desenvolvido pela STN, em conjunto com o SERPRO, o Sistema Integrado

de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, foi implantado em janeiro de

1987, para suprir o Governo Federal de um instrumento moderno e eficaz no controle e

acompanhamento dos gastos públicos.

Com o SIAFI, os problemas de administração dos recursos públicos foram reduzidos.

Hoje o Governo Federal tem uma Conta Única para gerir, de onde todas as saídas de

dinheiro ocorrem com o registro de sua aplicação e do servidor público que a efetuou.

Trata-se de uma ferramenta importante para executar, acompanhar e controlar com

eficiência e eficácia a correta utilização dos recursos da União.

Centralizado em Brasília, ligado por teleprocessamento aos Órgãos do Governo Federal

distribuídos no País e no exterior. Essa ligação, que é feita pela rede de telecomunicações

do SERPRO e também pela conexão a outras inúmeras redes externas, garante o acesso

ao sistema às quase 17.874 Unidades Gestoras ativas no SIAFI.

Para facilitar o trabalho de todas essas Unidades Gestoras, o SIAFI foi concebido para

se estruturar por exercícios: cada ano equivale a um sistema diferente, ou seja, a regra de

formação do nome do sistema é a sigla SIAFI acrescida de quatro dígitos referentes ao ano

do sistema que se deseja acessar: SIAFI2000, SIAFI2001, SIAFI2002, etc.

Por sua vez, cada sistema está organizado por subsistemas - atualmente são 21 - e

estes, por módulos. Dentro de cada módulo estão agregadas inúmeras transações, que

guardam entre si características em comum. Nesse nível de transação é que são

efetivamente executadas as diversas operações do SIAFI, desde entrada de dados até

consultas.

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Cada subsistema tem uma função própria e bem delimitada no SIAFI.

14. SIDOR

O SIDOR, Sistema Integrado de Dados Orçamentários, é o Sistema de Informações

Corporativas da Secretaria de Orçamento Federal do MPOG. Seu objetivo é dotar o

processo orçamentário de uma estrutura de processamento de dados consoante às

modernas ferramentas da tecnologia de informação, consubstanciadas na implementação

de um conjunto de processos informatizados e estruturas de dados que dão suporte às

atividades do Sistema Orçamentário Federal.

Atualmente, o SIDOR está sofrendo um processo de desativação, sendo substituído

pelo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (SIOP).

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QUESTÕES CESPE PF 2012 – Agente 01. Ao fornecedor que deseje ver inscrito em restos a pagar os valores devidos pela

administração pública na condição de despesa já processada será suficiente provar que foi

realizado o pertinente empenho da despesa.

02. O gestor público que pretenda sacar recursos da Conta Única do Tesouro deverá realizá-lo

por intermédio de ordem bancária, diretamente no SIAFI. Para a efetivação de pagamentos,

esses recursos são disponibilizados no Banco do Brasil S.A.

03. Um servidor designado pelo ordenador de despesas poderá realizar, com suprimento de

fundos, o pagamento de despesas do vice-presidente da República durante viagens nacionais.

04. A alienação de bem da administração pública não é classificada como receita efetiva.

PF 2009 - Agente 05. É função do Ministério da Justiça fazer que o governo federal contemple em seu

orçamento, que terá vigência de quatro anos, os recursos necessários ao pleno funcionamento

do Departamento de Polícia Federal.

06. Com o advento do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal

(SIAFI), houve grande centralização da gestão de recursos, o que permitiu a padronização dos

métodos e rotinas de trabalho e restringiu a gestão e o controle do ordenador de despesas,

com a perda da individualização dos recursos para cada unidade gestora.

07. O recurso financeiro proveniente de outra pessoa de direito público pode ser classificado

como receita de capital.

HORA DE EXERCITAR

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08. O estágio de execução da receita classificado como arrecadação ocorre com a

transferência dos valores devidos pelos contribuintes ou devedores à conta específica do

Tesouro.

09. Ao elaborar o planejamento orçamentário do seu órgão, o agente público deve considerar

que as obrigações de seu ente público com terceiros compõem a dívida ativa da União.

10. É vedado ao servidor público receber três suprimentos de fundos simultaneamente, mesmo

que desenvolva missões distintas.

11. Nem todas as receitas são recolhidas à conta única do Tesouro, podendo ser revertidas a

outras contas-correntes.

PF 2004 - Agente Considerando as características, os princípios, as técnicas e as normas próprias da

administração financeira e orçamentária do setor público federal brasileiro, julgue os itens

subseqüentes.

12. A elaboração e a execução orçamentárias são processadas em um mesmo sistema

informatizado, o que garante celeridade e uniformidade.

13. O princípio da não-vinculação das receitas de impostos pode aceitar novas exceções desde

que haja alteração no texto constitucional.

14. A liquidação da despesa ocorre no momento em que o credor recebe o valor que lhe é

devido pelo setor público.

TCU – 2011 Considerando que o orçamento público se tornou peça fundamental no planejamento da ação

dos governos em todo o mundo, particularmente no Brasil, após a promulgação da CF, julgue

os itens subseqüentes.

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15. A exigência de compatibilidade entre o PPA e a LOA não se aplica ao primeiro ano de

mandato do chefe do Poder Executivo, quando os respectivos projetos são analisados

simultaneamente pelo Poder Legislativo.

16. A LOA não pode consignar auxílio para investimentos que se devam incorporar ao

patrimônio das empresas privadas de qualquer natureza.

17. Se a LOA de determinado município previr receitas e fixar despesas no total de R$ 90

milhões, mas a administração pública verificar, no último trimestre do ano, que a arrecadação

de receitas somente atingirá R$ 89 milhões, as despesas desse ente federado terão de ser

cortadas para que seu montante total corresponda ao da receita.

Tendo em vista que, para atingir seus objetivos, o orçamento deve recorrer a determinadas

técnicas de classificação das receitas e despesas, bem como percorrer um rito de elaboração,

discussão, aprovação e execução bem delimitado, julgue os itens seguintes, a respeito desse

tema.

18. A despesa orçamentária não efetiva é definida como aquela que, no momento da sua

realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil

permutativo.

19. Se o governo federal homologar o resultado de determinado concurso público em setembro

de determinado ano, prevendo a nomeação dos aprovados para janeiro do ano subseqüente,

mas descobrir-se depois que os recursos necessários para o pagamento dos salários dos

novos servidores não foi previsto na lei orçamentária, o órgão encarregado das nomeações

poderá pedir a abertura de um crédito extraordinário.

20. Se determinado município precisar urgentemente aprovar a autorização legal para a

contratação de determinado empréstimo destinado a reformar as escolas locais antes do início

do período letivo, tal autorização não poderá ser incluída na LOA, pois essa lei não pode conter

dispositivo estranho à previsão das receitas e à fixação das despesas.

21. Como parte integrante do processo orçamentário, o PPA deve obedecer ao princípio da

universalidade.

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22. Entre as três leis ordinárias previstas pela CF para dispor sobre orçamento, somente a LOA

é obrigada a observar o princípio da especificação.

23. A situação de calamidade pública de determinada região brasileira, em razão de eventos da

natureza, autoriza a abertura de créditos orçamentários extraordinários pela União por medida

provisória.

GABARITO: 01 – E

02 – C

03 – C

04 – C

05 – E

06 – E

07 – C

08 – E

09 – E

10 – C

11 – C

12 – E

13 – C

14 – E

15 – E

16 – E

17 – E

18 – C

19 – E

20 – E

21 – E

22 – C

23 – C

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BIBLIOGRAFIA

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https://www.portalsof.planejamento.gov.br/bib/MTO/MTO_2008_03.pdf

CARVALHO, Deusvaldo. Orçamento e Contabilidade Pública. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2006.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – Seção II – DOS ORÇAMENTOS, Artigos 165 a 169.

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GIACOMONI, James. Orçamento Público. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LEI Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

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MACHADO JR., J. Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A Lei 4.320 Comentada e a Lei de

Responsabilidade fiscal. 31ª ed. Rio de Janeiro: IBAM, 2003.

PORTARIA SOF nº 37, de 16 de Agosto de 2007.

PORTARIA Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001.

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RESOLUÇÃO do Senado Federal n. 40, de 2001.