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ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA Superintendência de Policia Técnico-Científico Gerência de Ensino Policial Técnico-Científico Curso de Formação Auxiliar de Autopsia Médico Legista Perito Criminal NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA Perita Criminal Emmeline Flor Ribeiro Perito Criminal Fernando Fortes Picoli Perito Criminal Wagner Torres Fernandes Goiânia/GO Agosto / 2015

Nocoes de Criminalistica

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ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de FormaoAuxiliar de AutopsiaMdico LegistaPerito CriminalNOESDECRIMINALSTICAPerita Criminal Emmeline Flor RibeiroPerito Criminal Fernando Fortes PicoliPerito Criminal Wagner Torres FernandesGoinia/GOAgosto / 2015ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 2SUMRIO1 - INTRODUO pg. 22 - EVOLUO HISTRICA pg. 33 - EVOLUO CONCEITUAL pg. 74 - AS CINCIAS RELACIONADAS COM A CRIMINALSTICA pg. 85 - A PERCIA NO CONTEXTO PROCESSUAL pg. 86 - CORPO DE DELITO pg. 107 - VESTGIO, EVIDNCIA E INDCIO pg. 118 - MODUS OPERANDI pg. 129 - LOCAL DE CRIME pg. 1310 - ISOLAMENTO E PRESERVAO DE LOCAL DE CRIME pg. 1511 - REQUISIO DE EXAMES DE CORPO DE DELITO (PERCIAS) pg. 1612 - PERCIAS pg. 18REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS pg. 231 - INTRODUOA Criminalstica uma disciplina jovem que surgiu a partir dos trabalhos desenvolvidospela Medicina Legal nos sculos passados.Nosprimrdiosdafasetcnico-cientfica,apartirdosculoXIX,cabiaMedicinaLegal,almdosexamesdeintegridadefsicadocorpohumano,todaapesquisa,buscaedemonstrao de outros elementos relacionados com a materialidade do fato penal, como oexame dos instrumentos do crime e demais evidncias extrnsecas ao corpo humano.Com o advento de novos conhecimentos e desenvolvimento das reas tcnicas, comofsica, qumica, biologia, matemtica, toxicologia etc., tomou-se necessidade real a criao deumanovadisciplinaparaapesquisa,anlise,interpretaodosvestgiosmateriaisencontradosemlocaisdecrime,tornando-se,assim,fonteimperiosadeapoiopolciaejustia.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 3A Criminalstica uma cincia que se utiliza do conhecimento de outras cincias parapoderrealizaroseumister,qualseja,odeextrairinformaesdequalquervestgioencontradoemumlocaldeinfraopenal,que propiciem aobteno deconclusesacercado fato ocorrido, reconstituindo os gestos do agente da infrao e, se possvel, identificando-o.Portanto, Criminalstica uma cincia que objetiva a individualizao e a identificaodoselementosmateriaisrelacionadosaosdelitosemgeral,valendo-sedassuasprpriasregrasemetodologiasedoconhecimentodasdemaiscincias,afimdesaberoqueaconteceu, a maneira como se desenvolveu os fatos e quem cometeu o crime.2 - EVOLUO HISTRICA2.1 - MUNDO:PR-HISTRIA:historiadorescitamaexistnciadereproduesdeimpressesatinta,desenhos em cavernas, vestgios de mos e dedos.SCULO VII, AC, na CHINA: utilizao de desenhos digito-papilares em documentos.MOISS:segundoaBblia,quandoMOISSconduziaopovodeIsraelparaCana,Deusestabeleceuleisenormasdecondutaeleisespirituais.Dentreessasleis,umaquedizia:"Quando na terra que te der o Senhor teu Deus para possu-la se achar algum morto, cadonocampo,semquesesaibaquemomatou,sairoosteusancioseosteusjuzes,emediroadistnciaatscidadesque estiverememredordomorto".DEUTERONMIO21:1-2 - EXPIAO POR MORTE CUJO AUTOR DESCONHECIDO.EGITO E ROMA: diante de problemas de terras, havia pessoas especialistas nesse ofcio.VELHA ROMA: CSAR aplicara mtodo do exame de local, segundo nos informa TCITO. que PLANTIUS SILVANUS, tendo jogado de uma janela sua mulher, APRNIA, foi levado presena de CSAR, que foi examinar o seu quarto de dormir e nele encontrou sinais certosdeviolncia.EstecomparecimentodeCSARaumsupostolocaldecrime,podeser,seguramente, o primeiro exame direto de um local de crime, visando tomar conhecimento dofatoali,efetivamente,ocorridoe,emresumo,acoletadeprovasparaaformalizaodaconvico.LEI VALRIA: criou a primeira polcia de investigao, instituiu com delegao de poderes dopovo,doisQUESTORESPARRICIDIIparapresidiremostrabalhoscriminais,dirigiremoprocesso de instruo e procederem ao julgamento do investigado.1550 AmbrsioPare:falavanaFranasobreosferimentosproduzidospelosprojteisdearma de fogo.1563 JoodeBarros:desenvolvimentodaDATILOSCOPIA,comestudosdaslinhaspapilares.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 41651 PaoloZachias:publicouemRomaumaobraintituladaQuestesMdicoLegais,conquistando assim o ttulo de PAI DA MEDICINA LEGAL.1664 MarceloMalpighi: mdicoanatomista,deucontinuidadeaotrabalho,empregandoconhecimentosdemetodologiacientfica,estudandoaspapilasdrmicasnasmosenas extremidades dos dedos.1684 Nehemiah Grew : publicou estudos sobre impresses digitais.1753 Boucher: realizou trabalhos sobre Balstica Forense.1823 Purkinje: classificou os desenhos papilares em nove grupos.1852 Orfila: publicou um trabalho sobre Toxicologia. CharlesRobin:aperfeiooua microfotografia,tornandopossveisostrabalhossobreHematologia Forense. Alfhonse Bertillon: criou um sistema identificatrio baseado em dados cromticos queevoluiu para o retrato falado.1858 William James Herschel: iniciou estudos sobre as impresses digitais, concluindo pelasua imutabilidade. HenryFaulds:observouimpressesdigitaisgravadasempeasdecermicapr-histrica, iniciando seus estudos sobre as impresses digitais, sugerindo: Que as impressesdigitaisfossemtomadascomtintapretadeimprensa;Quefossemexaminadascomlentes;Que existe certa semelhana entre as impresses digitais dos homens e dos macacos.1864 Lombroso: props o sistema antropomtrico como processo de identificao.1872 Selmi: descobriu as ptomanas, abrindo um novo campo na Toxicologia Forense.1888 FrancisGatton:fezestudoscomparativosentreossistemasdeBertillon(Antropometria), e o das impresses digitais.1891 FranciscoLatzinaeJuanVucetich:implementaramosistema datiloscpico que usado at hoje no Brasil.1893 Hans Gross Juiz de instruo e professor de Direito Penal, autor da obra "SYSTEMDERKRIMINALISTIK" - SISTEMADECRIMINALSTICA,consideradooPAIDACRIMINALISTICA.1894 O trabalho de Hans Gross d origem ao Laboratrio de Polcia Cientfica da Espanha.1899 Hans Gross: criou na ustria os arquivos de Antropologia e Criminalstica.1901 Hans Gross: publicou a sua obra Enciclopdia de Criminalstica.1909 A.N. Osborn: publicou um livro intitulado Questioned Documents.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 52.2 - BRASIL:1603 Comasordenanas,tem-senotciadeatostcnicos,comoCdigodoImprioprevendo a realizao de exames periciais.1903 Foi institudo o Sistema Dactiloscpico de VUCETICH no BRASIL.1913 RUDOLPH ARCHIBALD REISS, Diretor do Instituto de Polcia Tcnica da Sua, vemao BRASIL ministrar aulas de Criminalstica.1941 DECRETO-LEIn.3.689,de3deoutubro:instituiuoCDIGODEPROCESSOPENAL,quefederalizoueunificoutodaalegislaoprocessualpenal;tambmaperciaoficialrecebeutratamentoalturadaimportnciadasprovasqueproduz,mesmonohavendo, na poca, rgos periciais estruturados em todo os Estados da federao; existiamapenas os IMLs e alguns Institutos de Criminalsticas.1947 AconteceunacidadedeSoPauloo1.CongressoNacionaldePolciaTcnica,sendo formulados conceitos de Criminalstica e de Medicina Legal;1964 REGIME DITATORIAL- Triste perodo da Percia Oficial.- Emvrioscasos,oslaudosservirammaispararespaldaravontadedoEstadodoquepara atender aos reclamos da busca da verdade.- Controle da Justia.- Ingerncia no trabalho pericial.- No requisio da realizao da percia.- Falta de interesse em melhorar as estruturas dos rgos da percia oficial.- Aes exageradas e arbitrrias de agentes do Estado (militares e policiais,principalmente).- Caso do Jornalista Wladimir Herzog: foi assassinado por agentes do Estado, em que foiproduzido um laudo de suicdio por enforcamento.- Casos reanalisados entre 1997/1999, por uma Comisso dos Desaparecidos Polticos,nomeada pelo Ministro da Justia.1966 Aconteceu na cidade de So Paulo o 2. Congresso Nacional de Criminalstica, sendoformulados novos conceitos de Criminalstica.1988 CONSTITUIO FEDERAL- Avanos no campo legislativo e estrutural.- Novas Constituies Estaduais.- EmnoveEstados,determinou-seadesvinculaodaestruturadaPolciaCivil,comrgos periciais com estrutura prpria e autnoma.1994 Lei Federal n. 8.862, de 28 de Maro:- Alterou o CDIGO DE PROCESSO PENAL.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 6- Trouxe significativos avanos na produo da prova pericial.- Percia realizada por dois peritos.- Formao universitria.- Locaissemperitooficial:perciadeveserrealizadapordoisprofissionaiscomnvelsuperior.- Preservao do local de crime pela autoridade policial at a chegada dos peritos.- Vestgioencontradonolocaldecrimespoderserapreendidopelaautoridadepolicialdepois de examinado e liberado pelos peritos criminais.1995 Lei Federal n. 9.099 - JUIZADOS ESPECIAIS- Outro avano histrico.- Lavratura de termo circunstanciado de infraes penais de menor potencial ofensivo.- Requisio de exames periciais necessrios.1996 PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS- Outro histrico avano.- Autonomia da percia oficial nos seguintes termos:"FortalecerosInstitutosmdico-legaisoudeCriminalstica,adotandomedidasqueasseguremasuaexcelnciatcnicaeprogressivaautonomia,articulando-oscomuniversidades, com vista a aumentar a absoro de tecnologias.- Ordem dos Advogados do Brasil, Ministrio Pblico, Magistratura, Comisses de DireitosHumanosdaCmaradosDeputadosedasAssembleiasLegislativasEstaduais,ConselhoFederaldeMedicina,AnistiaInternacionaleONGsdedefesadedireitoshumanossofavorveisautonomiadaperciaoficialcomoumanecessidadebsicaparainstrumentalizaraJustianaapreciaodeprocessocriminaisrespaldadoscomprovassubstanciais,comotambmparagarantiradefesadosdireitosindividuaisecoletivosdocidado.2008 Lei Federal n. 11.690, de 09 de Junho:- Alterou o CDIGO DE PROCESSO PENAL.- Percia realizada por perito oficial, portador de curso superior.- Locaissemperitooficial:perciadeveserrealizadapordoisprofissionaiscomnvelsuperior.- Indicao e atuao de assistentes tcnicos.- Disponibilizaonoambientedorgooficial,quemantmaguarda,domaterialprobatrioqueserviudebasepercia,paraexamepelosassistentes,napresenadeperito oficial.2.3 - EM GOIS:1965 criado o Laboratrio de Polcia Tcnica em Gois.1981 fundada a ASPEC-GO - Associao dos Peritos em Criminalstica de Gois.1986 inaugurada,emGoinia-GO,asededoInstitutoMdico-LegaledoInstitutodeCriminalstica.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 72002 Lei Estadual n. 14.383: determinou a desvinculao da Superintendncia da PolciaTcnico-Cientfica da Diretoria Geral da Polcia Civil, tornando-a uma unidade administrativada Secretaria de Segurana Pblica de Gois.2003 LeiEstadualn.14.628:d-seaoInstitutodeCriminalsticadeGois,onomedeInstituto de Criminalstica Leonardo Rodrigues, ex-diretor do rgo.2008 inaugurada,emGoinia-GO,aatualsededoInstitutodeCriminalsticaLeonardoRodrigues.2008 Portaria n. 793, de 11 de novembro, do Sr. Secretrio de Segurana Pblica: Criaodo braso da Polcia Cientfica de Gois.3 - EVOLUO CONCEITUALHANS GROSS (1893)Criminalstica o estudo da fenomenologia do crime e dosmtodos prticos de sua investigao.JOS DEL PICCHIA (1947)Disciplinaquetemporobjetivooreconhecimentoeinterpretaodosindciosmateriaisextrnsecos,relativosaocrimeouidentidadedocriminoso.Osexamesdosvestgiosintrnsecos(napessoa)sodaaladadaMedicina Legal.HILRIO VEIGA DE CARVALHO (1966)apartedascinciascriminaisque,aoladodamedicinalegal, temporfinalidadeosestudostcnicosecientficosdosindciosmateriaisdodelitoedaidentificaodoseuautor,colaborandotambmcomoutroscamposdodireitoque dela caream.ASTOLFO TAVARES PAES (1966) a aplicao de qualquer cincia ou tcnica a pesquisa e ainterpretaodeindciosmateriaisrelativosaocrime,ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 8evidenteouhipottico,e,nocasodeconfirmaodesuaocorrncia, identidade de quem dele tenha participado.EMLIO FEDERICO PABLO BONNET (1980)ACriminalsticapolicialocupa-secomaidentificaodoindivduo, do exame dos vestgios, das manchas e rastros,dafalsificaodedocumentosoumoedas,dasarmasdefogo e dos explosivos, bem como dos veculos de qualquertipo,quandosuspeitosdeestaremrelacionadoscomumfato doloso, culposo ou acidental.JOS LOPES ZARZUELA (1995)ACriminalsticaconstituiuoconjuntodeconhecimentoscientficos,tcnicos,artsticosetc.,destinadosapreciao,interpretaoedescrioescritadoselementos de ordem material encontrados no local do fato,noinstrumentodecrimeenapeadeexame,demodoarelacionar uma ou mais pessoas envolvidas em um evento,s circunstncias que deram margem a uma ocorrncia, depresumvel ou de evidente interesse judicirio.4 - AS CINCIAS RELACIONADAS COM A CRIMINALSTICAACriminalstica,segundoomestreGilbertoPorto,estudaoselementosmateriaisdocrime, se valendo de vrias outras disciplinas, das quais podemos citar: Fsica: Acstica, Eletricidade e Mecnica. Qumica: Orgnica, Inorgnica, Bioqumica, Bromatologia etc. Biologia. Matemtica. Medicina Legal. Toxicologia. Odontologia Legal. Antropologia. Estatstica. Ecologia. Informtica.5 - A PERCIA NO CONTEXTO PROCESSUALOcorrendo uma infrao penal (crime ou contraveno) nasce para o Estado o Direitode punir, sendo concretizado pelo devido processo legal. em juzo que deve ser deduzida a pretenso punitiva do Estado, para a aplicao daESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 9sano penal prevista no direito material.Istos possvelatravsdaAoPenal(promovidapeloMinistrioPblico),ondeoEstadodevedispordeelementosmnimosquelhegarantaconheceraocorrnciadofatocriminoso e sua autoria.Umdosinstrumentos,emboranoexclusivo,oInquritoPolicial,o qualtemporobjetivo a apurao dos fatos, suas circunstncias e definir sua autoria, com vistas a servir debase Ao Penal e s providncias cautelares.A partir da instaurao do Inqurito Policial, a autoridade policial (delegado de polcia)devertomarprovidncianosentidodeobterprovasmateriais(examedecorpodedelitoquerealizadapeloperitooficial) eimateriais(assentadas,termosdedeclaraesetc.),paraqueoatodelituosopossaserdescritoemtodasassuascircunstncias,esepossveldeterminar a sua autoria.Nombito dalegislaovigente,ojuizdeverconsiderartodo o contextodasprovas(materialeimaterial)carreadasparaoprocessojudicial,sendo - noentanto - livreparaescolher aquelas que julgarem convincentes. claro que ele, em sua sentena, ir discutir oporqu de sua preferncia.Portanto,nohhierarquiadeprovas.Todas,emprincpio,tmomesmovalorprobante.Todavia,oquetemosobservadoaolongodemuitosanosqueaprovapericialacaba tendo prevalncia sobre as demais.E muito simples explicar essa preferncia.Aprovamaterial(corpodedelito)produzidaapartirdefundamentaocientfica,utilizandoosconhecimentosdasdiversascincias,pelosperitosoficiais(PeritoCriminal,Mdico Legista e Odonto Legista).Poroutrolado,aschamadasprovasimateriais,sosubjetivas,dependemdotestemunhoouinterpretaodepessoas,podendoocorrerumasriedeerros,desdeasimples falta de capacidade da pessoa em relatar determinado fato, a falta de detalhes devidoaointervalodetempoentreaaoeomomentodaoitiva,atasituao dem-f,ondeexista a inteno de distorcer os fatos para no se chegar verdade.Aprovamaterialtoimportantedentrodocontextoprocessualque oslegisladores,quando da confeco do Cdigo de Processo Penal (CPP), determinou no seu artigo 158:Quandoainfraodeixarvestgios,serindispensveloexamedecorpodedelito,diretoouindireto,nopodendosupri-loaconfissodoacusado.Essa determinao legal evidencia, de forma direta, a importncia e a relevncia que aperciarepresentanocontextoprobatrio,referindo-se,taxativamente,sobreasuaindispensabilidade, sob pena de nulidade de processos.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 106 - CORPO DE DELITO6.1 - CONCEITOS:Ensinamosantigosque,primitivamente,aexpressocorpodedelito significavaapenas o cadver da vtima, mas, com o tempo, passou a indicar toda pessoa ou coisa sobrea qual recaiu a ao delituosa.Dentro dos vrios conceitos propostos pelos doutrinadores, destacamos alguns:JOO MENDES DE ALMEIDA JUNIORCorpodedelitooconjuntodeelementossensveis do fato delituoso.PIMENTA BUENOCorpodedelitoademonstraooucomprovaojudicialdaexistnciadocrimeoufatoqueseconsidera criminosocomtodasassuascircunstnciasquedevemsercuidadosamenteexaminadasedescritas,poisqueessetodobasedoprocedimentocriminal.6.2 - IMPORTNCIA DO EXAME DE CORPO DE DELITO: Provar se houve ou no a infrao penal. Demonstrar a ao do sujeito ativo na ao penal. Fornecersubsdiosdeconhecimentotcnico,cientficoeartsticonecessriostipificao penal. Comprovar o nexo de casualidade entre o sujeito ativo e a infrao penal. Perpetualizar o corpo de delito.6.3 - MODALIDADES DE EXAMES DE CORPO DE DELITO:Para os diferentes tipos de exames de Corpo de Delito (Percias) existem trs classesde peritos oficiais:o PERITOMDICOLEGISTA:oresponsvelpelarealizaodasseguintespercias:necroscpicas, exumaes, leses corporais, exame clnico de embriaguez, conjunocarnal, atentado violento ao pudor etc.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 11o PERITOCRIMINAL:oresponsvelpelarealizaodasseguintespercias:localdecrime contra a pessoa, local de incndio, local de exploso, local de desmoronamento,local de acidente de trabalho, local de ocorrncia / crime de trnsito, local de crime dedano,localdearrombamento,papiloscpicos,grafotcnicos,contbeis,balstica,toxicolgicos, biolgicos etc.o PERITO ODONTO LEGISTA: o responsvel pela identificao cadavrica atravs daarcada dentria, bem como pela reconstruo e comparao facial.6.4 - TIPOS DE EXAMES DE CORPO DE DELITO: Direto: Anlise e descrio direta do corpo de delito. Indireto: Nos casos especficos em que no h possibilidade do exame direto docorpo de delito, esses exames sero realizados com os documentosconstantes do inqurito policial ou do processo judicial.7 - VESTGIO, EVIDNCIA e INDCIOOsperitoscriminais,aoexaminaremumlocaldecrime,estaroprocurandotodosostipos de objetos, marcas ou sinais sensveis que possam ter relao com o fato investigado.Todos esses elementos, individualmente, so chamados de VESTGIOS.No momento em que os peritos chegarem concluso que tal vestgio est - de fato -relacionadoaoeventopericiado,eledeixardeserumvestgioepassaradenominar-seEVIDNCIA.Desse modo, no conceito criminalstico, EVIDNCIA significa qualquer material, objetoou informao que esteja relacionado com a ocorrncia do delito.Portanto, VESTGIO todo objeto ou material bruto constatado e/ou recolhido em umlocaldecrimeparaanliseposterior,enquantoque EVIDNCIA ovestgio,queapsasdevidas anlises, tem constatada, tcnica e cientificamente, a sua relao com o crime.Essas duas nomenclaturas (vestgio e evidncia) tecnicamente so usadas no mbitodapercia;noentanto,taisinformaestomamonomede INDCIOS,quandotratadosnafase processual, uma vez que o prprio Cdigo de Processo Penal define em seu Artigo 239:Considera-seindcio,acircunstnciaconhecidaeprovada, que, tendo relao com o fato, autorize, porinduo,concluir-seaexistnciadeoutraououtrascircunstncias.Em suma: INDCIO uma expresso utilizada no meio jurdico que significa cada umadas informaes (periciais ou no) relacionadas com o crime.Os vestgios, quanto visualizao, podem ser:ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 12Visveis: so aqueles facilmente observados viso desarmada (olho nu).Latentes: soaquelesqueserovisveisaosolhostreinadosde umespecialistaemcertascircunstncias etornar-se-o facilmente observveisatravsdeprocessos nosquais se utilizam materiais / equipamentos especficos.Os vestgios, quanto a relao com o autor/vtima, podem ser:Vestgios relativos: no guardam relao absoluta, identificvel de pronto com o seuautor.Essa relao revelada por meio da identificao da classe a que pertence.Vestgios absolutos: permitem estabelecer relao absoluta, direta, com o seu autorou com a vtima, como por exemplo, impresso digital e material gentico contido emvestgios biolgicos.A) Tipos de Vestgios: VestgioVerdadeiro:oprodutodadepuraototaldoselementosencontradosnolocaldocrime,poissomenteossoaquelesproduzidosdiretamentepelosatoresdainfrao e, ainda, que sejam produtos diretos das aes do cometimento do delito emsi. VestgioIlusrio:todoelementoencontradonolocaldocrimequenoestejarelacionadosaesdosatoresdainfraoedesdequeasuaproduonotenhaocorrido de maneira intencional. VestgioForjado:todoelementoencontradonolocaldocrime,cujoautorteveainteno de produzi-lo, com o objetivo de modificar o conjunto dos elementos originaisproduzidos pelos atores da infrao.8 - MODUS OPERANDISegundoentendimentodosautoresdasdoutrinasemCriminalstica,osperitos,aorealizarem o exame pericial, devem perseguir seus objetivos periciais at responderem a trsperguntas bsicas: O QU? COMO? e QUEM?Dentrodessasdiscussesdoutrinrias,soenglobadasoutrasperguntas,taiscomo:ONDE?QUANDO?ePORQU? almdaquelasjdescritas.Evidentemente,dependendodos elementos materiais (os vestgios) que os peritos tenham presentes para examinar.O QU? O que aconteceu naquele evento examinado. Isto o que os peritos devemresponder aps examinarem um local de crime ou um corpo de delito qualquer.COMO?Comoaconteceuaqueleeventoobjetodosexamespericiais.Porintermdiodaanlisedosvestgiospresentes,osperitosdeverointerpretarerelatarcomoaconteceudeterminadocrime.Arespostaaestaperguntamuitoimportante,poiselarepresentaaforma e metodologias empregadas no desenvolvimento do crime.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 13QUEM?Quemfoioautordodelitoobjetodosexames.Essaumadasprincipaisperguntas que os peritos criminais devem responder, baseados nos vestgios, para atender oobjetivofinaldaJustia.Claroquenoseroemtodasasocasiesqueexistirovestgiossuficientesparatal,restandoparaapolciaresponderaessaperguntaaofinaldetodasasinvestigaes.Como podemos observar, o MODUS OPERANDI est inserido na resposta ao COMO.O MODUSOPERANDI ouamaneiracomo o delinquenteoperacionalizouocrime,representa o prprio comportamento desse agente e as respectivas ferramentas empregadasno auxlio ao seu objetivo ilcito.Normalmente as pessoas cometem crimes continuados, o fazem de maneira repetitivaemvriosaspectos,poisnaturaldoserhumanoarepetiodetarefas,demaneiraemedidos semelhantes. Assim, cada um desses delinquentes continuados adotar o seu modooperacional para cometer crimes, sendo destaques nas aes semelhantes: Tipo de crime (prtica do mesmo tipo de delito); Forma de acesso e de sada ao local do crime (adentramento e sada por um mesmotipo de via); Ferramentas empregadas (emprego de um mesmo tipo de ferramenta); Objetivo criminoso (furto ou roubo de um mesmo tipo de bem); Comportamento pessoal (semelhante rotina no interior do imvel).9 - LOCAL DE CRIME9.1 - CONCEITOS:O local de crime pode ser definido, genericamente, como sendo uma rea fsica ondeocorreuumfato noesclarecidoatento queapresentecaractersticase/ouconfiguraes de um delito.Maisespecificamente,localdecrimetodoespaofsicoondeocorreuaprticadeinfrao penal. Portanto, entende-se como local de crime qualquer rea fsica, que pode serexterna, interna ou mista.Pararobustecermosonossocontedoechamaraatenologodeincioparaaimportnciaquerepresentaumaperciaem umlocaldecrime,incluiremosumasbiadefinio em forma de parbola do mestre Eraldo Rabelo, um dos maiores peritos do Brasil:Localdecrimeconstituiumlivroextremamentefrgiledelicado,cujaspginasporteremaconsistnciadepoeira,desfazem-se,noraro,aosimplestoquedemosimprudentes,inbeisounegligentes,perdendo-sedessemodoparasempre,osdadospreciosos que ocultavam espera da argcia dos peritos.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 14Enfim,localdecrimetodaareaondetenhaocorridoumfatoque,pelasuanatureza, assuma a configurao de delito crime ou contraveno - e que, portanto, exija asprovidncias da polcia.9.2 - CLASSIFICAO:9.2.1 - Quanto natureza do fato: Local de Crime de Homicdio. Local de Suicdio. Local de Ocorrncia / Crime de Trnsito. Local de Arrombamento. Local de Incndio. Local de Exploso. Local de Crime de Dano. Local de Crime contra o Meio Ambiente.9.2.2 - Quanto disposio dos vestgios: Local imediato: considerado o local propriamente dito, ou seja, o local onde ocorreu ofato e comumente se encontra o corpo da vtima. Localmediato:compreendeasadjacnciasdareareservadaaoambienteimediato,ou seja, toda a rea alm da demarcada como rea imediata. Nesta rea comum aconstataodemarcasdepegadas,rastrosdeveculos,coisasouobjetoscadosquando de luta corporal, instrumentos utilizados na prtica do crime etc. Localrelacionado:aquelequetemrelaodomesmofatoemoutroslocais,porexemplo,emoutroslocaissoencontradosobjetosquetenhamrelaocomofatoocorrido naquela rea.9.2.3 - Quanto ao ambiente: Local interno: aquele em que o fato ocorreu no interior de um prdio ou dentro de umterreno cercado. Localexterno:aqueleemqueofatofoiconsumadoemlogradouropblico(via,praa, calada) ou domnios de um terreno baldio sem obstculos. Local misto: aquele em que o fato ocorreu em locais interno e externo.9.2.4 - Quanto preservao dos vestgios:o Local idneo: aquele no qual os peritos encontram os vestgios da mesma forma queforam deixados na ao delituosa, ou seja, no sofreram quaisquer alteraes aps aconsumao do fato.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 15o Local inidneo: aquele que, quando da chegada dos peritos, encontra-se alterado oestado original das coisas, ou seja, sofreu alguma alterao aps a ocorrncia do fato,sendo chamado tambm de local violado.10 - ISOLAMENTO E PRESERVAO DE LOCAL DE CRIMECom o advento da Lei Federal n. 8.862/94, os peritos passam a ter uma garantia legalparaapreservaoeoisolamentodelocaisdeinfraespenais,tarefaessaacargodaautoridade policial, sob pena de responsabilizao futura pelo juiz.Noart.6,incisosIeII,ficouexpressamentedeterminadatalobrigatoriedade,senovejamos:Logoquetiverconhecimento daprticadainfrao penal, a autoridade policial dever:I - dirigir-seaolocal,providenciandoparaquenosealteremoestadoeconservaodascoisas, at a chegada dos peritos criminais;II - apreender os objetos que tiverem relao como fato, depois de liberados pelos peritos criminais.O isolamento e a consequente preservao do local de infrao penal uma garantiaqueoperitoterdeencontraracenadocrimeconformeforadeixadapelo(s)infrator(es)evtima(s)e,comisso,tercondiestcnicasdeanalisartodososvestgios.tambmumagarantia para a investigao como um todo, pois teremos muito mais elementos a analisar ecarrear para o processo judicial.Ao mesmo tempo em que o art. 6 e seus incisos I e II determinam a autoridade policialque preserve o local e o corpo de delito, tambm exige que o perito relate em seu laudo se apreservao deixou de ser feita ou ocorreu com falhas, conforme expresso:Art.169 - Paraoefeitodeexamedolocalondehouversidopraticadaainfrao,aautoridadeprovidenciarimediatamenteparaquenosealtereoestadodascoisasatachegadadosperitos,quepoderoinstruirseuslaudoscomfotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.Pargrafo nico. Os peritos registraro, no laudo,asalteraesdoestadodascoisasediscutiro,no relatrio, as consequncias dessas alteraesna dinmica dos fatos.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 16Este dispositivo veio trazer uma responsabilidade enorme ao perito criminal. Devemoscompreenderqueestaexignciavisaresguardaro localdecrime,paraquetenhaodevidoisolamento e preservao, assegurando a idoneidade dos vestgios a serem analisados. importante salientar que o perito no deve deixar de realizar o exame solicitado porfalta de preservao ou qualquer outra alterao. Deve examinar da forma como encontrou eter o cuidado de registrar tudo em seu laudo.Haver,operito,determuitobomsensonessaanlise,e,seforabsolutamenteimpossvelrealizarqualquerexame,deve,pelomenos,registrarnolivrodeocorrnciaeencaminhar relatrio ao seu diretor descrevendo como se encontrava o local.LEGISLAES PERTINENTES:Alterao de local especialmente protegidoArt.166,CP - Alterar,semlicenadaautoridadecompetente,oaspectodelocalespecialmente protegido por lei:Pena - deteno, de 1 (um) ms a 1 (um) ano, ou multa.Fraude processualArt.347,CP - Inovarartificiosamente,napendnciadeprocessocivilouadministrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ouo perito:Pena - deteno, de 3 (trs) meses a 2 (dois) anos, e multa.Pargrafo nico - Se a inovao se destina a produzir efeito em processo penal, aindaque no iniciado, as penas aplicam-se em dobro.Art.312,CTB - Inovarartificiosamente,emcaso deacidenteautomobilsticocomvtima,napendnciadorespectivoprocedimentopolicialpreparatrio,inquritopolicialouprocessopenal,oestadodelugar,decoisaoudepessoa,afimdeinduziraerrooagentepolicial, o perito, ou juiz:Penas - deteno, de seis meses a um ano, ou multa.Pargrafo nico. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que no iniciados, quando dainovao, o procedimento preparatrio, o inqurito ou o processo aos quais se refere.Lei n 5970/73:Art 1.: Em caso de acidente de trnsito, a autoridade ou agente policial que primeirotomarconhecimentodofatopoderautorizar,independentementedeexamedolocal,aimediataremoodaspessoasquetenhamsofridoleso,bemcomodosveculosneleenvolvidos, se estiverem no leito da via pblica e prejudicarem o trfego.Pargrafonico.Paraautorizararemoo,aautoridadeouagentepoliciallavrarboletimdaocorrncia,neleconsignadoofato,astestemunhasqueopresenciarametodasas demais circunstncias necessrias ao esclarecimento da verdade.11 - REQUISIO DE EXAMES DE CORPO DE DELITO (PERCIAS)No modelo brasileiro, vigente em nosso Cdigo de Processo Penal, cabe autoridadepolicial(delegadodepolcia),presidentedoinquritopolicial,requisitarapercia,conformeESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 17determina o inciso VII do Art. 6:Determinar,seforocaso,queseprocedaaexamedecorpodedelitoeaquaisqueroutraspercias.Tambmpodemdeterminararealizaodepercias,opromotordejustia Art.47,CPP, e o juiz Art. 423, CPP.Alm dessas autoridades, podem requisitar percias o oficial (encarregado) que presideoInquritoPolicialMilitar(Art.8,g,art.13,feArt.321,doCPPM) - eopresidentedeComisso Parlamentar de Inqurito, municipal, estadual e federal.Todavia,nagrandemaioriadasaesdelituosas,odelegadodepolciaoprimeiroprofissional que toma conhecimento do fato e, por ser o presidente do inqurito, quem maisexerce essa obrigao.Aps a requisio da percia pelas autoridades competentes, caber a nomeao dosperitos que iro executar os trabalhos ao diretor da repartio, conforme determinar o Art. 178do CPP:Nocasodoart.159,oexameserrequisitadopelaautoridadeaodiretordarepartio,juntando-se ao processo o laudo assinado pelosperitos.Desseartigotiramosduaspreocupaesdolegislador.Aprimeiratemoobjetivodeobstruirqualquerrelaodiretaentreorequisitanteeosperitosqueiroefetuaroexamepericial,evitando-seingerncias,prefernciasourecusassobredeterminadosperitos,porpartedorequisitante.Asegundapreocupao,dizrespeitoquestodaespecializaonecessriaqueoperitodeveterpararealizarotipodeexamequeestsendorequerido,onde somente o diretor do rgo saber quem melhor desempenhar aquela tarefa.Arequisiodaautoridadepolicialdeverserfeitaporofcioedeverconstarasseguintes informaes:a) breve histrico do fato delituoso;b) relao do material enviado para a percia;c) nome da vtima ou suspeito;d) horrio, data e endereo do flagrante (Laudo de Constatao e Laudo Definitivo nos casos de exames em substncias entorpecentes);e) quesitos.Prazo para elaborao do laudo pericial:Art.160.Osperitoselaboraroolaudopericial,ondedescreverominuciosamenteoqueexaminarem,eresponderoaosquesitosformulados.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 18Pargrafo nico. O laudo pericial ser elaboradono prazomximode10dias,podendoesteprazoserprorrogado,emcasosexcepcionais,arequerimento dos peritos.NovaPercia: depoisqueoperitoexpediuoseulaudo,somenteojuizpoderdeterminarasuarevisooumesmoafeituradeumnovoexameporoutrosperitos,senovejamos:Art.181 - Nocasodeinobservnciadeformalidades,ounocasodeomisses,obscuridades oucontradies,aautoridadejudiciriamandarsupriraformalidade,complementar ou esclarecer o laudo.Pargrafonico - Aautoridadepodertambmordenarqueseprocedaanovoexame,poroutros peritos, se julgar conveniente.12 - PERCIAS12.1 - PERCIAS DESCRITAS NO CPP Percias em local de infrao penal Art. 169. Percias de laboratrio Art. 170. Crimes contra o patrimnio Art. 171. Avaliao econmica Art. 172. Percia de incndio Art. 173. Percias documentoscpicas Art. 174. Exames de eficincia em objetos Art. 175.Existem outras percias elencadas no CPP, tais como: Autopsia Art. 162 e Exumao Art. 163, sendo essas, no entanto, afetas a Medicina Legal.12.2 - OUTRAS PERCIAS12.2.1 - BALSTICA: uma disciplina, integrante da Criminalstica, que estuda as armas de fogo, suamunioeosefeitosdostirosporelasproduzidos,semprequetiveremumarelao direta ou indireta com infraes penais, visando esclarecer e descreveras circunstncias para perpetrao da ao delituosa.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 1912.2.2 - PAPILOSCOPIA:Trata-sedasperciasrelacionadasidentificaodepessoasatravsdosestudos das papilas drmicas, as quais so classificadas por sua posio. Plantares: plantas dos ps Palmares: palmas das mos Digitais: pontas dos dedos so as utilizadas para a identificao civilApartirdefragmentosdeimpressodigitalcoletadosemlocaisdecrimepossvelconfront-loscompadrespr-existentesouapartirdefichadesuspeitos.Emmuitassituaes,considerandooconjuntodasinformaesedemais vestgios, poderemos ter uma identificao positiva da autoria do delito,a partir de determinado vestgio de impresso digital.ARCO PRESILHA EXTERNAPRESILHA INTERNA VERTICILOPROJTILDE CHUMBOPROJTILJAQUETADOCARTUCHOSESTOJOS/CPSULASJAQUETAFRAGMENTODE PROJTILFRAGMENTODE CHUMBOESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 2012.2.3 - EXAME DE DNA: a mais importante tcnica de identificao humana, em que se obtm o perfilgentico, desde a descobertado mtododasimpresses digitais. OexamedeDNAobtidodevestgiosbiolgicos umimportanteinstrumento decombatecriminalidadeeimpunidade,umavezquegeraprovasmateriais,nagrandemaioriadasvezes,irrefutveisepodemserutilizadasparaincriminarouinocentarumapessoa.Emcasoscriminais,oDNAtemsidoextradoeanalisadoemgrandevariedadedemateriaisbiolgicos,taiscomo:sangue,smen,cabelo,saliva,urina,suor,fezes,impressesdigitais,tecidos,clulas,ossos e dentes.12.2.4 - UDIO E VDEO:Compreende a realizao dos seguintes exames: transcrio de udio; capturae melhoramento de imagem e identificao de voz. O material, objeto de percia,deverserpreviamenteselecionadopelaautoridaderequisitante.Oexamedeidentificaodavozdedeterminadapessoaconsiste,basicamente,nacomparao de uma gravao de voz suspeita com um padro de voz coletadodo provvel autor da voz suspeita. A partir dessas duas amostragens, so feitosexamesfsicos,lingusticosededigitalizaogrficaporcomputador,dentreoutrostiposdemodalidadessendopossvelchegaraoresultadofinalsomentese considerarmos o conjunto dos exames efetuados.12.2.5 - ENGENHARIA LEGAL:Nasperciasdeengenharianombitoda Criminalstica,operitocriminalcomformaonumdosdiversosramosdeengenharia civil,mecnica,eltrica,florestal,agronmica,dentreoutras deverbuscarastcnicaseconhecimentosespecficosparaaplicarnasoluodaperciaquelhesolicitada, associada com as tcnicas criminalsticas aplicveis a cada caso.Tipos de exames: Desabamento de obras civis. Deslizamento de terra.ESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 21 Vcios de construo falhas ou irregularidades. Exames em equipamentos mecnicos e/ou eltricos. Avaliao de imveis. Anlise de oramentos. Acidente de trabalho.12.2.6 - MEIO AMBIENTE:Deumamaneirasimplespode-sedizerqueadeterminaodosdanosdecorrentesdeumadegradaoaoambienterequisitaconhecimentosdeBiologia identificao de espcies de animais e vegetais envolvidas, Geologia tipodesoloeformaogeolgicaexistentenolocal,Engenharia mensurao da rea afetada, sua posio geogrfica, Qumica para identificarsubstnciaqumicacomomeioparadegradaodomeioambiente,contabilidade ou economia para proceder clculos monetrios sobre prejuzose/ou sobre perdas futuras pelo dano causado ao meio ambiente.12.2.7 - INFORMTICA:Oscrimesdareadainformticacomearamcomamassificaodousodecomputadorespessoais.Principaiscrimesconfigurados:direitosautorais usoindevido de programas de computadores, crimes contra o consumidor vendase manuteno de mquinas e programas, crimes contra o estado sonegaesde impostos e fraudes - e crimes contra a pessoa pedofilia, explorao sexual,espionagem etc..12.2.8 - IDENTIFICAO VEICULAR:Aidentificaoveicularamodalidadedepercialigadadiretamenteasadulteraes em veculos automotores e seus documentos. As adulteraes nosveculosconsistemnasremoesdepartes transplantesdechassi - enasadulteraes nos agregados que so o motor e o cmbio.Otrabalhopericialnocasoconsisteemconstatarsehouveadulterao,diagnosticarotipodeadulteraoequandopossvelevidenciaronmeroquefoi removido e/ou alterado.12.2.9 - OCORRNCIA / CRIME DE TRNSITO:Olevantamentodelocaldeocorrncia / crimedetrnsito amodalidadedeperciacujafinalidadeavaliarasrelaesentreosenvolvidos veculoxveculo(s),veculo(s)xpedestre(s)eveculo(s)xobstculo(s)fixo(s)etc.,atravsde vestgiosdeixadosnolocalparasedeterminaracausatcnica doevento. O levantamento tem o objetivo de estabelecer a causa determinante dosinistro, que pode estar vinculada mquina falha mecnica imprevisvel, aohomem ausnciadepercepo/reao,reaotardiaecomportamento(ilegal, perigoso, inusitado) e ao meio (falhas no sistema virio).12.2.10 - LOCAIS DE MORTE:Em Criminalstica, devemos distinguir, fundamentalmente, dois tipos de morte: anaturaleaviolenta. Amortenaturalaquelaatribudavelhiceoudecorrncia de doenas. A morte violenta a produzida por acidente, homicdioousuicdio. Aoperitocriminalcabe estabeleceramaterialidadedofato,ascircunstnciasemqueocorreuoevento,osmeios/instrumentosempregadosESTADO DE GOISSECRETARIA DA SEGURANA PBLICASuperintendncia de Policia Tcnico-CientficoGerncia de Ensino Policial Tcnico-CientficoCurso de Formao Disciplina: Noes de Criminalstica 22para a perpetrao do delito e a autoria do crime. Ao perito mdico legista cabedeterminaracausadamorte. A ausnciadevestgiosexternosnocorpodavtima,representadosporferimentos,noexcluiapossibilidadedemorteviolenta,oquesomentepodersercomprovadaapsanecropsia. Odiagnsticodiferencialentrehomicdio,suicdioeacidente,emlocaldemorte,poder, em determinados casos, ser estabelecido por meio do exame pericial delocal, da vtima e, posteriormente, comprovado, ou no, pela necropsia.12.2.11 - Reproduo SimuladaEstabelece o art. 7 do CPP: Para verificar a possibilidade de haver a infraosidopraticadadedeterminadomodo,aautoridadepolicialpoderprocederreproduo simulada dos fatos, desde que esta no contrarie a moralidade ou aordem pblica.Reproduo o deexamedecorpodedelito,facultativo,complementar,tambmconsideradocomomisto,jquesebaseianasinformaesprestadaspelaspessoasenvolvidasnofatodelituosoconfrontadoscomelementostcnicos resultantes do evento.REFERNCIAS BIBLIOGRFICASBSICA:ARAGO, Ranvier Feitosa. Acidentes de Trnsito - Aspectos tcnicos e jurdicos. 3. ed.Campinas-SP: Millennium Editora, 2003.BRAID,AntnioCsarMorant. FonticaForense.2.ed.Campinas-SP:MillenniumEditora,2003.CAVALCANTI,Ascendino. 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Formulao de Quesitos. Gerncia de Ensino Policial Civil Curso de Formao de Delegado de Polcia, 2004 e 2009, e Curso de Especializao emGerenciamentodeSeguranaPblica - CEGESP,2007.GernciadeEnsinoPolicialTcnico-Cientfico - Curso de Formao de Perito Criminal, 2010..