284
Técnico Judiciário – Área Administrativa Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo

Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

  • Upload
    dangbao

  • View
    215

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

Técnico Judiciário – Área Administrativa

Noções de Direito Administrativo

Prof. Luís Gustavo

Page 2: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 3: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br

Noções de Direito Administrativo

Professor Luís Gustavo

Page 4: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 5: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br

Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: Princípios do Direito Administrativo. Administração direta e indire-ta. Órgãos públicos. Ato administrativo. Poderes e deveres dos administradores públicos. Uso e abuso do poder. Responsabilidade Civil do Estado: aplicação da responsabilidade objetiva. Con-trole da administração pública. Serviços públicos. Licitação e contratos administrativos: Lei nº 8.666/93, Lei n° 10.520/2002. Decreto nº 7.892/2013 (Sistema de Registro de Preço). Decreto nº 6.170/2007. Lei 8.429/92 (Improbidade Administrativa) e alterações. Atividade administra-tiva: conceito; natureza e fins; princípios básicos; poderes e deveres do administrador público. Poderes Administrativos: vinculado; discricionário; hierárquico; disciplinar; regulamentar; e de polícia. Uso e abuso do poder.

BANCA: Consulplan

CARGO: Técnico Judiciário - Área Administrativa

Page 6: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 7: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br

Introdução

DIREITO ADMINISTRATIVO

(Teoria com mais de 600 questões)

NOTAS DO AUTOR:

Luís Gustavo Bezerra de Menezes é Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro e Ex-Presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac). Aprovado em diversos concursos públicos, entre os quais se destacam Técnico Judiciário da Justiça Federal do Rio de Janeiro e Fiscal de Tributos do Espírito Santo, já atuou em diversos cursos preparatórios, em vários Estados e, atualmente, é professor na Rede LFG (telepresencial).

LIVROS PUBLICADOS:

Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FCC – Editora Ferreira (2ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes

Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas CESGRANRIO – Editora Ferreira (1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino

Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FUNRIO – Editora Ferreira (1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino

Comentários à Lei 8.112/90 – Teoria mais 500 questões de provas anteriores – Editora Ferreira (1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino

Meu Primeiro Concurso – Editora Juspodium (1ª Edição/2016) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e outros

Fanpage: https://www.facebook.com/lgbezerrademenezes

Periscope: @ProfLuisGustavo

Page 8: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 9: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br

Sumário

Tópico 1: Estado, Governo e Administração Pública / Direito Administrativo . . . . . . . . . . . . . . 11

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Tópico 2: Organização administrativa da União / Agentes Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

Tópico 3: Atos administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

Tópico 4: Poderes Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119

Tópico 5: Responsabilidade Civil do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139

Tópico 6: Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163

Tópico 7: Licitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207

Tópico 8: Contratos Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237

Tópico 9: Serviços Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241

Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257

Page 10: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br

Tópico 10: Classificação e Espécies de Atos Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264

Tópico 11: Controle da Administração Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 266

Decreto nº 7.892 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276

Page 11: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 11

Noções de Direito Administrativo

TÓPICO 1

Estado, Governo e Administração Pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. Direito Administrativo: conceito e fontes

1. Estado, Governo e Administração Pública

1.1 Conceito de Estado

Estado é uma instituição organizada política, social e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita e dirigida por um Governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto externamente. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força (coerção, especialmente a legal).

De acordo com o atual Código Civil, o Estado possui personalidade jurídica de direito público, com prerrogativas especiais, para que possa ser atingida a finalidade de interesse público.

O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir a ordem interna, assegurar a soberania na ordem internacional, elaborar as regras de conduta e distribuir a justiça. Nesse contexto, insere-se o Direito Administrativo, como ramo autônomo do Direito Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados.

São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é um Estado Democrático de Direito: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º CF)

Page 12: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br12

1.1.1 Elementos do Estado

Sucintamente, temos que Estado é uma pessoa jurídica territorial, composta dos elementos povo, território e governo soberano. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território".

Sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e governo soberano.

O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal. O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base geográfica, compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo.

Governo é a organização necessária ao exercício do poder político.

A soberania é o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.

1.1.2 Organização do Estado

O Estado pode ser organizado de várias formas, levando-se em consideração a sua extensão territorial, a estruturação de seus Poderes e a subdivisão em unidades menores. Estados de tamanhos variados podem ter vários níveis de governo: local, regional e nacional. Assim, o Estado pode ser:

a) Unitário ou simples: quando só existe uma fonte de Direito, que é no âmbito nacional, estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território (França, Bélgica, Itália e Portugal são unitários).

b) Composto: como o Estado Federado, em que há a reunião de vários Estados Membros que formam a Federação. Existem três fontes de Direito: Federal, Estadual e Municipal (Brasil e EUA são federados).

No Brasil, a Constituição Federal dispõe, em seu art. 1º, que “A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático do Direito...”

Assim, para o Direito Administrativo, a expressão “Estado”, em sentido amplo, abrange a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Destacamos que o Estado, em suas relações internacionais (externas), possui soberania; enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas suas relações internas, possuem, apenas, autonomia.

1.1.3 Poderes do Estado

De acordo com o artigo 2º do Texto Constitucional, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Cada um desses Poderes do Estado exerce predominantemente uma função estatal específica, porém, não há uma separação absoluta de funções, assegurando o sistema de freios e

Page 13: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 13

contrapesos. Assim, os Poderes irão desempenhar funções típicas (principais) e funções atípicas (não principais)

Poder Legislativo é aquele que tem como principal função legislar (fazer leis!), ou seja, inovar o ordenamento jurídico, estabelecendo regras gerais e abstratas, criando comandos a todos os cidadãos, visto que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Poder Judiciário é aquele que tem como principal função julgar, solucionar conflitos de interesses entre as partes, aplicando as leis aos casos concretos.

Poder Executivo é aquele que tem como principal função executar, administrar a coisa pública, dentro dos limites impostos por lei, com a finalidade de atender ao interesse público.

Pelo exposto acima, percebemos que a função administrativa (objeto do Direito Administrativo) é exercida tipicamente (principal) pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também irão desempenhá-la, só que de forma atípica (não principal).

RESUMINDO...

PODER LEGISLATIVO – função legislativaPODER JUDICIÁRIO – função jurisdicionalPODER EXECUTIVO – função administrativa

} FUNÇÕES TÍPICAS (PRINCIPAIS)

1.2 Conceito de Governo

Governar é o poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e exerce autoridade. Governo não implica necessariamente a existência de Estado.

O governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou de uma nação. Representa o conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política do Estado, abrangendo as funções de comando e de estabelecimento de objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com as suas atribuições constitucionais.

A função política e o governo são mais objeto do estudo do Direito Constitucional, enquanto que a Administração Pública é objeto do estudo do Direito Administrativo.

1.3 Conceito de Administração Pública

A expressão “Administração Pública” abarca diversas concepções. Inicialmente, temos que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu) é o conjunto de órgãos governamentais (com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, executando os planos governamentais).

Page 14: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br14

Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos administrativos.

RESUMINDO...Administração Pública (sentido amplo) – órgãos governamentais (políticos) + órgãos administrativos

Administração Pública (sentido estrito) – exclusivamente órgãos administrativos

Para fins de prova, é mais comum que as bancas examinadoras exijam do candidato o conceito de Administração Pública num sentido objetivo e num sentido subjetivo. Assim, teremos:

a) Sentido objetivo ou material ou funcional de Administração Pública

Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o que faz a Administração Pública.

Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende que as atividades administrativas englobam: a prestação de serviço público, a polícia administrativa, o fomento e a intervenção administrativa.

b) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico de Administração Pública:

A expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de atuação da Administração Pública.

Os meios de atuação da Administração Pública serão analisados posteriormente de forma detalhada, mas, de forma sucinta, teremos:

• Entes ou Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração Direta e Indireta. Dividem-se em:

• Entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todos com personalidade jurídica de Direito Público);

Page 15: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 15

• Entes administrativos – autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista (todos com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado).

• Órgãos públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 conceitua tais órgãos como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta

• Agentes públicos: segundo o art. 2º da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública. Isto é, são pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.

RESUMINDO...Sentido objetivo ou material ou funcional = atividade administrativa (o que faz a Administração Pública?)

Sentido subjetivo ou formal ou orgânico = órgãos + agentes + entidades (quem faz a Administração Pública?)

A natureza da Administração Pública é a de um múnus público para quem a exerce, como ensina Hely Lopes Meirelles: “a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. Como tal, impõe-se ao administrador público a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da moral administrativa que regem a sua atuação. Ao ser investido em função ou cargo público, todo agente assume para com a coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do povo, como legítimo destinatário dos bens, serviços e interesses administrados pelo Estado”.

Os fins da Administração Pública são sempre o interesse público ou o bem da coletividade, sendo que toda e qualquer atividade administrativa deve almejar este objetivo. Por isso, toda a atividade do administrador público deve ser orientada para este objetivo. Todo ato por ele praticado que se afastar deste fim será considerado ilícito e imoral.

1.4 Direito Administrativo: conceito e fontes

a) Conceito

A seguir, transcrevemos os conceitos dados pelos principais doutrinadores do Direito Administrativo.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, é “o ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem”.

Page 16: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br16

Segundo Hely Lopes Meirelles, é “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

Já Maria Sylvia Di Pietro define como “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, os agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”.

b) Fonte

As fontes do Direito Administrativo são a lei (em sentido amplo, abrangendo desde a Constituição Federal até os atos normativos), a doutrina, a jurisprudência e os costumes (a praxe administrativa). Devemos ressaltar que a lei é a principal fonte do Direito Administrativo.

1.5 Princípios do Direito Administrativo

Os princípios são as ideias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de seu modo de organizar-se. Os princípios determinam o alcance e o sentido das regras de determinado ordenamento jurídico e constituem os fundamentos da ação administrativa, ou, por outras palavras, os sustentáculos da atividade pública; relegá-los é desvirtuar a gestão dos negócios públicos e olvidar o que há de mais elementar para a boa guarda e zelo dos interesses sociais.

Ressaltamos que não há hierarquia entre os princípios (expressos ou não), visto que tais diretrizes devem ser aplicadas de forma harmoniosa. Assim, a aplicação de um princípio não exclui a aplicação de outro nem um princípio se sobrepõe ao outro.

Encontram-se, de maneira explícita (art. 37, caput) ou não no texto da Constituição Federal. Os primeiros são, por unanimidade, os chamados princípios expressos (ou explícitos), os demais são os denominados princípios reconhecidos (ou implícitos). Assim, percebemos que o art. 37 da Constituição Federal não esgota todos os princípios aplicáveis à Administração Pública. Como os princípios implícitos variam de acordo com cada autor, optamos por trabalhar somente os princípios reconhecidos pela doutrina majoritária.

Por fim, ressaltamos que o art. 37 da Constituição Federal impõe a observância dos princípios (LIMPE) à Administração Pública Direta e Indireta, de qualquer dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), de todas as esferas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

• Princípios Expressos: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (LIMPE).

• Princípios Implícitos ou Reconhecidos: Supremacia do Interesse Público sobre o Particular, Indisponibilidade do Interesse Público, Motivação, Continuidade do Serviço Público, Probidade Administrativa, Autotutela, Razoabilidade e Proporcionalidade e Segurança Jurídica.

Page 17: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 17

1) Princípios Expressos

a) Legalidade

Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa ‘pode fazer assim’: para o administrador significa ‘deve fazer assim’”.

Assim, fica demonstrado que, no Direito Constitucional, prevalece a autonomia de vontades, ou seja, é lícito fazer o que a lei não proíbe (CF, art. 5o., II). Já no Direito Administrativo, os atos devem estar em conformidade com a lei, visto que só será permitido ao administrador praticar aqueles atos autorizados ou determinados por lei.

Segundo o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade representa a consagração da ideia de que a Administração Pública só poderá ser exercida em conformidade com a lei, sendo a atividade administrativa, consequentemente, sublegal ou infralegal, devendo restringir-se à expedição de comandos que assegurem a fiel execução da lei.

A Administração Pública, além de não poder atuar contra a lei (contra legem) ou além da lei (praeter legem), só poderá atuar segundo a lei (secundum legem). Os atos que não respeitem às disposições legais deverão ser invalidados pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração Pública.

b) Impessoalidade

Na sua formulação tradicional, o princípio da impessoalidade confunde-se com o princípio da finalidade da atuação administrativa. De acordo com este, há somente um fim a ser perseguido pela Administração: o interesse público. Assim, quando o administrador remove um servidor com o intuito de punir esse servidor por vingança ou quando o Prefeito desapropria inimigo político, há afronta a tal princípio.

A impessoalidade da atuação administrativa impede que um ato seja pra¬ticado visando a interesses do agente ou de terceiros. Impede também perseguições, favorecimentos ou descriminações. A Constituição Federal, em seu art. 37, § 1°, prevê:

“§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campa¬nhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Isso quer dizer que, se o prefeito de determinada cidade faz uma obra, ele não pode divulgar que a obra foi executada pelo prefeito “X”, mas sim que a obra foi realizada pela Prefeitura do Município “Y”.

Por fim, a impessoalidade também tem relação com a aplicação do princípio da isonomia, quando, por exemplo, a Administração realiza um concurso público ou realiza uma licitação, buscando a impessoalidade na contratação de seus servidores ou de empresas. Assim, a prática do nepotismo, no âmbito da Administração Pública, é uma conduta vedada pela

Page 18: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br18

Súmula Vinculante no 13, proibindo-se, como regra, a colocação de parentes, até certo grau de parentesco, em cargo em comissão.

c) Moralidade

Tal princípio é mais do que a moralidade ligada a bons costumes. A conduta do administrador deve ser toda pautada em bons costumes, em uma conduta justa e ética. Mas tal princípio da moralidade tem proporções jurídicas, ou seja, não basta que a conduta do administrador seja legal, pois também deverá ser honesta, acima de tudo.

A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública (CF/88, art.37), sendo que o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria instituição, pois nem tudo que é legal é honesto; a moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum.

d) Publicidade

Está relacionado com a transparência da Administração Pública. Nesse contexto, ganha relevo a recente Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/11), que estabelece normas gerais, em caráter nacional, sobre o acesso à informação no âmbito da Administração Pública.

A publici¬dade dos atos da administração é a regra, devendo ser ampla. O sigilo é uma exceção para Administração. Em princípio, todo ato administrativo deve ser publicado, só se admitindo o sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior da administração, em processo previamente declarado sigiloso.

A publicidade não é elemento formativo do ato, mas é requisito de eficácia e moralidade. O princípio da publicidade dos atos e dos contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral. Os atos internos da Administração Pública não necessitam de publicação no Diário Oficial, apenas aqueles que produzem efeitos externos.

Tal princípio abrange toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos como, também, de apropriação de conhecimento da conduta interna de seus agentes. Os atos e os contratos administrativos que omitirem ou desatenderem à publicidade necessária não só deixam de produzir seus regulares efeitos como se expõem à invalidação por falta desse requisito de eficácia e moralidade.

Por fim, não há que se confundir a publicidade dos atos administrativos com a respectiva publicação. Veremos que, no caso de licitação na modalidade convite, não é necessária a publicação da carta-convite no Diário Oficial, porém deve ser dada a respectiva publicidade desta, por meio de sua afixação no mural da repartição, por exemplo. Assim, a publicação no Diário Oficial é dispensável em alguns atos, porém, a publicidade não.

e) Eficiência

É aquele que impõe a todo agente público a obrigação de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. Administrador eficiente é aquele que sempre procura

Page 19: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 19

praticar os seus atos com economicidade, procurando sempre atingir o melhor custo-benefício à Administração.

Segundo a professora Maria Sylvia Di Pietro, o princípio da eficiência deve ser analisado sob dois aspectos:

• relativamente à forma de atuação do agente público: espera-se melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados;

• quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública: exige-se que este seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação dos serviços públicos.

A Emenda Constitucional nº 19/98 foi responsável pela introdução de tal princípio no Texto Constitucional. Consequentemente, várias passagens da nossa Carta Magna sofreram influências de tal princípio.

Uma das principais seria a necessidade de aprovação em Avaliação Especial de Desempenho como condição para aquisição da estabilidade. Após a Emenda Constitucional nº 19/98, a estabilidade não é mais automática, após o decurso do prazo fixado de três anos (ampliado de dois para três anos, após a referida emenda).

2) Princípios Implícitos ou Reconhecidos

a) Supremacia do Interesse Público sobre o Particular

Apesar de não encontrar previsão expressa no Texto Constitucional, tal princípio é decorrência do regime democrático e do sistema representativo. Através dele, presume-se que a atuação do Estado tenha por finalidade o interesse público.

Sempre que o Estado estiver presente na relação jurídica, como representante da sociedade, seus interesses prevalecerão sobre os interesses particulares, visto que o Estado defende o bem-comum, o interesse público primário ou secundário. Tal princípio consagra o Direito Administrativo como ramo do Direito Público. Marca uma relação de verticalidade existente entre o Estado e os particulares.

Confere à Administração Pública certas prerrogativas especiais (não aplicáveis aos particulares administrados), para que atinja o interesse público. Consequentemente, sempre que houver conflito entre o direito do indivíduo e o interesse da comunidade, há de prevalecer este, uma vez que o objetivo primordial da Administração é o atendimento do interesse público, definido em lei, explícita ou implicitamente.

Como exemplo de aplicação de tal princípio podemos citar: as cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos, a presunção de legitimidade dos atos administrativos, a intervenção do Estado na propriedade privada, entre outros.

Page 20: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br20

b) Indisponibilidade do Interesse Público

Os bens e os interesses públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à Administração ou a seus agentes, cabendo somente sua gestão em prol da coletividade. Veda ao administrador quaisquer atos que impliquem renúncia de direitos da Administração ou que, injustificadamente, onerem a sociedade.

Impõe limitações ao Estado, correspondendo a uma contrapartida às prerrogativas estatais, decorrentes da supremacia do interesse público sobre o particular. Assim, o Estado tem o poder de desapropriar um imóvel (prerrogativa decorrente da supremacia do interesse público), porém, deverá indenizar, como regra o proprietário, respeitando o direito à propriedade (limitação imposta ao Estado).

c) Motivação

Motivação é a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato; é a exteriorização dos motivos que originaram a prática do ato. Formalmente, definimos motivação como sendo a exposição da situação de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.

Na demissão de um servidor, por exemplo, o elemento motivo seria a infração por ele praticada, ensejadora dessa modalidade de punição; já a motivação seria a exposição de motivos, a exteriorização, por escrito, do motivo que levou a Administração a aplicar tal penalidade.

Todos os atos administrativos válidos possuem um motivo, porém, a motivação não será obrigatória quando a lei dispensar ou se a natureza do ato for com ela compatível. Nesses casos, o motivo não será expresso pela Administração, ou seja, embora o motivo exista, não haverá motivação do ato.

O exemplo tradicional de ato que prescinde de motivação é a exoneração de cargo em comissão, visto que este é de “livre nomeação e livre exoneração”. É bom lembrar que a boa prática administrativa recomenda a motivação de todo ato administrativo, a fim de se dar maior transparência à atividade administrativa.

A Lei n º 9.784/99 (regulamenta os processos administrativos, em âmbito federal) estabeleceu, em seu art. 50, uma lista de atos que devem ser motivados. A maioria da doutrina entende que a regra é motivar todos os atos administrativos, sejam discricionários ou vinculados. Sendo assim, tal lista é tida pela doutrina majoritária como meramente exemplificativa.

d) Continuidade do Serviço Público

Os serviços públicos, por serem prestados no interesse da coletividade, devem ser adequados e seu fornecimento não deve sofrer interrupções. A Lei nº 8.987/95 (estabelece normas gerais sobre as concessões e permissões de serviço público) estabelece, em seu art. 6º, que serviço público adequado é aquele que atende a alguns requisitos, entre eles, o da continuidade.

Porém, devemos ressaltar que isso não se aplicará às interrupções por situações de emergência ou após aviso prévio – nos casos de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário.

Page 21: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 21

Ainda como decorrência da aplicação de tal princípio, a CF, em seu art. 37, VII, impõe que os limites ao exercício de greve do servidor público sejam estabelecidos em lei específica.

CUIDADO!A única situação em que pode haver interrupção na prestação do serviço sem aviso prévio ao usuário e que não caracteriza descontinuidade é em caso de emergência.

e) Probidade Administrativa

A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé. Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988. O art. 37, §4º traz as consequências de um ato de improbidade administrativa e o art. 85, V, dispõe que é crime de responsabilidade do Presidente da República a prática de atos que atentem contra a probidade administrativa. A improbidade administrativa é regulamentada pela Lei nº 8.428/92, que será estudada posteriormente.

f) Autotutela

Decorre do princípio da legalidade. Por esse princípio, a Administração pode controlar seus próprios atos, anulando os ilegais (controle de legalidade) e revogando os inconvenientes ou inoportunos (controle de mérito). De forma sucinta, é o princípio que autoriza que a Administração Pública revise os seus atos e conserte os seus erros. Não deve ser confundido com a tutela administrativa que representa a relação existente entre a Administração Direta e Indireta.

O princípio da autotutela foi consagrado pela Súmula 473, do STF:

“473 – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

g) Razoabilidade e Proporcionalidade

São tidos como princípios gerais de Direito, aplicáveis a praticamente todos os ramos da ciência jurídica. No âmbito do Direito Administrativo, encontram aplicação especialmente no que concerne à prática de atos administrativos que impliquem restrição ou condicionamento a direitos dos administrados ou imposição de sanções administrativas.

Funcionam como os maiores limitadores impostos à liberdade de atuação do administrador público, ou seja, limitam a discricionariedade administrativa. Trata-se da aferição da adequação da conduta escolhida pelo agente público à finalidade que a lei expressa.

Visa sempre analisar se a conduta do agente público foi razoável e se os fins atingidos foram proporcionais a determinado caso em concreto. A Lei nº 9.784/99 impõe à Administração

Page 22: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br22

Pública a adequação entre os meios e os fins (razoabilidade), vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do fim público (proporcionalidade).

h) Segurança Jurídica

O ordenamento jurídico vigente garante que a Administração deve interpretar a norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

O princípio da segurança jurídica não veda que a Administração mude a interpretação dada anteriormente sobre determinada norma administrativa, porém, veda que a Administração aplique retroativamente essa nova interpretação.

Por força de tal princípio, por exemplo, veremos que a Administração Pública terá um prazo decadencial de cinco anos para anular atos administrativos que beneficiem os seus destinatários, salvo se comprovada a má-fé do administrador público.

3) Regime Jurídico Administrativo

Nas palavras de Maria Sylvia Di Pietro, regime jurídico administrativo é o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração e que não são encontradas nas relações entre particulares.

Tal expressão abrange o conjunto de regras que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição de supremacia em relação aos particulares, demonstrando o desequilíbrio na relação jurídica existente, característica dos diversos ramos do Direito Público.

Esse desequilíbrio existente na relação jurídica entre a Administração Pública e os particulares é traduzido por uma relação de verticalidade (Administração num patamar superior ao particular administrado) e não de horizontalidade, como nos diversos ramos do Direito Privado.

Assim, ao longo do estudo do Direito Administrativo perceberemos que a Administração Pública possui diversos privilégios e prerrogativas para que possa atingir a consecução do interesse público, visto que há uma supremacia deste sobre o interesse particular, ou seja, sempre que entrarem em conflito o direito do indivíduo e o interesse da comunidade, há de prevalecer este, uma vez que o objetivo primordial da Administração é o bem comum.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o regime jurídico administrativo pauta-se em dois princípios básicos: a legalidade (sujeições) e a supremacia do interesse público sobre o particular (prerrogativas).

Segundo a autora, “Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Administração Pública à observância da lei; é a aplicação, ao direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar-se a autoridade da Administração Pública, necessária à consecução de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o particular”.

Page 23: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 23

Já para Celso Antônio Bandeira de Mello, acompanhado da doutrina majoritária, o estudo do regime jurídico administrativo se delineia em função da consagração de dois princípios: supremacia de interesse público sobre o particular (prerrogativas) e a indisponibilidade, pela Administração Pública, dos interesses públicos (sujeições).

O autor afirma que “Em suma, o necessário – parece-nos – é encarecer que na administração os bens e os interesses não se acham entregues à livre disposição da vontade do administrador. Antes, para este, coloca-se a obrigação, o dever de curá-los nos termos da finalidade a que estão adstritos. É a ordem legal que dispõe sobre ela”.

CUIDADO! PRINCÍPIOS EMBASADORES DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVOMaria Sylvia Di Pietro – legalidade e supremacia do interesse público sobre o particular

Celso Antônio Bandeira de Mello – supremacia do interesse público sobre o particular e indisponibilidade, pela Administração Pública, dos interesses públicos.

Page 24: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 25: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 25

Questões CESPE

(Cespe – Ministério da Integração – 2013)

Com relação a Estado, governo e adminis-tração pública, julgue os itens seguintes.

1. Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade emi-nentemente técnica.

( ) Certo   ( ) Errado

2. Consoante as regras do direito brasileiro, as funções administrativas, legislativas e judiciais distribuem-se entre os poderes es-tatais — Executivo, Legislativo e Judiciário, respectivamente —, que as exercem de for-ma exclusiva, segundo o princípio da sepa-ração dos poderes.

( ) Certo   ( ) Errado

3. Em sentido objetivo, a expressão adminis-tração pública denota a própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

( ) Certo   ( ) Errado

4. Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os estados-membros são dotados de autonomia e soberania, ra-zão por que elaboram suas próprias consti-tuições.

( ) Certo   ( ) Errado

No que concerne à administração pública, julgue os itens a seguir.

5. As entidades que integram a administração direta e indireta do governo detêm autono-mia política, administrativa e financeira.

( ) Certo   ( ) Errado

6. A administração pratica atos de governo, pois constitui todo aparelhamento do Estado pre-ordenado à realização de seus serviços, visan-do à satisfação das necessidades coletivas.

( ) Certo   ( ) Errado

7. Os costumes, a jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais fontes do di-reito administrativo

( ) Certo   ( ) Errado

8. (Cespe – DPU – 2016)

A administração pública em sentido formal, orgânico ou subjetivo, compreende o con-junto de entidades, órgãos e agentes públi-cos no exercício da função administrativa. Em sentido objetivo, material ou funcional, abrange um conjunto de funções ou ativida-des que objetivam realizar o interesse públi-co.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – DPU – 2016)

A repartição do poder estatal em funções - legislativa, executiva e jurisdicional - não descaracteriza a sua unicidade e indivisibi-lidade.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 26: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br26

(Cespe – TRT10 – Analista Judiciário – 2012)

Julgue os itens a seguir, acerca dos princí-pios e das fontes do direito administrativo.

10. O princípio da supremacia do interesse pú-blico é, ao mesmo tempo, base e objetivo maior do direito administrativo, não com-portando, por isso, limites ou relativizações.

( ) Certo   ( ) Errado

11. Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direito administrativo.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (Cespe – TJ-RR – Analista Processual – 2012)

O princípio da supremacia do interesse pú-blico vincula a administração pública no exercício da função administrativa, assim como norteia o trabalho do legislador quan-do este edita normas de direito público.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TJRR – Administrador – 2012)

13. O princípio da impessoalidade nada mais é do que o clássico princípio da finalidade, que impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal.

( ) Certo   ( ) Errado

14. Do princípio da supremacia do interesse público decorre a posição jurídica de pre-ponderância do interesse da administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TJDF – Procurador – 2012)

15. Por força do princípio da legalidade, a ad-ministração pública não está autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem ausentes seus pressu-postos.

( ) Certo   ( ) Errado

16. Constitui exteriorização do princípio da au-totutela a súmula do STF que enuncia que “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados dos vícios que os tor-nam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-veniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse públi-co sobre o privado e o princípio da indispo-nibilidade do interesse público.

( ) Certo   ( ) Errado

18. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem sua atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem tudo se permite se não houver proibição legal.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 27: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 27

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

19. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Em decorrência do princípio da impessoali-dade, previsto expressamente na Constitui-ção Federal, a administração pública deve agir sem discriminações, de modo a aten-der a todos os administrados e não a certos membros em detrimento de outros.

( ) Certo   ( ) Errado

20. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma explícita.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. E 5. E 6. E 7. C 8. C 9. C 10. E 11. C 12. C 13. C 14. C 15. C 16. C 17. C  18. C 19. C 20. C

Page 28: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 29: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 29

Questões FCC

1. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Determinada empresa privada, concessio-nária de serviços públicos, torna-se inadim-plente, deixando de prestar o serviço de administração de uma estrada do Estado do Maranhão, descumprindo o contrato firma-do e prejudicando os usuários. Neste caso, a retomada do serviço público concedido ain-da no prazo de concessão pelo Governo do Estado do Maranhão tem por escopo asse-gurar o princípio do serviço público da

a) cortesia.b) continuidade.c) modicidade.d) impessoalidade.e) atualidade.

2. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

O Diretor Jurídico de uma autarquia estadu-al nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão na mes-ma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imedia-ta demissão de Cláudia, sob pena de carac-terizar grave violação a um dos princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da

a) presunção de legitimidade.b) publicidade.c) motivação.d) supremacia do interesse privado sobre

o público.e) impessoalidade.

3. (FCC – TRT 2 – Oficial de Justiça – 2014)

O princípio da supremacia do interesse pú-blico informa a atuação da Administração pública

a) subsidiariamente, se não houver lei dis-ciplinando a matéria em questão, pois não se presta a orientar atividade inter-pretativa das normas jurídicas.

b) alternativamente, tendo em vista que somente tem lugar quando não acudi-rem outros princípios expressos.

c) de forma prevalente, posto que tem hierarquia superior aos demais princí-pios.

d) de forma ampla e abrangente, na medi-da em que também orienta o legislador na elaboração da lei, devendo ser ob-servado no momento da aplicação dos atos normativos.

e) de forma absoluta diante das lacunas legislativas, tendo em vista que o inte-resse público sempre pretere o interes-se privado, prescindindo da análise de outros princípios.

4. (FCC – TRT 19 – Oficial de Justiça – 2014)

Determinada empresa do ramo farmacêuti-co, responsável pela importação de impor-tante fármaco necessário ao tratamento de grave doença, formulou pedido de retifica-ção de sua declaração de importação, não obtendo resposta da Administração pública. Em razão disso, ingressou com ação na Jus-tiça, obtendo ganho de causa. Em síntese, considerou o Judiciário que a Administra-ção pública não pode se esquivar de dar um pronto retorno ao particular, sob pena in-clusive de danos irreversíveis à própria po-pulação. O caso narrado evidencia violação ao princípio da

a) publicidade.b) eficiência.c) impessoalidade.d) motivação.e) proporcionalidade.

Page 30: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br30

5. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013)

Determinado administrado formulou re-querimento administrativo perante a Admi-nistração Pública pleiteando o fornecimen-to de remédio. Contudo, passados quase cinco meses do requerimento, a autoridade competente não tinha analisado o pedido, o que ensejou a propositura de ação judicial. O caso narrado evidencia a violação ao se-guinte princípio do Direito Administrativo:

a) eficiência. b) especialidade. c) tutela. d) autotutela. e) publicidade.

6. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Na atuação administrativa, não basta a lega-lidade formal, restrita; é preciso também a observância de princípios éticos, de lealda-de, de boa-fé. A assertiva em questão refe-re-se ao princípio da

a) proporcionalidade. b) supremacia do interesse público. c) motivação. d) eficiência. e) moralidade.

7. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

Determinado servidor público, ao aplicar sanção a seu subordinado, assim o fez de forma excessiva e sem levar em conta as cir-cunstâncias da falta disciplinar e o anterior comportamento do funcionário, isto é, seus antecedentes funcionais. O fato narrado ca-racteriza violação ao seguinte princípio da Administração Pública:

a) eficiência. b) supremacia do interesse público. c) presunção de veracidade. d) razoabilidade. e) publicidade.

8. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

João obteve a primeira colocação na clas-sificação final de determinado concurso público, conforme publicação realizada em jornal de grande circulação. No entanto, foi nomeado mediante publicação em perió-dico diverso e de menor circulação, o que o impossibilitou de tomar as providências necessárias à posse e entrada em exercício na função. A convocação de João mediante singelo aviso genérico em jornal de peque-na circulação, diverso daquele em que os atos oficiais haviam sido até então publi-cados, não é apta a alcançar as finalidades de transparência e de conferir ciência ao nomeado, visto que dificulta o acesso e a compreensão da informação veiculada. A situação narrada evidencia a violação ao se-guinte princípio da Administração Pública:

a) publicidade. b) supremacia do interesse público. c) presunção de veracidade. d) improbidade. e) motivação.

9. (FCC – MPE-AP – Técnico Ministerial – 2012)

O Prefeito de determinado Município, a fim de realizar promoção pessoal, utilizou-se de símbolo e de slogan que mencionam o seu sobrenome na publicidade institucional do Município. A utilização de publicidade governamental para promoção pessoal de agente público viola o disposto no artigo 37, § 1º, da Constituição Federal, ora transcrito: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autori-dades ou servidores públicos”.

O fato narrado constitui violação ao seguin-te princípio da Administração Pública, den-tre outros:

Page 31: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 31

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

a) Eficiência. b) Publicidade. c) Razoabilidade. d) Impessoalidade. e) Supremacia do Interesse Particular so-

bre o Público.

10. (FCC – TST – Técnico Judiciário – 2012)

Segundo a literalidade do caput do art. 37 da Constituição de 1988, a Administração pública obedecerá, entre outros, ao princí-pio da

a) boa-fé. b) proporcionalidade. c) razoabilidade. d) igualdade. e) moralidade.

11. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man-dados – 2012)

O Poder Público contratou, na forma da lei, a prestação de serviços de transporte urbano à população. A empresa contrata-da providenciou todos os bens e materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado momento, interrompeu as ati-vidades. O Poder Público assumiu a presta-ção do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais de titularidade da empresa. A atuação do poder público con-substanciou-se em expressão do princípio da

a) continuidade do serviço público. b) eficiência. c) segurança jurídica. d) boa-fé. e) indisponibilidade do interesse público.

12. (FCC – Analista Judiciário – TRT-11ª Região – 2012)

A ideia de que a Administração tem que tra-tar todos os administrados sem discrimina-ções, traduz o princípio da

a) legalidade. b) indisponibilidade.

c) impessoalidade.d) publicidade. e) unicidade.

13. (FCC – Analista MPE-RN – 2012)

O Administrador Público, ao remover deter-minado Servidor Público, com o objetivo de vingança, viola, dentre outros, o princípio da

a) proporcionalidade. b) impessoalidade. c) eficiência. d) publicidade. e) especialidade.

14. (FCC – Prefeitura de Recife – Procurador – 2008)

A definição de regime jurídico administrati-vo remete ao conjunto de:

a) prerrogativas e sujeições conferidas à Administração Pública que lhe per-mitem escusar-se ao cumprimento do princípio da legalidade em prol da su-premacia do interesse público.

b) prerrogativas conferidas à Administra-ção Pública, das quais são exemplos o poder expropriatório, a autotutela, a observância da finalidade pública e o princípio da moralidade administrativa.

c) prerrogativas e sujeições conferidas à Administração Pública, que lhe permi-tem figurar, em alguns casos, em posi-ção de supremacia em relação ao parti-cular para atender o interesse público, e lhe obrigam a submeter-se a restrições em suas atividades.

d) sujeições às quais está obrigada a Admi-nistração Pública, das quais são exem-plos a obrigatoriedade de lançar mão do poder expropriatório, de rescindir con-tratos administrativos e de impor medi-das de polícia.

e) prerrogativas conferidas à Administra-ção Pública para imposição de restrições aos administrados, em relação aos quais goza de supremacia sempre que preten-der o sacrifício do interesse privado.

Page 32: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br32

15. (FCC – TRT-MT – Analista Judiciário – 2016)

Manoela foi irregularmente investida no cargo público de Analista do Tribunal Re-gional do Trabalho da 23ª Região, tendo, nessa qualidade, praticado inúmeros atos administrativos. O Tribunal, ao constatar o ocorrido, reconheceu a validade dos atos praticados, sob o fundamento de que os atos pertencem ao órgão e não ao agente público. Trata-se de aplicação específica do princípio da

a) impessoalidade.b) eficiência.c) motivação.d) publicidade.e) presunção de veracidade.

16. (FCC – TRT-MT – Técnico Judiciário – 2016)

O Supremo Tribunal Federal, em importan-te julgamento, considerou legítima a publi-cação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspon-dentes vencimentos e vantagens pecuniá-rias, não havendo qualquer ofensa à Cons-tituição Federal, bem como à privacidade, intimidade e segurança dos servidores. Pelo contrário, trata-se de observância a um dos princípios básicos que regem a atuação ad-ministrativa, qual seja, o princípio específico da

a) proporcionalidade.b) eficiência.c) presunção de legitimidade.d) discricionariedade.e) publicidade.

17. (FCC – TRE-PB – Técnico Judiciário – 2016)

O princípio da supremacia do interesse pú-blico:

a) é hierarquicamente superior aos de-mais princípios, impondo-se sempre que houver conflito entre o interesse público e o interesse particular.

b) foi substituído pelo princípio da indispo-nibilidade dos bens públicos, posto que as decisões que visam ao atendimento do interesse público não colidem mais, na atualidade, com os interesses priva-dos.

c) depende de interpretação do conteú-do no caso concreto, não se aplicando apriorística ou isoladamente, sem con-siderar os demais princípios e as demais normas que se apliquem aos diversos interesses contrapostos, públicos e pri-vados.

d) é aplicado quando inexiste disposição legal para orientar determinada atua-ção, posto que, em havendo, é típico caso de incidência do princípio da legali-dade.

e) depende essencialmente do princípio da legalidade, uma vez que, para sua in-tegral aplicação e validade, é necessário que exista norma legal expressa nesse sentido.

18. (FCC – TRE-TO – Técnico Judiciário – 2011)

São princípios da Administração Pública, ex-pressamente previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros,

a) eficiência, razoabilidade e legalidade.b) motivação, moralidade e proporcionali-

dade.c) legalidade, moralidade e impessoalida-

de.d) publicidade, finalidade e legalidade.e) eficiência, razoabilidade e moralidade.

19. (FCC – TRF-4ª – Analista Administrativo – 2010)

O princípio que norteia a gestão pública em que, qualquer atividade pública deve ser di-rigida a todos os cidadãos, sem a determi-nação de pessoa ou discriminação de qual-quer natureza, é o princípio da

a) impessoalidade.b) legalidade.c) moralidade.

Page 33: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 33

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

d) igualdade.e) continuidade.

20. (FCC – ALEPE – Consultor Legislativo Direito – 2014)

O Governo de determinado Estado realizou campanha publicitária, paga com recursos públicos advindos da arrecadação de impos-tos, para divulgação do programa de saúde pública instituído no Estado. A campanha publicitária afirmou que o programa de saú-de pública era uma realização do partido político ao qual o Governador do Estado era filiado, tendo o Governador sido citado no-minalmente na campanha, que também uti-lizou sua imagem. Considerando o disposto na Constituição Federal, trata-se de publici-dade realizada:

a) regularmente, uma vez que o cidadão tem direito a ser informado sobre as po-líticas públicas instituídas pelo Governo, devendo ter caráter educativo, informa-tivo ou de orientação social.

b) irregularmente, uma vez que da pu-blicidade dos programas dos órgãos públicos não poderão constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.

c) irregularmente, uma vez que é vedada a realização de campanha publicitária dos programas de governo com recursos públicos, salvo se provenientes de doa-ções.

d) irregularmente, uma vez que não pode-ria ter sido utilizada a imagem do Go-vernador, ainda que seu nome e o nome de seu partido pudessem ser utilizados na campanha.

e) regularmente, uma vez que a publici-dade dos programas de saúde pública exige a indicação da autoridade res-ponsável pelo programa, em razão do princípio da transparência, devendo ter

caráter educativo, informativo ou de orientação social.

21. (FCC – MPE-PE – Promotor – 2014)

Em sua formação, o Direito Administrativo brasileiro recebeu a influência da experiên-cia doutrinária, legislativa e jurisprudencial de vários países, destacando-se especial-mente a França, considerada como berço da disciplina. No rol de contribuições do Direito Administrativo francês à prática atual do Di-reito Administrativo no Brasil, NÃO é corre-to incluir:

a) a adoção de teorias publicísticas em matéria de responsabilidade extracon-tratual das entidades estatais.

b) a adoção do interesse público como eixo da atividade administrativa.

c) a ideia de exorbitância em relação ao di-reito comum, aplicável aos particulares.

d) a teoria do desvio de poder.e) o sistema de contencioso administrati-

vo.

22. (FCC – TCE-RS – Auditor Público – 2014)

A necessidade de publicação dos atos admi-nistrativos no Diário Oficial e, em alguns ca-sos, em jornais de grande circulação é forma de observância do princípio da

a) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na legislação.

b) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são publicados sem identificação da autoridade que os emi-tiu.

c) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a seu al-cance para promover uma boa gestão, ainda que não haja lastro na legislação.

d) supremacia do interesse público, pois a Administração tem prioridade sobre ou-tras publicações.

e) publicidade, na medida em que a Ad-ministração deve dar conhecimento de seus atos aos administrados.

Page 34: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br34

23. (FCC – TCE-RS – Auditor Público – 2014)

Os princípios que regem a Administração pública:

a) são aqueles que constam expressamen-te do texto legal, não se reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta quanto à indire-ta.

b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se prioritariamente em relação aos segundos, ambos se diri-gindo apenas à Administração direta.

c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em ra-zão de seu conteúdo ser mais relevante.

d) dirigem-se indistintamente à Adminis-tração direta e às autarquias, aplicando--se seja quando forem expressos, seja quando implícitos.

e) aplicam-se à Administração direta, indi-reta e aos contratados em regular licita-ção, seja quando forem expressos, seja quando implícitos.

24. (FCC – TRF-4 – Oficial de Justiça – 2014)

O princípio que traduz a ideia de que a Ad-ministração tem que tratar a todos os admi-nistrados sem discriminações, benéficas ou peculiares denomina-se princípio da:

a) moralidade.b) publicidade.c) supremacia do interesse público.d) impessoalidade.e) responsabilidade.

25. (FCC – TCE-GO – Analista de Controle Exter-no – 2014)

Um dos princípios básicos da Administração pública, além de consagrado explicitamente na Constituição Federal, quando trata dos princípios que norteiam a atuação admi-nistrativa, também consta implicitamente ao longo do texto constitucional, como por exemplo, quando a Carta Magna exige que o ingresso em cargo, função ou emprego pú-

blico dependerá de concurso público, exata-mente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. Do mesmo modo, ao estabelecer que os contratos com a Administração direta e indireta depende-rão de licitação pública que assegure igual-dade de todos os concorrentes. Trata-se do princípio da:

a) proporcionalidade.b) publicidade.c) eficiência.d) motivação.e) impessoalidade.

26. (FCC – TRT-MG – Técnico Judiciário – 2015)

O Supremo Tribunal Federal, em importan-te julgamento, ocorrido no ano de 2001, entendeu não caber ao Banco “X” negar, ao Ministério Público, informações sobre no-mes de beneficiários de empréstimos con-cedidos pela instituição, com recursos subsi-diados pelo erário federal, sob invocação do sigilo bancário, em se tratando de requisição de informações e documentos para instruir procedimento administrativo instaurado em defesa do patrimônio público. Trata-se de observância ao princípio da

a) motivação. b) supremacia do interesse privado. c) impessoalidade. d) proporcionalidade. e) publicidade.

27. (FCC – CNMP – 2015)

Corresponde a um dos princípios básicos da Administração pública a:

a) universalidade.b) livre iniciativa. c) solidariedade.d) legalidade.e) precaução.

Page 35: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 35

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

28. (FCC – TRT-6 – Juiz Substituto – 2015)

Acerca dos princípios informativos da Admi-nistração pública, considere:

I – O princípio da publicidade aplica-se tam-bém às entidades integrantes da Adminis-tração indireta, exceto àquelas submetidas ao regime jurídico de direito privado e que atuam em regime de competição no merca-do.

II – O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a ele se subordi-nam os demais princípios reitores da Admi-nistração.

III – O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado pela Carta Mag-na a partir da Emenda Constitucional no 19/1998, aplica-se a todas as entidades in-tegrantes da Administração direta e indire-ta. Está correto o que consta APENAS em:

a) III. b) I e II. c) II e III. d) I. e) II.

29. (FCC – TRE-RR – Analista Administrativo – 2015)

A Administração Pública Federal, enquanto não concluído e homologado determinado concurso público para Auditor Fiscal da Re-ceita Federal, alterou as condições do cer-tame constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à es-pécie. E, assim ocorreu, porque antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à nomeação. Trata-se de aplicação do Princípio da

a) Eficiência. b) Publicidade. c) Legalidade. d) Motivação. e) Supremacia do interesse privado.

30. (FCC – TRE-RR – Analista Judiciário – 2015)

O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento ocorrido no ano de 2011, julgou inconstitucional lei que vedava a realização de processo seletivo para o recrutamento de estagiários por órgãos e entidades do Poder Público do Distrito Federal. O aludi-do julgamento consolidou fiel observância, dentre outros, ao princípio da

a) segurança jurídica. b) publicidade. c) presunção de legitimidade. d) motivação. e) impessoalidade.

Gabarito: 1. B 2. E 3. D 4. B 5. A 6. E 7. D 8. A 9. D 10. E 11. A 12. C 13. B 14. C 15. A 16. E  17. C 18. C 19. A 20. B 21. E 22. E 23. D 24. D 25. E 26. E 27. D 28. A 29. C 30. E

Page 36: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br36

TÓPICO 2

Organização administrativa da União: Administração Direta e Indireta; Agentes Públicos: classificação e espécies

2. Organização administrativa da União

A organização administrativa da União foi inicialmente estabelecida no Decreto-lei nº 200/67, por meio do qual fica estabelecido que a Administração Pública Federal compreende:

• Administração Direta: que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios;

• Administração Indireta: formada pelo conjunto de autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Nesse tópico, iremos trabalhar o conceito subjetivo de Administração Pública, ou seja, iremos analisar o conjunto de órgãos, agentes e entidades integrantes da estrutura administrativa brasileira, porém, antes disso, é essencial conhecermos os conceitos de centralização, descentralização e desconcentração.

2.1 Centralização x Descentralização x Desconcentração

O Estado exerce suas funções administrativas mediante um conjunto integrado de órgãos, agentes e entidades, que integra o conceito subjetivo de Administração Pública.

Para exercer tais funções, o Estado organiza-se de duas formas básicas: administração centralizada e administração descentralizada. Daí, surgem, respectivamente, os conceitos de centralização e descentralização.

Centralização ou administração centralizada dá-se quando o Estado exerce suas atividades por meio de seus órgãos e agentes integrantes da estrutura da Administração Direta. Assim, na centralização, o Estado exerce suas funções através de seus órgãos e agentes integrantes das entidades políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Descentralização ou administração descentralizada ocorre quando as entidades políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exercem suas funções por outras pessoas físicas ou jurídicas.

Nesse caso, faz-se necessária a presença de duas pessoas jurídicas: o Estado e a entidade que executará o serviço.

Page 37: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 37

A descentralização pode se dar de duas formas: por outorga (ou por serviços) ou por delegação (ou por colaboração).

Há descentralização por outorga (ou por serviços) quando o Estado cria ou autoriza a criação de uma entidade, por lei, e a ela transfere, por prazo indeterminado, determinado serviço. A descentralização por outorga, na verdade, reflete a Administração Indireta.

É o que percebemos com a leitura da Constituição Federal, em seu art. 37, XIX, no qual o Estado cria, por lei específica, as autarquias e autoriza, também por lei específica, a criação das fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Já na descentralização por delegação (ou por colaboração), o Estado transfere a execução de determinado serviço a pessoa física ou jurídica, normalmente, por prazo determinado, mediante ato ou contrato. Em tal situação, as delegatárias de serviço público prestarão os serviços em nome próprio, por sua conta e risco, mas sob fiscalização do Poder Público. É o que ocorre, por exemplo, no caso das concessionárias, permissionárias e autorizatárias de serviços públicos.

Pelo exposto, podemos apontar duas formas de prestação de serviço público: a centralização (ou prestação centralizada) e a descentralização (ou prestação descentralizada). Mas, então, o que é desconcentração?

A desconcentração é uma mera técnica administrativa de distribuição interna de competências, visando à eficiência na prestação do serviço. Assim, percebemos que a desconcentração ocorre em âmbito interno, em uma mesma pessoa jurídica.

Essa é a principal distinção entre a desconcentração e a descentralização. Na primeira, pressupõe-se a existência de uma única pessoa jurídica, já na segunda, há duas pessoas (o Estado e a pessoa física ou jurídica que prestará o serviço, por outorga ou delegação).

CUIDADO!Quando conceituamos descentralização administrativa, percebemos que esta ocorre quando o Estado transfere a outra pessoa física ou jurídica a titularidade do serviço. Ora, se as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas, de onde surge a possibilidade de transferência a pessoas físicas? Das delegatárias de serviço público. Assim, teremos:

Concessionárias de serviço público – são pessoas jurídicas ou consórcios de empresas;

Permissionárias de serviço público – são pessoas físicas ou jurídicas;

Autorizatárias de serviço público – são pessoas físicas ou jurídicas.

A desconcentração poderá ocorrer tanto na Administração Direta (União criando seus Ministérios, cada Ministério criando as suas Secretarias, por exemplo) quanto na Administração Indireta (uma universidade pública criando o Departamento de Contabilidade, de Psicologia, e assim sucessivamente).

Page 38: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br38

Por fim, destacamos que poderá ocorrer Administração Pública Centralizada, desconcentrada ou não, e Administração Pública Descentralizada, desconcentrada ou não.

2.1 Administração Direta

A Administração Direta é representada pelo conjunto de órgãos que compõem as entidades federativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Representa o conceito de Administração Centralizada.

A Administração Direta é integrada pelas pessoas jurídicas de direito público que possuem competência legislativa, ou seja, pelas pessoas políticas. Assim, os conceitos de Administração Pública Direta, de Administração Centralizada e de Entidades Políticas confundem-se.

Em âmbito federal, a União acompanhada dos diversos órgãos que a compõem (Presidência da República, Ministérios, Secretarias, etc,) formam a estrutura da Administração Pública Federal Direta ou Centralizada.

2.1.2 Órgãos Públicos

Segundo Hely Lopes Meirelles, os órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. Já a Lei nº 9.784/99 os define como “unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta”.

Cabe ressaltar que esses órgãos públicos são estruturados de forma hierarquizada (há relação hierárquica entre os órgãos e unidades integrantes de suas estruturas internas). Assim, a relação existente entre um Ministério e uma Secretaria sua, por exemplo, resulta da relação hierárquica presente em suas estruturas.

A seguir, transcreveremos as características dos órgãos públicos, componentes da estrutura administrativa brasileira:

• integram a estrutura de uma pessoa jurídica, logo, nenhum órgão público possui personalidade jurídica própria e nem patrimônio próprio;

• resultam da desconcentração administrativa, como visto anteriormente;

• podem ser encontrados na estrutura da Administração Direta ou Indireta, como visto anteriormente;

• alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira;

• não representam em juízo a pessoa jurídica da qual fazem parte;

• podem firmar contratos de gestão com outros órgãos ou pessoas jurídicas, por meio de seus administradores (CF, art. 37, §8º);

• alguns órgãos públicos possuem capacidade processual (ou judiciária) para defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais.

Page 39: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 39

CUIDADO! CAPACIDADE PROCESSUAL DE ALGUNS ÓRGÃOS PÚBLICOSO órgão, por ser um ente despersonalizado, não possui, via de regra, capacidade processual para estar em juízo, ou seja, não pode figurar em um dos polos da relação jurídica.

Entretanto, o Código de Processo Civil, em seu artigo 7º, atribui capacidade processual para os órgãos independentes e autônomos, não alcançando os demais órgãos públicos. A jurisprudência e a doutrina atribuem capacidade processual do órgão público para impetração de mandado de segurança, na defesa de sua competência, quando violada por outro órgão.

Cabe ressaltar que nenhum órgão possui personalidade jurídica, porém, os órgãos independentes e autônomos possuem capacidade processual ou judiciária, ou seja, excepcionalmente, alguns órgãos podem figurar num dos polos de uma ação (mandado de segurança).

2.1.2.1 Teoria do Órgão

Diversas teorias tentam explicar a relação jurídica existente entre o Estado e seus agentes públicos, pessoas que agem em nome do Estado, por vontade própria. Entre essas teorias, a doutrina majoritária preferiu a denominada teoria do órgão ou da imputação.

Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “Por essa teoria, amplamente adotada por nossa doutrina e jurisprudência, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da pessoa jurídica, de tal modo que, quando os agentes atuam nestes órgãos manifestam sua vontade, considera-se que esta foi manifestada pelo próprio Estado. Fala-se em imputação (e não representação) da atuação do agente, pessoa natural, à pessoa jurídica”.

Maria Helena Diniz explica que essa teoria é utilizada para justificar a validade dos atos praticados por funcionário de fato, pois considera que o ato do funcionário é ato do órgão, imputável, portanto, à Administração. Deve-se, entretanto, notar que não é qualquer ato que será imputado ao Estado. É necessário que o ato se revista, ao menos, de aparência de ato jurídico legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser um agente público (teoria da aparência). Fora esses casos, o ato não será imputado ao Estado.

2.1.2.2 Classificação dos Órgãos

Adotaremos a classificação consagrada por Hely Lopes Meirelles por entendermos ser ela a mais utilizada, não só em concursos públicos como também por outras autores pátrios. Segundo ele, os órgãos podem sofrer diferentes classificações, de acordo com sua posição estatal, quanto à sua estrutura (composição) e quanto à sua atuação funcional.

Page 40: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br40

Quanto à posição estatal:

a) Órgãos Independentes: são os diretamente previstos no texto constitucional, representando os três Poderes (Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais tribunais, Presidência da República e seus simétricos nas demais esferas da Federação). São órgãos sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições desses órgãos são exercidas por agentes políticos.

b) Órgãos Autônomos: situam-se na cúpula da Administração, hierarquicamente logo abaixo dos órgãos independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos. São exemplos: os Ministérios, as Secretarias de Estado, a AGU, etc.

c) Órgãos Superiores: são órgãos que possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas que sempre estão sujeitos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não têm autonomia administrativa nem financeira. Incluem-se nessa categoria órgãos com denominações muito heterogêneas, como Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes, etc.

d) Órgãos Subalternos: são todos os órgãos que exercem atribuições de mera execução, sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Têm reduzido poder decisório. São exemplos as seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria, etc.

Quanto à estrutura:

a) Órgãos Simples: os órgãos simples ou unitários são constituídos por um só centro de competência. Esses órgãos não são subdivididos em sua estrutura interna, integrando-se em órgãos maiores. Não interessa o número de cargos que tenha o órgão, mas sim a inexistência de subdivisões com atribuições específicas em sua estrutura, resultado de desconcentração administrativa.

b) Órgãos Compostos: os órgãos compostos reúnem, em sua estrutura, diversos órgãos, como resultado da desconcentração administrativa. É o que ocorre com os Ministérios e as Secretarias. Citando um exemplo concreto: o Ministério da Fazenda é integrado por vários órgãos, entre eles a Secretaria da Receita Federal. Essa é composta por diversos órgãos, entre os quais as suas Superintendências Regionais. Essas, por sua vez, são integradas por Delegacias, que são integradas por Seções até chegarmos a um órgão que não seja mais subdividido (que será o órgão unitário; todos os demais são compostos).

Quanto à atuação funcional:

a) Órgãos Singulares: também denominados unipessoais, são os órgãos em que a atuação ou as decisões são atribuição de um único agente, seu chefe e representante. É exemplo a Presidência da República.

b) Órgãos Colegiados: também denominados pluripessoais, são caracterizados por atuar e decidir por meio da manifestação conjunta de seus membros. Os atos e as decisões são tomados após deliberação e aprovação pelos membros integrantes do órgão, conforme as regras regimentais pertinentes a quorum de instalação, de deliberação, de aprovação, etc. São exemplos o Congresso Nacional e os Tribunais.

Page 41: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 41

CUIDADO!Os órgãos públicos podem ser divididos em: deliberativos e consultivos. Os órgãos deliberativos são aqueles que tomam decisões, enquanto que os órgãos consultivos são aqueles que emitem pareceres, opiniões, conselhos que, por sua vez, são transmitidos aos órgãos deliberativos para os auxiliarem na sua tomada de decisão.

Como exemplo de órgãos consultivos, podemos citar a Assessoria Jurídica ou o Controle Interno de uma entidade que elabora pareceres opinativos que servem de balizamento às decisões das autoridades.

Sobre os órgãos consultivos, as bancas examinadoras têm destacado que, apesar de se encontrarem inseridos na estrutura hierárquica para fins disciplinares, detêm autonomia quanto à elaboração de seus pareceres, fugindo à relação hierárquica no que diz respeito ao exercício de suas funções, preservando, assim, a autonomia de suas opiniões.

2.2 Administração Indireta

A Administração Indireta é representada pelo conjunto de pessoas jurídicas de direito público e/ou privado que possuem capacidade de autoadministração. Representa o conceito de Administração Descentralizada.

A Administração Indireta é integrada pelo conjunto de autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, ou seja, pelas pessoas administrativas. Assim, os conceitos de Administração Pública Indireta, de Administração Descentralizada e de Entidades Administrativas confundem-se.

A seguir, iremos transcrever as características comuns de todas as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração Indireta, para, posteriormente, comentarmos uma a uma tais entidades.

2.2.1 Características Comuns das Entidades da Administração Indireta

• Resultam da descentralização por outorga (ou por serviço);

• Possuem personalidade jurídica própria;

• Patrimônio próprio;

• São criadas por lei específica ou possuem a criação autorizada por lei específica (CF, art. 37, XIX);

• Como regra, sujeitam-se às regras de licitação e contratos (Lei nº 8.666/93) e a concurso público;

• De acordo com o novo Código Civil, não se sujeitam à falência (regime falimentar);

• Relação de vinculação (e não subordinação!) à Administração Direta.

Page 42: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br42

CUIDADO!A relação existente entre as entidades administrativas (Administração Indireta) e as entidades políticas (Administração Direta) não é de subordinação, mas sim de vinculação (ou tutela ou supervisão ministerial ou controle finalístico)

Cabe ressaltar que, na desconcentração administrativa, existe uma relação hierárquica entre os diversos órgãos integrantes da estrutura administrativa, porém, na descentralização administrativa, não há tal relação.

Por fim, destacamos que as entidades integrantes da Administração Indireta, não sendo subordinadas hierarquicamente à entidade estatal-matriz, não estão submetidas ao controle hierárquico, sendo sujeitas apenas ao controle finalístico de sua administração e da conduta de seus dirigentes.

Controle hierárquico é aquele decorrente do escalonamento vertical dos órgãos do Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores, daí decorrendo que os órgãos de cúpula têm sempre o controle pleno dos subalternos, independentemente de norma que o estabeleça.

Já por controle finalístico entenda-se aquele no qual não há fundamento hierárquico, porque não há subordinação entre a entidade controlada e a autoridade ou órgão controlador. É um controle de verificação do enquadramento da instituição no programa geral do Governo, para o atingimento das finalidades da entidade controlada.

a) Autarquias

São pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados do ente estatal que as criou; funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituidora e nos termos de seu regulamento.

Segundo Hely Lopes Meirelles, “A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma longa manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da Administração-matriz e passíveis dos mesmos controles dos atos administrativos”.

De forma resumida, temos as seguintes características nas autarquias:

• Integram a estrutura da Administração Pública Indireta;

• Resultam da descentralização por outorga;

• Possuem personalidade jurídica de direito público, ou seja, sujeita-se a regime jurídico de direito público;

• Possuem patrimônio próprio, composto por bens públicos;

• Os atos lesivos ao seu patrimônio estão sujeitos à ação popular;

Page 43: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 43

• São tidas como um serviço público personificado;

• Estão vinculadas (e não subordinadas!) à pessoa política que as criou – tal relação de vinculação também é denominada de controle finalístico (e não hierárquico!) ou tutela ou supervisão ministerial, exercido nos termos e limites definidos em lei;

• Criadas ou extintas por lei específica (CF, art. 37, XIX);

• Exercem atividade típica do Estado;

• Sujeitam-se à realização de concurso público e ao procedimento licitatório, como regra;

• Regime de Pessoal: regime jurídico único estatutário, reestabelecido por medida cautelar deferida pela Corte Suprema, no julgamento da ADI 2.135/DF, de 02 de agosto de 2007;

• Juízo Competente: as autarquias federais, nos litígios comuns, terão suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, já as autarquias estaduais e municipais terão suas causas processadas e julgadas na Justiça Estadual;

• As autarquias respondem de forma objetiva em relação ao dano causado pelos seus agentes, nessa qualidade, a terceiros (CF, art. 37, § 6º);

• Sujeitam-se à fiscalização do Tribunal de Contas (CF, art. 70).

Como exemplo de tais entidades temos o Banco Central do Brasil (Bacen), o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), entre outros.

b) Fundações Públicas

Entende-se como Fundação a entidade formada pela atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio ou complexo de bens, para servir a determinado fim de utilidade pública ou em benefício da coletividade. Possui personalidade jurídica própria e natureza não lucrativa.

No Direito Brasileiro, a expressão “fundação” requer certo cuidado, pois poderemos ter as fundações privadas, que são fiscalizadas pelo Ministério Público, guardando relação com o estudo do Direito Civil (Fundação da Xuxa, Fundação Roberto Marinho, etc); e as fundações públicas, que são objeto de estudo do Direito Administrativo, devendo ter suas atividades supervisionadas pela pessoa política responsável.

As fundações públicas podem possuir personalidade jurídica de direito público (quando criada diretamente por lei) ou de direito privado (quando a lei meramente autorizar sua criação), mas, sempre que instituída pelo Poder Público, será fundação pública. No caso das fundações públicas de direito público (as denominadas fundações autárquicas ou autarquias fundacionais), são válidas as mesmas considerações acerca das autarquias.

Quanto ao juízo competente, embora haja divergência doutrinária, a corrente majoritária é que as fundações públicas federais de direito público ou privado possuem o foro da Justiça Federal.

Destacamos que a professora Maria Sylvia di Pietro utiliza a expressão “patrimônio público personificado” para designar as fundações públicas.

Page 44: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br44

Como exemplo de fundações públicas, podemos citar a Fundação Rio Zôo (do Município do Rio de Janeiro), a Fundação IBGE, entre outras.

MACETE!ÓRGÃO – Centros de Competência, sem personalidade jurídica

AUTARQUIA – Serviço Público Personificado

FUNDAÇÃO PÚBLICA – Patrimônio Público Personificado

c) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

Empresa pública é a entidade com personalidade jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização legislativa específica, revestindo-se de qualquer das formas admitidas em Direito e com capital exclusivamente público, para exploração de atividades econômicas ou execução de serviços públicos.

Sociedade de economia mista é a entidade com personalidade jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização legislativa específica, revestindo-se sob a forma de sociedade anônima e com controle acionário do Poder Público, para exploração de atividades econômicas ou execução de serviços públicos.

As empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem as seguintes características comuns:

• Personalidade jurídica de direito privado (sem as prerrogativas de direito público);

• Criação por autorização legislativa específica;

• Objeto: atividade econômica ou prestação de serviço público;

• Regime de pessoal: celetista (trabalhista), mas o ingresso depende previamente de concurso público.

• Estão sujeitas às regras gerais de licitação (Lei nº 8.666/93), porém poderão ter seu próprio estatuto, quando seu objeto for atividade econômica (CF, art. 173, § 1º, III)

• Estão sujeitas a um regime híbrido, ou seja, seguem regras do direito público (concurso público e licitação, por exemplo) e regras do direito privado (obrigações trabalhistas, por exemplo).

Page 45: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 45

Já como distinções entre elas, podemos apontar as seguintes:

Distinções Sociedade de Economia Mista Empresa Pública

Forma Societária somente S.A. (Sociedade Anônima) Qualquer forma (inclusive S.A.)

Composição do Capital Majoritariamente público Exclusivamente Público

Foro Processual* Justiça Estadual (U/E/DF/M) Justiça Federal (União) ou Justiça Estadual (E/DF/M)

ExemplosBanco do Brasil, Petrobras, Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), entre outros

Correios, Caixa Econômica Federal (CEF), entre outras

* No caso de causas trabalhistas, o foro é o mesmo – Justiça do Trabalho

IMUNIDADE TRIBUTÁRIAA Constituição Federal, em seu art. 150, VI, “a”, veda a cobrança de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços entre os entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Essa vedação é chamada de imunidade recíproca.

Assim, não pode o Município cobrar IPTU de um prédio público estadual nem o Estado cobrar IPVA dos veículos da Prefeitura. O fundamento de tal imunidade é preservar os entes políticos de qualquer pressão indireta que um ente possa exercer sobre o outro.

Nos termos do § 2º do art. 150 da CF/88, as autarquias e as fundações mantidas pelo Poder Público também gozam da imunidade tributária recíproca, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Muito embora não haja previsão expressa da imunidade recíproca para empresas públicas e sociedades de economia mista, a jurisprudência tem estendido tal benefício também às empresas públicas e às sociedades de economia mista, desde que prestadoras de serviço público.

Logo, se a empresa pública ou sociedade de economia mista explorar atividade econômica, não irá gozar do benefício porque a ela deve ser aplicado o mesmo regime jurídico da iniciativa privada (art. 173, § 1º, II, da CF/88).

O exemplo mais comum de empresa pública que goza de imunidade recíproca é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Isso porque os Correios são entendidos como uma empresa prestadora de serviço público obrigatório e exclusivo do Estado e não como exploradora de atividade econômica, embora também ofereçam serviços dessa natureza.

Page 46: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br46

2.3 Conceitos Relevantes

2.3.1 AGÊNCIAS EXECUTIVAS

Agência executiva é uma qualificação concedida pelo Poder Executivo à autarquia ou à fundação pública que assinar contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor. Por meio de tal contrato, serão estabelecidas determinadas metas e objetivos a serem cumpridos. Sendo assim, percebemos que as agências executivas não representam uma nova forma na estrutura da Administração Pública Brasileira.

A qualificação de agência executiva pode ser concedida (ato discricionário) pelo Poder Público, desde que os requisitos estabelecidos no art. 51, da Lei nº 9.649/98 sejam preenchidos. Tal contrato de gestão possui base no próprio Texto Constitucional, art 37, § 8º, visando uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira da entidade assim qualificada.

O principal é sabermos que as agências executivas são entidades integrantes da estrutura da Administração Pública Indireta, visto que apenas representam autarquias ou fundações públicas com privilégios maiores.

2.3.2 AGÊNCIAS REGULADORAS

No início da década de 1990, iniciou-se um processo denominado “Reforma do Estado”, que tinha como objetivo principal a redução da máquina administrativa (formação de um “Estado Mínimo”), pois entendia-se que o Estado desempenhava várias funções que não precisavam ser por ele desempenhadas.

A intenção de tal movimento era aumentar a eficiência nas áreas em que se considerava imprescindível a atuação do Estado. Tanto que tal reforma culminou com a Emenda Constitucional nº 19, de 1998, conhecida como “Primeira Reforma Administrativa”, que inseriu a eficiência, no rol dos princípios básicos que integram toda atividade administrativa.

Entre essas atividades que só poderiam ser desenvolvidas pelo Estado, destaca-se a regulação das atividades consideradas típicas do Estado. Assim, surgiram as agências reguladoras, que vieram suprir tal necessidade.

No Direito Administrativo brasileiro, as agências reguladoras não representaram uma nova figura jurídica na estrutura da Administração Pública, pois as leis que vêm instituindo essas entidades têm-lhes conferido a forma de autarquias em regime especial.

As agências reguladoras são integrantes da Administração Indireta, visto que são autarquias com grande grau de especialização e autonomia.

A expressão “agência reguladora” não encontra base constitucional. No Texto Constitucional, só encontraremos as expressões “órgão regulador”. Assim, teremos:

Page 47: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 47

CF, art. 21, XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais

CF, art. 177, § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:

I – a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional;

II – as condições de contratação;

III – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;

Consequentemente, as leis que criaram tais “órgãos” reguladores previstos no texto constitucional foram: a Lei nº 9.472/97 (Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel) e a Lei nº 9.478/97 (Agência Nacional de Petróleo – ANP).

Ambas as agências foram criadas, pelas respectivas leis, sob a forma jurídica de “autarquia de regime especial”, sendo a Anatel vinculada ao Ministério das Comunicações e a ANP vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Quanto à natureza jurídica das agências reguladoras, cabe ressaltar que não há obrigatoriedade de elas serem instituídas na forma de autarquia. Elas poderiam ser, simplesmente, órgãos (logo, despersonalizados) especializados, integrantes da Administração Direta.

Na verdade, o legislador procurou dar um maior grau de independência perante o Poder Executivo, atribuindo às agências reguladoras a forma de autarquias.

Também é importante ressaltar que, pelo fato de as agências reguladoras exercerem atividades típicas do Estado, para o Supremo Tribunal Federal (STF), elas só poderiam ser pessoas jurídicas de direito público, caso contrário, a lei instituidora estaria fadada à inconstitucionalidade.

2.3.3 TERCEIRO SETOR: ENTIDADES PARAESTATAIS

PARAESTATAL OU PARESTATAL – “PARALELO AO ESTADO; AO LADO DO ESTADO”

Tradicionalmente, Hely Lopes Meireles incluía as empresas públicas e sociedades de economia mista em tal conceito. Tal conceito, modernamente, não é mais aceito, visto que as referidas entidades integram a Administração Indireta. Sendo assim, não estão “ao lado do Estado”, mas sim integrando o próprio Estado.

Entidades paraestatais são entes de cooperação com o Poder Público. São as pessoas privadas que, agindo ao lado do Estado, colaboram com este, no desempenho de atividade de interesse público, não lucrativa, recebendo, por isso, especial proteção estatal, tais como incentivos fiscais e outros benefícios.

Page 48: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br48

Assim, são características comuns ao conceito de entidades paraestatais:

• NÃO INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;

• Pessoas jurídicas de direito privado;

• Atividade de interesse público, sem fins lucrativos.

São quatro as entidades que integram tal conceito:

a) Serviços sociais autônomos;

b) Organizações sociais;

c) Organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip);

d) Entidades de apoio.

3. Agentes Públicos

É todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Tal definição tem origem na Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), em seu art. 2º.

De forma sucinta, percebemos que agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado.

Percebemos que a expressão agente público agrega vários segmentos do serviço público, sendo bem mais ampla que a definição de servidor público, normalmente, adotada pelos Estatutos, que os definem como a pessoa legalmente investida em cargo público.

A grande diferença entre as duas nomenclaturas utilizadas no Direito Administrativo Brasileiro é que servidor público é aquele que ocupa cargo público, já a definição de agente público engloba aquele que ocupa cargo, emprego, função ou mandato.

Na verdade, o servidor público, como veremos adiante, integra uma das categorias dos agentes públicos.

3.1 Espécies e Classificação

Existem várias formas de classificação dos agentes públicos, porém a mais utilizada para fins de prova é a adotada por Hely Lopes Meirelles, que utilizaremos a seguir:

a) Agentes Políticos;

b) Agentes Administrativos;

c) Agentes Honoríficos;

d) Agentes Delegados;

e) Agentes Credenciados.

Page 49: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 49

CUIDADO! A professora Maria Sylvia Di Pietro utiliza a seguinte classificação:

a) Agentes políticos;

b) Servidores públicos;

c) Militares (a Emenda Constitucional nº 18/98 aboliu a nomenclatura servidor público militar);

d) Particulares em colaboração com o Poder Público.

a) Agentes Políticos

São aqueles componentes do alto escalão do Governo, possuindo competência emanada diretamente pela Constituição Federal, exercendo funções governamentais, judiciais e quase judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência.

Não se submetem aos regimes jurídicos próprios dos servidores públicos em geral, pois possuem regras próprias, devido à importância de suas funções. Normalmente, seus cargos são providos mediante eleição, nomeação ou designação.

Segundo Hely Lopes Meirelles, são agentes políticos:

• Membros do Poder Executivo – o Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governador e Prefeito) e seus auxiliares imediatos (Ministros de Estado e Secretários Estaduais e Municipais);

• Membros do Poder Legislativo – Senadores, Deputados (Federais, Estaduais e Distritais) e Vereadores;

• Membros do Poder Judiciário – Magistrados, em geral;

• Membros do Ministério Público (Procuradores e Promotores) e Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros);

• Representantes diplomáticos (diplomatas);

• Demais autoridades que atuem com independência funcional no desempenho das atribuições governamentais, judiciais ou quase judiciais, atuando no quadro do funcionalismo estatutário.

Já Celso Antônio Bandeira de Mello, seguido por Maria Sylvia Di Pietro, entende que “são os titulares dos cargos estruturais à organização política do País, isto é, são os ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema fundamental do poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do Estado”.

Para eles, os agentes políticos seriam, apenas, os Chefes do Poder Executivo, nas diversas esferas, seus auxiliares imediatos, os Senadores, os Deputados e os Senadores.

Page 50: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br50

Conforme Maria Sylvia Di Pietro, “É necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma grande tendência a considerar os membros da Magistratura e do Ministério Público como agentes políticos.

Nesse sentido, o STF referiu-se aos magistrados como “agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica”.

Por fim, é importante ressaltar que, por ser o Tribunal de Contas um órgão auxiliar do Poder Legislativo, o STF entendeu que os Conselheiros das Cortes de Contas não são agentes políticos, mas sim agentes administrativos.

b) Agentes Administrativos

São aqueles que possuem uma relação funcional com a Administração Pública. Em regra, sujeitam-se à hierarquia administrativa e à regime jurídico próprio.

São os servidores públicos, os empregados públicos, os contratados temporariamente, os ocupantes de cargo em comissão, etc.

Como regime jurídico, devemos entender o conjunto de regras que estabelecem a relação existente entre a Administração Pública e seus agentes públicos. De modo sucinto, podemos concluir que tal expressão abrange o conjunto de direitos e deveres existente em tal vínculo funcional.

Assim, os servidores públicos federais possuem como regime jurídico próprio a Lei nº 8.112/90, que representa o Estatuto do Servidor Público Federal, que contém seus direitos e deveres.

c) Agentes Honoríficos

Não possuem qualquer vínculo funcional com o Estado. Possuem, geralmente uma função gratuita e temporária, mas respondem penalmente pelo exercício arbitrário delas. Segundo a doutrina, decorrem do dever cívico, da honrabilidade de exercer essas atribuições.

Assim temos: mesários do Tribunal Regional Eleitoral (ter), jurados do Tribunal de Júri, etc.

d) Agentes Delegados

São os particulares contratados pela Administração, que agem em nome próprio, executando as atribuições para as quais foram contratados. Dividem-se, basicamente, em: concessionários, permissionários e autorizatários de serviços públicos.

e) Agentes Credenciados

Para Hely Lopes Meirelles: são os que recebem a incumbência da Administração para representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante”.

Page 51: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 51

Como exemplo de agentes credenciados, podemos citar as clínicas especializadas credenciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e as clínicas especializadas credenciadas pelo Departamento de Trânsito (Detran).

SERVIDOR PÚBLICOEm sentido amplo, Maria Sylvia Di Pietro afirma serem servidores públicos as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício (seja estatutário, celetista ou especial) e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.

Os Estatutos definem servidor público em sentido estrito, como sendo a pessoa legalmente investida em cargo público. Essa definição seria a de servidor público, em sentido estrito, englobando as pessoas físicas ocupantes de cargo público, efetivo ou em comissão, sujeitas a um regime jurídico estatutário ou legal.

Assim, em sentido amplo, até os empregados públicos celetistas e os contratados temporariamente, para atender necessidade excepcional de interesse público, podem ser chamados de servidores públicos.

Também cabe ressaltar que a Emenda Constitucional nº 18/98 aboliu a nomenclatura servidor público militar. Hoje, fala-se em militares que abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas, às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e Distrito Federal.

De qualquer forma, as definições de servidor público (em sentido amplo ou em sentido estrito) são menos abrangentes que a definição de agente público trazida pela Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), em seu artigo 2º.

A grande diferença entre as duas nomenclaturas utilizadas no Direito Administrativo Brasileiro é que servidor público é aquele que ocupa cargo público, já a definição de agente público engloba aquele que ocupa cargo, emprego, função ou mandato. Assim, como visto anteriormente, os servidores públicos são espécies de agentes públicos, classificados como agentes administrativos.

Já a expressão empregado público é utilizada para representar aqueles que possuem um vínculo funcional com a Administração, estabelecido por meio de um regime jurídico celetista, enquanto que funcionário público é um termo que atualmente só é utilizado no Direito Penal, não tendo mais relevância ao estudo do Direito Administrativo.

Funcionário público, para o Direito Penal, é todo aquele que, embora transitoriamente ou sem remuneração, pratica crime contra a Administração Pública, no exercício de cargo, emprego ou função. Os conceitos de agente público e funcionário público são bem amplos e equivalentes.

Page 52: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 53: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 53

Questões CESPE

1. (Cespe – MPU – Técnico Administrativo – 2015)

Autarquia é entidade dotada de personali-dade jurídica própria, com autonomia admi-nistrativa e financeira, não sendo possível que a lei institua mecanismos de contro-le da entidade pelo ente federativo que a criou.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – MPU – Técnico Administrativo – 2015)

O instrumento adequado para a criação de autarquia é o decreto, pois o ato é de natu-reza administrativa e de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Com exceção das sociedades de economia mista, que — devido à participação da ini-ciativa privada em seu capital — seguem regras próprias, os órgãos da administração indireta estão sujeitos à regra de licitar.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (Cespe – Defensoria Pública-PE – 2015)

Considera-se desconcentração a transferên-cia, pela administração, da atividade admi-nistrativa para outra pessoa, física ou jurídi-ca, integrante do aparelho estatal.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Na desconcentração, há divisão de com-petências dentro da estrutura da entidade pública com atribuição para desempenhar determinada função.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

A descentralização é caracterizada pela dis-tribuição de competência de forma externa, ou seja, de uma pessoa jurídica para outra criada para esse fim específico, o que resul-ta em uma relação hierárquica entre elas.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (Cespe – MPU – Analista Administrativo – 2015)

A criação de autarquia é uma forma de descentralização por meio da qual se transfere determinado serviço público para outra pessoa jurídica integrante do aparelho estatal.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 54: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br54

9. (Cespe – TRE-GO – Analista Judiciário – 2015)

Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito público ou privado que atuam ao lado do Estado, executando atividades de interesse público, porém não privativos do ente estatal.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TJDFT – Técnico Judiciário – 2013)

A respeito da administração direta e indire-ta e dos conceitos de centralização e des-centralização, julgue os próximos itens.

10. Entidades paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que integram a administra-ção indireta, não podem exercer atividade de natureza lucrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

11. Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço pú-blico, ocorre a descentralização por meio de outorga.

( ) Certo   ( ) Errado

12. A criação, por uma universidade federal, de um departamento específico para cursos de pós-graduação é exemplo de descentraliza-ção.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (Cespe – TJDFT – Oficial de Justiça – 2013)

Os termos concentração e centralização estão relacionados à ideia geral de distri-buição de atribuições do centro para a peri-feria, ao passo que desconcentração e des-centralização associam-se à transferência de tarefas da periferia para o centro.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – TJDFT – Oficial de Justiça – 2013)

Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das em-presas públicas, dado o fato de elas presta-rem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TJDFT – Analista Judiciário – 2013)

No que se refere ao conceito de administra-ção pública e à classificação dos órgãos pú-blicos, julgue os itens seguintes.

15. Os órgãos públicos classificam-se, quanto à estrutura, em órgãos singulares, formados por um único agente, e coletivos, integra-dos por mais de um agente ou órgão.

( ) Certo   ( ) Errado

16. Administração pública em sentido orgânico designa os entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as pesso-as jurídicas, os órgãos e os agentes incumbi-dos dessas funções.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TJDFT – Analista Judiciário – 2013)

Acerca das autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, julgue os itens a seguir.

17. As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em di-reito admitidas, a critério do poder público, que procede à sua criação.

( ) Certo   ( ) Errado

18. Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés, assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 55: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 55

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

19. Pessoas jurídicas de direito privado inte-grantes da administração indireta, as em-presas públicas são criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste serviços pú-blicos.

( ) Certo   ( ) Errado

20. (Cespe – Telebras – Assistente Administra-tivo – 2013)

Para a instituição de fundação pública, deve ser editada lei complementar que autorize o presidente da República a expedir decreto para a criação da fundação.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – PCBA – Delegado – 2013)

A respeito de administração pública, julgue os itens seguintes.

21. Entidades paraestatais são pessoas jurídicas privadas que colaboram com o Estado no desempenho de atividades não lucrativas, mas não integram a estrutura da adminis-tração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

22. A criação de nova secretaria por governador de estado caracteriza exemplo de descen-tralização.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (Cespe – INPI – Direito – 2013)

As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, com totalidade de capi-tal público, cuja criação depende de autori-zação legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma admitida em direito.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – INPI – Direito – 2013)

O instituto da desconcentração permite que as atribuições sejam distribuídas entre ór-gãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional. Assim, concentração refere-se à administração di-reta; já desconcentração, à indireta.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – INPI – Direito – 2013)

A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública indireta, tem perso-nalidade jurídica de direito privado e sua criação depende de lei específica.

( ) Certo   ( ) Errado

26. (Cespe- ICMBio – Auxiliar Administrativo – 2014)

A administração pública direta é composta por entidades autônomas, com natureza de direito público ou privado, como as fundações públicas e também as empresas públicas.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – ICMBio – Técnico Administrativo – 2014)

Existem órgãos da administração direta atu-ando na administração federal, estadual e municipal.

( ) Certo   ( ) Errado

28. (Cespe- ANTAQ – Técnico Administrativo – 2014)

Os órgãos administrativos são pessoas jurí-dicas de direito público que compõem tanto a administração pública direta quanto a in-direta.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 56: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br56

29. (Cespe- SUFRAMA – Agente Administrativo – 2014)

Empresa pública e sociedade de economia mista são entidades da administração indireta com personalidade jurídica de direito privado.

( ) Certo   ( ) Errado

30. (Cespe- MDIC – Analista Administrativo – 2014)

Embora nos municípios haja apenas admi-nistração direta, nos estados, em razão da autonomia dada pela Constituição Federal de 1988 (CF), pode haver administração indireta

( ) Certo   ( ) Errado

31. (Cespe – ICMBio – Auxiliar Administrativo – 2014)

O ICMBio, como entidade da administração pública indireta, é uma autarquia em regime especial, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, sem autonomia administrativa e com dever de subordinação hierárquica aos órgãos da administração pública direta.

( ) Certo   ( ) Errado

32. (Cespe – CADE – Analista Administrativo – 2014)

Para a criação de uma autarquia, é necessária lei que autorize a sua instituição, seguida do registro do ato constitutivo no órgão competente.

( ) Certo   ( ) Errado

33. (Cespe – CADE – Analista Administrativo – 2014)

As entidades da administração pública indi-reta têm capacidade de autoadministração, ou seja, podem definir regras para se orga-nizarem.

( ) Certo   ( ) Errado

34. (Cespe – PF – Administrativo – 2014)

São características das sociedades de eco-nomia mista: criação autorizada por lei; per-sonalidade jurídica de direito privado; sujei-ção ao controle estatal; estruturação sob a forma de sociedade anônima.

( ) Certo   ( ) Errado

35. (Cespe – TC-DF – Técnico – 2014)

Em virtude do princípio da reserva legal, a criação dos entes integrantes da administração indireta depende de lei específica.

( ) Certo   ( ) Errado

36. (Cespe – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)

Trata-se de administração indireta quando o Estado, a fim de obter maior celeridade e eficiência, exerce algumas de suas atividades de forma desconcentrada.

( ) Certo   ( ) Errado

37. (Cespe – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)

As empresas públicas e as sociedades de economia mista são integrantes da admi-nistração indireta, independentemente de prestarem serviço público ou de exercerem atividade econômica de natureza empresa-rial.

( ) Certo   ( ) Errado

38. (Cespe – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)

Toda pessoa integrante da administração in-direta está vinculada a determinado órgão da administração direta, fato que decorre do princípio da especificidade.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 57: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 57

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

39. (Cespe – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)

Em virtude do princípio da separação dos poderes, a administração pública direta é exercida exclusivamente pelo Poder Execu-tivo, o qual é incumbido da atividade admi-nistrativa em geral.

( ) Certo   ( ) Errado

40. (Cespe – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)

A criação de empresa pública e de socieda-de de economia mista depende de autoriza-ção legislativa, porém, o mesmo não ocorre às suas subsidiárias.

( ) Certo   ( ) Errado

41. (Cespe – DPU – 2016)

A criação de autarquia federal depende de edição de lei complementar.

( ) Certo   ( ) Errado

42. (Cespe – DPU – 2016)

Cria-se empresa pública e autoriza-se seu imediato funcionamento por meio de publi-cação de lei ordinária específica.

( ) Certo   ( ) Errado

43. (Cespe – TJDFT – Oficial de Justiça – 2015)

A criação, pela União, de sociedade de eco-nomia mista depende de autorização le-gislativa. Autorizada, a sociedade deverá assumir a forma de sociedade anônima, e a maioria de suas ações com direito a voto pertencerão à União ou a entidade da admi-nistração indireta.

( ) Certo   ( ) Errado

44. (Cespe – TRE-RS – Analista Administrativo – 2015)

Ao promover a descentralização por serviço, o poder público transfere ao ente descen-tralizado não apenas a execução, mas tam-bém a titularidade do serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

45. (Cespe – TJRR – Administrador – 2012)

Os agentes administrativos vinculam-se pro-fissionalmente ao Estado ou às suas entida-des autárquicas e fundacionais e se sujeitam à hierarquia funcional e ao regime jurídico único da entidade estatal a que servem.

( ) Certo   ( ) Errado

46. (Cespe – TRE-MT – Analista Administrativo – 2015)

Os órgãos públicos não têm personalidade jurídica e podem integrar tanto a estrutura da administração direta como a da adminis-tração indireta.

( ) Certo   ( ) Errado

47. (Cespe – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012)

De acordo com a jurisprudência do STF e com a interpretação doutrinária as funda-ções públicas podem ser criadas com per-sonalidade jurídica de direito público direta-mente por lei específica.

( ) Certo   ( ) Errado

48. (Cespe – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012)

As entidades administrativas possuem auto-nomia política e administrativa, bem como capacidade de autoadministração.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 58: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br58

49. (Cespe – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012)

A criação de uma organização social consis-te em exemplo de desconcentração admi-nistrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

50. (Cespe – TRE-MT – Analista Administrativo – 2015)

As autarquias e as fundações públicas são subordinadas hierarquicamente a órgãos da administração direta.

( ) Certo   ( ) Errado

51. (Cespe – PGEBA – Procurador – 2014)

Desde que presentes a relevância e urgência da matéria, a criação da autarquia pode ser autorizada por medida provisória, devendo, nesse caso, ser providenciado o registro do ato constitutivo na junta comercial compe-tente.

( ) Certo   ( ) Errado

52. (Cespe – IBAMA – Analista – 2012)

A criação do IBAMA, autarquia a que a União transferiu por lei a competência de atuar na proteção do meio ambiente, é exemplo de descentralização por serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – DPRF – Agente Administrativo – 2012)

No que se refere à administração direta e in-direta, julgue os itens subsecutivos.

53. São exemplos de prerrogativas estatais es-tendidas às autarquias a imunidade tributá-ria recíproca e os privilégios processuais da Fazenda Pública.

( ) Certo   ( ) Errado

54. Denominam-se fundações públicas as enti-dades integrantes da administração indireta que não são criadas para a exploração de atividade econômica em sentido estrito.

( ) Certo   ( ) Errado

55. As autarquias não podem ampliar sua autono-mia gerencial, orçamentária e financeira, pois isso acarretaria prejuízo do controle finalístico realizado pela administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

56. Embora tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista sejam pes-soas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública indireta, ambos os tipos de entidades sujeitam-se a controles administrativos diversos.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – DPRF – Técnico Superior – 2012)

Acerca da estrutura da administração públi-ca, que abrange as administrações direta e indireta, esta composta por entidades do-tadas de personalidade jurídica, julgue os itens subsequentes.

57. Não é considerada integrante da adminis-tração pública a entidade qualificada com natureza de pessoa jurídica de direito priva-do que, embora se constitua como socieda-de de economia mista, exerça atividade tipi-camente econômica.

( ) Certo   ( ) Errado

58. O ente federado, ao optar por descentrali-zar determinada atividade administrativa mediante a criação de uma nova entidade pública que integre a administração públi-ca indireta, deve conferir a esta autonomia administrativa, gerencial, orçamentária e fi-nanceira, mas não autonomia política.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 59: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 59

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

59. Para criar uma empresa pública com o obje-tivo de descentralizar a execução de um ser-viço público, o ente federado deve fazê-lo por meio de delegação mediante contrato administrativo, cabendo à empresa pública a prestação do serviço por sua conta e risco, mas sujeitando-se à fiscalização da pessoa jurídica que o delegou.

( ) Certo   ( ) Errado

60. As organizações sociais não estão compre-endidas no rol das entidades que consti-tuem a administração pública indireta.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. E 10. E 11. C 12. E 13. E 14. E 15. E 16. C 17. E  18. C 19. C 20. E 21. C 22. E 23. C 24. E 25. E 26. C 27. C 28. E 29. C 30. E 31. E 32. E 33. C 34. C  35. C 36. E 37. C 38. E 39. E 40. E 41. E 42. E 43. C 44. C 45. C 46. C 47. C 48. E 49. E 50. E 51. E  52. C 53. C 54. C 55. E 56. E 57. E 58. C 59. E 60. C

Page 60: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 61: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 61

Questões FCC

1. (FCC – TRT – 18ª Região – Analista Judiciá-rio – 2013)

As autarquias integram a Administração in-direta. São pessoas

a) políticas, com personalidade jurídica própria e têm poder de criar suas pró-prias normas.

b) jurídicas de direito público, cuja criação e indicação dos fins e atividades é auto-rizada por lei, autônomas e não sujeitas à tutela da Administração direta.

c) jurídicas de direito semipúblico, porque sujeitas ao regime jurídico de direito público, excepcionada a aplicação da lei de licitações.

d) políticas, com personalidade jurídica própria, criadas por lei, com autonomia e capacidade de autoadministração, não sujeitas, portanto, ao poder de tu-tela da Administração.

e) jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade de autoadministra-ção, mas sujeitas ao poder de tutela do ente que as criou.

2. (FCC – MPE-AM – Agente Técnico Jurídico – 2013)

Considere as seguintes afirmações a respei-to da organização administrativa:

I – Autarquias são pessoas jurídicas de direi-to público, criadas por lei específica, sujeitas ao controle finalístico do ente instituidor.

II – Entidades paraestatais são pessoas jurí-dicas de direito privado que, por lei, são au-torizadas a prestar serviços ou realizar ativi-dades de interesse coletivo ou público não exclusivos do Estado.

III – Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei, exclusiva-

mente para a prestação de serviço público de natureza econômica.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II. b) I. c) I e III. d) III. e) II e III.

3. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013)

NÃO constitui característica da empresa pú-blica:

a) extinção autorizada por lei. b) vinculação aos fins definidos na lei insti-

tuidora. c) sujeição ao controle estatal. d) personalidade jurídica de direito públi-

co. e) criação autorizada por lei.

4. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013)

No que diz respeito ao órgão público, está correto o que se afirma em:

a) É unidade de atuação integrante da es-trutura da Administração direta, ape-nas.

b) Tem personalidade jurídica própria. c) É unidade de atuação integrante da es-

trutura da Administração indireta, ape-nas.

d) Não se confunde com a pessoa física, o agente público, porque congrega fun-ções que este vai exercer.

e) Confunde-se com a pessoa jurídica, sendo uma de suas partes integrantes.

Page 62: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br62

5. (FCC – Fiscal ICMS-SP – 2013)

O Estado pretende descentralizar a exe-cução de atividade atualmente desempe-nhada no âmbito da Administração direta, consistente nos serviços de ampliação e manutenção de hidrovia estadual, em face da especialidade de tais serviços. Estudos realizados indicaram que será possível a co-brança de outorga pela concessão, a parti-culares, do uso de portos fluviais que serão instalados na referida hidrovia, recursos es-ses que serão destinados a garantir a autos-suficiência financeira da entidade a ser cria-da. Considerando os objetivos almejados, poderá ser instituída:

a) autarquia, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado dotada do poder de autoadministração, nos limi-tes previstos na lei instituidora.

b) agência reguladora, sob a forma de au-tarquia de regime especial, cuja criação deve ser autorizada por lei, dotada de autonomia orçamentária e financeira.

c) agência executiva, sob a forma de em-presa ou de autarquia que celebre con-trato de gestão com a Administração di-reta para ampliação de sua autonomia.

d) sociedade de economia mista, caracte-rizada como pessoa jurídica de direito privado, submetida aos princípios apli-cáveis à Administração pública, e cuja criação é autorizada por lei.

e) empresa pública, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado, cria-da por lei específica e com patrimônio afetado à finalidade para a qual foi insti-tuída.

6. (FCC – ALEPB – Consultor Legislativo – 2013)

Os órgãos públicos, quanto à posição esta-tal, classificam-se em independentes, au-tônomos, superiores e subalternos. Desta feita, as Secretarias de Estado e as Casas Le-gislativas são classificadas, respectivamen-te, em órgãos públicos:

a) superiores e superiores. b) independentes e autônomos. c) independentes e superiores. d) superiores e autônomos. e) autônomos e independentes.

7. (FCC – TRT--18ª Região – Oficial de Justiça Avaliador – 2013)

Com relação à composição do capital das empresas estatais, que integram a adminis-tração indireta, considere:

I – A sociedade de economia mista é com-posta por capital público, enquanto a em-presa pública admite capital privado, desde que não implique controle acionário.

II – A sociedade de economia mista é com-posta por capital público e privado, deven-do o poder público participar da gestão da mesma, observando-se a condição de acio-nista majoritário.

III – Na empresa pública o capital votante é público, admitindo-se no capital a partici-pação de outras pessoas de direito público interno.

Está correto o que se afirma em

a) I e III , apenas. b) I e II , apenas. c) II e III , apenas. d) I , II e III . e) II , apenas.

8. (FCC – ALEPB – Procurador – 2013)

É característica do regime jurídico das enti-dades da Administração Indireta:

a) a existência de entidades de direito pú-blico, como as autarquias e empresas públicas, dotadas de prerrogativas se-melhantes às dos entes políticos.

b) a ausência de subordinação hierárquica entre as pessoas administrativas des-centralizadas e os órgãos da Adminis-tração Direta responsáveis pela sua su-pervisão.

Page 63: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 63

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

c) a obrigatoriedade de contratação de pessoal das entidades descentralizadas por meio do regime celetista.

d) que a existência legal das entidades descentralizadas decorra diretamente da promulgação de lei instituidora.

e) a obediência de todas as entidades des-centralizadas à Lei Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fis-cal).

9. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012)

Uma pessoa jurídica que se enquadre no conceito de autarquia

a) subordina-se hierarquicamente a algum Ministério, ou órgão equivalente no pla-no dos demais entes federativos.

b) não integra a Administração Indireta. c) é essencialmente considerada um servi-

ço autônomo. d) deve necessariamente possuir um regi-

me jurídico especial. e) terá garantia de estabilidade de seus di-

rigentes.

10. (FCC – TST – Técnico Judiciário – 2012)

Compõe a Administração pública direta da União

a) a Empresa Brasileira de Correios e Telé-grafos.

b) o Departamento de Polícia Federal. c) o Banco Central do Brasil. d) a Agência Nacional de Aviação Civil. e) a Caixa Econômica Federal.

11. (FCC – TRT-4ª – Juiz do Trabalho Substituto – 2012)

De acordo com a Constituição Federal, a criação de empresa pública ou sociedade de economia mista

a) é feita por decreto governamental, sal-vo no caso de ser cometida à empresa o exercício de atividade em regime de monopólio, hipótese em que a criação depende de lei específica.

b) depende de autorização legislativa para aquelas que atuem no domínio econô-mico e de decreto governamental para as prestadoras de serviço público.

c) depende de autorização legislativa, as-sim como a criação de suas subsidiárias ou a participação em empresa privada.

d) prescinde de autorização legislativa, a qual é exigida na hipótese de alienação do controle acionário ou participação em empresa privada.

e) é feita por decreto governamental, no caso de empresas prestadoras de servi-ço público de titularidade do ente insti-tuidor, dependendo de lei autorizativa nas demais hipóteses.

12. (FCC – ARCE – Advogado – 2012)

As agências reguladoras, enquanto entida-des integrantes da Administração indireta, são constituídas na forma de

a) fundação de direito privado. b) autarquia de regime especial. c) autarquia fundacional de direito priva-

do. d) ente paraestatal. e) sociedade de economia mista.

13. (FCC – TRT-11ª Região – Analista Judiciário – 2012)

Existem vários critérios de classificação dos órgãos públicos, tais como, os critérios de “esfera de ação”, “posição estatal”, “estrutu-ra”, dentre outros. No que concerne ao cri-tério “posição estatal”, as Casas Legislativas, a Chefia do Executivo e os Tribunais são ór-gãos públicos

a) autônomos. b) superiores. c) singulares. d) centrais. e) independentes.

Page 64: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br64

14. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man-dados – 2012)

Determinado Estado da Federação editou decreto alterando a gestão da previdência complementar dos servidores públicos do Estado e transferindo-a para autarquia es-pecial criada no mesmo ato. A medida é

a) regular, na medida em que é obrigatório ao Estado disciplinar a previdência com-plementar dos servidores públicos não submetidos ao sistema único.

b) regular, desde que a nova autarquia passe a gerir os recursos previdenciários dos servidores públicos admitidos após sua criação.

c) irregular, tendo em vista que a delega-ção operada somente poderia ter sido feita para ente integrante da Adminis-tração Indireta.

d) irregular, na medida em que a gestão de recursos previdenciários dos servidores não poderia ser delegada a outro ente, ainda que integrante da Administração Indireta.

e) irregular, na medida em que a autarquia somente poderia ter sido criada por lei.

15. (FCC – Fiscal ISS-SP – 2012)

A criação, pelo Município, de uma autarquia para desempenhar atividade especializada, consistente na gestão do regime previdenciá-rio do servidor público, constitui exemplo de

a) descentralização administrativa, também denominada por serviços, funcional ou técnica, sujeitando-se a autarquia à tute-la do ente instituidor nos limites da lei.

b) descentralização por colaboração, eis que envolve a transferência da titulari-dade de serviço ou atividade adminis-trativa a outro ente, dotado de persona-lidade jurídica própria.

c) desconcentração, também denominada delegação, correspondendo à transfe-rência da execução da atividade ou ser-viço público, mantendo-se, contudo, a titularidade do ente instituidor.

d) descentralização política, caso alcance servidores de outros poderes além do Executivo.

e) desconcentração, eis que se trata da criação de ente autônomo ao qual é atribuída a execução de atividade de ti-tularidade do ente central.

16. (FCC – ADGJ – Metrô-SP – 2012)

É a Entidade pública, com patrimônio to-tal ou parcialmente público, instituída pelo Estado e cuja função é a realização de de-terminados fins e sua criação deve ser au-torizada por lei específica para a prestação de serviço público, sendo ente autônomo, dotado de personalidade jurídica que tanto pode ser pública quanto privada:

a) Fundação.b) Autarquia.c) Empresa pública.d) Sociedade de economia mista.e) Ministério.

17. (FCC – ADGJ – Metrô-SP – 2012)

Autarquia criada em regime especial que regula determinados setores, fiscalizando e organizando a atividade econômica, impon-do limitações administrativas, exercendo to-das funções do Poder Público na concessão, permissão ou autorização de serviço público ou concessão de bem público ao particular. Trata-se de

a) Entidade paraestatal.b) Agência reguladora.c) Agência executiva.d) Organização social.e) OSCIP – Organização da Sociedade Civil

de Interesse Público.

18. (FCC – DPE-RR – Administrador – 2015)

As competências na Administração pública podem ser atribuídas para órgãos públicos e para entidades administrativas, por meio do que doutrinariamente se denomina, respec-tivamente, desconcentração e descentrali-

Page 65: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 65

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

zação. Considerando a natureza jurídica dos órgãos e entidades,

a) as autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista são es-pécies de órgãos públicos, excluindo-se dessa categorização os consórcios públi-cos, em razão do princípio da especiali-dade.

b) os órgãos são partes integrantes da es-trutura da Administração pública dire-ta e da Administração pública indireta, possuindo personalidade jurídica pró-pria e capacidade processual, ao con-trário das entidades, que possuem per-sonalidade jurídica própria, mas não possuem capacidade processual.

c) os órgãos são partes integrantes da es-trutura da Administração pública dire-ta e da Administração pública indireta, não possuindo personalidade jurídica própria, ao contrário das entidades, que possuem personalidade jurídica pró-pria, distinta das pessoas que lhes de-ram vida.

d) por serem os órgãos despersonaliza-dos, ao contrário das entidades, não mantém relações institucionais entre si, tampouco com terceiros, em razão do princípio da capacidade específica.

e) as autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista são es-pécies de entidades, excluindo-se des-sa categorização as fundações públicas, que são espécies de órgãos, com capa-cidade de autoadministração exercida com independência em relação ao po-der central.

19. (FCC – TCE-SP – Auxiliar de Fiscalização – 2015)

O conceito de Administração pública pode ser estabelecido a partir do critério objeti-vo ou subjetivo. Conforme esclarece Maria Sylvia Zanella di Pietro, pode-se definir Ad-ministração Pública, em sentido subjetivo, como o conjunto de órgãos e pessoas jurí-dicas aos quais a lei atribui o exercício da

função administrativa do Estado. Nesse con-texto, a atividade de organização da Admi-nistração pública pode compreender a

a) extinção de órgãos públicos, como me-dida de reorganização administrativa e redução de custos, por ato do Chefe do Executivo.

b) criação de órgãos públicos, indepen-dentemente de lei, como expressão da desconcentração administrativa.

c) instituição, por lei específica, de empre-sa pública, como expressão da descon-centração por serviços.

d) extinção de cargos públicos, quando vagos, por ato do Chefe do Executivo, como medida de organização e funcio-namento da Administração.

e) delegação de serviço público a socieda-de de economia mista, como expressão de desconcentração funcional.

20. (FCC – TRE-PB – Analista Administrativo – 2015)

A organização administrativa, quando cons-tituída por entes com personalidade jurídica própria como as autarquias, tem como ca-racterística principal:

a) a submissão de todas as decisões finais de mérito desse ente a recurso hierár-quico, como forma de expressão do po-der de tutela do ente federado que o criou.

b) o controle político exercido pelo ente federado que cria o ente descentraliza-do, o que exige submissão das decisões negociais à direção política daquela Ad-ministração, previamente ou ad refe-rendum.

c) dispoem de autonomia administrativa, com base na lei que as cria, o que reduz as chances de ingerência da Administra-ção central no processo de tomada de decisão do ente, restringindo o contro-le ao exame da atuação, que deve estar afeta às finalidades institucionais.

Page 66: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br66

d) a mitigação da incidência do regime ju-rídico de direito público, admitindo-se seja excepcionado o regime licitatório para as chamadas atividades meio, que não estão afetas à finalidade institucio-nal do ente.

e) a autoadministração com exercício de competências próprias, o que limita o poder de controle do ente federado que as criou, com exceção da contratação de pessoal, cujo concurso deve ser realiza-do na esfera da Administração direta.

21. (FCC – TRT-9 – Analista Judiciário – 2015)

Representa mecanismo de “descentraliza-ção por serviços" das atividades da Adminis-tração pública a criação de

a) empresa pública, em que parcela da ati-vidade do poder central é repassado a ente despersonalizado, para que o exer-ça em regime de direito privado e com autonomia orçamentária financeira em relação ao poder central.

b) autarquia, em que parcela da ativida-de do poder central é repassada a ente personalizado, para que o exerça em re-gime de direito privado e, em razão des-se regime, sem autonomia em relação ao poder central.

c) empresa pública, em que parcela da atividade do poder central é repassada a ente personalizado, para que o exer-ça em regime de direito público e, em razão da configuração empresarial, sem autonomia em relação ao poder central.

d) autarquia, em que parcela da ativida-de do poder central é repassada a ente despersonalizado, para que o exerça em regime de direito público e, em razão desse regime, sem autonomia em rela-ção ao poder central.

e) autarquia, em que parcela da ativida-de do poder central é repassada a ente personalizado, para que o exerça em re-gime de direito público e com autono-mia financeira e administrativa.

22. (FCC – DPE-SP – 2015)

Determinada Secretaria de Estado transfere um conjunto de competências administra-tivas específicas para outra pessoa jurídica, sem o estabelecimento de contrato ou ato administrativo. Esse é caso de

a) descentralização por delegação.b) descentralização territorial.c) descentralização funcional.d) desconcentração funcional.e) desconcentração territorial.

23. (FCC – TRT-15 – Juiz do Trabalho – 2015)

Considere que a União pretenda instituir uma entidade autônoma, com personalida-de jurídica própria, para executar obras de infraestrutura necessárias à realização dos Jogos Olímpicos. Tendo em vista as caracte-rísticas e o regime jurídico aplicável, referida entidade poderá ser

a) autarquia, criada por lei, com autono-mia administrativa e sujeita a regime de direito privado parcialmente derrogado pelos princípios aplicáveis à Administra-ção pública.

b) empresa pública, cuja criação é autori-zada por lei, sujeita ao mesmo regime jurídico do ente instituidor.

c) fundação, constituída mediante contra-to de programa celebrado em conjunto com as entidades da federação benefi-ciadas pelas obras.

d) sociedade de economia mista, cuja cria-ção é autorizada por lei, admitindo-se a participação minoritária de particulares no seu capital social.

e) agência reguladora, sob a forma de au-tarquia de regime especial, cuja criação é autorizada por lei, dotada de autono-mia financeira.

Page 67: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 67

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

24. (FCC – TRT-15 – Juiz do Trabalho – 2015)

De acordo com a legislação que rege a maté-ria, as denominadas agências executivas são

a) entidades que não integram a Adminis-tração pública, mas com esta se relacio-nam por vínculo de colaboração.

b) autarquias de regime especial, com prerrogativas de independência fixadas na lei instituidora.

c) órgãos colegiados instituídos no âmbito da Administração direta para atividades de coordenação de ações estratégicas.

d) pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, que recebem tal qualifi-cação mediante celebração de contrato de gestão.

e) entidades integrantes da Administração pública, criadas sob a forma de autar-quias ou fundações, que, em decorrên-cia de tal qualificação, passam a se sub-meter a regime especial.

25. (FCC – TRE-RN – Analista Administrativo – 2011)

O princípio segundo o qual a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos en-tes da Administração Indireta denomina-se

a) finalidade. b) controle.c) autotutela.d) supremacia do interesse público.e) legalidade.

26. (FCC – TRF-1ª – Execução de Mandados – 2011)

NÃO é considerada característica da socie-dade de economia mista

a) a criação independente de lei específica autorizadora.

b) a personalidade jurídica de direito pri-vado.

c) a sujeição a controle estatal.d) a vinculação obrigatória aos fins defini-

dos em lei.

e) o desempenho de atividade de natureza econômica.

27. (FCC – TRT-14ª – Analista Judiciário – 2011)

Para os fins do Decreto-Lei nº 200/67, autar-quia é

a) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade eco-nômica, sob a forma de sociedade anô-nima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

b) a entidade dotada de personalidade ju-rídica de direito privado, com patrimô-nio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de ati-vidade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingên-cia ou de conveniência administrativa.

c) o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e re-ceita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funciona-mento, gestão administrativa e financei-ra descentralizada.

d) a entidade dotada de personalidade ju-rídica de direito privado, sem fins lucra-tivos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa.

e) a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com fins lu-crativos, criada por lei, para o desenvol-vimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de dire-ção.

Page 68: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br68

28. (FCC – TRE-TO – Analista Judiciário – 2011)

De acordo com a Organização Administra-tiva Brasileira, o SESI, o SESC e o SENAI são entidades

a) estatais.b) paraestatais.c) autárquicas.d) fundacionais.e) empresariais.

29. (FCC – TRE-TO – Analista Judiciário – 2011)

Os órgãos públicos:

a) são classificados como entidades esta-tais.

b) têm autonomia política.c) têm personalidade jurídica.d) são soberanos.e) são centros de competência instituídos

para o desempenho de funções estatais.

30. (FCC – TRT 2 – Analista Administrativo – 2014)

A propósito de semelhanças ou distinções entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista sabe-se que,

a) as duas pessoas jurídicas de direito pú-blico integram a Administração indireta e podem ser constituídas sob quaisquer das formas disponíveis às empresas em geral, distinguindo-se pela composição do capital, 100% público nas sociedades de economia mista e com participação privada empresas públicas.

b) as duas pessoas jurídicas de direito pú-blico submetem-se ao regime jurídico de direito privado, com exceção à forma de constituição, na medida em que são criadas por lei específica, enquanto as empresas não estatais são instituídas na forma da legislação societária vigente.

c) ambas submetem-se ao regime jurídico de direito público, não se lhes aplican-do, contudo, algumas normas, a fim de lhes dar celeridade e competitividade na atuação, tal como a lei de licitações

e a realização de concurso público para contratação de seus servidores.

d) as empresas públicas submetem-se in-tegralmente ao regime jurídico de di-reito público, na medida em que seu capital é 100% público, enquanto as so-ciedades de economia mista podem se submeter ao regime jurídico de direito privado, caso a participação privada no capital represente maioria com poder de voto.

e) as sociedades de economia mista admi-tem participação privada em seu capi-tal, enquanto as empresas públicas não; ambas se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas, embora possam ter que se submeter à regra de exigência de licitação para contratação de bens e serviços.

31. (FCC – TJ-AP – Técnico Judiciário – 2014)

As autarquias, empresas públicas e socie-dades de economia mista são entidades es-tatais. É correto afirmar quanto a referidas instituições que as:

a) autarquias e empresas públicas inte-gram a Administração pública direta, enquanto que as sociedades de econo-mia mista, por possuírem personalidade de direito privado, integram a Adminis-tração pública indireta.

b) empresas públicas detêm personalida-de de direito público e integram a Admi-nistração pública indireta, as autarquias, da mesma forma, detêm personalidade jurídica de direito público, mas integram a Administração pública direta.

c) autarquias detêm personalidade jurídi-ca de direito público, enquanto as em-presas públicas e sociedades de econo-mia mista detêm personalidade jurídica de direito privado, integrando, todas elas, a denominada Administração pú-blica indireta.

d) sociedades de economia mista presta-doras de serviço público integram a Ad-ministração pública direta, enquanto as

Page 69: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 69

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

exploradoras de atividade econômica integram a Administração pública indi-reta.

e) autarquias, empresas públicas e socie-dade de economia mista detêm perso-nalidade jurídica de direito privado, ra-zão pela qual integram a denominada Administração pública indireta.

32. (FCC – TJ-AP – Técnico Judiciário – 2014)

As autarquias possuem personalidade jurí-dica própria, autonomia financeira e auto-administração. Partindo dessa premissa, é correto afirmar que

a) o ente instituidor mantém em relação à autarquia poder hierárquico e poder disciplinar, em razão do controle de tu-tela.

b) a despeito de assumirem obrigações em nome próprio por ser sujeito de direi-tos, é o ente instituidor quem responde por seus atos.

c) não se submetem ao controle de tutela do ente instituidor, para conformá-las aos cumprimento dos objetivos públi-cos em razão dos quais foram criadas.

d) seus recursos e patrimônio, indepen-dentemente da origem, configuram re-cursos e patrimônio do ente instituidor.

e) têm liberdade para gerir seus quadros funcionais sem interferências indevidas do ente instituidor.

33. (FCC – TJ-AP – Técnico Judiciário – 2014)

A Administração pública, por lei, criou au-tarquia atribuindo-lhe competência para prestar serviço público de saneamento bási-co. Para preenchimento dos cargos públicos efetivos criados poderá:

a) realizar concurso público ou, diante da justificativa, pautada na situação de emergência, contratar empregados di-retamente pelo prazo de 5 anos.

b) prover os cargos por livre nomeação, desde que haja a edição de ato regula-mentar autorizador.

c) prover os cargos por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexibi-lidade do cargo, na forma prevista em lei.

d) realizar processo de seleção, desde que para contratação de empregados públi-cos, por prazo não superior a 5 anos.

e) justificar a impossibilidade de realizar concurso público e transformar os em-pregados de fundação governamental em servidores públicos da autarquia re-cém instituída.

34. (FCC – TJ-AP – Técnico Judiciário- 2014)

A Administração pública pode instituir pes-soas com personalidade jurídica própria, desde que o faça por meio de lei específica, para prestar serviços públicos. O enunciado diz respeito à:

a) autarquia, que tem personalidade de direito público e submete-se a regime jurídico de direito público.

b) sociedade de economia mista, que tem personalidade de direito privado e sub-mete-se a regime de direito privado par-cialmente derrogado pelo regime públi-co.

c) empresa pública, que tem personalida-de de direito público e, por isso, subme-te-se a regime de direito público.

d) autarquia, que tem personalidade de direito público e submete-se a regime jurídico de direito privado.

e) empresa pública, que tem personalida-de de direito privado e, por isso, subme-te-se a regime jurídico privado.

35. (FCC – MPE-PE – Promotor – 2014)

Em relação às empresas públicas, NÃO é as-pecto obrigatório a ser observado em seu regime jurídico a:

a) realização de licitação para contratação de obras, serviços, compras e aliena-ções, observados os princípios da admi-nistração pública.

Page 70: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br70

b) criação por meio de registro de seus atos constitutivos, na forma do Código Civil.

c) forma societária de sociedade anônima.d) personalidade jurídica de direito priva-

do.e) vedação à acumulação remunerada de

cargos, empregos e funções públicas.

36. (FCC – MPE-PA – Promotor – 2014)

A doutrina e a jurisprudência nacional reco-nhecem a existência de dois tipos de funda-ção governamental: as de direito público e as de direito privado. NÃO faz parte dos tra-ços comuns dessas duas espécies:

a) a imunidade tributária no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

b) a vedação de acumulação de cargos e empregos públicos.

c) a submissão às normas gerais de licita-ção estabelecidas por lei federal.

d) o controle pelos Tribunais de Contas.e) a inexigibilidade de inscrição de seus

atos constitutivos no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

37. (FCC – PGM – Procurador de Recife – 2014)

Considere:

I – É característica recorrente nas agências reguladoras estabelecidas no Brasil a partir da década de 90 a definição de mandato aos seus dirigentes, com duração fixada em suas respectivas leis instituidoras.

II – Para as empresas públicas, a Constitui-ção Federal prevê uma espécie de investidu-ra especial aos seus diretores, que depende-rá de prévia aprovação do poder legislativo respectivo.

III – Nas sociedades de economia mista, desde que se preservem o capital social ex-clusivamente público e a maioria do capi-tal votante nas mãos da União, é possível a

transferência das demais ações a outros en-tes federados.

Está correto o que consta em:

a) I, II e III.b) I, apenas.c) I e II, apenas.d) I e III, apenas.e) II e III, apenas.

38. (FCC – TRT-18 – Juiz Substituto – 2014)

Ao criar uma entidade da Administração in-direta, o ente político pode optar por consti-tuí-la sob regime de direito privado. Dentre as entidades que podem ser instituídas sob tal regime, estão:

a) as autarquias, as fundações e as agên-cias executivas.

b) as sociedades de economia mista, os consórcios públicos e as fundações.

c) as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as agências regulado-ras.

d) as autarquias corporativas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

e) as agências reguladoras, as sociedades de economia mista e as fundações.

39. (FCC – TCE-RS – Auditor Público – 2014)

A Administração indireta pode ser estrutu-rada por meio da:

a) instituição de pessoas jurídicas de diver-sas naturezas, que não guardam vínculo hierárquico com a Administração direta.

b) instituição de pessoas jurídicas com per-sonalidade jurídica própria, vinculadas hierarquicamente à Administração cen-tralizada.

c) instituição de pessoas jurídicas com per-sonalidade jurídica própria, todas cria-das por meio de lei.

d) criação de órgãos integrantes de sua es-trutura, vinculadas hierarquicamente à Administração centralizada.

Page 71: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 71

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

e) criação de órgãos distintos da Adminis-tração direta, vinculados hierarquica-mente à Administração central.

40. (FCC – TJ-AP – Analista Administrativo – 2014)

A criação de pessoas jurídicas para composi-ção e estruturação da Administração indire-ta é uma opção de organização administrati-va de competência do Poder Executivo. Para tanto, pode se valer de propostas de edição de lei para criação de determinados entes ou para autorização da instituição na forma prevista na legislação. A efetiva criação des-ses entes:

a) acarreta dissociação de qualquer víncu-lo ou relação jurídica com o Executivo, na medida em que possuem personali-dade jurídica própria.

b) não afasta o vínculo hierárquico com a Administração pública central, na medi-da em que integram a estrutura do Po-der Executivo.

c) é expressão do modelo de descentrali-zação, mantendo a Administração públi-ca central apenas o controle finalístico sobre aqueles, expressão do poder de tutela.

d) acarreta a derrogação do regime jurídi-co de direito público e aplicação do di-reito privado, o que confere maior cele-ridade à Administração pública.

e) consubstancia-se em desconcentração, na medida em que não possuem perso-nalidade jurídica própria.

41. (FCC – TRT-MG – Técnico Judiciário – 2015)

O Estado de Minas Gerais, assim como os demais Estados-Membros e também os Municípios, detêm competência legislativa própria que não decorre da União Federal, nem a ela se subordina, mas encontra seu fundamento na própria Constituição Fede-ral. Trata-se da denominada

a) descentralização política. b) descentralização por colaboração.

c) descentralização funcional. d) descentralização administrativa. e) desconcentração.

42. (FCC – TCM-RJ – Procurador – 2015)

A desconcentração pode ser conceituada como a repartição de funções entre vários órgãos de uma mesma Administração. De outro lado, a descentralização, a despeito de também ser técnica de racionalização da prestação das atividades do Estado, implica a criação de outras pessoas jurídicas. Sobre elas, é correto afirmar:

a) As autarquias, fundações públicas, em-presas públicas e sociedades de eco-nomia mista são exemplo do emprego, pela Administração pública, da técnica da desconcentração, integrando, refe-ridas pessoas, a Administração pública indireta.

b) Os ministérios e as secretarias de esta-do originam-se do emprego da técni-ca da desconcentração; constituem-se órgãos que integram a pessoa jurídica que os criou, detendo, no entanto, em relação àquelas, autonomia no que con-cerne aos assuntos que justificaram sua criação.

c) As autarquias são exemplo do empre-go da técnica da descentralização, pos-suem regime jurídico de direito público e suas relações com as pessoas que as criaram são pautadas no princípio da hierarquia.

d) A Administração pública indireta tem origem no emprego da técnica da des-centralização, que implica a criação de pessoas com personalidade jurídica própria, que assumem obrigações em nome próprio.

e) Tanto os órgãos destituídos de persona-lidade jurídica como os entes personali-zados mantêm com as pessoas que lhes deram vida relação fundamentada no princípio hierárquico.

Page 72: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br72

43. (FCC – TCE-CE – Analista de Controle Exter-no – Área Judiciária – 2015)

O governador do Estado Y entendeu pela necessidade de instituição de uma pessoa jurídica de direito privado, com capital ex-clusivamente público, que realizasse a pres-tação de serviços, nos moldes da iniciativa privada, de interesse da coletividade local, cuja autorização para sua criação se reali-zasse por lei específica. Tais características são próprias das

a) empresas públicas. b) sociedades de economia mista. c) autarquias. d) organizações sociais. e) fundações públicas.

44. (FCC – TCE-CE – Analista de Controle Exter-no – Área Judiciária – 2015)

O Município X pretende construir um gran-de ginásio poliesportivo para sediar as olim-píadas. Entretanto, não possui recursos para custear a totalidade da obra e nem know--how para gerir adequadamente o ginásio. A forma de contratação que deverá ser uti-lizada para concretizar o projeto municipal é

a) a Parceria Público-Privada − PPP. b) o Regime Diferenciado de Contratação −

RDC. c) a Permissão de serviço público. d) a Concessão administrativa prevista na

Lei nº 11.079/2004. e) a Contratação integrada.

45. (FCC – CNMP – Administração – 2015)

Os agentes públicos subdividem-se em cin-co espécies ou categorias bem diferencia-das, dentre elas, o agente

a) investigador.b) corporativo.c) integral.d) supervisor.e) delegado.

Gabarito: 1. E 2. A 3. D 4. D 5. D 6. E 7. C 8. B 9. C 10. B 11. C 12. B 13. E 14. E 15. A 16. A  17. B 18. C 19. D 20. C 21. E 22. C 23. D 24. E 25. B 26. A 27. C 28. B 29. E 30. E 31. C 32. E  33. C 34. A 35. C 36. E 37. B 38. B 39. A 40. C 41. A 42. D 43. A 44. A 45. E

Page 73: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 73

TÓPICO 3

Atos administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies, revogação, anulação e invalidação

1. CONCEITO

A Administração Pública realiza sua função executiva (ou administrativa) por meio de atos jurídicos que recebem a denominação de Atos Administrativos. Sendo assim, atos administrativos são espécies do gênero ato jurídico.

Segundo a Teoria Geral do Direito, podemos afirmar que todos os fenômenos (naturais ou humanos) a que o Direito atribui significação e que possuem consequências jurídicas, denominam-se fatos jurídicos em sentido amplo.

Por sua vez, esses se distinguem em:

a) Fato jurídico (em sentido estrito): qualquer evento que produza efeitos jurídicos e que não constitua uma manifestação de vontade humana. São eventos da natureza. Ex.: passagem do tempo (prescrição ou decadência), morte, nascimento, etc.

b) Ato jurídico: decorrem diretamente da manifestação de vontade humana e produzem efeitos jurídicos. Podem ser unilaterais (atos administrativos), bilaterais (contratos administrativos), etc.

Assim, segundo Hely Lopes Meireles, “ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato, adquirir, resguardar, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.

Sucintamente, podemos defini-lo como sendo a manifestação unilateral de vontade da Administração, quando esta atua na qualidade de Administração Pública (em relações jurídicas de direito público).

Devemos ressaltar que são manifestações de vontade, diferentes daquelas típicas do Poder Legislativo (elaboração de normas primárias – leis) ou do Poder Judiciário (decisões judiciais), mas é importante ressaltar que tanto o Poder Judiciário, quanto o Poder Legislativo também editam atos administrativos (função atípica), quando exercem suas atividades de gestão interna, tais como aquisição de materiais, concessão de licenças, etc.

Page 74: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br74

RESUMO!Assim, temos que o Poder Executivo emite atos administrativos no exercício de suas funções típicas e os Poderes Legislativo e Judiciário emitem atos administrativos no exercício de suas funções atípicas.

Celso Antônio Bandeira de Mello ainda afirma ser o ato administrativo uma manifestação volitiva do Estado ou de quem lhe faça às vezes, ou seja, quem represente o Estado no exercício de suas funções administrativas. Assim, uma concessionária de serviço público ao representar a Administração Pública emite atos administrativos.

Cabe ressaltar que a Administração Pública também pratica atos regidos predominantemente pelo direito privado, igualando-se aos particulares, abrindo mão de sua supremacia de Poder Público. Nesse caso, o STF já se pronunciou, afirmando que “quando o Estado pratica atos jurídicos regulados pelo Direito Civil ou Comercial, coloca-se no plano dos particulares”.

2. FATOS ADMINISTRATIVOS

São também conhecidos como “atos materiais”. É uma mera realização material decorrente do exercício da função administrativa. De forma simplificada, constatamos ser a concretização da atividade administrativa. Normalmente, são consequências dos atos administrativos.

Assim, a demolição de um prédio (fato administrativo) pode ser decorrente de uma ordem de serviço da Administração (ato administrativo).

3. REQUISITOS OU ELEMENTOS OU PRESSUPOSTOS DE VALIDADE

Para que um ato administrativo seja válido e insuscetível de anulação (seja pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário), é fundamental que sejam isentos de vícios (ou defeitos) os cinco elementos que o compõem (competência, finalidade, forma, motivo e objeto).

São os componentes essenciais de validade do ato administrativo. Se for desatendido qualquer um desses elementos, ou seja, praticado em desacordo com o que a lei, em princípio, o ato administrativo será nulo.

Como dito anteriormente, os elementos de formação do ato administrativo são cinco:

a) COMPETÊNCIA;

b) FINALIDADE;

c) FORMA;

d) MOTIVO ;

e) OBJETO.

Page 75: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 75

A professora Maria Sylvia Di Pietro cita como elementos de formação do ato administrativo: SUJEITO, finalidade, forma, motivo e objeto.

Tais elementos do ato administrativo são classificados de acordo com a sua estrita vinculação ou não à lei. Assim, podemos ter elementos vinculados (ou seja, previstos expressamente em lei) ou elementos não vinculados (em que a lei estabelece uma possibilidade de o administrador escolher entre as alternativas previstas em lei, para que haja de acordo com a sua conveniência e oportunidade).

Conforme a vinculação dos elementos à lei, teremos uma das principais classificações dos atos administrativos. Assim, os atos administrativos dividem-se basicamente em:

1) Ato vinculado ou regrado: é aquele em que a lei estabelece rigorosamente todos os requisitos e as condições de sua realização, sem deixar qualquer margem de liberdade ao administrador, ou seja, todos os elementos estão vinculados à lei. Não cabe ao administrador apreciar a oportunidade e conveniência para prática do ato.

Como exemplo prático de ato administrativo vinculado, temos a concessão da licença gestante à servidora, a concessão da aposentadoria compulsória do servidor, entre outros. Em tais situações, a Administração não possui liberdade, ela tem que praticar o ato administrativo, de acordo com o estabelecido em lei.

2) Atos discricionários: são aqueles em que a Administração pode praticar com certa margem de escolha, ou seja, pode ser observada a oportunidade e a conveniência para a Administração praticar certos atos.

É importante ressaltar que os requisitos competência, finalidade e forma serão sempre vinculados. Esses requisitos sempre serão limitados por imposição legal. A discricionariedade do administrador encontra-se na escolha dos motivos e do objeto.

Por fim, devemos sempre lembrar que essa discricionariedade implica liberdade de atuação para o administrador, dentro dos limites impostos por lei. A margem do administrador é estabelecida por lei, que, na verdade, atua como fonte do Direito Administrativo e como maior limitadora da discricionariedade administrativa.

Caso o administrador público ultrapasse tais limites impostos por lei, praticará um ato administrativo arbitrário, e não discricionário. Ato arbitrário é sinônimo de ato ilegal, ilegítimo, eivado de nulidade.

IMPORTANTE!Os três primeiros elementos (COMFIFOR) são tidos como elementos sempre vinculados, seja o ato vinculado ou o ato discricionário; já o motivo e o objeto podem ser elementos vinculados (ato vinculado) ou elementos não vinculados (ato discricionário). Assim, é o conjunto dos elementos motivo + objeto que definirá se o ato administrativo é vinculado ou discricionário.

Page 76: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br76

a) COMPETÊNCIA

É a necessidade de se ter um agente competente, por lei, para praticá-lo. Nenhum ato poderá ser validamente realizado sem que disponha do poder para praticá-lo. Caracteriza-se como elemento vinculado de todo ato administrativo.

Como regra, a competência é irrenunciável, não podendo o administrador deixar de utilizá-la, já que dada por lei a ele, com o intuito de atendimento do fim público, salvo nos casos de delegação e avocação de competências legalmente previstos.

• Delegação: permite que um órgão transfira para outro as funções que lhe são atribuídas. Segundo a Lei nº 9.784/99 (que estabelece normas gerais sobre o processo administrativo federal), não há necessidade de relação hierárquica para que haja delegação de competências. Também cabe ressaltar que são tidas como matérias indelegáveis: as decisões de recursos administrativos, as matérias de competência exclusiva, assim como a edição de atos de caráter normativo.

• Avocação: é a ordem inversa da delegação, em que a autoridade superior “puxa” para si a competência atribuída a autoridade inferior. Percebemos que, no caso da avocação de competências, há necessidade de relação hierárquica entre as autoridades envolvidas.

O elemento competência não se confunde com a capacidade do agente público, pois esta é presumida e aquele deve ser expresso em lei. O agente público pode ser capaz de praticar o ato, porém, a lei pode não ter lhe dado competência para tal. Assim, Maria Sylvia Di Pietro cita o elemento sujeito, reunindo a competência e a capacidade do agente público em um único elemento de formação do ato administrativo.

b) FINALIDADE

É sempre o interesse público, expressa ou implicitamente, estabelecido na lei. Não é o agente quem determina o interesse público a ser perseguido, mas sim a lei, caracterizando-se como elemento sempre vinculado do ato administrativo. O atendimento à finalidade de interesse público está relacionado à ideia constante no princípio da impessoalidade.

A impessoalidade da atuação administrativa também impede que um ato seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, perseguições, favorecimentos ou descriminações.

Assim, quando o Prefeito de determinado Município desapropria seu vizinho inimigo político, estará atingindo o seu interesse particular – e não o interesse público –; logo, estará se desviando da finalidade da Administração Pública e, consequentemente, ferindo o princípio da impessoalidade.

Page 77: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 77

ABUSO DE PODERO abuso de poder é gênero do qual são espécies: o excesso de poder e o desvio de poder.

Excesso de poder: Estará configurado quando a autoridade competente extrapolar os limites de sua competência, ou seja, quando houver atuação do agente fora dos limites legais de sua competência.

Assim, por exemplo, quando a autoridade competente para aplicar a pena de suspensão impõe penalidade mais grave, que não se encontra na esfera de suas atribuições, está caracterizado o excesso de poder.

Desvio de poder ou de finalidade: Ocorre quando o administrador atinge finalidade diversa do interesse público, ou seja, quando a atuação do agente é apartada do interesse público, ainda que dentro da sua competência.

Ocorre quando o Prefeito de determinada cidade, por exemplo, desapropria vizinho seu, inimigo político, pois nessa situação, não estará atendendo a desapropriação ``a finalidade do interesse público, mas sim ao interesse particular do administrador.

Também é modalidade de desvio de poder quando o administrador, embora atinja o interesse público, utiliza-se de ato com finalidade diversa daquela prevista em lei, para a prática do ato.

Como exemplo de desvio de poder, podemos citar a remoção de ofício como forma de punição de um servidor. Em tal situação, muito embora tenha atingido o interesse público, o administrador utilizou o ato de remoção com finalidade de punição, que não é a prevista em lei, para tal ato, visto que o ato de remoção não tem caráter punitivo.

Como bem sintetiza Maria Sylvia Di Pietro, “É o legislador que define a finalidade que o ato deve alcançar, não havendo liberdade de opção para a autoridade administrativa; se a lei coloca a demissão entre os atos punitivos, não pode ela ser utilizada com outra finalidade que não a de punição; se a lei permite a remoção ex officio do funcionário para atender a necessidade do serviço público, não pode ser utilizada para finalidade diversa como a punição.

Seja infringida a finalidade legal do ato (em sentido estrito), seja desatendido o seu fim de interesse público (sentido amplo), o ato será ilegal por desvio de poder. Tanto ocorre esse vício quando a Administração remove o funcionário a título de punição, como no caso em que ela desapropria um imóvel para perseguir o seu proprietário, inimigo político. No primeiro caso, o ato foi praticado com finalidade diversa da prevista em lei; no segundo, fugiu ao interesse público e foi praticado para atender ao fim de interesse particular da autoridade”.

CONCLUSÃO:

Excesso de poder – caracteriza vício (defeito) no elemento competência do ato administrativo praticado.

Desvio de poder – caracteriza vício (defeito) no elemento finalidade do ato administrativo praticado.

Page 78: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br78

c) FORMA

É maneira pela qual o ato é exteriorizado, constituindo-se, também, como elemento vinculado. Sua inobservância torna o ato passível de invalidação.

A forma usual do ato administrativo é a escrita; porém, há situações excepcionais em que é admitida a forma não escrita (cartazes e placas que expressam uma ordem da Administração, sinais do guarda de trânsito, etc.).

d) MOTIVO

É a situação de fato ou de direito que autoriza ou determina a realização do ato administrativo. Se o motivo determina a prática do ato administrativo, então esse ato será vinculado, porém, se o motivo autoriza a Administração a praticar o ato, podemos afirmar que tal ato é discricionário.

Pode vir expresso na lei, como condição sempre determinante da prática do ato (vinculado) ou pode a lei deixar a avaliação da oportunidade e conveniência da prática do ato, nas mãos do administrador público (ato discricionário).

e) OBJETO

É o resultado que a Administração Pública pretende alcançar com a prática do ato administrativo. Define-se como sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Identifica-se com o próprio conteúdo do ato, por meio do qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta, simplesmente, situações preexistentes.

RESUMO!De forma resumida, podemos obter os elementos do ato administrativo pelas seguintes perguntas:

COMPETÊNCIA – Quem pratica o ato?

FINALIDADE – Para que pratica o ato?

FORMA – Como se pratica o ato?

MOTIVO – Por que se pratica o ato?

OBJETO – O que se quer praticando o ato?

A Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular) define alguns vícios (defeitos) existentes em alguns elementos do ato administrativo, tais como descritos no quadro a seguir:

Page 79: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 79

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:

a) incompetência;

b) vício de forma;

c) ilegalidade do objeto;

d) inexistência dos motivos;

e) desvio de finalidade.

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:

a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;

b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;

c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;

d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;

e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

OBSERVAÇÕES NOTÁVEIS:

I) MOTIVO X MOTIVAÇÃO

Motivação é a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato; é a exteriorização dos motivos que originaram a prática do ato.

Formalmente, definimos motivação como sendo a exposição da situação de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.

Na demissão de um servidor, por exemplo, o elemento motivo seria a infração por ele praticada, ensejadora dessa modalidade de punição; já a motivação seria a exposição de motivos, a exteriorização, por escrito, do motivo que levou a Administração a aplicar tal penalidade.

Todos os atos administrativos válidos possuem um motivo, porém, a motivação não será obrigatória quando a lei dispensar ou se a natureza do ato for com ela compatível. Nesses

Page 80: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br80

casos, o motivo não será expresso pela Administração, ou seja, embora o motivo exista, não haverá motivação do ato.

É bom lembrar que a boa prática administrativa recomenda a motivação de todo ato administrativo, a fim de se dar maior transparência à atividade administrativa. A Lei nº 9.784/99, em seu art. 50, enumera diversos atos administrativos que exigem motivação.

II) TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES

Quando a explicitação do motivo não for exigida, o agente fica com a faculdade de praticá-lo sem motivação, entretanto, se motivar, terá que demonstrar sua efetiva ocorrência, como, por exemplo, no caso de dispensa de um servidor exonerável que não exija motivação. Se forem explicitados os motivos, ficará a autoridade que os deu sujeita à comprovação de sua real existência.

A partir do momento em que o administrador público motiva um ato administrativo que não precisava ser motivado, a motivação passa a integrar a validade do ato administrativo, devendo ser comprovada a existência dos motivos alegados pelo administrador.

Porém, cabe ressaltar que a teoria dos motivos determinantes não transforma o ato discricionário em vinculado, pois o ato, na sua essência, continua sendo discricionário, ficando o administrador sim vinculado à comprovação dos motivos alegados.

III) MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO

Como foi visto acima, nem todos os elementos estruturais dos atos administrativos devem ser vinculados, visto que em a alguns deles a lei confere certa margem de liberdade à atuação do administrador. Assim, o administrador pode decidir pela conveniência e oportunidade da prática de determinado ato, quanto à escolha dos elementos motivo e objeto.

Os atos vinculados são aqueles em que não há margem de opção para o administrador, sua liberdade de atuação é restringida expressamente por lei. Todos os seus elementos estruturais se encontram detalhados em previsão legal.

Já os atos discricionários são aqueles em que a lei confere ao administrador uma certa margem de opção, possibilitando-lhe decidir sobre a conveniência e a oportunidade de seus atos, por meio da valoração do motivo e do objeto.

A esse conjunto (motivo + objeto) dá-se o nome de mérito do ato administrativo. E é justamente esse núcleo de elementos que permite verificar se um ato é vinculado ou discricionário.

É importante ressaltarmos que, nos atos vinculados, todos os seus elementos são ditos vinculados. Nos atos discricionários, os requisitos motivo e objeto são requisitos não vinculados, ou seja, há certa margem de liberdade de atuação do agente em sua prática.

Sucintamente, podemos definir o mérito do ato administrativo como sendo a escolha do administrador quanto à conveniência e à oportunidade da prática do ato, ou seja, só haverá mérito em ato administrativo discricionário. Não há mérito do ato administrativo vinculado.

Page 81: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 81

O mérito do ato administrativo não pode, em princípio, ser aferido pelo Poder Judiciário, dada a separação dos poderes. Ao administrador público que vivencia cada situação é que cabe decidir pela oportunidade e pela conveniência do ato.

Não há vedação para que o Poder Judiciário analise a legalidade dos atos discricionários. Assim, ao Judiciário cabe verificar os elementos vinculados do ato administrativo discricionário (competência, finalidade e forma) e também se, na escolha do motivo e do objeto do ato administrativo, foram observados os limites da lei.

4. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

São as características dos atos administrativos:

a) PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE;

b) IMPERATIVIDADE;

c) AUTOEXECUTORIEDADE;

d) TIPICIDADE.

a) PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE

Atributo presente em todas as espécies de atos administrativos. Relaciona-se com a necessidade de a Administração praticar seus atos de maneira célere. Os atos administrativos presumem-se legítimos, até prova em contrário. Assim, em regra, desde o momento de sua edição, ainda que contenha vício de formação, os atos administrativos estão aptos para produzir seus efeitos.

Obviamente, esse atributo não impede que seja decretada, posteriormente, sua invalidade pela Administração ou pelo Poder Judiciário. O que ocorre é que, enquanto tal invalidade não for comprovada, considera-se válido e apto a produzir seus efeitos os atos administrativos.

Essa presunção é relativa (presunção júris tantum de legitimidade). Sendo assim, ocorre a inversão do ônus da prova para quem invoca a ilegitimidade do ato.

Já por meio da presunção de veracidade, presume-se que o conteúdo do ato é verdadeiro. A Banca da Fundação Carlos Chagas ratificou, em algumas provas, a opinião de que a presunção de legalidade ou legitimidade não se confunde com a presunção de veracidade. Outras bancas, porém, já consideram as três expressões como sinônimas.

b) IMPERATIVIDADE

É a possibilidade de a Administração Pública impor os seus atos aos particulares, independentemente da vontade do particular. Decorre do Poder Extroverso do Estado, ou seja, do Poder de Império que a Administração exerce sobre os particulares, já que busca sempre atingir o interesse público.

Page 82: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br82

Trata-se de um atributo que não está presente em todas as espécies de atos administrativos. Só é encontrada naqueles atos em que se faz presente a força coercitiva do Estado, ou seja, de execução forçada.

Sendo assim, encontraremos tal atributo nos atos de polícia, nos atos normativos e nos atos punitivos.

Por outro lado, os atos de interesse dos administrados dispensam tal atributo. Assim, não é necessário na obtenção de uma autorização ou de uma certidão, por exemplo.

Da mesma forma que a presunção de legitimidade, encontra-se presente nos atos administrativos desde o momento de sua edição, ainda que eivados de vícios quanto à sua validade.

c) AUTOEXECUTORIEDADE

Segundo Hely Lopes Meirelles, “a auto-executoriedade consiste na possibilidade de certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial”.

Como bem define Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: “Assim, o atributo auto-executoriedade é que autoriza a ação imediata e direta da Administração Pública naquelas situações que exigem medida urgente, a fim de evitar-se prejuízo maior para toda a coletividade”.

Como podemos presumir, também não é uma característica presente em todos os atos. Não se deve confundir a dispensa de manifestação prévia do Poder Judiciário nos atos próprios da Administração com restrição ao acesso do particular ao Judiciário em caso de ameaça ou lesão a direito seu. O particular sempre poderá recorrer ao Judiciário para comprovar que houve arbítrio, desvio ou excesso de poder na prática de certo ato administrativo. Como exemplo de ato autoexecutório, podemos citar os atos de polícia.

Celso Antônio Bandeira de Mello ainda divide a autoexecutoriedade em exigibilidade e executoriedade e destaca que tais atributos não se confundem. Segundo o autor, temos que:

Exigibilidade: é a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações que impôs. É o atributo do ato mediante o qual se impele à obediência, ao atendimento da obrigação imposta, sem necessidade do Poder Judiciário.

Executoriedade: é a qualidade pela qual o Poder Judiciário pode compelir materialmente o administrado, sem precisão de buscar previamente as vias judiciais, ao cumprimento da obrigação que impôs e exigiu.

d) TIPICIDADE:

Decorre do princípio da legalidade. Assim, o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados, como decorrência do atributo da tipicidade.

Page 83: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 83

5. FORMAS DE EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Uma vez publicado o ato, estará ele sujeito ao atributo da presunção de legitimidade, ou seja, mesmo que o ato contenha algum vício (defeito) em um de seus elementos de validade, permanecerá existindo no mundo jurídico, até que ocorra a sua extinção.

Segundo os grandes doutrinadores, as principais formas de invalidação do ato administrativo são:

1) Anulação;

2) Revogação;

3) Cassação;

4) Caducidade;

5) Contraposição.

1) ANULAÇÃO

a) Definição:

Todo ato administrativo, para ser válido, deve conter os seus cinco elementos ou requisitos de validade (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) isentos de vícios (defeitos). Caso um desses elementos apresente-se em desacordo com a lei, o ato será nulo.

O pressuposto da anulação é que o ato possua um vício de legalidade em algum de seus requisitos de formação. Com isso, podemos defini-la como sendo o desfazimento de um ato por motivo de ilegalidade. A anulação decorre do controle de legalidade dos atos administrativos.

b) Quem pode ANULAR ato administrativo?

A anulação de um ato que contenha vício de legalidade pode ocorrer tanto por parte do Poder Judiciário (controle externo) quanto da própria Administração Pública (controle interno).

É óbvio que sendo a Administração Pública seguidora do Princípio da Legalidade, deve ela, por ato próprio, anular o ato ilegal.

Como exemplo, podemos citar: ato administrativo expedido pelo Poder Legislativo poderá ser anulado tanto pelo próprio Poder Legislativo (Administração Pública) quanto pelo Poder Judiciário.

A invalidação por via judicial dependerá, sempre, de provocação do interessado. Já a via administrativa poderá resultar do Poder de Autotutela do Estado, que deve extingui-lo, muito embora proveniente da manifestação de vontade de um de seus agentes, contenha vício de legalidade.

Page 84: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br84

c) Efeitos da Anulação:

Uma vez que o ato administrativo ofende a lei, é lógico afirmarmos que a invalidação opera efeitos ex-tunc, retroagindo à origem do ato, ou seja, como bem explicita Bandeira de Melo: “fulmina o que já ocorreu, no sentido de que se negam hoje os efeitos de ontem”.

2) REVOGAÇÃO

a) Definição:

Ocorre no momento em que um ato válido, legítimo e perfeito torna-se inconveniente e inoportuno ao interesse público.

O ato não possuía qualquer vício de formação, porém, não atende mais aos pressupostos de conveniência e oportunidade.

É importante ressaltarmos que o conceito de revogação guarda estreita relação com o de ato discricionário, visto ser o Poder Discricionário da Administração o fundamento de tal instituto.

Além disso, os atos vinculados são classificados, pelos grandes autores, como atos irrevogáveis, visto que neles a lei não deixou opção ao administrador, no que tange à valoração da conveniência e da oportunidade. Sendo assim, concluímos que a revogação decorre do controle de mérito dos atos administrativos.

b) Quem pode REVOGAR ato administrativo?

Por depender de uma avaliação quanto ao momento em que o ato se tornou inoportuno e inconveniente, a revogação caberá à autoridade administrativa no exercício de suas funções.

Seria inadmissível imaginar que o Poder Judiciário pudesse revogar ato administrativo, pois tal competência depende da experiência/vivência do administrador público que decidirá quanto à oportunidade e à conveniência da prática do ato.

Porém, é importante reforçarmos que, atipicamente, o Poder Judiciário também emite atos administrativos (quando exerce a função administrativa). Nesse caso, caberá ao Poder Judiciário revogar os seus próprios atos administrativos.

Como exemplo, podemos citar: ato administrativo expedido pelo Poder Legislativo poderá ser revogado, apenas, pelo próprio Poder Legislativo.

c) Efeitos da Revogação:

A revogação opera efeitos ex-nunc (proativos), ou seja, a partir de sua vigência. O ato de revogação não retroagirá os seus efeitos, pois o ato revogado era perfeitamente válido, até o momento em que se tornou inoportuno e inconveniente à Administração Pública.

Page 85: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 85

d) Atos Irrevogáveis

O Poder Discricionário dado à Administração Pública de revogar seus atos administrativos, por questões lógicas não é ilimitado. Alguns atos são insuscetíveis de revogação, ou seja, são atos ditos irrevogáveis.

Assim temos:

• os atos consumados, que já exauriram seus efeitos;

• os atos vinculados, pois nesse o administrador não tem escolha na prática do ato;

• os atos que geram direitos adquiridos;

• os atos que integram um procedimento administrativo;

• os “meros atos administrativos” (certidões, pareceres, atestados).

QUADRO COMPARATIVO – RESUMO – ANULAÇÃO X REVOGAÇÃO:

FORMAS DE EXTINÇÃO ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

MOTIVO Ilegalidade (ilegitimidade) do ato

Inconveniência ou inoportunidade do ato

CONTROLE De Legalidade De Mérito

QUEM PROMOVE?Administração Pública (Poder

que emitiu) ou o Poder Judiciário

Administração Pública (Poder que emitiu)

EFEITOS DA EXTINÇÃO Ex-tunc (retroativos) Ex-nunc (proativos)

3) CASSAÇÃO

Na verdade, a cassação e a anulação de um ato administrativo possuem efeitos bem semelhantes. A diferença básica é que, na anulação, o defeito no ato ocorreu em sua formação, ou seja, na origem do ato, em um de seus requisitos de validade; já na cassação, o vício ocorre na execução do ato.

Assim, Celso Antônio Bandeira de Mello define a cassação como sendo a extinção do ato porque o destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica.

Como exemplo, temos a cassação de uma licença, concedida pelo Poder Público, sob determinadas condições, devido ao descumprimento de tais condições pelo particular beneficiário de tal ato.

É importante observarmos que a cassação possui caráter punitivo (decorre do descumprimento de um ato).

Page 86: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br86

4) CADUCIDADE

A caducidade origina-se com uma legislação superveniente que acarreta a perda de efeitos jurídicos da antiga norma que respaldava a prática daquele ato.

Diógenes Gasparini define: “quando a retirada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação anteriormente consentida”.

Ocorre, por exemplo, quando há retirada de permissão de uso de um bem público, decorrente de uma nova lei editada que proíbe tal uso privativo por particulares. Assim, podemos afirmar que tal permissão “caducou”.

5) CONTRAPOSIÇÃO

Também chamada por alguns autores de “derrubada”. Quando um ato deixa de ser válido em virtude da emissão de um outro ato que gerou efeitos opostos ao seu, dizemos que ocorreu a contraposição. São atos que possuem efeitos contrapostos e, por isso, não podem existir ao mesmo tempo.

Exemplo clássico é a exoneração de um funcionário, que aniquila os efeitos do ato de nomeação.

FORMA DE EXTINÇÃO PALAVRA-CHAVE

Anulação Ilegalidade/Controle de Legalidade/Vício de Legalidade

Revogação Inconveniente/Inoportuno/Controle de Mérito

Cassação Sanção/Caráter Punitivo/Descumpriu a Condição

Caducidade Nova Legislação

Contraposição Efeitos Opostos

6) CONVALIDAÇÃO:

Sinônimos: convalidação ou sanatória ou saneamento ou aperfeiçoamento.

Tradicionalmente, a doutrina dividia os atos administrativos em válidos e nulos. Com a evolução do Direito Administrativo Brasileiro, a doutrina passou a aceitar a classificação dos atos administrativos em:

Ato válido – possui todos os requisitos de acordo com a lei;

Ato nulo – aquele que possui um vício insanável;

Ato anulável – aquele que possui um vício sanável.

Com o surgimento dos atos anuláveis, surgiu a possibilidade de convalidação dos atos administrativos, que, de forma sucinta, pode ser definida como a possibilidade de a Administração consertar vícios sanáveis existentes em alguns elementos do ato, desde que não gere lesão ao interesse público ou a terceiros.

Page 87: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 87

Analisando tal definição, percebemos que a convalidação, segundo o ordenamento jurídico vigente é uma POSSIBILIDADE para a Administração Pública, logo, caracteriza-se como ato discricionário.

Como pressupostos da convalidação temos que: o vício deve ser sanável (vício insanável não pode ser convalidado, gerando a nulidade do ato) e não acarretar lesão ao interesse público ou a terceiros.

Além disso, a convalidação só atinge a alguns elementos do ato. A doutrina majoritária afirma que ela só poderá incidir nos elementos: competência (salvo os casos de incompetência em razão da matéria e as matérias de competência exclusiva) e forma (desde que ela não seja essencial à validade do ato.

Não caberá convalidação sobre a finalidade, o motivo e o objeto, ou seja, o ato com vício em tais elementos é classificado com um ato nulo, visto que possui vício insanável.

A convalidação, assim como a invalidação do ato, tem efeitos retroativos (ex-tunc), retroagindo seus efeitos ao momento em que o ato foi praticado.

Segundo o ordenamento jurídico, existem duas hipóteses de convalidação:

a) Convalidação expressa: é a tradicional, por iniciativa discricionária da Administração Pública, desde que o ato possua vícios sanáveis e não acarrete lesão ao interesse público ou a terceiros;

b) Convalidação tácita: ocorre, automaticamente, quando os efeitos do ato administrativo são favoráveis ao administrado (qualquer forma de vício), desde que a Administração não anule tal ato dentro de um prazo decadencial de 5 anos. Findo esse prazo, sem que haja manifestação da Administração Pública no sentido de anulá-lo, tornam-se definitivos os seus efeitos, salvo comprovada má-fé por parte do beneficiário.

Page 88: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 89: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 89

Questões CESPE

1. (Cespe – DPE-PE – Defensor Público – 2015)

Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anulados pela própria administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos favoráveis a seus destinatários, o direito da adminis-tração de anular esses atos administrativos decairá em cinco anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver com-provada má-fé.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – ENAP – Administrador – 2015)

O direito de a administração anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, implica a desnecessidade de garantir o contraditório e a ampla defesa ao terceiro prejudicado.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

A presunção de legitimidade e veracidade dos atos administrativos é absoluta.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TRT10 – Analista Judiciário – 2012)

4. A competência administrativa pode ser transferida e prorrogada pela vontade dos interessados, assim como pode ser delega-da e avocada de acordo com o interesse do administrador.

( ) Certo   ( ) Errado

5. Conforme a jurisprudência, o ato adminis-trativo que impõe sanção disciplinar a ser-vidor público vincula-se aos princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa hu-mana e culpabilidade. Dessa forma, o con-trole jurisdicional desse ato é amplo, não se limitando aos aspectos formais do procedi-mento sancionatório.

( ) Certo   ( ) Errado

6. Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam dos atributos da presunção de legiti-midade, da imperatividade, da exigibilidade e da autoexecutoriedade.

( ) Certo   ( ) Errado

7. De acordo com a doutrina, o ato adminis-trativo será considerado perfeito, inválido e eficaz, quando, concluído o seu ciclo de for-mação, e não se conformando às exigências normativas, ele produzir os efeitos que lhe seriam inerentes.

( ) Certo   ( ) Errado

8. Os atos administrativos só podem ser anu-lados mediante ordem judicial.

( ) Certo   ( ) Errado

9. Toda lei, para sua execução, depende de regulamentação, que consiste em um ato administrativo geral e normativo expedido pelo chefe do Poder Executivo.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 90: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br90

10. Os atos discricionários praticados pela ad-ministração pública estão sujeitos ao con-trole pelo Poder Judiciário quanto à lega-lidade formal e substancial, observada a vinculação da administração aos motivos embasadores dos atos por ela praticados, os quais conferem a eles legitimidade e vali-dade.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TRT10 – Analista Judiciário – 2012)

11. Os atos administrativos do Poder Executivo não são passíveis de revogação pelo Poder Judiciário.

( ) Certo   ( ) Errado

12. Sendo a revogação a extinção de um ato ad-ministrativo por motivos de conveniência e oportunidade, é ela, por essência, discricio-nária.

( ) Certo   ( ) Errado

13. O Poder Judiciário, no exercício da atividade administrativa, pode exercer controle admi-nistrativo, inclusive para revogar seus pró-prios atos administrativos.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – TRE-MT – Analista Administrativo – 2015)

A anulação dos atos administrativos, a título de controle judicial, consiste na possibilida-de de o Poder Judiciário rever os atos admi-nistrativos por motivo de conveniência ou oportunidade.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (Cespe – TRE-MT – Analista Judiciário – 2015)

O controle dos atos administrativos realiza-do pela administração pública denomina-se tutela administrativa e possibilita que o pró-prio ente que produziu o ato avalie sua lega-lidade, de ofício ou após provocação.

( ) Certo   ( ) Errado

16. (Cespe – TRE-MT – Analista Judiciário – 2015)

O ato administrativo discricionário pratica-do por agente incompetente dever ser revo-gado pela administração.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – TRF-2 – Juiz – 2012)

Em razão da teoria dos motivos determi-nantes, no caso de exoneração ad nutum de ocupante de cargo em comissão, de livre nomeação e exoneração, não há necessida-de de motivação, mas, caso haja motivação, o administrador ficará vinculado a seus ter-mos.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe- TRE-MS – Analista Administrativo – 2012)

18. O ato administrativo ilegal praticado por agente administrativo corrupto produz efei-tos normalmente, pois traz em si o atributo da presunção, ainda que relativa, de legiti-midade.

( ) Certo   ( ) Errado

19. Configura excesso de poder o ato do admi-nistrador público que remove um servidor de ofício com o fim de puni-lo.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 91: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 91

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

20. (Cespe – TRE-RJ – Analista Judiciario – 2012)

Tratando-se de nulidade superveniente, os efeitos da declaração de nulidade de deter-minado ato administrativo não retroagem.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – TJ-RR – Tecnico Judiciario – 2012)

Caracteriza desvio de finalidade, espécie de abuso de poder, a conduta do agente que, embora dentro de sua competência, se afas-ta do interesse público, que deve nortear todo o desempenho administrativo, para alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TJ-DF – Procurador – 2012)

22. Por força do princípio da legalidade, a ad-ministração pública não está autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando estiverem ausentes seus pressupos-tos.

( ) Certo   ( ) Errado

23. Constitui exteriorização do princípio da au-totutela a súmula do STF que enuncia que “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados dos vícios que os tor-nam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-veniência e oportunidade, respeitados os di-reitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

( ) Certo   ( ) Errado

24. O ato administrativo pode ser perfeito, invá-lido e eficaz.

( ) Certo   ( ) Errado

25. Segundo o entendimento firmado no âm-bito do STJ, quando se tratar de ato de de-missão de servidor público, é permitido questionar o Poder Judiciário acerca da le-galidade da pena a ele imposta, até porque, em tais circunstâncias, o controle jurisdicio-nal é amplo, no sentido de verificar se há motivação para o ato de demissão.

( ) Certo   ( ) Errado

26. (Cespe – TRF-2ª – Juiz Substituto – 2011)

É possível a convalidação do ato administra-tivo quando o vício incide em qualquer um de seus elementos.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TRF-1ª – Juiz Substituto – 2011)

27. Embora o ato administrativo seja dotado da denominada presunção de veracidade, o Poder Judiciário pode apreciar de ofício sua validade.

( ) Certo   ( ) Errado

28. De acordo com a doutrina, a competência para a prática do ato administrativo decorre sempre de lei, não podendo o próprio órgão estabelecer, por si, as suas atribuições.

( ) Certo   ( ) Errado

29. Quanto à exequibilidade, é denominado ato administrativo pendente aquele que não completou seu ciclo de formação, razão pela qual não está apto à produção de efeitos.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 92: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br92

(Cespe – TCU – AFCE – 2011)

Considerando que os atos administrativos têm por finalidade a produção de efeitos jurídicos determinados, condizentes com o interesse público, julgue os itens a seguir.

30. Tendo em vista a aplicação da teoria da rea-lidade, a doutrina administrativista entende válidos os efeitos decorrentes de ato admi-nistrativo típico praticado por pessoa inves-tida de forma irregular em cargo, emprego ou função pública.

( ) Certo   ( ) Errado

31. Incluem-se na classificação de atos admi-nistrativos discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que con-tenha conceitos jurídicos indeterminados.

( ) Certo   ( ) Errado

32. Considera-se anulado o ato administrativo extinto em decorrência de controle de méri-to, segundo critério discricionário, que ava-lia oportunidade e conveniência.

( ) Certo   ( ) Errado

33. Os atos vinculados são passíveis de revoga-ção.

( ) Certo   ( ) Errado

34. A presunção de legitimidade, como atributo do ato administrativo, representa a faculda-de ou a prerrogativa conferida à adminis-tração pública para impor, unilateralmente, obrigações aos administrados e interferir na esfera alheia independentemente de anu-ência prévia.

( ) Certo   ( ) Errado

35. Não havendo impedimento legal, o ato ad-ministrativo pode ser delegado a órgãos ou titulares hierarquicamente subordinados e, em determinadas circunstâncias, a outros órgãos ou titulares.

( ) Certo   ( ) Errado

36. A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de delegação.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TCU – AFCE – 2011)

No que se refere aos atos administrativos, julgue os seguintes itens.

37. Delegação não transfere competência, mas somente, e em caráter temporário, trans-fere o exercício de parte das atribuições do delegante.

( ) Certo   ( ) Errado

38. A forma é requisito vinculado e imprescindí-vel à validade do ato administrativo: sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para a validade do ato, a inobservân-cia dessa exigência acarretará a nulidade desse ato.

( ) Certo   ( ) Errado

39. O ato discricionário não está sujeito à apre-ciação do Poder Judiciário.

( ) Certo   ( ) Errado

40. Ao celebrar com particular um contrato de abertura de contacorrente, um banco esta-tal pratica ato administrativo.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 93: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 93

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

(Cespe – DPU Administrativo – 2010)

Com relação aos atos administrativos, assi-nale a opção correta.

41. Valendo-se de seu poder de autotutela, a administração pública pode anular o ato ad-ministrativo, sendo que o reconhecimento da desconformidade do ato com a lei produz efeitos a partir da própria anulação.

( ) Certo   ( ) Errado

42. Pelo atributo da presunção de veracidade, a validade do ato administrativo não pode ser apreciada de ofício pelo Poder Judiciário.

( ) Certo   ( ) Errado

43. Os atos administrativos discricionários, por sua própria natureza, não admitem o con-trole pelo Poder Judiciário.

( ) Certo   ( ) Errado

44. (Cespe – MPE-ES – 2010)

Como faculdade de que dispõe a adminis-tração para extinguir os atos que considera inconvenientes e inoportunos, a revogação pode atingir tanto os atos discricionários como os vinculados.

( ) Certo   ( ) Errado

45. (Cespe – MPE-ES – 2010)

Todos os atos administrativos dispõem da característica da autoexecutoriedade, isto é, o ato, tão logo praticado, pode ser ime-diatamente executado, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

( ) Certo   ( ) Errado

46. (Cespe – TRF-5 – Juiz Federal – 2015)

A competência, como elemento do ato ad-ministrativo, pode ser delegada a outros órgãos ou agentes, se não houver impedi-mento legal, mesmo que estes não sejam hierarquicamente subordinados aos que possuam a competência originária.

( ) Certo   ( ) Errado

47. (Cespe – CGE-PI – Auditora – 2015)

A administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportu-nidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando eles estiverem ei-vados de vícios que os tornem ilegais.

( ) Certo   ( ) Errado

48. (Cespe – TCU – Técnico de Controle Externo – 2015)

Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de traba-lho, revogue tal ato, para não prejudicar ad-ministrados, que sofreriam efeitos danosos em consequência da aplicação desse ato.

( ) Certo   ( ) Errado

49. (Cespe – TCU – Técnico de Controle Externo – 2015)

Conforme a teoria dos motivos determinan-tes, a validade do ato administrativo vincu-la-se aos motivos que o determinaram, sen-do, portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de di-reito ou de fato que determinou ou autori-zou a sua realização.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 94: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br94

50. (Cespe – TCU – Técnico de Controle Externo – 2015)

A revogação de atos pela administração pú-blica por motivos de conveniência e opor-tunidade não possui limitação de natureza material, mas somente de natureza tempo-ral, como, por exemplo, o prazo quinquenal previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito do servi-ço público federal.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TCU – Técnico de Controle Externo – 2015)

Julgue os itens seguintes, relativos aos atos administrativos.

51. É proibido delegar a edição de atos de cará-ter normativo.

( ) Certo   ( ) Errado

52. Ao delegar a prática de determinado ato ad-ministrativo, a autoridade delegante trans-fere a titularidade para sua prática.

( ) Certo   ( ) Errado

53. Decretos não são considerados atos admi-nistrativos.

( ) Certo   ( ) Errado

54. (Cespe – TJDFT – Juiz – 2015)

A administração deverá anular seus próprios atos quando estes contiverem vícios de le-galidade ou quando houver motivo de con-veniência ou oportunidade. Nesses casos, a anulação produzirá efeitos ex tunc.

( ) Certo   ( ) Errado

55. (Cespe – TJDFT – Juiz – 2015)

A decisão de recursos administrativos e a prática de atos ordinatórios do processo não são passíveis de delegação.

( ) Certo   ( ) Errado

56. (Cespe – DPU – 2016)

Caso seja necessário, a administração públi-ca poderá revogar ato administrativo válido e legítimo.

( ) Certo   ( ) Errado

57. (Cespe – TRE-MT – Analista Administrativo – 2015)

A anulação dos atos administrativos, a título de controle judicial, consiste na possibilida-de de o Poder Judiciário rever os atos admi-nistrativos por motivo de conveniência ou oportunidade.

( ) Certo   ( ) Errado

58. (Cespe – Procurador de Salvador – 2015)

Revogação é instrumento jurídico utilizado pela administração pública para suspender temporariamente a validade de um ato ad-ministrativo por motivos puramente discri-cionários.

( ) Certo   ( ) Errado

59. (Cespe – Procurador de Salvador – 2015)

A prerrogativa de invalidar ato administra-tivo é da própria administração pública, ao passo que a de revogá-lo é do Poder Judici-ário, em decisão referente a caso concreto que lhe seja apresentado.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 95: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 95

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

60. (Cespe – Procurador de Salvador – 2015)

Se ficar constatado que determinado ato administrativo contém vício de legalidade, a administração pública deverá promover a sua revogação.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. C 6. C 7. C 8. E 9. E 10. C 11. C 12. C 13. C 14. E 15. E 16. E 17. C  18. C 19. E 20. E 21. C 22. C 23. C 24. C 25. C 26. E 27. E 28. C 29. E 30. E 31. C 32. E 33. E 34. E  35. C 36. E 37. C 38. C 39. E 40. E 41. E 42. C 43. E 44. E 45. E 46. C 47. E 48. E 49. C 50. E 51. C  52. E 53. E 54. E 55. E 56. E 57. C 58. E 59. E 60. E

Page 96: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 97: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 97

Questões FCC

1. (FCC – TRT 19 – Oficial de Justiça – 2014)

A atuação discricionária da Administração pública

a) nem sempre se fundamenta por razões de conveniência e oportunidade.

b) permite, excepcionalmente, a edição de atos que contrariem a lei, desde que fa-voráveis ao interesse público.

c) aplica-se aos atos administrativos vin-culados.

d) tem como exemplo a revogação de atos administrativos.

e) tem como exemplo a anulação de atos administrativos.

2. (FCC – TJ-PE – Ser. Notoriais Registro-Re-moção – 2013)

Como consequência decorrente dos vícios, os atos administrativos podem ser

a) nulos, sendo, no entanto, passíveis de convalidação, com base na discriciona-riedade da Administração.

b) anuláveis, passíveis de convalidação diante de vício de forma.

c) anuláveis, passíveis de convalidação por vício quanto ao motivo declarado.

d) nulos, passíveis de convalidação quan-do se tratar de vício de competência, ainda que exclusiva.

e) anuláveis, quando se tratar vício de fi-nalidade, desde que a finalidade prati-cada também tenha sido pública.

3. (FCC – ALE-PB – Procurador – 2013)

Em razão de nulidade constatada em con-curso público, diversos servidores que tra-balhavam com a expedição de certidões em repartição estadual tiveram suas nomea-ções e respectivos atos de posse anulados, embora não tivessem dado causa à nulida-

de do certame. Em vista dessa situação, as certidões por eles emitidas

a) não podem ser atribuídas ao ente es-tatal, sendo nulas de pleno efeito, em face da teoria da usurpação de poder.

b) são consideradas válidas, ressalvada a existência de outros vícios na sua pro-dução, o que se explica pela teoria do órgão ou da imputação.

c) são anuláveis, desde que os interessa-dos exerçam a faculdade de impugná--las.

d) são consideradas inválidas, o que se ex-plica pela teoria dos motivos determi-nantes.

e) são consideradas inexistentes, visto que sua produção se deu sem um dos ele-mentos essenciais do ato administrati-vo, a saber, o agente competente.

4. (FCC – TRT-18ª Região – Analista Judiciário – 2013)

Pode-se conceituar os atos administrativos como manifestações de vontade do Estado, as quais são dotadas de alguns atributos. Dentre eles, destaca-se a presunção de legi-timidade e veracidade, que

a) significa a presunção absoluta de con-formidade com a lei, dependendo de decisão judicial para eventual desfazi-mento.

b) consiste na presunção de que o ato pra-ticado está conforme a lei e de que os fatos atestados pela Administração são verdadeiros, admitindo, no entanto, prova em contrário.

c) significa uma derivação do princípio da legalidade, na medida em que os atos praticados pela Administração possuem força de lei, podendo instituir direitos e obrigações aos administrados.

Page 98: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br98

d) consiste na necessidade de que se-jam confirmados pelo poder judiciário quando veicularem a produção de efei-tos limitadores de direitos dos adminis-trados.

e) significa que os atos administrativos se impõem a terceiros, mesmo que esses não concordem, podendo a Administra-ção adotar medidas coercitivas diretas e concretas para fazer valer sua decisão.

5. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013)

No que concerne ao instituto da revogação do ato administrativo, é correto afirmar que

a) a revogação pelo Judiciário só é possível se o vício for na finalidade ou no motivo do ato administrativo.

b) é possível o Judiciário revogar ato admi-nistrativo viciado, seja qual for o vício.

c) a revogação pelo Judiciário só é possível se o vício for na finalidade do ato admi-nistrativo.

d) o Judiciário somente pode revogar ato administrativo se estiver diante de um ato válido, isto é, absolutamente legal.

e) a revogação de ato administrativo só pode ser feita pela Administração Públi-ca.

6. (FCC – Fiscal ICMS-SP – 2013)

Simão, comerciante estabelecido na capital do Estado, requereu, perante a autoridade competente, licença para funcionamento de um novo estabelecimento. Embora o in-teressado não preenchesse os requisitos fi-xados na normatização aplicável, a Adminis-tração, levada a erro por falha cometida por funcionário no procedimento correspon-dente, concedeu a licença. Posteriormente, constatado o equívoco, a Administração

a) somente poderá desfazer o ato judicial-mente, em face da preclusão adminis-trativa.

b) poderá revogar o ato, com base em ra-zões de conveniência e oportunidade, sem prejuízo da apreciação judicial.

c) deverá anular o ato, não podendo a anulação operar efeito retroativo, salvo comprovada má-fé do beneficiário.

d) deverá revogar o ato, preservando os efeitos até então produzidos, desde que não haja prejuízo à Administração.

e) deverá anular o ato, produzindo a anu-lação efeitos retroativos à data em que foi emitido o ato eivado de vício não passível de convalidação.

7. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

O ato administrativo ao distanciar-se do fim público

a) deve ser revogado. b) detém vício em um de seus requisitos. c) apresenta vício em um dos atributos do

ato. d) pode ser convalidado. e) não comporta anulação.

8. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Considere:

I – Os atos administrativos discricionários não comportam controle judicial, haja vista a necessidade de respeito à atuação admi-nistrativa discricionária, pautada por razões de conveniência e oportunidade.

II – A discricionariedade ocorre, dentre ou-tras hipóteses, quando a lei é omissa, por-que não lhe é possível prever todas as situ-ações supervenientes ao momento de sua promulgação, hipótese em que a autorida-de deverá decidir conforme os princípios extraídos do ordenamento jurídico.

III – Arbitrariedade não se confunde com discricionariedade; naquela, a Administra-ção ultrapassa os limites traçados pela lei, passando a atuar contrariamente à lei.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) III.

Page 99: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 99

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

b) I. c) I e II. d) II e III. e) II.

9. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

A Administração Pública revogou ato admi-nistrativo que havia gerado direito adquiri-do. Ao administrado tal postura está:

a) incorreta, pois o ato administrativo que gera direito adquirido não é previsto no ordenamento jurídico.

b) correta, vez que a revogação destina-se justamente a extirpar ato ilegal.

c) correta e independe de qualquer con-trapartida ao administrado.

d) correta, desde que indenize o adminis-trado.

e) incorreta, pois tal ato não comporta re-vogação.

10. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Considere a seguinte hipótese: o Ministério dos Transportes praticou ato administrativo de competência do Ministério das Teleco-municações. Nesse caso,

a) é possível a revogação do ato adminis-trativo.

b) o ato deve ser anulado, por conter vício insanável de competência.

c) há vício de objeto do ato administrativo. d) é possível a convalidação do ato admi-

nistrativo. e) há vício de forma do ato administrativo.

11. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Com relação ao ato administrativo, conside-re as seguintes assertivas:

I – O objeto e o motivo do ato administrati-vo, em determinadas hipóteses, podem ser discricionários.

II – A revogação do ato administrativo, quando feita pelo Judiciário, produz efeitos ex tunc.

III – A convalidação consiste em modalidade de extinção do ato administrativo, por con-ter vício insanável.

Está correto o que se afirma em:

a) I e III, apenas. b) I, II e III. c) I, apenas. d) I e II, apenas. e) II, apenas.

12. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

O efeito jurídico imediato que o ato admi-nistrativo produz é:

a) o objeto do ato. b) a motivação do ato. c) a forma do ato. d) a finalidade do ato. e) o motivo do ato.

13. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

A teoria dos motivos determinantes

a) destina-se ao ato administrativo proferi-do sem motivação.

b) tem por objetivo revogar atos adminis-trativos que adotaram motivos falsos ou inexistentes.

c) não se aplica aos atos administrativos discricionários.

d) vincula a validade do ato à motivação nele contida.

e) permite a convalidação de atos adminis-trativos que adotaram motivos falsos.

14. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Marcelo, servidor público estadual e che-fe de determinada repartição pública, ao utilizar-se do poder disciplinar, aplicou pena

Page 100: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br100

de demissão a seu subordinado Joaquim, alegando, para tanto, o cometimento de conduta que, na verdade, inexistiu. Marcelo agiu premeditadamente, visando o ingresso de parente seu na vaga disponibilizada com a saída de Joaquim. O ato administrativo de demissão, no caso narrado, apresenta vício de:

a) motivo, apenas. b) motivo e de finalidade. c) sujeito e de forma. d) forma, apenas. e) objeto, apenas.

15. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

Romeo, servidor público, ao praticar deter-minado ato administrativo assim o fez com vício de finalidade, isto é, o ato distanciou--se do fim público. Nesse caso,

a) será possível a convalidação, que, na hi-pótese, terá efeitos ex tunc.

b) caberá a anulação do ato administrativo apenas pelo Poder Judiciário.

c) será possível a convalidação, que, na hi-pótese, terá efeitos ex nunc.

d) Romeo deverá anular o ato administra-tivo.

e) Romeo poderá revogar o ato adminis-trativo.

16. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

A Administração Pública pretende revogar ato administrativo vinculado e absoluta-mente legal. Nesse caso,

a) o ato em questão não comporta revoga-ção.

b) o ato em questão deve sempre perma-necer no mundo jurídico, justamente por ser absolutamente legal.

c) o ato administrativo em questão deve ser extirpado do mundo jurídico através do instituto da convalidação e não da revogação.

d) não é possível a revogação, pois apenas os atos discricionários e ilegais podem ser revogados.

e) é possível a revogação, pois pode se dar em qualquer hipótese, desde que pre-sentes os requisitos de conveniência e oportunidade.

17. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

Considere as seguintes assertivas concer-nentes à discricionariedade e vinculação na atuação administrativa:

I – O ato vinculado é analisado apenas sob o aspecto da legalidade.

II – Existe ato administrativo inteiramente discricionário.

III – O ato discricionário é analisado apenas sob o aspecto do denominado mérito admi-nistrativo.

IV – Um aspecto no qual concerne a discri-cionariedade é o momento da prática do ato, pois se a lei nada estabelecer, a Admi-nistração escolherá o momento mais ade-quado para atingir a consecução de deter-minado fim.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e IV. b) II, III e IV. c) III e IV. d) I e II. e) I, II e III.

18. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

Se a Administração Pública pune um funcio-nário, mas este não praticou qualquer infra-ção, haverá vício:

a) na forma do ato administrativo. b) em um dos atributos do ato administra-

tivo, mas não nos requisitos de tal ato. c) no motivo do ato administrativo. d) no objeto do ato administrativo. e) no sujeito do ato administrativo.

Page 101: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 101

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

19. (FCC – Técnico Administrativo – TRT-9ª Re-gião – 2013)

A respeito dos atos administrativos, é corre-to afirmar que:

a) o mérito do ato administrativo corres-ponde ao juízo de conveniência e opor-tunidade presente nos atos discricioná-rios.

b) os atos vinculados comportam juízo de conveniência e oportunidade pela Administração, que pode revogá-los a qualquer tempo.

c) os atos discricionários não são passíveis de revogação pela Administração, salvo por vício de legalidade.

d) a discricionariedade corresponde ao juí-zo de conveniência e oportunidade pre-sente nos atos vinculados.

e) os atos vinculados são passíveis de anu-lação pela Administração, de acordo com juízo de conveniência e oportuni-dade.

20. (FCC – Técnico Administrativo – TRT-1ª Re-gião – 2013)

A respeito de atributo dos atos administrati-vos, é INCORRETO afirmar:

a) A presunção de veracidade é o atributo pelo qual o ato administrativo não pode ser objeto de anulação pelo Poder Judi-ciário, salvo aqueles considerados dis-cricionários.

b) Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a ter-ceiros, independentemente de sua con-cordância.

c) Presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei, presu-mindo-se, até prova em contrário, que o ato foi emitido com observância da lei.

d) O atributo da executoriedade permite à Administração o emprego de meios de coerção para fazer cumprir o ato admi-nistrativo.

e) A tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder

a figuras previamente definidas pela lei como aptas a produzir determinados re-sultados.

21. (FCC – TRT-11ª – Técnico Judiciário – 2012)

Determinado administrador público desa-propriou certo imóvel residencial com o propósito de perseguir o expropriado, seu inimigo político. Não obstante o vício narra-do, a Administração Pública decide conva-lidar o ato administrativo praticado (desa-propriação) com efeitos retroativos. Sobre o fato, é correto afirmar que:

a) Será possível a convalidação, a fim de ser aproveitado o ato administrativo praticado, sanando-se, assim, o vício existente.

b) Não será possível a convalidação, sendo ilegal o ato praticado, por conter vício de finalidade.

c) Não será possível a convalidação, sendo ilegal o ato praticado, por conter vício de forma.

d) Será possível a convalidação, no entan-to, ela deverá ter efeitos ex nunc e, não, ex tunc.

e) Não será possível a convalidação, sendo ilegal o ato praticado, por conter vício de objeto.

22. (FCC – MPE-AP – Técnico Ministerial – 2012)

A Administração Pública pretende extinguir ato administrativo que contém vício de lega-lidade. Nesse caso, a Administração:

a) deverá utilizar-se do instituto da revoga-ção dos atos administrativos, de modo a retirá-lo do mundo jurídico.

b) deverá socorrer-se do Poder Judiciário para extinguir o ato administrativo.

c) extinguirá o ato administrativo, com efeitos, em regra, ex nunc.

d) deverá, obrigatoriamente, em qualquer hipótese de vício de legalidade, manter o ato administrativo, corrigindo-se o ví-cio existente.

e) anulará o ato administrativo.

Page 102: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br102

23. (FCC – MPE-AP – Técnico Ministerial – 2012)

Determinado órgão público, utilizando-se do poder hierárquico, avocou atribuições de seu órgão subordinado, atribuições estas de competência exclusiva deste último. A avo-cação, no caso narrado,

a) não é possível, uma vez que ela não é consequência do poder hierárquico.

b) não é possível, tendo em vista que se tratam de atribuições de competência exclusiva do órgão subordinado.

c) é possível, todavia, é decorrência do po-der disciplinar e não hierárquico da Ad-ministração Pública.

d) é possível, ou seja, válida para qualquer tipo de atribuição, sendo prática corri-queira da Administração Pública no uso de seu poder hierárquico.

e) não é possível quanto aos órgãos pú-blicos, por isso não poderia ter sido re-alizada, ao contrário do que narrou o enunciado.

24. (FCC – MPE-AP – Técnico Ministerial – 2012)

A Administração Pública, ao promover ava-liação de desempenho de determinado servidor público civil efetivo, assim o fez motivadamente. Dessa forma, constatou-se através da pontuação conferida ao servidor, por ocasião da avaliação, que os quesitos produtividade e assiduidade foram afetados por licenças, que não ultrapassaram o pra-zo de vinte e quatro meses, para tratamento da própria saúde utilizadas pelo servidor. No entanto, faz-se necessário esclarecer que a lei aplicável considera o afastamento do ser-vidor civil em virtude de licença para trata-mento da própria saúde como sendo de efe-tivo exercício.

O ato administrativo de avaliação de desem-penho, narrado na hipótese, é

a) nulo, por conter vício de forma. b) válido, por decorrer de poder discricio-

nário da Administração Pública. c) nulo, por conter vício de objeto.

d) válido, por decorrer do princípio da su-premacia do interesse público.

e) nulo, por conter vício de motivo.

25. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012)

Pelo atributo de auto executoriedade do ato administrativo,

a) as normas legais de Direito administra-tivo são consideradas de aplicabilidade imediata.

b) o mérito dos atos administrativos discri-cionários não pode ser apreciado pelo Poder Judiciário.

c) o ato impõe-se ao seu destinatário, in-dependentemente de sua concordân-cia.

d) cabe à Administração pô-lo em execu-ção, independentemente de interven-ção do Poder Judiciário.

e) o destinatário do ato administrativo pode executá-lo, independentemente da intervenção do agente administrati-vo ou do Poder Judiciário.

26. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man-dados – 2012)

A Administração Pública revogou um ato de outorga privativa de uso de bem público sob o único e expresso fundamento de que o permissionário teria cedido a área para terceiros. Posteriormente ficou demonstra-do que essa informação era falsa. De acordo com essas informações tem-se que a revo-gação da permissão de uso é

a) válida porque se trata de ato discricio-nário, dispensando qualquer motiva-ção.

b) nula, uma vez que não foi respeitado o contraditório e o princípio da eficiência.

c) válida, com fundamento na teoria dos motivos determinantes, pois o ato não precisava ser motivado.

d) nula, com fundamento na teoria dos motivos determinantes, uma vez que o fundamento invocado para a revogação da permissão de uso era falso.

Page 103: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 103

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

e) anulável, porque a Administração não precisa produzir prova dos fundamen-tos que invocou, ante o princípio da su-premacia do interesse público.

27. (FCC – Analista Judiciário – TRF-2ª Região – 2012)

A respeito da revogação e anulação dos atos administrativos, analise:

I – A revogação é aplicável apenas em re-lação aos atos discricionários, podendo ser praticada somente pelo Poder Executivo em relação aos seus próprios atos, em decor-rência do ato tornar-se inconveniente e ino-portuno, não podendo ser revogados pelo Poder Judiciário, em sua função típica.

II – Os atos discricionários praticados na es-fera do Poder Executivo poderão ser objeto de anulação no âmbito desse mesmo Poder, em decorrência de vício insanável, portanto de ilegalidade, mas caberá também ao Po-der Judiciário, em sua função típica, a anula-ção, desde que provocado.

III – Os atos vinculados praticados na esfe-ra do Poder Executivo, aqueles que devem total observância ao respectivo texto legal, não poderão, por esta mesma razão, serem alvo de anulação por esse Poder, mas tão somente pelo Poder Judiciário, em sua fun-ção típica.

Nas hipóteses acima descritas, está correto o que consta APENAS em

a) III. b) I e III. c) I e II. d) I. e) II e III.

28. (FCC – Analista – TRE-PR – 2012)

Quando o agente público atua fora dos limi-tes de sua competência ele comete

a) desvio de poder. b) omissão.

c) improbidaded) excesso de poder. e) prevaricação.

29. (FCC – TRF 3 – Oficial de Justiça – 2014)

O agente competente de um órgão público emitiu determinada licença requerida por um particular. Posteriormente, no mesmo exercício, em regular correição na reparti-ção, identificou-se que o agente não obser-vou que não foi preenchido um dos requi-sitos legais para aquela emissão. Em razão disso, a autoridade competente, sem preju-ízo de outras possibilidades aqui não cote-jadas,

a) poderá revogar a licença concedida, ins-taurando processo administrativo com observância da ampla defesa e do con-traditório.

b) não poderá anular a licença emitida, em razão do direito adquirido do particular beneficiado com o ato.

c) não poderá anular a licença emitida, tendo em vista que se trata de ato ad-ministrativo cujos efeitos já foram exau-ridos, não havendo motivação para a re-visão do mesmo.

d) deverá anular a licença emitida, diante da ilegalidade verificada, garantindo, para tanto, a observância, em regular processo administrativo, do contraditó-rio e da ampla defesa.

e) deverá ajuizar medida judicial cautelar para suspender a licença concedida e pleitear a anulação posterior em ação judicial autônoma.

30. (FCC – Fiscal ISS-SP – 2012)

O Município constatou, após transcorrido grande lapso temporal, que concedera sub-sídio a empresa que não preenchia os requi-sitos legais para a obtenção do benefício. Diante de tal constatação, a autoridade

a) não poderá revogar ou anular o ato, em face da preclusão administrativa, de-vendo buscar a invalidade pela via ju-

Page 104: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br104

dicial, desde que não decorrido o prazo decadencial.

b) deverá convalidar o ato, por razões de interesse público e para preservação do direito adquirido, exceto se decorrido o prazo decadencial.

c) poderá revogar o ato concessório, uti-lizando a prerrogativa de rever os pró-prios atos de acordo com critérios de conveniência e oportunidade.

d) deverá anular o ato, desde que não transcorrido o prazo decadencial, com efeitos retroativos à data em que o ato foi emitido.

e) poderá anular o ato, com base em seu poder de autotutela, com efeitos a par-tir da anulação.

31. (FCC – TRT-MG – Técnico Judiciário – 2015)

Marlon, chefe de determinada repartição pública, ao aplicar penalidade ao servidor Milton, equivocou-se, e aplicou pena de ad-vertência, ao invés da pena de suspensão. No caso narrado, há

a) vício de motivo do ato administrativo. b) vício relativo à forma do ato administra-

tivo. c) mera irregularidade, inexistindo qual-

quer vício no ato administrativo. d) vício relativo ao objeto do ato adminis-

trativo. e) vício de finalidade do ato administrati-

vo.

32. (FCC – TCE-CE – Analista de Controle Exter-no – Área Judiciária – 2015)

Laerte decidiu construir, sem a devida licen-ça ou alvará de construção, um pequeno armazém em seu terreno. Os moradores do bairro passaram a comprar no novo estabe-lecimento. A Administração pública muni-cipal precisa ingressar em juízo para que o proprietário seja notificado a demolir o que construiu?

a) Sim, porque o direito de proprieda-de deve ser respeitado, uma vez que a construção cumpre sua função social.

b) Não, porque os atos administrativos são dotados de legitimidade, imperativida-de e exigibilidade.

c) Não, porque os atos da Administração pública são dotados de revogabilidade, executoriedade e legitimidade.

d) Sim, porque nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluída da apreciação do Poder Judiciário.

e) Sim, porque ninguém é obrigado a des-fazer aquilo que realizou em prol de um interesse social.

33. (FCC – TCE-CE – Analista de Controle Exter-no – Área Judiciária – 2015)

Carmelo e Leôncio são servidores públicos, sendo o primeiro chefe do segundo. Leôncio e Carmelo participaram de um torneio inter-no de futebol e Leôncio foi eleito o melhor jogador do campeonato. Carmelo, inconfor-mado com o resultado do prêmio futebolís-tico, removeu Leôncio para localidade dis-tante, a fim de que este não mais pudesse participar do campeonato. Neste caso, Car-melo

a) deveria ter contado com a anuência da autoridade superior para efetuar a re-moção.

b) agiu dentro das suas atribuições legais. c) poderia ter realizado esta remoção,

uma vez que possui poder hierárquico para tal.

d) somente poderia ter realizado a remo-ção, com este fundamento, após a ins-tauração de processo administrativo.

e) incorreu em desvio de poder.

Page 105: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 105

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

34. (FCC – CNMP – Administração – 2015)

Ato administrativo é:

a) manifestação bilateral de poder da Ad-ministração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato ad-quirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obri-gações aos administrados.

b) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria.

c) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nes-sa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modifi-car, extinguir e declarar direitos, ou im-por obrigações aos administrados ou a si própria.

d) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão ad-ministrativa.

e) sinônimo de fato administrativo.

35. (FCC – TCM-GO – Auditor Substituto – 2015)

É certo que a Administração se manifesta por meio de atos administrativos. No que concerne ao desfazimento dos atos admi-nistrativos e seus efeitos, é correto afirmar que:

a) Pode ocorrer por atuação da própria Administração, na hipótese de estar presente vício de legalidade, não sendo possível à Administração, no entanto, desfazer seus próprios atos por motivos de conveniência e oportunidade, em ra-zão do princípio da segurança jurídica.

b) Pode ocorrer por atuação da própria ad-ministração, a qualquer tempo, por mo-tivo de legalidade, independentemente de terem, os atos, produzido efeitos fa-voráveis aos destinatários, sendo que a invalidação, nesse caso, produzirá efei-tos ex tunc.

c) Quando presente vício de legalidade, a Administração tem o dever de anular o ato administrativo, dever este que en-contra limite, sempre que, nos termos da lei, tenha transcorrido prazo razoável e dos atos decorram efeitos favoráveis para destinatários de boa-fé.

d) Em razão do princípio da inafastabilida-de da jurisdição, o Poder Judiciário pode anular os atos administrativos ilegais e revogar, a qualquer tempo, os atos ad-ministrativos inoportunos, operando, nesse último caso, automático retorno da situação jurídica ao status quo ante.

e) A Administração pode revogar os atos administrativos por razão de conveni-ência e oportunidade e anular os atos eivados de vício de legalidade, no en-tanto, no primeiro caso, deve recorrer ao judiciário, porque não incide, na es-pécie, a autotutela.

Gabarito: 1. D 2. B 3. B 4. B 5. E 6. E 7. B 8. D 9. E 10. B 11. C 12. A 13. D 14. B 15. D 16. A  17. A 18. C 19. A 20. A 21. B 22. E 23. B 24. E 25. D 26. D 27. C 28. D 29. D 30. D 31. D 32. B  33. E 34. C 35. C

Page 106: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br106

TÓPICO 4

Poderes Administrativos

A expressão “poderes administrativos” traz implícita a ideia de uma faculdade dada ao administrador público, porém, na realidade, tratam-se de poderes-deveres da Administração, visto que sem eles, esta não conseguiria sobrepor a vontade da lei à vontade individual, o interesse público sobre o privado.

Os poderes administrativos são ferramentas (prerrogativas) concedidas ao administrador público para que seja atingida a finalidade de interesse público. Sendo assim, são irrenunciáveis e devem ser exercidos nos limites da lei.

O professor Hely Lopes Meirelles classifica-os em:

a) poder vinculado;

b) poder discricionário;

c) poder hierárquico;

d) poder disciplinar;

e) poder regulamentar;

f) poder de polícia.

CUIDADO!Para Maria Sylvia Di Pietro, os poderes discricionário e vinculado não existem como poderes autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando muito, atributos de outros poderes ou competências da Administração.

1. Poder Vinculado

Também chamado de poder regrado. Relaciona-se à prática dos atos administrativos chamados VINCULADOS. Nesse tipo de ato administrativo, é mínima ou inexistente a liberdade de escolha por parte do administrador, ou seja, deverão ser executados de acordo com a lei.

Devemos lembrar que, nos atos administrativos vinculados, os seus cinco elementos ou requisitos de validade (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) são rigorosamente

Page 107: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 107

estabelecidos por lei, não cabendo ao administrador público valorar quanto à conveniência/oportunidade de sua prática.

Na verdade, até nos atos ditos discricionários, a competência, a finalidade e a forma são elementos sempre vinculados.

Os atos vinculados que possuam algum vício em seus elementos ou requisitos de validade deverão ser anulados pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Porém, são tidos como irrevogáveis.

2. Poder Discricionário

Relaciona-se à prática dos atos chamados DISCRICIONÁRIOS. Nesse tipo de ato administrativo, o administrador público possui certa margem de liberdade para atuar, podendo valorar quanto à oportunidade e à conveniência de sua prática, escolhendo o motivo e o objeto da prática do ato.

É importante ressaltar que, nos atos discricionários, a competência, a finalidade e a forma são sempre elementos vinculados. A discricionariedade da prática do ato encontra-se presente na escolha do motivo e do objeto (elementos não vinculados ou discricionários).

Devemos relembrar que o ato discricionário ilegal deverá ser anulado tanto pela Administração quanto pelo Judiciário. Da mesma forma, nos atos discricionários, não cabe ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrativo, que consiste justamente na escolha da conveniência e oportunidade da prática do ato pelo administrador.

Só há mérito em atos administrativos discricionários, visto que, nos atos vinculados, não há escolha quanto ao motivo e ao objeto.

Já a revogação ocorre quando o ato discricionário torna-se inoportuno/inconveniente para a Administração Pública. Somente pode revogar um ato administrativo quem o praticou!

2.1 Limitações ao Poder Discricionário

A atuação da Administração Pública está limitada ao disposto em lei. Assim, a norma legal funciona como a maior limitação à atuação do administrador público.

Page 108: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br108

Desde já, ressaltamos que a discricionariedade administrativa não se confunde com a atuação arbitrária do administrador (não admitida em qualquer hipótese no Direito Brasileiro, visto que é tida como sinônimo de ilegalidade, ilegitimidade ou abuso de poder).

Visando a um maior controle dos atos discricionários, justamente para que o Administrador Público não ultrapasse os limites da discricionariedade, acarretando, consequentemente, a arbitrariedade, a doutrina e a jurisprudência enfatizam diversas limitações ao poder discricionário da Administração, além da lei. Destacam-se, entre tais limites, os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

3. Poder Hierárquico

Segundo Hely Lopes Meirelles, “Poder hierárquico é o de que dispõe o Poder Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”.

Para que haja manifestação do poder hierárquico, é fundamental que haja uma relação de hierarquia, de subordinação, entre as partes. A hierarquia é típica da atividade administrativa da Administração Pública, sendo resultado da relação de subordinação que existe entre os diversos órgãos e agentes que integram a estrutura do Poder Executivo.

Assim, concluímos que não há hierarquia nos Poderes Judiciário e Legislativo, quando estiverem no desempenho de suas funções típicas, ou seja, só haverá hierarquia em tais poderes quando no desempenho de suas funções administrativas.

Da relação de subordinação, existente na estrutura hierárquica da Administração, podemos destacar como objetivos e consequências do poder hierárquico:

• ordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas;

• delegar e avocar atribuições;

• obedecer às determinações superiores, salvo se manifestamente ilegais;

• fiscalizar os atos praticados pelos subordinados;

• rever os atos de inferiores hierárquicos.

Ressaltamos que, segundo a legislação vigente, poderá haver delegação de competências entre órgãos ou autoridades, sem que haja uma relação de hierarquia, ao passo que, na avocação de competências, é sempre essencial que haja hierarquia entre os órgãos ou as autoridades envolvidas.

O poder hierárquico permite que o superior aprecie os aspectos de legalidade e mérito dos atos praticados por seus subordinados.

Por fim, é importante não confundirmos subordinação com vinculação. A relação de subordinação está associada à ideia de hierarquia administrativa, enquanto que a vinculação é decorrência do poder de supervisão ministerial sobre a entidade vinculada, fruto da relação existente entre a Administração Direta e Indireta.

Page 109: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 109

4. Poder Disciplinar

Para Maria Sylvia Di Pietro, o poder disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o caso dos que com ela contratam.

Percebemos, assim, que o poder disciplinar, normalmente, é uma decorrência do poder hierárquico, ou seja, deriva da estrutura hierarquizada da Administração Pública, da relação de subordinação existente na estrutura administrativa.

A doutrina aponta o poder disciplinar como de exercício discricionário. Há que se observar que tal discricionariedade é bastante reduzida. Como exemplo de discricionariedade do Poder Disciplinar, podemos citar a graduação do número de dias da penalidade de suspensão.

5. Poder Regulamentar

Também chamado por alguns autores de poder normativo. Pode ser definido como a prerrogativa concedida à Administração Pública de editar atos gerais para complementar as leis e permitir sua efetiva aplicação. O Poder Regulamentar, em sentido estrito, consubstancia-se na autorização, ao Chefe do Poder Executivo, para a edição de decretos e regulamentos.

Já o poder normativo, segundo a doutrina moderna, seria o fundamento para que as demais autoridades públicas também emitissem atos de caráter normativo. Assim, quando um Ministro de Estado expede uma instrução normativa ou quando o Presidente de uma agência reguladora expede uma resolução, temos o exercício do poder normativo.

O poder regulamentar é uma das formas pelas quais o Poder Executivo exerce a sua função normativa, sendo certo que o exercício do poder regulamentar é fruto do poder normativo (conceito mais amplo e genérico). Doutrinariamente, existem dois tipos de regulamentos:

a) Regulamento Executivo

É aquele que complementa o conteúdo de uma lei, nos termos da Constituição Federal, art. 84, IV, servindo como instrumento à fiel execução de uma lei. Não pode estabelecer normas contra legem (contra lei) ou ultra legem (além da lei). Limitam-se a editar normas secundum legem (segundo a lei). Está hierarquicamente subordinado a uma lei prévia, sendo ato privativo do chefe do Poder Executivo.

b) Regulamento Autônomo ou Independente

Originariamente, não encontrava previsão na nossa Constituição Federal, porém, com o advento da Emenda Constitucional nº 32/2001, passou a ter previsão no art. 84, VI. Tal dispositivo constitucional estabelece competência ao Presidente da República para dispor, mediante decreto, sobre:

Page 110: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br110

• organização e funcionamento da Administração federal, desde que não haja aumento de despesa nem criação ou extinção de órgão público;

• extinção de cargos ou funções públicas, quando vagos.

Ressalta-se que essas são as únicas hipóteses de emissão de decreto autônomo, atualmente.

CUIDADO!A criação de cargos públicos deve se dar por lei, logo, a extinção, como regra, também decorrerá de lei. Porém, casos os cargos públicos estejam VAGOS, poderão ser extintos mediante decreto autônomo.

6. Poder de Polícia

A definição legal de poder de polícia é encontrada no nosso Código Tributário Nacional, em seu artigo 78, pois o exercício de tal poder pela Administração Pública é fato gerador da taxa, uma das espécies tributárias elencadas pelo CTN.

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, há duas definições de poder de polícia:

a) Em sentido amplo: “a atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses coletivos”;

b) Em sentido restrito: “as intervenções, quer gerais e abstratas, como os regulamentos, quer concretas e específicas (tais como as autorizações, as licenças, as injunções) do Poder Executivo, destinadas a alcançar o mesmo fim de prevenir e obstar ao desenvolvimento de atividades particulares contrastantes com os interesses sociais”.

É importante destacar que, para alguns autores, a concepção ampla de poder de polícia engloba as atividades do Poder Legislativo quando da criação das limitações administrativas. Assim, concluímos que o poder de polícia é a faculdade de que dispõe o Poder Público de fiscalizar o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em prol do interesse da coletividade. No

Page 111: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 111

sentido estrito, abrange apenas as atividades do Poder Executivo, já no sentido amplo, abrange não só as atividades do Poder Executivo, como também as atividades do Poder Legislativo.

Sendo assim, tal Poder é exercido por todos os entes da Federação – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – sobre todas as atividades que possam interferir no interesse público coletivo ou prejudicá-lo.

A doutrina majoritária aponta como princípio fundamental do exercício do poder de polícia o da supremacia do interesse público sobre o particular, tendo por finalidade a tutela (proteção) do interesse público.

Entre as sanções derivadas do exercício do poder de polícia, Hely Lopes Meirelles aponta: interdição de atividade, fechamento de estabelecimento, demolição de construção irregular, apreensão de mercadorias irregulares, inutilização de gêneros, destruição de objetos, embargo de obras, etc.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, temos que “pelo conceito moderno, adotado no direito brasileiro, o poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público”.

Não há qualquer incompatibilidade existente entre os direitos individuais e os limites a eles impostos pelo Estado, com base no poder de polícia. Na verdade, o fundamento de tal poder é o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular, não podendo o Estado aniquilar totalmente os direitos individuais.

A doutrina majoritária reconhece o poder de polícia originário e o poder de polícia derivado. Hely Lopes Meirelles os diferencia muito bem:

“Por fim, deve-se distinguir o poder de polícia originário do poder de polícia delegado, pois que aquele nasce com a entidade que o exerce e este provém de outra, através de transferência legal. O poder de polícia originário é pleno no seu exercício e consectário, ao passo que o delegado é limitado ao poder de delegação e se caracteriza por atos de execução. Por isso mesmo, no poder de polícia delegado não se compreende a imposição de taxas, porque o poder de tributar é intransferível da entidade estatal que o recebeu constitucionalmente”.

Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), o poder de polícia só pode ser exercido por pessoa jurídica de direito público, dada a natureza da atividade envolvida.

O poder de polícia também é divido em: POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA.

QUADRO COMPARATIVO:

TIPO DE PODER DE POLÍCIA POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA

ATUAÇÃO Principalmente preventiva Principalmente repressiva

TIPO DE ILÍCITO Administrativo Penal

NORMAS REGULAMENTARES Direito Administrativo Direito Processual Penal

INCIDÊNCIA Bens, Direitos e Atividades Pessoas

COMPETÊNCIA Diversos órgãos da Administração Pública Corporações Especializadas

Page 112: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br112

Doutrinariamente, são reconhecidos como atributos do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.

a) Discricionariedade

Reside na livre escolha, por parte da Administração Pública, da oportunidade e da conveniência de exercer o poder de polícia, assim como de aplicar sanções e empregar os meios tendentes a atingir o fim pretendido, que é a proteção do interesse público.

Muito embora a discricionariedade seja apontada como regra, não podemos esquecer que, em alguns casos, haverá total vinculação do administrador à lei, no exercício do poder de polícia, como, por exemplo, na concessão de uma licença para o exercício de uma profissão a um particular.

b) Autoexecutoriedade

Consiste na possibilidade que tem a Administração Pública de, com seus próprios meios, pôr em execução as suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário.

Segundo a definição de Hely Lopes Meirelles, “a auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial”.

Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade têm funcionado como limitadores à autoexecutoriedade dos atos administrativos.

c) Coercibilidade

É a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração, ou seja, deve ser obrigatoriamente observada pelo particular.

A imposição coercitiva também prescinde de prévia autorização judicial, mas não impede uma posterior avaliação por tal poder, com vistas a apurar o chamado abuso de poder, em suas modalidades: excesso de poder e desvio de poder.

Page 113: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 113

RESUMINDO...PODER DE POLÍCIA

• Sua definição original está prevista no Código Tributário Nacional. Por meio dessa legislação, percebemos que o exercício do poder de polícia poderá acarretar cobrança de taxa.

• Fundamento: supremacia do interesse público sobre o particular. • Finalidade: proteção do interesse público. • Deve ser exercido pelo ente da federação (U/E/DF/M) competente para regular a

matéria. • Divisão do poder de polícia: originário e derivado; judiciário e administrativo. • Entre as sanções derivadas do exercício do Poder de Polícia, Hely Lopes Meirelles

aponta: interdição de atividade, fechamento de estabelecimento, demolição de construção irregular, apreensão de mercadorias irregulares, inutilização de gêneros, destruição de objetos, embargo de obras, etc.

• São atributos do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.

6.7 Uso e abuso do poder

Uso do poder é prerrogativa da autoridade pública. Atualmente, a doutrina aponta que, aos administradores, cabe o poder-dever de agir, isto é, o poder administrativo, por ser conferido à Administração para o atingimento do fim público, representa um dever de agir.

Porém, é obrigação do administrador público utilizá-lo segundo as normas legais e com obediência aos princípios que regem o Direito Administrativo, nos justos limites que o bem-estar social exige. Quando ultrapassa tais limites, surge a figura do abuso de poder.

O abuso de poder é gênero do qual são espécies: o excesso de poder e o desvio de poder.

Estará configurado o excesso de poder, quando a autoridade competente extrapolar os limites de sua competência, ou seja, quando a atuação do agente for fora dos limites legais de sua competência. Assim, por exemplo, quando a autoridade competente para aplicar a pena de suspensão impõe penalidade mais grave, que não se encontra na esfera de suas atribuições, está caracterizado o excesso de poder.

Já o desvio de poder ocorre quando o administrador atinge finalidade diversa do interesse público, ou seja, decorre da atuação do agente apartada do interesse público, ainda que dentro da sua competência. Também é modalidade de desvio de poder quando o administrador, embora atinja o interesse público, utiliza-se de ato com finalidade diversa daquela prevista em lei, para a prática do ato.

Como exemplo de desvio de poder, tradicional de prova, podemos citar a remoção de ofício como forma de punição de um servidor. Em tal situação, muito embora tenha atingido o interesse público, o administrador utilizou o ato de remoção com finalidade de punição, que não é a prevista em lei, para tal ato, visto que o ato de remoção não tem caráter punitivo.

Page 114: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 115: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 115

Questões CESPE

1. (Cespe – DPU – 2016)

Constitui manifestação do poder discipli-nar da administração pública a aplicação de sanção a sociedade empresarial no âmbito de contrato administrativo.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – Defensoria Pública-PE – 2015)

A hierarquia é uma característica encontra-da exclusivamente no exercício da função administrativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa e jurisdicional típicas.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TRT 10 – Analista Judiciário – 2012)

3. Diferentemente do direito penal, no cam-po do poder disciplinar, o administrador público dispõe da possibilidade de avaliar se deve punir a falta praticada por servidor, razão pela qual se diz que referido poder é discricionário.

( ) Certo   ( ) Errado

4. No âmbito dos poderes do Estado, a hierar-quia só existe no que tange às funções ad-ministrativas, não em relação às funções de natureza legislativa e judicial.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (Cespe – DPU – 2016)

A interdição de restaurante por autoridade administrativa de vigilância sanitária cons-titui exemplo de manifestação do exercício do poder de polícia.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (Cespe – TRF 2 – Juiz – 2012)

Segundo a jurisprudência pacífica do STF, é possível a delegação do poder de polícia à sociedade de economia mista.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (Cespe – CNJ – Analista Judiciário – 2012)

O objeto do poder de polícia administrativa é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (Cespe – TRE-MS – Analista Administrativo – 2012)

Decorre do poder disciplinar o ato da auto-ridade superior de avocar para a sua esfera decisória ato da competência de agente a ele subordinado.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – DPU – 2016)

O poder de polícia, decorrente da suprema-cia geral do interesse público, permite que a administração pública condicione ou res-trinja o exercício de atividades, o uso e gozo de bens e direitos pelos particulares, em nome do interesse público.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (Cespe – TRE-MS – Analista Administrativo – 2012)

O poder regulamentar é prerrogativa de direito público conferida à administração pública de exercer função normativa para

Page 116: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br116

complementar as leis criadas pelo Poder Legislativo, podendo inclusive alterá-las de forma a permitir a sua efetiva aplicação.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TRE-RJ – Tecnico Judiciário – 2012)

11. O poder de polícia, que decorre da discricio-nariedade que caracteriza a administração pública, é limitado pelo princípio da razoa-bilidade ou proporcionalidade.

( ) Certo   ( ) Errado

12. O poder de polícia deriva do poder hierár-quico. Os chefes de repartição, por exem-plo, utilizam-se do poder de polícia para fis-calizar os seus subordinados.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TJ-RR – Tecnico Judiciário – 2012)

Acerca dos poderes administrativos e do uso e abuso do poder, julgue os itens sub-secutivos.

13. No exercício do poder de polícia, a admi-nistração age apenas de forma repressiva, aplicando sanções a condutas que infrinjam leis e regulamentos, uma vez que tal poder não se coaduna com medidas preventivas, inseridas, em regra, no âmbito do poder re-gulamentar.

( ) Certo   ( ) Errado

14. Caracteriza desvio de finalidade, espécie de abuso de poder, a conduta do agente que, embora dentro de sua competência, se afasta do interesse público, que deve norte-ar todo o desempenho administrativo, para alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu.

( ) Certo   ( ) Errado

15. Como fator que decorre do poder hierár-quico, a relação de subordinação tem cará-ter interno e se estabelece entre órgãos de uma mesma pessoa administrativa; a vincu-lação, ao contrário, possui caráter externo e resulta do poder de supervisão que os ór-gãos detêm sobre as entidades a eles vincu-ladas, como, por exemplo, o que uma secre-taria de estado exerce sobre uma autarquia.

( ) Certo   ( ) Errado

16. (Cespe – TJ-RR – Administrador – 2012)

Define-se poder discricionário como o po-der que o direito concede à administração para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo, estando a admi-nistração, no exercício desse poder, imune à apreciação do Poder Judiciário.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – MP-PI – 2012)

Não constitui atributo do poder de polícia a discricionariedade, traduzida na livre esco-lha, pela administração, da oportunidade e conveniência de exercer o poder a ela con-ferido, bem como de aplicar as sanções e empregar os meios conducentes a atingir o fim colimado.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – MCTI – Apoio Administrativo – 2012)

18. O poder disciplinar possibilita sancionar os particulares que não cumprem seus deve-res, como, por exemplo, deixar de pagar as taxas cobradas pela administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 117: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 117

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

19. É possível a existência de poder de polícia delegado, no entanto, é amplamente aceita na doutrina a vedação da delegação do po-der de polícia à iniciativa privada.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – IBAMA – Analista – 2012)

20. Ao aplicar penalidade a servidor público, em processo administrativo, o Estado exerce seu poder regulamentar.

( ) Certo   ( ) Errado

21. Suponha que um particular vinculado à ad-ministração pública por meio de um contra-to descumpra as obrigações contratuais que assumiu. Nesse caso, a administração pode, no exercício do poder disciplinar, punir o particular.

( ) Certo   ( ) Errado

22. Em decorrência do poder regulamentar, a administração pública pode utilizar o regu-lamento autorizado para fixar normas téc-nicas, de forma que um regulamento sobre temática não prevista em lei, por exemplo, será considerado válido.

( ) Certo   ( ) Errado

23. No âmbito interno da administração direta do Poder Executivo, há manifestação do po-der hierárquico entre órgãos e agentes.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – PC-AL – Escrivão – 2012)

O excesso de poder relaciona-se à compe-tência, uma vez que resta configurado quan-do o agente público extrapola os limites de sua atuação ou pratica ato que é atributo legal de outra pessoa.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – PC-AL – Delegado – 2012)

25. Na comparação entre a polícia administrati-va e a polícia judiciária, tem-se que a natu-reza preventiva e repressiva se aplica igual-mente às duas.

( ) Certo   ( ) Errado

26. A aplicação de pena a um servidor público constitui exemplo de exercício de poder hie-rárquico.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – TRF-5 – Juiz Federal – 2015)

O poder de polícia administrativa tem como uma de suas características a autoexecuto-riedade, entendida como sendo a prerroga-tiva de que dispõe a administração para pra-ticar atos e colocá-los em imediata execução sem depender de autorização judicial.

( ) Certo   ( ) Errado

28. (Cespe – Ministério da Integração – 2013)

Considere que um servidor público, após regular processo administrativo disciplinar, seja suspenso por decisão da autoridade competente, por praticar irregularidades no exercício do cargo. Nessa situação, a impo-sição pela administração pública da sanção ao servidor, independentemente de decisão judicial, decorre do poder hierárquico.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a capacidade de apli-car penalidades.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 118: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br118

30. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Poder disciplinar é aquele que permite à administração pública disciplinar, de forma concreta, a aplicação de leis gerais e abstra-tas.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. E 4. C 5. C 6. E 7. C 8. E 9. C 10. E 11. C 12. E 13. E 14. C 15. C 16. E 17. E  18. E 19. C 20. E 21. C 22. E 23. C 24. C 25. C 26. E 27. C 28. E 29. E 30. E

Page 119: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 119

Questões FCC

1. (FCC – TRT 2 – Analista Administrativo – 2014)

O Poder de Polícia atribuído à Administra-ção pública para o bom desempenho de suas atribuições

a) emana da própria natureza das atri-buições, a fim de que seja possível re-alizá-las, prescindindo de previsão nor-mativa estabelecendo os aspectos da atuação.

b) possui alguns atributos inerentes à sua atuação, sem os quais nenhum ato de polícia teria efetividade, tal como a au-to-executoriedade.

c) permite a não aplicação de algumas garantias constitucionais estabelecidas em favor dos administrados, tendo em vista que visa ao atendimento do inte-resse público, que prevalece sobre os demais princípios.

d) demanda previsão normativa para sua utilização, embora possa permitir mar-gem de apreciação discricionária no seu desempenho.

e) autoriza a imposição de medidas con-cretas coercitivas de direitos dos admi-nistrados, demanda autorização judi-cial, contudo, para autoexecutoriedade das mesmas.

2. (FCC – TRT 2 – Oficial de Justiça – 2014)

Quando a Administração pública edita atos normativos que se prestam a orientar e dis-ciplinar a atuação de seus órgãos subordi-nados, diz-se que atuação é expressão de seu poder

a) disciplinar, atingindo eventuais tercei-ros que não integram a estrutura da Ad-ministração.

b) de polícia interna, que tem lugar quan-do os destinatários integram a própria estrutura da Administração.

c) normativo, que tem lugar quando os destinatários integram a própria estru-tura da Administração.

d) de polícia normativa, embora não atin-jam os administrados em geral, sujeitos apenas ao poder regulamentar.

e) hierárquico, traduzindo a competência de ordenar a atuação dos órgãos que integram sua estrutura.

3. (FCC – TJ-PE – Ser. Notoriais – 2013)

Analise as situações abaixo descritas que correspondem ao exercício de poderes da Administração:

I – Edição de decreto do Poder Executivo dispondo sobre a organização e funciona-mento de órgãos administrativos.

II – Declaração de inidoneidade de particu-lar para participar de licitação ou contratar com a administração pública.

III – Concessão de licença de instalação e funcionamento para estabelecimento co-mercial.

As situações descritas correspondem, res-pectivamente, aos poderes

a) regulamentar, de polícia e normativo. b) disciplinar, de polícia e regulamentar. c) normativo, disciplinar e regulamentar. d) normativo, disciplinar e de polícia. e) hierárquico, disciplinar e regulamentar.

Page 120: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br120

4. (FCC – ALEPB – Procurador – 2013)

O chamado poder regulamentar autônomo, trata-se de

a) exercício de atividade normativa pelo Executivo, disciplinando matéria não re-gulada em lei, de controversa existência no direito nacional.

b) poder conferido aos entes federados para legislar em matéria administrativa de seu próprio interesse.

c) atividade normativa exercida pelas agências reguladoras, nos setores sob sua responsabilidade.

d) prerrogativa conferida a todos os Pode-res para disciplinar seus assuntos inter-na corporis.

e) atividade normativa excepcional, con-ferida ao Conselho de Defesa Nacional, na vigência de estado de defesa ou es-tado de sítio.

5. (FCC – FHEMIG – Auxiliar Administrativo – 2013)

Um dos poderes da Administração é o po-der regulamentar, que corresponde ao po-der de

a) organizar as atividades administrativas, mediante a edição de regulamentos e portarias.

b) aplicar sanções administrativas a seus subordinados.

c) instituir limitações às atividades de par-ticulares, para atendimento ao interes-se público.

d) editar normas complementares à lei, para a sua fiel execução.

e) controlar a atividade de órgãos inferio-res, delegando e avocando atribuições.

6. (FCC – FHEMIG – Auxiliar Administrativo – 2013)

É a atividade, entre outras, que correspon-de ao exercício de poder de polícia, em sen-tido estrito, pela Administração:

a) demissão de servidor público, por práti-ca de ato de improbidade.

b) inabilitação de particular para contratar com a Administração, após apuração de fraude à licitação.

c) instituição de servidão administrativa sobre terreno particular.

d) interdição de estabelecimento comer-cial, em função de descumprimento de normas sanitárias.

e) penhora de bens para pagamento de dí-vida fiscal.

7. (FCC – TRT-18ª Região – Analista Judiciário – 2013)

A Administração pública, em regular fisca-lização a estabelecimentos comerciais, au-tuou e impôs multa aos infratores das nor-mas que disciplinavam o segmento. Essa atuação da Administração é expressão do poder

a) de polícia, sendo o ato de imposição de multa dotado do atributo da discricio-nariedade.

b) de polícia, sendo o ato de imposição de multa dotado de exigibilidade e coerci-bilidade.

c) disciplinar, dotado do atributo de auto-executoriedade.

d) regulamentar, que permite que a Admi-nistração institua e aplique multas pe-cuniárias aos administrados.

e) regulamentar, em sua faceta de poder de polícia, que permite que a Adminis-tração institua multas pecuniárias aos administrados.

8. (FCC – MPE-AM – Agente Técnico Jurídico – 2013)

A concessão de licença para funcionamen-to de estabelecimento comercial constitui exemplo de atuação administrativa fundada no poder

a) regulamentar. b) disciplinar. c) de polícia.

Page 121: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 121

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

d) normativo. e) hierárquico.

9. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013)

O poder que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa denomi-na-se poder

a) regulamentar. b) de polícia. c) disciplinar. d) jurídico-normativo. e) hierárquico.

10. (FCC – Fiscal ICMS-SP – 2013)

No início de nova gestão do Estado, a equipe do Governo decidiu implementar ampla re-estruturação na Secretaria da Fazenda, com o objetivo de aumentar a eficiência na arre-cadação tributária e no controle de gastos públicos. Para tanto, foi contratada consul-toria especializada, que identificou a neces-sidade de alteração de algumas estruturas organizacionais, realocação de servidores e revisão de processos de trabalho. De acordo com os princípios e normas aplicáveis à Ad-ministração pública,

a) somente mediante lei poderão ser ex-tintos cargos e funções vagas, podendo ser criados novos órgãos por decreto do Chefe do Executivo, desde que não im-porte aumento de despesa.

b) a extinção de cargos, vagos ou não, bem como a criação de órgãos poderá ser efetuada por decreto do Chefe do Exe-cutivo e a revisão de processos de tra-balho por ato do Secretário da Fazenda.

c) poderão ser criados novos órgãos me-diante decreto do Chefe de Executivo e extintos aqueles considerados desne-cessários por ato do Secretário da Fa-zenda.

d) os servidores somente poderão ser re-alocados por ato do Chefe do Executivo

e os cargos vagos poderão ser extintos por ato do Secretário da Fazenda.

e) decreto do Chefe do Executivo poderá dispor sobre a organização e funciona-mento da Secretaria, quando não impli-car aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos.

11. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Considere:

I – apurar infrações;

II – aplicar penalidades;

III – instaurar procedimento administrativo--disciplinar;

IV – editar atos normativos de efeitos inter-nos.

NÃO é atividade típica do poder disciplinar o que consta em

a) I, III e IV, apenas. b) I, II, III e IV. c) I e II, apenas. d) IV, apenas. e) III e IV apenas.

12. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Considere a seguinte assertiva: “Prefeitura interdita casa noturna por não possuir alva-rá de funcionamento”. A atividade narrada corresponde

a) à atividade típica do poder regulamen-tar da Administração Pública.

b) à atividade típica do poder hierárquico da Administração Pública.

c) à atividade típica do poder disciplinar da Administração Pública.

d) ao exercício do poder de polícia judiciá-ria, que não se confunde com a ativida-de da polícia administrativa.

e) ao exercício do poder de polícia admi-nistrativa.

Page 122: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br122

13. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 2013)

Considere:

I – pode ser vinculado;

II – não admite condutas repressivas;

III – é ilimitado, pois, do contrário, não ge-raria força cogente sobre os administrados.

No que concerne ao poder de polícia, está correto o que se afirma APENAS em:

a) III. b) I. c) I e III. d) I e II. e) II e III.

14. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

Uma das atividades da Administração Pú-blica consiste em controlar a atividade dos órgãos inferiores, para verificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obri-gações, podendo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenientes ou inoportunos. Trata-se do exercício do poder

a) regulamentar. b) de polícia. c) hierárquico. d) jurídico-normativo. e) disciplinar.

15. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 2013)

Um dos atributos do poder de polícia de-nomina-se auto-executoriedade. Segundo ele, a Administração Pública tem o poder de compelir materialmente o administrado, utilizando meios diretos de coação. Consti-tui exemplo de tal atributo,

a) dissolução de uma reunião. b) concessão de licença para o exercício de

determinada profissão.

c) impossibilidade de licenciamento de veículo enquanto não paga a multa de trânsito.

d) autorização para porte de arma. e) aplicação de multa.

16. (FCC – Analista Judiciário – TRT-9ª Região – 2013)

Decreto do Poder Executivo Municipal res-tringiu a circulação de veículos em determi-nado horário em perímetro identificado da cidade, sob o fundamento de que a restri-ção seria necessária para melhoria da qua-lidade do ar na região, comprovadamente inadequada por medidores oficiais. A me-dida, considerando que o poder executivo municipal tenha competência material para dispor sobre a ordenação do tráfego e seja constitucionalmente obrigado a tutela do meio ambiente,

a) é expressão da faceta disciplinar do po-der regulamentar, que pode se prestar a restringir a esfera de interesses dos ad-ministrados, com vistas ao atendimento do interesse público.

b) é expressão do poder disciplinar, na me-dida em que houve limitação, ainda que legal, dos direitos individuais dos admi-nistrados.

c) insere-se no poder normativo do Exe-cutivo Municipal, que pode editar atos normativos autônomos disciplinando os assuntos de interesse local da comuni-dade.

d) excede o poder regulamentar, que se restringe à disciplina de organização ad-ministrativa do ente, devendo essas dis-posições constarem de lei formal.

e) insere-se no poder regulamentar do Executivo, se as disposições do decreto municipal estiverem explicitando nor-mas legais que estabeleçam as diretri-zes de ordenação do sistema viário com vistas a preservação da qualidade do ar.

Page 123: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 123

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

17. (FCC – Analista Judiciário – TRT-1ª Região – 2013)

Durante regular fiscalização, fiscais de de-terminada municipalidade identificaram que um estabelecimento comercial do se-tor de bares e restaurantes estava utilizan-do indevidamente a calçada para instalação de mesas e cadeiras. Os agentes municipais, considerando que estavam devidamente autorizados pela lei, no correto desempe-nho de suas funções,

a) apreenderam as mesas e cadeiras e multaram o estabelecimento, no exercí-cio de seu poder disciplinar.

b) interditaram o estabelecimento, no exercício de seu poder de tutela admi-nistrativa.

c) apreenderam as mesas e cadeiras irre-gulares e multaram o estabelecimento, no exercício do poder de polícia.

d) multaram o estabelecimento e deter-minaram a instauração de processo de interdição do estabelecimento, como expressão de seu poder hierárquico.

e) interditaram o estabelecimento e apre-enderam todo o mobiliário da calçada, como expressão de seu poder de auto-tutela.

18. (FCC – Médico Perito – INSS – 2012)

Quando a Administração Pública limita di-reitos ou atividades de particulares sem qualquer vínculo com a Administração, com base na lei, está atuando como expressão de seu poder

a) hierárquico. b) de polícia. c) normativo. d) regulamentar. e) disciplinar.

19. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012)

Exemplifica adequadamente o exercício de poder disciplinar por agente da administra-ção a

a) aplicação de multa de trânsito. b) emissão de ordem a ser cumprida pelos

agentes subordinados. c) interdição de restaurante por razão de

saúde pública. d) prisão de criminoso efetuada por poli-

cial, mediante o devido mandado judi-cial.

e) aplicação de penalidade administrativa a servidor público que descumpre seus deveres funcionais.

20. (FCC – Analista – TRE-PR – 2012)

O exercício do poder disciplinar pelo agen-te público pode ser considerado um poder discricionário porque, dentro dos limites da Lei,

a) a punição aplicada não necessita de jus-tificativa da autoridade que a impõe.

b) apoia-se no dever que possui a Adminis-tração de punir internamente as infra-ções funcionais de seus servidores.

c) não exige o direito à ampla defesa e ao contraditório.

d) no seu exercício, não é necessária a apu-ração nem a sanção da conduta afronto-sa dos deveres funcionais.

e) tem a liberdade de escolher a punição que entenda satisfazer a necessidade da Administração Pública.

21. (FCC – TRE-TO – Técnico Judiciário – 2011)

Sobre o poder hierárquico, é correto afir-mar:

a) É possível a apreciação da conveniência e da oportunidade das determinações superiores pelos subalternos.

b) Em geral, a responsabilidade pelos atos e medidas decorrentes da delegação cabe à autoridade delegante.

c) As determinações superiores, com exce-ção das manifestamente ilegais, devem ser cumpridas; podem, no entanto, ser ampliadas ou restringidas pelo inferior hierárquico.

Page 124: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br124

d) Rever atos de inferiores hierárquicos é apreciar tais atos em todos os seus as-pectos, isto é, tanto por vícios de lega-lidade quanto por razões de conveniên-cia e oportunidade.

e) A avocação de ato pelo superior não de-sonera o inferior da responsabilidade pelo mencionado ato.

22. (FCC – TRE-TO – Técnico Judiciário – 2011)

Sobre o poder disciplinar, é correto afirmar:

a) Existe discricionariedade quanto a cer-tas infrações que a lei não define, como ocorre, por exemplo, com o “procedi-mento irregular” e a “ineficiência no serviço”, puníveis com pena de demis-são.

b) Há discricionariedade para a Adminis-tração em instaurar procedimento ad-ministrativo, caso tome conhecimento de eventual falta praticada.

c) Inexiste discricionariedade quando a lei dá à Administração o poder de levar em consideração, na escolha da pena, a na-tureza e a gravidade da infração e os da-nos que dela provierem para o serviço público.

d) O poder disciplinar é sempre discricio-nário e decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre aqueles que se vinculam à Administração.

e) É possível, em determinadas hipóteses, que a Administração deixe de punir o servidor comprovadamente faltoso.

23. (FCC – TJ-AP – Cartório – 2011)

O tributo que tem por fato gerador o exer-cício regular do poder de polícia, como, por exemplo, a fiscalização dos serviços noto-riais e registrais, é denominado:

a) impostob) taxac) contribuição de melhoriad) emolumentoe) contribuição de interesse de categoria

profissional ou econômica

24. (FCC – TRT-23a. – Analista Judiciário – 2011)

Considere:

I – A Administração pública não pode, no exercício do poder de polícia, utilizar-se de meios diretos de coação, sob pena de afron-ta ao princípio da proporcionalidade.

II – O objeto da medida de polícia, isto é, o meio de ação, sofre limitações, mesmo quan-do a lei lhe dá várias alternativas possíveis.

III – A impossibilidade de licenciamento de veículo enquanto não pagas as multas de trânsito corresponde a exemplo da utilização de meios indiretos de coação, absolutamente válido no exercício do poder de polícia.

Está correto o que consta em

a) I, II e III.b) II e III, apenas.c) I e III, apenas.d) I, apenas.e) II, apenas.

25. (FCC – Prefeitura de São Luiz – Procurador – 2016)

O Prefeito de um determinado Município celebrou convênio com empresa municipal para disciplinar as atribuições pertinentes ao serviço de trânsito local, que passariam a ser realizadas pelos funcionários daquela pessoa jurídica. De acordo com o que restou convencionado, os empregados dessa em-presa, cujo escopo social assim autorizava, realizariam atividades de fiscalização em campo. O convênio firmado

a) contraria entendimento do Supremo Tribunal Federal, que declarou indelegá-veis todos os ciclos do poder de polícia quando se tratar de atividade com po-tencial de sancionamento de particula-res.

b) poderia ter abrangido as outras facetas do poder de polícia, sendo necessário somente que as atividades a serem re-alizadas pela empresa estivessem con-templadas no objeto social da mesma.

Page 125: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 125

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

c) disciplina, em verdade, a delegação de parcela do poder de polícia municipal à pessoa jurídica, o que dependeria da constituição de consórcio público, em razão da transferência de competência implícita.

d) veicula delegação do exercício de um dos espectros do poder de polícia que não é exclusivo da Administração direta, não implicando transferência de com-petência constitucional.

e) possui vício de inconstitucionalidade, tendo em vista que a delegação de po-deres afetos ao Executivo demanda a edição de lei, a fim de garantir que não haja usurpação de competências priva-tivas.

26. (FCC – TCM-RJ – Auditor Substituto – 2015)

Considere que uma empresa contratada pela Administração pública para a presta-ção de serviços de limpeza tenha cometido diversos descumprimentos de suas obriga-ções contratuais e a ela tenham sido aplica-das, pela Administração, proibição de parti-cipar de licitações. No caso citado, a atuação da Administração é expressão de seu poder

a) discricionário, que permite à Adminis-tração a escolha da conduta que me-lhor atenda ao interesse público no caso concreto.

b) normativo, que permite impor obriga-ções aos administrados em prol do inte-resse público.

c) disciplinar, que permite aplicar penali-dades não apenas aos servidores públi-cos mas também às demais pessoas su-jeitas à disciplina administrativa.

d) regulamentar, exercido nos limites da legislação que rege a matéria.

e) hierárquico, decorrente da supremacia do interesse público sobre o privado.

27. (FCC – CNMP – Administração – 2015)

A Administração é dotada de poderes admi-nistrativos dentre os quais figuram os pode-res

a) político, vinculado, hierárquico e de po-lícia.

b) disciplinar, discricionário, regulamentar e de polícia.

c) regulamentar, vinculado, disciplinar e militar.

d) militar, disciplinar, discricionário e hie-rárquico.

e) disciplinar, político, vinculado e hierár-quico.

28. (FCC – TCM-GO – Auditor de Controle Ex-terno – 2015)

A respeito do poder de polícia, considere:

I – Constitui um poder vinculado, descaben-do discricionariedade administrativa para a prática de atos que envolvam seu exercício.

II – Os atos praticados no exercício do poder de polícia, quando dotados de auto-execu-toriedade, possibilitam que a Administração os ponha em execução sem necessitar de tutela jurisdicional.

III – Corresponde apenas a atos repressivos, tanto no âmbito da polícia administrativa como em relação à polícia judiciária, dota-dos de coercibilidade.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II. b) I.c) III.d) I e II.e) II e III.

Page 126: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br126

29. (FCC – TRT-6 – Juiz Substituto – 2015)

Na lição de Hely Lopes Meirelles, os poderes administrativos nascem com a Administra-ção e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se di-rigem. Esclarece o renomado administrati-vista que, diferentemente dos poderes po-líticos, que são estruturais e orgânicos, os poderes administrativos são instrumentais. Uma adequada correlação entre o poder ad-ministrativo citado e sua utilização pela Ad-ministração é:

a) o poder disciplinar possibilita às autori-dades administrativas a práticas de atos restritivos de direitos individuais dos ci-dadãos, nos limites previstos em lei.

b) o poder normativo autoriza a Adminis-tração a estabelecer condutas e as cor-respondentes punições aos servidores públicos, para ordenar a atuação admi-nistrativa.

c) o poder de polícia comporta atos pre-ventivos e repressivos, exercidos pela Administração para condicionar ou res-tringir atividades ou direitos individuais, no interesse da coletividade.

d) o poder regulamentar atribuído, pela Constituição Federal, ao Chefe do Exe-cutivo, o autoriza a editar normas au-tônomas em relação a toda e qualquer matéria de organização administrativa e complementares à lei em relação às de-mais matérias.

e) o poder hierárquico autoriza a aplicação de penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa em razão de vínculo con-tratual estabelecido com a Administra-ção.

30. (FCC – TRE-RR – Analista Administrativo – 2015)

Claudio, fiscal do Procon de Roraima, ao re-ceber denúncia anônima acerca de irregula-ridades em restaurante, comparece ao local e apreende gêneros alimentícios impróprios para o consumo, por estarem deteriorados. A postura adotada concerne a uma das ca-racterísticas do poder de polícia, qual seja,

a) discricionariedade. b) inexigibilidade. c) consensualidade. d) normatividade. e) autoexecutoriedade.

Gabarito: 1. D 2. E 3. D 4. A 5. D 6. D 7. B 8. C 9. C 10. E 11. D 12. E 13. B 14. C 15. A 16. E  17. C 18. B 19. E 20. E 21. D 22. A 23. B 24. B 25. D 26. C 27. B 28. A 29. C 30. E

Page 127: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 127

TÓPICO 5

Responsabilidade Civil do Estado

A responsabilidade civil, genericamente considerada, tem sua origem no Direito Civil e, no âmbito do Direito Privado, consubstancia-se na obrigação de indenizar um dano patrimonial decorrente de um fato lesivo voluntário. No Direito Público, é modalidade de obrigação extracontratual e, para que ocorra, são necessários, como se depreende de sua definição, os seguintes elementos:

• (1) o fato lesivo causado pelo agente em decorrência de culpa em sentido amplo, a qual abrange o dolo (intenção) e a culpa em sentido estrito, que engloba a negligência, a imprudência ou a imperícia;

• (2) a ocorrência de um dano patrimonial ou moral; e

• (3) o nexo de causalidade entre o dano havido e o comportamento do agente, o que significa ser necessário que o dano efetivamente haja decorrido, direta ou indiretamente, da ação ou omissão indevida do agente.

Na definição de Celso Antônio Bandeira de Melo, responsabilidade civil ou responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado é a obrigação que lhe incumbe de reparar, economicamente, os danos causados a terceiros e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos.

Assim, a responsabilidade civil não se origina de ajustes realizados pela Administração Pública com particulares, a denominada responsabilidade contratual, mas é decorrente de comportamentos unilaterais omissivos ou comissivos, legais ou ilegais, materiais ou jurídicos imputáveis aos agentes públicos.

Temos que a responsabilidade civil da Administração Pública se evidencia na obrigação que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais que seus agentes, atuando em seu nome, ou seja, na qualidade de agentes públicos, causem à esfera juridicamente tutelada dos particulares. Traduz-se, pois, na obrigação de reparar economicamente danos patrimoniais, e com tal reparação se exaure.

8.2 Evolução

A evolução da responsabilidade do Estado passou, basicamente, pelas seguintes fases: irresponsabilidade do Estado; responsabilidade com culpa – subjetiva – do Estado (civil e administrativa) e responsabilidade sem culpa – objetiva – do Estado (risco administrativo e risco integral).

Page 128: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br128

8.2.1 Irresponsabilidade do Estado

A teoria da não responsabilização do Estado ante os atos de seus agentes que fossem lesivos aos particulares assumiu sua maior notoriedade sob os regimes absolutistas. Baseava-se esta teoria na ideia de que não era possível ao Estado, literalmente personificado na figura do rei, lesar seus súditos, uma vez que o rei não cometia erros. Os agentes públicos, como representantes do próprio rei não poderiam, portanto, ser responsabilizados por seus atos, ou melhor, seus atos, na qualidade de atos do rei, não poderiam ser considerados lesivos aos súditos. Essa teoria logo começou a ser combatida, por sua evidente injustiça: se o Estado deve tutelar o Direito, não pode deixar de responder quando, por sua ação ou omissão, causar danos a terceiros, mesmo porque, sendo pessoa jurídica, é titular de direitos e obrigações.

Naturalmente, esta doutrina somente possui valor histórico, encontrando-se inteiramente superada, mesmo na Inglaterra e nos Estados Unidos, últimos países a abandoná-la (em 1946 e 1947, respectivamente).

8.2.2 Responsabilidade com Culpa Civil Comum do Estado (culpa subjetiva)

Esta doutrina, influenciada pelo individualismo característico do liberalismo, pretendeu equiparar o Estado ao indivíduo, sendo, portanto, obrigado a indenizar os danos causados aos particulares nas mesmas hipóteses em que existe tal obrigação para os indivíduos. Assim, como o Estado atua por meio de seus agentes, somente existia obrigação de indenizar quando estes, os agentes, tivessem agido com culpa ou dolo, cabendo, evidentemente, ao particular prejudicado o ônus de demonstrar a existência desses elementos subjetivos.

8.2.3 Teoria da Culpa Administrativa (culpa anônima)

A Teoria da Culpa Administrativa representou o primeiro estágio da transição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a responsabilidade objetiva atualmente adotada pela maioria dos países ocidentais.

Segundo a Teoria da Culpa Administrativa, o dever de o Estado indenizar o dano sofrido pelo particular somente existe caso seja comprovada a existência de falta do serviço. Não se trata de perquirir da culpa subjetiva do agente, mas da ocorrência de falta na prestação do serviço, falta essa objetivamente considerada. A tese subjacente é que somente o dano decorrente de irregularidade na execução da atividade administrativa ensejaria indenização ao particular, ou seja, exige-se também uma espécie de culpa, mas não culpa subjetiva do agente, e sim uma culpa especial da Administração à qual se convencionou chamar culpa administrativa.

A culpa administrativa podia decorrer de uma das três formas possíveis de falta do serviço: inexistência do serviço, mau funcionamento do serviço ou atraso na prestação do serviço. Caberá sempre ao particular prejudicado pela falta comprovar sua ocorrência para fazer jus à indenização. No Direito Brasileiro, sobrevive a teoria da culpa anônima, paralelamente à responsabilidade objetiva do Estado.

Page 129: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 129

8.2.4 Teoria do Risco Administrativo

Em todos os tipos de responsabilidade vistos anteriormente ainda se atribuía ao particular todo o ônus da prova. Pela Teoria do Risco Administrativo, surge a obrigação econômica de reparar o dano sofrido injustamente pelo particular, independentemente da existência de falta do serviço e muito menos de culpa do agente público. Basta que exista o dano, sem que, para ele, tenha concorrido o particular.

Resumidamente, existindo o fato do serviço e o nexo de causalidade entre o fato e o dano ocorrido, presume-se a culpa da Administração. Compete a esta, para eximir-se da obrigação de indenizar, comprovar, se for o caso, existência de culpa exclusiva do particular ou, se comprovar culpa concorrente, terá atenuada sua obrigação. O que importa, em qualquer caso, é que o ônus da prova de culpa do particular, se existente, cabe sempre à Administração. Em regra, é a teoria adotada no Brasil, estando disciplinada no art. 37, § 6o da Constituição Federal.

8.2.5 Teoria do Risco Integral

Vimos que, na Teoria do Risco Administrativo, dispensa-se a prova da culpa da Administração, mas permite-se que esta venha a comprovar a culpa da vítima para fim de atenuar (se recíproca) ou excluir (se integralmente do particular) a indenização. Em outras palavras: não significa essa teoria que a Administração, inexoravelmente, tenha a obrigação de indenizar o particular; apenas fica dispensada, a vítima, da necessidade de comprovar a culpa da Administração.

Por exemplo, havendo um acidente entre um veículo conduzido por um agente público e um particular, não necessariamente haverá indenização integral, ou mesmo parcial, por parte da Administração. Pode ser que a Administração consiga provar que tenha havido culpa recíproca dos dois condutores (hipótese em que a indenização será atenuada, “repartida” entre as partes) ou mesmo que a culpa tenha sido exclusivamente do motorista particular (hipótese em que restaria excluída a obrigação de indenização por parte da Administração, cabendo ao particular a obrigação de reparação).

Já a Teoria do Risco Integral representa uma exacerbação da responsabilidade civil da Administração. Segundo essa teoria, basta só a existência do evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigação de indenizar para a Administração, mesmo que o dano decorra de culpa exclusiva do particular. Tomando-se esse exemplo, mesmo que ficasse comprovado haver culpa exclusiva do condutor particular, a obrigação de indenizar caberia à Administração.

Segundo administrativistas do peso de Hely Lopes Meirelles, a Teoria do Risco Integral jamais foi adotada em nosso ordenamento jurídico. Porém, Maria Sylvia Di Pietro afirma a aplicação de tal teoria em alguns casos, tais como o dano nuclear.

8.3 Responsabilidade Civil do Estado no Brasil

8.3.1 Responsabilidade Civil da Administração no Direito Brasileiro: O já revogado Código Civil de 1916 dispunha, em seu artigo 15, que “as pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente responsáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem dano a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito por lei. salvo o direito

Page 130: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br130

regressivo contra os causadores do dano”. Adotava, pois, a responsabilidade civil (subjetiva) da Administração.

A Constituição Federal de 1946 introduziu no Direito Pátrio a responsabilidade civil objetiva dispondo, em seu art. 194, que “As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos danos que seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros”. Foram eliminados, assim, os elementos subjetivos da culpa presentes no texto anterior.

As Constituições seguintes não promoveram alterações significativas neste aspecto. A atual Carta Magna, em seu art. 37, §6º, reza que “As pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo e culpa”. É importante ressaltar que não foram aqui incluídas as pessoas jurídicas de direito público (EP e SEM) que atuam a título de intervenção no domínio econômico, apenas as prestadoras de serviços públicos. Dessa forma, tais entidades responderão com base na responsabilidade subjetiva pelos danos que eventualmente causarem a terceiros, consoante as regras de direito privado.

Confirmando esse posicionamento, o novo Código Civil (lei nº 10.406/2002), dispõe que “As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos de seus agentes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo”. Consagra-se, assim, no ordenamento jurídico pátrio, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado (independente de dolo ou culpa) e a teoria da responsabilidade subjetiva do agente (dependente de dolo ou culpa), para fins de ação regressiva estatal.

Quanto à ação regressiva, seus efeitos, por tratar-se de uma ação de natureza civil, transmitem-se aos herdeiros e sucessores do culpado. Portanto, mesmo após a morte do agente, podem seus sucessores e herdeiros ficar com a obrigação da reparação do dano (sempre respeitado o limite do valor do patrimônio transferido – CF, art. 5º, XLV). Pelo mesmo motivo, pode tal ação ser intentada mesmo depois de terminado o vínculo entre o servidor e a Administração. Nada impede, pois, que seja o agente responsabilizado ainda que aposentado, em disponibilidade, etc.

8.3.2 Ação de Indenização (Particular x Administração)

A reparação do dano causado pela Administração ao particular poderá dar-se amigavelmente ou por meio de ação de indenização movida por este contra aquela. O particular que sofreu o dano praticado pelo agente deverá, pois, intentar a ação de indenização em face da Administração Pública, e não contra o agente causador do dano. Nessa ação, bastará ao particular demonstrar a relação de causa e consequência entre o fato lesivo e o dano, bem como o valor patrimonial desse dano. Isso porque a responsabilidade da Administração é do tipo objetiva, bastando os pressupostos de nexo causal e dano para surgir a obrigação de indenizar. A partir daí, cabe à Administração, para eximir-se da obrigação de indenizar, comprovar, se for o caso, que a vítima concorreu com dolo ou culpa para o evento danoso, podendo resultar três situações:

• (1) se não conseguir provar, responderá integralmente pelo dano, devendo indenizar o particular;

• (2) se comprovar que a culpa total foi do particular, ficará eximida da obrigação de reparar;

Page 131: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 131

• (3) se comprovar que houve culpa recíproca (parcial de ambas as partes), a obrigação será atenuada proporcionalmente.

8.3.3 Ação Regressiva (Administração x Agente)

O § 6º do art. 37 da CF autoriza a ação regressiva do Estado contra o agente causador do dano no caso de dolo ou culpa deste ao causar o dano ao particular. Segundo posicionamento recente do STF, o servidor somente responderá mediante ação regressiva, perante a Fazenda Pública, não sendo possível acionar diretamente o servidor ou o Estado e o servidor conjuntamente, por meio de litisconsórcio passivo facultativo.

Há, aqui, dois aspectos a serem ressaltados:

• (1) a entidade pública, para voltar-se contra o agente, deverá comprovar já ter indenizado a vítima, pois seu direito de regresso nasce a partir do pagamento;

• (2) não se deve confundir a responsabilidade da Administração em face do particular com a responsabilidade do agente perante a Administração: aquela é informada pela teoria do risco administrativo, que, conforme vimos, independe de culpa ou dolo; esta, do agente perante a Administração, só ocorre no caso de dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva do agente). Tais ações de ressarcimento são imprescritíveis.

Page 132: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 133: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 133

Questões CESPE

1. (Cespe – DPU – 2016)

Situação hipotética: Considere que uma pessoa jurídica de direito público tenha sido responsabilizada pelo dano causado a terceiros por um dos seus servidores públi-cos. Assertiva: Nessa situação, o direito de regresso poderá ser exercido contra esse servidor ainda que não seja comprovada a ocorrência de dolo ou culpa.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – DPE-TO – 2012)

A responsabilidade civil das pessoas jurí-dicas de direito privado, incluídas as que prestam serviços públicos, é subjetiva, isto é, depende da ocorrência de culpa ou dolo.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – DPE-TO – 2012)

Nas ações de indenização fundadas na res-ponsabilidade civil objetiva do Estado, é obrigatória a denunciação da lide do agen-te público suspostamente responsável pelo ato lesivo.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (Cespe – CGE-PI – Auditor – 2015)

De acordo com a teoria do risco integral, é suficiente a existência de um evento danoso e do nexo de causalidade entre a conduta administrativa e o dano para que seja obri-gatória a indenização por parte do Estado, afastada a possibilidade de ser invocada al-guma excludente da responsabilidade.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (Cespe – TRE-GO – Analista Judiciário – 2015)

Rafael, agente público, chocou o veículo que dirigia, de propriedade do ente ao qual é vinculado, com veículo particular dirigido por Paulo, causando-lhe danos materiais.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o seguinte item.

A responsabilidade da administração pelos danos causados a terceiro é objetiva, ou seja, independe da comprovação do dolo ou culpa de Rafael.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

De acordo com a Constituição Federal, so-mente as pessoas jurídicas de direito públi-co responderão pelos danos que seus agen-tes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TRT10 – Analista Judiciário – 2012)

Todos os anos, na estação chuvosa, a região metropolitana de determinado município é acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local demonstraram que os fatores pre-ponderantes causadores das enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo de lixo nas vias públi-cas.

Considerando essa situação hipotética, jul-gue os itens subsequentes.

Page 134: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br134

7. Caso algum cidadão pretenda ser ressar-cido de prejuízos sofridos, poderá propor ação contra o Estado ou, se preferir, dire-tamente contra o agente público respon-sável, visto que a responsabilidade civil na situação hipotética em apreço é solidária.

( ) Certo   ( ) Errado

8. De acordo com a jurisprudência e a doutri-na dominante, na hipótese em pauta, casa haja danos a algum cidadão e reste prova-da conduta omissiva por parte do Estado, a responsabilidade deste será subjetiva.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TRT 10 – Analista Judiciário – 2012)

No tocante à responsabilidade civil da ad-ministração, julgue os itens subsequentes.

9. A teoria do risco integral obriga o Estado a reparar todo e qualquer dano, independen-temente de a vítima ter concorrido para o seu aperfeiçoamento.

( ) Certo   ( ) Errado

10. Pela teoria da faute du service, ou da cul-pa do serviço, eventual falha é imputada pessoalmente ao funcionário culpado, isen-tando a administração da responsabilidade pelo dano causado.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (Cespe – TRT 10 – Analista Judiciário – 2012)

A reparação do dano à pessoa lesada por ato emanado de agente público no exercício de suas funções pode ser consumada tanto na via administrativa, por acordo entre a pes-soa jurídica civilmente responsável e o lesa-do, como por ação judicial de indenização.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (Cespe – TRE-PI – Técnico Judiciário – 2016)

Em razão do princípio da supremacia do interesse público, são vedados o reconhe-cimento da responsabilidade e a reparação de dano extrajudicial pela administração.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (Cespe – TRE-PI – Técnico Judiciário – 2016)

A responsabilidade objetiva de empresa concessionária de serviço público alcança usuários e não usuários do serviço público.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – TRE-MS – Tecnico Judiciário – 2012)

Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público causador do dano deve ser servidor público estatutário e pos-suir vínculo direto com a administração.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (Cespe – TRE-MS – Tecnico Judiciário – 2012)

Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público causador do pre-juízo a terceiros deve ter agido na qualidade de agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua competência legal.

( ) Certo   ( ) Errado

16. (Cespe – TRE-MS – Tecnico Judiciario – 2012)

A responsabilidade civil do Estado é objeti-va, sendo obrigatória configuração da culpa para a eclosão do evento danoso.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 135: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 135

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

(Cespe – TJ-RR – Técnico Judiciario – 2012)

No que tange à responsabilidade civil do Es-tado, julgue os itens que se seguem.

17. A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público em face de particular que tenha sofrido algum dano pode ser reduzi-da, ou mesmo excluída, havendo culpa con-corrente da vítima ou tendo sido ela a única culpada pelo dano.

( ) Certo   ( ) Errado

18. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem objetivamente pelos eventuais danos que seus agentes causarem a terceiros ao prestarem tais serviços.

( ) Certo   ( ) Errado

19. (Cespe – DPRF – Agente Administrativo – 2012)

Funcionário público federal que, dirigindo um veículo oficial, em serviço, colida em um poste, derrubando-o, somente estará obri-gado a ressarcir o dano causado ao patrimô-nio público se for condenado judicialmente a fazê-lo.

( ) Certo   ( ) Errado

20. (Cespe – DPE-ES – 2012)

A responsabilidade civil da administração pública por atos comissivos é objetiva, em-basada na teoria do risco administrativo, isto é, independe da comprovação da culpa ou dolo.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – DPE-AC – 2012)

Segundo entendimento do STF, a responsa-bilidade civil das pessoas jurídicas de direi-to privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

22. (Cespe – TJ-DFT – Técnico Judiciário – 2015)

Devido à indisponibilidade do interesse público, não se admite o reconhecimen-to espontâneo, pela administração, de sua obrigação de indenizar por ato danoso pra-ticados por um de seus agentes.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (Cespe – TJ-CE – Técnico Judiciário – 2014)

A reparação de danos causados pelo Estado a terceiros pode ser feita tanto no âmbito administrativo, quanto na esfera judicial. Caso a administração não reconheça desde logo a sua responsabilidade e não haja en-tendimento entre as partes quanto ao valor da indenização, o prejudicado poderá pro-por ação de indenização contra a pessoa ju-rídica causadora do dano.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – CAPES – 2012)

A responsabilidade objetiva do Estado fun-damenta-se na teoria do risco administrati-vo.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – ANCINE – Técnico em Regulação – 2012)

A responsabilidade civil das pessoas jurídi-cas de direito privado prestadoras de servi-ço público é subjetiva relativamente a ter-ceiros usuários e não usuários do serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 136: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br136

26. (Cespe – CGE-PI – Auditor – 2015)

As pessoas jurídicas de direito público res-ponderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, as-segurado o direito de regresso contra o res-ponsável apenas nos casos de dolo.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – Defensoria Pública-PE – 2015)

A responsabilidade civil do servidor público pela prática, no exercício de suas funções, de ato que acarrete prejuízo ao erário ou a terceiros pode decorrer tanto de ato omis-sivo quanto de ato comissivo, doloso ou cul-poso.

( ) Certo   ( ) Errado

28. (Cespe – TRE-GO – Analista Judiciário – 2015)

Rafael, agente público, chocou o veículo que dirigia, de propriedade do ente ao qual é vinculado, com veículo particular dirigido por Paulo, causando-lhe danos materiais.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o seguinte item.

A responsabilidade da administração pode ser afastada caso fique comprovada a culpa exclusiva de Paulo e pode ser atenuada em caso de culpa concorrente.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – TJ-CE – Técnico Judiciário – 2014)

No que tange à evolução da temática rela-cionada à responsabilidade civil do Estado, a regra adotada inicialmente foi a da respon-sabilidade subjetiva, caminhando-se, poste-riormente, para a teoria da irresponsabilida-de.

( ) Certo   ( ) Errado

30. (Cespe – Procurador BA – 2014)

No caso, a ação de indenização por danos materiais contra o Estado prescreverá em vinte anos.

( ) Certo   ( ) Errado

31. (Cespe – TELEBRAS – Advogado – 2015)

A doutrina predominante entende que, na conduta comissiva, a responsabilidade civil do Estado só se configurará quando estive-rem presentes os elementos que caracteri-zem a culpa.

( ) Certo   ( ) Errado

32. (Cespe – TELEBRAS – Advogado – 2015)

A necessidade de o lesado pela conduta es-tatal provar a existência de culpa do agente é marca característica da responsabilidade objetiva.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TCE-RN – Auditor – 2015)

A respeito de responsabilidade civil do Esta-do por danos, abuso de poder e má gestão de serviços públicos, julgue os itens a seguir.

33. Situação hipotética: Um ônibus de deter-minada concessionária de serviço público envolveu-se em acidente com vítima fatal, porém havia indícios de embriaguez da ví-tima, de que o condutor do ônibus atuara com diligência no momento do acidente e de que, no momento do acidente, o veículo trafegava com velocidade abaixo do máximo permitido na via. Assertiva: Nessa situação, a empresa de ônibus não precisará indenizar a família da pessoa que morreu no aciden-te, pois a pessoa jurídica de direito privado não responde com responsabilidade objeti-va diante de danos causados a terceiros não usuários de serviços públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 137: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 137

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

34. Haverá reponsabilidade objetiva do Estado quando seus agentes, ainda que fora do ex-pediente do trabalho, praticarem atos com excesso, utilizando-se de sua condição fun-cional.

( ) Certo   ( ) Errado

35. (Cespe – TCU – Procurador – 2015)

A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços pú-blicos é objetiva em relação aos usuários do serviço e subjetiva em relação aos não usu-ários.

( ) Certo   ( ) Errado

36. (Cespe – TCU – Procurador – 2015)

Quando se trata de ação fundada na respon-sabilidade objetiva do Estado, com arguição de culpa do agente, é admitida a denuncia-ção da lide, mas não o litisconsórcio entre a pessoa jurídica e o agente causador do dano.

( ) Certo   ( ) Errado

37. (Cespe – TCU – Procurador – 2015)

A teoria da responsabilidade subjetiva do Estado também é denominada de teoria do risco, já que parte do pressuposto de que o risco de dano é inerente à atividade exerci-da pelo agente causador do prejuízo.

( ) Certo   ( ) Errado

38. (Cespe – TCU – Procurador – 2015)

Constitui pressuposto para a incidência da responsabilidade objetiva do Estado o fato de o agente público ter praticado ato ilícito.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TELEBRAS – Advogado – 2015)

Considerando que a noção de responsabili-dade civil remete à ideia de responder pe-rante a ordem jurídica por fato precedente, julgue os itens subsequentes a respeito da responsabilidade civil.

39. A doutrina predominante entende que, na conduta comissiva, a responsabilidade civil do Estado só se configurará quando estive-rem presentes os elementos que caracteri-zem a culpa.

( ) Certo   ( ) Errado

40. A necessidade de o lesado pela conduta es-tatal provar a existência de culpa do agente é marca característica da responsabilidade objetiva.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. C 5. C 6. E 7. E 8. C 9. C 10. E 11. C 12. E 13. C 14. E 15. C 16. E 17. C  18. C 19. E 20. C 21. C 22. E 23. C 24. C 25. E 26. E 27. C 28. C 29. E 30. E 31. E 32. E 33. E 34. C  35. E 36. E 37. E 38. E 39. E 40. E

Page 138: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 139: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 139

Questões FCC

1. (FCC – TRT-23ª. – Analista Administrativo – 2016)

Considere a seguinte situação hipotética: em determinado Município do Estado do Mato Grosso houve grandes deslizamentos de terras provocados por fortes chuvas na região, causando o soterramento de casas e pessoas. O ente público foi condenado a in-denizar as vítimas, em razão da ausência de sistema de captação de águas pluviais que, caso existisse, teria evitado o ocorrido. Nes-se caso, a condenação está

a) correta, tratando-se de típico exemplo da responsabilidade disjuntiva do Estado.

b) incorreta, por ser hipótese de exclusão da responsabilidade em decorrência de fator da natureza.

c) correta, haja vista a omissão estatal, aplicando-se a teoria da culpa do servi-ço público.

d) correta, no entanto, a responsabilidade estatal, no caso, deve ser repartida com a da vítima.

e) incorreta, haja vista que o Estado so-mente responde objetivamente, e, no caso narrado, não se aplica tal modali-dade de responsabilidade.

2. (FCC – DPE-RR – Administrador – 2016)

Funcionário de sociedade de economia mis-ta responsável pelo abastecimento de água realizava obras em canalização de deter-minada via pública, quando, por imperícia, gerou vazamento, que causou inundação e danos materiais a morador da área. Nesse caso, o Estado

a) tem responsabilidade objetiva, deven-do indenizar o particular lesado, sem a possibilidade de exercer direito de re-gresso em face do funcionário.

b) não possui responsabilidade objetiva, vez que a sociedade de economia mista possui personalidade jurídica de direito privado.

c) possui responsabilidade objetiva, de-vendo indenizar o particular lesado, sem prejuízo de exercer direito de re-gresso em face do funcionário.

d) não possui responsabilidade objetiva, pois ausente o dolo na conduta do fun-cionário.

e) possui responsabilidade objetiva, de-vendo indenizar o particular lesado na medida e proporção da culpabilidade do funcionário.

3. (FCC – TRT-15 – Juiz do Trabalho – 2015)

Os princípios que informam a atuação da Administração pública, embora possam ser isoladamente identificados como parâme-tros para controle das funções executivas, na maior parte das vezes expressam-se por meio de normas que não lhes fazem alusão direta. Como exemplo da presença implíci-ta do princípio que se destaca nas diversas atribuições e obrigações da Administração pública pode-se mencionar a

a) responsabilidade civil do Estado sob a modalidade objetiva, em decorrên-cia da prática de atos lícitos, que bem representa o conteúdo do princípio da isonomia, de forma a evitar a distribui-ção desigual dos ônus entre os adminis-trados.

b) responsabilidade civil do Estado sob a modalidade objetiva, como forma de ex-pressão do princípio da moralidade, na medida em que seria excessivo exigir do administrado demonstrar culpa do agen-te público em determinado evento.

c) ação regressiva cabível em face dos agentes públicos causadores de danos

Page 140: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br140

que tenham sido ressarcidos pelo Es-tado sob a modalidade da responsabi-lidade objetiva, como forma de mani-festação do princípio da eficiência, na medida em que permite o atingimento de dupla finalidade, financeira e disci-plinar.

d) modalidade objetiva de responsabili-zação do Estado, em que não há culpa nem é necessário demonstrar o nexo causal, como expressão do princípio da impessoalidade, visto que independe da identificação do agente público.

e) ação regressiva em face do agente pú-blico causador dos danos, sob a modali-dade objetiva, como expressão do prin-cípio da legalidade, na medida em que a atuação ilícita deve ser sancionada e o prejuízo reparado.

4. (FCC – ManausPrev – Analista – 2015)

Diante da ocorrência de acidente de trânsi-to envolvendo veículos civis e militares, em razão do qual os particulares aduzem terem sofrido danos materiais de grande monta, atribuindo a responsabilidade pela colisão aos agentes públicos que teriam avançado cruzamento quando a sinalização lhes era contrária, cabe

a) aos particulares comprovar o nexo de causalidade entre a atuação dos agen-tes públicos e os danos concretos sofri-dos, invocando a responsabilidade ob-jetiva do Estado.

b) à Administração comprovar a culpa das vítimas, única hipótese de exclusão da responsabilidade extracontratual do Es-tado.

c) aos particulares aguardar a conclusão do processo administrativo que deve obrigatoriamente ser instaurado, para, com base na conclusão do mesmo, de-duzir em juízo sua pretensão indeniza-tória.

d) à Administração comprovar a ausência de nexo de causalidade, para fins de afastar sua culpa pelo acidente, sem

prejuízo da responsabilização dos agen-tes públicos envolvidos.

e) aos particulares comprovar a culpa dos agentes públicos, ou seja, que agiram com imprudência pois não estavam atendendo chamado de emergência, para fins de caracterização de responsa-bilidade objetiva.

5. (FCC – TJ-GO – Juiz Substituto – 2015)

Suponha que um servidor público tenha cometido erro na alimentação do sistema informatizado de distribuição de ações ju-diciais, o que levou a constar, equivocada-mente, a existência de antecedente criminal para determinado cidadão. Essa situação gerou prejuízos concretos para o cidadão, que foi preterido em processo de seleção para emprego de vigilante e também obri-gado a desocupar o quarto na pensão onde residia. Diante dessa situação, referido cida-dão

a) possui direito de obter indenização do servidor pelos prejuízos suportados, in-dependentemente de comprovação de dolo ou culpa, em caráter subsidiário à responsabilidade objetiva do Estado.

b) possui direito de obter do Estado a in-denização pelos danos materiais e mo-rais sofridos, condicionado à comprova-ção da culpa in elegendo ou in vigilando da Administração.

c) poderá acionar judicial ou administrati-vamente o servidor que cometeu a fa-lha, o qual possui responsabilidade ob-jetiva pelos prejuízos comprovados.

d) possui direito de ser indenizado pelo Estado pelos prejuízos decorrentes da conduta do servidor público, indepen-dentemente da comprovação de dolo ou culpa deste.

e) poderá demandar, administrativa ou ju-dicialmente, o Estado e o servidor, que possuem responsabilidade pelos danos causados por ação ou omissão, respon-dendo o Estado em caráter subsidiário em relação ao servidor.

Page 141: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 141

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

6. (FCC – DPE-AM – Defensor Público – 2013)

Paciente internada em UTI de hospital públi-co municipal falece em razão da ocorrência de interrupção do fornecimento de energia elétrica, decorrente de uma tempestade na região, sendo que o referido hospital não possuía geradores de emergência. Em sua defesa, o Município alega que se trata de situação de força maior, o que afasta a res-ponsabilidade estatal. Tal argumento não se sustenta, pois

a) a responsabilidade estatal na prestação de serviços públicos é baseada na teo-ria do risco administrativo, afastando as causas excludentes de responsabilida-de.

b) a responsabilidade estatal na prestação de serviços públicos é baseada na teo-ria do risco integral, afastando as causas excludentes de responsabilidade.

c) não se trata de situação de força maior, mas sim de fato de terceiro, que não en-seja o afastamento da responsabilidade estatal.

d) por se tratar de morte natural, decor-rente de moléstia contraída antes da in-ternação, o nexo causal não se encontra configurado, sendo desnecessário re-correr à excludente de força maior.

e) a situação ocorrida está no horizonte de previsibilidade da atividade, ensejando a responsabilidade subjetiva da entida-de municipal, que tinha o dever de evi-tar o evento danoso.

7. (FCC – Fiscal – ICMS-SP – 2013)

Carlos, proprietário de um veículo licencia-do na Capital do Estado de São Paulo, teve seu nome inscrito, indevidamente, no ca-dastro de devedores do Estado (“Cadin”), em face do suposto não pagamento de IPVA. Constatou-se, subsequentemente, que o débito objeto do apontamento fora quitado tempestivamente pelo contribuinte, decor-rendo a inscrição no Cadin de um erro de digitação de dados incorrido pelo servidor

responsável pela alimentação do sistema de informações. Em razão dessa circunstância, Carlos, que é consultor, sofreu prejuízos fi-nanceiros, entre os quais a impossibilidade de participar de procedimento licitatório instaurado pela Administração para contra-tação de serviços de consultoria, bem como o impedimento de obtenção de financia-mento de projeto que estava conduzindo pela Agência de Fomento do Estado, que dispunha de linha de crédito com juros sub-sidiados, sendo obrigado a tomar financia-mento junto a instituição financeira privada em condições mais onerosas. Diante da situ-ação narrada, de acordo com o disposto na Constituição Federal sobre a responsabilida-de civil do Estado,

a) o Estado responde objetivamente pelos prejuízos sofridos por Carlos, podendo exercer o direito de regresso em face do servidor, se comprovada conduta culpo-sa ou dolosa do mesmo.

b) Carlos deverá acionar o servidor res-ponsável pelo erro e, desde que com-provada a responsabilidade subjetiva, possui direito à reparação, pelo Estado, dos prejuízos sofridos.

c) o Estado não está obrigado a reparar os prejuízos sofridos por Carlos, devendo, contudo, corrigir a falha identificada e proceder à apuração de responsabilida-de do servidor.

d) o servidor está obrigado a reparar os prejuízos sofridos por Carlos, podendo exercer direito de regresso em face do Estado, se comprovada falha na presta-ção do serviço.

e) Estado e servidor são solidária e obje-tivamente responsáveis pelos prejuízos sofridos por Carlos, desde que compro-vada falha na prestação do serviço.

Page 142: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br142

8. (FCC – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – 2013)

O motorista de um automóvel de passeio trafegava na contramão de direção de uma avenida quando colidiu com uma ambulân-cia estadual que transitava na mão regular da via, em alta velocidade porque acionada a atender uma ocorrência. A responsabilida-de civil do acidente deve ser imputada

a) ao civil que conduzia o veículo e invadiu a contramão, dando causa ao acidente, não havendo nexo de causalidade para ensejar a responsabilidade do Estado.

b) ao Estado, uma vez que um veículo esta-dual (ambulância) estava envolvido no acidente, o que enseja a responsabi-lidade objetiva.

c) ao Estado, sob a modalidade subjetiva, devendo ser comprovada a culpa do motorista da ambulância.

d) tanto ao civil quanto ao Estado, sob a responsabilidade subjetiva, em razão de culpa concorrente.

e) ao civil que conduzia o veículo, que res-ponde sob a modalidade objetiva no que concerne aos danos apurados na viatura estadual.

9. (FCC – Médico Perito – INSS – 2012)

A responsabilidade civil do Estado encontra fundamento na Constituição Federal, apli-cando-se sob a modalidade

a) subjetiva quando se tratar da prática de atos lícitos e objetiva quando se trata de atos ilícitos.

b) subjetiva, tanto para atos comissivos, quanto para atos omissivos.

c) objetiva para atos comissivos, ainda que lícitos.

d) subjetiva para atos comissivos dolosos, praticados por agentes públicos.

e) objetiva quando se tratar de danos cau-sados a terceiros, excluída qualquer res-ponsabilização para a prática de atos omissivos.

10. (FCC – Juiz Substituto – TJ-GO – 2012)

O regime publicístico de responsabilida-de objetiva, instituído pelo art. 37, § 6o da Constituição Federal NÃO é aplicável

a) a pessoas jurídicas privadas que atuem como parceiras privadas no âmbito das Parcerias Público-Privadas (PPPs).

b) a pessoas jurídicas privadas que atuem como concessionárias de serviço públi-co.

c) aos danos causados por particular que exerça atividade econômica em sentido estrito, sob fiscalização da Administra-ção Pública.

d) aos danos decorrentes de atos notariais e de registros praticados por particula-res, mediante delegação estatal.

e) aos danos causados pela atuação de en-tidades da Administração Indireta que tenham personalidade jurídica de direi-to privado.

11. (FCC – Juiz do Trabalho Substituto – TRT 11ª – 2012)

Segundo tendência jurisprudencial mais re-cente no Supremo Tribunal Federal, a res-ponsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço públi-co é

a) subjetiva relativamente a terceiros usu-ários, e objetiva em relação a não usuá-rios do serviço.

b) objetiva relativamente a terceiros usuá-rios, e subjetiva em relação a não usuá-rios do serviço.

c) objetiva relativamente a terceiros usuá-rios e não usuários do serviço.

d) objetiva relativamente a terceiros usuá-rios, e não existe em relação a não usuá-rios do serviço.

e) subjetiva relativamente a terceiros usu-ários, e não existe em relação a não usu-ários do serviço.

Page 143: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 143

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

12. (FCC – TRE-PR – Analista Judiciário – 2012)

Durante uma perseguição a suspeitos, uma viatura policial estadual avançou o sinal vermelho e colidiu com outro veículo, par-ticular, causando danos de grande monta e também lesões corporais nos integrantes do veículo. Nessa hipótese, com base na Cons-tituição Federal e com as informações cons-tantes deste preâmbulo, o Estado

a) responde apenas subjetivamente, des-de que haja culpa do agente público, uma vez que este estava no regular de-sempenho de sua função.

b) responde subjetivamente pelos danos sofridos pelos particulares, desde que reste comprovada negligência do con-dutor da viatura.

c) responde objetivamente pelos danos sofridos pelos particulares, cabendo di-reito de regresso contra o condutor da viatura na hipótese de ser comprovada culpa ou dolo.

d) responde subjetivamente, caso seja de-monstrado o nexo de causalidade, e o servidor responde objetivamente pelos danos causados.

e) e o servidor respondem objetivamente, uma vez que avançar sinal vermelho sig-nifica negligência de natureza gravíssi-ma.

13. (FCC – Fiscal ISS-SP – 2012)

O Município foi condenado a indenizar par-ticular por danos sofridos em razão da omis-são de socorro em hospital da rede pública municipal. Poderá exercer direito de regres-so em face do servidor envolvido no inci-dente

a) com base na responsabilidade subjetiva do servidor, condicionada à comprova-ção de dolo ou culpa.

b) desde que comprove conduta omissiva ou comissiva dolosa, afastada a respon-sabilidade no caso de culpa decorrente do exercício de sua atividade profissio-nal.

c) com base na responsabilidade objetiva do mesmo, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre a atuação do servidor e o dano.

d) apenas se comprovar a inexistência de causas excludentes de responsabilida-de, situação em que estará configurada a responsabilidade objetiva do servidor.

e) independentemente da comprovação de dolo ou culpa, desde que constatado descumprimento de dever funcional.

14. (FCC – TRT-MG – Oficial de Justiça – 2015)

Uma empresa estatal, delegatária de servi-ço de transporte urbano intermunicipal, foi acionada judicialmente por sucessores de um suposto passageiro que, no trajeto en-tre duas estações, juntou-se a um grupo de clandestinos para a prática de “surf ferrovi-ário”, mas acabou se acidentando fatalmen-te. O resultado da ação é de provável

a) procedência, tendo em vista que a res-ponsabilidade das estatais é regida pela teoria do risco integral, de modo que é prescindível a demonstração de culpa do passageiro.

b) improcedência, tendo em vista que as concessionárias de serviço público não respondem objetivamente, mas sim subjetivamente, tendo em vista que são submetidas a regime jurídico de direito privado.

c) improcedência, pois a modalidade ob-jetiva de responsabilidade a que se su-jeitam as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público não afasta a incidência das excludentes de responsabilidade, tais como a culpa exclusiva da vítima.

d) procedência, mas como não foi compro-vada a condição de passageiro da víti-ma, a ação deve se processar como res-ponsabilidade subjetiva, cabendo aos sucessores do falecido comprovar que houve culpa dos agentes da delegatária de serviço público.

Page 144: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br144

e) improcedência, tendo em vista que as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público respon-dem objetivamente por danos causados às vítimas, mas, como se trata de nor-ma excepcional, no caso de falecimento, esse direito não se transfere aos suces-sores, que podem apenas deduzir pleito de responsabilidade subjetiva em face da delegatária.

15. (FCC – SEFAZ-PI – Auditor Fiscal – 2015)

Determinado servidor da Secretaria da Fa-zenda inseriu informações falsas sobre ci-dadão, seu desafeto, no cadastro de con-tribuintes do Estado, fazendo com que o referido cidadão passasse a figurar no cadas-tro de inadimplentes. Diante dessa situação, o cidadão, que é um pequeno empresário, sofreu diversos prejuízos morais e patri-moniais, especialmente em decorrência de restrições de crédito. A responsabilidade do Estado pelos danos sofridos pelo cidadão é:

a) subjetiva, dependendo, pois, da prévia responsabilização do agente público em processo disciplinar ou administrativo.

b) objetiva, dependendo, para efeito do de-ver de indenizar o cidadão, da comprova-ção do nexo de causalidade entre a con-duta do servidor e os danos sofridos.

c) afastada, se comprovada culpa exclusiva do agente público, o qual responde civil-mente perante o cidadão prejudicado e administrativamente por falta disciplinar.

d) condicionada à comprovação de dolo do servidor, circunstância que, se pre-sente, obriga o Estado a indenizar os da-nos patrimoniais e morais sofridos pelo cidadão.

e) decorrente da prestação do serviço pú-blico, não estando presente na situação narrada em face da conduta dolosa do agente público.

Gabarito: 1. C 2. C 3. A 4. A 5. D 6. E 7. A 8. A 9. C 10. C 11. C 12. C 13. A 14. C 15. B

Page 145: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 145

TÓPICO 6

Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92)

Preliminarmente, cumpre-nos ressaltar que a palavra improbidade tem sua origem na expressão latina improbitate, e, segundo José Náufel, “ato de improbidade é todo aquele contrário às normas da moral, à lei e aos bons costumes; aquele que denota falta de honradez e de retidão no modo de proceder”.

Portanto, em todas as situações analisadas nesse capítulo, expostas na Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992, é fundamental que a conduta ilícita do administrador público esteja impregnada pela má-fé ou pela desonestidade, no trato da coisa pública.

Pela primeira vez, em 1988, a expressão “improbidade administrativa” ganhou status constitucional, visto que a Constituição Federal inseriu-a nos seus artigos 15, V (um caso de suspensão dos direitos políticos) e 37, § 4º (consequências da prática do ato de improbidade).

O estudo do Texto Constitucional, em seu art. 37, § 4º, é de fundamental importância, possuindo um alto índice de cobrança pelas diversas bancas examinadoras. De acordo com esse dispositivo, além das sanções penais cabíveis, os atos de improbidade acarretam:

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos (e não a sua perda!);

• ressarcimento ao erário (cofres públicos);

• indisponibilidade dos bens.

Podemos acrescentar, ainda, que, segundo o art. 85, V, do nosso Texto Constitucional, constituem crime de responsabilidade do Presidente da República os atos que atentem contra a probidade da Administração.

Segundo Marino Pazzaglini Filho, “a improbidade administrativa, sinônimo jurídico de corrupção e malversação administrativas, exprime o exercício da função pública com desconsideração aos princípios constitucionais expressos e implícitos que regem a Adminstração Pública”.

Em outra passagem, conceitua: “Diante do exposto, é possível conceituar improbidade administrativa do agente público: toda conduta ilegal (corrupta, nociva ou inepta) do agente público, dolosa ou culposa, no exercício (ainda que transitório ou sem remuneração) de função, cargo, mandato ou empregado público, com ou sem participação (auxílio, favorecimento ou indução) de terceiro, que ofende os princípios constitucionais (expressos e implícitos) que regem a Administração Pública”.

De forma sucinta, concluímos que a improbidade administrativa é o desrespeito ao princípio da probidade administrativa, que deve reger a conduta do administrador, de modo que ele aja dentro de uma conduta ética, com honestidade e decência, zelando pelo interesse público.

Page 146: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br146

Assim, a Lei nº 8.429/92, atualizada pela Medida Provisória nº 2.225-45/01 e pela Lei nº 11.107/05, regulou os atos de improbidade, praticados pelo administrador, da seguinte forma:

• atos que importam enriquecimento ilícito do agente público (art. 9º);

• atos que causam prejuízo ao erário, ou seja, aos cofres públicos (art. 10);

• atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

Além disso, também foi detalhado o procedimento administrativo e judicial a ser adotado (art. 14) e as penalidades civis, políticas e administrativas a serem aplicadas (art. 12).

2. Sujeito Passivo do Ato de Improbidade (art. 1º)

Neste tópico, dispomos as entidades e órgãos que podem ser sujeitos passivos de um ato de improbidade. A principal característica é que todos exercem atividades públicas ou privadas de interesse coletivo e, consequentemente, têm como uma de suas atribuições a gestão de verba pública, destinada pelo Governo para a realização de tais atividades.

Sucintamente, podemos resumir os sujeitos passivos dos atos de improbidade da seguinte forma (Lei nº 8.429/92, art. 1º):

• órgãos e entidades integrantes da estrutura da Administração Pública Direta (Entidades Políticas – União, Estados, Municípios e Distrito Federal);

• entidades integrantes da Administração Indireta (Entidades Administrativas - autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista);

• empresas incorporadas ao patrimônio público;

• entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;

• entidades que compõem o denominado “Terceiro Setor”, ou seja, entidades paraestatais: pessoas jurídicas de Direito Privado, que atuam ao lado do Estado, para desempenhar atividades de interesse público, sem fins lucrativos, que, para isso, recebem uma certa proteção estatal, por meio de benefícios, subvenções e incentivos fiscais ou creditícios (serviços sociais autônomos, organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público), limitando-se, nesses casos, a sanção patrimonial ao prejuízo sofrido pelos cofres públicos.

3. Sujeito Ativo do Ato de Improbidade Administrativa (art. 2º e 3º)

Para fins do disposto nessa lei, a conceituação de agente público é bem abrangente e comumente utilizada pelos diversos autores. Engloba todo aquele que tenha algum vínculo com o serviço público, ainda que seja uma ligação temporária e sem remuneração. Tradicionalmente os agentes públicos são subdivididos em categorias, de acordo com as suas características comuns (vide agentes públicos).

Page 147: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 147

Sujeito Ativo do Ato de Improbidade Administrativa ⇒ Agente Público

É importante ressaltarmos que mesmo aquele que não seja agente público, mas que induza ou concorra para a prática do ato ou dele se beneficie, sob qualquer forma, ainda que indiretamente, será considerado sujeito ativo do ato de improbidade.

4. Princípios Expressos na Lei de Improbidade Administrativa (art. 4º)

A Lei de Improbidade Administrativa reza que todo agente público é obrigado a observar os princípios explícitos, da Administração Pública, na Constituição Federal, em seu art. 37. Sendo assim, sempre deverão ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (vide princípios do Direito Administrativo).

CUIDADO!Cabe ressaltar que o princípio da eficiência foi introduzido no Texto Constitucional através da Emenda Constitucional 19, de 1998, ou seja, posteriormente à edição da Lei nº 8.429/92, sendo assim, também deverá ser observado na conduta de qualquer agente público.

Além dos princípios explícitos na Constituição Federal, também deverão ser adotados pelos agentes públicos, em sua conduta, os princípios implícitos, com a mesma relevância. Assim, o próprio princípio da probidade administrativa, logicamente, deverá ser observado.

5. Ressarcimento do Dano (art. 5º)

Pela leitura do art. 5º da Lei nº 8.429/92, percebemos que, para que fique configurada a obrigação de reparar integralmente a lesão que causou ao patrimônio público, do agente público ou terceiro causador do dano, será necessária a comprovação de dolo ou culpa. Assim, fica caracterizada a adoção da responsabilidade civil subjetiva.

Sendo assim, não haverá reparação civil se ficar caracterizado ato de improbidade administrativa lesivo ao erário, sem culpa ou dolo do agente. Observamos, ainda, que a conduta do agente poderá ser omissiva ou comissiva.

O ressarcimento ao erário será sempre integral e é essencial a ocorrência de dano real, não cabendo o dano presumido ou moral.

Page 148: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br148

6. Perdimento dos Bens (art. 6º)

A perda dos bens ou dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio do agente público ou de terceiro beneficiário já é uma das sanções previstas no art. 12, I, no caso de ato de improbidade que importe enriquecimento ilícito (art. 9º).

Pouco importará se houve ou não ato lesivo ao erário, ou seja, ainda que não ocorra efetiva lesão ao erário, poderá haver o perdimento dos bens.

7. Indisponibilidade dos Bens (art. 7º)

Poderá a autoridade administrativa, responsável pelos procedimentos investigatórios, requerer ao Ministério Público a indisponibilidade dos bens do indiciado, com o fim de assegurar o ressarcimento integral de uma futura execução forçada, caso seja condenado.

8. Responsabilidade dos Sucessores (art. 8º)

A responsabilidade dos sucessores daqueles que causarem lesão ao patrimônio público ou que se enriquecerem ilicitamente, é limitada ao valor da herança recebida.

É bom lembrar que a responsabilidade dos sucessores tem fulcro na nossa Constituição Federal, em seu art. 5º:

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

9. Dos Atos de Improbidade Administrativa

9.1 Que Importam Enriquecimento Ilícito (art. 9º)

Constitui a modalidade mais grave de improbidade administrativa. Consequentemente, as penalidades aplicáveis, de acordo com o art. 12, I, são as de grau mais elevado.

Alguns tópicos devem ficar caracterizados para que haja a sua tipificação:

• A vantagem percebida pelo agente público deve ser patrimonial, ainda que não cause dano ao erário ou ao patrimônio público, como no caso de comissões ou gratificações percebidas indevidamente.

Page 149: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 149

• A vantagem deve originar-se da conduta desonesta do agente público, no exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades do art. 1º. O enriquecimento ilícito deve ser fruto de sua conduta funcional desonesta.

• A conduta suscetível de acarretar o enriquecimento ilícito do agente deverá ser dolosa, não se admitindo a forma culposa em nenhuma de suas modalidades.

• Deve existir nexo causal entre o enriquecimento ilícito e o desempenho da atividade pública do agente.

• Em tal modalidade, o beneficiário será o próprio agente público que praticou o ato ímprobo.

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

Page 150: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br150

IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.

Por fim, percebemos que a lista do art. 9º não é uma lista taxativa, devido à expressão “notadamente” utilizada em sua redação. Assim, a lei em questão apenas enumera alguns dos casos que poderão ocorrer.

9.2 Que Importam Prejuízo ao Erário (art. 10)

O conceito de erário está incluso no conceito de Patrimônio Público. Seu conceito engloba os recursos financeiros do Estado, ou seja, os cofres públicos propriamente ditos.

Constitui ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário toda conduta ilegal do agente público, omissiva ou comissiva, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei.

Do seu conceito, percebemos que devem estar presentes:

• Ação ou omissão ilegal do agente público, no exercício de suas atribuições. Não há que se falar em tal modalidade de improbidade administrativa se o agente público agiu secundum legem, mesmo que tenha incorrido em erro de interpretação da norma ou má conduta administrativa, desde que não seja caracterizada a sua má-fé.

• Ocorrência de dano econômico real, não cabendo dano presumido ou moral.

• Dolo ou culpa na conduta ilegal do agente público, caracterizando, assim, a responsabilidade subjetiva do agente causador do dano.

• Deve haver nexo causal entre a lesão ao erário e o desempenho ilegal da atividade pública do agente.

• Tal ato de improbidade visa o benefício de terceiros.

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

Page 151: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 151

II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;

IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

Page 152: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br152

XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX – frustrar a licitude de processo seletivo para celebração de parcerias da administração pública com entidades privadas ou dispensá-lo indevidamente;

XX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.

Por fim, percebemos que a lista do art. 10 não é uma lista taxativa, devido à expressão “notadamente” utilizada em sua redação. Assim, a lei em questão apenas enumera alguns dos casos que poderão ocorrer.

Uma forma de diferenciarmos as situações enumeradas no art. 9º (atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito), das situações previstas no art. 10 (atos de improbidade que acarretam lesão ao erário) é que, nas primeiras, o beneficiário do ato de improbidade administrativa é o próprio agente público que o praticou, enquanto, nas segundas, o benefício é de terceiros.

9.3 Que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública (art. 11)

Preliminarmente, devemos perceber que todos os atos de improbidade administrativa irão envolver desrespeito a um ou mais princípios do Direito Administrativo. Inevitavelmente, quando o agente público pratica um ato de improbidade estará ferindo os princípios da probidade administrativa e da moralidade.

Sendo assim, o entendimento doutrinário é que o art. 11 da Lei nº 8.429/92 possui caráter residual ou secundário, ou seja, o agente público que praticar ato de improbidade administrativa só será enquadrado por transgressão aos princípios que regem a atividade administrativa se não se enquadrarem nas duas categorias citadas anteriormente.

Na prática do ato de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública, teremos os seguintes traços comuns:

• Conduta do agente pública denotativa de má-fé, desonestidade.

• Ação ou omissão dolosa do agente público, violadora dos princípios da Administração Pública.

• Além de desrespeito a princípio constitucional, não poderá acarretar lesão ao erário (art. 10) ou enriquecimento ilícito do agente público (art. 9º).

Page 153: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 153

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da admi-nistração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparciali-dade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;

IV – negar publicidade aos atos oficiais;

V – frustrar a licitude de concurso público;

VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mer-cadoria, bem ou serviço.

VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.

IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

Na verdade, a melhor forma para enquadramos determinado ato em uma das três hipóteses seria por exclusão. Sendo assim, devemos começar analisando se o ato em questão acarretou, de alguma forma, a percepção de vantagens indevidas. Após, numa segunda análise, observamos se o ato causou dano ao erário. Se, finalmente, também não ocorreu nenhum dano à Administração Pública, resta o enquadramento final como atentatório aos princípios da Administração Pública.

4.10 Penalidades (art. 12)

As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa não excluem outras sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica.

Não há previsão na Lei nº 8.429/92 de nenhuma medida punitiva de natureza penal. Aliás, o próprio texto constitucional impõe medidas de natureza civil (ressarcimento ao erário e indisponibilidade dos bens), política (suspensão dos direitos políticos) e político-administrativa (perda da função pública), sem excluir, contudo, a ação penal cabível.

É importante ressaltar que quase sempre as condutas tipificadoras da improbidade administrativa são também enquadradas como crime no Código Penal.

Algumas penalidades são aplicáveis, sem graduação, nas três hipóteses previstas na lei (arts. 9º, 10 e 11):

a) perda da função pública;

Page 154: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br154

b) ressarcimento integral do dano;

c) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio

Ressaltamos que a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Quanto à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressaltamos que a perda recairá apenas sobre os bens e valores obtidos indevidamente pelo agente público condenado, ou seja, não afetará os bens que integravam seu patrimônio antes da prática do ato de improbidade. Na verdade, o agente público ímprobo não sofrerá uma sanção patrimonial, visto o caráter meramente indenizatório de tal punição.

Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA QUE IMPORTEM

Previsão legal

Suspensão dos direitos

políticosMulta civil

Proibição contratar com o Poder Público e de receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,

direta ou indiretamente

Enriquecimento Ilícito Art. 9º 8 a 10 anos

Até 3 vezes o valor do acréscimo

patrimonial

10 anos

Lesão ao erário Art. 10 5 a 8 anosAté duas

vezes o valor do dano

5 anos

Desrespeito aos Princípios da

Administração Pública

Art. 11 3 a 5 anos

Até 100 vezes o valor da

remuneração do agente

público

3 anos

Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

Cabe ressaltar, ainda, que o art. 21 da Lei de Improbidade afirma que a aplicação das penalidades independe:

I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Page 155: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 155

4.11 Declaração de Bens (art. 13)

A Lei de Improbidade Administrativa condiciona a posse e o exercício do agente público à apresentação de declaração dos bens que compõem o seu patrimônio privado, além de sua atualização anual e no momento em que deixar de exercer mandato, cargo, emprego ou função pública.

Tal exigência é mais completa do que a constante na Lei nº 8.112/90, em seu art. 13, aplicável ao servidor público federal, estatutário, da Administração Direta, autárquica e fundacional, que menciona:

§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações ou quaisquer bens ou valores patrimoniais localizados no País ou no exterior, pertencentes ao patrimônio do servidor e, quando for o caso, do cônjuge, companheiro, filhos ou outras pessoas que vivam sob sua dependência econômica.

Estará sujeito à pena de demissão, a bem do serviço público, o servidor que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar com informações falsas. Logicamente, para aplicação de tal penalidade, é imprescindível que haja a apuração mediante processo administrativo disciplinar, em que seja assegurado o contraditório e a ampla defesa.

4.12 Procedimento Administrativo e Judicial (art. 14 ao 18)

Dentro do Capítulo intitulado “Do Procedimento Administrativo e Judicial”, encontraremos a possibilidade de qualquer pessoa representar à autoridade competente para que seja instaurada investigação visando apurar ato de improbidade administrativa.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “Trata-se de direito de natureza constitucional, que poderia ser exercido mesmo que não previsto nessa lei, já que assegurado pelo artigo 5º, inciso XXXIV, a, da Constituição”.

Tal representação deverá conter algumas formalidades, tais como: ser formulada por escrito, assinada e conter a qualificação do representante. Também informará sobre o fato e sua autoria, além de indicar as provas de que tenha conhecimento o denunciante. Se tais exigências não forem cumpridas, a autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, o que não impedirá a representação ao Ministério Público.

Em se tratando de servidor público federal, atendidos os requisitos da representação, deverá ser iniciada a apuração dos fatos, conforme o estabelecido nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112/90. Cabe ressaltar que se tratando de processo administrativo, cada ente da federação deverá seguir o disposto em seus estatutos.

Após a instauração do processo administrativo, a Comissão responsável pela apuração dos fatos dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas, da existência de procedimento administrativo para apurar a prática do ato de improbidade.

Page 156: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br156

O Ministério Público e o Tribunal de Contas poderão, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

A ação principal, que terá rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da medida cautelar.

Ressaltamos que a Lei de Improbidade estabelece que, quando o Ministério Público não for parte, obrigatoriamente, atuará como fiscal da lei, sob pena de nulidade do processo.

O entendimento doutrinário é que a ação judicial de improbidade administrativa possui natureza de ação civil pública, sendo-lhe aplicável, no que couber, a Lei nº 7.347/95, que regulamenta o tema.

A Lei nº 8.429/92 prevê algumas medidas acautelatórias, tais como: indisponibilidade dos bens, sequestro dos bens, investigação, exame e bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função.

4.13 Disposições Penais da Lei de Improbidade Administrativa (art. 19)

Constitui crime, sujeito à pena de detenção de seis a dez meses e multa a representação de ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o souber inocente, sem prejuízo da ação de indenização por danos materiais, morais ou à imagem que forem provocados.

CUIDADO!Não há previsão de sanção penal, na Lei nº 8.429/92, para o agente ímprobo (autor do ato de improbidade administrativa). A sanção prevista no art. 19 estabelece sanção penal para quem representa ato de improbidade administrativa, sabendo que o suposto autor é do ato é inocente.

4.14 Prescrição (art. 23)

Podemos, de forma sucinta, definir prazo prescricional como sendo aquele de que dispõe a Administração Pública, para punir o agente que cometeu uma infração. Assim, prescrição é a perda do direito de punir, da Administração, pelo decurso do prazo prescricional. As ações civis de improbidade administrativa possuem três prazos de prescrição.

Será de cinco anos o prazo prescricional para ações a serem ajuizadas contra agentes públicos que exerçam mandato, cargo em comissão ou função de confiança, contados a partir do término do mandato ou do vínculo funcional.

Já o prazo prescricional para aqueles agentes públicos que exerçam cargo efetivo ou emprego público, é o estabelecido em lei específica, para as faltas puníveis com demissão a bem do

Page 157: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 157

serviço público. Segundo a Lei nº 8.112/90, aplicável no âmbito do serviço público federal, esse prazo também será de cinco anos.

Por fim, a Lei nº 13.019/2014 inclui o prazo prescricional de até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei de Improbidade.

Page 158: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 159: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 159

Questões CESPE

(Cespe – ANCINE – Técnico Administrativo – 2012)

Julgue o item a seguir de acordo com a Lei nº 8.429/1992.

1. Frustrar a licitude de concurso público con-figura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da adminis-tração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – CNJ – Técnico Administrativo – 2012)

Quando um servidor público ordena ou per-mite a realização de despesas não autoriza-das em lei ou regulamento, ele comete ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração públi-ca.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – CNJ – Técnico Administrativo – 2012)

Constituem improbidade administrativa não apenas os atos que geram enriqueci-mento ilícito, mas também os que atentam contra os princípios da administração públi-ca.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – PC-AL – Escrivão – 2012)

Julgue os itens que se seguem, em relação à improbidade administrativa.

4. Apenas o Ministério Público possui legi-timidade para representar, contra ato de improbidade administrativa, à autoridade

administrativa competente. Assim, a repre-sentação somente poderá ser apresentada de forma escrita, devendo conter a quali-ficação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento, sob pena de ser rejeitada.

( ) Certo   ( ) Errado

5. Aquele que viola os deveres de legalidade e quem retarda ou deixa de praticar, indevi-damente, ato de ofício pratica ato de impro-bidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – PC-AL – Delegado – 2012)

Com base nos dispositivos da Lei de Impro-bidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992), julgue os itens subsecutivos.

6. Apenas o Ministério Público (MP) poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada inves-tigação devida para apurar a prática de ato de improbidade.

( ) Certo   ( ) Errado

7. As ações que têm por objeto a aplicação das sanções previstas para o cometimento de ato de improbidade realizado por prefeito municipal prescrevem até três anos após a ocorrência do ato de improbidade.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 160: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br160

8. (Cespe – PF-Agente – 2012)

Se o suposto autor do ato alegar que não ti-nha conhecimento prévio da ilicitude, o ato de improbidade restará afastado, por ser o desconhecimento da norma motivo para afastá-lo.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – MCTI – Gestão Administrativo – 2012)

Ainda com base na Lei de Improbidade Ad-ministrativa, julgue os itens a seguir.

9. Em geral, a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade depende da compro-vação de efetivo dano ao patrimônio públi-co.

( ) Certo   ( ) Errado

10. Para os efeitos dessa lei, considera-se agen-te público toda pessoa que exerça cargo, emprego, mandato ou função pública, ex-cluídos os casos de exercício transitório ou não remunerado.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – MPU – Analista Processual – 2010)

Com base no que dispõe a Lei nº 8.429/1992, julgue o item seguinte, relacio-nado a improbidade administrativa.

11. São sujeitos passivos do ato de improbida-de administrativa, entre outros, os entes da administração indireta, as pessoas para cuja criação ou custeio o erário haja concorri-do ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual e as entidades que recebam subvenção, be-nefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (Cespe – TRT10 – Analista Judiciário – 2012)

Quando o indivíduo aufere vantagem patri-monial ilícita pelo exercício de função públi-ca, ele estará incorrendo em conduta de im-probidade, ficando sujeito às sanções da Lei de Improbidade Administrativa, mesmo que não haja lesão aos cofres públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (Cespe – TRF-5 – Juiz – 2012)

Praticado ato de improbidade administra-tiva que importe enriquecimento ilícito, o responsável estará sujeito às seguintes co-minações: perda dos bens ou valores acres-cidos ilicitamente ao patrimônio; ressar-cimento integral do dano, quando houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos por período de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e proibição de contratar com o poder públi-co ou receber benefícios ou incentivos fis-cais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos, sendo apenas a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos efetivadas só com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – TRF-5 – Juiz – 2012)

Dada a necessidade de garantir a incolumi-dade do patrimônio público, a Lei de Impro-bidade Administrativa autoriza a realização de transação entre o autor do ato de impro-bidade e o MP.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 161: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 161

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

15. (Cespe – TJ-RR – Analista Processual – 2012)

Retardar ou deixar de praticar, indevida-mente, ato de ofício configura ato de im-probidade administrativa cuja configuração prescinde da presença de elemento doloso.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – SAEB – 2012)

Em consonância com a Lei nº 8.429/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriqueci-mento ilícito no exercício de mandato, car-go, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional, jul-gue o item abaixo.

16. O servidor público que, ao celebrar contra-to administrativo e por ação meramente culposa, tenha aceitado do particular con-tratante garantia insuficiente, não praticou ato de improbidade administrativa, uma vez que está ausente a intenção de causar pre-juízo ao erário.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – SUFRAMA – Agente Administrati-vo – 2014)

Suponha que um servidor público tenha au-torizado o financiamento para a construção de uma unidade fabril, agindo estritamente dentro da legalidade, e que, por tal motivo, tenha recebido da matriz da sociedade em-presária um veículo como presente. Nessa situação, o recebimento do presente não caracteriza ato de improbidade, em virtude de não ter ocorrido qualquer violação na conduta funcional do servidor.

( ) Certo   ( ) Errado

18. (Cespe – MPTCE-PB – Procurador – 2014)

O particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie, direta ou indiretamente, pode fi-gurar, sozinho, no polo passivo de ação de improbidade administrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

19. (Cespe – MPTCE-PB – Procurador – 2014)

A aplicação das sanções previstas na lei de improbidade prescinde da efetiva ocorrên-cia do dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, e da apro-vação ou rejeição das contas pelo tribunal ou conselho de contas.

( ) Certo   ( ) Errado

20. (Cespe – TJDFT – Juiz – 2014)

Constitui ato de improbidade exercer ativi-dade de consultoria para pessoa física que tenha interesse que possa ser amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – TJDFT – Juiz – 2014)

A declaração de bens deve ser apresentada tão somente por ocasião da posse e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função pú-blica.

( ) Certo   ( ) Errado

22. (Cespe – TJDFT – Juiz – 2014)

Para a caraterização de ato de improbidade administrativa, dele deve decorrer lesão ao erário ou vantagem pessoal ao agente.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 162: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br162

23. (Cespe – TJDFT – Juiz – 2014)

O administrador público que atrasa a entre-ga das contas públicas pratica ato de impro-bidade, independentemente da existência de dolo na espécie.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – TJDFT – Juiz – 2014)

O sucessor daquele que causar lesão ao pa-trimônio público estará sujeito, até o limite da lesão, às cominações da Lei de Improbi-dade Administrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – TJDFT – Analista Judiciário – 2015)

Ao negar publicidade a ato oficial, o servidor público comete ato de improbidade admi-nistrativa, o que atenta contra os princípios da administração pública. Para tanto, torna--se irrelevante considerar se houve ação de caráter doloso ou culposo.

( ) Certo   ( ) Errado

26. (Cespe – TJDFT – Oficial de Justiça – 2015)

Ainda que não haja trânsito em julgado da sentença condenatória em ação de improbi-dade administrativa proposta contra servidor do TJDFT, a autoridade judicial ou administra-tiva competente poderá determinar o afasta-mento do servidor do exercício da função, sem prejuízo de sua remuneração, quando a medi-da se fizer necessária à instrução processual.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – MPU – Analista Administrativo – 2015)

Em razão do caráter meramente exemplifi-cativo do rol de condutas que caracterizam

os atos de improbidade administrativa, po-derá ser cometido ato de improbidade ainda que a infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de Improbidade Administrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

28. (Cespe – DPU – 2015)

O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na Lei de Improbidade (Lei nº 8.429/1992) é ta-xativo.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – DPE-RN – Defensor Público – 2015)

Segundo entendimento jurisprudencial já pacificado no âmbito do STJ, eventual pres-crição das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa não impede o prosseguimento de ação judicial visando ao ressarcimento dos danos causados ao erá-rio, tendo em vista a imprescritibilidade de referida ação.

( ) Certo   ( ) Errado

30. (Cespe – MPU – Analista Administrativo – 2015)

Considere que um agente público, contra-tado para o exercício de função transitória e não remunerada em determinado órgão público, tenha recebido vantagem econô-mica indevida em razão desse exercício de função. Nesse caso, em virtude da precarie-dade do vínculo e da ausência de remunera-ção, é correto afirmar que o agente público não estará sujeito às regras e às penalidades contidas na Lei de Improbidade Administra-tiva.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. E 5. E 6. E 7. E 8. E 9. E 10. E 11. C 12. C 13. C 14. E 15. E 16. E 17. E  18. E 19. C 20. C 21. E 22. E 23. E 24. E 25. E 26. C 27. C 28. E 29. E 30. E

Page 163: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 163

Questões FCC

1. (FCC – SABESP – Advogado – 2014)

Em janeiro de 2005, José, vereador de de-terminado Município, praticou ato de im-probidade administrativa, previsto na Lei nº 8.429/92. Em dezembro de 2008, deu-se o término do exercício do mandato de José e, em janeiro de 2012, o Ministério Público ajuizou a respectiva ação de improbidade administrativa. A propósito dos fatos narra-dos, a ação ajuizada pelo Ministério Público

a) não é cabível, vez que José não é con-siderado sujeito ativo de improbidade administrativa.

b) está prescrita, pois deveria ser ajuizada até janeiro de 2010.

c) está prescrita, pois deveria ser ajuizada até janeiro de 2011.

d) não está prescrita, pois poderá ser ajui-zada até dezembro de 2015.

e) não está prescrita, pois poderia ser ajui-zada até dezembro de 2013.

2. (FCC – METRO SP – Advogado – 2014)

Marilis, Prefeita de um Município Paulis-ta, foi processada e condenada por impro-bidade administrativa, haja vista ter sido comprovada a prática de ato ímprobo que importou em enriquecimento ilícito. A pro-pósito do aludido ato de improbidade, é IN-CORRETO afirmar que

a) não admite conduta culposa.b) admite a medida de indisponibilidade

de bens.c) tem as sanções mais severas previstas

na Lei de Improbidade Administrativa.d) pode gerar, dentre outras consequên-

cias, a perda da função pública.e) o sucessor não está sujeito às comina-

ções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, independentemente do limite do valor da herança.

3. (FCC – TRT 19 – Analista Judiciário – 2014)

Antônio, agente público, foi processado e condenado por improbidade administrati-va. De acordo com a sentença condenatória, Antônio frustrou a licitude de importante concurso público que ocorreu em Maceió. Nos termos da Lei nº 8.429/92, NÃO cons-titui sanção passível de ser aplicada a Antô-nio em razão do ato ímprobo cometido:

a) Ressarcimento integral do dano, se houver.

b) Suspensão dos direitos políticos por sete anos.

c) Perda da função pública.d) Proibição de contratar com o Poder Pú-

blico ou receber benefícios ou incenti-vos fiscais ou creditícios pelo prazo de três anos.

e) Pagamento de multa civil de até cem ve-zes o valor da remuneração de Antônio.

4. (FCC – TRF 3 – Analista Judiciário – 2014)

No curso de determinada ação de improbi-dade administrativa, após o encerramento da fase instrutória, o juiz do processo cha-mou o feito para analisar atentamente os próximos trâmites processuais e concluiu pela inadequação da ação de improbida-de. Nesse caso e de acordo com a Lei nº 8.429/92,

a) poderá optar por extinguir ou não o processo, com ou sem julgamento de mérito.

b) não é mais possível a extinção do pro-cesso.

c) extinguirá o processo com julgamento de mérito.

d) inexiste fase instrutória nas ações de improbidade administrativa.

e) extinguirá o processo sem julgamento de mérito.

Page 164: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br164

5. (FCC – TRT 16 – Analista Administrativo – 2014)

Maurício é servidor público do Governo do Maranhão, atuando em cargo diretivo em determinada secretaria e, no exercício re-gular de suas funções, recebeu dinheiro em espécie de uma empresa para omitir ato de ofício a que estava obrigado. Neste caso, Maurício cometeu ato de improbidade ad-ministrativa e estará sujeito, dentre outras sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, à suspensão dos direitos po-líticos de

a) oito a dez anos, e ao pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.

b) cinco a oito anos, e ao pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.

c) três a cinco anos, e ao pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.

d) oito a dez anos, e ao pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do acréscimo patrimonial.

e) cinco a oito anos, e ao pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do acréscimo patrimonial.

6. (FCC – TRT 19 – Analista Administrativo – 2014)

Francisco, servidor público federal, está sendo processado em ação de improbida-de administrativa. Segundo o Ministério Público, autor da demanda, Francisco te-ria ordenado a realização de despesas não autorizadas em lei. Para que Francisco seja condenado pela Justiça, deve ficar provado que sua conduta foi

a) necessariamente dolosa, não sendo ne-cessária a prova de eventual dano ao erário.

b) necessariamente culposa, não sendo necessária a prova de eventual dano ao erário.

c) necessariamente dolosa e causadora de dano ao erário.

d) dolosa ou culposa, não sendo necessá-ria a prova de eventual dano ao erário.

e) dolosa ou culposa e causadora de pre-juízo ao erário.

7. (FCC – TRT 19 – Analista Administrativo – 2014)

Emerson, agente público, está respondendo a uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público. Segundo a petição inicial da ação, Emerson teria deixa-do de prestar contas quando estava obriga-do a fazer.

Em razão disso, o Ministério Público reque-reu a indisponibilidade de seus bens, o que foi indeferido pelo juiz sob o fundamento de que o ato ímprobo em questão não cau-sou prejuízo ao erário ou mesmo enrique-cimento ilícito. A propósito do tema e nos termos da Lei nº 8.429/92,

a) não está correta a decisão do juiz, pois o ato ímprobo em questão comporta o pedido de indisponibilidade de bens, não importando se inexistiu prejuízo ao erário ou enriquecimento ilícito.

b) pela descrição da conduta, sequer exis-te ato ímprobo, logo, o juiz deveria ter rejeitado de plano a petição inicial.

c) não está correta a decisão do juiz, pois a indisponibilidade de bens é cabível para qualquer ato ímprobo e em qual-quer circunstância, sempre visando o interesse público.

d) está correta a decisão do juiz, pois não é cabível, na hipótese narrada, a medi-da de indisponibilidade de bens.

e) pela descrição do enunciado, foi prati-cada conduta expressamente prevista na lei como ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito; logo, o juiz de-veria ter deferido a indisponibilidade de bens.

Page 165: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 165

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

8. (FCC – TRT 16 – Analista Judiciário – 2014)

Beltrano, agente público, foi processado por improbidade administrativa, haja vista ter praticado ato ímprobo que atenta contra os princípios da Administração pública. Em sua defesa, alega que agiu sem qualquer inten-ção de praticar o ato ímprobo, isto é, com conduta meramente culposa, razão pela qual pleiteou a improcedência da demanda. A tese de defesa de Beltrano, caso efetiva-mente comprovada,

a) constitui causa de agravamento das san-ções previstas na Lei de Improbidade.

b) não afasta o ato ímprobo.c) constitui causa de redução das sanções

previstas na Lei de Improbidade.d) afasta o ato ímprobo.e) afasta única e exclusivamente a aplica-

ção da sanção de suspensão dos direitos políticos.

9. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Renato é diretor de uma empresa de peque-no porte situada no Estado do Maranhão, que ao longo dos anos vem praticando di-versas irregularidades, dentre elas, a sone-gação de tributo estadual (ICMS). Após re-ceber, em sua empresa, a visita dos fiscais Patrício e Joaquim, e diante da ameaça imi-nente de receber sanções administrativas e penais, Renato, ciente da inocência de Patrício e Joaquim, e para tentar se isentar da fiscalização, resolve denunciá-los ao Mi-nistério Público, acusando-os da prática de ato de improbidade. Nos termos da Lei nº 8.429/92, Renato

a) cometeu crime previsto na Lei de Im-probidade Administrativa punido com detenção de seis a dez meses e multa, e estará sujeito a indenizar os denuncia-dos pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

b) cometeu crime previsto na Lei de Im-probidade Administrativa punido com reclusão de um a três anos e multa, e estará sujeito a indenizar os denuncia-

dos pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

c) não cometeu crime previsto na Lei de Improbidade Administrativa, pois não acusou os denunciados da prática de crime, mas sim de ato de improbidade administrativa, e estará sujeito, apenas, a indenizar os denunciados pelos danos materiais, morais ou à imagem que hou-ver provocado.

d) cometeu crime previsto na Lei de Im-probidade Administrativa punido com detenção de três a seis meses e multa, e estará sujeito a indenizar os denuncia-dos pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

e) cometeu crime previsto na Lei de Im-probidade Administrativa punido com detenção de um a dois anos e multa, e estará sujeito a indenizar os denuncia-dos pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

10. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Justino praticou ato de improbidade admi-nistrativa que atentou contra os princípios da Administração pública. Marcio praticou ato de improbidade administrativa que im-portou em enriquecimento ilícito. Tonico praticou ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário. Nos termos da Lei nº 8.429/92, o Ministério Público, ao propor as respectivas ações de improbida-de, poderá requerer a medida de indisponi-bilidade de bens contra:

a) Marcio e Tonico, apenas.b) Justino, Marcio e Tonico.c) Tonico, apenas.d) Marcio, apenas.e) Marcio e Justino, apenas.

Page 166: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br166

11. (FCC – TRT 19 – Oficial de Justiça – 2014)

Valentina, servidora pública, foi processa-da por improbidade administrativa, tendo em vista que celebrou contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária. Ao final do processo, Valentina foi condenada, dentre outras san-ções, à suspensão dos direitos políticos por dez anos. A pena aplicada

a) está correta.b) é superior à prevista em lei para a espé-

cie de ato ímprobo praticado.c) é inferior à prevista em lei para a espé-

cie de ato ímprobo praticado.d) está incorreta, haja vista que a conduta

em questão não caracteriza ato ímpro-bo.

e) está incorreta, pois o ato ímprobo pra-ticado por Valentina não comporta tal espécie de sanção.

12. (FCC – ALEPE – Consultor Legislativo Admi-nistração – 2014)

Considere as afirmativas abaixo.

I – Nos termos da Lei nº 8.429/92, para que seja configurado ato de improbidade admi-nistrativa é necessário ter havido prejuízo financeiro ao erário público.

II – Caso o agente já tenha sofrido condena-ção por crime de peculato, não caberá san-ção por improbidade administrativa para o mesmo fato para o qual já atribuída sanção penal.

III – As modalidades de atos de improbidade administrativa expressamente previstas na Lei nº 8.429/92 constituem rol meramente exemplificativo.

IV – De acordo com a Lei nº 8.429/92, é pos-sível haver atos de improbidade administra-tiva comissivos, omissivos, dolosos ou cul-posos.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) II.c) I e II.d) II e III.e) III e IV

13. (FCC – ALEPE – Consultor Legislativo Direito – 2014)

Uma empresa privada da qual o Estado participa como acionista minoritário, ten-do concorrido com 20% do patrimônio da referida empresa quando de sua criação, foi lesada por ato de seus administradores, consistente na aplicação de grande soma de recursos financeiros em empreendimento sabidamente deficitário. Compõem o Con-selho de Administração e o Conselho Fis-cal da referida empresa, tanto particulares como agentes públicos, estes últimos repre-sentando o Estado como acionista minoritá-rio. O prejuízo causado à empresa pela con-duta dos administradores

a) poderá, em tese, caracterizar improbi-dade administrativa, limitando-se a san-ção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públi-cos.

b) não é passível de subsunção às disposi-ções da Lei de Improbidade Administra-tiva, que somente se aplica no caso de empresas em relação às quais o Poder Público detenha participação majoritá-ria.

c) estará sujeito ao enquadramento na Lei de Improbidade Administrativa exclusi-vamente no que diz respeito à conduta de agentes públicos.

d) somente será passível de caracterização como ato de improbidade administrati-va se caracterizada conduta dolosa dos administradores.

e) poderá, em tese, caracterizar impro-bidade administrativa, desde que ca-racterizado enriquecimento ilícito dos administradores e dano ao patrimônio público.

Page 167: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 167

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

14. (FCC – TRT-12ª Região – Oficial de Justiça Avaliador – 2013)

O Prefeito de determinado Município utili-zou-se de veículo e motorista pertencentes à Prefeitura para transportá-lo até sua casa de veraneio situada no litoral do Estado de Santa Catarina. Em razão do exposto, foi condenado por ato de improbidade admi-nistrativa. Nos termos da Lei nº 8.429/92, o ato em questão

a) não é ímprobo, haja vista a legalidade da conduta do Prefeito, merecendo ser reformada a condenação.

b) caracteriza-se como ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito.

c) caracteriza-se como ato ímprobo causa-dor de prejuízo ao erário.

d) não é ímprobo, pois o Prefeito não é agente público, isto é, não é sujeito ati-vo de improbidade administrativa.

e) caracteriza-se como ato ímprobo aten-tatório aos princípios da Administração Pública.

15. (FCC – TRT-18ª Região – Oficial de Justiça Avaliador – 2013)

Determinado funcionário de uma conces-sionária de serviço público valeu-se de sua posição e do auxílio de servidor público para se locupletar ilicitamente de numerário transferido pelo poder concedente. Consi-derando que a conduta praticada possa ser enquadrada na Lei nº 8.429/92, o funcioná-rio

a) não poderá ser responsabilizado, por-que a tipificação de improbidade é res-trita a sujeitos ativos que sejam agentes públicos.

b) poderá ser responsabilizado, tendo em vista que a lei de improbidade admi-te que o terceiro, não servidor público, seja considerado sujeito ativo.

c) poderá ser responsabilizado pessoal-mente somente se o ente público lesa-do for o poder concedente do serviço

público desenvolvido pela concessioná-ria.

d) não poderá ser responsabilizado, por-que o contrato que constitui o vínculo jurídico entre poder concedente e con-cessionária não está expressamente previsto na lei de improbidade adminis-trativa.

e) poderá ser responsabilizado, desde que o seu vínculo com a concessionária de serviço público seja de natureza definiti-va e que seu cargo seja dotado de poder de decisão.

16. (FCC – Procurador de Campinas – 2016)

Nas palavras de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO “... também é possível falar em lega-lidade em sentido amplo, para abranger não só a obediência à lei, mas também a obser-vância dos princípios e valores que estão na base do ordenamento jurídico” (Direito ad-ministrativo, São Paulo: Atlas, 28ª edição, p. 971), tanto que a legislação vigente tipifica “... qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, le-galidade e lealdade às instituições” como

a) ato de improbidade, salvo se houver apenamento específico na esfera admi-nistrativa para as mesmas condutas e seu agente for servidor público, pois o vínculo funcional prefere à responsabili-zação na esfera civil.

b) ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração pública, além do rol constante da respectiva lei, cabendo a demonstração de dolo para configuração da conduta.

c) ato de improbidade, em qualquer de suas modalidades, exigida a demonstra-ção de dolo em todas as condutas, pres-cindindo, no entanto, da demonstração de prejuízo ao erário.

d) ato de improbidade, desde que cause prejuízo ao erário, tendo em vista que não se trata de conduta específica, mas sim de tipo aberto.

Page 168: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br168

e) ato de improbidade, desde que aliado àquelas condutas haja o enriquecimen-to ilícito por parte de seu agente, o que prescinde da configuração de dolo.

17. (FCC – TRT-1 – Juiz do Trabalho – 2016)

Em relação aos atos de improbidade admi-nistrativa praticados por agentes públicos ou terceiros, bem como os deveres daque-les, na forma da Lei n° 8.429/1992, é correto afirmar:

a) Ressalvados os objetos e utensílios de uso doméstico, anualmente, o agente público deve apresentar declaração dos bens e valores que compõem seu patri-mônio, de cônjuge ou companheiro, de ascendentes e descendentes em 1°grau e de outras pessoas que vivam sob a de-pendência econômica do agente.

b) Os sucessores do agente público que causar lesão dolosa ao erário da União serão sempre responsáveis pelo ressar-cimento integral do prejuízo causado.

c) Considera-se ato de improbidade admi-nistrativa aquele praticado pelo agente público que, por qualquer forma, incor-pora indevidamente ao seu patrimônio bens pertencentes à Fundação Pública.

d) O agente público que recebe promessa de vantagem econômica para que tole-re a exploração ou prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando ou de usura comete ato de improbidade administrativa.

e) Presume-se a prática de ato de impro-bidade administrativa o agente público que, até 180 dias após o término do exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, adquire, para si ou para outrem, bens de qualquer nature-za que seja desproporcional à evolução de seu patrimônio ou renda.

18. (FCC – TRT-14 – Técnico Judiciário – 2016)

Considere a seguinte situação hipotética: o Prefeito de determinado Município de Rondônia foi processado por improbidade administrativa juntamente com a empre-sa YX e seu responsável Josberto. No curso da ação, restou comprovado que o procedi-mento licitatório foi forjado, de modo a ser contratada a empresa YX, gerando prejuízos aos cofres públicos, além de enriquecimen-to ilícito aos envolvidos. Em sua defesa, Jos-berto, proprietário da empresa, sustentou ser parte ilegítima, por ser particular e não estar sujeito às disposições da Lei de Impro-bidade Administrativa. A tese de Josberto está

a) incorreta, pois responde por todas as sanções previstas na Lei para os agentes públicos.

b) correta, pois não está sujeito às disposi-ções da Lei de Improbidade.

c) incorreta, pois responde às sanções pre-vistas na Lei de Improbidade, de acordo com o que é cabível aplicar aos particu-lares.

d) incorreta, pois responde por todas as sanções, exceto ressarcimento ao erá-rio que deverá ser pleiteado através de ação própria.

e) incorreta, pois responderá por uma úni-ca sanção prevista na Lei de Improbida-de, qual seja, a suspensão dos direitos políticos.

Page 169: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 169

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

19. (FCC – TRT-23 – Técnico Judiciário – 2016)

Rubens, Diretor de uma autarquia, de âm-bito federal, doou à escola particular alguns bens pertencentes à autarquia, como cadei-ras e mesas, sem observância das formali-dades legais e regulamentares aplicáveis à espécie, gerando prejuízo ao erário. Em ra-zão disso, foi processado e condenado por improbidade administrativa. Dentre as san-ções impostas, está o pagamento de multa civil de até

a) três vezes o valor do dano.b) duas vezes o valor do dano.c) cinco vezes o valor do dano.d) uma vez o valor do dano.e) cem vezes o valor da remuneração per-

cebida por Rubens.

20. (FCC – TRT-23 – Analista Judiciário – 2016)

Dentre as condutas prescritas como atos de improbidade na Lei n° 8.429/1992, aquela que admite conduta apenas culposa, pres-cindindo de demonstração de dolo, é a des-crita no dispositivo que

a) trata dos atos de improbidade que cau-sam prejuízo ao erário, tal como permi-tir que sejam realizadas despesas sem a devida autorização na legislação.

b) elenca as hipóteses de atos que aten-tam contra os princípios da Administra-ção pública, dada a gravidade do não atendimento das balizas de atuação das funções executivas.

c) trata dos atos que importam enriqueci-mento ilícito, mas que demandam pro-va do efetivo prejuízo causado ao erário, cuja gravidade já justifica a sanção.

d) elenca as hipóteses que causam preju-ízo ao erário, desde que restem com-provados os danos causados ao erário e a violação dos princípios básicos que informam a atuação da Administração.

e) implica recebimento para o autor da conduta de benefícios financeiros, pois fica presumido o prejuízo ao erário e a violação aos princípios administrativos, incidindo em todas as modalidades de ato de improbidade.

Gabarito: 1. E 2. E 3. B 4. E 5. A 6. E 7. D 8. D 9. A 10. A 11. B 12. E 13. A 14. B 15. B 16. B  17. C 18. C 19. B 20. A

Page 170: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br170

TÓPICO 7

Licitação

1. CONCEITO:

Conforme a lição do professor Hely Lopes Meirelles, licitação é o procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados se-lecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com um dos seguin-tes objetivos: ou a celebração do contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

Já nas palavras da professora Maria Sylvia Di Pietro, licitação é o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre, a todos os interessados que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formula-rem propostas, entre as quais será selecionada e aceita a mais conveniente para a celebração do contrato.

De forma sucinta, percebemos que licitação é o procedimento administrativo vinculado (todo previsto em lei) que possui duas finalidades: selecionar a proposta mais vantajosa para a Admi-nistração Pública e assegurar a observância do princípio da isonomia (ou igualdade).

O estudo das normas básicas sobre licitações e contratos administrativos está concentrado em duas leis:

• Lei nº 8.666/93, conhecida como Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos;

• Lei nº 10520/02, que institui uma nova modalidade licitatória denominada Pregão.

A Lei nº 8.666/93 estabelece um conjunto de normas gerais aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, alcançando não só a Administração Direta, mas também a Administração Indireta, bem como às demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Sendo assim, a referida lei é tida como uma lei federal (competência da União) de caráter na-cional (aplicável a todos os entes da federação).

2. DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS:

No texto constitucional, o procedimento licitatório está previsto nas seguintes passagens:

Page 171: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 171

CF, art 22, XXVII. Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de lici-tação e contratação em todas as modalidades para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de eco-nomia mista, nos termos do art 173, § 1º, III.

Comentário: A competência privativa da União é relativa às normas gerais de licitação e con-tratação, aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, não excluindo a competência suplementar dos Estados e Municípios para adequarem a referida legislação às suas necessidades.

CF, art 37, XXI. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Comentário: A Administração Pública, como regra, está sujeita a procedimento licitatório, antes da contratação de obras, serviços, compras e alienações. O princípio fundamental da licitação é a igualdade (ou isonomia), devendo-se assegurá-la não só entre os licitantes, mas também em relação a todos que tenham interesse de contratar com a Administração Pública.

Cabe ressaltar que tal regra não é absoluta, visto que, nos casos especificados na legislação, poderá haver contratação direta, pela Administração Pública, não sendo necessária, assim, a realização de procedimento licitatório prévio (casos de dispensa e inexigibilidade de licitação).

CF, art 173. Ressalvados os casos previstos na Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;

Comentário: Como visto anteriormente, não só os órgãos e as entidades da Administração Pú-blica Direta, mas também os da Administração Indireta estão sujeitos a procedimento licitatório.

Page 172: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br172

Porém, as sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica poderão ter um estatuto diferenciado, com regras mais flexíveis de licitação e contratação, visto a celeridade exigida em um mercado de ampla concorrência.

Como tal estatuto ainda não existe, a regra é que todas as empresas públicas e sociedades de economia mista, independentemente da atividade que exerçam (prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica), estarão sujeitas aos dispositivos da Lei nº 8.666/93.

Por fim, vale ressaltar que há jurisprudência no sentido de que tais estatais não se sujeitam às regras de licitação para celebração de contratos que tenham objeto relacionado às atividades-fim de tais entidades.

POLÊMICA! A Lei nº 9478/97 (que institui a ANP), em seu art. 67, dispõe que “Os contratos celebra-dos pela PETROBRÁS, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de procedi-mento licitatório simplificado, a ser definido em decreto pelo Presidente da República”,

TCU – entende que tal dispositivo é inconstitucional

STF – concedeu liminar suspendendo tal decisão do TCU

CF, art 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviço público

Comentário: O Estado pode prestar serviço público diretamente ou indiretamente, mediante as delegatárias de serviço público. A Lei nº 8.987/95 regulamenta tal artigo, estabelecendo nor-mas gerais sobre concessão e permissão de serviço público, aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

Existem três formas de delegação de serviço público: concessão, permissão e autorização. Ape-nas a concessão e a permissão de serviço público necessitam de licitação prévia. A autorização é a única forma de delegação que prescinde de procedimento licitatório prévio à contratação.

Diferentemente do art. 37, XXI, não consta neste dispositivo nenhuma exceção ao dever de licitar.

3. PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO:

Nos termos da Lei nº 8.666/93, nos termos do seu art. 3º, a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a selecionar a proposta mais vantajosa e a promover o desenvolvimento nacional sustentável (FINALIDADES DA LICITAÇÃO).

Page 173: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 173

O mesmo artigo estabelece uma lista exemplificativa de princípios aplicáveis ao procedimento licitatório, que será processado e julgado em estrita conformidade com os seguintes princípios básicos, além dos que lhes são correlatos:

a) Legalidade;

b) Impessoalidade;

c) Moralidade;

d) Igualdade;

e) Publicidade;

f) Probidade administrativa;

g) Vinculação ao instrumento convocatório;

h) Julgamento objetivo.

A grande maioria desses princípios é aplicável a toda atividade administrativa desempenhada pelo Estado. Apenas os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo são específicos das licitações.

A seguir, iremos analisar não só os princípios expressos na Lei nº 8.666/93 (art. 3º), mas também os princípios estabelecidos pela doutrina majoritária.

a) Legalidade

O princípio da legalidade é tido como o princípio basilar do Estado de Direito. A aplicação de tal princípio à licitação traduz-se no sentido de que o administrador público só poderá expedir os atos, integrantes do procedimento licitatório, quando fundados na lei ou no instrumento convocatório da licitação (edital ou carta-convite, conforme o caso), reduzindo, assim, a margem de discricionariedade do administrador público.

b) Impessoalidade

Também é um princípio básico do Direito Administrativo (CF, art. 37). O administrador público deve sempre atingir a finalidade de interesse público do procedimento licitatório, não podendo ajudar ou prejudicar qualquer licitante em prol de seu interesse particular. Está intimamente ligado ao princípio do julgamento objetivo das propostas, visto que possui a ideia central de inibir o subjetivismo do administrador na seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

c) Moralidade

Tal princípio representa mais do que a moralidade vinculada a bons costumes. A conduta do administrador deve ser inteiramente pautada em bons costumes, em uma conduta justa e éti-ca. O princípio da moralidade tem proporções jurídicas, ou seja, não basta que a conduta do administrador seja legal, pois também deverá ser honesta, acima de tudo, tornando-a um dos pressupostos de validade dos atos da Administração Pública.

O servidor deve decidir não somente entre o legal e o ilegal, mas também deve se preocupar em ter uma conduta honesta e ética perante os administrados, quando for decidir o melhor caminho a ser seguido para atingir do fim público.

Page 174: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br174

d) Igualdade ou isonomia

É o princípio basilar do procedimento licitatório. Deve-se não apenas tratar os licitantes de maneira igual, mas também dar oportunidade de participar da licitação a quaisquer interessados que tenham condições de assegurar o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado. Consequentemente, a Lei nº 8.666/93 estabelece que é vedado aos agentes públicos:

I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991;

II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991.

Assim, o administrador não poderá diferenciar, favorecer ou discriminar os interessados e os licitantes em razão de aspectos secundários, irrelevantes à seleção da proposta mais vantajosa para Administração. Não configura violação ao princípio da igualdade o estabelecimento de requisitos mínimos que tenham por fim exclusivamente garantir a adequada execução do contrato.

Nessa linha, sabemos que nem todos são iguais entre si, admitindo-se, portanto, algumas normas de distinção entre os licitantes. A fase de habilitação, por exemplo, não deixa de ser mais uma forma de diferenciação entre os licitantes. Na fase de habilitação dos licitantes, conforme explicita o art. 27 da Lei nº 8.666/93, verifica-se:

a) habilitação jurídica;

b) regularidade fiscal;

c) qualificação técnica;

d) qualificação econômico-financeira;

e) cumprimento do art. 7º., XXXIII, da CF/88 (não empregar menores de 18 anos em atividades insalubres e perigosas).

Com a introdução da “promoção do desenvolvimento nacional sustentável” como uma das finalidades do procedimento licitatório (Lei nº 12.349/10), a aplicação de tal princípio sofreu sensível mitigação, havendo diversas regras de preferência introduzidas em favor de empresas ligadas aos setores de pesquisa e inovação tecnológicas nacionais, bem como de empresas produtoras de bens e serviços nacionais. Outrossim, a ideia de sustentabilidade introduziu outros fatores a serem aferidos pela Administração no momento de julgamento das propostas, que não sejam somente de ordem econômico-financeira.

Como decorrência da aplicação do princípio da igualdade entre os licitantes, a Lei nº 8.666/93 estabelece alguns parâmetros para resolução de casos de empate entre os licitantes por meio dos seguintes critérios sequênciais (Art. 3º.):

Page 175: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 175

I – produzidos no País;

II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras;

III – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; e

IV – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

Margem de Preferência:

A margem de preferência prevista na Lei nº 8.666/93 para o julgamento das propostas do procedimento licitatório representa uma das maiores mitigações ao princípio da isonomia. O Decreto nº 7.546/11 estabelece que margem de preferência normal é o diferencial de preços entre os produtos manufaturados nacionais e de serviços nacionais e os produtos manufaturados estrangeiros e serviços estrangeiros, que permite assegurar preferência pela contratação de produtos manufaturados nacionais e serviços nacionais.

Essa margem de preferência poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e aos serviços originários dos países participantes do Mercosul. Para os produtos manufaturados e os serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país, poderá ser estabelecida uma margem de preferência adicional.

A Lei nº 13.146/2015 acrescentou, no art. 3º da Lei nº 8.666/93, que, nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

a) produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasilei-ras; e

b) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previ-dência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

O art. 3º, §8º, estabelece que a soma das margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou serviços, não pode ultrapassar o montante de 25% sobre o preço dos produtos manufaturados estrangeiros ou serviços estrangeiros.

Com isso, em uma licitação cujo critério de julgamento seja o “menor preço”, não necessaria-mente será sagrada vencedora a proposta de menor preço. Se for fixada a margem de prefe-rência máxima de 25% na realização de uma licitação e houver uma proposta de fornecimento de bem de origem estrangeira de R$ 1.000 e outra com bens nacionais de R$ 1.250, a proposta vencedora seria a do bem com valor de R$ 1.250.

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar nº 123/06)

O art. 47 do Estatuto Nacional das MEs e EPPs estabelece que, nas contratações públicas da Administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e as empresas de pequeno porte, objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica.

Page 176: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br176

Assim, o art. 48 da LC nº 123/06 estabelece que a Administração Pública:

I – deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempre-sas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00;

II – poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; (Reda-ção dada pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014)

III – deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte.

Tais benefícios poderão, justificadamente, estabelecer a prioridade de contratação para as mi-croempresas e empresas de pequeno porte sediadas local ou regionalmente, até o limite de 10% do melhor preço válido.

O art. 44 desse Estatuto ainda estabelece como critério de desempate a preferência de contra-tação das microempresas e empresas de pequeno porte, porém entende como empate aque-las situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. No caso da modali-dade pregão, o percentual é 5% superior ao melhor preço.

Assim, no caso de empate (real ou legal), a lei estabelece os seguintes procedimentos:

I – a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II – não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem no limite de até 10% (ou 5% no caso de pregão), na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito;

III – no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e empresas de pe-queno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta.

O art. 49, por sua vez, estabelece que as disposições do art.47 e 48 não serão aplicáveis:

a) os critérios de tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte não forem expressamente previstos no instrumento convocatório;

b) não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como micro-empresas ou empresas de pequeno porte sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento convocatório;

c) o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte não for vantajoso para a administração pública ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

d) a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, excetuando-se as dispensas por pequeno valor, nas quais a compra deverá ser feita preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte.

Page 177: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 177

e) PublicidadeOs atos do procedimento licitatório são públicos e acessíveis a todos, ressalvado, obviamente, o sigilo das propostas até a sua abertura. Permite o controle dos atos da Administração Pública não só pelos seus órgãos, mas também pela sociedade em geral, impondo que os motivos determinantes das decisões proferidas em qualquer etapa do procedimento sejam declarados.

A própria Lei nº 8.666/93, em seu artigo 41, § 1º dispõe que qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade. Além disso, a Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º, § 3º, estabelece que a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento.

Ressaltamos que a ideia de publicidade é mais ampla do que a de publicação. Pode-se dar publicidade a um ato administrativo, sem que haja a sua publicação. No caso da modalidade convite, por exemplo, não há necessidade de publicação da carta-convite em Diário Oficial, bastando que seja afixada em mural da repartição.

f) Probidade Administrativa

A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé. Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988.

De forma sucinta, temos que a improbidade administrativa é o desrespeito ao princípio da probidade administrativa, que deve reger a conduta do administrador, de modo que ele aja dentro de uma conduta ética, com honestidade e decência, zelando pelo interesse público.

A palavra improbidade tem sua origem na expressão latina improbitate, e, segundo José Náufel, “ato de improbidade é todo aquele contrário às normas da moral, à lei e aos bons costumes; aquele que denota falta de honradez e de retidão no modo de proceder”.

Segundo Marino Pazzaglini Filho, “a improbidade administrativa, sinônimo jurídico de corrupção e malversação administrativas, exprime o exercício da função pública com desconsideração aos princípios constitucionais expressos e implícitos que regem a Administração Pública”.

Em outra passagem, conceitua: “Diante do exposto, é possível conceituar improbidade administra-tiva do agente público: toda conduta ilegal (corrupta, nociva ou inepta) do agente público, dolosa ou culposa, no exercício (ainda que transitório ou sem remuneração) de função, cargo, mandato ou empregado público, com ou sem participação (auxílio, favorecimento ou indução) de terceiro, que ofende os princípios constitucionais (expressos e implícitos) que regem a Administração Pública”.

g) Vinculação ao Instrumento Convocatório:

O instrumento convocatório da licitação, como regra, é o edital. Porém, na modalidade de licitação convite, utiliza-se a carta-convite. O edital é tido como a lei interna das licitações, vinculando aos seus termos não só os licitantes, como também a própria Administração Pública que o expediu. A Administração não pode descumprir as normas e as condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

h) Julgamento Objetivo:

O conceito de julgamento objetivo está relacionado com o critério de julgamento das propostas da licitação, ou seja, aos tipos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93. No julgamento das propostas, a comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e os princípios estabelecidos por essa lei.

Page 178: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br178

O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. São quatro os tipos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93:

• Menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administra-ção determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

• Melhor técnica;

• Técnica e preço;

• Maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

A lei proíbe a utilização de outros tipos de licitação, diversos dos nela previstos. No caso de con-cessões e permissões de serviços públicos, a Lei nº 8.987/95 estabelece critérios próprios de julgamento das propostas, devido à natureza desses contratos diferenciados.

i) Competitividade:

Por ser a licitação um procedimento de disputa isonômica para selecionar a proposta mais van-tajosa à Administração Pública, a competitividade decorre da própria lógica de sua estrutura. Só haverá licitação se houver competição. Caso não haja viabilidade jurídica de competição, teremos um caso de contratação direta pela Administração (inexigibilidade de licitação).

Nesse sentido, a lei veda a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem simila-ridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tec-nicamente justificável. Por fim, há que se destacar que a inobservância de tal princípio tipifica crime, de acordo com a Lei nº 8.666/93:

Art. 90. Frustar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expedien-te, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

j) Formalismo ou Procedimento Formal:

De acordo com o art. 4º, da Lei nº 8.666/93, o procedimento licitatório caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado por qualquer esfera da Administração Pública. Todo o procedimento de licitação é detalhado em lei, devendo ser observados os requisitos formais nela estabelecidos. Como exemplos, podemos citar o dispositivo legal que estabelece que nenhuma compra será feita sem a indicação dos respectivos recursos orçamentários, o prazo mínimo entre a publicação do edital e a apresentação das propostas, entre outras formalidades legais.

Page 179: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 179

k) Sigilo das propostas:

A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento (princípio da publicidade), salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

A quebra do sigilo das propostas deixa em condição mais favorável o licitante que dispunha de informação relativa ao seu conteúdo. Cabe observarmos que o sigilo das propostas é relativo, tendo em vista que, após a abertura de seus envelopes, não haverá mais o sigilo.

A inobservância de tal princípio tipifica crime, de acordo com a Lei nº 8.666/93:

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos e multa.

l) Adjudicação Compulsória:

Adjudicação compulsória pode ser definida como a entrega simbólica do objeto contratual ao vencedor da licitação. Diz-se ser uma entrega simbólica, pois o vencedor do procedimento lici-tatório não tem direito adquirido à contratação, mas mera expectativa de direito ao contrato.

A celebração do contrato é ato discricionário, ou seja, a Administração pode resolver não efetuar a contratação, porém, caso resolva contratar, terá que ser com o vencedor da licitação. A Administração não poderá atribuir o objeto da licitação a outro que não o vencedor ou a terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.

Tal princípio também veda a abertura de nova licitação enquanto valida a adjudicação anterior.

A Administração deverá convocar o interessado para assinar o termo do contrato respeitando o prazo e as condições estabelecidas. Esse prazo poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte e desde que ocorra motivo aceito pela Administração.

Caso o adjudicatório não compareça, seu direito decairá e ficará caracterizado descumprimento à obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades cabíveis.

Quando o convocado não assinar o termo do contrato no prazo e nas condições estabelecidas, a Administração poderá revogar a licitação ou convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório.

Por outro lado, os licitantes não podem ficar vinculados eternamente a suas propostas, por isso a Lei nº 8.666/93 estabelece uma espécie de “prazo de validade” para as propostas, pois a não convocação para a contratação, por parte da Administração, decorridos 60 dias da data da entrega das propostas, libera os licitantes dos compromissos assumidos.

Page 180: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br180

Lei nº 8.666/93

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contra-to ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabele-cidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convoca-ção para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

4. FASES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO:

O procedimento licitatório desenvolve-se em duas fases: uma interna e outra externa. A pri-meira relaciona-se à abertura do processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respecitiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a sua despesa.

Já a fase externa é descrita no art. 43, da Lei nº 8.666/93, valendo destacar que nem todas as modalidades licitatórias apresentam todas as etapas. A concorrência é a modalidade licitatória mais complexa e, consequentemente, mais completa. A fase externa compreende:

“I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concor-rentes, e sua apreciação;

II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respecti-vas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expres-sa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente regis-trados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

Page 181: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 181

V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação”.

Em alguns casos, para ampliar a competitividade, a Lei nº 8.666/93 ainda exige a realização de audiência pública prévia à publicação do edital das licitações com altos valores. A audiência pública deverá ser realizada com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para a publicação do edital e divulgada com antecedência mínima de 10 dias úteis da data de sua realização, para uma licitação ou um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas com valor superior a R$ 150.000.000.

Consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a 30 dias e licitações sucessivas àquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a 120 dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente.

IMPORTANTE: HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO

Nos termos do art. 43, VI, a Lei nº 8.666/93 estabelece que, após o julgamento, a Comissão de Licitação deverá remeter o processo à autoridade competente para que haja a homologação do procedimento e a adjudicação do objeto ao vencedor da licitação. Assim, os trabalhos da Comissão encerram-se com o julgamento.

A homologação refere-se ao controle de legalidade do procedimento pela autoridade competente, podendo resultar na anulação do procedimento (em parte ou no todo). Já a adjudicação é o ato que atribui o objeto licitado ao vencedor da licitação.

5. MODALIDADES:

As modalidades de licitação são a forma do procedimento licitatório adotado em cada contra-tação. Cabe destacar que as modalidades de licitação não se confundem com os tipos de licita-ção. Esses são os critérios de julgamento das propostas.

A Lei nº 8.666/93 prevê cinco modalidades licitatórias em seu artigo 22: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.

O parágrafo 8º do mesmo artigo estabelece que é vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das já existentes.

Além dessas modalidades previstas na Lei nº 8.666/93, existe mais uma prevista na Lei n 10.520/02, denominada pregão. Como isso é possível, se a Lei nº 8.666/93 veda a criação de uma nova modalidade licitatória?

Na verdade, o impedimento existente na Lei Geral de Licitações e Contratos veda a criação de uma nova modalidade de licitação por meio de um simples ato administrativo ou de uma lei federal, estadual, distrital ou municipal.

Page 182: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br182

A Lei nº 10.520/02, que instituiu o pregão como uma nova modalidade licitatória, é uma Lei Federal de caráter nacional, assim como a Lei nº 8.666/93. Sendo assim, não há qualquer impe-dimento de que uma lei de caráter nacional crie uma nova modalidade de licitação.

Por fim, a Lei nº 9.472/97 (que criou a Anatel) previu uma nova modalidade de licitação, não prevista na Lei nº 8.666/93, a CONSULTA, hoje aplicável às agências reguladoras federais, pois foi posteriormente estendida às demais agências pela Lei nº 9.986/00.

Portanto, atualmente, para fins de prova, temos sete modalidades de licitação:

a) Concorrência;

b) Tomada de preços;

c) Convite;

d) Concurso;

e) Leilão;

f) Pregão;

g) Consulta.

Com relação às três primeiras modalidades, a doutrina entende haver uma hierarquia implícita entre elas, de acordo com o vulto dos contratos (valor contratual) a serem celebrados e com base na complexidade de seus procedimentos. Assim, há:

I – para obras e serviços de engenharia:

a) convite – até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);

b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência – acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reias);

II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b) tomada de preços – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);

c) concorrência – acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

O parágrafo 4º do artigo 23, da Lei n 8.666/93 ratifica a hierarquia implícita existente entre tais modalidades, afirmando que, nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

Assim, na prática, há os seguintes exemplos:

1. Caso a Administração pretenda contratar uma obra no valor de R$ 120.000, deverá realizar licitação por meio de convite, tomada de preços ou concorrência.

2. Caso a Administração pretenda adquirir mobiliário (mesas e cadeiras) no valor de R$ 500.000, deverá realizar licitação por meio da tomada de preços ou da concorrência.

Page 183: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 183

3. Caso a Administração pretenda contratar uma obra no valor de R$ 2.000.000, deverá realizar licitação, obrigatoriamente, por meio da modalidade concorrência.

Com base nos exemplos citados e com a leitura do artigo 23, §4º, percebe-se que a concor-rência é uma modalidade licitatória que poderá ser utilizada para qualquer valor de contrato. Porém, tal escolha depende da conveniência e da oportunidade para a Administração e a recí-proca não é verdadeira, ou seja, quando for caso de concorrência, o administrador não poderá optar pelo convite ou pela tomada de preços.

Por fim, cabe ressaltar que a Lei nº 11.107/05 (lei dos consórcios públicos – pessoas jurídicas integra-das por vários entes federativos com o objetivo de prestar serviço público de forma compatilhada) incluiu o § 8º ao art. 23, no sentido de que esses valores serão o dobro para os consórcios formados por até três entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.

a) Concorrência

É a modalidade de licitação mais complexa, utilizada para qualquer valor de contratação, entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os re-quisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

De acordo com o professor Hely Lopes Meirelles, a concorrência obedece aos seguintes requisi-tos: universalidade, ampla publicidade, habilitação preliminar e julgamento por comissão.

• Universalidade – quaisquer interessados poderão participar, independentemente de registro cadastral no órgão ou entidade realizadora da licitação;

• Ampla Publicidade – utilizam-se todos os meios de divulgação, disponíveis e necessários, à publicidade ampla da abertura do procedimento licitatório;

• Habilitação Preliminar – a habilitação dos licitantes é a etapa inicial da modalidade concorrência. Na fase de habilitação dos licitantes, conforme explicita o art. 27 da Lei nº 8.666/93, verifica-se a habilitação jurídica, a regularidade fiscal, a qualificação técnica, a qualificação econômica-financeira e o cumprimento do art. 7º, XXXIII, da Carta Magna (não empregar menores de 18 anos em atividades insalubres e perigosas).

• Julgamento por comissão – as comissões de licitação serão compostas, em regra, por, no mínimo, três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados do próprio órgão responsável pela licitação. Podem ser permanentes ou provisórias.

A investidura dos membros da Comissão não ultrapassará o prazo de um ano, vedada a recon-dução da totalidade de seus membros para uma mesma Comissão no período subseqüente.

Os membros das Comissões de Licitações responderão solidariamente por todos os atos prati-cados pela comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamenta-da e registrada em sua ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

Como visto anteriormente, a concorrência é uma modalidade licitatória utilizada para qualquer valor de contrato, porém, cabe ressaltar que, obrigatoriamente, deverá ser utilizada nas seguin-tes situações:

• Contratação de obras e serviços de engenharia com valor superior a R$ 1.500.000 (Lei nº 8.666/93, art. 23, I, c)

Page 184: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br184

• Compras e serviços, que não sejam de engenharia, com valor superior a R$ 650.000 (Lei nº 8.666/93, art. 23, II, c)

• Alienação de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia superior a R$ 650.000 (Lei nº 8.666/93, art. 17, §6º.)

• Como regra, utilizada na compra ou alienação de bens imóveis, independentemente do valor (Lei nº 8.666/93)

• Nas concessões de direito real de uso, independentemente do valor (Lei nº 8.666/93, art. 23, §3º)

• Nas concessões e subconcessões de serviços públicos, independentemente do valor (Lei nº 8.987/95)

• Como regra, é a modalidade utilizada nas licitações internacionais

b) Tomada de Preços

É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-mento das propostas, observada a necessária qualificação.

De forma esquematizada, a modalidade tomada de preços apresenta as seguintes peculiaridades:

• Presta-se para contratação de menor vulto que a concorrência. O procedimento adminis-trativo é o mesmo que o da concorrência.

• A característica fundamental dessa modalidade de licitação é a habilitação prévia à abertura do procedimento, ou seja, o interessado deve estar cadastrado pela Administração Pública.

CUIDADO!Habilitação Prévia – Tomada De Preços

Habilitação Preliminar – Concorrência

• Aqueles que não estiverem previamente cadastrados poderão cadastrar-se até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, desde que sejam satisfeitas as condições exigidas.

• A Lei nº 8.666/93 admite a tomada de preços nas licitações internacionais, quando o órgão ou a entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores e desde que respeitados os limites de valor estabelecidos na lei.

• Segundo a Lei nº 8.666/93, quando couber tomada de preços, a Administração poderá optar pela utilização da concorrência.

Page 185: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 185

REGISTROS CADASTRAIS:

Os órgãos e as entidades da Administração Pública que realizem frequentemente licita-ções manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. No âmbito do Poder Executivo Federal, há o Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores (Sicaf). Poderão as unidades administrativas utiliza-rem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Assim, o objetivo do registro cadastral é dar maior celeridade à realização de futuros certames, tendo em vista que o licitante manterá sua habilitação enquanto válido o seu registro junto ao cadastro. Para isso, ao requerer inscrição no cadastro, ou atua-lização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências para habilitação das licitações (art. 27, da Lei nº 8.666/93).

O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mí-nimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

Nos termos do art. 98, da Lei nº 8.666/93, é crime obstar, impedir ou dificultar, injusta-mente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover inde-vidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito, cuja pena é a detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

c) Convite

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedên-cia de até 24 horas da apresentação das propostas.

De forma esquematizada, a modalidade convite apresenta as seguintes peculiaridades:

• O instrumento convocatório do convite é a carta-convite e não o edital.

• Não precisa haver publicação no Diário Oficial, visto que a lei exige apenas que a carta-convite seja afixada em local apropriado.

• Inicialmente, a carta-convite poderá ser enviada a interessados do ramo, cadastrados ou não, porém só poderão “se convidar” os demais cadastrados que se manifestarem com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.

• Regra geral: deverá ser convidado um número mínimo de três empresas.

• Existindo na praça mais de três possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

Page 186: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br186

• Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impos-sível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

• No caso de convite, a Comissão de Licitação, excepcionalmente nas pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

• Também é modalidade de licitação que poderá ser utilizada em licitações internacionais, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.

• Segundo a Lei nº 8.666/93, quando couber convite, a Administração poderá optar pela uti-lização da tomada de preços ou da concorrência.

d) Concurso

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vence-dores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.

À modalidade de licitação concurso não serão aplicados os tipos de licitação previstos no art. 45, da Lei de Licitações, pois será pago um prêmio ou remuneração ao vencedor.

Justamente por ser a modalidade utilizada para escolha de trabalho técnico, artístico ou científico, uma das características do concurso é que a comissão de licitação será integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

O concurso deverá ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital, que deverá mencionar:

I – a qualificação exigida dos participantes;

II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

Por fim, não podemos esquecer que, ressalvadas as hipóteses de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, pre-ferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

e) Leilão

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. O leilão será conduzido por um servidor designado ou por leiloeiro oficial.

De forma resumida, o leilão será utilizado na venda de:

• Bens móveis inservíveis para a Administração; • Produtos legalmente apreendidos ou penhorados; • Bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição seja derivada de procedimentos

judiciais ou dação em pagamento. Nesse caso, também será admitida a concorrência.

Page 187: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 187

No caso de alienação de bens móveis, a adoção da modalidade leilão está limitada ao valor de até R$ 650.000, para os bens avaliados isolada ou globalmente. Para os valores acima, deverá ser utilizada a modalidade concorrência.

CUIDADO!Na alienação de bens imóveis, a modalidade utilizada como regra é a concorrência, po-rém, caso o imóvel seja adquirido por dação em pagamento ou procedimento judicial, a Administração poderá valer-se da concorrência ou do leilão para aliená-lo.

f) Pregão

A Lei nº 9.472/97 (Lei Geral de Telecomunicações) foi o primeiro diploma legal a introduzir o pregão como modalidade licitatória em nosso ordenamento jurídico. Tal legislação estabeleceu um regime de contratação específico para Anatel, criando o pregão como modalidade de licitação aplicável à aquisição de bens e serviços comuns, em que a disputa pelo fornecimento seria feita por meio de lances em sessão pública.

Posteriormente, tal modalidade foi estendida para toda a Administração Pública Federal, mediante a Medida Provisória nº 2.026/00.

Tal medida provisória foi muito criticada pela doutrina, visto que não poderia ser criada uma nova modalidade licitatória que fosse aplicada somente em âmbito federal. Assim, a referida medida provisória foi convertida na Lei nº 10.520/02, estendendo a aplicação do pregão a todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

CUIDADO!O pregão é uma modalidade licitatória não prevista na Lei nº 8.666/93. O pregão, ini-cialmente, foi instituído apenas em âmbito federal. Hoje, após a conversão da Medida Provisória nº 2.026/00, na Lei nº 10.520/02, o pregão é uma modalidade licitatória aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

O pregão é uma nova modalidade licitatória utilizada na aquisição de bens e serviços comuns, definidos, pela Lei nº 10.520/02, como aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Independentemente do valor da contratação, sua utilização está centrada no objeto contratual: bens e serviços comuns. O pregão poderá ser utilizado na aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor da futura contratação.

Pelo fato de ser uma lei resumida, a Lei do Pregão estabelece que os dispositivos da Lei nº 8.666/93 serão aplicados supletivamente (subsidiariamente) à referida modalidade. Havendo ausência de dispositivo legal na Lei nº 10.520/02, deve-se aplicar a Lei Geral de Licitações.

A seguir, constam de forma resumida, as características gerais do pregão:

Page 188: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br188

• Não é conduzido por uma “Comissão de Licitação”, mas sim por um único representante da Administração, escolhido entre os servidores do órgão ou da entidade, com atribuições especiais, denominado pregoeiro. O pregoeiro é auxiliado por uma equipe de apoio.

• No âmbito do Ministério da Defesa, a Lei nº 10.520/02 autoriza que militares sejam prego-eiros ou integrantes da equipe de apoio.

• O tipo de licitação utilizado é sempre o menor preço.

• É uma modalidade licitatória não prevista na Lei nº 8.666/93, utilizada para qualquer valor de contrato e seu objeto, é a aquisição de bens e serviços comuns.

• O pregoeiro abre, em sessão pública, as propostas escritas apresentadas pelos licitantes. Após essa fase, poderão ser realizados lances verbais e sucessivos para reduzir o valor ofe-recido pelo licitante.

• O autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores a ela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor, sempre pelo menor preço. Não havendo pelo menos três ofertas com diferença de até 10% em relação à mais baixa, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos. Exa-minada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pre-goeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade.

• Após essa fase de lances verbais, o pregoeiro abrirá o envelope contendo os documentos do licitante que apresentou a melhor proposta, para a verificação do atendimento das con-dições fixadas no edital. Sendo assim, é importante ressaltar que a maior diferença entre essa e as outras modalidades de licitação está na inversão que ocorre nas fases de habili-tação e julgamento das propostas.

• Para dar maior competitividade ao pregão, a Lei nº 10.520/02 veda:

a) garantia de proposta;

b) aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação do certame;

c) pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

• Se a proposta vencedora estiver acima do valor estimado inicialmente pela Administração Pública, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido o melhor preço.

• Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

Page 189: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 189

• Quando não houver manifestação de nenhum licitante quanto à sua intenção de recorrer, caberá ao pregoeiro a adjudicação do objeto da licitação. Quando não houver tal mani-festação, a adjudicação será realizada pela autoridade competente para julgar o recurso. Porém, a homologação da licitação sempre caberá a essa autoridade. Com isso, ao contrá-rio das demais modalidades da Lei nº 8.666/93, no pregão a homologação é posterior à adjudicação.

• O prazo de validade das propostas é de 60 dias, salvo outro prazo estabelecido no edital.

• No pregão, a homologação ocorre após a adjudicação

5.2 Prazo Mínimo entre a Publicação do Edital e a Apresentação das Propostas

É o início da fase externa do procedimento, quando os interessados tomam ciência do instru-mento convocatório e das condições de participação. É obrigatória a publicação de um aviso contendo o resumo do edital, no mínimo uma vez, no DOU (licitação na Administração Federal ou licitação de obras com recursos federais) ou no DOE (licitação estadual ou municipal) e em jornal de grande circulação.

Lembrando que, no caso da modalidade convite, a publicação não é obrigatória, bastando que a carta-convite seja afixada em local apropriado do órgão ou entidade.

Qualquer modificação no edital exige divulgação da mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido para apresentação das propostas, exceto quan-do, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Os prazos estipulados pela lei são os seguintes – porém, cabe ressaltar que a lei estabelece o prazo mínimo.

• 45 dias para as modalidades de:

a) Concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada inte-gral ou quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.

• 30 dias para as modalidades de:

a) concorrência, nos casos não especificados na letra “b” supracitada;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.

• 15 dias para as modalidades de:

a) tomada de preços, nos casos não especificados na letra “b” supracitada;

b) leilão.

• 5 dias úteis para modalidade de convite.

• 8 dias úteis para a modalidade de pregão, contados a partir da publicação do aviso.

Page 190: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br190

CUIDADO!Apenas as modalidades pregão e convite utilizam a contagem em dias úteis.

6. CONTRATAÇÃO DIRETA:

Como já visto anteriormente, a Constituição Federal estabelece que, como regra, a Adminis-tração Pública Direta e Indireta está sujeita à licitação prévia à realização de um contrato ad-ministrativo. Porém, em seu art. 37, XXI, nota-se que tal imposição não é absoluta, visto que comporta ressalvas previstas na legislação.

Assim, a Lei nº 8.666/93 estabelece situações excepcionais em que a Administração poderá contratar diretamente, sem a necessidade de desencadear todo o processo licitatório. Generi-camente, os casos de contratação direta dividem-se em: dispensa e inexigibilidade de licitação.

Assim, a Lei nº 8.666/93 veio estabelecer esses casos, da seguinte forma:

1. DISPENSA DE LICITAÇÃO:

a) LICITAÇÃO DISPENSADA – art. 17, I e II

b) LICITAÇÃO DISPENSÁVEL – art. 24

2. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO – art. 25

O mais importante, para fins de prova, é saber a diferença básica entre essas hipóteses.

a) INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:

Um dos princípios doutrinários básicos da licitação é a competitividade. É óbvio que, se não houver competição, não há como realizar uma licitação. A inexigibilidade de licitação caracteri-za-se, justamente, por tal fato: inviabilidade jurídica de competição.

A Lei nº 8.666/93, em seu artigo 25, estabelece uma lista exemplificativa de situações em que a licitação será inexigível. São elas:

a) fornecedor exclusivo, vedada a preferência de marca;

b) contratação de serviço técnico profissional especializado, de natureza singular (notória es-pecialização), vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade;

c) contratação de artistas consagrados pela crítica ou pela opinião pública.

Page 191: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 191

Quanto à contratação de serviço técnico profissional especializado, a Lei nº 8.666/93 estabe-lece, em seu artigo 13, quais seriam os serviços assim classificados. Porém, tal contratação só será feita por inexigibilidade de licitação se os serviços forem visualmente diferenciados, de natureza singular (notória especialização), pois a regra é que haja licitação, na modalidade con-curso (Lei nº 8.666/93, art. 13, § 1°).

É importante observar que a lei só exemplificou algumas hipóteses de inexigibilidade de licita-ção, pois, em qualquer hipótese em que esteja caracterizada a impossibilidade de competição, ensejará a inexigibilidade do procedimento licitatório.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser for-necidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali-zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experi-ências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requi-sitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se compro-vado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

b) DISPENSA DE LICITAÇÃO:

Na dispensa de licitação, há duas hipóteses distintas: licitação dispensada e licitação dispensável.

A diferença crucial entre as hipóteses de dispensa de licitação e as de inexigibilidade é que, naquelas, há viabilidade jurídica de competição, porém a Lei autoriza alguns casos em que a Administração está isenta da realização de procedimento licitatório (licitação dispensável) e, em outros, determina que não será feita licitação (licitação dispensada). Já, nos casos de inexigibilidade, como visto, não haverá licitação, por falta de competitividade no mercado.

Page 192: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br192

Inexibilidade de Licitação → Não há viabilidade de competição

Dispensa de Licitação → Há viabilidade de competição

Os casos de licitação dispensável estão previstos no artigo 24, da Lei nº 8.666/93, de forma taxativa (exaustiva). São situações em que a Administração poderá fazer licitação, mas a lei au-torizou (ato discricionário) a não realização de tal procedimento.

Já os casos de licitação dispensada estão previstos no artigo 17, I e II, da Lei nº 8.666/93, de forma taxativa (exaustiva). São situações em que a Administração não irá fazer licitação, porque a Lei determinou (ato vinculado) a não realização de tal procedimento. São situações que en-volvem alienação de bens móveis e imóveis, em casos especiais.

Analisando os casos de licitação dispensável e dispensada previstos na Lei nº 8.666/93, pode-se estabelecer mais uma diferença crucial entre as duas situações. O artigo 24 (licitação dispensá-vel) refere-se a casos de contratação ou aquisição de algum material ou serviço pela Adminis-tração Pública; já os casos previstos no artigo 17 (licitação dispensada) envolvem hipóteses de alienação de bens móveis e imóveis pela Administração Pública.

Dispensável → aquisição/contratação

Dispensada → alienação

Por fim, cabe ressaltar que constitui crime dispensar ou inexigir licitação, fora dos casos previstos em lei, sujeito à pena de três a cinco anos de detenção e multa.

IMPORTANTE: LICITAÇÃO DESERTA X LICITAÇÃO FRACASSADA

DESERTA: Art. 24, V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justi-ficadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas.

Não importa o valor do contrato, basta que não apareçam interessados. Nesta hipótese, se a Administração demonstrar (motivadamente) existir prejuízo na realização de uma nova licitação e desde que sejam mantidas as mesmas condições do instrumento convo-catório, poderá haver contratação direta do fornecedor (licitação dispensável).

Page 193: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 193

FRACASSADA: Art. 48, §3º – quando todos os licitantes forem inabilitados e todas as propostas desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoima-das das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

Nos termos do art. 24, VII, a licitação fracassada poderá configurar um caso de licitação dispensável quando todos os licitantes forem desclassificados com propostas com preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes. Nessa situação, após o prazo de reapresenta-ção das propostas, fixado no art. 48, § 3º, se as novas propostas incorrerem no mesmo problema, poderá haver contratação direta do fornecedor (licitação dispensável).

7. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS:

O art. 15 da Lei nº 8.666/93 coloca que as compra da administração pública devem, sempre que possível, ser processadas pelo sistema de registro de preços, ferramenta que vem sendo amplamente utilizada pelas aquisições de materiais e serviços por parte da Administração.

O Sistema de Registro de Preço (SRP) deve ser utilizado para eventuais aquisições a serem re-alizadas pela Administração ao longo de 12 meses (prazo máximo de validade da Ata), quando não for possível estimar de modo preciso o quantitativo a ser utilizado. Assim, o Decreto Fede-ral nº 3.931/2001, alterado pelo Decreto nº 4.342/2002, estabelece que o SRP deve ser prefe-rencialmente adotado nas seguintes hipóteses:

a) quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações fre-quentes;

b) quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços necessários à Administração para o desempenho de suas atribuições;

c) quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimen-to a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; e

d) quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

A Lei nº 8.666/93 estabelece que o SRP deve ser formalizado mediante procedimento licitatório prévio pela modalidade concorrência, porém a Lei nº 10.520/02 possibilita a utilização do pre-gão para a aquisição de bens e serviços comuns mediante registro de preços.

A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

Page 194: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br194

Por fim, como forma de controle popular, a lei proporciona a qualquer cidadão o direito de impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

8. ALIENAÇÃO DE BENS:

BENS IMÓVEIS

DA ADM. DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL

DE EMPRESA PÚBLICA OU DESOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

Interesse público justificado Interesse público justificado

Avaliação prévia Avaliação prévia

Licitação na modalidade concorrência Licitação na modalidade concorrência

Autorização legislativa Não precisa de autorização legislativa

Bens imóveis de qualquer órgão ou entidade adquiridos por dação em pagamento ou procedi-mento judicial:

• Avaliação prévia;

• Comprovação da necessidade/utilidade da alienação;

• Licitação na modalidade concorrência ou leilão;

• Não precisa de autorização legislativa.

Obs: Na concorrência para venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à compro-vação do recolhimento de quantia correspondente a 5% da avaliação.

Bens móveis de qualquer órgão ou entidade:

• Interesse público justificado;

• Avaliação prévia;

• Licitação;

• Não precisa de autorização legislativa.

9. ANULAÇÃO X REVOGAÇÃO:

O desfazimento do procedimento licitatório poderá ocorrer por meio da anulação ou da revo-gação, sendo assegurado o contraditório e a ampla defesa. Esse poder se relaciona ao princípio da autotutela.

A anulação do procedimento licitatório decorre de alguma ilegalidade que tenha ocorrido em alguma de suas etapas invalidando todo o procedimento nas etapas subsequentes. Inclusive, a lei dispõe que a nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato administrativo.

Page 195: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 195

Nos termos do art. 49, da Lei nº 8.666/93, a autoridade competente para a aprovação do pro-cedimento deve anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de inde-nizar, não exonerando a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este hou-ver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente compro-vados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Já a revogação poderá ocorrer em duas situações:

a) por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprova-do, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, mediante parecer escrito e devida-mente fundamentado.

b) a critério da administração quando o adjucatário convocado para assinar o contrato não comparecer ou recusar-se a fazê-lo. Nessa situação, opcionalmente, a Administração pode-rá convocar os licitantes remanescentes.

Por fim, vale destacar que a anulação do procedimento licitatório poderá ser total ou parcial, já a revogação deve ser total. Outrossim, a anulação poderá ocorrer mesmo depois da assinatura do contrato, já a revogação não poderá mais ocorrer posteriormente à assinatura do instru-mento contratual.

10. RECURSOS ADMINISTRATIVOS:

O art. 109 da Lei nº 8.666/93 apresenta três formas de recursos administrativos aos atos prati-cados durante o procedimento licitatório: o pedido de reconsideração, o recurso e a represen-tação.

a) Recurso:

No prazo de cinco dias úteis, a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:

• habilitação ou inabilitação do licitante;

• julgamento das propostas;

• anulação ou revogação da licitação;

• indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;

• rescisão unilateral do contrato administrativo;

• aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

Obs.: Caso a licitação ocorra pela modalidade convite, o prazo para interposição do recurso será de apenas dois dias úteis.

Quanto aos efeitos do recurso, apenas será suspensivo em relação aos dois primeiros casos (habilitação ou inabilitação do licitante/julgamento das propostas). Nos demais casos, a regra é o efeito meramente devolutivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presen-

Page 196: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br196

tes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de cinco dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.

Cabe pedido de reconsideração, a ser apresentado no prazo de dez dias úteis, contados da intimação de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal que declare empresa inidônea para licitar ou contratar junto à Administração Pública.

Já a representação será utilizada para recorrer de decisões relacionadas com o objeto da licita-ção ou do contrato, contra as quais não caiba recurso hierárquico. O prazo para apresentação da representação será de cinco dias úteis, contados da intimação da decisão, sendo esse prazo reduzido para dois dias úteis, no caso de convite.

Page 197: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 197

Questões CESPE

1. (Cespe – Anatel – Administraçao – 2014)

Licitação é um procedimento administrativo discricionário por meio do qual os entes da administração pública selecionam a melhor proposta entre as oferecidas, visando à ce-lebração de contrato e à obtenção do me-lhor trabalho técnico, artístico ou científico.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – MPOG – Administração – 2015)

Para a instrução apropriada do processo li-citatório, faz-se necessária a caracterização adequada do objeto a ser comprado, assim como a indicação dos recursos orçamentá-rios necessários ao seu pagamento.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – MPOG – Engenheiro – 2015)

É permitida a licitação de uma obra pública com a utilização do projeto básico, poden-do, no interesse da administração, o projeto executivo ser desenvolvido concomitante-mente à execução do empreendimento.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (Cespe – MDIC – Ag. Administrativo – 2015)

As normas que disciplinam as licitações pú-blicas devem ser interpretadas em favor da disputa entre os interessados, desde que não comprometam o princípio da isonomia.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (Cespe – CADE – 2014)

Na administração pública, as contratações com terceiros serão necessariamente pre-cedidas de licitação, ressalvadas as hipóte-ses previstas na Lei nº 8.666/1993.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (Cespe – SUFRAMA – Ag. Administrativo – 2014)

Sendo uma autarquia, a Suframa não é obri-gada a realizar prévio procedimento de lici-tação para contratar o serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

Não há previsão legal para o estabelecimen-to, nos processos licitatórios, de margem de preferência para bens e serviços com tecno-logia desenvolvida no Brasil.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

Dadas as alterações feitas, nos últimos anos, no marco regulatório das licitações públicas, aos requisitos do melhor preço e da maior vantagem para a administração pública somaram-se, também, critérios de sustentabilidade ambiental.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – TER-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Critérios de sustentabilidade ambiental de-vem ser observados no processo licitatório.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 198: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br198

10. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

Cabe privativamente à União legislar acerca de normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as adminis-trações públicas diretas, autárquicas e fun-dacionais da União, dos estados, do DF e dos municípios.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

O projeto básico — conjunto de elementos necessários e suficientes para caracterizar a obra ou serviço objeto da licitação — deve ser elaborado com base nos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica, o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, as condi-ções de avaliação do custo e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo sempre conter orçamento detalhado e global da obra, sob pena de nulidade.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (Cespe – ICMBio – Analista – 2014)

Nos termos da Lei de Licitações e Contratos, o projeto básico deve definir, obrigatoria-mente, os elementos indispensáveis para a execução correta da obra objeto da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (Cespe – FUB – Engenheiro – 2015)

Dentro do contexto da Lei de Licitações, o projeto básico é entendido como o conjunto de elementos necessários suficientes e precisos, de forma a possibilitar a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – Camara Legislativa – Assessor – 2014)

É vedada a indicação da marca dos produtos a serem adquiridos, ainda que se comprove

que a marca escolhida apresenta o menor consumo de energia do mercado.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (Cespe – CGE-PI – Auditor – 2015)

Em uma licitação, é vedada a participação direta ou indireta de servidor da entidade licitante.

( ) Certo   ( ) Errado

16 (Cespe – TCU – Controle Externo – 2015)

São consideradas de grande vulto obras, serviços ou compras cujo valor estimado seja superior a quinze milhões de reais.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – FUB – Administração – 2015)

A licitação poderá ser realizada sem a previsão de recurso financeiro disponível para a respectiva liquidação.

( ) Certo   ( ) Errado

18. (Cespe – SUFRAMA – Ag. Administrativo – 2014)

Encerrada a sessão de julgamento e habili-tação das empresas licitantes, a administra-ção estará obrigada a realizar a contratação, sob pena de indenização à empresa classifi-cada em primeiro lugar.

( ) Certo   ( ) Errado

19. (Cespe – MDIC – Ag. Administrativo – 2014)

Na aquisição pública de materiais mediante processo licitatório, o princípio da vincula-ção ao instrumento convocatório poderá, excepcionalmente, ser descumprido para se obter maior celeridade no recebimento dos materiais.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 199: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 199

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

20. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

Em razão do princípio da eficiência, é pos-sível, mediante licitação, a contratação de empresa que não tenha apresentado toda a documentação de habilitação exigida, desde que a proposta seja a mais vantajosa para a administração.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

A utilização da licitação pública para a aquisição de produtos e serviços atende ao princípio da isonomia para a contratação, assegurando igualdade de condições aos interessados em fornecer ao Estado.

( ) Certo   ( ) Errado

22. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se ele desistir expressamente do con-trato ou não o firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Consoante o princípio da indisponibilidade do interesse público, as empresas estatais, embora regidas pelo direito privado, devem submeter-se ao processo licitatório, uma vez que administram recursos total ou parcialmente públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Constitui atentado ao princípio da igualda-de entre os licitantes o estabelecimento, no edital ou no convite, de requisitos mínimos para participação no processo de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Dado que, conforme previsto na Lei nº 8.666/1993, a promoção do desenvolvimen-to nacional sustentável é um dos objetivos da licitação pública no Brasil, é possível in-centivar a preservação do meio ambiente no procedimento licitatório.

( ) Certo   ( ) Errado

26 (Cespe – Antaq – Agente Administrativo – 2014)

A principal finalidade da licitação é criar um ambiente isonômico, com base em padrões previamente definidos, de modo que haja as mesmas condições entre os participantes que desejarem estabelecer contrato com o setor público.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – Antaq – Técnico Administrativo – 2014)

Em atendimento ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o edital, caracte-rizado como a lei interna da licitação, vincula tanto a administração quanto os licitantes.

( ) Certo   ( ) Errado

28 (Cespe – Câmara Federal – Consultor – 2014)

A Diretoria Administrativa da Câmara dos Deputados, com o intuito de fomentar a utilização de bens ecologicamente susten-táveis, inseriu, em edital de licitação de compra de aparelhos elétricos diversos, a exigência de que somente seriam aceitos produtos com consumo de energia limitado a determinado nível.

Considerando a situação hipotética acima, julgue o item subsequente, com base na Lei nº 8.666/1993.

Page 200: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br200

O edital de licitação é passível de anulação, visto que a exigência feita restringe a isono-mia e a competitividade do certame.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – TCU – Técnico – 2015)

Dado o princípio da adjudicação compul-sória, a administração não pode, concluída a licitação, atribuir o objeto desse procedi-mento a outrem que não o vencedor.

( ) Certo   ( ) Errado

30 (Cespe – TCU – Auditor – 2015)

Dado o princípio da isonomia, é vedado atri-buir preferências para bens e serviços pro-duzidos e prestados no Brasil, ou por em-presas brasileiras, mesmo que se trate de critério de desempate em procedimentos li-citatórios, situação que deverá ser resolvida por sorteio.

( ) Certo   ( ) Errado

31 (Cespe – FUB – Administrador – 2015)

Se, em determinado processo licitatório, houver empate e igualdade de condições entre concorrentes, deverá ser dada prefe-rência à concorrente que produzir bens e serviços no Brasil em detrimento da empre-sa que o fizer em país estrangeiro.

( ) Certo   ( ) Errado

32 (Cespe – FUB – Administrador – 2015)

No âmbito das licitações públicas, é permi-tido os editais estabelecerem normas que restrinjam a participação de concorrentes, de modo que se consiga a contratação de empresa específica.

( ) Certo   ( ) Errado

33. (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)

Cabe à administração pública federal, visan-do promover o desenvolvimento nacional sustentável, observar, nas contratações re-alizadas, o menor impacto sobre recursos naturais e utilizar inovações que reduzam a pressão sobre esses recursos.

( ) Certo   ( ) Errado

34 (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)

A impessoalidade é princípio que norteia a administração e está intimamente afeta às licitações públicas.

( ) Certo   ( ) Errado

35 (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)

Embora vise garantir a observância do prin-cípio constitucional da isonomia, o processo licitatório poderá, excepcionalmente, priori-zar a proposta que promova em maior grau o desenvolvimento sustentável, em detri-mento da proposta mais vantajosa.

( ) Certo   ( ) Errado

36 (Cespe – ICMBio-Ag. Administrativo – 2014)

Segundo o disposto na Lei de Licitações e Contratos, a modalidade de licitação, no caso de obras e serviços de engenharia com custos entre R$ 15.000,00 e R$ 150.000,00, será o convite.

( ) Certo   ( ) Errado

37 (Cespe – CADE – Analista – 2014)

De acordo com a legislação vigente, as mo-dalidades de licitação são a concorrência, a tomada de preços, o concurso, o convite, o leilão e o pregão. Em uma licitação, é per-mitido combinar duas ou mais formas de li-citação.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 201: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 201

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

38. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

É recomendável que o administrador públi-co fracione ou desmembre obra, compra ou serviço, para o devido enquadramento do valor dentro dos limites de dispensa previs-tos nessa lei.

( ) Certo   ( ) Errado

39. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Ao Poder Legislativo estadual é permitida a criação de novas modalidades de licitação, conforme as peculiaridades locais existen-tes.

( ) Certo   ( ) Errado

40. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – 2014)

A Lei de Licitações instituiu como modalida-des de licitação a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão, ten-do vedado a criação de outras modalidades ou a combinação das existentes, embora o pregão tenha sido legalmente instituído, mais tarde, como nova modalidade de lici-tação.

( ) Certo   ( ) Errado

41. (Cespe – TER-GO – Técnico Judiciário – 2015)

O valor estimado da contratação é determi-nante na escolha da modalidade licitatória a ser adotada: concorrência pública, tomada de preços, convite ou pregão.

( ) Certo   ( ) Errado

42. (Cespe – DEPEN – 2015)

Os prazos de antecedência para divulgação do instrumento convocatório, previstos na Lei de Licitações e Contratos, qualquer que seja a modalidade escolhida pelo gestor

público, são contados em dias corridos, e variam apenas com relação ao número mí-nimo de dias, conforme o tipo de licitação adotado.

( ) Certo   ( ) Errado

43 (Cespe – MPOG – 2015)

Situação hipotética: Determinado órgão público está em processo de mudança para novas instalações, o que justificou o início de processo licitatório para contratação de empresa especializada em mudança. O ser-vidor responsável pelo processo julgou ser a forma de licitar mais adequada, nesse caso, a combinação entre as modalidades concor-rência e tomada de preços. Por isso, foi deci-dido realizar um pregão com a combinação de ambas as modalidades. Assertiva: Nessa situação, é correto afirmar que o processo li-citatório adotado foi adequado para o caso.

( ) Certo   ( ) Errado

44. (Cespe – MDIC – Analista – 2014)

Caso a administração pública convoque, por meio de convite, dez empresas do mesmo ramo do objeto a ser licitado para contra-tação de determinado serviço, e, por desin-teresse de alguns convidados, apenas uma empresa apresente proposta, a administra-ção poderá prosseguir com o certame, des-de que justifique devidamente o fato e as circunstâncias especiais.

( ) Certo   ( ) Errado

45. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

Concorrência é a modalidade de licitação recomendada para compras que importem valores elevados.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 202: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br202

46. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Para licitações de obras e serviços de enge-nharia, a tomada de preços poderá ser utili-zada até o limite de R$ 1,5 milhão.

( ) Certo   ( ) Errado

47. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – 2014)

Nos casos em que couber licitação na moda-lidade convite, será facultado à administra-ção utilizar a tomada de preços e, em qual-quer caso, a concorrência.

( ) Certo   ( ) Errado

48. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Na modalidade convite, empresas que não tenham sido convidadas pela administração não poderão participar da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

49. (Cespe – FUB – Administração – 2015)

Cinco dias úteis são estabelecidos legalmen-te como o prazo mínimo para o recebimento de propostas para a licitação na modalidade convite.

( ) Certo   ( ) Errado

50 (Cespe – FUB – Administração – 2015)

A concorrência pública é a modalidade de li-citação que deve ser utilizada para a venda de bens móveis inservíveis para a adminis-tração ou de produtos legalmente apreendi-dos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis.

( ) Certo   ( ) Errado

51. (Cespe – FUB – Administração – 2015)

Para participar de uma tomada de preços, a empresa deverá estar cadastrada junto ao órgão ou atender às condições exigidas para o cadastramento.

( ) Certo   ( ) Errado

52. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

Na modalidade concurso, só é possível con-tratar trabalhos artísticos que serão pagos por meio de prêmios, pois, nessa modali-dade, não se permite a remuneração direta aos vencedores.

( ) Certo   ( ) Errado

53. (Cespe – CADE – Ag. Administrativo – 2014)

Considere que, em operação da polícia fe-deral, tenha sido apreendida grande quan-tidade de veículos introduzidos ilegalmente no território brasileiro. Nesse caso, a admi-nistração poderá realizar leilão para a venda desses veículos.

( ) Certo   ( ) Errado

54. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015)

Leilão é a modalidade de licitação entre in-teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigi-das para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propos-tas, observada a necessária qualificação.

( ) Certo   ( ) Errado

55. (Cespe – MPU – Técnico – 2015)

Se a administração pública pretender ven-der bens móveis inservíveis, ela deverá fazê--lo mediante leilão a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avalia-ção dos bens em questão.

( ) Certo   ( ) Errado

56. (Cespe – Suframa – Administrador – 2014)

Caso, em razão de fortes chuvas em deter-minado município, uma represa se rompa e ocasione alagamento em alguns bairros, e, em razão desse fato, o governo local decrete

Page 203: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 203

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

estado de calamidade pública, poderá o mu-nicípio valer-se da inexigibilidade de licita-ção para realizar obras de reparo da represa e evitar novos alagamentos.

( ) Certo   ( ) Errado

57. (Cespe – Suframa – Administrador – 2014)

Se determinado município, para realizar fes-tividade em razão do aniversário da cidade, decidir pela contratação de bandas com-postas por renomados artistas nacionais, a contratação desses artistas poderá dar-se mediante inexigibilidade de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

58. (Cespe – MDIC – 2014)

Caso pretenda comprar um medicamento produzido por apenas uma indústria farma-cêutica, utilizado para tratar doença tropical típica em algumas regiões brasileiras, o res-ponsável pelo setor de compras de um hos-pital público deverá considerar inexigível a licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

59. (Cespe – MTE – Contador – 2014)

Caso o MTE pretenda celebrar contrato de prestação de serviços com organização so-cial devidamente qualificada para atividade contemplada no contrato de gestão, a licita-ção será dispensável.

( ) Certo   ( ) Errado

60. (Cespe – MTE – Ag. Administrativo – 2014)

Se a administração necessita adquirir equi-pamentos que só podem ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comer-cial exclusivo, a licitação é dispensada, pois cabe ao poder público ajuizar a conveniên-cia e oportunidade da dispensa.

( ) Certo   ( ) Errado

61. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

Ausência de mercado concorrencial e im-possibilidade de julgamento objetivo carac-terizam inviabilidade de competição, casos em que ocorre a inexigibilidade de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

62. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)

A contratação de assessorias técnicas não admite inexigibilidade de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

63. (Cespe – CADE – 2014)

A dispensa da licitação ocorre quando há in-viabilidade de competição, isto é, inexigibili-dade de licitar.

( ) Certo   ( ) Errado

64. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

Considere que determinado órgão da ad-ministração pública pretenda adquirir equi-pamentos de informática no valor de R$ 5.000,00. Nesse caso, o referido órgão tem a opção discricionária de realizar licitação ou proceder à aquisição direta mediante dis-pensa de licitação, em razão do baixo valor dos equipamentos.

( ) Certo   ( ) Errado

65. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

Considere que determinada pessoa jurídica de direito privado que administra um porto brasileiro pretenda contratar o único escri-tório de advocacia especializado em direito portuário no Brasil para promover ações ju-diciais acerca dessa matéria. Nessa situação, é dispensável a licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 204: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br204

66. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

A dispensa de licitação é prevista em caso de inviabilidade de competição, situação que permite à administração adjudicar dire-tamente o objeto do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

67. (Cespe – Anatel – Analista – 2014)

É inexigível a licitação para a contratação de profissional de qualquer setor artístico, dire-tamente ou por intermédio de empresário exclusivo, desde que o referido profissional seja consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

( ) Certo   ( ) Errado

68. (Cespe – MPU – Técnico – 2015)

A contratação de serviços técnicos, de natu-reza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, insere-se entre as hipóteses de licitação dispensável.

( ) Certo   ( ) Errado

69. (Cespe – FUB – Engenheiro – 2015)

As situações de emergência ou de calami-dade pública justificam a inexigibilidade da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

70. (Cespe – TCU – Técnico – 2015)

Será dispensável a licitação caso haja invia-bilidade de competição.

( ) Certo   ( ) Errado

71. (Cespe – TCU – Técnico – 2015)

É inexigível a licitação em caso de guerra ou de grave perturbação da ordem.

( ) Certo   ( ) Errado

72. (Cespe – FUB – Administrador – 2015)

Em casos de situação de emergência ou de ca-lamidade pública, poderá haver contratação direta, com dispensa de licitação, tendo o con-trato decorrente prazo máximo de duração de cento e oitenta dias, vedada a sua prorrogação.

( ) Certo   ( ) Errado

73. (Cespe – STJ – Analista – 2015)

As hipóteses de dispensa de licitação estão previstas em rol exemplificativo, cabendo ao agente público justificar a necessidade de contratação direta.

( ) Certo   ( ) Errado

74. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – 2014)

A relação das hipóteses de inexigibilidade elencada na Lei de Licitações não é exausti-va. Assim, poderá haver outras hipóteses de inviabilidade de competição, que não este-jam arroladas nos dispositivos da referida lei e possam configurar a inexigibilidade.

( ) Certo   ( ) Errado

75. (Cespe – CBM-CE – 2014)

Caso a administração pública pretenda con-tratar serviços de publicidade e divulgação que se caracterizem como de natureza sin-gular e cuja execução requeira profissionais ou empresas de notória especialização, ela poderá fazê-lo diretamente, configurando uma situação de licitação inexigível.

( ) Certo   ( ) Errado

76. (Cespe – ENAP – Técnico – 2015)

Se um órgão público tiver de adquirir ma-terial que só possa ser fornecido por repre-sentante comercial exclusivo, a licitação será inexigível e a administração ficará dispensa-da de justificar os preços praticados.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 205: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 205

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

77. (Cespe – CADE – 2014)

Será dispensada da apresentação da docu-mentação exigida no ato convocatório de licitação a empresa participante já inscrita no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF).

( ) Certo   ( ) Errado

78. (Cespe – Anatel – Técnico – 2014)

Não ofende o princípio da igualdade ou da ampla competitividade a cláusula editalícia que exija, em licitação destinada à contrata-ção de serviço, para fins de qualificação téc-nica, comprovada experiência.

( ) Certo   ( ) Errado

79. (Cespe – MPOG – 2015)

A realização de audiência pública concedi-da pela autoridade responsável é exigência obrigatória nos casos em que a modalidade de licitação adotada for a concorrência.

( ) Certo   ( ) Errado

80. (Cespe – Anatel – Administração – 2014)

Dada a sua excepcionalidade, a licitação do tipo técnica e preço somente é admiti-da para serviços de natureza predominan-temente intelectual, serviços de grande complexidade ou inovação tecnológica, ou serviços que possam ser executados com diferentes metodologias, tecnologias, aloca-ção de recursos humanos e materiais.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. C 5. C 6. E 7. E 8. C 9. C 10. C 11. C 12. C 13. C 14. E 15. C 16. C 17. C  18. E 19. E 20. E 21. C 22. C 23. C 24. E 25. C 26. C 27. C 28. E 29. C 30. E 31. C 32. E 33. C 34. C  35. C 36. E 37. E 38. E 39. E 40. C 41. E 42. E 43. E 44. C 45. C 46. C 47. C 48. E 49. C 50. E 51. C  52. E 53. C 54. E 55. C 56. E 57. C 58. C 59. C 60. E 61. C 62. E 63. E 64. C 65. E 66. E 67. C 68. E  69. E 70. E 71. E 72. C 73. E 74. C 75. E 76. E 77. C 78. C 79. E 80. C

Page 206: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 207: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 207

Questões FCC

1. (FCC – TRT-3 – Analista Judiciario – 2016)

A escolha da modalidade licitatória a ser utilizada pela Administração pública é prer-rogativa da autoridade competente para a contratação, decisão que

a) pode ser discricionária, baseada nas op-ções constantes da legislação, tal como o leilão ou o pregão para a alienação de bens inservíveis.

b) é invariavelmente vinculada, tendo em vista que o cabimento de cada modali-dade de licitação está expressamente arrolado na legislação vigente para as hipóteses de contratação pretendidas.

c) pode ser discricionária, cabendo ao ad-ministrador fundamentar e justificar a escolha feita, tal como na escolha da modalidade leilão para a alienação de bens imóveis adquiridos por meio de adjudicação em execuções fiscais.

d) pode ser vinculada, quando a lei des-crever a modalidade cabível para uma hipótese, como no caso das contrata-ções de bens e serviços de natureza co-mum, que deve ser realizada por meio de pregão.

e) é discricionária, posto que cabe ao ad-ministrador justificar a escolha da mo-dalidade de licitação a ser escolhida visando ao resultado pretendido, com base em critérios de conveniência e oportunidade, como no caso da aliena-ção onerosa de imóveis, que pode ser realizada por meio de leilão ou concor-rência.

2. (FCC – TRF-3 – Analista Administrativo – 2016)

O princípio que obriga a Administração pú-blica à prévia licitação para contratação dos diversos bens e serviços de seu interesse

convive com situações em que o certame se mostra dispensável ou inexigível. As hipó-tese são várias, algumas que a lei escolheu excluir da obrigatoriedade de serem licita-das, outras cuja realização do certame não se mostra possível ou adequada.

Diante de um cenário em que a Adminis-tração pública precise firmar contrato para prestação de serviço de atendimento da população para orientação inicial e enca-minhamento aos setores adequados de co-nhecido complexo que concentra vários ser-viços públicos em um mesmo local, é

a) possível declarar inexigibilidade de lici-tação para contratação de associação sem fins lucrativos que congregue por-tadores de deficiência física e pessoas com reconhecida hipossuficiência fi-nanceira, como forma de execução de política social.

b) permitido dispensar a licitação para contratar associação sem fins lucrati-vos, de pessoas portadoras de defici-ência física, tendo em vista que as ativi-dades necessárias à Administração são condizentes com as limitações físicas dos associados, o que não afasta a ne-cessidade do valor ser compatível com o praticado no mercado.

c) necessário realizar licitação, tendo em vista que se trata de contratação de mão de obra, para cuja finalidade ine-xiste previsão legal de dispensa ou ine-xigibilidade de certame.

d) dispensada a licitação para contratação de associações sem fins lucrativos, bas-tando à Administração pública compro-var essa condição e a respectiva decla-ração de utilidade pública emitida pelo ente da mesma esfera do potencial con-tratante.

Page 208: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br208

e) inexigível a licitação para os casos em que o contratado seja pessoa jurídica sem fins lucrativos e desde que o valor da contratação seja compatível com o praticado no mercado.

3. (FCC – TRF-3 – Analista Judiciário – 2016)

Considere:

I – No âmbito do Ministério da Defesa, a função de pregoeiro deve ser desempenha-da por militar, sob pena de ser decretada a nulidade do certame.

II – A Lei Geral de Licitações aplica-se ape-nas subsidiariamente ao pregão.

III – As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito dos Estados, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços, deverão obrigatoriamente ado-tar a modalidade pregão.

Nos termos da Lei nº 10.520/2002, está cor-reto o que consta em

a) II, apenas. b) I, II e III. c) I e II, apenas. d) III, apenas. e) I e III, apenas.

4. (FCC – TRF-3 – Analista Judiciário – 2016)

Em uma licitação para bens e serviços ocor-reu empate entre as propostas. Considere:

I – Produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdên-cia Social e que atendam às regras de aces-sibilidade previstas na legislação.

II – Produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

III – Produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvi-mento de tecnologia no País.

IV – Produzidos no País.

Nos termos da Lei nº 8.666/1993, em con-dições de igualdade, como critério de de-sempate, será assegurada preferência pela ordem, sucessivamente, aos itens

a) I, II, III e IV. b) IV, I, II e III. c) IV, II, III e I. d) II, IV, I e III. e) II, IV, III e I.

5. (FCC – TRF-3 – Técnico Judiciário – 2016)

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região pretende realizar licitação do tipo “técnica e preço”, para a construção de novo edifício, sendo o valor da contratação estimado em R$ 1.550.000,00 (um milhão, quinhentos e cinquenta mil reais). Nos termos da Lei nº 8.666/1993 e considerando a modalidade apropriada de licitação no caso narrado, o prazo mínimo entre a publicação do edital e o recebimento das propostas será de:

a) 45 diasb) 30 diasc) 15 dias. d) 60 dias. e) 25 dias.

6. (FCC – TRF-3 – Analista Judiciário – 2016)

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região pretende contratar empresa para a constru-ção de obra de engenharia. Trata-se especi-ficamente da reforma das instalações de es-paço físico dentro do próprio Tribunal que, no futuro, será destinado a um restaurante, sendo o valor da contratação estimado em dez mil reais. Nesse caso, conforme precei-tua a Lei nº 8.666/1993, a licitação é

a) obrigatória na modalidade pregãob) inexigível. c) obrigatória na modalidade concurso. d) obrigatória na modalidade convite. e) dispensável.

Page 209: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 209

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

7. (FCC – TRT-14 – Técnico Judiciário – 2016)

Em razão do caos da limpeza pública em de-terminado Município do Acre, que afetou, inclusive, a situação ambiental da Cidade, a Prefeitura dispensou o procedimento li-citatório, justificando tratar-se de situação emergencial. Assim, efetivou a contratação direta e imediata de empresa para a pres-tação dos serviços de limpeza. Nesse caso, os serviços deverão ser concluídos em prazo máximo, contado, em dias consecutivos e ininterruptos, da ocorrência da emergência, sendo vedada a prorrogação do respectivo contrato. Nos termos da Lei nº 8.666/1993, o prazo a que se refere o enunciado é de

a) 210 dias.b) 120 dias.c) 90 dias.d) 60 dias.e) 180 dias.

8. (FCC – TRT-14 – Oficial de Justiça – 2016)

A empresa WX, vencedora de licitação pro-movida pela União Federal, foi convocada para assinar o respectivo contrato adminis-trativo. No curso do prazo de convocação para a assinatura do contrato, a mencionada empresa solicitou prorrogação do prazo, jus-tificando a impossibilidade de assinar o con-trato dentro do lapso temporal inicialmente previsto. Nos termos da Lei nª 8.666/1993, o prazo de convocação para a assinatura do contrato

a) não admite qualquer tipo de prorroga-ção.

b) poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e des-de que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

c) admite prorrogação automática uma única vez, que, portanto, independe de justificativa, bastando a solicitação da empresa contratante.

d) poderá ser prorrogado uma vez, por pe-ríodo igual ou superior, quando solicita-

do pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

e) poderá ser prorrogado duas vezes, por período igual ou inferior, desde que so-licitado pela parte durante seu transcur-so e haja motivo justificado aceito pela Administração.

9. (FCC – TRT-14 – Analista Judiciário – 2016)

Nos termos da Lei nº 10.520/2002, a equipe de apoio do pregão deverá ser integrada

a) em sua maioria por servidores ocupan-tes de cargo efetivo ou emprego da Ad-ministração, obrigatoriamente perten-centes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

b) apenas por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Adminis-tração, pertencentes ao quadro perma-nente do órgão ou entidade promotora do evento.

c) em sua maioria por servidores ocupan-tes de cargo efetivo ou emprego da Ad-ministração, preferencialmente perten-centes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

d) apenas por servidores ocupantes de cargo em comissão, obrigatoriamente pertencentes ao quadro do órgão ou entidade promotora do evento.

e) apenas por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Adminis-tração, não se exigindo que sejam do quadro do órgão ou entidade promoto-ra do evento.

10. (FCC – TRT-23 – Analista Judiciário – 2016)

De acordo com a ordem estabelecida pelo § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/1993, em igual-dade de condições, como critério de desem-pate, é assegurada preferência aos bens e serviços produzidos

a) por empresas estrangeiras que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia do País.

Page 210: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br210

b) ou prestados por empresas que com-provem o cumprimento de reserva de cargos legal para pessoa com deficiên-cia.

c) ou prestados por empresas que possu-am, no mínimo, 30% do capital estran-geiro.

d) ou prestados por empresas brasileiras que invistam em pesquisa e no desen-volvimento de tecnologia no País ou no exterior.

e) no País, ou seja dentro do território na-cional brasileiro.

11. (FCC – TRT-23 – Analista Judiciário – 2016)

No tocante à licitação, considere:

I – A licitação não será sigilosa, sendo pú-blicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

II – A margem de preferência pré-estabele-cida não poderá ser estendida, total ou par-cialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul − Mercosul.

III – Os editais de licitação para a contrata-ção de bens, serviços e obras não poderão exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da Admi-nistração pública medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não.

De acordo com a Lei nº 8.666/1993 está cor-reto o que consta APENAS em

a) II.b) I e II.c) II e III.d) I e III.e) I.

12. (FCC – TRT-23 – Analista Judiciário – 2016)

No curso do pregão, o autor da oferta de va-lor mais baixo e os das ofertas com preços até dez por cento superiores àquela pode-rão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor. Nos termos da Lei nº 10.520/2002, NÃO havendo pelo menos

a) cinco ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, de-vendo os preços, obrigatoriamente, cir-cundarem em torno de limite máximo fixado pelo pregoeiro.

b) duas ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de cinco, ofere-cer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços ofereci-dos.

c) três ofertas nas condições narradas po-derão os autores das melhores propos-tas, até o máximo de cinco, oferecer novos lances verbais e sucessivos, de-vendo os preços, obrigatoriamente, cir-cundarem em torno de limite máximo fixado pelo pregoeiro.

d) duas ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de três, ofere-cer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços ofereci-dos.

e) três ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de três, ofere-cer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços ofereci-dos.

Page 211: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 211

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

13. (FCC – TRT-23 – Técnico Judiciário – 2016)

Considere três licitações na modalidade convite: (i) No primeiro convite, o interessa-do cadastrado na correspondente especiali-dade manifestou interesse em participar do certame 36 horas antes da apresentação das propostas. (ii) O segundo convite, em virtu-de de limitações do mercado devidamente justificadas no processo, foi realizado com apenas dois interessados do ramo pertinen-te a seu objeto, cadastrados, escolhidos e convidados pela respectiva unidade admi-nistrativa. (iii) O terceiro convite foi realiza-do com apenas três interessados do ramo pertinente a seu objeto, não cadastrados, escolhidos e convidados pela respectiva uni-dade administrativa. A propósito dos fatos narrados e nos termos da Lei nº 8.666/1993, está

a) correto apenas o que ocorreu no pri-meiro convite.

b) correto o que ocorreu em todos os con-vites.

c) correto apenas o que ocorreu no pri-meiro e no terceiro convites.

d) correto apenas o que ocorreu no segun-do convite.

e) incorreto o que ocorreu em todos os convites.

14. (FCC – TRT-23 – Oficial de Justiça – 2016)

De acordo com a ordem estabelecida pelo § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/1993, em igual-dade de condições, como critério de desem-pate, é assegurada preferência aos bens e serviços produzidos

a) ou prestados por empresas que possu-am, no mínimo, 30% do capital estran-geiro.

b) ou prestados por empresas brasileiras que invistam em pesquisa e no desen-volvimento de tecnologia no País ou no exterior.

c) no País, ou seja dentro do território na-cional brasileiro.

d) por empresas estrangeiras que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia do País.

e) ou prestados por empresas que com-provem o cumprimento de reserva de cargos legal para pessoa com deficiên-cia.

15. (FCC – TRT-23 – Analista Judiciário – 2016)

A Lei nº 10.520/02 estabelece que

a) o pregão é destinado à aquisição de bens e serviços de natureza intelectual.

b) a definição do objeto do pregão é ato realizado na fase externa do pregão.

c) no pregão é vedada a exigência de ga-rantia de proposta.

d) a equipe de apoio no pregão deverá ser totalmente formada por servidores ocu-pantes de cargos efetivos.

e) o pregão é incompatível com o sistema de registro de preços.

16. (FCC – DPE-RR – Administrador – 2015)

As contratações de obras, serviços, compras e alienações levadas a efeito pela Adminis-tração pública, conforme determina a Cons-tituição Federal, devem, como regra, ser precedidas de processo de licitação pública. Nos termos do que estabelece a Lei Geral de Licitações, o procedimento licitatório desti-na-se a garantir a:

a) melhor contratação para a Administra-ção, considerada aquela de menor pre-ço, independentemente da observância do princípio constitucional da isonomia, isso em razão da positivação dos princí-pios da eficiência e da economicidade.

b) melhor contratação para a Administra-ção, considerada aquela de menor custo e melhor técnica, independentemente da observância do princípio constitucio-nal da isonomia, isso em razão da positi-vação do princípio da promoção do de-senvolvimento nacional sustentável.

c) seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e a promoção do

Page 212: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br212

desenvolvimento nacional sustentável, com a observância do princípio cons-titucional da isonomia, devendo, ain-da, ser processada e julgada em estrita conformidade com os princípios consti-tucionais básicos regedores do agir ad-ministrativo e com os princípios da vin-culação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo.

d) seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, o que pode implicar a não observância do princípio constitucional da isonomia, bem como a desobrigação de seu pro-cessamento em conformidade com os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo.

e) melhor contratação para a Administra-ção, considerada aquela de menor pre-ço, independentemente da qualidade dos produtos e serviços, isso em razão do princípio que veda a preferência de marcas.

17. (FCC – DPE-RR – Administrador – 2015)

A Lei nº 8.666/1993 consagra a possibilida-de de autotutela dos atos administrativos. A análise sistemática das disposições normati-vas que disciplinam os institutos da revoga-ção e da anulação do procedimento licitató-rio autoriza a conclusão segundo a qual

a) é vedado o desfazimento do procedi-mento licitatório após a publicação do edital, por razões de interesse público, sendo possível, tão somente, à Adminis-tração, a anulação do certame por moti-vo de ilegalidade.

b) o desfazimento do procedimento licita-tório, pautado em razões de conveniên-cia e oportunidade ou por ilegalidade, prescinde de procedimentalização e da garantia do contraditório e da ampla de-fesa.

c) a anulação do procedimento licitatório por motivo de legalidade gera obrigação de indenizar, mesmo que o vício seja im-

putável ao licitante, o que não se aplica às hipóteses de revogação, onde não há o dever de indenizar.

d) à Administração é possibilitado revogar a licitação, desde que estejam presentes razões de interesse público decorren-tes de comprovado fato superveniente, pertinente e suficiente para justificar a medida, podendo o certame ser anula-do por vício de legalidade.

e) a revogação somente é viável antes da homologação do certame, porque não supõe vício, mas mero juízo de conve-niência e oportunidade, sendo viável, após a homologação, tão somente o desfazimento do certame por razão de legalidade.

18. (FCC – DPE-RR – Administrador – 2015)

A Administração pública, para atender ne-cessidade específica de museu administra-do pela Secretaria da Cultura, precisa con-tratar determinado pintor modernista, de renome, consagrado pela crítica especiali-zada e também pela opinião pública, para execução de painel que passará a compor o acervo do respectivo equipamento público. Considerando os princípios que disciplinam o agir administrativo e o disposto na Lei nº 8.666/1993, para a referida contratação, a Administração

a) deverá realizar previamente procedi-mento licitatório, na modalidade con-corrência, sendo obrigatório que da comissão de licitação participe crítico de arte, considerando que o critério de adjudicação necessariamente será o de melhor técnica.

b) poderá contratar o profissional dire-tamente ou por meio de empresário exclusivo, sem a necessidade de reali-zar prévia licitação, por se tratar de hi-pótese de inexigibilidade de licitação, admitida por lei, devendo, no entanto, necessariamente, justificar a situação à autoridade superior para ratificação no prazo de 3 dias.

Page 213: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 213

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

c) deverá realizar procedimento licitatório, na modalidade concurso, sendo obriga-tório que da comissão de licitação parti-cipe crítico de arte, considerando que o critério de adjudicação necessariamen-te será o de melhor conteúdo artístico, para que seja selecionada a melhor pro-posta para a futura execução.

d) poderá contratar o profissional direta-mente ou por meio de empresário exclu-sivo, sem a necessidade de realizar pré-via licitação, por se tratar de hipótese de dispensa de licitação, admitida por lei.

e) poderá contratar o profissional direta-mente ou por meio de empresário ex-clusivo, sem a necessidade de realizar prévia licitação, por se tratar de hipó-tese de inexigibilidade de licitação, ad-mitida por lei, não havendo necessida-de de justificar a situação à autoridade superior, por se tratar de juízo de con-veniência e oportunidade, não sujeito a controle interno, fundamentado na hie-rarquia.

19. (FCC – TCE-SP – Auxiliar de Fiscalização – 2015)

Considere os seguintes serviços:

I – Treinamento e aperfeiçoamento de pes-soal.

II – Auditorias financeiras ou tributárias.

III – Estudos técnicos, planejamentos e pro-jetos básicos ou executivos.

IV – Restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Nos termos da Lei nº 8.666/93, é inexigível a licitação, quando houver inviabilidade de competição, em especial, para a contrata-ção de serviços técnicos, de natureza singu-lar, com profissionais ou empresas de notó-ria especialização, constantes em

a) I, II e III, apenas.b) II e IV, apenas.c) I e II, apenas.d) III e IV, apenas.e) I, II, III e IV.

20. (FCC – TCE-SP – Auxiliar de Fiscalização – 2015)

O Estado de São Paulo publicou edital para a realização de certame na modalidade con-corrência. Joaquim é cidadão e está acom-panhando o mencionado certame. Nos termos da Lei nº 8.666/93, caso Joaquim constate irregularidade na aplicação da re-ferida Lei,

a) poderá impugnar o edital até vinte e quarto horas antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação.

b) não poderá impugnar o edital, pois ape-nas as empresas licitantes podem assim o fazer.

c) poderá impugnar o edital até cinco dias úteis antes da data fixada para a abertu-ra dos envelopes de habilitação.

d) poderá impugnar o edital obrigatoria-mente dois dias após a publicação do edital.

e) poderá impugnar o edital até dois dias úteis antes da data fixada para a abertu-ra dos envelopes de habilitação.

Gabarito: 1. C 2. B 3. A 4. C 5. A 6. E 7. E 8. B 9. C 10. E 11. E 12. E 13. B 14. C 15. C 16. C  17. D 18. B 19. E 20. C

Page 214: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br214

TÓPICO 8

Contratos Administrativos

1. DEFINIÇÃO GERAL DE CONTRATO:

Segundo a definição de Maria Helena Diniz, contrato é “o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial”.

Para os fins da Lei nº 8.666/93, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

2. CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO X CONTRATOS ADMINISTRATIVOS PRO-PRIAMENTE DITOS:

A Lei nº 8.666/93 define contrato administrativo como “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação uti-lizada”.

Apesar de tal definição legal, a doutrina majoritária divide os contratos assinados pela Administra-ção Pública em: Contratos da Administração e Contratos Administrativos Propriamente Ditos.

Na verdade, tal distinção é baseada na presença ou não da Administração Pública com prerro-gativas especiais, ou seja, privilégios especiais que não estão presentes em um contrato regido pelo Direito Civil (Direito Privado).

Segundo a doutrina majoritária, os Contratos da Administração são aqueles regidos predo-minantemente pelo Direito Privado, em que a Administração Pública atua, em princípio, em condições de igualdade com o particular (relação de horizontalidade). Nos contratos típicos do Direito Privado (Direito Civil), existe um equilíbrio na relação jurídica entre as partes.

Já nos contratos administrativos propriamente ditos, há um desequilíbrio na relação jurídica, visto que o Estado possui prerrogativas especiais denominadas, de forma genérica, de cláusu-las exorbitantes. Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “em tais contratos, a Administração age como poder público, com todo o seu poder de império sobre o particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da verticalidade”.

Page 215: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 215

O importante é reparar que a distinção entre os termos não é a presença do Estado como uma das partes no contrato. Tanto nos contratos da administração, como nos contratos administrativos propriamente ditos, o Estado estará sempre presente.

Atualmente, tal distinção é de pouca utilidade, pois o art. 62, §3º., da Lei nº 8.666/93, afirma:

“Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61, desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por normas de direito privado;

II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público”.

Os contratos citados são regidos pelo direito privado, mas seguem um regime híbrido, ou seja, mesclam regras do Direito Privado com regras do Direito Público, pois os art.s 55 e 58 a 61, cita-dos acima, referem-se a algumas cláusulas exorbitantes.

Assim, com a redação do art. 62, §3º., da Lei 8.666/93, a distinção doutrinária entre contratos administrativos propriamente ditos e contratos da Administração fica atenuada, visto que os dois passaram a ter a possibilidade de possuir cláusulas exorbitantes.

A expressão contratos administrativos fará referência aos contratos administrativos propria-mente ditos. Dentro da Lei nº 8.666/93, o estudo dos contratos administrativos está concentra-do entre os arts. 54 e 80.

3. CARACTERÍSTICAS:

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “considerando os contratos administrativos, não no sentido am-plo empregado na Lei 8.666/93, mas no sentido próprio e restrito, que abrange apenas aqueles acordos de que a Administração é parte, sob regime jurídico publicístico, derrogatório e exorbi-tante do direito comum, podem ser apontadas as seguintes características:

1. Presença da Administração Pública como Poder Público

2. Finalidade pública

3. Obediência à forma prescrita em lei

4. Procedimento Legal

Page 216: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br216

5. Natureza de contrato de adesão

6. Natureza intuitu personae

7. Presença de cláusulas exorbitantes

8. Mutabilidade”.

1. Presença da Administração Pública como Poder Público

Nos contratos administrativos propriamente ditos, a Administração possui uma série de prerrogati-vas especiais, garantidas pelas cláusulas exorbitantes, que a coloca em uma posição de supremacia sobre os particulares. É a relação de verticalidade, característica do regime-jurídico administrativo.

2. Finalidade Pública:Sempre presente em qualquer contrato administrativo. Tal finalidade pode ocorrer de forma imediata (compra de materiais para a repartição) ou de forma mediata (reforma e manutenção de carros oficiais).

3. Obediência à forma prescrita em lei:Os contratos administrativos são sempre formais e, em regra, escritos. São nulo e de nenhum efeito os contratos verbais com a Administração Pública, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento (até R$ 4.000,00), feitas sob o regime de adiantamento.

Além disso, os contratos administrativos possuem cláusulas essenciais: cláusulas econômico-financeiras e cláusulas regulamentares ou de serviço.

O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e nas inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

4. Procedimento Legal:O ordenamento jurídico vigente estabelece uma série de procedimentos obrigatórios para a cele-bração de contratos e que podem variar de um tipo para outro de contrato. Tais medidas podem ser: exigência de autorização legislativa, avaliação, motivação, autorização pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários e licitação prévia, salvo nos casos de dispensa e inexigibilidade.

Regulam-se pelas cláusulas neles constantes e pelos preceitos de Direito Público, aplicando-se supletivamente princípios de Direito Privado.

Page 217: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 217

5. Natureza de contrato de adesão:Os contratos administrativos são dessa espécie, ou seja, uma das partes propõe as cláusulas e a outra não pode propor alteração. A autonomia de vontade das partes limita-se à aceitação ou não das condições do contrato.

6. Natureza intuitu personae:Os contratos administrativos possuem tal natureza, dado que são celebrados em razão de con-dições pessoais do contratado, apuradas no procedimento licitatório prévio. Consequentemen-te, como regra, é vedada a subcontratação, porém tal regra não é absoluta, pois é prevista a subcontratação parcial, contanto que seja prevista no edital e autorizada pela Administração até certo limite. Já a subcontratação total é vedada.

Como decorrência da natureza pessoal dos contratos, há a rescisão do contrato por morte do contratado ou pela extinção da pessoa jurídica (extinção de pleno direito).

Por fim, há que se ressaltar que, na contratação de serviços técnicos especializados, existe ve-dação absoluta à possibilidade de subcontratação.

7. Presença de cláusulas exorbitantes:

São aquelas que extrapolam as cláusulas comuns do Direito Privado (no âmbito do qual seriam inadmissíveis, por conferirem prerrogativas a uma das partes).

São peculiaridades dos contratos administrativos. Caracterizam os contratos administrativos, diferenciando-os dos ajustes de Direito Privado. Podem ser implícitas ou explícitas, consignando sempre uma vantagem (prerrogativa) ou uma restrição à Administração ou ao contratado.

Tais cláusulas serão analisadas posteriormente.

8. Mutabilidade:

Segundo Maria Sylvia Di Pietro: “Um dos traços característicos do contrato administrativo é a sua mutabilidade, que, segundo muitos doutrinadores, decorre de determinadas cláusulas exorbitantes, ou seja, das que conferem à Administração o poder de, unilateralmente, alterar as cláusulas regulamentares ou rescindir o contrato antes do prazo estabelecido, por motivo de interesse público”.

Page 218: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br218

OBSERVAÇÕES NOTÁVEIS:

Os contratos administrativos também são consensuais e, em regra, formais, onerosos, comutativos e realizados intuitu personae (em regra, não admitem subcontratação). Também devem possuir partes capazes, objeto lícito e possível e a forma prevista em lei.

a) Consensuais – são aqueles que se ultimam pelo mero consentimento das par-tes, sem a necessidade de qualquer outro complemento, ou seja, dependem de consenso entre os contratantes.

b) Formais – os contratos administrativos devem ter a forma prescrita em lei, de-vendo, em regra, ser formalizados por escrito.

c) Onerosos – são, em regra, onerosos porque uma das partes sofre um sacrifício patrimonial ao qual corresponde uma vantagem que pleiteia, em relação de equivalência.

d) Comutativos – a ideia de comutatividade insere-se, em parte, à de equivalência nas prestações, ou seja, uma das partes pode antecipar o montante da presta-ção que receberá, em troca da que fornece. O contrário de contrato comutativo seria o contrato aleatório, no qual não há como ser realizada tal antecipação, em virtude da compra de um risco, como ocorre nos contratos de seguro.

e) Intuitu Personae – é uma regra não absoluta. Decorre da característica perso-nalíssima das contratações realizadas pela Administração Pública, acarretando a impossibilidade, como regra, de haver subcontratação.

4. PRINCÍPIOS BÁSICOS:

a) Autonomia de vontades (ninguém é obrigado a contratar com a Administração);

b) Lex inter partes (lei entre as partes);

c) Pacta sunt servanda (obrigação de cumprir o avençado).

5. PUBLICAÇÃO:

A publicação na imprensa oficial é condição suspensiva de eficácia do contrato (até o 5º dia útil do mês seguinte ao da assinatura, para iniciar a produção de efeitos no prazo de 20 dias conta-dos da publicação)

Lei nº 8.666/93, art. 61

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela

Page 219: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 219

Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

6. CLÁUSULAS EXORBITANTES:

São tidas como cláusulas exorbitantes, segundo a doutrina majoritária:

a) Exigência de garantia;

b) Alteração unilateral dos contratos;

c) Rescisão unilateral dos contratos;

d) Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato;

e) Fiscalização, acompanhamento e ocupação temporária;

f) Restrições ao uso da exceptio non adimpleti contractus;

g) Aplicação direta de penalidades;

h) Anulação.

a) Exigência de Garantia:

→ A exigência de garantia é decisão discricionária da autoridade competente.

→ É obrigatória a previsão no edital.

→ É o contratado que escolhe uma das modalidades previstas em lei.

→ Regra geral, a garantia não pode exceder 5% do valor contratado (poderá ser de até 10% nas contratações de grande vulto, que envolvam alta complexidade técnicas e riscos financeiros con-sideráveis).

→ Modalidades: caução em dinheiro, título da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária.

→ Com o fim do contrato será liberada ou restituída e, quando em dinheiro, será atualizada monetariamente.

→ Reduzida ou perdida a garantia inicial, é lícito à Administração exigir sua recomposição para prosseguimento do contrato, sob pena de rescisão.

Obs. 1: Garantia dos licitantes (Lei nº 8.666/93, art. 31, III) – quando o objeto da licitação for obras, serviços e compras é limitada a 1% do valor estimado do objeto. Integra a fase de habilitação, estando relacionada à qualificação econômico-financeira do licitante.

Obs. 2: Nos contratos de parcerias público-privadas, deverá ser exigida garantia de até 10% do valor do contrato, do parceiro privado.

Page 220: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br220

b) Alteração Unilateral do Contrato:

→ Só podem ser alteradas unilateralmente as cláusulas regulamentares ou de serviço (as cláusulas econômico-financeiras não podem ser alteradas unilateralmente – Lei nº 8.666/93, art. 58, §1º)

→ Casos:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justifi-cativas, nos seguintes casos:

I – unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; (qualitativa)

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acrés-cimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; (quantitativa)

II – por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de cir-cunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

→ Limites para acréscimos e supressões de obras, serviços e compras:

a) 25% do valor inicial atualizado (regra geral)

b) 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento (só no caso de acréscimo, pois, no caso de supressão, é de 25%)

c) qualquer porcentagem, desde que haja acordo entre as partes (mas, nesse caso, não é unilateral!)

Obs. 1: Os acréscimos e as supressões devem respeitar as mesmas condições previamente acordadas.

Obs. 2: No caso de supressão de obras, serviços ou compras, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelo custo de aquisição, regularmente comprovados e corrigidos monetariamente.

Page 221: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 221

c) Rescisão Unilateral dos Contratos (Rescisão Administrativa):

→ Essa possibilidade não existe num contrato de Direito Privado. Já nos contratos administra-tivos não se observa a igualdade jurídica entre os contratados e a Administração, uma vez que são regidos basicamente por normas de Direito Público.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de inte-resse público, respeitados os direitos do contratado;

II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 des-ta Lei;

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enume-rados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licita-ção, desde que haja conveniência para a Administração;

III – judicial, nos termos da legislação;

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a im-possibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos es-tipulados;

Page 222: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br222

VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1º do art. 67 desta Lei;

IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justifi-cadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

OBSERVAÇÕES:

1. A rescisão unilateral será sempre motivada, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa.

2. A rescisão unilateral autoriza a ocupação provisória do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade. Os quais serão devolvidos e ressarcidos, posteriormente, mediante avaliação (art. 80, I e II).

3. A rescisão unilateral acarreta, ainda, para o administrado, a execução da garantia para res-sarcimento da Administração e pagamento automático dos valores, das multas e indeniza-ções a ela devidos, além da retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração (art. 80, III e IV)

d) Manutenção do Equilíbrio Financeiro do Contrato:

→ Apesar de ser classificada como cláusula exorbitante, não se trata de uma prerrogativa da Administração, mas sim de uma limitação à sua atuação.

→ Como já observado anteriormente, a alteração unilateral dos contratos é restrita às cláusulas regulamentares ou de serviço. As cláusulas econômico-financeiras não podem ser objeto de alteração unilateral.

Page 223: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 223

→ Assim, sempre que houver alteração unilateral de alguma cláusula regulamentar, a Adminis-tração terá que proceder aos ajustamentos econômicos necessários à manutenção do equilí-brio financeiro denotativo da relação encargo-remuneração, inicialmente estabelecida para o particular, como justa e devida.

→ Outra consequência é a previsão legal e contratual para fazer face ao reajustamento periódi-co de preços e tarifas. A lei esclarece também que a variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto nele próprio não caracteriza alteração do contrato.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de inte-resse público, respeitados os direitos do contratado;

§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrati-vos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 65

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio eco-nômico-financeiro inicial.

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previs-to no próprio contrato,as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

→ Como consequência da manutenção do equilíbrio financeiro do contrato, surgem os termos revisão e reajuste contratual. O primeiro refere-se ao reequílibro contratual decorrente da alteração unilateral do contrato ou de algum evento externo ao contrato. Já o segundo decorre da inflação, sendo decorrência da perda do poder aquisitivo da moeda, ocorrendo de forma periódica.

e) Fiscalização, Acompanhamento e Ocupação Temporária:

→ Essa prerrogativa dispensa cláusula expressa, pois o poder de controle e acompanhamento é inerente à atividade administrativa e autoriza, em casos extremos, a Administração a assumir o objeto do contrato, ocupando provisoriamente as instalações e utilizando os recursos vinculados à execução do contrato.

Page 224: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br224

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imó-veis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessi-dade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um repre-sentante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de ter-ceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administra-ção ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não ex-cluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

f) Restrições ao Uso da Cláusula Exceptio non adimpleti contractus:

→ Exceptio non adimpleti contractus – suspensão da execução do contrato pela parte prejudi-cada pela inadimplência do outro contratante.

→ É uma cláusula típica nos contratos de Direito Privado, permitindo a qualquer dos contratan-tes suspender a execução de sua parte no contrato enquanto o outro contratante não adimplir a sua.

→ Motivo: Princípio da continuidade do serviço público.

→ Por conta de tal princípio, o particular não pode interromper a execução do contrato em caso de inadimplemento da Administração. Em regra, ele deverá esperar o inadimplemento da Administração por prazo superior a 90 dias para então poder suspender a execução do contrato ou, se preferir, rescindi-lo judicial ou amigavelmente, mas nunca unilateralmente.

→ É bom lembrar que já a Administração Pública poderá suspender a execução do contrato imediatamente, ou até rescindi-lo unilateralmente, em decorrência de inadimplemento do contratado, sem prejuízo das sanções cabíveis.

→ Por fim, vale lembrar que a exceção do contrato não cumprido não é oponível mesmo diante de atraso no pagamento superior a 90 dias, em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra.

Art. 78, XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Ad-ministração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já re-cebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

Page 225: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 225

g) Aplicação Direta de Penalidades:

→ Decorre da auto-executoriedade dos atos administrativos.

→ Ao contratar, a Administração reserva-se, implicitamente, a faculdade de aplicar as penali-dades contratuais e legais, ainda que não previstas expressamente no contrato, independen-temente de prévia intervenção do Judiciário, salvo as cobranças resistidas pelo particular con-tratante. Obviamente, isso não exclui o direito da contratada ao contraditório e à ampla defesa.

→ São elas:

I – Por atraso na execução:

a) multa de mora (cumulativamente com as demais penalidades)

II – Pela inexecução total ou parcial:

a) Advertência;

b) multa (cumulativamente com as demais penalidades);

c) suspensão temporária para participar de licitação ou contratar com a Administração:

• aplicada a quem culposamente prejudique a execução do contrato, embora por fatos ou atos de menor gravidade;

• prazo máximo de dois anos.

d) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou contratar com a Administração Pú-blica (competência exclusiva do Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Municipal):

• aplicada no caso de dolo ou falta grave.

Obs. 1: Reabilitação – pode ser requerida após dois anos da aplicação dessa penalidade e será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração dos danos causados. A lei consi-dera crime a contratação de empresa declarada inidônea.

Obs. 2: A multa de mora e a multa por inadimplemento contratual podem ser aplicadas cumu-lativamente com as demais penalidades.

Obs. 3: STJ – entende que a declaração de inidoneidade e a suspensão temporária de participar de licitação produz efeitos em relação a todos os entes federados.

7. RESPONSABILIDADE PELOS ENCARGOS DA EXECUÇÃO CONTRATUAL:

Responsabilidade Subjetiva

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou re-duzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

Page 226: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br226

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fis-cais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos en-cargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Encargos da Obra – Resumo:

a) Trabalhista/Fiscal/Comercial – não é transferido para a Administração

b) Previdenciário – resultantes da execução do contrato – Administração é solidá-ria

Obs. 1: STF – entende que a Administração Pública pode ter responsabilidade subsidiária em relação aos encargos trabalhistas quando ficar comprovado, em um caso concreto, que a Ad-ministração agim, no mínimo, de forma culposa ao fiscalizar a execução do contrato.

Obs. 2: Manutenção de Preposto – obrigação do contratado à manutenção, no local da obra ou serviço, de preposto credenciado para dirigir os trabalhos, informar a fiscalização e atender às recomendações da Administração na execução do contrato.

8. EXTINÇÃO E PRORROGAÇÃO DO CONTRATO:

Casos:

a) conclusão do objeto;

b) término do prazo;

c) anulação por motivo de ilegalidade;

d) rescisão (amigável, judicial ou unilateral).

9. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO:

→ Regra Geral: duração limitada à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceção feita para os casos do art. 57.

Page 227: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 227

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Pluria-nual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua du-ração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração,limitada a sessenta meses;

III – (VETADO)

IV – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender- se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

V – contratos celebrados nas hipóteses de licitação dispensável previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII, XXXI do art. 24 da Lei 8.666/93, os quais poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja interesse da administração.

§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.

→ Motivos para prorrogação – lista taxativa – art. 57, §1º

§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes moti-vos, devidamente autuados em processo:

I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por or-dem e no interesse da Administração;

IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permiti-dos por esta Lei;

V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

Page 228: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br228

Obs.: Parceria Público-Privada (PPP) – prazo mínimo de 5 anos e máximo de 35 anos.

10. INEXECUÇÃO DO CONTRATO:

A inexecução do contrato administrativo decorre do descumprimento, total ou parcial, das cláu-sulas contratuais por uma das partes contratantes. Obviamente, essa inexecução pode ocorrer por culpa das partes ou por fatores alheios à vontade das partes, variando as consequências do descumprimento contratual.

a) Inexecução culposa do contratado – aplicação de sanções e/ou rescisão unilateral;

b) Inexecução culposa da Administração Pública – rescisão judicial ou amigável;

c) Inexecução sem culpa – pressupõe a existência de uma causa justificadora do inadimple-mento e libera o inadimplente de responsabilidade, em razão da aplicação da denominada Teoria da Imprevisão.

A inexecução sem culpa das partes é justificada por fatos imprevisíveis, extraordinários e ex-tracontratuais ocorridos posteriormente à assinatura do contrato que impeçam ou tornem ex-cessivamente onerosa a execução do contrato da forma inicialmente acordada, isentando as partes de responsabilidades.

É bom lembrar que os contratos devem ser cumpridos (pacta sunt servanda), desde que se mantenham as condições iniciais pactuadas (rebus sic standibus).

c.1) Hipóteses:

a) Caso fortuito e força maior;

b) Fato do príncipe;

c) Fato da administração;

d) Interferências imprevistas.

a) Caso Fortuito e Força Maior:

→ Eventos imprevisíveis e inevitáveis que geram, para o contratado, excessiva onerosidade ou mesmo impossibilidade da normal execução do contrato. Ensejam sua revisão ou rescisão.

b) Fato do Príncipe:

→ É toda determinação estatal, geral e imprevisível, que impeça ou, o que é mais comum, one-re substancialmente a execução do contrato, autorizando sua revisão, ou mesmo sua rescisão, na hipótese de tornar-se impossível o seu cumprimento.

→ “Medidas de ordem geral, não relacionadas diretamente com o contrato, mas que nele repercutem, provocando o desequilíbrio econômico-financeiro em determinado contrato” (MSZP)

Page 229: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 229

c) Fato da Administração:

→ Decorre de uma ação ou omissão do Poder Público, especificamente relacionada com o contrato, que impede ou retarda a sua execução.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, gra-ve perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Admi-nistração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela sus-pensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

d) Interferências Imprevistas:

→ São elementos materiais que surgem durante a execução do contrato, que dificultam extre-mamente sua execução, tornando-a insuportavelmente onerosa.

→ “Correspondem a fatos de ordem material, que podiam já existir no momento da celebração do contrato, mas que eram desconhecidos pelo contratante”.

Page 230: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 231: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 231

Questões CESPE

1. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014)

Aos contratos administrativos aplicam-se, supletivamente, as disposições de direito privado.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – STJ – Técnico Judiciário – 2015)

Contratos públicos são celebrados em cará-ter intuitu personae, sendo, em regra, veda-da a subcontratação.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – TEM – Ag. Administrativo – 2014)

Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

Como o contrato administrativo é um con-trato de adesão, todo o seu conteúdo será definido unilateralmente pela própria admi-nistração.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014)

Em razão do caráter personalíssimo dos contratos administrativos, a administração não poderá admitir a subcontratação do re-ferido serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014)

Em decorrência do princípio do formalismo, todas as contratações celebradas pela ad-ministração pública devem ser formalizadas por meio de instrumento de contrato, não sendo possível a sua substituição por outros instrumentos, como a nota de empenho de despesa.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (Cespe – ANTAQ – 2014)

É dispensável o termo de contrato, indepen-dentemente do valor da contratação, se se tratar de compra com entrega imediata e integral.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (Cespe – DPE-CE – 2015)

De acordo com a Lei n.º 8.666/1993, o con-trato administrativo deve ser escrito, sendo nulo e de nenhum efeito todo contrato ver-bal celebrado com a administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – FUB – 2015)

A disposição das cláusulas de um contra-to administrativo é livre à negociação pelo particular, com a finalidade de se buscar o equilíbrio contratual.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 232: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br232

10. (Cespe – FUB – 2015)

No âmbito da contratação pública, assim como ocorre na esfera civil, a contratação do particular poderá ocorrer verbalmente, sem a necessidade, em determinadas hipó-teses, de formalizá-la por meio de contrato administrativo.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (Cespe – STJ – Técnico Judiciário – 2015)

Nos contratos administrativos, dada a pre-valência do interesse público sobre o priva-do, a administração pública ocupa posição privilegiada em relação ao particular, go-zando de algumas prerrogativas que lhe são atribuídas por lei.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (Cespe – FUB – 2015)

O prazo de execução de um contrato admi-nistrativo é iniciado na data de assinatura do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (Cespe – CADE – 2014)

O contrato terá vigência dentro do exercício financeiro, embora sejam permitidos, em casos especiais, contratos com prazo de vi-gência indeterminado.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – ANATEL – 2014)

O prazo de vigência de qualquer contrato administrativo é determinado e adstrito à existência de créditos orçamentários.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (Cespe – ANTAQ – 2014)

A duração do contrato administrativo ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, sendo exceção a contrata-ção de serviços a serem executados de for-ma contínua.

( ) Certo   ( ) Errado

16. (Cespe – ANTAQ – 2014)

Nos casos de prestação de serviços a serem executados de forma contínua, a duração dos contratos poderá ser prorrogada ordi-nariamente por períodos iguais e sucessi-vos, até o prazo máximo de 60 meses.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – STJ – Analista Judiciário – 2015)

Os contratos administrativos celebrados pelo poder público podem ter tanto prazo determinado quanto indeterminado.

( ) Certo   ( ) Errado

18. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

O princípio da impessoalidade, no que se refere à execução de obras públicas, proíbe a subcontratação de empresas para a exe-cução de parte do serviço licitado, porquan-to a escolha pessoal do subcontratado pelo contratado viola o interesse público.

( ) Certo   ( ) Errado

(Cespe – TC-DF – Auditor – 2014)

Suponha que a Secretaria de Saúde do DF tenha celebrado contrato de prestação de serviços de limpeza e conservação do pré-dio da sede do órgão. Suponha, ainda, que a empresa contratada não esteja fornecendo o material necessário à execução dos ser-viços e que alguns dos funcionários da em-presa reiteradamente se ausentem do tra-balho sem justificativa adequada. Com base

Page 233: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 233

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

nessa situação hipotética, julgue o seguinte item.

19. A empresa de limpeza e conservação con-tratada não será isenta da responsabilidade pelas falhas verificadas na execução de suas obrigações, ainda que se verifique que a ad-ministração não tenha fiscalizado o contrato adequadamente.

( ) Certo   ( ) Errado

20. Caso a administração não possua servidor com qualificação necessária para exercer as atividades de fiscal do contrato, é possível a contratação de terceiros para auxiliarem o servidor designado para fiscal.

( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – ANATEL – Analista – 2014)

Uma empresa prestadora de serviço de ter-ceirização de mão de obra para a adminis-tração pública fechará as portas por proble-mas de caixa. A decisão afetará milhares de empregados da prestadora lotados em di-versos órgãos do governo federal, entre mi-nistérios, agências reguladoras, autarquias e fundações. Conforme denúncia veiculada em jornal de grande circulação, empregados da empresa lotados em vários órgãos da ad-ministração direta e indireta não receberam o salário no mês passado.

Com base nas informações acima, julgue o item.

Somente se verificada a omissão da admi-nistração pública em fiscalizar o cumprimen-to das cláusulas contratuais pela empresa prestadora do serviço, poderá ser a adminis-tração pública responsabilizada subsidiaria-mente pelo pagamento das obrigações tra-balhistas da referida empresa.

( ) Certo   ( ) Errado

22. (Cespe – ANTAQ – Analista – 2014)

O contratado deve manter um preposto no local dos serviços para representá-lo na exe-cução do contrato, contudo a administração pode aceitar ou rejeitar a pessoa indicada.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (Cespe – PF – Ag. Administrativo – 2014)

A rescisão unilateral do contrato poderá ocorrer tanto por inadimplência do contra-tado quanto por interesse público, exigindo--se, em ambos os casos, da administração justa motivação para a rescisão.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (Cespe – ANATEL – Analista Administrativo – 2014)

A falência da empresa prestadora do serviço de terceirização constitui motivo para a res-cisão do contrato por ato unilateral e escrito da administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (Cespe – ANTAQ – Analista Administrativo – 2014)

Conforme expresso na Lei n.º 8.666/1993, caso haja inadimplência do contratado em relação a encargo trabalhista, a responsabi-lidade pelo pagamento desse encargo não será transferida à administração.

( ) Certo   ( ) Errado

26. (Cespe – ANTAQ – Analista Administrativo – 2014)

Conforme entendimento recente do Tribu-nal Superior do Trabalho, a administração pública poderá ser responsabilizada sub-sidiariamente pelos encargos trabalhistas apenas quando evidenciada sua conduta dolosa na atividade de fiscalização contratu-

Page 234: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br234

al, especialmente no tocante ao recolhimen-to dos referidos encargos pelo contratado.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (Cespe – Câmara dos Deputados – Assessor Legislativo – 2014)

Em razão do inadimplemento das obriga-ções contratuais pela empresa contratada, a administração pública poderá, unilateral-mente, rescindir o contrato e aplicar à em-presa contratada a penalidade de multa pre-vista no edital e no contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

28. (Cespe – TCU – Auditor – 2015)

Em caso de inadimplência do contratado em relação a encargos trabalhistas, fiscais e co-merciais, a responsabilidade por seu paga-mento será automaticamente transferido à administração e poderá onerar o objeto do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (Cespe – TJDFT – OJA – 2015)

Situação hipotética: Determinado órgão pú-blico contratou uma prestadora de serviços para executar uma atividade em seu edifí-cio sede. Durante a execução do contrato, o órgão atrasou por cem dias o pagamento dos serviços executados. Não houve culpa da contratada. Assertiva: Nessa situação, o atraso poderá ensejar a rescisão do contra-to, devendo a contratada ser ressarcida dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido.

( ) Certo   ( ) Errado

30. (Cespe – ICMBio – 2014)

O contrato administrativo exige licitação em qualquer situação, cabendo à administração pública determinar as cláusulas exorbitan-

tes, que conferem poderes ao contratado, a fim de eliminar as desvantagens do contra-to.

( ) Certo   ( ) Errado

31. (Cespe – FUB – 2015)

Nos contratos administrativos, a administra-ção pública terá situação privilegiada, legal-mente estabelecida, em relação ao particu-lar, dada a prevalência do interesse público sobre o privado.

( ) Certo   ( ) Errado

32. (Cespe – MPOG – 2015)

As cláusulas exorbitantes proporcionam à administração prerrogativas de rescindir unilateralmente o contrato e a de estabe-lecer o reequilíbrio físico-financeiro que so-brevierem de fatos imprevisíveis.

( ) Certo   ( ) Errado

33. (Cespe – TCDF – Técnico – 2015)

A administração pública possui a prerroga-tiva de alterar unilateralmente o objeto do contrato, desde que a alteração seja apenas quantitativa, mantendo-se a qualidade do objeto.

( ) Certo   ( ) Errado

34. (Cespe – ANATEL – 2014)

A previsão de alteração unilateral do con-trato administrativo, seja quantitativa, seja qualitativa, realizada pela administração pú-blica, constitui exemplo de cláusula exorbi-tante.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 235: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 235

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

35. (Cespe – ANATEL – 2014)

O contratado é obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos que se fizerem necessários na obra nova, até a quarta parte do valor inicial do contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

36. (Cespe – ANTAQ – 2014)

O aumento quantitativo dos serviços no mo-mento da prorrogação do prazo contratual não está limitado aos 25% do valor atuali-zado do contrato, desde que configurada a obtenção de preços e condições mais vanta-josas para a administração.

( ) Certo   ( ) Errado

37. (Cespe – MPOG – 2015)

Os limites para alteração quantitativa do contrato do valor de supressão poderá ex-ceder 25% do valor inicial caso haja acordo entre as partes.

( ) Certo   ( ) Errado

38. (Cespe – TCU – Auditor – 2015)

Nas hipóteses de inexecução total ou parcial do contrato, a administração pode, entre outras formas de sanção, suspender tem-porariamente a participação do contratado em licitação e impedi-lo de contratar com a administração, por prazo não superior a dois anos.

( ) Certo   ( ) Errado

39. (Cespe – ANATEL – 2014)

Conforme entendimento do Tribunal de Contas da União, a extensão dos efeitos da sanção de suspensão temporária do direito de licitar e contratar aplicada pelo órgão ou entidade à empresa contratada impede a referida empresa de licitar a contratar ape-nas com o órgão ou a entidade que aplicou a sanção.

( ) Certo   ( ) Errado

40. (Cespe – ANATEL – 2014)

Aplicada a sanção de declaração de inido-neidade para licitar ou contratar com a ad-ministração pública, os demais contratos vigentes com o sancionado estarão automa-ticamente rescindidos, cabendo à adminis-tração apenas a declaração formal da resci-são.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. C 5. E 6. E 7. C 8. E 9. E 10. E 11. C 12. C 13. E 14. E 15. C 16. C 17. E  18. E 19. E 20. C 21. E 22. C 23. C 24. C 25. C 26. E 27. C 28. E 29. E 30. E 31. C 32. E 33. C 34. C  35. C 36. E 37. C 38. C 39. C 40. E

Page 236: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 237: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 237

Questões FCC

1. (FCC – TRT-23 – Analista Judiciário – 2016)

O Estado do Mato Grosso realizará licitação de grande vulto envolvendo alta complexi-dade técnica e riscos financeiros conside-ráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente. No edital da respectiva licita-ção, foi exigida a apresentação de garantia contratual. A empresa SW, interessada em participar do certame, pretende apresentar garantia na forma de caução em dinheiro, cujo montante representa uma porcenta-gem sobre o valor do contrato administra-tivo. No caso narrado, conforme preceitua a Lei nº 8.666/1993, a garantia na forma de caução em dinheiro poderá ser em %, de até

a) 5.b) 10.c) 20.d) 15.e) 25.

2. (FCC – TRE-SE – Técnico Judiciário – 2015)

O Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe de-cidiu realizar procedimento licitatório para a construção de relevante obra pública. As-sim, no instrumento convocatório, fixou as condições em que pretende contratar, es-tabelecendo previamente as cláusulas do contrato administrativo. Trata-se especifi-camente da seguinte característica inerente aos contratos administrativos:

a) natureza intuitu personae.b) bilateralidade.c) mutabilidade.d) contrato de adesão.e) comutatividade.

3. (FCC – MPE-PB – Analista Ministerial – 2015)

Em relação aos contratos decorrentes de procedimentos licitatórios é correto afirmar que

a) aqueles que abrangem serviços execu-tados de forma continuada são exceção legal à regra de que a duração dos con-tratos deve ficar adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.

b) podem ter prazo de vigência indeter-minado os contratos relacionados a serviços que não possuam limitação de tempo, a exemplo de manutenção de hospitais.

c) em hipótese alguma a vigência dos con-tratos de execução continuada pode ser superior a 60 meses.

d) a designação do foro da sede da Admi-nistração para a solução de questões contratuais só é obrigatória se firmado com pessoa física ou jurídica domicilia-da no território nacional.

e) a exigência de prestação de garantia na contratação de obras, serviços e com-pras é prerrogativa da administração, independentemente de previsão no ins-trumento convocatório da licitação.

4. (FCC – TJ-SC – Juiz Substituto – 2015)

Existe no direito brasileiro, especialmen-te no âmbito da doutrina, imprecisão na compreensão conceitual do dito “contrato administrativo". Com efeito, o direito posi-tivo brasileiro não é expresso ao cuidar da matéria, nem mesmo o faz de modo nacio-nalmente unificado. Quando muito, encon-tram-se exemplos de tratamento da noção de contrato, no direito positivo, com o senti-do pragmático de fixação de entendimento necessário para a aplicação de determinada

Page 238: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br238

Lei. É o que se passa, por exemplo, com a Lei nº 8.666/93:

"Para os fins desta Lei, considera-se contra-to todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e parti-culares, em que haja um acordo de vonta-des para a formação de vínculo e a estipula-ção de obrigações recíprocas, ...

Conhecendo o espírito da Lei nº 8.666/93, assim se completa corretamente a definição de contrato apresentada acima:

a) ... observados estritamente os tipos contratuais fixados por esta Lei".

b) ... não sendo admissível contrato cele-brado pela Administração e predomi-nantemente regido pelo direito priva-do".

c) ... devendo tais contratos, salvo exce-ções legalmente previstas, ser regidos pelos princípios gerais aplicáveis aos contratos privados"

d) ... seja qual for a denominação utiliza-da".

e) ... excluídas as relações jurídicas em que as partes possuam interesses con-vergentes".

5. (FCC – ManausPrev – Procurador – 2015)

Um Estado da Federação contratou, após prévia licitação pela Lei nº 8.666/93, a cons-trução de um hospital para atender deman-da ambulatorial, de maternidade, emer-gência e algumas outras especialidades. Faltando pouco mais de 5% (cinco por cen-to) para a conclusão das obras, a construto-ra contratada paralisou completamente os trabalhos e, adotadas todas as providências cabíveis, ficou constatada a impossibilidade de retornarem aos trabalhos. A Administra-ção, dentre as alternativas legalmente cabí-veis,

a) deverá rescindir o contrato e realizar contratação emergencial com outra empresa.

b) deverá realizar contratação com inexigi-bilidade de licitação, com fundamento em situação emergencial, ante a im- possibilidade de aguardar a conclusão de novo procedimento de licitação

c) poderá formalizar contratação direta com o segundo colocado na licitação realizada, com dispensa de licitação, desde que observadas as condições da proposta vencedora

d) deverá concluir diretamente a obra, diante da vedação para contratação di-reta e em razão da urgência da inaugu-ração do hospital, não sendo possível aguardar novo procedimento de licita-ção.

e) deverá ajuizar medida judicial para obrigar a contratada a concluir a obra, tendo em vista que esta não pode res-cindir unilateralmente o contrato.

6. (FCC – TRE-PR – Técnico Judiciário – 2015)

Uma das características dos contratos ad-ministrativos denomina-se comutatividade, segundo a qual o contrato administrativo

a) se reveste de obrigações recíprocas e equivalentes para as partes.

b) deve ser executado pelo próprio contra-tado.

c) se expressa por escrito e com requisitos especiais.

d) é remunerado na forma convenciona-da.

e) pressupõe anterior licitação.

7. (FCC – TJ-AP – Oficial de Justiça – 2014)

O regime jurídico incidente nos contratos administrativos é distinto do regime jurídico incidente nos contratos de direito privado. No que diz respeito ao regime jurídico inci-dente nos contratos administrativos,

a) é dado ao contratado opor contra o contratante, em qualquer circunstância, à exceção do contrato não cumprido.

b) o regime de execução do ajuste é imu-tável, sendo que a alteração desse regi-

Page 239: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 239

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

me autoriza a rescisão unilateral do con-trato pelo contratado, isso em razão da força obrigatória do vínculo.

c) é dado ao contratado paralisar sumaria-mente a execução do contrato alegando descumprimento de qualquer das cláu-sulas contratuais pelo contratante.

d) o contratante responde frente ao con-tratado pelos riscos advindos da álea or-dinária, também denominada álea em-presarial e da álea extraordinária, isso em razão da obrigação do contratante de manter as condições efetivas da pro-posta.

e) não há previsão de rescisão administra-tiva unilateral do contrato por parte do contratado, mas tão somente do contra-tante.

8. (FCC – TJ-AP – Analista Judiciário – 2014)

Determinado órgão público celebrou con-trato de locação de imóvel para instalar sua repartição em Tartarugalzinho. O locador exigiu que o prazo de vigência fosse fixado em 60 (sessenta) meses, na forma do que dispõe a legislação civil aplicável. O admi-nistrador, contudo, inicialmente não acatou o pedido, recordando-se da norma contida na Lei nº 8.666/93 que limita a duração dos contratos à vigência dos créditos orçamen-tários. A preocupação do administrador, in-vocando a referida norma,

a) procede, tendo em vista que os contra-tos celebrados pela Administração pú-blica não podem exceder a vigência dos créditos orçamentários.

b) não procede, na medida em que a lei de licitações excepcionou as locações da incidência da norma que limita o prazo de vigência dos contratos.

c) não procede, sendo necessário, todavia, prévia e ex- pressa autorização norma-tiva para a aprovação de prazo superior ao estabelecido pela Lei nº 8.666/93.

d) procede, tendo em vista que os contra-tos administrativos não podem exceder o exercício e a vigência dos respectivos

créditos orçamentários, salvo diante da demonstração de interesse público e da inexistência de prejuízo.

e) não procede, tendo em vista que se tra-ta de contrato administrativo de execu-ção continuada, para os quais não se aplica a limitação de vigência à qual alu-diu o administrador.

9. (FCC – TRT-1 – Analista Judiciário – 2014)

Alguns contratos firmados pela Adminis-tração pública possuem características pró-prias, que lhes predicam como administra-tivos. Sabendo-se que nem todo contrato firmado pela Administração pode assim ser qualificado, destaca-se como indicativo des-sa condição, dentre outros aspectos, a

a) impossibilidade do contratado suspen-der a execução de suas obrigações, seja qual for o objeto contratado, diante de inadimplência prolongada da Adminis-tração pública.

b) possibilidade de contratação sem que haja demonstração da existência de re-cursos para fazer frente às despesas, em face da supremacia do interesse público e da relevância do objeto a ser contrata-do.

c) mutabilidade intrínseca dos termos e condições pactuados, permitida unila-teralmente à Administração e aos parti-culares contratados, desde que o objeto seja a prestação de serviços públicos.

d) impossibilidade de prorrogação da avença, exigindo-se sempre a realização de licitação como forma de privilegiar o menor preço nas contratações da Admi-nistração.

e) obrigação de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial da avença, diante de determinados fatores e condi-ções, tais como a alteração unilateral do contrato.

Page 240: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br240

10. (FCC – TCE-RS – Auditor – 2014)

A Administração celebrou contrato de loca-ção de um edifício para lá instalar uma divi-são de determinado órgão de sua estrutura. Esse contrato

a) exige que seja mantido o equilíbrio eco-nômico-financeiro, aplicando-se majo-ração da locação em período diverso do previsto no contrato de locação.

b) não admite, como contrato administra-tivo, rescisão nos termos da legislação que rege os contratos de locação no âm-bito privado.

c) é regido por cláusulas próprias dos con-tratos de locação no âmbito privado, ad-mitidas algumas derrogações pelo regi-me de direito público.

d) não poderia ter sido celebrado, na me-dida em que a Administração não pode se submeter a um contrato típico do di-reito privado.

e) deve se submeter a todas as disposições típicas dos contratos administrativos, inclusive aquelas que restringem a ini-ciativa da rescisão à Administração.

Gabarito: 1. B 2. C 3. A 4. D 5. C 6. A 7. E 8. B 9. E 10. C

Page 241: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 241

TÓPICO 9

Serviços Públicos (Lei nº 8.987/95)

1. BASE CONSTITUCIONAL E REGULAMENTAÇÃO LEGAL:

a) Previsão Constitucional: CF, art. 175

Atribui ao Poder Público a titularidade na prestação de serviços públicos, direta ou indireta-mente, sempre por meio de procedimento licitatório prévio.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;

II – os direitos dos usuários;

III – política tarifária;

IV – a obrigação de manter serviço adequado.

b) Regulamentação: Lei nº 8987/95 e alterações posteriores, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Estabelece normas gerais sobre concessão e permissão de serviços públicos aplicáveis à União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

2. CONCEITO:

O Estado possui funções de natureza administrativa, judicial e legislativo. Entre as funções tidas como administrativa, prestadas, predominantemente, pelo Poder Executivo, destaca-se a pres-tação de serviços públicos.

Page 242: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br242

Não há que se confundir a prestação de serviços públicos e o exercício do poder de polícia. As duas atividades, prestadas pelo Poder Público, compõem desdobramentos da função adminis-trativa do Estado.

Devido à dificuldade na conceituação de tal instituto, abaixo, utilizaremos elementos usados pela doutrina majoritária na formação de tal definição:

a) Conceito Orgânico (subjetivo) – considera serviço público aquele que é prestado pelo Esta-do (órgãos, agentes e entidades).

b) Conceito Material (objetivo) – atividades destinadas ao atendimento da coletividade em geral, sob a titularidade do Poder Público. São atividades cujo objetivo é a satisfação do interesse coletivo (Corrente Essencialista)

c) Conceito Formal – atividades desempenhadas sob regime de Direito Público, exorbitan-do o Direito Comum. Serão públicos os serviços determinados pelo ordenamento jurídico (Constituição e leis). É a corrente adotada no Brasil (corrente formalista).

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, serviço público é “atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade fruível preponderantemente pelos administrados, prestada pela Administração Pública ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de Direito Público, instituído em favor de interesses definidos como próprios pelo ordenamento jurídico”.

Para Hely Lopes Meirelles, “é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controle estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”.

Por fim, percebemos que a prestação de serviços públicos pode atender às necessidades dos administrados diretamente (ex.: serviços de energia elétrica ou de telefonia) ou indiretamente (ex.: segurança pública e transporte coletivo).

3. COMPETÊNCIA:

A competência na prestação de serviços públicos foi partilhada pela nossa Carta Magna, levando-se em consideração a predominância de interesses. Assim, caberá a União a prestação de serviços de interesse, predominantemente, nacional, destinando aos Estados e aos Municípios os de interesse regional e local, respectivamente.

Para os Estados, as questões de interesse regional são atribuídas de forma residual, pois a eles foram atribuídas as competências que não foram vedadas pelo Texto Constitucional.

Page 243: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 243

Cabe, ainda, aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Situação relevante é a do Distrito Federal, que, por não poder ser dividido em Municípios, dará conta das questões de interesse regional (serviços de competência dos Estados) e das de interesse local (serviços de competência dos Municípios).

Assim, tem-se:

Competência da União → art. 21 (privativos) e art. 23 (comuns)

Competência dos Estados → art. 23 (comuns) e art. 25, §§ 1º e 2º

Competência do Município → art. 23 e art. 30

Exemplo interessante foi adotado por Cláudio Brandão:

“O transporte coletivo serve como exemplo do critério adotado. Se o transporte coletivo é feito de um Estado para outro, a competência é da União, se o transporte é feito de um Município para outro, dentro do mesmo Estado é competência estadual, se o transporte é feito nos limites de um Município a competência é municipal”.

4. FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO:

FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS:

a) Serviço Centralizado – é aquele prestado diretamente por meio dos órgãos e agentes da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade.

b) Serviço Descentralizado – é aquele em que há outorga ou delegação na prestação do serviço.

No primeiro caso, quando estado cria ou autoriza a criação de uma entidade e, por lei, trans-fere a ela a titularidade do serviço público, normalmente por prazo indeterminado, ocorrerá a outorga. É o caso das entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).

Já na delegação, o Estado transfere a execução do serviço, mediante contrato (concessão e per-missão) ou ato (autorização), por prazo determinado.

Repare que, no caso da outorga, há a transferência da titularidade do serviço e, no caso da de-legação, só se transfere a execução do serviço.

Page 244: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br244

RESUMO:

SERVIÇO CENTRALIZADO – Administração Direta (U/E/DF/M)

MEIOS DE EXECUÇÃO

a) Execução direta: é a realizada pelos próprios meios da pessoa responsável pela sua presta-ção ao público. Considera-se execução direta sempre que o encarregado do oferecimento do serviço ao público o realiza pessoalmente, por seus órgãos ou por seus prepostos (não por terceiros contratados).

b) Execução indireta: é a que o responsável comete a terceiros (por contratação, e não por delegação) para realizá-lo nas condições regulamentares. Serviço próprio ou recebido por delegação, quando feito por terceiros, caracteriza a execução indireta.

5. CLASSIFICAÇÃO

Os serviços públicos podem ser classificados segundo:

5.1 sua possibilidade de delegação: serviços delegáveis e serviços indelegáveis.

5.2 sua adequação: serviços próprios e serviços impróprios do Estado.

5.3 sua finalidade: serviços administrativos e serviços industriais.

5.4 os destinatários do serviço: serviços uti universi (gerais) e serviços uti singuli (individu-ais).

5.1 Quanto à possibilidade de delegação:

Serviços Delegáveis: são aqueles que podem ser prestados diretamente pelo Estado, por meio da Administração Direta ou Indireta, ou de delegação de serviço público (concessão, permissão ou autorização).

Serviços Indelegáveis: são aqueles que só podem ser prestados pelo Estado, por meio da Administração Direta ou de pessoa jurídica de direito público integrante da Administração Indireta, tendo em vista que é fundamental a utilização de poder de império para a sua prestação.

Page 245: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 245

5.2 Quanto à sua adequação:

Obs.: Há grande divergência doutrinária quanto a essa classificação!

Serviços Próprios do Estado: são os que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia, saúde pública, etc.) e para a execução dos quais a Administração usa de sua supremacia sobre os administrados. Por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração.

Serviços Impróprios do Estado: são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros. São atividades de natureza social executadas por particulares sem delegação, por regime jurídico de direito privado.

5.3 Quanto à sua finalidade:

Serviços Administrativos: atende as necessidades internas ou prepara serviços que serão pres-tados ao público (atividade-meio)

Serviços Sociais: aqueles que correspondem aos direitos sociais elencados na CF, art. 6º e que devem obrigatoriamente ser oferecidos pelo Estado. Também podem ser oferecidos por parti-culares, mas, obviamente, não serão classificados como serviços públicos.

Serviços Industriais: produzem renda para quem os presta, mediante remuneração da utilida-de usada ou consumida (tarifa). Pode ser realizado pelo Poder Público ou por concessionários, permissionários ou autorizatários, e a tarifa (ou preço público) é sempre fixada pelo Poder Pú-blico.

5.4 Quanto aos destinatários:

Serviços Gerais: são prestados sem ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública. São indivisíveis, devendo ser mantidos por imposto (tributo geral). Ex: polícia, calçamento, etc.

Serviços Individuais: possuem usuários determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário, devendo ser remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público). Ex.: telefone, água, energia.

Page 246: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br246

6. REQUISITOS

Lei nº 8987/95:

Art. 6º, § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, conti-nuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Segundo o art. 6º, §1º, da Lei nº 8.987/95, podemos conceituar serviço público adequado como aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade (permanência), eficiência, se-gurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emer-gência ou após prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, ou ainda por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletivi-dade.

7. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS:

Lei nº 8.987/95

Art. 7º Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direi-tos e obrigações dos usuários:

I – receber serviço adequado;

II – receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;

III – obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente.

IV – levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;

V – comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela conces-sionária na prestação do serviço;

VI – contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.

Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Es-tados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, den-tro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.

Page 247: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 247

8. OBRIGAÇÕES DAS CONCESSIONÁRIAS:

Lei nº 8.987/95:

Art. 31. Incumbe à concessionária:

I – prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas apli-cáveis e no contrato;

II – manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;

III – prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato;

IV – cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;

V – permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;

VI – promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;

VII – zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente;

VIII – captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do ser-viço.

Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessio-nária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhis-ta, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela con-cessionária e o poder concedente.

9. SERVIÇOS DELEGADOS A PARTICULARES: CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO

Entende-se por delegação a transferência do exercício das atividades públicas para os particula-res. Nela, a transferência se dá para uma pessoa física ou jurídica privada, que exerce a ativida-de por sua conta e risco, mas em nome do Estado.

As formas em que a delegação se materializa são a concessão, a permissão e a autorização

Page 248: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br248

• Concessão

Serviços concedidos são aqueles que o particular executa em seu nome, por sua conta e risco, remunerados por tarifa, na forma regulamentar, mediante delegação do Poder Público conce-dente. Serviço concedido é serviço do Poder Público, apenas executado por particular em razão da concessão.

Assim, concessão de serviço público é o contrato por meio do qual a Administração Pública delega a alguém a execução de determinado serviço ou atividade pública e este aceita prestá--la, por sua conta e risco, em nome da própria administração, sob condições fixadas e alteráveis unilateralmente pelo Poder Público.

A remuneração é dada pela cobrança de tarifas diretamente dos usuários do serviço, sendo ga-rantida a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. O interesse é predominantemente público.

Pelo art. 2º, II, da Lei nº 8.987/95, considera-se concessão de serviço público “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco, por prazo determinado”. Verificamos, assim, não ser possível a utilização do instituto da concessão para delegação de serviços públicos a pessoas físicas.

Resumidamente:

• Há uma modalidade de concessão que deve ser precedida da execução de obra pública;

• A concessão só é possível a uma pessoa jurídica ou consórcio de empresas, não cabendo a pessoa física;

• Deverá haver licitação prévia, na modalidade de concorrência;

• Há prazo determinado.

A Lei nº 8.987/95 estatui regras próprias de licitação para concessão e permissão de serviços públicos, aplicando-se supletivamente as regras da Lei nº 8.666/93.

As duas passagens mais importantes da Lei nº 8.987/95, no que tange à licitação, estabelecem critérios próprios para o julgamento das propostas (art. 15) e permitem a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento (assemelhando-se ao pregão – art. 18-A, acrescentado pela Lei nº 11.196/05).

Formas de Extinção da Concessão

a) advento do termo contratual – pelo término do prazo contratual; dar-se-á com a indeniza-ção das parcelas dos investimentos relacionados aos bens reversíveis, ainda não amortiza-dos ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido (art. 36);

b) encampação (ou resgate) – retomada coativa do serviço, por interesse público superve-niente. Necessita de lei autorizativa específica e pagamento de indenização prévia (art. 37);

Page 249: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 249

c) caducidade – pelo descumprimento total ou parcial do contrato por parte do contratado; a declaração da caducidade se dará por meio de decreto, independentemente de indeniza-ção prévia e após processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa (art. 38).

d) rescisão – pela inexecução total ou parcial do contrato por parte do poder concedente; ocor-rerá por iniciativa da concessionária, mediante ação judicial, sendo que os serviços não pode-rão ser interrompidos ou paralisados até a decisão judicial transitada em julgado (art. 39);

e) anulação – pela ilegalidade da licitação ou do contrato;

f) falência ou extinção da empresa concessionária ou falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, os direitos e os privilégios transferidos ao concessionário, devendo ainda haver a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, o que autoriza a ocupação das instalações e a utilização de todos os bens reversíveis.

• Permissão

Serviços permitidos são aqueles em que a Administração estabelece os requisitos para sua prestação ao público e, por contrato de adesão, transfere sua execução aos particulares que demonstrarem capacidade para seu desempenho, mediante procedimento licitatório prévio.

A permissão é, em princípio, discricionária e precária (revogável unilateralmente), mas admite condições e prazos para exploração do serviço, a fim de garantir rentabilidade e assegurar a recuperação do investimento do permissionário visando atrair a iniciativa privada. Assim, podemos dizer que a revogabilidade e a precariedade são atributos da permissão. O interesse é concorrente do particular e da Administração.

Pela Lei nº 8.987/95, considera-se permissão de serviço público “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”. Ex.: transportes coletivos.

• Autorização

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, há três modalidades distintas de autorização, previstas em nosso ordenamento jurídico:

a) Autorização mediante a qual a Administração faculta ao particular determinada atividade de seu interesse, sem a qual seria ilegal. Ex.: autorização de porte de arma.

b) Autorização de uso de bem público, que faculta ao particular a utilização de um bem de propriedade estatal. Ex.: autorização para funcionamento de uma banca de jornal em de-terminada rua.

c) Autorização de serviço público, na forma definida pela Lei nº 8.987/95.

Segundo Hely Lopes Meireles, “serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente na sua execução por particular para atender a in-teresses coletivos instáveis ou emergências transitórias”.

Page 250: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br250

A doutrina admite que é a única forma de delegação de serviços públicos que não necessita de licitação prévia e que não depende da celebração de contrato. Destina-se a serviços que não exigem execução pela própria Administração, nem exigem grande especialização, como no caso de serviços de táxi, de despachantes, segurança particular, etc.

A autorização não está prevista no art. 175 da Constituição Federal, nem a Lei nº 8.987/95 contempla tal modalidade de delegação. No entanto, há previsão em outras passagens do texto constitucional, como no art. 21, XI e XII e no art. 223.

10. CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS ADMINISTRATIVOS

a) Convênios Administrativos: são acordos firmados por entidades públicas de qualquer es-pécie, ou entre essas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes. É acordo, mas não é contrato, possuindo ampla liberdade de ingres-so e retirada dos partícipes.

b) Consórcios Administrativos: são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre de mesma espécie, para realização de objetivos de interesse comum. O que o caracteriza é que ele só é feito entre entidades da mesma es-pécie, diferentemente do convênio, que é celebrado entre pessoas jurídicas de espécies diferentes.

11. PARCERIA PÚBLICO PRIVADA – PPP

Trata-se de uma nova forma de delegação de serviço público criada pela Lei nº 11.079/04. A diferença entre ela e as demais formas de delegação tradicionais está no fato de que sempre haverá uma retribuição financeira por parte da Administração Pública. Nas demais formas de delegação, regidas pela Lei nº 8.987/95, o delegatário é remunerado diretamente por tarifa paga por usuários.

Em virtude do grande risco no investimento ou de seu alto custo, nessa nova forma de delega-ção, o ente federativo torna-se parceiro da empresa privada na prestação do serviço público. Assim, na PPP há uma repartição dos riscos, enquanto que, nas demais formas de delegação, o delegatário presta o serviço por sua conta e risco.

A definição legal do instituto da parceria público-privada consta no art. 2º da Lei Federal nº 11.079/2004: “é o contrato administrativo de concessão na modalidade patrocinada ou admi-nistrativa”. No mesmo dispositivo, ainda constam os conceitos de concessões patrocinadas e administrativas.

Nas palavras de Marçal Justen Filho, “parceria público-privada é um contrato organizacional, de longo prazo de duração, por meio do qual se atribui a um sujeito privado o dever de executar obra pública e (ou) prestar serviço público, com ou sem direito à remuneração, por meio da exploração da infra-estrutura, mas mediante uma garantia especial e reforçada prestada pelo Poder Público, utilizável para a obtenção de recursos no mercado financeiro”.

Page 251: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 251

A lei estabelece ainda que não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Sendo assim, quando ausentes os demais requisitos elencados na lei es-pecífica das parcerias e a remuneração por parte da Administração Pública limitar-se à contra-prestação não pecuniária ou alternativa, caracterizar-se-á a concessão comum.

Ressaltamos que a Lei nº 11.079/04 estabelece normas gerais de licitações e contratos relacio-nados com as PPPs, ou seja, é uma lei geral e de observância obrigatória por parte da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Nos termos do art. 2º, da Lei nº 11.079/04, as PPPs podem ser celebradas sob duas modalida-des: a concessão patrocinada ou a concessão administrativa, conforme a retribuição financeira oferecida pelo Poder Público parceiro.

a) Concessão patrocinada:

§ 1º “Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”.

Na parceria público-privada patrocinada, o serviço é prestado diretamente ao público, com cobrança tarifária que, complementada por contraprestação pecuniária do ente público, compõe a receita do parceiro privado. Quando mais de 70% da remuneração do parceiro privado for paga pela Administração, deverá haver autorização legislativa.

b) Concessão administrativa:

§ 2º “Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens”.

Nessa situação, há uma concessão de serviço público em que a remuneração é feita totalmente pelo ente federado, não havendo cobrança de tarifas dos usuários.

Pela leitura atenta do dispositivo, percebe-se que há dois tipos de concessões administrativas:

A concessão administrativa de serviços públicos, em que a Administração Pública é usuária in-direta, tem por objeto os serviços públicos a que se refere o art. 175 da Constituição Federal. A concessão administrativa de serviços ao Estado visa a prestar serviços ou fornecer utilidades diretamente à Administração. Em ambas as modalidades de concessão administrativa, o Poder Público assume o ônus relativo ao pagamento do serviço prestado.

A Lei nº 11.079/04, a fim de assegurar a participação da iniciativa privada na prestação de ser-viços públicos, mediante as PPPs, trouxe diversas regras, tendo em vista os grandes investi-mentos e o alto risco dos particulares. Entre elas, destacam-se: penalidades impostas, em caso de inadimplência, ao parceiro privado e ao parceiro público; repartição dos riscos financeiros; estipulação de garantias a serem prestadas por ambas as partes.

Também são estipuladas regras específicas à licitação prévia às PPPs. A concorrência poderá ser feita por propostas escritas e lances verbais, bem como poderá haver a inversão das fases de habilitação e julgamento, tal como no pregão. Além disso, o edital poderá restringir a apresen-

Page 252: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br252

tação de lances em viva voz aos licitantes cuja proposta escrita for, no máximo, 20% maior que o valor da melhor proposta.

É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

Por fim, destacamos que a Lei nº 11.079/04 determina que deverá ser constituída uma socieda-de de propósito específico para o objeto da concessão, incumbida de implantar e gerir o objeto da pareceria, na qual a Administração não poderá, como regra, possuir a maioria do capital votante.

Essa sociedade poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admiti-dos à negociação no mercado, devendo obedecer a padrões de governança corporativa e ado-tar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento.

Page 253: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 253

Questões CESPE

1. (Cespe – Câmara dos Deputados – Assessor Legislativo – 2014)

A prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou de permissão deve ser pre-cedida de licitação, sendo possível, em am-bos os regimes, a fixação, em contrato, de cláusulas exorbitantes.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

A autorização de serviço público consiste em ato unilateral, discricionário e precário, por meio do qual se delega um serviço público a um autorizatário, que o explorará, predominantemente, em benefício próprio.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Suponha que a administração pública dire-ta, após regular licitação, tenha transferido temporariamente a execução de determina-do serviço público a empresa privada. Nessa situação, está caracterizado o fenômeno da prestação de serviço público por outorga.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)

Ao conceder serviço público, o poder públi-co concedente só transfere ao concessio-nário a execução do serviço, continuando titular do serviço concedido, o que lhe per-mite dele dispor de acordo com o interesse público.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (Cespe – Antaq – 2014)

Nem toda concessão de serviço público deve ser decorrente de licitação prévia, po-rém toda concessão deve observar os prin-cípios da legalidade, da moralidade, da pu-blicidade e da igualdade.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – 2014)

As concessões de serviços públicos precedi-das de obras públicas terão de ser objeto de prévia licitação, mas as que não forem pre-cedidas das referidas obras se enquadrarão nas modalidades de dispensa de licitação.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

Considerando que um usuário do serviço de energia elétrica fornecido por empresa privada concessionária deixe de pagar as contas referentes aos três últimos meses, e tendo em vista aspectos diversos relaciona-dos a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Na situação considerada, a concessionária, pessoa jurídica de direito privado, fornece serviço público por descentralização nego-cial, mas o Estado detém a titularidade e o controle do serviço.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 254: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br254

8. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

A concessão de serviço público, assim como a permissão, pode ser feita a pessoa física, jurídica, ou consórcio de empresas.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (Cespe – TCERN – Inspetor – 2015)

Tanto a concessão como a permissão de serviço público têm a natureza de contrato de adesão; nesse sentido, são formalizadas por contrato administrativo e não dispen-sam licitação prévia.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

O princípio da mutabilidade, que determina que o regime jurídico possa mudar para atender ao interesse público, integra o rol de princípios inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

Considerando que um usuário do serviço de energia elétrica fornecido por empresa pri-vada concessionária deixe de pagar as contas referentes aos três últimos meses, e tendo em vista aspectos diversos relacionados a essa si-tuação hipotética, julgue o item a seguir.

Na hipótese considerada, em razão do inadimplemento por parte do usuário, a concessionária está autorizada a suspender o fornecimento de energia elétrica para a preservação do equilíbrio econômico-finan-ceiro do contrato de concessão, sem que isso vulnere o princípio da continuidade dos serviços públicos.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (Cespe – TRT 3 – Técnico Judiciário – 2015)

O estabelecimento de tarifas reduzidas para usuários de serviços públicos, que possuem menor poder aquisitivo,

a) é legítimo e corresponde à aplicação do princípio da modicidade das tarifas.

b) viola o princípio da legalidade.c) viola o princípio da igualdade dos usu-

ários de serviços públicos, devendo o Estado promover outros meios para pri-vilegiar tais pessoas.

d) viola o princípio da flexibilidade dos meios aos fins.

e) é legítimo e corresponde à aplicação do princípio da razoabilidade e da igualda-de dos usuários.

13. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

O princípio da igualdade, que pressupõe a não diferenciação entre usuários na pres-tação de serviço público, é inaplicável à de-terminação legal de isenção de tarifas para idosos e deficientes.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consul-tor Legislativo – 2014)

A remuneração do fornecimento de ener-gia pela empresa privada concessionária do serviço se dá por taxa, que possui natureza tributária.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – 2014)

O concessionário de um serviço público é remunerado mediante o sistema de tarifas pagas pelos usuários, as quais configuram remuneração pelo serviço prestado e con-cedido pelo concedente em contrato.

( ) Certo   ( ) Errado

Page 255: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 255

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

16. (Cespe – Anatel – 2014)

O inadimplemento do concessionário, que deixa de executar total ou parcialmente ser-viço público concedido, acarreta a extinção do contrato de concessão por rescisão pro-movida pelo poder concedente.

( ) Certo   ( ) Errado

17. (Cespe – Antaq – 2014)

Caso um serviço não seja prestado de forma adequada, segundo critérios e indicadores de qualidade definidos, poderá ser decla-rada a caducidade da concessão pelo poder concedente.

( ) Certo   ( ) Errado

18. (Cespe – Antaq – 2014)

A transferência de concessão, de uma concessionária para outra, pode ocorrer sem prévia anuência do poder concedente, sem implicar na caducidade da concessão.

( ) Certo   ( ) Errado

19. (Cespe – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – 2014)

Caso determinada empresa concessionária de serviços públicos preste serviços de forma deficiente, e essa deficiência seja identificada pelo poder público por meio da análise de indicadores de qualidade previamente definidos em contrato, o referido poder poderá declarar a caducidade como forma de extinção da concessão.

( ) Certo   ( ) Errado

20. (Cespe – TCM-GO – Auditor – 2015)

Em um contrato de concessão firmado entre um Município e empresa privada para a ex-ploração de serviços públicos de transporte de passageiros verificou-se o reiterado des-cumprimento, pela concessionária, de obri-gações estabelecidas contratualmente rela-tivas a indicadores de qualidade, conforto e pontualidade do serviço prestado aos usuá-rios. Diante de tal situação, o poder conce-dente poderá

a) declarar a caducidade da concessão, mediante prévia autorização legislativa.

b) encampar o serviço, hipótese em que a concessionária não terá direito a indeni-zação por investimentos não amortiza-dos.

c) decretar a intervenção no contrato, por decreto, com instauração de procedi-mento administrativo que deverá ser concluído no prazo máximo de 180 dias.

d) extinguir o contrato, por ato motivado, mediante prévia indenização à conces-sionária pelos investimentos não amor-tizados e lucros cessantes.

e) aplicar as penalidades previstas contra-tualmente, culminando com a declara-ção de encampação, caso não sanados os descumprimentos identificados.

21. (Cespe – TJDFT – Analista Judiciário – 2015)

Com base no princípio da continuidade do serviço público, a extinção da concessão, nas hipóteses previstas em lei, autoriza a imediata assunção do serviço pelo poder concedente e a utilização de todos os bens reversíveis.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Errado 4. C 5. Errado 6. Errado 7. Certo 8. Errado 9. Certo 10. Certo  11. Certo 12. E 13. Errado 14. Errado 15. Certo 16. Errado 17. Certo 18. Certo 19. Certo 20. C 21. Certo

Page 256: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é
Page 257: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 257

Questões FCC

1. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Os serviços públicos podem ser prestados direta ou indiretamente pelo Poder Público, respeitadas a titularidade e competência pre-vistas na legislação pertinente. Dentre a pos-sibilidade de execução indireta do serviço pú-blico por determinado ente está a outorga de

a) permissão de serviço público, cuja na-tureza contratual permite a delegação de titularidade e execução das atribui-ções típicas do ente político.

b) concessão de serviço público, contrato que estabelece as atribuições e condi-ções da prestação do serviço, cabendo ao contratado o desempenho adequa-do do mesmo e a responsabilidade pelo risco do negócio.

c) concessão de serviço público, ato que transfere ao privado a competência para o adequado desempenho das atri-buições, responsabilizando-se o Poder Público, no entanto, integralmente pelo risco do negócio.

d) autorização de serviço público, con-trato que delega ao privado execução do serviço público e, caso também te-nha transferido a titularidade, permite o exercício do poder de polícia antes competência do po der público.

e) permissão de serviço público, contra-to que delega ao privado execução do serviço público e, caso também tenha transferido a titularidade, permite o exercício do poder de polícia antes competência do Poder Público.

2. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Determinada empresa privada, concessio-nária de serviços públicos, torna-se inadim-plente, deixando de prestar o serviço de administração de uma estrada do Estado do

Maranhão, descumprindo o contrato firma-do e prejudicando os usuários. Neste caso, a retomada do serviço público concedido ain-da no prazo de concessão pelo Governo do Estado do Maranhão tem por escopo asse-gurar o princípio do serviço público da

a) cortesia.b) continuidade.c) modicidade.d) impessoalidade.e) atualidade.

3. (FCC – PGE-BA – Analista de Procuradoria – 2013)

Na história do Direito Administrativo, a noção de serviço público sofreu sensíveis transformações. No que se refere aos servi-ços públicos no Direito Administrativo brasi-leiro, é correto afirmar que

a) uma atividade que exija cobrança de ta-rifa, e não de taxa, não mais se coaduna com a noção de serviço público.

b) o serviço postal, consoante jurisprudên-cia recente do STF, não é propriamente serviço público, mas atividade econô-mica em sentido estrito, exercida pela União (ECT) sob regime de monopólio.

c) houve mudanças no seu aspecto subje-tivo admitindo-se a prestação indireta, não obstante o Poder Público permane-ça com a sua titularidade.

d) atividades que importem prestações específicas apenas para determinados indivíduos fogem do perfil moderno de serviço público.

e) o exercício do direito de greve por servi-dores públicos vê-se plenamente obsta-do atualmente, em razão da inexistên-cia de lei específica sobre o tema e da necessidade de se garantir o funciona-mento contínuo do serviço público.

Page 258: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br258

4. (FCC – MPE-AM – Agente Técnico Jurídico – 2013)

Determinado município outorgou à empre-sa privada, mediante prévio procedimen-to licitatório, permissão para operação de linhas de ônibus para o serviço público de transporte de passageiros. Após três anos de operação privada, o novo Prefeito deci-diu que o município deveria retomar a ope-ração dessas linhas, como forma de propi-ciar a modicidade tarifária aos usuários, muito embora a permissão originalmente outorgada previsse o prazo de cinco anos, prorrogável por igual período. De acordo com as disposições legais que disciplinam a matéria, essa decisão é

a) legal, desde que declarada, mediante prévia autorização legislativa, a encam-pação do serviço.

b) legal, haja vista o caráter precário do regime de permissão de exploração de serviço público.

c) ilegal, haja vista que a retomada an-tes do prazo outorgado somente pode ocorrer em caso de declaração de cadu-cidade.

d) ilegal, salvo se houver expressa concor-dância da permissionária e indenização por todos os investimentos não amorti-zados.

e) legal, desde que fundada em razões de interesse público devidamente justifica-do e constatada a ineficiência na pres-tação do serviço pelo permissionário.

5. (FCC – TCE-SP – Auditor do Tribunal de Con-tas – 2013)

Empresa controlada pelo Estado, conces-sionária de serviço público de geração de energia elétrica, com contrato de concessão celebrado ao amparo das Leis Federais nº 8.987/95 e nº 9.074/95, considerou que a tarifa estabelecida pelo Poder Concedente para vigorar na hipótese de prorrogação do contrato de concessão não seria suficiente para remunerar os custos de operação, ma-

nutenção, encargos setoriais e amortizar os investimentos necessários à manutenção da atualidade dos serviços. De acordo com a legislação mencionada, assegura-se à con-cessionária o direito de optar por

a) não renovação da concessão com a in-denização das parcelas dos investimen-tos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados.

b) renovação automática, pelo prazo ne-cessário à amortização dos investi-mentos em bens reversíveis, ainda não amortizados.

c) retenção dos bens vinculados à conces-são, cujos investimentos não tenham sido indenizados.

d) ressarcimento dos custos com pessoal e manutenção vinculados ao objeto da concessão.

e) encampação do serviço, até a integral recomposição dos investimentos efeti-vamente comprovados e não amortiza-dos.

6. (FCC – TRE-TO – Técnico Judiciário – 2011)

Um dos princípios concernentes aos servi-ços públicos denomina-se princípio da atu-alidade, que, em síntese, significa

a) igualdade entre os usuários dos servi-ços contratados.

b) modernidade das técnicas, melhoria e expansão do serviço.

c) razoabilidade no valor atualizado das tarifas exigidas.

d) continuidade na prestação do serviço público.

e) bom tratamento para com o público usuário do serviço contratado.

7. (FCC – TCE-SP – Auditor do Tribunal de Contas – 2013)

Determinado município pretende outorgar à iniciativa privada a prestação de serviço público de transporte de passageiros em linhas de ônibus. Considerando a disciplina

Page 259: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 259

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

legal da matéria, a prestação do serviço por entidades privadas

a) somente é admitida sob regime de con-cessão, com prazo determinado, prece-dida de lei específica e licitação na mo-dalidade concorrência.

b) depende de lei específica, autorizando a transferência da titularidade do serviço à iniciativa privada.

c) é admitida sob o regime de concessão, em caráter precário, ou por permissão, quando ensejar subsídio do poder con-cedente.

d) somente é admitida em caráter subsidi-ário e precário, mediante permissão ou autorização.

e) é admitida sob o regime de concessão ou permissão, precedida, em qualquer caso, de licitação.

8. (FCC – TRT-1ª Região – Analista Judiciário – 2013)

Não dispondo de recursos financeiros, o Poder Público pretende delegar a execução material de serviço público de sua titulari-dade a particular para que ele possa explo-rá-lo e dele se remunerar. De acordo com o ordenamento jurídico vigente, o poder pú-blico pode:

a) firmar contrato de concessão de servi-ço público, precedido de licitação.

b) outorgar a titularidade do serviço públi-co por meio de ato normativo, precedi-do de licitação.

c) editar decreto transferindo a concessão do serviço público ao particular, inde-pendentemente de licitação.

d) celebrar convênio para trespasse da ex-ploração do serviço público, precedido de licitação.

e) celebrar contrato de permissão de ser-viço público, declarando-se prévia inexi-gibilidade de licitação.

9. (FCC – Defensor Público-RS – 2011)

Considere as seguintes afirmações com rela-ção ao regime de concessão e permissão da prestação dos serviços públicos, tendo em vista a Lei nº 8.987/95:

I – O poder concedente publicará, simulta-neamente ao edital de licitação, ato justi-ficando a conveniência da outorga de con-cessão ou permissão do serviço público, caracterizando seu objeto, área e prazo.

II – O serviço adequado é aquele que sa-tisfaz as condições de regularidade, conti-nuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

III – A permissão de serviço público é a de-legação, a título precário, feita pelo poder concedente apenas à pessoa jurídica que demonstre capacidade para seu desempe-nho, precedida ou não de licitação, formali-zada mediante contrato de adesão.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I.b) II.c) III.d) I e III.e) II e III.

10. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012)

De acordo com a legislação federal em vi-gor (Lei nº 8.987/95), é uma diferença entre concessão e permissão de serviço público

a) voltar-se a primeira a serviços de cará-ter social; e a segunda, a serviços de ca-ráter econômico.

b) poder a primeira ser celebrada com pes-soa jurídica ou consórcio de empresas; e a segunda, com pessoa física ou jurídi-ca.

c) ser obrigatória a licitação para a primei-ra; e facultativa, para a segunda.

d) ser a primeira contrato; e a segunda, ato unilateral.

Page 260: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br260

e) ter a primeira prazo determinado; e a segunda, não comportar prazo.

11. (FCC – TJ-GO – Juiz Substituto – 2012)

No tocante ao regime da concessão de ser-viços públicos, na sua forma tradicional, a Lei Federal nº 8.987/95

a) condiciona a outorga de subconcessão, a transferência da concessão e a trans-ferência do controle societário da con-cessionária à expressa concordância do poder concedente.

b) admite a possibilidade de subconces-são, desde que haja previsão no con-trato original de concessão, o que torna dispensável nova autorização do poder concedente.

c) exige que a transferência da concessão seja expressamente autorizada pelo po-der concedente, mas nada estabelece no tocante à transferência do controle societário da concessionária.

d) veda a subconcessão do serviço delega-do, pois o contrato de concessão é intui-tu personae.

e) permite a transferência da concessão, mediante a realização prévia de concor-rência para a escolha do novo conces-sionário.

12. (FCC – TRT-4ª – Juiz do Trabalho Substituto – 2012)

A prestação de serviço público mediante re-gime de permissão

a) independe de prévio procedimento li-citatório, dado o seu caráter precário e limita-se ao prazo máximo de 5 (cinco) anos.

b) somente é permitida para serviços de natureza não essencial, sendo obrigató-ria, nos demais casos, a prestação direta pelo poder público.

c) constitui delegação feita pelo poder concedente, a título precário, mediante licitação, a pessoa física ou jurídica que

demonstre capacidade para seu desem-penho, por sua conta e risco.

d) caracteriza a prestação do serviço pú-blico em regime precário, nas situações em que o regime de concessão não seja viável em face da ausência de sustenta-bilidade financeira da exploração me-diante cobrança de tarifa.

e) é possível apenas em relação a serviços públicos não exclusivos de Estado, tam-bém denominados impróprios, cuja ex-ploração econômica é facultada ao par-ticular mediante autorização do poder público.

13. (FCC – TRT-20ª – Juiz do Trabalho Substitu-to – 2012)

Determinada atividade, quando caracteriza-da como serviço público, constitui obrigação do Estado, que pode prestá-la diretamente ou sob o regime de concessão ou permis-são, devendo observar, entre outros, o prin-cípio da

a) modicidade tarifária, que veda a explo-ração por regime de concessão de ser-viços de natureza essencial, exceto se subsidiada pelo poder concedente.

b) universalidade, que impõe a obriga-ção do poder concedente de subsidiar a prestação do serviço, por agente pú-blico ou privado, quando o mesmo se mostrar deficitário.

c) continuidade, que impede o concessio-nário de rescindir o contrato administra-tivamente, exceto no caso de desequilí-brio econômico-financeiro.

d) continuidade, que impede a Administra-ção de declarar a encampação em con-trato de concessão, salvo se verificada a prestação deficiente do serviço pela concessionária.

e) continuidade, que não é violado quan-do a interrupção do serviço se dá, após prévio aviso, por inadimplemento do usuário.

Page 261: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 261

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

14. (FCC – Advogado – SABES – 2012)

Em matéria de concessão e permissão de serviços públicos analise as afirmações abai-xo.

I – A concessão de serviço público só pode ser feita mediante licitação, sob qualquer modalidade, enquanto a permissão desse serviço não exige licitação, ficando a critério da Administração.

II – As concessões ou permissões de serviço público poderão ser feitas por prazo inde-terminado, sendo rescisão a única causa de sua extinção.

III – Mesmo com a natureza intuitu perso-nae é cabível a subconcessão de serviços públicos nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamen-te autorizada pelo poder concedente, mas sempre precedida de concorrência.

IV – As permissões de serviço público serão formalizadas mediante contrato de adesão, observando os termos da lei específica, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Porém, a permissão de uso de bem público, se apresenta como ato administrativo unilateral.

Estão corretas APENAS as afirmações

a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e IV. e) I, II e III.

15. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man-dados – 2012)

O Poder Público contratou, na forma da lei, a prestação de serviços de transporte urbano à população. A empresa contrata-da providenciou todos os bens e materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado momento, interrompeu as ati-

vidades. O Poder Público assumiu a presta-ção do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais de titularidade da empresa. A atuação do poder público con-substanciou-se em expressão do princípio da

a) continuidade do serviço público. b) eficiência. c) segurança jurídica. d) boa-fé. e) indisponibilidade do interesse público.

16. (FCC – TRT-23ª – Técnico Judiciário – 2016)

Considere:

I – Independente de a pessoa satisfazer as condições legais, ela faz jus à prestação do serviço público, não podendo haver distin-ção de caráter pessoal.

II – Um dos princípios que regem os servi-ços públicos denomina-se mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual admitem-se mudanças no regime de execução do servi-ço para adaptá-lo ao interesse privado, que é variável no tempo.

III – O princípio da continuidade do serviço público tem aplicação especialmente com relação aos contratos administrativos e ao exercício da função pública.

No que concerne aos princípios inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos, está correto o que consta APENAS em

a) I.b) I e III.c) II.d) I e II.e) III.

17. (FCC – TRE-PB – Técnico Judiciário – 2015)

Considere as afirmativas:

I – Serviço público é toda utilidade presta-da pelo Poder Público em favor da coletivi-dade, vedada delegação da execução a par-

Page 262: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br262

ticulares, sob pena de alteração do regime jurídico e desnaturação do objeto.

II – Serviço público pode ser prestado di-retamente pelo Estado ou por meio de de-legação a particulares, o que não afasta a submissão aos princípios que garantem a adequada prestação daquela utilidade aos usuários.

III – O princípio da continuidade dos servi-ços públicos permite que o Estado prorro-gue reiteradamente os contratos por meio dos quais delega a execução daquelas ativi-dades aos particulares.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III.b) I e II, apenas. c) III, apenas.d) II, apenas.e) I, apenas.

18. (FCC – TRT-9ª – Técnico Judiciário – 2015)

As atividades materiais prestadas aos admi-nistrados que sejam predicadas como servi-ços públicos estão sujeitas a regime jurídico com características próprias, dentre elas, a previsão de princípios específicos, como o princípio da:

a) continuidade dos serviços públicos, que permite sucessivas prorrogações de contratações, sem submissão a nova li-citação, sempre que o serviço estiver sendo prestado adequadamente.

b) igualdade dos usuários, que impede co-brança de valores diferenciados de tari-fas, independentemente das distinções de situação jurídica dos usuários.

c) mutabilidade do serviço público, que permite alteração do serviço público prestado, para que o contratado execu-te o serviço cuja natureza melhor aten-da às necessidades dos administrados.

d) continuidade dos serviços públicos, que permite que o Poder Público assuma a prestação dos serviços sempre que o contratado não estiver executando de

forma adequada o contrato e isso esti-ver prejudicando a qualidade do serviço disponibilizado aos usuários.

e) imutabilidade do regime jurídico dos serviços públicos, que impede que se-jam promovidas alterações na forma de prestação dos serviços, garantindo aos usuários que esses receberão os bene-fícios na forma em que foram contrata-dos inicialmente.

19. (FCC – TRT-9ª – Analista Judiciário – 2015)

Considerando a tripartição de poderes con-sagrada na Constituição da República de 1988, à função executiva incumbem as ati-vidades prestacionais de interesse público, que são aquelas que visam ao atendimento do interesse coletivo, fornecendo disponibi-lidades e utilidades aos cidadãos para que estes alcancem o bem-estar. Essas ativida-des

a) são qualificadas como serviços públicos, quando previstas em lei, e desde que prestadas diretamente pelo Poder Pú-blico.

b) devem ser qualificadas como serviços públicos independentemente de previ-são legal, e podem ter sua titularidade delegada a particulares, pois não impor-ta o regime jurídico de sua prestação.

c) podem ser delegadas a pessoas jurídicas de direito público, de forma a garantir que o regime jurídico de execução seja sempre público, independentemente da titularidade do serviço público.

d) materiais previstas em lei, podem ter sua execução delegada a particulares sem que percam a natureza de serviço público, vedada a transferência da titu-laridade.

e) devem ser prestadas em regime de gra-tuidade ou subsidiadas, posto que im-pera o princípio da modicidade tarifária para os serviços públicos.

Page 263: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br 263

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

20. (FCC – TRE-SE – Técnico Judiciário – 2015)

A cortesia constitui um dos princípios que regem os serviços públicos. Exemplo de sua aplicação é

a) modicidade das tarifas, de modo a não onerar os usuários dos serviços públi-cos.

b) isenção de tarifas para administrados que assim necessitem.

c) tratamento educado, prestativo e res-peitoso aos usuários dos serviços públi-cos.

d) eficiência na prestação dos serviços pú-blicos.

e) trazer ao conhecimento público e geral dos administrados a forma como o ser-viço foi prestado, os gastos e a disponi-bilidade de atendimento.

Gabarito: 1. B 2. B 3. C 4. B 5. A 6. B 7. E 8. A 9. B 10. B 11. A 12. C 13. E 14. C 15. A 16. E  17. D 18. D 19. D 20. C

Page 264: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br264

TÓPICO 10

Classificação e Espécies de Atos Administrativos

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

1. Atos Normativos: contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. São exemplos os Decretos, os Regulamentos, os Regimentos e as Resoluções.

2. Atos Ordinatórios: disciplinam o funcionamento da Administração Pública e a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração. (Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço, Ofícios, etc)

3. Atos Negociais: representam uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do particular; visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao particular. Como exemplo, temos a Licença, a Autorização, a Permissão, a Homologação e o Visto.

4. Atos Enunciativos: aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião sobre determinado assunto. Ex.: Certidões, Atestados, Apostilas e Pareceres.

5. Atos Punitivos: são aqueles que visam punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos administrados ou de servidores. Via de regra, resultam da aplicação do poder disciplinar ou do poder de polícia. São exemplos a multa, a interdição de estabelecimentos comerciais, a apreensão de mercadorias, etc

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

a) Quanto ao seu regramento:

• Atos vinculados – São aqueles em que a lei estabelece as condições e o momento da sua realização, não deixando margem de liberdade à atuação do administrador

• Atos discricionários – são aqueles que a Administração pode praticar com certa liberdade quanto à escolha da conveniência, da oportunidade e do conteúdo. Não se confunde com arbitrariedade.

Page 265: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 265

b) Quanto ao destinatário:

• Atos gerais – dirigidos à coletividade em geral, atingindo todos que estejam na mesma situação jurídica abrangida por ele.

• Atos individuais – possuem destinatários certos e determinados, criando situações jurídicas individuais.

c) Quanto ao seu alcance:

• Atos internos – praticados no âmbito interno da Administração, incidindo sobre órgãos e agentes administrativos.

• Atos externos – praticados no âmbito externo da Administração, atingindo administrados e contratados. Por conta disso, a publicação em diário oficial é requisito de eficácia dos mesmos.

d) Quanto ao seu objeto:

• Atos de império – praticados com supremacia em relação ao particular e servidor, impondo o seu obrigatório cumprimento (relação de verticalidade).

• Atos de gestão – praticados em igualdade de condição com o particular, ou seja, sem usar de suas prerrogativas sobre o destinatário (relação de horizontalidade).

• Atos de expediente – atos de rotina administrativa, praticados para dar andamento a processos e papéis que tramitam internamente na administração pública.

e) Quanto a formação:

• Ato simples – nasce por meio da manifestação de vontade de um órgão.

• Ato complexo – nasce da manifestação de vontade de mais de um órgão.

• Ato composto – nasce da manifestação de vontade de um órgão, mas depende de outra vontade que o ratifique para produzir efeitos.

Page 266: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br266

TÓPICO 11

Controle da Administração Pública

Este assunto não é de sistematização fácil, pois não existe um diploma único que o discipline nem a CF dele tratou de forma concentrada. O que se observa é que diferentes modalidades, hipóteses, instrumentos, órgãos etc. de controle encontram-se previstos e regrados em diversos atos normativos, sendo de grande importância o conhecimento das orientações doutrinárias e jurisprudenciais. O mais amplo controle da Administração Pública é um corolário dos Estados de Direito, nos quais somente a lei deve pautar a atividade da Administração, cujo fim deve ser o da defesa e tutela do interesse público.

Pode-se conceituar controle como o poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria Administração, ou outro Poder, exerce sobre sua atuação administrativa, diretamente ou por meio de órgãos especializados, tais como os Tribunais de Contas. Esse poder-dever é exercitável por todos os Poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) a toda atividade administrativa e a todos os seus agentes.

Cabe ainda ressaltar que o Decreto-Lei nº 200/67 estabelece o CONTROLE como um dos princípios básicos da Administração Pública.

IMPORTANTE! Recentemente a EC nº 45/04 (Reforma do Judiciário) estabeleceu dois órgãos constitucionais que exercem funções de controle na estrutura do Poder Judiciário e do Ministério Público. São eles:

CNJ – Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B)

CNMP – Conselho Nacional do Ministério Público (art. 130-A)

Possuem as seguintes funções:

a) Controlar a atuação administrativa e financeira e o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros;

b) Zelar pela observância do art. 37 e apreciar, por meio de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por seus membros, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas.

Page 267: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 267

CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE (Hely Lopes Meirelles)

1) Conforme ORIGEM:

a) Controle Interno: este controle é aquele exercido dentro de um mesmo Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), é o que as chefias exercem sobre seus próprios subordinados.

Ex.: As autoridades superiores, controlando os atos de seus subordinados (relação hierárquica) ou do Ministério da Previdência sobre o INSS (relação de vinculação)

A Constituição Federal determina, em seu art. 74, que os Poderes mantenham sistema de controle interno, cabendo aos responsáveis pelo controle interno dar ciência ao Tribunal de Contas das irregularidades conhecidas, sob pena de responsabilização solidária.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

b) Controle Externo: é aquele controle exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro Poder.

Exs.:

• sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (Poder Legislativo » Poder Executivo) – CF, art. 49, V;

• anulação de um ato do Executivo por decisão judicial (Poder Judiciário » Poder Executivo);

Page 268: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br268

• julgamento anual, pelo Congresso, das prestações de contas do Presidente e a apreciação dos relatórios sobre a execução dos planos de governo (Poder Legislativo » Poder Executivo);

• auditoria realizada pelo TCU sobre as despesas realizadas pelo Executivo e Judiciário federal (Poder Legislativo » Poderes Executivo e Judiciário).

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o controle finalístico é um controle externo; porém, para Celso Antônio Bandeira de Mello, é um controle interno.

c) Controle Popular: em virtude de a Administração dever sempre atuar visando à satisfação do interesse público, nada mais lógico ou necessário do que a existência de mecanismos, constitucionais, à disposição dos administrados que possibilitem a verificação da correta atuação da Administração.

Exs.:

• o art. 31, § 3º da CF determina que as contas dos Municípios fiquem (por 60 dias, anualmente) à disposição de qualquer contribuinte, o qual poderá questionar sua legitimidade;

• o art. 5º, LXXIII da CF estabelece que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular;

• o art. 74, § 2º da CF estatui que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato à parte legítima para denunciar irregularidades perante o TCU;

• o art. 37, § 3º dispõe sobre a participação do usuário junto à Administração Pública.

2) Conforme MOMENTO DO EXERCÍCIO:

a) Controle Prévio ou Preventivo (A Priori): diz-se prévio quando exercido antes do início da prática, ou antes, da conclusão do ato administrativo.

Exs.:

• autorização do Senado para que a União, Estados, DF e Municípios contraiam empréstimos externos (CF, art. 52, V);

• aprovação pelo Senado da escolha de ministros dos Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República, Presidente do Bacen, etc. (CF, art. 52, III);

• concessão de liminar em Mandado de Segurança preventivo.

b) Controle Concomitante: é exercido durante a realização do ato e permite a verificação da regularidade de sua formação.

Exs.:

• fiscalização da execução de um contrato administrativo;

Page 269: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 269

• realização de auditoria durante a execução do orçamento;

• acompanhamento de um concurso pela corregedoria competente.

c) Controle Subsequente ou Corretivo (A Posteriori): talvez a mais comum das modalidades, é exercido após a conclusão do ato e possibilita a correção de defeitos, sua anulação ou ratificação.

Exs.:

• homologação de um procedimento administrativo;

• sustação, pelo Congresso, de ato normativo do Poder Executivo;

• controle judicial dos atos administrativos, em regra.

3) Quanto ao ASPECTO CONTROLADO:

a) Controle de Legalidade ou de Legitimidade: verifica se o ato foi praticado em conformidade com a lei, é corolário do Princípio da Legalidade. Pode ser exercido pela própria Administração (interno – princípio da autotutela) ou pelos poderes Judiciário e Legislativo (externos). Ex.: apreciação de Mandado de Segurança pelo Judiciário; análise de admissão de pessoal pelo TCU, etc.

Basicamente, o controle de legalidade dos atos administrativos poderá resultar na sua confirmação (homologação, visto, aprovação) ou na sua rejeição (anulação).

Tradicionalmente, para os principais autores, os atos só podiam ser válidos ou nulos (aqueles não passíveis de correção e incapazes de produzir efeitos, exceto aos terceiros de boa-fé). Com a edição da Lei nº 9.784/99, que regulou, de forma genérica, os processos administrativos na esfera federal, passou a ser expressamente admitida a convalidação, em seu art. 55, no caso de atos administrativos que possuam vícios sanáveis. Portanto, hoje, podemos ter como resultados do controle de legalidade: a anulação ou a convalidação. As hipóteses para a convalidação são:

a) Quando os efeitos do ato viciado forem favoráveis ao administrado de boa-fé, a Administração dispões de 5 anos para anulá-lo, findo este prazo sem manifestação da Administração convalidado estará o ato (convalidação tácita);

b) Por iniciativa da Administração, quando dos defeitos do ato não resultem lesão ao interesse público ou a terceiros (convalidação expressa).

b) Controle de Mérito: visa verificar a eficiência, a oportunidade e a conveniência do ato controlado. Compete, em regra, ao Poder que editou o ato. Como regra, a análise da oportunidade e conveniência da prática do ato administrativo, pelo próprio Poder que o editou, resultará na revogação do ato administrativo.

Em casos excepcionais e expressos na CF, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito sobre atos praticados pelo Executivo (art. 49, X da CF). Nesses casos excepcionais, o Legislativo irá anular, e jamais revogar, o ato administrativo.

Page 270: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br270

CF, art. 49 – É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

Quanto ao controle de mérito pelo Poder Judiciário, quanto aos atos praticados por outros Poderes, entendia-se, tradicionalmente, que não era possível; porém, modernamente, entende-se que o Poder Judiciário, com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, exerce um controle de legitimidade sobre o mérito dos atos praticados. É importante ressaltarmos, que, nesse caso, também não se trata de revogação de um ato de outro Poder pelo Poder Judiciário, mas sim de um caso de anulação, baseando-se nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

Ex.: invalidação de atos administrativa de aplicação de penalidade disciplinar por entendimento de desproporcionalidade entre a sanção e os motivos declarados.

4) Quanto à AMPLITUDE

a) Controle Hierárquico: é um controle interno típico do Executivo e resulta do escalonamento vertical dos órgãos da Administração Direta ou das unidades integrantes das entidades da Administração Indireta. Em razão de sua natureza, é dito pleno ou irrestrito, permanente e automático (não necessitando de norma específica ou autorizativa). É apto para verificar legalidade e/ou mérito e para o seu exercício são necessárias as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação.

Está relacionado ao Poder Hierárquico, próprio da estrutura administrativa dos órgãos e das entidades integrantes da Administração Direta e Indireta. Como só há hierarquia no desempenho das funções administrativas do Estado, diz-se que só há hierarquia nos Poderes Legislativo e Judiciário quando desempenham suas funções administrativas, ou seja, atípicas.

b) Controle Finalístico: é aquele exercido pela Administração Direta sobre a Administração Indireta, baseada na relação de vinculação. É denominado Supervisão Ministerial. Depende de norma legal que estabeleça: os meios, os aspectos, as ocasiões, as finalidades e a autoridade controladora. Tal forma de controle é conhecida como controle finalístico ou tutela ou supervisão ministerial ou vinculação ou controle teleológico.

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o controle finalístico é um controle externo; porém, para Celso Antônio Bandeira de Mello, é um controle interno.

Page 271: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 271

1. CONTROLE ADMINISTRATIVO

É aquele exercido pela própria Administração sobre os seus atos, analisando aspectos relativos ao mérito dos atos administrativos e aos aspectos de legalidade. É realizado pelo Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário. É derivado do poder-dever de autotutela que a Administração detém sobre seus atos e agentes. Caracteriza-se um controle interno e de forma geral se dá mediante fiscalização (a pedido ou de ofício) hierárquica ou recursos administrativos. Conforme o órgão que o realize podemos ter:

• Controle hierárquico próprio: é aquele realizado pelos órgãos superiores sobre os inferiores, pelas chefias sobre os subordinados, pelas corregedorias sobre órgão e agentes sujeitos à sua correição, etc. Ou seja, é aquele realizado dentro de um mesmo órgão;

• Controle hierárquico impróprio: é aquele realizado por órgãos especializados no julgamento de recursos, ocorrendo quando o recorrente se dirige a órgãos estranhos àquele que originou o ato impugnado. Neste caso, não existe entre o órgão controlado e o controlador uma relação de hierárquica de subordinação. Ex.: Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda recebendo recursos contra a Delegacia de Julgamento da Receita Federal.

• Controle finalístico: realizado pela Administração Direta sobre a Administração Indireta, é principalmente realizado pelos Ministérios sobre as entidades a eles vinculadas. Está prevista no Decreto-Lei nº 200/67.

2. CONTROLE LEGISLATIVO:

O controle legislativo, ou parlamentar, é exercido pelos órgãos legislativos ou pelas comissões parlamentares sobre determinados atos do Executivo e somente se verifica nas situações e nos limites expressamente previstos na CF (princípio da independência e harmonia dos poderes – clausula pétrea). Trata-se de controle externo e político, podendo ater-se aos aspectos de legalidade ou de conveniência pública.

Exs.:

• compete ao Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (art. 49, X da CF);

• compete ao Congresso Nacional sustar os atos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 49, V da CF) – este controle é só de legalidade e não de mérito;

• as CPIs terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e serão criadas para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MP, para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (art. 58, § 3º da CF).

Page 272: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br272

OUTRAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS (art. 49 ao 52)

a) Ao Congresso Nacional julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo (art. 49, IX);

b) Ao Senado Federal cabe aprovar a escolha de magistrados, ministros do TCU, Procurador Geral da República, outras autoridades (art. 52, III);

c) Ao Senado Federal cabe autorizar operações externas de natureza financeira, da União, Estados, DF, Territórios e Municípios (art. 52, V);

d) À Câmara dos Deputados compete proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa (art. 51, II);

e) Ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à legalidade, à legitimidade, á economicidade, à aplicação das subvenções e à renúncia de receitas (art. 70).

Obs.: O STF não admite que a Constituição de um Estado-membro estabeleça competência para que a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal, julguem suas próprias contas, tão pouco as contas do TJ, somente cabendo a estes o julgamento das contas dos chefes do Executivo – as demais são competência do TC respectivo.

FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA NA CF

A fiscalização financeira e orçamentária é exercida sobre os atos de todas as pessoas que administrem bens ou dinheiros públicos. O art. 70, § único, diz que “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária”. O controle interno e pleno visa a observação da legalidade, conveniência, oportunidade e eficiência, já o controle externo visa comprovar a probidade da Administração. As áreas alcançadas pelo chamado controle financeiro são:

• Contábil: a preocupação é com a correção da formalização dos registros das receitas e despesas;

• Financeira: o controle se efetiva por meio do acompanhamento dos depósitos bancários, empenho de despesas, pagamentos efetuados, ingresso de valores, etc;

• Orçamentário: diz respeito ao acompanhamento da execução do orçamento, fiscalização dos registros nas rubricas orçamentárias adequadas, etc;

• Operacional: controla a execução das atividades administrativas em geral, a observância dos procedimentos legais e a adequação à eficiência e à economicidade;

• Patrimonial: incide sobre bens do patrimônio público, móveis ou imóveis, constantes de almoxarifado, estoques ou em uso pela Administração.

Page 273: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 273

ATRIBUIÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

Questão complexa é determinar a posição dos TCs. Não são eles órgãos do Poder Executivo, tampouco do Judiciário. Conforme posição dominante na doutrina os TCs, são órgãos da estrutura do Poder Legislativo, auxiliares do Poder Legislativo, mas que não praticam atos de natureza legislativa, apenas atos de controle. As principais atribuições são as estabelecidas no art. 71 da CF.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

Page 274: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br274

IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

3. CONTROLE JUDICIÁRIO

O controle judiciário, ou judicial, é o exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, Legislativo. Caracteriza-se com uma forma de controle externo, dependendo sempre de provocação do interessado. Em regra, é exercido a posteriori e versa sobre legalidade, sendo sobretudo um meio de preservação de direitos individuais dos administrados. Ocorre mediante provocação e tem como efeito a anulação (nunca revogação), efeito ex tunc. O ato nulo não gera direitos ou obrigações para as partes, não cria situações jurídicas definitivas e não admite convalidação, porém a de ser excepcionada para os terceiros de boa-fé (presunção de legitimidade) devendo, nesses casos, amparar os direitos nascidos na vigência do ato posteriormente anulado.

Tal forma de controle se baseia no princípio constitucional da inafastabilidade da tutela jurisdicional, previsto na CF, art. 5º, XXXV.

ESPÉCIES DE CONTROLE JUDICIAL

São as vias processuais de procedimento ordinário, sumário ou especial de que dispõe o titular do direito lesado ou ameaçado de lesão para obter a anulação do ato ilegal em ação contra a Administração Pública.

Page 275: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 275

• Mandado de segurança individual: destina-se a coibir atos ilegais da autoridade que lesem direito subjetivo, líquido e certo do impetrante. O prazo para impetração é de 120 dias do conhecimento oficial do ato a ser impugnado (CF, art. 5º, LXIX).

• Mandado de segurança coletivo: seus pressupostos são os mesmos do individual, inclusive quanto ao direito líquido e certo, só que a tutela não é individual, mas coletiva (CF, art. 5º, LXX).

• Ação popular: é um instrumento de defesa dos interesses da coletividade, utilizável por qualquer cidadão, no gozo de seus direitos cívicos e políticos. O beneficiário direto e imediato é o povo (CF, art. 5º, LXXIII).

• Ação civil pública: ampara os direitos difusos e coletivos, não se prestando para direitos individuais, nem se destinando à reparação de prejuízos (Lei nº 7347/85; CF art. 129, III).

• Mandado de injunção: ampara quem se considerar prejudicado pela falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a direitos e liberdades constitucionais e à nacionalidade, à soberania e à cidadania (CF, art. 5º, LXXI).

• Habeas data: assegura o conhecimento de registros concernentes ao postulante e constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, ou para retificação de seus dados pessoais (CF, art. 5º, LXXII).

• Ação direta de inconstitucionalidade: é usada para atacar a lei em tese ou qualquer outro ato normativo antes mesmo de produzir efeitos concretos (CF, art. 102, I).

• Medida cautelar: feito pelo arguente de inconstitucionalidade, será julgado pelo STF; exige os pressupostos das cautelares comuns; a liminar suspende a execução da lei, mas não o que se aperfeiçoou durante sua vigência; produz efeitos ex nunc.

• Ação de inconstitucionalidade por omissão: objetiva e expedição de ato normativo necessário para o cumprimento de preceito constitucional que, sem ele, não poderia ser aplicado.

• Ação declaratória de constitucionalidade: de lei ou ato normativo, será apreciada pelo STF, a decisão definitiva de mérito tem efeito erga omnes.

Page 276: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br276

DECRETO 7.892/13 (SRP)

DECRETO 7892, DE 23 DE JANEIRO DE 2013.

Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de ju-nho de 1993.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribui-ção que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e no art. 11 da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002,

DECRETA:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º As contratações de serviços e a aquisi-ção de bens, quando efetuadas pelo Sistema de Registro de Preços – SRP, no âmbito da adminis-tração pública federal direta, autárquica e fun-dacional, fundos especiais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entida-des controladas, direta ou indiretamente pela União, obedecerão ao disposto neste Decreto.

Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, são adota-das as seguintes definições:

I – Sistema de Registro de Preços – conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futu-ras;

II – ata de registro de preços – documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação, em que se registram os preços, fornecedo-res, órgãos participantes e condições a se-rem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas apresentadas;

III – órgão gerenciador – órgão ou entidade da administração pública federal responsá-vel pela condução do conjunto de proce-dimentos para registro de preços e geren-ciamento da ata de registro de preços dele decorrente;

IV – órgão participante – órgão ou entidade da administração pública que participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Re-gistro de Preços e integra a ata de registro de preços; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

V – órgão não participante – órgão ou en-tidade da administração pública que, não tendo participado dos procedimentos ini-ciais da licitação, atendidos os requisitos desta norma, faz adesão à ata de registro de preços.

VI – compra nacional – compra ou contra-tação de bens e serviços, em que o órgão gerenciador conduz os procedimentos para registro de preços destinado à execução descentralizada de programa ou projeto federal, mediante prévia indicação da de-manda pelos entes federados beneficiados; e (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

VII – órgão participante de compra nacio-nal – órgão ou entidade da administração pública que, em razão de participação em programa ou projeto federal, é contempla-do no registro de preços independente de manifestação formal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes hipóteses:

I – quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contrata-ções frequentes;

II – quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas

Page 277: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 277

ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;

III – quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entida-de, ou a programas de governo; ou

IV – quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantita-tivo a ser demandado pela Administração.

CAPÍTULO IIDA INTENÇÃO PARA

REGISTRO DE PREÇOS

Art. 4º Fica instituído o procedimento de Inten-ção de Registro de Preços – IRP, a ser operacio-nalizado por módulo do Sistema de Administra-ção e Serviços Gerais – SIASG, que deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais – SISG, para re-gistro e divulgação dos itens a serem licitados e para a realização dos atos previstos nos incisos II e V do caput do art. 5º e dos atos previstos no inciso II e caput do art. 6º.

§ 1º A divulgação da intenção de registro de preços poderá ser dispensada, de forma jus-tificada pelo órgão gerenciador. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º O Ministério do Planejamento, Orçamen-to e Gestão editará norma complementar para regulamentar o disposto neste artigo.

§ 3º Caberá ao órgão gerenciador da Inten-ção de Registro de Preços – IRP: (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

I – estabelecer, quando for o caso, o núme-ro máximo de participantes na IRP em con-formidade com sua capacidade de gerencia-mento; (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

II – aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitativos considerados ínfimos ou a in-

clusão de novos itens; e (Incluído pelo De-creto nº 8.250, de 2.014)

III – deliberar quanto à inclusão posterior de participantes que não manifestaram in-teresse durante o período de divulgação da IRP. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 4º Os procedimentos constantes dos inci-sos II e III do § 3º serão efetivados antes da elaboração do edital e de seus anexos. (In-cluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 5º Para receber informações a respeito das IRPs disponíveis no Portal de Compras do Governo Federal, os órgãos e entidades integrantes do SISG se cadastrarão no mó-dulo IRP e inserirão a linha de fornecimen-to e de serviços de seu interesse. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 6º É facultado aos órgãos e entidades integrantes do SISG, antes de iniciar um processo licitatório, consultar as IRPs em andamento e deliberar a respeito da conve-niência de sua participação. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

CAPÍTULO IIIDAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO GERENCIADOR

Art. 5º Caberá ao órgão gerenciador a prática de todos os atos de controle e administração do Sis-tema de Registro de Preços, e ainda o seguinte:

I – registrar sua intenção de registro de pre-ços no Portal de Compras do Governo fede-ral;

II – consolidar informações relativas à es-timativa individual e total de consumo, promovendo a adequação dos respectivos termos de referência ou projetos básicos encaminhados para atender aos requisitos de padronização e racionalização;

Page 278: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br278

III – promover atos necessários à instrução processual para a realização do procedi-mento licitatório;

IV – realizar pesquisa de mercado para iden-tificação do valor estimado da licitação e, consolidar os dados das pesquisas de mer-cado realizadas pelos órgãos e entidades participantes, inclusive nas hipóteses pre-vistas nos §§ 2º e 3º do art. 6º deste Decre-to; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

V – confirmar junto aos órgãos participan-tes a sua concordância com o objeto a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência ou projeto básico;

VI – realizar o procedimento licitatório;

VII – gerenciar a ata de registro de preços;

VIII – conduzir eventuais renegociações dos preços registrados;

IX – aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes de infrações no procedimento licitatório; e

X – aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações contratuais, em relação às suas próprias contratações.

XI – autorizar, excepcional e justificadamen-te, a prorrogação do prazo previsto no § 6º do art. 22 deste Decreto, respeitado o prazo de vigência da ata, quando solicitada pelo órgão não participante. (Incluído pelo De-creto nº 8.250, de 2.014)

§ 1º A ata de registro de preços, disponibi-lizada no Portal de Compras do Governo fe-deral, poderá ser assinada por certificação digital.

§ 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxílio técnico aos órgãos participantes para execução das atividades previstas nos incisos III, IV e VI do caput.

CAPÍTULO IVDAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO PARTICIPANTE

Art. 6º O órgão participante será responsável pela manifestação de interesse em participar do registro de preços, providenciando o encaminha-mento ao órgão gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega e, quando couber, cronograma de contratação e respectivas especi-ficações ou termo de referência ou projeto bási-co, nos termos da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao registro de preços do qual pretende fazer parte, devendo ainda:

I – garantir que os atos relativos a sua inclu-são no registro de preços estejam formali-zados e aprovados pela autoridade compe-tente;

II – manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a utilização da Intenção de Regis-tro de Preços, sua concordância com o obje-to a ser licitado, antes da realização do pro-cedimento licitatório; e

III – tomar conhecimento da ata de regis-tros de preços, inclusive de eventuais alte-rações, para o correto cumprimento de suas disposições.

§ 1º Cabe ao órgão participante aplicar, ga-rantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do descumpri-mento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obriga-ções contratuais, em relação às suas pró-prias contratações, informando as ocorrên-cias ao órgão gerenciador. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º No caso de compra nacional, o órgão gerenciador promoverá a divulgação da ação, a pesquisa de mercado e a consoli-dação da demanda dos órgãos e entidades da administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-cípios. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Page 279: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 279

§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, compro-vada a vantajosidade, fica facultado aos ór-gãos ou entidades participantes de compra nacional a execução da ata de registro de preços vinculada ao programa ou projeto federal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 4º Os entes federados participantes de compra nacional poderão utilizar recursos de transferências legais ou voluntárias da União, vinculados aos processos ou proje-tos objeto de descentralização e de recur-sos próprios para suas demandas de aquisi-ção no âmbito da ata de registro de preços de compra nacional. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 5º Caso o órgão gerenciador aceite a in-clusão de novos itens, o órgão participante demandante elaborará sua especificação ou termo de referência ou projeto básico, con-forme o caso, e a pesquisa de mercado, ob-servado o disposto no art. 6º. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 6º Caso o órgão gerenciador aceite a in-clusão de novas localidades para entrega do bem ou execução do serviço, o órgão par-ticipante responsável pela demanda elabo-rará, ressalvada a hipótese prevista no § 2º, pesquisa de mercado que contemple a va-riação de custos locais ou regionais. (Incluí-do pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

CAPÍTULO VDA LICITAÇÃO PARA

REGISTRO DE PREÇOS

Art. 7º A licitação para registro de preços será realizada na modalidade de concorrência, do tipo menor preço, nos termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na modalidade de pregão, nos ter-mos da Lei nº 10.520, de 2002, e será precedida de ampla pesquisa de mercado.

§ 1º O julgamento por técnica e preço, na modalidade concorrência, poderá ser ex-

cepcionalmente adotado, a critério do ór-gão gerenciador e mediante despacho fun-damentado da autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º Na licitação para registro de preços não é necessário indicar a dotação orçamentá-ria, que somente será exigida para a forma-lização do contrato ou outro instrumento hábil.

Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quantidade total do item em lotes, quando téc-nica e economicamente viável, para possibilitar maior competitividade, observada a quantidade mínima, o prazo e o local de entrega ou de pres-tação dos serviços.

§ 1º No caso de serviços, a divisão consi-derará a unidade de medida adotada para aferição dos produtos e resultados, e será observada a demanda específica de cada órgão ou entidade participante do certame. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º Na situação prevista no § 1º, deverá ser evitada a contratação, em um mesmo órgão ou entidade, de mais de uma empresa para a execução de um mesmo serviço, em uma mesma localidade, para assegurar a respon-sabilidade contratual e o princípio da padro-nização.

Art. 9º O edital de licitação para registro de pre-ços observará o disposto nas Leis nº 8.666, de 1993, e nº 10.520, de 2002, e contemplará, no mínimo:

I – a especificação ou descrição do objeto, que explicitará o conjunto de elementos ne-cessários e suficientes, com nível de preci-são adequado para a caracterização do bem ou serviço, inclusive definindo as respecti-vas unidades de medida usualmente adota-das;

II – estimativa de quantidades a serem ad-quiridas pelo órgão gerenciador e órgãos participantes;

Page 280: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br280

III – estimativa de quantidades a serem ad-quiridas por órgãos não participantes, ob-servado o disposto no § 4º do art. 22, no caso de o órgão gerenciador admitir ade-sões;

IV – quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item, no caso de bens;

V – condições quanto ao local, prazo de en-trega, forma de pagamento, e nos casos de serviços, quando cabível, frequência, pe-riodicidade, características do pessoal, ma-teriais e equipamentos a serem utilizados, procedimentos, cuidados, deveres, discipli-na e controles a serem adotados;

VI – prazo de validade do registro de preço, observado o disposto no caput do art. 12;

VII – órgãos e entidades participantes do re-gistro de preço;

VIII – modelos de planilhas de custo e minu-tas de contratos, quando cabível;

IX – penalidades por descumprimento das condições;

X – minuta da ata de registro de preços como anexo; e

XI – realização periódica de pesquisa de mercado para comprovação da vantajosida-de.

§ 1º O edital poderá admitir, como critério de julgamento, o menor preço aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preços praticados no mercado, desde que tecnica-mente justificado.

§ 2º Quando o edital previr o fornecimento de bens ou prestação de serviços em locais diferentes, é facultada a exigência de apre-sentação de proposta diferenciada por re-gião, de modo que aos preços sejam acres-cidos custos variáveis por região.

§ 3º A estimativa a que se refere o inciso III do caput não será considerada para fins de qualificação técnica e qualificação econômi-co-financeira na habilitação do licitante.

§ 4º O exame e a aprovação das minutas do instrumento convocatório e do contrato se-rão efetuados exclusivamente pela assesso-ria jurídica do órgão gerenciador. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Art. 10. Após o encerramento da etapa compe-titiva, os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da proposta do licitante mais bem clas-sificado.

Parágrafo único. A apresentação de novas propostas na forma do caput não prejudi-cará o resultado do certame em relação ao licitante mais bem classificado.

CAPÍTULO VIDO REGISTRO DE PREÇOS E DA

VALIDADE DA ATA

Art. 11. Após a homologação da licitação, o re-gistro de preços observará, entre outras, as se-guintes condições:

I – serão registrados na ata de registro de preços os preços e quantitativos do licitante mais bem classificado durante a fase com-petitiva; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

II – será incluído, na respectiva ata na for-ma de anexo, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais aos do licitante vencedor na sequência da classificação do certame, ex-cluído o percentual referente à margem de preferência, quando o objeto não atender aos requisitos previstos no art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993; (Redação dada pelo Decre-to nº 8.250, de 2.014)

III – o preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no Portal de Compras do Governo Federal e ficará dispo-nibilizado durante a vigência da ata de regis-tro de preços; e (Redação dada pelo Decre-to nº 8.250, de 2.014)

Page 281: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 281

IV – a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser respeitada nas contratações. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 1º O registro a que se refere o inciso II do caput tem por objetivo a formação de ca-dastro de reserva no caso de impossibilida-de de atendimento pelo primeiro colocado da ata, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º Se houver mais de um licitante na situ-ação de que trata o inciso II do caput, serão classificados segundo a ordem da última proposta apresentada durante a fase com-petitiva. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 3º A habilitação dos fornecedores que comporão o cadastro de reserva a que se refere o inciso II do caput será efetuada, na hipótese prevista no parágrafo único do art. 13 e quando houver necessidade de con-tratação de fornecedor remanescente, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Reda-ção dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 4º O anexo que trata o inciso II do caput consiste na ata de realização da sessão pú-blica do pregão ou da concorrência, que conterá a informação dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitante vencedor do certame. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de preços não será superior a doze meses, inclu-ídas eventuais prorrogações, conforme o inciso III do § 3º do art. 15 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 1º É vedado efetuar acréscimos nos quan-titativos fixados pela ata de registro de pre-ços, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços será de-finida nos instrumentos convocatórios,

observado o disposto no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços poderão ser altera-dos, observado o disposto no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 4º O contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços deverá ser assinado no prazo de validade da ata de registro de pre-ços.

CAPÍTULO VIIDA ASSINATURA DA ATA E DA

CONTRATAÇÃO COM FORNECEDORES REGISTRADOS

Art. 13. Homologado o resultado da licitação, o fornecedor mais bem classificado será convo-cado para assinar a ata de registro de preços, no prazo e nas condições estabelecidos no ins-trumento convocatório, podendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pelo fornecedor e desde que ocorra motivo justificado aceito pela administração. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Parágrafo único. É facultado à administra-ção, quando o convocado não assinar a ata de registro de preços no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes rema-nescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condi-ções propostas pelo primeiro classificado.

Art. 14. A ata de registro de preços implicará compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, após cumpridos os requisitos de publicidade.

Parágrafo único. A recusa injustificada de fornecedor classificado em assinar a ata, dentro do prazo estabelecido neste artigo, ensejará a aplicação das penalidades legal-mente estabelecidas.

Page 282: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br282

Art. 15. A contratação com os fornecedores re-gistrados será formalizada pelo órgão interessa-do por intermédio de instrumento contratual, emissão de nota de empenho de despesa, auto-rização de compra ou outro instrumento hábil, conforme o art. 62 da Lei nº8.666, de 1993.

Art. 16. A existência de preços registrados não obriga a administração a contratar, facultando-se a realização de licitação específica para a aquisi-ção pretendida, assegurada preferência ao forne-cedor registrado em igualdade de condições.

CAPÍTULO VIIIDA REVISÃO E DO CANCELAMENTO

DOS PREÇOS REGISTRADOS

Art. 17. Os preços registrados poderão ser re-vistos em decorrência de eventual redução dos preços praticados no mercado ou de fato que eleve o custo dos serviços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerenciador promover as ne-gociações junto aos fornecedores, observadas as disposições contidas na alínea “d” do inciso II do caput do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

Art. 18. Quando o preço registrado tornar-se su-perior ao preço praticado no mercado por moti-vo superveniente, o órgão gerenciador convoca-rá os fornecedores para negociarem a redução dos preços aos valores praticados pelo mercado.

§ 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus preços aos valores praticados pelo mercado serão liberados do compro-misso assumido, sem aplicação de penalida-de.

§ 2º A ordem de classificação dos fornece-dores que aceitarem reduzir seus preços aos valores de mercado observará a classi-ficação original.

Art. 19. Quando o preço de mercado tornar-se superior aos preços registrados e o fornecedor não puder cumprir o compromisso, o órgão ge-renciador poderá:

I – liberar o fornecedor do compromisso as-sumido, caso a comunicação ocorra antes do pedido de fornecimento, e sem aplica-ção da penalidade se confirmada a veraci-dade dos motivos e comprovantes apresen-tados; e

II – convocar os demais fornecedores para assegurar igual oportunidade de negocia-ção.

Parágrafo único. Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder à revogação da ata de registro de preços, adotando as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa.

Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quando:

I – descumprir as condições da ata de regis-tro de preços;

II – não retirar a nota de empenho ou ins-trumento equivalente no prazo estabele-cido pela Administração, sem justificativa aceitável;

III – não aceitar reduzir o seu preço regis-trado, na hipótese deste se tornar superior àqueles praticados no mercado; ou

IV – sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002.

Parágrafo único. O cancelamento de regis-tros nas hipóteses previstas nos incisos I, II e IV do caput será formalizado por despacho do órgão gerenciador, assegurado o contra-ditório e a ampla defesa.

Art. 21. O cancelamento do registro de preços poderá ocorrer por fato superveniente, decor-rente de caso fortuito ou força maior, que pre-judique o cumprimento da ata, devidamente comprovados e justificados:

I – por razão de interesse público; ou

II – a pedido do fornecedor.

Page 283: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

TRE-RJ – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

www.acasadoconcurseiro.com.br 283

CAPÍTULO IXDA UTILIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO

DE PREÇOS POR ÓRGÃO OU ENTIDADES NÃO PARTICIPANTES

Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro de preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública fe-deral que não tenha participado do certame lici-tatório, mediante anuência do órgão gerenciador.

§ 1º Os órgãos e entidades que não partici-param do registro de preços, quando dese-jarem fazer uso da ata de registro de preços, deverão consultar o órgão gerenciador da ata para manifestação sobre a possibilidade de adesão.

§ 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento decor-rente de adesão, desde que não prejudique as obrigações presentes e futuras decorren-tes da ata, assumidas com o órgão gerencia-dor e órgãos participantes.

§ 3º As aquisições ou contratações adicio-nais a que se refere este artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instru-mento convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes.

§ 4º O instrumento convocatório deverá prever que o quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços não po-derá exceder, na totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o órgão gerencia-dor e órgãos participantes, independente do número de órgãos não participantes que aderirem.

§ 5º O órgão gerenciador somente poderá autorizar adesão à ata após a primeira aqui-sição ou contratação por órgão integrante da ata, exceto quando, justificadamente,

não houver previsão no edital para aquisi-ção ou contratação pelo órgão gerenciador. (Revogado pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 6º Após a autorização do órgão gerencia-dor, o órgão não participante deverá efeti-var a aquisição ou contratação solicitada em até noventa dias, observado o prazo de vi-gência da ata.

§ 7º Compete ao órgão não participante os atos relativos à cobrança do cumprimento pelo fornecedor das obrigações contratual-mente assumidas e a aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventu-ais penalidades decorrentes do descumpri-mento de cláusulas contratuais, em relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão gerenciador.

§ 8º É vedada aos órgãos e entidades da ad-ministração pública federal a adesão a ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou estadual.

§ 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais, distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de preços da Administra-ção Pública Federal.

CAPÍTULO XDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 23. A Administração poderá utilizar recur-sos de tecnologia da informação na operaciona-lização do disposto neste Decreto e automatizar procedimentos de controle e atribuições dos ór-gãos gerenciadores e participantes.

Art. 24. As atas de registro de preços vigentes, de-correntes de certames realizados sob a vigência do Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001, po-derão ser utilizadas pelos órgãos gerenciadores e participantes, até o término de sua vigência.

Art. 25. Até a completa adequação do Portal de Compras do Governo federal para atendimento ao disposto no § 1º do art. 5º, o órgão gerencia-dor deverá:

Page 284: Noções de Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo · Introdução DIREITO ADMINISTRATIVO (Teoria com mais de 600 questões) NOTAS DO AUTOR: Luís Gustavo Bezerra de Menezes é

www.acasadoconcurseiro.com.br284

I – providenciar a assinatura da ata de regis-tro de preços e o encaminhamento de sua cópia aos órgãos ou entidades participan-tes; e

II – providenciar a indicação dos fornecedo-res para atendimento às demandas, obser-vada a ordem de classificação e os quantita-tivos de contratação definidos pelos órgãos e entidades participantes.

Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Compras do Governo federal para atendimento ao disposto nos incisos I e II do caput do art. 11 e no inciso II do § 2º do art. 11, a ata registrará os licitantes vencedores, quantitativos e respec-tivos preços.

Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orça-mento e Gestão poderá editar normas comple-mentares a este Decreto.

Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação.

Art. 29. Ficam revogados:

I – o Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001; e

II – o Decreto nº 4.342, de 23 de agosto de 2002.

Brasília, 23 de janeiro de 2013; 192º da Inde-pendência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFFMiriam Belchior