Noções de Ética - Caixa Econômica Federal

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    O terceiro aspecto refere-se ao papel do juzo alheio na imagem que cada um tem de si.

    Pode-se afirmar o seguinte: a imagem e o respeito que uma pessoa tem de si mesma esto,naturalmente, referenciados em parte nos juzos que os outros fazem dela. Algumas podem ser extremamente dependentes dos juzos alheios para julgar a si prprias; outras menos. Porm,ningum totalmente indiferente a esses juzos. So de extrema importncia, pois algum que

    nunca oua a crtica alheia - positiva ou negativa - corre o risco de enganar-se sobre si mesmo.Ento, a crtica necessria.

    Todavia, h uma dimenso moral nesses juzos: o reconhecimento do valor de qualquer pessoahumana, que no pode ser humilhada, violentada, espoliada, etc. Portanto, o respeito prpriodepende tambm do fato de ser respeitado pelos outros. A humilhao - forma no rara de relaohumana - freqentemente leva a vtima a no legitimar qualquer outra pessoa como juiz e a agir sem considerao pelas pessoas em geral. As crianas conhecem esse mecanismo psicolgico.

    Uma delas, perguntada a respeito dos efeitos da humilhao, afirmou que um aluno assimcastigado teria mais chances de reincidir no erro, pois pensaria: " J estou danado mesmo, possofazer o que eu quiser ". Em resumo, sero legitimadas as regras morais que garantirem que cadaum desenvolva o respeito prprio, e este est vinculado a ser respeitado pelos outros.

    O quarto e ltimo aspecto refere-se realizao dos projetos de vida de forma puramente egosta.A valorizao do sucesso profissional, coroado com gordos benefcios financeiros, o statussocial elevado, a beleza fsica, a ateno da mdia, etc., so valores puramente individuais (emgeral relacionados glria), que, para uma minoria, podem ser concretizados pela obteno deprivilgios (por exemplo, conhecer as pessoas certas que fornecem emprego ou acesso ainstituies importantes), pela manipulao de outras pessoas (por exemplo, mentir e trapacear para passar na frente dos outros), e pela completa indiferena pelos outros membros dasociedade. Diz-se que se trata de uma minoria, pois mero sonho pensar que todos podem ter carro importado, sua imagem na televiso, acesso aos corredores do poder poltico, etc. Mas ofato que a valorizao desse tipo de sucesso trao marcante da sociedade atual (no s noBrasil, mas no Ocidente todo) e tende a fazer com que as pessoas o procurem mesmo que opreo a ser pago seja o de passar por cima dos outros, das formas mais desonestas e at mesmo

    violentas.Resultado prtico : a pessoa perder o respeito prprio se no for bem-sucedida nos seus planospessoais, mas no se, por exemplo, mentir, roubar, desprezar o vizinho, etc.

    Ora, para que as regras morais sejam efetivamente legitimadas, preciso que sejam partesintegrantes do respeito prprio, ou seja, que o auto-respeito dependa, alm dos diversos xitosna realizao dos projetos de vida, do respeito pelos valores e regras morais. Assim, a pessoaque integrar o respeito pelas regras morais sua identidade pessoal, imagem positiva de si,com grande probabilidade agir conforme tais regras.

    Em resumo, a dimenso afetiva da legitimao dos valores e regras morais passa, de um lado, por identific-los como coerentes com a realizao de diversos projetos de vida e, de outro, pelaabsoro desses valores e regras como valor pessoal que se procura resguardar para permanecer respeitando a si prprio.Assim, o auto-respeito articula, no mago de cada um, a busca da realizao dos projetos de vidapessoais e o respeito pelas regras coerentes com tal realizao.

    RacionalidadeSe verdade que no h legitimao das regras morais sem um investimento afetivo, tambm

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    verdade que tal legitimao no existe sem a racionalidade, sem o juzo e a reflexo sobre valorese regras. E isso por trs razes, pelo menos.

    A primeira: a moral pressupe a responsabilidade, e esta pressupe a liberdade e o juzo.

    Somente h responsabilidade por atos se houver a liberdade de realiz-los ou no. Cabem,

    portanto, o pensamento, a reflexo, o julgamento para, ento, a ao. Em resumo, agir segundocritrios e regras morais implica fazer uma escolha. E como escolher implica, por sua vez, adotar critrios, a racionalidade condio necessria vida moral.

    A segunda: a racionalidade e o juzo tambm comparecem no processo de legitimao das regras,pois dificilmente tais valores ou regras sero legtimos se parecerem contraditrios entre si ouilgicos, se no sensibilizarem a inteligncia. por essa razo que a moral pode ser discutida,debatida, que argumentos podem ser empregados para justificar ou descartar certos valores. E,muitas vezes, por falta dessa apreenso racional dos valores que alguns agem de formaimpensada.Se tivessem refletido um pouco, teriam mudado de idia e agido diferentemente. Aps melhor juzo, arrependem-se do que fizeram. preciso tambm sublinhar o fato de que pensar sobre amoralidade no tarefa simples: so necessrias muita abstrao, muita generalizao e muita

    deduo.Tomando-se o exemplo da mentira, verifica-se que poucas pessoas pensaram de fato sobre o que a mentira. A maioria limita-se a dizer que ela corresponde a no dizer, intencionalmente, averdade. Na realidade, mentir, no sentido tico, significa no dar uma informao a algum quetenha o direito de obt-la. Com essa definio, pode-se concluir que mentir por omisso nosignifica trair a verdade, mas no revel-la a quem tem direito de sab-la.

    Portanto, pensar, apropriar-se dos valores morais com o mximo de racionalidade condionecessria, tanto legitimao das regras e ao emprego justo e ponderado delas, como construo de novas regras.

    Finalmente, h uma terceira razo para se valorizar a presena da racionalidade na esfera moral:

    ter a capacidade de dialogar, essencial convivncia democrtica. De fato, viver em democraciasignifica explicitar e, se possvel, resolver conflitos por meio da palavra, da comunicao,dodilogo. Significa trocar argumentos, negociar. Ora, para que o dilogo seja profcuo, para quepossa gerar resultados, a racionalidade condio necessria. Os interlocutores precisamexpressarse com clareza - o que pressupe a clareza de suas prprias convices - e seremcapazes de entender os diferentes pontos de vista. Essas capacidades so essencialmenteracionais, dependem do pleno exerccio da inteligncia.

    Respeito mtuo

    O tema respeito central na moralidade. E tambm complexo, pois remete a vrias dimensesde relaes entre os homens, todas " respeitosas ", mas em sentidos muito diferentes. Pode-se

    associar respeito idia de submisso. o caso quando se fala que alguma pessoa obedeceincondicionalmente a outra. Tal submisso pode vir do medo: respeita-se o mais forte, noporque merea algum reconhecimento de ordem moral, mas simplesmente porque detm o poder.Porm, tambm pode vir da admirao, da venerao (porque mais velho ou sbio, por exemplo), ou da importncia atribuda a quem se obedece ou escuta (diz-se " respeito muito asopinies de fulano "). Nesses exemplos, o respeito compreendido de forma unilateral:considerao, obedincia, venerao de um pelo outro, sem que a recproca seja verdadeira ounecessria. Um intelectual observou bem a presena desse respeito unilateral na sociedadebrasileira, por meio de uma expresso popularmente freqente: " Sabe com quem est falando?".Essa expresso traduz uma exigncia de respeito unilateral: " Eu sou mais que voc, portanto,

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    respeite-me ". a frase que muitas " autoridades " gostam de empregar quando se sentem, dealguma forma, desacatadas no exerccio de seu poder.

    Porm, outra expresso popular tambm conhecida apresenta uma dimenso diferente dorespeito:

    "Quem voc pensa que ? ". Tal pergunta traduz a destituio de um lugar imaginariamentesuperior que o interlocutor pensa ocupar. Essa expresso a afirmao de um ideal de igualdade,ou melhor, de reciprocidade: se devo respeit-lo, voc tambm deve me respeitar; no a falta derespeito, mas sim a negao de sua associao com submisso. Trata-se de respeito mtuo. E opredicado mtuo faz toda a diferena.

    Ora, claro que tanto a dignidade do ser humano quanto o ideal democrtico de convvio socialpressupem o respeito mtuo, e no o respeito unilateral. Com a socializao, a aprendizagem e o desenvolvimento psicolgico decorrente, essa assimetriatende a ser substituda pela relao de reciprocidade: respeitar e ser respeitado: ao dever derespeitar o outro, articula-se o direito (e a exigncia) de ser respeitado. Considerar o respeitomtuo como dever e direito de suma importncia, pois ao permanecer apenas um dos termos,

    volta-se ao respeito unilateral: " Devo respeitar, mas no tenho o direito de exigir o mesmo " ou"Tenho o direito de ser respeitado, mas no o dever de respeitar os outros ".

    O respeito mtuo expressa-se de vrias formas complementares. Uma delas o dever do respeitopela diferena e a exigncia de ser respeitado na sua singularidade.

    Tal reciprocidade tambm deve valer entre pessoas que pertenam a um mesmo grupo. Devevaler quando se fazem contratos que sero honrados, cada um respeitando a palavra empenhadae exigindo a recproca. O respeito pelos lugares pblicos, como ruas e praas, tambm deriva dorespeito mtuo. Como tais espaos pertencem a todos, preserv-los, no suj-los ou depred-los dever de cada um, porque tambm direito de cada um poder desfrut-los.

    O respeito mtuo tambm deve valer na dimenso poltica. Embora poltica no se confunda com

    tica, a primeira no deve ser contraditria com a segunda. Logo, as diversas leis que regem opas devem ser avaliadas tambm em funo de sua justeza tica: elas devem garantir o respeitomtuo, pois o regime poltico democrtico pressupe indivduos livres que, por intermdio deseus representantes eleitos, estabelecem contratos de convivncia que devem ser honrados por todos; portanto, o exerccio da cidadania pressupe ntima relao entre respeitar e ser respeitado.

    Justia

    O tema da justia sempre atraiu todos aqueles que pensaram sobre a moralidade, desde osfilsofos gregos. Belssimas pginas foram escritas, idias fortes foram defendidas. O tema da justia encanta e inquieta todos aqueles que se preocupam com a pergunta " Como devo agir perante os outros?". A rigor, ela poderia ser assim formulada: "Como ser justo com os outros?",ou seja, " Como respeitar seus direitos? Quais so esses direitos? E os meus?".

    O conceito de justia pode remeter obedincia s leis. Por exemplo, se a lei prev que os filhosso os herdeiros legais dos pais, deserd-los ser considerado injusto. Um juiz justo ser aqueleque se atm lei, sem feri-la. Ser considerado injusto se, por algum motivo, resolver ignor-la.

    Porm, o conceito de justia vai muito alm da dimenso legalista. De fato, uma lei pode ser justaou no. A prpria lei pode ser, ela mesma, julgada com base em critrios ticos. Por exemplo, no

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    Brasil, existiu uma lei que proibia os analfabetos de votarem. Cada um, intimamente ligado suaconscincia, pode se perguntar se essa lei era justa ou no; se os analfabetos no tm o direitode participar da vida pblica como qualquer cidado; ou se o fato de no saberem ler e escrever os torna desiguais em relao aos outros. Portanto, a tica pode julgar as leis como justas ouinjustas.

    As duas dimenses da definio de justia so importantes. A dimenso legal da justia deve ser contemplada pelos cidados. Muitos, por no conhecerem certas leis, no percebem que so alvode injustias. No conhecem seus direitos; se os conhecessem, teriam melhores condies delutar para que fossem respeitados.

    Porm, a dimenso tica insubstituvel, precisamente para avaliar de forma crtica certas leis,para perceber como, por exemplo, privilegiam alguns em detrimento de outros. E os critriosessenciais para se pensar eticamente sobre a justia so igualdade e eqidade.

    A igualdade reza que todas as pessoas tm os mesmos direitos. No h razo para alguns serem"mais iguais que os outros ". Eis um bolo a ser dividido: cada um deve receber parte igual.

    Porm, o conceito de igualdade deve ser sofisticado pelo de eqidade. De fato, na grande maioria

    das vezes, as pessoas no se encontram em posio de igualdade.Nascem com diferentes talentos, em diferentes condies sociais, econmicas, fsicas, etc. Seriainjusto no levar em conta essas diferenas e, por exemplo, destinar a crianas e adultos osmesmos trabalhos braais pesados (infelizmente, no Brasil, tal injustia acontece). As pessoastambm no so iguais no que diz respeito a seus feitos, e, da mesma forma, seria consideradoinjusto dar igual recompensa ou sano a todas as aes (por exemplo, punir todo crime, damenor infrao ao assassinato, com pena de priso). Portanto, fazer justia deve, em vrioscasos, derivar de clculo de proporcionalidade (por exemplo, pena proporcional ao crime). Nessescasos, o critrio o da eqidade que restabelece a igualdade respeitando as diferenas: osmbolo da justia , precisamente, uma balana.

    A importncia do valor justia para a formao do cidado evidente. Em primeiro lugar, para o

    convvio social, sobretudo quando se detm algum nvel de poder que traz a responsabilidade dedecises que afetam a vida de outras pessoas. Um pai ou uma me, que tm poder sobre os filhose responsabilidade por eles, a todo momento devem se perguntar se suas decises so justas ouno. Numa escola, o professor tambm deve se fazer essa pergunta para julgar a atitude de seusalunos.

    Em segundo lugar, para a vida poltica: julgar as leis segundo critrios de justia, julgar adistribuio de renda de um pas segundo o mesmo critrio, avaliar se h igualdade deoportunidades oferecidas a todos, se h impunidade para alguns, se o poder poltico age segundoo objetivo da eqidade, se os direitos dos cidados so respeitados, etc. A formao para oexerccio da cidadania passa necessariamente pela elaborao do conceito de justia e seuconstante aprimoramento.Uma sociedade democrtica tem como principal objetivo ser justa, inspirada nos ideais deigualdade e eqidade. Tarefa difcil que pede de todos, governantes e governados, muitodiscernimento e muita sensibilidade. Se um regime democrtico no conseguir aproximar asociedade do ideal de justia, se perdurarem as tiranias (nas quais o desejo de alguns so leis eos privilgios so normas), se os direitos de cada um (baseados na eqidade) no foremrespeitados, a democracia ter vida curta. Por essa razo, apresentam-se nos contedos itensreferentes ao exerccio poltico da cidadania: embora tica e poltica sejam domnios diferentes,com suas respectivas autonomias, o tema da justia os une na procura da igualdade e daeqidade.

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    Noes de tica Empresarial e Profissional - O Padro tico no Servio Pblico-A Gesto da tica nas Empresas Pblicas e Privadas - Conflitos de Interesse -

    tica e Responsabilidade Social.

    tica empresarial

    Um tema estreitamente relacionado com o de Responsabilidade Social o de tica Empresarial,que diz respeito ao conjunto de valores e normas que vigoram em uma empresa (ou entidade) eque respondem (ou so ativados) pela sua interao com o mercado e a sociedade.

    fcil identificar quando estamos diante de um deslize tico. Empresas subornam funcionriosdo Governo ou polticos para obterem vantagens para seus negcios; fazem a maquiagem deprodutos (tivemos um caso recente no Brasil, quando muitas empresas alteraram o peso de seusprodutos, sem alertarem adequadamente os consumidores); promovem propaganda enganosa,ressaltando atributos que os seus produtos e servios no exibem; no discriminam efeitosnocivos de seus produtos, causando prejuzos aos consumidores (aqui se enquadram, quasesempre, representantes da indstria farmacutica); ou mesmo monitoram, sem que os seuscolaboradores, saibam seus e-mails e os recados em suas secretrias eletrnicas.

    Simplificadamente, podemos entender como tica empresarial o " conjunto de princpios e padres que orientam o comportamento no mundo dos negcios ".

    A tica empresarial pode ser definida como " o comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela age de conformidade com os princpios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras ticas)." Diogo Leite de Campos, Professor Catedrtico da Faculdade de Direito de Coimbra , tratando da tica empresarial no livro tica no Direito e naEconomia , Coordenado por Ives Gandra Martins , preleciona que: A tica na atividade empresarial este olhar desperto para o outro, sem o qual o eu no se humaniza; a atividade dirigida para o outro ". Para esse autor " A atividade empresarial eticamente fundada e orientada, quando se cria emprego, se proporciona habitao, alimentao, vesturio e educao, detendo os bens como quem os administra. Para os cristos a tica empresarial justia e obras de misericrdia. Para muitos outros ser a lei natural que diz que ningum pode ser feliz/rico no meio de infelizes/ pobres ".No h distino entre moral e tica, " A tica empresarial consiste na busca do interesse comum,ou seja, do empresrio, do consumidor e do trabalhador ". Pode-se afirmar, tambm, que " a lgica da empresa necessariamente tica, e as empresas imorais no so, por conseguinte, autnticas empresas ".

    fundamental ter presente que a tica empresarial deve conciliar o desejo real e legtimo que asorganizaes tm de obter lucros e as necessidades e expectativas da sociedade. Na prtica, aprpria sociedade, pela presso dos stakeholders (acionistas, clientes, colaboradores, polticos,profissionais de comunicao, advogados etc), que define as regras a serem obedecidas pelasempresas para a observncia de suas responsabilidades ticas. Algumas mudanas importantesocorreram, no entanto, na ltima dcada, obrigando as empresas a buscarem, por conta prpria,

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    disciplinar as suas atividades de modo a estarem de acordo com os padres ticos/morais aceitospela sociedade. Os consumidores esto mais conscientes de seus direitos e a mdia no temeconomizado crticas para os desvios ticos das organizaes, ou seja, maior a vigilnciaexercida pela sociedade civil no sentido de coibir abusos de empresas, e entidades (e tambm depessoas, em particular, como os polticos e membros do Governo). Em funo desta mobilizaotica, a legislao tem sido, paulatinamente, aperfeioada de modo a contemplar estas infraes

    e, sobretudo, a divulgao das condutas indesejveis tem trazido graves prejuzos sorganizaes, porque podem abalar profundamente a sua reputao.

    Na Sociedade da Informao, particularmente com a acelerao propiciada pela Internet, aimagem de uma organizao fica, rapidamente, comprometida, se ela apanhada em flagrantecometendo um deslize tico, sobretudo pela ao de grupos organizados, reunidos em listas dediscusso ativas e com reconhecida capacidade de influncia junto a segmentos importantes daopinio pblica.

    A elaborao, pelas organizaes, de Cdigos de tica tem sido cada vez mais comum erepresenta no apenas uma declarao da conduta esperada dos colaboradores em seurelacionamento interno e externo, mas um compromisso com a cidadania. Evidentemente, possvel identificar, em muitos casos, Cdigos de tica que se caracterizam por um tom

    autoritrio e que se prestam mais para explicitar (e legitimar) formas de punio para osfuncionrios que no " rezam pela cartilha da empresa ", mas a tendncia que eles realmente seconstituam em um instrumento estratgico que fortalece as relaes e a convivncia.

    Pesquisa realizada pela profa. Maria Ceclia Coutinho de Arruda, que consistiu na anlise docontedo de 17 cdigos de tica de empresas e entidades, sediadas no Brasil, concluiu que nelespredominam o carter construtivo, ou seja, " mais do que contedo, o que elas (as organizaes) buscam uma estrutura lgica de documentos, orientados para os stakeholders e no propriamente um instrumento com caractersticas legais. Ainda que o cumprimento legislao aparea em primeiro plano, fica claro que o intuito agir conforme as normas e requisitos governamentais com base no respeito, e no na punio. O curioso que, em geral, as penalidades dos cdigos de tica se identificam com as previstas em leis para as respectivas infraes. Do ponto de vista empresarial, o mximo que pode ocorrer a dispensa ou o

    desligamento dos empregados, fornecedores ou clientes. " importante ressaltar alguns dados e fatos que comprovam a valorizao pela sociedade, demaneira geral, e de setores, em particular, do comportamento tico. So, sobretudo,surpreendentes os que relacionam o desempenho de organizaes e a sua imagem, enquantosocialmente responsveis ou ticas. Os investimentos ticos tm hoje importncia fundamental ealgumas organizaes (igrejas, fundos de penso, rgos de financiamento e fomento etc) levamem conta fatores sociais para aplicar os seus recursos. Como explicam Klaus M. Leisinger e Karin SChmitt , "com sempre maior frequncia, o dinheiro dos bens das igrejas, mas tambm dos fundos de penso inteiramente comuns, so aplicados obedecendo a critrios morais. Entre outras coisas, considerada a estrutura da atividade da empresa, o desempenho ambiental, a posio da mulher na empresa, sua linha de produtos (por exemplo, fumo, lcool, armas, jogos de azar ou energia atmica, como linhas crticas), mas tambm a segurana e a qualidade dos produtos. Alm disso, muitos ethical investment funds tambm analisam aspectos de direitos humanos e de assuntos eticamente controvertidos, como, por exemplo, a proteo dos animais ."

    Estes autores trazem dados reveladores para legitimar a adeso do mercado e dos cidados sempresas ticas: " se compararmos os cursos das aes das firmas aprovadas pelos fundos de aplicao ticos com o rendimento mdio das aes (por exemplo, o ndice Dow-Jones ou o Standard & Poors 500), as "boas " empresas se saem melhor ao longo de um intervalo de dez anoscom uma vantagem cumulativa de mais de 180%. Esta correlao particularmente clara no

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    tocante percepo da responsabilidade ecolgica.

    tica Profissional

    Em tudo parece haver uma tendncia para a organizao e os seres humanos no fogem a essavocao. Em cada agrupamento, no entanto, depende de uma disciplina comportamental e deconduta.

    Com referncia ao ser humano em especial, exigvel uma conduta especial, denominada detica. Como os seres so heterogneos, face suas prprias caractersticas, a homogeneizaoperante a classe precisa ser regulada de forma que o bem geral esteja preservado, incluindo oprprio indivduo. O ser humano tendencioso a defender em primeiro lugar seus interesses prprios. Se laboradodesta forma, em geral, tem seu valor restrito, enquanto ao praticar atos com amor, visando obenefcio de terceiros, passa a existir a expresso social na sua prtica. O valor tico do esforo humano , pois, varivel de acordo com seu alcance em face dacomunidade. Tem a estria de um sbio que procurava encontrar um ser integral, em relao aoseu trabalho. Entrou ento numa obra e comeou a indagar. Ao primeiro operrio perguntou o quefazia e este respondeu-lhe:

    - procuro ganhar meu salrio. O segundo, mesma pergunta retrucou:- preencho meu tempo. O terceiro:- estou construindo uma catedral para a minha cidade. A este ltimo, o sbio teria atribudo a qualidade de ser integral em relao ao seu trabalho,como instrumento do bem comum. Atualmente, o grande problema do homem auferir seus rendimentos, nem sempre da forma comque ele pretendia. As classes preocupam em defender-se contra a dilapidao de seus conceitos,mais por interesse corporativista do que por altrusmo. A tutela do trabalho processa-se pelo caminho da exigncia de uma tica, imposta atravs dosconselheiros profissionais e de agremiaes classistas (institutos, associaes, sindicatos,federaes, etc). As normas devem ser condizentes com as diversas formas de prestar o servio ede organizar o profissional para este fim. Entretanto, a fora econmica de determinados grupos pode ser to forte, exercendo tamanhapresso, que pode dominar as entidades de classe e at o Congresso e ao Executivo das Naes,alterando em benefcio prprio as normas regulamentadoras, como o caso, por exemplo, a aodos laboratrios estrangeiros sobre a lei de patentes no Brasil. Assim, cada homem deve proceder de acordo com princpios ticos. Cada profisso, porm,exige, de quem a exerce, alm dos princpios ticos comuns a todos os homens, procedimentotico de acordo com a profisso.

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    Portanto, o que tica Profissional?

    Um profissional deve saber diferenciar a tica da moral e do direito. A moral estabelece regraspara garantir a ordem independente de fronteiras geogrficas. O direito estabelece as regras deuma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis tm uma base territorial, valendoapenas para aquele lugar. Pessoas afirmam que em alguns pontos elas podem gerar conflitos. O

    desacato civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate certas leis. svezes as propostas da tica podem parecer justas ou injustas. tica diferente da moral e dodireito porque no estabelece regras concretas.

    A tica profissional se inicia com a reflexo. Quando escolhemos a nossa profisso, passamos ater deveres profissionais obrigatrios. Os jovens quando escolhem sua carreira, escolhem pelodinheiro e no pelos deveres e valores. Ao completar a formao em nvel superior, a pessoa fazum juramento, que significa seu comprometimento profissional. Isso caracteriza o aspecto moralda tica profissional. Mesmo quando voc exerce uma carreira remunerada, no est isento dasobrigaes daquela carreira.

    Quando temos uma carreira a seguir devemos colaborar mesmo com o que no proposto.Muitas propostas podem surgir, por isso devemos estar receptivos.

    Sabemos que existem vrios tipos de TICA: tica social, do trabalho, familiar, profissional.tica profissional refletir sobre as aes realizadas no exerccio de uma profisso e deve ser iniciada antes da prtica profissional.

    Se voc j iniciou a sua atividade profissional fora da rea que voc gosta no quer dizer quevoc no tenha deveres e obrigaes a cumprir como profissional.

    tica Profissional: Como esta reflexo?

    Algumas perguntas podem guiar a reflexo, at ela tornar-se um hbito incorporado ao dia-a-dia.Tomando-se o exemplo anterior, esta pessoa pode se perguntar sobre os deveres assumidos aoaceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como est cumprindo suas responsabilidades, oque esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e como deve fazer, mesmo quando no houtra pessoa olhando ou conferindo.

    Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo adequadamente?Realizo corretamente minha atividade?

    fundamental ter sempre em mente que h uma srie de atitudes que no esto descritas noscdigos de todas as profisses, mas que so comuns a todas as atividades que uma pessoa podeexercer.

    Atitudes de generosidade e cooperao no trabalho em equipe, mesmo quando a atividade exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior de atividades quedependem do bom desempenho desta.

    Uma postura pr-ativa, ou seja, no ficar restrito apenas s tarefas que foram dadas a voc, mascontribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporrio.

    Se sua tarefa varrer ruas, voc pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo, mas voc podetambm tirar o lixo que voc v que esta prestes a cair na rua, podendo futuramente entupir umasada de escoamento e causando uma acumulao de gua quando chover.

    Voc pode atender num balco de informaes respondendo estritamente o que lhe foi

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    perguntado, de forma fria, e estar cumprindo seu dever, mas se voc mostrar-se mais disponvel,talvez sorrir, ser agradvel, a maioria das pessoas que voc atende tambm sero assim comvoc, e seu dia ser muito melhor.

    Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que voc esteja aberto ereceptivo, e que voc se preocupe em ser um pouco melhor a cada dia, seja qual for sua atividade

    profissional. E, se no surgir, outro trabalho, certamente sua vida ser mais feliz, gostando do quevoc faz e sem perder, nunca, a dimenso de que preciso sempre continuar melhorando,aprendendo, experimentando novas solues, criando novas formas de exercer as atividades,aberto a mudanas, nem que seja mudar, s vezes, pequenos detalhes, mas que podem fazer umagrande diferena na sua realizao profissional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com areflexo incorporada a seu viver.

    E isto parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que voc pode ter de ser umprofissional que qualquer patro desejaria ter entre seus empregados, um colaborador. Isto ser um profissional eticamente bom.

    tica Profissional e relaes sociais:

    O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de gua da chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se no h umidade no local destinado para colocar caixas dealimentos, o mdico cirurgio que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar acirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa aps ir aobanheiro, o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que no maquia o balano de umaempresa, o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a construo de uma ponte,todos esto agindo de forma eticamente correta em suas profisses, ao fazerem o que no visto, ao fazerem aquilo que, algum descobrindo, no saber quem fez, mas que estopreocupados, mais do que com os deveres profissionais, com as PESSOAS.

    As leis de cada profisso so elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a categoriacomo um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas h muitos aspectos noprevistos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, faz A COISA CERTA.

    A tica Virtual

    A Internet est mudando o comportamento tico das empresas. A Internet muda a velocidade dosacontecimentos, a forma de remunerao dos funcionrios e o ambiente de trabalho.

    A tica no Servio PblicoQuando falamos sobre tica pblica, logo pensamos em corrupo, extorso, ineficincia, etc,mas na realidade o que devemos ter como ponto de referncia em relao ao servio pblico, ou

    na vida pblica em geral, que seja fixado um padro a partir do qual possamos, em seguida julgar a atuao dos servidores pblicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pblica,entretanto no basta que haja padro, to somente, necessrio que esse padro seja tico,acima de tudo.

    O fundamento que precisa ser compreendido que os padres ticos dos servidores pblicosadvm de sua prpria natureza, ou seja, de carter pblico, e sua relao com o pblico. Aquesto da tica pblica est diretamente relacionada aos princpios fundamentais, sendo estescomparados ao que chamamos no Direito, de " Norma Fundamental ", uma norma hipottica compremissas ideolgicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao comportamento

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    do ser humano em seu meio social, alis, podemos invocar a Constituio Federal. Esta amparaos valores morais da boa conduta, a boa f acima de tudo, como princpios bsicos e essenciais auma vida equilibrada do cidado na sociedade, lembrando inclusive o to citado, pelos gregosantigos, " bem viver ".Outro ponto bastante controverso a questo da impessoalidade. Ao contrrio do que muitospensam, o funcionalismo pblico e seus servidores devem primar pela questo da

    "impessoalidade ", deixando claro que o termo sinnimo de " igualdade ", esta sim a questochave e que eleva o servio pblico a nveis to ineficazes, no se preza pela igualdade. Noordenamento jurdico est claro e expresso, " todos so iguais perante a lei ".

    E tambm a idia de impessoalidade, supe uma distino entre aquilo que pblico e aquilo que privada (no sentido do interesse pessoal), que gera, portanto, o grande conflito entre osinteresses privados acima dos interesses pblicos. Podemos verificar abertamente nos meios decomunicao, seja pelo rdio, televiso, jornais e revistas, que este um dos principaisproblemas que cercam o setor pblico, afetando assim, a tica que deveria estar acima de seusinteresses.

    No podemos falar de tica, impessoalidade (sinnimo de igualdade), sem falar de moralidade.Esta tambm um dos principais valores que define a conduta tica, no s dos servidores

    pblicos, mas de qualquer indivduo. Invocando novamente o ordenamento jurdico podemosidentificar que a falta de respeito ao padro moral, implica, portanto, numa violao dos direitosdo cidado, comprometendo inclusive, a existncia dos valores dos bons costumes em umasociedade.

    A falta de tica na Administrao Publica encontra terreno frtil para se reproduzir, pois ocomportamento de autoridades pblicas esto longe de se basearem em princpios ticos e istoocorre devido a falta de preparo dos funcionrios, cultura equivocada e especialmente, por faltade mecanismos de controle e responsabilizao adequada dos atos anti-ticos.

    A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta situao, pois no semobilizam para exercer os seus direitos e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Poder Pblico. Um dos motivos para esta falta de mobilizao social se d, devido

    falta de uma cultura cidad, ou seja, a sociedade no exerce sua cidadania. A cidadania SegundoMilton Santos " como uma lei ", isto , ela existe mas precisa ser descoberta , aprendida,utilizada e reclamada e s evolui atravs de processos de luta. Essa evoluo surge quando ocidado adquire esse status , ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitosgarante um padro de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os impulsos sociaise desrespeitar os indivduos, nessas situaes a cidadania deve se valer contra ele, e imperar atravs de cada pessoa. Porm Milton Santos questiona, se " h cidado neste pais"? Pois paraele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais e ao longo da vida e tambm dasociedade, conceitos morais que vo sendo contestados posteriormente com a formao deidias de cada um, porm a maioria das pessoas no sabem se so ou no cidados.

    A educao seria o mais forte instrumento na formao de cidado consciente para a construode um futuro melhor.

    No mbito Administrativo, funcionrios mal capacitados e sem princpios ticos que convivemtodos os dias com mandos e desmandos, atos desonestos, corrupo e falta de tica tendem aassimilar por este rol " cultural " de aproveitamento em beneficio prprio.

    Se o Estado, que a princpio deve impor a ordem e o respeito como regra de conduta para umasociedade civilizada, o primeiro a evidenciar o ato imoral, vem esta realidade como uma razo,desculpa ou oportunidade para salvar-se, e, assim sendo, atravs dos usos de sua atribuiopublica.

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    A conscincia tica, como a educao e a cultura so aprendidas pelo ser humano, assim, a ticana administrao publica, pode e deve ser desenvolvida junto aos agentes pblicos ocasionandoassim, uma mudana na administrao publica que deve ser sentida pelo contribuinte que dela seutiliza diariamente, seja por meio da simplificao de procedimentos, isto , a rapidez derespostas e qualidade dos servios prestados, seja pela forma de agir e de contato entre o

    cidado e os funcionrios pblicos.A mudana que se deseja na Administrao pblica implica numa gradativa, mas necessria"transformao cultural " dentro da estrutura organizacional da Administrao Pblica, isto , umareavaliao e valorizao das tradies, valores, hbitos, normas, etc, que nascem e se forma aolongo do tempo e que criam um determinado estilo de atuao no seio da organizao.

    Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de tica que nascem nas mquinas administrativasdevido ao terreno frtil encontrado devido existncia de governos autoritrios, governosregidos por polticos sem tica, sem critrios de justia social e que, mesmo aps o advento deregimes democrtico, continuam contaminados pelo " vrus " dos interesses escusos geralmenteoriundos de sociedades dominadas por situaes de pobreza e injustia social, abala a confianadas instituies, prejudica a eficcia das organizaes, aumenta os custos, compromete o bom

    uso dos recursos pblicos e os resultados dos contratos firmados pela Administrao Pblica eainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a misria, a falta desistema de sade, de esgoto, habitao, ocasionados pela falta de investimentos financeiros doGoverno, porque os funcionrios pblicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dosinteresses sociais.

    Finalizando, gostaramos de destacar alguns pontos bsicos, que baseado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, um padro tico, impessoal e moralstico:

    1 - Podemos conceituar tica, tambm como sendo um padro de comportamento orientado pelosvalores e princpio morais e da dignidade humana.

    2 - O ser humano possui diferentes valores e princpios e a " quantidade " de valores e princpios

    atribudos, determinam a " qualidade " de um padro de comportamento tico:- Maior valor atribudo (bem), maior tica.- Menor valor atribudo (bem), menor tica.

    3 - A cultura e a tica esto intrinsecamente ligadas. No nos referimos a palavra cultura comosendo a quantidade de conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que estapode ser usada em prol da funo social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano .

    4 - A falta de tica induz ao descumprimento das leis do ordenamento jurdico.

    5 - Em princpio as leis se baseiam nos princpios da dignidade humana, dos bons costumes e daboa f.

    6 - Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor padro de tica.

    A Gesto da tica nas Empresas Pblicas e PrivadasA tica foi recolocada na agenda menos por seus aspectos benficos do que pelos efeitosperversos que resultam da sua falta. A falta de tica compromete a capacidade de governana erepresenta risco sobrevivncia das organizaes, pblicas e privadas.

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    O acesso informao foi ampliado e democratizado, os negcios se tornaram mais visveispassando a ser acompanhados mais de perto pela sociedade. Os governos tornaram-se grandesedifcios de vidro transparente. Se a sociedade desconfia da integridade dos administradorespblicos e dos polticos em geral no adianta tentar convenc-la de que est errada.

    O fato concreto e constrangedor que a falta de tica e a corrupo existem em larga escala e os

    meios convencionais de represso legal tm apresentado resultados limitados.A teoria econmica nem sempre reconheceu a motivao tica como um fator importante nadeciso dos agentes econmicos. Por algum tempo se acreditou que prticas no ticas poderiamfuncionar como o " azeite necessrio para fazer mover engrenagens emperradas ", resultadoprtico da controvrsia sobre os efeitos econmicos da corrupo. Sem embargo, a importnciada tica para a efetividade dos contratos, assim como para a boa governana pblica ecorporativa vem ganhando espao, neste caso aspecto confirmado por avaliao de resultados deprogramas de fortalecimento institucional e modernizao, onde mesmo experincias bemsucedidas nem sempre foram suficientes para assegurar a confiana das pessoas no carter ticoda motivao dos agentes pblicos.

    Hoje o desafio reside menos na sensibilizao da importncia de um clima tico nas

    organizaes, sobretudo aps os recentes escndalos envolvendo grandes empresastransnacionais com Enron , Worldcom , Arthur Andersen e Parmalat , entre outras, e mais no quepode ser feito em matria de aes compensatrias especficas, aferveis e executveis em prazocerto de tempo, que se demonstrem suficientes para minimizar os riscos de desvios ticos a queesto sujeitas as organizaes.

    Acordos internacionais

    Vale destacar as seguintes convenes internacionais, que explicitaram o compromisso dospases em matria de aes especficas para a promoo da tica e o combate corrupo:

    Conveno Interamericana Contra a Corrupo (OEA. 1996).Conveno sobre o Combate Corrupo de Funcionrios Estrangeiros em Transaes

    Comerciais Internacionais (OECD, 1997).Conveno das Naes Unidas contra a Corrupo (ONU, 2003).Carta-documento "Atributos mnimos necessrios para uma administrao tributria sadia e

    eficaz"(CIAT, 1996).

    Promoo da tica

    A promoo da tica nas organizaes no desafio que possa ser enfrentado por ao isolada.Envolve fortalecimento institucional e estabelecimento de um padro tico efetivo. Em outraspalavras, que a organizao tenha capacidade de gerar os resultados que dela se espera dentrode um padro de conduta estrito, em linha com os valores ticos que a sociedade deseja sejamobservados.

    Contar com uma adequada " infra-estrutura tica " a base para o desenvolvimento de umprograma de promoo da tica eficaz, que pressupe transparncia e accountability e envolve:

    Gesto - Condies slidas para o servio pblico, por meio de uma poltica efetiva derecursos humanos e que contemple uma instncia central voltada para a tica.

    Orientao - Engajamento das lideranas, cdigos que exprimam valores e padres esocializao profissional, por meio de educao e treinamento.

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    Controle - Quadro normativo que garanta a independncia dos procedimentos deinvestigao e processo, prestao de contas e envolvimento do pblico.

    O estabelecimento de padro tico efetivo integra um movimento internacional para assegurar ato abalada confiana das pessoas nas instituies e dar segurana aos seus quadros para quepossam exercer suas funes em toda a sua plenitude. Com efeito, diante de um ambiente mais

    transparente e uma sociedade cada vez mais ciosa do respeito a uma conduta estritamente tica,passou-se a observar que muitos profissionais deixam de tomar certas decises ou empreender certas aes simplesmente porque tm dvidas se sero questionadas quanto ao aspecto tico.

    No obstante a diversidade cultural e as diferenas de carter poltico e administrativo, pode-seidentificar algumas caractersticas comuns que constituem a espinha dorsal da gesto da tica,que tem por objetivo o estabelecimento de um padro tico efetivo.

    A gesto da tica transita em um eixo bem definido, constitudo por:

    Valores ticos - Representam a expectativa da sociedade quanto conduta dos agentespblicos

    Normas de conduta - So o desdobramento dos valores, funcionando como um caminhoprtico para que os valores explicitados sejam observados

    Administrao - Tem o objetivo zelar pelos valores e normas de conduta, assegurando suaefetividade.

    Cdigo de Conduta

    Quanto se fala em tica no sentido mais estrito, tal qual aparece em expresses com " tica do servidor pblico ", est-se em geral referindo a um padro que serve de guia para a conduta de umdeterminado grupo.

    A aprovao de um cdigo de conduta o meio pelo qual um dado grupo explicita seuscompromissos de relacionamento com suas partes (clientes, fornecedores, colaboradores, etc).No h receita para um cdigo de conduta, contudo, ele costuma reunir valores ticos, regras deconduta e aspectos diversos de sua administrao.

    Em geral todo cdigo de conduta apresenta um conjunto de deveres e obrigaes na reacinzenta que vai alm do simples cumprimento do que j est disposto nas leis.

    Assumindo que o cumprimento da lei o mnimo da tica, ou ainda que o objetivo no o merocumprimento da lei, mas seu " bom " cumprimento, a rea por excelncia dos cdigos de conduta o terreno cinzento entre o que legal, mas no moral.

    Deve ser objeto de preocupao dos cdigos de conduta todo problema ou dilema tico cujasoluo diferenciada afete a reputao da organizao. Ainda que a espinha dorsal dos valoresticos de referncia no se alterem muito, as regras prticas que constam dos cdigos podemassumir maior amplitude conforme as caractersticas da organizao, do seu negcio e doentorno.

    Os valores ticos que mais aparecem entre os pases membros da OECD so:

    imparcialidade,legalidade,

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    integridade,transparncia,eficincia,equidade,responsabilidade, justia.

    No obstante os valores definidos serem obviamente " auto-aplicveis ", as normas de condutaprocuram traduzi-los de forma mais prtica. Grande arte desse esforo, conforme a experinciados pases, reside na prescrio de condutas a partir da identificao de situaes que suscitamconflitos de interesses. Exemplo de matrias freqentemente reguladas pelos cdigos deconduta:

    recebimento de presentes;agrados e favores em geral;exerccio de atividades concomitantes com a funo pblica;gesto de interesses patrimoniais e financeiros;relacionamentos pessoais e de parentesco, atividades profissionais aps deixar a funo,

    etc.

    Implementao de um Cdigo de Conduta

    O processo de elaborao de um cdigo de conduta cria uma dinmica favorvel ao clima tico naorganizao. Contudo, sua efetividade depender da forma como for implementado.A implementao de um cdigo de conduta (administrao) implica no desenvolvimento dasseguintes funes bsicas:

    Normatizao - Nesta funo busca-se assegurar congruncia, simplicidade e suficincia snormas, alm de orientao tempestiva sobre sua aplicao em situaes prticas quesuscitam dvidas.

    Educao - Considerada de forma ampla, abrange no apenas o processo de comunicaodas normas, mas sua compreenso e internalizao, por meio de programas sistemticosde capacitao e treinamento.Monitoramento - Acompanha a observncia das normas, a fim de permitir o exame dascausas de no efetividade.

    Sistema de conseqncias - Tem o objetivo de garantir a aplicao das medidas corretivasnecessrias para que as causas de transgresso aos valores e normas sejamadequadamente enfrentados.

    Trs boas prticas em gesto da tica

    Revelao de interesses - Vrios escritrios de tica contam com declaraes ondeservidores revelam situaes que efetiva ou potencialmente podem suscitar conflitos deinteresses com o exerccio da funo pblica. A partir dessa " auto-revelao ", identificar medidas para prevenir tais conflitos.

    nfase nos aspectos de comunicao, orientao e capacitao - Em grande parte das vezeso desvio tico no resulta de nenhum objetivo premeditado de transgredir as normas deconduta, mas de simples desconhecimento ou despreparo quanto sua aplicao asituaes reais do dia a dia, da a importncia de uma comunicao efetiva das normas,canais de orientao que funcionem e programas de capacitao e treinamentosistemticos.

    Avaliao - fundamental que as reas de gesto da tica contem com indicadores que

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    permitam aferir os resultados dos trabalhos desenvolvidos.

    Conflitos de InteressesO estabelecimento de uma relao entre pessoas sempre implica em assumir deveres associadosa direitos que so reconhecidos como presentes nesta situao. O reconhecimento de um direitotraz como conseqncia o estabelecimento de um dever associado, para si ou para os outros.Pode haver direitos sem que haja a necessidade de cumprir deveres. O caso de umrecm-nascido, por exemplo, uma pessoa, com todos direitos reconhecidos, mas ainda semdeveres que ele prprio deva cumprir. Os profissionais, assim como toda a sociedade, tmdeveres associados a estes direitos, que devem ser cumpridos, buscando o melhor interessedesta pessoa em particular e de todos em geral.

    A abordagem das situaes onde podem ocorrer conflito de interesses tem merecido umaateno crescente na atualidade , especialmente quanto aos seus aspectos ticos .

    Conflito de interesse, de acordo com Thompson , um conjunto de condies nas quais o julgamento de um profissional a respeito de um interesse primrio tende a ser influenciadoindevidamente por um interesse secundrio. De modo geral, as pessoas tendem a identificar conflito de interesses apenas como as situaes que envolvem aspectos econmicos. Outrosimportantes aspectos tambm podem ser lembrados, tais como interesses pessoais, cientficos,assistenciais, educacionais, religiosos e sociais, alm dos econmicos.

    O conflito de interesses pode ocorrer entre um profissional e uma instituio com a qual serelaciona ou entre um profissional e outra pessoa. Na rea da sade, os interesses de umprofissional ou de seu paciente podem no ser coincidentes, assim como entre um professor eseu aluno, ou ainda, entre um pesquisador e o sujeito da pesquisa, entre o chefe e seusubordinado. Quanto melhor for o vnculo entre os indivduos que esto se relacionando, maior oconhecimento de suas expectativas e valores. Esta interao pode reduzir a possibilidade deocorrncia de um conflito de interesses.

    Inmeros exemplos de conflito de interesse podem ser citados nas reas de ensino, assistncia,pesquisa, empresarial e prestao de servios. Uma situao bastante simples, que pode servir de exemplo para a identificao destas possibilidades, a internao de pacientes em umhospital universitrio. O interesse primrio do paciente ser adequadamente atendido. Osprofissionais responsveis pelo seu atendimento, desempenham um duplo papel: assistencial eeducativo. O interesse primrio dos profissionais atender adequadamente estes pacientes.Nesta situao ocorre uma plena convergncia dos interesses dos profissionais e pacientes. Oconflito pode surgir quando o interesse secundrio dos professores e alunos, que oaprendizado que esta situao pode possibilitar, assume o carter prioritrio. Uma possibilidade a de manter o paciente internado em uma unidade de internao, mesmo quando j tenhacondies de ter alta, com a finalidade de expor o caso para um maior nmero de alunos. Estasituao, tambm configura um conflito de interesse entre o profissional e a instituio hospitalar,devido o aumento de custos decorrente desta prtica.

    A rea atualmente mais sensvel para discusso de conflito de interesses a da pesquisa. Nestarea podem ser reconhecidos conflitos de interesse tanto na perspectiva do pesquisador, dosparticipantes de pesquisa quanto da prpria sociedade.

    Os conflitos de interesse desde o ponto de vista do pesquisador podem ser descritos de mltiplasformas. O conflito entre interesse cientfico e interesse poltico j foi vrias vezes detectadoquando um cientista deixou de divulgar resultados de pesquisas por motivos ideolgicos oualegando "razes de Estado". A no convergncia entre interesses cientficos e econmicosficam evidentes quando ocorre a apropriao de bem pblico produzido em pesquisas, como no

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    patenteamento de produtos e processos gerados com fundos pblicos, quando ocorre aexplorao pessoal de resultados institucionais, quando o interesse do patrocinador privadosupera a motivao cientfica , ou quando ocorre o direcionamento de resultados ou conclusesde um estudo . A forma mais comum deste conflito a omisso de patrocnio ou envolvimentoeconmico quando um pesquisador publica um artigo cientfico ou apresenta uma conferncia emum congresso. O conflito de interesses econmicos e sociais pode ser exemplificado pelo

    estabelecimento de clusulas de no divulgao de resultados negativos ou pelo adiamento destadivulgao com a finalidade de resguardar o potencial mercado.

    Cada Profissional tem a obrigao de agir de maneira tica e honesta, e de conduzir suasatividades profissionais de acordo com os interesses da Instituio.Cada profissional deve se preocupar em evitar situaes que representem conflito atual oupotencial entre os seus interesses pessoais e os interesses da Instituio.

    Cada Profissional dever:

    Recusar, no exerccio de suas atividades profissionais, qualquer tipo de ajuda financeira,gratificao, comisso, doao, ou vantagens para si, seus familiares ou qualquer outrapessoa;

    Utilizar devidamente recursos, propriedade intelectual, tempo e instalaes da Instituio;

    Levar em conta, nos seus investimentos pessoais, os conflitos de interesse com asatividades exercidas.

    de responsabilidade de cada profissional notificar imediatamente s instncias superioressobre quaisquer situaes potencialmente contrrias a princpios ticos, ou que sejamilegais, irregulares ou duvidosas, ficando garantido o sigilo quanto fonte de informao.

    Ainda, configuram-se como atos no desejveis:

    prestar servios de qualquer natureza para outras organizaes, remunerados direta ouindiretamente, que conflitem com os interesses da instituio, salvaguardando-se os casos deprvia autorizao;

    auferir vantagem financeira privilegiada, direta ou indiretamente, em instituies que mantenhamrelaes comerciais com a instituio;

    aceitar, direta ou indiretamente, dinheiro ou objeto de valor de qualquer pessoa ou entidade quetenha ou esteja interessada em criar relaes comerciais com a instituio;

    fornecer a concorrentes ou a terceiros quaisquer informaes reservadas sobre clientes,polticas de preos, planos comerciais, econmicos e financeiros;

    repassar a terceiros, de forma indevida, benefcios oferecidos exclusivamente a seusfuncionrios;

    omitir a existncia de cnjuge ou familiares de 1 grau ou pessoas de relaes prximastrabalhando ou ocupando posies de influncia na instituio, ou que possam influenciar emdecises que afetem os negcios, ou trabalhando em empresa concorrente, fornecedora deprodutos e/ou servios, ou em parceria com a instituio. Este fato deve ser comunicado suachefia imediata e registrado no seu termo de compromisso;

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    fazer uso indevido de informaes reservadas da instituio ou concorrer de forma desleal coma instituio aps o seu desligamento da mesma;

    Responsabilidade Social

    Cada vez mais vemos organizaes brasileiras conduzindo sua atividade segundo padres deresponsabilidade social corporativa. " Responsabilidade social " uma forma de conduzir asatividades da empresa de tal maneira que esta torna-se parceira e co-responsvel pelodesenvolvimento social.

    A empresa socialmente responsvel aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses dasdiferentes partes (funcionrios, prestadores de servio, fornecedores, consumidores, comunidadee governo, sem esquecer as questes ambientais) e consegue incluir a todos no planejamento desuas atividades.

    Diferentemente da filantropia, que trata basicamente de ao social externa, tendo comobeneficirio principal a comunidade em suas diversas formas (conselhos comunitrios,organizaes no-governamentais,associaes comunitrias, etc) e organizaes, a

    responsabilidade social engloba preocupaes com um pblico maior, cujas demandas enecessidades a empresa deve buscar incorporar em seus negcios.

    A tica a base da responsabilidade social. No h responsabilidade social sem tica nosnegcios e atividades desenvolvidas pelos setores pblico e privado. tica, cultura e valoresmorais so inseparveis de qualquer noo de responsabilidade social.

    A responsabilidade social empresarial, como se sabe, est na pauta do dia neste incio de sculo.Muito mais que atos isolados de benemerncia e filantropia, trata-se, na verdade, de umaconsolidada estratgia de integrao de empresas e seus consumidores, sob o ponto de vista dacomunicao de marketing.

    Isto ocorre porque, atualmente, o consumidor est muito mais consciente. Mesmo nas pequenascidades ou nos bairros de periferia, as pessoas j passam a adotar uma postura de cobrana emrelao s empresas, porque quando uma companhia se localiza em um determinado espao, eladeve criar um vnculo com essa comunidade, uma ligao de envolvimento e no apenas nosentido de gerar empregos. uma espcie de aliana de saber o que se passa e ocorre nasociedade situada no entorno da corporao e, principalmente, de conhecimento a respeito dequais sejam as suas necessidades.

    Tal posio tem despertado tamanho interesse, a ponto de muitas empresas, que at ento noadotavam qualquer prtica de responsabilidade social passarem a faz-lo, pressionadas pelasociedade e demais stakeholders *. No pretendemos afirmar, com isso, que a atuao dascompanhias deva ser substituta das aes governamentais, ainda que os governos, desde odescobrimento do pas, venham se mostrando incompetentes para promoverem, sozinhos, odesenvolvimento social e do potencial humano. As empresas no devem assumir o papel doEstado. Elas tm, isto sim, de estabelecer uma parceria com seus diferentes pblicos,especialmente com a comunidade.*Palavra, que significa depositrios . Pessoa ou grupo com interesse na performance de organizao e no meioambiente na qual opera.

    Nos Estados Unidos, vrias empresas passaram a ganhar consumidores devido posturasocialmente correta que adotaram. Em contrapartida, marcas e produtos perderam mercado por no terem programas de apoio a causas sociais, por exemplo. Dois fatores ajudam a acelerar o

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    processo: globalizao e um novo comportamento da sociedade. As pessoas de bem esto tendode se isolar em condomnios fechados para fugir da violncia. Como viver est se tornando umaatividade perigosa, entendem que preciso ter um conjunto harmnico de desenvolvimento, eno ilhas de progresso. Na hora de comprar, esses indivduos tm o poder da escolha. Comomuitos produtos possuem vrios similares, o que os diferencia so os valores agregados. Paraesses consumidores, abandonar uma marca e adotar outra bastante simples.

    Pelo exposto, fcil concluir que a perfeita equao entre empresa e consumidor deve se apoiar,fundamentalmente, na imagem e reputao que ela possui. Contudo, seus executivos tm de ter em mente que a reputao corporativa algo extremamente difcil de ganhar e muito fcil de seperder. Na maioria das vezes, uma empresa no ter uma segunda chance para causar uma boaprimeira impresso.

    Ainda que andem juntas e que muitas vezes sejam confundidas, at por alguns profissionais decomunicao, importante destacar que imagem diferente de reputao. Imagem um conjuntode smbolos associados a uma determinada marca, construda, em geral, por uma agncia depropaganda, e que pode ser manipulada de acordo com os interesses da empresa. A reputao,por outro lado, se conquista, e formada a partir da interao da empresa com seus stakeholders ,sendo de difcil manipulao, ainda que muitas companhias e publicitrios se arvorem nessa

    tentativa.Por que isso importante? At h pouco tempo, a aura corporativa podia ser analisada como umativo intangvel, incapaz de ser medido. Isto no acontece mais. Quanto mais pblicas se tornamas empresas, maiores so as suas responsabilidades, bem como a de seus executivos,responsveis diretos por sua imagem e reputao no mercado.

    O Brasil um dos pases onde a responsabilidade social mais contribui para a imagem ereputao de uma empresa. o que tem sido revelado por diversas pesquisas de mercado. Altima, encomendada pelo IRES Instituto ADVB de Responsabilidade Social, divulgadarecentemente, apontou nmeros impactantes. Entre as 2.030 empresas (41% de grande porte, 50%de mdio e 9% de pequeno) que responderam mesma, de um universo de 4195, 98% aconsideram como parte integrante de sua viso estratgica. No aspecto da comunicao, 68%

    divulgaram a ao social realizada nos ltimos 3 anos, 26% publicaram balanos sociais comoforma de divulgar seus investimentos na rea social e 59% se utilizam do marketing para divulgar seus projetos de responsabilidade social. Um dado a ser ressaltado que 46% das empresas jpossuem alguma avaliao sobre a melhoria de sua imagem institucional por desenvolver projetos socialmente responsveis.

    Para conquistar - e manter - uma boa imagem e reputao, a empresa deve usar de honestidadecom todos os seus diferentes pblicos, ser cuidadosa com o meio ambiente, lidar bem com asreclamaes recebidas, ser verdadeira em seus anncios, prestar bons e consistentes servios,no sonegar impostos, ter a tica como eixo principal de sua conduta e, sobretudo, ser aberta etransparente.

    Ao adotar polticas de responsabilidade social, a empresa passa a integrar um processo demudana social, em lugar de somente fazer doaes e mostr-las sociedade por meio de umabem engendrada campanha de comunicao ou lobby junto mdia. Somente dessa forma serpossvel alcanar bons resultados que, invariavelmente, sero traduzidos na maior proximidadecom seus colaboradores, fornecedores, consumidores e, notadamente, no incremento de suaimagem e reputao.

    Entretanto, para que esta prtica seja efetiva, as empresas devem, antes de qualquer medida,"arrumar a casa ", descobrir sua verdadeira vocao social e permitir que tais valores sejamincutidos em seu "DNA". Somente a partir desse ponto que ela deve partir para vos de maior

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    amplitude. "Arrumar a casa " significa, entre outros fatores, criar uma conscincia efetiva de seupblico interno em relao a um trabalho socialmente responsvel. importante ressaltar,tambm, que as aes devem ser permanentes e consistentes, para que angariem e promovamcredibilidade interna e externa.

    Ainda no quesito credibilidade, o estabelecimento de parcerias intersetoriais , sem dvida, um

    dos principais aliados de uma postura socialmente responsvel, pois permite desenvolver programas mais ajustados realidade que se deseja atingir. A ligao com organizaes sriasdo terceiro setor, que tenham foco e experincia no assunto, mostra-se, portanto, muitoproveitosa, por proporcionar benefcios diretos comunidade de forma mais eficiente.

    Cdigo de ticaO princpio dos princpios o respeito da conscincia, o amor da verdade.

    Rui Barbosa

    NOSSA MISSO Promover a melhoria contnua da qualidade de vida da sociedade, intermediando recursos enegcios financeiros de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento aodesenvolvimento urbano e nos segmentos de habitao, saneamento e infra-estrutura, e naadministrao de fundos, programas e servios de carter social, tendo como valoresfundamentais:

    Direcionamento de aes para o atendimento das expectativas da sociedade e dos clientes;Busca permanente de excelncia na qualidade de servios;

    Equilbrio financeiro em todos os negcios;Conduta tica pautada exclusivamente nos valores da sociedade;Respeito e valorizao do ser humano.

    RESPEITO As pessoas na CAIXA so tratadas com tica, justia, respeito, cortesia, igualdade e dignidade.Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA absoluto respeito pelo ser humano,pelo bem pblico, pela sociedade e pelo meio ambiente.Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas origem, raa, sexo, cor, idade,religio, credo, classe social, incapacidade fsica e quaisquer outras formas de discriminao.Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de consumidores, com a prestao deinformaes corretas, cumprimento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa parasatisfao de suas necessidades de negcios com a CAIXA.Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em qualquer circunstncia, coma determinao de eliminar situaes de provocao e constrangimento no ambiente de trabalhoque diminuam o seu amor prprio e a sua integridade moral.Os nossos patrocnios atentam para o respeito aos costumes, tradies e valores da sociedade,bem como a preservao do meio ambiente.

    HONESTIDADE

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    No exerccio profissional, os interesses da CAIXA esto em primeiro lugar nas mentes dos nossosempregados e dirigentes, em detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, deforma a resguardar a lisura dos seus processos e de sua imagem.Gerimos com honestidade nossos negcios, os recursos da sociedade e dos fundos e programasque administramos, oferecendo oportunidades iguais nas transaes e relaes de emprego.No admitimos qualquer relacionamento ou prtica desleal de comportamento que resulte em

    conflito de interesses e que estejam em desacordo com o mais alto padro tico.No admitimos prticas que fragilizem a imagem da CAIXA e denigram o seu corpo funcional.Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de servios, sob qualquer pretexto.Condenamos a solicitao de doaes, contribuies de bens materiais ou valores a parceiroscomerciais ou institucionais em nome da CAIXA, sob qualquer pretexto. COMPROMISSO

    Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA esto comprometidos com a uniformidade deprocedimentos e com o mais elevado padro tico no exerccio de suas atribuies profissionais.Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis, das normas e dos regulamentosinternos e externos que regem a nossa Instituio.

    Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas,controladas, patrocinadas, associaes e entidades de classe dentro dos princpios deste Cdigode tica.Temos o compromisso de oferecer produtos e servios de qualidade que atendam ou superem asexpectativas dos nossos clientes.Prestamos orientaes e informaes corretas aos nossos clientes para que tomem decisesconscientes em seus negcios.Preservamos o sigilo e a segurana das informaes.Buscamos a melhoria das condies de segurana e sade do ambiente de trabalho, preservandoa qualidade de vida dos que nele convivem.Incentivamos a participao voluntria em atividades sociais destinadas a resgatar a cidadania dopovo brasileiro.

    TRANSPARNCIA As relaes da CAIXA com os segmentos da sociedade so pautadas no princpio datransparncia e na adoo de critrios tcnicos.Como empresa pblica, estamos comprometidos com a prestao de contas de nossasatividades, dos recursos por ns geridos e com a integridade dos nossos controles.Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e mdia dispensamos tratamentoequnime na disponibilidade de informaes claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadase no estrito cumprimento dos normativos a que estamos subordinados.Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascenso profissional, com critriosclaros e do conhecimento de todos.Valorizamos o processo de comunicao interna, disseminando informaes relevantesrelacionadas aos negcios e s decises corporativas. RESPONSABILIDADE

    Devemos pautar nossas aes nos preceitos e valores ticos deste Cdigo, de forma a resguardar a CAIXA de aes e atitudes inadequadas sua misso e imagem e a no prejudicar oucomprometer dirigentes e empregados, direta ou indiretamente.Zelamos pela proteo do patrimnio pblico, com a adequada utilizao das informaes, dosbens, equipamentos e demais recursos colocados nossa disposio para a gesto eficaz dosnossos negcios.

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    Buscamos a preservao ambiental nos projetos dos quais participamos, por entendermos que avida depende diretamente da qualidade do meio ambiente.Garantimos proteo contra qualquer forma de represlia ou discriminao profissional a quemdenunciar as violaes a este Cdigo, como forma de preservar os valores da CAIXA.

    {...} decncia, esse contentor da liberdade, {...} primeiro sinal da considerao do homem por si mesmo e a primeira condio, portanto, do respeito a que aspira dos seus semelhantes.Rui Barbosa

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