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SENAI-RJ • Mecânica
NOÇÕES DETORNEARIA
NOÇÕES DETORNEARIA
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria-Geral do Sistema FIRJAN
Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor
Diretoria Regional do SENAI-RJ
Roterdam Pinto Salomão
Diretor
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
SENAI-RJMecânica
2007
NOÇÕES DETORNEARIA
Noções de Tornearia
© 2007
SENAI- Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Gerência da Educação Profissional Regina Helena Malta do Nascimento
Material para fins didáticos em atendimento
ao Curso Operador de Usinagem de Motores – Peugeot.
EQUIPE TÉCNICA
Coordenação Angela Elizabeth Denecke
Vera Regina Costa Abreu
Seleção de Conteúdo Edson de Melo
Revisão Pedagógica Carmen Irene C. de Oliveira
Colaboração Gisele Rodrigues Martins (estagiária)
Alexandre Tavares Alves dos Santos (estagiário)
Projeto gráfico Artae Design & Criação
Editoração Paralaxe Ltda.
Material para fins didáticos
Propriedade do SENAI-RJ.
Reprodução, total e parcial, sob expressa autorização.
Este material foi construído mediante a compilação de diversas apostilas publicadas pela
Instituição, sendo elas: Ajustagem Básica, Tecnologia de Máquinas e Ferramentas e Torneiro
Mecânico - SMO do SENAI-RJ; Tecnologia e Ensaios dos Materiais do SENAI-SP.
SENAI - Rio de JaneiroGEP - Gerência de Educação ProfissionalRua Mariz e Barros, 678 - Tijuca20270-903 - Rio de Janeiro - RJTel: (021) 2587-1323Fax: (021) [email protected]
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país:
o SENAI. Há mais de 65 anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o
desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de jovens e
adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar
com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio
do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam tomar decisões com
autonomia, proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados
e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício
de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em
equipe e o comprometimento com os resultados.
É também importante considerar que a produção constante de novos conhecimentos e
tecnologias exigirá de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais,
evidenciando a necessidade de uma formação consistente, que lhe proporcione maior
adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação
se organizem de forma ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura educacional
com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma formação
flexível e modularizada.
Essa formação tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação
dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem-vindo!
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora de Educação
Sumário
1
2
APRESENTAÇÃO .................................................................... 11
UMA PALAVRA INICIAL......................................................... 13
O PROCESSO MECÂNICO DE USINAGEM: torrneamento ........ 17
A importância do torneamento no contexto dos processosmecânicos de usinagem............................................................ 19
Movimentos principais .............................................................. 21
Tipos de tornos ....................................................................... 25
Equipamentos e acessórios ....................................................... 38
Tipos de ferramentas para tornear ............................................. 42
Materiais das ferramentas ......................................................... 44
Geometria de corte da ferramenta ............................................. 48
AÇÃO DE LUBRIFICAÇÃO E REFRIGERAÇÃO NA USINAGEM . 55
A importância da refrigeração no processo de usinagem ............... 57
PARÂMETROS DE CORTE ....................................................... 63
Principais parâmetros de corte para o processo de torneamento ... 65
Tempo de fabricação. ............................................................... 80
DELINEAMENTO E APLICAÇÃO PRÁTICA............................... 85
Caso prático............................................................................ 87
Seqüência lógica para usinagem do eixo ..................................... 91
Seqüência lógica para usinagem da luva ...................................... 123
3
4
SENAI-RJ 11
Apresentação
SENAI-RJ 11
Noções de Tornearia - Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de
encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-
se nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e
aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre
outros aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
A unidade curricular Noções de Tornearia objetiva levá-lo a usinar peças de baixa
complexidade em tornos mecânicos convencionais, utilizando acessórios, ferramentas e
instrumentos adequados.
A unidade foi estruturada de forma a conduzi-lo ao entendimento do processo de
torneamento, dos tipos e ângulos das ferramentas, principais parâmetros de corte e
principalmente, o delineamento e a prática na oficina.
Então vamos em frente!!!
SENAI-RJ 13
Uma palavra inicial
SENAI-RJ 13
Noções de Tornearia - Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir
bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade
da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de
curto e longo prazo para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza.
Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em
mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor delas.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando
difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que,
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.
14 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Uma palavra inicial
14 SENAI-RJ
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a
falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos
aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”)
são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias
não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser
fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma
forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua
capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente
não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se
devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o
uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de
recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade,
possibilidade de conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só continuar
reduzindo a poluição como também buscar novas formas de economizar energia, melhorar os
efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são
atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o
público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais
desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando
acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para
sua reputação ou para sua segurança.
Devemos ainda observar que a mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta.
Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A
tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem
de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho
é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências
acabam afetando a todos.
SENAI-RJ 15
Noções de Tornearia - Uma palavra inicial
SENAI-RJ 15
De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no
trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos
empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar
as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção. A redução do
número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e governo –
assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e,
portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade para determinar seu impacto sobre o
meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores,
propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países,
empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm
desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde.
Mas isso ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso
recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando
com você sobre meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício
profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela
segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e segurança no
trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é
responsável. Vamos fazer a nossa parte?
O processo mecânico deusinagem: torneamento
1
Nesta seção...
A importância do torneamento no contextodos processos mecânicos de usinagem
Movimentos principais
Tipos de tornos
Equipamentos e acessórios
Tipos de ferramentas para tornear
Materiais das ferramentas
Geometria de corte da ferramenta
18 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
SENAI-RJ 19
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Quando estudamos a história do homem, percebemos que os princípios de todos os
processos de fabricação são muito antigos. Eles são aplicados desde que o homem começou a
fabricar suas ferramentas e utensílios, por mais rudimentares que eles fossem.
Um bom exemplo é o processo mecânico de usinagem de torneamento. Ele se baseia em
um dos princípios de fabricação dos mais antigos, usado pelo homem desde a mais remota
antiguidade, quando servia para a fabricação de vasilhas de cerâmicas. Esse princípio baseia-se
na rotação da peça sobre seu próprio eixo para a produção de superfícies cilíndricas ou cônicas.
Apesar de muito antigo, pode-se dizer que este princípio só foi efetivamente usado para o
trabalho de metais no começo do século passado. A partir de então, tornou-se um dos processos
mais completos de fabricação mecânica, uma vez que permite conseguir a maioria dos perfis
cilíndricos e cônicos necessários aos produtos da indústria mecânica.
A importância do torneamentono contexto dos processosmecânicos de Usinagem
A NBR 6175:1971 classifica torneamento como o processo mecânico de usinagem
destinado à obtenção de superfícies de revolução com auxílio de uma ou mais
ferramentas monocortantes. Para tanto, a peça gira em torno do eixo principal
de rotação da máquina e a ferramenta se desloca simultaneamente segundo uma
trajetória coplanar com o referido eixo.
Então, vamos em frente.
20 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
O torneamento, como todos os demais trabalhos executados com máquinas-ferramentas,
acontece mediante a retirada progressiva do cavaco da peça a ser trabalhada. O cavaco é cortado
por uma ferramenta de um só gume cortante, que deve ter uma dureza superior à do material a
ser cortado.
Cavaco. Material que é removido da peça pela ferramenta, quando ela está em
ação. Tem formatos e tamanhos diferentes, conforme o trabalho e o material
utilizado.
Máquina-ferramenta é uma máquina que utiliza ferramentas para realizar o
corte. É comumente conhecida como máquina operatriz.
Observe a figura 1: a ferramenta penetra na peça que
possui somente um tipo de movimento: o rotativo, ou de giro
uniforme ao redor do eixo A que permite o corte contínuo e
regular do material. A força necessária para retirar o cavaco é
feita sobre a peça, enquanto a ferramenta, firmemente presa
ao porta-ferramenta, contrabalança à reação dessa força.Fig. 1 – Movimentos
do torneamento
Para executar o torneamento, são necessários três movimentos relativos
(Figura 2) entre a peça e a ferramenta. São eles:
1. Movimento de corte: é o movimento principal que permite cortar o
material. O movimento é rotativo e realizado pela peça.
2. Movimento de avanço: é o movimento que desloca a ferramenta ao longo da
superfície da peça.
Fig. 2 – Movimentos empregadosno torneamento
Vamos, então, estudar melhor tais movimentos.
3. Movimento de penetração: é o movimento
que determina a profundidade de corte ao se
empurrar a ferramenta em direção ao interior
da peça e assim regular a profundidade do passe
e a espessura do cavaco.
A
32
1
SENAI-RJ 21
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
São vários os fatores que influem na velocidade do corte:
1. Material da peça
• material duro – baixa Vc
• material mole – alta Vc
2. Material da ferramenta
• muito resistente – alta Vc
• pouco resistente – baixa Vc
3. Acabamento superficial desejado
4. Tempo de vida da ferramenta
5. Refrigeração
6. Condições da máquina e de fixação
Movimentos principais
As formas que a peça recebe são provenientes dos movimentos coordenados e relativos
entre peças e ferramenta.
Como dissemos antes, em toda máquina-ferramenta há três movimentos distintos:
• Movimento de corte (ou principal).
• Movimento de avanço.
• Movimento de aproximação e penetração.
Movimento de corte (ou principal)
O movimento de corte ou principal é realizado pela própria peça no processo de
torneamento, através de seu movimento giratório.
A velocidade do movimento de corte ou principal chama-se velocidade de corte (Vc) e ela
é dada ou medida normalmente em m/min.
22 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Movimento de avanço
No processo de torneamento, esse tipo de movimento é contínuo, mas também pode ser
intermitente em seqüência de cortes, como na operação de aplainar.
A espessura do cavaco depende do movimento de avanço e a grandeza, basicamente, das
características da ferramenta, e, principalmente, da qualidade exigida da superfície usinada.
O movimento de avanço é feito pelo operador, mas pode ser automática também.
Movimento de aproximação epenetração
O movimento de aproximação e penetração serve para ajustar a profundidade (P) de corte,
e, juntamente com o movimento de avanço (A), para determinar a secção do cavaco a ser
retirado, como, no exemplo da figura 3. Esse movimento pode ser realizado manual ou
automaticamente e depende da potência da máquina, assim como da qualidade exigida da
superfície a ser usinada.
Veja, na figura 3, uma representação desses três movimentos, acompanhando o sentido
das setas Vc (para indicar o movimento de corte), a (para indicar o movimento de avanço) e p
(para indicar o movimento de penetração).
Fig. 3 – Representação dos movimentos principais
O ajuste da profundidade de corte (P) normalmente é medido por meio
de uma escala graduada conectada ao fuso (anel graduado).
a - avanço em [mm/rat.]
p - profundidade em [mm]
Vc - velocidade de corte em [m/min]
SENAI-RJ 23
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Em máquinas modernas, esses movimentos são hidráulicos e/ou eletro-hidráulicos. Em
máquinas com comando numérico, todos esses movimentos são comandados por elementos
eletrônicos.
Agora que você conheceu os principais movimentos no processo de torneamento, vamos
melhor exemplificar as forças neles envolvidas.
Secção do cavaco
Fig. 4 – Secção de cavaco
A secção (área) do cavaco (S) no processo de
usinagem é calculada em função da profundidade
(P) e do avanço (A) (Figura 4).
S = A . P em mm²
S = secção (área) do cavaco (mm²)
Composição das forças de corte
Durante a formação de cavacos, forças geradas pelo corte atuam tanto na ferramenta quanto
na peça.
Tais forças devem ser equilibradas, em direção e sentido, pela peça e pelos dispositivos de
fixação da máquina. A figura 5 ilustra a representação espacial dessas forças que podem ser
aplicadas a outros processos de usinagem.
Fig. 5 – Composição das forças
Fc = Força de corte – depende do material
e dos ângulos da ferramenta.
Fa = Força de avanço.
Fp = Força causada pela penetração.
Fr = Força resultante de Fp + Fa
F = Força total para cortar – é a resultante
de Fc + Fr. Ela influi na fixação da peça
e da ferramenta.
a
p
Fp
FA
FC
FR
F
FR = FP + FA
F = FC + FR
24 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
A força de corte Fc é básica para cálculos de potência e é calculada em função da secção do
cavaco e do material a ser utilizado, aplicando Ks, força específica, à fórmula. Os valores de Ks
de cada material são determinados e tabelados.
Fc = S . Ks
Fc = força de corte [N]
S = área da secção do cavaco [mm²]
Ks = força específica de corte do material [N/mm²]
Como vimos até então, o processo de usinagem exige um circuito fechado de força entre peça e
ferramenta. Por isso, para obter boas superfícies é preciso que este circuito seja o mais rígido possível.
A necessidade de movimentos relativos ferramenta-peça (velocidade de corte, avanço e
penetração) preconiza necessidade de máquinas-ferramenta de guiamento robustas que
garantam a trajetória desejada e dispositivos de regulagem de folga dos deslocamentos durante
a usinagem, entre outros.
São vários os fatores que influem no acabamento superficial da peça.
Veja alguns.
1. Processo de usinagem
2. Aspecto construtivo da máquina
3. Velocidade de corte
4. Ferramenta (material, ângulos, afiação, etc.)
5. Refrigeração e suas propriedades (resfriar, lubrificar, transportar cavacos etc.)
Mais a frente, estudaremos os principais parâmetros de corte. Nesse momento, será
detalhado o cálculo da secção de corte e as forças envolvidas no processo.
A máquina-ferrramenta que estamos discutindo neste material denomina-se torno. Daí
falamos em processo de torneamento
A origem da palavra torno é latina: tornus. Este termo designava a máquina para
tornear marfim, madeira etc., originando o sentido de “forma arredondodada”,
“movimento circular”. É esta a idéia presente em expressões como: em torno de (ao
redor de) e letra bem torneada (= bem feita).
Vejamos, então, os tipos de torno e suas aplicações.
SENAI-RJ 25
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Tipos de torno
Dependendo da peça a ser usinada, das operações requeridas nesse processo e do tipo de
peça, se específica ou seriada, escolhe-se o torno mais adequado. Apresentamos, a seguir, os
principais tipos de tornos e os princípios a eles relacionados. Mostraremos, primeiramente, o
torno universal, suas partes e seu funcionamento, que são básicos para a compreensâo dos
demais tipos de tornos.
Torno mecânico universal
Embora possua grande versatilidade, este tipo de torno não oferece grandes possibilidades
de fabricação em série, devido à dificuldade que apresenta com as mudanças ou troca de
ferramentas. Ele pode executar operações que normalmente são feitas por outras máquinas
como a furadeira, a fresadora e a retificadora, com adaptações relativamente simples.
Torno é uma máquina-ferramenta no qual geralmente são usadas
ferramentas monocortantes.
O torno universal (Figura 6) é o tipo mais simples que existe. Estudando seu funcionamento,
é possível entender o funcionamento de todos os outros, por mais sofisticados que sejam. Esse
torno possui eixo e barramento horizontal e tem capacidade de realizar todas as operações:
faceamento; torneamento externo e interno; broqueamento; furação; corte.
Fig. 6
26 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Fig. 9
• Sistema de transmissão de movimento do eixo:
motor, polia, engrenagens, redutores.
• Sistema de deslocamento da ferramenta e de
movimentação da peça em diferentes velocidades:
engrenagens, caixa de câmbio, inversores de
marcha, fusos, vara etc.
• Sistema de fixação da ferramenta (Figura 9): torre,
carro porta-ferramenta, carro transversal, carro
principal ou longitudinal.
• Sistema de fixação da peça: placas e cabeçote
móvel.
• Sistema de comandos dos movimentos e das
velocidades: manivelas e alavancas.
• Sistema de frenagem (Figura 10)
Assim, basicamente, todos os tornos, respeitadas suas variações de dispositivos ou
dimensões exigidas em cada caso, apresentam as seguintes partes principais; no que se deno-
mina corpo de máquina: barramento (Figura 7), cabeçote fixo ou árvore (Figura 8) e móvel,
caixas de mudança de velocidade.
Fig.7
Fig.8
Fig. 10
As partes que compõem o corpo da máquina e as demais que fazem parte do torno são as
responsáveis pelo desenvolvimento dos seguintes sistemas:
SENAI-RJ 27
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Placa universal
Serve para fixar as peças cilíndricas ou com número de lados múltiplo de três.
O ajuste ou perfeito encaixe da peça na placa universal é feito com uma chave encaixada
no parafuso de aperto da placa (Figura 12).
Detalhando algumas partes do torno
Fig. 11 – Torno horizontal
Fig. 12
A figura 11 detalha as principais partes de um torno mecânico horizontal.
Placa universalPorta ferramenta
Carro transversalEspera
Cabeçote móvel
Barramento
Carrolongitudinal
Pé de torno(traseiro)
Pé de torno(dianteiro)
Cabeçotefixo
Bandeja
Castanhas
Chave
28 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Porta-ferramenta
É a parte na qual onde se
fixa a ferramenta de corte
(Figura 15).
Castanha. É a
parte da placa
usada para fixar a peça
a ser trabalhada.
As castanhas são numeradas e devem ser montadas na placa pela ordem de numeração
correspondente (Figura 14).
Fig. 14
Fig. 15
Cabeçote Móvel
Esta parte serve para prender a contraponta, a broca de haste cônica, os mandris etc. O
cabeçote móvel deve trabalhar alinhado com a placa. O alinhamento é feito com um parafuso
em sua base. Veja estes itens nas figuras 16 e 17.
As placas universais possuem dois tipos de castanhas. Veja-as na figura 13.
Fig. 13 – Tipos de castanhas
Castanha invertida(para prender peçasde grande diâmetro)
Castanha comum(para prender peçasde diâmetro menor)
SENAI-RJ 29
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Barramento
Suporta as partes principais do torno e está situado sobre os pés da máquina-ferramenta.
O carro longitudinal e o cabeçote móvel se deslocam sobre ele. O barramento serve de referência
para indicar os movimentos longitudinal e transversal (Figura 18).
Fig. 16
Fig. 17
Fig. 18
Transversal
Longitudinal
Mangote
Alavanca de fixaçãodo mangote
Contraponte
Volante de avanço erecuo do Mangote
Parafuso de fixaçãodo cabeçote
Barramento
BarramentoParafuso de regulagem
30 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Cabeçote fixo
Esta parte possui, no seu interior, conjuntos de engrenagens que servem para a mudança
de velocidade e o avanço automático do carro longitudinal.
A mudança da velocidade é feita pelas alavancas externas. O cabeçote fixo recebe
movimento de um motor elétrico, através da transmissão do movimento, feito por polias e
correias.
Fig. 19
Carro longitudinal
Esta parte trabalha ao longo do barramento (Figura 20). Seu movimento pode ser feito
manualmente, por meio do volante, ou automaticamente.
Fig. 20
Movimentode espera
Movimento docarro transversal
Espera
Carro transversal
Manivela B
Carro longitudinal
Para baixo engate ocarro transversal
Alavanca 1 deengate da vara
Para cima engata ocarro longitudinal
Alavanca 2 deengate de fuso(para abrir rosca)
Volante do carrolongitudinal
Movimento docarro longitudinal
Fuso
Vara
Manivela A
A mudança de
velocidade varia
de acordo com o
modelo da máquina.
SENAI-RJ 31
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Fuso
Tem por função controlar o movimento do carro longitudinal. É usado para abertura de rosca.
Vara
Esta parte movimenta o carro longitudinal e transversal para desbastar a peça.
Carro transversal
Trabalha transversalmente ao barramento, sobre o carro longitudinal. Seu movimento
pode ser manual, por meio de manivela “A”, ou automático, engatando-se a alavanca 1 (para
baixo). Estas partes são visíveis na figura 20. É usado para dar profundidade de corte no
torneamento longitudinal ou para facear.
Espera
Trabalha sobre o carro transversal. Sobre ela está o porta-ferramenta. Seu movimento é
feito por meio da manivela “B” (ver Figura 20). É usada para dar profundidade de corte,
manualmente, principalmente no faceamento de peças, ou para o torneamento cônico de
peças pequenas, através da inclinação da espera.
A espera não deverá ser recuada além do seu barramento (Figura 21).
Fig. 21
Barramento
Recuo
Errado
CertoCerto
32 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Anel graduado
Esta parte tem como função controlar o movimento dos carros. Para remover certa espessura
de material, ou seja, “dar um passe”, o torneiro necessita fazer avançar a ferramenta contra a
peça, na medida determinada. A fim de que o trabalho se execute de modo preciso, a medida da
espessura a ser removida deve ser fixada e garantida por um mecanismo que, além de produzir
o avanço, permita o exato e cuidadoso controle desse avanço.
O torno mecânico possui, em dois lugares diferentes, mecanismos que atendem a tais
condições:
1º) No carro transversal, cujo deslocamento é sempre perpendicular ao eixo da peça ou à
linha de centros do torno (Figura 23);
2º) Na espera, onde se situa o porta-ferramenta; ela pode ser inclinada a qualquer ângulo,
pois sua base é rotativa e dispõe de graduação angular.
Suporte de ferramenta
Esta parte é destinada a prender ferramentas de corte (Figura 22).
Fig. 22
Fig. 23
Espera
Carrotransversal
Anel graduadodo carro transversal
Anel graduadoda espera
SENAI-RJ 33
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Agora que você conhece as principais partes do torno mecânico universal, que são comuns
a todos os tornos, passaremos a novos tipos de tornos mecânicos, nos quais o diferencial é a
capacidade de produção (se é automático ou não); o tipo de comando (manual, hidráulico,
eletrônico, por computador etc.).
Nesse grupo se enquadram os tornos revólver, copiadores, automáticos ou por comando
numérico computadorizado.
Torno revólver
A característica fundamental do torno revólver é o emprego de várias ferramentas,
convenientemente dispostas e preparadas, para executar as operações de forma ordenada e
sucessiva. (Figura 24)
Os dois mecanismos possibilitam o avanço de ferramenta por meio de um sistema
parafuso-porca. O parafuso gira entre buchas fixas, pela rotação de um volante ou de uma
manivela. Com o giro do parafuso, a porca (que é presa à base do carro) desloca-se e arrasta o
carro, fanzendo-o avançar ou recuar, conforme o sentido do parafuso.
O controle dos avanços, em ambos os carros, se faz por meio de graduações circulares
existentes em torno de buchas ou anéis cilíndricos, solidários com os eixos dos parafusos de
movimento, e junto aos volantes ou às manivelas.
Os anéis graduados, também chamados “colares micrométricos”, são os dispositivos
circulares que determinam e controlam as medidas em que se devem avançar os carros, mesmo
que os avanços tenham de ser muitos pequenos.
Alguns tornos mecânicos possuem colares micrométricos no volante do carro
longitudinal, facilitando o controle de deslocamento longitudinal.
Fig. 24 – Torno revólver
a - torre anteriorb - carro revólverc - torre revólver
a b c
34 SENAI-RJ
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A torre normalmente é hexagonal, podendo receber até seis ferramentas; porém, se for
necessário uma variedade maior, a troca de equipamentos se processa de forma rápida.
Torno de placa ou platô
O torno de placa ou platô é amplamente utilizado nas empresas que executam trabalhos
de mecânica e caldeiraria pesada. É adotada para torneamento de peças de grande diâmetro,
como polias, volantes, flanges etc. (Figura 26).
As ferramentas adicionais são fixadas em um dispositivo chamado torre revólver (Figura
25). Essas ferramentas devem ser montadas da forma seqüencial e racionalizada para que se
alcance o objetivo visado.
Fig. 25 – Torre revólver
Fig. 26 – Torno de placa ou platô
10 3 9 8 2 5 7
6
4
1
1
2
9
10
4 5
6
3
8
7
facear
tornear
formarcortar
furar
chanfrar
tornear interno
tornear externo
torn
ear ro
sca
form
ar
a
b
d
e
a - cabeçoteb - placac - selad - porta-ferramentae - carros
SENAI-RJ 35
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Torno vertical
Esse tipo de torno possui o eixo de rotação vertical e é empregado no torneamento de
peças de grandes dimensões, como volantes, polias, rodas dentadas etc. que, devido ao peso,
podem ser montadas mais facilmente sobre uma plataforma horizontal do que sobre uma
plataforma vertical (Figura 27).
Fig. 27 – Torno vertical
Torno copiador
Neste torno, os movimentos que definem a geometria da peça são comandados por
mecanismos que copiam o contorno de um modelo ou chapelona.
e
a - porta-ferramentas verticalb - porta-ferramentas horizontalc - placad - travessãoe - montantef - guia
c
b
a
d
f
36 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
O torno copiador tem grande aplicabilidade e não deve ser utilizado em produções de
peças pequenas, por ser antieconômico.
Torno CNC
Os tornos automáticos, muito utilizados na fabricação de grandes séries de peças, são coman-
dados por meio de cames, excêntricos e fim de curso. O seu alto tempo de preparação e ajuste, para
início de nova série de peças, faz com que ele não seja viável para médios e pequenos lotes, daí o
surgimento das máquinas CNC (comando numérico computadorizado) (Figuras 29 e 30).
No copiador hidráulico, um apalpador, em contato com o modelo, transmite o movimento
através de um amplificador hidráulico que movimenta o carro porta-ferramentas (Figura 28).
Fig. 28 – Detalhe do torno copiador
Cames, excêntricos e fim de curso, são peças que fazem parte do sistema
de controle dos movimentos rotativos e retilíneos da máquina.
válvula direcional 4/2
bomba apalpadorchapelona
carro porta-ferramenta
avanço
60o
SENAI-RJ 37
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Há uma série de equipamentos que são adotados para uso com o torno. Vejamos alguns
deles.
Fig. 29 – Torno CNC
Fig. 30
A tecnologia avança a passos largos. Hoje, já são comercializados tornos CNC
com múltiplas funções, que podem ser usados tanto como tornos
convencionais ou como torno CNC tradicional (Figura 31).
Fig. 30
a - placa
b - cabeçote principal
c - vídeo display
d - programação
e - painel de operação
f - barramento
g - cabeçote móvel
h - torre porta-ferramenta
abcd
ghfe
Fig. 31
38 SENAI-RJ
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Equipamentos e acessórios
Apresentaremos o detalhamento dos equipamentos e acessórios que são considerados os
principais.
Contraponto (fixo) e ponto rotativo
Utilizados nas operações de torneamento que requerem fixação entre pontos de torno
(Figura 32). O ponto rotativo é fixado no cabeçote móvel, assim como o contraponto. A diferença
é que o contraponto fixo é usado para torneamento em baixas rotações e com lubrificantes.
Atualmente nos trabalhos de usinagem é mais usado o ponto rotativo.
Fig. 32 – Ponto rotativo
Placa universal
Apesar de ser uma parte do torno, a placa
universal é um equipamento muito comum e
importante nos trabalhos de torneamento,
sendo a mais utilizada das placas. Daí, a
elencarmos aqui entre os equipamentos. Possui
três castanhas que efetuam o aperto da peça
simultaneamente e sua conseqüente centra-
lização. Pode efetuar fixação em diâmetros
internos e externos (Figura 33).Fig. 33 – Placa universal
SENAI-RJ 39
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Placa de quatro castanhas
Placa de arraste
Este equipamento é usado no torneamento de peças fixadas entre pontas, em que se
pretende manter a maior concentricidade no comprimento total torneado (Figura 34).
Fig. 34 – Placa de arraste
Fig. 35 – Placa de quatro castanhas
Utilizada na fixação de peças de perfis
irregulares, pois suas castanhas de aperto
podem ser acionadas separadamente,
oferecendo condições de centragem da região
que se pretende usinar (Figura 35).
Placa plana
Utilizada na fixação de peças irregulares
com auxílio de alguns dispositivos. Como
vemos na figura 36, a placa plana amplia as
possibilidades de fixação de peças de formato
irregular que necessitam ser torneadas.
Fig. 36 – Placa plana
contra-peso
placa
40 SENAI-RJ
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Luneta móvel
A luneta móvel é utilizada em eixos de pequenos diâmetros, os quais são sujeitos a flexões
e vibrações na usinagem (Figura 38). Ela também funciona como mancal e deve ser montada
sempre junto da ferramenta, para evitar vibrações e flexões, pois tais movimentos anulam as
forças de penetração da ferramenta.
Luneta fixa
Este acessório tem grande utilidade quando pretendemos tornear eixos longos de pequenos
diâmetros, pois atua como mancal, evitando que a peça saia de centro ou vibre com a ação da
ferramenta (Figura 37).
Fig. 37 – Luneta fixa
parafuso deajuste
Fig. 38 – Luneta móvel
força
SENAI-RJ 41
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Mandril expansivo
É utilizado na fixação de peças que terão seu
diâmetro externo totalmente torneado, visando
manter uniformidade na superfície (Figura 40).
Mandril pinça
Este acessório de fixação é amplamente utilizado quando se pretende tornear eixos de
diâmetros pequenos, por oferecer grande precisão na concentricidade. Ele permite rápidas
trocas de peças e é comumente encontrado em tornos automáticos (Figura 39).
Fig. 39 – Mandril pinça
Fig. 41
Mandril paralelo de aperto com porca
É utilizado na fixação de uma ou várias peças por vez (Figura 41).
Fig. 40 - Mandril expansivo
Arruelas ajustáveis
42 SENAI-RJ
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Mandril porta-broca
É utilizado para fixar brocas no trabalho de furação. Ele é fixado, geralmente, no cabeçote móvel.
Até este ponto, você teve contato com os diferentes tipos de torno e as suas partes e
acessórios principais.
Passaremos a outro tópico importante: as ferramentas utilizadas no torno para se efetuar o
torneamento.
Tipos de ferramentas paratornear
As ferramentas utilizadas no processo de torneamento podem ser classificadas em dois
grandes grupos: usadas no torneamento externo e no torneamento interno.
Torneamento externo
Há diversos tipos de ferramentas para tornear externamente. As suas formas, os ângulos, os tipos de
operações que executam e o sentido de corte são os fatores que as caracterizam e as diferenciam entre si.
Fig. 42 – Mandril paralelo de aperto com porca
Peças
MandrilArruela
Calça
SENAI-RJ 43
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A figura 44 ilustra algumas ferramentas para torneamento externo, com setas indicando o
sentido do movimento.
É considerado sentido à direita quando a ferramenta se deslocar em direção
à árvore (cabeçote fixo) (Figura 43).
Fig. 43 – Sentido de corte
à direita
Fig. 44 – Peças para torneamento externo
1. Cortar2. Cilindrar à direita3. Sangrar4. Alisar5. Facear à direita
6. Sangrar à direita7. Desbastar à direita8. Cilindrar e facear à esquerda9. Formar10. roscar
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
44 SENAI-RJ
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Materiais das ferramentas
Os materiais dos quais as ferramentas de corte são feitas são os responsáveis pelo seu
desempenho e conferem-lhes características físicas e propriedades mecânicas.
Os materiais mais comuns são: aço-carbono, aço rápido, metal duro, cerâmica.
Torneamento interno
As ferramentas utilizadas para tornear internamente podem ser de corpo único, com pontas
montadas ou com insertos. Podemos adotá-las nas operações de desbaste ou de acabamento,
variando os ângulos de corte e a forma da ponta (Figura 45). Elas recebem o nome de bedame.
Fig. 45 – Ângulos do bedame
12 3
4 56
1. Desbastar 2. Alisar 3. Sangrar
4. Formar 5. Roscar 6. Tornear com haste
SENAI-RJ 45
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Aço-carbono
O aço-carbono possui teores que variam de 0,7 a 1,5% de carbono e é usado em ferramentas
para usinagens manuais ou em máquinas-ferramenta.
Trata-se de um material utilizado para pequenas quantidades de peças, não sendo adequado
para altas produções. É pouco resistente a temperaturas de corte superiores à 250ºC, daí a
desvantagem de usarmos baixas velocidades de corte.
Aço rápido
O aço rápido possui, além do carbono, outros elementos de liga, tais como: tungstênio,
cobalto, cromo, vanádio, molibdênio, boro etc., que são os responsáveis pela excelente
propriedade de resistência ao desgaste.
Os elementos desta liga, além de conferirem maior resistência ao desgaste, aumentam a
resistência de corte a quente (550ºC) e possibilitam maior velocidade de corte.
Tipos de aço rápido:
Comum: 3%W, 1%Va
Superior: 6%W, 5%Mo, 2%Va
Extra-superior: 12%W, 4%Mo, 3%Va e Co até 10%
Extra-rápido: 18W2Cr, 2Va e 5%Co
Como exemplo de ferramentas feitas em aço rápido, podemos destacar brocas,
alargadores, ferramenta de torno, fresas de topo, fresas circulares etc.
Metal duro
O metal duro é comumente chamado carboneto metálico e compõe as ferramentas de
corte mais utilizadas na usinagem dos materiais na mecânica (Figura 46).
46 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
• • • • • Maior vida útil para a ferramenta,
exigindo, porém, máquinas e
suportes mais robustos para evitar
vibrações, que são criticas para os
metais duros.
• • • • • As pastilhas de metal duro podem
ser de dois tipos: aquelas fixadas
com solda (Figura 47) e aquelas que
são intercambiáveis.
Fig. 46 – Pastilhas de metal duro
Os elementos mais importantes de sua composição são o tungstênio, o tântalo, o titânio e
o molibdênio, além do cobalto e do níquel como aglutinantes. O carboneto metálico possui
grande resistência ao desgaste, e apresenta as seguintes vantagens:
• • • • • Alta resistência ao corte a quente, mantendo uma dureza de 70HRC até 800ºC.
• • • • • Alta velocidade de corte (±50 a 300m/min), isto é, até 10 vezes mais que a velocidade do
aço rápido. Isso favorece um maior volume de cavaco por usinagem.
Fig. 47 – Fixação de pastilhas
suporte
pastilha
Suportes compastilhas intercambiáveis
Aglutinante – material
ou elemento que dá
liga em uma mistura.
SENAI-RJ 47
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Cerâmica
As ferramentas de cerâmica são constituídas de
pastilhas sinterizadas com aproximadamente 98%
a 100% de óxido de alumínio.
Possuem dureza maior que a de metal duro, e
possuem uma velocidade de corte de 5 a 10 vezes
maior (Figura 49).
O seu gume de corte pode resistir ao desgaste
em uma temperatura de até 1.200oC, o que favorece
a aplicação na usinagem de materiais como ferro
fundido, ligas de aço etc.
A intercambialidade elimina os tempos de parada da máquina para afiação.
Há muitos tipos de modelos de suportes existentes no mercado; também são vários os
sistemas de fixação da pastilha no suporte. A escolha está vinculada à operação e aos ângulos de
corte desejados, pois estes são resultantes da combinação entre os ângulos da pastilha e a
inclinação de seu assento no suporte (Figura 48).
Fig. 48 – Definição de ângulos de corte
pastilha parafuso de aperto
placa de aperto
ferramenta negativa
pastilha parafuso de apertoplaca de aperto
ferramenta positiva
(< γ negativa) (< γ positiva)
A escolha da pastilha em função da aplicação é feita através de consulta a
tabelas específicas.
Fig. 49 – Escala de dureza
diamante
cerâmica
carboneto
aço rápido
HRC
100
8280
6258
48 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Nos próximos tópicos vamos avançar na questão do corte e dos ângulos das ferramentas.
Geometria de corte daferramenta
O estudo das condições de formação de calor e sua transmissão, em função de diferentes
fatores de corte, permite que se determinem as dimensões e as formas mais convenientes das
ferramentas, além de um melhor regime de trabalho e durabilidade da aresta de corte da
ferramenta.
As pastilhas de cerâmica também podem ser intercambiáveis, porém, em função da sua
alta dureza, possuem pouca tenacidade e necessitam de suportes robustos que evitem vibrações
(Figura 50) e máquinas operatrizes que ofereçam boas condições de rigidez.
O volume de cavaco por tempo é muito superior ao do metal duro, em função de suas altas
velocidades de corte.
Tenacidade é a qualidade do material que é tenaz, ou seja, resiste à ruptura,
apresentando deformação permanente, em virtude da consistência do
material que compõe o seu interior.
Fig. 50 – Suportes
SENAI-RJ 49
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
A geometria de corte da ferramenta é influenciada, na usinagem, pelas variáveis a seguir:
- ângulo de corte
- forma da ferramenta
A segunda variável já foi vista ao longo do material até aqui. Passemos, então, à primeira.
Ângulo da ferramenta de tornear
Os ângulos e superfícies da geometria de corte das ferramentas são de grande importância
e constituem elementos fundamentais no rendimento e durabilidade dos equipamentos.
A figura 52 apresenta os ângulos representados espacialmente e a figura 53 apresenta os
ângulos no plano.
No que se refere à geometria de corte da ferramenta, a definição depende de onde se
encontra a aresta de corte principal: se está à esquerda ou à direita, conforme figura 51.
Fig. 51 – Ferramenta esquerda e direita
Fig. 52 – Ângulos no espaço Fig. 53 – Ângulos no plano
Ferramenta à direta
Aresta de corteprincipal
Ferramenta à esquerda
Aresta de corteprincipal
50 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Os ângulos da ferramenta de tornear são os seguintes:
- Ângulo de incidência (α), compreendido entre a peça e a ferramenta. Varia de 5 a 12º.
- Ângulo de cunha (β) formado pelas faces de incidência e de saída, deve ser determinado
em função do material.
Materiais moles β=40 a 50º (alumínio)
Materiais tenazes β=55 a 75º (aço)
Materiais duros β=75 a 85º
- Ângulo de saída (γ) formado pelas faces de ataque e pelo plano da superfície de saída, é
determinado em função do material.
Materiais moles γ=15 a 40º
Materiais tenazes γ=14º
Materiais duros γ=0 a 8º
- Ângulo de corte (δ), que varia em função do material da peça, resultando: δ = α + β
- Ângulo de ponta (ε) formado pelas arestas cortantes. Conforme o avanço, temos:
Avanço até 1mm/volta ângulo de ε = 90º
Avanço maior que 1mm/volta ângulo ε > 90º
- Ângulo de rendimento (χ) é formado pela aresta cortante e a superfície da peça
trabalhada. Ao se determinar o ângulo χ de uma ferramenta de corte para tornear, deve-
se levar em consideração as forças de corte que dele dependem. Vejamos como.
Ângulo χχχχχ >45º
Pequena parte da aresta cortante tem contato com o material, resultando no seu rápido
desgaste (Figura 54).
Fig. 54 - Ângulo χ >45º
Esse ângulo é usado no torneamento de
peças compridas e de diâmetros pequenos,
porque proporciona pouco esforço radial (Fp).
SENAI-RJ 51
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
- ângulo de inclinação de aresta constante (λ) tem por finalidade controlar a direção de
escoamento do cavaco e o consumo de potência, além de proteger a ponta das
ferramentas de corte e aumentar seu tempo de vida útil (Figura 57). O ângulo de
inclinação pode variar de λ = -10º a λ = +10º.
Ângulo χ χ χ χ χ = 45º
A fixação ideal da ferramenta para cilindrar
uma peça é posicionar o corpo da ferramenta a
90º em relação ao eixo de simetria da peça e
com ângulo de rendimento χ = 45º, salvo em
casos especiais (Figura 55).
Fig. 55 - Ângulo χ = 45º
Ângulo χχχχχ < 45º
Neste caso, a aresta de corte tem bastante
contato com o material (Figura 56). Por isso, o
seu desgaste é menor, mas ocasiona grande
esforço radial (Fp).
Fig. 56 - Ângulo χ < 45º
Fig. 57 - Ângulo de inclinação
52 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
O ângulo de inclinação pode ser negativo, positivo e neutro.
Fig. 58 - Ângulo de negativo
Ângulo negativo
Quando a ponta de ferramenta for a parte mais
baixa em relação à aresta de corte. É usado nos
trabalhos de desbaste e em cortes interrompidos
(peças quadradas, com rasgos ou com ressaltos) em
materiais duros (Figura 58).
Ângulo positivo
Dizemos que λ é positivo quando a ponta da
ferramenta em relação à aresta de corte for a parte
mais alta. É usada na usinagem de materiais macios,
de baixa dureza (Figura 59).
Ângulo neutro
Dizemos que λ é neutro quando a ponta da
ferramenta está na mesma altura da aresta de corte. É
usado na usinagem de matérias duros e exige menor
potencia do que λ positivo ou negativo (Figura 60).
Fig. 59 - Ângulo positivo
Fig. 60 - Ângulo neutro
Ângulo em função do material
O fenômeno de corte é realizado pelo ataque da cunha da ferramenta. Nele o rendimento
depende dos valores dos ângulos da cunha, pois é esta que corrompe as forças de coesão do
material da peça. Experimentalmente, determinaram-se os valores desses ângulos para cada
tipo de material da peça.
A tabela 1 nos fornece os valores para os materiais mais comuns.
SENAI-RJ 53
Noções de Tornearia - O processo mecânico de usinagem: torneamento
Tabela 1 - Ângulos recomendados em função do material
Terminada esta unidade, você já tem condições de conceber o tipo de trabalho realizado
na usinagem de torneamento e os equipamentos envolvidos.
Vamos, a seguir, a outro ponto importante: a questão da geração de calor no processo de
usinagem e como resolvê-la.
Aço 1020 até 45N/mm2
Aço 1045 até 70N/mm2
Aço 1060 acima de 70N/mm2
Aço ferramenta 0,9%C
Aço inox
FoFo brinell até 250HB
FoFo maleável ferrítico brinell até 150HB
FoFo maleável perlítico brinell 160HB a até240HB
Cobre, latão, bronze (macio)
Latão e bronze (quebradiço)
Bronze para bucha
Alumínio
Duralumínio
Celeron, baquelite
Ebonite
Fibra
PVC
Acrílico
Teflon
Nylon
α
8
8
8
6 a 8
8 a 10
8
8
8
8
8
8
10 a 12
8 a 10
10
15
10
10
10
8
12
β
55
62
68
72 a 78
62 a 68
76 a 82
64 a 68
72
55
79 a 82
75
30 a 35
35 a 45
80 a 90
75
55
75
80 a 90
82
75
γ
27
20
14
14 a 18
14 a 18
0 a 6
14 a 18
10
27
0 a 3
7
45 a 48
37 a 45
5
0
25
5
0
0
3
MaterialÂngulos
Duraplástico
χ
0 a -4
0 a -4
-4
-4
-4
0 a -4
0 a -4
0 a -4
+4
+4
0 a +4
+4
0 a +4
+4
+4
+4
+4
0
+4
+4
Termoplásticos
Para saber mais sobre ferramentas de corte para usinagem, consulte a ABNT
TB-388:1990
Ação de lubrificaçãoe refrigeração na
usinagem
2
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A importância da refrigeração no processo de usinagem
56 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Ação de lubrificação e refrigeração na usinagem
SENAI-RJ 57
Noções de Tornearia - Ação de lubrificação e refrigeração na usinagem
A importância da refrigeraçãono processo de usinagem
A usinagem de um metal produz sempre calor, que resulta do atrito entre ferramenta,
cavaco e peça.
As principais fontes de calor no processo de formação de cavaco são decorrentes
(Figura 1):
a) da formação plástica do cavaco na região de cisalhamento;
b) do atrito do cavaco com a superfície de saída da ferramenta;
c) do atrito da peça com a superfície de incidência da ferramenta.
Fig. 1 – Fontes de calor na formação do cavaco
58 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Ação de lubrificação e refrigeração na usinagem
A quantidade de calor produzida por essas fontes energéticas é dissipada através do cavaco,
da peça, da ferramenta e do ambiente.
O calor assim produzido apresenta dois inconvenientes:
• aumenta a temperatura da parte da ferramenta, o que pode alterar suas propriedades;
• aumenta a temperatura da peça, provocando dilatação, erros de medida, deformações etc.
Para evitar esses inconvenientes, utilizam-se, nas oficinas mecânicas, os fluidos de corte.
Fluido de corte
Fluido de corte é um líquido composto por várias substâncias que têm a função de introduzir
uma melhoria no processo de usinagem dos metais.
A melhoria poderá ser de caráter funcional ou de caráter econômico.
Melhorias de caráter funcional são aquelas que facilitam o processo de usinagem,
conferindo-lhe melhor desempenho. São elas:
Como as deformações e as forças de atrito se distribuem irregularmente, o calor produzido
também se distribui de forma irregular, como representado na figura 2.
Fig. 2 – Representação da distribuição do calor
SENAI-RJ 59
Noções de Tornearia - Ação de lubrificação e refrigeração na usinagem
• redução do coeficiente de atrito entre a ferramenta e o cavaco;
• refrigeração da ferramenta;
• refrigeração da peça em usinagem;
• melhor acabamento superficial da peça em usinagem;
• refrigeração da máquina-ferramenta.
Melhorias de caráter econômico são aquelas que levam a um processo de usinagem mais
econômico:
• redução do consumo de energia de corte;
• redução do custo da ferramenta na operação (maior vida útil);
• proteção contra a corrosão da peça em usinagem.
O uso dos fluidos de corte na usinagem dos metais concorre para maior produção, melhor
acabamento e maior conservação da ferramenta e da máquina.
Funções dos fluidos de corte
Os fluidos de corte têm três funções essenciais num processo de usinagem. Lubrificante,
refrigerante e anti-soldante.
Fig. 3 – Ação lubrificante
Função lubrificante – durante o corte, o
óleo forma uma película entre a ferramenta e
o material, impedindo quase que totalmente
o contato direto entre eles (Figura 3).
Função refrigerante – como o calor
passa de uma substância mais quente para
outra mais fria, ele é absorvido pelo fluido. Por
essa razão, o óleo deve fluir constantemente
sobre o corte (Figura 4).
Se o fluido for usado na quantidade e
velocidade adequadas, o calor será eliminado
quase que imediatamente e as temperaturas
da ferramenta e da peça serão mantidas em
níveis razoáveis.
Fig. 4 – Ação refrigerante
fluido de corte
peça
ferramenta
fluido de corte
peça
ferramenta
60 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Ação de lubrificação e refrigeração na usinagem
Tipos de fluidos de corte
As denominações dadas às funções de fluido de corte designam, também, os tipos de
fluido. Daí eles serem classificados em fluidos refrigerantes, fluido lubrificante e fluidos
refrigerantes lubrificantes.
Como fluidos refrigerantes usam-se, de preferência:
• ar insuflado ou ar comprimido, mais usado nos trabalhos de rebolos;
• água pura ou misturada com sabão comum, mais usada na afiação de ferramentas, nas
esmerilhadoras.
Função anti-soldante – algum contato, de metal com metal, sempre existe em áreas
reduzidas. Em vista da alta temperatura nestas áreas, as partículas de metal podem soldar-se
à peça ou ferramenta, prejudicando o seu corte.
Para evitar a solda, enxofre, cloro ou outros produtos químicos podem ser
adicionados ao fluido.
Não é recomendável o uso de água na função de refrigerante nas máquinas-
ferramentas por causa da oxidação das peças.
Rebolo é uma ferramenta usada no processo de retificação
SENAI-RJ 61
Noções de Tornearia - Ação de lubrificação e refrigeração na usinagem
Como fluidos lubrificantes, os mais usados são os óleos. São aplicados, geralmente, quando se
deseja dar passes pesados e profundos, em que a ação da ferramenta contra a peça produz calor.
Como fluido refrigerante lubrificante, o mais utilizado é uma mistura de aspecto leitoso
contendo água (como refrigerante) e de 5 a 10% de óleo solúvel (como lubrificante). Esses
fluidos são, ao mesmo tempo, lubrificantes e refrigerantes, agindo, porém, muito mais como
refrigerantes, em vista de conterem grande proporção de água. São usados de preferência em
trabalhos leves.
A tabela 1 contém os fluidos de corte recomendados de acordo com o trabalho a ser executado.
Vamos, na próxima unidade, aprofundar questões relacionadas ao trabalho com a peça, ou
seja, ao processo de torneamento, envolvendo diferentes cálculos relacionados ao corte.
Tabela 1 – Fluidos de corte
AÇOS
Aço para cementação
Aço para construção sem liga
Aço para construção com liga
Aço fundido
Aço para ferramenta sem liga
Aço para ferramenta com liga
Aço para máquinas automáticas
Aço para mola
Aço inoxidável
Ferro fundido
Ferro nodular
Cobre com 1% de chumbo
Liga: cobre 70% + níquel 30%
Latão para máquinas automáticas
Latão comum
Bronze ao chumbo
Bronze fosforoso
Bronze comum
Alumínio puro
Silumino (alumínio duro)
Duralumínio
Outras ligas de alumínio
Magnésio e ligas
100-140
100-225
220-265
250
180-210
220-240
140-180
290
150-200
125-290
100-125
Óleo de corte
Óleo de corte sulfurado
A seco ou óleo solúvel 2,5%
Óleo de corte ou solúvel 5%
A seco ou óleo solúvel 2,5%
Óleo de corte com 50% dequerosene
A seco
FUNDIDOS
NÃO-FERROSOS
MATERIAIS DUREZA BRINELL FLUIDOS
Óleo solúvel 5% ouóleo de corte
Parâmetros de corte
3
Nesta seção...
Principais parâmetros de corte parao processo de torneamento
Tempo de fabricação
64 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
SENAI-RJ 65
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Principais parâmetros decorte para o processo detorneamento
Parâmetros de corte são grandezas numéricas que definem, na usinagem, os diferentes
esforços, velocidades, etc. a serem empregados. Eles nos auxiliam na obtenção de uma perfeita
usinabilidade dos materiais, com a utilização racional dos recursos oferecidos por uma
determinada máquina-ferramenta.
No quadro 1 estão os parâmetros de corte utilizados para as operações de torneamento.
Quadro 1 – Parâmetros de corte
Na maioria dos livros que tratam do assunto “usinagem”, o símbolo para a força de corte é Pc
e para a potência de corte é Nc. Adotamos, porém, a simbologia acima para efeito didático.
Avanço
Profundidade de corte
Área de corte
Tensão de ruptura
Pressão específica de corte
Força de corte
Velocidade de corte
Potência de corte
A
P
S
Tr
Ks
Fc
Vc
Pc
Parâmetro Símbolo
Observação
Vejamos, então, cada parâmetro de corte separadamente e sua respectiva utilização nas
operações de torneamento.
66 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
A escolha do avanço adequado deve ser feita levando-se em consideração o material, a
ferramenta e a operação que será executada na usinagem. Os fabricantes de ferramentas trazem
em seus catálogos os avanços adequados, já levando em consideração as variáveis acima citadas,
testadas em laboratório.
Quando tem-se a unidade de avanço em mm/rot. e se deseja passar para mm/min. (ou
vice e versa), utiliza-se a seguinte relação:
Avanço (mm/min.) = Rotação por minutos x Avanço (mm/rot.)
Ilustrativamente, apresentaremos alguns valores na tabela 1, que foi confeccionada em
laboratório, após vários testes realizados, e leva em consideração o grau de rugosidade em relação
ao avanço e raio da ponta da ferramenta, facilitando o estabelecimento do avanço adequado
nas operações de torneamento.
Avanço (A)
O avanço, por definição, é a velocidade de deslocamento de uma ferramenta em cada volta
de 360° de uma peça (avanço em mm/rotação), conforme figura 01, ou por unidade de tempo
(avanço em mm/minuto), conforme figura 02.
Fig. 2 - Avanço em mm/minA = 10mm/min. (A cada minuto deusinagem, a ferramenta se desloca 10mm)
Fig. 1 - Avanço em mm/rotaçãoA = 3mm/rot. (A cada volta de 360° dapeça, a ferramenta se desloca 3mm)
3 1 0
Ferramenta Ferramenta
SENAI-RJ 67
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Tabela 1- Grau de rugosidade x avanço x raio da ponta da ferramentaA
cabam
ento
fin
oC
LASSES D
E O
PERAÇ
ÕES
SIS
TEM
A D
E L
EIT
URA
Apare
lho d
o S
enai
Ra (
CLA
)
MICRONSmm
FÓ
RM
ULA
S
Rugosi
dade e
m µ
m(H
-R-R
t)
AVA
NÇ
OS
EM
mm
/ R
OTA
ÇÃ
O
Rt
Rt
MICRONS-INCHES
R =
S2
4 .
r
Avanço
em
mm
S =
4R .
r
r =
Raio
da f
err
am
enta
em
mm
RAIO DA CURVATURADA PONTA DA FERRAMENTA
(mm)
68 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Área de corte (S)
Constitui a área calculada da secção do cavaco que será retirada, definida como o produto
da profundidade de corte (P) com o avanço (A) (Figura 4).
Profundidade de corte (P)
Trata-se da grandeza numérica que define a penetração da ferramenta para a realização de
uma determinada operação, possibilitando a remoção de certa quantidade de cavaco (Figura 3).
Fig. 3 - Profundidade de corte (P)
SENAI-RJ 69
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Onde:
P = mm
A = mm/rot.
Então:
S = P x A
Tabela de tensão de ruptura (Tr)
É a máxima tensão (força) aplicada em um determinado material, antes do seu completo
rompimento, tensão esta que é medida em laboratório, com aparelhos especiais. A unidade de
tensão de ruptura é o kg/mm².
Apresentamos, a seguir, a tabela 2 com os principais materiais comumente utilizados em
usinagem e suas respectivas tensões de ruptura. Ela serve para consultas constantes em nosso
estudo.
Fig. 4 – Área de corte (S)
70 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Tabela 2- Tabela de tensão de ruptura (Tr)
Material que será usinadoAlumínio-bronze (fundido)
Alumínio
Bronze-manganês
Bronze-fósforo
Inconel
Metal (Monel) (Fundido)
Nicrome
Ferro Fundido Especial
Ferro Maleável (Fundido)
Aço sem liga
Aço-liga fundido
Aço-carbono:SAE 1010 (laminado ou forjado)SAE 1020 (laminado ou forjado)SAE 1030 (laminado ou forjado)SAE 1040 (laminado ou forjado)SAE 1060 (laminado ou forjado)SAE 1095 (laminado ou forjado)
Aço-carbono de corte fácil:SAE 1112 (laminado ou forjado)SAE 1120 (laminado ou forjado)
Aço-manganês:SAE 1315 (laminado ou forjado)SAE 1340 (laminado ou forjado)SAE 1350 (laminado ou forjado)
Aço-níquel:SAE 2315 (laminado ou forjado)SAE 2330 (laminado ou forjado)SAE 2340 (laminado ou forjado)SAE 2350 (laminado ou forjado)
Aço-cromo-níquel:SAE 3115 (laminado ou forjado)SAE 3135 (laminado ou forjado)SAE 3145 (laminado ou forjado)SAE 3240 (laminado ou forjado)
Aço-molibdênio:SAE (laminado ou forjado)SAE 4140 (laminado ou forjado)SAE 4340 (laminado ou forjado)SAE 4615 (laminado ou forjado)SAE 4640 (laminado ou forjado)
Aço-cromo:SAE 5120 (laminado ou forjado)SAE 5140 (laminado ou forjado)SAE 52100 (laminado ou forjado)
Aço-cromo-vanádio:SAE 6115 (laminado ou forjado)SAE 6140 (laminado ou forjado)
Aço-silício-manganês:SAE 9255 (laminado ou forjado)
Aço inoxidável
Tensão de Ruptura (kg/mm²)46 a 56
42
42-49
35
42
53
46
28 a 46
39
49
63-41
4046536074
102
5049
517784
60677792
537481
102
5492
1945884
7081
106
5893
94
84-159
SENAI-RJ 71
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Pressão específica de corte (Ks)
É, por definição, a força de corte para a unidade de área da seção de corte (S). Também é uma variável
medida em laboratório, obtida mediante várias experiências, onde se verificou que a pressão específica de
corte depende dos seguintes fatores: material empregado (resistência); secção de corte; geometria da
ferramenta; afiação da ferramenta; velocidade de corte; fluido de corte e rigidez da ferramenta.
Na prática, utilizam-se tabelas e diagramas que simplificam o cálculo desse parâmetro de corte.
Apresentamos, a seguir, uma tabela, na figura 5, para a obtenção direta da pressão específica de corte (Ks),
em função da resistência (tensão de ruptura) dos principais materiais e dos avanços empregados
comumente nas operações de torneamento, bem como para ângulo de posição da ferramenta de 90°. Para
diferentes ângulos de posição da ferramenta, não há necessidade de correção do valor de Ks, pois as
diferenças não são significativas.
Fig. 5 - Diagrama de obtenção pressão específica de corte (Ks)
MATERIAL(TENSÃO DE RUPTURA EM Kg/mm2 OU DUREZA)
1 - AÇO DURO MANGANÊS2 - AÇO LIGA 140-180 Kg/mm2
AÇO FERRAM. 150-180 Kg/mm2
3 - AÇO LIGA 100-140 Kg/mm2
4 - AÇO INOXIDÁVEL 60-70 Kg/mm2
5 - AÇO Cr Mg 85-100 Kg/mm2
6 - AÇO Mn Cr Ni 70-85 Kg/mm2
7 - AÇO 85-100 Kg/mm2
8 - AÇO 70-85 Kg/mm2
9 - AÇO 60-70 Kg/mm2
10 - AÇO 50-60 Kg/mm2
11 - AÇO FUNDIDO ACIMA DE TO Kg/mm2
12 - AÇO ATÉ 50 Kg/mm2
AÇO FUNDIDO 50-70 Kg/mm2
FUNDIÇÃO DE CONCHA 65-90 SHORE
13 - AÇO FUNDIDO 30-50 Kg/mm2
FERRO FUNDIDO DE LIGA 250-400 BRINELL
14 - FERRO FUNDIDO 200-250 BRINELL15 - FERRO FUNDIDO MALEÁVEL
16 - FERRO FUNDIDO ATÉ 200 BRINELL
72 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Como utilizar a tabela
a) Definir o material que se quer usinar.
b) Definir o avanço em mm/rot para a usinagem.
c) Definir tensão de ruptura (Tr) do material a ser usinado, utilizando tabela específica.
(Tabela 2)
d) Aplicar o valor da tensão de ruptura achado, na relação de material na tabela da pressão
especifica de corte (Ks) (Figura 5), determinado-se assim uma das 16 retas do gráfico.
e) Procurar o avanço empregado em mm/rot. no eixo das abscissas.
f) Traçar uma linha até interceptar a reta determinada no item (d) e passar uma
perpendicular até o eixo das ordenadas, determinado-se assim o Ks em Kg/mm².
Exemplo:
Usinar uma peça cujo material é aço SAE 1020, forjado, com um avanço de 0,2 mm/rot.
Vamos até à tabela da tensão de ruptura e localizamos o material e sua respectiva Tr.
Aço-carbono:
SAE 1010 (laminado ou forjado) 40
SAE 1020 (laminado ou forjado) 46
SAE 1030 (laminado ou forjado) 53
SAE 1040 (laminado ou forjado) 60
SAE 1060 (laminado ou forjado) 74
SAE 1095 (laminado ou forjado) 102
Para aços SAE 1020, forjado →→→→→ Tr = 46 kg/mm²
Com o valor de Tr = 46 kg/mm² (resistência), vamos até a tabela de Ks e determinamos a
reta do material empregado.
Para isso, devemos verificar na legenda o número da reta indicada para o material com
Tr = 46Kg/mm2.
Material
(Tensão de ruptura em Kg/mm² ou dureza)
1 – AÇO DURO-MANGANÊS
2 – AÇO-LIGA 140-180 kg/mm²
AÇO-FERRAM. 150-180 kg/mm²
3 – AÇO-LIGA 100-140 kg/mm²
SENAI-RJ 73
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
4 – AÇO-INOXIDÁVEL 60-70 kg/mm²
5 – AÇO-Cr. –Mo. 95-100 kg/mm²
6 – AÇO-Mn. – Cr. 70-85 kg/mm²
7 – AÇO 85-100 kg/mm²
8 – AÇO 70-85 kg/mm²
9 – AÇO 60-70 kg/mm²
10 – AÇO 50-60 kg/mm²
11 – AÇO FUNDIDO ACIMA DE 70 kg/mm²
12 – AÇO ATÉ 50 kg/mm²
AÇO FUNDIDO 50-70 kg/mm²
FUNDIDO DE CONCHA 65-90 SHORE
13 – AÇO FUNDIDO 30-50 kg/mm²
FERRO FUNDIDO DE LIGA 250-400 BRINELL
14 – FERRO FUNDIDO 200-250 BRINELL
15 – FERRO FUNDIDO MALEÁVEL
16 – FERRO FUNDIDO ATÉ 200 BRINELL
Então, para aços até 50 kg/mm², temos a reta número 12. O avanço já foi dado = 0,2mm/rot.
Finalmente entramos com esses valores no gráfico de Ks. A partir da abscissa (eixo
denominado Avanço – mm/rotação) traçamos uma reta vertical até atingirmos a reta diagonal
com número 12 (obtido anteriormente). Nesse ponto de intersecção, seguir com uma reta
horizontal e paralela ao eixo das abscissas até tocar um ponto no eixo das coordenadas (Pressão
específica de corte). A reta tocou no valor 250, o que significa que temos um Ks = 250 Kg/mm².
Força de corte (Fc)
A força de corte Fc (também conhecida por
força principal de corte) é, por definição, a
projeção da força de usinagem sobre a direção de
corte, conforme a figura 6.
Fig. 6 – Força de corte
FORÇA DEUSINAGEM
74 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Esse parâmetro resulta do produto da pressão especifica de corte (Ks) com a área de corte
(S). A unidade é dada em kgf. Então:
Fc = Ks x S ou
Fc = Ks x P x A (pois S = P x A)
Lembrando:
P = profundidade de corte (mm)
A = avanço (mm/rot.)
Velocidade de corte (Vc)
Por definição, a velocidade de corte (Vc) é a velocidade circunferencial ou de rotação da
peça. Dizemos, então, que em cada rotação da peça a ser torneada, o seu perímetro passa uma
vez pela aresta cortante da ferramenta, conforme a figura 7.
A velocidade de corte é importantíssima no estabelecimento de uma boa usinabilidade do
material (quebra de cavaco, grau de rugosidade e vida útil da ferramenta) e varia conforme o tipo
de material; classe do inserto; a ferramenta e a operação de usinagem. É uma grandeza numérica
diretamente proporcional ao diâmetro da peça e à rotação do eixo-árvore, dada pela fórmula:
Vc = π . D . N
1000
Fig. 7 – Representação do movimento circunferencial
SENAI-RJ 75
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Onde:
Vc = velocidade de corte (metros/minuto)
π = constante = 3,1416
D = diâmetro (mm)
N = rotação do eixo-árvore (rpm)
A maioria dos fabricantes de ferramenta informa, em tabela, a Vc em função do material e
da classe do inserto utilizado. Nesse caso, calcula-se a rotação do eixo-árvore pela fórmula:
N = Vc . 1000
π . D
Exemplo:
Utilizando-se uma Vc = 160m/min, qual é a rotação do eixo-árvore para a usinagem de uma
peça de 60mm de diâmetro?
N = 160 . 1000 N ≅ 849 rpmπ . 60
Tabelas de velocidades de corte destinadas à usinagem seriada de grandes lotes são tabelas
completas que levam em conta todos os fatores que permitem trabalhar com parâmetros muito
perto dos valores ideais. Podemos contar também com tabelas que levam em conta apenas o
fator mais representativo, ou o mais crítico, possibilitando a determinação dos valores de
usinagem de maneira mais simples e rápida (Tabela 3).
Tabela 3 - Velocidades de corte (Vc) para torno (em metros por minuto)
Materiais Ferramentas de aço rápido Ferramentas decarboneto-metálico
Desbaste
25
15
12
20
15
10
30
40
60
25
Acabamento
30
20
16
25
20
15
40
50
90
40
RoscarRecartilhar
10
8
6
8
8
6
10-25
10-25
15-35
10-20
Desbaste
200
120
40
70
65
30
300
350
500
120
Acabamento
300
160
60
85
95
50
380
400
700
150
Aço 0,35%C
Aço 0,45%C
Aço extraduro
Ferro fundido maleável
Ferro fundido gris
Ferro fundido duro
Bronze
Latão e cobre
Alumínio
Fibra e ebonite
76 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Visando facilitar o trabalho, costuma-se utilizar tabelas relacionando velocidade de corte e
diâmetro de material, para a determinação da rotação ideal. Vejamos um tipo na tabela 4.
Vamos a um exemplo prático, considerando desbaste e acabamento, tomando as tabelas 3
e 4 e as fórmulas já apresentadas.
Para determinar a N (rpm) necessária para usinar um cilindro de aço 1020, com uma
ferramenta de aço rápido, conforme desenho da figura 8, onde o valor de Ø100, “maior”, é para
desbaste, enquanto o de Ø95, “menor”, é para acabamento.
Tabela 4 – Rotações por minuto (rpm)
Vm/min
6
9
12
15
19
21
24
28
30
36
40
45
50
54
60
65
72
85
120
243
Diâmetro do material em milímetros
6
318
477
636
794
1 108
1 114
1 272
1 483
1 588
1 908
2 120
2 382
2 650
2 860
3 176
3 440
4 600
4 475
6 352
12 900
10
191
287
382
477
605
669
764
892
954
1 146
1 272
1 431
1 590
1 720
1 908
1 070
2 292
2 710
3 816
7 750
20
96
144
191
238
303
335
382
446
477
573
636
716
795
860
954
1 035
1 146
1 355
1 908
3 875
30
64
96
127
159
202
223
255
297
318
382
424
477
530
573
636
690
764
903
1 272
2 583
40
48
72
96
119
152
168
191
223
238
286
318
358
398
430
477
518
573
679
945
1 938
50
38
57
76
96
121
134
152
178
190
230
254
286
318
344
382
414
458
542
764
1 550
60
32
48
64
80
101
112
128
149
159
191
212
239
265
287
318
345
382
452
636
1 292
70
27
41
54
68
86
95
109
127
136
164
182
205
227
245
272
296
327
386
544
1 105
80
24
36
48
60
76
84
96
112
119
143
159
179
199
215
239
259
287
339
477
969
90
21
32
42
53
67
74
85
99
106
127
141
159
177
191
212
230
255
301
424
861
10
19
29
38
48
60
67
76
89
95
115
127
143
159
172
191
207
229
271
382
775
120
16
24
32
40
50
56
64
75
80
96
106
120
133
144
159
173
191
226
318
646
SENAI-RJ 77
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Reúnem-se todos os dados necessários:
Ø de desbaste
• Para desbaste
Vc de desbaste
Ø de acabamento
• Para acabamento
Vc de acabamento
• A velocidade de corte obtém-se pela tabela.
• Monta-se a fórmula e substituem-se os valores.
Solução para desbaste
D = 100 mm (Valor obtido na figura 8)
Vc = 25 m
min
N = Vc .1000 = 25 .1000 mm = 80 1
π . D π mm . min . 100 min
n ≅≅≅≅≅ 80 rpm
Fig. 8 – Desbaste e acabamento
Ø9
5
Ø1
00
{{
(Valor obtido na tabela 3 onde para materiais de aço 0,35%C o desbaste
com ferramentas de aço rápido indica Vc = 25)
78 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Soluções para acabamento
D = 95 mm (Valor obtido na figura 8)
Vc = 30 m (Valor obtido na tabela 3)
min
N = Vc . 1000
π . D
N = 30 . 1000 mm = 100 1
95 . π mm . min min
n = 100 rpm
Potência de corte (Pc)
Potência de corte é a grandeza despendida no eixo-árvore para a realização de uma
determinada usinagem. É um parâmetro de corte que nos auxilia a estabelecer o quanto podemos
exigir de uma máquina-ferramenta para um máximo rendimento, sem prejuízo dos
componentes dessa máquina, obtendo-se assim uma perfeita usinabilidade.
É diretamente proporcional à velocidade de corte (Vc) e à força de corte (Fc).
Pc = Fc . Vc onde: Fc = Ks x P x A
η . 60 . 75
Pc = Ks . P . A . VC
η . 4500 onde: Ks = pressão específica de corte (kg/mm²)
P = profundidade de corte (mm)
A = avanço (mm/rot.)
Vc = velocidade de corte (m/min)η = rendimento da máquina (%)
Pc = potência de corte (CV)
SENAI-RJ 79
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Quando se deseja obter a potência de corte (Pc) em kw (quilowatt), basta transformar a
unidade (da Pc que é CV) pela relação:
1 CV = 0,736 kw
O HP é também uma unidade de potência, e podemos considerar que 1 HP = 1 CV.
Na prática, também é fornecida a potência do motor principal da máquina-ferramenta.
Então, no lugar de calcularmos a Pc (potência de corte) e compararmos o resultado com a
potência do motor, aplicamos a fórmula para o cálculo da profundidade de corte (P) permitida
de acordo com a potência fornecida pela máquina.
P = Pc . η . 4500
KS . A . VC
Visando consolidar o entendimento, vamos a um exemplo para cálculo da profundidade
de corte (P).
Dados:
- potência da máquina: 35kw
- Ks = 230 kg/mm²
- A = 0,3 mm/rot.
- Vc = 180 m/min.
- η = 0,8 (máquina nova)
Observe que não é dado o valor da potência de corte (Pc), mas já foi indicado que Pc pode
ser dada em cavalo-vapor (CV) que, por sua vez, pode ser transformada em kw e vice-versa.
Então, primeiramente, vamos obter Pc a partir de kw.
Note que a Pc (potência de corte) é dada em CV (cavalo-vapor), utilizando-se corretamente
os outros parâmetros em suas unidades mencionadas acima.
O rendimento (ηηηηη)
Geralmente, em máquinas novas, tem-se um rendimento entre 70% e 80%
(0,7 a 0,8). Em máquinas usadas, um rendimento entre 50% e 60% (0,5 a 0,6).
O rendimento é uma grandeza que leva em consideração as perdas de potência da
máquina por atrito, transmissão, etc.
80 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
1 CV _______________ 0,736 kw
X _______________ 35 kw
X = _ _ 35 ___ → → → → → X = 47,55 CV
0,736
Agora, aplicamos todos os valores à fórmula.
P = 47,55 x 0,8 x 4500 P = 13,78
230 x 0,3 x 180
P = 13 mm
Logo, a máxima profundidade de corte (P) permitida nas condições acima, para uma
potência do motor principal da máquina de 35 kw (47,55 CV), é de 13mm.
Tempo de fabricação
O tempo de fabricação abarca desde o começo até a entrega do produto de uma tarefa que
não tenha sofrido interrupção anormal em nenhuma de suas etapas.
O tempo de fabricação engloba tempos de características diferentes, dentre os quais consta
o tempo de usinagem propriamente dito, tecnicamente chamado tempo de corte (Tc).
Senão, vejamos: preparar e desmontar a máquina se faz uma única vez por tarefa; já o corte
se repete tantas vezes quantas forem as peças.
Fixar, medir, posicionar resultam em tempo de manobra, operações necessárias, mas sem
dar progresso na conformação da peça. Também podemos ter desperdícios de tempo
ocasionados por quebra de ferramentas, falta de energia etc.
Vamos então, ao estudo de uma variável importante para a determinação do tempo de
fabricação: o tempo de corte (Tc).
A fórmula apresentada, na prática, é a mais utilizada, pois sempre é fornecida a potência
nominal da máquina.
Observação
SENAI-RJ 81
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Tempo de corte (Tc)
Também chamado tempo principal, é aquele em que a peça se transforma tanto por
conformação (tirar material) como por deformação.
Nesta unidade só trataremos do cálculo do tempo de corte (Tc) em que a unidade usual e
adequada é o segundo ou o minuto.
Tc = [s; min]
Cálculo do tempo de corte (Tc)
Inicialmente, antes de vermos o tempo de corte propriamente dito, vamos recordar como
se processa o cálculo do tempo em física.
O tempo (t) necessário para que um objeto realize um movimento é o quociente de uma
distância S (comprimento) por uma velocidade V.
Se pensarmos no nosso trabalho, especificamente, o tempo para que a ferramenta execute
um movimento é S (comprimento do corte) .
V (avanço)
Exemplo
Um comprimento de 60mm deve ser percorrido por uma ferramenta com a velocidade
(avanço) de 20mm/min.
Qual o tempo necessário para percorrer essa distância?
Solução
Fórmula geral t = S
V
t = 60mm . min = 3 min
20mm
Vejamos agora, a fórmula do Tc, considerando tais relações entre comprimento e velocidade.
82 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Normalmente, o avanço (a) é caracterizado por milímetros de deslocamento por volta.
Através da fórmula do tempo, vemos que velocidade de avanço (Va) pode ser determinada pelo
produto do avanço (mm) e da rotação (rpm).
Va = a . n mm . _ 1 _
min
Portanto, a fórmula para o cálculo do tempo de corte pode ser:
Tc = ___ S___ _ mina . n
Conforme o desenho e a notação da figura 9, e levando em conta o número de passes (i),
podemos ter a fórmula completa:
Tc = _ L . i _ mina . N
Vejamos um exemplo de aplicação desta fórmula em um processo de torneamento
longitudinal.
Torneamento longitudinal
Onde: L = eixo de comprimento
i = nº de passes (movimentos)
a = avanço
N = rotação por minuto
Fig. 9 – Torneamento longitudinal
L
a
n
SENAI-RJ 83
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Exemplo
Um eixo de comprimento L = 1 350 mm; Vc = 14 m/min; diâmetro Ø = 95 mm; avanço a =
2 mm, deve ser torneado longitudinalmente com 3 passes.
Rotações da máquina:
24 – 33,5 – 48 – 67 – 96 – 132/min
Calcule
a) rpm
b) Tempo de corte Tc
Solução
1ºpasso: calcular N = rpm
a) N = Vc . 1000
d. π
N = 14 . 1000 = 46,93/min
95mm . πmin
N = 48
2º passo: calcular o Tempo de corte
b) Tc = L . i
a . n
Tc = 1350 mm . 3 = 42 mm
2mm . 48_
min
Torneamento transversal
O cálculo de Tc neste tipo de torneamento é o mesmo que para o torneamento longitudinal,
sendo que o comprimento L é calculado em função do diâmetro da peça (Figura 10).
84 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
Agora que terminamos a apresentação dos diversos elementos e procedimentos envolvidos
no torneamento, vamos à prática.
L = d
2L = D - d
2
d d
D
Fig. 10 – Torneamento transversal
SENAI-RJ 85
Noções de Tornearia - Parâmetros de corte
4
Nesta seção...
Caso prático
Seqüência lógica para usinagem do eixo
Seqüência lógica para usinagem da luva
Delineamento eaplicação prática
86 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
SENAI-RJ 87
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
Chegou a hora de colocar a “mão na massa”, com a prática em oficina. Para tanto, vamos ao
desafio: tornear o conjunto apresentado na figura 1, o desenho de conjunto 197-operador, que
se apresenta de forma mais detalhada na figura 2.
O conjunto é formado por duas peças: eixo e luva.
A prática envolverá diversas operações de torneamento, destacando:
Fixação de peça na placa Universal
Faceamento
Furo de centro
Fixação de peça entre placa e ponta
Fixação de peça entre pontas
Torneamento de canal
Tornear superficie cônica externa
Abrir rosca externa
Furação
Broqueamento
Calibrar furo com alargador
Tornear peça presa em mandril
As operações estão desenvolvidas em seqüências lógicas: 15 seqüências lógicas para o
torneamento do eixo e 9 para o da luva.
Tais seqüências são um delineamento detalhado, desenvolvido para cada peça do conjunto
(eixo e luva).
Interprete os desenhos técnicos mecânicos nas figuras 1 e 2 e vamos em frente.
Caso prático
Analisando as peças, conclui-se que elas serão montadas com ajustes
determinados. Assim sugerimos que se inicie a usinagem pela peça nO 01 eixo,
visando facilitar o ajuste do furo da peça nº 02 no momento de sua usinagem.
Logo, poderemos testar o ajuste, ainda com a luva montada no torno.
88 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
Fig. 1 - Desenho de conjunto (Prática de oficina – Tornearia)
SENAI-RJ 89
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
Fig. 2 - Desenho de detalhamento (Prática de oficina – Tornearia)
90 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
Entendendo o esquema deseqüência lógica
O que denominamos seqüência lógica constitui a representação das informações, sob
forma de esquemas e figuras, referentes a um momento preciso do processo de torneamento de
uma peça. Assim, nesse esquema, cada etapa de trabalho leva esse nome – seqüência lógica –
por entendermos que essa ordem é a mais adequada e gera um trabalho produtivo. Logo, cada
seqüência lógica é a descrição de uma etapa do processo de usinagem e seu ordenamento
obedece a uma “lógica”.
Nesse sentido, você vai perceber que, ao lado do termo seqüência lógica, vem um número,
que indica a ordenação no encadeamento das seqüências, e, logo depois, um texto explicando
a ação que será realizada naquela seqüência que está sendo apresentada.
Em seguida, há um outro campo, denominado Representação esquemática da seqüência,
onde teremos a representação do status da peça naquele momento de trabalho descrito na
seqüência lógica.
Em Ferramentas e instrumentos, elencamos os equipamentos que você vai utilizar naquele
momento. Em algumas etapas, também estarão aí relacionados alguns acessórios do torno.
No campo Parâmetros de corte, nós indicamos a velocidade de corte, a rotação por minuto
e o avanço necessários ao trabalho com a peça. Quando não houver essa indicação, haverá
um (–). Tais valores aparecerão somente quando houver trabalho de torneamento em si, sendo
que o parâmetro de avanço é característico de torneamento em automático.
O Tempo de execução estimado funciona para indicar o tempo que se tem como base para
o desenvolvimento da ação indicada na etapa descrita. Ele será importante para se calcular o
tempo de fabricação e para avaliação do tempo de trabalho.
Finalmente, no campo Pontos Críticos (chave), nós descrevemos alguns procedimentos
considerados importantes para aquela etapa em foco. Não se trata de um passo a passo, mas de
uma indicação do que você deve observar com atenção e, na maioria das vezes, vem
acompanhada de figuras esquemáticas.
Agora, já tendo interpretado os desenhos e se familiarizado com os itens da seqüência
lógica dê início à parte prática.
SENAI-RJ 91
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
Seqüência lógica parausinagem do eixo
SENAI-RJ 93
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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SENAI-RJ 107
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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108 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
Fe
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24
SENAI-RJ 109
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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110 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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29
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SENAI-RJ 111
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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34
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SENAI-RJ 113
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Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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116 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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SENAI-RJ 123
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
Seqüência lógica parausinagem da luva
SENAI-RJ 125
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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45 –
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SENAI-RJ 127
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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47 –
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SENAI-RJ 129
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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SENAI-RJ 131
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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132 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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SENAI-RJ 133
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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134 SENAI-RJ
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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SENAI-RJ 135
Noções de Tornearia - Delineamento e aplicação prática
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SENAI-RJ 143
Noções de Tornearia - Referências
Referências
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