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CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE, CAUSAS DE INELEGIBILIDADE, ESCOLHA DE CANDIDATOS, REGISTRO DE CANDIDATURAS E IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE CANDIDATURA GUSTAVO BOHRER PAIM

NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ELEITORALaulas.verbojuridico3.com/R2013/Gustavo_Paim_direito_eleitoral2.pdf.pdf · Capacidade eleitoral ativa: direito de votar. ... os prazos de sua cessação,

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CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE, CAUSAS DE INELEGIBILIDADE,

ESCOLHA DE CANDIDATOS, REGISTRO DE CANDIDATURAS E IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE

CANDIDATURA

GUSTAVO BOHRER PAIM

Capacidade eleitoral ativa e passiva.

Capacidade eleitoral ativa: direito de votar.

Capacidade eleitoral passiva: direito de ser votado.

Para ter capacidade eleitoral ativa tem que preencher as condições de elegibilidade e não ter contra si qualquer causa de inelegibilidade.

“Para que uma pessoa possa candidatar-se a ummandato eletivo, exercendo sua capacidadeeleitoral passiva, não basta que ela esteja nopleno gozo de seus direitos políticos, ouusufruindo o direito de ser votado (ius honorum).É preciso que ela implemente uma série deoutros requisitos, indicados pela lei, e que sãouniformes para todos os candidatos. Mais do queisso, é preciso que o cabal atendimento a essesrequisitos se dê dentro dos prazos fixadostambém pela lei, ou por resoluções do TribunalSuperior Eleitoral” (Joel Cândido)

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (ART. 14, § 3º, CF):

1. Nacionalidade brasileira;2. Pleno exercício dos direitos políticos;3. Alistamento eleitoral;4. Domicílio eleitoral na circunscrição (um ano

antes da eleição – art. 9º, Lei 9.504/97);5. Filiação partidária (um ano antes da eleição –

art. 9º, Lei 9.504/97);6. Idade mínima.

Nacionalidade brasileira. Podem candidatar-se tanto os brasileiros natos como osnaturalizados, nos termos da ConstituiçãoFederal. Entretanto, o constituinte de 1988optou por reservar alguns cargos aosbrasileiros natos. Assim, conforme a regrado artigo 12, § 3º, os naturalizados nãopossuem condição de elegibilidade paradisputar a presidência e a vice-presidênciada República.

Pleno exercício dos direitos políticos. Os direitospolíticos, compreendidos essencialmente comoo direito de votar e de ser votado, fazem partedo núcleo básico dos direitos de cidadania. Emum estado democrático, não se admite que ocidadão seja excluído dos processos de escolhada representação. Assim, o pleno exercício dosdireitos políticos é a regra. A ConstituiçãoFederal, entretanto, prevê algumas hipótesesde perda e suspensão destes direitos, as quaisdevem ser entendidas como exceções, einterpretadas da forma mais restritiva possível.

Art. 15 CF. É vedada a cassação de direitospolíticos, cuja perda ou suspensão só se darános casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentençatransitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado,

enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos

imposta ou prestação alternativa, nos termosdo art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos doart. 37, § 4º.

Alistamento eleitoral e Domicílio eleitoral nacircunscrição.

Estas condições de elegibilidade foramanalisadas na primeira aula, destacando-sea necessidade de domicílio eleitoral peloperíodo mínimo de um ano na circunscriçãoeleitoral em que o candidato pretendeconcorrer (art. 9º da lei 9504/97).

Filiação partidária. Desde 1945 são proibidascandidaturas avulsas, sendo que apenas os filiadosem partidos políticos podem registrar-se paraalmejar algum cargo eletivo. Portanto, não hácandidato sem partido, e a filiação deve obedecer ostermos do estatuto de cada agremiação política,bem como às normas definidas na lei dos partidospolíticos (Lei 9096/95).

O prazo mínimo de filiação partidária é o mesmoprazo do domicílio eleitoral definido pela mesmalegislação (art. 9º da lei 9504/97), sendo facultadoao partido fixar, em seu estatuto, prazo mínimo defiliação superior a um ano (art. 20 da lei 9096/95).

Filiação partidária de certos funcionários públicos.Somente após o prazo de desincompatibilização,previsto na Lei Complementar 64/90, é possível exigir-se filiação partidária dos Magistrados, Promotores deJustiça e membros dos Tribunais de Contas.

Condições de elegibilidade do militar. A ConstituiçãoFederal estabelece que o militar alistável é elegível,atendidas as seguintes condições: I - se contar menosde dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;II - se contar mais de dez anos de serviço, seráagregado pela autoridade superior e, se eleito, passaráautomaticamente, no ato da diplomação, para ainatividade (art. 14, parágrafo 8º, CF). Conscrito éinalistável e inelegível.

Art. 14, § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas asseguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deveráafastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, seráagregado pela autoridade superior e, se eleito, passaráautomaticamente, no ato da diplomação, para ainatividade.

Servidor público civil ou militar deve afastar-se, nomínimo, três meses antes do pleito eleitoral.

Os militares somente são considerados filiados após ahomologação, pela Justiça Eleitoral, de sua candidaturae da sua consequente desincompatibilização.

Militar com mais de 10 anos de serviço seráagregado, com remuneração integral, a partirda data do registro da candidatura na JustiçaEleitoral.

Art. 80 do Estatuto dos Militares: agregação éa situação na qual o militar da ativa deixa deocupar vaga na escala hierárquica de seuCorpo, Quadro, Arma ou Serviço, nelapermanecendo sem número, mas recebendonormalmente seus vencimentos.

Idade mínima. A última condição de elegibilidade é a idade mínima, que difere de cargo para cargo.

Art. 14, § 3º, VI,CF. a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente

da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de

Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado

Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

A idade deve ser analisada em relação ao momento da posse.

CAUSAS DE INELEGIBILIDADE

As causas de inelegibilidade dividem-se emconstitucionais e legais, levando-se em contaa previsão na Constituição ou em LeiComplementar.

A Lei Complementar que trata dasinelegibilidades é a LC 64/90, sensivelmentealterada pela Lei da Ficha Limpa (LC135/2010)

Inelegibilidades constitucionais:

Inalistáveis e analfabetos (art. 14, § 4º).

Inalistáveis não têm condição de elegibilidade.

A questão referente ao analfabeto é bastantepolêmica. Em geral, comprovantes deescolaridade resolvem o problema. Muitas vezes,entretanto, tais comprovantes não são obtidospelos candidatos, e o Juiz Eleitoral, responsávelpelo registro, deve analisar a situação caso acaso.

“O espírito da Lei Maior é impossibilitar queo representante do povo – e em certasregiões ninguém será seu mais autênticorepresentante do que o semi-analfabeto –seja ludibriado nas suas ações em razão dadeficiência apontada. Se o interessado nocargo eletivo sobretudo lê, e se compreendeo que lê, deve ser considerado elegível, jáque poderá exercer seu mandato emigualdade de condições com seus pares,pois terá consciência do que com elesdiscute” (Pedro Henrique Távora Niess)

Reeleição (art. 14, § 5º) do chefe do PoderExecutivo. O Presidente da República, osGovernadores de Estado e do Distrito Federal,os Prefeitos e quem os houver sucedido, ousubstituído no curso dos mandatos poderão serreeleitos para um único período subsequente.

Para concorrerem a outro cargo, o art. 14, § 6ºestabelece que o Presidente da República, osGovernadores de Estado e do Distrito Federal eos Prefeitos devem renunciar aos respectivosmandatos até seis meses antes do pleito.

Caso dos “Prefeitos Itinerantes”.

Impedimentos de terceiros causados pelosChefes do Poder Executivo (art. 14, § 7º). AConstituição também estabelece que sãoinelegíveis, no território de jurisdição do titular, ocônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,até o segundo grau ou por adoção, doPresidente da República, de Governador deEstado ou Território, do Distrito Federal, dePrefeito ou de quem os haja substituído dentrodos seis meses anteriores ao pleito, salvo se játitular de mandato eletivo e candidato àreeleição.

O filho do então Presidente da República Lula foideclarado inelegível para o cargo de vereador, pordecisão confirmada pelo TSE (RESPE 29.730, RelatorMinistro Felix Fischer, j. 18 de setembro de 2008).

Também, para proteger a igualdade do pleito, o STFentendeu que “a dissolução da sociedade conjugal, nocurso do mandato, não afasta a inelegibilidade previstano art. 14, § 7º, da CF. II - Se a separação judicial ocorrerem meio à gestão do titular do cargo que gera a vedação,o vínculo de parentesco, para os fins de inelegibilidade,persiste até o término do mandato, inviabilizando acandidatura do ex-cônjuge ao pleito subsequente, namesma circunscrição, a não ser que aquele sedesincompatibilize seis meses antes das eleições” (RE568596 / MG. Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, j.01/10/2008).

Inelegibilidades legais:

Art. 14, § 9º, CF. “Lei complementarestabelecerá outros casos de inelegibilidade eos prazos de sua cessação, a fim de proteger aprobidade administrativa, a moralidade paraexercício de mandato considerada vidapregressa do candidato, e a normalidade elegitimidade das eleições contra a influência dopoder econômico ou o abuso do exercício defunção, cargo ou emprego na administraçãodireta ou indireta”.

Lei Complementar 64/90 (Lei dasInelegibilidades) prevê várias hipóteses deinelegibilidade legal em seu art. 1º:

b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa e dasCâmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos Ie II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato dasConstituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que serealizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anossubseqüentes ao término da legislatura;

c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito queperderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica doDistrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o períodoremanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;

d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, emdecisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso dopoder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem comopara as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;

e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desdea condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:

1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a

falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o

exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando; § 4o A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles

definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada.

f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos;

g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidadeinsanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgãocompetente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que serealizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso IIdo art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários quehouverem agido nessa condição;

h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;

i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade;

j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;

k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;

l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;

m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgãoprofissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito)anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;

n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicialcolegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estávelpara evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão quereconhecer a fraude;

o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo oujudicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ouanulado pelo Poder Judiciário;

p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidaspor ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da JustiçaEleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto noart. 22;

q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentadoscompulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou quetenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processoadministrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos.

Lei Complementar 135/2010 aumentou a inelegibilidadepara 08 anos e retirou a necessidade de trânsito emjulgado, bastando a condenação por órgão colegiado.

Das desincompatibilizações. A LC 64/90estabelece a necessidade dos candidatos seafastarem de determinados cargos eposições meses antes da eleição. Assim, háprevisão de afastamentos de 06 meses, 04meses e 03 meses, dependendo da funçãoexercida e do cargo almejado. Talafastamento, antes de qualquer coisa, nãopode ser apenas formal. Há a necessidadede um afastamento de fato, sem o que ainelegibilidade irá incidir para o candidato.

ESCOLHA DOS CANDIDATOS

Os candidatos serão escolhidos nas convençõespartidárias, que deverão ocorrer entre os dias 10 e 30de junho do ano eleitoral.

A ADI 2530-9 suspendeu, cautelarmente, a eficácia doart. 8º, § 1º, da Lei 9.504/97, que tratava dascandidaturas natas.

As normas para a escolha e substituição doscandidatos e para a formação de coligações serãoestabelecidas no estatuto do partido (art. 7º).

Se a convenção partidária de nível inferior seopuser, na deliberação sobre coligações, àsdiretrizes legitimamente estabelecidas peloórgão de direção nacional, nos termos dorespectivo estatuto, poderá esse órgão anular adeliberação e os atos dela decorrentes (art. 7º, §2º).

Para a realização das convenções de escolha decandidatos, os partidos políticos poderão usargratuitamente prédios públicos,responsabilizando-se por danos causados com arealização do evento (art. 8º, § 2º)

REGISTRO DE CANDIDATURAS

Art. 11, Lei 9.504/97. Os partidos e coligaçõessolicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seuscandidatos até as dezenove horas do dia 5 dejulho do ano em que se realizarem as eleições.

§ 4o Na hipótese de o partido ou coligação nãorequerer o registro de seus candidatos, estespoderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral,observado o prazo máximo de quarenta e oitohoras seguintes à publicação da lista doscandidatos pela Justiça Eleitoral.

Documentos que devem instruir o pedido de registro:

I - cópia da ata da convenção partidária; II - autorização do candidato, por escrito; III - prova de filiação partidária; IV - declaração de bens, assinada pelo candidato; V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo

cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor nacircunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência dedomicílio no prazo previsto no art. 9º;

VI - certidão de quitação eleitoral; VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de

distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual; VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas

em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no§ 1º do art. 59.

IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, aGovernador de Estado e a Presidente da República.

Resolução 21.823:

“O conceito de quitação eleitoral reúne a plenitudedo gozo dos direitos políticos, o regular exercíciodo voto, salvo quando facultativo, o atendimento aconvocações da Justiça Eleitoral para auxiliar ostrabalhos relativos ao pleito, a inexistência demultas aplicadas, em caráter definitivo, pelaJustiça Eleitoral e não remitidas, excetuadas asanistias legais, e a regular prestação de contas decampanha eleitoral, quando se tratar decandidatos”.

Art. 11, § 7º, Lei 9.504/97. A certidão de quitação eleitoralabrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos direitospolíticos, o regular exercício do voto, o atendimento aconvocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhosrelativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, emcaráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e aapresentação de contas de campanha eleitoral.

§ 8o Para fins de expedição da certidão de que trata o §7o, considerar-se-ão quites aqueles que:

I - condenados ao pagamento de multa, tenham, até a datada formalização do seu pedido de registro de candidatura,comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívidaregularmente cumprido;

II - pagarem a multa que lhes couber individualmente,excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidadesolidária, mesmo quando imposta concomitantemente comoutros candidatos e em razão do mesmo fato.

Número de Candidatos por partido e coligação. Cadapartido poderá registrar candidatos às eleiçõesproporcionais, até cento e cinquenta por cento donúmero de lugares a preencher. No caso decoligação para as eleições proporcionais,independentemente do número de partidos que aintegrem, poderão ser registrados candidatos até odobro do número de lugares a preencher.

Art. 10, § 3o Do número de vagas resultante dasregras previstas neste artigo, cada partido oucoligação preencherá o mínimo de 30% (trinta porcento) e o máximo de 70% (setenta por cento) paracandidaturas de cada sexo.(Redação dada pela Lei nº12.034, de 2009)

No caso de as convenções para a escolha decandidatos não indicarem o número máximo decandidatos, os órgãos de direção dos partidospolíticos respectivos poderão preencher as vagasremanescentes até sessenta dias antes daeleição.

Substituição de candidatos:

Será facultado ao partido político ou à coligaçãosubstituir candidato que for consideradoinelegível, renunciar ou falecer após o termo finaldo prazo do registro ou, ainda, tiver seu registrocassado, indeferido ou cancelado.

A escolha do substituto far-se-á na formaestabelecida no estatuto do partido político aque pertencer o substituído, e o registro deveráser requerido até dez dias contados do fato ouda decisão judicial que deu origem àsubstituição (Lei nº 9.504/97, art. 13, § 1º),sendo que a data limite nas eleiçõesproporcionais é de 60 dias antes da eleição.

Nas eleições majoritárias, a substituição poderáser requerida até vinte e quatro horas antes daeleição, desde que observado o prazo de dezdias contados do fato ou da decisão judicial quedeu origem à substituição.

As condições de elegibilidade e as causasde inelegibilidade devem ser aferidas nomomento da formalização do pedido deregistro da candidatura, ressalvadas asalterações, fáticas ou jurídicas,supervenientes ao registro que afastem ainelegibilidade

AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA (AIRC)

O registro de candidatura é um procedimento de naturezaadministrativa (ou jurisdição voluntária), não havendo propriamenteum conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida.

São analisadas as condições de elegibilidade, os requisitos deregistrabilidade e as causas de inelegibilidade, que são aferidos nomomento da formalização do registro de candidatura (art. 11, § 10,Lei 9504/97. As condições de elegibilidade e as causas deinelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização dopedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticasou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem ainelegibilidade).

Quando o candidato não preencher as condições de elegibilidade ouincidir em uma causa de inelegibilidade, a LC 64/90 prevê a AIRC(arts. 3º a 17)

Todos os registros serão analisados pela JustiçaEleitoral, e poderão ser indeferidos mesmo quenão haja a propositura de uma Ação deImpugnação de Registro de Candidatura.

A AIRC é uma ação, tratando-se de procedimentode jurisdição contenciosa.

É o procedimento mais amplo da JustiçaEleitoral, razão pela qual alguns autores tratamcomo procedimento comum ou ordinário.

Rito procedimental:

Prazo de 05 dias, contados da publicação do registro, para propor aAIRC (art. 3º, LC 64/90);

Contestação do impugnado em 07 dias (art. 4º);

Instrução em 04 dias (máximo de 06 testemunhas – art. 3º, § 3º)(art. 5º);

Diligências em 05 dias (art. 5º, § 2º);

Alegações finais em 05 dias (art. 6º);

Sentença em 03 dias (art. 8º);

Recurso e contrarrazões em 03 dias. Subida ao Tribunal sem juízo deadmissibilidade (art. 8º e § 1º));

Petição inicial segue os requisitos do art. 282do CPC. Não há valor da causa, porque não hácustas nem honorários.

A notificação do impugnado deverá serencaminhada com cópia da petição inicial edocumentos

Na contestação, o impugnado deve juntardocumentos, indicar rol de testemunhas erequerer produção de provas.

Por ser matéria de ordem pública, o julgadorpoderá exercer o princípio inquisitóriorelativamente à produção

Pode ocorrer o julgamento antecipado da lide(julgamento no estado do processo, art. 5º, LC64/90), quando se tratar de matéria de direito, ounão houver necessidade de dilação probatória.

No prazo das diligências, poderá o juiz ou relatorouvir terceiros, testemunhas referidas, requisitardocumentos...

Na sentença “o Juiz, ou Tribunal, formará suaconvicção pela livre apreciação da prova, atendendoaos fatos e às circunstâncias constantes dos autos,ainda que não alegados pelas partes, mencionando,na decisão, os que motivaram seu convencimento”(Art. 7º, Parágrafo único, LC 64/90).Livreconvencimento motivado.

O partido que não impugnou o registro não temlegitimidade para interpor recurso da decisão quedeferiu o registro, salvo se tratar de matériaconstitucional (Súmula 11, TSE).

MPE poderá interpor recurso, seja como parte, sejacomo custos legis.

Recurso recebido em seu duplo efeito (art. 15, LC64/90, c/c art. 16-A, Lei 9504/97).

Na AIRC de competência originária do TRE, o recursocabível será o ordinário (inelegibilidade, art. 121,§4º, III, CF) ou o especial (condições de elegibilidade,art. 121, 4º, I e II, CF), no prazo de 03 dias

Em se tratando de AIRC de competênciaoriginária do TSE, caberá RecursoExtraordinário para o STF (se for matériaconstitucional), no prazo de 03 dias (Súmula728 do STF)

Não há necessidade de impugnação para oindeferimento de candidatura.

Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintesdesta lei complementar são peremptórios e contínuos ecorrem em secretaria ou Cartório e, a partir da data doencerramento do prazo para registro de candidatos, nãose suspendem aos sábados, domingos e feriados.

Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisãoproferida por órgão colegiado que declarar ainelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro,ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo odiploma, se já expedido.

Legitimidade ativa: partidos/coligações, candidatos eMinistério Público. Partido coligado não possuilegitimidade ativa para impugnar isoladamente.

Precedente do TSE de que a AIRC não precisa ser subscrita poradvogado (em fase recursal precisa) - Agravo Regimental em RecursoEspecial Eleitoral nº 33378, Min. Marcelo Ribeiro, j. 04.12.2008.

No registro de candidatura busca-se aferir se o candidato preencheas condições de elegibilidade e se não tem contra si qualquer dascausas de inelegibilidade.

Competência:

Art. 2º da LC 64/90: I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a

Presidente ou Vice-Presidente da República; II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a

Senador, Governador e Vice-Governador de Estado e do DistritoFederal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital;

III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito,Vice-Prefeito e Vereador.