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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 2003 Conselho Federal de Contabilidade

Normas Brasileiras de Contabilidade

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E NORMAS BRASILEIRAS

DE CONTABILIDADE

2003

Conselho Federal de Contabilidade

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FICHA CATALOGRÁFICA

EDITORCONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADESAS Quadra 5 - Bloco J - Ed. CFCTelefone (61) 314-9600 - Fax (61) 322-2033 - www.cfc.org.brBrasília - DFCEP 70070-920

Tiragem: 80.000 exemplaresDiagramação: Departamento de Comunicação Social do CFCRevisão: Andréa Ribas S. de Azevedo

C755dConselho Federal de Contabilidade

Princípios fundamentais e normas brasileiras decontabilidade/ Conselho Federal de Contabilidade. —Brasília: CFC, 2003.

202p.

1.Contabilidade - Normas - Brasil. I. Título.

CDU - 657.1(81)(083.74)Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Lúcia Helena Alves de Figueiredo - CRB 1/1.401

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APRESENTAÇÃO

O livro que agora lhe chega às mãos é um passo importante rumo a umameta arduamente perseguida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) epor todas as entidades preocupadas com o aperfeiçoamento da Contabilidadeenquanto ferramenta de inserção do Brasil na economia mundial. Estamosfalando da harmonização das Normas Contábeis Brasileiras com as normasinternacionais.

Essa necessidade se mostra, a cada dia, mais inadiável, dada ainterdependência econômica dos países. O fenômeno da globalização tornouirreversível a adoção de normas contábeis que sejam aceitas mundialmente.Tal providência, além de facilitar as transações comerciais entre empresas egovernos, garante transparência nas negociações.

Pelo lado do profissional, podemos esperar que a implantação de normascontábeis harmônicas traga maior segurança na realização de procedimentosimportantes como perícias, auditorias e preparação de demonstraçõesfinanceiras.

Nesta nova edição, os Princípios Fundamentais de Contabilidade foidesmembrado em dois volumes, abordando normais gerais e de auditoria eperícia. A proposta é tornar a consulta fácil e direcionada. Os dois livros trazemas últimas resoluções referentes a cada um dos temas e é o resultado doesforço do Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade queconta, para isso, com a participação efetiva do Instituto dos AuditoresIndependentes do Brasil (Ibracon).

Agradeço o esforço desses profissionais dedicados e preocupados emcontribuir com o aprimoramento da Contabilidade brasileira e tenho certeza deque a leitura desta publicação lhe será útil e agradável.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente do Conselho Federal de Contabilidade

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Constituição e Finalidades .......................................................................13

Grupo de Trabalho ...................................................................................15

Palavras do Coordenador do Grupo de Trabalho e dos Grupos de Estudosdas Normas Brasileiras de Contabilidade ..................................................... 23

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

Resolução CFC nº 750, de 29-12-93, publicada no DOU em31-12-93, republicada no dia 7-2-94, que revoga a ResoluçãoCFC nº 530, de 23-10-81, publicada no DOU em 26-1-82.Aprova os Princípios Fundamentais de Contabilidade...............25

Resolução CFC nº 774, de 16-12-94, publicada no DOU em18-1-95.......................................................................................31Aprova o Apêndice à Resolução sobre os PrincípiosFundamentais de Contabilidade dispostos na ResoluçãoCFC nº 750, de 29-12-93, publicada no DOU em 31-12-93e republicada no dia 7-2-94..............................................................32

Resolução CFC nº 900, de 22-3-01, publicada no DOU em3-4-01 e retificada no DOU de 3-10-01.Dispõe sobre o Princípio da Atualização Monetária...................54

Resolução CFC nº 803, de 10-10-96, publicada no DOUem 20-11-96, que revoga a Resolução CFC nº 290, de 4-9-70,publicada no DOU em 29-10-70.....................................................56Aprova o Código de Ética Profissional do Contabilista- CEPC.......................................................................................57

Resolução CFC nº 819, de 10-11-97, publicada no DOUem 13-10-98; retificação publicada em 29-01-98.Restabelece o instituto do recurso ex-officio na área doprocesso ético. Altera o parágrafo 2º do artigo 13,do CEPC. Revoga a Resolução CFC nº 677-90.............................64Ofício-circular CJU/CFC nº 2226/97 - Recursoex-officio na área de processo ético.........................................66

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTABILISTA

PFC

PFC

PFC

CEPC

CEPC

SUMÁRIO

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NBCT - NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE TÉCNICAS

Resolução CFC nº 785, de 28-7-95, publicada no DOUem 1º-8-95.................................................................................77Aprova a normatização Das Características daInformação Contábil..................................................................78

Da Escrituração Contábil

2.1 - Resolução CFC nº 563, de 28-10-83, publicada noDOU em 30-12-83, alterada pela Resolução CFC nº 790, de 13-12-95, publicada no DOU em 30-12-95, e pelaResolução CFC nº 848, de 16-6-99, publicada no DOUem 12-7-99. Alterada pela Resolução CFC nº 790, de13-12-95. Dispõe sobre alteração do item 2.1.5.4 daNBCT 2.1 - Das Formalidades da Escrituração Contábil,aprovada pela Resolução CFC nº 563, de 28 deoutubro de 1983 ........................................................................81Aprova o item 2.1 - Das Formalidades da EscrituraçãoContábil......................................................................................82

2.2 - Resolução CFC nº 597, de 14-6-85, publicada no DOUem 29-7-85................................................................................84Aprova o item 2.2 - Da Documentação Contábil..........................85

2.3 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalho dasNBCsTema: Da Temporalidade dos Documentos

2.4 - Resolução CFC nº 596, de 14-6-85, publicada no

NBC T 1

NBC T 2

Resolução CFC nº 751, de 29-12-93, publicada no DOU em31-12-93, republicada em 7-2-94, alterada pela ResoluçãoCFC nº 875, de 23-3-00, e retificada no DOU em 24-3-00.Revoga a Resolução CFC nº711, de 25-7-91, publicada noDOU em 6-8-91, que revogou a Resolução CFC nº 635, de22-9-98, publicada no DOU em 26-1-82, que revogou oinciso V e o item 1 do inciso VI da Resolução CFC nº 321,de 14-4-72,publicada no DOU em 11-5-72. Alterada pelaResolução nº 935, de 24-5-02, publicada no DOUem 11-6-02. Retificada no DOU em 18 e 20-6-02 - Dispõesobre as Normas Brasileiras de Contabilidade ........................69

NBC

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DOU em 29-7-85.........................................................................86Aprova o item 2.4 - Da Retificação de Lançamentos....................87

2.5 - Resolução CFC nº 612, de 17-12-85, publicada noDOU em 21-1-86.........................................................................88Aprova o item 2.5 - Das Contas de Compensação........................89

2.6 - Resolução CFC nº 684, de 14-12-90, publicada noDOU em 27-8-91........................................................................90Aprova o item 2.6 - Da Escrituração Contábil das Filiais............91

2.7 - Resolução CFC nº 685, de 14-12-90, publicada noDOU em 27-8-91 e republicada em 12-3-99..................................92Aprova o item 2.7 - Do Balancete...............................................93

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NBC T 4

Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura dasDemonstrações Contábeis

Resolução CFC nº 686, de 14-12-90, publicada no DOUem 27-8-91 e alterada pela Resolução CFC no 847/99, de16-6-99, publicada no DOU em 8-7-99. Alterada pelaResolução CFC nº 887, de 9-10-00. Dispõe sobre aalteração do item 3.5.1 da NBC T3 - Conceito, Conteúdo,Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis,aprovada pela Resolução nº 847, de 16-6-99...............................94Aprova os itens:

3.1 - Das Disposições Gerais....................................................963.2 - Do Balanço Patrimonial...................................................963.3 - Da Demonstração do Resultado.......................................1003.4 - Da Demontração de Lucros ou Prejuízos Acumulados...1013.5 - Da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido...1023.6 - Da Demonstração das Origens e Aplicaçõesde Recursos...........................................................................103

Da Avaliação Patrimonial

Resolução CFC nº 732, de 22-10-92, publicada no DOUem 5-11-92 e alterada pela Resolução CFC nº 846, de25-5-99, publicada no DOU em 28-5-99.......................................105Aprova os itens:

4.1 - Disposições Gerais..........................................................1064.2 - Ativo...............................................................................1064.3 - Passivo...........................................................................109

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Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalho das NBCsTema: Da Atualização Monetária

Da Divulgação das Demonstrações Contábeis

Resolução CFC nº 737, de 27-11-92, publicada no DOUem 11-12-92.............................................................................111Aprova os itens:

6.1 - Da Forma de Apresentação...............................................1126.2 - Do Conteúdo das Notas Explicativas.................................1136.3 - Das Republicações.............................................................114

Da Conversão da Moeda Estrangeira nas Demonstrações Contábeis

Resolução CFC nº 912, de 9-10-01, publicada no DOUem 11-10-01 e republicada no DOU em 25-10-01..........................115Aprova a normatização da Conversão da MoedaEstrangeira nas Demonstrações Contábeis.............................116

Resolução CFC nº 937, de 24-4-02, publicada no DOUem 11-6-02 e retificada no DOU em 20-6-02..................................118Aprova a normatização Das Demonstrações ContábeisConsolidadas.............................................................................120

Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalho das NBCsTema: Da Fusão, Incorporação, Cisão, Transformaçãoe Liquidação de Entidades

Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas

10.1 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Empreendimentos de Execução a Longo Prazo

10.2 - Resolução CFC nº 921, de 13-2-01, publicadano DOU em 3-1-02.....................................................................126Aprova o item 10.2 - Arrendamento Mercantil...............................127

10.3 - Resolução CFC nº 913, de 9-10-01, publicada noDOU em 11-10-01......................................................................132Aprova o item 10.3 - Consórcio de Vendas..................................133

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10.4 - Resolução CFC nº 837, de 22-2-99, publicadano DOU em 25-2-99 e republicada em 2-3-99, e retificadano DOU em 22-10-99...................................................................136Aprova o item 10.4 - Fundações.................................................138

10.5 - Resolução CFC nº 963, de 16-5-03, publicada no DOU em 4-6-03 .. 141Aprova o item 10.5 - Entidades Imobiliárias..................................142

10.6 - Resolução CFC nº 956, de 21-2-03, publicada no DOU em11-3-03.......................................................................................146Aprova o item 10.6 - Entidades Hoteleiras...................................147

10.7 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades Hospitalares

10.8 - Resolução CFC nº 920, de 19-12-01, publicada noDOU em 3-1-02 e republicada no DOU em 9-1-02.........................149Aprova o item 10.8 - Entidades Cooperativas...............................150

10.9 - Resolução CFC nº 876, de 18-4-00, publicada noDOU em 20-4-00........................................................................155Aprova o item 10.9 - Entidades Financeiras...................................156

10.10 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades de Seguro Comercial e Previdência Privada

10.11 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades Concessionárias do Serviço Público

10.12 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades Públicas da Administração Direta

10.13 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades Públicas da Administração Indireta

10.14 - Resolução CFC nº 909, de 8-8-01, publicada noDOU em 15-9-01 e republicada no DOU em 26-9-01.....................162Aprova o item 10.14 - Entidades Agropecuárias........................163

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10.15 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades em Conta de Participação

10.16 - Resolução CFC nº 922, de 13-12-01, publicada noDOU em 3-1-02..........................................................................168Aprova o item 10.16 - Entidades que recebemSubvenções, Contribuições, Auxílios e Doações...................170

10.17 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades que Recebem Subsídios e Incentivos Fiscais

10.18 - Resolução CFC nº 838, de 22-2-99, publicadano DOU em 25-2-99, republicada em 2-3-99, retificadano DOU em 22-10-99 e alterada pela Resolução CFC nº852, de 13-8-99, publicada no DOU em 25-8-99............................173Aprova o item 10.18 - Entidades Sindicais eAssociações de Classe...........................................................175

10.19 - Resolução CFC nº 877, de 18-4-00, publicadano DOU em 20-4-00 e alterada pelas Resolução CFC nº926, de 19-12-01, publicada no DOU em 3-1-02, e pelaResolução CFC nº 966, de 16-5-03, publicada noDOU em 4-6-03.......................................................................178Aprova o item 10.19 - Entidades Sem Finalidadesde Lucros................................................................................180

10.20 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Consórcios de Empresas

10.21 - Resolução CFC nº 944, de 30-8-02, publicadano DOU em 10-9-02....................................................................183Aprova o item 10.21 - Entidades Cooperativas Operadorasde Planos de Assistência à Saúde.........................................185

IT - Interpretação Técnica

10.21 - IT - 01 - Resolução n° 958, de 14-3-03, publicada no DOU em22-4-03...................................................................................191Aprova a NBCT 10.21-IT-01- Regulamentação do item 10.21.1.4 ....... 192

10.21 - IT - 02 - Resolução n° 959, de 4-3-03, publicada no DOU em22-4-03......................................................................................195

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Aprova a NBCT 10.21-IT-01- Regulamentação do item 10.21.1.4 -Demostração de Sobras e Perdas .......................................... 196

10.22 - Em estudo e elaboração no Grupo de Trabalhodas NBCsTema: Entidades de Futebol Profissional

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CRIAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE E DOSCONSELHOS REGIONAIS

CONSTITUIÇÃO E FINALIDADES

O Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais, atual-mente existentes em 27 Estados da Federação, são entidades de fiscalizaçãodo exercício profissional, criadas por meio do Decreto-Lei nº 9.295, de 27 demaio de 1946.

Cada um desses órgãos é constituído de dois terços (2/3) de Contadores eum terço (1/3) de Técnicos em Contabilidade, denominados Conselheiros, e quesão escolhidos da seguinte forma:

a) no Conselho Federal, mediante votação secreta e pessoal de um Colé-gio Eleitoral, integrado por um representante de cada CRC; e

b) nos Conselhos Regionais, mediante voto secreto, pessoal, direto e obri-gatório de todos os Contadores e Técnicos em Contabilidade com registro emvigor e em situação regular para o exercício da profissão contábil.

A duração do mandato dos Conselheiros é de 4 (quatro) anos e a renovaçãode diretoria é feita de dois em dois, em eleições que ocorrem sempre nos anosde final ímpar.

Os Conselhos Regionais de Contabilidade, hierarquicamente subordinadosao Conselho Federal de Contabilidade, têm como finalidades precípuas: fiscali-zar o exercício da profissão contábil e efetuar o registro dos profissionais daContabilidade e das empresas de serviços contábeis.

Sua força de ação se concentra no profissional que executa ou exploraatividades contábeis, bem como na empresa por ele integrada, no sentido demantê-lo dentro dos padrões legais, técnicos e éticos estatuídos como ineren-tes à sua atividade; portanto, a natureza dos Regionais de Contabilidade é defiscalização da profissão contábil.

De acordo com o Regimento Interno, compete aos Conselhos Regionais,entre outras atribuições:

- fiscalizar, pelos órgãos próprios, o exercício da profissão de contabilista,impedindo e punindo as infrações, cumprindo-lhe examinar livros e documentosde terceiros quando necessário à instrução processual e representar às autori-dades competentes sobre os fatos que apurar e cuja solução não seja de suaalçada;

- processar, organizar, manter, baixar, revigorar e cancelar os registros de

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Contador, Técnico em Contabilidade e organização contábil; assim como con-ceder e expedir o certificado de cadastrado;

- examinar e julgar as reclamações e representações escritas, sobre osserviços de registro e infrações dos dispositivos legais, relativos ao exercício daprofissão de contabilista;

- eleger os membros do Conselho Diretor e dos demais Órgãos de Delibe-ração Coletiva, bem como o representante no Colégio Eleitoral de que trata oartigo 11 do Estatuto dos Conselhos;

- aprovar o orçamento anual dos Conselhos Regionais e respectivas modi-ficações, submetendo-os à homologação do CFC;

- elaborar e aprovar resoluções sobre assuntos de seu peculiar interesse,submetendo-as à homologação do CFC quando a matéria disciplinada tiver im-plicação ou reflexos no âmbito federal;

- adotar e promover, dentro do âmbito de sua competência e jurisdição,todas as medidas necessárias à realização de suas finalidades;

- cooperar com os órgãos do Governo do Estado no estudo e solução dosproblemas referentes à profissão de contabilista, encaminhando ao CFC os as-suntos da alçada Federal;

- deliberar sobre as decisões das Câmaras;

- julgar relatório, contas e demonstrações contábeis apresentadas peloPresidente, após parecer da Câmara de Controle Interno, antes de enviá-las aoConselho Federal de Contabilidade;

- julgar infrações e aplicar penalidades previstas no Estatuto dos Conse-lhos, em atos normativos baixados pelo CFC;

- incentivar e contribuir para o aprimoramento técnico, científico e culturaldos contabilistas e da sociedade em geral.

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GRUPO DE TRABALHO

O Grupo de Trabalho foi criado para realizar estudos sobre as NormasBrasileiras de Contabilidade, incluindo as Interpretações e ComunicadosTécnicos. Seus membros são nomeados pela Presidência do Conselho Federalde Contabilidade, mediante Portaria específica:

Portaria CFC nº 8/81 - Gestão: Contador Nilo Antonio Gazire.Coordenador: Contador João Verner Juenemann.Membros: Contadores Alberto Almada Rodrigues (CFC), Duílo Taranto (CFC),Olivio Koliver (CFC) e Victor Coleta (CFC).

Portaria CFC nº 4/82 - Gestão: Contador João Verner Juenemann.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores Alberto Almada Rodrigues (CFC), Duílo Taranto (CFC),Márcio Franzolin (CFC), Olivio Koliver (CFC), Sérgio Aprobatto (CFC) e Sérgiode Iudícibus (CFC). Técnicos em Contabilidade Jofre Botomé (CFC) e MárioOswaldo Fetter (CFC).

Portaria CFC nº 3/83 - Gestão: Contador João Verner Juenemann.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Técnico em Contabilidade Jofre Botomé (CFC).

Portaria CFC nº 38/83 - Gestão: Contador João Verner Juenemann.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Mário Oswaldo Fetter (CFC), substituindo o Técnico em ContabilidadeJofre Botomé.

Portaria CFC nº 29/85 - Gestão: Contador João Verner Juenemann.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Técnico em Contabilidade Walmor Figueiredo Mauzer (CFC),substituindo o Técnico em Contabilidade Mário Oswaldo Fetter.

Portaria CFC nº 9/90 - Substituindo a Portaria CFC nº 4/82. Gestão: ContadorIvan Carlos Gatti.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Antonio Carlos Nasi (CFC), Antonio Luiz Sarno (CFC), GeorgeSebastião Guerra Leone (CFC), Hugo Rocha Braga (CFC), Luiz Carlos Vaini(CFC), Luiz Francisco Serra (Ibracon), Olivio Koliver (CFC) e Taiki Hirashima(Ibracon).

Portaria CFC nº 6/92 - Gestão: Contador Ivan Carlos Gatti.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Ariovaldo Guello (Ibracon).

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Portaria CFC nº 13/92 - Gestão: Contador Ivan Carlos Gatti.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Indica o Contador Ynel Alves de Camargo para a Coordenação-Geral de todosos Grupos de Estudos criados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

Portaria CFC nº 1/94 - Substituindo a Portaria CFC nº 9/90. Gestão: ContadorJosé Maria Martins Mendes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Antonio Carlos Nasi (CFC), Antonio Carlos de Santana (Ibracon),George Sebastião Guerra Leone (CFC), Hugo Rocha Braga (CFC), Luiz CarlosVaini (CFC), Luiz Francisco Serra (Ibracon) e Olivio Koliver (CFC).

Portaria CFC nº 26/96 - Gestão: Contador José Maria Martins MendesCoordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Antonio Carlos Nasi (CFC), Antonio Carlos de Santana (Ibracon),Edilton José da Rocha (CFC), Hugo Rocha Braga (CFC), José Antonio de Godoy(CFC), José Xavier Cunha (CFC) e Solindo Medeiros e Silva (CFC).

Portaria CFC nº 41/96 - Gestão: Contador José Maria Martins MendesCoordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores Jorge Katsumi Niyama e Hélio José Corazza (BancoCentral do Brasil).

Portaria CFC nº 47/96 - Gestão: Contador José Maria Martins MendesCoordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Paulo César da Costa Mendes (Superintendência de SegurosPrivados).

Portaria CFC nº 11/97 - Gestão: Contador José Maria Martins MendesCoordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Mário Martins Villas (Ibracon).

Portaria CFC nº 18/97 - Gestão: Contador José Maria Martins MendesCoordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores Antonio Carlos de Santana (Comissão de Valores Mobiliários),Jorge Katsumi Niyama (Banco Central do Brasil), José Lucas de Mello (Ibracon) ePaulo César da Costa Mendes (Superintendência de Seguros Privados).

Portaria CFC nº 13/98 - Substituindo a Portaria CFC nº 1/94. Gestão: ContadorJosé Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores Ana Maria Elorrieta (Ibracon), Antonio Carlos de Santana(Comissão de Valores Mobiliários), Antonio Carlos Nasi (CFC) , Antonio LuizSarno (CFC), Ariovaldo Guello (Ibracon), Domingos Poubel de Castro (CFC),George Sebastião Guerra Leone (CFC), Luiz Francisco Serra (CFC), Isaltino

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Alves da Cruz (Secretaria do Tesouro Nacional), Jorge Katsumi Niyama (CFC),Márcio Martins Villas (Ibracon), Olivio Koliver (CFC) e Paulo César da CostaMendes (Superintendência de Seguros Privados).

Portaria CFC nº 25/98 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Lucius Maia Araújo (Secretaria Federal de Controle)

Portaria CFC nº 26/98 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Alexandre Guilherme Guimarães de Andrade (Secretariada Receita Federal).

Portaria CFC nº 27/98 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores Hélio José Corazza e Alvir Alberto Hoffmann (BancoCentral do Brasil).

Portaria CFC nº 34/98 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores Ilse Maria Beuren e Carlos Maurício Vieira, sendo osuplente (Ministério da Educação e do Deporto).

Portaria CFC nº 43/98 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Amaro Luiz de Oliveira Gomes e Leonardo Vergara, sendosuplente (Banco Central do Brasil).

Portaria CFC nº 44/98 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Amaro Luiz de Oliveira Gomes e Leonardo Vergara, sendosuplente (Banco Central do Brasil).

Portaria CFC nº 15/99 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Paulo Emílio Teixeira Barbosa (Secretaira Federal deControle), substituindo o Contador Lucius Maia Araújo.

Portaria CFC nº 16/99 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Carlos Henrique de Paula Prata, suplente do Contador PauloCésar da Costa Mendes (Superintendência de Seguros Privados).

Portaria CFC nº 30/99 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.

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Membros: Contador Josá Aparecido Trindade (Instituto Nacional do Seguro Social).

Portaria CFC nº 31/99 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Marízio Martins Costa, suplente do Contador Paulo EmílioTeixeira Barbosa (Secretaria Federal de Controle).

Portaria CFC nº 10/00 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores George Sebastião Guerra Leone , Luiz Francisco Serra,Hélio José Corazza, Jorge Katsumi Niyama e José Antonio de Godoy, peloConselho Federal de Contabilidade; Amaro Luiz de Oliveira Gomes (efetivo) eLeonardo Vergara (suplente), pelo Banco Central do Brasil; Antonio Carlos deSantana (efetivo) e José Carlos de Bezerra da Silva (suplente), pela Comissãode Valores Mobiliários; Ana Maria Elorrieta, Ariovaldo Guello, Márcio MartinsVillas e Plínio Biscalchin, pelo Instituto Brasileiro de Contadores; José AparecidoTrindade, pelo Instituto Nacional do Seguro Social; e Carlos Maurício Vieira(suplente), pelo Ministério da Educação; Rubens Roriz da Silva (efetivo) e Renildade Almeida Moura (suplente), pela Secretaria Federal de Controle; AlexandreGuilherme Guimarães de Andrade, pela Secretaria da Receita Federal; WanderLuiz (efetivo) e Bárbara Verônica Dias Mágero Viana (suplente), pela Secretariado Tesouro Nacional; Paulo César da Costa Mendes (efetivo) e Carlos Henriqueda Paula Prata (suplente), pela Superintendência de Seguros Privados.

Portaria: CFC nº 11/00 - Gestão: José Serafim AbrantesCoordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores André Faria Lebarbenchon, Antonio Carlos Morais daSilva, Carlos Edgar de Magalhães Valmórbida, Marcelo Alcides Carvalho Gomese Kléber Marruaz da Silva.

Portaria CFC nº 12/00 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores Acy Castrillon Ferreira, Heraldo da Costa Reis, Lino Martinsda Silva e Marcos Vinícius Mendes Bastos.

Portaria CFC nº 19/00 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contador Carlos Maurício Vieira (efetivo) e o Contador Edson DiasPineiro (suplente), pelo Ministério da Educação.

Portaria CFC nº 10-01 - Gestão: Contador José Serafim Abrantes.Coordenador: Contador Ynel Alves de Camargo.Membros: Contadores George Sebastião Guerra Leone , Ynel Alves de Camargo,Hélio José Corazza, José Antonio de Godoy, Kléber Marruaz da Silva e LuizFrancisco Serra, do Conselho Federal de Contabilidade; Amaro Luiz de Oliveira

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Gomes (efetivo) e Leonardo Vergara (suplente), pelo Banco Central do Brasil;Antonio Carlos de Santana (efetivo) e José Carlos de Bezerra da Silva (suplente),pela Comissão de Valores Mobiliários; Ana Maria Elorrieta e Plínio Biscalchin,peloInstituto Brasileiro de Contadores; José Aparecido Trindade, pelo Instituto Nacionaldo Seguro Social; e Carlos Maurício Vieira (efetivo) e Edson Dias Pineiro(suplente), pelo Ministério da Educação; Rubens Roriz da Silva (efetivo) e Renildade Almeida Moura (suplente), pela Secretaria Federal de Controle; AlexandreGuilherme Guimarães de Andrade, pela Secretaria da Receita Federal; WanderLuiz (efetivo) e Bárbara Verônica Dias Mágero Viana (suplente), pela Secretariado Tesouro Nacional; Alexandre Guilherme Guimarães de Andrade, pela Secretariada Receita Federal, e Paulo César da Costa Mendes pela Superintendência deSeguros Privados.

Portaria CFC nº 09-01 - Gestão: Contador José Serafim AbrantesCoordenador Operacional: Contador Ynel Alves de CamargoMembros: Contadores André Faria Lebarbenchon, Antonio Carlos Marais daSilva, Carlos Edgar Magalhães Valmórbida, Nelson Aguiar Rocha e Valdez LuizPalombro Alberto.

Portaria CFC nº 31-02 - Gestão: Contador Alcedino Gomes BarbosaCoordenador Operacional: José Antonio de GodoyMembros: George Sebastião Guerra Leone, Hélio José Corazza, Jorge KatsumiNiyama, Luiz Francisco Serra, Luiz Gustavo Cordeiro da Silva e Rogério CostaRokemback, pelo Conselho Federal de Contabilidade; Amaro Luiz de OliveiraGomes (efetivo) e Leonardo de Vergara (suplente), pelo Banco Ce ntral do Brasil;Antônio Carlos de Santana (efetivo) e José Carlos Bezerra da Silva (suplente),pelo Comissão de Valores Mobiliários; Ana Maria Elorrieta, Márcio Martins Villase Plínio Biscalchin, pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; JoséAparecido Trindade, pelo Instituto Nacional de Seguro Social; Carlos MaurícioVieira (efetivo) e Edson Dias Pinheiro (suplente), pelo Ministério da Educação edo Desporto; Renilda de Almeida Moura (efetiva) e José Marcelo Castro deCarvalho (suplente), pela Secretaria Federal de Controle; Valéria Christina MacedoDaruich (efetivo) e Águida Gonçalves da Silva (suplente), pela Secretaria doTesouro Nacional; Alexandre Guilherme Guimarães de Andrade, pela Secretariada Receita Federal; Paulo César da Costa Mendes, pela Superintendência deSeguros Privados. ( alterada pela Portaria nº 51/02)

Portaria CFC nº 33-02 - Gestão: Contador Alcedino Gomes BarbosaCoordenador: José Antonio de GodoyMembros: Contadores André Faria Lebarbenchon, Antonio Carlos Morais daSilva, Carlos Edgar de Magalhães Valmórbida, Edson Piedade Campos, LilianPrado Caldeira, Kleber Marruaz da Silva e Martinho Maurício Gomes de Ornelas.

Portaria CFC nº 35-02 - Gestão: Contador Alcedino Gomes BarbosaCoordenador: José Antonio de Godoy

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Membros: Contadores Acy Castrillon Ferreira, Heraldo da Costa Reis, LinoMartins da Silva, Maércio José Ceregatti, José Monteiro Alves, Marcos ViníciusMendes Bastos e Zulmir ivânio Breda.

Portaria CFC nº 36-02 - Gestão: Contador Alcedino Gomes BarbosaCoordenador: José Antonio de GodoyMembros: Adeildo Osório de Oliveira, Domingos Xavier Teixeira, José AparecidoMaion, Marco Antonio Muzilli e Nelson Mitimasa Jinzenji, pelo Conselho Federalde Contabilidade; Ariovaldo Guello, Cláudio Gonçalo Longo, Edison Arisa Pereirae Francisco Papellás Filho pela Ibracon.

Para temas de alta especialização, como por exemplo, Auditoria, Períciae Área Pública, o relator deixa de ser um dos membros do Grupo de Trabalho.Neste caso, por portaria da Presidência, é constituído um Grupo de Estudoformado por especialistas no tema a ser desenvolvido, que ficam com a relatoria.O tema em questão é discutido e aprovado pelo Grupo de Trabalho, com aspresenças dos relatores.

Atual Composição dos Grupos:

Grupo de Estudos sobre Normas Técnicas e Profissionais :Coordenador Operacional: José Antonio de GodoyMembros: George Sebastião Guerra Leone, Hélio José Corazza, Jorge KatsumiNiyama, Luiz Francisco Serra, Luiz Gustavo Cordeiro da Silva e Rogério CostaRokemback, pelo Conselho Federal de Contabilidade; Amaro Luiz de OliveiraGomes (efetivo) e Luciano Marcos Souza de Carvalho (suplente), pelo BancoCentral do Brasil; Antônio Carlos de Santana (efetivo) e José Carlos Bezerra daSilva (suplente), pelo Comissão de Valores Mobiliários; Ana Maria Elorrieta,Márcio Martins Villas e Plínio Biscalchin, pelo Instituto dos AuditoresIndependentes do Brasil; José Aparecido Trindade, pelo Instituto Nacional deSeguro Social; Carlos Maurício Vieira (efetivo) e Edson Dias Pinheiro (suplente),pelo Ministério da Educação e do Desporto; Renilda de Almeida Moura (efetiva)e José Marcelo Castro de Carvalho (suplente), pela Secretaria Federal de Controle;Valéria Christina Macedo Daruich (efetivo) e Águida Gonçalves da Silva (suplente),pela Secretaria do Tesouro Nacional; Alexandre Guilherme Guimarães de Andrade,pela Secretaria da Receita Federal; Paulo César da Costa Mendes, pelaSuperintendência de Seguros Privados.

Grupo de Estudos de Perícia Contábil:Coordenador Operacional: José Antonio de GodoyMembros: Contadores André Faria Lebarbenchon, Antonio Carlos Morais daSilva, Carlos Edgar de Magalhães Valmórbida, Edson Piedade Campos, LilianPrado Caldeira, Kleber Marruaz da Silva, Rainoldo Uessler e Sebastião EdisonCinelli.

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Grupo de Estudo voltado à Área Pública:Coordenador Operacional: José Antonio de GodoyMembros: Contadores Acy Castrillon Ferreira, Heraldo da Costa Reis, LinoMartins da Silva, Maércio José Ceregatti, José Monteiro Alves e Zulmir IvânioBreda.

Grupo de Estudo para Auditoria:Coordenador Operacional: José Antonio de GodoyMembros: Adeildo Osório de Oliveira, Domingos Xavier Teixeira, José AparecidoMaion, Marco Antonio Muzilli e Nelson Mitimasa Jinzenji, pelo Conselho Federalde Contabilidade; Ariovaldo Guello, Cláudio Gonçalo Longo, Edison Arisa Pereirae Francisco Papellás Filho pelo Ibracon.

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PALAVRAS DO COORDENADORDO GRUPO DE TRABALHO E DOS GRUPOS DE ESTUDOS

DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

As Normas Brasileiras de Contabilidade, quer sejam as Técnicas ouProfissionais, para se apresentarem no seu volume e conteúdo atualmenteexistentes, sempre contaram com a participação de contabilistas que sedispuseram a repartir com a profissão contábil parte de seu tempo, que seriadedicado à atividade profissional ou de lazer, pois nada surge do ar, apareceespontaneamente, mas sim do esforço e dedicação de pessoas.

Como bem enfatizou o Contador Ynel Alves de Camargo, “O poder dopensamento unido de certo número de pessoas é muito maior que a soma deseus pensamentos separados”. Este, um contabilista de primeira grandeza,que tenho a honra e a responsabilidade de dar continuidade ao seu trabalho nacoordenação dos Grupos de Trabalho e de Estudos das Normas Brasileiras deContabilidade do Conselho Federal de Contabilidade.

Estamos hoje trabalhando e nos dedicando diretamente à revisão eelaboração das Normas Brasileiras de Contabilidade e suas InterpretaçõesTécnicas. Somos mais de cinqüenta profissionais, representando a maioriados estados brasileiros, que nas suas pesquisas e propostas consultam ouparticipam de discussões com grande número de contabilistas anônimos, porématuantes para a profissão contábil.

Este espírito público para com a profissão e com o País deve ser enaltecidoe incentivado, pois, se queremos uma profissão forte, respeitada e qualificada,cada um de nós tem a responsabilidade de dedicar parte do seu tempo para oengrandecimento desta, e uma das formas é contribuir com sugestões paraque os participantes do Grupo de Trabalho e dos Grupos de Estudo das NormasBrasileiras de Contabilidade possam melhor desempenhar suas funções.

O Conselho Federal de Contabilidade tem a responsabilidade de editarnormas que devam ser cumpridas por todos os contabilistas, tendo sepreocupado e exercido o seu papel de normatizar os procedimentos contábeisgerais e específicos para algumas áreas de atuação do contabilista e setoresque se diferenciam da regra geral, destacando Auditoria, Perícia, Área Pública,dentre outros.

O Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade, atualmente,tem representantes de grande número de áreas de atuação dos contabilistas,representando várias entidades e organismos públicos e privados, destacando-se o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – Ibracon, Banco Centraldo Brasil, Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Instituto Nacional de SeguroSocial – INSS, Ministério da Educação, Secretaria Federal de Controle, Secretariada Receita Federal, Secretaria do Tesouro Nacional, Superintendência de segurosPrivados e profissionais atuantes nas áreas de Auditoria, Perícia, Pública, etc.

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O Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade tem comocompromisso a elaboração das Normas Técnicas que se alinhem às NormasInternacionais, na busca da harmonização, de forma a permitir ao Brasil, cadavez mais, se inserir no chamado mercado globalizado, onde as DemonstraçõesContábeis de cada país têm maior ou menor credibilidade, proporcionalmenteaos ajustes que se fizerem necessários quando a entidade tiver que submetê-las aos mercados e organismos financiadores internacionais.

Entretanto, com preocupação da harmonização, não podemos deixar delevar em consideração que tais mecanismos não podem nem devem confrontaros Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras deContabilidade.

Quero deixar, antecipadamente, registrado o grande trabalho que oscontabilistas que compõem os grupos e aqueles que forem chamados acontribuir desenvolverão para a profissão, e conclamamos aqueles que têmdisposição para se juntar a nós que se apresente, pois precisamos de maisprofissionais com disposição de trabalho.

Contador José Antonio de GodoyCoordenador do Grupo de Trabalho e dos Grupos de Estudos

das Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93

Dispõe sobre os Princípios Fundamentaisde Contabilidade.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que a evolução da última década na área da CiênciaContábil reclama a atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentaisde Contabilidade a que se refere a Resolução CFC nº 530/81.

RESOLVE:

CAPÍTULO IDOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (P.F.C.)os enunciados por esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatóriano exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das NormasBrasileiras de Contabilidade (NBC).

§ 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situaçõesconcretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectosformais.

CAPÍTULO IIDA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essênciadas doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante oentendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País.Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social,cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

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I) o da ENTIDADE;

II) o da CONTINUIDADE;

III) o da OPORTUNIDADE;

IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;

VI) o da COMPETÊNCIA e

VII) o da PRUDÊNCIA.

SEÇÃO IO PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto daContabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciaçãode um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes,independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, umasociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem finslucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde comaqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca nãoé verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resultaem nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

SEÇÃO IIO PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ouprovável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação dasmutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitoscasos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinçãoda ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

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§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à corretaaplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar direta-mente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resulta-do, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geraçãode resultado.

SEÇÃO IIIO PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, àtempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações,determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta,independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio daOPORTUNIDADE:

I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deveser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;

II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplandoos aspectos físicos e monetários;

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridasno patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, basenecessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

SEÇÃO IVO PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valoresoriginais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente namoeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniaisposteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições nointerior da ENTIDADE.

Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valoresde entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agen-tes externos ou da imposição destes;

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II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão teralterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposiçãoem elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como partedo patrimônio, inclusive quando da saída deste;

IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VA-LOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiroapenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;

V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniaisconstitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

SEÇÃO VO PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem serreconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão for-mal dos valores dos componentes patrimoniais.

Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃOMONETÁRIA:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representaunidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transaçõesoriginais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional,a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentespatrimoniais e, por conseqüência, o do patrimônio líquido;

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, oajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicaçãode indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivoda moeda nacional em um dado período.

SEÇÃO VIO PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado

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do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando secorrelacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ouno passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabele-cendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes daobservância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas,é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ouassumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na proprieda-de de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de servi-ços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja omotivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual oumaior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção deterceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência desua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

SEÇÃO VIIO PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Art. 10 O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para oscomponentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que seapresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutaçõespatrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

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§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resultemenor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveisdiante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente seaplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável àcorreta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definiçãodos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas queenvolvem incertezas de grau variável.

Art. 11 A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constituiinfração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 demaio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

Art. 12 Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em vigora partir de 1º de janeiro de 1994.

Brasília, 29 de dezembro de 1993.

Contador IVAN CARLOS GATTIPresidente

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RESOLUÇÃO CFC N.º 774/94

Aprova o Apêndice à Resolução sobre osPrincípios Fundamentais de Contabilidade.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO a conveniência de um maior esclarecimento sobre oconteúdo e abrangência dos Princípios Fundamentais de Contabilidade;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar o Apêndice à Resolução sobre os Princípios Fundamentaisde Contabilidade (em anexo).

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Brasília, 16 de dezembro de 1994.

Contador JOSÉ MARIA MARTINS MENDESPresidente

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MINUTA DO APÊNDICE À RESOLUÇÃO SOBRE OS PRINCÍPIOSFUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

INTRODUÇÃO AO APÊNDICE

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade, aprovados pela ResoluçãoCFC n.º 750/93, de 29 de dezembro de 1993, requerem, para o seu amploentendimento pelos usuários da informação contábil e para a perfeitacompreensão pelos profissionais da contabilidade, um grau de detalhamentoque não é possível abranger nos próprios enunciados.

O Apêndice aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, contendocomentários sobre o conteúdo dos enunciados, é uma forma adequada de melhorcompreensão sobre tão importante assunto.

O objetivo, portanto, é explicitar e toda explicitação é simplesesclarecimento.

1 – A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO

1.1 – A Contabilidade como Ciência Social

A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – econsiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condiçõesde generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhanteàs demais ciências sociais. A Resolução alicerça-se na premissa de que aContabilidade é uma Ciência Social com plena fundamentação epistemológica.Por conseqüência, todas as demais classificações – método, conjunto deprocedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente concernentes àsua aplicação prática, na solução de questões concretas.

1.2 – O Patrimônio objeto da Contabilidade

O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciênciasformais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. NaContabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido comoum conjunto de bens, direitos e obrigações para informais, ou a uma sociedadeou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, quepode, ou não, incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autonomiaem relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a Entidade

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dele pode dispor livremente, claro que nos limite estabelecidos pela ordem jurídicae, sob certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa.

O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo,da Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam sobângulos diversos daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectosquantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente, apreender,no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo Patrimônio,tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. Asmutações tanto podem decorrer da ação do homem, quanto, embora quase sempresecundariamente, dos efeitos da natureza sobre o patrimônio.

Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementosque o compõem como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda,máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. A delimitação qualitativadesce, em verdade, até o grau de particularização que permita a perfeitacompreensão do componente patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”,ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser demuita utilidade, em determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando aplicadaa um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas” como categoria, mas,dependendo das necessidades de controle poderá descer a cada máquina emparticular e, mais ainda, aos seus pormenores de forma que sua caracterizaçãoevite a confusão com quaisquer outras máquinas, mesmo de tipo idêntico.

O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniaisem valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o queseja “Valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.

Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido, mediante a equaçãoconsiderada como básica na Contabilidade:

(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido

Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lode “Passivo a Descoberto”.

O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com seus sóciosou acionistas, pois estes não emprestam recursos para que ela possa ter vidaprópria, mas, sim, os entregam, para que com eles forme o Patrimônio da Entidade.

O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto está em constantedesenvolvimento, como, aliás, ocorre nas demais ciências em relação aosrespectivos objetos. Por esta razão, deve-se aceitar como natural o fato daexistência de possíveis componentes do patrimônio cuja apreensão ou avaliaçãose apresenta difícil ou inviável em determinado momento.

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1.3 – Os Princípios Fundamentais de Contabilidade

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo centralda própria Contabilidade, na sua condição de ciência social a ela inerente. Osprincípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-sedos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquercircunstância. No caso da Contabilidade, presente seu objeto, seus PrincípiosFundamentais de Contabilidade valem para todos os patrimônios,independentemente das Entidades a que pertencem, as finalidades para as quaissão usados, a forma jurídica da qual estão revestidos, sua localização,expressividade e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condiçãode autonomia em relação aos demais patrimônios existentes.

Nos princípios científicos jamais pode haver hierarquização formal, dadoque eles são os elementos predominantes na constituição de um corpo orgânico,proposições que se colocam no início de uma dedução, e são deduzidos deoutras dentro do sistema. Nas ciências sociais, os princípios se colocam comaxiomas, premissas universais e verdadeiras, assim admitidas sem necessidadede demonstração, ultrapassando, pois a condição de simples conceitos.

O atributo da universalidade permite concluir que os princípios não exigiramadjetivação, pois sempre, por definição, se referem à Ciência da Contabilidadeno seu todo. Dessa forma, o qualificativo “fundamentais” visa, tão-somente, aenfatizar sua magna condição. Esta igualmente elimina a possibilidade deexistência de princípios identificados, nos seus enunciados, com técnicas ouprocedimentos específicos, com o resultado obtido na aplicação dos princípiospropriamente ditos a um patrimônio particularizado. Assim, não podem existirprincípios relativos aos registros, às demonstrações ou à terminologia contábeis,mas somente ao objeto desta, o Patrimônio. Os princípios, na condição deverdades primeiras de uma ciência, jamais serão diretivas de natureza operacional,característica essencial das normas – expressões de direito positivo, que apartir dos princípios, estabelecem ordenamentos sobre o “como fazer”, isto é,técnicas, procedimentos, métodos, critérios etc., tanto nos aspectos substantivos,quanto nos formais. Dessa maneira, alcança-se um todo organicamente integrado,em que, com base nas verdades gerais, se chega ao detalhe aplicado, mantidasa harmonia e coerência do conjunto.

Os princípios simplesmente são e, portanto, preexistem às normas,fundamentando e justificando a ação, enquanto aquelas a dirigem na prática. Nocaso brasileiro, os princípios estão obrigatoriamente presentes na formulaçãodas Normas Brasileiras de Contabilidade, verdadeiros pilares do sistema denormas, que estabelecerá regras sobre a apreensão, o registro, relato,demonstração e análise das variações sofridas pelo patrimônio, buscandodescobrir suas causas, de forma a possibilitar a feitura de prospecções sobre aEntidade e não podem sofrer qualquer restrição na sua observância.

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Os princípios refletem o estágio em que se encontra a Ciência daContabilidade, isto é, a essência dos conhecimentos, doutrinas e teorias quecontam com o respaldo da maioria dos estudiosos da Contabilidade. É evidenteque, em muitos aspectos, não há como se falar em unanimidade de entendimento,mas até em desacordo sobre muitos temas teórico-doutrinários. Temos umaúnica ciência, mas diversas doutrinas. Entretanto, cumpre ressaltar que talsituação também ocorre nas demais ciências sociais e, muitas vezes, até mesmonas ciências ditas exatas.

Em termos de conteúdo, os princípios dizem respeito à caracterização daEntidade e do patrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao reconhecimentodas mutações e dos seus efeitos diante do Patrimônio Líquido. Como os princípiosalcançam o patrimônio na sua globalidade, sua observância nos procedimentosaplicados resultará automaticamente em informações de utilidade para decisõessobre situações concretas. Esta é a razão pela qual os objetivos pragmáticos daContabilidade são caracterizados pela palavra “informação”.

1.4 – Dos objetivos da Contabilidade

A existência de objetivos específicos não é essencial à caracterização deuma ciência, pois, caso o fosse, inexistiria a ciência “pura”, aquela que se concentra,tão-somente, no seu objeto. Aliás, na própria área contábil, encontramos muitospesquisadores cuja obra não apresenta qualquer escopo pragmático, concentrando-se na Contabilidade como ciência. De qualquer forma, como já vimos, não háqualquer dificuldade na delimitação dos objetivos da Contabilidade no terrenocientífico, a partir do seu objeto, que é o Patrimônio, por estarem concentrados nacorreta representação deste e nas causas das suas mutações.

O objeto científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentaçãodo Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Já sobótica pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma Entidade particularizadabusca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica,financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreenderegistros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos soba forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas, e outros meios.

O tema, tão claro no quadrante científico, comporta comentários maisminuciosos quando direcionado aos objetivos concretos perseguidos na aplicaçãoda Contabilidade a uma Entidade em particular. Adentramos, no caso, o terrenooperacional, regulado pelas normas. Assim, ouve-se com freqüência dizer queum dos objetivos da Contabilidade é o acompanhamento da evolução econômicae financeira de uma Entidade. No caso, o adjetivo “econômico” é empregadopara designar o processo de formação de resultado, isto é, as mutaçõesquantitativo-qualitativas do patrimônio, as que alteram o valor do PatrimônioLíquido, para mais ou para menos, corretamente conhecidas como “receitas” e

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“despesas”. Já os aspectos qualificados como “financeiros” concernem, em últimainstância, aos fluxos de caixa.

Cumpre também ressaltar que, na realização do objetivo central daContabilidade, defrontamo-nos, muitas vezes, com situações nas quais osaspectos jurídico-formais das transações ainda não estão completa ousuficientemente dilucidados. Nesses casos, deve-se considerar o efeito maisprovável das mutações sobre o patrimônio, quantitativa e qualitativamente,concedendo-se prevalência à substância das transações.

1.5 – Das informações geradas pela Contabilidade

De forma geral, no âmbito dos profissionais e usuários da Contabilidade,os objetivos desta, quando aplicada a uma Entidade particularizada, sãoidentificados com a geração de informações, a serem utilizadas pordeterminados usuários em decisões que buscam a realização de interessese objetivos próprios. A precisão das informações demandadas pelos usuáriose o próprio desenvolvimento de aplicações práticas da Contabilidade,dependerão, sempre, da observância dos seus Princípios, cuja aplicação àsolução de situações concretas deverá considerar o contexto econômico,tecnológico, institucional e social em que os procedimentos serão aplicados.Isso significa, com grande freqüência, o uso de projeções sobre os contextosem causa, o que muitos denominam de visão prospectiva nas aplicaçõescontábeis.

As informações quantitativas que a Contabilidade produz, quando aplicadaa uma Entidade, devem possibilitar ao usuário avaliar a situação e as tendênciasdesta, com o menor grau de dificuldade possível. Devem pois, permitir ao usuário,como partícipe do mundo econômico:

- observar e avaliar o comportamento;- comparar seus resultados com os de outros períodos ou Entidades;- avaliar seus resultados à luz dos objetivos estabelecidos;- projetar seu futuro nos marcos políticos, sociais e econômicos em quese insere.

E tudo isso, para que o usuário possa planejar suas próprias operações.

Os requisitos referidos levam à conclusão de que deve haver consistêncianos procedimentos que a Entidade utiliza em diferentes períodos e, tanto quantopossível, também entre Entidades distintas que pertençam a um mesmomercado, de forma que o usuário possa extrair tendências quanto à vida de umaEntidade e à sua posição em face das demais Entidades ou mesmo do mercadocomo um todo. Tal desiderato é extremamente incentivado pelo sistema formal

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de normas, cuja coerência estrutural é garantida pela observância dos PrincípiosFundamentais de Contabilidade e seus ordenamentos aplicados.Evidentemente o preceito em análise, conhecido por “consistência”, nãoconstitui princípio da Contabilidade, mas regra técnico-comportamental. Tantoisso é verdade que procedimentos aplicados, mesmo fixados como norma,podem ser alterados em função das necessidades dos usuários ou mesmoda qualidade dos resultados da sua aplicação, enquanto que os princípiosque os fundamentam permanecem inalterados.

1.6 – Dos Usuários da Contabilidade

Os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais ainda, cominteresses diversificados, razão pela qual as informações geradas pela Entidadedevem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação dasua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindoa realização de inferências sobre o seu futuro.

Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, queusualmente se valem de informações mais aprofundadas e específicas acercada Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Já osusuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectosmais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis.

Em países com um ativo mercado de capitais, assume importância ímpara existência de informações corretas, oportunas, suficientes e inteligíveis sobreo patrimônio das Entidades e suas mutações, com vista à adequada avaliaçãode riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados nasegurança dos seus investimentos e em retornos compensadores em relaçãoàs demais aplicações. A qualidade dessas informações deve ser asseguradapelo sistema de normas alicerçado nos Princípios Fundamentais, o que torna aContabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de ações.

O tema é vital e, por conseqüência, deve-se manter vigilância sobre ograu em que os objetivos gerais da Contabilidade aplicada a uma atividadeparticularizada estão sendo alcançados. O entendimento das informações pelospróprios usuários pode levá-los à conclusão da necessidade de valer-se dostrabalhos de profissionais da Contabilidade.

2. COMENTÁRIOS AOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

A Resolução CFC nº 750/93 dispõe sobre os Princípios Fundamentais deContabilidade, elencando-os em seu art. 3º e conceituando-os nos seus artigosquarto ao dez.

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2.1 – O princípio da entidade

“Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objetoda Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade dadiferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimôniosexistentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto depessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade,com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônionão se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso desociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não éverdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resultaem nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil”.

2.1.1 – A autonomia patrimonial

O cerne do Princípio da ENTIDADE está na autonomia do patrimônio a elapertencente. O Princípio em exame afirma que o patrimônio deve revestir-se doatributo de autonomia em relação a todos os outros Patrimônios existentes,pertencendo a uma Entidade, no sentido de sujeito suscetível à aquisição de direitose obrigações. A autonomia tem por corolário o fato de que o patrimônio de umaEntidade jamais pode confundir-se com aqueles dos seus sócios ou proprietários.Por conseqüência, a Entidade poderá ser desde uma pessoa física, ou qualquertipo de sociedade, instituição ou mesmo conjuntos de pessoas, tais como:

- famílias;- empresas;- governos, nas diferentes esferas do poder;- sociedades beneficentes, religiosas, culturais, esportivas, de lazer, técnicas;- sociedades cooperativas;- fundos de investimento e outras modalidades afins.

No caso de sociedades, não importa que sejam sociedades de fato ouque estejam revestidas de forma jurídica, embora esta última circunstânciaseja a mais usual.

O Patrimônio, na sua condição de objeto da Contabilidade, é, no mínimo,aquele juridicamente formalizado como pertencente à Entidade, com ajustesquantitativos e qualitativos realizados em consonância com os princípios daprópria contabilidade. A garantia jurídica da propriedade, embora por vezes susciteinterrogações de parte daqueles que não situam a autonomia patrimonial nocerne do Princípio da Entidade, é indissociável desse princípio, pois é a únicaforma de caracterização do direito ao exercício de poder sobre o mesmoPatrimônio, válida perante terceiros. Cumpre ressaltar que, sem autonomia

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patrimonial fundada na propriedade, os demais Princípios Fundamentais perdemo seu sentido, pois passariam a referir-se a um universo de limites imprecisos.

A autonomia patrimonial apresenta sentido unívoco. Por conseqüência, opatrimônio pode ser decomposto em partes segundo os mais variados critérios,tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Mas nenhuma classificação,mesmo que dirigida sob ótica setorial, resultará em novas Entidades. Carece,pois, de sentido, a idéia de que as divisões ou departamentos de uma entidadepossam constituir novas Entidades, ou “microentidades”, precisamente porquesempre lhes faltará o atributo da autonomia. A única circunstância em que poderásurgir nova Entidade, será aquela em que a propriedade de parte do patrimônio deuma Entidade, for transferida para outra unidade, eventualmente até criada naquelemomento. Mas, no caso, teremos um novo patrimônio autônomo, pertencente aoutra Entidade. Na contabilidade aplicada, especialmente nas áreas de custos ede orçamento, trabalha-se, muitas vezes, com controles divisionais, que podemser extraordinariamente úteis, porém não significam a criação de novas Entidades,precisamente pela ausência de autonomia patrimonial.

2.1.2 – Da soma ou da agregação de patrimônios

O Patrimônio da Entidade apresenta corolário de notável importância,notadamente pelas suas repercussões de natureza prática: as somas eagregações de patrimônios de diferentes Entidades não resultam em novaEntidade. Tal fato assume especial relevo por abranger as demonstraçõescontábeis consolidadas de Entidades pertencentes a um mesmo grupoeconômico, isto é, de um conjunto de Entidades sob controle único.

A razão básica é a de que as Entidades cujas demonstrações contábeissão consolidadas mantêm sua autonomia patrimonial, pois seus Patrimôniospermanecem de sua propriedade. Como não há transferência de propriedade,não pode haver formação de novo patrimônio, condição primeira da existênciajurídica de uma Entidade. O segundo ponto a ser considerado é o de que aconsolidação se refere às demonstrações contábeis, mantendo-se aobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade no âmbito dasEntidades consolidadas, resultando em uma unidade de natureza econômico-contábil, em que os qualificativos ressaltam os dois aspectos de maior relevo:o atributo de controle econômico e a fundamentação contábil da suaestruturação.

As demonstrações contábeis consolidadas, apresentando a posiçãopatrimonial e financeira, resultado das operações, as origens e aplicações derecursos ou os fluxos financeiros de um conjunto de Entidades sob controleúnico são peças contábeis de grande valor informativo para determinados usuários,embora isso não elimine o fato de que outras informações possam ser obtidasnas demonstrações que foram consolidadas.

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2.2 – O princípio da continuidade

“Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vidadefinida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliaçãodas mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitoscasos, o valor de vencimento dos passivos, especialmente quando a extinçãoda ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à corretaaplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamenteà quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de seconstituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado”.

2.2.1 – Aspectos conceituais

O Princípio da CONTINUIDADE afirma que o patrimônio da Entidade, nasua composição qualitativa e quantitativa, depende das condições em queprovavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A suspensão dassuas atividades podem provocar efeitos na utilidade de determinados ativos,com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupaçãopode também provocar efeitos semelhantes.

A modificação no estado de coisas citado pode ocorrer por diversas causas,entre as quais ressaltam as seguintes:

a) modificações na conjuntura econômica que provoquem alterações naamplitude do mercado em que atua a Entidade. Exemplo neste sentido é aqueda de poder aquisitivo da população, que provoca redução no consumo debens, o que, à sua vez, resulta na redução do grau de ocupação de muitasEntidades;

b) mudanças de política governamental, como, por exemplo, na área cambial,influenciando diretamente o volume das exportações de determinados ramoseconômicos, com efeito direto nos níveis de produção de determinadas Entidades;

c) problemas internos das próprias Entidades, consubstanciados emenvelhecimento tecnológico dos seus processos ou produtos, superação mercadológicadestes, exigência de proteção ambiental, falta de capital, falta de liquidez, incapacidadeadministrativa, dissenções entre os controladores da Entidade e outras causasquaisquer que levem a Entidade a perder suas condições de competitividade, sendogradativamente alijada do mercado;

d) causas naturais ou fortuitas que afetem a manutenção da Entidade no

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mercado, tais como inundações, incêndios, ausência de materiais primáriospor quebras de safras.

A situação-limite na aplicação do Princípio da CONTINUIDADE é aquela emque há a completa cessação das atividades da Entidade. Nessa situação,determinados ativos, como, por exemplo, os valores diferidos, deixarão de ostentartal condição, passando à condição de despesas, em face da impossibilidade desua recuperação mediante as atividades operacionais usualmente dirigidas à geraçãode receitas. Mas até mesmo ativos materiais, como estoques, ferramentas oumáquinas, podem ter seu valor modificado substancialmente. As causas da limitaçãoda vida da Entidade não influenciam o conceito da continuidade; entretanto, comoconstituem informação de interesse para muitos usuários, quase sempre são dedivulgação obrigatória, segundo norma específica. No caso de provável cessaçãoda vida da Entidade, também o passivo é afetado, pois, além do registro dasexigibilidades, com fundamentação jurídica, também devem ser contemplados osprováveis desembolsos futuros, advindos da extinção em si.

Na condição de Princípio, em que avulta o atributo da universalidade, acontinuidade aplica-se não somente à situação de cessação integral dasatividades da Entidade, classificada como situação-limite no parágrafo anterior,mas também àqueles casos em que há modificação no volume de operações,de forma a afetar o valor de alguns componentes patrimoniais, obrigando aoajuste destes, de maneira a ficarem registrados por valores líquidos de realização.

Princípio da Continuidade, à semelhança do da Prudência, está intimamenteligado com o da Competência, formando-se uma espécie de trilogia. A razão ésimples: a continuidade, como já vimos, diz respeito diretamente ao valoreconômico dos bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condição outransformar-se, total ou parcialmente, em despesa. Mas a continuidade tambémalcança a representação quantitativa e qualitativa do patrimônio de outras maneiras,especialmente quando há previsão de encerramento das atividades da Entidade,com o vencimento antecipado ou o surgimento de exigibilidades. Nesta últimacircunstância, sua ligação será com o Princípio da Oportunidade.

2.2.2 – O Princípio da Continuidade e a “entidade em marcha”

A denominação “Princípio da Continuidade”, como também a de “entidadeem marcha”, ou “going concern”, é encontrada em muitos sistemas de normasno exterior e também na literatura contábil estrangeira. Embora o Princípio daContinuidade também parta do pressuposto de que a Entidade deva concretizarseus objetivos continuamente – o que nem sempre significa a geração de riquezano sentido material –, não se fundamenta na idéia de Entidade em movimento.

O motivo é extremamente singelo, pois uma Entidade com suas atividadesreduzidas ou suspensas temporariamente continuará a ser objeto da

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Contabilidade enquanto dispuser de patrimônio. Isso permanece verdade no casode a Entidade suspender definitivamente suas atividades. O que haverá, tão-somente, é a reapreciação dos componentes patrimoniais, quantitativa equalitativamente, precisamente em razão dos ditames do Princípio daContinuidade. A normalidade ou não das operações, bem como a vida limitadaou indeterminada, não alcançam o objeto da Contabilidade, o patrimônio, mas,tão-somente, sua composição e valor, isto é, a delimitação quantitativa e qualitativados bens, direitos e obrigações.

O próprio uso da receita como parâmetro na formação de juízo sobre a situaçãode normalidade da Entidade, embora válido na maioria das Entidades, não pode seruniversal, pois, em muitas delas, a razão de ser não é a receita, tampouco o resultado.

2.3 – O princípio da oportunidade

“Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, àtempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações,determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta,independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio daOPORTUNIDADE:

I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deveser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;

II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplandoos aspectos físicos e monetários;

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridasno patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, basenecessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão”.

2.3.1 – Aspectos conceituais

O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relatode todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma Entidade, no momentoem que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo máximo dedados primários sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações eanálises posteriores, ou seja, o Princípio da Oportunidade é a base indispensávelà fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a umdeterminado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. Éo fundamento daquilo que muitos sistemas de normas denominam de“representação fiel” pela informação, ou seja, que esta espelhe com precisão e

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objetividade as transações e eventos a que concerne. Tal tributo é, outrossim,exigível em qualquer circunstância, a começar sempre nos registros contábeis,embora as normas tendem a enfatizá-lo nas demonstrações contábeis.

O Princípio da Oportunidade deve ser observado, como já foi dito, sempreque haja variação patrimonial, cujas origens principais são, de forma geral, asseguintes:

a) transações realizadas com outras Entidades, formalizadas medianteacordo de vontades, independentemente da forma ou da documentação desuporte, como compra ou venda de bens e serviços;

b) eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade daadministração, mas com efeitos sobre o Patrimônio, como modificações nastaxas de câmbio, quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais, etc.;

c) movimentos internos que modificam predominantemente a estruturaqualitativa do Patrimônio, como a transformação de materiais em produtossemifabricados ou destes em produtos prontos, mas também a estruturaquantitativo-qualitativa, como no sucateamento de bens inservíveis.

O Princípio da OPORTUNIDADE abarca dois aspectos distintos, mascomplementares: a integridade e a tempestividade, razão pela qual muitos autorespreferem denominá-lo de Princípio da UNIVERSALIDADE.

O Princípio da OPORTUNIDADE tem sido confundido algumas vezes,com o da COMPETÊNCIA, embora os dois apresentem conteúdosmanifestamente diversos. Na oportunidade, o objetivo está na completeza daapreensão das variações do seu oportuno reconhecimento, enquanto, nacompetência, o fulcro está na qualificação das variações diante do PatrimônioLíquido, isto é, na decisão sobre se estas o alteram ou não. Em síntese, noprimeiro caso, temos o conhecimento da variação, e, na competência, adeterminação de sua natureza.

2.3.2 – A integridade das variações

A integridade diz respeito à necessidade de as variações seremreconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta ou excesso. Concerne,pois, à completeza da apreensão, que não admite a exclusão de quaisquervariações monetariamente quantificáveis. Como as variações incluem elementosquantitativos e qualitativos, bem como os aspectos físicos pertinentes, e aindaque a avaliação é regida por princípios próprios, a integridade diz respeitofundamentalmente às variações em si. Tal fato não elimina a necessidade doreconhecimento destas, mesmo nos casos em que não há certeza definitiva dasua ocorrência, mas somente alto grau de possibilidade. Bons exemplos neste

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sentido fornecem as depreciações, pois a vida útil de um bem será sempre umahipótese, mais ou menos fundada tecnicamente, porquanto dependente de diversosfatores de ocorrência aleatória. Naturalmente, pressupõe-se que, na hipótese douso de estimativas, estas tenham fundamentação estatística e econômica suficientes.

2.3.3 – A tempestividade do registro

A tempestividade obriga a que as variações sejam registradas no momento emque ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza, na forma relatada no itemanterior. Sem o registro no momento da ocorrência, ficarão incompletos os registrossobre o patrimônio até aquele momento, e, em decorrência, insuficientes quaisquerdemonstrações ou relatos, e falseadas as conclusões, diagnósticos e prognósticos.

2.4 – O princípio do registro pelo valor original

“Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valoresoriginais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moedado País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores,inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.

Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valoresde entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com osagentes externos ou da imposição destes;

II – uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão teralterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposiçãoem elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer comoparte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;

IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALORORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiroapenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;

V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniaisconstitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos”.

2.4.1 – Os elementos essenciais do Princípio

O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que oscomponentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores

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ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à Entidade,estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliação patrimonial: a determinação dovalor monetário de um componente do patrimônio.

Ao adotar a idéia de que a avaliação deva ser realizada com fundamentono valor de entrada, o Princípio consagra o uso dos valores monetáriosdecorrentes do consenso entre os agentes econômicos externos e a Entidade –contabilmente, outras Entidades – ou da imposição destes. Não importa, pois,se o preço resultou de livre negociação em condições de razoável igualdadeentre as partes, ou de imposição de uma delas, em vista da sua posição desuperioridade. Generalizando, o nível dos preços pode derivar de quaisquer dassituações estudadas na análise microeconômica.

Pressupõe-se que o valor de troca, aquele decorrente da transação,configure o valor econômico dos ativos no momento da sua ocorrência.Naturalmente, se, com o passar do tempo, houver a modificação do valor emcausa, seja por que razão for, os ajustes serão realizados, mas ao abrigo doPrincípio da Competência. Os ajustes somente serão para menos, em razão daessência do próprio Princípio.

A rigorosa observância do princípio em comentário é do mais altointeresse da sociedade como todo e, especificamente, do mercado de capitais,por resultar na unificação da metodologia de avaliação, fator essencial nacomparabilidade dos dados, relatos e demonstrações contábeis e,conseqüentemente, na qualidade da informação gerada, impossibilitandocritérios alternativos de avaliação.

No caso de doações recebidas pela Entidade, também existe a transaçãocom o mundo exterior e, mais ainda, com efeito quantitativo e qualitativo sobre opatrimônio. Como a doação resulta em inegável aumento do Patrimônio Líquido,cabe o registro pelo valor efetivo da coisa recebida, no momento do recebimento,segundo o valor de mercado. Mantém-se, no caso, intocado o princípio em exame,com a única diferença em relação às situações usuais: uma das partes envolvidas– caso daquela representativa do mundo externo – abre mão da contraprestação,que se transforma em aumento do Patrimônio Líquido da Entidade recebedorada doação. Acessoriamente, pode-se lembrar que o fato de o ativo ter-se originadode doação, não repercute na sua capacidade futura de contribuir à realizaçãodos objetivos da Entidade.

2.4.2 – A expressão em moeda nacional

A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacionaldecorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônioe das suas mutações, a fim de se obter a necessária comparabilidade e sepossibilitarem agrupamentos de valores. Ademais, este aspecto particular, no

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âmbito do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, visa a afirmar aprevalência da moeda do País e, conseqüentemente, o registro somente nela. Ocorolário é o de que quaisquer transações em moeda estrangeira devem sertransformadas em moeda nacional no momento do seu registro.

2.4.3 – A manutenção dos valores originais nas variações internas

O Princípio em análise, como não poderia ser diferente, em termos lógicos,mantém-se plenamente nas variações patrimoniais que ocorrem no interior daEntidade, quando acontece a agregação ou a decomposição de valores. Osagregados de valores – cuja expressão mais usual são os estoques de produtossemifabricados e prontos, os serviços em andamento ou terminados, as culturasem formação, etc. – representam, quantitativamente, o somatório de inúmerasvariações patrimoniais qualitativas, formando conjuntos de valores constituídoscom base em valores atinentes a insumos de materiais, depreciações, mão-de-obra, encargos sociais, energia, serviços de terceiros, tributos, e outros, classesde insumos que, em verdade, representam a consumpção de ativos, comoestoques, equipamentos ou, diretamente, recursos pecuniários. Os agregadossão, pois, ativos resultantes da transformação de outros ativos, e, em algunscasos, deixam logo tal condição, como aqueles referentes a funções como asde administração geral, comercialização no País, exportação e outras.

A formação dos agregados implica o uso de decomposições, comoacontece no caso das depreciações geradas por uma máquina em particular: atransação com o mundo exterior resultou na ativação da máquina, mas aconsumpção desta dar-se-á gradativamente, ao longo do tempo, mediante asdepreciações. Todavia estas, mesmo quando relativas a um espaço curto detempo – um mês, por hipótese –, normalmente são alocadas a diversoscomponentes do patrimônio, como, por exemplo, a diferentes peças emfabricação.

Os fatos mencionados comprovam a importância do princípio em examena Contabilidade aplicada à área de custos, por constituir-se na diretiva principalde avaliação das variações que ocorrem no ciclo operacional interno dasEntidades, em que não existe propriamente a criação de valores, mas a simplesredistribuição de valores originais.

Finalmente, cabe ressaltar que os valores originais devem ser ajustados,segundo a sua perda de valor econômico. Porém, mesmo tal ajuste não implica,em essência, modificação do valor original.

2.5 – O princípio da atualização monetária

“Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional

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devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento daexpressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Parágrafo único – São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃOMONETÁRIA:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representaunidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transaçõesoriginais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional,a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentespatrimoniais e, por conseqüência, o do patrimônio líquido;

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente,o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicaçãode indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivoda moeda nacional em um dado período”.

2.5.1 – Aspectos conceituais

O Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA existe em função do fato de quea moeda – embora universalmente aceita como medida de valor – não representaunidade constante de poder aquisitivo. Por conseqüência, sua expressão formaldeve ser ajustada, a fim de que permaneçam substantivamente corretos – isto é,segundo as transações originais – os valores dos componentes patrimoniais e, viade decorrência, o Patrimônio Líquido. Como se observa, o Princípio em causaconstitui seguimento lógico daquele do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, poispreceitua o ajuste formal dos valores fixados segundo este, buscando a manutençãoda substância original, sem que isso implique qualquer modalidade de reavaliação.

Em diversas oportunidades no passado, o princípio foi denominado de“correção monetária”, expressão inadequada, pois ele não estabelece qualquer“correção” de valor, mas apenas atualiza o que, em tese, não deveria ter variado:o poder aquisitivo da moeda. Esta é, aliás, a razão pela qual o princípio, quandoaplicado à prática, se manifesta por meio de índice que expressa a modificaçãoda capacidade geral de compra da moeda, e não da variação particular do preçode um bem determinado.

O princípio diz respeito, dada sua condição de universalidade, a todos oscomponentes patrimoniais e suas mutações, e não somente às demonstraçõescontábeis, que representam apenas uma das modalidades de expressão concretada Contabilidade, aplicada a uma entidade em particular. Mas, como asdemonstrações contábeis são, em geral, a forma mais usual de comunicaçãoentre a Entidade e o usuário, as normas contábeis alicerçadas no princípio em

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exame contêm sempre ordenamentos sobre como deve ser realizado o ajuste, oindexador utilizado e a periodicidade de aplicação.

2.5.2 – Dos indexadores da atualização

A atualização monetária deve ser realizada mediante o emprego de meios– inexadores, moedas referenciais, reais ou não – que reflitam a variação apontadapor índice geral de preços da economia brasileira. A utilização de um únicoparâmetro de caráter geral e de forma uniforme por todas as Entidades éindispensável, a fim de que sejam possíveis comparações válidas entre elas.

O uso de indexador único, embora indispensável, não resolve inteiramenteo problema da atualização monetária, pois não alcança a questão da fidedignidadede que se reveste o dito indexador, na expressão do poder aquisitivo da moeda.Todavia, no caso, não se trata de questão atinente aos Princípios Contábeis,mas de problema pertencente à Ciência Econômica, no campo teórico-doutrinário,e à política, em termos aplicados.

2.6 – O princípio da competência

“Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração doresultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando secorrelacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ouno passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido,estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais,resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas,é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ouassumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedadede bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviçospor esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja omotivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III - pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção deterceiros;

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componente deixa de integrar o patrimônio, para transformar-se em elementomodificador do Patrimônio Líquido. Da confrontação entre o valor final dosaumentos do Patrimônio Líquido – usualmente denominados “receitas” – e dassuas diminuições – normalmente chamadas de “despesas”–, emerge o conceitode “resultado do período”: positivo, se as receitas forem maiores do que asdespesas; ou negativo, quando ocorrer o contrário.

Observa-se que o Princípio da Competência não está relacionado comrecebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradase das despesas incorridas no período. Mesmo com desvinculação temporaldas receitas e despesas, respectivamente do recebimento e do desembolso, alongo prazo ocorre a equalização entre os valores do resultado contábil e ofluxo de caixa derivado das receitas e despesas, em razão dos princípiosreferentes à avaliação dos componentes patrimoniais.

Quando existem receitas e despesas pertencentes a um exercício anterior,que nele deixarem de ser consideradas por qualquer razão, os competentesajustes devem ser realizados no exercício em que se evidenciou a omissão.

O Princípio da Competência é aplicado a situações concretas altamentevariadas, pois são muito diferenciadas as transações que ocorrem nas Entidades,

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência desua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo”.

2.6.1 – As variações patrimoniais e o Princípio da Competência

A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está diretamenteligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestasencontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam aqualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem nomontante do Patrimônio Líquido, e a das que o modificam. As primeiras sãodenominadas de “qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas sãochamadas de “quantitativas”, ou “modificativas”. Cumpre salientar que estasúltimas sempre implicam a existência de alterações qualitativas no patrimônio,a fim de que permaneça inalterado o equilíbrio patrimonial.

A competência é o princípio que estabelece quando um determinado

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em função dos objetivos destas. Por esta razão é a competência o princípio quetende a suscitar o maior número de dúvidas na atividade profissional doscontabilistas. Cabe, entretanto, sublinhar que tal fato não resulta em posição desupremacia hierárquica em relação aos demais princípios, pois o status de todosé o mesmo, precisamente pela sua condição científica.

2.6.2 – Alguns comentários sobre as despesas

As despesas, na maioria das vezes, representam consumpção de ativos,que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ouainda virem a ser pagos no futuro. De outra parte, não é necessário que odesaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes a consumpção ésomente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte dovalor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio daPRUDÊNCIA à prática, de que nenhum pode permanecer avaliado por valor superiorao de sua recuperação por alienação ou utilização nas operações em carátercorrente. Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de umaexigibilidade sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, comoacontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de qualquer natureza.

Entre as despesas do tipo em referência localizam-se também as que secontrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos com vendas,nos quais se incluem comissões, impostos e taxas e até “royalties”. A aplicaçãocorreta da competência exige mesmo que se provisionem, com base em fundamentaçãoestatística, certas despesas por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas à venda emanálise, como as despesas futuras com garantias assumidas em relação a produtos.

Nos casos de Entidades em períodos pré-operacionais, no seu todo ouem algum setor, os custos incorridos são ativados, para se transformaremposteriormente em despesas, quando da geração das receitas, mediantedepreciação ou amortização. Tal circunstância está igualmente presente emprojetos de pesquisa e desenvolvimento de produtos – muito freqüentes nasindústrias químicas e farmacêuticas, bem como naquelas que empregam altatecnologia – em que a amortização dos custos ativados é usualmente feitasegundo a vida mercadológica estimada dos produtos ligados às citadaspesquisas e projetos.

2.6.3 – Alguns detalhes sobre as receitas e seu reconhecimento

A receita é considerada realizada no momento em que há a venda debens e direitos da Entidade – entendida a palavra “bem” em sentido amplo,incluindo toda sorte de mercadorias, produtos, serviços, inclusive equipamentose imóveis – , com a transferência da sua propriedade para terceiros, efetuandoestes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-lonum prazo qualquer. Normalmente, a transação é formalizada mediante a emissão

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de nota fiscal ou documento equivalente, em que consta a quantificação e aformalização do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisaou do serviço. Embora esta seja a forma mais usual de geração de receita,também há uma segunda possibilidade, materializada na extinção parcial outotal de uma exigibilidade, como no caso do perdão de multa fiscal, da anistiatotal ou parcial de uma dívida, da eliminação de passivo pelo desaparecimentodo credor, pelo ganho de causa em ação em que se discutia uma dívida ou o seumontante, já devidamente provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes.Finalmente, há ainda uma terceira possibilidade: a de geração de novos ativossem a interveniência de terceiros, como ocorre correntemente no setor pecuário,quando do nascimento de novos animais. A última possibilidade está representadana geração de receitas por doações recebidas, já comentada anteriormente.

Mas as diversas fontes de receitas citadas no parágrafo anteriorrepresentam a negativa do reconhecimento da formação destas por valorizaçãodos ativos, porque, na sua essência, o conceito de receita está indissoluvelmenteligado à existência de transação com terceiros, exceção feita à situação referidano final do parágrafo anterior, na qual ela existe, mas de forma indireta. Ademais,aceitar-se, por exemplo, a valorização de estoques significaria o reconhecimentode aumento do Patrimônio Líquido, quando sequer há certeza de que a venda arealizar-se e, mais ainda, por valor consentâneo àquele da reavaliação,configurando-se manifesta afronta ao Princípio da Prudência. Aliás, as valorizaçõesinternas trariam no seu bojo sempre um convite à especulação e,conseqüentemente, ao desrespeito a esse princípio.

A receita de serviços deve ser reconhecida de forma proporcional aosserviços efetivamente prestados. Em alguns casos, os princípios contratadosprevêem cláusulas normativas sobre o reconhecimento oficial dos serviçosprestados e da receita correspondente. Exemplo neste sentido oferecem asempresas de consultoria, nas quais a cobrança dos serviços é feita segundo ashoras-homens de serviços prestados, durante, por exemplo, um mês, emboraos trabalhos possam prolongar-se por muitos meses ou até ser por prazoindeterminado. O importante, nestes casos, é a existência de unidade homogêneade medição formalizada contratualmente, além, evidentemente, da mediçãopropriamente dita. As unidades físicas mais comuns estão relacionadas comtempo – principalmente tempo-homem e tempo-máquina –, embora possa serqualquer outra, como metros cúbicos por tipo de material escavado, metroslineares de avanço na perfuração de poços artesianos, e outros.

Nas Entidades em que a produção demanda largo espaço de tempo,deve ocorrer o reconhecimento gradativo da receita, proporcionalmente ao avançoda obra, quando ocorre a satisfação concomitante dos seguintes requisitos:

- o preço do produto é estabelecido mediante contrato, inclusive quanto àcorreção dos preços, quando houver;

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- não há riscos maiores de descumprimento do contrato, tanto de parte dovendedor, quanto do comprador;

- existe estimativa, tecnicamente sustentada, dos custos a serem incorridos.

Assim, no caso de obras de engenharia, em que usualmente estão presentesos três requisitos nos contratos de fornecimento, o reconhecimento da receitanão deve ser postergado até o momento da entrega da obra, pois o procedimentoredundaria num quadro irreal da formação do resultado, em termos cronológicos.O caminho correto está na proporcionalização da receita aos esforços despendidos,usualmente expressos por custos – reais ou estimados – ou etapas vencidas.

2.7 – O princípio da prudência

“Art. 10 O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valorpara os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre quese apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutaçõespatrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resultemenor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveisdiante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente seaplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável àcorreta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definiçãodos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas queenvolvem incertezas de grau variável”.

2.7.1 – Aspectos conceituais

A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o menorPatrimônio Líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos deavaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originaiscom o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com osagentes econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual aaplicação do Princípio da Prudência ocorrerá concomitantemente com a do Princípioda COMPETÊNCIA, conforme assinalado no parágrafo 2º, quando resultará, sempre,variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido.

A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivojá escriturados por determinados valores, segundo os Princípios do REGISTROPELO VALOR ORIGINAL e da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, surge dúvida sobre a

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ainda correção deles. Havendo formas alternativas de se calcularem os novosvalores, deve-se optar sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso deativos, e maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo.Naturalmente, é necessário que as alternativas mencionadas configurem, pelomenos à primeira vista, hipóteses igualmente razoáveis. A provisão para créditosde liquidação duvidosa constitui exemplo da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA,pois sua constituição determina o ajuste, para menos, de valor decorrente detransações com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A escolhanão está no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houverrisco de não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante.

Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no exemplo referido noparágrafo anterior, está presente, com grande freqüência, nas situações concretasque demandam a observância do Princípio da PRUDÊNCIA. Em procedimentosinstitucionalizados, por exemplo, em relação aos “métodos” de avaliação deestoques, o Princípio da PRUDÊNCIA, raramente, encontra aplicação.

No reconhecimento de exigibilidades, o Princípio da PRUDÊNCIA envolvesempre o elemento incerteza em algum grau, pois, havendo certeza, cabe,simplesmente, o reconhecimento delas, segundo o Princípio da OPORTUNIDADE.

Para melhor entendimento da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIAcumpre lembrar que:

- os custos ativados devem ser considerados como despesa no períodoem que ficar caracterizada a impossibilidade de eles contribuírem para arealização dos objetivos operacionais da Entidade;

- todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade,mesmo que institucional, devem ser classificados como despesas;

- os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longamaturação devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização apartir do momento em que o ativo entrar em operação.

2.7.2 – Dos limites da aplicação do Princípio

A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA não deve levar a excessos, asituações classificáveis como manipulações do resultado, com a conseqüentecriação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia de inexistênciade valores artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmenteadministradores e controladores, aspecto muito importante nas Entidadesintegrantes do mercado de capitais.

O comentário inserido no parágrafo anterior ressalta a grande importânciadas normas concernentes à aplicação da PRUDÊNCIA, com vista a impedir-sea prevalência de juízos puramente pessoais ou por outros interesses.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 900/01

Dispõe sobre a aplicação do Princípio daAtualização Monetária.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais;

CONSIDERANDO que o “Princípio da Atualização Monetária”, conformeo caput do art. 8º da Resolução CFC nº 750/93, obriga a que “Os efeitos daalteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nosregistros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores doscomponentes patrimoniais”;

CONSIDERANDO que a atualização objetiva que “... permaneçamsubstantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, porconseqüência, o do patrimônio líquido”, segundo o inciso II do parágrafo únicodo art. 8º da dita Resolução;

CONSIDERANDO que a aplicação do Princípio não está atrelada a qualquerparâmetro em termos de nível inflacionário;

CONSIDERANDO que os padrões internacionais de Contabilidadesomente requerem a atualização monetária quando a taxa acumulada de inflaçãono triênio se aproxima ou exceda a 100%;

CONSIDERANDO que a partir da implantação do Plano Real a economiae a moeda brasileira vêm apresentando estabilidade;

RESOLVE:

Art. 1º - A aplicação do “Princípio da Atualização Monetária” é compulsóriaquando a inflação acumulada no triênio for de 100% ou mais.

Parágrafo único. A inflação acumulada será calculada com base noÍndice Geral de Preços do Mercado (IGPM), apurado mensalmente pela FundaçãoGetúlio Vargas, por sua aceitação geral e reconhecimento por organismosnacionais e internacionais.

Art. 2º - A aplicação compulsória do “Princípio da Atualização Monetária”deverá ser amplamente divulgada nas notas explicativas às demonstraçõescontábeis.

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Art. 3º Quando a taxa inflacionária acumulada no triênio for inferior a100%, a aplicação do Princípio da Atualização Monetária somente poderá ocorrerem demonstrações contábeis de natureza complementar às demonstrações denatureza corrente, derivadas da escrituração contábil regular.

§ 1º - No caso da existência das ditas demonstrações complementares,a atualização deverá ser evidenciada nas respectivas notas explicativas, incluindoa indicação da taxa inflacionária empregada.

§ 2º - A Atualização Monetária, neste caso, não originará nenhum registrocontábil.

Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de março de 2001.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESPresidente

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RESOLUÇÃO CFC N.º 803/96

Aprova o Código de Ética Profissional doContabilista – CEPC.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional do Contabilistaaprovado em 1970 representou o alcance de uma meta que se tornou marcanteno campo do exercício profissional;

CONSIDERANDO que decorridos 26 (vinte e seis) anos de vigência doCódigo de Ética Profissional do Contabilista, a intensificação do relacionamentodo profissional da Contabilidade com a sociedade e com o próprio grupo profissionalexige uma atualização dos conceitos éticos na área da atividade contábil;

CONSIDERANDO que nos últimos 5 (cinco) anos o Conselho Federal deContabilidade vem colhendo sugestões dos diversos segmentos da comunidadecontábil a fim de aprimorar os princípios do Código de Ética Profissional doContabilista – CEPC;

CONSIDERANDO que os integrantes da Câmara de Ética do ConselhoFederal de Contabilidade após um profundo estudo de todas as sugestõesremetidas ao órgão federal, apresentou uma redação final,

RESOLVE:

Art. 1º - Fica aprovado o anexo Código de Ética Profissional doContabilista.

Art. 2º - Fica revogada a Resolução CFC n.º 290/70.

Art. 3º - A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação.

Brasília, 10 de outubro de 1996.

Contador JOSÉ MARIA MARTINS MENDESPresidente

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CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTABILISTA

CAPÍTULO IDO OBJETIVO

Art. 1º Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qualse devem conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional.

CAPÍTULO IIDOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES

Art. 2º São deveres do contabilista:

I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislaçãovigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, semprejuízo da dignidade e independência profissionais;

II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito,inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ouquando solicitados por autoridades competentes, entre estas os ConselhosRegionais de Contabilidade;

III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços aseu cargo;

IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado,eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formularconsulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores;

V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquercaso;

VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança porparte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias deantecedência, zelando, contudo, para que os interesse dos mesmos não sejamprejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia;

VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos quedevam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bomdesempenho das funções a serem exercidas;

VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercícioda profissão;

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IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, sejapropugnando por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalhocompatíveis com o exercício ético-profissional da Contabilidade e seuaprimoramento técnico.

Art. 3º No desempenho de suas funções, é vedado ao contabilista:

I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo queresulte na diminuição do colega, da Organização Contábil ou da classe, sendosempre admitida a indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos,trabalhos realizados e relação de clientes;

II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízomoral ou desprestígio para a classe;

III – auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorraexclusivamente de sua prática lícita;

IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio àsua orientação, supervisão e fiscalização;

V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seuexercício aos não habilitados ou impedidos;

VI – manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislaçãopertinente;

VII – valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse noshonorários a receber;

VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado afraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime oucontravenção;

IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saibapara aplicação ilícita;

X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidadeprofissional;

XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente,confiadas;

XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamenteconfiados à sua guarda;

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XIII – aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em leiou contra os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidadeeditadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

XIV – exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidadesilícitas;

XV – revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordoou transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento;

XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra desigilo profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenharealizado ou orientado, salvo quando autorizado por eles;

XVII – iludir ou tentar iludir a boa fé de cliente, empregador ou de terceiros,alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendofalsas informações ou elaborando peças contábeis inidôneas;

XVIII – não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos Regionaisde Contabilidade, depois de regularmente notificado;

XIX – intitular-se com categoria profissional que não possua, na profissão contábil;

XX – elaborar demonstrações contábeis sem observância dos PrincípiosFundamentais e das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo ConselhoFederal de Contabilidade;

XXI – renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ouimposições que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho;

XXII – publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qualnão tenha participado.

Art. 4º O Contabilista poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico-profissional, assinado e sob sua responsabilidade.

Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro,deverá:

I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em faceda especialização requerida;

II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objetode perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração dorespectivo laudo;

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III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoalsobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causaem que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aosquesitos propostos;

IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetidoa sua apreciação;

V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições deexercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o dispostono inciso II do art. 2º;

VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientementeinformado e munido de documentos;

VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne àaplicação dos Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidadeeditadas pelo CFC;

VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peçascontábeis observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras deContabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e ConselhoFederal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempreque solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deramorigem e orientaram a execução do seu trabalho.

CAPÍTULO IIIDO VALOR DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS

Art. 6o O contabilista deve fixar previamente o valor dos serviços, por contratoescrito, considerados os elementos seguintes:(Nova redação dada pela Resolução nº 942, de 30 de agosto de 2002)

I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar;

II - o tempo que será consumido para a realização do trabalho;

III - a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços;

IV - o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviçoprestado;

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V - a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;

VI - o local em que o serviço será prestado.

Art. 7º O contabilista poderá transferir o contrato de serviços a seu cargo aoutro Contabilista, com a anuência do cliente, sempre por escrito.(Nova redação dada pela Resolução nº 942 de 30 de agosto de 2002)

Parágrafo único. O Contabilista poderá transferir parcialmente a execuçãodos serviços a seu cargo a outro contabilista, mantendo sempre como sua aresponsabilidade técnica.

Art. 8º É vedado ao Contabilista oferecer ou disputar serviços profissionaismediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.

CAPÍTULO IVDOS DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE

Art. 9º A conduta do Contabilista com relação aos colegas deve ser pautada nosprincípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonânciacom os postulados de harmonia da classe.

Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado,não induz nem justifica a participação ou conivência com o erro ou com os atosinfringentes de normas éticas ou legais que regem o exercício da profissão.

Art. 10. O contabilista deve, em relação aos colegas, observar as seguintesnormas de conduta:

I – abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;

II – abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que deletenha desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe,desde que permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento;

III – jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas porcolegas, que deles não tenha participado, apresentando-os como próprios;

IV – evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercícioprofissional.

Art. 11. O Contabilista deve, com relação à classe, observar as seguintes normasde conduta:

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I – prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstânciasespeciais que justifiquem a sua recusa;

II – zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e peloaperfeiçoamento de suas instituições;

III – aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe,admitindo-se a justa recusa;

IV – acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto ahonorários profissionais;

V – zelar pelo cumprimento deste Código;

VI – não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil;

VII – representar perante os órgãos competentes sobre irregularidadescomprovadamente ocorridas na administração de entidade da classe contábil;

VIII – jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de classeem benefício próprio ou para proveito pessoal.

CAPÍTULO VDAS PENALIDADES

Art. 12. A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética,sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação de uma das seguintespenalidades:

I – advertência reservada;

II – censura reservada;

III – censura pública.

Parágrafo único. Na aplicação das sanções éticas são consideradas comoatenuantes:

I – falta cometida em defesa de prerrogativa profissional;II – ausência de punição ética anterior;

III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade.

Art. 13. O julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos

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do Código de Ética incumbe, originariamente, aos Conselhos Regionais deContabilidade, que funcionarão como Tribunais Regionais de Ética, facultadorecurso dotado de efeito suspensivo, interposto no prazo de trinta dias para oConselho Federal de Contabilidade em sua condição de Tribunal Superior deÉtica.

§ 1º O recurso voluntário somente será encaminhado ao Tribunal Superior deÉtica se o Tribunal Regional de Ética respectivo mantiver ou reformar parcialmentea decisão.

§ 2º Quando se tratar de denúncia, o Conselho Regional de Contabilidadecomunicará ao denunciante a instauração do processo até trinta dias apósesgotado o prazo de defesa.

Art. 14. O contabilista poderá requerer desagravo público ao Conselho Regionalde Contabilidade, quando atingido, pública e injustamente, no exercício de suaprofissão.

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RESOLUÇÃO CFC N.º 819/97

Restabelece o instituto do recurso “ex offício”na área do processo ético. Altera o § 2º, doart. 13, do CEPC. Revoga a Resolução CFCnº 677/90 e dá outras providências.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que o julgamento das infrações ao Código de ÉticaProfissional do Contabilista – CEPC exige prudência na análise do comportamentodo Contabilista no campo do exercício profissional a fim de não se confundir com osvalores que definem a infração ao Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946;

CONSIDERANDO que na estrutura organizacional do CFC a Câmara deÉtica se especializa na apreciação e julgamento dos processos de naturezaética que sobem à instância “ad quem” em grau de recurso;

CONSIDERANDO que dentre as penas previstas no Código de ÉticaProfissional do Contabilista – CEPC, a de CENSURA PÚBLICA é a que merecedestaque, em razão de sua publicidade perante a sociedade, extrapolando, poresse motivo, o campo restrito do mundo profissional da Contabilidade, fato esseque pode gerar grave lesão à imagem da profissão;

CONSIDERANDO que com a instituição da Câmara de Ética no campoestrutural do Conselho Federal de Contabilidade, o melhor caminho será adotarcritérios uniformes em termos de aplicação da pena de CENSURA PÚBLICA,para tanto, restabelecendo-se o instituto do recurso “ex offício” na área doProcesso Ético;

RESOLVE:

Art. 1º Ao § 2º, do art. 13, do Código de Ética Profissional do Contabilista– C.E.P.C., aprovado pela Res. CFC n.º 803/96, dê-se a seguinte redação:

“§ 2º - Na hipótese do inciso “III”, do art. 12, o Tribunal Regional de ÉticaProfissional deverá recorrer “ex offício” de sua própria decisão (aplicação depena de Censura Pública).”

Art. 2º Renumere-se o atual § 2º, do art. 13, do Código de Ética Profissional– C.E.P.C., aprovado pela Resolução CFC n.º 803/96, para § 3º.

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Art. 3º Para processar e julgar a infração de natureza ética é competenteo Conselho Regional de Contabilidade investido de sua condição de TribunalRegional de Ética Profissional (TRET) do local de sua ocorrência.

Parágrafo único. Quando o CRC do local da infração não for o do registroprincipal do infrator, serão observadas as seguintes normas:

I – o CRC do local da infração encaminhará cópia da notificação ou do auto deinfração ao CRC do registro principal, solicitando as providências e informaçõesnecessárias à instauração, instrução e julgamento do processo;

II – o CRC do registro principal, além de atender, em tempo hábil, as solicitaçõesdo CRC do local da infração, fornecerá a este todos os elementos de que dispuserno sentido de facilitar seus trabalhos de informação e apuração;

III – de sua decisão condenatória, o TRET interporá, em todos os casos, recurso“ex offício” ao TSET;

IV – ao CRC (TRET) do registro principal do infrator incumbe executar a decisãocuja cópia, acompanhada da Deliberação do TSET sobre o respectivo recurso,lhe será remetida pelo CRC (TRET) do julgamento do processo.

Art. 4º Revoga-se a Resolução CFC nº 677/90.

Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Brasília, 20 de novembro de 1997.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESVice-Presidente para Assuntos Operacionais

no Exercício da Presidência

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OFÍCIO-CIRCULAR CJU/CFC N.º 2226/97

Brasília, 21 de novembro de 1997.

ASSUNTO: RECURSO EX OFFÍCIO NA ÁREA DE PROCESSO ÉTICO

Senhor Presidente,

Encaminhamos cópia da Resolução CFC nº 819/97 que restabelece o institutodo recurso “ex offício” na área do processo ético, altera e remunera o atual § 2º,do art. 13, do Código de Ética Profissional do Contabilista – C.E.P.C., aprovadopela Resolução CFC nº 803/96; revoga a Resolução CFC nº 677/90 e dá outrasprovidências.

Prescreve, ainda, a obrigatoriedade da remessa de todo e qualquer processo denatureza ética, quando a ocorrência da infração ética for na jurisdição de ConselhoRegional que não seja o do Registro Principal. A remessa, na qualidade derecurso “ ex officio” ao TSET, se dará da decisão condenatória.

Esclarecemos que deverão ser remetidos ao Tribunal Superior de ÉticaProfissional – TSET, nos termos da Resolução CFC nº 819/97, os processosque foram julgados após 21-11-1997.

Os termos do presente ofício-circular deverão ser levados aos Conselheiros eaos empregados do Conselho Regional lotados na área de fiscalização.

Em anexo cópia da exposição de motivos que deu origem à presente orientação.

Atenciosamente,

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESVice-Presidente para Assuntos Operacionais

no Exercício da Presidência

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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DA RESOLUÇÃO CFC QUE INSTITUI ORECURSO EX OFFICIO NOS PROCESSOS ÉTICOS QUANDO DA

APLICABILIDADE DA PENA DE CENSURA PÚBLICA PELOTRIBUNAL REGIONAL DE ÉTICA.

Aos Conselhos Regionais de Contabilidade, entidades de fiscalizaçãoe de promoção do desempenho ético da profissão contábil, que atuam comoórgãos a serviço da sociedade, compete, originariamente, processar e julgarinfrações cometidas contra a legislação contábil, conforme preconiza o art. 10,alínea “c”, do Decreto-Lei nº 9.295/46 e o art. 2º da Resolução CFC nº 273/70.

O poder punitivo delegado pelo Estado às Corporações emergentes daprópria classe e em virtude de lei, faz desaguar sobre os ombros destaextraordinária responsabilidade, qual seja, julgar seus pares.

No exercício pleno da fiscalização da profissão contábil, podem osConselhos Regionais de Contabilidade aplicar sanções éticas e disciplinares,transmudando-se estas em multas e suspensão.

Todavia, a pena ética diferencia-se, diametralmente, da pena disciplinar,enquanto que esta visa corrigir infração eminentemente sob o ponto de vistatécnico-laboral, aquela atinge a vertente moral do exercício profissional.

Neste sentido, discorreu o ilustre jurista, Dr. José Washington Coelho,em seu monumental trabalho “Ética Profissional”: “... é que o termo éticatornou-se próprio e adequado para expressar a moral do grupo organizadoem categoria profissional.”

É verdade que a infração ética encharca de mácula a classe contábil,mas não é menos verdade que a sua punição, se aplicada fora de suasproposições, pode trazer prejuízos imensos ao profissional que nela incorrer.Como reparar uma pena ética aplicada inadequadamente, principalmente seesta vem ao domínio público?

Enquanto a pena não extrapola ao conhecimento das partes envolvidas –Conselho/profissional –, cremos existir remédio para a chaga aberta. Todavia,conforme dito, havendo extrapolação, o antídoto, se é que existe, torna-se ineficaz.

Envoltos em manto legal, que lhes assegura o poder discricionário punitivo,devem os Conselhos Regionais de Contabilidade guardarem a devida prudênciaquando do uso legítimo desse direito.

Desta forma, como resguardo e elementar cautela de administração dapena ética – especificamente quando esta tratar-se de “Censura Pública”,

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determina o projeto de Resolução, na ausência de recurso voluntário, que o infratorseja beneficiado com o instituto do recurso ex officio, oportunizando, assim, oconhecimento do feito a instância superior que proferirá decisão definitiva.

O espírito da Resolução se evidencia no intuito de obter equilíbrio entre ointeresse da classe contábil e o da defesa individual do profissional infrator,todavia não o inspira o espírito do autoritarismo em razão do poder de punir.

Brasília, 15 de outubro de 1997.

MAURO MANOEL NÓBREGACoordenador da Câmara de Ética

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RESOLUÇÃO CFC N.º 751/93

Dispõe sobre as Normas Brasileiras deContabilidade.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO ser imperativa a uniformização dos entendimentos einterpretações na Contabilidade, tanto de natureza doutrinária quanto aplicada,bem como estabelecer regras ao exercício profissional;

CONSIDERANDO que a concretização destes objetivos devemfundamentar-se nos trabalhos produzidos pela classe contábil, por seusprofissionais e entidades;

CONSIDERANDO que os Princípios Fundamentais de Contabilidaderepresentam a essência das doutrinas e teorias relativas a Ciência daContabilidade e que constituem fundamentos das Normas Brasileiras deContabilidade, que configuram regras objetivas de conduta;

CONSIDERANDO ser necessária a aprovação de uma estrutura básicaque estabeleça os itens que compõem as Normas Brasileiras de Contabilidade;

CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade, com baseem estudos do Grupo de Trabalho (GT) constituído com a finalidade de elaboraras NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE – NBC, aprovou em 23 deoutubro de 1981 a Resolução CFC n.º 529/81 (1), que dispunha sobre as mesmas;

CONSIDERANDO que já foram aprovadas a Resolução CFC no 560/83,que dispõe sobre as prerrogativas profissionais; as Resoluções CFC nos 563/83,596/85, 597/85, 612/85, 684/90, 685/90, 686/90, 732/92 e 737/92, que tratamdas Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 2, 3, 4 e 6; as Resoluções nos

700/91 e 701/91 que tratam das Normas de Auditoria Independente (NBC T 11) eNormas Profissionais de Auditor Independente (NBC P 1); e as Resoluções nos

731/92 e 733/92 que tratam da Perícia Contábil (NBC T 13) e Normas Profissionaisde Perito Contábil (NBC P 2), com base na estrutura das Normas Brasileiras deContabilidade anteriormente divulgada,

RESOLVE:

Art. 1º As Normas Brasileiras de Contabilidade estabelecem regras deconduta profissional e procedimentos técnicos a serem observados quando da

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realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC nº 560/83, de 28.10.1983,em consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Art. 2º As Normas classificam-se em Profissionais e Técnicas, sendoenumeradas seqüencialmente.

§ 1º As Normas Profissionais estabelecem regras de exercício profissional,caracterizando-se pelo prefixo NBC P.

§ 2º As Normas Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentosaplicados de Contabilidade, caracterizando-se pelo prefixo NBC T.

Art. 3º As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) podem serdetalhadas através de Interpretações Técnicas que, se necessárias, incluirãoexemplos.

Parágrafo único. As Interpretações Técnicas são identificadas pelo código daNBC a que se referem, seguido de hífen, sigla IT e numeração seqüencial.

Art. 4º O Conselho Federal de Contabilidade poderá emitir ComunicadosTécnicos quando ocorrerem situações decorrentes de atos governamentais queafetem, transitoriamente, as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

Parágrafo único. Os Comunicados Técnicos são identificados pela sigla CT,seguida de hífen e numeração seqüencial.

Art. 5º A inobservância de Norma Brasileira de Contabilidade constituiinfração disciplinar, sujeita às penalidades previstas nas alíneas “c”, “d” e “e” doart. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, aoCódigo de Ética Profissional do Contabilista.

Art. 6º A estrutura das Normas Profissionais é a seguinte:

NBC P 1 – Normas Profissionais de Auditor Independente.

NBC P 2 – Normas Profissionais de Perito Contábil.

NBC P 3 – Normas Profissionais de Auditor Interno.

Art. 7º - A estrutura das Normas Técnicas é a que segue: (1)

NBC T 1 – Das Características da Informação Contábil.

NBC T 2 – Da Escrituração Contábil.

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2.1 – Das Formalidades da Escrituração Contábil2.2 – Da Documentação Contábil.2.3 – Da Temporalidade dos Documentos.2.4 – Da Retificação de Lançamentos.2.5 – Das Contas de Compensação.2.6 – Das Filiais.2.7 – Dos Balancetes.

NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das DemonstraçõesContábeis.

3.1 – Das Disposições Gerais.3.2 – Do Balanço Patrimonial.3.3 – Da Demonstração do Resultado.3.4 – Da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.3.5 – Da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.3.6 – Da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

NBC T 4 – Da Avaliação Patrimonial.

4.1 – Do Ativo.4.2 – Do Passivo.

NBC T 5 – Da Atualização Monetária. (2)

NBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

6.1 – Da Forma de Apresentação.6.2 – Do Conteúdo das Notas Explicativas.6.3 – Das Republicações.

NBC T 7 – Da Conversão da Moeda Estrangeira nas Demonstrações Contábeis.

NBC T 8 – Das Demonstrações Contábeis Consolidadas.

NBC T 9 – Da Fusão, Incorporação, Cisão, Transformação e Liquidação deEntidades.

NBC T 10 – Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas.

10.1 – Empreendimento de Execução a Longo Prazo.10.2 – Arrendamento Mercantil.10.3 – Consórcio de Vendas.10.4 – Fundações.

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10.5 – Entidades Imobiliárias.10.6 – Entidades Hoteleiras.10.7 – Entidades Hospitalares.10.8 – Entidades Cooperativas.10.9 – Entidades Financeiras.10.10 – Entidades de Seguro Comercial e Previdência Privada.10.11 – Entidades Concessionárias do Serviço Público.10.12 – Entidades Públicas da Administração Direta.10.13 – Entidades Públicas da Administração Indireta.10.14 – Entidades Agropecuárias.10.15 – Entidades em Conta de Participação.10.16 – Entidades que Recebem Subvenções, Contribuições,Auxílios e Doações. (3)

10.17 – Entidades que Recebem Subsídios e Incentivos Fiscais.10.18 – Entidades Sindicais e Associações de Classe.10.19 – Entidades Sem Finalidade de Lucros.10.20 – Consórcio de Empresas.10.21– Entidades Cooperativas Operadoras de Planos de Assistência àSaúde. (3)

10.22 – Entidades de Futebol Profissional. (3)

NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.

NBC T 12 – Da Auditoria Interna.

NBC T 13 – Da Perícia Contábil.

NBC T 14 – Revisão Externa de Qualidade pelos Pares. (3)

NBC T 15 – Balanço Social. (3)

Art. 8º As Normas Profissionais, estruturadas segundo o disposto no artigo 6º,têm os seguintes conteúdos:

NBC P 1 – NORMAS PROFISSIONAIS DE AUDITOR INDEPENDENTE

Estabelecem as condições de competência técnico profissional, deindependência e de responsabilidade na execução dos trabalhos, de fixação dehonorários, de guarda de documentação e sigilo, e de utilização do trabalho doauditor interno e de especialistas de outras áreas.

NBC P 2 – NORMAS PROFISSIONAIS DE PERITO CONTÁBIL

Estabelecem as condições de competência técnico profissional, deindependência e responsabilidade na execução dos trabalhos, de impedimentos,

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de recusa de trabalho, de fixação de honorários, de sigilo e utilização de trabalhode especialistas.

NBC P 3 – NORMAS PROFISSIONAIS DE AUDITOR INTERNO

Estabelecem as condições de competência técnico-profissional, deindependência e responsabilidade na execução de trabalhos, da guarda dedocumentação e sigilo, de cooperação com o auditor independente e utilizaçãode trabalho de especialistas.

Art. 9º. As Normas Técnicas estruturadas segundo o disposto no artigo 7º, têm os seguintes conteúdos:

I – NBC T 1 – DAS CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Compreende a informação que deve estar contida nas DemonstraçõesContábeis e outras peças destinadas aos usuários da contabilidade, devendoter, dentre outras, as características da compreensibilidade, relevância,confiabilidade e comparabilidade.

II – NBC T 2 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

A escrituração contábil trata da execução dos registros permanentes daEntidade e de suas formalidades. As normas de escrituração contábil abrangemos seguintes subitens, a saber:

a) das Formalidades da Escrituração Contábil, que fixa as bases e oscritérios a serem observados nos registros.

b) da Documentação que compreende as normas que regem osdocumentos, livros, papéis, registros e outras peças que originam e validam aescrituração contábil.

c) da Temporalidade dos Documentos, que estabelece os prazos que aEntidade deve manter os documentos comprobatórios em seus arquivos.

d) da Retificação de Lançamentos, que estabelece a conceituação e aidentificação das formas de retificação.

e) das Contas de Compensação, que fixa a obrigação de registrar osfatos relevantes, cujos efeitos possam se traduzir em modificações futuras nopatrimônio da Entidade.

f) da Escrituração Contábil das Filiais, que estabelece conceitos e regrasa serem adotados pela Entidade para o registro das transações realizadas

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pelas filiais; e

g) do Balancete, que fixa conceitos e regras, sobre o conteúdo, finalidade eperiodicidade de levantamento do balancete, bem como da responsabilidade doprofissional, mormente quando aquele é usado para fins externos.

III – NBC T 3 – CONCEITO, CONTEÚDO ESTRUTURA E NOMENCLATURADAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Esta norma estabelece os conceitos e regras sobre o conteúdo, a estruturae a nomenclatura das demonstrações contábeis de natureza geral.

A norma estabelece o conjunto das demonstrações capaz de propiciar aosusuários um grau de revelação suficiente para o entendimento da situação patrimoniale financeira da Entidade, do resultado apurado, das origens e aplicações de seusrecursos e das mutações do seu patrimônio líquido num determinado período.

IV – NBC T 4 – DA AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

Esta norma estabelece as regras de avaliação dos componentes dopatrimônio de uma entidade com continuidade prevista nas suas atividades.

V – NBC T 5 – DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (2)

A norma concerne ao modo pelo qual a Contabilidade reflete os efeitos dainflação na avaliação dos componentes patrimoniais de acordo com o Princípioda Atualização Monetária.

VI – NBC T 6 – DA DIVULGAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A norma trata da forma de divulgação das demonstrações contábeis, demaneira a colocá-la à disposição de usuários externos.

VII – NBC T 7 – DA CONVERSÃO DA MOEDA ESTRANGEIRA NASDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A conversão da moeda estrangeira nas demonstrações contábeis tratados critérios a serem adotados para refletir, em moeda corrente nacional, astransações realizadas com o exterior ou em outra moeda.

VIII – NBC T 8 – DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS

As Demonstrações Contábeis Consolidadas são aquelas resultantes daintegração das Demonstrações Contábeis, segundo o conceituado nas Normas

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Brasileiras de Contabilidade, de duas ou mais Entidades vinculadas por interessescomuns, onde uma delas tem o comando direto ou indireto das decisões políticase administrativas do conjunto.

IX – NBC T 9 – DA FUSÃO, INCORPORAÇÃO, CISÃO, TRANSFORMAÇÃO ELIQUIDAÇÃO DE ENTIDADES

A norma estabelece os critérios a serem adotados no caso de fusão,incorporação, cisão, transformação e liquidação de Entidades, tanto nos aspectossubstantivos quanto formais.

X – NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

A norma contempla situações especiais inerentes às atividades de cadatipo de Entidade, não abrangidas nas demais normas que compõem as NormasBrasileiras de Contabilidade.

XI – NBC T 11 – NORMAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE DASDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A norma diz respeito ao conjunto de procedimentos técnicos que tem porobjetivos a emissão de parecer sobre a adequação com que aquelas representama posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações dopatrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos de Entidade auditada,consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica, noque for pertinente.

XII – NBC T 12 – DA AUDITORIA INTERNA

As normas estabelecem os conceitos, as regras gerais de execução dostrabalhos e de emissão de relatórios, na auditoria interna entendida como oconjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade,adequação e eficácia dos controles internos, contábeis e administrativos daEntidade, inclusive quanto às informações físicas geradas.

XIII – NBC T 13 – DA PERÍCIA CONTÁBIL

As normas estabelecem os critérios e regras a serem adotados quandodo planejamento e execução da perícia, os procedimentos a serem adotados eemissão do laudo pericial.

XIV – NBC T 14 – REVISÃO EXTERNA DE QUALIDADE PELOS PARES (3)

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A revisão pelos pares constitui-se em processo educacional deacompanhamento e de fiscalização, tendo por objetivo a avaliação dosprocedimentos adotados pelos Auditores e Firmas de Auditoria, com vistas aassegurar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

As Normas estabelecem os conceitos, objetivos e aplicabilidade da revisãoexterna pelos pares, os critérios e regras para a administração do programa derevisão, definindo as partes envolvidas, características, forma de composição docomitê responsável pelos controles, suas responsabilidades e atribuições.

Trata, também, sobre a periodicidade e prazos para a realização da revisão,os objetivos, procedimentos a serem observados, conteúdo e forma dos relatóriosa serem apresentados.

XV – NBC T 15 – BALANÇO SOCIAL (3)

O Balanço Social é uma demonstração contábil que tem por objetivo aevidenciação de informações de natureza social, com vistas a prestar contas àsociedade pelo uso dos recursos naturais e humanos, demonstrando o grau deresponsabilidade social da entidade.

A Norma estabelece o conceito, os objetivos e os procedimentos paraelaboração, conteúdo e estrutura do Balanço Social.

Art. 10. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, e revoga aResolução CFC nº 711/91.

Brasília, 29 de dezembro de 1993.

IVAN CARLOS GATTIPresidente

(1) Revogada pela Resolução CFC n° 711/91(2) Redenominada pela Resolução CFC n° 875/00(3) Alterada pela Resolução CFC n° 935/02

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RESOLUÇÃO CFC N.º 785/95

Aprova a NBC T 1 – Das Características daInformação Contábil.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 751/93, de 29 dedezembro de 1993;

CONSIDERANDO o estudo desenvolvido pelo Grupo de Trabalho instituídopela Portaria CFC nº 05/95, sob a Coordenação do Contador Ynel Alves deCamargo, tendo como participantes os Contadores: Antonio Carlos Nasi, AriovaldoGuello e Olivio Koliver;

CONSIDERANDO que a expedição de normas reguladoras servirá parapromover a valorização profissional do Contabilista;

CONSIDERANDO finalmente, a boa doutrina e os Princípios Fundamentaisde Contabilidade,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar NBC T 1 – Das Características da Informação Contábil.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Brasília, 28 de julho de 1995.

Contador JOSÉ MARIA MARTINS MENDESPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 1 - DAS CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

1.1 – DO CONCEITO E CONTEÚDO

1.1.1 – A Contabilidade, na sua condição de ciência social, cujo objeto é oPatrimônio, busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação,do registro, da eventual sumarização, da demonstração, da análise e relato dasmutações sofridas pelo patrimônio da Entidade particularizada, a geração deinformações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termosfísicos quanto monetários.

1.1.2 – As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar aos seus usuáriosbase segura às suas decisões, pela compreensão do estado em que se encontra aEntidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece.

1.1.3 – A informação contábil se expressa por diferentes meios, comodemonstrações contábeis, escrituração ou registros permanentes e sistemáticos,documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas, mapas, pareceres,laudos, diagnósticos, prognósticos, descrições críticas ou quaisquer outrosutilizados no exercício profissional ou previstos em legislação.

1.2 – DOS USUÁRIOS

1.2.1 – Os usuários são pessoas físicas ou jurídicas com interesse na Entidade,que se utilizam das informações contábeis desta para seus próprios fins, deforma permanente ou transitória.

1.2.2 – Os usuários incluem, entre outros, os integrantes do mercado de capitais,investidores, presentes ou potenciais, fornecedores e demais credores, clientes,financiadores de qualquer natureza, autoridades governamentais de diversosníveis, meios de comunicação, Entidades que agem em nome de outros, comoassociações e sindicatos, empregados, controladores, acionistas ou sócios,administradores da própria Entidade, além do público em geral.

1.3 – DOS ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

1.3.1 – A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eqüitativa,de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de diferentesusuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, consideradoo fato de que os interesses destes nem sempre são coincidentes.

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1.3.2 – A informação contábil, em especial aquela contida nas demonstraçõescontábeis, notadamente as previstas em legislação, deve propiciar revelaçãosuficiente sobre a Entidade, de modo a facilitar a concretização dos propósitos dousuário, revestindo-se de atributos entre os quais são indispensáveis os seguintes:

- confiabilidade;- tempestividade;- compreensibilidade; e- comparabilidade.

1.4 – DA CONFIABILIDADE

1.4.1 – A confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a informaçãocontábil e a utilize como base de decisões, configurando, pois, elemento essencialna relação entre aquele e a própria informação.

1.4.2 – A confiabilidade da informação fundamenta-se na veracidade, completezae pertinência do seu conteúdo.

§ 1° A veracidade exige que as informações contábeis não contenhamerros ou vieses, e sejam elaboradas em rigorosa consonância com os PrincípiosFundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, e, naausência de norma específica, com as técnicas e procedimentos respaldados naciência da Contabilidade, nos limites de certeza e previsão por ela possibilitados.

§ 2° A completeza diz respeito ao fato de a informação compreender todosos elementos relevantes e significativos sobre o que pretende revelar ou divulgar,como transações, previsões, análises, demonstrações, juízos ou outros elementos.

§ 3° A pertinência requer que seu conteúdo esteja de acordo com a respectivadenominação ou título.

1.5 – DA TEMPESTIVIDADE

1.5.1 – A tempestividade refere-se ao fato de a informação contábil dever chegarao conhecimento do usuário em tempo hábil, a fim de que este possa utilizá-lapara seus fins.

1.5.2 – Nas informações preparadas e divulgadas sistematicamente, como asdemonstrações contábeis, a periodicidade deve ser mantida.Parágrafo único. Quando por qualquer motivo, inclusive de natureza legal, aperiodicidade for alterada, o fato e suas razões devem ser divulgados junto com aprópria informação.

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1.6 – DA COMPREENSIBILIDADE

1.6.1 – A informação contábil deve ser exposta na forma mais compreensível aousuário a que se destine.

§ 1° A compreensibilidade presume que o usuário disponha deconhecimentos de Contabilidade e dos negócios e atividades da Entidade, emnível que o habilite ao entendimento das informações colocadas à sua disposição,desde que se proponha a analisá-las, pelo tempo e com a profundidade necessários.

§2° A eventual dificuldade ou mesmo impossibilidade de entendimentosuficiente das informações contábeis por algum usuário jamais será motivo para asua não-divulgação.

1.6.2 – A compreensibilidade concerne à clareza e objetividade com que ainformação contábil é divulgada, abrangendo desde elementos de natureza formal,como a organização espacial e recursos gráficos empregados, até a redação etécnica de exposição utilizadas.

§ 1° A organização espacial, os recursos gráficos e as técnicas de exposiçãodevem promover o entendimento integral da informação contábil, sobrepondo-se,pois, a quaisquer outros elementos, inclusive de natureza estética.

§ 2° As informações contábeis devem ser expressas no idioma nacional,sendo admitido o uso de palavra em língua estrangeira somente no caso demanifesta inexistência de palavra com significado idêntico na língua portuguesa.

1.7 – DA COMPARABILIDADE

1.7.1 – Acomparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evoluçãoentre determinada informação ao longo do tempo, numa mesma Entidade ou emdiversas Entidades, ou a situação destas num momento dado, com vista apossibilitar-se o conhecimento das suas posições relativas.

1.7.2 – A concretização da comparabilidade depende da conservação dos aspectossubstantivos e formais das informações.

Parágrafo único. A manutenção da comparabilidade não deverá constituirelemento impeditivo da evolução qualitativa da informação contábil.

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RESOLUÇÃO CFC N.º 563/83

Aprova a NBC T 2.1 – Das Formalidades daEscrituração Contábil.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC n.º 529/81, de 23 deoutubro de 1981;

CONSIDERANDO a necessidade de normatizar as formalidades daescrituração contábil;

CONSIDERANDO as sugestões recebidas das Entidades de Classe,Faculdades, Conselhos Regionais de Contabilidade e Contabilistas do País;

CONSIDERANDO os resultados dos estudos e debates promovidos peloGrupo de Trabalho constituído para elaborar as Normas Brasileiras deContabilidade;

CONSIDERANDO que a expedição de normas reguladoras servirão parapromover a valorização profissional do Contabilista,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma NBC T 2.1, que trata das Formalidades daEscrituração Contábil.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor no dia de sua publicação.

Rio de Janeiro, 28 de outubro de 1983.

JOÃO VERNER JUENEMANNPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 2 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

NBC T 2.1 – DAS FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

2.1.1 – A Entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seusatos e fatos administrativos, através de processo manual, mecanizado oueletrônico.

2.1.2 – A escrituração será executada:

a) em idioma e moeda corrente nacionais;

b) em forma contábil;

c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;

d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras,emendas ou transportes para as margens;

e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na suafalta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atosadministrativos.

2.1.2.1 – A terminologia utilizada deve expressar o verdadeiro significadodas transações.1

2.1.2.2 – Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricosdos lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar, emelenco identificador, no “Diário” ou em registro especial revestido das formalidadesextrínsecas.

2.1.3 – A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises emapas demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição eresponsabilidade exclusivas de Contabilista legalmente habilitado.

2.1.4 – O Balanço e demais Demonstrações Contábeis de encerramento deexercício serão transcritos no “Diário”, completando-se com as assinaturas doContabilista e do titular ou representante legal da Entidade.Igual procedimento será adotado quanto às Demonstrações Contábeis elaboradaspor força de disposições legais, contratuais ou estatutárias.

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2.1.5 – O “Diário” e o “Razão” constituem os registros permanentes da Entidade.Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos geraisda escrituração contábil, observadas as peculiaridades da sua função. No “Diário”serão lançadas, em ordem cronológica, com individuação, clareza e referênciaao documento probante, todas as operações ocorridas, incluídas as de naturezaaleatória, e quaisquer outros fatos que provoquem variações patrimoniais.

2.1.5.1 – Observado o disposto no “caput”, admite-se:

a) a escrituração do “Diário” por meio de partidas mensais;

b) a escrituração resumida ou sintética do “Diário”, com valores totais quenão excedam a operações de um mês, desde que haja escrituração analíticalançada em registros auxiliares.

2.1.5.2 – Quando o “Diário” e o “Razão” forem feitos por processo queutilize fichas ou folhas soltas, deverá ser adotado o registro “Balancetes Diáriose Balanços”.

2.1.5.3 – No caso de a Entidade adotar para sua escrituração contábil oprocesso eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica outipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro.

2.1.5.4 – O Livro Diário será registrado no Registro Público competente, deacordo com a legislação vigente.2

(1) Item alterado pela Resolução CFC nº 790, de 13/12/95.(2) Item alterado pela Resolução CFC nº 848, de 16/6/99.

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RESOLUÇÃO CFC N.º 597/85

Aprova a NBC T 2.2 – Da DocumentaçãoContábil.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC n.º 529/81, de 23 deoutubro de 1981;

CONSIDERANDO a necessidade de se estabelecer critérios sobre adocumentação contábil;

CONSIDERANDO os resultados dos estudos e debates promovidos peloGrupo de Trabalho constituído para elaborar as NORMAS BRASILEIRAS DECONTABILIDADE;

CONSIDERANDO que a expedição de normas reguladoras contribuirápara a promoção da valorização profissional do contabilista,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC T 2.2, que trata da Documentação Contábil.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor no dia de sua publicação.

Rio de Janeiro, 14 de junho de 1985.

JOÃO VERNER JUENEMANNPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 2 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

NBC T 2.2 – DA DOCUMENTAÇÃO CONTÁBIL

2.2.1 – A Documentação Contábil compreende todos os documentos, livros,papéis, registros e outras peças, que apóiam ou compõem a escrituraçãocontábil.

2.2.1.1 – Documento contábil, estrito-senso, é aquele que comprova osatos e fatos que originam lançamento(s) na escrituração contábil da Entidade.

2.2.2 – A Documentação Contábil é hábil, quando revestida das característicasintrínsecas ou extrínsecas essenciais, definidas na legislação, na técnica-contábilou aceitas pelos “usos e costumes”.

2.2.3 – A Documentação Contábil pode ser de origem interna quando gerada naprópria Entidade, ou externa quando proveniente de terceiros.

2.2.4 – A Entidade é obrigada a manter em boa ordem a documentação contábil.

Page 86: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 596/85

Aprova a NBC T 2.4 – Da Retificação deLançamentos.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 529/81, de 23 deoutubro de 1981;

CONSIDERANDO a necessidade de normatizar as formalidades daretificação de lançamentos;

CONSIDERANDO a conclusão do GRUPO DE TRABALHO constituídopela Portaria CFC nº 4/82, em reunião realizada nos dias 9 e 10 de maio de1985;

CONSIDERANDO que a expedição de normas reguladoras servirão parapromover a valorização profissional do contabilista,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC T 2.4 – DA RETIFICAÇÃO DE LANÇAMENTOS.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor no dia de sua publicação.

Rio de Janeiro, 14 de junho de 1985.

JOÃO VERNER JUENEMANNPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 2 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

NBC T 2.4 – DA RETIFICAÇÃO DE LANÇAMENTOS

2.4.1 – Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de umregistro realizado com erro, na escrituração contábil das Entidades.

2.4.2 – São formas de retificação:

a – o estorno;

b – a transferência;

c – a complementação.

2.4.2.1 – Em qualquer das modalidades supra mencionadas, o históricodo lançamento deverá precisar o motivo da retificação, a data e a localizaçãodo lançamento de origem.

2.4.3 – O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente,anulando-o totalmente.

2.4.4 – Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização deconta indevidamente debitada ou creditada, através da transposição do valorpara a conta adequada.

2.4.5 – Lançamento de complementação é aquele que vem, posteriormente,complementar, aumentando ou reduzindo, o valor anteriormente registrado.

2.4.6 – Os lançamentos realizados fora da época devida deverão consignar, nosseus históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do atraso.

Page 88: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 612/85

Aprova a NBC T 2.5 – Das Contas deCompensação.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 529/81, de 23 deoutubro de 1981;

CONSIDERANDO os resultados dos estudos e debates promovidos peloGrupo de Trabalho constituído para elaborar as Normas Brasileiras deContabilidade;

CONSIDERANDO que a expedição de normas reguladoras servirão parapromover a valorização profissional do Contabilista;

CONSIDERANDO, finalmente, a boa doutrina e os princípios daContabilidade,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma NBC T 2.5, que trata das CONTAS DECOMPENSAÇÃO.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor no dia de sua publicação.

Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 1985.

JOÃO VERNER JUENEMANNPresidente

Page 89: Normas Brasileiras de Contabilidade

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 2 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

NBC T 2.5 – DAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO

2.5.1 – As contas de compensação constituem sistema próprio.

2.5.2 – Nas contas de compensação registrar-se-ão os atos relevantes cujosefeitos possam se traduzir em modificações no patrimônio da entidade.

2.5.3 – A escrituração das contas de compensação será obrigatória nos casosque se obrigue especificamente.

Page 90: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 684/90

Aprova a NBC T 2.6 – Da EscrituraçãoContábil das Filiais.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC n.º 529/81, de 23 deoutubro de 1981;

CONSIDERANDO os resultados dos estudos e debates promovidos peloGrupo de Trabalho constituído pela Portaria CFC n.º 4/82, reformulada pelaPortaria CFC n.º 9/90, para elaborar as Normas Brasileiras de Contabilidade;

CONSIDERANDO que a expedição de normas reguladoras servirá parapromover a valorização profissional do Contabilista;

CONSIDERANDO, finalmente, a boa doutrina e os princípios deContabilidade;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC T 2.6, que trata da ESCRITURAÇÃO CONTÁBILDAS FILIAIS.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 1990.

IVAN CARLOS GATTIPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 2.6 – DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DAS FILIAIS

01. A Entidade que tiver unidade operacional ou de negócios, quer como filial,agência, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de escrituraçãodescentralizado, deverá ter registros contábeis que permitam a identificaçãodas transações de cada uma dessas unidades, observado o que prevê a NBC T2 – Da Escrituração Contábil.

02. A escrituração de todas as unidades deverá integrar um único sistema contábil,com a observância dos Princípios Fundamentais da Contabilidade aprovadospelo Conselho Federal de Contabilidade.

03. O grau de detalhamento dos registros contábeis ficará a critério da Entidade.

04. As contas recíprocas relativas às transações entre matriz e unidades, bemcomo entre estas, serão eliminadas quando da elaboração das demonstraçõescontábeis.

05. As despesas e receitas que não possam ser atribuídas às unidades serãoregistradas na matriz.

06. O rateio de despesas e receitas, da matriz para as unidades, ficará a critérioda administração da Entidade.

Page 92: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 685/90

Aprova a NBC T 2.7 – Do Balancete.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 529/81, de 23 deoutubro de 1981;

CONSIDERANDO os resultados dos estudos e debates promovidos peloGrupo de Trabalho constituído pela Portaria CFC nº 4/82, reformulada pela PortariaCFC nº 9/90, para elaborar as Normas Brasileiras de Contabilidade;

CONSIDERANDO que a expedição de normas reguladora servirá parapromover a valorização profissional do Contabilista;

CONSIDERANDO, finalmente, a boa doutrina e os princípios deContabilidade;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC T 2.7 – DO BALANCETE.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 1990.

IVAN CARLOS GATTIPresidente

Page 93: Normas Brasileiras de Contabilidade

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 2.7 – DO BALANCETE

01. O balancete de verificação do razão é a relação de contas, com seusrespectivos saldos, extraída dos registros contábeis em determinada data.

02. O grau de detalhamento do balancete deverá ser consentâneo com suafinalidade.

03. Os elementos mínimos que devem constar do balancete são:

a) identificação da Entidade;

b) data a que se refere;

c) abrangência;

d) identificação das contas e respectivos grupos;

e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores;

f) soma dos saldos devedores e credores.

04. O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nomee assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e númerode registro no CRC.

05. O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente.

Page 94: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 686/90

Aprova a NBC T 3 – Conceito, Conteúdo,Estrutura e Nomenclatura dasDemonstrações Contábeis.NBC T 3.1 – Das Disposições Gerais.NBC T 3.2 – Do Balanço Patrimonial.NBC T 3.3 – Da Demonstração doResultado.NBV T 3.4 – Da Demonstração de Lucrosou Prejuízos Acumulados.NBC T 3.5 – Da Demonstração dasMutações do Patrimônio Líquido.NBC T 3.6 – Da Demonstração das Origense Aplicações de Recursos.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 529/81, de 23 deoutubro de 1981;

CONSIDERANDO o estudo desenvolvido pelo Grupo de Trabalho instituídopela Portaria CFC nº 4/82, alterada pela Portaria CFC nº 9/90, sob a coordenaçãodo Contador Ynel Alves de Camargo, tendo como participantes os Contadores:Antônio Carlos Nasi, Antônio Luiz Sarno, George Sebastião Guerra Leone, HugoRocha Braga, Luiz Carlos Vaini, Luiz Francisco Serra, Olívio Koliver e TaikiHirachima;

CONSIDERANDO que nas audiências públicas realizadas nas cidadesde São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e João Pessoaforam acolhidas as sugestões da classe contábil, dentro de um processo amploe genérico de oportunidades de manifestações;

CONSIDERANDO a importância da elaboração de normas reguladoraspara o campo do exercício profissional contábil;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar as Normas Brasileiras de Contabilidade abaixodiscriminadas:

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NBC T 3 – CONCEITO, CONTEÚDO, ESTRUTURA E NOMENCLATURA DASDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.

NBC T 3.1 – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS.

NBC T 3.2 – DO BALANÇO PATRIMONIAL.

NBC T 3.3 – DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO.

NBC T 3.4 – DA DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOSACUMULADOS.

NBC T 3.5 – DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

NBC T 3.6 – DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DERECURSOS.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 1990.

IVAN CARLOS GATTIPresidente

Page 96: Normas Brasileiras de Contabilidade

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 3 – CONCEITO, CONTEÚDO, ESTRUTURA E NOMENCLATURA DASDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

NBC T 3.1 – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

3.1.1 – As demonstrações contábeis (*) são as extraídas dos livros, registros edocumentos que compõem o sistema contábil de qualquer tipo de Entidade.

3.1.2 – A atribuição e responsabilidade técnica do sistema contábil da Entidadecabem, exclusivamente, a contabilista registrado no CRC.

3.1.3 – As demonstrações contábeis observarão os Princípios Fundamentaisde Contabilidade aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

3.1.4 – As demonstrações contábeis devem especificar sua natureza, a data e/ou o período e a Entidade a que se referem.

3.1.5 – O grau de revelação das demonstrações contábeis deve propiciar o suficienteentendimento do que cumpre demonstrar, inclusive com o uso de notas explicativas,que, entretanto, não poderão substituir o que é intrínseco às demonstrações.

3.1.6 – A utilização de procedimentos diversos daqueles estabelecidos nestaNorma somente será admitida em Entidades públicas e privadas sujeitas anormas contábeis específicas, fato que será mencionado em destaque nademonstração ou em nota explicativa.

3.1.7 – Os efeitos inflacionários são tratados em Norma específica.(*) Inclusive as denominadas “financeiras” na legislação.

NBC T 3.2 – DO BALANÇO PATRIMONIAL

3.2.1 – Conceito

3.2.1.1 – O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada aevidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o Patrimônioe o Patrimônio Líquido da entidade.

3.2.2 – Conteúdo e Estrutura

3.2.2.1 – O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo epelo Patrimônio Líquido.

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a) O Ativo compreende as aplicações de recursos representados por bense direitos;

b) O Passivo compreende as origens de recursos representados pelasobrigações para com terceiros;

c) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade eseu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo menosPassivo). Portanto, o valor do Patrimônio Líquido pode ser positivo, nulo ounegativo.

No caso em que o valor do Patrimônio Líquido é negativo é tambémdenominado de “Passivo a Descoberto”.

3.2.2.2 – As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dosprazos esperados de realização, e as contas do passivo são dispostas emordem crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados,observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos.

3.2.2.3 – Os direitos e as obrigações são classificados em grupos doCirculante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e osprazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso doexercício subseqüente à data do balanço patrimonial.

3.2.2.4 – Os direitos e as obrigações são classificados, respectivamente,em grupos de Realizável e Exigível a Longo Prazo, desde que os prazosesperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidasou esperados, situem-se após o término do exercício subseqüente à data dobalanço patrimonial.

3.2.2.5 – Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior queo exercício social, a classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base oprazo desse ciclo.

3.2.2.6 – Os saldos devedores ou credores de todas as contas retificadorasdeverão ser apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contasque lhes deram origem.

3.2.2.7 – Os valores recebidos como receitas antecipadas por conta deprodutos ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros, denominadoscomo resultado de exercícios futuros, na legislação, serão demonstrados com adedução dos valores ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações, dentrodo respectivo grupo do ativo ou do passivo.

3.2.2.8 – Os saldos devedores e credores serão demonstrados

Page 98: Normas Brasileiras de Contabilidade

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separadamente, salvo nos casos em que a Entidade tiver direito ou obrigação decompensá-los.

3.2.2.9 – Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serãoagrupados, desde que seja indicada a sua natureza e nunca ultrapassem, nototal, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilizaçãode títulos genéricos como “diversas contas” ou “contas-correntes”.

3.2.2.10 – As contas que compõem o ativo devem ser agrupadas, segundosua expressão qualitativa, em:

I – Circulante

O Circulante compõe-se de:

a) Disponível

São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da Entidade,compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, osdepósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata.

b) Créditos

São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos.

c) Estoques

São os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos emelaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços emandamento e outros valores relacionados às atividades-fins da Entidade.

d) Despesas Antecipadas

São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do períodosubseqüente à data do balanço patrimonial.

e) Outros Valores e Bens

São os não relacionados às atividades-fins da Entidade.

II – Realizável a Longo Prazo

São os ativos referidos nos itens I b), c), d), e) anteriores, cujos prazos esperadosde realização situem-se após o término do exercício subseqüente à data dobalanço patrimonial.

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III – Permanente

São os bens e direitos não destinados à transformação direta e meios depagamento e cuja perspectiva de permanência na Entidade ultrapasse umexercício. É constituído pelos seguintes subgrupos:

a) Investimentos

São as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se destinemà manutenção das atividades-fins da Entidade.

b) Imobilizado

São os bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na consecução dasatividades-fins da Entidade.

c) Diferido

São as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formaçãodo resultado de mais de um exercício social.

3.2.2.11 – As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas,segundo sua expressão qualitativa, em:

I – Circulante

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazosestabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente àdata do balanço patrimonial.

II – Exigível a Longo Prazo

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazosestabelecidos ou esperados, situem-se após o término do exercício subseqüenteà data do balanço patrimonial.

3.2.2.12 – As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem seragrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em:

I – Capital

São os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporaçãode reservas de lucros.

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II – ReservasSão os valores decorrentes de retenções de lucros, de reavaliação de ativos ede outras circunstâncias.

III – Lucros ou Prejuízos Acumulados

São os lucros retidos ou ainda não destinados e os prejuízos ainda nãocompensados, estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido.

3.2.2.13 – No caso do Patrimônio Líquido ser negativo, será demonstradoapós o Ativo, e seu valor final denominado de Passivo a Descoberto.

NBC T 3.3 – DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

3.3.1 – Conceito

3.3.1.1 – A demonstração do resultado é a demonstração contábildestinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinadoperíodo de operações da Entidade.

3.3.1.2 – A demonstração do resultado, observado o princípio decompetência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados medianteconfronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas.

3.3.2 – Conteúdo e Estrutura

3.3.2.1 – A demonstração do resultado compreenderá:

a) as receitas e os ganhos do período, independentemente de seurecebimento;

b) os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos,correspondentes a esses ganhos e receitas.

3.3.2.2 – A compensação de receitas, custos e despesas é vedada.

3.3.2.3 – A demonstração do resultado evidenciará, no mínimo, e de formaordenada:

a) as receitas decorrentes da exploração das atividades-fins;

b) os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos, asdevoluções e os cancelamentos;

Page 101: Normas Brasileiras de Contabilidade

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c) os custos dos produtos ou mercadorias vendidos e dos serviçosprestados;

d) o resultado bruto do período;

e) os ganhos e perdas operacionais;

f) as despesas administrativas, com vendas, financeiras e outras e asreceitas financeiras;

g) o resultado operacional;

h) as receitas e despesas e os ganhos e perdas não decorrentes dasatividades-fins;

i) o resultado antes das participações e dos impostos;

j) as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado;

l) as participações no resultado;

m) o resultado líquido do período.

NBT 3.4 – DA DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

3.4.1 - Conceito

3.4.1.1 – A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é ademonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, asmutações nos resultados acumulados da Entidade.

3.4.2 – Conteúdo e Estrutura

3.4.2.1 – A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

a) o saldo no início do período;

b) os ajustes de exercícios anteriores;

c) as reversões de reservas;

d) a parcela correspondente à realização de reavaliação, líquida do efeitodos impostos correspondentes;

Page 102: Normas Brasileiras de Contabilidade

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e) o resultado líquido do período;

f) as compensações de prejuízos;

g) as destinações do lucro líquido do período;

h) os lucros distribuídos;

i) as parcelas de lucros incorporadas ao capital;

j) o saldo no final do período.

3.4.2.2 – Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentesde efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável adeterminado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

3.4.2.3 – A Entidade que elaborar a demonstração das mutações dopatrimônio líquido, nela incluirá a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.

NBC T 3.5 – DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIOLÍQUIDO

3.5.1 – Conceito

3.5.1.1 – A demonstração das mutações do patrimônio líquido é aqueladestinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, havidas no PatrimônioLíquido da entidade, num determinado período de tempo. (1)

3.5.2 – Conteúdo e Estrutura

3.5.2.1 – A demonstração das mutações do patrimônio líquido discriminará:

a) os saldos no início do período;

b) os ajustes de exercícios anteriores;

c) as reversões e transferências de reservas e lucros;

d) os aumentos de capital discriminando sua natureza;

e) a redução de capital;

f) as destinações do lucro líquido do período;

(1) alterado pela Resolução CFC nº 847.

Page 103: Normas Brasileiras de Contabilidade

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g) as reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostoscorrespondentes;

h) o resultado líquido do período;

i) as compensações de prejuízos;

j) os lucros distribuídos;

l) os saldos no final do período.

NBC T 3.6 – DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DERECURSOS

3.6.1 – Conceito

3.6.1.1 – A demonstração das origens e aplicações de recursos é ademonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, asmodificações que originaram as variações no capital circulante líquido daEntidade.

3.6.2 – Conteúdo e Estrutura

3.6.2.1 – A demonstração das origens e aplicações de recursosdiscriminará:

a) o valor resultante das operações da Entidade, correspondente ao resultadolíquido do período, retificado por valores que não geraram movimentação denumerário ou não afetaram o capital circulante, que tanto poderá constituir-seem origens ou em aplicação de recursos;

b) as origens dos recursos, compreendendo:

1) os aportes de capital;

2) os recursos provenientes da realização de ativos de longo prazo e permanente;

3) os recursos provenientes de capital de terceiros de longo prazo.

c) as aplicações dos recursos, compreendendo:

1) os recursos destinados ao pagamento das participações nos lucros aossócios ou acionistas;

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2) os recursos aplicados na aquisição do permanente e no aumento dosativos de longo prazo;

3) os recursos aplicados na redução de obrigações de longo prazo;

4) os reembolsos de capital.

d) a variação do capital circulante líquido, resultante da diferença entre ostotais das origens e das aplicações dos recursos.

e) demonstração da variação do capital circulante líquido, compreendendoos saldos iniciais e finais do ativo e do passivo circulante, e respectivas variaçõeslíquidas do período.

Page 105: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 732/92

Aprova a NBC T 4 – Da AvaliaçãoPatrimonial.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 711/91, de 25 dejulho de 1991;

CONSIDERANDO o resultado do trabalho desenvolvido pelo Grupo deEstudo sobre Normas Brasileiras de Contabilidade;

CONSIDERANDO que a elaboração de normas reguladoras para o campodo exercício profissional contábil se constitui em eficaz instrumento voltado aoaprimoramento do trabalho de Contabilidade,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC T 4 – DA AVALIAÇÃO PATRIMONIAL.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Salvador, 22 de outubro de 1992.

Contador IVAN CARLOS GATTIPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DECONTABILIDADE

NBC T 4 – DA AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

4.1 – DISPOSIÇÕES GERAIS

4.1.1 – Esta norma estabelece as regras de avaliação dos componentes dopatrimônio de uma entidade com continuidade prevista nas suas atividades.

4.1.2 – Os componentes do patrimônio são avaliados em moeda corrente nacional.

4.1.3 – Os componentes do patrimônio em moeda estrangeira são convertidosao valor da moeda corrente nacional, à taxa de câmbio da data da avaliação.

4.1.4 – As parcelas dos encargos financeiros prefixados não incorridas sãoregistradas separadamente e demonstradas como valores redutores das contasou do grupo de contas que lhes deram origem.

4.1.5 – Os componentes do patrimônio com cláusula de atualização monetáriaposfixada são atualizados até a data da avaliação.

4.1.6 – Valor de mercado é o preço à vista praticado, deduzido das despesas derealização e da margem de lucro. As avaliações feitas pelo valor de mercadodevem ter como base transação mais recente, cotação em bolsa e outrasevidências disponíveis e confiáveis.

4.1.7 – Valor presente é aquele que expressa o montante ajustado em funçãodo tempo a transcorrer entre as datas da operação e do vencimento, de créditoou obrigação de financiamento ou de outra transação usual da entidade, mediantededução dos encargos financeiros respectivos, com base na taxa contratada ouna taxa média de encargos financeiros praticada no mercado.

4.1.8 – Quando, concretamente, a lei dispuser diferentemente desta norma, oprofissional deve observar a ordem legal, em seu trabalho.

4.2 – ATIVO

4.2.1 – Disponível

4.2.1.1 – As disponibilidades em moeda estrangeira são convertidas aovalor da moeda corrente nacional, à taxa de câmbio da data da avaliação.

4.2.1.2 – As aplicações financeiras de liquidez imediata, representadas

Page 107: Normas Brasileiras de Contabilidade

107

por títulos negociáveis, são avaliadas pelo custo histórico, ao qual são acrescidosos rendimentos proporcionais auferidos até a data da avaliação.

4.2.1.3 – As aplicações em ouro, como ativo financeiro, são avaliadaspelo valor de mercado.

4.2.2 – Créditos

4.2.2.1 – Os direitos e títulos de crédito, originados das atividades-fimsão avaliados pelo valor nominal; aqueles sujeitos a ajustes decorrentes deatualização monetária, variação cambial, encargos financeiros de mercado eoutras cláusulas contratuais têm seus valores ajustados, já excluídos os créditosprescritos.

4.2.2.2 – Os outros créditos para com terceiros e com empresas coligadas,controladas, controladora ou de qualquer forma associadas, são consideradospelo seu valor nominal e ajustados segundo condições estabelecidas oucontratadas.

4.2.2.3 – Os investimentos temporários são avaliados ao custo deaquisição, e, quando aplicável, acrescidos da atualização monetária, dos jurose outros rendimentos auferidos.

4.2.2.4 – Os direitos, títulos de crédito e quaisquer outros créditosmercantis, financeiros e outros prefixados, são ajustados a valor presente.

4.2.2.5 – As provisões para perdas ou riscos de créditos são constituídascom base em estimativas de seus prováveis valores de realizações.

4.2.3 – Estoques

4.2.3.1 – Os estoques de mercadorias, matérias-primas, outros materiaise componentes são avaliados pelo custo de aquisição, atualizadomonetariamente, ou pelo valor de mercado, quando este for menor.

4.2.3.2 – Os estoques de produtos acabados e em elaboração e osserviços em andamento são avaliados pelo custo de produção, atualizadomonetariamente, ou valor de mercado, quando este for menor.

4.2.3.3 – Os estoques obsoletos ou inservíveis são avaliados pelo valorlíquido de realização e os estoques invendáveis devem ser baixados.

4.2.3.4 – Os estoques de animais e de produtos agrícolas e extrativos,destinados à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando atendidasas seguintes condições:

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a) que a atividade seja primária;

b) que o custo de produção seja de difícil determinação;

c) que haja um efetivo mercado que possibilite a liquidez imediata desseestoque e que valide a formação do seu preço; e

d) que seja possível estimar o montante das despesas de realização da venda.

4.2.4 – Despesas Antecipadas

4.2.4.1 – As despesas antecipadas são avaliadas pelo valor aplicado,atualizado monetariamente.

4.2.5 – Outros Valores e Bens

4.2.5.1 – Outros valores e bens são avaliados, segundo sua natureza,pelos critérios indicados por esta norma.

4.2.6 – Investimentos Permanentes

4.2.6.1 – Os investimentos permanentes são avaliados pelo custo deaquisição, atualizado monetariamente, ou com base no valor de patrimônio líquido.

4.2.6.2 – São avaliados com base no valor de patrimônio líquido:

a) o investimento relevante em cada coligada, quando a investidora tenhainfluência na administração ou quando a porcentagem de participação dainvestidora representar 20% (vinte por cento) ou mais do capital social dacoligada;

b) os investimentos em cada controlada;

c) os investimentos em coligadas e/ou controladas, cujo valor contábilseja, em conjunto, igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimôniolíquido da investidora.

Parágrafo único. Os conceitos de empresas coligadas, controladas e derelevância de investimentos são aqueles estabelecidos pela legislação societária.

4.2.6.3 – O custo de aquisição de investimento em coligada e/ou controladaé desdobrado em:

a) valor de patrimônio líquido baseado em balanço patrimonial levantadono prazo da legislação societária;

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b) ágio e deságio na aquisição, representado pela diferença para mais oumenos, respectivamente, entre o custo de aquisição do investimento e o valorde patrimônio líquido, que serão amortizados com base em sua fundamentaçãoeconômica.

4.2.6.4 – As provisões para perdas no valor dos investimentos sãoconstituídas com base em perdas potenciais. (1)

4.2.6.5 – O valor dos investimentos não é modificado em razão dorecebimento, sem custo, de ações e quotas bonificadas.

4.2.7 – Imobilizado

4.2.7.1 – Os componentes do ativo imobilizado são avaliados ao custo deaquisição ou construção, atualizado monetariamente, deduzido das respectivasdepreciações, amortizações e exaustões acumuladas, calculadas com base naestimativa de sua utilidade econômica.

4.2.7.2 – Os bens e direitos recebidos por doação são registrados pelovalor nominal ou de mercado, o que for mais claramente identificado.

4.2.7.3 – O fundo de comércio e outros valores intangíveis adquiridos sãoavaliados pelo valor transacionado, atualizado monetariamente, deduzido dasrespectivas amortizações, calculadas com base na estimativa de sua utilidadeeconômica.

4.2.8 - Diferido

4.2.8.1 – Os componentes do ativo diferido são avaliados ao custo deaplicação, atualizado monetariamente, deduzido das respectivas amortizações,calculadas com base no período em que serão auferidos os benefícios delesdecorrentes a partir do início da operação normal. A baixa do valor aplicadodeve ser registrada quando cessarem os empreendimentos que integravam,ou restar comprovado que estes não produzirão resultados suficientes paraamortizá-los.

4.3 – PASSIVO

4.3.1 – As obrigações e encargos, conhecidos ou calculáveis, são computadospelo valor atualizado até a data da avaliação.

4.3.2 – Os passivos contingentes decorrentes de obrigações trabalhistas,previdenciárias, fiscais, contratuais, operacionais e de pleitos administrativos ejudiciais, são provisionados pelo seu valor estimado.(1) alterado pela Resolução CFC nº 846/99.

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4.3.3 – As obrigações em moeda estrangeira são convertidas ao valor da moedacorrente nacional, à taxa de câmbio da data da avaliação.

4.3.4 – As obrigações de financiamento com valor prefixado são ajustadas a valor presente.

4.3.5 – As demais obrigações com valor nominalmente fixado e com prazo parapagamento são ajustadas a valor presente.

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RESOLUÇÃO CFC N.º 737/92

Aprova a NBC T 6 – Da Divulgação dasDemonstrações Contábeis.6.1 – Da Forma de Apresentação.6.2 – Do Conteúdo das Notas Explicativas.6.3 – Das Republicações.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução CFC nº 711/91, de 25/7/1991;

CONSIDERANDO o estudo desenvolvido pelo Grupo de Trabalho instituídopela Portaria CFC nº 9/90;

CONSIDERANDO a importância da elaboração de normas reguladoraspara o campo do exercício profissional contábil,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade abaixo discriminada:

NBC T 6 – DA DIVULGAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.

6.1 – DA FORMA DE APRESENTAÇÃO.

6.2 – DO CONTEÚDO DAS NOTAS EXPLICATIVAS.

6.3 – DAS REPUBLICAÇÕES.

Art. 2º A presente Resolução entra em vigor na data de sua assinatura.

Brasília, 27 de novembro de 1992.

Contador IVAN CARLOS GATTIPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 6 – DA DIVULGAÇÃO DAS DEMAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

NBC T 6.1 – DA FORMA DE APRESENTAÇÃO

6.1.1 – Conceito

6.1.1.1 – A divulgação é o ato de colocar as demonstrações contábeis daEntidade à disposição de seus usuários.

6.1.1.2 – São meios de divulgação:

a) a publicação das demonstrações contábeis na imprensa, oficial ou privada,em qualquer das suas modalidades;

b) a remessa das demonstrações contábeis a titulares do capital,associados, credores, órgãos fiscalizadores ou reguladores, bolsas de valores,associações de classe, entidades de ensino e pesquisa, e outrosinteressados;

c) a comunicação de que as demonstrações contábeis estão à disposiçãodos titulares do capital, associados e demais interessados, em local ou locaisidentificados.

6.1.1.2.1 – Os meios de divulgação referidos nos itens a, b e cpodem decorrer tanto de disposições legais, regulamentares ou regimentais,como de iniciativa da própria Entidade.

6.1.1.3 – A forma de apresentação das demonstrações contábeis paradivulgação obedecerá aos modelos definidos em interpretações técnicas.

6.1.2 – Objetivos e conteúdo

6.1.2.1 – A divulgação das demonstrações contábeis tem por objetivofornecer, aos seus usuários, um conjunto mínimo de informações de naturezapatrimonial, econômica, financeira, legal, física e social que lhes possibilitem oconhecimento e a análise da situação da Entidade.

6.1.2.2 – O conteúdo, a forma de apresentação e a divulgação dasdemonstrações contábeis de Entidades com atividades atípicas ou comregulamentação específica são tratados em normas próprias.

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NBC T 6.2 – DO CONTEÚDO DAS NOTAS EXPLICATIVAS

6.2.1 – Disposições gerais

6.2.1.1 – Esta norma trata das informações mínimas que devem constardas notas explicativas. Informações adicionais poderão ser requeridas emdecorrência da legislação e outros dispositivos regulamentares específicos emfunção das características da Entidade.

6.2.2 – Definição e conteúdo das notas explicativas

6.2.2.1 – As notas explicativas são parte integrante das demonstraçõescontábeis.

6.2.2.2 – As informações contidas nas notas explicativas devem serrelevantes, complementares e/ou suplementares àquelas não suficientementeevidenciadas ou não constantes nas demonstrações contábeis propriamente ditas.

6.2.2.3 – As notas explicativas incluem informações de naturezapatrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, bem como os critériosutilizados na elaboração das demonstrações contábeis e eventos subseqüentesao balanço.

6.2.3 – Aspectos a observar na elaboração das notas explicativas

6.2.3.1 – Os seguintes aspectos devem ser observados na elaboraçãodas notas explicativas:

a) as informações devem contemplar os fatores de integridade,autenticidade, precisão, sinceridade e relevância;

b) os textos devem ser simples, objetivos, claros e concisos;

c) os assuntos devem ser ordenados obedecendo a ordem observada nasdemonstrações contábeis, tanto para os agrupamentos como para as contasque os compõem;

d) os assuntos relacionados devem ser agrupados segundo seus atributoscomuns;

e) os dados devem permitir comparações com os de datas de períodosanteriores;

f) as referências a leis, decretos, regulamentos, normas brasileiras decontabilidade e outros atos normativos devem ser fundamentadas e restritas

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aos casos em que tais citações contribuam para o entendimento do assuntotratado na nota explicativa.

NBC T 6.3 – DAS REPUBLICAÇÕES

6.3.1 – Disposições gerais

6.3.1.1 – A nova divulgação das demonstrações contábeis – nesta normadenominada de republicação – ocorre quando as demonstrações publicadasanteriormente contiverem erros significativos e/ou quando não foram divulgadasinformações relevantes para o seu correto entendimento ou que sejamconsideradas insuficientes.

6.3.1.2 – A republicação de demonstrações contábeis não deve serconfundida com a publicação de informação tipo “errata”. Esta tem por objetivocorrigir erro na publicação.

6.3.2 – Fundamentos e procedimentos para republicação

6.3.2.1 – A republicação de demonstrações contábeis aplica-se quando:

a) as demonstrações forem elaboradas em desacordo com os princípiosfundamentais de contabilidade, ou com infringência de normas de órgãosreguladores; e

b) a assembléia de sócios ou acionistas, quando for o caso, aprovar aretificação das Demonstrações Contábeis Publicadas.

6.3.2.2 – As demonstrações contábeis quando republicadas devemdestacar que se trata de “republicação”, bem como explicitar as razões que amotivaram e a data da primeira publicação.

6.3.2.3 – Não é necessária a republicação de demonstrações contábeis,quando a assembléia de sócios ou acionistas alterar apenas a destinação deresultados proposta pela administração da Entidade.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 912/01

Aprova a NBC T 7 - Da Conversão da MoedaEstrangeira nas Demonstrações Contábeis.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabeleceregras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização detrabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 10/01, bemcomo o intenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõemrepresentando, além desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão deValores Mobiliários, o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional deSeguro Social, o Ministério da Educação, a Secretaria da Receita Federal, aSecretaria do Tesouro Nacional, a Secretaria Federal de Controle e aSuperintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 51, de19 de setembro de 2001;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 7 – DaConversão da Moeda Estrangeira nas Demonstrações Contábeis.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 9 de outubro de 2001.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 7 – DA CONVERSÃO DA MOEDA ESTRANGEIRA NASDEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

7.1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

7.1.1 - Esta norma define como devem ser contabilizadas as transações queenvolvam moeda estrangeira, realizadas por entidades sediadas no Brasil, combase no valor do patrimônio líquido.

7.1.2 – Na norma são utilizados os seguintes termos e expressões:

a) Transação em moeda estrangeira é a operação de exportação,importação, empréstimo, etc. realizada por entidade sediada no Brasil, comentidade do exterior, a ser liquidada em moeda estrangeira;

b) Moeda nacional é a moeda de curso legal no Brasil e na qual seexpressam os registros e as demonstrações contábeis da entidade brasileira;

c) Moeda estrangeira é a moeda de curso legal em um país estrangeiro;

d) Taxa cambial é a taxa para a troca de duas moedas distintas;

e) Variação cambial é a diferença, em moeda nacional, resultante dasmodificações nas taxas cambiais de uma moeda estrangeira; e

f) Taxa de fechamento é a taxa cambial vigente na data do encerramentodo exercício ou período, ou, não sendo disponível ou divulgada, a taxa cambialdo último dia útil antes do encerramento do exercício ou período.

7.2 - DO REGISTRO CONTÁBIL

7.2.1 - Uma transação em moeda estrangeira deve ser contabilizada, no seumomento inicial, em moeda nacional, aplicando-se para conversão do montanteem moeda estrangeira a taxa cambial dessa moeda na data da transação, emconformidade com a natureza da transação, como compra, venda oufinanciamento.

7.2.2 - Na data de cada encerramento de exercício ou de período menor, ossaldos devedores e credores decorrentes de operações em moeda estrangeiradevem ser avaliados pela taxa de fechamento de fechamento de câmbio aplicávelnaquela data, conforme a natureza da transação.

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7.2.3 - A variação cambial está vinculada à mudança na taxa de câmbio entre asdatas original da transação e a da liquidação de saldos devedores e credoresem moeda estrangeira.

7.2.4 - A variação cambial apurada entre a data do registro inicial e a da liquidaçãode saldos devedores ou credores em moeda estrangeira no mesmo período, ouentre a data inicial ou a do último encerramento e a data de encerramento atualou de liquidação, deve ser contabilizada como receita ou despesa no(s)exercício(s) ou período(s) em que foi incorrida, de acordo com o Princípio daCompetência .

7.3 - DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

7.3.1 - As demonstrações contábeis da entidade sediada no Brasil que efetuatransações no exterior devem divulgar:

a) os saldos devedores e credores relevantes em moedas estrangeiras,com indicação de sua natureza; e

b) a política da entidade no gerenciamento do risco relacionado com amoeda estrangeira.

7.3.2 - A entidade sediada no Brasil deve divulgar o efeito sobre os itens monetáriosem moeda estrangeira da mudança nas taxas cambiais ocorrida depois da datado balanço, se essa mudança for relevante.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 937/02

Aprova a NBC T 8 - Das DemonstraçõesContábeis Consolidadas.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais;

CONSIDERANDO que os Princípios Fundamentais de Contabildade,estabelecidos mediante as Resoluções CFC nº 750/93, nº 774/94 e nº 900/01,bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicasconstituem corpo de doutrina contábil que estabelece regras de procedimentostécnicos a serem observadas por ocasião da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO a importância da elaboração de Normas reguladoraspara o campo do exercício profissional contábil;

CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importânciada contabilidade exigem a atualização e aprimoramento das normas endereçadasà sua regência para manter permanente justaposição e ajustamento entre otrabalho a ser realizado e o modo ou processo dessa realização;

CONSIDERANDO que a forma adotada para fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabildade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas realizações;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho instituído pelo ConselhoFederal de Contabilidade em conjunto com o Ibracon - Instituto dos AuditoresIndependentes do Brasil, atendendo o disposto nos artigos 7º e 8º da ResoluçãpCFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, elaborou a NBC T 8 - DasDemonstrações Contábeis Consolidadas;

CONSIDERANDO que por tratar-se de atribuição que, para adequadodesempenho, deve ser empreedida pelo Conselho Federal de Contabilidade emregime de franca, real e aberta cooperação com o Banco Central do Brasil, aComissão de Valores Mobiliários, o Instituto de Auditores Independentes doBrasil, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministério da Educação, aSecretaria Federal de Controle, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria doTesouro Nacional e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 27, de23 de maio de 2002, aprovada pelo Plenário deste Conselho Federal deContabilidade, em 24 de maio de 2002,

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RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC T 8 - Das Demonstrações Contábeis Consolidadas.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor para os trabalhos relativos àsdemonstrações contábeis o exercício iniciado a partir de janeiro de 2003.

Art. 3º Esta Resolução revoga a Resolução CFC nº 758, de 29 de dezembro de1993, a partir do dia 1º de janeiro de 2003.

Brasília, 24 de maio de 2002.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 8 – DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS

8.1 - CONCEITOS E OBJETIVOS

8.1.1 - Demonstrações Contábeis Consolidadas são aquelas resultantes daagregação das demonstrações contábeis, estabelecidas pelas Normas Brasileirasde Contabilidade, de duas ou mais entidades, das quais uma tem o controledireto ou indireto sobre a(s) outra(s).

8.1.2 - Uma Entidade exerce o controle sobre outra quando detém, direta ouindiretamente, por intermédio de outras Entidades, direitos de sócia que lheassegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e opoder de eleger ou destituir a maioria dos administradores.

8.1.3 - Uma entidade exerce o controle conjunto sobre outra quando os poderesprevistos no item 8.1.2 são exercidos por duas ou mais entidades vinculadaspor acordo de votos.

8.1.4 – A entidade que exerce o controle direto ou indireto sobre outra édenominada de controladora, e a entidade comandada, de controlada, inclusivequando esta estiver sob controle conjunto.

8.1.5 - A entidade que possuir investimento em entidades controladas,incluindo as sob controle conjunto, deve elaborar demonstrações contábeisconsolidadas.

8.1.6 - As demonstrações contábeis consolidadas abrangem entidadesindependentes com patrimônios autônomos, não surgindo, pela consolidação,nova entidade, mas tão-somente uma unidade de natureza econômico-contábil,segundo o que estabelece o parágrafo único do artigo 4º da Resolução CFC nº750, de 29 de dezembro de 1993, tendo por objetivo apresentar a posiçãopatrimonial e financeira, os resultados das operações e as origens e aplicaçõesde recursos do conjunto, sem restringir-se a limitações legais e à personalidadejurídica das entidades envolvidas.

8.1.7 - Entende-se por unidade de natureza econômico-contábil o patrimônio,sem personalidade jurídica própria, resultante da agregação de patrimôniosautônomos pertencentes a duas ou mais entidades.

8.1.8 - As demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balançopatrimonial consolidado, a demonstração consolidada do resultado do exercícioe a demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos,

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complementados por notas explicativas e outros quadros analíticos necessáriosao esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados consolidados.

8.2 - PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO

8.2.1 - A consolidação é o processo de agregar saldos de contas e/ou de gruposde contas de mesma natureza, de eliminar saldos de transações e departicipações entre entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil e de segregar as participações de não-controladores, quando for o caso.

8.2.2 – A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis de entidadecontrolada a partir da data em que assume seu controle, individual ou emconjunto.

8.2.3 - Os ajustes e as eliminações decorrentes do processo de consolidaçãodevem ser realizados em documentos auxiliares, não originando nenhum tipo delançamento na escrituração das entidades que formam a unidade de naturezaeconômico-contábil.

8.2.4 - Quando o controle for exercido de forma conjunta, os saldos referidos noitem 8.2.1 devem ser agregados às demonstrações contábeis consolidadas decada controladora, na proporção da participação destas no capital social dacontrolada.

8.2.5 - No caso de uma das entidades controladoras passar a exercer direta ouindiretamente o controle da entidade sob controle conjunto, a controladora finaldeve passar a consolidar integralmente os elementos do patrimônio da controlada.

8.2.6 - As entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábildevem segregar, em contas específicas, as transações realizadas entre si.

8.2.7 - As demonstrações contábeis das entidades controladas, para fins deconsolidação, devem ser levantadas na mesma data ou até no máximo 60(sessenta) dias antes da data das demonstrações contábeis da controladora.

8.2.8 - Quando demonstrações contábeis com datas diferentes são consolidadas,devem ser efetuados ajustes que reflitam os efeitos de eventos relevantes nasentidades, que ocorrerem entre aquelas datas e a data-base das demonstraçõescontábeis da unidade de natureza econômico-contábil.

8.2.9 - Quando o percentual de participação da controladora no capital dacontrolada variar durante o exercício, os resultados devem ser incluídosproporcionalmente às percentagens de participação, período por período.

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8.2.10 - Das demonstrações contábeis consolidadas são eliminados:a) os valores dos investimentos da controladora em cada controlada e o

correspondente valor no patrimônio líquido da controlada;

b) os saldos de quaisquer contas decorrentes de transações entre asentidades incluídas na consolidação;

c) as parcelas dos resultados do exercício, do patrimônio líquido e do custode ativos de qualquer natureza que corresponderem a resultados ainda não realizadosde negócios entre as entidades, exceto quando representarem perdas permanentes.

8.2.11 - Os resultados ainda não realizados, provenientes de negócios entre asentidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil, somente seconsideram realizados quando resultarem de negócios efetivos com terceiros.

8.2.12 - No processo de consolidação das demonstrações contábeis, não sepodem compensar quaisquer ativos ou passivos pela dedução de outros passivosou ativos, a não ser que exista um direito de compensação, e este represente aexpectativa quanto à realização do ativo e à liquidação do passivo.

8.2.13 - Os impostos e contribuições relacionados às transações entre asentidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil devem serreconhecidos na mesma proporção dos resultados ainda não realizados, eclassificados no ativo ou passivo a curto ou a longo prazo como tributosdiferidos.

8.2.14 - Os resultados de entidade controlada devem ser incluídos nasdemonstrações contábeis consolidadas:

a) a partir da data da aquisição da participação;

b) até a data da sua baixa.

8.2.15 - As demonstrações contábeis de todas as entidades controladas, noPaís ou no exterior, incluindo a filial, agência, sucursal, dependências ou escritóriode representação, devem ser consolidadas sempre que os respectivos ativos epassivos não estejam incluídos na contabilidade da controladora por força denormatização específica.

8.2.16 - Devem ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas asentidades controladas que se encontrem nas seguintes condições:

a) com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujopatrimônio seja avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou

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b) cuja venda por parte da controladora, em futuro próximo, tenha efetivae clara evidência de realização devidamente formalizada.

8.2.17 - No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento naentidade controlada excluída da consolidação deve ser avaliado pelo método daequivalência patrimonial.

8.2.18 - Sempre que houver efeito relevante em razão de exclusão de entidadecontrolada, as demonstrações contábeis consolidadas devem ser ajustadas parafins de comparação.

8.2.19 - A falta de semelhança das operações de entidade controlada com as daentidade controladora não gera sua exclusão das demonstrações contábeisconsolidadas.

8.2.20 - O montante correspondente ao ágio ou deságio proveniente da aquisiçãoou subscrição de capital de entidade controlada, não excluído nos termos doitem 8.2.9, quando decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte oude todos os bens do ativo da controlada e o respectivo valor contábil, deve serapresentado como adição ou retificação da conta utilizada pela entidadecontrolada para registro do ativo especificado.

8.2.21 - O ágio ou deságio decorrente de expectativa de resultado futuro,representado pela diferença entre o valor pago na aquisição do investimento e ovalor de mercado dos ativos da controlada, deve ser apresentado:

a) em conta destacada no ativo permanente, em caso de ágio; e

b) em conta específica de resultados de exercícios futuros, em caso dedeságio.

8.2.22 - O valor correspondente à provisão para perdas constituída na entidadecontroladora deve ser deduzido do saldo da conta da entidade controlada quetenha dado origem à constituição da provisão, ou apresentado como passivoexigível, quando representar expectativa de conversão em exigibilidade.

8.3 - PARTICIPAÇÃO DE NÃO-CONTROLADORES

8.3.1 - A participação de não-controladores é a parcela do capital, reservas eresultados pertencentes a acionistas ou sócios minoritários.

8.3.2 – Para fim desta Norma a participação de não-controladores no patrimôniolíquido das entidades controladas deve ser destacada em grupo isolado no balançopatrimonial consolidado, imediatamente antes do grupo patrimônio líquido.

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8.3.3 - A participação de não-controladores no lucro ou prejuízo líquido, doexercício, das controladas deve ser destacada e apresentada, respectivamente,como dedução ou adição ao lucro ou prejuízo líquido consolidado.

8.3.4 - Na hipótese de consolidação proporcional, não há parcelas a destacarno Balanço Patrimonial Consolidado e na Demonstração do ResultadoConsolidado.

8.4 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISCONSOLIDADAS

8.4.1 - As demonstrações contábeis consolidadas devem ser complementadaspor notas explicativas que contenham, pelo menos, a seguintes informações:

a) as denominações das entidades controladas incluídas na consolidação,bem como o percentual de participação da controladora em cada entidadecontrolada, englobando a participação direta e a indireta por intermédio de outrasentidades controladas;

b) as características principais das entidades controladas incluídas naconsolidação;

c) os procedimentos adotados na consolidação;

d) o valor dos principais grupos do ativo, do passivo e do resultado dasentidades sob controle conjunto;

e) a razão pela qual os componentes patrimoniais de uma ou mais controladasnão foram avaliados pelos mesmos critérios utilizados pela controladora;

f) a exposição dos motivos que determinaram a inclusão ou exclusão deuma entidade controlada durante o exercício, bem como os efeitos, nos elementosdo Patrimônio Líquido e Resultado Consolidados, decorrentes dessa inclusãoou exclusão;

g) a natureza e os montantes dos ajustes efetuados em decorrência dadefasagem de datas de que trata o item 8.2.6, quando couber;

h) a base e o fundamento para a amortização do ágio ou deságio nãoabsorvido na consolidação;

i) a conciliação entre os montantes do Patrimônio Líquido e Lucro Líquidoda controladora com montantes do patrimônio líquido ou prejuízo consolidados,e os respectivos esclarecimentos, se necessários;

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j) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício ou períodoque tenham ou possam vir a ter efeito relevante sobre as demonstrações contábeisconsolidadas;

k) o efeito da variação do percentual de participação da controladora nacontrolada dentro de um mesmo exercício.

8.4.2 - Esta norma pressupõe a divulgação em conjunto, pela controladora, desuas demonstrações contábeis e das demonstrações contábeis consolidadas.No caso de ocorrer a divulgação somente das demonstrações consolidadas,devem ser apresentados os procedimentos adotados na consolidação e aquelesadotados pela controladora e suas controladas.

8.5 - ESTA NORMA SE APLICA ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISRELATIVAS AOS EXERCÍCIOS INICIADOS A PARTIR DE 1º DE JANEIRODE 2003.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 921/01

Aprova, da NBC T 10 - Dos AspectosContabeis Específicos em EntidadesDiversas, o item - Arrendamento Mercantil.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 10/01, bem como ointenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõem representando,além desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários,o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministérioda Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, aSecretaria Federal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade elaborou o item 10.2 – Arrendamento Mercantil da NBC T 10 –Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 57, de28 de novembro de 2001;

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.2 –Arrendamento Mercantil.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 13 de dezembro de 2001.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

10.2 – ARRENDAMENTO MERCANTIL

10.2.1 – Disposições gerais

10.2.1.1 – Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos deavaliação e registro contábil dos componentes patrimoniais, e as informações mínimasa serem incluídas nas notas explicativas de entidades que operam com arrendamentomercantil, tanto como arrendatária quanto como arrendadora.

10.2.1.2 - As operações de arrendamento mercantil, também conhecidascomo leasing, são conceituadas como transações celebradas entre o proprietáriode um determinado bem (arrendador) que concede o uso deste a um terceiro(arrendatário) por um determinado período contratualmente estipulado, findo oqual é facultado ao arrendatário a opção de adquirir ou devolver o bem objeto dearrendamento, ou a de prorrogar o contrato.

10.2.1.3 – Aplicam-se às Entidades que operam com arrendamentomercantil os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como as NormasBrasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas e ComunicadosTécnicos editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

10.2.1.4 – O arrendamento mercantil, nesta norma denominadoarrendamento, é classificado em arrendamento financeiro e operacional.

10.2.1.5 – Classifica-se como arrendamento financeiro a modalidade emque:

a) as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidospela arrendatária, são suficientes para que o arrendador recupere o custo dobem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenharetorno sobre os recursos investidos;

b) o valor residual, que é a parcela do principal não incluída nascontraprestações a serem pagas pela arrendatária e serve de base para a opçãode compra do bem arrendado, é significativamente inferior ao valor de mercadodo bem na data da opção; e

c) o bem objeto de arrendamento é de tal maneira específico que somenteaquele arrendatário pode utilizá-lo em sua atividade econômica.

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10.2.1.6 – Classifica-se como arrendamento operacional a modalidade quenão se enquadre, ao menos, em uma das condições estabelecidas no item10.2.1.5.

10.2.2 – Avaliação dos componentes patrimoniais

10.2.2.1 – Arrendamento financeiro nas entidades arrendatárias

10.2.2.1.1 – O valor do bem arrendado integra o imobilizado noativo permanente, devendo ser identificado como sendo objeto de arrendamentofinanceiro, em contrapartida ao valor total das contraprestações e do valor residualque deve ser registrado no passivo circulante ou no exigível a longo prazo.

10.2.2.1.2 – A depreciação desse bem deve ser consistente coma depreciação aplicável a outros ativos de natureza igual ou semelhante.

10.2.2.1.3 – A diferença entre o valor total das contraprestações,adicionado do valor residual, e o valor do bem arrendado, de que trata o item10.2.2.1.1, devem ser registrados como encargo financeiro a apropriar em contaretificadora das contraprestações e do valor residual.

10.2.2.1.4 – O encargo financeiro deve ser apropriado noresultado em função do prazo de vencimento das contraprestações pelo critériopro rata dia, mediante a utilização do método exponencial, observada acompetência.

10.2.2.1.5 – O pagamento antecipado do valor residual deve serconsiderado como uma contraprestação, sendo-lhe atribuído tratamentosemelhante.

10.2.2.2 – Arrendamento financeiro nas entidades arrendadoras

10.2.2.2.1 – O valor total das contraprestações e do valor residual,parcelado ou não, decorrentes de contrato de arrendamento financeiro, deve serregistrado como arrendamentos a receber e classificado no ativo circulante ouno realizável a longo prazo.

10.2.2.2.2 – A diferença entre arrendamentos a receber, de quetrata o item anterior, e o custo do bem arrendado devem ser registrados comorenda a apropriar em conta retificadora de arrendamentos a receber.

10.2.2.2.3 – A renda de que trata o item anterior deve ser apropriadacomo receita no resultado, ao longo do período do contrato de arrendamentofinanceiro, mediante a utilização do método exponencial, observada acompetência.

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10.2.2.3 – Arrendamento operacional nas entidades arrendatárias

10.2.2.3.1 – As operações de arrendamento operacional, por seremem modalidade em que o bem arrendado proporciona utilização dos serviçossem que haja comprometimento futuro de opção de compra, caracterizando-se,essencialmente, como uma operação de aluguel, não devem integrar as contasdo balanço patrimonial.

10.2.2.3.2 – As obrigações decorrentes do contrato de arrendamentooperacional não devem integrar as contas do passivo circulante ou exigível alongo prazo, exceto pela parcela devida no mês.

10.2.2.3.3 – As despesas devem ser reconhecidas no resultadopelo critério pro rata dia em função da data de vencimento das contraprestações,mediante a utilização do método linear, observada a competência.

10.2.2.4 – Arrendamento operacional nas entidades arrendadoras

102.2.4.1 – Os bens objeto de arrendamento operacional devemser registrados em conta específica do ativo imobilizado.

10.2.2.4.2 – As despesas com depreciações devem ser apropriadasmensalmente no resultado, em contrapartida à conta específica de depreciaçãoacumulada do ativo imobilizado.

10.2.2.4.3 – Os contratos de arrendamento operacional não devemser objeto de inclusão nas contas patrimoniais, devendo ser controlados emcontas de compensação.

10.2.2.4.4 – A renda das contraprestações de arrendamentooperacional deve ser apropriada como receita no resultado, ao longo do períododo contrato de arrendamento operacional, mediante a utilização do método linear,observada a competência.

10.2.2.4.5 – As parcelas das contraprestações de arrendamentooperacional em atraso, cuja contrapartida foi contabilizada em resultado, devemestar classificadas no ativo circulante.

10.2.3 – Notas explicativas às demonstrações contábeis

10.2.3.1 – Arrendamento financeiro nas entidades arrendatárias

10.2.3.1.1 – As demonstrações contábeis da arrendatária devemser complementadas por notas explicativas que contenham, no mínimo, asseguintes informações:

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a) características gerais dos contratos de arrendamento financeiro;

b) valor bruto dos ativos registrados em contratos de arrendamentofinanceiro, suas respectivas depreciações, conforme a natureza dos bensarrendados; e

c) contraprestações e valores residuais a pagar, decorrentes de contratosde arrendamento financeiro nos próximos exercícios.

10.2.3.2 – Arrendamento financeiro nas entidades arrendadoras

10.2.3.2.1 – As demonstrações contábeis da arrendadora devemser complementadas por notas explicativas que contenham, no mínimo, asseguintes informações:

a) características gerais dos contratos de arrendamento financeiro;

b) total das contraprestações a serem recebidas nos próximos exercícios;

c) total da receita auferida no período por natureza dos contratos dearrendamento financeiro; e

d) provisões para perdas em operações de arrendamento financeiro.

10.2.3.3 – Arrendamento operacional nas entidades arrendatárias

10.2.3.3.1 – As demonstrações contábeis da arrendatária devemser complementadas por notas explicativas que contenham, no mínimo, asseguintes informações:

a) características gerais dos contratos de arrendamento operacional,incluindo prazo, natureza do bem arrendado, condições, garantias, valor mensalda contraprestação e eventual critério de reajustamento;

b) total das contraprestações a pagar nos próximos exercícios;

c) existência ou não de cláusula de opção de compra e, na hipótese positiva,critérios para sua fixação; e

d) despesas com manutenção e outros encargos devidos em razão docontrato de arrendamento operacional.

10.2.3.4 – Arrendamento operacional nas entidades arrendadoras

10.2.3.4.1 – As demonstrações contábeis da arrendadora devem

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ser complementadas por notas explicativas que contenham, no mínimo, asseguintes informações:

a) características gerais dos contratos de arrendamento operacional,segregando, por natureza, os bens arrendados, incluindo prazo, quantidade emontantes dos contratos;

b) total das contraprestações a serem recebidas nos próximos exercícios; e

c) existência ou não de cláusula de opção de compra ou renovação e suarepresentatividade em relação ao valor dos arrendamentos a receber.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 913/01

Aprova, da NBC T 10 - Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.3 - Consórcio de Vendas.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 10/01, bem como ointenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõem representando,além desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários,o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministérioda Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, aSecretaria Federal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade elaborou o item 10.3 – Consórcio de Vendas da NBC T 10 – DosAspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 50, de19 de setembro de 2001;

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.3 –Consórcio de Vendas.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 9 de outubro de 2001.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESPresidente

Page 133: Normas Brasileiras de Contabilidade

133

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

10.3 – CONSÓRCIO DE VENDAS

10.3.1 Disposições gerais

10.3.1.1 Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos deavaliação de registros contábeis e da estruturação das demonstrações contábeise as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas para osgrupos de consórcio de vendas e suas administradoras.

10.3.1.2 Grupo de consórcio de vendas é a reunião de pessoas físicas e/oujurídicas, promovida por administradora, com a finalidade de propiciar a seus integrantesa aquisição de bem, conjunto de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento.

10.3.1.3 O grupo de consórcio de vendas é constituído na data da realizaçãoda primeira assembléia geral ordinária por consorciados reunidos pelaadministradora, com prazo de duração e objetivos previamente estabelecidos.

10.3.1.4 Consorciado é a pessoa física ou jurídica que integra o grupocomo titular de quota numericamente identificada e que assume a obrigação decontribuir para a aquisição do bem ou serviço, objeto do consórcio de vendas.

10.3.1.5 Administradora de consórcios é a prestadora de serviços coma função de gerir os negócios do grupo de consórcio de vendas, nos termos docontrato.

10.3.1.6 Cada grupo de consórcio de vendas é autônomo, possuindopatrimônio próprio que não se confunde com o da administradora nem com ospatrimônios dos demais grupos por ela administrados.

10.3.1.7 Aplicam-se aos grupos de consórcio de vendas e suasadministradoras os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como asNormas Brasileiras de Contabilidade, suas Interpretações Técnicas e seusComunicados Técnicos editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

10.3.2 Procedimentos específicos da administradora de consórcio

10.3.2.1 A taxa de adesão deve ser contabilizada:

a) em conta de passivo da administradora quando recebida antes da

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assembléia de constituição do grupo consórcio de vendas, e apropriada comoreceita na data da sua constituição; e

b) em conta de receita quando recebida após a constituição do grupo deconsórcio de vendas.

10.3.2.2 As comissões sobre vendas de quotas de consórcio devem serapropriadas como despesas quando da realização da venda.

10.3.2.3 A taxa de administração dos grupos de consórcio de vendas deve serapropriada como receita pela administradora, sendo as parcelas recebidasantecipadamente apropriadas como receita nos meses em que seriam exigidascaso não houvessem sido antecipadas.

10.3.2.4 As notas explicativas relativas aos grupos de consórcio devem incluir,pelo menos, as seguintes informações:

a) quantidade de grupos administrados;

b) bens ou serviços entregues no período e totais;

c) taxa de inadimplência;

d) quantidade de consorciados ativos, bem como desistentes e excluídos,no período, e totais; e

e) quantidade de bens ou serviços pendentes de entrega na data-base.

10.3.3 Procedimentos específicos para grupos de consórcio

10.3.3.1 Para cada grupo de consórcio de vendas a administradora deveelaborar, exclusivamente, o Balanço Patrimonial e a Demonstração das Variaçõesnas Disponibilidades do Grupo.

10.3.3.2 O Balanço Patrimonial deve representar a posição patrimonial efinanceira de cada grupo de consórcio de vendas e conter, pelo menos, osseguintes grupos, segundo sua expressão qualitativa:

a) Ativo Circulante;

b) Passivo Circulante; e

c) Patrimônio Líquido.

10.3.3.3 – O Ativo Circulante compreende:

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a) Disponível: são os recursos financeiros que se encontram à disposiçãoimediata do grupo de consórcio de vendas, compreendendo os meios depagamento em moeda, depósitos à vista e os títulos de liquidez imediata;

b) Créditos: são os valores a receber por venda de bens e serviços, chequese outros valores a receber e contribuições a receber em atraso e ajuizadas;

c) Outros Valores e Bens: são os bens apreendidos de consorciadosinadimplentes.

10.3.3.4 O Passivo Circulante compreende os recursos a devolver aconsorciados desligados e outras obrigações.

10.3.3.5 O Patrimônio Líquido inclui os Recursos Coletados que abrangemas contribuições recebidas para aquisição de bens e serviços, taxa deadministração, contribuições ao fundo de reserva, rendimentos de aplicaçõesfinanceiras e outros recursos coletados.

10.3.3.6 O Patrimônio Líquido exclui os Recursos Utilizados, que são aquelesempregados na aquisição de bens e serviços, pagamento de taxa deadministração, devolução a consorciados desligados, valores rateados e outrosrecursos utilizados.

10.3.3.7 A Demonstração das Variações nas Disponibilidades do Grupodeve representar as disponibilidades mensais do grupo de consórcio de vendase conter os seguintes dados:

a) disponibilidades no início do mês;

b) recursos coletados no mês;

c) recursos utilizados no mês; e

d) disponibilidades no final do mês.

10.3.3.8 Com base nas demonstrações individualizadas, a administradoradeve elaborar Balanço Patrimonial e Demonstração das Variações nasDisponibilidades do Grupo de forma consolidada, de todos os grupos por elaadministrados.

10.3.3.9 Esta norma se aplica às demonstrações contábeis relativas aosexercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2002, sendo incentivada suaaplicação imediata.

Page 136: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC N.º 837/99

Aprova, da NBC T 10 – Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.4 – Fundações.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas, constituem corpo de doutrina contábil que estabeleceregras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização detrabalhos;

CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importânciada auditoria que exige atualização e aprimoramento das normas endereçadas asua regência, de modo a manter permanente justaposição e ajustamento entreo trabalho a ser realizado e o modo ou processo dessa realização;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deInstituição com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais, está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade, instituído pelas Portarias CFC nºs 13, 25,26, 27, 30, 34, 42, 43 e 44/98;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade, atendendo ao que está disposto na Resolução CFC nº 751, de29 de dezembro de 1993, elaborou o item NBC T 10.4 – Fundações da NBC T10 – Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para adequadodesempenho, deve ser empreendido pelo Conselho Federal de Contabilidadeem regime de franca, real e aberta cooperação com o Banco Central de Brasil,a Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto Brasileiro de Contadores, oMinistério da Educação e do Desporto, a Secretaria da Receita Federal, aSecretaria do Tesouro Nacional e a Superintendência de Seguros Privados;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade, assim discriminada:NBC T 10.4 – Fundações.

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Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 22 de fevereiro de 1999.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

10.4 – FUNDAÇÕES

10.4.1 – Das disposições gerais

10.4.1.1 – Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação, de registro contábeis e de estruturação das demonstraçõescontábeis das Fundações. Estas são organizações destinadas a fins de interessecoletivo (art. 11 da Lei de Introdução ao Código Civil e podem ser “fundaçãopública de natureza jurídica de direito público” ou “pessoas jurídicas de direitoprivado”. São compostas por uma coletividade humana organizada, e, comotais, são entidades econômicas, com existência distinta de cada um dosindivíduos ou entidades que as compõem, com capacidade jurídica para exercerdireitos e obrigações patrimoniais, econômicos e financeiros.

10.4.1.2 – Aplicam-se às Fundações os Princípios Fundamentais deContabilidade, bem como, com as alterações tratadas nos itens 10.4.5.1, 10.4.5.2,10.4.6.1, 10.4.6.2 e 10.4.7.1, todas as Normas Brasileiras de Contabilidade esuas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo ConselhoFederal de Contabilidade.

10.4.2 – Do registro contábil

10.4.2.1 – As Fundações devem constituir provisão em montante suficientepara cobrir as perdas esperadas com base em estimativas de seus prováveisvalores de realização e baixar os prescritos, incobráveis e anistiados.

10.4.2.2 – As doações e contribuições para custeio são contabilizadasem conta de receita. As doações e subvenções patrimoniais são contabilizadasno patrimônio social.

10.4.2.3 – As receitas de doações e contribuições para custeio sãoconsideradas realizadas quando da emissão de nota de empenho ou dacomunicação dos doadores, conforme o caso, devendo ser apropriadas, embases mensais, de acordo com os períodos a serem beneficiados, quando estesforem identificáveis.

10.4.3 – Das demonstrações contábeis

10.4.3.1 – As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas

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Fundações são as seguintes, determinadas pela NBC T 3 – Conceito, Conteúdo,Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis: Balanço Patrimonial,Demonstração do Resultado, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquidoe Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos.

10.4.4 – Do balanço patrimonial

10.4.4.1 – O Balanço Patrimonial das Fundações deve evidenciar oscomponentes patrimoniais que lhe são pertinentes, de modo a possibilitar aosseus usuários a adequada interpretação da sua posição patrimonial e financeira.

10.4.4.2 – A conta Capital (itens 3.2.2.12 I) será substituída pela contaPatrimônio Social e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados (item 3.2.2.12 III)pela Conta Superávits ou Déficits Acumulados.

10.4.5 – Da demonstração do resultado

10.4.5.1 – A denominação da Demonstração do Resultado (item 3.3 daNBC T 3) é alterada para Demonstração do Superávit ou Déficit, a qual deveevidenciar a composição do resultado de um determinado período. Além dessaalteração, a NBC T 3 é aplicada substituindo a palavra resultado dos itens 3.3.2.3d, 3.3.2.3, g e 3.3.2.3, m, pela expressão superávit ou déficit.

10.4.5.2 – A demonstração do resultado deve evidenciar, de formasegregada, as contas de receitas e despesas, estas, quando identificáveis, portipo de atividade.

10.4.6 – Da demonstração das mutações do patrimônio líquido

10.4.6.1 – A denominação Da Demonstração das Mutações do PatrimônioLíquido (item 3.5 da NBC T 3) é alterada para Demonstração das Mutações doPatrimônio Social, que deve evidenciar, num determinado período, a movimentaçãodas contas que integram o seu patrimônio. Além dessa alteração, a NBC T 3 éaplicada com a substituição da palavras lucros dos itens 3.5.2.1 c, 3.5.2.1.f e 3.5.2.1.h,pela palavra superávit e a palavra prejuízo do item 3.5.2.1 i, pela palavra déficit.

10.4.6.2 – As Fundações estão dispensadas da elaboração daDemonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (item 3.4), por estar incluídana Demonstração das Mutações do Patrimônio Social.

10.4.7 – Da demonstração das origens e aplicações de recursos

10.4.7.1 – Na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (item3.6 da NBC T 3), a palavra resultado do item 3.6.2.1, a, é substituída pelaexpressão superávit ou déficit.

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10.4.8 – Da divulgação das demonstrações contábeis

10.4.8.1 – A divulgação das demonstrações contábeis deve obedecer àNBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

10.4.9 – Das notas explicativas às demonstrações contábeis

10.4.9.1 – As notas explicativas devem incluir informações de naturezapatrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, tais como:

a) as principais atividades desenvolvidas pela Fundação;

b) as principais práticas contábeis adotadas;

c) os investimentos relevantes efetuados no período e os anteriormenteexistentes;

d) a origem e natureza das principais doações e outros recursos de valorsignificativo;

e) os detalhes dos financiamentos a longo prazo;

f) os detalhes das contingências na data do encerramento do exercício edos prováveis efeitos futuros.

Page 141: Normas Brasileiras de Contabilidade

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RESOLUÇÃO CFC Nº 963/03

Aprova a NBC T 10.5 – EntidadesImobiliárias.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais;

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas, constituem corpo de doutrina contábil queestabelece regras de procedimentos técnicos a serem observadas quandoda realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deInstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantémrelações regulares e oficiais, está de acordo com as diretrizes constantesdessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade instituído pelo Conselho Federal deContabilidade, atendendo ao que está disposto no artigo 3º da ResoluçãoCFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, elaborou o item NBC T 10.5 –Entidades Imobiliárias da NBC T 10 – Dos Aspectos Contábeis Específicosem Entidades Diversas;

CONSIDERANDO quer por tratar- se de atribuição que, para adequadodesempenho, deve ser empreendida pelo Conselho Federal de Contabilidadeem regime de franca, real e aberta cooperação com o Banco Central doBrasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto dos AuditoresIndependentes do Brasil, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministérioda Educação e do Desporto, a Secretaria Federal de Controle, a Secretariada Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Superintendênciade Seguros Privados;

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a NBC T 10.5 – Entidades Imobiliárias.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de2004, sendo encorajada sua aplicação antecipada.

Brasília, 16 de maio de 2003.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

NBC T 10.5 – ENTIDADES IMOBILIÁRIAS

10.5.1 – Disposições Gerais

10.5.1.1. Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação, de registro das variações patrimoniais e de estruturação dasdemonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas emnotas explicativas para as entidades imobiliárias.

10.5.1.2. Entidades imobiliárias são aquelas que têm como objeto umaou mais das seguintes atividades exercidas em parceria ou não:

a) compra e venda de direitos reais sobre imóveis;

b) incorporação em terreno próprio ou em terreno de terceiros;

c) loteamento de terrenos em áreas próprias ou em áreas de terceiros;

d) intermediação na compra ou venda de direitos reais sobre imóveis;

e) administração de imóveis; e

f) locação de imóveis.

10.5.1.3. Aplicam-se às entidades imobiliárias os Princípios Fundamentaisde Contabilidade bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e as suasInterpretações e Comunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federal deContabilidade.

10.5.2. Registro Contábil

10.5.2.1. As receitas, custos e despesas devem ser reconhecidosmensalmente, respeitando, em especial, os Princípios da Oportunidade e daCompetência.

10.5.2.2. Nas atividades de compra e venda de direitos reais sobre imóveis,a receita deve ser reconhecida no momento da assinatura do título translativo(instrumento público ou particular de compra e venda), independentemente dorecebimento do valor contratado.

Page 143: Normas Brasileiras de Contabilidade

143

10.5.2.2.1. Aplica-se o mesmo critério de reconhecimento de receita paraas atividades b e c do item 10.5.1.2, desde que a venda seja efetuada após aconclusão das obras.

10.5.2.3. Na ocorrência de cláusula suspensiva do título translativo quecondicione a sua efetivação a algum fator externo relevante, a receita só deveser reconhecida quando da eliminação daquele fator condicionante.

10.5.2.4. Os recebimentos ocorridos antes do momento determinado poresta norma para o reconhecimento da receita devem ser registrados comoadiantamentos de clientes, no passivo circulante ou exigível a longo prazo.

10.5.2.5. Nas vendas de unidades imobiliárias em fase de construção,mesmo não iniciada, ou de unidades de loteamento com obras de infraestruturaem andamento de que tratam as alíneas b e c do item 10.5.1.2, a receita deveser reconhecida pela produção, como se aplica nos contratos de longo prazopara fornecimento de bens ou serviços, observando-se o disposto nos subitens10.5.2.3 e 10.5.2.4, e de acordo com as seguintes regras:

a) os custos compreendem os descritos no subitem 10.5.2.7;

b) deve ser encontrada a proporção dos custos incorridos até o momentoda apuração, em relação ao custo total previsto até a conclusão da obra;

c) o custo total previsto até a conclusão da obra deve compreender oscustos incorridos até o momento da apuração e os custos orçados e contratadosa serem incorridos a partir daquele momento;

d) a proporção apurada na letra b deve ser aplicada ao preço de venda,em conformidade com o contrato;

e) a receita a ser reconhecida deve compreender o valor encontrado naletra d deduzido do total das receitas já reconhecidas nos períodos anterioresrelativas à unidade vendida;

f) o custo do imóvel vendido a ser confrontado com a receita apurada naletra e, para fins do subitem 10.5.2.6, deve compreender somente os registradosno período de apuração daquela receita;

g) a contrapartida da receita reconhecida no período deve ser uma contaapropriada do ativo circulante ou realizável a longo prazo; e

h) os recebimentos superiores ao saldo dos créditos a receber, conformea letra g, devem ser registrados no passivo circulante ou no exigível a longoprazo como adiantamento de clientes.

10.5.2.6. Os custos e despesas incorridos, diretamente associados,devem ser registrados simultaneamente com as respectivas receitas, tais como:

a) impostos, contribuições e taxas incidentes sobre a receita;

Page 144: Normas Brasileiras de Contabilidade

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b) comissões; e

c) custo do imóvel vendido.

10.5.2.7. O custo do imóvel compreende todos os gastos incorridos paraa sua obtenção, independentemente de pagamento e abrange:

a) preço do terreno, inclusive gastos necessários à sua aquisição eregularização;

b) custo dos projetos;

c) custos diretos e indiretos relacionados à construção, inclusive aquelesde preparação do terreno e canteiro de obras;

d) impostos, taxas e contribuições envolvendo o empreendimento; e

e) encargos financeiros diretamente associados ao financiamento daconstrução.

10.5.2.8. Na atividade de intermediação na compra ou venda de direitosreais sobre imóveis de que trata o item 10.5.1.2, letra d, a receita deve serreconhecida no momento da assinatura do título translativo e deve corresponderao valor da comissão de corretagem obtida naquela transação, independentementedo recebimento do valor contratado.

10.5.2.9. Nas atividades de administração e locação de imóveis de quetratam as letras e e f do item 10.5.1.2, a receita deve ser reconhecida no períodoa que se refere o esforço de administrar o bem, ou de colocá-lo à disposição dolocatário, e deve compreender o valor da taxa de administração ou do aluguel,independentemente do recebimento do valor contratado.

10.5.2.10. As atividades imobiliárias, quando exercidas em parcerias,devem ser registradas em contas próprias.

10.5.3. Demostrações Contábeis

10.5.3.1. As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelasentidades imobiliárias são as determinadas pela NBC T 3 – Conceito, Conteúdo,Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis.

10.5.3.2. As demonstrações contábeis das entidades imobiliárias devemser divulgadas de acordo com a NBC T 6 e conter, adicionalmente, as seguintesinformações:

a) metodologia adotada para o reconhecimento das receitas e custosdos contratos dos empreendimentos imobiliários em execução;

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b) valores dos custos e receitas orçados e realizados, e dos adiantamentosdos empreendimentos imobiliários em execução;

c) características relevantes das parcerias dos empreendimentosimobiliários em execução; e

d) eventuais divergências, com esta Norma, de critérios contábeisdecorrentes de disposições legais ou regulamentares devem ser evidenciadasem quadro complementar quantificando os efeitos no ativo, passivo, patrimôniolíquido e resultados.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 956/03

Aprova, da NBC T 10 – Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.6 – EntidadesHoteleiras.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deInstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais, está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 10/01, bem como ointenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõe, representandoalém desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários,o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministérioda Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, aSecretaria Federal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade, elaborou o item 10.6 – Entidades Hoteleiras da NBC T 10 – DosAspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 08, de 20de fevereiro de 2003;

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.6 – EntidadesHoteleiras.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 21 de fevereiro de 2003.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

10.6 – ENTIDADES HOTELEIRAS

10.6.1 – Disposições Gerais

10.6.1.1 - Esta Norma estabelece critérios e procedimentos específicos deavaliação, de registro dos componentes e variações patrimoniais e de estruturaçãodas demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas emnota explicativa das entidades hoteleiras.

10.6.1.2 - As entidades hoteleiras são prestadoras de serviços cujasatividades principais são a hospedagem, lavanderia, comunicações, alimentaçãode copa, de restaurante e bar, além de outras como lazer, turismo, aluguel deequipamentos, de salas de reuniões e de auditórios para eventos, bem como doaluguel de suas instalações para outras finalidades específicas.

10.6.1.3 - As entidades hoteleiras podem assumir diversas formas oudenominações, tais como hotéis, pousadas, flats, spas, motéis, dormitórios,hospedarias e albergues, dentre outras.

10.6.1.4 - Aplicam-se às entidades hoteleiras os Princípios Fundamentaisde Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federalde Contabilidade.

10.6.2 – Do Registro Contábil

10.6.2.1 - O registro dos atos e fatos administrativos nas entidades hoteleirasdeve ser mantido com base em plano de contas específico, que contemple asreceitas e os custos e despesas por tipo de serviço ou por unidade operacional,levando-se em consideração a relevância da informação.

10.6.2.2 - As diárias e os consumos realizados pelos hóspedes ou outrosclientes, inclusive administradoras de cartões de crédito e agências de turismo,controlados e acumulados pela entidade, ainda não recebidos, devem serregistrados contabilmente numa conta do ativo circulante.

10.6.2.3 - Os adiantamentos de agências e operadoras de turismo e declientes para a confirmação de reservas devem ser registrados em conta do passivocirculante.

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10.6.2.4 - Os custos do café da manhã, refeições e outros serviços, quandoincluídos no valor da diária, devem ser apropriados aos custos de hospedagem.

10.6.2.5 - As comissões cobradas pelas agências de viagens e outrasentidades desse tipo devem ser registradas simultaneamente com a respectivareceita.

10.6.2.6 - Os gastos e recuperações com fornecimento de bens ou serviçosaos funcionários, tais como alimentação, uniformes, lavagem de roupa, estadadevem ser registrados em contas específicas de custo ou despesa.

10.6.3 – Da Avaliação e Registro dos Utensílios, Mercadorias e Materiaisde Consumo

10.6.3.1 - Os utensílios, mercadorias e materiais de consumo, inclusiveaqueles pertencentes ao rol das guarnições de cama, banho e mesa derestaurante e bar, necessários ao funcionamento da entidade, devem serregistrados em contas individualizadas de estoques, do grupo do circulante. Osutensílios de vida útil superior a um ano devem ser registrados no imobilizado,deduzido da respectiva depreciação.

10.6.3.2 - Os utensílios, mercadorias e materiais de consumo requisitadosdos estoques para uso devem ser registrados como despesas ou custos, namedida em que ocorrerem as saídas dos estoques.

10.6.4 – Das Demonstrações Contábeis

10.6.4.1 – As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelasentidades hoteleiras são as determinadas pela NBC T 3 – Conceito, Conteúdo,Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis, e a sua divulgação,pela NBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 920/01

Aprova, da NBC T10 – Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.8 - EntidadesCooperativas.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 10/01, bem como ointenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõem representando,além desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários,o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministérioda Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, aSecretaria Federal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade elaborou o item 10.8 – Entidades Cooperativas da NBC T 10 –Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 58, de28 de novembro de 2001;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.8 –Entidades Cooperativas.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 19 de dezembro de 2001.

Contador José Serafim AbrantesPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

NBC T 10.8 – ENTIDADES COOPERATIVAS

10.8.1 – Disposições gerais

10.8.1.1 – Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação, de registro das variações patrimoniais e de estrutura dasdemonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem incluídas emnotas explicativas para as Entidades Cooperativas, exceto às que operam PlanoPrivado de Assistência à Saúde conforme definido em Lei.

10.8.1.2 – Entidades Cooperativas são aquelas que exercem as atividadesna forma de lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem naprestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, paraobterem em comum melhores resultados para cada um deles em particular.Identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividadesdesenvolvidas por elas, ou por seus associados.

10.8.1.3 – Aplicam-se às Entidades Cooperativas os PrincípiosFundamentais de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade,especialmente a NBC T 2 e a NBC T 4, com as alterações tratadas nos itens10.8.5.1, 10.8.6.1 e 10.8.7.1, bem como todas as suas Interpretações e osComunicados Técnicos editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

10.8.1.4 – A movimentação econômico-financeira decorrente do atocooperativo, na forma disposta no estatuto social, é definida contabilmente comoingressos e dispêndios (conforme definido em lei). Aquela originada do ato não-cooperativo é definida como receitas, custos e despesas.

10.8.1.4.1 – As receitas e os ganhos, assim definidos no item3.3.2.1, a, da NBC T 3.3, bem como as demais rendas e rendimentos, nestanorma ficam denominados de ingressos.

10.8.1.4.2 – Os custos dos produtos ou mercadorias fornecidos(vendidos) e dos serviços prestados, as despesas, os encargos e as perdas,pagos ou incorridos, assim definidos no item 3.3.2.1, b, da NBC T 3.3, ficamdenominados dispêndios.

10.8.1.5 – O exercício social das Entidades Cooperativas é fixado emseus estatutos sociais.

Page 151: Normas Brasileiras de Contabilidade

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10.8.1.6 – O capital social das Entidades Cooperativas é formado por quotas-partes, que devem ser registradas de forma individualizada por se tratar desociedade de pessoas, segregando o capital subscrito e o capital a integralizar,podendo, para tanto, ser utilizados registros auxiliares.

10.8.1.7– Nas Entidades Cooperativas, a conta Capital Social é movimentadapor:

a) livre adesão do associado, quando de sua admissão, pelo valor dasquotas-partes fixado no estatuto social;

b) pela subscrição de novas quotas-partes, pela retenção estatutária sobrea produção ou serviço, pela capitalização de sobras e pela incorporação dereservas, exceto as indivisíveis previstas em lei e aquelas do item 10.8.2.12desta norma;

c) retirada do associado, por demissão, eliminação ou exclusão.

10.8.1.8 – As sobras do exercício, após as destinações legais e estatutárias,devem ser postas à disposição da Assembléia Geral para deliberação e, da mesmaforma, as perdas líquidas, quando a reserva legal é insuficiente para sua cobertura,serão rateadas entre os associados da forma estabelecida no estatuto social, nãodevendo haver saldo pendente ou acumulado de exercício anterior.

10.8.1.9 – As Entidades Cooperativas devem distribuir as sobras líquidasaos seus associados de acordo com a produção de bens ou serviços por elesentregues, em função do volume de fornecimento de bens de consumo einsumos, dentro do exercício social, salvo deliberação em contrário daAssembléia Geral.

10.8.1.10 – A responsabilidade do associado, para fins de rateio dosdispêndios, perdura para os demitidos, eliminados ou excluídos, até quandoaprovadas as contas do exercício social em que se deu o desligamento. Emcaso de sobras ou perdas, aplicam-se as mesmas condições.

10.8.1.11 – Os elementos do patrimônio das Entidades Cooperativas serãoatualizados monetariamente na forma prevista na Resolução CFC nº 900, de 22de março de 2001, e legislações posteriores.

10.8.1.12 – Os fundos previstos na legislação ou nos estatutos sociais,nesta norma, são denominados Reservas.

10.8.2 – Do registro contábil

10.8.2.1 – A escrituração contábil é obrigatória.

Page 152: Normas Brasileiras de Contabilidade

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10.8.2.2 – Os investimentos em Entidades Cooperativas de qualquer graudevem ser avaliados pelo custo de aquisição.

10.8.2.3 – Os investimentos em Entidades não-Cooperativas devem seravaliados na forma estabelecida pela NBC T 4.

10.8.2.4 – O resultado decorrente de investimento relevante em Entidadenão-Cooperativa deve ser demonstrado em conta específica.

10.8.2.5 – O resultado decorrente de recursos aplicados para complementaras atividades da Entidade Cooperativa deve ser apropriado contabilmente poratividade ou negócio a que estiver relacionado.

10.8.2.6 – O resultado líquido decorrente do ato não-cooperativo, quandopositivo, deve ser destinado para a Reserva de Assistência Técnica, Educacionale Social, não podendo ser objeto de rateio entre os associados. Quando negativo,deve ser levado à Reserva Legal e, se insuficiente sua cobertura, será rateadoentre os associados.

10.8.2.7 – As perdas apuradas no exercício não-cobertas pela ReservaLegal serão rateadas entre os associados, conforme disposições estatutárias elegais, e registradas individualmente em contas do Ativo, após deliberação daAssembléia Geral.

10.8.2.7.1 – Não havendo deliberação da Assembléia Geral pelareposição das perdas apuradas, estas devem ser debitadas no Patrimônio Líquidona conta de Perdas Não Cobertas pelos Cooperados.

10.8.2.8 – As despesas de Assistência Técnica Educacional e Social serãoregistradas em contas de resultados e poderão ser absorvidas pela Reserva deAssistência Técnica, Educacional e Social em cada período de apuração.

10.8.2.9 – Os ajustes de exercícios anteriores devem ser apresentadoscomo conta destacada no Patrimônio Líquido, que será submetida à deliberaçãoda Assembléia Geral.

10.8.2.10 – As provisões e as contingências serão registradas em contade resultado e, em contrapartida, no Passivo.

10.8.2.11 – As provisões constituídas por Entidades Cooperativasespecíficas, destinadas a garantir ativos ou riscos de operações, deverão serregistradas em conta de Passivo.

10.8.2.12 – As Reservas de Incentivos Fiscais e Reavaliação sãoconsideradas indivisíveis.

Page 153: Normas Brasileiras de Contabilidade

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10.8.3 – Do balanço patrimonial

10.8.3.1 – O Balanço Patrimonial das Entidades Cooperativas deveevidenciar os componentes patrimoniais, de modo a possibilitar aos seus usuáriosa adequada interpretação das suas posições patrimonial e financeira,comparativamente com o exercício anterior.

10.8.3.2 – A conta Capital, item 3.2.2.12, I, da NBC T 3.2, será denominadaCapital Social.

10.8.3.3 – A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, item 3.2.2.12, III, daNBC T 3.2, será denominada Sobras ou Perdas à Disposição da Assembléia Geral.

10.8.4 – Da demonstração de sobras ou perdas

10.8.4.1 – A denominação da Demonstração do Resultado da NBC T 3.3 éalterada para Demonstração de Sobras ou Perdas, a qual deve evidenciar,separadamente, a composição do resultado de determinado período, considerandoos ingressos diminuídos dos dispêndios do ato cooperativo, e das receitas, custose despesas do ato não-cooperativo, demonstrados segregadamente por produtos,serviços e atividades desenvolvidas pela Entidade Cooperativa.

10.8.5 – Da demonstração das mutações do patrimônio líquido

10.8.5.1 – Na elaboração desta demonstração, serão observadas asdisposições da NBC T 3.5 e a terminologia própria aplicável às EntidadesCooperativas, dispensada a elaboração da Demonstração de Lucros ou PrejuízosAcumulados – NBC T 3.4.

10.8.6 – Da demonstração das origens e aplicações de recursos

10.8.6.1 – Na elaboração desta demonstração serão observadas as disposiçõesda NBC T 3.6 e a terminologia própria aplicável às Entidades Cooperativas.

10.8.7 – Da divulgação das demonstrações contábeis

10.8.7.1 – A divulgação das demonstrações contábeis deve obedecer àNBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

10.8.7.2 – As demonstrações contábeis devem ser complementadas pornotas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:

a) contexto operacional da Entidade Cooperativa;

b) as principais atividades desenvolvidas pela Entidades Cooperativa;

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c) forma de apresentação das demonstrações contábeis;

d) principais práticas contábeis adotadas;

e) apresentação analítica dos principais grupos de contas, quando nãoapresentados no balanço patrimonial;

f) investimentos relevantes, contendo o nome da entidade investida, número etipo de ações/quotas, percentual de participação no capital, valor do PatrimônioLíquido, data-base da avaliação, resultado apurado por ela no exercício, provisãopara perdas sobre os investimentos e, quando da existência de ágio e/ou deságio,valor envolvido, fundamento e critério de amortização;

g) saldos (ativos e passivos) e transações (receitas e despesas) com partesrelacionadas que não sejam associados, com desdobramento conforme anatureza das operações;

h) composição do imobilizado e diferido, valores respectivos dasdepreciações, amortizações e exaustões acumuladas, taxas adotadas emontantes do período;

i) composição dos tipos de empréstimos, financiamentos, montante a vencera longo prazo, taxas, garantias e principais cláusulas contratuais restritivas;

j) contingências existentes, com especificação de sua natureza, estimativade valores e situação quanto ao seu possível desfecho;

k) composição da conta Capital Social, com número de associadosexistentes na data do encerramento do exercício e valor da quota-parte;

l) discriminação das reservas, detalhando suas natureza e finalidade;

m) mudanças de critérios e práticas contábeis que interfiram na avaliaçãodo patrimônio da Entidade Cooperativa, destacando seus efeitos;

n) composição, forma e prazo de realização das perdas registradas noAtivo (item 10.8.2.7); e

o) eventos subseqüentes.

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RESOLUÇÃO CFC N.º 876/00

Aprova, da NBC T 10 – Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.9 – EntidadesFinanceiras.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deInstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais, está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de C ontabilidade, bem como o intenso auxílio desempenhadopelos profissionais que o compõem, representando além desta Entidade, o BancoCentral do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto Brasileiro deContadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministério da Educação, aSecretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, a SecretariaFederal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade, atendendo ao que está disposto na Resolução CFC nº 751, de 29de dezembro de 1993, elaborou e item NBC T 10.9 – Entidades Financeiras daNBC T 10 – Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 18/00, de17 de abril de 2000, aprovada pelo Plenário deste Conselho Federal de Contabilidade;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.9 – EntidadesFinanceiras.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua assinatura.

Brasília, 18 de abril de 2000.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

NBC T 10.9 – ENTIDADES FINANCEIRAS

10.9.1 – Das disposições gerais

10.9.1.1 – Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação e registro contábil, e as informações mínimas a serem incluídasnas notas explicativas das entidades financeiras.

10.9.1.2 – Aplicam-se às entidades financeiras os Princípios Fundamentaisde Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo ConselhoFederal de Contabilidade.

10.9.1.3 – São consideradas entidades financeiras, para efeitos destanorma, as agências de fomento ou de desenvolvimento, associações de poupançae empréstimo, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, bancos deinvestimento, bancos múltiplos, caixas econômicas, companhias hipotecárias,cooperativas de crédito, corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio,distribuidoras de títulos e valores mobiliários, sociedades de crédito aomicroempreendedor, sociedades de crédito financiamento e investimento esociedades de crédito imobiliário.

10.9.1.4 – Esta norma não se aplica às sociedades de arrendamentomercantil, aos fundos de investimento e às administradoras de consórcio.

10.9.1.5 – O exercício social das instituições financeiras tem duração deum ano, e a data de seu término deve ser estabelecida em seu estatuto oucontrato social, respeitada a legislação pertinente.

10.9.2 – Do registro contábil

10.9.2.1 – Operações com Taxas Prefixadas

a) As operações, ativas ou passivas, com taxas prefixadas contabilizam-se pelo respectivo valor de aplicação ou de captação.

b) As rendas ou os encargos dessas operações são apropriados mensalmente,a crédito ou a débito das contas de resultado, em razão da fluência de seus prazos,admitindo-se a apropriação em períodos inferiores a um mês.

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c) As rendas ou os encargos relativos aos dias decorridos no mês da contrataçãoda operação devem ser apropriados dentro do próprio mês, pro rata temporis.

d) A apropriação das rendas ou dos encargos mensais destas operaçõesfaz-se mediante a utilização do método exponencial, admitindo-se a apropriaçãosegundo o método linear naquelas contratadas com cláusula de juros simples.

10.9.2.2 – Operações com Taxas Pós-fixadas ou Flutuantes

a) As operações ativas ou passivas com taxas pós-fixadas ou flutuantescontabilizam-se pelo valor do principal, a débito ou a crédito das contas que asregistrem. Essas mesmas contas acolhem os juros e os ajustes mensaisdecorrentes das variações da unidade de atualização.

b) As rendas ou os encargos dessas operações são apropriados mensalmente,a crédito ou a débito das contas de resultado, em razão da fluência de seus prazos,admitindo-se a apropriação em períodos inferiores a um mês.

c) Os ajustes decorrentes das variações da unidade de atualização devemser registrados em contas específicas de resultado diferenciadas das contasrepresentativas dos juros relativos a operação.

d) As rendas ou os encargos relativos aos dias decorridos no mês dacontratação da operação devem ser apropriados dentro do próprio mês, pro rata temporis.

e) A apropriação das rendas ou dos encargos mensais dessas operaçõesfaz-se mediante a utilização de método exponencial, admitindo-se a apropriaçãosegundo o método linear naquelas contratadas com cláusula de juros simples.

10.9.2.3 – Operações com Variação Cambial

a) As operações, ativas ou passivas, com cláusula de variação cambialcontabilizam-se pelo contravalor, em moeda nacional, do principal da operação, adébito ou a crédito das contas que as registrem. Essas mesmas contas acolhem,mensalmente, os ajustes decorrentes das variações cambiais, calculados combase nas taxas das moedas divulgadas pelo Banco Central do Brasil, para fins debalancetes e balanços, bem assim os juros do período.

b) As rendas ou os encargos dessas operações são apropriados mensalmente,a crédito ou a débito das contas de resultado, em razão da fluência de seus prazos,admitindo-se a apropriação em períodos inferiores a um mês.

c) As variações cambiais devem ser registradas em contas específicasde resultado diferenciadas das contas representativas dos juros relativos àoperação.

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d) A variação cambial de operações ativas deve ser registrada em contaprópria de receitas, e as de operações passivas em conta própria de despesas.Por ocasião da elaboração das demonstrações contábeis, eventuais ocorrênciasde saldo diverso da natureza da respectiva conta devem ser reclassificados emoutras receitas ou despesas cambiais, conforme o caso.

e) As rendas ou os encargos relativos aos dias decorridos no mês dacontratação da operação devem ser apropriados dentro do próprio mês, pro ratatemporis.

f) A apropriação das rendas ou dos encargos mensais dessas operaçõesfaz-se mediante utilização do método exponencial, admitindo-se a apropriaçãosegundo o método linear naquelas contratadas com cláusula de juros simples.

10.9.2.4 – Contagem do Prazo

No cálculo de rendas e de encargos de operações ativas e passivas, paraefeito do regime de competência, deve ser incluído o dia do vencimento e excluído oda operação.

10.9.2.5 – Dia do Aniversário

Para fins de ajuste de operações ativas e passivas contratadas com cláusulade variação monetária, entende-se como dia do aniversário aquele correspondente aodia do vencimento, em qualquer mês, do título ou obrigação. Nos casos em que o diada liberação for diferente daquele do aniversário, deve ser efetuado o cálculocomplementar referente ao número de dias compreendido entre o dia do aniversário eo da liberação, complementando ou reduzindo a apropriação efetuada no primeiromês.

10.9.2.6 – Data-base para Elaboração de Balancete ou Balanço Patrimonial

Para efeito de elaboração de balancetes mensais e balanços, as contas deresultados devem ser computadas até o último dia do mês, independentemente deser o dia útil ou não, data que prevalecerá no preenchimento das demonstraçõescontábeis.

10.9.3 – Da avaliação dos componentes patrimoniais

10.9.3.1 – Aplicações em Ouro

O saldo das aplicações em ouro, o certificado de custódia de ouro e osaldo dos contratos de mútuo de ouro avaliam-se pelo valor divulgado pelo BancoCentral do Brasil, reconhecendo-se os efeitos a crédito ou a débito das contas deresultado.

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159

10.9.3.2 – Títulos de Renda Variável

a) Cotados em BolsaMensalmente, avalia-se a carteira de títulos de renda variável, cotados

em bolsa, com a observância dos seguintes procedimentos:

1. comparação entre os valores de custo e a cotação média do últimodia útil de cada mês em que a ação tenha sido cotada, na bolsa de valoresonde foi mais negociada no trimestre civil imediatamente anterior;

2. no caso de valorizações apuradas, não é admitido reconhecimento;

3. no caso inverso, é obrigatória a constituição de provisão específica, parafazer face às desvalorizações apuradas na carteira de títulos cotados em bolsa.

b) Não-cotados em Bolsa

Mensalmente, avaliam-se os títulos de renda variável não-cotados embolsa, inclusive ação de companhia fechada e quota de sociedade limitada, coma observância dos seguintes procedimentos:

1. comparação entre o valor de custo e o patrimonial, determinado combase no último balanço publicado ou balancete disponível, admitindo-se,para tanto, defasagem, em relação a data da avaliação, de no máximo 12meses;

2. no caso de valorizações apuradas, não é admitido seureconhecimento; e

3. no caso inverso, é obrigatória a constituição de provisão específica,para fazer face às desvalorizações apuradas na carteira de títulos não-cotados em bolsa.

c) Para fins de avaliação da carteira, devem ser consideradas as operaçõesno mercado a termo futuro, opções ou “swap” que estejam vinculadas à carteira.

d) Objetivando privilegiar a essência econômica da operação em relaçãoa sua forma jurídica, nas operações com títulos de renda variável que permitama predeterminação da renda, os resultados devem ser apropriados em contaespecífica de rendas de títulos de renda fixa.

10.9.3.3 – Títulos de Renda Fixa

A carteira de títulos de renda fixa será avaliada mensalmente, adotando-se como base o menor valor entre o contábil e o de mercado.

Page 160: Normas Brasileiras de Contabilidade

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I – Valor Contábil – compreende o custo de aquisição, acrescido dosrendimentos pro rata pro diei auferidos;

II – Valor de Mercado – para efeito deste item, compreende aquele que sepode obter, na data da avaliação, com a venda do título. Se não houver cotação,adotam-se as taxas de emissão para títulos semelhantes em vigor na mesmadata ou, ainda, as cotações constantes de publicações especializadas.Na comparação entre o valor contábil e o de mercado, observam-se os seguintescritérios:

a) quando o valor de mercado for superior ao valor contábil, não se admitequalquer registro de valorização, permanecendo, portanto, o valor contábil; e

b) quando o valor de mercado for inferior ao valor contábil, constitui-seprovisão para perdas no estoque dos títulos, por emitente e tipo de papel.

10.9.3.4 – Bens Não de Uso Próprio

Registram-se como bens não de uso próprios os recebidos em dação depagamento ou os que foram retirados de operação.

No recebimento de bens não de uso próprio, deverá ser adotado o menorvalor dentre os seguintes:

1. valor do crédito;

2. valor do bem apurado em laudo de avaliação, com indicação doscritérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados, e instituídocom documentos relativos ao bem avaliado; e

3. na hipótese de crédito já baixado como prejuízo e na ocorrência deincerteza quanto ao valor da realização do bem objeto de dação empagamento, prevalece o valor do bem apurado em laudo de avaliação, emcontrapartida à conta retificadora do ativo. O reconhecimento como receitanão-operacional se dará quando da alienação.

10.9.4 – Das notas explicativas às demonstrações contábeis

10.9.4.1 – A elaboração das notas explicativas deve observar a legislaçãopertinente, assim como a NBC T 6 – Da Divulgação das DemonstraçõesContábeis, contemplando, ainda, os seguintes aspectos;

a) operações que levem risco às instituições, elencando no mínimo:montante envolvido, características das operações e o método de gerenciamentodesse risco;

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b) características dos créditos, tais como: qualidade, renegociações eseus resultados, prazos, garantias, concentração e provisionamentos;

c) detalhamento de captações e aplicações, e seu correlacionamento demontantes, prazos e taxas;

d) detalhes das operações relacionadas com garantias concedidas (fiançase avais), clientes (porte, localização e área de atuação), garantias honradas noperíodo (motivos, ações adotadas para recuperação), valores administrados(fundos e carteiras), benefícios ou obrigações decorrentes (efeitos no resultado,principais aspetos contratuais);

e) bases de apuração de impostos e contribuições, critérios de constituiçãodos créditos tributários e sua realização;

f) limites operacionais: situação da instituição quanto ao cumprimentodos limites determinados legalmente;

g) detalhamento das moedas e prazos, e seu correlacionamento entreoperações ativas e passivas;

h) informações sobre agências e subsidiárias no exterior; e

i) operações com o Banco Central do Brasil: montantes (em aberto, média,média no período), efeitos no resultado, origens e encargos.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 909/01

Aprova, da NBC T 10 - Dos AspectosContábeis Específicos em Entidades Diversas,o item 10.14 - Entidades Agropecuárias.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deInstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais, está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 10/01, bem como ointenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõe, representandoalém desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários,o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministérioda Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, aSecretaria Federal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade, elaborou o item 10.14 – Entidades Agropecuárias da NBC T 10 – DosAspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 41, de 18 dejulho de 2001;

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.14 –EntidadesAgropecuárias

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 8 de agosto de 2001.

Contador José Serafim AbrantesPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 - DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

10.14 - ENTIDADES AGROPECUÁRIAS

10.14.1 - Considerações Gerais

10.14.1.1 - Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação, de registro das variações patrimoniais e de estruturação dasdemonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas emnotas explicativas para as entidades agropecuárias que exploram as atividadesagrícolas e pecuárias, no restante deste norma, genericamente denominadasentidades rurais.

10.14.1.2 - Entidades rurais são aquelas que exploram a capacidadeprodutiva do solo ou da água, mediante extração vegetal, o cultivo da terra ou daágua (hidroponia) e a criação de animais.

10.14.1.3 - Aplicam-se às entidades rurais os Princípios Fundamentaisde Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas e Comunicados Técnicos editados pelo Conselho Federalde Contabilidade.

10.14.1.4 - O exercício social das entidades rurais é aquele estabelecidono seu instrumento societário e, na ausência dele, o ano-calendário.

10.14.2 - Dos Registros Contábeis Das Entidades Rurais

10.14.2.1 - A escrituração contábil é obrigatória, devendo as receitas,custos e despesas ser contabilizados mensalmente.

10.14.2.2 - Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas,custos e despesas, segregadas por tipo de atividades.

10.14.2.3 - Os critérios de avaliação adotados pelas entidades ruraisdevem fundamentar-se nos seus ciclos operacionais.

10.14.2.4 - As perdas, parciais ou totais, decorrentes de ventos, geada,inundação, praga, granizo, seca, tempestade e outros eventos naturais, bemcomo de incêndio, devem ser registradas como despesa não-operacional doexercício.

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10.14.3 - Das Demonstrações Contábeis das Entidades Rurais

10.14.3.1 - As demonstrações contábeis das entidades devem serelaboradas de acordo com a NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura eNomenclatura das Demonstrações Contábeis.

10.14.3.2 - As demonstrações contábeis devem ser complementadas pornotas explicativas elaboradas com obediência à NBC T 6 - Da Divulgação dasDemonstrações Contábeis e a respectiva Interpretação Técnica, devendo conter,ainda, as seguintes informações :

a) as principais atividades operacionais desenvolvidas;

b) os investimentos em culturas permanentes e seus efeitos futuros;

c) a composição dos tipos de empréstimos, financiamentos, montante avencer a longo prazo, taxas, garantias e principais cláusulas contratuais restritivas,inclusive os de arrendamento mercantil;

d) contingências existentes, com especificação de sua natureza, estimativade valores e situação quanto ao seu possível desfecho;

e) os efeitos no resultado decorrentes de arrendamentos e parcerias,quando relevantes;

f) os efeitos entre os valores históricos dos estoques de produtos agrícolase o de mercado quando este for conhecido;

g) eventos subseqüentes; e

h) a composição dos estoques quando esta não constar do balançopatrimonial.

10.14.4 – Entidades Agrícolas: Aspectos Gerais

10.14.4.1 - As entidades agrícolas são aquelas que se destinam à produçãode bens, mediante o plantio, manutenção ou tratos culturais, colheita ecomercialização de produtos agrícolas.

10.14.4.2 - As culturas agrícolas dividem-se em:

a) temporárias: a que se extinguem pela colheita, sendo seguidas de umnovo plantio; e

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b) permanentes: aquela de duração superior a um ano ou que proporcionammais de uma colheita, sem a necessidade de novo plantio, recebendo somentetratos culturais no intervalo entre as colheitas.

10.14.4.3 - O ciclo operacional é o período compreendido desde apreparação do solo, entendida esta como a utilização de grade, arado e demaisimplementos agrícolas, deixando a área disponível para o plantio até acomercialização do produto.

10.14.5 - Dos Registros Contábeis das Entidades Agrícolas

10.14.5.1 - Os bens originários de culturas temporárias e permanentesdevem ser avaliados pelo seu valor original, por todos os custos integrantes dociclo operacional, na medida de sua formação, incluindo os custos imputáveis,direta ou indiretamente, ao produto, tais como sementes, irrigações, adubos,fungicidas, herbicidas, inseticidas, mão-de-obra e encargos sociais, combustíveis,energia elétrica, secagens, depreciações de prédios, máquinas e equipamentosutilizados na produção, arrendamentos de máquinas, equipamentos e terras,seguros, serviços de terceiros, fretes e outros.

10.14.5.2 - Os custos indiretos das culturas, temporárias ou permanentes,devem ser apropriados aos respectivos produtos.

10.14.5.3 - Os custos específicos de colheita, beneficiamento,acondicionamento, armazenagem e outros necessários para que o produto resulteem condições de comercialização, devem ser contabilizados em conta deEstoque de Produtos Agrícolas.

10.14.5.4 - As despesas pré-operacionais devem ser amortizadas apartir da primeira colheita. O mesmo tratamento contábil deve ser dado àsdespesas pré-operacionais relativas a novas culturas, em entidade agrícolajá em atividade.

10.14.5.5 - Os custos com desmatamento, destocamento, correção dosolo e outras melhorias para propiciar o desenvolvimento das culturas agrícolasque beneficiarão mais de uma safra devem ser contabilizados pelo seu valororiginal, no Ativo Diferido, como encargo das culturas agrícolas desenvolvidas naárea, deduzidas as receitas líquidas obtidas com a venda dos produtos oriundosdo desmatamento ou destocamento.

10.14.5.6 - A exaustão dos componentes do Ativo Imobilizado relativos àsculturas permanentes, formado por todos os custos ocorridos até o períodoimediatamente anterior ao início da primeira colheita, tais como preparação da terra,mudas ou sementes, mão-de-obra, etc., deve ser calculada com base na expectativade colheitas, de sua produtividade ou de sua vida útil, a partir da primeira colheita.

Page 166: Normas Brasileiras de Contabilidade

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10.14.5.7 - Os custos incorridos que aumentem a vida útil da culturapermanente devem ser adicionados aos valores imobilizados.

10.14.5.8 - As perdas correspondentes à frustração ou ao retardamentoda safra agrícola devem ser contabilizadas como despesa operacional.

10.14.5.9 - Os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produtopelo valor de mercado, em conformidade com a NBC T 4 – Da AvaliaçãoPatrimonial, item 4.2.3.4, devem ser contabilizados como receita operacional,em cada exercício social.

10.14.5.10 - Os custos de produção agrícola devem ser classificados noAtivo da entidade, segundo a expectativa de realização:

a) no Ativo Circulante, os custos com os estoques de produtos agrícolas ecom tratos culturais ou de safra necessários para a colheita no exercício seguinte; e

b) no Ativo Permanente Imobilizado, os custos que beneficiarão mais deum exercício.

10.14.6 – Entidades Pecuárias: Aspectos Gerais

10.14.6.1 - As Entidades Pecuárias são aquelas que se dedicam à cria,recria e engorda de animais para fins comerciais.

10.14.6.2 - As atividades das Entidades Pecuárias alcançam desde ainseminação, ou nascimento, ou compra, até a comercialização, dividindo-se em:

a) cria e recria de animais para comercialização de matrizes;

b) cria, recria ou compra de animais para engorda e comercialização; e

c) cria, recria ou compra de animais para comercialização de seus produtosderivados, tais como: leites, ovos, mel, sêmen, etc.

10.14.6.3 - O ciclo operacional é o período compreendido desde ainseminação, ou nascimento, ou compra, até a comercialização.

10.14.7 - Dos Registros Contábeis das Entidades Pecuárias

10.14.7.1 - Os animais originários da cria ou da compra para recria ouengorda são avaliados pelo seu valor original, na medida de sua formação,incluindo todos os custos gerados no ciclo operacional, imputáveis, direta ouindiretamente, tais como: rações, medicamentos, inseticidas, mão-de-obra eencargos sociais, combustíveis, energia elétrica, depreciações de prédios,

Page 167: Normas Brasileiras de Contabilidade

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máquinas e equipamentos utilizados na produção, arrendamentos de máquinas,equipamentos ou terras, seguros, serviços de terceiros, fretes e outros.

10.14.7.2 - As despesas pré-operacionais devem ser amortizadas à medidaque o ciclo operacional avança em relação à criação dos animais ou à produçãode seus derivados.

10.14.7.3 - Nas atividades de criação de animais, os componentespatrimoniais devem ser avaliados como segue:

a) o nascimento de animais, conforme o custo acumulado do período,dividido pelo número de animais nascidos;

b) os custos com os animais devem ser agregados ao valor original àmedida que são incorridos, de acordo com as diversas fases de crescimento; e

c) os estoques de animais devem ser avaliados segundo a sua idade equalidade.

10.14.7.4 - Os animais destinados à reprodução ou à produção dederivados, quando deixarem de ser utilizados para tais finalidades, devem terseus valores transferidos para as Contas de Estoque, no Ativo Circulante, peloseu valor contábil unitário.

10.14.7.5 - As perdas por morte natural, devem ser contabilizadas comodespesa operacional, por decorrentes de risco inerente à atividade.

10.14.7.6 - Os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produtopelo valor de mercado, em conformidade com a NBC T 4 – Da AvaliaçãoPatrimonial, item 4.2.3.4, devem ser contabilizados como receita operacional,em cada exercício social.

10.14.7.7 - Os custos com a atividade de criação de animais devem serclassificados no Ativo da entidade, segundo a expectativa de realização:

a) no Ativo Circulante, os custos com os estoques dos animais destinadosa descarte, engorda e comercialização até o final do próximo exercício; e

b) no Ativo Permanente Imobilizado, os custos com os animais destinadosà reprodução ou à produção de derivados.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 922/01

Aprova, da NBC T 10 - Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.16 - Entidades querecebem Subvenções, Contribuições,Auxílios e Doações.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabeleceregras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização detrabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 10/01, bemcomo o intenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõemrepresentando, além desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão deValores Mobiliários, o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional deSeguro Social, o Ministério da Educação, a Secretaria da Receita Federal, aSecretaria do Tesouro Nacional, a Secretaria Federal de Controle e aSuperintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade elaborou o item 10.16 – Entidades que recebem Subvenções,Contribuições, Auxílios e Doações, da NBC T 10 – Dos Aspectos ContábeisEspecíficos em Entidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 59, de 28de novembro de 2001;

RESOLVE:

Art. 1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.16 – Entidadesque recebem Subvenções, Contribuições, Auxílios e Doações.

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Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 13 de dezembro de 2001.

Contador José Serafim AbrantesPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

NBC T 10.16 – ENTIDADES QUE RECEBEM SUBVENÇÕES, CONTRIBUIÇÕES,AUXÍLIOS E DOAÇÕES

10.16.1 – Disposições gerais

10.16.1.1 – Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação e registro contábil dos componentes patrimoniais, incluídas asinformações mínimas que deverão constar das notas explicativas, das entidadesque recebem aportes de qualquer natureza.

10.16.1.2 – As entidades abrangidas são aquelas que recebem aportesfinanceiros de qualquer natureza, como subvenções, contribuições, auxílios edoações, bem como direitos de propriedade de bens móveis e imóveis.

10.16.1.3 – Aplicam-se a essas entidades os Princípios Fundamentaisde Contabilidade, bem com as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo ConselhoFederal de Contabilidade.

10.16.1.4 – As entidades em causa devem observar, no que lhes couber,os ordenamentos constantes das seguintes normas: NBC T 10.4 – Fundações;NBC T 10.18 – Entidades Sindicais e Associações de Classe; NBC T 10.19 –Entidades sem Finalidade de Lucros e NBC T 4 – Da Avaliação Patrimonial,mormente os seus itens 4.2.7.2 e 4.2.7.3.

10.16.1.5 – Subvenções são as transferências derivadas da leiorçamentária e concedidas por órgãos do setor público a entidades, públicas ouprivadas, com o objetivo de cobrir despesas com a manutenção e o custeiodestas, caracterizadas ou não pela contraprestação de bens e serviços dabeneficiária dos recursos. As subvenções subdividem-se em:

a) sociais – aquelas destinadas a entidades, públicas ou privadas, semfinalidade lucrativa, de natureza assistencial, médica, educacional ou cultural,com vista a estimular a prestação de serviços essenciais, em suplementação àiniciativa privada;

b) econômicas – as transferências destinadas a empresas, públicas ouprivadas, de natureza industrial, comercial, agrícola ou pastoril, e inclusive paraa cobertura de déficits de manutenção das empresas públicas.

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10.16.1.6 – Contribuições são as transferências derivadas da leiorçamentária e concedidas por entes governamentais a autarquias e fundaçõese a entidades sem fins lucrativos, destinadas à aplicação em custeio emanutenção destas, sem contrapartida direta do beneficiário dos recursos embens e serviços, ou determinadas por lei especial anterior, para o atendimentode investimentos ou inversões financeiras.

10.16.1.7 – Auxílios são as transferências oriundas da lei orçamentáriadestinadas a atender a despesas de capital de entes públicos ou de entidadesprivadas sem fins lucrativos.

10.16.1.8 – Doações são transferências gratuitas, em caráter definitivo,de recursos financeiros ou do direito de propriedade de bens móveis e imóveis,com as finalidades de custeio, investimentos e imobilizações, sem contrapartidado beneficiário dos recursos.

10.16.1.9 – Consoante legislação específica, os órgãos governamentaissomente podem efetuar doação do direito de propriedade de bens móveis.

10.16.1.10 – As entidades privadas podem efetuar doações de recursosfinanceiros ou do direito de propriedade de bens móveis e imóveis.

10.16.2 – Registro contábil

10.16.2.1 - As transferências a título de subvenção que correspondam ounão a uma contraprestação direta de bens ou serviços para a entidadetransferidora, devem ser contabilizadas como receita na entidade recebedorados recursos financeiros.

10.16.2.2 - As transferências a título de contribuição, mesmo que nãocorrespondam a uma contraprestação direta de bens ou serviços para a entidadetransferidora, devem ser contabilizadas como receita na entidade recebedorados recursos financeiros.

10.16.2.3 - Os auxílios ou contribuições para despesas de capital devem sercontabilizados diretamente em conta específica de Reserva de Capital, no PatrimônioLíquido. De igual modo, os auxílios ou contribuições devem ser contabilizados emconta específica, designativa da operação, no Patrimônio Social das entidades quese sujeitam às normas contábeis mencionadas no item 10.16.1.4.

10.16.2.4 – As doações financeiras para custeio devem ser contabilizadasem contas específicas de receita. As doações para investimentos e imobilizações,que são consideradas patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição daentidade, devem ser contabilizadas no Patrimônio Líquido ou Social, conformeseja o caso específico da pessoa jurídica beneficiária da transferência.

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10.16.2.5 - As transferências a título de subvenções, contribuições, auxíliose doações devem ser contabilizadas em contas de compensação, pelo valortotal dos recursos recebidos, enquanto perdurar a responsabilidade da entidadebeneficiária dos recursos.

10.16.2.6 – As transferências a título de subvenções, auxílios, contribuiçõese doações para custeio ou capital devem ser registradas mediante documentohábil e contabilizadas em contas específicas na entidade beneficiária dosrecursos.

10.16.3 – Notas explicativas às demonstrações contábeis

10.16.3.1 – As demonstrações contábeis devem ser acompanhadas denotas explicativas que contenham, além dos dados compulsórios determinadosem outros atos normativos contábeis, as seguintes informações:

a) os critérios de apuração das receitas e de constituição de reservas,especialmente as pertinentes a subvenções, doações, auxílios e contribuições;

b) as subvenções, os auxílios e as contribuições governamentais recebidos,a aplicação dos recursos e as responsabilidades decorrentes dessastransferências, inclusive quanto à prestação de contas correspondente, peranteo órgão concedente dos recursos; e

c) a evidenciação dos recursos e bens recebidos sujeitos a restrições ouvinculações por parte dos doadores.

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RESOLUÇÃO CFC N.º 838/99

Aprova, da NBC T 10 – Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.18 – Entidades Sindicaise Associações de Classe.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas, constituem corpo de doutrina contábil que estabeleceregras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização detrabalhos;

CONSIDERANDO que a constante evolução e a crescente importânciada auditoria que exige atualização e aprimoramento das normas endereçadas asua regência, de modo a manter justaposição e ajustamento entre o trabalho aser realizado e o modo ou processo dessa realização;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deInstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais, está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade, instituído pelas Portarias CFC n.ºs 13,25, 26, 27, 30, 34, 42, 43 e 44/98;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade, atendendo ao que está disposto na Resolução CFC n.º 751, de29 de dezembro de 1993, elaborou o item NBC T 10.18 – Entidades Sindicais eAssociações de Classe na NBC T 10 – Dos Aspectos Contábeis Específicosem Entidades Diversas;

CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para adequadodesempenho, deve ser empreendido pelo Conselho Federal de Contabilidadeem regime de franca, real e aberta cooperação com o Banco Central de Brasil,a Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto Brasileiro de Contadores, oMinistério da Educação e do Desporto, a Secretaria Federal de Controle, aSecretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional e aSuperintendência de Seguros Privados;

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RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade, assim discriminada: NBCT 10.18 – Entidades Sindicais e Associações de Classe.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 22 de fevereiro de 1999.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRANTESPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

10.18 – ENTIDADES SINDICAIS E ASSOCIAÇÕES DE CLASSE

10.18.1 – Das disposições gerais

10.18.1.1 – Esta Norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação de registro contábeis e de estruturação das demonstraçõescontábeis das Entidades Sindicais e Associações de Classe e aplica-se àsentidades sindicais de todos os níveis, sejam confederações, centrais, federaçõese sindicatos; a quaisquer associações de classe; a outras denominações quepossam ter, abrangendo tanto as patronais como as de trabalhadores. Requisitobásico é aglutinarem voluntariamente pessoas físicas ou jurídicas, conforme ocaso, unidas em prol de uma profissão ou atividade comum.

10.18.1.2 – Não estão abrangidos por esta Norma os Conselhos Federais,Regionais e Seccionais de profissões liberais, criados por lei federal, de inscriçãocompulsória para o exercício legal de uma profissão. (1)

10.18.1.3 – Aplicam-se às Entidades e Associações abrangidas por estaNorma os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como, com asalterações tratadas nos itens 10.18.5.1, 10.18.6.1, 10.18.7.1 e 10.18.8.1 todasas Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas eComunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

10.18.2 – Do registro contábil

10.18.2.1 – As receitas de contribuições baseadas em estatuto, ou emdocumento equivalente, aquelas derivadas de legislação específica e as demais, bemcomo as despesas, devem ser registradas em obediência aos Princípios Fundamentaisde Contabilidade, sempre considerado o tempo decorrido e a periodicidade mensal.

10.18.2.2 – As Entidades Sindicais e Associações de Classe devemconstituir provisão em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas,com base em estimativas de seus prováveis valores de realização, e baixar osprescritos, incobráveis e anistiados.

10.18.3 – Das demonstrações contábeis

10.18.3.1 – As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelasEntidades Sindicais e Associações de Classe são as seguintes, determinadas

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pela NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura dasDemonstrações Contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado,Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstrações dasOrigens e Aplicações de Recursos.

10.18.4 – Do balanço patrimonial

10.18.4.1 – O Balanço Patrimonial das Entidades Sindicais e Associaçõesde Classe deve evidenciar os componentes patrimoniais, de modo a possibilitaraos seus usuários a adequada interpretação da sua posição patrimonial e financeira.

10.18.4.2 – A conta Capital (item 3.2.2.12, I) será substituída pela contaPatrimônio Social e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados (item 3.2.2.12. III)pela conta Superávits ou Déficits Acumulados.

10.18.5 – Da demonstração do resultado

10.18.5.1 – A denominação Da Demonstração do Resultado (item 3.3 daNBC T 3) é alterada para Demonstração do Superávit ou Déficit, a qual deveevidenciar a composição do resultado de um determinado período. Além dessaalteração, a NBC T 3 é aplicada substituindo-se a palavra resultado dos itens3.3.2.3, d, 3.3.2.3, g e 3.3.2.3, m, pela expressão superávit ou déficit.

10.18.5.2 – A demonstração do resultado deve evidenciar, de formasegregada, as contas de receitas e despesas, estas, quando identificáveis, portipo de atividade.

10.18.6 – Da demonstração das mutações do patrimônio líquido

10.18.6.1 – A denominação Da Demonstração das Mutações do PatrimônioLíquido (item 3.5 da NBC T3) é alterada para Demonstração das Mutações do PatrimônioSocial, que deve evidenciar, num determinado período, a movimentação das Contasque integram o seu patrimônio. Além dessa alteração, a NBC T 3 é aplicada com asubstituição de palavras “lucros dos itens 3.5.2.1, c, 3.5.2.1, f e 3.5.2.1, h, pela palavrasuperávit e a palavra prejuízo do item 3.5.2.1, i pela palavra déficit.

10.18.6.2 – As Entidades Sindicais e Associações de Classe estãodispensadas da elaboração da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados(item 3.4) por estar incluída na Demonstração das Mutações do PatrimônioSocial.

10.18.7 – Da demonstração das origens e aplicações de recursos

10.18.7.1 – Na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos(item 3.6 da NBC T 3), a palavra resultado do item 3.6.2.1 “a” é substituída pela

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expressão superavit ou deficit.

10.18.8 – Da divulgação das demonstrações contábeis

10.18.8.1 – A divulgação das demonstrações contábeis deve obedecer àNBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

10.18.9 – Das notas explicativas às demonstrações contábeis

10.18.9.1 – As notas explicativas devem incluir informações de naturezapatrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, tais como:

a) as principais atividades desenvolvidas pela Entidade Sindical ouAssociação de Classe;

b) as principais práticas contábeis adotadas;

c) os investimentos relevantes efetuados no período e os anteriormenteexistentes;

d) a origem dos recursos relevantes;

e) os detalhes dos financiamentos a longo prazo; e

f) os detalhes das contingências na data do encerramento do exercício edos prováveis efeitos futuros.

(1) alterado oela Resolução CFC nº 852/99.

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RESOLUÇÃO CFC N.º 877/00

Aprova, da NBC T 10 – Dos AspectosContábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.19 – Entidades semFinalidade de Lucros.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabeleceregras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização detrabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deInstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais, está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade, bem como o intenso auxíliodesempenhado pelos profissionais que o compõe, representando além destaEntidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, oInstituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, oMinistério da Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria doTesouro Nacional, a Secretaria Federal de Controle e a Superintendência deSeguros Privados;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras deContabilidade, atendendo ao que está disposto na Resolução CFC n.º 751, de29 de dezembro de 1993, elaborou o item NBC T 10.19 – Entidades SemFinalidade de Lucros da NBC T 10 – Dos Aspectos Contábeis Específicos emEntidades Diversas;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório n.º 17/00,de 17 de abril de 2000, aprovada pelo Plenário deste Conselho Federal deContabilidade;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.19 – EntidadesSem Finalidade de Lucros.

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Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua assinatura.

Brasília, 18 de abril de 2000.

Contador JOSÉ SERAFIM ABRATESPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 - ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

NBC T 10.19 - ENTIDADES SEM FINALIDADE DE LUCROS

10.19.1 - Das disposições gerais

10.19.1.1 - Esta norma estabelece critérios e procedimentosespecíficos de avaliação, de registros dos componentes e variações patrimoniaise de estruturação das demonstrações contábeis, e as informações mínimas aserem divulgadas em nota explicativa das entidades sem finalidades de lucros.

10.19.1.2 - Destina-se, também, a orientar o atendimento às exigênciaslegais sobre procedimentos contábeis a serem cumpridos pelas pessoas jurídicasde direito privado sem finalidade de lucros, especialmente entidades beneficentesde assistência social (Lei Orgânica da Seguridade Social), para emissão doCertificado de Entidade de Fins Filantrópicos, da competência do ConselhoNacional de Assistência Social (CNAS).

10.19.1.3 - As entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que oresultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucroou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit.

10.19.1.4 - As entidades sem finalidade de lucros exercem atividadesassistenciais, de saúde, educacionais, técnico-científicas, esportivas, religiosas,políticas, culturais, beneficentes, sociais, de conselhos de classe e outras,administrando pessoas, coisas, fatos e interesses coexistentes e coordenadosem torno de um patrimônio com finalidade comum ou comunitária. (2)

10.19.1.5 - Essas entidades são constituídas sob a forma de fundaçõespúblicas ou privadas, ou sociedades civis, nas categorias de entidades sindicais,culturais, associações de classe, partidos políticos, ordem dos advogados,conselhos federais, regionais e seccionais de profissões liberais, clubesesportivos não-comerciais e outras entidades enquadradas no conceito do item10.19.1.4.

10.19.1.6 - Aplicam-se às entidades sem finalidade de lucros os PrincípiosFundamentais de Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras deContabilidade e suas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editadospelo Conselho Federal de Contabilidade.

10.19.1.7 - Por se tratar de entidades sujeitas aos mesmos

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procedimentos contábeis, devem ser aplicadas, no que couber, as diretrizes daNBC T 10.4 - Fundações e NBC T 10.18 - Entidades Sindicais e Associações deClasse.

10.19.2 - Do registro contábil

10.19.2.1 - As receitas e despesas devem ser reconhecidas,mensalmente, respeitando os Princípios Fundamentais de Contabilidade, emespecial os Princípios da Oportunidade e da Competência.

10.19.2.2 - As entidades sem finalidade de lucros devem constituirprovisão em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas, com base emestimativas de seus prováveis valores de realização, e baixar os valores prescritos,incobráveis e anistiados.

10.19.2.3 - As doações, subvenções e contribuições para custeio sãocontabilizadas em contas de receita. As doações, subvenções e contribuiçõespatrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da entidade, sãocontabilizadas no patrimônio social.

10.19.2.4 - As receitas de doações, subvenções e contribuições paracusteio ou investimento devem ser registradas mediante documento hábil.

10.19.2.5 - Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitase despesas, superávit ou déficit, de forma segregada, quando identificáveis portipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social, técnico-científicae outras, bem como, comercial, industrial ou de prestação de serviços.

10.19.2.6 - As receitas de doações, subvenções e contribuições recebidaspara aplicação específica, mediante constituição ou não de fundos, devem serregistradas em contas próprias segregadas das demais contas da entidade.

10.19.2.7 - O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser registradona conta Superávit ou Déficit do Exercício enquanto não aprovado pela assembléiados associados e após a sua aprovação, deve ser transferido para a contaPatrimônio Social. (1)

10.19.3 - Das demonstrações contábeis

10.19.3.1 - As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelasentidades sem finalidade de lucros são as determinadas pela NBC T 3 - Conceito,Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis, e a suadivulgação pela NBC T 6 - Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

(1) alterado pela Resolução CFC nº 926/01.

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10.19.3.2 - Na aplicação das normas contábeis, em especial a NBC T 3,a conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupoPatrimônio Líquido, e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados por Superávit ouDéficit do Exercício.

10.19.3.3 - As demonstrações contábeis devem ser complementadaspor notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:

a) o resumo das principais práticas contábeis;

b) os critérios de apuração das receitas e das despesas, especialmentecom gratuidades, doações, subvenções, contribuições e aplicações de recursos;

c) as contribuições previdenciárias relacionadas com a atividade assistencialdevem ser demonstradas como se a entidade não gozasse de isenção, conformenormas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

d) as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos eas responsabilidades decorrentes dessas subvenções;

e) os fundos de aplicação restrita e responsabilidades decorrentes dessesfundos;

f) evidenciação dos recursos sujeitos a restrições ou vinculações por partedo doador;

g) eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que tenham,ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira e os resultadosfuturos da entidade;

h) as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigaçõesa longo prazo;

i) informações sobre os tipos de seguro contratados;

j) as entidades educacionais, além das notas explicativas, devem evidenciar aadequação das receitas com as despesas de pessoal, segundo parâmetrosestabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação e sua regulamentação; e

k) as entidades beneficiadas com isenção de tributos e contribuiçõesdevem evidenciar, em Notas Explicativas, suas receitas com e sem gratuidadede forma segregada, e os benefícios fiscais gozados.(1) (2)

(1) alterado pela Resolução CFC nº 926/01.

(2) alterado pela Resolução CFC n° 966/03.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 944/02

Aprova, da NBC T 10 – Dos AspectosCcontábeis Específicos em EntidadesDiversas, o item 10.21 – EntidadesCooperativas Operadoras de Planos deAssitência à Saúde.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabeleceregras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização detrabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 31/02, bemcomo o intenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõemrepresentando, além dessa entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão deValores Mobiliários, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, o InstitutoNacional de Seguro Social, o Ministério da Educação, a Secretaria da ReceitaFederal, a Secretaria do Tesouro Nacional, a Secretaria Federal de Controle e aSuperintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Estudo, instituídopela Portaria CFC nº 47/01, que designou representação deste Conselho Federalde Contabilidade, da Agência Nacional de Saúde Suplementar e da Organizaçãodas Cooperativas Brasileiras;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 49, de29 de agosto de 2001;

RESOLVE:

Art.1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.21 –Entidades Cooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde.

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Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2003,sendo encorajada a sua aplicação antecipada.

Brasília, 30 de agosto de 2002.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 10 – DOS ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADESDIVERSAS

NBC T 10.21 - ENTIDADES COOPERATIVAS OPERADORAS DE PLANOS DEASSISTÊNCIA À SAÚDE

10.21.1 - Disposições Gerais

10.21.1.1 - Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicosde avaliação, de registro das variações patrimoniais e de estrutura dasdemonstrações contábeis e as informações mínimas a serem incluídas em notasexplicativas para as Entidades Cooperativas Operadoras de Planos deAssistência à Saúde.

10.21.1.2 - Entidades Cooperativas Operadoras de Planos de Assistência àSaúde são aquelas que exercem as atividades na forma da lei específica, por meiode atos cooperativos, que se traduzem na prestação direta de serviços aos seusassociados, sem objetivo de lucro, para obterem, em comum, melhores resultadospara cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto ou pelanatureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados.

10.21.1.3 - Aplicam-se às Entidades Cooperativas Operadoras de Planosde Assistência à Saúde os Princípios Fundamentais de Contabilidade, asNormas Brasileiras de Contabilidade, especialmente a NBC T 2 e a NBC T 4,com as alterações tratadas nos itens 10.21.5.1, 10.21.6.1 e 10.21.7.1, bemcomo todas as suas Interpretações e os Comunicados Técnicos editados peloConselho Federal de Contabilidade.

10.21.1.4 - As movimentações econômico-financeiras das EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde terão o seguintetratamento contábil:

10.21.1.4.1 - Aquelas decorrentes do ato cooperativo, na forma previstano estatuto social, denominadas como receitas e despesas na NBC T 3.3 elegislação aplicável, inclusive a emitida por órgãos reguladores, serãodenominadas, respectivamente, como “ingressos” (receitas por conta decooperados) e “dispêndios” (despesas por conta de cooperados).

10.21.1.4.2 - Aquelas decorrentes dos atos não-cooperativos, na formadisposta no estatuto social, são definidas contabilmente como receitas, custose despesas e devem ser registradas contabilmente de forma segregada dasdecorrentes dos atos cooperativos.

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10.21.1.5 - O exercício social das Entidades Cooperativas Operadoras dePlanos de Assistência à Saúde é fixado em seus estatutos sociais, respeitadaa legislação específica e normas emanadas dos órgãos reguladores.

10.21.1.6 - O capital social das Entidades Cooperativas Operadoras dePlanos de Assistência à Saúde é formado por quotas-partes, que devem serregistradas de forma individualizada por se tratar de sociedade de pessoas,segregando o capital subscrito e o capital a integralizar, podendo, para tanto,ser utilizados registros auxiliares.

10.21.1.7 - Nas Entidades Cooperativas Operadoras de Planos deAssistência à Saúde, a conta Capital Social é movimentada por:

a) livre adesão do associado, quando de sua admissão, pelo valor dasquotas-partes fixado no estatuto social;

b) pela subscrição de novas quotas-partes, pela retenção estatutáriasobre a produção ou serviço, pela capitalização de sobras e pela incorporaçãode reservas, exceto as indivisíveis previstas em lei e aquelas do item 10.21.2.11desta norma;

c) retirada do associado por demissão, eliminação ou exclusão.

10.21.1.8 - As sobras líquidas do exercício, após as destinações legais eestatutárias, devem ser postas à disposição da assembléia geral para deliberação e, damesma forma, as perdas líquidas, quando a Reserva Legal for insuficiente para suacobertura, serão rateadas entre os associados na forma estabelecida no estatuto social,não devendo haver saldo pendente ou acumulado de exercício anterior, devendo a perdanão-suportada por esta reserva ser registrada conforme estabelece o item 10.21.2.7.

10.21.1.9 - As Entidades Cooperativas Operadoras de Planos deAssistência à Saúde devem distribuir as sobras líquidas aos seus associadosde acordo com a produção de bens ou serviços por eles entregues, em funçãodo volume de fornecimento de bens de consumo e insumos, dentro do exercíciosocial, salvo deliberação em contrário da assembléia geral.

10.21.1.10 - A responsabilidade do associado, para fins de rateio dasperdas, perdura para os demitidos, eliminados ou excluídos, até quando aprovadasas contas do exercício social em que se deu o desligamento. Em caso desobras, aplicam-se as mesmas condições.

10.21.1.11 - Os elementos do patrimônio das Entidades CooperativasOperadoras de Planos de Assistência à Saúde serão atualizados monetariamentena forma prevista na Resolução CFC n.º 900, de 22 de março de 2001, elegislações posteriores.

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10.21.1.12 - Os fundos previstos na legislação ou nos estatutos sociaissão, nesta norma, denominados Reservas.

10.21.2 - Do Registro Contábil

10.21.2.1 - A escrituração contábil é obrigatória.

10.21.2.2 - Os investimentos em entidades cooperativas, de qualquer grau,devem ser avaliados pelo custo de aquisição.

10.21.2.3 - Os investimentos em entidades não-cooperativas devem seravaliados na forma estabelecida pela NBC T 4.

10.21.2.4 - O resultado decorrente de investimento relevante em entidadenão-cooperativa deve ser demonstrado em conta específica.

10.21.2.5 - O resultado decorrente de recursos aplicados paracomplementar as atividades das Entidades Cooperativas Operadoras de Planosde Assistência à Saúde deve ser apropriado contabilmente por atividade ounegócio a que estiver relacionado.

10.21.2.6 - O resultado líquido decorrente do ato não-cooperativo, quandopositivo, deve ser destinado para Reserva de Assistência Técnica, Educacionale Social, não podendo ser objeto de rateio entre os associados. Quando negativo,deve ser absorvido pelas sobras do ato cooperativo. Se estas forem insuficientes,o saldo será levado à Reserva Legal e, havendo saldo remanescente, será rateadoentre os associados na forma do estatuto social e legislação específica.

10.21.2.7 - As perdas apuradas no exercício, não-cobertas pela ReservaLegal, serão rateadas entre os associados, conforme disposições estatutáriase legais e registradas em conta retificadora do Patrimônio Líquido até deliberaçãoda assembléia geral, em conformidade com a NBC T 3.2 e legislação aplicável eespecífica do setor.

10.21.2.8 - Os gastos de Assistência Técnica Educacional e Social serãoregistrados em contas de resultados e poderão ser absorvidos pela Reserva deAssistência Técnica, Educacional e Social em cada período de apuração.

10.21.2.9 - Os ajustes de exercícios anteriores devem ser apresentadoscomo conta destacada no Patrimônio Líquido, que será submetida à deliberaçãoda assembléia geral.

10.21.2.10 - As contingências e as provisões, inclusive as destinadas agarantir ativos ou riscos de operação, deverão ser registradas em conta deresultado e, em contrapartida, no passivo.

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10.21.2.11 - As Reservas de Incentivos Fiscais e Reavaliação sãoconsideradas indivisíveis.

10.21.3 - Do Balanço Patrimonial

10.21.3.1 - O Balanço Patrimonial das Entidades Cooperativas Operadorasde Planos de Assistência à Saúde deve evidenciar os componentes patrimoniais,de modo a possibilitar aos seus usuários a adequada interpretação das suasposições patrimonial e financeira, comparativamente com o exercício anterior.

10.21.3.2 - A conta Capital, item 3.2.2.12, I, da NBC T 3.2, será denominadaCapital Social.

10.21.3.3 - A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, item 3.2.2.12, III, daNBC T 3.2, será denominada Sobras ou Perdas à Disposição da Assembléia Geral.

10.21.4 - Da Demonstração de Sobras e Perdas

10.21.4.1 - Na elaboração desta demonstração, serão observadas asdisposições da NBC T 3.3. e a terminologia própria aplicável às EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde, assim definidas ereguladas por legislação específica e esta norma.

10.21.4.2 - A movimentação econômico-financeira das EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde deverá ser segregadaem decorrência de ato cooperativo, representado por aquele decorrente daatividade-fim da entidade, e não-cooperativo, para as demais atividades.

10.21.5 - Da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

10.21.5.1 - Na elaboração desta demonstração, serão observadas asdisposições da NBC T 3.5 e a terminologia própria aplicável às EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde, dispensada aelaboração da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – NBC T 3.4.

10.21.6 - Da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

10.21.6.1 - Na elaboração desta demonstração serão observadas asdisposições da NBC T 3.6 e a terminologia própria aplicável às EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde.

10.21.7 - Da Divulgação das Demonstrações Contábeis

10.21.7.1 - A divulgação das demonstrações contábeis deve obedecer àNBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

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10.21.7.2 - As demonstrações contábeis devem ser complementadas pornotas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:

a) contexto operacional das Entidades Cooperativas Operadoras de Planosde Assistência à Saúde;

b) as principais atividades desenvolvidas pelas Entidades CooperativasOperadoras de Planos de Assistência à Saúde;

c) forma de apresentação das demonstrações contábeis;

d) principais práticas contábeis adotadas;

e) apresentação analítica dos principais grupos de contas, quando não-apresentados no balanço patrimonial;

f) investimentos relevantes, contendo o nome da entidade investida, númeroe tipo de ações/quotas, percentual de participação no capital, valor do patrimôniolíquido, data-base da avaliação, resultado apurado no exercício, provisão paraperdas sobre os investimentos e, quando da existência de ágio e/ou deságio,valor envolvido, fundamento e critério de amortização;

g) saldos (ativos e passivos) e transações (receitas e despesas) com partesrelacionadas que não sejam associados, com desdobramento conforme anatureza das operações;

h) composição do imobilizado e diferido, valores respectivos dasdepreciações, amortizações e exaustões acumuladas, taxas adotadas emontantes do período;

i) composição dos tipos de empréstimos, financiamentos, montante avencer a longo prazo, taxas, garantias e principais cláusulas contratuaisrestritivas;

j) contingências existentes com especificação de sua natureza, estimativade valores e situação quanto ao seu possível desfecho;

k) composição da conta Capital Social, com número de associadosexistentes na data do encerramento do exercício e valor da quota-parte;

l) discriminação das reservas, detalhando suas natureza e finalidade;

m) mudanças de critérios e práticas contábeis que interfiram na avaliaçãodo patrimônio das Entidades Cooperativas Operadoras de Planos de Assistênciaà Saúde, destacando seus efeitos;

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n) composição das perdas registradas no balanço, aguardando decisãoda assembléia (item 10.21.2.7);

o) eventos subseqüentes;

p) relação das atividades compreendidas como atos cooperativos e dasatividades compreendidas como atos não-cooperativos; e

q) critério de alocação dos dispêndios e despesas gerais com atoscooperativos e não-cooperativos.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 958/03

Aprova a NBC T 10.21 – IT – 01 –Regulamentação do item 10.21.1.4.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho das NormasBrasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 31/02, bem como o intensoauxílio desempenhado pelos profissionais que o compõem representando, além dessaentidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Institutodos Auditores Independentes do Brasil, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministérioda Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, aSecretaria Federal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Estudo, instituídopela Portaria CFC nº 47/01, que designou representação deste Conselho Federal deContabilidade, da Agência Nacional de Saúde Suplementar e da Organização dasCooperativas Brasileiras;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 10 de 13 demarço de 2003.

RESOLVE:

Art.1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.21 – IT – 01 –Regulamentação do item 10.21.1.4.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 14 de março de 2003.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

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NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE

INTERPRETAÇÃO TÉCNICA NBC T 10.21 – IT – 01

REGULAMENTAÇÃO DO ITEM 10.21.1.4

Esta Interpretação Técnica (IT) visa a explicitar o item 10.21.1.4 da ResoluçãoCFC n° 944/02, de 30 de agosto de 2002, que aprovou a NBC T 10.21 – EntidadesCooperativas Operadoras dos Planos de Assistência à Saúde.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. A NBC T 10.21 estabeleceu critérios e procedimentos específicos de avaliação,de registro das variações patrimoniais e das estruturas das demonstraçõescontábeis e as informações mínimas a serem incluídas nas notas explicativaspara as Entidades Cooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde.

2. Quando, concretamente, a lei dispuser diferentemente desta norma, oprofissional deve observar a ordem legal, em seu trabalho.

3. Em face do interesse público da atividade exercida pela Entidade CooperativaOperadora de Planos de Assistência à Saúde, os registros contábeis devem apresentartransparência máxima e conservadorismo em suas informações para a constituiçãodas garantias relativas às obrigações específicas assumidas no atendimento daassistência à saúde, em virtude da sujeição de riscos.

DISPOSIÇÕES

4. O item 10.21.1.4 da NBC T especifica que:

“10.21.1.4 – As movimentações econômico-financeiras das EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde terão o seguintetratamento contábil:

10.21.1.4.1 – Aquelas decorrentes do ato cooperativo, na forma previstano estatuto social, denominadas como receitas e despesas na NBC T 3.3 elegislação aplicável, inclusive a emitida por órgãos reguladores, serãodenominadas, respectivamente, como “ingressos” (receitas por conta decooperados) e “dispêndios” (despesas por conta de cooperados).

10.21.1.4.2 – Aquelas decorrentes dos atos não-cooperativos, na forma

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disposta no estatuto social, são definidas contabilmente como receitas, custose despesas e devem ser registradas contabilmente de forma segregada dasdecorrentes dos atos cooperativos.”

DAS MOVIMENTAÇÕES ECONÔMICO-FINANCEIRAS

5. Do ato cooperativo

a) INGRESSOS (Receitas por Conta de Cooperados) representam todasas operações de resultados, realizadas pelas cooperativas em nome dosassociados e determinados no objeto social estatutário, pela disponibilizaçãodos serviços dos associados ou negócios complementares aos mesmos serviços,de forma a possibilitar a realização da finalidade da sociedade cooperativa,observando-se o Princípio da Competência, conforme disposto na ResoluçãoCFC nº 750, seção VI, de 29 de dezembro de 1993.

b) DISPÊNDIOS (Despesas por Conta de Cooperados) representam todasas operações de resultados, realizadas pelas cooperativas com os associadose em nome deles nos negócios complementares aos seus serviços, de forma apossibilitar a realização da finalidade da sociedade cooperativa, determinada noobjeto social estatutário, observando-se o Princípio da Competência, conformedisposto na Resolução CFC nº 750, seção VI, de 29 de dezembro de 1993.

6. Do ato não cooperativo

a)Receitas

São todos os atos de negócios praticados pelas cooperativas não-determinados em seus objetivos sociais estatutários.

A título de exemplo, podemos mencionar:

a.1) Aluguel de imóvel:Cooperativa Operadora de Planos de Assistência à Saúde, possui um

imóvel alugado.

O valor contratado a título de aluguel será contabilizado como RECEITADE ATO NÃO-COOPERATIVO.

a.2) Serviço prestado por médico não cooperado, faturado ao clienteconforme contrato. O registro do serviço prestado pelo médico não-cooperadoserá DESPESA DE ATO NÃO-COOPERATIVO. Em contrapartida, a receitacorrespondente deve ser registrada como RECEITA de ATO NÃO-COOPERATIVO.

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a.3) No ato do faturamento, é reconhecida a contraprestação pecuniáriapelo total. Ao final do período, tendo conhecimento, por exemplo, de que oatendimento foi realizado 90% por cooperado e 10% por não-cooperado, teremosque realizar o rateio nas mesmas proporções.

INGRESSOS = R$ 900,00RECEITA = R$ 100,00Faturamento = R$ 1.000,00

b) Custos e Despesas são gastos realizados pelas cooperativas, não-determinados em seus objetivos sociais estatutários.

A exemplificação é a mesma da letra a acima.

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RESOLUÇÃO CFC Nº 959/03

Aprova a NBCT 10.21 - IT - 02 -Regulamentação do item 10.21.4 -Demonstração de Sobras e Perdas.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suasatribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suasInterpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regrasde procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos deinstituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relaçõesregulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dasNormas Brasileiras de Contabilidade, instituído pela Portaria CFC nº 31/02, bemcomo o intenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõemrepresentando, além dessa entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão deValores Mobiliários, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, o InstitutoNacional de Seguro Social, o Ministério da Educação, a Secretaria da ReceitaFederal, a Secretaria do Tesouro Nacional, a Secretaria Federal de Controle e aSuperintendência de Seguros Privados;

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Estudo, instituídopela Portaria CFC nº 47/01, que designou representação deste Conselho Federalde Contabilidade, da Agência Nacional de Saúde Suplementar e da Organizaçãodas Cooperativas Brasileiras;

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório nº 09 de 13de março de 2003.

RESOLVE:

Art.1º - Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.21 – IT – 02– Regulamentação do Item 10.21.4 – Demonstração de Sobras e Perdas.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Brasília, 14 de março de 2003.

Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

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NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADEINTERPRETAÇÃO TÉCNICA NBC T 10.21 – IT – 02

REGULAMENTAÇÃO DO ITEM 10.21.4DEMONSTRAÇÃO DE SOBRAS E PERDAS

Esta Interpretação Técnica (IT) visa a explicitar o item 10.21.4 da ResoluçãoCFC nº 944/02, de 30 de agosto de 2002, que aprovou a NBC T 10.21 – EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. A NBC T 10.21 estabeleceu critérios e procedimentos específicos de avaliação,de registro das variações patrimoniais e de estrutura das demonstrações contábeise as informações mínimas a serem incluídas em notas explicativas para asEntidades Cooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde.

2. A NBC T 10.8, item 10.8.4.1, alterou a denominação da Demonstração doResultado, prevista na NBC T 3.3, para Demonstração de Sobras e Perdas, queacolhe as rubricas “ingressos” e “dispêndios” para demonstrar as receitas edespesas do ato cooperativo, bem como as receitas e despesas do ato não-cooperativo. A NBC T 10.21 ratificou essa alteração, cuja rubrica “ingressos”deve ser entendida como sendo as receitas do ato cooperativo e a rubrica“dispêndios” como sendo as despesas do ato cooperativo.

DISPOSIÇÕES NORMATIZADAS PELA NBC T

3. O item 10.21.1.4 especifica:

“10.21.1.4 – As movimentações econômico-financeiras das EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde terão o seguintetratamento contábil:

10.21.1.4.1 – Aquelas decorrentes do ato cooperativo, na formaprevista no estatuto social, denominadas como receitas e despesas na NBC T3.3 e legislação aplicável, inclusive a emitida por órgãos reguladores, serãodenominadas, respectivamente, como “ingressos” (receitas por conta decooperados) e “dispêndios” (despesas por conta de cooperados).

10.21.1.4.2 – Aquelas decorrentes dos atos não-cooperativos, naforma disposta no estatuto social, são definidas contabilmente como receitas,custos e despesas, e devem ser registradas contabilmente de forma segregadadas decorrentes dos atos cooperativos”.

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4. O seu item 10.21.4 – Da Demonstração de Sobras e Perdas determina:

“10.21.4.1 – Na elaboração dessa demonstração, serão observadas asdisposições da NBC T 3.3 e a terminologia própria aplicável às Entidades CooperativasOperadoras de Planos de Assistência à Saúde, assim definidas e reguladas porlegislação específica e por esta norma.

10.21.4.2 – A movimentação econômico-financeira das EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde deverá ser segregadaem decorrência de ato cooperativo, representado por aquele decorrente da atividade-fim da entidade, e não-cooperativo, para as demais atividades.”

A NBC T 3 trata de Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das DemonstraçõesContábeis e o seu item 3.3 refere-se à Demonstração do Resultado, no caso dasEntidades Cooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde, que agorapassa a denominar-se Demonstração de Sobras e Perdas, conforme modelo noanexo único.

AS NORMAS DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE E A LEGISLAÇÃODO ÓRGÃO REGULADOR

5. Como se depreende da legislação do Conselho Federal de Contabilidade, NBC T10.8 e NBC T 10.21, a Demonstração do Resultado passou, no caso das EntidadesCooperativas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde, a denominar-se“Demonstração de Sobras e Perdas”, e as receitas e despesas decorrentes de atoscooperativos passaram a ser denominadas “ingressos” e “dispêndios”,respectivamente.

6. Não obstante a alteração das denominações “receitas” e “despesas” para“ingressos” e “dispêndios”, as Entidades Cooperativas Operadoras de Planos deAssistência à Saúde deverão continuar observando os Princípios Fundamentais deContabilidade, segundo a Resolução CFC nº 750, mormente o Princípio da Entidadee o Princípio da Competência, posto que o emprego dos termos “receita por contade cooperados”, “despesa por conta de cooperados”, “ingressos” e “dispêndios” nãosignifica que a Cooperativa não aufira receitas ou não incorra em despesas. ACooperativa continua sendo a Entidade cujo patrimônio está sendo avaliado, e nãosignifica que sua contabilidade deixará de observar o Princípio de Competência.

7. A estrutura e nomenclatura a serem utilizadas na Demonstração de Sobras ePerdas, para evidenciar a composição do resultado formado num determinado períodode operações da Entidade Cooperativa Operadora de Planos de Assistência à Saúde,é a definida por legislação específica do Órgão Regulador, no caso a ANS, que,inclusive, já prevê a segregação das operações de ato cooperativo e não-cooperativo.

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DEMONSTRAÇÕES DE SOBRAS E PERDAS

ATOCOOPERATIVOINGRESSOSDISPÊNDIOS

ATONÃO-COOPERATIVORECEITASDESPESAS

Total

Contraprestações Efetivas de Operaçõesde Assistência à SaúdeContraprestações LíquidasVariação das Provisões TécnicasReceita com Administração de Planos deAssist. à Saúde

Eventos Indenizáveis LíquidosEventos IndenizáveisRecuperação de Eventos IndenizáveisRecuperação de Despesas com EventosIndenizáveisVariação Provisão de Eventos Ocorridos eNão Avisados

RESULTADO OPERACIONAL BÁSICO Subtotal

Despesas de ComercializaçãoOutros Ingressos/Receitas OperacionaisOutros Dispêndios/DespesasOperacionaisRESULTADO OPERACIONAL Subtotal

Resultado Financeiro LíquidoReceitas FinanceirasDespesas FinanceirasDespesas AdministrativasResultado PatrimonialResultado Não Operacional

RESULT. ANTES IMPOSTOS E PARTICIP. Subtotal

Imposto de RendaContribuição SocialParticipações no Resultado

RESULTADO LÍQUIDO

INTERPRETAÇÃO TÉCNICA NBC T 10.21 – IT 01

Regulamentação do item 10.21.4 – Demonstrações de Sobras e Perdas

ANEXO ÚNICO

Page 199: Normas Brasileiras de Contabilidade

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Contador Alcedino Gomes BarbosaPresidente

Contador José Martonio Alves CoelhoVice-Presidente de Desenvolvimento Profissional

Contador Raimundo Neto de CarvalhoVice-Presidente de Controle Interno

Conselho Federal de ContabilidadeBiênio 2002/2003

PLENÁRIO

CÂMARA DE ASSUNTOS GERAIS

Contador Sergio FaracoCoordenador

Conselheiros EfetivosSergio FaracoAntônio Carlos DóroJosé Justino Perini Colledan

CÂMARA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Contador José Martonio Alves CoelhoCoordenador

Conselheiros EfetivosJosé Martonio Alves CoelhoWashington Maia FernandesSudário de Aguiar Cunha

CÂMARA DE REGISTRO E FISCALIZAÇÃO

Contador Dorgival Benjoino da SilvaCoordenador

Conselheiros EfetivosDorgival Benjoino da SilvaJosé Justino Perini ColledanSudário de Aguiar CunhaAntônio Carlos DóroMiguel Ângelo Martins LaraWaldemar Ponte DuraPaulo Viana Nunes

Conselheiros SuplentesPedro Nunes Ferraz da SilvaDelmiro da Silva MoreiraEulália das Neves Ferreira

Conselheiros SuplentesEulália das Neves FerreiraMaria Clara Cavalcante BugarimJosé Antonio de Godoy

Conselheiros SuplentesPedro Nunes Ferraz da SilvaRoberto Carlos Fernandes DiasDelmiro da Silva MoreiraAntonio Augusto de Sá ColaresAlbino Luiz SellaWindson Luiz da SilvaJosé Augusto Costa Sobrinho

Contador Sergio FaracoVice-Presidente de Administração

Contador Dorgival Benjoino da SilvaVice-Presidente de Registro e Fiscalização

Contador Irineu De MulaVice-Presidente Técnico

Page 200: Normas Brasileiras de Contabilidade

200

Maria do Socorro Bezerra MateusSolindo Medeiros e SilvaFrancinês Maria Nobre SouzaEdeno Teodoro TostesWindson Luiz da Silva

Conselheiros SuplentesMaria Clara Cavalcante BugarimVerônica Cunha de Souto MaiorAlbino Luiz Sella

Conselheiros SuplentesEulália das Neves FerreiraRoberto Carlos Fernandes DiasMauro Manoel Nóbrega

CÂMARA DE ÉTICA

Contador Sudário de Aguiar CunhaCoordenador

Conselheiros EfetivosSudário de Aguiar CunhaJosé Justino Perini ColledanWaldemar Ponte DuraMiguel Ângelo Martins LaraPaulo Viana Nunes

Conselheiros Suplentes

CÂMARA TÉCNICA

Contador Irineu De MulaCoordenador

Conselheiros EfetivosIrineu De MulaAntônio Carlos DóroMauro Manoel Nóbrega

CÂMARA DE CONTROLE INTERNO

Contador Raimundo Neto de CarvalhoCoordenador

Conselheiros EfetivosRaimundo Neto de CarvalhoWashington Maia FernandesBernardo Rodrigues de Souza

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201

Endereço dos Conselhos Regionais de Contabilidade

CRC - AlagoasPres. Rivoldo Costa SarmentoRua Tereza de Azevedo, 1.526 – FarolCEP 57052-600 – Maceió - ALTelefone: (82) 338-9444 - Fax: (82) 338-9444E-mail: [email protected]

CRC - AmapáPres. Maria Angélica Corte PimentelAV. Ernestino Borges, 1.437 – Jesus de NazaréCEP 68908-010 - Macapá - APCaixa Postal 199Telefone: (96) 223-9503 / 223-2697 - Fax: (96) 223-9504E-mail: [email protected]

CRC - AcrePres. Marcelo do Nascimento FrançaEstrada Dias Martins S/N Res MarianaCEP 69900-000 - Rio Branco - ACTelefone: (68) 227-8038 - Fax: (68) 224-8038E-mail: [email protected]

CRC - AmazonasPres. José Corrêa de MenezesRua Lobo D’ Almada, 380 – CentroCEP 69010-030 - Manaus - AMTelefone:(92) 633-2566 - Fax:(92) 633-2566/2278E-mail:[email protected]

CRC - BahiaPres. Hélio Barreto JorgeRua Manoel Carlos Devoto, 320 – BarrisCEP 40070-110 - Salvador - BATelefone: (71) 328-4000/328-2515Fax: (71) 328-4000/328-5552/328-5551E-mail:[email protected]

CRC - CearáPres. Amândio Ferreira dos SantosAv. da Universidade, 3.057 – BenficaCEP 60020-181 – Fortaleza - CETelefone: (85) 455-2900 - Fax: (85) 455-2913E-mail: [email protected]

CRC - Distrito FederalPres.José Tarcílio Carvalho do NascimentoSCRS 503 Bl. B lj.31-33CEP 70331-520 - Brasília - DFTelefone: (61) 321-1757/321-7105 - Fax: (61) 321-1747E-mail:[email protected]

CRC - Espírito SantoPres. José Américo BourguignonRua Alberto de Oliveira Santos, 42 - 20ºandarEd. Ames – CentroCEP 29010-901 – Vitória – ESTelefone - (Fax): (27) 3132-2062E-mail: [email protected]

CRC - GoiásPres. Alexandre Francisco e SilvaR. 107 nº 151 Qd. F Lt. 21 E - Setor SulCEP 74085-060 Goiânia - GOTel: (62) 281-2211/281-2508 - Fax: (62) 281-2170E-mail: [email protected]

CRC - MaranhãoPres. José Wagner Rabelo MesquitaPraça Gomes de Souza nº 536 – CentroCEP 65010-250 - São Luis - MATelefone: (98) 231-4020/0622 - Fax: (98) 231-4020E-mail: [email protected]

CRC - Mato GrossoPres. Sílvia Mara Leite CavalcanteRua 05 Quadra 13 lote 02 - Centro Político ADMCEP: 78050-970 - Cuiabá - MTTelefone - (Fax): (65) 624-2100E-mail: [email protected]

CRC - Mato Grosso do SulPres. Odácio Pereira MoreiraRua Euclides da Cunha, 994 - Jardim dos EstadosCEP 79020-230 - Campo Grande - MSTelefone: (67) 326-0750/326-7682Fax: (67) 326-0750E-mail: [email protected]

CRC - Minas GeraisPres. José Francisco AlvesRua Cláudio Manoel, 639 – Funcionários - Belo Horizonte - MGCaixa Postal 150 - CEP 30140-100Telefone: (31) 3261-6167 - Fax: (31) 261-6167E-mail: [email protected]

CRC - ParáPres. João de Oliveira e SilvaRua Avertano Rocha, 392 Entre São Pedro e Pe.EutiqueCEP 66023-120 - Belém - PATelefone: (91) 241-7922/223-0817Fax: (91) 222-7153 Ramal: 5101E-mail: [email protected]

CRC - ParaíbaPres. José Edinaldo de LimaRua Rodrigues de Aquino, 208 – CentroCEP 58013-030 – João Pessoa - PBTelefone: (83) 222-1313/222-1315/5405Fax: (83) 221-3714E-mail:[email protected]

CRC - ParanáPres. Nelson ZafraRua Lourenço Pinto, 196 - 1º ao 4º andarEd. Centro do Contabilista - Curitiba - PRCx Postal 1480 - CEP 80010-160Telefone: (41) 232-7911 - Fax: (41) 232-7911Email: [email protected]

CRC - PernambucoPres. Genival Ferreira da SilvaRua do Sossego, 693 - Santo AmaroCEP 50100-150 - Recife - PETelefone: (81) 3423-6011 - Fax: (81) 3423-6011Email: [email protected]

CRC - PiauíPres. José Raulino Castelo Branco FilhoRua Pedro Freitas, 1000 - VermelhaCEP 64018-000 - Teresina - PITelefone: (86) 221-7531 - Fax: (86) 221-7161Email: [email protected]

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CRC - Rio Grande do NortePres. Jucileide Ferreira LeitãoRua Princesa Isabel, 815 - Cidade AltaCEP 59025-400 - Natal - RNTelefone: (84) 211-8512Fax: (84) 211-8512/211-8505Email: [email protected]

CRC - Rio Grande do SulPres. Enory Luiz SpinelliRua Baronesa do Gravataí, 471 - Cidade BaixaCEP 90160-070 - Porto Alegre - RSTelefone: (51) 3228-7999 - Fax: (51) 3228-7999Email: [email protected]

CRC - Rio de JaneiroPres. Nelson Monteiro da RochaPraça Pio X, 78, 8º/10º andarCEP 20091-040 – Rio de Janeiro - RJTelefone: (21) 2216-9595 - Fax: (21) 2516-0878E-mail: [email protected]

CRC - RondôniaPres. João Altair Caetano dos SantosRua Joaquim Nabuco, 2.875 – OlariaCEP 78902-450 – Porto Velho - ROTelefone: (69) 224-6454Fax: (69) 224-6625E-mail: [email protected]

CRC – RoraimaPres. Francisco Fernandes de OliveiraRua Major Manoel Correia, 372 –São Francisco - Boa Vista - RRCEP 69305-100Telefone: (95) 623-1457 - Fax: (95) 623-1457E-mail: [email protected]

CRC - Santa CatarinaPres. Juarez Domingues CarneiroRua Osvaldo Rodrigues Cabral, 1.900Centro – Florianópolis - SCCaixa Postal 76 - CEP 88015-710Telefone: (48) 3027-7000 - Fax: (48) 3027-7002E-mail: [email protected]

CRC - São PauloPres. Pedro Ernesto FabriRua Rosa e Silva, 60 – HigienópolisCEP 01230-909 - São Paulo - SPTelefone: (11) 3824-5400 - Fax: (11) 3662-0035E-mail: [email protected]

CRC - SergipePres. Carlos Henrique Menezes LimaRua Itaporanga, 103 – CentroCEP 49010-140 - Aracaju - SETelefone: (79) 211-6812/6805 - Fax: (79) 211-2650Email: [email protected]

CRC - TocantinsPres. Sebastião Célio Costa CastroQd.103 Sul, R S07 nº 9 B - Centro - Palmas - TOCx Postal 1003 - CEP 77163-010Telefone: (63) 215-1412/3594 -Fax: (63) 215-1412Email: [email protected]

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