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Brasília, 10 de dezembro de 2010 - Ano XLIII - Nº 29 NORMAS DE AUDITORIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO PORTARIA-TCU Nº 280, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010 SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

NORMAS DE AUDITORIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA … de Auditoria do TC… · Brasília, 10 de dezembro de 2010 - Ano XLIII - Nº 29 NORMAS DE AUDITORIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

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  • Braslia, 10 de dezembro de 2010 - Ano XLIII - N 29

    NORMAS DE AUDITORIA

    DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    PORTARIA-TCU N 280, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010

    SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAO

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO Boletim do Tribunal de Contas da Unio

    http://www.tcu.gov.br [email protected]

    SAFS Lote 1 Anexo I sala 422 - CEP:70042-900 - Braslia - DF

    Fones: 3316-7650/3316-7079/3316-7870/3316-7869

    Presidente UBIRATAN DINIZ DE AGUIAR

    Vice-Presidente BENJAMIN ZYMLER

    Ministros

    ANTONIO VALMIR CAMPELO BEZERRA

    WALTON ALENCAR RODRIGUES

    JOO AUGUSTO RIBEIRO NARDES

    AROLDO CEDRAZ DE OLIVEIRA

    RAIMUNDO CARREIRO SILVA

    JOS JORGE DE VASCONCELOS LIMA

    JOS MCIO MONTEIRO FILHO

    Auditores

    AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI

    MARCOS BEMQUERER COSTA

    ANDR LUS DE CARVALHO

    WEDER DE OLIVEIRA

    Ministrio Pblico junto ao TCU

    Procurador-Geral

    LUCAS ROCHA FURTADO

    Subprocuradores-Gerais

    PAULO SOARES BUGARIN CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

    Procuradores MARINUS EDUARDO DE VRIES MARSICO

    JLIO MARCELO DE OLIVEIRA SERGIO RICARDO COSTA CARIB

    SECRETARIA-GERAL DE ADMINISTRAO Secretrio-Geral

    Fernando Luiz Souza da Eira [email protected]

    Boletim do Tribunal de Contas da Unio Especial v. 1, n. 1 (1982) . Braslia : TCU, 1982- .

    v.

    Irregular. A numerao recomea a cada ano. Continuao de: Boletim Interno [do] Tribunal de Contas da Unio. Edio Especial.

    Contedo: Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da Unio

    1. Ato administrativo peridico Brasil. I. Brasil. Tribunal de Contas da Unio (TCU).

    RESOLUO-TCU N 168, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    D nova redao aos arts. 1 e 3

    da Resoluo -TCU n 146, de 28

    de dezembro de 2001.

    PORTARIA - TCU N 1, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    Define a lotao das unidades da

    Secretaria do Tribunal

    PORTARIA - TCU N 2, DE 9 de JANEIRO DE 2004

    Dispe sobre a denominao e a

    distribuio de funes de

    confiana

    RESOLUO-TCU N 168, DE 9 DE JANEIRO DE 2004 D nova redao aos arts. 1 e 3 da

    Resoluo -TCU n 146, de 28 de

    dezembro de 2001.

    PORTARIA - TCU N 1, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    Define a lotao das unidades da

    Secretaria do Tribunal

    PORTARIA - TCU N 2, DE 9 de JANEIRO DE 2004

    distribuio de funes de

    confiana.

    ANO XXVII N 01

    Braslia, 12 de janeiro de 2004

    RESOLUO-TCU N 168, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    D nova redao aos arts. 1 e 3

    da Resoluo -TCU n 146, de 28

    de dezembro de 2001.

    PORTARIA - TCU N 1, DE 9 DE JANEIRO DE 2004

    Define a lotao das unidades da

    Secretaria do Tribunal

    PORTARIA - TCU N 2, DE 9 de JANEIRO DE 2004

    Dispe sobre a denominao e a

    distribuio de funes de

    confiana.

    Ano XXXVII N 01 Braslia, 12 de janeiro de 2004

    http://www.tcu.gov.br/mailto:[email protected]:[email protected]

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xlii n. 29 10/dez. 2010

    \\tcu\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\tcu\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\tcu\_tcu_UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

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    PORTARIA-TCU N 280, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010

    Aprova as Normas de Auditoria do Tribunal de

    Contas da Unio.

    O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO, no uso de suas atribuies

    legais e regimentais,

    considerando que o Plano Estratgico do Tribunal definiu como objetivos estratgicos

    Aperfeioar a estrutura legal e normativa de suporte ao controle externo e Aperfeioar instrumentos de

    controle e processos de trabalho;

    considerando que a auditoria governamental realizada pelo TCU um elemento primordial

    para assegurar e promover o cumprimento do dever de accountability que os administradores pblicos

    tm para com a sociedade e o Congresso Nacional;

    considerando que a sociedade e os diferentes pblicos com os quais o Tribunal interage

    devem ter uma viso clara dos princpios e das normas que formam a base para o desenvolvimento das

    atividades de auditoria do TCU; e

    considerando a necessidade de estabelecer padres tcnicos e de comportamento desejveis ao

    bom exerccio do controle externo da administrao pblica de forma a que os trabalhos sejam realizados

    com segurana, qualidade e tecnicamente consistentes, resolve:

    Art. 1 Ficam aprovadas, na forma do Anexo desta Portaria, as Normas de Auditoria do

    Tribunal de Contas da Unio (NAT), a serem observadas na conduo das fiscalizaes dessa

    modalidade.

    Pargrafo nico. As normas a que se refere o caput tero aplicao subsidiria nas demais

    aes de controle realizadas pelo Tribunal.

    Art. 2 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 3 Fica revogada a Portaria-TCU n 63, 27 de fevereiro de 1996.

    UBIRATAN AGUIAR

    (Publicada no DOU de 10/12/2010, Seo 1, p. 127)

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    NORMAS DE AUDITORIA

    DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    ANEXO

    DA PORTARIA-TCU N 280, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2010

    SEGECEX / ADPLAN / DIPRO

    DEZEMBRO / 2010

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    PREFCIO

    O Tribunal de Contas da Unio (TCU) foi criado em sete de novembro de 1890, norteado pelos

    princpios da autonomia, fiscalizao, julgamento e vigilncia, por meio do Decreto 966-A, de iniciativa

    do ento ministro da fazenda, Rui Barbosa. A Constituio de 1891, a primeira republicana, ainda por

    influncia de Rui Barbosa, institucionalizou definitivamente o TCU como rgo de estatura

    constitucional, inscrevendo-o no seu art. 89.

    A Constituio de 1988 ampliou substancialmente a jurisdio e a competncia do TCU para, em

    auxlio ao Congresso Nacional, exercer a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e

    patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade,

    legitimidade e economicidade e a fiscalizao da aplicao das subvenes e da renncia de receitas,

    estabelecendo, ainda, que qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade,

    guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou

    que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria tem o dever de prestar contas ao TCU.

    Esse mandato constitucional atribui ao TCU a delicada, porm honrosa misso de monitorar as

    relaes de accountability que se estabelecem entre os administradores pblicos e o Congresso Nacional

    e, em ltima instncia, os cidados que delegam os recursos e poderes para que o Estado execute as aes

    que atendam vontade geral de realizao do bem comum. Cabe, pois, ao TCU assegurar que o dinheiro

    e os demais recursos pblicos colocados disposio dos gestores sejam usados de maneira adequada e

    com bons resultados. Os administradores pblicos, por sua vez, tm a responsabilidade de responder

    sociedade e ao Parlamento sobre como os recursos e poderes que lhes foram confiados esto se

    traduzindo em aes para concretizar as polticas pblicas aprovadas.

    A auditoria governamental realizada pelo TCU um elemento primordial para assegurar e

    promover o cumprimento do dever de accountability que os administradores pblicos tm para com a

    sociedade e o Parlamento, dado que a Constituio lhe atribuiu a misso explcita de examinar, como

    instituio independente de controle, as aes governamentais, cobrar explicaes, impor penalidades e

    limites aos agentes estatais quando exercerem atividades imprprias ou em desacordo com as leis e os

    princpios de administrao pblica.

    nesse contexto que as normas de auditoria do TCU se revelam de fundamental importncia. Elas

    constituem-se balizamento para que os auditores federais de controle externo, como profissionais de

    avaliao do desempenho e da accountability pblica, orientem sua atuao com vistas ao

    aperfeioamento da administrao pblica e conduzam seus trabalhos consubstanciados em padres

    tcnicos e de comportamento irrepreensveis, numa perspectiva de melhorar decises e minimizar

    possibilidades de eventos que impactem adversamente os interesses da sociedade.

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    A atividade de auditoria governamental exercida pelo Tribunal de Contas da Unio se reveste de

    um acentuado carter social, portanto, as normas que a regulam tm uma importncia inegvel e a sua

    observao interessa no s ao TCU, mas aos auditores e a todos aqueles que so destinatrios dos

    resultados de seus trabalhos. Elas representam os requisitos bsicos para assegurar que os auditores sejam

    independentes, ntegros, imparciais, objetivos e competentes no desenvolvimento dos trabalhos de

    auditoria, de modo que esses alcancem a qualidade mnima necessria para que sejam considerados

    irretocveis, no suscitem quaisquer suspeitas e sejam dignos de respeito e confiana.

    O Poder Legislativo, as entidades auditadas, a sociedade e os diferentes pblicos que utilizam

    informaes e resultados dos trabalhos produzidos no TCU tm necessidade de que eles tenham

    credibilidade e devero ter plena garantia da justia e imparcialidade com que foram produzidos. Assim,

    estas normas trazem exigncias mnimas para prevenir deficincias na conduta profissional ou tica dos

    auditores, que possam prejudicar a reputao de qualidade e de validade de seu trabalho de auditoria, a

    imagem de integridade dos auditores e da prpria entidade que eles representam, o TCU.

    O TCU cr, firmemente, no empenho de seu corpo tcnico a no se limitar ao cumprimento das

    exigncias mnimas requeridas por estas normas, as quais representam apenas a base de uma postura

    profissional aceitvel, mas que, imbudos de seu caracterstico desejo de melhor servir ao interesse

    pblico, os auditores federais de controle externo envidaro esforos para fazer a coisa certa segundo as

    circunstncias de cada fato ou situao, buscando oportunidades de trabalhar mais intensamente, quando e

    onde apropriado, para obter competncia, manter sua independncia, avaliar objetivamente os fatos para

    conduzir a julgamentos precisos e imparciais.

    Braslia-DF, Dezembro de 2010.

    UBIRATAN AGUIAR

    Presidente do Tribunal de Contas da Unio

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    SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................................................ 9

    BASES CONCEITUAIS .............................................................................................................................. 11

    ACCOUNTABILITY ................................................................................................................................ 11

    AUDITORIA GOVERNAMENTAL ............................................................................................................ 12

    CLASSIFICAO DAS AUDITORIAS .................................................................................................. 14

    OBJETIVO ................................................................................................................................................ 16

    REFERNCIAS NORMATIVAS .................................................................................................................. 16

    APLICABILIDADE .................................................................................................................................... 17

    APLICAO CONJUNTA COM OUTRAS NORMAS PROFISSIONAIS ............................................................ 17

    ARTICULAO E COOPERAO COM OUTRAS INSTITUIES ................................................................ 18

    ESTRUTURA DAS NORMAS DE AUDITORIA ............................................................................................ 19

    CAPTULO 1 - PRECEITOS BSICOS DO CONTROLE EXTERNO .............................................................. 20

    PODERES DO CONTROLE EXTERNO .................................................................................................... 20

    PODER DE FISCALIZAO ............................................................................................................... 20

    PODER JUDICANTE .......................................................................................................................... 20

    PODER NORMATIVO ........................................................................................................................ 21

    INDEPENDNCIA E AUTONOMIA ......................................................................................................... 22

    INDEPENDNCIA DOS MEMBROS ........................................................................................................ 23

    RELAES COM O PARLAMENTO, COM A ADMINISTRAO E COM O CONTROLE INTERNO ............. 23

    NATUREZA DO CONTROLE E SEUS REQUISITOS BSICOS .................................................................. 23

    CAPTULO 2 - NORMAS GERAIS ............................................................................................................. 26

    PRINCPIOS TICOS ............................................................................................................................. 26

    INTERESSE PBLICO, PRESERVAO E DEFESA DO PATRIMNIO PBLICO .................................. 26

    INTEGRIDADE .................................................................................................................................. 27

    INDEPENDNCIA, OBJETIVIDADE E IMPARCIALIDADE ................................................................... 27

    USO DO CARGO, DE INFORMAES E DE RECURSOS PBLICOS ...................................................... 28

    NORMAS GERAIS RELATIVAS AO TRIBUNAL ...................................................................................... 28

    MANUTENO DE INDEPENDNCIA, OBJETIVIDADE E IMPARCIALIDADE ...................................... 28

    COMPROMISSO COM A COMPETNCIA............................................................................................. 28

    UTILIZAO DE JULGAMENTO PROFISSIONAL ................................................................................ 29

    CONTROLE E GARANTIA DE QUALIDADE ........................................................................................ 29

    NORMAS GERAIS RELATIVAS PESSOA DO AUDITOR ....................................................................... 29

    CAUTELA, ZELO E JULGAMENTO PROFISSIONAL............................................................................. 29

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    COMPETNCIA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL .................................................................... 29

    COMPORTAMENTO PROFISSIONAL E CORTESIA .............................................................................. 30

    CONFLITOS DE INTERESSES ............................................................................................................. 30

    SIGILO PROFISSIONAL ..................................................................................................................... 31

    CAPTULO 3 - NORMAS RELATIVAS AO PLANEJAMENTO E EXECUO ............................................. 32

    PLANEJAMENTO GERAL DAS AUDITORIAS DO TCU ........................................................................... 32

    PROPOSIO DE AUDITORIAS ............................................................................................................. 33

    OBJETIVOS DA AUDITORIA .............................................................................................................. 33

    ALOCAO DE RECURSOS AO TRABALHO DE AUDITORIA .............................................................. 33

    IDENTIFICAO E AVALIAO DE OBJETIVOS, RISCOS E CONTROLES ........................................... 33

    SUPERVISO, REVISO E COMUNICAO ........................................................................................... 34

    SUPERVISO .................................................................................................................................... 34

    REVISO .......................................................................................................................................... 35

    COMUNICAO ENTRE EQUIPE DE AUDITORIA E SUPERVISOR ....................................................... 35

    COMUNICAO COM O AUDITADO E REQUISIES DE DOCUMENTOS E INFORMAES ................ 36

    PLANEJAMENTO E EXECUO DE AUDITORIAS .................................................................................. 37

    CREDENCIAMENTO E PRERROGATIVAS DO AUDITOR EM AUDITORIAS ........................................... 37

    CONSTRUO DA VISO GERAL DO OBJETO ................................................................................... 37

    ESCOPO DA AUDITORIA ................................................................................................................... 38

    PROGRAMAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ............................................................................ 39

    DESENVOLVIMENTO DOS ACHADOS ................................................................................................ 40

    EVIDNCIAS ..................................................................................................................................... 42

    PAPIS DE TRABALHO ..................................................................................................................... 43

    UTILIZAO DO TRABALHO DE TERCEIROS .................................................................................... 45

    CAPTULO 4 - NORMAS RELATIVAS COMUNICAO DE RESULTADOS .............................................. 46

    RELATRIO DE AUDITORIA ................................................................................................................ 46

    ESTRUTURA E CONTEDO DOS RELATRIOS .................................................................................. 46

    REQUISITOS DE QUALIDADE DOS RELATRIOS ............................................................................... 47

    DECLARAO DE CONFORMIDADE COM AS NAT .......................................................................... 49

    OBJETIVOS DA AUDITORIA, ESCOPO, METODOLOGIA E LIMITAES ............................................. 49

    DESCRIO DA VISO GERAL DO OBJETO ...................................................................................... 50

    APRESENTAO DOS ACHADOS ...................................................................................................... 50

    ESCLARECIMENTOS DE RESPONSVEIS ........................................................................................... 52

    COMENTRIOS DOS GESTORES ........................................................................................................ 52

    RELATO DE INFORMAES CONFIDENCIAIS OU SENSVEIS ............................................................ 53

    CRITRIOS PARA TRATAMENTO DE CONTEDOS EM ANEXOS ........................................................ 53

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    BENEFCIOS ESTIMADOS OU ESPERADOS E VOLUME DE RECURSOS FISCALIZADOS ....................... 53

    CONCLUSES ................................................................................................................................... 54

    PROPOSTAS DE ENCAMINHAMENTO ................................................................................................ 55

    MONITORAMENTO DE DELIBERAES ............................................................................................ 56

    DISTRIBUIO DE RELATRIOS ...................................................................................................... 56

    CRITRIOS PARA DIVULGAO DE RESULTADOS DE AUDITORIAS ................................................. 56

    GLOSSRIO ............................................................................................................................................. 57

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    LISTAS DE SIGLAS

    ANAO Australian National Audit Office

    Bacen Banco Central do Brasil

    CESTCU Cdigo de tica dos Servidores do Tribunal de Contas da Unio

    CFC Conselho Federal de Contabilidade

    CGU Controladoria-Geral da Unio

    CVM Comisso de Valores Mobilirios

    EFS Entidade de Fiscalizao Superior

    GAO Government Accountability Office

    Ibracon Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

    IFAC International Federation of Accountants

    IIA Institute of Internal Auditors

    IIA/Audibra Instituto dos Auditores Internos do Brasil

    Intosai Organizao Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores

    ISSAI Normas Internacionais de Auditoria das Entidades de Fiscalizao Superior

    NAT Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da Unio

    OAG Escritrio do Auditor-Geral do Canad

    Segecex Secretria-Geral de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio

    Susep Superintendncia de Seguros Privados

    TCU Tribunal de Contas da Unio

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    INTRODUO

    A administrao pblica est vinculada ao cumprimento da lei e ao atendimento do interesse

    pblico, objetivos maiores do Estado de direito. Para que isso acontea, necessrio que o prprio Estado

    estabelea mecanismos para impor e verificar o cumprimento de seus objetivos. Surge da a noo de

    controle da administrao pblica. Uma funo prpria e uma prerrogativa dos Estados de direito, cuja

    finalidade assegurar que a estrutura formal criada para concretizar os objetivos do Estado, no interesse

    do bem comum, atue de acordo com o conjunto de princpios e normas que compem o ordenamento

    jurdico.

    O controle da administrao pblica um poder-dever dos rgos aos quais a Constituio e as

    leis atribuem essa funo, tendo o Tribunal de Contas da Unio recebido uma parcela significativa dessa

    responsabilidade diretamente da Constituio, que prescreve a fiscalizao como o instrumento para

    efetiv-lo.

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da

    Unio e das entidades da administrao direta e indireta ser exercida pelo Congresso

    Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    O controle externo exercido mediante a fiscalizao do TCU realiza-se, predominantemente, por

    meio de auditorias e inspees de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial,

    conforme prev o inciso IV do art. 71 da Constituio, impondo-se a necessidade de realiz-las segundo

    normas tcnicas apropriadas, desenvolvidas de acordo com padres reconhecidos internacionalmente, a

    exemplo das Normas Internacionais de Auditoria das Entidades de Fiscalizao Superior (ISSAI), da

    Organizao Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai), e com as melhores prticas

    desenvolvidas por outras instituies superiores de controle de reconhecida experincia.

    As normas de auditoria do Tribunal de Contas da Unio (NAT) foram desenvolvidas tendo por

    base o arcabouo normativo da instituio (Constituio, Lei Orgnica, Regimento Interno, Cdigo de

    tica dos Servidores do TCU, resolues e instrues normativas do TCU), a experincia acumulada, as

    normas de auditoria de fontes internacionais, especialmente as ISSAI, da Intosai, bem como as normas

    das entidades de auditoria e controle governamental visitadas no mbito do programa de benchmarking

    realizado pelo TCU, em 2004, dentre as quais o IFAC, o IIA, o GAO, o ANAO e as entidades de

    fiscalizao superior da Alemanha, Itlia, Frana, Espanha, Blgica e Holanda.

    Estas normas justificam-se como instrumento para:

    dar credibilidade e assegurar qualidade s auditorias, segundo normas geralmente aceitas;

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    salvaguardar a responsabilidade dos auditores quando executarem seus trabalhos de acordo

    com elas.

    Nestas normas, os termos auditor, auditores e equipe de auditoria so utilizados tanto para declarar

    um atributo profissional individualmente esperado, como para tratar de responsabilidades coletivas no

    mbito de um trabalho. As referncias devem ser interpretadas no contexto aplicvel, de modo a no

    excluir deveres e responsabilidades, atitudes e comportamentos pessoais esperados dos auditores.

    Embora os termos rgo e entidade sejam tradicionalmente utilizados no setor pblico brasileiro

    para diferenciar organizaes pertencentes administrao direta e indireta, respectivamente; nestas

    normas, em muitos casos, utiliza-se apenas o termo entidade para se referir organizao auditada, seja

    ela um programa, uma ao ou atividade governamental da administrao direta ou indireta.

    Estas normas empregam termos aos quais foram atribudos significados especficos, esses termos

    esto definidos no Glossrio de Termos do Controle Externo, que embora componha anexo delas e deva

    ser utilizado em conjunto, constitui documento autnomo, atualizvel separadamente.

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    BASES CONCEITUAIS

    ACCOUNTABILITY

    As normas de auditoria da Intosai conceituam a accountability1 pblica como a obrigao que tm

    as pessoas ou entidades s quais se tenham confiado recursos, includas as empresas e corporaes

    pblicas, de assumir as responsabilidades de ordem fiscal, gerencial e programtica que lhes foram

    conferidas, e de informar a quem lhes delegou essas responsabilidades. E, ainda, como obrigao imposta,

    a uma pessoa ou entidade auditada, de demonstrar que administrou ou controlou os recursos que lhe

    foram confiados em conformidade com os termos segundo os quais lhe foram entregues.

    Esse conceito de accountability fundamental para a compreenso da prtica da boa governana e

    da auditoria governamental. Ele envolve, no contexto das relaes que se estabelecem entre os

    administradores pblicos, o Parlamento e a sociedade, pelo menos trs dimenses informao,

    justificao e sano como formas bsicas pelas quais se pode prevenir o abuso de poder.

    A sociedade, que delega os recursos e poderes para que o Estado execute as aes de realizao do

    bem comum, o Parlamento, que a representa, e outros agentes pblicos e privados no podem prescindir

    de informao, necessria para aferir se tais recursos e poderes esto sendo usados em conformidade com

    os princpios de administrao pblica, as leis e os regulamentos aplicveis, exigindo-se, pois, que a

    utilizao desses recursos e o exerccio desses poderes ocorram de forma transparente.

    A delegao de recursos e poderes recebida da sociedade, por intermdio do Parlamento, implica,

    por parte do gestor pblico, a obrigao constante de prestao de contas quanto ao alinhamento de suas

    aes s diretrizes fixadas pelo poder pblico e, portanto, a obrigao de informar deve estar associada

    obrigao de que os atos sejam devidamente justificados.

    Alm de informar e justificar, a relao de accountability envolve ainda a dimenso relativa aos

    elementos que obrigam ao cumprimento da lei, sujeitando o abuso de poder e a negligncia no uso dos

    recursos pblicos ao exerccio das sanes legais.

    A misso institucional do TCU, de assegurar a efetiva e regular gesto dos recursos pblicos em

    benefcio da sociedade, o coloca na posio de rgo de controle externo das relaes de accountability

    que se estabelecem entre os administradores pblicos, o Parlamento e a sociedade, e, para bem

    desincumbir-se dessa misso, o Tribunal propugna que todos os agentes de rgos, entidades, programas

    1 O termo accountability, que no possui traduo precisa para o nosso idioma, representa, segundo definio extrada do

    Manual de Auditoria Integrada do Escritrio do Auditor-Geral do Canad (OAG), a obrigao de responder por uma responsabilidade outorgada. Pressupe a existncia de pelo menos duas partes: uma que delega a responsabilidade e outra que a aceita, mediante o compromisso de prestar contas sobre como essa responsabilidade foi cumprida. O termo sintetiza a preservao dos interesses dos cidados por meio da transparncia, responsabilizao e prestao de contas pela administrao pblica.

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    e fundos pblicos devem contribuir para aumentar a confiana sobre a forma como so geridos os

    recursos colocados sua disposio, reduzindo a incerteza dos membros da sociedade sobre o que

    acontece no interior da administrao pblica.

    A auditoria, no contexto da accountability, conforme o conceito desenvolvido pelo Escritrio do

    Auditor-Geral do Canad (OAG) a ao independente de um terceiro sobre uma relao de

    accountability, objetivando expressar uma opinio ou emitir comentrios e sugestes sobre como essa

    relao est sendo obedecida.

    A ao independente exercida pelo TCU, por meio de auditorias, de estmulo transparncia da

    gesto e de outras aes de controle externo, incluindo a aplicao de sanes, constitui-se instrumento da

    governana pblica cujo objetivo, ao final, assegurar a accountability pblica, contribuindo para reduzir

    as incertezas sobre o que ocorre no interior da administrao pblica, fornecendo sociedade e ao

    Congresso Nacional uma razovel segurana de que os recursos e poderes delegados aos administradores

    pblicos esto sendo geridos mediante aes e estratgias adequadas para alcanar os objetivos

    estabelecidos pelo poder pblico, de modo transparente, em conformidade com os princpios de

    administrao pblica, as leis e os regulamentos aplicveis.

    AUDITORIA GOVERNAMENTAL

    O conceito de auditoria no tem sido unnime ou esttico no decorrer do tempo, embora algumas

    definies conhecidas tenham uma aceitao relativamente generalizada. Esse conceito tem evoludo,

    refletindo no s as mutaes ocorridas no desenvolvimento das organizaes e na ponderao dos

    interesses de partes envolvidas, mas tambm nos objetivos cada vez mais amplos que tm sido

    estabelecidos para os trabalhos de auditoria.

    Se inicialmente era voltada para a descoberta de erros e fraudes, a auditoria evoluiu para outros

    domnios, assumindo formas especficas e especializadas, passando no s a focar sobre os fatos j

    passados, mas tambm a ter uma funo preventiva e orientadora, mais consentnea com uma viso

    prospectiva de contribuir para o alcance de objetivos e para a melhoria do desempenho da administrao

    pblica.

    legtima a preocupao de dar auditoria um conceito que tenha aceitao generalizada, e isso

    especialmente relevante num documento de normas de auditoria, ainda que esse conceito esteja sujeito a

    mutaes, e consequentemente, a revises com o passar do tempo. Ele serve de base no apenas para

    expressar a natureza do trabalho desenvolvido pelos auditores, mas tambm para, em conjunto com o

    conceito de accountability pblica e com os preceitos bsicos do controle externo, estabelecer o contexto,

    as condies e a amplitude de seu campo de atuao.

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    Um conceito de auditoria geralmente aceito, devido sua amplitude, o que a define como o

    exame independente e objetivo de uma situao ou condio, em confronto com um critrio ou padro

    preestabelecido, para que se possa opinar ou comentar a respeito para um destinatrio predeterminado.

    Todavia, existem diversos conceitos formulados sob a diversidade de perspectivas da atividade de

    auditoria que, dada a sua importncia histrica e legitimidade nos contextos em que foram formulados,

    devem ser registrados, antes de se sintetizar um conceito geral.

    Menciona-se, primeiramente, o conceito da Intosai, inserido no seu glossrio:

    Auditoria o exame das operaes, atividades e sistemas de determinada entidade, com vista a

    verificar se so executados ou funcionam em conformidade com determinados objetivos, oramentos,

    regras e normas.

    A IFAC conceituou auditoria da seguinte maneira:

    Auditoria uma verificao ou exame feito por um auditor dos documentos de prestao de contas

    com o objetivo de habilit-lo a expressar uma opinio sobre os referidos documentos de modo a dar

    aos mesmos a maior credibilidade.

    Considerando a natureza geral destas normas e sem abandonar, mas considerando incorporados os

    conceitos antes expostos, sintetiza-se o seguinte conceito geral de auditoria:

    Auditoria o processo sistemtico, documentado e independente de se avaliar objetivamente

    uma situao ou condio para determinar a extenso na qual critrios so atendidos, obter

    evidncias quanto a esse atendimento e relatar os resultados dessa avaliao a um destinatrio

    predeterminado.

    Esse conceito traz explcita a noo de que a auditoria um processo e, como tal, um conjunto

    de atividades, funes e tarefas identificadas, que ocorrem em um perodo de tempo e produzem

    determinado resultado. Adicionalmente, por meio das principais caractersticas gerais, descreve o cerne

    da atividade de auditoria, permitindo que suas partes possam ser exploradas para uma melhor

    compreenso do conceito geral, como abordado nos subitens seguintes.

    Processo sistemtico: a auditoria um processo de trabalho planejado e metdico, pautado em

    avaliaes e finalizado com a comunicao de seus resultados.

    Processo documentado: o processo de auditoria deve ser fundado em documentos e padronizado

    por meio de procedimentos especficos, de modo a assegurar a sua reviso e a manuteno das evidncias

    obtidas. Isso implica que a entidade de auditoria deve formalizar um mtodo para executar suas

    auditorias, estabelecendo os padres que elas devero observar, incluindo regras claras quanto

    documentao.

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    Processo independente: a auditoria deve ser realizada por pessoas com independncia em relao

    s organizaes, aos programas, aos processos, s atividades, aos sistemas e aos objetos examinados para

    assegurar a objetividade e a imparcialidade dos julgamentos.

    Avaliao objetiva: os fatos devem ser avaliados com a mente livre de vieses. A avaliao objetiva

    leva a julgamentos imparciais, estritamente adequados s circunstncias, precisos e refletem na confiana

    no trabalho do auditor.

    Situao ou condio: o estado ou a situao existente do objeto da auditoria, encontrado pelo

    auditor durante a execuo do trabalho de auditoria.

    Critrio: referencial a partir do qual o auditor faz seus julgamentos em relao situao ou

    condio existente. Reflete com deveria ser a gesto. A eventual discrepncia entre a situao existente e

    o critrio originar o achado de auditoria.

    Evidncias: elementos de comprovao da discrepncia (ou no) entre a situao ou condio

    encontrada e o critrio de auditoria.

    Relato de resultados: os resultados de uma avaliao de auditoria so relatados a um destinatrio

    predeterminado, que normalmente no seja a parte responsvel, por meio de um relatrio, instrumento

    formal e tcnico no qual o auditor comunica o objetivo, o escopo, a extenso e as limitaes do trabalho,

    os achados de auditoria, as avaliaes, opinies e concluses, conforme o caso, e encaminha suas

    propostas.

    CLASSIFICAO DAS AUDITORIAS

    Quanto natureza, as auditorias classificam-se em:

    Auditorias de regularidade que objetivam examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de

    gesto dos responsveis sujeitos jurisdio do Tribunal, quanto aos aspectos contbil,

    financeiro, oramentrio e patrimonial. Compem as auditorias de regularidade as auditorias

    de conformidade e as auditorias contbeis.

    Auditorias operacionais, que objetivam examinar a economicidade, eficincia, eficcia e

    efetividade de organizaes, programas e atividades governamentais, com a finalidade de

    avaliar o seu desempenho e de promover o aperfeioamento da gesto pblica.

    O sistema de contabilidade pblica brasileiro incorpora, alm do prprio sistema contbil, os

    sistemas oramentrio, financeiro e patrimonial, desse modo, considera-se tambm auditoria contbil a

    realizada sobre as demonstraes contbeis, oramentrias, financeiras e patrimoniais produzidas pela

    administrao de entidades pblicas, a partir desses sistemas e dos respectivos lanamentos neles

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    realizados, mediante tcnica contbil, bem como sobre a documentao e os registros que lhes do

    suporte.

    A classificao das auditorias como de regularidade ou operacional depender do objetivo

    prevalecente em cada trabalho de auditoria, j que elas constituem parte de um mesmo todo da auditoria

    governamental e s vezes integram o escopo de um mesmo trabalho de auditoria.

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    OBJETIVO

    1. As Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da Unio (NAT) tm por objetivo a obteno de

    qualidade e a garantia de atuao suficiente e tecnicamente consistente do auditor na conduo dos

    trabalhos de auditoria. As NAT tm por finalidades:

    1.1. estabelecer padres tcnicos e de comportamento para o alcance e a manuteno de uma

    situao individual e coletivamente desejvel ao bom exerccio do controle externo da

    administrao pblica, executado por meio de auditorias, de modo a oferecer uma razovel

    segurana quanto obteno de qualidade na conduo dos trabalhos e de atuao suficiente e

    tecnicamente consistente do auditor no desenvolvimento de achados, avaliaes e opinies

    destinadas aos seus usurios, bem como das correspondentes concluses e propostas de

    encaminhamento;

    1.2. manter consistncia metodolgica no exerccio da atividade, incluindo o fornecimento de bases

    para o estabelecimento de padres, procedimentos e prticas a serem seguidos na realizao de

    auditorias e a padronizao de termos tcnicos empregados, de modo a assegurar qualidade e

    servir de base para a avaliao dos trabalhos;

    1.3. promover o aprimoramento profissional e auxiliar os auditores no que diz respeito qualidade

    dos exames, formao de sua opinio e elaborao de seus relatrios, especialmente nos

    casos em que no existam normas especficas aplicveis, possibilitando a realizao de

    trabalhos com segurana e qualidade, dignos de respeito e credibilidade;

    1.4. fornecer sociedade e aos diferentes pblicos com os quais o Tribunal interage uma viso clara

    dos princpios e das normas que formam a base para o desenvolvimento das atividades de

    auditoria do TCU.

    REFERNCIAS NORMATIVAS

    2. As normas relacionadas a seguir contm disposies que, mesmo no citadas neste texto, constituem

    prescries para estas normas:

    Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988.

    Lei Orgnica do Tribunal de Contas da Unio Lei 8.443, de 1992.

    Regimento Interno do Tribunal de Contas da Unio Resoluo TCU 155, de 2002.

    Cdigo de tica dos Servidores do Tribunal de Contas da Unio Resoluo TCU 226, de

    2009.

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    APLICABILIDADE

    3. As NAT so endereadas aos Auditores Federais de Controle Externo do Tribunal de Contas da

    Unio, para assegurar que esses sejam independentes, ntegros, imparciais, objetivos e competentes

    no desenvolvimento dos seus trabalhos de auditoria. Quando estas normas enderearem o Tribunal de

    Contas da Unio, deve-se entender que esto se referindo, tambm, s unidades de sua secretaria que,

    direta ou indiretamente, tenham a responsabilidade de contribuir, assegurar ou criar as condies para

    a sua aplicao, de modo que os trabalhos desenvolvidos alcancem a qualidade necessria a fim de

    que sejam considerados irretocveis e dignos de respeito e confiana pblica.

    4. As NAT tm natureza tcnica, e no jurdica, geral, e no especfica, e so aplicveis a todos os

    aspectos da funo auditoria e abrangem todos os tipos de trabalho dessa funo. Apesar de sua

    natureza tcnica, estas normas se harmonizam com as normas jurdicas mencionadas nas referncias

    normativas deste documento, que lhes constituem prescries, formando um sistema coerente,

    objetivo e legtimo, livre de conflitos de competncia.

    5. Normas de natureza especfica, relativas a determinados tipos de trabalho ou a aspectos particulares

    da organizao e conduo dos servios de auditoria, complementam estas normas e so tratadas em

    manuais, padres, diretrizes e orientaes aprovadas pela Presidncia ou pela Secretaria-Geral de

    Controle Externo do TCU.

    6. Por ser o TCU uma EFS com funes mais abrangentes do que o mandato relativo s auditorias, as

    NAT no abrangem todas as normas relativas ao controle externo que o Tribunal executa em auxlio

    ao Congresso Nacional. Assim, em relao s demais aes de controle elas tm aplicao

    subsidiria, devendo os auditores observar as normas de controle externo dispostas na Constituio,

    na Lei Orgnica, no Regimento Interno e nas resolues, portarias, instrues e decises normativas

    do prprio TCU, expedidas ao amparo do poder regulamentar que o assiste para expedir atos e

    instrues normativas sobre matria de suas atribuies e sobre a organizao de processos que lhe

    devam ser submetidos.

    APLICAO CONJUNTA COM OUTRAS NORMAS PROFISSIONAIS

    7. As Normas Internacionais de Auditoria das Entidades de Fiscalizao Superior (ISSAI), da

    Organizao Internacional de entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai), so aplicveis em

    complemento s NAT, ou s suas normas complementares, especialmente nas situaes em que o

    assunto no for explicitamente tratado nas NAT, e desde que compatveis com as atribuies

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    constitucionais e legais do TCU, com o ordenamento jurdico ptrio e com as disposies e a lgica

    destas normas.

    8. As normas de auditoria emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), pela Comisso de

    Valores Mobilirios (CVM), pelo Banco Central do Brasil (Bacen), pela Superintendncia de

    Seguros Privados (Susep) e os pronunciamentos tcnicos do Instituto dos Auditores Independentes do

    Brasil (Ibracon) so aplicveis em conjunto com as NAT, nas auditorias de demonstraes contbeis

    ou em outros trabalhos regulados por essas fontes normativas, no que couber.

    9. Outras normas profissionais, como as emitidas pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasil

    (IIA/Audibra) ou de outras organizaes tcnico-profissionais voltadas para auditorias, percias e

    outros trabalhos em reas ou objetos especficos, podem ser aplicadas conjuntamente com as NAT (e

    suas normas complementares), prevalecendo essas ltimas quando houver algum grau de

    incompatibilidade.

    ARTICULAO E COOPERAO COM OUTRAS INSTITUIES

    10. A articulao de esforos mediante o estabelecimento de compromissos e de aes conjuntas com

    outros rgos de fiscalizao e controle, com o objetivo de viabilizar o apoio s fiscalizaes das

    instituies envolvidas, se nortear pela confiana, bem como pelo respeito independncia de cada

    uma, sem, contudo, excluir a aplicao destas normas.

    11. Na realizao de auditorias conjuntas ou simultneas acerca de um objeto comum, executadas no

    mbito de acordos de cooperao ou instrumentos congneres com outros rgos de fiscalizao e

    controle, o intercmbio de informaes ou de documentos objetivar a supresso de lacunas e a

    eliminao de duplicao de esforos; limitar-se- pela competncia das entidades participantes e

    observar o disposto em normativos especficos do TCU que tratam da matria.

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    ESTRUTURA DAS NORMAS DE AUDITORIA

    12. As NAT apresentam-se estruturadas em quatro grupos, descritos nos itens seguintes.

    I. Preceitos Bsicos do Controle Externo

    12.1. Constituem os pressupostos fundamentais, princpios e requisitos lgicos que formam a base

    para o desenvolvimento das NAT; descrevem o contexto e as condies de atuao do TCU,

    ajudando o auditor a tambm determinar o escopo e a amplitude de sua atuao. A explicitao

    desses preceitos visa ainda a demonstrar a aderncia do modelo de controle externo exercido

    pelo Tribunal s Diretrizes para Preceitos de Auditoria da Intosai.

    II. Normas Gerais

    12.2. Estabelecem os princpios e regras fundamentais para que o auditor e o Tribunal possam

    desempenhar sua misso com tica e competncia. O enfoque dessas normas dirigido tanto

    para determinados requisitos que devem ser assegurados pela instituio, como para a atitude e

    os aspectos comportamentais do auditor.

    III. Normas relativas ao Planejamento e Execuo

    12.3. Estabelecem os critrios gerais e procedimentos bsicos que o auditor deve seguir para que sua

    atuao seja objetiva, sistemtica e equilibrada, na obteno das informaes e evidncias que

    sustentaro suas avaliaes, opinies e concluses, e que fundamentaro suas propostas de

    encaminhamento. O enfoque dessas normas o planejamento e a execuo das atividades que

    visam a alcanar um determinado resultado do trabalho de auditoria, bem como o

    gerenciamento dessas atividades.

    12.4. Esse grupo de normas relaciona-se com os preceitos bsicos do controle externo e com as

    normas gerais, que lhes fornecem os princpios e requisitos e tambm com as normas relativas

    comunicao de resultados, uma vez que os produtos dessas fases constituem a principal fonte

    para o contedo dos relatrios e para fundamentao das propostas.

    IV. Normas relativas Comunicao de Resultados

    12.5. Tratam da forma, do contedo, dos atributos e dos requisitos dos relatrios de auditoria, ou

    seja, das formas como o auditor deve expressar e comunicar as opinies e concluses dos

    trabalhos de auditoria e encaminhar suas propostas.

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    CAPTULO 1 - PRECEITOS BSICOS DO CONTROLE EXTERNO

    13. Os preceitos bsicos do controle externo contidos neste captulo constituem os pressupostos

    fundamentais, princpios e requisitos lgicos que formam a base para o desenvolvimento das Normas

    de Auditoria do TCU. Descrevem o contexto e as condies de atuao do TCU, ajudando o auditor a

    tambm determinar o escopo e a amplitude de seu campo de atuao, de modo aderente a esse

    contexto e a essas condies.

    PODERES DO CONTROLE EXTERNO

    14. As regras constitucionais sobre controle externo no Brasil esto disciplinadas nos artigos 70 a 75 da

    CF/88, no captulo do Poder Legislativo, dentro do ttulo Da Organizao dos Poderes. Esse

    posicionamento indica que o controle externo da administrao pblica uma funo precpua do

    Poder Legislativo que, no nvel federal, exercido pelo Congresso Nacional, com o auxlio do TCU,

    que, para isso, conta com poder de fiscalizao amplo e judicante sobre as contas dos administradores

    e responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos.

    PODER DE FISCALIZAO

    14.1. Constituio Federal:

    Art. 71.[...]

    II Realizar, por iniciativa prpria, da Cmara dos Deputados, do Senado Federal, de

    comisso tcnica ou de inqurito, inspees e auditorias de natureza contbil, financeira,

    oramentria, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes

    Legislativo, Executivo e Judicirio e demais entidades referidas no inciso II.

    PODER JUDICANTE

    14.2. Constituio Federal:

    Art. 71.[...]

    II Julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e

    valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades

    institudas e mantidas pelo poder pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a

    perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico.

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    14.3. Em decorrncia do Poder Judicante, o TCU tem jurisdio prpria e privativa, em todo o

    territrio nacional, sobre as pessoas e matrias sujeitas sua competncia, abrangendo (art. 73,

    da CF/88 e art. 4 e 5 da Lei Orgnica do TCU):

    I - qualquer pessoa fsica, rgo ou entidade a que se refere o inciso I do art. 1 desta Lei,

    que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou

    pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta assuma obrigaes de natureza

    pecuniria;

    II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano

    ao Errio;

    III - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob interveno ou que de

    qualquer modo venham a integrar, provisria ou permanentemente, o patrimnio da Unio

    ou de outra entidade pblica federal;

    IV - os responsveis pelas contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital

    social a Unio participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

    V - os responsveis por entidades dotadas de personalidade jurdica de direito privado que

    recebam contribuies parafiscais e prestem servio de interesse pblico ou social;

    VI - todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos sua

    fiscalizao por expressa disposio de Lei;

    VII - os responsveis pela aplicao de quaisquer recursos repassados pela Unio, mediante

    convnio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congneres, a Estado, ao Distrito Federal

    ou a Municpio;

    VIII - os sucessores dos administradores e responsveis a que se refere este artigo, at o

    limite do valor do patrimnio transferido, nos termos do inciso XLV do art. 5 da

    Constituio Federal;

    IX - os representantes da Unio ou do Poder Pblico na assembleia geral das empresas

    estatais e sociedades annimas de cujo capital a Unio ou o Poder Pblico participem,

    solidariamente, com os membros dos conselhos fiscal e de administrao, pela prtica de

    atos de gesto ruinosa ou liberalidade custa das respectivas sociedades.

    PODER NORMATIVO

    14.4. Lei Orgnica do TCU:

    Art. 3 Ao Tribunal de Contas da Unio, no mbito de sua competncia e jurisdio, assiste

    o poder regulamentar, podendo, em consequncia, expedir atos e instrues normativas

    sobre matria de suas atribuies e sobre a organizao dos processos que lhe devam ser

    submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.

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    INDEPENDNCIA E AUTONOMIA

    15. O termo auxlio, disposto no caput do artigo 71 da Constituio, no representa subordinao

    hierrquica do Tribunal em relao ao Congresso Nacional. A funo de controle atribuda

    diretamente pela Constituio, cujas disposies deixam inequvoco que se trata de um controle

    externo e independente. O TCU exerce competncias prprias, independentes das funes do

    Congresso Nacional, e de suas decises no cabem recursos ao Congresso Nacional ou a outros

    Poderes, se no no seu prprio mbito.

    16. A independncia e autonomia do TCU tambm esto implcitas nas disposies constitucionais que

    lhe asseguram a iniciativa exclusiva de projetos de lei para propor alteraes e revogaes de

    dispositivos da sua Lei Orgnica, bem como para dispor sobre o seu quadro de pessoal e a

    remunerao de seus membros. No cabe, pois ao Legislativo ou ao Executivo a iniciativa de

    propostas tendentes a alterar a Lei Orgnica do TCU, sob pena de vcio de iniciativa. Uma slida

    garantia constitucional de independncia e autonomia.

    17. A independncia do TCU se completa pela capacidade de que lhe dotou a Constituio de se

    autogovernar, de estabelecer, segundo seus prprios desgnios, seu regimento e sua organizao

    internos, a competncia e o funcionamento de suas unidades, prover e gerir seu quadro de servidores,

    observadas apenas as diretrizes genricas previstas na legislao.

    18. A autonomia administrativa do TCU decorre do art. 73, da CF/88, que faz remisso, no que couber,

    autonomia administrativa do Poder Judicirio, conforme estipulado no art. 96, segundo a qual, as

    competncias que compem essa autonomia so de natureza privativa do Tribunal.

    19. Complemento importante independncia do TCU a disposio dos recursos financeiros e

    oramentrios necessrios ao desempenho de suas atribuies, caracterizada pela existncia de

    dotaes prprias na lei oramentria anual, pela elaborao de seu prprio oramento, dentro dos

    limites da lei de diretrizes oramentrias, sem a interferncia de terceiros, execuo oramentria e

    financeira por unidade de sua prpria estrutura administrativa, pelo recebimento de recursos do

    tesouro segundo parmetros no discricionrios e pela no sujeio a limitaes de empenho e

    movimentao financeira por outro rgo ou Poder. Segundo a Lei Orgnica do TCU:

    Art. 70. Compete ao Presidente do Tribunal de Contas da Unio:

    IV diretamente ou por delegao, movimentar as dotaes e os crditos oramentrios

    prprios e praticar os atos de administrao financeira, oramentria e patrimonial

    necessrios ao funcionamento do Tribunal.

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    INDEPENDNCIA DOS MEMBROS

    20. Para assegurar a independncia no desenvolvimento de suas funes, os ministros e auditores

    substitutos de ministros gozam de garantias previstas na Constituio Federal, de vitaliciedade,

    inamovibilidade e irredutibilidade de subsdio, conforme 3 e 4 do art. 73, da CF/88. Alm disso,

    a composio colegiada do Tribunal garante a independncia de suas decises.

    RELAES COM O PARLAMENTO, COM A ADMINISTRAO E COM O CONTROLE

    INTERNO

    21. A Constituio garante um elevado grau de independncia e autonomia do TCU ao prever, no art. 71,

    IV, a realizao, por iniciativa prpria, de inspees e auditorias de natureza contbil, financeira,

    oramentria, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,

    Executivo e Judicirio e demais entidades referidas no inciso II do artigo 71. Mesmo quando agindo

    como um agente do Parlamento e realizando fiscalizaes para atender as suas solicitaes, o

    Tribunal atua resguardando a sua independncia e autonomia.

    22. A jurisdio prpria e privativa sobre as pessoas e matrias sujeitas sua competncia, conforme

    mencionado anteriormente, no significa que tais pessoas, entidades do governo, ou no, tenham

    relao de subordinao ao TCU. Particularmente, o governo, os administradores e demais

    responsveis so plena e exclusivamente responsveis por suas aes e omisses e no podero

    alegar absolvio com base em verificaes realizadas pelo TCU ou em opinies de seu corpo

    tcnico, a menos que sobre tais verificaes ou opinies tenham sido emitidos julgamentos

    legalmente vlidos e aplicveis nos termos da lei.

    23. A Constituio estabelece dois sistemas de controle no mbito da gesto contbil, financeira,

    oramentria, operacional e patrimonial da Unio, o externo, exercido pelo Congresso Nacional com

    o auxlio do TCU e o interno, no mbito de cada Poder. Embora o controle interno tenha o dever

    estabelecido constitucionalmente de apoiar o controle externo, no h relao de hierarquia entre

    eles, h complementaridade.

    NATUREZA DO CONTROLE E SEUS REQUISITOS BSICOS

    24. Por ser uma EFS com mandato constitucional e legal mais abrangente do que a competncia para

    realizar auditorias, no possvel classificar o TCU exclusivamente como rgo de auditoria externa

    governamental, sendo essa, porm, uma das funes contidas no seu escopo de atuao.

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    25. Como rgo de auxlio ao Congresso Nacional no exerccio do controle externo, o TCU norteia sua

    atuao pela conformao das aes dos gestores ao interesse pblico, cuja expresso maior

    encontra-se nos objetivos fundamentais estabelecidos constitucionalmente (art. 3, CF/88) e pela

    verificao de que aqueles que recebem uma delegao de recursos e poderes pblicos para dar

    concretude a esses objetivos o fazem pautando-se nos princpios de administrao pblica e mediante

    critrios legais e operacionais que assegurem a efetiva e regular aplicao dos recursos em benefcio

    da sociedade.

    26. Nos termos fixados no art. 70, da Constituio Federal, a fiscalizao exercida mediante controle

    externo quanto legalidade, legitimidade, economicidade e aplicao das subvenes e renncia de

    receitas. A eficincia, a eficcia e a efetividade somam-se a esses critrios, dada a competncia

    atribuda ao TCU para realizao de auditorias operacionais (art. 71, IV, CF/88), destacando-se a

    eficincia como princpio erigido categoria de constitucional da administrao pblica pela EC

    19/98, ao lado dos princpios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade.

    27. O controle externo constitui o monitoramento das relaes de accountability que se estabelecem entre

    o Congresso Nacional, como representante da sociedade, e os gestores que recebem uma delegao

    de recursos pblicos para, em nome dessa ltima, realizar o bem comum, isso inclui qualquer pessoa

    fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,

    bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes

    de natureza pecuniria.

    28. Os poderes conferidos ao TCU pela Constituio Federal, juntamente com a autonomia e

    independncia para o exerccio de suas atribuies, se por um lado o caracterizam como um rgo de

    soberania, por outro demandam enormes responsabilidades de todos aqueles que compem o seu

    corpo tcnico, j que o pblico em geral, o Congresso Nacional e as entidades fiscalizadas tm a

    expectativa de que a conduta e o enfoque dos trabalhos realizados no TCU sejam irretocveis, no

    suscitem suspeitas e sejam dignos de confiana e respeito.

    29. Por consequncia, o TCU e seu corpo tcnico devem alcanar e manter junto sociedade, aos demais

    Poderes do Estado e s entidades fiscalizadas, um elevado nvel de credibilidade, confiana e respeito

    pblicos, transmitindo segurana por meio de uma atuao caracterizada pela objetividade,

    neutralidade, independncia e imparcialidade.

    30. Para corresponder a tais expectativas, a conduta dos auditores deve ser irretocvel em todos os

    momentos e em todas as circunstncias. Qualquer deficincia em sua conduta profissional ou conduta

    inadequada grave em sua vida pessoal prejudica a imagem de integridade dos auditores, do TCU, da

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    qualidade e da validade de seu trabalho de auditoria, e pode ocasionar dvidas acerca da

    confiabilidade e da competncia profissional do prprio TCU.

    31. Consequentemente, elevados padres de conduta e comportamento tico, de profissionalismo e

    competncia tcnica so exigidos de todos aqueles que prestam servios no TCU, e mais ainda,

    daqueles que desempenham suas atribuies nas atividades de controle externo.

    32. Nesse contexto, estas normas de auditoria so de fundamental importncia e a sua observncia pelo

    corpo tcnico do TCU uma questo de responsabilidade no s para com a instituio, mas tambm

    para com a sociedade, os Poderes por ela constitudos e as entidades que so objeto da fiscalizao do

    Tribunal.

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    CAPTULO 2 - NORMAS GERAIS

    33. Este captulo estabelece os princpios e fornece orientaes fundamentais para que o Tribunal e o

    auditor possam desempenhar sua misso com tica e competncia. O enfoque dessas normas

    dirigido tanto para determinados requisitos que devem ser assegurados pelo Tribunal, como para a

    atitude e os aspectos comportamentais do auditor.

    PRINCPIOS TICOS

    34. Os princpios ticos apresentados neste captulo formam a base, a disciplina e a estrutura, bem como

    proveem o clima, que influenciam a aplicao das NAT, incluindo as normas gerais, as relativas ao

    planejamento e execuo e as de comunicao de resultados.

    35. Os princpios ticos veiculados neste captulo integram o Cdigo de tica dos Servidores do Tribunal

    de Contas da Unio (CESTCU), ao qual o auditor, enquanto servidor do TCU, deve rigorosamente

    observar em conjunto e em complemento a estas normas.

    36. Os princpios ticos que orientam o trabalho dos auditores de acordo com estas NAT so:

    interesse pblico, preservao e defesa do patrimnio pblico;

    integridade;

    independncia, objetividade e imparcialidade;

    uso do cargo, de informaes e de recursos pblicos.

    INTERESSE PBLICO, PRESERVAO E DEFESA DO PATRIMNIO PBLICO

    37. Uma marca distintiva de um auditor governamental a aceitao da responsabilidade de servir ao

    interesse pblico, definido como o bem estar coletivo da comunidade, de pessoas e de entidades, a

    qual os auditores servem. O auditor deve honrar a confiana pblica, procedendo com honestidade,

    probidade e tempestividade, e escolhendo sempre, quando estiver diante de mais de uma opo legal,

    a que melhor se coadunar com a tica e com o interesse pblico.

    38. A preservao e a defesa do patrimnio pblico complementam o princpio do interesse pblico e so

    inerentes misso institucional do Tribunal, logo atribuio elementar de seus auditores, cabendo-

    lhes representar imediatamente chefia competente sobre todo e qualquer ato ou fato que seja

    contrrio ao interesse pblico, prejudicial ao Tribunal ou sua misso institucional, de que tenha

    tomado conhecimento em razo do cargo ou funo. Ademais, lhes vedado praticar ou compactuar,

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    por ao ou omisso, direta ou indiretamente, ato contrrio tica e ao interesse pblico, mesmo que

    tal ato observe as formalidades legais e no cometa violao expressa de lei.

    INTEGRIDADE

    39. A integridade dos auditores estabelece confiana e representa a base para a confiabilidade em seu

    julgamento. Para sustentar a confiana pblica, a conduta dos auditores deve ser irrepreensvel e estar

    acima de qualquer suspeita, o que exige a conduo dos trabalhos com uma atitude objetiva, baseada

    em fatos, no partidria, e no ideolgica em relao s entidades auditadas e aos usurios de seus

    relatrios. As partes interessadas, de maneira geral, esperam dos auditores uma atitude honesta,

    sincera e construtiva.

    40. No cumprimento de suas responsabilidades profissionais, os auditores podem se deparar com

    interesses conflitantes de gestores de entidades, de autoridades governamentais e de outros possveis

    interessados e, em virtude disso, sofrer presses para violar princpios ticos e, de forma inadequada,

    conseguir ganho pessoal ou organizacional. Agindo com integridade, os auditores conseguiro lidar

    com as presses, priorizando suas responsabilidades para com o interesse pblico. Tomar decises

    consistentes com o interesse pblico da entidade, do programa ou da atividade auditada uma parte

    importante do princpio da integridade.

    41. Auditores devem resguardar, em sua conduta pessoal, a integridade, a honra e a dignidade de sua

    funo pblica, agindo em harmonia com princpios ticos e valores pblicos.

    INDEPENDNCIA, OBJETIVIDADE E IMPARCIALIDADE

    42. A credibilidade da auditoria no setor pblico baseia-se na objetividade dos auditores no cumprimento

    de suas responsabilidades profissionais. A objetividade inclui ser independente, de fato e na

    aparncia, manter uma atitude de imparcialidade, ter honestidade intelectual e estar livre de conflitos

    de interesse.

    43. O auditor deve manter-se afastado de quaisquer atividades que reduzam ou denotem reduzir sua

    autonomia e independncia profissional, que no deve ser confundida com independncia e

    autonomia funcional, bem como manter atitude de independncia em relao ao fiscalizado, evitando

    postura de superioridade, inferioridade ou preconceito relativo a indivduos, entidades, projetos e

    programas; deve ainda adotar atitudes e procedimentos objetivos e imparciais, em particular, nos seus

    relatrios, que devero ser tecnicamente fundamentados, baseados exclusivamente nas evidncias

    obtidas e organizados de acordo com as normas de auditoria, evitando que interesses pessoais e

    interpretaes tendenciosas interfiram na apresentao e tratamento dos fatos levantados, bem como

    abster-se de emitir opinio preconcebida ou induzida por convices poltico-partidria, religiosa ou

    ideolgica.

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    44. O auditor dever declarar impedimento ou suspeio nas situaes que possam afetar, ou parecer

    afetar, o desempenho de suas funes com independncia e imparcialidade.

    USO DO CARGO, DE INFORMAES E DE RECURSOS PBLICOS

    45. A posio de auditor, informaes e recursos pblicos s devem ser utilizados para fins oficiais, e

    no inadequadamente para ganho pessoal ou de uma forma contrria lei ou que prejudique os

    legtimos interesses da entidade auditada ou do Tribunal. Abusar da posio de auditor para obter

    ganho pessoal viola responsabilidades fundamentais do profissional de auditoria.

    46. A proteo e a conservao de recursos e informaes pblicos e o seu adequado uso apenas em

    atividades autorizadas um elemento importante nas expectativas do pblico para com os auditores.

    O direito do pblico transparncia das informaes de governo tem que ser equilibrado com o uso

    adequado de informaes classificadas como sensveis. Para conseguir esse equilbrio, o uso

    criterioso das informaes adquiridas no exerccio das funes dos auditores uma parte crucial.

    Alm disso, o auditor deve ter em mente que muitas informaes de governo esto sujeitas a leis e

    regulamentos que restringem a sua divulgao.

    47. A credibilidade de uma auditoria pode ser prejudicada pela utilizao inadequada de informaes

    relevantes, obtidas no exerccio profissional, em benefcio de interesses financeiros pessoais, de

    parentes ou de organizaes em que o auditor tenha qualquer tipo de interesse.

    NORMAS GERAIS RELATIVAS AO TRIBUNAL

    48. O Tribunal e as unidades tcnicas de sua secretaria tm a responsabilidade de assegurar que estas

    normas sejam observadas em todas as fases de todos os trabalhos de auditoria realizados no seu

    mbito e ainda que:

    MANUTENO DE INDEPENDNCIA, OBJETIVIDADE E IMPARCIALIDADE

    48.1. a independncia, a objetividade e a imparcialidade sejam mantidas em todas as fases dos

    trabalhos;

    COMPROMISSO COM A COMPETNCIA

    48.2. o trabalho seja realizado por pessoal profissionalmente competente, que coletivamente tenha a

    qualificao e os conhecimentos necessrios, velando para que os auditores que integram o seu

    quadro obtenham o necessrio desenvolvimento profissional;

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    UTILIZAO DE JULGAMENTO PROFISSIONAL

    48.3. o julgamento profissional seja utilizado ao se planejar e realizar o trabalho e ao apresentar os

    seus resultados;

    CONTROLE E GARANTIA DE QUALIDADE

    48.4. a busca da qualidade, como elemento essencial para obter e manter credibilidade, confiana e

    respeito pblico dos trabalhos de controle externo realizados pelo Tribunal, permeie todo o

    processo de realizao das aes de controle, comeando pela elaborao de manuais, padres,

    orientaes e procedimentos com vistas obteno da qualidade, passando pela superviso

    direta e concomitante e finalizando com a reviso interna independente dos trabalhos

    realizados, inclusive por unidade especializada.

    NORMAS GERAIS RELATIVAS PESSOA DO AUDITOR

    49. A atividade de controle de carter multidisciplinar e realizada em equipe, devendo o esprito de

    cooperao prevalecer sobre posicionamentos pessoais. Os auditores envidaro todos os esforos

    para que o seu talento e profissionalismo contribuam de modo efetivo para a consecuo da misso

    institucional do Tribunal, observando, individualmente e em equipe, os princpios e regras

    estabelecidos nestas normas.

    CAUTELA, ZELO E JULGAMENTO PROFISSIONAL

    50. Os auditores devem ter cuidados e habilidades esperados de um profissional prudente e competente,

    devendo usar julgamento profissional no planejamento, na execuo e comunicao dos resultados de

    auditoria, agindo com ateno, habilidade e observncia das normas profissionais, de modo a reduzir

    ao mnimo a possibilidade de erros.

    51. Em todos os setores da sociedade existe a necessidade de confiana e credibilidade, portanto,

    essencial que os relatrios e pareceres dos auditores sejam considerados precisos e confiveis por

    terceiros especialistas na matria, cabendo-lhes emitir opinies somente sobre documentos ou

    situaes examinadas apoiando-se em fatos e evidncias.

    COMPETNCIA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

    52. A equipe designada para realizar uma auditoria especfica deve ter, em conjunto, treinamento tcnico,

    capacidade e experincia suficientes para conduzir adequadamente o trabalho e formular concluses

    e propostas de encaminhamento pertinentes. Assim, os auditores devem buscar permanentemente seu

    aprimoramento profissional, mantendo-se atualizados quanto a novas tcnicas e instrumentos de

    trabalho relativos sua rea de atuao.

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    53. Os auditores tm a obrigao de atuar sempre de maneira profissional e de manter altos nveis de

    profissionalismo na realizao de seu trabalho. No devem realizar trabalhos para os quais no

    possuam a competncia profissional necessria e devem conhecer e cumprir as normas, as diretrizes,

    os procedimentos e as prticas aplicveis de auditoria, bem como entender os princpios e as normas

    constitucionais, legais e institucionais que regem as atividades de controle externo exercidas pelo

    Tribunal e, ainda, o funcionamento da entidade auditada.

    COMPORTAMENTO PROFISSIONAL E CORTESIA

    54. Esses dois princpios tm uma relao intrnseca entre si e com as expectativas em relao ao papel

    do auditor e aos resultados de seus trabalhos. A aderncia ao interesse pblico, a conformidade com

    as normas e regulamentos aplicveis e o cuidado na preveno de qualquer conduta que possa trazer

    descrdito ao trabalho devem nortear o comportamento profissional e a sua atitude perante o

    auditado.

    55. O auditor deve manter atitude de serenidade e comportar-se de maneira compatvel com a exigida

    pelo cargo, de modo a demonstrar servir ao interesse comum e a prestigiar o servio pblico, ser

    corts no trato verbal e escrito com pessoas e instituies auditadas, sem, contudo, abrir mo das

    prerrogativas de seu cargo.

    CONFLITOS DE INTERESSES

    56. Auditores devem evitar que interesses pessoais ou quaisquer situaes afetem a sua objetividade,

    tanto a real como a percebida conservando sua independncia em relao a quaisquer influncias

    que possam afetar ou parecer afetar a sua capacidade de desempenhar suas responsabilidades

    profissionais com imparcialidade.

    57. Ao auditor vedado usar do cargo ou de informao privilegiada em situaes que configurem abuso

    de poder, prticas autoritrias ou que visem a quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas

    para si, para outros indivduos, grupos de interesses ou entidades pblicas ou privadas, bem como

    solicitar, sugerir, provocar ou receber, para si ou para outrem, mesmo em ocasies de festividade,

    qualquer tipo de ajuda financeira, gratificao, comisso, doao, presentes ou vantagens de qualquer

    natureza, de pessoa fsica ou jurdica interessada na sua atividade, conforme previsto no Cdigo de

    tica dos Servidores do Tribunal de Contas da Unio.

    58. O auditor dever declarar impedimento ou suspeio nas situaes que possam afetar, ou parecer

    afetar, o desempenho de suas atribuies com independncia e imparcialidade, especialmente

    participar de auditorias nas situaes em que o responsvel auditado seja cnjuge, parente

    consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, ou pessoa com quem mantenha

    ou manteve lao afetivo ou inimigo ou que envolva entidade com o qual tenha mantido vnculo

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    profissional nos ltimos dois anos, ressalvada, neste ltimo caso, a atuao consultiva, ou ainda

    quando estiver presente qualquer conflito de interesses, declarando o impedimento ou a suspeio por

    meio de justificativa reduzida a termo, que ser avaliada e decidida pelo dirigente da unidade tcnica.

    SIGILO PROFISSIONAL

    59. O auditor deve guardar sigilo sobre dados e informaes obtidos em decorrncia do exerccio de suas

    funes, utilizando-os, exclusivamente, para a elaborao de pareceres e relatrios.

    60. Auditores no devem revelar a terceiros dados e informaes obtidos no processo de auditoria, seja

    oralmente ou por escrito, exceto para cumprir as responsabilidades legais ou de outra natureza que

    correspondam a atribuies legais do Tribunal.

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    CAPTULO 3 - NORMAS RELATIVAS AO PLANEJAMENTO E EXECUO

    61. Este captulo estabelece os critrios gerais e procedimentos bsicos que o auditor deve seguir para

    que sua atuao seja objetiva, sistemtica e equilibrada na obteno das informaes e evidncias que

    sustentaro suas avaliaes, opinies e concluses, e que fundamentaro suas propostas de

    encaminhamento. O enfoque das normas relativas ao planejamento e execuo o planejamento e a

    execuo das atividades que visam a alcanar um determinado resultado do trabalho de auditoria,

    bem como o gerenciamento dessas atividades.

    62. As normas relativas ao planejamento e execuo de auditorias relacionam-se com os preceitos do

    controle externo e com as normas gerais, que lhes fornecem os princpios e requisitos bsicos, e

    tambm com as normas relativas comunicao de resultados, uma vez que os produtos dessas fases

    do processo de auditoria constituem a principal fonte para o contedo dos relatrios e para a

    fundamentao das propostas.

    PLANEJAMENTO GERAL DAS AUDITORIAS DO TCU

    63. O planejamento geral de curto prazo, de at um ano, e de longo prazo, mais de um ano, levar em

    conta a alocao da capacidade operacional, considerando todas as aes de controle externo, de

    maneira integrada, e as aes de capacitao necessrias para lhes dar suporte.

    64. O planejamento geral deve alinhar suas atividades s expectativas do Congresso Nacional, s

    medidas, aos gastos e objetivos do plano plurianual e de outros planos especficos de ao

    governamental, observando-se, na sua elaborao, o disposto em normas e diretrizes especficas e a

    compatibilidade com os planos estratgico e de diretrizes do TCU, bem como com as diretrizes

    aprovadas para subsidiar o exame das contas governamentais e para o julgamento das contas de

    unidades jurisdicionadas.

    65. O planejamento geral deve documentar e justificar as selees realizadas, calcando-se em modelos

    que incluam mtodos de seleo, hierarquizao e priorizao fundamentados em critrios de

    relevncia, materialidade, risco e oportunidade, dentre outras tcnicas de alocao da capacidade

    operacional, levando-se tambm em conta a demanda potencial por aes de controle originadas de

    iniciativas externas.

    66. Informaes sobre o planejamento geral somente podero ser divulgadas para dar publicidade ao

    fiscalizatria do Tribunal, se no comprometerem o sigilo dos trabalhos a serem realizados.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    Segedam Secretaria-Geral de Administrao BTCU ESPECIAL Braslia Ano xlii n. 29 10/dez. 2010

    \\tcu\_sarq_prod\Sistemas\Btcu (Sede) - \\tcu\_sarq_an\Sistemas\Btcu (Asa Norte) - \\tcu\_tcu_UF\Sistemas\Btcu (Estaduais)

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    PROPOSIO DE AUDITORIAS

    67. A unidade tcnica ao propor auditorias deve definir o objetivo e o escopo preliminar, bem como

    prever uma estimativa de alocao de recursos e dos prazos de suas fases.

    OBJETIVOS DA AUDITORIA

    68. Devem ser estabelecidos objetivos para cada trabalho de auditoria. Para tanto, deve-se realizar uma

    avaliao preliminar de objetivos e riscos relevantes relacionados atividade objeto da auditoria,

    cujos resultados devero estar refletidos nos objetivos estabelecidos.

    69. No desenvolvimento dos objetivos o auditor deve considerar, alm das exposies significativas a

    riscos, a probabilidade de erros, irregularidades e descumprimentos a princpios, normas legais e

    regulamentaes aplicveis.

    ALOCAO DE RECURSOS AO TRABALHO DE AUDITORIA

    70. Deve-se determinar os meios apropriados para alcanar os objetivos de auditoria, levando em conta

    limitaes de tempo e de recursos disponveis e, especialmente, a competncia necessria dos

    membros da equipe, que deve ser baseada na avaliao da natureza e complexidade de cada trabalho.

    IDENTIFICAO E AVALIAO DE OBJETIVOS, RISCOS E CONTROLES

    71. Para determinar a extenso e o alcance da auditoria que ser proposta, a unidade tcnica deve dispor

    de informaes relativas aos objetivos relacionados ao objeto que ser auditado e aos riscos

    relevantes associados a esses objetivos, bem como confiabilidade dos controles adotados para tratar

    esses riscos. Tais informaes so obtidas, tipicamente, na realizao de outras aes de controle cuja

    principal finalidade o conhecimento da unidade jurisdicionada e devem ser levadas em conta no

    planejamento e na aplicao dos procedimentos de auditoria.

    71.1. Alternativamente, caso a auditoria seja proposta sem que as informaes relativas aos

    objetivos, riscos e controles do objeto auditado estejam disponveis, tais informaes devero

    ser obtidas na fase de planejamento do trabalho. A necessidade e a profundidade dos

    procedimentos para a obteno destas informaes variar de acordo com os objetivos e o

    escopo da auditoria em questo.

    72. A avaliao de riscos e de controle interno visa a avaliar o grau em que o controle interno de

    organizaes, programas e atividades governamentais assegura, de forma razovel, que na

    consecuo de suas misses, objetivos e metas, os princpios constitucionais da administrao

    pblica sero obedecidos e os seguintes objetivos de controle sero atendidos:

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    I. eficincia, eficcia e efetividade operacional, mediante execuo ordenada, tica e econmica

    das operaes;

    II. integridade e confiabilidade da informao produzida e sua disponibilidade para a tomada de

    decises e para o cumprimento de obrigaes accountability;

    III. conformidade com as leis e regulamentos aplicveis, incluindo normas, polticas, programas,

    planos e procedimentos de governo e da prpria instituio;

    IV. adequada salvaguarda e proteo de bens, ativos e recursos pblicos contra desperdcio, perda,

    mau uso, dano, utilizao no autorizada ou apropriao indevida.

    SUPERVISO, REVISO E COMUNICAO

    SUPERVISO

    73. Todo o trabalho realizado pela equipe de auditoria, em todas as suas fases e em todos os nveis, deve

    ser adequadamente supervisionado, independentemente da competncia individual dos auditores,

    para assegurar que os objetivos sejam atingidos, a qualidade seja asse