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NORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL NAGs Aplicáveis ao Controle Externo Brasileiro

NORMAS DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL NAGs · 7 INTRODUÇÃO A auditoria governamental é a atividade independente e objetiva que, através da aplicação de procedimentos específicos,

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NORMAS DE AUDITORIAGOVERNAMENTAL – NAGs

Aplicáveis aoControle Externo Brasileiro

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Equipe de Elaboração:Antônio Carneiro Amaral JúniorClarissa Carneiro da RochaCristina Maria Cunha GuerreiroInaldo da Paixão Santos Araújo

Editoração: Cristiano Pereira RodriguesImpressão: Empresa Gráfica da Bahia

FICHA CATALOGRÁFICA

B. 151. Bahia - Tribunal de Contas do Estado Normas de Auditoria Governamental - NAGs:

Aplicáveis ao Controle Externo. - Salvador: TCE/BA.2007

113p.

1. Auditoria - Normas 2. Normas de Auditoria Go-vernamental 3. Controle Externo - Normas de Audi-toria I. Título

CDU: 657.6

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Apresentação ......................................................................................... 05Introdução ........................................................................... 07

NAG 1000 – Normas Gerais .................................................. 11NAG 1100 – Conceitos Básicos .............................. 11NAG 1200 – Objetivos Gerais ................................ 15NAG 1300 – Objetivos Específicos ....................... 16NAG 1400 – Aplicabilidade ..................................... 17NAG 1500 – Universalidade .................................... 17

NAG 2000 – Relativas às Entidades Fiscalizadoras (EFs) .. 19NAG 2100 – Objetivos ............................................. 19NAG 2200 – Responsabilidade e Zelo .................. 20NAG 2300 – Competências Legal e Técnica ........ 24NAG 2400 – Independência e Autonomia ........... 30NAG 2500 – Estrutura, Organização e Funcionamento .................................. 35NAG 2600 – Administração e Desenvolvimento de Pessoal ............................................ 36NAG 2700 – Avaliação de Desempenho Institucional e Profissional .............. 38

NAG 3000 – Relativas aos Profissionais de AuditoriaGovernamental .......................................................... 41NAG 3100 – Competência Técnico-Profissional . 41NAG 3200 – Zelo e Responsabilidade Profissional 44NAG 3300 – Independência Profissional .............. 49NAG 3400 – Ética Profissional ............................... 54NAG 3500 – Sigilo Profissional .............................. 56NAG 3600 – Relações Humanas e Comunicação 58NAG 3700 – Educação Continuada ...................... 59

SUMÁRIO

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NAG 4000 – Relativas aos Trabalhos de AuditoriaGovernamental ................................................. 61NAG 4100 – Metodologia ....................................... 61NAG 4200 – Escopo ................................................ 66NAG 4300 – Planejamento ...................................... 70NAG 4400 – Execução ............................................. 77NAG 4500 – Gerenciamento, Supervisão eRevisão ........................................................................... 91NAG 4600 – Controle de Qualidade ..................... 96NAG 4700 – Comunicação de Resultados eRelatório ........................................................................ 99NAG 4800 – Acompanhamento dasRecomendações ........................................................... 109

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APRESENTAÇÃO

Com o intuito de contribuir para o desenvolvimento da auditoriagovernamental brasileira, foi elaborado o presente projeto de Normasde Auditoria Governamental (NAGs).

Para a elaboração deste projeto foram utilizadas como referências asNormas da Organização Internacional de Entidades FiscalizadorasSuperiores (INTOSAI), as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs),emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e as normasde outras instituições, dentre as quais destacam-se as do Tribunal de Contasda Comunidade Européia (TCCE), as do Government Accountability Office(GAO), as da International Federeration of Accountants (IFAC), as do Instituteof Internal Auditors (IIA) e as Normas do Instituto dos Auditores Internosdo Brasil (AUDIBRA), além da legislação pertinente aos Tribunais deContas brasileiros e da experiência prática de seus profissionais.

A materialização deste projeto, há muito esperado por aqueles que realizama auditoria governamental, tornou-se efetiva com a participação dasEntidades Fiscalizadoras (EFs) brasileiras – os Tribunais de Contas daUnião, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios – quemanifestaram sua opinião por meio de observações, emendas e sugestões.

Após esse amplo debate, as presentes normas de auditoria governamental,que também podem ser conhecidas como “o livro verde” da auditoriapública brasileira, em função da cor de sua capa, tornam-se uminstrumento de orientação e de aprimoramento da atividade de controleexterno e das próprias EFs, além de esclarecerem sobre o papel, asresponsabilidades, a forma de atuação, a abrangência dos trabalhos e acapacitação mínima requerida para o desempenho da auditoriagovernamental. As NAGs deverão servir de requisitos básicos a seremobservados pelos profissionais de auditoria e por todas as EFs quecompõem o Sistema de Controle Externo Brasileiro.

O trabalho foi dividido em quatro grupos de normas, a saber:

NAG 1000 – Normas Gerais;

NAG 2000 – Relativas às Entidades Fiscalizadoras (EFs);

NAG 3000 – Relativas aos Profissionais de Auditoria Governamental;

NAG 4000 – Relativas aos Trabalhos de Auditoria Governamental.

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Aproveita-se o ensejo para agradecer a todos os auditores envolvidosno processo de elaboração destas normas, em especial aos auditoresAntônio Carneiro Amaral Júnior, Inaldo da Paixão Santos Araújo, CristinaMaria Cunha Guerreiro e Clarissa Carneiro da Rocha.

Conselheiro Antonio Honorato de Castro NetoPresidente do Tribunal de Contas do Estado da Bahia

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INTRODUÇÃO

A auditoria governamental é a atividade independente e objetiva que,através da aplicação de procedimentos específicos, tem a finalidade deemitir opinião sobre a adequação das contas governamentais, assim comoapresentar comentários sobre o desempenho organizacional e o resultadodos programas de governo. A primeira vertente é denominada deauditoria contábil, a segunda, de auditoria operacional. Além de exercera fiscalização ou controle, a auditoria governamental também tem porobjetivo agregar valor e otimizar o desempenho da Administração Pública,auxiliando o gestor público, no âmbito dos três Poderes e do MinistérioPúblico, a alcançar seus objetivos, através de uma abordagem sistemáticae disciplinada do controle da legalidade e legitimidade de seus atos e daavaliação da economicidade, da eficiência, eficácia, efetividade e eqüidadedas ações governamentais sob sua responsabilidade.

Os exames auditoriais compreendem uma análise objetiva da evidênciapor parte do profissional de auditoria governamental, com o objetivode apresentar uma opinião ou conclusões independentes sobre umdeterminado processo ou outra matéria correlata. A natureza e o escopodos exames são determinados pelo profissional de auditoriagovernamental e pela Entidade Fiscalizadora (EF).

O objetivo da EF, ao adotar um conjunto de normas de auditoriagovernamental, consiste em definir em um documento único os princípiossegundo os quais os trabalhos são planejados, executados, avaliados e osresultados comunicados. Estas não são normas novas acerca do controleexterno realizado pelas EFs brasileiras, mas refletem, codificam epadronizam os métodos de trabalho, que têm evoluído ao longo dosanos, principalmente após a edição da Constituição Federal de 1988.

As Normas de Auditoria Governamental aplicáveis ao controle externobrasileiro baseiam-se na prática internacional de nível mais elevado, comoas normas de auditoria publicadas pela Organização Internacional deEntidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI)1, as normas internacionais

1 A Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI) é um organismo apolítico queobjetiva o intercâmbio de idéias sobre as melhores práticas de fiscalização, filiado à Organização das NaçõesUnidas (ONU), com sede em Viena, Áustria, que tem por finalidade fomentar intercâmbios de ideais e expe-riências entre as instituições superiores de controle das finanças públicas. Seu primeiro congresso aconteceuem Havana, Cuba, em 1953, com a participação de 34 Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFs). Após mais demeio século de existência, a INTOSAI conta com aproximadamente 190 membros, tendo como missão aexperiência mútua em benefício de todos.

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de auditoria elaboradas pelo Comitê Internacional de Práticas de Auditoriada International Federation of Accountants (IFAC), pelo Government AccountabilityOffice (GAO), pelo Institute of Internal Auditors (IIA) e seu congênerebrasileiro, o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA), peloTribunal de Contas da Comunidade Européia (TCCE) e nas NormasBrasileiras de Contabilidade (NBCs) para o exercício da AuditoriaIndependente, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Tais normasforam, no entanto, adaptadas de forma a refletirem a experiência práticano setor público, as obrigações constitucionais e legais e asresponsabilidades específicas das EFs brasileiras. Portanto, são plenamentecompatíveis com as normas aplicáveis em matéria de auditoriagovernamental às atividades dessas EFs.

Estas normas de auditoria governamental, denominadas de NAGs,definem os princípios básicos que devem reger os trabalhos das EFsbrasileiras e, por conseguinte, fornecem um enquadramento geral quepermite determinar de forma pormenorizada os procedimentos epráticas a serem utilizados no planejamento e execução das diferentesatividades de auditoria, bem como na elaboração dos respectivosrelatórios.

As presentes normas são aplicáveis tanto às auditorias contábeis, incluindoas auditorias orçamentária, financeira e patrimonial das contas públicas,quanto às de natureza operacional, em todos os seus enfoques, ou seja,economicidade, eficiência, eficácia, efetividade e eqüidade.

Como as atividades de auditoria governamental são realizadas nos maisdiversos ambientes culturais e legais, em entes que possuem porte,complexidade e estrutura variados, e até mesmo por profissionais quenão integram os quadros de pessoal das EFs, contratados comoespecialistas, e como essas diferenças podem afetar a prática da auditoriaem cada ambiente, a adesão às NAGs é essencial para um adequadodesempenho por parte dos profissionais de auditoria governamental edas EFs. Assim, recomenda-se que esses procedimentos e práticas sejam,por sua vez, incorporados ao manual de auditoria de cada EF.

O propósito destas normas é:

1. estabelecer os princípios básicos para a prática da auditoriagovernamental;

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2. assegurar um padrão mínimo de qualidade aos trabalhos de auditoriagovernamental desenvolvidos pelas EFs;

3. oferecer um modelo adequado para a execução das diversasatividades de auditoria governamental de competência das EFs;

4. assegurar que os auditores governamentais mantenham suacompetência, integridade, objetividade e independência;

5. oferecer critérios para a avaliação de desempenho dos auditoresgovernamentais e das EFs;

6. incentivar a melhoria dos processos e a otimização dos resultadosda Administração Pública.

As NAGs compreendem as Normas Gerais (série 1000), as NormasRelativas às Entidades Fiscalizadoras (série 2000), as Normas Relativasaos Profissionais de Auditoria Governamental (série 3000) e as NormasRelativas aos Trabalhos de Auditoria Governamental (série 4000).

As Normas Gerais tratam dos conceitos, objetivos gerais e específicos,aplicabilidade e universalidade das políticas e diretrizes.

As Normas Relativas às Entidades Fiscalizadoras (EFs) padronizam asatividades desenvolvidas pelos órgãos no exercício da auditoriagovernamental, assim como orientam a sua estruturação organizacionale a qualificação dos seus profissionais, e apresentam critérios para aavaliação de desempenho institucional e profissional.

As Normas Relativas aos Profissionais de Auditoria Governamentalestabelecem os requisitos de competência técnica, zelo, responsabilidade,independência, ética e sigilo profissional, além de orientar os profissionaisna sua forma de se relacionar e se comunicar, e no aprimoramento deseus conhecimentos e capacidade técnica.

As Normas Relativas aos Trabalhos de Auditoria Governamental, alémde fixarem critérios para se estabelecer o escopo dos exames, tambémorientam, de forma detalhada, os trabalhos de auditoria em todas assuas fases – planejamento, execução, relatório e acompanhamento.

Estas normas diferem dos procedimentos de auditoria governamental,que são as tarefas realizadas pelo profissional de auditoria governamental

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para a obtenção de evidências que lhe permitam fundamentar suasconclusões e atingir os objetivos do controle externo. As NAGsconstituem um guia mínimo para o profissional de auditoriagovernamental, ajudando-o a orientar a sua conduta profissional e adeterminar a amplitude da sua atuação técnica nos trabalhos de auditoria.As NAGs se constituem, ainda, em critérios ou indicadores dedesempenho para o gerenciamento das auditorias e a avaliação daqualidade dos seus resultados.

Estas NAGs, referentes ao exercício da função de controle externo pelasEntidades Fiscalizadoras (EFs) brasileiras, nas suas várias áreas de atuação,modalidades e enfoques técnicos, dizem respeito aos princípiosqualitativos fundamentais que devem nortear as atividades do profissionalde auditoria governamental nos trabalhos realizados pelas EFs. Naausência de disposições específicas, prevalecem as práticas de auditoriagovernamental geralmente aceitas, formalizadas ou não pelos seusorganismos próprios, e já consagradas pela Organização Internacionalde Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI).

O aprimoramento destas normas deve ser um processo contínuo. Umacomissão ou grupo de trabalho específico deve realizar uma amplaconsulta aos profissionais de auditoria governamental e uma profundaanálise dos resultados obtidos, antes da atualização destas normas. Issoinclui a solicitação de comentários a todas as EFs brasileiras e às entidadesde classe envolvidas.

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NAG 1000 – NORMAS GERAIS

Na NAG 1000 estão definidos os conceitos básicos de termos eexpressões relacionados à auditoria governamental e apresentados osobjetivos gerais e específicos destas normas, a sua aplicabilidade e o graude universalidade de suas políticas e diretrizes.

1100 – Conceitos Básicos

Para fins de aplicação destas normas, são adotados os seguintes conceitosbásicos:

1101 – ACCOUNTABILITY: dever responsável que o agente públicotem, perante a sociedade, de prestar contas da gestão da coisa públicasob sua responsabilidade. Representa a obrigação de responder por umaresponsabilidade assumida.

1102 – AUDITORIA CONTÁBIL: exame objetivo, sistemático eindependente, pautado em normas técnicas e profissionais, dasdemonstrações contábeis com o objetivo de se expressar uma opinião –materializada em um documento denominado parecer de auditoria –sobre a adequação desses demonstrativos em relação aos PrincípiosFundamentais de Contabilidade (PFCs), às Normas Brasileiras deContabilidade (NBCs) e à legislação pertinente. Em uma auditoria contábilo auditor governamental deverá verificar se as demonstrações contábeisoficiais e outros informes representam uma visão fiel e justa do patrimônioenvolvendo questões orçamentárias, financeiras, econômicas epatrimoniais, além dos aspectos de legalidade.

1103 – AUDITORIA GOVERNAMENTAL: exame objetivo,sistemático e independente, pautado em normas técnicas e profissionais,efetuado em entidades estatais e paraestatais, funções, subfunções,programas, projetos, atividades, operações especiais, ações, áreas,processos, ciclos operacionais, serviços, sistemas e na guarda e aplicaçãodos recursos, em relação aos aspectos contábeis, orçamentários, financeiros,econômicos, patrimoniais e operacionais, assim como acerca daconfiabilidade do sistema de controle interno, por servidores públicosintegrantes do quadro permanente das EFs, denominados de profissionaisde auditoria governamental, através de levantamentos de informações,análises imparciais, avaliações independentes e apresentação deinformações seguras, devidamente consubstanciadas em provas, segundo

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os critérios de legalidade, legitimidade, economicidade, eficiência, eficácia,efetividade, eqüidade, ética e preservação do meio ambiente, além deobservar a probidade administrativa e a responsabilidade social dosgestores da coisa pública.

1104 – AUDITORIA OPERACIONAL: exame objetivo, sistemático eindependente de funções, subfunções, programas, projetos, atividades,operações especiais, ações, áreas, processos, ciclos operacionais, serviçose sistemas governamentais com o objetivo de se emitir comentários sobreo desempenho dos órgãos e entidades da Administração Pública e oresultado das políticas de governo, pautado em critérios de economicidade,eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade, ética e meio ambiente, alémdos aspectos de legalidade.

1105 – CONTROLE EXTERNO: nos termos da Constituição Federal,é o controle exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio técnico dasEFs, sobre as atividades orçamentária, contábil, financeira, econômica,operacional e patrimonial dos Poderes Executivo, Judiciário, do próprioPoder Legislativo e do Ministério Público, e de suas entidades daadministração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedadesinstituídas e mantidas pelo Poder Público, quanto à legalidade, legitimidade,economicidade, eficiência, eficácia, efetividade e eqüidade dos atospraticados pelos administradores e demais responsáveis por dinheiros,bens e valores públicos.

1106 – ECONOMICIDADE: refere-se à alternativa mais racional(binômio preço x qualidade) para a solução de um determinadoproblema. Quando relacionado às aquisições, refere-se à oportunidadede redução de custos na compra de bens ou serviços, mantendo-se umnível adequado de qualidade.

1107 – EFETIVIDADE: refere-se ao resultado real obtido pelapopulação beneficiada pelas ações dos programas de governo. É oimpacto proporcionado pela ação governamental.

1108 – EFICÁCIA: diz respeito ao grau em que o ente público realizaseus objetivos, ou seja, refere-se ao alcance das metas. Compõem a esferada eficácia o alcance dos objetivos fixados e a preocupação em fazer ascoisas corretas para atender aos objetivos do órgão ou entidade pública.Está relacionada à consecução dos objetivos e metas organizacionais.

1109 – EFICIÊNCIA: é a racionalidade com que os recursos alocadosa determinados programas governamentais são aplicados. Refere-se à

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extensão em que a unidade econômica maximiza seus benefícios comum mínimo de utilização de tempo e recursos. Preocupa-se com osmeios, com os métodos e os procedimentos planejados e organizados,a fim de assegurar a otimização da utilização dos recursos disponíveis.

1110 – ENTE AUDITADO: compreende qualquer entidade pública,independentemente de sua forma de constituição, da administração diretae indireta, função, subfunção, programa, projeto, atividade, operaçõesespeciais, ações, área, processo, ciclo operacional, serviço ou sistema queseja objeto de auditoria governamental.

1111 – ENTIDADES FISCALIZADORAS (EFs): são órgãos públicosque, independentemente da sua designação, constituição ou organização,desempenham, por força da lei, a mais alta função de fiscalização nosetor público. São organizações instituídas por disposição constitucional,com a finalidade de assegurar e promover o cumprimento da obrigaçãode prestar contas no setor público por qualquer pessoa física ou jurídica,pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administredinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, Estados, DistritoFederal e Municípios respondam, ou que, em nome destes, assumamobrigações de natureza pecuniária, bem como as contas daqueles quederem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulteprejuízo ao erário público. No Brasil as entidades fiscalizadoras sãodenominadas de Tribunais de Contas.

1112 – EQÜIDADE: princípio pelo qual os responsáveis pelaAdministração Pública utilizam de forma imparcial os recursos que lhesão colocados à disposição pela própria comunidade, a fim de garantirda melhor maneira possível a justiça social, satisfazendo apenas aosinteresses coletivos.

1113 – ERRO E FRAUDE – Para os fins destas normas, considera-se:

1112.1 – Fraude, ato voluntário intencional de omissão oumanipulação de transações, adulteração de documentos, informações,registros e demonstrações. Existe dolo, pois há intenção de causaralgum tipo de dano.

1112.2 – Erro, ato não-voluntário, não-intencional, resultante deomissão, desconhecimento, imperícia, imprudência, desatenção oumá interpretação de fatos na elaboração de documentos, registros

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ou demonstrações. Existe apenas culpa, pois não há intenção de causardano.

1114 – EVIDÊNCIAS DE AUDITORIA: elementos incontestáveiscoletados pelo profissional de auditoria governamental devidamentedocumentados em papéis de trabalho para comprovar e demonstrarsuas constatações, avaliações e conclusões. São elementos de convicçãodos trabalhos efetuados.

1115 – GESTÃO PÚBLICA: é a gerência de pessoas e de recursospúblicos advindos de um compromisso voluntário, tendo como únicoobjetivo o bem comum. Esta tem que ser pautada nos princípiosconstitucionais básicos que regem a Administração Pública: legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Relegá-los significacontrariar a probidade e desvirtuar o gerenciamento da coisa pública,cuja finalidade deve atender aos interesses coletivos.

1116 – MATERIALIDADE: critério de avaliação de elementosquantitativos, representativos em determinado contexto, pertinentes aoobjeto da auditoria governamental ou que se tenha deles provável influêncianos resultados das auditorias.

1117 – PAPÉIS DE TRABALHO: compreendem documentos eanotações, preparados em qualquer meio (manual, mecânico ou eletrônico)com informações e provas elaborados diretamente pelo profissional deauditoria governamental ou por sua solicitação e supervisão, ou por eleobtido, que registram as evidências dos trabalhos executados efundamentam sua opinião e comentários. Também são denominadosde documentação de auditoria.

1118 – PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA: ações, atos e técnicassistematicamente ordenados, em seqüência racional e lógica, a seremexecutados durante os trabalhos, indicando ao profissional de auditoriagovernamental o que e como fazer para realizar seus exames, pesquisas eavaliações, e como obter as evidências comprobatórias necessárias paraa consecução dos objetivos dos trabalhos e para suportar a sua opinião.

1119 – PROFISSIONAL DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL:servidor público estável, com graduação de nível superior, pertencenteao Quadro Permanente de Pessoal da EF, devidamente capacitado paraa realização de auditorias governamentais, nas suas várias áreas de atuação,

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modalidades e enfoques técnicos. Exerce funções típicas de Estado. Osservidores públicos concursados em estágio probatório também sãoconsiderados profissionais de auditoria governamental para fins destasnormas.

1120 – RISCO DE AUDITORIA: é a probabilidade de o profissionalde auditoria, por desconhecimento, deixar de emitir apropriadamentesua opinião e comentários sobre as transações, documentos edemonstrações materialmente incorretos pelo efeito de ausência oufragilidades de controles internos e de erros ou fraudes existentes, masnão detectados pelo seu exame, em face da carência ou deficiência doselementos comprobatórios ou pela ocorrência de eventos futuros incertosque possuam potencial para influenciar os objetos da auditoria.

1121 – RELEVÂNCIA: critério de avaliação que busca revelar aimportância qualitativa das ações em estudo, quanto à sua natureza,contexto de inserção, fidelidade, integridade e integralidade dasinformações, independentemente de sua materialidade.

1200 – Objetivos Gerais

1201 – Estabelecer os princípios básicos para a definição deprocedimentos e práticas de auditoria governamental, nas suas diversasáreas de atuação, modalidades e enfoques técnicos, e que possam seradaptados em função das características institucionais, legais ecircunstanciais de cada EF.

1202 – Criar diretrizes de auditoria governamental que representem umabase comum a ser adotada por todas as EFs brasileiras, servindo de referênciade qualidade para os trabalhos de auditoria governamental.

1203 – Classificar e caracterizar os tipos de auditoria governamental,estabelecer seus objetivos, orientar sua metodologia e definir os requisitosessenciais às suas diversas etapas.

1204 – Orientar o profissional de auditoria governamental no exercíciode suas funções e responsabilidades.

1205 – Fomentar a melhoria dos processos e operações das EFs,ajudando-as no desempenho das suas responsabilidades de formaeconômica, eficiente, eficaz e efetiva.

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1206 – Oferecer subsídios para o processo de avaliação de desempenhoinstitucional das EFs, bem como o de avaliação das equipes de trabalhoe de cada profissional de auditoria governamental, individualmente.

1207 – Garantir padrão mínimo de qualidade e a comparabilidade deauditorias governamentais.

1300 – Objetivos Específicos

1301 – Disseminar internamente nas EFs, assim como externamentepara os diversos órgãos e entidades da Administração Pública e para asociedade em geral, a missão dos órgãos de controle externo brasileiros,suas competências, forma de atuação, escopo de trabalho e atribuiçõesde seus profissionais na área de auditoria governamental.

1302 – Subsidiar os projetos de modernização das EFs brasileiras e dealterações na legislação pertinente ao controle externo.

1303 – Padronizar a metodologia e esclarecer a terminologia utilizadapelas EFs, nas várias áreas de atuação, modalidades e enfoques técnicos.

1304 – Estabelecer os requisitos mínimos de qualidade do trabalho deauditoria governamental.

1305 – Contribuir para a elaboração de manuais e guias de trabalho deauditoria governamental.

1306 – Servir de instrumento de ensino, desenvolvimento,aperfeiçoamento e capacitação do profissional de auditoriagovernamental.

1307 – Melhorar a comunicação entre os profissionais de auditoriagovernamental e destes com os auditores internos, auditores externos,consultores, especialistas, com os gestores e servidores dos entescontrolados, com o parlamento e com a sociedade em geral.

1308 – Estimular a qualidade dos trabalhos de auditoria governamentalproduzidos pelas EFs e a produtividade dos seus profissionais.

1309 – Oferecer referências para fixação de critérios objetivos, claros eprecisos de avaliação da qualidade do trabalho de auditoria governamental,assim como dos profissionais que a realizam e das próprias EFs.

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1400 – Aplicabilidade

1401 – As disposições e orientações contidas nestas normas de auditoriagovernamental são aplicáveis:

1401.1 – À auditoria governamental, nas suas várias áreas de atuação,modalidades e enfoques técnicos, inclusive aos exames de caráterespecial e sigiloso.

1401.2 – Tanto às auditorias governamentais executadas pelas EFsnos órgãos da administração direta, indireta, empresas supranacionaise concessionárias de serviços públicos das citadas esferas de governoda União, Estados, Distrito Federal e Municípios, como nosprogramas, projetos, atividades, operações especiais, ações, áreas,processos, ciclos operacionais, serviços, sistemas e demais transaçõesque envolvam direta ou indiretamente recursos públicos.

1402 – Nos trabalhos de auditoria governamental deve ser feita mençãoexplícita à aplicação destas normas pelos auditores ou justificada a suainobservância parcial.

1500 – Universalidade

A fim de dar a estas normas o caráter de universalidade desejável, foramnelas incorporados os preceitos já existentes em outros países e de usocomum em várias EFs no Brasil, para o que se buscou preservar aomáximo os textos e a ordenação. Faz-se especial referência, nesse particular,à estrutura e tópicos essenciais das normas publicadas pela INTOSAI,IFAC, GAO, AUDIBRA, TCCE e às normas técnicas e profissionaiseditadas pelo CFC, que, sob vários aspectos, serviram como fonte dereferência para este trabalho.

Com isso, se objetivou atingir um padrão que permita aproximar asnormas básicas da auditoria governamental brasileira àquelas de padrãointernacionalmente aceitas, observando, porém, as particularidadesregionais inerentes a cada uma das EFs do Brasil. As adições, atualizações,adaptações ou modificações realizadas serviram para dar a estas NAGsa amplitude e atualidade necessárias.

Manutenções periódicas e interpretações poderão ocorrer e deverão serpublicadas, inclusive em meio eletrônico, sempre que necessárias, depoisde devidamente aprovadas por todas as EFs brasileiras.

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NAG 2000 – RELATIVAS ÀS ENTIDADES FISCALIZADORAS(EFs)

Esta norma trata dos requisitos para que as Entidades Fiscalizadoras(EFs) possam desempenhar com economicidade, eficiência, eficácia eefetividade as suas competências constitucionais e as demais disposiçõescontidas na legislação infraconstitucional e nestas Normas de AuditoriaGovernamental (NAGs).

A NAG 2000, relacionada às EFs, contém disposições sobre: 2100 –Objetivos; 2200 – Responsabilidade e Zelo; 2300 – Competências Legale Técnica; 2400 – Independência e Autonomia; 2500 – Estrutura,Organização e Funcionamento; 2600 – Administração e Desenvolvimentode Pessoal; e 2700 – Avaliação de Desempenho Institucional e Profissional.

2100 – Objetivos

Para o cumprimento da sua competência constitucional, as EFs brasileirasrealizarão auditoria governamental com o objetivo de executarem afiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonialdos órgãos e das entidades que compõem a administração direta e indiretados três Poderes, acompanhando as ações por eles empreendidas, assimcomo por todos os demais responsáveis pela arrecadação, guarda eaplicação de dinheiros, bens e valores públicos.

2101 – A função essencial da EF é assegurar e promover o cumprimentoda accountability (obrigação de prestar contas) no setor público, incluindo-se o apoio e o estímulo às boas práticas de gestão. Seu objetivo principalé verificar a legalidade, a legitimidade, a razoabilidade e a moralidadedos atos administrativos quanto aos aspectos orçamentários, financeirose patrimoniais, avaliar os aspectos operacionais de desempenho da gestãoe de resultados das políticas públicas sob os critérios de economicidade,eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade e ética.

2102 – Ao efetuar as suas auditorias governamentais, a EF tem osseguintes objetivos específicos:

2102.1 – Verificar o cumprimento da legislação pelos órgãos eentidades da Administração Pública.

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2102.2 – Verificar se as demonstrações contábeis oficiais e outrosinformes representam uma visão fiel e justa das questõesorçamentárias, financeiras, econômicas e patrimoniais.

2102.3 – Analisar os objetivos, natureza e forma de operação dosórgãos e entidades executores.

2102.4 – Avaliar o desempenho da gestão dos recursos públicossob os aspectos de economicidade, eficiência e eficácia.

2102.5 – Avaliar os resultados dos programas de governo ou, ainda,de atividades, projetos e ações específicas, sob os aspectos deefetividade e de eqüidade.

2102.6 – Auxiliar e, quando necessário, aconselhar os responsáveispela gestão de órgãos, entidades, finanças, políticas, programas,atividades, ações e metas governamentais, de forma a melhorar agestão pública e resguardar os interesses da sociedade.

2200 – Responsabilidades e Zelo

A EF deve agir com o devido zelo profissional e interesse ao observar alegislação pertinente, estas NAGs, as normas da INTOSAI e as demaisnormais internacionais de auditoria governamental geralmente aceitas.Isso inclui o devido zelo profissional ao planejar e executar, reunir eavaliar informações probatórias e ao relatar suas constatações, conclusõese recomendações.

2201 – A EF deve proceder e demonstrar que procede com objetividadenas auditorias dos entes governamentais.

2202 – Deve ser imparcial em suas avaliações e nos seus relatórios deauditoria.

2203 – A EF tem a responsabilidade de assegurar que:

2203.1 – Seja cumprido o dever de prestar contas no setor públicopor parte de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens evalores públicos ou pelos quais a Administração responda, ou que,em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

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2203.2 – O trabalho de auditoria governamental atinja os objetivosgerais e cumpra as responsabilidades estabelecidas pela Constituiçãoe demais normas pertinentes.

2203.3 – Se mantenham a independência e a objetividade em todasas fases do trabalho de auditoria governamental.

2203.4 – Se utilize julgamento profissional ao se planejar, executar eapresentar os resultados dos trabalhos.

2203.5 – Os trabalhos sejam realizados por pessoal profissionalmentecompetente e que a equipe de trabalho disponha da qualificação econhecimentos necessários.

2203.6 – Sejam respeitadas as obrigações contidas na legislação edemais normas pertinentes.

2203.6.1 – Seu ajustamento às diretrizes estabelecidas pelasnormas constitucionais, leis, decretos e outros atos normativosfederais, estaduais e municipais.

2203.6.2 – Seu ajustamento às demandas sociais e às diretrizes eprioridades governamentais.

2203.6.3 – Seu ajustamento às normas que regem, inclusive, asatividades técnicas e científicas com vistas a evitar danos aopatrimônio e serviços públicos.

2203.6.4 – A conduta funcional do agente público quanto à exaçãono cumprimento dos seus deveres, no respeito às normas legaise técnicas e na observância dos padrões éticos compatíveis.

2203.6.5 – Todas as atividades de fiscalização realizadas pela EFdevem ser desempenhadas no exercício de sua competência legal.

2203.7 – O trabalho de auditoria governamental seja feito emconformidade com estas NAGs, com as normas profissionais etécnicas do CFC e com as normas da INTOSAI.

2203.8 – Sejam estabelecidas as normas específicas, manuais ou guias,segundo os quais as diversas tarefas de auditoria governamental ououtras atividades devem ser desempenhadas, a fim de garantir que otrabalho e seus resultados sejam de alta qualidade.

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2203.9 – Se realize, periodicamente, uma avaliação do sistema decontrole de qualidade dos trabalhos de auditoria governamental, comvistas a avaliar sua aderência às normas profissionais e técnicas.

2203.10 – Os seus recursos financeiros, materiais e tecnológicos, assimcomo seu pessoal sejam eficientemente empregados.

2204 – A EF deve orientar seus profissionais de auditoria governamentalpara efetuar seus exames de auditoria em conformidade com a legislaçãovigente, com estas NAGs, com as normas profissionais e técnicas doCFC, com as normas da INTOSAI e com as demais normasinternacionais de auditoria governamental, na medida em que estas sejamaplicáveis no contexto brasileiro. O profissional de auditoriagovernamental deve igualmente ser orientado para observar as normase resoluções internas da EF, que definem as bases segundo as quais osrelatórios, pareceres e outros trabalhos devem ser elaborados no âmbitoda própria EF.

2205 – Quando entidades autorizadas ou reconhecidas estabeleceremnormas ou critérios para as finanças, transações e para os relatórios dosentes públicos, a EF deve usá-los em seus exames.

2206 – As políticas e os procedimentos adotados para efetuar umaauditoria governamental, em conformidade com as normas internacionaisde auditoria geralmente aceitas, estão definidos nas presentes normas edevem estar descritos no manual de auditoria governamental da EF.

2206.1 – O profissional de auditoria governamental deve seguir essesprocedimentos, e qualquer divergência em relação aos mesmos, queseja necessária em conseqüência de circunstâncias próprias dos examesem questão, deve ser aprovada pelo seu superior hierárquico eplenamente documentada. O cumprimento dessas políticas eprocedimentos permitirá igualmente garantir que a auditoriagovernamental seja realizada de acordo com as diretrizes definidaspelo Colegiado da EF.

2207 – No que se refere aos trabalhos de auditoria governamental, acorreta aplicação das políticas, normas, procedimentos e demaisorientações práticas da EF permitirá aos profissionais de auditoriagovernamental comprovar se todas as operações relevantes foramcorretamente efetuadas, concluídas, autorizadas e registradas, garantindoassim que todas as transações realizadas pela Administração Pública sejamconfiáveis, íntegras, legais e regulares.

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2208 – Quando a EF valer-se de consultores ou especialistas deprocedência externa, pública ou privada, para prestar-lhe assessoramento,deve fazê-lo com o devido zelo profissional, verificando se eles têmcompetência e capacidade para realizar o respectivo trabalho.

2208.1 – Deve-se tomar cuidado para garantir que, nesse tipo decontrato, fique estipulado que a definição do planejamento, doescopo, da execução e do relatório da respectiva auditoria caberá àEF.

2208.2 – As normas que recomendam agir com o devido zeloprofissional também têm aplicação, nessas situações, para amanutenção da qualidade do trabalho.

2208.3 – O auxílio dos consultores ou especialistas externos nãoexime a EF da responsabilidade pelas opiniões formadas ouconclusões emitidas no trabalho de auditoria governamental.

2209 – Quando a EF usar o trabalho de outros auditores, públicos ouprivados, deve aplicar os procedimentos adequados para ter certeza deque eles agiram com o devido zelo profissional e observaram as normasde auditoria pertinentes, podendo revisar seu trabalho para comprovaçãoda qualidade.

2210 – As informações sobre o ente público auditado obtidas em funçãodo trabalho de auditoria governamental não devem ser usadas para finsque extrapolem o escopo dos trabalhos, da elaboração do respectivoparecer e/ou relatório.

2211 – A EF deve manter sigilo sobre o objeto da auditoria e asinformações obtidas durante a sua realização, até que o processo sejaefetivamente concluído.

2211.1 – Os relatórios de auditoria, julgados e transitados em julgado,deverão ser obrigatoriamente publicados na página eletrônica da EF.

2211.2 – A edição e ampla distribuição de sumários executivos dosrelatórios de auditoria governamental devem ser incentivadas.

2212 – A EF, concluindo pela ocorrência de grave irregularidade oudano ao patrimônio público, deve promover de imediato, além de aplicaros procedimentos normais de auditoria governamental, as medidas

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necessárias à sustação do ato irregular ou danoso, à responsabilização doautor e à reparação do prejuízo, se houver.

2212.1 – A EF tem o dever de comunicar ao Ministério Público, aoPoder Legislativo e às autoridades judiciais competentes quaisquerilegalidades ou irregularidades que apontem a existência de indíciosde crime contra a Administração Pública e de crime deresponsabilidade.

2300 – Competências Legal e Técnica

A EF, como órgão autônomo e independente, incumbido de auxiliar ocontrole externo a cargo do Poder Legislativo, possui competências legaise técnicas para o exercício da auditoria governamental, abrangendo todosos entes da Administração Pública, e os que dela participem indiretamenteou que sejam submetidos a seu controle, inclusive os de natureza privadaou social.

2301 – Todas as atividades de auditoria governamental da EF devemser desempenhadas no exercício de sua competência legal, cabendo-lheportanto:

2301.1 – Apreciar as contas prestadas anualmente pelos chefes dostrês Poderes e do Ministério Público, emitindo parecer prévio a serelaborado no prazo de sessenta dias, a partir da data do seurecebimento.

2301.2 – Julgar, no prazo legal, a partir do término do exercício aque se referem, as contas dos gestores, administradores e demaisresponsáveis por dinheiros, bens, direitos e valores públicos daadministração direta e indireta, incluídas as fundações, fundos especiaise sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público, bem comoas contas dos demais responsáveis pela arrecadação, guarda e aplicaçãodos recursos públicos, além das contas daqueles que derem causa àperda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo aoerário público.

2301.3 – Auditar a execução das políticas públicas estabelecidas emplanos plurianuais e orçamentos-programas, sob os aspectos dalegalidade, legitimidade, razoabilidade, moralidade, economicidade,eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade e ética.

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2301.3.1 – Auditar a execução do orçamento-programa, inclusivea aplicação de recursos específicos, bem como suacompatibilização com o plano plurianual e com as diretrizesorçamentárias.

2301.3.2 – Auditar e elaborar relatórios periódicos sobre odesempenho dos entes públicos.

2301.4 – Verificar a exatidão dos registros, a aplicação das normas ea legitimidade dos atos, assim como avaliar o desempenho dos entespúblicos e os resultados das políticas de governo. Deverá avaliarinclusive os objetivos, natureza e forma de operação dos órgãos eentidades, respeitando suas peculiaridades de funcionamento.

2301.5 – Realizar auditorias governamentais de natureza contábil,envolvendo aspectos financeiros, orçamentários e patrimoniais e denatureza operacional, inclusive na área previdenciária e atuarial, emsistemas e em todos os entes responsáveis pela gestão e guarda dacoisa pública, por iniciativa própria, ou por provocação dos trêsPoderes, do Ministério Público, dos partidos políticos legalmenteconstituídos e da própria sociedade, através de instrumentosapropriados.

2301.6 – Promover auditorias especiais, quando a obrigação deprestar contas por parte do ente público não for cumprida no prazolegal.

2301.7 – Apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal daAdministração Pública, a qualquer título, excetuadas as nomeaçõespara cargo em comissão ou função de confiança, assim como alegalidade das concessões de aposentadoria, transferência para reserva,reforma e pensão.

2301.8 – Apreciar a legalidade, legitimidade, razoabilidade,moralidade e economicidade dos procedimentos licitatórios,contratos, convênios, ajustes ou termos, envolvendo concessões,renúncias, cessões, doações e permissões de qualquer natureza, a títulooneroso ou gratuito, de responsabilidade da Administração Pública,por qualquer dos seus entes, no âmbito dos três Poderes.

2301.8.1 – Auditar a aplicação de quaisquer recursos, a qualquertítulo, gratuito ou oneroso, repassados pela Administração

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Pública, mediante convênio, acordo, ajuste ou outrosinstrumentos congêneres.

2301.9 – Auditar as contas das sociedades ou consórcios de cujocapital a Administração Pública participe, de forma direta ou indireta,nos termos do acordo, convênio ou ato constitutivo.

2301.10 – Exercer o controle da arrecadação da receita daAdministração Pública e de suas entidades da administração indireta,no âmbito dos três Poderes, verificando, inclusive, a legalidade e aeficiência na cobrança da dívida ativa e na renúncia de receitas.

2301.11 – Prestar as informações solicitadas pelo Poder Legislativoou por qualquer das respectivas Comissões sobre a fiscalizaçãocontábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, inclusiveem sistemas e na área previdenciária e atuarial, e sobre resultados deauditorias governamentais realizadas.

2301.12 – Emitir parecer sobre empréstimos ou operações de créditoa serem celebrados pelos três Poderes, auditando a aplicação dosrecursos deles resultantes.

2301.13 – Sustar de imediato, se não atendido, a execução do atoimpugnado, comunicando a decisão ao Poder Legislativo e aoMinistério Público, que deverão adotar as medidas cabíveis.

2301.14 – Oferecer parecer conclusivo, no prazo de trinta dias, arespeito de solicitação feita por Comissão competente do PoderLegislativo, em vista de indícios de despesa não-autorizada, aindaque sob a forma de investimento não-programado, quando oadministrador governamental responsável não prestar osesclarecimentos reclamados ou, se prestados, forem consideradosinsuficientes.

2301.15 – Apurar denúncia sobre ilegalidade ou irregularidadepraticadas que lhe seja encaminhada por qualquer cidadão, partidopolítico, associação ou sindicato, na forma estabelecida na legislaçãopertinente.

2301.16 – Apreciar e julgar a legalidade, legitimidade, razoabilidade,moralidade, economicidade, eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade

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e ética dos atos dos entes jurisdicionados, estabelecendo sanções paraaqueles que possam prejudicar os interesses coletivos, causando danosà sociedade, ao erário e ao patrimônio público.

2301.16.1 – Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade e/ou irregularidade na gestão ou guarda da coisa pública, oudescumprimento de suas decisões, as devidas sanções.

2301.17 – Assinar prazo para que o ente auditado adote asprovidências apontadas para o exato cumprimento da lei ou correçãode irregularidades.

2301.18 – Representar ao Poder competente e ao Ministério Públicosobre irregularidades e abusos apurados.

2301.19 – Expedir normas supletivas à Administração Pública sobrematéria de sua competência legal.

2302 – A EF, no exercício de suas competências constitucionais, legais eregimentais, não está sujeita a qualquer tipo de sigilo, quanto ao acesso,obtenção e manuseio de informações, documentos ou locais,independentemente da natureza das transações e operações examinadas.

2302.1 – Cabe aos gestores, administradores e demais responsáveispúblicos atender com presteza, tempestividade e cortesia a todas assolicitações necessárias ao adequado desenvolvimento dos trabalhosde auditoria governamental.

2303 – A EF tem competência para aplicar seus próprios critérios dejulgamento às diversas situações que surjam no curso da auditoriagovernamental.

2304 – A competência legal da EF está acima de quaisquer convençõesou normas geralmente aceitas de auditoria governamental com as quaispossa conflitar. Conseqüentemente, as NAGs – e também quaisquernormas de auditoria de outra procedência – não podem ser prescritivasnem de aplicação compulsória por parte da EF ou de seu pessoal.

2304.1 – A EF deve avaliar o grau de compatibilidade das NAGscom o exercício de sua competência legal.

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2304.2 – A EF deve reconhecer, contudo, que as NAGs representamum consenso de opiniões de auditores públicos e procurar aplicá-lasquando forem compatíveis com suas atribuições.

2304.3 – A EF deve, quando necessário, procurar eliminar asincompatibilidades, a fim de permitir a adoção de normasapropriadas.

2305 – Em certos aspectos de sua competência legal, em particular osrelacionados com a auditoria contábil das contas públicas, os objetivosda EF podem ser similares aos do setor privado. Por conseguinte, normasemitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para a auditoriadessa natureza, assim como aquelas emitidas por órgãos normativosoficiais, podem ser aplicáveis ao setor público.

2306 – A extensão da competência legal da EF determinará a extensãodas normas de auditoria governamental a serem aplicadas.

2307 – A EF deve aplicar, no desenvolvimento de suas atividades deauditoria governamental, as metodologias e práticas da mais alta qualidade,devendo fixar as normas e os procedimentos que devem ser aplicados,de maneira que fique assegurado o exercício eficaz de sua competêncialegal.

2307.1 – A EF deve adotar diretrizes e procedimentos para aelaboração de manuais internos, guias e instruções referentes àexecução dos trabalhos de auditoria governamental.

2307.2 – A EF deve contar com uma gama completa de métodosatualizados de auditoria, inclusive técnicas de análise de sistemas,métodos analíticos de exame e de amostragem estatística e deauditoria de sistemas informatizados.

2308 – A EF, para exercer sua competência legal, deve possuir capacidadetécnica para desenvolver com qualidade, isenção e independência ostrabalhos de auditoria governamental.

2308.1 – A EF deve possuir, no conjunto, os conhecimentosmultidisciplinares e a capacidade técnica necessários para desincumbir-se de suas responsabilidades constitucionais.

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2309 – A EF deve adotar diretrizes e procedimentos adequados paraobter maior eficiência na utilização dos recursos materiais, financeiros,técnicos, tecnológicos e profissionais de que dispõe.

2309.1 – A EF deve aperfeiçoar permanentemente as técnicas,procedimentos, ferramentas e métodos usados para auditar os entespúblicos.

2309.2 – A EF deve promover o aperfeiçoamento e odesenvolvimento de novas técnicas, procedimentos, ferramentas emetodologias para avaliar se os entes públicos auditados aplicamcritérios razoáveis e válidos para avaliação de desempenho e deresultados.

2310 – A EF deve estar capacitada para realizar, dentro de um prazorazoável, todas as auditorias governamentais que lhe forem pertinentes,inclusive as que englobem questões de natureza operacional de cada enteauditado.

2310.1 – A EF deve estabelecer critérios para determinar quais atividadesde auditoria governamental, inclusive as de natureza operacional, serãorealizadas em cada ciclo ou período de tempo, com vistas a oferecer amaior garantia possível de que cada ente público auditado está cumprindoa accountability.

2311 – A EF deve criar condições para que os profissionais de auditoriagovernamental estejam instruídos com a competência técnica essencialao exercício da auditoria governamental. Dentre esses atributosencontram-se o conhecimento e a habilidade na aplicação de métodos,técnicas e procedimentos de auditoria governamental.

2311.1 – Os profissionais de auditoria governamental integrantes doquadro da EF devem possuir conhecimentos suficientes acerca dalegislação, normas, diretrizes, métodos, técnicas, ferramentas eprocedimentos de auditoria governamental, bem como as habilidadesnecessárias à sua aplicação prática.

2312 – A EF deve dar amplo conhecimento ao seu corpo funcionalsobre as atividades desenvolvidas pela Administração Pública, inclusivedos aspectos que envolvem o papel do Poder Legislativo, as normaslegais e institucionais, estatutos e regimentos que regem o funcionamentodos entes dos três Poderes e demais agentes públicos.

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2313 – A EF deve designar para executar trabalhos de auditoriagovernamental os profissionais que possuam, em conjunto, a formação,a experiência, as habilidades e os conhecimentos técnicos necessários paradesincumbir-se das tarefas com eficiência e eficácia.

2313.1 – Ao designar a equipe para executar trabalhos de auditoriagovernamental, a EF deve procurar distribuir os profissionais deauditoria governamental de acordo com a natureza do trabalho ecom a formação, as habilidades e a experiência de cada profissional.Assim, a equipe reunirá as competências necessárias àquela auditoriaespecífica.

2313.2 – A EF deve dispor, em seu quadro de profissionais deauditoria governamental, pessoal versado em contabilidade, finançase gestão públicas, economia, administração, direito, engenharia,estatística, tecnologia da informação, sociologia e outras áreas afins,conforme as exigências dos trabalhos efetuados.

2313.3 – As qualificações que devem ser exigidas dos profissionaisde auditoria governamental pertencentes aos quadros da EF são:escolaridade mínima de nível superior e experiência compatíveis como exercício da função.

2314 – Sempre que necessário, caso não disponha em seus quadrosprofissionais, e, observados os limites da objetividade, neutralidade eindependência, a EF poderá utilizar-se dos serviços de consultores eespecialistas externos, contratados junto às organizações públicas ouprivadas, profissionais ou acadêmicas, nos seus trabalhos de auditoriagovernamental.

2314.1 – O serviço desses consultores e especialistas será limitadoao escopo delineado pelo profissional do quadro da EF responsávelpelos trabalhos de auditoria governamental, e suas conclusões serãoreproduzidas no relatório de auditoria, juntamente com a opinião ecomentários dos profissionais de auditoria governamental.

2400 – Independência e Autonomia

A EF deve ser independente dos entes públicos auditados, exercendosuas atividades de auditoria governamental livre de interferências política,financeira ou administrativa e com autonomia na escolha da metodologiade trabalho, na determinação da programação e do escopo dos exames,na execução dos trabalhos e na comunicação de resultados.

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2401 – Para efeito destas normas entende-se por independência eautonomia:

2401.1 – Independência: a postura imparcial, isenta, livre deinterferências que a EF deve exercer no desenvolvimento de seustrabalhos de auditoria governamental e na comunicação de suasopiniões e conclusões. O pressuposto de independência não devedizer respeito apenas à postura de direito ou sob regulamentaçãolegal, mas, à prática factual.

2401.2 – Autonomia: a capacidade própria que a EF dispõe paraprogramar, executar e comunicar o resultado dos seus trabalhos deauditoria governamental.

2402 – A EF deve manter um grau adequado de independência, tantoem relação aos três Poderes e ao Ministério Público, como aos demaisentes da Administração Pública, em todos os seus níveis e esferas degoverno. A independência da EF é essencial para a execução da auditoriagovernamental e para a credibilidade dos seus resultados.

2403 – Critérios para o estabelecimento e manutenção da adequadaindependência da EF devem ser fixados nas respectivas legislações.

2403.1 – As normas legais e regimentais devem estabelecer claramentea inexistência de grau de subordinação entre a EF e os três Poderese o Ministério Público.

2403.2 – O estreito vínculo de cooperação entre o Poder Legislativoe a EF no exercício do controle externo não deve comprometer aindependência e autonomia da EF na aplicação de suas competênciasconstitucionais.

2403.2.1 – A EF, ao fornecer aos membros do Poder Legislativoinformações acerca de fatos constantes dos relatórios de auditoriagovernamental, deve se manter à margem de influências políticas,a fim de preservar a imparcialidade no desempenho de suasfunções. Isso deve implicar que a EF não seja susceptível ainteresses políticos particulares, nem tampouco dar a impressãode ser.

2404 – A EF deve praticar sua autonomia sem sujeição ao comandodos três Poderes e do Ministério Público e demais entes da Administração

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Pública ao programar, planejar, executar suas auditorias e comunicar osseus resultados.

2404.1 – A Administração Pública não deve ter nenhum poder deingerência sobre o desempenho das funções da EF, excetuando apossibilidade de se solicitar a realização de auditorias, na formapreconizada na Constituição.

2404.1.1 – A EF não deve ser obrigada a executar, modificar ouabster-se de realizar determinados trabalhos de auditoria, nemtampouco retirar ou alterar constatações, conclusões erecomendações.

2404.2 – A EF deve possuir liberdade para estabelecer prioridades eprogramar seu trabalho de acordo com sua competência legal etambém para adotar metodologias apropriadas às auditoriasgovernamentais a serem realizadas.

2404.3 – Ao atender a solicitações dos entes públicos para realizartrabalhos específicos, a EF deve manter sua liberdade para conduzirtodas as suas atividades, não permitindo interferências na escolha daequipe, das técnicas e ferramentas a serem aplicadas na execução dosexames, na contratação de consultores e especialistas, na extensãodos procedimentos e na forma de comunicar os resultados.

2404.3.1 – As decisões relativas à programação das auditoriassolicitadas devem caber, em última instância, à própria EF.

2404.3.2 – Para a preservação da sua independência é facultadoà EF recusar qualquer proposta do Poder Executivo para arealização de auditorias em certos assuntos que julgueincompatível com suas atribuições e responsabilidades legais ou,ainda, com a sua programação de trabalho.

2405 – A EF deve possuir autonomia irrestrita para estabelecer seuspróprios serviços, métodos, organização, orçamento, estrutura efuncionamento.

2406 – O Poder Legislativo, na aprovação do orçamento, deve assegurarà EF recursos orçamentários suficientes para o exercício eficaz e efetivode sua competência legal. Por sua vez, o Poder Executivo devedisponibilizá-los em tempo hábil, cabendo à EF o dever de responderpelo uso desses recursos.

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2406.1 – A EF deve comunicar ao Poder Legislativo qualquer restriçãoem matéria de recursos ou quaisquer outras restrições, por parte doPoder Executivo, que possam cercear o exercício de sua competêncialegal.

2406.2 – A EF deve adotar medidas cabíveis, junto ao MinistérioPúblico e ao Poder Judiciário, quando se sentir cerceada nas suasprerrogativas constitucionais para o exercício pleno da auditoriagovernamental.

2407 – O Poder Executivo e a EF podem ter interesses comuns empromover a accountability no setor público e uma certa cooperação entreeles é recomendável em determinadas áreas. Entretanto, a relação precípuada EF para com o Executivo deve corresponder à de um órgão externoe independente, que com o seu trabalho auxilia o Executivo, apontandoas deficiências da Administração e recomendando as medidas saneadoras.

2407.1 – A EF deve tomar cuidado no sentido de evitar participarde atividades da alçada do Poder Executivo que possam prejudicara sua independência e objetividade no cumprimento de suas funções.

2407.2 – A EF deve estar apta para, com presteza, assessorar oPoder Executivo, sob a forma de consulta, em questões relativas aprincípios e normas contábeis, assim como em outras questõesrelacionadas às operações dos entes auditados.

2407.2.1 – A EF deve assegurar-se de que, ao prestar talassessoramento, não estará assumindo qualquer compromissoexplícito ou implícito que impeça o exercício independente desua competência legal.

2408 – A EF pode consentir em participar de reformas planejadas pelaAdministração Pública, no âmbito dos três Poderes e do MinistérioPúblico, em áreas envolvendo sua competência técnica, ou pode tambémanuir em ser consultada, quando da elaboração de projetos de leis ououtras disposições legais que afetem suas atribuições e poderes, enquantosejam preservadas suas independência e autonomia. Contudo, nesses casos,a EF não deve interferir na administração e, sim, cooperar com certosórgãos, prestando-lhes assistência técnica ou oferecendo-lhes suaexperiência profissional.

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2409 – Os membros da EF não devem participar de conselhos diretores,administrativos ou fiscais, ou, ainda, não devem integrar comissões internasna Administração Pública ou exercer qualquer outra atribuição que possaconfigurar como perda de independência. Caso necessitem prestar algumassessoramento, em matéria de consulta, devem fazê-lo sob a forma depronunciamentos ou sugestão, e/ou recomendação de auditoria.

2410 – A EF deve promover junto aos órgãos e entidades auditados acompreensão de seu papel e função, objetivando manter com eles umbom relacionamento que possa ajudá-la a obter informações espontânease fidedignas, bem como a conduzir discussões numa atmosfera derespeito e compreensão mútuos.

2410.1 – O relacionamento com os entes públicos auditados nãodeve ser tão estreito que impeça que o planejamento, a realizaçãodos trabalhos e a elaboração do relatório das auditorias sejam eficazese imparciais.

2411 – A independência funcional da EF não impede que ela compartilhe,com os demais órgãos e entidades da Administração Pública, certosaspectos de sua administração, tais como relações trabalhistas,administração de pessoal, administração do patrimônio ou aquisições deequipamentos e materiais.

2412 – A EF deve possuir livre e total acesso a todas as instalações,informações, documentos e registros referentes aos entes e operaçõesauditados. Deve possuir poderes suficientes para obter informaçõespertinentes das pessoas ou entidades que as possuam, inclusive as decaráter confidencial e sigiloso, que sejam necessárias e pertinentes para ocumprimento de suas funções.

2413 – A EF deve levar em consideração as opiniões dos administradorese outros responsáveis públicos ao formular seus pareceres, comentários,relatórios, conclusões e recomendações de auditoria governamental.

2414 – A EF, para obter assistência em geral de consultores e especialistas,pode cooperar com instituições acadêmicas, públicas ou privadas, emanter relações formais com associações profissionais, desde que nãocomprometam a sua independência, autonomia e objetividade.

2415 – A EF deve promover constantemente um trabalho educativo nosentido de desenvolver junto à sociedade a compreensão sobre sua

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autonomia funcional e sua independência na execução das auditoriasgovernamentais.

2416 – A EF deve divulgar amplamente o resultado de suas ações, inclusiveem meio eletrônico e com a publicação de sumários executivos,ressalvadas as situações em que o sigilo se faça necessário.

2500 – Estrutura, Organização e Funcionamento

A EF deve possuir uma estrutura organizacional que possa satisfazer,com qualidade e competência técnica, suas atribuições, responsabilidadese objetivos, instituídos pela legislação, para o auxílio do controle externo.

2501 – A estrutura da EF para o exercício da auditoria governamentaldeve levar em conta, além dos preceitos legais, aspectos de relevânciapara o desenvolvimento de seus trabalhos.

2502 – A EF deve ser estruturada, sempre que possível, em função danatureza, peculiaridade e/ou especialização das atividades dos entesauditados.

2502.1 – A especialização dos órgãos de auditoria governamentalda EF pode ser vertical ou transversal.

2502.1.1 – Vertical: quando a auditoria abranger o ente públicoem todos os seus níveis hierárquicos, órgãos e entidadessubordinadas e/ou vinculadas, gestores, ordenadores e/ouadministradores.

2502.1.2 – Transversal: quando a auditoria abranger umprograma, um projeto, uma atividade, uma operação especial,um tipo de gasto ou ciclo operacional, independentemente dahierarquia legal ou funcional do ente executor.

2503 – As unidades da EF, responsáveis pelo desenvolvimento dasauditorias governamentais, devem ser compostas por profissionais comformação acadêmica multidisciplinar e experiência e capacitação técnicaspara a execução dos trabalhos ali alocados.

2504 – A EF deve ser estruturada em tantas secretarias, diretorias,departamentos, coordenadorias, gerências, unidades ou inspetorias, quantose fizerem necessárias para o adequado cumprimento de suas atribuições,todas compostas por equipes multidisciplinares.

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2504.1 – O profissional de auditoria governamental titular dessasunidades deve possuir obrigatoriamente formação, conhecimento eexperiência suficientes para conduzir satisfatoriamente os trabalhos ea equipe técnica.

2504.2 – A EF poderá instituir unidades temporárias para executaremexames específicos ou especiais, com as mesmas prerrogativas dasunidades permanentes.

2505 – A EF deverá reunir o Colegiado, ordinariamente, para, no prazolegal, apreciar e julgar os trabalhos auditoriais, conforme a respectivapauta.

2506 – As unidades executoras das auditorias governamentais, no âmbitoda EF, deverão sofrer periodicamente rodízio em suas áreas de atuação,a fim de serem mantidas a independência e a objetividade da EF. Aperiodicidade do rodízio não deverá ser superior a cinco anos.

2507 – A EF deve possuir unidades para atender às atividades de apoiotécnico, tecnológico, administrativo e logístico, necessárias ao exercíciopleno da auditoria governamental.

2507.1 – Para cumprir suas finalidades, as unidades de apoio disporão,sempre que possível, de quadro próprio, independente do quadropermanente de profissionais de auditoria governamental.

2600 – Administração e Desenvolvimento de Pessoal

A alta administração da EF deve adotar como premissa no planejamentoestratégico da instituição que a eficiência da auditoria governamental passapela qualificação e experiência do seu corpo técnico. Portanto, deveráassegurar que os recursos humanos especializados, em todos os enfoquesda auditoria governamental, sejam apropriados, suficientes e efetivamenteutilizados para o cumprimento das suas atribuições e responsabilidadesconstitucionais. Assim, deve estabelecer políticas e procedimentos paraorientar a atividade de gestão e desenvolvimento de pessoas voltadas àauditoria governamental.

2601 – A EF deve adotar diretrizes e procedimentos próprios, massempre em observância às normas legais, para recrutar, selecionar,capacitar, desenvolver e administrar pessoas com a adequada qualificaçãoe eficiência para desempenhar as atividades de auditoria governamental.

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2602 – O pessoal da EF deve possuir formação apropriada, bem comoser adequadamente capacitado e experiente.

2603 – O pessoal da EF deve possuir perfil adequado para o exercícioda auditoria governamental, envolvendo grau de maturidade, objetividade,capacidade de relacionamento e comunicação, julgamento profissional,cuidado, zelo e liderança.

2604 – A EF deve estabelecer e revisar regularmente os requisitos mínimosde formação profissional exigidos para a promoção de profissionais deauditoria governamental.

2605 – A EF deve adotar diretrizes e procedimentos para aperfeiçoar ecapacitar seu pessoal, a fim de possibilitá-lo a desempenhar suas tarefascom eficiência.

2605.1 – A capacitação deve ser entendida como processopermanente e contínuo.

2605.2 – O aperfeiçoamento profissional deve ser oferecido emeventos formais, dentro da própria instituição ou em atividadesexternas, em todos os níveis de qualificação, ou ainda mediantecapacitação e orientação em serviço.

2605.2.1 – A reciclagem interna e a capacitação em serviço devemser entendidas como processo de formação dos envolvidos naexecução da auditoria governamental. Se bem planejadas e conduzidas,com uma dinâmica de técnicas e metodologias, podem contribuirsignificativamente para o aprimoramento técnico dos profissionaisde auditoria governamental.

2605.3 – Devem ser desenvolvidos ou aperfeiçoados, quandoexistentes, a legislação, os sistemas ou ferramentas que contribuampara o crescimento profissional das pessoas, no que se refere àsnormas legais, aos métodos, às técnicas e aos procedimentos aplicáveisàs auditorias governamentais.

2606 – A EF deve definir, fixar e revisar periodicamente critérios parapromoção dos profissionais de auditoria governamental.

2607 – A EF deve manter um cadastro das qualificações profissionaisde seu pessoal, com o fim de facilitar o planejamento das auditorias,

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bem como identificar suas necessidades de desenvolvimento e/ouaperfeiçoamento profissional.

2608 – A EF deve adotar diretrizes e procedimentos para a elaboraçãode manuais, guias e instruções normativas referentes aos trabalhos deauditorias governamentais.

2608.1 – O manual de auditoria governamental deve ser mantidoem contínuo processo de atualização, contendo as diretrizes, normas,métodos e práticas da EF.

2608.2 – A equipe técnica deve ser orientada por meio de circulares,instruções, notas técnicas e resoluções.

2609 – A EF deve adotar diretrizes e procedimentos adequados paradesignar e distribuir adequadamente o número suficiente de pessoas paracada auditoria.

2610 – A EF deve possuir a faculdade de contratar consultores eespecialistas, caso a boa execução do trabalho assim o exija, pois somentea ela deve competir julgar, de acordo com as circunstâncias de cada caso,se seus próprios profissionais de auditoria governamental atendem àssuas necessidades para que as constatações, conclusões e recomendaçõessejam objetivas, claras, bem fundamentadas e reflitam uma adequadacompreensão do assunto objeto da auditoria governamental.

2700 – Avaliação de Desempenho Institucional e Profissional

A EF deverá desenvolver uma sistemática para a avaliação de desempenhode seus profissionais de auditoria governamental, bem como do seudesempenho institucional, estabelecendo critérios justos, objetivos e clarosa serem aplicados regularmente.

2701 – A EF deverá regulamentar o processo de avaliação de desempenhoinstitucional e do profissional de auditoria governamental, quanto ao seudesempenho no exercício da auditoria governamental.

2702 – O processo de avaliação de desempenho dos profissionais deauditoria governamental está associado à garantia de realização dosobjetivos da auditoria governamental. Os objetivos estão normalmente

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ligados a metas quantitativas e temporais, mas também a aspectosqualitativos objetivos e identificáveis.

2703 – A avaliação de desempenho do profissional de auditoriagovernamental está ligada à definição dos perfis funcionais dos cargos,das competências, das qualificações associadas e da complexidade dosexames.

2704 – O desempenho individual do profissional de auditoriagovernamental deve ser mensurado por meio de métodos, sistemas oumecanismos objetivos, claros, incontroversos e de ordem genérica.

2705 – A avaliação de desempenho do profissional de auditoriagovernamental é de competência exclusiva do responsável pelacoordenação ou gerenciamento de cada trabalho executado.

2706 – A avaliação de desempenho dos profissionais de auditoriagovernamental deve servir de suporte à tomada de decisões sobreremunerações, gratificações, formação, capacitação, aperfeiçoamento,promoção e rodízio de pessoal, na forma regulamentada pela EF erecomendada pela INTOSAI.

2706.1 – As promoções por merecimento dos profissionais deauditoria governamental serão necessariamente baseadas nas avaliaçõesindividuais de desempenho formalizadas periodicamente, na formaestabelecida pela EF.

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NAG 3000 – RELATIVAS AOS PROFISSIONAIS DEAUDITORIA GOVERNAMENTAL

O exercício da auditoria governamental está sujeito a princípios básicosque o profissional de auditoria governamental tem o dever de observar,cumprir e fazer cumprir fielmente nas suas relações com a EF, com oparlamento, com os órgãos e as autoridades governamentaisjurisdicionadas, com seus colegas de profissão, com o público em gerale consigo próprio.

A NAG 3000 diz respeito às qualificações e obrigações inerentes aopróprio profissional de auditoria governamental, dispondo sobre: 3100– Competência Técnico-Profissional; 3200 – Zelo e ResponsabilidadeProfissional; 3300 – Independência Profissional; 3400 – Ética Profissional;3500 – Sigilo Profissional; 3600 – Relações Humanas e Comunicação; e3700 – Educação Continuada.

3100 – Competência Técnico-Profissional

Os trabalhos de auditoria governamental, em face da sua amplitude,devem ser desenvolvidos por equipes multi-interdisciplinares nas maisdiversas áreas do conhecimento (administração, contabilidade, direito,economia, engenharia, estatística, métodos quantitativos, saúde esociologia, entre outras).

O profissional de auditoria governamental deve possuir as competênciasnecessárias ao desempenho das suas atividades, o que implica o domíniodo conhecimento técnico específico de sua formação e especialização,dessas normas de auditoria, bem como das habilidades e atitudesnecessárias à realização de suas tarefas.

Entende-se por competência o conjunto das experiências, dosconhecimentos técnicos, das habilidades e das atitudes necessários paraque o profissional de auditoria governamental possa desincumbir-se desuas responsabilidades com eficiência e eficácia.

3101 – Qualquer que seja a natureza da auditoria governamental, eladeve ser executada por profissionais cuja formação e experiênciacorrespondam à natureza, escopo e complexidade dos trabalhos a seremrealizados.

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3102 – Todo profissional de auditoria governamental deve possuircompetências mínimas. Competência mínima significa a capacidadenecessária para enfrentar situações que possam acontecer, sem necessitarrecorrer de imediato a outras fontes para assessoria ou pesquisa técnica.Essa capacidade não elimina a necessidade de supervisão, bem como autilização eventual de especialistas. São requisitos mínimos as seguintescapacidades:

3102.1 – Para aplicação das normas, procedimentos e técnicas deauditoria governamental.

3102.2 – De avaliar o âmbito, extensão e o grau de recursosnecessários para a execução da tarefa em face dos objetivospropostos.

3102.3 – De avaliar os riscos identificados na pré-análise das transaçõese operações a serem auditadas, e do impacto potencial desses riscospara o próprio trabalho de auditoria governamental.

3102.4 – Para utilizar os fundamentos, princípios, normas e técnicasda Administração Pública.

3102.5 – Para reconhecer e avaliar a relevância e significação doseventuais desvios em relação às boas práticas da AdministraçãoPública, efetuando as pesquisas necessárias para chegar a soluçõesviáveis.

3102.6 – Para interpretar os fundamentos de direito, orçamento,finanças, contabilidade e gestão pública e métodos quantitativos,possibilitando identificar a existência de riscos e problemas, ou apossibilidade desses ocorrerem; e de determinar soluções ou métodoscorretivos necessários.

3102.7 – Para utilizar ferramentas e tecnologias, inclusiveinformatizadas, que tornem os exames mais ágeis e seguros.

3102.8 – De efetuar um julgamento profissional, imparcial e isento.

3102.9 – De se relacionar, participando de equipes inter emultidisciplinares.

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3102.10 – Analítica ou descritiva para ser, na elaboração dos seusrelatórios, o mais fiel possível ao fato objeto da auditoria.

3103 – O profissional de auditoria governamental, para assumir aresponsabilidade por um trabalho a ser executado, deve ter conhecimentodas entidades, programas, projetos, atividades, operações especiais ouações a serem auditadas, de forma suficiente para que lhe seja possívelidentificar e compreender as transações realizadas e as práticas e normasaplicadas, que possam ter efeitos relevantes sobre a posição patrimoniale financeira do erário, sobre o desempenho da gestão e sobre o resultadodas ações governamentais, assim como deve estabelecer previamente otipo de relatório a ser por ele emitido.

3104 – Antes de iniciar o trabalho, o profissional de auditoriagovernamental deverá obter conhecimento preliminar das atividades aserem auditadas, mediante avaliação da complexidade das operações edo grau de exigência requerido para a sua realização, de modo a avaliarse está capacitado para assumir a responsabilidade pelos exames a seremrealizados.

3104.1 – O profissional de auditoria governamental deve recusar osserviços sempre que reconhecer não estar adequadamente capacitadopara desenvolvê-los, contemplada a possibilidade da utilização deespecialistas em outras áreas, em face da especialização requerida edos objetivos da auditoria.

3105 – Os profissionais de auditoria governamental que se especializaremem determinados segmentos de atuação dentro da EF deverão buscarconhecimentos técnicos aprofundados no respectivo campo.

3106 – Somente poderá assumir funções diretivas ou gerenciais no âmbitoda auditoria governamental o profissional que possuir no mínimo cincoanos de exercício efetivo na atividade de auditoria, sendo pelo menostrês anos no exercício da auditoria governamental, além de comprovadahabilidade para gerenciar pessoas.

3107 – O profissional de auditoria governamental deverá participar deprogramas de capacitação continuada com carga horária anual mínimade 80 horas, principalmente na área de auditoria.

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3108 – O profissional de auditoria governamental deverá participar deprogramas de capacitação em serviço, sempre que possível.

3109 – Além da capacitação em auditoria governamental, o profissionalde auditoria governamental deve ser capacitado nas áreas específicas quesejam objeto de seus exames.

3110 – O profissional de auditoria governamental, para manter-seatualizado, deverá relacionar-se tecnicamente com as demais EFs locais,nacionais e estrangeiras; com órgãos governamentais que compõem osistema de controle interno dos três Poderes; com entidades de classes;com instituições acadêmicas; com organismos internacionais; e comentidades privadas de auditoria.

3200 – Zelo e Responsabilidade Profissional

• Zelo

O profissional de auditoria governamental deve demonstrar zelo nodesempenho das suas atribuições.

Zelo é a precaução e o nível de cuidado que uma pessoa prudente empregana execução de seu trabalho e o seu comprometimento com asqualificações e obrigações necessárias para a execução desse trabalho.

É o devido cuidado, a prudência, o bom senso e a técnica com que oprofissional de auditoria governamental executa seus trabalhos, seja noplanejamento, seja na elaboração dos papéis de trabalho, nos quais deveregistrar os elementos informativos suficientes para amparar sua opinião,fazendo prova de que os exames foram efetuados conforme as normase procedimentos usuais de auditoria governamental, seja na apresentaçãodos resultados dos seus trabalhos.

3201 – O profissional de auditoria governamental deve aplicar o máximode cuidado e zelo no exercício de sua atividade.

3202 – O zelo exige a aplicação dos mesmos conhecimentos e atitudespelo profissional de auditoria governamental prudente, de bom senso ecompetente, em circunstâncias iguais ou semelhantes. Ao conduzir osseus trabalhos, o profissional de auditoria governamental deve executá-los de forma competente e adequada, observando as normas eprocedimentos profissionais em vigor.

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3203 – O zelo profissional deve ser compatível com as complexidadesdo trabalho executado. Portanto, exige capacitação e conhecimentoadequado do assunto, da área, da entidade, dos fatores exógenos e dosprocedimentos aplicáveis ao exame sob a responsabilidade do profissionalde auditoria governamental.

3204 – O zelo profissional deve determinar sempre a abrangência e aprofundidade dos exames a serem efetuados e, portanto, deve se fazerpresente a partir da programação dos trabalhos do profissional deauditoria governamental.

3205 – O zelo profissional implica cuidado e competência razoáveis,não infalibilidade. Não se exige do profissional de auditoria governamentalzeloso que faça exames e verificações pormenorizadas de todas astransações e eventos, mas, sim, que os realizem, em grau e extensãorazoáveis e em conformidade com as presentes NAGs. Por esses motivos,o profissional de auditoria governamental não pode garantir, comabsoluta segurança, que não haja práticas inadequadas ou inobservânciasde normas ou princípios. Não obstante, a possibilidade dessas ocorrênciasrelevantes ou de inobservâncias deve ser levada em consideração, sempreque o profissional de auditoria governamental planejar e executar umtrabalho.

3206 – Ao empregarem o zelo profissional, os profissionais de auditoriagovernamental devem atentar para a possibilidade de deturpações, erros,omissões, ineficiência, desperdício, ineficácia e conflitos de interessesintencionais, inclusive entre o público e o privado. Devem também estaralertas para as situações e atividades de riscos em que há mais possibilidadede ocorrerem irregularidades e/ou fraudes.

3207 – Quando o profissional de auditoria governamental tem motivosrazoáveis para suspeitar de deturpações ou irregularidades intencionais,deve informar aos interessados pela auditoria, fazendo recomendaçõespara que se apure o que for necessário nas circunstâncias. Em seguida,deve acompanhar o desenrolar dos fatos para se certificar de que suasresponsabilidades foram efetivamente cumpridas.

3208 – O profissional de auditoria governamental não deve considerarseus trabalhos terminados até que todos os recursos e conhecimentostécnicos requeridos tenham sido plenamente aplicados no decorrer dosexames. Esse zelo não implica, entretanto, a eliminação total e absoluta

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da margem de erro própria dos trabalhos realizados por amostragemou outros sistemas de testes equivalentes. Isso significa que o profissionalde auditoria governamental não fará, a menos que exigidos pordeterminação legal, normativa, regimental ou similar, exames da totalidadedos universos sob seu controle, mas objetivará sempre um grau deextensão razoável na sua programação de testes. A norma de avaliaçãode riscos deve ser levada em conta no julgamento do profissional deauditoria governamental.

3209 – O profissional de auditoria governamental deve agir com o devidozelo profissional e interesse ao observar as normas de auditoriagovernamental. Isso inclui o cuidado ao especificar, reunir e avaliarinformações probatórias e ao relatar suas constatações, conclusões erecomendações. Também inclui a avaliação das normas operacionais e averificação de sua aceitação e/ou de seu adequado cumprimento. Quandoas normas de desempenho operacional são vagas, deve-se providenciara sua segura interpretação. Se os profissionais de auditoria governamentaltiverem de interpretar ou selecionar as normas, devem procurar fazê-loconforme a legislação pertinente e de comum acordo com a altaadministração do ente auditado.

• Responsabilidade

3210 – O profissional de auditoria governamental terá sempre presenteque os atos da Administração Pública devem pautar-se pelos princípiosda legalidade, legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,economicidade, eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade, ética e respeitoao meio ambiente, compatíveis com a lisura das transações e a proteçãoda coisa pública.

3211 – Ao opinar sobre os exames e avaliações realizados, o profissionalde auditoria governamental deve ser imparcial.

3212 – O profissional de auditoria governamental tem a responsabilidadede observar as normas de conduta estabelecidas no seu Código de ÉticaProfissional.

3312.1 – O profissional de auditoria governamental tem aresponsabilidade de manter sempre presente a necessidade depreservar sua credibilidade como pessoa e como profissional.

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3213 – O grau de responsabilidade do profissional de auditoriagovernamental varia de acordo com o campo profissional que ele exerce,com o nível de qualificação técnica e experiência para executar os trabalhosde auditoria, com os objetivos da auditoria, com a complexidade dasoperações a serem examinadas e com o volume e relevância dos recursosenvolvidos.

3214 – A responsabilidade está ligada diretamente com a linha hierárquicadefinida. Para cada um dos níveis que se encontra o profissional deauditoria governamental dentro da equipe de trabalho, deve existirinvariavelmente um grau diferente de tomada de decisão.

3215 – Para o profissional de auditoria governamental, a validade daevidência está em função do elemento que lhe dá origem. Com basenisso, a evidência obtida diretamente de fonte externa proporciona maiorgrau de confiança do que aquela obtida internamente, assim como oconhecimento obtido por verificação direta e pessoal do profissional deauditoria governamental – inspeção física – apresenta maior validade doque aquele obtido indiretamente.

3216 – O objetivo de um exame de auditoria governamental é expressaruma opinião ou emitir comentários sobre a adequação da matériaexaminada e, portanto, não é destinado especificamente a detectar erros,fraudes e outras irregularidades. Entretanto, ao efetuar seus exames e aoexpressar sua opinião ou comentários, o profissional de auditoriagovernamental deve estar alerta à possibilidade da existência daqueles,que em alguns casos podem ser de tal grandeza que afetem a posiçãopatrimonial, econômica e financeira, assim como as questões operacionaisdo ente público em exame.

3217 – No caso de descoberta de irregularidade, cabe ao profissional deauditoria governamental estudar sua materialidade ou relevância e ospossíveis efeitos em relação aos resultados das transações auditadas, paraa adequada fundamentação das suas conclusões e para a determinaçãoda melhor forma de sua comunicação e divulgação.

3218 – O profissional de auditoria governamental pode serresponsabilizado administrativa, penal e civilmente pela não-descobertade fraude significativa em conseqüência de negligência, imperícia eimprudência na execução das normas usuais de auditoria governamental,ou em conseqüência de tê-las aplicado com má fé.

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3219 – O profissional de auditoria governamental, no exercício dasatividades auditoriais, assume responsabilidades éticas e legais para comusuários internos e externos de seus trabalhos.

3220 – As responsabilidades éticas do profissional de auditoriagovernamental devem ser descritas no Código de Ética Profissional. Assuas responsabilidades legais são definidas pelas leis orgânicas, estatutos,regimentos internos, normas, resoluções, instruções ou regulamentos dasEFs.

3221 – A responsabilidade do profissional de auditoria governamentalestá relacionada com a constatação da legalidade, legitimidade,impessoalidade, moralidade e publicidade dos atos praticados pelosdetentores e administradores de recursos públicos, bem como com aavaliação da economicidade, eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade epreservação ambiental na aplicação desses recursos, por ocasião da suagestão orçamentária, financeira, econômica, patrimonial e operacional.

3221.1 – Ao efetuar seus trabalhos, o profissional de auditoriagovernamental deve ter em consideração as obrigações dos gestores,administradores, funcionários, servidores, empregados e dos demaisagentes públicos definidos pela legislação, bem como quaisquerorientações adicionais adotadas pela EF relativas ao cumprimentodestas obrigações no âmbito da auditoria governamental.

3222 – O profissional de auditoria governamental não tem quaisquerresponsabilidades sobre o conteúdo das informações e/ou documentosfornecidos pelos órgãos e entidades auditados e que sejamcomprobatórios das conclusões da auditoria. A preparação de taiselementos é de responsabilidade exclusiva dos entes auditados. Todavia,o profissional de auditoria governamental é responsável por verificar aadequação dessas peças.

3223 – Cabe ao profissional de auditoria governamental, além de observaras normas e procedimentos de auditoria governamental na conduçãodos exames, atentar também para os princípios gerais que norteiam aAdministração Pública, sob pena de responder administrativa, civil epenalmente por seus atos que resultem ou possam resultar em prejuízosou danos ao erário público.

3223.1 – O profissional de auditoria governamental deve garantirque as auditorias sejam realizadas de uma forma que proteja e reforce

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a independência, integridade, objetividade e a ética profissional daEF e que proteja a confidencialidade da informação obtida duranteo processo de auditoria governamental.

3224 – Ao planejar e executar os exames, a equipe técnica deve ter emconta que a informação obtida durante a auditoria governamental podeser enganosa ou incorreta.

3225 – A responsabilidade do profissional de auditoria governamentalnão será modificada, mesmo quando outros profissionais de controlecontribuírem para a realização dos trabalhos.

3226 – O profissional de auditoria governamental pode utilizar especialistaslegalmente habilitados como forma de contribuir para a realização deseu trabalho, mantendo-se integral a sua responsabilidade profissional.

3227 – Quando for contratado pelo ente auditado especialista legalmentehabilitado, sem vínculo empregatício, para executar serviços que tenhamefeitos relevantes nas suas demonstrações contábeis e/ou transações, aresponsabilidade do profissional de auditoria governamental fica restritaà sua competência, devendo o auditor mencionar tal fato em seu relatório.

3300 – Independência Profissional

O profissional de auditoria governamental deve ser e demonstrar que éindependente em relação aos seus trabalhos e atividades, conformedeterminam estas NAGs.

A independência profissional se caracteriza por uma atitude autônoma,sem preconceitos e interesses de qualquer natureza, isenta e imparcial, aser mantida pelos profissionais de auditoria governamental, durante arealização do seu trabalho e durante toda a permanência nos quadros daEF. Isso é necessário, em função dele desempenhar uma profissão deagente público, que atua no interesse público e em benefício dacoletividade. Deve, portanto, manter uma postura de imparcialidade eisenção, sem qualquer predisposição em relação ao ente auditado, seusgestores e funcionários, pois, a contrario sensu , lhe faltaria a independêncianecessária para emitir opinião.

3301 – Os profissionais de auditoria governamental são independentesquando podem exercer suas funções livre e objetivamente. Aindependência situa-se não apenas no livre e irrestrito acesso a

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informações, documentos e dependências dos entes, mas, principalmente,na liberdade de programar seus trabalhos, executá-los e comunicar osresultados consoante sua livre iniciativa, sem quaisquer tipos deinterferências.

3302 – O profissional de auditoria governamental deve ser independente,não podendo deixar-se influenciar por fatores estranhos, por preconceitosou quaisquer outros elementos materiais, econômicos ou afetivos queresultem perda, efetiva ou aparente, de sua independência. A independênciapermite aos profissionais de auditoria governamental exerceremjulgamento imparcial, isento e sem tendenciosidade.

3303 – O profissional de auditoria governamental deve proceder, comindependência e objetividade, ao exercício da auditoria governamental,qualquer que seja a forma de governo. Um grau adequado deindependência, tanto em relação ao Poder Legislativo, como ao Executivo,ao Judiciário e ao Ministério Público, é essencial para a execução daauditoria e para a credibilidade dos seus resultados.

3304 – A auditoria governamental é uma atividade de controle e avaliaçãoque deve ser executada de forma independente e autônoma nos entesque compõem a Administração Pública brasileira, e/ou junto àquelesque de alguma forma sejam responsáveis por arrecadação, guarda e/ouaplicação de recursos públicos. Seu objetivo é distinto ao de todos osdemais órgãos e entidades da Administração Pública, na medida em quese dedica ao controle externo da legalidade, legitimidade, impessoalidade,moralidade e publicidade dos atos por eles praticados, bem como àavaliação dos seus sistemas de controles internos e da gestão dos recursospúblicos e dos resultados das políticas governamentais, quanto aos critériosde economicidade, eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade e preservaçãoambiental.

3305 – A independência dos profissionais de auditoria governamentalem relação aos demais servidores e empregados públicos deve serclaramente mencionada nas normas legais, regimentais e nos manuais deauditoria de cada EF, bem como formalizada através de resoluções ouinstruções normativas junto a todas as organizações, áreas e funções daAdministração Pública.

3306 – Os profissionais de auditoria governamental devem possuir apoioirrestrito dos membros do colegiado e do corpo diretivo da EF, de

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modo que possam executar seus trabalhos livres de interferências e coma colaboração dos entes auditados.

3307 – O profissional de auditoria governamental responsável pelogerenciamento dos trabalhos de auditoria deve reportar-se diretamenteaos membros do colegiado ou a um profissional que ocupe funçãodiretiva superior na EF, com autoridade suficiente para propiciarindependência e assegurar ampla e irrestrita cobertura à auditoria e atençãoe consideração adequadas aos relatórios e às providências necessáriaspara implementação das recomendações neles contempladas.

3308 – O profissional de auditoria governamental que ocupe funçãodiretiva ou gerencial na execução da auditoria deve ter acesso direto aosmembros do colegiado da EF superior e funcionários graduados daAdministração Pública. A comunicação regular com esses órgãos ajudaa assegurar a independência e fornece ao profissional de auditoriagovernamental e aos gestores meios para se manterem informados sobrequestões de interesse mútuo.

3309 – O profissional de auditoria governamental, para levar a bomtermo o seu trabalho e obter um desempenho adequado, mantendo asua independência, deve:

3309.1 – Ter acesso livre, direto e irrestrito ao corpo diretivo egerencial dos entes auditados.

3309.2 – Atuar com a necessária liberdade junto às gerências e chefiasintermediárias de qualquer ente auditado.

3309.3 – Ter livre acesso ao resultado dos trabalhos de todos osconselhos, comitês, comissões e grupos de trabalho operacionais e/ou estratégicos vinculados à coisa pública.

3309.4 – Ter acesso livre, direto e irrestrito a todo e quaisquer entes,organismos, locais, normas, atas, documentos, sistemas, registros,informações, demonstrativos e relatórios.

3309.5 – Definir o objetivo, o escopo e a metodologia da auditoriagovernamental, assim como realizar todos os trabalhos que julgarnecessários para suportar sua opinião e dar ao exame a devidaabrangência.

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3309.5.1 – Planejar e organizar o seu trabalho e elaborar oprograma de auditoria com a devida autonomia e abrangência.

3309.5.2 – Executar seu trabalho livre de interferências quepossam limitar o objetivo, escopo e a exatidão dos exames ouimpedir a sua realização.

3309.5.3 – Aplicar todos os procedimentos de auditoriagovernamental recomendados para cada tipo de auditoriaespecificamente e não se desviar deles, nem comprometer aqualidade, a extensão e os objetivos dos exames, quer por pressõesde tempo e programação, quer por influências internas e/ouexternas.

3310 – Está impedido de executar trabalho de auditoria o profissionalde auditoria governamental que tenha tido, nos três exercíciosimediatamente anteriores, ao qual se refere o exame, ou durante a execuçãodos serviços, em relação ao ente público auditado, seus departamentos eunidades gestoras, suas autarquias, suas fundações, suas empresascontroladoras, coligadas, controladas ou subsidiárias:

3310.1 – Vínculo conjugal ou de parentesco consangüíneo em linhareta, sem limites de grau, em linha colateral até o 4º grau e porafinidade até o 3º grau, com administradores, gestores, assessores,consultores, procuradores, acionistas, diretores, sócios ou comempregados que tenham ingerência na administração ou sejamresponsáveis pela contabilidade, finanças ou demais áreas de decisão.

3310.2 – Relação de trabalho como servidor estatutário, contratado,empregado, administrador, diretor, comissionado, função temporária,consultor ou colaborador assalariado, ainda que esta relação sejaindireta, nos três últimos anos.

3310.3 – Participação direta ou indireta como acionista ou sócio,inclusive como investidor em fundos cujo ente público seja majoritáriona composição da respectiva carteira.

3310.4 – Interesse financeiro ou operacional direto, imediato oumediato, ou substancial interesse financeiro ou operacional indireto,compreendida a intermediação de negócios de qualquer tipo e arealização de empreendimentos conjuntos, inclusive gestão de coisapública.

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3310.5 – Litígio contra a entidade auditada.

3310.6 – Função ou cargo incompatível com a atividade de auditoriagovernamental.

3310.7 – Qualquer outra situação de conflito de interesses no exercícioda auditoria governamental, na forma definida pelas EFs.

3311 – O profissional de auditoria governamental não pode aceitarpresentes, brindes ou outros benefícios cujo valor não seja claramenteinsignificante.

3311.1 – Por valor insignificante entende-se os presentes, brindes ououtros benefícios que alcancem o valor de R$100,00 (cem reais)atualizados a cada dois anos pelo IGP-M medido pela FundaçãoGetúlio Vargas ou qualquer outro que venha substituí-lo.

3312 – Não se configura em perda de independência a realização deoperações com o ente auditado em condições normais de mercado, taiscomo contratos de prestação de utilidades públicas, operações de créditopara aquisição de veículos ou imóveis, saldos em cartão de crédito nãosuperior a 30 salários mínimos.

3313 – O profissional de auditoria governamental deve recusar o trabalhoou renunciar à função na ocorrência de qualquer das hipóteses deimpedimento ou conflitos de interesse previstos na NAG 3310.

3314 – O profissional de auditoria governamental não pode ser colocadoem situação que o impeça de exercer um julgamento profissional objetivo,imparcial e independente.

3315 – Na execução dos trabalhos, o profissional de auditoriagovernamental deve atuar com honradez, imparcialidade, objetividade,competência e zelo, não permitindo que preconceitos ou prevençõesinfluenciem a sua independência profissional. Deve manter e demonstrarsua imparcialidade em relação a qualquer interesse que possa serinterpretado ou considerado incompatível com a honestidade eindependência que se exige de sua função.

3316 – A independência do profissional de auditoria governamental ficará,entretanto, prejudicada quando for confrontado em seu trabalho comconflitos de interesse e impedimentos reais ou potenciais, ou em situações

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que comprometam sua imparcialidade e isenção. É responsabilidade dosdirigentes e gerentes das EFs examinar pessoalmente a situação paracertificar-se da existência de tais casos, em relação aos trabalhos das suasrespectivas equipes de auditoria ou individualmente de cada profissionalde auditoria governamental subordinado, cabendo-lhes analisar a situaçãoe avaliar a conveniência ou não de mudar o pessoal designado para otrabalho.

3317 – A independência do profissional de auditoria governamentalpoderá também ficar prejudicada quando ocorrer a sua designação deforma repetitiva para um mesmo objeto de controle. Recomenda-se orodízio periódico dos profissionais de auditoria governamental em relaçãoaos órgãos, áreas, fluxos operacionais, sistemas, programas, projetos,ações, atividades e metas a serem examinados.

3317.1 – O período máximo para a realização de cada rodízio nãodeve ultrapassar cinco anos, com um interstício de dois anos.

3400 – Ética Profissional

O profissional de auditoria governamental, no exercício da auditoria,está sujeito aos princípios do Código de Ética Profissional, e tem odever de observar, cumprir e fazer cumprir fielmente, nas suas relaçõescom a EF, o público em geral, os órgãos jurisdicionados e demaisautoridades governamentais, as entidades de classe e seus colegas deprofissão. Qualquer deficiência em sua conduta profissional ou qualquerconduta inadequada em sua vida pessoal prejudicam a imagem daintegridade desses profissionais, da qualidade e da validade de seu trabalhode auditoria governamental e podem ocasionar dúvidas acerca daconfiabilidade e da própria competência profissional.

3401 – A conduta dos profissionais de auditoria governamental deve serirretocável em todos os momentos e em todas as circunstâncias. Sãoprincípios éticos básicos que devem ser observados pelos profissionaisde controle externo:

3401.1 – O profissional de auditoria governamental, no exercício daauditoria, não poderá, direta ou indiretamente, receber remunerações,proventos ou recompensas de qualquer natureza de pessoas físicasou jurídicas, públicas ou privadas, direta ou indiretamente interessadasem seu trabalho, exceto seus vencimentos e demais vantagens oficiaisconcedidas pela EF, relativos ao quadro de provimento permanenteao qual pertença.

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3401.2 – A qualificação do profissional de auditoria governamentalé individual e intransferível e não se estende a seus subordinados.

3401.3 – No exercício da auditoria governamental, o profissional deauditoria agirá em seu nome pessoal, assumindo inteiraresponsabilidade técnica pelos serviços de auditoria por ele prestadose, em nenhuma hipótese, permitirá que outra pessoa o faça em seupróprio nome, salvo prepostos de sua oficial indicação, quando entãoresponderá solidariamente com eles pelos respectivos atos.

3401.4 – Tendo em vista o escopo estabelecido para o trabalho deauditoria, o profissional de auditoria governamental deverá,previamente, mediante adequada avaliação, julgar a viabilidade técnicada sua execução, em termos de prazos, disponibilidade de elementoscomprobatórios e da extensão e complexidade dos examesauditoriais, assegurando-se de que seu trabalho reúne condições desatisfatório desempenho técnico.

3401.5 – O profissional de auditoria governamental exerce funçãoopinativa quando emite parecer sobre prestações de contas,demonstrações, transações, fluxos, sistemas e ações ou quando emitecomentários sobre o desempenho operacional. Essa função lhe impõeabsoluta imparcialidade e isenção na execução da auditoriagovernamental, na interpretação dos fatos e nos seuspronunciamentos conclusivos, sendo-lhe vedado, sob qualquerpretexto, condições e vantagens, tomar partido na interpretação dosfatos, na disputa de interesses, nos conflitos de partes ou em qualqueroutro evento.

3401.6 – O profissional de auditoria governamental deve balizar suaopinião e comentários à evidência da verdade quando, no seu melhorjuízo, convenientemente apurada.

3401.7 – A auditoria governamental não constitui artigo suscetívelde promoção pessoal, profissional e comercial. Seu exercício sujeita-se a estas NAGs, às normas constitucionais, legais e regimentais,demais princípios que norteiam a Administração Pública e à condutaética inerente aos agentes públicos.

3401.8 – Não se inclui no impedimento destas NAGs a prestaçãode serviços em caráter eventual de capacitação e aperfeiçoamento,bem como a participação em comissões de concurso, no âmbito daAdministração Pública.

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3402 – Praticará ato de descrédito o profissional de auditoriagovernamental que no desempenho de suas atribuições:

3402.1 – Omitir fato importante, dele conhecido mas nãoevidenciado nas demonstrações, registros, documentos e/ourelatórios, cuja revelação seja necessária para evitar interpretações ouconclusões errôneas.

3402.2 – Deixar de relatar ou dissimular irregularidade, informaçõesou dados incorretos que estejam contidos nos registros, documentos,demonstrações e relatórios, e que sejam do seu conhecimento.

3402.3 – Neglicenciar efeitos graves na execução de qualquer trabalhoprofissional e seu respectivo relato.

3402.4 – Desprezar ou negligenciar a coleta de informações suficientespara elaborar e sustentar seus pronunciamentos de forma a invalidarou enfraquecer as proposições neles contidas.

3402.5 – Omitir-se sobre desvios, omissões ou desvirtuamentos dospreceitos legais ou normativos, regimentais ou procedimentais.

3402.6 – Formular opiniões, fornecer informações ou documentosque não traduzam adequadamente a expressão do seu melhor juízoe que, de qualquer forma, ocultem ou desvirtuem os fatos, induzindoa interpretações errôneas.

3500 – Sigilo Profissional

A informação obtida pelos profissionais de auditoria governamental naexecução de seus trabalhos não deverá ser revelada a terceiros, nemoralmente nem por escrito, salvo aos responsáveis pelo cumprimento dedeterminações legais, ou às EFs como parte dos procedimentos normais,ou em conformidade com a legislação pertinente.

3501 – O profissional de auditoria governamental deve manter, respeitare assegurar o sigilo relativo às informações obtidas durante o seu trabalho,não divulgando, sob qualquer circunstância, para terceiros, sem autorizaçãoexpressa do ente auditado, salvo quando houver obrigação legal ou judicialde fazê-lo. O dever de manter sigilo continua depois de terminados ostrabalhos.

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3502 – O sigilo profissional é regra mandatória no exercício da auditoriagovernamental. O profissional de auditoria governamental é obrigado autilizar os dados e as informações do seu conhecimento exclusivamentena execução dos serviços que lhe foram confiados, salvo determinaçãolegal ou judicial.

3503 – O sigilo profissional deve ser observado nas seguintes relações:

3503.1 – Entre o profissional de auditoria governamental e o entepúblico auditado.

3503.2 – Entre os próprios profissionais de auditoria governamentale demais profissionais de auditoria pública ou privada.

3503.3 – Entre os profissionais de auditoria governamental, as demaisEFs e outros organismos reguladores e fiscalizadores.

3503.4 – Entre o profissional de auditoria governamental erepresentantes de outras instituições públicas ou privadas, ou qualqueroutro indivíduo ou representante de segmento da sociedade.

3503 – O profissional de auditoria governamental somente deverá divulgara terceiros informações sobre o ente auditado ou sobre o trabalho porele realizado, mediante autorização escrita da EF responsável pelo trabalhoou da direção do ente auditado, que contemple de forma clara e objetivaos limites das informações a serem divulgadas, sob pena de infringir osigilo profissional.

3503.1 – O profissional de auditoria governamental, quandopreviamente autorizado, por escrito, pelo ente auditado, deveráfornecer as informações que forem julgadas necessárias aos trabalhosde outros profissionais de auditoria do setor público, e até deprofissionais de auditoria privada independentes, se for o caso, relativasaos relatórios de auditoria emitidos pela EF.

3503.2 – O profissional de auditoria governamental, devidamenteautorizado pela administração do ente auditado, quando solicitadopor outras EFs, por escrito e devidamente fundamentado, assimcomo por outros órgãos públicos reguladores e fiscalizadores, quandoo trabalho for realizado em entidades sujeitas também ao controledaqueles organismos, deve exibir as informações obtidas durante oseu trabalho, incluindo a documentação, papéis de trabalho, relatórios

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e pareceres, demonstrando inclusive que o trabalho foi realizado deacordo com estas NAGs, as normas da INTOSAI e demais normaslegais aplicáveis.

3503.3 – Quando do encaminhamento de trabalhos, relatórios einformações revestidas do caráter de confidencialidade, sua entregadeverá ser feita aos níveis hierárquicos determinados na legislaçãopertinente.

3504 – O profissional de auditoria governamental não poderá utilizardireta ou indiretamente as informações, documentos, demonstrações erelatórios obtidos na execução dos trabalhos de auditoria governamental,em proveito de interesses pessoais, seus ou de terceiros.

3505 – O dever de todo profissional de auditoria governamental demanter o sigilo prevalece:

3505.1 – Após terminados a execução dos trabalhos, a apreciação, ojulgamento e a publicação dos resultados pela EF.

3505.2 – Após o término do vínculo empregatício estatutário oufuncional, seja por aposentadoria, desligamento voluntário,exoneração ou demissão, sob pena de responsabilizaçãoadministrativa, civil e criminal.

3600 – Relações Humanas e Comunicação

A cooperação recíproca e as habilidades e atitudes apropriadas no tratocom as pessoas e em comunicar-se de maneira eficaz constituem atributosessenciais do profissional de auditoria governamental. A confiança e orespeito público que suscita um profissional de auditoria governamentalsão conseqüências, basicamente, da soma dos resultados obtidos pelaconduta de todos os profissionais de auditoria anteriores e atuais. Porconseguinte, tanto para os profissionais de auditoria governamental, quantopara o público em geral, é interessante que o auditor trate seus colegas deprofissão de forma polida e equilibrada.

3601 – Os profissionais de auditoria governamental devem desenvolveratitudes que propiciem convivência de respeito com os jurisdicionados edemais usuários internos e externos dos seus serviços.

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3602 – Para o bom relacionamento profissional com os jurisdicionados,é necessário que o profissional de auditoria governamental mantenhasempre presente no seu trabalho:

3602.1 – Princípios da boa educação.

3602.2 – Respeito ao auditado na sua condição de pessoa, defuncionário, de servidor ou de empregado e do cargo, posto oufunção que ocupa ou representa.

3602.3 – Lealdade para com o auditado, comunicando-lhe e levandoem primeiro lugar ao seu conhecimento todas as constataçõesefetuadas no desenvolvimento da auditoria, de modo que ele possacompreender a função do controle externo e da auditoriagovernamental, seus objetivos e a forma como contribui para amelhoria da qualidade da gestão dos recursos públicos.

3603 – O bom relacionamento almejado com o jurisdicionado deve seralcançado através do comportamento e do exemplo pessoal, os quaisdevem ser aperfeiçoados ao longo da carreira, por intermédio de palestrase seminários periódicos, no sentido de esclarecer ao profissional deauditoria governamental a função, objetivos, forma de atuação e desejode cooperação com os auditados, a forma como pode contribuir paraa melhoria do trabalho dos mesmos e como o jurisdicionado podeservir ao trabalho do profissional de auditoria governamental.

3604 – Os profissionais de auditoria governamental também devemconduzir-se de modo que promovam cooperação e bom relacionamentoentre os demais profissionais de auditoria governamental interna e comauditores independentes privados.

3605 – Os profissionais de auditoria governamental devem ser capazesde se comunicar de forma objetiva, clara, isenta e imparcial, verbalmentee por escrito, de modo que possam transmitir eficazmente assuntosrelacionados com objetivos, avaliações, conclusões e recomendações daauditoria governamental.

3700 – Educação Continuada

Os profissionais de auditoria governamental devem aprimorar seuconhecimento e sua capacidade técnica através de um adequado programade educação contínua.

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3701 – Os profissionais de auditoria governamental têm responsabilidadeprimária de continuar seu desenvolvimento técnico, a fim de se manteremdevidamente atualizados e capacitados.

3702 – Os profissionais de auditoria governamental devem estar sempreinformados sobre novos eventos, métodos, técnicas, procedimentos,leis, normas e ferramentas voltados para o adequado exercício das suasatividades auditoriais.

3703 – Os profissionais de auditoria governamental devem tambémestar informados e atualizados sobre todas as mudanças na legislação enas normas que tenham implicação em sua atividade de auditoriagovernamental.

3704 – Os profissionais de auditoria governamental devem manter suacapacitação profissional participando periódica e regularmente deprogramas formais de educação continuada e de capacitação, elaboradospelas EFs.

3704.1 – O profissional de auditoria governamental, no exercício desua atividade, deverá comprovar a participação em programa deeducação continuada, na forma a ser regulamentada pela EF, queabarque, no mínimo, 80 horas anuais de capacitação.

3705 – O profissional de auditoria governamental também deve manterseu aperfeiçoamento técnico participando de atividades de associaçõesde classe, congressos, conferências, seminários, workshops, palestras, leiturase estudos dirigidos e projetos de pesquisa, dentre outros.

3706 – Independentemente do plano anual de capacitação preparadopela EF, o profissional de auditoria governamental deve ter atitudeindividual de contínuo auto-desenvolvimento profissional e de ampliaçãode conhecimentos, habilidades e experiência, em particular quanto àsnovas metodologias, técnicas e ferramentas que surgem na sua área deatuação.

3707 – O profissional de auditoria governamental também deve envidaresforços para participar de programas de capacitação em serviço.

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NAG 4000 – RELATIVAS AOS TRABALHOS DE AUDITORIAGOVERNAMENTAL

O trabalho de auditoria governamental é realizado em quatro etapasprincipais – planejamento, execução, relatório e acompanhamento. Emcada uma dessas etapas o auditor governamental, assim como aquelesque exercem funções de gerência e direção nas EFs têm responsabilidadese atribuições específicas a cumprir. O objetivo dessa norma é estabeleceros critérios gerais que o auditor governamental deve seguir na busca deinformações probatórias, visando a alcançar o objetivo específico decada auditoria governamental.

Além de definir as formas de realização da auditoria governamental emtodas as suas etapas, esta norma traça diretrizes quanto à metodologia eao escopo dos diversos tipos de auditoria, e trata, também, dogerenciamento e do controle de qualidade das atividades de auditoria, edos requisitos para a elaboração dos relatórios.

A NAG 4000 compreende disposições acerca de: 4100 – Metodologia;4200 – Escopo; 4300 – Planejamento; 4400 – Execução; 4500 –Gerenciamento, Supervisão e Revisão; 4600 – Controle de Qualidade;4700 – Comunicação de Resultados e Relatório; e 4800 –Acompanhamento das Recomendações.

4100 – Metodologia

A EF deve adotar uma metodologia de auditoria governamental deabordagem ampla, integrada e sistêmica, que contemple todo o escopodefinido pela Constituição Federal, englobando a fiscalização de naturezacontábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.

4101 – A metodologia deve abranger a fiscalização de todos os entesque compõem a Administração Pública, de todos os Poderes, em todasas esferas de Governo, assim como os demais responsáveis pelaarrecadação, guarda ou aplicação de bens, valores e dinheiros públicos.

4102 – A metodologia deve abranger o exame da legalidade, legitimidade,razoabilidade e moralidade dos atos administrativos quanto aos aspectosorçamentários, financeiros e patrimoniais, assim como a avaliação dosistema de controles internos e dos aspectos operacionais de desempenhoda gestão e de resultados das políticas públicas, sob os critérios de

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economicidade, eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade, ética epreservação do meio ambiente.

4103 – A metodologia deve possibilitar o controle vertical ou transversalda Administração Pública, permitindo avaliar tanto o desempenho dosórgãos, entidades ou programas sistêmicos, quanto o resultado deprogramas, projetos, atividades e ações finalísticas, que podem envolverdiversos órgãos e/ou entidades de uma ou mais esferas de Governo.

4104 – Ao definir a distribuição de seus recursos entre as diferentesatividades de auditoria, a EF deve dar prioridade àquelas tarefas que,por lei ou imposição contratual, precisam ser realizadas dentro de umprazo específico. Deve-se dar especial atenção ao planejamento estratégico,a fim de se identificar a ordem adequada de prioridade das auditoriasque, a seu juízo, a EF pretenda realizar.

4104.1 – A EF deve, de acordo com as suas prioridades, realizarauditorias governamentais preventivas, de natureza pedagógica ecorretiva, proporcionando a otimização dos recursos públicos e aprevenção de falhas, desvios e irregularidades.

4104.1.1 – Entende-se por auditoria preventiva aquela realizadaa tempo de ainda permitir à entidade auditada evitar a execuçãode um ato considerado irregular. Implica na ação imediata daEF, ou seja, na possibilidade de impugnação da despesa em casode irregularidade de natureza jurídica ou contábil, prevenindoprejuízos ao Erário e à sociedade.

4105 – A EF deve ser criteriosa com as informações disponíveis aodeterminar suas prioridades, para que seja mantida a qualidade do trabalhono exercício de sua competência legal. A manutenção de um arquivocompleto de dados sobre a estrutura, funções, metas, orçamentos eoperações das entidades auditadas e dos programas de governo auxiliaráa EF a identificar áreas significativas ou vulneráveis ou, ainda, que precisemter sua administração melhorada.

4106 – A metodologia deve dispor de mecanismos para a seleção doobjeto da auditoria operacional, segundo critérios de relevância, risco ematerialidade.

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4106.1 – As prioridades, no que se refere aos programas, projetos,atividades, ações, processos ou sistemas governamentais objeto dasauditorias governamentais de natureza operacional, podem seridentificadas segundo critérios de: relevância, ou seja, a importânciarelativa para o interesse público ou para o segmento da sociedadebeneficiada; risco, isto é, a possibilidade de ocorrência de eventosindesejáveis, tais como erros, falhas, fraudes, desperdícios, fracassono objetivo, etc.; e materialidade ou representatividade relativa dovalor ou do volume de recursos envolvidos.

4107 – A metodologia deve, sempre que possível, dispor de critérios deamostragem, baseados na avaliação do sistema de controles internos ena materialidade das operações.

4108 – A metodologia deve possibilitar a otimização dos recursoshumanos, materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na EF.

4109 – As autoridades competentes da EF devem dar sua devidaautorização antes do início de cada auditoria. Esta autorização deve indicarclaramente os objetivos da auditoria e seu escopo, os recursos aplicáveis,tanto em qualidade quanto em quantidade, os procedimentos de revisãodo seu andamento em ocasiões oportunas e as datas para a conclusãodos trabalhos e para a entrega do respectivo relatório.

4109.1 – Os trabalhos de auditoria governamental devem serdevidamente autorizados e devem ser iniciados conformeestabelecido na programação anual de auditoria da EF.

4110 – A metodologia deve priorizar a identificação das informaçõesimportantes para fundamentar a conclusão do relatório de auditoria e adecisão dos órgãos deliberativos das EFs, e para o convencimento dosgestores e demais funcionários do ente auditado, tais como, a causa doproblema, seus efeitos, quantificáveis ou não, a opinião do responsável eas recomendações para sanar o problema, permitindo que a fiscalizaçãorealizada contribua com os auditados para a otimização do seudesempenho e dos resultados das políticas públicas.

4110.1 – A metodologia deve estabelecer um fluxo de informaçõesmediante o qual sejam contemplados no relatório de auditoria, comclareza e precisão, a condição encontrada e o critério normativo oupadrão operacional de desempenho ou resultado adotado pelaauditoria, demonstrando o desvio existente.

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4110.2 – A metodologia deve estabelecer procedimentos paraidentificação das causas e efeitos dos achados, caracterizando se oimpacto gerado é financeiro ou não-financeiro e mensurando,inclusive, os impactos financeiros quando estes existirem, de modo apossibilitar o julgamento baseado em informações precisas e critériosobjetivos. A identificação dos impactos gerados pelas deficiênciasou irregularidades também contribui para o convencimento do gestorquanto à necessidade de adotar as medidas corretivas para modificara situação apontada no relatório de auditoria governamental.

4110.2.1 – Os impactos financeiros quantificáveis são os relativosà melhoria de economicidade e eficiência, à redução de custos edespesas ou aumento de receita. Os impactos financeiros nãoquantificáveis são referentes à redução do tempo de espera,redução do prazo de recolhimento do débito, aumento donúmero de pessoas atendidas, etc. A correção de práticas eprocedimentos inadequados também pode ser considerada comoimpacto financeiro não-quantificável.

4110.2.2 – Os impactos não-financeiros são os classificados comoimpactos qualitativos e se referem à melhoria em procedimentosgerenciais, com reflexo na qualidade dos bens ou serviçosprestados pela Administração, ou que em nome dela sejamrealizados por entidade privada ou organização não-governamental.

4110.3 – A metodologia ao estabelecer o fluxo de informações paraorientar as etapas da auditoria governamental, deve fazê-lo de acordocom a definição dos seguintes elementos:

4110.3.1 – Critério: o critério consiste na situação ideal ouesperada, conforme normas legais e regulamentares aplicáveis eboas práticas ou planos da Administração, constituindo-se empadrões normativos ou operacionais usados para determinar seum ente, programa, projeto, atividade, operação ou ação atendeaos objetivos fixados.

4110.3.2 – Condição: entende-se como condição a situaçãoencontrada pelo auditor governamental e documentada empapéis de trabalho, constituindo-se no fato ocorrido ou na própriaexistência do achado. Os achados ocorrem quando a condiçãoencontrada não se encontra aderente ao critério preestabelecido.

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4110.3.3 – Causa: as causas consistem nas razões e nos motivosque levaram ao descumprimento da norma legal ou à ocorrênciada condição de bom ou mau desempenho, representando aorigem da divergência entre a condição e o critério. Aidentificação das causas com precisão, permite a elaboração derecomendações adequadas e construtivas.

4110.3.4 – Efeito: os efeitos são as reais conseqüências da diferençaentre o critério preestabelecido e a condição constatada peloauditor, representados por fatos que evidenciam os erros ouprejuízos identificados e expressos, sempre que possível, emunidades monetárias ou em outras unidades de medida quedemonstrem a necessidade de ações corretivas.

4110.3.5 – Opinião do auditado: o auditor governamental deveconsiderar, também, na análise das informações obtidas, aopinião do gestor acerca dos fatos constatados e dasrecomendações propostas pela auditoria, para, então, procederà conclusão sobre o assunto. A prática de discussão dos achados,durante a auditoria, proporcionará uma revelação dos pontosde vista e opiniões do auditado, para confronto pela equipe deauditoria, do qual resultará a conclusão.

4110.3.6 – Conclusão: corresponde ao desfecho do Relatório,quando os auditores emitirão suas opiniões finais, de formaresumida, sobre o objeto auditado, com base no conteúdoexposto ao longo do relatório. Nos casos de auditorias emprestações de contas, a conclusão deve conter um parecer daequipe de auditoria, baseado nos resultados dos trabalhosrealizados.

4110.3.7 – Recomendação: sugestão proposta pelo auditor paraa regularização da situação encontrada, se aplicável.

4111 – A EF deve manter arquivo organizado em sistema informatizadodas recomendações contidas nos relatórios de auditoria e/ou nas decisõesdos órgãos colegiados das EFSs, bem como promover oacompanhamento sistemático das mesmas, registrando o estágio deimplementação e as principais ocorrências, e notificando os gestores.

4112 – A metodologia deve possibilitar a sistematização de informaçõesque permita à EF a mensuração dos resultados das ações de controle

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externo, classificando e quantificando os benefícios gerados para aAdministração Pública e para a sociedade.

4113 – A metodologia deve possibilitar o uso de sistemas informatizadosque auxiliem o auditor governamental e armazenem o máximo deinformações acerca dos trabalhos de auditoria governamental realizados.

4114 – O aumento das funções dos auditores governamentais requerdeles o aperfeiçoamento e a elaboração de novas técnicas e metodologiaspara avaliar os aspectos operacionais de desempenho e resultados. Ametodologia deve oferecer plenas condições para o trabalho em equipe,integrada por profissionais de diversas disciplinas, bem como para aparticipação de consultores e especialistas contratados.

4115 – A programação anual de auditoria governamental deve serrealizada de forma abrangente, compreendendo as atividades da equipede auditoria – planejamento, execução, relatório – assim como asatividades de supervisão, revisão e posterior acompanhamento dasrecomendações, quando estas existirem.

4116 – Cada unidade da EF deve, na programação anual dos trabalhosde auditoria governamental, alocar horas para que os integrantes da suaequipe participem do programa de educação continuada.

4117 – As equipes de auditoria governamental devem estar preparadaspara esclarecer aos gestores e demais funcionários do ente auditado acercada metodologia de trabalho adotada.

4118 – A EF deve implantar sistemas e procedimentos para confirmarse os procedimentos de controle de qualidade funcionamsatisfatoriamente; assegurar a qualidade dos relatórios de auditoria; epromover melhorias e evitar que se repitam as deficiências.

4119 – A nomenclatura, definições e escopos de cada tipo de auditoriadevem guardar homogeneidade entre as diversas EFs brasileiras.

4200 – Escopo

O escopo do trabalho de auditoria governamental envolve a natureza ea extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados. Reconhece-se, contudo, que as normas constitucionais, legais e regimentais devemfornecer orientação geral quanto ao escopo desses trabalhos.

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4201 – O escopo de atuação da fiscalização pública abrange as auditoriascontábeis e as operacionais.

4201.1 – A auditoria contábil tem como objetivos principais:

4201.1.1 – Certificar que as entidades responsáveis cumpriramsua obrigação de prestar contas, o que inclui o exame e a avaliaçãodos registros orçamentários, financeiros e patrimoniais e a emissãode parecer sobre as demonstrações contábeis.

4201.1.2 – Emitir parecer sobre as contas do governo.

4201.1.3 – Auditar os sistemas e as operações financeiras, incluindoo exame da observância às disposições legais e regulamentaresaplicáveis.

4201.1.4 – Auditar o sistema de controle interno e as funções daauditoria interna.

4201.1.5 – Verificar a probidade e a adequação das decisõesadministrativas adotadas pelos órgãos e entidades daAdministração Pública, assim como pelos demais responsáveispor bens, valores e dinheiros públicos.

4201.1.6 – Informar sobre quaisquer outros assuntos, decorrentesou relacionados com a auditoria, que a EF considere necessáriorevelar.

4201.2 – A auditoria operacional preocupa-se em verificar aeconomia, a eficiência e a eficácia dos órgãos e entidades daAdministração Pública, bem com a efetividade e a eqüidade dasações governamentais, e tem como principais objetivos avaliar se:

4201.2.1 – A Administração desempenhou suas atividades comeconomia, de acordo com princípios, práticas e políticasadministrativas corretas.

4201.2.2 – Os recursos humanos, materiais, financeiros,tecnológicos e de qualquer outra natureza são utilizados comeficiência, inclusive os sistemas de informação.

4201.2.3 – Os procedimentos de mensuração, controle e avaliaçãode desempenho e de resultados são adequados e aplicados deforma sistemática pelos órgãos e entidades da Administração.

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4201.2.4 – Foram adotadas pelos entes auditados as providênciaspara sanar as deficiências detectadas em auditorias anteriores.

4201.2.5 – Os programas, projetos, atividades, operações e açõesgovernamentais atingiram o grau de efetividade e eqüidadepretendido em relação ao alcance de seus objetivos.

4202 – Pode haver, na prática, uma auditoria governamental em que hajauma superposição entre os procedimentos de auditorias contábil eoperacional.

4202.1 – Os dois tipos de auditoria – a contábil ou a operacional –podem, na prática, ser realizados concomitantemente, porquanto sãomutuamente reforçadoras: a auditoria contábil sendo preparatóriapara a operacional, e esta última levando à correção de situaçõescausadoras de irregularidades.

4203 – A competência legal da EF com relação à auditoria operacionalnão inclui a revisão da orientação política dos programas de governo,entretanto se detectadas inconsistências ou falhas na estruturação deprogramas, projetos, atividades, operações e ações governamentais, quepossam causar prejuízos e desperdícios, ou mesmo comprometer osbenefícios esperados para o público-alvo, cabe à equipe de auditoriaidentificar suas causas e efeitos e recomendar as ações corretivas necessárias.

4204 – No cumprimento da sua competência legal de auditar as Contasde Governo como um todo, as equipes encarregadas desse trabalhodevem estar capacitadas para realizar uma avaliação coordenada dossistemas contábeis dos diferentes órgãos, assim como das formas decoordenação e dos mecanismos de controle do órgão central. Essasequipes devem conhecer os respectivos sistemas de contabilidade e decontrole do governo, bem como ter suficiente domínio das técnicas usadaspela EF nesse tipo de auditoria.

4205 – A EF deve buscar executar auditorias contábeis e operacionaisem todas as organizações públicas, de modo a realizar o exame dasContas de Governo de forma mais efetiva.

4206 – A extensão da competência legal da EF orientará a natureza e aextensão de cada tipo de auditoria a ser realizada.

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4207 – No âmbito da auditoria governamental, devem estar consideradosos trabalhos de avaliação do sistema de controles internos dos entes eresponsáveis pela coisa pública.

4207.1 – O sistema de controles internos compreende o conjuntode subsistemas de controles contábeis, financeiros, administrativos eoutros — que abarcam a estrutura organizacional, os métodos, osprocedimentos e a auditoria interna — estabelecido pela direçãocomo parte de seus objetivos corporativos para: ajudar a realizar asoperações da entidade auditada de forma regular, econômica, eficientee eficaz; permitir a observância às políticas administrativas;salvaguardar os bens e recursos públicos; assegurar a exatidão e acompletude dos registros contábeis; e produzir informação financeirae gerencial oportuna e confiável.

4207.2 – Os controles internos compreendem todas as atividadesda organização estruturadas e implantadas com a finalidade dedemonstrar e documentar que uma determinada obrigação legal, ouum objetivo, uma meta ou um indicador específico foram cumpridosde acordo com os requisitos legais ou operacionais previamenteestabelecidos.

4207.3 – Os controles internos devem ser entendidos como qualqueração tomada internamente pela Administração Pública, para aumentara probabilidade de que não vão ocorrer falhas ou deficiências nassuas atividades, irregularidades, prejuízos ou desvios de recursos, nemvão ser comprometidos indicadores ou metas de desempenho ouresultados estabelecidos no planejamento.

4207.4 – Os administradores públicos são responsáveis pelaimplantação, manutenção, atualização, aperfeiçoamento,gerenciamento e monitoramento dos sistemas de controles internosno âmbito de todos os Poderes, de todas as esferas de governo.

4207.5 – A responsabilidade primária pela identificação de erros,fragilidades, desvios, irregularidades e ilegalidades, ou mesmo fraudes,compete aos administradores públicos.

4207.6 – Os profissionais de auditoria governamental são responsáveispela avaliação da adequação dos controles internos, apontando asdeficiências, falhas e inconsistências existentes, identificando suas causase seus efeitos potenciais ou reais, e apresentando as recomendaçõespara o seu aprimoramento.

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4207.7 – Qualquer indício da existência de erros, fragilidades, desvios,irregularidades, ilegalidades, ou mesmo fraude, que possa ocasionarefeitos relevantes sobre o trabalho em andamento deve motivar oprofissional de auditoria governamental a aprofundar seusprocedimentos auditoriais, com vistas a verificar ou dissipar essetipo de incerteza.

4208 – Para a determinação do escopo da auditoria, o profissional deauditoria governamental tem a responsabilidade de examinar fluxosoperacionais, políticas, objetivos, indicadores e metas adotados pelaAdministração Pública, e examinar e avaliar a confiabilidade do sistemade controles internos.

4300 – Planejamento

Todos os trabalhos de auditoria governamental devem ser devidamenteplanejados, com o objetivo de garantir que a sua execução seja de altaqualidade e que sejam realizados de forma econômica, eficiente, eficaz,efetiva e oportuna.

4301 – Os trabalhos de auditoria governamental devem ser planejadosconsoante a competência legal da EF e de acordo com estas normas.

4301.1 – A EF deve priorizar os trabalhos de auditoria governamentalcujos prazos estão fixados em lei ou em contratos e estabelecer oscritérios de seleção de prioridades para as atividades a serem realizadasa seu critério, de acordo com sua competência legal.

4302 – O planejamento dos trabalhos de auditoria governamental devesempre levar em conta a dinâmica organizacional dos órgãos e entidadesda Administração Pública, a legislação pertinente, o ambiente no qualserão desenvolvidos e as possibilidades de alterações potenciais nascondições de obtenção dos resultados planejados.

4303 – O planejamento da auditoria governamental está sujeito àsupervisão e aprovação dos gerentes ou supervisores de auditoria.

4303.1 – O planejamento da auditoria governamentalobrigatoriamente deve incluir a designação de equipe técnica,devendo prever a coordenação, orientação e supervisão doprofissional de auditoria governamental, que assumirá totalresponsabilidade pelos trabalhos executados.

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4304 – O planejamento da auditoria governamental deve ser dinâmico,contínuo e flexível, podendo ser revisado durante a sua execução, sempreque necessário.

4304.1 – O planejamento da auditoria governamental e osprogramas de trabalho devem ser revisados e atualizados sempreque novos fatos recomendarem, antes ou durante odesenvolvimento dos trabalhos.

4305 – Entende-se por planejamento da auditoria governamental a etapade trabalho na qual o auditor define a estratégia de execução dos trabalhosde auditoria, estabelecendo a natureza, a oportunidade e a extensão dosexames, determinando os prazos de cada etapa, a equipe de profissionaise outros recursos necessários para que os trabalhos de auditoria sejameficientes e eficazes, e realizados com qualidade, no menor tempo e como menor custo possível.

4306 – O planejamento da auditoria governamental pressupõe adequadonível de conhecimento sobre as atividades, os fatores econômicos eambientes internos e externos, legislação aplicável, indicadores financeiros,estrutura organizacional, práticas orçamentárias, contábeis e operacionaisdo ente público, e o nível geral de competência de seus gestores e/ouadministradores.

4307 – O planejamento da auditoria governamental envolve uma análisepreliminar das operações do ente auditado, com o objetivo de levantaras seguintes informações:

4307.1 – aspectos importantes no campo de atuação da entidadeauditada, seus principais objetivos e metas;

4307.2 – as relações de responsabilidade que o cumprimento daaccountability pública envolve;

4307.3 – principais normas, planos e programas;

4307.4 – os principais sistemas de controle, avaliando seu grau deconfiabilidade e identificando seus pontos fortes e fracos;

4307.5 – as práticas contábeis, financeiras, administrativas eoperacionais adotadas pelo ente público e as alterações procedidasem relação ao exercício anterior;

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4307.6 – os principais sistemas, processos, fluxos e controles doente público;

4307.7 – a existência de unidades orçamentárias, gestoras eadministrativas, departamentos, autarquias, fundações, estataisdependentes ou não-dependentes, vinculadas e demais entesassociados, filiais e partes relacionadas;

4307.8 – a existência de outros trabalhos de auditoria do setor público,de profissionais de auditoria independente privada, especialistas econsultores;

4307.9 – o programa de trabalho da auditoria interna; e

4307.10 – se foram adotadas providências adequadas com relaçãoàs recomendações das auditorias anteriores.

4308 – O planejamento da auditoria governamental deve buscar aidentificação de operações que envolvam maior risco e reconhecidamenterelevantes.

4308.1 – O planejamento deve envolver avaliações acerca do graude confiança que pode ser depositado no sistema de controlesinternos, incluindo o resultado dos trabalhos dos auditores internos,a fim de avaliar os riscos e determinar a relevância dos assuntos aserem auditados.

4309 – No planejamento de uma auditoria geralmente devem serrealizados os seguintes procedimentos:

4309.1 – especificar os objetivos da auditoria, sua natureza e escopo;

4309.2 – determinar o método de auditoria mais eficiente e eficaz;

4309.3 – definir os procedimentos de verificação necessários;

4309.4 – compilar as informações obtidas sobre a entidade auditadae sua organização, realizando uma análise preliminar acerca dosproblemas detectados;

4309.5 – elaborar um orçamento e um cronograma para a auditoria;

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4309.6 – identificar as necessidades de pessoal e selecionar a equipede auditoria;

4309.7 – informar aos responsáveis do ente auditado o âmbito, osobjetivos e os critérios de avaliação da auditoria e discuti-los comeles sempre que necessário; e

4309.8 – determinar como, quando e a quem os resultados dostrabalhos serão comunicados.

4310 – A realização das auditorias governamentais por equipes técnicasmultidisciplinares deve ser planejada de maneira a fornecer razoávelsegurança de que o trabalho venha a ser executado por pessoas comformação, capacitação, experiência e independência requeridas em cadatrabalho.

4311 – O planejamento dos trabalhos de auditoria governamental devepossuir caráter preventivo, pois possibilita a detecção de pontos críticos,que devem ser submetidos aos administradores públicos para correção,antes mesmo de iniciar a execução dos trabalhos de auditoria.

4312 – No planejamento da auditoria governamental devem ser definidasas prioridades na execução dos trabalhos. Isso significa priorizar o examede determinados atos ou a avaliação de determinadas atividades daAdministração sobre os quais os auditores já têm conhecimento deproblemas relevantes, seja através das constatações de auditorias anteriores,por informações obtidas na mídia ou por denúncias formalizadas juntoà EF.

4313 – O planejamento da auditoria governamental deve considerar osriscos da auditoria, quer pelo volume de transações, quer pelacomplexidade das atividades, quer pela estratégia da política pública.

4313.1 – Risco de auditoria é a possibilidade de o profissional emitiruma opinião tecnicamente inadequada, sendo classificado em:

4313.1.1 – Risco Inerente: é a possibilidade de o erro acontecerem face de não existir controle.

4313.1.2 – Risco de Controle: é a possibilidade de o erroacontecer mas não ser detectado pelos controles existentes, emface das limitações desses controles.

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4313.1.3 – Risco de Detecção: é a possibilidade de o erroacontecer, mas não ser detectado pelo profissional de auditoriagovernamental.

4314 – O planejamento da auditoria governamental deve considerartodos os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente osseguintes:

4314.1 – A natureza, oportunidade e extensão dos procedimentosde auditoria governamental a serem aplicados.

4314.2 – A natureza, conteúdo e oportunidade dos pareceres,relatórios e outros informes a serem entregues à EF e aos demaisagentes interessados.

4314.3 – A necessidade de atender a prazos estabelecidos pela EF,demais entidades reguladoras ou fiscalizadoras e de prestarinformações aos demais usuários externos.

4315 – O profissional de auditoria governamental deve documentar oplanejamento geral e preparar por escrito programas de trabalhoespecíficos para cada área a ser auditada, detalhando o que for necessárioao entendimento dos pontos de controle e procedimentos que serãoaplicados, em termos de natureza, oportunidade e extensão, de forma aservir como guia e meio de controle de sua execução.

4315.1 – Programas de auditoria são planos detalhados de ação,voltados para orientar e controlar a execução dos procedimentos daauditoria. Descrevem uma série de procedimentos de exames a seremaplicados, com a finalidade de permitir a obtenção de evidênciasadequadas que possibilitem formar uma opinião. Devem serconsiderados pelo profissional de auditoria governamental apenascomo um guia mínimo, a ser utilizado no transcurso dos exames,não devendo, em qualquer hipótese, limitar a aplicação de outrosprocedimentos julgados necessários nas circunstâncias.

4316 – Quando for realizada uma auditoria pela primeira vez no entepúblico, ou quando as contas do exercício anterior tenham sidoexaminadas por outro profissional de auditoria governamental ou poroutra equipe de trabalho da EF, o planejamento deve contemplar osseguintes procedimentos:

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4316.1 – Obter evidências suficientes de que as transações examinadasnão contenham representações errôneas ou inconsistentes, que, dealguma maneira, distorçam as contas, operações ou atividades doexercício sob exame.

4316.2 – Verificar se as práticas legais, orçamentárias, financeiras,contábeis, administrativas, operacionais e patrimoniais adotadas noexercício sob exame são uniformes com as adotadas no exercícioanterior.

4316.3 – Identificar os fatos relevantes que possam afetar as atividadesdo ente e a situação patrimonial, orçamentária e financeira do Erário.

4316.4 – Identificar relevantes eventos subseqüentes ao exercícioanterior, revelados ou não revelados.

4317 – Para poder cumprir suas tarefas de modo eficiente e eficaz, e emconformidade com a legislação, com os objetivos definidos e os requisitostécnico-profissionais exigidos, a EF deve contar com uma adequadaestrutura de apoio técnico aos seus profissionais de auditoriagovernamental. Esse apoio deve compreender pelo menos os seguintesaspectos:

4317.1 – Elaboração de programas de auditoria baseados narealidade do fluxo das operações a serem auditadas, onde sejamdefinidos os enfoques, os pontos de controle e procedimentosprofissionais a serem aplicados, caso a caso, assim como a extensão,profundidade e parâmetros a serem observados. Agindo dessaforma, a EF estabelecerá as técnicas e ferramentas adequadas a cadaexame, facilitará a supervisão dos trabalhos executados, estabelecerácritérios mínimos de qualidade e terá melhores condições de dividiros trabalhos de acordo com as competências dos profissionais deauditoria governamental e melhor adequar os prazos dos trabalhos.

4317.2 – Elaboração da programação anual de auditoria,contemplando os prazos de execução dos trabalhos, época derealização, datas previstas e simultaneidade das ações de controle,levando em conta a complexidade, natureza e tamanho dos testes,riscos envolvidos, materialidade, relevância e criticidade do objetoauditado, e a confiabilidade do sistema de controles internos.

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4317.3 – Programação das equipes de auditoria, contemplandoprofissionais de diferentes experiências e competências a seremdesignados para a execução dos trabalhos, levando em conta o graude capacitação necessário em relação à complexidade, materialidade,relevância e criticidade do ente público, suas operações e transações,bem como das técnicas e procedimentos a serem aplicados, inclusiveos relacionados à tecnologia da informação.

4317.4 – As prioridades devem ser observadas em função:

4317.4.1 – Da programação anual de atividades de auditoriagovernamental.

4317.4.2 – Do nível de risco e seu potencial de influência nosresultados.

4317.4.3 – Da ocorrência de alterações materiais na legislação,nos sistemas, nas estruturas organizacionais, na natureza do ente,no volume dos recursos envolvidos ou na complexidade dasoperações e transações a serem examinadas.

4317.4.4 – Das modificações de importância essencial nosinteresses governamentais ou nas políticas públicas que possamvir a expor os entes, os programas, as ações, os projetos, asatividades ou as metas a riscos, perdas de oportunidade ou danosao erário público, de relevante influência para seus resultados,contas e continuidade das respectivas atividades.

4317.5 – Estruturação de tipo, natureza, formato e periodicidadedos relatórios a serem emitidos pelas unidades responsáveis pelostrabalhos no âmbito de cada EF.

4317.6 – Elaboração do manual de auditoria governamental e dosrespectivos guias, e capacitação aplicada sobre o mesmo, paraassegurar de forma inequívoca seu entendimento e observância.

4317.7 – Estrutura de supervisão dos trabalhos, durante sua execuçãoprática, com acompanhamento periódico do seu andamento e dasolução de dificuldades surgidas nos aspectos técnico, financeiro,material, pessoal ou institucional.

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4318 – Na elaboração do programa de auditoria, o diretor, coordenador,gerente ou supervisor de auditoria governamental aplicará sua experiênciae julgamento profissional de maneira a assegurar que cada programapossibilite ao profissional de auditoria governamental atingir, de formaeficiente e eficaz, os objetivos nele estabelecidos.

4318.1 – O responsável pelos trabalhos, a seu critério, e conforme acapacitação de sua equipe de auditoria, poderá delegar a alguns deseus integrantes, no todo ou em parte, a execução das medidaspreparatórias ou mesmo a elaboração do programa de controle;nesse caso, deverá adotar as medidas necessárias para se certificar daqualidade e completeza desse programa em relação aos objetivospredeterminados.

4318.2 – Essas medidas compreenderão, também, a forma de testar,capacitar e introduzir definitivamente o programa de controle narotina dos trabalhos da EF.

4400 – Execução

A execução é a fase do processo de auditoria governamental na qual asevidências são coletadas e examinadas, de modo a fundamentar oscomentários e opiniões. Esta fase envolve o exame de registros edocumentos, assim como a avaliação de processos e sistemas financeirose operacionais, com vistas a informar sobre a confiabilidade do sistemade controles internos, a legalidade, legitimidade, impessoalidade,moralidade e publicidade dos atos, a regularidade das contas, odesempenho da gestão e os resultados das políticas governamentais.

4401 – A execução dos trabalhos de auditoria governamental deve serum processo contínuo de obtenção, reunião, análise, interpretação,avaliação e registro de informações, determinando as causas eidentificando os efeitos das deficiências, falhas e irregularidades detectadas,com o objetivo de fundamentar os resultados da auditoria governamental,para emissão de opinião, desenvolvendo recomendações, quando cabíveis.

4401.1 – A informação ou o conjunto de informações utilizadaspara fundamentar os resultados da auditoria governamental devemser suficientes, fidedignas, relevantes, materiais e úteis para forneceremuma base sólida para as conclusões e/ou recomendações. Para efeitodestas normas, entende-se por:

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4401.1.1 – Informação suficiente: diz respeito à existência dedados completos para o convencimento do usuário dainformação, conduzindo-o às mesmas conclusões do profissionalde auditoria governamental.

4401.1.2 – Informação fidedigna: está relacionada com aconfiabilidade, integridade e procedência de fonte competente eadequada, constituindo-se na melhor informação que se podeobter usando os métodos legais e as técnicas de auditoriagovernamental.

4401.1.3 – Informação relevante: diz respeito à importânciaqualitativa das informações em relação ao contexto do assuntoem estudo, alcançando diretamente o objeto sob exame, entreas quais destacam-se aquelas que comprovem a situaçãoencontrada e que ofereçam subsídios para as decisões dos órgãosdeliberativos das EFs, sem as quais a decisão pode se dar deforma equivocada, assim como aquelas importantes para oconvencimento do gestor, sem as quais o gestor põe em dúvidaa questão apontada pelo auditor governamental.

4401.1.4 – Informação material: está relacionada com elementosquantitativos significativos ou a representatividade do valor oudo volume de recursos envolvidos em determinado contexto,pertinentes ao objeto da auditoria governamental ou que se tenhadeles provável influência nos resultados dos exames.

4401.1.5 – Informação útil: é aquela obtida para auxiliar oprofissional de auditoria governamental no alcance de suasconclusões e também colabora com os gestores, administradorese responsáveis públicos no atingimento de suas metas e objetivos.

4401.2 – Deve-se coletar os elementos necessários sobre todas as questõesrelacionadas com os objetivos da auditoria governamental e com oescopo do trabalho, de maneira a assegurar que todos os achados deauditoria tenham na sua descrição informações definidas na NAG 4110.

4402 – Procedimentos de auditoria governamental padronizados ouespecíficos, assim como as técnicas e ferramentas empregadas, que foramantecipadamente selecionados e detalhados devem ter, na etapa deexecução, suas aplicações controladas pela equipe de trabalho.

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4402.1 – Para fins destas normas, entende-se por procedimentos deauditoria governamental, além do conceito estabelecido na NAG1118, as tarefas que serão desempenhadas pelo profissional deauditoria governamental para examinar registros e documentos, assimcomo avaliar processos e sistemas contábeis, administrativos eoperacionais do ente auditado; reunir a evidência de auditoria pararespaldar sua opinião; e apresentar o resultado dos trabalhos àAdministração Pública.

4402.1.1 – Procedimentos Padrões: são aqueles que podem serempregados para realizar trabalhos sobre assuntos, temas eprocessos comuns a muitos entes, programas, projetos, atividades,ações, sistemas e processos.

4402.1.2 – Procedimentos Especializados ou Específicos: sãoaplicados de acordo com as necessidades de cada trabalho erespaldam um objetivo de auditoria específico ou apoiam umaavaliação especializada de um ente, programa, projeto, atividade,ação, sistema ou processo em particular.

4402.2 – Existem inúmeros procedimentos de auditoriagovernamental estabelecidos pela técnica e consagrados pelaexperiência, que são aplicados caso a caso, atendendo às circunstânciasem que são recomendáveis e à especificidade de cada trabalho.Contudo, existem procedimentos básicos e obrigatórios que podemser utilizados em qualquer auditoria governamental, utilizando-sequalquer meio, manual ou eletrônico. São eles:

4402.2.1 – Avaliação do sistema de controles internos (SCI):determina a avaliação e a segurança do sistema, através da coleta,compilação, tabulação, julgamento e análise crítica de dados einformações objeto de atenção do profissional de auditoriagovernamental. O exame e a avaliação do SCI devem serrealizados de acordo com o tipo de auditoria governamental.

4402.2.1.1 – Nas auditorias contábeis, que abarcam examesde natureza orçamentária, financeira, econômica epatrimonial, os exames e as avaliações devem recairprincipalmente sobre os controles existentes para proteger opatrimônio e os recursos públicos, para garantir a exatidão ea integridade dos registros orçamentários, financeiros eeconômicos.

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4402.2.1.2 – Nas auditorias operacionais devem recair sobreos controles que ajudam o ente auditado a desempenhar suasatividades de modo econômico, eficiente, eficaz, efetivo eequânime, assegurando a observância à orientação políticada Administração Pública e fornecendo informaçõesoportunas e confiáveis sobre desempenho e resultados.

4402.2.1.3 – Na observância do cumprimento legal, nasauditorias contábil e operacional, o estudo e a avaliaçãodevem recair principalmente sobre os controles que auxiliama Administração Pública a cumprir as leis, as normas e osregulamentos.

4402.2.2 – Exame e comparação de livros e registros: estabelecemo confronto, o cotejamento, a comparação de registros edocumentos, para a comprovação da validade e autenticidadedo universo, população ou amostra examinada.

4402.2.3 – Conciliação: põe de acordo ou combina diferenteselementos, através de um conjunto de procedimentos técnicosutilizados para comparar uma amostra do universo comdiferentes fontes de informações, a fim de se certificar daigualdade entre ambos e, quando for o caso, identificar as causasdas divergências constatadas, avaliando ainda o impacto dessasdivergências nas demonstrações e relatórios do ente público. Asfontes-base de confirmação podem ser de ordem interna eexterna.

4402.2.4 – Exame e comprovação documental: consistem emapurar, demonstrar, corroborar e concorrer para provar, acimade qualquer dúvida cabível, a validade e autenticidade de umasituação, documento ou atributo ou responsabilidade do universoauditado, através de provas obtidas em documentos integrantesdos processos administrativo, orçamentário, financeiro, contábil,operacional, patrimonial ou gerencial do ente público no cursonormal de sua atividade e dos quais o profissional de auditoriagovernamental se vale para evidenciar suas constatações,conclusões e recomendações.

4402.2.5 – Análise: é a decomposição de um todo em suas partesconstituintes, examinando cada parte de per si para conhecer suanatureza, proporção, funções e relações.

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4402.2.6 – Inspeção física: é o ato físico de verificação, atento eminucioso do objeto (ex. bens móveis e imóveis) sob exame,dentro ou fora das instalações do ente auditado, observando-ono seu aspecto estrutural, com o objetivo precípuo de constatara sua existência, características ou condições físicas.

4402.2.7 – Observação pessoal: é o processo de visitação eacompanhamento técnico, no qual o próprio profissional deauditoria governamental observa in loco, atenta e minuciosamente,sistemas ou processos operacionais da Administração Pública,ou ainda atividades dos gestores, administradores, servidores,empregados ou representantes de um ente público, no ambienteinterno ou externo ao mesmo, objetivando, precipuamente,verificar o seu funcionamento.

4402.2.8 – Confirmação ou circularização: é o procedimentopraticado visando obter de terceiros, ou de fonte internaindependente, informações sobre a legitimidade, regularidade eexatidão do universo ou de amostras representativas, através deum sistema válido e relevante de comprovação, devendo seraplicado sobre posições representativas de bens, direitos eobrigações do ente auditado.

4402.2.9 – Conferência ou consistência de cálculos: é oprocedimento técnico para verificar a concordância entre osresultados, coerência de cifras e dados no contexto de sua próprianatureza, através da verificação da exatidão das somas, deduções,produtos, divisões, seqüências numéricas, adequada aplicação detaxas, dentre outras, mesmo quando são processadoseletronicamente, refazendo-se, sempre à base de teste, os cálculosefetuados pelos entes auditados.

4402.2.10 – Entrevista: é a ação de consultar pessoas dentro efora da Administração Pública, utilizando ou não questõesestruturadas, direcionadas à pesquisa, confronto ou obtenção deconhecimentos sobre a atividade do ente, seu pessoal, suas áreas,processos, produtos, transações, ciclos operacionais, controles,sistemas, atividades, a legislação aplicável, ou sobre pessoas, áreas,atividades, transações, operações, processos, sistemas e açõesrelacionados direta ou indiretamente à Administração Pública,inclusive por contratação, objetivando obter, de forma pessoal

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e direta, informações que possam ser importantes para oprofissional de auditoria governamental no processo de exame,compreensão e formação de opinião sobre o objeto da auditoria.

4403 – A aplicação dos procedimentos de auditoria governamental deveser realizada em razão da complexidade e volume das operações, pormeio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao profissionalde auditoria governamental, com base na análise de riscos e outroselementos de que dispuser, determinar a amplitude dos examesnecessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidospara o todo.

4404 – Se os resultados dos trabalhos realizados na fase de planejamentoindicarem a existência de controles essenciais, durante a fase da execuçãodeve ser verificado se tais controles cumprem seu objetivo, se operamde forma satisfatória e em conformidade com as normas estabelecidas.Nessa fase, a equipe deve buscar, também, evidências suficientes paradeterminar e se certificar sobre a existência e adequação de outroscontroles e seus efeitos sobre as atividades da Administração Pública.

4405 – Para atingir os objetivos da auditoria governamental, osprofissionais de auditoria, na fase de execução, devem utilizar testes ouanálises seletivas para reunir as provas ou evidências necessárias àfundamentação dos trabalhos e para suportar os resultados apresentados,com vistas à emissão de opinião imparcial e isenta sobre os fatosconstatados. Aplicam-se esses testes a todos os elementos possíveis ou auma amostra representativa e adequada.

4406 – No processo de execução dos trabalhos de auditoriagovernamental, especialmente em situações onde os sistemas deinformações e os controles apresentam deficiências, a equipe de auditoriadeve ir além de exames meramente procedimentais e testes de saldos,realizando testes substantivos para auxiliar e determinar a extensão emque a adequação das transações e eventos tenha sido afetada. Nesse sentido,os testes estão assim classificados:

4406.1 – Teste procedimental ou de observância: aquele que se destinaa verificar e comprovar a regularidade na aplicação das normas ecertificar a confiabilidade e adequação dos procedimentos do sistemade controles internos.

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4406.2 – Teste de saldos: o que tem como finalidade obter provassuficientes e convincentes sobre as transações e saldos, se são reais, sepertencem ao ente público, se suas avaliações e aferições são corretas.

4406.3 – Teste substantivo ou detalhado: o exame praticado peloprofissional de auditoria governamental com a preocupação de obtercompetente e razoável evidência comprobatória da validade epropriedade material do tratamento de eventos e transações peloente público. A ênfase é na obtenção de evidências detalhadas.

4407 – A execução dos trabalhos de auditoria governamental deve incluir:

4407.1 – A preparação de um plano de auditoria detalhado, inclusivecom a implementação e/ou revisão dos arquivos da auditoria.

4407.2 – A elaboração de programas de auditoria.

4407.3 – A avaliação de controles, eventos e transações, o exame deregistro e documentos, a realização de provas e a documentação dasinformações em papéis de trabalho, em meio eletrônico ou físico.

4407.4 – O desenvolvimento das constatações ou achados deauditoria encontrados durante os exames, mediante análise decritérios, causas e efeitos.

4407.5 – A obtenção da opinião do ente auditado.

4407.6 – O desenvolvimento de conclusões e recomendações.

4408 – Os exames realizados pelos profissionais de auditoriagovernamental devem ser documentados em papéis de trabalho,conforme conceito estabelecido na NAG 1117, preparados peloprofissional de auditoria governamental ou sob sua supervisão direta, edevidamente revisados pelo responsável pelo trabalho.

4408.1 – Esses papéis de trabalho, também denominados dedocumentação da auditoria, devem obedecer às técnicas de auditoriagovernamental e registrar as informações obtidas e os exames, asanálises e as avaliações efetuados, evidenciando as bases dasconstatações do profissional de auditoria governamental, suasconclusões, opiniões e recomendações. Os papéis de trabalho são abase de sustentação do relatório de auditoria.

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4408.2 – Os objetivos dos papéis de trabalho são:

4408.2.1 – Registrar os procedimentos de trabalho realizadospelo profissional de auditoria governamental e seus resultados,demonstrando se foram executados conforme o planejado.

4408.2.2 – Dar suporte necessário à opinião do profissional deauditoria governamental e respaldar o relatório de auditoria.

4408.2.3 – Indicar o grau de confiança depositado no sistemade controles internos (SCI).

4408.2.4 – Assegurar a qualidade dos exames.

4408.2.5 – Facilitar a revisão e supervisão dos trabalhosexecutados, registrando que os trabalhos dos profissionais deauditoria governamental menos experientes foram corretamentesupervisionados pelo responsável pela execução dos trabalhos.

4408.2.6 – Servir de fonte de informações para outrosprofissionais de controle externo que não participaram dostrabalhos, servindo de guia para as auditorias governamentaisexternas subseqüentes.

4408.2.7 – Servir como base para a avaliação de desempenhodos profissionais de auditoria governamental.

4408.2.8 – Servir de provas por ocasião de processosadministrativos e legais que envolvam os profissionais de auditoriagovernamental.

4408.3 – Os papéis de trabalhos devem registrar apenas asinformações úteis, relevantes, materiais, fidedignas e suficientes.

4408.4 – Os papéis de trabalho de cada auditoria governamentalrealizada devem ser elaborados, organizados e arquivados de formasistemática, lógica e racional, seja em meio físico ou eletrônico.

4408.4.1 – Com o intensivo uso da tecnologia da informação(TI) pelas EFs e pela própria Administração Pública, os papéisfísicos devem ser, na medida do possível, substituídos por planilhaseletrônicas, editores de textos, bancos de dados, ferramentas

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eletrônicas e aplicativos multimídia (sons e imagens).Preferencialmente as EFs devem possuir um sistema integradode gerenciamento de auditorias, no qual devem ser registradostodos os trabalhos executados, formando uma grande base dedados e informações.

4408.5 – Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva da EF,responsável por sua guarda e sigilo. Eles devem ser arquivados peloprazo de cinco anos, contado a partir da data de julgamento ouapreciação das auditorias governamentais relacionadas. Após esseperíodo, podem ser transferidos para o arquivo morto ou descartados,conforme decisão do colegiado de cada EF, salvos os prazos fixadospela legislação pertinente ao ente auditado.

4408.6 – Os papéis de trabalho, quando elaborados manualmenteem meio físico, devem ser guardados em local seguro e de fácilacesso aos profissionais de auditoria governamental, ou, quandoelaborados em meios eletrônicos, em bancos de dados decomputadores servidores, todos com acesso através de senhasprivadas e de uso restrito para consulta e em cofres fortes desegurança.

4408.7 – Independentemente do meio de sua elaboração, os papéisde trabalho devem ser organizados e agrupados segundo suafinalidade. A forma mais prática é a de mantê-los em pastas ouarquivos magnéticos apropriados, conforme a natureza do conteúdoneles arquivado:

4408.7.1 – Conteúdo permanente: abrange importantesinformações de caráter contínuo, utilizados por um longoperíodo de tempo, superior a um exercício social, sendo obtidasno passado ou no presente, para uso atual ou futuro.Normalmente seu conteúdo é composto de elementos daestrutura organizacional, legislação e negócios do ente; planos emetas de longo prazo; contratos e ajustes importantes; atas, planosde contas, normas e rotinas. As informações constantes desseconteúdo devem ser constantemente revisadas e atualizadas paraservirem de subsídios para os próximos trabalhos auditoriais.

4408.7.2 – Conteúdo corrente: envolve papéis de trabalho deuso corrente, relativos à execução de cada auditoriagovernamental especificamente. No caso de auditorias contábeis,

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em geral, atinge apenas um exercício financeiro. Nos casos deauditorias operacionais, podem atingir mais de um exercício. Noseu conteúdo encontram-se: registros do planejamento e daexecução dos trabalhos; cópias de demonstrações, resumos,balancetes e fluxos de transações; programas de auditoria e papéisdetalhados para cada área auditada; papéis de análises, entrevistas,questionários, fluxogramas para avaliação do sistema de controlesinternos (SCI); cópia do relatório; carta de confirmação; cartasde advogados ou procuradores jurídicos, dentre outrosdocumentos comprobatórios das evidências.

4408.7.3 – Correspondências: toda a correspondência enviadaou recebida, inclusive a eletrônica, relacionada com os trabalhosque foram, estão sendo ou serão executados. No seu conteúdoencontram-se: ofícios de apresentação, ofícios do auditado, cartade responsabilidade, dentre outros.

4408.7.4 – Administrativos: todas as informações administrativas,inclusive as eletrônicas, relacionadas com os trabalhos que foram,estão sendo ou serão executados. No seu conteúdo encontram-se: pedidos e comprovações de diárias, pedidos de licenças e deférias, dentre outras.

4408.8 – Os papéis de trabalho devem ser padronizados pelas EFsde forma clara e objetiva. Todos os procedimentos aplicados devemser evidenciados, demonstrando a profundidade dos testes em relaçãoa cada área. Os resultados devem espelhar se o alcance dos examesforam satisfatórios.

4408.9 – Alguns atributos básicos devem ser observados naelaboração dos papéis de trabalho, independentemente do meio desua preparação. Para alcançar bons resultados, devem ser de carátergeral, nunca particular. São eles:

4408.9.1 – Devem ser limpos, objetivos, concisos, claros,completos, exatos e conclusivos.

4408.9.1.1 – Limpos: as evidências devem ser registradassem rasuras ou emendas que possam prejudicar o seu corretoentendimento e a credibilidade.

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4408.9.1.2 – Objetivos: as evidências devem ser registradasem correspondência direta ao objeto dos trabalhos, semdistorções, com imparcialidade e isenção, focando os fatoscomo constatados. Não devem registrar dúvidas,obscuridades ou incertezas que possam causar váriasinterpretações. Devem ainda ser de fácil entendimento,permitindo que qualquer pessoa prudente seja conduzida àsmesmas conclusões a que chegou o profissional de auditoriagovernamental.

4408.9.1.3 – Concisos: as informações devem ser registradasde forma precisa e de fácil entendimento, sem a necessidadede explicações adicionais e sem detalhes desnecessários, deforma breve, resumida, escrita em poucas palavras.

4408.9.1.4 – Claros: as evidências devem ser registradas deforma lógica, cronológica, bem ordenada e que possibilitemum claro entendimento.

4408.9.1.5 – Completos: devem incluir todos os dados einformações suficientes, relevantes, materiais, fidedignos, úteisou necessários. As evidências devem ser descritas de formaacabada, terminativa, sem faltar nenhum conteúdo ousignificado.

4408.9.1.6 – Exatos: as evidências devem possuir informaçõesprecisas e detalhes importantes e cálculos matemáticoscorretos, sem erros ou omissões.

4408.9.1.7 – Conclusivos: as informações registradas devempermitir a formação de opinião sobres os trabalhosrealizados.

4408.9.2 – Devem incluir as conclusões obtidas nos exame de cadaárea auditada, guardando conformidade com os princípios básicosque norteiam cada uma delas.

4408.9.3 – Devem evidenciar os procedimentos de auditoriagovernamental adotados, na sua extensão e profundidade.

4408.9.4 – Não devem incluir dados e informações desnecessáriosà emissão da opinião ou de comentários do profissional de auditoriagovernamental.

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4408.9.5 – Devem conter todos os dados e elementos que amparemas informações apresentadas nos relatórios de auditoriagovernamental.

4408.9.6 – Devem incluir obrigatoriamente dados para fácilidentificação de: logomarca da EF; data em que foram elaborados;período examinado; os responsáveis pela sua elaboração;responsáveis pela revisão, supervisão ou gerenciamento; nome doente auditado; tipo de exame realizado; título e código ou referênciaque esclareçam a natureza do exame.

4408.9.7 – Quando preparados em meio físico, devem ser utilizadosapenas os anversos das folhas de papel para anotações e registrosdas evidências, a fim de permitir uma melhor visualização dasinformações, principalmente após o seu arquivamento.

4408.9.8 – Deve-se levar em conta que as sugestões para o próximotrabalho são mais importantes que os comentários sobre asocorrências do trabalho anterior.

4408.9.9 – Devem ser suficientemente completos e detalhados parapermitir a um profissional de auditoria governamental experiente,sem prévio envolvimento nos exames, verificar, posteriormente,por meio deles, o trabalho realizado para fundamentar as conclusões.

4408.9.9.1 – Devem ser preparados de tal forma que um outroprofissional de auditoria governamental, que não teve contatoanterior com o trabalho desenvolvido, possa utilizá-los no futurosem dúvidas quanto às conclusões alcançadas e como foramexecutados os exames.

4408.9.10 – Devem estar prontos e em condições de seremarquivados na data do encerramento dos trabalhos de auditoriagovernamental.

4408.10 – O profissional de auditoria governamental deve ter emmente que o conteúdo e a organização dos papéis de trabalhorefletem seu grau de preparação, experiência e conhecimento.

4408.11 – Sendo os papéis de trabalho os principais meios de prova,onde são registradas todas as evidências obtidas pelos profissionaisde auditoria governamental, e por existirem diversas transações e

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entes a serem examinados, encontra-se uma extensa gama de modeloe tipos. Para efeito destas normas, eles podem, independentementedo meio de sua elaboração, se manual ou eletrônico, ser tipificadoscomo:

4408.11.1 – Elaborados pelo profissional de auditoriagovernamental: papéis de trabalho que registram as evidênciasobtidas e que são preparados pelo próprio auditor, à medidaque analisa os diversos eventos e transações do ente, programaou sistema auditado, com o objetivo de ter um registro doserviço por ele executado.

4408.11.2 – Elaborados por terceiros: papéis de trabalho queregistram as evidências obtidas e que são preparados pelo enteauditado e/ou por terceiros, os quais podem ser subdivididosem:

4408.11.2.1 – Elaborados por solicitação direta doprofissional de auditoria governamental: são os papéis detrabalho preparados pelo ente auditado a pedido doprofissional de auditoria governamental e de uso específicopara atender a um determinado procedimento de auditoriagovernamental (ex: cartas de confirmação de terceiros oucircularização, resumo de movimentação de benspermanentes e de dívidas de longo prazo).

4408.11.2.2 – Elaborados no exercício das atividades do enteauditado: todos os demais papéis de trabalho solicitados peloauditor governamental ao ente auditado, que também sãoutilizados para registrar ou evidenciar o trabalho executado,suportar as conclusões e fundamentar a opinião.

4408.12 – Para maior eficiência nos trabalhos de auditoriagovernamental e para que possam servir para orientar trabalhosfuturos, a EF deve padronizar os papéis de trabalho e a forma deevidenciar os exames. Os papéis de trabalho devem ser codificadosde maneira a possibilitar que as informações neles contidas sejamfacilmente localizadas e entendidas.

4408.12.1 – A codificação dos papéis de trabalho deverá serfeita por área de exame de forma alfanumérica.

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4408.12.2 – As informações deverão obedecer a uma seqüêncialógica e racional, da constatação mais sintética para a mais analítica,de modo a resumir os trabalhos realizados em um conjunto depapéis, que devem representar todo o serviço executado.

4408.12.3 – A indicação dos exames realizados pelo profissionalde auditoria governamental deverá ser procedida com a utilizaçãode sinais ou símbolos peculiares que declarem, após umadescrição adequada, qual o trabalho efetuado.

4409 – Para fundamentar as opiniões e as conclusões do profissional deauditoria governamental relativas ao ente auditado, devem ser obtidasevidências relevantes, confiáveis e suficientes. Para fins destas normas,entende-se por evidência de auditoria governamental o conceitoestabelecido na NAG 1114.

4409.1 – A evidência é relevante quando pertence ao objetivo dostrabalhos realizados e tem uma relação lógica com as constatações econclusões do profissional de auditoria governamental.

4409.2 – A evidência é confiável se for válida, objetiva, imparcial,isenta e suficientemente comprobatória do fato.

4409.2.1 – O processo de formulação de opinião do profissionalde auditoria governamental dependerá, em diferentes graus, daconfiança e da qualidade das evidências que obtiver. As fornecidaspor terceiros e as obtidas de fontes externas ao ente auditadopodem ser mais confiáveis do que aquelas fornecidas porinstâncias internas. Também a evidência física é mais confiáveldo que as informações obtidas mediante entrevistas ouquestionários.

4409.3 – A evidência deve ser sempre suficiente para corroborar asconclusões do profissional de auditoria governamental.

4409.3.1 – A quantidade de evidência comprobatória dependerádo julgamento e da experiência do profissional de auditoriagovernamental.

4409.3.2 – Quando o profissional de auditoria governamentalconcluir que não poderá juntar evidência suficiente, deverá

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mencionar o fato em seu relatório como limitação ao escopodo trabalho.

4409.4 – As evidências devem ser adequadamente registradas nospapéis de trabalho da auditoria governamental realizada, sendorepresentadas pelas informações que o profissional de auditoriagovernamental utiliza para atingir seus objetivos de controle, incluindoa fundamentação e o alcance do planejamento do trabalho executadoe das constatações da auditoria.

4409.5 – A natureza da evidência comprobatória é diversificada,podendo variar desde a prova física e documental, passando pormeios multimídia e eletrônicos, até as análises e declarações.

4409.6 – As constatações, conclusões e recomendações da auditoriagovernamental devem basear-se sempre em evidências. Uma vezque os profissionais de auditoria governamental raramente têm aoportunidade de analisar todas as informações acerca do enteauditado, é essencial que as técnicas de compilação de dados e deamostragem sejam cuidadosamente selecionadas. Quando dadosobtidos por meio de sistemas computadorizados constituírem parteimportante dos trabalhos e sua confiabilidade for essencial para oalcance dos objetivos pretendidos, os profissionais de auditoriagovernamental precisam certificar-se de sua fidedignidade epertinência.

4409.7 – Os profissionais de auditoria governamental devem ter umbom conhecimento das técnicas e procedimentos de inspeção,observação, investigação e confirmação, para obter evidências. AsEFs devem verificar se as técnicas usadas são suficientes para detectaradequadamente todos os erros e irregularidades quantitativa equalitativamente relevantes.

4409.8 – A escolha dos métodos e procedimentos deve levar emconta a qualidade das evidências a serem obtidas.

4500 – Gerenciamento, Supervisão e Revisão

Para efeito destas normas, entende-se por gerenciamento, supervisão erevisão dos trabalhos o envolvimento dos profissionais de auditoriagovernamental mais experientes, conforme descrito na NAG 4317.7, no

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direcionamento dos trabalhos, no fornecimento das instruções adequadase na motivação dos profissionais menos experientes, de forma que oprocesso de avaliação seja contínuo, que os problemas sejam detectadose analisados com antecedência e a comunicação seja imediata.

O elemento final do gerenciamento ou supervisão é o trabalho de auditoriagovernamental revisado em todas as suas etapas, garantindo que nadafoi negligenciado durante os exames.

4501 – Os trabalhos de auditoria governamental devem serapropriadamente supervisionados em todas as suas fases,independentemente da competência individual dos auditores, para garantirque os objetivos sejam atingidos, a qualidade seja assegurada e as equipesse desenvolvam.

4502 – A supervisão deve ser orientada, tanto para o conteúdo comopara o método de auditoria governamental.

4503 – A supervisão deve ser um processo contínuo, realizado à medidaem que vai se cumprindo cada fase da auditoria, ou na medida em queos profissionais de auditoria governamental tenham qualquer dúvida oudificuldade.

4503.1 – A supervisão deve ser iniciada na fase de planejamento efinalizada após a conclusão dos exames e a emissão do relatório,devendo alcançar também o posterior acompanhamento dasrecomendações contidas no relatório.

4504 – Os trabalhos realizados pelo profissional de auditoriagovernamental devem ser revisados, sempre, por pessoal de competênciae experiência superior à sua. O profissional de auditoria governamentalhierarquicamente superior deve revisar toda a documentação obtida.

4504.1 – Os trabalhos inicialmente revistos pelo encarregado ou líderda equipe de auditoria devem ser posteriormente revistos pelosupervisor ou gerente, e pelo secretário, coordenador ou diretorresponsável pela auditoria governamental. Essas revisões devem serigualmente comprovadas nos papéis de trabalho. O secretário,coordenador ou diretor responsável deve garantir que existe umsistema de controle de qualidade que funcione de forma eficaz.

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4504.2 – A supervisão deve abranger os trabalhos de todos osprofissionais que integram a equipe de trabalho de auditoriagovernamental, inclusive os trabalhos de consultores e especialistascontratados pela EF.

4504.3 – A supervisão deve assegurar que o uso e aplicação dosdiferentes conhecimentos técnicos sejam de qualidade apropriada àcomplexidade de cada auditoria governamental.

4505 – Os trabalhos de auditoria governamental devem sersupervisionados e revisados em todas as suas etapas, de modo a garantiraos usuários das informações a certeza razoável de que o exame foirealizado de acordo com as normas e a legislação pertinente.

4506 – Os trabalhos de supervisão devem ser executados com a necessáriacompetência e zelo profissional.

4507 – Nos trabalhos de auditoria governamental, o profissionalresponsável pela supervisão deve:

4507.1 – Orientar a etapa do planejamento da auditoriagovernamental, assegurando que os membros da equipe possuemuma nítida e sólida compreensão do objetivo da auditoria.

4507.1.1 – Definir em conjunto com a equipe de auditoria osmétodos de trabalho, orientando a equipe na definição doprograma de auditoria e dos procedimentos a serem executados.

4507.1.2 – Verificar a organização dos trabalhos e o grau deatualização dos programas a serem aplicados, a adequação dosprazos definidos e os recursos necessários.

4507.2 – Garantir que a equipe de trabalho possua todos osprofissionais necessários, tanto quantitativa como qualitativamente, edisponha tempestivamente dos recursos materiais, tecnológicos oude qualquer outra natureza, necessários ao cumprimento doprograma de auditoria.

4507.3 – Avaliar o cumprimento do planejamento e do programade auditoria.

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4507.3.1 – Assegurar que a auditoria governamental seja realizadade acordo com as normas legais e as práticas da EF.

4507.3.2 – Verificar se os procedimentos foram executados deacordo com o programa de auditoria aprovado e na extensãonecessária.

4507.3.4 – Realizar o controle dos prazos programados e dosefetivamente utilizados em cada procedimento e dos recursos ecustos previstos e aplicados.

4507.4 – Avaliar se as tarefas distribuídas à equipe técnica sãocumpridas com o grau de competência exigido.

4507.4.1 – Avaliar as dificuldades encontradas pela equipe deauditoria governamental, os procedimentos não executados ourealizados em extensão insuficiente, os atrasos incorridos e aslimitações impostas.

4507.5 – Orientar a equipe de auditoria em questões relevantes quantoà aplicação da legislação e dos princípios fundamentais daAdministração Pública.

4507.6 – Avaliar se os trabalhos foram adequadamentedocumentados, os objetivos dos procedimentos técnicos de auditoriagovernamental alcançados e se as informações coletadas são íntegras,fidedignas e completas.

4507.6.1 – Analisar o cumprimento de objetivos programadose a conseqüência de eventuais desvios.

4507.6.2 – Avaliar a observância das técnicas, ferramentas eprocedimentos de auditoria governamental, do tamanho, daqualidade e do método dos testes de comprovação efetuados.

4507.6.3 – Avaliar se os papéis de trabalho contêm as informaçõesprobatórias para fundamentação das conclusões erecomendações da auditoria e se estão solidamente evidenciadas.

4507.7 – Avaliar se as conclusões obtidas são resultantes dos trabalhosexecutados e se permitem ao profissional de auditoria governamentalfundamentar sua opinião sobre o objeto da auditoria governamentalrealizada.

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4507.7.1 – Verificar a qualidade e o grau de imparcialidade eisenção dos relatórios elaborados, assim como a sua objetividade,clareza, concisão, oportunidade, relevância, materialidade eutilidade.

4507.7.2 – Verificar se o relatório de auditoria contém todas asconclusões, recomendações e pareceres pertinentes.

4507.7.3 – Confirmar se os objetivos da auditoria governamentalprogramados foram alcançados.

4508 – A revisão dos trabalhos deve contribuir para a uniformidade decritérios e de avaliações entre as diversas unidades da EF e deve garantirque:

4508.1 – Todas as deficiências do sistema de controles internos, erros,impropriedades legais e administrativas, atos de improbidade,operações ou resultados incomuns, gastos impróprios ou ilegais,operações não autorizadas, desvios, que possam ser indícios de fraude,desperdícios, prejuízos por aquisições e contratações antieconômicasou por ineficiência tenham sido convenientemente identificados,documentados e sanados a contento, ou levados ao conhecimentode um funcionário hierarquicamente superior da EF.

4508.2 – As alterações e melhorias necessárias à realização de auditoriasposteriores tenham sido identificadas, registradas e sejam levadasem conta nos futuros programas de auditoria e atividades deaperfeiçoamento de pessoal.

4509 – Nesta fase, o responsável pela supervisão da auditoriagovernamental em andamento deverá discutir a revisão dos trabalhoscom os profissionais de auditoria governamental integrantes da equipede trabalho, inclusive quanto à avaliação das suas performances comodetermina a NAG 2700.

4510 – Os trabalhos de supervisão devem ser cumpridos de maneiraformal e sistemática, devidamente evidenciados em papéis de trabalho eem formulários próprios e específicos. A respectiva documentaçãotambém deve ser mantida nos arquivos da auditoria pelo período detempo idêntico aos demais papéis de trabalho.

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4511 – O grau de supervisão irá depender da competência da equipedesignada para a realização do trabalho de auditoria governamental e dadificuldade prevista ou encontrada nos trabalhos de campo.

4512 – As etapas planejadas e não cumpridas do respectivo programade auditoria devem ser justificadas nos papéis de trabalho relativos àsupervisão dos exames.

4513 – Como regra geral, todos os trabalhos de auditoria governamental,independentemente de quem os executou, serão considerados como deresponsabilidade total do diretor, secretário, coordenador, supervisorou gerente de auditoria, conforme as estruturas específicas de cada EF.

4600 – Controle de Qualidade

A norma de controle de qualidade dos trabalhos de auditoriagovernamental define os objetivos e as metas a serem alcançados. Osprocedimentos de controle de qualidade são os passos a serem executadosde forma a cumprir as normas adotadas.

É de fundamental importância que as EFs possuam procedimentos queassegurem, às auditorias governamentais, os padrões de qualidade exigidospelos usuários internos e externos, bem como os padrões estabelecidospela legislação, no mais alto grau de aceitação e profissionalismo.

4601 – A EF deve estabelecer e manter um programa de garantia dequalidade para as atividades de auditoria governamental.

4601.1 – A EF deve instituir um programa de controle de qualidadevisando avaliar, periodicamente, se os serviços executados sãoefetuados de acordo com a legislação específica, as normas daINTOSAI e estas normas.

4601.2 – A finalidade do programa de garantia de qualidade éproporcionar relativa segurança de que o trabalho de auditoriagovernamental é realizado em conformidade com as presentes normase com a responsabilidade das EFs, elencadas nas suas competênciasconstitucionais e legais.

4602 – O programa de controle de qualidade deve ser estabelecido deacordo com a estrutura da equipe técnica da EF e a complexidade dosserviços que realizar. No caso de o profissional de auditoria governamental

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atuar isoladamente sem a colaboração de uma equipe multi einterdisciplinar, o controle da qualidade é inerente à qualificação individualdesse profissional de auditoria governamental.

4603 – Os requisitos que a EF deve adotar para o controle da qualidadedas auditorias governamentais são os que seguem:

4603.1 – O pessoal designado deve ter o conhecimento técnico e ashabilidades profissionais compatíveis com o requerido no trabalhorealizado.

4603.2 – O pessoal designado deve ter o nível de independência edemais atributos definidos na NAG 3000 para ter uma condutaprofissional inquestionável.

4603.3 – O trabalho de auditoria governamental deverá ser realizadopor pessoal que tenha um nível de treinamento e de experiênciaprofissional compatível com o grau de complexidade das atividadesdo objeto da auditoria.

4603.4 – O profissional de auditoria governamental responsável pelasupervisão da auditoria deverá orientar o planejamento e a execução,e revisar o trabalho em todas as suas etapas, analisando todos ospapéis de trabalho e orientando a elaboração do relatório, de modoa garantir aos usuários internos e externos a certeza razoável de queo trabalho foi realizado de acordo com as normas de controle dequalidade requeridas nas circunstâncias.

4604 – O controle de qualidade deve incluir a avaliação permanente dacapacidade que a EF possui para auditar todos os entes públicosjurisdicionados, quanto aos seguintes aspectos:

4604.1 – Capacidade de atendimento à demanda de serviços deauditoria governamental, em face da estrutura existente na EF,determinada pela soma das horas disponíveis, segundo aprogramação para cada equipe técnica.

4604.2 – Grau de independência existente em relação aosjurisdicionados, que deve abranger toda a equipe técnica que trabalharpara cada ente auditado.

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4604.2.1 – O rodízio dos profissionais de auditoria governamentalresponsáveis pela execução dos serviços é obrigatório e constituium dos requisitos de garantia de qualidade.

4604.3 – Evidências de que a administração do ente público nãoadotou medidas administrativas que possam comprometer o trabalhodo profissional de auditoria governamental e da própria EF.

4605 – Todos os anos a EF deve aprovar, com base numa proposta degrupo de trabalho próprio, um programa de garantia de qualidade a seraplicado às auditorias concluídas, isto é, trabalhos cujos relatórios tenhamsido julgados ou apreciados pela EF, a fim de garantir o aprimoramentodas novas auditorias em conformidade com a legislação, as políticas e asnormas da EF.

4605.1 – Nesse programa devem constar as seguintes fases de controlede qualidade:

4605.1.1 – Supervisão: os trabalhos dos profissionais de auditoriagovernamental devem ser supervisionados de forma contínua,para assegurar sua conformidade com as NAGs e os seusrespectivos métodos e programas de auditoria.

4605.1.2 – Revisões internas: os trabalhos de auditoriagovernamental devem ser revisados anualmente, por comissõescompostas de membros escolhidos dentre o pessoal maisexperiente da EF, nas qualificações de gerente de auditoria, paraavaliar a qualidade global das atividades de auditoriagovernamental.

4605.1.3 – Revisões externas: efetuadas periodicamente, pelomenos uma vez a cada três anos, por profissionais experientes,nas qualificações de coordenador, secretário ou diretor deauditoria governamental, alheios aos quadros da EF, cujostrabalhos estão sendo revisados. Os revisores devem fazerrelatórios formais, emitindo parecer sobre a observância dasNAGs e, se necessário, apresentar recomendações para melhorias.

4606 – Convém que as EFs instituam um sistema próprio de auditoriainterna, dotado de amplos poderes, para ajudá-las a administrareficazmente suas atividades e a manter a qualidade do seu trabalho.

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4700 – Comunicação de Resultados e Relatório

O profissional de auditoria governamental, quando concluir seus trabalhos,deve comunicar formalmente aos usuários o resultado alcançado, poisatravés do conteúdo dessa comunicação é que ele induzirá a tomada dedecisões, quanto às medidas preventivas e/ou corretivas que podemsolucionar os problemas detectados.

A comunicação e divulgação dos resultados dos trabalhos do auditorsão feitas através de um relatório de auditoria governamental ou,simplesmente, relatório de auditoria. Ele é o elemento final após aexecução dos trabalhos de campo e apresenta uma série de ritos formais,que vão desde o tratamento dado ao destinatário até a forma final daedição do texto.

Durante a execução de seus trabalhos, o profissional de auditoriagovernamental pode, também, comunicar-se oralmente com o auditado,para tentar solucionar pendências não significativas para a formação desua opinião, quanto às operações e transações examinadas.

A comunicação formal dos resultados dos trabalhos de auditoriagovernamental é um veículo de fixação de responsabilidade doprofissional de auditoria governamental pelo que ele examinou, constatoue informou à EF e aos demais interessados no seu trabalho. É através dacomunicação dos resultados que o profissional de auditoria governamentaldeve evidenciar o trabalho. Por isso, o relatório de auditoria deve ser umelemento integrante do processo de avaliação de desempenho doprofissional de auditoria governamental, tornando-o passível deenquadramentos ético-profissionais.

4701 – Para efeito destas normas, entende-se por relatório de auditoriagovernamental o documento técnico obrigatório de que se serve oprofissional de auditoria governamental para relatar suas constatações,análises, opiniões, conclusões e recomendações sobre o objeto daauditoria, e que deve obedecer a normas específicas quanto à forma deapresentação e objetivos.

4702 – O relatório de auditoria tem duas funções básicas: comunicar asconstatações do auditor governamental e auxiliar nas tomadas de decisões.

4702.1 – Concluídos os trabalhos de campo, o auditor deve redigirum relatório de auditoria, expondo apropriadamente suas

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constatações, análises, opiniões, conclusões e recomendações. Orelatório de auditoria tem por finalidade comunicar os trabalhosrealizados, indicando o escopo da auditoria governamental,apresentando os fatos materiais, significativos, relevantes e úteis quedevem ser divulgados, e expressando as conclusões do profissionalde auditoria governamental e sua opinião.

4702.2 – Cabe à EF decidir, em última instância, sobre o resultadodo trabalho de auditoria governamental, inclusive quanto àsprovidências a serem tomadas com relação a práticas fraudulentasou irregularidades graves constatadas pelos auditores.

4703 – O profissional de auditoria governamental deve tomar precauçõespara evitar, na redação do relatório de auditoria, enfoques inconvenientes,referências a pontos imateriais, irrelevantes e de pouca ou nenhumautilidade, formato pouco atraente, alegações que não possam resistir auma simples contestação e conclusões não assentadas em fatosdevidamente suportados nos seus papéis de trabalho.

4703.1 – A redação do relatório de auditoria, cuidadosa e de modoque reflita criteriosamente o julgamento do profissional de auditoriagovernamental, deve ser:

4703.1.1 – Clara: a informação deve ser revelada de forma lógica,bem ordenada e que possibilite a qualquer pessoa entendê-la,ainda que não versada na matéria.

4703.1.2 – Precisa: a informação deve ser isenta de incertezas ouambigüidades, não deve expor dúvidas ou obscuridades quepossam causar várias interpretações, devendo ser exata, corretae pormenorizada. Redação de frases definidas ou referênciasespecíficas, devidamente substanciadas.

4703.1.3 – Oportuna: a informação deve ser divulgada em tempohábil para que a adoção de medidas ou seus efeitos possam sertempestivos e efetivos.

4703.1.4 – Imparcial: a informação deve ser fiel aos fatos,focando-os como verdadeiramente aconteceram, comneutralidade, conforme as provas evidenciadas e sem a emissãode juízo de valor.

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4703.1.5 – Objetiva: a informação deve ser direta, útil, semdistorções, de fácil entendimento e correspondente ao exameou avaliação realizada, permitindo que qualquer pessoa prudenteseja conduzida às mesmas conclusões a que chegou o profissionalde auditoria governamental.

4703.1.6 – Concisa: a informação deve revelar-se de forma breve,escrita sem detalhes desnecessários, mas de forma precisa e defácil entendimento por todos, sem necessidade de explicaçõesadicionais.

4703.1.7 – Completa: a informação, embora concisa, deve serdescrita de forma inteira, acabada, terminativa, sem omissõesou supressões, sem faltar nenhum conteúdo ou significado.

4703.1.8 – Conclusiva: a informação revelada deve permitir aformação de opinião sobre os trabalhos realizados.

4703.1.9 – Construtiva: a informação deve expressar formas deauxílio, quanto às medidas corretivas e as providências que sefizerem necessárias. Não se deve utilizar expressões duras,ofensivas, adjetivadas, comentários desnecessários, inoportunosou depreciativos.

4703.1.10 – Simples: a informação deve ser descrita de formanatural, em linguagem de fácil compreensão e interpretação, semtermos complexos, técnicos ou embaraçantes. Quando fornecessária a utilização de termos técnicos, esses devem serexplicados em notas de rodapé.

4703.1.11 – Impessoal: a informação deve ser relatada mediantelinguagem impessoal e razões pessoais não devem influir naapresentação de quaisquer fatos.

4704 – O relatório de auditoria deve ser elaborado à medida que ostrabalhos forem concluídos e deverá conter todas as informações julgadasnecessárias pelo profissional de auditoria governamental.

4705 – O relatório de auditoria deve possuir uma expressão inequívocada auditoria governamental realizada, evidenciando as constatações,análises, opiniões, conclusões e recomendações pertinentes, e o seuconteúdo variará segundo a natureza, tamanho e complexidade de cadaauditoria governamental executada.

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4706 – Para atender a suas finalidades, o relatório de auditoria devepossuir uma estrutura formal mínima obrigatória, contendo os seguintestópicos: título; nome da unidade, programa, projeto, atividade, operação,ação ou sistema auditado; objetivo dos trabalhos; escopo da auditoria;período auditado; resultados dos exames e avaliações; conclusões;recomendações; data de emissão; e assinatura dos seus responsáveis.

4706.1 – Os resultados dos exames devem ser segregados emconstatações ou achados de auditoria, que devem possuir oselementos estabelecidos na NAG 4110.3 – critérios, descrição dofato ou condição encontrada; causas; efeitos; opinião do auditado;conclusão; e recomendação – de modo a possibilitar o julgamentobaseado em informações precisas e critérios objetivos, assim comoo convencimento do gestor quanto à necessidade de adotar asmedidas corretivas para modificar a situação apontada no relatóriode auditoria governamental como deficiente ou irregular.

4706.2 – A data de emissão do relatório de auditoria devecorresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de campo daauditoria governamental. A data aposta no relatório informa ao leitorque o auditor levou em consideração o efeito de atos, fatos ouoperações das quais teve conhecimento até aquela data.

4707 – Os relatórios de auditoria governamental podem ser subdivididos:

4707.1 – Quanto à forma:

4707.1.1 – Relatório curto ou parecer: relato estruturado de formapadronizada, normalmente com apenas três parágrafos:responsabilidade do profissional de auditoria governamental eda administração; escopo da auditoria, procedimentos e técnicasaplicadas e condições de trabalho; e opinião do profissional deauditoria governamental.

4707.1.2 – Relatório longo ou detalhado: relato de trabalhosque necessitam que o profissional de auditoria governamentalpormenorize suas observações, incluindo nelas, além doselementos contidos no relatório curto, também análises eavaliações complementares. Deve conter, no mínimo:responsabilidade do profissional de auditoria governamental;escopo da auditoria, procedimentos, técnicas aplicadas e

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condições de trabalho; descrição das condições encontradas ouachados de auditoria; critérios; causas; efeitos; exemplos práticos;opiniões e comentários; conclusões; e recomendações.

4707.1.3 – Sumário Executivo: relato com o resumo dosprincipais tópicos, pontos mais relevantes, materiais ou críticosdo relatório detalhado, devendo conter informações sobre oobjetivo, o alcance e o resultado da auditoria governamental,com as principais recomendações. Tem a finalidade de informarsucintamente o leitor e motivar a continuidade da leitura dasseções do relatório detalhado. A redação deve ser do tipomanchete, porém sem perder de vista a objetividade e clareza. Aampla divulgação desses sumários contribui para a prática doprincípio da transparência da Administração Pública.

4707.2 – Quanto ao escopo:

4707.2.1 – Relatório de exame da formalidade processual: parecerou relatório preparado pelo profissional de auditoriagovernamental, com base no exame das peças que integram oprocesso sob exame, não envolve análise de mérito.

4707.2.2 – Relatório de avaliação do sistema de controles internos:relato preparado pelo profissional de auditoria governamental,com base nas suas análises para avaliação do sistema de controleinterno (SCI), onde são descritos os problemas de controle eapresentadas recomendações para saná-los e para a melhoria doSCI.

4707.2.3 – Relatório de auditoria contábil: resultado de umaauditoria governamental de natureza contábil, que contém asconstatações, análises, opiniões, conclusões e recomendações doauditor acerca do exame dos registros financeiros e dasdemonstrações contábeis.

4707.2.4 – Relatório de auditoria operacional: resultado de umaauditoria operacional, onde o auditor governamental apresentaa sua avaliação acerca da economia, eficiência e eficácia dos órgãose entidades auditados, bem como da efetividade e da eqüidadedas ações governamentais auditadas.

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4707.3 – Quanto à abrangência:

4707.3.1 – Relatório progressivo ou parcial: relato normalmenteutilizado quando as soluções para as ocorrências identificadasnão podem esperar e precisam ser saneadas de imediato, sobpena de perder a eficácia e a efetividade da auditoriagovernamental.

4707.3.1.1 – Nos trabalhos que demandem muito tempodevem ser emitidos relatórios progressivos ou parciais àmedida que é concluída cada etapa intermediária, fornecendouma visão ampla e oportuna sobre o andamento dostrabalhos. Contudo, a redação do relatório final deve serconsiderada, para efeito de conteúdo, tempestividade einformação.

4707.3.1.2 – O profissional de auditoria governamental deveemitir relatórios intermediários sempre que julgar necessáriotransmitir informação que requeira tratamento e atençãotempestiva e urgente da Administração Pública ou da EF. Orelatório intermediário não elimina o relatório final.

4707.3.2 – Relatório de revisão limitada: relato que descreveanaliticamente os trabalhos elaborados pelo profissional deauditoria governamental, sem aplicação de todas as normas eprocedimentos de auditoria governamental. Nesse tipo derelatório o profissional de auditoria governamental não expressauma opinião sobre os trabalhos efetuados, apenas os descrevem,e declara se foi observado ou não algum desvio significativo naaplicação de normas e princípios fundamentais, quando daelaboração das peças e transações examinadas.

4707.3.3 – Relatório de auditoria especial: relato de trabalhosexecutados pelos profissionais de auditoria governamentalrelativos a denúncias, apuração de fraudes e desvios, reavaliaçõesde ativos, levantamentos e avaliações patrimoniais para efeito dedesestatização, fusão, incorporação, cisão ou extinção deempresas estatais, dentre outros.

4707.3.4 – Relatório final: compreende o resultado de umaauditoria governamental, qualquer que seja seu escopo.

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4707.4 – Quanto à natureza da opinião do auditor:

4707.4.1 – Relatório sem ressalvas, limpo ou pleno: relatoindicando que o profissional de auditoria governamental estáconvencido de que os eventos, as transações e demais atos degestão pública examinados foram realizados consoante legislaçãoe as normas específicas, que os registros e demonstraçõescontábeis representam adequadamente a posição orçamentária,contábil, financeira e patrimonial do ente auditado, em todos osaspectos relevantes, e que o desempenho da gestão e os resultadosproduzidos pelas ações governamentais estão compatíveis comas metas e indicadores planejados. Implica ainda que, tendo havidoalterações nas práticas contábeis, administrativas ou operacionais,em relação a exercícios anteriores, ou alterações em relação aoutros procedimentos, estas tiveram seus efeitos adequadamenterevelados e avaliados nas evidências apresentadas.

4707.4.2 – Relatório com ressalvas: relato emitido quando oprofissional de auditoria governamental conclui que o efeito dequalquer discordância ou dúvida quanto a um ou mais elementosespecíficos que sejam relevantes, assim como a restrição naextensão ou limitação ao escopo de um trabalho, não é de talmagnitude que requeira parecer adverso ou abstenção de opinião.O conjunto das informações sobre o assunto objeto da ressalvadeve permitir aos usuários claro entendimento de sua natureza ede seus efeitos em relação aos eventos, as transações e demaisatos examinados, aos registros e demonstrações contábeis, àposição orçamentária, contábil, financeira e patrimonial do enteauditado, e ao desempenho da gestão e resultados produzidospelas ações governamentais.

4707.4.2.1 – O relatório com ressalvas deve obedecer aomodelo sem ressalva, com a utilização das expressões: "excetopor"; "exceto quanto" ou "com exceção de", referindo-seaos efeitos do assunto objeto da ressalva, apresentadosdurante os trabalhos, não sendo aceitável nenhuma outraexpressão na redação desse tipo de parecer. No caso delimitação na extensão do trabalho, o parágrafo referente àextensão também deverá refletir tal circunstância.

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4707.4.2.2 – O profissional de auditoria governamental deverelatar de maneira clara todas as razões que fundamentarama sua opinião, devendo revelar em parágrafo (s) intermediário(s), imediatamente anterior (es) ao parágrafo de opinião, todasas razões para a sua emissão, buscando sempre quantificar oefeito financeiro desses pontos, embora nem sempre istoseja viável ou pertinente.

4707.4.3 – Relatório adverso: relato emitido quando o profissionalde auditoria governamental conclui que os eventos, as transaçõese demais atos de gestão pública examinados não estão emconformidade com a legislação e as normas específicas no quefor pertinente, que registros ou demonstrações contábeis nãorepresentam adequadamente a posição orçamentária, contábil,financeira e patrimonial do ente auditado, ou que o desempenhoda gestão ou os resultados produzidos pelas açõesgovernamentais não estão compatíveis com as metas e indicadoresplanejados, ou, ainda, quando julgar que as informações colhidasestão incorretas ou incompletas, em tal magnitude queimpossibilitem a emissão do parecer com ressalva.

4707.4.3.1 – Quando o profissional de auditoriagovernamental emitir um relatório adverso, deve revelar emparágrafo intermediário, ou em vários, se necessário,imediatamente anteriores ao parágrafo de opinião, todas asrazões fundamentais para a sua emissão e os efeitos principaisdessas razões no erário público, se tais efeitos puderem serrazoavelmente determinados. Se os efeitos não puderem serdeterminados, deve-se revelar o fato.

4707.4.4 – Relatório com abstenção ou negativa de opinião: relatoem que o profissional de auditoria governamental deixa de emitiruma opinião sobre os eventos, as transações e demais atos degestão pública examinados, os registros e demonstraçõescontábeis, o desempenho da gestão ou os resultados produzidospelas ações governamentais, por não ter obtido comprovaçãosuficiente para fundamentá-la, havendo incertezas ou restriçõesao escopo da auditoria tão fundamentais que tornem inadequadaa emissão de um parecer com ressalvas.

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4707.4.4.1 – A abstenção de opinião não elimina aresponsabilidade de o profissional de auditoriagovernamental mencionar, no relatório, qualquer desvio oureserva relevante que possa influenciar a decisão do usuáriodas peças examinadas.

4707.4.4.2 – Quando o profissional de auditoriagovernamental se abstiver de dar sua opinião, ele devemencionar, em parágrafo (s) intermediário (s) específico (s),todas as razões importantes para assim proceder e revelarquaisquer outras reservas que ele tenha a respeito dosprincípios, métodos e normas adotados.

4707.4.5 – Relatório com parágrafo de ênfase ou incertezas: relatono qual o profissional de auditoria governamental inclui umparágrafo especial após o parágrafo da opinião, contendo:

4707.4.5.1 – Ênfase: chamada de atenção que o profissionalde auditoria governamental deseja dar em seu relatório, aum item suficientemente importante, com o fim único dedivulgá-lo.

4707.4.5.2 – Incertezas: são ocorrências que podeminfluenciar a gestão da coisa pública ou revelações nelascontidas, mas que não se prestam a estimativas razoáveis.Podem estar relacionadas a fatos específicos, cujos possíveisefeitos podem ser isolados, ou fatos complexos, comimpactos no erário público.

4708 – A discordância com a administração do ente auditado a respeitodo conteúdo e forma de apresentação das transações examinadas deveconduzir à opinião com ressalva ou à opinião adversa, com osesclarecimentos que permitam a sua correta interpretação.

4709 – Outros relatórios de auditoria governamental, não mencionadosnesta NAG, devem apresentar um conteúdo específico para cada tipode trabalho realizado. Além de atender ao quanto disposto nestas normas,tais relatórios devem apresentar claramente as questões de auditoria queo auditor se propõe a responder e a metodologia de trabalho adotadapara respondê-las.

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4710 – O relatório formal, devidamente assinado pelos responsáveispela execução e revisão dos trabalhos, deve ser encaminhado aos níveisadequados da estrutura organizacional da EF.

4711 – Os relatórios sumarizados são mais recomendados para os níveismais altos da hierarquia da EF e da Administração Pública. Devem seremitidos também para distribuição à sociedade. Esses relatórios podemser emitidos simultaneamente ou não ao relatório detalhado.

4712 – Na auditoria governamental de natureza operacional, o relatóriodeve estar especialmente voltado para o aprimoramento da gestãogovernamental, contribuindo para que sejam atingidos os objetivos deeconomicidade, eficiência, eficácia, efetividade, eqüidade e de preservaçãodo meio ambiente.

4713 – Durante a elaboração do relatório, desde quando possível econveniente, a equipe técnica deve promover uma reunião com aadministração do ente auditado, para apresentar e discutir os achados eas recomendações.

4713.1 – O administrador público deve ser informado formalmenteacerca do conteúdo do relatório pelos responsáveis dos trabalhosde auditoria governamental, que estabelecerão prazo paraapresentação de justificativas e esclarecimentos quanto às observaçõesrelativas aos exames efetuados.

4713.2 – O relatório deverá apresentar os comentários doadministrador, bem como as considerações dos profissionais deauditoria governamental quanto à suficiência das justificativasapresentadas.

4714 – O relatório deve ser submetido a uma discussão e revisão finalpelo profissional de auditoria governamental responsável pela supervisãodos trabalhos, em conjunto com a equipe técnica executora, objetivandocorrigir qualquer deficiência porventura existente.

4715 – A elaboração do relatório de auditoria governamental não deveconsumir tempo em demasia que comprometa a sua oportunidade. Deveser emitido de forma que as informações possam ser utilizadastempestivamente pela EF e pela Administração Pública, assim comopor outros interessados.

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4800 – Acompanhamento das Recomendações

Quando os trabalhos de auditoria governamental são concluídos ecomunicados através de um relatório que indique a sua finalização, a EFdeve informar, a quem de direito, em que consistiram os exames eavaliações realizados, as falhas e irregularidades observadas, a opinião eas recomendações dos auditores.

A avaliação de uma situação reportada pelo profissional de auditoriagovernamental, por si só, é ineficaz se não for devidamente acompanhadade uma ação corretiva. Por essa razão, é necessário que se faça umacompanhamento rigoroso das ações corretivas recomendadas nosrelatórios de auditoria e que podem ser descritas em um plano de açãoa ser implementado pelo auditado.

Para que os trabalhos de auditoria governamental obtenham resultadospráticos, é necessário que os entes envolvidos sejam acionados e sedisponham a estudar e eliminar as deficiências apontadas pelo profissionalde auditoria governamental. Cabe, portanto, ao ente auditado esclarecere justificar as falhas e irregularidades observadas e implementar asrecomendações da auditoria governamental, e à EF promover oacompanhamento do cumprimento de suas recomendações.

O acompanhamento das recomendações e providências decorrentes dorelatório de auditoria completa o ciclo dos trabalhos de uma auditoriagovernamental.

4801 – O profissional de auditoria governamental responsável pelostrabalhos ou um membro da equipe técnica, por ele designado, deveacompanhar o andamento das ações dos jurisdicionados, para se certificarde que foram tomadas todas as providências necessárias para aimplementação das recomendações indicadas no relatório de auditoria.

4801.1 – Os profissionais de auditoria governamental e as EFs devemacompanhar a implementação das recomendações pelo entejurisdicionado, de modo a garantir a eficácia e efetividade do seutrabalho.

4801.2 – O acompanhamento pode ser realizado mediante designaçãoespecífica ou no planejamento da auditoria governamentalsubseqüente, quando o auditor coleta as informações preliminares, e

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consiste na ação pró-ativa do profissional de auditoria governamental,objetivando contribuir para o aprimoramento das operaçõesrealizadas pela Administração Pública.

4801.2.1 – Se o acompanhamento decorrer de uma designaçãoespecífica, independente de um exame completo, deve serelaborado um relatório específico de acompanhamento, queinformará sobre a extensão e adequação das ações adotadaspelo ente auditado. Esse relatório deve ser elaborado a partir deinformações fornecidas pelo próprio ente ou por outrosorganismos oficiais, devendo ser abordados aspectos quanto àconfiabilidade dos dados utilizados. Em circunstâncias específicas,pode ser necessária a realização de procedimentos de auditoria,baseados em programas específicos, para o acompanhamentodas recomendações da auditoria anterior.

4801.3 – O impacto dos trabalhos realizados será medido nessafase, quando é verificado o grau de adoção das providências peloente auditado e os benefícios decorrentes das recomendações. Osimpactos também podem ser qualitativos ou quantitativos, com ousem expressão financeira, conforme disposto na NAG 4110.2.

4801.3.1 – Na medida do possível, deve ser indicada aquantificação financeira desses efeitos, medida pela redução dedespesa ou aumento de receita, de modo a prover sua periódicaconsolidação e divulgação pela EF.

4802 – Sempre que os entes auditados se recusarem a implementar asações recomendadas pela EF, ou deixar de adotar medidas que osprofissionais de auditoria governamental considerem essenciais aosinteresses públicos e ao erário, o assunto será reportado ao dirigentemáximo da EF, juntamente com as razões do auditado.

4803 – A EF deve se certificar de que foram adotadas as providências,no nível adequado, ou que a Administração Pública assumiu o risco denão implementar as recomendações feitas pelos profissionais de auditoriagovernamental através do seu relatório formal.

4803.1 – Quando o profissional de auditoria governamentalresponsável pela supervisão da auditoria governamental considerarque o nível de risco residual assumido pelo administrador do ente

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auditado pode causar prejuízos ao erário, a EF deve adotar asprovidências necessárias para fazer cumprir as suas recomendações.Caso a decisão final relativa aos níveis de risco residual não sejarespeitada pelo auditado, caberá à EF representar ao MinistérioPúblico e ao Poder Legislativo.

4804 – No acompanhamento das recomendações o profissional deauditoria governamental deve adotar os seguintes procedimentos:

4804.1 – Revisão sistemática das ações administrativas, confrontando-as com as suas recomendações.

4804.2 – Verificação dos efeitos das ações na correção das deficiências.

4804.3 – Análise quanto à dificuldade ou facilidade de implementaçãodas recomendações.

4804.4 – Determinação da necessidade de qualquer trabalho adicional,como acompanhamento posterior ou auditoria subseqüente eespecífica.

4804.5 – Revisão dos aspectos que deixaram de ser relevantes.

4804.6 – Inclusão dos resultados do acompanhamento nos relatóriosde auditorias subseqüentes, se for o caso.

4805 – A resposta do administrador responsável pelo ente auditadodeverá ser reportada à EF através de um plano de ação paraimplementação das recomendações, por ele preparado quando notificadoda decisão do colegiado da EF. O administrador pode, entretanto, aofinal da fase de discussão do relatório de auditoria, a partir dasrecomendações nele contidas, iniciar a sua implementação, com vistas àotimização do seu desempenho. O plano de ação para implementaçãodas recomendações deve, conforme o caso, observar os seguintescritérios:

4805.1 – Ser elaborado após cada trabalho, devendo incluir umcronograma para a implementação das medidas saneadoras a seremadotadas.

4805.1.1 – A definição das metas e prazos deve resultar deconveniência da administração, de forma a garantir a boareceptividade e a plena implantação pelo ente auditado.

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4805.2 – Conter o prazo máximo para esclarecer as falhas eirregularidades apontadas no relatório de auditoria ou paraimplementar as ações recomendadas.

4805.3 – Descrever a forma de atuação prevista e o cronogramapara a eliminação das falhas ou irregularidades e implantação dasações recomendadas.

4805.4 – Indicar as providências adotadas em relação a cada achadode auditoria que mereça justificativa.

4805.5 – Indicar as pessoas designadas para tratarem da correçãodas falhas e irregularidades e implantação das ações recomendadas.

4805.6 – Justificar os casos em que não foi adotada nenhumaprovidência para sanar as falhas e irregularidades apontadas eimplantar as ações recomendadas ou, ainda, que o ente discorde dasmesmas.

4806 – O profissional de auditoria governamental deverá avisar ao gestore/ou administrador do ente auditado, que haverá acompanhamento,inclusive in loco, quanto à adoção das providências, visando a implantaçãodas ações recomendadas nos relatórios de auditoria.

4806.1 – O acompanhamento das recomendações pelos profissionaisde auditoria governamental deve sempre se processar mediante visitasaos entes auditados, devendo as constatações ser comunicadas aosrespectivos titulares.

4807 – Concluído o acompanhamento das recomendações de umaauditoria governamental, o profissional de auditoria governamentalresponsável pelos trabalhos deverá elaborar um relatório específico deencerramento, a ser encaminhado aos administradores do ente auditado,bem como, cópias aos órgãos de controle interno, se aplicável.

4808 – O sistema de gerenciamento de auditorias da EF deverá registraro fato, passando o relatório de acompanhamento para aos arquivos deauditorias encerradas, ou outra indicação que possa evidenciar que osprocessos de auditoria foram concluídos.

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Cópias desta publicação podem ser adquiridas, semcusto, no Tribunal de Contas do Estado da Bahia,Centro Administrativo da Bahia, Plataforma 5.Salvador, Bahia, Brasil (www.tce.ba.gov.br).

A presente publicação foi impressa pela EGBA,em julho de 2007, em Salvador, Bahia, Brasil.