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NORMAS DA OIT ORGANIZADAS POR TEMAS (Contendo a Constituição da OIT, a Declaração de Filadélfia, as principais Convenções ratificadas e não ratificadas pelo Brasil, as principais Declarações e Recomendações da OIT e as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares)

Normas Internacionais da OIT - ltr.com.br · 15-10933 CDU-341.24:331(8) 1. ... C53 — Certificados de Capacidade dos Oficiais da Marinha Mercante ... C147 — Normas Mínimas da

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NORMAS DA OIT ORGANIZADAS POR TEMAS

(Contendo a Constituição da OIT, a Declaração de Filadélfia, as principais Convenções ratificadas e não ratificadas pelo Brasil, as principais Declarações e Recomendações da OIT e

as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares)

Marcos scalércioTulio MarTinez MinTo

NORMAS DA OIT ORGANIZADAS POR TEMAS

(Contendo a Constituição da OIT, a Declaração de Filadélfia, as principais Convenções ratificadas e não ratificadas pelo Brasil, as principais Declarações e Recomendações da OIT e

as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares)

R

EDITORA LTDA.

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-003São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.brJaneiro, 2016

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: RLUXProjeto de capa: Fábio GiGLio impressão: ORgRaFiC

Versão impressa — LTr 5372.8 — iSbN 978-85-361-8715-0Versão digital — LTr 8855.3 — iSbN 978-85-361-8696-2

Todos os direitos reservados

Índice para catálogo sistemático:

Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CiP)(Câmara brasileira do Livro, SP, brasil)

Scalércio, Marcos Normas da oiT organizadas por temas/ Marcos Scalércio, Tulio

Martinez Minto. — São Paulo : LTr, 2016.

Conteúdo: Constituição da oiT — Declaração de Filadélfia — Principais convenções ratificadas e não ratificadas pelo brasil — Principais declarações e recomendações da oiT.

bibliografia.

1. Direito internacional do trabalho 2. organização internacional do Trabalho 3. Trabalho — Leis e legislação i. Minto, Tulio Martinez. ii. Título.

15-10933 CDU-341.24:331(8)

1. Normas internacionais : Convenções trabalhistas : Direito internacional do trabalho 341.24:331(8)

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suMário

CONSTITUICAO DA OIT E DECLARACAO DE FILADELFIA ........................................................................... 9

TABELA DAS CONVENCÕES DA OIT RATIFICADAS PELO BRASIL .............................................................. 17

CONVENCÕES DA OIT RATIFICADAS PELO BRASIL E EM VIGOR ............................................................... 21

C6 — Trabalho Noturno dos Menores na Industria ............................................................................................ 21

C11 — Direito de Sindicalização na Agricultura ................................................................................................. 22

C12 — Indenização por Acidente do Trabalho na Agricultura ............................................................................ 23

C14 — Repouso Semanal na Industria ............................................................................................................... 23

C16 — Exame Médico de Menores no Trabalho Maritimo ................................................................................. 24

C19 — Igualdade de Tratamento (Indenização por Acidente de Trabalho) ......................................................... 25

C21 — Inspeção dos Emigrantes a Bordo dos Navios ......................................................................................... 26

C22 — Contrato de Engajamento de Marinheiros .............................................................................................. 27

C26 — Métodos de Fixação de Salários Minimos ............................................................................................... 29

C29 — Trabalho Forçado ou Obrigatorio ........................................................................................................... 31

C42 — Indenização por Enfermidade Profissional (Revista) ................................................................................ 35

C45 — Emprego de Mulheres nos Trabalhos Subterraneos das Minas ............................................................... 36

C53 — Certificados de Capacidade dos Oficiais da Marinha Mercante ............................................................... 37

C80 — Revisão dos Artigos Finais ...................................................................................................................... 39

C81 — Inspeção do Trabalho na Industria e no Comércio .................................................................................. 40

C88 — Organização do Serviço de Emprego ...................................................................................................... 44

C89 — Trabalho Noturno das Mulheres na Industria (Revista) ........................................................................... 47

C92 — Alojamento de Tripulação a Bordo (Revista) ........................................................................................... 48

C94 — Cláusulas de Trabalho em Contratos com Orgãos Publicos ..................................................................... 55

C95 — Proteção do Salário ................................................................................................................................ 57

C97 — Trabalhadores Migrantes (Revista) ......................................................................................................... 60

C98 — Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva ................................................................................ 66

C99 — Métodos de Fixação de Salário Minimo na Agricultura ........................................................................... 67

C100 — Igualdade de Remuneração de Homens e Mulheres Trabalhadores por Trabalho de Igual Valor ........... 69

C102 — Normas Minimas da Seguridade Social ................................................................................................. 70

C103 — Amparo a Maternidade (Revista) .......................................................................................................... 81

C104 — Abolição das Sanções Penais no Trabalho Indigena .............................................................................. 84

C105 — Abolição do Trabalho Forçado ............................................................................................................. 85

C106 — Repouso Semanal no Comércio e nos Escritorios .................................................................................. 86

C111 — Discriminação em Matéria de Emprego e Ocupação ............................................................................ 88

C113 — Exame Médico dos Pescadores ............................................................................................................. 90

C115 — Proteção Contra as Radiações .............................................................................................................. 91

6

C116 — Revisão dos Artigos Finais .................................................................................................................... 93

C117 — Objetivos e Normas Básicas da Politica Social ....................................................................................... 93

C118 — Igualdade de Tratamento entre Nacionais e Estrangeiros em Previdencia Social ................................... 96

C119 — Proteção das Máquinas ........................................................................................................................ 99

C120 — Higiene no Comércio e nos Escritorios .................................................................................................. 102

C122 — Politica de Emprego ............................................................................................................................. 103

C124 — Exame Médico dos Adolescentes para o Trabalho Subterraneo nas Minas ........................................... 105

C125 — Certificados de Capacidade dos Pescadores ......................................................................................... 106

C126 — Alojamento a Bordo dos Navios de Pesca ............................................................................................. 109

C127 — Peso Máximo das Cargas ..................................................................................................................... 114

C131 — Fixação de Salários Minimos, Especialmente nos Paises em Desenvolvimento ....................................... 115

C132 — Férias Remuneradas (Revista) ............................................................................................................... 117

C133 — Alojamento a Bordo de Navios (Disposições Complementares)............................................................. 119

C134 — Prevenção de Acidentes do Trabalho dos Maritimos ............................................................................ 123

C135 — Proteção de Representantes de Trabalhadores ..................................................................................... 125

C136 — Proteção Contra os Riscos da Intoxicação pelo Benzeno ....................................................................... 126

C137 — Trabalho Portuário ............................................................................................................................... 128

C138 — Idade Minima para Admissão ............................................................................................................... 130

C139 — Prevenção e Controle de Riscos Profissionais Causados por Substancias ou Agentes Cancerigenos ...... 133

C140 — Licença Remunerada para Estudos ....................................................................................................... 134

C141 — Organizações de Trabalhadores Rurais ................................................................................................. 136

C142 — Desenvolvimento de Recursos Humanos .............................................................................................. 137

C144 — Consultas Tripartites sobre Normas Internacionais do Trabalho ............................................................ 139

C145 — Continuidade no Emprego do Maritimo ............................................................................................... 140

C146 — Convenção Relativa as Férias Anuais Pagas dos Maritimos ................................................................... 142

C147 — Normas Minimas da Marinha Mercante ............................................................................................... 144

C148 — Contaminação do Ar, Ruido e Vibrações .............................................................................................. 146

C151 — Direito de Sindicalização e Relações de Trabalho na Administração Publica .......................................... 148

C152 — Segurança e Higiene dos Trabalhos Portuários ..................................................................................... 150

C154 — Fomento a Negociação Coletiva ........................................................................................................... 156

C155 — Segurança e Saude dos Trabalhadores ................................................................................................. 158

C159 — Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes.................................................................. 161

C160 — Estatisticas do Trabalho (Revista) .......................................................................................................... 163

C161 — Serviços de Saude do Trabalho............................................................................................................. 165

C162 — Utilização do Amianto com Segurança ................................................................................................. 167

C163 — Bem-Estar dos Trabalhadores Maritimos no Mar e no Porto ................................................................. 170

C164 — Proteção a Saude e Assistencia Médica aos Trabalhadores Maritimos .................................................. 172

C166 — Repatriação de Trabalhadores Maritimos ............................................................................................. 175

C167 — Convenção sobre a Segurança e Saude na Construção ........................................................................ 178

C168 — Promoção do Emprego e Proteção Contra o Desemprego .................................................................... 182

7

C169 — Sobre Povos Indigenas e Tribais ........................................................................................................... 187

C170 — Segurança no Trabalho com Produtos Quimicos .................................................................................. 192

C171 — Trabalho Noturno ................................................................................................................................ 196

C174 — Convenção sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores ........................................................... 198

C176 — Convenção sobre Segurança e Saude nas Minas .................................................................................. 201

C178 — Convenção Relativa a Inspeção das Condições de Vida e de Trabalho dos Trabalhadores Maritimos .... 205

C182 — Convenção sobre Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação ........................................................................................................................................................ 207

C185 — Convenção sobre os Documentos de Identidade da Gente do Mar (Revista) ........................................ 209

CONVENCÕES DA OIT RATIFICADAS PELO BRASIL E QUE AINDA NAO ENTRARAM EM VIGOR ............ 220

CN93 — Convenção sobre Salários, Duração de Trabalho a Bordo e Tripulação (Revista em 1949) .................... 220

CN109 — Convenção sobre os Salários, a Duração do Trabalho a Bordo e as Lotações (Revista em 1958) ........ 225

CONVENCÕES DA OIT RATIFICADAS PELO BRASIL E DENUNCIADAS ....................................................... 231

CD03 — Convenção relativa ao Emprego das Mulheres Antes e Depois do Parto (Proteção a Maternidade) ...... 231

CD04 — Convenção relativa ao Trabalho Noturno das Mulheres ....................................................................... 232

CD05 — Idade Minima de Admissão nos Trabalhos Industriais .......................................................................... 233

CD07 — Convenção sobre a Idade Minima para Admissão de Menores no Trabalho Maritimo (Revista em 1936) 234

CD41 — Convenção Relativa ao Trabalho Nocturno das Mulheres (Revista, 1934) ............................................. 235

CD52 — Férias Remuneradas ............................................................................................................................. 236

CD58 — Idade Minima no Trabalho Maritimo (Revista) ..................................................................................... 238

CD91 — Férias Remuneradas dos Maritimos (Revista) ........................................................................................ 239

CD96 — Concernente aos Escritorios Remunerados de Empregos ..................................................................... 241

CD101 — Férias Remuneradas na Agricultura .................................................................................................... 244

CD107 — Populações Indigenas e Tribais .......................................................................................................... 246

CD108 — Documentos de Identidade dos Maritimos ......................................................................................... 250

CD110 — Convenção sobre as Condições de Emprego dos Trabalhadores em Fazendas ................................... 251

CD158 — Término da Relação de Trabalho por Iniciativa do Empregador .......................................................... 260

CONVENCÕES OIT NAO RATIFICADAS PELO BRASIL .................................................................................. 264

CNR23 — Convenção Relativa ao Repatriamento dos Maritimos ........................................................................ 264

CNR63 — Relativa as Estatisticas dos Salários e das Horas de Trabalho nas Principais Industrias Mineiras e Transformadoras, incluindo a Construção, e na Agricultura .............................................................................. 265

CNR77 — Convenção Relativa ao Exame Médico de Aptidão para o Emprego na Industria, das Crianças e dos Adolescentes .................................................................................................................................................... 268

CNR78 — Convenção Relativa ao Exame Médico de Aptidão de Crianças e Adolescentes para o Emprego em Trabalhos não Industriais .................................................................................................................................. 270

CNR87 — Liberdade Sindical e Proteção ao Direito de Sindicalização ................................................................. 272

CNR90 — Trabalho Noturno de Menores na Industria (Revisão) ........................................................................ 274

CNR128 — Prestações de Invalidez, Velhice e Sobreviventes .............................................................................. 277

CNR129 — Relativa a Inspecção do Trabalho na Agricultura .............................................................................. 285

CNR143 — Convenção Sobre as Imigrações Efectuadas em Condições Abusivas e Sobre a Promoção da Igual-dade de Oportunidades e de Tratamento dos Trabalhadores Migrantes ........................................................... 289

8

CNR149 — Sobre o Emprego e Condições de Trabalho e de Vida do Pessoal de Enfermagem ........................... 292

CNR156 — Sobre a Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para Trabalhadores e Trabalhadoras com Responsabilidade Familiares. Homens e Mulheres Trabalhadores: Trabalhadores com Encargos de Familia ....... 293

CNR157 — Preservação dos Direitos em Matéria de Seguridade Social .............................................................. 295

CNR173 — Proteção dos Créditos Trabalhistas na Insolvencia do Empregador ................................................... 300

CNR175 — Sobre o Trabalho a Tempo Parcial ................................................................................................... 302

CNR181 — Convenção Relativa as Agencias de Emprego Privadas ..................................................................... 304

CNR186 — Convenção sobre Trabalho Maritimo ............................................................................................... 307

CNR188 — Referente ao Trabalho na Pesca....................................................................................................... 351

RECOMENDACÕES DA OIT ............................................................................................................................ 365

R90 — Sobre Igualdade de Remuneração de Homens e Mulheres Trabalhadores por Trabalho de Igual Valor ... 365

R111 — Sobre Discriminação em Matéria de Emprego e Profissão .................................................................... 366

R143 — Sobre Proteção e Facilidades a serem Dispensadas a Representantes de Trabalhadores na Empresa .... 367

R144 — Sobre a Proteção contra os Riscos de Intoxicação Provocados pelo Benzeno ........................................ 369

R146 — Sobre Idade Minima para Admissão a Emprego ................................................................................... 371

R148 — Relativa a Licença Remunerada para Estudos ....................................................................................... 372

R149 — Sobre Organizações de Trabalhadores Rurais e seu Papel no Desenvolvimento Economico e Social ...... 374

R159 — Sobre os Procedimentos para a Definição das Condições de Emprego no Serviço Publico ..................... 377

R163 — Sobre a Promoção da Negociação Coletiva .......................................................................................... 377

R165 — Recomendação sobre a Igualdade de Oportunidades e de Tratamento para Homens e Mulheres Traba-lhadores — Trabalhadores com Encargos de Familia .......................................................................................... 378

R175 — Sobre Segurança e Saude na Construção ............................................................................................. 381

R181 — Sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores ............................................................................ 384

R183 — Sobre Segurança e Saude nas Minas .................................................................................................... 385

R185 — Recomendação sobre a Inspeção do Trabalho (Trabalhadores Maritimos) ............................................ 389

R190 — Sobre Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação .............. 390

R192 — Segurança e Saude na Agricultura ....................................................................................................... 392

R193 — Sobre a Promoção de Cooperativas ...................................................................................................... 394

R195 — Sobre o Desenvolvimento dos Recursos Humanos — Educação, Formação e Aprendizagem permanente ... 397

R199 — Referente ao Trabalho no Setor Pesqueiro ........................................................................................... 401

R200 — Recomendação sobre o HIV e a AIDS e o Mundo do Trabalho ............................................................. 405

R201 — Sobre o Trabalho Doméstico Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos .............. 410

DECLARACAO DA OIT SOBRE OS PRINCIPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS NO TRABALHO ................. 414

DECLARACAO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................... 416

CONVENCAO DE VIENA SOBRE RELACÕES DIPLOMÁTICAS ...................................................................... 418

CONVENCAO DE VIENA SOBRE RELACÕES CONSULARES .......................................................................... 423

INDICE TEMÁTICO DAS NORMAS DA OIT ................................................................................................... 433

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consTiTuiÇÃo Da orGanizaÇÃo inTernacional

Do TraBalHo (oiT) e seu aneXo (DeclaraÇÃo De FilaDélFia)

O texto em vigor da Constituição da Organização Internacional do Trabalho foi aprovado na 29ª reunião da Conferencia Inter-nacional do Trabalho (Montreal — 1946) e tem, como anexo, a Declaração referente aos fins e objetivos da Organização, que fora aprovada na 26ª reunião da Conferencia (Filadélfia — 1944).

A Constituição, assim revista, substituiu a adotada em 1919 e que fora emendada em 1922, 1934 e 1945. Sua vigencia teve inicio em 20 de abril de 1948.

O Brasil ratificou o instrumento de emenda da Constituição da OIT em 13 de abril de 1948, conforme Decreto de Promulgação n. 25.696, de 20 de outubro de 1948.

O texto constitucional que reproduzimos neste livro correspon-de a revisão de 1946, com as emendas de 1953, 1962 e 1972, todas em vigor no ambito internacional e ratificadas pelo Brasil. Em 1964 foi aprovada uma emenda ao art. 35, que, todavia, ainda não obteve o numero de ratificações necessário para gerar sua vi-gencia. E, em 1986, a 72ª reunião da Conferencia, realizada em Genebra, aprovou ampla revisão da Constituição (arts. 1, 3, 6, 7, 8, 13, 16, 17, 19, 21 e 36), que também não entrou em vigor, pois o instrumento de emenda ainda não foi ratificado por dois terços dos Estados-Membros da OIT, incluidos, entre estes, cinco dos dez paises de maior importancia industrial (o Brasil é um deles), tal como exige o art. 36 do texto vigente.

INSTRUMENTO PARA A EMENDA DA CONSTITUIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada pelo Conselho de Administração da Repartição Inter-nacional do Trabalho e reunida em Montreal a 19 de setembro de 1946, em sua vigésima nona sessão,

Apos haver decidido adotar determinadas propostas para a emenda da Constituição da Organização Internacional do Traba-lho, questão compreendida no segundo item da ordem do dia da sessão,

Adota, aos nove de outubro de mil novecentos e quarenta e seis, o instrumento seguinte para a emenda da Constituição da Organiza-ção Internacional do Trabalho, instrumento que será denominado: Instrumento para a Emenda da Constituição da Organização Inter-nacional do Trabalho, 1946.

Art. 1º

A partir da data da entrada em vigor do presente instrumento, a Constituição da Organização Internacional do Trabalho, cujo tex-to se encontra reproduzido na primeira coluna do anexo ao citado instrumento, vigorará na forma emendada que consta da segunda coluna.

Art. 2º

Dois exemplares autenticos do presente instrumento serão assinados pelo Presidente da Conferencia e pelo Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho. Um destes exemplares será depositado no arquivo da Repartição Internacional do Trabalho e o outro será entregue ao Secretário-Geral das Nações Unidas para fins de registro, de acordo com o art. 102 da Carta das Nações Unidas. O Diretor-Geral transmitirá uma copia, devidamente autenticada, desse instrumento a cada um dos Estados-Membros da Organiza-ção Internacional do Trabalho.

Art. 3º

1. As ratificações ou aceitações formais do presente instrumento serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, que dará das mesmas conhecimento aos Estados-Mem-bros da Organização.

2. O presente instrumento entrará em vigor nas condições pre-vistas pelo art. 36 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

3. Assim que o presente instrumento entrar em vigor, tal fato será comunicado, pelo Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, a todos os Estados-Membros da referida Organização, ao Secretário-Geral das Nações Unidas e a todos os Estados signatários da Carta das Nações Unidas.”

CONSTITUIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

Preambulo

“Considerando que a paz para ser universal e duradoura deve assentar sobre a justiça social;

Considerando que existem condições de trabalho que implicam, para grande numero de individuos, miséria e privações, e que o descontentamento que dai decorre põe em perigo a paz e a har-monia universais, e considerando que é urgente melhorar essas condições no que se refere, por exemplo, a regulamentação das horas de trabalho, a fixação de uma duração máxima do dia e da semana de trabalho, ao recrutamento da mão de obra, a luta contra o desemprego, a garantia de um salário que assegure condições de existencia convenientes, a proteção dos trabalhadores contra as moléstias graves ou profissionais e os acidentes do trabalho, a pro-teção das crianças, dos adolescentes e das mulheres, as pensões de velhice e de invalidez, a defesa dos interesses dos trabalhadores empregados no estrangeiro, a afirmação do principio “para igual trabalho, mesmo salário”, a afirmação do principio de liberdade sindical, a organização do ensino profissional e técnico, e outras medidas análogas;

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Considerando que a não adoção por qualquer nação de um regi-me de trabalho realmente humano cria obstáculos aos esforços das outras nações desejosas de melhorar a sorte dos trabalhadores nos seus proprios territorios.

AS ALTAS PARTES CONTRATANTES, movidas por sentimentos de justiça e humanidade e pelo desejo de assegurar uma paz mundial duradoura, visando os fins enunciados neste preambulo, aprovam a presente Constituição da Organização Internacional do Trabalho:

CAPÍTULO I

ORGANIZACAO

Art. 1º

1. É criada uma Organização permanente, encarregada de pro-mover a realização do programa exposto no preambulo da presente Constituição e na Declaração referente aos fins e objetivos da Or-ganização Internacional do Trabalho, adotada em Filadélfia a 10 de maio de 1944 e cujo texto figura em anexo a presente Constituição.

2. Serão Membros da Organização Internacional do Trabalho os Estados que já o eram a 1º de novembro de 1945, assim como quaisquer outros que o venham a ser, de acordo com os dispositivos dos §§ 3º e 4º do presente artigo.

3. Todo Estado-Membro das Nações Unidas, desde a criação des-ta instituição e todo Estado que for a ela admitido, na qualidade de Membro, de acordo com as disposições da Carta, por decisão da Assembleia Geral, podem tornar-se Membros da Organização Inter-nacional do Trabalho, comunicando ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho que aceitou, integralmente, as obriga-ções decorrentes da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

4. A Conferencia Geral da Organização Internacional do Traba-lho tem igualmente poderes para conferir a qualidade de Membro da Organização, por maioria de dois terços do conjunto dos vo-tos presentes, se a mesma maioria prevalecer entre os votos dos delegados governamentais. A admissão do novo Estado-Membro tornar-se-á efetiva quando ele houver comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho que aceita integralmente as obrigações decorrentes da Constituição da Organização.

5. Nenhum Estado-Membro da Organização Internacional do Trabalho poderá dela retirar-se sem aviso-prévio ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho. A retirada tornar-se-á efetiva dois anos depois que este aviso-prévio houver sido recebido pelo Diretor-Geral, sob condição de que o Estado-Membro haja, nesta data, preenchido todas as obrigações financeiras que decorrem da qualidade de Membro. Esta retirada não afetará, para o Esta-do-Membro que houver ratificado uma convenção, a validez das obrigações desta decorrentes, ou a ela relativas, durante o pedido previsto pela mesma convenção.

6. Quando um Estado houver deixado de ser Membro da Orga-nização, sua readmissão nesta qualidade, far-se-á de acordo com os dispositivos dos §§ 3º e 4º do presente artigo.

Art. 2º

A Organização permanente compreenderá:

a) uma Conferencia geral constituida pelos Representantes dos Estados-Membros;

b) um Conselho de Administração composto como indicado no art. 7º;

c) uma Repartição Internacional do Trabalho sob a direção de um Conselho de Administração.

Art. 3º

1. A Conferencia geral dos representantes dos Estados-Membros realizará sessões sempre que for necessário, e, pelo menos, uma vez por ano. Será composta de quatro representantes de cada um dos Membros, dos quais dois serão Delegados do Governo e os outros dois representarão, respectivamente, os empregados e emprega-dores.

2. Cada Delegado poderá ser acompanhado por consultores téc-nicos, cujo numero será de dois no máximo, para cada uma das matérias inscritas na ordem do dia da sessão. Quando a Conferen-cia discutir questões que interessem particularmente as mulheres, uma ao menos das pessoas designadas como consultores técnicos deverá ser mulher.

3. Todo Estado-Membro responsável pelas relações internacio-nais de territorios não metropolitanos poderá designar, a mais, como consultores técnicos suplementares de cada um de seus de-legados:

a) pessoas, por ele escolhidas, como representantes do territorio, em relação as matérias que entram na competencia das autoridades do mesmo territorio;

b) pessoas por ele escolhidas como assistentes de seus delega-dos em relação as questões de interesse dos territorios que não se governam a si mesmos.

4. Tratando-se de um territorio colocado sob a autoridade conjunta de dois ou mais Estados-Membros, poder-se-á nomear as-sistentes para os delegados dos referidos Membros.

5. Os Estados-Membros comprometem-se a designar os delega-dos e consultores técnicos não governamentais de acordo com as organizações profissionais mais representativas, tanto dos empre-gadores como dos empregados, se essas organizações existirem.

6. Os consultores técnicos não serão autorizados a tomar a pa-lavra senão por pedido feito pelo delegado a que são adidos e com a autorização especial do Presidente da Conferencia. Não poderão votar.

7. Qualquer delegado poderá, por nota escrita dirigida ao Presidente, designar um de seus consultores técnicos como seu substituto, e este, nesta qualidade, poderá tomar parte nas delibe-rações e votar.

8. Os nomes dos delegados e de seus consultores técnicos serão comunicados a Repartição Internacional do Trabalho pelo Governo de cada Estado-Membro.

9. Os poderes dos delegados e de seus consultores técnicos serão submetidos a verificação da Conferencia, que poderá, por dois terços, ou mais, dos votos presentes, recusar admitir qualquer delegado ou consultor técnico que julgue não ter sido designado conforme os termos deste artigo.

Art. 4º

1. Cada delegado terá o direito de votar individualmente em todas as questões submetidas as deliberações da Conferencia.

2. No caso em que um dos Estados-Membros não haja designa-do um dos delegados não governamentais a que tiver direito, cabe ao outro delegado não governamental o direito de tomar parte nas discussões da Conferencia, mas não o de votar.

3. Caso a Conferencia, em virtude dos poderes que lhe confere o art. 3º, recuse admitir um dos delegados de um dos Estados-Mem-bros, as estipulações deste artigo serão aplicadas como se o dito delegado não tivesse sido designado.

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Art. 5º

As sessões da Conferencia realizar-se-ão no lugar determinado pelo Conselho de Administração, respeitadas quaisquer decisões que possam haver sido tomadas pela Conferencia no decurso de uma sessão anterior.

Art. 6º

Qualquer mudança da sede da Repartição Internacional do Tra-balho será decidida pela Conferencia por uma maioria de dois terços dos sufrágios dos delegados presentes.

Art. 7º

1. O Conselho de Administração será composto de 56 pessoas: 28 representantes dos Governos, 4 representantes dos empregado-res e 14 representantes dos empregados.

2. Dos vinte e oito representantes dos Governos, dez serão no-meados pelos Estados-Membros de maior importancia industrial e dezoito serão nomeados pelos Estados-Membros designados para esse fim pelos delegados governamentais da Conferencia, excluidos os delegados dos dez Membros acima mencionados.

3. O Conselho de Administração indicará, sempre que julgar oportuno, quais os Estados-Membros de maior importancia indus-trial, e, antes de tal indicação, estabelecerá regras para garantir o exame, por uma comissão imparcial, de todas as questões relativas a referida indicação. Qualquer apelo formulado por um Estado--Membro contra a resolução do Conselho de Administração quanto aos Membros de maior importancia industrial, será julgado pela Conferencia, sem contudo suspender os efeitos desta resolução, enquanto a Conferencia não se houver pronunciado.

4. Os representantes dos empregadores e os dos empregados serão, respectivamente, eleitos pelos delegados dos empregadores e pelos delegados dos trabalhadores a Conferencia.

5. O Conselho será renovado de tres em tres anos. Se, por qual-quer motivo, as eleições para o Conselho de Administração não se realizarem ao expirar este prazo, será mantido o mesmo Conselho de Administração até que se realizem tais eleições.

6. O processo de preencher as vagas, de designar os suplentes, e outras questões da mesma natureza, poderão ser resolvidas pelo Conselho de Administração, sob ressalva da aprovação da Confe-rencia.

7. O Conselho de Administração elegerá entre os seus membros um presidente e dois vice-presidentes. Dentre os tres eleitos, um representará um Governo e os dois outros, empregadores e empre-gados, respectivamente.

8. O Conselho de Administração estabelecerá o seu proprio re-gulamento e reunir-se-á nas épocas que determinar. Deverá realizar uma sessão especial, sempre que dezesseis dos seus Membros, pelo menos, formularem pedido por escrito para esse fim.

Art. 8º

1. A Repartição Internacional do Trabalho terá um Diretor-Geral, designado pelo Conselho de Administração, responsável, perante este, pelo bom funcionamento da Repartição e pela realização de todos os trabalhos que lhe forem confiados.

2. O Diretor-Geral ou o seu suplente assistirão a todas as sessões do Conselho de Administração.

Art. 9º

1. O pessoal da Repartição Internacional do Trabalho será es-colhido pelo Diretor-Geral de acordo com as regras aprovadas pelo Conselho de Administração.

2. A escolha deverá ser feita, pelo Diretor-Geral, sempre que possivel, entre pessoas de nacionalidades diversas, visando a maior eficiencia no trabalho da Repartição.

3. Dentre essas pessoas deverá existir um certo numero de mu-lheres.

4. O Diretor-Geral e o pessoal, no exercicio de suas funções, não solicitarão nem aceitarão instruções de qualquer Governo ou autoridade estranha a Organização. Abster-se-ão de qualquer ato incompativel com sua situação de funcionários internacionais, res-ponsáveis unicamente perante a Organização.

5. Os Estados-Membros da Organização comprometem-se a respeitar o caráter exclusivamente internacional das funções do Diretor-Geral e do pessoal e a não procurar influenciá-los quanto ao modo de exerce-las.

Art. 10.

1. A Repartição Internacional do Trabalho terá por funções a centralização e a distribuição de todas as informações referentes a regulamentação internacional da condição dos trabalhadores e do regime do trabalho e, em particular, o estudo das questões que lhe compete submeter as discussões da Conferencia para conclusão das convenções internacionais assim como a realização de todos os inquéritos especiais prescritos pela Conferencia, ou pelo Conselho de Administração.

2. A Repartição, de acordo com as diretrizes que possa receber do Conselho de Administração:

a) preparará a documentação sobre os diversos assuntos inscri-tos na ordem do dia das sessões da Conferencia;

b) fornecerá, na medida de seus recursos, aos Governos que o pedirem, todo o auxilio adequado a elaboração de leis, consoante as decisões da Conferencia, e, também, ao aperfeiçoamento da prá-tica administrativa e dos sistemas de inspeção;

c) cumprirá, de acordo com o prescrito na presente Constituição, os deveres que lhe incumbem no que diz respeito a fiel observancia das convenções;

d) redigirá e trará a lume, nas linguas que o Conselho de Admi-nistração julgar conveniente, publicações de interesse internacional sobre assuntos relativos a industria e ao trabalho.

3. De um modo geral, terá quaisquer outros poderes e funções que a Conferencia ou o Conselho de Administração julgarem acer-tado atribuir-lhe.

Art. 11.

Os Ministérios dos Estados-Membros, encarregados de ques-tões relativas aos trabalhadores, poderão comunicar-se com o Diretor-Geral por intermédio do representante do seu Governo no Conselho de Administração da Repartição Internacional do Traba-lho, ou, na falta desse representante, por intermédio de qualquer outro funcionário devidamente qualificado e designado para esse fim pelo Governo interessado.

Art. 12.

1. A Organização Internacional do Trabalho cooperará, dentro da presente Constituição, com qualquer organização internacional de caráter geral encarregada de coordenar as atividades de organi-zações de direito internacional publico de funções especializadas, e também, com aquelas dentre estas ultimas organizações, cujas funções se relacionem com as suas proprias.

2. A Organização Internacional do Trabalho poderá tomar as medidas que se impuserem para que os representantes das orga-

12

nizações de direito internacional publico participem, sem direito de voto, de suas proprias deliberações.

3. A Organização Internacional do Trabalho poderá tomar todas as medidas necessárias para consultar, a seu alvitre, organizações Internacionais não governamentais reconhecidas, inclusive organi-zações internacionais de empregadores, empregados, agricultores e cooperativistas.

Art. 13.

1. A Organização Internacional do Trabalho poderá concluir com as Nações Unidas quaisquer acordos financeiros e orçamentários que pareçam convenientes.

2. Antes da conclusão de tais acordos, ou, se, em dado momen-to, não os houver em vigor:

a) cada Membro pagará as despesas de viagem e de estada dos seus delegados, consultores técnicos ou representantes, que toma-rem parte, seja nas sessões da Conferencia, seja nas do Conselho de Administração;

b) quaisquer outras despesas da Repartição Internacional do Tra-balho, ou provenientes das sessões da Conferencia ou do Conselho de Administração, serão debitadas pelo Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho no orçamento da Organização Internacio-nal do Trabalho;

c) as regras relativas a aprovação do orçamento da Organização Internacional do Trabalho, a distribuição das contribuições entre os Estados-Membros, assim como a arrecadação destas, serão estabe-lecidas pela Conferencia por uma maioria de dois terços dos votos presentes. Tais regras estipularão que o orçamento e os acordos relativos a distribuição das despesas entre os Membros da Orga-nização deverão ser aprovados por uma comissão constituida por representantes governamentais.

3. As despesas da Organização Internacional do Trabalho serão custeadas pelos Estados-Membros, segundo os acordos vigentes em virtude do § 1º ou do § 2º, letra c do presente artigo.

4. Qualquer Estado-Membro da Organização, cuja divida em relação a esta seja, em qualquer ocasião, igual ou superior ao to-tal da contribuição que deveria ter pago nos dois anos completos anteriores, não poderá tomar parte nas votações da Conferencia, do Conselho de Administração ou de qualquer comissão, ou nas eleições para o Conselho de Administração. A Conferencia pode, entretanto, por maioria dos dois terços dos votos presentes, autori-zar o Estado em questão a tomar parte na votação, ao verificar que o atraso é devido a motivo de força maior.

5. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho será responsável perante o Conselho de Administração pelo emprego dos fundos da Organização Internacional do Trabalho.

CAPÍTULO II

FUNCIONAMENTO

Art. 14.

1. O Conselho de Administração elaborará a ordem do dia das ses-sões da Conferencia, depois de ter examinado todas as propostas feitas pelos Governos de quaisquer dos Membros, por qualquer organização representativa indicada no art. 3º, ou por qualquer organização de direito internacional publico, sobre as matérias a incluir nessa ordem do dia.

2. O Conselho de Administração elaborará diretrizes para que a adoção pela Conferencia de uma convenção ou de uma recomen-dação seja, por meio de uma conferencia técnica preparatoria ou

por qualquer outro meio, precedida de um aprofundado preparo técnico e de uma consulta adequada dos Membros principalmente interessados.

Art. 15.

1. O Diretor-Geral exercerá as funções de Secretário-Geral da Conferencia e deverá fazer com que cada Estado-Membro receba a ordem do dia, quatro meses antes da abertura da sessão. Deverá, também, por intermédio dos referidos Estados-Membros, enviá-la, com essa antecedencia, aos delegados não governamentais já no-meados e, ainda, aqueles que o forem dentro desse prazo.

2. Os relatorios sobre cada assunto inscrito na ordem do dia deverão ser comunicados aos Membros de modo a dar-lhes tempo de estudá-los convenientemente, antes da reunião da Conferencia. O Conselho de Administração formulará diretrizes para execução deste dispositivo.

Art. 16.

1. Cada Estado-Membro terá o direito de impugnar a inscrição, na ordem do dia da sessão, de um, ou diversos dos assuntos previs-tos. Os motivos justificativos dessa oposição deverão ser expostos numa memoria dirigida ao Diretor-Geral, que deverá comunicá-la aos Estados-Membros da Organização.

2. Os assuntos impugnados ficarão, não obstante, incluidos na ordem do dia, se assim a Conferencia o decidir por dois terços dos votos presentes.

3. Toda questão, que a Conferencia decidir, pelos mesmos dois terços, seja examinada (diversamente do previsto no parágrafo pre-cedente), será incluida na ordem do dia da sessão seguinte.

Art. 17.

1. A Conferencia elegerá um presidente e tres vice-presidentes. Os tres vice-presidentes serão, respectivamente, um delegado go-vernamental, um delegado dos empregadores e um delegado dos trabalhadores. A Conferencia formulará as regras do seu funcio-namento; poderá instituir comissões encarregadas de dar parecer sobre todas as questões que ela julgar conveniente sejam estudadas.

2. As decisões serão tomadas por simples maioria dos votos pre-sentes, exceto nos casos em que outra formula não for prescrita pela presente Constituição, por qualquer convenção ou instrumento que confira poderes a Conferencia, ou, ainda, pelos acordos finan-ceiros e orçamentários adotados em virtude do art. 13.

3. Nenhuma votação será válida, se o numero dos votos reu-nidos for inferior a metade do dos delegados presentes a sessão.

Art. 18.

A Conferencia poderá adir as suas comissões consultores técni-cos, sem direito de voto.

Art. 19.

1. Se a Conferencia pronunciar-se pela aceitação de propostas relativas a um assunto na sua ordem do dia, deverá decidir se essas propostas tomarão a forma: a) de uma convenção internacional; b) de uma recomendação, quando o assunto tratado, ou um de seus aspectos não permitir a adoção imediata de uma convenção.

2. Em ambos os casos, para que uma convenção ou uma re-comendação seja aceita em votação final pela Conferencia, são necessários dois terços dos votos presentes.

3. A Conferencia deverá, ao elaborar uma convenção ou uma recomendação de aplicação geral, levar em conta os paises que se distinguem pelo clima, pelo desenvolvimento incompleto da orga-nização industrial ou por outras circunstancias especiais relativas a

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industria, e deverá sugerir as modificações que correspondem, a seu ver, as condições particulares desses paises.

4. Dois exemplares da convenção ou da recomendação serão assinados pelo Presidente da Conferencia e pelo Diretor-Geral. Um destes exemplares será depositado nos arquivos da Repartição In-ternacional do Trabalho e o outro entregue ao Secretário- Geral das Nações Unidas. O Diretor-Geral remeterá a cada um dos Estados--Membros uma copia autentica da convenção ou da recomendação.

5. Tratando-se de uma convenção:

a) será dado a todos os Estados-Membros conhecimento da con-venção para fins de ratificação;

b) cada um dos Estados-Membros compromete-se a submeter, dentro do prazo de um ano, a partir do encerramento da sessão da Conferencia (ou, quando, em razão de circunstancias excepcionais, tal não for possivel, logo que o seja, sem nunca exceder o prazo de 18 meses apos o referido encerramento), a convenção a autoridade ou autoridades em cuja competencia entre a matéria, a fim de que estas a transformem em lei ou tomem medidas de outra natureza;

c) os Estados-Membros darão conhecimento ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho das medidas tomadas, em vir-tude do presente artigo, para submeter a convenção a autoridade ou autoridades competentes, comunicando-lhe, também, todas as informações sobre as mesmas autoridades e sobre as decisões que estas houverem tomado;

d) o Estado-Membro que tiver obtido o consentimento da auto-ridade, ou autoridades competentes, comunicará ao Diretor-Geral a ratificação formal da convenção e tomará as medidas necessárias para efetivar as disposições da dita convenção;

e) quando a autoridade competente não der seu assentimen-to a uma convenção, nenhuma obrigação terá o Estado-Membro a não ser a de informar o Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho — nas épocas que o Conselho de Administração julgar convenientes — sobre a sua legislação e prática observada relati-vamente ao assunto de que trata a convenção. Deverá, também, precisar nestas informações até que ponto aplicou, ou pretende aplicar, dispositivos da convenção, por intermédio de leis, por meios administrativos, por força de contratos coletivos, ou, ainda, por qualquer outro processo, expondo, outrossim, as dificuldades que impedem ou retardam a ratificação da convenção.

6. Em se tratando de uma recomendação:

a) será dado conhecimento da recomendação a todos os Esta-dos-Membros, a fim de que estes a considerem, atendendo a sua efetivação por meio de lei nacional ou por outra qualquer forma;

b) cada um dos Estados-Membros compromete-se a submeter, dentro do prazo de um ano a partir do encerramento da sessão da Conferencia (ou, quando, em razão de circunstancias excepcionais, tal não for possivel, logo que o seja, sem nunca exceder o prazo de 18 meses apos o referido encerramento), a recomendação a auto-ridade ou autoridades em cuja competencia entre a matéria, a fim de que estas a transformem em lei ou tomem medidas de outra natureza;

c) os Estados-Membros darão conhecimento ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho das medidas tomadas, em virtude do presente artigo, para submeter a recomendação a auto-ridade ou autoridades competentes, comunicando-lhe, também as decisões que estas houverem tomado;

d) além da obrigação de submeter a recomendação a autorida-de ou autoridades competentes, o Membro so terá a de informar o Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho — nas épocas

que o Conselho de Administração julgar convenientes — sobre a sua legislação e prática observada relativamente ao assunto de que trata a recomendação. Deverá também precisar nestas informações até que ponto aplicou ou pretende aplicar dispositivos da recomen-dação, e indicar as modificações destes dispositivos que sejam ou venham a ser necessárias para adotá-los ou aplicá-los.

7. No caso de um Estado federado serão aplicados os dispositi-vos seguintes:

a) as obrigações do Estado federado serão as mesmas que as dos Membros que o não forem, no tocante as convenções e as recomendações para as quais o Governo Federal considere que, de acordo com o seu sistema constitucional, é adequada uma ação federal;

b) no que disser respeito as convenções e recomendações para as quais o Governo Federal considere que, de acordo com o seu sistema constitucional, uma ação da parte dos Estados, das provin-cias ou dos cantões que o compõem, é — relativamente a alguns ou a todos os pontos — mais adequada do que uma ação federal, o referido Governo deverá:

I) concluir, segundo a sua propria constituição e as dos Estados componentes, provincias ou cantões interessados, acordos efetivos para que tais convenções ou recomendações sejam, no prazo má-ximo de 18 meses apos o encerramento da sessão da Conferencia, submetidas as devidas autoridades federais ou as dos Estados com-petentes, provincias ou cantões, para fins de uma ação legislativa ou outra de qualquer natureza;

II) tomar as necessárias medidas — sob reserva do consentimen-to dos Governos dos Estados componentes, provincias ou cantões interessados — para que, periodicamente, as autoridades federais, de um lado e de outro, a dos Estados componentes, provincias ou cantões, se consultem reciprocamente, a fim de empreenderem uma ação coordenada no sentido de tornarem efetivos, em todo o pais, os dispositivos destas convenções e recomendações;

III) informar o Diretor-Geral da Repartição Internacional do Tra-balho das medidas tomadas, em virtude do presente artigo, para submeter tais convenções e recomendações as devidas autoridades federais, as dos Estados componentes, provincias ou cantões, comu-nicando-lhe todas as informações sobre as autoridades consideradas como legitimas e sobre as decisões que estas houverem tomado;

IV) relativamente a uma convenção não ratificada, informar o Di-retor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, nas épocas que o Conselho de Administração julgar convenientes, sobre a legislação da federação, dos Estados constituintes, das provincias ou dos can-tões, e sobre a prática, por umas e outros, observada, relativamente ao assunto de que trata essa convenção. Deverá, também, precisar até que ponto deu-se ou se pretende dar aplicação a dispositivos da mesma convenção, por intermédio de leis, por meios administrati-vos, por força de contratos coletivos, ou, ainda por qualquer outro processo;

V) relativamente a uma recomendação, informar o Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, nas épocas que o Con-selho de Administração julgar convenientes, sobre a legislação da federação, dos Estados constituintes, das provincias ou dos cantões, e sobre a prática, por umas e outros, observada relativamente ao assunto de que trata essa recomendação. Deverá, também, preci-sar, nestas informações, até que ponto deu-se ou se pretende dar aplicação a dispositivos da recomendação, indicando as modifica-ções destes dispositivos que sejam ou venham a ser necessárias para adotá-los ou aplicá-los.

8. Em caso algum, a adoção, pela Conferencia, de uma conven-ção ou recomendação, ou a ratificação, por um Estado-Membro, de

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uma convenção, deverão ser consideradas como afetando qualquer lei, sentença, costumes ou acordos que assegurem aos trabalha-dores interessados condições mais favoráveis que as previstas pela convenção ou recomendação.

Art. 20.

Qualquer convenção assim ratificada será comunicada pelo Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho ao Secretário--Geral das Nações Unidas, para fins de registro, de acordo com o art. 102 da Carta das Nações Unidas, obrigando apenas os Estados--Membros que a tiverem ratificado.

Art. 21.

1. Todo projeto que, no escrutinio final, não obtiver dois terços dos votos presentes, poderá ser objeto de uma convenção particular entre os Membros da Organização que o desejarem.

2. Toda convenção, assim concluida, será comunicada pelos Governos interessados ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho e ao Secretário-Geral das Nações Unidas para fins de registro, de acordo com os termos do art. 102 da Carta das Nações Unidas.

Art. 22.

Os Estados-Membros comprometem-se a apresentar a Reparti-ção Internacional do Trabalho um relatorio anual sobre as medidas por eles tomadas para execução das convenções a que aderiram. Esses relatorios serão redigidos na forma indicada pelo Conselho de Administração e deverão conter as informações pedidas por este Conselho.

Art. 23.

1. O Diretor-Geral apresentará a Conferencia, na sessão seguin-te, um resumo das informações e dos relatorios que, de acordo com os arts. 19 e 22, lhe houverem sido transmitidos.

2. Os Estados-Membros remeterão as organizações represen-tativas, reconhecidas como tais, para os fins mencionados no art. 3º, copia das informações e dos relatorios transmitidos ao Diretor--Geral, de acordo com os arts. 19 e 22.

Art. 24.

Toda reclamação, dirigida a Repartição Internacional do Tra-balho, por uma organização profissional de empregados ou de empregadores, e segundo a qual um dos Estados-Membros não tenha assegurado satisfatoriamente a execução de uma convenção a que o dito Estado haja aderido, poderá ser transmitida pelo Con-selho de Administração ao Governo em questão e este poderá ser convidado a fazer, sobre a matéria, a declaração que julgar conve-niente.

Art. 25.

Se nenhuma declaração for enviada pelo Governo em questão, num prazo razoável, ou se a declaração recebida não parecer satisfato-ria ao Conselho de Administração, este ultimo terá o direito de tornar publica a referida reclamação e, segundo o caso, a resposta dada.

Art. 26.

1. Cada Estado-Membro poderá enviar uma queixa a Repartição Internacional do Trabalho contra outro Estado-Membro que, na sua opinião, não houver assegurado satisfatoriamente a execução de uma convenção que um e outro tiverem ratificado em virtude dos artigos precedentes.

2. O Conselho de Administração poderá, se achar conveniente, antes de enviar a questão a uma comissão de inquérito, segundo o processo indicado adiante, por-se em comunicação com o Governo visado pela queixa, do modo indicado no art. 24.

3. Se o Conselho de Administração não julgar necessário comu-nicar a queixa ao Governo em questão, ou, se essa comunicação, havendo sido feita, nenhuma resposta que satisfaça o referido Con-selho, tiver sido recebida dentro de um prazo razoável, o Conselho poderá constituir uma comissão de inquérito que terá a missão de estudar a reclamação e apresentar parecer a respeito.

4. O Conselho também poderá tomar as medidas supramencio-nadas, quer ex officio, quer baseado na queixa de um delegado a Conferencia.

5. Quando uma questão suscitada nos termos dos arts. 25 ou 26, for levada ao Conselho de Administração, o Governo em causa, se não tiver representante junto aquele, terá o direito de designar um delegado para tomar parte nas deliberações do mesmo, relati-vas ao caso. A data de tais deliberações será comunicada em tempo oportuno ao Governo em questão.

Art. 27.

No caso de ser enviada uma queixa em virtude do art. 26, a uma Comissão de Inquérito, todo Estado-Membro, nela diretamente inte-ressado ou não, comprometer-se-á a por a disposição da Comissão todas as informações que se acharem em seu poder relativas ao objeto da queixa.

Art. 28.

A Comissão de Inquérito, apos exame aprofundado da queixa, redigirá um relatorio do qual constarão não so suas verificações sobre todos os pontos que permitam bem medir o valor da con-testação, como, também, as medidas que recomenda para dar satisfação ao Governo queixoso e os prazos, dentro dos quais, as mesmas medidas devam ser postas em execução.

Art. 29.

1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho transmitirá o relatorio da Comissão de Inquérito ao Conselho de Administração e a cada Governo interessado no litigio, assegurando a sua publicação.

2. Cada Governo interessado deverá comunicar ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, dentro do prazo de tres meses, se aceita ou não as recomendações contidas no relatorio da Comissão, e, em caso contrário, se deseja que a divergencia seja submetida a Corte Internacional de Justiça.

Art. 30.

Caso um dos Estados-Membros não tome, relativamente a uma convenção ou a uma recomendação, as medidas prescritas nos §§ 5b, 6b, ou 7b, I do art. 19, qualquer outro Estado-Membro terá o di-reito de levar a questão ao Conselho de Administração. O Conselho de Administração submeterá o assunto a Conferencia, na hipotese de julgar que o Membro não tomou as medidas prescritas.

Art. 31.

Será inapelável a decisão da Corte Internacional de Justiça sobre uma queixa ou questão que lhe tenha sido submetida, conforme o art. 29.

Art. 32.

As conclusões ou recomendações eventuais da Comissão de In-quérito poderão ser confirmadas, alteradas ou anuladas pela Corte Internacional de Justiça.

Art. 33.

Se um Estado-Membro não se conformar, no prazo prescrito, com as recomendações eventualmente contidas no relatorio da Comissão de Inquérito, ou na decisão da Corte Internacional de

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Justiça, o Conselho de Administração poderá recomendar a Con-ferencia a adoção de qualquer medida que lhe pareça conveniente para assegurar a execução das mesmas recomendações.

Art. 34.

O Governo culpado poderá, em qualquer ocasião, informar o Conselho de Administração que tomou as medidas necessárias a fim de se conformar com as recomendações da Comissão de In-quérito ou com as da decisão da Corte Internacional de Justiça. Poderá, também, pedir ao Conselho que nomeie uma Comissão de Inquérito para verificar suas afirmações. Neste caso, aplicar-se-ão as estipulações dos arts. 27, 28, 29, 31 e 32, e, se o relatorio da Comis-são de Inquérito ou a decisão da Corte Internacional de Justiça, for favorável ao referido Governo, o Conselho de Administração deve-rá imediatamente recomendar que as medidas tomadas de acordo com o art. 33 sejam revogadas.

CAPÍTULO III

DISPOSICÕES GERAIS

Art. 35

1. Excetuados os casos em que os assuntos tratados na con-venção não se enquadrem na competencia das autoridades do territorio e aqueles em que a convenção for aplicável, dadas as con-dições locais, os Estados-Membros comprometem-se a aplicar as convenções que — de acordo com os dispositivos da presente Cons-tituição — houverem ratificado aos territorios não metropolitanos, por cujas relações internacionais forem responsáveis, inclusive aos territorios sob tutela cuja administração lhes competir, admitindo-se reserva quanto as modificações necessárias para se adaptarem tais convenções as condições locais.

2. Todo Estado-Membro deve, no mais breve prazo, apos haver ratificado uma convenção, declarar ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho até que ponto se compromete a aplicá-la aos territorios não visados pelos §§ 4º e 5º abaixo, e fornecer-lhe, também, todas as informações que possam ser prescritas pela mes-ma convenção.

3. Todo Estado-Membro, que tiver formulado uma declaração como previsto no parágrafo precedente, poderá, de acordo com os artigos da convenção, fazer, periodicamente, nova declaração que modifique os termos mencionados no parágrafo precedente.

4. Quando os assuntos tratados na convenção forem da com-petencia das autoridades de um territorio não metropolitano, o Estado-Membro responsável pelas relações internacionais deste territorio deverá, no mais breve prazo possivel, comunicar a conven-ção ao Governo do mesmo, para que este Governo promulgue leis ou tome outras medidas. Em seguida poderá o Estado-Membro, de acordo com o mencionado Governo, declarar ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho que aceita as obrigações da convenção em nome do territorio.

5. Uma declaração de aceitação das obrigações de uma con-venção poderá ser comunicada ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho:

a) por dois ou mais Estados-Membros da Organização, em se tratando de um territorio sob sua autoridade conjunta;

b) por qualquer autoridade internacional responsável pela ad-ministração de um territorio por força dos dispositivos da Carta das Nações Unidas, ou de qualquer outro dispositivo em vigor que se aplique ao mesmo territorio.

6. A aceitação das obrigações de uma convenção, segundo os §§ 4º e 5º, acarretará a aceitação, em nome do territorio interes-

sado, das obrigações que resultam dos termos da convenção, e, também, daquelas que, de acordo com a Constituição da Organi-zação, decorrem da ratificação. Qualquer declaração de aceitação pode especificar as modificações dos dispositivos da convenção que seriam necessárias para adaptá-las as condições locais.

7. Todo Estado-Membro ou autoridade internacional, que hou-ver feito uma declaração na forma prevista pelos §§ 4º e 5º do presente artigo, poderá, de acordo com os artigos da convenção, formular periodicamente nova declaração que modifique os termos de qualquer das anteriores ou que torne sem efeito a aceitação da convenção em nome do territorio interessado.

8. Se as obrigações decorrentes de uma convenção não forem aceitas quanto a um dos territorios visados pelos §§ 4º ou 5º do presente artigo, o Membro, os Membros, ou a autoridade interna-cional transmitirão ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, um relatorio sobre a legislação do mesmo territorio e so-bre a prática nele observada, relativamente ao assunto de que trata a convenção. O relatorio indicará até que ponto se aplicaram ou se pretendem aplicar dispositivos da convenção, por intermédio de leis, por meios administrativos, por força de contratos coletivos, ou por qualquer outro processo, expondo, outrossim, as dificuldades que impedem ou retardam a ratificação da dita convenção.

Art. 36.

As emendas a presente Constituição, aceitas pela Conferencia por dois terços dos votos presentes, entrarão em vigor quando forem ratificadas por dois terços dos Estados-Membros da Organi-zação, incluindo cinco dentre os dez representados no Conselho de Administração como sendo os de maior importancia industrial, de acordo com o disposto no art. 7º, § 3º, da presente Constituição.

Art. 37.

1. Quaisquer questões ou dificuldades relativas a interpretação da presente Constituição e das convenções ulteriores concluidas pe-los Estados-Membros, em virtude da mesma, serão submetidas a apreciação da Corte Internacional de Justiça.

2. O Conselho de Administração poderá, não obstante o dispos-to no § 1º do presente artigo, formular e submeter a aprovação da Conferencia, regras destinadas a instituir um tribunal para resolver com presteza qualquer questão ou dificuldade relativa a interpre-tação de uma convenção que a ele seja levada pelo Conselho de Administração, ou, segundo o prescrito na referida convenção. O Tribunal instituido, em virtude do presente parágrafo, regulará seus atos pelas decisões ou pareceres da Corte Internacional de Justiça. Qualquer sentença pronunciada pelo referido tribunal será comuni-cada aos Estados-Membros da Organização, cujas observações, a ela relativas, serão transmitidas a Conferencia.

Art. 38.

1. A Organização Internacional do Trabalho poderá convocar conferencias regionais e criar instituições do mesmo caráter, quan-do julgar que umas e outras serão uteis aos seus fins e objetivos.

2. Os poderes, as funções e o regulamento das conferencias regionais obedecerão as normas formuladas pelo Conselho de Ad-ministração e por ele apresentadas a Conferencia Geral para fins de confirmação.

CAPÍTULO IV

DISPOSICÕES DIVERSAS

Art. 39

A Organização Internacional do Trabalho deve ter personalidade juridica, e, precipuamente, capacidade para:

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a) adquirir bens, moveis e imoveis, e dispor dos mesmos; b) con-tratar; c) intentar ações.

Art. 40.

1. A Organização Internacional do Trabalho gozará, nos territo-rios de seus Membros, dos privilégios e das imunidades necessárias a consecução dos seus fins.

2. Os delegados a Conferencia, os membros do Conselho de Administração, bem como o Diretor-Geral e os funcionários da Repartição, gozarão, igualmente, dos privilégios e imunidades ne-cessárias para exercerem, com inteira independencia, as funções que lhes competem, relativamente a Organização.

3. Tais privilégios serão especificados por um acordo em sepa-rado, que será elaborado pela Organização para fins de aceitação pelos Estados-Membros.

ANEXO — DECLARAÇÃO REFERENTE AOS FINS E OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho, reunida em Filadélfia em sua vigésima sexta sessão, adota, aos dez de maio de mil novecentos e quarenta e quatro, a presente Decla-ração, quanto aos itens e objetivos da Organização Internacional do Trabalho e aos principios que devem inspirar a politica dos seus Membros.

I

A Conferencia reafirma os principios fundamentais sobre os quais repousa a Organização, principalmente os seguintes:

a) o trabalho não é uma mercadoria;

b) a liberdade de expressão e de associação é uma condição indispensável a um progresso ininterrupto;

c) a penuria, seja onde for, constitui um perigo para a prospe-ridade geral;

d) a luta contra a carencia, em qualquer nação, deve ser conduzi-da com infatigável energia, e por um esforço internacional continuo e conjugado, no qual os representantes dos empregadores e dos empregados discutam, em igualdade, com os dos Governos, e to-mem com eles decisões de caráter democrático, visando o bem comum.

II

A Conferencia, convencida de ter a experiencia plenamente demonstrado a verdade da declaração contida na Constituição da Organização Internacional do Trabalho, que a paz, para ser dura-doura, deve assentar sobre a justiça social, afirma que:

a) todos os seres humanos de qualquer raça, crença ou sexo, tem o direito de assegurar o bem-estar material e o desenvolvimen-to espiritual dentro da liberdade e da dignidade, da tranquilidade economica e com as mesmas possibilidades;

b) a realização de condições que permitam o exercicio de tal direito deve constituir o principal objetivo de qualquer politica na-cional ou internacional;

c) quaisquer planos ou medidas, no terreno nacional ou inter-nacional, máxime os de caráter economico e financeiro, devem ser considerados sob esse ponto de vista e somente aceitos, quando fa-vorecerem, e não entravarem, a realização desse objetivo principal;

d) compete a Organização Internacional do Trabalho apreciar, no dominio internacional, tendo em vista tal objetivo, todos os pro-gramas de ação e medidas de caráter economico e financeiro;

e) no desempenho das funções que lhe são confiadas, a Orga-nização Internacional do Trabalho tem capacidade para incluir em

suas decisões e recomendações quaisquer disposições que julgar convenientes, apos levar em conta todos os fatores economicos e financeiros de interesse.

III

A Conferencia proclama solenemente que a Organização In-ternacional do Trabalho tem a obrigação de auxiliar as Nações do Mundo na execução de programas que visem:

a) proporcionar emprego integral para todos e elevar os niveis de vida;

b) dar a cada trabalhador uma ocupação na qual ele tenha a satisfação de utilizar, plenamente, sua habilidade e seus conheci-mentos e de contribuir para o bem geral;

c) favorecer, para atingir o fim mencionado no parágrafo pre-cedente, as possibilidades de formação profissional e facilitar as transferencias e migrações de trabalhadores e de colonos, dando as devidas garantias a todos os interessados;

d) adotar normas referentes aos salários e as remunerações, ao horário e as outras condições de trabalho, a fim de permitir que to-dos usufruam do progresso e, também, que todos os assalariados, que ainda não o tenham, percebam, no minimo, um salário vital;

e) assegurar o direito de ajustes coletivos, incentivar a coope-ração entre empregadores e trabalhadores para melhoria continua da organização da produção e a colaboração de uns e outros na elaboração e na aplicação da politica social e economica;

f) ampliar as medidas de segurança social, a fim de assegurar tanto uma renda minima e essencial a todos a quem tal proteção é necessária, como assistencia médica completa;

g) assegurar uma proteção adequada da vida e da saude dos trabalhadores em todas as ocupações;

h) garantir a proteção da infancia e da maternidade;

i) obter um nivel adequado de alimentação, de alojamento, de recreação e de cultura;

j) assegurar as mesmas oportunidades para todos em matéria educativa e profissional.

IV

A Conferencia — convencida de que uma utilização mais ampla e completa dos recursos da terra é necessária para a realização dos objetivos enumerados na presente Declaração, e pode ser assegu-rada por uma ação eficaz nos dominios internacional e nacional, em particular mediante medidas tendentes a promover a expan-são da produção e do consumo, a evitar flutuações economicas graves, a realizar o progresso economico e social das regiões me-nos desenvolvidas, a obter maior estabilidade nos preços mundiais de matérias-primas e de produtos, e a favorecer um comércio in-ternacional de volume elevado e constante — promete a inteira colaboração da Organização Internacional do Trabalho a todos os organismos internacionais aos quais possa ser atribuida uma parce-la de responsabilidade nesta grande missão, como na melhoria da saude, no aperfeiçoamento da educação e do bem-estar de todos os povos.

V

A Conferencia afirma que os principios contidos na presente Declaração convem integralmente a todos os povos e que sua apli-cação progressiva, tanto aqueles que são ainda dependentes, como aos que já se podem governar a si proprios, interessa o conjunto do mundo civilizado, embora deva-se levar em conta, nas varieda-des dessa aplicação, o grau de desenvolvimento economico e social atingido por cada um.”

17

conVenÇÕes raTiFicaDas Pelo Brasil

Convenção Título Adoção OIT Ratificação Brasil Observação

3Convenção relativa ao Emprego das Mulheres Antes e Depois do Parto (Proteção a Maternidade)

1919 26.4.1934Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 103 em 26.7.1961.

4Convenção relativa ao Trabalho Noturno das Mulheres

1919 26.4.1934 Denunciada em 12.5.1937

5Idade Minima de Admissão nos Trabalhos Industriais

1919 26.4.1934Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 138 em 28.6.2001.

6Trabalho Noturno dos Menores na Industria

1919 26.4.1934

7Convenção sobre a Idade Minima para Admissão de Menores no Trabalho Maritimo (Revista em 1936)

1920 8.6.1936Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 58 em 9.1.1974

11 Direito de Sindicalização na Agricultura 1921 25.4.1957

12Indenização por Acidente do Trabalho na Agricultura

1921 25.4.1957

14 Repouso Semanal na Industria 1921 25.4.1957

16Exame Médico de Menores no Trabalho Maritimo

1921 8.6.1936

19Igualdade de Tratamento (Indenização por Acidente de Trabalho)

1925 25.4.1957

21Inspeção dos Emigrantes a Bordo dos Navios

1926 18.6.1965

22 Contrato de Engajamento de Marinheiros 1926 18.6.1965

26 Métodos de Fixação de Salários Minimos 1928 25.4.1957

29 Trabalho Forçado ou Obrigatorio 1930 25.4.1957

41Convenção Relativa ao Trabalho Nocturno das Mulheres (Revista, 1934)

1934 8.6.1936Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 89 em 24.4.1957.

42Indenização por Enfermidade Profissional (Revista)

1934 8.6.1936

45Emprego de Mulheres nos Trabalhos Subterraneos das Minas

1935 22.9.1938

52 Férias Remuneradas 1936 22.9.1938Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 132 em 23.9.1998.

53Certificados de Capacidade dos Oficiais da Marinha Mercante

1936 12.10.1938

58Idade Minima no Trabalho Maritimo (Revista)

1936 12.10.1938Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 138 em 26.6.2001.

18

Convenção Título Adoção OIT Ratificação Brasil Observação

80 Revisão dos Artigos Finais 1946 13.4.1948

81Inspeção do Trabalho na Industria e no Comércio

1947 11.10.1989

88 Organização do Serviço de Emprego 1948 25.4.1957

89Trabalho Noturno das Mulheres na Industria (Revista)

1948 25.4.1957

91Férias Remuneradas dos Maritimos (Revista)

1949 18.6.1965Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 146 em 24.9.1998.

92 Alojamento de Tripulação a Bordo (Revista) 1949 8.6.1954

93Convenção sobre Salários, Duração de Trabalho a Bordo e Tripulação (Revista em 1949)

1949 18.6.1965A Convenção não entrou em vigor.

94Cláusulas de Trabalho em Contratos com Orgãos Publicos

1949 18.6.1965

95 Proteção do Salário 1949 25.4.1957

96Concernente aos Escritorios Remunerados de Empregos

1949 21.6.1957Denunciada pelo Brasil, deixou de vigorar em 14.1.1973.

97 Trabalhadores Migrantes (Revista) 1949 18.6.1965

98Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva

1949 18.11.1952

99Métodos de Fixação de Salário Minimo na Agricultura

1951 25.4.1957

100Igualdade de Remuneração de Homens e Mulheres Trabalhadores por Trabalho de Igual Valor

1951 25.4.1957

101 Férias Remuneradas na Agricultura 1952 25.4.1957Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 132 em 23.9.1998.

102 Normas Minimas da Seguridade Social 1952 15.6.2009

103 Amparo a Maternidade (Revista) 1952 18.6.1965

104Abolição das Sanções Penais no Trabalho Indigena

1955 18.6.1965

105 Abolição do Trabalho Forçado 1957 18.6.1965

106Repouso Semanal no Comércio e nos Escritorios

1957 18.6.1965

107 Populações Indigenas e Tribais 1957 18.6.1965Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 169 em 25.7.2002.

108 Documentos de Identidade dos Maritimos 1958 5.11.1963Denunciada, como resultado da ratificação da Convenção n. 185, em 21.1.2010.

109Convenção sobre os Salários, a Duração do Trabalho a Bordo e as Lotações (Revista em 1958)

1958 30.11.1966A Convenção não entrou em vigor.

110Convenção sobre as Condições de Emprego dos Trabalhadores em Fazendas

1958 1º.3.1965 Denunciada em 28.8.1970.

111Discriminação em Matéria de Emprego e Ocupação

1958 26.11.1965

19

Convenção Título Adoção OIT Ratificação Brasil Observação

113 Exame Médico dos Pescadores 1959 1º.3.1965

115 Proteção Contra as Radiações 1960 5.9.1966

116 Revisão dos Artigos Finais 1961 5.9.1966

117Objetivos e Normas Básicas da Politica Social

1962 24.3.1969

118Igualdade de Tratamento entre Nacionais e Estrangeiros em Previdencia Social

1962 24.3.1969

119 Proteção das Máquinas 1963 16.4.1992

120 Higiene no Comércio e nos Escritorios 1964 24.3.1969

122 Politica de Emprego 1964 24.3.1969

124Exame Médico dos Adolescentes para o Trabalho Subterraneo nas Minas

1965 21.8.1970

125 Certificados de Capacidade dos Pescadores 1966 21.8.1970

126 Alojamento a Bordo dos Navios de Pesca 1966 12.4.1994

127 Peso Máximo das Cargas 1967 21.8.1970

131Fixação de Salários Minimos, Especialmente nos Paises em Desenvolvimento

1970 4.5.1983

132 Férias Remuneradas (Revista) 1970 23.9.1998

133Alojamento a Bordo de Navios (Disposições Complementares)

1970 16.4.1992

134Prevenção de Acidentes do Trabalho dos Maritimos

1970 25.7.1996

135Proteção de Representantes de Trabalhadores

1971 18.5.1990

136Proteção Contra os Riscos da Intoxicação pelo Benzeno

1971 24.3.1993

137 Trabalho Portuário 1973 12.8.1994

138 Idade Minima para Admissão 1973 28.6.2001

139Prevenção e Controle de Riscos Profissionais Causados por Substancias ou Agentes Cancerigenos

1974 27.6.1990

140 Licença Remunerada para Estudos 1974 16.4.1992

141 Organizações de Trabalhadores Rurais 1975 27.9.1994

142 Desenvolvimento de Recursos Humanos 1975 24.11.1981

144Consultas Tripartites sobre Normas Internacionais do Trabalho

1976 27.9.1994

145 Continuidade no Emprego do Maritimo 1976 18.5.1990

146Convenção Relativa as Férias Anuais Pagas dos Maritimos

1976 24.9.1998

147 Normas Minimas da Marinha Mercante 1976 17.1.1991

148 Contaminação do Ar, Ruido e Vibrações 1977 14.1.1982

151Direito de Sindicalização e Relações de Trabalho na Administração Publica

1978 15.6.2010

152Segurança e Higiene dos Trabalhos Portuários

1979 18.5.1990

20

Convenção Título Adoção OIT Ratificação Brasil Observação

154 Fomento a Negociação Coletiva 1981 10.7.1992

155 Segurança e Saude dos Trabalhadores 1981 18.5.1992

158Término da Relação de Trabalho por Iniciativa do Empregador

1982 5.1.1995 Denunciada em 20.11.1996

159Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas Deficientes

1983 18.5.1990

160 Estatisticas do Trabalho (Revista) 1985 2.7.1990

161 Serviços de Saude do Trabalho 1985 18.5.1990

162 Utilização do Amianto com Segurança 1986 18.5.1990

163Bem-Estar dos Trabalhadores Maritimos no Mar e no Porto

1987 4.3.1997

164Proteção a Saude e Assistencia Médica aos Trabalhadores Maritimos

1987 4.3.1997

166 Repatriação de Trabalhadores Maritimos 1987 4.3.1997

167Convenção sobre a Segurança e Saude na Construção

1988 19.5.2006

168Promoção do Emprego e Proteção Contra o Desemprego

1988 24.3.1993

169 Sobre Povos Indigenas e Tribais 1989 25.7.2002

170Segurança no Trabalho com Produtos Quimicos

1990 23.12.1996

171 Trabalho Noturno 1990 18.12.2002

174Convenção sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores

1993 2.8.2001

176Convenção sobre segurança e saude nas minas

1995 18.5.2006

178Convenção Relativa a Inspeção das Condições de Vida e de Trabalho dos Trabalhadores Maritimos

1996 21.12.2007

182Convenção sobre Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação

1999 2.2.2000

185Convenção sobre os Documentos de Identidade da Gente do Mar (Revista)

2003 21.1.2010

21

conVenÇÕes Da oiTraTiFicaDas Pelo Brasil e eM ViGor

Trabalho noturno dos Menores na indústriaconVenÇÃo n. 6

I — Aprovada na 1ª reunião da Conferencia Internacional do Tra-balho (Washington — 1919), entrou em vigor no plano internacional em 13.6.21.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Ato do Chefe do Governo Provisorio, de 27 de março de 1934;

b) ratificação = 26 de abril de 1934;

c) vigencia nacional = 26 de abril de 1935;

d) promulgação = Decreto n. 423, de 12 de dezembro de 1935.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho:

Convocada em Washington pelo Governo dos Estados Unidos da América em 29 de outubro de 1919,

Depois de haver decidido adotar diversas proposições relativas ao ‘emprego de menores a noite’, questão que está compreendida no quarto ponto da ordem do dia da reunião da Conferencia cele-brada em Washington, e

Depois de haver decidido que ditas proposições revistam a for-ma de Convenção Internacional,

Adota a seguinte Convenção, que poderá ser citada como a ‘Convenção sobre o Trabalho Noturno dos Menores (Industria) 1919’, e que será submetida a ratificação dos Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho, de acordo com as disposições da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 1º

1. Para os efeitos da presente Convenção consideram-se ‘empre-sas industriais’, principalmente:

a) as minas, cantarias e industrias extrativas de qualquer classe;

b) as industrias nas quais se manufaturem, modifiquem, lim-pem, reparem, adornem, terminem ou preparem produtos para a venda, ou nas quais as matérias sofram uma transformação, com-preendidas a construção de navios, as industrias de demolição, e a produção, transformação e transmissão de eletricidade ou de qual-quer classe de força motriz;

c) a construção, reconstrução, conservação, preparação, modifi-cação ou demolição de edificios e construções de todas as classes, as ferrovias, rodovias, portos, molhes, canais, pontes, viadutos, esgotos coletores, esgotos ordinários, poços, instalações telegráficas ou tele-fonicas, instalações elétricas, fábricas de gás, distribuição de água ou outros trabalhos de construção, assim como as obras de preparação e cimentação que precedem os trabalhos antes mencionados;

d) o transporte de pessoas ou mercadorias por rodovias ou fer-rovias, compreendida a manipulação de mercadorias nos molhes, embarcadouros e armazéns, com exceção do transporte manual.

2. A autoridade competente determinará, em cada pais, a linha de demarcação entre a industria, de uma parte, e o comércio e a agricultura, de outra.

Art. 2º

1. Fica proibido empregar durante a noite pessoas menores de 18 anos em empresas industriais publicas ou privadas, ou em suas dependencias, com exceção daquelas em que unicamente estejam empregados os membros de uma mesma familia, salvo nos casos previstos, a seguir:

2. A proibição do trabalho noturno não se aplicará as pesso-as maiores de 16 anos empregadas nas industrias mencionadas a seguir, em trabalhos que, em razão de sua natureza, devam neces-sariamente continuar dia e noite:

a) fábricas de ferro e aço; trabalho em que se empreguem for-nos de reverberação ou de regeneração e galvanização de ferro laminado e do arame (com exceção dos oficios de desoxidação);

b) fábricas de vidro;

c) fábricas de papel;

d) engenhos nos quais se trata o açucar bruto;

e) redução do minério de ouro.

Art. 3º

1. Para os efeitos da presente Convenção o termo ‘noite’ sig-nifica um periodo de onze horas consecutivas, pelo menos, que compreenderá o intervalo que medeia entre as dez da noite e as cinco da manhã.

2. Nas minas de carvão e de linito poder-se-á conceder uma exce-ção no que concerne ao periodo de descanso previsto no parágrafo anterior, quando o intervalo entre os dois periodos de trabalho seja ordinariamente de quinze horas, porém, em nenhum caso, quando dito intervalo seja de menos de treze horas.

3. Quando a legislação do pais proibir a todos os trabalhadores o trabalho noturno nas padarias, poder-se-á substituir, em dita in-dustria, o periodo compreendido entre as dez da noite e as cinco da manhã, pelo periodo que medeia entre as nove da noite e as quatro da manhã.

4. Nos paises tropicais, onde o trabalho se suspenda durante certo tempo no meio da jornada, o periodo de descanso noturno poderá ser inferior a onze horas, com a condição de que durante o dia se conceda um descanso compensador.

Art. 4º As disposições dos arts. 2º e 3º não se aplicarão ao tra-balho noturno dos menores que tenham de 16 a 18 anos, no caso de força maior, que não se possa prever nem impedir, que não apresente caráter periodico, e que constitua um obstáculo ao fun-cionamento normal de uma empresa industrial.

Art. 5º No que concerne a aplicação da presente Convenção ao Japão, até 1º de julho de 1925, o art. 2º so se aplicará aos jovens menores de 15 anos, e, a partir dessa data, aos menores de 16 anos.

Art. 6º No que concerne a aplicação da presente Convenção da Índia, a expressão ‘empresa industrial’ compreenderá unicamente as ‘fábricas’, tal como as define a Lei de Fábricas da Índia (Indian Factory Act), e o art. 2º não se aplicará aos menores do sexo mas-culino maiores de 14 anos.

22

Art. 7º A autoridade competente poderá suspender a proibição do trabalho noturno, no que respeite aos menores de 16 a 18 anos de idade, nos casos particularmente graves e naqueles em que o interesse nacional assim o exija.

Art. 8º As ratificações formais da presente Convenção, de acordo com as condições estabelecidas pela Constituição da Organização Internacional do Trabalho, serão comunicadas, para seu registro, ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 9º

1. Todo Membro da Organização Internacional do Trabalho que ratifique a presente Convenção se obriga a aplicá-la nas suas colo-nias ou possessões ou em seus protetorados que não se governem plenamente por si mesmos, com reserva de:

a) que as condições locais impossibilitem a aplicação das dispo-sições da Convenção;

b) que possam introduzir-se na Convenção as modificações ne-cessárias para sua adaptação as condições locais.

2. Cada Membro deverá notificar a Repartição Internacional do Trabalho sua decisão, no que concerne a cada uma de suas colonias ou possessões, ou a cada um de seus protetorados que não se go-vernem plenamente por si mesmos.

Art. 10. Logo que as ratificações de dois Membros da Organiza-ção Internacional do Trabalho tenham sido registradas na Repartição Internacional do Trabalho, o Diretor-Geral da Repartição notificará todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 11. Esta Convenção entrará em vigor na data em que o Diretor da Repartição Internacional do Trabalho tenha efetuado dita notificação, e so obrigará aos Membros que tenham registrado sua ratificação na Repartição Internacional do Trabalho. Desde dito momento esta Convenção entrará em vigor, para qualquer outro Membro, na data em que haja sido registrada sua ratificação na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 12. Todo Membro que ratifique a presente Convenção obriga-se a aplicar suas disposições ao mais tardar a 1º de julho de 1922, e a tomar as medidas necessárias para o cumprimento de ditas disposições.

Art. 13. Todo Membro que tenha ratificado esta Convenção poderá denunciá-la a expiração de um periodo de 10 anos, a par-tir da data em que tenha entrado inicialmente em vigor, mediante ato comunicado, para seu registro, ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho. A denuncia não surtirá efeito até um ano depois da data de seu registro na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 14. Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Admi-nistração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará a Conferencia Geral um relatorio sobre a aplicação da presente Con-venção e examinará se é necessário inscrever na ordem do dia da Conferencia a questão da sua revisão total ou parcial.

Art. 15. As versões inglesa e francesa do texto desta Convenção são igualmente autenticas.”

Direito de sindicalização na agriculturaconVenÇÃo n. 11

I — Aprovada na 3ª reunião da Conferencia Internacional do Tra-balho (Genebra — 1921), entrou em vigor no plano internacional em 11.5.23.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Decreto Legislativo n. 24, de 29 de maio de 1956, do Congresso Nacional;

b) ratificação = 25 de abril de 1957;

c) promulgação = Decreto n. 41.721, de 25 de junho de 1957;

d) vigencia nacional = 25 de abril de 1958.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Re-partição Internacional do Trabalho e tendo se reunido em 25 de outubro de 1921, em sua terceira sessão,

Depois de ter decidido adotar proposições relativas aos direitos de associação e união dos trabalhadores agricolas, questão compre-endida no quarto ponto da ordem do dia da sessão, e

Depois de decidido que essas proposições tomariam a forma de convenção internacional,

Adota a presente convenção, que será denominada ‘Convenção sobre Direitos de Associação (Agricultura)’, a ser ratificada pelos Membros da Organização Internacional do Trabalho, conforme as disposições da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 1º Todos os membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente convenção se comprometem a assegurar a todas as pessoas ocupadas na agricultura os mesmos direitos de associação e união dos trabalhadores na industria e a revogar qualquer disposição legislativa ou outra que tenha por efei-to restringir esses direitos em relação aos trabalhadores agricolas.

Art. 2º As ratificações oficiais da presente convenção, nas condi-ções estabelecidas pela Constituição da Organização Internacional do Trabalho, serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição In-ternacional do Trabalho e por ele registradas.

Art. 3º

1. A presente convenção entrará em vigor na data em que as ratificações de dois Membros da Organização Internacional do Tra-balho forem registradas pelo Diretor-Geral.

2. Ela obrigará apenas aos Membros cujas ratificações tenham sido registradas na Repartição Internacional do Trabalho. Depois disso, a convenção entrará em vigor, para cada Membro, na data em que sua ratificação for registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 4º Logo que as ratificações de dois Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho forem registradas na Repartição Internacional do Trabalho, o Diretor-Geral da Repartição Interna-cional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho. Igual notificação será feita a respeito das ratificações que lhe forem ulteriormente comunicadas pelos outros Membros da Organização.

Art. 5º Ressalvadas as disposições do art. 3, todos os Membros que ratificaram a presente Convenção se comprometem a aplicar as disposições do art. 1, no máximo até 1º de janeiro de 1924, e a tomar as medidas necessárias para tornar efetivas essas disposições.

Art. 6º Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente Convenção comprometem-se a aplicá-la as suas colonias, possessões ou protetorados, conforme as disposições do art. 35 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 7º Todo Membro que tiver ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la, a expiração de um periodo de 10 anos depois

23

da data em que a Convenção entrou em vigor inicialmente, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Traba-lho e por ele registrado. A denuncia não será efetivada senão um ano depois de registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 8º Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Admi-nistração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará a Conferencia Geral um relatorio sobre a aplicação da presente con-venção e examinará se é necessário inscrever na ordem do dia da Conferencia a questão da sua revisão total ou parcial.

Art. 9º Os textos frances e ingles da presente Convenção farão fé.”

indenização por acidente do Trabalho na agricultura

conVenÇÃo n. 12

I — Aprovada na 3ª reunião da Conferencia Internacional do Tra-balho (Genebra — 1921), entrou em vigor no plano internacional em 26.2.23.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Decreto Legislativo n. 24, de 29 de maio de 1956, do Congresso Nacional;

b) ratificação = 25 de abril de 1957;

c) promulgação = Decreto n. 41.721, de 25 de junho de 1957;

d) vigencia nacional = 25 de abril de 1958.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Internacional do Trabalho, tendo-se reunido em 25 de outubro de 1921, em sua terceira sessão,

Depois de haver decidido adotar diversas proposições relativas a proteção dos trabalhadores agricolas contra acidentes, questão compreendida no quarto ponto da ordem do dia da sessão, e

Depois de haver decidido que essas propostas tomariam a forma de convenção internacional,

Adota a presente convenção, que será denominada ‘Conven-ção sobre a Indenização por Acidentes no Trabalho (Agricultura) de 1921’, a ser ratificada pelos Membros da Organização Internacional do Trabalho, conforme as disposições da Constituição da Organiza-ção Internacional do Trabalho:

Art. 1º Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente convenção comprometem-se a estender a todos os assalariados agricolas o beneficio das leis e re-gulamentos que tem por objeto indenizar as vitimas de acidentes ocorridos no trabalho ou no curso do trabalho.

Art. 2º As ratificações oficiais da presente convenção, nas condi-ções estabelecidas pela Constituição da Organização Internacional do Trabalho, serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição In-ternacional do Trabalho e por ele registradas.

Art. 3º

1. A presente convenção entrará em vigor na data em que as ratificações de dois Membros da Organização Internacional do Tra-balho forem registradas pelo Diretor-Geral.

2. Ela obrigará apenas aos Membros cujas ratificações tenham sido registradas na Repartição Internacional do Trabalho. Depois disso, a convenção entrará em vigor, para cada Membro, na data em que sua ratificação for registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 4º Logo que as ratificações de dois Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho forem registradas na Repartição Internacional do Trabalho, o Diretor-Geral da Repartição Interna-cional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho. Igual notificação será feita a respeito das ratificações que lhe forem ulteriormente comunicadas pelos outros Membros da Organização.

Art. 5º Ressalvadas as disposições do art. 3, todos os Membros que ratificam a presente convenção comprometem-se a aplicar as disposições do art. 1, até 1º de janeiro de 1924, e a tomar as medi-das necessárias para efetivar essas disposições.

Art. 6º Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente Convenção comprometem-se a aplicá-la as suas colonias, possessões ou protetorados, conforme as disposições do art. 35 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 7º Todo Membro que tiver ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la, a expiração de um periodo de 10 anos depois da data em que a Convenção entrou em vigor inicialmente, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Traba-lho e por ele registrado. A denuncia não será efetivada senão um ano depois de registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 8º Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Admi-nistração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará a Conferencia Geral um relatorio sobre a aplicação da presente con-venção e examinará se é necessário inscrever na ordem do dia da Conferencia a questão da sua revisão total ou parcial.

Art. 9º Os textos frances e ingles da presente Convenção farão fé.”

repouso semanal na indústriaconVenÇÃo n. 14

I — Aprovada na 3ª reunião da Conferencia Internacional do Tra-balho (Genebra — 1921), entrou em vigor no plano internacional em 19.6.23.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Decreto Legislativo n. 24, de 29.5.56, do Con-gresso Nacional;

b) ratificação = 25 de abril de 1957;

c) promulgação = Decreto n. 41.721, de 25.6.57;

d) vigencia nacional = 29 de abril de 1958.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Re-partição Internacional do Trabalho e tendo-se reunido em 25 de outubro de 1921, em sua terceira sessão,

Depois de ter decidido adotar diversas proposições relativas ao repouso semanal da industria, questão compreendida no sétimo ponto da ordem do dia da sessão, e

Depois de ter decidido que essas proposições tomariam a forma de convenção internacional,

Adota a presente convenção, denominada ‘Convenção sobre o Repouso Semanal (Industria) de 1921’, que será ratificada pelos Membros da Organização Internacional do Trabalho, conforme as disposições da Constituição da Organização Internacional do Trabalho:

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Art. 1º

1. Para a aplicação da presente Convenção, serão considerados ‘estabelecimentos industriais’:

a) as minas, pedreiras e industrias extrativas de toda natureza;

b) as industrias nas quais os produtos são manufaturados, mo-dificados, limpados, consertados, decorados, acabados, preparados para venda, ou nas quais as matérias sofrem transformação, in-clusive a da construção de navios, as industrias de demolição de material, assim como a produção, a transformação e a transmissão da força motriz em geral e da eletricidade;

c) a construção, a reconstrução, a manutenção, a reparação, a modificação ou a demolição de quaisquer construções ou edificios, estradas de ferro, bondes, portos, docas, molhes, canais, instala-ções para navegação interior, estradas, tuneis, pontes, viadutos, esgotos coletores, esgotos ordinários, poços, instalações telefonicas ou telegráficas, instalações elétricas e de gás, distribuição de água, ou outros trabalhos de construção, assim como os trabalhos de pre-paração e de fundação que precedem os trabalhos mencionados;

d) o transporte de pessoas ou de mercadorias por estradas, via férrea ou via fluvial interior, inclusive a manutenção das mercadorias nas docas, cais, desembarcadouros e armazéns, com exceção do transporte a mão.

2. A enumeração acima é feita sob reserva das exceções espe-ciais de ordem nacional previstas na Convenção de Washington, que limita a oito horas por dia e a quarenta e oito horas por semana o numero de horas de trabalho nos estabelecimentos industriais, na medida em que essas exceções forem aplicáveis a presente Con-venção.

3. Além da enumeração precedente, se for julgado necessário, cada Membro poderá determinar a linha de demarcação entre a industria, de um lado, e o comércio e a agricultura de outro.

Art. 2º

1. Todo pessoal ocupado em qualquer estabelecimento in-dustrial, publico ou privado, ou nas suas dependencias, deverá, ressalvadas as exceções previstas nos artigos presentes, ser benefi-ciado, no correr de cada periodo de sete dias, com um repouso, ao menos de 24 horas consecutivas.

2. Esse repouso será concedido, quando possivel, ao mesmo tempo a todo o pessoal de cada estabelecimento.

3. Coincidirá, quando possivel, com os dias consagrados pela tradição ou costume do pais ou da região.

Art. 3º Cada Membro poderá isentar da aplicação dos dispositi-vos do art. 2º as pessoas ocupadas nos estabelecimentos industriais nos quais sejam empregados membros de uma mesma familia.

Art. 4º

1. Cada Membro pode autorizar isenções totais ou parciais (in-clusive as suspensões e diminuições de repouso) das disposições do art. 2, levando em conta especialmente todas as considerações economicas e humanitárias apropriadas e depois de consulta as as-sociações qualificadas dos empregadores e dos empregados, onde existirem.

2. Esta consulta não será necessária no caso de isenções que já tiverem sido concedidas pela aplicação da legislação em vigor.

Art. 5º Cada Membro deverá, tanto quanto possivel, estabelecer disposições que fixem os periodos de repouso como compensação pelas suspensões ou diminuições feitas em virtude do art. 4, salvo os casos em que acordos ou usos locais já determinem tais repousos:

Art. 6º

1. Cada Membro organizará uma lista de isenções concedidas conforme os arts. 3º e 4º da presente convenção e a comunicará a Repartição Internacional do Trabalho. Cada Membro comunicará, em seguida, cada dois anos, todas as modificações que forem feitas nessa lista.

2. A Repartição Internacional do Trabalho apresentará relatorio a esse respeito a Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 7º Para facilitar a aplicação das disposições da presente convenção, cada patrão, diretor ou gerente será submetido as se-guintes obrigações:

a) dar a conhecer, no caso em que o repouso semanal é dado coletivamente a todo o pessoal, os dias e horas de repouso coletivo, por meio de cartazes apostos de maneira visivel no estabelecimento ou em qualquer outro lugar conveniente, ou segundo qualquer ou-tra maneira aprovada pelo Governo;

b) dar a conhecer, quando o repouso não é dado coletivamente a todo o pessoal, por meio de um registro feito segundo as normas aprovadas pela legislação do pais ou por um regulamento da au-toridade competente, os operários ou empregados submetidos a regime particular de repouso, e indicar esse regime.

Art. 8º As ratificações oficiais da presente convenção, nas condi-ções estabelecidas pela Constituição da Organização Internacional do Trabalho, serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição In-ternacional do Trabalho e por ele registradas.

Art. 9º

1. A presente convenção entrará em vigor na data em que as ratificações de dois Membros da Organização Internacional do Tra-balho forem registradas pelo Diretor-Geral.

2. Ela obrigará apenas aos Membros cujas ratificações tenham sido registradas na Repartição Internacional do Trabalho. Depois disso, a convenção entrará em vigor, para cada Membro, na data em que sua ratificação for registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 10. Logo que as ratificações de dois Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho forem registradas na Repartição Internacional do Trabalho, o Diretor-Geral da Repartição Interna-cional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho. Igual notificação será feita a respeito das ratificações que lhe forem ulteriormente comunicadas pelos outros Membros da Organização.

Art. 11. Todos os Membros que ratificam a presente convenção comprometem-se a aplicar as disposições dos arts. 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 até 1º de janeiro de 1924 e a tomar as medidas que forem neces-sárias para efetivar estas disposições.”

exame Médico de Menores no Trabalho Marítimo

conVenÇÃo n. 16

I — Aprovada na 3ª reunião da Conferencia Internacional do Tra-balho (Genebra — 1921), entrou em vigor no plano internacional em 20.11.22.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Decreto Legislativo n. 9, de 22.12.35, do Con-gresso Nacional;

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b) ratificação = 8 de junho de 1936;

c) promulgação = Decreto n. 1.398, de 19.1.37;

d) vigencia nacional = 8 de junho de 1937.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Re-partição Internacional do Trabalho e congregada em dita cidade em sua terceira reunião, a 25 de outubro de 1921;

Depois de haver decidido adotar diversas proposições relativas ao exame médico obrigatorio dos menores empregados a bordo de navios, questão esta compreendida no oitavo ponto da ordem do dia da reunião e,

Depois de haver decidido que ditas proposições revistam a for-ma de uma Convenção Internacional,

Adota a seguinte Convenção, que poderá ser citada como ‘Con-venção sobre o Exame Médico dos Menores (Trabalho Maritimo) 1921’, e que será submetida a ratificação dos Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho, de acordo com as disposições da Constituição da Organização Internacional do Trabalho:

Art. 1º Para os efeitos da presente Convenção, o termo ‘navio’ compreende todas as embarcações, navios ou barcos, qualquer que seja a sua classe, de propriedade publica ou privada, que se dedi-quem a navegação maritima, exceção feita aos navios de guerra.

Art. 2º As pessoas menores de 18 anos não poderão ser empre-gadas a bordo, salvo nos navios em que so estejam empregados os membros de uma mesma familia, sem prévia apresentação de um certificado médico que prove sua aptidão para dito trabalho, firmado por um médico reconhecido pela autoridade competente.

Art. 3º O emprego destes menores no trabalho maritimo não poderá continuar senão mediante renovação do exame médico, a intervalos que não excedam a um ano, e a apresentação, depois de cada novo exame, de um certificado médico que prove a aptidão para o trabalho maritimo. Entretanto, se o término do certificado ocorrer no curso de uma viagem, prorrogar-se-á até o fim da mes-ma.

Art. 4º Em casos urgentes, a autoridade competente poderá ad-mitir que uma pessoa menor de 18 anos embarque sem haver se submetido aos exames previstos pelos arts. 2º e 3º da presente Con-venção, com a condição de que dito exame se realize no primeiro porto em que tocar o navio.

Art. 5º As ratificações oficiais da presente convenção, nas condi-ções estabelecidas pela Constituição da Organização Internacional do Trabalho, serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição In-ternacional do Trabalho e por ele registradas.

Art. 6º

1. A presente convenção entrará em vigor na data em que as ratificações de dois Membros da Organização Internacional do Tra-balho forem registradas pelo Diretor-Geral.

2. Ela obrigará apenas aos Membros cujas ratificações tenham sido registradas na Repartição Internacional do Trabalho. Depois disso, a convenção entrará em vigor, para cada Membro, na data em que sua ratificação for registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 7º Logo que as ratificações de dois Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho forem registradas na Repartição Internacional do Trabalho, o Diretor-Geral da Repartição Interna-cional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho. Igual notificação será feita a respeito das

ratificações que lhe forem ulteriormente comunicadas pelos outros Membros da Organização.

Art. 8º Sob reserva das disposições do art. 6, todo Membro que ratifique a presente Convenção obriga-se a aplicar as disposições dos arts. 1, 2, 3 e 4, ao mais tardar a 1º de janeiro de 1924, e a tomar as medidas necessárias para o cumprimento de ditas disposições.

Art. 9º Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente Convenção comprometem-se a aplicá-la as suas colonias, possessões ou protetorados, conforme as disposições do art. 35 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 10. Todo Membro que tiver ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la, a expiração de um periodo de 10 anos depois da data em que a Convenção entrou em vigor inicialmente, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Traba-lho e por ele registrado. A denuncia não será efetivada senão um ano depois de registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 11. Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Admi-nistração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará a Conferencia Geral um relatorio sobre a aplicação da presente con-venção e examinará se é necessário inscrever na ordem do dia da Conferencia a questão da sua revisão total ou parcial.

Art. 12. Os textos frances e ingles da presente Convenção farão fé.”

igualdade de Tratamento (indenização por acidente de Trabalho)

conVenÇÃo n. 19

I — Aprovada pela 7ª reunião da Conferencia Internacional do Trabalho (Genebra — 1925), entrou em vigor no plano internacional em 8.9.26.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Decreto Legislativo n. 24, de 29.5.56, do Con-gresso Nacional;

b) ratificação = 25 de abril de 1957;

c) promulgação = Decreto n. 41.721, de 25.6.57;

d) vigencia nacional = 25 de abril de 1958.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Re-partição Internacional do Trabalho, e tendo-se reunido em 19 de maio de 1925, em sua sétima sessão,

Depois de ter decidido adotar diversas proposições relativas a igualdade de tratamento dos trabalhadores estrangeiros e nacio-nais vitimas de acidentes de trabalho, segunda questão inscrita na ordem do dia da sessão, e,

Depois de ter decidido que essas proposições tomariam a forma de convenção internacional,

Adota neste quinto dia de junho de mil novecentos e vinte e cinco, a convenção presente, que será denominada ‘Convenção so-bre a Igualdade de Tratamento (Acidentes de Trabalho) de 1925’, a ser ratificada pelos Membros da Organização Internacional do Trabalho, conforme as disposições da Constituição da Organização Internacional do Trabalho:

Art. 1º

1. Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente convenção comprometem-se a conceder

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aos nacionais de qualquer outro Membro que tenha ratificado a dita convenção, que forem vitimas de acidentes de trabalhos ocorridos em seu territorio ou em territorio sob sua dependencia, o mesmo tratamento assegurado aos seus proprios acidentados em matéria de indenização por acidentes de trabalho.

2. Esta igualdade de tratamento será assegurada aos trabalha-dores estrangeiros e a seus dependentes sem nenhuma condição de residencia. Entretanto, no que concerne aos pagamentos que um Membro ou seus nacionais teriam que fazer fora do territorio do citado Membro em virtude desse principio, as disposições a tomar serão reguladas, se for necessário, por convenções particulares en-tre os Membros interessados.

Art. 2º Para a indenização por acidentes de trabalho sobrevin-dos a trabalhadores ocupados temporária ou intermitentemente no territorio de um Membro, por conta de empresa situada em territo-rio de outro Membro, poderá ser prevista a aplicação da legislação deste ultimo, por acordo especial entre os Membros interessados.

Art. 3º Os Membros que ratificam a presente convenção e que não possuem regime de indenização ou de seguro a trabalhadores acidentados, acordam em instituir tal regime, dentro de um prazo de tres anos a partir de sua ratificação.

Art. 4º Os Membros que ratificam a presente convenção com-prometem-se a prestar assistencia mutua com o fim de facilitar sua aplicação, assim como a execução das leis e regulamentos respecti-vos, em matéria de indenização por acidentes de trabalho, levando ao conhecimento da Repartição Internacional do Trabalho, que in-formará, a todos os Membros interessados, todas as modificações feitas nas leis e regulamentos em vigor na matéria de indenização por acidentes de trabalho.

Art. 5º As ratificações oficiais da presente convenção, nas condi-ções estabelecidas pela Constituição da Organização Internacional do Trabalho, serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição In-ternacional do Trabalho e por ele registradas.

Art. 6º

1. A presente convenção entrará em vigor na data em que as ratificações de dois Membros da Organização Internacional do Tra-balho forem registradas pelo Diretor-Geral.

2. Ela obrigará apenas aos Membros cujas ratificações tenham sido registradas na Repartição Internacional do Trabalho. Depois disso, a convenção entrará em vigor, para cada Membro, na data em que sua ratificação for registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 7º Logo que as ratificações de dois Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho forem registradas na Repartição Internacional do Trabalho, o Diretor-Geral da Repartição Interna-cional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho. Igual notificação será feita a respeito das ratificações que lhe forem ulteriormente comunicadas pelos outros Membros da Organização.

Art. 8º Ressalvadas as disposições do art. 6, todos os Membros que ratificam a presente convenção se comprometem a aplicar as disposições dos arts. 1, 2, 3 e 4, até 1º de janeiro de 1927, e a to-mar as medidas necessárias a efetivar estas disposições.

Art. 9º Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente Convenção comprometem-se a aplicá-la as suas colonias, possessões ou protetorados, conforme as disposições do art. 35 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Art.10. Todo Membro que tiver ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la, a expiração de um periodo de 10 anos depois da data em que a Convenção entrou em vigor inicialmente, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Traba-lho e por ele registrado. A denuncia não será efetivada senão um ano depois de registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 11. Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Admi-nistração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará a Conferencia Geral um relatorio sobre a aplicação da presente con-venção e examinará se é necessário inscrever na ordem do dia da Conferencia a questão da sua revisão total ou parcial.

Art. 12. Os textos frances e ingles da presente Convenção farão fé.”

inspeção dos emigrantes a Bordo dos naviosconVenÇÃo n. 21

I — Aprovada pela 8ª reunião da Conferencia Internacional do Trabalho (Genebra — 1926), entrou em vigor no plano internacional em 29.12.27.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Decreto Legislativo n. 20, de 1965, do Congresso Nacional;

b) ratificação = 18 de junho de 1965;

c) promulgação = Decreto n. 58.816, de 14.6.66;

d) vigencia nacional = 25 de abril de 1958.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Re-partição Internacional do Trabalho, e reunida nessa cidade a 26 de maio de 1926, em sua oitava sessão,

Apos ter decidido adotar diversas proposições relativas as sim-plificações a introduzir na inspeção dos emigrantes a bordo dos navios, questão inscrita na ordem do dia da sessão, e

Apos ter decidido que essas proposições tomariam a forma de uma convenção internacional,

Adota, neste quinto dia de junho de mil novecentos e vinte e seis, a seguinte convenção, que será denominada ‘Convenção sobre a Inspeção dos Emigrantes, 1926’, a ser ratificada pelos Membros da Organização Internacional do Trabalho, de acordo com as dispo-sições da Constituição da Organização Internacional do Trabalho:

Art. 1º Para a aplicação da presente convenção, os termos ‘navio de emigrantes’ e ‘emigrante’ serão definidos, para cada pais, pela autoridade competente desse pais.

Art. 2º

1. Qualquer Membro que ratificar a presente convenção se compromete a aceitar o principio de que, sob ressalva das disposi-ções abaixo, o serviço oficial de inspeção encarregado de velar pela proteção dos emigrantes a bordo de um navio de emigrantes não esteja afeto a mais de um Governo.

2. A presente disposição em nada obsta a que o Governo de um outro pais possa ocasionalmente fazer acompanhar seus emigran-tes nacionais de um representante seu, embarcado a expensas suas, a titulo de observador e sob condição de que não usurpe as funções do inspetor oficial.

Art. 3º Se um inspetor oficial dos emigrantes for colocado a bor-do de um navio de emigrantes, será designado, via de regra, pelo

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Governo do pais cujo pavilhão arvore o navio. Contudo, o inspetor pode ser designado por um outro Governo em virtude de acordo concluido entre o Governo do pais cujo pavilhão arvora o navio e um ou vários Governos dos quais há nacionais compreendidos entre os emigrantes embarcados.

Art. 4º

1. Os conhecimentos práticos e as qualificações profissionais e morais exigidos de um inspetor oficial serão especificados pelo Go-verno responsável por sua designação.

2. Um inspetor oficial não pode de maneira alguma estar relacio-nado, direta ou indiretamente, com o armador ou com a companhia de navegação, nem deles depender.

3. A presente disposição em nada obsta a que um Governo pos-sa, excepcionalmente e em caso de absoluta necessidade, designar o médico de bordo como inspetor oficial.

Art. 5º

1. O inspetor oficial velará pelo respeito aos direitos que os emi-grantes possuam em virtude da lei do pais cujo pavilhão arvore o navio, ou de qualquer outra lei que for aplicável, ou ainda em virtu-de dos acordos internacionais e dos contratos de transporte.

2. O Governo do pais cujo pavilhão o navio arvora comunicará ao inspetor oficial, qualquer que seja a nacionalidade deste, o texto das leis e regulamentos em vigor que digam respeito a condição dos emigrantes, bem como os acordos internacionais e contratos em vigor, relativos ao mesmo assunto, que tiverem sido comunicados do dito Governo.

Art. 6º A autoridade do capitão a bordo não fica restringida pela presente convenção. O inspetor oficial não usurpará em caso algum a autoridade do capitão, e somente se ocupará em velar pela apli-cação das leis, regulamentos, acordos ou contratos que se refiram diretamente a proteção e ao bem-estar dos emigrantes a bordo.

Art. 7º

1. Dentro de oito dias apos a chegada ao porto de destino, o inspetor oficial fará um relatorio ao Governo do pais cujo pavilhão o navio arvora, e este enviará um exemplar do mesmo relatorio aos outros Governos interessados que tiverem previamente exprimido o desejo de o receber.

2. Copia do referido relatorio será enviada pelo inspetor oficial ao capitão do navio.

Art. 8º As ratificações oficiais da presente convenção, nas condi-ções estabelecidas pela Constituição da Organização Internacional do Trabalho, serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição In-ternacional do Trabalho e por ele registradas.

Art. 9º

1. A presente convenção entrará em vigor na data em que as ratificações de dois Membros da Organização Internacional do Tra-balho forem registradas pelo Diretor-Geral.

2. Ela obrigará apenas aos Membros cujas ratificações tenham sido registradas na Repartição Internacional do Trabalho. Depois disso, a convenção entrará em vigor, para cada Membro, na data em que sua ratificação for registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 10. Logo que as ratificações de dois Membros da Organi-zação Internacional do Trabalho forem registradas na Repartição Internacional do Trabalho, o Diretor-Geral da Repartição Interna-cional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho. Igual notificação será feita a respeito das

ratificações que lhe forem ulteriormente comunicadas pelos outros Membros da Organização.

Art. 11. Sob reserva das disposições do art. 9, qualquer Membro que ratificar a presente convenção se compromete a aplicar as dis-posições dos arts. 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 no mais tardar até 1º de janeiro de 1928, e a adotar as medidas que forem necessárias para tornar efetivas tais disposições.

Art. 12. Todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho que ratificam a presente Convenção comprometem-se a aplicá-la as suas colonias, possessões ou protetorados, conforme as disposições do art. 35 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.

Art. 13. Todo Membro que tiver ratificado a presente Convenção poderá denunciá-la, a expiração de um periodo de 10 anos depois da data em que a Convenção entrou em vigor inicialmente, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Traba-lho e por ele registrado. A denuncia não será efetivada senão um ano depois de registrada na Repartição Internacional do Trabalho.

Art. 14. Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Admi-nistração da Repartição Internacional do Trabalho apresentará a Conferencia Geral um relatorio sobre a aplicação da presente con-venção e examinará se é necessário inscrever na ordem do dia da Conferencia a questão da sua revisão total ou parcial.

Art. 15. Os textos frances e ingles da presente Convenção farão fé.”

contrato de engajamento de MarinheirosconVenÇÃo n. 22

I — Aprovada pela 9ª reunião da Conferencia Internacional do Trabalho (Genebra — 1926), entrou em vigor no plano internacional em 4.4.28.

II — Dados referentes ao Brasil:

a) aprovação = Decreto Legislativo n. 20, de 1965, do Congresso Nacional;

b) ratificação = 18 de junho de 1965;

c) promulgação = Decreto n. 58.817, de 14.7.66;

d) vigencia nacional = 18 de junho de 1966.

“A Conferencia Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Re-partição Internacional do Trabalho, e reunida nesta cidade a 7 de junho de 1926, em sua nona sessão,

Apos ter decidido adotar diversas proposições relativas ao con-trato de engajamento de marinheiros, questão compreendida no primeiro ponto da ordem do dia da sessão, e

Apos ter decidido que essas proposições tomariam a forma de uma Convenção Internacional, adota, neste vigésimo quarto dia de junho de mil novecentos e vinte e seis, a Convenção seguinte, que será denominada ‘Convenção sobre o Contrato de Engaja-mento de Marinheiros 1926’, a ser ratificada pelos membros da Organização Internacional do Trabalho, de acordo com as dispo-sições da Constituição da Organização Internacional do Trabalho:

Art. 1º

1. A presente convenção se aplica a todos os navios para a na-vegação maritima, matriculados no territorio de um dos Membros que tiver ratificado a Convenção, e aos armadores, comandantes e marinheiros de tais navios.