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Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI) Princípios Fundamentais de Auditoria (nível 3)

Normas Internacionais Das Entidades Fiscalizadoras Superiores

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Normas traduzidas pelo tcu do ISSAI 2015, Normas de Auditoria, NOrmas de controle externo, traducão tcu 2015 das normas secao 3, issai 100, issai 200, issai 400

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  • Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI)

    Princpios Fundamentais de Auditoria (nvel 3)

  • MINISTROS

    Aroldo Cedraz de Oliveira, Presidente

    Raimundo Carreiro, Vice-presidente

    Walton Alencar Rodrigues

    Benjamin Zymler

    Augusto Nardes

    Jos Mcio Monteiro

    Ana Arraes

    Bruno Dantas

    Vital do Rgo

    MINISTROS-SUBSTITUTOS

    Augusto Sherman Cavalcanti

    Marcos Bemquerer Costa

    Andr Lus de Carvalho

    Weder de Oliveira

    MINISTRIO PBLICO JUNTO AO TCU

    Paulo Soares Bugarin, Procurador-Geral

    Lucas Rocha Furtado, Subprocurador-Geral

    Cristina Machado da Costa e Silva, Subprocuradora-Geral

    Marinus Eduardo de Vries Marsico, Procurador

    Jlio Marcelo de Oliveira, Procurador

    Srgio Ricardo Costa Carib, Procurador

    Tribunal de Contas da Unio

    Repblica Federativa do BrasilRepblica Federativa do Brasil

    Tribunal de Contas da Unio

  • Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI)Nvel 3

    Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico - ISSAI 100

    Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira - ISSAI 200

    Princpios Fundamentais de Auditoria Operacional - ISSAI 300

    Princpios Fundamentais de Auditoria de Conformidade - ISSAI 400

  • Responsabilidade pelo contedo

    As Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI)

    de nvel 3 foram elaboradas pela International Organization of Supreme Audit

    Institutions (INTOSAI) e traduzidas pelo Tribunal de Contas da Unio, em 2015

    Responsabilidade pela traduo

    Secretaria de Relaes Internacionais (Serint/TCU)

    Reviso da traduo

    Secretaria-Geral de Controle Externo (Segecex/TCU)

    Instituto Rui Barbosa (IRB)

    Endereo

    TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    Secretaria-Geral de Controle Externo

    SAFS Quadra 4 Lote 1

    Edifcio Anexo I Sala 431

    70.042-900 Braslia - DF

    (61) 3316 7322

    Fax (61) 3316 7535

    [email protected]

    Ouvidoria

    0800 644 1500

    [email protected]

  • APRESENTAO

    O Tribunal de Contas da Unio apresenta sociedade a traduo do nvel 3 das Normas Internacionais

    das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI), desenvolvidas pela Organizao Internacional das Entidades

    Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI).

    As normas de nvel 3 abrangem os princpios fundamentais de auditoria do setor pblico (ISSAI 100),

    de auditoria financeira (ISSAI 200), de auditoria operacional (ISSAI 300) e de auditoria de conformidade

    (ISSAI 400).

    A ISSAI 100 estabelece os princpios fundamentais aplicveis a todos os trabalhos de auditoria do setor

    pblico, independentemente do contexto da auditoria, que devem ser observados quando da sua execuo.

    As ISSAIs 200, 300 e 400, tratam especificamente dos princpios fundamentais associados aos trs

    tipos de auditoria e abrangem as particularidades inerentes a cada trabalho e seu escopo de realizao.

    Essas normas constituem marco essencial para a credibilidade, a qualidade e o profissionalismo da

    auditoria do setor pblico. So a base comum e indispensvel sobre a qual a funo de auditoria deve

    avanar e inovar.

    O objetivo do TCU, ao divulgar esses documentos, o de disseminar, no Brasil e nos pases de lngua

    portuguesa, os padres internacionalmente aceitos para auditorias governamentais, de modo a apoiar os

    profissionais dedicados nobre tarefa de fiscalizar o uso de recursos pblicos em benefcio de toda sociedade.

    Aroldo Cedraz

    Presidente do Tribunal de Contas da Unio

  • ISSAI XX Title

    ISSAI 100 As Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI) so emitidas pela INTOSAI, a Organizao Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores. Para mais informaes visite www.issai.org

    I N T O S A I

    Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

  • INTOSAI - Secretaria Geral RECHNUNGSHOF (Tribunal de Contas da ustria)

    DAMPFSCHIFFSTRASSE 2 A-1033 VIENNA

    AUSTRIA Tel.: ++43 (1) 711 71 Fax: ++43 (1) 718 09 69

    E-MAIL: [email protected]; WORLD WIDE WEB: http://www.intosai.org

    I N T O S A I

    EXPERIENTIA MUTUA

    OMNIBUSPRODEST

    EXPERIENTIA MUTUA

    OMNIBUS PRODEST

    INTOSAI Comit de Normas Prof issionais

    PSC - Secretaria

    Rigsrevisionen Store Kongensgade 45 P.O. Box 9009 1022 Copenhagen K Denmark

    Tel.:+45 3392 8400 Fax:+45 3311 0415 E-mail: [email protected]

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    INTRODUO ...................................................................................................................................................... 1

    PROPSITO E APLICABILIDADE DAS ISSAI .................................................................................................... 1

    MARCO REFERENCIAL PARA AUDITORIA DO SETOR PBLICO .................................................................. 3

    Mandato ........................................................................................................................................................... 3

    A auditoria do setor pblico e seus objetivos .................................................................................................. 3

    Tipos de auditoria do setor pblico ................................................................................................................. 4

    ELEMENTOS DE AUDITORIA DO SETOR PBLICO ........................................................................................ 5

    As trs partes................................................................................................................................................... 5

    Objeto, critrios e informao sobre o objeto .................................................................................................. 6

    Tipos de trabalho ............................................................................................................................................. 6

    Confiana e assegurao na auditoria do setor pblico ................................................................................. 7

    A necessidade de confiana e assegurao ............................................................................................... 7

    Formas de fornecer assegurao ................................................................................................................ 7

    Nveis de assegurao ................................................................................................................................ 7

    PRINCPIOS DE AUDITORIA DO SETOR PBLICO ......................................................................................... 8

    Requisitos organizacionais .............................................................................................................................. 8

    Princpios gerais .............................................................................................................................................. 9

    tica e independncia .................................................................................................................................. 9

    Julgamento, devido zelo e ceticismo profissionais ...................................................................................... 9

    Controle de qualidade .................................................................................................................................. 9

    Gesto de equipes de auditoria e habilidades ............................................................................................. 9

    Risco de auditoria ...................................................................................................................................... 10

    Materialidade.............................................................................................................................................. 10

    Documentao ........................................................................................................................................... 11

    Comunicao ............................................................................................................................................. 11

    Princpios relacionados ao processo de auditoria ......................................................................................... 11

    Planejando uma auditoria .......................................................................................................................... 11

    Executando uma auditoria ......................................................................................................................... 13

    Relatando e monitorando ........................................................................................................................... 13

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    1

    INTRODUO

    1. Normas e diretrizes profissionais so essenciais para a credibilidade, a qualidade e o

    profissionalismo da auditoria do setor pblico. As Normas Internacionais das Entidades

    Fiscalizadoras Superiores (ISSAI), desenvolvidos pela Organizao Internacional das

    Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI), visam promover a realizao de auditorias

    independentes e eficazes pelas Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS).

    2. As ISSAI abrangem os requisitos da auditoria do setor pblico no nvel organizacional

    (EFS), enquanto no nvel dos trabalhos de auditoria, visam apoiar os membros da

    INTOSAI no desenvolvimento de suas prprias abordagens profissionais, de acordo com

    seus mandatos e com leis e regulamentos nacionais.

    3. O marco referencial de Normas Profissionais da INTOSAI tem quatro nveis. O nvel 1

    contm os princpios fundamentais da estrutura. O nvel 2 (ISSAI 10-99) estabelece pr-

    requisitos para o funcionamento adequado e a conduta profissional das EFS, como

    independncia, transparncia e accountability, tica e controle de qualidade, que so

    relevantes para todas as auditorias das EFS. Os nveis 3 e 4 tratam da realizao de cada

    tipo de auditoria e incluem princpios profissionais geralmente reconhecidos que do

    suporte a auditoria eficaz e independente das entidades do setor pblico.

    4. Os Princpios Fundamentais de Auditoria no nvel 3 (ISSAI 100-999) decorrem e foram

    elaborados a partir da ISSAI 1 A Declarao de Lima e das ISSAI de nvel 2, e fornecem uma estrutura normativa de referncia internacional definindo a auditoria do setor pblico.

    5. O nvel 4 traduz os Princpios Fundamentais de Auditoria em diretrizes operacionais mais

    especficas e detalhadas que podem ser usadas diariamente na realizao de auditorias e

    tambm como normas de auditoria, quando normas nacionais de auditoria no tenham

    sido desenvolvidas. Este nvel engloba as Diretrizes Gerais de Auditoria (ISSAI 1000-

    4999), que estabelecem os requisitos para auditorias financeiras, operacionais e de

    conformidade.

    6. A ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico fornece informaes detalhadas sobre

    o propsito e a aplicabilidade das ISSAI; o contexto da auditoria no setor pblico; os elementos de auditoria do setor pblico;

    os princpios aplicveis auditoria do setor pblico.

    PROPSITO E APLICABILIDADE DAS ISSAI

    7. A ISSAI 100 estabelece princpios fundamentais que so aplicveis a todos os trabalhos

    de auditoria do setor pblico, independentemente de sua forma ou contexto. As ISSAI 200,

    300 e 400 baseiam-se nesses princpios e adicionalmente os desenvolvem para ser

    aplicados no contexto das auditorias financeiras, operacionais e de conformidade,

    respectivamente. Assim, devem ser aplicados em conjunto com os princpios estabelecidos

    na ISSAI 100. Os princpios de maneira nenhuma se sobrepem s leis, aos regulamentos

    ou mandatos nacionais, nem impedem as EFS de realizar investigaes, revises ou

    outros trabalhos que no sejam especificamente cobertos pelas ISSAI existentes.

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

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    8. Os Princpios Fundamentais de Auditoria formam o ncleo das Diretrizes Gerais de

    Auditoria no nvel 4 do marco referencial das ISSAI. Os princpios podem ser usados para

    estabelecer normas oficiais de trs formas:

    como base sobre a qual as EFS podem desenvolver normas prprias;

    como base para a adoo de normas nacionais consistentes com esses princpios;

    como base para a adoo das Diretrizes Gerais de Auditoria como normas oficiais.

    As EFS podem optar por compilar um nico documento normativo, uma srie de tais

    documentos ou uma combinao de documentos normativos e outros documentos oficiais.

    As EFS devem declarar quais normas elas aplicam na execuo de suas auditorias, e essa

    declarao deve ser acessvel para os usurios dos seus relatrios. Quando as normas

    forem baseadas em vrias fontes em conjunto, isso tambm deve ser declarado. As EFS

    so encorajadas a tornar essas declaraes parte de seus relatrios de auditoria,

    entretanto formas mais gerais de comunicao podem ser usadas.

    9. Uma EFS pode declarar que as normas por ela desenvolvidas ou adotadas so baseadas

    ou so consistentes com os Princpios Fundamentais de Auditoria somente se essas

    normas cumprirem integralmente todos os princpios relevantes.

    Os relatrios de auditoria podem incluir uma referncia ao fato de que as normas utilizadas

    so baseadas ou so consistentes com a ISSAI ou ISSAI relevantes para o trabalho de

    auditoria realizado. Essa referncia pode ser feita declarando-se:

    Conduzimos nossa auditoria em conformidade com [normas], que so baseadas em [ou so consistentes com] os Princpios Fundamentais de Auditoria (ISSAI 100-999)

    das Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores.

    Para adotar ou desenvolver apropriadamente normas de auditoria baseadas nos Princpios

    Fundamentais de Auditoria necessria uma compreenso de todo o texto desses

    princpios. Para alcanar isso, pode ser til consultar as orientaes pertinentes nas

    Diretrizes Gerais de Auditoria.

    10. As EFS podem decidir adotar as Diretrizes Gerais de Auditoria como suas normas oficiais.

    Em tais casos, o auditor deve cumprir com todas as ISSAI relevantes para a auditoria. A

    referncia s ISSAI aplicadas pode ser feita declarando-se:

    Conduzimos nossa(s) auditoria(s) em conformidade com as Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores.

    Para maior transparncia, a declarao pode adicionalmente especificar qual ISSAI ou

    conjunto de ISSAI o auditor considerou relevante e aplicou. Isso pode ser feito

    acrescentando-se a seguinte frase:

    A(s) auditoria(s) foi(foram) baseada(s) na(s) ISSAI xxx [nmero e nome da ISSAI ou conjunto de ISSAI].

    11. As Normas Internacionais de Auditoria (ISA), elaborados pela Federao Internacional de

    Contadores (IFAC) esto incorporadas nas diretrizes de auditoria financeira (ISSAI 1000-

    2999). Portanto, em auditorias financeiras, a referncia pode ser feita tanto s ISSAI como

    s ISA. As ISSAI fornecem orientao adicional para o setor pblico (Notas Prticas),

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

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    mas os requisitos do auditor em auditorias financeiras so os mesmos. As ISA constituem

    um conjunto indivisvel de normas e as ISSAI em que elas esto incorporadas no podem

    ser referenciadas individualmente. Se as ISSAI ou as ISA tiverem sido adotados como

    normas da EFS para auditorias financeiras, o relatrio do auditor deve incluir referncia a

    essas normas. Isso se aplica igualmente a auditorias financeiras realizadas em

    combinao com outros tipos de auditoria.

    12. As auditorias podem ser realizadas em conformidade tanto com as Diretrizes Gerais de

    Auditoria como com normas provenientes de outras fontes, desde que no haja

    contradies. Nesses casos, deve ser feita referncia tanto a tais normas como s ISSAI.

    MARCO REFERENCIAL PARA AUDITORIA DO SETOR PBLICO

    Mandato

    13. Uma EFS exercer sua funo de auditoria do setor pblico dentro de um ordenamento

    constitucional especfico e em virtude de sua misso e mandato, que lhe garantem

    suficiente independncia e poder discricionrio para desempenhar suas atribuies. O

    mandato de uma EFS pode definir suas responsabilidades gerais no campo da auditoria do

    setor pblico e fazer disposies adicionais relativamente a auditorias e outros trabalhos a

    realizar.

    14. As EFS podem ter mandatos para realizar muitos tipos de trabalho sobre qualquer assunto

    de relevncia para as responsabilidades da administrao e responsveis pela governana

    e do uso apropriado de recursos e bens pblicos. A abrangncia ou forma desses

    trabalhos e dos relatrios deles decorrentes variar segundo o mandato conferida por lei

    EFS.

    15. Em certos pases, a EFS um tribunal, composto por juzes, com autoridade sobre os

    contabilistas do Estado e outros agentes pblicos que lhe devem prestar contas. Nesses

    casos, existe uma importante relao entre essa funo jurisdicional e as caractersticas

    da auditoria do setor pblico. A funo jurisdicional requer que a EFS assegure que seja

    responsabilizado quem quer que esteja encarregado de lidar com recursos pblicos, e,

    nesse sentido, esteja sujeito sua jurisdio.

    16. Uma EFS pode tomar decises estratgicas para cumprir as exigncias de seu mandato e

    outras exigncias legais. Tais decises podem incluir a definio das normas de auditoria

    aplicveis, os trabalhos a ser realizados e como eles sero priorizados.

    A auditoria do setor pblico e seus objetivos

    17. O ambiente da auditoria do setor pblico aquele no qual governos e outras entidades do

    setor pblico so responsveis pelo uso de recursos provenientes de tributao e outras

    fontes, para a prestao de servios aos cidados e outros beneficirios. Essas entidades

    devem prestar contas de sua gesto e desempenho, assim como do uso dos recursos,

    tanto para aqueles que proveem os recursos como para aqueles que dependem dos

    servios prestados com a utilizao de tais recursos, incluindo os cidados. A auditoria do

    setor pblico ajuda a criar condies apropriadas e a fortalecer a expectativa de que as

    entidades do setor pblico e os servidores pblicos desempenharo suas atribuies de

    modo efetivo, eficiente, tico e em conformidade com as leis e os regulamentos aplicveis.

    18. Em geral, a auditoria do setor pblico pode ser descrita como um processo sistemtico de

    obter e avaliar objetivamente evidncia para determinar se a informao ou as condies

    reais de um objeto esto de acordo com critrios estabelecidos. A auditoria do setor

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

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    pblico essencial, pois, fornece aos rgos legislativos e de controle, bem como aos

    responsveis pela governana e ao pblico em geral, informaes e avaliaes

    independentes e objetivas acerca da gesto e do desempenho de polticas, programas e

    operaes governamentais.

    19. As EFS esto a servio desse objetivo como importantes pilares dos sistemas

    democrticos e como mecanismos de governana nacionais, e desempenham um

    importante papel no aperfeioamento da administrao pblica ao enfatizar os princpios

    de transparncia, accountability, governana e desempenho. A ISSAI 20 Princpios de Transparncia e Accountability contm orientaes a esse respeito.

    20. As auditorias do setor pblico partem de objetivos que podem ser distintos, dependendo do

    tipo de auditoria que est sendo realizada. No entanto, todas elas contribuem para a boa

    governana:

    fornecendo aos usurios previstos, com independncia, informaes objetivas e confiveis, concluses ou opinies baseadas em evidncia suficientes e apropriada,

    relativas s entidades pblicas;

    aperfeioando a accountability e a transparncia, promovendo melhorias contnuas e permanente confiana no uso apropriado de recursos e bens pblicos e no

    desempenho da administrao pblica;

    fortalecendo a efetividade1 dos rgos que, dentro do ordenamento constitucional, exercem funes gerais de controle e correio sobre o governo, bem como dos

    responsveis pela gesto de atividades financiadas com recursos pblicos;

    criando incentivos para mudana ao proporcionar conhecimento, anlises abrangentes e recomendaes bem fundamentadas para aprimoramentos.

    21. Em geral, as auditorias do setor pblico podem ser classificadas em um ou mais de trs

    tipos principais: auditorias de demonstraes financeiras, auditorias de conformidade e

    auditorias operacionais. Os objetivos de cada auditoria iro determinar as normas que lhe

    so aplicveis.

    Tipos de auditoria do setor pblico

    22. Os trs tipos principais de auditoria do setor pblico so definidos como segue:

    Auditoria financeira foca em determinar se a informao financeira de uma entidade

    apresentada em conformidade com a estrutura de relatrio financeiro e o marco regulatrio

    aplicvel. Isso alcanado obtendo-se evidncia de auditoria suficiente e apropriada para

    permitir o auditor expressar uma opinio quanto a estarem as informaes financeiras

    livres de distores relevantes devido a fraude ou erro.

    Auditoria operacional foca em determinar se intervenes, programas e instituies esto

    operando em conformidade com os princpios de economicidade, eficincia e efetividade,

    bem como se h espao para aperfeioamento. O desempenho examinado segundo

    critrios adequados, e as causas de desvios desses critrios ou outros problemas so

    analisados. O objetivo responder a questes-chave de auditoria e apresentar

    recomendaes para aperfeioamento.

    1 Nota de traduo: Traduo de effectiveness. Esse termo em ingls abrange dois conceitos diferentes na lngua portuguesa:

    efetividade (conceito relacionado aos resultados) e eficcia (conceito relacionado ao grau de alcance das metas programadas).

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    5

    Auditoria de conformidade foca em determinar se um particular objeto est em

    conformidade com normas identificadas como critrios. A auditoria de conformidade

    realizada para avaliar se atividades, transaes financeiras e informaes cumprem, em

    todos os aspectos relevantes, as normas que regem a entidade auditada. Essas normas

    podem incluir regras, leis, regulamentos, resolues oramentrias, polticas, cdigos

    estabelecidos, acordos ou os princpios gerais que regem a gesto financeira responsvel

    do setor pblico e a conduta dos agentes pblicos.

    23. As EFS podem realizar auditorias ou outros trabalhos sobre qualquer tema de relevncia

    para as responsabilidades de gestores e responsveis pela governana e o apropriado uso

    de recursos pblicos. Esses trabalhos podem incluir relatrios sobre os produtos e

    resultados quantitativos das atividades de prestao de servios da entidade, relatrios de

    sustentabilidade, necessidades futuras de recursos, aderncia a padres de controle

    interno, auditorias de projetos em tempo real ou outros assuntos. As EFS podem tambm

    realizar auditorias combinadas, incorporando aspectos financeiros, operacionais e/ou de

    conformidade.

    ELEMENTOS DE AUDITORIA DO SETOR PBLICO

    24. A auditoria do setor pblico indispensvel para a administrao pblica, uma vez que a

    gesto de recursos pblicos uma questo de confiana. A responsabilidade pela gesto

    de recursos pblicos de acordo com as finalidades previstas confiada a uma entidade ou

    pessoa que atua em nome do pblico. A auditoria do setor pblico aumenta a confiana

    dos usurios previstos, fornecendo informaes e avaliaes independentes e objetivas a

    respeito de desvios dos padres aceitos ou dos princpios de boa governana.

    Todas as auditorias do setor pblico contam com os mesmos elementos bsicos: o auditor,

    a parte responsvel, os usurios previstos (as trs partes da auditoria), os critrios para

    avaliar o objeto e a informao resultante da avaliao do objeto. Os trabalhos de auditoria

    no setor pblico podem ser classificados em dois tipos diferentes: trabalhos de certificao

    e trabalhos de relatrio direto.

    As trs partes

    25. As auditorias do setor pblico envolvem pelo menos trs partes distintas: o auditor, uma

    parte responsvel e os usurios previstos. A relao entre as partes deve ser vista no

    contexto especfico do ordenamento constitucional para cada tipo de auditoria.

    O auditor: na auditoria do setor pblico, o papel de auditor desempenhado pelo

    Titular da EFS e pelas pessoas a quem delegada a tarefa de conduzir auditorias. A

    responsabilidade geral pela auditoria do setor pblico aquela definida no mandato

    da EFS.

    A parte responsvel: na auditoria do setor pblico, as principais responsabilidades so determinadas pelo ordenamento constitucional ou legal. As partes responsveis

    podem ser responsveis pela elaborao da informao sobre o objeto, pela gesto

    do objeto ou por atender recomendaes acerca do objeto, e podem ser pessoas ou

    organizaes.

    Os usurios previstos: as pessoas, organizaes ou grupos destas para quem o

    auditor elabora o relatrio de auditoria. Os usurios previstos podem ser rgos

    legislativos ou de controle, responsveis pela governana ou o pblico em geral.

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    6

    Objeto, critrios e informao sobre o objeto

    26. O objeto refere-se informao, condio ou atividade que mensurada ou avaliada de

    acordo com certos critrios. Pode assumir vrias formas e ter diferentes caractersticas,

    dependendo do objetivo da auditoria. Um objeto de auditoria apropriado identificvel e

    passvel de avaliao ou mensurao consistente baseada em critrios, de modo que

    possa ser submetido a procedimentos para obteno de evidncia de auditoria suficiente e

    apropriada para fundamentar a opinio ou concluso de auditoria.

    27. Os critrios so as referncias usadas para avaliar o objeto. Cada auditoria deve ter

    critrios adequados s circunstncias daquela auditoria. Na determinao da adequao

    dos critrios, o auditor deve considerar sua relevncia e compreensibilidade para os

    usurios previstos, assim como sua integridade, confiabilidade e objetividade

    (neutralidade, aceitabilidade geral e comparabilidade com os critrios utilizados em

    auditorias similares). Os critrios utilizados podem depender de uma srie de fatores,

    incluindo os objetivos e o tipo de auditoria. Critrios podem ser especficos ou mais gerais,

    e podem ser extrados de vrias fontes, incluindo leis, regulamentos, padres, princpios

    slidos e boas prticas. Os critrios devem estar disponveis para os usurios previstos

    para lhes permitir entender como o objeto foi avaliado ou mensurado.

    28. A informao sobre o objeto refere-se ao resultado da avaliao ou mensurao do objeto

    de acordo com os critrios. Pode assumir vrias formas e ter diferentes caractersticas,

    dependendo do objetivo e do escopo da auditoria.

    Tipos de trabalho

    29. Existem dois tipos de trabalho:

    Nos trabalhos de certificao a parte responsvel mensura o objeto de acordo com os critrios e apresenta a informao do objeto, sobre a qual o auditor ento obtm

    evidncia de auditoria suficiente e apropriada para proporcionar uma base razovel

    para expressar uma concluso.

    Nos trabalhos de relatrio direto o auditor quem mensura ou avalia o objeto de

    acordo com os critrios. O auditor seleciona o objeto e os critrios, levando em

    considerao risco e materialidade. O resultado da mensurao do objeto de acordo

    com os critrios apresentado no relatrio de auditoria na forma de achados,

    concluses, recomendaes ou de uma opinio. A auditoria do objeto pode tambm

    proporcionar novas informaes, anlises ou novas perspectivas.

    30. As auditorias financeiras so sempre trabalhos de certificao, uma vez que so baseadas

    em informaes financeiras apresentadas pela parte responsvel. As auditorias operacionais so, normalmente, trabalhos de relatrio direto. As auditorias de conformidade podem ser trabalhos de certificao, de relatrio direto ou ambos ao mesmo tempo. Constituem o objeto ou a informao sobre o objeto nos trs tipos de auditoria cobertos pelos ISSAI os seguintes:

    Auditoria financeira: o objeto de uma auditoria financeira a posio financeira, o desempenho, o fluxo de caixa ou outros elementos que so reconhecidos,

    mensurados e apresentados em demonstraes financeiras. A informao sobre o

    objeto so as demonstraes financeiras.

    Auditoria operacional: o objeto de uma auditoria operacional definido pelos objetivos

    e questes de auditoria. Os objetos podem ser programas especficos, entidades,

    fundos ou certas atividades (com seus produtos, resultados e impactos), situaes

    encontradas (incluindo causas e efeitos), assim como informaes financeiras ou no

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    7

    financeiras sobre qualquer um desses elementos. O auditor mensura ou avalia o

    objeto para avaliar a extenso na qual os critrios estabelecidos foram ou no

    atendidos.

    Auditoria de conformidade: o objeto de uma auditoria de conformidade definido pelo escopo da auditoria. Podem ser atividades, transaes financeiras ou informaes.

    Em trabalhos de certificao sobre conformidade, o auditor foca na informao sobre

    o objeto, que pode ser uma declarao de conformidade com uma estrutura de

    relatrio estabelecida e padronizada.

    Confiana e assegurao na auditoria do setor pblico

    A necessidade de confiana e assegurao

    31. Os usurios previstos desejam ter segurana sobre a confiabilidade e relevncia da

    informao que eles utilizam como base para a tomada de decises. Portanto, as

    auditorias devem fornecer informao baseada em evidncia suficiente e apropriada, e os

    auditores devem executar procedimentos para reduzir ou administrar o risco de chegar a

    concluses inadequadas. O nvel de assegurao que pode ser fornecido aos usurios

    previstos deve ser comunicado de forma transparente. Contudo, devido a limitaes que

    lhes so inerentes, as auditorias nunca podero oferecer uma assegurao absoluta.

    Formas de fornecer assegurao

    32. Dependendo da auditoria e das necessidades dos usurios previstos, a assegurao pode

    ser comunicada de duas maneiras:

    Por meio de opinies e concluses que transmitem explicitamente o nvel de

    assegurao. Isso se aplica a todos os trabalhos de certificao e a certos trabalhos

    de relatrio direto.

    De outras formas. Em alguns trabalhos de relatrio direto, o auditor no d uma

    declarao explcita de assegurao sobre o objeto. Em tais casos, o auditor fornece

    aos usurios o grau de confiana necessrio descrevendo explicitamente como

    achados, critrios e concluses foram desenvolvidos, de uma maneira equilibrada e

    razovel, e porque as combinaes de achados e critrios resultaram em uma

    determinada concluso geral ou recomendao.

    Nveis de assegurao

    33. A assegurao pode ser razovel ou limitada.

    A assegurao razovel alta, mas no absoluta. A concluso da auditoria expressa de forma positiva, transmitindo que, na opinio do auditor, o objeto est ou no em conformidade em todos os aspectos relevantes, ou, quando for o caso, que a informao sobre o objeto fornece uma viso verdadeira e justa, de acordo com os critrios aplicveis.

    Ao fornecer uma assegurao limitada, a concluso da auditoria afirma que, com base nos

    procedimentos executados, nada veio ao conhecimento do auditor para faz-lo acreditar

    que o objeto no est em conformidade com os critrios aplicveis. Os procedimentos

    executados em uma auditoria de assegurao limitada so limitados em comparao com

    os que so necessrios para obter assegurao razovel, mas esperado que o nvel de

    assegurao, baseado no julgamento profissional do auditor, seja significativo para os

    usurios previstos. Um relatrio de assegurao limitada transmite a natureza limitada da

    assegurao fornecida.

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    8

    PRINCPIOS DE AUDITORIA DO SETOR PBLICO

    34. Os princpios detalhados a seguir so fundamentais para a conduo de uma auditoria. A

    auditoria um processo cumulativo e iterativo. No entanto, para fins de apresentao, os

    princpios fundamentais so agrupados por princpios relacionados aos requisitos

    organizacionais das EFS, princpios gerais que o auditor deve considerar antes do incio e

    em mais de um momento durante a auditoria e princpios relacionados com as etapas

    especficas do processo de auditoria.

    reas cobertas pelos princpios de auditoria do setor pblico

    Requisitos organizacionais

    35. As EFS devem estabelecer e manter procedimentos apropriados para tica e

    controle de qualidade.

    Cada EFS deve estabelecer e manter procedimentos para tica e controle de qualidade no

    nvel organizacional, a fim de proporcionar um nvel de segurana razovel de que a EFS e

    seu pessoal cumpram as normas profissionais e as exigncias ticas, legais e

    regulamentares aplicveis. A ISSAI 30 Cdigo de tica e a ISSAI 40 Controle de Qualidade para EFS contm orientaes a esse respeito. A existncia desses procedimentos no nvel da EFS um pr-requisito para a aplicao ou o desenvolvimento

    de normas nacionais baseadas nos Princpios Fundamentais de Auditoria.

    Julgamento, devido

    zelo e ceticismo

    profissionais

    PRINCPIOS GERAIS

    tica e

    independncia

    Controle de

    qualidade

    Gerenciamento de

    equipes e habilidades

    Risco de

    auditoria

    Materialidade Documentao Comunicao

    PRINCPIOS RELACIONADOS AO PROCESSO DE AUDITORIA

    Planejamento da

    auditoria

    Execuo da

    auditoria

    Relatrio e

    Monitoramento

    Estabelecer os termos da auditoria

    Obter entendimento

    Realizar avaliao de risco ou anlise do problema

    Identificar riscos de fraude

    Desenvolver um

    plano de auditoria

    Realizar os procedimentos de auditoria planejados para obter evidncias.

    Avaliar as evidncias de auditoria e tirar concluses.

    Elaborar um relatrio baseado nas concluses alcanadas.

    Monitorar as questes relatadas como relevantes.

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    9

    Princpios gerais

    tica e independncia

    36. Os auditores devem cumprir exigncias ticas relevantes e ser independentes.

    Princpios ticos devem estar incorporados ao comportamento profissional do auditor. As

    EFS devem ter polticas abordando exigncias ticas e enfatizando a necessidade de seu

    cumprimento pelos auditores. Os auditores devem manter-se independentes, de modo

    que seus relatrios sejam imparciais e sejam visto como tal pelos usurios previstos.

    Os auditores podem encontrar orientao sobre independncia profissional na ISSAI 10 Declarao do Mxico sobre a Independncia das EFS. Orientaes sobre os princpios ticos fundamentais de integridade, objetividade, competncia pessoal, devido zelo,

    confidencialidade e comportamento profissional so definidos na ISSAI 30 Cdigo de tica.

    Julgamento, devido zelo e ceticismo profissionais

    37. Os auditores devem manter comportamento profissional apropriado, aplicando

    ceticismo profissional e julgamento profissional e exercendo devido zelo ao longo

    de toda a auditoria.

    A atitude do auditor deve ser caracterizada pelo ceticismo profissional e pelo julgamento

    profissional, que devem ser aplicados quando tomam decises sobre o curso de ao

    apropriado. Os auditores devem exercer devido zelo para assegurar que seu

    comportamento profissional apropriado.

    Ceticismo profissional significa manter distanciamento profissional e uma atitude alerta e

    questionadora quando avalia a suficincia e adequao da evidncia obtida ao longo da

    auditoria. Tambm significa manter a mente aberta e receptiva a todos os pontos de vista e

    argumentos. O julgamento profissional significa a aplicao coletiva de conhecimentos,

    habilidades e a experincia dos membros da equipe ao processo de auditoria. Devido zelo

    significa que o auditor deve planejar e executar auditorias de uma maneira diligente. Os

    auditores devem evitar qualquer conduta que possa desacreditar seu trabalho.

    Controle de qualidade

    38. Os auditores devem realizar a auditoria em conformidade com normas profissionais

    de controle de qualidade.

    As polticas e os procedimentos de controle de qualidade de uma EFS devem estar em

    conformidade com normas profissionais, a fim de assegurar que as auditorias sejam

    realizadas com um nvel de qualidade consistentemente elevado. Os procedimentos de

    controle de qualidade devem abranger questes tais como a direo, reviso e superviso

    do processo de auditoria e a necessidade de consulta a fim de alcanar decises em

    assuntos difceis ou controversos. Os auditores podem encontrar orientao adicional na

    ISSAI 40 Controle de Qualidade para as EFS.

    Gesto de equipes de auditoria e habilidades

    39. Os auditores devem possuir ou ter acesso s habilidades necessrias.

    Os membros da equipe de auditoria devem possuir, coletivamente, o conhecimento, as

    habilidades e a competncia necessrios para concluir com xito a auditoria. Isso inclui

    compreenso e experincia prtica acerca do tipo de auditoria que est sendo realizada,

    familiaridade com as normas e a legislao aplicveis, entendimento das operaes da

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    10

    entidade e habilidade e experincia para exercer julgamento profissional. Comum a todas

    as auditorias a necessidade de recrutar pessoas com qualificaes adequadas, oferecer

    desenvolvimento e treinamento do pessoal, elaborar manuais e outras orientaes e

    instrues escritas, relacionados conduo de auditorias, e atribuir recursos suficientes

    para a auditoria. Os auditores devem manter sua competncia profissional por meio de

    desenvolvimento profissional contnuo.

    Quando for relevante ou necessrio e alinhado com o mandato da EFS e com a legislao

    aplicvel, o auditor pode usar o trabalho de auditores internos, de outros auditores ou de

    especialistas. Os procedimentos do auditor devem fornecer uma base suficiente para usar

    o trabalho de outros e, em todos os casos, ele deve obter evidncia da competncia e

    independncia dos outros auditores ou especialistas e da qualidade do trabalho que

    realizaram. De qualquer maneira, a EFS a nica responsvel por qualquer opinio ou

    relatrio de auditoria que possa ser produzido sobre o objeto; essa responsabilidade no

    reduzida pelo uso do trabalho realizado por outras partes.

    Os objetivos da auditoria interna so diferentes daqueles da auditoria externa. No entanto,

    tanto a auditoria interna quanto a externa promovem boa governana ao contriburem para

    a transparncia e accountability pelo uso de recursos pblicos, assim como para a

    economia, eficincia e efetividade na administrao pblica. Isso oferece oportunidades

    para a coordenao e a cooperao e a possibilidade de eliminar a duplicao de

    esforos.

    Algumas EFS utilizam o trabalho de outros auditores em nvel estadual, provincial,

    regional, distrital ou local, ou de firmas de auditoria que tenham concludo trabalhos de

    auditoria relacionados ao objetivo da auditoria. Devem ser tomadas medidas para

    assegurar que qualquer um desses trabalhos tenha sido realizado em conformidade com

    as normas de auditoria do setor pblico.

    As auditorias podem exigir tcnicas especializadas, mtodos ou habilidades de disciplinas

    que no esto disponveis dentro da EFS. Em tais casos, especialistas podem ser usados

    para fornecer conhecimento, para realizar tarefas especficas ou para outros propsitos.

    Risco de auditoria

    40. Os auditores devem gerenciar os riscos de fornecer um relatrio que seja

    inadequado nas circunstncias da auditoria.

    O risco de auditoria o risco de que o relatrio de auditoria possa ser inadequado. O

    auditor executa procedimentos para reduzir ou administrar o risco de chegar concluses

    inadequadas, reconhecendo que as limitaes inerentes a todas as auditorias significam

    que uma auditoria nunca pode fornecer absoluta certeza da condio objeto.

    Quando o objetivo fornecer assegurao razovel, o auditor deve reduzir o risco de

    auditoria a um nvel aceitavelmente baixo, dadas as circunstncias da auditoria. A auditoria

    pode tambm visar fornecer assegurao limitada, caso em que o risco aceitvel de no

    conformidade com critrios maior do que em uma auditoria de assegurao razovel. A

    auditoria de assegurao limitada fornece um nvel de assegurao que, no julgamento

    profissional do auditor, ser significativo para os usurios previstos.

    Materialidade

    41. Os auditores devem considerar a materialidade durante todo o processo de

    auditoria. A materialidade relevante em todas as auditorias. Uma questo pode ser julgada material se o seu conhecimento suscetvel de influenciar as decises dos usurios previstos. Determinar a materialidade uma questo de julgamento profissional e depende da

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    11

    interpretao do auditor acerca das necessidades dos usurios. Esse julgamento pode se relacionar a um item individual ou a um grupo de itens, tomados em conjunto. A materialidade muitas vezes considerada em termos de valor, mas tambm tem aspectos quantitativos, bem como qualitativos. As caractersticas inerentes a um item ou grupo de itens podem tornar uma questo material por sua prpria natureza. Uma questo pode, tambm, ser material por causa do contexto em que ela ocorre.

    As consideraes sobre materialidade afetam as decises relativas natureza, poca e

    extenso dos procedimentos de auditoria, e a avaliao dos resultados da auditoria. Essas

    consideraes podem incluir preocupaes das partes interessadas2, interesse pblico,

    exigncias regulatrias e consequncias para a sociedade.

    Documentao

    42. Os auditores devem preparar documentao de auditoria que seja suficientemente

    detalhada para fornecer uma compreenso clara do trabalho realizado, da evidncia

    obtida e das concluses alcanadas.

    A documentao de auditoria deve incluir uma estratgia de auditoria e um plano de

    auditoria. Deve registrar os procedimentos executados e a evidncia obtida e apoiar a

    comunicao dos resultados da auditoria. A documentao deve ser suficientemente

    detalhada para permitir a um auditor experiente, sem nenhum conhecimento prvio da

    auditoria, entender a natureza, a poca, o escopo e os resultados dos procedimentos

    executados, a evidncia obtida para apoiar as concluses e recomendaes da auditoria, o

    raciocnio por trs de todas as questes relevantes que exigiram o exerccio do julgamento

    profissional e as respectivas concluses.

    Comunicao

    43. Os auditores devem estabelecer uma comunicao eficaz durante todo o processo

    de auditoria.

    essencial que a entidade auditada seja mantida informada de todas as questes

    relacionadas com a auditoria. Esta a chave para o desenvolvimento de uma relao de

    trabalho construtiva. A comunicao deve incluir a obteno de informao relevante para

    a auditoria e a disponibilizao oportuna de observaes e achados de auditoria

    administrao e aos responsveis pela governana durante o trabalho. O auditor tambm

    pode ter a responsabilidade de comunicar fatos relacionados auditoria a outras partes

    interessadas, tais como rgos legislativos e de controle.

    Princpios relacionados ao processo de auditoria

    Planejando uma auditoria

    44. Os auditores devem assegurar que os termos da auditoria sejam claramente

    estabelecidos.

    As auditorias podem ser exigidas pela legislao, solicitadas por um rgo legislativo ou de

    controle, iniciadas pela EFS ou realizadas por simples acordo com a entidade auditada.

    Em todos os casos, o auditor, a administrao da entidade auditada, os responsveis pela

    governana e outros, conforme aplicvel, devem chegar a um entendimento comum e

    formal acerca dos termos da auditoria e dos seus respectivos papis e responsabilidades.

    Informaes importantes podem incluir o objeto, o escopo e os objetivos da auditoria, o

    acesso aos dados, o relatrio que resultar da auditoria, o processo da auditoria, as

    2 Nota de traduo: Traduo de stakeholder. Conceito determinado pelas ISO ABNT 31000 e ISO GUIA 73: Parte interessada -

    pessoa ou organizao que pode afetar, ser afetada, ou perceber-se afetada por uma deciso ou atividade.

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    12

    pessoas de contato e os papis e responsabilidades das diferentes partes envolvidas no

    trabalho.

    45. Os auditores devem obter um entendimento da natureza da entidade ou do programa

    a ser auditado.

    Isso inclui entender os objetivos relevantes, as operaes, o ambiente regulatrio, os

    controles internos, o sistema financeiro e outros sistemas e processos de negcio,

    pesquisando as potencias fontes de evidncia de auditoria. O conhecimento pode ser

    obtido a partir de interao regular com a administrao, os responsveis pela governana

    e outras partes interessadas. Isso pode significar consultar especialistas e examinar

    documentos (incluindo estudos anteriores e outras fontes), a fim de obter um amplo

    entendimento do objeto a ser auditado e seu contexto.

    46. Os auditores devem realizar uma avaliao de risco ou anlise de problema, e

    revis-la, se necessrio, em resposta aos achados de auditoria.

    A natureza dos riscos identificados variar de acordo com o objetivo da auditoria. O auditor

    deve considerar e avaliar o risco de diferentes tipos de deficincias, desvios ou distores

    que possam ocorrer em relao ao objeto. Tantos riscos gerais como especficos devem

    ser considerados. Isso pode ser alcanado mediante procedimentos que servem para

    obter um entendimento da entidade ou do programa e seu ambiente, incluindo os controles

    internos relevantes. O auditor deve avaliar as respostas da administrao aos riscos

    identificados, incluindo o desenho e a implementao de controles internos para trat-los.

    Em uma anlise de problemas, o auditor deve considerar as indicaes atuais de

    problemas ou desvios do que deveria ser ou esperado. Esse processo envolve examinar

    vrios indicadores de problemas a fim de definir os objetivos da auditoria. A identificao

    de riscos e seus impactos na auditoria deve ser considerada ao longo de todo o processo

    de auditoria.

    47. Os auditores devem identificar e avaliar os riscos de fraude relevantes para os

    objetivos da auditoria.

    Os auditores devem fazer indagaes e executar procedimentos para identificar e

    responder aos riscos de fraude que sejam relevantes para os objetivos da auditoria. Eles

    devem manter uma atitude de ceticismo profissional e estar alertas para a possibilidade de

    fraude, durante todo o processo de auditoria.

    48. Os auditores devem planejar seu trabalho para assegurar que a auditoria seja

    conduzida de uma maneira eficiente e eficaz. O planejamento de uma auditoria especfica envolve aspectos estratgicos e operacionais.

    Estrategicamente, o planejamento deve definir o escopo, os objetivos e a abordagem da auditoria. Os objetivos referem-se quilo que a auditoria pretende alcanar. O escopo refere-se ao objeto e aos critrios que os auditores utilizaro para avaliar e relatar acerca do objeto, e est diretamente relacionado com os objetivos. A abordagem descrever a natureza e extenso dos procedimentos a serem aplicados para reunir evidncias de auditoria. A auditoria deve ser planejada para reduzir os riscos de auditoria a um nvel aceitavelmente baixo.

    Operacionalmente, o planejamento implica estabelecer um cronograma para a auditoria e a definir a natureza, poca e extenso dos procedimentos de auditoria. Durante o planejamento, os auditores devem designar os membros de suas equipes de modo apropriado e identificar outros recursos que possam ser necessrios, tais como especialistas na matria.

    O planejamento de auditoria deve ser responsivo a mudanas significativas nas circunstncias e condies. um processo iterativo que ocorre ao longo de toda a auditoria.

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    13

    Executando uma auditoria

    49. Os auditores devem executar procedimentos de auditoria que forneam evidncia de

    auditoria suficiente e apropriada para respaldar o relatrio de auditoria. As decises do auditor sobre a natureza, poca e extenso dos procedimentos de auditoria iro impactar na evidncia de auditoria a ser obtida. A escolha dos procedimentos depender da avaliao de risco ou anlise de problema.

    Evidncia de auditoria qualquer informao utilizada pelo auditor para comprovar que o objeto est ou no em conformidade com os critrios aplicveis. A evidncia pode tomar vrias formas, tais como registros de transaes em papel ou meio eletrnico, comunicaes externas escritas ou em meio eletrnico, observaes feitas pelo auditor e testemunho oral ou escrito de agentes da entidade auditada. Os mtodos de obteno de evidncia de auditoria podem incluir inspeo, observao, indagao, confirmao, reclculo, reexecuo, procedimentos analticos e/ou outras tcnicas de pesquisa. A evidncia deve ser tanto suficiente (quantidade) para persuadir uma pessoa bem informada de que os achados so razoveis, quanto apropriada (qualidade) isto , relevante, vlida e confivel. A avaliao de evidncia pelo auditor deve ser objetiva, justa e equilibrada. Os achados preliminares devem ser comunicados e discutidos com a entidade auditada para confirmar sua validade.

    O auditor deve respeitar todos os requisitos em matria confidencialidade.

    50. Os auditores devem avaliar a evidncia de auditoria e tirar concluses. Aps completar os procedimentos de auditoria, o auditor revisar a documentao de auditoria para determinar se objeto foi suficiente e adequadamente auditado. Antes de tirar concluses, o auditor reconsidera a avaliao inicial de risco e a materialidade, luz das evidncias coletadas, inicialmente e determina se precisam ser realizados procedimentos adicionais de auditoria.

    O auditor deve avaliar as evidncias de auditoria com vistas identificar achados de auditoria. Na avaliao das evidncias de auditoria e da relevncia dos achados, o auditor deve levar em considerao tanto aspectos quantitativos como qualitativos.

    Com base nos achados, o auditor deve exercer seu julgamento profissional para chegar a

    uma concluso acerca do objeto de auditoria ou da informao sobre o objeto.

    Relatando e monitorando

    51. Os auditores devem elaborar um relatrio baseado nas concluses alcanadas.

    O processo de auditoria envolve a elaborao de um relatrio para comunicar os resultados da auditoria s partes interessadas, aos responsveis pela governana e ao pblico em geral. O propsito tambm facilitar o monitoramento de aes corretivas. Em algumas EFS, como tribunais de contas com funo jurisdicional, isso pode incluir a emisso de relatrios juridicamente vinculantes ou decises judiciais.

    Os relatrios devem ser de fcil compreenso, livres de imprecises ou ambiguidades e completos. Devem ser objetivos e justos, incluindo somente informaes respaldadas por evidncia de auditoria suficiente e apropriada. Devem, ainda, assegurar que os achados sejam colocados em perspectiva e dentro do contexto.

    A forma e o contedo de um relatrio dependero da natureza da auditoria, dos usurios previstos, das normas aplicveis e dos requisitos legais. O mandato da EFS e outras leis ou regulamentos aplicveis podem especificar o formato e a redao dos relatrios, que podem ser de forma longa ou forma curta.

  • ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico

    14

    Relatrios de forma longa geralmente descrevem em detalhes o escopo, os achados e as concluses da auditoria, incluindo os efeitos potenciais e as recomendaes construtivas para possibilitar a adoo de medidas corretivas.

    Relatrios de forma curta so mais condensados e geralmente elaborados em formato mais padronizado.

    Trabalhos de certificao

    Nos trabalhos de certificao, o relatrio de auditoria pode expressar uma opinio quanto a

    estar a informao sobre o objeto, em todos os aspectos relevantes, livre de distores ou

    se o objeto est em conformidade, em todos os aspectos relevantes, com os critrios

    estabelecidos. Em um trabalho de certificao, o relatrio , geralmente, chamado de

    Relatrio do Auditor.

    Trabalhos de relatrio direto

    Nos trabalhos de relatrio direto, o relatrio precisa declarar os objetivos da auditoria e descrever como eles foram abordados na auditoria. Isso inclui os achados e as concluses sobre o objeto e pode tambm incluir recomendaes. Informaes adicionais sobre critrios, metodologia e fontes de dados podem tambm ser includas, e quaisquer limitaes ao escopo da auditoria devem ser descritas.

    O relatrio de auditoria deve explicar como a evidncia obtida foi utilizada e justificar as

    concluses que foram alcanadas. Isso permitir que o relatrio de auditoria proporcione

    aos usurios previstos o grau de confiana necessrio.

    Opinio

    Quando uma opinio de auditoria utilizada para transmitir o nvel de assegurao, a opinio deve ser em um formato padronizado. A opinio pode ser no modificada ou modificada. Uma opinio no modificada usada tanto para assegurao razovel como para assegurao limitada. Uma opinio modificada pode ser:

    qualificada (exceto por) quando o auditor discorda com, ou incapaz de obter evidncia de auditoria suficiente a apropriada acerca de, certos itens do objeto que

    so ou podem ser relevantes mas no generalizados;

    adversa quando o auditor, aps ter obtido evidncia de auditoria suficiente e apropriada, conclui que desvios ou distores, quer individualmente ou no agregado,

    so relevantes e generalizados;

    absteno quando o auditor incapaz de obter evidncia de auditoria suficiente e apropriada, devido a uma incerteza ou limitao de escopo que tanto relevante quanto generalizada.

    Quando a opinio modificada, as razes devem ser colocadas em perspectiva,

    explicando claramente, com referncia aos critrios aplicveis, a natureza e extenso da

    modificao. Dependendo do tipo de auditoria, recomendaes para aes corretivas e

    eventuais contribuies para deficincias do controle interno podem tambm ser includas

    no relatrio.

    Monitoramento

    As EFS tm um papel no monitoramento das aes tomadas pela parte responsvel em

    resposta s questes levantadas em um relatrio de auditoria. O foco do monitoramento

    est em verificar se a entidade auditada deu tratamento adequado s questes levantas,

    incluindo quaisquer implicaes mais amplas. Aes insuficientes ou insatisfatrias por

    parte da entidade auditada podem exigir um relatrio adicional por parte da EFS.

  • ISSAI XX Title

    ISSAI 200 As Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI) so emitidas pela INTOSAI, a Organizao Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores. Para mais informaes visite www.issai.org

    I N T O S A I

    Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

  • INTOSAI - Secretaria Geral RECHNUNGSHOF

    (Tribunal de Contas da ustria) DAMPFSCHIFFSTRASSE 2

    A-1033 VIENNA AUSTRIA

    Tel.: ++43 (1) 711 71 Fax: ++43 (1) 718 09 69

    E-MAIL: [email protected]; WORLD WIDE WEB: http://www.intosai.org

    I N T O S A I

    EXPERIENTIA MUTUA

    OMNIBUSPRODEST

    EXPERIENTIA MUTUA

    OMNIBUS PRODEST

    INTOSAI Comit de Normas Prof issionais

    PSC - Secretaria

    Rigsrevisionen Store Kongensgade 45 P.O. Box 9009 1022 Copenhagen K Denmark

    Tel.:+45 3392 8400 Fax:+45 3311 0415 E-mail: [email protected]

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    INTRODUO ...................................................................................................................................................... 1

    PROPSITO E APLICABILIDADE DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DE AUDITORIA FINANCEIRA ........ 2

    MARCO REFERENCIAL PARA AUDITORIA FINANCEIRA................................................................................ 3

    O objetivo da auditoria financeira .................................................................................................................... 3

    Aplicaes do setor pblico cobertas pela ISSAI 200 ..................................................................................... 4

    Condies prvias para uma auditoria de demonstraes financeiras de acordo com as ISSAI ............... 4

    Auditorias de demonstraes financeiras elaboradas de acordo com estruturas para propsitos

    especiais ...................................................................................................................................................... 6

    Auditorias de quadros isolados das demonstraes financeiras e de elementos, contas ou itens

    especficos de uma demonstrao financeira ............................................................................................. 7

    ELEMENTOS DA AUDITORIA FINANCEIRA ...................................................................................................... 8

    As trs partes na auditoria financeira .............................................................................................................. 8

    Critrios adequados ........................................................................................................................................ 8

    Informaes sobre o objeto ............................................................................................................................. 8

    Trabalhos de assegurao razovel ............................................................................................................... 9

    PRINCPIOS DA AUDITORIA FINANCEIRA ....................................................................................................... 9

    Princpios gerais .............................................................................................................................................. 9

    Pr-requisitos para a conduo de auditorias financeiras .............................................................................. 9

    tica e independncia .................................................................................................................................. 9

    Controle de qualidade ................................................................................................................................ 10

    Gesto de equipes de auditoria e habilidades ........................................................................................... 10

    Princpios relacionados aos conceitos bsicos de auditoria ......................................................................... 11

    Risco de auditoria ...................................................................................................................................... 11

    Julgamento e ceticismo profissionais ........................................................................................................ 12

    Materialidade.............................................................................................................................................. 13

    Comunicao ............................................................................................................................................. 14

    Documentao ........................................................................................................................................... 15

    Princpios relacionados ao processo de auditoria ......................................................................................... 15

    Concordncia com os termos do trabalho ................................................................................................. 15

    Planejamento ............................................................................................................................................. 16

    Entendimento da entidade auditada .......................................................................................................... 17

    Avaliao de risco ...................................................................................................................................... 19

    Respostas aos riscos avaliados ................................................................................................................ 20

    Consideraes relacionadas fraude em uma auditoria de demonstraes financeiras ......................... 21

    Consideraes sobre continuidade operacional ........................................................................................ 22

    Consideraes relacionadas a leis e regulamentos em uma auditoria de demonstraes financeiras .... 23

    Evidncia de auditoria ................................................................................................................................ 25

    Considerao de eventos subsequentes ................................................................................................... 27

    Avaliao de distores ............................................................................................................................. 28

    Formao de opinio e emisso do relatrio sobre as demonstraes financeiras ................................. 28

    Consideraes relevantes para auditorias de demonstraes financeiras de grupos (incluindo

    demonstraes financeiras consolidadas do governo) ............................................................................. 37

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    1

    INTRODUO

    1. Normas e diretrizes profissionais so essenciais credibilidade, qualidade e ao

    profissionalismo da auditoria do setor pblico. As Normas Internacionais das Entidades

    Fiscalizadoras Superiores (ISSAI), desenvolvidas pela Organizao Internacional das

    Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI), visam promover auditorias independentes

    e eficazes e apoiar os membros da INTOSAI no desenvolvimento de suas prprias

    abordagens profissionais, de acordo com seus mandatos e com leis e regulamentos

    nacionais.

    2. A ISSAI 100 Princpios Fundamentais de Auditoria do Setor Pblico fornece os princpios fundamentais para a auditoria do setor pblico em geral e define a aplicabilidade

    das ISSAI. A ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira aborda os princpios-chave relacionados auditoria de demonstraes financeiras no setor pblico.

    Ela se baseia nos princpios fundamentais da ISSAI 100 e adicionalmente os desenvolve

    para adequ-los ao contexto especfico de auditorias de demonstraes financeiras,

    constituindo a base para normas de auditoria relacionadas a auditorias de demonstraes

    financeiras. A ISSAI 200 deve ser lida e entendida em conjunto com a ISSAI 100.

    3. O principal propsito das ISSAI sobre auditoria financeira fornecer aos membros da

    INTOSAI um conjunto abrangente de princpios, normas e diretrizes para a auditoria de

    demonstraes financeiras de entidades do setor pblico. Alm da ISSAI 200, as ISSAI de

    auditoria financeira compreendem as Diretrizes de Auditoria Financeira (ISSAI 1000-2999),

    no nvel 4 do marco referencial das ISSAI. Uma introduo geral a essas diretrizes dada

    na ISSAI 1000, enquanto as ISSAI 1200 a 1810 contm, cada uma, as Notas Prticas

    emitidas pela INTOSAI para orientar a aplicao das Normas Internacionais de Auditoria

    (ISA 200 a 810) desenvolvidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Auditoria e

    Assegurao (IAASB). Cada Nota Prtica e correspondente ISA constitui, juntamente, uma

    diretriz no marco referencial das ISSAI.

    4. A auditoria financeira tem como foco determinar se a informao financeira de uma

    entidade apresentada de acordo com o marco regulatrio e a estrutura de relatrio

    financeiro aplicvel. O escopo de auditorias financeiras no setor pblico pode ser definido

    pelo mandato da EFS como uma gama de objetivos de auditoria alm dos objetivos de

    uma auditoria de demonstraes financeiras preparadas de acordo com uma estrutura de

    relatrio financeiro. Esses objetivos podem incluir a auditoria de:

    contas de governo ou de entidades ou outros relatrios financeiros, no necessariamente preparados de acordo com uma estrutura de relatrio financeiro de

    propsito geral;

    oramentos, aes oramentrias, dotaes e outras decises sobre a alocao de recursos e sua implementao;

    polticas, programas ou atividades definidas por suas bases legais ou fontes de

    financiamento;

    reas de responsabilidade definidas legalmente, tais como responsabilidades de ministros e

    categorias de receitas ou despesas ou de ativos ou passivos.

    5. Quando o mandato da EFS define tais objetivos adicionais de auditoria, a EFS pode

    tambm precisar considerar o desenvolvimento ou adoo de normas baseadas nos

    princpios gerais fundamentais de auditoria do setor pblico da ISSAI 100 e nos princpios

    fundamentais de auditoria operacional e de conformidade. As orientaes das Diretrizes de

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    2

    Auditoria Financeira sobre estruturas com propsito especial1, auditorias de quadros

    isolados de demonstraes financeiras e elementos, contas ou itens especficos de uma

    demonstrao financeira2, e relatrios sobre demonstraes financeiras condensadas3

    podem tambm ser relevantes para tais propsitos.

    6. Esta ISSAI fornece informaes detalhadas sobre:

    o propsito e a aplicabilidade dos Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira; o marco referencial para auditoria de demonstraes financeiras no setor pblico;

    os elementos da auditoria de demonstraes financeiras; os princpios da auditoria de demonstraes financeiras.

    PROPSITO E APLICABILIDADE DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DE AUDITORIA FINANCEIRA

    7. A ISSAI 200 fornece os princpios fundamentais para uma auditoria de demonstraes

    financeiras preparadas de acordo com uma estrutura de relatrio financeiro. Os princpios

    tambm se aplicam quando uma EFS est comprometida ou responsvel por auditar

    quadros isolados de demonstraes financeiras e elementos, contas ou itens especficos

    de uma demonstrao financeira, ou demonstraes financeiras preparadas de acordo

    com estruturas para propsitos especiais, ou demonstraes financeiras condensadas.

    Quando na ISSAI 200 se faz referncia a auditorias de demonstraes financeiras, isso

    inclui responsabilidades dessa natureza.

    8. As ISSAI 1000 a 1810 sobre auditorias financeiras podem ser aplicadas, quando

    apropriado, a essas responsabilidades. No entanto, auditores esto proibidos de fazer

    referncia ao uso das ISSAI caso:

    as condies prvias para uma auditoria de acordo com as ISSAI sobre auditoria

    financeira no existam4; ou

    o auditor no seja capaz de cumprir as exigncias das ISA5 e ISSAI.

    9. Os Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira aplicam-se a todas as auditorias de

    demonstraes financeiras do setor pblico, seja para todo o governo, parte dele ou

    entidades individuais.

    10. A ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira representa o ncleo das normas de auditoria que fornecido detalhadamente pelas ISSAI 1000-1810 no nvel 4 do

    marco referencial das ISSAI. Os princpios da ISSAI 200 podem ser utilizados de trs

    formas:

    como base para o desenvolvimento de normas prprias;

    como base para a adoo de normas nacionais consistentes com esses princpios;

    como base para a adoo das Diretrizes de Auditoria Financeira como normas

    oficiais.

    1 ISSAI 1800 Consideraes Especiais Auditorias de Demonstraes Financeiras Elaboradas de Acordo com Estruturas de

    Contabilidade para Propsitos Especiais. 2 ISSAI 1805 Consideraes Especiais Auditoria de Quadros Isolados das Demonstraes Financeiras e de Elementos, Contas ou

    Itens Especficos de uma Demonstrao Financeira. 3 ISSAI 1810 Trabalhos para a Emisso de Relatrios sobre Demonstraes Financeiras Condensadas. 4 ISSAI 1210 Concordncia com os Termos do Trabalho de Auditoria. 5 ISSAI 1000 pargrafos 37-43.

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    3

    11. A referncia ISSAI 200 em relatrios somente deve ser feita se as normas de auditoria

    desenvolvidas ou adotadas cumprirem integralmente todos os princpios relevantes da

    ISSAI 200. Um princpio considerado relevante quando lida com o tipo de auditoria ou

    combinaes de tipos de auditoria e as circunstncias ou os procedimentos so aplicveis.

    Os princpios de maneira nenhuma se sobrepem s leis, aos regulamentos ou mandatos

    nacionais.

    12. Ao adotar ou desenvolver normas de auditoria baseadas nos Princpios Fundamentais de

    Auditoria, as referncias a estes nos relatrios podem ser feitas declarando-se:

    ...Conduzimos nossa auditoria em conformidade com [normas], que so baseadas nos [ou so consistentes com os] Princpios Fundamentais de Auditoria (ISSAI 100-

    999) das Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores.

    13. As EFS que adotam as Diretrizes de Auditoria Financeira no nvel 4 como suas normas

    oficiais devem fazer referncia a elas em seus relatrios. Dependendo das normas

    aplicadas e do mandato da EFS, isso pode ser feito de duas maneiras:

    a) de acordo com as ISSAI 1000-1810 isso significa completa conformidade com todas as ISA relevantes e com as orientaes adicionais estabelecidas nas Notas Prticas da

    INTOSAI;

    b) de acordo com as ISA isso implica conformidade com todas as ISA relevantes.

    A ISSAI 100 explica mais as exigncias das ISSAI.

    14. Quando as ISSAI nvel 4 so utilizadas como normas oficiais, os auditores do setor pblico

    devem tambm respeitar as exigncias das ISA. As EFS so encorajadas a se esforar

    para a completa adoo das diretrizes do nvel 4 como suas normas oficiais, pois elas

    foram desenvolvidas para refletir as melhores prticas. A INTOSAI reconhece que, em

    alguns ambientes, isso pode no ser possvel devido ausncia de estruturas

    administrativas bsicas ou porque as leis ou regulamentos no estabelecem as mesmas

    premissas para a realizao de auditorias de demonstraes financeiras de acordo com as

    Diretrizes de Auditoria Financeira. Quando esse for o caso, as EFS tm a opo de

    desenvolver normas oficiais baseadas nos Princpios Fundamentais de Auditoria

    Financeira.

    15. Quando as ISSAI nvel 4 so utilizadas como normas oficiais para uma auditoria de

    demonstraes financeiras conduzida juntamente com uma auditoria de conformidade, os

    auditores do setor pblico devem respeitar as exigncias tanto das Diretrizes de Auditoria

    Financeira como das Diretrizes de Auditoria de Conformidade6.

    MARCO REFERENCIAL PARA AUDITORIA FINANCEIRA

    Objetivo da auditoria financeira

    16. O objetivo da auditoria de demonstraes financeiras aumentar o grau de confiana nas

    demonstraes por parte dos usurios. Isso alcanado mediante a expresso de uma

    opinio pelo auditor sobre se as demonstraes financeiras foram elaboradas, em todos os

    aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatrio financeiro aplicvel,

    ou no caso de demonstraes financeiras elaboradas de acordo com uma estrutura de apresentao adequada de relatrio financeiro se as demonstraes financeiras

    6 ISSAI 4000 Introduo Geral s Diretrizes de Auditoria de Conformidade e ISSAI 4200 Diretrizes de Auditoria de Conformidade

    Relacionadas Auditoria de Demonstraes Financeiras.

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    4

    apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, ou do uma viso correta

    e adequada, de acordo com essa estrutura. Leis ou regulamentos que regem

    organizaes de auditoria do setor pblico podem prescrever outra terminologia para essa

    opinio. Uma auditoria conduzida de acordo com normas baseadas nos Princpios

    Fundamentais de Auditoria Financeira da INTOSAI e requisitos ticos relevantes permitir

    ao auditor expressar tal opinio.

    17. A ISSAI 200 baseada nos seguintes objetivos, conforme definido na ISSAI 12007:

    Na conduo de uma auditoria de demonstraes financeiras, os objetivos gerais do

    auditor so

    a) obter segurana razovel se as demonstraes financeiras como um todo esto livres

    de distoro relevante, seja por fraude ou erro, possibilitando, assim, o auditor

    expressar uma opinio se as demonstraes financeiras foram elaboradas, em todos

    os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatrio financeiro

    aplicvel; e

    b) elaborar o relatrio sobre as demonstraes financeiras e comunicar o resultado da

    auditoria, de acordo com os achados do auditor.

    Aplicaes do setor pblico cobertas pela ISSAI 200

    Condies prvias para uma auditoria de demonstraes financeiras de acordo com as ISSAI

    18. O auditor deve avaliar se as condies prvias para uma auditoria de

    demonstraes financeiras foram atendidas.

    19. Uma auditoria financeira conduzida de acordo com as ISSAI tem como premissas as

    seguintes condies:

    A estrutura de relatrio financeiro utilizada para a elaborao das demonstraes financeiras considerada aceitvel pelo auditor.

    A administrao da entidade reconhece e entende sua responsabilidade:

    o pela elaborao das demonstraes financeiras de acordo com a estrutura de

    relatrio financeiro aplicvel, incluindo, quando relevante, sua apresentao

    adequada;

    o pelo controle interno que a administrao determinou como necessrio para a

    elaborao de demonstraes financeiras livres de distores relevantes,

    independentemente se causadas por fraude ou erro; e

    o por fornecer ao auditor acesso irrestrito a todas as informaes das quais tenha

    conhecimento e que sejam relevantes para a elaborao de demonstraes

    financeiras.

    20. Estruturas de relatrios financeiros podem ser para propsitos gerais ou especficos. Uma

    estrutura desenvolvida para satisfazer as necessidades de informaes de uma ampla

    gama de usurios chamada de estrutura para propsitos gerais, enquanto estruturas

    para propsitos especiais so desenvolvidas para atender s necessidades especficas de

    um usurio ou grupo de usurios especfico. As estruturas podem ainda ser referidas como

    estruturas de apresentao adequada ou estruturas de conformidade. Uma estrutura de

    apresentao adequada requer conformidade com ela prpria, mas admite, explicita ou

    7 ISSAI 1200, pargrafo 11 da ISA 200.

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    5

    implicitamente, que talvez seja necessrio divergir de um requisito ou fornecer informao

    adicional para conseguir uma apresentao adequada das demonstraes financeiras. O

    termo estrutura de conformidade usado para se referir a uma estrutura de relatrio

    financeiro que requer conformidade com os requisitos da estrutura e no reconhece a

    possibilidade de tais desvios para alcanar uma apresentao razovel.

    21. Sem uma estrutura de relatrio financeiro aceitvel, a administrao no ter uma base

    apropriada para a elaborao de demonstraes financeiras e o auditor no ter critrios

    adequados para audit-las. Critrios adequados devem ser formais. Por exemplo, na

    elaborao de demonstraes financeiras, os critrios podem ser as Normas

    Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Pblico (IPSAS), as Normas

    Internacionais de Relatrios Financeiros (IFRS), ou outras estruturas nacionais ou

    internacionais de relatrios financeiros para uso no setor pblico.

    22. Um conjunto completo de demonstraes financeiras para uma entidade do setor pblico,

    quando preparado de acordo com uma estrutura de relatrio financeiro para o setor

    pblico, normalmente consiste em:

    uma demonstrao da posio patrimonial e financeira; uma demonstrao do desempenho econmico-financeiro; uma demonstrao das mutaes do patrimnio lquido;

    uma demonstrao do fluxo de caixa; uma comparao entre valores do oramento e valores realizados seja na forma de

    uma demonstrao financeira adicional separada ou de uma conciliao;

    notas explicativas, compreendendo um resumo de polticas contbeis relevantes e outras informaes explanatrias;

    em certos ambientes, um conjunto completo de demonstraes financeiras pode

    tambm incluir outros relatrios, tais como relatrios de desempenho e de execuo

    oramentria.

    Se as demonstraes financeiras so elaboradas de acordo com uma estrutura para

    outros regimes contbeis, tais como regime de competncia modificado ou regime de

    caixa, um conjunto completo de demonstraes financeiras pode no incluir todas as

    acima mencionadas.

    23. Marcos referenciais estabelecidos por lei ou regulamento sero frequentemente

    consideradas aceitveis pelo auditor. No entanto, mesmo se considerada inaceitvel, uma

    estrutura pode ser admissvel se

    a administrao concordar em fornecer a divulgao adicional necessria nas demonstraes financeiras para evitar que sejam enganosas; e

    o relatrio do auditor sobre as demonstraes financeiras incluir um pargrafo de

    nfase chamando a ateno dos usurios para tais divulgaes adicionais.

    24. Estruturas de relatrio financeiro aceitveis normalmente exibem certos atributos que

    asseguram que a informao fornecida nas demonstraes financeiras tenha valor para os

    usurios previstos:

    Relevncia a informao fornecida nas demonstraes financeiras relevante para a natureza da entidade auditada e para o propsito das demonstraes financeiras.

    Integridade nenhuma transao, evento, saldo de conta ou divulgao que possa afetar concluses baseadas nas demonstraes financeiras foi omitida.

    Confiabilidade a informao fornecida nas demonstraes financeiras:

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    6

    (i) quando aplicvel, reflete a essncia econmica de eventos e transaes e no

    meramente sua forma legal. e

    (ii) resulta, quando utilizada em circunstncias similares, em avaliao, mensurao,

    apresentao e divulgao razoavelmente consistentes.

    Neutralidade e objetividade a informao nas demonstraes financeiras livre de vis.

    Compreensibilidade a informao contida nas demonstraes financeiras clara e abrangente e no d margem a interpretaes significantemente diversas.

    O apndice 2 da ISSAI 12108 pode fornecer ajuda adicional para o auditor determinar se a

    estrutura de relatrio financeiro aceitvel.

    25. Em alguns ambientes de auditoria do setor pblico, auditorias financeiras so chamadas

    de auditorias de execuo oramentria, que frequentemente incluem o exame de

    transaes no que diz respeito a questes de conformidade e legalidade com relao ao

    oramento. Tais auditorias podem ser realizadas com base em riscos ou com o objetivo de

    cobrir todas as transaes. Em tais ambientes de auditoria, geralmente no existe

    estrutura de relatrio financeiro aceitvel. Os resultados de transaes financeiras podem

    apresentar-se como uma comparao entre despesa orada e despesa executada. Em

    ambientes onde tais auditorias so realizadas e as demonstraes financeiras no so

    apresentadas de acordo com uma estrutura de relatrio financeiro aceitvel, o auditor pode

    concluir que no esto presentes as condies prvias estabelecidas pelas ISSAI que

    tratam de auditoria financeira, para realizao de uma auditoria. Os auditores podem,

    ento, considerar desenvolver normas utilizando os Princpios Fundamentais de Auditoria

    Financeira como orientao para atender suas necessidades especficas. Nos casos em

    que o mandato para realizar auditoria faz referncia auditoria financeira, mas no a

    vincula a demonstraes financeiras elaboradas de acordo com uma estrutura de relatrio

    financeiro, prope-se que as ISSAI sejam consideradas as melhores prticas disponveis e

    que os preceitos das ISSAI sejam implementados mediante normas elaboradas para o

    contexto especfico. Quando o mandato para realizar auditoria referir-se a auditorias de

    quadros isolados de demonstraes financeiras e elementos, contas ou itens especficos

    de uma demonstrao financeira, a ISSAI 18059 pode ser aplicvel.

    26. O tipo de auditoria realizada em ambientes onde a conformidade com normas o foco

    principal da auditoria, normalmente seria considerado uma auditoria de conformidade. A

    ISSAI 400 Princpios Fundamentais de Auditoria de Conformidade pode ser uma fonte de informaes relevante para o desenvolvimento ou a adoo de normas para o trabalho

    de auditoria. Se, por outro lado, o mandato para realizar auditoria permite uma alterao

    nos procedimentos de auditoria e o uso de estruturas de relatrio financeiro aceitveis para

    a elaborao de demonstraes financeiras for introduzido, as ISSAI sobre auditoria

    financeira podem ser adotadas subsequentemente.

    Auditorias de demonstraes financeiras elaboradas de acordo com estruturas para propsitos

    especiais

    27. Os princpios da ISSAI 200 so aplicveis a auditorias de demonstraes financeiras

    elaboradas tanto de acordo com estruturas para propsitos gerais quanto com estruturas

    para propsitos especiais. Alm de preparar demonstraes financeiras para propsitos

    gerais, a entidade do setor pblico pode preparar demonstraes financeiras para outros

    8 ISSAI 1210 Concordncia com os Termos do Trabalho de Auditoria 9 ISSAI 1805 Consideraes Especiais Auditoria de Quadros Isolados das Demonstraes Financeiras e de Elementos, Contas ou

    Itens Especficos de uma Demonstrao Financeira.

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    7

    usurios (tais como rgos governamentais, o legislativo ou outras partes que exeram

    uma funo de controle), o que pode exigir demonstraes financeiras adaptadas para

    atender suas necessidades de informaes. Em alguns ambientes, demonstraes

    financeiras deste tipo so as nicas demonstraes financeiras preparadas pela entidade

    do setor pblico. Demonstraes financeiras preparadas para um propsito especial no

    so apropriadas para o pblico em geral. Auditores devem, portanto, examinar

    cuidadosamente se a estrutura de relatrio financeiro foi desenvolvida para atender s

    necessidades de informaes financeiras de uma ampla variedade de usurios (estrutura

    de propsito geral) ou de usurios especficos, ou os requisitos de um rgo regulador.

    28. Estruturas para propsitos especiais aplicveis ao setor pblico podem incluir:

    os ingressos e desembolsos em regime contbil de caixa para informao sobre fluxo de caixa que uma entidade possa ser requisitada a preparar para um rgo

    governamental;

    as disposies sobre relatrios financeiros estabelecidas por uma organizao ou mecanismo de financiamento internacional;

    as disposies sobre relatrios financeiros estabelecidas por um rgo

    governamental, pelo legislativo ou por outras partes que desempenhem uma funo

    de controle para atender os requisitos daquele rgo; ou

    as disposies sobre relatrios financeiros de um contrato, tais como um projeto

    subvencionado.

    29. Os princpios da ISSAI 200 so aplicveis para auditorias de demonstraes financeiras

    preparadas de acordo com tais estruturas. Alm desses princpios, as EFS podem achar

    til, no desenvolvimento ou adoo de normas neles baseadas, considerar os requisitos e

    orientaes contidos na ISSAI 1800, que aborda consideraes especiais na aplicao das

    ISSAI 1200 1700 para uma auditoria de demonstraes financeiras preparadas de acordo com uma estrutura de propsito especial.

    Auditorias de quadros isolados das demonstraes financeiras e de elementos, contas ou itens

    especficos de uma demonstrao financeira

    30. Os princpios da ISSAI 200 so tambm aplicveis a auditorias de entidades do setor

    pblico que preparam informaes financeiras, incluindo quadros isolados de

    demonstraes financeiras ou de elementos, contas ou itens especficos de uma

    demonstrao financeira para outras partes (tais como rgos governamentais, o

    legislativo ou outras partes com funo de controle). Tais informaes podem estar

    previstas no mandato para realizar auditoria da EFS. Auditores podem tambm ser

    designados para auditar quadros isolados de demonstraes financeiras ou elementos,

    contas ou itens especficos tais como projetos financiados pelo governo mesmo que eles no sejam os responsveis por auditar o conjunto completo de demonstraes

    financeiras da entidade em questo.

    31. As EFS podem tambm achar til considerar os requisitos e orientaes da ISSAI 1805

    quando do desenvolvimento ou adoo de normas baseadas nos princpios da ISSAI 200.

    A ISSAI 1805 trata de consideraes especiais na aplicao dos requisitos das ISA a uma

    auditoria de quadros isolados ou de um elemento, conta ou item especfico de uma

    demonstrao financeira. Os quadros isolados ou os elementos, contas ou itens de uma

    demonstrao financeira podem ser elaborados de acordo com uma estrutura para

    propsitos gerais ou para propsitos especiais.

  • ISSAI 200 Princpios Fundamentais de Auditoria Financeira

    8

    ELEMENTOS DA AUDITORIA FINANCEIRA

    32. Auditorias de demonstraes financeiras so definidas como trabalhos de assegurao,

    que envolvem pelo menos trs partes distintas: um auditor, uma parte responsvel e os

    usurios previstos. Os elementos de auditoria do setor pblico so descritos na ISSAI

    10010. A ISSAI 200 cobre aspectos adicionais dos elementos relacionados auditoria de

    demonstraes financeiras.

    As trs partes na auditoria financeira

    33. Em uma auditoria de demonstraes financeiras, parte responsvel a responsvel pela

    informao sobre o objeto (normalmente as prprias demonstraes financeiras) e pode

    tambm ser responsvel pelo objeto (as atividades financeiras refletidas nas

    demonstraes financeiras). A parte responsvel normalmente o poder execu