Nota - Convenções Sobre Intervenção Na Poluição No Mar

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  • 8/18/2019 Nota - Convenções Sobre Intervenção Na Poluição No Mar

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    CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICASubchefia para Assuntos Juríicos

    N!"A SAJ No  #$%&%'() * JVLJ

    IN"ERESSAD!: Ministério das Relações Exteriores

    ASS+N"!: Projeto de Decreto que promulga aConvenção nternacional relativa !ntervenção em "lto#Mar em caso de

    "cidentes por $leo% e o Protocolo relativo !ntervenção em "lto#Mar em casos dePoluição por &u'st(ncias outras que não$leo)

     Palavras-chave: tratado; acordo;ratificação; promulgação; resoluções;emenda; Convenção Internacional relativaà Intervenção em Alto-Mar em caso de

     Acidentes por leo; Protocolo relativo à Intervenção em Alto-Mar em casos de Poluição por !u"st#ncias $utras %ue não

    leo; $rgani&ação Mar'tima Internacional; IM$

    N+P: ****+)**,+-*.-**/#0+

    &en1or &u'c1e2e%

    Re,at-rio

    +) 3 Ministério das Relações Exteriores encamin1a Projeto de Decreto que promulga Convenção nternacional relativa ! ntervenção em "lto#Mar em caso de "cidentes por $leo #  International Convention (elating to Intervention on the )igh !eas in Cases of $il Pollution Casualties% 2irmada em 4ruxelas a -5 de novem'ro de +565% e o Protocolorelativo ! ntervenção em "lto#Mar em casos de Poluição por &u'st(ncias 3utras que não$leo #  Protocol (elating to Intervention on the )igh !eas in Cases of Pollution "*!u"stances other than $il % 2irmado em 7ondres a - de novem'ro de +50,)

    -) 3 Projeto est8 acompan1ado de parecer 2avor8vel da Consultoria 9urdica do

    Ministério interessado% que opinou pela sua constitucionalidade e juridicidade) " &u'c1e2ia de"n8lise e "compan1amento de Polticas ;overnamentais < &"; ainda não se mani2estou so'reo assunto)

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    An.,ise Juríica

    ,) 3s acordos e tratados internacionais devem ser levados ao Congresso

     =acional para re2erenda% com posterior promulgação pelo Excelentssimo &en1or Presidenteda Rep>'lica% cumprindo o procedimento de sua internali?ação na ordem jurdica nacional%como dispõem o art) @5% e o art) A@% B da Constituição) Este é o procedimento ca'vel%como% inclusive% decidiu o &upremo ri'unal ederal) &eguem:

    3s dispositivos constitucionais:

    "rt) @5) F da competGncia exclusiva do Congresso =acional:HI # resolver de2initivamente so're tratados% acordos ou atos internacionais queacarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimJnio nacionalKL

    "rt) A@) Compete privativamente ao Presidente da Rep>'lica:H)))NIB # cele'rar tratados% convenções e atos internacionais% sujeitos a re2erendodo Congresso =acionalKL

    E a decisão do &upremo ri'unal ederal:

    3 iter procedimental de incorporação dos tratados internacionais < superadasas 2ases prévias de cele'ração da convenção internacional% de sua aprovaçãocongressional e da rati2icação pelo C1e2e de Estado < conclui#se com aexpedição% pelo Presidente da Rep>'lica% de decreto% de cuja edição derivam

    trGs e2eitos '8sicos que l1e são inerentes: aN a promulgação do tratadointernacionalK 'N a pu'licação o2icial de seu textoK e cN a executoriedade do atointernacional% que passa% então% e somente então% a vincular e a o'rigar no planodo direito positivo internoL liminar concedida na "D n)O +)@A* do Distritoederal% relator Min) Celso de MelloN)

    @) uando o ato 2or re2erendado% em sendo promulgado% ter8 o status de tratado%2icando no mesmo plano que a lei ordin8ria% como se in2ere da sistem8tica constitucional% queequipara as duas espécies normativas em v8rias das suas disposições% como quando admite% noart) +*-% % dL% o recurso extraordin8rio da decisão que considerar inconstitucional tratadoou lei 2ederal% e como tam'ém decidiu o &upremo ri'unal ederal:

    3s tratados ou convenções internacionais% uma ve? regularmente incorporadosao direito interno% situam#se% no sistema jurdico 'rasileiro% nos mesmos planosde validade% de e2ic8cia e de autoridade em que se posicionam as leis ordin8rias%1avendo% em conseqQGncia% entre estas e os atos de direito internacional

     p>'lico% mera relação de paridade normativaL decisão de2initiva no processosupra citadoN)

    /) Exceção s 18 quanto a tratado que dispon1a so're direitos 1umanos% que ter8status de emenda constitucional% por 2orça do art) /o% S ,o da Constituição)

    6) Em regra% o termo protocoloL não designa um tratado% mas um incio de

    compromisso ou ajuste diplom8tico posterior% como se vG pela explicação no stio da internetdo Ministério das Relações Exteriores:

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    PR33C373HIProtocolo é um termo que tem sido usado nas mais diversas acepções% tanto

     para acordos 'ilaterais quanto para multilaterais) "parece designando acordos

    menos 2ormais que os tratados% ou acordos complementares ou interpretativosde tratados ou convenções anteriores) F utili?ado ainda para designar a ata 2inalde uma con2erGncia internacional) em sido usado% na pr8tica diplom8tica

     'rasileira% muitas ve?es so' a 2orma de Iprotocolo de intençõesH% para sinali?ar um incio de compromissoL 1ttp:.. TTT)mre)gov)'r. portugues. questoes.questoes. rUconsular-5)asp% acesso em +/ de jul1o de -**6N)

    0) Porém% quanto aos atos em pauta% temos que% em ra?ão do procedimento que preconi?am% no "rtigo V e seguintes da Convenção% e no "rtigo B e seguintes do Protocolo%tGm status de tratado% ca'endo que passem pelo procedimento de rati2icação e promulgação)

    A) " principal Convenção so're Direito Martimo é a que 2oi 2irmada no (m'itoda Con2erGncia da 3=W so're o Direito do Mar% por ++0 Estados% em Montego 4aX% na9amaica% e promulgada pelo Decreto nO +)/,*% de -- de jun1o de +55/) F considerada como aConstituição do MarL% ve? que seu "rtigo ,++ esta'elece que a derrogação de suas normas

     pela vontade de quaisquer das Partes s prevalecer8 quando tal não seja incompatvel com areali?ação e2etiva do seu o'jeto% dentre outros requisitos% e ve? que o "rtigo @ do "nexo Vdesta Convenção% esta'elece% no seu Par8gra2o 6% a prevalGncia das normas da Convenção deMontego 4aX so're outras esta'elecidas no (m'ito dos 3rganismos nternacionais) &eguem osdispositivos:

    "R;3 ,++H

    IRelação com outras convenções e acordos internacionaisH)))NI,) Dois ou mais Estados Partes podem concluir acordos% aplic8veis unicamente!s suas relações entre si% que modi2iquem as disposições da presente Convençãoou suspendam a sua aplicação% desde que tais acordos não se relacionem comnen1uma disposição cuja derrogação seja incompatvel com a reali?ação e2etivado o'jeto e 2ins da presente Convenção e% desde que tais acordos não a2etem aaplicação dos princpios 2undamentais nela enunciados e que as disposições detais acordos não a2etem o go?o por outro Estados Partes dos seus direitos ou ocumprimento das suas o'rigações nos termos da mesma Convenção)H)))N

    I/) 3 presente artigo não a2eta os acordos internacionais expressamenteautori?ados ou salvaguardados por outros artigos da presente Convenção)HI6) 3s Estados Partes convGm em que não podem ser 2eitas emendas ao

     princpio 2undamental relativo ao patrimJnio comum da 1umanidadeesta'elecido no artigo +,6 e em que não serão partes em nen1um acordo quederrogue esse princpio)L

    "R;3 @H"lcance da participação e direitos e o'rigaçõesH)))NI6) Em caso de con2lito entre as o'rigações de uma organi?ação internacional

    resultante da presente Convenção e as que l1e incum'am por virtude do acordoque esta'elece a organi?ação ou de quaisquer atos com ele relacionados% prevalecem as o'rigações esta'elecidas na presente Convenção)L

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    5) 3 Direito Martimo rece'e poucos condicionamentos da Constituição) =ela%consta apenas norma quanto ao monoplio da Wnião do transporte martimo de petrleo e seusderivados originados no Pas% no art) +00% B) 3 monoplio das navegações de ca'otagem e

    interior determinado pelo anterior S ,o do art) +00 restou extinto pela Emenda ConstitucionalnO 0% de +/ de agosto de +55/% que dispJs novo art) +0A% pelo qual a lei que reger o transportede mercadorias nessas condições o'servar8 os acordos 2irmados pela Wnião% atendido o

     princpio da reciprocidade) =estes termos% não 1aver8 expressa inconstitucionalidade materialse nova norma de direito martimo posta em tratado ou acordo o'servar o monoplio dotransporte de petrleo e derivados)

    +*) uanto ! poluição por leo% Celso D) de "l'uquerque Mello% no seu Curso deDireito nternacional P>'lico% 1istoria que a grande preocupação quanto ! regulação paraevitar e responsa'ili?ar os causadores desses acidentes se iniciou com o nau2r8gio do navio#tanque orreX CanXon% que poluiu a costa da Cornual1a% na nglaterra% com ++A mil toneladas

    de leo% seguindo#se controvérsia quanto a como proceder para a responsa'ili?ação% ve? que o propriet8rio era norte#americanoK o a2retador% inglGsK a tripulação% italiana% e o navio tin1a 'andeira de conveniGncia% da 7i'éria pg) +),@6% vol) -% Ed) Renovar% +/a ed)N

    ++) " Convenção de Montego 4aX tra? normas quanto ! poluição no mar%estendidas por atos como os presentes% como explica Yilde'rando "cciolX% no seu Manual deDireito ternacional P>'lico:

    " Convenção so're o Direito do Mar% assinada em Montego 4aX% em +* dede?em'ro de +5A/ entrou em vigor em +6#++#+55@N% trata da proteção e

     preservação do meio marin1o em sua Parte V arts) +5-#-,0N)H

    I3 artigo +5- registra a o'rigação geral dos Estados: I3s Estados tGm ao'rigação de proteger e preservar o meio marin1oH) 3 artigo seguinte tem ogrande mérito de 1aver trans2ormado em regra de direito internacionalconvencional o Princpio consagrado pela Declaração de Estocolmo so're oMeio "m'iente de +50-% ou seja% I3s Estados tGm o direito de so'erania paraaproveitar os seus recursos naturais de acordo com a sua poltica em matéria demeio am'iente e de con2ormidade com o seu dever de proteger e preservar omeio marin1oH)IEm'ora a Convenção so're o Direito do Mar seja o documento maisimportante na matéria% não é o >nico% sendo que em outros atos internacionais éque vamos encontrar as normas mais importantes de proteção do meio marin1o)

    3 primeiro pro'lema sério a preocupar a comunidade internacional 2oi a poluição dos mares por leo% e citam#se diversas convenções que se ac1amatualmente so' a égide da 3rgani?ação Martima nternacional 3MN% 2irmadasem +5/@% +56-% +565% +50+ e +55*) " Convenção de ;ene'ra so're o "lto#Mar +5/AN se re2ere ! poluição por leo art) -@N e ! poluição por rejeitosradioativos art) -/N)HI" poluição por outros meios que não o leo é prevista na Convenção so'rePrevenção da Poluição Marin1a pelo "lijamento de Dejetos e outros Materiais%de +50- que era con1ecida como a +ondon ,umping Convention% e é a oraemendada < adendo nossoN% e na Convenção para a Prevenção da Poluição por 

     =avios de +50, a M"RP37N% que j8 2oi emendada em mais de uma

    oportunidade)HIExistem ainda outras de somenos import(ncia% sendo de notar que o P=WM"iniciou em +5@0 o (egional !eas Programme com o o'jetivo de endossar um

    @

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    en2oque regional para a administração dos recursos marin1os e costeiros e o dediminuir a poluição marin1a de origem terrestre)L

    +-) "lém destes atos% a Convenção nternacional so're Responsa'ilidade Civil emDanos Causados por Poluição por $leo% de +565% promulgada pelo Decreto nO 05)@,0% de -Ade março de +500K a Convenção nternacional so're Preparo% Resposta e Cooperação em Casode Poluição por $leo% de +55*% promulgada pelo Decreto nO -)A0*% de +* de de?em'ro de+55AK a Convenção nternacional para o Esta'elecimento de um undo para Compensação deDanos Causados por Poluição por $leo% de +50+% não rati2icada pelo 4rasil% e a Resoluçãoso're Cooperação nternacional com Relação a Poluentes 3utros que não $leo% adotada pelaCon2erGncia 9urdica nternacional so're Danos Causados por Poluição Marin1a a +565%antecedem os presentes atos)

    +,) " Convenção so're Responsa'ilidade Civil em Danos por $leo% de +565

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    n>mero mnimo de Estados% ou por Estados que representem um determinado percentual da tonelagem mundial% para terem car8ter mandatrio)HI" 3rgani?ação Martima nternacional International Maritime $rgani&ation #

    M3N é uma organi?ação especiali?ada da 3=W) E2etivamente% suas principais2inalidades são: promover cooperação e troca de in2ormações no campointernacional a respeito de assuntos técnicos de navegação comercialKdesenvolver a segurança no mar e reunir con2erGncias so're navegação)HIMC3 International Maritime Consultative $rgani&ation. / a antigadenominação da M3) " denominação M3 2oi adotada em +5A-)HI" M3 é composta pelos seguintes rgãos: "ssem'léia% Consel1o e ComitGs%&u'comitGs e &ecretariado)HI" Assem"l/ia é 2ormada pelos representantes dos Estados dos +6- mem'ros%que se re>nem a cada dois anos)HI" Assem"l/ia elege um Conselho 2ormado por seis Estados dentre os maiores

    usu8rios do transporte martimo e outros seis Estados dentre os maiores2ornecedores de transportes martimos) 3 Conselho se re>ne duas ve?es por ano)HI" M3 contém diversos Comit0s: M&C # ComitG de &egurança MartimaKMEPC # ComitG de Proteção do Meio "m'iente Marin1oK C # ComitG deCooperação écnicaK "7 # ComitG de acilitação e 7E; # ComitG 9urdico)HI" M3 a'range os su'comitGs DE # Projeto e EquipamentoK P # Proteção ancGndioK &7 # 7in1as de Carga% Esta'ilidade e &egurança de 4arcos de PescaK

     ="B # =avegaçãoK C3M&"R # Comunicação e Equipamento de &alvatagemK&\ # =ormas de reinamento e &erviços de uartoK 47; # ;ranéis% 7quidose ;asesK D&C # Mercadorias Perigosas% Cargas &lidas e ContGineres e & #

    mplementação dos nstrumentos da M3L pp) 6* a 6-% vol) +% Ed) Manole% - aed)N

    +0) 3 ;overno 4rasileiro acompan1a os tra'al1os desses v8rios comitGs% 'emcomo de outras reuniões secretariadas pela M3% através da Comissão Coordenadora dos"ssuntos da M3% criada pela Portaria nterministerial nO ,60% de +A de de?em'ro de +55A%constituda por representantes de v8rios Ministérios com competGncias correlatas% tais como osda 9ustiça% das Relações Exteriores% dos ransportes e da De2esa% através do Comando daMarin1a do 4rasil)

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    +A) Por 2im% temos que% como se trata de promulgação de tratados enviados por mensagem ao Congresso =acional% ca'e s o'servar que% quanto ao aspecto 2ormal% é praxe pu'licar considerandos em decretos que promulgam tratados) E% quanto a despesas% trata#se denormas que% se impõem custos% certamente serão repassados para as empresas martimas% semrepercussão 2inal para a Wnião% ra?ão pela qual não se exige demonstração de adequação aodisposto nos arts) +6 e seguintes da 7ei Complementar nO +*+% de @ de maio de -*** < 7ei deResponsa'ilidade iscal)

    Conc,us/o e Enca0inha0ento

    +5) Portanto% pode#se considerar que o Projeto é jurdica e constitucional%

    ca'endo recomendar que% se nada opuser a &";% seja su'metido para consideração 2inal peloExcelentssimo &en1or Presidente da Rep>'lica quanto a sua edição)

    -*) ] superior consideração)

    4raslia% +@ de maio de -**A

    -+) 9oão Bargas 7eal 9>nior  "ssessor 

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