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BOLETIM SEMANAL RESERVADO 1 N° 29/16 SEMANA: 05/09/16 a 09/09/16 ASSUNTOS: COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA NOVOS CABOS SUBMARINOS COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM AT&T E QUALCOMM TESTAM DRONES NAS REDES LTE COMERCIAIS NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES. 01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA Índice Indicação de Juarez Quadros para a Anatel O que se passa com o Leilão das Sobras? Plano de Recuperação Judicial da Oi Decisão Judicial suspende AGE da Oi Acordo entre Tanure e a Pharol! Comentários sobre o Plano de Recuperação Judicial da Oi PRJ proposto pela Oi é rejeitado por detentores de bônus da Companhia Lançamento do iPhone7 AT&T não computa os Dados de streaming de vídeo da DirecTV ICT Week no MCTCI em Brasília Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo.

NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU … · Mas quando estão em jogo os mais de 5.000 Municípios do País, e que o atendimento é a nível municipal, então, se justifica

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BOLETIM SEMANAL RESERVADO

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N° 29/16

SEMANA: 05/09/16 a 09/09/16

ASSUNTOS:

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA NOVOS CABOS SUBMARINOS COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM AT&T E QUALCOMM TESTAM DRONES NAS REDES LTE COMERCIAIS

NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES.

01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

Índice

Indicação de Juarez Quadros para a Anatel

O que se passa com o Leilão das Sobras?

Plano de Recuperação Judicial da Oi

Decisão Judicial suspende AGE da Oi

Acordo entre Tanure e a Pharol!

Comentários sobre o Plano de Recuperação Judicial da Oi

PRJ proposto pela Oi é rejeitado por detentores de bônus da Companhia

Lançamento do iPhone7

AT&T não computa os Dados de streaming de vídeo da DirecTV

ICT Week no MCTCI em Brasília

Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo.

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Indicação de Juarez Quadros para a Anatel

O Presidente da Câmara dos Deputados, no Exercício do Cargo de Presidente da República, assinou

o Despacho Nº 482, de 08/09/2016, encaminhando para apreciação do Senado Federal o nome de

Juarez Quadros para exercer o cargo de Membro e Presidente do Conselho Diretor da Anatel.

Ao que conste para o BS, este é um dos poucos casos em que uma indicação para o Conselho Diretor

da Anatel é feita com a designação para o Cargo de Presidente concomitantemente. A explícita

menção à renúncia de João Rezende, traz à tona a possibilidade de que o mandato de seja pelo

período ainda restante em razão da renúncia.

Deixando de lado os formalismos do processo e fixando-se no conteúdo da Mensagem, o BS

considera a indicação de Quadros bastante feliz e oportuna. Ele carrega vivência e experiência

únicas no Setor Brasileiro de Telecomunicações, da forma mais abrangente possível. Seria uma

tarefa provavelmente inóqua tentar encontrar um técnico com a amplitude do seu Curriculum. Isto

o credencia inegavelmente para ocupar tanto o CD, quanto a presidi-lo.

O BS reproduz o texto referido do Despacho do Presidente da República em Exercício.

Diário Oficial da União Nº 174, sexta-feira, 9 de setembro de 2016

DESPACHOS DO PRESIDENTE DA CÂMARA

DOS DEPUTADOS, NO EXERCÍCIO DO CARGO

DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA

.

DESPACHOS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Nº 482, de 8 de setembro de 2016.

Encaminhamento ao Senado Federal, para apreciação, do nome do Senhor JUAREZ MARTINHO

QUADROS DO NASCIMENTO, para exercer o cargo de Membro e Presidente do Conselho Diretor

da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, em decorrência da renúncia do Senhor João

Batista de Rezende.

O que se passa com o Leilão das Sobras?

O BS se colocou desde o princípio entre os (não muitos) ardorosos defensores da Licitação Nº

2/2015-SOR/SPR/CD-ANATEL, mais conhecida como “Leilão das Sobras”.

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Este processo destinou-se à expedição de Autorizações para uso de Radiofrequências nas Faixas de

1800 MHz, 1900 MHz e 2,5 GHz, envolvendo os Serviços SMP, SCM, e, até, o SMP. A estrutura da

Licitação foi feita de maneira tal que, pela primeira vez, se viabilizou a participação dos chamados

Provedores Regionais, principalmente, em razão dos baixos preços mínimos estabelecidos para

cada Lote (cerca de 9.000 lotes com abrangência municipal) colocados em Licitação.

Configurava-se a grande oportunidade de sair da mesmice da atuação das Grandes Operadoras nas

cidades de médio e pequeno porte, praticamente alijadas de suas estratégias de investimentos. E,

nas regiões do Interior do País, onde somente atuam por força de alguma “assimetria” nas

disposições da regulamentação, ou de alguma imposição estabelecida em instrumentos licitatórios

realizados ao longo do tempo, incluindo a licitação das Empresas Concessionárias. Assim mesmo,

com resultados que a sociedade, claramente, não considera satisfatórios e sobre os quais são

frequentes as manifestações de desagrado, principalmente, via os Órgãos de Defesa do Consumidor

e dos veículos de mídia mais abrangentes.

A possibilidade desses Provedores Regionais ocuparem os espaços não preenchidos pelas maiores

Prestadoras se transformou em uma expectativa real. Seria um movimento de baixo para cima

(bottom-up), que se esperava proporcionar melhores resultados do que o de cima para baixo (top-

down), que é a base do atual Modelo de atendimento e, portanto, ainda preponderante.

A Licitação foi realizada em 10/12/2015; portanto, está se chegando a quase 1 (um) ano de seu

lançamento! O processo ainda não foi ainda formalmente encerrado e os desdobramentos do que

já foi decidido até o momento são pouco animadores. A sensação de alguma “decepção” ronda o

ambiente.

No dia 26/07/2016, portanto, mais de 7 (sete) meses após a data da entrega das propostas, foram

assinados os Termos de Outorga envolvendo somente 87 Empresas “que não tinham pendências na

documentação”. Na oportunidade, foi declarado que seria aberta “nos próximos dias” uma nova

Sessão Pública do Leilão envolvendo outras Empresas que tiveram de sanar “vícios de

documentação”. Vale registrar que o número de 87 Empresas seria gigantesco se a abordagem fosse

convencional. Mas quando estão em jogo os mais de 5.000 Municípios do País, e que o atendimento

é a nível municipal, então, se justifica o “somente 87” acima colocado.

Acaba de ser publicado no DOU de 02/09/2016 a convocação para tal evento, a ser realizado no dia

20/09/2016. Na verdade, trata-se da “continuação da Sessão Pública de Abertura, Análise e

Julgamento das Propostas de Preços” ocorrida em 17/12/2015. Segundo publicado no Site da Anatel

“no evento, será divulgado o resultado da análise da comprovação de atendimento dos requisitos

estabelecidos no Edital de Licitação pelas proponentes que haviam sido notificadas a apresentar

documentação com o objetivo de sanear(sic) os vícios formais apontados pela Comissão”.

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As explicações da Anatel sobre a demora foram parcimoniosas durante todo o período de tempo;

e, de modo geral, apegadas a formalismos burocráticos, nem sempre de fácil compreensão, mesmo

apelando-se aos termos do substancioso Edital, ou, talvez, por isso.

Do ponto de vista da implantação dos Sistemas, pouco se tem ouvido falar, pelo menos

publicamente, sobre iniciativas palpáveis em andamento, por parte das Empresas que assinaram os

Termos de Outorga, em julho próximo passado. As Operadoras de maior porte, entre elas a

Telebras, que deverão fornecer os meios de transporte alimentadores de alta capacidades

(Backbone e Backhaull) não se manifestaram. É como se nada tivessem a ver com o assunto.

A indústria, talvez com a honrosa exceção da Huawei, pouco ou nada se movimentou no sentido de

proporcionar soluções adequadas, técnica e economicamente viáveis, para as circunstâncias e

particularidades das Redes de pequeno porte envolvidas. Esquemas de financiamento razoáveis

para essas EPP continuam no limbo e sem um horizonte para se tornarem práticos.

Está se tratando da implantação de Sistemas em Faixa de Radiofrequência elevada (2,5 GHz)

empregando tecnologia de ponta (LTE) que poderá proporcionar Banda Larga Sem Fio com elevadas

taxas de transmissão, para atender regiões onde as soluções por cabos de fibras ópticas não são

viáveis, ou, necessitam de complementação por Sistemas Via Rádio. Portanto, há particularidades

e singularidades tecnológicas importantes a considerar.

Cabe comentar, que esta situação é bastante comum nas localidades do Interior do País e, portanto,

a oportunidade de se empregaram soluções desta natureza, desde que haja condições mínimas para

sua viabilização. Esta era a grande perspectiva inicial: a grande aposta!

Então, parece fazer todo o sentido a pergunta título deste comentário: “O que se passa com o Leilão

das Sobras?”

O BS torce francamente para que a Sessão do dia 20/09 faça ressurgir, pelo menos parcialmente, o

seu entusiasmo inicial. É absolutamente necessário que a Anatel não considere que sua participação

no processo se extinguirá com a definição de novos licitantes que conseguiram superar os entraves

burocráticos e se habilitaram a assinar os novos Termos de Outorga.

Torna-se absolutamente fundamental apoiar esses novos Empreendedores que resolveram apostar

nas telecomunicações brasileiras e correr os riscos empresariais inerentes. É necessário estabelecer

clareza de propósitos da Agência neste sentido. Em palavras diretas: o que ela pode fazer – dentro

de suas possibilidades, incluindo apoio institucional - por tais Empreendedores para que eles

respondam na medida de seu entusiasmo empresarial, em um ambiente reconhecidamente difícil

para o desenvolvimento de negócios, como ocorre atualmente no Paísl.

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O Brasil precisa de competição no Setor de Telecomunicações. Há uma enorme quantidade de

nichos espalhados por todas as Regiões, principalmente, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde não

há serviço adequado, ou, simplesmente, inexiste. A competição só se torna possível nestas

circunstâncias com algum tipo de estímulo. A máxima de que só há competição com a existência de

competidores permanece mais válida do que nunca. E, sem o mínimo de uma Prestadora,

simplesmente não há a oferta de Serviços.

Os quase 20 anos de ações envolvendo o FUST foram um completo vazio, do ponto de vista das

realizações efetivas. As perspectivas de que ele venha a ser a solução para preencher as lacunas

mencionadas são mínimas nas condições presentes, para se falar objetivamente. Portanto, este

caminho parece estar esgotado, mesmo nunca tendo sido efetivamente empregado no passado.

Aqui pode se aplicar o dito: “o que não foi, dificilmente será”!

O Leilão das Sobras ainda pode ser “ressuscitado” e ser o catalizador de um movimento virtuoso

que parece estar se desfazendo em nossas mãos por absoluta carência de atenção e dedicação. A

burocracia não pode ditar o fim, nem ser o fim dos processos. No caso, o término do Leilão das

Sobras não pode ser o início do fim do sonho por tantos alimentado em se iniciar uma nova era no

atendimento às localidades do Interior e, até, em regiões periféricas das grandes Metrópoles.

É necessário rapidamente forjar um “Novo Modelo” para este caso, seguindo os passos daqueles

que preconizam um “Novo Modelo” para a prestação de Serviços de Telecomunicações no País.

Plano de Recuperação Judicial da Oi

A Oi publicou FATO RELEVANTE, em 05/09/2016, “comunicando aos seus acionistas e ao mercado

em geral”, que o CA da Companhia “aprovou os termos e condições do plano de recuperação judicial

conjunto as Empresas Oi, bem como sua apresentação nos autos do processo de recuperação judicial

das Empresas Oi, em curso perante a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio

de Janeiro”.

O BS publicou uma EDIÇÃO ESPECIAL reproduzindo o texto do PRJ, conforma publicado no Site da

Companhia, bem como o texto de um Laudo Econômico-Financeiro, preparado pela Ernest&Young.

Para o melhor acompanhamento do assunto pelos leitores do BS o texto integral do FATO

RELEVANTE em questão é reproduzido a seguir.

Na sequência, o BS fará comentários individualizados de alguns pontos do PRJ que considera mais

relevantes no contexto geral do processo, do ponto de vista das condições regulatórias envolvidas.

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Cabe reiterar um aspecto já colocado anteriormente pelo BS: não está em causa no presente

Processo de Recuperação Judicial a situação de uma Entidade singular. Trata-se de uma Companhia

de Capital Aberto que atua em um mercado no qual prevalece a “livre, ampla e justa competição

entre todas as prestadoras”, conforme preconiza a Lei Geral de Telecomunicações, LGT. Todavia,

com a particularidade de ser uma Concessionária que atua de forma amplamente “regulada” na

prestação de Serviços de Interesse Coletivo, explorados no Regime Público. Isto, por força de

Contrato firmado com o Poder Concedente (no caso, a União – representada pela Agência Nacional

de Telecomunicações - Anatel), por força do disposto em Lei.

Assim, no presente cso, além dos aspectos usuais presentes na regulamentação da prestação dos

Serviços de Telecomunicações, estão presentes outros vinculados ao Contrato de Concessão

específico para a prestação do Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC – em suas diversas

modalidades.

Oi S.A.

FATO RELEVANTE

Apresentação do Plano de Recuperação Judicial

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ("Companhia") em cumprimento ao art. 157, §4º da Lei nº 6.404/76

("LSA") comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, em reunião realizada nesta data, o Conselho

de Administração da Companhia aprovou os termos e condições do plano de recuperação judicial conjunto das

Empresas Oi, bem como a sua apresentação nos autos do processo de recuperação judicial das Empresas Oi, em

curso perante a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro ("Plano de Recuperação

Judicial").

O Plano de Recuperação Judicial estabelece os termos e condições propostas para as principais medidas que

poderão ser adotadas com vistas à superação da atual situação econômico-financeira das Empresas Oi e à

continuidade de suas atividades, inclusive por meio de (i) reestruturação e equalização de seu passivo; (ii)

prospecção e adoção de medidas durante a recuperação judicial visando à obtenção de novos recursos; e (iii)

potencial alienação de bens do ativo permanente.

O Plano de Recuperação Judicial encontra-se à disposição dos acionistas da Companhia na sede da Companhia

e em seu website (www.oi.com.br/ri). Cópia desse material também está disponível no Sistema Empresas.NET

da CVM (www.cvm.gov.br), além do website da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br). Cópia do material

apresentado à CVM também será enviada, assim que possível, traduzida para o inglês, à US Securities and

Exchange Commission conforme o Form 6-K.

A Companhia manterá seus acionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto

deste Fato Relevante, e divulgará oportunamente, na forma da legislação e regulamentação vigentes, demais

informações relativas à sua recuperação judicial.

BOLETIM SEMANAL RESERVADO

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Rio de Janeiro, 05 de setembro de 2016.

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial

Flavio Nicolay Guimarães

Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

Decisão Judicial suspende AGE da Oi

A Oi publicou COMUNICADO AO MERCADO informando da Decisão Judicial, do Juizado da 7ª Vara

Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, nos termos abaixo reproduzidos,

onde se destaca: “suspender cautelarmente, na forma do parecer, a convocação das AGE‘s

destinadas a deliberar sobre a destituição dos conselheiros da companhia em recuperação e sobre

autorização para abertura de processo de responsabilidade em face dos administradores da

sociedade".

Cabe destacar, também, o item final do COMUNICADO: “A Companhia reitera, assim, a suspensão

das Assembleias convocadas para se realizarem em 08.09.2016 e que a sua realização dependerá

de definição posterior pelo poder judiciário”.

Levando em conta esta observação da Companhia, pode-se inferir sobre a possibilidade de a AGE

em tela não ser realizada, a depender de decisão do Poder Judiciário.

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial

Companhia Aberta

COMUNICADO AO MERCADO

Decisão Judicial

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ("Companhia"), em continuidade aos Fatos Relevantes divulgados em 02.09, 05.09

e 06.09 de 2016 a respeito das Assembleias Gerais Extraordinárias convocadas para o dia 08.09.2016 ("Assembleias"),

comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, o Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da

Capital do Estado do Rio de Janeiro deu provimento a Embargos de Declaração interpostos pela Bratel B.V., nos

seguintes termos: "Isso posto, recebo os Embargos eis que tempestivos, e dou-lhes provimento para sanar a omissão

contida no dispositivo do decisum alvejado que passa a ter a seguinte redação: ´a) suspender cautelarmente, na

forma do parecer, a convocação das AGE‘s destinadas a deliberar sobre a destituição dos conselheiros da

companhia em recuperação e sobre autorização para abertura de processo de responsabilidade em face dos

administradores da sociedade´".

BOLETIM SEMANAL RESERVADO

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A Companhia reitera, assim, a suspensão das Assembleias convocadas para se realizarem em 08.09.2016 e que a

sua realização dependerá de definição posterior pelo poder judiciário.

Rio de Janeiro, 08 de setembro de 2016.

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial

Flavio Nicolay Guimarães

Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

Acordo entre Tanure e a Pharol!

A Oi publicou COMUNICADO AO MERCADO esclarecendo “que não possui conhecimento a respeito

das matérias tratadas na Notícia” segundo publicado no Broadcast da Agência Estado, em

02/09/2016, sob o título: “Fonte:Tanure e Pharol Acertam em Acordo Assentos no Conselho e Plano

Compartilhado”.

Com é conhecido publicamente, o Empresário Nelson Tanure, por meio do Fundo Société Mondiale

e a Pharol (antiga Portugal Telecom), travam uma disputa pelo controle da Oi. A notícia da Agência

Estado indicaria que poderia estar ocorrendo uma “trégua” na disputa litigiosa que ocorre entre

ambas as Partes; o COMUNICADO, nega a “Notícia”.

De certa forma, a notícia anterior de que a AGE foi suspensa, na prática, configura que tal “trégua”

foi “determinada” em razão de decisão judicial, pelo menos, temporariamente. Deve-se, também,

registrar que uma arbitragem anterior na BMFBovespa, havia se posicionado pela realização da

AGE.

O texto integral do COMUNICADO AO MERCADO á abaixo reproduzido, na forma em que se

encontra no Site da Companhia.

OI S.A. Em Recuperação Judicial

COMUNICADO AO MERCADO

Rio de Janeiro, 06 de setembro de 2016.

Comissão de Valores Mobiliários

At.: Sr. Fernando Soares Vieira

Superintendente de Relações com Empresas

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Sr. Guilherme Rocha Lopes

Gerente de Acompanhamento de Empresas - 2

c/c [email protected]

Ref.: OFÍCIO nº 306/2016/CVM/SEP/GEA-2

Prezados Senhores,

Fazemos referência ao OFÍCIO nº 306/2016/CVM/SEP/GEA-2 ("Ofício"), cuja cópia segue anexa, por meio do qual são solicitados à Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ("Companhia") esclarecimentos a respeito de notícia veiculada em 02.09.2016 na Agência Estado - Broadcast sob o título "Fonte: Tanure e Pharol Acertam em Acordo Assentos no Conselho e Plano Compartilhado" ("Notícia"), para expor o que segue.

A Companhia esclarece que não possui conhecimento a respeito das matérias tratadas na Notícia. A Companhia consultou a acionista Bratel B.V. a respeito da veracidade das informações ali divulgadas e foi informada por meio de correspondência recebida nesta data que (i) não há acordo ou contrato celebrado entre Bratel B.V. e o fundo Société Mondiale; e (ii) a Bratel dará atendimento à decisão do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comerca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, que determinou a suspensão das convocações das Assembleias Gerais Extraordinárias que se realizariam em 08/09, no sentido de submeter-se à mediação, como forma de solução das controvérsias entre Bratel e o fundo Société Mondiale.

A Oi reitera seu compromisso de manter seus acionistas e o mercado informados a respeito dos temas aqui tratados e se coloca à disposição da Comissão de Valores Mobiliários para outros esclarecimentos.

Atenciosamente,

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial

Flavio Nicolay Guimarães

Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

Comentários sobre o Plano de Recuperação Judicial da Oi

Conforme mencionado anteriormente, o BS apresentará, na sequência, pontos do Plano de

Recuperação Judicial da Oi que considera mais marcantes, do ponto de vista regulatório.

Determinadas passagens são assinaladas em azul. Os textos em itálico, transcritos do PRJ, são

autoexplicativos, na maioria dos casos. O BS fará ao final de cada texto sucintos comentários

sobre tais aspectos.

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Visão Geral

O GRUPO OI propõe a adoção das medidas elencadas abaixo como forma de superar a sua atual e

momentânea crise econômico-financeira:

Reestruturação da dívida:

O GRUPO OI realizará uma reestruturação e equalização de seu passivo relativo a Créditos

Concursais e, a critério do GRUPO OI, a Créditos Extraconcursais cujos titulares desejem se

submeter aos efeitos deste Plano, nos termos da Cláusula 4 deste Plano.

Alienação de ativos:

Como forma de levantamento de recursos, o GRUPO OI poderá promover a alienação dos bens do

ativo permanente (não circulante) das RECUPERANDAS, inclusive os listados no Anexo 3.1.2, na

forma da Cláusula 5.1.

Novos recursos:

O GRUPO OI poderá prospectar e adotar medidas durante a Recuperação Judicial visando à

obtenção de novos recursos, sendo que, caso obtidos, as obrigações correspondentes terão

natureza extraconcursal, para fins do disposto na LFR.

Reorganização Societária:

O GRUPO OI poderá realizar Reorganização Societária, nos termos da Cláusula 6 deste Plano,

visando à obtenção de uma estrutura mais eficiente e adequada à implementação das propostas

previstas neste Plano e à continuidade de suas atividades, ou qualquer outra reorganização

societária que venha a ser oportunamente definida pelas RECUPERANDAS.

Após a Homologação Judicial do Plano, o GRUPO OI poderá efetuar o imediato levantamento do

valor integral dos Depósitos Judiciais que não tenham sido objeto de pagamento, nas formas

previstas neste Plano.

Comentário BS

No que denomina “VISÃO GERAL” o PRJ faz colocações sobre pontos essenciais do Plano. Como

se pode observar as questões básicas são quatro: Reestruturação da Dívida; Alienação de

Ativos; Novos Recursos; Reorganização Societária.

Vale registrar a confiança que a Companhia deposita na aprovação e consecução do Plano, haja

vista que ela considera a crise econômico-financeira atual como momentânea!

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Tem-se como objetivo primordial resolver a questão da Dívida da Companhia que, no caso,

passa pela sua “reestruturação”. Mas, como a Empresa deve continuar seu curso operacional

normal, a “alienação de ativos” e a “reestruturação societária” podem contribuir para alcançar

tal objetivo, com o aporte de recursos decorrentes das vendas e as economias e sinergias

possíveis de obter com a “reestruturação societária”. O BS também considera a possibilidade

de uma “reestruturação organizacional”.

A entrada de “novos recursos” sempre será benvinda, dependendo da qualidade da operação

da captação, e, da qualidade das aplicações nos projetos de expansão, melhorias, e inovação,

das Companhias do Grupo.

Da mesma forma, a “alienação de ativos” poderá ser uma solução para problemas imediatos

de caixa ou de redução de custos. Mas, tudo dependerá dos ativos que forem disponibilizados

e de determinadas “autorizações” que devem ser obtidas em alguns casos para que tal

alienação possa se concretizar (caso dos Bens Reversíveis).

Se, por exemplo, eles impactarem sensivelmente as receitas futuras do Grupo de modo a

influenciar negativamente no seu fluxo de caixa, ou, mostrando-se estrategicamente

inadequados no médio e longo prazo para os objetivos operacionais e empresariais das

Companhias que restarem, os cuidados a tomar devem ser adequadamente avaliados.

Deve-se notar que alguns dos termos utilizados no texto do Plano como, por exemplo, Créditos

Concursais e Créditos Extraconcursais, tem seu significado definido no Glossário que faz parte

do Plano que os leitores podem encontrar na Edição Especial do BS referida.

Reorganização Societária

As RECUPERANDAS poderão realizar operações de reorganização societária, tais como cisão, fusão,

incorporação de uma ou mais sociedades, transformação, dissolução ou liquidação envolvendo as

próprias RECUPERANDAS e/ou quaisquer de suas Afiliadas, sempre com o objetivo de otimizar as

suas operações e incrementar os seus resultados, contribuindo assim para o cumprimento das

obrigações constantes deste Plano, desde que obedeçam as formalidades legais e que tais

operações não impliquem:

(i) diminuição ou oneração dos ativos pertencentes ao GRUPO OI; e/ou,

(ii) aumento de seu endividamento total, a não ser que as consequências referidas em (i) e (ii)

acima estejam previstas neste Plano.

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Comentário do BS

É natural que o PRJ preveja situações como as indicadas referentes à estrutura empresarial do

Grupo. O período de tempo a ser considerado para o cumprimento ou execução de determinados

itens pode chegar a uma década, bastante longo para que algumas mudanças estruturais se

mostrem convenientes, ou, mesmo, necessárias. Entretanto, sempre ficam as expectativas sobre

o desenvolvimento de situações deste tipo nos momentos iniciais da construção e aprovação de

um Plano desta natureza.

Conforme comentado no item anterior, a “reorganização societária” pode passar por uma

“reorganização organizacional” mais simples e imediata do ponto de vista de sua execução, a qual

pode ser individualizada por cada Empresa do Grupo. Este é um ponto colocado pelo BS que,

aparentemente, não está claramente indicado nos termos do PRJ.

Alienação de Ativos

Após a Aprovação do Plano, como forma de levantamento de recursos, o GRUPO OI poderá

promover a alienação dos bens do ativo permanente (não circulante) das RECUPERANDAS listados

no Anexo 3.1.2 a este Plano, independentemente de nova aprovação dos Credores Concursais,

desde que referida alienação seja, enquanto durar a Recuperação Judicial, precedida de:

(i) avaliação a ser realizada por um avaliador independente de primeira linha ou por

avaliador nomeado pelo Juízo da Recuperação Judicial para esse fim e, após,

(ii) nova aprovação do Juízo da Recuperação Judicial.

Quaisquer outros bens, móveis ou imóveis, que integrem o ativo permanente (não circulante) das

RECUPERANDAS somente poderão ser alienados e/ou onerados, em conjunto ou isoladamente ou,

ainda, reunidos em UPIs, desde que a respectiva alienação e/ou oneração, conforme o caso, seja,

enquanto durar a Recuperação Judicial, precedida de:

(i) avaliação a ser realizada por um avaliador independente de primeira linha ou por

avaliador nomeado pelo Juízo da Recuperação Judicial para esse fim e, após,

(ii) aprovação do Juízo da Recuperação Judicial.

Com o objetivo de gerar liquidez e proporcionar uma melhora em seu fluxo de caixa, as

RECUPERANDAS empreenderão seus melhores esforços com o objetivo de se beneficiarem de

oportunidades de participar de processos de consolidação do mercado de telecomunicações

brasileiro e de alienação de ativos, inclusive decorrentes de eventuais alterações no modelo

regulatório, sempre observado o disposto na Cláusula 5.1 e o interesse das próprias

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RECUPERANDAS, sem prejuízo do cumprimento de obrigações ainda pendentes perante credores,

objeto do Plano de Recuperação Judicial.

Comentário do BS

Este, talvez seja um dos itens mais emblemáticos da proposta do PRJ. Nele se fala em

oportunidades de consolidação do mercado de telecomunicações brasileiro, e, de alienação de

ativos, inclusive decorrentes de eventuais alterações no modelo regulatório.

A proposta faz alusão à questão dos Bens Reversíveis, ainda que não de modo explícito. Como se

sabe, a alienação destes Bens depende de anuência da Agência Reguladora e há disposições na

legislação e na regulamentação que dão margem a dúvidas quanto à possibilidade de que tal

alienação possa ocorrer; pelo menos, este é um ponto defendido por alguns segmentos que se

manifestam sobre o tema.

O PRJ faz menção aos ativos que, inicialmente, poderiam ser objeto de possível alienação, os quais,

de forma genérica, estão mencionados no Anexo 3.1.2., a ser posteriormente comentado.

A “consolidação do mercado de telecomunicações brasileiro” também é um outro aspecto sensível,

principalmente nesta ação envolvendo a Oi. Como é amplamente sabido, a Companhia foi objeto

de intensos rumores sobre sua eventual associação ou fusão com a TIM, antes de ter-se decidido

pelo PRJ. Então, é inevitável que se faça um elo entre esta menção do PRJ e os fatos anteriormente

especulados. Na verdade, nunca confirmados, mas, que certamente foram objeto de alguma

discussão.

Também não é demais lembrar que uma das possibilidades aventadas naquela ocasião seria a

compra da Companhia por uma outra que assumisse as obrigações e os passivos da Companhia.

Parece ficar claro que se tal possibilidade foi objeto de discussão efetiva, o nível de endividamento

da Oi pode ter contribuído para que a operação não prosperasse.

Ativos que podem ser alienados direta ou indiretamente

ANEXO 3.1.2

Ativos

Alienação, direta ou indiretamente, dos seguintes ativos:

Participações detidas pela PT Participações SGPS, S.A. em operadoras de

telecomunicações na África e na Ásia;

Operações de datacenters;

Rede de fibra ótica no Estado de São Paulo;

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Itens de infraestrutura (compreendendo torres e rooftops);

Brasil Telecom Call Center S.A.;

Serede – Serviços de Rede S.A.;

Imóveis; e/ou

Operações de telefonia móvel.

Comentário do BS

Este é o Anexo do PRJ que indica os Ativos passíveis de alienação direta ou indireta; pelo menos,

na proposta inicial. Chama especial atenção a menção de 2 desses ativos, do ponto de vista

estratégico: as Operações de Telefonia Móvel, e, a Rede de Fibra Óptica no Estado de São Paulo.

Os demais itens parecem não ser tão impactantes sobre este prisma. Todavia, no caso dos imóveis

e de alguns outros itens de infraestrutura, sempre virá à tona a questão dos Bens Reversíveis que

é uma questão a ser definida previamente.

No caso particular das operações da Telefonia Móvel, com a sua eventual alienação restarão à

Companhia operações de Banda Larga Fixa e de TV por Assinatura (SeAC). Esta última,

relativamente questionável, pois historicamente o Serviço de TV por Assinatura nunca foi uma de

suas “vocações” primárias, em termos de Prestação de Serviços. Esta possibilidade, distancia

abismalmente a Companhia das tendências atuais seguidas pelas grandes Corporações que atuam

na Prestação de Serviços de Telecomunicações de Interesse Coletivo. A integração de todos os

Serviços é a prática mais comum seguida pelas maiores organizações!

O eventual argumento de que ela continuará ativa na prestação do STFC é verdadeiro, mas,

conforme é sobejamente conhecido, o Serviço Fixo por Cabo tradicional está com seu futuro

absolutamente comprometido, tendo em vista a progressiva quantidade de desligamentos que

vem ocorrendo anualmente. Este movimento parece ser irreversível e tende a aumentar nos

próximos anos, até o completo desaparecimento do Serviço, na forma como ele foi secularmente

ofertado.

Esta possibilidade tende a “apequenar” a Companhia de uma forma tal que se manifestam dúvidas

sobre a viabilidade de sua continuidade operacional – pelo menos na forma como é vista

atualmente no mercado – uma vez efetivada a recuperação, nos termos propostos.

Quanto à alienação da Rede de Fibras Ópticas no Estado de São Paulo, não se trata de uma medida

tão dramática. Entretanto, ela é sintomática por sinalizar a saída da Companhia do maior e, muito

provavelmente, mais rentável mercado do País. Individualmente, São Paulo representa da ordem

de 1/3 do mercado nacional.

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Isenção de Responsabilidade e Renúncia

Em decorrência da Aprovação do Plano, os Credores expressamente liberam as Partes Isentas de

toda e qualquer responsabilidade pelos atos praticados e obrigações contratadas antes ou depois

da Data do Pedido, inclusive com relação à reestruturação prevista neste Plano, conferindo às

Partes Isentas quitação ampla, rasa, geral, irrevogável e irretratável de todos os direitos e

pretensões patrimoniais, penais e morais porventura decorrentes dos referidos atos a qualquer

título.

Comentário do BS

Esta é, provavelmente, uma condição padrão nas propostas de Recuperação Judicial de qualquer

Companhia nesta situação.

No entanto, não deixa de ser impactante a leitura de um texto desta natureza, pelo menos para os

mais leigos nos termos jurídicos. Numa leitura ligeira isto é o que pode ser considerada uma

verdadeira “Carta Branca” a todos aqueles envolvidos na execução da operação de Recuperação

Judicial: antes ou depois da Data do Pedido.

Condições Suspensivas

A eficácia deste Plano está condicionada a (i) Aprovação do Plano; e (ii) Homologação Judicial do

Plano. A eficácia da implementação das medidas previstas neste Plano está condicionada, na

medida e na extensão em que forem aplicáveis:

(a) à obtenção de todas as autorizações ou consentimentos das Autoridades Governamentais no

exercício de suas competências legais, incluindo, mas não se limitando, a aprovação pela ANATEL,

que sejam necessárias para a implementação das medidas previstas neste Plano para transferência

de controle societário ou alienação de bens considerados reversíveis; e

(b) à obtenção de todas as autorizações, consentimentos e aprovações societárias, incluindo, mas

não se limitando a, autorizações, consentimentos e aprovações exigidas pelos Acordos de Acionistas

e/ou Estatuto Sociais e/ou atos constitutivos assemelhados, que sejam necessárias para a

implementação das medidas previstas neste Plano.

Comentário do BS

Este é um outro texto de extrema relevância no contexto de todo o Plano. Da forma colocada, é

praticamente o ponto de partida de todo o processo, pois, pressupõe a “anuência prévia” da

Agência para “transferência de controle societário” ou “alienação de bens reversíveis”. E, o BS

acrescentaria a hipótese de ambas as alternativas, em conjunto.

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A questão que se coloca é como a Agência pode aprovar previamente situações de uma operação

que não está ainda consolidada e aprovada? E, a questão dos Bens Reversíveis não depende

exclusivamente de sua atuação, conforme é bem conhecido. No caso, há uma intervenção do TCU

no processo que necessita ser superada para que algo de efetivo possa ser concretizado.

Possíveis alterações na legislação – conforme aventado – que possam ter influência na questão,

provavelmente não ocorrerão em velocidade compatível com as medidas que devem ser

judicialmente definidas. Este é, definitivamente, um dos pontos fundamentais a considerar no

acompanhamento do processo como um todo.

Extinção das Ações

A partir da Homologação Judicial do Plano, enquanto este Plano estiver sendo cumprido, e

observado o disposto nas Cláusulas 4.1.2, 4.3.2.5, e 4.4.2, os Credores Concursais não mais poderão:

(i) ajuizar ou prosseguir em toda e qualquer ação judicial ou processo de qualquer natureza

contra as RECUPERANDAS relacionado a qualquer Crédito Concursal, excetuado o disposto

no art. 6º, §1º, da LFR relativamente a processos em que se estejam discutindo Créditos

Ilíquidos;

(ii) executar qualquer sentença, decisão judicial ou sentença arbitral contra as

RECUPERANDAS relacionada a qualquer Crédito Concursal;

(iii) penhorar ou onerar quaisquer bens do GRUPO OI para satisfazer seus respectivos

Créditos Concursais ou praticar qualquer outro ato constritivo contra o patrimônio das

RECUPERANDAS;

(iv) criar, aperfeiçoar ou executar qualquer garantia real sobre os bens e direitos das

RECUPERANDAS para assegurar o pagamento de Crédito Concursal;

(v) reclamar qualquer direito de compensação de seu respectivo Crédito Concursal contra

qualquer crédito devido às RECUPERANDAS;

(vi) buscar a satisfação de seu Crédito Concursal por qualquer outro meio, que não o previsto

neste Plano. Com a Homologação Judicial do Plano, todas as execuções e outras medidas

judiciais em curso contra o GRUPO OI relativas aos Créditos Concursais serão extintas, e as

penhoras e constrições judiciais liberados, sendo igualmente liberados em favor do GRUPO

OI o saldo de Depósitos Judiciais que não tenham sido empregados no pagamento de

Credores nos termos das Cláusulas 4.1.2, 4.3.2.4, e, 4.4.2 acima.

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Comentário do BS

Este é um posicionamento relevante no contexto geral sobre o qual o BS não ousa emitir qualquer

conceito por se tratar de uma questão de caráter essencialmente jurídico. Mas, sobre o qual não

poderia deixar de fazer uma simples menção no presente texto.

Multas Administrativas e Dívidas com a Anatel As condições aplicáveis aos Créditos Classe III Multas Administrativas detidos pelos Credores Classe

III, decorrentes de multas administrativas, descritos na Lista de Credores das Recuperandas serão

estabelecidas através de transação, previamente autorizada pela diretoria da OI e com o referendo

do Conselho de Administração, de acordo com a Lei nº 9.469/1997, como resultado de mediação

perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sob a supervisão do Juízo da Recuperação

Judicial, com a participação de representantes da entidade credora e da Advocacia Pública

competente, nos termos da Lei nº 13.140/2015, com a possibilidade de participação opinativa de

representantes do Tribunal de Contas competente, tendo como diretrizes os seguintes parâmetros:

(i) Ações das RECUPERANDAS voltadas a melhoria do serviço, em especial

com alguma relação à suposta conduta descumprida;

(ii) Conversão da multa em obrigações de fazer, podendo ser:

a. Investimentos em infraestrutura das RECUPERANDAS; e/ou

b. Benefícios aos consumidores dos serviços prestados; e/ou

c. Levantamento de valores já depositados judicialmente para os processos

relativos a essas multas administrativas.

Na hipótese de instauração de procedimento de mediação com relação aos valores devidos pelas

RECUPERANDAS à agencia reguladora ANATEL, o limite das negociações será balizado e limitado

aos seguintes parâmetros:

a) disposições da Resolução ANATEL nº 629, de 16 de dezembro de 2013 (Regulamento de

celebração e acompanhamento de Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta – TAC),

no que não conflitar com o presente Plano ou com as determinações do Juízo da Recuperação

Judicial, em especial quanto:

(i) ao arquivamento dos processos; e

(ii) exigência apenas dos compromissos expressamente assumidos pelas RECUPERANDAS

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durante o período abrangido pela mediação, não inferior a 4 (quatro) anos, desobrigando-

as do cumprimento dos indicadores de qualidade e regras regulamentares nesse período;

b) com relação a instrumentos já negociados e assinados entre as partes antes do Pedido em

Termo de Ajustamento de Conduta, não poderão ser majoradas as obrigações impostas às

RECUPERANDAS;

c) com relação a sanções administrativas ou condenações que não foram objeto de instrumento

negocial já assinado pelas partes, serão considerados os conceitos constantes dos subitens (a) e (b)

do item (ii) da Cláusula 4.3.2.8 acima.

Caso a mediação prevista nesta Cláusula não resulte em uma transação, os Créditos Classe III

Multas Administrativas serão pagos exclusivamente na forma da Cláusula 4.3.2.4 acima.

Sem prejuízo do disposto nas Cláusulas 4.3.2.8, 4.3.2.8.1 e 4.3.2.8.2 acima, considerando que o

GRUPO OI está questionando judicialmente a imposição de multas administrativas, a previsão neste

Plano de mecanismo de pagamento dos Créditos Classe III Multas Administrativas não implica

renúncia ao direito do GRUPO OI de prosseguir contestando referidas multas administrativas nos

respectivos processos em que estão elas sendo questionadas. Nesse sentido, caso o questionamento

do GRUPO OI em relação a quaisquer de referidas multas administrativas seja bem sucedido, o

valor do respectivo Crédito Classe III Multas Administrativas será automaticamente reduzido na

mesma medida e valor da redução da multa administrativa em questão.

Comentário do BS

Trata-se de mais um texto sensível no escopo geral do PRJ por se referir a “multas administrativas”

e “dívidas” com a Anatel. Este é um processo que é, por natureza, complicado na sua tramitação.

No caso, pode-se depreender que o PRJ retoma a questão da substituição das multas por

investimentos na expansão e melhoria da qualidade dos serviços prestados.

Um tema recorrente que, até hoje, não teve os resultados almejados, apesar dos intensos esforços

e negociações ocorridas neste sentido, segundo se tem notícia.

Também levanta a questão dos TACs. Um processo que vem sendo desenvolvido na Agência há

algum tempo, mas, sobre o qual ainda pesam alguns senões de ordem administrativa que não

permitiram sua aplicação plena anteriormente, inclusive em processos da própria Oi. Então, ressalta

o fato de como o assunto será tratado no âmbito do PRJ, na forma proposta no Plano, e, como a

Anatel irá se posicionar, se vier a fazê-lo.

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Por se tratar de um tema que também envolve aspectos jurídicos de ordem administrativa e

tributária, o BS deixará de fazer comentários específicos. No entanto, em relação ao seu mérito,

considera ser plenamente aceitável a “troca” das multas administrativas por “obrigações de fazer”

desde que se chegue a um acordo sobre a metodologia a ser empregada.

Fica, no entanto, a dúvida sobre os efeitos imediatos na recuperação da Companhia, pois é

necessário dispor dos recursos para fazer os investimentos associados à “compensação” negociada.

Com o registro de que tais investimentos, provavelmente, ocorrerão em situações de caráter mais

social, portanto, com níveis de rentabilidade comprometidos capazes de impactar os resultados

futuros da Companhia.

PRJ proposto pela Oi é rejeitado por detentores de bônus da Companhia

As primeiras reações ao PRJ proposto pela Oi começam a aparecer. O Valor Econômico publica

matéria assinada por Daniela Meibak informando que o Comitê Diretivo do Grupo de Detentores

de Bônus da Oi, rejeitou o PRJ apresentado pela Empresa. E o fez em termos que podem ser

considerados bastante duros, conforme pode se depreender da leitura da referida matéria.

A reportagem faz uma série de considerações a respeito do tema. Algumas delas reproduzindo

declarações de representantes do Grupo detentor dos Bônus.

O BS reproduz a reportagem do Valor – e agradece ao órgão de imprensa a oportunidade de fazê-lo

– assinalando em azul alguns aspectos que parecem essenciais para o bom entendimento do

assunto e sinalizadores das intenções do Grupo que se manifestou publicamente através da

imprensa.

Grupo de credores rejeita plano de recuperação judicial da Oi

Valor Econômico, 08/09/2016

Por Daniela Meibak | Valor

SÃO PAULO - O comitê diretivo do grupo de detentores de bônus da Oi, composto por mais de 40% do volume

de títulos de dívida externa da companhia, afirma que o plano de recuperação judicial da operadora de

telefonia não atende aos interesses dos vários credores e reflete uma incompreensão da

gravidade da atual situação da empresa.

Em comunicado, o grupo afirma que a Oi, em vez de trabalhar com os credores para apresentar um plano que

tivesse o apoio deles, apresentou uma proposta que prioriza os interesses de seus acionistas,

protegendo-os e isentando-os de processos legais pendentes e futuros por meio de amplas

concessões e isenções de responsabilidades.

“O plano, autorizado por um conselho de administração composto por um número significativo de

representantes dos acionistas majoritários, reflete uma tentativa inapropriada de mascarar a

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realocação de valores aos acionistas da companhia, em detrimento dos credores”, diz o grupo em

seu posicionamento. Segundo o comunicado, o plano foi apresentado sem qualquer negociação prévia ou

consulta ao comitê de “bondholders” e aos demais principais credores, apesar dos inúmeros pedidos.

A proposta apresentada pela Oi contempla perdão da dívida, alongamento substancial do prazo

de pagamento e outras concessões dos credores, mas não impõe qualquer sacrifício aos

acionistas, afirma o grupo. A Oi poderá refinanciar R$ 10 bilhões em valores mobiliários

conversíveis dentro de três anos — condição facilitada, visto que o plano contempla perdão

substancial de dívidas e permite a venda de ativos sem a prévia anuência dos credores.

Ainda de acordo com o comunicado, quando comparado com a proposta feita antes do pedido de recuperação

judicial, o plano traz uma alocação substancial de valor para os seus acionistas em violação direta

dos direitos e princípios estabelecidos na Lei de Falências. O plano, entregue à Justiça em 5 de

setembro, prevê que os atuais acionistas continuarão detendo 100% das ações, enquanto na

proposta original apresentada pela empresa em junho de 2016, os atuais acionistas

permaneceriam com menos de 10% das ações pós reestruturação da dívida.

Para os detentores do grupo de “bondholders”, o plano pode impedir a empresa de ficar em posição de

competitividade no futuro porque não confere segurança acerca do nível de endividamento pós-

recuperação judicial, além de confiar a gestão futura e perspectivas do negócio aos mesmos

representantes que dirigiram a empresa para a atual situação de insolvência.

O comitê, juntamente com seus assessores, Cleary Gottlieb Steen and Hamilton, Moelis & Company e Pinheiro

Neto Advogados, está discutindo com outros credores relevantes a formulação de um novo plano

de reorganização. Este deve se basear em significativa desalavancagem por meio de conversão

da dívida em capital e potencial novo financiamento assegurado por seus atuais credores,

informa o comunicado.

Lançamento do iPhone7

Certamente, os leitores do BS já leram em algum veículo de comunicação as notícias a respeito do

lançamento da “nova família” do iPhone7 realizado em 07/09/16, em S. Francisco, nos Estados

Unidos.

Um evento “cinematográfico” através do qual a Apple, uma vez ao ano, lança a última “novidade”

no mundo dos aparelhos móveis e dispositivos acessórios ou colaterais. Tais dispositivos, ato

continuo, passam a ser disputados ardorosamente pelos “applemaníacos” e por aqueles que,

simplesmente, querem estar na onda “desfilando” em primeira mão a maravilha que substituirá a

anterior rapidamente trocada, ainda que em plenas condições de uso.

Do ponto de vista da ocorrência, não haveria grandes comentários por se tratar de uma ação usual

no “mundo do consumo” que é um dos pilares de sustentação da economia global. Mas, no caso, a

“estrela” é a Apple; uma Empresa que atua com “maestria” neste metier. E, este é um dos motivos,

entre diversos outros, que a diferenciam; que faz dela uma das maiores Empresas do mundo, tanto

em capitalização na Bolsa de Valores quanto em lucros.

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Em relação a este particular aspecto, conforme o BS comentou na edição Nº 28/16, está em curso

na Comunidade Europeia um processo bilionário (13 bilhões de Euros) de cobrança de impostos

atrasados decorrentes de supostos ilícitos fiscais promovidos pela Empresa numa Subsidiária

sediada na Irlanda. Dependendo do desenrolar deste processo, a posição de liderança da Apple

pode sofrer percalços maiores do que aqueles que já vem enfrentando. Daí decorre a necessidade

de ela se superar no seu desempenho dos próximos “Quarters”.

A tarefa parece não ser tão simples quanto no passado. A concorrência está ficando mais “feroz” a

cada dia. O fator preço que pode ser considerado pouco sensível quando se fala em umas poucas

centenas de milhões de aparelhos passa a ser relevante quando se atinge a casa dos bilhões. E, é

neste patamar que o mercado de dispositivos móveis está se desenvolvendo, em termos globais. A

posição de liderança passa a depender do mercado mundial e não de um específico mercado, como

é o dos Estados Unidos, onde a Apple é “Majestade”.

O marketing continua sendo um fator fundamental; mas, progressivamente, menos impactante

neste segmento. O que foi inquestionável novidade no passado recente passa a ser algo corriqueiro

no presente e no futuro imediato, permitindo a “infiltração” dos modelos “genéricos” sem grandes

reações por parte da massa dos consumidores. As dificuldades de manter a “fidelização” à marca

com base somente em conceitos desenvolvidos pela própria marca, aumentam consideravelmente.

Os consumidores são “fiéis” até um certo ponto; a menos daqueles que se comportam de forma

dogmática, cujo universo não é grande o suficiente para provocar impactos significativos em

termos de volume de vendas.

O “Design” inovador é copiado e, até, melhorado! A introdução de facilidades que exploram as

“vaidades” dos consumidores (por exemplo câmeras fotográficas e de vídeo) alcança um ponto de

esgotamento! A qualidade do produto passa a ser igualada, quando não superada, pelo menos em

aspectos singulares! Os patamares de preço sustentados para manter os lucros em um ambiente

permanentemente inovador e com gastos crescentes de marketing, começam a ser derrubados! A

introdução de novos dispositivos (por exemplo, smartwatches) pode se constituir em uma atividade

de risco, ou não alcançar os objetivos previstos do ponto de vista da compensação por redução de

vendas no segmento básico dos Aparelhos Móveis.

É neste cenário onde a Apple tem reinado soberanamente que se vislumbram alguns sinais de

“desgaste” inicial. Basta verificar, que as grandes novidades deste ano são: a eliminação do

earphone; a introdução do Dual Camera; a possibilidade de acesso ao Pokemon go e Super Mario

(o que leva à inevitável associação com outras Empresas); e, o aumento da autonomia da bateria e

da capacidade de processamento e armazenamento (o que não chega a ser novidade). Talvez seja

pouca “substância” para muita “circunstância”!

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Os próximos dias serão sintomáticos para refletir os erros e acertos da Apple. Espera-se que não

haja “acidentes de percurso” que levem, por exemplo, a recall de aparelhos como está acontecendo

com o Galaxy Note7, lançado em 19 de agosto próximo passado e que teve suas vendas suspensas

pela Samsung em decorrência de “incidentes” com a explosão de bateria em alguns aparelhos.

Muito provavelmente, não ocorrerão as grandes filas do passado em frente às lojas da Apple para

disputar os primeiros aparelhos colocados à venda. Mas, a “máquina” tem que ser colocada em

funcionamento. A imagem diz muito no mundo de consumo dos dias atuais. Neste particular a Apple

continua sendo líder. Mas, decididamente, não pode se deitar sobre os louros da situação.

Os chineses da Huawei e de outras empresas menos conhecidas estão diminuindo os espaços

perigosamente (para a Apple e para a Samsung). Talvez seja necessária uma “nova onda” para

redefinir os mercados. A Apple costumava ser “revolucionária” no passado, mesmo quando estava

praticando simples evoluções. Agora este sentimento dos consumidores, mesmo dos

“applemaníacos”, não está se verificando. A torcida para que a Apple volte a ser “revolucionária” é

grande: mas, aparentemente, há dificuldades para repetir as “glórias” do passado.

A questão é saber quem “surfará” em um provável novo cenário que surgirá em algum momento

no futuro da linha do tempo que, no momento, ainda não se consegue, identificar com precisão. A

Apple certamente será um dos players; a criação e a inovação estão no seu DNA empresarial.

Contudo, as perspectivas são de duras disputas. O mercado consumidor agradece; mas, até que

ponto um modelo desta natureza resistirá quando estão em jogo bilhões de consumidores em todo

o planeta? Como continuará se comportando a Apple Store?

Aproveitando o “timing” do evento da Apple e considerando os aspectos particulares comentados,

o BS lançou uma EDIÇÃO ESPECIAL no dia posterior, acrescentando um vídeo que sintetiza o

lançamento. O mais interessante que encontrou entre diversos outros divulgados intensamente

para registrar tal evento. Para acessar este vídeo os leitores são convidados a clicar em apple-

iphone7-launch.

Na sequência, o BS transcreve três matérias da imprensa geral, às quais teve acesso posteriormente

ao texto da Edição Especial, que se posicionam sobre o lançamento da Apple em termos parecidos

aos do BS. A primeira é “Não reconheço mais o design da Apple no novo iPhone7”, de Filipe Vilici,

na sua coluna “A Origem dos Bytes”, na Veja online. A segunda é “ La tortuosa senda de la

innovación em Apple”, de Alvaro Ibañez, publicada no El País. A terceira é “La Dulce decepción del

iPone7 “, de José Mendiola Zuriarrain , publicado também no El País.. Os leitores mais interessados

em se aprofundar no tema são convidados à leitura destas reportagens.

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Nota: O BS insiste em trazer estas questões relacionadas com o iPhone da Apple, não para fazer a

apologia destes dispositivos e de seus acessórios e correlatos. Mas, por considerar a sua influência

fundamental e a do fabricante que está por trás deles, no desenvolvimento dos modelos de negócio

das comunicações móveis em todo mundo, inclusive no Brasil.

O fato relevante é que a Apple e seus produtos são contínuas referências de mercado, inspiradoras

e alavancadores de ações de outros fabricantes na luta constante para sua superação. Um campo

onde se copia de tudo e de todos. Onde as disputas milionárias de patentes são frequentes. Onde

vaidades e negócios se misturam de forma inebriante. Onde um “acidente de percurso” qualquer,

um deslize, por menor que seja, pode provocar a derrocada de um produto e as consequências

nefastas para seu fabricante.

Que o diga a Samsung, no caso do Galaxy Note7, que teve seu lançamento interrompido em razão

da explosão da bateria de alguns aparelhos. Obviamente, a Apple agradeceu aos “deuses

applemaniacos” dos smartphones a providencial “mãozinha” e está torcendo para que “eles” a

protejam não deixando que ocorram explosões – nem deixem que elas sejam “fabricadas” – no caso

do iPhone 7 e 7+.

O timing e a estratégia dos lançamentos são cuidadosamente analisados. O marketing dos produtos

e o trabalho dos consumidores e da opinião pública são fundamentais nas estratégias de sua

apresentação. A Apple sempre insistirá na tese de que o iPhone é mais do que um Smartphone: é

um iPhone! Por mais que ele se pareça com outros Smartphones! Ou, sendo justos: por mais que os

outros Smarphones se pareçam com um iPhone.

E, assim deve ser até que o iPhone vire peça de museu e uma referência de uma época de particular

interesse no desenvolvimento das comunicações móveis. A indagação que deve estar na cabeça de

todos é sobre o que virá quando o iPhone se for!

FILIPE VILICIC - A ORIGEM DOS BYTES

Não reconheço mais o design da Apple no novo iPhone 7

Os produtos da marca costumavam nos deixar embasbacados...

Por: Filipe Vilicic- 08/09/2016

Uma das melhores definições que já ouvi do motivo de os produtos da Apple serem tão apaixonantes é

fruto de uma histórica conversa entre John Sculley, ex-CEO da Apple, com Steve Jobs, o aclamado

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fundador da empresa. Ela me foi relatada pelo próprio Sculley, em entrevista recente que fiz com ele.

A história:

Quando Jobs decidiu convidar Sculley para ser CEO da companhia, no início dos anos 80 (ele ocupou

a posição até 1993 e é conhecido também por ter sido responsável pelo afastamento de Jobs do quadro

da Apple), ambos tiveram uma conversa preliminar, durante uma caminhada em Nova York. O

executivo era, então, presidente da Pepsi. Foi quando Jobs soltou sua hoje clássica frase de

convencimento para Sculley: “Você quer vender água açucarada para o resto de sua vida ou quer vir

comigo e mudar o mundo”. Como se sabe, é difícil não ser convencido pelo genial fundador da Apple

– e esse caso não foi diferente.

Durante a conversa deles, porém, Sculley me relatou mais um trecho memorável. Foi quando ambos

discutiam o motivo das pessoas preferirem Coca-Cola à Pepsi. “Após diversos testes às cegas, notamos

que a maioria queria era o gosto da Pepsi, mas na hora de escolher o rótulo no mercado, preferiam

nossa rival mais famosa, mesmo assim”, contou-me o ex-CEO da Apple. “Frente a isso, Jobs

simplificou a mim: ‘quando as pessoas vão servir os refrigerantes em suas casas, elas escondem a

garrafa na cozinha se for Pepsi. Se for Coca, levam à mesa”.

Com a Apple, Jobs queria ser a Coca, não a Pepsi. Isso que ele explicou a Sculley, que logo sacou a

ideia: “tem de ser fashion, da moda, para quererem seu produto, não o do concorrente”, disse o ex-

CEO.

O que isso tem a ver com o novo iPhone 7? Tudo.

Design sempre foi central ao sucesso da Apple. Quão cool era, nos meados dos anos 2000, andar pelas

ruas com um iPod na mão e o fio branco ao longo do corpo, conectando o aparelho ao fone de ouvido?

O dispositivo e o fone pareciam uma coisa só. E, ambos, brancos, o que era transgressor para o período.

Antes do iPod, era regra que fones deveriam ser pretos, cinzas, ou de cores berrantes. A Apple furou a

norma do design – e arrebentou!

Um toque de genialidade sempre foi dado ao desenho dos produtos da marca. A começar pelo logo:

antes, quando se abria um laptop, via-se a “maçã” invertida; mas, na virada dos anos 2000, ousou-se ao

deixar a imagem de cabeça para baixo para o usuário e, assim, ela ficava na posição correta para quem

olhava o aparelho do outro lado. Resultado: ao se abrir um MacBook em um café, todos saberão que se

trata de um produto da Apple.

Não por acaso, um estudo britânico apontou que donos de iPhones são menos humildes, e mais

extrovertidos, do que os proprietários de dispositivos Android (confira no link). Quem tem um aparelho

da Apple se importa com aparências – o que não é, de forma alguma, um elemento negativo. Sempre

se tratou de um público exigente, exibicionista (no bom sentido da palavra, diga-se), que quer mostrar

a que veio ao tirar do bolso seu iPhone de quase 1000 dólares.

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Não reconheço mais esse requinte da Apple. O novo iPhone 7 em nada revoluciona em design, em

comparação com os antecessores. Ainda mais se o colocarmos lado a lado com um iPhone 5 branco,

lançado em 2012, que contava com todas as qualidades que a Apple sempre exibiu. Com sua borda

recortada e laterais planas, em formato retangular, era possível reconhecer um iPhone 5 de longe.

Já quem vê um iPhone 7 de certa distância pode confundi-lo com um smartphone da concorrência.

Como as marcas rivais, ele apresenta várias cores – tantas que acaba por não ter uma associada a ele. A

forma mais arredondada, então, faz lembrar celulares similares da Samsung.

E não se trata de um problema novo.

A Apple foi duramente criticada, por exemplo, pelo design simétrico do controle da Apple TV. O

problema: no escuro (situação em que se costuma assistir à televisão), como saber se o controle está de

ponta cabeça (ou onde estão seus “botões”)? No ano passado, novamente foi alvo de deboche a

“capinha” que lançaram para iPhones (o popular site americano The Verge a chamou de uma “vergonha

de design”). Já o Apple Watch chegou às lojas com uma aparência demasiadamente similar à de relógios

de rivais, a exemplo dos da Samsung e os da LG.

La tortuosa senda de la innovación en Apple

La compañía, que siempre ha sido reconocida por su innovación en distintos aspectos,

parece estar mostrando signos de agotamiento

Alvaro Ibánez

El País, 08 SEP 2016

El evento del 7 de septiembre para la presentación del iPhone 7 no trajo demasiadas novedades. Lo más

esperado, el nuevo modelo del conocido teléfono inteligente, apenas incorpora algunas pequeñas

mejoras y detalles que ni deslumbraron ni pasarán probablemente a la historia. Casi toda la información

había circulado en forma de rumores bastante acertados antes del propio evento, pero aunque siempre

se espera alguna novedad guardada en secreto a buen recaudo, nada de nada esta vez. Quién más quien

menos añoró los tiempos en los que la compañía dejaba con la boca abierta con sus innovaciones.

Personalmente hace meses que preparé una lista con unas diez innovaciones lógicas que podía

incorporar el iPhone 7 para merecer ser llamado "algo atractivo y realmente novedoso" pero apenas la

mitad de ellas han visto la luz. ¿Cargador inalámbrico? No. ¿Tarjeta eSIM para eliminar las viejas SIM

físicas? Tampoco. ¿Conector estándar USB tipo C? Menos todavía. En cambio sí que llegaron la

resistencia al agua, la eliminación del conector de auriculares y una cámara un poco mejor junto con la

–necesaria– ampliación de la autonomía de la batería. Tampoco hubo sorpresas secretas ni nada que la

competencia no pueda hacer: todas las novedades están disponibles en móviles de otras marcas, aunque

ciertamente pocas lo tienen todo tan bien integrado como el iPhone.

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En un largo artículo de BuzFeed, John Paczkowski cuenta por ejemplo las razones para la eliminación

del conector de audio estándar de 3,5 mm (jack), que incluyen que permite que el iPhone obtenga la

certificación de resistencia al agua y polvo, ganar espacio en un dispositivo ya muy miniaturizado de

por sí (por ejemplo ,para ampliar un 14% la de batería) y evitar las interferencias entre todos los

pequeños componentes que hay en su interior. Sí: podían haber potenciado y puesto a la venta los

auriculares inalámbricos Airpods manteniendo el conector de 3,5 mm, pero eso hubiera impedido otras

mejoras.

El nuevo modelo del conocido teléfono inteligente apenas incorpora algunas pequeñas mejoras y

detalles que ni deslumbraron ni pasarán probablemente a la historia

Aun así, la eliminación del conector de audio ha sido ampliamente cuestionada; se ve como algo muy

distinto a la eliminación (en su día) de las disqueteras o las unidades de CD-ROM. Siendo un

componente de más de un siglo de antigüedad ya iba siendo hora de cambiarlo por algo mejor, algo que

en Apple ha vendido épicamente como “hay que reconocer que se necesita coraje para hacer esto”. Sin

embargo no deja de ser irónico que en la caja del iPhone 7 se incluya un adaptador para los viejos

auriculares (coraje ya no tanto).

Incluir un cable adaptador en un producto de diseño puntero y elegante es casi como rendirse antes de

empezar la batalla. Algo similar a lo que sucedió en su momento con la extraña forma en que se recargan

dispositivos tan especiales como el Pencil de los iPads o el Magic Mouse 2 inalámbrico: mediante

conectores físicos en lugares imposibles que convierten el proceso de recarga en la antítesis de la

elegancia. Probablemente John Ive, el vicepresidente de diseño, tiene hacer esas recargas tapándose los

ojos. ¿Habría permitido Steve Jobs esos conectores y adaptadores en los productos que él hubiera

presentado, o hubiera exigido una solución mejor?

Los más críticos con Apple siempre han afirmado que la compañía no innova realmente, sino que se

limita a adaptar y copiar lo que hacen otros, lo cual es rotundamente falso. Es cierto que muchas de las

tecnologías de sus productos han salido de otros laboratorios (y oportunamente licencia), de empresas

que ha adquirido (Siri, fotografías HDR, identificación por huella) o bien son soluciones reinventadas

y mejoradas. Pero esas son las reglas del juego de la industria.

Tampoco hubo sorpresas secretas ni nada que la competencia no pueda hacer: todas las

novedades están disponibles en móviles de otras marcas, aunque ciertamente pocas lo tienen

todo tan bien integrado como el iPhone"

Apple también dedica ingentes cantidades de dinero a investigación y desarrollo aunque muchas veces

los usuarios no puedan apreciarlo: cuestiones tales como los materiales con que se fabrican los

productos, la forma en que se prueban antes de salir al mercado, la simplificación al máximo de las

nuevas ideas (de ahí su legendaria sencillez) o su dominio del proceso de iteración tecnológica,

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repitiendo una y otra vez sin fallecimiento las mejoras en cada nueva versión hasta conseguir un

resultado mejor, son algunas de las claves del asunto. Un camino tortuoso y a veces incomprendido,

que Apple recorre con mayor o menor éxito y apreciación por parte de clientes y expertos del sector.

La dulce ‘decepción’ del iPhone 7

Fans y detractores discrepan sobre si a Apple se le ha acabado la capacidad de

innovar o si, simplemente, ahora innova de otra manera

José Mendiola Zuriarrain

El País, 10 SEP 2016 14:00 BRT

Con Apple nunca se sabe qué mano jugar. Si uno apuesta por el batacazo monumental en alguno de sus

productos, a buen seguro que tiene las de perder, porque al final el fabricante de Cupertino sale

victorioso. Algo así sucedió con el iPhone 7, posiblemente la versión del móvil más anticipada y filtrada

a la red, y que antes incluso de ser anunciada oficialmente recibió duras críticas por parte de un sector

de los clientes de la casa. ¿Por qué? Porque realmente no había innovaciones significativas que, para

muchos, justificaran el cambio. Y fue justo en ese momento cuando Samsung ofreció su gran

alternativa: el futurista Galaxy Note 7.

La tienda on-line se colapsó momentáneamente en el día de la apertura de reservas

Por un momento fue fácil pensar que Apple podría estar contra las cuerdas en el segmento de la

telefonía: aquel dispositivo de los coreanos sí que rompía moldes y prometía mucho. Además, en el

segundo trimestre de este año, Samsung no solo consolidó su puesto como el primer vendedor de

smartphones del mundo sino que ensanchó la diferencia que le separa de Apple. Sin embargo, el

infortunio, en forma de batería que explota, se cebó sobre el fabricante asiático. Apple se encontró con

el camino más o menos expedito para seguir su tranquilo transcurrir con el iPhone 7: eliminación del

jack, sumergible, cámara mejorada… ¿Eran estos elementos suficientes para satisfacer las necesidades

del mercado? Lo cierto es que el fabricante parece contar siempre con un as en la manga: conoce a la

perfección a sus clientes.

El viernes 9 de septiembre se abrió el plazo de reserva del dispositivo, y por primera vez España y

México se encontraban en el primer lote de mercados que podían adquirir el dispositivo en el mismo

momento que Estados Unidos. Y se desató la locura: es posible que Apple nunca dé datos definitivos

sobre las ventas del terminal, pero lo cierto es que la tienda online de la firma de Cupertino tuvo

problemas para atender la avalancha de pedidos, y en algunas versiones, los plazos de entrega se

dispararon en cuestión de minutos. Es cierto que el mercado de los smartphones ha alcanzado su

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madurez y con unos índices de penetración elevadísimos en las principales economías, apenas queda

margen para el crecimiento.

Tal vez por este motivo Apple se dirija ahora a mercados con más posibilidades de crecimiento como

el chino o el indio, pero el gigante estadounidense ha sabido destilar gota a gota las innovaciones en

aquellos mercados en los que ya es líder. Son muchas las voces que acusan a Apple de haber agotado

la vía de la innovación, y puede que estén en lo cierto, o tal vez simplemente el fabricante sepa cómo

jugar sus cartas. En este sentido, el análisis simplista de las mejoras presentadas por el iPhone 7 nos

podía llevar a decir que apenas son dos o tres y que no compensa el cambio, pero Apple, de una manera

muy sutil, sigue transformando la manera en la que nos relacionamos con su móvil, y por extensión,

arrastra a toda la industria.

La eliminación del jack, una súper cámara o una plataforma cada vez más versátil, ofrecen una realidad

paralela que tal vez no todo el mundo conozca, sino sólo los compradores del terminal. ¿Ha fracasado

o triunfado Apple con el iPhone 7? El fabricante ya ha pasado por aquí, y no parece que vaya a cambiar

un rumbo con el que, dicho sea de paso, se está haciendo de oro: ha vendido más de mil millones de

teléfonos iPhone.

AT&T não computa os Dados de streaming de vídeo da DirecTV

Getty Images

A AT&T anunciou que seus assinantes móveis podem acessar gratuitamente o conteúdo streaming

de sua subsidiária DirectTV. Desta forma, os Dados consumidos nestas comunicações não serão

descontados no seu Plano Mensal. Esta prática já vinha sendo utilizada por outras Operadoras dos

Estados Unidos, entre elas a T-Mobile, com seu programa Binge on (comentado em edição anterior

do BS).

Trata-se de mais um caso do chamado zero-rating que vem provocando iradas críticas dos

defensores da Neutralidade de Rede, os quais alegam que práticas deste tipo violam frontalmente

tal princípio, pois este tráfego estaria sendo tratado de forma diferenciada dos demais tráfegos.

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Pelo plano anunciado pela AT&T os seus assinantes podem usar os aplicativos da DirectTV ou os U-

verse da própria AT&T, sem qualquer desconto no seu Plano de Dados Móveis. A entrada no sistema

é automática, bastando para tanto fazer um registro. Esta ação, naturalmente, pressupõe a

concordância com determinadas regras que, muito provavelmente, os usuários não têm o cuidado

de saber exatamente quais são.

Parece estar se consolidando a tendência – pelo menos nos Estados Unidos - de os Provedores de

Banda Larga Móvel não computarem o tráfego de Dados que ocorre quando os usuários acessam

determinados Websites ou determinados Serviços (princípio do zero-rating). No caso do Binge on

da T-Mobile é permitido aos usuários acessarem por streaming o conteúdo de mais de 100

fornecedores de vídeo, sem impactar o limite do seu Plano de Dados Móveis. A Verizon e a

Sprinttambém tem um serviço desta natureza e, agora, a AT&T adere à prática.

O BS considera interessante acompanhar estes movimentos e tentar entender se eles

correspondem ao início de uma forma de resposta das Operadoras de Serviços de Telecomunicações

às crescentes investidas das OTTs, ou apenas se trata de uma forma de configurar o começo de um

maior nível de entendimento entre ambos os segmentos, visando equacionar as assimetrias

econômicas criadas para as Operadoras de Telecomunicações com a aplicação pura e simples do

princípio da Neutralidade de Rede.

Um fato, entretanto, é certo: da forma ortodoxa que os defensores – em muitos casos militantes –

consideram a aplicação da Neutralidade de Rede é praticamente impossível viabilizar os elevados

investimentos necessários na ampliação e modernização das Redes de Telecomunicações que

suportam o acesso a este conteúdo. Este é um problema latente para o qual todos devem estar

atentos sob pena de se criarem gargalos ou descompassos no processamento de dados no futuro

próximo. Uma perspectiva que é inaceitável para todas as Partes relacionadas com o processo,

principalmente, para o mercado consumidor.

Pode surgir o questionamento de como isto será alcançado com os usuários acessando

gratuitamente, portanto, não pagando pelo acesso ao Serviços. Não estaria havendo certa

ambiguidade na abordagem do caso, ao ser tratado desta forma?

Esta é uma questão relevante para ser discutida e avaliada, pois é seguro supor que o pagamento

estará ocorrendo de alguma forma, ainda que indiretamente. No caso, da AT&T claramente está

tentando alcançar sinergias internas entre Empresas do Grupo de forma a melhorar as condições de

sua viabilização. O que se deve verificar é até que ponto tal procedimento poderá estar

prejudicando a livre iniciativa que deve reger o funcionamento de um mercado competitivo, ao

privilegiar possíveis entendimentos entre Partes societariamente vinculadas. Mas, este aspecto é

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diferente do que os defensores da Neutralidade de Rede tentam, com inegável poder de sedução,

impor à sociedade.

O que os Órgãos Reguladores devem atentar é para a forma como isto está sendo feito e como a

competição pode ser afetada, de modo a não permitir acordos que privilegiem Grupos em

detrimento de outros, levando a potenciais situações “suicidas” ou “autofágicas” de mercado.

Os consumidores (os usuários dos Serviços e Aplicativos) não podem ser prejudicados com soluções

sedutoras no curto prazo, mas, com potencial de se tornarem inconvenientes no médio e longo

prazos em razão do surgimento de eventuais carteis, ou, mesmo, monopólios que venham a ser

criados envolvendo a produção de todos os tipos de conteúdo e a sua distribuição pelas Redes de

Telecomunicações que suportam a Internet.

Por outro lado, também não se defende um processo intervencionista no mercado que venha criar

empecilhos para o seu desenvolvimento de forma aberta, competitiva e com ampla liberdade de

iniciativa empresarial. Estes são princípios muito caros ao processo criativo que vem sustentando o

surgimento e a consolidação de iniciativas inovadoras no mundo das telecomunicações, da

informática, e, dos serviços e aplicativos por elas proporcionados.

O Brasil foi pioneiro – provavelmente de forma precipitada em alguns aspectos – na promulgação

de uma legislação relacionada com o tema: o Marco Civil da Internet. Sua regulamentação plena

ainda não está concluída. A dinâmica do processo é tanta de modo a ser provável que alguns dos

conceitos firmados na Lei Nº 12.965/14, já tenham sido superados nestes quase dois anos e meio

de sua vigência.

É tendo em vista esta possibilidade que o BS traz à consideração dos seus leitores as situações reais

que se manifestam em todo mundo (principalmente os Estados Unidos e a Comunidade Europeia)

de forma a introduzir um diálogo concreto, nos necessários entendimentos que devem ocorrer

entre as Operadoras de Telecomunicações e as OTTs e suas congêneres que atuam no País.

ICT Week no MCTCI em Brasília

Será realizada entre os dias 20 e 23 de setembro a ICT Week. O evento é uma iniciativa do MCTIC e

a União Europeia e tratará de assuntos relacionados com: Segurança Cibernética, IoT, 5G, e,

Aplicativos OTT.

O evento está divulgado no Site do MCTCI de onde se colheu o texto a seguir reproduzido pelo BS.

Nele está incluído o acesso ao Formulário de Inscrição para aqueles que desejarem participar.

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Em parceria com União Europeia, MCTIC promove seminário sobre Internet das

Coisas e tecnologia 5G

No âmbito do Diálogos Setoriais, ICT Week vai reunir pesquisadores e empresas do Brasil e do

exterior para debater também a segurança cibernética e os serviços Over The Top (OTT).

Inscrições para o evento, que será realizado entre os dias 20 e 23 de setembro, em Brasília (DF),

já estão abertas.

Por Ascom do MCTIC

Publicação: 09/09/2016 | 00:58

Última modificação: 09/09/2016 | 13:15

Crédito: Ascom/MCTIC

Governo, pesquisadores e empresas de tecnologia do Brasil e do exterior se reúnem entre os dias 20 e 23 de

setembro, no ICT Week, para discutir segurança cibernética, Internet das Coisas, serviços Over The Top (OTT)

e tecnologia 5G. O evento é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em

parceria com a União Europeia no âmbito do programa Diálogos Setoriais.

Para o diretor de Indústria, Ciência e Tecnologia do MCTIC, José Gontijo, o seminário é uma oportunidade de

estreitar laços e promover o desenvolvimento das duas regiões. "É um evento onde vão ser debatidos temas

relevantes do setor de tecnologia e que possuem interesse tanto do Brasil quanto da União Europeia. A intenção

é fortalecer os laços, aproximar as indústrias, empresas e universidades das duas regiões", afirma.

Por meio do programa Diálogos Setoriais, iniciado em 2008, Brasil e União Europeia reforçam o apoio e a troca

de informações em projetos desenvolvidos em mais de 30 áreas de interesse comum, entre elas, ciência e

tecnologia. O objetivo é contribuir para o progresso e aprofundar a parceria estratégica e as relações bilaterais.

As inscrições para o ICT podem ser feitas neste formulário.

Serviço

Evento: ICT Week

Data: 20 a 23 de setembro de 2016

Local: Esplanada dos Ministérios, Bloco R, Subsolo, Auditório Lourenço Nassib Chehab, Edifício-sede do

extinto Ministério das Comunicações.

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02. UNIVERSALIZAÇÃO DA BANDA LARGA

O Programa Banda Larga para Todos não teve evoluções significativas pelas razões expostas nos BS

editados até o Nº 13/16. Na verdade, dá agora para perceber que se tratava mais de um Plano

“midiático” do que propriamente algo estruturado para um desenvolvimento consistente.

O anterior Ministro das Comnicaões parece ter percebido as dificuldades e tentou imprimir um

status mais atual ao Programa procurando, quem sabe, marcar a sua administração. Neste sentido

foi lançado o Programa “Brasil Inteligente” que, no entanto, foi “atropelado” pela sua saída da Pasta

em razão das mudanças político institucionais pelas quais passa o País. O Programa certamente será

“revisto” pelo Ministro Kassab se é que ele será simplesmente considerado.

A questão básica é que o PPA 2016 – 2019 não contemplava recursos significativos para este

Programa. Agora, deve-se esperar o posicionamento do Ministério do Planejamento para se

verificar os rumos que tal PPA tomará. Note-se que havia um potencial esforço dos Ministérios da

Fazenda e do Planejamento na administração anterior no sentido de dar um status diferenciado ao

Setor de Telecomunicações procurando atrair investimentos da iniciativa privada.

Este enfoque parece ter sido mantido e, até, incrementado com as intenções estabelecidas no

Programa PPI, do Governo em Exercício.

Merece registro a Portaria Nº 1.455, do Ministério das Comunicações, comentada no item inicial do

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA, do BS Nº 10/16, que ainda está em vigor. Muito provavelmente

tal Portaria será “revisitada” pelo novo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

De qualquer maneira o BS manterá o texto que trata do PPA 2016 – 2019. Até para comparação com

eventual revisão que vier a ser emitida. Não há dúvidas que algumas alterações devem ser

introduzidas até para estabelecer níveis de prioridade que certamente serão distintas entre os dois

Governos.

PPA 2016 - 2019

O DOU de 11/01/16 publicou o Plano Plurianual para o período 2016 - 2019. Nele estão contidas

metas para o Setor de Telecomunicações. Surpreendentemente, há metas quantitativas para a

Banda Larga Móvel e não estão incluídas para a Rede Fixa (Banda Larga Fixa; Backbone; e Backhaul).

Para estes segmentos há apenas algumas metas de qualidade a serem perseguidas.

No caso da Banda Larga Móvel espera-se que ao final do período 90% dos usuários móveis (sem fio)

tenham a ela acesso. Isto pode caracterizar uma aposta do governo no sentido de que a Banda Larga

no País, principalmente, nas regiões do Interior seja provida pelas Redes Móveis e não pelas Fixas.

Se este é o objetivo aumenta a necessidade de se acelerar a implantação das redes de 700 MHz bem

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como da construção de Backbones e Backhauls. Ocorre que as perspectivas de momento apontam

de forma categórica em sentido contrário!

Também há metas relacionadas com a digitalização da TV; programas de inclusão digital em cidades

do Interior; incentivo à produção nacional de conteúdo; estações de rádio comunitárias; emissoras

educativas; incentivos ao desenvolvimento e produção de equipamentos e software nacionais; e

outros de menor relevância.

Assim, pode-se concluir que o crescimento da Banda Larga no País, no período do PPA, estará mais

condicionado às ações da iniciativa privada – portanto do mercado – do que, propriamente, por

ações diretas do governo. Na visão do BS, em princípio, este não será um grande problema desde

que sejam tomadas medidas para reativar a economia do País, criando-se mecanismos para sair da

crise em que se encontra no momento. As perspectivas de curto prazo neste sentido não são

animadoras.

Por outro lado, está contemplado o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e

Comunicações Estratégicas; lançamento do cabo submarino Brasil – Europa; implantação da Rede

Privativa da Adminstração Pública Federal; e, realização de leilões reversos para a implantação de

redes de transporte ópticas capazes de atender aos Pequenos Provedores. Claramente, estes

projetos, estão relacionadas com atividades nas quais a Telebras estará envolvida. Uma outra

incógnita, pois são de conhecimento geral as dificuldades de ordem econômica e financeira pelas

quais pass a Empresa. Será um enorme desafio para a atual Diretoria conseguir equalizar este

aspecto com a real necessidade da implementação dos projetos em causa.

Os fatos reais cada vez mais apontam no sentido de a Telebras enfrentar dificuldades de difícil

transposição devido à falta de recursos. Muito dificilmente, ela disporá de recursos públicos para o

desenvolvimento de novos projetos e as condições de acesso ao mercado financeiro, no momento

são praticamente inexistentes.

No campo da gestão do Setor de telecomunicações estão previstas diversas medidas que fazem

parte do Planejamento da Anatel para o período em questão, já divulgadas pelo BS em edição

anterior. No entanto, as iniciativas para implementar tais medidas correm com velocidade reduzida.

03. NOVOS CABOS SUBMARINOS

Não houve comentários púbicos sobre este assunto na semana. O texto anterior é mantido como

referência por se tratar de tema que tem um relativo interesse para o País por tratar de Backbones

Internacionais que criam novas alternativas de interligação entre o Brasil (e o Continente Sul

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Americano) e as Américas do Norte e Central, bem como a Europa e a África diretamente e a Ásia,

indiretamente.

A mais recente novidade foi o anúncio do lançamento de um novo Cabo Submarino interligando as

Américas, com terminações no Brasil, em Fortaleza e Rio de Janeiro (Ver “Brusa – Novo Cabo

Submarino entre Brasil (Br) e Estados Unidos (USA)” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS

08/16. Nesta semana surge a informação da construção do Data Center da Telefónica em Virginia

Beach, conforme posto no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 015/16.

Na semana anterior à emissão do BS Nº 10/16, foi anunciado o lançamento do Cabo Submarino

entre o Brasil e Angola (ver ”Cabo Submarino Brasil – Angola” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

do BS Nº 10/16). Um evento, realmente, importante em sendo efetivamente concretizado e posto

em operação no contexto mundial das telecomunicações.

Não têm sido, divulgadas novas informações em relação ao Cabo Submarino que interligará o Brasil

à Europa, em função de um investimento conjunto da IslaLink e da Telebras, objeto de comentarios

em BS anteriores.

Debe-se registrar a noticia recente anotada no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA dO BS Nº 16/16

sob título: “Novo Cabo Submarino Transatlântico” com informações adicionais no BS Nº 17/16.

Sugere-se atentar também para o item “Compartilhamento de infraestrutura de Cabo Submarino”

publicado no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 22/16).

Até o momento não houve nenhum pronunciamento da nova Diretora da Telebras sobre o Projeto.

Em função dos compromissos já assumidos não há como retroagir no seu desenvolvimento. Mas,

um posicionamento da Companhia seria interessante no sentido de indicar claramente para o

Mercado quais são os propósitos efetivos da Parceria Público Privada que se estabeleceu entre a

Estatal brasileira e uma Empresa privada Europeia.

Adicione-se a este fato o caráter estratégico do Cabo em questão, o primeiro de Fibras Ópticas a

ligar o Continente Sul Americano ao Europeu. Vale lembrar os esforços que a Comunidade Europeia

fez junto ao Governo brasileiro para que o Projeto se concretizasse. Um processo que já se prolonga

por mais de 5 anos.

04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL

Este item é de importância relevante para as Concessionárias de Energia Elétrica e para as

Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, em particular, as que oferecem Serviço Fixo. Assim

mantém-se atual o texto do BS N° 18/15 com os comentários feitos nos BS 22/15 e BS 23/15.

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Chama-se, no entanto, a atenção dos leitores para a leitura atenta do item 11 do BS 33/15

“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013”. E, também, se sugere a leitura

do item 11. “FIOS & POSTES – UMA SITUAÇÃO QUE INCOMODA”do BS 34/15.

Sugere-se a leitura do item “Jogos Olímpicos – Uma oportunidade perdida...em Telecom – O Case

Avenida das Américas” inserido no BS 03/16 e sua complementação no BS 05/16, sob o título “Rede

Aérea de Telecomunicações – Avenida das Américas – Rio de Janeiro – Trajeto Olímpico”. Tendo

como referência as obras realizadas na Avenida das Américas devido à realização dos Jogos

Olímpicos no Rio de Janeiro, o BS aproveitou o caso para comentar a ausência de planejamento

integrado em obras de grande vulto e o fato de ser mantida nos postes desta via uma cabeação

instalada em condições precárias.

Também deve ser objeto de leitura o item ”Os Postes, o SNOA, a Revisão do Modelo” que faz parte

do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 10/16.

Sugere-se também a leitura do item “O Jogo do 5G na Europa e desdobramentos no mundo”

publicado no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 22/16.

05. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

Este tema também continuará sendo mantido na forma de edições anteriores do BS por se tratar

de assunto de interesse geral e multidisciplinar no contexto das Empresas Prestadoras de Serviços

de interesse público.

A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O

compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites

implantados de maio de 2009 em diante.

Espera-se a aprovação da regulamentação em que serão estabelecidas as situações dispensadas do

compartilhamento obrigatório previsto na Lei No. 11.934/2015, conforme abordado no RELATÓRIO

SEMANA No. 13/15.

Ver item “Compartilhamento de Infraestrutura” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 32/15 e

sugere-se fortemente a leitura do item 11 do BS 33/15 “COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E

O PL Nº 6.789/2013” bem como o item 11 do BS 34/5, já identificado no item 04 acima.

Sugere-se, também, a leitura do item “Telefónica cria uma Empresa de Infraestrutura” no

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 04/16.

Sugere-se, ainda, a leitura do item “Workshop de Infraestrutura de Telecomunicações 16 da FIESP

e Considerações sobre Compartilhamento” no BS Nº 27/16.

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06. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015

Não houve alterações em relação a este ítem durante a semana. Permanecem os comentários do

RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. Aguarda-se uma manifestação da Anatel (regulamentação da Lei

aprovada com os vetos da Presidente de República) que deverá colocar proposta de

regulamentação em Consulta Pública.

A expectativa é que o assunto evolua na medida em que se tenta envolver algumas Prefeituras que

já aprovaram legislação municipal aderente aos princípios desta legislação e outras que ainda têm

dificuldades em fazê-lo.

No entanto, sugere-se aos leitores atentarem para o texto do item 11 do BS 33/15

“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013” no qual são feitas referências

relacionadas com a Lei das Antenas. Também se aconselha ler o item “Lei das Antenas - Mantido o

Veto Presidencial” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 34/15.

07. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL

Continuam as atividades para a migração em Brasília, nas Cidades Satélites do DF e Cidades do

Entorno do DF, no Estado de Goiás. A previsão é que ocorra no final do ano. No Projeto Piloto de

Rio Verde as atividades estão praticamente encerradas e o Projeto é dado como concluído. O Gired,

finalmente, tomou a decisão em relação ao Set-top Box que será distribuído às famílias elegíveis

(ver “O Set-top Box terá o Ginga numa versão light” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS

Nº 26/16).

08. A REVISÃO DO MODELO – O NOVO AMBIENTE DAS COMUNICAÇÕES

A Comissão do Minicom, na prática, encerrou os seus trabalho com a assinatura da Portaria Nº

1.455, de 8 de abril de 2016, que mereceu rápida referênia no item inicial do COMENTÁRIO GERAL

DA SEMANA do BS Nº 10/16.

Conforme mencionado, a referida Portaria estabeleceu diretrizes para a Anatel se posicionar em

relação ao assunto. O BS continuará monitorando e irá fazendo os comentários na medida em que

houver alguma divulgação sobre o andamento dos trabalhos. Com a nomeação do Ministro Gilberto

Kassab para o Ministério que passa a cuidar dos assuntos de telecomunicações é bem provável que

novas políticas ou novos rumos sejam aplicados ao Setor.

Há toda uma expectativa de que isto possa ocorrer no sentido de se criarem condições mais

propícias à alavancagem dos investimentos em ampliação e inovação das Redes existentes.

Comentários desenvolvidos nesta edição do BS são animadoras neste sentido. Somente assim será

possível atender aos anseios e necessidades cada vez maiores da sociedade brasileira por Serviços

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mais abrangentes, com qualidade de padrão internacional e custos mais razoáveis dos que são

atualmente praticados. A questão da Banda Larga Ilimitada introduziu um parâmetro adicional de

discussão que, até então, não tinha tanta proeminência.

O encaminhamento das discussões que envolvam um possível equacionamento da elevada carga

tributária incidente sobre a prestação de Serviços de Telecomunicações também é um elemento

indispensável a ser considerado nem que seja numa visão escalonada de longo prazo.

De qualquer forma, mantém como referência alguns texto comentados em BS anteriores, de uma

maneira ou outra, relacionados com o assunto. Por conveniência dos leitores, os mesmos estão

abaixo indicados e relacionados.

REP1. MODELO REGULATÓRIO DO SETOR DE TELECOM 2025 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS E CONSOLIDAÇÃO DO SETOR (BS 01/16)

REP2. O FUTURO DA REDE BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES E A TEORIA DOS $200 BILHÕES DE INVESTIMENTOS, EM 10 ANOS (BS 01/16)

REP3. VoWiFI e VoLTE - UMA ABORDAGEM TECNOLÓGICA COM REPERCUSSÕES REGULATÓRIAS NO STFC e no SMP (BS 01/16)

REP4. A UNIVERSALIZAÇÃO E CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS EXPLORADOS EM REGIME PÚBLICO (BS 01/16)

REP 5. COMENTÁRIOS DA TELEFÔNICA NA CONSULTA PÚBLICA (BS 01/16)

08A. COMENTÁRIOS DA INTERVOZES NA CONSUTLA PÚBLICA (BS 02/16). 08B. COMENTÁRIOS DA Oi NA CONSULTA PÚBLICA (BS 02/16).

09. AT&T E QUALCOMM TESTAM DRONES NAS REDES LTE COMERCIAIS

O BS reproduz uma matéria de Monica Alleven informando que a AT&T e a QUALCOMM estão

trabalhando em conjunto para testar a utilização de Drones que operarão suportados por redes LTE

convencionais e, no futuro, poderão operara nas redes 5G.

A questão da utilização de Drones é abordada com frequência pelo BS, tendo em vista sua

obrigatória vinculação operacional com as redes móveis celulares. No caso, chamou a atenção de

dois pesos pesados da indústria estarem se associando para explorar as oportunidades de utilização

que ocorrerão no futuro.

O texto está reproduzido no idioma original.

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AT&T, Qualcomm to test drones on commercial LTE networks

by Monica Alleven Sep 6, 2016 7:30am

Source: Qualcomm

AT&T and Qualcomm say they want to analyze how drones, also known as Unmanned Aircraft Systems (UAS),

can operate safely and more securely on the commercial LTE networks of today and networks of the future,

including 5G. Their trial, which will use AT&T’s commercially available spectrum, will evaluate network

requirements in support of drone operations.

It’s not as if AT&T is on a fast track to start selling drones next to smartphones in its stores, however. “I don’t

think that’s one of our primary goals,” said Matt Walsh, director of Business Development – UAS at AT&T IoT

Solutions. “It’s always a possibility, I guess, but we’re focused on what are the services we can provide to the

category.”

The use cases for drones are seemingly infinite. Companies like AT&T already use drones to inspect towers

and to better understand network performance. Other companies are using drones to inspect power lines

and pipe lines and roofs for insurance purposes. The use cases span a range of industries and capabilities,

and AT&T wants to better understand not only how it can use drones internally but how drones can

benefit from connectivity provided by AT&T. “Qualcomm is a great partner” and the ability to collaborate from

a device and network standpoint is an exciting opportunity, Walsh said.

Qualcomm has been doing a lot of development for the drone/UAS category, looking at connectivity needs and

use cases moving beyond line of sight, with cellular being a key enabler. This trial will allow Qualcomm and

AT&T to look at the reliability and availability of LTE to support drone use cases and assess the impact

there may be on the network, with the aim of looking at optimization for a particular user terminal,

according to Paul Guckian, VP of engineering at Qualcomm.

Qualcomm is already playing in the space with a version of its Snapdragon chipset for drones. At CES

2016, the company demonstrated Snapdragon navigation software designed to provide the intelligence to

perceive objects in flight paths for safer and more reliable navigation.

BOLETIM SEMANAL RESERVADO

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Interestingly, the location of the trial with AT&T in San Diego includes some instructive real-world conditions,

including commercial buildings and residential areas. It’s only three miles from Marine Corp Air Station Miramar

and military aircraft routinely fly over the company’s buildings, which is in restricted Class B airspace, so

Qualcomm had to obtain all the proper certification and get authorization from federal regulators to perform the

tests at its campus.

AT&T’s networks are configurable and optimized for ground users so part of the research will see if there is

further optimization to be done to serve the drones. Simulations also will be used to see what happens when

drones are deployed at scale -- meaning, what cumulative effects result when you try to deploy a lot of drones

at the same time.

AT&T has been relatively public about its ambitions in the space. At the CES show in January, AT&T announced

it was collaborating with Intel on drones.

“I think that we are striving to be the premier network provider in this category, and we want to be the premier

service provider today and in the future,” Walsh said. The new partnership with Qualcomm positions AT&T to

establish some learnings and prepare for what customers want now and in future use cases.

____________________________________________________________________________ NOTA:

Os comentários do presente BOLETIM SEMANAL bem como a edição final do texto são de responsabilidade de

Antonio Ribeiro dos Santos, Consultor Principal da PACTEL. A precisão das informações não foi testada. O eventual

uso das informações na tomada de decisões deve ocorrer sob exclusiva responsabilidade de quem o fizer. Também

não se assume responsabilidade sobre dados e comentários realizados por terceiros cujos termos o BS não endossa

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