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© International Chamber of Commerce (ICC). Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou copiada de qualquer forma ou por qualquer meio, ou traduzida, sem a autorização prévia e por escrito da CCI. 22 de setembro de 2016 NOTA ÀS PARTES E AOS TRIBUNAIS ARBITRAIS SOBRE A CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM CONFORME O REGULAMENTO DE ARBITRAGEM DA CCI Sumário I - INFORMAÇÕES GERAIS .............................................................................................................................................................2 A - A CORTE INTERNACIONAL DE ARBITRAGEM DA CCI E SUA SECRETARIA ......................................................................................2 B - COMUNICADOS .......................................................................................................................................................................2 II - PARTES ........................................................................................................................................................................................3 A - LOCAIS ONDE A ARBITRAGEM PODE SER REQUERIDA .................................................................................................................3 B - REPRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................3 C - INTEGRAÇÃO DE PARTES ADICIONAIS ........................................................................................................................................3 D - COMUNICAÇÃO DOS FUNDAMENTOS PARA AS DECISÕES DA CORTE ............................................................................................3 III - TRIBUNAL ARBITRAL .................................................................................................................................................................4 A - DECLARAÇÃO DE ACEITAÇÃO, DISPONIBILIDADE, IMPARCIALIDADE E INDEPENDÊNCIA...................................................................4 B - PUBLICAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE TRIBUNAIS ARBITRAIS .....................................................................................................5 IV - CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM ...................................................................................................................................................6 A - PROVISÃO PARA OS CUSTOS DA ARBITRAGEM...........................................................................................................................6 B - PRAZOS CONFORME O REGULAMENTO .....................................................................................................................................7 C - TÉCNICAS DE CONTROLE DE TEMPO E DE CUSTOS ....................................................................................................................7 D - EFICIÊNCIA NA APRESENTAÇÃO DE MINUTAS DE SENTENÇA ARBITRAL À CORTE ..........................................................................7 E - ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO E EXAME PRÉVIO DAS SENTENÇAS ARBITRAIS...........................................................................8 F - LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA SENTENÇAS ARBITRAIS DA CCI .....................................................................................................9 G - HONORÁRIOS DO TRIBUNAL ARBITRAL E DESPESAS ADMINISTRATIVAS .......................................................................................9 ADIANTAMENTO DE HONORÁRIOS .................................................................................................................................................9 ALOCAÇÃO AOS INTEGRANTES DO TRIBUNAL ARBITRAL ..................................................................................................................9 CÁLCULO DE HONORÁRIOS ........................................................................................................................................................ 10 SUBSTITUIÇÃO ......................................................................................................................................................................... 11 DESPESAS ADMINISTRATIVAS .................................................................................................................................................... 11 DECLARAÇÃO ÀS AUTORIDADES FISCAIS FRANCESAS ................................................................................................................. 11 H - DECISÕES QUANTO AOS CUSTOS DA ARBITRAGEM .................................................................................................................. 11 I - ASSINATURA DA ATA DE MISSÃO E DE SENTENÇAS ARBITRAIS.................................................................................................. 12 J - NOTIFICAÇÃO DE SENTENÇAS ARBITRAIS, ADDENDA E DECISÕES ............................................................................................. 12 K - REGULAMENTOS INTERNACIONAIS SOBRE MEDIDAS RESTRITIVAS............................................................................................. 12 V - SECRETÁRIOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................................................... 13 NOMEAÇÃO, DEVERES E REMUNERAÇÃO DE SECRETÁRIOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................... 13 NOMEAÇÃO.............................................................................................................................................................................. 13 DEVERES ................................................................................................................................................................................. 13 DESEMBOLSOS DIRETOS........................................................................................................................................................... 14 REMUNERAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 14 VI - DESPESAS ................................................................................................................................................................................. 15 DESPESAS PESSOAIS E DO TRIBUNAL ARBITRAL .............................................................................................................................. 15 COMO SOLICITAR O REEMBOLSO DE DESPESAS.......................................................................................................................... 15 QUANDO SOLICITAR O REEMBOLSO DE DESPESAS ...................................................................................................................... 15 DESPESAS DE VIAGEM .............................................................................................................................................................. 15 DIÁRIAS ................................................................................................................................................................................... 16 DESPESAS GERAIS DE ESCRITÓRIO E DE SERVIÇOS DE ENTREGA EXPRESSA................................................................................ 17 PROVISÕES PARA O PAGAMENTO DE DESPESAS ......................................................................................................................... 17 VII - SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................................ 17 A DEPÓSITO DE OUTROS RECURSOS ALÉM DA PROVISÃO PARA CUSTOS DA ARBITRAGEM ............................................................ 17 CCI COMO DEPOSITÁRIO .......................................................................................................................................................... 17 PROCEDIMENTO ....................................................................................................................................................................... 18 DEPÓSITOS PARA IMPOSTO “IVA” E DEMAIS TRIBUTOS E ENCARGOS APLICÁVEIS AOS HONORÁRIOS DE ÁRBITROS.......................... 19 B ASSISTÊNCIA NA CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM......................................................................................................................... 20 CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM ..................................................................................................................................................... 20 AUDIÊNCIAS E REUNIÕES .......................................................................................................................................................... 21 SERVIÇOS PÓS-ARBITRAGEM ..................................................................................................................................................... 21 VIII - CENTRO INTERNACIONAL DE ADR DA CCI ............................................................................................................................ 22 A - REGULAMENTO DE MEDIAÇÃO DA CCI .................................................................................................................................... 22 B - REGULAMENTO DA CCI SOBRE PERITOS................................................................................................................................. 22 IX - EXPEDIÇÃO DE MATERIAIS PARA A CCI E TAXAS ALFANDEGÁRIAS ................................................................................ 22

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22 de setembro de 2016

NOTA ÀS PARTES E AOS TRIBUNAIS ARBITRAIS

SOBRE A CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM CONFORME

O REGULAMENTO DE ARBITRAGEM DA CCI

Sumário

I - INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................................................................................. 2 A - A CORTE INTERNACIONAL DE ARBITRAGEM DA CCI E SUA SECRETARIA ...................................................................................... 2 B - COMUNICADOS ....................................................................................................................................................................... 2

II - PARTES ........................................................................................................................................................................................ 3 A - LOCAIS ONDE A ARBITRAGEM PODE SER REQUERIDA ................................................................................................................. 3 B - REPRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................................... 3 C - INTEGRAÇÃO DE PARTES ADICIONAIS ........................................................................................................................................ 3 D - COMUNICAÇÃO DOS FUNDAMENTOS PARA AS DECISÕES DA CORTE ............................................................................................ 3

III - TRIBUNAL ARBITRAL ................................................................................................................................................................. 4 A - DECLARAÇÃO DE ACEITAÇÃO, DISPONIBILIDADE, IMPARCIALIDADE E INDEPENDÊNCIA ................................................................... 4 B - PUBLICAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE TRIBUNAIS ARBITRAIS ..................................................................................................... 5

IV - CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM ................................................................................................................................................... 6 A - PROVISÃO PARA OS CUSTOS DA ARBITRAGEM ........................................................................................................................... 6 B - PRAZOS CONFORME O REGULAMENTO ..................................................................................................................................... 7 C - TÉCNICAS DE CONTROLE DE TEMPO E DE CUSTOS .................................................................................................................... 7 D - EFICIÊNCIA NA APRESENTAÇÃO DE MINUTAS DE SENTENÇA ARBITRAL À CORTE .......................................................................... 7 E - ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO E EXAME PRÉVIO DAS SENTENÇAS ARBITRAIS ........................................................................... 8 F - LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA SENTENÇAS ARBITRAIS DA CCI ..................................................................................................... 9 G - HONORÁRIOS DO TRIBUNAL ARBITRAL E DESPESAS ADMINISTRATIVAS ....................................................................................... 9

ADIANTAMENTO DE HONORÁRIOS ................................................................................................................................................. 9 ALOCAÇÃO AOS INTEGRANTES DO TRIBUNAL ARBITRAL .................................................................................................................. 9 CÁLCULO DE HONORÁRIOS ........................................................................................................................................................ 10 SUBSTITUIÇÃO ......................................................................................................................................................................... 11 DESPESAS ADMINISTRATIVAS .................................................................................................................................................... 11 DECLARAÇÃO ÀS AUTORIDADES FISCAIS FRANCESAS ................................................................................................................. 11

H - DECISÕES QUANTO AOS CUSTOS DA ARBITRAGEM .................................................................................................................. 11 I - ASSINATURA DA ATA DE MISSÃO E DE SENTENÇAS ARBITRAIS .................................................................................................. 12 J - NOTIFICAÇÃO DE SENTENÇAS ARBITRAIS, ADDENDA E DECISÕES ............................................................................................. 12 K - REGULAMENTOS INTERNACIONAIS SOBRE MEDIDAS RESTRITIVAS ............................................................................................. 12

V - SECRETÁRIOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................................................... 13 NOMEAÇÃO, DEVERES E REMUNERAÇÃO DE SECRETÁRIOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................... 13

NOMEAÇÃO .............................................................................................................................................................................. 13 DEVERES ................................................................................................................................................................................. 13 DESEMBOLSOS DIRETOS ........................................................................................................................................................... 14 REMUNERAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 14

VI - DESPESAS ................................................................................................................................................................................. 15 DESPESAS PESSOAIS E DO TRIBUNAL ARBITRAL .............................................................................................................................. 15

COMO SOLICITAR O REEMBOLSO DE DESPESAS.......................................................................................................................... 15 QUANDO SOLICITAR O REEMBOLSO DE DESPESAS ...................................................................................................................... 15 DESPESAS DE VIAGEM .............................................................................................................................................................. 15 DIÁRIAS ................................................................................................................................................................................... 16 DESPESAS GERAIS DE ESCRITÓRIO E DE SERVIÇOS DE ENTREGA EXPRESSA................................................................................ 17 PROVISÕES PARA O PAGAMENTO DE DESPESAS ......................................................................................................................... 17

VII - SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................................ 17 A – DEPÓSITO DE OUTROS RECURSOS ALÉM DA PROVISÃO PARA CUSTOS DA ARBITRAGEM ............................................................ 17

CCI COMO DEPOSITÁRIO .......................................................................................................................................................... 17 PROCEDIMENTO ....................................................................................................................................................................... 18 DEPÓSITOS PARA IMPOSTO “IVA” E DEMAIS TRIBUTOS E ENCARGOS APLICÁVEIS AOS HONORÁRIOS DE ÁRBITROS .......................... 19

B – ASSISTÊNCIA NA CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM ......................................................................................................................... 20 CONDUÇÃO DA ARBITRAGEM ..................................................................................................................................................... 20 AUDIÊNCIAS E REUNIÕES .......................................................................................................................................................... 21 SERVIÇOS PÓS-ARBITRAGEM ..................................................................................................................................................... 21

VIII - CENTRO INTERNACIONAL DE ADR DA CCI ............................................................................................................................ 22 A - REGULAMENTO DE MEDIAÇÃO DA CCI .................................................................................................................................... 22 B - REGULAMENTO DA CCI SOBRE PERITOS ................................................................................................................................. 22

IX - EXPEDIÇÃO DE MATERIAIS PARA A CCI E TAXAS ALFANDEGÁRIAS ................................................................................ 22

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I - Informações Gerais

O objetivo desta Nota Explicativa é oferecer às partes e aos tribunais arbitrais uma orientação prática sobre a condução de arbitragem conforme o Regulamento de Arbitragem da CCI de 2012 (“Regulamento”), bem como sobre as práticas da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (“Corte”). Para arbitragens conduzidas nos termos de versões anteriores do Regulamento, será necessário entrar em contato com a Secretaria da Corte (“Secretaria”).

A - A Corte Internacional de Arbitragem da CCI e sua Secretaria

1. A Corte é um órgão administrativo que zela pela condução das arbitragens da CCI em consonância com o Regulamento. A Corte não soluciona ela própria os litígios (artigo 1(2)).

2. A Corte opera com a assistência de sua Secretaria (artigo 1(5)). A Secretaria é dirigida pelo Secretário-Geral, pelo Secretário-Geral Adjunto e pelo Conselheiro-Administrador (Managing Counsel). Ela é composta de nove equipes, inclusive com escritórios em Hong Kong e em Nova York (este em colaboração com a SICANA), cada uma delas sob a direção de um Conselheiro.

3. A Secretaria monitora cuidadosamente o desenrolar das arbitragens e auxilia as partes e os tribunais arbitrais em caso de dúvidas na respectiva condução. Para consultas ou comentários relacionados ao Regulamento ou a esta Nota Explicativa, as partes e/ou seus representantes legais podem entrar em contato com a Secretaria, sempre que necessário.

4. Ao final da arbitragem, solicitaremos que preencham uma avaliação. Suas respostas serão mantidas sob sigilo, e poderemos com elas avaliar e aprimorar a qualidade de nossos serviços.

B - Comunicados

5. Nos termos do artigo 3(1) do Regulamento, toda correspondência das partes e dos árbitros deverá, obrigatoriamente, ser enviada com cópia para as demais partes e os demais árbitros, bem como para a Secretaria.

6. O Requerimento de Arbitragem (artigo 4), a Resposta ao Requerimento e eventuais reconvenções (artigo 5), bem como todo Requerimento de Integração (artigo 7), devem, obrigatoriamente, ser enviados à Secretaria em vias físicas e também em formato eletrônico, por e-mail. Na medida do possível, quaisquer outros documentos escritos deverão ser enviados à Secretaria apenas em formato eletrônico, por e-mail. Não é necessário o envio de vias físicas para a Secretaria, nem mesmo nas arbitragens em que o tribunal arbitral tenha solicitado o recebimento de vias físicas.

7. A Secretaria, em geral, enviará correspondência por e-mail. Assim sendo, as partes, seus advogados e os candidatos a árbitro precisam informar à Secretaria seus respectivos endereços eletrônicos.

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II - Partes

A - Locais onde a Arbitragem pode ser Requerida

8. A arbitragem da CCI tem início quando um Requerimento de Arbitragem é recebido pela Secretaria em qualquer de seus escritórios (artigo 4(1) do Regulamento e artigo 5(3) do Apêndice II). A Secretaria tem escritórios em Paris, Hong Kong e Nova York (este em colaboração com a SICANA), para os objetivos do artigo 4(1) do Regulamento e do artigo 5(3) do Apêndice II.

B - Representação

9. Caso as partes tenham a intenção de ser representadas por advogado, precisarão informar à Secretaria e ao tribunal arbitral o nome e endereço do advogado. Toda mudança em sua representação deverá também ser informada pelas partes, em prazo oportuno, à Secretaria e ao tribunal arbitral.

C - Integração de partes adicionais

10. Os Requerimentos de Integração de parte adicional são similares aos Requerimentos de Arbitragem (artigo 7). Após a apresentação do Requerimento de Integração, a parte adicional torna-se também parte na arbitragem e pode formular objeções nos termos do artigo 6(3). É importante ter em mente os prazos para tal integração, já que nenhuma parte adicional poderá ser integrada após a confirmação ou nomeação de um árbitro, salvo acordo em contrário entre as partes e a parte adicional. Portanto, caso qualquer das partes na arbitragem tencione requerer a integração de uma parte adicional, seu Requerimento de Integração precisará ser apresentado antes de qualquer confirmação ou nomeação de árbitro nos termos do Regulamento.

D - Comunicação dos Fundamentos para as Decisões da Corte

11. Está disposto no artigo 11(4) que a Corte não comunicará os fundamentos de suas decisões sobre nomeação, confirmação, impugnação ou substituição de árbitros. Entretanto, caso solicitado por todas as partes, a Corte poderá comunicar os fundamentos referentes às decisões: (i) sobre impugnação de árbitro com base no artigo 14 e (ii) sobre início do procedimento de substituição de substituição de árbitro, e sobre a subsequente substituição, com base no artigo 15(2). A Corte poderá ainda, caso solicitado por todas as partes, comunicar os fundamentos de decisões com base no artigo 6(4) e no artigo 10.

12. As partes poderão concordar em solicitar os fundamentos para as decisões da Corte na própria convenção de arbitragem, na Ata de Missão ou em qualquer outro estágio do procedimento. Todavia, todo pedido de comunicação de fundamentos deverá, obrigatoriamente, ser apresentado antes da decisão com respeito à qual os fundamentos sejam solicitados. No caso de decisões com base no artigo 15(2), as partes encaminharão seus pedidos à Corte quando forem convidadas a apresentar observações conforme o artigo 15(3).

13. Ficará a critério exclusivo da Corte aceitar ou rejeitar um pedido de comunicação de fundamentos. A Corte poderá condicionar a comunicação de fundamentos a um aumento nas despesas administrativas, normalmente em montante não superior a US$ 5 000.

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III - Tribunal Arbitral

14. Os litígios são solucionados pelos tribunais arbitrais, cujos integrantes são confirmados pela Corte, no caso de árbitros designados pelas partes ou pelos coárbitros (artigos 13(1) e 13(2)), ou então diretamente nomeados pela Corte (artigos 13(3) e 13(4)).

A - Declaração de Aceitação, Disponibilidade, Imparcialidade e Independência

15. Os árbitros têm a obrigação de atuar sempre de forma imparcial e independente (artigos 11 e 22(4)).

16. A Corte exige que todos os candidatos a árbitro preencham e assinem uma Declaração de Aceitação, Disponibilidade, Imparcialidade e Independência ("Declaração") (artigo 11(2)).

17. As partes têm um interesse legítimo em obter informações completas sobre todos os fatos ou circunstâncias pertinentes aos olhos das partes, para que possam verificar a existência e a continuidade da independência e da imparcialidade do árbitro ou do candidato a árbitro ou, caso desejem, analisar a questão mais profundamente e/ou tomar as medidas previstas no Regulamento.

18. Todo árbitro e todo candidato a árbitro precisam divulgar em sua Declaração, no momento da designação ou nomeação e no curso da arbitragem, toda circunstância cuja natureza possa colocar em dúvida sua independência aos olhos das partes ou acarretar dúvidas razoáveis sobre sua imparcialidade e independência. Em caso de dúvida o potencial árbitro deve optar por fazer a revelação.

19. Uma revelação não implica necessariamente a existência de conflito. Os árbitros que fazem revelações, ao contrário, consideram-se imparciais e independentes, apesar dos fatos revelados. Caso o contrário, eles se recusariam a atuar como árbitros. Em caso de objeção à confirmação ou impugnação, caberá à Corte avaliar se o fato revelado constitui impedimento à atuação do candidato como árbitro. Embora a falta de revelação de fatos não seja, por si só, motivo para desqualificação, ela será levada em consideração pela Corte ao avaliar se há fundamento para uma objeção à confirmação ou para uma impugnação.

20. Todo árbitro e todo candidato a árbitro deverão avaliar quais as circunstâncias, eventualmente existentes, que poderiam colocar em dúvida sua independência aos olhos das partes ou acarretar dúvidas razoáveis sobre sua imparcialidade e independência. Para tal avaliação, todo árbitro e todo candidato a árbitro deverão conferir especial atenção, de maneira não exclusiva, às seguintes circunstâncias:

o árbitro ou candidato a árbitro, ou o escritório de advocacia de que fazem parte, são ou foram representantes legais ou consultores de uma das partes ou de suas afiliadas;

o árbitro ou candidato a árbitro, ou o escritório de advocacia de que fazem parte, atuam ou atuaram contra uma das partes ou contra qualquer das suas afiliadas;

o árbitro ou candidato a árbitro, ou o escritório de advocacia de que fazem parte, têm relações de negócios com uma das partes ou com qualquer de suas afiliadas, ou ainda interesse pessoal de qualquer natureza no resultado do litígio;

o árbitro ou candidato a árbitro, ou o escritório de advocacia de que fazem parte, atuam ou atuaram para uma das partes ou de qualquer de suas afiliadas, na qualidade de diretor, conselheiro, administrador ou de outra forma;

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o árbitro ou candidato a árbitro, ou o escritório de advocacia de que fazem parte, estão ou estiveram envolvidos no litígio, ou expressaram opinião sobre o litígio de forma que pudesse afetar sua imparcialidade;

o árbitro ou candidato a árbitro têm relação profissional ou pessoal próxima com um advogado de uma das partes ou com o respectivo escritório de advocacia;

o árbitro ou candidato a árbitro atuam ou atuaram em caso envolvendo uma das partes ou qualquer uma de suas afiliadas;

o árbitro ou candidato a árbitro atuam ou atuaram como árbitro em procedimento relacionado;

o árbitro ou candidato a árbitro já foram anteriormente nomeados árbitro por uma das partes ou por qualquer de suas afiliadas, ou por advogado de uma das partes ou de seus respectivos escritórios de advocacia.

21. O dever de revelação é de natureza contínua e aplica-se, portanto, durante toda a duração da arbitragem.

22. Embora a Corte tenha discrição para levar ou não em consideração uma revelação relativa a futuros conflitos de interesse, o árbitro não fica isento de seu dever contínuo de fazer a revelação todas as vezes que o evento ocorrer.

23. Para preparar sua Declaração e identificar a necessidade de fazer uma revelação, tanto no início da arbitragem durante seu curso, o árbitro ou candidato a árbitro deve analisar, dentro do que for razoável, seus próprios registros, os de seu escritório de advocacia e, conforme o caso, outros materiais prontamente disponíveis.

24. Quanto à abrangência das revelações, o árbitro será considerado como tendo a mesma identidade jurídica que seu escritório de advocacia e toda pessoa jurídica incluirá suas afiliadas. Ao analisar uma objeção à confirmação ou impugnação, a Corte analisará as atividades do escritório de advocacia do árbitro, bem como a relação entre tal escritório e o árbitro, em cada caso específico. Os árbitros deverão considerar, em cada caso, a necessidade de revelar relações com outro árbitro ou advogado que seja integrante do mesmo « barristers’ chambers ». Também deverão ser levadas em considerando as relações entre os árbitros, bem como as relações com qualquer entidade que tenha interesse econômico direto no litígio ou uma obrigação de ressarcir uma parte após a sentença arbitral.

25. Os árbitros têm o dever de dedicar à arbitragem o tempo necessário para que o procedimento seja conduzido de maneira tão diligente, eficiente e rápida quanto possível. Assim, os candidatos a árbitro precisam indicar na Declaração o número de procedimentos arbitrais em que estão atuando no momento de sua designação ou nomeação e especificar se atuam como presidente, árbitro único, coárbitro ou advogado das partes. Deverá também ser indicada a previsão de disponibilidade para os próximos 24 meses.

26. Caso uma parte manifeste sua objeção à confirmação de um candidato a árbitro, ou em caso de impugnação, a Secretaria convidará as demais partes, bem como o árbitro ou candidato a árbitro, a apresentar seus comentários.

B - Publicação de informações sobre tribunais arbitrais

27. A Corte envida esforços no sentido de tornar o procedimento arbitral mais transparente, sem comprometer as expectativas de sigilo que possam ser importantes para as partes. A transparência confere maior confiança na arbitragem e ajuda a impedir que a arbitragem seja alvo de críticas inexatas ou feitas sem as devidas informações.

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28. Em consonância com tal política, e salvo acordo em contrário entre as partes, a Corte publicará as seguintes informações no website da CCI, para arbitragens registradas a partir de 1 de janeiro de 2016: (i) os nomes dos árbitros, (ii) suas nacionalidades, (iii) suas funções no tribunal arbitral, (iv) o método da respectiva nomeação e (v) se a arbitragem está em curso ou já foi encerrada. Não serão publicados o número de referência da arbitragem, nem os nomes das partes e de seus advogados.

29. Ao aceitar atuar como árbitro nos termos do Regulamento, um candidato a árbitro aceita que tais informações sejam publicadas no website da CCI.

30. As informações serão publicadas após a transmissão à Corte da Ata de Missão ou sua aprovação pela Corte. As informações serão atualizadas em caso de mudança na composição do tribunal arbitral (mas sem mencionar os respectivos motivos).

31. As informações continuarão no website da CCI durante um certo prazo após o encerramento da arbitragem. As partes poderão solicitar à Corte que sejam publicadas informações adicionais sobre uma determinada arbitragem.

IV - Condução da Arbitragem

A - Provisão para os Custos da Arbitragem

32. Após receber o Requerimento de Arbitragem, o Secretário-Geral fixa o valor do adiantamento da provisão para os custos da arbitragem (artigo 36(1)), em nível suficiente para cobrir os custos de arbitragem previstos até o estabelecimento da Ata de Missão.

33. Todo adiantamento pago será considerado um pagamento parcial, pelo requerente, da provisão para os custos da arbitragem posteriormente fixada pela Corte. A transmissão dos autos ao tribunal arbitral, após sua constituição, dependerá de prévio pagamento do adiantamento da provisão (artigo 16).

34. O valor da provisão para os custos da arbitragem é previsto como suficiente para cobrir os honorários do tribunal arbitral e as despesas referentes à arbitragem, bem como as despesas administrativas da CCI (artigo 36 do Regulamento e artigo 1(4) do Apêndice III).

35. As partes serão solicitadas a pagar a provisão para os custos da arbitragem em conformidade com os parágrafos 2, 3, 4 e 5 do artigo 36 do Regulamento. O pagamento deverá, obrigatoriamente, ser originado pela parte na arbitragem em que o pagamento tenha sido solicitado. A parte que efetuar o pagamento arcará com todas as respectivas despesas bancárias.

36. O montante de qualquer provisão para os custos da arbitragem poderá ser reajustado pela Corte, sempre que o desenvolvimento da arbitragem assim o exija (artigo 36(5)). O tribunal arbitral deverá informar à Secretaria todo fato novo relativo ao valor e à complexidade da arbitragem, bem como outras questões que considere pertinentes.

37. O tribunal arbitral deverá esclarecer com as partes se elas tencionam pagar diretamente os custos de cada audiência, ou se esses custos deverão ser incluídos nas despesas referentes à arbitragem. Caso os custos de audiência devam ser incluídos nas despesas referentes à arbitragem, o tribunal arbitral deverá fornecer à Secretaria uma estimativa de tais custos. Em seguida, a Secretaria poderá analisar a conveniência de sugerir à Corte que reexamine o valor da provisão para os custos da arbitragem.

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B - Prazos conforme o Regulamento

38. A rapidez e a eficiência de custos na resolução das arbitragens estão entre as principais prioridades da Corte. Espera-se dos árbitros que devotem o tempo e a dedicação necessários para que a arbitragem seja conduzida conforme as exigências do Regulamento. O Regulamento inclui prazos estritos, principalmente:

Ata de Missão: precisa ser finalizada em dois meses a contar da transmissão dos autos ao tribunal arbitral (artigo 23(2)).

Conferência sobre a condução da arbitragem: precisa ser convocada para consulta das partes, durante ou logo que possível após a elaboração da Ata de Missão (artigo 24(1)).

Cronograma da arbitragem: precisa ser estabelecido durante ou imediatamente após a conferência sobre a condução da arbitragem, com comunicação à Corte e às partes (artigo 24(2)).

Encerramento da instrução: precisa ocorrer logo que possível após a última audiência relativa às questões a serem decididas por sentença arbitral, ou após a apresentação da última manifestação relativa a tais questões, autorizada pelo tribunal arbitral (artigo 27).

Data prevista de apresentação das minutas de sentença arbitral: precisa ser informada à Secretaria e às partes após o encerramento da respectiva instrução pelo tribunal arbitral (artigo 27).

Sentença arbitral final: precisa ser proferida no prazo fixado pela Corte com base no cronograma da arbitragem ou, se a Corte não fixar tal prazo, no máximo em seis meses a contar da data da última assinatura aposta na Ata de Missão ou da data em que sua aprovação tiver sido notificada (artigo 30(1)).

C - Técnicas de Controle de Tempo e de Custos

39. O Regulamento exige que as partes e o tribunal arbitral envidem todos os esforços para conduzir a arbitragem de forma expedita e eficiente quanto aos custos, levando em consideração a complexidade do caso e o valor do litígio (artigo 22(1)).

40. A fim de assegurar a condução eficiente da arbitragem, o tribunal arbitral, depois de consultar as partes, poderá adotar as medidas procedimentais que considerar apropriadas, desde que não contrariem nenhum acordo das partes (artigo 22(2)). O tribunal arbitral deve levar em consideração as técnicas para a condução da arbitragem citadas no Apêndice IV ao Regulamento, bem como o contido no relatório da Comissão de Arbitragem e ADR da

CCI intitulado Controlling Time and Costs in Arbitration, disponivel no website da CCI.

D - Eficiência na Apresentação de Minutas de Sentença Arbitral à Corte

41. A Corte espera que as sentenças arbitrais sejam proferidas pelos tribunais arbitrais no máximo em seis meses a contar da elaboração da Ata de Missão, ou dentro do prazo fixado pela Corte para tal finalidade (artigo 30(1)).

42. Embora detenha poderes para prorrogar tais prazos, a Corte levará em consideração ao final da arbitragem, ao estabelecer os honorários de árbitros, a diligência e a eficiência do árbitro, o tempo despendido, a rapidez da arbitragem, a complexidade do caso e a pontualidade com que tenham sido submetidas as minutas de sentença arbitral (artigo 2(2) do Apêndice III).

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43. Nesse sentido, espera-se dos árbitros únicos e dos integrantes de tribunais arbitrais com três membros que apresentem as minutas de sentença arbitral, respectivamente, no prazo máximo de dois meses e no prazo máximo de três meses após a última audiência relativa a questões a serem decididas por sentença arbitral, ou após ter sido apresentada por escrito a última manifestação relativa a tais questões (excluindo manifestações sobre custos), considerando-se o que ocorrer por último (artigo 27).

44. Desde que o tribunal arbitral tenha conduzido a arbitragem de forma expedita, a Corte poderá aumentar os honorários dos árbitros, acima do montante que poderia fixar sob outras circunstâncias.

45. No caso de apresentação da minuta de sentença arbitral fora do prazo acima citado no item 43, a Corte poderá reduzir os honorários, conforme abaixo estipulado, a não ser que esteja convencida que o atraso seja atribuível a fatores fora do controle dos árbitros ou a circunstâncias excepcionais, e sem prejuízo de outras medidas que possam ser tomadas pela Corte, como a substituição de um ou mais árbitros:

Se a minuta de sentença arbitral for apresentada para exame prévio até 7 meses após a última audiência relevante ou a apresentação de manifestações por escrito (com exclusão de manifestações sobre custos), considerando-se o que ocorrer por último, os honorários que a Corte poderia fixar sob outras circunstâncias sofrerão redução de 5% a 10%.

Se a minuta de sentença arbitral for apresentada para exame prévio até 10 meses após a última audiência relevante ou a apresentação de manifestações por escrito (com exclusão de manifestações sobre custos), considerando-se o que ocorrer por último, os honorários que a Corte poderia fixar sob outras circunstâncias sofrerão redução de 10% a 20%.

Se a minuta de sentença arbitral for apresentada para exame prévio mais do que 10 meses após a última audiência relevante ou a apresentação de manifestações por escrito (com exclusão de manifestações sobre custos), considerando-se o que ocorrer por último, os honorários que a Corte poderia fixar sob outras circunstâncias sofrerão redução de 20% ou mais.

46. Ao decidir sobre o acima citado, a Corte também poderá levar em consideração eventuais atrasos na apresentação de uma ou mais sentenças arbitrais parciais.

E - Encerramento da Instrução e Exame Prévio das Sentenças Arbitrais

47. O tribunal arbitral deverá declarar encerrada a instrução, logo que possível após a última audiência ou a apresentação da última manifestação autorizada, com respeito às questões a serem decididas pela sentença arbitral, final ou não final (artigo 27). Após declarar encerrada a instrução, o tribunal arbitral precisará informar à Secretaria e às partes a data prevista de apresentação da minuta de sentença arbitral para o exame prévio da Corte (artigo 33).

48. O exame prévio que a Corte realiza com a assistência da Secretaria é um procedimento especial e minucioso que tem como objetivo assegurar que a qualidade de todas as sentenças arbitrais seja a mais elevada possível, com a máxima probabilidade de serem executadas pelo Judiciário local. Todas as minutas de sentença arbitral passam por um procedimento de exame de três etapas. Inicialmente, a minuta é examinada pelo Conselheiro da equipe encarregada da arbitragem que tenha feito o acompanhamento desde o início da arbitragem, sendo em seguida examinada pelo Secretário-Geral, pelo Secretário-Geral Adjunto, pelo Conselheiro-Administrador (Managing Counsel), para depois ser submetida ao exame prévio da Corte. Para algumas arbitragens, geralmente arbitragens

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com votos divergentes ou com a participação de entidades públicas como partes, um integrante da Corte preparará um relatório com recomendações sobre a minuta de sentença arbitral.

49. Todas as minutas de sentença arbitral são submetidas a exame prévio em Sessão de Comitê composto por três membros da Corte ou em Sessão Plenária da Corte. O exame prévio de minutas de sentença arbitral em Sessão Plenária abrange inclusive, sem limitação, questões com envolvimento de governo ou entidade pública, com voto divergente de um ou mais árbitros, com consequências para matérias de política, ou ainda questões sem decisão unânime em Sessão de Comitê ou que sejam encaminhadas pelo Comitê, por outros motivos, para decisão em Plenário.

50. Mediante recebimento de minuta de sentença arbitral, a Secretaria informará prontamente às partes e ao tribunal arbitral que a minuta será submetida a exame prévio numa das próximas Sessões da Corte. Após o exame prévio, a Secretaria informará às partes e ao tribunal arbitral que a minuta foi aprovada ou que será submetida a outro exame prévio numa das próximas Sessões da Corte.

51. Toda minuta de sentença arbitral encaminhada à Corte será submetida a exame prévio no prazo de três a quatro semanas após ser recebida pela Secretaria. Para fins de contagem de prazo, o exame prévio corresponde à primeira apresentação da sentença arbitral à Corte para aprovação, sem considerar sua aprovação ou rejeição na sessão da Corte. Como as sessões Plenárias da Corte ocorrem uma vez por mês (em geral, na última quinta-feira do mês), o prazo necessário para que o Plenário examine uma minuta de sentença arbitral dependerá da data em que ela seja submetida, podendo levar até cinco ou seis semanas.

52. Em caso de atraso no processo de exame prévio que não possa ser atribuído a circunstâncias extraordinárias, fora do controle da Corte, as despesas administrativas da Corte serão reduzidas em até 20%, dependendo da extensão do atraso.

F - Lista de Verificação para Sentenças Arbitrais da CCI

53. O objetivo da Lista de Verificação é oferecer aos árbitros uma orientação sobre a elaboração de sentenças, sem ser um documento exaustivo, obrigatório nem de outra forma vinculante. Seu conteúdo não deve ser considerado um reflexo da opinião dos integrantes da Corte da CCI nem de sua Secretaria, e sua intenção é apenas facilitar o trabalho dos árbitros. Esse documento não poderá ser publicado nem utilizado para outra finalidade que não seja a condução de arbitragens da CCI. A Lista de Verificação não exaure a possibilidade de questões que possam ser levantadas pela Corte nos termos do artigo 33.

G - Honorários do Tribunal Arbitral e Despesas Administrativas

Adiantamento de honorários

54. Os honorários dos árbitros são fixados pela Corte ao final da arbitragem, embora seja possível a concessão de adiantamentos mediante solicitação e mediante conclusão de etapas importantes concretas da arbitragem.

Alocação aos integrantes do tribunal arbitral

55. No caso de tribunal arbitral composto de três árbitros, os árbitros podem acordar qual será a alocação dos honorários a cada um deles, com informação à Secretaria do respectivo acordo, em fase tão inicial quanto possível da arbitragem. Os árbitros.poderão alterar seu

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acordo durante o procedimento. A não ser que a Corte seja notificada, por escrito, de acordo do tribunal arbitral sobre uma alocação diferente, a Corte fixará os honorários dos árbitros de forma que o presidente receba 40% a 50% do total e cada coárbitro receba 25% a 30% do total, conforme o caso. Uma alocação diferente poderá ser decidida pela Corte, considerando circunstâncias específicas. Salvo acordo em contrário, a mesma alocação poderá ser aplicável a adiantamentos de honorários concedidos pela Corte.

Cálculo de honorários

56. Os honorários de árbitros em arbitragem da CCI são calculados a uma base ad valorem. Recomenda-se às partes e aos árbitros que consultem a calculadora de custos (Cost Calculator) no website da CCI, bem como as tabelas incluídas no Artigo 4 do Apêndice III. Os honorários de árbitros são, normalmente, fixados pela Corte em valor dentro dos limites especificados nas tabelas ou então, sob circunstâncias extraordinárias, em valores acima ou abaixo de tais limites.

57. Os honorários são fixados exclusivamente pela Corte, não sendo permitidos outros acordos separados sobre honorários entre as partes e os árbitros.

58. As provisões para os custos de cobertura de honorários e despesas são normalmente fixadas com base na média de honorários informados nas tabelas. A Corte poderá fixar ou reajustar a provisão para os custos da arbitragem com base em montante inferior ou superior. Sempre que a Corte fixar ou reajustar a provisão para os custos da arbitragem, será fornecida uma tabela financeira detalhada às partes e aos árbitros, para informação e orientação. A provisão para os custos da arbitragem não será necessariamente usada em seu total pela Corte ao fixar os honorários dos árbitros no final da arbitragem.

59. Apenas a título de orientação geral, a Corte poderá adotar o seguinte procedimento ao fixar os honorários dos árbitros ou ao conceder adiantamentos de honorários, quando a provisão para os custos da arbitragem tiver sido fixada com base na média de honorários:

a. Ata de Missão definida 50% dos honorários mínimos

b. Sentença arbitral parcial prolatada /

audiência importante Honorários mínimos

c. Múltiplas sentenças arbitrais parciais Entre 50% da média e média

de honorários

d. Sentença arbitral final prolatada Média de honorários

60. A Corte poderá deixar de seguir esta diretriz, a depender das circunstâncias de cada arbitragem, dos critérios definidos no Artigo 2 do Apêndice III e da prática estipulada no item IV(D) desta Nota.

61. Nos termos do Artigo 2 do Apêndice III, a Corte poderá, ao fixar os honorários de árbitros, levar em conta, entre outros critérios, o tempo despendido pelos árbitros e a complexidade da matéria. Com tal objetivo, a Secretaria solicitará aos árbitros que apresentem um relatório periódico sobre suas atividades, o qual incluirá uma descrição da tarefas realizadas, uma estimativa de tempo despendido em cada uma das tarefas, além de outras informações relacionadas às tarefas que os árbitros julguem pertinentes. Para tal finalidade, recomenda-se aos árbitros que utilizem o formulário da CCI para declarações de tempo e viagem, disponível no website da CCI. Caso os árbitros utilizem planilhas de horário em suas atividades profissionais normais, tais planilhas poderão ser fornecidas à Secretaria, em vez do formulário citado. Recomenda-se aos árbitros que encaminhem tais relatórios à Secretaria também por iniciativa própria após terem concluído uma etapa procedimental que

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constitua etapa importante ou ao solicitar adiantamentos de honorários ou reajuste da provisão para os custos da arbitragem.

Substituição

62. Ao fixar os honorários de árbitro substituído, a Corte levará em conta a natureza e as razões da substituição, as etapas importantes concluídas na arbitragem, bem como o trabalho esperado do sucessor para concluí-la. A Corte poderá deduzir dos honorários do sucessor o valor dos honorários do árbitro substituído.

Despesas administrativas

63. As despesas administrativas da CCI são calculadas a uma base ad valorem. Recomenda-se às partes e aos árbitros que consultem a calculadora de custos (Cost Calculator) no website da CCI, bem como as tabelas incluídas no Artigo 4 do Apêndice III. As despesas administrativas da CCI são, normalmente, fixadas pela Corte de acordo com a tabela. Em casos extraordinários, a Corte poderá fixar tais despesas em valor inferior ou superior ao valor que resultaria da aplicação de tal tabela, mas sem que tal despesa exceda, normalmente, o valor máximo da tabela.

64. Apenas a título de orientação geral, a Corte poderá adotar o seguinte procedimento ao fixar as despesas administrativas da CCI:

a. Autos transmitidos ao tribunal arbitral 25%

b. Ata de Missão definida 50%

c. Sentença(s) arbitral(is) parcial(is) prolatada(s) ou outras etapas importantes da arbitragem concluídas 75%

d. Sentença arbitral final 100%

65. A Corte poderá deixar de seguir esta diretriz, a depender das circunstâncias de cada arbitragem. Em todas as circunstâncias, os valores acima não incluem taxas de suspensão, aumentos de despesas administrativas conforme o item II(D) desta Nota, nem provisões adicionais para cobertura no previsto no Artigo 35.

Declaração às Autoridades Fiscais Francesas

66. As leis tributárias da França exigem que a CCI declare o montante de honorários, inclusive adiantamentos, pagos a cada árbitro durante o ano civil, bem como o valor de despesas reembolsadas no mesmo período.

H - Decisões quanto aos Custos da Arbitragem

67. Os tribunais arbitrais podem tomar decisões relativas a custos, com exceção dos custos a serem fixados pela Corte, e ordenar o respectivo pagamento, a qualquer momento no curso da arbitragem (artigo 37(3)).

68. Ao tomar decisões relativas a custos, o tribunal arbitral poderá levar em consideração as circunstâncias que entender relevantes, inclusive em que medida cada parte conduziu a arbitragem de forma expedita e eficiente quanto aos custos (artigo 37(5)). Informações adicionais a respeito podem ser obtidas no Relatório da Comissão da CCI Decisions on Costs in International Arbitration, disponível no website da CCI.

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69. Caso todas as demandas sejam retiradas pelas partes ou a arbitragem seja extinta antes da prolação de uma sentença arbitral final, a Corte fixará os honorários e as despesas dos árbitros e as despesas administrativas da CCI. Se as partes não chegarem a um acordo sobre a alocação dos custos da arbitragem ou outros aspectos pertinentes a tais custos, caberá ao tribunal arbitral decidir sobre tais questões (artigo 37(6)). Se o tribunal arbitral ainda não tiver sido constituído no momento da retirada das demandas, qualquer parte poderá solicitar à Corte que proceda à constituição do tribunal arbitral para que ele possa tomar as decisões relativas aos custos.

I - Assinatura da Ata de Missão e de Sentenças Arbitrais

70. Sob ressalva das exigências de lei impositiva que sejam eventualmente aplicáveis, e salvo acordo em contrário entre as partes: (1) a Ata de Missão poderá ser assinada em vias separadas, por cada uma das partes e cada membro do tribunal arbitral e (2) tais vias poderão ser escaneadas e transmitidas à Secretaria consoante o artigo 3 do Regulamento, por e-mail ou qualquer outra forma de telecomunicação que permita um registro do respectivo envio.

71. Cada uma das partes, cada árbitro e a Secretaria recebem um original das sentenças, de addenda e de decisões assinadas pelos árbitros após a aprovação das minutas pela Corte. O tribunal arbitral deve, portanto, enviar à Secretaria o número de originais (não encadernados) solicitados pela Secretaria. Os originais deverão estar assinados e datados com data posterior à data da Sessão da Corte na qual as sentenças, addenda e decisões tenham sido aprovadas, e as respectivas datas deverão ser a data de assinatura pelo último árbitro.

72. O tribunal arbitral também deve enviar à Secretaria, por e-mail, um arquivo em PDF do original assinado, o qual será encaminhado às partes antes que os originais sejam recebidos e notificados.

73. Sob ressalva das exigências de lei impositiva que sejam eventualmente aplicáveis, as partes poderão consentir no seguinte: (1) que a sentença arbitral seja assinada pelos membros do tribunal arbitral em mais de uma via, e/ou (2) que as referidas vias sejam reunidas num único arquivo eletrônico, com transmissão pela Secretaria às partes por e-mail ou qualquer outra forma de telecomunicação que permita um registro do respectivo envio, nos termos do artigo 34 do Regulamento.

J - Notificação de Sentenças Arbitrais, Addenda e Decisões

74. A Secretaria encaminhará às partes uma via original de sentenças arbitrais, addenda e decisões (artigo 34(1)).

75. Como cortesia, será enviada às partes, por e-mail, uma via assinada original de sentenças arbitrais, addenda e decisões, em formato PDF. O envio dessa via de cortesia não define o início da contagem de nenhum dos prazos estabelecidos conforme o Regulamento de Arbitragem da CCI.

K - Regulamentos Internacionais sobre Medidas Restritivas

76. Os regulamentos internacionais sobre medidas restritivas poderão, em certos casos, ser aplicáveis à arbitragem. As partes e os árbitros deverão, obrigatoriamente, consultar a nota denominada Nota às Partes e aos Tribunais Arbitrais sobre Conformidade da CCI, disponível no website da CCI.

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V - Secretários Administrativos

Nomeação, Deveres e Remuneração de Secretários Administrativos

77. O Regulamento não inclui disposições sobre nomeação, deveres e remuneração para secretários administrativos ou outros assistentes do tribunal arbitral (“Secretários Administrativos”). Esta Nota Explicativa define a política e as práticas da Corte e de sua Secretaria, no que tange à utilização de Secretários Administrativos pelos tribunais arbitrais. Ela será aplicável a todo Secretário Administrativo nomeado a partir, inclusive, de 1º de agosto de 2012.

Nomeação

78. Em arbitragens da CCI, os Secretários Administrativos podem prestar um serviço útil às partes e aos tribunais arbitrais. Embora designado principalmente para prestar assistência aos tribunais arbitrais com três integrantes, um Secretário Administrativo também poderá prestar assistência a um árbitro único. Os Secretários Administrativos podem ser nomeados a qualquer momento, no curso da arbitragem.

79. Caso um tribunal arbitral pretenda nomear um Secretário Administrativo, deverá analisar cuidadosamente se essa nomeação será cabível, considerando as circunstâncias específicas de cada arbitragem.

80. Os Secretários Administrativos precisam, obrigatoriamente, atender às mesmas exigências

de independência e imparcialidade que as aplicáveis aos árbitros, nos termos do Regulamento. Não é permitido aos integrantes da equipe administrativa da CCI atuar como Secretários Administrativos.

81. Inexiste qualquer procedimento formal para a nomeação de Secretário Administrativo. Não

obstante, antes de tomar qualquer providência para a nomeação de Secretário Administrativo, o tribunal arbitral deverá notificar às partes a sua proposta de tal nomeação. Para tal finalidade, o tribunal arbitral enviará às partes o curriculum vitae da pessoa proposta como Secretário Administrativo, juntamente com a respectiva declaração de independência e imparcialidade, o compromisso por parte do Secretário Administrativo de atuar em consonância com esta Nota Explicativa e um compromisso por parte do tribunal arbitral, no sentido de assegurar que será cumprida essa obrigação pelo Secretário Administrativo.

82. O tribunal arbitral deverá deixar claro para as partes que elas poderão contestar tal

proposta, e não será nomeado um Secretário Administrativo se uma das partes tiver apresentado objeção.

Deveres

83. Os Secretários Administrativos atuam segundo as instruções e sob a estrita supervisão do tribunal arbitral. O tribunal arbitral ficará responsável, em todos os momentos, pela conduta do Secretário Administrativo em relação à arbitragem.

84. Um Secretário Administrativo poderá realizar tarefas de organização e administrativas, inclusive:

enviar documentos e comunicados em lugar e vez do tribunal arbitral;

organizar e administrar o arquivo do tribunal arbitral, e localizar documentos;

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organizar audiências e reuniões;

comparecer a audiências, reuniões e deliberações; tomar notas, lavrar atas ou fazer registro de tempo;

realizar pesquisas jurídicas ou similares; e

fazer a revisão e a verificação de citações, datas e referências cruzadas em ordens procedimentais e sentenças arbitrais, bem como corrigir erros de digitação, de gramática ou de cálculo.

85. O tribunal arbitral não delegará jamais a um Secretário Administrativo, sob nenhuma circunstância, funções que envolvam a tomada de decisões. Da mesma forma, o tribunal arbitral não se apoiará no Secretário Administrativo para o cumprimento de deveres essenciais de um árbitro.

86. O Secretário Administrativo não poderá atuar, nem dele será exigido que atue, de forma a impedir ou desestimular as comunicações diretas entre os árbitros, entre o tribunal arbitral e as partes, ou entre o tribunal arbitral e a Secretaria.

87. Uma solicitação de um tribunal arbitral a um Secretário Administrativo, no sentido de que

este prepare registros ou notas por escrito, não isentará jamais o tribunal arbitral, sob nenhuma circunstância, de seu dever pessoal de analisar o arquivo e/ou redigir qualquer decisão do tribunal arbitral.

88. Quando em dúvida sobre as tarefas que poderão ser desempenhadas por um Secretário

Administrativo, o tribunal arbitral ou o Secretário Administrativo deverão entrar em contato com a Secretaria.

Desembolsos Diretos

89. O tribunal arbitral poderá solicitar reembolso das partes por despesas pessoais comprovadas e razoáveis do Secretário Administrativo com audiências e reuniões.

Remuneração

90. Com exceção das despesas pessoais diretas, sob nível razoável, do Secretário Administrativo, a contratação de Secretário Administrativo não deverá representar nenhum ônus financeiro adicional para as partes. Assim sendo, o tribunal arbitral não poderá recorrer às partes para reembolso de custos associados a um Secretário Administrativo que ultrapassem os limites definidos nesta Nota Explicativa.

91. Toda remuneração devida a um Secretário Administrativo será paga pelo tribunal arbitral a partir do total de recursos disponíveis para honorários de todos os árbitros, de tal forma que os pagamentos ao Secretário Administrativo não aumentem os custos totais da arbitragem.

92. O tribunal arbitral não solicitará jamais das partes, sob nenhuma circunstância, qualquer

forma de remuneração pela atividade do Secretário Administrativo. Ficam proibidos os acordos diretos entre o tribunal arbitral e as partes no que tange ao pagamento do Secretário Administrativo. Como os honorários do tribunal arbitral são estabelecidos a uma base ad valorem, toda remuneração paga ao Secretário Administrativo será considerada incluída nos honorários do tribunal arbitral.

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VI - Despesas

Despesas Pessoais e do Tribunal Arbitral

Como Solicitar o Reembolso de Despesas

93. A Secretaria somente reembolsará as despesas e fará o pagamento das diárias com base em requerimentos recebidos em forma clara e legível, inclusive com uma folha de rosto que contenha a lista de todos os pagamentos reclamados e a respectiva justificativa. As despesas cujo reembolso seja solicitado deverão ser comprovadas por recibos originais. Isso é necessário para que a Secretaria possa fazer a devida contabilização e fornecer às partes relatórios abrangentes, periodicamente, sobre as despesas incorridas pelos árbitros.

Quando Solicitar o Reembolso de Despesas

94. Os árbitros devem enviar seus pedidos de reembolso de despesas e/ou de pagamento de diárias, juntamente com os comprovantes exigidos, abaixo especificados, logo que possível após as despesas terem sido contraídas. Isso ajuda a assegurar que a provisão para os custos da arbitragem paga pelas partes seja suficiente para cobrir os custos da arbitragem.

95. Todos os pedidos de reembolso de despesas e/ou de pagamento de diárias referentes a período anterior ao encaminhamento da minuta de sentença arbitral final precisarão, obrigatoriamente, ser enviados o mais tardar no momento de apresentação da minuta de sentença arbitral final à Secretaria. Os tribunais arbitrais compostos de três árbitros deverão coordenar seus pedidos de reembolso de despesas e/ou de pagamento de diárias, para que todos os pedidos cheguem até a Secretaria no máximo até o momento de apresentação da minuta de sentença arbitral final. Os pedidos de reembolso de despesas e/ou de pagamento de diárias que forem apresentados após a Corte ter aprovado a sentença arbitral final não serão levados em conta pela Corte na fixação dos custos da arbitragem e não serão pagos, salvo sob circunstâncias extraordinárias, sujeitas à decisão do Secretário-Geral.

96. No caso de retirada de todas as demandas ou de encerramento da arbitragem antes da

prolação da sentença arbitral final, todos os pedidos de reembolso de despesas e/ou de pagamento de diárias precisarão, obrigatoriamente, ser apresentados dentro do prazo concedido pela Secretaria. Os pedidos de reembolso de despesas e/ou de pagamento de diárias que forem apresentados após a Corte ter fixado os custos de arbitragem não serão levados em conta pela Corte e não serão pagos.

Despesas de viagem

97. Caso um árbitro precise viajar para as finalidades de uma arbitragem da CCI, ele será reembolsado pelas despesas de viagem de ida e volta efetivamente incorridas a partir do respectivo endereço comercial indicado no curriculum vitae apresentado para a arbitragem da CCI pertinente. As despesas de viagem serão reembolsadas conforme previsto nos itens 98 a 100 a seguir.

98. Todo pedido de reembolso de despesas de viagem precisará anexar os originais de todos os recibos pertinentes ou outros comprovantes adequados, caso os recibos não estejam disponíveis. Não serão reembolsadas as despesas de viagem sem comprovação integral e abrangente.

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99. O reembolso das despesas de viagem ficará estritamente sujeito às seguintes restrições:

a. Transporte aéreo: preço de passagem aérea equivalente ao preço padrão aplicável para "business class".

b. Transporte ferroviário: preço aplicável de passagem de trem em primeira classe.

c. Transporte de ida e volta para aeroporto(s) e/ou estação(ões) ferroviária(s): a tarifa aplicável padrão para taxis.

d. Transporte com veículo particular: uma taxa fixa por quilômetro rodado, com acréscimo de todas as despesas necessárias, efetivamente incorridas, de estacionamento e pedágio. A taxa fixa é de US$ 0,80 por quilômetro.

100. Com exceção das despesas cujo reembolso seja pedido conforme o item 99(d) acima, as despesas de viagem serão reembolsadas, sempre que possível, na mesma moeda em que tenham sido contraídas. Como alternativa, um árbitro poderá solicitar o reembolso em dólares dos Estados Unidos, desde que o pedido inclua uma declaração do valor em tal moeda com o comprovante da taxa de câmbio empregada (por exemplo, um impresso a partir do site www.oanda.com). A data de conversão cambial deverá ser igual à data da despesa.

Diárias

101. Em acréscimo ao reembolso das despesas de viagem, cada árbitro poderá receber diárias a uma taxa fixa, conforme os itens 102 a 105 a seguir, para cada dia durante a arbitragem da CCI que deva passar fora de seu endereço comercial usual, conforme indicado no curriculum vitae apresentado para a arbitragem pertinente da CCI. O árbitro não precisará apresentar comprovantes para pedir o pagamento das diárias, sendo suficiente a comprovação da viagem para os objetivos da arbitragem.

102. Sem que o árbitro precise de alojamento em hotel de um dia para outro, a taxa fixa para diárias é de US$ 400.

103. Caso o árbitro precise de alojamento em hotel de um dia para outro, a taxa fixa para diárias será de US$ 1 200.

104. A diária aplicável é prevista como cobertura integral de todas as despesas diárias pessoais do árbitro, seja qual for a natureza e o valor real (além de despesas de transporte) das despesas incorridas. Em especial, a diária aplicável é prevista como cobertura, entre outras despesas, do custo total de:

Alojamento (exceto se aplicável o previsto no item 102 acima)

Refeições

Despesas de lavanderia (para lavar, passar ou lavagem a seco) e outros serviços de limpeza ou similares

Transporte urbano

Telefonemas, despesas com fax, e-mail e outros meios de comunicação

Gorjetas

105. Para maior clareza, não será paga nenhuma diária referente ao tempo de viagem de ida e volta para o local pertinente de destino do árbitro.

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106. Considerando que o valor da diária é previsto como correspondente à cobertura de todas as despesas pessoais contraídas pelo árbitro enquanto estiver fora de seu endereço comercial usual, para tratar de assuntos da arbitragem da CCI, a Secretaria não reembolsará despesa alguma além do valor da diária paga, em nenhuma circunstância.

Despesas Gerais de Escritório e de Serviços de Entrega Expressa

107. As despesas de escritório e as despesas gerais e administrativas incorridas no curso normal

das atividades de um árbitro ou do tribunal arbitral, com respeito à arbitragem da CCI, não serão reembolsadas. Não obstante, um árbitro ou um tribunal arbitral poderão solicitar o reembolso, pelo custo, de eventuais despesas com serviços de entrega expressa, cópias, fax ou telefone que tenham sido contraídas para as finalidades de uma arbitragem da CCI, desde que o pedido inclua recibos detalhados.

Provisões para o Pagamento de Despesas

108. Um árbitro poderá solicitar uma provisão para o pagamento de despesas de viagem e/ou de diárias aplicáveis, conforme os itens 97 a 106 acima. Caso o adiantamento seja concedido, o árbitro deverá posteriormente apresentar os comprovantes pertinentes à Secretaria, inclusive todos os recibos e uma declaração dos dias trabalhados e das noites passadas fora de seu endereço comercial usual, para tratar de assuntos da arbitragem da CCI.

VII - Serviços Administrativos

A – Depósito de Outros Recursos além da Provisão para Custos da Arbitragem

CCI como Depositário

109. A CCI poderá oferecer aos árbitros e às partes, caso assim o solicitem expressamente por escrito, um serviço que permita o depósito de recursos, no curso de uma arbitragem, em conta administrada pela CCI, com o objetivo de provisão para pagamento de imposto "IVA" devido sobre honorários de árbitros ou para pagamento de honorários e despesas de perito nomeado pelo tribunal arbitral, ou ainda para fins de depósito em garantia.

110. Nos casos em que os árbitros e as partes queiram utilizar tal serviço, e se a CCI concordar em oferecê-lo, a CCI atua como depositário dos recursos. A CCI recebe os recursos de uma ou mais partes que tenham sido assim instruídas por um árbitro (presidente ou membro de tribunal arbitral em lugar e vez de demais membros do tribunal, ou árbitro único) e efetua os pagamentos correspondentes a partir da conta, a pedido do árbitro.

111. A CCI atua como depositário dos recursos referentes ao seguinte:

a. impostos “IVA” e demais tributos e encargos aplicáveis aos honorários de árbitros; b. peritos; c. contas de depósito em garantia.

112. Esse serviço está disponível para árbitros e partes de qualquer país.

113. As contas de depósito são geridas exclusivamente em dólares dos Estados Unidos ou em Euros.

114. As contas de depósito não são remuneradas com juros para as partes nem para os árbitros.

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Procedimento

115. Etapa 1: Solicitação de Conta de Depósito

Todo árbitro que queira utilizar esse serviço precisará informar à Secretaria por escrito e requerer que a CCI atue como depositário das quantias a serem pagas por uma ou mais partes a título de provisão para o imposto "IVA" devido sobre os honorários de árbitros ou de provisão para cobertura de honorários e despesas de eventual perito nomeado pelo tribunal arbitral, ou ainda para fins de depósito em garantia.

Os árbitros serão os únicos responsáveis pela iniciativa de solicitação de abertura de conta de depósito, pela solicitação de depósitos e pela realização de pagamentos a partir dos montantes depositados.

Os árbitros terão responsabilidade pela confirmação de que os pagamentos sejam feitos em conformidade com leis e práticas bancárias aplicáveis.

116. Etapa 2: Estimativa dos Montantes

O árbitro define o montante dos recursos a serem pagos por uma ou mais partes para uma conta de depósito.

Em caso de aumento da provisão no curso da arbitragem, de acordo com decisão da Corte, essa etapa poderá ser repetida. Da mesma forma, em caso de aumento conforme decisão do tribunal de arbitral, no curso da arbitragem, do montante de recursos depositados para cobertura de honorários e despesas de perito ou do montante de recursos depositados em conta de garantia, essa etapa poderá ser repetida.

117. Etapa 3: Recursos a Serem Depositados

O árbitro solicita o pagamento de recursos por uma ou mais partes e fixa um prazo para o pagamento.

A Secretaria fornecerá à(s) parte(s) as respectivas instruções bancárias para pagamento.

Todas as despesas bancárias correrão por conta da parte que efetuar o pagamento.

O pagamento deverá, obrigatoriamente, ser efetuado por uma parte na arbitragem em que o pagamento tenha sido solicitado.

118. Etapa 4: Reconhecimento dos Pagamentos e Gestão

A Secretaria confirma ao árbitro e às partes o recebimento dos montantes pagos pela(s) parte(s).

Se o árbitro não receber confirmação da Secretaria de recebimento de pagamento feito pela(s) parte(s), caberá ao árbitro renovar seu pedido de pagamento e fixar um prazo para tanto.

A CCI administra os recursos em lugar e vez do árbitro.

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119. Etapa 5: Pagamentos

O árbitro solicita à CCI que efetue os pagamentos a partir de recursos depositados pelas partes.

Os pagamentos são efetuados pela CCI nos limites dos recursos depositados.

120. Etapa 6: Saldo da Conta

Ao final da arbitragem, a Secretaria buscará as instruções do árbitro para o encerramento da conta de depósito. Com base nas informações do árbitro, e de acordo com as instruções do árbitro, a Secretaria encerra a conta de depósito e devolve à(s) parte(s) os montantes eventualmente remanescentes dos recursos depositados com a CCI.

Após notificar o árbitro, a conta poderá ser encerrada pela CCI, se inexistir saldo restante. A conta será encerrada ainda que esteja em aberto qualquer solicitação do árbitro para pagamento de recursos.

Depósitos para Imposto “IVA” e Demais Tributos e Encargos Aplicáveis aos Honorários de Árbitros

121. Os montantes pagos a um árbitro não incluem nenhum imposto sobre o valor agregado (imposto "IVA"), nem outros tributos e encargos eventualmente aplicáveis aos honorários de árbitros (artigo 2(13) do Apêndice III). As partes têm a obrigação de pagar tais tributos e encargos. Contudo, o reembolso de tais tributos ou encargos é questão a ser tratada exclusivamente entre o árbitro e as partes.

122. Os árbitros sujeitos à incidência do imposto "IVA" e de demais tributos ("imposto 'IVA'"), podem solicitar expressamente por escrito a intenção de utilizar o serviço acima descrito, permitindo-lhes que os recursos correspondentes ao valor por eles estimado de imposto "IVA" devido sobre seus honorários e despesas (doravante "Honorários") sejam administrados pela CCI.

123. Esse serviço é totalmente independente do procedimento para o pagamento de provisões definido no Regulamento, e não tem nenhum efeito sobre aquele procedimento. Em caso de não pagamento pelas partes do imposto "IVA" incidente sobre os honorários dos árbitros, tal fato não poderá ser invocado pelos árbitros perante a Corte, por exemplo, como fundamento para a suspensão da arbitragem.

124. Caso o presidente de um tribunal arbitral solicite uma provisão para imposto "IVA" em lugar

e vez dos integrantes do tribunal arbitral sujeitos à incidência de tal imposto, deverá discriminar para a Secretaria o valor da provisão aplicável a cada árbitro.

125. Cabe exclusivamente aos árbitros a responsabilidade de assegurar que o procedimento acima descrito esteja de acordo com os dispositivos de leis e regulamentos fiscais e tributários aplicáveis a seu exercício profissional como árbitros, inclusive no que tange ao pagamento de seus honorários. Recomenda-se aos árbitros que verifiquem as bases de cálculo do montante de imposto "IVA" a pagar.

126. A CCI atua exclusivamente como depositário e não está em posição de oferecer consultoria tributária ou fiscal aos árbitros.

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127. O árbitro define o montante de imposto "IVA" incidente sobre seus honorários com base nas normas aplicáveis ao local onde o árbitro é considerado tributável.

128. Os árbitros podem utilizar a calculadora de custos (Cost Calculator) disponível no website da

CCI, para estimar o montante dos honorários a serem pagos. Todavia, ressaltamos aos árbitros que as proporções de divisão do total de honorários entre os membros do tribunal arbitral (40% a 50% para o presidente e 25% a 30% para cada coárbitro) são citadas meramente como orientação geral e estão sujeitas a alteração pela Corte.

129. Toda fatura emitida por árbitro a uma das partes, com relação a honorários e, conforme o caso, com relação a imposto "IVA" aplicável aos honorários, será referente à parcela dos honorários e ao montante de tributos devidos pela parte destinatária da fatura. Em princípio, nenhuma fatura deverá ser emitida por um árbitro para a CCI, salvo circunstâncias específicas, a serem previamente debatidas com a Secretaria.

130. Ao preparar sua fatura, o árbitro solicita à CCI que efetue o pagamento do montante correspondente ao imposto "IVA" que incide sobre os honorários devidos pela parte. Isso se aplica por ocasião da sentença arbitral final, mas também caso a Corte decida pagar um adiantamento de honorários a árbitros residentes em países onde, conforme as leis tributárias locais, o pagamento do imposto "IVA" torne-se devido também no caso de adiantamento de honorários.

B – Assistência na Condução da Arbitragem

Condução da Arbitragem

131. A Secretaria poderá oferecer assistência às partes e aos tribunais arbitrais, com respeito à condução da arbitragem. Os serviços que a Secretaria poderá oferecer incluem, entre outros, os seguintes:

a. Depósito de documentos: a Secretaria poderá atuar como depositário de documentos, como propostas de quitação, propostas seladas ou similares (vide item 97 do Relatório da Comissão da CCI intitulado Decisions on Costs in International Arbitration, disponível no website da CCI);

b. Teleconferências: a Secretaria poderá prestar assistência aos tribunais arbitrais na organização de teleconferências com as partes e, onde necessário, participar de tais teleconferências;

c. Secretários administrativos: a Secretaria poderá prestar assistência aos tribunais arbitrais na identificação de secretários administrativos, para nomeação conforme a parte V, acima;

d. Modelos de documentos: a Secretaria poderá fornecer aos tribunais arbitrais modelos de documentos relativos à condução da arbitragem, em especial, modelos para atas de missão e para cronogramas procedimentais.

e. Transparência: consoante o item 31 acima, a Corte poderá, mediante solicitação das partes, publicar em seu website, ou de outra forma disponibilizar ao público, informações ou documentos referentes a uma arbitragem da CCI que esteja sujeita a normas ou regulamentos sobre transparência;

f. ADR: o Centro Internacional de ADR da CCI oferece às partes e aos tribunais arbitrais vários serviços pertinentes a arbitragens da CCI em curso, principalmente a proposta e a nomeação de peritos (vide parte VIII abaixo);

g. Serviços da CCI sobre Crimes Empresariais: a Secretaria poderá prestar assistência aos tribunais e às partes para contato com os Serviços da CCI sobre Crimes Empresariais (mais detalhes no website www.icc-ccs.org)

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Audiências e Reuniões

132. A Secretaria poderá fornecer serviços ou prestar assistência às partes e aos tribunais arbitrais na organização de audiências e reuniões, principalmente:

a. Centro de Audiências da CCI em Paris (França): o Centro de Audiências da CCI oferece alternativas flexíveis de contratação e um conjunto variado de serviços e instalações especializadas para audiências e reuniões. As partes e os tribunais arbitrais poderão consultar a Secretaria para mais informações ou visitar o website www.icchearingcentre.org. Ao fazerem a reserva de espaço no Centro de Audiências da CCI para uma arbitragem da CCI, as partes e os árbitros aceitam que suas informações de contato sejam comunicadas pela Secretaria ao Centro de Audiências da CCI, apenas para os fins de tal reserva;

b. Outras instalações para audiência: a CCI tem convênios com outras instalações para audiência em várias partes do mundo. As partes e os árbitros podem consultar a Secretaria para mais informações.

c. Registros e interpretação em audiências: a Secretaria também poderá fornecer informações às partes e aos tribunais arbitrais sobre serviços nas audiências, como serviços de registro e transcrição ou interpretação simultânea.

d. Vistos e outras autorizações: a Secretaria poderá emitir cartas para facilitar a obtenção de vistos ou outras autorizações para pessoas que devam participar de audiência ou reunião relacionada a arbitragem da CCI.

e. Hotéis: a ICC tem acordos de tarifas preferenciais para vários hotéis em Paris e em outras localidades. As partes e os tribunais arbitrais podem consultar a Secretaria para mais informações.

Serviços pós-arbitragem

133. De acordo com o artigo 34 do Regulamento, a Secretaria prestará assistência às partes no cumprimento de eventuais formalidades necessárias, as quais podem incluir, entre outras, as seguintes:

a. Cópias autenticadas de sentenças arbitrais, Atas de Missão, correspondência ou demais documentos emitidos ou aprovados pela Secretaria ou pela Corte;

b. Reconhecimento pelo notário público da CCI em Paris das assinaturas de integrantes da Secretaria que certifiquem a autenticidade de de documentos;

c. Certidões ou atestados;

d. Cópias simples de documentos incluídos na pasta relativa ao caso, com restrições de volume e quantidade;

e. Cartas de aviso às partes para relembrar a obrigação de cumprir o disposto na sentença arbitral.

134. Considerando que determinados serviços pós-arbitragem exigem tempo e providências de preparação, as partes devem prever um prazo suficiente ao solicitarem tal assistência da Secretaria.

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VIII - Centro Internacional de ADR da CCI

A - Regulamento de Mediação da CCI

135. As partes são livres para resolver a divergência de forma amigável, tanto antes da

arbitragem como a qualquer momento durante a arbitragem. As partes podem analisar a possibilidade de seguir o procedimento de solução amigável de conflitos, de acordo com o Regulamento de Mediação da CCI, o qual também permite que sejam utilizados outros procedimentos de solução amigável, além da mediação. O Centro também pode auxiliar as partes a encontrar um mediador adequado.

136. Onde cabível, os árbitros podem decidir que seja feita menção ao Regulamento de Mediação da CCI para as partes.

137. Mais informações podem ser obtidas do Centro pelo telefone +33 (1) 4953-3053, pelo e-mail [email protected] ou no website www.iccadr.org.

B - Regulamento da CCI sobre Peritos

138. Se a parte tiver necessidade da assistência de um perito, o Centro poderá, mediante solicitação, propor peritos especializados nas mais diversas áreas. A taxa cobrada por esse serviço é de US$ 3 000.

139. Da mesma maneira, se for exigida pelo tribunal arbitral a assistência de um perito, o Centro poderá, mediante solicitação, propor peritos. Esse serviço é oferecido gratuitamente aos árbitros.

140. Mais informações podem ser obtidas do Centro pelo telefone +33 (1) 4953-3053 ou pelo e-mail [email protected] ou no website www.iccexpertise.org.

IX - Expedição de Materiais para a CCI e Taxas Alfandegárias

141. Os materiais encaminhados à CCI (correspondência, manifestações, pastas, fitas, CDs, etc.) deverão ser enviados somente como “Documentos”. Não deverá ser incluída nenhuma outra descrição em ficha ou conhecimento de transporte. Em geral, o envio de documentos não está sujeito a taxas alfandegárias. Isso não ocorre com outros materiais, sujeitos à cobrança de taxas alfandegárias conforme a origem, o conteúdo e o peso. A eventual cobrança de taxas alfandegárias acarretará aumento nos custos da arbitragem.