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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013 NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013 Assunto: Diretriz de Utilização de Genética para os procedimentos de Análise Molecular de DNA e Pesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH, constantes do Anexo II, da Resolução Normativa nº 338/2013. Ao longo do processo de revisão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde realizada em 2013, que culminou com a aprovação e publicação da Resolução Normativa nº 338/2013, com entrada em vigor prevista para o dia dois de janeiro de 2014, foram realizadas várias reuniões e debates para o aprimoramento e redefinição dos critérios de cobertura dos procedimentos Análise Molecular de DNA e Pesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH. Conforme observações contidas nos itens 2 e 49 do Anexo II da Resolução Normativa nº 338/2013, abaixo transcritas, foi estabelecido o prazo até 02 de janeiro de 2014 para publicação de nota técnica com os critérios referentes à assistência/tratamento/aconselhamento das condições genéticas contempladas nas Diretrizes de Utilização dos procedimentos de Análise Molecular de DNA e Pesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH. Observações contidas nos itens 2 e 49 do Anexo II da RN 338/2013 (...) a. na assistência/tratamento/aconselhamento das condições genéticas contempladas nas Diretrizes de (...) OBS: Excepcionalmente para o item ”a” desta Diretriz, fica concedido o prazo até 02 de janeiro de 2014 1 / 39

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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

Assunto: Diretriz de Utilização de Genética para os procedimentos de Análise Molecular deDNA e Pesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH, constantes do Anexo II, daResolução Normativa nº 338/2013.

Ao longo do processo de revisão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde realizada em2013, que culminou com a aprovação e publicação da Resolução Normativa nº 338/2013, comentrada em vigor prevista para o dia dois de janeiro de 2014, foram realizadas várias reuniõese debates para o aprimoramento e redefinição dos critérios de cobertura dos procedimentosAnálise Molecular de DNA e Pesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH.

Conforme observações contidas nos itens 2 e 49 do Anexo II da Resolução Normativa nº338/2013, abaixo transcritas, foi estabelecido o prazo até 02 de janeiro de 2014 parapublicação de nota técnica com os critérios referentes àassistência/tratamento/aconselhamento das condições genéticas contempladas nas Diretrizesde Utilização dos procedimentos de Análise Molecular de DNA e Pesquisa de Microdeleções eMicroduplicações por FISH.

Observações contidas nos itens 2 e 49 do Anexo II da RN 338/2013

(...)

a. na assistência/tratamento/aconselhamento das condições genéticas contempladas nas Diretrizes de Utilização disponibilizadas através de Nota Técnica, no endereço eletrônico www.ans.gov.br, quando seguidos os parâmetros definidos nestas diretrizes;

(...)

OBS: Excepcionalmente para o item ”a” desta Diretriz, fica concedido o prazo até 02 de janeiro de 2014 para publicação de nota técnica com as diretrizes acima referidas.

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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

Para a definição dos mencionados critérios foram realizadas reuniões com a participação daAssociação Médica Brasileira - representada pela Sociedade Brasileira de Genética Médica, doMinistério da Saúde - representado pelo INCA/Fiocruz, Fenasaúde, Abramge, Unimed do Brasile técnicos da GGRAS/DIPRO/ANS. Como resultado do processo foram consensuados critériospara 22 itens da Diretriz de Utilização dos Procedimentos de Análise Molecular de DNA ePesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH, constantes do Anexo II da RN nº338/2013, que correspondem a 29 patologias.

O objetivo do estabelecimento dos critérios para os 22 itens abaixo listados é o uso adequadodas tecnologias nos procedimentos, já constantes do rol “Análise molecular de DNA” e“Pesquisa de Microdeleções e Microduplicações por FISH”, permitindo a elegibilidade depacientes que irão se beneficiar desses procedimentos e a utilização desses recursos de formaracional. Para tanto, fica definida a utilização dos procedimentos, conforme o Anexo dapresente nota.

Para apreciação superior,

MARIA TEREZA DE MARSILLAC PASINATO Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental

ROCHELE ALBERTO MARTINS SANTOS Especialista em Regulação

De acordo.

KARLA SANTA CRUZ COELHO Gerente Gerência de Assistência à Saúde

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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

De acordo em ____/____/____. Encaminha-se à DIRAD/DIPRO.

TEÓFILO JOSÉ MACHADO RODRIGUES Gerente Geral Gerência Geral de Regulação Assistencial Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos

CONTEÚDO ANEXO 1. ADRENOLEUCODISTROFIA 2. ATAXIA DE FRIEDREICH 3. CÂNCER DEMAMA E OVÁRIO HEREDITÁRIOS - GENES BRCA1 E BRCA2 4. DEFICIÊNCIA DE ALFA 1 – ANTITRIPSINA 5. DISPLASIA CAMPOMÉLICA 6. DISTROFIA MIOTÔNICA TIPO I E II 7. HEMOCROMATOSE 8. HEMOFILIA A 9. HEMOFILIA B 10. MUCOPOLISSACARIDOSE 11. NEOPLASIA ENDRÓCRINA MÚLTIPLA – MEN2 12. OSTEOGÊNESE IMPERFEITA 13. POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR 14. POLIPOSE ASSOCIADA AO MUTYH 15. SÍNDROME DE ANGELMAN E SÍNDROME DE PRADER-WILLI 16. SÍNDROMES DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ASSOCIADA À ANOMALIA CONGÊNITANÃO RECONHECIDA CLINICAMENTE 17. SÍNDROMES DE DELEÇÕES SUBMICROSCÓPICAS RECONHECÍVEISCLINICAMENTE

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18. SÍNDROME DE HIPOFOSFATASIA 19. SÍNDROME DE LYNCH – CÂNCER COLORRETAL NÃO POLIPOSO HEREDITÁRIO(HNPCC) 20. SÍNDROME DE NOONAN 21. SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN 22. DOENÇAS RELACIONADAS AO GENE FMR1 (SÍNDROME DO X FRÁGIL, SÍNDROMEDE ATAXIA/TREMOR ASSOCIADOS AO X FRÁGIL - FXTAS E FALÊNCIA OVARIANAPREMATURA - FOP) LISTA COMPLETA DAS DOENÇAS ABRANGIDAS PELAS NOVAS DIRETRIZES

ANEXO

DIRETRIZES DE UTILIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ANÁLISE MOLECULAR DE DNA EPESQUISA DE MICRODELEÇÕES E MICRODUPLICAÇÕES POR FISH - FLUORECENCEIN SITU HYBRIDIZATION

1. ADRENOLEUCODISTROFIA

1. Cobertura obrigatória para pacientes do sexo masculino com manifestações clínicas (formacerebral infantil, adolescente e do adulto, adrenomieloneuropatia e doença de Addison) ediagnóstico bioquímico (dosagem de ácidos graxos de cadeia muito longa).

2. Cobertura obrigatória para pacientes do sexo feminino com manifestações clínicas deadrenomieloneuropatia com diagnóstico bioquímico (dosagem de ácidos graxos de cadeiamuito longa) inconclusivo.

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3. Cobertura obrigatória em crianças do sexo masculino assintomáticas cuja mãe possuadiagnóstico molecular confirmado de heterozigota para adrenoleucodistrofia.

4. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de mulheres assintomáticas (parentesde 1º, 2º e 3º graus do caso índice na família), com o diagnóstico molecular deadrenoleucodistrofia no caso índice na família.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação genética já foi identificada na família, realizar apenas apesquisa da mutação específica.

2. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene ABCD1para ambos os sexos.

2. ATAXIA DE FRIEDREICH

1. Cobertura obrigatória para o diagnóstico de pacientes de ambos os sexos com ataxiaprogressiva e sem padrão de herança familiar autossômica dominante, quando preenchido pelomenos dois dos seguintes critérios:

a. Perda de propriocepção;

b. Arreflexia;

c. Disartria;

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d. Liberação piramidal (Babinski);

e. Miocardiopatia;

f. Alterações eletroneuromiográficas;

g. Resistência à insulina ou diabetes;

h. Atrofia cerebelar em ressonância nuclear magnética.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Pesquisa de mutação dinâmica por expansão de trinucleotídeos GAA no íntron 1 do geneFXN por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com ou sem polimorfismo de comprimentodos fragmentos de restrição (RFLP) em gel de agarose ou por eletroforese capilar.

3. CÂNCER DE MAMA E OVÁRIO HEREDITÁRIOS - GENE BRCA1/BRCA2

1. Cobertura obrigatória para mulheres com diagnóstico atual ou prévio de câncer de mamaquando preenchido pelo menos um dos seguintes critérios:

a. Que apresentem dois parentes de 1º ou 2º graus do mesmo lado da família com diagnósticode câncer de mama abaixo de 50 anos (destes pelo menos um deve ser parente de 1º grau) [1] ;

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b. Que apresentem três parentes de 1º ou 2º graus do mesmo lado da família com diagnósticode câncer de mama abaixo de 60 anos (destes pelo menos um deve ser parente de 1º grau) [2] ;

c. Que apresentem quatro parentes com qualquer grau de parentesco do mesmo lado dafamília com diagnóstico de câncer de mama em qualquer idade (destes pelo menos um deveser parente de 1º grau) [3] .

2. Cobertura obrigatória para mulheres com diagnóstico atual ou prévio de câncer de ovário emqualquer idade nas seguintes situações:

a. com diagnóstico de câncer de mama na mesma paciente em qualquer idade;

b. com um parente de 1º ou 2º graus com diagnóstico de câncer de mama abaixo de 50 anos;

c. com dois parentes de 1º ou 2º graus do mesmo lado da família com diagnóstico de câncer demama abaixo dos 60 anos;

d. com um parente em qualquer grau de parentesco com diagnóstico de câncer de ovário emqualquer idade;

3. Cobertura obrigatória para homens com diagnóstico atual ou prévio de câncer de mama emqualquer idade nas seguintes situações:

a. com um parente de 1º ou 2º graus com diagnóstico de câncer de mama abaixo de 50 anos;

b. com dois parentes de 1º ou 2º graus do mesmo lado da família com diagnóstico de câncerde mama abaixo dos 60 anos.

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4. Cobertura obrigatória para pacientes de origem judaica Ashkenazi com diagnóstico atual ouprévio de câncer de mama com menos de 50 anos ou ovário em qualquer idade e com parentede qualquer grau com diagnóstico de câncer de mama ou ovário em qualquer idade.

5. Cobertura obrigatória para pacientes assintomáticos independente do sexo, sem diagnósticode câncer de ovário e/ou mama quando tiver sido identificada a mutação causadora da doençano caso índice (parentes de 1º, 2º e 3º graus).

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos de pacientes enquadradas nos itens 1, 2 e 3:

a. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene BRCA1 [4] ;

b. No caso em que o diagnóstico não tenha sido confirmado através do item acima, realizarSequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene BRCA2 [5] ;

c. No caso em que o diagnóstico não tenha sido confirmado através dos itens acima, realizarMLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification) para pesquisa de rearranjos.

2. Nos casos de pacientes enquadradas no item 4:

a. Cobertura é obrigatória apenas para a análise das mutações 6174delT no gene BRCA2 e185delAG, 5382insC no gene BRCA1. No caso de pacientes em que estas mutações foremnegativas, a(o) paciente deverá atender a um dos outros critérios de indicação desta diretrizpara a realização da análise dos genes BRCA1 ou BRCA2.

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3. Nos casos de pacientes enquadradas no item 5:

a. Realizar apenas a pesquisa da mutação específica já detectada.

4. DEFICIÊNCIA DE ALFA 1 – ANTITRIPSINA

1. Cobertura obrigatória para pacientes com diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica(DPOC) ou doença hepática crônica ou paniculite necrosante ou vasculite com anticorpoanti-citoplasma de neutrófilos positivo (ANCA) ou bronquiectasia, quando preenchido pelomenos um dos seguintes critérios:

a. níveis plasmáticos diminuídos de Alfa-1 Antitripsina;

b. presença de inclusões intra-hepáticas positivas para ácido periódico-schiff (PAS);

c. presença de enfisema localizado em lobos inferiores em radiografia ou tomografia de tóraxem pacientes com menos de 45 anos.

Método de análise:

1. Pesquisa das variantes S e Z por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com ou sempolimorfismo de comprimento dos fragmentos de restrição (RFLP) em gel de agarose ou poreletroforese capilar do gene SERPINA1.

5. DISPLASIA CAMPOMÉLICA

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1. Cobertura obrigatória para recém-nascidos e crianças que apresentem displasia óssea eencurtamento de membros, quando preenchido pelo menos um dos seguintes critérios:

a. alterações nos achados clínicos e radiológicos sugestivos (macrocrania com fronte amplae/ou arqueamento do fêmur ou tíbia e/ou hipoplasia de escápula e/ou hipoplasia de púbis e/ouasas ilíacas estreitas e verticalizadas e/ou deformidades de mãos e pés e/ou platispondiliacervical e/ou tórax estreito e/ou hipomineralização do esterno e/ou braquidactilia e/ousequência de Pierre Robin);

b. sexo reverso ou genitália ambígua.

Método de análise:

1. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos três éxons e das regiõesde transição éxon/íntron do gene SOX9.

6. DISTROFIA MIOTÔNICA TIPO I E II

1. Cobertura obrigatória para pacientes com fraqueza muscular ou miotonia que apresente aforma clássica ou tardia, com ou sem história familiar quando preenchido pelo menos um dosseguintes critérios:

a. Alterações eletroneuromiográficas;

b. Alterações eletrocardiográficas;

c. Alterações nos níveis de CK sérica;

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d. Intolerância a glicose ou diabetes;

e. Hipogonadismo;

f. Catarata.

2. Cobertura obrigatória para pacientes com fraqueza muscular ou hipotonia grave sugestivosda forma infantil ou congênita, com história materna de Distrofia Miotônica.

3. Cobertura obrigatória para familiar assintomático de 1º grau ou 2º grau de caso confirmadoatravés de diagnóstico molecular quando houver previsão de procedimento cirúrgico comanestesia.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Pesquisa de mutação dinâmica por expansão de trinucleotídeos CTG no íntron 1 do geneDMPK por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com ou sem polimorfismo do comprimentodos fragmentos de restrição (RFLP) em gel de agarose ou eletroforese capilar ou Método deSouthern Blot.

2. No caso de pacientes com a forma clássica ou tardia em que o diagnóstico não tenha sidoconfirmado através do item acima, realizar pesquisa de mutação dinâmica por expansão derepetições CCTG no íntron 1 do gene ZNF9 por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) comou sem polimorfismo dos fragmentos de restrição (RFLP) em gel de agarose ou eletroforesecapilar ou Método de Southern Blot.

7. HEMOCROMATOSE

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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

1. Cobertura obrigatória para confirmação diagnóstica em pacientes nos quais as causassecundárias de sobrecarga de ferro tiverem sido excluídas e haja persistência de índice desaturação de transferrina maior que 45% em pelo menos duas dosagens.

Método de análise:

1. Detecção de mutações nos alelos C282Y e H63D do gene HFE por Reação em Cadeia daPolimerase (PCR) com ou sem polimorfismo do comprimento dos fragmentos de restrição(RFLP) ou PCR multiplex.

8. HEMOFILIA A

1. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético, de pacientes do sexo masculino ecom diagnóstico bioquímico de hemofilia no caso em que parentes de 1º e 2º graus do sexofeminino da linhagem materna tenham desejo de engravidar.

2. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético dos familiares do sexo feminino emrisco (possibilidade de ser portadora assintomática – doença recessiva ligada ao X), apenas apartir do diagnóstico molecular do caso índice.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação genética já tenha sido identificada na família, realizar apenasa pesquisa da mutação específica.

2. No caso da forma grave de hemofilia, realizar:

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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

a. PCR longa (Long-range PCR) ou PCR inversa (Inverse-shifting IS-PCR) para a detecção dainversão do íntron 22;

b. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos 26 éxons do gene F8.

3. No caso da forma leve ou moderada de hemofilia, realizar o Sequenciamento bidirecionalpelo método analítico de Sanger dos 26 éxons do gene F8.

9. HEMOFILIA B

1. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético, de pacientes do sexo masculino ecom diagnóstico bioquímico de hemofilia no caso em que parentes de 1º e 2º graus do sexofeminino da linhagem materna tenham desejo de engravidar.

2. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético dos familiares do sexo feminino emrisco (possibilidade de ser portadora assintomática de doença recessiva ligada ao X), apenas apartir do diagnóstico molecular do caso índice.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação genética já tenha sido identificada na família, realizar apenasa pesquisa da mutação específica.

2. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos 8 éxons do gene F9.

10. MUCOPOLISSACARIDOSE

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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

1. Cobertura obrigatória de pacientes de ambos os sexos com diagnóstico enzimático demucopolissacaridose I (alfa-L-iduronidase- gene IDUA) para aconselhamento genético deparentes de 1º e 2º graus com desejo de engravidar com finalidade de diagnóstico pré-natal.

2. Cobertura obrigatória de pacientes do sexo masculino com diagnóstico enzimático demucopolissacaridose II (iduronato-2- sulfatase/gene IDS) para aconselhamento genético deparentes da linhagem materna de 1º, 2º e 3º graus com desejo de engravidar.

3. Cobertura obrigatória para aconselhamento genético de mulheres assintomáticas comhistória familiar de parentes de 1º, 2º e 3º graus do sexo masculino com mucopolissacaridose IIe mutação patogênica identificada.

4. Cobertura obrigatória de feto de ambos os sexos em risco para mucopolissacaridose tipo I,quando a mutação do caso índice for conhecida.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. No caso em que a mutação genética já tenha sido identificada na família, realizar apenas apesquisa de mutação específica.

2. Para os casos do item 1, realizar o Sequenciamento bidirecional pelo método analítico deSanger dos éxons do gene correspondente à mucopolissacaridose de acordo com análiseenzimática identificada.

3. Para MPS II, caso o Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger doséxons do gene IDS não detecte alterações, realizar MLPA (Multiplex Ligation-dependent ProbeAmplification) para pesquisa de deleções.

4. Para mulheres em risco de serem portadoras de MPS II, com Sequenciamento bidirecionalpelo método analítico de Sanger e MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification)

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NOTA TÉCNICA GEAS/GGRAS/DIPRO/ANS Nº 876, DE 04.12.2013

normais, realizar pesquisa de rearranjo entre o gene IDS e o pseudogene IDS2.

11. NEOPLASIA ENDRÓCRINA MÚLTIPLA – MEN2

1. Cobertura obrigatória para pacientes com diagnóstico de câncer medular de tireóide com ousem história familiar.

2. Cobertura obrigatória para pacientes que preencham pelo menos um dos critérios do Grupo Ie do Grupo II [6] :

Grupo I

Pacientes com diagnóstico de:

a. Feocromocitoma;

b. Neuroma da mucosa oral (boca ou língua);

c. Adenoma de paratireóide;

d. Hábito marfanóide.

Grupo II

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Parentes de 1º e 2º graus com diagnóstico de:

a. Carcinoma medular de tireóide;

b. Feocromocitoma;

c. Neuroma da mucosa oral (boca ou língua);

d. Adenoma de paratireóide;

e. Hábito marfanóide.

3. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de familiares de 1º e 2º graus após odiagnóstico molecular do caso índice.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação genética já tenha sido identificada na família, realizar apenasa pesquisa da mutação específica.

2. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons 5, 8, 10, 11, 13, 14,15 e 16 do gene RET.

Obs: Nos pacientes assintomáticos em que forem encontradas mutações patogênicas no geneRET a tireoidectomia profilática é de cobertura obrigatória, quando indicada pelo médicoassistente.

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Referência:

Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar – Câncer Medular de Tireóide:

Tratamento – 31/01/2011

12. OSTEOGÊNESE IMPERFEITA

1. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de pacientes sintomáticos comquadro clínico e radiológico compatível com alguma das formas de apresentação da doençacom ou sem histórico familiar, com dosagem sérica de cálcio e fósforo normais e fosfatasealcalina normal ou aumentada quando os seus genitores ou o indivíduo sintomático tenhamdesejo de engravidar.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Pesquisa da mutação única c-14C-T por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) do geneIFITM5, apenas nos casos em que houver calcificação da membrana interóssea do antebraçoou perna, deslocamento da cabeça do rádio ou calo ósseo hiperplásico.

2. Nos casos não enquadrados no item acima, realizar Sequenciamento bidirecional pelométodo analítico de Sanger dos éxons do gene COL1A1.

3. Se o item anterior for negativo, realizar Sequenciamento bidirecional pelo método analíticode Sanger dos éxons do gene COL1A2.

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13. POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR

1. Cobertura obrigatória para pacientes com a forma não clássica de Polipose Adenomatosafamiliar caracterizada pela presença de menos de cem pólipos, quando:

a. o diagnóstico diferencial com Polipose Adenomatosa associada ao MUTYH (autossômicarecessiva) não for conclusivo a partir de critérios clínicos, endoscópicos e histopatológicos;

b. o diagnóstico diferencial com Síndrome Lynch não for conclusivo a partir de critérios clínicos,endoscópicos e histopatológicos.

2. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de pacientes com a forma clássica dePolipose Adenomatosa Familiar em que o diagnóstico molecular seja necessário para avaliaçãode risco da prole.

3. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de familiares de 1º e 2º graus após odiagnóstico molecular de mutação patogênica no caso índice.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação já tenha sido identificada na família, realizar apenas apesquisa da mutação específica.

2. Nos casos não enquadrados no item acima, realizar o Sequenciamento bidirecional pelométodo analítico de Sanger dos éxons do gene APC.

3. Nos casos em que o diagnóstico não for estabelecido através do item anterior, realizar MLPA(Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification).

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Obs: Nos pacientes com polipose adenomatosa a colectomia é de cobertura obrigatória,quando indicada pelo médico assistente.

14. POLIPOSE ASSOCIADA AO MUTYH

1. Cobertura obrigatória para paciente com menos de 60 anos com múltiplos adenomassincrônicos colorretais quando o diagnóstico diferencial de PAF - Polipose AdenomatosaFamiliar (padrão de herança autossômica dominante) não for conclusivo a partir de critériosclínicos, endoscópicos e histopatológicos.

2. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de irmãos de pacientes que já tenhamutação patogênica identificada no gene MUTYH.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação já tenha sido identificada na família, realizar apenas apesquisa da mutação específica.

2. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene MUTYH.

15. SÍNDROME DE ANGELMAN E SÍNDROME DE PRADER-WILLI

1. Cobertura obrigatória para pacientes de ambos os sexos com atraso do desenvolvimento esuspeita clínica de Síndrome de Angelman ou Síndrome de Prader-Willi, quando preenchidostodos os seguintes critérios:

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a. apresente cariótipo normal;

b. manifestações clínicas da doença (fenótipo).

2. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de familiar de 1º grau assintomáticodo caso índice com diagnóstico molecular de mutação no gene UBE3A (para Síndrome deAngelman).

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação genética já tenha sido identificada na família, realizar apenasa pesquisa da mutação específica.

2. Para confirmação diagnóstica em pacientes sintomáticos com suspeita de Síndrome deAngelman ou Síndrome de Prader-Willi, realizar teste de metilação:

a. Se metilação alterada, realizar FISH (Hibridação In Situ Fluorescente) ou MLPA (MultiplexLigation-dependent Probe Amplification) ou Análise de Microssatélites;

b. Se FISH (Hibridação In Situ Fluorescente) ou MLPA (Multiplex Ligationdependent ProbeAmplification) forem normais, realizar Análise de Microssatélites.

3. Para confirmação diagnóstica em pacientes sintomáticos com suspeita de Síndrome deAngelman e teste de metilação normal, realizar a pesquisa de mutações nos éxons do UBE3Apor Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger.

16. SÍNDROMES DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ASSOCIADA À ANOMALIA CONGÊNITANÃO RECONHECIDA CLINICAMENTE

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1. Cobertura obrigatória para pacientes de ambos os sexos com cariótipo normal e suspeitaclínica de anomalias cromossômicas submicroscópicas quando preenchidos pelo menos doisdos seguintes critérios:

a. Deficiência intelectual ou atraso neuropsicomotor;

b. Presença de pelo menos uma anomalia congênita maior ou pelo menos três menores;

c. Baixa estatura ou déficit pondero-estatural.

2. Cobertura obrigatória para pacientes de ambos os sexos com cariótipo alterado quandopreenchidos um dos seguintes critérios:

a. Cromossomo marcador;

b. Translocações ou inversões cromossômicas aparentemente balanceadas identificadas pelocariótipo com fenótipo anormal;

c. Presença de material cromossômico adicional de origem indeterminada.

3. Cobertura obrigatória para aconselhamento genético dos pais em que tenha sido identificadauma variação no CGH-Array (Hibridização Genômica Comparativa) por provávelmicro-rearranjo (translocação equilibrada ou inversões) no caso índice.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

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Nos pacientes enquadrados nos itens 1 e 2:

1. Realizar CGH- Array (Hibridização Genômica Comparativa) do caso índice.

2. Em caso de se identificar uma variante de significado incerto, a cobertura será obrigatória deCGH- Array (Hibridização Genômica Comparativa) dos pais do caso índice.

Nos pacientes enquadrados no item 3:

1. Realizar cariótipo.

2. Nos casos em que o diagnóstico não for confirmado através do item anterior, realizar FISH(Hibridação In Situ Fluorescente).

17. SÍNDROMES DE DELEÇÕES SUBMICROSCÓPICAS RECONHECÍVEISCLINICAMENETE

1. Cobertura obrigatória para pacientes de ambos os sexos com suspeita clínica deWolf-Hirschhorn (del4p) ou Cri du Chat (del5p) ou Deleção 1p36 ou Smith-Magenis (del17p11)ou Deleção 22q11 ou Miller-Dieker (del17p13) ou WAGR (del11p13), quando preenchidostodos os seguintes critérios:

a. apresente cariótipo normal;

b. manifestações clínicas da doença (fenótipo).

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2. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de familiar assintomático comcariótipo normal e que possuam parentes de 1 e 2 graus com diagnóstico molecular oucitogenético (Cariótipo ou FISH - Hibridação In Situ Fluorescente) de Wolf-Hirschhorn (del4p)ou Cri du Chat (del5p) ou Deleção 1p36 ou Smith-Magenis (del17p11) ou Deleção 22q11 ouMiller- Dieker (del17p13) ou WAGR (del11p13).

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. A tecnologia utilizada para o teste deve ser projetada para detectar a deleção da regiãocrítica para a doença por FISH (Hibridação In Situ Fluorescente) ou MLPA (MultiplexLigation-dependent Probe Amplification).

2. Nos casos em que o diagnóstico não tenha sido confirmado através dos métodos analíticosanteriores, realizar CGH- Array (Hibridização Genômica Comparativa).

18. SÍNDROME DE HIPOFOSFATASIA

1. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de pacientes sintomáticos comquadro clínico e radiológico compatível com alguma das formas de apresentação da doençacom ou sem histórico familiar, com dosagem sérica de fosfatase alcalina diminuída, quando osseus genitores ou o indivíduo sintomático desejarem uma gestação.

Método analítico:

1. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene TNSAP.

19. SÍNDROME DE LYNCH – CÂNCER COLORRETAL NÃO POLIPOSO HEREDITÁRIO(HNPCC)

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1. Cobertura obrigatória para pacientes que preencham um dos critérios abaixo:

Critérios de Bethesda a. paciente diagnosticado com câncer colorretal com menos de 50 anos;

b. presença de tumores colorretais sincrônicos, metacrônicos ou outras neoplasiasextracolônicas associadas a HNPCC diagnosticadas em qualquer idade;

c. paciente diagnosticado com câncer colorretal com instabilidade de microssatélites de altograu (MSI-H) diagnosticado com menos de 60 anos;

d. paciente diagnosticado com câncer colorretal com um ou mais parentes de primeiro grauacometidos por neoplasias associadas a HNPCC, sendo uma destas diagnosticada antes dos50 anos;

e. paciente diagnosticado com câncer colorretal com dois ou mais parentes de primeiro grauacometidos por neoplasias associadas a HNPCC independentemente da idade.

2. Cobertura obrigatória para pacientes com diagnóstico de câncer de colorretal, reto,endométrio, trato urinário, intestino delgado, trato biliar, ovário ou estômago desde quepreenchidos todos os critérios de Amsterdam II para a história familiar.

Critérios de Amsterdam II

a. 3 membros do mesmo lado da família, dois dos quais sejam parentes de 1º grau, com câncercâncer colorretal, reto, endométrio, trato urinário, intestino delgado, trato biliar, ovário ouestômago;

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b. 2 gerações sucessivas acometidas;

c. 1 desses familiares com câncer diagnosticado com menos de 50 anos;

d. Excluído o diagnóstico de polipose adenomatosa familiar.

3. Cobertura obrigatória para o aconselhamento genético de familiares de 1º e 2º graus após odiagnóstico molecular de mutação patogênica no caso índice.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Nos casos em que a mutação já foi identificada na família, realizar apenas a pesquisa damutação específica.

2. No caso de pacientes enquadrados no item 1:

a. Iniciar com a realização de Pesquisa de Instabilidade de Microssatélites;

b. No caso em que o diagnóstico de HNPCC tenha sido estabelecido através do item acima,realizar imunohistoquímica;

c. Conforme o resultado do exame anterior, realizar o Sequenciamento bidirecional pelométodo analítico de Sanger dos éxons do gene responsável pela produção da proteína ausentesegundo a imunohistoquímica;

d. No caso em que a imunohistoquímica não for capaz de identificar o gene, realizar o

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Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene MSH2;

e. No caso em que o diagnóstico não tenha sido estabelecido através do item acima, realizar oSequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene MLH1;

f. No caso em que o diagnóstico não tenha sido estabelecido através do item acima, realizar oSequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene MSH6.

3. No caso de pacientes enquadrados no item 2:

a. Iniciar com a realização de imunohistoquímica;

b. Conforme o resultado do exame anterior, realizar o Sequenciamento bidirecional pelométodo analítico de Sanger dos éxons do gene responsável pela produção da proteína ausentesegundo a imunohistoquímica;

c. No caso em que a imunohistoquímica não for capaz de identificar o gene, realizar oSequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene MSH2;

d. No caso em que o diagnóstico não tenha sido estabelecido através do item acima, realizar oSequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene MLH1;

e. No caso em que o diagnóstico não tenha sido estabelecido através do item acima, realizar oSequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene MSH6.

20. SÍNDROME DE NOONAN

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1. Cobertura obrigatória para pacientes de ambos os sexos com ou sem histórico familiar dadoença, quando restar dúvida diagnóstica após avaliação clínica, quando preenchidos todos osseguintes critérios:

a. cariótipo normal;

b. manifestações clínicas da doença (fenótipo).

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene PTPN11.

2. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene SOS1.

3. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene RAF1.

4. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene RIT1.

5. Sequenciamento bidirecional pelo método analítico de Sanger dos éxons do gene KRAS.

21. SINDROME DE WILLIAMS-BEUREN

1. Cobertura obrigatória para pacientes com suspeita de Williams-Beuren (del7q11) queapresentem manifestações clínicas da doença (fenótipo).

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Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Preferencialmente por MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification), ou FISH(Hibridação In Situ Fluorescente) quando o MLPA (Multiplex Ligation-dependent ProbeAmplification) não estiver disponível.

2. No caso em que o diagnóstico não tenha sido confirmado através da Hibridação in situfluorescente (FISH), realizar MLPA (Multiplex Ligationdependent Probe Amplification).

22. DOENÇAS RELACIONADAS AO GENE FMR1 (SÍNDROME DO X FRÁGIL, SÍNDROMEDE ATAXIA/TREMOR ASSOCIADOS AO X FRÁGIL - FXTAS E FALÊNCIA OVARIANAPREMATURA - FOP)

1. Cobertura obrigatória para pacientes de ambos os sexos com deficiência intelectual, atrasodo desenvolvimento neuropsicomotor ou autismo apresentando pelo menos um dos seguintescritérios:

a. história familial positiva de deficiência intelectual na linhagem materna;

b. características físicas ou comportamentais sugestivas da síndrome do X frágil.

2. Cobertura obrigatória para pacientes do sexo feminino com falência ovariana antes dos 40anos (prematura) sem causa definida.

3. Cobertura obrigatória para pacientes de ambos os sexos com mais de 50 anos de idade comquadro de ataxia cerebelar progressiva e tremor de intenção com história familiar positiva dedoenças relacionadas ao FMR1 e cujas causas comuns não genéticas de ataxia tenham sidoexcluídas.

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4. Cobertura obrigatória para familiar assintomático de 1º, 2º ou 3º grau de caso confirmadoatravés de diagnóstico molecular.

Método de análise utilizado de forma escalonada:

1. Pesquisa de mutação dinâmica por expansão de trinucleotideos CGG no gene FMR1 porReação em Cadeia da Polimerase (PCR) por polimorfismo de comprimento dos fragmentos derestrição em gel de agarose ou por eletroforese capilar.

2. Em caso de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) sugestivo de mutação completa oupré-mutação grande, confirmar por Método de Southern blot.

NOTAS:

1. As enfermidades que não estão contempladas neste Anexo possuem cobertura obrigatóriano item “b”, desde que cumpridos os requisitos contidos nas Diretrizes de Utilização dosprocedimentos Análise Molecular de DNA e Pesquisa de Microdeleções/Microduplicações porFISH (Fluorescence In Situ Hybridization), conforme Anexo II da Resolução Normativa nº338/2013.

2. Os exames realizados por técnicas de pesquisas em painel, tais como PCR Multiplex,CGH-Array (Hibridização Genômica Comparativa), MLPA (Multiplex Ligation-dependent ProbeAmplification) e Sequenciamento completo de todos os éxons do Genôma Humano, não estãocontemplados no item “b” das Diretrizes de Utilização dos procedimentos Análise Molecular deDNA e Pesquisa de Microdeleções/Microduplicações por FISH (Fluorescence In SituHybridization), conforme Anexo II da Resolução Normativa nº 338/2013.

3. Os exames realizados por técnicas de pesquisas em painel, tais como PCR Multiplex,CGH-Array (Hibridização Genômica Comparativa), MLPA (Multiplex Ligation-dependent ProbeAmplification) somente possuem cobertura obrigatória quando preencherem os critérios do item“a” das Diretrizes de Utilização dos procedimentos Análise Molecular de DNA e Pesquisa deMicrodeleções/Microduplicações por FISH (Fluorescence In Situ Hybridization), conforme

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Anexo II da Resolução Normativa nº 338/2013, conforme listado no Anexo da Nota 876/2013.

REFERÊNCIAS:

1. Primeiras diretrizes clínicas na saúde suplementar – versão preliminar / organizado porAgência Nacional de Saúde Suplementar, Associação Médica Brasileira. – Rio de Janeiro:ANS, 2009. http://www.ans.gov.br/portal/upload/biblioteca/Primeiras_Diretrizes_Clinicas.pdf

2. Clinical Utility Gene Card: European Journal of Human Genetics. http://www.nature.com/ejhg/archive/categ_genecard_012013.html

3. GeneReviews™. Pagon RA, Adam MP, Bird TD, et al., editors. Seattle (WA): University ofWashington, Seattle; 1993-2013. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1116/

4. Clinical guideline 41 Familial breast cancer: the classificat ion and care of women at risk offamilial breast cancer in primary, secondary and tertiary care. National Institute for Health andClinical Excellence/National Health System. London. October 2006 http://www.nice.org.uk/nicemedia/pdf/cg41niceguidance.pdf

5. OMIM® Online Mendelian Inheritance in Man® An Online Catalog of Human Genes andGenetic Disorders Updated 6 December 2013 http://www.omim.org/

6. Aoki et al., 2005; Bertola et al., 2005; Carta et al., 2006; Cordeddu et al., 2009; De Luca etal., 2005; Digilio et al., 2002; Martinelli et al., 2010; Musante et al., 2003; Nava et al., 2007;Pandit et al., 2007; Razzaque et al., 2007; Rodriguez- Viciana et al., 2006; Sarkozy et al., 2009;Seishima et al., 2007; Tartaglia et al., 2007; Zenker et al., 2004; Zenker et al., 2007a; Zenker etal., 2007b Gain-offunction mutations in RIT1 cause Noonan syndrome, a RAS/MAPK pathwaysíndrome. Am J Hum Genet. 2013 Jul 11;93(1):173-80. doi: 10.1016/j.ajhg.2013.05.021. Epub2013 Jun 20.

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[1] No caso de câncer de mama bilateral ou duas neoplasias primárias na mesma mama, cadaum dos tumores conta como um indivíduo. [2] Idem. [3] Idem. [4] Para homens comdiagnóstico de câncer de mama ou pacientes de qualquer sexo com tumor triplo negativo (parareceptor de estrógeno, progesterona e HER2), realizar inicialmente o sequenciamento deBRCA2 e, caso não seja encontrada a mutação, realizar BRCA1. [5]Nos pacientes em que forem encontradas mutações patogênicas nos genes BRCA1 ouBRCA2, mesmo que assintomáticos, a mastectomia e a salpingoooforectomia profiláticas, bemcomo a reconstrução das mamas são de cobertura obrigatória da mesma forma que acobertura prevista para pacientes com diagnóstico de câncer, quando indicado pelo médicoassistente. [6]Exceto em pacientes que apresentem apenas hábito marfanóide isoladamente nos Grupos I eII.

LISTA COMPLETA DAS DOENÇAS ABRANGIDAS PELAS NOVAS DIRETRIZES:

1. CÂNCER DE MAMA E OVÁRIO HEREDITÁRIOS - GENE BRCA1/BRCA2

Para pesquisa de câncer de mama e ovário familiar.

2. ADRENOLEUCODISTROFIA

Doença genética rara ligada ao cromossomo X, que atinge as glândulas adrenais, sistemanervoso e testículos. A doença atinge particularmente os homens e pode se manifestar emqualquer idade.

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3. ATAXIA DE FRIEDREICH

Doença genética e progressiva do sistema nervoso central cujos sintomas são dificuldades deequilíbrio, falta de coordenação e dificuldades na articulação das palavras.

4. DEFICIÊNCIA DE ALFA 1 – ANTITRIPSINA

Pode causar doença pulmonar, além de problemas hepáticos em recém nascidos, crianças eadultos.

5. DISPLASIA CAMPOMÉLICA

Algumas anormalidades esqueléticas e fragilidades ósseas podem estar associadas a umasíndrome denominada displasia campomélica.

Esta é uma doença rara caracterizada por uma associação variável de anormalidadesesqueléticas como ossos abaulados, ossos frágeis, alterações na pelve, anormalidades nopeito, onze pares de costelas em vez dos doze, e outras anomalias como dismorfologia facial,fenda palatina, alterações no cérebro, alterações no coração e malformações renais.

6. DISTROFIA MIOTÔNICA TIPO I E II

A Distrofia Miotônica tipo 1 (DM1) é um trantorno multisistêmico que afeta o músculoesquelético liso, incluindo o olho, coração, sistema endócrino e sistema nervoso central. Ossintomas clínicos, que vão desde leves a severos, têm sido classificados em 3 fenótipos: leve,clássico e congênito.

A Distrofia Miotônica Tipo 2 (DM2) é uma doença neuromuscular caracterizada por sintomas

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como a miotonia (contracção muscular involuntária com relaxamento retardado) e disfunçãomuscular (ex.: fraqueza muscular), podendo também surgir menos frequentemente defeitos nacondução cardíaca, cataratas iridescentes subcapsulares posteriores (opacidade que surge nocristalino do olho), diabetes mellitus tipo 2 e perda da função testicular, entre outros.

7. HEMOCROMATOSE

Hemocromatose Hereditária é uma desordem multigênica relacionada ao metabolismo do ferro.A desordem se caracteriza por uma sobrecarga sistêmica de ferro, devido ao aumentoinapropriado da absorção deste pelo intestino. Manifestações Clínicas: O acúmulo progressivode ferro provoca, geralmente, dano estrutural e prejuízo funcional em articulações, pele,coração, diversas glândulas e vários órgãos (como fígado e pâncreas), levando aodesenvolvimento de hiperpigmentação da pele, cardiomiopatias, insuficiência supra-renal,hipotiroidismo, hipoparatiroidismo, artrose, intolerância a lactose, diabetes mellitus, perda decabelo corporal, panhipopituitarismo e hepatomegalia, com evolução para fibrose, cirrose ehepatocarcinoma.

8. HEMOFILIA A

A hemofilia A é um distúrbio hereditário da coagulação caracterizado por um aumento do tempode tromboplastina parcial ativada (TTPA), fácil aparecimento de hematomas e hemorragiasdentro de articulações e músculos. Por ser uma doença de herança recessiva ligada ao X(gene localizado em Xq28), mulheres raramente são afetadas.

9. HEMOFILIA B

A hemofilia B é uma doença com herança recessiva causada por mutação herdada ouadquirida no gene do fator IX ou por inibição adquirida do fator IX.

O defeito resulta em geração insuficiente de trombina pelos fatores IXa e VIIIa na via intrínsecada cascata de coagulação. Esse mecanismo, em conjunto com o efeito do inibidor de fatortecidual, cria uma grande tendência a sangramento espontâneo (hemorragias). Na hemofilia B

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grave, a hemorragia articular espontânea é o sintoma mais frequente.

10. MUCOPOLISSACARIDOSE

As Mucopolissacaridoses (MPS) são doenças metabólicas hereditárias causadas por errosinatos do metabolismo que determinam a diminuição da atividade de determinadas enzimas,que atuam numa estrutura da célula chamada lisossomo. As MPS fazem parte de um grupochamado Doenças de Depósito Lisossômico. As manifestações clínicas das MPS variam deacordo com a enzima que está em falta no portador da doença.

11. NEOPLASIA ENDRÓCRINA MÚLTIPLA – MEN2

As Neoplasias Endócrinas Múltiplas Tipo 2 (MEN2) subdividem-se em 3 grupos: MEN2A,MEN2B e Carcinoma Medular da Tiroide Familiar.

- O diagnóstico clínico de MEN2A está associado à presença de dois ou mais tumoresendócrinos: carcinoma medular da tiroide (>95%), feocromocitoma (50%), adenoma (tumor, demodo geral benigno) ou hiperplasia (desenvolvimento anormal exagerado) da paratiroide(20-30%). Habitualmente, na síndrome MEN2A, o carcinoma medular da tiroide desenvolve-sena idade jovem adulta.

- À síndrome MEN2B está associado um risco para neuromas mucosos dos lábios e língua,lábios aumentados, ganglioneuromatose do tracto gastointestinal e características físicas dasíndrome de Marfan. A presença de feocromocitomas é observada em cerca de 50% dosindivíduos com MEN2B.

Na síndrome MEN2B, o carcinoma medular da tiróide ocorre normalmente na infância.

- O Carcinoma Medular da Tiroide Familiar é diagnosticado em famílias com quatro casos decarcinoma medular da tiroide na ausência de feocromocitoma ou adenoma da paratiroide.

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Neste grupo, o carcinoma medular da tiroide desenvolve-se mais tarde, entre a quarta e quintadécada de vida.

12. OSTEOGÊNESE IMPERFEITA

Distúrbio hereditário do tecido conjuntivo, caracterizado por fragilidade óssea e commanifestações clínicas muito variadas. As características clínicas da Osteogênese Imperfeitarepresentam uma sequência contínua, variando da letalidade perinatal a indivíduos comdeformidades esqueléticas severas; deteriorações da mobilidade e estatura muito baixa aindivíduos quase assintomáticos com uma leve predisposição a fraturas; estatura normal eexpectativa de vida normal. Podem ocorrer fraturas em qualquer osso, mas são mais comunsnas extremidades. É caracterizada por dentes acinzentados ou marrons que podem parecertransparentes e desgastados e que quebram facilmente.

13. POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR

A polipose adenomatosa familiar (FAP) é uma doença autossômica dominante caracterizadapelo desenvolvimento de numerosos pólipos adenomatosos e um grande risco para osurgimento de tumores colo-retais.

14. POLIPOSE ASSOCIADA AO MUTYH

A polipose associada ao MYH é uma doença genética, com transmissão autossômicarecessiva, que se associa ao desenvolvimento de múltiplos adenomas e carcinomas do cólon ereto.

15. SÍNDROME DE ANGELMAN E SÍNDROME DE PRADER-WILLI

A Síndrome de Angelman (AS) é caracterizada por atraso severo no desenvolvimento ouretardo mental, debilitação severa de comunicação, marcha atáxica, convulsões (que se iniciam

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com cerca de um ano e meio de idade e costumam ser acompanhadas de febre alta) e umcomportamento único que inclui rir e sorrir com frequência e excitabilidade. Fisicamente, ospacientes apresentam boca grande, queixo proeminente, dentes espaçados e língua protusa.

A síndrome de Prader-Willi é uma doença genética que afeta o desenvolvimento da criança,resultando em obesidade, estatura reduzida e baixo tônus muscular (hipotonia). Os portadoresapresentam dificuldades de aprendizagem e problemas comportamentais, entre eles:depressão, episódios de violência, mudanças repentinas de humor, impulsividade, agitação eobsessões por determinadas ideias ou atividades.

16. SÍNDROMES DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ASSOCIADA À ANOMALIA CONGÊNITANÃO RECONHECIDA CLINICAMENTE

A Deficiência Intelectual, segundo a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual doDesenvolvimento, caracteriza-se por um funcionamento intelectual inferior à média (QI),associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação,autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos dacomunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho), que ocorrem antes dos 18anos de idade.

17. SÍNDROMES DE DELEÇÕES SUBMICROSCÓPICAS RECONHECÍVEIS CLINICAMENTE

- Os indivíduos com SWH (Síndrome Wolf-Hirschhorn) têm marcado atraso de crescimentointra-uterino. As alterações crânio-faciais são características e incluem microcefalia, fronte altacom glabela proeminente, hipertelorismo, epicanto e sobrancelhas arqueadas. Estas alteraçõestornam-se menos evidentes com a idade. Habitualmente, o desenvolvimento é lento, comatraso cognitivo moderado a grave, hipotonia e convulsões. As crianças com esta patologiapodem ainda apresentar malformações esqueléticas (60 a 70%), patologia cardíaca congénita(50%), defeitos estruturais a nível cerebral (33%) e perda de audição (30%).

- A síndrome de Cri-du-chat - também conhecida como síndrome do grito do gato, síndrome domiado do gato ou síndrome de Lejeune -, trata-se de uma rara desordem genética, ocasionadapor uma mutação no cromossomo 5. As manifestações clínicas incluem: Atraso dodesenvolvimento mental; baixa estatura; queixo pequeno; dentes projetados para frente;

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micrognastia; choro que lembra o miado de um gato; rosto redondo; microcefalia; hipotonia;presença de uma única linha na palma da mão; sindactilia nas mãos e nos pés; orelhaslocalizadas logo abaixo da linha das orelhas; dobra epicântica; dificuldade para sugar e deglutiralimentos líquidos e sólidos; refluxo esofágico.

- A síndrome de Smith-Magenis, também conhecida como síndrome da deleção 17p11.2,representa uma condição na qual ocorre a deleção de parte do braço curto do cromossomo 17.

A maior parte dos casos da desordem é esporádica, ou seja, surge devido à ocorrência denovas mutações, sendo os progenitores normais. Contudo, infrequentemente, os rearranjospodem ser herdados.

As manifestações clínicas desta síndrome são diversas, envolvendo feições faciais peculiares,como rosto quadrado, olhos profundos, bochechas avantajadas, mandíbula proeminente, narizachatado e comissuras labiais voltadas para baixo. Estas características faciais normalmentesão menos perceptíveis durante a infância, porém, no final da infância ou no início da faseadulta, elas costumam ser mais marcantes.

- A síndrome de Miller-Dieker - também denominada lisencefalia ou síndrome da deleção docromossomo 17p13.3 -, trata-se de uma desordem genética, de caráter autossômicodominante, caracterizada pela ausência de circunvolunções (giros) e fissuras (sulcos) no córtexcerebral, conferindo ao cérebro um aspecto liso. Os portadores da síndrome apresentam umcérebro liso, desprovido de giros e sulcos. Ao invés de seis camadas, o córtex cerebralapresenta somente quatro dessas camadas, bem como microcefalia. As características faciaissão peculiares, como afundamento das temporas, nariz arrebitado, estrias verticais na testa,além de mandíbula pequena. Também é observado atraso no crescimento e desenvolvimentomental e anormalidades diversas no cérebro, coração, rins e trato gastrointestinal. Déficit decrescimento, dificuldade de alimentação, convulsões e redução da atividade espontâneapodem estar presentes também, o que tipicamente leva à morte do portador ainda na infância.

- A síndrome de WAGR - definida pela presença de aniridia, retardo mental, malformações dotrato genitourinário e tumor de Wilms - é uma síndrome de genes contíguos associada àdeleção (11p13), com mutações nos genes WT1 e AN2. A associação de tumor de Wilms comsurgimento precoce, entre 2 e 3 anos de idade, com outras anomalias congênitas foiprimeiramente descrita por Miller et al (1964), sendo subsequentemente designada síndromede WAGR.

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18. SÍNDROME DE HIPOFOSFATASIA

Doença do metabolismo ósseo; é deficiência de fosfatase alcalina não específica do tecido,decorrente de mutações nos genes responsáveis pela produção dessa proteína. Geralmente,quanto menor for a idade de diagnóstico, maior a gravidade da doença.

19. SÍNDROME DE LYNCH – CÂNCER COLORRETAL NÃO POLIPOSO HEREDITÁRIO(HNPCC)

A síndrome de Lynch - também chamada de câncer colorretal hereditário (transmissãoautossômica dominante) não polipoide - consiste em um tipo de câncer hereditário do tratodigestivo, que acomete em especial o cólon e o reto, representando de 3% a 5% dos casos decâncer nesses dois locais. Indivíduos que apresentam esta síndrome possuem maioreschances de desenvolver câncer de estômago, intestino delgado, fígado, ductos biliares, tratourinário superior, cérebro, pele e próstata, bem como câncer no endométrio e ovários.

20. SÍNDROME DE NOONAN

A Síndrome de Noonan (SN) é caracterizada por: (1) baixa estatura; (2) defeito cardíacocongênito; (3) pescoço amplo ou alado; (4) tórax com formato incomum com pectus carinatumsuperior, pextus excavatum inferior, e mamilos de implantação aparentemente baixa; (4) atrasodesenvolvimental de grau variável; (5) criptorquidismo; (5) e expressão facial característica.Defeitos de coagulação variados e displasias linfáticas são observados frequentemente. Adoença cardíaca congênita ocorre em 50-80% dos indivíduos.

21. SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN

A síndrome de Williams é caracterizada por: (1) doença cardiovascular, como arteriopatiaelastina, estenose pulmonar periférica, estenose aórtica supravalvular, hipertensão; (2) fáciesdistintivas; (3) anormalidades do tecido conectivo; (4) retardo mental geralmente leve; (5) perfil

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cognitivo específico; (6) características únicas de personalidade; (7) anormalidade decrescimento; (8) e anormalidades endócrinas, como hipercalcemia, hipercalciuria,hipotiroidismo e puberdade precoce.

22. DOENÇAS RELACIONADAS AO GENE FMR1 (SÍNDROME DO X FRÁGIL, SÍNDROMEDE ATAXIA/TREMOR ASSOCIADOS AO X FRÁGIL - FXTAS E FALÊNCIA OVARIANAPREMATURA - FOP)

A SXF (Síndrome do cromossomo X frágil) é a forma mais frequente de deficiência mentalherdada, afetando homens e mulheres. O comprometimento mental dos afetados é variável.Alterações de comportamento, como hiperatividade e déficit de atenção, também sãoobservadas, além de sinais identificados em transtornos do espectro autista. Algumascaracterísticas físicas tornam-se mais evidentes após a puberdade, como face alongada,orelhas grandes e em abano, mandíbula proeminente e macroorquidia.

Mulheres portadoras de pré-mutação podem apresentar menopausa precoce, que secaracteriza pela cessação completa dos períodos menstruais antes dos 40 anos de idade.Homens portadores de pré-mutação podem apresentar FXTAS (síndrome do tremor/ataxiaassociada a X frágil), caracterizada por ataxia cerebelar de início tardio e tremor de intenção.Este quadro se manifesta com menor frequência entre as mulheres portadoras de pré-mutação.

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