Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
NOTA TÉCNICA Nº 01/2021
08 de Janeiro de 2021
MONITORAMENTO PARA TOMADA DE DECISÃO NO ENFRENTAMENTO À
PANDEMIA DE COVID-19 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Esta nota técnica atualiza os resultados dos indicadores que compõem o Painel
COVID-19 de monitoramento por faseamento de cores, publicado anteriormente e que
estão disponíveis em: https://www.saude.rj.gov.br/informacao-
sus/novidades/2020/08/mapa-de-risco-regional-da-covid-19.
Como destacado anteriormente, adotou-se Instrumento para Apoio à Tomada de
Decisão na Resposta à Pandemia da COVID-19 na Esfera Local, atualizado pelo
CONASS e CONASEMS e publicado na Nota Técnica 09/2020. Os indicadores
monitorados no Painel COVID-19, bem como os respectivos resultados para o estado do
Rio de Janeiro, consideram a razão dos dados da Semana Epidemiológica (SE) 50 em
relação aos dados da SE 48.
O Rio de Janeiro apresentou aumento do número de internações e de óbitos a partir
da semana epidemiológica 47 (15 a 21 de novembro). Na semana de comparação atual (SE
50 com SE 48) observa-se redução do número de internações e aumento do número de
óbitos. As taxas de ocupação de leitos de UTI no ERJ também reduziram, refletindo a
abertura de leitos que ocorreram durante o mês de dezembro. Os resultados apurados para
os indicadores, apresentados nesta nota, devem auxiliar na tomada de decisão, além de
informar a necessidade de adoção de medidas restritivas conforme o nível de risco de cada
região. O nível de risco apurado para o estado é apresentado no Quadro 1.
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Quadro 1 – Quadro com descrição dos resultados obtidos nos indicadores selecionados,
Estado do Rio de Janeiro, 07/01/2021.
Na pontuação geral, o estado do Rio de Janeiro encontra-se na faixa de cor
VERMELHA, totalizando 21 pontos no indicador geral, equivalente ao nível de risco
ALTO. As regiões da Baía de Ilha Grande, Centro Sul Fluminense, Metropolitana I e
Noroeste encontram-se em risco ALTO (Bandeira Vermelha). As regiões Baixada
Litorânea, Médio Paraíba e Noroeste foram classificadas em risco Moderado (Bandeira
Laranja). Já as regiões Serrana e Metropolitana II foram classificadas em risco Baixo
(Bandeira Amarela).
Para cálculo dos indicadores de capacidade do sistema de saúde utilizou-se as taxas
de ocupação informadas pelos municípios que compõem as regiões, a partir das diversas
fontes de informação: resposta ao formulário pactuado em CIB, preenchimento do e-
SUSVE (censo de leitos), envio de planilha pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do
Médio Paraíba (CISMEPA), boletins diários publicados em redes sociais e sites oficiais
das secretarias municipais, apurados no período de 01 a 07 de janeiro. Os municípios que
não informaram neste período foram considerados com a taxa de ocupação registrada mais
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
recentemente. As taxas de ocupação por município estão registradas no Painel Coronavírus
COVID-19, na aba ocupação de Leitos (painel.saude.rj.gov.br/).
Figura 1. Mapa com a Taxa de Ocupação do ERJ.
Fonte: painel.saude.rj.gov.br/, apuração 07/01/2021.
O mapa mostra a taxa de ocupação de cada Município do ERJ. O Estado
apresentou uma taxa de ocupação de 77% para UTI e de 69% para enfermaria. No entanto,
esse indicador apresenta heterogeneidade nas regiões (Figura 1).
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Segundo as últimas avaliações da Regulação Estadual o número de solicitações de
internação (Figura 2) apresentou queda sustentada na última semana (29/12 a 04/01),
corroborando com a redução da taxa de ocupação em algumas regiões, voltando a crescer
nos últimos dois dias de apuração.
Figura 2: Solicitações de internações, segundo dia de solicitação e tipo de leito solicitado.
Sistema Estadual de Regulação, de 3 de novembro até 07 de janeiro de 2021.
Outro indicador também influenciado pela taxa de ocupação é a fila de espera
(Figura 3), que atingiu 524 pessoas em fila no dia 12/12/2020, reduzindo gradativamente
até se manter estável com uma média de 250 pessoas por dia na fila, no período de 03/01 a
07/01. Ressalta-se que a espera na fila é rotativa, ou seja, os 254 pacientes na fila no dia
06/01 não são os mesmos pacientes que estão no dia 07/01, por isso, um importante
indicador é o tempo que o paciente leva para conseguir uma vaga. O novo Painel do
Coronavírus COVID-19 da SES apresenta na página principal a mediana do tempo que os
pacientes levaram até encontrar um leito disponível, que segundo apuração do dia
07/01/2021 foi de 6 horas tanto para um leito de enfermaria, quanto de UTI. Também é
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
importante destacar que esse tempo é influenciado por registros incompletos de
informações importantes para a regulação do paciente e não somente pela falta do leito.
Figura 3: Fila de espera para internação, segundo dia e tipo de leito solicitado. Sistema
Estadual de Regulação, de 27 de outubro até 07 de janeiro.
Quanto aos indicadores epidemiológicos, calculou-se as variações de casos de
internação e óbitos por SRAG. A taxa de positividade em cada região foi calculada
utilizando como numerador todos os testes de RT-PCR positivos para SARS-COV-2
acumulados até o mês de novembro e como denominador o total acumulado de testes RT-
PCR realizados até o mesmo mês. Para a taxa de positividade do estado, considerou-se os
testes e resultados positivos ocorridos no mês de novembro, pois ainda não foi possível ter
acesso aos dados da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19, que é responsável por
processar os exames das regiões metropolitana I e II, que representam aproximadamente
70% da população do Estado.
As pontuações e respectivas faixas de cores com níveis de classificação de risco
para cada região de saúde estão consolidadas no Quadro 2.
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Quadro 2 - Total de pontos e classificação final por regiões de saúde, Estado do Rio de
Janeiro,07/01/2021.
Os valores absolutos apresentados pelas regiões para o cálculo dos indicadores de variação
(óbitos e casos) estão descritos no Quadro 3. O estado apresenta um aumento de 14% de
óbitos e uma redução de aproximadamente 18% nas internações por SRAG.
Quadro 3 - Total de casos, óbitos e resultados do indicador segundo regiões de saúde,
Estado do Rio de Janeiro, 07/01/2021.
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Na comparação entre as SE 50 e 48, as regiões Baía de Ilha Grande, Centro Sul
Fluminense, Metropolitana I e Noroeste apresentam risco ALTO (Vermelho). As regiões
Litorânea, Norte e Médio Paraíba foram classificadas com risco MODERADO (Laranja).
Já as regiões Metropolitana II e Serrana tiveram redução de internação e pouca variação do
número de óbitos, apresentando risco BAIXO (Amarelo). É importante ressaltar que as
últimas semanas epidemiológicas do ano são impactadas pelos feriados nacionais e
mudanças de gestão no âmbito municipal, refletindo em um menor registro das
notificações. Assim, algumas regiões podem ter apresentado uma baixa notificação que
ocasionou uma redução que não representa a realidade. No caso da região Metropolitana II,
também houve impacto da abertura de leitos no Hospital Estadual Prefeito João Batista
Cáffaro, diminuindo a taxa de ocupação para a região.
O Instrutivo proposto pelo CONASS/CONASEMS orienta que para o “ajuste de
medidas deve-se considerar o período mínimo de 2 semanas para detectar os efeitos da
mesma, a depender das características do cenário epidemiológico e capacidade de
atendimento”. Neste sentido, recomenda-se o monitoramento periódico do cenário
epidemiológico para consolidar ou reaver a condição que estabelece a classificação com
nível de risco no estado.
O mapa de risco da COVID-19 no estado do Rio de Janeiro, considerando a análise
da SE 50 em relação à SE 48, é apresentado na Figura 4.
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Figura 4 - Mapa de risco da COVID-19 no estado do Rio de Janeiro por regiões de saúde.
Estado do Rio de Janeiro, 07/01/2021.
Conforme pode ser observado na Figura 5, os mapas de risco, que vinham
apresentando melhora na evolução dos indicadores desde o início da publicação em 8 de
Julho de 2020, apresentam retrocesso nas avaliações mais recentes da classificação de
risco, quando avaliamos os indicadores do estado como um todo. Na figura 5 podemos
observar que o ERJ tem seguido o padrão mundial de recrudescimento da pandemia, que
também tem sido observado em outros estados da federação.
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Figura 5 - Evolução do Mapa de risco da COVID-19 no estado do Rio de Janeiro por
regiões de saúde. Estado do Rio de Janeiro, 07/01/2021.
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Tendo em vista o recrudescimento da pandemia no ERJ, a Secretaria de Estado de
Saúde vem tomando uma série de medidas para controle da mesma, como ampliação de
leitos e de testagem de RT-PCR. Em relação a abertura de leitos, o ERJ vem envidando
esforços para que os leitos existentes na rede de atenção estejam disponíveis na regulação
estadual. Entre as medidas adotadas estão as publicações de duas resoluções de
financiamento de leitos municipais e as ações do GT de ampliação de leitos que resultaram
em 810 leitos ampliados no plano pactuado em CIB de novembro, comparado com o plano
de dezembro.
Em relação a ampliação da testagem no âmbito do ERJ, desde o mês de setembro, a
SES/RJ conta com a estrutura laboratorial da Fiocruz para processamento das amostras de
PCR provenientes das regiões Metropolitana I e II. A parceria com a Fiocruz é responsável
pela ampliação de 15 mil testes/dia, além da capacidade do LACEN/RJ. No mês de
outubro, por meio da Deliberação CIB-RJ nº 6.268 de 08 de outubro de 2020, foram
instituídos o Escritório Operacional e o Comitê de Governança visando a ampliação da
testagem RT-PCR para a COVID-19 no âmbito dos municípios do ERJ.
O Escritório e o Comitê tratam-se de uma coordenação interinstitucional, formados
por representantes das SES/RJ, Laboratório Noel Nutels (Lacen/RJ), COSEMS/RJ,
Fiocruz, CGLAB/SVS/MS e Secretarias Municipais de Saúde, relacionados à
operacionalização, com vistas à efetiva solução dos problemas presentes no processo de
testagem RT-PCR.
Além dessas ações, por meio da deliberação CIB-RJ n.º 6.279 de 12 de novembro
de 2020, a SES/RJ pactuou a distribuição de 50 impressoras térmicas aos municípios que
aderiram a ampliação da testagem de RT-PCR e apresentavam dificuldades na etiquetagem
das amostras, o que atrasa o processamento e resultado dos exames.
Devido às diferenças regionais no estado, faz-se necessário um detalhamento das
medidas de enfrentamento para cada uma das regiões de saúde. Dessa forma, para regiões
Metropolitana II e Serrana, classificadas em Risco Baixo, são recomendadas as medidas de
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Distanciamento Social Seletivo 2; para as regiões Norte Fluminense, Baixada Litorânea e
Médio Paraíba, são classificadas como Risco Moderado e são recomendadas as medidas
Distanciamento Social Ampliado 1; as regiões Centro Sul Fluminense, Metropolitana I,
Baía de Ilha Grande e Noroeste, classificadas como Risco Alto, são recomendadas as
medidas de Distanciamento Social Ampliado 2, detalhadas no Instrumento para Apoio
à Tomada de Decisão na Resposta à Pandemia da COVID-19 na Esfera Local.
Por fim, ressalta-se que diante da piora dos indicadores, o ERJ mantém-se em risco
ALTO (Vermelho). Recomenda-se a implementação de medidas de distanciamento de
efetividade e ações que evitem aglomerações para que haja redução da disseminação do
SARS-COV-2 em todas as regiões, mais fortemente recomendado naquelas onde há maior
nível na classificação de risco.
Além disso, há necessidade de ampliação de testagem com descentralização dos
postos de realização de RT-PCR, garantia de isolamento e atendimento médico precoce.
Vale destacar que o grau de isolamento vem reduzindo ao longo do tempo, de modo que
campanhas publicitárias educativas se fazem necessárias para que essas informações
cheguem de forma clara, em especial às populações mais vulneráveis e de maior risco para
COVID-19.
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Referência Bibliográfica
AQUINO, E. M. L. et al. Medidas de distanciamento social no controle da pandemia de
COVID-19: potenciais impactos e desafios no Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de
Janeiro, v. 25, supl. 1, p. 2423-2446, Junho 2020. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232020006702423&lng=en&nrm=iso>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 356, de 11 de março de 2020. Dispõe
sobre a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro
de 2020, que estabelece as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de
importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19). Disponível em:
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-356-de-11-de-marcode-2020-247538346.
CONASS. CONASEMS. COVID 19. Estratégia de Gestão. Instrumento para apoio à
tomada de decisão na resposta à pandemia da Covid-19 na esfera local. 1ª Edição. Brasília,
2020 versão 1 - 25 de junho de 2020. Disponível em: http://www.conass.org.br/wp-
content/uploads/2020/06/Estrate%CC%81gia-deGesta%CC%83o-Covid-19-1.pdf
KISSLER, S. M. et al. Projetando a dinâmica de transmissão do SARS-CoV-2 durante o
período pós-pandêmico. Ciência, v. 368, edição 6493, pp. 860-868, Maio de 2020.
Disponível em <https://science.sciencemag.org/content/368/6493/860.full>
RIO DE JANEIRO. Decreto n° 47.287, de 18 de setembro de 2020, que dispõe sobre as
medidas de enfrentamento da propagação do Novo Coronavírus (Covid-19), em
decorrência da situação de emergência em saúde e dá outras providências. Disponível em:
https://leisestaduais.com.br/rj/decreto-n-47287-2020-rio-de-janeiro-dispoe-sobre-as-
medidas-de-enfrentamento-da-propagacao-do-novo-coronavirus-covid-19-em-decorrencia-
da-situacao-de-emergencia-em-saude-e-da-outras-providencias
RIO DE JANEIRO. Decreto n° 47.289, de 23 de setembro de 2020, que altera o inciso I do
artigo 5º, do Decreto nº 47.287, de 18 de setembro de 2020, que dispõe sobre as medidas
de enfrentamento da propagação do Novo Coronavírus (covid-19), em decorrência da
situação de emergência em saúde e dá outras providências.Disponível em:
https://leisestaduais.com.br/rj/decreto-n-47289-2020-rio-de-janeiro-altera-o-inciso-i-do-
artigo-5o-do-decreto-no-47-287-de-18-de-setembro-de-2020-que-dispoe-sobre-as-
medidas-de-enfrentamento-da-propagacao-do-novo-coronavirus-covid-19-em-decorrencia-
da-situacao-de-emergencia-em-saude-e-da-outras-providencias
RIO DE JANEIRO. Decreto n° 47.306, de 06 de outubro de 2020, que altera o inciso I do
artigo 5º, do Decreto nº 47.289, de 23 de setembro de 2020, que dispõe sobre as medidas
de enfrentamento da propagação do Novo Coronavírus (covid-19), em decorrência da
Secretaria de Estado de Saúde
Subsecretaria de Vigilância em Saúde
situação de emergência em saúde e dá outras providências.Disponível em:
http://www.ioerj.com.br/portal/modules/conteudoonline/mostra_edicao.php?k=2611762E-
F29D8-4E6F-BB83-1194825D60241
Xu S, Li Y. Beware of the second wave of COVID-19. Lancet, Published Online, vol 395,
April 8, 2020. Disponível em <https://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-
6736(20)30845-X.pdf>
Elaboração, distribuição e informações
Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS/SES-RJ)
Claudia Maria Braga de Mello
Superintendência de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (SIEVS) Silvia Carvalho
Coordenação de Informação em Saúde
Luciane de Souza Velasque
Equipe de Informação SVS
Andréa Santana
Aline Maria Pereira de Almeida
Bruno Rodrigues Rosa
Maracy Marques Pereira
Paula Almeida
Paula Rita Dias de Brito de Carvalho