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00610.099571/2019-23 Nota Técnica nº 027/2019/SDR Rio de Janeiro, 02 de agosto de 2019. Assunto: Análise econômica do comportamento dos preços de GLP nos mercados nacional e internacional, com foco no GLP de uso residencial no Brasil. I. INTRODUÇÃO O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é um combustível composto da mistura das moléculas de propano (C3H8) e butano (C4H10), sendo produzido a partir do refino do petróleo, do processamento do gás natural e em centrais petroquímicas. O GLP apresenta uma ampla gama de aplicações, como aquecimento residencial, cocção de alimentos, transporte e uso petroquímico e industrial. No Brasil, o GLP é um dos principais componentes da matriz energética, estando disponível em praticamente 100% do território nacional e sendo utilizado de maneira preponderante em 95% dos domicílios particulares brasileiros. Historicamente, os preços do GLP, assim como de outros derivados de petróleo, estiveram sujeitos à efetiva intervenção governamental. Até a década de 90, os preços eram regulados pelo governo por meio do controle de preços ao longo da cadeia produtiva e de subsídios cruzados sobre o custo do transporte e do produto. Estas políticas foram importantes na disseminação do

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00610.099571/2019-23

Nota Técnica nº 027/2019/SDR

Rio de Janeiro, 02 de agosto de 2019.

Assunto: Análise econômica do comportamento dos preços de GLP nos mercados nacional e internacional, com foco no GLP de uso residencial no Brasil.

I. INTRODUÇÃO

O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é um combustível composto da

mistura das moléculas de propano (C3H8) e butano (C4H10), sendo produzido

a partir do refino do petróleo, do processamento do gás natural e em centrais

petroquímicas. O GLP apresenta uma ampla gama de aplicações, como

aquecimento residencial, cocção de alimentos, transporte e uso petroquímico e

industrial.

No Brasil, o GLP é um dos principais componentes da matriz

energética, estando disponível em praticamente 100% do território nacional e

sendo utilizado de maneira preponderante em 95% dos domicílios particulares

brasileiros.

Historicamente, os preços do GLP, assim como de outros derivados

de petróleo, estiveram sujeitos à efetiva intervenção governamental. Até a

década de 90, os preços eram regulados pelo governo por meio do controle de

preços ao longo da cadeia produtiva e de subsídios cruzados sobre o custo do

transporte e do produto. Estas políticas foram importantes na disseminação do

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uso de GLP por todo o território nacional e na substituição do uso da lenha,

especialmente na cocção de alimentos.

Em meados da década de 90 iniciou-se o processo de

desregulamentação dos preços dos combustíveis e derivados de petróleo,

sendo este concluído em 1º de janeiro de 2002, com a liberdade de preços em

toda a cadeia nas etapas de produção, distribuição e revenda.

Entretanto, a prática de subsídios à compra ou a diferenciação de

preços foi mantida por meio de medidas alternativas. Em maio de 2002, a Lei

n° 10.453/2002 instituiu o programa federal de Auxílio Gás para as famílias de

baixa renda (depois incorporado ao Programa Bolsa Família). Posteriormente,

a Resolução CNPE nº 4 de 24/09/2005 “reconhece como de interesse para a

política energética nacional” a diferenciação de preços pelo

produtor/importados do GLP de uso residencial.

Em junho de 2017, a Petrobras anunciou a adoção de uma nova

política de preços para a comercialização de GLP de uso residencial às

distribuidoras com reajustes mensais baseados nos preços do propano e do

butano no mercado europeu no mês imediatamente anterior. Em 18 de janeiro

de 2018, a Petrobras anunciou que sua Diretoria Executiva havia aprovado a

revisão da política de preços do GLP de uso residencial P13, na qual manteve

como referência o preço do butano e do propano comercializados no mercado

europeu, porém com reajustes trimestrais estimados a partir da média dos

últimos doze meses e com a introdução de uma regra de transição com

vigência ao longo de 2018.

Recentemente, a Resolução CNPE nº 12/2019, que estabelece

diretrizes para a promoção da livre concorrência no abastecimento de

combustíveis, demais derivados de petróleo e biocombustíveis prevê como de

interesse da Política Energética Nacional que a ANP priorize a conclusão de

estudos e a deliberação sobre os usos de GLP. Deste modo, esta Nota Técnica

foi elaborada com o objetivo de fornecer subsídios à Diretoria da ANP

referentes ao mercado de GLP de uso residencial no Brasil, especificamente

sobre a atual política de preços praticada pela Petrobras.

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A presente Nota Técnica é composta por cinco seções, incluindo

esta introdução. A próxima seção apresenta um resumo do mercado

internacional de GLP, com realce para o crescimento da importância dos

Estados Unidos como supridor mundial, e do mercado nacional, ressaltando a

dependência das importações para suprir a demanda nacional. A terceira

seção mostra, brevemente, um histórico da política de preço do GLP no Brasil

com destaque para a nova política para precificação de GLP comercializado às

distribuidoras pela Petrobras. Na quarta seção, é analisado o impacto da atual

política de precificação nos preços de realização do produtor. Por fim, a quinta

seção traz as conclusões da presente Nota.

II. MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL DE GLP

Nesta seção serão apresentadas as mudanças recentes do mercado

internacional de GLP, com destaque para o as mudanças de fluxo de comércio

internacional decorrente do crescimento da produção e das exportações dos

Estados Unidos. Em seguida, será apresentado um panorama do mercado

nacional de GLP, com dados sobre demanda, produção e importação, bem

como sobre a composição do mercado.

II.1) Mercado Internacional de GLP

Historicamente, o mercado internacional de GLP caracterizava-se

pelo predomínio dos países membros da OPEP como ofertantes do produto, ao

passo que os EUA ocupavam a posição de importador líquido de propano e

butano.

Entretanto, com o advento da revolução do shale gas, os Estados

Unidos passaram a apresentar rápido crescimento da produção de propano e

butano em razão de as reservas de shale gas serem ricas em líquidos de gás

natural (Gráfico 1). No período de 2010 a 2018, a produção norte-americana de

propano apresentou aumento de 238%, alcançando 1,3 milhão de barris por dia

(EIA, 2019a). Por outro lado, a demanda de GLP nos Estados Unidos manteve-

se praticamente inalterada, gerando um grande excedente para exportação

(Gráfico 1).

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Gráfico 1: Evolução da oferta (por origem) e demanda de GLP nos EUA

Fonte: IHS (2019).

No entanto, em razão das restrições logísticas para exportação, no

início dos anos 2010, os preços do propano nos Estados Unidos descolaram-se

dos preços do petróleo no mercado internacional e passaram a seguir mais de

perto o comportamento dos preços do gás natural no Henry Hub. Em razão do

descolamento de preço dos líquidos de gás natural vis-à-vis os preços no

mercado internacional, foram criados incentivos para a ampliação da

infraestrutura para a exportação de GLP nos EUA (Gráfico 2).

Gráfico 2: Evolução da capacidade total de exportação de GLP pelos EUA

Fonte: ICF International (2016).

Com a progressiva entrada em operação de nova infraestrutura para

exportação (EIA, 2018c), assim como a conclusão da expansão da capacidade

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do Canal do Panamá em 2016, que permitiu o trânsito de Very Large Gas

Carrier (VLCC) e reduziu significativamente o tempo de viagem e o custo de

transporte para o mercado asiático (EIA, 2019b), os EUA tornaram-se o maior

exportador mundial de GLP (Gráfico 3).

No período de 2010 a 2018, as exportações de propano

aumentaram 890%, alcançando, em média, 970 mil barris por dia (EIA, 2019c),

sendo aproximadamente 50% destinados ao mercado asiático, com destaque

para o Japão, China, Coreia do Sul e Cingapura (Gráfico 4). Em 2018, o Brasil

representou aproximadamente 5,5% das exportações de propano dos Estados

Unidos (EIA, 2019d).

Gráfico 3: Exportação total de GLP pelos maiores exportadores mundiais

Fonte: IHS (2019).

Gráfico 4: Exportação de propano dos Estados Unidos por destino

Fonte: EIA (2018a).

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Pelo lado da demanda, a Ásia segue sendo a mais importante região

consumidora de GLP e deve liderar o crescimento do consumo no longo prazo

(Gráfico 5). Em relação à utilização do GLP, o consumo residencial deve

manter-se como o uso majoritário do combustível, embora o setor petroquímico

se apresente como principal vetor do crescimento da demanda de longo prazo

(Gráfico 6).

Gráfico 5: Demanda de GLP por região

Fonte: IHS (2019).

Gráfico 6: Demanda de GLP por uso

Fonte: IHS (2019).

Assim, o incremento das exportações de GLP pelos Estados Unidos

levou a uma reconfiguração dos fluxos internacionais do comércio de GLP, com

o aumento expressivo dos fluxos provenientes dos Estados Unidos para a

Europa e Ásia (via bacia do Atlântico e pelo Canal do Panamá), como pode ser

observado na Figura 1.

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Figura 1 – Mapa de densidade de fluxo de transporte de Very Large Gas Carriers

Fonte: BW LPG (2017).

Na medida em que a infraestrutura para exportação de propano foi

sendo implementada nos Estados Unidos, os preços do propano voltaram a se

aproximar dos preços do petróleo (Gráfico 7).

Gráfico 7: Comparação do preço do propano dos EUA com Gás Natural (Henry Hub) e petróleo (Brent)

Fonte: EIA (2018b).

Entretanto, desde o início de 2019, como a produção de propano

nos Estados Unidos manteve o ritmo de crescimento e o volume de exportação

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aproximou-se da capacidade instalada, os preços do propano nos Estados

Unidos vêm apresentando trajetória de queda, voltando a se decolar do preço

do petróleo. De janeiro a junho de 2019, a relação percentual entre o preço do

propano e do petróleo passou de 55% para 33% (IHS, 2018).

Segundo o relatório “Global NGL 12-month Outlook”, da ESAI

Energy’s, em razão das restrições de infraestrutura para exportação, os preços

do GLP nos Estados Unidos devem manter o desconto do preço internacional

até a finalização da construção de um novo terminal de exportação no terceiro

trimestre (Hydrocarbon Engineering, 2019).

II.1) Mercado Nacional de GLP

O GLP é o produto derivado de petróleo de consumo mais popular

no Brasil, sendo o principal combustível de uso doméstico, estando disponível

em praticamente 100% do território nacional e sendo utilizado de maneira

preponderante em 95% dos domicílios particulares brasileiros, sobretudo para

cocção de alimentos. O Box 1 apresenta um resumo do processo de

universalização do uso de GLP nas residências brasileiras.

Box 1: Universalização do uso de GLP nas residências brasileiras1

O conceito de universalização envolve o acesso a um bem ou serviço para a

totalidade de indivíduos mesmo que este nível de oferta esteja situado acima das condições

eficientes de mercado. Por este motivo, a universalização no acesso normalmente está

associada à concessão de subsídios, como historicamente ocorreu no mercado de GLP no

Brasil.

A utilização do GLP nas residências brasileiras apresentou forte elevação entre as

décadas de 70 e 90, principalmente em substituição da lenha, cujo consumo apresentou forte

declínio no período.

Tal fato pode ser explicado pelo modelo de escada energética, que afirma que,

conforme as famílias melhoram suas condições de vida, os combustíveis tradicionais (como

lenha e carvão) são substituídos por energéticos mais limpos e eficientes (SANGA, 2004).

Adicionalmente, outro fator que levou à redução do consumo de lenha, ao longo do tempo, foi a

maior dificuldade para obtenção dessa fonte energética, decorrente do processo migratório da

população do campo para cidade. Na década de 70, a proporção da população que residia na

1 Este Box foi elaborado a partir das informações presentes na Nota Técnica nº 088/SDR/2016.

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zona urbana era de apenas 56% e, no ano 2000, tal percentual já havia superado a marca de

80%.

Contudo, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, nota-se uma inflexão no

uso do GLP e um retorno no aumento do uso da lenha, quando da eliminação dos subsídios ao

GLP, com o fim do tabelamento de preços praticados pelo governo e consequente valorização

do produto em relação ao salário mínimo (DITTA, 2012).

Por fim, a partir de meados dos anos 2000, o consumo de lenha volta a declinar,

ao mesmo tempo em que o consumo de GLP se recupera e passa a superar o consumo de

lenha a partir de 2010.

Desde então, a demanda de GLP passa a exibir um comportamento de baixo

crescimento, próximo à estagnação, como resultado da consolidação do processo de

urbanização e de massificação do consumo de GLP. Entre 2000 e 2014, o percentual da

população vivendo na zona urbana passa de 81,2% para 85%, ao passo que o consumo de

GLP no segmento residencial cresce apenas 3,4% no mesmo período.

O Gráfico 8 apresenta a evolução do consumo de GLP e de lenha no setor

residencial.

Gráfico 8 – Evolução do consumo do GLP versus o da lenha no setor residencial

Fonte: Nota Técnica nº 088/SDR/2016.

Corroborando a ideia de universalização no acesso ao GLP, a Tabela 1 mostra a

evolução da proporção de domicílios particulares permanentes com fogão que utilizam

predominantemente o GLP como combustível para cocção. Tais dados foram coletados pelo

IBGE na Pesquisa por Amostra de Domicílios (PNAD).

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³ T

EP

Lenha GLP

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Tabela 2 – Evolução da proporção dos domicílios particulares permanentes com fogão por tipo de combustível predominantemente utilizado (1993 a 2014)

Fonte: Nota Técnica nº 088/SDR/2016.

Como se pode notar, a proporção de domicílios que utilizam GLP de maneira

preponderante passou de 83%, em 1993, para 94,3% em 1999. Se forem adicionados os

domicílios que utilizam gás canalizado, normalmente associado a famílias de renda mais

elevada, o percentual de domicílios aumenta para 97,2%. Por outro lado, a proporção de

domicílios permanentes com fogão que utilizam predominantemente lenha cai de 11,7%, em

1993, 2,3% em 2014.

No ano de 2018, a demanda total de GLP no Brasil foi de 13,26

milhões de m³ (ou 163 mil boe/d), queda de 1% em relação ao ano anterior,

sendo 72,5% destinados para uso residencial em vasilhames de até 13 kg

(Gráfico 9). Nos últimos 10 anos (2009-2018), o consumo de GLP aumentou

9,44%, sendo que, nos últimos 5 anos (2014-2018), a demanda de GLP

apresentou redução de 1,4%.

Gráfico 9– Consumo de GLP no Brasil (por uso a partir de 2010) – em m³

Fonte: Elaboração própria com dados da ANP.

Pelo lado da oferta, em 2018, a produção nacional de GLP foi de 10,08

milhões de m³, sendo 3,45 milhões de m³, ou 34,23%, produzidos a partir do

processamento de gás natural. No mesmo período, o Brasil importou 4,39

1993 1995 1996 1997 1998 1999 2004 2014

Gás canalizado 1,9% 2,0% 2,2% 2,2% 2,2% 2,0% 1,6% 2,9%

Gás de botijão 83,0% 86,0% 88,6% 88,3% 89,1% 88,9% 90,0% 94,3%

Lenha 11,7% 9,3% 6,6% 7,1% 6,9% 7,2% 7,0% 2,3%

Carvão 1,7% 1,2% 1,0% 1,1% 0,7% 0,9% 1,3% 0,5%

Energia Elétrica 0,01% 0,00% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,1%

Outros/ Não aplicável/sem

declaração 1,81% 1,51% 1,57% 1,32% 1,21% 1,00% 1,05% 0,01%

0

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

GLP P-13 GLP P-outros GLP Total (até 2009)

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milhões m³ de GLP, ou 33,12% da demanda total. O Gráfico 10 apresenta a

oferta de GLP no Brasil por origem: nacional (refinaria ou UPGN) e importado.

Gráfico 10 – Oferta de GLP no Brasil por origem (em m³)

Fonte: Elaboração própria com dados da ANP.

A partir dos dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),

observou-se que do volume total de GLP importado em 2018, 80,13%

tiveram como origem os Estados Unidos, seguidos da Argentina, com 360

mil m³, ou 19,28% do total (Gráfico 11). Vale apontar que a Argentina tende a

concentrar as suas vendas no Brasil no período de verão no Hemisfério Sul,

porém isso não é capaz de minorar de maneira expressiva a dependência em

relação aos EUA.

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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Refinaria UPGN Importação

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Gráfico 11 –Importação de GLP por origem – em m³

Fonte: Elaboração própria com dados do Siscomex.

O Porto de Suape é o mais importante para o abastecimento nacional de

GLP, uma vez que ele concentra o recebimento da maior parcela de

importação desse combustível. O Porto de Suape recebeu 3,46 milhões de m³,

ou 78,92% do volume importado de GLP, seguido pelo Porto de Santos, com

854 mil m³, ou 19,45% (ANP, 2017a).

Em relação à capacidade instalada de importação, 76% da tancagem

estão situados nos portos, o que equivale a 363 mil m3 de capacidade em

terminais. Contudo, 98% deste total de capacidade pertencem às instalações

da Petrobras, operadas pela Transpetro (ANP, 2017a).

A estrutura da cadeia da indústria de GLP é composta por diversos elos,

iniciando-se com a produção/importação, e terminando na etapa de distribuição

ou na de revenda varejista. A atividade de distribuição compreende a

aquisição, o armazenamento, o envasilhamento, o transporte, a

comercialização, o controle de qualidade e a assistência técnica ao

consumidor. Por seu turno, a atividade de revenda varejista de GLP,

compreende a aquisição, o armazenamento, o transporte e a comercialização

em recipientes transportáveis de GLP com capacidade de até 90 (noventa)

quilogramas.

69,77%

72,49%

80,13% 80,69%

0%

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2016 2017 2018 2019 (até jun)

Estados Unidos Argentina Outros % Estados Unidos

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A estrutura do mercado de GLP é diferenciada conforme a etapa da

cadeia. A etapa de produção e importação constitui-se como uma estrutura

quase monopolística, dominada pela Petrobras. A etapa de distribuição é

composta por 20 empresas, com elevado grau de concentração econômica, em

que os quatro maiores grupos econômicos controlam quase 85% do mercado

(Gráfico 12). Por fim, a etapa de revenda conta com mais de 70.000

revendedores de GLP.

Gráfico 12 - Participação das distribuidoras nas vendas nacionais de GLP – 2018

Nota: 1 - Inclui a Bahiana Distribuidora de Gás Ltda. e a Companhia Ultragaz S/A; 2 - Inclui a Supergasbras Energia Ltda. e a Minasgás S/A Indústria e Comércio; 3 - Inclui a Nacional Gás Butano Distribuidora Ltda. e a Paragás Distribuidora Ltda; 4 - Inclui a Consigaz Distribuidora de Gas Ltda. e a Gasball Armazenadora e Distribuidora Ltda; 5 - Inclui outras dez distribuidoras.

Fonte: Elaboração própria com dados da ANP.

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III. HISTÓRICO DA POLÍTICA DE PREÇOS DO GLP

Conforme apontado, historicamente, os preços de derivados de

petróleo, dentre os quais o GLP, sofreram forte intervenção governamental. Até

a década de 1990, o governo utilizou estratégias de controle e uniformização

dos preços em todo o território nacional, operacionalizadas por meio de

subsídios cruzados sobre o transporte e sobre o produto.

O marco inicial da reforma dos preços do GLP em direção à sua

liberalização deu-se com a publicação da Portaria MF n° 195/1996, que fixou o

preço do GLP ex-refinaria e liberou os preços dos fretes, bem como as

margens de distribuição e revenda do produto 2 . O segundo passo foi a

liberalização dos preços do GLP (na venda a granel e dos acondicionados em

botijões) nas regiões Sul e Sudeste3. Em 2001, o processo de liberalização dos

preços foi ampliado, com a liberação de preços do GLP nas demais localidades

no país, por meio da publicação da Portaria Interministerial MF/MME 125/2001.

Neste processo de transição, ficou instituído que os preços dos

derivados nas refinarias seriam reajustados por meio de fórmula paramétrica,

conforme definido na Portaria Interministerial MF/MME nº 3/1998. Essa

sistemática vigorou até 31 de dezembro de 2001.

O passo final da desregulamentação ocorreu em 1° de janeiro de

2002, com (i) a introdução da Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico (Cide) em substituição à Parcela de Preço Específico (PPE); (ii) a

liberação dos preços dos derivados de petróleo nas unidades produtoras; (iii) e

a queda das barreiras comerciais à importação de combustíveis. No caso

específico do GLP, a Cide incidente sobre o produto foi fixada, no início, em R$

136,70 por tonelada. Contudo, a partir de 2004, a alíquota sobre o GLP foi

zerada por meio do Decreto nº 5.060/2004.

2 Observados os preços máximos de venda ao consumidor que, à época, eram divulgados por portarias específicas do Departamento Nacional de Combustíveis (DNC) do Ministério das Minas e Energia. 3 A Portaria MF/MME n° 322, de 30 de novembro de 1998, liberou os preços do GLP, vendido a granel, assim como acondicionado em vasilhames (botijões), nas unidades de comércio atacadista e varejista nos estados das Regiões Sul e Sudeste.

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Em dezembro de 2001, a Resolução nº 4 do Conselho Nacional de

Política Energética (CNPE), de 05/12/2001, propôs “a implementação de

política de preço favorecido para o gás liquefeito de petróleo – GLP destinado à

população de baixa renda”, a partir de mecanismo de subsídio ao preço a ser

incorporado nos programas sociais de transferência de renda existentes no

âmbito do governo federal. Em maio de 2002, a Lei n° 10.453/2002 instituiu o

programa federal de Auxílio Gás4 para as famílias de baixa renda (incorporado

posteriormente ao Programa Bolsa Família), de modo a reduzir, no bojo do

processo de liberalização, o impacto do aumento dos preços para essa camada

da população.

Entre dezembro de 2001 e julho de 2002, após a finalização do

processo de desregulamentação dos preços dos combustíveis, o preço médio

nacional de revenda de GLP apresentou aumento de 41%, levando a uma

modificação na política governamental para o segmento, que passou a contar

com preços diferenciados por tipo de modalidade de comercialização.

A Resolução CNPE nº 4 de 24/09/2005 “reconhece como de

interesse para a política energética nacional a comercialização, por produtor ou

importador, de gás liquefeito de petróleo - GLP, destinado exclusivamente a

uso doméstico em recipientes transportáveis de capacidade de até 13 kg, a

preços diferenciados e inferiores aos praticados para os demais usos ou

acondicionados em recipientes de outras capacidades”. Vale apontar que a

prática de preços diferenciados do GLP, reconhecida em 2005 como de

interesse para a política energética nacional, já era praticada, de fato, desde

2002 pela Petrobras.

Assim, considerando os termos da Resolução nº 04/2005 do CNPE,

a ANP estabeleceu os critérios e os procedimentos necessários para a

implementação da prática de preço diferenciado para Gás Liquefeito de

Petróleo (GLP), destinado a uso doméstico e acondicionado em recipientes

transportáveis de capacidade de até 13 kg.

4 Tendo como fonte de recursos a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide)

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16

A política de preços diferenciados de GLP, do modo praticado pela

Petrobrás, resultou, na prática, no congelamento dos preços de faturamento

dos botijões de 13 kg nas unidades produtoras durante o período de janeiro de

2003 a setembro de 2015, quando o preço foi reajustado em 15% (Folha,

2015). Em 2016, não foi anunciado reajuste nos preços de faturamento do GLP

P-13 nas refinarias. No dia 21 de março de 2017, o preço GLP destinado a uso

residencial até 13 kg foi reajustado em 9,8% (Petrobras, 2017a).

Em junho de 2017, a Petrobras anunciou a adoção de uma nova

política de preços para a comercialização de GLP de uso residencial às

distribuidoras baseada nos preços do propano e do butano no mercado

europeu. Em janeiro de 2018, a Petrobras anunciou a revisão da política de

preços.

III.1) Nova Política de Preços para GLP de uso residencial

Em junho de 2017, a Diretoria Executiva da Petrobras aprovou uma

nova política de preços para a comercialização às distribuidoras de GLP de uso

residencial em botijão até 13 kg (Petrobras, 2017b). Esta política determinou

que os preços do GLP P13 seriam calculados a partir da média mensal das

cotações do butano e do propano no mercado europeu (“Butane NWE CIF

ARA”e “Propane NWE CIF ARA”) convertida em reais pela média diária das

cotações de venda do dólar, conforme divulgada pelo Banco Central, acrescida

de uma margem de 5%. Além disso, o anúncio da empresa indicou que as

correções de preços seriam mensais, a partir do dia 5 de cada mês.

Posteriormente, em 7 de dezembro de 2017, a Petrobras emitiu

comunicado informando que após avaliação dos resultados da política de

precificação do GLP P-13, especialmente em relação a alta volatilidade nos

preços do mercado de referência e a sazonalidade de inverno, o Grupo

Executivo de Mercado de Preços (Gemp) decidiu pela revisão da metodologia,

com objetivo de “buscar uma metodologia que suavize os impactos derivados

da transferência dessa volatilidade para os preços domésticos, sem perder de

vista, de um lado, a necessidade de praticar preços para o GLP referenciados

no mercado internacional, e, de outro a Resolução 4/2005 do Conselho

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17

Nacional de Política Energética que ‘reconhece como de interesse para a

política energética nacional a comercialização, por produtor ou importador, de

gás liquefeito de petróleo (GLP), destinado exclusivamente a uso doméstico em

recipientes transportáveis de capacidade de até 13kg, a preços diferenciados e

inferiores aos praticados para os demais usos ou acondicionados em

recipientes de outras capacidades”. O comunicado reforça ainda que “a

metodologia a ser definida buscará não perpetuar os efeitos sazonais

desfavoráveis (inverno) já ocorridos” (Petrobras, 2017c).

Finalmente, no dia 18 de janeiro de 2018, a Petrobras publicou Fato

Relevante informando que sua Diretoria Executiva aprovou a revisão da política

de preços do GLP de uso residencial (P-13) e definiu novos critérios para

aplicação dos reajustes, além de uma regra de transição para 2018. O

comunicado informou ainda uma redução de 5% do preço do GLP de uso

residencial vendido em suas refinarias, com vigência a partir do dia 19 de

janeiro de 2018 (Petrobras, 2018).

Conforme informado no Fato Relevante, o objetivo da revisão da

política de preços do GLP residencial foi “suavizar os repasses da volatilidade

dos preços ocorridos no mercado internacional para o preço doméstico, ao

mesmo tempo em que se mantém o disposto na Resolução 4/2005 do CNPE,

que reconhece como de interesse da política energética nacional a prática de

preços diferenciados para a comercialização do GLP de uso residencial”. O

anúncio destacava ainda que a referência continuaria a ser o preço do butano e

propano comercializado no mercado europeu (NWE CIF ARA), acrescido de

margem de 5%.

Assim, as principais mudanças na política de preços elencadas no

Fato Relevante Petrobras de 18 de janeiro de 2018 foram:

i. Os reajustes de preços passaram a ser trimestrais em vez de

mensais, com vigência no dia 05 do início de cada trimestre;

ii. O período de apuração das cotações internacionais e do câmbio que

definiriam os percentuais de ajuste seria a média dos doze meses

anteriores ao período de vigência em vez da variação mensal;

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18

iii. Reduções ou elevações de preços superiores a 10% teriam que

ser autorizadas pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços

(Gemp);

iv. Criação de um mecanismo de compensação que permitiria

comparar os preços praticados na nova política com os preços que

seriam adotados de acordo com a sistemática anterior. As diferenças

acumuladas em um ano, ajustadas pela taxa Selic, seriam

compensadas por meio de uma parcela fixa acrescida ou deduzida

aos preços praticados no ano seguinte.

Além disso, o Fato Relevante apresentou as seguintes regras de

transição para o cálculo dos reajustes nos preços para o ano de 2018:

i. Redução de 5% no preço vigente em 19/01/18, apurado com base

nas médias das cotações internacionais e do câmbio de 01 a

12/01/2018;

ii. Períodos crescentes de referência para apuração das variações de

preço até que se chegasse à média de doze meses, conforme tabela

3.

Tabela 3: Períodos de referência dos reajustes GLP durante o período de transição em 2018

IV. COMENTÁRIOS SOBRE A ATUAL POLÍTICA DE PREÇOS DO GLP

Vigora no país desde janeiro de 2002 o regime de liberdade de

preços em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis

e derivados de petróleo, inclusive o GLP. Dessa forma, os agentes econômicos

estabelecem os preços em função, principalmente, dos seus custos e das

Trimestre de

vigência do preço

Data prevista do

reajuste

Período de apuração das médias

dos preços de referência

1º Trimestre 2018 19/01/2018 01 a 12 de janeiro 2018

2º Trimestre 2018 05/04/2018 6 meses anteriores (out/17-mar/18)

3º Trimestre 2018 05/07/2018 9 meses anteriores (out/17-jun/18)

4º Trimestre 2018 05/10/2018 12 meses anteriores (out/17-set/18)

Fonte: Petrobras.

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19

especificidades de cada mercado. Esta Agência não possui competência legal

para estabelecer preços ou margens a serem praticados pelos agentes nas

diversas etapas da cadeia produtiva.

Não obstante, no desempenho de suas atribuições legais, a ANP

acompanha o comportamento dos preços praticados pelas distribuidoras e

postos revendedores de combustíveis por meio do Levantamento de Preços e

de Margens de Comercialização de Combustíveis realizado semanalmente por

empresa contratada. Adicionalmente, a Portaria ANP nº 297/2001 institui a

obrigatoriedade de apresentação de dados relativos à comercialização, preços

(FOB ou CIF) e volumes no ponto de fornecimento de derivados de petróleo

por agentes produtores (refinarias, centrais petroquímicas e formuladores) e

importadores.

O Gráfico 13 demonstra que, após permanecer abaixo dos preços

praticados no mercado internacional no período de 2002 até meados de 2017,

com a entrada da nova política de precificação, os preços do GLP P-13

comercializados às distribuidoras passaram a acompanhar os preços

internacionais.

Gráfico 13 – Preços GLP P-13, P-outros e total no Brasil e cesta 50/50 Propano/Butano Estados Unidos e Europa – em R$/kg

Fonte: Elaboração própria com dados da ANP e Platts.

-

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

GLP P-outros Brasil (sem impostos) GLP P13 Brasil (sem impostos) GLP Total (sem impostos)

Estados Unidos (USGC) Europa (ARA)

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20

Em função disso, a dinâmica dos preços nacionais de GLP P-13

passou a ser diretamente influenciada pelo mercado internacional,

especialmente do noroeste da Europa, que possui características

bastante particulares em relação ao mercado brasileiro, notadamente a

existência de elevada sazonalidade da demanda e, consequentemente,

dos preços do produto no período de inverno no Hemisfério Norte.

Conforme apresentado na seção anterior, a nova política de preços

do GLP P-13 estabeleceu que os preços nacionais teriam como referência as

cotações do butano e do propano no mercado europeu (“Butane NWE CIF

ARA”e “Propane NWE CIF ARA”). Desta forma, acompanhando as variações

destes combustíveis, de junho a dezembro de 2017, a Petrobras anunciou oito

reajustes nos preços do GLP P13 na etapa de produção, acumulando alta de

67,9%, conforme tabela 4.

Tabela 4 – Reajuste preço GLP P-13 anunciados pela Petrobras em 2017

Fonte: Petrobras.

De acordo com declarações da empresa, essa série de aumentos

fez-se necessária em decorrência das elevações sucessivas nas cotações

internacionais dos líquidos de gás natural, que acompanharam as altas na

cotação do Brent (ESTADO DE MINAS, 2017).

De fato, de junho a novembro de 2017, a cotação da cesta 50/50

Propane CIF NWE Large Cargo e Butane CIF NWE Large Cargo, levantado

pela Platts, acumulou aumento de mais de 67%, influenciado pela recuperação

do preço do barril do tipo Brent (aumento de 32% no período), pelos reduzidos

níveis de estoque e pela sazonalidade de inverno.

Data anúncio Reajuste Variação Acumulada

7-jun-17 6,70% 6,70%

5-jul-17 -4,50% 1,90%

5-ago-17 6,90% 8,93%

5-set-17 12,20% 22,22%

26-set-17 6,90% 30,65%

11-out-17 12,90% 47,51%

5-nov-17 4,50% 54,14%

5-dez-17 8,90% 67,86%

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21

Posteriormente, no ano de 2018, com a revisão da política de

preços, a Petrobras mudou sua forma de publicar os reajustes e passou a

divulgar o preço médio de comercialização em R$/13kg, sendo anunciados os

preços indicados na Tabela 5:

Tabela 5 – Reajuste preço GLP P-13 anunciados pela Petrobras em 2018 e 2019

Fonte: Petrobras.

Nota-se que, a partir de novembro de 2018, os preços do GLP foram

estimados já considerando a média dos doze meses anteriores. Ressalta-se

ainda que o reajuste realizado em novembro de 2018 deveria ter ocorrido um

mês antes.

Destaca-se que, como atual política de preços da Petrobras

considera a média dos preços dos doze meses anteriores ao período de

vigência, ocorre um descasamento entre os preços vigentes no mercado

internacional e os preços praticados no Brasil.

Assim, de janeiro a abril de 2018, em um período de queda nos

preços internacionais, o preço nacional do GLP P-13 manteve-se acima das

cotações internacionais.

Por outro lado, de maio a outubro de 2018, em um cenário de

elevação dos preços internacionais, o preço nacional apresentou desconto na

comparação com os preços de referência externos, que chegou a 34% em

relação ao preço NWE+5% em setembro.

Desde novembro de 2018, entretanto, o preço de realização nacional

do GLP P-13 voltou a ficar acima dos preços internacionais, sendo que, em

junho de 2019, o preço de realização médio nacional do GLP P-13 mostrou-se:

Data anúncio Valor anunciado Variação

19-jan-18 23,16 -5,00%

5-abr-18 22,13 -4,45%

5-jul-18 23,10 4,38%

6-nov-18 25,07 8,53%

5-fev-19 25,33 1,04%

5-mai-19 26,20 3,43%

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22

� 46% acima da cotação da cesta 50/50 propano/butano no

noroeste da Europa (NWE) acrescido de 5%;

� 125% acima do preço da cesta 50/50 propano/butano nos

Estados Unidos (Mt. Belvieu) acrescido de 5%; e

� 50% acima da média do preço de referência para precificação do

GLP nos portos de Suape e Santos, publicados pela ANP com

base nos dados da Platts5 (Gráfico 14).

Esse diferencial entre os preços nacionais e internacionais no mês de

junho de 2019 deve ser observado à luz da dinâmica de formação dos preços

de realização no Brasil, ou seja, considerando-se a média dos preços de

internacionais nos doze meses anteriores. Assim sendo, tal diferencial pode se

inverter em um cenário futuro de elevação dos preços internacionais.

Gráfico 14 - Comparação preço GLP no Brasil (P-13 e P-outros) e na Europa (NWE) e nos Estados Unidos (Mt. Belvieu) - em R$/13kg

Fonte: Elaboração própria com dados da ANP e Platts.

5 http://www.anp.gov.br/precos-e-defesa-da-concorrencia/precos/referencia-para-precificacao-de-combustiveis

-

5

10

15

20

25

30

35

40

45

NWE 50/50 Propane/Butane +5% (R$/13kg) Mt Belvieu 50/50 Propane/Butane + 5% (R$/13kg)

Fórmula Petrobras NWE (R$/13kg) Formula Petrobras Mt Belvieu (R$/13kg)

Preço Realização P13 (R$/13kg) Preço Realização Poutros (R$/13kg)

PPI GLP Platts

Início política preços

reajustes mensais

(jun/2017)

Revisão política preços

regra transição

(jan/2018)

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23

IV. 1) Comparação entre os mercados de referência para precificação do

GLP

Conforme apontado anteriormente, a política de preços da Petrobras

para o GLP de uso residencial definiu como referência o mercado do noroeste

da Europa (NWE), porém, nos últimos anos os Estados Unidos têm se

consolidado como o principal exportador mundial do produto e, segundo dados

do Siscomex, de janeiro a junho de 2019, 81% das importações de GLP no

Brasil tiveram origem nos Estados Unidos.

Comparando-se os preços do GLP P-13, empregando-se a fórmula

de precificação adotada pela Petrobras (média 12 meses) e utilizando-se como

bases de referência os mercados europeu (NWE) e estadunidense (Mt.

Belvieu), observa-se um aumento do diferencial ao longo de 2019, alcançando

12% no segundo trimestre (Gráfico 15). O descolamento tende a se ampliar

nos próximos meses, em razão do aumento da diferença nos preços destes

dois mercados observados no primeiro semestre de 2019.

Gráfico 15 - Comparação dos preços GLP P-13 utilizando como referência o mercado na Europa (NWE) e nos Estados Unidos (Mt. Belvieu) - em R$/13kg

Fonte: Elaboração própria com dados da Platts.

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

18%

20%

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

diferença % Fórmula Petrobras NWE (R$/13kg) Formula Petrobras Mt Belvieu (R$/13kg)

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24

Deste modo, parece ser relevante apontar as diferenças obtidas a partir

da consideração de cada mercado de referência e os volumes comercializados

no Brasil. O resultado de simples simulação resultante da multiplicação do

volume comercializado pelos preços do GLP P-13 apurados (nos mercados

europeu e norte americano), segundo metodologias da nova política de preços

e da revisão da política de preços (incluindo o período de transição),

apresentadas na seção III.1, permite chegar a uma diferença acumulada

estimada de R$ 1,6 bilhão desde junho de 2017, conforme Tabela 6.

Tabela 6 – Simulação da diferença do valor da multiplicação volume comercializado pelo preço estimado utilizado como referência o mercado do

noroeste da Europa (NWE) e mercado dos Estados Unidos (Mt. Belvieu)

Fonte: Elaboração própria com dados da ANP e Platts.

V. CONCLUSÃO

Esta Nota Técnica foi elaborada com o objetivo de fornecer subsídios à

Diretoria da ANP referentes ao mercado de GLP de uso residencial no Brasil,

especificamente sobre a atual política de preços praticada pela Petrobras.

Inicialmente foram apresentadas as mudanças recentes do mercado

internacional de GLP, com destaque para o as mudanças de fluxo de comércio

internacional decorrentes do crescimento da produção e das exportações dos

Ano Mês

Total de vendas

GLP P-13 no mês

(mil m³)

Volume

Comercializado GLP

P-13 (kg)

Preço NWE +5%

(R$/kg)

Volume

Comercializado x

Preço NWE + 5%

(em R$)

Preço Mt. Belvieu +

5% (R$/kg)

Volume

Comercializado x

Preço Mt. Belvieu +

5%

Diferença (em R$)

2017 jun 848,49 483.639.252,50 1,18 572.931.850,77 1,15 557.011.246,44 15.920.604,33

2017 jul 861,53 491.074.278,80 1,13 556.410.923,20 1,09 533.995.524,14 22.415.399,06

2017 ago 889,29 506.897.224,78 1,21 612.483.378,13 1,19 602.159.945,93 10.323.432,20

2017 set 819,12 466.898.697,39 1,44 674.300.437,49 1,34 624.830.077,97 49.470.359,52

2017 out 789,19 449.836.868,80 1,64 737.648.741,20 1,52 684.072.671,77 53.576.069,43

2017 nov 790,66 450.678.445,92 1,72 775.238.286,59 1,62 727.893.297,28 47.344.989,32

2017 dez 819,03 466.848.417,61 1,87 874.901.338,39 1,68 782.330.570,16 92.570.768,23

TOTAL 2017 291.621.622,09

2018 jan 749,65 427.301.658,59 1,78 759.878.185,32 1,60 683.273.860,76 76.604.324,55

2018 fev 719,38 410.049.182,55 1,78 729.197.798,48 1,60 655.686.404,29 73.511.394,19

2018 mar 786,62 448.371.482,45 1,78 797.347.030,09 1,60 716.965.421,76 80.381.608,34

2018 abr 787,75 449.016.442,61 1,70 762.224.534,92 1,57 704.060.463,60 58.164.071,32

2018 mai 750,41 427.733.995,33 1,70 726.096.674,24 1,57 670.689.459,16 55.407.215,08

2018 jun 929,61 529.877.331,36 1,70 899.489.337,44 1,57 830.850.820,08 68.638.517,36

2018 jul 812,79 463.288.579,67 1,77 821.236.838,55 1,62 749.701.693,13 71.535.145,42

2018 ago 856,82 488.385.758,15 1,77 865.724.720,22 1,62 790.314.386,87 75.410.333,35

2018 set 790,68 450.685.501,74 1,77 798.896.309,70 1,62 729.307.171,70 69.589.138,00

2018 out 803,42 457.951.952,61 1,93 884.720.351,35 1,77 809.426.096,15 75.294.255,20

2018 nov 792,13 451.512.617,17 1,93 872.280.157,41 1,77 798.044.626,74 74.235.530,67

2018 dez 799,79 455.882.090,54 1,93 880.721.571,39 1,77 805.767.632,94 74.953.938,44

TOTAL 2018 853.725.471,92

2019 jan 739,38 421.449.060,71 1,95 822.601.092,06 1,77 743.859.232,57 78.741.859,49

2019 fev 716,17 408.216.537,55 1,95 796.773.325,40 1,77 720.503.777,70 76.269.547,71

2019 mar 761,87 434.266.225,27 1,95 847.618.145,25 1,77 766.481.577,91 81.136.567,33

2019 abr 784,68 447.268.373,42 1,99 889.729.846,78 1,75 781.222.801,15 108.507.045,63

2019 mai 816,05 465.148.809,78 1,99 925.298.554,17 1,75 812.453.725,15 112.844.829,02

TOTAL 2019 457.499.849,18

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25

Estados Unidos. Em seguida, foi apresentado o mercado nacional de GLP,

relatando-se a decomposição da demanda entre uso residencial e usos

comercial e industrial, a produção proveniente das refinarias e do

processamento do Gás Natural e a importação de GLP, sendo esta

responsável pelo suprimento de um terço da demanda nacional. Em relação à

importação, foi destacado que 80% das importações nacionais tiveram origem

nos Estados Unidos.

A seção seguinte fez um breve relato do histórico da política de preço do

GLP, e apresentou com detalhes a nova política de preços para a

comercialização às distribuidoras anunciada pela Petrobras em junho de 2017,

e a revisão da política de preços do GLP de uso residencial, anunciada em

janeiro de 2018.

Posteriormente, foram apresentados comentários sobre a atual política

de preços do GLP, relatando-se que, após permanecer abaixo dos preços

praticados no mercado internacional no período de 2002 até meados de 2017,

com a entrada da nova política de precificação, os preços do GLP P-13

comercializados às distribuidoras passaram a acompanhar os preços

internacionais. Em seguida, com a introdução da revisão da política de preços

do GLP de uso residencial e sua regra de transição, com reajustes trimestrais

baseados na média dos preços dos doze meses anteriores, o preço nacional

oscilou em patamares acima e abaixo do preço internacional.

Tendo em vista que os Estados Unidos têm se consolidado como a

principal origem das importações de GLP, realizou-se o exercício de

comparação entre os preços do GLP P-13 estimados utilizando-se como

referências os mercados europeu (NWE) e estadunidense (Mt. Belvieu) em que

se observou que, utilizando-se como referência o mercado europeu, o

preço resulta consistentemente acima do preço estimado a partir do

mercado dos Estados Unidos, e que o diferencial vem aumentando ao

longo de 2019, alcançando um descolamento de 12% no segundo

trimestre.

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Adicionalmente, mostrou-se relevante apontar as diferenças obtidas a

partir da consideração de cada mercado de referência e volumes

comercializados no Brasil. Como visto, o resultado de simples simulação

resultante da multiplicação do volume comercializado pelos preços do GLP P-

13 apurados (mercados do noroeste da Europa – NWE - e dos Estados Unidos

- Mt. Belvieu), segundo metodologias da nova política de preços e da revisão

da política de preços (incluindo o período de transição), apresentadas na seção

III.1, permitiu chegar-se a uma diferença acumulada estimada de R$ 1,6

bilhão, no período de junho de 2017 a junho de 2019.

Ressalta-se, por fim, que, do ponto de vista da análise econômica

realizada, o escopo da presente Nota Técnica restringiu-se ao exame dos

preços na etapa de oferta primária (produção/importação) no Brasil.

Considerando o regime de liberdade de preços vigente em todos os elos da

cadeia, a avaliação dos eventuais efeitos de variação dos preços e de sua

transmissão ao longo das etapas seguintes merece abordagem específica, a

partir de base de dados própria. Tal análise complementar poderá ser realizada

oportunamente, conforme avaliação de conveniência.

THIAGO NEVES DE CAMPOS Coordenador de Estudos Econômicos Setoriais e de Mercado

De acordo.

BRUNO CONDE CASELLI Superintendente de Defesa da Concorrência, Estudos e Regulação Econômica

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ANEXO - REFERÊNCIAS

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no Brasil”. Novembro 2017. Disponível em:

http://www.anp.gov.br/images/publicacoes/Livreto_Oportunidades_na_Producao_

e_no_Abastecimento_v3.pdf.

• ANP (2017b). “A trajetória do preço do “gás de cozinha” em 2017 e a política de

preços da Petrobras”. Boletim Mensal de Preços e Estudos Econômicos Edição nº

10/17 – dezembro 2017.

• ANP (2018). Nota Técnica nº 088/SDR/2018. “Subsídios ao Conselho Nacional de

Política Energética (CNPE) e ao Ministério de Minas e Energia (MME) para

avaliação dos efeitos da política de diferenciação de preços de Gás Liquefeito de

Petróleo (GLP), com vistas ao atendimento da determinação do Tribunal de

Contas da União (TCU)”. 19/12/2018.

• Bicalho, L.M., Esteves, H. & Filha, M.T. (2009), “Diferenciação de preços na

comercialização de GLP: um problema regulatório ou de política pública?”.

Disponível em: http://www.anp.gov.br/images/central-de-conteudo/notas-estudos-

tecnicos/estudos-tecnicos/diferencializacao-precos-comercializacao-glp-2009.pdf.

• BW LPG (2017). “Delivering Energy for a Sustainable World”. 8 March 2017.

Disponível em: < http://annualreport2016.bwlpg.com/pdf/BW.pdf.

• DITTA, P (2012). “Embalagens menores e a adoção de novos produtos – o caso

do GLP na baixa renda”. Fundação Getúlio Vargas. São Paulo, 2012.

• EIA (2018a). Most of America’s propane exports go to countries in Asia. Today in

Energy. May 14, 2018. Disponível em:

https://www.eia.gov/todayinenergy/detail.php?id=36192.

• EIA (2018b). U.S. propane prices and crude oil prices re-link as exports increase.

This Week in Petroleum. February 28, 2018. Disponível em:

https://www.eia.gov/petroleum/weekly/archive/2018/180228/includes/analysis_print

.php.

• EIA (2018c). “As U.S. propane production and export capacity expand, U.S.

propane exports reach more distant markets”. This Week in Petroleum. October

28,2015. Disponível em:

https://www.eia.gov/petroleum/weekly/archive/2015/151028/includes/analysis_print

.php.

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• EIA (2019a). “U.S. Field Production of Propane”. Disponível em

https://www.eia.gov/dnav/pet/hist/LeafHandler.ashx?n=PET&s=M_EPLLPA_FPF_

NUS_MBBL&f=A.

• Eia (2019b). “Panama Canal expansion allows more transits of propane and other

hydrocarbon gas liquids”. Today in Energy. April 29, 2019. Disponível em:

https://www.eia.gov/todayinenergy/detail.php?id=39272.

• EIA (2019c). “U.S. Export of Propane”. Disponível em:

https://www.eia.gov/dnav/pet/hist/LeafHandler.ashx?n=PET&s=M_EPLLPA_FPF_

NUS_MBBL&f=A.

• EIA (2019d). “U.S. Export to Brazil of Propane”. Disponível em:

https://www.eia.gov/dnav/pet/hist/LeafHandler.ashx?n=PET&s=MPAEX_NUS-

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• ESTADO DE MINAS (2017). ”Seis aumentos de preços em 5 meses”. 05 de

dezembro de 2017. Economia, pp. 11.

• Folha (2015). “Petrobras reajusta preço do gás de botijão em 15%”. 31/08/2015.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/08/1676036-preco-

do-gas-de-botijao-vai-subir-15.shtml.

• ICF International (2016). “2016 Propane Market Outlook: Key Market Trends,

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Disponível em:

http://www.afdc.energy.gov/uploads/publication/2016_propane_market_outlook.pdf

.

• IHS (2018). How low can the Mont Belvieu propane price go? June 28, 2019.

https://ihsmarkit.com/research-analysis/how-low-can-the-mont-belvieu-propane-

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• IHS (2019). “Global LPG: Opportunities and Challenges in an Evolving Market”.

IHS Markit Midstream and NGLs. March 5, 2019. Disponível em:

https://www.lpgc.or.jp/corporate/information/images/Ph.D.,P.E.Hart.pdf.

• Hydrocarbon Engineering (2019). “Mont Belvieu propane and butane prices to

climb”. July 1st, 2019. Disponível em:

https://www.hydrocarbonengineering.com/gas-processing/01072019/mont-belvieu-

propane-and-butane-prices-to-climb/.

• PETROBRAS (2017a). Fato Relevante - Anunciamos revisão no preço do gás de

cozinha. 17 Mar 2017. Disponível em: http://www.petrobras.com.br/fatos-e-

dados/anunciamos-revisao-no-preco-do-gas-de-cozinha.htm.

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• PETROBRAS (2017b). “Fato Relevante - Aprovação de nova política de preços

para gás de uso doméstico (GLP-P13)”. 07 jun. 2017. Disponível em:

http://www.investidorpetrobras.com.br/pt/comunicados-e-fatos-relevantes/fato-

relevante-aprovacao-de-nova-politica-de-precos-para-gas-de-uso-domestico-glp-

p13

• PETROBRAS (2017c). - Petrobras vai rever metodologia de reajustes do GLP de

uso residencial. 07 DEZ. 2017. Disponível em:

http://www.agenciapetrobras.com.br/Materia/ExibirMateria?p_materia=979859

• PETROBRAS (2018). Fato Relevante - Aprovação da revisão da política de

preços do GLP de uso residencial. 18 jan. 2018. Disponível em:

http://www.investidorpetrobras.com.br/pt/comunicados-e-fatos-relevantes/fato-

relevante-aprovacao-da-revisao-da-politica-de-precos-do-glp-de-uso-residencial

• SANGA, G. A (2004). “Avaliação de impactos de tecnologias limpas e substituição

de combustíveis para cocção em residências urbanas na Tanzânia”. Universidade

Estadual de Campinas. São Paulo, 2004.