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ISSN 1679-0189 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Ano CXIV Edição 43 Domingo, 25.10.2015 R$ 3,20 Notícias Veja como foi o Congresso Igreja Multiplicadora para o sul do Brasil Pág. 09 Coluna Obituário Pastor Francisco Cerqueira Bastos: Uma vida consagrada ao Senhor Pág. 13 Ponto de vista “Pastorado: Uma atividade insalubre?!”; Confira a Coluna Observatório Batista Pág. 15 O Plano Cooperativo segue este roteiro: Quando o crente entrega seu dízimo à Igreja, ele o faz individualmente; quando a Igreja entrega seu Plano Cooperativo, ela também o faz individualmente como Igreja, porém, já expressando a coletividade dos seus membros. Quando muitas Igrejas entregam seus Planos Cooperativos à Convenção estadual, elas agem coletiva e solidariamente; quando as Convenções estaduais enviam seus Planos Cooperativos à Convenção Batista Brasileira, elas expressam a participação comunitária e solidária de crentes, Igrejas e Convenções. Ao procederem assim, dão à CBB condições de repartir o dízimo dos dizimistas com toda a obra Batista brasileira e mundial, que é contemplada com os percentuais do orçamento do Plano Cooperativo recebido.

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ISSN 1679-0189

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Ano CXIVEdição 43 Domingo, 25.10.2015R$ 3,20

NotíciasVeja como foi o Congresso Igreja

Multiplicadora para o sul do BrasilPág. 09

Coluna ObituárioPastor Francisco Cerqueira Bastos:

Uma vida consagrada ao Senhor Pág. 13

Ponto de vista“Pastorado: Uma atividade insalubre?!”;Confira a Coluna Observatório Batista

Pág. 15

O Plano Cooperativo segue este roteiro: Quando o crente entrega seu dízimo à Igreja, ele o faz individualmente; quando a Igreja entrega seu Plano Cooperativo, ela também o faz individualmente como Igreja, porém, já expressando a coletividade dos seus membros. Quando muitas Igrejas entregam seus Planos Cooperativos à Convenção estadual,

elas agem coletiva e solidariamente; quando as Convenções estaduais enviam seus Planos Cooperativos à Convenção Batista Brasileira, elas expressam a participação comunitária e solidária de crentes, Igrejas e Convenções. Ao

procederem assim, dão à CBB condições de repartir o dízimo dos dizimistas com toda a obra Batista brasileira e mundial, que é contemplada com os percentuais do orçamento do Plano Cooperativo recebido.

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2 o jornal batista – domingo, 25/10/15 reflexão

E D I T O R I A L

Plano Cooperativo, mais que um

plano financeiro

O filósofo francês Edgard Morin, em entrevista pu-blicada em “O

Estado de São Paulo”, de 28/06/97, ao abordar aspec-tos da realidade do mundo e do progresso científico afir-ma que: “Nesse mundo hi-per-especializado pela ciên-cia, estamos carentes de um senso de responsabilidade de solidariedade”. Mais adiante afirma que é preciso voltar a reunir o conhecimento, re-encontrar o senso de respon-sabilidade, o que significará a ressurreição da ética em oposição ao egocentrismo; e até mesmo do civismo. Ele argumenta que, como seres humanos, vivemos em uma mesma comunidade de destino e que este reconheci-mento permitirá a existência de uma Terra-Pátria”.

A aplicação desse conceito à realidade Batista brasilei-ra é de suma importância, pois a solidariedade atrelada responsabilidade restaurará a ética e esta nos permitirá reconhecer que vivemos na mesma comunidade religiosa e fraternal, e isto nos dará instrumentos para construir-mos juntos, solidariamente, uma família, uma Pátria, uma Igreja, uma denominação. Quando se fala de Plano Cooperativo, a nível de de-nominação Batista, está se falando de algo relacionado com essa comunidade de destino, como povo Batista, que tem algo em comum, próprio de uma comunidade que busca a realização da sua vocação, da sua missão como coletividade. Daí, a absoluta necessidade de um senso de responsabilidade traduzido em solidariedade atrelada à ética da responsabilidade, capaz de contribuir para que seja cumprida essa vocação que está em nossas entranhas como povo salvo por Jesus Cristo.

O Plano Cooperativo é

muito mais que simplesmen-te um plano financeiro. Ele é o fio do tecido da solidarie-dade responsável, ética, que deve existir na comunidade Batista para possibilitar a construção da obra, da mis-são que nos foi cometida. Ele é a oportunidade de de-senvolver um plano de ação cooperativa, de participação, de construção em conjunto, comunitária.

O crente, individualmente, representa muito; uma Igreja, isolada, é muito importante; mas o Senhor Jesus disse: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). No versículo anterior ele já havia dito: “Se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso será feito por meu Pai que está no céu” (Mt 18.19).

O Plano Cooperativo cria a possibilidade de que a co-munidade Batista mantenha a individualidade, enriquecida pela solidariedade, que, por sua vez, introduz a indepen-dência. Interdependência esta que é a responsabilidade que Deus quis ensinar ao egocentrista Caim, quando lhe perguntou: “Onde está Abel, o teu irmão?” (Gn 4.9).

O Plano Cooperativo segue este roteiro: Quando o crente entrega seu dízimo à Igreja, ele o faz individualmente; quando a Igreja entrega seu Plano Cooperativo, ela tam-bém o faz individualmen-te como Igreja, porém, já expressando a coletividade dos seus membros. Quando muitas Igrejas entregam seus Planos Cooperativos à Con-venção estadual, elas agem coletiva e solidariamente; quando as Convenções es-taduais enviam seus Planos Cooperativos à Convenção Batista Brasileira, elas expres-sam a participação comuni-tária e solidária de crentes, Igrejas e Convenções. Ao

procederem assim, dão à CBB condições de repartir o dízimo dos dizimistas com toda a obra Batista brasileira e mundial, que é contempla-da com os percentuais do orçamento do Plano Coope-rativo recebido.

Ao distribuir o Plano Coo-perativo recebido, a CBB está canalizando a participação solidária que começa com o dizimo dos crentes, e alimen-tando a linha de realização que passa pela Igreja local, pelas Convenções estaduais e chega aos objetivos nacio-nais e mundiais que o povo Batista quer realizar.

Se, solidariamente, que-remos cumprir missão da nossa comunidade, temos que fazê-lo através da partici-pação fiel e regular no Plano Cooperativo. Missão essa, expressa pelo Art. 2º, inciso III do Estatuto da CBB: “Con-tribuir, por todos os modos, para aperfeiçoar, aprofundar, ampliar a ação das Igrejas vi-sando à edificação dos cren-tes e expansão do Reino de Deus no mundo”.

O Plano Cooperativo am-plia, portanto, o sentido do dízimo do crente e sua parti-cipação na Obra do Senhor, visto que, ao dizimar, e a sua Igreja entregar o Plano Cooperativo, ele está coope-rando com sua Igreja, onde ficam 90% do seu dízimo, com a associação de Igrejas, a Convenção estadual e a Convenção Batista Brasilei-ra, e, através dela, com as entidades nacionais na área de missões, de educação religiosa, de educação teo-lógica, de comunicação, de beneficência, da coordena-ção exercida pela CBB e, ainda, com a União latino--Americana (UBLA) e com a Aliança Batista Mundial.

Ação da fidelidade do cren-te, acompanhada pela fideli-dade das Igrejas e dos cam-pos estaduais, estabelecerá o senso da responsabilidade,

da solidariedade e da ética; que possibilitará a construção dos objetivos da comunidade Batista, desde a Igreja alcan-çando toda a denominação. Por isso é que o Plano Coo-perativo é mais que um plano financeiro. Ele é um plano de ação cooperativa, é uma lição objetiva de soma de vontades, de inteligência e de coração.

Cooperação é uma via de mão dupla. Quem pensa que encurtando ou cortando uma das mãos vai ganhar, está completamente errado. O caminho não é o corte da cooperação, e sim, o trabalho difícil, persistente e, muitas vezes, penoso, de conseguir mais cooperação tanto dos crentes com suas Igrejas, via campanhas de Mordomia Cristã; como das Igrejas com a entrega do Plano Coopera-tivo Estadual.

É o Plano Cooperativo que sustenta grande parte da obra de Missões, de Educação Teológica, e no caso do Con-selho geral da Convenção Batista Brasileira, integral-mente. Participando ainda do sustento da UFMBB, UMM-BB, JUMOC, entre outros, não adianta dizer que outras denominações estão fazendo mais do que nós: tem progra-ma de televisão, rádio, etc. e cortar cooperação.

A Convenção estadual, ou Igreja, ou crente que dimi-nuem sua cooperação, perde a força moral e espiritual de cobrar cooperação de outros. Finalmente, lembro que, o Plano Cooperativo é, em primeiro lugar, um com-promisso das Igrejas filiadas à CBB com ela, diminuir o Plano Cooperativo é diminuir a força da Cooperação. Creio amado irmão, que aí está de forma racional e bíblica a questão para um povo de quem o apóstolo Paulo diz: “Porque nós somos coope-radores de Deus: Vós sois lavoura de Deus” (I Co 3.9).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEVanderlei Batista MarinsDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 25/10/15

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

reflexão

Entre as profissões na área de humanas, ne-nhuma suplanta a do magistério. Há que

ocorrer vocação compro-vada para a execução do professorado. Nos dias atuais exige-se do professor mais do que vocação. Exigem-se coragem, renúncia e dispo-sição ao sacrifício contínuo. Mal remunerado, em salas inadequadas, sem recursos didáticos suficientes para ministrar a matéria, sem reco-nhecimento do estado, mal compreendido pelos alunos e mal interpretado pelos pais de alunos rebeldes, o profes-sor exerce sua missão com abnegação completa.

Ao renunciar aos mais ele-mentares direitos que são exi-gidos no exercício de qual-quer profissão, o professor se sacrifica por ideal elevado:

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

Na segunda metade da década de 70, ainda adolescen-te, meu vício con-

tumaz era assistir aos filmes da chamada “Sessão da Tar-de”; um dos mais repetidos e mais vistos foi “Ao mestre, com carinho”, cujo prota-gonista era o ator Sidney Poitier. No drama, Poitier era um engenheiro desemprega-do que foi convidado a dar aulas para alunos badernei-ros e hostis. Aos poucos foi demonstrando autoridade e competência, e, diferen-temente dos demais educa-dores que o antecederam, espetacularmente, conseguiu dominar e ensinar os alunos. Recentemente, há mais ou menos cinco anos, tive o prazer de falar aos profes-sores na sede da Academia Venceslauense de Letras. Foi em um outubro qualquer, Dia do Professor. Expus aos docentes da cidade quais os métodos que o Mestre usava para ensinar.

Depois de pesquisar, de tudo que achei, a explicação

fazer do aluno um cidadão de bem.

Caso ocorresse o reconhe-cimento do estado ao mon-tar a estrutura de ensino e a compreensão dos pais, que não sabem o que fazer com os filhos mal educados, o magistério seria algo a ser exercido com profunda ale-gria e gratidão. O estado não investe na educação e gera situações controvertidas com a ausência de leis e diretrizes claras do que seja ensinar. Currículos mal elaborados, montados por pessoas au-sentes da sala de aula. Con-teúdos alheios à realidade do aluno e da vivência social contribuem para fazer do ensino algo desastroso em nossa Pátria. Eis a razão de tantos professores afastados das salas de aula, “reaprovei-tados” em outras áreas para

que mais me chamou aten-ção veio de uma transcrição da professora universitária Aya Ribeiro, de Brasília, que no início de sua mensagem demonstra ter uma reverên-cia e uma fé admiráveis em Deus: “Tive oportunidade de estudar com bons professores que me ensinaram a gostar do que faço. Mas nenhum deles me ensinou ou me ensi-na mais do que Jesus Cristo”. Que Deus abençoe esta pro-fessora e aqueles que lerem este abençoado pensamento. Fiz apenas pequenos ajustes para que, falado na Igreja, adquira ainda mais ênfase. Leiam com atenção.

Em uma época em que o en-sino está em crise, o exemplo do Mestre nos ajuda a olhar para o verdadeiro sentido da educação. Mais do que trans-mitir informações, educar é produzir a capacidade de pen-sar, de questionar, de superar desafios, de compreender o mundo e de tornar-se me-lhor a cada dia. Entenda que Sócrates ensinou durante 40 anos. Platão instruiu 50 anos. Aristóteles encheu bibliotecas com a sua erudição. Jesus não deixou nenhum livro,

sobreviver. Alguns vivem estressados e amedrontados, com medo do futuro.

Basta verificar o estado de-plorável dos edifícios que abri-gam as escolas, reflexo do desinteresse global pela educa-ção. A ausência de investimen-tos do estado na educação, a angústia dos vestibulandos ao tentarem chegar ao curso superior, os resultados das provas que trazem à tona uma educação ineficiente a partir das creches até o vestibular. Cenas deprimentes se perpe-tuam a cada ano. Comprovam que o professor é um herói não reconhecido. Ganham com a triste realidade os que inves-tem no ensino pago. Única “esperança” para os que não têm condições para concorrer.

Nesta trincheira da desi-gualdade surge a figura do professor como salvador da

nenhum tratado, nem sequer uma página escrita. Não le-cionou em nenhuma Univer-sidade, não escreveu palavras no papel, mas gravou-as no coração dos seus discípulos e dos seus seguidores.

Observava os alunos. Era Mestre em duas importantes áreas da educação: o assun-to e o discípulo. Jesus fazia perguntas. “Que vos pare-ce?” era uma das expressões preferidas dEle. Os quatro Evangelhos registram mais de 100 questões que fez. Por que perguntava tanto? Porque sabia que uma boa pergunta prenderia a aten-ção e desafiaria o raciocínio. Jesus sabia ouvir. Há pouco mérito em se formular uma pergunta - a menos que o professor dê tempo para que o aluno responda. O diálogo é uma parte importante do aprendizado.

Jesus usava as Escrituras. “Está escrito” é outra frase que Jesus repetia. Por quê? Porque as Escrituras davam autorida-de às suas mensagens. Jesus queria que as pessoas pen-sassem por si mesmas. Não queria que seus seguidores fossem meros refletores das

última esperança de muitos. Faz da sala de aula o seu púl-pito. Acredita no potencial do aluno. Tudo faz com sacrifício de muitos sonhos, para ofere-cer o melhor aos seus pupilos. Alegra-se com o triunfo de seus discípulos, poucos, na verdade, pois muitos desistem ao longo do caminho, fazen-do da vitória do aluno a sua vitória.

Ser professor é mais do que ministrar conteúdos, cumprir um programa prees-tabelecido, corrigir provas, aplicar a nota merecida, ou-vir impropérios dos alunos, reclamações dos pais, adver-tências de superiores, que de seus gabinetes climatizados emitem ordens para serem cumpridas em salas abafadas e inadequadas ao verdadeiro ensino. Ser professor é amar com redobrada dedicação,

opiniões alheias. Ensinava todos a aplicarem lições es-pirituais à vida cotidiana. Sa-bia que era necessário mais do que o conhecimento de fatos para mudar uma vida. A verdade precisava causar alterações na prática.

Jesus usava repetições, o que era e é um importante princípio da educação, pois reforça a verdade. Por que há quatro Evangelhos na Bí-blia? Uma das razões é a repetição; repetia importan-tes verdades, vez após vez, porque sabia quão facilmente nos esquecemos das coisas. No encerramento de uma aula, o bom professor deve-ria tomar alguns momentos para resumir: “O que foi que aprendemos hoje?”,

A mente humana está pro-gramada para aprender fa-zendo. Depois de três dias, a pessoa comum recorda: 10% daquilo que leu; 20% daqui-lo que ouviu; 30% daquilo que viu; 50% daquilo que ouviu e viu; 70% daquilo que disse; 90% daquilo que disse e fez. Jesus contava histórias que eram e são modelos de simplicidade, clareza e con-cisão. Um provérbio chinês

sem esperar recompensa hu-mana. É deixar-se gastar pela vocação e ter esperança de que o mundo de amanhã será melhor, se tão somente alguns poucos alunos absor-verem o que foi ministrado.

Ser professor é ter como re-ferência o Mestre dos mestres, Jesus. Ensinou com autorida-de incontestável. Viveu o que ensinou. Deu a vida por seus seguidores. Pagou o preço de uma didática diferente: A que insiste em afirmar que o exemplo é a melhor aula e a melhor matéria a ser ministra-da. “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, por que eu o Sou. Ora se eu Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros” (Jo 13.13-14). Jesus foi e é o professor por excelência. Exemplo para todos os professores.

diz: “O que eu ouço, esque-ço; o que eu vejo, recordo; o que eu faço, aprendo”. Suas metáforas, comparações e perguntas ainda prendem a atenção até mesmo dos ou-vintes mais indiferentes. O uso do suspense, da surpresa, do contraste e o apelo à ima-ginação eram impressionan-tes. Jesus ensinou a perdoar.

Também falou acerca de impostos, rebanhos e co-lheita; estabelecia relações entre a espiritualidade e o mercado, o lar, o casamento e as crianças. Deixou claro que o professor deve usar histórias e partilhar suas pró-prias experiências. As ver-dades mais profundas eram reveladas pelo Mestre com autoridade e simplicidade, de forma que podiam alcan-çar a todos. Seus ensinos eram universais e serviam para todos os homens e de todas as épocas; era capaz de despertar as consciências adormecidas, conduzindo-as à realidade dos deveres para com o Criador.

Que Deus abençoe todos os mestres de Presidente Ven-ceslau, do Rio de Janeiro e desta Nação.

Professor

Aos mestres, com bastante carinho...

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4 o jornal batista – domingo, 25/10/15

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Como corrigir nossa conduta

reflexão

“Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas ações, e ouvi a voz do Se-nhor vosso Deus, e arrepen-der-se-á o Senhor do mal que falou contra vós” (Jr 26.13)

Por causa da conduta corrompida do rei-no de Judá, durante Jeoaquim, o Senhor

mandou o profeta Jeremias pregar arrependimento e correção do comportamen-to. “Agora, corrijam a sua conduta e as suas ações se obedecem ao Senhor, o seu Deus. Então, o Senhor se arrependerá da desgraça que pronunciou contra vocês” (Jr 26.13).

Quando os seguidores de Cristo não oram por sua na-ção, as forças do mal multipli-cam a corrupção. Quando os discípulos de Cristo decidem imitar a conduta maligna dos

servos do dinheiro, ninguém mais se sente indignado pelas práticas morais da corrupção. É então que devemos reler, com o coração contrito, as mensagens de correção e de restauração dos profetas bíblicos.

Ninguém precisa ser teólo-go para concluir que imora-lidade e desonestidade des-troem pessoas e, finalmente, destroem nações. Na sua honestidade simples, Jere-mias explicou ao seu povo: A ira de Deus é uma outra maneira de dizer que quem semeia maldade e desobedi-ência sempre colhe castigo e enfermidade. Por outro lado, quem acredita no amor poderosamente saudável do Cristo Jesus é compelido a corrigir sua conduta e a bus-car viver com o Senhor. Pelo jeito, não parece que exista outra saída.

Juvenal M. de Oliveira Netto, 2º coordenador da EBD da Primeira Igreja Batista de São Pedro da Aldeia - RJ

Um grande con-ferencista inter-nacional veio ao Brasil há alguns

anos e em uma de suas mi-nistrações ele disse que um dos lugares mais ricos do planeta são os cemitérios. Segundo ele, neste local exis-tem livros nunca publica-dos; quadros nunca pintados; obras inacabadas; ideias ge-niais que nunca foram postas em prática, enfim, variados tipos de conhecimentos que nunca foram compartilhados e, por isso, ficaram presos com o seu dono no jazido.

Adquirir conhecimento e almejar ampliá-lo gradual-mente é algo que precisa ser buscado incessantemente por todos, pois é através dele que conseguimos alcançar níveis mais elevados e nos pos-sibilita a experimentarmos melhorias na qualidade de vida. Não devem existir limi-tes na busca por mais e mais conhecimento; ele não ocupa

espaço físico e, certamente, em algum momento será de grande valia para aquele que o detém, desde que seja compartilhado para muitas outras pessoas.

O verdadeiro conhecimen-to vai além dos certificados distribuídos após a conclu-são de um curso; o certifi-cado comprova apenas que o aluno cumpriu uma carga horária em uma sala de aula e alcançou índices mínimos para obter a sua aprovação, entretanto, existem muitos diplomados que não conse-guem desempenhar bem a sua profissão por faltar-lhes o domínio do conhecimento.

Apesar de reconhecermos o valor e a importância do conhecimento na vida do homem, se este não for ca-paz de colocá-lo em prática na sua própria vida e não for capaz de compartilhá-lo a fim de que sirva para a edificação de alguém, de nada servirá.

Existe um tipo de conhe-cimento que sobressai sobre todos, pelo fato de ser decisi-vo para a vida pós-morte. O conhecimento prático acerca de Deus e da sua Palavra, a Bíblia, este será capaz de

conduzir o homem em se-gurança ao Reino dos Céus, sendo capaz de vencer até a própria morte.

Existem dois grupos de pes-soas que, infelizmente, ape-sar de possuírem um grande conhecimento da Bíblia, não usufruirão de seus benefícios. O primeiro grupo é formado por aqueles que estudam as Escrituras como se ela fosse apenas um livro de história; estas pessoas ainda não pos-suem fé e o seu conhecimento é apenas intelectual, incapaz de lhe promover melhorias na sua maneira de viver, incapaz de transformar a sua postura diante do pecado, único em-pecilho para o homem chegar até Deus, de acordo com Isa-ías 59.2. O segundo grupo é formado por pessoas que tam-bém detém o conhecimento, mas diferente do primeiro grupo, creem profundamente na Bíblia, na sua veracidade e inerrância, no entanto, não permitem que esta Palavra seja capaz de mudar a sua vida e se tornam meros ou-vintes ou palestrantes vazios.

Tiago, orientando os cris-tãos de sua época, disse o seguinte: “Tornai-vos, pois,

Cleverson Pereira do Valle, colaborador de OJB

Do começo ao fim da vida apren-demos; sempre precisamos de al-

guém que nos ensine. Os professores ensinam a ler e a escrever, levam os alunos a pensar e a encarar a vida de forma realista.

Todos nós temos os nos-

sos professores preferidos, aqueles que se destacaram dos demais. Professores mo-tivados motivam seus alunos, suas aulas são criativas e con-tagiantes. Até as disciplinas mais complicadas, aquelas que muitos não apreciam tanto, ficam mais interessan-tes quando há um professor motivado lecionando.

Temos professores acima da média e professores abai-

xo da média, temos aqueles que estão lá por vocação e outros por qualquer outro motivo. Professores que não são vocacionados não pos-suem empolgação, sempre murmuram, fazem o que fazem de qualquer jeito.

Se há professores sem voca-ção, há professores vocacio-nados, apaixonados pelo que fazem. E são esses que levam seus alunos a vibrarem com a

aula. A tarefa do professor é ensinar, ele não pode esque-cer da sua principal função, o professor está ali para levar os seus alunos a aprender a matéria.

No livro de Romanos, diz: “ Se é ensinar haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7).

É necessário dedicação na-quilo que você foi chamado para fazer. Não deve ser feito de qualquer jeito, nem por

obrigação. A grande diferença entre

fazer por obrigação ou fazer por prazer é que quem está por perto percebe. Os alunos percebem quando o profes-sor não é um vocacionado.

Quero parabenizar todos os professores que se dedi-cam ao ensino, professores vocacionados, professores apaixonados na área de en-sino.

Conhecimento adquirido só terá validade quando

praticado

Professores vocacionados

praticantes da Palavra e não somente ouvintes, enganan-do-vos a vós mesmos” (Tg 1.22). Este conhecimento acerca da Bíblia só será va-lidado a partir do momento em que ele for experimenta-do, vivido e compartilhado por nós com todos. Se não for desta forma, todo o conheci-mento obtido sobre Deus não

passará de mera intelectuali-dade ou religiosidade.

Portanto, conheçamos e prossigamos em conhecer a Cristo, cada vez mais dis-postos a demonstrar este co-nhecimento através de um testemunhar autêntico que leve o mundo a conhecê-lo também e, assim, ser salvo por Ele.

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5o jornal batista – domingo, 25/10/15reflexão

dicionário Houaiss, é o “Im-pulso exacerbado, doentio, de comprar coisas sem delas necessitar”.

A oneomania, ou o impulso para consumir bens e servi-ços sem necessidade é um meio de aliviar sentimentos de grande frustração, vazio e depressão. É um desejo de possuir que leva à necessida-de de sempre adquirir coisas novas como única forma de prazer, como explica a psicóloga Denise Gimenez, professora de Pós-graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP.

Dizem os especialistas que os oneomaníacos têm o consumo de produtos como vício, assim como um alcoó-latra necessitado da bebida. Enquanto está comprando, a pessoa sente alívio e prazer dos sintomas, que passado um tempo voltam rapida-mente. O efeito do ato de comprar é semelhante ao de tomar uma droga. O consu-mista, diante do objeto de desejo de compra, é tomado de alteração nas emoções, das quais a ansiedade é uma delas. O desejo do objeto de compra só termina na compra.

dúvidas, sem atinar com a solução ideal, que realmente viesse satisfazer o anseio de paz e felicidade existente no coração humano, segundo expressou Agostinho em sua oração: “Oh Deus, Tu nos fizeste para Ti mesmo, e as nossas almas não terão des-canso enquanto não descan-sarem em Ti”.

Na verdade, no campo reli-gioso, em que pese o fato de haver tantas teorias e doutri-nas inventadas pela mente humana, Deus não nos apre-senta mais que uma ofer-ta para a solução eficaz do problema da alma. É oferta no singular e não no plural, como gostariam os falsos profetas. Em sua revelação - a Bíblia sagrada - Deus nos aponta um só caminho, um só meio de obter a salvação, o perdão dos nossos peca-dos, a certeza da entrada nos céus, após as lutas desta vida.

Muitos acreditam que as exortações bíblicas contra a aquisição de bens devem ser dirigidas apenas aos ricos. Puro engano. As advertências valem também para quem ganha apenas um salário--mínimo. A mídia procura veicular a ideia de que a nos-sa felicidade está vinculada ao consumo de mercadoria e à posse dos bens materiais. Há quem ganha um salário--mínimo, com despesa de quem recebe o dobro. Para a sociedade contemporânea, o símbolo da felicidade huma-na está na aquisição de bens.

Mas o que dizem as Escri-turas sobre o consumismo e o uso do dinheiro? Na sua crítica ao consumismo, Isaí-as pergunta: “Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz?” (Is. 55.2). Há cristãos que só têm compromisso consigo mesmos, não lhes sobrando nada para ofertar ou devolver o dízimo ao Senhor. A Bíblia alerta: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente” (II Co 9.6 - NVI).

Há dois textos luminosos, além de outros, a respeito deste magno problema.

O profeta Jeremias assim se expressa: “Perguntai pelo bom caminho e andai por ele” (Jr 6.16). Há só um cami-nho para Deus, personificado naquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14.6). Portanto, no plano de Deus não há excesso de ofertas de salvação. O plano é único e exclusivo: Salvação só por meio de Jesus Cristo, aquele que veio ao mundo para so-frer o castigo que nós merecí-amos e assim nos redimir da perdição eterna.

Caso o leitor ou leitora ain-da não tenha optado por en-trar nesse Caminho, procure fazê-lo enquanto tem essa possibilidade. “Amanhã pode ser muito tarde; hoje Cristo te quer libertar”.

Roberto do Amaral Silva, membro da Segunda Igreja Batista de Goiânia - GO

O que fazemos com o nosso dinheiro? Se perguntarmos a alguém “O que

você faz com seu dinheiro?”, talvez a resposta seja: “Ah, pago minhas dívidas, que, aliás, são muitas”. Se for uma resposta menos educada, dirá: “Faço o que quero com meu dinheiro e ninguém tem nada com isso”.

Não sei qual das respostas é a melhor, mas o fato é que o cristão precisa perguntar a si mesmo: “O que devo fazer com meu dinheiro?”

Muitos cristãos usam seu dinheiro acreditando que são donos absolutos dos seus bens e do que ganham. Mas se esquecem de que o crente é simplesmente um mordomo dos seus bens. Na verdade, tudo o que possuí-mos pertence a Deus, como diz Davi na sua oração: “A riqueza e a honra vêm de Ti; Tu dominas sobre todas as coisas. Nas Tuas mãos estão a força e o poder para exaltar e dar força a todos. Agora, nosso Deus, damos-te graças,

Nilson Dimarzio , colaborador de OJB

Um p a l e s t r a n t e que ouvimos há dias fez esta afir-mação: “Estamos

vivendo em um mundo em que há excesso de ofertas”. E, de fato, tal afirmação se mos-tra verdadeira, bastando que observemos o que se passa à nossa volta e o que ouvimos a cada instante.

Por exemplo, no mundo dos negócios, é de se ficar estupefato ante tantas e tantas ofertas. Basta você abrir os “classificados” de um jornal para se cansar com o exces-sivo número de ofertas de casas, apartamentos, carros e tantos outros produtos, mui-tos dos quais até interessantes e alguns poucos por preço convidativo.

No campo da literatura o mesmo acontece, as ofertas

e louvamos o teu glorioso nome. Mas quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fize-mos? Tudo vem de Ti, e nós apenas te demos o que vem das tuas mãos” (I Cr 29.12-14 - NVI).

Vejamos bem que Davi ao orar afirma que sua contribui-ção para Deus é resultado do que generosamente vem das mãos do Senhor. Ou seja, nada do que possuímos é nosso, como lemos em Ageu 2.8, pois a prata e o ouro pertencem ao Senhor.

Todo cristão sincero precisa pensar no que faz com seu dinheiro. Porque toda riqueza e dinheiro, e até mesmo o sa-lário-mínimo que ganhamos, não é nosso, pertence a Deus.

Mas há uma armadilha que está diante de nós todos os dias: o consumismo.

O consumismo é diferente de consumo, que é a utiliza-ção das riquezas, materiais e artigos produzidos de acordo com nossas necessidades. Por exemplo, se não temos carne para comer, vamos ao açougue comprar. Se não temos roupa, vamos à loja adquirir o vestuário. Todos

se multiplicam. Se você se der ao trabalho de ir a uma Feira do Livro ou de entrar em uma grande livraria, fi-cará boquiaberto diante da pluralidade de títulos, os mais interessantes sobre tan-tos assuntos, e acabará por sair sem nada comprar, se de antemão não tiver feito uma escolha por determi-nado livro necessário em sua coleção. Não há como negar, diante do aluvião de ofertas, que aumenta a cada instante, graças à publicidade feita através dos meios de comunicação, a dificuldade de escolha se torna cada vez mais real.

Até mesmo no campo reli-gioso é de notar-se o excesso de ofertas. Em meio a tantas novas filosofias e doutrinas tendentes a explicar os fenô-menos espirituais, a orientar sobre o relacionamento com Deus ou a negar tal possibili-

nós somos consumidores. Mas, afinal, o que é con-

sumismo? Consumismo é o ato de comprar produtos ou serviços sem a devida necessidade e consciência. É a compra compulsiva e des-controlada, influenciada pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. O consumismo é uma característica do capita-lismo moderno, que criou “a sociedade de consumo”.

Quem se entrega ao consu-mismo é um consumista. Será que estamos sendo consumis-tas no nosso cotidiano?

O consumista é levado pela compulsão para a compra fora do limite e sem neces-sidade. Para ele, consumir é uma ação que produz prazer pelo simples ato de comprar. Certa vez, em uma reporta-gem, uma jovem afirmou que comprava roupas e sapatos por impulso. Em casa, colo-cava no armário e nem usa-va. Comprava pelo simples prazer de adquirir. Quanto aos sapatos, usava uma ou duas vezes e depois não os calçava mais.

Hoje já existe até um nome criado pelos especialistas: oneomania, que, segundo o

dade, o fato é que o número de publicações tem aumenta-do, bem como o número de “profetas” ou entendidos em teologia, oferecendo cursos, com a pretenção de dar a última palavra sobre assuntos transcendentais.

Entretanto, tal excesso de ofertas no campo teológico é dos mais perigosos, vez que pode levar o estudante a pensar que Deus tenha, pos-sivelmente, muitas soluções para o mesmo problema, ou que há vários caminhos para que cada um escolha a seu bel prazer, o que mais lhe agrada. Que, para a solução do problema espiritual, cada qual pode optar por este ou aquele, já que são tantas as opções. Mas, ledo engano. Tal teoria só poderia partir do inimigo das nossas almas, para que diante do aluvião de tantas falsas ofertas, fi-cássemos sufocados pelas

Consumismo e o uso do dinheiro

Excesso de ofertas - (I)

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6 o jornal batista – domingo, 25/10/15 reflexão

Francisco Mancebo Reis, colaborador de OJB

“O mundo é um vale de lágrimas”. Esta é uma

visão que, embora afetada pelo pessimismo, não es-conde o pranto visível em incontáveis faces ao longo da história, desde os tempos bíblicos. A Bíblia registra o dilúvio, o cativeiro de Israel, o desaparecimento de Sodoma e Gomorra, a destruição de Jerusalém,

Jeferson Cristianini, colaborador de OJB

Nosso país precisa de muitas frentes de trabalho. Há mui-tos críticos e pou-

cos brasileiros com o desejo de investir em nossa nação. Os investidores querem retorno fi-nanceiro e nós, como povo de Deus, temos que investir em vidas preciosas aos olhos de Deus, não para mudar nossa realidade aqui, mas para po-voar a Nova Jerusalém. Nosso retorno são vidas aos pés da Cruz. Por amor ao Senhor e a nossa Nação é que devemos trabalhar na árdua tarefa de evangelizar nosso povo.

Nosso país não investe o que é necessário na saúde pública e no saneamento bá-sico, por isso vemos tantas mortes prematuras nas nossas cidades, vemos pessoas mor-rendo sem atendimento em nossos hospitais sucateados, assistimos nossas crianças e adolescentes tendo um ensino precário e sem projeção de futuro. Nossa educação bá-sica é uma vergonha. Muitos brasileiros estão afogados em crises existenciais profundas, procurando preencher o vazio da alma com os prazeres que são vendidos pela sociedade capitalista que valoriza o pa-drão consumista. Nosso país

etc. E hoje? O Brasil e outros países vivenciam crescentes devastações que clamam por Pronto Socorro. Socorro mé-dico, hospitalar, psicológico, espiritual e financeiro.

Merece destaque a sen-sibilidade das Juntas mis-sionárias, enviando equi-pes de apoio e indicando contas bancárias confiáveis, na expectativa de ofertas generosas. O Jornal Batista de 27/09/15 informou que a Junta de Missões Nacionais foi reconhecida como Insti-tuição de Utilidade Pública

precisa de investimento, e a melhor forma de investirmos na nossa Nação é na procla-mação da salvação. Ao inves-tirmos em vidas, essas vidas transformadas pelo Evangelho serão guiadas pelos padrões do Reino de Deus. As pessoas que se rendem ao Evangelho ao ler as Escrituras buscarão mais sabedoria, investirão nas suas famílias, terão outro pa-drão ético e moral. Há várias áreas carecendo de investi-mento em nossa Nação. O Evangelho cura e restaura de-pendentes químicos, famílias destruídas, vidas sem rumo. Quem ama o Brasil investe na Obra do Senhor.

Nosso país precisa de mui-tos trabalhadores. Jesus disse: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhado-res para sua seara” (Mt 9.38). Como cristãos que amam a expansão do Reino de Deus e mediante ao triste diagnós-tico da nossa Nação, preci-samos orar ao Senhor para enviar mais trabalhadores e também precisamos pedir que Ele mesmo nos incomo-de e nos tire da nossa zona de conforto. Não podemos, como cidadãos deste país, e como embaixadores de Jesus Cristo, ver tudo isso e não fazermos nada. A responsa-bilidade é nossa e só temos essa responsabilidade porque

Federal. Não é uma honra? Recordo que a Sociedade Bíblica já solicitou ajuda para investir em Bíblias des-tinadas a vítimas de calami-dades.

A quem socorrer? Ape-nas aos “domésticos da fé”? As entidades referidas aci-ma estendem a mão sem discriminar. A quem Jesus deu pão? Somente a seus discípulos? Curou exclusi-vamente os que o seguiam? Restringiu sua compaixão à nação eleita? O que estamos aprendendo com milhares

de incrédulos amparando flagelados, independente da confissão religiosa de cada um? E com inúmeros voluntários a serviço de to-dos (como se comprova em frequentes catástrofes)? Qual tem sido nossa participação nessas campanhas humani-tárias?

É muito cômodo responsa-bilizar os governos e fechar o bolso e a bolsa ao próxi-mo, carente do essencial, mesmo quando gastamos com o supérfluo. Também é cômodo orar pelos que

sofrem, e até doar utensílios bem usados. Ainda cremos na epístola de Tiago? Crer sem praticar é incorrer na fé “morta e inútil” (Tg 2.17). O que nos ensina Romanos 12.15 a respeito das vari-áveis manifestações emo-tivas dos que nos cercam? “Quando estiverem alegres, alegrem-se com eles. Se esti-verem tristes, participem de sua tristeza” (Rm 12.15 - A Bíblia Viva). Participar vai além de lágrimas e palavras. É o discurso posto em prática de modo mais concreto.

Solidariedade em tragédias

Amo o Brasil, por isso vou

trabalharfomos alcançados pela graça salvadora de Jesus.

Assim como fomos aben-çoados pelo Evangelho, pre-

cisamos compartilhar essa Mensagem. Oremos por mais trabalhadores sem nos esque-cer de que somos também os

obreiros que precisam se dis-por para o trabalho do Senhor. Vamos fazer a obra que nos foi entregue por nosso Mestre.

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7o jornal batista – domingo, 25/10/15missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Entre os dias 04 e 11 de outubro foi reali-zada a Trans Crianças em Salvador - BA e

região metropolitana. Para que muitas crianças fossem impactadas pelo Evangelho foram montadas oito bases evangelísticas. Esta operação contou com a participação de 130 voluntários e também com o apoio de muitas Igre-jas Batistas da Bahia.

Amanda Varjão, voluntária da Trans Crianças e mem-bro da Igreja Batista em Vila Gerte - BA, conseguiu mobi-lizar pessoas para levar um caminhão de doações para as crianças de Salvador. Ela liderou a arrecadação de kits de higiene, brinquedos, roupas e alimentos que foram usados nas localidades onde aconteceu a ação. Além dos membros da IB em Vila Ger-te, alunos de pais da Escola Evangélica Ursinho Amigo também ajudaram na arreca-dação. Voluntários da Igreja Batista da Reconciliação, de Salvador, também levaram um caminhão com doações.

Deus usou os voluntários

para compartilhar o Plano de Salvação com crianças que estavam em ruas, becos e escolas. Muitas crianças também participaram das programações realizadas nas igrejas. Segundo a missioná-ria Jaqueline Santos, os vo-luntários trabalharam “a todo vapor” para levar as crianças a uma verdadeira transforma-ção com Jesus.

“Foi com muita alegria que recebemos os missionários voluntários da Trans para trabalhar em nossa Igreja com as crianças do nosso bairro, Castelo Branco, aqui em salvador”, declarou o pas-tor Obedigo Meireles Porto, da Primeira Igreja Batista em Castelo Branco.

O culto de encerramento da Trans aconteceu na Igreja Batista 2 de Julho, marcado por momentos de louvor e gratidão pelas vidas im-pactadas e alcançadas pelo Evangelho.

Além de Salvador, houve Trans Crianças em Chapecó - SC, de 11 a 18 de outubro, com a participação de 25 vo-luntários. Interceda para que, nestas duas cidades, as crian-ças alcançadas permaneçam firmes na fé em Cristo Jesus.

Vidas são impactadas durante a Trans Crianças

Evangelho proclamado em escolas

Voluntários com material para evangelização de crianças

Evangelização de crianças em várias áreas de Salvador

Programações nas Igrejas

Culto de encerramento da Trans Crianças, realizado na Igreja Batista 2 de Julho

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8 o jornal batista – domingo, 25/10/15 notícias do brasil batista

Amanda Neuman

O dia 01 de agosto deste ano foi de festa em Aracaju - SE. Na data foi

realizado o culto em ação de graças pelos 25 anos de ministério do pastor Carlos Rocha, sendo os últimos 10 destes anos à frente da Igreja Batista Memorial em Aracaju, onde ocorreu a celebração.

Nos últimos 25 anos, o pas-tor, que é natural de Maceió - AL, exerceu a função que o Senhor lhe deu à frente de quatro Igrejas: Segunda Igreja Batista em Goiana - PE (Hoje, Igreja Batista Memorial em Goiana), Primeira Igreja Ba-tista em Cipó - BA, Primeira Igreja Batista em Barreiras - BA e Igreja Batista Memo-rial em Aracaju - SE, onde pastoreia atualmente. O culto de gratidão reuniu represen-tantes de todas as Igrejas por onde já passou, além da famí-lia, amigos, pastores e, claro, membros e congregados do seu atual ministério.

Na noite de festa, o pastor Carlos Rocha e sua família – Nadja, sua esposa, Francynne e Amanda Neuman, suas filhas, Mateus e Danilo, gen-ros, e Theo, neto –, relem-braram junto com os irmãos

Assessoria de Comunicação da Convenção Batista Maranhense

Aproximadamente 260 adolescentes de várias regiões do estado do Ma-

ranhão participaram do Con-gresso realizado no Acam-pamento Batista do Araçagi (ABA), em São Luís - MA, nos dias 02, 03 e 04 de outubro. O objetivo do encontro foi proporcionar aos adolescen-tes momentos de aprendiza-gem e crescimento espiritual. O tema escolhido foi “Gera-ção que marca” e a divisa em I Pedro 2.9. O preletor oficial foi o pastor Jairon Paiva, pre-sidente da Juventude Batista Brasileira (JBB).

De acordo com o pre-sidente dos Adolescentes Batistas do Maranhão (Aba-ma), João Marcos Jardim, a

momentos que marcaram sua trajetória até aqui, desde campanhas evangelísticas, congressos, construções e reformas de templos, batis-mos, casamentos, publicação de dois livros, até a intensa participação do pastor nas atividades da denominação em todos os estados por onde passou. “O pastor Carlos é, além de um amigo que-rido, alguém que sempre está envolvido com a nossa denominação. Quem o co-nhece sabe da sua dedicação

ocasião é especial. “Aqui paramos um pouco nossas atividades e deixamos Deus falar conosco, entendo que só assim poderemos marcar nossa geração”, declarou.

e do seu compromisso com a Obra de Deus, e este tem-plo lotado hoje é prova de como ele e sua família são queridos para nós”, disse o diretor executivo da Conven-ção Batista Sergipana, pastor Marivaldo Queiroz, durante a ministração da Palavra na noite festiva.

No culto, o louvor foi di-rigido por sua filha mais nova, Amanda Neuman, que ministrou canções que marcaram o ministério da família, além da participa-

Ana Beatriz participou pela primeira vez de um Con-gresso e estava bastante fe-liz. “Sempre tive vontade de participar e foi ótimo, curti cada momento”, disse.

ção de membros das Igrejas onde o pastor Carlos esteve à frente em todos estes anos de ministério. “Eu só posso agradecer a Deus por ter nos sustentado e nos permitido chegar até aqui, eu reconhe-ço as grandes coisas que Ele mesmo nos fez viver. Muito obrigado a todos que vieram agradecê-lo junto conosco. Deus sabe a alegria do meu coração nesta noite”, decla-rou com emoção o pastor Carlos Rocha, após receber homenagens e homenagear

Já Miriã A. Gonçalves disse que o Teen proporcionou forte emoções. “Me emo-cionei bastante pela maneira que Deus falou comigo, amei tudo”, destacou.

as quatro Igrejas que fizeram parte desta caminhada.

Para encerrar o culto, o pastor ainda apresentou ao Senhor seu primeiro neto, Theo, filho da sua primogê-nita Francynne, tornando a noite ainda mais especial. A família ainda entoou o Hino “Céu, Lindo Céu!” junto com a Igreja e provou, mais uma vez, que uma casa firmada na rocha não se abala e, ainda que venham as tempestades, permanece unida e alegre no Senhor.

Para Simone Paiva, presi-dente da Jubama, foi um en-contro abençoado e superou as expectativas. “Ficamos fe-lizes com os resultados alcan-çados e foi maravilhoso. O número de participantes foi além do que imaginávamos. Pudemos ver nosso Senhor sendo exaltado e falando aos corações dos nossos adoles-centes”, declarou.

O Ministério Arena GT contribuiu bastante com as oficinas ministradas e com os momentos de descon-tração. Para Elias Carvalho, esse foi um dos pontos que mais gostou. “Foram dias incríveis, valeu muito a pena ter ido, com certeza ano que vem estarei novamente”, revelou.

O evento contou com o apoio da Convenção Batista Maranhense, da Jubama e da Abama.

“Teen Maranhão” foi realizado com louvor em São Luís - MA

Pastor Carlos Rocha e família rendem graças pelos 25 anos de

ministério pastoral

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9o jornal batista – domingo, 25/10/15notícias do brasil batista

Rodrigues Lopes, pastor, coordenador de Missões da Convenção Batista Paranaense

Os dias 22 a 24 de setembro fo-ram marcados por um grande

evento: O Congresso Igreja Multiplicadora para o Sul do Brasil, realizado na ci-dade de Jaraguá do Sul, no estado de Santa Catarina.

Capitaneado pela Junta de Missões Nacionais e co-ordenado pela Convenção Batista Paranaense, o evento contou com 280 pastores

Rita de Cássia S. Ferreira do Nascimento, líder carioca das Mensageiras do Rei

No dia 19 de se-tembro deste ano aconteceu o 39º Congresso das

Mensageiras do Rei, que este ano foi realizado na Segun-da Igreja Batista do Rio de Janeiro (SIBARJ), pastoreada pelo pastor Walmir Vieira. Sob o tema “Mensageiras do Rei integralmente submissas a Cristo” e divisa em Roma-nos 6.22, com proposta para uma discussão em torno do processo de santificação, que começa quando somos, em Cristo, libertos do pecado, tivemos a presença de 550

e líderes dos três estados da região sul representan-do as Convenções gaúcha, catarinense, paranaense e Convenção pioneira. Os preletores foram pastor Luís Roberto Silvado e Marcio Tunala, da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba - PR; pastor Fabrício Freitas, Fer-nando Brandão e Roosevelt Goulart Comes, da Junta de Missões Nacionais; pastor Walmir Andrade, da Segun-da Igreja Batista de Palmas, e pastor Flávio Alves, da Convenção Batista Parana-ense. Estes homens foram extremamente usados por

mensageiras, representando 15 Associações.

Além da presença das Men-sageiras, das líderes e da dire-toria (Irmã Rita, irmã Raquel

Deus para mobilizar os líde-res a reescreverem a história da evangelização do sul do nosso país.

Os execut ivos , pas tor Izaias Querino, pastor Jos-semar de Oliveira e o irmão Egom Grimm Berg partici-param ativamente mobili-zando os líderes de seus estados e também assistindo a todas as palestras. Um fa-tor importante a mencionar foi o fato de toda a diretoria da Convenção Batista Pa-ranaense estar presente no evento, mostrando unidade e apoio ao evento e a im-plementação dos princípios

e irmã Vanda), tivemos a participação da irmã Celina Veronese (Coordenadora da Organização Mensagei-ras do Rei da UFMBB), da

da Igreja Multiplicadora no estado.

Este evento certamente marcará os três estados da região sul, a partir da prática dos princípios da oração, da evangelização discipulado-ra, da plantação de Igrejas, do discipulado e desenvol-vimento de líderes multipli-cadores, e da compaixão e graça.

A Convenção Batista Para-naense e a Junta de Missões Nacionais mostram atra-vés da organização deste Congresso a importância da união de esforços e a possibilidade de investi-

irmã Márcia Kopanyshyn (Presidente da UFMBC), do pastor Miguel Kopanyshyn (Capelão Hospitalar), pastor Walmir Vieira (Pastor titular

mento financeiro conjunto na capacitação de líderes para ampliar a ação evan-gelizadora na nossa nação.

Louvamos a Deus pelo apoio irrestrito da Conven-ção Batista Catarinense e da Primeira Igreja Batista de Jaraguá do Sul e seu pastor Alan Paulo Cozzarin.

Certamente, que todos os participantes, suas Igrejas e as suas cidades serão mar-cados positivamente a partir desta data. Que o Senhor seja louvado, proclamado e exaltado através de cada um. Glória ao Senhor da obra. Amém!

da SIBARJ), da irmã Ana Kátia (Coordenadora executiva da UFMBC) e do pastor Nilton A. de Souza (Diretor execu-tivo da CBC).

MR do Rio de Janeiro participam do 39o Congresso

Congresso Igreja Multiplicadora para o Sul do Brasil é realizado em Santa Catarina

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10 o jornal batista – domingo, 25/10/15

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11o jornal batista – domingo, 25/10/15missões mundiais

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

O trabalho de Mis-sões Mundiais na África Oci-dental acaba de

receber mais um presente de Deus: Uma oferta generosa que permitirá o término da construção de uma biblio-teca, coordenada pelo casal missionário Timóteo e Ester, pseudônimos usados por questão de segurança; pre-gar o Evangelho na região está cada vez mais arriscado.

Analzira Nascimento – missionária JMM

Estávamos visitando a cidade e caímos no furacão dos aconteci-mentos. A cena que

vimos é difícil de observar sem se emocionar. Pesaram em mim as palavras de Jesus: “Quem é teu próximo?”. Eles estavam ali, à minha frente, eles eram o meu próximo. Logo decidimos ajudar pelo menos uma família. Eram muitas crianças, mulheres, e impressionava o número de homens.

O acampamento estava setorizado: barracas com roupas doadas onde as mu-lheres escolhiam por cores ou tamanhos, espaços li-vres onde crianças brin-cam, local central onde são servidas refeições. Vários voluntários ajudam em di-ferentes serviços, até como intérpretes. E policiais esta-vam sempre à volta.

O missionário explica que as ofertas doadas pelos cristãos do Brasil através do Programa de Adoção Missionária (PAM) possibi-litaram a execução da par-te estrutural da construção que, além de biblioteca, inc lui um cent ro médi -co. Como o acabamento costuma ser a parte mais cara, Deus tem levantado algumas Igrejas para isso. Uma delas é pastoreada por um amigo do casa l missionário.

“Lançamos o desafio para

Na hora do embarque na estação Keleti, em Budapes-te, policiais delimitavam a área por onde eles poderiam passar. Foram colocadas fitas brancas que separavam o grupo dos outros passageiros e marcavam onde o grupo ficaria, e policiais faziam o controle da operação. Ou-tros passageiros embarcaram primeiro. Depois veio a per-missão para subir. Os rostos refletiam pensamentos de tristeza e dúvida do que os aguardava. Era claro o sen-timento de tristeza e ‘deixei tudo para trás’.

Não se ouvia uma palavra. Talvez tivessem sido orien-tados ao silêncio? Não sei. Cheguei até a pensar: será que este embarque repre-senta para eles uma busca por vida melhor ou seria somente desespero? Alguns não conseguiram ir com este grupo. Jornalistas à volta dos que ficaram solicitavam entrevistas.

uma Igreja em relação à biblioteca. Como o pastor dessa Igreja é um grande amigo, tivemos a liberdade de expor em detalhes as ne-cessidades, mas o valor final necessário ficou bastante elevado. Um pouco cons-trangido, pedi para fazerem o que fosse possível”, conta Timóteo.

Segundo o missionário, em um domingo de setem-bro havia um irmão convi-dado para pregar na Igreja de seu amigo. Durante o culto, foi lançado o desafio

Um voluntário me ajudou com interpretação. Conse-guimos comprar vários ti-ckets para distribuir entre os que não tinham condições.

Na situação atual, uma cri-se imigratória sem preceden-tes que abala fronteiras, polí-ticas públicas, destrói vidas. É nossa responsabilidade ética, como cidadãos dos céus, primeiramente, mas também como parte de um mundo globalizado onde o que afeta um país afeta a todos.

Os signatários da Con-venção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refu-giados, de 1951, se tornam responsáveis por acolher, desenvolver programas e desenvolver a vida dos refu-giados. Mas depois de crises econômicas, do grande nú-mero de refugiados e de sua grande necessidade, restam--nos as perguntas: Como um país que já enfrenta dificul-dades internas poderá aco-lher refugiados da melhor

para a biblioteca. Antes de pegar a Palavra, o irmão convidado perguntou ao pastor da Igreja se poderia fazer um desafio para os membros, e o pastor concor-dou. O pregador então disse a todos: “Quero desafiá-los a se comprometerem com a biblioteca na África Oci-dental. Você vai escrever em um papel quanto dará, e para cada oferta, eu darei o dobro”.

Era uma manhã chuvosa e apenas 35% dos membros estavam presentes, mas o

forma? Como desenvolver a vida de refugiados se os cidadãos sofrem por falta de melhorias?

A crise atual é responsabi-lidade de todos, e os desdo-bramentos dela ainda não es-tão previstos, mas os países e cidadãos devem se abrir para o tema e entender que todos somos parte dela. Políticas públicas educacionais, na área da saúde, acolhimento e moradia são obrigatórias para os signatários da Con-venção de 1951.

O que nós, Igreja de Cristo, podemos fazer? Este assunto mexe com nossas entranhas por nossas referências e có-digos de ética. A Bíblia é um texto de um povo em situação de diáspora para pessoas em situação de pe-regrinação. Somos um povo em situação de trânsito, vi-vendo no provisório. Aqui não é a nossa pátria.

A pergunta que ficou e o sentimento que predomina-

Senhor agiu poderosamente.“Eles levantaram todo o

necessário para a bibliote-ca. Que Deus lindo! Como Ele se interessa pelos opri-midos, fracos, pobres. E ainda nos dá o privilégio de participar da Sua Missão”, alegra-se Timóteo.

Esta é apenas mais uma etapa do trabalho missio-nário naquela região tão carente de Deus e de Seus cuidados. Você pode par-ticipar desta missão. Faça contato com a nossa Central de Atendimento.

va em mim ao ver aqueles refugiados em Budapeste eram: O que é chegar em casa? A crise migratória nos remete a esta reflexão: O que é se sentir em casa? A Palavra de Deus nos adverte a não esquecer que somos peregrinos e aguardamos a nossa pátria celestial. Esta-mos no provisório. Ansiamos pela vida plena prometida.

O caminhante pode bus-car qualidade de vida sem perder suas prioridades de completar a jornada. Às vezes, nos concentramos demais em aprofundar raí-zes, e a acomodação toma conta. Esquecemos a razão da nossa existência como cristãos.

A transitoriedade deve nos remeter a uma reflexão sobre o sentido da nossa vida aqui no planeta: Contribuir para o cumprimento do propósito de Deus para o mundo. Peri-goso será quando nos sentir-mos em casa onde estamos.

Igreja levanta oferta para construção de biblioteca na África Ocidental

O que eu vi em Budapeste...

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12 o jornal batista – domingo, 25/10/15 notícias do brasil batista

Quem fecha os ouvidos ao clamor dos pobres também clamará e não terá respostaProvérbios 21.13

““

Dias 29 e 30/10/2015 - Simpósio CBPIDia 31/10/2105 - Encontro dos Coordenadores do DAS da CBB

1ª IGREJA BATISTA EM TERESINA

REALIZAÇÃO:

Valor da Inscrição: R$ 25,00Informações na CBPI (86) 3222-3647

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OBITUÁRIO

13o jornal batista – domingo, 25/10/15notícias do brasil batista

Gilmar Pereira de Souza, diácono da Primeira Igreja Batista Niterói - RJ, membro do Conselho de administração do Seminário Teológico Batista de Niterói (STBN)

Francisco Cerqueira Bastos nasceu em 17 de março de 1935 na Fazenda São João, no

município de Itaperuna - RJ, último dos 11 filhos de Ma-noel Cerqueira Garcia e Edith Barboza Bastos. Esse núcleo familiar foi o berço da evange-lização das famílias Cerqueira, Bastos e Garcia, celeiro de muitos pastores. O pastor Cer-queira gostava de contar do púlpito sobre a sua conversão: Durante um jogo de futebol, no momento de cobrar um pênalti para seu time, deixou a bola ali mesmo onde estava e correu para a Igreja, onde marcou o grande gol de sua vida: Aceitou a Cristo como seu Salvador e Senhor. Foi ba-tizado aos 14 anos pelo ama-do pastor Abelardo Siqueira, na Primeira Igreja Batista de Itaperuna - RJ.

Em 1951, já em Niterói - RJ, foi presidente da União de Mocidade da Primeira Igreja Batista de Niterói e também líder estadual da Mocidade Batista, organizando carava-nas para Congressos no Brasil, como a de Vitória e a famosa caravana “Boina Azul”, para a Bahia.

Antes de entrar para o Se-minário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB) já pregava em cultos e progra-mações da mocidade e das Igrejas, quando recebeu o “chamado” para a Obra, des-pertado pelo pastor Manoel Avelino de Souza para fazer, então, o Seminário. Foi Se-minarista da PIB de Niterói e consagrado ao ministério da Palavra no santuário da pró-pria Igreja em 15 de outubro de 1960.

Durante seus quase 55 anos de ministério serviu à deno-minação em diversas áreas de atuação. Foi o primeiro pastor da Igreja Batista em Martins Torres, em Niterói; criador e apresentador do Programa “Antenas Celestes”, da PIB de Niterói, transmitido pela Rádio Copacabana, de 1958 a 1978; secretário de O Jornal Batista por muitos anos, do qual posteriormente

tornou-se frequente colabora-dor, escrevendo nos últimos meses a Coluna “Os Batistas na História”; foi redator da Revista Juventude Batista, entre outras funções desempe-nhadas na Casa Publicadora Batista durante a década de 60; presidente da Junta de Beneficência da Convenção Batista Brasileira (CBB) e tam-bém da Junta Patrimonial desta Convenção na década de 70; presidente da Ordem dos Pastores da Convenção Batista Fluminense, tendo posteriormente se tornado seu assessor Jurídico. Foi di-retor do Colégio Batista em Volta Redonda – RJ, de 1981 a 1985, e pastor da Igreja Ba-tista de Castelinho, nessa ci-dade. A partir de 1986, e por 21 anos, foi pastor da Primeira Igreja Batista em Imbariê – RJ, liderando a construção do seu belo edifício de Educação Religiosa, o qual, em 2010, recebeu o seu nome, como homenagem daquela amada Igreja. Foi professor do Se-minário Teológico Batista de Niterói (STBN) por 25 anos, onde lecionava as matérias Administração Eclesiástica, Ética e História dos Batistas, dentre outras, sendo muito querido por seus alunos e colegas; foi um grande conse-lheiro e amigo de seminaristas e pastores.

Tendo retornado, a convite do pastor José Laurindo Filho, à Primeira Igreja Batista de Ni-terói, local ao qual se referia como seu “Quartel General”, para continuar servindo ao Mestre e Senhor, dirigiu a Congregação do Jóquei, em São Gonçalo - RJ, onde admi-nistrou a construção de seu templo e estruturou a organi-zação da mesma em Igreja.

Sua formação acadêmica inclui, além do bacharelado em teologia, bacharel em direito, filosofia e pedagogia, com pós-graduação em admi-nistração e supervisão.

Dentre suas atividades se-culares atuou na área da edu-cação como diretor escolar e professor de História, Or-ganização Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica, por muitos anos. No período de 1968 a 1980 foi diretor participan-te da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), a qual multiplicou o

número de vagas para os cur-sos ginasial e colegial (atuais ensino fundamental e médio) em todo o Brasil, proporcio-nando condições de estudo e formação profissional para milhares de jovens e adoles-centes.

Por muitos anos exerceu também a advocacia, sendo assessor especial do Conselho de Ética e Disciplina da Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seção RJ. Foi também assessor do ensino médio da secretaria de Educação e Cultura do estado do Rio de Janeiro.

Com seu espírito de lideran-ça fundou em 1967 a AFAEG (Associação Auto-Financiado-ra de Automóveis de Evan-gélicos do Estado da Guana-bara), um consórcio sem fins lucrativos, que possibilitou a muitos pastores, Igrejas e irmãos terem seu veículo au-tomotor de maneira acessível. A AFAEG tinha como divisa e por sugestão de um de seus primeiros consorciados, o saudoso pastor José dos Reis Pereira, o texto de Isaías 41.6: “Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Esforça-te” (Is 41.6). A organização con-tava com o auxílio direto do pastor Tércio Gomes, como diretor secretário e do doutor Beny Pitrowisky, como diretor tesoureiro.

Ao longo da vida recebeu diversas moções, títulos e homenagens, entre eles a Me-dalha Tiradentes, conferida

Primeira Igreja Batista de Imbariê – RJ; colaboradores: Almir e Alice, membros da Igreja Batista Peniel

Pastor Cerqueira, olhe o seu jardim!

Como está florido! Tem flores de toda

espécie; umas pequenas, ou-tras médias, outras grandes; Umas, às vezes, tão mirradas que até pensam que não fa-zem diferença a sua presença ou não nesse jardim; outras são viçosas, crescem rápido e se desenvolvem, porém, são como urtigas que estão inco-modando e chamando a aten-ção; outras são como as rosas, belas e perfumadas, mas, por

pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) em 15 de outubro de 2003. Mas o título que consi-derava mais honroso para si era o de “servo do Senhor”. Costumava dizer que vivia para servir. Sentia-se honrado ao usar as comendas e insíg-nias de 25 e 50 anos de pastor, concedidas pela Ordem dos Ministros Batistas do Estado do Rio de Janeiro, e aguarda-va com alegria completar 55 anos de ministério, em 15 de outubro de 2015.

O pastor Cerqueira, como era chamado pelos irmãos Ba-tistas, casou-se em 11 de no-vembro de 1961 com Aída de Gouvêa Cerqueira, a amada esposa que sempre o auxiliou em suas diversas atividades denominacionais e secula-res. Juntos atuavam como multiplicadores no ministério do Grupo de Integração da Família Cristã (GIFC). Deus abençoou o casal com três filhos: Leonardo de Gouvêa Cerqueira, médico dermato-logista, casado com Liana de Araújo Cerqueira, dentista, pais de Ana Luiza e Maria Clara; Mariane Cerqueira Krieger, analista de sistemas (in memoriam), casada com o engenheiro Guenther Car-los Krieger, pais de Beatriz e Caroline; Ludimila de Gouvêa Cerqueira Ferreira, nutricio-nista, casada com Mark Fer-reira, arquiteto, pais de Hen-rique; uma família abençoada e temente a Deus.

sua vez, têm espinhos agudos que as vezes machucam e até ferem e te levam a correr a outro jardim, o jardim que Jesus sempre usou, o jardim da oração. Nos momentos mais importantes do seu mi-nistério Jesus buscou forças recorrendo a este jardim e foi bem-sucedido.

Pastor, você foi o jardineiro a quem Deus confiou esse jardim. Por isso, louvamos ao Senhor! Pastor, como cresceu o seu jardim! Você recebeu apenas algumas mudas, cui-dou delas e as levou a crescer e a produzirem novas mudas.

Você, como jardineiro, às vezes tem que podar algu-mas árvores e nem sempre

Um detalhe interessante, que talvez muitos não saibam, é que o Hino 570 do Cantor Cristão “Mais um obreiro” foi composto pelo pastor Manoel Avelino de Souza, especial-mente para a consagração do pastor Cerqueira ao mi-nistério. Sua primeira estrofe profere: “Mais um obreiro escuta a Tua voz, Jesus, e quer entrar na luta, seguindo Tua luz; tem força diminuta, mas crendo em Tua Cruz, os planos executa, que Teu amor produz”.

Deus seja louvado por esta vida tão especial e preciosa, que deixa tantos exemplos e resultados profícuos de dedi-cação, amor e ensinamentos, que só a eternidade poderá revelar.

Sou muito grato ao meu querido e especial amigo/irmão pastor Cerqueira (que foi também um especial e fraterníssimo amigo do meu pai – pastor Itamar Francisco de Souza); encontram-se agora nos páramos celestes, cantan-do abraçados em seus corpos celestiais hinos de louvores ao Cordeiro de Deus, para sempre.

“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também es-peramos o Salvador, o Senhor Jesus, que transformará o nos-so corpo abatido, para ser con-forme o seu corpo glorioso” (Fp 3.20).

“Quão formosos os pés da-queles que anunciam as Boas Novas” (Rm 10.15).

é compreendido; há quem queira cobrar seus cuidados para com esse jardim. Às ve-zes, para você se torna difícil, mas não é impossível, porque existe um outro jardineiro que está sempre ao seu lado, esperando em seu jardim para que você lhe conte as alegrias e tristezas que suas flores lhe tem dado e causado.

E vocês, família do pastor, também fazem parte dessa jardinagem e, assim como ele, muitas vezes é ferida pelos espinhos das flores, porém, o jardineiro invisível vem e cicatriza os ferimentos renovando as forças para continuar unida e lutando por esse jardim.

O Jardim do pastor

Pastor Francisco Cerqueira Bastos: Uma vida consagrada ao Senhor

17/03/1935 - 18/08/2015

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14 o jornal batista – domingo, 25/10/15 ponto de vista

Jesus foi o maior líder que o mundo conheceu. Ele nos ensinou a servir. Ao responder à mãe de

Tiago e João, que queria que seus filhos O ladeassem no Seu reino, o Mestre deixou claro: “Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que estou para beber? Eles lhe responderam: Podemos. Então Jesus disse: Certamente bebereis o meu cálice; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me compete concedê-lo; isso será dado para quem está preparado por meu Pai” (Mt 20.21-23). Ao ouvir isto, os demais discípulos se indig-naram contra os dois irmãos (Mt 20.24).

Então, Ele os chamou para junto de Si e lhes disse: “Sa-beis que os governantes dos gentios os dominam, e os seus poderosos exercem au-toridade sobre eles. Não será assim entre vós; pelo contrá-

rio, quem quiser tornar-se poderoso entre vós, seja esse o que vos sirva; e quem entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo, a exemplo do Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e para dar a vida em resgate de muitos” (Mt 20.25-28).

Jesus Cristo, sendo Senhor, se fez Servo-Sofredor para a Glória do Pai e por nos amar. Como líder, Jesus Cristo ser-viu as pessoas com amor in-comparável, de acordo com João 15.13-14. Ele deu a Sua vida por nós na cruz. Ele se humilhou e viveu entre nós como quem serve. O apósto-lo Paulo compreendeu esta verdade em Filipenses 2.5-8. O Senhor Jesus é o nosso modelo de alguém que a Si mesmo se humilhou, negan-do-se a Si mesmo e tomando a cruz. Ele nos substituiu na cruz do Calvário para não pertencermos mais a nós

mesmos, mas a Ele. Paulo declara esta verdade em Romanos: “Porque nenhum de nós vive para si, e ne-nhum de nós morre para si. Pois, se vivemos, para o Se-nhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De modo que, quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.7-8).

Então, o prazer do líder cristão é servir à semelhança do seu Senhor. O seu cora-ção se enche de alegria por poder fazer bem aos outros do mesmo modo que Jesus, pois Ele andava por toda a parte fazendo o bem, e curando todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus era com Ele, como relata Atos 10.38. Não é possível conduzir pessoas sem um coração de servo. É impra-ticável orientar pessoas sem se submeter à orientação do Mestre. Uma marca dis-tintiva do líder cristão é a

disposição feliz de servir. O líder serve com a oração, com a orientação por meio das Escrituras, com as doa-ções, com o encorajamento e com a exortação. O líder cristão é proativo e não sim-plesmente reativo. Ele tem a capacidade dada por Deus de estimular e mobilizar pessoas para servirem ao Senhor e ao próximo com amor. Jesus nos ensina que servir é dar-se em beneficio do próximo. Facilitar a vida dos que sofrem. Viver uma vida de empatia e simpatia; sabedoria e ternura; justiça e verdade; mansidão e pie-dade. Uma vida cheia da graça de Deus. Na verdade, só lidera com graça aquele que experimentou a Graça de Deus em Cristo Jesus.

Liderar é servir com dons e talentos. É reconhecer suas limitações e depender do Senhor. Viver em fraqueza, consciente das falhas, mas,

ao mesmo tempo, submeter--se a autoridade dAquele que tudo pode. O líder-servo olha para o exemplo de Cristo e foca as necessidades das pessoas. O seu prazer é aben-çoar. Orar pelas pessoas. Importar-se com elas. Traba-lhar na dependência de Deus para vê-las bem-sucedidas. Para contemplá-las servindo no espírito de Cristo. Servir com amor, temor e tremor é a arte da liderança genuina-mente cristã.

Lideremos, como pastores, as ovelhas de Cristo com o amor dEle. Sejamos graciosos em todo o tempo. Perdoemos com o perdão dEle. Sirvamos com o serviço dEle. Vivamos dia após dia a Sua vida neste mundo. Exerçamos a nossa influência a partir do caráter de Cristo Jesus. Como líderes que servem, sejamos cheios do amor do Pai, da graça de Cristo, o Filho, e do poder do Espírito Santo.

Liderar é servir

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15o jornal batista – domingo, 25/10/15ponto de vista

Ao falar em pastora-do aqui neste artigo penso também nos mais variados mi-

nistérios exercidos por pes-soas vocacionadas que de-dicam tempo para a atuação em uma Igreja, organizações religiosas e denominacionais. A palavra insalubridade signi-fica a condição de existência de atividades que, por sua natureza, circunstâncias ou métodos, exponha a pessoa a situações ou agentes nocivos à saúde física, mental, emo-cional e espiritual, acima dos limites de tolerância.

Sempre ouvimos notícias de filhos de pastores que es-tão afastados, esposas de pas-tores que vivem deprimidas e amarguradas, pastores que sofrem pressão na liderança da Igreja e/ou pelo corpo diaconal. Minha esposa, que é psicóloga com especiali-zação em terapia familiar sistêmica, já pôde ajudar muitas esposas de pastores. Escrevi nesta Coluna diversos artigos indicando os males que o ministério provoca na vida de um pastor e sua família, seja pela sua própria natureza, seja pela maneira que o pastor desenvolve sua atuação. Publiquei também um levantamento de dados que fiz no ano de 2000 e a sua repetição em 2011, dan-do sinais da saúde pessoal e ministerial do pastor Batista no Brasil (OJB 11 e 25/08/13; 22/09/13 e 27/10/13; veja outros artigos que foram pu-blicados em 2014: 08/06; 28/09; 10/08; etc).

Se pensarmos em todos os dilemas que um pastor ou mi-nistro tem que enfrentar e dar conta, o volume de atendi-mento, as pressões das deci-sões e conflitos que tem que gerenciar, podemos afirmar que o ministério é insalubre. Mas também necessitamos considerar que qualquer ati-vidade de trabalho tem seus níveis de insalubridade, mes-mo fora do mundo religioso. Veja bem, na situação políti-ca e econômica que o Brasil está passando, quase todas as atividades duplicaram seu nível de insalubridade. Cole-gas, então tenhamos ânimo, pois não estamos sozinhos!

A questão não é a insalubri-dade em si, mas como nós, pastores, ministros e executi-vos fazemos frente a este com-ponente do nosso trabalho. Depois que quase 40 anos de ministério atuando em Igrejas,

denominação e instituições, posso confessar que ainda estou aprendendo a lidar com a insalubridade ministerial, especialmente, ouvindo con-selhos de colegas mais expe-rientes, profissionais da saúde, minha esposa e filhos.

Neste tempo todo o volume de amizade com colegas mi-nisteriais é incontável e tenho notado que muitos encaram o ministério com uma atitude conhecida como workaholic, expressão americana que in-dica pessoa viciada em traba-lho. Confesso que por muitos anos tive esse vício e tive de ouvir os conselhos que acima mencionei e mudar radical-mente a visão de vida, família e ministério. Espero um dia contar esta experiência de dor, mas que também está sendo saudável para meu fu-turo, meu casamento, minha família e ministério.

Os profissionais da saú-de nos ensinam que nosso corpo, em casos de elevada tensão e exigências da vida, produzem certas substâncias que agem nos receptores opioides neuronais, produ-zindo ações de insensibilida-de à dor (analgesia) e até sen-so de euforia e onipotência. Aliás, um destes profissionais amigo, que tratou muitos pastores, me disse que mui-tos de nós, pastores, temos Síndrome de Onipotência Simbiótica, pois achamos que somos insensíveis à dor e sofrimento, imunes a do-enças e tudo podemos. A ação do corpo neste caso tem um limite, pois se estamos expostos constantemente a tensões, falta de repouso, volume excessivo de traba-lho, há redução da produção destas substâncias e pode-mos ter Síndrome de Pânico, depressão e entrarmos em um estado chamado de Sín-drome de burnout (Palavra que significa queimar sem deixar condições de recupe-ração), caracterizado por um esgotamento físico, mental, emocional e espiritual in-tenso, requerendo a ajuda imediata de profissionais especializados da saúde, psi-coterapia e aconselhamento. Veja que isso tudo ocorre na vida de qualquer profissional, inclusive pastores, ministros e executivos.

Para evitarmos isso será necessário desenvolver um senso que é chamado resili-ência, uma palavra que vem da física e que indica a resis-

tência de um material a pres-sões e estresse sem que sofra ruptura. Na Medicina do Trabalho há diversos estudos sobre a resiliência indicando que todos os profissionais de sucesso conseguem absorver os impactos, estresse e pres-sões profissionais. É claro que há um limite para a resiliên-cia, ninguém é onipotente como Deus O é. Por isso, se não aprendemos estratégias para enfrentar a vida e o tra-balho, em vez de resiliência, caímos no burnout.

Sem a pretensão de que-rer ser completo, é possível citar alguns caminhos que poderemos tomar na vida mi-nisterial para reforçar nossa resiliência?• Estabelecer prioridades para a vida - O apóstolo Pau-lo ensina as escalas de prio-ridade em Efésios 5.16; 6.20: Eu e Deus, eu e meu matri-mônio, eu e minha família, eu e minha profissão/trabalho (ministério), eu e a batalha espiritual. Interessante essa escala não é? Em primeiro lugar, cuidar de meu eu com Deus (vida devocional, pie-dade, vida pessoal), depois vem o matrimônio e a família e só depois é que vem o meu trabalho. Aliás, Paulo já indi-cava que os pastores/bispos/presbíteros deveriam saber cuidar bem da sua família antes de quererem cuidar do povo de Deus (I Timóteo 3.4-5; Tito 1.6). Quantos de nós temos considerado isso? É um princípio bíblico!• Estabelecer momentos de repouso - Esse é um prin-cípio da Criação. Com tan-ta gente para atender, Jesus notou que seus discípulos precisavam descansar (Marcos 6.31). Nós, pastores, mui-tas vezes abusamos nisso, nem férias queremos ter e nunca nos desligamos do nosso ministério, vivemos como um workahoolic. Não há corpo, mente, emoções e espírito que aguente. Vivemos muitas vezes um frenesi de atividades, sentimos culpa se ficarmos sem fazer nada. É o pragmatismo, a centralização, a falta de ensino para a Igreja de que não somos onipoten-tes e precisamos de repouso. Que tal desligar o celular da Igreja no seu dia de repouso ou deixá-lo com o vice-pre-sidente da Igreja, fazendo o mesmo em época de férias? O filósofo Sócrates disse certa vez: “Tomem muito cuidado com o vazio de uma vida

ocupada demais”. O repouso, antes de ser meramente ócio, é necessário para a reposição das nossas energias físicas, mentais, emocionais e es-pirituais, que serão úteis no exercício da resiliência.

Por muito tempo minha natureza era dormir poucas horas, pedi ajuda a muitos profissionais da saúde, até que, finalmente, um deles me ajudou e hoje tenho conse-guido vencer esse hábito. O repouso serve também para estarmos com nossa família, a sós meditando, descansan-do, nos desconectando das atividades normais. Vamos lembrar que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo (I Coríntios 6) e nos é dado para ser bem cuidado. Outro dia fui visitar um pastor no seu dia de folga, em um dado momento eu lhe disse e à sua esposa: “Vocês já notaram que ele não para de falar na Igreja, mesmo sendo seu dia de folga?” (Claro, fiz isso porque somos muito amigos).• Aprenda com os ensinos da Bíblia a confiar em Deus nos momentos de ansiedade - Uma jovem que trabalha no escritório da CBB um dia me enviou pelo Facebook a frase: “A soma de todas as responsabilidades nos dei-xam debilitados e não perce-bemos. Aí Deus nos presen-teia com aquele sonho, que somente Ele conhecia todos os detalhes”. Complementou, dizendo: “Filhos, descansem, eu cuidarei das demais coi-sas”. Você poderá ter uma característica mental e emo-cional ansiosa que pode ter causa em sua natureza ou sua constituição genética. Pro-cure ajuda com profissionais competentes.• O que fazer em momen-tos de crises ou dificuldades? - Há uma palavra chinesa para crise que é composta por dois hierogramas Wei-ji. “Wei” significa risco, perigo, enquanto de “ji” significa oportunidade. Veja se Deus não está lhe dando uma opor-tunidade de aprender algo, de desenvolver uma característi-ca pessoal que ainda não está adequada. Vamos lembrar de que a didática de Deus é a didática do deserto (Deutero-nômio 8), da prática. Adão se sentiu só, Abraão teve o seu deserto, como Pedro, Paulo e tantos outros Heróis da Fé (Hebreus 11). O desenvolvi-mento do caráter, da nossa personalidade, de nosso estilo

de relacionamento, nossa maneira de enfrentar pressões passa por esta didática divina. Quando um dente dói vamos logo ao dentista, quando há um dilema em nossa vida, devemos analisar a crise, mas também a oportunidade que Deus está nos dando e tomar as providências para o apren-dizado.• Vamos estar atentos aos riscos do exercício de nossa atividade ministerial – Na medicina há o que é chamado de iatrogenia, que indica efei-tos adversos provocados pelo próprio tratamento a que o paciente é submetido. Já ouvi médicos se referindo também que a iatrogenia pode ser aplicada ao médico que sofre estes efeitos adversos ao mi-nistrar a terapia ao paciente. Se isto é correto, nós, pasto-res, ministros e executivos, muitas vezes sofremos de iatrogenia ministerial, isto é efeitos adversos próprios do exercício da nossa atividade de trabalho. Alguns exemplos: Há pastores que, ao aconse-lharem alguém, acabam se envolvendo com esta pessoa; um momento de tensão em uma reunião ou assembleia que coloque em risco algum plano prioritário que o pastor deseja tocar em frente pode eclodir em uma explosão de raiva, etc.

Poderia acrescentar outras sugestões, mas deixo para que outros colegas se sintam encorajados a colaborar nes-se processo.

Queridos colegas, é ur-gente que aprendamos a lidar com as situações do ministério, que tenhamos amigos para compartilhar nossos desafios e tensões, que voltemos a valorizar nosso matrimônio, nossa fa-mília, que tenhamos tempo para meditar na Palavra de Deus para nossos corações, que vai além do preparo de sermões, precisamos apren-der a descansar, repousar, a descentralizar. Creio que muitas vezes precisaremos fazer uma revisão de vida, reaprender a viver, como se fosse uma realfabetização de vida e ministerial. Vamos nos entregar ao nosso Mestre e aceitar este desafio?

“E ele lhes disse: Vinde repousar um pouco, à parte, em um lugar deserto; por-que eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vi-nham” (Mc 6.31).

OBSErvATórIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Pastorado: Uma atividade insalubre?!

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