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NOTÍCIAS DA Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília Vol. 5 Número 19 India M ilhões de pessoas prestaram homenagem a Mahatma Gandhi, no memorial Raj Ghat, para comemorar o 142° aniversário do Pai da Nação indiana, no dia 2 de outubro. Muitos dos que estavam na fila de manhã cedo lembravam o poder duradouro da mensagem de verdade e não-violência do Mahatma (Grande Alma). O Primeiro Ministro, Dr. Manmohan Singh, a Presidente do Partido do Congresso, Sonia Gandhi, e o líder do partido Bharatiya Janata Party (BJP), L. K. Advani, renderam uma homenagem floral ao líder independentista, no memorial Raj Ghat, às margens do rio Yamuna. Repre- sentantes de oito religiões — budista, bahai, cristã, sikh, zoroastra, muçulmana, hindu e judaica — se reuniram para realizar um ato ecumênico no Raj Ghat. Discípulos de Gandhi se juntaram a alunos das escolas, enquanto tocavam canções devocionais como ‘Raghupati raghav raja ram’ e ‘Vaishnav jana to’, e prestaram uma respeitosa homenagem a Bapu (pai). Entre os convidados, encon- travam-se a governadora de Delhi, Sheila Dikshit, e o Ministro de Estado do Desenvolvimento Urbano, Kamal Nath. Um minuto de silêncio foi observado no memorial da pedra negra com as palavras ‘Hey Ram’ (Ó Deus), inscritas pelas autoridades políticas. Uma multidão de pessoas, incluindo crianças de favelas e abrigos, lotaram o memorial de Gandhi, e algumas delas cantaram músicas devocionais e espa- lharam flores no memorial. “Vim aqui pela primeira vez e estou muito animado para celebrar o aniver- sário de Gandhi com os dirigentes de nossa nação. Agradecerei esta oportu- nidade para sempre”, disse Anoop, 13 anos de idade e morador no abrigo ‘Salaam Balaque Trust’ em Delhi. “Mesmo anos após sua morte, os ensi- namentos de Mahatma Gandhi adquiram cada vez mais importância. Desde as instituições de ensino até a indústria de cinema, todo mundo é influenciado por ele”, salientou o servidor público, Sanjeev Gupta. Várias organizações da capital, como o Gandhi Smriti e o Museu Nacional Gandhi, organizaram exposições especiais sobre o pai da nação, a fim de sensibilizar os jovens aos ensinamentos do Mahatma e lembrar seu papel na luta para a Independência da Índia. O aniversário de nascimento de Mahatma Gandhi foi instituído como feri- ado nacional, Gandhi Jayanti, na Índia. A data é também comemorada no mundo inteiro como Dia Internacional da Não- Violência. Gandhi nasceu em 2 de outubro de 1869, em Porbandar, Gujarat e desem- penhou um papel fundamental na luta da Índia pela independência. Foi assassinado em 30 de janeiro de 1948. Índia lança tablet mais barato do mundo P6 "" #$" " "#$% % %#% "$ %"$ # ".1# ) &"#," #$ $ & %$%" $ %"#" %" $/ #$& "#$ "#$ $ "$ &# $ "#$ % + #$,$% $ "!% " &% ’ " %0. %$%" .- "#$ $ India Aeroporto de Agra vai receber vôos internacionais P5 D e acordo com os curadores, a maior exposição do ano acaba de abrir suas portas no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no Rio de janeiro. Intitulada ‘ÍNDIA!’, a mostra foi inaugurada no dia 12 de outubro e ficará disponível ao público até o dia 29 de janeiro de 2012. A exposição vai passar por várias outras grandes cidades brasileiras e oferecer um mergulho no estilo de vida indiano a um maior número de brasileiros. Realizado pelo curador Pieter Tjabbes e uma equipe internacional, o projeto ÍNDIA! pretende levar ao público brasileiro a riqueza histórica e cultural da Índia anti- ga e contemporânea. A exposição, que mostra quase todos os aspectos da vida indiana, é divida em quatros grandes temas — Homem, Reis, Deuses e Contem- poraneidade — e reúne uma coleção fasci- nante de objetos da vida cotidiana como arte popular, arte visual, música, dança e, até mesmo, cinema. Uma grande escultura de Ganesh recebe os visitantes na entrada da exposição. Grandes textos em português e inglês apresentam a exposição aos visitantes e esclarecem as relações entre as histórias do Brasil e da Índia. No primeiro andar do prédio, um per- curso sinuoso permite a descoberta de alguns espaços da exposição. A visita começa com vídeos e montagens fotográfi- cas que retratam a vida cotidiana indiana, entremeados de uma mistura de músicas indianas pop e clássica, conduzindo às principais salas da mostra. Fotografias granuladas em preto e branco, que reproduzem cenas de vida capturadas pelo famoso fotógrafo indiano Raghu Raí, são expostas ao lado da câmara de música que toca melodiosas composições clássicas e apresenta algumas imagens dos mestres da música indiana. Os retratos das famílias reais e dos monumentos históricos oferecem um olhar rápido sobre a colonização da Índia. A seção dedicada à religião introduz o hinduísmo, budismo, jainismo e islã, prin- cipais religiões do país, e apresenta objetos de arte e instrumentos de cada grupo. As histórias dos Marajás hindus, do Império Mogol (maior império muçulmano) e das colônias portuguesas e britânicas também são abordadas. Um vasto assenta- mento português existe ainda hoje no belo estado de Goa e, por isso, a Índia tem uma ligação mais próxima do que a esperada com a história do Brasil. A última seção da exposição aborda o tema do cinema indiano de ‘Bollywood’, nome dado à indústria de cinema de língua híndi, situada em Mumbai, antiga Bombaim. Bollywood produz um grande número de filmes a cada ano, superando a indústria cinematográfica norte-americana de Hollywood. A magnificência da exposição é enrique- cida pela presença de maravilhosos objetos de bronze e terracota que remontam a 200 a.C. Muitas das peças expostas foram emprestadas por instituições privadas e museus da Índia, bem como da Alemanha, Suíça, Holanda e, até mesmo, do Museu Histórico Nacional de Rio de Janeiro. A entrada é gratuita para todos. " * "# " #%$%" # $" ’#.- "#. % " 2" .# "( $""$ "!%% "& ’#.-

Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

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Publicação da Embaixada da Índia no Brasil

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Page 1: Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

N O T Í C I A S D A

Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília

Vol. 5 Número 19

IndiaMMilhões de pessoas prestaram

homenagem a MahatmaGandhi, no memorial RajGhat, para comemorar o 142°

aniversário do Pai da Nação indiana, nodia 2 de outubro. Muitos dos que estavamna fila de manhã cedo lembravam o poderduradouro da mensagem de verdade enão-violência do Mahatma (GrandeAlma).O Primeiro Ministro, Dr. Manmohan

Singh, a Presidente do Partido doCongresso, Sonia Gandhi, e o líder dopartido Bharatiya Janata Party (BJP), L. K.Advani, renderam uma homenagem floralao líder independentista, no memorial RajGhat, às margens do rio Yamuna. Repre-sentantes de oito religiões — budista,bahai, cristã, sikh, zoroastra, muçulmana,hindu e judaica — se reuniram pararealizar um ato ecumênico no Raj Ghat.Discípulos de Gandhi se juntaram a

alunos das escolas, enquanto tocavamcanções devocionais como ‘Raghupatiraghav raja ram’ e ‘Vaishnav jana to’, eprestaram uma respeitosa homenagem aBapu (pai). Entre os convidados, encon-travam-se a governadora de Delhi, SheilaDikshit, e o Ministro de Estado doDesenvolvimento Urbano, Kamal Nath.Um minuto de silêncio foi observado

no memorial da pedra negra com aspalavras ‘Hey Ram’ (Ó Deus), inscritaspelas autoridades políticas.Uma multidão de pessoas, incluindo

crianças de favelas e abrigos, lotaram omemorial de Gandhi, e algumas delascantaram músicas devocionais e espa-lharam flores no memorial.“Vim aqui pela primeira vez e estou

muito animado para celebrar o aniver-sário de Gandhi com os dirigentes denossa nação. Agradecerei esta oportu-nidade para sempre”, disse Anoop, 13anos de idade e morador no abrigo‘Salaam Balaque Trust’ em Delhi.

“Mesmo anos após sua morte, os ensi-

namentos de Mahatma Gandhi adquiramcada vez mais importância. Desde asinstituições de ensino até a indústria decinema, todo mundo é influenciado porele”, salientou o servidor público,Sanjeev Gupta.Várias organizações da capital, como o

Gandhi Smriti e o Museu NacionalGandhi, organizaram exposições especiais sobre o pai da nação, a fim desensibilizar os jovens aos ensinamentosdo Mahatma e lembrar seu papel na luta

para a Independência da Índia.O aniversário de nascimento de

Mahatma Gandhi foi instituído como feri-ado nacional, Gandhi Jayanti, na Índia. Adata é também comemorada no mundointeiro como Dia Internacional da Não-Violência.Gandhi nasceu em 2 de outubro de

1869, em Porbandar, Gujarat e desem-penhou um papel fundamental na luta daÍndia pela independência. Foi assassinadoem 30 de janeiro de 1948.

Índia lança tablet mais baratodo mundo P6

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IndiaAeroporto de Agra vai recebervôos internacionais P5

DDe acordo com os curadores, amaior exposição do ano acaba deabrir suas portas no Centro

Cultural do Banco do Brasil (CCBB), noRio de janeiro. Intitulada ‘ÍNDIA!’, amostra foi inaugurada no dia 12 de outubro e ficará disponível ao público atéo dia 29 de janeiro de 2012. A exposiçãovai passar por várias outras grandescidades brasileiras e oferecer um mergulho no estilo de vida indiano a ummaior número de brasileiros. Realizado pelo curador Pieter Tjabbes e

uma equipe internacional, o projetoÍNDIA! pretende levar ao público brasileiroa riqueza histórica e cultural da Índia anti-ga e contemporânea. A exposição, quemostra quase todos os aspectos da vidaindiana, é divida em quatros grandes temas— Homem, Reis, Deuses e Contem-poraneidade — e reúne uma coleção fasci-nante de objetos da vida cotidiana comoarte popular, arte visual, música, dança e,até mesmo, cinema. Uma grande escultura de Ganesh recebe

os visitantes na entrada da exposição.Grandes textos em português e inglês apresentam a exposição aos visitantes e

esclarecem as relações entre as histórias doBrasil e da Índia.No primeiro andar do prédio, um per-

curso sinuoso permite a descoberta dealguns espaços da exposição. A visitacomeça com vídeos e montagens fotográfi-cas que retratam a vida cotidiana indiana,entremeados de uma mistura de músicasindianas pop e clássica, conduzindo àsprincipais salas da mostra.Fotografias granuladas em preto e

branco, que reproduzem cenas de vidacapturadas pelo famoso fotógrafo indianoRaghu Raí, são expostas ao lado dacâmara de música que toca melodiosascomposições clássicas e apresenta algumas imagens dos mestres da músicaindiana. Os retratos das famílias reais e dos

monumentos históricos oferecem um olharrápido sobre a colonização da Índia. Aseção dedicada à religião introduz o

hinduísmo, budismo, jainismo e islã, prin-cipais religiões do país, e apresenta objetosde arte e instrumentos de cada grupo.As histórias dos Marajás hindus, do

Império Mogol (maior império muçulmano)e das colônias portuguesas e britânicastambém são abordadas. Um vasto assenta-mento português existe ainda hoje no beloestado de Goa e, por isso, a Índia tem umaligação mais próxima do que a esperadacom a história do Brasil. A última seção da exposição aborda o

tema do cinema indiano de ‘Bollywood’,nome dado à indústria de cinema de línguahíndi, situada em Mumbai, antigaBombaim. Bollywood produz um grandenúmero de filmes a cada ano, superando aindústria cinematográfica norte-americanade Hollywood.A magnificência da exposição é enrique-

cida pela presença de maravilhosos objetosde bronze e terracota que remontam a 200a.C. Muitas das peças expostas foramemprestadas por instituições privadas emuseus da Índia, bem como da Alemanha,Suíça, Holanda e, até mesmo, do MuseuHistórico Nacional de Rio de Janeiro. Aentrada é gratuita para todos.

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Page 2: Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

AAo participar da Reunião dosMinistros das Finanças do G20,organizada em 14-15 de outubrona França, o Ministro indiano

Pranab Mukherjee solicitou a troca deinformações entre os diferentes países paralutar contra a lavagem de dinheiro e ofinanciamento do terrorismo. Exortou osmembros do G-20 a começar a trocar, deforma automática e voluntária, informaçõesfinanceiras e bancárias coletadas no passa-do para apurar os crimes econômicos.

TTeexxttoo ddoo ddiissccuurrssoo ddoo MMiinniissttrroo iinnddiiaannoo ddaassFFiinnaannççaass,, PPrraannaabb MMuukkhheerrjjeeee,, nnaa RReeuunniiããooddoo GG--2200,, eemm 1144 ddee oouuttuubbrrooExcelentíssimos Presidentes e Colegas,Meu colega canadense fez uma apresen-

tação detalhada sobre o Framework.Também ouvimos o relatório do FMI sobreo estado da economia global e dos merca-dos financeiros. O anteprojeto de Plano deAção de Cannes deve ser analisado no con-texto destas apresentações. Por isso, voulimitar minha intervenção a três questõesimportantes que, em minha opinião,podem ajudar a focar nossas discussões.Primeiro, é importante encontrarmos um

bom equilíbrio entre as questões políticasde curto prazo, longo prazo e as opçõespossíveis para recuperar rapidamente aconfiança do mercado. Durante recentereunião em Washington D.C., cresceu osentimento de que a economia mundialtinha caído numa zona de turbulência, re-miniscência do pânico desencadeado pelocolapso de Lehman Brothers. Há receios deque seja interrompida até mesmo a fracarecuperação econômica que atravessam aseconomias avançadas. A taxa de empregodas economias avançadas nunca se recu-perou completamente dos níveis da crisede 2008. Relativamente robusta, a retoma-da econômica, registrada nas economiasemergentes, também começa a vacilar. Osmercados financeiros, que nunca se recu-peraram totalmente da crise precedente,sofrem novamente um forte estresse finan-ceiro. A crise atual tem sido incremental,por natureza, com uma série de choqueslocais que afetaram a economia global.Tudo isso aconteceu apesar do uso agressi-vo dos instrumentos de política fiscal emonetária e de nossa determinação coleti-va para manter os mercados abertos. Isso émotivo de grande preocupação. Daqui parafrente, temos opções limitadas para lidarcom a situação de emergência. O Framework foi projetado numa época

em que a recuperação global se tornavamais sólida e nossa atenção estava voltadapara o reequilíbrio da economia global,visando tornar a recuperação mais forte esustentável a médio e longo prazo. A recu-peração foi devida a uma forte dose de estí-mulos fiscais e monetários, que foram difí-ceis de retirar logo após. Apesar das pre-ocupações manifestadas em Toronto sobreos desequilíbrios fiscais, o foco em Seul foinos desequilíbrios externos. Analisandoretrospectivamente a situação, não presta-mos então a devida atenção para os dese-quilíbrios internos, ou seja, a transferênciada demanda do setor público para o setorprivado. Os indicadores atuais mostramque diminuíram o consumo privado e aconfiança dos investidores. Essa desconfiança atual nos obriga a

transferir parte de nossa atenção paraquestões de curto prazo no Plano de Ação,embora ainda tenhamos que resolver dese-

quilíbrios estruturais. Precisamos mandarum claro sinal, embora nossas opções hojesejam muito limitadas. Por um lado, osmercados estão receosos com o aumentodas dívidas públicas e a ausência de cresci-mento econômico, que é uma questão delongo prazo. Por outro lado, as fortesinjeções de liquidez dos bancos centraisparecem ter feito pouco para estimular ocrédito e os empréstimos até agora. Em vezdisso, observamos as conseqüências preju-diciais dessa crise sobre os preços dosativos e commodities que intensificaram ainflação nos mercados emergentes. Em segundo lugar, uma vez que as

recentes crises globais surgiram nasgrandes economias, o foco da reformaestrutural foi voltado para as economiassistemicamente importantes. Precisamosagora reconhecer que os desequilíbrios,mesmo em economias relativamentepequenas, podem ser ampliados pela inte-gração dos mercados financeiros, especial-mente através de mecanismos como asuniões monetárias. O perigo real para aeconomia global está no contágio rápidoda crise devido à integração dos mercadosfinanceiros mundiais. Parece assim estra-nho que o foco do G-20 permaneça nasmesmas grandes economias, enquanto aperiferia da zona Euro se revela maisimportante sistemicamente. O processo de

reforma terá de enfrentar a realidade degrandes desequilíbrios, em economiapequena, membro de união monetária quetem o poder de desestabilizar a economiaglobal. Nosso Plano de Ação deve encon-trar uma maneira de resolver esta questão. Em terceiro lugar, vale a pena examinar

se precisamos dar mais ênfase ao elementode crescimento de nossa reforma atual. Orelatório do Banco Mundial intitulado‘Equilíbrio, crescimento e desenvolvimen-to: uma agenda interligada’ sugeriu que orecente desaquecimento da economiamundial exige que o G-20 preste nova-mente atenção no crescimento. Concordocom a opinião do banco e estou convenci-do de que o reequilíbrio desejado será difícil de ser atingido e mantido se o crescimento for vacilante.Neste ponto, talvez a economia mundial

esteja em melhor posição do que na déca-da de 1930. Na época da GrandeDepressão, o crescimento da economiamundial era totalmente dependente dospaíses industrializados, abastecidos emmatérias-primas pelas colônias. Estas últi-mas eram totalmente dependentes dademanda dos primeiros. Ambas as econo-mias avançadas e as colônias, portanto,recuaram juntas. A situação hoje é dife-rente. As antigas colônias se tornaram mer-cados emergentes, vivendo suas próprias

revoluções industriais com desenvolvimen-to rápido da demanda interna. Embora nãopossam se dissociar totalmente de ummundo integrado, os mercados emergentesse tornaram os principais motores docrescimento mundial. É a principal razãopela qual o mundo continuou a crescer,apesar da recessão que se instalou nospaíses avançados. Para elaborar o Plano deAção a ser examinado pelos responsáveispolíticos em Cannes, acreditamos que oreequilíbrio da demanda global não devaenfraquecer o ritmo de crescimento dasfontes de demanda nos países emergentes,ao contrário, ele deve ser fortalecido. Nesse contexto, gostaria de reiterar a

sugestão, feita pelo Primeiro Ministro naCúpula de Seul: devemos aproveitar osdesequilíbrios globais para corrigir osdesequilíbrios de desenvolvimento. Se forpreciso aumentar a demanda mundial paracompensar a desaceleração nos paísesindustrializados, talvez seja melhorexpandir os investimentos na infraestruturadas economias em desenvolvimento. Estasugestão pode ser aplicada no aumento doinvestimento em infra-estrutura em geral,impulsionando o fluxo de tecnologia paraos países em desenvolvimento, que por suavez, podem estimular a produção e ocrescimento da produtividade em ambos ospaíses avançados e em desenvolvimento.Permitam-me ainda acrescentar que a

evasão fiscal e os fluxos ilícitos de capitalcolocam sérios desafios à economia mundi-al e às receitas fiscais dos países, desti-nadas a financiar o desenvolvimento. Umcrescimento forte e sustentável requer umaadministração fiscal eficaz, tanto em nívelnacional como em termos de cooperaçãoentre os países. Precisamos iniciar trocasautomáticas de informações para melhoraro cumprimento fiscal, numa base voluntáriacom os países parceiros e, em seguida,instar também os outros países a fazer omesmo. Precisamos igualmente trocarinformações bancárias coletadas no passa-do e cooperar na arrecadação de impostos.Debateremos estes e outros assuntos rela-cionados na sessão de amanhã, mas abor-dei o tema hoje, pois acredito que deva serum dos resultados de Cannes. Muito obrigado.”

2 FOCO Índia NOTÍCIAS DA Índia

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OObem-sucedido foguete indianoPSLV (Veículo Lançador deSatélite Polar) superou todas as

expectativas de lançamento de satélitesdos últimos 50 anos e colocou em órbitaquatro satélites. O foguete PLSV-C18,lançado no espaço às 11 horas da platafor-ma de lançamento de Sriharikota (AndhraPradesh), carregava o satélite franco-indi-ano Megha-Tropiques (1.000 kg), desti-nado aos estudos climáticos da zona tro-pical. O veiculo espacial também lançoutrês outros pequenos satélites, com umpeso total de 42,6 quilos. Desde que aOrganização de Pesquisa Espacial Indiana(ISRO) introduziu o foguete PSLV em1993, 49 satélites (23 indianos e 26estrangeiros) foram colocados em órbita.O número subiu agora para 53.Maior fonte de faturamento da ISRO, o

PSLV é um lançador de quatro estágioscom propulsores alternativamente sólidose líquidos. Os primeiro e terceiro estágios

são impulsionados por combustível sólidoe o segundo e o quarto estágios por com-bustível líquido. A ISRO desenvolveu três variantes do

PSLV. A primeira versão padrão, que pesacerca de 290 toneladas, possui seismotores auxiliares de 11,3 metros de com-primento e uma capacidade de com-bustível de nove toneladas. Há duas ou-tras versões: a PSLV Core Alone com seismotores auxiliares e a PSLV-XL commotores auxiliares de maior comprimento(13,5 metros) e capacidade de combustí-vel de 12 toneladas de combustível sólido.Os três pequenos satélites que foram

lançados pelo PSLV-C18 são: o satéliteSRMSAT (10,9 kg) construído pelosalunos da Universidade SRM (Chennai); osatélite Jugnu (3kg) do Instituto Indianode Tecnologia de Kanpur (IIT-K) e osatelite VesselSat LuxSpace (28,7 kg) doLuxemburgo, destinado à localização denavios em alto mar.

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Page 3: Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

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NNo Brasil, o olhar que temos daÍndia é uma olhar parcial e elenasce nos primeiros anos de

escola. No ensino de história, relatosdas grandes navegações, alguns umtanto poéticos, repletos de personagenseuropeus, são transmitidos às crianças.Fica de fora a história das antigas civi-lizações hindu. Estudamos a inde-pendência indiana sem conhecermos asraízes culturais do seu povo. Sobre osgrandes pensadores, aprendemos sobrepersonagens da filosofia ocidental clássi-ca como sendo a única fonte de filosofia.Pensadores da Índia antiga, quandomuito, são reduzidos a sábios místicos,portadores de provérbios de auto-ajuda.O ensino das civilizações antigas é ahistória e filosofia dos europeus.Conhecemos a Índia não pela sua ricahistória, mas porque Alexandre "oGrande" chegou lá na sua aventuraexpansionista. O ensino religioso, que jáfoi obrigatório, nos fala sem propriedadeda “vaca sagrada” e do sistema de castas.O ensino de geografia concentra-se noestudo demográfico, sem qualquer rela-tivismo cultural. É enfatizado o embateentre a tradição religiosa e controle denatalidade. Devemos deixar que a Índiafale por ela.Longe das escolas, praticantes de yoga

e movimentos religiosos são fontes deconhecimento místico e preservam anti-gos cultos. Propagam a imagem milenare secular da Índia. Cultivam a Índia doperíodo védico, uma Índia que talvez jánão exista para muitos indianos. Fica noimaginário ocidental a Índia da literaturavédica e dos grandes épicos. Um leveengano, mas justificável diante dariqueza espiritual que abunda noOriente e se faz escassa no lado de cá.Não há dúvida de que o mundo está

redescobrindo a Índia. Ela já foidescoberta na antiguidade e agora a suaredescoberta acontece em função daglobalização. O mundo ainda se encan-ta com sua yoga, com sua medicinaayurvédica, com seus mantras, com suadança, com sua música e com suaculinária. Mas ao lado disso, estamosdescobrindo a Índia da modernidade,das tecnologias, a Índia da produçãocinematográfica e a Índia da economiade mercado. Os tempos mudaram enovos meios de comunicação e infor-mação estão rompendo velhas barreiras.Não podemos mais ensinar nossas cri-anças a Índia a partir da visão eurocên-trica. Devemos ouvir a Índia por elamesma, narrada pelos seus filhos.—— Luiz Antonio da Rocha Andrade, Professor

de Geografia na Escola de Educação Básica Dr.Paulo Fonte, Florianópolis, Santa Catarina.

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MONITOR Mídia 3NOTÍCIAS DA Índia

EExiste um conceito na área de teleco-municações chamado ‘a últimamilha’, em referência à parte de

qualquer sistema telefônico que é maisdifícil de conectar à rede — desde oscabos principais até às casas das pessoas.Prem Kalra, diretor do novo InstitutoIndiano de Tecnologia do Rajastão, umadas melhores instituições indianas deensino superior, fez com que a instituiçãose dedicasse a superar um novo desafio:conectar ‘a última pessoa’.“Como vamos alcançar essa última pes-

soa?”, me perguntou Kalra durante a visitaque fiz ao campus dessa universidade emJodhpur, no deserto oriental do Thar. Navisão dele, a ‘última pessoa’ é o indivíduomais pobre da Índia. A questão que pre-ocupa Kalra é: “Será que a pessoa maispobre da sociedade indiana pode conquis-tar um pouco mais de poder, se receberinstrumentos simples possibilitandoadquirir as qualificações suficientes parasuperar a pobreza?” Isso é um grande desafio num país onde

75% da população vive com uma rendadiária de menos de US$ 2. Foi por estarazão que, há um ano, o Ministério deDesenvolvimento dos Recursos Humanosda Índia apresentou uma proposta desafi-adora que somente Kalra e o Instituto deTecnologia decidiram aceitar: alguémseria capaz de desenhar e produzir umtablete no estilo do iPad, porém bastantesimplificado, com conexão à Internet semfio, de forma que uma família indianapobre fosse capaz de pagar o aparelho,em um ano, com prestações de cerca de

US$ 2,50 ao mês, caso o governo subsidi-asse o restante? Será que o Instituto seriacapaz de criar um tablete simples paraensinar inglês ou matemáticas à distância,ou simplesmente acompanhar os preçosdas commodities por menos de US$ 50,incluindo o lucro do produtor?A resposta foi sim. No mês passado, a

equipe de Kalra — liderada por dois pro-fessores de engenharia elétrica, um dosquais nasceu numa pequena aldeia semeletricidade — apresentaram o tabletAakash. Aakash significa céu em hindi. Otablet roda o sistema Android 2.2, comtela sensível ao toque, bateria de 3 horasde autonomia e capacidade de baixarvídeos do Youtube, arquivos Pdfs e soft-ware educacional com o Virtual Labs. O

governo deve subsidiar as conexões semfio para os estudantes.Se os indianos pudessem comprar os

tablets produzidos no Ocidente, os preçosseriam tão elevados que não existiriamaqui, diz Kalra. Portanto, tivemos quereduzir significativamente o preço.Aproveitaram o mundo hiperconectado dehoje: adquiriram componentes na China ena Coreia do Sul, usaram softwares einstrumentos colaborativos de fontesabertas e lançaram mão das instalações deduas empresas ocidentais — DataXind eConexant Systems — e da empresa indi-ana Quad.O tablet Aakash abre um raio de espe-

rança para que a Índia aproveite essa tec-

nologia e forneça a 220 milhões de estu-dantes um instrumento com o qualpoderão superar a pobreza e as deficiên-cias do sistema educativo, mesmo queisso represente um desafio aos produtoresdos países avançados.Falando em esperança, fiquei surpreso

com a história que Urmila, esposa deKalra, contou a respeito de uma conversaque teve com a empregada doméstica,depois da apresentação do Aakash, em 5de outubro. A empregada, que tem doisfilhos, comentou: “o porteiro que trabalhaà noite disse que o senhor Kalra criou umcomputador muito barato, tão barato queaté ela mesma poderia comprá-lo. Oporteiro deu a ela uma foto recortada nojornal e a empregada perguntou se ahistória era verdade".Urmila disse que sim e que a máquina

era exatamente para pessoas semcondições de comprar um computadormaior. A empregada perguntou: “Quantovai custar?” Eu respondi: “Cerca de INR1.500” (US$ 30). Ela indagou: “15.000 ou1.500?” Eu disse: “INR 1.500”. Ela tinhacerteza que se o governo fizesse algo debom para os pobres, haveria algo paradesconfiar. “O que é possível fazer com oaparelho?”, perguntou ela. Urmila respon-deu: "se sua filha for à escola, poderá usá-lo para fazer download de vídeos e aulas”,da mesma forma que meu filho baixa suasaulas de física todas as semanas do M.I.T.[OpenCourseWare].— Thomas L. Friedman, The New York Times,

November 12, 2011 (O texto acima expressa asopiniões pessoais do autor)PPaarraa lleerr oo tteexxttoo ccoommpplleettoo,, aacceessssee

http://www.nytimes.com/2011/11/13/opin-ion/sunday/friedman-the-last-person.html

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NNo dia 2 de outubro, foi celebra-do o dia do aniversário(Jayanti) de Gandhi em frente àestátua de Gandhi, no espaço

Gandhi, Parque Ibirapuera em São Paulo.Participaram do evento membros doConsulado Indiano, pessoas da comu-nidade indiana no Brasil e convidadosbrasileiros que prestaram homenagem aoMahatma (Grande Alma).A cerimônia foi organizada em parceria

com a ONG Palas Athena, dirigida pelaDra. Lia Diskin, eminente discípula deGandhi no Brasil. O Secretário para oMeio-Ambiente da Municipalidade de SãoPaulo, Dr. Eduardo Jorge Martins AlvesSobrinho, assistiu à cerimônia.Criada há 30 anos, a associação Palas

Athena realiza anualmente uma semanaem homenagem a Gandhi. Neste ano, em4 de outubro, foi apresentado um progra-ma cultural no Museu de Arte Moderna deSão Paulo, com o patrocínio doConsulado Indiano. A Consulesa Geralem exercício, Abhilasha Joshi, e a Dra. Lia

Diskin fizeram um discurso ao públicoreunido, seguido de um breve espetáculodo famoso ator João Signorelli. Um livroilustrado em português sobre a vida deMahatma Gandhi foi distribuído aos con-

vidados. Alguns exemplares foram dis-tribuídos à Fundação Casa, uma organiza-ção ligada a jovens excluídos, paradifundir a mensagem de paz e não-violên-cia de Gandhi.

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Page 4: Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

4 NOTÍCIAS Indianas NOTÍCIAS DA Índia

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OOgoverno apresentou o anteproje-to de regulamento do setor detelecomunicações que determi-na as regras referentes à liber-

dade de roaming, transparência de alo-cação de frequências, estratégias de cober-tura de zonas rurais, aumento de veloci-dade de banda larga e novas opções definanciamentos das operadoras. O Projetodo Regulamento Nacional deTelecomunicações 2011 foi divulgado nosite oficial do Ministério doDesenvolvimento dos Recursos Humanos eda Tecnologia da Informação eComunicação. O Ministro Kapil Sibal tam-bém prometeu uma nova lei sobre alocaçãoe uso de bandas de frequências. Nesta perspectiva, o Ministro afirmou

que o novo regulamento pretende desvin-cular as licenças concedidas aos presta-dores de serviços da atribuição das fre-qüências radio, ou seja, será necessárioadquirir as bandas de freqüências em leilãoou compartilhá-las com empresas já exis-tentes. O Ministro Sibal acrescentou que oprojeto final será apresentado em dezem-bro, após consultas das partes interessadase da sociedade civil.O Ministro disse ainda que a tônica geral

da proposta era enfatizar a necessidade deadotar uma tecnologia durável que possasuperar os problemas existentes em edu-cação, saúde, geração de empregos,inclusão financeira e outras áreas. Disseque a NTP-2011 pretende criar um quadroregulamentar para dar respostas a essasquestões e melhorar a vida de todos oscidadãos. Ao formular diretrizes e obje-tivos claros, a NTP-2011 tenciona criar umambiente favorável aos investidores para

que o setor capte mais recursos financeirose, além disso, gere mais empregos emvários segmentos, disse ele.“As telecomunicações se tornaram um

motor essencial do desenvolvimentoeconômico e social e, num cenário mundi-al de demanda crescente em conhecimen-to, a Índia deve desempenhar um papelimportante,” disse Sibal, ao apresentar ra-pidamente o novo projeto. “A nova propos-ta visa garantir a liderança indiana no setorde telecomunicações e transformar o

cenário socioeconômico do país por meiodo crescimento rápido, justo e inclusivo, deserviços de telefonia, acessíveis e de quali-dade, nas zonas rurais e isoladas”.Conforme declarou o Ministro, a nova

política visa promover a convergência entreas atividades de telecomunicações, tele-visão e banda larga e reformar as normasexistentes que segregam as operações emlicenciamento, registro e mecanismos re-gulamentares. “A essência da reforma é seuefeito multiplicador e o impacto dos

serviços de telecomunicações sobre toda aeconomia. O projeto reconhece o impor-tante papel do setor na agenda de desen-volvimento do país, particularmente, noque diz respeito à igualdade e inclusão.Também deixa claro que a prioridade da

nova política é o desenvolvimento e não aarrecadação de dinheiro para o tesouropúblico. A geração de renda tem papelsecundário,” concluiu o Ministro.

OOMinistro do Desenvolvimentodos Recursos Humanos e da TI eComunicação, Kapil Sibal, apre-

sentou o anteprojeto de plano diretor dosetor eletrônico em Nova Delhi, no dia 3de outubro.Em seu discurso, o Ministro Sibal afir-

mou que os equipamentos eletrônicos eas tecnologias de comunicação e infor-mação (ICTE em inglês) tinham capaci-dade para traçar os futuros contornos daeconomia, da sociedade e do governoindiano. Seriam o exemplo perfeito doque a sociedade indiana, jovem, moder-na e reformada, é capaz de realizar.O Ministério da Tecnologia da

Informação e Telecomunicações está for-mulando um conjunto de três políticas,interdependentes e coordenadas, para ossetores de tecnologia da informação,telecomunicações e produtos eletrôni-cos, disse Kapil. A proposta do PlanoNacional do Setor Eletrônico 2011 visa acriação de uma indústria competitiva dedesign e fabricação de sistemas eletrôni-cos (ESDM em inglês), incluindo as na-notecnologias para atender a demandado mercado nacional e internacional.Até 2020, o projeto prevê um fatura-mento de US$ 400 bilhões, por uminvestimento de US$ 100 bilhões. Háprevisão de que o setor da concepção dechips e sistemas baseados em chip movi-mente US$ 55 bilhões no mercado inter-no e US$ 80 bilhões nas exportações. O plano diretor do setor eletrônico tam-bém visa garantir 28 milhões de empre-gos no setor até 2020.

OOMinistro do Desenvolvimento dosRecursos Humanos e daTecnologia da Informação e

Comunicação, Kapil Sibal, apresentou oProjeto do Plano Nacional de Tecnologiade Informação 2011, 10 de outubro.Na ocasião, o Ministro Sibal afirmou que

a tecnologia da informação (TI) era umapeça fundamental da economia mundialcada vez mais voltada para o conhecimen-to, e que o bom desempenho indiano nestesetor deve ajudar o país a tirar proveito desua posição de liderança na TI.O Ministro acrescentou que a tecnologia

da informação tinha a capacidade de trans-formar a sociedade indiana e oferecerenormes oportunidades econômicas. “Cominvestimentos na infraestrutura e medidaspolíticas adequadas, teremos a oportu-nidade de fortalecer e melhorar nossa par-ticipação no mercado global de TI. A intro-dução da TI em todos os setores do país vaitransformar nossa economia nacional, pro-mover a justiça social e melhorar rapida-mente os índices de desenvolvimentohumano da nação”, disse ele.O projeto de Plano Nacional de

Tecnologia da Informação 2011 aposta numaumento das receitas do setor da TI, quedevem passar de US$ 48 bilhões para US$300 bilhões até 2020. O Ministro tambémenfatizou a importante contribuição da TI àexpansão da economia indiana, que regis-trou um taxa de 8% nos últimos dez anos.As exportações representaram 80% do faturamento total (US$ 88 bilhões) dosetor em 2010-11.As recentes medidas políticas anunci-

adas pelo governo visam reduzir esse dese-

quilíbrio com o crescimento da demandainterna. O projeto estabelece diferentesincentivos fiscais e medidas de estímulopara atrair o investimento para grandes emédias cidades regionais. O setor indianode TI emprega hoje mais de 2,5 milhões de

profissionais qualificados. As prioridadesdo governo são o desenvolvimento das tec-nologias da informação e comunicação emtodos os setores da economia indiana e ofornecimento de soluções informáticaspara o mercado internacional.

� Aumentar de US$ 88 bilhões para US$ 300 bilhões as receitas de TI em 2020.� Criar incentivos fiscais e medidas de estímulo para atrair o investimento para

grandes e médias cidades regionais. � Promover pesquisas em tecnologias de ponta e desenvolver aplicativos em loca-

lização, serviços baseados em localização, serviços de valor agregado para dis-positivos móveis, computação em nuvem, mídia social e serviço público.

� Conceder benefícios fiscais associados aos serviços de TI na produção de valordas PME e startups.

� Aproveitar as tecnologias da Internet e da telefonia móvel para desenvolver novosprodutos, tecnologias e negócios.

� Integrar serviços de entrega, baseados em telefonia móvel e Internet, numaplataforma comum que permitirá a prestação de serviços governamentais e não-governamentais personalizados, seguros, generalizados e contínuos.

� Integrar sistema Aadhar (cadastro de pessoas físicas), serviços financeiros e loca-lização GPS numa plataforma comum para estimular a inovação.

� Formar uma mão-de-obra adicional de 10 milhões de profissionais qualificados emtecnologia da informação e telecomunicações (TIC).

� Formar uma pessoa à internet em cada família.� Ampliar o Plano Nacional de Governo Eletrônico e providenciar todos os serviços

de governo eletrônico, dentro de prazos pré-estabelecidos determinados nas dire-trizes da Lei dos Serviços de Entrega Eletrônica.

� Aumentar a transparência, responsabilidade, eficiência, segurança e descentra-lização do governo, particularmente nos serviços públicos.

� Aproveitar a TIC como fator de transformação social nos setores de educação,saúde, desenvolvimento rural e serviços financeiros para promover justiça e qua-lidade de vida.

� Permitir o acesso a conteúdo e aplicativos TIC a pessoas com competências dife-renciadas de modo a acelerar o desenvolvimento inclusivo.

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� Aumentar a tele-densidade rural de35% para 100% até 2020

� Garantir banda larga sob demandae acumular 600 milhões deconexões até 2020

� Conceder licenças nacionais eeliminar encargos de roaming

� Liberar 500MHZ de espectro até2020 para melhorar o serviço

� Transparência da alocação deespectro por meio de leilão

� Nova lei de espectro para resolveressas questões

� Concessão de estatuto deinfraestrutura às operadoras paraobter melhor financiamento

� Nova financiadora de projetos detelecomunicações

� Portabilidade do número de tele-fone móvel em todo o país

� Regras adequadas às empresas quedeixam o setor de telecomuni-cações

� Novo fundo para promover apesquisa e a fabricação nacional

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NOTÍCIAS Indianas 5NOTÍCIAS DA Índia

'������������ +������������ ���!"�����#�����CCientistas indianos anunciaram

que vão desenvolver um ‘narizeletrônico’ capaz de detectar

tuberculose no hálito dos pacientes,oferecendo uma possibilidade de diag-nóstico rápido para salvar a vida de cen-tenas de milhares de pessoas.O dispositivo portátil, operado por

bateria e chamado ‘E-Nose’, é similar aosbafômetros da polícia, usados para fla-grar motoristas embriagados. O pacientesopra no equipamento e os sensorescaptam os biomarcadores de tubercu-losenas nas gotículas de saliva e per-mitem um diagnóstico quase instantâneoe muito preciso da doença. O nariz eletrônico foi desenvolvido em

parceria pelo Centro Internacional deEngenharia Genética e Biotecnologia deNova Delhi e pela companhia californi-ana Next Dimension Technologies. “Esperamos completar um protótipo

para testes clínicos em outubro de 2013”,declarou o pesquisador Ranjan Nanda.A cada ano, a tuberculose mata 1,7 mi-

lhão de pessoas no mundo e os cientistasapostam que o nariz eletrônico pode sal-var 400 mil vidas ao ano, nos países emdesenvolvimento, graças a um diagnósti-co precoce e à conseqüente redução dastransmissões. Hoje, a doença é detectadacom testes de secreções que são caros edemoram vários dias.O projeto recebeu US$ 950.000 da

Fundação Bill e Melinda Gates e deGrands Challenges Canada, organizaçãosem fins lucrativos que trabalha emquestões de saúde no mundo em desen-volvimento. “Nossa pesquisa tambémdemonstrou que essa tecnologia é capazde detectar outras doenças pulmonarescomo o câncer do pulmão,” disse opesquisador indiano à AFP. Cada ‘nariz eletrônico’ custará de 20 a

30 dolares. O tamanho do aparelho e aautonomia da bateria tornam o equipa-mento acessível às comunidades ruraiscom distribuição limitada ou inexistentede eletricidade, como é o caso na Índia. A cada dia, cerca de 1000 pessoas

morrem de tuberculose no mundo e aÍndia lidera o número de vítimas. “Nosso objetivo é fazer com que o

nariz eletrônico seja facilmente obtidopelas comunidades pobres e remotas,onde se propaga a tuberculose que devasta tantas vidas”, disse Nanda.A tuberculose é uma infecção bacteri-

ana contagiosa que se propaga pelo ar.Se a doença não for tratada, cada pessoacom tuberculose ativa pode infectarentre 10 e 15 pessoas por ano, informa aOMS.(O texto acima expressa as opiniões pes-soais do autor)

AFP via The Australian, November 08, 2011.

AAÍndia espera ter uma capacidadeinstalada em energia solar de 10gigawatts até 2017, duas vezes

mais do que previsto, devido à aceleraçãoda produção industrial. O Ministério das Energias Novas e

Renováveis planeja conceder licenças paracentrais de energia solar interligadas àrede elétrica para instalar uma capacidadede 10 mil megawatts, superando a metainicial de 4.000 megawats, anunciada naConferência de Hyderabad. A meta paracentrais solares não-conectadas à rede

elétrica também será duplicada para atin-gir 2000 megawats."Considerando as tendências atuais,

uma meta de 10.000 megawatts é viável",afirmou Bhargava. A capacidade indianade geração de energia solar chegou a 125megawatts no final de outubro deste ano,disse ele. Isso representa mais do que odobro dos 50 megawatts instalados emjunho.Terceiro maior consumidor de energia

da região asiática, o país oferece exce-lentes oportunidades aos fabricantes de

painéis solares, numa conjuntura dedesaceleração e queda de margens. Asempresas que desenvolvem projetos degeração de energia solar na Europa, omaior mercado mundial de energia solar,não conseguem atualmente os financia-mentos bancários para construir novas usi-nas solares. A demanda recuou 10% aquémdas expectativas, disse Ole Enger, diretorexecutivo de Norway's Renewable EnergyCorp Ole Enger. Na Índia, a demanda dedesenvolvimento de usina solar ultrapas-sou mais de sete vezes a capacidade ofer-

ta nos leilões indianos, disse Bhargava. OMinistério recebeu 218 pedidos para con-struir uma capacidade de geração de 2.500megawatts. O Ministério deve atribuir ape-nas 350 megawatts no segundo leilãoencerrado em novembro. Os vencedoresda rodada devem assinar os acordos decomercialização de energia, até o final dedezembro para concluir as obras atéjaneiro de 2013.

— Natalie Obiko Pearson(O texto acima expressa as opiniões pessoais do

autor) Bloomberg, November 10, 2011

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OOnúmero de turistas estrangeirosdeve disparar na cidade do TajMahal neste inverno, após a

aprovação pelos Ministérios indianos daDefesa e da Aviação Civil da liberação dosvôos internacionais no aeroporto Kheria,base da Força Aérea da Índia.O executivo Rajiv Tiwarin declarou: O

Ministro e o Secretário da Defesa tomaramuma decisão positiva e autorizam agora os vôos charter a usarem apista de decolagem. Enviamos também out-ras propostas para dar mais conforto aospassageiros e construir um corredor seguropara a pista de aviação da Força Aérea.”Apesar de críticas repetidas contra a

falta de conectividade aérea e as múlti-plas restrições, o aeroporto Kheria járecebeu mais de 800 vôos charters noano passado, de acordo com o diretor doaeroporto Kuldip Singh. O número deturistas em Agra ultrapassou cinco milhões.O Ministério da Aviação Civil afirmou

que o aeroporto de Agra atende a todos ospré-requisitos técnicos e industriais exigi-dos para a autorização de operações inter-nacionais.“O Ministério analisou vários pontos téc-

nicos e questões industriais antes de con-ceder a autorização,” confirmou um alto

funcionário do Ministério da Aviação Civil. De acordo com o funcionário, a insta-

lação de um sistema de pouso por instru-mento (ILS), que permite operações depouso e decolagem à noite, foi um dosprincipais argumentos a favor da autoriza-ção para vôos internacionais.“Apesar das dificuldades ainda não

foram superadas, como o terminal e o esta-cionamento, os problemas mais impor-tantes de pouso à noite e de serviços deemergência foram solucionados pelaAutoridade Aeroportuária da Índia.Esperamos que as obras continuem paratornar o aeroporto um hub turístico denível mundial.

O Ministério da Defesa, que aprovou osvôos charter planejados, rejeitou a su-gestão de adiar as obras e trabalhos demanutenção das pistas de pouso, incluindoa maior de todas que permite o pouso degrandes aviões.Fontes da Força Aérea anunciaram a con-

clusão das obras até o final de março. O setor do turismo em Agra afirmou

que, com a mudança, haverá mais de 10milhões de turistas por ano na cidade doTaj Mahal.“Se fosse contabilizar os ingressos gratu-

itos, os menores de 15 anos e os devotosque rezam nas sextas-feiras, no dia doaniversário da morte de Shah Jahan e nosoutros feriados, o número de visitantespoderia chegar a 10 milhões,” disse SandipArora, ex-presidente da Associação dosRestaurantes e Hotéis de Agra. “Se analisarmos objetivamente a

questão, não é oportuno para os turistasestrangeiros pousarem no aeroporto dePalam e perderem a metade do dia para irà Agra por via terrestre. Se o turista chegardiretamente ao aeroporto Kheria, situado aapenas 10 quilômetros do Taj Mahal, ele vaieconomizar tempo e dinheiro e, talvez, vi-sitar outros monumentos além do TajMahal,” afirmou o gerente de hotel emAgra, Surendra Sharma.

NNo dia 7 de novembro, a Índiaconquistou o título de ‘MelhorDestino Mundial’ de turismo naocasião do World Travel Market

2011. O país também ganhou o prêmio de‘Melhor Conselho de Turismo’. O Ministroindiano do Turismo, Subodh Kant Sahai,que recebeu o prêmio das mãos de GrahamE. Cooke, fundador e presidente de WorldTravel Awards, anunciou que cinco milhõesde turistas já tinham visitado a Índia nesteano e que o objetivo do governo era atraircinco milhões de visitantes suplementaresnos próximos dois ou três anos. Isso devegerar 25 milhões de empregos.Subodh Sahai afirmou que a Índia estava

determinada a alcançar o sucesso, apesardo desenvolvimento tardio do turismo nopaís. Os esforços para impulsionar o turis-mo incluem a retirada das restrições devisto de entrada, que impedem os turistasde revisitar o país num intervalo de doismeses, após a primeira visita. “O problemaestá sendo resolvido”. Sahai disse que oobjetivo é aumentar de 0,6% para 1% —um bilhão de passageiros — a fatia indiana

nas chegadas de turistas internacionais, atéo final de 2016.“O setor do Turismo será reconhecido

como um setor de infraestrutura.Precisamos de dois milhões de quartos dehotel para hospedar esses cinco milhões deturistas suplementares. O desenvolvimento

da infraestrutura turística será financiadopelo governo central e os estados, seguin-do o modelo de participação público-priva-da”, disse ele.

— Hasan Suroor (O textoacima expressa as opiniões pessoais do autor) The Hindu, 9 de novembro de 2011.

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Page 6: Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

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NNo dia 5 de outubro, visando ter-minar com a divisão digital dopaís, a Índia lançou Aaakash, otablet mais barato do mundo,

no valor de INR 2.250. Cerca de 100.000 estudantes indianos

terão um melhor acesso ao mundo digital,graças a este dispositivo. Desenvolvidopelo Instituto Indiano de Tecnologia (IIT)do Rajastão e a empresa britânica de tec-nologia da informação DataWind, o tabletAakash suporta conexões e serviços inter-net via tecnologia Wifi.O tablet será fornecido aos estudantes

indianos com o preço subsidiado pelo go-verno indiano de US$ 23 por unidade.O governo quer reduzir ainda mais o

preço do dispositivo em até US$ 10,declarou o Ministro indiano do Desen-volvimento dos Recursos Humanos e daTecnologia da Informação e Comunicação,Kapil Sibal. “Aakash vai criar umamudança de paradigmas na educação”enfatizou o Ministro Sibal. O dispositivobeneficiará não apenas os estudantes indi-anos, mas também os estudantes de todoo mundo, acrescentou.Os coordenadores do projeto afirmaram

que esse dispositivo de baixo custo devepermitir que os alunos das áreas ruraisacessem a tecnologia digital do século 21. “Diziam que era impossível fazer isso

com a mão-de-obra indiana na Índia.Aceitamos o desafio e conseguimos,”disse Suneet Singh Tuli, Diretor Executivode DataWind.O Diretor do IIT do Rajastão, Prem

Kalra, afirmou que os estudantes partici-param do projeto de protótipo de dispos-itivo móvel de baixo custo. O Aakash rodao sistema Android 2.2 e apresenta umatela sensível ao toque de sete polegadas,wifi e pode servir como E-book parafornecer acesso a material didático epesquisas on-line.Os dispositivos móveis semelhantes,

lançados por outros fabricantes, são ven-didos por mais de INR 11.000 no mercadoindiano. O Ministro Sibal comentou que odesafio era agora a criação de conteúdode qualidade por profissionais informáti-cos. Lançou um apelo à indústria dohardware para produzir o dispositivo emparceria com o governo indiano.Paralelamente, DataWind, que produz

o Aakash, anunciou o lançamento, emnovembro, da versão comercial do produ-to no mercado indiano.Conforme declarou Tuli, o preço do

modelo de varejo será maior, mas ele serecusou a dar mais detalhes. “O preçoserá um pouco mais alto, mas ainda muitocompetitivo em relação a todos os outrostablets vendidos no mundo inteiro.”O objetivo da empresa é uma base

de 100.000 novos clientes por mês para a versão comercial do tablet."Esperamos uma média de cerca de100.000 clientes por mês para o tabletque será vendido entre INR 2.000 e INR3.000”, disse ele. Tuli acrescentou que a fábrica de

DataWind em Hyderabad deve aumentar acapacidade de produção de 21.000unidades para cerca de 100.000 unidadespor mês. A empresa também procura umsitio alternativo de produção. Ao comentar o potencial de exportação

do computador, Tuli disse: “É claro que éum ótimo produto. Nossa prioridade étorná-lo disponível na Índia e, em segui-da, no mundo inteiro.” A empresa manifestou o desejo de co-

mercializar um novo tablet, por cerca de US$ 10, com mais componentes locais.

“Precisamos de mais componentes locais.Dado o aumento previsto da produção,acreditamos que os fabricantes indianosde componentes aproveitarão a oportu-nidade para ajudar a reduzir os preços.Cerca de 35% dos componentes

eletrônicos do tablet são produzidos naCoreia do Sul, 25% na China, 16% nosEstados Unidos, 16% na Índia e o restanteem outros países. Executivos da empresa afirmaram que a

versão para estudantes será comercializa-da em parceria com a operadora indianade telefonia móvel Aircel, que forneceráos cartões Sim que permitem o acesso àInternet pela rede 3G.O projeto Aakash faz parte da ‘Missão

Nacional para Educação via Tecnologia daInformação e Comunicação’ (NME-ICTem inglês), lançada em fevereiro de 2009pelo Ministério do Desenvolvimento dosRecursos Humanos, com orçamento deINR 461 bilhões.A Missão Nacional para Educação

é composta de 48 diferentes componentes, baseados basicamente naelaboração de conteúdo, acessibilidade e desenvolvimento de dispositivos eletrônicos de baixo custo para acessar omundo digital.

6 NOTÍCIAS Indianas NOTÍCIAS DA Índia

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AAo discursar no Diálogo Ministerialsobre ‘Economia Verde eCrescimento Inclusivo’, a Ministra

indiana do Meio-Ambiente e das Florestas,Jayanthi Natarajan, apelou para que ospaíses possam elaborar suas própriasestratégias de desenvolvimento, de acordocom as prioridades nacionais e os respec-tivos níveis de desenvolvimento. O Diálogofoi organizado pelo Ministério do Meio-Ambiente e das Florestas da Índia e aConferência das Nações Unidas sobre oDesenvolvimento Sustentável.A Ministra lembrou alguns dos grandes

princípios diretores que podem contribuirpara conseguir um acordo e pôr em práticaas linhas de ação. Reafirmou os princípiosda conferência Rio+20, inclusive o princí-pio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas.

A Ministra indiana defendeu a intensifi-cação da cooperação internacional paraacelerar o desenvolvimento sustentável,incluindo o acesso dos países em desen-volvimento a linhas de crédito adicionais eo combate ao protecionismo verde, emnome da economia verde. Ao comentar osrecentes avanços indianos em matéria deeconomia verde, a Ministra Natarajan disseque havia três dimensões no processo dedesenvolvimento: o rápido crescimentoeconômico com ênfase na infraestrutura emeios de vida, a prioridade à pluralidade eredução das disparidades sociais e aimportância das preocupações ambientaisnos programas e políticas setoriais”.Em relação às recentes medidas institu-

cionais, políticas e legislativas tomadaspelo governo indiano, ela assinalou a ‘Leide Direito do Acesso à Informação de

2010’, que estabelece um tribunal verdepara promover o acesso à justiça ambiental,e o ‘Plano Nacional de Ação sobreMudanças Climáticas’ com oito missõestemáticas, abrangendo áreas como energiasolar, eficiência energética, agricultura sus-

tentável e conhecimento estratégico. AMinistra manifestou também preocupaçõesem relação ao desafio do desenvolvimentode energias mais limpas, agravado peloacesso limitado a tecnologias verdes compreço acessível.”

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PPara aproveitar o melhor da ciênciainternacional na área da segurançaalimentar e tornar o país um cen-

tro de produção agrícola para a regiãosul-asiática, o governo indiano anunciouem 5 de outubro a criação de três institutos Borlaug.No dia 30 de dezembro, o gabinete do

governo indiano aprovou a proposta doMinistério da Agricultura e do Depar-tamento de Pesquisa e EducaçãoAgrícola para autorizar a implantação,pelo Centro Internacional de Melho-ramento de Trigo e Milho (CIMMYT), deum Instituto Borlaug da Ásia do Sul(BISA em inglês) com centros emLudhiana (Punjab), Pusa (Bihar) eJabalpur (Madhya Pradesh). O BISA será dotado de personalidade

jurídica internacional no âmbito daConvenção sobre Imunidades ePrivilégios das Nações Unidas de 1947.

NNeste inverno, o número de turis-tas estrangeiros deve disparar nacidade do Taj Mahal, após a

aprovação da liberação de vôos interna-cionais no aeroporto Kheria, uma baseda Força Aérea da Índia, pelosMinistérios indianos da Defesa e daAviação Civil. Apesar das críticas quanto às

restrições e à falta de conectividadeaérea, o aeroporto Kheria de Agra rece-beu mais de 800 aviões-charters no anopassado, de acordo com o diretor doaeroporto, Kuldip Singh. O número deturistas em Agra ultrapassou cinco milhões. O Ministério da Aviação Civil afirmou

que o aeroporto atende a todos os pré-requisitos técnicos e industriais neces-sários para a autorização de operaçõesinternacionais. “O Ministério analisou vários pontos

técnicos e questões industriais antes deconceder a autorização,” confirmou umalto funcionário do Ministério daAviação Civil.

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Page 7: Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

TENDÊNCIAS Indianas 7NOTÍCIAS DA Índia

OOmercado indiano de transporteaéreo doméstico triplicou nosúltimos cinco anos e tem ocrescimento mais rápido no

mundo, revela um relatório da AssociaçãoInternacional de Transporte Aéreo (IATA). A Índia é o nono maior mercado de

transporte aéreo no mundo, revela orelatório ‘Indian Aerospace IndustryAnalysis’ da empresa global de pesquisa eanálise de mercado RNCOS. A política deliberalização do transporte aéreo, adotada pelo governo indiano, atraiumuitas empresas estrangeiras e o setorestá crescendo, tanto em termos denúmero de linhas aéreas como de aviões.Graças aos bons resultados, o mercadode aviação civil deve registrar uma taxa decrescimento anual composta (CAGR) demais de 16% no período 2010-2013.O tráfego aéreo doméstico indiano

ocupa a segunda posição mundial e sóperde para o Brasil, de acordo com dadoscompilados pela IATA em junho de 2011.O mercado doméstico de tráfego aéreosubiu 14% na Índia, enquanto aumentou15,1% no Brasil. As linhas aéreas nacionais continuam

avançando com um ritmo elevado, regis-trando um aumento de 22,3% do tráfegode passageiros em julho de 2011. Osembarques nacionais e internacionaiscresceram 18% anualmente e encer-raram o ano de 2010 com 90 milhõesde passageiros. Com a maior taxa decrescimento mundial, o mercado indianode aviação deve ingressar no grupo doscinco maiores mercados e ocupar a ter-ceira posição em termos de mercadonacional, depois dos Estados Unidos e daChina, em 2020. Em julho de 2011, as empresas aéreas

indianas transportaram cinco milhões depassageiros, registrando um período de 11meses consecutivos de crescimento dedois dígitos, de acordo com os dados daDireção Geral da Aviação Civil (DGAC),em 12 de setembro de 2011. Em julho de2011, as companhias aéreas indianastransportaram 1,3 milhão de passageirosinternacionais, um salto de 8,5% emrelação ao ano anterior, segundo aDGAC. Os embarques de passageiros emvôos domésticos aumentaram 18,6%, acu-mulando 39,63 milhões de janeiro a agos-to de 2011 contra 33,41 milhões nomesmo período do ano anterior. O setor deve ultrapassar a marca dos

450 milhões de passageiros domésticosaté 2020. As frotas aéreas quadru-plicaram nas últimas décadas. O númerode aeronaves operadas em vôos nacionaise internacionais passou de 100 para 435hoje. As companhias aéreas comerciaisantecipam um lucro total de US$ 350-450milhões para o exercício fiscal 2011-12,afirma o relatório 'Perspectivas do Setor

de Aviação', publicado pelo Centre forAsia-Pacific Aviation (CAPA). Há pre-visão de que a capacidade de transportedoméstico cresça 12-14% no mesmoperíodo.

���������� � ���� A Índia assinou um Acordo Bilateral deSegurança Aérea (BASA) com os EstadosUnidos. A partir de abril de 2012, asoperações de controle do tráfego aéreoserão administradas por uma nova enti-dade. Hoje, é a empresa pública AirportsAuthority of India (AAI) que está encar-regada dos aeroportos e da navegaçãoaérea. O governo já aprovou várias medi-das para reformar a infraestrutura indianade transporte aéreo e vai apresentar novasiniciativas políticas para liberalizar osetor e incentivar parcerias público-pri-vadas (PPP). O governo autoriza 100% de investimen-to direto estrangeiro (IDE) nos projetosde construção de novos aeroportos, semqualquer aprovação prévia. Nos casos deaeroportos já existentes, os investimentosestrangeiros são limitados a 74% medi-ante aprovação direta e 100% medianteaprovação especial. Os investidores privados são autorizadosa construir novos aeroportos co-merciais

com pistasexclusivas de pouso sefor mantida uma distância de 150quilômetros dos aeroportos exis-tentes. Uma isenção total deimpostos é concedida por dezanos. No segmento dos vôos charters, oslimites máximos de investimentos semaprovação prévia são de 49% para osestrangeiros e 100% para os indianosnão-residentes (NRI). No transporte decarga e nos vôos não-programados, osinvestimentos diretos estrangeiros nãopodem ultrapassar 74%.A estatal AAI assinou um Acordo deDesenvolvimento e Gerenciamento dasOperações com a empresa DelhiInternational Airport Ltd (DIAL) paraadministrar e desenvolver o AeroportoInternacional Indira Gandhi (IGI). A aber-tura do novo Terminal 3 (T3) marcou ofim da primeira fase de obras de desen-volvimento do aeroporto IGI. A insta-lação recebe 34 milhões de passageirosao ano (mppa) e tem capacidade para setornar um hub internacional. AAI anunciou que buscará a autorizaçãodo governo para emitir US$ 1,04 bilhãoem títulos de infraestrutura, destinadosao desenvolvimento de 15 outros aeropor-

tos no país. A estatal lançou recente-mente um projeto de modernização de 35aeroportos regionais e dois aeroportosinternacionais, Kolkata e Chennai.

��� ��� ������ O tráfego doméstico de passageiros vai

continuar a crescer, somando 30% de vôossuplementares em outubro de 2011, emrelação a outubro de 2010, com a maiortaxa de crescimento do setor. Na tempora-da de inverno, o tráfego deve chegar a14.750 vôos por semana, depois que as li-nhas aéreas aumentaram o número de rotase horários domésticos, particularmente nosul da Índia.“O mercado das grandes e médias

cidades regionais ainda não foi exploradopelas companhias nacionais", disse umexecutivo da companhia aérea Spice Jet. Aestatal AAI já apresentou várias propostas

para aumentar a conec-tividade aérea das cidades menores. A avi-ação civil é um dos principais motoreseconômicos para impulsionar a prosperi-dade, o desenvolvimento e a geração deempregos. O país tem mantido investi-mentos importantes na infraestrutura aero-portuária, levando à construção de aero-portos de nível internacional que setornaram o símbolo da prosperidade indi-ana.O crescimento de 18% do tráfego domés-

tico deve contribuir à criação de 2,6 mi-lhões de empregos na próxima década, afir-ma Dr. Nasim Zaidi, Secretário da AviaçãoCivil. Segundo o Ministério da AviaçãoCivil, o novo plano Vison 2020 idealiza aconstrução de uma infraestrutura que possaatender 280 milhões de clientes.(Cortesia: India Brand Equity

Foundation)

��� �����������������������������������O governo do estado do Maharashtra

elaborou um vasto projeto, avaliado emcerca de US$ 18,05 bilhões, para me-lhorar a conectividade entre o Aero-porto Internacional de Navi Mumbai e oAeroporto internacional de Mumbai. Aprimeira fase das obras será lançada em2015.A estatal Air India receberá seu

primeiro Boeing 787 Dreamliner nofinal de 2011, declarou Dinesh Keskar,presidente de Boeing India. A previsãodo fabricante Boeing é de que a Índiareceba 1.320 novos aviões, acumulandoum valor total de US$ 50 bilhões nospróximos 20 anos.Air India vai aumentar a freqüência de

vôos entre os países do Golfo Pérsico ea Índia, bem como inaugurar vôos dire-tos entre Mascate e três novos destinosno estado do Kerala, a partir do final de2011.Mahindra Pvt Ltd (MAPL) vai investir

US$ 59,37 milhões para construir umanova fábrica de 12 hectares nos arredoresde Kolar, 40 km de Bangalore. A empre-sa iniciará as operações de produção decomponentes e subconjuntos dentro de12-18 meses e, progressivamente, a pro-dução de aeronaves, tanto naÍndia como nos EstadosUnidos.

��� �������� �����O mercado aeroespacial indiano, que

deve encomendar cerca de 1.100 jatoscomerciais nos próximos anos, numvalor total de US$ 130 bilhões, vai setornar um dois mercados mais lucra-tivos do mundo para os grandes fabri-cantes de aviões comerciais, revela umrelatório da consultoria Deloitte ToucheTohamatsu. Referindo-se às recentesencomendas das empresas aéreasIndigo (180 Airbus A-320) e GoAir (72Airbus A-320 Neo), o documento afir-ma que a Índia é o mercado aeronáuticocom o maior crescimento no mundo.Um investimento de US$ 2,44 bi-

lhões da empresa European Aerospaceand Defence Systems (EADS) faz partedos muitos projetos recebidos e aprova-dos pelo estado do Karnataka para azona econômica especial (SEZ) deBangalore. O governo estadual investiuUS$ 3,02 bilhões para desenvolver umprojeto de SEZ de 100 hectares, emDevanahalli, ao norte da cidade, disse oVice Secretário da Infraestrutura,Manajula Geetha.A companhia aérea low-cost Indigo

assinou um contrato de US$ 16 bilhõescom Airbus para adquirir 180 aeronavesde corredor único. A oferta definitiva decompra de 150 aeronaves Airbus320neo e 30 Airbus 320 continua, con-forme o memorando de entendimentoque foi assinado com o fabricanteeuropeu em janeiro de 2011.SpiceJet encomendou uma nova frota

de aeronaves Bombardier Q400 paraoperar suas linhas aéreas regionais, apartir de 21 de dezembro de 2011.SpiceJet tem a opção de encomendar 15aeronaves Q400 Nextgen.

Page 8: Noticias da India - Vol 5, Número 19 - 2011

8 Viagem e TURISMO NOTÍCIAS DA Índia

NNoottíícciiaass ddaa ÍÍnnddiiaa rreeúúnnee ccoonntteeúúddooss ddee ffoonntteess ddiivveerrssaass ee aass vviissõõeess eexxpprreessssaass eemm eennttrreevviissttaass ee aarrttiiggooss ppuubblliiccaaddooss nnããoo rreepprreesseennttaamm nneecceessssaarriiaammeennttee aass vviissõõeess ddaa EEmmbbaaiixxaaddaa oouu ddoo GGoovveerrnnoo ddaa ÍÍnnddiiaa..

Impresso e Publicado pela Embaixada da Índia, SHIS QL 08, Conj. 08, Casa 01, Lago Sul, Brasília-DF 71620-285, Brasil Tel: 55-61-3248 4006 Fax: 55-61-3248 5486 E-mail: [email protected] Website: www.indianembassy.org.br

����������������� � ����������������LLadakh é um dos lugares mais altos

no mundo e continua a ser o melhorlugar para conhecer a verdadeirabeleza dos Himalaias. Prensado ao

norte entre as cadeias de montanhas deKarakoram e ao sul pelos Himalaias, Ladakhsignifica ‘terra dos passos altos’.A paisagem árida e montanhosa, com o

rio Indus percorrendo um caminho sinu-oso, possui mosteiros antigos, vilarejospitorescos e um dos lagos mais espetacu-lares do mundo — o Pangong Tso. Todosestes aspectos fazem com que o Ladakhseja uma experiência única.Após passar um dia se aclimatando com

a altitude do Ladakh, meu amigo e eu está-vamos ansiosos para começar a viagem de160 km entre Leh, a principal cidade doLadakh, e Pangong Tso, o lago mais alto domundo, situado a 4.350 metros. Deixamos nosso hotel em Leh, logo após

o café da manhã. Nosso primeiro táxi noslevou até o escritório do ComissárioAdjunto para obter as autorizaçõesnecessárias (obrigatórias para visitar aregião, se for a Pangong Tso, Chang La eVale do Nubra). Depois, começamos a subida pela

rodovia que liga Leh a Manali. Nossomotorista nos informou que a rota atraves-saria os belos vilarejos de Shey e Thikseyantes de chegar ao Vale do Indus, passan-do por Chemrey e Sakti. Desde o início, aviagem parecia uma ocasião ideal para co-nhecer e explorar lugares desconhecidos.O vilarejo de Thiksey possui váriosmosteiros situados no alto das montanhas.Mas, fomos pegos de surpresa pela visãode três ciclistas na estrada. Encontramo-nos novamente quando pararam para

respirar um pouco e descobrimos que elesvinham de Israel. O líder do grupo era umveterinário de 45 anos de idade, que con-venceu o sobrinho de 25 anos e seu amigopara pedir licença no trabalho e visitar aÍndia explorando o Ladakh em bicicleta! Na cidade de Karu, encontramos alguns

turistas brasileiros e coreanos. Almoçamoscom eles na cidade e conversamos sobre aviagem na Índia. De lá, continuamos na estrada até o

vilarejo de Shakti. Alguns quilômetrosdepois, começou a subida para Chang La. Quando faltavam poucos quilômetros

para a subida, constatamos os esforçosfeitos pelo exército indiano na construçãode uma rodovia naquela altitude. Graças aestas estradas, os vilarejos mais remotosdas montanhas áridas agora têm acesso aalimentos e bens essenciais de Leh e a vidase tornou um pouco mais fácil para oshabitantes da região. Foi somente quandonos deparamos com alguns habitantes daregião, que consumiam uma tradicional

cerveja de cevada, que percebemos as difí-ceis condições de sobrevivência no local.Chegar ao topo foi uma experiência desafi-adora e memorável. Cada vez que saíamosdo carro para tirar fotografias, parecíamospequenos pontos fixados nas enormes eáridas montanhas. Sentimos que a tempe-ratura diminuía de forma constante. Detodos os passes em Ladakh, Chang La é omais íngreme. A fase final da subida foi amais difícil, devido às estradas em péssi-mas condições e aos freqüentes desliza-mentos de terra. Não é à toa que é conhe-cido como o 'poderoso Chang La'. Numaaltitude de 5.360 metros, é também osegundo maior passe no Ladakh. Há umposto avançado do exército em Chang La,onde servem chá grátis para os visitantes.Neste ponto, fazia um frio intenso e respi-ração se tornava difícil. Certamente não édivertido para o exército permanecer nestaregião glacial e vigiar uma paisagemestratégica. Já era a hora da descida e asestradas começavam a ficar ainda

piores — cheias de buracos e com curvasmais acentuadas. Mas, fomos recompensa-dos por prados intercalados com riachos,pastagens e iaques. A esta altura, estáva-mos sem fôlego com a perspectiva dechegar ao lago de Pangong Tso. E lá esta-va ele! Uma verdadeira beleza. Brilhantecom os raios do sol poente. Quando nosaproximamos do lago, nos deparamos comsua real dimensão. O Pangong Tso temmais de 130 km de comprimento e 5 km delargura na parte mais ampla. Está situadoentre picos áridos e elevados. Tranquilo,claro, com uma extensão aparentementeinterminável. É um dos maiores lagos daÁsia. Situado entre a Índia e a China. Umsímbolo evidente da habilidade danatureza. O fascinante lago nos fez esque-cer o cansaço da viagem e o baixo nível deoxigênio no ar. O lago também pareciamudar de cor — passando de uma co-loração esverdeada para o azul, o roxo efinalmente o dourado, mudando à medidaque desapareciam os raios do sol. Estávamos simplesmente hipnotizados.

Às margens do lago, vimos barracas ecabanas ecológicas. Olhamos em voltaprocurando um lugar para passar a noite, eencontramos uma casa de família.Na manhã seguinte, foi a vez de admirar

uma outra faceta do lago. Estava muito friopara ver aves da Sibéria, mas encontramospatos e gaivotas. As cores do lago quemudavam com a luz do sol, eram aindamais fortes de manhã; as águas cristalinasrefletiam faixas em tons de azul, verde,roxo, violeta, laranja e vermelho. E aquelashoras nas margens do lago tornaram-seinesquecíveis.

— Neelanjana Banerjee