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IPOR ÃvIÃoI 5470 MONTALEGRE TAXA PAGA Prop. e Dir.: ANTÓNIO LOURENÇO FONTES ASSINATURA ANO - 1000$00 Fotocomposição e montagem 5470 VILAR DE PERDIZES fl Vilar de Perdizes MONTALEGRE -TelefjFax (076) 53143 *s::iç c,,;,aNÁooil.w PREÇO AVULSO - 100$00 Impressão: Sográfica HERANÇA COMUM Têm as terras do Barroso, por razões de natureza muito diversa, um profundo significado para muitas pessoas, umas porque ai nasceram, outras por terem laços familiares com os naturais, os simples turistas, ainda outros por razões de natureza económica ou profissional, ou por residirem. Para algumas dessas pessoas, sobretudo para as que nasceram têm, na maior parte dos casos, os valores da região um profundo significado. Poderemos falar, com inteira propriedade, duma herança comum que essas pessoas sentem necessidade de identificar, valorizar e defender. Quem são contudo os herdeiros do património comum barrosão? Essa herança interessa sem dúvida a muitas pessoas, mas em que aspectos, para além do sentimental? Será essa herança demasiado pesada para quem a deseje assumir, e valerá a pena assumi-la? Em caso afirmativo, como é que essa herança deverá ser assumida? É conhecido o orgulho de muitos Barrosões em sentirem-se como tal. Será que teremos razão para sentir orgulho de ser filhos de uma terra de onde a grande maioria das pessoas teve de sair, por não conseguir garantir o seu sustento e uma vida promissora? Será que esse orgulho de terem no Barroso as suas raízes pode ser transmitido a futuras gerações, ou pelo menos haverá garantia de ser transmitido à próxima geração? É sabida a grande alteração que está a sofrer a actual sociedade, que se prepara para entrar no século XXI. Como poderá ser valorizado o património que constitui a herança dos barrosões com a entrada no novo século? O que representa nesse património a cultura barrosã? E qual o carácter distintivo dessa cultura? Como poderão ser os valores que constituem a herança comum dos barrosões aproveitados para estabilizar a emigração? Atendendo ás transformações sofridas por esta região nos últimos 35 anos, que poderão conduzir à sua quase total desertificação, será pertinente falar de “Os Ultimos Barrosões”, aqueles nascidos na região antes da década de 70? Sobre a enorme responsabilidade dessas pessoas quanto ao futuro do Barroso, penso ninguém ter dúvidas. Mas que fizeram “Os Últimos Barrosões” pela região e o que será legítimo esperar que façam? Que devem eles fazer? Que podem eles fazer? Que devem eles exigir e de quem? Para além do património e da cultura, a herança comum dos barrosões é constituída pelas oportunidades existentes ou a criar na região. Não é descabido dizer que esta parte da nossa herança é a mais pobre. Desde sempre, esta região de características de montanha, isolada, longe do mar e dos grande interesses económicos não tem oferecido as oportunidades que os seus naturais legitimamente esperavam. Esta é uma boa razão para uma reflexão profunda por parte de todos os barrosões. Dada a dificuldade da tarefa, que é criar oportunidades no Barroso, e dessa forma garantir um futuro digno às futuras gerações de barrosões, espera o autor deste artigo uma participação significativa dos leitores do NB nos temas que eventualmente venham a ser tratados nesta coluna. Como foi referido em parágrafo anterior, a herança comum dos barrosões é constituída por bens patrimoniais, pela cultura, e para além disso pelas oportunidades existentes ou a criar na região. Essas oportunidades serão criadas certamente através de uma reflexão profunda sobre os interesses económicos existentes e a criar na região e sobre a conjuntura actual e outras que poderão ser criadas. No decorrer desta reflexão ficaram expressas muitas perguntas às quais, espera o autor, os leitores do NOTÍCIAS DE BARROSO ajudem a dar resposta. Este artigo será provávelmente seguido por outros para que se possa reflectir sobre: 1 - lnteresss económicos da região, bem como sobre a possibilidade de esses interesses poderem vir a propiciar oportunidades de fixação na sua terra aos jovens barrosões. 2 - Pesquisa sobre os ascendentes, que o mesmo é dizer, as raízes dos barrosões. 3 - Dar a conhecer as comunidades de barrosões espalhadas pelo mundo. 4 - Inventário de termos e expressões típicas do Barroso. 5 - Maneira de transformar formas de expressão cultural do Barroso, tais como as chegas e as festividades, dando-lhes um interesse económico que hoje não têm, criando, se possível, boas oportunidades para os jovens. 6-As actuais formas de emigração e as motivações profundas, antigas e actuais. 7- Que futuro para a gestão dos espaços públicos e privados da região, incluindo propostas de acção e previsão de consequências. 8 - Termos do contrato social a fazer pelos ‘Ultimos Barrosões” no ámbito das responsabilidades na gestão dos espaços, dos interesses e das oportunidades no Barroso. COMUNICADO A IMPRENSA DO BISPO DE VILA REAL SOBRE OS CONGRESSOS DE MEDICINA POPULAR 1. Ao concluir esta visita pastoral e porque o assunto se divulgou, informo que em meados de Junho passado, ao reflectir sobre a vida da paróquia, pedi ao pároco que não organizasse mais os “Congressos de Medicina Popular”, por ele criados. Não está em causa o seu amor a Barroso e às suas gentes. Trata-se unicamente de uma questão pastoral que a realização dos Congressos arrasta consigo. É verdade que muitos dos participantes vêm de fora, mesmo de outras regiões do país, mas é aqui, sob a responsabilidade do Pároco, que as coisas se processam, com uma série de ambiguidadades: a) Em primeiro lugar, a temática e os participantes. Sob a designação de “medicina popular” incluem-se não o natural recurso a ervas ditas medicinais e mesmo algumas técnicas empíricas de solução de fracturas vulgares, mas também pretensos segredos de “curas” de doenças graves, algumas de foro psíquico, pelo recurso a forças ocultas; b) Acontece ainda que umas e outras dessas expressões de “medicina” andam frequentemente associadas a actos supersticiosos e desvios de doutrina e prática católica; c) Em terceiro lugar, a insistência no valor terapêutico de tais medidas constitui grave risco para as populações, duplamente ludibriadas: vítimas de inexistência de serviços médicos capazes (que acabam até por julgar dispensáveis) e da exploração de curandeiros; d) Finalmente a imagem que de tais encontros têm vindo para a opinião pública é a de aceitação fácil de tradições populares, sem real esforço educativo, difundindo e nivelando tudo o que é subjectivo, oculto, irracional, numa época propensa a confusões desse género. 2. A Igreja vive actualmente empenhada numa evangelização mais cuidada, mormente na área da cultura. Por isso, aqueles comportamentos são especialmente desajustados em quem tem responsabilidades educativas e de governo. Valem ainda como orientação as disposições do “Catecismo da Igreja Católica”: todas as práticas de ANO XIV N.° 145 JORNAL MENSAL REGIONAL ABRIL/95 A (Cont. na página 2) 5. MAMEDE DE CAMBEZES DO RIO (Barroco simples séc. XVIII, torre de guaiavento poente) sio-rícias flF san noso

Notícias de Barroso (Abril 1995)

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Page 1: Notícias de Barroso (Abril 1995)

IPOR ÃvIÃoI

5470 MONTALEGRE

TAXA PAGA

Prop. e Dir.: ANTÓNIO LOURENÇO FONTES ASSINATURA ANO - 1000$00 Fotocomposição e montagem5470 VILAR DE PERDIZES fl Vilar de Perdizes

MONTALEGRE -TelefjFax (076) 53143 *s::iç c,,;,aNÁooil.w PREÇO AVULSO - 100$00 Impressão: Sográfica

HERANÇA COMUMTêm as terras do Barroso, por razões de natureza muito diversa, um profundo

significado para muitas pessoas, umas porque ai nasceram, outras por terem laçosfamiliares com os naturais, os simples turistas, ainda outros por razões de naturezaeconómica ou profissional, ou por lá residirem. Para algumas dessas pessoas,sobretudo para as que lá nasceram têm, na maior parte dos casos, os valores daregião um profundo significado.

Poderemos falar, com inteira propriedade, duma herança comum que essaspessoas sentem necessidade de identificar, valorizar e defender. Quem são contudoos herdeiros do património comum barrosão?

Essa herança interessa sem dúvida a muitas pessoas, mas em que aspectos,para além do sentimental? Será essa herança demasiado pesada para quem adeseje assumir, e valerá a pena assumi-la? Em caso afirmativo, como é que essaherança deverá ser assumida?

É conhecido o orgulho de muitos Barrosões em sentirem-se como tal. Será queteremos razão para sentir orgulho de ser filhos de uma terra de onde a grandemaioria das pessoas teve de sair, por lá não conseguir garantir o seu sustento e umavida promissora? Será que esse orgulho de terem no Barroso as suas raízes podeser transmitido a futuras gerações, ou pelo menos haverá garantia de ser transmitidoà próxima geração?

É sabida a grande alteração que está a sofrer a actual sociedade, que seprepara para entrar no século XXI. Como poderá ser valorizado o património queconstitui a herança dos barrosões com a entrada no novo século? O que representanesse património a cultura barrosã? E qual o carácter distintivo dessa cultura? Comopoderão ser os valores que constituem a herança comum dos barrosões aproveitadospara estabilizar a emigração?

Atendendo ás transformações sofridas por esta região nos últimos 35 anos, quepoderão conduzir à sua quase total desertificação, será pertinente falar de “Os UltimosBarrosões”, aqueles nascidos na região antes da década de 70?

Sobre a enorme responsabilidade dessas pessoas quanto ao futuro do Barroso,penso ninguém ter dúvidas. Mas que fizeram “Os Últimos Barrosões” pela região eo que será legítimo esperar que façam? Que devem eles fazer? Que podem elesfazer? Que devem eles exigir e de quem? Para além do património e da cultura, aherança comum dos barrosões é constituída pelas oportunidades existentes ou acriar na região. Não é descabido dizer que esta parte da nossa herança é a maispobre. Desde sempre, esta região de características de montanha, isolada, longe domar e dos grande interesses económicos não tem oferecido as oportunidades queos seus naturais legitimamente esperavam. Esta é uma boa razão para uma reflexãoprofunda por parte de todos os barrosões. Dada a dificuldade da tarefa, que é criaroportunidades no Barroso, e dessa forma garantir um futuro digno às futuras geraçõesde barrosões, espera o autor deste artigo uma participação significativa dos leitoresdo NB nos temas que eventualmente venham a ser tratados nesta coluna.

Como já foi referido em parágrafo anterior, a herança comum dos barrosões éconstituída por bens patrimoniais, pela cultura, e para além disso pelas oportunidadesexistentes ou a criar na região. Essas oportunidades serão criadas certamente atravésde uma reflexão profunda sobre os interesses económicos existentes e a criar naregião e sobre a conjuntura actual e outras que poderão ser criadas.

No decorrer desta reflexão ficaram expressas muitas perguntas às quais, esperao autor, os leitores do NOTÍCIAS DE BARROSO ajudem a dar resposta.

Este artigo será provávelmente seguido por outros para que se possa reflectirsobre:

1 - lnteresss económicos da região, bem como sobre a possibilidade de essesinteresses poderem vir a propiciar oportunidades de fixação na sua terra aos jovensbarrosões.

2 - Pesquisa sobre os ascendentes, que o mesmo é dizer, as raízes dosbarrosões.

3 - Dar a conhecer as comunidades de barrosões espalhadas pelo mundo.4 - Inventário de termos e expressões típicas do Barroso.5 - Maneira de transformar formas de expressão cultural do Barroso, tais como

as chegas e as festividades, dando-lhes um interesse económico que hoje não têm,criando, se possível, boas oportunidades para os jovens.

6-As actuais formas de emigração e as motivações profundas, antigas e actuais.7- Que futuro para a gestão dos espaços públicos e privados da região, incluindo

propostas de acção e previsão de consequências.8 - Termos do contrato social a fazer pelos ‘Ultimos Barrosões” no ámbito das

responsabilidades na gestão dos espaços, dos interesses e das oportunidades noBarroso.

COMUNICADO A IMPRENSADO BISPO DE VILA REALSOBRE OS CONGRESSOS DEMEDICINA POPULAR

1. Ao concluir esta visita pastoral e porque o assunto sedivulgou, informo que em meados de Junho passado, aoreflectir sobre a vida da paróquia, pedi ao pároco que nãoorganizasse mais os “Congressos de Medicina Popular”, porele criados. Não está em causa o seu amor a Barroso e àssuas gentes. Trata-se unicamente de uma questão pastoralque a realização dos Congressos arrasta consigo. É verdadeque muitos dos participantes vêm de fora, mesmo de outrasregiões do país, mas é aqui, sob a responsabilidade doPároco, que as coisas se processam, com uma série deambiguidadades:

a) Em primeiro lugar, a temática e os participantes. Soba designação de “medicina popular” incluem-se não só onatural recurso a ervas ditas medicinais e mesmo algumastécnicas empíricas de solução de fracturas vulgares, mastambém pretensos segredos de “curas” de doenças graves,algumas de foro psíquico, pelo recurso a forças ocultas;

b) Acontece ainda que umas e outras dessas expressõesde “medicina” andam frequentemente associadas a actossupersticiosos e desvios de doutrina e prática católica;

c) Em terceiro lugar, a insistência no valor terapêuticode tais medidas constitui grave risco para as populações,duplamente ludibriadas: vítimas de inexistência de serviçosmédicos capazes (que acabam até por julgar dispensáveis)e da exploração de curandeiros;

d) Finalmente a imagem que de tais encontros têmvindo para a opinião pública é a de aceitação fácil detradições populares, sem real esforço educativo, difundindoe nivelando tudo o que é subjectivo, oculto, irracional, numaépoca propensa a confusões desse género.

2. A Igreja vive actualmente empenhada numaevangelização mais cuidada, mormente na área da cultura.Por isso, aqueles comportamentos são especialmentedesajustados em quem tem responsabilidades educativase de governo.

Valem ainda como orientação as disposições do“Catecismo da Igreja Católica”: todas as práticas de

ANO XIV N.° 145 JORNAL MENSAL REGIONAL ABRIL/95

A

(Cont. na página 2)

5. MAMEDE DE CAMBEZES DO RIO

(Barroco simples séc. XVIII, torre de guaiavento poente)

sio-rícias flF san noso

Page 2: Notícias de Barroso (Abril 1995)

PONTES NOVAS - Na estrada do Riojã começaram as obras de alargamentodas pontes da 308, a Covelães.

EDITAL - Contribuição autárquica- Avaliação Geral à propriedade rústica. Asfreguesias de CQVELAES, CONTIM, FIAES,poderão examinar e reclamar os resultadosda avaliação geral no prazo de 10 dias de1 de Abu a 30 de Abril de 95 nas Finanças,com o seu B.l. e Nif.

FOTOGRAFIA - A Câmara de Cabeceiras de Basto organiza concurso nacionalde fotografia até 15 de Maio, sobre o seupatrimónio, com prémios desde 5 a 100contos.

AZEVINHO UMA BOA IDEIA - Vale apena plantar azevinhos no Barroso que dãoboa nota e se vendem bem, devido àproibição do corte e venda sem licença doInstituto Florestal, que poderá serlegal.

CASA DE TRÁS-OS-MONTES NOPORTO - Tem nova direcção: As. Geral:Francisco Diogo Fernandes; direcção: JoséPedro Gomes; Conselho Fiscal: JoãoBarroso da Fonte.

VISITAS: Escola Secundária de VilaVerde, Escola Secundária Soares dos Reisdo Porto; em Abril Escuteiros deGuimarães, Lyons de Guimarães, EscolaSecundária Arcos de Valdevez, ExternatoD. Duarte Rio Tinto, G° CCD do Crédito P.P. de Lisboa, Prof. da Suiça (Olten).

LIVROS NOVOS: Revista AquaeFlaviae n2 12. Vai entrar na Tipografia:Património Artísitico e religioso deMontalegre pelo Pe. José Alves que apesarde internado (HCH) está com rápidasmelhoras assim como o Pe. Augusto Moura de Padornelos (P2 de VaIdanta).

AULAS DE MÚSICA - Em Parafita àsterças, quartas e quintas das 20 ãs 23, epráticas aos sábados das 15 às 18, com abanda das 20 ãs 24. Agora dizem ter umbom mestre.

DIA DO AMBIENTE - Foi celebrado emtodas as escolas do concelho. Desta vez oGovernador Civil de VR, visitou as Preparatórias e Secundárias. A Câmara povoouos passeios da vila de árvores, proteja-as.Começaram os incêndios depois dasqueimadas da Primavera.

CONGRESSO INTERNACIONAL DEANIMAÇÃO CULTURAL: Está a preparar-se em Vila Real (UTAD) este encontrode 25 a 28 de Maio.

AUTO DA PAIXÃO NA RTP2- O Dir. do NB dia de Páscoa 16-4 pelas23 h. estará no prgrama Sempre aosDomingos com M2 João Seixas, em debate sobre religiosidade popular (Lousada)e acto da Paixão de Curalha por Manuelde Oliveira.

PRÉMIOS NO ALTO TÂMEGA EBARROSO - Dia 7 de Abril em Chavespremeiam-se as seguintes pessoas: LilianaSofia Ribeiro (Ribeira de Pena),p2 Revelação: Feira do Fumeiro deMontalegre, no P° Divulgação; João BatistaMartins (Chaves) no P2 Pesquisa; Dra.Maria Isabel Viçoso F. (Chaves)p2 Artes; Ivone e Maria do Carmo Carvalho(Vidago) no Desporto; Associações: ForumBoticas, ARC de Boticas, Banda M. doPontido, Personalidade: Dr. António Gil(V. Pouca).

PINTURA - Rosa Fidalgo (pintora),expõe na Cervejaria Pelourinho em Abril.

II FEIRA MEDIEVAL - Está marcadapara dia 9-6-95, em Montalegre pela EscolaSecundária BC.

JORNADAS ARQUEOLÓGICAS- Realizam-se dias 2 e 3 de Junho de 95em Montalegre.

MEIXEDO COM PÁROCO RESIDENTE - Casa vazia há perto de umséculo, foi agora ocupada pelo jovemPe. Fernando P. Moura, depois de o povoter recuperado e mobilado este solar.

FERIAS DO NB - O Dir. do NB estarápelos USA (Mass), na i quinzena de Maio.

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO 25 DEABRIL - Está na Universidade de Coimbra, foi criada pela Dra. Natércia Coimbra.E do nosso assinante e colaborador JoséEnes Gonçalves recebemos a informação de que ele ofereceu um valioso erico espólio de 96 monografias, 44publicações periódicas, 118 Comunicados.76 dossiers temáticos, 44 Documentaçãodiversa, agora à disposição dos investigadores.

HÁ JAVALIS EM CHAVES - O Pres.da Junta de Freguesia de Valdanta AlbertoR. Pereira, organizou com os caçadoreslocais uma batida na Groiva (a 2 Km deChaves), com a matilha do Eng.F9 Monteiro, comandada por JoaquimFontes, dia 5-2, tendo sido vistos 5 eabatidos dois javalis, a que se seguiu lanchee convívio. No dia 11 e 12 de Fevereirocerca de 100 pessoas comeram o javali,festejando o evento.

CHAVES DÁ VIDA À CP - A CâmaraM. de Chaves conseguiu da CP reanimarem actividades culturais as estações eapeadeiros dos Comboios.

DIA MUNDIAL DA JUVENTUDE - Diade Ramos Vila Real regorgitou de jovensde toda a diocese, numa manifestação defé, de alegria, de são convívio.

JOVENS V. SOLIDARIEDADE - O CentroParoquial de Vilar de Perdizes realizadurante um ano com 10 jovens umprograma de apoio á família; no Verãofazemos intercâmbio cultural com jovensdo Alentejo (Redondo).

1 TORNEIO DA PÁSCOAINFANTIS 115 ABRIL

Monlaiegre, Raviense, VilaPouca, Pedras Saigadas

Em cima: Jaime (trelnadorX Damlão, Francés,Nuno, Chico, Steven Rui,Z, Luís Carlos, Luis Marfins (Director).

Em Baixo: João Carlos,Freis, Jor9e 1, Jorge II,Femandinho e taco.

DO BISPO DE VILA REALSOBRE OS CONGRESSOSDE MEDICINA POPULAR(Cont. da página 1)

adivinhação, consulta de horóscopos, recursos á astrologia,

á quiromãncia, à interpretação de presságios e sortes, aos

fenómenos de vidência e médiuns, à prática de magia e

feitiçaria, pelos quais se pretende dominar os poderes

ocultos para pôr ao seu serviço o obter um poder

sobrenatural sobre o próximo - são gravemente reprováveis.

Repreensível é ainda o uso de amuletos e a prática de

espiritismo. Mesmo o recurso ás medicinas tradicionais

não legitima nem a invocação dos poderes malignos, nem

a exploração de credulidade alheia. (NN 2116-2117).

3. Como disse, a minha intervenção sobre os

congressos traduziu-se num pedido pessoal ao Pároco,

agora mais divulgado, e que torno extensivo a pais,

educadores e jovens. Fi-lo com preocupação pastoral e de

boa fé, sentimentos que mantenho.

Vila Real, 30 de Julho de 1994.

AS MONTANHAS BARROSÃSPor alguma razão nos chamamos Barrosões. Situamo-nos nas serras do Barroso.

As terras altas de Barroso têm a riqueza da fauna, flora e matas naturais mais antigas epreservadas da ELatpa, no nosso Parqie Nacional do Cena (1 545m) e ainda nas Serras doLaouco (1 527m), Banvso (127), Cabrêa (1262), Mouneta (1373) e nos vaies amenos e vedes,Extensos carvalhos de musgo vede claro, enormes louças de giestais, jardim amarelo ebranco, tapetes fofos decarq&jas e tojos de amarelo intenso, manto estendido no chão, domxc das urzes, deslumbraem Abril, Maio e Junho e fazem de Bantso um jardim perfwna±,inebriante pano reenconfro eqJilbrado de homens com a Mãe fecunda- A Natureza. A todasse pode subir também de automóvel. Na Primavera agora são roxas com a urze em flor, noverão são amarelas com o giesta, e o tojo. No Inverno cobrem-se dum manto alvissimo deneve, aldeias e montanha; proporcionando stes, desportos, passelos, jogos, at, fotugraflaOgebqueadnasárvoms,brçuese bgoseosphigentesbordean&asbehis, odnzelodas manhãs tmidas e geladas dão Imagens de sonho à natureza.

- -

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-\,: -:‘j:. ._

c•/ .-.-%•‘

MIRADOUROSTodos os pontos altos das serras são os melhores miradouros. Suba de carro, a cavalo,

ou a pé, ao Lamuco por Padomelos, ao Ourigo por Montalegre, ao Grito por Sabuzedo, àMourela por Covees, ao Gerês e Toco, por Pandela, ou Faflão, à roca da Ponfefra por Fesr4ao alto de S Domingos por Morgede, aos cornos das Alturas por Pisóes e passeie os olinseo espirito por este enorme manto variado que é o país Barrosão e vai dzer .se nunca viucoisa tão fom’iidivel, repousante, convidedva dtra pureza pndisiaoa.

ASflIL/ 95

NOTICIÁRIO 1 COMUNICADO A IMPRENSA

+ Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real

- .“. :.; L..

íe e a a n i n a n n oao

Page 3: Notícias de Barroso (Abril 1995)

O extremo Norte de Portu

gal Transmontano, dada a suainterioridade, preservou etnias,tradições, formas de vida e de

organização sócio-cultural que

fazem parte de uma identidade

rica, válida para o nosso tempo,

e para o futuro, suporte possíveldo regresso do urbano ao rural,do emigrado ao residente, doestudante disperso à sua

terra.

A desertificação, a pobreza,e outras chagas sociais, o maiorcancro ameaçador de morteacelerada, estão à nossa porta.

Os estretores da morte aindase vislumbram longe, mas aspopulações tentam organizar-se

para a sua sobrevivência digna.Os governos deram conta tarde.

As autarquias foram levadaspela mesma política dedesestabilização do interior.Quando deram conta, acor

daram e vão tomando asmedidas que podem paraaproveitarem a matéria primaexistente - o ser humano e asua capacidade de luta pelodesenvolvimento da sua terra.Foram criando estruturasbásicas, vias de comunicação,rasgando a interioridade deséculos, aproximando o pais e

tronando-o como que maispequeno.

CULTURA,PARENTE POBRE,OU O MAIS RICO?

Depois desta fase que vaiestando sofrível, estamosagora na fase de olharmos parao ser humano que aqui aindavive e pelo torrão ambiental queo justifica e que dá razão deser a tudo. A área sócio-cultural, parente pobre, até hojedeve ocupar o seu lugar a quetem direito.

Criaram-se alguns grupos deanimação rural, em aldeias

maiores. As mais pequenas por

falta de quorum e de juventudedisponível, apesar da suariqueza cultural mantida pelosidosos, foram perdendo vitalidade.

Fruto dos meios de informação, rádios locais, imprensalocal e esforços colectivos vaisurgindo no Alto Tãmega eBarroso um sentir próprio, umaalma cultural ancestral repescada na população antiga, umaidentidade a não perder, nem

confundir numa UE massificante entrando a galope nasaldeias, vilas e cidades. Paraeste cultura sobreviver, faltamlíderes, animadores soclo-cul

turais, guias turísticos que dêmsuporte ãs débeis autarquiasrurais, aos enfraquecidos ou até

desactivados grupos locais,que movam os poucos jovens

restantes, as crianças, espécie

rara a proteger, os idososabundantes, mas dia a diaceifados pelo novo ermamento,do abandono total a que sesentem votados pela sociedade

actual. Urge por isso criar nanossa região e porque não emMontalegre, uma Escola deAnimadores Sócio-culturais,cujo emprego se justificaria um

por cada freguesia, além dasmuitas entidas aqui sediadas.Acresce ainda a enormeprocura desta terra pelas gentesdas cidades hoje mais vizinhasque antes, e do estrangeiro.O turismo nacional e internacional, o lazer, a reencontrodas raízes, tende á procura dasmontanhas, do ar puro, da vidaleve, amena, descomprimida,que nós oferecemos gratuitamente.

Uma cultura popular única,preservada tantos séculos,continuada, dá animação evariedade a quem demandaoutros mundos, em que Barrosoé Rei.

É UM BOM EMPREGO

EM BARROSO

Guias turísticos, anima

dores nas escolas e asso

ciações, grupos, colectivida

des, entidades públicas,

agências de viagens e turismo,

e na indústria hoteleira, sãoalgumas das hipóteses deemprego rentável não só para

o animador, mas para quem oemprega e sobretudo para a

região de Barroso e Alto

Tãmega, que esperam desta

nova arte, encontrar caminhos

para não perder o que somos,

sendo escola para os vindouros, na perpetuidade daalma transmontana.

Câmaras, Juntas de Freguesia, associações culturais,

escolas secundárias e prepa

ratórias de Montalegre, Venda

Nova, Borralha, Mizarela,

Coop. Profissional de Mon

talegre, centro de saúde,

Associação de Bombeiros de

Montalegre, de Salto, lar e

centro de dia e Casa do

Povo de Montalegre, agên

cias de desenvolvimento,

Probarroso, de turismo e lazer

Trote Gerês, misericórdia e

paróquias, centro paroquial

de Vilar de Perdizes, Coope

rativa Agrícola de Montalegre,

Grupos de Folclore de Pitões,

Venda Nova, V. Perdizes,

Cantares de Salto, podem ser

empregadores pelo menos de

um animador cultural, que se

paga por si.

11111

2-3 JUNHOI1995

ABflIL / 95 lágina 3

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vILAR DE PERDIZES

537A 20Km de Chaves, 02 de

Montategre e a ló de Cua!edra

sendo reconhecido como seu donopor toda a gente, fazendo-o de boa fêpor ignorar lesar direito alheio! pacificamente por que sem violência,contínua e publicamente à vistae com conhecimento de toda a gentee sem oposição de ninguém hã maisde 20 anos. Que dadas as enunciadas caracteristicas de tal posse elejustificante adquiriu o identificadoprédio por usucapião, titulo este quepor natureza não é susceptivel deser comprovado pelos meios normais.Está conforme. Cartório Notarial deMontalegre, 16 de Março de 1995.

O ajudante; Carlos Alberto DiogoMartins.

rLAS” UMÀ SUA ESPERA

______

Affi,uel GonçntteeRrr CaWho

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Av. &ryes Ps 45-ACato CcçrefdEi 8. Couz - L4a 11t 7155286-Lisboa(15)

Certifico para efeitos de publicaçãoque por escritura de 16.03.1996,lavrada no Cartório Notarial deMontalegre, a cargo da NotáriaLicenciada Constança AugustaBarreto de Oliveira, exarada a fis. 61e segs do respectivo livro n° 747-ADomingos Gonçaives da Cruz,solteiro, maior, natural e residente nafreguesia de Donões deste concelhodeclarou: Que é dono e legitimopossuidor com exclusão de outrem,

de um prédio rústico, denominadoCasa de Habitação na Costa, situadona freguesia de Donões e compostode rés-do-chão, com a área cobertade 120 m2, e quintal com a áreade 600 m2, a confrontar do nortecom o caminho, a sul com o baldioe do poente com a estrada, inscritona respectiva matriz em nome doJustificante sob o art° 136, nãodescrito na Conservatória do RegistoPredial deste concelho. Que nãopossui qualquer titulo formal quelegitime o dominio do identificadoprédio. Com efeito a casa lei edificadanum terreno que comprou por voltado ano de 1970, à então Junta deFreguesia de Donões, por contratoverbal. Que não obstante isso temusufruido o indicado prédio gozandotodas as utilidades por eleproporcionadas pagando os respectivos impostos com ãnimode quem exercita direito próprio,

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Page 4: Notícias de Barroso (Abril 1995)

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IDE PRÓ CARVALHO BARROSO TERRA DO CARVALHOPor A. L. Fontes

Se perguntássemos qual seria a nossa planta característica de Barroso, todos diríamoslogo sem dúvida que é o Carvalho, também símbolo do l Florestal. Deu nome aCarvalhais na freguesia de Morgade, em Salto há a aldeia de Carvalho, em Boticas, háa aldeia de Carvalho e Carvalhelhos. Reboreda, Rebordelo, têm uma origem erudita dolatim robur, que significa carvalho. Mas nos topónimos dos nossos montes e baldios,rara é a aldeia que não tem um ou mais sítios com o nome de carvalhal, carvalhosa,carvalha, carvalhido, reboral, etc., referentes ou há existência de matas de carvalhosespontâneos, ou a uma dessas belas e frondosas árvores centenárias que os antigosrespeitaram e conservaram até nós.

Nas aldeias há ainda a rua ou o largo do carvalho. Nalgumas era à sua sombra quepessoas e animais passavam a sesta e a hora da mosca no Verão, ou que se reunia opovo e recebia as ordens do regedor, ou junta. Nos santuários era a planta que adornavao espaço sagrado que os tornou a eles também como que sagrados. Os adros e cemitériosainda alguns se erguem cobrindo com a sua sombra protectora os vivos e mortos. EmPitões no convento das Júnias há o carvalho sagrado, onde a lenda colocou oaparecimento da imagem que deu origem ao mosteiro, à igreja, e à festa de 15 deAgosto.

Outros carvalhos são relatados em livros mágicos, como protectores e guardas detesouros de mouras encantadas, ao longo do planalto barrosão, restos de um cultopagão por cá existente.

Mas se na natureza ele está sacralizado, também o Barrosão o adoptou como nomee sobrenome dos seus filhos. Não há aldeia que não tenha a casa de apelido Carvalho,sobretudo onde mais abunda a árvore no Alto Barroso. A sede do concelho, Montalegrecelebrizou e preservou um carvalho histórico, chamado o carvalho da forca em frenteà Câmara. Ali foi feita justiça durante séculos ao lado da cadeia, aos criminosos executadosem público com a presença de uma pessoa de cada casa de todo o concelho.

Na boca de cada Barrosão, e doutros sobretudo os galegos usa-se como palavrachave, palavrão para todos os sentimentos de ameaça, carinho, admiração, e outros apalavra caralho, erótica, mas que para lhe diminuir à possível carga de mal falante,ou de ofensa a quem ouve, deriva-se para a palavra carvalho, e em luso-galaico caracho,carago.

No cancioneiro popular é uma árvore cantada, desde a raiz, à folha, à bolota oulandra, com algum erotismo e semelhanças fálicas, do carvalho e da landra.

O carvalho da portelatem duas landras ó pé,Alegrai-vos raparigas,que o carvalho vosso é.

O rifoneiro diz: quem quer bolota trepa. A sua origem é secular, já no castro celtade S- Vicente da Chá em escavações do Prf. Santos Júnior encontro bolota carvonizada,que seria segundo dizem reservada para moer no pilão de pedra, nas covas dos penedose dela se faria farinha para pessoas. Durante séculos e hoje ainda em parte o Barrosão ceva o seu porco com as landras que vareja no Outono e delas faz celeiropara dar ao fumeiro barrosão aquele sabor que o ergeu tão alto como os carvalhos domonte.

As casas que nos viram nascer e morrer foram traveladas, pavimentadas, e cobertascom o carvalho do monte. Há ainda belas cozinhas cobertas com rascalhos entrelaçados,que os séculos envernizaram e perpetuaram e fizeram das nossas casas peças raras nomundo. Em cada aldeia valia a pena preservar, não mexer, não destruir estes espaçossagrados da família abrigada com este céu de breu, brilhante, eterno. O lume que nosaquece nos longos invernos deste planalto é da boa e durável lenha de carvalho. Emminha casa e dos vizinhos fazia-se o carreto da lenha no fim das colheitas. Esgalhavamse os carvalhos, raramente se cortavam pelo pé. Amoreavam-se em quantidade paracarregar um carro de bois e esperava-se que secasse e só então é que vinha para casanuma fila de carros de bois cantando alegres como alegres vinham as vacas abanandoas campainhas sob largas coleiras de botões de cobre. Era uma festa. A moreia da lenhade carvalho ficava perto da cozinha, muitas vezes atrás da lareira, ou no combarro naeira. A sacralidade do carvalho ainda perdura hoje no tição do Natal, que se corta nessanoite e se põe ao lume na noite Santa para que o seu fumo sagrado abençoe a mesae a família e aqueça o menino Jesus quando de noite baixe pela chaminé rechear deprendas o soco ou sapato dos filhos, O mesmo tição afasta com o seu fumo os raiose trovoadas. Quando surgem é este tição de carvalho guardado desde o Natal que sepõe ao lume ementes dura o trevão” e trás o sossego a toda a família com a suapresença a fumegar.

De carvalho se fizeram os carros de bois e suas rodas, as caixas do grão, as camas,os berços e por certo também as 4 tábuas do caixão, onde o Barrosão repousa eternamente.E então com todo este passado histórico, etnográfico, religioso, familiar, não havemosde proteger, respeitar, plantar mais carvalhos? As suas barbas verdes não mereceriammais respeito de todos? O corte e abate não deveria ser proibido, ou feito sob controle?A proliferação de aquecimentos a lenha, não deveria ser antes a gás, ou eléctrico, maisbarato? O minsitério do Ambiente ou da agricultura, e florestas, não deveria tomarmedidas urgentes para evitar esta desertificação acelerada a que estamos a assistir dainvasão de motosserras, tractores, caminhos florestais que em vez de serem para protegere conservar são mais para destruir?

As escolas e organismos locais se não tomarem a sérios este património herdadoe rico, que irão encontar e legar aos vindouros?

A nossa paIsagem harmoniosa, que nos atrai e chama um turismo ecológico, dátambém oxigénio e ar puro ao nosso clima amenizado dos ventos e frios pelos carvalhais.

Vamos barrosões que vos prezais da vossa terra e herança. Não a vendas, não adesprezes, ou destruas, nem substituas por pinheiros ou eucaliptos, mas carvalhossempre.

Ide pró carvalho!

MULT

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IMEDIA EMEDICINA POPULAR

Por Dr. J. D. Sanches (Paris)

Os congressos de Medicina Popular de V. Perdizes, parecemincomodar muita gente. Pelas últimas novidades parece-me quenão é por causa dos congressos em si, nem pela matéria discutida,mas pelo simples facto de que quem começou a organizá-los foio Rev. Pe. Fontes. Pois bem, a nível Internacional, vem ai algode verdadeiramente sensacional.

A revolução muWmedla. Pura e simplesmente em sua casa,com auxílio do computador (Minitel ou de uma máquina parecida)você pode comparar o diagnóstico, o prognóstico, e os tratamentosque lhe são fornecidos por um médico, com os que são dados porum bruxo, parapsicólogo, ou vidente.

Foram as cidades americanas de 5. Diego (Califórinla) e daSeaflle (Washington) que mais Investiram nos programas muWmedia para a saúde. Desta forma, um dossier médico pode facilmenteser acessível a um clínico, a um vidente, a um psicólogo, a umpsicanalista e até mesmo a um parapsicólogo, mas nunca sem oconsentimento do pacIente e nalguns casos do grupo em terapia.

Os profissionais de saúde do “Outro lado do Atlãntico”consideram a pessoa humana sob três pontos de vista: o biológico,o social-comportamental e o Intrapsíqulco. Até há bem poucotempo, o que contava era o biológico, pois “desde que nãohouvesse fome, sede, virus, braços ou pernas pai-lidas, (ou facadas,tiro, etc,) o organismo deveria funcionar bem”.

Esta medicina, muito parecida com a que os “autorizadosoficialmente” praticam nas nossas terras é cada vez maiselementar. São as outras duas dimensões que mais custam aosgovernos dos países desenvolvidos (mais de um quarto doorçamento visa a formação de pessoal e os programas sociais,mesmo quando se trata de pessoa? de defesa).

Corpo são e mente sã. Quando se sofre de um dos elementosraramente o outro está são. E o mais complexo continua a ser amente: até agora o médico pode curar alguém atingido do tétano,mas se lhe perguntarem o que a pessoa vai fazer a seguir emtermos de consumo no que respeita “saúde conforto” pouco podefazer. Ora nos países desenvolvidos a Segurança Social tende alimitar as despesas de saúde.

Em França nos últimos 5 anos esteve-se à beira da falência.Todos os dias se receitam tonelados de comprimidos que vãoenriquecer os patrões da Shering, da Basi, da Bayer, da Hoescht,da Ici, da Rhone Poulenc só para mencionar algumas. Empresasque nos contaminam o sangue trazendo o que presta e o que nãopresta. E esses patrões, secundados pelos médicos, ditam-nos oque devemos e o que não devemos fazer porque de todas asmaneiras sabe-se onde vamos parar, a questão é o tempo.

O direito humano mais elementar é o livre arbítrio. Claro queele pode ser moldado numa vontade colectiva. Ora essa vontadecolectiva resume-se multas vezes em aumentar ou diminuir osconsumos para evitar a crise económica. Ë por isso que, quandoa Segurança Social está”nas lonas” se suprimem as baixas,certos medicamentos, visitas, etc., etc., E o mais dispendioso éo pessoal médico porque é que num futuro pr&imo, um computadorpessoal não pode substituir um médico, restabelecendo odiagnóstico encomendando os medicamentos e até seguir emtempo real as respostas do organismo à terapia? Talvez tenhamosque substituir os Congressos de Medicina Popular por C. de M.Cibernética.

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