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Página 1 de 13 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.297 BELO HORIZONTE, 18 DE ABRIL DE 2016. “Muitos dos grandes homens são apenas questão de oportunidade.” Victoriano Garcia Marti NOVAS REGRAS PARA O RAZÃO AUXILIAR DAS SUBCONTAS (RAS).......................................... 2 JUÍZES ESTÃO MAIS EXIGENTES NA ANÁLISE DE PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO ..................... 2 MAGISTRADO PAULISTA DETERMINA PERÍCIA EM TODOS OS PROCESSOS .......................... 4 LIVRO AUXILIAR DA INVESTIDA NO EXTERIOR - POSTERGAÇÃO DA DATA DE ENTREGA 5 PUBLICAÇÃO DE NOVA VERSÃO DO PROGRAMA DA ECF .............................................................. 6 NOVA EDIÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA EM TESES ABORDA IMPOSTOS MUNICIPAIS6 COM CRUZAMENTO EFICAZ DE DADOS, FISCO VISA IDENTIFICAR SONEGADORES NO IR . 6 ALTA DO IR PARA GANHO DE CAPITAL ANTECIPA OPERAÇÕES ................................................ 8 SÓCIOS DE SERRARIA AFASTAM PENHORA DE IMÓVEL AVALIADO EM R$ 13,5 MILHÕES10 LIMBO PREVIDENCIÁRIO E AÇÃO REGRESSIVA ..............................................................................11

NOTÍCIAS FISCAIS Nº 33..229977 - bhauditores.com.br 3297.pdfLIMBO PREVIDENCIÁRIO E AÇÃO REGRESSIVA.....11. Página 2 de 13 Novas regras para o Razão Auxiliar das Subcontas (RAS)

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 33..229977

BELO HORIZONTE, 18 DE ABRIL DE 2016.

“Muitos dos grandes homens são apenas questão de oportunidade.”

Victoriano Garcia Marti

NOVAS REGRAS PARA O RAZÃO AUXILIAR DAS SUBCONTAS (RAS) .......................................... 2

JUÍZES ESTÃO MAIS EXIGENTES NA ANÁLISE DE PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO ..................... 2

MAGISTRADO PAULISTA DETERMINA PERÍCIA EM TODOS OS PROCESSOS .......................... 4

LIVRO AUXILIAR DA INVESTIDA NO EXTERIOR - POSTERGAÇÃO DA DATA DE ENTREGA 5

PUBLICAÇÃO DE NOVA VERSÃO DO PROGRAMA DA ECF .............................................................. 6

NOVA EDIÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA EM TESES ABORDA IMPOSTOS MUNICIPAIS6

COM CRUZAMENTO EFICAZ DE DADOS, FISCO VISA IDENTIFICAR SONEGADORES NO IR . 6

ALTA DO IR PARA GANHO DE CAPITAL ANTECIPA OPERAÇÕES ................................................ 8

SÓCIOS DE SERRARIA AFASTAM PENHORA DE IMÓVEL AVALIADO EM R$ 13,5 MILHÕES10

LIMBO PREVIDENCIÁRIO E AÇÃO REGRESSIVA ..............................................................................11

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Novas regras para o Razão Auxiliar das Subcontas (RAS)

Fonte: Receita Federal. Nos casos previstos na Instrução Normativa RFB no 1.515, de 24 de novembro de 2014, haverá a necessidade de informação do livro razão auxiliar referente a subcontas. O livro Razão Auxiliar das Subcontas (RAS) não precisará mais ser transmitido via Sped.

Empresas Obrigadas ao Razão Auxiliar a partir do ano-calendário 2014

Devem produzir o livro “Z” no formato RAS a partir do ano-calendário 2014.

Empresas Obrigadas ao Razão Auxiliar a partir do ano-calendário 2015

Devem produzir o livro “Z” no formato RAS a partir do ano-calendário 2015.

As pessoas jurídicas devem manter o livro “Z” no formato RAS definido no Manual de Orientação do Leiaute da ECD (item 1.25) e apresentá-lo assinado digitalmente, caso sejam intimadas em uma eventual auditoria da Receita Federal do Brasil.

Juízes estão mais exigentes na análise de pedidos de recuperação

Fonte: Valor Econômico. Juízes da primeira instância estão mais exigentes nas análises dos pedidos de recuperação judicial. Eles têm determinado a realização de perícia nos documentos e balanços apresentados, além de visitas à sede da empresa, antes de decidir se aceitam o pedido. O objetivo, segundo consta nos processos, é avaliar se a companhia tem chances de recuperação ou se busca somente postergar as dívidas. Há decisões nesse sentido em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em um caso recente, o magistrado nomeou um perito para analisar, além dos documentos apresentados nos autos, livros empresariais localizados na sede da empresa. Num outro, o juiz determinou que fosse feita também uma avaliação dos valores submetidos aos efeitos da trava bancária (garantias oferecidas aos bancos na obtenção de empréstimos). Especialistas afirmam que a prática começou a ser usada com frequência pela 1ª Vara de Recuperação Judicial e Falências da capital paulista e ganhou força, no fim do ano passado, em outras comarcas. Antes, destacam, o mais comum era que os juízes verificassem somente o preenchimento dos requisitos básicos e se a documentação exigida pelo artigo 51 da Lei de Recuperação Judicial e Falências (nº 11.101, de 2005) foi apresentada. Advogados se dividem sobre o tema. O principal argumento dos especialistas que se posicionam contra a perícia é que a análise de viabilidade da empresa só poderia ser tratada no plano de recuperação judicial.

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Há divergências também entre tribunais. No Rio de Janeiro, por exemplo, uma empresa do setor de alimentos conseguiu reverter a determinação do juiz da primeira instância. A 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJRJ) afastou a necessidade de perícia. Os desembargadores aceitaram o argumento da empresa, de que o artigo 52 da Lei nº 11.101 "não prevê nenhum ato ou fase prévia para o deferimento da medida protetiva, bastando a apresentação dos documentos na forma como dispõe do artigo 51". Já em um outro caso, levado à 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), os desembargadores decidiram manter a perícia que havia sido determinada na primeira instância. Relator do caso, o desembargador Teixeira Leite afirma, no acórdão, que o Judiciário não deve figurar como "mero agente chancelador" de todo e qualquer pedido de recuperação que lhe é apresentado. Disse ainda não se tratar de "ativismo judicial, tampouco de usurpação das atribuições próprias dos credores", mas de zelar para que pedidos infundados de recuperação tenham o seu processamento autorizado. O caso em questão também envolvia uma empresa do setor de alimentos, que teve indeferido o pedido de recuperação após a perícia prévia determinada pelo juiz de primeira instância. Para o advogado Luciano de Souza Godoy, sócio do PGV Advogados, as perícias têm sido adotadas pelos juízes como procedimentos excepcionais, nos casos em que não chegam à conclusão de que os documentos apresentados são suficientes para indicar as chances de recuperação. "Está na esfera de atuação do juiz", diz Godoy. "O devedor tem que mostrar já naquele momento do pedido que a empresa é produtiva, que têm clientes e fornecedores. Existem empresas que chegam para a recuperação completamente deterioradas." Já o advogado Julio Mandel, do escritório que leva o seu nome, entende que as perícias prévias podem fragilizar empresas em crise financeira. Segundo ele, com uma análise mais aprofundada da situação, há uma maior demora para o deferimento do pedido de recuperação. O especialista afirma ter acompanhado casos em que as perícias levaram mais de quatro meses para serem concluídas, enquanto as decisões deveriam se dar em 24 ou 48 horas. "Uma empresa pode ir à falência por uma simples demora", afirma. Para o especialista, o despacho do deferimento deve ser urgente. É a partir da decisão do juiz que começam a contar os prazos do processo e ficam suspensas, por um período de 180 dias, todas as cobranças e atos de constrição, como arresto, penhora e o sequestro de bens. Mandel considera correto o juiz nomear um perito para analisar se a documentação foi entregue pela empresa devedora conforme previsto no artigo 51 da lei. Mas critica o magistrado entrar no mérito da viabilidade. Para ele, essa análise deve ser feita pelos credores. "Senão vira um retrocesso. Lembra a época da concordata, em que o juiz era quem decidia se era viável ou não." Especialista na área, Juliana Bumachar, sócia do Bumachar Advogados Associados, acredita que essas perícias tenham surgido por dois motivos: amadurecimento da lei e

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alto número de pedidos de recuperação. Dados divulgados pela Boa Vista SCPC no começo do mês mostram aumento de 165,7% do número de pedidos nos três primeiros meses de 2016 na comparação com o mesmo período de 2015. Para a advogada, há um movimento que ela chama de "análise mercadológica", para certificar que a empresa está dentro do seu segmento, gerando receita e se tem condições de se reerguer com a recuperação. Ela critica, no entanto, perícias que tratem da viabilidade econômicofinanceira da empresa. "Não podem ultrapassar o limite do que vai ser deliberado no plano de recuperação, lá na frente", afirma. Ela destaca ainda que, nos casos de análise da trava bancária, pode haver benefícios às empresas. Principalmente no Rio de Janeiro, onde o tribunal tem jurisprudência favorável à liberação no TJSP não há decisões nesse sentido. "Neste caso das travas, a análise preliminar é fundamental. Não dá para deliberar uma liberação de recebíveis que foi dada ao banco de forma aleatória."

Magistrado paulista determina perícia em todos os processos

Fonte: Valor Econômico. O juiz Daniel Carnio Costa, da 1ª Vara de Recuperação Judicial e Falências de São Paulo, foi um dos primeiros a determinar as perícias prévias. Começou há quase cinco anos e hoje adota a prática em todos os pedidos de recuperação judicial que analisa. Ao receber a documentação da empresa, nomeia um perito geralmente quem será o administrador judicial, caso o processamento seja deferido e estabelece prazo de cinco dias para a conclusão da análise. Essas perícias começaram a ser feitas após o juiz constatar, já no andamento do processo, empresas fechadas, que não existiam mais ou existiam só no papel. Para o magistrado, exemplos de casos completamente inviáveis à recuperação judicial. Em entrevista ao Valor, o magistrado fez um balanço positivo do uso da ferramenta. Entre 2011 e 2015, foram 157 pedidos de recuperação judicial na 1ª Vara. Deste total, 58 foram indeferidos após perícia prévia. A filtragem, segundo ele, desencadeou índices elevados de sucesso: 70% tiveram o plano aprovado e sobreviveram por mais de dois anos. Ou seja, em apenas 30% dos casos a falência foi decretada. "A recuperação não serve para proteger o credor, nem os interesses do devedor. Serve para proteger o interesse social", disse o juiz. A seguir os principais trechos da entrevista: Valor: Especialistas afirmam que a Lei de Recuperação Judicial e Falências não prevê a perícia prévia. Em que o senhor se baseia para usar o instrumento? Daniel Carnio Costa: Não está prevista expressamente, mas também não está proibida. É uma questão de interpretação do artigo 52. A lei diz que devem estar presentes os requisitos legais. Então há duas opções: fazer um check list formal ou analisar o

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conteúdo dos documentos apresentados. Na minha opinião, a segunda opção é que mais prestigia a finalidade do instituto. Valor: O senhor concorda com a crítica de que a perícia anteciparia uma avaliação que deveria ser feita somente pelos credores? Costa: Nesse momento eu não quero saber da viabilidade de uma empresa. Eu quero saber da inviabilidade. E o conceito negativo é fácil de constatar, tanto que determinamos prazo de cinco dias. O 'check list' meramente formal dos documentos que acompanham a petição inicial não nos dão a visão completa para saber se a empresa tem capacidade de gerar os benefícios sociais. Não faz sentido deferir a recuperação judicial de uma empresa fechada, que não gera empregos e não recolhe tributos. Quando se defere o processamento de recuperação, a empresas nesta situação, está se jogando nas costas dos credores todo o peso da recuperação e sem que haja contrapartida social para esse sacrifício. A recuperação não serve para proteger o credor, nem os interesses do devedor. Serve para proteger o interesse social. Valor: Como são feitas essas perícias? Costa: O perito é nomeado para fazer duas coisas: a conferência da documentação, se está completa e se reflete a realidade da empresa, e se a empresa funciona. Porque, às vezes, você vai conferir e não há estoque nenhum, não há cliente nenhum. É por isso que as perícias são feitas de surpresa. O perito chega na empresa sem avisar. É para constatar a real situação. Nós já nos deparamos até com casos de fraude. Se não existisse a perícia, teriam sido aceitos e prejudicado muitas pessoas. Valor: O senhor poderia citar um desses casos? Costa: Descobrimos fraude em uma empresa que fazia a venda de veículos usados. Ela pegava veículos em consignação de clientes para fazer a venda. Ela vendeu os veículos, fechou as portas e não deu o dinheiro a eles. Depois, pediu a recuperação judicial e colocou esses clientes como credores. Ou seja, tomou o carro deles, vendeu, não repassou o dinheiro e, se a recuperação tivesse sido aceita, esses clientes acabariam recebendo 20% ou 30% do valor e num prazo de dez anos. Isso é fraude e a perícia constatou. Imagine como essas vítimas, que foram colocadas como credores, reagiriam a um processo desse. Isso tira o prestígio e a confiança do processo de recuperação.

Livro Auxiliar da Investida no Exterior - Postergação da data de entrega

Fonte: Receita Federal. O livro auxiliar da investida no exterior, regulamentado pelo art. 13 da Instrução Normativa RFB nº 1.520, de 14 de dezembro de 2014, terá sua entrega postergada, ou seja, não precisará ser entregue na data-limite de entrega da ECD (último dia útil do mês de maio). A Receita Federal do Brasil definirá nova data de entrega do livro auxiliar da investida no exterior.

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Publicação de nova versão do programa da ECF

Fonte: Receita Federal. Foi publicada a versão 2.0.0 do programa da ECF que permitirá a transmissão das ECF relativas ao ano-calendário 2015 e situações especiais de 2016, além do ano-calendário 2014 e situações especiais de 2015. Contudo, a transmissão dos arquivos da ECF ainda não está disponível e só será liberada a partir do dia 25 de abril de 2016. Nova edição da Jurisprudência em Teses aborda impostos municipais Fonte: STJ. A 55ª edição da Jurisprudência em Teses está disponível para consulta no site do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o tema Impostos Municipais. Com base em precedentes dos colegiados do tribunal, a Secretaria de Jurisprudência destacou duas entre as diversas teses existentes sobre o assunto. Uma delas diz que é legítima a cobrança do IPTU sobre imóveis situados em área de expansão urbana, ainda que não dotada dos melhoramentos previstos no artigo 32, parágrafo 1º, do Código Tributário Nacional. Um dos casos adotados como orientação foi o AgRg nos EDcl no REsp 1.375.925, de relatoria do ministro Benedito Gonçalves, julgado em maio de 2014. Outra tese afirma que o concessionário de serviço público que detém direito de uso de imóvel público não é contribuinte do IPTU, pois possui apenas a posse mediante relação de natureza pessoal, sem animus domini. Um dos casos adotados como referência foi o AgRg no AREsp 535.846, julgado em novembro de 2015 pela Primeira Turma, relatado pelo ministro Sérgio Kukina. Conheça a ferramenta Lançada em maio de 2014, a ferramenta Jurisprudência em Teses apresenta diversos entendimentos do STJ sobre temas específicos, escolhidos de acordo com sua relevância no âmbito jurídico. Cada edição reúne teses de determinado assunto que foram identificadas pela Secretaria de Jurisprudência após cuidadosa pesquisa nos precedentes do tribunal. Abaixo de cada uma delas, o usuário pode conferir os precedentes mais recentes sobre o tema, selecionados até a data especificada no documento. Para visualizar a página, clique em Jurisprudência > Jurisprudência em Teses, no menu principal da homepage do STJ. Também há o Acesso Rápido, no menu Outros.

Com cruzamento eficaz de dados, fisco visa identificar sonegadores no IR

Fonte: Folha de S.Paulo. A Receita dispõe de um arsenal eletrônico de informações difícil de ser burlado. São declarações exigidas de empresas e de órgãos públicos e privados.

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Esse arsenal, que já é amplo, ficará mais sofisticado. É que no final de 2015 a Receita criou a e-Financeira, a ser enviada pelas empresas do setor financeiro, pelos consórcios, pelas seguradoras e pelas entidades de previdência complementar. Ela substituirá, a partir deste ano, a Dimof (Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira), que continha os dados de quem tem conta em banco, poupança, investimento etc. O sistema de informações da Receita também é abastecido por outras declarações. Assim que esses dados são recebidos, são armazenados nos computadores da Receita. Depois, são cruzados com os dados declarados pelos contribuintes. Se houver divergências nas informações prestadas pelo contribuinte, a declaração fica retida com “pendências”. A Dirf (Declaração do IR Retido na Fonte), entregue pelas empresas, é o primeiro (e principal) documento que o fisco usa. Nela estão diversos valores: salário anual pago pela empresa, 13º salário, IR retido na fonte (se for o caso), contribuição ao INSS, plano de saúde e previdência privada (se for o caso), etc. Outro documento entregue pelas empresas e usado pelo fisco é a DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica). Por ele, sabe-se quanto as empresas distribuíram de lucro aos sócios durante o ano. Os gastos com clínicas médicas, laboratórios, hospitais e planos de saúde são informados à Receita por meio da Dmed, entregue pelas prestadoras de serviços de saúde e operadoras de planos privados de assistência à saúde. As administradoras de cartões de crédito usam a Decred (Declaração de Operações com Cartão de Crédito) para informar as operações acima de R$ 5.000 mensais. Os dados de transações com construtoras, incorporadoras e imobiliárias são informados pela Dimob (Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias). Se o contribuinte comprou ou vendeu imóvel, é preciso registrar essa operação em cartório. Para verificar isso, a Receita dispõe da DOI (Declaração sobre Operações Imobiliárias), entregue pelos cartórios de notas, de registro de imóveis e de títulos. Há ainda a Dprev (Declaração sobre a Opção de Tributação de Planos Previdenciários), entregue ao fisco pelas entidades de previdência complementar, seguradoras ou por administradores do Fapi (Fundo de Aposentadoria Programada Individual). Por tudo isso, o contribuinte que estiver pensando em “burlar o sistema de defesa” da Receita deve ficar atento, pois as chances de êxito são muito remotas, para não dizer inexistentes.

– COISAS QUE A RECEITA PERMITE E NÃO PERMITE

COISAS QUE A RECEITA PERMITE… > Que um contribuinte isento (portanto não obrigado a declarar) entregue a declaração apenas para receber de volta todo o imposto retido/pago na fonte em 2015 > Que o contribuinte?declare pela forma mais vantajosa, ou seja, que possa obter a maior restituição possível ou que pague o menor valor após a entrega

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> Que, pela forma que admite o abatimento de várias despesas, ele deduza os gastos com educação, com saúde, com as previdências oficial e privada, com dependentes etc., desde que comprovados > Que um casal que tiver uma fonte de renda extra, de um bem comum (aluguel de um imóvel, por exemplo), faça declarações individuais e divida (50% para cada um) o valor recebido, para pagar menos (se for mais vantajoso, toda a renda desse bem pode ser lançada em uma das declarações) > Que o pagamento de pensão alimentícia judicial ou homologada em cartório possa ser dividido entre a mulher (ou o marido) e filho(s), por exemplo, para que nenhum deles pague imposto (basta que todos tenham CPF e façam declarações individuais) > Que uma família com dois empregados domésticos possa abater a contribuição patronal ao INSS de ambos. Para isso, um terá de ser registrado pela mulher e o outro, pelo marido. Cada um lança o desconto do seu empregado, limitado a R$ 1.182,20 …E COISAS QUE ELA NÃO PERMITE > Que o contribuinte deixe de declarar uma ou mais fontes de renda ou qualquer rendimento seu e/ou de seus dependentes (quando for o caso) > Que o contribuinte deixe de informar contas bancárias ou a compra/venda de um bem/direito (quando exigidas pela legislação) > Que um mesmo dependente (um filho) ou uma mesma despesa (escola, por exemplo) seja usado como abatimento em duas (ou mais) declarações > Que sejam deduzidas despesas com material, transporte e uniformes escolares, com aulas particulares ou de idiomas, com cursinhos e com aulas de informática > Que sejam deduzidas despesas médicas reembolsadas por plano de saúde ou pela empresa; que sejam deduzidas as com remédios (só são permitidas as incluídas em conta hospitalar), com óculos, com lentes de contato e com aparelhos para surdez > Que o contribuinte lance despesa médica sem ter o correspondente recibo ou por meio de um recibo “frio” (quando não há consulta ou tratamento) > Que o contribuinte deixe de informar qualquer pagamento a pessoas físicas (mesmo que não seja dedutível, como aluguel) e a pessoas jurídicas (quando for uma despesa dedutível) > Que o contribuinte deduza despesa com pensão alimentícia que não tenha respaldo em decisão judicial ou em acordo homologado em cartório

Alta do IR para ganho de capital antecipa operações

Fonte: DCI. A Lei 13.259/2016, sancionada em 16 de março deste ano, vai exigir maior planejamento financeiro de quem pretende vender bens ou direitos. A ordem do dia é antecipar operações, tentando reduzir a mordida do leão. É que a partir do ano que vem o Imposto de Renda sobre a valorização de bens de capital ficará mais caro. A nova regra vale para pessoas físicas e jurídicas. Até o último

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dia deste ano, a alíquota do imposto é de 15% e incide sobre a diferença entre o preço de aquisição e de venda para qualquer tipo de bem, como ações negociadas na Bolsa de Valores, imóveis, joias, obras de arte e veículos. Nas empresas, o imposto incide sobre a venda de qualquer ativo, desde máquinas e equipamentos, até a própria empresa. A partir de 2017, a alíquota de 15% só valerá para ganhos de até R$ 5 milhões. A mordida pula para 17,5% para ganhos de capital entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões; e 20% para ganhos entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões. A alíquota chega a 22,5%, para ganhos acima de R$ 30 milhões. Para calcular o imposto a pagar, o contribuinte deve utilizar cada uma das alíquotas para cada faixa de rendimento. O presidente do Instituto de Estudos Tributários (IET), Rafael Nichele, explica que o ganho de capital acontece quando um bem de qualquer natureza, como imóvel ou participação societária, é vendido com um preço mais alto do que o valor de compra. “Se uma pessoa comprou um imóvel e após um período o vendeu por um preço maior, houve ganho de capital, e sobre esse lucro, essa diferença, é cobrado o IR”, diz o advogado. Sem correção Em relação à Lei, o tributarista Pedro Moreira, sócio do escritório CM Advogados, afirma que a legislação falha ao não incluir correção monetária. Ele lembra que um dispositivo do projeto previa que a nova tabela progressiva tivesse automaticamente aplicada a correção monetária, mas ele não passou. “Isso é um erro, pois o que é R$ 1 milhão hoje não é R$ 1 milhão no ano que vem”, explica Moreira. No caso de imóveis, vale lembrar que um bom planejamento financeiro exige que o interessado acrescente ao valor de aquisição as brechas legais vigentes: atualização do valor de compra pelos gastos com reformas devidamente comprovados por recibos e inclusão de gastos com corretagens e outros custos. Moreira destaca que continuam valendo as regras antigas que previam isenção, como, por exemplo, indenização por desapropriação de terra nua para fins de reforma agrária; indenização por liquidação de sinistro, furto ou roubo relativo a um objeto, como carro ou moto, segurado; e venda de único imóvel por valor inferior a R$ 440 mil; ou ainda do único imóvel do casal em caso de separação de bens. São isentos ainda os ganhos de capital dos imóveis adquiridos antes de 1969 – há uma tabela decrescente do imposto para aquisições entre 1969 e 1988. Também continua mantido o prazo de 180 dias para o caso da pessoa que venda seu único imóvel e queira usar os recursos para comprar outro. Incentivo De acordo com o tributarista Nichele, é possível verificar no mercado a tendência de antecipação de negociações de bens para a redução do imposto a pagar. “A gente está acompanhando as negociações de aquisição de empresas brasileiras por companhias e grupos internacionais e percebe que o processo está sendo acelerado por causa disso”, conta.

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Moreira também notou, entre seus clientes, aumento no número de consultas de pessoas físicas sobre questões relacionadas à venda de bens ou de participações em empresas. “Em curto prazo, tendemos a ter um maior volume de vendas de ações e imóveis por pessoas físicas a fim de aproveitar a alíquota de 15%.”

Sócios de serraria afastam penhora de imóvel avaliado em R$ 13,5 milhões

Fonte: TST. Um casal de sócios e administradores da Indústria Trevo, do Paraná (massa falida), reverteu no Tribunal Superior do Trabalho decisões que determinavam a penhora do seu bem de família de alto valor localizado em Curitiba (PR). Ao julgar dois processos em fase de execução ajuizados por empregados demitidos em setembro de 2005, a Terceira Turma considerou que, de acordo com a lei, a impenhorabilidade não pode ser afastada em razão do valor do bem, como fez o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR). Indicado para penhora nas duas ações trabalhistas contra a Trevo – empresa de serrarias de madeiras para assoalhos criada em 1987, que decretou falência em abril de 2007 – o imóvel foi visitado por oficiala de justiça, que constatou que, no local, moravam os sócios, um filho, dois netos e quatro bisnetos. Em um dos processos, ajuizado por um técnico de segurança, cuja execução estava em R$ 11 mil em 2015, o juízo da 11ª Vara do Trabalho de Curitiba (PR) rejeitou o pedido de penhora, por se tratar de bem de família. O TRT-PR, porém, entendeu que o bem de família “suntuoso” não deveria prevalecer em detrimento do crédito alimentar trabalhista, e determinou a reserva de R$ 1 milhão do produto da arrematação para os administradores da Trevo comprarem outro imóvel. No recurso ao TST, os dois sócios alegaram que a propriedade, apesar do valor, seria impenhorável por ser o único imóvel de sua propriedade, ser bem de família e se destinar à sua moradia. Sustentaram, ainda, que houve excesso de penhora e violação dos artigos 1º, 5º, e 6º da Constituição da República, 1º, 3º, incisos I a IV, e 5º da Lei 8.009/90 (relativa à impenhorabilidade do bem de família), 10, parágrafo 3º, do Estatuto do Idoso e 620 e 668 do CPC. O trabalhador contestou a argumentação dos empresários alegando que, além de serem proprietários do imóvel, eram sócios de uma empresa que faliu e que, “ao fechar, deixou mais de 200 trabalhadores sem sequer receber suas verbas rescisórias, dentre outras irregularidades”. Afirmou também que as verbas rescisórias são extremamente importantes para um trabalhador cujo contrato é cessado, pois podem garantir a sua sobrevivência até a obtenção de novo emprego. TST No julgamento do recurso de revista, o relator, ministro Alexandre Agra Belmonte, explicou que o artigo 5º, inciso XXII, da Constituição consagra o direito de propriedade, e o artigo 6º garante a moradia do indivíduo como direito social. “Por esse motivo, o

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artigo 1º da Lei 8.009/90 prevê a impenhorabilidade do bem de família, protegendo, dessa forma, o núcleo familiar e a sua residência”, ressaltou. Ele assinalou que a regra comporta exceções, mas que a impenhorabilidade não pode ser afastada em razão do valor do bem, como fez o Tribunal Regional, salientando que o TST já adotou esse entendimento em diversos precedentes. Nesse mesmo sentido foi a decisão do outro processo, ajuizado por um auxiliar de produção contra a Trevo, cuja execução estava em cerca de R$ 6 mil em 2014. Nos dois processos, os recursos de revista foram providos pela Terceira Turma para desconstituir a penhora realizada sobre o imóvel. A decisão foi por maioria.

Limbo previdenciário e ação regressiva

Por Mauricio Pallotta Rodrigues para o Valor Econômico. A despeito da flagrante ilegalidade na "Cobertura Previdenciária Estimada" (Copes), também conhecida por "Sistema de Alta Programada", a Justiça do Trabalho entende que é de responsabilidade do empregador o pagamento do salário após a alta previdenciária, mesmo quando, após avaliação de retorno pelo médico do trabalho, fique evidenciada a incapacidade laboral do empregado. Esse "sistema" consiste na fixação prévia do termo final do auxílio-doença no momento da concessão do benefício, ou seja, o perito do INSS presume a data que o segurado deverá estar de alta e limita o pagamento do benefício até este momento, não há uma nova avaliação de capacidade. No período em que o empregado está em gozo de benefício o seu contrato de trabalho fica suspenso, deixando de ser exigido o cumprimento da maioria das obrigações contratuais, em especial o pagamento de salário. Quando acontece a cessação do benefício essa suspensão é baixada, retornando o empregado para a responsabilidade do empregador, que deve reintegrá-lo de imediato ao posto de trabalho ou encerrar o contrato nos termos da lei. Tanto para fins de reintegração quanto de demissão o empregado deve passar por exame médico que ateste a sua capacidade, o médico do trabalho elabora o Atestado de Saúde Ocupacional de Retorno. Muitas são as vezes que o empregador fica diante de uma situação em que o empregado afastado por incapacidade tem alta médica oficial do INSS e o médico do trabalho não atesta a sua alta para que possa retornar as funções. Assim, a empresa não recebe o empregado por considerá-lo inapto e o INSS não paga mais benefício por considerá-lo apto, nasce o "Limbo Jurídico Trabalhista Previdenciário". Os tribunais do trabalho concluíram que é do empregador o ônus desse "limbo", isso a partir de uma conjugação de princípios constitucionais e específicos do direito do trabalho, destacando-se dentre eles o princípio da adaptação do trabalho à capacidade do trabalhador, da proteção à saúde e meio ambiente laboral, dignidade da pessoa humana e

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valor social do trabalho humano. Além disso, também lançam mão dos princípios da função social da empresa e da função social do contrato, bem como dos princípios da boa-fé objetiva e da não discriminação, aliados à teoria do risco e da responsabilidade social. Diante deste entendimento, a empresa que não concordar com a alta médica do INSS deve colocar o trabalhador em licença remunerada e insurgir-se contra a decisão do INSS. Em que pese a presunção de veracidade da alta concedida pelo INSS, é sabido que muitas vezes a cessação do benefício é feita de maneira precoce e, portanto, ilegal. Basta uma simples pesquisa nas Justiças Federais para constatar o volume de ações movidas pelos segurados contra o INSS visando a declaração de ilegalidade da alta e restabelecimento do benefício. De outro lado, sabemos que existem inúmeros casos de ação regressiva do INSS para reaver das empresas a os valores pagos a título de auxílio-doença, comprovando que a incapacidade laboral se deu por culpa do empregador, mas a recíproca não é verdadeira, pois nada se encontra sobre a ação regressiva reversa, isto é, quando a empresa se insurge contra o pagamento de salários no período de "limbo". Alguns juristas já aventaram a possibilidade de propositura de medida jurídica para desconstituir a presunção de veracidade da alta conferida pelo INSS, como por exemplo ocorreu na decisão proferida pelo TRT da 2ª Região, nos autos do Recurso Ordinário nº 000304187.2013.5.02.0373, de relatoria da Desembargadora Ivani Contini Bramante. No referido julgado, onde se discutia a responsabilidade do empregar por um funcionário em situação de "limbo", a turma propôs que: "Se a empresa não concorda com a alta médica previdenciária do trabalhador deve recorrer da decisão da autarquia previdenciária e, destruir a presunção de capacidade atestada pelo médico oficial e, fazer valer a posição do seu médico". Evidentemente, que os desembargadores se referiam mais à possibilidade de recurso administrativo contra as decisões do INSS, conforme previsto no art. 126 da Lei nº 8.213/91. Ocorre que, na prática, a adoção desse tipo de procedimento nos remete a duas situações que o inviabilizam: i) o Conselho de Recursos da Previdência Social geralmente mantém as decisões da Perícia Médica do INSS; e ii) a demora na tramitação do processo administrativo. Diante disso, a própria desembargadora Ivani Bramanti supracitada já recomendou em suas exposições a possibilidade de o empregador, inconformado com o procedimento do INSS, iniciar uma ação judicial para desconstituir a alta médica indevida e, ainda, requerer a reparação por perdas e danos, a vista do pagamento dos salários durante a licença remunerada. Assim, fazendo uma leitura contrario sensu, a empresa possui interesse processual e legitimidade para se opor ao ato administrativo manifestamente ilegal que lhe acarreta prejuízos financeiros (pagamento de licença remunerada decorrente de incapacidade laborativa), sendo possível a propositura de ação regressiva contra o INSS para reaver a título de perdas e danos o valor da remuneração paga ao empregado que recebeu

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indevidamente a alta oficial do INSS e foi equivocadamente considerado apto para o retorno ao mercado de trabalho. É, portanto, facilmente demonstrável a existência do ato ilícito praticado pela autarquia previdenciária, do dano (prejuízo financeiro) e do nexo de causalidade. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected] >.