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CUIDADOS COM O VERÃO Veja dicas para você aproveitar a estação mais animada do ano de forma saudável e segura ENTREVISTA ESPECIAL Rosemeire Sartori de Albuquerque, doutora em Saúde da Mulher, fala sobre a hora do parto Mulheres do Brasil Conheça as iniciativas de hospitais públicos que estão ajudando a transformar a vida de gestantes e de recém-nascidos, através da prevenção e de projetos inovadores

Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

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Page 1: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

CUIDADOS COM O VERÃOVeja dicas para você aproveitar a estação mais animada do ano de forma saudável e segura

ENTREVISTA ESpECIAlRosemeire Sartori de Albuquerque,doutora em Saúde da Mulher, fala sobre a hora do parto

Mulheres do BrasilConheça as iniciativas de hospitais públicos que estão ajudando a transformar a vida de gestantes e de recém-nascidos, através da prevenção e de projetos inovadores

Page 2: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

MAIS DE 45 ANOS CUIDANDO DA SAUDE DOS BRASILEIROS

A Pró-Saúde é uma das maiores

entidades de gestão de serviços de

saúde e administração hospitalar do

País. Tem sob sua responsabilidade

mais de 3.500 leitos e o trabalho

de cerca de 20 mil profissionais.

Está presente em todas as regiões

do Brasil, contribuindo para

a humanização do atendimento

hospitalar, em especial do SUS.

Com excelência técnica e credibilidade

nacional, oferece uma gama

de serviços em benefício da vida.

WWW.PROSAUDE.ORG.BR

Alagoas

Rio de Janeiro

Paraná

São Paulo

Goiás

Bahia

Tocantins

Pará Maranhão

RondôniaAcre

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Page 3: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

MAIS DE 45 ANOS CUIDANDO DA SAUDE DOS BRASILEIROS

A Pró-Saúde é uma das maiores

entidades de gestão de serviços de

saúde e administração hospitalar do

País. Tem sob sua responsabilidade

mais de 3.500 leitos e o trabalho

de cerca de 20 mil profissionais.

Está presente em todas as regiões

do Brasil, contribuindo para

a humanização do atendimento

hospitalar, em especial do SUS.

Com excelência técnica e credibilidade

nacional, oferece uma gama

de serviços em benefício da vida.

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Page 4: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

anúncio

A Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH), por meio de seus congressos, cursos e publicações, traz o que há de mais atualizado em serviços, produtos e informações, com o objetivo de aprimorar conhecimento e habilidades dos profissionais da área da Saúde. Todo esse trabalho depende muito de sua participação e apoio. Por isso, venha fazer parte da FBAH ou, se você já for associado, atualizar seus da-dos cadastrais. Vantagens de ser afiliado à FBAH

l Atuação da FBAH desde as faculdades de Administração Hospitalar e na pós-formação, buscando o fortalecimento do aprendizado e aprimoramento profissional, além de ser uma vitrine para os recém-formados ante as empresas do setor.

l Valorização do papel do Administrador Hospitalar.l Descontos e vantagens exclusivas em eventos no Brasil e exterior.l Descontos na compra de livros e publicações.l Participar com trabalhos e concorrer anualmente ao Prêmio FBAH de Administração Hospitalar.l Recebimento de publicações periódicas da FBAH.l Acesso a banco de informações e artigos.l Realização de cursos, palestras, seminários e treinamentos. l Apoio e intermediação de parcerias, possibilitando geração de novos negócios.

Fortaleça

a área da

Saúde

Valorize sua missão

Seja um associado

Av. São Gabriel, 201 - Salas 1009/1010 Itaim Bibi - São Paulo - SP - CEP: 01435-001 Tel.: 11 3704-7301www.fbah.org.br

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Page 5: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Expediente A força das mulheres

Revista Notícias Hospitalares

76º edição2º Semestre / 2014CapaPacientes do HMMSJR Foto — Jefferson Douglas

Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar

DIRETORIA ESTATUTÁRIA

PRESIDENTEDom Eurico dos Santos Veloso

VICE-PRESIDENTEDom Hugo da Silva Cavalcante, OSB

SECRETÁRIOMarcio Gonçalves Moreira

TESOUREIROMonsenhor Marco Eduardo Jacob Silva

DIRETORIA EXECUTIVA

DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIROCarlos Alberto Filippelli Giraldes

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTODaniel Augusto Gonsales Camara

DIRETOR DE FILANTROPIACarlos José Massarenti

DIRETORA JURÍDICAWanessa Portugal

DIRETOR DE OPERAÇÕESDanilo Oliveira da Silva

NOTÍCIAS HOSPITALARES Diretor ResponsávelCarlos Alberto Filippelli Giraldes

Gerente de ComunicaçãoHelton Zuccon

Produção editorialVFR Comunicação

Projeto editorialDoxa Conteúdo & Design

Jornalista responsávelVanderlei França

Projeto GráficoAdriano Frachetta

DesignEdson Fonseca

EditorasGeorgia Rodrigues e Mariana Alves

Colaboraram nesta ediçãoEmily Gonçalves e Suelen Rodrigues

FotografiaJefferson Douglas, Willian Pereira, Valdecir Galor/SMCS, Edson Donizete, Istockphoto, Fotolia e Divul-gação/Grupamento de Bombeiros Marítimo

ImpressãoCorset Artes Gráficas e Editora

Tiragem12.000 exemplares

[email protected]

Dom Eurico dos Santos VelosoArcebispo Emérito de Juiz de Fora

Presidente da Pró-Saúde

ED

ITO

RIA

L

Os avanços nos serviços de integração da saúde da mulher, desde

antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmen-

te, após a sua implementação, vêm contribuindo com melhorias

no acesso ao atendimento médico e na agilidade do tratamento e

diagnóstico de doenças de todas as mulheres. Mais do que isso:

vêm cumprindo o direito à saúde à população, previsto na Cons-

tituição Federal, ampliando a conscientização sobre a busca por

atendimento preventivo, que evite a evolução de doenças crônicas

consideradas as vilãs da mortalidade feminina.

Esta edição é dedicada à saúde das mulheres, que são a maioria

no País, representam 63% da população em idade ativa, segundo

o IBGE, e assumem cada vez mais o papel de profissionais, mães,

esposas e filhas dedicadas.

Na matéria de capa, o leitor encontrará o trabalho realizado nos

hospitais administrados pela Pró-Saúde no SUS, que trazem espe-

rança e acolhimento às gestantes e puérperas em diferentes regiões

do Brasil. São programas especiais voltados ao acompanhamento

da gestação e ao diagnóstico e controle de doenças graves. Com-

partilhe com sua família a leitura desta edição! Cuide e proteja quem

você ama, oferecendo informações preciosas para cuidar da saúde.

A revista também traz as novas unidades hospitalares administradas

pela Pró-Saúde, assim como os projetos educacionais e de assis-

tência social que beneficiam crianças, adolescentes e idosos com

exemplo de dedicação e atendimento. Que todo esse conteúdo

seja apreciado e traga novas reflexões durante a leitura.

A Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH), por meio de seus congressos, cursos e publicações, traz o que há de mais atualizado em serviços, produtos e informações, com o objetivo de aprimorar conhecimento e habilidades dos profissionais da área da Saúde. Todo esse trabalho depende muito de sua participação e apoio. Por isso, venha fazer parte da FBAH ou, se você já for associado, atualizar seus da-dos cadastrais. Vantagens de ser afiliado à FBAH

l Atuação da FBAH desde as faculdades de Administração Hospitalar e na pós-formação, buscando o fortalecimento do aprendizado e aprimoramento profissional, além de ser uma vitrine para os recém-formados ante as empresas do setor.

l Valorização do papel do Administrador Hospitalar.l Descontos e vantagens exclusivas em eventos no Brasil e exterior.l Descontos na compra de livros e publicações.l Participar com trabalhos e concorrer anualmente ao Prêmio FBAH de Administração Hospitalar.l Recebimento de publicações periódicas da FBAH.l Acesso a banco de informações e artigos.l Realização de cursos, palestras, seminários e treinamentos. l Apoio e intermediação de parcerias, possibilitando geração de novos negócios.

Fortaleça

a área da

Saúde

Valorize sua missão

Seja um associado

Av. São Gabriel, 201 - Salas 1009/1010 Itaim Bibi - São Paulo - SP - CEP: 01435-001 Tel.: 11 3704-7301www.fbah.org.br

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Page 6: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

ÍND

ICE

SAlA DE ESpERA

ENTREVISTA

ExpANSÃO MUlHERES NO SUS

Hospital de Santarém, administrado pela Pró-Saúde, é o primeiro do interior do Estado do Pará certificado como Hospital de Ensino

Rosemeire Sartori de Albuquerque, enfermeira obstetra e doutora em Saúde da Mulher, defende que a gestante deve ser orientada para que possa fazer suas próprias escolhas em relação ao seu parto

Pró-Saúde passa a administrar unidades em Salvador (BA) e no interior de São Paulo

Confira os projetos voltados para a saúde feminina nos hospitais públicos administrados pela Pró-Saúde em todo o País

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Page 7: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

SOCIAl

pREVENçÃO ESpECIAl

Para ampliar sua responsabilidade social, a Pró-Saúde administra também creches e centros de acolhimento institucional e de convivência para idosos

Saiba como evitar o câncer de pele e conheça os seus principais sintomas

Descubra como aproveitar o verão evitando problemas como insolação, intoxicação alimentar e micoses

23

28 34

Page 8: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

21 IECpN é destaque na revista VejaO Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer,

administrado pela Pró-Saúde, foi matéria de capa

da revista Veja Rio (Editora Abril). Em julho, o

IECPN comemorou sua milésima cirurgia, em um

ano de funcionamento. O procedimento removeu

um tumor da cabeça de uma paciente. A qualida-

de do atendimento realizado na unidade também

foi destaque na publicação. Segundo a revista, o

hospital é um oásis de excelência, onde a decora-

ção caprichada divide espaço com equipamentos

de alta tecnologia. O objetivo da unidade, que se

propõe a ser mais que uma casa de saúde, segun-

do a matéria da Veja Rio, é agregar a pesquisa

científica ao atendimento à população e também

funcionar como um núcleo de formação de jovens

médicos.

Site novo facilita acesso ao internauta Está no ar a nova página da Pró-Saúde na

internet, com as informações atualizadas e

layout mais moderno e organizado. Além do

novo projeto gráfico, a mudança visa organi-

zar o conteúdo e facilitar o acesso às infor-

mações. O site www.prosaude.org.br traz

dados sobre todas as unidades administradas

pela entidade, através de um mapa interativo,

além dos projetos de Educação Infantil e

Assistência Social que a Pró-Saúde desen-

volve. Uma área específica para imprensa foi

criada para aproximar o contato da organi-

zação social com a mídia, disponibilizando

também notícias, boletins, newsletters e a

Revista Notícias Hospitalares. Na nova pági-

na, o internauta pode conhecer e entender

com mais clareza o trabalho da Pró-Saúde,

por meio de folders e vídeos institucionais.

HRBA torna-se Hospital de EnsinoUnidade de Santarém é a primeira do interior do Pará a receber o certificado

SA

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Page 9: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

3pró-Saúde participa do Congresso das Santas CasasEm agosto deste ano aconteceu em Brasília

(DF), o 24º Congresso Nacional das Santas

Casas e Hospitais Filantrópicos. A Pró-Saúde

participou do evento, com um stand de expo-

sição para apresentar o seu trabalho na área

de Saúde. O encontro anual reuniu administra-

dores hospitalares, profissionais de Saúde de

todo o Brasil e representantes governamentais.

Além de promover e fortalecer o desenvolvi-

mento das instituições sem fins lucrativos, o

Congresso colocou em debate a importância

das filantrópicas para a sobrevivência do Sis-

tema Único de Saúde (SUS). Foram discutidos

assuntos relacionados à gestão em Saúde,

como Contratualização, Gestão da Filantropia

e dos Recursos Humanos, Administração Hos-

pitalar, Governança Corporativa e o programa

SUStentáveis.

4Hospital de Santarém é certificado como Hospital de Ensino Os Ministérios da Saúde e da Educação

concederam o título de Hospital de Ensino

ao Hospital Regional do Baixo Amazonas,

em Santarém (PA). O título habilita o hospital

a desenvolver a prática de atividades curri-

culares na área da saúde vinculado a uma

Instituição de Ensino Superior. O HRBA,

administrado pela Pró-Saúde, abrange 21

municípios e é o primeiro Hospital de Ensino

no interior do estado. “Os nossos indicado-

res demonstram a importância deste título

para a região. Temos uma média de 300

estudantes por mês em alguma ativida-

de curricular. Isso contribui para melhores

práticas e articula o comprometimento de

todos para uma assistência de qualidade,

seja no próprio HRBA ou em qualquer outra

Unidade de Saúde”, declarou o diretor de

Ensino e Pesquisa do HRBA, Luiz Fernando

Gouvêa e Silva.

9

2º Semestre / 2014

Page 10: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Mamãe bem-informadaO período de gestação pode gerar muitas dúvidas e medos em algumas mulheres. Por isso, buscar orientação adequada é tão importante quanto realizar os exames do pré-natal. Dessa forma, a gestante poderá aproveitar ao máximo o momento do nascimento de seu filho

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Page 11: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Rosemeire Sartori de Albuquerque, doutora em

Saúde da Mulher pela Universidade Federal de

São Paulo (Unifesp) e docente do curso de obs-

tetrícia da Universidade de São Paulo (USP), defende que

a mulher deve ser orientada para que possa fazer suas

próprias escolhas em relação ao seu parto. A enfermeira

obstetra e membro da diretoria do Hospital e Maternidade

Leonor Mendes de Barros, de São Paulo (SP), reconhe-

ce que estamos vivendo um período de mudanças com

relação ao tema e afirma que, apesar de ainda ter que

melhorar em alguns pontos, o SUS (Sistema Único de

Saúde) é uma fonte de bons exemplos nessa área.

Quais são as vantagens do parto normal?

Devemos começar do princípio que o parto deve ser

normal. O corpo da mulher está preparado para isso. Só

não deveria acontecer o parto normal em caso de compli-

cações. No parto normal, a mulher não é submetida a um

procedimento cirúrgico, ela vivencia o momento, participa.

Ela tem a possibilidade de receber e acolher o bebê dela

assim que nasce, se ele tiver nascido em boas condições.

E ela não é submetida, na maioria das vezes, a nenhum

procedimento que requeira repouso. Isso quer dizer que

assim que ela terminar de dar à luz, já pode sair, andar,

tomar banho, se alimentar e cuidar do seu bebê.

Quais são os medos da gestante em relação ao

procedimento?

A mulher brasileira teme a dor, ela tem medo de não tole-

rar o processo de parturição. Por isso é preciso trabalhar

bastante durante o pré-natal, para fazê-la entender o que

é a gestação e o trabalho de parto. E saber que o corpo

dela está preparado para o processo de nascimento, só

que tem limiar de dor. É aí que vem a competência da

equipe, que deve estar preparada para entender até onde

a parturiente está tolerando aquele incômodo, porque

ela pode ser submetida a uma analgesia. Mas, a maioria,

quando preparada, não quer os analgésicos, porque sabe

que isso vai limitar a sua verticalização e para favorecer

o nascimento pela via transvaginal, é importante fazer a

verticalização, que é colocar a mulher em pé, sentada.

Então tudo isso, todo esse manejo, favorece o trabalho de

parto normal. Há alguns anos, deixávamos a parturiente

em jejum, no leito, em repouso. Hoje, não. Estimulamos

a alimentação, andar, ficar muito no chuveiro para ativar

a circulação e melhorar a oxigenação materno-fetal. Além 11

2º Semestre / 2014

Page 12: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

A cesárea é indicada por sofrimento fetal, por risco materno ou do bebê e se ela já teve duas ou três cesáreas anteriores

de ficar verticalizada, porque o

peso do bebê favorece a sua

descida.

Quais são os maiores mitos

envolvendo o parto normal?

Com relação a mulher ser

jovem e não poder fazer

o parto normal, isso é um

grande mito. Ser jovem não

é indicação de cesárea. Pelo

contrário. Quando você sub-

mete uma mulher jovem a um

procedimento cirúrgico, a uma

cesárea, você está colocando

-a em risco. Porque ela ainda

tem uma vida reprodutiva

longa e a chance do próxi-

mo parto ser uma cesárea

é grande e o terceiro ainda

maior. Então, é preciso pensar

bem no primeiro parto. O que

temos que levar em conside-

ração não é idade, mas, sim,

o tipo constitucional — se ela

tem a bacia formada, se o seu

corpo está bem delimitado. É

diferente do que se pensava

há alguns anos, que ser jovem

era indicação de cesárea.

Assim como uma mulher de

30 anos pode ter uma bacia

não obstétrica e ter a indica-

ção de cesárea, porque se

ela tiver um bebê maior, não

terá condições para um parto

normal.

E quando dizem que uma

mulher que já fez a cesárea

não pode ter um próximo

parto normal?

Primeiro, precisamos desco-

brir o real motivo da cesárea.

Se ela tem um problema

pélvico, então, sempre terá,

porque o osso não vai mudar.

Portanto, provavelmente, os

partos subsequentes serão

cesáreas. Se foi uma distócia

funcional, ou seja, a contra-

ção que não foi efetiva, não

evoluiu para o parto normal,

não quer dizer que no próxi-

mo ela terá o mesmo pro-

blema. Também temos que

considerar o intervalo entre os

partos. Acima de dois anos,

é menos perigoso submetê-la

a um parto normal depois

de uma cesariana. Porém,

duas cesáreas anteriores, já

é bastante prudente que não

se submeta esse útero a um

trabalho de contração, porque

há um risco de rotura uterina

(rompimento de uma camada

do útero). A cesárea é indica-

da por sofrimento fetal, por

risco materno ou do bebê e

se ela já teve duas ou três ce-

sáreas anteriores. Então, não

é porque ela veio com só uma

cesárea anterior que vamos

indicar o que chamamos de

cesárea iterativa. Não existe

mais isso.

Você acha que a mulher ser

esclarecida sobre tudo isso

antes, facilita?

Sou docente do curso de

obstetrícia da USP e percebo

que estamos vivendo um pe-

ríodo de mudanças. No pas-

sado, fomos muito interven-

cionistas e agora nós temos

que tomar cuidado com o que

fazemos. Eu sempre defendo

que nós nunca tivemos que

ser tão verdadeiros com a

mulher. Não podemos ser ex-

tremistas, ou seja, não pode-

mos deixar de ajudar a mulher

durante o parto, mas também

não podemos partir sempre

para a cesárea. Temos que

achar um meio termo. Mas

é importante ressaltar que a

mulher tem que ser informa-

da. Já existe uma parcela de

gestantes que, mesmo tendo

convênio médico, procura o

SUS, ou o Leonor, por exem-

plo, porque sabe que temos

o centro de parto normal. São

gestantes que sabem o que

querem para o processo de

parto. Ela sabe que aqui vai

ser respeitada na sua vontade

e que só vamos fazer uma ce-

sárea se houver uma compli-

cação. É isso que o SUS tem

de grande diferencial.

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Page 13: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

No Sistema Único de Saúde

(SUS), o que pode ser feito

para melhorar os índices de

parto normal?

O recomendado pela Orga-

nização Mundial da Saúde é

que apenas 15% dos partos

sejam cesáreas. No SUS,

estamos em torno de 30%.

Mesmo assim, o número

é bem melhor do que na

rede privada, que em alguns

hospitais a taxa de cesáre-

as chega a quase 90% dos

partos. Para melhorar ainda

mais esse índice, temos que

qualificar o pré-natal. Nós

conseguimos aumentar o nú-

mero de consultas pré-natal,

mas ainda não o qualificamos.

Muitas vezes, a mulher chega

à maternidade com exames

não realizados, ou realizados

parcialmente, ou realizados,

mas sem o resultado. Ela

também chega desinformada.

Precisamos preparar melhor a

mulher para o parto para que

ela participe desse processo.

Outro ponto que poderia

melhorar é informar com

antecedência onde vai nascer

o bebê dela. Então, quando

chegar a hora do parto, ela

não precisaria ficar peregri-

nando pelos hospitais, por

que isso atrapalha. Esse mo-

delo já existe em alguns locais

do Brasil e o SUS paulista

está trabalhando para que

isso aconteça também em

São Paulo.

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2º Semestre / 2014

Page 14: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

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PA

NS

ãO pró-Saúde passa a

administrar unidades de saúde na Bahia e no interior de São paulo

Hospital Alayde Costa e UPA EscadaSalvador (BA), agora conta com mais um hospital e duas UPAs administrados pela instituição, que também passa a ser a responsável pelos dois principais serviços de urgência e emergência da Rede Municipal de Saúde de Sumaré (SP).

A Pró-Saúde iniciou, em setembro deste

ano, a gestão do Hospital Alayde Costa e

da Unidade de Pronto Atendimento 24h

(UPA III), no bairro de Escada, em Salvador

(BA). Através de Contrato de Locação

entre a Pró-Saúde e o IEST (Instituto de

Educação Saúde e Tecnologia), a entidade

firmou parceria com o Governo do Estado

da Bahia (SESAB), para oferecer serviços

de saúde à população.

Com 60 leitos de internação para aten-

dimento a pacientes crônicos e uma UTI

(Unidade de Tratamen to Intensivo Adulta)

com 20 leitos, o Hospital Alayde Costa

possui um perfil assistencial predominan-

temente de pacientes oriundos do SUS

(Sistema Único de Saúde). A UPA tipo III,

também gerida pela Pró-Saúde, compõe

uma rede organizada de atenção às ur-

gências clínicas, pediátricas e ortopédicas.

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Page 15: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

UPA Valéria

Pró-Saúde assume unidades em Sumaré

Ainda em Salvador (BA), em março

deste ano foi inaugurada a Uni-

dade de Pronto Atendimento (UPA)

no bairro de Valéria. A Pró-Saúde

venceu a licitação para administrar

a unidade, que possui uma área

de 1.500 m² e conta com 207

colaboradores e 24 leitos de obser-

vação, sendo oito masculinos, oito

femininos e oito infantis, e quatro de

estabilização (sala vermelha). Entre

os serviços oferecidos pela unidade,

estão atendimento clínico, pediátrico

e de traumato-ortopedia, apoio diag-

nóstico e terapêutico em radiologia,

eletrocardiograma, laboratório de

análises clínicas e ultrassonografia,

além de procedimentos de odontolo-

gia 24 horas.

A Pró-Saúde assumiu a

gestão integral de duas

unidades de saúde na cidade

de Sumaré, SP — a Unidade

de Pronto Atendimento 24h

(UPA) do Jardim Macarenko

e o Pronto Atendimento (PA)

do Matão. Esses são os dois

principais serviços de urgên-

cia e emergência da Rede

Municipal de Saúde e aten-

dem 100% pelo SUS, com

convênio com os governos

Federal, Estadual e Municipal.

A UPA conta com nove leitos

de observação masculina,

nove leitos de observação

feminina, seis leitos de cui-

dados semi-intensivos, seis

leitos pediátricos e dois leitos

de Ginecologia e Obstetrícia.

Com quatro leitos de observa-

ção, o PA possui Clínico Geral

e Pediatria. “Temos certeza

que o novo modelo vai trazer

um atendimento melhor aos

pacientes, permitindo que a

Prefeitura foque sua atenção

em outras áreas, como a

Saúde Básica e Preventiva.

E, pela experiência da

Pró-Saúde, acreditamos

que haverá tranquilidade

neste momento de transição”,

afirmou a prefeita de Sumaré,

Cristina Carrara. 15

2º Semestre / 2014

Page 16: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

CA

PA

Conheça os projetos direcionados ao público feminino em hospitais públicos administrados pela Pró-Saúde que priorizam a orientação, humanização do tratamento e o diagnóstico precoce especialmente em gestantes e bebês

Desde a criação do Sis-

tema Único de Saúde

(SUS), em 1988, os

avanços nos serviços voltados

à saúde da mulher vêm con-

tribuindo para a melhoria do

acesso ao atendimento médi-

co e aos programas de orien-

tação e prevenção de inúme-

ras enfermidades. São elas as

maiores usuárias do SUS, já

que exercem também o papel

de acompanhantes de fami-

liares e nas comunidades em

que residem.

O agendamento de consul-

tas e exames relacionados à

genitoscopia (colposcopia e

As mulheres no SUS

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Page 17: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

vulvoscopia), papanicolau e

diagnóstico por imagem (como

o ultrassom) tem sido facilita-

do, graças à otimização do

atendimento multiprofissional,

com coleta de exames de ro-

tina independente da consulta

médica. Os mutirões para re-

alização de exames e campa-

nhas sazonais com intuito de

alertar sobre doenças como o

câncer de mama e de colo de

útero têm contribuído na pre-

venção e diagnóstico dessas

enfermidades. São diversas

as ações e projetos em anda-

mento nos hospitais adminis-

trados pela Pró-Saúde, com

Gestantes

atendidas no

Hospital e

Maternidade

Municipal de São

José do Ribamar,

em Ribamar (MA)

17

2º Semestre / 2014

Page 18: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

IEC

PN

CA

PA

destaque para os focados na

saúde materna. Inclusive, por

ser este um dos temas que in-

tegram os “Objetivos do Milê-

nio”, da Organização das Na-

ções Unidas (ONU), e que tem

sido incorporado aos projetos

direcionados à saúde feminina

na rede pública: a redução da

razão da mortalidade materna.

Embora as doenças cardio-

vasculares e o câncer de

mama estejam entre as prin-

cipais causas de óbitos femi-

ninos no Brasil, a mortalidade

materna — ocorrida durante a

gravidez, aborto, parto ou no

período de até 42 dias após

o parto — chama muita aten-

ção. Isso porque em 92% dos

casos essas mortes poderiam

ser evitadas, segundo dados

do Ministério da Saúde. Por

ano, a Organização Mundial da

Saúde (OMS) contabiliza apro-

ximadamente 600 mil mortes

maternas em todo o mundo,

sendo 99% dos casos em pa-

íses em desenvolvimento. As

principais causas são hemor-

ragias, infecções, eclâmpsia,

parto obstruído, aborto ilegal,

entre outras causas diretas ou

indiretas. A meta da ONU é re-

duzir em 75% a razão da mor-

talidade materna no período

entre 1990 e 2015 (35 óbitos

por 100 mil nascidos vivos).

A boa notícia é que o Brasil

está mais próximo de atingir

a meta de redução da morta-

lidade materna, segundo o Mi-

nistério da Saúde, já que esse

índice caiu 57%, de 143 para

61 óbitos por 100 mil nascidos

vivos no período de 1990 e

2012.

“O acompanhamento pré-na-

tal continua sendo uma das

melhores maneiras de evitar

a morte materna, sendo reco-

mendado o comparecimento

em, no mínimo, seis consultas

durante a gestação. As ações

de sensibilização para gestan-

tes e campanhas de conscien-

tização são essenciais, mas

infelizmente ainda vemos mui-

tas mulheres que não buscam

acompanhamento médico e

desenvolvem problemas que

poderiam ser evitados ou con-

trolados”, explica Marise de

Aquino Catelli, ginecologista e

obstetra do Hospital Municipal

de Mogi das Cruzes (SP), há

21 anos atuando no SUS.

A ginecologista

e obstetra

Marise de

Aquino Capelli,

do Hospital

Municipal de

Mogi das Cruzes

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Page 19: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

O Hospital e Maternidade

Municipal de São José do

Ribamar (HMMSJR), em Ri-

bamar (MA), criou programas

de orientação a gestantes e

puérperas (mães que deram

à luz recentemente e ainda

estão no hospital). A iniciativa,

coordenada pela Gerência

de Enfermagem, em parceria

com o Núcleo de Humaniza-

ção, Serviço Social e Gerência

Administrativa, tem como ob-

jetivo beneficiar as futuras ma-

mães com informações sobre

o que acontece no pré-parto,

parto e pós-parto, além de

apresentar a maternidade. O

Programa de Saúde da Famí-

lia (PSF) disponibiliza agenda

para visitação quinzenal à

maternidade. Um enfermeiro e

um agente comunitário apre-

sentam o espaço, esclarecem

dúvidas, dizem o que devem

trazer à maternidade e qual o

momento certo para irem até

o hospital. “Um dos desafios

é desmistificar o parto normal,

que ainda gera bastante an-

siedade”, explica Allan Serra,

gerente de enfermagem do

HMMSJR. As mulheres que

estão inseridas em áreas co-

bertas pelo PSF e com mais

de cinco meses de gestação

podem se inscrever — mais

de 200 mulheres fizeram a

visitação. Além disso, mensal-

mente é oferecido curso de

um dia para gestantes, com

palestras diversas. Mais de 80

gestantes já participaram e o

curso é aberto ao público em

geral, mediante inscrição pré-

via. Mãe de primeira viagem,

Ludmila Santana, de 32 anos,

estava bastante apreensiva.

“As orientações do curso me

tranquilizaram com relação ao

parto normal, além de ter es-

clarecido dúvidas sobre como

cuidar do meu bebê”. Tam-

bém são organizadas para as

puérperas apresentações que

abordam o aleitamento mater-

no, cuidados com os bebês,

calendário de vacinação e

planejamento familiar. Elas são

convidadas a trocar experi-

ências com outras mães e

também com os profissionais

do hospital. “Nossa satisfa-

ção é ver os benefícios para

essas mulheres, que chegam

à maternidade bem orientadas

e cientes da missão que terão

com elas mesmas e com seus

filhos”, completa Allan Serra.

Orientação como caminhoGrupo de

Gestantes

do Maranhão

durante encontros

quinzenais

19

2º Semestre / 2014

Page 20: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

IEC

PN

CA

PA

O Hospital Universitário de

Jundiaí (SP) possui cinco pro-

jetos focados em gestação de

risco. O programa “Morbidade

Materna Grave” foi criado para

evitar a mortalidade materna

em decorrência de doenças

hipertensivas e hemorrágicas.

Por mês, de 60 a 80 mulheres

são atendidas pelo programa

e dos 320 partos realizados,

aproximadamente 60 são de

alto risco.

O programa “Prematuridade”

visa diminuir os nascimentos

prematuros, uma das princi-

pais causas de mortalidade

infantil. Para isso, o tempo

de gestação é prolongado ao

máximo, mesmo com com-

plicações. “Cada dia ganho

de gestação representa três

dias a menos na UTI neona-

tal”, alerta o coordenador da

unidade e professor titular de

Obstetrícia da Faculdade de

Medicina de Jundiaí, Nelson

Maia. Camila dos Santos, de

18 anos, ficou internada por

seis dias para evitar o nasci-

mento da filha e conseguiu

completar sete meses de

gestação. “Ela nasceu com

860 gramas e depois de três

meses está com 1,545 kg.

Estamos recebendo todo o

acompanhamento e assim

que ela atingir o peso adequa-

do teremos alta”, diz ela.

Já o “teste do coraçãozinho”,

ou oximetria de pulso, detecta

a má formação do sistema

cardíaco, mesmo se o bebê

não apresentar sintoma visível.

“O teste não invasivo é reali-

zado na mão direita e em um

dos pés do bebê, entre 24h

e 48h após o nascimento”,

explica a coordenadora do

serviço de Neonatologia do

HU, Ana Maria Banho Vieira.

Com isso, a unidade espera

acelerar o diagnóstico de

cardiopatia congênita crítica

em recém-nascidos e dimi-

nuir ainda mais a sua taxa de

mortalidade infantil.

A “Síndrome Hellp”, doença

hipertensiva grave e pouco

conhecida, também integra os

programas do HU. O projeto

avalia gestações de alto risco

em mulheres com quadro hi-

pertensivo grave e com baixa

quantidade de plaquetas no

sangue, o que aumenta o

risco de hemorragia. “Neste

caso, a gestação deve ser

interrompida por meio de ce-

sárea, pois há risco de morte

da mãe e da criança”, afirma

Maia. Por último, há o “Cen-

tro de Referência da Doença

Trofoblástica Gestacional”,

quando, ao invés de evoluir

para um bebê, forma-se um

pequeno tumor. “A gestação

é interrompida e, durante um

ano, há o acompanhamento

e a mulher não pode engravi-

dar”, alerta.

precauções contra doenças gestacionais

“Teste do

coraçãozinho”

reduz

mortalidade

infantil no

Hospital

Universitário de

Jundiaí (SP)

20

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Page 21: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

No projeto “Jovem Mãe”, do

Hospital Estadual Rocha Faria

(HERF), no Rio de Janeiro

(RJ), o parto em adolescentes

é tratado de forma humani-

zada. As meninas de 12 a 18

anos que chegam em trabalho

de parto são conduzidas a

uma enfermaria especial, com

decoração lúdica e equi-

pada com bolas de pilates,

barras e cadeiras especiais

para auxiliar a aliviar as dores

durante todo o processo.

Neste espaço foi recebida a

adolescente Tabata Gomes,

aos 18 anos, que deu à luz a

uma menina por parto normal.

“Passei quatro dias com dor

e sem dilatação. Quando fui

ao hospital e me direciona-

ram ao espaço ‘Jovem Mãe’,

Quando o amor chega mais cedo

recebi ajuda dos enfermeiros,

massagem e todos os cuida-

dos que contribuíram para a

realização do parto normal”,

comenta a paciente, que tinha

o hospital como referência.

O projeto foi inaugurado em

fevereiro de 2014 e já realizou

390 partos, entre normais e

cesarianas, sendo 20% deles

em menores de 15 anos. “O

espaço ‘Jovem Mãe’ é focado

em estimular o parto normal e

humanizado, mas em caso de

cesariana, toda a estrutura do

centro cirúrgico está dispo-

nível para receber as pacien-

tes”, explica Juciney Pacheco,

coordenador médico da ma-

ternidade do HERF. Podem

ser atendidas duas gestantes

ao mesmo tempo na Enfer-

maria Teen, acompanhadas

por até três familiares. A aco-

lhida é feita por uma equipe

multidisciplinar constituída por

médico obstetra exclusivo,

enfermeira obstetra, técnico

de enfermagem, fisioterapeuta

para auxiliar com exercícios

pré-parto, psicólogo, nutri-

cionista e assistente social.

“Geralmente essas meninas

chegam cheias de dúvidas

e receios, uma vez que não

estão maduras o suficiente

para absorver as grandes mu-

danças psicológicas, sociais e

biológicas que uma gestação

precoce traz. Por isso o proje-

to visa ampará-las e oferecer

o cuidado necessário num

momento delicado e transfor-

mador”, ressalta.

A jovem Tabata

Gomes, que deu à

luz a uma meninda

por parto normal,

no Rio de Janeiro

21

2º Semestre / 2014

Page 22: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Há bons exemplos, porém, de que o gargalo administrativo pode ser superado mediante convênios com instituições privadas de excelência.

No momento em que a

Receita Federal anuncia

que os impostos federais

de R$ 293,42 bilhões recolhidos

no primeiro trimestre de 2014

estabeleceram novo recorde

para os três primeiros meses do

ano, com crescimento de 2,08%

em relação ao mesmo período

de 2013, é oportuno refletirmos

sobre o retorno desses recursos

para a sociedade. Nesse que-

sito, segundo distintos estudos

internacionais, o Brasil é uma das

nações com pior desempenho

dentre as que mais arrecadam.

Um viés interessante para per-

cebermos a discrepância entre o

que a sociedade paga ao Estado

e o que recebe de volta em ser-

viços e benefícios encontra-se na

área da saúde, que, ao lado da

educação, é a grande prioridade

nacional. Pois bem, em 2014 o

orçamento para o setor é de

R$ 106 bilhões, segundo consta

no Portal da Transparência do

governo federal. Em 11 anos, os

recursos destinados à assistência

médico-hospitalar dos brasileiros

mais que triplicaram. Em 2003, o

valor era de R$ 31,2 bilhões.

O crescimento das verbas do Mi-

nistério da Saúde, ainda segundo

informações oficiais, permitiu aos

estados e municípios, respon-

sáveis pela execução das ações

e redes como UPAs (Unidades

de Pronto Atendimento), Samu

(Serviço de Atendimento Móvel

de Urgência), hospitais e ambu-

latórios, expandirem a chamada

PR

Ó S

DE

OP

INIã

O

Atenção Básica. Somam-se

ao dinheiro federal os recur-

sos de todas as unidades

federativas, que constituem

o Sistema Único de Saú-

de (SUS), cujo princípio foi

instituído pela Constituição de

1988. A análise sugere que o

maior problema da saúde no

Brasil não é dinheiro, mas a

má gestão, não apenas finan-

ceira, mas principalmente na

operação dos equipamentos

de atendimento municipais

e estaduais. Há bons exem-

plos, porém, de que o gar-

galo administrativo pode ser

superado mediante convênios

com instituições privadas de

excelência. Em São Paulo, os

hospitais Albert Einsten, Sírio

Libanês e Santa Marcelina,

os três instituições privadas,

apresentam resultados posi-

tivos na gestão de unidades

Gestão eficaz melhoraria a saúde dos brasileirosJuan Quirós

públicas de saúde. O mesmo

se aplica à organização social

Pró-Saúde, com ação seme-

lhante em distintas regiões.

Obviamente, os acordos de

administração privada de

equipamentos públicos de

assistência médico-hospitalar

devem ser objeto de análi-

se criteriosa, garantindo-se

a excelência, experiência

e probidade dos gestores.

No entanto, observadas tais

ressalvas, a ampliação do

modelo poderá conferir uma

nova dimensão à saúde no

país, onde é dever consti-

tucional do Estado prover

gratuitamente esses serviços

fundamentais à sociedade.

Não é mais admissível vermos

diariamente na TV, ouvirmos

no rádio e lermos nos jornais

e revistas as matérias sobre

numerosos e repetidos casos

de negligência no atendimen-

to, demora para exames, pa-

cientes esperando em macas

nos corredores de hospitais,

prontos-socorros incapazes

de responder às emergências

e à população desassistida.

Os brasileiros pagam muito

por esse grande convênio/se-

guro-saúde chamado SUS. É

necessária uma contrapartida

adequada!

Juan Quirós é vice-presidente

da Federação das Indústrias

do Estado de São Paulo

(Fiesp)22

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Page 23: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

s atribuições da Pró-

Saúde como Organi-

zação Social vão além

dos serviços de administração

hospitalar. Há 15 anos, a ins-

tituição vem contribuindo de

forma ampla com projetos nas

áreas de educação e assistên-

cia social, com objetivo não só

de oferecer ensino de qualida-

de, como também de estimular

a inserção e reintegração social

por meio do tratamento huma-

nizado em todas as atividades

desenvolvidas.

Na capital de São Paulo, são

administrados pela Pró-Saú-

de três Centros de Educação

Infantil (CEI), situados na zona

Leste. Em Santo André (SP), o

Serviço de Acolhimento Insti-

FIL

AN

TR

OP

IA

Educação e Proteção SocialProjetos dedicados à educação e assistência social para crianças, adolescentes e idosos consolidam a missão da Pró-Saúde como promotora de melhorias nos serviços públicos.

tucional gerencia espaços que

acolhem crianças e adolescen-

tes vítimas de violência ou em

situação de risco, e que aguar-

dam adoção. Em Agulha, dis-

trito de Fernando Prestes (SP),

são realizados três projetos

focados em educação e recre-

ação que englobam crianças,

adolescentes e idosos: o Cen-

tro de Convivência do Idoso

(CCI), o Centro de Convivência

da Criança e do Adolescente

(CECCA) e o Pró-Saúde Proje-

tos Sociais. Os projetos bene-

ficiam atualmente mais de mil

pessoas e são considerados

referência em qualidade, aten-

dimento, suporte pedagógico

e no desenvolvimento da auto-

nomia dos participantes. 23

2º Semestre / 2014

Page 24: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

PR

Ó S

DE

FIL

AN

TR

OP

IA

O Centro de Educação

Infantil Jardim Lageado,

no distrito de Lageado

(SP), é um espaço dife-

renciado por ser tam-

bém uma EMEI, onde

são assistidas crianças

de 0 a 5 anos. Adminis-

trado pela Pró-Saúde

há seis anos, o CEI tem

244 alunos, que per-

manecem em período

integral. “As crianças

geralmente são matricu-

ladas bebês e auxiliamos

em todo o processo

de crescimento até o

início da alfabetização”,

explica Vanessa Zanetti,

diretora da unidade. Um

dos projetos é a “Roda

de História”, realizado

diariamente. Cada sala

tem um cantinho de

leitura, com livros que

as crianças podem

escolher. Já no projeto

“Biblioteca Circulante”,

mais de 400 títulos

transitam entre as salas

de aula. Às sextas-feiras,

eles levam um livro para

ler no final de semana.

“O acesso à escrita e

leitura é feito desde o

berçário, com incentivo

às identificações de

letras e números até o

início do letramento”,

completa Zanetti.

Localizado na região de

Guaianases, em São

Paulo (SP), o Centro de

Educação Infantil Jardim

São Jorge é dedicado e

estruturado para atender

160 crianças de 0 a 3 anos

dos bairros Jardim Miriam,

Camargo Novo e Itaim

Paulista. Administrada pela

Pró-Saúde desde 1998,

a creche é equipada com

salas amplas, parques

com playground, casi-

nhas de brinquedos para

desenvolver atividades

lúdicas e de aprendizado

com os pequenos. Neste

ano, por conta da Copa do

Era uma vez...

Aprendendo com a Copa

Mundo da FIFA, os professores se

engajaram na elaboração do “Projeto

Nações”, que proporcionou às crian-

ças conhecer, valorizar e respeitar

as culturas dos diferentes povos e

nacionalidades. “Foi muito gratifi-

cante ver as crianças animadas e os

pais participativos e empenhados

em visitar não só o trabalho de seus

filhos como de todos os alunos”,

comenta Marizete Barbosa, diretora

do CEI Jardim São Jorge.24

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Page 25: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Inaugurado em 2010, o

Centro de Convivência

do Idoso (CCI), em Agu-

lha, distrito de Fernando

Prestes (SP), atende de

segunda à sexta-feira em

período integral. “A ideia

surgiu da necessidade de

reintegrá-los à sociedade,

já que muitos idosos ficam

sozinhos e sem ativida-

des recreativas”, explica

Suzana Cavallini, coorde-

nadora da unidade. Aos

91 anos, Pedro Pizzani é o

aluno mais velho do CCI.

“Aqui a gente se sente

em uma grande família.

Somos muito bem trata-

dos e a comida é muito

No Centro de Educação

Infantil Jardim Eliane, em

São Paulo (SP), os projetos

educacionais são elabora-

dos com base nas neces-

sidades dos 144 alunos,

que têm até 3 anos de

idade. Além das atividades

rotineiras, como contação

de histórias e aulas de

artes, há projetos para

desenvolver a autonomia.

Entre eles, o “Projeto Ali-

mentação”, que incentiva a

alimentação saudável. “As

crianças não estavam con-

sumindo legumes e frutas

nas refeições. Por isso, co-

meçamos a apresentar os

Recomeço

Brincandocom a comida

boa”, comenta. Maria Aparecida

Pizzani, de 73 anos e viúva há 14,

voltou a bordar e fazer pinturas em

tecido graças ao CCI. Os idosos

desenvolvem atividades, como

aulas de alfabetização, educação

física, pintura em tecido, coral,

jardinagem, informática, além de

passeios especiais. A Prefeitu-

ra disponibiliza um ônibus para

buscar e levá-los em segurança às

suas casas ao fim do dia.

alimentos em sala de aula por meio

de histórias, desenhos e com os

produtos em mãos para que eles

pudessem manuseá-los”, explica

Lúcia de Paiva, diretora da unidade.

A partir de então, eles experimen-

tam antes de recusar os alimentos

e a aceitação das refeições aumen-

tou muito. Outra ação foi a inserção

dos pratos de vidros, ao invés de

plástico, e garfos e facas, na refei-

ção dos pequenos.

25

2º Semestre / 2014

Page 26: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Com o objetivo de oferecer atenção à ges-

tante e ao bebê desde o pré-natal até

os cuidados com o recém-nascido, o

programa “Mãe Curitibana” foi iniciado em 1999

na capital paranaense. Desde então, cresceu

e colhe os frutos de seu sucesso. Curitiba (PR)

conseguiu reduzir a mortalidade infantil para 8,8

óbitos a cada mil nascimentos, quando o aceito

pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é a

taxa de até 10 óbitos a cada mil bebês nascidos

vivos. Além disso, a cidade zerou o número de

crianças menores de 13 anos que contraíram o

vírus HIV em 2013, devido, principalmente, ao

acompanhamento das gestantes soropositivas

e, com isso a erradicação da transmissão vertical

(da mãe para o filho).

Segundo o coordenador do programa, o gineco-

logista e obstetra Wagner Dias, o grande diferen-

cial do “Mãe Curitibana” foi a elaboração de um

protocolo de atendimento, recebido por todos os

profissionais de saúde assim que entram para a

rede. “Organizamos todas as patologias e hie-

rarquizamos os atendimentos de acordo com as

diretrizes da OMS. Assim, o ginecologista sabe

quais exames e medicamentos deve prescrever,

quando encaminhar a futura mãe para outro es-

pecialista e se deve pedir uma segunda opinião,

por exemplo.” Além disso, o programa prima pelo

bem-estar da gestante, que é atendida no posto

de saúde mais próximo de sua residência para

realizar os exames do pré-natal. Outro ponto de

destaque é que, logo na primeira consulta, ela re-

PE

RF

IL

Carinho de mãe para filho

Entre as inovações do programa Mãe Curitibana estão a elaboração de um protocolo de atendimento, a determinação da maternidade em que a mãe fará o parto logo no começo da gestação e o acompanhamento da criança após seu nascimento.

Wagner Dias,

ginecologista e

coordenador do

programa Mãe

Curitibana

26

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Page 27: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Alessandra e a

pequena Alanys

recebem a visita da

agente municipal

de saúde

cebe a carteira do pré-natal e já fica sabendo

em qual maternidade será seu parto.

Se durante a gestação é detectado algum pro-

blema de saúde, como HIV, infecção de repeti-

ção ou pressão alta, a mãe é encaminhada para

outro especialista, que pode ser um nutricionis-

ta, infectologista ou clínico geral, por exemplo,

e tem consultas específicas na unidade de refe-

rência onde será o seu parto. “Temos seis ma-

ternidades disponíveis, sen do que duas são es-

pecializadas em partos de alto risco e recebem

gestantes que precisam de um cuidado espe-

cial”, explica o coordenador. “A atenção básica

consegue atender 80% das mulheres e apenas

20% são encaminhadas para esses serviços de

alto risco”, completa.

Após o nascimento, o cuidado continua

A auxiliar de salão de beleza

Alessandra Costa, de 24 anos,

segundo suas próprias pala-

vras, não tem do que reclamar.

Mãe da pequena Alanys, de

quatro meses, ela comprova a

eficiência do programa. “Sem-

pre fui muito bem atendida. Os

médicos me explicavam sobre

todos os exames que eu pre-

cisava fazer, tiravam minhas

dúvidas. Agora, as meninas

ficam loucas atrás de mim

para avisar sobre as consultas

da minha filha”, diz ela rindo,

que explica logo em seguida:

“eu me mudo muito, mas elas

sempre me acham”. As “meni-

nas” são as agentes comuni-

tárias de saúde, que são res-

ponsáveis por visitar as mães

e verificar se as consultas dos

pequenos com o pediatra e

com o dentista estão em dia.

Elas tam bém checam a cartei-

rinha de vacinação dos bebês

e dão dicas sobre aleitamento

materno e alimentação saudá-

vel para toda a família.

Para Dias, o sucesso do pro-

grama está na cooperação

entre os profissionais envolvi-

dos. “O ‘Mãe Curitibana’ ser-

viu como exemplo para muitos

outros ‘Mães’, tanto no Brasil

quanto no exterior. Claro que

cada região vai ter a sua espe-

cificidade, suas dificuldades a

serem vencidas. Mas, o mais

importante, é ter o compro-

metimento de todos. Aqui, em

Curitiba, a gente consegue ter

uma equipe de saúde bem em-

penhada, independente do go-

verno. Esse é o grande motivo

da nossa vitória”, finaliza.

número de mulheres

atendidas anualmente pelo

programa Mãe Curitibana.

unidades básicas de saúde dis-

poníveis para as gestantes realiza-

rem o pré-natal e coletarem material

para exames laboratoriais.

nenhuma criança menor de 13 anos

foi infectada pelo vírus HIV em 2013.

No ano anterior, apenas três casos

foram registrados.

por cada mil nascidos vivos é a

taxa de mortalidade infantil de

Curitiba. Em 1999, ano de início do

programa, a taxa era de 60 óbitos a

cada mil nascimentos.

20 mil

109

0

8,8

27

2º Semestre / 2014

Page 28: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Segundo estimativas do

Instituto Nacional do

Câncer (INCA), o tipo

de câncer mais comum entre

as brasileiras é o de mama.

Eles representam 21% dos

novos casos da doença em

2014. Em terceiro lugar, fica

outro tumor ginecológico, o

de colo de útero, com 6%.

Ainda na lista dos 10 tipos de

cânceres que mais acometem

mulheres, o de ovário fica em

sétimo lugar na lista, com 2%.

Enquanto que a incidência

de câncer de mama no Brasil

segue a mesma tendência

mundial, no caso do tumor

de colo de útero há uma

peculiaridade: “No interior dos

estados do Norte e Nordes-

te de nosso país, o índice é

muito maior do que em outras

regiões e do que do resto do

mundo”, afirma Marcos Fraga

Forte, coordenador da onco-

logia do Hospital Regional do

Baixo Amazonas (HRBA), em

Santarém (PA), administrado

pela Pró-Saúde, referência

em oncologia para o Norte do

país. Ainda de acordo com

Forte, isso ocorre por que

nessas regiões é mais difícil

para a população ter acesso

à saúde. “Esse é um tipo de

câncer que pode ser pre-

venido facilmente, por meio

de exames ginecológicos.

Porém, para essas mulheres,

o acesso à rede básica é

complicado, ainda precisamos

melhorar nesse ponto”, expli-

ca ele. Moradora da cidade

de Óbidos (PA), que fica às

margens do Rio Amazonas,

Neila Passos da Silva, de 33

anos, afirma que não frequen-

tava o ginecologista e apenas

depois de alguns sintomas

incômodos resolveu procurar

um médico. Após o diagnósti-

co positivo de câncer de

colo de útero, a dona de

casa e mãe de cinco filhos

passou por tratamento

no HRBA. “Estou ficando

em uma casa de apoio do

hospital aqui em Santarém,

enquanto não tenho alta,

pois minha cidade fica muito

longe”, explica Neila. Ela já

recebeu a notícia que não há

mais vestígios da doença em

seu organismo, mas ainda

precisa fazer acompanha-

mento, para garantir que as

células cancerígenas não

atingiram outros órgãos. De

acordo com Forte, a vacina

contra o vírus do papiloma

humano (HPV), que passou a

fazer parte do calendário na-

cional em 2014, irá contribuir

para diminuir esses números,

já que o câncer de colo de

útero está diretamente

ligado ao HPV. 28

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Dos dez tipos de cânceres que mais acometem as mulheres, três deles são ligados ao aparelho reprodutor feminino e mamas. Prestar atenção ao próprio corpo e realizar exames periódicos são as maneiras mais eficazes de prevenir e combater a doença

Conheça seu próprio corpo e evite o câncer ginecológico

ES

PE

CIA

LID

AD

ES

Page 29: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Conheça o HpV

A principal forma de transmissão do vírus do pa-

piloma humano (HPV) é via relação sexual, mas há

outras formas de contagio, como entre mãe e bebê

durante a gravidez ou no parto. Inicialmente sem

sintomas, quando não tratada a infecção por HPV

pode evoluir para um quadro de câncer de colo de

útero. Exames preventivos de rotina aliados à va-

cina contra o vírus são formas de evitar a doença.

“A inclusão da vacina contra o HPV no calendário

do SUS é muito importante para reduzir a sua

transmissão. Ao alcançar uma elevada cobertura

vacinal observaremos uma maior proteção contra

a incidência do câncer de útero”, afirma a médica

Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria

de Estado da Saúde de São Paulo.

Mama: Aparição de nódulos na mama e

nas axilas, descarga papilar (saída de leite),

retração da mama ou da pele, alteração no

formato da mama ou do mamilo e perda de

peso. Vale ressaltar que tumores no estágio

inicial são difíceis de serem detectados,

por isso, exames como ultrassonografia

e mamografia são fundamentais para

mulheres com mais de 50 anos.

Colo do útero: Secreção vaginal de ca-

racterística sanguinolenta e corrimento. Se

o tumor for evoluído, pode haver infecção

associada e obstrução das vias urinárias.

Quando detectado cedo, a chance de cura

é quase de 100%. Por isso, é essencial

fazer o exame papanicolau regularmente,

além de vacinar as meninas que ainda não

iniciaram a vida sexual contra o HPV.

Confira os principais sintomas dos tumores ginecológicos. Se apresentar algum deles, procure um médico. Ele irá pedir os exames necessários e, caso haja a confirmação do diagnóstico, vai indicar o melhor tratamento.

Ovário: Inchaço, obstrução urinária, consti-

pação, aumento de gases, dor pélvica ou

abdominal e perda de peso. Por ser o tipo

de câncer ginecológico mais difícil de ser

detectado, mulheres com fatores de risco

devem ficar atentas. São eles: maior quan-

tidade de menstruações (menarca cedo e

menopausa mais tarde), histórico familiar

e obesidade.

Vulva: Lesões ou ulcerações que não

curam ou demoram a cicatrizar e coceira.

É um tipo raro de câncer que também é

associado ao HPV, na maioria dos casos.

É mais comum em mulheres com mais de

70 anos e pode ser facilmente detectado

em exames ginecológicos regulares.

Corpo do útero ou de endométrio: Sangramento ou corrimento vaginal após

a menopausa. O tumor de endométrio

ocorre, na maioria das vezes, em mulheres

com idade entre 60 e 70 anos de idade.

Obesidade, diabetes, dieta rica em gordu-

ras e falta de exercícios físicos são fatores

de risco para esse tipo de câncer.

Fonte: Marcos Fraga Forte - HRBA

prevenção é a palavra-chave

Para a prevenção de todos os tipos de tu-

mores femininos, a visita regular ao gineco-

logista é fundamental. “O que chamamos

de prevenção secundária, que é a detec-

ção do carcinoma em seu estágio inicial, é

muito importante para aumentar as chan-

ces de cura. Por isso, a mulher deve procu-

rar seu médico pelo menos uma vez ao ano

ou sempre que perceber alguma mudança

em seu corpo”, alerta o oncologista, que

finaliza: “Além disso, a prevenção primária,

que é evitar que o tumor apareça, pode ser

feita com hábitos de vida saudáveis, como

alimentação balanceada, prática de exercí-

cios físicos e não fumar”.

29

2º Semestre / 2014

Page 30: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Como na maioria dos tipos de cân-

ceres, quanto mais cedo for des-

coberta, maiores são as chances

de eliminar totalmente a doença.

“A cura do melanoma acontece em

90% dos casos. Principalmente se

o tumor ainda estiver em sua fase

inicial”, diz a dermatologista.

Os sinais do câncer de pele são

sutis, por isso, é necessário pres-

tar atenção ao próprio corpo. “O

melanoma pode aparecer de vários

jeitos, como manchas e pintas que

aumentam de tamanho de uma

hora para outra ou que têm bordas

irregulares e machucados que não

cicatrizam. Caso a pessoa apre-

sente qualquer um dos sintomas

ou outro tipo de alteração na pele,

deve procurar um dermatologista”.

Evitar a exposição solar entre 10h e

16h, proteger-se dos raios UV com

filtros solares, chapéus e bonés e

não utilizar máquinas de bronzea-

mento artificial são as melhores for-

mas de evitar a doença.

O tratamento indicado para o me-

De olho nas pintas

O melanoma não é o tipo de câncer

de pele mais comum e representa

apenas 10% dos casos. Porém, é

o mais agressivo, pois tem altas chances de

metástase – quando células cancerígenas se

desprendem do tumor primário e se espa-

lham pelo corpo.

“O carcinoma do tipo melanoma pode apa-

recer de vários jeitos. Por isso, quem tem

predisposição, precisa ficar atento”, alerta a

dermatologista do Hospital de Urgência da

Região Sudoeste, em Santa Helena de Goiás

(GO), Renata Asmar. “Pessoas com mais de

50 anos de idade, com pele e olhos claros,

que se expõe ao sol ou que tenham contato

com agentes químicos estão mais sujeitas a

desenvolver esse tipo de doença”, completa.

O melanoma é o tipo de câncer cutâneo mais agressivo. Mas, quando diagnosticado precocemente, tem grandes chances de cura

Questão de pele

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Page 31: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Não melanomas

O câncer de pele do tipo não melanoma

será o de maior incidência na população

brasileira em 2014, com a possibilidade de

182 mil novos casos, segundo previsão do

Instituto Nacional do Câncer (INCA). Entre

eles, se destacam os carcinomas basoce-

lular e o espinocelular.

De acordo com Renata Asmar, o carcino-

ma basocelular é o subtipo de câncer de

pele mais comum, com 70% dos casos. A

boa notícia é que esse também é o menos

perigoso (dificilmente há metástase). Mas,

nem por isso, deve ser tratado com me-

nos cuidado.

“Ele manifesta como uma pápula, uma bo-

linha, superficial, lisa, brilhante, com bor-

das perolada, finas e com telangectasias,

que são vasos sanguíneos bem finos”, es-

clarece a médica. Ela ainda explica que,

em sua evolução, o tumor pode se trans-

formar em uma úlcera ou ferida.

O segundo subtipo de maior incidência é

o carcinoma espinocelular, que represen-

ta cerca de 20% dos casos. Ele aparece

como um nódulo de cor avermelhada,

com descamação ou crostas e pode ha-

ver vazamento de líquido. Muitas vezes,

parece um machucado que não cicatriza.

Os tratamentos dos dois subtipos de

carcinoma são basicamente os mesmo:

cirurgia para a retirada da lesão e do te-

cido ao redor, com a margem de segu-

rança. O médico irá analisar o caso e, se

houver necessidade, pode indicar outros

tipos de terapias.

Vale ressaltar que para evitar esses tipos

de cânceres de pele, os cuidados são

iguais aos do melanoma: evitar a exposi-

ção ao sol, fazer o autoexame e visitar o

dermatologista uma vez ao ano ou quando

apresentar algum sintoma suspeito.

lanoma é a cirurgia para a retirada da lesão.

“É muito importante que o médico retire en-

tre 0,5 e 1 centímetro a mais de tecido em

volta do tumor, o que chamamos de margem

de segurança. Dessa forma, temos certeza

que todas as células cancerígenas foram eli-

minadas”, explica a especialista. Outros tra-

tamentos também podem ser prescritos, de

acordo com cada caso. 31

2º Semestre / 2013

Page 32: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Édurante essa época

do ano que muitas

famílias brasileiras

aproveitam as férias escolares

e se programam para viajar.

Qualquer que seja o destino

escolhido, alguns cuidados

são indispensáveis, como

usar o filtro solar adequado e

ficar de olho nas crianças. Já

em locais com praias, rios ou

piscinas é preciso redobrar os

Associada pela maioria das pessoas à alegria e diversão, é durante essa estação que grande parte dos brasileiros resolve curtir as férias e aproveitar os dias de sol em parques, na praia ou clubes. Porém, é preciso ter alguns cuidados para evitar problemas, como queimaduras, desidratação e afogamentos

Ah, o verão!

cuidados: casos de afoga-

mento e de crianças perdidas

aumentam consideravelmente

no verão. Segundo o Corpo

de Bombeiros do Estado de

São Paulo, foi durante a última

Operação Praia Segura, de

dezembro de 2013 a fevereiro

de 2014, que aconteceram

mais de 40% das mortes por

afogamento no litoral paulista.

Além disso, por trás de um

simples petisco à beira mar,

pode haver uma intoxicação

alimentar em potencial! Mas

calma, com alguns cuidados é

possível curtir os dias enso-

larados sem maiores trans-

tornos. Confira as dicas do

Corpo de Bombeiros e de Luiz

Santoro Neto, clínico geral e

diretor assistencial do Hospital

Estadual Adão Pereira Nunes,

do Rio de Janeiro.

No litoral paulista,

Operação Praia

Segura, do Corpo

de Bombeiros,

orienta banhistas

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Page 33: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

Cuidado com o sol

O herói do verão, o sol, tam-

bém pode ser o seu maior vi-

lão. Os raios ultravioletas (UVA

e UVB) causam queimaduras,

envelhecimento precoce e

até mesmo câncer de pele.

“Controlar a exposição ao sol

é muito importante. A utiliza-

ção de filtro solar com FPS

30 ou mais e não se expor

entre 10h e 16h são cuidados

fundamentais”, ressalta Luiz

Santoro Neto, clínico geral e

diretor assistencial do Hospi-

tal Estadual Adão Pereira Nu-

nes, do Rio de Janeiro (RJ). O

médico também explica que

o filtro deve ser reaplicado a

cada duas horas e após en-

trar na água ou suar demais.

E atenção: mesmo debaixo

do guarda-sol é preciso usar

o filtro solar, pois, os raios

raios UV são refletidos pela

areia da praia ou pelo piso e

causam os mesmos danos da

exposição direta.

Cuidado com o prato

Na hora de comer fora de

casa, é preciso ficar de olho

em alguns detalhes. “Todo

alimento que estiver exposto à

irradiação solar não deve ser

consumido. Aquele camarão,

servido em bandejas na beira

da praia, nem pensar!”, alerta

o médico. Ele explica que a

comida deve estar armazena-

da corretamente e refrigerada

para poder ser consumida, já

que, por causa do calor, pode

estragar mais facilmente. Além

disso, é importante prestar

atenção na higiene do local

antes de comer. E, no caso

de sintomas como diarreia

ou vômito, principalmente se

estiverem acompanhados

de febre, procure um serviço

médico imediatamente.

Muita água!

É recomendada a ingestão de

dois litros de água, em média,

diariamente para adultos, para

repor as perdas do organis-

mo. Durante a exposição ao

sol ou na prática de espor-

tes, principalmente em dias

quentes, a perda de líquidos

é ainda maior. “É fundamental

a hidratação contínua com a

ingestão de líquidos, que po-

dem ser água, água de coco

ou bebidas isotônicas, que

também repõem a perda de

sais minerais”, alerta Santoro

Neto. Além disso, se você

sofreu com o excesso de sol,

tomar água ajuda a melhorar

os sintomas da insolação. “A

hidratação por via oral também

é muito importante nesses

casos. Usar cremes, loções ou

spray hidratantes podem dimi-

nuir o desconforto e a verme-

lhidão”, resume. Vale lembrar

que o efeito do sol é cumula-

tivo, ou seja, sintomas como

manchas, envelhecimento e

pintas, só pioram com o

tempo. Por isso, todo

cuidado é pouco!

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2º Semestre / 2014

Page 34: Notícias Hospitalares Pró-Saúde Tocantins - Edição 76

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“Água no umbigo, sinal de perigo”

Esse é um ditado bastante

popular entre os guarda-vi-

das. Karoline explica que, na

praia, a água nunca deve ul-

trapassar a linha do umbigo.

“Até essa altura o banhista

consegue voltar para a areia

e não corre o risco de se afo-

gar”, explica ela, que ressalta:

“Respeite a sinalização e as

orientações do guarda-vidas,

pois ele pode ver o perigo

onde os leigos não perce-

bem, como uma corrente

de retorno”. Essas correntes

levam a água de volta para

o mar e são nelas em que

ocorrem 80% dos afogamen-

tos. “Evitar o excesso de ál-

cool é importante, porque

a maioria das pessoas

que se afogam ingeriu

bebidas alcoólicas”,

finaliza.

De olho nos pequenos

Segundo o Corpo de Bom-

beiros do Estado de São

Paulo, cerca de 800 crianças

se perdem anualmente nas

praias, 700 delas apenas

entre os meses de dezembro

e fevereiro. “A criança pode

ir até a água e, por causa da

multidão, não encontrar seu

caminho de volta. Por isso, ela

deve estar sempre acompa-

nhada de um adulto”, alerta a

Tenente Karoline Burunsizian,

chefe do Setor de Comunica-

ção Social do Grupamento de

Bombeiros Marítimo. “No lito-

ral paulista, nós distribuímos

pulseirinhas para que os pais

escrevam um telefone de con-

tato. É muito importante que

elas usem”. Os pais podem

colocar nos pequenos outras

pulseiras de plástico com as

informações ou qualquer outro

tipo de identificação. Outra

dica de Burunsizian é que,

assim que a criança tenha

idade suficiente, ela decore o

nome dos pais e um número

de telefone para contato.

xô, perebas

As temperaturas altas fazem

com que a quantidade de

suor aumente e locais úmidos

e quentes são o habitat ideal

para fungos e bactérias. Com

isso, pode haver o apareci-

mento de micoses. Santoro

Neto explica: “Nessa época

é preciso prestar ainda mais

atenção à pele. Manchas que

não são habituais com coceira

e que estejam principalmente

em regiões com mais contato

com areia ou solo e articula-

ções e dobras, entre os dedos

e virilha, por exemplo, são um

sinal de alerta”. Por isso, use

sempre uma toalha ou canga

ao se sentar em cadeiras de

clube ou na areia e procure

não passar muito tempo com

roupas de banho molhadas.

Se apresentar qualquer um

dos sintomas, procure um

médico dermatologista.

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