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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO

Nova Lei de Finanças Públicas

Evento Tardes do Saber – ECG/TCE-RJ

Brasília, 17 de novembro de 2010

Leonardo Cézar Ribeiro


Sumário

•Breve histórico dos debates sobre a Nova Lei de

Finanças Públicas (LQF)

•Novo substitutivo Arthur Virgílio

•Tema para reflexão: Plurianualidade da execução da

despesa pública (carry over e o caso brasileiro)


Breve histórico dos debates sobre a

Lei de Finanças


Secretaria de Orçamento Federal

Parâmetro constitucional

Art. 165, § 9º, CF/88. Cabe à lei complementar:

I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos,

a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de

diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da

administração direta e indireta, bem como condições para a

instituição e funcionamento de fundos



Propostas de Revisão PLC nº 222/1990 - Deputado José Serra

PLC nº 166/1993 - Deputado Benedito Figueiredo

PLS nº 273/1995 - Senador Lúcio Alcântara

PLC nº 135/1996 - Senador Waldeck Ornellas (Comissão

Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização)

PLC nº 135/1997 - Substitutivo do Dep. Augusto Viveiros

PLS nº 106/1999 - Senador Lúcio Alcântara

PLC nº 135/2008 - Substitutivo do Deputado Geraldo Pudim



Novas Propostas Projeto de Lei do Senado nº 175, de 2009 – Senador

Raimundo Colombo

Projeto de Lei do Senado nº 229, de 2009 – Senador Tasso

Jereissati

Projeto de Lei do Senado nº 248, de 2009 – Senador Renato

Casagrande

Substitutivo do Senador Arthur Virgílio



Ciclo de Seminários Nacionais (ESAF Set/Nov 2009)

“Debate sobre o Projeto de Lei de Qualidade Fiscal (PLS

248/09) – gestão orientada para resultados, com transparência,

controle e responsabilidade”.

1º Seminário – Planejamento e Orçamento

2º Seminário – Gestão Pública, Transparência e Controle

3º Seminário – Contabilidade Aplicada ao Setor Público

Desdobramentos



Desdobramentos

Debates no âmbito Federal

Alinhamento interno Secretaria de Orçamento Federal

(debates e discussões)

Oficina SOF de Alinhamento sobre a Nova Lei de Finanças

Públicas – 27 a 29 de novembro de 2009.

Debate com Órgãos Setoriais de Orçamento – Jan/Fev 2010



Desdobramentos

Debates no âmbito Federal

Discussão com outras Secretarias no âmbito do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão (SPI, SPU, DEST, ASSEC,

SLTI, SEGES) – Fev/Mar 2010.

Debates no âmbito do Executivo Federal: Secretaria do

Tesouro Nacional e Controladoria Geral da União (em

andamento)



Desdobramentos

Debates com os Estados e Municípios

I Seminário Regional de Orçamento Público – Regiões Centro-

Oeste, Sul e Sudeste – 18 e 19 de março de 2010

Estados e Municípios – Foz do Iguaçu

II Seminário Regional de Orçamento Público – Regiões Norte e

Nordeste – 6 e 7 de abril de 2010

Estados e Municípios – Manaus

Seminário Nacional de Orçamento Público – 10, 11 e 12 maio de

2010


Norma geral e remissão à legislação própria dos Entes

Previsibilidade fiscal e orçamentária dos Investimentos

Menor detalhamento da LOA visando a flexibilidade

Novo tratamento para as reestimativas das receitas

Regras claras sobre instituição e manutenção de fundos

Classificações estabelecidas por atos infra-legais

Possibilidade de contratualização de resultados

Principais avanços – Minuta MP Secretaria de Orçamento Federal



Últimos fatos Em 20/04/2010, o Senador Osmar Dias apresentou à CAE

um substitutivo ao PL nº 175, de 2009, do Senador Raimundo

Colombo

Novo substitutivo contemplando dispositivos dos PL´s

229,248 e 175, inclusive da proposta SOF/MP

Novos ciclos de debates entre técnicos do Executivo e do

Legislativo no âmbito do Governo Federal (em andamento)


Novo substitutivo Arthur Virgílio




Novo substitutivo Arthur Virgílio PLANO PLURIANUAL

Considera o plano de Governo do candidato eleito [art. 6º]

Estruturado por programas, podendo discriminar apenas

os programas finalísticos [art. 7º e §1º]

Objetivos da estratégia fiscal [art. 8, §1º]

Atualizações mediante lei específica, até 15 de maio do

terceiro ano do mandato do Chefe do Executivo [art. 10]

Definições específicas sobre o conteúdo do PPA




LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

Parâmetros e limites orçamentários dos Poderes

Critérios para inclusão de investimentos na Central de

projetos orçamentários

Priorização de, no máximo, 20% dos programas

finalísticos do PPA

Espaço fiscal para novos empreendimentos plurianuais



Novo substitutivo Arthur Virgílio LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

Central de Projetos preparada pelo Poder Executivo

(empreendimentos a serem executados nos 20 anos seguintes) [art. 22]

Anexo de empreendimentos plurianuais (aprovados pelo

custo total e desembolso previsto para o respectivo exercício

financeiro + 4 exercícios subseqüentes [art. 26, VII e §4º]

Regras sobre novos empreendimentos plurianuais [art. 30]

Necessidade de espaço fiscal [art. 30, §1º]

Execução / orçamentação obrigatória [art. 30, § 4º e §5º]




LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

Categoria de programação: Programas e ações (utilização

facultativa de atividades, projetos, operações especiais e subtítulos)

Crédito orçamentário: Esfera, Institucional, Funcional,

Programática, Categoria Econômica e GND, destinação de recursos

(fonte) e dotação




LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

Espaço fiscal limitando a criação de novos empreendimentos

plurianuais (aprovados pelo custo total)

Obrigatoriedade de dotação para continuidade do

empreendimento plurianual

Execução obrigatória dos empreendimentos plurianuais até a

sua conclusão, com restritas exceções

Transferências constitucionais deixam de integrar a LOA

(verificar com o Rodrigo)




PRAZOS

Instrumentos PPA LDO LOA

Envio 15/5 15/05

• União: 31/8

• Estado, DF: 15/9

• Município: 30/9

Devolução Encerramento da

sessão legislativa

Encerramento da sessão legislativa

Encerramento da sessão legislativa




ESTIMATIVA/REESTIMATIVA DA RECEITA

Comitê (Executivo, Legislativo e Sociedade Civil)

Reestimativa da receita:

- Programada mediante mensagem complementar do Poder

Executivo; ou

- Fonte para abertura de créditos adicionais no exercício

seguinte, na forma do art. 166, § 8º, CF




ORÇAMENTO MANDATÓRIO

Percentuais da RCL para atender emendas

- 0,2% da RCL para emendas de bancada

- 0,3% da RCL para emendas individuais

Execução obrigatórias das emendas

- Possibilidade de responsabilização do agente público

pela falta de execução da despesa



Novo substitutivo Arthur Virgílio ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO

Créditos adicionais com saldo de dotações de empreendimentos plurianuais de exercícios anteriores [art. 46, § 2º, II]

Regra sobre devolução à conta única dos saldos não utilizados definida pelo Poder Executivo de cada ente da federação [art. 49, §2º]

Restos a pagar (Despesa empenhada* e não paga) [art. 63]

Cumprimento do art. 42 da LRF

Montante de inscrição igual ou inferior à disponibilidade

financeira

Prazos de cancelamento



Novo substitutivo Arthur Virgílio EMPENHO DA DESPESA PÚBLICA

Empenho

Ato administrativo (compromete dotação orçamentária e cria obrigação pendente ou não de implemento de condição)

Condições necessárias: existência de fato gerador da obrigação

Fatos geradores: obrigação constitucional/legal, decisão judicial, ato de autoridade competente que cria para o ente obrigação de pagar

Contrato ou congêneres: fato gerador ocorre com a assinatura do respectivo instrumento


Conceito

Prazos de vigência

Fundos de natureza privada x participação dos entes

Nova tipologia Gestão Orçamentária e Gestão Especial

Novo substitutivo Arthur Virgílio FUNDOS PÚBLICOS



Fundos de Gestão Orçamentária Fundos de Gestão Especial

Sem personalidade jurídica Com personalidade jurídica

Sujeitos à LC Não sujeitos à LC

Conteúdo mínimo específico da lei instituidora / regulamentar (Art. 66)

Conteúdo mínimo específico da lei autorizativa (Art. 68)

Programação detalhada na LOA Programação não detalhada na LOA

Executa ações de órgãos e unidades orçamentárias (programação

detalhada na LOA)

Capitalizados por meio de dotação na LOA

Fundos de seguro, aval , capitalização, e outros




Fundos de Gestão Orçamentária Fundos de Gestão Especial

Regras contábeis específicas

(Art. 67, § 2º, 3º e 4º)

Regras contábeis específicas

(Art. 69, § 2º)

Regras específicas de extinção

(Art. 67, § 5º)

Regras específicas de extinção

(Art. 69, § 3º e 4º)

Sem regras Regras específicas sobre participação de terceiros (Art. 69, § 1º)

Restrições para se criar novos fundos

Sem restrições






CLASSIFICAÇÕES (RECEITA E DESPESA)

Despesa Orçamentária

Institucional

Funcional

Programas e Ações

Natureza

Outras estabelecida pelo Poder Executivo Federal

Receita Orçamentária

Categoria Econômica Destinação

Outras estabelecidas pelo Poder Executivo Federal

Corrente Capital Transferência Endividamento


Tema para reflexão:

Plurianualidade da execução da

despesa pública (carry over e o caso

brasileiro)



Conformidade

(Década de 60 ...)

Estabilidade Fiscal

(Década de 90 ...)

Qualidade do Gasto

(Debate contemporâneo)

Trajetória da Evolução da Gestão das

Finanças Públicas




Princípio da anualidade

“Máximo de tempo durante o qual podem os

parlamentares consentir em delegar seus poderes e o

período mínimo necessário aos governos para pôr o

orçamento em execução” (Renè Stourm)

“Inequação temporal” solucionada a favor da

anualidade considerando: aspecto político e

financeiro-contábil



Carry over

Desde a sua origem, não há o que falar em caráter absoluto da

anualidade orçamentária

Ex: Inglaterra (século XVII), despesas militares e fundo

consolidado não eram submetidos à anualidade do orçamento

Anualidade não se ajustou a Nova Gestão Pública – NGP

Correria para se executar as despesas públicas (Desperdícios de

recursos, contratos inadequados, rotinas mal definidas, aquisição

de bens e serviços inadequados) obsta a eficiência no setor público

Carry Over: Direito de carregar uma dotação orçamentária ou

recursos financeiros não consumidos para exercícios subseqüentes



Carry over e restos a pagar

• Carry Over

Direito de carregar uma

dotação não empenhada

Flexibilização do

princípio da anualidade

Objetivo: eficiência

intertemporal do uso dos

recursos orçamentários

• Restos a Pagar

Despesa empenhada e

não paga

Decorrente do princípio

da anualidade

Objetivo: execução

financeira de

compromissos



Dotação/

Financeiro

Carry Over

Empenho Liquidação Pagamento

Restos a Pagar

Execução Orçamentária

Empenho (FMI):

• Etapa do Pagamento (sentido amplo)

• Obrigação formalizada

ou um acordo



Carry over no cenário internacional

C: Custeio

I: Investimento

OCDE (a) América Latina (b) C I C I

Não 26,7% 26,7% 71,4% 71,4% Sim, com restrições 73,3% 73,3% 28,6% (c) 28,6% (c)

C: Custeio

I: Investimento

OCDE (a) América Latina (b) C I C I

Mediante aprovação do Poder Legislativo

20% 20% - -

Mediante aprovação do Ministro das Finanças

33,3% 36,7% 14,3% (d) 14,3% (d)

a) OCDE: 30 países (Europa, EUA, Austrália, Japão, Canadá, etc ) b) América Latina: 7 países (Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, México, Peru e Venezuela) c) Na América Latina, consta que o Chile e o Peru utilizam carry over d) No Chile, este procedimento deve ser aprovado pelo Ministro das Finanças



Plurianualidade no Brasil

Código de contabilidade 1922: período adicional, não havia restos a

pagar, créditos especiais plurianuais

Lei nº 4.320/64: fim do período adicional, restos a pagar,

possibilidade de créditos plurianuais

CF/88: Créditos com vigência anual, exceto reabertura (especiais e

extraordinários)

LOA/2010 da União: possibilidade de abertura de crédito adicional

abrindo saldos de dotações não utilizadas por meio de superávit

financeiro (autonomia universitária)



Por que não flexibilizar a anualidade

orçamentária no Brasil?

Anualidade estrita pode comprometer a qualidade do gasto público

No Brasil, há uma concentração significativa de empenhos e

pagamentos com despesas de investimentos no último trimestre dos

últimos seis exercícios financeiros

É uma tendência contemporânea dos orçamentos públicos nas

economias avançadas

Não seria uma panacéia. São necessárias outras mudanças no atual

modelo administrativo e orçamentário para acomodar uma gestão mais

flexível

Possibilidade de restrição dos restos a pagar não processados com

foco nos critérios para empenho



Contatos

[email protected]

Portal SOF

https://www.portalsof.planejamento.gov.br/

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