16
NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: UMA APLICAÇÃO NA URI ERECHIM Adriana Troczinski Storti 1; ; Sandra Maria Milbrath Vieira 2 ; Vania Maria Barboza 3 1 Doutora em Administração, bacharel em Administração Hab. Comércio Exterior, representante docente da CPA da URI Erechim. 3 Bibliotecária, especialista em Gestão Empresarial, representante funcionários na CPA da URI Erechim. 3 Psicopedagoga; especialista em Processos Interdisciplinares em Arqueologia; Graduada em História. [email protected]; [email protected]; [email protected] Resumo: A autoavaliação, realizada em instituições de ensino superior, atende a regulamentação do SINAES no Brasil, e visa, também, contribuir com os processos de gestão e avanços da qualidade. No entanto, delinear uma metodologia que conduza os dados ali expressos aos sujeitos ativos das ações necessárias, é sempre um desafio próprio de cada IES. Neste trabalho, apresentam-se dois métodos/ferramentas que estão contribuindo para este avanço, permitindo análises mais específicas sobre os dados da autoavaliação, dirigindo-os aos diferentes gestores, e proporcionando um acompanhamento dos planos de melhoria na sua sequência. O artigo faz uso de um estudo de caso, com descrição destas ferramentas, e inclui falas de gestores que já utilizam as mesmas. Conclui-se que com a aplicação destas novas metodologias, tem-se resultados e ações mais eficazes e um acompanhamento mais próximo e integrado aos objetivos da IES. Palavras-Chave: Autoavaliação; ferramentas de gestão; análise. Abstract: The self-evalutation, carried out in higher education institutions, serves the regulation of SINAES in Brazil, and also aims to contribute to the process management and advances in quality. However, outline a methodology that leads the data expressed therein to active subjects of the necessary actions, it is always a challenge specific to each manager. In this paper, we present two methods / tools that are contributing to this advance, allowing more specific analysis of the data from self-evaluation, directing them to different managers, and providing follow-up improvement plans as a consequence. The article uses a case study describing these tools, and includes speeches managers who already use them. It was concluded that with the implementation of these new methodologies, has results and more effective action and closer monitoring and integrated the objectives of IES. Key-Words: Self-evaluation; management tools; analysis.

NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA

AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: UMA APLICAÇÃO NA URI

ERECHIM

Adriana Troczinski Storti1;

; Sandra Maria Milbrath Vieira2;

Vania Maria Barboza3

1Doutora em Administração, bacharel em Administração Hab. Comércio Exterior,

representante docente da CPA da URI Erechim.

3Bibliotecária, especialista em Gestão Empresarial, representante funcionários na CPA

da URI Erechim.

3Psicopedagoga; especialista em Processos Interdisciplinares em Arqueologia; Graduada

em História.

[email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A autoavaliação, realizada em instituições de ensino superior, atende a

regulamentação do SINAES no Brasil, e visa, também, contribuir com os processos de

gestão e avanços da qualidade. No entanto, delinear uma metodologia que conduza os

dados ali expressos aos sujeitos ativos das ações necessárias, é sempre um desafio

próprio de cada IES. Neste trabalho, apresentam-se dois métodos/ferramentas que

estão contribuindo para este avanço, permitindo análises mais específicas sobre os

dados da autoavaliação, dirigindo-os aos diferentes gestores, e proporcionando um

acompanhamento dos planos de melhoria na sua sequência. O artigo faz uso de um

estudo de caso, com descrição destas ferramentas, e inclui falas de gestores que já

utilizam as mesmas. Conclui-se que com a aplicação destas novas metodologias, tem-se

resultados e ações mais eficazes e um acompanhamento mais próximo e integrado aos

objetivos da IES.

Palavras-Chave: Autoavaliação; ferramentas de gestão; análise.

Abstract: The self-evalutation, carried out in higher education institutions, serves the

regulation of SINAES in Brazil, and also aims to contribute to the process management

and advances in quality. However, outline a methodology that leads the data expressed

therein to active subjects of the necessary actions, it is always a challenge specific to

each manager. In this paper, we present two methods / tools that are contributing to this

advance, allowing more specific analysis of the data from self-evaluation, directing

them to different managers, and providing follow-up improvement plans as a

consequence. The article uses a case study describing these tools, and includes speeches

managers who already use them. It was concluded that with the implementation of these

new methodologies, has results and more effective action and closer monitoring and

integrated the objectives of IES.

Key-Words: Self-evaluation; management tools; analysis.

Page 2: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

1 INTRODUÇÃO

Avaliar é um processo complexo que envolve subjetividade, crenças, teorias, desejos,

valores, implicando em desafios para a compreensão mais próxima do sentido que

realmente se quer avaliar, alicerçado, ainda, no contexto e maturidade dos sujeitos

participantes [Marinho-Araújo, Rabelo, 2015].

No ensino superior, mais do que a complexidade do conhecer e compreender,

avaliar exige o pensar e o repensar constante sobre a sua real contribuição no processo

educativo, e especificamente falando da tipologia “autoavaliação”, uma das tipologias

da Avaliação Institucional ditada pelo INEP, cabem análises permanentes da sua

eficácia no processo de aprendizado e gestão universitária.

Dentro desta perspectiva, a autoavaliação expressa no SINAES (Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior)[i], no que diz respeito aos eixos de

ensino, pesquisa e extensão; responsabilidade social; desempenho dos alunos; gestão da

instituição; corpo docente; instalações físicas e outros aspectos, objetiva que estes dados

sejam utilizados pela IES nacionais na orientação da sua eficácia institucional e

efetividade acadêmica e social. Acresça-se a isso sua utilização pelos órgãos

governamentais na orientação de políticas públicas, bem como a estudantes, familiares,

instituições acadêmicas e público em geral, para orientar suas decisões quanto à

realidade dos cursos e das instituições [INEP, 2016].

Com esta perspectiva, instrumentos diversos de autoavaliação são desenvolvidos

por Instituições de ensino superior no Brasil, tendo perspectivas e modelos teóricos

distintos em sua construção e aplicação, atendendo as normativas do INEP e, em

especial, da CONAES em seu documento “Orientações gerais para o Roteiro de

autoavaliação das instituições” (BRASIL, 2004). Esse processo de autoavaliação deve

ser coordenado pela CPA (Comissão Própria de Avaliação) de cada IES, que segundo a

Lei 10.861, que tem entre suas atribuições, a condução dos processos de avaliação

internos da instituição, de sistematização e de prestação das informações, avaliar estes

dados e conduzir às melhorias necessárias.

Com respeito à terceira etapa do processo de autoavaliação, apontado neste

documento, há a “Consolidação”, que refere-se à importância da elaboração, divulgação

Page 3: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

e análise de um relatório final deste processo, integrando também um balanço crítico do

processo avaliativo e de seus resultados em termos da melhoria da qualidade da

instituição [BRASIL, 2004].

Portanto, percebe-se que o processo autoavaliativo dá autonomia e respeito às

especificidades institucionais, dentro de uma perspectiva de que se tenham instrumentos

que avaliem elementos considerados básicos (Lei 10.861 e Roteiro da CONAES

apresentam estes elementos), mas pregam que haja um uso efetivo dos resultados,

identificando fragilidades e elementos positivos, contribuindo para a tomada de decisão,

conforme apontado:

A avaliação interna ou autoavaliação tem como principais objetivos produzir

conhecimentos, pôr em questão os sentidos do conjunto de atividades e

finalidades cumpridas pela instituição, identificar as causas dos seus

problemas e deficiências, aumentar a consciência pedagógica e capacidade

profissional do corpo docente e técnico-administrativo, fortalecer as relações

de cooperação entre os diversos atores institucionais, tornar mais efetiva a

vinculação da instituição com a comunidade, julgar acerca da relevância

científica e social de suas atividades e produtos, além de prestar contas à

sociedade. Identificando fragilidades e as potencialidades da instituição nas

dez dimensões previstas em lei, a autoavaliação é um importante instrumento

para a tomada de decisão e dele resultará um relatório abrangente e

detalhado, contendo análises, críticas e sugestões [BRASIL, 2004].i

No entanto, pergunta-se: quais as melhores e mais eficazes formas de interpretar

esses dados da autoavaliação oriundos de vários segmentos participantes, que com sua

diferente percepção e subjetividade? Como aproximar-se dessa gama de sugestões que,

a partir de instrumentos mais abertos, permitem ao sujeito participante da autoavaliação,

opinar, elogiar, criticar e apontar elementos aos cursos, infraestrutura, docentes e

processo de ensino-aprendizagem, e, ainda, como melhor conduzir estes dados aos

gestores responsáveis e que podem melhorar cada vez este processo educativo? E esses

gestores, após receberem esses dados analíticos, como poderão conduzir suas reflexões

sobre atividades e processos empregados, gerando avanços também qualitativos em suas

instâncias dentro do ensino universitário?

Estas questões conduziram debates internos também dentro da URI –

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Erechim, que

juntamente com a CPA desta Instituição e deste Câmpus, apresentam aqui duas

Page 4: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

ferramentas, tratadas neste artigo como “metodologias”, que atualmente contribuem

com a qualidade das análises dos dados oriundos das autoavaliações e o

acompanhamento dos processos de melhoria e consolidação de pontos fortes junto ao

seu corpo gestor.

Apresentar essas ferramentas e sua aplicação nesta Universidade é objetivo deste

artigo, que procura também esboçar sobre principais conceitos de avaliação e sua

relação com a gestão na seção 2, aspectos metodológicos da construção deste artigo na

seção seguinte, apresentando os resultados, especificamente sobre o uso destas

ferramentas na quarta parte, e finalizando na seção 5.

Almeja-se que este artigo, suas indagações e alternativas de métodos qualitativos

venha a contribuir para junto do processo da cultura avaliativa nas IES, especialmente

com a descrição de ferramentas e ao processo de gestão que transcende a coleta de

dados na autoavaliação, e que mostra-se eficaz na aplicação em uma Universidade

gaúcha, podendo servir também, para outras IES que vivenciam o mesmo desafio.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Sobre o ato de avaliar e suas tipologias

Em uma perspectiva educativa, pode-se resumir a ação de avaliar como atividade que

visa alcançar um nível de melhor qualidade [Ribeiro, 2015]. Comparando a essência do

termo avaliar entre alguns autores que dialogam com avaliações universitárias, pôde-se

perceber que alguns aproximam o verbo da necessidade da dinâmica, da relação com a

gestão, da subjetividade e complexidade intrínsecas, conforme o quadro desenvolvido

procura mostrar.

CONCEITO AUTORES

Atribuir valor a algo/coisa, sendo uma operação mental Silva (apud Garcia, 2001)

Apreciar, analisar, atribuindo valor por avaliadores, calcular, estimar Ferreira (1995)

Ato dinâmico, essencialmente político, expressando concepções do homem Sordi (apud Fenili, 2002)

Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002)

Serve para guiar tomadores de decisão, orientando-os quanto a continuidade,

correções ou suspensão de políticas ou programas

Unicef (1990 apud Costa e

Castanhar, 2003)

Page 5: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

Devem subsidiar decisões [...]. Precisam ser ágeis, presentes e

continuamente contribuir com os objetivos ou realinhamento destes

Pena Firme (apud Garcia,

2001)

Quadro 1 – Autores e conceitos sobre o que envolve avaliar

Fonte: As autoras, com base em Silva e Silva (2008)

Encontra-se na literatura diferentes tipos de avaliação, muitas vezes divergentes.

Dias Sobrinho (2003 apud Ribeiro, 2015) afirma que há avaliações que podem ser

classificadas em dois grupos: as que almejam aferição e controle, com formato mais

objetivo, influenciada pelo positivismo, privilegiando tratamento estatístico, análise

quantitativa; e as que buscam desenvolvimento, que observam os processos, sendo

geralmente de caráter mais subjetivo, cujo método compreensivo-fenomenológico é

adotado, a partir de opiniões das percepções dos sujeitos avaliados.

Podem ser, segundo Cotta (2001 apud Silva e Silva, 2008) externas, internas,

mistas e participativas, considerando onde é realizada e quem participa; ou ainda,

segundo Cavalcanti (2004) e Cohen e Franco (1993 apud Silva; Silva, 2008) ex-ante, ex-

post, formativa ou de processo, ou ainda, de monitoramento, isto considerando sua

natureza no momento da realização.

Ambos podem, segundo Ribeiro (2015), ser parte de um modelo educativo, cujo

objetivo é aprimorar a qualidade do trabalho de uma instituição, ou ser parte de um

modelo mais regulatório, com objetivos de cumprir regras de funcionamento do sistema

de educação, buscando níveis de qualidade.

Contera (2000 apud Ribeiro, 2015) também apresenta modelos de avaliação da

qualidade da educação superior, e cita quatro grandes categorizações, tendo como

variáveis a presença em maior ou menor grau do estado; e o olhar sobre como se avalia

a qualidade. Neste sentido, as avaliações denominadas por ele como “democráticas”,

incluem as avaliações onde a presença do estado é menor, envolvem a participação da

instituição e utilizam indicadores de qualidade definidos pelas instituições, sendo este

modelo base para a discussão neste artigo.

2.2 A autoavaliação segundo conceitos educacionais

Page 6: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

Segundo Cardoso, Santos e Figueiredo (2002, p. 3 apud Maba e Marinho, 2012, p.456),

a autoavaliação é “é um ciclo, entendido sistemático e regular, de revisão das atividades

e resultados da organização em relação a um modelo de excelência, culminando em

ações melhor planejadas”.

A autoavaliação pode estar delineada em conceitos formativos distintos, que

Gatti (2006, p. 322 apud Maba e Marinho, 2012) classificam como “modelos”. Estes

não são excludentes entre si, mas há que se ressalvar que apenas os dois últimos

atendem as novas perspectivas da avaliação institucional:

• Modelos descritivos – Coleta de dados que caracterizam a instituição mediante

aplicação de questionários, cujas respostas permitem traçar um perfil sobre várias

variáveis;

• Modelos descritivo-analíticos – Comparam ou cruzam variáveis derivadas dos

processos internos e dos produtos;

• Modelos reflexivo-interpretativos – Partem de uma base descritiva e analítica,

“avançam interpretações, traduzindo significados e relevâncias”, o que lhes permite

agregar formas diversificadas de coleta de dados como entrevistas, observação, grupos

focais, entre outros, respeitando a diversidade institucional;

• Modelos reflexivo-participativos – Possuem apoio em premissas e formas de

coleta da avaliação participativa, envolvendo “situação de reflexão sobre as formas e os

processos de desenvolvimento das diversas atividades institucionais”, além dos “vários

segmentos participantes em diálogos reflexivo-interpretativos das representações e

significados dessas ações e seus impactos percebido ou possível”ii.

Maba e Marinho (2012) apontam a autoavaliação como um processo

multifacetário, envolvendo questões de ordem teórica, profissional, atitudinal, valorativa

e contextual, sociocultural e política. Portanto, segundo estes, a construção de

indicadores de qualidade é objeto-processo dinâmico, onde a qualidade da educação, é

permeada por um juízo de valor.

Para as Universidades, a autoavaliação deve contribuir no avanço da sua

qualidade, contribuindo para que as mesmas se posicionem de forma competitiva no

Page 7: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

mercado, desde que haja disposição dos dirigentes em torná-la eficaz [Marback Neto,

2007, p. 20 apud Maba e Marinho, 2012].

A autoavaliação institucional não se constitui apenas em um instrumento de

recolhimento de informações a ser apresentado a instâncias superiores. Ela representa

uma ferramenta imprescindível ao trabalho do gestor, pois monitora a qualidade do

desempenho institucional promovendo o planejamento consciente com base no

diagnóstico sobre os pontos críticos que merecem prioridade. Esse planejamento acaba

por legitimar o processo de avaliação interna ao demonstrar para os segmentos

envolvidos que os mesmos estão contribuindo para o desenvolvimento institucional,

através da consideração de suas participações [Galdino, 2011].

Ainda, segundo este autor, a autoavaliação conduz a instituição a uma autocrítica

e (re)define seus caminhos com vistas à (trans)formação e melhora contínua da sua

realidade, associada à sua missão. A gestão institucional afirma sua eficiência, eficácia e

efetividade ao colaborar para o desenvolvimento pleno do processo de autoavaliação e

aliar ao seu planejamento os indicativos do mesmo na busca da excelência, revelando o

grau de correspondência entre as metas institucionais e os resultados alcançados.

A autoavaliação institucional é um processo dinâmico, contínuo e colaborativo,

cujo resultado permite uma visão ampliada ao gestor sobre a realidade institucional,

levando-o à orientação de sua equipe para um planejamento mais consciente.

Com a autoavaliação, segundo Eyng (2004), muitas decisões institucionais

podem se pautar nos resultados da avaliação e a organização tende a estar mais apta para

aprender a avançar qualitativamente, direcionando-se para o aperfeiçoamento,

crescimento e superação. O processo de reflexão sobre a avaliação é uma poderosa

ferramenta de aperfeiçoamento e avanço da universidade e de democratização e avanço

da sociedade, pois permite refletir, ainda, sobre a formação do profissional cidadão.

2.3 Importância da gestão da informação e suas ferramentas

As organizações estão cada vez mais valorizando as diferentes ferramentas de gestão,

que possibilitam acompanhar desempenho e alcançar diferenciais competitivos,

Page 8: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

oferecendo informações precisas e que permitem antecipar-se aos acontecimentos

futuros, tornando a tomada de decisão mais efetiva.

Alguns dos motivos que conduzem às organizações a pensar e adotar sistemas de

informação são a busca de suporte de seus processos operacionais, o suporte para a

tomada de decisão de seus gerentes e funcionários e ainda o suporte em suas estratégias

em busca de vantagem competitiva [O’Brien, 2006].

Para Laudon e Laudon (2007), um sistema de informação (que faz parte do

conceito maior que é gestão da informação), pode ser explicado como um conjunto de

componentes que processam, coletam, armazenam e transmitem informações com

objetivo de ajudar na tomada de decisão e na análise de problemas, assim obtendo uma

vantagem estratégica.

Entre esses componentes, é necessário que se distinga dado e informação. Dado

é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que por si só não conduz a uma

compreensão de determinado fato ou situação. Informação é o dado trabalhado que

permite ao executivo tomar decisões [Marques, 2013].

Já a função de um software como sistema de informação é manipular

informações, processando, armazenando, distribuindo informação com a finalidade de

facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em

uma organização [Laudon e Laudon, 1999].

Tachizawa (2006) apontam que em instituições de ensino, as informações

também são caracterizadas como um recurso estratégico, podendo ser utilizadas para a

solução dos problemas decisórios e, são identificadas, de forma segregada daquelas

informações de caráter operacional.

Nesse sentido, as tecnologias avançadas de informação, ou seja, os sistemas de

informações computadorizados são elementos indispensáveis às organizações no atual

ambiente competitivo global. Utilizando-se de novos recursos tecnológicos, ou seja, os

hardwares disponíveis e agregando bons sistemas de informações, as instituições podem

conhecer mais sobre seus processos, suas rotinas, seus erros, reformulando-os de forma

mais ágil [Cornella, 1994], e com acompanhamento dos seus gestores.

Page 9: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

Algumas ferramentas de gestão de informações utilizadas por universidades

foram apontadas por Rosa (2007). Entre elas, Enterprise Resources Planning (ERP),

On-Line Analytical Processing (OLAP), Data Warehouse (DW) e Data Mining (DMn).

Cabe destacar, ainda, que o mercado oferece opções de software livre, e que em

alguns casos, estes são úteis também. No entanto, segundo Rosa (2007), mesmo com

custos relativamente mais baixos são ponderados antes de sua aquisição, pois podem

apresentar algumas desvantagens como: ausência de um responsável legal, usabilidade

difícil e dificuldades de trabalhar as especificidades da organização.

Conclui-se que em qualquer organização do atual contexto, os dados organizados

de forma que permitam agilidade e eficiência a tomada de decisão são processos

necessários, e os softwares e sistemas de informação com tipologias distintas têm

contribuído para o alcance destes objetivos.

3 METODOLOGIA DESTE ARTIGO

Este artigo está sendo desenhado a partir de conceitos legais e bibliográficos sobre as

temáticas discutidas, utilizando-se também da tipologia “estudo de caso”, abordagem

qualitativa pela descrição das ferramentas que são objeto de explicitação e pelas

características dos dados resultantes destas aplicações, com foco na autoavaliação na

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Câmpus de Erechim.

A escolha desta Universidade e Câmpus para este estudo de caso deve-se ao fato

das autoras atuarem nesta Instituição e CPA, contribuindo para o real acompanhamento

dos processos e desenvolvimento deste artigo.

Sobre a descrição das ferramentas e novas metodologias apresentadas no corpo

dos resultados, estas se referem à aplicações internas, e incluem o uso do software

Sphinx versão léxica, e o software CPA online, desenvolvido pela própria Universidade,

conforme apontado naquela seção. Portanto, o termo “metodologia” utilizado desde o

título deste artigo, limita-se às ferramentas e procedimentos adotados na URI Erechim,

considerando processos nacionais de autoavaliação de IES brasileiras.

Page 10: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

Cabe salientar ainda que nos resultados apresentados, há partes de opiniões

emitidas por um membro diretivo em nível estratégico do Câmpus, assim como dados

de fala de um coordenador de curso de graduação, ambos escolhidos aleatoriamente

entre a população total de sujeitos assim categorizados (três diretores em nível

estratégico) e 25 Coordenadores de Cursos de graduação, deste Câmpus.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 A autoavaliação na URI

A Avaliação Institucional vem sendo desenvolvida na URI desde 2004, atendendo as

orientações do SINAES. No entanto, a gênese das ações da Avaliação na URI

antecedem tal sistema e remetem à implantação do Programa de Avaliação Institucional

das Universidades Brasileiras (PAIUB), em 1993.

A avaliação na instituição ocorre semestralmente, abrangendo os diferentes

segmentos da comunidade acadêmica que participam do processo respondendo os

instrumentos on-line, diversificados, com constantes avanços tecnológicos para o

acesso, tendo questões objetivas e sugestões em campo descritivo. No primeiro

semestre, professores e acadêmicos avaliam as disciplinas do período anterior.

No segundo semestre, participam da avaliação os acadêmicos da graduação e da

pós-graduação, professores, coordenadores, funcionários técnico-administrativos e

comunidade externa. Os gestores e a comunidade externam participam da autoavaliação

a cada dois anos, mas em anos distintos. Portanto, pode-se afirmar que a autoavaliação

na URI tem caráter interno e externo e ex-post, já que foca em ações que já ocorreram,

mas com abertura para sugestões em nível futuro.

Para consolidar a avaliação na IE são realizadas, a cada ano, cinco etapas:

Sensibilização e Mobilização da Comunidade Acadêmica e Externa; Diagnóstico

Institucional; Avaliação Institucional Interna e Externa; Análise; e Divulgação dos

Resultados, dentro do que prevê o PAIURI – Programa de Autoavaliação da URI.

Em 2015, a CPA passou a categorização em palavras-chave as sugestões

apontadas pelos participantes. Esta compilação, era então passada para um documento

Page 11: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

estilo quadro, onde por curso e disciplina, se verificava a incidência das palavras-chave,

e isto veio a contribuir com a compreensão dos gestores de forma mais rápida e

sistêmica. No entanto, este processo é bastante lento, exigindo organização dos dados

em tabelas por cursos e disciplinas, o que então levou a pensar em novas metodologias e

ferramentas que pudessem vir a auxiliar.

4.2 A análise avançada com utilização do software – Sphinx léxica

Considerando a importância e a boa aceitação das análises apontadas na seção

anterior, compilando além dos dados quantitativos, os qualitativos (campo sugestões)

em palavras-chave, e a necessidade de avançar em termos de diferentes análises em

menor tempo, passou-se a utilizar a ferramenta software Sphinx versão léxica, fornecida

pela empresa Sphinx.

Desta forma, a partir do recebimento dos dados brutos da autoavaliação,

coletados e armazenados na Reitoria, e considerando a flexibilidade de cada unidade, a

CPA da URI Erechim faz a leitura individualizada de cada sugestão e já aloca às opções

na parte inferior da mesma tela (as palavras-chave). Estas, são compiladas e permitem

cruzamentos diversos, como dados de alunos com professores em uma mesma

disciplina/curso, cruzamento de dados em vários períodos (o que permite verificar se

houveram mudanças ou não com o decorrer do tempo em disciplinas/cursos), gerar

gráficos, além de segmentar por tipos de participantes (Figura 1), e produzir relatórios

de qualidade, que unificados ou não, dão condições de uma melhor gestão aos gestores

de nível estratégico no Câmpus, aos Coordenadores de área, de Cursos, Professores,

Setores e órgãos de apoio envolvidos. A Figura 2 mostra um exemplo de tela de análise

por disciplina, com incidência das palavras-chave.

Page 12: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

Figura 1 – Compilação em palavras-chave dos dadas da autoavaliação, por segmento participante

Figura 2 – Visualização da análise da autoavaliação por disciplina

Face a esta visualização analítica dos dados, a CPA as dirige para quem entende

que compete estes apontamentos, sugestões, complementações e reforços de aspectos

positivos, solicitando planos de melhoria, e acompanha o andamento desses, via outra

ferramenta/metodologia, objeto da próxima seção.

Page 13: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

4.3 O acompanhamento via nova metodologia – o Software CPA online

Os relatórios analíticos e gráficos gerados pelo software Sphinx são socializados com a

Direção do Câmpus e todos demais envolvidos já citados, juntamente com o

direcionamento das palavras-chave aos que de alguma foram precisam planejar

melhorias ou reforçar aspectos positivos, dentro do seu âmbito de competência.

Para isto, visando acompanhar a efetividade destes Planos de Melhoria, foi

delineado pela CPA deste Câmpus, um software de acompanhamento para que junto as

estes diversos Planos de Melhoria fosse possível receber os mesmos e ter um controle,

cadastrando-os quanto à sua natureza, seus responsáveis, de qual indicador de

melhoria/período de autoavaliação se refere. Ainda, o software permite que a CPA faça

um direcionamento deste aos Eixos do SINAES, ao PDI da Universidade e ao Plano de

Gestão da URI, podendo assim, a qualquer momento, oferecer informações sobre o real

atendimento a estes, acompanhamento também solicitado em legislações para o ensino

superior.

Desta forma, Direções do Câmpus, Coordenações de áreas e Cursos, setores de

apoio, Núcleos e Comitês aos quais os apontamentos são dirigidos, desenvolvem seus

planos de melhoria, que são cadastrados no software “CPA online” (Figura 3) que pode

também ser visto por cada um desses via login e senha próprios.

Para cada Plano de Melhoria cadastrado tem um tempo determinado para sua

efetivação. À medida que as ações desencadeadas pelos Planos de Melhoria são

concretizadas, cada gestor encaminha à CPA os comprovantes das mesmas, que também

ficam arquivados.

Page 14: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

Figura 3 – Parte da tela de cadastro de Plano de Melhoria no software “CPA online”

4.4 Os resultados efetivos da utilização destas novas metodologias na URI Erechim

A seguir, apresentam-se dois depoimentos de gestores, um em nível estratégico e um em

nível de coordenação de curso de graduação, sobre a sua percepção destas novas

metodologias/ferramentas implantadas na URI Erechim.

Em ambas citações, percebe-se que os benefícios trazidos pelas ferramentas

discutidas neste artigo resultaram em análises mais específicas e possibilitaram dirigir

estratégias mais assertivas, de forma inovadora e que já apresentam melhorias na

qualidade das atividades desenvolvidas na Instituição.

- “A metodologia e os novos instrumentos utilizados facilitaram o ajuste de estratégias para a

qualificação do ensino-aprendizagem, bem como facilitaram a inovação no acompanhamento didático-

pedagógico de todos os profissionais envolvidos nos cursos superiores de nossa IEs.”(Gestor).

- "A avaliação institucional é de extrema importância para que universidade e cursos possam tomar

ações que visam melhorar ainda mais a qualidade do ensino na instituição. Estes dados revelam a

percepção de nossos públicos (alunos, professores, funcionários e comunidade), e quando analisados

com a ajuda de softwares, nos permitem ter dimensões que nos auxiliem no planejamento de ações

voltadas a uma excelência." (Coordenador de Curso).

Page 15: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

5 CONCLUSÃO

Entende-se que estas duas novas metodologias/ferramentas de análise qualitativa

empregadas, pelo trabalho já realizado e opiniões já expressadas, têm contribuído para o

avanço da efetividade das melhorias na qualidade no ensino superior na URI Erechim, a

partir dos dados da autoavaliação. Entende-se ainda que este artigo alcançou seus

objetivos ao discutir ferramentas que, desenvolvidas, ajudam a interpretar e dirigir ações

de melhoria quando oriundos do processo de autoavaliação institucional.

Atende ao modelo reflexivo-participativo de autoavaliação, quando consegue,

com apoio destas metodologias, aproximar os dados analíticos de quem se incube de

alguma forma a repensar o ensino na Universidade, seja ele gestor diretor, coordenador,

professor, setor de apoio, até o discente.

A CPA valoriza sua ação efetiva de não apenas oferecer ou organizar a

autoavaliação, mas sim de conhecer, analisar, refletir e conduzir às ações necessárias, às

especificidades dos dados deste importante processo avaliativo na educação superior.

Atende, portanto, aos ditames da CONAES, quando explicita-se que a autoavaliação

deve ser um processo cíclico, criativo e renovador de análise, interpretação e síntese das

dimensões que definem a Instituição.

REFERÊNCIAS

Brasil. Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Superior – SINAES e dá outras providências.

Brasil. Ministério da Educação. SINAES: Orientações gerais para o roteiro da

autoavaliação das instituições. Capturado de: http://download.inep.gov.br/

download/superior/sinaes/orientacoes_sinaes.pdf, em maio 2016.

Cornella, A. (1994). Los recursos de información. Madrid: McGraw-Hill.

Eyng, A.M. (2004). Avaliação e identidade institucional: construindo uma cultura de

antecipação. Revista diálogo educacional, n.11-PUCPR. Curitiba: Champagnat.

Galdino, M.N.D. (2011). A Autoavaliação Institucional no Ensino Superior como

Instrumento de Gestão. Cadernos ANPAE, v. 11, p. 399-399.

Page 16: NOVAS METODOLOGIAS DE ANÁLISE QUALITATIVA NA ... · 1Doutora em Administração, ... Juízo de qualidades sobre dados, com vistas a uma decisão Luckesi (apud Fenili, 2002) Serve

INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

Avaliação Institucional. Capturado de: http://portal.inep.gov.br/superior-

avaliacao_institucional, em maio 2016.

Laudon, K.C., Laudon, J.P. (1999). Sistemas de informação: com Internet. 4ed. Rio de

Janeiro - RJ: LTC.

Laudon, K.C., Laudon, J.P. (2007). Sistemas de Informação Gerenciais. 7ed. São Paulo:

Pearson Prentice Hall.

Maba, E.G., Marinho, S.V. (2012). A autoavaliação institucional no processo de

tomada de decisão em IES: estudo de caso das Faculdades SENAC/SC. Avaliação,

Campinas; Sorocaba, SP, 17(2).

Marinho-Araújo, C.L., Rabelo, M. L. (2015). Avaliação educacional: a abordagem por

competências. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, 20(2), 443-466.

Marques, W.L.(2013). Administração Geral e Profissional. 2ed. Cianorte-PR: Vera

Cruz.

O’Brien, J. A. (2006) Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da

internet. São Paulo: Saraiva.

Ribeiro, J.L.L.S. (2015). SINAES: o que aprendemos acerca do modelo adotado para

avaliação do ensino superior no Brasil. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, 20(1),

143-161.

Rosa, M.R. (2007). Implantação de ferramentas de tecnologia da informação (ti)

aplicadas à gestão de instituições de ensino superior. Tese. Faculdade de

Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Metodista de Piracicaba –

UNIMEP. Santa Bárbara D’Oeste.

Silva, G.J.C., Silva, C.L. (2008) Avaliação do Ensino Superior no Brasil: O SINAES

sob holofotes! Revista Processus de Estudos de Gestão, Jurídicos e Financeiros.

Ano 3(7).

Tachizawa, T.; Andrade, R.O.B. (2006). Gestão de instituições de ensino. 4ed. Rio de

Janeiro: FGV.

i Nesta citação, a palavra “autoavaliação” foi apresentada literalmente, como na fonte da CONAES, 2004,

não considerando a mudança ortográfica da língua portuguesa que define o termo como “autoavaliação”,

citada desta forma em outras partes deste artigo.

ii Alterou-se os textos originais dos autores citados, mas manteve-se os destaques em aspas originais

visando conduzir os apontamentos destacados ao leitor final deste artigo.