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International Financial Reporting Standards Novembro e dezembro de 2009 - Nº 9 IFRS Journal Índice 2. Ponto de vista Ativos intangíveis são maior desafio da convergência para as Organizações Globo 4. Deixou o IFRS para a última hora? A Ernst & Young revela o que ainda pode ser feito para estar alinhado ao IFRS em 2010 6. Novos CPCs Pronunciamentos emitidos pelo CPC aceleram convergência às normas internacionais 8. IFRS 2 Pagamentos baseados em ações são uma das normas mais desafiadoras do IFRS 10. Conjunto único de normas é prioridade mundial Vice-presidente global da EY defende a adoção de um padrão contábil mundial para a recuperação dos mercados 12. Conhecimento em IFRS Ernst & Young lança três novas publicações sobre temas relacionados às normas internacionais de contabilidade IFRS Journal é uma publicação destinada a clientes e colaboradores da Ernst & Young que aborda questões relevantes para as empresas na migração para os padrões internacionais de contabilidade IFRS. As opiniões aqui expressas não devem ser utilizadas, de maneira isolada, para a tomada de decisão por parte das empresas. Isto porque existem particularidades pertinentes a cada empresa que podem, eventualmente, alterar o enfoque transmitido. Recomendamos que, antes de a decisão ser tomada, as empresas discutam esses pontos de vista com seus consultores. Estamos à disposição para discutir nossas opiniões e sua aplicação em cada caso concreto. Mais informações sobre IFRS com: Paul Sutcliffe (paul. [email protected]); Julio Braga Pinto ([email protected]. com); Fernando Próspero ([email protected]) ou pelo e-mail [email protected]. Revisão técnica: Idesio Coelho ([email protected]). IFRS Journal é uma publicação do Departamento de Comunicação e Gestão de Marca da Ernst & Young Brasil. Jornalista responsável: Rejane Rodrigues (Mtb 22.837); Reportagem: Clarissa Wahl; Projeto gráfico e edição visual: André Heller e André Scigliano. Às vésperas de 2010, cresce entre as empresas a urgência na adaptação das normas internacionais de contabilidade. O calendário de adoção exige atenção especialmente das empresas que ainda não iniciaram os trabalhos, o que leva à pergunta: ainda é possível adequar-se ao IFRS? A resposta pode ser conferida na reportagem Deixei para a última hora. E agora?, com análises de Paul Sutcliffe, sócio-líder de mercado de IFRS da Ernst & Young Brasil. Confira ainda participação de Brunno Cruz e Natan Szuster, líderes da área contábil das Organizações Globo. Em entrevista exclusiva ao IFRS Journal, os executivos explicam como está o processo de convergência na empresa de comunicação e falam sobre os desafios que a norma sobre intangíveis representa para uma empresa que tem no conteúdo gerado por suas novelas, seriados e programas jornalísticos o seu maior patrimônio. Outro destaque são as considerações de Beth Brooke, vice-presidente global de políticas públicas e sustentabilidade da Ernst & Young, sobre os desafios de adoção de um padrão único de contabilidade em âmbito global. Em visita ao Brasil, a executiva apontou a medida como fundamental para a recuperação da confiança do mercado global. Esta edição apresenta ainda artigos sobre os últimos pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e referendados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Boa leitura! Projetos de IFRS ganham mais urgência

Novembro e dezembro de 2009 - Nº 9 IFRS JournalFILE/IFRS... · de levantamento dos processos e análise das adaptações ... que a organização do projeto de forma estruturada

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International Financial Reporting Standards

Novembro e dezembro de 2009 - Nº 9

IFRS Journal

Índice

2. Ponto de vistaAtivos intangíveis são maior desafio da convergência para as Organizações Globo

4. Deixou o IFRS para a última hora?A Ernst & Young revela o que ainda pode ser feito para estar alinhado ao IFRS em 2010

6. Novos CPCsPronunciamentos emitidos pelo CPC aceleram convergência às normas internacionais 8. IFRS 2Pagamentos baseados em ações são uma das normas mais desafiadoras do IFRS

10. Conjunto único de normas é prioridade mundialVice-presidente global da EY defende a adoção de um padrão contábil mundial para a recuperação dos mercados

12. Conhecimento em IFRSErnst & Young lança três novas publicações sobre temas relacionados às normas internacionais de contabilidade

IFRS Journal é uma publicação destinada a clientes e colaboradores da Ernst & Young que aborda questões relevantes para as empresas na migração para os padrões internacionais de contabilidade IFRS. As opiniões aqui expressas não devem ser utilizadas, de maneira isolada, para a tomada de decisão por parte das empresas. Isto porque existem particularidades pertinentes a cada empresa que podem, eventualmente, alterar o enfoque transmitido. Recomendamos que, antes de a decisão ser tomada, as empresas discutam esses pontos de vista com seus consultores. Estamos à disposição para discutir nossas opiniões e sua aplicação em cada caso concreto.

Mais informações sobre IFRS com: Paul Sutcliffe ([email protected]); Julio Braga Pinto ([email protected]); Fernando Próspero ([email protected]) ou pelo e-mail [email protected]. Revisão técnica: Idesio Coelho ([email protected]).

IFRS Journal é uma publicação do Departamento de Comunicação e Gestão de Marca da Ernst & Young Brasil. Jornalista responsável: Rejane Rodrigues (Mtb 22.837); Reportagem: Clarissa Wahl; Projeto gráfico e edição visual: André Heller e André Scigliano.

Às vésperas de 2010, cresce entre as empresas a urgência na adaptação das normas internacionais de contabilidade. O calendário de adoção exige atenção especialmente das empresas que ainda não iniciaram os trabalhos, o que leva à pergunta: ainda é possível adequar-se ao IFRS? A resposta pode ser conferida na reportagem Deixei para a última hora. E agora?, com análises de Paul Sutcliffe, sócio-líder de mercado de IFRS da Ernst & Young Brasil.

Confira ainda participação de Brunno Cruz e Natan Szuster, líderes da área contábil das Organizações Globo. Em entrevista exclusiva ao IFRS Journal, os executivos explicam como está o processo de convergência na empresa de comunicação e falam sobre os desafios que a norma

sobre intangíveis representa para uma empresa que tem no conteúdo gerado por suas novelas, seriados e programas jornalísticos o seu maior patrimônio. Outro destaque são as considerações de Beth Brooke, vice-presidente global de políticas públicas e sustentabilidade da Ernst & Young, sobre os desafios de adoção de um padrão único de contabilidade em âmbito global. Em visita ao Brasil, a executiva apontou a medida como fundamental para a recuperação da confiança do mercado global.

Esta edição apresenta ainda artigos sobre os últimos pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e referendados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Boa leitura!

Projetos de IFRS ganham mais urgência

2 IFRS Journal | Ernst & Young

A convergência para as normas internacionais de contabilidade não é obra de ficção nas Organizações Globo. É uma realidade que a empresa vivencia na prática e que traz um aprendizado significativo para o segmento de mídia e entretenimento no Brasil.

Para conhecer os desafios que a adoção do conjunto de normas internacionais representa para a maior empresa de Comunicação da América Latina, com atuação em mais de 130 países, o IFRS Journal apresenta com exclusividade entrevista com Brunno Cruz e Natan Szuster, líderes, respectivamente, das áreas contábil corporativa e de normatização contábil das Organizações Globo. Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

IFRS Journal • Como o processo de convergência está sendo levado adiante nas Organizações Globo?

Brunno Cruz • Nas Organizações Globo, esse projeto prevê três grandes etapas: diagnóstico, levantamento das práticas contábeis brasileiras aplicáveis à empresa, comparadas com os requerimentos das normas internacionais, e, finalmente, o levantamento dos processos para implementação das adaptações necessárias. Cada uma dessas etapas tem a sua importância. A primeira etapa, iniciada ainda em 2007, foi crucial para que pudéssemos dimensionar o tamanho do projeto e identificar quais seriam as principais áreas impactadas. A segunda etapa está permitindo identificar as diferenças entre as práticas previstas nas normas contábeis brasileiras e no IFRS, além de permitir o mapeamento de gaps cujos processos precisarão ser revisitados. Finalmente, a terceira etapa, de levantamento dos processos e análise das adaptações necessárias para solução dos gaps identificados, será iniciada

somente após a conclusão da etapa anterior. Isso porque precisamos ter a visão ampla e completa de todos os issues levantados, principalmente levando em consideração a interdependência de alguns componentes, o que torna mais complexo o levantamento de processos, a análise dos reflexos e as novas demandas do ponto de vista de processos das áreas de Tecnologia de Informação e de faturamento, por exemplo. Cumprida essa etapa, o projeto é finalizado com a implantação das alterações dos processos identificados no dia-a-dia das operações. Vale ressaltar que a organização do projeto de forma estruturada (com governança, comitês, reuniões técnicas etc.) foi também fundamental para o bom desenvolvimento do trabalho.

IFRS Journal • A capacitação tem sido um grande desafio para muitas companhias. Como a empresa tem lidado com a formação de seus profissionais no novo ambiente contábil?

Brunno Cruz • Sempre demonstramos uma preocupação muito grande em relação à capacitação técnica de nossos profissionais. O melhor exemplo disso é que temos uma área dedicada ao entendimento e à aplicação das normas contábeis. Isso é fundamental e importantíssimo para qualquer empresa. A evolução das práticas contábeis, ao longo dos anos, trouxe consigo a necessidade de compreensão das novas exigências, que são de um grau de dificuldade muito maior. Ou seja, se o novo padrão caminha no sentido de se dar mais peso à essência do que à forma, a responsabilidade dos administradores também aumenta. Na Globo, fazemos treinamentos internos, externos e criamos alguns grupos de trabalho, comitês de contabilidade, que se reúnem periodicamente para discutir aspectos técnicos, próximos passos etc.

Para as Organizações Globo, intangível é um dos maiores desafios da convergência

Natan Szuster • Como bem abordado pelo Brunno, já fizemos uma série de treinamentos. No ano passado, nossos profissionais participaram de um treinamento em IFRS, customizado para a Globo, de 50 horas. E, além disso, vale dizer que quatro pessoas de nossa equipe estão dedicadas praticamente full-time à implementação do IFRS.

IFRS Journal • A Globo é hoje a maior empresa de comunicação do País. Como ela se coloca diante do fato que tende a ser um benchmark para outras empresas do setor que também deverão adotar o IFRS?

Brunno Cruz • Independentemente de as Organizações Globo terem um papel de relevância na indústria em que atua no Brasil, podemos dizer que temos muita preocupação com a qualidade não só do conteúdo que produzimos como também com todo o conteúdo gerado, de uma

“Nas Organizações Globo, os ativos intangíveis são parte crucial de nosso patrimônio”

Brunno Cruz

�IFRS Journal | Ernst & Young

forma mais ampla. Buscamos sempre ter o máximo de critério e discussões técnicas possíveis sobre as normas contábeis. E isso passa pela infraestrutura que construímos, pelos profissionais de excelência que contratamos, pelos auditores com os quais atuamos e pelas entidades reguladoras com as quais nos relacionamos. Também podemos afirmar que nada disso acontece ou teria acontecido se não tivéssemos o apoio dos acionistas.

Natan Szuster • Está acontecendo uma revolução na contabilidade mundial. Deve-se estar preparado para usar a contabilidade como instrumento para o crescimento da empresa em termos operacionais e, principalmente, na relação com seus stakeholders. Percebemos essa mudança e trabalhamos para que essa adoção aconteça da melhor forma possível, com nossos melhores padrões de qualidade.

IFRS Journal • As Organizações Globo formam um conjunto de empresas. Como foi o processo de coordenar o reporte de resultados dessas empresas em um único documento, em linha com o IFRS?

Brunno Cruz • Não tivemos esse problema, pois além de já termos regras para elaboração das demonstrações consolidadas no Brasil há mais de 15 anos, nós já produzimos essas informações consolidadas da Globo há vários anos, o que ratifica a nossa postura na adoção das melhores práticas contábeis. Portanto, para nós não foi exatamente uma mudança muito profunda, a não ser pelo processo de adoção das novas normas.

Natan Szuster • Começamos a elaborar nossas demonstrações em 1994, quando foi iniciado o processo de captação de recursos financeiros no exterior, para a Globopar e suas subsidiárias. Ou seja, é um trabalho que já vem ocorrendo há bastante tempo e com o qual já estamos bastante familiarizados.

IFRS Journal • Quais normas tiveram maior impacto no processo de migração para o padrão contábil internacional?

Brunno Cruz • Dentre as normas que geraram maior impacto, destacamos a de intangíveis. Normalmente, os ativos intangíveis não são o core business de uma empresa. Mas, no caso da Globo, os ativos intangíveis (o conteúdo que produzimos em programas, seriados, novelas etc) são parte crucial de nosso patrimônio. No Brasil, no entanto, o pronunciamento referente a esses ativos (o CPC 4) ainda precisa ser aprimorado, de forma a poder representar da melhor forma possível os ativos específicos de cada atividade. Esse pronunciamento, da forma como está redigido, não atende em sua totalidade aos requerimentos da indústria de mídia e entretenimento. Outras normas

Sonia SwinneyGerente sênior da Ernst & Young Brasil: Custo de implementação do novo princípio é significativo para pequenas e médias empresas.

que trouxeram impacto são as referentes a instrumentos financeiros, ativo imobilizado, ajuste a valor presente e fluxo de caixa.

Natan Szuster • De fato, tivemos alguns problemas em relação ao pronunciamento referente a intangíveis, que ainda precisa ter sua abrangência ampliada. Hoje, podemos dizer que não existe uma norma internacional específica para o setor de mídia. Tanto que, para produzir as nossas demonstrações com base no novo padrão contábil, precisamos pesquisar demonstrações de empresas internacionais do mesmo setor.

IFRS Journal • O reporte de informações de acordo com o IFRS deve acontecer só em 2010. Porém, muitas empresas decidiram antecipar e preparar suas demonstrações financeiras completas em IFRS para fins internos. A Globo também fez ou tem intenção de fazer isso?

Brunno Cruz • Apesar de a Globo não ser uma companhia aberta, inicialmente tínhamos o plano de preparar nossas demonstrações financeiras completas em IFRS com um ano de antecedência, isto é, em 2009. Contudo, com a sanção da Lei 11.638/07, que trouxe um impacto imediato na estrutura contábil no Brasil, principalmente pelo movimento de convergência com as normas internacionais que está sendo liderado pelo CPC, optamos por postergar esse processo, de forma que pudéssemos manter o foco nas mudanças locais que estavam por vir. Adicionalmente, temos a expectativa de que a maioria dos pronunciamentos do CPC já estará completamente alinhada às normas do IASB até 2010, o que facilita o desenvolvimento do nosso projeto de conversão das demonstrações financeiras para o IFRS.

“Deve-se estar preparado para usar a contabilidade como instrumento para o crescimento da empresa”

Natan Szuster

4 IFRS Journal | Ernst & Young

Às vésperas de 2010, as empresas que ainda não iniciaram o processo de convergência às normas internacionais de contabilidade precisam acelerar o passo. Envolvidas, de forma legítima, na luta pela preservação de sua saúde financeira ao longo do período mais agudo da crise global, muitas delas deixaram que a adaptação ao IFRS ficasse em segundo plano. Essas empresas terão de lidar agora com dois obstáculos centrais para dar conta dessa necessidade. Um deles é o curto espaço de tempo que têm pela frente – o prazo para fazer a adaptação se esgota já no próximo ano. O outro grande desafio para atingir o processo completo de convergência é que essas companhias e seus profissionais passarão a conviver com um novo conjunto de princípios contábeis, o IFRS, cuja aplicação nada tem de trivial e que difere do atual modelo contábil brasileiro.

“O processo de mudança para o IFRS é sensível. Afinal, embute a necessidade de comunicar-se adequadamente com analistas, acionistas e potenciais investidores”, explica o sócio-líder de mercado de IFRS da Ernst & Young, Paul Sutcliffe. “Para companhias que negociam ações na bolsa é necessário pensar e elaborar estrategicamente a forma como comunicará os efeitos contábeis mais significativos no seu negócio para o público com o qual se relaciona”, afirma.

Segundo Sutcliffe, as companhias que estão iniciando o processo de adoção do IFRS somente agora terão de recorrer a um número maior de consultores externos do que se tivessem começado o processo com mais antecedência. E, dado o curto espaço de tempo, precisam estar atentas para não cometerem as mesmas falhas das empresas europeias que também aderiram tardiamente ao projeto de adaptação às normas.

“Na Europa, muitas das empresas que achavam que o processo seria simples reportaram dados incorretos na primeira publicação das demonstrações financeiras de acordo com o IFRS. Essas informações foram corrigidas com o tempo e geraram muitos ruídos entre investidores e acionistas das companhias”, recorda o sócio.

Muitas das divergências observadas nos balanços, explica Paul Sutcliffe, acontecem porque as empresas que se preparam para adotar as normas internacionais de contabilidade têm de incorporar a seu ambiente uma base de dados que não era produzida anteriormente para abastecer o modelo contábil adotado no Brasil.

‘Deixei para a última hora. E agora?’Para entrarem em 2010 em linha com o IFRS, empresas listadas em bolsas de valores que ainda não iniciaram o processo de conversão precisam preparar um plano de ações que contemple apoio de profissionais com profundo conhecimento no assunto

A preparação de dados históricos que não existiam anteriormente é feita partindo-se de algumas premissas. O IFRS busca valorizar princípios para tentar demonstrar ao máximo como é e como poderá ser no futuro a rotina contábil das empresas. Nesse sentido a maior dificuldade é que os profissionais que colocam em prática a transição estão bastante sujeitos a distintas interpretações.

“São muito importantes os níveis de dados utilizados pelas empresas para os registros contábeis e os sistemas em que os dados são gerados. Essas informações serão a matéria-prima que orientará quem prepara as empresas para a adoção ao IFRS”, diz Paul Sutcliffe.

IFRS em cinco passos

Tradicionalmente, a adoção das normas internacionais de contabilidade é feita em cinco etapas. Mas, dependendo das necessidades de cada empresa, este passo-a passo pode ser customizado, tanto em termos de prazo quanto de escopo. Confira:

1. Diagnóstico • A migração para o IFRS começa com a avaliação das mudanças necessárias pelo novo sistema e análise do impacto em cada área da empresa. O diagnóstico inclui também a comparação com o sistema contábil corrente para identificar as principais diferenças entre as duas normas.

2. Planejamento • A fase de Planejamento marca o início operacional do processo de conversão ao IFRS. Nessa etapa, são estabelecidos os aspectos estruturais do projeto e a linha de trabalho a ser seguida.

�. Preparação • Na terceira fase deve-se preparar a empresa para a implantação das novas normas. Isso significa treinar funcionários, implantar novos sistemas de informação e desenvolver as ações que abrirão caminho para a conversão ao IFRS.

4. Implementação • Etapa mais longa e complexa do projeto de migração, a Implementação envolve diversas áreas da empresa, configurando-se um programa corporativo que pode ser conduzido simultaneamente em seis linhas de trabalho:• Demonstrações financeiras;• Assuntos contábeis complexos;• Negócio;• Elaboração de mudanças;• Processos e sistemas de informação;• Gerenciamento e monitoramento dos planos de ação.

5. Revisão pós-implementação

5IFRS Journal | Ernst & Young

A Pesquisa IFRS no Brasil, realizada pela Ernst & Young com executivos de 100 companhias no País e concluída em agosto, revela que a maioria das empresas ainda não está preparada para adotar de forma bem-sucedida as novas normas contábeis, que entram em vigor a partir de 2010 para todas as empresas com ações em bolsa. Das empresas entrevistadas, aproximadamente um terço (28%) reconheceu ainda não ter tomado conhecimento dos desafios e oportunidades das opções existentes para adoção do IFRS. A explicação pode estar na falta de preparação: 54% disseram não ter uma equipe dedicada à implementação do IFRS, contra apenas 40% que afirmaram já ter seu time pronto. Desdobramento disso, apenas 28% disseram ter certeza de que sua equipe está preparada para conduzir a mudança, contra 26% que não têm certeza e 33% que afirmaram não estar preparados. Os resultados da pesquisa indicam que, com pouco tempo hábil para entender as normas e aplicá-las, as empresas parecem acreditar que a adaptação ao IFRS dependerá especialmente dos consultores externos: 48% esperam um envolvimento muito alto de auditoria externa e consultores no processo.

“O grau de envolvimento que as empresas atribuem ao auditor externo é muito elevado – e deve se acentuar à medida que a corrida contra o relógio avançar. Porém, entendemos que a implementação das novas normas contábeis inclui a necessidade de mudança cultural em todos os níveis das organizações, com pessoas que possam não só fazer o processo de migração, mas que consigam interpretar e usar de forma contínua o IFRS, o que demanda envolvimento interno e recursos humanos de diversos departamentos das empresas”, afirma Julio Braga Pinto, sócio da Ernst & Young no Brasil. O executivo, que trabalhou no global desk da Ernst & Young em Londres, comenta que as empresas têm agora a oportunidade, mais recursos qualificados e tempo para migração para o IFRS do que grande parte das empresas da União Europeia durante a adoção do IFRS em 2005. Apesar da clara falta de preparação da maioria das empresas, algumas medidas iniciais já foram tomadas, como um plano primário para conhecimento do IFRS: 73% das empresas afirmaram ter enviado membros do time para cursos externos sobre o tema – e 13% afirmaram já ter o necessário para implantar com êxito o IFRS.

Maioria das empresas não está preparada para mudanças contábeis, diz pesquisa

28%

33%

26%

13%

57%

32%

11%

42%

45%

13%

Sua equipe está suficientemente preparada, por meio de informação,educação e cursos, para conduzir o trabalho detalhado de implementação do IFRS?

Você já fez uma avaliação inicial do impacto que a conversão para o IFRS trará para sua empresa?

A sua empresa começou a revisar com a área de TI se os sistemas de informação estão sendo preparados para a conversão?

SimNãoNão tem certezaNão se aplica

O IFRS nas empresas

6 IFRS Journal | Ernst & Young

O anúncio, pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em setembro, de oito novos pronunciamentos acelerou o processo de convergência para as normas internacionais de contabilidade no Brasil. Entre esses pronunciamentos, estão aqueles que regem temas, por exemplo, como ativos biológicos e tributos sobre lucro. Confira a seguir as linhas gerais de cada uma das normas emitidas: Pronunciamento técnico CPC 23 • A norma define os critérios para a seleção e a alteração de políticas contábeis, além de estabelecer parâmetros para o tratamento contábil e a divulgação de alterações nas políticas, nas estimativas contábeis e nas correções de erros. O CPC 23 não apresenta novidades em relação à Deliberação CVM nº 506, de junho de 2006, baseado no IAS 8 emitido pelo International Accounting Standards Board (IASB). Pronunciamento técnico CPC 24 • O documento estabelece quando a empresa deve ajustar suas demonstrações financeiras em relação aos eventos subsequentes ao período contábil de referência e que informações deve divulgar sobre os eventos que geraram ou não ajustes nas demonstrações. Ressalte-se que a data em que a administração autorizou a emissão das demonstrações financeiras deve ser divulgada em nota explicativa. Esse pronunciamento não

alterou substancialmente a Deliberação CVM nº 505, de junho de 2006.

Pronunciamento técnico CPC 25 • Normatiza a aplicação dos critérios de reconhecimento e das bases de mensuração apropriados a provisões e passivos e ativos contingentes. Outro propósito da norma é exigir o máximo de informação nas notas explicativas para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor. Esse pronunciamento está baseado no IAS 37- Provisions, Contingent Liabilities and Contingent Assets do IASB e não apresenta novidades em relação à Deliberação CVM nº 489, de outubro de 2005, que referendou o Pronunciamento NPC 12 do Ibracon. Pronunciamento técnico CPC 26 • Esse pronunciamento define as bases para a apresentação das demonstrações financeiras, inclusive as separadas e consolidadas, para assegurar a comparabilidade. Entre as informações que devem constar nesse conjunto completo de demonstrações contábeis estão o balanço patrimonial e as demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, entre outras. Pronunciamento técnico CPC 29 • Esse pronunciamento, baseado no IAS 41 - Agriculture, aborda o reconhecimento contábil para as atividades agrícolas, como ativos biológicos (animais ou plantas vivos)

Novos pronunciamentos do CPC aceleram convergênciaNormas regulamentam temas relacionados a ativos biológicos, tributos sobre o lucro e ativos e passivos contingentes, entre outros

�IFRS Journal | Ernst & Young

e produção agrícola no ponto de colheita. A novidade é que o reconhecimento contábil dos custos passa a ser avaliado ao preço de mercado em vez de pelo custo de transformação, criação ou produção. Vislumbrando as dificuldades que as companhias poderiam enfrentar em avaliar o valor de mercado de determinado ativo biológico, uma vez que em alguns casos não há mercado presente para tal avaliação, o CPC define algumas formas de mensuração que essas empresas deverão utilizar para obtenção da melhor estimativa do valor justo. Pronunciamento técnico CPC 30 • Um dos pronunciamentos que devem gerar maior atenção nas demonstrações, o CPC 30 diz respeito aos critérios de reconhecimento de receita. O objetivo é especificar como a empresa passará a mensurar, reconhecer e divulgar informações sobre receitas de qualquer natureza (venda de bens, prestação de serviços e uso por terceiros de ativos que produzam juros, royalties, dividendos e outros). Uma das mudanças trazidas pelo CPC 30 está relacionada a tributos como o ICMS, o IPI, o PIS e a Cofins, que não devem ser classificados na linha de receita. Nessa rubrica deve ser divulgada a entrada efetiva de benefícios econômicos para a empresa. O pronunciamento detalha também como devem ser contabilizadas as receitas em empresas que mantenham programas destinados aos clientes

com previsão de resgate de prêmios e lista os requisitos para divulgação do critério de reconhecimento de receitas em notas explicativas. Pronunciamento técnico CPC 31 • Estabelece a contabilização de ativos não circulantes destinados a venda, apresentação e divulgação de operações descontinuadas. Para essas operações, o CPC determina que os seus resultados devem ser apresentados separadamente na demonstração do resultado, em linha com a prática já adotada internacionalmente. Pronunciamento técnico CPC 32 • Essa norma, referente à tributação sobre o lucro, trata dos registros de ativos e passivos correntes e diferidos, relacionados à incidência de tributos sobre o lucro e exige o reconhecimento de passivos fiscais diferidos para todas as diferenças temporárias tributáveis. O pronunciamento está alinhado com o IAS 12 - Income Taxes. É importante mencionar que a expressão tributo sobre o lucro, nesse pronunciamento, inclui todos os impostos e contribuições nacionais e estrangeiras que são baseados em lucros tributáveis, inclusive os impostos retidos na fonte. Vale lembrar que as deliberações da CVM são aplicáveis aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2010 e às demonstrações financeiras de 2009 apresentadas em conjunto com as de 2010 para fins de comparação.

8 IFRS Journal | Ernst & Young

Plano de pagamento baseado em açõesDefinição do plano define a correta mensuração e o reconhecimento das opções

*Felipe Gonçalves

O pagamento baseado em ações vem sendo cada vez mais utilizado pelas companhias para remunerar seus colaboradores, especialmente executivos da alta direção. Isso ocorre em grande parte em razão da evolução do mercado de capitais brasileiro e do número crescente de ofertas de ações no Brasil, mas pode ser considerada também uma maneira de engajar os colaboradores com as metas de crescimento e as estratégias de longo prazo da companhia.

Em grande parte, esse tipo de remuneração ocorre com base em outorga de opções de compra de ações da companhia para que o empregado as exerça após um determinado período. Em teoria, o preço da ação subirá durante o período de aquisição, logo o detentor da opção de compra da ação (empregado) irá adquirir um ativo por um valor mais baixo do que o valor de mercado, uma vez que o preço de exercício será inferior ao preço de mercado (caso não seja, espera-se que o empregado não exerça a opção de compra). Conforme modelo definido pelo International Accounting Standards Board (IASB), as opções de ações (stock options) seguem o modelo de avaliação na data de outorga, em que o valor justo dessas opções é calculado

por meio de modelos de precificação de ações, como o Black-Scholes ou o modelo Binominal, e a despesa é reconhecida durante o período de aquisição. Nesse modelo, o valor justo das opções é calculado na data de outorga e não é ajustado em razão de futuras mudanças de preço oriundas de variações ocorridas na economia ou nos resultados da companhia.

Contudo, quando o vencimento do período de aquisição (vesting period) acontece de forma gradual, ou seja, quando o empregado pode exercer um número definido de opções ao final de um período específico que é inferior ao prazo total do plano de opções, alguns pontos importantes devem ser observados para o cálculo do valor justo dessas opções. Por exemplo, uma companhia outorga opções aos seus administradores e o prazo total do plano é de cinco anos, sendo que o funcionário poderá exercer 20% dessas opções a cada 12 meses iniciados a partir da outorga, caso permaneça empregado ao final de cada um dos períodos.

Um dos pontos mais relevantes a serem observados nos casos em que o empregado pode exercer uma parcela do total de

opções outorgadas pela companhia ao final de um determinado período é que o IFRS 2 requer que cada período seja considerado separadamente. Em outras palavras, será calculado um valor justo para cada um dos períodos de aquisição que, geralmente, terão valores diferentes. Esse tratamento difere do tratamento usualmente dado a opções de ações a empregados, conforme o SFAS 123 (R) no US Gaap.

De maneira geral, a condição de aquisição se dá pela permanência do funcionário na empresa pelo prazo estabelecido para poder exercer a opção. Nesse caso, o IFRS 2 considera que há somente uma data de outorga para todas as opções concedidas, data na qual as opções referentes a cada um dos períodos de aquisição devem ser calculadas e a despesa de cada uma dessas parcelas, reconhecida segundo o método de reconhecimento acelerado. Nesse caso, o valor justo calculado na data de outorga não é alterado a cada ano, apesar de haver diferentes períodos de aquisição. Contudo, o valor justo calculado na data de outorga para cada período de aquisição deve considerar, entre outros fatores, o efeito do valor do dinheiro no

9IFRS Journal | Ernst & Young

Reconhecimento de despesa com remuneração paga com múltiplas condições

Condição de Condição Condição desempenho Despesa de de serviço de mercado não de mercado acordo com atendida? atendida? atendida? o IFRS 2?

1 Sim Sim Sim Sim

2 Sim Não Sim Sim

3 Sim Sim Não Não

4 Sim Não Não Não

5 Não Sim Sim Não

6 Não Não Sim Não

7 Não Sim Não Não

8 Não Não Não Não

tempo, para que seja definido o valor justo das opções outorgadas.

Um exemplo comum nos planos de opções de compra de ações no Brasil é determinar o preço de exercício da ação pelo empregado tendo como base o valor de mercado da ação na data de outorga, valor que é acrescido de um reajuste de inflação durante o período compreendido entre a outorga e o efetivo exercício dessa opção por parte do funcionário. Isso significa que o empregado somente terá lucro sobre o real aumento do preço da ação, uma vez que se espera que o mercado também considere a inflação na precificação do ativo.

Nesse caso, o correto valor justo de cada uma das opções outorgadas considera diferentes preços de exercício, baseados nas estimativas de inflação acumulada até o final de cada um dos períodos de aquisição. Ou seja, o modelo de precificação de ações utilizado considerará preços de exercícios diferentes (cada um ajustado pela inflação do período), o que geralmente gerará diferentes valores justos para cada opção.

Porém, caso a permanência na companhia não seja a única exigência para que as opções sejam exercidas, os demais regulamentos do plano de opção de compra de ações devem ser considerados para reconhecimento da despesa. Por exemplo, caso o acordo envolva índices de performance definidos na outorga do plano de opções (por exemplo, crescimento de vendas, do lucro líquido etc.), o IFRS 2 também requer que o valor justo das

opções seja calculado na data de outorga. Condições de performance não impactam no valor justo da opção, mas impactam no reconhecimento da despesa, que se baseia na estimativa de cumprimento ou não das metas. Essas estimativas são revistas anualmente pela companhia e o valor final da despesa acumulada pode ser baseado no resultado final dos resultados. Por exemplo, caso exista outra condição de aquisição além da permanência na companhia (por exemplo, que o lucro líquido seja 10% superior no ano 1,8% superior no ano 2 comparado ao ano 1 e 7% superior no ano 3 comparado ao ano 2), cada período de aquisição terá seu valor justo calculado separadamente e ao final dos anos 1 e 2 a companhia deverá estimar se as metas

foram ou não cumpridas e ajustar a despesa acumulada.

O IFRS 2 traz ainda outras situações nas quais, dependendo dos termos e condições do plano, tanto o valor justo das opções quanto o período de reconhecimento da despesa podem variar. Essas situações devem ser analisadas cuidadosamente pela companhia e todas as variáveis precisam ser consideradas, especialmente aquelas relativas à performance atrelada a condições de mercado. Dessa forma, evitam-se futuras surpresas relacionadas às demonstrações financeiras e suas divulgações.

*Felipe Gonçalves é gerente sênior de Auditoria da Ernst & Young

10 IFRS Journal | Ernst & Young

A convergência para um padrão global único de contabilidade é fundamental, mas não basta para garantir transparência de corporações e mercados. Tão importante quanto isso é que o definidor desse padrão seja igualmente único e consiga conservar sua independência a despeito das pressões externas.

As considerações são da vice-presidente global de políticas públicas, sustentabilidade e integração com stakeholders da Ernst & Young, Beth Brooke, que participou em setembro do CReCER (Contabilidade e Responsabilidade para o Crescimento Econômico Regional), em São Paulo.

Ex-membro do Tesouro norte-americano na administração Clinton e representante do Comitê Global de Políticas Públicas (que reúne as seis maiores empresas de auditoria de alcance global), Brooke

ressalta que a crise dos últimos dois anos traz oportunidade de reformas de longo prazo. “A fundação de um novo modelo depende de padrões globais consistentes – em especial para a contabilidade – que sejam estabelecidos por um órgão global independente, para incrementar a transparência“, afirma.

Brooke ressaltou a importância do momento atual para que todas as nações caminhem juntas buscando a recuperação da confiança nos mercados e o fortalecimento das demonstrações financeiras. “Nacionalismo e protecionismo não são uma opção”, disse.

Ela condenou a adoção de medidas isoladas e lembrou que a convergência para um padrão único global de contabilidade, independente e de alta qualidade, é uma demanda que foi reforçada recentemente pelos ministros de finanças do G-20. “Um fator que

Padrão único de contabilidade é prioridade mundialBeth Brooke, vice-presidente global de políticas públicas e sustentabilidade da Ernst & Young, aponta a medida como fundamental para recuperar a confiança do mercado

Lideranças elogiam o Brasil

“A convergência é uma oportunidade única para a classe contábil, mas também demanda responsabilidade. Exigirá um grande esforço de educadores e universidades para buscar a qualificação necessária e adequar as grades curriculares. Grandiosa é a responsabilidade da contabilidade.”

Maria Clara Cavalcante BugarimPresidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

“O Brasil tomou uma posição de liderança na América Latina em relação às normas internacionais de contabilidade e essa liderança não é só no discurso, mas também na prática.”

Robert BuntingPresidente do International Federation of Accountants (Ifac)

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contribuiu para a turbulência no mercado – e que é parte da resposta ao problema – é a regulação global, que não acompanhou a transformação do mercado financeiro”, afirmou para uma plateia de executivos das áreas de contabilidade e finanças de diversos países. “Os mercados são interconectados e integrados, mas ficou dolorosamente evidente nessa crise que a infraestrutura de regulação global, composta de sistemas construídos com base em mercados nacionais, não evoluiu no mesmo passo.”

Beth Brooke acredita que o Brasil, como nona economia do mundo e membro do G-20, tem importante papel nesse debate – e elogiou as medidas adotadas internamente. Com um sistema robusto de regulação financeira, o Brasil driblou a maior parte das práticas que foram catalisadoras da crise, observou. Se isso não livrou o País dos impactos da crise, minimizou, fazendo com que a economia local tivesse desempenho mais favorável que outros mercados. Graças à regulação e a algumas reformas iniciadas na última década, afirmou, o Brasil continua se apresentando como País inovador e muito atraente para o investimento externo.

Padrões globais • Componente fundamental para o fortalecimento dos resultados financeiros é a maior transparência, que pode ser obtida por meio de padrões globais. “Isso facilita o fluxo de capital, estimula o desenvolvimento econômico e permite que os mercados globais atuem de forma mais integrada”, defende a executiva. “Estabelecer padrões globais de contabilidade é condição para permitir transparência num nível que permita ao mercado operar com confiança – especialmente nos mercados emergentes.“

Para ela, o IFRS, já adotado ou em adoção por mais de cem países, inclusive o Brasil, é quem vai cumprir esse papel. E tão importante quanto um padrão global único é haver um único definidor desse padrão. “Uma dimensão criticamente importante para padrões globais de alta qualidade está relacionada à independência, responsabilidade e capacidade do definidor do padrão. E, francamente, precisamos evoluir tanto no padrão (IFRS) quanto no seu definidor (o International Accounting Standards Board). É preciso aprimorar a governança do IASB”, afirmou.

“Com um sistema robusto de regulação financeira, o Brasil driblou a maior parte das práticas que foram catalisadoras da crise.”

Beth Brooke

Ernst & Young é destaque no CReCERA Ernst & Young marcou presença no CReCER, um dos principais eventos da agenda de contabilidade e finanças, em quatro painéis. Além de Beth Brooke, também participaram dos debates os sócios Idésio Coelho e Silney Souza, além do gerente sênior Luiz Cláudio Campos. Coelho palestrou no painel “Determinantes de Excelência em Auditoria: Respondendo à Demanda por Qualidade”, que discutiu os fatores que levam à excelência na auditoria. Luiz Cláudio Campos falou sobre Parcerias Público-Privadas (PPPs) no painel “Responsabilidade Compartilhada, Resultados Compartilhados: Parcerias Público-Privadas”, com foco na divisão

de responsabilidades e de resultados em investimentos. Já Silney Souza foi o coordenador do painel “Evitando o Contágio: Uma Visão do Setor de Seguros”, sobre o papel do segmento em um cenário pós-crise.

A conferência, realizada de 23 a 25 de setembro, reuniu cerca de mil profissionais e especialistas de diferentes nações que avaliaram as várias iniciativas tomadas recentemente para fortalecer as práticas de contabilidade e de auditoria na América Latina e no Caribe. As duas primeiras edições foram promovidas em 2007, na Cidade do México, e, em 2008, em San Salvador (El Salvador).

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Ernst & Young reforça conhecimento sobre as normas internacionaisIFRS Index reúne seleção de publicações brasileiras e internacionais. Banco Modelo e IFRS 2 aprofundam conhecimento sobre demonstrações para instituições e sobre pagamento baseado em ações

Três novas publicações da Ernst & Young ampliam o acesso a informações sobre as normas internacionais de contabilidade. Com o IFRS Index, newsletter eletrônica com uma seleção de temas relacionados a IFRS e à Lei 11.638, Banco Modelo, que traz um exemplo de demonstração para instituições financeiras, e IFRS 2, com detalhamento sobre a norma, entre outros temas relacionados a IFRS, a Ernst & Young reforça seu leque de publicações na busca pela compreensão do IFRS neste momento de transição.

Enviado mensalmente por correio eletrônico a empresas, órgãos reguladores e profissionais das áreas de contabilidade e finanças, o IFRS Index foi idealizado para facilitar o acesso ao conteúdo produzido pela Ernst & Young Brasil e pelo time global de IFRS. Assim reúne em um mesmo ambiente links para publicações e registra as últimas decisões, projetos e agenda de órgãos nacionais e internacionais.

O IFRS Index também busca levar ao leitor as mais recentes decisões tomadas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e o International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC), além do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). O resultado é uma seção exclusiva com novidades em relação a drafts e pronunciamentos em discussão por membros dessas instituições.

Novos webcasts e a agenda com treinamentos desenvolvidos pela equipe de IFRS da Ernst & Young Brasil também ganham destaque no IFRS Index, que traz as datas e temas que serão discutidos nos próximos programas.

“O IFRS Index foi elaborado para que os profissionais da área de contabilidade possam consultar um resumo do que aconteceu de mais importante relativo a IFRS ao redor do mundo no mês anterior e será mais uma valiosa ferramenta para auditores, administradores e todos aqueles que necessitam manter-se atualizados em relação ao IFRS”, comenta Julio Braga Pinto, sócio de Auditoria. Para mais informações ou para registrar-se para recebimento da newsletter, acesse www.ey.com.br/ifrs. Banco Modelo Com conteúdo destinado a instituições financeiras, a publicação Banco Modelo (Internacional) S.A. traz, em suas mais de 100 páginas, demonstrações financeiras, notas explicativas, pareceres e tabelas que permitem aos executivos de instituições em processo de migração ter uma visão geral de como as demonstrações deverão ser divulgadas. Com isso, esses profissionais podem organizar os projetos internos de IFRS para que essas informações estejam disponíveis.

A publicação mostra, na prática, os desafios e as respostas de como publicar informações em linha com o IFRS. O projeto, considerado uma referência para reguladores, acadêmicos, estudantes e profissionais de contabilidade e finanças, é um marco brasileiro no processo de harmonização das normas nacionais com o IFRS. “Este é um conteúdo relevante e diferenciado que pode ser muito útil para bancos e instituições financeiras envolvidos em processos de convergência”, destaca Grégory Gobetti, sócio de Serviços Financeiros. IFRS 2 A Ernst & Young também lançou recentemente a publicação IFRS 2 - Pagamentos Baseados em Ações. Nesse guia, são discutidos os princípios gerais da norma, que prescreve formas de mensuração e reconhecimento para planos de stock options e apresenta exemplos práticos de sua aplicação. Acesse o endereço www.ey.com.br/ifrs e conheça as publicações.