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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.br Alagoas, 6 de maio | Ano 1 | Nº 266 | 2020 QUARENTENA D e acordo com um estudo divulga- do pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turis- mo (CNC), a quarentena já causou perdas econômicas de aproximadamente R$ 3,7 bilhões somente no comércio varejista. A preocupação da entidade é com a demissão em massa em todo o país, já que – no Brasil – o prejuízo ultrapassa os R$ 80 bilhões. A CNC discute, junto com o governo federal, um conjunto de medidas para tentar conter as perdas e manter os postos de trabalho. No entanto, a estimativa é que as demissões atinjam o índice de 28% em todo território nacional. A modalidade delivery ajudou a reduzir os danos, mas ainda assim não conseguiu salvar muitos estabelecimentos autorizados a ficarem abertos. Página 12 NOVO DECRETO PROÍBE ACESSO ÀS PRAIAS E RESTRINGE A CIRCULAÇÃO DE PESSOAS EM AL No dia de ontem, o governador de Alago- as, Renan Filho (MDB), falou sobre as medidas adotadas pelo novo decreto. Essas já passam a valer a partir de hoje. O governo adotou regras mais rígidas em relação a quarentena para ampliar o isolamento social. Pratica- mente proíbe o acesso a todos os locais ao ar livre, como praças, alamedas, praias e orlas. O uso de máscaras em ambiente público passa a ser obrigatório. Nos estabelecimen- tos, tanto clientes quanto funcionários terão que usá-las. As medidas seguem até o dia 20 de maio. Em relação às aulas, o novo decreto as suspende até o próximo dia 31. Segundo Renan Filho, todas as medidas adotadas vi- sam a redução do contágio no Estado. O chefe do Executivo estadual ainda anunciou novos leitos de UTIs para os acometidos pela doença de forma mais grave. O governo de Alagoas acredita que as novas regras ajudarão a acha- tar a curva no Estado. Página 5 Novas medidas, conforme Renan Filho, serão váli- das até o dia 20 de maio. Uso de máscara passa a ser obrigatório no Estado; estabele- cimentos autoriza- dos a abrir terão que diminuir o fluxo de pessoas EUA e Reino Unido iniciam negociações Rodoviários: 30% podem ser demitidos Os Estados Unidos e o Reino Unido iniciarão negociações comerciais por videoconfe- rência, após a saída do Reino Unido da União Europeia. As discussões serão a primeira grande nova negociação comercial de Washington em 2020 e ocorrerão ao mesmo tempo em que Londres es- tabelece termos comerciais com a UE. Página 6 O Sinturb anunciou na ma- nhã de ontem que, devido à queda de 75% na arre- cadação após o início das medidas de isolamento so- cial, os empresários podem recorrer à demissão de até 30% dos funcionários para evitar um estrangulamento no sistema de transporte de passageiros da capital. Página 4 MP ajuíza ação para reduzir mensalidades de escolas Página 4 CNC: quarentena fez comércio varejista de Alagoas perder R$ 740 milhões por semana VISITE NOSSO SITE: WWW.JORNALDASALAGOAS.COM.BR Max Monteiro/ Secom Maceió

NOVO DECRETO PROÍBE ACESSO … · Comércio de Bens, Serviços e Turis - mo (CNC), a quarentena já causou perdas econômicas de aproximadamente R$ 3,7 bilhões somente no comércio

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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.brAlagoas, 6 de maio | Ano 1 | Nº 266 | 2020

QUARENTENA

De acordo com um estudo divulga-do pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turis-

mo (CNC), a quarentena já causou perdas econômicas de aproximadamente R$ 3,7 bilhões somente no comércio varejista. A

preocupação da entidade é com a demissão em massa em todo o país, já que – no Brasil – o prejuízo ultrapassa os R$ 80 bilhões. A CNC discute, junto com o governo federal, um conjunto de medidas para tentar conter as perdas e manter os postos de trabalho.

No entanto, a estimativa é que as demissões atinjam o índice de 28% em todo território nacional. A modalidade delivery ajudou a reduzir os danos, mas ainda assim não conseguiu salvar muitos estabelecimentos autorizados a ficarem abertos. Página 12

NOVO DECRETO PROÍBE ACESSO ÀS PRAIAS E RESTRINGE A CIRCULAÇÃO DE PESSOAS EM AL

No dia de ontem, o governador de Alago-as, Renan Filho (MDB), falou sobre as medidas adotadas pelo novo decreto. Essas já passam a valer a partir de hoje. O governo adotou regras mais rígidas em relação a quarentena para ampliar o isolamento social. Pratica-mente proíbe o acesso a todos os locais ao ar

livre, como praças, alamedas, praias e orlas. O uso de máscaras em ambiente público passa a ser obrigatório. Nos estabelecimen-tos, tanto clientes quanto funcionários terão que usá-las. As medidas seguem até o dia 20 de maio. Em relação às aulas, o novo decreto as suspende até o próximo dia 31. Segundo

Renan Filho, todas as medidas adotadas vi-sam a redução do contágio no Estado. O chefe do Executivo estadual ainda anunciou novos leitos de UTIs para os acometidos pela doença de forma mais grave. O governo de Alagoas acredita que as novas regras ajudarão a acha-tar a curva no Estado. Página 5

Novas medidas,

conforme Renan

Filho, serão váli-

das até o dia 20

de maio. Uso de

máscara passa a

ser obrigatório no

Estado; estabele-

cimentos autoriza-

dos a abrir terão

que diminuir o

fluxo de pessoas

EUA e Reino Unido iniciam negociações

Rodoviários: 30% podem ser demitidos

Os Estados Unidos e o Reino Unido iniciarão negociações comerciais por videoconfe-rência, após a saída do Reino Unido da União Europeia. As discussões serão a primeira grande nova negociação comercial de Washington em 2020 e ocorrerão ao mesmo tempo em que Londres es-tabelece termos comerciais com a UE. Página 6

O Sinturb anunciou na ma-nhã de ontem que, devido à queda de 75% na arre-cadação após o início das medidas de isolamento so-cial, os empresários podem recorrer à demissão de até 30% dos funcionários para evitar um estrangulamento no sistema de transporte de passageiros da capital. Página 4

MP ajuíza ação para reduzir mensalidades de escolas

Página 4

CNC: quarentena fez comércio varejista de

Alagoas perder R$ 740 milhões por semana

V I S I T E N O S S O S I T E : W W W . J O R N A L D A S A LA G O A S . C O M . B R

Max Monteiro/ Secom Maceió

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OPINIÃO

20206 de maio2

Jorge Luiz Borges TinocoDiretor-Executivo

Luis VilarEditor-Geral

Benedito LimaDiagramação

Para anunciar(82) 3028.2050(82) 99333.6028

CNPJ33.009.776/0001-21

EndereçoRua Barão de Penedo, 36Edifício Delmiro Gouveia, Sala 205 - CentroCEP 57.020-340Maceió - Alagoas

[email protected]@jornaldasalagoas.com.br

Sitewww.jornaldasalagoas.com.br

Os artigos assinados são de

inteira responsabilidade de

seus autores.

EXPEDIENTE

Desde o início dessa pandemia do novo co-

ronavírus, da Covid-19, ou do vírus chinês,

que, em função do que nossa equipe vem

apurando a cada matéria, ouvindo espe-

cialistas e colhendo informações técnicas,

o Jornal das Alagoas afirma e se posiciona:

é sim preciso que as pessoas tomem todos

os cuidados necessários para evitar o con-

tágio e, tendo condições, permaneça em

casa. É importante também evitar aglo-

merações e imprescindível ter um cuidado

maior com os chamados grupos de risco.

Portanto, há uma parcela de razão no

que afirma o secretário Alexandre Ayres

quando diz que muitos estão tratando as

medidas de restrição sanitária como férias.

A população precisa estar mais consciente

do inimigo invisível que todos nós estamos

enfrentando. Agora, é preciso também

reafirmar uma outra questão que, comu-

mente, vem sendo esquecida nos debates

públicos: o impacto econômico dessa

pandemia, sobretudo em relação aos mais

vulneráveis.

O governo federal cumpre um papel

importantíssimo como auxílio emergen-

cial. Não é fácil redistribuir recursos nessa

ordem para milhões de brasileiros que

passam dificuldades nesse momento, ainda

mais levando em consideração que grande

parcela dessa população era economica-

mente invisível, já que é formada em sua

maioria por trabalhadores autônomos de

baixa renda. Então, natural que haja algu-

mas falhas, incluindo a logística de recebi-

mento nos caixas eletrônicos. Problemas

que podem ser repensados e corrigidos.

Mas, esse auxílio – ainda mais diante da

queda de arrecadação dos Estados e do

próprio governo federal – não pode durar

para sempre. É válido lembrar que o gover-

no federal também deve assumir, por força

de projeto de lei aprovado, compromissos

com recomposição de finanças em estados

e municípios. O cobertor infelizmente

é curto. Nesse sentido, se os governos

estaduais e municípios aderirem medidas

E D I T O R I A L

A ampla corrente do bem

exageradas podem complicar ainda mais

a situação e jogar milhões de pessoas na

extrema pobreza. Isso também mata.

Em Maceió, por exemplo, a massa de

demitidos é imensa. No transporte público,

as demissões devem chegar a 30% dos

funcionários. No setor do comércio, já são

mais de duas mil pessoas sentindo essa dor.

É preciso que estejamos irmanados, que

superemos divergências políticas e ideo-

lógicas, e aprendamos a lutar por um bem

comum. No caso em tela, dois bens: salvar

vidas e manter o máximo de postos de tra-

balho para justamente, quando tudo isso

passar, podermos reconstruir a economia.

É desesperador observar pessoas perdendo

seus empregos e com imensas dificuldades

de sustentar suas famílias. Repetimos: isso

também adoece e mata.

Não podemos estrangular a economia de

vez. É preciso sim insistir na possibilidade

da reabertura econômica gradativa, com

atividades que não geram aglomerações,

desde que essas passem a adotar restrições

para o ingresso nesses estabelecimentos,

como mascáras, a higienização, quantidade

específica de pessoas, conforme o tama-

nho do ambiente, enfim. É possível, ainda

mais quando se passa a investir tanto na

conscientização da população para que

siga essas regras. Caso contrário, sairemos

dessa pandemia com um resultado pior do

que aquele que hoje se tenta evitar.

Os governos estaduais e municipais

precisam reconhecer seus erros também.

Muitos não conseguiram estruturar a rede

hospitalar, outros pagam por um acúmulo

de erros anteriores à pandemia e alguns

simplesmente mentem sobre taxa de

ocupação de leitos e manipulam dados,

como vemos constantemente em algumas

matérias jornalísticas. Não adianta tapar o

sol com a peneira e fingir que essa realida-

de não existe.

Os governos estaduais e municipais, com

o apoio do governo federal, precisam

aprender a agir rápido na estruturação de

redes, incluindo hospitais de campanha,

pois o perigo é real, mas a taxa de letali-

dade do vírus é baixa. Isso significa dizer

que se trabalharmos no sentido de evitar o

colapso do sistema de Saúde, mais rapida-

mente também sairemos desse processo,

inclusive com condições de promover a

imunização das pessoas. É preciso – nesse

quesito – investir também em testagem

em massa, pois isso auxiliará a ter dados

mais concretos para pensar nas ações

futuras.

Portanto, caros (as) leitores (as), não

basta apenas assumir o simplista discurso

do “fique em casa”, pois é fácil dizer isso

quando ainda estamos confortavelmente

empregados e com o salário no fim do

mês, ao menos por enquanto, garantido.

Mas quanto mais esse cinto aperta, mais

pessoas vão sendo prejudicadas ou pelo

coronavírus ou pela situação de desespero

e ausência de perspectivas. Ao lado do dis-

tanciamento social, é preciso correr com

outras ações paralelas e também levar em

conta os dados objetivos da realidade, não

ignorando a questão econômica que tende

a afligir primeiro os mais pobres.

Que nos conscientizemos para cada um de

nós fazermos a nossa parte. Sair de casa o

mínimo possível, adotar as medidas de se-

gurança sanitária em todos os locais, evitar

as aglomerações etc. Precisamos formar

uma corrente do bem, mas sem esquecer

nenhum dos problemas que estão sendo

enfrentados nesse momento. Afinal,

também repetimos o já dito em outros

editoriais: é falsa a dicotomia entre saúde

e economia. As duas faces dessa moeda

estão juntas, caso contrário daqui a pouco

sequer os recursos para estruturar as redes

de saúde teremos.

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6 de maio 32020

OPINIÃO

Todos os dias somos abordados por no-tícias negativas dessa Pandemia. Palavras já fazem parte do nosso cotidiano, como: infectados, mortos, isolamento, etc. Não poderia imaginar que estaríamos vivendo algo dessa amplitude e por isso entendo que a informação se torna a chave para melhor superar os momentos. Então, parti-lho aquilo que de bom tem acontecido, no intuito de animar o leitor a tornar fecundo também este tempo.

Como padre, estou impedido de celebrar a missa aberta aos fiéis. Então, na cape-la de minha casa, rezo e transmito pelas redes sociais, tornando-me assim próximo de tantos que caminham comigo em minha realidade paroquial. Então, um amigo en-trou em contato dizendo que seu pai havia decidido parar de beber e a família havia planejado uma missa de 25 anos em ação de graças a Deus por este feito. Em virtu-de do isolamento e distanciamento social, pediu para que eu colocasse como inten-ção de oração na Missa e fizesse um vídeo para seu pai. Assim fiz, mostrando toda a

alegria daquela decisão e que o sacrifício da Eucaristia, mesmo sem a presença física dele, representava uma união e comunhão de preces.

Ao terminar a Celebração, eis que recebo um vídeo. Diante do ocorrido, ele resolveu agradecer o gesto e mesmo com uma certa idade e com dificuldades em usar as novas tecnologias, sua vontade de demonstrar gratidão foi maior e por isso fez um vídeo emocionante, bendizendo a Deus por aqueles momentos todos.

Partilho o quanto isso gerou em mim alegria. A distância não nos impediu de re-zar, nem de demonstrarmos nossa alegria por aquele momento. A celebração acon-teceu com um novo formato, que propor-cionou também uma beleza ímpar àquele jubileu.

Assim tem sido essa época de isolamen-to social. Fiéis dizem que tenho entrado diariamente em seus lares e a Palavra os tem tocado profundamente. Sinto-me uni-do e digo que a realidade virtual permite sim profundas experiências reais.

Virtual e real: experiências na pandemia

ARTIGO | Pe. Rodrigo Rios*

* É sacerdote e jornalista

EM ALTA

EM BAIXA

Aproveitando a au-sência dos banhistas

e a diminuição na circulação de pessoas

devido à pandemia causada pelo novo

coronavírus (Covid-19), a Prefeitura de Maceió deu início às obras de construção

dos módulos de banheiros na orla marítima da cidade. Segundo a Secretaria Munici-

pal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel), responsável por desenvolver o projeto, o

primeiro dos sete módulos que irão compor o projeto está sendo instalado na Praia de

Pajuçara, próximo à Praça Multieventos e a execução da primeira etapa da obra se en-

caminha agora para a fase final. O objetivo da iniciativa, segundo a Semtel, é melhorar

a experiência do usuário que frequenta as praias de Maceió e irá atender a demanda

da população local e turistas, através da instalação de dois blocos de banheiros por

módulo, que contarão com sanitários, pias, chuveiros na parte externa e adaptação ao

uso para pessoas com deficiência.

Quem tem tido difi-culdades para manter

o ritmo de pré-cam-panha é o ex-chefe

do Ministério Públi-co, Alfredo Gaspar de Mendonça. O novo coronavírus trouxe

desafios políticos para Alfredo Gaspar, pois além de lidar com o possível desgaste do

governador Renan Fiho e do prefeito Rui Palmeira, diante das medidas polêmicas que

passam a ser adotadas para tentar comba-ter o Covid-19, o tema “eleições” sumiu do

mapa. Todavia, os principais adversários de Gaspar de Mendonça – como são detentores

de mandato – acabam por levar uma van-tagem. Afinal, mesmo sem tratar do tema

político, acabam sempre aparecendo em mídia em função dos cargos que ocupam. A

depender de como isso se traduza nas pes-quisas de intenção de votos (e se a eleição não for adiada), o ex-chefe do MPE acaba

por ter um desafio a mais.

CENA

URBANA

Os trabalhadores que

aguardam o auxílio

emergencial do governo

federal se amontoaram,

ontem, na agência da

Caixa Econômica Fe-

deral do Jacintinho. A

fila virava a esquina em

direção ao mirante do

bairro. O que chama a

atenção, além da quan-

tidade de pessoas, é a

proximidade entre as

Ed

ga

rd M

ach

ad

o

pessoas, em desacordo

com a orientação de dis-

tanciamento social por

causa do coronavírus.

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Por meio da sua assesso-ria de Comunicação, o Sinturb afirmou que as

empresas que fazem parte do Sistema Integrado de Mobili-dade de Maceió (SIMM) estão sofrendo graves problemas financeiros. “Os custos do transporte são em maioria, custos fixos, em especial o custo com funcionários que representa cerca de 50% do total”, afirmou o sindicato.

PERDASEm nota, o Sinturb infor-

mou que, desde o dia 21 de março, primeiro dia do decreto de isolamento social em Alagoas, as empresas regis-traram uma diminuição diária de aproximadamente 75% dos passageiros, o que equivale a uma perda de receita de meio milhão de reais por dia e um montante de ao menos R$ 21 milhões desde o início da pandemia.

Diante deste cenário, as empresas sindicalizadas não desconsideram que a qualquer momento possa haver uma redução em torno de 20% a 30% dos postos de trabalho. “Infelizmente com o cenário que se desenvolve, as empre-sas não vão atingir receita suficiente para manter 100%

do quadro atual, ficando obri-gadas a estudar redução de funcionários”, diz trecho da nota.

ALTERNATIVAO Sinturb ressaltou, ainda,

que uma alternativa à situação que as empresas já vinham tomando é a readequação dos

postos de trabalho. “No início do período de isolamento, acordos foram feitos com os rodoviários, mas como não há perspectiva de retorno à normalidade, dado ao agudo risco de contaminação pelo novo coronavírus, é exigido que novas medidas sejam reali-zadas”, esclareceu o sindicato.

“A grande preocupação das empresas do setor é como ficarão os empregos após os três meses da Medida Provi-sória do Governo Federal em que é permitida a redução de jornada do empregado. Fato é, após este período caso a demanda não volte, as empre-sas podem ser obrigadas a reduzir os postos de trabalho para evitar que o transporte de passageiros da capital pare. A estimativa das empresas é que a queda de demanda persista mesmo após a liberação de mais setores da economia”, destaca um dos pontos da nota.

MACEIÓ

Empresas de ônibus da capital podem demitir cerca de 30% dos funcionários

O Sindicato das Empresas de

Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb)

anunciou na manhã de ontem que, devido

a queda de 75% na arrecadação após o início das medidas

de isolamento social para conter o avanço do novo

coronavírus (Covid-19), os empresários

podem recorrer à demissão de até 30%

dos funcionários para evitar um

estrangulamento no sistema de transporte

de passageiros da capital.

20206 de maio4

TRANSPORTE PÚBLICO | Após as medidas de isolamento social, a queda de arrecadação foi de 75%

Vanessa AtaídeEstagiária

Considerando as conse-quências financeiras que o isolamento social

levou para diversas famílias de Maceió, o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) ajuizou uma ação civil pública (ACP) contra 148 escolas privadas da capital alagoana para que elas deem descontos de até 35% nas mensalidades em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19).

Para o MPAL, uma parte considerável dos pais dos alunos tiveram seus rendi-mentos atingidos em razão das medidas adotadas de enfrenta-mento à doença, motivo pelo qual está com dificuldades de

efetuar os pagamentos nesses meses em que as aulas estão suspensas.

Na ação, ajuizada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, por meio do promotor Max Martins, com o apoio dos Núcleos de Defesa do Consumidor e de Defesa da Educação, coor-denados, respectivamente, pelos promotores Defino da Costa Neto e Lucas Sachsida, o Ministério Público requer, em caráter liminar, a imediata redução “no percentual de 30% nas mensalidades escola-res dos ensinos Fundamental e Médio, a partir do mês de maio de 2020 (mês em que as enti-dades de ensino anteciparão as férias)” e de “35% nas mensa-lidades escolares de ensino Infantil (creche e pré-escola)”,

também já agora em maio.“Essa medida deverá valer

até a liberação pelas auto-ridades governamentais e sanitárias para o retorno às aulas presenciais, tudo como meio adequado de assegu-rar o equilíbrio econômico--financeiro dos contratos de prestação de serviços escola-res da rede privada de ensino de Maceió, devendo, por fim, ser mantido o padrão de quali-dade do ensino previsto na LDB e na CF/88, para que tais aulas sejam computadas como carga horária letiva devida-mente cumprida, sob pena de cominação de multa diária em caso de descumprimento, com arrimo no art. 537 do CPC c/c 84§ 4º do CDC, e 11 da Lei 7.347/85, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) por

dia de descumprimento, para cada contrato”, diz um trecho da ação proposta.

Os promotores também orientam que essa redução não deve ser cumulativa com outros eventuais descontos já concedidos pelas escolas, a exemplo do pagamento pontual de mensalidade, convênios, desconto por quantitativo de filhos, dentre outros.

MATRÍCULASO Ministério Público

também solicitou que as esco-las sejam obrigadas a garantir as rematrículas no semestre subsequente dos seus alunos, mesmo em caso de inadim-plências geradas a partir do mês de fevereiro do corrente ano, sob pena de serem multa-

das, por dia, também no valor de R$ 2 mil.

Outro requerimento do órgão ministerial é para que as instituições de ensino “se abstenham de inscrever em cadastros de proteção de crédito, pais de alunos, em razão de inadimplências gera-das desde fevereiro”. A pena pecuniária gera em torno do mesmo valor das demais já citadas anteriormente.

A ação civil pública também pediu que as escolas fiquem impedidas de “criar embara-ços, ou novas regras para o fornecimento de documentos escolares solicitados pelos pais de alunos e de condicionar a qualquer tipo de encargo, cláu-sula penal ou multa, os pedidos de rescisão ou suspensão dos contratos escolares”.

MP ajuíza ação para reduzir mensalidades de escolas privadas de Maceió

Isolamento social fez com que os passageiros “sumissem” dos coletivos

Redação

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O acesso às praias, orlas – tanto lagunar quanto marítima – também

foram proibidas. Assim como não será possível estar em praças e alamedas. Todas as reuniões de pessoas ao ar livre também não podem aconte-cer. De acordo com Renan Filho, tudo isso é para “reduzir o risco de contágio”. O esta-cionamento de carros na beira de praias e lagoas será ainda restringido.

A partir de agora, o isola-mento por parte de cidadãos infectados ou que tenham retornado de viagem é obrigatório, com penalida-des previstas para o caso de descumprimento. “Se houver descumprimento será apurado o fato como crime contra a saúde pública em Alagoas”, colocou o chefe do Executivo estadual.

O uso de máscara passa a ser obrigatório nos ambientes abertos, ao ar livre, em espa-ços públicos e em locais onde se vá fazer compras (no caso dos estabelecimentos permi-tidos, como supermercados, farmácias, lojas de tecido e papelarias). O governador também suspendeu o passe livre estudantil e a gratuidade do transporte público. No caso dos idosos, haverá liberação apenas para o uso em caso de

tratamento de saúde. “O transporte público só

poderá rodar com usuários sentados. A PM e a Guarda Municpal irão acompanhar e caso seja descumprido a empresa será multada”, aler-tou Renan Filho.

No caso dos estabeleci-mentos, eles serão obrigados a restringir o acesso e a orienta-ção é de que as pessoas entrem nos locais sozinhas, não sendo permitido – por exemplo – compras em família. A ideia é a mínima quantidade possível de pessoas nesses locais.

BANCOSO governo estadual estuda

– em conjunto com a Prefei-tura de Maceió – estratégias para que as pessoas que forem

aos bancos, principalmente à Caixa Econômica Federal, não causem aglomerações. “O novo decreto visa ampliar o isolamento social, reduzir o deslocamento e, se neces-sário, já estamos pensando em fechamento de ruas, para evitar a circulação e ampliar as medidas de proteção indivi-dual”, defendeu Renan Filho.

Ainda segundo o chefe do Executivo já há um traba-lho na ampliação de leitos de UTI, que devem chegar a mil unidades. O governador ampliou o período de suspen-são de aulas presenciais até o dia 31 de maio, bem como atividades de bares, restau-rantes, templos religiosos, igrejas, academias, clubes, lojas e shoppings.

Ele anunciou a construção de um novo Centro de Tria-gem, no estacionamento do Shopping Pátio, na parte alta de Maceió, novos 30 leitos de UTI no Hospital Metro-politano, que será aberto no dia 15 de maio. Nessa mesma unidade, ainda haverá – conforme Renan Filho – 130 leitos de internação que se somarão a mais 160 no Centro de Convenções, além de duas novas UPAs que serão entre-gues à população em 90 dias.

Outros 10 leitos de UTI serão abertos no Hosptal da Mulher. “O novo decreto é fundamental para passar essa pandemia com o menor impacto e isso significa o menor número de perdas de vidas em Alagoas”, finalizou.

ALAGOAS

Isolamento social: novo decreto proíbe atividades ao ar livre e acesso às praias

O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), falou – no dia

de ontem – sobre o novo decreto que

saiu no Diário Oficial. A quarentena foi

renovada com mais medidas de restrições que serão válidas até

o dia 20 de maio. O novo texto proíbe a

prática de atividades ao ar livre, inclusive

caminhadas em locais públicos. O governo

– segundo Renan Filho – ainda estuda

a possibilidade de bloquear avenidas em Maceió para restringir

o acesso de carros, desestimulando as

pessoas a saírem de casa.

EXECUTIVO | Quarentena é renovada com mais restrições e segue até 20 de maio; aulas estão suspensas até o dia 31

Redação

Atividades ao ar livre e aces-

so às praias (inclusive o cal-

çadão) estão proibidos pelo

novo decreto de quarentena

6 de maio 52020

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Para ter acesso aos dados, os interessados devem consultar a aba de benefí-

cios, em que haverá um quadro com informações sobre seguro--desemprego e abono salarial.

O benefício é concedido a trabalhadores que tiveram jornada reduzida ou contrato suspenso e ainda auxílio emer-gencial para trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho formalizado, nos termos da Medida Provisória 936/2020.

O BEm é custeado com recursos da União e pago aos trabalhadores independen-temente do cumprimento de período aquisitivo, do tempo de vínculo empregatício ou do número de salários recebidos. O investimento do programa pode chegar a R$ 51,2 bilhões, segundo o Ministério da Economia.

EMPREGOS PRESERVADOSAté essa segunda-feira,

às 16h30, 5.447.937 empre-gos haviam sido preservados, com valores a serem pagos

pelo governo, totalizando R$ 9,923 bilhões. Até o momento, a parcela mensal média é de R$ 752,44, a mínima, de R$ 261,25, e a máxima, conforme definida pela medida provi-sória, de R$ 1.813,00. O valor total médio pago somando as parcelas mensais corresponde a R$ 1.821,44.

Deste total de benefí-cios, 56% (3.037.193) ocor-reram a partir de acordos entre trabalhadores e empre-sas com receita bruta anual menor que R$ 4,8 milhões, 39% (2.141.884) nos casos de

empresas com receita bruta anual maior que este valor, e 5% (268.860) nos casos de empregados domésticos e de trabalhadores intermitentes.

Acordos relacionados à suspensão de contratos repre-sentavam 58% (3.157.680) do total. Nos casos de redução de jornada, 16% (886.809) eram para 50%, 12% (681.427) para 70%, e 10% (554.952) para 25%. Nos casos dos trabalha-dores intermitentes, os bene-fícios correspondiam a 3% (167.069).

Os estados que registra-

ram o maior número de bene-fícios são São Paulo (31,7%), Rio de Janeiro (10,4%), Minas Gerais (9,9%), Rio Grande do Sul (5,5%) e Paraná (5,4%), conforme pode ser verificado no quadro a seguir.

Por faixa etária, a maior quantidade de beneficiários está na idade entre 30 e 39 anos (30,6%), seguidos por aqueles de idade entre 40 e 49 anos (20,5%), 18 e 24 anos (18%), 25 e 29 anos (16,7%), 50 e 64 anos (12,5%), 14 (aprendizes) e 17 anos (1%) e mais de 65 anos (0,8%).

BRASIL/MUNDO

20206 de maio6

Benefício de preservação de emprego está disponível na carteira digital

MERCADO DE TRABALHO | Instrumento foi criado para reduzir os efeitos da Covid-19 na economia brasileira

Os trabalhadores que tiveram a jornada de

trabalho reduzida ou suspensa podem

consultar na Carteira de Trabalho Digital

as informações sobre o pagamento do

Benefício Emergencial de Preservação do

Emprego e da Renda (BEm), criado para

enfrentar os efeitos econômicos da

pandemia da covid-19.

Kelly OliveiraAgência Brasil

Os Estados Unidos e o Reino Unido inicia-rão negoc iações

comerciais por videoconfe-rência, após a saída do Reino Unido da União Europeia, num momento em que os dois aliados lutam contra os efeitos da pandemia de coro-navírus e buscam fortalecer as cadeias domésticas de suprimentos.

As discussões serão

a primeira grande nova negociação comercial de Washington em 2020 e ocorrerão ao mesmo tempo em que Londres estabelece termos comerciais com a UE, com prazo até o final do ano.

O representante comer-c ia l dos EUA, Robert Lighthizer, falou pouco publi-camente sobre as negocia-ções comerciais com o Reino Unido desde a publicação de um conjunto abrangente de metas, há mais de um ano, que buscava acesso total para

produtos agrícolas dos EUA e tarifas reduzidas para produ-tos manufaturados dos EUA.

O governo Trump está tentando mudar as cadeias de suprimentos de volta para os Estados Unidos e para longe da China, onde o novo coro-navírus se originou, e está promovendo uma campa-nha “Compre nos EUA” para suprimentos médicos e outros produtos.

A agricultura deve estar entre as questões mais espi-nhosas das negociações, dada

a forte oposição britânica às culturas geneticamente modificadas dos EUA e trata-mentos antibacterianos para aves. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu negociar uma “pechincha”, e a secretária de Comércio Internacional do Reino Unido, Liz Truss, disse que não diminuirá os padrões de segurança alimentar.

A Câmara de Comércio dos Estados Unidos pediu na segunda-feira passada aos dois aliados históricos que

eliminem todas as tarifas, dizendo que isso aumenta-ria as perspectivas de longo prazo para os dois países em um momento em que suas economias foram duramente atingidas por paralisações destinadas a restringir a propagação do coronavírus.

A Câmara disse que os dois países também podem fortalecer as regras comer-ciais globais para lidar com os desafios impostos por econo-mias não mercantis, como a China.

EUA e Reino Unido iniciam negociações comerciais pós-BrexitDavid Lawder

Reuters

Anotações podem ser consulta-

das no modelo online do docu-

mento dos trabalhadores

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Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a projeção de

queda para o Dia das Mães por causa da pandemia ficou acima das perdas estimadas para a Páscoa (-31,6%). “O Dia das Mães deste ano ocorrerá em meio ao fechamento de segmentos importantes para a venda de produtos voltados para a data, como vestuário, lojas de eletrodomésticos, móveis e eletroeletrônicos. Já a Páscoa tem como carac-terística a venda de produtos típicos em segmentos consi-derados essenciais, como supermercados, que perma-neceram abertos desde o início do surto de covid-19”, disse, em nota.

De acordo com a CNC, o ramo de vestuário e calçados é o que apresenta a maior expectativa de encolhimento

durante o Dia das Mães, com queda de 74,6%, seguido pelas lojas especializadas na venda de móveis e eletrodomésti-cos, com perda de 66,8%, e pelo segmento de artigos de informática e comunicação, com retração de 62,5%.

Segundo o economista

da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, o comércio deverá registrar retração em todos os esta-dos durante a data. “São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, unidades da Fede-ração que respondem por mais da metade das vendas

voltadas para o Dia das Mães, tendem a registrar perdas de 58,7%, 47,4% e 46,6%, respectivamente”, afirmou. Em termos relativos, três estados do Nordeste deverão registrar as maiores perdas: Ceará (-74,2%), Pernambuco (-73,5%) e Bahia (-66,2%).

6 de maio 72020

ECONOMIA

Vendas para o Dia das Mães devem encolher quase 60% devido à pandemia

PREVISÃO | Confederação Nacional do Comércio prevê queda histórica do volume de vendas por conta do coronavírus

A Confederação Nacional do Comércio

de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a crise provocada pelo novo coronavírus

vai acarretar uma queda histórica do volume de vendas

no varejo, no Dia das Mães de 2020.

Em comparação com o ano passado,

a entidade projeta um encolhimento

de 59,2% no faturamento real do setor na data,

considerada a segunda mais

importante no calendário varejista

brasileiro.

Ana Cristina CamposAgência Brasil

A produção industrial brasileira teve uma queda de 9,1% na

passagem de fevereiro para março deste ano. Esse foi o maior recuo desde maio de 2018 (-11%) e o pior mês de março desde 2002. Segundo o Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), o resul-tado é reflexo das medidas de isolamento social provocadas pela pandemia de covid-19.

Na comparação com março de 2019, a queda chegou a 3,8%. A indústria acumula perdas de 2,4% na média móvel trimestral, 1,7% no ano e 1% em 12 meses.

“Esse impacto da pande-mia fica evidenciado quando se compara com o mês de fevereiro, já que a taxa é forte-mente negativa e representa a queda mais intensa desde maio de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. E não apenas pela magnitude da taxa, mas também pelo alarga-mento por diversas atividades, incluindo todas as quatro cate-gorias econômicas e 23 das 26 atividades pesquisadas”, afirma o pesquisador do IBGE André Macedo.

FEVEREIRO E MARÇONa passagem de fevereiro

para março, houve quedas na produção em 23 dos 26 ramos industriais pesquisa-

dos, com destaque para veícu-los automotores, reboques e carrocerias (-28%), confec-ção de artigos do vestuário e acessórios (-37,8%), bebidas (-19,4%), couro, artigos para viagem e calçados (-31,5%) e produtos de borracha e de material plástico (-12,5%).

Por outro lado, três ativida-des tiveram alta na produção: impressão e reprodução de gravações (8,4%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equi-pamentos (0,3%).

Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, a principal queda ficou com bens de consumo

duráveis (-23,5%). As demais categorias tiveram as seguin-tes taxas de queda: Os seto-res de bens de capital, isto é, máquinas e equipamentos usados no setor produtivo

(-15,2%), bens de consumo semi e não-duráveis (-12%) e bens intermediários, isto é, insumos industrializados usados no setor produtivo (-3,8%).

Produção industrial cai 9,1% em março, aponta IBGEVitor Abdala

Agência Brasil

Ramo de vestuário e calçados

é o que tem maior expectativa

de encolhimento

Retração foi registrada em 23 dos 26 ramos industriais pesquisados

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Pesquisas científicas ates-tam que o anteparo, cirúrgico ou de fabrica-

ção caseira, reduz significativa-mente o risco de transmissão do novo coronavírus. Mas é preciso ficar atento quanto às especificações para a confecção caseira e ao manuseio correto, como alerta a médica especia-lista em controle de infecção hospitalar Maria Tereza de Freitas Tenório.

“Quando bem utilizada, a máscara significa um fator de proteção. Ela tem que ser colocada da maneira correta e ter o material adequado. É preciso, também, tomar alguns cuidados em relação à sua utilização, como, por exemplo, nunca tocar na face externa da máscara. Quando colocar ou retirá-la, utilizar as tiras. Também não se pode comer e nem mastigar chicletes e balas utilizando-a. O melhor é falar o menos possível, quando estiver usando a proteção. Outra reco-mendação é trocar a máscara quando tiver úmida”, citou a médica.

Gerente de Riscos e de Práticas Assistenciais da Santa Casa de Misericórdia de Maceió e vice-presidente da Associa-ção Alagoana de Controle de Infecções Hospitalares, Tereza Tenório aprovou a obrigato-riedade do uso de máscaras e sua eficácia na contenção do avanço da doença.

“No estágio atual em que nos encontramos desta pande-mia é imprescindível que toda a população tome consciên-cia dessa necessidade. É uma medida extremamente neces-sária de proteção da população em geral”, enfatizou.

Mas, se mal utilizada, a máscara pode significar mais um meio de contaminação, alerta Tereza Tenório.

“Na hora que você toca

na parte externa da máscara, pode também contaminar suas mãos e levá-la aos olhos, nariz e boca. Também é preciso ter muito cuidado na hora de retirá-la e lavá-la. Deve-se sempre colocar em água sani-tária por pelo menos 30 minu-tos e depois lavá-la com água e sabão, colocando para secar antes de reutilizar, quando se tratar de máscaras caseiras, recomendadas pelo Ministé-rio da Saúde, mas que têm de seguir todos os critérios de fabricação: material, tamanho e ajuste adequados ao rosto”, citou, acrescentando que o isolamento social ainda é a mais eficaz medida para conter o avanço da Covid e não colapsar o sistema de saúde.

“Não adianta usar máscara se estivermos fazendo contatos proximos, porque esse micro--organismo, além da trans-missão respiratória, pode ser transmitido por contato. Isso é importante que se saiba para que se tenha cuidado com o contato pessoa a pessoa e com

superfí-cies contaminadas”, ressaltou a médica que faz parte do Grupo Técnico de Enfrentamento ao Coronavírus (Covid-19) em Alagoas.

BARREIRAO Ministério da Saúde

divulgou, em abril, orientações sobre o uso de máscaras para ajudar na prevenção contra o novo coronavírus.

Conforme as diretrizes, a utilização dos modelos de pano, confeccionados artesa-nalmente, também funciona como barreira contra o agente causador da Covid-19 e devem ser preferencialmente utiliza-dos pela população.

Já as máscaras cirúrgi-cas devem ser reservadas aos profissionais da saúde, que estão na linha de frente do combate à doença. Eles enfrentam, em todo o planeta, a escassez do produto devido à pandemia.

Estudos revelam que a máscara caseira, feita com

tecido de algodão, reduziu em até 78% a eliminação de micror-ganismos no ambiente, impe-dindo que as partículas sejam transportadas pelo ar, além de limitar o contato das mãos com boca e nariz, através de uma barreira física.

Uma campanha digital pela mobilização da população para fabricar as próprias máscaras de pano também foi lançada pelo Ministério da Saúde, que disponibilizou orientações para a confecção do aparato de proteção.

A máscara caseira precisa, para ser eficiente, seguir espe-cificações como possuir ao menos duas camadas de pano (dupla face) e ser de uso indivi-dual. Os materiais para confec-ção podem ser tecidos de algodão, tricoline, TNT, dentre outros, desde que cubram total-mente o nariz e a boca, sejam higienizados corretamente e que as máscaras estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

GERAL

20206 de maio8

©Ailton Cruz

Uso de máscaras de proteção agora se torna obrigatório em Alagoas

CORONAVÍRUS | Diretriz segue recomendações do Ministério da Saúde, segundo governo do Estado

O novo decreto estadual, que

prorroga as medidas de enfrentamento à Covid-19, estabelece o uso obrigatório de

máscaras de proteção individual, inclusive

nos transportes públicos.

Máscaras de tecido precisam ter

duas camadas de tecido e ser bem

ajustadas ao rosto

Reprodução/TV Integração

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EM ISOLAMENTO | Etapas classificatórias acontecem nos dias 16 e 17 e as finais serão nos dias 23 e 24

ESPORTES

6 de maio 92020

Em mais uma ação que visa movimentar

quem está em casa neste período de

isolamento social, a Secretaria do Esporte,

Lazer e Juventude lança mais uma ação do projeto “E-Selaj”

de jogos online. Dessa vez a disputa será o Campeonato

Estadual de “League Of Legends”, o

“Campelol”, que já tem inscrições

abertas de 5 a 12 de maio.

E-Selaj: Abertas inscrições para disputa do “Campelol” de League Of Legends

Paulo Chancey Junior Minuto Esportes

Para participar da compe-tição, os interessados devem inscrever as suas

equipes de cinco jogadores pelo Whatsapp 82-98839-7029. Fechado o período de inscrições, as etapas classifica-tórias acontecem nos dias 16 e 17 e a etapa final nos dias 23 e 24 deste mês.

Ao final, a premiação será de troféu e medalhas para o campeão, medalhas para vice--campeão e terceiro colocados da disputa.

O secretário do Esporte, Lazer e Juventude, Char-les Hebert destacou a ação online. “A ideia é movimen-tar as pessoas que estão em casa, sem atividade nesse momento difícil. Lançamos o ‘Movimenta Alagoas’ e o quarentreino que interagiu com milhares de pessoas, depois o E-Selaj com o xadrez, que foi um sucesso diga-se de passagem, agora vamos lançar o ‘Campelol’, que é disputado na plataforma do League Of Legends, uma verdadeira mania mundial”, afirmou.

O LOLCriado pela produtora

americana Riot Games em outubro de 2009, o jogo é inspirado no mapa Defense of the Ancients (DotA) do acla-mado Warcraft 3. Extrema-mente simples, conta com dois campos de batalha: Twisted Treeline (três jogadores por time) e Summoners Rift (cinco jogadores por time).

Cada jogador representa um summoner, um poderoso bruxo capaz de trazer ao campo de batalha seus soldados. Os summoners controlam o

champions em League of Legends, um soldado, assassino ou mago que deve ser escolhido ao começo de cada batalha. A serviço do summoner existem também soldados mais fracos, os minions, torres de defesa (turrets) e inibidores de super minions (inhibitors).

O objetivo final é destruir o Nexus do time oponente, elimi-nando campeões, minions, torres e inibidores no caminho. Com a destruição dos inibido-res a escala fica mais fácil, já que se torna possível enviar os

chamados super minions ao ataque, criaturas muito mais fortes que os soldados normais.

C ab e aos j o g ado -res escolherem com que

campeão desejam defender seus nexus. Com o auxílio de diversas magias, equipamen-tos e habilidades, o desafio fica ainda mais divertido para quem tem muitas horas para gastar nesse RPG online.

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O PAI, dirigido por Kristina Grozeva e Petar Valchanov, é

baseado em uma história real que aconteceu na família dos diretores. Conta Kristina que “Depois do funeral da mãe de um parente, um vizinho apareceu apavorado e disse: ‘Sua mãe está me ligando!’. Olhamos o telefone e vimos o nome, a data e o horário da ligação. Ele disse que a liga-ção ocorrera há dois minutos, sendo que ela tinha sido enter-rada três horas antes. Ficamos impressionados e começamos a acreditar que era uma

CULTURA

20206 de maio10

SERVIÇO

BELAS A LA CARTE

Para se cadastrar acesse: www.belasartesalacarte.com.br e clique em ASSINE.

Ou vá direto para a página de cadastro: https://www.belasartesalacarte.com.br/checkout/subscribe/signup

O PAI (The Father/Bashtata) lança-mento exclusivo no Belas à La carte a partir de amanhã no serviço online.

situação sobrenatural. Talvez ela quisesse entrar em contato conosco e dizer algo, mas, depois de alguns minutos, descobrimos uma razão lógica para aquilo ter acontecido, o que nos motivou a escrever a trama do filme”.

Alternando momentos cômicos e bem-humorados a outros tristes e reflexivos, o filme conta a história de Vasil, que acaba de perder sua mais longeva parceira, a esposa Valentina. Quando, após o funeral, uma mulher proclama que a falecida

Distribuído pela Pandora Filmes, O PAI

(The Father/Bashtata), longa da Bulgária,

deveria chegar aos cinemas de todo o

Brasil no mês de março, porém, devido

às circunstâncias inéditas em meio à

pandemia de COVID-19 em todo o mundo, a

distribuidora decidiu lançar o filme de forma

inédita e exclusiva na plataforma digital do

BELAS À LA CARTE, disponível a partir de

amanhã, por R$ 12,90. Além disso, outros dois

filmes dos diretores, A Lição (2014) e

Glory (2016) também poderão ser adquiridos

através de um pacote promocional junto com

O Pai, por R$ 15,90.

SÉTIMA ARTE | O novo filme de Kristina Grozeva e Petar Valchanov é baseado em uma história verídica

Longa-metragem O PAIestreia exclusivamente na

plataforma Belas à La Carte

ligou para o seu celular, Vasil procura a ajuda de um médium conhecido para entrar em contato com sua esposa. Seu filho Pavel tenta trazê-lo de volta, mas Vasil teimosamente insiste em fazer as coisas do seu jeito. O PAI é um drama familiar íntimo, sobre as difi-culdades de se conectar com aqueles que estão próximos a nós. À medida que o filme ganha impulso lentamente, sua história se desenvolve em

muitas situações absurdas ou cômicas, cuidadosamente escritas pelos diretores e rotei-ristas.

O PAI é um projeto para-lelo a uma trilogia inspirada em notícias de jornal, da qual fazem parte “A Lição” (2014) e “Glory” (2016), que também estão disponíveis na plata-forma Belas À La Carte. O terceiro filme da trilogia (“The Triumph”) ainda está em fase de desenvolvimento.

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O que ela sussurra

O novo romance de uma das autoras mais origi-nais da literatura brasileira retrata a vida de Nadejda, a jovem russa que guardou na memória os poemas de seu marido morto pela censura soviética para evitar que fossem apagados para sempre da história.

Neste romance envolvente e poético, Noemi Jaffe conta, com suas próprias palavras e invenções, a vida de Nadejda Mandelstam. Vivendo sob a opressão stalinista, Nadejda se casa com o poeta Óssip, que falecerá em um gulag na Sibéria como inimigo do regime. Contudo, para que os poemas que levaram o marido à desgraça não desapareçam, Nadejda os memoriza e os sussurra sempre. Serão essas versões que chegarão à contemporaneidade.

Baseando-se nessa história real, Noemi Jaffe constrói um romance único sobre o poder do amor, as agruras da repressão e, sobretudo, sobre o desejo feminino e seu constante apagamento.

“Quero que Sonia, Vassilisa e Lizotchka aprendam a passar as horas murmurando coisas de que elas gostem, que treinem a memória para se expres-sar em voz baixa, como se pelo sussurro todas as mulheres da Rússia se comunicassem numa sintonia desconhecida, nós então formaríamos uma rede clandestina de sussurros, que não salvariam nada, a não ser um pouco a nós mesmas, mas que deteriam o tempo e se enovelariam, fazendo com que ele passasse menos ou mais devagar pelos lugares onde nós falamos.”

6 de maio 112020

PERSONAGENS E OBRAS RECOMENDADAS

Contos fascinantes de Clarice Lispector

Publicado pela primeira vez em 1971, Felicidade clandestina reúne 25 contos que falam de infância, adolescência e família, mas relatam, acima de tudo, as angústias da alma. Esta edição conta com um posfácio de Marina Colasanti.

Meu primeiro livro de mindfulness

Venha com a gente aprender o significado de ser mindful! Este é o convite da escritora Christiane Engel. Partindo do estado de consciência e atenção é possível chegar ao estado zen, então encontre um lugar tran-quilo, respire profundamente e, juntos, vamos desco-brir a magia da consciência plena ou mindfulness.

Como o cérebro cria

O que guarda-chuvas, sinfonias, viagens espaciais, estádios de futebol, os quadros de Picasso e o calendário têm em comum? Todos foram concebidos, desenvolvidos e aperfeiçoados pelo poder da criatividade humana.

Em um passeio pelas criações que torna-ram o mundo o que ele é hoje, o compositor Anthony Brandt e o neurocientista David Eagleman explicam os elos entre a criativi-dade na arte, na ciência e na tecnologia e mostram as rotinas básicas do “software da inovação” em funcionamento. Descrevendo as ferramentas e as estratégias respon-sáveis pela irrefreável inventividade de nossa espécie, Como o cérebro cria oferece inúmeros exemplos de como todos os atos criativos resultam das mesmas operações cerebrais aplicadas a algo que já existia.

Neste mergulho profundo na men-te criativa, Eagleman e Brandt tentam responder à pergunta: O que está por trás da capacidade — e do desejo — dos seres humanos de inventar? Ao mesmo tempo uma celebração do espírito humano e um vislumbre de como podemos melhorar o futuro ao abraçarmos nossa criatividade, o livro apresenta surpresas e curiosidades, além de dicas sobre como produzir ideias de sucesso.

A Odisseia de Penélope

Em uma surpreendente releitura contempo-rânea da Odisseia de Homero, Margaret Atwood decide dar voz a Penélope e suas doze criadas en-forcadas para responder duas grandes perguntas: qual é o real motivo do enforcamento das criadas? E o que Penélope realmente estava planejando?

Em A odisseia de Penélope, Atwood subverte a narrativa original e concede a sua heroína uma nova vida e realidade, propondo-se a dar uma resposta a um antigo mistério.

Margaret Atwood foi ganhadora do Booker Prize em 2019. O conto da aia deu origem à série de sucesso no streaming. Este foi um dos quatro livros de ficção mais vendidos no ano de 2019.

LITERATURA

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20206 de maio12

A Polícia Civil de Minas Gera i s ins taurou inquérito policial para

apurar a origem de um vídeo no qual uma mulher, cuja iden-tidade está sendo investigada, afirma que, em Belo Horizonte, caixões estariam sendo enterra-dos vazios ou com pedras e paus no lugar dos corpos de vítimas do novo coronavírus.

Tanto a Polícia Civil quanto a Prefeitura de Belo Horizonte afirmam que o conteúdo do vídeo é falso. Em conversa com

jornalistas, o delegado-geral Wagner Sales disse que a autora do vídeo pode ser condenada a até nove anos de prisão por denunciação caluniosa, difama-ção contra autoridade pública e propagação de tumulto e alarme.

“É preciso que a popula-ção se conscientize de que as atitudes no mundo virtual têm consequências no mundo real”, disse o delegado, solicitando ajuda dos cidadãos para tentar chegar até a mulher que aparece no vídeo.

“Precisamos que a popu-lação nos traga mais informa-

ções sobre este vídeo através do número 181. Só assim vamos poder desestimular e responsa-bilizar os autores destas atitudes nocivas à sociedade”, acres-centou Sales, destacando que, além de provocar incertezas e fomentar a insegurança, o vídeo desrespeita as famílias das víti-mas do novo coronavírus.

A falsa denúncia circulou pelas redes sociais nos últimos dias. Nele, a mulher que agora está sendo procurada afirma que parentes de mortos foram surpreendidos ao abrir os caixões e se deparar com pedra e paus.

“Aqui em Minas está acon-tecendo um caso muito engra-çado. Principalmente lá em BH”, diz a mulher, criticando o prefeito Alexandre Kalil e a classe política em geral. “Estão enterrando um monte de gente com coronavírus. Aí, o que aconteceu? Mandaram ir lá e arrancar todos os caixões para fazer o exame para ver se é coronavírus mesmo. Sabe o que tem dentro do caixão? Pedra e madeira”, diz a mulher, procurando desacreditar as notícias a respeito da letalidade da doença.

No início de abril, um outro

vídeo com falsas acusações sobre a situação em Minas Gerais chamou a atenção das autoridades. Gravado na Central de Abastecimento (Ceasa) de Contagem, na grande Belo Horizonte, o vídeo exibia um homem afirmando que as recomendações de isola-mento social, com restrições a algumas atividades comerciais, ameaçava os moradores da capital mineira e região com a falta de alimentos.

O vídeo foi gravado em uma área da Ceasa que passava por obras, em dia e horário de menor movimento no local.

Polícia Civil investiga vídeo falso de caixões enterrados com pedrasAlex Rodrigues

Agência Brasil

Diante do impacto na economia, os especia-listas destacam o invitá-

vel processo de demissões em massa. Ainda segundo o levan-tamento feito pela CNC, ao todo 80% dos estabelecimen-tos comerciais estão fechados no país. As perdas no Brasi já somam mais de R$ 86,4 bilhões.

As medidas de restrição reduziram significativamente o consumo, inclusive, dos esta-belecimentos que passaram a funcionar na modalidade delivery. As perdas impostas ao comércio, no dia 7 de abril, já somavam R$ 53 bilhões. As maiores quedas foram no Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Esses estados juntos represen-tavam – até 7 de abril – 72,5% do volume de vendas no varejo nacional. A retração simboliza 46,1% no faturamento do setor, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

A Confederação Nacional tenta negociar com o governo federal um pacote de medidas

que possibilitem minimizar o impacto da crise no varejo, visando manter os empre-gos. “Com o impedimento da operação de estabelecimentos comerciais no país, é preciso dar às empresas as condições para que possam atravessar este difícil momento, mantendo seus negócios e preservando os empregos”, afirma Tadros. “A CNC vem cumprindo o seu papel de buscar e propor soluções para que os empre-sários possam enfrentar esta crise sem precedentes”, desta-cou o presidente da CNC, José Roberto Tadros

A CNC ainda levam em consideração um dado do serviço de georreferencia-mento do Google, que mostra que a mobilidade de pessoas nos estabelecimentos comer-ciais ao final de março foi redu-zida drasticamente. No varejo de rua, em shopping centers, livrarias e cinemas, houve queda de 71% na circulação de consumidores, em todo o Brasil. As maiores quedas regionais ocorreram nos Esta-dos de Santa Catarina (-80%), Sergipe (-78%) e Alagoas (-77%). “Mesmo no varejo essencial, como supermerca-

dos, minimercados, mercea-rias e farmácias, o número de visitantes encolheu 35% em relação à movimentação usual”, destacou Fabio Bentes, econo-mista da CNC responsável pelo estudo.

Segundo a CNC, em todo o país a adoção de estratégias de vendas através do e-commerce e de serviços de delivery redu-ziu as perdas de receitas por conta das restrições impostas às vendas presenciais, as quedas menos intensas a partir do final de março podem ser atribuídas a um maior fluxo de consumi-dores nas ruas.

O estudo aponta ainda que “a retração abrupta do nível de atividade no varejo ocor-rida nas últimas semanas tem potencial para eliminar 28% dos postos de trabalho formais do setor (2,2 milhões de vagas) em um intervalo de até três meses. A concretização desse cenário, no entanto, dependerá de como as empresas do setor reagirão às medidas anuncia-das pelo governo e, em última instância, à própria evolução da pandemia nas próximas sema-nas”.

ÚLTIMAS

Comércio de AL acumulou perdas R$ 740 milhões por semana durante quarentena

ECONOMIA | Em todo o país, o setor calcula que vai haver uma perda de 28% dos postos de trabalho

De acordo com um estudo feito pela

Confederação Nacional do Comércio de Bens,

Serviços e Turismos (CNC), o Estado de

Alagoas perdeu – no período de 15 de

março a 18 de abril – aproximadamente R$ 740 milhões por

semana, somente no varejo, em função

da quarentena como forma de combate ao

contágio pelo novo coronavírus. Diante

dessa projeção, o acumulado de perdas já é próximo de R$ 3,7

bilhões.

Alagoas está em terceiro lugar entre os Estados cujo

varejo foi mais prejudicado

Luis VilarEditor-geral